TCC18 - Faculdade de Biomedicina
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TCC18 - Faculdade de Biomedicina
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS FACULDADE DE BIOMEDICINA MAYARA PEREIRA DA SILVA EFEITOS BIOLÓGICOS E BIOSEGURANÇA EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA BELÉM 2011 MAYARA PEREIRA DA SILVA EFEITOS BIOLÓGICOS E BIOSEGURANÇA EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Biomedicina da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina. Orientador: Prof. Dr. José Antônio Brito dos Santos BELÉM 2011 MAYARA PEREIRA DA SILVA EFEITOS BIOLÓGICOS E BIOSEGURANÇA EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Biomedicina da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina, aprovado com o conceito ___________________. Belém(PA), 15 de dezembro de 2011. Banca Examinadora: ____________________________________ Prof. Dr. José Antônio Brito dos Santos ICS – UFPA (orientador) ____________________________________ Prof Ms Ênio Maurício Nery dos Santos (ICB – UFPA) ___________________________________ Profª Drª Edilene Oliveira da Silva (ICB -UFPA) ___________________________________ Prof Dr Júlio César Pieczarka - suplente (ICB – UFPA) i "O valor de todo o conhecimento está no seu vínculo com as nossas necessidades, aspirações e ações; de outra forma, o conhecimento torna-se um simples lastro de memória, capaz apenas - como um navio que navega com demasiado peso - de diminuir a oscilação da vida quotidiana." (V. O. Kliutchevski) ii Dedico este trabalho aos meus grandes mestres: meus pais, Jorge Williams e Maria Pereira, e à meus avós, Maria Ferrreira da Silva e Raimundo Belém da Silva (in memorian), que não só me educaram , como me ensinaram a ver a vida pelas lentes do amor. iii AGRADECIMENTOS A Deus que a cada momento de desânimo, me mostra o lado bom de todas as coisas, me dando força para que eu siga em frente. Para realizar este trabalho que consolida mais um degrau vencido contei com a colaboração e o apoio de diversas pessoas. Pessoas talentosas, generosas e profissionais, sem os quais não teria sido possível. Assim, agradeço imensamente: Ao Dr. José Antônio Brito dos Santos, agradeço pela sua orientação, que teve papel fundamental para a realização deste trabalho. Ofereço minha gratidão, admiração e respeito. Aos funcionários da clínica Dimagem, principalmente à Cláudia Balbi, Marcelo Carneiro, Marcelo Neri, Luís Felipe Oeiras e ao Dr. Bruno Falcão, meu reconhecimento e agradecimento pelas várias oportunidades de aprendizado oferecidas por vocês ao longo de mais esta etapa da minha formação. Aos meus pais, Jorge Williams de Araújo Silva e Maria Pereira Gatinho, que me incentivaram a buscar o conhecimento a cada dia mais e sempre apoiaram as minhas decisões. Aos meus avós, Raimundo Belém da Silva (in memorian) e Maria Ferreira da Silva, e minha madrinha, Maria de Jesus Belém da Silva, por sempre estarem ao meu lado em todos os momentos da minha vida me inspirando a me tornar uma pessoa cada vez melhor. Agradeço a vocês por tudo que sou. Ao meu irmão, Carlos Leonardo Gatinho Ribeiro, que sempre me fez sorrir nos momentos mais tensos. Aos meus irmãos e amigos que compartilham da mesma lente para ver a vida, ainda que em focos diferentes. iv Ao meu amor, José Luiz Martins, pela compreensão e paciência, pelas inúmeras maneiras como me ajudou e me incentivou. A todos da família Belém, por sempre acreditarem que eu conseguiria alcançar meus objetivos. A todos os professores que contribuíram para o meu aprendizado neste curso e aos colegas queridos, pelo prazer de aprendermos juntos, colaborando uns com os outros com muita gentileza e amizade. v RESUMO Num período relativamente curto, a ressonância magnética evoluiu de uma técnica experimental para um importante método de investigação de patologias variadas, substituindo outros como tomografia computadorizada, raio-X, artrografias, mielografias e até mesmo angiografias. Esta constante evolução resulta na criação de equipamentos mais potentes, com campos magnéticos cada vez mais fortes. Em consideração a isso, há uma necessidade de atualizar e revisar as diretrizes e políticas existentes em relação as questões de segurança dos procedimentos de RM. Existem riscos potenciais no ambiente de ressonância magnética, tanto para pacientes quanto para acompanhantes e profissionais que trabalham neste meio. Assim, este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de literatura sobre os efeitos biológicos e questões de biosegurança que envolvem os procedimentos de ressonância magnética, visando fornecer uma atualização sobre este tema. Palavras-chave: segurança; efeitos; ressonância magnética vi LISTA DE ABREVIATURAS ANC Controle Ativo de Ruído BPI Gerador de Pulso Implantável DBS Estimulação Cerebral Profunda ECG Eletrocardiograma EEG Eletroencefalografia FNS Fibrose Nefrogênica Sistêmica LCR Líquido Cefalorraquidiano RF Radiofrequência RMN Ressonância Magnética Nuclear RM Ressonância Magnética SAR Taxa de Absorção Específica TC Tomografia Computadorizada VNS Estimulação do Nervo Vagus SUMÁRIO RESUMO ...........................................................................................................v LISTA DE ABREVIATURAS..............................................................................vi 1. INTRODUÇÃO...............................................................................................1 2. OBJETIVO......................................................................................................4 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................5 3.1 EFEITOS BIOLÓGICOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS ESTÁTICOS..........5 3.2 EFEITOS BIOLÓGICOS DE CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS DE RADIOFREQÜÊNCIA .........................................................................15 3.3 EFEITOS BIOLÓGICOS DOS GRADIENTES DE CAMPO ........................21 3.4 RUÍDOS ACÚSTICOS E PROCEDIMENTOS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .................................................................27 3.5 APARELHOS AUDITIVOS E IMPLANTES COCLEARES..........................29 3.5 IMPLANTES, APARELHOS E MATERIAIS DENTÁRIOS...........................34 3.6 IMPLANTES, MATERIAIS E DISPOSITIVOS ORTOPÉDICOS ................36 3.7 IMPLANTES E DISPOSITIVOS OCULARES ............................................39 3.8 IMPLANTES DE DRENAGEM DE GLAUCOMA .......................................40 3.9 IMPLANTES PENIANOS ...........................................................................41 3.10 DISPOSITIVOS INTRA-UTERINOS E CONTRACEPTIVOS ..................42 3.11 DIAFRAGMAS .........................................................................................44 3.12 PIERCINGS CORPORAIS .......................................................................45 3.13 TATUAGENS, COSMÉTICOS PERMANENTES E MAQUIAGEM ..........47 3.14 PROJÉTEIS E BALAS .............................................................................50 3.15 EFEITO MÍSSIL........................................................................................51 3.16 INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS CIRÚRGICOS ..............................53 3.17 SUTURAS ................................................................................................54 3.18 CATETERES E ACESSÓRIOS CARDIOVASCULARES ........................55 3.19 CLIPES HEMOSTÁTICOS .......................................................................57 3.20 BOBINAS, FILTROS E STENTS ..............................................................59 3.21 VÁLVULAS CARDÍACAS E ANÉIS DE ANULOPLASTIA ........................64 3.22 MARCAPASSOS CARDÍACOS E DESFIBRILADORES CARDÍACOS IMPLANTÁVEIS ..............................................................66 3.23 SISTEMAS DE NEUROESTIMULAÇÃO ..................................................84 3.24 VÁLVULAS DE LCR .................................................................................91 3.25 EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DURANTE A GRAVIDEZ .........................................................................................95 3.26 MEIOS DE CONTRASTE À BASE DE GADOLÍNIO ................................97 3.26.1 Reações adversas ...............................................................................97 3.26.2 Administração crônica e repetida de meios de contraste...............98 3.26.3 Interferência dos meios de contraste à base de gadolínio em exames laboratoriais .................................................98 3.26.4 Administração de meios de contraste em pacientes portadores de anemia falciforme.....................................................99 3.26.5 Administração de meios de contraste a pacientes com insuficiência renal e portadores de fibrose nefrogênica sistêmica .........99 3.26.6 Uso de meios de contraste em pacientes grávidas.........................102 3.26.7 Uso de meios de contraste em paciente lactantes .........................103 3.27 CLAUSTROFOBIA E ANSIEDADE ........................................................106 4. CONCLUSÃO ............................................................................................110 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................112 1 1. INTRODUÇÃO A Ressonância Magnética Nuclear (RMN) é uma técnica de física experimental conhecida há cerca de 50 anos. Ela tem várias aplicações, não só na física, mas também na química,na biologia e na medicina. Na física, a RMN é utilizada principalmente para a determinação das distribuições espaciais de momentos magnéticos e de cargas elétricas existentes dentro de diversos materiais, bem como os processos de interações entre estes momentos e suas vizinhanças. Na química e na biologia, a RMN tem sido um poderoso auxiliar para o estudo das estruturas de moléculas complexas, como polímeros, proteínas, etc. Finalmente, na medicina a RMN é a técnica utilizada nos tomógrafos que produzem imagens do interior do corpo humano em pleno funcionamento, de forma não-invasiva (Oliveira, 2006). Nos últimos anos, a ressonância magnética (RM) tem-se fixado como o meio de diagnóstico por imagem mais importante na investigação das doenças. A alta especificidade e sensibilidade do método é fruto da obtenção de imagens de alta definição, em múltiplos planos de estudo, associada a uma grande capacidade de caracterização tecidual. Ademais, o método fornece informações variadas, contando com a vantagem de não ser invasivo. Em consideração a constante evolução das questões relacionadas com a segurança nos procedimentos de RM e a necessidade de atualizar e revisar as diretrizes e políticas existentes, há um desafio constante para os profissionais de saúde deste meio, em razão de que eles devem estar cientes dos últimos desenvolvimentos desta área. Vários artigos , revisões abrangentes e livros didáticos têm sido escritos com o tema de segurança nos procedimentos de ressonância magnética (Kanal et al.,2004). 2 Existem riscos potenciais no ambiente de ressonância magnética, não só para o paciente, mas também para os familiares que o acompanham, profissionais de atendimento de saúde, e outros que encontram-se apenas ocasionalmente ou raramente neste ambiente, tais como profissionais de segurança ou limpeza. O desafio de segurança a partir de um ponto de vista da física e engenharia é estudar os efeitos da deposição de energia por campos que variam em freqüência por dez ordens de magnitude e em força por cinco ordens de magnitude. Embora os fenômenos naturais tenham a mesma fonte de energia em comum, ou seja, elétrica e campos magnéticos, as ondas eletromagnéticas das bobinas de radiofrequencia variam rapidamente e são capazes de induzir efeitos radicalmente diferentes em relação com o efeito do campo estático dos principais equipamentos de RM. Além disso, a variação cada vez mais intensa dos campo magnético produzidos pelos gradientes têm um maior potencial de interagir com o corpo humano (Kangarlu et al.,2000). As vantagens de aumentar a intensidade de campo incluem uma melhoria no sinal-ruído.De fato, os ganhos nessas áreas são tão significativos que, apesar dos desafios tecnológicos, equipamentos de ressonância magnética de alto campo têm desfrutado de um progresso extraordinário.Porém, os usuários precisam reconhecer que nunca se deve assumir a compatibilidade de um dispositivo com ambientes de RM ou informações de segurança sobre o mesmo se estas não estiverem claramente documentadas por escrito. Decisões baseadas em publicações sobre segurança em RM devem reconhecer que elas se aplicam apenas a condições testadas especificamente, tais como fortes campos magnéticos estáticos, intensidade do gradiente magnético estático, as distribuições espaciais e as taxas de variação de gradiente e de radiofreqüência (Kanal et al.,2007). 3 Atualmente, estão sendo planejados equipamentos de ressonância magnética superiores a 10 T e muito provavelmente estes projetos serão bemsucedidos.Assim, há uma necessidade urgente de melhor compreender as implicações da exposição humana a ultra-campos magnéticos. Finalmente, há muitas questões a respeito de segurança em ambientes e procedimentos de ressonância magnética que devem ser consideradas, já que novas descobertas nesta área têm o potencial de guiar a evolução da RM e têm significativas implicações para o futuro de diagnósticos por imagens. Assim, estudos com este tema ajudarão a refinar as diretrizes atuais para o funcionamento de equipamentos de ressonância magnética 4 2.OBJETIVO Esta monografia tem como objetivo fazer uma revisão de literatura sobre os efeitos biológicos e questões de biosegurança que envolvem os procedimentos de ressonância magnética, para fornecer uma atualização sobre este tema, incluindo aqueles que devem ser reavaliados em razão de mudanças recentes e aqueles que merecem destaque em razão de polêmica ou confusão relacionadas à eles. 5 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 EFEITOS BIOLÓGICOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS ESTÁTICOS Segundo as últimas diretrizes da Food and Drug Administration, os sistemas clínicos RM usando campos magnéticos estáticos de até 8,0 Ts são considerados um "risco não-significante" para pacientes adultos. A exposição dos pacientes aos campos acima deste nível exige a aprovação do protocolo de pesquisa por um Conselho de Revisão Institucional e o consentimento informado dos sujeitos. Atualmente, o mais poderoso sistema de RM usado para seres humanos opera a 9,4 T. Várias investigações descrevem os achados fisiológicos obtidos em seres humanos, incluindo voluntários, pacientes e trabalhadores, em relação à exposição ao sistema de RM de 9,4 T. Sobre os efeitos da exposição prolongada a campos magnéticos estáticos, há vários mecanismos físicos de interação entre tecidos e campos magnéticos estáticos, que teoricamente poderiam levar a alterações patológicas em seres humanos. Atkison et al. (2007) realizaram um estudo para avaliar se a exposição a um campo magnético estático de 9,4 T durante um exame de RM a 105,92 MHz afeta os sinais vitais humanos e a função cognitiva,. Medições de sinais vitais humanos e habilidades cognitivas feitas antes e após a exposição a um equipamento de RM operando com um sistema de 9,4 T e um scanner sem campo magnético foram comparados utilizando um protocolo aprovado pela Food and Drug Administration (FDA). A exposição a um campo magnético estático de 9,4 T durante o exame não resultou em uma mudança significativa nos sinais vitais ou na capacidade cognitiva de voluntários sadios.Os autores sugeriram que a realização de ressonância magnética em humanos em um campo magnético estático de 9,4 T não representa um risco para a saúde. 6 Posteriormente, os autores realizaram um novo estudo para avaliar o efeito de sódio e de oxigênio sobre os sinais vitais e funções cognitivas do cérebro humano em uma ressonância magnética de 9,4 T. As medições dos sinais vitais e da função cognitiva de voluntários saudáveis posicionados fora e no isocentro de um scanner de 9,4 T foram feitas antes e depois da exposição ao procedimento de RM e, posteriormente, foram comparados por mudanças devido à exposição ao campo magnético estático e mudanças de gradiente e radiação de radiofreqüência durante a ressonância magnética. A exposição ao campo magnético estático de 9,4 T em 105,92 MHz e 54,25 MHz, respectivamente, não têm um efeito estatisticamente significativo (P> 0,05) nos sinais vitais ou função cognitiva de adultos saudáveis normais. Assim, os autores concluíram que as mudanças nos níveis de sódio e oxigênio do cérebro humano em um procedimento de RM de 9,4 T, não mostram riscos para a saúde prontamente refletidos nos sinais vitais ou mudança no desempenho cognitivo (Atkison et al.,2010). Cavin et al. (2007) realizaram uma caracterização inicial do efeito de gosto metálico observado por alguns trabalhadores quando se deslocam em torno de um scanner de ressonância magnética. Um total de 21 indivíduos realizou movimentos controlados no campo de dispersão de um scanner de 7 T. Taxas de variação de fluxo magnético foram registradas durante o estudo usando uma unidade de bobina de três eixos conectados a um registrador de dados. Dos 21 indivíduos, 12 detectaram um gosto metálico na boca, mas o limite no qual se percebeu variaram muito entre os sujeitos, com o valor de dB / dt mínima, em que tal gosto foi detectado, sendo 1,3 t / segundo. Este estudo indica que 50% dos indivíduos vão perceber um gosto metálico na boca em um período de 1,5 segundos (o campo magnético em uma direção anterior / posterior), causando uma dB / dt de 2,3 + / - 0,3 T / segundo. Os autores 7 ressaltam que a presença de obturações dentárias não é um requisito para a sensação de sabor metálico. Para avaliar como os campos magnéticos, com ou sem radiofrequencia simultânea, influenciam na reparação de condrócitos da articulação do joelho, Hsieh et al (2008) aplicaram uma força através de ressonância magnética ligeiramente maior do que a dose usada com freqüência nas clínicas e examinaram os efeitos desses tratamentos in vitro sobre condrócitos humanos e in vivo em porcos. Os condrócitos humanos foram diretamente expostos a um campo magnético de 3 T mais radiofrequencia de 125.3MHz , e a proliferação celular, apoptose, fluxos citosólicos de cálcio e expressão das proteínas relacionadas a apoptose das células tratadas foram examinados para avaliar os efeitos dos tratamentos. No estudo com os porcos, os autores examinaram os efeitos dos tratamentos sobre a recuperação de joelhos de porco cirurgicamente danificado. O campo magnético estático de 3 T e a radiofrequencia suprimiram o crescimento celular, a apoptose induzida por p53, p21, p27 e a expressão da proteína Bax. No modelo suíno, descobiru-se que a ressonância magnética teve um efeito deletério sobre a recuperação da cartilagem do joelho danificado. Conclui-se que a força magnética, com ou sem radiofrequencias simultâneas, suprimiu o crescimento de condrócitos in vitro e recuperação da cartilagem do joelho afetado danificado in vivo no modelo suíno. Um artigo feito por Chakeres & de Vocht (2005) revisou estudos recentes avaliando efeitos adversos neuro-fisiológicos ou função cognitiva de seres humanos, resultantes da exposição a campos magnéticos estáticos de sistemas de ressonância magnética. Dois estudos avaliaram a exposição a um máximo de 8 T . O primeiro estudou os sinais vitais (freqüência cardíaca, pressão arterial, oxigenação sangüínea, temperatura central, ECG, freqüência respiratória) de 25 seres humanos normais, medidos em diferentes intensidades 8 de campo magnético para um máximo de 8 T. O segundo estudou uma série de 25 indivíduos em 0,5 e 8 T , realizando 12 diferentes testes padronizados neuropsicológicos, testes auditivos e reação-motora. Os comentários dos sujeitos foram registradas imediatamente após o estudo e depois de um intervalo de três meses. O terceiro estudo continha 17 indivíduos, colocados perto da abertura de uma RM de 1,5 T, e usou seis diferentes testes cognitivos, cognitivo-motor, e sensoriais. Não houve alterações clinicamente significativas nas medidas fisiológicas dos sujeitos submetidos a RM de 8 T. Houve um ligeiro aumento na pressão arterial sistólica com o aumento de intensidade de campo magnético. Não houveram comentários negativos em 3 meses. O estudo com RM de 1,5 T teve efeitos adversos em dois dos quatro domínios neuro-comportamentais (sensorial e cognitivo-motor). Esses estudos não demonstraram quaisquer efeitos adversos clinicamente relevantes nos testes neuro-cognitivas ou mudança de sinal vital. De Vocht et al (2006) avaliaram a exposição-resposta relacionada entre a exposição a campos magnéticos e efeitos neurocomportamentais. Vinte voluntários da empresa realizaram uma bateria de testes neurocomportamentais depois que eles se submeteram a RM de crânio com o campo magnético ausente, e RM com campos heterogêneos de 1,5T e 3 T. O valor dos campos dispersos na posição da cabeça do voluntário foi estimado em 0,6 T e 1,0 T nos sistemas de 1,5 T e 3 T, respectivamente. Exposição-resposta foram encontrados para as relações visuais (-2,1% / 100 mT) e auditivas (-1,0% / 100 mT), memória de trabalho, velocidade de coordenação olho-mão (-1,0% / 100 mT), e acompanhamento de tarefas visuais (-3,1 % / 100 mT). Precisão da coordenção olho-mão, velocidade de digitalização, e sensibilidade ao contraste visual não foram, aparentemente, influenciadas pela força do campo magnético. Os autores segerem uma pesquisa adicional para incidir sobre os potenciais efeitos colaterais de procedimentos de RM intervencionista por causa da exposição a campos magnéticos fortes destes sistemas. 9 Foi realizado um estudo para investigar o impacto da exposição ao campo magnético de um sistema de ressonância magnética de 7 T no desempenho neurocomportamental e cognição. Vinte e sete voluntários completaram quatro sessões, que expôs a cerca de 1600 mT, 800 mT e exposição estática de campo insignificante. Posteriormente, os voluntários completaram uma bateria de testes auditivos, avaliaram a memória de trabalho, a coordenação olho-mão e a percepção visual. Durante três sessões os voluntários foram instruídos a completar uma série de movimentos padronizados da cabeça para gerar mais campos variáveis no tempo (cerca de 300 e cerca de 150 mT.s (-1) rms). Em uma única sessão, os voluntários foram instruídos a manter a cabeça o mais estável possível. O desempenho em uma tarefa de rastreamento visual foi influenciado negativamente (P <0,01) em 1,3% por exposição a 100 mT. Além disso, houve uma tendência para a redução no desempenho em dois testes cognitivo-motor (P <0,10). Não foram observados efeitos sobre a memória de trabalho. Esses resultados sugerem que há efeitos sobre a percepção visual e de coordenação olo-mão, mas estes são fracos e variáveis entre os estudos. Os autores inferem que a magnitude desses efeitos pode depender da magnitude de tempo de variação do campo e não tanto do campo estático (de Vocht et al., 2007-A). Sensações de vertigem ou percepção aparente de movimento são relatadas por alguns pacientes e operadores em torno de equipamentos de RM de alto campo. Correntes induzidas (que modulam a taxa de disparo das células ciliadas vestibular), hidrodinâmica magnética, e as diferentes susceptibilidades magnéticas dos tecidos têm sido propostas como possíveis mecanismos para esse efeito. Um artigo escrito por Glover et al. (2007-B), examinou a teoria subjacente a cada um destes mecanismos e explorou as previsões daí decorrentes. 