AQUI - Turma 57-BQ

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AQUI - Turma 57-BQ
O COn*DOr n o. 2
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ENCONTRO DOS 45 ANOS
Bem-vindo, companheiro, ao grande encontro da FESTA DA VIDA!
Certamente você já percebeu que tudo ficou mais alegre com a sua chegada.
Voltamos para agradecer a Deus, à Cidade e a nós mesmos (uns aos
outros) os inesquecíveis momentos que vivemos nestas terras, cobertas
de glória, das Minas Gerais. Há quarenta e cinco anos, a EPCAr foi o
ninho dos nossos sonhos mais ousados, e Barbacena, a terra generosa que
nos viu, pela primeira vez, envergar, orgulhosos, e envaidecidos, a inesquecível BARATÉIA. Nestas ladeiras, que tantas vezes subimos e descemos, deixamos o rastro da nossa juventude. Deus queira que você e nós
outros, juntos, agora, possamos, percorrendo os mesmos caminhos, encontrar, neste chão histórico, aquelas pegadas... Mas se o tempo as houver apagado, ainda assim, ninguém há de perder o rumo, basta que você olhe (com
aquele olhar maravilhado com o qual todos chegamos aqui) para o luminoso
céu de Barbacena, e, certamente, lá estará, pronta para continuar a guiá-lo,
plena de luz – aquela sua estrela! Bem-vindo! Bem-vindo! Bem-vindo!
Os seus amigos da Representação da Turma Quase Perfeita.
Barbacena, de 7 a 10 de março de 2002.
Imagem: Igreja Matriz de N. Sra. da Piedade - Barbacena - Foto: J. Marcus.
D
uas palavras muito fortes e significativas: PODER igual a autoridade e domínio; e JOVEM
significando entusiasmo, perseverança,
ideal. Quando juntas, temos um composto invejável, que, em várias fases da História, modificaram a política, a economia
e até a religião. Modificaram, também, o
rumo de guerras ou revoluções. Jovem
não tem o significado de cronologicamente melhor do que o mais idoso. E ser idoso
não é o declínio de uma vida. Temos inúmeros exemplos de jovens suicidas (derrotados) e idosos obstinados, vencedores e heróis. No nosso passeio a Barba-
O PODER JOVEM
cena, tive a oportunidade de sentir o poder jovem de homens e mulheres que ocupam cargos de responsabilidade. Sempre
atenciosos e participativos, exercem grande influência na sociedade em que vivem. Justo reconhecer-lhes o carisma e a
inquestionável capacidade profissional.
Na EPCAR, conversei com um jovem Capitão-Aviador, Comandante de Esquadrilha e lembrei-me do nosso tempo, pois
se trata de uma pessoa “vibradora”, entusiasta. Sua preocupação maior é com a
liderança da Esquadrilha. “Molda-se, no
jovem, o líder de amanhã”. O tempo leva
o jovem a adquirir experiência, maturida-
de, só que o jovem fica com cabelos grisalhos – o preço da vida. Nos Estados
Unidos, chama-se de “Gray Power” o
poder dos cabelos grisalhos, que são os
jovens executivos, pessoas-chave, de
marcante liderança. Oxalá nossa Pátria
cultue e aproveite o arsenal de senhores
jovens, para impulsionar seus filhoss em
busca do BEM-COMUM.
“Macte Animo, Generose Puer,
sic Itur ad Astra!” (*)
Al. 58-258, Cubas
(*) Lema da Escola de Aeronáutica, hoje,
Academia da Força Aérea.
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BARBACENA – TERRA E GENTE
aquele março, galgamos, ávidos, a Mantiqueira, sem
percebermos, nitidamente, onde estávamos. Sabíamos,
apenas, que subíamos; que, no alto daquelas montanhas, começava uma nova trajetória venturosa, iluminada por
Estação Ferroviária
Óleo sobre tela de Lêda, esposa do João Carlos
Praça dos Andradas
sonhos, dourada de esperanças, aquecida pela nossa juventude. Ao ingressarmos na EPCAr, no final dos anos cinqüenta, alargamos a estrada do nosso destino. Nautas oníricos,
olhávamos o céu, buscando estrelas para namorar, jurando
amor, imaginando desposá-las, após a aventura embriagadora
da grande travessia... Ingênuos, mirávamos, enfeitiçados, o
infinito, onde colocáramos o futuro idealizado e mal percebíamos a terra generosa sobre a qual, muito antes de aprender a
voar, precisávamos aprender a corrigir nossos passos descuidados... Esmaecido o primeiro encantamento de nos sabermos capazes de sonhar colorido, começamos a perceber, à
nossa volta, certo espaço, ao qual, em breve tempo, estaríamos definitivamente vinculados. Conflitos entre sonhos e realidade, por vezes, nos angustiavam e transbordavam em gestos, palavras, canções de humor e protesto, em críticas descabidas, atitudes impensadas... Porém, pouco a pouco, a energia da terra cercada de montanhas de ferro, com cheiro de
rosas, gosto doce de leite, conquistou-nos, aquietando as
almas ansiosas e sempre insatisfeitas... No esforço de subir
ladeiras, aquecer saudades, domesticar impulsos, encontramos,
no sorriso ingênuo e no feitiço brejeiro da Cidade, doses generosas de carinho. Sem saber nem sentir, deixamos que aquele
pedaço histórico e abençoado das Gerais plantasse raízes em
nossas almas. Depois, vestindo couraça de guerreiros, partimos para outras façanhas, em outras plagas, na busca de novas
Praça Conde de Prados (Praça do Globo)
e mais arrojadas conquistas. Cada vitória teve seu tamanho, e
o preço foi regiamente pago. Mas faltava uma dívida a ser
resgatada, um reconhecimento que se fazia obrigatório, por
isso, voltamos para agradecer. Obrigado, por tudo, Barbacena,
Terra e Gente. Por nos haver acolhido e acarinhado; por nos
haver aceitado, compreendido e perdoado. Obrigado por esse
pedaço de céu, incrivelmente cheio de estrelas, incrustado em
nossas almas e que, há quarenta e cinco anos, ilumina as melhores lembranças que temos, principalmente, de nós mesmos.
Al. 57-15, Neves
A nossa musa, Sra. Maria José de Melo, Zuzuca, e sua família
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VISITA À ESCOLA
eródromo de Barbacena, 7 de março de 2002. O segmento civil da Força Aérea da Turma Quase Perfeita antecipou-se, na chegada a Barbacena, ao principal
contingente da Turma, que se deslocava do Rio, por meios
terrestres. Às onze horas e cinco minutos, pousou o Cessna
“push-pull” O Con*dor, do Sucupira, que, proveniente de
São Paulo, incluía o Oldack e o Fullmann em sua tripulação.
Quatro minutos depois, pousou o Cessna 172, Skyhawk, do
Noleto, oriundo de Brasilia. Este trazia o Valmir, como “engenheiro de bordo”, único militar infiltrado naquele segmento
civil. O Brigadeiro Wagner Santilli, Comandante da EPCAR,
com invulgar fidalguia, recepcionou-nos no próprio
aeródromo e nos convidou para almoçar com ele, na Escola.
Antes, porém, brindou-nos, em seu gabinete, com algumas
considerações sobre as diretrizes de seu Comando, sobre as
atividades em andamento e sobre as atividades implementadas
por comandos anteriores recentes. Após o almoço, aproveitamos o tempo ainda disponível e percorremos as principais
instalações da Escola, ciceroneados pelo próprio Brigadeiro
Santilli, que mostrou, “in loco”, muito do que nos havia dito.
Visitamos: salas de aula, auditórios, laboratório de Informática,
laboratório de idiomas e diversas clínicas do hospital. Destaque para a clínica odontológica. Concluída nossa visita especial, seguimos para o Hotel Lucape, onde funcionaria o Quartel-General da nossa comemoração dos 45 anos de ingresso
na EPCAr. Integramo-nos, então, ao principal contingente da
Turma, recém-chegado, e voltamos, em comitiva, para a Esco-
O Maj.-Brig. Seixas recebe a continência do Corpo de Alunos.
Placa de bronze inaugurada pela Turma
na Escola, na Festa dos 40 Anos.
O “Capitão” O. Lima agradece a homenagem da EPCAr.
O desfile do Corpo de Alunos
la, iniciando, dessa vez, a visita oficial programada. Após as
manifestações de boas vindas, iniciamos a visita acompanhados por Oficiais da Escola. Usufruindo das lembranças que o
trajeto suscitava, visitamos lugares que nos são muito caros:
o Jardim de Alá, os antigos alojamentos com seus banheiros
coletivos, o rancho, a Sociedade dos Alunos... O tempo passou rapidamente. Logo, informaram-nos de que estávamos
sendo aguardados no Pátio da Bandeira. Lá, estava, formado,
o Corpo de Alunos. É que, integrando-se completamente ao
espírito da nossa visita, o Brigadeiro Santillii fez mudar o horário da formatura militar para passagem do serviço diário, à
qual se segue o desfile do Corpo de Alunos em continência às
autoridades. Fez, assim, o evento diário coincidir com o momento de nossa visita. O desfile do Corpo de Alunos seria,
portanto, em homenagem à nossa Turma. O Brigadeiro Santilli
convidou o Maj.-Brig. Seixas, o oficial mais antigo da TQP, ali
presente, para presidir a solenidade militar. Antes, porém, a
Escola tinha uma homenagem a prestar ao Coronel Rivaldo
Gusmão de Oliveira Lima, ali presente, que, como Capitão,
comandara-nos, no Terceiro Ano da Escola, que funcionou
nos Afonsos, no ano de 1959. Integrante honorário da TQP, o
Capitão O. Lima, como carinhosamente ainda o chamamos,
recebeu do Comandante uma placa alusiva à sua presença.
Após agradecer ao Brigadeiro Santilli a honraria, o Capitão
O. Lima dirigiu mensagem a toda aquela “mocidade” ali presente: os Alunos, em forma, no pátio, e nós, seus comandados de 1959, agora no palanque das autoridades. Falou, também, de sua renovada emoção ao voltar àquela Escola, onde
dois de seu filhos iniciaram trajetória de sucesso. O desfile
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que se seguiu, em homenagem à Turma, foi realmente magistral. Ao observarmos o garbo daqueles garotos vibrantes,
nenhum de nós se conteve. Como que num passe de mágica,
recuamos quarenta e cinco anos no tempo e nos vimos, a nós
mesmos, naquele mesmo local, marchando com semelhante
entusiasmo. Durante os poucos minutos que durou o desfile,
os quarenta e cinco anos de vida de cada um de nós, desde
então decorridos, desfilaram, também, em nossas mentes, num
turbilhão de lembranças: sonhos realizados, outros, nem tanto; muitos sucessos, alguns fracassos; amores, saudades,
emoções... Emoções! Emoções! Emoções! Emoções!... O Corpo de Alunos desfilou cantando o Hino da Escola, também
cantado por todos os presentes. Entre nós, aqueles havia
que imaginavam dele não mais lembrar completamente a letra.
A memória emotiva encarregou-se de resgatá-la. E o fez re-
A Escola homenageou a Turma com um galhardete em cada mesa.
Alunos de ontem e de hoje, duas gerações e um ideal
gando com lágrimas nossas faces. Lágrimas contidas nos
olhos de alguns, copiosa nos de outros. Encerrado o desfile
sentimo-nos todos em estado de graça. Percebemo-nos mais
emotivos do que normalmente pensamos ser. Sentimo-nos
muito bem naquele momento: mais solidários, mais humanos...
