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TANTRA
O Caminho para
Plenitude
TANTRA
O Caminho para
Plenitude
O Tantra é uma filosofia de vida que oferece, por meio de
métodos e meditações, a transformação de cada aspecto de
nosso ser, nos libertando das limitações de crenças distorcidas
a respeito do sexo. Possibilita renovar nossa visão a respeito
da sexualidade, do amor e da espiritualidade, como partes que
se complementam, respondendo a uma das grandes perguntas do ser humano sobre como ter uma vida mais satisfatória.
ÍNDICE
Capítulo 1 – Raízes ............................................................................... 2
Capítulo 2 – O que é o Tantra ............................................................. 3
Capítulo 3 – Tantra: Saúde Física, Emocional e Espiritual ................ 5
Capítulo 4 – Polaridades Feminina e Masculina ............................... 8
Capítulo 5 – Tantra e Evolução Espiritual......................................... 10
Capítulo 6 – Tantra e Ciência............................................................. 12
Capítulo 7 – Tantra e desejo ............................................................. 13
Capítulo 8 – Tantra, a Suprema Compreensão ............................... 16
Bibliografia ....................................................................................... 28
- Tantra: o Caminho da Plenitude Versão 1.0 Este e-book é parte dos conteúdos oferecidos gratuitamente pela equipe
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CAPÍTULO 1
RAÍZES
Para entender mais profundamente esse caminho, vamos
começar pelas duas descrições da palavra TANTRA, que vem do sânscrito:
Uma delas diz que é composta da fusão de duas palavras TANOTI, que
significa "expandir" e TRAYATI, que quer dizer "liberar", significando
expandir e liberar a consciência, o espírito e a energia potencial física,
mental, emocional e espiritual do ser humano.
A outra diz que a palavra Tantra significa teia (como a teia de
aranha), tecido, rede. Indica a ideia de fios entrelaçados, unidos e formando
um todo. Representa que todas as coisas do universo estão conectadas,
entrelaçadas, unidas entre si, através de uma espécie de fio invisível que
forma essa união íntima de todas as coisas.
Geograficamente sua origem é desconhecida, mas o Tantra
formou as bases de várias civilizações, onde encontramos vestígios
importantes, como nas culturas pré-colombianas, egípcias, europeia,
africanas, australianas, e principalmente asiática, em particular na India,
onde esses ensinamentos estão compilados de uma maneira mais linear, útil
e prática, em termos de aprimoramentos do ser humano.
Os antigos mestres tântricos da India, China, Japão, Tibete,
Mongólia, dentre outros, possuíam uma sabedoria que foi além de suas
raízes e culturas, e além do tempo, inspirando o mundo com seus ensinamentos, apesar de todas as tentativas que os poderes políticos e religiosos
fizeram para abafá-los. Para manipular uma sociedade, é necessário que
exista o medo e culpa, e uma das formas de conseguir isso é através da
repressão sexual, mas o Tantra traz consciência que conduz a liberdade.
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Encontramos a filosofia tântrica em textos específicos, que
também se chamam Tantras e em muitos textos antigos, como os Puranas.
Alguns textos tântricos só foram trazidos e traduzidos para idiomas ocidentais no início do século XX, através do trabalho sério de pesquisa do escritor
John Woodroffe ou Arthur Avalon (seu pseudônimo). Infelizmente existem
muitos livros sobre Tantra que distorcem sua doutrina.
CAPÍTULO 2
O que é o Tantra
É muito importante esclarecer que a visão sobre o Tantra foi
muito distorcida, e é associada a sexo fácil e orgia em nome da iluminação.
O Tantra tem práticas de natureza sexual, mas isso é apenas um dos seus
vários aspectos.
No Tantra, os ensinamentos práticos têm como real objetivo a
evolução espiritual, e despertar e libertar a kundalini que é emanação do
infinito, da energia cósmica e criativa que vibra dentro de cada ser humano.
O foco é transformar como enxergamos a realidade, através de práticas que
podem utilizar aquilo que nos desperta emoções e sensações muito fortes,
e que permitem ir além da mente, possibilitando vivências espirituais muito
especiais.
