PICUM Boletim Fevereiro 2009
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PICUM Boletim Fevereiro 2009
PICUM Boletim Fevereiro 2009 Terminado no dia 23 Fevereiro 2009 Este boletim debruça-se sobre as notícias e os desenvolvimentos políticos relativos aos direitos sociais fundamentais de imigrantes em situação irregular na Europa. Actualmente está disponível no formato PDF e no sítio Internet da PICUM (www.picum.org) nos seguintes idiomas: inglês, alemão, holandês, espanhol, francês, italiano e português. Convidamo-lo a divulgar este boletim a quem possa interessar. Quer contribuir para uma política humana de respeito pelos direitos humanos dos imigrantes em situação irregular? FACA UMA DOACAO À PICUM! A sua contribuição significa que podemos continuar a lutar contra a marginalização e a exploração dos imigrantes em situação irregular. Convidamo-lo a fazer uma doaçao à PICUM por transferência bancária para a conta número 0013666785-67 (Fortisbank, Schepdaal (B), IBAN: BE93 001366678567). Por favor, mencione o seu nome, endereço e referência: “donation”. OBRIGADO! Índice 1. Morte na fronteira 2. Notícias dos Estados Membros da UE + Suíça + E.U.A. 3. Desenvolvimentos na política Europeia 4. Crianças indocumentadas 5. Mulheres indocumentadas 6. Próximos Eventos 7. Publicações 8. Notícias PICUM 1. Morte na fronteira • Segundo as autoridades espanholas, o número oficial de migrantes que morreram na tentativa de alcançar as Ilhas Canárias em 2008 é de 45. Entretanto, esse dado inclui somente o número de corpos que foram recuperados. Fonte: Migration News Sheet, Janeiro de 2009, pág. 7 • Em 2008 ocorreram mais de 1.500 mortes nas fronteiras da União Europeia. Isso é resultado de um regime de proteção rigoroso que tem levado migrantes que procuram entrar na UE a optarem PICUM Boletim Fevereiro 2009 por rotas mais longas e mais perigosas para a Europa. Esta tendência revela um perigoso recorde em relação aos direitos humanos nas fronteiras da UE, o que levou a aproximadamente 30.000 cidadãos a apoiarem uma petição pedindo ao Parlamento da União Europeia (que controla o orçamento da FRONTEX) que use seu poder para influenciar o controlo da agência FRONTEX. Para mais informações: infoapdha 20 de Janeiro de 2009, disponível em www.apdha.org. • Um barco onde seguiam 35 potenciais migrantes sem documentos naufragou na costa tunisina na noite de 18-19 de Janeiro. Cinco dos migrantes nadaram para o porto da cidade resort de La Marsa e os restantes trinta ainda estão desaparecidos. Fonte: http://qc.news.yahoo.com/s/capress/090119/monde/20090119_tunisie_migration_naufra_2 2. Notícias das Nações Unidas + Estados Membros da U.E. + Suíça + E.U.A. ONU • A 9 de Janeiro de 2009 Ron Redmond, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados afirmou que as limitadas oportunidades disponíveis para aqueles que desejam entrar na UE por meios regulares implicou que milhares de pessoas ameaçadas de perseguição e sérias violações de direitos humanos nos seus países de origem não tivessem escolha a não ser optar pela perigosa rota marítima. Fonte: http://euobserver.com/22/27383 Bélgica • Uma decisão do Comité de Ajuda a Vítimas de não ressarcir a família de Oulematou Niangadou, uma mulher indocumentada do Mali assassinada num ataque motivado por questões raciais em 2006, tem causado grande preocupação. O Ministro da Justiça belga Stefaan De Clerck (CD&V) sugeriu alterar a lei de fundo de compensação para vítimas de violência. Na altura da sua morte Oulematou trabalhava como babysitter em Antuérpia mas não possuía visto de residência. Apesar de o direito belga prever compensação para vítimas de crime, o comité decidiu que a familia não tinha direito de receber qualquer compensação pois ela não possuía documentos. De acordo com a nova proposta, os migrantes sem documentos também têm direito à compensação do Fundo. Fonte: http://www.infomonde.be/im/fr/3033/Belgique/article/detail/647066/2009/01/28/Les-sanspapiers-pourront-benefecier-du-fonds-d-aide-aux-victimes.dhtml • De 7 a 22 de Janeiro de 2009, migrantes indocumentados da União de Defesa de Pessoas sem Documentação (Union de Défense des Personnes sans Papiers - UDEP) ocuparam a Vrije Universiteit Brussel (VUB) e a Université Libre de Bruxelles (ULB), e marcharam em direcção aos edifícios governamentais através de Bruxelas, exigindo que oficiais do governo cumpram o acordo de Março de 2008 para um plano de regularização de migrantes indocumentados. Os manifestantes organizaram passeatas e outros eventos desde o fim de Outubro para apelarem ao governo que dê resposta ao acordo, cujos termos ainda não foram esclarecidos. Fonte: http://sanspapiers.skynetblogs.be/ França • A Ministra da Cooperação Regional do Burkina Faso, Minata Samaté, e o Ministro Francês da Imigração, Brice Hortefeux, assinaram um acordo de migração sob o qual migrantes do Burkina Faso a residir irregularmente em França seriam regularizados com a condição de possuírem um contrato de trabalho. O acordo estabelece ainda uma autorização de entrada baseada em competências padrão (standard skills) que permitiria que 500 pessoas por ano de Burkina PICUM Boletim Fevereiro 2009 entrassem em França para encontrar trabalho. No acordo está previsto que estudantes burkineses possam requerer um visto de trabalho de um ano. Entretanto, de acordo com o direito do trabalho francês os empregadores são obrigados a demitir empregados migrantes se souberem que estes estão a residir ilegalmente no país. Assim, um migrante apenas poderá receber um contrato de trabalho regular se primeiro obtiver um visto de estadia em França. A lei francesa prevê também que os migrantes indocumentados possam solicitar um pedido temporário de trabalho, denominado Autorisation Provisoire de Travail (APT), se o empregador apoiar a sua candidatura para obtenção de visto para uma estadia regular. Fonte: http://www.rfi.fr/actufr/articles/109/article_77167.asp • Pela quarta vez em dois anos, o Mali recusou-se a assinar um acordo com a França de “gestão coordenada” de fluxos migratórios. A França tem pressionado os governos africanos a assinar tais acordos, que visam o combate da imigração irregular. A 8 de Janeiro de 2009, oficiais franceses estiveram em Bamako para negociar a assinatura do acordo, que até então tinha sido assinado por sete países africanos. Organizações da sociedade civil mali e francesa protestaram veementemente contra o acordo proposto, o qual alegaram, requereria às autoridades do Mali “que fizessem o papel de guardas de segurança para a Fortaleza Europa”, e facilitassem a deportação de malienses e outros africanos de França para ajudar o país a alcançar a sua meta de 30.000 deportações em 2009. Também protestaram contra a falta de transparência nas negociações, e contra a ajuda ao desenvolvimento estava a ser condicionada à aceitação do acordo. Fonte: MRI Boletim Electrónico, Janeiro de 2009, www.migrantwatch.org • O Ministro Francês da Imigração e da Identidade Nacional, Brice Hortefeux, expressou a sua satisfação em relação ao número de migrantes expulsos. 29.796 migrantes indocumentados deixaram a França em 2008 via retorno voluntário ou expulsão. Desde o começo do Governo Sarkozy houve um total de 45.000 partidas. Hortefeux disse ser a primeira vez que o número de migrantes em situação irregular começou a diminuir em França. Fonte: http://www.rfi.fr/actufr/articles/109/article_77284.asp,= • Após o assassinato de um migrante afegão num campo perto do porto de Calais, apelidado de ' A Selva', Etienne Pinte, antigo ministro e membro veterano do UMP (partido do Presidente Nicolas Sarkozy) condenou as políticas de imigração “desumanas e ilegais” da Grã-Bretanha, culpando-os de causar um “grande mal-estar” do outro lado do Canal da Mancha. Pinte expressou a sua preocupação em relação aos voos fretados pelo governo britânico para deportar imigrantes para países devastados por guerras como o Afeganistão, e solicitaram urgência às autoridades britânicas para que encontrem uma solução digna e humana para um problema que diz respeito unicamente a eles. Fonte: http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/france/4208674/French-condemn-Britainsinhumane-immigration-policy.html • A Confederação Geral do Trabalho (CGT) acolheu com satisfação as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Imigração para permitir a regularização de trabalhadores sem documentos em consequência de manifestações de migrantes e greves ocorridas ao longo dos últimos nove meses. A CGT apelou à prefeitura a implementação destas directrizes sem delongas para todos os trabalhadores migrantes que preencham as condições estabelecidas pelo Ministério da Imigração. Fonte: http://www.millebabords.org/spip.php?article10026 • Eric Besson afirmou que seu primeiro dia como Ministro da Imigração francês, no dia 16 de Janeiro, seria um 'símbolo' das tarefas que pretende levar a cabo: um primeiro encontro com representantes do escritório de repressão à migração irregular e do emprego de migrantes indocumentados (Ocriest), uma visita à sede da associação Elele, que conduz projectos de PICUM Boletim Fevereiro 2009 integração junto