Mais felizes, enfim. Após o desfile, seguiu-se um farto lanche-coquetel (melhor diríamos, verdadeiro coquetel, seguido
de jantar) no rancho dos oficias, onde, ao som de boa música,
confraternizamo-nos com a oficialidade da Escola, com outros companheiros e suas famílias e com alguns alunos. A
seguir, com um sentimento de leveza sustentável, regressamos ao hotel, ávidos por começarmos a abraçar Barbacena, a
cidade que, há quarenta e cinco anos, tão carinhosamente
nos acolheu.
João Carlos, Cubas e Luís Mauro, com o Brig. Santilli, Comandante da EPCAR e o Eng. CíceroAvelino, Presidente daAEPCAR.
Uma das mesa do jantar, vendo-se, ao centro, o galhardete.
Vinicius, neto do Leandro, prestando atenção a tudo!
Al. 58-255, Valmir
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OBRIGADO, COMANDANTE!
Comandante da EPCAR transformou nossa visita de cortesia em um
memorável evento. Fomos recebidos com “pompa e circunstância”. Quem é
o Brig.-do-Ar Wagner Santilli? - Indagavam
alguns companheiros. É um jovem da Turma 66-BQ, respondeu o Clarindo, a mesma
do atual Presidente da Associação de ExAlunos (AEPCAR), o Eng. Cícero Avelino.
É paulistano, disse alguém. Só poderia ser,
comentou uma senhora; os paulistas sempre recebem muito bem seus convidados,
com cortesia e bom gosto (com o que concordam os cariocas - hoje). O Brigadeiro
Santilli confirmaria as informações acima,
mas, por elegância, não falaria de sua experiência profissional. Falemos por ele, num
breve resumo de seu curriculum vitæ. Nos
primeiros anos da carreira, dedicou-se ao
treinamento de pilotos, como Instrutor de
Vôo, no Centro de Instrução de Helicópteros e na Ala 345; Instrutor de Vôo e de Navegação Aérea na Academia da Força AéA tradicional fotografia em frente à Escola
rea, incluindo o treinamento simulado. Também exerceu o cargo
de Adjunto do Corpo de Cadetes. A partir de Capitão, especializou-se na área de Proteção ao Vôo, lá permanecendo até o ano
de 2000, tendo prestado, nesta área, relevantes serviços à Aviação Brasileira, inclusive representando-a na Organização Internacional de Aviação Civil (OACI), em Montreal, no Canadá. Exerceu importantes e complexas funções nas Unidades da Proteção
ao Vôo, tendo sido Comandante de duas delas – os Serviços
Regionais de Proteção ao Vôo de Manaus e do Rio de Janeiro
(SRPV-MN e SRPV-RJ). Apto a atender à Força Aérea em qualquer ponto do território nacional, sempre foi lembrado para cumprir missões difíceis, por vezes, emergenciais. É reconhecido como
um “fazedor de obras”. Por onde passa, deixa tudo mais bonito
e funcionando muito melhor. E nunca se esquece de mencionar
que está dando continuidade ao trabalho de seus antecessores
(bela referência!). É justo reconhecer que ele é dinâmico e criativo, já havendo “mexido” em muitas coisas na EPCAr, a começar
O Maj.-Brig. Seixas agradeceu à EPCAr, em nome da Turma.
pelo bem-estar dos graduados, ao reformar, completamente, o
Cassino dos Suboficiais e Sargentos e construir mais casas funÀ EPCAR,
cionais para eles. Seu programa de trabalho é ousado. Quem
retornar a BQ no próximo ano, vai-se surpreender. O que pensa o
Por haver abrigado nossos sonhos,
Brig. Santilli do relacionamento da Escola com os Ex-Alunos?
A gratidão da Turma Quase Perfeita.
Diz ele: - “Esta Escola pode não ser a maior, ou a mais importante,
mas é uma Escola muito especial. A presença dos Ex-Alunos na fato relevante para a História de ambas. É motivo de orgulho e
Escola e em Barbacena, numa visita de nostalgia, constitui-se em alegria recebermos os eternos Alunos. E é nosso dever retribuirlhes o carinho que nos dedicam”. Antes de ser promovido ao
atual posto, o Brig Santilli serviu no Departamento de Ensino,
onde aprofundou seus conhecimentos sobre a área de formação
e aperfeiçoamento de recursos humanos da Aeronáutica. E, por
isso, recebeu mais esta importante missão – a de comandar a
EPCAR. Três importantes decisões foram tomadas em seu Comando, em relação aos ex-integrantes da EPCAR:
1ª) preparar e inaugurar uma sede para a AEPCAR,
nas dependências da Escola;
2ª) alterar a denominação “Dia do Ex-Aluno” para
“Dia do Aluno”; e
3ª) oferecer uma festa às Turmas que comemorarem os
50 anos de ingresso.
Nas reportagens e depoimentos dos companheiros, os leitores
de O Con*Dor vão saber como nossa visita à Escola se
transformou num memorável evento.
Obrigado, Brigadeiro Santilli!
Atentos, os integrantes da Quase Perfeita ouvem o Brig Santilli.
Obrigado, Comandante!
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NOSSO CONVIDADO ESPECIAL
ara o grande Encontro dos 45
Anos da Turma, convidamos nosso estimado e, ainda hoje, chamado, Cap. O. Lima. Foi ele quem nos comandou no 3º Ano da EPCAR, no Campo dos
Afonsos, em 1959. Difícil missão! Assim
imaginávamos, a de ter sob sua responsabilidade a 4ª Esquadrilha do Corpo de Cadetes, cujos integrantes já demonstravam
ser “diferentes” (Com personalidade própria? Originais?). Diríamos “especiais”! Senão vejamos: éramos Alunos/Cadetes (Alunos da EPCAR, integrando o Corpo de
Cadetes da Escola de Aeronáutica); Alunos que voavam, sem serem Cadetes-doAr; militares em uniforme interno cáqui, enquanto todos ostentavam o novo uniforme azul (sobra de almoxarifado); Alunos
que tiveram seus números e nomes-deguerra trocados, sem direito a escolha.
Exemplos: o Manoel Carlos deixou de ser o
Al. 57-12, Carlos Pereira, para ser o Al. 59219 Manoel, C.P; o Al. 57-54, Seixas, passou a ser o Al. 59-274, Antônio, S.S. E, mais
ainda, depois de veteranos em BQ, voltamos a ser “bichos” nos Afonsos, sem direito ao nobre título de “calouro”, este reservado ao Cadete do 1º Ano-Av., muito
almejado por todos nós. Mas, para conviver com isto tudo, lá estava o Cap.-Av.
Rivaldo Gusmão de Oliveira Lima, que,
13 anos antes, vindo da Cidade de
Parahyba (hoje João Pessoa/PB), ingressara na Escola de Aeronáutica. Era o Cadete-do-Ar 46-17, conhecido na Força Aérea
como “O Arataca” (com muito orgulho, diz
ele), vindo a ser declarado Aspirante-a-Oficial-Aviador em 14 de dezembro de 1949. E
qual a “fórmula mágica” para liderar aqueles jovens? - Dar-lhes liberdade de ação e
de expressão, incentivando-os a tomar iniciativas, sem medo de errar, a pleitear, a sugerir, a ponderar... O Capitão O. Lima, sempre que tinha de “ouvir” um subordinado
em faltas a justificar, pensava: “Eu também
fui Cadete: pequenas faltas deverão ser relevadas; quando aplicável a punição, que
seja sem rigor, sem raiva, com respeito...”.
Resultado: ninguém “enrolava”, ninguém
fugia à responsabilidade – a verdade era o
que importava. Grande Comandante! Ainda que tardiamente, trouxemos de volta a
nosso convívio o inesquecível Comandante da 4ª Esquadrilha, para participar de todos os eventos em Barbacena, entre os
quais a surpresa (agora não mais) de duas
homenagens a sua insigne pessoa. O
distanciamento ocorrera de sua prematura
saída das fileiras da Força Aérea. Por problemas de saúde, foi reformado em maio de
1967, no posto de Major, com proventos
de Tenente-Coronel. Nos 21 anos de serviço ativo, prestou relevantes serviços ao Ministério da Aeronáutica. Sua experiência
operacional em 16 aeronaves (ora como Líder de Esquadrilha e de Esquadrão, ora
O Zé Nelson entrega a panóplia da Turma ao Cap. O. Lima.
Ao “Capitão” O. Lima,
P e l a di g n i d a d e e p e l a l h a n e z a c o m q u e n o s c o m a n d o u ,
A ho m e n a g e m d a Tu r m a Q u a s e P e r f e i t a .
como Instrutor e Checador de Vôo) nas modalidades de Bombardeio, Transporte Aéreo e Transporte de Tropa, foi transmitida
a novas gerações de pilotos militares. Os
colegas Aviadores que voaram em Natal,
nos Afonsos e em Pirassununga, no início
da carreira, tiveram o privilégio de continuar a receber os ensinamentos do nosso LÍDER. Também foi importante o seu trabalho na área de formação de recursos humanos para a Força Aérea. Os dois anos bem
sucedidos no Corpo de Cadetes (1959 e
1960) valeram-lhe a designação para os cargos de Subcomandante e Comandante do
Destacamento Precursor da Escola de Aeronáutica, em Pirassununga. Lá permaneceu para colaborar, em 1963, na implantação da Comissão de Construção da nova
Escola de Aeronáutica, hoje Academia da
Força Aérea. Exerceu quase todas as funções daquela Comissão. Por sua notável
versatilidade no exercício de complexas
funções que lhe foram atribuídas, no ar e
em terra, foi condecorado com a Medalha
do Mérito Santos Dumont e com a mais
elevada comenda da nossa Força – a Medalha do Mérito Aeronáutico. Após sua
passagem à “inatividade” (que expressão
imprópria!), superados os problemas de
saúde, O. Lima voltou ao bom combate, registrando, na vida civil, mais 23 anos de
profícuo trabalho: na Secretaria de Segu-
rança Pública do Estado de São Paulo (Diretor de Transportes); no Ministério de Agricultura (Chefe de Operações e Diretor do
Curso de Pilotos do Departamento de Aviação Agrícola); na Empresa PROSPEC (Diretor de Operações Aéreas); na Companhia
CAEEB, de apoio ao Ministério das Minas
e Energia (Chefe do Departamento de Aviação). A partir de 1992, quando o Velho Capitão (para nós, sempre Jovem Capitão) decidiu “aposentar-se definitivamente”, passou a se dedicar mais à sua fazenda, no
Município de Andrelândia, em Minas Gerais. Mantém sua residência no Rio, nas
Laranjeiras, onde, a qualquer hora do dia
ou da noite, o nosso Comandante estará
sempre à disposição de “seus pupilos”. Se
o seu o problema for desânimo ou estresse,
peça-lhe uma audiência. Possivelmente,
seu gabinete será num restaurante próximo. Você terá oportunidade de absorver as
experiências de quem viveu intensamente
para o trabalho e que adora “curtir a vida’.
Após alguns chopinhos e muitos “causos”,
ele vai repetir: “Eu também fui jovem, igual
a você”. Com essa afirmação e a constatação
de que o Capitão O. Lima está tão, ou mais,
jovem do que nós, o companheiro sairá revigorado para a luta cotidiana.
Capitão O. Lima, seu comandados sentemse felizes em tê-lo como amigo.
Somos-lhe gratos por tudo e para sempre!