Como o mundo material ou físico é uma manifestação do mundo
espiritual, sutil e superior, as experiências vividas nele podem ser usadas
como impulso para se avançar para a iluminação. Desta forma é criado um
canal de comunicação com a realidade divina, e se estabelece um contato
constante com esse estado de consciência.
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“O homem deve evoluir executando as mesmas
ações que causam a sua perdição.”
Pedro Kupfer
“Quando caímos no chão, é com o auxílio
do chão que nos levantamos.”
Kularnava Tantra
Existem práticas que são comuns às várias linhas do Tantra, e
todas têm o mesmo objetivo ao usar os Mantras (sons de poder), Yantras e
Mandalas (diagramas sagrados para se concentrar) e chakras (centros
energéticos), práticas de iniciação e purificação e um sistema ético para
harmonia do grupo de praticantes.
A prática chamada de Maithuna, o ritual sexual, não tem nada a
ver com pornografia, muito pelo contrário, é um instrumento que revela a
dimensão espiritual do ser humano:
"O maithuna é a técnica tântrica que mais fascina os ocidentais, que com
demasiada frequência confundem-na com uma indulgência para com os
apetites sexuais, em vez de vê-la como meio para dominá-los."
Daniel Goleman - A Mente Meditativa.
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CAPÍTULO 3
Tantra: Saúde Física,
Emocional e Espiritual
De acordo com Osho, se reprimirmos a sexualidade, não
poderemos alcançar a espiritualidade, pois são dois pólos de um mesmo
sistema energético.
Devido aos condicionamentos errôneos sobre a sexualidade
feminina e masculina, muitas pessoas adoecem física, psicológica e
emocionalmente.
O que podemos observar claramente é que por não existir uma
educação sexual abrangente, a consequência é que as pessoas se sentem
culpadas, julgam os outros, e a sexualidade fica cada vez mais separada da
evolução espiritual.
Essa visão distorcida a respeito da sexualidade, abafando nossa
natureza humana e exaltando a espiritual, cria uma separação interna
doentia, fazendo com que percamos a alegria e a espontaneidade, e a vida
sexual, que deveria ser uma expressão do amor puro do nosso ser, se torna
um esforço, uma obrigação. Mas podemos resgatar essa ligação, e desta
forma, recuperar nossa capacidade de sentir o prazer máximo em todos os
aspectos da vida, não só no ato sexual.
A crença mais comum, socialmente falando, é de que o sexo é
meramente um instinto biológico, que não precisa ser aprendido e aprimorado, mas sim “domado”. Muitos vão além, achando que é um impulso do
“mal” sobre o qual é necessário um controle ferrenho para que não sejamos
corrompidos, e com isso levados a participar de orgias e situações promíscuas, e infelizmente é assim que hoje em dia o Tantra é visto.
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Nossa saúde física está ligada ao nosso estado emocional e
mental, portanto está ligada a felicidade, já que quando estamos doentes
não temos disposição para fazer amor, passear etc. E todo esse sistema está
sob influência direta do ambiente em que vivemos, programando nossos
hábitos e crenças, o que nos dá a liberdade de escolhermos o que é melhor
para nós, mas também a responsabilidade pelas consequências dessas
escolhas.
Como exemplo de como podemos lidar com a influência ambiental, podemos citar o Feng Shui, que nos ensina a harmonizar o ambiente
onde vivemos, por meio da disposição dos objetos, móveis e arquitetura,
para assim melhorar nossa qualidade de vida.
Outro fator externo que tem grande influência em nosso sistema
físico, emocional e mental, são os alimentos que ingerimos, como aborda a
medicina ayurvédica, a medicina chinesa, dentre outras.
Até mesmo a forma como somos acariciados e tocados,
independente de sermos crianças, adultos ou velhos, afeta nossa saúde. Um
aspecto muito importante é como nossa mente, que é um computador
biológico, é afetada pelo ambiente externo, já que é facilmente condicionada. Por isso devemos ficar atentos para a forma como reagimos quando
assistimos programas e notícias com violência que incutem medo. Assim
também é quando optamos em ver o que é belo, harmonioso, ouvir músicas
que nos acalmam e que nos alegram.
