Estimativa de Propriedades Mecânicas e Análise - O GVA
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Estimativa de Propriedades Mecânicas e Análise - O GVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Estimativa de Propriedades Mecânicas e Análise Estrutural Via Método de Elementos Finitos de Hélices Navais Produzidos na Amazônia Aluno: Fábio Augusto Canté Lopes Matrícula: 9902101301 2o semestre / 2003 II UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Aluno: Fábio Augusto Canté Lopes Matrícula: 9902101301 Estimativa de Propriedades Mecânicas e Análise Estrutural Via Método de Elementos Finitos de Hélices Navais Produzidos na Amazônia Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Engenharia Mecânica para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico Orientadores: Antonio Luciano seabra Moreira Newton Sure Soeiro 2o semestre / 2003 III UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Aluno: Fábio Augusto Canté Lopes Matrícula: 9902101301 Estimativa de Propriedades Mecânicas e Análise Estrutural Via Método de Elementos Finitos de Hélices Navais Produzidos na Amazônia Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico pela Universidade Federal do Pará. Submetida a banca examinadora do Colegiado, constituída pelos PROFESSORES: _____________________________ _____________________________ Antonio Luciano Seabra Moreira Newton Sure Soeiro ______________________________ _____________________________ Carmen Gilda Barroso Tavares Dias Carlos Alberto Mendes da Mota _____________________________ Julgado em: _____/_____/_____ Antonio Jorge Hernandez Fonseca CONCEITO: __________________________ IV DEDICATÓRIA Aos meus pais Antonio Augusto Moreira e Maria lídia Canté, por todo o amor e cuidado que demonstraram comigo, aos meus irmãos Ana Fabrícia Canté Lopes e Fernando Augusto Canté Lopes por acreditarem nos meus objetivos, a minha namorada Aline Almeida por toda a atenção cedida a mim nos momentos difíceis, ao meu sobrinho que tanto amo e aos meus sinceros amigos. Fábio A. C. Lopes V “A vontade liberta por que a liberdade é criadora” Friedrich Nietzsche “A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos” Albert Einstein “A sabedoria se origina a partir do momento em que o homem se interessa em descobrir suas limitações morais” Fábio Lopes VI AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, infinitamente bom e misericordioso, razão de minha esperança em mundo melhor. A Jesus, meu precioso amigo de todos os momentos. Aos meus pais que forneceram-me o apoio necessário incentivando-me a adquirir conhecimento através dos estudos e de minha perseverança. Aos meus irmãos e meu sobrinho, pela alegria que geram em minha vida. A Aline Pereira Almeida por iluminar o meu caminho continuamente. Aos meus orientadores, Antonio Luciano Seabra Moreira e Newton Sure Soeiro pela confiança depositada em meu trabalho. Ao técnico João Bosco dos Santos Barbosa, pelo auxílio neste trabalho. Aos engenheiros Marcos Fabrício S. de Oliveira, Raimundo Nonato Pinto de Oliveira e Hélido Cleidson. de Oliveira Sena pelo apoio nas atividades experimentais deste trabalho. Ao fundidor Antonio Bernardes Campelo pelo grande auxílio neste trabalho. A banca examinadora professores Carlos Alberto Mendes da Mota, Antonio Jorge Hernandez Fonseca e Carmen Gilda Barroso Tavares Dias que investiu parte do seu tempo para contribuir no meu trabalho. A todos que contribuíram para a minha formação acadêmica, em especial, Antonio L. S. Moreira, José Maria do Vale Quaresma, Newton S. Soeiro, Alcides Canejo, Daniel Onofre, Celso Coelho e Antonio Jorge H. Fonseca. VII RESUMO O controle dos processos de fabricação tornaram-se cada vez mais sofisticados, tendo em vista a necessidade de obter-se produtos de elevada qualidade, reflexo da competitividade no mercado, o qual encontra-se cada vez mais globalizado. No que se refere ao processo de fundição na Amazônia, observa-se uma realidade extremamente artesanal e empírica, fato que propicia inúmeros problemas em determinados produtos de elevada importância comercial, como o propulsor naval tipo hélice utilizado por milhares de embarcações regionais para os mais variados fins tais como, transporte de passageiros e/ou cargas, atividades pesqueiras, fiscalização ambiental, serviços relacionados à segurança e soberania do país, atividades sociais e comerciais, serviços públicos (Correios, Secretaria da Fazenda, cartórios, juizados, atendimentos médico e odontológico, etc), as quais são impulsionadas por propulsores navais do tipo hélice geralmente produzidos na região. Neste trabalho analisou o comportamento mecânico de várias amostras de propulsores fabricados na região, através da estimativa das propriedades mecânicas de maior interesse comparando estes resultados com as macroestruturas e microestruturas de solidificação. Implementou-se também, uma análise numérica via Método de Elementos Finitos com o intuito de se verificar os efeitos da solicitação fluídica na estrutura do propulsor naval. A partir deste trabalho, tornar-se-á possível comprovar quantitativamente que o empirismo regional na produção de hélices navais acarreta inúmeros problemas tanto de caráter social quanto econômico. No final deste trabalho, está contida uma cartilha informativa, a qual possui o objetivo de conscientizar os usuários e produtores de hélices navais na região. CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Nas últimas décadas a Amazônia tem sido um cenário de intensas discussões no mundo pelo fato de apresentar inúmeras oportunidades de desenvolvimento bem como riquezas biológicas, minerais e culturais extraordinárias. Além disso, a referida região possui a maior bacia hidrográfica do planeta e uma imensa quantidade de rios navegáveis. Assim, a mesma depende bastante do transporte hidroviário o qual apresenta, portanto, uma significativa relevância para a sua integração e desenvolvimento sócioeconômico. A partir das Figuras 1.1 e 1.2, podemos visualizar a magnitude dos rios existentes na bacia hidrográfica, citada anteriormente[1-3]. Dentro deste contexto, encontram-se dezenas de milhares de embarcações utilizadas para os mais diversos fins, tais como, transporte de passageiros e/ou cargas, atividades pesqueiras, fiscalização ambiental, serviços relacionados à segurança e soberania do país, atividades sociais e comerciais, serviços públicos (Correios, Secretaria da Fazenda, cartórios, juizados, atendimentos médico e odontológico etc), as quais são impulsionadas por propulsores navais do tipo hélice geralmente produzidos na região. Através das Figuras 1.3 e 1.4 torna-se possível avaliar a elevada importância que o transporte hidroviário representa para as populações ribeirinhas da região. As Figuras 1.5 e 1.6 apresentam, respectivamente, uma embarcação pesqueira típica da região e a realidade cotidiana de um porto fluvial na mesma região[4-7]. A fabricação desses propulsores, todavia, é realizada segundo uma abordagem empírica que, freqüentemente, proporciona um comportamento mecânico insatisfatório aos mesmos representado por suas propriedades mecânicas inferiores. Portanto, considerando a importância do assunto, foram 2 Figura 1.1 – Aspecto do Rio Amazonas ao sul da Ilha do Marajó. Figura 1.2 – Vista parcial do rio que banha o município de Vigia localizado na Região do Salgado apresentando um dos acessos ao Oceano Atlântico. 3 Figura 1.3 – Populações ribeirinhas características da Amazônia usuárias de pequenas embarcações. Figura 1.4 - Populações ribeirinhas características da Amazônia usuárias de pequenas embarcações. 4 Figura 1.5 – Embarcação de pesca que utiliza propulsor naval tipo hélice. Figura 1.6 – Embarcações de médio porte utilizadas no transporte de cargas e passageiros. Porto de Breves - PA. 5 desenvolvidos recentemente no Departamento de Engenharia Mecânica do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Pará - DEM/CT/UFPA estudos com a finalidade de contribuir na substituição gradativa do empirismo regional, utilizado na fabricação destes propulsores, por uma sistemática mais adequada contribuindo, por conseguinte, para a melhoria da qualidade e do desempenho operacional dos mesmos. Um levantamento preliminar realizado em algumas oficinas produtoras, constatou que uma das principais causas do comportamento mecânico insatisfatório dos propulsores decorre da inadequada seleção de materiais e de falhas identificadas no processo de fabricação, que impõem a presença sistemática de defeitos tais como bolhas, porosidade, rechupes, trincas de contração e vazios, além de um dimensionamento geométrico inadequado dos propulsores proveniente de uma incorreta estimativa de parâmetros relacionados à embarcação. As Figuras 1.7 e 1.8, mostram exemplos de defeitos em propulsores navais devido ao processo de fabricação utilizado[1-7]. 1.2 OBJETIVOS DESTE TRABALHO Considerando o exposto foram estabelecidos os seguintes objetivos para este trabalho: 1.2.1 OBJETIVO GERAL Este trabalho apresenta procedimentos técnicos capazes de contribuir para a melhoria do processo de fabricação empírico, atualmente empregado na Amazônia, para a produção de propulsores navais tipo hélice utilizados por embarcações nas condições regionais, através do diagnóstico de propriedades mecânicas de interesse e do comportamento mecânico obtido a partir de ferramentas computacionais, com o intuito de avaliar-se o desempenho dos mesmos, a fim de possibilitar a estimativa de parâmetros que elevem a confiabilidade do referido produto. 6 Figura 1.7 – Exemplos de porosidade em propulsores navais devido o empirismo empregado no processo de fundição. Figura 1.8 – Exemplos de porosidade em propulsores navais devido o empirismo empregado no processo de fundição. 7 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1) Identificar os defeitos mais comuns provenientes dos processos de fabricação e recondicionamento empíricos de propulsores navais tipo hélice produzidos na Região Amazônica; 2) Estimar propriedades mecânicas de interesse apresentadas pelos referidos propulsores; 3) Analisar comparativamente as propriedades mecânicas obtidas com aquelas fornecidas pelas normas vigentes; 4) Justificar os valores encontrados para as propriedades mecânicas dos propulsores navais em questão; 5) Identificar materiais adequados e as respectivas composições químicas a serem utilizados na fabricação desses propulsores; 6) Implementar cálculos computacionais via Método de Elementos Finitos para simular o comportamento mecânico dos propulsores estudados; 7) Desenvolver um material informativo que possibilite o acesso aos produtores e usuários de hélices navais da região aos resultados obtidos durante o projeto de pesquisa, no qual este trabalho está inserido; 8) Publicar os resultados obtidos. CAPÍTULO 2 PROPULSORES NAVAIS TIPO HÉLICE 2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste capítulo é abordado um histórico resumido sobre os principais tipos de sistemas de propulsão de veículos fluviomarítimos, bem como aspectos construtivos e operacionais dos propulsores navais tipo hélice, a fim de se obter uma visão da realidade do transporte hidroviário da Região Amazônica. São ressaltadas, também, algumas das mais importantes teorias de formação das estruturas de solidificação provenientes do processo de fabricação, a influência destas estruturas nas propriedades mecânicas dos propulsores navais em questão, assim como a relação da matéria-prima utilizada na produção dos mesmos com o comportamento mecânico avaliado. Posteriormente, são citadas as mais relevantes características dos ensaios mecânicos realizados neste trabalho, os quais objetivam estimar as propriedades mecânicas dos propulsores navais em função da composição química das ligas empregadas na fabricação dos mesmos. Finalmente, é comentado o método numérico utilizado para descrever o comportamento mecânico de um determinado modelo de propulsor naval que se caracteriza por ser um dos mais utilizados entre as embarcações locais assim como os tipos de análises computacionais realizadas. 2.2 PRINCIPAIS SISTEMAS PROPULSORES DE MEIOS DE TRANSPORTES AQUÁTICOS Inicialmente, deve-se realizar uma abordagem teórica sobre o fenômeno da propulsão em meios aquáticos, a fim de que haja a necessária 9 compreensão do mecanismo responsável pelo movimento das embarcações e a resistência fluídica a ser superada pelas mesmas. A potência necessária para movimentar uma determinada embarcação deve superar as resistências fluídicas provenientes da interação entre a estrutura do veículo em questão, e o meio em este se encontra. Nos meios de transporte hidroviários, geralmente, deve-se reduzir a um mínimo a potência requerida, mantendo-se coerentes os outros requisitos de projeto. Desta forma, o peso, o custo, o volume do maquinário e a quantidade necessária de combustível podem ser minimizados. Este tipo de estudo pode ser realizado através de diversas metodologias, sendo que algumas delas são descritas a seguir: 1) Uso de dados obtidos ao longo do tempo em embarcações; 2) Uso de análises e modelos teóricos; 3) Uso de modelos experimentais para prever a resistência na escala normal. No que diz respeito à primeira metodologia, os dados obtidos de embarcações existentes têm seu uso limitado ao processo natural de evolução da engenharia naval. Este método, portanto, não é valido quando um novo tipo de embarcação é introduzido. Os estudos teóricos referentes à segunda metodologia, têm sido utilizados como auxílio aos métodos práticos, continuando a ganhar espaço com o desenvolvimento de sistemas computacionais mais eficientes. Ainda assim, não se mostram adequados para o projeto quando empregados isoladamente. A sua principal contribuição tem sido como guia para a experimentação em modelos com embasamento mais racional e científico, sugerindo linhas de investigação mais promissoras fornecendo indicações da importância relativa dos vários parâmetros de projeto. A principal ferramenta de projeto tem sido o modelo experimental auxiliado pelo modelo teórico e utilizando dados de 10 embarcações existentes em escala normal para a verificação das predições feitas com o modelo. Finalmente, a construção de um modelo experimental é relativamente econômica e produz resultados bastante imediatos para uma série de modificações, permitindo ao projetista alcançar um projeto otimizado[8,9]. Na Figura 2.1 é apresentado esquematicamente um tanque de provas o qual possui a função de estimar, através de uma análise dimensional, as condições operacionais a que a embarcação estudada estará submetida quando estiver em funcionamento. As Figuras 2.2 e 2.3, mostram um tanque de provas que possui o objetivo de realizar testes com modelos em escala reduzida de embarcações e sistemas oceânicos. É importante ressaltar, que também existem equipamentos para medição de carregamento estrutural e de vibrações em instalações reais, para caracterizar totalmente as embarcações projetadas. Modelo Reduzido da Embarcação. Figura 2.1 – Esquema de um tanque de provas para caracterização do desempenho de embarcações. 11 Figura 2.2 - Tanque de provas para análise de modelos de embarcações[18]. Figura 2.3 - Tanque de provas para análise de modelos de embarcações[18]. 12 2.3 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DOS PROPULSORES NAVAIS Nas primeiras civilizações, a propulsão naval era realizada por meio de remos operados manualmente que posteriormente foram substituídos por embarcações a velas. Em seguida, os primeiros equipamentos mecânicos fizeram uso do jato, das rodas de pás e, finalmente, de hélices dos mais variados tipos. O primeiro sistema de propulsão mecanizado parece ter sido o jato. Em 1661, Toogood e Hayes obtiveram, na Grã-Bretanha, a patente do sistema que utilizava uma bomba hidráulica. Neste sistema, a água é bombeada e expelida sob a forma de um jato que produz o impulso necessário para movimentar a embarcação. Para as velocidades atualmente obtidas pelas embarcações, o sistema a jato é pouco eficiente e sua utilização é restrita somente a tipos especiais de embarcações[4,11,14]. No início do século XIX, confirmou-se que Leonardo da Vinci havia inventado, por volta dos anos de 1483 e 1486, um propulsor em forma de espiral que, girando, criaria um movimento de avanço longitudinal ao seu eixo. Posteriormente, em 1811, foi construído o primeiro barco a vapor com rodas de pás laterais, o Charlotte Dundus. Seis anos depois, temos o famoso Clermont que transportava passageiros no Rio Hudson, em Nova York. No período que vai até 1850, o domínio das embarcações com rodas de pás foi total. O primeiro deles a fazer a travessia do Atlântico foi o Savannah em 1819. Em 1840 temos o primeiro navio de guerra movido a rodas de pás, o Britannia e, em 1861, o último, o Scotia. A partir de 1840, iniciou-se a disputa entre os partidários dos hélices e os das rodas. Para resolver a questão, em 1845, o Almirantado Britânico promoveu uma disputa histórica de um vaso naval com hélice contra um navio mercante com roda de pás, ambos deslocando 800 toneladas, e com motores de igual potência. A partir do momento que a embarcação com o hélice começou a movimentar-se, ficou clara a superioridade deste tipo de propulsor[4]. 13 Naquele período, não houve um estudo mais profundo em termos de eficiência propulsiva (velocidade e distância adquiridas em função do consumo de combustível), pois se fossem efetivadas análises desta natureza, as rodas de pás obteriam vantagens, ou seja, seriam mais eficientes, muito embora, elas fossem mais vulneráveis a danos por problemas de imersão irregular das pás e danos provenientes devido o rio e/ou mar estarem inadequados para a navegação[8,9]. 