30% dos indivíduos apresentaram uma resposta de oscilação 10 postural em um gradiente de campo de 1 T. Um fator determinante para a experiência de vertigem é a mudança de campo total unipolar integrada durante um período superior a 1 s. A percepção de tontura não está necessariamente relacionada a um valor elevado da taxa de variação do campo magnético, oito em cada dez indivíduos relataram sensações que variaram de leve a grave, quando expostos a uma mudança do campo magnético da ordem de 4,7 T em 1,9 s. Os autores concluíram que os sintomas de vertigem relacionados a exposição ao campo magnético estático deve-se a susceptibilidade magnética entre os órgãos vestibulares e fluido circundante, e as correntes induzidas agindo sobre as células ciliadas vestibulares. Um estudo feito por Laszlo & Gyires (2009) mostrou que a exposição do corpo inteiro de ratos em um campo estático magnético homogêneo de um RM de 3 T resultou em uma atividade antinociceptiva estatisticamente significativa. A atividade antinociceptiva foi avaliada no teste de contorção, onde a dor foi provocada pela injeção intraperitoneal de ácido acético a 0,6% no rato. Uma atividade antinociceptiva de 68% / -2 (p <0,001, n = 18) foi encontrada. A injecção subcutânea de naloxona (0,2 mg / kg) em camundongos inverteu o campo magnético induzindo a atividade antinociceptiva. Os autores concluíram que o campo magnético estático de RM deve ser considerado como uma ferramenta terapêutica em potencial. Patel et al. (2008) avaliaram objetivamente função sensorial e vestibular de trabalhadores após a exposição a um procedimento de RM com um sistema operacional de 9,4 T. Seis funcionários foram submetidos a procedimentos ressonância magnética padronizados, e posteriormente foram avaliados o teste postural e a função calórica, 30 minutos pós-exposição ao campo magnético estático de 9,4 T e em 3 meses seguintes. Todos os participantes observaram sintomas sensoriais após a exposição. Não foi 11 observado deterioração geral da função vestibular 30 minutos após a exposição ou nos 3 meses seguintes. Concluiu-se que os trabalhadores expostos a mais forte ressonância magnética experimentaram sintomas sensorial mas não está claro ainda se danos vestibulares de longo prazo ocorrem. Pesquisadores avaliaram os efeitos de fortes campos magnéticos estáveis em sistemas biológicos, cultivando células secretoras de insulina sob exposição a placebo e a campos magnéticos estáticos (3-10 T de densidade de fluxo magnético, e 0-41,7 T / m de gradiente de campo magnético) durante 0,5 ou 1 hora, e analisando,posteriormente, a secreção de insulina, a expressão de mRNA, glicose estimulada pela secreção de insulina, conteúdo de insulina, a proliferação das células e número de celulas. A exposição à campos magnéticos estáticos com um gradiente de campo magnético alto durante 1 h aumentou significativamente a secreção de insulina e uma expressão de mRNA. A exposição a campos magnéticos estáticos não afetou o conteúdo de insulina, a proliferação celular, ou número de celulas. Os resultados destes autores sugerem que os sistemas de RM com uma maior densidade de fluxo magnético não pode causar proliferação celular ou danos funcionais em células secretoras de insulina, e que campos magnéticos estáticos com um gradiente de campo magnético alto podem ser usados clinicamente após minuciosas investigações in vivo serem conduzidas (Sakurai et al.,2009). Foi realizado um estudo para avaliar os déficits cognitivos potenciais sob a influência de campos magnéticos estáticos em várias intensidades de campo. Ao todo, 25 homens foram incluídos neste estudo. Todos foram submetidos a um exame de ressonância magnética de 63 minutos de 1,5 T e uma de 7 T dentro de um intervalo de 10 a 30 dias. A ordem dos exames foi randomizada. Os neuropsicológicos indivíduos foram padronizados encaminhados estritamente para focados seis em testes atenção 12 imediatamente antes e depois de cada exame de ressonância magnética. Apenas seis subtestes revelaram diferenças significativas entre pré e pós-RM. Nestes testes os indivíduos obtiveram melhores resultados no pós-teste de ressonância magnética que nos pré-testes de ressonância magnética. Os outros testes não revelaram resultados significativos. Concluiu-se que a melhora no pós-teste de ressonância magnética é apenas explicável como resultado de efeitos de aprendizagem. Exames de RM, mesmo em sistemas de ultra-campo, não parecem ter qualquer influência que persiste nas redes de atenção da cognição humana imediatamente após a exposição ( Schlamann et al., 2010). Schwenzer et al. (2007B) investigaram a influência da ressonância magnética de 3,0 T sobre a capacidade clonogênica , proliferação e ciclo celular em uma linhagem de células embrionárias humanas. Células (fibroblastos de pulmão humano Hel 299) foram expostas ao campo magnético estático (3,0 T) de um gerador de imagens de ressonância magnética e uma seqüência turbo spin-eco em 3,0 T, dentro das limitações clínicas (taxa de absorção específica 0,92 W / kg). Um grupo de controle (placebo-expostos) e um grupo RM-expostos foram criados. O tempo de exposição foi de 2 horas em cada experimento. Na análise estatística, nenhum destes testes mostraram diferenças relevantes entre os grupos expostos e placebo-expostos. Os autores concluíram que não houve influência do campo estático, tanto individualmente como com uma seqüência turbo spin echo a 3,0 T sobre a capacidade clonogênica, a proliferação, ou o ciclo celular em fibroblastos de pulmão humano eugênicos. Tomasi & Wang (2007) realizaram um estudo para mapear o campo magnético de gradientes induzidos e estimar a força magnética na cabeça humana durante a ressonância magnética a 4 T. A distribuição do campo magnético na cabeça humana foi medida usando dois gradientes-eco com tempos de eco diferentes. Os gradientes de campo induzidos pelo ar / interfaces 13 de tecido na cabeça podem ser 50 vezes maiores do que os resultantes da falta de homogeneidade do campo magnético do ímã. No entanto, a força magnética associada no cérebro é de longe menor do que a força gravitacional. Os campos de gradiente induzido aumentaram a força magnética sobre os tecidos. No entanto, mesmo para os componentes do tecido com grande susceptibilidade magnética, tais como proteínas contendo ferro, esta força é insignificante em comparação com a força gravitacional. Portanto, este estudo sugere que campos magnéticos estáticos e uniformes não têm um risco significativo para os tecidos da cabeça. Para esclarecer se um campo magnético estático forte afeta a atividade do cérebro, tais como o nível de excitação, foram comparados as eletroencefalografias (EEG) dentro de um scanner de ressonância magnética na presença / ausência do campo magnético estático em dois níveis diferentes de excitação em condições de tarefa e descanso. Pulsações cardíacas relacionadas na cabeça e no fluxo sangüíneo induziram uma tensão elétrica em cada eletrodo EEG em um campo magnético estático. Nenhuma diferença significativa foi observada no EEG intrínseca na ausência de um campo magnético, enquanto que na presença do campo magnético estático, a banda de frequência theta do EEG intrínseco aumentou, especialmente durante a condição de tarefa, mas outras bandas de frequências não mudaram .Os resultados deste estudo demonstraram que um campo magnético estático afeta a atividade cerebral (Toyomaki & Yamamoto, 2007). Valiron et al.(2005) realizaram um estudo visando avaliar se altos campos magnéticos estáticos, na faixa de 10-17 T, afetam o citoesqueleto e a organização das células em diferentes tipos de células de mamíferos, incluindo fibroblastos, células epiteliais e neurônios. As células foram expostas ao campo magnético estático por 30 ou 60 minutos e, posteriormente, avaliadas quanto a 14 viabilidade.A exposição das células a campos magnéticos estáticos com mais de 10 T e mais de 15 T, no caso dos neurônios, afetou a viabilidade das células, aparentemente por causa do desprendimento de células das placas de cultura. Nas células restantes aderentes, ocorreu alteração nos filamentos de actina, e a adesão celular e a disseminação foram prejudicadas. Além disso, no caso dos neurônios, a exposição a campos magnéticos estáticos retraem o cone de crescimento e induzem um atraso na diferenciação celular. Os autores concluíram que a exposição da célula aos campos magnéticos estáticos afeta o citoesqueleto, com efeitos deletérios sobre a viabilidade celular, organização e diferenciação. 15 3.2 EFEITOS BIOLÓGICOS DE CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS DE RADIOFREQÜÊNCIA A maioria do poder de radiofreqüência (RF) transmitida por procedimentos de RM é transformada em calor no tecido do paciente como resultado de perdas resistivas. Não surpreendentemente, os bioefeitos associados à exposição à RF estão relacionados aos aspectos termogênicos deste campo eletromagnético. Termorregulação e outras mudanças fisiológicas que um humano exibe em resposta à exposição à radiação são dependentes da quantidade de energia que é absorvida. O termo de dosimetria utilizado para descrever a absorção de RF é a taxa de absorção específica (SAR). SAR é a taxa de massa normalizada em que o poder de RF é acoplado ao tecido biológico e é normalmente indicado em unidades de watts por quilograma (W / kg). Um total de 18 voluntários foram divididos em três grupos iguais para serem submetido a procedimento de RM da pelve, cabeça, ou joelho em um sistema operacional de 3T. Um protocolo de funcionamento de imagens em modo de primeiro nível foi aplicado, permitindo irradiação de radiofreqüência (RF) até os limites da taxa de absorção legal específica (SAR). Um protocolo idêntico com gradiente placebo ativo, mas sem transmissão de RF foi usado. Diferenças de temperatura para o placebo foram maiores para geração de imagens da pelve, em comparação com a cabeça e do joelho. Os voluntários foram capazes de discriminar entre RF e placebo para imagens pélvica (P <0,0001) e imagens de cabeça (P = 0,0005), mas não para a imagem latente do joelho (P = 0,209). Não ocorreram alterações na freqüência cardíaca ou pressão. A ressonância magnética de 3 T no primeiro modo operacional pode levar à deposição de energia térmica mensurável e perceptível. No entanto, pode ser considerado seguro sobre o estresse cardiovascular de termorregulação (Boss et al. 2007). 16 Um estudo realizado por Weintraub et al. (2007) monitorou 1.023 pacientes ambulatoriais submetidos à ressonância magnética, utilizando uma escala de avaliação pré-teste e pós-teste dos sintomas .Um questionário foi apresentado aos indivíduos submetidos a ressonância magnética em três diferentes instalações com cinco aparelhos de ressonância magnética, especificamente a 3 T (Philips), três unidades com 1,5 T (GE, GE, Philips) , e uma unidade de 0,6 T (Fonar) para gravar os sintomas antes e após o estudo. 147 indivíduos (14%) tiveram tanto novos (N = 69; 6,7%) ou alterações (N = 78; 8%) dos sintomas. Aparecimento de sintomas novos ocorreram predominantemente com 3 T e preponderância do sexo feminino (75%) [P = 0,002]. Vertigem / tontura (N = 28, 5,6%) dor de cabeça, (N = 8), dor na coluna (N = 11) ocorreram mais frequentemente em 3 T, enquanto magnetofosfenos (N = 8) e os sintomas da boca metálica (N = 4) ocorreram principalmente em 1,5 T. Setenta e oito pacientes (8%) tiveram sintomas de dor experimentada, com 75% ocorrendo com 1,5 T. Quarenta e três por cento dos indivíduos realizaram ressonância magnética do cérebro. Sintomas de vertigem / tontura, dores de cabeça, e magnetofosfenos foram mais comumente visto em indivíduos submetidos a exames de ressonância magnética do cérebro, mas outros locais do corpo também foram representados. Embora efeitos prejudiciais não tenham sido relatados em 1023 casos, uma taxa inesperada alta de 14% dos indivíduos experientaram uma estimulação sensorial em ambos as unidades de 3 T e 1,5 T. Wang et al.(2008) realizou um estudo para examinar os efeitos térmicos da resposta fisiológica ao aquecimento durante a exposição a campos de radiofreqüência em sistemas de ressonância magnética com uma bobina especifica de crânio .Métodos numéricos foram usados para calcular a elevação da temperatura na ressonância magnética da cabeça dentro de bobinas de volume de 64-400 MHz em níveis de energia diferentes, tanto com e sem 17 consideração de temperatura induzida por alterações nas taxas de metabolismo, a transpiração, e a perfusão de radiação. Nos níveis mais altos de energia permitidos atualmente na RM para bobinas de volume da cabeça, há pouco efeito a partir da resposta fisiológica como previsto com os métodos existentes. Este estudo não descarta a possibilidade de que em níveis mais elevados de energia ou em diferentes tipos de bobinas (como de extremidade ou de corpo inteiro) a resposta fisiológica pode ter efeitos mais significativos. A resposta da temperatura termorreguladora para aquecimento de radiofreqüência foi estudada medindo temperaturas em nove suínos anestesiados. As temperaturas foram medidas no couro cabeludo, no cérebro, e no reto. A energia de RF foi depositada utilizando uma bobina de cabeça de quatro canais sintonizada a 400,2 MHz. A taxa de absorção específica (SAR) variou entre 2,71 W / kg e 3,20 W / kg (SAR = 2,93 + / - 0,18 W / kg). A anestesia causou uma queda da temperatura retal e cerebral de forma linear. A resposta de termorregulação alterada foi detectada comparando a diferença na temperatura antes e após a radiofreqüência. Estatisticamente o aquecimento por RF alterou significativamente a taxa de resfriamento do animal. As mudanças de temperatura correlacionaram-se com a energia de RF por unidade de peso e duração de aquecimento cerebral, e a mudança de temperatura máxima durante o aquecimento retal em animais aquecidos. As mudanças de temperatura não se correlacionaram com a taxa de SAR média (Shrivastava et al. 2009). Para investigar se o calor induzido em tecidos biológicos por energia de radiofreqüência associada a um sistema de ressonância magnética de 8,0 T faz com que as mudanças de temperatura sejam excessivas, Kangarlu et al. (2003) realizaram um estudo.Termometria fluoroscópica foi usada para medir as temperaturas em várias posições em uma cabeça fantasma feita de peito de peru moído. Uma série de experimentos foi conduzida com medidas obtidas em 18 níveis de potência de RF com uma taxa de absorção específica (SAR) de até 4,0 W / kg por 10 minutos. Os maiores aumentos de temperatura foram de 0,7 graus C. Um padrão de aquecimento não homogêneo foi observado. Em geral, as regiões profundas dentro do fantasma registraram temperaturas mais altas em comparação com a periferia. A expectativa de uma distribuição não homogênea de RF em sistemas de alto campo (> 4 T) foi confirmada. Com uma freqüência de 340 MHz e com comprimentos de onda de RF de cerca de 10 cm, a não homogeneidade mostrou-se criadora de temperaturas mais elevadas em regiões mais profundas de uma cabeça humana fantasma em comparação com os tecidos periféricos. Deterioração da heterogeneidade de radiofreqüência (RF) com o aumento do campo magnético estático em ressonância magnética é um dos desafios fundamentais impedindo a sua interpretação clínica e colocando em risco a segurança. Variação em projetos de bobinas de RF poderiam ajudar a redistribuir a absorção de energia de RF sobre o objeto fotografado. Um estudo realizado por Kangarlu et al. (2005) visou determinar experimentalmente a diferença de aquecimento produzido por radiofreqüência dentro de um phantom de cabeça humana por medição in situ de heterogeneidade da RF em função da bobina utilizada em 8 T. Os padrões de aquecimento de um quarto de comprimento de onda (longa) e 1 / 8 11 centímetros de comprimento de onda (curta) eletromagnética transversal carregado com bobinas de um phantom de cabeça humana homogênea a 340 MHz foram avaliados. Além disso, diferentes configurações de transmissão / recepção (T / R) foram utilizadas na busca da possibilidade de formação de aquecimento. Termometria fluoroscópica foi usada para medir as temperaturas em várias posições em uma cabeça fantasma feitas de peito de peru para poderes de RF correspondentes a uma taxa de absorção específica (SAR) de 4,0 W / kg por 10 min. Simulações numéricas foram realizadas para estudar os padrões de energia gerais de deposição de radiofreqüência em um phantom a 340 MHz, incluindo os efeitos da polarização 19 do campo. O aumento de temperatura variou de 0 a 0,8 graus C para a bobina de RF de comprimento longo, enquanto a bobina de RF curta produziu uma mudança de temperatura máxima de 0,5 graus C. Os resultados indicaram que as mudanças de temperatura para ambos os casos foram menos de 1 grau. Embora estes resultados mostrem um aumento no aquecimento localizado devido a pulsos de RF a 8 T, eles destacam que a falta de homogeneidade na RF poderia ser redistribuído usando diferentes bobinas de RF através do qual os pontos quentes poderiam tornar-se mais frios. Há incerteza sobre o risco representado por exames de ressonância magnética em pacientes grávidas. Os métodos mais freqüentemente utilizados, muitas vezes requerem uma operação com um limite de taxa de absorção específica (SAR) impostos pelas normas de segurança. Com a introdução de sistemas com maior campo, tais limites serão ainda mais significativos para a imagem latente fetal. Um solver eletromagnética com base no tempo de integração técnica domínio finito (FIT) foi utilizado para prever SAR em um modelo anatomicamente realista de uma paciente grávida (28 semanas de gestação) associado com campos de radiofreqüência e bobinas de corpo de 1,5 T e 3 T (isto é, operando a aproximadamente 64 MHz e 127, respectivamente). Os resultados sugerem que a maior taxa de SAR local é na mãe, com o feto sendo exposto a um pico de aproximadamente 40-60% desse valor em 64 MHz, aumentando para cerca de 50-70% em 127 MHz (Hand et al.,2006). Um estudo realizado por Kikuchi et al. (2010) avaliou computacionalmente elevações de temperatura devido à deposição de ondas eletromagnéticas de energia durante a ressonância magnética em modelos de mulheres não-grávidas e grávidas. Considerando também o efeito da variação da temperatura do sangue na temperatura central do corpo. Em um estado de equilíbrio térmico, as elevações de temperatura intrínseca nos tecidos da mulher 20 e fetal foram 0,85 e 0,61 graus C, respectivamente, e em média uma taxa de absorção específica de 2,0 W kg (-1) no corpo inteiro. Como previsto, estes valores estão abaixo da elevação da temperatura de 1,5 graus C, que deverá ser teratogênico. No entanto, estes valores excederam o limite de elevação de temperatura recomendada de 0,5 graus C pela Comissão Internacional de Proteção contra as Radiações Não-ionizantes. Também foi avaliado o tempo de irradiação necessário para uma elevação da temperatura de 0,5 graus C na taxa de absorção específica acima. Como resultado, o tempo de irradiação calculada foi de 40 min. Simulações numéricas de taxa de absorção específica (SAR) e mudanças de temperatura em um modelo de mulher grávida de 26 semanas dentro de bobinas de corpo utilizando RM com sistemas operacionais de 1,5 T e 3 T foram descritos em uma pesquisa realizada por Hand et al. (2010). Os resultados sugeriram que para os procedimentos de modo compatível com as condições normais, a taxa de SAR fetal total, SAR locais fetal (10 g) e temperatura média fetal estavam dentro dos limites internacionais de segurança. Para a exposição contínua a radiofreqüência ao longo de períodos de 7,5 minutos ou mais, a temperatura máxima local fetal maiores que 38 graus podem ocorrer. No entanto, a avaliação do risco inerente a tais temperaturas máximas previstas em um modelo estático é difícil por causa do movimento fetal freqüente. Resultados também confirmam que quando SAR = 2 W kg, alguns valores de SAR (10g) localizados no tronco da mãe e extremidades excedem os limites recomendados. 21 3.3 EFEITOS BIOLÓGICOS DOS GRADIENTES DE CAMPO Durante os procedimentos de RM a gradiente de campo, ou tempo de campos magnéticos variáveis podem estimular os nervos ou músculos em pacientes através da indução de campos elétricos. O potencial para interações entre gradiente de campos magnéticos e tecidos biológicos é dependente de uma variedade de fatores, incluindo a freqüência de campo fundamental, a densidade de fluxo máxima, a densidade de fluxo média, a presença de freqüências harmônicas, as características da forma de onda do sinal, a polaridade do sinal, a distribuição no corpo, as propriedades elétricas, e a sensibilidade da membrana celular. A distribuição espacial dos campos elétricos induzidos no corpo humano por gradientes de campo magnético ligados a ressonância magnética foram calculados numericamente usando o pacote de software comercial, MAFIA, e os tri-dimensionais modelos de corpo HUGO que compreende 31 tipos diferentes de tecidos. A variação de | J |, | E | e | B | resultantes da exposição do modelo de corpo a campos magnéticos gerados pelas bobinas de gradiente de corpo inteiro x, y-e z foi analisada por três diferentes posições do corpo (cabeça , coração e quadris). O campo magnético variou em 1 kHz, de modo a produzir uma taxa de variação do gradiente de 100 T m-1 s-1 no centro de cada bobina. Um padrão altamente heterogêneo de campo elétrico induzido e densidade de corrente foi encontrada resultando do campo magnético variável sem problemas em todos os casos, com campos elétricos induzidos maiores resultantes da aplicação do gradiente y, de acordo com estudos anteriores. Através da aplicação de análise estatística simples para quantidades eletromagnéticas dentro de planos axiais do modelo de corpo, foi mostrado que o campo elétrico induzido está fortemente correlacionado com o valor local de resistividade, e a densidade de corrente induzida apresenta correlação ainda mais forte com a 22 condutividade local. Os valores locais do campo magnético ligado, no entanto, demonstou que têm pouca relação com os valores locais do campo elétrico induzido ou densidade de corrente ( Bencsik et al., 2007). Em um estudo realizado por Vogt et al.(2004), duzentos e dez pacientes foram submetidos a ressonância magnética de diversas regiões do corpo de acordo com indicações clínicas. Um adicional de seqüências 3D de tiro rápido de baixo ângulo com o nível de estimulação de 120% foi realizada. Um questionário foi distribuído aos pacientes após a RM para documentar a presença, grau e localização da estimulação do nervo central periférico. A correlação entre a localização do exame e da localização e do grau de estimulação foi realizada. Trinta e cinco (16,7%) pacientes relataram uma sensação de estimulação durante o exame em um ou mais locais, enquanto seis (2,9%) sentiram estimulação local muito desconfortável. Os autores concluíram que o nível de estimulação do gradiente em 120%, parece aceitável para imagens clínicas de rotina com este sistema de gradiente, uma vez que apenas 2,9% dos pacientes tiveram estimulação local muito desconfortável. Efeitos agudos sobre o sistema visual e visual-motor pela exposição aos campos eletromagnéticos em uma freqüência e amplitude similar aos produzidos por bobinas de gradiente de ressonância magnética foram avaliadas. 40 voluntários foram expostos em ordem aleatória para três gradientes de campo magnético. A forma de onda foi de 50 ciclos de uma onda sinusoidal 490 Hz repetida a cada segundo, com uma duração total de 10 min para cada procedimento. Durante cada ensaio, uma bateria de testes sensoriais avaliou os domínios neurocomportamentais do sistema visual e visual-motor em todos os voluntários. A seqüência dos testes foi atribuída aleatoriamente para cada voluntário. Houve uma tendência de redução da precisão do sistema visualmotor (p = 0,06) em 1% durante a alta exposição, mas não para exposição 23 média. Houve uma fraca tendência de melhor sensibilidade ao contraste visual em 12% e 21% durante a exposição média e alta, respectivamente, em comparação com as sessões não-expostas (p = 0,08). Estes efeitos não chegaram a 5% de significância estatística dentro de uma população de 40 voluntários (de Vocht et al.,2007-B). Para estudar o efeito de campos magnéticos usados em scanners de RM sobre o potencial visual evocado em seres humanos, Glover et al.