a imigrantes turcos e, por fim, um encontro com o comité interministerial contra o racismo e anti-semitismo em Matignon. No Ocriest, o Ministro disse que estava determinado a continuar o combate à migração irregular. Fonte: ENAR, correio semanal 23 de Janeiro de 2009, disponível online em http://www.enar-eu.org Grécia • Após um incêndio que destruiu um campo de migrantes perto de Petras no dia 21 de Janeiro de 2009, 450 migrantes que se encontravam detidos ficaram sem abrigo. O centro médico da Médicos sem Fronteiras que oferecia cuidados de saúde e apoio psicológico a migrantes indocumentados no campo também foi destruído. Giorgos Karagiannis, chefe de missão do projecto dos migrantes indocumentados da MSF na Grécia, disse que o incêndio tornou esta população ainda mais vulnerável. Fonte: http://www.ekathimerini.com/4dcgi/_w_articles_politics_2_23/01/2009_104049 Itália • No dia 5 de Fevereiro o decreto de lei núm.733 conhecido como Security Package foi aprovado pelo senado italiano. Apesar da lei ainda ter de ser aprovada pela Câmara dos Deputados (onde é muito provável que seja), ela propõe que os profissionais de saúde tenham a obrigação de denunciar os migrantes indocumentados que procurem os seus serviços. A SIMM (Sociedade italiana para a saúde dos migrantes) sublinhou que o “dever de denunciar” por parte das autoridades de cuidados de saúde criaria uma barreira inultrapassável de acesso à saúde, uma espécie de "comportamento clandestino" que poderá ser extremamente perigoso porque levaria à exclusão social e de acesso a cuidados de saúde, bem como representaria um obstáculo à provisão de cuidados de saúde a migrantes indocumentados. SIMM, MSF, ASGI (Associação dos estudos jurídicos para a Imigração) e o OISG (Observatório italiano para a saúde global) iniciaram a campanha “Proibidos de denunciar. Somos médicos e enfermeiros, não somos espiões!”. Para mais informações acerca da campanha consulte: http://www.divietodiseganlazione.medicisenzafroniere.it e http://www.simmweb.it/index.php?id=358 • O artigo 19º do projecto de lei segundo o qual a entrada e permanência irregular em território nacional passaram a ser crime punível com coima de entre €5,000 a €10,000 e sentença de expulsão foi aprovado a 14 de Janeiro pelo Parlamento Italiano. Com a aprovação do Security Package pelo Senado os migrantes indocumentados passam a ter de pagar entre 80 a 200 euros quando concorrem a uma autorização de permanência. O Ministro da Administração Interna, Roberto Maroni, defendeu esta proposta apoiando-se em experiências semelhantes em prática noutros países Europeus, como a Alemanha, Inglaterra e os Países Baixos. A Migrantes Foundation (pertencente à Conferência Episcopal Italiana-Vaticano) criticou a proposta do Ministério da Administração Interna e o chefe da sua secção de política de migração, Gianromano Gnesotto, afirmou que esse valor seria um retrocesso inaceitável pois prejudicaria aqueles que vivem nas piores condições sociais e de vida. O Comissário do Conselho da Europa para os direitos humanos, Thomas Hammarberg, disse que espera que governo de centro-direita retire este tipo de medidas "discriminatórias" do projecto de lei antes que passe a lei. Fonte: http://www.repubblica.it/2008/12/sezioni/cronaca/immigrati-2/cei-contro-tassa/cei-contro-tassa.html • A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) denunciou as condições de vida de muitos trabalhadores africanos sazonais na Região da Calabria, em Itália. Delegados da MSF contaram cerca de 1 500 migrantes a trabalharem na apanha da fruta que vivem na de Piana di Gioia Tauro sem os mais essenciais direitos sociais. Antonio Virgilio, responsável da MSF na Calabria, referiu que estas pessoas vivem em fábricas abandonadas, sem electricidade e água, rodeados de lixo PICUM Boletim Fevereiro 2009 que atrai ratazanas. Alguns dos migrantes ficaram doentes após a sua chegada e a MSF avisou que os riscos de saúde iriam aumentar se a autoridade regional de saúde não tomar medidas de emergência tais como a construção de casas de banho, fornecimento de água potável e cuidados de saúde. Fontes: Janeiro de 2009 Migration News Sheet e http://www.medicisenzafrontiere.it/msfinforma/comunicati_stampa.asp?id=1908 • Centenas de migrantes indocumentados fugiram de um centro de detenção em Lampedusa no dia 23 de Janeiro e participaram numa manifestação juntamente com vários cidadãos da ilha contra as condições no centro de detenção. Com capacidade para 850 migrantes, o centro alberga neste momento mais de 1 800. O governo decidiu abrir um novo centro para identificação e expulsão (Centre for Identification and Expulsion) numa base militar da NATO desactivada da ilha. Fonte: http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7848786.stm • Na noite de 1 para 2 de Fevereiro de 2009, um incêndio deflagrou na antiga base naval Loran, em Lampedusa. Cem migrantes indocumentados, na sua maioria mulheres, estavam alojados em Loran devido à sobrelotação do principal centro de detenção. Presume-se que o fogo se tenha devido a uma fuga de gás. Não houve feridos graves, mas as autoridades locais anunciaram que a base de Loran não deveria abrigar migrantes neste momento dado que não tem condições de habitação. Fonte: http://www.ansa.it/opencms/export/site/visualizza_fdg.html_876081569.html Malta • O delegado local de Malta da UNCHR, Neil Falzon, expressou a sua preocupação relativamente às condições desumanas em que se encontram os migrantes indocumentados detidos na ilha. Falzon sublinhou que vedar aos migrantes o acesso ao emprego, educação, trabalho e habitação pode levar a um aumento da violação dos direitos humanos e do desenvolvimento de comportamentos xenofóbicos contra migrantes. Fonte: http://www.neurope.eu/articles/91694.php Países Baixos • Os Países Baixos assinaram um acordo tornando-se assim o primeiro país a utilizar a Refworld, uma base de dados da internet da UNHCR, como a sua principal ferramenta de informação na determinação de pedidos se asilo. A Refworld é adaptada diariamente e contém relatórios relativos às situações nos países de origem, documentação das políticas e documentos sobre os enquadramentos legais internacionais e nacionais. Peter Veld, o director geral do Dutch Immigration and Naturalization Service (Serviço de imigração e naturalização holandês) que assinou o acordo afirmou que as principais razões para a cooperação são o fácil acesso, qualidade da informação disponível e baixos custos. A UNHCR confirmou que o acordo final inclui também apoio financeiro ao Refworld para os próximos 3 anos. Pode aceder à base de dados em www.refworld.org • Os trabalhadores domésticos migrantes nos Países Baixos estão agora protegidos pelo sindicato laboral FNV Bondgenoten e irão ser categorizados como trabalhadores de limpezas. A pessoa responsável pela luta por melhores condições de trabalho e melhor acesso a cuidados de saúde é Katrien Depuydt do sindicato FNV: [email protected]. • Após a criação do novo sistema de cuidados de saúde para migrantes indocumentados (ver boletins de notícias da PICUM de Julho e Novembro de 2008 e Janeiro de 2009) os ONG’s Lampion e Dokters van der Wereld (Médicos do Mundo) abriram um ponto de registo onde podem ser registados incidentes no acesso aos cuidados de saúde. Pode obter os formulários em www.lampion.info ou www.doktersvandewereld.org PICUM Boletim Fevereiro 2009 Polónia • A Guarda Fronteiriça da Polónia terminou recentemente um treino para realizar fiscalizações à legalidade do emprego de imigrantes. Neste momento, na Polónia, tais fiscalizações estão também a ser realizadas pela Inspecção Nacional do Trabalho (Państwowa Inspekcja Pracy - PIP) e pelos Serviços Aduaneiros (Służba Celna), os quais abandonarão brevemente este dever dada a reforma planeada pelos Serviços Aduaneiros Polacos. A nova e treinada Guarda Fronteiriça tem agora o direito de pedir às entidades empregadoras para mostrarem os contratos de trabalho dos empregados estrangeiros, bem como verificar os locais de trabalho dos trabalhadores imigrantes, para se certificarem de que os seus empregos correspondem às suas licenças de trabalho. Em caso de discrepâncias, os casos são levados a tribunal. A lei de 24 de Novembro de 2008, a qual constitui uma alteração à lei dos estrangeiros (Revista de Direito (Dziennik Ustaw), 2008, Nº 216, item 1367) prevê multas tanto para o empregador como para o trabalhador sem documentos no caso de irregularidades. No que diz respeito a trabalhadores indocumentados, podem vir a ser postas em prática medidas mais severas, nomeadamente deportação ou a obrigação de sair do território polaco em 7 dias. Os estrangeiros que giram negócios e que não cumpram as leis polacas serão alvo de sanções administrativas, enquanto que a falta de visto adequado para iniciar um negócio levará à deportação. Fonte:http://praca.gazetaprawna.pl/artykuly/106223,straz_graniczna_skontroluje_zatrudnienie_cud zoziemcow.html. Espanha • O Governo espanhol aprovou a 19 de Dezembro de 2008 uma nova proposta de lei para os estrangeiros, a qual inclui muitas das disposições das Directivas da EU. Uma destas disposições é o