2.4 ASPECTOS CONSTRUTIVOS DOS PROPULSORES NAVAIS TIPO HÉLICE É muito importante a compreensão das partes que constituem o propulsor naval tipo hélice, e suas respectivas funções antes de definirmos o propulsor que será utilizado. Perguntas do tipo: Qual será o formato do propulsor? Quais as diferenças e similaridades entre os diferentes tipos? Qual o hélice naval mais adequado para um determinado serviço? Estas e outras perguntas são realizadas com a finalidade de obter-se uma eficiência propulsiva satisfatória, sendo que suas respostas dependem de outros fatores que serão abordados posteriormente[4,8,9]. 2.4.1 PARTES DO PROPULSOR[8] 1) Cubo: O cubo do propulsor consiste de um disco central e rígido, sendo que este é vazado a fim de que se torne possível o encaixe no eixo. O cubo pode ser considerado como a base das pás do propulsor. Na prática o mesmo, raramente, pode ser menor do que 14% do diâmetro, pois a resistência mecânica deve ser levada em consideração. 2) Chaveta: A maioria dos eixos transmitem potência para os propulsores através da chaveta. A chaveta é um longo e estreito prisma retangular colocado ao longo do eixo propulsor que se encaixa perfeitamente à fenda ou abertura no hélice que se denomina de chaveta. 14 3) Pás: As pás do propulsor são barbatanas ou chapas torcidas que se projetam do cubo. É a ação das pás que faz com que a embarcação locomovase através do meio fluídico. 4) Face e Dorso das Pás: A face da pá do propulsor é a região de alta pressão, ou face pressurizada da pá. É exatamente este lado de alta pressão da pá, que desloca a água fazendo com que, a partir do Princípio de Conservação da Quantidade de Movimento, a embarcação possa se movimentar. A parte de baixa pressão do hélice naval, ou região de sucção da pá é a primeira a entrar em contato com a massa de fluido que será deslocada e se denomina de dorso da pá. 5) Raiz e Ponta da Pá: A raiz da pá é a região onde a pá fica totalmente vinculada ao cubo do propulsor. A ponta da pá é a região mais extrema, sendo caracterizada como aquela onde temos a dimensão denominada de comprimento da pá. 6) Bordas de Ataque e de Fuga: A borda de ataque é a região da pá que penetra o fluido (água) e a borda de fuga, consiste na região da pá onde o fluido escoa em sentido contrário ao deslocamento do propulsor e em elevada velocidade. A Figura 2.4 permite verificar a “anatomia” de um propulsor naval tipo hélice visualizando todas as partes descritas anteriormente. 2.4.2 OS PARÂMETROS BÁSICOS DO HÉLICE NAVAL São cinco os parâmetros básicos que compõem um hélice naval, ou seja: 1) Diâmetro: O diâmetro do hélice é a largura do círculo formado pelas pontas das pás. A maioria dos hélices deveria possuir o diâmetro e o passo gravados no cubo. Em uma nomenclatura como 14-1/4 x 19, o primeiro número representaria o diâmetro e o segundo o passo. Na ausência desta nomenclatura, pode-se determinar facilmente o diâmetro de um hélice medindo desde o centro do cubo até a ponta de uma pá. Multiplicando esta medida por dois, obtém-se o respectivo diâmetro do propulsor. 15 Figura 2.4 – Partes constituintes de um hélice naval[4]. 16 O diâmetro do hélice determina a quantidade de potência que o mesmo pode aplicar na água assim como quanta carga pode empurrar. Geralmente, as cargas pesadas necessitam de hélices com um diâmetro maior, porém, um diâmetro muito elevado pode tornar-se um problema. Pás de grandes dimensões geram uma resistência adicional ao moverem-se na água. A estratégia mais adequada é a de um diâmetro para o hélice suficiente para proporcionar o movimento adequado. Um hélice cujo diâmetro apresente dimensões muito elevadas ou muito reduzidas desperdiçará combustível e reduzirá a velocidade da embarcação. A Figura 2.5 representa, perfeitamente, o diâmetro de um propulsor naval[4,10]. A Figura 2.6 permite verificar a relação entre o valor do diâmetro do propulsor tipo hélice e características operacionais da embarcação. 2) Passo: O passo do hélice é expresso em termos da distância percorrida pela embarcação. Um hélice cujo passo é de 24 polegadas, por exemplo, significa que teoricamente, o mesmo desloca-se 24 polegadas para frente em cada rotação completa. A Figura 2.7, possibilita visualizar o descrito anteriormente. Os hélices de passos menores são similares às engrenagens que proporcionam baixas velocidades em veículos terrestres. Os mesmos possuem menor percurso avante em cada rotação. Apesar de trabalharem bem com cargas pesadas, proporcionam velocidades relativamente baixas. Os hélices de passos maiores são similares às engrenagens de alta velocidade. Os mesmos apresentam maior percurso avante em cada rotação. Apesar de terem uma força reduzida à baixa velocidade e da sua aceleração ser menor, normalmente proporcionam maior velocidade. O passo correto propicia a maior velocidade para a embarcação bem como a carga correta para o motor[10]. 17 Figura 2.5 – Representação do diâmetro de um propulsor[4,10]. Figura 2.6 - Relação entre o diâmetro do hélice e características operacionais da embarcação. Figura 2.7 – Representação esquemática do passo de um propulsor naval[10]. 18 3) Ângulo de Inclinação da Pá: O ângulo de inclinação é a medida do ângulo formado desde a ponta da pá até o lado oposto desta. O ângulo é medido em uma linha que se estende desde o centro do cubo através do centro de uma pá. Deve-se observar que o ângulo da pá muda à medida que a distância desde o cubo aumenta. Próximo do cubo, a pá segue um caminho mais curto em cada rotação comparado com a ponta da pá. O ângulo de inclinação da pá varia de modo que cada seção da pá fornece a mesma quantidade de percurso para frente em cada rotação[10]. A Figura 2.8 especifica o ângulo de inclinação de um propulsor naval. O ângulo de inclinação pode ser plano ou progressivo. O ângulo progressivo significa que o ângulo aumenta com a distância tomada desde o cubo. A Figura 2.9 representa um ângulo de inclinação progressivo. A maioria dos hélices possui um ângulo de inclinação positivo entre 0º e 20º. Os hélices com um alto ângulo de inclinação, quando são operados parcialmente na superfície, evitam que a água seja lançada para fora da pá pela força centrífuga à medida que a pá deixa o meio líquido. Isto permite que os hélices com um alto ângulo de inclinação trabalhem mais efetivamente próximos à superfície. Os hélices com elevado ângulo de inclinação têm a tendência de levantar a proa quando operados parcialmente na superfície. Tal fato reduz a resistência oferecida pelo meio fluídico, resultando num aumento da velocidade da embarcação. Algumas embarcações muito rápidas e leves com túnel, podem torna-se voadoras e instáveis quando utilizam um hélice que tenha um alto ângulo de inclinação. Nestes casos, um hélice com menor levantamento da proa seria uma seleção apropriada[10]. 4) Copa: O Iábio curvado pequeno da ponta da pá e da borda de fuga é chamado de copa da pá. A copa trabalha como um vedador na borda de fuga da pá. Ela evita que a água, que se encontra na face de alta pressão da pá, flua ao redor da borda de ataque para a área de baixa pressão que está situada no dorso da pá. Isto reduz a ventilação e a patinagem, especialmente em situações onde o hélice está operando em água turbulenta ou aerificada. Os hélices com a copa levam vantagem nas curvas pronunciadas e em usos onde o motor está montado mais alto do que o normal. Para que haja uma plena compreensão, a Figura 2.10 apresenta a copa de um hélice naval. 19 Figura 2.8 – Representação do ângulo de inclinação de um hélice naval. Figura 2.9 – Representação de um ângulo de inclinação progressivo. Figura 2.10 – Representação esquemática da copa de um hélice naval. 20 A copa das pontas das pás aumentam o ângulo de inclinação efetivo, acrescentando ao hélice as capacidades de levantamento da proa. O acrescentamento da copa na borda de fuga das pás tem o mesmo efeito que aumentar o passo do hélice. Sendo assim, como conseqüência, pode-se esperar uma perda leve da velocidade do motor (150-300 RPM) quando a copa for acrescentada. A copa adicional poderá permitir que o hélice trabalhe com o motor mais alto na popa. O levantamento do motor diminuirá a resistência da caixa de engrenagens e freqüentemente recuperará a velocidade ao motor. Na Figura 2.11 podem-se identificar os efeitos provenientes da copa do propulsor. 5) Velocidade de Rotação (RPM): É o número de revoluções completas que o propulsor naval descreve em um minuto. É importante ressaltar, que estamos considerando que o propulsor apresenta a mesma velocidade de rotação do eixo. A velocidade que o propulsor possui, na maioria das vezes, é diferente da velocidade do motor que aciona o eixo, pois há um comando de engrenagens denominado redutor, o qual é fixado no eixo com o objetivo de reduzir a RPM do propulsor, a fim de que um hélice com maior eficiência e diâmetro, possa ser utilizado em um motor econômico, compacto e de alto desempenho. A velocidade de eixo pode ser facilmente calculada através da divisão entre a velocidade do motor e a razão de redução. Por exemplo, um motor que opera com 3.000 RPM com uma razão de redução de 2,4:1 apresentará uma RPM no eixo de 1.250 RPM, sendo que isto é o resultado de 3.000 / 2,4. O redutor representa uma perda de transmissão de potência em torno de 3%, logo, o ideal seria acoplar o motor diretamente ao hélice, eliminando o redutor. Isto raramente é feito, pois motores de elevada potência e que operam em baixa velocidade, são muito grandes e pesados, necessitando de uma robusta estrutura que inviabiliza o acoplamento direto. É importante ressaltar que, altas velocidades de rotação, não resultam em aumento de eficiência, exceto em estruturas feitas para velocidades elevadas. Para embarcações que operam abaixo de 35 nós, reduzir a RPM permite um propulsor de maior diâmetro ser girado com o mesmo tipo de motor e consumo de combustível. 21 Figura 2.11 – Efeitos provenientes da copa do hélice naval. 22 2.5 CAVITAÇÃO[8,10] A cavitação é um fenômeno que se caracteriza como sendo a criação de bolhas de vapor em região de baixa pressão (vácuo parcial) provenientes de elevadas velocidades de rotação. A cavitação começa quando uma irregularidade no casco da embarcação, na caixa de engrenagens ou no hélice causa uma área de baixa pressão. É importante lembrar que a água pode ser vaporizada aumentando a sua temperatura ou diminuindo a pressão ao seu redor, mantendo-se à temperatura constante. À medida que a velocidade da embarcação aumenta, a área de baixa pressão se intensifica. Eventualmente, a pressão é suficientemente baixa para vaporizar parte da água que está ao seu redor. Tal fato produz as bolhas de vapor citadas anteriormente, que fluem perto da caixa de engrenagens ou das superfícies das pás do hélice. À medida que as bolhas se aproximam de uma área com uma pressão mais alta, elas colapsam e liberam energia. Esta energia corrói as superfícies próximas da área de alta pressão e provoca defeitos mecânicos e vibração excessiva no sistema propulsor da embarcação. A cavitação pode ser causada por quaisquer irregularidades localizadas no casco da embarcação, na caixa de engrenagens ou no hélice, conforme ressaltado acima. Os transdutores, os tubos de coleta do velocímetro, as saliências pequenas e até mesmo os rebites frouxos podem começar o processo. A cavitação pode ser causada também por irregularidades ou defeitos nas bordas de ataque das pás do hélice. Além da elevada rotação, outros fatores que podem contribuir para o processo de cavitação são: um passo excessivo e picos de baixa pressão. Desta forma, mantendo-se um controle de velocidade do passo e da forma do propulsor, o processo de cavitação dificilmente ocorrerá em um hélice naval. As Figuras de 2.12 a 2.14 representam o processo de cavitação e seus efeitos. 2.6 VENTILAÇÃO A ventilação é outro termo que necessita ser entendido quando se trata de hélices. Ela é resultante de bolhas de ar provenientes do ar que está na superfície ou dos gases de exaustão sendo succionados na área das pás. Estas bolhas de ar fazem com que um hélice perca a sua potência de impulso. 23 É possível que a sua RPM suba de modo incontrolável e apesar disso não haja nem perda nem ganho de velocidade. Isto é mais comum de ocorrer com as montagens altas dos motores na popa, com a demasiada compensação para fora ou com as curvas pronunciadas. Este fenômeno não é tão severo quanto a cavitação, mas pode fazer com que haja perda na potência de impulso, conforme descrito anteriormente, ou aumento no consumo de combustível e na vibração do sistema propulsor diminuindo, conseqüentemente, a eficiência do mesmo. Alguns propulsores, tais como os de superfície que serão posteriormente comentados, são especificamente designados a trabalhar com uma parte submersa na água e outra fora, todavia, a maioria dos hélices é desenvolvida para operar sem ventilação. A Figura 2.15 apresenta, de forma esquemática, o fenômeno da ventilação em propulsor naval. 24 Figura 2.12 – Fatores que influenciam o processo de cavitação. Figura 2.13 – Efeitos do fenômeno de cavitação. 25 Figura 2.14 - Efeitos do fenômeno de cavitação e uma de suas causas. Figura 2.15 – Processo de ventilação em hélice naval. 26 2.7 PRINCIPAIS TIPOS DE PROPULSORES NAVAIS TIPO HÉLICE Serão apresentados alguns dos principais modelos de propulsores navais tipo hélice utilizados normalmente pelos mais variados tipos de embarcações. 2.7.1 REDONDO Amplamente testado e aprovado no mundo inteiro. É singular referente à economia, eficiência e segurança. Usado na maioria dos barcos de casco não planador. É o que atinge melhor eficiência de manobra de ré, permitindo maior facilidade como freio e em curva de ré. A raiz das pás é mais larga que nos outros estilos, o que o torna mais resistente aos impactos. A Figura 2.16 apresenta este tipo de propulsor naval. 2.7.2 BANANA Projeto popularizado pelos fabricantes de motores japoneses. Tem sido aplicado com sucesso em barcos leves ou moderadamente pesados, proporcionando um bom rendimento no item velocidade, sendo por isso melhor indicado para barcos de recreio (transporte de pessoas), empurradores leves, transporte de gado etc. São utilizados principalmente em barcos de motorização moderada onde a cavitação não é um fator preponderante ou limitativo. A Figura 2.17 mostra um propulsor conhecido popularmente como “Banana”. 2.7.3 VELOZ O hélice deste tipo, com pás triangulares, é especialmente projetado para proporcionar maior velocidade, ao mesmo tempo que torna os barcos mais potentes, eliminando os efeitos da cavitação, aumentando por isso o rendimento do conjunto barco/motor/reversor (redutor). Este é o hélice preferido no mundo inteiro pelos fabricantes de barcos de fibra, portanto barcos com capacidade de obter altas velocidades. A Figura 2.18 ilustra este tipo de propulsor. 27 Figura 2.16 – Hélice do tipo Redondo. Figura 2.17 – Hélice do tipo “Banana”. Figura 2.18 – Hélice do tipo Veloz. 28 2.7.4 ECONÔMICO A idéia original era produzir um hélice de resultados tão bons ou melhores que os outros, com a principal característica de ser silencioso. Este silêncio é proporcionado pela posição da ponta da pá em relação ao bojo da mesma, pois ao invés de um impacto na água, o que ocorre é um empurrar gradual e firme. Descobriu-se, na prática, que além dessa característica, ainda chega a proporcionar economia efetiva ao diesel que as máquinas consumiam à ordem de 2 a 5%, dependendo dos casos. A Figura 2.19 indica este tipo de hélice. 2.7.5 KAPLAN Concebido para funcionar no interior de tubulações especialmente projetadas para que a água empurrada por ele, ao encontrar as paredes da tubulação, forme um feixe de água mais estreito, que provoca uma concentração de esforços proporcionando um aumento de potência real aos barcos que usam este sistema. Tem sido utilizado com sucesso em rebocadores de manobra, empurradores e pesqueiros de arrasto onde o elemento força é uma característica essencial. Na Figura 2.20 é apresentado este tipo de propulsor naval. Neste tipo de condição operacional, pode ocorrer um aumento substancial na potência impulsiva quando comparada a um propulsor sob condições normais (padrão) de funcionamento. Este efeito é significativo somente em baixas velocidades (de 9 a 10 nós) com pás extremamente carregadas. Em tais aplicações, o gasto e a complexidade da instalação de um propulsor operando em duto, podem ser compensados na capacidade de rebocar em cargas mais elevadas em baixas velocidades. Em outras embarcações, este tipo de hélice proporciona pouca vantagem, isto é, a sua utilização não é compensada se comparada ao custo inicial de instalação. É importante ressaltar que a série de propulsor mais utilizada é aquela com quatro pás, muito embora existam de três e cinco pás. Na Figura 2.22 é mostrado este tipo de propulsor com a utilização de um duto para aumentar a eficiência do processo de impulsão e diminuir o consumo de combustível de 8 a 10%. 29 Figura 2.19 – Hélice do tipo Econômico. Figura 2.20 – Propulsor do tipo Kaplan. Figura 2.22 – Duto utilizado em conjunto com hélice naval tipo Kaplan. 30 2.7.6 SUPERFÍCIE Fabricado com três, quatro ou cinco pás, possui seu projeto especialmente definido não para evitar a cavitação, mas para tirar proveito dela. É um hélice que trabalha metade fora e metade dentro da água e, por isso, requer um material especialmente resistente ao impacto. Nestes casos, a existência de “CUP” no hélice é essencial para a eficiência do mesmo. Na Figura 2.22 é ilustrado este tipo de propulsor naval. Além dos tipos de hélices navais apresentados, existem outros produzidos com novos materiais e em novos formatos que possuem suas vantagens peculiares e utilização otimizadas em relação aos propulsores convencionais devido suas características próprias. Podemos citar como exemplo, propulsores navais em forma de parafuso que consistem de uma lâmina única feita em borracha sintética montada em forma de espiral contínua sobre um eixo geralmente constituído de aço inoxidável. Suas principais vantagens vêm do fato da flexibilidade da lâmina proporcionar um empuxo extra significativo para a embarcação além de não ser prejudicial a peixes e outras formas de vida marinha que entrem em contato com o hélice quando em operação. Além disso, a lâmina flexível não se parte com o choque de obstáculos como troncos de árvores, vegetação aquática, pedras, bancos de areia etc tão comuns nos rios da Amazônia. 