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LANÇAMENTO DO CD “AS BEQUEANAS”
programação oficial indicava que
haveria, às 19 horas, no Salão de
Convenções do Hotel Lucape, um
coquetel montado na ante-sala, visando a
concentrar e recepcionar os convidados
Maria Sette Pinheiro; a Professora Lucília
Abreu Allevato; o Professor Geraldo Ribeiro da Fonseca; o Maj. Av. Eduardo do
Valle, Comandante do Corpo de Alunos;
o Cap. Av. Francisco de Carvalho Fontes,
Os Arteiros, no lançamento do CD
para do lançamento do CD “As Bequeanas”.
A gravação se constitui de épicas paródias
que revivem sátiras dos nossos anos
doirados, criadas em sua grande maioria por
membros da Turma e que, graças, principalmente, à argúcia do Al. 57–136, Cardoso,
retratam o espírito crítico dos jovens da nossa geração. Após ligeiros contratempos, o
evento teve seu início. O cerimonial foi
aberto, às 20 horas, pelo Al. 57-54, Seixas,
que, após ter lido a mensagem da Turma,
alusiva ao evento, escrita pelo 57-15 Neves, um dos nossos poetas maiores, saudou as autoridades presentes, nominalmente citadas pelo Al. 57-40, João Carlos, na
abertura. O evento contou com o prestígio
das seguintes personalidades: o Brigadeiro Santilli, Comandante da Escola e esposa,
o Dr. Leone Cesar Filho, Secretário de Assuntos Estratégicos, representando o Exmo.
Sr. Prefeito da Cidade, Dr. Célio Copeti
Mazoni; o Vereador Odair José Ferreira, Primeiro-Secretário da Câmara Municipal de
Barbacena, representando o Presidente daquela Casa, Vereador Ronaldo Braga; a Sra.
Maria da Glória Bittar de Castro Pereira, Presidente da CENATUR; o Dr. Leonardo Costa de Carvalho, Superintendente-Executivo
da Fundação de Cultura de Barbacena
(FUNDAC); a Sra. Isabel Cristina Kelmer,
Coordenadora do Centro Ferroviário de Cultura (CEFEC); o Sr. Hugo Teixeira, representando o Diretor do Museu Municipal, Professor Jorge Arnaldo do Nascimento. A
EPCAR, através de seus corpos discente,
docente e de sua oficialidade de ontem e de
hoje, também se fez representar: O Padre
Antônio Viçoso Rodrigues; o Professor
Fernando Victor da Costa; a Professora Isa
Comandante do Primeiro Esquadrão, que
assumiu as funções de Oficial de Ligação
com a Turma, em todos os eventos do Encontro; o Capitão Judith Modesto Guimarães Tristão, Ajudante-de-Ordens do Comandante da Escola e Chefe da Seção de
Comunicação Social, que muito colaborou com a organização do Encontro, e
que se fazia acompanhar do seu marido,
um ex-aluno da EPCAR, o empresário
Gustavo da Rocha Tristão; o Eng. Cícero
Avelino, Al. 66-442, Presidente da
AEPCAR; o Aluno Luciano Rodrigues,
Presidente da Sociedade Acadêmica da
EPCAR, acompanhado de três outros
membros da Entidade, a Rainha das Rosas – sobrinha-neta da, também presente,
Sra. Maria José de Melo, a nossa querida
musa Zuzuca. Foram momentos mágicos.
O Seixas, na qualidade de mestre de cerimônia e membro efetivo do grupo dos
“cantantes” da Turma, convocou os demais colegas do conjunto para subirem ao
palco, com o fito de executarem algumas
músicas do CD, adredemente escolhidas
para o deleite daquela seleta platéia. O Cardoso e seu violão, literalmente, deram o
tom. O Zé Nelson assumiu a direção artística. Ele e o Cardoso foram os cantores da
Turma. Neves, Clarindo, Duncan, Elson
e o próprio Seixas compunham o coral.
O Neves leu o texto, de sua concepção,
que prefacia as músicas do CD, dirigindose ao nosso público alvo, ao qual suplica,
ao lume de sua verve poética, que, “os seus
ouvidos, não entortem os nossos versos”.
Após as apresentações, o grupo era efusiva e carinhosamente aplaudido. Ao final, os Cadetes subiram ao palco e ladearam a Rainha das Rosas, que, vestida a
caráter, impregnou o ambiente com o perfume, a meiguice, o encanto e a beleza que,
por osmose, assimilara de suas “súditas”
Al. 56-136, Clarindo
Homenagem à Sra. Maria da Gloria Bittar
de Castro Pereira, Presidente da CENATUR
Vista do Salão de Convenções do Hotel Lucape, durante o lançamento do CD
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HOMENAGEM A MARIA JOSÉ DE MELO - ZUZUCA.
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Turma de 1957, assídua freqüentadora do CINETHEATRO APOLLO, escolheu a MARIA JOSÉ
DE MELO – nossa querida ZUZUCA, como alvo
de singela homenagem, pelo carinho sincero e desinteressado que as moças daquele tempo dedicavam aos Alunos
da EPCAr. Nos anos dourados, a tradicional família mineira era ainda mais presa aos métodos conservadores,
quando se tratava do relacionamento entre moças e rapazes, principalmente, quando as suas meninas eram assediadas por jovens vindos de grandes centros, cheios de
novidades, de modernismos, impetuosos e quase irresistíveis, dentro daquelas fardas azuis-baratéias. Conversar com aqueles jovens alunos, passear ao lado deles,
ou, simplesmente, dirigir-lhes um longo e insinuante
olhar, no “footing”, depois da sessão do cinema, era como
desafiar a moral e os bons costumes da velha Barbacena.
Mas o pior de tudo, é que, nem sempre, esse sacrifício era
reconhecido pelo coração instável dos futuros Cadetes. Portanto, é para dizer MUITO OBRIGADO a todas aquelas
valentes moçoilas, que hoje oferecemos à ZUZUCA o troféu do nosso agradecimento.
O Neves entrega à Zuzuca a placa com a homenagem da Turma.
À Sra. Maria José de Melo - Zuzuca,
Pela fidelidade e pelo carinho aos Alunos da EPCAr,
O agradecimento da Turma Quase Perfeita.
Al. 57-15, Neves
A RAINHA DAS ROSAS
A jovem Juliana Melo Nomiya, a Rainha das Rosas, subiu ao palco
para receber o brinde da Turma, com Guarda de Honra de Cadetes
D
entro das comemorações dos 45 anos, a Turma 57-BQ
homenageou a Srta. Juliana Melo Nomiya,
ofertando-lhe uma jóia. Juliana fora eleita Rainha das Rosas na Festa das Rosas e Flores, realizada no
final do ano passado, onde meninas-moças da sociedade
barbacenense concorreram àquele cobiçado título. A homenagem não se deu somente pela sua beleza e
graciosidade dos seus 15 aninhos, mas, também, por ser
ela neta da CARMINHA e sobrinha-neta da ZUZUCA,
dois ícones do nosso passado. Juliana já nasceu predestinada, pois sua mãe, a Sra. Ana Maria Melo Nomiya, fora,
também, Rainha das Rosas, quando tinha a sua idade. A
suavidade e a beleza dos seus traços são decorrentes da
mistura do povo oriental (seu pai é nissei) com a raça
brasileira de sua mãe (loura com olhos azuis). Juliana
residiu por onze anos no Japão, retornando ao Brasil no
ano de 2.000, tendo que reaprender o nosso idioma, que
hoje fala muito bem. Na opinião dos Cadetes, ela nem
precisava falar, bastava apenas sorrir. A jovem participou
de todas as eventos de nossa festa de 45 anos: esteve no
Lançamento do CD de paródias, no Salão de Convenções
do Hotel Lucape, trajando o vestido estilizado; nas paradas nostálgicas do Cine Apollo e da Estação Ferroviária;
no jantar do Gino’s; e na Igreja de N. Sra. da Penha.
Parabéns,
Juliana!.
NO MEIO DOS CRAVOS VELHOS, TINHA DE HAVER UMA ROSA AINDA EM BOTÃO.
Al. 57-55, Amorim
CONCURSO DE O CON*DOR
PROCURA-SE
Ninguém identificou, ainda, o gaiato de barba e óculos escuros que participava, em 1958, da bandinha do Duarte Netto, “atacando”
na Praça dos Andradas, em comemoração à conquista da Taça Jules Rimet, pela seleção brasileira de futebol. Não poderíamos
imaginar, naquela época, que um dia voltaríamos à mesma Praça para fazer um show musical em homenagem ao povo barbacenense.
Concurso Mar-Abr/2002
Desta vez, vamos colocar três questões para os leitores, privilegiando os que participaram da Festa dos 45Anos.
1. Em que Município o nosso querido Cap. O. Lima possui umas terrinhas? Quem acertar vai ganhar um queijo produzido na
fazenda dele.
2. Qual o apelido carinhoso da Secretária de Turismo de Barbacena? O acertador ganhará um passeio no trenzinho de madeira que ela
prometeu recolocar em circulação.
3. O que significa candeia? Grande dúvida: “Professor, candeia não é aquela música do Zeca Pagodinho???” (O mestre, depois dessa,
pegou uma rota de fuga e sumiu.)
Tudo tem resposta: só depende de você... procurar no dicionário.
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N
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VISITA À CÂMARA MUNICIPAL DE BARBACENA
a manhã de sábado, 9 de março, os integrantes da Turma
57-BQ que foram a Barbacena para as comemorações dos 45
anos, tiveram o privilégio de visitar a Câmara Municipal. Após
a visita, seria feito inesquecível passeio turístico pelas origens históricas do Município, por isso, com a anuência do Presidente da Casa, foi
possível o uso de traje esportivo. Mas a consideração foi ainda maior.
Para receber a representação, estava, no “hall” de entrada, o Presiden-
muita cortesia, parecendo que, para ele, todas eram muito importantes.
Uma que despertou curiosidade, foi a do Silva Campos: “Com quantos
votos se elege um vereador em Barbacena?”. O Vereador respondeu ser
função de muitas variáveis, inclusive o partido do candidato, mas que,
de um modo geral, com 600 votos, é bem provável eleger-se um suplente, com grande chance de tomar posse. Procurando traduzir o interesse
da maioria, o João Carlos indagou sobre os principais projetos em curso,
o relacionamento com o Poder Executivo Municipal e os grandes desafios da Comunidade. A resposta centrou-se na aprovação do orçamento,
que permitiria a execução dos diversos projetos. Foi esclarecido que a
Maioria apóia o Executivo Municipal, mas há divergência sobre a prioridade dos projetos orçamentados e a Oposição é bastante atuante, mas
é com este choque de forças que funciona o Legislativo e a Política, em
O Presidente Ronaldo Braga recebe aTurma no “hall”.
Companheiros, no plenário, ouvem o Vereador Odair Ferreira.