limite legal para imobilizar os estrangeiros sem licença de residência. De acordo com esta proposta de lei, o limite deve ser aumentado de 40 para 60 dias, que fica bem abaixo do máximo estipulado pela Directiva de Retorno da EU. Fonte: Migration News Sheet, Janeiro de 2009, pág.4 • De acordo com as autoridades espanholas, o número de migrantes clandestinos interceptados ao longo da costa das Ilhas Canárias diminuiu no ano de 2008. O número de intercepções durante esse ano foi 28% mais baixo do que em 2007 e menos de um terço do número de 2006. De acordo com uma declaração feita a 12 de Dezembro de 2008 pelo Ministro Júnior da Imigração, este decréscimo dramático é atribuído aos acordos assinados com Marrocos, Senegal, Mauritânia e Gâmbia. Fonte: News Sheet, Janeiro de 2009, pág. 7 e 28. • Numa decisão a 22 de Dezembro de 2008, o Tribunal Constitucional espanhol, reconheceu o direito a um menor sem documentos (de origem marroquina) de protestar o seu repatriamento. Esta decisão veio garantir a protecção judicial efectiva de menores estrangeiros e permite-lhes recorrer de quaisquer decisões tomadas pelo governo (que age em sua defesa no papel de “guardião) que sejam contrárias aos seus interesses e consentimento. Fonte: infoapdha 20 de Janeiro de 2008, disponível em www.apdha.org. Suíça • Em Zurique, 150 migrantes indocumentados ocuparam diversas igrejas até 7 de Janeiro, reclamando a sua regularização. O sindicato SIT (Syndicat interprofessionnel des travailleurs) avaliou que havia 120.000 migrantes sem documentos na Suiça, com um salário médio mensal de 1.500/2.000 francos. Felipe Polónia, enquanto porta-voz do grupo de invasores, relatou os PICUM Boletim Fevereiro 2009 comportamentos racistas e xenofóbicos contra migrantes indocumentados no cantão alemão da Suíça. Mostrou-se preocupado que este comportamento criasse uma organização de movimentos dos migrantes sem documentos. Fonte: http://www.swissinfo.ch/fre/swissinfo.html?siteSect=105&sid=10168899&ty=st Suécia • Foi aberto recentemente em Estocolmo um centro para migrantes indocumentados, como resultado de uma iniciativa conjunta de dois maiores sindicatos da Suécia (TCO e LO) e o NGO Papperslösa Stockholm que representa os migrantes indocumentados. O centro oferece muitos serviços, entre os quais conselhos práticos e legais aos trabalhadores e pretende prevenir os maus-tratos de trabalhadores indocumentados no mercado de trabalho da Suécia. http://www.lo.se/home/lo/home.nsf/unidView/9A7E32111685E39BC12574C8002E49D7, http://unionrenewal.blogspot.com/2008/10/swedish-unions-fight-exploitation-of.html Reino Unido • A Agência Fronteiriça do Reino Unido desvendou, a 6 de Janeiro de 2009, o novo Código de Boas Práticas para a Segurança das Crianças. Contudo, fontes alegam haver sérias questões neste código, uma vez que não altera nenhum dos procedimentos de imigração para as crianças. O novo código não estabelece um tempo limite ou uma proibição legal na detenção de crianças sem documentos. Fontes dizem que o código permite a detenção de crianças mais de 28 dias (em vez de recomendarem um limite de 2 a 3 dias). http://www.irr.org.uk/2009/january/bw000006.html. Estados Unidos • Durante o mês de Dezembro de 2008, o Secretário do Departamento de Segurança da Pátria, Michael Chertoff, recusou o pedido do presidente do Haiti para permitir que dezenas de milhares de habitantes indocumentados do Haiti permaneçam nos Estados Unidos, aguardando que o seu país recupere dos furacões. Na sua carta ao Presidente Préval, Chertoff disse que depois de analisar o caso, chegou à conclusão de que nem o Estado do Haiti, nem os seus habitantes que vivem em situação irregular nos E.U.A. se qualificam para a protecção no estado de refugiados temporários. http://haitiimpact.com/site/index.php?option=com_content&task=view&id=2138&Itemid=3 • De acordo com um relatório do Instituto das Políticas de Migração, há provas crescentes de um abrandamento no fluxo de imigração para os Estados Unidos (tanto regular como irregular). O relatório analisa os efeitos da crise económica e prevê o efeito que esta pode ter no fluxo da imigração. Alega que para a maior parte, o fluxo de imigração regular e permanente tem menor responsabilidade nas pressões económicas, enquanto que a irregular tende a ser a maior. Contudo, de acordo com o relatório, a migração de retorno, parece estar mais intimamente relacionada com desenvolvimentos económicos, políticos e sociais do país de origem do que com as condições económicas dos E.U.A. http://www.migrationpolicy.org/pubs/lmi_recessionJan09.pdf. • O Comissário Polaco para a Protecção dos Direitos Civis, Janusz Kochanowski encontrou-se com representantes da Embaixada Americana em Varsóvia e com os membros do Departamento de Segurança da Pátria dos E.U.A para discutir os maus-tratos aos migrantes indocumentados nas mãos dos serviços de imigração americanos. Dizem que treze mulheres idosas polacas detidas no aeroporto de Newark, em Novembro de 2008, foram algemadas e mantidas presas até serem deportadas. O Comissário para a Protecção dos Direitos Civis apelou para que tais medidas extremas sejam usadas apenas em casos perigosos individuais e que o Consolado Polaco seja PICUM Boletim Fevereiro 2009 informado sobre qualquer cidadão polaco que seja mantido preso por mais de três horas. (Fonte: „RPO rozmawiał z Amerykanami o złym traktowaniu polskich imigrantów” / “O Comissário Polaco para a Protecçaõ dos Direitos Civis em conversações com americanso sobre os maus tratos de imigrantes polacos”). http://wiadomosci.gazeta.pl/Wiadomosci/1,81048,6196637,RPO_rozmawial_z_Amerykanami_o_zly m_traktowaniu_polskich.html.) 3. Desenvolvimentos na política Europeia Geral • A Agência Europeia dos Direitos Fundamentais (FRA) aprovou recentemente o Programa de Trabalho Anual da Agência para 2009. Uma das principais prioridades da Agência em 2009 será na área da protecção, respeito e promoção dos direitos dos imigrantes em situação irregular nos procedimentos de retorno involuntário ou voluntário aos seus países de origem. Com respeito a este assunto, a FRA vai levar a cabo uma investigação legal comparativa para identificar pontos fracos e desenvolver um compêndio de melhores práticas, proporcionando uma orientação útil para os Estados-membros da UE para a adopção dos mais elevados padrões de protecção dos direitos fundamentais. A segunda maior prioridade da Agência será analisar a situação dos imigrantes em situação irregular na UE. A Agência irá preparar um estudo comparativo global dos direitos fundamentais com respeito à situação dos imigrantes em situação irregular tendo como foco de atenção as áreas da saúde, educação, habitação e emprego. O director da FRA, Morten Kjaerum, apontou que o objectivo deste projecto é apoiar a Comunidade e os seus Estados-membros nos seus esforços em desenvolver políticas coerentes e eficazes para proteger e promover os direitos fundamentais dos imigrantes em situação irregular, em particular, relativamente às crianças e mulheres imigrantes em situação irregular. Fonte: http://www.ecre.org/files/ECRE_Weekly_Bulletin_16_January_2009.pdf Conselho da União Europeia • A primeira parte de uma Reunião Informal dos Ministros da Justiça e da Administração Interna dedicada aos assuntos internos teve lugar em Praga no dia 15 de Janeiro de 2009. Os Ministros abordaram a utilização de tecnologias modernas na área da protecção de fronteira, e controlo da migração e políticas de asilo. Nesta discussão, os Ministros expressaram as suas opiniões sobre a introdução de elementos biométricos nos documentos de viagem, respeitante ao atravessamento da fronteira externa. Nesta discussão, os Ministros também abordaram o assunto da migração irregular e concordaram que uma política de migração verdadeiramente complexa requer uma utilização máxima de toda a informação disponível, aplicando medidas práticas que se concentrem não apenas na luta com o fenómeno da migração irregular. Fonte : http://www.statewatch.org/news/2009/jan/eu-jha-informal-lst-day-prel.pdf • Por ocasião do encontro que teve lugar em Roma no dia 13 de Janeiro, o Grupo Quadro, formado pelos Ministros da Administração Interna de Malta, Chipre, Grécia e Itália, assinou uma declaração sobre a imigração e asilo irregular, que seria enviado à Presidência checa, com vista a pôr em prática o princípio de solidariedade e da justa repartição de encargos. O grupo sublinhou a questão de que os países de origem deveriam ser bem informados sobre os perigos resultantes da migração irregular. Para além disso, ficou decidido que deveriam ser assinados acordos quanto a readmissão de migrantes, que entraram de forma irregular, e a readmissão de acordos previamente assinados (por exemplo com a Turquia) e implementados. As garantias de regresso seguro dos migrantes, que se mantêm na União Europeia sem qualquer documentação legal, são a base de um completo e eficaz quadro institucional. A presidência da República Checa colocou a resolução do Quadro na agenda. Fontes: PICUM Boletim Fevereiro 2009 http://www.interno.it/mininterno/export/sites/default/it/sezioni/sala_stampa/notizie/2100_500_ministr