31 Figura 2.22 – Propulsor do tipo Superfície. CAPÍTULO 3 MACROESTRUTURAS DE SOLIDIFICAÇÃO 3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Durante uma operação normal de fundição a macroestrutura de solidificação obtida apresenta em diferentes níveis de intensidade três zonas estruturais, ou seja, zona coquilhada, zona colunar e zona equiaxial central, mostradas na Figura 3.1, que serão abordadas de forma resumida neste capítulo. Figura 3.1 - Zona coquilhada (1); zona equiaxial (2) e; zona colunar (3)[15,16]. 3.1.1 ZONA COQUILHADA A zona coquilhada é constituída por uma camada de grãos cristalinos de orientações aleatórias, normalmente de pequenas dimensões, localizados junto às paredes do molde. Entre as principais teorias que explicam o mecanismo de formação desta zona encontram-se: 33 1) Henzel: Segundo o autor os grãos coquilhados são originados por nucleação copiosa, mediante a presença de substratos, em uma camada de líquido super resfriado existente junto às paredes do molde. 2) Bower e Flemings: A zona coquilhada é formada pelo mecanismo da multiplicação de cristais inicialmente constituídos pela separação de ramos dendríticos destes mediante a presença de convecção no líquido. 3) Biloni e Morando: Verificaram que tanto a nucleação copiosa (com alta extração de calor) quanto o mecanismo da multiplicação cristalina (com baixa extração de calor) são responsáveis pela formação da zona coquilhada. 4) Ohno: A zona coquilhada é formada pela precipitação de grãos de pequenas dimensões nucleados sobre as paredes do molde em regiões mais drasticamente resfriadas, por exemplo o topo do lingote, mediante convecção. É necessário ainda que a presença de soluto provoque a estricção dos cristais presentes nas paredes do molde[26- 28]. 3.1.2 ZONA COLUNAR A zona colunar é constituída por uma região de grãos cristalinos alongados e alinhados paralelamente à direção do fluxo de calor. As principais teorias que procuram explicar os mecanismos de formação desta zona são: 1) Chalmers e Walton: Segundo os autores os grãos colunares são constituídos a partir do crescimento seletivo, em direção preferencial, de certos grãos da zona coquilhada. 2) Chalmers e Biloni: A zona colunar se forma através da decantação de sólidos formados na superfície livre do líquido. Os grãos colunares crescem até que sejam bloqueados por grãos equiaxiais se desenvolvendo no líquido à sua frente[26- 28]. 34 3.1.3 ZONA EQUIAXIAL CENTRAL Já a zona equiaxial central é definida por uma região central de grãos cristalinos sem orientações preferenciais e de dimensões relativamente grandes quando comparados com os grãos coquilhados. Os principais estudos que procuram explicar a sua formação são: 1) Chalmers e Winegard: Conforme os autores, os grãos equiaxiais são nucleados nos instantes finais da solidificação diretamente no líquido à frente da zona colunar em crescimento, sob a presença de soluto e um resfriamento constitucional do líquido nessa região. 2) Chalmers e Biloni: A presença da zona equiaxial é explicada pelos autores por meio do mecanismo conhecido como “Big-Bang” onde cristais coquilhados que se formam na região adjacente à interface líquido/sólido migram para o interior do líquido crescendo de maneira equiaxial. 3) Jackson e colaboradores: Afirmam que partes de ramificações dendríticas secundárias podem ser refundidas em suas junções com o ramo principal, sob a presença de soluto, sendo então liberadas para o líquido à frente da interface de solidificação onde crescem equiaxialmente. 4) Southin: Os grãos equiaxiais são formados a partir de dendritas precipitadas na superfície livre para o interior do líquido (devido às vibrações na superfície do líquido, o próprio peso do sólido formado ou ainda a ruptura intergranular desta camada em virtude da retração para a formação do rechupe) onde crescem equiaxialmente. Segundo o autor, existe uma quarta zona estrutural constituída por grãos de grandes dimensões, com estrutura dendrítica grosseira, a qual acompanha o perfil do rechupe do lingote. 5) Ohno: Segundo o autor, os grãos equiaxias são formados pelo crescimento de cristais coquilhados nas paredes do molde, de onde são separados por estricção e conduzidos para o interior do líquido por correntes de convecção. 35 6) Nucleação Extensiva: Os grãos equiaxiais são nucleados diretamente no líquido por potentes substratos em todo o volume do líquido ao mesmo tempo desde que haja super resfriamento suficiente. A zona coquilhada e a zona equiaxial não apresentam diferenças entre si[27, 28]. Além disso, os grãos geralmente possuem um elevado grau de heterogeneidade que, na maioria das vezes, é indispensável uma vez que os materiais utilizados na engenharia normalmente exigem propriedades isotrópicas. Logo, são então procuradas estruturas homogêneas ao longo das seções de produtos fundidos capazes de atender as diversas aplicações encontradas na prática. Assim, um dos maiores objetivos da Engenharia dos Materiais nas últimas décadas tem sido o desenvolvimento de técnicas capazes de controlar a dimensão, forma, distribuição e orientação dos grãos cristalinos de produtos fundidos, visando à obtenção de estruturas de solidificação compatíveis com as propriedades mecânicas exigidas uma vez que, em quase todas as aplicações, com exceção de algumas muitos especiais, é necessária a utilização de estruturas com grãos pequenos e equiaxiais, pois suas propriedades são notoriamente superiores [5] . Para o desenvolvimento das mesmas, entretanto, torna – se necessário suprir o crescimento colunar por meio do estímulo de condições favoráveis à formação de núcleos equiaxiais. Os efeitos do tamanho do grão nas propriedades de um material resultam, em princípio, de modificações na distribuição de heterogeneidade existente na estrutura do mesmo, as quais são responsáveis pelas características mecânicas inferiores apresentadas pelas estruturas mais grosseiras. Entre as variáveis operacionais que influenciam a constituição da macroestrutura final dos mesmos podem ser citadas o coeficiente de transferência de calor da interface metal/molde, o coeficiente de transferência de calor da interface molde/ambiente, a presença de soluto no líquido, a temperatura de vazamento, a existência de convecção forçada no metal que solidifica, o tipo, a geometria e as dimensões do molde, etc sendo que esta última foi alvo de muitos estudos quanto aos efeitos proporcionados [28]. 36 3.2 INFLUÊNCIA DE METAIS NÃO FERROSOS NAS PROPRIEDADES DE LIGAS À BASE DE COBRE[29] A escolha inadequada da matéria-prima, geralmente sucatas à base de cobre, compromete a qualidade requerida dos propulsores estudados sendo, portanto, muito comum a presença de descontinuidades em suas estruturas tais como porosidade, vazios, trincas etc bem como a quebra e/ou empenamento dos mesmos quando utilizados por embarcações locais. Sendo assim, torna-se necessária uma abordagem teórica capaz de analisar a influência da adição de metais não ferrosos nas propriedades de ligas à base de cobre, material predominante na composição química destes propulsores. 1) Zinco: A adição deste metal tende a aumentar a dureza, a resistência mecânica e o alongamento da liga de cobre proporcionando ao propulsor uma maior resistência ao desgaste aumentando, assim, a durabilidade dos mesmos. Para tanto, recomenda-se uma proporção de zinco da ordem de 25%, superior à quantidade encontrada na maioria dos hélices analisados. 2) Alumínio: O acréscimo deste material contribui para o aumento do alongamento e da resistência à tensão bem como diminui a densidade da liga. Para que tais propriedades sejam atingidas recomenda-se uma proporção de alumínio da ordem de 5% que caracteriza a quantidade existente em uma liga de bronze de alumínio naval, bem acima da quantidade de alumínio observada na maior parte dos hélices estudados. 3) Estanho, Chumbo e Zinco: A adição conjunta destes elementos combina os benefícios da adição do zinco com a usinabilidade e a fácil moldagem do chumbo e estanho. Recomenda-se uma mistura desses materiais composta aproximadamente por 6% de estanho, 2% de chumbo e 5% de zinco, muito utilizada em atividades marinhas. Nenhum dos hélices estudados apresentou uma composição química próxima àquela especificada anteriormente. 37 4) Manganês: Aumenta significativamente a resistência à tração e ao impacto do propulsor. Deve-se utilizar uma proporção de manganês próxima a 4%, característico da liga bronze-manganês, material também muito utilizado em outros componentes navais. Vale ressaltar, que a maioria dos propulsores analisados possui uma quantidade de manganês abaixo de 1%[29-31]. CAPÍTULO 4 ENSAIOS MECÂNICOS 4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Todo projeto de um componente mecânico, ou mais amplamente, qualquer projeto de engenharia, requer, para sua viabilização, um vasto conhecimento das características, propriedades e comportamento dos materiais disponíveis. Os critérios de especificação ou escolha de materiais impõem, para a realização dos ensaios, métodos normatizados que objetivam levantar as propriedades mecânicas e seu comportamento sob determinadas condições de esforços. Essa normalização é fundamental para que se estabeleça uma linguagem comum entre fornecedores e usuários dos materiais, tendo em vista que é comum a realização de ensaios de recebimento dos materiais encomendados, a partir de uma amostragem estatística representativa do volume recebido. O comportamento mecânico de qualquer material utilizado em engenharia é função de sua estrutura interna e de sua aplicação em projeto. As relações existentes entre as diferentes características que influenciam no desempenho de determinado componente e a parte da ciência que estuda tais relações podem ser vistas na Figura 4.1. Observa-se na Figura 4.2, que os processos que se encarregam de dar forma à matéria-prima dependem da estrutura interna apresentada antes de cada etapa de processamento, o que vai progressivamente alterando a forma e a estrutura do material, implicando propriedades particulares. No final do processo de fabricação, o componente terá um conjunto de propriedades decorrentes das características originais da matéria-prima devidamente modificadas durante os processos especificações finais de projeto[13]. e que devem coincidir com as 39 Estrutura Interna do Material Metalurgia Comportamento Mecânico Mecânica Comportamento estrutural/projeto Figura 4.1 – Relação entre características dos materiais e o seu comportamento mecânico[13]. Figura 4.2 – Esquema representativo do processo de fabricação de uma peça desde a matéria-prima (metal líquido) até o produto final[13]. 4.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS Os ensaios mecânicos permitem a estimativa de propriedades mecânicas que se referem ao comportamento do material quando sob a ação de esforços e que são expressas em função de tensões e/ou deformações. Tensões representam a resposta interna aos esforços externos que atuam sobre uma determinada área em um corpo. Entre as principais propriedades mecânicas dos materiais obtidas por ensaio, podem ser citadas as seguintes:[13] 40 1) Resistência Mecânica: Capacidade que o material apresenta de resistir a esforços estáticos (tração, compressão, flexão, torção e cisalhamento) sem se romper. 2) Elasticidade: Capacidade que o material apresenta de deformar-se e recuperar sua configuração inicial tão logo cesse o esforço que proporcione tal deformação. 3) Plasticidade: Capacidade que o material apresenta de deformar-se permanentemente, sob a ação de um esforço compatível com sua resistência mecânica, sem que ocorram no mesmo trincas, fraturas, porosidade etc. 4) Resiliência: Capacidade que o material apresenta de absorver energia de deformação no regime elástico. 5) Tenacidade: Capacidade que o material apresenta de absorver energia até fraturar-se correspondendo, portanto, às energias de deformação nos regimes elástico e plástico. 4.3 ENSAIO DE TRAÇÃO Consiste na aplicação gradativa de uma carga de tração uniaxial crescente em um corpo-de-prova até a ruptura. Mede-se posteriormente, a variação do comprimento (L) como função da carga (P), conforme descrito na Figura 4.3. As Figuras 4.4 e 4.5, mostram, respectivamente, a representação esquemática do ensaio em questão e a curva obtida no mesmo. Entre os diversos tipos de ensaio disponíveis para a avaliação das propriedades mecânicas dos materiais, o mais utilizado é o Ensaio de Tração por ser um tipo de ensaio relativamente simples e de realização rápida, além de fornecer informações importantes e primordiais para o projeto e a fabricação de peças e componentes, tais como o Limite de Resistência à Tração (σU), Limite de Escoamento (σE), Módulo de Elasticidade (E), Ductilidade etc. 41 Figura 4.3 – Princípio teórico do Ensaio de Tração. Figura 4.4 – Representação esquemática do Ensaio de Tração. 42 Figura 4.5 – Curva obtida no Ensaio de Tração. 43 Na curva da Figura 4.5, observam-se quatro regiões de comportamentos distintos, sendo OA a região de comportamento elástico, AB a região de escoamento de discordâncias, BU a região de encruamento uniforme, UF a região de encruamento não uniforme, sendo que o processo de ruptura se inicia em U e é concluído no ponto F. Para um material de alta capacidade de deformação permanente, o diâmetro do corpo-de-prova começa a decrescer rapidamente ao se ultrapassar a carga máxima (ponto U), portanto, a carga necessária para continuar a deformação diminui até a ruptura total. 4.3.1 REGIÃO DE COMPORTAMENTO ELÁSTICO Quando uma amostra de material solicitado por uma força sofre uma deformação, e após a retirada da força aplicada recupera suas dimensões originais, esta deformação é definida como deformação elástica. Este comportamento é descrito pela Equação 4.1, da elasticidade de uma mola, dada por: P=k⋅x (4.1) k sendo: Î Constante de proporcionalidade ou constante de mola (adimensional); x Î Deslocamento (m). De modo semelhante, a deformação elástica de um corpo-de-prova comporta-se de forma análoga à Lei de Hooke, representada pela Equação 4.2: σ = E ⋅ε sendo: E Î Módulo de Elasticidade ou Módulo de Young (Pa); ε Î Deformação (adimensional). (4.2) 44 Observa-se que a relação que descreve o comportamento nesta região, é uma relação linear entre a tensão e a deformação. As principais tensões definidas na região elástica são: 1) Limite de Elasticidade (σA): Máxima tensão que o material pode suportar sem apresentar deformação permanente após a retirada da carga. 2) Limite de Proporcionalidade (σP): Máxima tensão acima da qual o material não mais obedece a Lei de Hooke, ou seja, perde-se a linearidade entre a tensão e a deformação, descrita anteriormente. 4.3.2 REGIÃO DE ESCOAMENTO O escoamento é compreendido como um fenômeno localizado, que se caracteriza por um aumento relativamente grande na deformação, acompanhado por uma pequena variação na tensão aplicada, sendo que esta região pode ser facilmente observada, como na Figura 4.5, (material dúctil) ou imperceptível (material frágil). A principal tensão definida nesta região é o Limite de Escoamento (σE), que consiste na máxima tensão atingida na região de escoamento. Para os casos de escoamento imperceptível, convencionou-se adotar uma deformação padrão que corresponda ao Limite de Escoamento, conhecida como Limite n de Escoamento (σEn). 4.3.3 REGIÃO DE COMPORTAMENTO PLÁSTICO A partir do ponto B da Figura 4.5, o material inicia a região de comportamento plástico, a qual se caracteriza pela presença de deformações permanentes no corpo-de-prova. Para materiais de alta capacidade de deformação, o diagrama tensão-deformação apresenta variações relativamente pequenas na tensão, acompanhadas de grandes variações na deformação. 45 Nesta região, pode-se determinar uma série de características do material, tais como: 1) Limite de Resistência à Tração (σU): Tensão correspondente ao ponto de máxima carga atingida durante o ensaio. Após o ponto U (fase de ruptura), inicia-se o fenômeno da estricção, que consiste em uma redução local abrupta da seção transversal do corpo-de-prova. 