O Vereador Odair Ferreira faz palestra para a Turma.
te da Câmara, o Exmo. Sr. Vereador Ronaldo Braga. O João Carlos
apresentou a Turma sem citar os nomes, mas esclareceu que ela era
constituída de Militares e Civis das mais variadas carreiras, provenientes de todas as regiões do País. Informou também a finalidade do encontro na Cidade e da programação dos eventos. O Presidente comentou as
mudanças operadas na Câmara como conseqüência da Lei de Responsabilidade Fiscal, que considerou muito importante para o país e para os
Municípios, sendo um importante instrumento de fortalecimento da
Federação. Como resultado inicial da Lei, a Câmara de Barbacena teve a
necessidade de dispensar cerca de 90% dos servidores, que atendiam à
administração e aos gabinetes de Vereadores. Com isso, os membros da
casa puderam instalar-se melhor, e os funcionários que permaneceram
mantêm, com eficiência, a continuidade dos serviços administrativos em
apoio ao processo legislativo e à representação do povo. Após a recepção, assumiu a coordenação da Visita o mais jovem Vereador da Cidade
(28 anos), Odair José Ferreira, que se orgulha ao dizer que serviu à Força
Aérea durante seis anos. O Vereador Odair Ferreira é o 1º Secretário da
Câmara. A primeira parada na visita foi na Galeria dos Presidentes. Lá,
entre os retratos de, mais tarde, Prefeitos, Governadores e Ministros de
Estado, encontramos o do nosso querido mestre, o Professor Fernando
Victor, que ocupou a Presidência em várias legislaturas. O Professor
Edson Brandão, Presidente da Fundação Municipal de Cultura
(FUNDAC), que nos acompanhou na visita, apresentou, resumidamente, os dados biográficos dos principais Presidentes da Câmara, discorrendo ainda sobre o prédio que abriga a Câmara, o Palácio da Revolução Liberal, onde D. Pedro I manteve encontro com políticos mineiros,
que o teriam oferecido ao Imperador como possível sede para o Governo, em caso de necessidade. Outro ponto a ser destacado na visita às
instalações são os belíssimos quadros que enfeitam o gabinete do Presidente. A visita ao plenário transformou-se em verdadeira audiência pública. O Vereador Odair José Ferreira, radialista que é, ocupou a tribuna
e “soltou o verbo”. Deu uma aula sobre Processo Legislativo e apresentou o Regimento da Casa, mas, sobretudo, comentou os aspectos relevantes da Política local. A Turma retribuiu as atenções do Vereador com
raro interesse. Houve muitas perguntas que foram respondidas com
sua essência. Quanto aos grandes desafios da Comunidade, não foi
possível o aprofundamento do tema, em função do tempo que se
esgotara e já estava a comprometer a saída para o próximo evento. Ao
final da visita, o Luís Mauro fez uma saudação ao nobre Vereador
barbacenense Odair José Ferreira, afirmando que o encontro da Turma
não estaria completo se não tivesse sido ouvido o povo de Barbacena
na palavra de seus representantes e que todos os conhecimentos, adquiridos nessa muito proveitosa visita à Câmara, influenciarão, positivamente, no nosso relacionamento futuro com a Cidade. E para materializar nossa gratidão à Instituição, entregou-lhe uma placa com o
emblema da Turma, contendo os seguintes dizeres:
À Câmara Municipal de Barbacena,
Herdeira das glórias da Cidade Mui Heróica,
A homenagem da Turma Quase Perfeita.
Parabéns, Presidente Ronaldo Braga, pela eficiente condução dos
trabalhos dessa tradicional Casa do Povo.
Parabéns, Vereador Odair Ferreira, por seu entusiasmo e espírito
público. Somos-lhe gratos, por seu prestigioso engajamento pessoal
em todos os eventos comemorativos do Encontro dos 45 anos da
Turma 57-BQ / Aspirantes 62.
Palácio da Revolução Liberal - Acervo da Câmara Municipal
.
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À
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A MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS
s dez horas do dia dez de março,
na Igreja de Nossa Senhora da
Penha, foi rezada, pelo Padre Antônio Viçoso Rodrigues, Vigário Episcopal e ex-Capelão da EPCAR, acompanhado pelos Padres José Ricardo e Fernando,
a Missa de Ação de Graças pelos 45 anos
da chegada da Turma Quase Perfeita à
Cidade e em intenção dos companheiros
falecidos. O domingo amanhecera esplendoroso. O céu azul de Barbacena, desenhado com nuvens brancas dizia-nos
que, embora a festa estivesse acabando,
uma emoção muito grande nos aguardava ainda. A Igreja da Penha é nova e grande, moderna na sua arquitetura e despojada na sua decoração. Não se parece
com as tradicionais igrejas de Minas, mas,
em compensação, quanta energia, quanta fé, quanta devoção. O nosso Capitão
Capelão, Padre Viçoso, pouco mudou.
Embranqueceram-se os cabelos, mas continua gentil, atencioso e discreto. Os amigos da Paróquia fizeram tudo para que a
missa fosse inesquecível. Atrás do altar,
presa no alto, a faixa da Associação dos
Ex-Alunos da EPCAR proclamava: “A
União Perpetua o Passado”. O vereador
Odair José Ferreira, líder atuante e
prestativo na comunidade, colaborou
como narrador e a Comunidade da Penha, criativa e participante, não mediu esforços para dizer que éramos bem-vindos
e que, irmanados diante do altar, juntos
na fé em Cristo, seríamos todos muito
abençoados. Os celebrantes usavam paramentos brancos. Brancas e amarelas
eram as muitas flores da ornamentação.
O coro, composto de vinte pessoas, encantou-nos. Todos afinados e vibrantes.
A Bíblia foi introduzida com estilo: duas
meninas em túnicas, também brancas, caminhavam trazendo castiçais com velas
acesas; mais atrás, em movimentos lentos, ritmados, de uma dança celeste, uma
jovem apresentava o Livro Sagrado. Usavam faixas com a carinhosa saudação –
Turma EPCAR 1957 – 45 Anos – Parabéns! Tudo e todos nos faziam compreender, naquele encontro cristão, que, há
quarenta e cinco anos, Deus escolheu
aquele pedaço das Minas Gerais e aque-
Vista panorâmica da Missa na belíssima Igreja de N. Sra. da Penha
A emocionante intodução da Bíblia
O Vereador Odair Ferreira, da Paróquia de
N. Sra. da Penha, foi o narrador da Missa.
O casal, Maurício Pereira e Silvana, entra
com flores para os Colegas que se foram.
A esposa do Coelho, Ubiracy, lê um Salmo.
O coro escolheu um repertório especial para a Turma.
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PADRE VIÇOSO
Nosso Capitão-Capelão
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Ao Padre Viçoso,
Para quem os impulsos dos jovens não eram pecados,
Os agradecimentos da Turma Quase Perfeita.
Quando a Turma de 1957 encontrou o Padre Viçoso na Capela improvisada, naquela alameda mais antiga do casarão da EPCAr,
éramos todos muito jovens – nós e ele. Lembro que era magro, muito magro; humilde, calado, tímido, ainda muito assustado com
a rotina de uma Escola Militar, com todos aqueles regulamentos, aquelas fardas, aquelas armas, aquelas continências, aqueles
jovens barulhentos e impetuosos que só pensavam em duas coisas: garotas e aviões. Eram anos de liberalidade política, de
efervescência ideológica, de surgimento de um novo poder – o poder jovem. Tempo de desbravar fronteiras, de desafiar
padrões, tempo de jaquetas de couro, era James Dean, anos JK. Minas estava no Poder e nós, Alunos da EPCAr, nos sentíamos
os donos do mundo. Os jovens católicos organizavam-se em associações: Juventude Estudantil Católica, Juventude Universitária
Católica, Juventude Operária Católica. Era um tal de JEC, de JUC, de JOC que poucos sabiam exatamente o que aquilo seria, mas
que atraía a muitos. A nós também. O Padre Viçoso não só permitiu que criássemos a JEC, como foi o orientador espiritual do
nosso grupo. Para tanto, usou de sua enorme capacidade de harmonizar o Regulamento da Escola com a impetuosidade dos
Alunos e os objetivos da Igreja católica. Ele foi exemplar. Ao Padre Viçoso, pela sua santa paciência, pelas vezes em que o
obrigávamos a vestir a farda de Capitão (porque não admitíamos ser acompanhados, em nossas excursões da JEC, por um Padre
de batina); por nos haver, com simplicidade e muita lhaneza, convencido de que o céu não era apenas o espaço azul destinado
às acrobacias aéreas dos nossos vôos de fantasia – o nosso reconhecimento. E, principalmente, o nosso muito obrigado por
interceder por nós junto a Deus, rogando-Lhe que perdoasse os nossos pecados, que, no entendimento camarada do Padre
Viçoso, não chegavam a ser, verdadeiramente, pecados; seriam apenas impulsos incontroláveis de jovens sonhadores.
Ao Padre Viçoso, a sincera homenagem da Turma 57-BQ, uma Turma Quase Perfeita.
O Padre Viçoso prega para Turma, em missa inesquecível, na Festa dos 45 Anos.
les jovens para demonstrar-nos a sua imensa generosidade. Após a leitura do Evangelho, o Padre Viçoso, na homilia, emocionou-nos até às lágrimas com um amplo,
generoso e poético retrospecto da nossa
trajetória, a partir do ingresso na EPCAR.
Com estilo e maestria, o querido Capelão
inseriu, no meio de sua alocução, a leitura comovida dos nomes de cada um dos
companheiros falecidos. E eles desfilaram na nossa memória, na nossa saudade, sorridentes, libertos, como se do céu,
por entre as nuvens, todos estivessem
naquele instante a nos espreitar, fardados
com a baratéia. Jamais esqueceremos
aquela missa comovente, que encerrou,
numa apoteose de emoção e fé, a Festa
da Vida. E se Deus achou que nós merecíamos tantas graças, louvado seja o Senhor, para sempre!
O Manoel Carlos agradece ao Pe. Viçoso.
A Turma com o Padre Viçoso, em frente à Igreja de N. Sra. da Penha
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AS LÁGRIMAS DOS GUERREIROS
u (o 57-42, Padrão, da Terceira Esquadrilha) sou filho único de uma
ex-Funcionária do Hospital Central
da Aeronáutica e de um Sargento, também, da Aeronáutica, que chegou a Capitão na Reserva! Filho único, vocês sabem
como é, não sabem? É mimado pra caramba
pela mamãezinha! (É ou não é?)! Quase
tudo... Aprendi com ela! Ela era uma
“Supermãe”! E uma das coisas que ela me
ensinou foi: “- Homem não chora, meu filho!”. Aprendi a controlar e/ou esconder
meu choro para ninguém me ver chorando! Consegui esse objetivo, mais ou menos, lá pelos idos de 1950, 51, já com 10 ou
11 anos! Se algumas lágrimas me rolaram
pelas faces durante 40 anos eu soube
escondê-las, dissimular, ou até contê-las!!!
(É mole?!). No dia 19 de junho de 1991,
minha mãe foi atropelada, atrás da minha
casa, aproximadamente, às 13h 30min.
Meus vizinhos, o Sr. Elton e a D. Irene,
chegaram juntos ao portão da minha casa:
“Seu Amaury, sua mãe foi atropelada ali,
na Rio-São Paulo!” “Não vá lá não, Seu
Amaury!”, dizia o Seu Elton! Vesti-me às
pressas e corri, atravessei o terreno baldio pelo caminho tortuoso no mato! Atravessei a rua, o trânsito tumultuado. Quando cheguei, finalmente, lá estava ela: olhos
ainda abertos, deitada no chão, cabeça
muito pouco ensangüentada! Corri na sua
direção: eu desejava muito falar com ela!
Porém, a menos de quatro passos, ela fechou os olhos! Não morrera, ainda, coisa
que só aconteceria 28 a 29 horas após!
Ainda não foi desta vez, porém, que chorei!!! Condicionados estavam os meus
sentimentos de tal forma, que, mesmo que
eu quisesse, eu não conseguiria chorar!
Eu deveria ter ficado com ela, no Hospital,
até à morte! Não fiquei porque os meus
sentimentos eram demasiado confusos e
porque não encontrei alguém suficientemente lúcido que me compreendesse e tivesse a coragem de fazer o que deveria
ser feito: acordar-me para a realidade!!! Era
preciso que alguém chegasse e dissesse:
Sua mãe vai morrer! Ao contrário disso,
esconderam-me o seu verdadeiro estado,
a ponto de me assegurarem que ela não
fraturara o crânio, o que viria a ser sua
causa mortis! Mas, mesmo assim, não
chorei após a morte, e muito menos durante o enterro no dia 20/06/91. O que senti nesse período não dá para descrever no
pequeno espaço de uma página ou de um
artigo do “O Con*dor”! Passaram-se uns
10 dias até que fui encontrar meu grande
amigo Amauri Solon em seu escritório.