Para expressarmos plenamente nosso potencial, é importante
então que nossos ambientes internos e externos sejam equilibrados e
acolhedores. Mas o fator mais importante de todos, e que conduz a
felicidade plena, é o amor próprio, que começa por amar o próprio corpo, e
é a base para amar–se em todos os níveis.
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Quando alguém não gosta de alguma parte de si, como o corpo,
atitudes etc., vai emitir essa vibração, que vai fazer com que os outros se
afastem. Assim é também quando alguém se ama, admira e respeita, o que
fará com que as pessoas ao seu redor sejam atraídas pela sua energia.
Podemos observar que muitas pessoas que reclamam por não terem
encontrado o amor verdadeiro, não se amam, não se aceitam como são, não
cuidam do seu corpo, mas pelo contrário, se tornam como depósito de lixo
para emoções reprimidas, pensamentos negativos e violentos, e uma
alimentação nada saudável.
É incrível como atitudes consideradas banais, e que são de nossa
inteira responsabilidade, como a forma como nos tocamos, como nos
olhamos no espelho, como pensamos e falamos sobre nós, se refletem em
nossa felicidade.
A partir do momento que o corpo é cuidado e valorizado, as
experiências físicas nos projetam para um estado ampliado de consciência,
onde corpo, mente e alma interagem e trabalham em harmonia.
O Tantra nos ensina que nosso templo sagrado, onde mora nosso
Ser Divino, é nosso corpo, e que podemos através dele, expandir e atingir
níveis cada vez mais altos de percepção, através dos métodos e meditações
do Tantra, como a respiração, a dança, o canto, o toque, o ato sexual e o
orgasmo.
É por meio do amor próprio e do cuidado que se tem consigo, que
a energia vital poderá circular livremente por todo nosso sistema, nos
conduzindo a plenitude da sexualidade.
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CAPÍTULO 4
Polaridades Feminina e Masculina
Os aspectos masculino e o feminino são opostos complementares que refletem o princípio da criação. São também conhecidos na cultura
indiana como Shiva (masculino) e Shakti (feminino), e no Taoísmo como Yin
(feminino) e Yang (masculino).
A interação dessas qualidades masculina e feminina tem influência decisiva para a saúde e felicidade humanas.
No Tantra existem várias linhas filosóficas com suas respectivas práticas,
sendo que uma delas tem o aspecto Masculino ou Shiva como força
principal, mas a mais conhecida e praticada é a que considera principal o
aspecto Feminino ou Shakti.
Tudo o que se manifesta no universo como matéria, energia e
vida é Shakti. É a mãe de todos os seres.
Shiva representa a consciência, é aquele que testemunha a ação
da Shakti. Mas não existe Shiva sem Shakti, nem Shakti sem Shiva. Apenas
quando está unido à sua Shakti, Shiva se torna poderoso.
A representação da fusão íntima entre Shakti e Shiva pode ser
feita através de uma figura (abaixo) com os dois sexos, um lado sendo
masculino, e o outro feminino.
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Nessa união, Shiva é representado como um ponto, e Shakti
como uma linha enrolada em torno deste ponto. Mas é impossível distinguir
o ponto e a linha por que a linha não tem espessura, então são uma coisa só.
Quando Shiva e Shakti se separam, é que acontece a criação do universo e o
surgimento da dualidade. Quando a linha (Shakti) se desenrola do ponto
central (Shiva), surgem a meia-lua e o ponto que aparecem na parte superior
do símbolo OM (figura abaixo).
À medida que a linha se desenrola, Shakti se manifesta como o
som primordial, através do qual ela começa a criar o universo. No Tantra, o
som (mantras) é um dos principais instrumentos do Poder.
Além de criar todos os seres, Shakti permanece dentro deles, incorporandoos. O universo não tem essência própria, é vazio, mas ao mesmo tempo
contém o Absoluto.
O poder de Shakti e a consciência de Shiva se manifestam em
todos os seres do universo e contêm tudo o que existe. Cada homem e cada
mulher contêm em si esse Poder, contêm Shiva e Shakti, o Masculino e o
Feminino ou Yin e Yang, mas de forma específica todo homem é Shiva e toda
mulher é Shakti.