2) Limite de Ruptura (σF): Última tensão suportada pelo material antes da fratura. O alongamento e a estricção são medidas da ductilidade do material e definidas da seguinte forma: 3) Alongamento (∆L): Diferença entre comprimento final (LF) e inicial (L0) do corpo-de-prova. O alongamento específico (δ) caracteriza-se pelo quociente do alongamento pelo comprimento inicial do corpo-de-prova. Também é conhecido como deformação linear média, ou deformação convencional de engenharia no ponto de fratura. Este parâmetro é descrito pela Equação 4.3 abaixo: δ= LF − LO LO sendo: (4.3) δ =εF 4) Coeficiente de Estricção (ϕ): É a diferença entre as seções inicial (S0) e final (SF) após a ruptura do corpo-de-prova, expressa em porcentagem da seção inicial. A Equação 4.4, descreve o que foi mencionado anteriormente. ϕ= SO − S F SO (4.4) 46 4.3.4 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA E FRATURA[13] Enquanto a deformação elástica é homogênea, envolvendo somente um pequeno e reversível deslocamento de átomos, a deformação plástica é nãohomogênea e envolve deslocamentos grandes e irreversíveis. A deformação elástica pode ser interpretada em termos de estruturas perfeitas, ao passo que a deformação plástica está relacionada com movimento de discordâncias. A deformação plástica geralmente ocorre por meio de um mecanismo de escorregamento no qual os planos atômicos mais densamente compactados se movem uns sobre os outros. Para um determinado conjunto de planos densamente compactados e de direções, o escorregamento ocorre nos planos onde a tensão de cisalhamento é máxima, o que corresponde a uma direção de 45º do eixo de aplicação da tensão de tração. Nos metais cúbicos de face centrada (CFC) há maior probabilidade de o escorregamento ocorrer nesta direção do que nos metais que apresentam estrutura hexagonal compacta. Nos metais cúbicos de corpo centrado (CCC), não há exatamente um conjunto de planos densamente compactados, e o escorregamento geralmente ocorre na forma de linhas onduladas. Fratura é a separação ou fragmentação de um corpo sólido em duas ou mais partes, sob a ação de uma tensão, e pode ser considerada como sendo constituída de duas partes, sendo as mesmas a nucleação de trincas e coalescimento (propagação) da trinca. A fratura pode ser classificada em duas categorias gerais. A fratura dúctil e a fratura frágil. A fratura dúctil é caracterizada pela ocorrência de uma apreciável deformação plástica antes e durante a propagação da trinca. A frágil é caracterizada pela rápida propagação da trinca, com nenhuma deformação macroscópica e muito pouca microdeformação. A Figura 4.6 indica de forma esquemática os tipos de fratura que podem ocorrer em um material metálico: 47 Figura 4.6 – Tipos de fratura verificadas em metais submetidos à tensão uniaxial: (A) frágil; (B) dúctil[13]. As Figuras de 4.7 a 4.9, mostram os aspectos da região de fratura em diferentes amostras metálicas. Figura 4.7 – Aspecto do escorregamento que se verifica em um monocristal ensaiado à tração comparado com a direção teórica de escorregamento[13]. 48 Figura 4.8 – Formação de região estrita em uma amostra de aço evidenciando que a fratura que se seguirá será do tipo taça-cone[13]. Figura 4.9 – Exemplos de fratura dúctil (taça-cone) e de fratura frágil, respectivamente, para amostras de alumínio e aço médio carbono[13]. 49 4.4 ENSAIO DE DUREZA Este ensaio consiste na impressão de uma pequena marca na superfície da peça pela aplicação de pressão com uma ponta de penetração. A medida da dureza do material ou da dureza superficial é dada como função das características da marca de impressão e da carga aplicada em cada tipo de Ensaio de Dureza, conforme descrito na Figura 4.10. Este ensaio é amplamente utilizado na indústria de componentes mecânicos, tratamentos superficiais, vidros e laminados devido a vantagem de fornecer dados quantitativos das características de resistência à deformação permanente das peças produzidas. É utilizado como um ensaio para o controle das especificações da entrada de matéria-prima e durante as etapas de fabricação de componentes. Observa-se que os resultados fornecidos pela medida de dureza devem variar em função de tratamentos sofridos pela peça (refusão a laser, tratamentos termoquímicos, tratamentos térmicos, etc). A dureza de um material depende diretamente das forças de ligação entre átomos, íons ou moléculas, bem como da resistência mecânica. Nos sólidos moleculares, como os plásticos, as forças atuantes entre as moléculas (forças de Van der Waals) são baixas por isso eles são relativamente macios. Os sólidos metálicos e iônicos, devido à natureza mais intensa das forças de ligação, são mais duros, enquanto os sólidos de ligação covalente são os materiais conhecidos de maior dureza. É importante salientar, que há uma ligação bastante próxima entre o limite de escoamento dos metais e a sua dureza. 50 Figura 4.10 – Tipos de Ensaios de Dureza e respectivas características de impressão. 51 4.4.1 ENSAIOS DE DUREZA ROCKWELL Este ensaio recebeu essa denominação pelo fato de ter sido proposto pela indústria Rockwell, dos Estados Unidos, por volta de 1922. O Ensaio de Dureza Rockwell é mais utilizado internacionalmente e baseia-se na profundidade da impressão causada por um penetrador sob a ação de uma carga como indicador de medida de dureza, não havendo relação com a área de impressão. O penetrador tanto pode ser de diamante esferocônico com ângulo de 120º e ponta ligeiramente arredondada (r = 0,2 mm), como uma esfera de aço endurecido, geralmente com diâmetro de 1,59 mm, havendo também de 3,17 mm, 6,35 mm e 12,7 mm de diâmetros. No caso do Ensaio de Dureza Rockwell, utilizam-se pré-carga de 98 N (10 kgf) e força (total) de 589 N (60 kgf), 981 N (100 kgf) e 1471 N (150 kgf). A aplicação da pré-carga é necessária para se eliminar a ação de eventuais defeitos superficiais e ajudar na fixação do corpo-de-prova no suporte, além de causar pequena deformação permanente, eliminando erros causados pela deformação elástica. A profundidade de penetração é correlacionada pela máquina de ensaio a um número arbitrário, cuja leitura é feita diretamente na escala da máquina, após a retirada da carga total, mantendo-se entretanto a carga inicial. O número de dureza Rockwell é sempre citado com o símbolo HR, seguido da escala utilizada e ocasionalmente da carga de ensaio. A Tabela 4.1 mostra as várias escalas existentes para a dureza Rockwell, as quais dependem do penetrador e da carga aplicada, abrangendo uma enorme variedade de materiais. 52 Tabela 4.1 - Características das escalas de dureza Rockwell. Escala Penetrador Carga Leitura (kgf) na Escala Aplicações Típicas B Esfera 1,58 mm 100 Vermelha FoFo, aços não-temperados C Diamante (cone) 150 Preta Aço temperado ou cementado A Diamante (cone) 60 Preta Metal duro, aço fundido/temperado/rápido D Diamante (cone) 100 Preta Aço fundido com espessura reduzida E Esf. 3,175 mm 100 Vermelha FoFo, ligas de alumínio e magnésio, metal duro F Esfera 1,58 mm 60 Vermelha G Esfera 1,58 mm 150 Vermelha Bronze, fósforo, ligas de berílio, FoFo maleável H Esf. 3,175 mm 60 Vermelha Alumínio, zinco, chumbo, abrasivos K Esf. 3,175 mm 150 Vermelha Metal duro e matais de baixa dureza L Esf. 6,350 mm 60 Vermelha Idem Rockwell K, borracha e plásticos M Esf. 6,350 mm 100 Vermelha Idem Rockwell K e L, madeira e plásticos P Esf. 6,350 mm 150 Vermelha Idem Rockwell K, L e M, plásticos R Esf. 12,70 mm 60 Vermelha Idem Rockwell K, L e M, plásticos S Esf. 12,70 mm 100 Vermelha Idem Rockwell K, L e M, plásticos V Esf. 12,70 mm 150 Vermelha Idem Rockwell K, L, M, P e R ou S Metais moles, ligas de cobre É importante salientar, que a realização do Ensaio de Dureza Rockwell é normatizado pela Norma Brasileira NBR-6671 e pela norma internacional ASTM E18-94 as quais estabelecem, entre outros, os seguintes critérios: 1) O espaçamento entre as impressões deve ser de no mínimo 3 vezes o diâmetro da penetração e 2,5 vezes para a distância da borda do corpo-deprova; 2) O tempo de aplicação da pré-carga deve ser menor que 3 segundos, sendo recomendados períodos de 1 a 8 segundos para a aplicação da carga total; 53 3) Deve-se realizar o ensaio em materiais desconhecidos partindo de escalas mais altas para evitar danos ao penetrador seguido de escalas mais baixas; 4) A superfície a ser testada deve estar limpa e seca, plana e perpendicular ao penetrador, estando este último limpo e bem assentado. CAPÍTULO 5 MÉTODO NUMÉRICO UTILIZADO 5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS A Mecânica dos Meios Contínuos apresenta como principal objetivo o desenvolvimento de modelos matemáticos que possam representar adequadamente a situação física real em estudo. Porém, a aplicação de tais teorias a casos práticos apresenta dificuldades às vezes intransponíveis. Na análise estrutural, por exemplo, a perfeita representação matemática de carregamentos, geometrias, condições de contorno, comportamento dos materiais, etc, em muitas situações, apresenta-se de forma complexa, havendo, assim, a necessidade de se introduzir muitas hipóteses simplificadoras no problema real, para permitir alguma forma de modelagem matemática que conduza a soluções mais simples[1]. Por outro lado, pesquisadores têm demonstrado um interesse cada vez maior por estudos da análise de sistemas. Este interesse vem unido a uma necessidade crescente de estudar-se o comportamento de elementos estruturais complexos, o que conduz a tratamentos analíticos mais elaborados, baseados em teorias gerais e que são, via de regra, de soluções extremamente difíceis. Desta forma, os estudiosos têm procurado desenvolver e/ou aplicar métodos aproximados que permitam aplicar os princípios daquelas teorias de forma acessível e precisa. Dentre este métodos, os que tem sido mais utilizados são aqueles baseados na discretização do meio contínuo (a estrutura, o fluido, o gás, etc). O Método dos Elementos Finitos (MEF) é seguramente o processo que mais tem sido empregado para a discretização de meios contínuos. A sua larga utilização deve-se também ao fato de poder ser aplicado, além dos problemas 55 clássicos da mecânica estrutural elástico-linear, para os quais o método foi inicialmente desenvolvido, também para problemas tais como: 1) Problemas Não Lineares, Estáticos ou Dinâmicos; 2) Mecânica dos Sólidos; 3) Mecânica dos Fluidos; 4) Eletromagnetismo; 5) Transferência de Calor; 6) Filtração de Meios Porosos; 7) Campo Elétrico; 8) Acústica. Além disso, pode-se afirmar também que o MEF é muito utilizado face à analogia física direta que se estabelece, com o seu emprego, entre o sistema físico e o real. 5.2 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS[12] O Método de Elementos Finitos (MEF) é um procedimento numérico para resolver problemas de mecânica do contínuo com precisão aceitável. Suponhase que os deslocamentos e/ou tensões da estrutura mostrada na Figura 5.1, devam ser obtidos. Os métodos clássicos descrevem o problema com equações diferenciais parciais, mas não fornecem respostas prontas por não serem a geometria e o carregamento comuns. Na prática, muitos problemas são complicados para terem uma solução matemática fechada (algoritmo próprio para a sua solução). Nestes casos, como o da Figura 5.2, uma solução numérica é necessária, e um dos mais versáteis métodos para tal é o MEF. 56 Figura 5.1 – Estrutura de forma arbitrária. Figura 5.2 – Malha de elementos finitos. Na Figura 5.2 é mostrada uma malha de elementos finitos possível, que representa a viga da Figura 5.1, onde as regiões triangulares são elementos 57 finitos, e os pontos escuros são os nós, que conectam os elementos uns aos outros. Pode-se dizer que os elementos finitos são partes da estrutura real, todavia, não se pode converter a Figura 5.2 na Figura 5.1 simplesmente fazendo cortes da estrutura em regiões e unindo as partes através de nós. Isto resultaria em uma estrutura fragilizada. Adicionalmente, procedendo desta forma, haveria concentrações nos nós e uma tendência a haver uma sobreposição ou separação ao longo da linha de corte entre as regiões. Na realidade, uma estrutura real não atua desta forma. Assim, os elementos finitos devem se deformar de maneira compatível. Por exemplo, se uma aresta de um elemento permanece reta, as arestas dos elementos adjacentes deverão ter deformações compatíveis, sem que haja sobreposição ou separação. A versatilidade é uma notável característica do MEF, que pode ser aplicado a vários problemas. A região sob análise pode ser constituída de elementos de diferentes tipos, formas e propriedades físicas. Esta grande versatilidade pode, muitas vezes, ser colocada num programa computacional simples, desde que se controle a seleção do tipo de problema a abordar, especificando geometria, condições de contorno, seleção dos elementos, etc. Outra característica do método (e uma das suas grandes vantagens) é a semelhança física entre a malha e a estrutura real. Assim, o modelo, ou seja, a malha, não é uma abstração matemática difícil de ser visualizada. Apesar das suas vantagens, o MEF também tem as suas desvantagens. Um resultado numérico específico sempre é obtido para um conjunto de dados que tentam representar um sistema; e nem sempre existe uma fórmula fechada que permita a verificação destes resultados. Um programa e um computador confiáveis são essenciais; experiência e um bom senso de engenharia são necessários para se construir uma boa malha; muitos dados de entrada geralmente são necessários e um volumoso conjunto de dados de saída deve ser adequadamente interpretado. Entretanto, este obstáculos não são únicos 58 no MEF, estando muito deles também presentes em outros métodos de solução. 5.2.1 TIPOS DE ELEMENTOS[12] Alguns elementos que são comumente empregados vão a seguir, ser apresentados. O elemento de barra, Figura 5.3, resiste apenas a cargas axiais, tendo, assim, apenas um grau de liberdade por nó, ou seja, o elemento tem dois graus de liberdade. Este elemento é particularmente útil para os casos de análise de treliças cujos vínculos são rotulados. Como todos os outros tipos de elementos, pode ser prevista a sua utilização em conjunto com outros elementos. Figura 5.3 – Representação do elemento de barra e de suas características. Os elementos básicos para a análise de casos que podem ser identificados como estado plano de tensões ou plano de deformações, são apresentados na Figura 5.4, onde aparecem um elemento triangular e um quadrilátero. Várias outras formas de elementos planos são possíveis, porém serviriam para propósitos específicos. 59 Figura 5.4 – Representação de elementos planos. Estes elementos planos possuem dois graus de liberdade por nó, portanto, o elemento triangular tem seis graus de liberdade e o quadrilátero oito. Os elementos sólidos, que são generalizações tridimensionais da análise por elementos finitos para estruturas sólidas (no caso de análise estrutural), têm como formas mais comuns o tetraedro e o hexaedro, conforme mostrado na Figura 5.5. Figura 5.5 – Tipos de elementos de sólidos. Um dos mais importantes campos de aplicação do MEF é na análise de sólidos axissimétricos, conforme descrito na Figura 5.6. Uma grande variedade de problemas em engenharia pode ser analisada nesta categoria, incluindo tanques de concreto e de aço, vasos de contenção nucleares, rotores, pistões, 60 eixos e bocais de descarga de foguetes. Nestes casos, carregamento e geometria são geralmente axissimétricos. Na Figura 5.6 é mostrado um elemento axissimétrico triangular, embora uma forma quadrilátera geral também possa ser empregada. Figura 5.6 - Elemento sólido axissimétrico. Na Figura 5.7, é mostrado um elemento de casca axissimétrica que é semelhante, na aplicação, ao elemento da Figura 5.6, embora neste caso as relações que governam o problema derivem da simplificação da teoria de cascas finas. 61 Figura 5.7 - Elementos de casca fina axissimétrica. Na Figura 5.8, são apresentados elementos de placas que resistem à flexão, tendo cinco graus de liberdade por nó, três translações e duas rotações, em X e em Y. Figura 5.8 – Elementos de placa sob flexão. Elementos estruturais de casca devem ser empregados onde duas dimensões são bem maiores que a terceira dimensão (espessura). Na Figura 5.9 são apresentados dois elementos de casca, com dupla curvatura, considerando o efeito de flexão em dois eixos. 62 Figura 5.9 - Elemento de casca fina. 5.2.2 APLICAÇÕES[12] A seguir são apresentados alguns exemplos aplicativos, a título de demonstração das potencialidades do MEF, colhidos da literatura da área. Figura 5.10 – Malha de elementos triangulares para análise de um estado plano de deformações de uma barragem com elemento triangular. 63 Figura 5.11 – Canal com um anteparo circular para determinação de velocidade e/ou pressões e uma malha que corresponde a um quarto da estrutura. Figura 5.12 – Exemplo de aplicação em Biomecânica (fêmur humano). 64 Figura 5.13 – Torre de transmissão com 233 elementos com 6 graus de liberdade por nó. Figura 5.14 – Vaso de pressão de um reator nuclear. 65 Figura 5.15 – Submarino modelado por 690 elementos com 512 nós. Figura 5.16 – Malha para análise estática da estrutura de um carro. Figura 5.17 – Análise bidimensional de uma ponte fixa em Odontologia. 66 Figura 5.18 – Estrutura típica de Engenharia Civil discretizada. Figura 5.19 – Malha de elementos finitos do AMD/BA Falcon 50. CAPÍTULO 6 MATERIAIS E MÉTODOS 6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste capítulo, serão ressaltados os materiais e equipamentos utilizados neste trabalho bem como os procedimentos adotados durante o mesmo. 6.2 VISITAS TÉCNICAS REALIZADAS Durante o desenvolvimento deste trabalho, foram realizadas visitas técnicas em municípios paraenses considerados estratégicos, no que diz respeito ao transporte hidroviário da região, a fim de serem obtidas informações de caráter técnico geral que permitissem um diagnóstico coerente e uma análise concreta a respeito do comportamento mecânico operacional dos propulsores navais produzidos no Estado do Pará. Os municípios visitados encontram-se localizados nas regiões do Baixo Amazonas, Marajó, Tocantins, Salgado e Bragantina. Através da Figura 6.1, torna-se possível a visualização dos locais onde foram efetivadas as visitas em questão. Os municípios que foram visitados são aqueles que estão representados na cor vermelha, isto é: Belém, Santarém, Marabá, Breves, Soure, Vigia, Bragança, Almerim, IgarapéMiri, Abaetetuba, Maracanã, no Estado do Pará e Macapá, capital do Estado do Amapá. Em todos os casos, foram aplicados questionários técnicos específicos tanto para produtores locais quanto para usuários dos hélices navais analisados, com a finalidade de se obter uma visão abrangente sobre a problemática regional. Os referidos questionários encontram-se anexados no final deste trabalho. As formas de locomoção para cada município citado anteriormente foram as mais variadas possíveis, sendo algumas por meio aéreo, fluvial e terrestre. A Figura 6.2 representa as condições de viagem para o município de Breves, localizado na Ilha do Marajó, onde os passageiros passam grande parte da viagem em suas redes, pois a mesma tem duração aproximada de 24 h (ida e volta). 