Quando comecei a contar o que se havia
passado, foi que me lembrei de Napoleão,
por assim dizer: “Do alto de tão grandes
emoções, 40 anos contemplavam a minha
continência lacrimal”!!! (É mole? Caras!).
Então, comecei a desabafar: “Eles não me
disseram que ela fraturara o crânio! Eles
não me disseram que ela ia morrer!!!”.
Foi aí, que eu chorei, pela primeira vez,
após 40 anos de continência!!! E chorei
convulsivamente, até espalhafatosamente, talvez! Chorando, caí de joelhos sobre
o tapete da sala do escritório e, depois,
finalmente, debruçado sobre o chão! E repetia: “Eles não me disseram que ela ia
morrer! Eu queria ficar com ela nesses últi-
chorar, Deus me “ensinou” a chorar, de
novo, ao levar minha mãezinha querida!
Quero dizer a vocês que, embora oficialmente eu seja um paisano, eu sou um militar, um Oficial da Aeronáutica, igual a
vocês, espiritualmente falando!!! Eu fui
criado dentro da Aeronáutica, meu pai Sargento, minha mãe, Funcionária!!! Mas, mes-
E o Padrão chorou... Mas quem não choraria?
mos momentos!” Aqui, no O Con*dor, há mo que não fosse assim, como outros colepouco espaço. Mas, enfim, foi assim que gas nossos, paisanos como eu, todos nós
eu reaprendi a chorar, após 40 anos, aos 51 somos militares de coração, todos nós soanos de minha existência! Em Barbacena, nhamos voar um dia, todos nós amamos a
agora, em março de 2002, foi mais fácil! A Aeronáutica, amamos a FAB, enfim, todos
primeira vez no palanque ao ver os Alunos nós somos GUERREIROS!!! É!... Os guerfazerem a passagem de serviço e ao ver o reiros choraram!!! Os guerreiros militares e
nosso colega e o maior amigo meu da Tur- os guerreiros paisanos!!! Chora Antônio;
ma em 1957, o Seixas, “batendo continên- chora Brival; chora Clarindo! Chora
cia sem cobertura!”, diga-se de passagem! Adhemar; chora Cleber; chora Danilo! ChoMas não era conveniente interromper uma ra Ângelo; chora Almir; chora Valmir! Chocerimônia tão emocionante só para alertá- ra Alfredo; chora Eduardo; chora Mauro!
lo deste detalhe de tão somenos importân- Chora Carlos; chora Cremildo; chora Maucia!!! Além do mais, chorar é tão bom! Ain- rício! Chora Edson; chora Eolo; chora
da assim, eu o fiz comedidamente, pois que Fernando! Chora José; chora Eliseu; chora
o velho vício de “conter o choro” ainda me Reinaldo! Chora Luís; chora Márcio; chora
acompanha como o “cachimbo da boca Sérgio! Chora Manoel; chora Euro; chora
torta”! Na Igreja, quando o “Capitão-Ca- Oldack! Chora Paulo; chora Elson; chora
pelão” entrou, as lágrimas fluíram mais uma Mário! Chora PADRÃO!!! Quando nós
vez. Eu recordei daquele magrelo desajei- choramos, na “Egreja”, na verdade choratado no uniforme, o quepe torto, fazendo vam todos! Os presentes e os ausentes, os
continência com a palma da mão voltada mortos e os vivos, os que já tinham voltapara cima! Lembrei-me do episódio que o do às origens, como o George William e o
Thedim contou sobre quando pediu auto- Claudiney que voavam para São Paulo, os
rização a ele para deslocar a tropa! E lem- que não puderam vir a Barbacena, os que
brei, depois, do Amado, que fora quase um ficaram no hotel, enfim, toda a Turma “Maisdesafeto em Barbacena, e se transformou Que-Perfeita”, digo, Quase Perfeita! Mãenum grande amigo após revê-lo em 1997 no zinha inesquecível: homem chora, sim! Você
Clube da Aeronáutica! A grande questão estava enganada! Quem ensinou, estava
seria: “Por que eu chorei?” Não sei! Não errado! Se até Jesus chorou quando soube
sei, não sei e não sei!!! Talvez um coquetel que Lázaro tinha morrido, por que nós,
de emoções, as mais confusas, batidas num OS GUERREIROS, não podemos chorar
moderno “processador de alimentos”! também?! Chora, João! Chora, Napoleão!
E muito bem batidas!!! “Tristezas?” “Ale- Chora, Amaury Padrão! Chora, Turma Quagrias?” Saudade? Vontade de voltar ao iní- se Perfeita! Foi Deus quem nos fez assim.
cio, às origens? Não sei! Só sei que eu olhaAssinado: O “Eterno Aluno”
va para os lados e todo mundo chorava
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Padrão, da Terceira Esquadrilha.
também!!! Minha mãe me ensinou a não
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MÚSICA NA PRAÇA
15 horas
Ensaio na casa do Santos.
Seresteiro antigo, outrora morador do
mesmo prédio da Aeronáutica em que eu,
então, tenente. Não nos víamos desde
que fui transferido de BQ, em 1971. Foram-se os anos, mas a amizade ficou .
música - curiosos. O Santos, seresteiro local, dá início à festa, e o Mattos, grande
cantor, desfila um belo repertório, acompanhado de cavaquinho, violão, pandeiro
(Que saudade do Amado!) , atabaque (Seu
Guedes, que vontade de tê-lo conosco) e
uma flauta maravilhosa. O Cardoso come-
O Povo encheu a Praça para ouvir os Seresteiros.
16 horas e 30 minutos
Chegamos, Cardoso e eu à casa do Santos. O maravilhoso almoço no restaurante da Vó Thereza (“A senhora é que é a
Vovó Tereza ? Perguntou o Padrão à
Senhora que nos atendia...) Atrasamonos, mas valeu a pena. Fomos apresentados a Turma de Seresteiros da Cidade.
Ensaiamos algumas músicas e, logicamente, cantamos outras no Show. Esquecimento devido à idade. O Cardoso
pegou o violão. Foi o início da maravilhosa noite que teríamos. Depois do ensaio, Hotel, banho rápido, farmácia, procurando própolis para a garganta e “vamos nós!”... Uma breve e curiosa olhada
na Praça. Pessoal do “som” chegando.
Na platéia dois bêbados e quatro senhores jogando damas. O borburinho típico
de uma noite de cidade do interior.
21 horas
Começa a Seresta.
Poetas e trovadores da Cidade juntam-se
aos cantadores da Turma 57-BQ. A Praça
dos Andradas, cheia. Integrantes da Turma; convidados; o povo simples que passava e parava para, espantado, verificar
que a Praça havia voltado aos dias de
casa, e, sob aplausos, terminamos nossa noitada no Coreto da Praça. O Cardoso entregou ao Capitão Santos, como
agradecimento da Turma a todos os Músicos e Cantores de Barbacena, uma
panóplia com o Emblema da Turma a seguinte inscrição:
O nosso amigo Capitão Santos, com os Músicos da Cidade.
ça a cantar e dá verdadeiro espetáculo.
Encantou a platéia, emocionou os músicos
e mostrou a face linda da Turma 57-BQ.
22 horas
Nosso fotógrafo quase oficial, o Gabriel,
“adentra ao palco”, canta uma série de
boleros e deixa as Senhoras de BQ com o
coração em palmas. Foi um espetáculo à
parte. Por fim todos cantamos.
O Coronel Castello cantou, encantou
e reconheceu o esforço da Turma.
O Gabriel deixou os corações em palmas.
24 horas
Aqueles dois bêbados do início subiram ao Coreto, e um deles tocou violão
para o pessoal da coxia - de acordo com
o João Carlos, de bêbados passaram a
boêmios. Bela promoção! Os Senhores
que jogavam levaram suas damas para
O Seresteiro Mattos, cantando com o Cardoso e o Zé Nelson.
Aos seresteiros de Barbacena,
Amigos, irmãos, camaradas,
Os agradecimentos da Turma Quase Perfeita.
Como lembrança final, as palavras do Coronel Castello, morador de Barbacena, que,
não se contendo, subiu ao Coreto e disse:
“Vocês estão resgatando a memória musical da Cidade e da Praça, mostrando-nos a
sua verdadeira finalidade: dar arte ao povo!”.
A visita a Barbacena foi de uma emoção
ininterrupta - chegamos com o coração
aberto e foi difícil tirá-lo de lá! O Coreto e a
Praça agradecem tanta arte e tanta alegria.
Nós também!
Al. 56-86, José Nelson
O Cardoso entrega ao Capitão Santos a lembrança da Turma.
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JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO
O Gino, que também comemora os 45 anos de sua Casa, saudou a Turma.
exta-feira, 8 de março – Dia Interna- meiros fregueses em 1957, afastamo-nos cipal estaria tomado por muitos jovens que
cional da Mulher. Ainda no clima por contingência da vida, as novas gera- freqüentam a “discoteca” das sextas-feide apoteose do Lançamento do CD, ções de Alunos da EPCAR sucederam-nos ras. Às 22 horas, a sorte estava lançada:
quando foram prestadas homenagens a como beneficiários da atenção carinhosa 90 lugares reservados; um cardápio espepersonalidades de Barbacena, seguindo- (e protetora) deste italiano da família Calvi. cialmente preparado para o reencontro;
se os aplausos aos artistas da Turma in- Naquela noite, o Gino estava agitado. garçons a postos. E o Gino subia e descia
térpretes de algumas canções de “As Como receber os amigos? Na véspera, as escadas e controlava a cozinha; e suBequeanas”, dirigimo-nos ao Restauran- mandara instalar, em frente a seu estabe- bia e descia as escadas, e controlava os
te Gino’s Il Candelabro, para comemorar- lecimento, uma grande faixa saudando a garçons; e... (idem, idem), e controlava os
mos, com nosso amigo Gino, os 45 anos Turma da EPCAR de 1957. E o jantar seria fregueses. O jantar foi um sucesso, mas o
de fraterna convivência. Se nós, seus pri- servido no mezanino, vez que o salão prin- Gino ficou “descadeirado”, e teve de recolher-se, não usufruindo daquele delicioso cardápio (destaque
para a “divina” lasanha). Tudo correu muito bem, sendo alvo de
elogios o serviço dos
garçons. A confraternização foi bem descontraída, todos muito felizes, nós da Turma 57-BQ, os familiares e os estimados
convidados da Cidade, agora também integrantes honorários
da Quase Perfeita,
pelo apoio aos eventos e pelo engajamento pessoal em todas as
ações empreendidas
pelos organizadores do
Encontro dos 45 Anos.
Presença marcante foi
A Turma jantou e confrarnizou com personalidades da Cidade, no belíssimo salão resevado do Gino’s.
S
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Luiz Ribeiro, unanimidade na Turma,, parece ter gostado do Encontro;
esperamos contar, sempre, com a sua presença.
a da grande atriz Maria Pompeu, a liderar
um grupo teatral que veio a Barbacena
participar de uma apresentação dedicada
à mulher, no seu grande dia. E ficou muito interessada na imensa movimentação
da Turma, que conheceu, pela manhã, no
Museu Municipal. O Prof. Edson
Brandão, sempre atento, possibilitou-nos
esse importante contato com meio artístico. E, por falar em participação, lá estava o Cap.-Av. Fontes, Comandante do 1º
Esquadrão do Corpo de Alunos, acompanhado de quatro de seus comandados.