A Shakti possui dois aspectos: um deles é bondoso, belo e sábio, representados como a mãe ou como esposa e amante de Shiva. O seu aspecto oposto
é Kali, que destrói as ilusões, as forças do egoísmo, e acorda as pessoas para
verem a realidade divina.
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CAPÍTULO 5
Tantra e Evolução Espiritual
A crença distorcida de que cada um de nós é uma ilha em um
mundo perigoso, se dissolve diante das práticas tântricas e da decisão de
viver e expressar o amor. Desta forma conseguiremos vivenciar Deus na
matéria e o Espírito no sexo, despertando para a realidade de que somos um
reflexo do Universo inteiro, tornando-nos assim cocriadores celebrando a
vida.
Para que na sociedade exista harmonia, essa linha filosófica foca
em como as polaridades masculina e feminina, podem alcançar uma união
equilibrada, saudável e plena.
O Tantra possui ensinamentos que levam a uma transformação
pessoal, permitindo ver além das aparências e perceber a realidade divina
em tudo. Também oferece práticas que nos ajudam a maximizar o potencial
do corpo para o aperfeiçoamento da experiência sexual, nos levando até o
prazer supremo e ao amor, de onde surge o orgasmo máximo da relação
com o Universo, culminando no despertar espiritual ou Iluminação, também
chamado de Mahamudra.
Nossa percepção da realidade é limitada e só vemos a dualidade
deste mundo, apesar de nossa natureza ser divina, assim como é divino tudo
que nos rodeia. É Shakti que cria a ilusão, ou Maya como também é
chamada, e que nos faz ver o finito em vez de infinito, a multiplicidade em
vez da unidade, ver como destrutível o que é eterno. Mas ao mesmo tempo
Shakti cria as portas por onde podemos atravessar o véu da ilusão, e despertar para perceber claramente a realidade Divina, atingir o absoluto e
ultrapassar a limitação e a dualidade.
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Algumas filosofias dizem que, enquanto seres humanos,
conhecemos apenas os níveis mais baixos da realidade e nos confundimos
com eles, mas que existe a possibilidade de transformar-se e compreender a
realidade de forma diferente. Essa transformação é também definida como
uma libertação ou união com o Eu Supremo.
Mas no tantra esses processos são descritos de forma diferente:
O ser humano e o Eu Supremo possuem a mesma natureza, então não
podem voltar se unir, já que sempre estiveram unidos; o ser humano não se
liberta, mas apenas percebe que nunca esteve preso.
Para atingir essa consciência, é preciso penetrar através do véu
de Maya, usando a sabedoria adquirida através das experiências deste
mundo, conhecendo profundamente a energia de Shakti e tornando-se
aquele que foi libertado enquanto vivo, do ciclo de nascimentos e mortes,
mesmo estando no mundo. Esta libertação é chamada de 'Moksha'.
O objetivo não é se afastar do mundo ou universo manifestado,
mas sim ver como ele realmente é: infinito, sem dualidade e eterno. Para se
atingir a Libertação volta-se também para fora e não somente para dentro,
como normalmente vemos nas filosofias. O Tantra orienta que tudo é
igualmente perfeito e puro, por isso é possível atingir a Iluminação
desfrutando do mundo.
A prática do Tantra proporciona uma série de vivências que levam
a estados alterados de consciência, que transformam positivamente o ser
humano, e o levam a ver e perceber a realidade de forma diferente. O estudo
teórico também é importante, para que essas vivências sejam
compreendidas e integradas a vida.
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O controle da energia interna, também chamada de Kundalini, e que
é uma parte do Poder Divino, é um aspecto importante das práticas do Tantra.
Essa energia fica adormecida no chakra básico, na base da coluna, e é através
da meditação, respiração, mantras, dentre outras práticas, que ela é despertada, e a medida que vai subindo pela coluna, vai ativando todos os outros
chakras, levando a transformação do ser humano.
O Tantra provoca a mudança necessária para uma vida nova e plena,
então é necessário ter certeza de que se quer transcender o ego e deixar para
trás as crenças e valores antigos, para se obter a transformação espiritual.