o/0553_2009_01_15_praga.htm http://www.timesofmalta.com/articles/view/20090113/local/quadro-group-report-stresses-solidarityand-burden-sharinghttp://www.timesofmalta.com/articles/view/20090113/local/migration-italianminister-waters-down-repatriation-pledge http://news.ert.gr/en/greece/society/17704-synergasia-gia-ti-metanasteysi.htm Parlamento Europeu • Os membros da Comissão das Liberdades Cívicas do PE aprovaram um acordo com o Conselho sobre a Directiva que prevê normas mínimas relativas às sanções contra os empregadores de estada irregular nacionais de países terceiros. Este projecto de legislação da Comissão entende-se como complemento de outras medidas, tais como a "directiva retorno" e directiva do "cartão azul", sendo o objectivo global a luta contra a imigração sem documentos mais firme, e ao mesmo tempo favorecer a imigração legal. As "sanções directivas" iriam introduzir penas mínimas a nível europeu contra os empregadores de migrantes indocumentados, estabelecendo sanções penais contra empregadores por ofensas repetidas, onde a grande maioria de pessoas em situação irregular estão empregadas, onde as condições de trabalho são exploradoras, onde o empregado é uma vitima de tráfico humano e isto sendo do conhecimento do empregador, ou se o empregado é menor. Os MPE argumentaram de forma bem sucedida que os Estados-membros deveriam estabelecer penas financeiras mais reduzidas para pessoas que usam imigrantes clandestinos como empregados domésticos, desde que as condições de trabalho não sejam exploradoras. O parlamento também pretende que os Estados-membros estabeleçam mecanismos que permitam os imigrantes indocumentados fazer reclamações. Os imigrantes irregulares poderão, se cooperarem com a acção legal contra o seu empregador, conseguir uma permissão de residência temporária. Uma lista de empregadores que tenham infringido a directiva pode ser tornada pública – outra exigência bem sucedida dos MPE. Foi pedido aos Estados-membros que conduzam inspecções suficientemente eficientes e frequentes para controlar a situação de emprego dos cidadãos de países terceiros em situação irregular. Eles devem também requerer que os empregadores verifiquem se os seus empregados de países terceiros têm permissão de residência válida e informar uma autoridade nacional sobre qualquer novo recrutamento de cidadãos de países terceiros. Fonte: http://www.europarl.europa.eu/news/expert/infopress_page/018-46697019-01-04-902-20090120IPR46696-19-01-2009-2009-false/default_en.htm • A Comissão das Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos (LIBE) do Parlamento Europeu, aprovou no dia 21 de Janeiro o relatório sobre a implementação na União Europeia da Directiva 2003/9/CE, que estabelece normas mínimas para o acolhimento de requerentes de asilo e refugiados seguintes às visitas da Comissão das Liberdades Cívicas 2005-2008, elaborado pelo eurodeputado francês, Martine Roure. O relatório é baseado nas conclusões de uma delegação da Comissão LIBE que visitou os centros de recepção e detenção em Itália (Lampedusa), Espanha (Ceuta e Melilla, Ilhas Canárias), França, Malta; Grécia, Bélgica; Reino Unido, Holanda, Polónia, Dinamarca e Chipre. O relatório solicita que os Estados-membros mostrem mais solidariedade com aqueles Estados-membros mais afectados pelos desafios da imigração. O relatório apela que seja dada prioridade à recepção dos imigrantes em centros abertos. Relativamente à detenção, o relatório salienta que uma pessoa não deveria ser mantida em detenção pelo único motivo de estarem à procura de protecção internacional e solicita que os Estados-membros proíbam a detenção de menores em princípio e providenciem assistência especial para os migrantes vulneráveis. Finalmente, o relatório solicita que os Estados-membros apliquem a Directiva de Recepção àqueles que se encontrem sob o sistema de Dublin. Este relatório vai ser votado no dia PICUM Boletim Fevereiro 2009 5 de Fevereiro durante a sessão plenária em Estrasburgo. Fonte: http://www.ecre.org/files/ECRE_Weekly_Bulletin_30_January_2009.pdf • A Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Nórdica Verde, a ESP e Os Verdes / Aliança Livre Europeia organizaram a 14 de Janeiro, no Parlamento Europeu em Estrasburgo, uma audição sobre "Direito de acesso dentro de centros de detenção para imigrantes na Europa". A Presidente da MIGREUROP, Claire Rodier, apresentou a campanha europeia sobre Direito de acesso dentro de centros de detenção para migrantes na Europa. Os oradores convidados que assistiram à audição foram Mauricio Valiente (CEAR), de Espanha, Isabelle CAILLOL (HRA/RLAP), da Turquia, Sophie BAYLAC (Cimade), de França, Arnaud PERROUTY (LDH), da Bélgica e Alessandra CAPPODANO (ARCI), de Itália. Fonte: http://www.guengl.eu/showPage.jsp?ID=7015&PR=0 Comissão Europeia • O Conselho Europeu sobre Refugiados e Exilados (ECRE) elaborou uma nota informativa relativamente à Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho (2008/115/EC) sobre padrões e procedimentos comuns dos Estados-membros em matéria de retorno de nacionais de países terceiros a residir “ilegalmente” em território da UE, definindo a sua posição sobre a directiva e fornecendo uma análise detalhada de algumas das suas provisões mais importantes. O ECRE manifestou, em particular, a sua profunda preocupação em relação a uma provisão que estipula um período extremamente reduzido, de 7 a 30 dias, para um imigrante sem papéis regressar ao seu país de origem; à inclusão obrigatória da proibição de reentrada durante 5 anos, aplicável em certos casos; à possibilidade de deter nacionais de países terceiros bem como famílias, crianças desacompanhadas e outras pessoas mais vulneráveis até 18 meses por motivos alheios à sua vontade. O Conselho Europeu sobre Refugiados e Exilados recomenda vivamente aos Estadosmembros que cumpram o seu compromisso de não fazer uso desta directiva como pretexto para a adopção de medidas mais rigorosas para o retorno dos imigrantes indocumentados. Fonte:http://www.ecre.org/resources/Policy_papers/1296 • O denominado “Grupo da Azeitona”, composto pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros da Itália, França, Espanha, Grécia, Roménia, Bulgária, Chipre, Eslovénia, Portugal e Malta, esteve durante dois dias reunido em Taormina, na Sicília, tendo os trabalhos iniciado a 16 de Dezembro de 2008. No decurso da reunião os ministros sublinharam a pressão migratória a que os países do Sul têm sido sujeitos devido à sua localização geográfica e exortaram os seus congéneres dos países do Norte a demonstrar uma maior solidariedade. (Migration News Sheet, Janeiro de 2009, pág.5) Conselho da Europa • A 13 de Janeiro de 2009 o Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Thomas Hammarberg, iniciou uma visita de três dias a Roma a fim de avaliar a política italiana relativamente à imigração, aos Roma e ao antiterrorismo. Esta visita surge no seguimento do Memorando publicado pelo comissário em Julho de 2008 em que critica a prática de retorno forçado de imigrantes a determinados países com histórico de prática de tortura. Além disso, o comissário faz recomendações no sentido de reforçar as acções antidiscriminatórias e proteger os direitos dos migrantes, Roma e Sinti bem como com vista à adopção de medidas antiterroristas que respeitem os padrões do Conselho da Europa. Está prevista a publicação de um relatório com as conclusões da visita durante a Primavera de 2009. Fonte:http://www.ecre.org/files/ECRE_Weekly_Bulletin_16_January_2009.pdf PICUM Boletim Fevereiro 2009 4. Crianças indocumentadas • Nos dias 22 e 23 de Janeiro de 2009 PICUM organizou uma conferência para divulgar o seu novo relatório intitulado Crianças Indocumentadas na Europa: Vítimas Invisíveis da Regulação dos Fluxos Migratórios (Undocumented Children in Europe: Invisible Victims of Immigration Restrictions). Este relatório analisa a situação especialmente vulnerável das crianças indocumentadas atendendo às suas necessidades e problemas específicos em diversos países europeus e prestando particular atenção ao risco que elas correm de serem discriminadas no acesso à educação, cuidados médicos e alojamento. O relatório do projecto está disponível em suporte papel e em formato PDF em inglês, francês e espanhol. Para o obter é favor contactar: [email protected]. • A PICUM, na qualidade de ONG, foi seleccionada para ser membro permanente do Fórum Europeu para os Direitos da Criança. O recém-criado fórum constitui um grupo permanente responsável pela promoção dos direitos das crianças, estando previsto reunir-se em Plenário pelo menos duas vezes por ano. Na base deste Fórum está a adopção de um comunicado intitulado “A Caminho de uma Estratégia Europeia sobre os Direitos da Criança” por parte da Comissão Europeia a 4 de Julho de 2006. O Fórum tem como principal função aconselhar e prestar assistência à Comissão e a outras instituições europeias particularmente em matéria de adopção de padrões em relação aos direitos das crianças, partilha de informação e boas práticas. A atribuição de um lugar permanente neste fórum representa um importante passo na persecução do nosso