Estes estavam aguardando algum sinal
(um olhar, um sorriso...) da Rainha das
Rosas, a graciosa Juliana. Sem chance seu namorado estava “a tiracolo” (preocupado!...) Às 23 horas, quando era servida a sobremesa, o DJ deu partida naquela máquina de fazer barulho. Surpresa: a música não chegava a ensurdecer e a pista de dança, vista de cima,
era de um visual esplendoroso, com
muitas garotas bonitas, em número estimado de cinco para cada rapaz (Cadetes de sorte, os que estavam lá). Os
“coroas” se comportaram direitinho,
fingindo-se de desinteressados. Mas
o casal Coelho e Ubiracy não resistiu
aos embalos de sábado à noite (quer
dizer, de sexta à noite) e foi para a pista esbanjar sua alegria. Alguns “desgarrados” ainda ensaiaram, mas desistiram, por razões que desconhecemos...
No dia seguinte, após a seresta, uma
“comitiva de representantes” retornou
ao Restaurante, para retribuir ao Gino
as homenagens à Turma. Gino interrompeu a programação para anunciar
a presença dos Alunos de 1957. Emo-
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cionou-se ao falar dos meninos de 15
anos daquela época. Foi abraçado por
esses “meninos” no momento em que
lhe foi oferecida uma panóplia (placa
com o emblema conhecido por
“camofo voador”). Ao microfone, um
dos representantes cumprimentou o
público e leu a dedicatória:
Ao Gino,
Um amigo vencedor,
A homenagem de seus primeiros clientes
da Turma Quase Perfeita.
MUITOS APLAUSOS!
Mantendo a tradição italiana, nosso
anfitrião mandou abrir uma garrafa de
vinho de sua reserva especial e, em sua
mesa cativa no Il Candelabro, fez um
brinde aos amigos de ontem, de hoje e de
sempre: “- Salute!”
Al. 57-40, João Carlos
O casal Coelho e Ubiracy, Zé Nelson e Brasil aderiram à dicoteca sem reservas.
O MEDALHÃO COMEMORATIVO
Você ainda poderá ter este lindo
Medalhão. Ligue
já para o Amorim
(0xx21 2771-7522)
e reserve o seu
Emblema Comemorativo do
Encontro dos 45
Anos. E lembrese, por apenas
R$ 35,00 (trinta e cinco Reais),
você poderá ser
possuidor dessa
belíssima relíquia
da Turma.
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VOCÊ SE LEMBRA ONDE ERA?
S
Esta Foi a Denominação Dada à Gincana
egundo o Aurélio, gincana vem do hindu gendkana, pelo inglês
gymkana. A composição da palavra dá a impressão de ser um “traçado” de gim com cachaça, pra deixar o “cara doidão”. Mas não
deixou de ser uma coisa de doido. Gincana é uma competição, em geral
entre equipes motorizadas, na qual se leva em conta, não apenas, a velo-
O grupão em forma em frente ao Lucape, pronto para a gincana
A Turma onde tudo começou, na Estação Ferroviária
cidade dos concorrentes, mas também a habilidade para cumprir tarefas
pré-determinadas. Como nossa Turma prima pela originalidade, decidiuse que seria uma só equipe. Afinal, formamos um team e nunca “competimos”, uns com os outros, nem no Torneio Lima Mendes (sempre disputávamos com equipes de outras Esquadrilhas), nem ao longo da carreira (vibrávamos com o sucesso dos colegas e lamentávamos eventual
“tropeço” de alguns). Outra novidade é que a gincana seria a pé e somente
ladeira abaixo. A velocidade? Bastaria controlar o tempo para chegarmos
à Estação Ferroviária às 12 horas. E ter cuidado para não pegar muito
embalo na descida das ladeiras. E a habilidade para cumprir tarefas?
“Moleza”! “Você se lembra onde era?” A indagação penetrou no âmago de
cada um, acionando um pontinho do cérebro responsável pela memória,
e aí retrocedemos ao tempo de aluno, quando a idade permitia “fotografar” as imagens captadas, e, quem sabe, colecioná-las, num álbum intitulado
Quadros da Minha Juventude, a ser bem guardado no fundo do coração
para um dia...
Bem, chega de
nostalgia! O
fato é que basta uma referência visual e
pronto: “- Lá
vamos nós!” E
lá fomos nós,
começando
pela concentração em frente ao Hotel
para a foto do
“grupão”. Na
fachada do
A Lêda oferece quadro ao CEFEC.
Lucape, deparamo-nos com uma enorme faixa com a mensagem bíblica:
“O bom filho à casa torna.” Foi o modo fraternal que as senhoras da
Associação de Artesanato encontraram para saudar a Turma, além da
atenção em montar um quiosque especial para nós, no saguão do próprio
Hotel. Tudo isso por iniciativa de nossa querida Fatinha (aquela menina
de 7 anos apaixonada pelo Cadete Aydano, lembram-se?). Começamos a
peregrinação pela Igreja Matriz de N. Sra. da Piedade, bem ali, na Praça
dos Andradas. Vocês querem saber se o grupão fez todo o percurso?
Então aguardem a próxima edição de O Con*dor. Mas o final vamos
contar... A gincana terminaria onde tudo começou - na Estação Ferroviária.
Nesse mesmo local, no dia 7 de março de 1957, “marcamos um encontro
com o destino”. A idéia foi do Neves, a frase também. Chegamos junto
com as mulheres, o que demonstra a nossa capacidade de descer ladeiras,
à mesma velocidade de um ônibus moderno. Temos a vantagem de fazer
as curvas de uma só vez, se a mão não escorregar do poste. A Estação foi
construída no final do Século XIX e totalmente reformada no início do
Século XX. O prédio, muito bem preservado, abriga o Centro Ferroviário
de Cultura (CEFEC). Visitamos as dependências da Estação, onde são
desenvolvidas, pelo CEFEC, atividades de dança, ginástica aeróbica, artes
marciais, biblioteca e galeria de arte. Muitos cursos são oferecidos a
jovens e adultos. Uma exposição de fotos contando a História da EPCAR
foi especialmente montada para a Turma. No horário previsto, às 13
horas, começou a ser servido o “lanche reforçado” – sanduíche de mortadela e de queijo minas, com refrigerante Mate Couro, o sucedâneo da
Cerejinha não mais existente. Nossa amiga Ana Maria foi quem providenciou este acontecimento inédito na História de Barbacena – ex-alunos da
EPCAR e integrantes da FUNDAC confraternizando na Estação Ferroviária, a saborear
“esta coisa tão
bela que é mortadela”. Em dado
momento, iniciou-se um “ciclo
de surpresas”. A
primeira foi o
“reforço do lanche reforçado”, o
excelente estrogonofe de franco
(com arroz e batata palha), acompanhado da exce- O Sucupira agradece a Barbacena e ao CEFEC.
lente cerveja SKOL (em lata, bem gelada). A segunda surpresa foi o vibrante discurso do Sucupira, saudando a Turma, saudando a FUNDAC,
a Escola e a Cidade. E agradecendo ao CEFEC, por possibilitar essa
confraternização. Em seguida, a Lêda, esposa do João Carlos, ofereceu ao
Centro um quadro da Estação Ferroviária, óleo sobre tela, por ela
pintado. E, para encerrar, pronunciaram-se: a Coordenadora do CEFEC,
Isabel Cristina Kelmer; o Presidente da FUNDAC, Edson Carlo Brandão
Silva; e a Presidente da CENATUR, Maria da Glória Bittar de Castro
Pereira. Todos elogiaram a iniciativa da Turma, com a certeza do sucesso
em todos os eventos programados. Podemos afirmar, contudo, que o
sucesso do Encontro dos 45 Anos não estaria assegurado sem o estímulo,
a orientação e o apoio desses jovens Executivos responsáveis pela Cultura
e pelo Turismo de Barbacena. Indagada a respeito, a Secretária de Turismo
informou que há um projeto para o trenzinho de madeira voltar a trafegar,
desta vez em rota turística. A Turma 57-BQ/Aspirantes 62 espera poder
habilitar-se a participar do projeto e estar presente no dia da inauguração.
Barbacena!... Barbacena!... Barbacena!...
Al. 57-40, João Carlos
A Senhora Isabel Cristina Kelmer, homenageada pela Turma.
Mar-Abr/2002
CORRESPONDÊNCIAS
Do Professor Edson Brandão
Fiquei imensamente orgulhoso de ver
meu texto estampado nas páginas de
O Con*dor, saudando nossos “Embaixadores da Força Áérea Brasileira”.
Saibam que, no mês de março, a Cidade estará de braços abertos para
recebê-los. Vamos dar todo apoio para
a apresentação no Coreto e queremos
uma multidão de barbacenenses lá, para
aplaudi-los. Abraços carinhosos do
Prefeito Célio Mazoni e de toda equipe
da Fundação de Cultura de Barbacena.
Edson Brandão,
Presidente da FUNDAC.
A publicação do artigo “Embaixadores
de Barbacena”, em O Con*dor, traduz
a concordância da Turma 57-BQ / Aspirantes 62 com as idéias nele contidas e
a admiração pelo excelente trabalho que
V. Sa. vem realizando à frente da Fundação Municipal de Cultura (FUNDAC).
Quanto ao apoio oferecido em sua mensagem, na prática, como pode ser visto
nas matérias desta edição, excedeu a todas as nossas expectativas. Sem ele, o
Encontro dos 45 Anos não se teria transformado no evento inesquecível que selou, para sempre, o pacto que temos com
a Cidade. Agradecemos, sensibilizados,
os cumprimentos de S. Exa. o Prefeito
Célio Mazoni e, em breve, retornaremos
a Barbacena para agradecer a todas as
autoridades que contribuíram para o sucesso da nossa programação. Nós é que
nos sentimos orgulhosos, Professor
Edson Brandão, de tê-lo como amigo.
Al. 57-40, João Carlos
O COn*DOr n o. 2
A Nobre Missão
Barbacena, 10 de março de 2002. Dia da despedida. Emoções inesperadas. Encerramento
do encontro dos 45 anos do ingresso da Turma de 1957 na EPC do Ar. Missa em ação de
graças, na Igreja de Nossa Senhora da Penha.
Pela manhã, antes da missa, eu e Silvana, querida companheira, estávamos na pequena feira da praça defronte ao nosso hotel, à procura
de alguma lembrança que pudéssemos adquirir, marcando o evento dos 45 Anos. Depois
de algumas andanças, encontramos uma
belíssima imagem em gesso, reprodução de
algum santeiro da Bahia, de N. Sra. da
Imaculada Conceição. Tão bela! Naquele instante, lembrei-me de que a missa da Turma
seria celebrada por nosso antigo e querido
Capitão-Capeläo, o Padre Viçosa — Que tal
levarmos a ele esta imagem para que lhe dê a
benção? Feito. Tão logo o ônibus nos deixou
em frente da Igreja, saímos, eu e Silvana,
apressados à procura do Capelão, antes que
outras solicitações o prendessem. Nós o encontramos às voltas com o regente do coro,
zelosamente, cuidando para que houvesse perfeito entrosamento de suas ações durante a
missa com as canções a executar. Mesmo sendo, assim, de pronto, interrompido em seus
afazeres, ao tomar conhecimento do nosso
pedido, imediata e afetuosamente, conduziunos à sacristia. Solicitou ao pároco local água
benta e, ao abençoar a imagem, evocou à
Imaculada Conceição que em seus braços de
mãe recebesse a mim e à Silvana, bem como a
todos nossos entes queridos. Pediu a ela que,
assim como sua imagem estava destinada a
ficar em nosso lar, que N. Sra. permanecesse
em nossos corações e nos enchesse com as
graças de seu amor maternal e assim fluísse
esse amor às pessoas que nos visitassem.