(2007-A) realizaram um estudo.Os autores utilizaram uma bobina gradiente de ressonância magnética para produzir um campo magnético variável (0,5 kHz, campo de pico de aproximadamente 8,7 T / segundo) no cérebro humano, sem os efeitos de confusão de exposição a campos estáticos ou ruído acústico que o acompanha. A resposta do potencial visual evocado a uma reversão de 2 Hz, ocupando 20 graus do campo visual foi gravado a partir dos locais ocipitais O1 e O2. As gravações de potencial visual evocado foram feitas a cada cinco minutos antes, durante e depois de um período de exposição de 10 minutos de campo magnético em sete indivíduos.Em contradição com estudos previamente relatados na literatura para os campos de 50 Hz e 60 mT, nenhum efeito significativo sobre a amplitude de pico ou latência do potencial visual evocado em O1 e O2 foram encontradas. Os autores concluíram que os níveis e frequências usados em ressonância magnética não tem um efeito significativo sobre o processamento da retina ou visual primário. Schwenzer et al.(2007-A) avaliaram a influência da ressonância magnética na expressão de genes em fibroblastos embrionários pulmonares humanos. As células foram expostas ao campo magnético estático e uma seqüência spin-eco turbo de um scanner de ressonância magnética de 3,0 T. Um grupo expostos a RM e um grupo controle expostos ao placebo foram criados usando um sistema de incubação especial RM-compatíveis. O tempo de 24 exposição foi de duas horas. Perfis de expressão gênica foram estudados usando um ácido desoxirribonucléico complementar (cDNA) microarray contendo 498 genes conhecidos envolvidos na transcrição, transporte intracelular, estrutura / junção / adesão da matriz extracelular, sinalização, defesa do hospedeiro, energética, metabolismo, a forma da célula, e a morte.Não ocorreram alterações na expressão dos genes encontrados em ambos os grupos no final de uma exposição de duas horas para qualquer uma das 498 genes de proteínas testadas.Portanto, os autores concluíram que a RM não tem influência sobre a proteína de expressão gênica em células pulmonares humanas. Na ressonância magnética, gradientes de campo rápidos são desejáveis porque eles podem ser usados para reduzir o tempo de imagem, obter imagens com melhor resolução, ou melhorar o sinal/ruído da imagem. Melhorias na força do gradiente podem ser feitas por qualquer aumento da força do amplificador do gradiente ou pelo aumento da eficiência do gradiente. Infelizmente, muitas seqüências de pulsos de ressonância magnética, em combinação com alta performance e hardware amplificadores de gradiente existentes, podem causar estimulação do nervo periférico. Bobinas de gradiente personalizadas são uma forma de alcançar melhorias significativas no desempenho de gradiente. Uma configuração específica de gradiente, um sistema de gradiente planar, promete melhorar as forças do gradiente e o tempo de comutação para exames cardíacos. Os limiares de estimulação do nervo periférico para gradientes planares foram caracterizados através de experimentos de estimulação humana em todos os três eixos do gradiente. O gradiente especializado mostrou ter limiares de estimulação significativamente maiores do que os tradicionais designs cilíndricos (eixo-y SR (min) = 210 / - 18 mT / m / ms e DeltaG (min) = 133 / - 13 mT / m; eixo x SR (min) = 222 / - 24 mT / m / ms e DeltaG (min) = 147 / - 17 mT / m; eixo z SR (min) = 252 / - 26 mT / m / ms e DeltaG (min) = 218 / - 26 mT / m). Este sistema pode ser operado com a 25 força do gradiente de 2 a 3 vezes maiores do que as configurações cilíndricas sem causar estimulação (Feldman et al.,2009). Existem preocupações sobre os trabalhadores repetidamente expostos a campos magnéticos que excedem os limites regulamentares com respeito à ressonância magnética. Como resultado, há necessidade de um dosímetro ambulatorial de campo magnético capaz de medir esses campos em torno de um scanner de ressonância magnética para avaliar as diretrizes regulatórias e determinar os riscos da exposição subjacente. Um estudo realizado por Fuentes et al.(2008) apresentou resultados de medições tri-axiais usando um dosímetro de campo ambulatorial magnético usado pelos trabalhadores durante o período normal dos turnos de trabalho. Os autores gravaram e analisaram as exposições do campo magnético de 1 T, 2 T e 4 T em torno dos pacientes durante os procedimentos de rotina. Tempos de campos magnéticos variáveis ocorreram quando os indivíduos se moveram nãouniformemente através dos campos magnéticos estáticos ou durante gradiente de campos magnéticos pulsantes ou uma combinação de ambos. As medições confirmaram que os trabalhadores podem ser expostos a campos magnéticos superiores as diretrizes em posições perto da bobina gradiente durante o exame clínico e um alto grau de correlação existente com os resultados numéricos. Os recentes avanços na ressonância magnética têm aumentado a exposição ocupacional a campos magnéticos. Um estudo realizado por Kannala et al.(2009), examinou a avaliação da exposição ocupacional ao gradiente de campos magnéticos variáveis no tempo e campos magnéticos gerados pelo movimento de campos magnéticos estáticos não- homogêneos de scanners de ressonância magnética. Estes componentes do campo magnético podem ser medidos em simultaneidade com uma configuração de bobina de indução que detecta a taxa de variação de densidade de fluxo magnético (dB / dt). Os valores medidos foram comparados com os níveis de dB / dt de referência dados pela Comissão Internacional de Proteção para Radiofrequencias Não-Ionizantes 26 (ICNIRP). A medida dos valores de movimento induzido dB / dt foram superiores aos níveis de dB / dt de referência para ambas as unidades de ressonância magnética. Os valores medidos para os campos de gradiente também superou os níveis de dB / dt de referência em posições onde a equipe médica pode ter acesso durante procedimentos intervencionistas. Os maiores valores de movimento induzido dB / dt foram 0,7 T s-1 para o scanner de 1T e 3 T s-1 para o scanner de 3 T, quando apenas o campo estático estava presente. Valores ainda mais elevados (6,5 T s-1) foram medidos para a exposição simultânea a campos de movimento induzido e gradiente nas imediações do scanner de 3 T. Enquanto imagens de ressonância magnética essencialmente contém um mapa dos componentes da radiofrequencia transversal e dos campos magnéticos, ambos circularmente polarizados, o calor térmico e deposição de energia eletromagnética é gerada por campos elétricos associados. Medição das distribuições de campo elétrico / intensidades através de uma amostra produzem uma indicação indireta da possível causa do aquecimento da amostra e, potencialmente, permite a detecção de "pontos quentes", que pode estar presente na heterogeneidade da radiofreqüência, como é o caso de ressonância magnética de alto campo de força. Como resultado, o estabelecimento de uma técnica válida para medições diretas do campo elétrico e sua correlação, obtida usando eletromagnetismo computacional, é essencial na avaliação da segurança dos projetos para bobinas de radiofrequencia. Em um estudo realizado em 2007, foi construída uma sonda usada para medir o campo elétrico transversal distribuído dentro de uma bobina de radiofrequencia de crânio vazia em um sistema de RM de 8 T (ajustado para 340 MHz) e dentro de um phantom de água salina carregado na mesma bobina. A medida das distribuições de campo foram favoráveis em comparação com as distribuições obtidas utilizando um domínio do tempo finito (Kangarlu et al.,2007). 27 3.4 RUÍDOS ACÚSTICOS E PROCEDIMENTOS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Vários tipos de ruído acústico são produzidos durante a operação de um sistema de RM. Problemas associados ao ruído acústico para pacientes e profissionais de saúde incluem irritação, dificuldades de comunicação verbal, ansiedade exacerbada, perda auditiva temporária e, em casos extremos, o potencial de deficiência auditiva permanente. O ouvido humano é receptor de banda larga altamente sensível, com a faixa de freqüência típica para audição normal estando entre 20 Hz a 20.000 Hz. O ruído é definido em termos de espectro de freqüência (em Hz), intensidade (em dB), e tempo de duração. Perda auditiva transitória pode ocorrer após a exposição a ruído alto, resultando em uma mudança temporária do limiar (isto é, uma mudança no limiar audível). O gradiente do campo magnético é a principal fonte de ruído acústico associado a um procedimento de RM. Este ruído ocorre durante as alterações rápidas de correntes dentro das bobinas de gradiente. Estas correntes, na presença do campo magnético estático do sistema de RM, produzem significativas forças (Lorentz) que agem sobre as bobinas de gradiente. Ruído acústico é produzido quando as forças causam movimento ou vibração das bobinas de gradiente contra suas montagens que, por sua vez, vibram. Os ruídos tendem a ser reforçados pela diminuição da espessura de corte, campo de visão, tempo de repetição, e tempo de eco. Além de dependência de parâmetros de imagem, o ruído acústico é dependente do hardware do sistema de RM, construção e ao ambiente envolvente. Além disso, características de ruído têm uma dependência espacial. Por exemplo, níveis de ruído foram encontrados podendo variar em até 10 dB em função da posição do paciente ao longo do gantry. A presença e tamanho do paciente também podem afetar o nível de ruído acústico (ICNIRP Statement, 2004). 28 Além disso, recém-nascidos podem ter reações adversas ao ruído acústico. Reeves et al. (2010) recentemente conduziu um estudo para resolver esta questão. As descobertas sugerem que a exposição do feto a RM de 1,5 T durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez não está associada a um risco aumentado de deficiência auditiva neonatal substancial ou lesão coclear. O meio mais simples e menos dispendioso de prevenir os problemas associados com o ruído acústico durante procedimentos de RM é incentivar o uso rotineiro de tampões descartáveis ou fones de ouvido. Em um ambiente de RM operando com um sistema operacional de 3 T, Hattori et al.( 2007) registraram os níveis de som em trinta voluntários saudáveis, que estavam usando tampões de ouvido ou fones de ouvido ou ambos, que variaram de 125,7 a 130,7 dB em uma escala linear. O estudo mostrou que a diferença da redução de ruído entre os tampões de ouvido e os fones de ouvido não foi significante, recomendando o uso de ambos os tampões de ouvido e fones de ouvido para a proteção auditiva em relação ao uso de sistemas de RM de 3 T quando certas seqüências de pulsos são usados. Um estudo realizado por Hall et al. (2009) relata os efeitos da percepção de um controle ativo de ruído (ANC), sistema que opera no ambiente de neuroimagem eletromagneticamente e fisicamente para proporcionar redução de ruído significativos, sem interferir com a qualidade da imagem. Uma redução foi avaliada em 600 Hz, correspondente ao pico dominante no espectro de potência do som de fundo e em que a redução é maximamente eficaz. Medições no fone de ouvido demonstraram 35 dB de atenuação acústica, enquanto que os limiares de detecção mascarados melhoraram em 20 dB. Esses resultados confirmam que ANC oferece benefícios substanciais para a pesquisa de RM funcional. 29 3.5 APARELHOS AUDITIVOS E IMPLANTES COCLEARES Aparelhos auditivos externos e implantes cocleares estão incluídos na categoria de dispositivos ativados eletronicamente, que pode ser encontrado em pacientes encaminhados para procedimentos de RM. Exposição aos campos magnéticos usados para exames de RM pode ferir o paciente e/ou alterar ou danificar esses dispositivos. Portanto, um paciente ou outro indivíduo com um aparelho auditivo externo não deve entrar na sala de RM. Felizmente, um aparelho auditivo externo pode ser facilmente identificado e removido do paciente para evitar danos associados ao ambiente de ressonância magnética. Em geral, as pessoas com implantes cocleares devem ser impedidos de entrar no ambiente de RM, a menos que existam orientações específicas para garantir a segurança para esses dispositivos. Médicos e pacientes têm preocupações sobre a exposição in vivo de próteses implantáveis de estribo de metal a scanners de ressonância magnética. Como scanners de RM são muito poderosos, há a possibilidade de deslocamento de prótese de estribo, devido ao aumento de forças ferromagnéticas. Uma revisão da literatura médica, uma análise retrospectiva de casos, e uma pesquisa clínica foram realizadas. Um resultado de efeito adversos para o paciente foi causalmente fundamentada quando uma prótese de estribo com defeito foi exposta a um campo de ressonância magnética. Caso contrário, uma revisão da literatura revelou uma falta de quaisquer relatórios clínicos adversos. Além disso, dois inquéritos médicos não revelaram outros casos de sintomas ou danos aos ouvidos dos pacientes com próteses de estribo que tinham sido expostos a um scanner de ressonância magnética. Todos os pacientes com uma prótese de estribo metálica podem ser enviados para procedimentos de ressonância magnética, com exceção de um tipo específico de prótese defeituosa. A exceção é um erro de fabricação de 1987 acidental de vários lotes de pistões McGee com uma liga magnética. Pacientes com esses 30 lotes identificados especificamente devem ir a uma tomografia computadorizada. Seria aconselhável que os fabricantes usassem metais como titânio não ferromagneticos para a produção futuras de próteses de estribo (Fritsch, 2007). Em um estudo feito por Fritsch & Gutt (2005), dezoito implantes e próteses de ouvido médio comumente utilizado foram selecionados. As próteses foram colocadas em placas de Petri e expostas a um campo de ressonância magnética de 3 T. Posteriormente, as próteses que mostravam movimento nas placas de Petri foram colocados em suas posições de uso dentro de amostras laboratoriais de osso temporal e expostos a um campo de 3 T. Ambas as partes foram repetidas em um campo de 1,5 T. Certas próteses de estribo movem-se dramaticamente em placas de Petri em campos de 3 T. Quando colocadas em amostras de laboratório de osso temporal, as mesmas próteses não mostraram sinais de movimento a partir do sítio cirúrgico em um campo de 3 T, e parece que a posição cirúrgica dos implantes as mantém firme no lugar. Calor, a indução de tensão e vibração durante a exposição aos campos de ressonância magnética deve ser considerada como questões adicionais de segurança possível. Deve ser dada preferência a implantes de platina e titânio nos processos de fabricação e seleção cirúrgica. Em uma pesquisa realizada por Bauknecht et al. (2009) 17 diferentes tipos de implantes de ouvido médio (próteses de substituição ossicular e tubos de ventilação) feitos de titânio foram testados in vitro. Nenhum aquecimento significativo dos implantes foi observado com qualquer uma das seqüências utilizadas em forças de campo de 3 ou 1,5 T.Em um sistema de RM de 3 T, todos os 17 implantes mudaram sua posição e moveram-se a uma velocidade lenta (,0004-,0014 m / s) para o campo magnético. No sistema de 1,5 T, os implantes testados moveram-se a uma velocidade máxima de 0,0002 m / s, e no caso dos tubos de ventilação em 0,0005 m / s. Não ocorreu aquecimento em 31 qualquer um dos implantes do ouvido médio em ambos os sistemas de 1,5 ou 3 T. As forças de atração exercidas pelo campo magnético estático foram, em geral, baixas, indicando que nenhum deslocamento é de se esperar, se a ancoragem intra-operatória é conduzida de forma correta. No entanto, a indicação para o exame em 3 T deve ser cuidadosamente considerada, devido à região anatômica sensível. Próteses de ouvido médio feitas de titânio de 3 fornecedores comerciais foram examinados para interações de campo magnético em 3 T. Vinte e uma das 24 próteses de titânio testadas revelaram nenhum movimento quando testados no campo magnético estático de 3 T. Três próteses revelaram movimento mínimo durante o estudo de triagem. Um teste de força de translação foi realizado sobre essas três próteses, e o ângulo de deslocamento medido foi utilizado para determinar a força. Esta força calculada atuando sobre cada prótese era essencialmente zero. Portanto, os autores concluíram que a interação do campo magnético é desprezível e que próteses de ouvido médio feitas de titânio são seguras durante exames de ressonância magnética realizada em sistemas de 3 T (Martin et al., 2005). Segundo Deneuve et al. (2008), deslocamento do ímã é uma complicação rara, mas possível em pacientes com implantes cocleares. Estes autores relataram um caso que ocorreu em uma criança de oito anos de idade com um implante coclear Freedom Countor Nucleus durante um procedimento de ressonância magnética cerebral em um sitema operacional de 1,5 T, apesar das medidas de precaução tomadas pelo cirurgião e do radiologista. Esta complicação rara sublinha a importância da informação sobre riscos e medidas preventivas necessárias, mesmo em caso de dispositivos compatíveis, para a realização de um exame de ressonância magnética em pacientes usando um implante coclear com imã removível. 32 Para Wild et al. (2006) os pistões Schuknecht e McGee (números de dispositivo do produto 140106 e 140108, respectivamente) são seguros em um sistema de RM de 3 T, pois em seu estudo ex-vivo não foi encontrada nenhuma evidência de deslocamento ou aquecimento nestes pistões . Em um estudo realizado por Gubbels & McMenomey (2006) quatro cabeças de cadáveres foram implantados bilateralmente com o dispositivo Cochlear Nucleus 24 com os ímãs internos no lugar e submetidos a um procedimento de RM em um sistema operacional de 1,5 T. Os dispositivos foram, então, explantadas após interação com o RM e avaliados para o deslocamento do ímã interno. As condições testadas incluíram a fixação do dispositivo com um curativo de compressão disponível comercialmente. Forças magnéticas foram medidas antes e após cada uma das condições de teste. Uso da ressonância magnética de 1,5 T em indivíduos com implantes Cochlear Nucleus 24 não resultou em qualquer desmagnetização significativa do imã interno e não provocaram o deslocamento do ímã quando um curativo compressivo externo foi aplicado. A remoção cirúrgica do imã interno antes de varredura com o RM de 1,5 T pode não ser necessária se um curativo compressivo é aplicado. Um estudo para avaliar os artefatos produzidos pelos implantes cocleares durante um procedimento de RM cerebral em 3,0 T usando seqüências diferentes em amostras cadavéricas foi realizado por Madjadani et al. (2009). Os artefatos foram analisados quantitativamente e de acordo com a seqüência utilizada. Diferentes regiões do cérebro foram avaliadas para a distorção da imagem e limitação de valor diagnóstico. Em 3 T, artefatos em torno dos implantes cocleares não removíveis comprometeram a qualidade de imagem das regiões do cérebro nas proximidades do implante e o diagnóstico de lesões de cérebro foi limitado. No hemisfério contralateral, a precisão do diagnóstico é apenas marginalmente limitada. 33 De acordo com Madjadani et al. (2008), desmagnetização dos ímãs de implantes cocleares é dependente do ângulo entre o campo magnético do ímã do implante e da ressonância magnética. Quando este ângulo é maior do que 80 graus, desmagnetização relevantes ocorreram e uma suficiente remagnetização não era possível em um sistema operacional de 3T. Os autores concluíram, então, que pacientes portadores de implantes cocleares com imãs não-removíveis não devem entrar um ambiente de RM de 3 T em uma configuração de rotina clínica. Sob condições especiais de imagem (ângulo entre os dois ímãs menos de 80 graus), uma ressonância magnética de 3 T pode ser possível sem prejudicar o paciente ou o implante. 34 3.5 IMPLANTES, APARELHOS E MATERIAIS DENTÁRIOS Muitos dos implantes, aparelhos, materiais e objetos dentários, avaliados pelas qualidades ferromagnéticas apresentam forças de deflexão mensuráveis, mas apenas aqueles com componentes ativados magneticamente podem apresentar problemas potenciais para os pacientes durante procedimentos de RM. As questões que existem para implantes dentários magneticamente ativados incluem possível desmagnetização dos componentes magnéticos e artefatos substanciais produzidos por estes ímãs. Em geral, implantes, aparelhos e materiais dentários feitos de materiais ferromagnéticos tendem a ser realizados em locais com suficientes contra-forças para impedi-los de causar problemas relacionados ao movimento ou deslocamento, em associação com RM de sistemas operacionais de 3 T, ou menos.(Shellock, 2001A) Para Blankenstein et al.(2006), materiais ferromagnéticos intra-orais utilizados em odontologia não são padronizados. Para garantir que durante um exame de ressonância magnética a área de interesse não seja afetada por artefatos, a extensão máxima da área de perda de sinal deve ser: um raio de até 7 cm em sequências T1 e T2, e um raio de até 10 cm em seqüências T2*. Para decidir se os imãs anexos devem ser removidos antes do procedimento, os médicos devem considerar tanto as condições intactas da retenção e a distância de segurança entre os objetos ferromagnéticos e a área de interesse. Efeitos mecânicos e físicos de um campo magnético de alta freqüência podem causar um movimento ou um aquecimento de objetos de metal presente no organismo, o que pode levar a um risco potencial à saúde para pacientes submetidos a esse exame. Objetos de metal com propriedades magnéticas positivas podem influenciar scanners de ressonância magnética e os 35 resultados deste procedimento. A segurança de ressonância magnética e da compatibilidade desta com as ligas dentárias devem sempre ser consideradas antes do procedimento de ressonância magnética (Hubalkova et al. ,2006). 36 3.6 IMPLANTES, MATERIAIS E DISPOSITIVOS ORTOPÉDICOS A avaliação das questões de ressonância magnética para sistemas de fixação externa é particularmente desafiadora por causa da infinidade de componentes possíveis (muitos dos quais são feitas de materiais condutores) e configurações usadas para esses dispositivos. A principal preocupação é relacionada com aquecimento, que é dependente de aspectos particulares do sistema de fixação externa, como por exemplo, os comprimentos dos componentes deste. Vale ressaltar que as condições de ressonância magnética usadas (força do campo magnético estático, campo de RF, bobina transmissora de RF, seqüência de pulsos, parte do corpo trabalhada, do dispositivo de fixação em relação à bobina de transmissão de RF, etc.) influenciam nos aspectos de segurança para pacientes com sistemas de fixação externa. A maioria dos implantes, materiais e dispositivos ortopédicos avaliados por questões de ressonância magnética (ou seja, as interações do campo magnético, aquecimento e artefatos) são feitos de materiais nãoferromagnéticos e, portanto, são seguros para pacientes submetidos a procedimentos de RM. No entanto, em certos casos, devido ao comprimento ou a formação de uma onda condutora de eletricidade relacionada à RM pode ser um problema para alguns implantes ortopédicos, dispositivos de fixação especialmente cervical ou sistemas de fixação externa. Cinco tipos de implantes ortopédicos diferentes foram avaliados para interações com campo magnético em 3 T e foram considerados seguros com base nos resultados de ângulo de deflexão, valores de torção, e sua utilização in-vivo. Somente o parafuso de interferência Perfix, utilizado para a reconstrução do ligamento cruzado anterior, mostrou-se altamente ferromagnético. Porém, este parafuso de interferência está firmemente encaixado no osso para sua aplicação específica, e é mantido no lugar com uma força de retenção suficiente para impedir o movimento ou deslocamento. Assim, pacientes com parafusos de interferência Perfix têm sido 37 submetidos, com segurança, a procedimentos usando sistemas operacionais de RM de 1.5 T (Shellock, 2002). Para Graf et al. (2005), ações de torção em implantes ou instrumentos metálicos devido à indução de correntes de Foucault em associação com ressonância magnética pode ser considerável. Implantes maiores (tais como dispositivos de fixação) feitos de materiais condutores são especialmente afetados. Foi relatado que gradientes de comutação produziram alterações de torção rapidamente. Vibrações significativas em posições fora do centro das peças de metal podem explicar porque alguns pacientes com implantes metálicos às vezes relatam sensações de aquecimento durante os exames de RM. Um estudo realizado por Yang et al.