objectivo de exercer influência relativamente a questões específicamente relacionadas com a protecção das crianças indocumentadas de modo a criar um mecanismo a nível da UE que lide com a questão mais abrangente dos direitos das crianças. http://ec.europa.eu/justice_home/fsj/children/forum/fsj_children_forum_en.htm • Os estudantes indocumentados, à semelhança do que acontece com os restantes estudantes de escolas secundárias nos Países Baixos, têm direito a uma compensação equivalente a €316 pela aquisição de manuais escolares no ano académico de 2008/2009. Esta compensação não depende da situação legal da criança. Para mais informações consulte o seguinte endereço electrónico: www.svb.nl, bem como o sítio Web do IB-Groep em: www.ib-groep.nl ou www.gratisschoolboeken.nl. • A Rede Nacional Francesa de Educação Sem Fronteiras (RESF) lançou entre 16 e 17 de Janeiro a campanha nacional “Jovens sem papéis são jovens sem futuro! Basta! As leis têm de ser alteradas! (“Jeunesse sans papiers, jeunesse volée, ça suffit ! La loi doit changer!”). Os jovens migrantes indocumentados vão à escola como qualquer outro jovem da sua idade, mas logo que atingem os 18 anos enfrentam o risco acrescido de expulsão do país. Várias delegações de jovens provenientes de diversas cidades francesas (Lyon, Marseille e Paris) reuniram-se em Orléans pela primeira vez para debater os problemas dos jovens migrantes indocumentados. Fonte: http://www.educationsansfrontieres.org/spip.php?article17235. • O Relatório de Acompanhamento intitulado “Acolhimento e Protecção dos Direitos das Crianças no Centro de Lampedusa”, publicado pela organização “Save the Children” (Salvem as Crianças), dá conta de que 2646 crianças, encontrando-se uma maioria destas desacompanhadas e apenas uma minoria acompanhadas das respectivas famílias, estiveram no centro de acolhimento da ilha italiana, onde alegadamente terão sido sujeitas a condições precárias e inadequadas. Em Janeiro de 2009 chegaram 81 novas crianças e 1035 novos adultos ao Centro. Este relatório baseia-se nas actividades desenvolvidas pela organização “Save the Children” no centro de acolhimento de migrantes da ilha, as quais se inserem no Projecto italiano Praesidium que teve início em Maio de PICUM Boletim Fevereiro 2009 2008. Apesar dos esforços levados a cabo pela instituição de acolhimento nos últimos meses a fim de regular os fluxos migratórios, a organização “Save the Children” reconhece a persistência de várias questões problemáticas no que diz respeito à protecção de menores no centro de Lampedusa (Centro di Soccorso e Prima Accoglienza – CSPA). Os menores são detidos até um período máximo de 37 dias antes de serem transferidos para os centros de detenção situados na Sicília; a ausência de um número suficiente de camas no Centro significa que, na prática, algumas crianças tenham de dormir em colchões no chão; o relatório também salienta a falta de condições de higiene adequadas e de procedimentos eficazes na avaliação da idade das pessoas no Centro. Fonte: http://www.savethechildren.net/alliance/media/newsdesk/2009-01-26a.html. • A rede britânica NRPF – Não Recurso a Fundos Púbicos - desenvolveu um conjunto de linhas de orientação prática com vista a avaliar e a prestar apoio a crianças e famílias sem acesso a apoio por parte das instituições públicas. Este guia examina o processo de avaliação da elegibilidade para apoio e a avaliação das necessidades das famílias que não recebem apoio por parte das instituições públicas no contexto actual legal. Também inclui questões que têm de ser tomadas em consideração quando das conclusões da avaliação dos direitos humanos e quando da avaliação das necessidades das crianças que pertencem a famílias sem acesso a ajuda por parte do Governo, incluindo famílias em situação irregular. Fonte: http://tinyurl.com/3l86st. 5.Mulheres indocumentadas • A PICUM iniciou agora uma estratégia de 3 anos para a sua iniciativa baseada nas questões dos direitos de género. Procurando aumentar o poder das mulheres como agentes activas no compromisso e reforço dos seus direitos humanos, a PICUM aumentará o conhecimento das preocupações humanitárias relativas ao estatuto de não protecção das mulheres indocumentadas e encorajar a responsabilllização por violações e abusos contra elas. A PICUM reconhece que garantir direitos básicos a mulheres indocumentadas na Europa, tais como o acesso a educação, saúde, alojamento e trabalho, é um elemento chave para quebrar ciclos de abusos, medo, pobreza e violência contra as mulheres. Uma secção sobre mulheres indocumentadas na newsletter mensal da PICUM marca um passo importante nesta estratégia e dá a oportunidade de relatar assuntos recentes preocupantes, seguir o desenvolvimento de políticas e realçar oportunidades de trabalho em rede originados de novos projectos e iniciativas em toda a Europa. A PICUM convida todos os destinatários da sua newsletter a, por favor, enviar materiais para incluir nesta nova secção e, ainda, a encorajar a subscrição, entre indivíduos e organizações com interesse específico em questões de género e migração. Para mais informação sobre esta iniciativa incluindo oportunidades para que doadores se envolvam, por favor contactar:[email protected] • A Recomendação Geral 26 sobre Mulheres Trabalhadoras Migrantes foi adoptada pela 42ª Sessão do Comité das NU sobre a Eliminação de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW). Isto marca uma poderosa afirmação que todas as categorias de mulheres migrantes, incluindo aquelas que estão indocumentadas, têm de ser protegidas de todas as formas de discriminação sob a CEDAW. Notando a particular vulnerabilidade de trabalhadoras indocumentadas à exploração e abuso devido ao seu limitado acesso aos direitos laborais básicos e medo de deportação, o Comité realçou as obrigações dos Estados Partes de proteger os direitos humanos básicos das mulheres trabalhadoras migrantes não documentadas. A recomendação realça os graves abusos e actos de discriminação que as mulheres migrantes enfrentam e clarifica os standards enunciados na Convenção que são relevantes para esses abusos. Enquanto usando a CEDAW para desenvolver os direitos das mulheres trabalhadoras migrantes e melhorar a equidade em todas as esferas, o Comité encoraja também os Estados-membros a ratificar outros instrumentos internacionais que protegem os direitos humanos de mulheres migrantes indocumentadas, em particular a Convenção PICUM Boletim Fevereiro 2009 Internacional sobre a Protecção de Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros das Suas Famílias. http://www2.ohchr.org/english/bodies/cedaw/docs/GR_26_on_women_migrant_workers_en.pdf • Uma rede de trabalho europeia de mulheres migrantes foi criada pelo Lobby das Mulheres Europeias sob o seu projecto ‘Equal Rights, Equal Voices’ (Direitos Iguais, Vozes Iguais). Desde 2006, o Lobby das Mulheres Europeias dirige um projecto em parceria com organizações de mulheres migrantes em toda a Europa. Este projecto assenta em três observações principais: que as mulheres migrantes têm necessidades especiais e enfrentam obstáculos específicos no processo de integração, as mulheres migrantes desempenham um papel central no processo de integração e que as suas vozes mal são ouvidas e reflectidas no debate da integração, que permanece neutral em termos de género. Um dos objectivos principais deste projecto é fazer com que as organizações de mulheres migrantes ganhem voz a nível Europeu. Para mais informações: Amandine Bach, [email protected] ou http://www.womenlobby.org/site/1abstract.asp?DocID=2391&v1ID=&RevID=&namePage=&pagePa rent=&DocID_sousmenu=&parentCat=534 • O Instituto Mediterrânico de Estudos de Género (MIGS) publicou um diário para 2009 com a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW) como seu tema central. Escrito tanto em Grego como em Inglês, o diário inclui informação sobre direitos das mulheres e discriminação, sumários simplificados de todos os artigos da CEDAW, um calendário semanal assim como um glossário de termos usados na Convenção. Ver o diário completo em formato PDF em http://www.medinstgenderstudies.org/?p=1409 ou pedir uma cópia impressa enviando um email para [email protected]. • O BMC Public Health Journal (Jornal de Saúde Pública) publicou recentemente dois artigos por Hans Wolff et al, sobre saúde sexual e reprodutiva para migrantes indocumentados na Suíça, no seguimento da pesquisa realizada pelo Hospital Universitário de Genebra. O primeiro artigo, ‘Undocumented migrants lack access to pregnancy care and prevention’ (Falta de acesso pelos trabalhadores indocumentados a cuidados pré-natais e prevenção) conclui que as trabalhadoras indocumentadas têm mais gravidezes não desejadas e acompanhamento pré-natal tardio, usam poucas medidas preventivas e estão mais expostas a violência durante a gravidez. A falta de uma autorização de residência legal indica uma particular vulnerabilidade das mulheres grávidas. Este estudo sublinha a necessidade de melhores acessos a cuidados pré-natais e monitorização regular relativa à exposição à violência durante a gravidez das migrantes indocumentadas