CAPÍTULO 6
Tantra e Ciência
A Kundalini pode ser ativada através da relação sexual entre o
homem e a mulher, e podemos traçar um paralelo entre o que ocorre nessa
união, com o processo de fissão e fusão explicado pela física.
A energia positiva é representada pelo homem e a energia negativa
pela mulher. Numa visão mental, representam respectivamente o tempo e o
espaço. Essas duas forças estão em pólos opostos, mas complementares.
No ato sexual essas duas forças se movimentam e deixam de ser
opostas, indo em direção ao centro, e quando chegam juntas, acontece uma
explosão e a matéria se manifesta.
O foco não deve ser a grande energia que é criada a partir da interação sexual,
mas sim como direcioná-la para todos os centros energéticos superiores do
corpo. A união do masculino e do feminino tem como consequência a explosão
do centro de energia, é o canal para se atingir a iluminação.
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CAPÍTULO 7
Tantra e Desejo
No Tantra é trabalhada a transformação do desejo puramente
instintivo, em uma força que nos motiva a ir além do simples querer do ego,
abrindo nosso coração para uma vida plena.
Quando se fala em desejo, normalmente já associamos com
desejo sexual. Mas esta sensação acorda nosso corpo, e nos leva a querer
mais do que somos e do que temos, nos movimentando em direção aos
nossos objetivos, expandindo nossa visão limitada da vida.
Como toda energia, se for direcionada corretamente nos faz fluir
com alegria e leveza, mas quando é reprimida pode ser destrutiva.
A chave para usar essa energia de forma positiva, é não ter o foco
no objeto do desejo em si (carro, casa, etc.), mas sim na sensação gostosa
que temos quando nos imaginamos usufruindo dessa conquista.
Como exemplo, lembre-se de alguma situação onde tenha visto
uma pessoa linda (homem ou mulher), caminhando por perto, exalando sua
sensualidade, e você sentindo um forte desejo e já imaginando como seria
beijá-la ou algo mais...
Em vez de resistir a esse sentimento que despertou uma forte
energia em seu corpo, deixe-se tomar por completo por essa sensação,
sinta-se mais vivo/a, inspire profundamente e espalhe essa energia por todo
seu corpo.
No exemplo, falamos sobre o desejo despertado por uma pessoa,
mas poderia ter sido o desejo por um carro que não pode comprar ainda,
uma roupa, uma flor, o cheiro de sua comida ou bebida predileta, etc.
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Aproveite as boas sensações que o desejo desperta em você. Vá
em frente, permita-se querer sem se recriminar, permita-se sonhar sobre
como seria bom consegui-lo, e realmente entre na sensação de prazer,
felicidade ou satisfação que você imagina que isso traria.
É muito importante que sua atenção seja para os sentimentos
gerados pelo desejo e não no objeto do seu desejo. Isso não quer dizer que
não possa continuar sonhando com a casa ou carro, e nem que desista da
ideia de ter o que quiser, mas é para se lembrar que os sentimentos estão
vindo de dentro de si mesmo e não de fora.
Você os gerou concentrando sua atenção em algo que você
deseja, e você sempre tem o poder de gerá-los, mesmo sem um catalisador
externo. Estamos tão acostumados a pensar que a satisfação vem de
possuir algo, que pode ser difícil imaginar que podemos acionar essa energia
simplesmente alinhando-nos com uma frequência energética. E essa
dificuldade vem também por que a principio a mente e o ego se rebelam.
Mas quando, com consciência, começarmos a usar cada vez mais
essa energia, a vida se tornará muito mais feliz e plena, em vez de uma
exibição sem fim de coisas que você quer, mas não pode ter.
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SEGUE UM GUIA DE COMO PRATICAR:
1- Mergulhe no objeto de seu desejo: traga toda a sua atenção para o que é
que está estimulando o seu desejo. Deixe isso absorver totalmente o seu
foco, e permitir, se puder, que quaisquer outras vozes internas ou
resistências desapareçam.
2 – Respire: respire na beleza, alegria, vitalidade, ou seja, no que for que o
esteja atraindo. Imagine que você está absorvendo-o através dos poros da
sua pele.