Então a surpresa. O inesperado. Toca meu
ombro nosso caro Neves e com uma missão:
— Queridos Maurício e Silvana, vocês, como
casaI, foram escolhidos para prestar a homenagem aos nossos colegas já falecidos, em
nome da Turma. Deverão, pois, no momento
apropriado, durante a celebração da missa,
entrar com uma corbelha de flores, pelo centro da Igreja e depositá-la no altar, em
oferenda. Senti que a companheira tremeu com
o peso da responsabilidade. Eu também. Nunca me imaginei fazendo aquilo que nos era
O Prof. Edson Branão, Presidente da FUNDAC, saúda a Turma na chegada ao CEFEC.
Página 17
proposto. Por que nós, meu Deus? No entanto, o vacilo foi rápido. Senti-me honrado
em poder, com um gesto tão simples, trazer à
presença de todos a lembrança daqueles que
já executaram o último vôo. O vôo sem retorno, para o infinito, para a Grande Morada.
Aceitamos. No instante da oração pelos mortos, nossa missão nobre. Na quaresma, não
se colocam flores nas igrejas, mas diante da
peculiaridade do nosso encontro dos 45 anos,
a comunidade de Nossa Senhora da Penha
concedeu-nos a colocação; enfeitou-se a Igreja com flores. Brancas e Amarelas. Brancas a
simbolizar a Pureza, a Inocência e a Paz.
Amarelas, simbolizando a Alegria por estarmos ali e a Liberdade pela qual consagramos
nossas vidas. A corbelha, linda, entre mim e
ela, tremulava com nossos passos compassados. O coro atacou com : “Nossa Senhora,
me dê a mão, cuida do meu coração; da minha
vida, ô. Do meu caminho, do meu destino,
cuida de mim!” E cada um de nós se viu envolvido pelo seu manto e, como por encanto,
soubemos que nossos idos companheiros, ali
conosco, ainda, comungavam com nossos espíritos, nossas almas. Com certeza, aceitaram nossa homenagem. E tivemos um momento de paz. Virei-me para a companheira e
vi lágrimas em seus olhos. E senti-as, também, nos meus. Mas, nesse pranto não estávamos sozinhos... Coronéis, Brigadeiros, e
boa parte dos presentes não puderam conter
a emoção. Choramos juntos. Pela ausência,
pela saudade, pela lembrança. Obrigado Turma, obrigado João Carlos, Neves e demais
organizadores do evento. A cada dia estamos
mais próximos uns dos outros, com respeito
e admiração. Não será amor coletivo? Assim
trago comigo, em meu lar, a “imagem mineira” da Imaculada Conceição, eternizando, em
minha memória, detalhes como os aqui relatados e que se tornaram inesquecíveis.
Al. 57-104, Maurício Pereira
Absolutos na Eqüidade
Prezadíssimos irmãos,
Mais uma vez, o grande foco cósmico nos
legou esta belíssima oportunidade de um reencontro, dos 45 anos, cujos segundos foram
vividos na sua seqüência normal, mas foram
vividos, particularmente, com uma incrível intensidade. Pode-se captar, naquele ambiente,
um toque de maior maturidade do que nos
idos 40 anos; um fraternal enlace de todos os
participantes que, como muito bem expressou nosso querido Sucupira, as diferenças profissionais, financeiras, sociais, ali de nada valiam. Éramos nós, a Turma Quase Perfeita,
absolutos numa eqüidade, numa fraternidade
invejável e numa amizade mais que perfeita.
Todos, sempre, com um límpido sorriso, apesar dos carregados 60 anos, em média. Destacada, também, a ótima lembrança do convite ao
Comandante da 4ª Esquadrilha, cuja presença
marcou também nossos âmagos, pela singeleza, pela sinceridade, pelo companheirismo de
que é dotado e se integrou como mais um componente desta Turma única. Muito obrigado,
queridos irmãos, por mais esta convivência,
infelizmente interrompida por mim por motivos profissionais, no último sábado. Roguemos ao magnânimo cosmos que derrame suas
bênçãos sobre todos nós e nossas famílias e
nos sustente, com muito vigor, para o nosso
cinqüentenário. Um abração a todos, cheio de
gratidão, satisfação e felicidade
Al 57-105, Eliseu
.
Página 18
D
eve ser muito difícil acompanhar, de preferência sorrindo,
esse bando desvairado de ex-alunos da EPCAR. Principalmente o contingente mais assanhado da Turma Quase Perfeita. Mais difícil, ainda, deve ser
fazer de conta que está entendendo as
referências históricas que, para quase
todas, soam tão longínquas quanto à
Proclamação da República. Muitas
olham para nós, com uma certa admiração, como se olhassem para D. Pedro II,
não pela nobreza, mas pela antiguidade.
Porém, impossível, mesmo, é entender
esse encantamento fora de época pela
cidade de Barbacena, que nem queijo
produz, mas que ELES vivem inventando motivos para revisitar. E os ícones
que ELES criaram e vivem reverenciando? Quem os escuta falar do Apolo, imagina um Canecão das Alterosas, mas na
O C On*DOr n o. 2
Mar-Abr/2002
AS ESPOSAS
verdade não passa de um letreiro velho, para o qual ninguém olha e que a
muito custo ainda se equilibra naquela
marquise da Rua XV. A Praça do Globo,
o Buraco da Onça, a Casa Amarela (afinal onde ficava essa casa amarela?).
Elas devem pensar que, naquele tempo,
éramos muito bobos, para fugir pelo tal
buraco, arriscando a pegar uma baita
cadeia e ainda cair em desgraça com o
Dário, só para comer sanduíche de mortadela, tomar cerejinha, assistir a um filme todo emendado e depois bater um
papinho tímido com uma daquelas
moçoilas acanhadas, que ficavam ruborizadas por tudo e por nada. E a
Zuzuca? Na cabeça das santas esposas, fantasiando as histórias que ELES
repetem, a tão citada Zuzuca deveria ser
a Vera Fisher das Gerais, com olhos
azuis e tudo o mais que a Vera tem. Mas
tão logo conhecem a Maria José, enchem-se de simpatia por ela. Algumas
permanecem tão caladas que parecem em
contrita penitência, oferecendo o
sacrificio desses encontros em pagamento por alguma graça recebida. Outras, de olhos bem abertos, ficam avaliando qual é o próximo “mico” que aqueles caras vão aprontar, imaginando uma
desculpa para escaparem ilesas dessas
arriscadas aventuras. Mas todas, sem
exceção, voltam triunfantes ao fim desses encontros, e mostram orgulho nos
olhos cheios de luz, úmidos de emoção,
porque elas também fazem parte dessa
Turma. E se fôssemos como elas vivem
dizendo que nós deveríamos ser, a Turma mudava de nome. Virava - Uma Turma Mais Que Perfeita! E aí, perdia a graça.
Al. 57-15, Neves
45 ANOS DEPOIS
Amigos de fé, irmãos, camaradas:
Que glória, pertencer à Turma 57-BQ! A
única que pertence a um museu histórico, sem homenagem póstuma – ainda em
vida! E existem motivos de sobra para
isso. No dia 7 de março, ao andar os passos que timidamente caminhamos – precisamente 45 anos antes – fomos capazes de voltar no tempo e ver, em preto e
branco, tudo aquilo que nem a mais moderna tecnologia seria tão veloz para nos
trazer, da memória, imagens tão nítidas.
Ao visitar a EPCAr, aquela escola que
nos moldou o caráter, a integridade e a
visão do futuro, vi muitas diferenças no
que podemos classificar de Modernidade:
– Alunos conectados à Internet para
facilitar seus estudos, contrastando
com as carteiras - baú, onde guardávamos nosso material.
– Alojamento para 6 alunos, enquanto o nosso tinha mais de 180. Vi, em
um armário, um liqüidificador, um
“sound micro system”, muita roupa
e outras coisas mais e lembrei-me do
meu armário que guardava, além do
uniforme, uma só camisa para passear e ir ao centrinho ver o “footing”,
às vezes, ao Apollo e ao Gino’s, em
ocasiões especiais, uma lata de leite
condensado para mamar – talvez para
lembrar da minha mãe, que nem liqüidificador tinha.
– Telefones Públicos nos andares,
que, além dos celulares, permitem
contatos imediatos com suas famílias e namoradas, lembrando que muitos de nós não tínhamos telefone em
casa, que o correio levava quase um
mês para levar notícias, que ficavam
velhas antes de chegarem e das voltas para casa que eram semestrais...
Não estou lamentando, estou agradecendo a Deus por uma coisa que tínhamos
em abundância e que, talvez hoje, não
exista na mesma proporção: a camaradagem, a amizade, o amor que compensava
a falta do que a vida moderna nos dá.
Nossas conquistas e nossos sofrimentos nos uniram de tal forma que o amor e
o carinho que temos uns pelos outros é
incomparável.Vi também um novo monumento que mostra os Valores Fundamentais:
Dignidade acima de tudo
Servir por ideal
Aprender para liderar
E, estampado de forma imponente, o Código de Honra:
“Nós não faltaremos com a verdade, não
nos apropriaremos de bens alheios e não
buscaremos obter vantagens impróprias, assim como não aceitaremos entre
nós quem assim proceda.”
Relembrei que, no nosso tempo, nós
vivenciávamos tudo isso com o querido
Capitão Dário e com nossa cantina no
banheiro do alojamento, com produtos
para livre compra e troca de dinheiro pelo
próprio comprador. Nossos valores ficaram esculpidos em nossos corações. Es-
pero que estas modernas gerações venham a sentir, no futuro, aquilo que nós
sentimos hoje e, por isso, acredito em que
ainda temos muito a contribuir para o nosso Brasil, com nosso sentimento, aliado
à modernidade. Assim não fica coisa de
saudosista coroa, mas de cidadão que tem
garra interminável. Hoje entendo mais o
que significa “ Uma Turma Quase Perfeita”. Hoje, dou mais valor ao que não tivemos materialmente, pois o que tivemos,
e ainda temos – sentimento – amor – integridade – valem muito mais. No jantar
de comemoração no Gino´s, que também
começou em 57, lembramos dos nossos
colegas que voaram mais alto e hoje estão em velocidade de cruzeiro com Jesus
Cristo. Agradecemos novamente a maravilha de estar de volta ao passado, de
sentir o carinho com que Barbacena nos
acolheu, desde os momentos de boemia,
até os de hoje, e reafirmar que valeu a
pena, não só pelas memórias, como também pelos legados.
Essa Turma é “Quase Imortal”!
Al. 57-141, Claudiney Fullmann
Fotografia da Turma exposta em quadro no Museu Municiopal de Barbacena
O COn*DOr n o. 2
Mar-Abr/2002
V
Página 19
UMA F
AMÍLIA QUASE PERFEIT
A
FAMÍLIA
PERFEITA
agarosa e tranqüilamente, o ônibus vai percorrendo ladeiras e
ruas estreitas sem registro em
nossa memória. De repente, estamos diante da Igreja onde será celebrada a Missa em Ação de Graças pela união da Turma e em memória dos companheiros que
já se foram. Olho, sorrateiramente, através da janela, e me surpreendo com pessoas da Comunidade local, postadas à
entrada com uma faixa no peito onde se
lia: SEJAM BEM VINDOS. Completava
o quadro um sorriso largo e fraterno,
como a dizer: estávamos aguardando
vocês. Daí em diante, passo a observar
esse povo, até então, desconhecido, e
começa a parecer que há muito nos conhecemos. A cada instante, cresce a comunhão, e a emoção aflora: a apresentação da Palavra – a Bíblia – por meio da
coreografia singela de uma linda jovem
ladeada por duas meninas que saudavam
os 45 anos da Turma; a beleza da interpretação do Coral; a integração na saudação da Paz; e, finalmente, a integração
total nos cumprimentos de despedida.