68 68 Figura 6.1 - Cidades visitadas nos Estados do Pará e Amapá durante a etapa de levantamento de dados de campo. 69 Figura 6.2 - Condições da viagem para o município de Breves localizado na Ilha do Marajó. 70 As informações obtidas em todas as visitas técnicas realizadas durante a pesquisa de campo, encontram-se apresentadas a seguir, a fim de se tenha a necessária compreensão da importância desta atividade. 6.2.1 VISITAS TÉCNICAS REALIZADAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM-PA Produtores: 11 1) CALMEC – Serviços Navais e Industriais Ltda – Data: 15/04/99; 2) Oliveira Silva – Data: 30/04/99; 3) Brito Costa e Companhia Ltda – Data: 30/04/99 e 26/04/00; 4) A Pontual – Data: 28/05/99; 5) São Pedro – Data: 16/09/99; 6) Oficina Nossa Senhora de Nazaré – Data: 20/09/99; 7) Tornama – Data: 03/10/99; 8) Oficina São Francisco – Data: 03/03/00; 9) Torneadora 3 Irmãos – Data: 03/03/00; 10) Metalúrgica São Benedito – Data: 05/03/00; 11) Hélice da Amazônia Indústria e Comércio LTDA – Data: 05/03/00. Usuários: 6 1) ETN – Empresa Técnica Nacional S/A – Data: 07/04/99; 2) Companhia de Navegação da Amazônia / CNA– Data: 16/04/99; 3) Belém Comércio e Navegação / BELCONAVE– Data: 02/06/99; 4) Alves e Rodrigues Ltda – Data: 03/09/99; 5) Empresa de Navegação Bom Jesus Ltda – Data: 03/09/99; 6) Marques Pinto Navegação Ltda – Data: 20/09/99. 6.2.2 MUNICÍPIOS LOCALIZADOS NO ESTADO DO PARÁ • BRAGANÇA (220 km de Belém / distância terrestre) Produtor: 1 1) Jorge Martins Pinto – Data: 30/01/99. 71 Usuários: 4 1) Benedito José de Freitas Souza – Data: 29/01/99; 2) Cariolano Cardoso da Silva – Data: 27/02/99; 3) José Gasperim – Data: 27/02/99; 4) Manoel Santiago da Luz – Data: 28/02/99. • IGARAPÉ-MIRI (75 km de Belém / distância terrestre) Produtor: 1 1) Oficina Salmo 23 – Data: 30/05/00. • ABAETETUBA (65 km de Belém / distância terrestre) Produtores: 2 1) Oficina Graça – Data: 30/05/00; 2) Oficina São Raimundo – Data: 30/05/00. • ALMERIM (620 km de Belém / distância fluvial) Produtores: 2 1) Oficina Deus te Proteja – Data: 21/12/99; 2) Oficina Padre Cícero – Data: 22/12/99. • MARACANÃ (165 km de Belém / distância terrestre) Usuários: 5 1) Orlandir Martins Rayol – Data: 18/02/01; 2) Adamilton Oscar – Data: 18/02/01; 3) Pedro Egues Leite – Data: 18/02/01; 4) Carlos Henrique Pinheiro Machado – Data: 18/02/01; 5) Antonio Gomes do Nascimento – Data: 18/02/01. 72 • VIGIA (98 km de Belém / distância terrestre) Produtores: 2 1) Luís Torneiro – Data: 24/03/01 2) Comercial Arapiranga – Data: 24/03/01 Usuários: 7 1) Rivaldo Lopes Cardoso – Data: 18/02/01; 2) Narciso de Oliveira – Data: 24/03/01; 3) Donato Pereira dos Santos – Data: 24/03/01; 4) Manoel Gomes Faria – Data: 24/03/01; 5) Raimundo Maciel da Costa – Data: 24/03/01; 6) Manoel Conceição Reis da Silva – Data: 24/03/01; 7) Roberto Carlos – Data: 24/03/01. • MARABÁ (712 km de Belém / distância terrestre) Produtor: 1 1) Zé do Alumínio – Data: 05/05/01. Usuários: 10 1) Benjamim Gonçalves de Abreu – Data: 05/05/01; 2) Mário de Almeida Rodrigues – Data: 05/05/01; 3) Roberval Silva – Data: 05/05/01; 4) João Alves da Silva – Data: 05/05/01; 5) Cristovão Fonseca – Data: 05/05/01; 6) Jair Moura Costa – Data: 06/05/01; 7) Arnolima Silva – Data: 06/05/01; 8) Manoel Souza Costa – Data: 06/05/01; 9) Valdeci Soares da Conceição – Data: 06/05/01; 10) Amarildo Ferreira Barros – Data: 06/05/01. 73 • SANTARÉM (685 km de Belém / distância aérea) Produtores: 4 1) Oficina Naval – 02/07/01; 2) Oficina do Néo – Data: 03/07/01; 3) Fundição de Fundo de Quintal – Data: 03/07/01; 4) Estaleiro Gamboa Ltda – Data: 03/07/01. Usuários: 6 1) Ednaldo Souza Amaral – Data: 02/07/01; 2) Anísio Pedroso – Data: 02/07/01; 3) Antônio Miguel Pimentel de Oliveira – Data: 02/07/01; 4) Francisco José Magno Barroso – Data: 02/07/01; 5) Dovaldo Pantoja – Data: 03/07/01; 6) Antônio Junior de Souza – Data: 04/07/01. • BREVES (271 km de Belém / distância fluvial) Produtor: 1 1) Leonor Soares de Lima – Data: 16/09/01. Usuários: 7 1) Valdomiro Cardoso Cavalcante – Data: 16/09/01; 2) José Tavares de Castro – Data: 16/09/01; 3) Antonio Hermógenes dos Santos Maciel – Data: 16/09/01; 4) Amauri Gomes do Nascimento – Data: 16/09/01; 5) Pedro Hortas Félix – Data: 16/09/01; 6) Evaldo Lobato Costa – Data: 16/09/01; 7) Divaldo Cardoso Ferreira – Data: 16/09/01. • SOURE (94 km de Belém / distância fluvial) Produtor: 1 1) Torneadora Nossa Senhora de Nazaré – Data: 06/10/01. 74 Usuários: 9 1) Clóvis Vitelli Cassiano – Data: 06/10/01; 2) Emanuel Elizeu Gonçalves Filho – 06/10/01; 3) Edvaldo Cabral – Data: 06/10/01; 4) Paulo Afonso de Araújo Moraes – Data: 06/10/01; 5) Jurandir Macedo – Data: 06/10/01; 6) Antonio da Silva Gonçalves – Data: 06/10/01; 7) Eduardo Melo da Cruz – Data: 07/10/01; 8) Admilson Queirós – Data: 07/10/01; 9) Joel Gomes Brito – Data: 07/10/01. 6.2.2 CIDADES LOCALIZADAS EM OUTROS ESTADOS • MACAPÁ-AP (392 km de Belém / distância aérea) Produtores: 3 1) Fábrica Boa Palheta de Alumínio – Data: 21/02/00; 2) Oficina sem identificação – Data: 21/02/00; 3) Oficina sem identificação – 22/02/00. A fim de tornar possível a análise dos dados obtidos nas empresas visitadas, os mesmos foram sistematizados objetivando a apresentação das informações de modo que padrões e tendências pudessem ser observados. A Tabela 6.1 mostra o número de produtores e usuários visitados no levantamento de campo. Por conseguinte, a Tabela 6.2 apresenta, de forma resumida, os principais resultados obtidos durante a realização das visitas técnicas acima referidas. 75 Tabela 6.1 – Municípios localizados nos Estados do Pará e Amapá visitados na etapa de levantamento de dados de campo. Belém Abaetetuba Almerim Bragança Breves Igarapé-Miri Macapá Marabá Maracanã Santarém Soure Vigia Produtores 11 2 2 1 1 1 3 1 - 4 1 2 Usuários 6 - - 4 7 - - 10 5 6 9 7 Total 17 2 2 5 8 1 3 11 5 10 10 9 TOTAL DE MUNICÍPIOS VISITADOS: 12 TOTAL DE PRODUTORES ENTREVISTADOS: 29 TOTAL DE USUÁRIOS ENTREVISTADOS: 54 TOTAL DE ENTREVISTAS REALIZADAS: 83 76 FABRICANTE PRINCIPAIS ATIVIDADES MATERIAL DO HÉLICE CRITÉRIO PARA O PROJETO TEMPO MÉDIO DE SUBSTITUIÇÃO RIOS 02 Produtos fundidos em geral Hélices, eixos, tubos, etc. 03 Hélices 01 04 05 06 07 08 Recuperação de eixos, hélices, buchas e polias. Produtos fundidos em geral Fundidos em geral, principalmente hélices Produtos fundidos em geral Fundição, tornearia e soldagem Bronze e latão Modelo original Sucata de Modelo bronze e latão fornecido pelo fabricante Sucata em Manual do geral fabricante Sucata de bronze Sucata de bronze Software Desconhece Desconhece Cu (60%), Sn (10%),Zn (20%),P (10%) Sucata de bronze e latão Modelo original Modelo original Empírico Desconhece 03 anos 05 anos Empírico Desconhece 02 anos 1,2 anos Empírico 1500 Empírico 100 a 150 Empírico Desconhece Imprevisível Empírico 30 Desconhece Desconhece Empírico Desconhece Empírico 300 Imprevisível 03 anos MOTIVO OCEANO Modelo 10 anos 06 anos fornecido pelo fabricante Modelo Desconhece Desconhece fornecido pelo fabricante PROCESSO NO ANUAL DE DE HÉLICES FABRICAÇÃO REPARADOS Desconhece Quebras e empenamento Impacto com materiais sólidos Impacto com materiais sólidos Quebra das pás Impacto com materiais sólidos e erosão por cavitação Impacto com materiais sólidos e erosão por cavitação Quebra das pás Impacto com materiais sólidos Tabela 6.2 – Resultados obtidos através da observação direta junto a fabricantes de propulsores navais tipo hélice na região. Cu – 56,85%; Zn – 39,68%; Sn – 0,07%; Ni – 0,216%; Al – 1,05%; Pb – 0,087%; Mn – 1,02%; F – 1%; Si – 0,024% 77 6.3 ANÁLISE QUÍMICA Os estudos referentes à composição química foram realizados através do método de difratometria baseado no processo de microscopia eletrônica de varredura (MEV) no Departamento de Materiais – DEMA da Faculdade de Engenharia Mecânica – FEM da Universidade Estadual de Campinas UNICAMP[11]. A partir da análise de composição química dos propulsores, os resultados puderam ser comparados com a literatura especializada para o conhecimento de que modo os principais componentes da matéria-prima dos hélices influenciam as suas características de desempenho, resistência e durabilidade. 6.4 ANÁLISE METALOGRÁFICA O procedimento adotado visando a análise metalográfica das estruturas brutas de solidificação resultantes dos hélices estudados foi realizado com base nas seguintes etapas: 1) Inicialmente algumas pás dos hélices foram seccionadas no sentido perpendicular ao seu raio e os seus respectivos cubos, sendo em seguida levada, ao torno mecânico para a operação de faceamento necessário. Na fase de lixamento, foram utilizadas respectivamente lixas d’água de granulações 120, 220, 320, 400 e 600 mesh em politriz rotativa de dupla velocidade onde as amostras eram lavadas e secadas logo após cada lixamento. A operação seguinte foi o polimento realizado na mesma politriz. Na referida operação, aplicou-se pó de alumina (Al2O3) como abrasivo de polimento lubrificado com água. Finalmente, as superfícies polidas de cada peça foram atacadas com os seguintes reagentes químicos: 2) Os hélices constituídos de latão foram atacados utilizando-se ácido clorídrico a 50% em água destilada, revelando as macro e microestruturas apresentadas posteriormente[3]. 78 3) Contudo, para que fosse possível revelar a microestrutura dos hélices de latão com teor de zinco acima de 30%, houve a necessidade da utilização de um reagente químico composto de ácido nítrico a 40% em álcool etílico (96º). 4) Já para os propulsores produzidos a base de alumínio, utilizou-se como reagente micrográfico uma solução contendo 2% de ácido fluorídrico, 25% de ácido nítrico e 73% de água destilada. 5) Em todos os casos, o tempo de ataque variou entre 30 segundos e 1 minuto e logo após cada ataque ocorria a lavagem em água e acetona e a secagem das respectivas amostras[3]. 6.5 REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS MECÂNICOS Os ensaios mecânicos selecionados para a análise dos diversos materiais utilizados na produção dos propulsores navais e coletados nos municípios visitados foram os Ensaios de Tração e Dureza. Tais ensaios foram escolhidos devido a necessidade da obtenção das propriedades mecânicas descritas no Capítulo 4 deste trabalho referentes às ligas utilizadas na fabricação dos propulsores navais analisados. 6.5.1. ESCOLHA DOS MATERIAIS O critério de seleção dos materiais, obtidos através das visitas técnicas, dos hélices ensaiados foi baseado na importância econômica dos municípios visitados. 79 6.5.2 CONFECÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA Após a seleção dos materiais, foi escolhida uma oficina de fundição localizada na cidade de Belém onde fabricam-se rotineiramente hélices navais para atender a demanda de inúmeras embarcações da região. 6.5.2.1 CORPOS-DE-PROVA DO ENSAIO DE DUREZA Os corpos-de-prova confeccionados para o Ensaio de Dureza seguiram os critérios exigidos pelas normas técnicas vigentes, sendo que a sua configuração encontra-se representada na Figura 6.3. 6.5.2.2 CORPOS-DE-PROVA DO ENSAIO DE TRAÇÃO Os corpos-de-prova utilizados no Ensaio de Tração apresentaram a configuração indicada na Figura 6.4. É importante ressaltar que os corpos-deprova de ambos os ensaios realizados foram confeccionados nas mesmas condições operacionais sob as quais são fabricados os propulsores navais analisados neste trabalho a fim de que todos as variáveis envolvidas no processo convencional de produção dos hélices, fossem inseridos no estudo. 6.5.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 6.5.3.1 EQUIPAMENTO UTILIZADO NO ENSAIO DE DUREZA O equipamento utilizado no Ensaio de Dureza foi um durômetro, cujas especificações técnicas são mostradas na Tabela 6.3 a seguir. 6.5.3.2 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO ENSAIO DE TRAÇÃO As especificações técnicas dos equipamentos utilizados no Ensaio de Tração encontram-se descritas na Tabela 6.4. A Figura 6.5 apresenta a máquina utilizada no Ensaio de Tração, bem como o computador que possui a função de realizar a aquisição dos dados do referido ensaio. É importante 80 ressaltar que o Ensaio de Tração foi realizado com uma velocidade de deslocamento, imposta pelo equipamento, de 100 mm/min. A célula de carga da máquina de tração utilizada é de 3000 kgf. As pré-cargas empregadas nos ensaios em questão, são indicadas na Tabela 6.5. 1 pol 1 pol 1 pol (a) (b) Figura 6.3 – Vista frontal (a) e vista superior (b) do corpo-de-prova utilizado no Ensaio de Dureza. 100 mm 8 mm (a) (b) Figura 6.4 – Vista lateral (a) e vista frontal (b) do corpo-de-prova utilizado no Ensaio de Tração. 81 b a Figura 6.5 - Máquina para ensaio de tração KRATOS MD-2000 (a), e computador com programa de tratamento simultâneo de dados (b). Tabela 6.3 – Equipamento utilizado no Ensaio de Dureza. EQUIPAMENTO UTILIZADO NO ENSAIO DE DUREZA FABRICANTE KRATOS MODELO MD 2000 Tabela 6.4 – Especificações do equipamento utilizado no Ensaio de Tração. EQUIPAMENTO UTILIZADO NO ENSAIO DE DUREZA FABRICANTE WPM (Representante no Brasil >> René Graf Importação e Representações S.A.) MODELO 300 SP 82 Tabela 6.5 – Valores de pré-cargas utilizadas nos Ensaios de Tração. AMOSTRA ENSAIADA VALOR DE PRÉ-CARGA (N) Belém 1 350 Belém 2 750 Belém 3 750 Santarém 1 750 Santarém 2 350 Breves 750 Marabá 1 500 Marabá 2 750 Bragança Soure 500 500 83 6.6 DESENVOLVIMENTO DA ANÁLISE NUMÉRICA A análise numérica do propulsor naval foi desenvolvida em várias etapas, sendo que as mesmas podem ser descritas da seguinte forma: 6.6.1 ANÁLISE ESTÁTICA DO PROPULSOR NAVAL Apresentou como principal objetivo o estudo do comportamento mecânico do mesmo mediante o escoamento fluídico (água) em regime operacional. O desenvolvimento do trabalho exigiu a utilização de diversos softwares, bem como metodologias que possibilitaram uma ampla visão acerca da distribuição de pressão hidrodinâmica, por conseqüência do escoamento fluido, em diversos perfis dos propulsores navais. As etapas que constituíram a execução do trabalho em questão são descritas a seguir. 6.6.1.1 LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE HÉLICES NAVAIS UTILIZADOS POR EMBARCAÇÕES REGIONAIS FoI realizado na Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, um levantamento acerca das características dos propulsores navais estudados através de um questionário técnico, o qual objetivou a obtenção dos dados referentes às embarcações e seus respectivos sistemas propulsores. É importante salientar, que o referido questionário apresenta informações sobre características dos hélices navais como diâmetro e número de pás do propulsor, diâmetro do eixo, parâmetros estes que foram fundamentais para o desenvolvimento do trabalho. 6.6.1.2 SELEÇÃO DO HÉLICE MAIS ADEQUADO De acordo com as entrevistas e com os dados levantados em campo, foi selecionado o propulsor naval do tipo hélice, modelo NSB18, de 310 mm de diâmetro, que atua em conjunto com o motor YANMAR, de mesma especificação, para ser objeto da análise de escoamento potencial, visto que este conjunto é muito utilizado na região amazônica (cerca de 100 unidades 84 mensais comercializadas), principalmente em pequenas embarcações de madeira. Na Figura 6.6 é mostrado o propulsor naval onde foi simulado escoamento fluídico. 6.6.1.3 DEFINIÇÃO DAS ESTAÇÕES LINEARES DAS PÁS DO HÉLICE Para construir o modelo apenas da pá, local da grande ocorrência de fraturas do rotor, recorreu-se aos perfis das estações lineares, espaçados de 32 em 32 mm, onde as coordenadas do perfil foram medidas através do software Markgraf, escrito em linguagem Borland C, o qual mede as estações através de suas imagens digitalizadas, na extensão Bitmap (BMP). Na geração do modelo, foram utilizados dois planos (XY e XZ) a fim de recuperar-se a geometria tridimensional da pá do propulsor. Os planos do rotor são mostrados nas Figuras 6.7 e 6.8 a seguir. A partir das estações, determinou-se a linha de esqueleto, que define a entrada e a saída do escoamento nos perfis lineares da pá do hélice. Com esta curva, foi possível determinar-se matematicamente os ângulos (β1) entre a horizontal e a entrada do escoamento no perfil através da Equação 6.1. (6.1) A rotação da estação em relação à horizontal, que é característica de cada raio adotado para os perfis, fornece um parâmetro utilizado no projeto de hélices navais, chamado ângulo de construção (β). Este valor pode ser determinado geometricamente através do arco tangente das diferenças de cota entre as coordenadas Y e Z, mantendo-se o raio da estação constante. 85 Figura 6.6 - Hélice utilizado na modelagem computacional (modelo NS18). Figura 6.7 - Definição do plano XY de uma pá do hélice naval analisado. Figura 6.8 - Definição do plano XZ de uma pá do hélice naval analisado. 86 6.6.1.4 COEFICIENTES DE PRESSÃO NOS PERFIS DAS PÁS DO HÉLICE Através do programa GOSTFIN.FOR, escrito em linguagem de programação FORTRAN, realizou-se a análise de escoamento potencial nos perfis lineares, ou seja, verificou-se o comportamento estático do propulsor ao ser submetido a um escoamento no qual foram desprezadas as influências da rugosidade (acabamento superficial) da pá. Este fluxo gera um gradiente de pressão nas pás que, por conseqüência, ocasiona um diferencial de tensões. Estas são quantificadas através de análise numérica (MEF). Na Figura 6.9, são mostradas as distribuições dos coeficientes de pressões (Cp) em função da corda unitária de cada perfil, dados de saída do programa GOSTFIN. 