e recomenda que os sistemas de saúde providenciem educação sobre contracepção, planeamento familiar e rastreio ao cancro cervical, em linguagem – e culturalmente – apropriada. O segundo artigo dirigese à ‘Chlamydia trachomatis prevalence in undocumented migrants undergoing voluntary termination of pregnancy’ (Prevalência de Chlamydia trachomatis nas migrantes indocumentadas que se submetem à interrupção voluntária da gravidez) concluindo que migrantes não documentadas demonstram prevalências mais altas de CTI genital indicando a necessidade de projectar programas que proporcionem melhor acesso a tratamento e educação e a aumentar o conhecimento das migrantes da importância da contracepção e transmissão de infecções sexualmente transmissíveis. Disponível online em: http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2323378 e http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2605464 PICUM Boletim Fevereiro 2009 6. Próximos Eventos • A conferência final do projecto Transições de Trabalhadores Indocumentados (UWT) terá lugar dia 4 de Fevereiro em Londres com o tema “Os caminhos e experiências de imigrantes indocumentados”. O UWT irá mostrar a situação de imigrantes indocumentados em sete Estados Membros da UE (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Itália, Espanha e Reino Unido) focando o porquê dos imigrantes procurarem trabalho na Europa, bem como as condições de trabalho, em ambos os casos regularizados ou irregularizados. http://www.undocumentedmigrants.eu/ • No dia 9 de Fevereiro, a Fundação Cidadãos a Organizar, uma aliança de fé, voluntariado, comunidade e organizações de trabalho espalhados pelo Reino Unido e pela Irlanda, apresentarão a campanha “De Estranhos a Cidadãos” que propõe que imigrantes indocumentados que estejam a viver no Reino Unido há quatro anos ou mais sejam admitidos num processo de dois anos para adquirirem direitos legais totais (autorização temporária de permanência), período durante o qual trabalham legalmente e podem demonstrar a sua contribuição para a economia e vida cultural do Reino Unido. http://www.strangersintocitizens.org.uk/ • A rede advogados do progresso, Dereac e a AIJD (Associação Internacional dos Juristas Democráticos) com o apoio do FGTB e do CSC irá apresentar uma conferência no dia 6 de Março em Bruxelas intitulada “Migração e trabalho adequado. Influência Europeia e internacional sobre o estatuto dos trabalhadores migrantes”. A conferência incidirá sobre o estatuto dos trabalhadores migrantes e nas dificuldades enfrentadas por migrantes indocumentados. http://www.progresslaw.net • No dia 21 de Março será apresentada uma conferência em Den Bosch, Holanda, sobre a detenção de estrangeiros, organizada pela Acção de Cristãos pela Abolição da Tortura. Os oradores incluem o Dr. Anton van Kalmthout, membro do Comité para a Prevenção da Tortura e Tratamento Desumanno ou Degradante (CPT) e Bert van Horssen um capelão de uma prisão de embracações estrangeiras. www.acatnederland.nl • A segunda parte do 17º Fórum Económico e Ambiental da OSCE terá lugar entre 18 e 20 de Maio em Atenas de modo a continuar a discussão entre politicos e peritos, tendo em vista a gestão da migração e suas ligações com as políticas económicas, sociais e ambientais. Na primeira parte do Fórum, que ocorreu em Viena nos dias 19 e 20 de Janeiro de 2009, os participantes discutiram os benefícios das migrações para os países de origem e de destino, cooperação intra e inter-regional, gestão dos canais de migração e o tema das migrações irregulares. http://www.osce.org/item/35942.html 7. Publicações • O Centro Belga para a Igualdade de Oportunidades e Oposição ao racismo (CEOOR) publicou um estudo intitulado “Antes e depois” sobre o estatuto sócio-económico das pessoas que foram regularizadas ao abrigo do Acto de Regularizção de 22 de Dezembro de 1999. O estudo compara a situação dos migrantes antes, durante e depois do procedimento, com vista a informar as autoridades acerca da natureza e alcance das correntes de migrações. O relatório está disponível em: www.diversiteit.be; www.diversite.be, Centrum voor Sociaal Beleid Herman Deleeck, http://www.ulb.ac.be/socio/germe PICUM Boletim Fevereiro 2009 • GADEM (Grupo anti-racista de acompanhamento e defesa de estrangeiros e migrantes) publicou um estudo sobre as condições dos migrantes em Marrocos com particular enfoque nos migrantes vindos da África Sub-Sahariana. O GADEM procura fornecer informações acerca da lei e dos procedimentos judiciais sobre imigrantes regulares e irregulares de modo a prevenir violações dos direitos humanos. Fonte: http://www.cimade.org/nouvelles/1390-MAROC---Le-Gadem-publie-uneetude-sur-le-cadre-juridique-relatif-a-la-condition-des-etrangers • O Concelho para os Refugiados do Reino Unido publicou um relatório com o nome “Controlos Remotos: de que forma o controlo fronteiriço do Reino Unido põe em perigo a vida dos refugiados” sobre o impacto que o controlo fronteiriço do Reino Unido tem nos migrantes. O Concelho preocupa-se que o controlo das fronteiras britânicas, que procuram a prevenção da imigração irregular, não estivesse a permitir que os imigrantes evitassem ser perseguidos e não fossem protegidos. Disponível em: http://www.refugeecouncil.org.uk/Resources/Refugee%20Council/downloads/researchreports/Rem ote%20Controls.pdf 8. Notícias PICUM Eventos • No âmbito do projecto “CLANDESTINO” da UE e, em colaboração com a Migrants’ Rights Network (MRN) [Rede de Direitos dos Migrantes] e o ESRC Centre on Migration, Policy and Society (COMPAS) [Centro de Migração, Políticas e Sociedade], a PICUM vai promover um seminário europeu sobre a “Compreensão da Migração Irregular na Europa do Norte”, em Londres, no dia 27 de Março de 2009. O evento pretende reunir ONGs, autoridades locais, legisladores, pesquisadores, jornalistas e outros profissionais para comparar as abordagens a questões semelhantes e manter um intercâmbio de opiniões sobre políticas alternativas possíveis para alguns países do norte da Europa que têm características comuns em relação à migração irregular. Para mais informações e um formulário de registo no site www.picum.org. • Este ano, a Assembleia Geral Anual da PICUM será realizada em Londres no sábado, 28 de Março de 2009, após a conferência do projecto “Clandestino”. As informações sobre este evento serão enviadas aos membros da PICUM por e-mail em separado. Publicações dos funcionários, diretoria e membros da PICUM • “What challenges and policy responses concerning the social rights of undocumented migrants?” [Quais são os desafios e as políticas criadas com relação aos direitos sociais dos migrantes sem documentos?] por Michele LeVoy, directora da PICUM, em Network News: The Newsletter of the European Anti-Poverty Network (EAPN) [Notícias da Rede: O Boletim da Rede Europeia contra a Pobreza], Nº 127, Julho-Setembro de 2008. www.eapn.eu “An analysis of the employers’ sanctions directive,” [Uma análise da diretriz sobre sanções contra os patrões] por Sabine Craenen, membro e coordenadora da PICUM, OR.C.A., e Michele LeVoy, directora da PICUM, em EU migration policy: Is it fair? [Política para a Migração na UE: Seria ela justa?] ENARgy, Agosto de 2008. www.enar-eu.org Defesa na UE • A bad (international) day for migrants as EU discusses employers’ sanctions Directive? [Um mau dia (internacional) para os migrantes no momento em que a UE debate a Directriz sobre Sanções PICUM Boletim Fevereiro 2009 contra os Patrões?], 17 de Dezembro de 2008, pela ENAR (European Network Against Racism) [Rede Europeia contra o Racismo], PICUM, European Women’s Lobby (EWL) e Solidar. “No momento em que o mundo festeja o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Dia Internacional da Migração, a ENAR, EWL, PICUM e Solidar exortam aos Membros do Parlamento Europeu e aos Estados Membros da UE que adoptem uma abordagem de respeito para com os direitos humanos na promoção da Directriz proposta, criando disposições para sanções contra os patrões de cidadãos de países fora da UE em situação irregular. Este parece ser um momento muito oportuno para que os responsáveis pelas decisões na UE demonstrem seu engajamento com os direitos humanos para todos, inclusive os trabalhadores migrantes em situação irregular.” O texto completo está disponível no site www.picum.org. Estatuto consultivo para a PICUM No final de 2008, a PICUM recebeu confirmação de que foram aprovados seus pedidos de estatuto consultivo como ONG junto ao Conselho da Europa e à Plataforma da Sociedade Civil para os Direitos da Criança (uma iniciativa da Comissão Europeia). Com este estatuto especial, a PICUM espera poder trabalhar com seus membros, nos próximos anos, na defesa dos direitos humanos dos migrantes sem documentos. Representação externa Nos últimos meses, os funcionários, directoria e membros da PICUM falaram e participaram nos seguintes eventos: • Consulta sobre Compensação para Pessoas Traficadas, reunião organizada por La Strada International, Anti Slavery International e a Global Alliance against Traffic in Women [Aliança Global contra o Tráfico de Mulheres], 3 a 5 de Setembro de 