3 - Espalhe a felicidade: quando você realmente estiver com uma boa
vibração, use a respiração para espalhar essa sensação através do corpo, a
partir do local onde a esteja sentindo mais. Inspire e leve o sentimento
através do corpo, tanto quanto puder, espalhando ainda mais a cada
respiração. Se o sentimento começar a enfraquecer, apenas foque
novamente no catalisador de origem.
4 - Agradeça: quando você estiver pronto para seguir em frente, não se
esqueça de agradecer a tudo que o inspirou a lembrar o quanto é bom sentir
a vida.
Para fazer essa sintonia com a frequência de vitalidade e alegria, bastam
apenas alguns momentos, alguma autodisciplina e a vontade de
experimentar.
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CAPÍTULO 8
Tantra: A Suprema Compreensão
Osho foi um dos principais mestres dos quais atualmente
podemos acessar informação sobre Tantra. Para preservar a essência de
seus pensamentos e ensinamentos, transcrevemos literalmente as partes
mais relevantes sobre o Tantra, tiradas do livro “Tantra: A Suprema
Compreensão” de Bhagwan Shree Rajneesh – Osho (capítulo VI: “O Grande
Ensinamento”).
Segundo Osho, as filosofias e práticas espirituais existentes “são muito
aritméticas: deves equilibrar cada pecado que cometeste com um ato virtuoso.
Tua conta tem de ser inteiramente saldada.”
“O Tantra diz exatamente o oposto. Tantra tem uma abordagem
muito poética e não aritmética. E Tantra acredita no Amor, não na matemática.
Acredita na Iluminação súbita. Diz que os pequenos ensinamentos só te
ensinam sobre ações e que os grandes ensinamentos não te ensinam como
agir; ensinam-te como ser, o que ser.” (....)
“Praticam-se ações aos milhões e, se tiveres de pagar por todas as
tuas ações, parece quase impossível que chegues à libertação um dia.” (...) E,
nesse entretempo, nos complexos relacionamentos da vida, cometerás muitos
atos mais. Assim quando terminará essa cadeia? Parece impossível. A
libertação torna-se quase impossível – não pode acontecer. Se essa á a forma,
se tens de progredir polegada por polegada, então o progresso é um sonho
impossível.”
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“Tantra diz que absolutamente não se trata disso: os atos não são o
ponto importante. (...) E praticaste todas as ações por ignorância; não tinhas
consciência do que estavas fazendo, (...) tateavas na escuridão; na escuridão
esbarraste sobre coisas e algo aconteceu. Tantra diz que a única coisa
necessária é a luz, a consciência. Não há necessidade de responder por milhões
de atos; só uma coisa tem de ser feita, e é isto: não permanecer ignorante,
tornar-se consciente”.
“Desde que te tornes consciente, tudo quanto pertence ao mundo
das trevas desaparecerá. E terás impressão de que foi um sonho, um pesadelo.
(...) Estás adormecido, tão profundamente adormecido como se ali não
estivesse. Uma pessoa que esteja numa casa, profundamente adormecida, em
coma, está realmente ali? Não há distinção a ser feita. Estar ou não estar ali não
faz diferença: ela está em coma. Se vierem ladrões e roubarem tudo o que há
na casa, quem responsabilizará o que está deitado, em coma, inconsciente?
Será ele responsável? Quando interrogado e julgado: “Vieram ladrões! Que
estavas tu fazendo?” Como se pode responsabilizar um homem que está em
coma, inconsciente?”
“Tantra diz que, em todas as tuas vidas, permaneceste em coma:
não és responsável. Essa é a primeira grande libertação que Tantra te oferece.
E, com base nisso, muitas coisas imediatamente acontecem, tornam-se
possíveis. Já não precisas esperar por milhões de vidas; neste mesmo momento
a porta pode abrir- se. Não é um processo gradual, é um súbito acordar – e tem
de ser assim.”
(...) “Tantra diz que não focalizes tua atenção nos atos, mas na
pessoa que pratica os atos. (...) Tantra focaliza as pessoas, a percepção, tu. (...)
