MATERNAL A, O ELEFANTE ELMER E AS CORES E TEXTURAS
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MATERNAL A, O ELEFANTE ELMER E AS CORES E TEXTURAS
RELATÓRIO DE GRUPO 1º Semestre/2016 Turma: MATERNAL A Professora: Jéssica Oliveira Professora auxiliar: Fábia Baseio Coordenação pedagógica: Lucy Ramos Torres MATERNAL A, O ELEFANTE ELMER E AS CORES E TEXTURAS A chegada para o primeiro dia de aula na escola de alguma maneira marca nossa vida, é um dia que vamos para sempre lembrar e guardar na memória com muito carinho, e vez ou outra recordarmos para contar para as pessoas ou até mesmo filhos. Muitas das memórias que guardamos dos tempos de criança remetem a ao maravilhoso mundo da Educação Infantil, pode ser um lugar, um brinquedo, um cheiro, uma história, ou vivência, que de alguma forma vai contribuir para os adultos e as escolhas de hoje. O início do ano, o conhecer a escola é um dia muito esperado que carrega muita ansiedade e uma porção de sentimentos, curiosidades e também dúvidas, como serão meus amigos, minha professora, a sala onde vou estar todos os dias e o espaço da escola. Cada criança dentro de sua individualidade, personalidade e momento deixa transbordar seus sentimentos de um jeito diferente, há aquelas que entram na sala sem olhar para trás, as que adoram carregar a mochila e lancheira nas costas, mas precisam de um colo para entrar, ou então as que choram no processo de adaptação tentando processar as novas informações. Pensando em tudo isso a turma e cada criança que chegou ao logo do semestre foi recebida com um abraço, de forma bem acolhedora para que se sentissem a vontade para brincar, descobrir e aprender de maneira natural e feliz. As crianças foram se adaptando de forma gradual ao espaço da escola, brincando no parque, explorando brinquedos e o imenso espaço fora da sala. Segundo Velasco (1996) o brincar tem um papel significativo no desenvolvimento infantil, representa o desejo e colabora com o surgimento das nossas expressões psicomotoras de maneira harmoniosa e prazerosa. O grupo foi criando uma identidade, com características e vontades diferentes que tornou a turma única. O semestre foi passando, os vínculos de amizade se fortalecendo e com o grupo já adaptado as crianças foram se mostrando curiosas e com vontade em fazer descobertas esperando o próximo desafio. O primeiro projeto realizado com a turma do maternal A foi o desfralde, com o apoio da família e de forma lúdica e natural iniciamos logo após o período de adaptação o desfralde da turma. Entende- se por desfraldar um processo natural de controle dos esfíncteres, onde a criança vai aprender a usar o banheiro e não precisar mais da fralda, responsabilidade da família, mas que a escola através de leituras, estímulos e brincadeiras lúdicas possui um papel facilitador muito importante. Esse processo é muito importante no crescimento e amadurecimento das crianças, durante o processo o mais importante é levar em consideração o momento para o início do desfralde de cada criança, ter paciência e respeitar o ritmo de cada uma, quando preparadas para o desfralde as crianças começam a se incomodar com a fralda, avisar e pedir para ir banheiro, cada criança possui seu tempo e respeita-lo é deixar que a criança passe por esse processo da forma mais natural possível. Para estimular a retirada da fralda fizemos a leitura do “O que tem dentro da sua fralda?” de Guido Van Genechten, e junto olhamos diariamente na roda a fralda do ratinho igual ao do livro e também brincamos de tirar e colocar a fralda nas bonecas e bichinhos de pelúcia da sala. Exploramos também outros livros como: “Meu penico” de Leslie Patricelli, “Cocô no trono” de Benoit Charlat, “Pipo e Poli, a poça” de Axel Scheffler entre outros. As crianças se sentem muito orgulhosas com essa conquista, que as faz crescer tornando-as capazes de aprender e receber novos desafios. Aos poucos o grupo se tornou amigo, companheiro e acolhedor, as crianças foram aprendendo com as diferenças, individualidades e características uns dos outros e a conviver em grupo de forma harmoniosa e companheira. Ainda assim uma característica marcante nesta faixa etária é o egocentrismo, fase natural entre as crianças, mas importante que seja trabalhada questões como dividir, emprestar e realizar trocas. Foi assim que o Elmer apareceu na nossa turma, um elefantinho de xadrez colorido personagem do livro “Elmer, o elefante xadrez” de David Mckee. Esse livro direcionou o nosso projeto, pensando nas características e necessidades da turma e faixa etária das crianças. Nosso trabalho começou com a leitura do livro e exposição de ideias e interesses das crianças. Depois em meio a atividades de registro em grupo e brincadeiras fomos entendendo o significado de grupo, no livro o Elmer nos conta como todos os elefantes ficavam juntos e a importância de cada um dentro da manada, o que nos fez ter um reconhecimento corporal e aprender a lidar com as diferenças entre todos. Nosso trabalho foi caminhando e em meio a brincadeiras lúdicas aprendemos mais sobre as formas geométricas, cores, animais da floresta e que é possível construir um brinquedo com meia e sucata. Durante esse projeto a turma realizou e vivenciou muitas atividades para Silva (2002), não se pode atentar somente para o produto final, ou seja, o desenho e obra já prontos, é importante para a criança todo o processo de criação, todas as ações e acontecimentos capazes de acontecer durante o desenho. Durante a atividade gráfica