2008, Berlim, Alemanha. George Joseph, membro da direcção da PICUM, representou a PICUM nesta reunião, que foi realizada a fim de estabelecer uma base para a Coligação Europeia sobre Compensação para Pessoas Traficadas. • Perspectivas para os Direitos Humanos no Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento, um painel de debate organizado pelo escritório de Genebra da Friedrich-EbertFoundation (FES) e Migrants Rights International, a 16 de Setembro de 2008, Genebra. A directora da PICUM, Michele LeVoy, comentou sobre como as questões de condições justas de trabalho e o acesso a cuidados de saúde para os migrantes sem documentos, a regularização e a situação de crianças sem documentos nos países de destino são percebidas pelos participantes da sociedade civil e dos governos no primeiro Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento, realizado em Bruxelas em Julho de 2007. • Governança Europeia da Migração: Gestão Política da Mobilidade, Economia e Segurança, 17-19 de Setembro de 2008, Berlim, organizada pela Heinrich-Böll-Stiftung. George Joseph, membro da direcção da PICUM, fez uma apresentação para a mesa redonda intitulada “Protecção dos Vulneráveis: Refugiados, Asilados, Deslocados e Indocumentados na União Europeia.” • Segunda reunião de associados do projecto “Clandestino”, 17-19 de Setembro, Hamburgo, Alemanha. A directora da PICUM, Michele LeVoy, o presidente da PICUM, Don Flynn, e a coordenadora de projectos da PICUM, Martina Fava, participaram na reunião. Os associados académicos focaram as características teóricas e empíricas (p.ex., o estabelecimento de uma nova base da dados para contar o número de migrantes em situação irregular na Europa, a avaliação e classificação das estimativas, análise comparativa entre os países envolvidos e planos de PICUM Boletim Fevereiro 2009 publicação) e PICUM, como ONG associada, falou dos seus planos para actividades de divulgação em nível local e regional durante viagens de estudo e reuniões individuais com uma grande variedade de interessados nos 12 estados membros da UE seleccionados para o projecto. • Conferência Internacional sobre Género, Migração e Desenvolvimento: Aproveitamento de Oportunidades, Defesa de Direitos, 25-26 de Setembro de 2008, Manila, Filipinas, organizada pela UNIFEM, ILO, UNICEF, MFA, NCRFW, WAGI e LGF. A directora da PICUM, Michele LeVoy, fez uma apresentação sobre os direitos humanos de migrantes sem documentos na Europa no plenário sobre “Debates Regionais”. Ela também foi presidente do seminário sobre “Questões de Género nos Processos de Recrutamento Formais e Informais e Condições de Trabalho”, assim como palestrante no seminário sobre “Melhoramento dos Serviços de Saúde e Protecção Social para Trabalhadoras Migrantes.” • Primeira reunião da Plataforma de Direitos Fundamentais, 7 e 8 de Outubro de 2008, Viena. A directora da PICUM, Michele LeVoy, participou dessa reunião em que participantes da sociedade civil debateram os objectivos estratégicos e planos de trabalho para os próximos anos da Fundamental Rights Agency (FRA) [Órgão de Direitos Fundamentais] e o papel da plataforma em relação a essa entidade. O asilo, a imigração e integração dos migrantes constituem uma das nove áreas de prioridade para a entidade entre 2007-2012. • Promovendo o trabalho digno na UE, Seminário do Grupo PES no Comité das Regiões (CoR), 7 de Outubro de 2008, Bruxelas. O seminário explorou a contribuição das autoridades locais e regionais para a garantia de trabalho e salários dignos na UE. O evento contou com a participação dos membros do Grupo PES no CoR, sindicatos europeus e internacionais e ONGs. Sabine Craenen, membro da PICUM e coordenadora do OR.C.A. (Organização para os Imigrantes em Situação Irregular), fez uma apresentação sobre o problema na Europa. • Conferência Anual OSCE/ODIHR Implementação da Dimensão Humana, Sessão “Foco na identificação, assistência e acesso à justiça para todos as vítimas de tráfico de seres humanos,” 8 de Outubro, Varsóvia, Polónia. Reyes Castillo, do conselho da PICUM, participou da sessão de trabalho e de um evento paralelo organizado pela ODIHR sobre compensação para vítimas do tráfico. • Encontro do Grupo de Trabalho sobre “Imigração e Asilo” da Rede Euro-mediterrânea de Direitos Humanos (EMHRN), de 10 a 12 de Outubro, em Rabat, Marrocos. Reyes Castillo, do conselho da PICUM, participou do evento que teve como objectivo aumentar a comunicação e facilitar a cooperação entre as ONGs na região do mediterrâneo europeu em temas de imigração e asilo. O evento também lançou a “Missão de Alerta em Imigração e Asilo" (MIAAMI). • 7a Mesa Redonda Europeia sobre Pobreza e Exclusão Social. Inclusão ativa: uma oportunidade para todos, 15 e 16 Outubro 2008, Marselha, França. Michele LeVoy, directora da PICUM, representou a organização e levantou o tema da invisibilidade dos imigrantes em situação irregular nas medidas de inclusão social. Ela sugeriu ainda que o acesso à saúde não deve ser determinado pelo estatuto imigratório. • Cimeira dos Cidadãos sobre Migração: Pontes e não Muros, 17 de Outubro 2008, Paris. Eve Geddie, oficial de programa da PICUM, participou da Segunda Conferência Não-Governamental Euro-Africana nos temas de migração e desenvolvimento. Eve participou de workshops sobre ‘Política selectiva de migração: impactos sobre os direitos dos migrantes em países anfitriões e PICUM Boletim Fevereiro 2009 ‘Mulheres Migrantes’. A PICUM subscreveu o documento produzido pela cimeira e tornou-se membro da coligação “Pontes não Muros” para expressar sua preocupação com o tratamento dado aos imigrantes, que se centra essencialmente na segurança e é responsável por milhares de mortes. Mais sobre a iniciativa pode ser encontrado em http://www.despontspasdesmurs.org/ • A qualidade de serviços de saúde em contextos pluri-culturais, Emilia Romagna, Itália, 9 de Outubro 2008, organizado pela Autoridade Regional de Saúde da Emilia-Romangna. Eve Geddie, oficial de programa da PICUM, fez uma apresentação sobre o acesso à saúde para imigrantes em situação irregular na Europa. O encontro salientou as barreiras que os imigrantes encontram no acesso aos serviços de saúde, com ênfase na Itália. Participaram do encontro mais de 200 profissionais de saúde, estudantes da área e ONGs. • Primeira Conferência Preparatória para o 17º Fórum Económico e Ambiental da OSCE, “Gestão da Migração e conexões com as políticas económicas, sociais e ambientais para estabilidade e segurança na região da OSCE”, Praga, 16-17 de Outubro 2008. Don Flynn, presidente do conselho da PICUM, representou a organização. • Acção Popular Global (PGA) sobre Migração, Desenvolvimento e Direitos Humanos, 22-30 de Outubro, Manila, Filipinas. A PGA é um movimento alternativo que engloba migrantes, sindicatos, grupos de pressão para o desenvolvimento, entre outros, e organismos internacionais ligados a questão dos direitos dos imigrantes. Um evento deste movimento aconteceu em paralelo ao 2o Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento (veja item a seguir). A PICUM contribuiu para os seguintes workshops: o Workshop e Debate sobre as políticas públicas de protecção do menor imigrante e as crianças em situação de desigualdade (em inglês, Children Left Behind), 24 de Outubro 2008. Organizado pela Save the Children-UK, Unicef Filipinas, OIT/IPEC e ASIA Acts. Edel Mc Ginley, membro do conselho da PICUM, falou a respeito das crianças em situação irregular na Europa. o O Modelo Triangular de Gestão da Imigração, Comércio e Desenvolvimento e a Implementação das Políticas de Repressão: Um paradigma global emergente, 26 de Outubro 2008, organizado pelo MFA, MRI, NNIRR, PICUM, HAS. Michele LeVoy, directora da PICUM, falou sobre imigrantes irregulares na Europa. o Imigrantes Irregulares, Desafios e Respostas à Protecção de seus Direitos, 26 de Outubro 2008, workshop organizado por BWI, GAATW, MFA, FIDH & FES. Edel Mc Ginley, membro do conselho da PICUM, falou sobre imigrantes irregulares na Europa e, em particular, do caso da Irlanda. • Tráfico/ Recepção e Cuidados dos Menores Desacompanhados, 23-24 de Outubro 2008, seminário organizado pela Universidade de Ghent. Luca Bicocchi, oficial de programa da PICUM, apresentou alguns resultados da pesquisa feita pela organização sobre a questão das crianças em situação irregular, com foco no acesso à saúde. • Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento (GFMD), Dias da Sociedade Civil. Protegendo e Empoderando os Imigrantes para o Desenvolvimento, 27-28 de Outubro 2008, Manila, Philippines, organizado pela Fundação Ayala. Michele LeVoy, directora da PICUM, foi a relatora da sessão sobre “Gerindo a Migração e Minizando os Impactos Negativos da Migração Irregular.” Edel Mc Ginley, membro do conselho da PICUM do Centro Irlandês dos Direitos dos Imigrantes, também participou do evento. PICUM Boletim Fevereiro 2009 • 13ª Conferência da Metrópole Internacional: Mobilidade, Integração e Desenvolvimento num mundo globalizado 27-31 de Outubro 2008, Bonn, Alemanha. Don Flynn, presidente do conselho da PICUM, fez uma apresentação no workshop “O Futuro das Regularizações na Europa,” no dia 30 de Outubro, organizado pela International Centre for Migration Policy Development (ICMPD). • Gesundheit in der Illegalität (“Saúde na Ilegalidade”), organizado pelo ZERP-Universidade de Bremen - Centro para a Política de Direito Europeu, 7 a 8 Novembro 2008, Bremerhaven, Alemanha. Gisela Penteker (membro da PICUM) fez uma apresentação sobre o acesso a cuidados de saúde dos migrantes indocumentados na Europa. Todas as apresentações serão publicadas em livro. • Shelter in Europe? 