Por que a questão não é o que fazes, mas o que ÉS. Observa a ênfase. Se
compreenderes essa mudança de ênfase – e essa mudança de ênfase é muito
importante, compreenderás o Tantra.”
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“Tantra é um grande ensinamento; não ensina sobre atos, ensina
apenas sobre teu ser. Quem és? É a questão – está adormecido, ressonando, ou
acordado? Quem és – alerta, consciente, ou movendo-te em hipnose? És um
sonâmbulo? Ou estás acordado, alerta, seja o que for que faças? O que fazes é
feito com auto-recordação? Não. Acontece, não sabes por quê, de onde vem,
de que parte do inconsciente surge uma premência; e assim que surge, tu
sentes a necessidade de agir.”
“Esse ato, diga a sociedade o que disser sobre ele – moral ou imoral,
pecado ou virtude – não preocupa Tantra. Tantra observa-te; observa o
próprio centro do teu ser, de onde veio a premência. A vida não pode provir do
veneno da tua ignorância, a vida não pode vir; só a morte. Da tua escuridão, só
pode vir escuridão. E isso parece ser absolutamente natural. Portanto o que
fazer? Deveríamos tentar modificar nossos atos? Deveríamos tentar ser mais
virtuosos, mais morais, mais respeitáveis? Ou deveríamos tentar a modificação
do ser?”
“O ser pode sofrer modificação. Não há necessidade de esperar por
vidas infinitas para chegar a Iluminação. Se tens profundidade de compreensão, se dás teu esforço total, tua energia, teu ser, para entender, dentro dessa
própria intensidade uma luz subitamente brilha em ti, uma chama sobe como
relâmpago e, de súbito, vês todo o teu passado e teu futuro. Compreendes o
que te aconteceu, compreendes o que está acontecendo, compreendes o que
vai acontecer, De súbito, tudo torna-se claro. É como se alguém trouxesse luz
para um lugar escuro, tornando tudo repentinamente iluminado.”
Tantra quer acender tua luz interior. E diz que, com essa luz, o
passado se torna simplesmente irrelevante. Ele jamais te pertenceu. Aconteceu, é natural; mas aconteceu como num sonho em que estivesse profundamente adormecido.
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Aconteceu – fizeste muitas coisas, boas e más, mas em inconsciência; tu não és responsável. E, de repente, todo o passado é consumido pelo
fogo, um ser novo e virgem surge - essa é a Súbita Iluminação.
(...) “Tantra é não esforço. Com esforço, com tua minúscula energia
e teu minúsculo ego, lutas com o Todo. Levarás milhões de vidas. E mesmo
assim não parece possível que chegues a tornar-se Esclarecido. É estúpido lutar
com o Todo, pois és parte dele.”
“É como se uma onda lutasse contra o oceano,
Uma folha lutasse contra a árvore,
ou tua própria mão lutasse contra teu corpo.
Com quem está lutando?”
(...) “Há o desafio, naturalmente, e o desafio deve ser apreciado.
Mas quem aprecia o desafio? Teu ego. (...) É difícil por que todo esforço e a luta
criam o ego.”
“Se ages contra a natureza, reforças teu ego; é um desafio e por isso
é que as pessoas gostam de desafios. Uma vida sem desafios torna-se
monótona, por que o ego sente fome. O ego precisa de alimento e o desafio
fornece-lhe alimento; por isso as pessoas buscam o desafio. Se não há desafios
elas os criam. Criam barreiras para que possam lutar contra elas.”
“Tantra é a maneira natural; o desprendido e o natural são a meta.
Não precisas lutar contra a corrente, mas apenas deixar-te ir com ela, flutuar
com ela. O rio está indo para o mar; portanto, para que lutar? Move-te com o
rio, torna-te um com o rio, entrega-te. ENTREGAR-SE é a palavra-chave para
Tantra.”
(...) “Por isso Tantra é o caminho do amor; amar é entregar-se.”
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(...)“Relaxa e fica á vontade; não há pressa. O próprio Todo te está
recebendo espontaneamente.” (...) - sé desprendido e natural. Tudo se dirige
para a Iluminação. (...) Não se preocupe com este nem com o outro mundo.