(2009), avaliou aspectos de segurança para dois tipos de discos lombares artificiais disponíveis no mercado (CHARITÉ e PRODISC-L®) durante um procedimento de RM em um sistema de 1,5 T. Seus resultados mostraram que o ângulo de deflexão máxima da placa motora dos implantes foi de 7,5 e 6,0 graus, para o Charité e Prodisc -L®, respectivamente. A diferença entre o aumento da temperatura do tecido adjacente aos dois tipos de discos artificiais e o aumento da temperatura do local de controle L4/L5 foi de 0,4 e 0,6 ° C, respe ctivamente. Os implantes podem apresentar artefatos de imagem se a região anatômica de interesse está dentro ou perto da área onde esses implantes estão localizados. Portanto, conclui-se que os discos lombares artificiais Charité e Prodisc-L ® não apresentam um risco para os pacientes submetidos a um procedimento de ressonância magnética usando um scanner operando com um campo magnético estático de 1.5T ou inferior. 38 Muranaka et al. (2010) avaliou dois tipos de implantes de quadril de diferentes formas, tamanhos e materiais, um feito de liga de cobalto-cromo e outro de liga de titânio. Um aumento da temperatura máxima foi observado na ponta de cada implante, onde há uma grande curvatura, e ela foi de 9,0 ° C para o implante de cobalto-cromo e 5,3 ° C para o implan te de titânio. O aquecimento por radiofreqüência foi confirmado, ocorrendo em ambas as extremidades dos implantes, apesar de suas diferentes formas. McComb et al.(2009) realizaram um estudo para avaliar as forças de translação e rotação sob um implante ortopédico espinhal altamente ferromagnético em sistemas de RM de 1,5 T e 3,0 T. As forças de translação medidas foram maiores do que para qualquer outro implante ortopédico citado anteriormente na literatura e, com base em critérios sobre o ângulo de deflexão, seria considerado inseguro em ambos os sistemas de RM. No entanto, devido à fixação rígida de implantes ortopédicos no osso, a migração do implante é considerada altamente improvável. Uma pesquisa realizada por Knott et al. (2010) com o objetivo de comparar a quantidade de artefatos produzidos em RM e TC por três tipos de implantes de coluna: aço inoxidável, titânio e vitallium, mostrou que imagens produzidas após a inserção de hastes e parafusos de vitallium, bem como aquelas com hastes e parafusos de titânio produziam menos artefatos e uma melhor qualidade de diagnóstico geral do que as produzidas com implantes de aço inoxidável. 39 3.7 IMPLANTES E DISPOSITIVOS OCULARES Dos diferentes implantes oculares, implantes de lentes e dispositivos testados no ambiente de RM, a mola palpebral Fatio, a aderência de retina feita a partir de aço inoxidável martensítico (Europa Ocidental), o implante ocular magnético Troutman, e a Unitek demonstraram interações positivas do campo magnético em associação com a exposição a sistemas de RM de 1,5 Ts. Em comparação, muitos dos implantes de lentes não apresentam perigo para o paciente durante um procedimento de ressonância magnética, uma vez que não contêm materiais metálicos. Um paciente com uma mola palpebral Fatio ou fio de rotação de pálpebra UNITEK poderia sentir desconforto, mas provavelmente não seria ferido como resultado à exposição a um sistema de RM. Na verdade, os pacientes com fio palpebral foram submetidos a procedimentos de RM depois de ter uma cobertura protetora de plástico colocada ao redor do globo ocular, juntamente com um tapa-olho firmemente aplicado como medida de precaução. A aderência de retina feita de aço inoxidável martensítico e implante magnético ocular Troutman podem ferir um paciente submetido a um procedimento de RM, embora nenhum caso tenha sido relatado (Shellock, 2001-A). 40 3.8 IMPLANTES DE DRENAGEM DE GLAUCOMA Um implante de drenagem de glaucoma, também conhecido como tubo de derivação, é implantado para manter uma via de drenagem artificial para controlar a pressão intra-ocular em pacientes com glaucoma. A implantação de um dispositivo de drenagem de glaucoma é usada para tratar glaucoma que é refratário à assistência médica e ao padrão de tratamento cirúrgico. É importante ressaltar que achados radiológicos, para implantes de drenagem de glaucoma, podem sugerir o diagnóstico de um corpo orbital estranho, se a história oftálmica é desconhecida, conforme relatado por Ceballos & Parrish (2002). Neste relato de caso, um paciente foi negado a realizar um exame de ressonância magnética por medo de desalojar um aparente "corpo estranho metálico". Na verdade, o paciente teve um implante de drenagem de glaucoma Baerveldt, que foi erroneamente identificado como um objeto metálico orbital baseado em suas características radiográficas. Muitos outros implantes de drenagem glaucoma são feitos de materiais não-metálicos e são seguros para pacientes submetidos a procedimentos de ressonância magnética, tais como: Baerveldt glaucoma drainage implant (Pharmacia Co.), Krupin-Denver eye valve to disk implant (E. Benson Hood Laboratories), Ahmed glaucoma valve (New World Medical), Molteno drainage device (Molteno Ophthalmic Ltd.), and Joseph valve (Valve Implants Limited) (Shellock & Spinazzi, 2008). Pelo menos um implante de drenagem de glaucoma, o Ex-PRESS (Alcon Laboratories) é feito de aço inoxidável 316L que, segundo De Feo et al.(2009), pode afetar exames de RM do nervo óptico. No entanto, Geffen et al.(2010) informou que o Ex-PRESS é aceitável para pacientes submetidos a ressonância magnética de 3 T, ou menos. 41 3.9 IMPLANTES PENIANOS Vários tipos de implantes penianos e próteses foram avaliados para as interações do campo magnético associado com os sistemas de RM. Destes, dois (modelos Duraphase e Omniphase) demonstraram qualidades ferromagnéticas substanciais quando expostos a um sistema de RM de 1,5 Ts. Felizmente, é improvável que um implante peniano possa ferir gravemente um paciente submetido a um procedimento de RM por causa do grau de interação do campo magnético associado ao sistema de RM de 1,5 Ts. No entanto, seria desconfortável para um paciente com um implante peniano ferromagnético submeter-se a um exame de RM. Por esta razão, é desaconselhável submeter um paciente com o Duraphase ou implante peniano Omniphase ao ambiente ou procedimento de RM (Shellock, 2001-A). 42 3.10 DISPOSITIVOS INTRA-UTERINOS E CONTRACEPTIVOS Os dispositivos intra-uterinos (DIU) podem ser feitos a partir de materiais não metálicos (por exemplo, o polietileno) ou através de uma combinação de materiais não metálicos e metálicos, que exercem função anticoncepcional quando inseridos no útero. O cobre é o metal normalmente usado em um DIU, no entanto, aço inoxidável ou outros metais também podem ser utilizados. O implante Implanon (etonogestrel) é um dispositivo de única haste, não metálico, subdérmico que oferece às mulheres até três anos de proteção contraceptiva. Este implante é aceitável para pacientes submetidos a procedimentos de RM em todos os campos magnéticos estáticos (Westerway et al., 2003). Zieman & Kanal (2007) realizaram testes in vitro para o dispositivo intra-uterino Copper T 380A em equipamentos de RM de 3 T. Nenhuma deflexão significativa, torção, aquecimento, ou artefato foi encontrado. Assim, este DIU é aceitável para pacientes submetidos à ressonância magnética de 3 T, ou menos. O dispositivo Essure é feito de material metálico, portanto, surgem preocupações de segurança sobre o uso de ressonância magnética em mulheres com o dispositivo. De acordo com os resultados de um estudo sobre as interações do campo magnético, o dispositivo Essure não apresenta nenhuma interação magnética de campo (ou seja, o ângulo de deflexão é de 0 °; e a torção é 0) durante a exposição a sistemas de RM de 1,5 T. Descobertas para o teste de aquecimento mostraram que as mudanças de temperatura mais elevadas foram inferiores ou iguais a 0,6 ° C. Em g eral, os artefatos para este 43 implante foram visualizadas como vazios de sinal localizados com relação ao tamanho do dispositivo e forma (Shellock, 2002). É importante ressaltar que os dispositivos intra-uterinos de aço inoxidável existem e, até agora, esses dispositivos não foram submetidos a testes para determinar se são aceitáveis para os pacientes em associação com procedimentos de ressonância magnética. 44 3.11 DIAFRAGMAS O método contraceptivo diafragma pode ter um anel metálico que a mantém na posição durante o uso. Assim, certos diafragmas contraceptivos com componentes metálicos podem apresentar interações positivas do campo magnético em associação com a exposição a sistemas de RM e, por causa das peças metálicas, artefatos significativos podem ser encontrados. Exames de ressonância magnética foram realizados em pacientes com esses dispositivos, sem queixas ou sensações adversas relacionadas ao movimento. Além disso, não há perigo de aquecimento para um diafragma durante um procedimento de RM em condições atualmente recomendadas pela Food and Drug Administration dos EUA (Shellock, 2001-A). Portanto, a presença de um diafragma não é uma contra-indicação para um paciente submetido a um exame de RM usando um sistema operacional de 3 T, ou menos. Independentemente das informações acima mencionados, o melhor é remover um diafragma contraceptivo antes de um exame de ressonância magnética. 45 3.12 PIERCINGS CORPORAIS Piercings decorativos são extremamente populares como uma forma de auto-expressão. Diferentes tipos de materiais são usados para fazer piercings, incluindo metais ferromagnéticos e não-ferromagnéticos, bem como materiais não-metálicos. A presença de piercing que é feito de material ferromagnético ou condutor de eletricidade de certa forma pode apresentar um problema para um paciente encaminhado para um procedimento de ressonância magnética ou de um indivíduo no ambiente de RM. Os riscos incluem sensações desconfortáveis do movimento ou deslocamento que podem ser de leve a moderada, dependendo do local do piercing e as qualidades ferromagnéticas das jóias. Em casos extremos, podem ocorrer ferimentos graves. Além disso, para piercings feitos de materiais condutores de eletricidade, há uma possibilidade de, durante o exame, ocorrer um aquecimento que pode causar aumentos de temperatura e conseqüentes queimaduras. Por causa de potenciais problemas de segurança, piercings metálicos devem ser removidos do corpo antes de entrar no ambiente de RM. No entanto, pacientes com piercings são muitas vezes relutantes em remover as suas jóias. Portanto, se não for possível remover o piercing metálico, o paciente deve ser informado sobre os riscos potenciais. Para evitar o aquecimento potencial de piercings feitos de materiais condutores de eletricidade, é recomendado o uso de gaze, fita ou outro material similar para embrulhar as jóias de tal modo a isolá-las (ou seja, evitar o contato) a partir da pele subjacente. O paciente deve ser orientado a informar imediatamente o operador do sistema RM se houver aquecimento ou outra sensação incomum em associação com o piercing (Shellock & Spinazzi, 2008). De acordo com Muensterer (2004), até mesmo a remoção temporária 46 de piercings com perfuração recente pode levar ao fechamento das vias subcutâneas. Portanto, a substituição temporária com um espaçador nãometálico pode ser indicada. Isso pode ser feito usando o procedimento a seguir, como foi aplicada a jóia de perfuração umbilical: (1) Desinfetar o piercing e área umbilical com 70% de álcool isopropílico, (2) Abrir o piercing, removendo feixe da barra, (3) Colocar a ponta de um pequeno cateter intravenoso (14 ou 16 gauge, sem a agulha) sobre a ponta rosqueada da barra, (4) Avançar o cateter intravenoso caudalmente, empurrando o piercing para fora do trato da pele, e (5) Retirar as jóias deixando o cateter intravenoso no trato subcutâneo da pele como um espaçador. Após a intervenção (ou exame de ressonância magnética), reintroduzir o piercing umbilical, seguindo os passos descritos em sentido inverso. Piercing localizados em outras áreas do corpo podem ser substituídos para a realização de exames de RM da mesma forma, com pequenas modificações. Ressalta-se, o procedimento acima só deve ser realizado sob a orientação e direção de um médico. 47 3.13 TATUAGENS, COSMÉTICOS PERMANENTES E MAQUIAGEM Procedimentos de tatuagem tradicional e cosméticos foram realizados por milhares de anos. Infelizmente, há muita confusão quanto aos aspectos de segurança global de cosméticos permanentes. Por exemplo, com base em alguns relatos de sintomas localizados na área tatuada durante a ressonância magnética, muitos radiologistas têm se recusado a realizar exames em indivíduos com cosméticos permanentes, particularmente tatuagens na área dos olhos. Embora seja bem conhecido que os cosméticos permanentes e tatuagens podem causar artefatos de imagem e tatuagens cosméticas e decorativas tanto podem estar associadas com reações cutâneas em curto prazo, a freqüência e a gravidade das reações dos tecidos moles ou outros problemas relacionados com a ressonância magnética e cosméticos/tatuagens é desconhecida. Em 2002, Tope e Shellock realizaram um estudo para determinar a freqüência e a gravidade de eventos adversos associados à RM em uma população de indivíduos com cosméticos permanentes. Um questionário foi distribuído aos pacientes que se submeteram a técnicas de tatuagem cosmética. Esta pesquisa perguntou aos sujeitos dados demográficos, informações sobre suas tatuagens, e as suas experiências durante os procedimentos de ressonância magnética. Os resultados de 1032 inquéritos foram tabulados. Cento e trinta e cinco (13,1%) sujeitos do estudo foram submetidos a ressonância magnética, depois de ter aplicado cosméticos permanentes. Apenas dois indivíduos (1,5%) apresentaram problemas associados com a ressonância magnética. Um sujeito relatou uma sensação de "formigamento leve" e outro relatou uma sensação de "queimação". Ambos os incidentes foram transitórios e não impediu a realização dos procedimentos de RM. Com base nestes resultados e informações adicionais na literatura, exames de ressonância magnética podem ser realizados em pacientes com cosméticos permanentes sem reações de tecidos moles ou eventos adversos. Portanto, a presença de 48 cosméticos permanentes não deve impedir que um paciente submeta-se ressonância magnética. Um relato de caso mostrou que um paciente que após um trauma da coluna vertebral submetido a um exame de ressonância magnética sofreu sensação de queimação no local de uma tatuagem no fêmur distal durante o exame, sendo necessária a cessação deste procedimento. Antes de sofrer um processo de RM, o paciente deve ser questionado se ele ou ela já teve uma técnica de coloração permanente (ou seja, a tatuagem) aplicada ao corpo. Esta pergunta é necessária porque um pequeno número de pacientes tem experimentado irritação cutânea temporária, inchaço cutâneo, ou sensações de aquecimento no local da tatuagem em associação com procedimentos de RM (Klitscher et al. 2005). Offret et al.(2009) relataram um caso de uma mulher de 24 anos de idade que possuía uma tatuagem cosmética permanente (eyeliner) sobre as quatro pálpebras feita cinco meses antes de ter se submetido à uma ressonância magnética de crânio. Depois de 1 minuto, a paciente relatou uma sensação de queimação associada à um eritema da pálpebra. O exame de ressonância magnética foi interrompido, a sensação de queimação resolvida até o final do exame e o eritema duas horas mais tarde. Um estudo realizado por Morishita et al.(2008) avaliou o efeito mecânico em tatuagem e maquiagem dos olhos causada por um gradiente espacial magnético no sistema de ressonância magnética. Sete tipos de tatuagem e três tipos de maquiagem para os olhos, ou seja, rímel, sombra e delineador foram utilizados. Em uma ressonância magnética de 3,0 Ts, determinaram-se esses ângulos de deflexão de acordo com um método 49 estabelecido pela American Society for Testing and Materials (ASTM) na posição que produziu a maior deflexão magnética induzido. Oitenta e cinco por cento das tatuagens mostraram ângulos de deflexão superior a 45 graus, e o rímel e sombra nos olhos mostrou mais de 40 graus. Isso aconteceu porque esses contêm pigmentos ferromagnéticos, como o óxido de ferro, mas as forças de translação foram muito pequenas, devido à massa leve. No entanto, é desejável que estes sejam removidos antes do exame de ressonância magnética para evitar problemas secundários. 50 3.14 PROJÉTEIS E BALAS A maioria dos projéteis e balas testados no ambiente de RM mostraram ser compostos de materiais não-ferromagnéticos. Entretanto, projéteis, balas e estilhaços são freqüentemente contaminados com materiais ferromagnéticos, e o risco-benefício de realizar um procedimento de RM deve ser cuidadosamente considerado. Uma consideração adicional deve ser tomada se o objeto metálico estiver localizado perto ou em uma estrutura anatômica vital, com a suposição de que o objeto é susceptível de ser ferromagnético e pode, potencialmente, se mover. A presença de projéteis de chumbo de espingarda de aço apresenta um risco potencial para pacientes submetidos a procedimentos RM e causa artefatos de imagem na posição imediata destes objetos metálicos (Shellock,2001-A). Eshed et al. (2010) conduziu uma investigação retrospectiva dos riscos potenciais para pacientes com fragmentos de metal retidos de combate e ataques terroristas, submetidos a ressonância magnética de 1,5 T . Em 17 pacientes os fragmentos de metal variavam de tamanho entre 1 e 10 mm. Um paciente relatou uma migração superficial de um fragmento de 10 mm após a ressonância magnética. Nenhuma outra reação adversa foi relatada. Os autores concluíram que a realização de exames de ressonância magnética de 1.5 T em pacientes com fragmentos de metal retidos de combate e ataques terroristas é segura, desde que estes não estejam próximos a órgãos vitais. No entanto, recomenda-se cautela. Em consideração a esta informação, profissionais de saúde devem ter cautela ao decidir executar procedimentos de RM em pacientes com projéteis, balas, estilhaços ou outros objetos balísticos. A avaliação destes pacientes pode ser realizada através de radiografia, para determinação do local do corpo estranho. 51 3.15 EFEITO MÍSSIL O "efeito míssil" refere-se à capacidade do componente do campo magnético estático de um sistema de RM para atrair um objeto ferromagnético, puxando-o rapidamente para o scanner por uma força considerável. Obviamente, esses efeitos podem representar um risco significativo para o paciente dentro do /no sistema de RM ou qualquer um que está no caminho do projétil. Além disso, pode resultar em um dano considerável para o sistema de RM, devido ao impacto do objeto ferromagnético (ECRI, 2001). De acordo com Chaljub et al.(2001), acidentes relacionados com cilindros de oxigênio ferromagnéticos e outros cilindros de gás que podem se tornar projéteis pode estar aumentando. Na verdade, acidentes de efeito míssel para estes objetos têm resultado em pelo menos uma fatalidade, várias lesões, danos aos sistemas de RM e perda para os centros de ressonância magnética. Colleti (2004) relatou um caso em que uma paciente de 47 anos com câncer de mama em estágio 4 foi enviada para a realização de exames de RM. Após quatro sequências, a saturação de O2 da paciente reduziu e seu médico entrou na sala de RM carregando um cilindro de oxigênio com massa total de 80,6 kg. Este adquiriu efeito míssel e foi puxado com alta velocidade em direção ao gantry. O acidente causou leves escoriações e uma contusão no braço esquerdo do técnico assistente e não houve lesões para o paciente, entretanto foi danificado o cilindro de oxigênio, o gantry e as bobinas do aparelho de RM. Portanto, as instalações de ressonância magnética deve implementar uma política para administração segura de oxigênio para pacientes submetidos a procedimentos RM. Em vez de utilizar tubos para entregar diretamente gases 52 aos pacientes, o uso de cilindros de gás não-magnético (geralmente de alumínio) é um meio de prevenir os riscos de efeito míssil no ambiente de RM. Centros de ressonância magnética devem ter um número suficiente de cilindros de oxigênio não magnéticos e políticas rígidas para evitar que membros da equipe de emergência introduzam objetos ferromagnéticos no ambiente de RM. Cilindros não magnéticos devem ser claramente identificados e / ou com código de cores para evitar confusão com cilindros magnéticos. Além disso, somente os reguladores que foram testados e demonstraram ser aceitáveis para uso em um ambiente de alto campo magnético devem ser usados com os cilindros não magnéticos. Além disso, todos os trabalhadores de saúde que trabalham no ambiente de RM devem ser informados sobre o fato de que somente cilindros de oxigênio não magnéticos possuem permissão para entrar na sala de RM (ECRI, 2001). 53 3.16 INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS CIRÚRGICOS Ressonância magnética intervencionista tem evoluído bastante criando técnicas clinicamente viáveis para aplicações cirúrgicas e terapêuticas. Isto resultou no desenvolvimento e execução de procedimentos inovadores, que incluem biópsia percutânea (por exemplo, de mama, osso, cérebro, abdominal, etc.), a cirurgia endoscópica do abdômen, coluna e seios, cirurgia em cérebro aberto e guiado por RM e monitoramento de terapias térmicas (ou seja, induzida por laser, induzidas por radiofreqüência, e procedimentos crio-mediados). Instrumentos cirúrgicos e dispositivos são uma necessidade importante para RM intervencionista. Além dos problemas de segurança típicos da RM, há possíveis riscos no ambiente de ressonância magnética intervencionista relacionada com os instrumentos cirúrgicos e aparelhos que devem ser abordadas para garantir a segurança dos profissionais de saúde e pacientes. Muitos dos instrumentos convencionais e dispositivos são feitos de materiais metálicos que podem criar sérios problemas em associação com a ressonância magnética intervencionista. As questões de segurança que existem para instrumentos cirúrgicos e dispositivos incluem movimentos indesejados causados por interações de campo magnético (por exemplo, o "efeito míssil", atração de translação, torção), questões relacionadas com correntes elétricas, e o calor gerado por deposição de energia de radiofreqüência. Além disso, os aspectos operacionais de vários instrumentos podem ser adversamente afetados por campos eletromagnéticos usados na ressonância magnética. Artefatos associados ao uso de um instrumento cirúrgico podem ser particularmente problemáticos se estes estiverem sendo usados na área da imagem que se pretende estudar. Para resolver esses problemas, têm sido desenvolvidos diversos instrumentos e dispositivos cirúrgicos que não apresentam um risco adicional ou problema para o paciente ou profissional de saúde no ambiente de RM-intervencionista (Shellock, 2001-C). 54 3.17 SUTURAS Uma variedade de materiais, incluindo materiais não metálicos e metálicos, é usada para fazer suturas. Diversas suturas com as agulhas removidas foram testados em 1,5 e 3,0 T, pois não haviam sido previamente avaliadas em associação com o ambiente de RM e as implicações destes materiais para pacientes submetidos a procedimentos RM ainda era confusa. As maiorias das suturas avaliadas não apresentaram nenhuma interação com o campo magnético, enquanto duas (Sutura Flexon e Sutura de Aço, United States Surgical, North Haven, CT) mostraram menores ângulos de deflexão e torção. Para estas duas suturas, a aplicação in situ destes materiais fornece suficientes contra-forças para impedir o movimento ou deslocamento. Portanto, tendo em consideração a intenção de utilização in vivo destes materiais, todas as suturas com as agulhas removidas testadas até o momento são consideradas aceitáveis em sistemas de RM de 3 T ou inferiores (Shellock, 2002). 