25 Years of Church Asylum in Germany, (Abrigo na Europa? 25 anos de acolhimento em igrejas na Alemanha) Berlim, 7 de Novembro de 2008, organizado pela Asyl in der Kirche. Didier Vanderslycke, membro da direcção da PICUM, fez uma apresentação intitulada “Under the shadows of your wings” (Debaixo da sombra das tuas asas) num encontro para celebrar uma história de 25 anos de acolhimento de migrantes indocumentados nas igrejas alemãs. Rian Ederveen (membro da PICUM), Stichting Los, Países Baixos, foi também um dos oradores. • Seminário de Políticas Públicas ENAR “Enquadrando uma aproximação positiva às migrações,” 6-7 Novembro, Paris, organizado pela European Network against Racism (ENAR: “Rede Europeia contra o Racismo”). Michele LeVoy, directora da PICUM, fez uma apresentação, durante a sessão, acerca de direitos humanos e migrações. O seminário teve a presença de várias secções europeias da ENAR. • Encontro associativo conjunto para membros das secções do grupo OCB (MSF-Bélgica, Dinamarca, Hong Kong, Itália, Luxemburgo, Noruega, Suécia) da Médicos sem Fronteiras, 78 Novembro 2008. Cerca de 300 pessoas acorreram ao encontro (Chefes de Missão e Coordenadores Médicos, staff nacional e do quartel-general, membros da direcção e membros individuais). Michele LeVoy, directora da PICUM, fez uma apresentação no painel dedicado ao tema “Que envolvimento podem ou devem os MSF ter com os migrantes?” • Zugang zur Gesundheitsversorgung von Menschen ohne Aufenthaltsstatus in Deutschland: Möglichkeiten, Grenzen und Lösungsansätze (“Acesso a cuidados de saúde por pessoas sem autorização de residência na Alemanha: possibilidades, limitações e aproximações”), 19 Novembro de 2008, Munique, Alemanha, organizado pela Médicos do Mundo, Café 104 e IPPNW. Além da sua apresentação acerca do trabalho da sua organização em Munique, Margret Spohn, do Gabinete para o Trabalho Intercultural de Munique, membro do anterior projecto europeu da PICUM acerca do acesso dos migrantes sem documentação a cuidados de saúde, apresentou, resumidamente, algumas das conclusões da investigação da PICUM acerca desta questão. • Conferência Internacional dos Sindicatos sobre o Combate ao Trabalho Forçado e ao Tráfico de Seres Humanos, 21-23 Novembro 2008, Atenas, organizada pela ITUC, ETUC e GSEE. Nesta conferência, organizada no 90º aniversário da fundação da Confederação Geral do Trabalho Grega, Michele LeVoy, directora da PICUM, fez uma apresentação no painel dedicado ao tema “Sindicatos, ONGs e sociedade civil cooperam na luta contra o trabalho forçado e o tráfico de seres humanos.” • Seminar for the Promotion of Sexual and Reproductive Health Rights of Refugees and Asylum Seekers in Europe and Beyond, (Seminário para a Promoção de Direitos Sexuais e PICUM Boletim Fevereiro 2009 Reprodutivos de Refugiados e Requerentes de Asilo na Europa e no Mundo), 21 Novembro 2008, organizado pelo Centro Internacional para a Saúde Reprodutiva, Ghent, Bélgica. A Gestora de Programa da PICUM, Eve Geddie, fez uma apresentação intitulada “Acesso a Cuidados de Saúde para Mulheres sem Documentação na Europa”, com ênfase específico na saúde sexual e reprodutiva. O evento abriu uma plataforma de discussão para um amplo conjunto de especialistas poder apresentar soluções referentes à saúde sexual e reprodutiva dos migrantes na UE e serviu, de igual modo, como lançamento da rede ICRH (EN-HERA). Mais informações acerca desta rede disponível em: http://www.icrh.org/ • Projecto da OIT-ICMPD “Eliminação do Tráfico de Seres Humanos da Moldávia e Ucrânia através de medidas relacionadas com o trabalho”, Workshop regional de preparação para uma rede de Pontos Focais patrocinados por Sindicatos em países de origem e de acolhimento, 25-26 Novembro 2008, Kiev, Ucrânia. Sabine Craenen, membro da PICUM e coordenadora executiva do grupo de trabalho da PICUM para as condições justas de trabalho, fez uma apresentação intitulada “Cooperação entre Sindicatos e ONGs no caso da Exploração dos Trabalhadores Migrantes.” • Gesundheitliche Versorgung von Menschen ohne Papiere: Kongress Armut und Gesundheit 2008, Forum Migration. 7. Interdisziplinäres Migrations-Symposium der Alice Salomon Hochschule Berlin und der Charité-Frauenklinik (Cuidados de Saúde para migrantes indocumentados: Conferência acerca de pobreza e saúde 2008, Fórum Migrações. 7º Simpósio interdisciplinar sobre migrações da Universidade Alice Solomon de Ciências Aplicadas em Berlim e a secção feminina da Charité), 5-6 Dezembro 2008, Berlim. Gisela Penteker, membro alemã da PICUM, fez uma apresentação acerca do acesso a cuidados de saúde por migrantes indocumentados na Europa. • Modelando Políticas Públicas Europeias de Imigração, Fronteiras e Asilo: Dando uma Voz À Sociedade Civil, 9-10 Dezembro 2008, Bruxelas, organizada pelo Center for European Policy Studies (CEPs: “Centro de Estudos em Políticas Públicas Europeias”), ENAR, e o Comité Económico e Social Europeu. Michele LeVoy, directora da PICUM, fez uma apresentação acerca da directiva sobre as sanções patronais na mesa-redonda sobre migrações irregulares. • Terceiro Fórum Europeu acerca dos Direitos das Crianças, 9 de Dezembro 2008, Bruxelas, organizado pela Comissão Europeia. Luca Bicocchi, gestor de programa da PICUM, participou no fórum e reivindicou direitos para as crianças indocumentadas. • Projecto AMAC “Dando Assistência a Migrantes e Comunidades: Análise dos Determinantes Sociais da Saúde e Desigualdades de Saúde,” 2º Workshop Temático, 16-17 Dezembro, Bruxelas, organizado pela Organização Internacional das Migrações (OIM). Eve Geddie, gestora de programa da PICUM, participou no workshop e Michele LeVoy, directora da PICUM, apresentou uma visão panorâmica do projecto “Clandestino” no painel dedicado ao tema “Perspectivas sobre os Cuidados de Saúde para Migrantes sem Documentação.” • II Jornadas de Imigração, Saúde e Voluntariado, 18 de Dezembro 2008, Algeciras (Cádiz), organizadas pelo Servicio Andaluz de Salud, Consejeria de Salud (“Serviço Andaluz de Saúde, Administração Regional de Saúde”). Reyes Castillo, membro da direcção da PICUM, fez uma apresentação acerca do acesso, por migrantes sem documentação, a cuidados de saúde na Europa. PICUM Boletim Fevereiro 2009 • Promovendo a Inclusão Social de Todos – o Caso dos Migrantes sem Documentação, 18 Dezembro 2008, Bruxelas, organizado pela Caritas Europa. Michele LeVoy, directora da PICUM, fez uma apresentação intitulada “A União Europeia e a promoção da inclusão social para todos – que lugar para os migrantes sem documentação?”. Este seminário teve a presença de várias secções europeias da Caritas. • “Pontes sim, muros não” Comité Directivo e membros do Grupo de Trabalho CRID, 5 de Janeiro 2009 no CRID, Paris. Eve Geddie, gestora de programa da PICUM, participou neste Comité Directivo no sentido de fornecer feedback acerca da 2ª Conferência Não-Governamental Euro-Africana, ocorrida em Outubro, e de partilhar perspectivas e sugestões acerca da iniciativa “Pontes sim, muros não!“. • Encontro dos parceiros do projecto europeu “Averróis” dos Médicos sem Fronteiras, 28-30 Janeiro 2009, Paris. Michele LeVoy, directora da PICUM, fez uma apresentação acerca dos migrantes indocumentados na Europa. Assistiram, a este encontro do projecto “Averróis”, várias secções europeias da Médicos sem Fronteiras. Um dos objectivos do projecto “Averróis” é a melhoria no acesso aos cuidados de saúde pelos migrantes indocumentados na Europa. • Fórum Samahan e sessão de cinema acerca de OFWs (Overseas Filipino Workers) (Trabalhadores Filipinos Deslocados), 1 Fevereiro, Bruxelas, Bélgica. Eve Geddie, gestora de programa da PICUM, participou no painel de discussão, com outras ONGs e um representante do consulado filipino, após o visionamento do filme “Ina... Anak, Pamilya”, que levantou a questão da separação de famílias causada pela emigração de pais filipinos, que procuram trabalho no estrangeiro. A PICUM sublinhou a situação vulnerável dos migrantes sem documentação na Europa e deu informações acerca da sua nova estratégia de género, que procuraria endereçar a situação específica das mulheres migrantes indocumentadas. Agradecimento especial a Tatiana Coutto, Silvia Pinheiro, Joana Fontes Lima, Sandra Tavares, Natalie Martins Rulloda, Sofia Teles, Ricardo Ferreiro, Isabel Allain, Alessandra Fontana, e Luis Bernardo pela tradução do boletim em português. Para assinar o boletim da PICUM, envie um e-mail à [email protected] com “SubscribePortuguese” no título. Para cancelar a assinatura coloque, por favor, “Unsubscribe-Portuguese” no título do e-mail. PICUM Boletim Fevereiro 2009
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