imaginam e criam situações de jogos simbólicos e interagem com os materiais. Sendo assim sempre com diferentes materiais e técnicas como: pintura com diferentes tintas, massinhas, canetinhas, texturas, pinceis grossos e finos, papeis com diferentes tamanhos e pinturas em diferentes posições, sempre com um olhar para novas possibilidades tornando os momentos significativos, onde cada criança tivesse a oportunidade de vivenciar, sentir e explorar do seu jeito, com a sua individualidade, para Derdyk (2003) existem varias formas de atividades onde o desenho pode se manifestar, com a possibilidade de vários caminhos o desenho não possui uma única definição, não é somente o manejo do lápis sobre uma superfície, mas carregado de significados é um meio de conhecimento, expressão e comunicação. Durante as atividades sempre tentamos evidenciar as cores, e oferecer condições para que a atividade seja significativa para a criança. Durante esse semestre a turma se mostrou muito curiosa sobre os nomes e diferenças das cores, para estimular o interesse trabalhamos as cores do Elmer e do arco íris que também aparece na história. “Ao rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros, ao utilizar materiais encontrados ao acaso (gravetos, pedras, carvão), ao pintar os objetos e até mesmo seu próprio corpo, a criança pode utilizar-se das Artes Visuais para expressar experiências sensíveis.” (RCNEI, 1998, p. 85) Durante o projeto e as atividades de exploração de técnicas e materiais as crianças se mostraram muito curiosas principalmente sobre as texturas e a sensações que elas despertam. Pensando nesse interesse e em uma característica da turma em adorar entrar embaixo das mesas, cadeiras e armários, ao longo do semestre fomos construindo uma casinha de texturas com diversos materiais colados como algodão, pena, lixa, espuma, pelúcia entre outros. Foi muito divertido e prazeroso explorar a casinha e brincar em seu interior. Durante as brincadeiras na casinha sempre levávamos o elefantinho Elmer feito de meia junto com os outros bichinhos de pelúcia como o leão, urso, vaca, girafa entre outro e em dia chuvoso ouvindo as musicas do CD Arca de Noé de Vinicius de Morais começamos a imaginar nossa casinha como um barco que levava todos os animais das musicas do Vinicius de Morais em segurança para outro lugar e que o barulho da chuva era o mar. Segundo o RCNEI (1998) as possibilidades de brincar devem respeitar a integridade da criança e serem diversificadas com materiais, espaços e possibilidades, a fim de desenvolver movimentos e experiências corporais durante a atividade de brincar. Ainda que estivesse chovendo e que as descobertas dentro da sala fossem limitadas, nós estávamos brincando e para nós viajando no balanço do mar ao som das canções de Vinicius de Moraes, para Piaget (1977), é no estágio pré-operatório que as crianças desenvolvem sua maior capacidade de expressão simbólica, o que deve ser explorado pelo professor através das brincadeiras. É muito importante para a criança pequena o estabelecimento e estruturação da rotina diária e o seguimento dos acontecimentos durante o dia, com ela a criança se situa e organiza o pensamento com mais facilidade. Para isso estabelecemos o habito de na roda inicial organizar nossa manhã, esse é um dos momentos mais importante e significativo para o grupo como um todo, momento coordenado pela professora onde organizamos nosso dia e as crianças se situam sobre os acontecimentos que estão por vir, momento importante também para seguimento do projeto, todo dia uma leitura é realizada, um brinquedo ou jogo é apresentado envolvendo a turma, e crianças contribuem ativamente deste momento, elas podem trazer livros, opinar e expor pensamentos e ideias que muitas vezes contribuem com o desenvolvimento do projeto, para Derdyk (2003), “Os educadores são os porta-vozes de uma visão de mundo, transmissores de comportamentos, interferindo direta e ativamente na construção de seres individuais e sociais”. (DERDYK, 2003, p. 15) Durante os momentos de roda nós realizamos também a “roda cantada”, momento muito apreciado pelos pequenos que se tranquilizam e acalmam-se, deixando a turma entretida e envolvida por um bom tempo. Música Elefante O elefante queria voar A abelha disse você vai cair O elefante voou, voou E se esborrachou! Parara timbumbumbum Parara timbumbumbum... O trabalho também se apoiou em recursos pedagógicos como: jogos, cartazes, brinquedos e livros, para desenvolver os conteúdos programáticos previstos segundo o RCNI (1998), respeitando a faixa etária das crianças e o ritmo individual de cada um, como a oralidade, coordenação motora fina e grossa, jogo simbólico, noções espaciais e temporais, seriação e socialização. A turma brincou, construiu, explorou e se divertiu muito, foram tantas brincadeiras, tantas vivências e aprendizados que o tempo passou muito rápido e num piscar de olhos o semestre acabou, mas com a certeza de que logo, logo estaremos juntos novamente para em outras brincadeiras nos aventurar. REFERÊNCIAS BRASIL. MEC – SEF. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil: conhecimento de mundo. Volume 3, 1998. DERDYK. Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 2006. PIAGET, J. Psicologia da inteligência. Rio de janeiro: Zahar, 1977. SILVA. Silvia Maria Cintra da. A constituição social do desenho da criança. São Paulo: Mercado de Letras, 2002. VELASCO, Casilda Gonçalves. Brincar, o despertar psicomotor. Rio de Janeiro: Sprint, 1996.