6.6.1.5 ANÁLISE ATRAVÉS DO MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS Conforme citado anteriormente, o Método de Elementos Finitos (MEF) é um procedimento numérico para resolver problemas de mecânica do contínuo com precisão aceitável para engenheiros. É seguramente o processo que mais tem sido utilizado para a discretização de meios contínuos. Além disso, podemos afirmar, também, que o MEF é muito utilizado face à analogia física direta que se estabelece, com o seu emprego, entre o sistema físico real e o modelo simulado computacionalmente. 87 Figura 6.9 - Distribuição do coeficiente de pressão nos cinco perfis do hélice naval estudado. 88 6.6.1.6 DESENVOLVIMENTO DO MODELO NUMÉRICO O modelo físico do hélice seguiu a seqüência de construção de sólidos do software ANSYS (keypoints, construção de splines, áreas e volumes). Esta seqüência de elementos geométricos, aplicados ao propulsor em estudo, feita em etapa de pré-processamento, pode ser visualizada na Figura 6.10. 6.6.1.7 PROCESSO DE GERAÇÃO DE MALHAS AO MODELO A adaptação da malha ao modelo deve ser tal que não o deforme após sua utilização. O hélice no qual foi aplicada a malha da análise numérica (MEF), é mostrado na Figura 6.11, onde o elemento estrutural SOLID 95 (20 nós por elemento) foi utilizado da primeira a quinta estação da pá e o SOLID 92 (10 nós por elemento) para gerar o contorno arredondado do final da geometria. 6.6.1.8 SOLUÇÃO DA ANÁLISE NUMÉRICA COMPUTACIONAL A partir da aplicação do escoamento calculou-se a pressão dinâmica devido ao escoamento do fluido nas pás do hélice. O valor da pressão de corrente livre do escoamento foi desconsiderada, visto que não se dispôs de métodos para sua medição no local de funcionamento do hélice com a devida precisão. A pressão dinâmica aplicada é fornecida pela Equação 6.2. O coeficiente de pressão (Cp), é dado de saída do programa GOSTFIN; ρ é a massa específica do fluido (água) que escoa nas pás do hélice e V, a velocidade de escoamento do fluido que foi aproximada à velocidade de cruzeiro da embarcação (m/s). Como o propulsor escolhido é utilizado em conjunto com um motor de mesmo modelo, verificou-se a velocidade das embarcações que possuem este conjunto e encontrou-se o valor em 9 m/s (média). Considerou-se a solicitação fluídica na pá do propulsor como quase estática. Esta simplificação permite que o setor da pá que esteja em interseção com o eixo do propulsor possa ser considerado como engastado e o restante da pá como uma viga submetida aos esforços em funcionamento do hélice. 89 1 PDINÂMICA = ρ × CP × V 2 2 (6.2) (a) (b) (c) (d) Figura 6.10 – Criação de keypoints (a), splines (b), áreas (c) e volumes (d) do modelo computacional. Figura 6.11 - Malhagem do modelo (Total de 753 elementos e 3946 nós). CAPÍTULO 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NA ANÁLISE METALOGRÁFICA 7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos referentes à análise metalográfica em nível macrográfico e micrográfico. 7.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS 7.2.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA A Tabela 7.1 apresenta a composição química de vinte e cinco amostras de hélices navais obtidas durante as visitas de campo realizadas, citadas no Capítulo 6, submetidas a uma análise química no Laboratório de Metalografia do Departamento de Materiais - DEMA da Faculdade de Engenharia Mecânica – FEM da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Por outro lado, a Tabela 7.2 mostra as amostras de hélices selecionados para confecção de corpos-de-prova objetivando a execução dos ensaios mecânicos programados. Finalmente, as Tabelas 7.3, 7.4 e 7.5 apresentam composições químicas consideradas adequadas para fabricação de propulsores navais tipo hélice conforme, respectivamente, pela norma brasileira NBR 6314/1982 – ABNT, normas americanas e normas japonesas. 91 Tabela 7.1 - Composição química de propulsores navais produzidos em diversos municípios do Estado do Pará. Amostra Cu Zn Sn Al Si Fe S Pb Ni Mo Mn P Belém 1 81,72 15,02 2,27 - - 0,79 0,21 - - - - Belém 2 81,26 15,35 2,31 - - 0,84 0,25 - - - - Belém 3 77,91 19,92 1,45 - - 0,59 0,13 - - - - Belém 4 77,47 20,50 1,50 - - 0,48 0,06 - - - - Belém 5 79,38 17,12 - - - - - 3,10 0,30 - 0,10 Belém 6 81,51 15,36 - - - - - 2,74 0,28 - 0,12 Belém 7 81,18 15,25 - - - - - 3,21 0,21 - 0,16 Belém 8 60,52 37,43 - - - - - 0,29 0,33 - 1,44 Santarém 1 49,58 28,77 - 0,67 - 1,39 - 19,60 - - - - 95,22 - 2,40 - - - - 1,73 Santarém 3 72,43 25,21 1,04 0,51 - 0,54 - - - - 0,26 Santarém 4 53,70 42,54 0,82 0,56 1,70 0,55 - - - 0,14 - - 0,82 0,58 - - - - - Santarém 2 0,34 0,32 - Abaeté 1 84,77 12,43 1,41 Abaeté 2 59,58 5,15 14,34 1,36 2,54 12,46 1,29 2,41 - - - 0,87 Abaeté 3 75,44 18,73 1,90 0,50 0,57 2,33 - 0,55 - - - - Breves 1 74,28 16,22 2,70 0,40 0,58 2,29 - 3,41 - - - 0,13 Breves 2 90,40 3,90 0,78 1,22 1,84 1,67 0,13 - - - - 0,07 Breves 3 57,71 31,12 1,25 0,59 0,77 3,94 3,00 1,65 - - - - Marabá 1 64,01 32,26 - 0,50 - - Marabá 2 Marabá 3 - - 71,21 23,72 1,66 - - 2,55 - - 0,67 60,40 37,47 2,12 - - - - - 0,37 - 1,58 - 1,45 - - - - - - Vigia 1 88,80 6,00 4,28 - - 0,54 0,38 - Vigia 2 74,29 18,78 1,97 - 0,22 0,83 0,72 - 1,60 1,58 - Bragança 76,46 15,72 2,38 - 0,52 0,88 1,56 - 0,68 1,78 - Soure 78,68 13,54 1,26 0,65 1,73 4,16 - - - - - - 92 Tabela 7.2 – Especificações dos materiais selecionados para a análise do comportamento mecânico avaliado. Amostra Cu Zn Sn Al Si Fe S Pb Ni Mo Mn Belém 1 81,72 15,02 2,27 - - 0,79 0,21 - - - - Belém 2 81,26 15,35 2,31 - - 0,84 0,25 - - - - Belém 3 77,91 19,92 1,45 - - 0,59 0,13 - - - - - 0,67 - 1,39 - 19,60 - - - - 95,22 - 2,40 - - - - 1,73 0,59 0,77 1,65 - - - Santarém 1 49,58 28,77 Santarém 2 Breves Marabá 1 0,34 0,32 57,71 31,12 1,25 - - - 3,94 3,00 60,40 37,47 2,12 - - - - - - 1,45 - - - Marabá 2 71,21 23,72 1,66 0,37 - 1,58 Bragança 76,46 15,72 2,38 - 0,52 0,88 1,56 - Soure 78,68 13,54 1,26 0,65 1,73 4,16 - - 0,68 1,78 - - - 93 Tabela 7.3 – Composição química das ligas de cobre-alumínio especiais para hélices navais segundo a Norma NBR 6314/1982 – ABNT. Cu (%) C 95800 79 Al (%) Mn (%) Fe (%) Ni (%) Si (%) Pb (%) Total (%) 8,5 a 9,5 0,8 a 1,5 3,5 a 4,5(A) 4 a 5(A) 0,1 máx. 0,03 máx. 99,5 mín. (A) Æ O teor de ferro deve ser igual ou inferior ao de níquel. Tabela 7.4 – Composição química ideal para propulsores navais tipo hélice segundo normas técnicas americanas. Bronze Naval Cu (%) Zn (%) Sn (%) 60 39,25 0,75 Tabela 7.5 – Composição química ideal para propulsores navais tipo hélice segundo normas técnicas japonesas. Cu (%) Al (%) Mn (%) Zn (%) KHBSC1 52 a 62 0,5 a 3 0,5 a 4 KHBSC2 50 a 57 0,7 a 2 Sn (%) Pb (%) 35 a 40 0,5 a 2,5 1 máx. 1,5 máx. 0,5 máx. 1,0 a 4 33 a 38 0,5 a 2,5 2,5 a 8 1,5 máx. 0,5 máx. 7 a 11 0,5 a 4 1 máx. 2a6 3a6 0,1 máx. 0,03 máx. KALBC4 70 a 80 6,5 a 9 8 a 20 6 máx. 2a5 1,5 a 3 1 máx. 0,05 máx. KALBC3 77 a 82 Fe (%) Ni (%) 94 7.2.2 ANÁLISE METALOGRÁFICA Os resultados obtidos a partir da análise metalográfica podem ser divididos em duas partes, ou seja, aqueles referentes à macroestrutura e aqueles relacionados à microestrutura dos hélices estudados. 7.2.2.1 RESULTADOS DA ANÁLISE MACROGRÁFICA Através da análise macrográfica dos hélices estudados, constatou–se a presença de três zonas de solidificação, conforme pode ser observado nas Figuras de 7.1 a 7.6, conhecidas como coquilhada, colunar e equiaxial, com grande predominância das duas últimas representadas por grãos bastante grosseiros. A presença das referidas zonas, principalmente nas pás dos propulsores, pode ser eventualmente explicada através dos seguintes motivos: Na zona coquilhada, a presença de convecção e de elementos de liga que funcionem como substratos certamente proporcionam a sua formação através dos mecanismos de Biloni/Morano e de Ohno. Para os grãos colunares, como na maioria dos casos encontram-se misturados aos grãos equiaxiais, sua formação pode ter ocorrido por meio do mecanismo de Chalmers/Biloni onde os grãos da referida zona crescem até que sejam barrados pela zona equiaxial. Nas pás dos hélices, a forte presença da zona coquilhada sugere que estes grãos tenham originado os grãos equiaxiais, ou seja, que o mecanismo de formação da zona equiaxial neste caso ocorreu com base nos mecanismos de Chalmers/Biloni, Ohno e por Nucleação Extensiva (já que em alguns casos é difícil distinguir nas pás onde termina a zona coquilhada e onde começa a zona equiaxial) enquanto que a acentuada presença de grãos colunares nos cubos dos propulsores sugere a formação de uma zona equiaxial neste ponto do hélice através do mecanismo de Jackson e colaboradores. A Figura 7.1 apresenta a seção longitudinal de um hélice analisado onde é evidenciada a formação de grãos equiaxiais bastante refinados, localizados a partir do centro da pá em direção à extremidade da mesma, grãos equiaxiais 95 grosseiros combinados com grãos colunares próximo à região do cubo e, finalmente, grãos colunares de grandes dimensões no cubo. As Figuras 7.2 e 7.3 mostram cubos de diferentes hélices estudados os quais apresentam, predominantemente, estrutura colunar grosseira com orientação preferencial correspondente àquela da extração de calor pelo molde bem como grãos equiaxiais de grandes dimensões. A Figura 7.4 apresenta a seção longitudinal da pá de um propulsor naval na qual podemos observar a presença de grãos equiaxiais finos em sua região central bem como a formação de grãos colunares e equiaxiais bem maiores nas extremidades da pá. As Figuras 7.5 e 7.6 mostram a seção transversal de diferentes propulsores estudados onde podemos verificar a formação predominante de estruturas colunares e equiaxiais grosseiras. Devido ao elevado grau de anisotropia observado nas estruturas de solidificação reveladas torna–se evidente que as mesmas contribuem fortemente para o baixo desempenho dos propulsores estudados o que pode explicar as freqüentes quebras de hélices relatadas pelos usuários uma vez que, conforme citado anteriormente, estruturas homogêneas é que são responsáveis por propriedades mecânicas superiores. Assim, os cortes transversais e longitudinais realizados nas pás evidenciam grãos equiaxiais bastante refinados combinados com grãos coquilhados predominantes nos bordos de ataque e saída das mesmas. Por outro lado, os cubos dos hélices apresentam de maneira geral estrutura colunar grosseira, com orientação preferencial correspondente àquela da extração de calor pelo molde[2,3]. 96 7.2.2.2 RESULTADOS DA ANÁLISE MICROGRÁFICA Tanto os cubos predominantemente quanto estrutura as pás micrográfica dos hélices grosseira sem apresentam orientação preferencial aparente. As Figuras 7.7, 7.8 e 7.9 apresentam as microestruturas das amostras referentes à seção longitudinal dos cubos correspondentes aos hélices Bragança, Vigia 1 e Belém 1, com aumento de 50 vezes. Verifica-se a presença de uma estrutura dendrítica constituída de uma solução sólida de cobre na fase α (áreas claras) onde podem ser facilmente observados os ramos primários, secundários e terciários das mesmas. Entre estas encontramos elevadas quantidades de zinco na forma de soluto interdendrítico rejeitado (áreas escuras)[5,19-22]. A Figura, 7.10 apresenta a microestrutura da amostra referente à seção transversal da pá correspondente ao hélice Belém 3, com aumento de 50 vezes onde também são vistas áreas claras contendo cobre α além de áreas escuras contendo principalmente zinco como soluto interdendrítico[5,19-22]. As Figuras 7.11 e 7.12 indicam respectivamente as microestruturas do cubo e da pá correspondentes ao hélice Breves 3, com ampliação de 100 vezes, onde é vista uma solução sólida homogênea constituída basicamente de fase β (zona escura) e uma região segregada interdendrítica rica em zinco (zona clara). Por outro lado, as Figuras 7.13 e 7.14 evidenciam as correspondentes microestruturas do cubo e da pá do propulsor Marabá 2, constituído predominantemente de alumínio, 100 vezes ampliadas, onde notase a presença de zonas escuras grosseiras ricas em silício pró-eutético e zonas claras constituídas de uma solução sólida eutética de alumínio α também grosseira[32]. Assim, considerando as observações acima citadas e os resultados obtidos, podemos verificar que não existe qualquer tipo de controle sobre a composição química, da matéria prima utilizada na obtenção de propulsores navais tipo hélice em nossa região devido à utilização intensiva de sucata de 97 diversos materiais diferentes o que compromete, desde a origem do processo de fabricação, a qualidade e a vida útil dos mesmos. Logo, pode-se concluir facilmente que o não atendimento a critérios normativos de composição química pode, em longo prazo, comprometer parcial ou totalmente o sistema de propulsão dessas embarcações, pois este procedimento gera fases de cobre (soluções sólidas) inadequadas ao emprego destinado aos propulsores navais tipo hélice utilizados na região. Finalmente, observa-se na análise micrográfica, que os espaçamentos interdendríticos são elevados. Isto contribui consideravelmente para um comportamento mecânico insatisfatório aos propulsores navais que apresentarem esta configuração, portanto, os parâmetros operacionais do processo de fundição também devem ser dimensionados de forma correta, pois caso contrário serão obtidas microestruturas inadequadas para um bom desempenho operacional dos hélices navais fabricados na região. 98 Figura 7.1 - Seção longitudinal com grãos equiaxiais refinados no centro da pá além de grãos colunares de grandes dimensões no cubo. Figura 7.2 - Cubo com estrutura colunar grosseira e grãos equiaxiais de grandes dimensões. 99 Figura 7.3 - Cubos com estrutura colunar grosseira e grãos equiaxiais de grandes dimensões. Figura 7.4 - Seção longitudinal da pá de um propulsor naval com grãos equiaxiais finos em sua região central além de grãos colunares e equiaxiais bem maiores nas extremidades. 100 Figura 7.5 - Seção transversal com formação predominante de estruturas colunares e equiaxiais grosseiras. Figura 7.6 - Seção transversal com formação predominante de estruturas colunares e equiaxiais grosseiras. 101 Figura 7.7 – Microestrutura da seção longitudinal do cubo correspondente ao hélice Bragança. Aumento de 50 x. Figura 7.8 - Microestrutura da seção longitudinal do cubo correspondente ao hélice Vigia 1. Aumento de 50 x. 102 Figura 7.9 – Microestrutura da seção longitudinal do cubo correspondente ao hélice Belém 1. Aumento de 50 x. Figura 7.10 - Microestrutura da seção transversal de uma pá correspondente ao hélice Belém 3 .Aumento de 50 x. 103 Figura 7.11 - Microestruturas do cubo do hélice Breves 3 .Ampliação de 100 x. Figura 7.12 – Microestruturas da pá do hélice Breves 3 .Ampliação de 100 x. 104 Figura 7.13 – Microestrutura do cubo do propulsor Marabá 2 constituído predominantemente de alumínio. Ampliação de 100 x. Figura 7.14 – Microestrutura da pá do propulsor Marabá 2. Ampliação de 100 x. CAPÍTULO 8 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS MECÂNICOS 8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste capítulo serão apresentados e analisados os resultados obtidos, respectivamente, nos Ensaios de Dureza e de Tração a fim de tornar possível o entendimento do comportamento mecânico de ligas metálicas utilizadas na produção de hélices navais na região. 8.2 RESULTADOS DO ENSAIO DE DUREZA Os resultados obtidos para o Ensaio de Dureza encontram-se devidamente apresentados na Tabela 8.1. É importante ressaltar, que foram obtidos cinco corpos-de-prova de cada liga metálica estudada e que, em cada corpo-de-prova, foram realizadas três medições de dureza totalizando assim quinze medições de dureza por liga metálica selecionada. Em seguida foram calculadas as médias aritméticas e os correspondentes desvios padrões das medições efetivadas a fim de analisar-se estatisticamente os resultados obtidos. 8.3 RESULTADOS DO ENSAIO DE TRAÇÃO As Tabelas de 8.2 a 8.11 mostram os resultados referentes aos Ensaios de Tração realizados nas diversas ligas selecionadas. Analogamente ao caso anterior foram calculados as médias aritméticas e os desvios padrões através do software existente no computador de aquisição de dados cuja interface com a máquina de tração, permitiu a obtenção das propriedades mecânicas de interesse para o trabalho em questão. Finalmente, as Figuras de 8.1 a 8.10 apresentam o diagrama que relaciona a carga utilizada no ensaio (N) em função do deslocamento dado (mm) para cada liga estudada. 106 Tabela 8.1 – Valores de dureza obtidos nos Ensaios de Dureza Rockwell E e Rockwell F. VALORES DE DUREZA ROCKWELL AMOSTRA CDP 1 CDP 2 CDP 3 CDP 4 CDP 5 VALOR MÉDIO DESVIO PADRÃO Belém 1 78 HRF 82 HRF 73 HRF 72 HRF 79 HRF 77 HRF ± 4,28 HRF Belém 2 69 HRF 67 HRF 75 HRF 69 HRF 75 HRF 71 HRF ± 3,79 HRF Belém 3 68 HRF 72 HRF 69 HRF 65 HRF 70 HRF 69 HRF ± 2,67 HRF Santarém 1 73 HRF 74 HRF 82 HRF 78 HRF 75 HRF 76 HRF ± 3,39 HRF Santarém 2 58 HRE 57 HRE 44 HRE 61 HRE 44 HRE 53 HRE ± 8,09 HRE Breves 84 HRF 82 HRF 85 HRF 83 HRF 84 HRF 84 HRF ± 1,05 HRF Marabá 1 85 HRE 84 HRE 81 HRE 82 HRE 84 HRE 83 HRE ± 1,73 HRE Marabá 2 65 HRF 67 HRF 71 HRF 67 HRF 66 HRF 67 HRF ± 2,24 HRF Bragança 51 HRF 60 HRF 53 HRF 50 HRF 50 HRF 53 HRF ± 4,21 HRF Soure 62 HRF 58 HRF 60 HRF 61 HRF 55 HRF 59 HRF ± 2,74 HRF 107 Tabela 8.2 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Belém 1. 108 Tabela 8.3 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Belém 2. 109 Tabela 8.4 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Belém 3. 110 Tabela 8.5 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Santarém 1. 111 Tabela 8.6 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Santarém 2. 