55 3.18 CATETERES E ACESSÓRIOS CARDIOVASCULARES Cateteres e acessórios cardiovasculares são indicados para uso na avaliação e monitoramento de pacientes críticos ou de alto risco, incluindo aqueles com insuficiência cardíaca aguda, choque cardiogênico, hipovolemia grave, alterações circulatórias complexas, síndrome do desconforto respiratório agudo, hipertensão pulmonar, certos tipos de arritmias e várias outras emergências médicas. Nestes casos, os cateteres cardiovasculares são usados para medir pressões intravasculares, pressões intracardíacas, o débito cardíaco e saturação de oxihemoglobina. Indicações secundárias incluem amostragem de sangue venoso e infusão de soluções terapêuticas ou medicamentos. Além disso, alguns cateteres cardiovasculares são projetados para estimulação cardíaca temporária e monitorização eletrocardiográfica intra-atrial ou intraventricular . Pacientes com cateteres ou acessórios cardiovasculares podem exigir uma avaliação utilizando procedimentos de RM ou estes dispositivos podem ser considerados para uso durante procedimentos de RM-guiada, assim, é imperativo que uma avaliação minuciosa ex-vivo seja conduzida para verificar os potenciais riscos da sua utilização nestes ambientes. Por exemplo, procedimentos de ressonância magnética, angiografia e espectroscopia podem desempenhar um papel importante na avaliação diagnóstica destes pacientes. Além disso, o desempenho de certos procedimentos intervencionistas de RMguiados pode exigir a utilização de cateteres cardiovasculares e acessórios para monitorar pacientes durante as biópsias, intervenções ou tratamentos. Um relato de caso realizado por Masaki et al.(2007) descreveu uma queimadura iatrogênica de segundo grau causada por um cateter (angioplastia coronária transluminal percutânea ou PTCA) envolto por uma estrutura tubular 56 trançada de aço inoxidável. A presença deste cateter PTCA causou uma queimadura superficial de abdome durante um procedimento de ressonância magnética realizado em 1,5 T e ilustra ainda mais os riscos potenciais associados com exames de ressonância magnética e cateteres cardiovasculares que são feitos de materiais metálicos ou condutores. Uma investigação realizada por Shellock et al. (2005-A) ainda comprova que temperaturas excessivas podem ocorrer por estimulação cardíaca desconexa em RM de sistemas operacionais de 1,5 T. Devido aos possíveis efeitos deletérios e imprevisíveis, os pacientes encaminhados para procedimentos de RM com cateteres e acessórios cardiovasculares que têm posicionado, internamente ou externamente, fios condutores ou componentes similares não devem ser submetidos a procedimentos RM por causa de possíveis riscos associados, a menos que informações de testes de segurança para RM demonstrem o contrário. 57 3.19 CLIPES HEMOSTÁTICOS Enxertos vasculares freqüentemente têm grampos ou prendedores aplicados que podem apresentar problemas de ressonância magnética por causa dos artefatos associados. Vários clipes vasculares hemostáticos e outros tipos de clipes ou grampos avaliados para interações com campos magnéticos não foram atraídos por campos magnéticos estáticos de RM com sistemas operacionais de 3 T, ou menos. Estes implantes foram feitos de materiais não ferromagnéticos tais como tântalo, titânio comercialmente puro, e formas não ferromagnéticas de aço inoxidável. Assim, os pacientes que têm os implantes feitos de materiais não magnéticos ou materiais magnéticos fracos não correm o risco de lesão durante os procedimentos de RM (Shellock, 2001-A). Dispositivos e clips endoscópicos estão agora disponíveis para o tratamento de hemorragia e microperfurações gastrointestinais. Todos os endoclips disponíveis comercialmente são rotulados como incompatíveis com a ressonância magnética. Para determinar a compatibilidade de endoclips diferentes com ambientes de RM foram medidos em diferentes posições a deflexão física e força de atração de endoclips: Resolution Clip, TriClip, QuickClip e Ethicon Endo-surgery Clip, usando um scanner de ressonância magnética com um campo de força de 1,5 T. Os endoclips que demonstraram deflexão foram anexadas a um estômago de porco e testados para descolamento em um campo de força de 1,5 T. Todos os endoclips, exceto o Ethicon Endo-surgery clip, demonstraram desvio físico nas condições testadas. A atração magnética foi mais forte para o Resolution Clip (0,7 gauss), em comparação com o TriClip (1,2 gauss) e o QuickClip (26,8 gauss). Apenas Triclip demonstrou o desprendimento a partir do tecido gástrico de suínos em condições de teste. Os autores concluiram que o Ethicon Endo-surgery Clip é compatível com ambientes de ressonância magnética. Todos os outros clipes 58 mostraram deflexão em um campo magnético, mas apenas o TriClip demonstrou desprendimento do tecido gástrico e, portanto, deve ser considerado incompatível com RM (Gill et al.,2009). Em um estudo realizado por Shellock (2002), a mola Surgiclip feito de aço carbono mostrou um ângulo de deflexão de 90 ° e uma torção de +4. No entanto, considerando a utilização in vivo deste dispositivo, pode ser possível que a força de fechamento proporcione contraforça substancial que possa impedir que ele seja movido ou desalojado. 59 3.20 BOBINAS, FILTROS E STENTS Bobinas, stents, filtros e enxertos vasculares foram avaliados em relação ao uso de sistemas de RM. Vários desses demonstraram interações de campo magnético em associação com scanners. Felizmente, os dispositivos que apresentaram interações positivas com o campo magnético se incorporam no tecido de forma segura dentro de seis semanas após a implantação. Portanto, para a maioria das bobinas, filtros, stents e enxertos que foram testados, é improvável que estes implantes sejam movidos ou desalojados como resultado da exposição a RM com sistemas operacionais em 1,5 T ou menos. A ressonância magnética (RM) pode fornecer informações importantes sobre os pacientes com cardiopatias congênitas. Há alguma relutância em realizar ressonância magnética após implantes de stents intravasculares, devido a preocupações de distorção ou movimento do stent no campo magnético. Rutledge et al.(2001) relataram três pacientes que foram submetidos à avaliação de RM em menos de 14 dias após o implante do stent Palmaz nas artérias pulmonares e veia cava superior, sem um resultado adverso agudo ou problemas a longo prazo. Para avaliar as questões de segurança e artefatos de imagem de bobinas destacáveis Guglielmi em equipamentos de RM com um sitema operacional de 3 T, foi realizada uma pesquisa onde foram construídos dois modelos de aneurisma: um de artéria carótida de suínos e outra de uma cápsula farmacêutica. Ambos estavam cheios de bobinas Guglielmi destacável. Nenhuma mudança na temperatura foi medida durante o movimento para dentro do gantry ou em diferentes pontos dentro do mesmo. Da mesma forma, nenhuma evidência de deflexão da massa da bobina (modelo de cápsula) foi 60 encontrado. Os autores concluíram que é seguro realizar procedimentos de RM de 3 T em pacientes com aneurismas tratados com bobinas destacáveis Guglielmi (Hennemeyer et al.,2001). Quatorze clips de aneurisma desenhados para serem colocado em aneurismas intracranianos permanentes, 19 stents da artéria coronária e 20 stents de artéria ilíaca foram avaliados em um equipamento de RM de 3 T. De 53 implantes biomédicos avaliados para interações do campo magnético de 3,0 T, um stent de artéria ilíaca de aço inoxidável (Zenith, Cook, Mönchengladbach, BRD) foi considerado potencialmente perigoso, pois o mesmo mostrou forças de deflexão (ângulo de deflexão 88 graus translacionais força de 299 mN) que excediam em muito a força gravitacional (Sommer et al.,2004). O stent Neuroform auto-expansível de nitinol projetado para uso em aneurismas intracranianos foi avaliado para o uso em equipamentos de RM de 3 T. Artefatos de aquecimento e de imagem foram avaliados usando um modelo de aneurisma da artéria carótida suína.Nenhum aquecimento foi observado, nenhuma evidência de deflexão do stent foi encontrado, e os artefatos de imagem foram mínimos. Assim, é seguro e viável submeter pacientes com aneurismas tratados com stents Neuroform a exames de RM (Nehra et al.,2004). Shellock & Forder (2005-B) avaliaram a segurança da interação de um stent coronariano (Endeavor, liga de cobalto, Medtronic Vascular, Santa Rosa, CA) com campo magnético, aquecimento, e artefatos em um RM de 3 T. O stent apresentarou menores interações com o campo magnético, não causando a migração do mesmo. O aquecimento observado não foi substancial (0,5 graus C). Os resultados indicaram que seria seguro para um paciente com 61 este tipo de stent coronariano submeter-se a ressonância magnética de 3 T, ou menos. Hiramoto et al.(2007 b) realizaram um estudo para avaliar os efeitos da ressonância magnética em próteses Z-stent feitas de aço inoxidável para a aorta abdominal. Quinhentos e cinqüenta pacientes foram submetidos à correção endovascular de aneurisma de aorta abdominal infra-renal em uma única instituição acadêmica, usando um stent de aço inoxidável Z-stent. Embora os pacientes fossem especificamente instruídos a não se submeter à ressonância magnética, uma análise retrospectiva identificou 22 pacientes (4%) submetidos à ressonância magnética após o implante da endoprótese. Dezessete dos 22 pacientes consentiram em ter seus registros examinados como parte deste estudo e foram submetidos à ressonância magnética em um intervalo médio de 669 dias (variação, 3-2179 dias) após o implante da endoprótese. Estes pacientes foram submetidos a procedimentos de RM com campos magnéticos de 1,5 T ou menos. Nenhum paciente apresentou qualquer sintoma de dor abdominal ou nas costas durante ou após a ressonância magnética. Comparação do pré e pós-RM não mostrou nenhuma mudança na estrutura ou função da endoprótese em qualquer um desses. Com base nesta experiência limitada, os autores chegaram a conclusão de que a ressonância magnética não tem nenhum efeito discernível sobre a estrutura, posição ou função de próteses Z-stent da aorta abdominal feitos de aço inoxidável. Patel et al.(2006) realizaram uma pesquisa a fim de determinar a segurança da ressonância magnética cardíaca, em um equipamento de 1,5 T, realizada precocemente (<14 dias) após o implante de stent coronário em pacientes com infarto agudo do miocárdio. O grupo de estudo consistiu de 66 pacientes com 97 stents, 38 (39%) dos quais eram de eluição de drogas. O grupo controle incluiu 124 pacientes com 197 stents, 21 (10,7%) dos quais eram 62 de eluição de drogas. Não houve diferença significativa no desfecho combinado de morte, infarto do miocárdio não-fatal ou revascularização entre o grupo de estudo (2,0%) e o grupo controle (6,5%) nos grupos de 30 dias de acompanhamento. A taxa de sobrevivência aos seis meses de acompanhamento foi de 91% no grupo de estudo e 83,7% no grupo controle. Nenhum evento adverso cardiovascular ocorreu em pacientes com stents farmacológicos que foram submetidos a ressonância magnética. A conclusão foi que a RM cardíaca realizada logo após o infarto agudo do miocárdio e revascularização percutânea com stents de metal ou stents farmacológicos parece segura. O risco de eventos cardiovasculares adversos são baixos e semelhante aos observados em pacientes que não se submetem a ressonância magnética. Buscou-se investigar os efeitos precoces e tardios da ressonância magnética em stents de trombose e os principais eventos adversos após a implatação de stents coronarianos em um período de longo prazo de seguimento. Quarenta e três pacientes (28 homens, idade média 63 + / -10 anos) que foram submetidos a implante de stents coronarianos antes do exame de ressonância magnética foram incluídos na pesquisa e submetidos, posteriormente, a exames de RM de 1,5 T. Pacientes submetidos à ressonância magnética no prazo de 8 semanas após o procedimento foram incluídos no grupo de prazo precoce (17 pacientes), e aqueles que foram submetidos a ressonância magnética após 8 semanas foram incluídas no grupo de prazo tardio (26 pacientes). A média de seguimento foi de 36 + / -15 meses. Novas lesões foram observadas em quatro pacientes no grupo precoce e dois pacientes no grupo tardio. Reestenose foi observada em dois pacientes no grupo precoce e três pacientes do grupo tardio. Eventos cardíacos adversos importantes (síndrome coronariana aguda, infarto do miocárdio, morte e acidente vascular cerebral) foram observados em sete dos pacientes do grupo precoce (41%), e em seis do grupo tardio (23%). Assim, concluiu-se que procedimentos 63 de RM podem ser realizados com segurança em pacientes com implantes de stents coronarianos, e não está associada com um risco aumentado de grandes eventos cardíacos adversos em longo prazo de seguimento (Kaya et al.,2009). 64 3.21 VÁLVULAS CARDÍACAS E ANÉIS DE ANULOPLASTIA Com o crescente número de pacientes tratados com dispositivos cardiovasculares implantados, permanentes ou temporários, está se tornando cada vez mais importante esclarecer questões de segurança em relação à realização de exames de RM em pacientes com esses dispositivos. Procedimentos de RM seguros envolvem uma triagem cuidadosa do paciente inicial, a determinação precisa do dispositivo cardiovascular implantado permanente ou temporário e suas propriedades, uma análise cuidadosa dos riscos e benefícios de realizar o exame, e, quando indicado, gerenciamento médico e supervisão apropriados (Levine et al. 2007). Um estudo realizado por Edwards et al. (2005) examinou os efeitos do envelhecimento sobre a resistência do tecido cardíaco e sua capacidade de suportar forças associadas a RM com um sistema de 4,7 T. O objetivo desta pesquisa foi determinar as forças necessárias para causar descolamento parcial ou total de uma prótese valvular cardíaca em pacientes com doenças degenerativas relacionadas à idade expostos a ressonância magnética. Concluiu-se que doenças cardíacas degenerativas específicas relacionadas com a idade endurecem e fortalecem o tecido, resultando em forças significativas necessária para puxar uma sutura através da válvula de tecido do anel. Vale ressaltar que essas forças são substancialmente maiores do que as induzidas magneticamente em 4,7-T. Assim, pacientes com doenças degenerativas valvular não são susceptíveis de estar em risco durante a exposição a campos magnéticos estáticos menores ou iguais a 4,7-T. Shellock (2001-B) realizou um estudo com objetivo de determinar aspectos de segurança em ressonancia magnetica e artefatos para três diferentes próteses cardíacas valvares e dois anéis de anuloplastia diferentes, 65 que não foram avaliadas previamente em associação com o ambiente de RM com um sistema de 1,5 T. Para as três próteses valvares e dois anéis de anuloplastia, a falta de interações significativas do campo magnético indicou que os procedimentos de RM podem ser realizados com segurança em pacientes com estes implantes, usando sistemas operacionais de 1,5 T ou menos. Dezessete próteses cardiacas valvares comuns (12 mecânicos, cinco biológicas) foram examinados in vitro utilizando um sistema de RM de alto campo de força 1,5 T.O objetivo deste estudo foi avaliar o ferromagnetismo, as forças de atração, os efeitos de aquecimento, e artefatos associados a implantes de prótese valvares. Os autores concluiram que o sistema de RM não exerceu força significativa no próteses valvares, e não resultou em um aumento significativo da temperatura biológicas relevantes. Nenhum dos artefatos associados é considerado um risco substancial na ressonância magnética (Pruefer et al. 2001). Com relação a procedimentos clínicos de RM, não houve relato de um incidente de paciente ou lesão relacionada com a presença de uma válvula cardíaca ou anel de anuloplastia. No entanto, deve-se notar que nem todas as próteses valvares cardíacas foram avaliadas e pelo menos um protótipo existe que tem componentes magnéticos (Shellock, 2002). 66 3.22 MARCAPASSOS CARDÍACOS E DESFIBRILADORES CARDÍACOS IMPLANTÁVEIS Marca-passos cardíacos e desfibriladores cardíacos implantáveis são dispositivos cruciais implantados para pacientes com doenças cardíacas e servem para manter a qualidade de vida e reduzir substancialmente a morbidade. Indicações expandidas para estimuladores cardíacos (por exemplo, insuficiência cardíaca, apnéia obstrutiva do sono e outras condições) destacam que um número crescente de pacientes serão tratados com esses dispositivos. Atualmente, esses implantes cardiovasculares são considerados contraindicação relativa para os pacientes encaminhados para procedimentos de RM. Além disso, pessoas com marcapassos cardíacos e desfibriladores cardíacos implantáveis devem ser impedidas de entrar no ambiente RM devido a riscos potenciais. Os efeitos do ambiente e procedimentos de RM sobre os aspectos funcionais e operacionais de estimuladores cardíacos variam, dependendo de vários fatores, incluindo o tipo de dispositivo, como o dispositivo é programado, a força do campo magnético estático do sistema de RM, e as condições de imagem usadas para o procedimento (ou seja, a região anatômica, tipo de bobina de radiofreqüência utilizada, a seqüência de pulso, a quantidade de energia de radiofreqüência utilizada, etc.) Em estudos com phantons, Luechinger et al. (2001) investigaram os efeitos de força e torção do campo magnético estático de RM em marca-passos e desfibriladores cardíacos implantáveis. Trinta e um marca-passos (15 câmara dupla e 16 unidades de uma câmara) de oito fabricantes e 13 desfibriladores cardíacos implantáveis de quatro fabricantes foram expostos ao campo magnético estático de uma ressonância magnética de 1,5 T. Força magnética e medições de aceleração foram obtidas quantitativamente, e medições de torção foram feitas qualitativamente. Os marcapoassos lançados depois de 1995 67 tiveram valores baixos de força magnética, em comparação com os dispositivos mais antigos. Para esses dispositivos, a aceleração medida foi menor do que a gravidade da Terra (<9,81 N / kg). Da mesma forma, os níveis de torção foram significativamente reduzidos em marcapassos de nova geração (<ou = 2 de uma escala de 6). Já os desfibriladores cardíacos implantáveis, com exceção de um modelo recente, apresentaram maiores valores de aceleração (9,5-34,2 N / kg) e torção (5-6 de 6). Em conclusão, os marcapassos modernos não apresentam qualquer risco de segurança com relação a força magnética e torção induzidas pelo campo magnético estático de uma ressonância magnética de 1,5 T. No entanto, os desfibriladores cardíacos implantáveis, apesar da redução considerável no tamanho e peso, ainda podem causar problemas devido à forte força magnética. Anfinsen et al.(2002) descreveram um relato de caso em que um paciente foi submetido a ressonância magnética cerebral sem ser percebido que um marcapasso cardíaco havia sido implantado oito dias antes.Um ruído eletromagnético induzido durante a ressonância magnética foi detectado como fibrilação ventricular e quase causou choques inapropriados, o indicador de bateria mudou para "o fim da vida", mas isso foi revertido pela mudança do capacitor. Estes problemas poderiam ter sido evitados pela inativação do marcapasso antes de ressonância magnética. Três meses depois, o limiar de estimulação no implante aumentou de 0,4 V por 0,5 ms para 2,8 V por 0,5ms. Os autores chegaram a conclusão de que a ressonância magnética em pacientes com marcapassos ativos pode causar complicações com risco de vida, e não se sabe se a RM pode ser realizada com segurança se o marcapasso for inativado. Portanto, a ressonância magnética de pacientes com marcapasso permanece contra-indicada. 68 Em um estudo realizado para determinar se os pacientes com marcapasso poderiam seguramente passar por ressonância magnética de 1,5 T, submeteu cinqüenta e quatro pacientes a um total de 62 exames de RM de 1,5 T. O tipo de exame de ressonância magnética não foi limitado e incluiu exames de ressonância magnética cardíaca, vascular, e geral. Restrições não foram colocadas sobre os tipos de marca-passos presentes no paciente. Todos os marcapassos foram avaliados imediatamente antes e depois de ressonância magnética, e os pacientes foram monitorizados continuamente. Um total de 107 ligações e 61 geradores de pulso foi avaliado. Não ocorreram efeitos adversos. Quarenta condutores (37%) sofreram mudanças, enquanto 10 (9,4%) sofreram uma mudança significativa. Apenas 2 dos 107 marcapassos (1,9%) exigiram uma mudança na sua programação. Alterações eletrocardiográficas e sintomas do paciente eram menores e não exigiram a cessação da RM. Foi, então, demonstrado que é seguro a realização de procedimentos de RM de 1,5 T nesta série de pacientes com marca-passos (Martin et al.,2004). Foram testados in vitro e in vivo o aquecimento de marcapassos, função do dispositivo, forças agindo sobre o dispositivo e distorção de imagem em marcapassos cardíacos submetidos a exames de Rm de 1,5 T. Marcapassos mais velhos (fabricados antes de 2000) foram danificados pelos equipamentos de RM. A força máxima agindo em dispositivos mais recentes foi <100 g. Marcapassos com sistemas modernos (fabricados depois de 2000) foram implantados em cães (n = 18), e depois de quatro semanas, exames de RM de 3-4 horas foram realizados.Não ocorreram disfunções nestes dispositivos. Os limiares de estimulação e a amplitude dos eletrogramas intracardíacos permaneceram inalterados ao longo de oito semanas, exceto em um animal que, após a ressonância magnética, teve uma falha de captura de transientes (<12 horas). Dados patológicos dos animais examinados revelaram necrose ou fibrose muito limitadas na ponta da área de chumbo, que não era diferente de controles não submetido a ressonância magnética. Os dados sugerem que 69 certos marcapassos modernos podem ser de fato seguros para serem submetidos a ressonância magnética. Isto pode ter importantes implicações clínicas para as práticas atuais de imagem (Roguin et al.,2004). Existem dados de estudos prospectivos de 232 pacientes com marcapasso que se submeteram à RM em sistemas de 0,5-1,5 T. Embora uma variedade de parâmetros dos marcapassos tenam sido avaliados antes, durante, imediatamente após e 3 meses após a RM, não foram observadas mudanças nos mesmos. Nenhum paciente relatou sensações anormais, tais como movimento de marcapasso ou batimentos cardíacos irregulares. Estes resultados sugerem que exames de ressonância magnética podem ser considerados seguros para locais periféricos, como o cérebro e joelho. Assim, pacientes portadores de marcapasso devem ser avaliado individualmente para a sua adequação para a ressonância magnética, que pode ser realizada com segurança em condições definidas ( Loewy et al.,2004). Um relato de caso descreveu os efeitos de uma ressonância magnética realizada em um paciente sem perceber que um desfibrilador cardíaco implantável havia sido previamente implantado. Depois de alguns segundos de exame a adversidade foi reconhecida e o exame foi interrompido imediatamente. O paciente não era marcapasso-dependente e não tinha queixas físicas, nem alterações eletrocardiográficas no ECG de superfície. A avaliação do desfibrilador cardíaco implantável mostrou um modo de backup com parâmetros para a estimulação cardíaca e detecção de arritmia. O dispositivo não pode ser programado pelo programador externo. Com a exceção de imprimir os parâmetros, todas as funções de software não eram mais viáveis. Um exame do dispositivo mostrou que uma parcela importante da memória do mesmo havia sido corrompida . Assim,inferiu-se que os desfibriladores cardíacos implantáveis de uma nova geração são suscetíveis à interferência 70 magnética, com o perigo de perda total da programação (Fiek et al.,2004). Modelos de 24 marcapassos implantados e 45 eletrodos implantados foram testados in vitro com relação às forças de translação, aquecimento de fios, o comportamento do sistema implantado (ativado vs desativado) e seu funcionamento em um sistema de ressonância magnética de 1,5 T . Com base nestes resultados, 63 exames de RM em 45 pacientes com marcapassos implantados foram realizadas. Antes do procedimento de RM, os marcapassos foram re-programado no modo assíncrono. Monitoração contínua de ECG e oximetria de pulso foram realizadas durante a ressonância magnética. Os marcapassos foram analisados antes do exame de ressonância magnética, imediatamente após a ressonância magnética e três meses após os exames de ressonância magnética, incluindo a determinação dos limiares de estimulação para avaliar o potencial térmico nas pontas de chumbo. Forças de translação e aumento da temperatura estavam em uma escala que não representa uma preocupação de segurança de um ponto de vista biofísico. Nenhuma alteração para os parâmetros programados do marcapasso ou dano de componentes destes marcapassos foram observados nem in vitro nem in vivo. Todos os estudos dos pacientes foram concluídos sem quaisquer complicações. Limiares de estimulação atrial e ventricular não se alteraram significativamente imediatamente pós-RM, nem nos 3 meses de acompanhamento. A conclusão é que procedimentos de RM cerebral de 1,5 T podem ser realizados com segurança quando são utilizadas estratégias adequadas (re-programando o marcapasso a um modo assíncrono, o monitoramento contínuo de ECG e oximetria de pulso, limitando o valor SAR das seqüências de ressonância magnética) ( Schmiedel et al.,2005). Um estudo realizado por Luechinger et al. (2005) mostrou os efeitos de aquecimento na interface entre a ponta de chumbo do marcapasso e o 71 miocárdio, investigados em um modelo animal durante a ressonância magnética de 1,5 T. Marcapassos com fios com sensores de temperatura adicionais foram implantados em nove animais. Aumentos de temperatura de até 20 graus C foram medidos durante ressonância magnética do coração. Significativa mudança de limiar de impedância e um menor estímulo pôde ser visto. No entanto, patologia e histologia não demonstraram claramente os danos induzidos pelo calor. Portanto, o risco potencial de dano ao tecido não pode ser excluído, embora alterações reproduzíveis em nível histológico não foram encontradas. Treze pacientes portadores de marcapassos implantados com um modelo Affinity DR 5330 (St. Jude Medical) conectado a um modelo Tendril 1388 (St. Jude Medical) foram submetidos a procedimantos de RM com um sistema operacional de 2,0 T por uma variedade de indicações. Todos os pacientes apresentaram um ritmo estável espontâneo no momento do exame de ressonância magnética e não foram considerados como pacientes marcapassodependentes. As funções de detecção e de estimulação foram analisadas e a impedância de ambos foi medido antes e após o exame. Todos os pacientes foram monitorados utilizando um monitor padrão eletrocardiográfico e comunicação verbal direta. Inibição do marcapasso, estimulação assíncrona, ou ritmo inadequadamente rápido não foram observados. Nenhum paciente relatou desconforto, calor ou sensação de movimento no local do implante. Não houve diferenças significativas na detecção, estimulação, limiar de captura de ritmo, e impedância antes e depois da ressonância magnética. Os resultados deste estudo sugerem que a realização de procedimentos de ressonância magnética de 2,0 T em pacientes com marcapassos de modelo Affinity DR 5330 ligados a um modelo Tendril 1388 é seguro (Del Ojo et al.,2005). 