Em cada gesto, em cada participação, em
cada palavra, percebe-se um sentimento
puro de carinho e emoção no compartilhar de tão bela celebração. De volta ao
ônibus, comecei a associar todos esses
momentos magicamente vividos a uma
tradicional festa de 15 anos, onde as famílias participavam efetivamente de todas as etapas das festividades, principalmente da cerimônia religiosa, numa alegria contagiante. Nessa festa, nós éramos “a debutante”, e aquele povo, antes
desconhecido, membros de uma “Família Quase Perfeita”. Como disse o saudoso Pessoa de Melo: “Quem sabe olhar,
vê; quem sabe ver, repara”.
Obrigado Barbacena.
“Passei por aí e não esqueci”.
Al. 57-139, Elson
PINGOS & GOTAS
•
Quase não reconhecíamos nosso colega Eliseu - o CABELO CAJU / BRANCO estava um “espanto”. Parabéns! Uma dica: na
nossa Turma os colegas poderiam pegar a receita com Cubas & Land.
• Thedim, suas ALPERCATAS fizeram sucesso!
• A disciplina, o garbo e a emoção contagiaram a todos por ocasião da Passagem de Comando do CORPO DE ALUNOS.
• O Brig. Santilli, feliz todo o tempo: ele SABE CATIVAR as pessoas.
• Cubas, a CAMISA DE GOLEIRO da seleção que você usou foi sucesso total.
• Bernardini, suas BERMUDAS estavam muito apropriadas ao calor reinante. Você ficou muito elegante.
• Todos fizeram questão de cuidar bem da elegância.
O Luís Mauro ficou ótimo sem BIGODE. O JOÃO CARLOS estreou um BLAZER claro quando “atacou” de apresentador no
lançamento do CD. O Nunes trajou-se à moda lusa com aquela CAMISETA SEM MANGA (vermelha!) na visita à Câmara dos
Vereadores.
• Parabéns a todos os CASAIS. Pareciam jovens Cadetes com suas NOIVAS.
• Todos queriam conhecer a VÓ THEREZA do restaurante típico, no sábado. O 57-42 Padrão, da 3ª Esquadrilha, perguntou à
distinta senhora que pesava os pratos:
- A senhora é que é a Vovó Thereza?
- Não, a Vovó Thereza é a AVÓ do dono, o Amaury, casualmente meu marido. (É mole?!)
• Emocionante a SURPRESA no coreto da Praça dos Andradas, o trânsito congestionado, a praça congestionada, o Pipoqueiro
Antonino distribuindo pipocas de graça... Grande apresentação dos seresteiros da Cidade e da Turma! Os convidados (por
carta, jornal, rádio) emocionaram-se, até as lágrimas, com as modinhas apresentadas.
Ouvimos de diversas pessoas sobre o evento: “- ISTO NUNCA ACONTECEU EM BARBACENA!”. Mais uma vez, nota
10(dez) para a Comissão de Frente.
• A surpreendente METARMOFOSE, para melhor, do Rêgo Cabral. Explica-se: aquele “arataca fechado” é hoje o maior contador
de piadas do Planalto Central.
• Felicíssimo cansou de ser FELIZ; agora é Reynaldo. E anda muito quietinho. Obrigado, Reynaldo Felicíssimo, por ter vindo de
Salvador e participado de todos os eventos.
Al. 57-129, Meira
P.S.: Continuam “chovendo” narrativas sobre pessoas interessantes. Vamos “enxugá-las” e reuni-las para a próxima edição.
PALAVRAS DO EDITOR
Conforme divulgado, o orçamento da
Turma para 2002 contempla, entre outras despesas, as de impressão e distribuição de O Con*dor, em 6 (seis) edições bimestrais, com oito páginas, cada
uma. Está, ainda, previsto no orçamento, o acréscimo de quatro páginas nos
números dos meses – março / abril e novembro / dezembro – em função de matérias relacionadas ao “Encontro dos 45
Anos”, em Barbacena, e às comemorações dos “40 Anos de Formatura”, no
Campo dos Afonsos. No caso específico da presente edição, tivemos a felicidade de contar com repórteres voluntá-
rios para registrar todos os eventos
ocorridos em Barbacena, no período de
7 a 10 de março de 2002. Ademais, muitos companheiros prestaram depoimentos sobre a festa, que se constituiu em
um marco histórico para nós e para a
Cidade. Essas reportagens, esses artigos, esses depoimentos, essas correspondências constituem um importante
fator de fortalecimento da união da Turma. Por esta razão, este número saiu com
vinte páginas, tendo sido obtido patrocínio para a despesa excedente à prevista. Mesmo assim, algumas matérias
alusivas ao Encontro ficaram para a pró-
xima edição. Teríamos de editar uma revista para acolher todas as contribuições
dos companheiros, cada qual com seu
estilo literário, a ser respeitado e valorizado. Trata-se ainda de edição com grande quantidade de fotografias, para melhor transmitir aos leitores todo o colorido que teve o Encontro dos 45 anos,
A Festa da Vida (como a denominou o
Neves). Por favor, não deixem que seus
olhos entortem as palavras que nossos
repórteres escreveram com muita EMOÇÃO E CARINHO. Apenas leiam. E vivam ou revivam todos aqueles momentos
felizes que jamais sairão de nossas vidas.
.
Página 20
O C On*DOr n o. 2
ANIVERSARIANTES
Parabéns aos companheiros!
Maio
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
3 Gandelman,
Francalacci,
5 Gasparello,
6 Edson,
8 Blanco,
Hufnagel,
9 Gilberto de Castro,
Pacheco,
16 Eliseu,
18 Herbert,
19 Elesbão,
20 Gonçalves,
Luiz Ribeiro,
21 Sasse,
Zilson,
23 Calvino,
24 José Carlos,
Ari Martins,
25 Furtado,
Clever,
27 Almir,
Ranulfo Porto,
28 Vasquez,
Junho
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
Dia
5 Bhering,
7 Gondim,
Mattos,
8 Passos,
12 Nascimento,
13 Cervino,
23 Frazão,
Guimarães,
24 Ribeiro de Souza,
25 Noleto,
C. Pinto,
26 Siqueira,
Araújo Ribeiro,
27 Moraes Rego,
29 Real,
Fullmann,
Xavier,
57-152
57-153
57-138
57- 35
57- 03
60-120 (Cad.)
58-251
59-332
57-105
57-150
57-112
57- 94
59-151
57 - 63
60-110 (Cad.)
57-113
58-268
58-288
57- 23
57- 96
57- 87
57-101
57- 36
57- 64
57- 08
57-160
57-154
58-289
56- 50
57- 82
59-360
57- 25
56-148
60-113 (Cad.)
59-113 (Cad.)
58-345
57- 51
57- 60
57-141
60-119 (Cad.)
PENSAMENTO DE
O C On*DOr
Foi um encontro ma
maravilhoso! Não pude
ir a Barbacena, mas
senti-me presente a
todos os eventos !
O Gasparello, comentando sua ausência, por motivo de saúde de pessoa da
família, ao Encontro dos 45 Anos.
Mar-Abr/2002
SUCESSO TOTAL!
A FESTA DOS 45 ANOS ABALOU BQ!
A
força dessa Turma Quase Perfeita é impressionante, inacreditável.
Nós mesmos não conseguimos
avaliar o enorme poder que esse grupo de
ex-alunos da EPCAR logrou atingir. Foi
criada uma extraordinária capacidade de
gerar energia positiva e transformar as
coisas, os lugares e até mesmo a vida de
muitas pessoas. Para melhor. Os nossos
encontros são sempre um retumbante sucesso, por mais trabalho que dêem à Comissão Organizadora, por mais que
estressem os líderes e os responsáveis
pelas diferentes etapas, por mais que façam os nossos tesoureiros arrancarem o
que resta de seus cabelos, antes de recorrer a alguns companheiros (que têm sido
verdadeiros bancos de fomento social),
para solicitar-lhes um reforço de Caixa, a
fundo perdido. Surpreende mesmo aos
mais otimistas e experimentados festeiros.
Essa Turma 57-BQ Aspirantes 62 é uma
usina. Haja vista o brilho no olhar que,
após esses encontros, cada um de nós
leva para casa. Neste último, em
Barbacena, houve esposa que confidenciou: “adoro esses encontros e incentivo o meu marido a comparecer às reuniões da Turma”. E foi taxativa: “ele volta feliz, energizado... e essa energia dura
meses!” O “Capitão” O. Lima, nosso Comandante, na 4ª Esquadrilha, nos Afonsos,
convidado da Turma para o encontro, repetia a todo instante: “vocês não imaginam o bem que me fizeram; eu estava precisando disso”. E abria mais uma
cervejinha. Os que tiveram a oportunidade
e o bom gosto de comparecer ao Encontro
dos 45 Anos, podem dar testemunho do
encantamento que nos envolveu, desde a
partida, naquela quinta-feira, sete de março de 2002, até a saída de BQ, no domingo,
dia dez. Cada etapa da programação nos
contagiou e, principalmente, envolveu
a Cidade, como nunca antes fora tentado. Todos os eventos desenvolveramse com naturalidade. E de tal forma estávamos articulados com as autoridades
do setor cultural de Barbacena, com a
Câmara de Vereadores, com a EPCAR,
com a Paróquia de Nossa Senhora da
Penha, com as personalidades mais queridas da Cidade que, em nenhum momento, a festa foi cansativa ou menos interessante. Esse encontro foi diferente de
todos os anteriores, porque centrou seu
foco na Cidade, nos lugares, nas pessoas, nas recordações dos ex-alunos,
não apenas dentro da Escola, mas, fundamentalmente fora de seus portões.
E, através dessa nova maneira de olhar
Barbacena, o encontro teve jeito de Cinema Apolo, gosto de sanduíche de mortadela, cheiro de maria-fumaça, sabor de
pizza do Gino, barulho de trem no pontilhão, eco de badaladas dos sinos da
Matriz, paladar de feijão tropeiro. E não
faltaram a presença constante, discreta
e singela da Zuzuca, a elegância da inteligência do Fernando Victor, o som
delicioso do violão do Capitão Santos e
de seus (também nossos) amigos músicos e cantores de Barbacena. Tivemos
ainda o charme e a visão político-cultural da Presidente da Cenatur, a incansável Maria da Glória Bittar de Castro Pereira, as aulas agradáveis de História e a
fidalguia do Presidente da FUNDAC, o
sociólogo Edson Carlo Brandão Silva.
A Turma, num gesto de amor à Cidade,
acendeu as luzes do Coreto da Praça dos
Andradas e, naquela seresta memorável,
cantando saudades, restauramos nossas
lembranças que estão cada dia mais presentes e mais bonitas.
Valeu, Barbacena. Deus lhe pague!
O C O n*DOr
O Con*dor é uma publicação sem fim lucrativo, destinada a divulgar os assuntos de interesse da Turma 57-BQ /
Aspirantes 62, A Turma Quase Perfeita. Está, porém, aberto a integrantes de outras turmas e, excepcionamente,
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