112 Tabela 8.7 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Breves. 113 Tabela 8.8 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Marabá 1. 114 Tabela 8.9 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Marabá 2. 115 Tabela 8.10 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Bragança. 116 Tabela 8.11 – Resultados do Ensaio de Tração para a liga metálica da amostra Soure. 117 Figura 8.1 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Belém 1. 118 Figura 8.2 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Belém 2. 119 Figura 8.3 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Belém 3. 120 Figura 8.4 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Santarém 1. 121 Figura 8.5 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Santarém 2. 122 Figura 8.6 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Breves. 123 Figura 8.7 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Marabá 1. 124 Figura 8.8 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Marabá 2. 125 Figura 8.9 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Bragança. 126 Figura 8.10 – Perfil do Ensaio de Tração da liga metálica da amostra Soure. 127 8.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS DE DUREZA A Tabela 8.12 apresenta os valores de dureza obtidos nos Ensaios de Penetração Rockwell e o valor de dureza estabelecido pela Norma NBR 6314 / julho 1982 para as ligas utilizadas na produção de hélices navais, regida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Conforme pode ser observado, considerando como referência a liga metálica C 95800 encontrada na Norma NBR 6314 / 1982, os valores de Dureza Brinell obtidos em todas as ligas metálicas utilizadas na fabricação de hélices navais nas condições regionais encontram-se bem abaixo daquele estabelecido pela norma acima mencionada. Tal fato pode ser justificado, como citado anteriormente, por meio das composições químicas da matéria-prima utilizada na fabricação desses propulsores em nossa região, ser completamente inadequada quando comparada com aquela correspondente à liga C 95800, mostrada na Tabela 7.3, bem como as fases presentes nas estruturas de solidificação das amostras estudadas e o processo empírico de fabricação empregado na confecção dos corpos-de-prova. É muito importante salientar, ainda, que a composição química da matéria-prima utilizada ao não atender os padrões exigidos pela norma técnica vigente contribuiu significativamente para a ativação de mecanismos de formação de macroestruturas e microestruturas de solidificação, comentados no Capítulo 3, que proporcionaram certamente ao produto final um comportamento extremamente insatisfatório à propriedade mecânica de dureza. Os resultados obtidos para as macroestruturas e microestruturas encontram-se, conforme visto anteriormente, analisados no Capítulo 7. Finalmente, é relevante salientar, que existem estudos propostos anteriormente, publicados na literatura, que abordam a influência de determinados elementos químicos tais como zinco, estanho, chumbo e manganês, nas propriedades físicas e mecânicas de ligas de cobre, contudo, tais estudos foram desenvolvidos para ligas metálicas que não correspondem a quaisquer das composições químicas analisadas neste trabalho não sendo 128 possível, portanto, a realização de qualquer estudo sobre a influência dos referidos elementos químicos no comportamento mecânico das ligas metálicas analisadas neste trabalho. As Figuras de 8.11 a 8.13 apresentam os resultados dos estudos mencionados anteriormente. 8.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS DE TRAÇÃO Na Tabela 8.13 é apresentada uma análise comparativa entre os resultados obtidos no Ensaio de Tração das amostras das ligas metálicas estudadas e os valores correspondentes da liga C 95800, determinados pela Norma NBR 6314 / 1982. De maneira análoga ao caso anterior, podemos observar que de maneira geral os valores de Resistência à Tração, Limite de Escoamento e Alongamento calculados para todas as ligas metálicas estudadas encontram-se bem abaixo daqueles estabelecidos pela Norma NBR 6314 / 1982 para a liga C 95800. Tal fato pode ser justificado, pelos mesmos motivos citados anteriormente durante a análise da propriedade mecânica de dureza, ou seja, por meio das composições químicas da matéria-prima utilizada na fabricação desses propulsores em nossa região ser completamente inadequada. Da mesma maneira que no caso anterior, é conveniente ressaltar, que a composição química inadequada da matéria-prima utilizada na fabricação de hélices navais nas condições regionais contribuiu sobremaneira para a ativação de mecanismos de formação de macroestruturas e microestruturas de solidificação que proporcionaram ao produto final um desempenho bastante insatisfatório no que se refere aos valores de Resistência à Tração, Limite de Escoamento e Alongamento, além das fases presentes nas estruturas de solidificação das amostras estudadas e o processo empírico de fabricação empregado na confecção dos corpos-de-prova. 129 Tabela 8.12 – Quadro comparativo entre os valores de dureza obtidos e o da Norma NBR 6314 / 1982. ANÁLISE COMPARATIVA DOS VALORES OBTIDOS NOS ENSAIOS DE DUREZA AMOSTRA DUREZA BRINELL DUREZA ROCKWELL (C) DESVIO PADRÃO LIGA – ABNT C 95800 160 (A) – X – X –X – (D) – X – X –X –(D) Belém 1 35,57 (B) 76,59 HRF ± 4,28 HRF Belém 2 39,45 (B) 70,76 HRF ± 3,79 HRF Belém 3 40,85 (B) 68,66 HRF ± 2,67 HRF Santarém 1 35,75 (B) 76,32 HRF ± 3,39 HRF Santarém 2 47,45 (B) 53,06 HRE ± 8,09 HRE Breves 30,86 (B) 83,66 HRF ± 1,05 HRF Marabá 1 28,86 (B) 83,20 HRE ± 1,73 HRE Marabá 2 41,96 (B) 67,00 HRF ± 2,24 HRF Bragança 51,38 (B) 52,86 HRF ± 4,21 HRF Soure 47,15 (B) 59,20 HRF ± 2,74 HRF (A) Æ Este valor corresponde a um ensaio de dureza cuja carga aplicada é de 29,4 kN (3000 kgf). (B) Æ Estes valores de Dureza Brinell foram convertidos conforme as normas vigentes[13] (C)Æ Os valores apresentados correspondem às médias aritméticas das medições para cada liga. (D) Æ A Norma NBR 6314 não apresenta o valor sugerido de dureza na Escala Rockwell e o seu desvio padrão. 130 Figura 8.11 – Influência da adição de zinco nas propriedades do cobre[30]. 131 Figura 7.2 – Influência da adição de estanho, chumbo e zinco nas propriedades do cobre[30]. 132 Figura 8.13 – Influência da adição de manganês nas propriedades do cobre[30]. 133 Tabela 8.13 – Quadro comparativo entre os resultados obtidos do Ensaio de Tração e os da Norma NBR 6314 / 1982. ANÁLISE COMPARATIVA DOS VALORES OBTIDOS NOS ENSAIOS DE TRAÇÃO RESISTÊNCIA À TRAÇÃO MÍN. (MPa) (A) LIMITE DE ESCOAMENTO (MPa) (A) ALONGAMENTO MÍN.(%) (A) 590,00 240,00 (B) 15,00 Belém 1 82 (± 7,55) 75 (± 5,12) 12 (± 4,69) Belém 2 173 (± 18,32) 133(± 5,36) 19 (± 8,57) Belém 3 123 (± 29,19) 112 (± 22,05) 15 (± 7,69) Santarém 1 227 (± 16,50) 135 (± 4,19) 33 (± 6,55) Santarém 2 72 (± 34,34) 18 (± 22,36) 5 (± 3,00) Breves 285 (± 23,66) 181 (± 11,54) 28 (± 6,15) Marabá 1 168 (± 22,45) 0 (± 0,00) 8 (± 0,82) Marabá 2 170 (± 8,86) 131 (± 0,30) 11 (± 2,00) Bragança 91 (± 20,11) 81 (± 11,72) 11 (± 3,56) Soure 161 (± 16,67) 129 (± 1,77) 21 (± 6,70) AMOSTRA LIGA – ABNT C 95800 (A) Æ Os valores em parênteses representam o desvio padrão apresentados pelas amostras. (B) Æ Tensão que produz uma extensão de 0,5 % com a carga aplicada. CAPÍTULO 9 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NA ANÁLISE NUMÉRICA 9.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos através da análise computacional desenvolvida a partir do Método de Elementos Finitos, com o auxílio da plataforma Ansys, por meio da qual realizou-se a simulação de um escoamento fluídico (água) sobre a superfície de um hélice naval, a fim de se avaliar o perfil de distribuição de pressão, descrito no Capítulo 6. 9.2 RESULTADOS DA ANÁLISE NUMÉRICA Após a utilização do Método de Elementos Finitos, obteve-se a distribuição de tensões na pá do hélice e sua forma deformada, as quais são apresentadas nas Figuras 9.1, 9.2 e 9.3. De acordo com a Figura 9.1, podemos observar que a maior solicitação de esforços na pá foi de 326,469 KPa (pouco acima de 3 atm). Nesta figura é apresentado o ponto de deslocamento máximo (DMX), o qual foi da ordem de 1,5.10-6 m, ou seja 1,5 µm, desprezando-se as pressões estáticas que existem no modelo. Na Figura 9.2, pode ser observado a região de maior concentração de tensões na pá do propulsor naval estudado. A Figura 9.3 apresenta a configuração da pá do hélice naval estudado, em suas formas deformada e não deformada, a partir da qual observa-se que o esforço predominante na referida região é o de flexão, devido à ação do esforço fluídico. 135 9.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ACERCA DOS RESULTADOS NUMÉRICOS Os valores obtidos para as pressões dinâmicas foram comparados com os da tensão de escoamento do material do propulsor (186 MPa). Os resultados encontrados não submetem a pá do hélice a tensões consideráveis tampouco na região localizada próxima ao eixo, onde ocorrem concentrações de tensões, o que leva à conclusão que o escoamento no entorno do propulsor naval não é um fator determinante nas freqüentes fraturas que ocorrem nos mesmos. É importante ressaltar, que esta análise foi realizada considerando-se que o hélice, representado pelo modelo computacional de elementos finitos, foi fabricado a partir de um material sem inclusões, porosidade ou outras falhas inerentes ao processo produtivo do mesmo. Os hélices encontram-se, de acordo com o estudo realizado, superdimensionados em relação à solicitação fluídica, contudo, a porcentagem dos hélices fraturados com pouco tempo de uso na região é considerável levando-se a crer que os esforços produzidos pelas freqüências naturais de vibração e/ou impactos contra detritos existentes nos rios como troncos de árvores, bancos de areia e outros, seja o fator mais agressivo à integridade mecânica dos mesmos. Não foram encontrados, portanto, motivos que justificassem modificações no hélice quanto a esta análise. Porém, foi confirmada a tendência dos propulsores navais regionais apresentarem regiões de concentrações de tensões próximas ao eixo fato que pode, com solicitações mecânicas de maiores intensidades, ocasionar uma possível fratura neste local. O aperfeiçoamento da análise fluídica, com a utilização de “softwares” e computadores mais modernos, assim como considerações físicas mais apuradas (análise experimental) podem conduzir o cálculo numérico a resultados mais precisos, sendo este assunto pertencente a uma área na qual a evolução dos resultados alcançados ocorrem freqüentemente, bem como o desenvolvimento de novos aplicativos que visem proporcionar o suporte técnico necessário neste tipo de análise cuja complexidade é bastante significativa. Finalmente, é importante salientar que mediante os resultados obtidos neste trabalho, foi desenvolvido um material informativo, em anexo, na forma de cartilha a fim de que os usuários e produtores de hélices navais na região tenham acesso às informações de interesse. 136 DMX= 1,53 x 10-6 m 2.810 Pa 38.772 Pa 74.734 Pa 110.696 Pa 146.658 Pa 182.521 Pa 218.583 Pa 254.545 Pa 290.507 Pa 326.469 Pa Figura 9.1 - Resultados numéricos obtidos através da solicitação fluídica. 137 DMX= 1,53 x 10-6 m 2.810 Pa 38.772 Pa 74.734 Pa 110.696 Pa 146.658 Pa 182.521 Pa 218.583 Pa 254.545 Pa 290.507 Pa 326.469 Pa Figura 9.2 – Região de maior concentração de tensões na pá do propulsor durante a solicitação fluídica. 138 DMX = 1,53 x 10-6m Figura 9.3 - Forma deformada (em branco) e não-deformada (em azul). CAPÍTULO 10 CONCLUSÕES Os resultados obtidos neste trabalho permitem que sejam extraídas as seguintes conclusões: • Como as etapas operacionais do processo de fabricação de propulsores navais tipo hélice em nossa região são realizadas através de procedimentos empíricos, o produto fundido não apresenta as propriedades necessárias ao comportamento mecânico exigido. O fato dessas operações serem desenvolvidas artesanalmente e baseadas na repetibilidade, ou seja, realizadas somente a partir da experiência, observação direta e intuição do caboclo regional, contribui para que o desempenho e a vida útil dos mesmos se tornem bastante prejudicados. • O referido processo de fabricação não apresenta qualquer controle sobre fatores operacionais de fundição considerados importantes na obtenção do produto final tais como seleção e controle da matéria prima, temperatura de vazamento, altura de vazamento, coeficiente de extração de calor na interface metal/molde, coeficiente de extração de calor na interface molde/ambiente, tipo de areia utilizada, tipo de molde, dimensão do molde, material do molde, operações de acabamento, balanceamentos estático e dinâmico etc os quais são capazes de contribuir para a melhoria das propriedades mecânicas do hélice. Assim, um elevado grau de defeitos é introduzido ao longo do processo produtivo o que compromete bastante as propriedades mecânicas desses propulsores. A elevação da qualidade dos mesmos será obtida 140 através da implementação de melhorias no projeto, processo de fabricação e utilização dos mesmos. • A matéria prima utilizada na fabricação dos mesmos não apresenta qualquer controle de composição química pois é constituída principalmente de sucatas de cobre, zinco, estanho e chumbo, em teores bastante variáveis, contrariando assim as composições químicas estabelecidas pelas normas técnicas vigentes. • As análises macrográficas e micrográficas revelaram grãos de dimensões, geometrias, direção e distribuição bastante variáveis, segregação de soluto em elevado grau, espaçamentos dendríticos significativos, defeitos internos provenientes do processo de fabricação, etc não desejados uma vez que tornam o propulsor mais propenso, por exemplo, a quebras por impacto em função da anisotropia estrutural apresentada. Tal fato contribui, certamente, para um menor desempenho e qualidade dos hélices, em função de suas propriedades mecânicas inferiores. • É comum, por falta de conhecimento do assunto, a utilização, por parte das embarcações de qualquer tipo de hélices com dimensões e geometrias quaisquer independente da finalidade a que se destinam as embarcações como transporte de passageiros, atividades de pesca ou para o transporte de cargas, o que certamente compromete o sistema de propulsão das mesmas. • Os resultados encontrados a partir da análise numérica via Método de Elementos Finitos, permitiu concluir que os propulsores navais tipo hélice fabricados em nossa região são dimensionados adequadamente para suportar os esforços fluídicos pois os mesmo 141 não são submetidos a tensões consideráveis, portanto, o escoamento no entorno dos mesmos não é um fator determinante nas freqüentes fraturas verificadas. • As propriedades mecânicas obtidas através dos Ensaios de Dureza e Tração apresentaram valores muito abaixo do exigido pela Norma NBR 6314 / 1982, fato que pode ser justificado pela composição química inadequada segundo os padrões apresentados e o processo de fabricação empírico. As freqüentes rupturas dos propulsores navais estudados, são portanto, conseqüências dos valores de Resistência Mecânica e Limite de Escoamento abaixo do tolerado, para suportar choques com troncos de árvores imersos no leito dos rios, bancos de areia, resíduos de vegetação etc. • Através da cartilha proposta neste trabalho, fabricantes e usuários de propulsores navais tipo hélice da nossa região encontrarão acesso a informações extremamente importantes, de maneira simples e objetiva. No referido material informativo, estão contidos estudos de grupos de pesquisa do Departamento de Engenharia Mecânica do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Pará. Assim, a UFPA, através do referido departamento, cumpre o seu papel de vetor de desenvolvimento regional promovendo a socialização dos resultados obtidos no projeto de pesquisa em que este trabalho está inserido uma vez que os resultados obtidos poderão modificar de forma considerável a realidade empírica da produção de hélices navais no Estado do Pará. 142 • Finalmente, considerando o exposto, seria bastante interessante a continuação deste estudo de modo a possibilitar a elevação da qualidade desses propulsores navais através da implementação de melhorias no projeto, processo de fabricação e utilização dos mesmos. 143 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] SOEIRO, N. S., LOPES, F. A. C., VALE, A. R. M. Análise da Resistência de Propulsores Navais do Tipo Hélice Fabricados na Amazônia Através do Método dos Elementos Finitos, Anais do II Congresso Nacional de Engenharia Mecânica - CONEM, João Pessoa - PB, 12/08 a 16/08/2002. [2] MOREIRA, A. L. S. 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Page 145 [18] LOUREIRO, J.C.S. et al., “Influência do Processo de Fabricação no Desempenho de Propulsores Navais Tipo Hélice Utilizados por Embarcações nas Condições Amazônicas”, Anais do 140 Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais - CBECIMAT, São Pedro SP, 2000. [19] BOUCHARD, D. and KIRKALDY, J.S., “Prediction of Dendrite Arm Spacings in Unsteady and Steady-State Heat Flow of Unidirectionally Solidified Binary Alloys”, Metallurgical and Materials Transactions B, Vol. 28 B, pp. 651663, 1997. [20] MIYATA, Y., “Dendritic Growth in Undercooled Melt with Forced Convection”, Proceedings of the 4th Decennial International Conference on Solidification Processing, Sheffield, UK, pp. 409-412, 1997. 