72 Para determinar se as estratégias simples usado para realizar procedimentos de RM seguros em pacientes portadores de marcapasso poderia ser aplicada a pacientes portadores de desfibrilador cardíaco implantáveis, Gimbel et al.(2005) realizaram um estudo, onde sete pacientes foram submetidos a oito exames de ressonância magnética de 1,5 T. A análise após o exame de RM mostrou que todos os dispositivos não demonstraram mudanças na estimulação, sensoriamento, impedâncias, tempos de carga, ou no status da bateria.Chegou à conclusão de que pacientes portadores de desfribiladores cardíacos implantáveis podem realizar procedimentes de RM se a reprogramação adequada e monitoramento for implementado. Um estudo realizado por Nazarian et al.(2006), avaliou 55 pacientes que se submeteram a exames de ressonância magnética , 31 eram portadores de marca-passo, e 24 tinham um desfibrilador implantável. O modo de estimulação foi mudado para "assíncrona" para pacientes dependentes de marcapassos e "procura" de outros. Pressão arterial, ECG, oximetria, e os sintomas foram monitorados. Não foram observados episódios de inibição ou ativação inapropriada da estimulação. Não houve diferenças significativas entre os valores iniciais e imediatos ou em longo prazo (média de 99 dias após a RM) de amplitudes de sensoriamento, impedâncias do chumbo, ou limiares de estimulação. Os autores chegaram à conclusão de que tomadas as devidas precauções, ressonância magnética cardíaca e não-cardíaca podem, potencialmente, ser realizadas com segurança em pacientes com marca-passo implantável e sistemas de desfibrilação. Atualmente, os marcapassos cardíacos são menores e têm uma melhor protecção contra interferência eletromecânica. Um recente estudo in vitro e in vivo mostrou que estes dispositivos podem ser submetidos com segurança a ambientes de RM. Três pacientes com marca-passos que foram submetidos a 73 exames de ressonância magnética cerebral. O estudo incluiu pacientes com claras indicações clínicas para o exame de ressonância magnética e que haviam implantado dispositivos que mostravam ser seguros pelos testes in vitro e em testes em animais in vivo. Durante a verificação, a telemetria contínua do eletrocardiograma, freqüência respiratória, oximetria de pulso e sintomas foram monitorados. Taxa de absorção específica foi limitada a 4,0 W / kg para todas as seqüências. Parâmetros do dispositivo foram avaliados antes, imediatamente após a ressonância magnética, e uma semana depois. Nenhum dos pacientes era marcapasso-dependente. Durante o estudo de ressonância magnética, nenhum movimento do dispositivo foi sentido pelos pacientes, e não houve episódios de inibição inadequada ou ativação rápida de estimulação. Não houve diferenças significativas nos parâmetros dos dispositivos de pré-, pós-, e uma semana depois do procedimento de RM. Assim, tomadas as devidas precauções, a RM pode ser realizada com segurança em pacientes com um marcapasso permanente atual (Goldsher et al.,2006). Um estudo avaliou 82 pacientes portadores de marcapasso que realizaram um total de 115 exames de RM com sistemas de 1,5T. Para minimizar o aquecimento de chumbo relacionado com a radiofrequencia , a taxa de absorção específica foi limitada a 1,5 W / kg. Os pacientes foram monitorados com ECG e oximetria de pulso. Todos os marcapassos foram analisados imediatamente antes e após o exame de ressonância magnética e após 3 meses, incluindo a medição do limiar de captura de passo e os níveis de troponina sérica cardíaca. Todos os exames de RM foram concluídos de forma segura. Inibição da produção de marca-passo ou indução de arritmias não foram observadas. O limiar de captura de passo aumentou significativamente de pré para o pós-RM. Em 4 de 114 exames, os níveis de troponina aumentaram de um valor basal normal para acima do normal após a ressonância magnética, e em 1 caso (troponina pré-RMI 0,02 ng / mL, pós-RMI 0,16 ng / mL), esse aumento foi associado com um aumento significativo no limiar de captura de passo.Concluiu- 74 se que exames de RM extra-torácicas de pacientes não-dependentes de marcapassos podem ser realizados com uma relação risco-benefício aceitável sob condições controladas (Sommer et al.,2006). Marcapassos (ADX XL DR 5386 e DR 5380; 1688T/52-cm atrial e ventricular) e desfibriladores cardíacos implantáveis (Atlas V-243, Epic V-236, e Epic HF V-350; Riata 1581/65- cm e QuickSite 1056K/75-cm; St. Jude Medical, Sylmar, Califórnia, EUA) foram avaliados para as interações do campo magnético. O aquecimento relacionado a ressonância magnética foi avaliado usando vários níveis de potência de radiofrequencia e as condições incluiram varreduras em diferentes regiões do corpo. Os aspectos funcionais dos dispositivos foram avaliados imediatamente antes e após os procedimentos de ressonância magnética utilizando nove diferentes seqüências de pulsos.As interações do campo magnético não criaram um perigo para estes marca-passos edesfibriladores cradíacos implantáveis. Todos exames de crânio e de coluna lombar resultaram em mudanças de temperatura <ou = 0,5 graus C em SARs variando de 2,0 a 3.0-W/kg. Para a área torácica , o aumento da temperatura variou de 0,4 graus C a 3,6 º C em um SAR de 2.0-W/kg. Nenhuma corrupção de memória, alterações de hardware, ou alterações nos parâmetros do dispositivo foram vistos. Os autores deste estudo concluíram que interações de campo magnético não perigosas ou aquecimento fisiologicamente significativo ocorreram em determinadas condições, mas não houve efeito permanente sobre a função dos dispositivos avaliados. Portanto, seguindo condições específicas, estes marca-passos e desfibriladores cradíacos implantáveis podem ser seguro para os pacientes submetidos a procedimentos de RM em 1,5 T (Shellock et al.,2007-A). Heatlie & Pennell (2007) apresentaram um estudo onde cinco pacientes não- dependentes de marcapasso foram submetidos a seis 75 procedimentos de RM cardíaca em aparelo com sistema operacional de 0,5 T. Sequencias Spin-eco, gradiente eco e em tempo real foram usadas, com taxas de absorção específica de até 0,1 W / kg. Um cardiologista estava presente durante cada varredura, e o paciente teve monitorização eletrocardiográfica e não-invasiva contínua dos sinais vitais. Cinco dos exames foram realizados sem incidentes fornecendo informações diagnósticas úteis, que não foram comprometidas pelo artefato evidente a partir da caixa do marcapasso. Em um dos casos, o marcapasso começou a passear na tensão máxima a uma taxa fixa de 100. Este paciente foi removidodo ambiente de RM, e não houve seqüelas clínicas. Esta experiência mostrou que a RM cardíaca com um sistema operacional de 0,5 T podem ser realizadas em pacientes não-dependentes de marcapasso, emcircunstâncias supervisionados de perto, onde a avaliação benefício-risco é considerada positiva. Foram realizados exames de RM com sistemas operacionais de 3 T em 44 pacientes com marcapasso cardíaco e uma forte necessidade clínica,estes pacientes foram submetidos a um total de 51 exames de RM do cérebro . Eletrocardiógrafo e oximetria de pulso foram usados para o monitoramento contínuo durante a ressonância magnética. As características e funções do marcapasso foram avaliadas antes e imediatamente após a ressonância magnética e em 3 meses. Os níveis séricos de troponina foram medidos antes e 12 horas após a imagem para detectar lesão térmica do miocárdio. A reprogramação do marcapasso foi realizada antes da RM dependendo da taxa cardíaca intrínseca do paciente (<60 batimentos por minuto, estimulação assíncrona;> ou = 60 batimentos por minuto, o modo nãosensorial). Para os testes in vitro, a força máxima de translação foi 2,150 mN, e torque máximo foi de 17,8 x 10 (-3) N xm. O aumento da temperatura máxima foi de 2,98 graus C. Para os exames do paciente, todos os exames de RM (51 de 51) foram concluídas de forma segura. Não houve significativas mudanças na impedância, no nível de limiar de estimulação, ou nos níveis séricos de captura 76 de troponina. Concluiu-se que RM cerebral com sistemas operacionais de 3 T em pacientes com marcapassos cardíacos pode ser realizada com segurança quando precauções de segurança são tomadas (Naehle et al.,2008). Uma pesquisa realizada por Gimbel (2008) submeteu 14 pacientes, com uma variedade de dispositivos elétricos cardíacos implantáveis de vários fabricantes, a procedimentos de RM com sistema operacional de 3 T. A análise dos dispositivos foi realizada antes, imediatamente após, e 1-3 meses após a ressonância magnética. Para pacientes não-dependentes de marcapassos, foram feitas tentativas para deixar os dispositivos no modo desligado, conceitualmente tornando o dispositivo "invisível". Em pacientes dependentes de marcapasso, o dispositivo foi programado para o modo assíncrono, com o objetivo de tornar os dispositivos conceitualmente “invulneráveis” aos efeitos de ressonância magnética. A taxa de absorção específica (SAR) foi limitada a 2W/kg. Nenhuma mudança significativa nos parâmetros programados, limiares de estimulação, sensoriamento, impedância, ou parâmetros de bateria foi notada. Um paciente observou sensação de queimação no peito durante a varredura. Concluiu-se que pacientes portadores de dispositivos elétricos cardíacos implantáveis podem ser submetidos a exames de RM com sistema operacional de 3T , quando uma reprogramação do dispositivo antes do exame de RM ocorre em conjunto com uma monitorização extensiva, supervisão e acompanhamento. Experimentos in vitro foram conduzidos com duas configurações diferentes de marcapassos, usando sondas fluoroscópicas para medir o aumento da temperatura. O primeiro experimento consistiu na exposição de uma caixa retangular com solução salina e um marcapassos submetidos a um procedimento de ressonância magnética com um campo de 64 MHz, com taxa de absorção específica (SAR) de 1 W / kg. O maior aumento de SAR e 77 temperatura foi de 3000 W / kg, 12 graus C, respectivamente, e ocorreu para a configuração de implante com maior área. A segunda configuração experimental consistiu de um torso humano em forma de gel preenchido com solução salina e um marcapasso que foram expostos a um scanner de ressonância magnética real, utilizando-se seqüências clínicos com SAR até 2 W / kg. Os pesquisadores observaram que marcapassos maiores tem um maior aquecimento e que os marcapassos implantados no lado direito do peito mostraram a mais alta temperatura e SAR local (11,9 º C, 2.345 W / kg), enquanto os implantados no lado esquerdo do peito foram menos aquecidos (6,3 graus C, 1362 W / kg). Conclui-se, então, que a quantidade de aquecimento na ponta de chumbo induzido por ressonância magnética depende fortemente da geometria do implante, sobretudo na área do chumbo, do comprimento do fio exposto, e posição do implante. Portanto, para minimizar o aquecimento na ponta de chumbo induzido por ressonância magnética, este deve ser tão curto quanto possível (Calcagnini et al.,2008). Um total de 47 pacientes submetidos a um total 171 exames de RM foram identificados e incluídos em um estudo para avaliar possíveis efeitos cumulativos de exames de RM repetidos em pacientes portadores de marcapassos cardíacos. Os marcapassos foram avaliados imediatamente antes e depois do procedimento de RM, e após 3 meses, incluindo a medição do limiar de captura de passo, impedância, e a tensão da bateria. Um aumento estatisticamente significativo, mas clinicamente irrelevante para diminuição do limiar de captura de passo e tensão da bateria foram encontrados. Não ocorreram alterações significativas ou clinicamente relevantes na impedância. No entanto, uma avaliação risco / benefício, entre outros relacionados a precauções de segurança com marcapassos cardíacos e procedimentos de RM, não podem ser excluídos (Naehle et al.,2009). 78 Uma pesquisa analisou as medições das correntes elétricas de radiofrequencia induzidas dentro de um marcapasso de chumbo para investigar o impacto da posição do dispositivo e sua configuração, na quantidade de aquecimento da ponta de chumbo relacionada com procedimentos de RM. Os resultados mostraram que determinadas configurações estão associadas com um risco muito aumentado de desenvolver o aquecimento induzido por RM, enquanto que várias configurações não mostraram um aquecimento significativo. A posição e configuração destes dispositivos de chumbo em relação ao meio circundante são cruciais para a quantidade de aquecimento induzido por radiofrequencia em ambientes de RM. Isto indica que um número considerável de dispositivos implantados podem não desenvolver aquecimento grave em ressonância magnética por causa de sua configuração específica. Pequenas variações na configuração podem, no entanto, fortemente aumentar o risco de efeitos de aquecimento, o que significa que situações perigosas podem aparecer durante a ressonância magnética (Norbdeck et al.,2009). De julho de 2007 a outubro de 2008, Pulver et al.(2009) realizaram onze exames de ressonância magnética em 11 pacientes que não eram dependentes de marcapasso. A estimulação foi desativada durante a ressonância magnética. E os dispositivos de chumbo e suas funções foram avaliados antes e após a RM, e em consultas subseqüentes. Não foram observados ritmo inadequado ou uma alteração significativa nos parâmetros dos marcapassos. Todos os exames de ressonância magnética foram de qualidade de diagnóstico.Estes autores concluíram que diagnóstico de RM de qualidade pode ser realizado com segurança em pacientes não-dependentes de marcapassos com ligações predominantemente epicárdicas. Um relato de caso mostrou um paciente com tetraplegia e suspeita de hematoma encaminhado para um procedimento de RM um dia depois que ele 79 tinha se submetido a um implante de marcapasso. O paciente também era marcapasso-dependente. Depois de se considerar a relação risco / benefício neste paciente, foi decidido realizar a verificação. A análise do dispositivo não encontrou nenhuma mudança no ritmo ou parâmetros de sensoriamento ou na bateria do marcapasso. Ao final do exame, o dispositivo foi reprogramado para as configurações iniciais. Os pesquisadores chegaram a conclusão de que, tomadas as devidas precauções, a ressonância magnética pode ser realizada com segurança em pacientes com dispositivos eletricos cardiacos permanentes implantáveis ( Goldsher et al.,2009). Naehle et al.(2009 B) realizaram uma pesquisa a fim de estabelecer e avaliar uma estratégia para o desempenho seguro de procedimentos de ressonância magnética de 1,5 T em pacientes com desfibriladores cardíacos implantáveis. Dezoito pacientes portadores de desfibriladores cardíacos implantáveis foram submetidos a exames de RM com um sistema operacional de 1,5 T; todos os exames foram concluídos de forma segura Para minimizar o aquecimento do chumbo relacionado a radiofreqüência, a taxa de absorção específica foi limitado a 2 W / kg. Os implantes foram reprogramadas antes do exame de ressonância magnética para evitar o ritmo competitivo e o potencial pró-arritmia. Todos os implantes foram analisados antes e depois do exame de ressonância magnética e após 3 meses, incluindo a medição do limiar de captura de ritmo, impedância do chumbo, tensão da bateria, e níveis séricos de troponina. Nenhuma mudança significativa de limiar de captura ritmo, impedância, e troponina cardíaca sérica foram observados. A tensão da bateria diminuiu significativamente do pré ao pós-RM. A conclusào dos autores foi que pacientes não-dependentes de desfibriladores cradíacos implantáveis podem realizar exames de RM com uma relação risco / benefício aceitável sob condições controladas. 80 Um estudo realizado em 2010 analisou cento e quatorze pacientes portadores de marcapasso, incluindo pacientes marcapasso-dependentes e pacientes não-dependentes, que foram submetidos a procedimentos de RM com um sistema operacional de 0,2 T devido a uma necessidade clínica urgente deste exame . Todos os marcapassos foram reprogramados antes de ressonância magnética: se a frequência cardíaca foi <60 bpm, o modo assíncrono foi programado para evitar inibição induzida pela RM; se a frequência cardíaca foi > 60 bpm, o senso-only foi usado para evitar ritmo competitivo e próarritmia potencial induzidos por RM. Os pacientes foram monitorados com ECG e oximetria de pulso. Todos os marcapassos foram analisados antes e depois da ressonância magnética, incluindo medição de impedância, o limiar de captura de ritmo, e a tensão da bateria. Todos os exames de ressonância magnética foram concluídas de forma segura. Não houve alterações estatisticamente significativas na impedância, no limiar de captura de ritmo, ou tensão da bateria. Assim, conclui-se que pacientes portadores de marcapasso,incluindo pacientes marcapasso-dependentes, podem ser submetido a exames de RM de baixo campo com uma relação risco-benefício aceitável sob condições controladas (Stratch et al.,2010). Vários relatórios recentes têm abordado a segurança e viabilidade da RM na presença de dispositivos cardíacos implantáveis. Dezoito pacientes (15 homens e 3 mulheres, com idade média de 59 anos) foram submetidos a RM usando um sistema operacional de 1,5 T. A discussão clínica foi realizada para verificar a absoluta necessidade médica do estudo antes de realizar a verificação. As análises incluíram verificação do dispositivo e programação de antemão do mesmo, o monitoramento do paciente durante o exame e verificação do dispositivo e reprogramação após o exame. Trinta e quatro exames foram realizados, e só um era de qualidade de diagnóstico. Nenhum dos pacientes relatou efeitos colaterais e não ocorreram eventos fatais durante ou após os exames. Cinco casos de reversão espontânea do dispositivo para o 81 modo de backup foram registrados (quatro em um mesmo paciente). Este estudo mostrou que a realização de exames de RM nesses pacientes é viável, embora não recomendados para exames de rotina. As varreduras devem ser consideradas em uma base caso a caso e realizadas em uma instalação dedicada e especializada (Halshtok et al.,2010). Um estudo avaliou melhor o impacto dos riscos de aquecimento em marcapassos induzidos por radiofrequencia em um phantom de corpo em condições diversas de procedimentos de RM com sistema operacional de 1,5 T. Os resultados globais mostraram que a radiofrequencia induzida é maior com o phantom centralizado ao longo da direção superior-inferior da bobina de transmissão. A radiofrequencia induzida muda com a alteração do posicionamento do corpo, reduzindo a radiofrequencia global e local se o corpo e / ou implante condutores são movidos para fora do centro da bobina de transmissão ao longo da direção z. Portanto, a seleção adequada da área analisada pela ressonância magnética pode reduzir significativamente os riscos potenciais em pacientes com dispositivos médicos implantados (Nordbeck et al.,2010). Cento e três pacientes portadores de marcapassos ou desfibriladores cradíacos implantáveis foram submetidos a um total de 127 procedimentos de RM de qualquer área do corpo usando protocolos de costume, com configurações padrão de pico de SAR. Nenhum paciente era marcapasso-dependente. Os limiares foram analisados imediatamente antes e após o exame. Para todas as verificações, a média de pico SAR foi de 2,5 W / kg. Limiares de estimulação pré e pós-scan não foram alteradas, embora as amplitudes e impedâncias do marcapasso diminuiram significativamente. Este estudo atual sugere que a ressonância magnética pode ser realizada com segurança em pacientes adequadamente selecionados até um pico de SAR de 3,2 W / kg (Mollerus et 82 al.,2010). Um estudo prospectivo avaliou parâmetros clínicos e elétricos antes e depois da ressonância magnética realizada em 33 pacientes (cinco com desfibriladores cardíacos implantáveis e 28 com marcapassos). Não houve complicações clínicas. Houve uma falha de comunicação temporária em dois casos, e um sinal de segurança foi gerado em um marcapasso na freqüência máxima da ressonância magnética. Não houve restrições de técnica de imagem nem houve qualquer alteração permanente no desempenho do dispositivo de estimulação cardíaca (Buendía et al.,2010). Recentemente foi projetado um novo sistema de estimulação e testado clínicamente para o uso seguro em ambientes de ressonância magnética. Um estudo verificou a segurança e a eficácia deste sistema recémprojetado em relação aos resultados para implantes convencionais. Durante um período de 11 meses, 107 pacientes consecutivos (71 homens e 36 mulheres, idade 72,6 + / - 8,5 anos) foram implantados com um sistema de fixação ativa (Medtronic 4076) e um grupo de 50 pacientes foi submetido a procedimentos de RM, enquanto um grupo de 57 pacientes não foi submetido a este procedimento (grupo controle). Os dados do implante foram coletados no pós-operatório com 1, 3, 6 e 12 meses. Nenhum caso de limiares de estimulação altos ou inadequados foi observado. Não houve complicações, e nenhum paciente apresentou deslocamento do eletrodo subseqüente. Este estudo fornece fortes evidências de que é viável e seguro o uso desta nova tecnologia em ambientes de RM (Forleo et al.,2010). Um estudo realizado por Burke et al.(2010) avaliou a viabilidade e segurança de um protocolo criado por estes pesquisadores para o uso de 83 ressonância magnética em pacientes com dispositivos elétricos cardíacos implantáveis, incorporando as novas recomendações sobre testes de limiares de desfibrilação. O protocolo consistiu de um acompanhamento contínuo durante o exame, a análise do dispositivo pré e pós-RM, a reprogramação do marcapasso para o modo assíncrono em pacientes marcapasso-dependentes e um modo não-sensoriamento para pacientes não-dependentes de marcapasso. Os dispositivos foram avaliados por impedância, bateria, ritmo e limites de detecção de ritmo. Um total de 92 exames de ressonância magnética de 1,5 T foi realizado em 38 pacientes. Um total de 13 pacientes marcapassodependentes, dez pacientes com desfibriladores cradíacos implantados, quatro pacientes portadoes de desfibriladores de terapia de ressincronização cardíaca, e 11 pacientes não- dependentes de marcapasso foram avaliados. Não foram observados danos nos circuitos do dispositivo, alterações de programação, choques inapropriados, a falta de ritmo, ou mudanças na detecção, ritmo, ou limiares de desfibrilação em uma ou várias sessões de ressonância magnética. Os pesquisadores sugeriram que este protocolo para a ressonância magnética em pacientes com dispositivos elétricos cardíacos implantáveis parece seguro, viável e reprodutível. Como foi dito, existem outros fatores que podem afetar questões de ressonância magnética para estes estimuladores cardíacos. Portanto, independentemente do fato de que as interações com o campo magnético não podem representar um risco para alguns dos implantes cardiovasculares que foram testados, esses mecanismos potencialmente perigosos devem ser considerados com cuidado para esses dispositivos. 84 3.23 SISTEMAS DE NEUROESTIMULAÇÃO Em razão da função pretendida pelos sistemas de neuroestimulação, incluindo aqueles usados para estimulação cerebral profunda (DBS), a estimulação da medula espinal (SCS) e estimulação do nervo vago (VNS), os campos eletromagnéticos usados para procedimentos de RM podem produzir uma variedade de problemas com esses dispositivos. Por exemplo, a alteração na função de um sistema de neuroestimulação que resulta da exposição a campos eletromagnéticos de um sistema de RM pode causar desconforto, dor ou lesão ao paciente. Procedimentos de RM relacionados com aquecimento têm sido relatados criando uma maior precaução com relação a muitos dispositivos diferentes usados para neuroestimulação. As investigações para definir os critérios aceitáveis para permitir exames de RM, incluindo os que envolvem sistemas de 1,5 e 3 T, a serem realizados em pacientes com sistemas de neuroestimulação implantados ,continuam em curso. Para Finelli et al. (2002), existe um potencial risco de aquecimento excessivo em pacientes com eletrodos de estimulação profunda do cérebro relacionados a procedimentos de RM, no entanto, os aumentos de temperatura são linearmente relacionados com os valores de SAR. Seqüências de imagens clínicas que estão associados com elevações de temperatura tolerável <ou = 2,0 graus C gama nas pontas eletrodo podem ser realizadas com segurança dentro de uma faixa SAR <2,4 W / kg. Spiegel et al. (2003) relatou que um paciente de 73 anos com eletrodos cerebrais profundos implantados bilateralmente para o tratamento da doença de Parkinson, exibiu movimentos distônicos e parcialmente balísticos da perna esquerda logo após uma sessão de ressonância magnética. Tais movimentos distônicos ou balísticos não haviam sido previamente observado 85 neste paciente. Nos meses seguintes, esse distúrbio do movimento foi resolvido completamente. Este caso demonstra os possíveis riscos de ressonância magnética em pacientes com estimuladores cerebrais profundos. Baker et al.(2005) realizou um estudo para avaliar as interações do campo magnético de 1,5 e 3 T em geradores de pulso implantável (BPI) e receptores de radiofreqüência (RF) usados em sistemas implantáveis de neuroestimulação. Dos sete BPI testados, um apresentou uma relação de torção (torção magnética induzida/ produto do peso do equipamento e comprimento) maior que 1,0. Os receptores de RF exibiram interações de campo magnético relativamente fortes em ambos os 1,5 e 3 T, exibindo força e relações de torção maiores que 1,0.Quatro BPI exibiram índices de força (força de atração magnética do dispositivo / peso) maior que 1,0, com a relação de força de magnitude total aumentando de forma significativa quando comparando um sistema de 1,5 T com um sistema de 3 T. Bhidayasiri et al. (2005) avaliou aquecimentos em sistemas de neuroestimulação bilateral usado para DBS relacionados à RM com ênfase em relevantes parâmetros de imagem para a avaliação clínica. Os resultados deste estudo mostraram que elevações de temperatura associadas com seqüências clínicas estavam dentro de uma faixa segura aceitável fisiologicamente para as condições de RM, especialmente para o uso de níveis relativamente baixos de SAR. Notavelmente, estes resultados são altamente específicos para os sistemas de neuroestimulação, técnicas de posicionamento do dispositivo, sistema de RM e as condições de imagem usadas nesta investigação. Henderson et al. (2005) descreveu um caso sério, uma lesão neurológica permanente secundária a uma lesão de radiofreqüência produzida 86 pelo aquecimento de um eletrodo de DBS associados à ressonância magnética de coluna lombar realizada em um paciente com doença de Parkinson. Segundo Georgi et al. (2005) certas precauções de segurança são recomendadas ao realizar procedimentos de RM em pacientes portadores de DBS, já que os resultados de seu estudo, onde avaliou-se a viabilidade de estimulação cerebral profunda ativa (DBS), durante a aplicação de seqüências clínicas para ressonância magnética funcional, indicam que existem graves perigos potenciais para os pacientes. Forte aquecimento, alta tensão induzida, até mesmo provocando defeitos no cabo de conexão puderam ser observados. Para Phillips et al.(2006), pacientes com DBS para estimulação do núcleo subtalâmico podem realizar, com segurança, procedimentos de ressonância magnética funcional em sistemas de 3 T e produzem um padrão consistente de ativação ipsilateral das estruturas motoras profundas do cérebro. Um levantamento de dados sobre a segurança da realização de procedimentos de RM em pacientes com implantes DBS foi realizado por Tagliati et al. (2009). Um total de 3.304 pacientes com um ou mais DBS submeteram-se a exames de ressonância magnética do cérebro, e 177 pacientes com DBS submeteram-se a ressonância magnética de outras regiões do corpo. Em um caso a RM foi associada com uma falha do gerador de pulsos implantável sem seqüelas neurológicas após a substituição do mesmo. Nenhuma outra complicação foi relatada. Estes dados fornecem evidências de uma relação risco / benefício favoráveis para procedimentos de RM cerebral em pacientes com implantes DBS. 87 Fraix et al. (2010) estudaram os efeitos dos sistemas de RM de 1,5 T RM nas configurações de sistemas elétricos implantados DBS. Quinhentos e setenta pacientes foram tratados com DBS para distúrbios do movimento e foram submetidos à ressonância magnética do cérebro após o implante de chumbo e antes da implantação do gerador de pulsos. Nenhum dos pacientes apresentou eventos adversos. Trinta e um desses pacientes foram submetidos a 61 sessões extras de ressonância magnética após o sistema DBS inteiro ter sido implantado. Os autores não relataram nem reação cutânea local nem desordens neurológicas durante ou após a sessão de ressonância magnética. Nenhuma mudança nas configurações do gerador de pulsos ocorreu quando este permaneceu desativado durante o procedimento. Um estudo realizado para examinar a segurança de ressonância magnética em pacientes submetidos a implante de eletrodos DBS para doença de Parkinson, tremor, e distonia, mostrou que embora os riscos potenciais da ressonância magnética em pacientes submetidos a DBS possam estar ligados a um aquecimento excessivo, correntes elétricas induzidas, a interrupção do funcionamento normal do aparelho, e interações de campo ou magnética, procedimentos de ressonância magnética podem ser realizados com segurança nestes pacientes e fornecem informações úteis sobre a localização exata do DBS para informar ao paciente sua programação específica com base na prática de aprendizagem (Chhabra et al., 2010). Pacientes com implates DBS completos, bem como aqueles com ligações exteriorizadas sofreram exames de RM cerebral. Para a maioria dos exames, as taxas de absorção específica (SAR) localizada para cabeça foram estimadas e em todos os casos os SAR foram maiores do que o especificado no rótulo do produto presente. Não houveram acontecimentos adversos relacionados com os procedimentos de RM cerebral. Entretanto, os autores 88 ressaltam que seus dados não devem ser extrapolados para incentivar o uso de ressonância magnética com parametros além da rotulagem presente (Nazzaro et al.,2010). Um estudo realizado por Weise et al. (2010) mostrou que em 211 pacientes, 243 exames de ressonância magnética foram realizados, incluindo 212 exames de RM pós-operatório. Em 12% (n = 24), 31 exames adicionais de RM adicionais por várias razões clínicas foram refeitos. Nenhum paciente demonstrou novos déficits neurológicos durante ou após as aquisições de ressonância magnética. Os procedimentos foram realizados em um sistema de 1,5 T com valores SAR medido até 0,9 W / kg em comparação com a recomendação do fabricante de 0,1 W / kg. O estudo de Ullman et al.(2010) acrescenta informações importantes para os dados sobre a segurança da RM em pacientes DBS. Neste estudo, a falta de achados patológicos na base de dados DBS e a falta de alterações teciduais relacionadas à exposição prolongada a RM de 3T nos cérebros postmortem sugerem que a utilização de ressonância magnética em pacientes com DBS pode ser relativamente segura. Shellock et al. (2004-A) realizou um estudo onde, um microestimulator (RF BION) foi avaliado para as interações do campo magnético e aquecimento relacionado a RM. Interações do campo magnético exibido pelo microestimulator não representam um perigo após ter decorrido um período pós-implantação adequado. Mudanças de temperatura não representaram um risco. A função do microestimulator não foi afetada pela ressonância magnética. Os resultados globais indicam que é seguro para um paciente com o microestimulator 89 submeter-se a ressonância magnética de 1,5 T, seguindo as orientações de segurança específicos descritos. Um estudo prospectivo in vivo em pacientes com sistemas de estimulação de medula espinhal, explorando as alterações produzidas pela ressonância magnética e os efeitos colaterais associados, foi realizado. Trinta e um pacientes com estes tipos de sistemas de estimulação em diferentes níveis da coluna vertebral que se submeteram a uma avaliação de ressonância magnética foram estudados durante um período de 18 meses. Todos os exames de ressonância magnética foram realizados com um sistema de 1,5 T e uma taxa de absorção específica de não mais que 0,9 W / kg. Nenhum dos pacientes apresentou hemodinâmica, alterações respiratórias ou neurológicas. A avaliação radiográfica após RM não revelou deslocamentos espaciais do sistema de estimulação de medula espinhal em nenhum caso (De Andres et al., 2007). Neuromodulação sacral tornou-se um método estabelecido para tratar a disfunção miccional. Atualmente o uso de estimuladores de nervo sacral implantado está se tornando mais populares em todo o mundo. Em um estudo realizado por Elkelini & Hassouna (2006), oito exames de RM em um sistema de 1.5 T foram conduzidos em áreas fora da bacia em seis pacientes com implantes de estimulação de nervo sacral (InterStim neuroestimulador; Medtronic, Inc, Minneapolis, MN, EUA). Durante a sessão de ressonância magnética, nenhum paciente apresentou sintomas que exigiam parar o exame. Não houve mudança na percepção do estímulo após a re-programação do implante de estimulação do nervo sacral, de acordo com o feedback dos pacientes. Os dispositivos estavam funcionando corretamente, e nenhuma mudança nas funções da bexiga foi relatada após exames de ressonância magnética. 90 Para Shellock et al. (2006-A) exames de RM realizados utilizando várias condições em 1,5 e 3 T não produziram alterações significativas na função do Sistema de Terapia implantável de estimulação de nervo vagus. Em seu estudo a função do dispositivo não foi afetada pelos procedimentos de ressonância magnética de 1,5 e 3 T. Assim, seguindo condições específicas, as orientações de segurança para o Sistema de Terapia VNS pode ser expandido para além dos atualmente indicado pelo fabricante. Segundo Gorny et al. (2010) a realização de exames de crânio em RM em pacientes com sistemas de estimulação implantáveis do nervo vagus, mostra-se viável em um sistema 3T usando uma bobina de cabeça específica. Entretanto, os pesquisadores ressaltam que estes resultados se aplicam a esta configuração do sistema especial de ressonância magnética. Extrapolação ou generalização desses resultados para situações de imagem mais geral ou menos controlada sem o apoio de dados de segurança é altamente desaconselhada. Conforme destacado, a falta de seguir estritamente as recomendações de segurança pode resultar em ferimentos graves, temporários ou permanentes para o paciente, incluindo a possibilidade de distonia transitória, paralisia, coma ou até mesmo a morte (Rezai et al., 2004). 91 3.24 VÁLVULAS DE LCR Hidrocefalia é o acúmulo de líquido cefalorraquidiano no cérebro, decorrente de aumento da produção, ou mais comumente, obstrução das vias ou diminuição da absorção do líquido. As válvulas de líquido cefalorraquidiano (LCR) têm sido utilizadas há décadas para o tratamento da hidrocefalia. Uma válvula de LCR envolve o estabelecimento de uma via acessória para o movimento do LCR, a fim de contornar uma obstrução das vias naturais. A válvula é posicionada, para permitir a drenagem de LCR dos ventrículos cerebrais ou dos espaços sub-aracnóides, em outro local de absorção (por exemplo, o átrio direito do coração ou na cavidade peritoneal) através de um sistema de cateteres de pequeno porte. Em geral, a válvula mantém o LCR fluindo longe do cérebro e as taxas de pressão ou fluxo moderadas. Algumas válvulas são fixas e outras têm configurações ajustáveis. O sistema de drenagem utilizando cateteres e válvulas permitem que o excesso de líquor dentro do cérebro seja drenado e, assim, a pressão dentro do crânio para ser reduzida. A maioria das válvulas programáveis incorporam um componente magneticamente ativado, o que poderia ser problemático para pacientes submetidos à ressonância magnética, especialmente se realizada em 3 T. Na verdade, não são bem conhecidos os perigos que envolvem a relação entre as válvulas programáveis e a exposição ao poderoso campo magnético do scanner, que poderia mover a válvula, alterar as configurações programadas, ou danificar permanentemente o sistema das válvulas (Shellock, 2004-B). Um estudo investigou as alterações na configuração de pressão magnética de várias válvulas de pressão programável após a exposição a um campo magnético de 3 T. Cada um dos quatro tipos de válvulas de pressão 92 programável foram testados: Sophy Polaris, Sophy SM8, Codman-Hakim, e Medtronic Strata. Os ajustes de pressão foram alterados após a exposição ao campo magnético estático em todas as válvulas programáveis, exceto para o Sophy Polaris. Todos os ajustes de pressão estudados não foram alteradas após a exposição a campos magnéticos e estáticos de radiofreqüência na Sophy Polares.Os autores concluíram que a válvula Sophy Polaris permite que pacientes que precisam de uma válvula programável sejam submetidos a procedimentos de RM em sistemas de 3 T (Inoue et al., 2005). Watanabe et al. (2010) relatou um caso raro de over-drenagem de LCR causada pelo mau funcionamento de uma válvula Codman-Hakim programável (CHPV) após um procedimento de RM em 3 T. Em 2001,uma mulher de 72 anos de idade, foi submetida à colocação ventrículo-peritoneal de um sistema de derivação CHPV para a hidrocefalia, devido à hemorragia subaracnóide. Uma radiografia obtida imediatamente após a ressonância magnética 3T revelou que a câmara de controle de pressão no sistema da válvula foi separado da placa base. Síndrome de hipotensão intracraniana ocorreu algumas horas após o estudo de ressonância magnética e uma tomografia computadorizada revelou uma diminuição do tamanho do ventrículo. Um exame da válvula extraída mostrou uma rachadura em forma de Y na caixa de plástico, bem como o desapego do marcador branco e câmara da placa base. A redução do poder da mola plana para pressionar a válvula esférica levou a uma drenagem excessiva de LCR por causa de uma perda de apoio por parte da câmara.Os estudos radiográficos do sistema de cinco anos já tinha mostrado o desapego do marcador branco, danos ao sistema podem ter sido causados por um impacto passado. Esses fatos podem indicar que o desempenho do sistema antimagnético poderia ter sido diminuído devido a um impacto anterior e que a força forte magnética em um ambiente de RM de 3 T pode ter causado descolamento da camara. 93 Um estudo realizado por Shellock (2006-B) avaliou as interações do campo magnético, função de aquecimento, e artefatos em uma válvula de LCR programável em relação ao uso de um sistema de ressonância magnética 3T. A vávula de LCR programável (ProGAV, Aesculap, Inc., Center Valley, Pa) foi avaliada para as interações do campo magnético, aquecimento, alterações funcionais e artefatos em 3T. A válvula programável mostrou menores interações com o campo magnético e o aquecimento não foi excessivo (0,8 ° C). A função da válvula programável não foi alterada pela exposição múltipla ao sistema de RM de 3T ou de exposição a condições diferentes de imagens de RM. Portanto, este implante é seguro para um paciente submetido à ressonância magnética em 3T ou menos quando o radiologista segue as diretrizes específicas de segurança. Entretanto, artefatos para a válvula programável foram relativamente grandes em relação ao tamanho e forma da válvula; este achado pode impactar o uso diagnóstico da ressonância magnética se a área de interesse está na proximidade com este implante. A vávula de derivação programável para LCR (Codman Válvula Hakim Programável, Codman, um Johnson & Johnson Company, Raynham, MA) foi avaliada para as interações do campo magnético, aquecimento, artefatos e alterações funcionais em 3 T. Esta válvula programável mostrou menores interações com o campo magnético e de aquecimento (0.48C). Os artefatos foram relativamente grande em relação ao tamanho e forma deste implante e, como tal, pode criar um problema se a área de interesse está na proximidade deste implante.A função desta válvula programável não foi permanentemente afetada. Portanto, esta válvula de LCR programável é aceitável para um paciente submetido a ressonância magnética de 3 T, ou menos, quando as diretrizes específicas de segurança são seguidas, incluindo a redefinição da válvula, conforme necessário (Shellock et al.2007-B). 94 Um estudo realizado por Toma et al. (2010) comparou os artefatos causados por implantes (in vivo) de válvulas de derivação ajustáveis em imagens de RM em sequências de pulso spin echo, difusão, e gradiente echo. Válvulas ajústaveis de LCR causam artefatos que podem ocultar uma patologia cerebral nas imagens de RM. Isso deve influenciar a escolha do local de implantação da válvula e do tipo de válvula usada. 95 3.25 EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DURANTE A GRAVIDEZ O uso de diagnóstico por imagem é muitas vezes necessária em pacientes grávidas. Assim, não é de estranhar, que haja, muitas vezes, a questão de submeter ou não um paciente a um exame de RM durante a gravidez. Infelizmente, existem poucos estudos direcionados para determinar a segurança relativa ao uso de procedimentos de RM em pacientes grávidas. Questões de segurança incluem possíveis bioefeitos do campo magnético estático do sistema de RM, riscos associados à exposição ao gradiente dos campos magnéticos, os efeitos adversos potenciais de energia de radiofreqüência (RF), e possíveis efeitos adversos relacionados com a combinação desses três campos eletromagnéticos. Tem havido em curso a preocupação de que o ruído acústico associado à RM pode impactar o feto. Reeves et al.(2010) realizou um estudo para determinar se a exposição fetal ao ruído de funcionamento de equipamentos de RM de 1,5-T causa lesão coclear e subseqüente perda auditiva em recém-nascidos. Os resultados deste estudo fornecem algumas evidências de que a exposição do feto a 1,5-T durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez não está associada a um risco aumentado de deficiência auditiva neonatal substancial. Como indicado nas Políticas, Diretrizes e Recomendações para a segurança em ressonância magnética e Gestão de Pacientes emitido pelo Comitê de Segurança da Sociedade de Ressonância Magnética em 1991, “ressonância magnética pode ser utilizada em mulheres grávidas se outras formas não-ionizantes de diagnóstico por imagem são inadequadas ou se o exame fornece informações importantes que de outro modo exigiria a exposição à radiação ionizante (por exemplo, a fluoroscopia, CT, etc.) Pacientes grávidas 96 devem ser informadas que, até a data, não houve nenhuma indicação de que o uso de RM clínico durante a gravidez produziu efeitos deletérios”. Esta política foi aprovada pelo Colégio Americano de Radiologia e é considerado o "padrão de cuidado" em relação ao uso de procedimentos de RM em pacientes grávidas. Vale ressaltar que esta informação se aplica aos sistemas operacionais de RM até e incluindo 3 T. Assim, os procedimentos de RM podem ser usados em pacientes grávidas para resolver importantes problemas clínicos ou para gerenciar potenciais complicações para o paciente ou o feto. A decisão global a utilizar um procedimento de RM em uma paciente grávida envolve a resposta a uma série de questões importantes, inclusive, se o procedimento de RM é de suma importância para estabelecer o diagnóstico clínico. Com relação ao uso de procedimentos de RM em pacientes grávidas, esta técnica de diagnóstico não deve ser suspensa nos seguintes casos: -Pacientes com atividade cerebral ou sinais e sintomas que exigem diagnósticos através de imagens. -Pacientes com câncer que requerem diagnósticos através de imagem. -Pacientes com sinais e sintomas de doença ativa em mamas, abdome e pelve, quando ultra-sonografia não é eficiente para o diagnóstico. -Em casos específicos suspeita de anomalia fetal ou doença fetal complexa. (Shellock,2001-A) É recomendado que a paciente grávida que se submeta a exames de RM, forneça um termo de consentimento mostrando que a mesma estava ciente dos potencias riscos e benefícios do procedimento e das opções de métodos de diagnósticos fornecidos à ela (Kanal et al., 2007). 