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[28] SIQUEIRA, C.A.F. e MOREIRA, A.L.S., “Influência das Dimensões do Molde, da Pressão e da Vazão de um Gás Inerte na Formação da Macroestrutura de Solidificação do Alumínio”, Anais do 14º Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais – CBECIMAT, São Pedro – SP, 2000. [29] LOPES, F.A.C.; OLIVEIRA, M.F.S. e MOREIRA, A.L.S. “Influência da Adição de Metais Não Ferrosos nas Propriedades de Ligas de Cobre Utilizadas na Fabricação de Propulsores Navais Tipo Hélice no Estado do Pará”, III Encontro dos Grupos PET da Amazônia Legal – AMAZONPET, Belém – PA, 29/11 a 01/12/2002. [30] METALS HANDBOOK. “Forging and Casting – Production of Copper Alloy Castings”, American Society for Metals – ASM, Metals Park, Ohio, v. 5, 8a ed., p. 486 – 493, 1961. [31] METALS HANDBOOK. “Properties and Selection of Metals – Copper and Copper Alloys”, American Society for Metals – ASM, Metals Park, Ohio, v. 1, 8a ed., p. 959 – 1052, 1961. [32] COUTINHO, T. 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Algumas das dificuldades que você geralmente enfrenta são estas: FABRICANTE • A “liga do metal” nem sempre é boa para fazer o hélice. • Você não tem certeza exatamente do melhor material para fabricar o hélice. • Existem problemas na qualidade e quantidade dos materiais utilizados na fabricação do hélice. • Não existe nenhum critério técnico na seleção da sucata usada na fundição. • O hélice apresenta freqüentemente porosidade e/ou trincas nas pás. • A solda que você usa para recuperar o hélice não é muito “forte”. • Geralmente é utilizado um processo inadequado de soldagem para o recondicionamento dos hélices. • Você não dispõe de meios para balancear o hélice fabricado. COMPRADOR • Você não conhece exatamente qual é o melhor hélice para o seu barco. • Você não tem absoluta certeza de como especificar um hélice para sua embarcação. • Quando você vai comprar um hélice, você espera que o vendedor lhe oriente na escolha do mesmo, só que ele também não sabe fazer isso. • Às vezes o hélice faz com que o seu barco “fumace”, não “puxe”, e gaste muito combustível. • Às vezes o hélice não dura muito tempo. • Quando em uso o hélice “quebra” ou empena com facilidade quando bate em troncos de árvores ou pedras existentes no leito dos rios. • Às vezes o hélice é muito caro. • Os melhores hélices são vendidos somente em Belém. Assim, amigo, depois que você ler esta cartilha, talvez encontre várias informações úteis que você vai poder utilizar quando for fabricar ou comprar hélices para embarcações daqui pra frente, certo? Assim, LEIA COM ATENÇÃO ESTA CARTILHA, CUIDE BEM DELA E NÃO ESQUEÇA DE PASSAR AS INFORMAÇÕES QUE VOCÊ ENCONTRAR PARA OUTROS COLEGAS SEUS QUE TAMBÉM FABRICAM OU COMPRAM HÉLICES, TUDO BEM? 2. RECOMENDAÇÕES PARA A COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS HÉLICES Na Tabela abaixo você poderá encontrar, dependendo da matéria-prima que você possuir no momento para fabricar o hélice, a quantidade ideal de cada material que deverá fazer parte da composição química do mesmo. Tabela 1 - Composições químicas sugeridas na fabricação de hélices navais. Liga BronzeManganês 1 Bronze Manganês 2 Bronze Alumínio 3 Bronze Alumínio 4 Latão Amarelo Bronze de Propulsor Cobre Zinco 52 a 62 35 a 40 Estanho 1,5 máx 50 a 57 33 a 38 1,5 máx 0,7 a 2 77 a 82 1 máx 0,1 máx 70 a 80 6 máx 55 a 60 restant e 78 a 81 -x- Alumínio Ferro 0,5 a 3 0,5 a 2,5 Chumbo 0,5 máx Níquel 1 máx Manganês 0,5 a 4 0,5 a 2,5 0,5 máx 2,5 a 8 1a4 7 a 11 2a6 0,03 máx 3a6 0,5 a 4 1 máx 6,5 a 9 2a5 0,05 máx 1,5 a 3 8 a 20 1,5 máx 0,7 a 1 0,9 a 2 0,4 máx -x- 0,3 a 0,9 -x- 9 a 10,3 3,5 a 5,5 0,01 máx 4,5 a 5,5 0,5 a 1 3. RECOMENDAÇÕES PARA O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DOS MOLDES DE FUNDIÇÃO DOS HÉLICES • • • • • Escolher a areia mais adequada para a fabricação dos moldes (limpa, seca e a mais fina possível). Ter o cuidado para peneirar a sua areia antes de fazer o molde. Evitar usar a mesma areia muitas vezes. Ter um funcionário que possua experiência em oficinas de fundição. Antes de fechar o molde use uma camada de pó, conhecido como carburete, nas faces internas do molde para evitar poros e melhorar o acabamento superficial do hélice. 4. RECOMENDAÇÕES PARA O PROCESSO DE FUNDIÇÃO DOS HÉLICES Como o processo de fundição dos hélices em nossa região é realizado com base somente na experiência do fabricante, os mesmos apresentam uma grande quantidade de defeitos tais como poros, vazios, trincas, etc que compromete bastante a qualidade dos hélices. Assim, recomendamos o seguinte: • • • • Obedecer as composições químicas que estão na Tabela 1. Evitar que o metal fique muito tempo dentro do forno após ter sido transformado em líquido. Usar sempre equipamento de proteção Individual: luvas, avental, perneira, óculos com filtro etc. Não vender hélices com defeitos de fabricação (poros, trincas, vazios, etc), pois isto prejudica tanto a sua imagem no mercado e quanto os clientes. 5. RECOMENDAÇÕES PARA RECUPERAÇÃO DOS HÉLICES POR SOLDAGEM A soldagem oxi-gás é feita através da união de metais por meio do calor de uma chama resultante da queima de dois gases, um combustível e outro comburente. O equipamento de soldagem é constituído por cilindros de gás, maçaricos, manômetros, mangueiras e válvulas de segurança, conforme Figura abaixo. 5.1 TIPO DA CHAMA OXI-GÁS A Figura abaixo mostra os tipos de chamas usados na soldagem oxi-gás, que são obtidos pela regulagem da quantidade de oxigênio e combustível (acetileno ou butano). Esta regulagem é feita no corpo do maçarico, conforme o tipo de trabalho que será realizado. Na Figura são observadas as cores das diferentes zonas, que identificam cada tipo de chama. Estas zonas são definidas pela intensidade e coloração da luz. Chama Neutra ou normal Redutora ou carburante Oxidante Características Emprego Mistura de partes iguais do gás Ferros fundidos, aços, bronzes, cobre, oxigênio e do combustível. latão, níquel, metal monel, enchimentos Chama mais utilizada na e revestimentos com bronze soldagem oxi-gás Mistura de maior quantidade do Aços ligados ao cromo e ao níquel, gás combustível em relação ao alumínio e magnésio gás oxigênio Mistura do gás oxigênio ao gás combustível, predominando um excesso de oxigênio. Apresenta um som sibilante (silvio) no bico do maçarico Materiais que contenham zinco em sua composição química como, por exemplo, o latão 5.2 PROCEDIMENTOS PARA RECUPERAÇÃO DE HÉLICES 5.2.1 PROCESSOS DE SOLDAGEM UTILIZADOS • • Oxi-acetilênico Oxi-butânico 5.2.2 CHAMA E FLUXO • • • • Tipo de chama recomendada: neutra ou oxidante. Ajuste da chama: deve ser de acordo com a grossura (espessura) da pá do hélice, ou seja, para um hélice fino (baixa espessura) usar chama suave, isto é, baixo volume dos gases; para um hélice grosso (grande espessura): usar chama mais forte, ou seja, maior dosagem nos gases. Tipo de fluxo: utilizar pó macam para proteção da poça de fusão. Conservação do fluxo: proteger o pó macam da umidade e da sujeira. 5.2.3 SEGURANÇA NA SOLDAGEM • • • • • Manter os cilindros na posição vertical, em lugar seguro e arejado. Não manejar os cilindros com as mãos sujas de óleos, graxas etc. Nunca lubrificar ou limpar as roscas dos cilindros de oxigênio, com óleos ou graxas. Cuidar do ambiente de trabalho, mantendo-o limpo e desobstruído. Guardar os cilindros de gás em local limpo, seco, arejado, desobstruído, de fácil acesso e manejo. • Usar sempre equipamento de proteção Individual: luvas, avental, perneira, óculos com filtro etc. • Usar sempre reguladores de pressão e maçaricos limpos e desobstruídos. 5.2.4 ACENDER E APAGAR A CHAMA • • • ACENDER O MAÇARICO Primeiro passo: abrir levemente a válvula do oxigênio. Segundo passo: abrir a válvula do gás acetileno. • Acender usando vela ou fósforo. Evitar isqueiro a gás e lamparina ou produtos similares. • • • APAGAR O MAÇARICO Primeiro passo: fechar o gás combustível. Segundo passo: fechar o oxigênio. 5.2.5 PROCEDIMENTO PARA A SOLDAGEM DE RECUPERAÇÃO • • • • • • • • • • Preparar os chanfros (ranhuras) a soldar. Limpar cuidadosamente as superfícies, antes da soldagem. Pré-aquecer uniformemente a hélice e manter a temperatura entre passes na faixa de 600oC – 700oC, para reduzir deformação (empenamento) e a possibilidade de defeitos como fissuras (trincas), vazios, poros etc. Pontear as partes que serão soldadas. Preenchimento do chanfro com o metal de solda. Depositar o primeiro passe, tendo a certeza de está fundindo as bordas do chanfro. Depositar o material da vareta (de adição) em camadas finas e sucessivas, conforme o necessário, até o preenchimento completo do chanfro. Controlar a temperatura de trabalho (giz térmico/termômetro). Realizar inspeção visual entre os passes ou camadas de solda, antes do próximo passe. Fazer sempre uma boa limpeza, com disco abrasivo (esmeril), entre um passe e outro, e no último passe de acabamento. 5.2.6 DEFEITOS QUE PODEM SER ENCONTRADOS NA SOLDAGEM OXI-GÁS • FALTA DE DILUIÇÃO DO MATERIAL DA VARETA: O material da vareta não “cola” no material da hélice. Material do hélice Material da vareta Principais causas: Pré-aquecimento insuficiente do hélice naval antes da soldagem, alta velocidade de soldagem, falta de habilidade do soldador, poça de fusão grande. • POROSIDADE: Vazios localizados na região de solda. Principais causas: Contaminação do fluxo (pó macam), pouca quantidade de fluxo na vareta, contaminação da vareta (sujeira). • ASPECTO RUIM DO ACABAMENTO SUPERFICIAL: Aparência final do cordão de solda apresentando diversos defeitos como mordeduras e porosidades. Principais causas: Pouca habilidade do soldador, alta velocidade de soldagem. 6. RECOMENDAÇÕES PARA A ESCOLHA DO HÉLICE MAIS ADEQUADO PARA SUA EMBARCAÇÃO (DIMENSIONAMENTO DO HÉLICE) Caro amigo, neste momento falaremos das etapas que devem acontecer para que você possa escolher o hélice naval correto para a sua embarcação. A Figura a seguir apresenta as etapas das quais estamos falando. Etapas para escolha do hélice naval mais adequado para uma embarcação. • ETAPA I: Requisitos do Usuário Esta etapa é constituída de informações iniciais para a escolha da embarcação as quais variam de acordo com a necessidade do usuário, isto é: • Rota: é uma informação definida pela distância que a embarcação irá percorrer e o calado máximo permitido para navegar nesta distância, a qual tem a ver com a profundidade do rio que navegamos. • Capacidade: é o número de pessoas e a quantidade de carga que o barco pode levar. • Velocidade: tem relação com o tempo que você deseja que sua embarcação percorra uma determinada distância (rota). • ETAPA II: Dimensões Principais de um Barco As dimensões principais de uma embarcação são aquelas que permitem estabelecer a forma do seu casco, conforme mostrado na Figura a seguir. Estas dimensões são determinadas a partir da experiência de longos anos dos construtores de barcos. LEGENDA: A - Boca na linha d’água. B - Comprimento na linha d’água C – Calado carregado Principais dimensões de uma embarcação. • ETAPA III: Sistema Propulsor (Motor e Hélice) Nesta etapa é determinada a potência do motor que é feita tendo por base a velocidade e o peso máximo que a embarcação pode carregar. Com a potência já determinada é feita a especificação do motor, a qual fornecerá a rotação de trabalho do mesmo. A potência e a rotação são usadas para escolha do hélice e especificação do reversor. As informações básicas do hélice são: • Diâmetro: definido como sendo a largura do círculo formado pelas extremidades das pás. Para embarcações de cargas pesadas são necessários hélices com diâmetros maiores, o que proporciona uma maior força para mover o barco, porém terá uma velocidade baixa já que pás muito grandes geram uma maior resistência para mover uma embarcação. Para embarcações leves é mais apropriado o uso de hélices com diâmetros menores, fornecendo uma maior velocidade. • Passo: é a distância percorrida pelo barco após o hélice dar uma volta completa. Os hélices que possuem passos menores trabalham bem com cargas pesadas, mas proporcionam baixas velocidades. No caso de hélices de passos maiores, as embarcações atingem maiores velocidades, porém trabalham com forças reduzidas. As Figuras a seguir representam o diâmetro e o passo de um hélice. Diâmetro do hélice. Passo do hélice. 6.1 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES • Diâmetro muito grande ou muito pequeno pode ser um problema para a eficiência do hélice. Isso pode resultar em um desperdício de combustível ou na redução da velocidade da embarcação. • O diâmetro do hélice nunca deve ser maior que o valor de 2/3 do calado da embarcação. • O passo correto permite que a embarcação tenha a velocidade ideal e a carga correta para o motor. 6.2 CAVITAÇÃO É a geração de vapor d’água em forma de bolhas que implodem com a superfície da pá do hélice, ocasionando erosão, desgaste e conseqüente redução da vida útil da mesma. A cavitação é causada por irregularidades no casco da embarcação ou no hélice. Essas irregularidades encontradas causam uma região de baixa pressão, e à medida que a velocidade da embarcação aumenta, essa pressão diminui, dessa forma, bolhas de vapor são criadas ao redor do hélice gerando a cavitação. A Figura abaixo mostra as irregularidades na ponta da pá do hélice e a cavitação causada por essas irregularidades. Irregularidades e cavitação. 6.3 PROGRAMA DE COMPUTADOR PARA ESCOLHA DE UM HÉLICE A equipe de professores e alunos do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará – UFPA, desenvolveu um programa de computador que, a partir de um conjunto básico de informações, será possível a estimativa do tamanho do barco, a forma do casco e o do conjunto motor-hélice. As Figuras a seguir mostram um exemplo de cálculo feito com a ajuda deste programa. Programa calculando a potência propulsora da embarcação. Cálculo do hélice. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado amigo, chegamos ao término deste informativo que teve o único objetivo de lhe fornecer informações importantes para lhe ajudar em detalhes que farão a diferença para você se forem bem seguidos. Lembre-se que não estamos aqui para mudar a sua vida ou transformar as condições de seu barco e seu trabalho, mas para ampliar a sua visão sobre o complicado estudo de hélices navais. Muito obrigado por ter lido este documento e esperamos ter ajudado um pouco. Até uma próxima oportunidade! Caso você tenha algum problema no seu barco ou com o seu hélice, por favor, entre em contato conosco preenchendo COM MUITO CUIDADO o formulário que está no final desta cartilha. Lembre-se, qualquer informação errada que você nos fornecer, criará sérios problemas para você mesmo!!! 7.1 PROFESSORES ENVOLVIDOS A seguir são relacionados os nomes de todos os professores que estiveram envolvidos neste trabalho assim como as respectivas áreas de conhecimento em que colaboraram na realização do mesmo. • • • • • • • • • Antonio Luciano Seabra Moreira/UFPA (Processos de Fundição) Carlos Alberto Mendes da Mota/UFPA (Processos de Soldagem) Carmen Gilda Barroso Tavares Dias/UFPA (Novos Materiais) Celso Augusto Coelho/UFPA (Controle de Qualidade) Eduardo de Magalhães Braga/UFPA (Processos de Soldagem) Newton Sure Soeiro/UFPA (Dimensionamento do Hélice) Antonio Jorge Hernandéz Fonseca/UEPA (Controle de Qualidade) João Lobo Peralta/CEFET (Processos de Fundição) Otávio Fernandes Lima da Rocha/CEFET (Processos de Fundição) 7.2 ENDEREÇO PARA CONTATO Em caso de necessidade você poderá entrar em contato com o professor que desejar através do seguinte endereço: Universidade Federal do Pará Centro Tecnológico Departamento de Engenharia Mecânica Professor: _______________________ Rua Augusto Corrêa No 1 Guamá – Belém – Pará CEP: 66075-110 Fones: (0xx)(91)211-1961/1963/1323/1325 Fax: (0xx)(91)211-1325 7.3 AGRADECIMENTOS A equipe de pesquisadores do projeto de pesquisa “Otimização do Projeto de Propulsores Navais Tipo Hélice Utilizados por Embarcações nas Condições Amazônicas” aqui representada pelos professores, alunos e colaboradores que desenvolveram este estudo, gostaria de registrar os agradecimentos à UFPA, UEPA, CEFET, FINEP, SECTAM e FADESP, pela oportunidade e apoio concedidos para sua realização. FORMULÁRIO DE INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O PROGRAMA DE COMPUTADOR SELECIONAR O HÉLICE DE SUA EMBARCAÇÃO 1) Nome do proprietário da embarcação: _________________________________ __________________________________________________________________ 2) Endereço completo: Rua: _____________________________________________ NO: ____________ Bairro: _______________________ Cidade: ________________ Estado: _____ CEP: _________________ (não obrigatório) 3) Dados da embarcação (INFORMAR CORRETAMENTE): • Velocidade (especificar: nós, m/s ou km/h): _________________________ • Número de passageiros e tripulantes: ______________________________ • Quantidade de carga (especificar: kilogramas ou toneladas): ____________ • Comprimento da linha d’água (em metros): __________________________ • Tamanho da boca molhada (em metros): ___________________________ • Tamanho do calado (em metros): _________________________________ • Potência do motor: _____________________________________________ • Marca e modelo do motor: _______________________________________ • Rotação do motor: _____________________________________________ • Reversor: ( ) 2:1; ( ) 3:1; ( ) outro / especificar: ____________________ • Existe restrição ao calado do seu barco para evitar que ele encalhe? ( ) NÃO ( ) SIM / Especificar: ___________________________ 4) Dados do hélice naval (INFORMAR CORRETAMENTE): • Diâmetro do hélice (em centímetros): ______________________________ • Número de pás do seu hélice: ____________________________________ • Diâmetro do eixo do seu motor (em polegadas): ______________________ 5) Considerações Finais (explique neste espaço o problema que você está tendo com o seu barco, motor ou hélice): __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Data: ______/______/______ Assinatura: ________________________