97 3.26 MEIOS DE CONTRASTE À BASE DE GADOLÍNIO 3.26.1 Reações adversas Quelatos de gadolínio são extremamente bem tolerado pela maioria dos pacientes nos quais são injetados. Reações adversas agudas são encontradas com uma frequência menor do que é observado após a administração de meio de contraste iodado. A grande maioria destas reações é leve, incluindo o frio no local da injeção, náuseas com ou sem vômitos, dor de cabeça, calor ou dor no local da injeção, parestesias, tonturas e coceira. Reações semelhantes a uma resposta "alérgica" são muito incomuns e variam em uma freqüência de 0,004% para 0,7%. A erupção cutânea ou urticária são os mais freqüentes desse grupo, e muito raramente pode haver bronco espasmo. Reações anafilactoides ou anafiláticas não alérgicas com risco de vida são extremamente raros (0,001% para 0,01%) (Shellock, 2001-A). Em qualquer estabelecimento onde os meios de contraste são injetados, é imperativo que o pessoal seja treinado no reconhecimento e tratamento de reações e os equipamentos e medicamentos para fazê-lo estejam no local ou imediatamente disponíveis. As maiorias das instalações de RM assumem a posição de que os pacientes que necessitam de tratamento devem ser tomados imediatamente fora da sala de imagem e longe do ímã de modo que nenhum dos equipamentos de ressuscitação torna-se um perigo magnético (Kanal et al., 2007). 98 3.26.2 Administração crônica e repetida de meios de contraste A freqüência de reações adversas agudas a meios de contraste gadolínio é de cerca de 8 vezes maior em pacientes com uma reação anterior a meios de contraste à base de gadolínio, estas reações podem ser mais graves que a primeira. Pessoas com asma e outras alergias diversas, incluindo a outros medicamentos ou alimentos também estão em maior risco, com relatos de taxas de reações adversas de 3,7%. Embora não haja nenhuma reação cruzada, os pacientes que tiveram reações adversas ao meio de contraste iodado também estão nesta categoria ( Kanal et al., 2007). 3.26.3 Interferência dos meios de contraste à base de gadolínio em exames laboratoriais Alguns meios de contraste à base de gadolínio interferem nos valores totais de cálcio sérico determinados com alguns métodos de ensaio de cálcio. Deve ser enfatizado que esses meios de contraste não causam reduções reais do cálcio sérico, o meio de contraste interfere no teste, levando a falsos valores laboratoriais de cálcio sérico. Em um relatório de Brown et al.(2007), os níveis de cálcio medidos por apenas um dos três ensaios diferentes (o ensaio ortocresofitaleina) mostrou uma redução temporária para apenas dois dos quatro meios de contraste à base de gadolínio estudados, a duração e severidade desta redução estava relacionada com a concentração do meio de contraste no sangue. Especificamente, esta diminuição foi observada após injeção de gadoversetamida e gadodiamida, mas não com gadopentetato dimeglumina ou gadoteridol. 99 3.26.4 Administração de meios de contraste em pacientes portadores de anemia falciforme A suposição, ainda, que a administração intravenosa de meios de contraste à base de gadolínio pode potencializar o alinhamento de hemácias falciformes perpendicularmente ao campo magnético, assim, adicionalmente, aumentando o risco de complicações vaso-oclusivas, é mencionado pela Food and Drugs Administration (2009) para dois meios de contraste aprovados para uso em RM, gadoversetamida (OptiMARK, Mallinckrodt) e gadoteridol (ProHance, Bracco Diagnostics). Segundo Zimmerman (2005) e Westwood et al. (2007) pacientes com anemia falciforme têm sido submetidos a procedimentos de ressonância magnética com uso de meios de contraste gadolínio sem relatos de efeitos adversos. Portanto, qualquer risco especial para pacientes portadores da doença falciforme deve ser extremamente baixo, e não há motivo para reter esses agentes em pacientes com doença falciforme. No entanto, estes agentes de contraste devem ser administrados somente quando clinicamente indicado. 3.26.5 Administração de meios de contraste a pacientes com insuficiência renal e portadores de fibrose nefrogênica sistêmica Os primeiros casos de fibrose nefrogênica sistêmica (FNS) foram identificados em 1997, e o relatório de 14 casos publicado pela primeira vez apareceram em 2000 (Cowper et al., 2000). FNS só recentemente recebeu grande atenção, especialmente por causa de sua possível associação com a exposição aos agentes de contraste à base de gadolínio. "Nefrogênica" não 100 significa que a doença é causada por fatores originários do rim, mas que a FNS tem sido observada apenas em pacientes com doença renal crônica, enquanto "sistêmica", ressalta a natureza sistêmica desta doença fibrosante (Cowper & Boyer, 2006). A doença é progressiva e pode ser associado com um resultado fatal. Ainda não há cura definitiva. Até agora, a FNS tem sido observada apenas em pacientes com insuficiência renal grave aguda ou crônica (taxa de filtração glomerular <30 mL/min/1.73m2 ), ou insuficiência renal aguda de qualquer gravidade devido à síndrome hepato-renal ou no período pré-operatório de transplante de fígado. A maioria dos pacientes com FNS tem uma taxa de filtração glomerular <15 mL / min e estão recebendo (ou receberam) hemodiálise ou diálise peritoneal, ou ambos (Knopp & Cowper, 2008). Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration solicitou que a informação de prescrição de todos os meios de contraste à base de gadolínio devem ser revistas, acrescentando um aviso segundo o qual o uso destes contrastes em pacientes de risco deve ser evitado, a menos que as informações de diagnóstico sejam fundamentais e não estejam disponíveis em exames de RM sem contraste. Portanto, os exames de RM deverão ser devidamente acompanhados. Todas as seqüências de RM sem contraste que podem ser úteis para fazer um diagnóstico devem ser realizadas, e as imagens avaliadas por um radiologista experiente, a fim de garantir que a administração de um meio de contraste ainda seja considerado necessário.Se o uso do gadolínio ainda for considerado necessário, use a menor dose necessária para fornecer as informações do diagnóstico clinicamente procurado de forma confiável. Nos EUA, como na Europa e no Japão, alguns meios de contraste à base de gadolínio (gadodiamida, Omniscan; gadopentetato dimeglumina, Magnevist; gadoversetamida, OptiMARK) são especificamente contra-indicados para uso 101 em pacientes com risco de NSF. Os outros agentes aprovados (Ablavar, gadofosveset trissódico; Eovist, gadoxetate dissódico; MultiHance, gadobenato dimeglumina; ProHance, gadoteridol) devem ser utilizados em doentes em risco de FNS somente se as informações de diagnóstico são essenciais e não estejam disponíveis em RM sem contraste ou outras modalidades de imagem (Food and Drugs Administration, 2010). O Colégio Americano de Radiologia recomenda nunca usar estes agentes de contraste em pacientes com taxa de filtração glomerular < 45 mL/min e em pacientes com lesão renal aguda conhecida ou suspeita, independentemente dos valores de taxa de filtração glomerular calculado (American College of Radiology, 2010). Um estudo realizado por Broome et al. (2007) submeteu 12 pacientes com FNS clinicamente comprovada a procedimentos de RM com uso de contraste à base de gadolínio. Todos os 12 pacientes desenvolveram fibrose da pele dentro de 2-11 semanas após a administração de gadodiamida. O odds ratio para desenvolvimento de FNS após a exposição a gadodiamida foi de 22,3. Nenhum evento comum a outro ou a exposição pôde ser encontrado. Quatro pacientes tinham cintilografia óssea anormal com captação na pele, captação muscular e nas extremidades inferiores. Apesar do fato de que 10 pacientes foram dialisados dentro de 2 dias após a administração de gadodiamida, isso não impediu o desenvolvimento da FNS.Os autores concluíram que o desenvolvimento de FNS foi fortemente associado com a administração de gadodiamida em pacientes com síndrome aguda hepatorrenal ou dependentes de diálise insuficiência renal crônica. Um paciente com suspeita de FNS deve receber um meio de 102 contraste à base de gadolínio somente quando uma avaliação de risco-benefício para o paciente em particular indica que a vantagem de fazê-lo é claramente superior ao risco potencial. A avaliação de risco-benefício deve ser feita pelo radiologista em conjunto com o médico assistente e deve ser devidamente documentada. História de exposição anterior uso deste meio de contraste ou de outros fatores, tais como acidose metabólica, cirurgia vascular, eventos trombóticos, etc, devem ser levadas em conta durante a avaliação risco- benefício de cada paciente. Pacientes, ou os pais ou responsáveis no caso de menores, devem ser adequadamente informados sobre os benefícios, riscos e alternativas de diagnóstico, com base em todas as informações disponíveis naquele momento, e dar o seu consentimento por escrito. 3.26.6 Uso de meios de contraste em pacientes grávidas Estudos baseados em diagnósticos por RM usando meios de contraste à base de gadolínio em pacientes grávidas têm sido limitados, e seus efeitos sobre o embrião humano ou feto não são totalmente compreendidos. De acordo com Kanal et al. (2007) meios de contraste iodados mostraram-se capazes de atravessar a placenta humana e entrar no feto em quantidades mensuráveis. Deve-se supor que todos os meios de contraste iodado e à base de gadolínio se comportam de forma semelhante e atravessam a barreira hemato-placentária. É então possível que uma pequena quantidade seja absorvida pelo intestino do feto e o restante eliminado de volta para o líquido amniótico, sendo este ciclo repetido inúmeras vezes. Efeitos mutagênicos e teratogênicos não foram descritos após a administração de meios de contraste de gadolínio ou iodado. Iodeto livre no meio de contraste radiográfico administrada à mãe tem o potencial de deprimir a 103 função da tireóide fetal / neonatal. Assim, a função tireoidiana neonatal deve ser verificada durante a 1 ª semana se meios de contraste iodados foram dadas durante a gravidez. Nenhum efeito sobre o feto tem sido visto após a meios de contraste gadolínio (Webb et al., 2005). Não existem estudos adequados e bem controlados sobre os efeitos teratogênicos dos meios de contraste gadolínio em mulheres grávidas. Um estudo de coorte único de 26 mulheres expostas ao quelatos de gadolínio durante o primeiro trimestre de gravidez mostrou nenhuma evidência de teratogênese ou mutagênese em sua progênie. Atualmente, este estudo representa a única investigação prospectiva de derivados de gadolínio na gravidez, mas mais dados são necessários para excluir o risco teratogênico (De Santis et al.,2007). Quelatos de gadolínio podem acumular-se no líquido amniótico e lá permanecer por um período indefinido de tempo, com dissociação potencial de íons livre tóxicos do quelato de gadolínio, o significado desta exposição para o feto é incerta, e sua potencial associação com FNS, para a criança ou a mãe é desconhecida. Portanto, meios de contraste gadolínio não devem ser utilizados rotineiramente em pacientes grávidas. 3.26.7 Uso de meios de contraste em paciente lactantes Administração de qualquer contraste à base de gadolínio ou iodo, ocasionalmente, é indicada para um estudo de imagem de uma mulher que está amamentando. Tanto o paciente quanto o médico do paciente podem ter preocupações sobre a toxicidade potencial de meios de contraste que são 104 excretados no leite materno para a criança. Meios de contraste compostos de gadolínio são seguros e úteis como agentes de contraste em ressonância magnética. Embora a forma livre do gadolínio seja neurotóxica, quando complexado com um de uma variedade de quelatos é seguro para o uso na maioria dos adultos e crianças. Estes agentes hidrofílicos quelato de gadolínio têm propriedades farmacocinéticas muito semelhantes aos do contraste de raios-X à base de iodo. Como os meios de contraste iodado, meios de contraste gadolínio possuem uma meia-vida plasmática de aproximadamente 2 horas e são quase completamente eliminados da corrente sanguínea em 24 horas. A literatura sobre a excreção no leite materno de meios de contraste iodado e gadolínio e a absorção gastrointestinal desses agentes a partir de leite materno é muito limitada, no entanto, vários estudos têm mostrado que: 1) menos de 1% da dose administrada materna de meio de contraste é excretado no leite materno, e 2) menos de 1% do meio de contraste no leite materno ingerido por uma criança é absorvida pelo trato gastrointestinal. Portanto, a dose esperada de meio de contraste absorvida por uma criança a partir de leite materno ingerido é extremamente baixo (American College of Radiology, 2010). De acordo com Kubik-Huch et al.(2000) menos de 0,04% da dose intravascular dada à mãe é excretado no leite materno nas primeiras 24 horas . Assim, menos de 1% do meio de contraste ingerido pela criança é absorvida pelo seu trato gastrointestinal, a dose absorvida pela criança a partir do leite materno é inferior a 0,0004% da dose intravascular dada à mãe. Mesmo na circunstância extrema de uma mãe pesando 100 kg e que recebera uma dose de 0,3 mmol / kg, a quantidade absoluta de gadolínio excretado no leite materno nas primeiras 24 horas após a administração não seria mais do que 0,012 mmol. Os riscos potenciais para o recém-nascido incluem toxicidade direta (incluindo a 105 toxicidade de gadolínio livre, porque não se sabe quanto, se houver, do gadolínio no leite materno é sob a forma de quelato) e sensibilização alérgica ou reação, que são preocupações teóricas, mas que até agora não foram relatados. Segundo HYLTON (2000) a ingestão oral, por uma criança, de uma pequena quantidade de meio de contraste gadolínio excretada no leite materno poderia causar efeitos tóxicos. Se a mãe continua preocupada com os efeitos adversos potenciais, deve ser dada a ela a informação de fazer uma decisão sobre se deseja continuar ou temporariamente abster-se de amamentar depois de receber um meio de contraste gadolínio. Se a mãe assim o desejar, ela pode se abstiver de amamentar durante 24 horas, com expressão ativa e descarte de leite de ambas as mamas durante esse período. Em antecipação a isso, ela pode querer usar uma bomba de peito para a obtenção de leite antes do estudo contrastado para alimentar a criança durante o período de 24 horas após o exame. 106 3.27 CLAUSTROFOBIA E ANSIEDADE Para certos pacientes que se submetem a exames de RM, a experiência pode causar grande sofrimento emocional. A experiência de "sofrimento psicológico" no ambiente RM inclui todas as experiências subjetivamente desconfortáveis que sejam diretamente atribuíveis ao procedimento. Graves reações de angústia psicológica para exames de RM, ou seja, ansiedade e ataques de pânico são caracterizados pelo aparecimento rápido de pelo menos quatro dos seguintes: náuseas, parestesias, palpitações, dor no peito, desmaios, dispnéia, sensação de asfixia, sudorese, tremores, vertigens, despersonalização, medo e de perder o controle ou morrer. Claustrofobia é um distúrbio caracterizado pelo medo acentuado, persistente e excessivo de espaços fechados. Em tais indivíduos afetados, a exposição a um espaço fechado, como o encontrado com certos sistemas de RM, quase que invariavelmente provocam uma resposta imediata de ansiedade, que em sua forma mais extrema é indistinguível do ataque de pânico descrito acima. Sofrimento do paciente pode contribuir para resultados adversos para o procedimento de RM. Estes resultados adversos incluem exacerbação intencional de sofrimento do paciente, um compromisso de qualidade e, portanto, os aspectos de diagnóstico do estudo de imagem e diminuição da eficiência da unidade de imagem devido ao atraso, os estudos prematuramente interrompida ou cancelada. Um estudo feito por Wollman et al.(2004) avaliou a viabilidade e desconforto de procedimentos de RM em pacientes de idade avançada (idade> 90 anos). Vinte e nove pacientes voluntários submeteram-se a uma varredura extensiva de RM (até 1 h), como parte de um projeto sobre a função cerebral em idosos longevos. Treze pacientes mais idosos (faixa de 90-93 anos) foram 107 comparados a 16 pacientes mais jovens (faixa de 72-80 anos). Todos os sujeitos relataram experiências positivas, sem grandes dificuldades ou preocupações. Houveram pequenas diferenças em alguns itens avaliados, os pacientes mais idosos e do sexo masculinos sentiram-se um pouco menos confortável do que pacientes mais jovens e do sexo feminino, respectivamente. No geral, todos os pacientes toleraram muito bem os procedimentos. Concluiu-se que sessões muito longas de RM são viáveis, mesmo nos indivíduos mais longevos, e não estão associados com qualquer desconforto significativo. Um estudo realizado por Adamietz et al.(2007) investigou a tolerância de exames de RM em crianças e adolescentes realizados em um equipamento de RM de 1,5 T, com um diâmetro ampliado do gantry. Cento e sessenta e três pacientes, com idades entre 4-25 anos, foram submetidos a exames de RM em um equipamento de 1,5 T com um gantry de comprimento de 125 cm e uma abertura de 70 cm de diâmetro. RM do cérebro foi realizada na maioria dos casos (78,5%), seguido de exames da coluna vertebral (9,8%), das extremidades (9,2%) e do pescoço (2,5%). Em 119 dos 163 pacientes (73,0%), o exame de RM foi possível sem artefatos de movimento. Em 39 de 163 crianças (23,9%), as imagens por ressonância magnética mostraram artefatos de movimento moderados, mas tinham qualidade diagnóstica suficiente. Em apenas quatro de 124 crianças menores de 10 anos e uma criança maior de 10 anos de idade, o exame de RM não foi viável e teve de ser repetido, sob sedação. A conclusão dos autores foi que ressonância magnética pediátrica, usando um equipamento de 1,5 T com um gantry aberto, pode ser realizada em crianças e adolescentes com excelente aceitação. Eshed et al.(2007) avaliaram a incidência procedimentos de RM encerrados prematuramente devido a claustrofobia. Um total de 5.798 relatórios de RM de 4.821 pacientes foram avaliados. Um total de 95 pacientes (1,97%) 108 sofria de claustrofobia e 59 (1,22%) tiveram seus exames de RM encerrados prematuramente devido à claustrofobia. A incidência de exames prematuramente encerrados foi maior em mulheres do que homens. A maioria destes pacientes tinham entre 20 e 80 anos. Os pacientes submetidos a RM de crânio mostraram uma maior incidência de exames prematuramente interrompidos do que aqueles submetidos a exames de extremidades ou da pelve. Concluiu-se que reacções claustrofóbicas provocam uma incidência relativamente baixa de interrupção de exames de RM e são influenciados por sexo, parte do corpo examinado, e posicionamento dentro do scanner. Eles inferiram que sedação e posição de pronação podem ajudar a superar estas reações. Para avaliar artefatos de movimento e aceitabilidade, por paciente claustrofóbicos, da ressonância magnética de 1 T com o gantry aberto, Bangard et al.(2007) realizaram um estudo onde trinta e seis pacientes claustrofóbicos foram incluídos, 34 dos quais tinham realizado exames prévios em equipamentos de RM com gantry fechado. A taxa de interrupção do exame de ressonância magnética em pacientes altamente claustrofóbicos diminuiu de 58,3% no gantry fechado para 8,3% no gantry aberto. A ansiedade durante o exame de RM foi reduzida de 87,1 %( gantry fechado) para 30,4 (gantry aberto). Os autores concluíram que a utilização de equipamentos de RM gantry aberto rendeu uma significante redução da ansiedade e, posteriormente, uma melhor em pacientes claustrofóbicos. Um estudo prospectivo, realizado em 2006 e 2007 em um hospital na Inglaterra e composto por 50 adultos que haviam feito exames de RM sem sucesso por causa da claustrofobia, avaliou o sucesso da programação neurolinguística para reduzir a necessidade de anestesia geral em pacientes claustrofóbicos que necessitam de RM. A programação neurolinguística permitiu 109 que 38 das 50 pessoas estudadas (76%) completassem o exame de RM com sucesso. No geral, a pontuação média de ansiedade foi reduzida significativamente após a sessão de programação neurolinguística. Em conclusão, os autores inferiram que a programação neurolinguística reduz a ansiedade e, posteriormente, permite que a ressonância magnética seja feita sem o recurso da anestesia geral (Bigley et al.,2010). Dewey et al. (2007) realizaram um estudo para avaliar se equipamentos de RM com redução de ruído acústico e um gantry de menores dimensões podem reduzir a taxa de reações claustrofóbicas. Os autores submeteram 55.734 pacientes para RM de qualquer parte do corpo com base em uma indicação clínica. Os exames foram realizados utilizando um scanner convencional de RM (42.998 pacientes) e um scanner recentemente desenvolvido com redução de 97 % do ruído acústico e de menores dimensões (12.736 pacientes). Pacientes do sexo feminino, de meia-idade, além daqueles submetidos a exames de crânio, foram significativamente mais propensos a desenvolver claustrofobia. A taxa de reações claustrofóbicas foi significativamente menor com o scanner de ressonância magnética de menores dimensões do que com o scanner convencional. 110 4. CONCLUSÃO Nos últimos vinte anos , a técnica de geração de imagens por ressonância magnética emergiu dos laboratórios de pesquisa para se impor como uma das principais modalidades de diagnóstico por imagens. Infelizmente, ela é uma das mais complicadas tecnologias no conceito da maioria dos radiologistas e profissionais da saúde deste meio. Para evitar incidentes e acidentes, é vital que os profissionais de saúde estejam cientes das informações básicas, bem como das últimas pesquisas sobre o uso de ressonância magnética, para garantir a segurança para os pacientes, para os próprios funcionários, entre outros. Ter este conhecimento é particularmente importante por causa dos crescentes avanços na tecnologia de ressonância magnética e os potenciais aumentos de situações de risco que podem ocorrer neste ambiente. Há três áreas principais de preocupação: os pacientes, em geral; as pessoas com dispositivos médicos implantados contendo materiais ferromagnéticos; e profissionais que em situações de trabalho estejam expostos a altos campos magnéticos. A emissão de radiofreqüência e uso de gradientes de campo representam os principais perigos biológicos da ressonância magnética. Taxas elevadas de radiofreqüência e altos gradientes de campo podem causar aumentos de temperatura corporal e estimulação periférica, que pode ser dolorosa, embora não prejudicial. Em relação aos dispositivos médicos implantáveis, é necessário que as autoridades de segurança assegurem que não haja restrições para a realização de procedimentos de RM em indivíduos portadores de determinados implantes ferromagnéticos ou dispositivos médicos eletrônicos sensíveis a 111 campos magnéticos. Há muitas pessoas que possuem dispositivos, e, em alguns casos, sem ter consciência disso (por exemplo, clips cirúrgicos). Tem sido observado que a interferência eletromagnética de campos magnéticos estáticos de baixa intensidade afeta o funcionamento de marcapassos, particularmente aqueles com interruptores magnéticos, e outros tipos de dispositivos médicos eletrônicos, incluindo desfibriladores cardíacos, neuroestimuladores, e implantes cocleares. Além de possíveis problemas decorrentes da interferência eletromagnética, muitos dispositivos médicos contêm materiais ferromagnéticos que os tornam suscetíveis a forças e torques em campos magnéticos estáticos. Esses efeitos podem levar a movimentos e potencial desalojamento de dispositivos ferromagnéticos, especialmente aqueles de grande porte. Outro ponto que merece atenção são os objetos metálicos que assumem “efeito míssil” quando próximos a forças do campo magnético. A quantidade de força transmitida em tais objetos depende de seu tamanho e do material que os compõe, mesmo assim até baixos campos magnéticos podem causar movimento rápido significativo de muitas ferramentas e outros objetos comuns de metal. A ressonância magnética continua a ser uma tecnologia rica, com muitas aplicações novas, em continuo desenvolvimento desde a sua introdução no meio médico. A abrangência da RM hoje em dia é ainda mais excitante do que quando surgiu e revolucionou a geração de imagens na medicina. Assim, para que procedimentos de RM sejam realizados com a máxima segurança e eficácia, muitas pesquisas ainda tem de ser realizadas, visando esclarecer os impactos do uso destes procedimentos em pacientes que, atualmente, são proibidos de realizarem este método de diagnóstico. 112 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • ADAMIETZ, B.; CAVALLARO, A.;RADKOW, T.; ALIBEK, S.; HOLTER, W.; BAUTZ, W. A. & STAATZ, G. 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