Não se aflija, simplesmente vive e aprecia a vida. O momento presente é o único
para ele e o próximo momento será o que for. (...)
“Tantra é para todos. Não é para poucos escolhidos. Torna-se
caminho para uns poucos escolhidos porque nem todos o compreenderão (...)
- é para todos, é para todos que estiverem prontos para dar o Salto
(Mahamudra).”
“Agora tenta entender: em Mahamudra todos os pecados são
consumidos. Não têm que ser compensados com atos bons.”
“Que vem a ser Mahamudra, tão citado? Mahamudra é um estado
do teu ser, em que não estás separado do Total. Mahamudra é como um
profundo orgasmo sexual com o Todo.”
“Quando dois amantes estão em profundo orgasmo sexual, eles se
fundem um no outro e, então, a mulher não é mais a mulher, o homem não é
mais o homem. Tornam-se, exatamente, o círculo de Yin e Yang, chegando um
ao outro, encontrando-se um no outro, fundindo-se, esquecendo sua própria
identidade. Por isso o amor é tão belo. Esse estado de profunda cópula
orgásmica é chamado de Mudra. E o estado final do orgasmo com o Todo é
chamado Mahamudra, o grande orgasmo.”
(...) “ Quando uma mulher não pode ter o orgasmo, o homem
também não pode ter realmente, por que o orgasmo é o encontro de dois. Só
dois, quando se fundem um no outro podem tê-lo. Não se trata de um tê-lo e o
outro não – isso não é possível. O afrouxamento é possível, a ejaculação é
possível, o alívio é possível; mas não o orgasmo.”
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“Que é orgasmo? O orgasmo é um estado em que teu corpo já não
sente a matéria. Vibra como energia, eletricidade. Vibra tão profundamente,
em sua própria base, que esquece por inteiro de que ele é uma coisa material.
Torna-se um fenômeno elétrico – e é um fenômeno elétrico.”
“Atualmente os físicos afirmam que a matéria não existe, que a
matéria é só aparência. Em profundidade, o que existe é eletricidade não
matéria. No orgasmo, tu alcanças a mais profunda camada de teu corpo, onde
a matéria já não existe, onde há apenas ondas de energia. Torna-se uma
energia dançarina, vibrante. Já não existem fronteiras para ti – palpitando,
porém não substancial. E tua bem amada também palpita.”
“E, aos poucos, se existe amor entre eles, entregam-se um ao outro;
entregam-se àquele momento de palpitação, de vibração, àquele momento em
que são energia e não tem medo – por que isso se parece à morte.”
“ Quando o corpo perde suas fronteiras,
Quando o corpo se torna como uma coisa vaporosa,
Quando o corpo se evapora substancialmente e só fica a energia,
um ritmo muito sutil, tu te sentes como se não existisses.
Só em profundo amor é possível viver isso.
O amor é como a morte: morres, no que concerne à tua imagem
material, morres, no que concerne a pensares que és um corpo; morres como
um corpo e evoluis como energia, energia vital.”
“E, quando a esposa e o marido, ou os amantes, ou os parceiros,
começam a vibrar, as batidas de seus corações e corpos se unificam, tornam-se
harmonia – então o orgasmo acontece, então eles já não são dois. Esse é o
símbolo de Yin e Yang: Yin dirigindo-se para Yang, Yang dirigindo-se para Yin, o
homem dirigindo-se à mulher, a mulher dirigindo-se ao homem.”
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“Agora são um círculo e vibram juntos, pulsam juntos. Seus
corações já não estão separados, suas batidas já não são separadas; eles se
tornaram uma melodia, uma harmonia. Essa é a maior música possível; todas
as outras músicas se apagam comparadas a esta; são como sombras, comparadas a esta.”
“Essa vibração de dois em um é o orgasmo. Quando o mesmo
acontece, não com uma outra pessoa, mas com toda e Existência, então é
Mahamudra, então é o maior dos orgasmos. Acontece. Eu gostaria de dizer-te
como podes tentá-lo, de forma que Mahamudra se faça possível, o grande
orgasmo.”
“(...) Latihan é um dos mais antigos métodos do Tantra. Não é um
fenômeno novo; Latihan é o primeiro passo em direção a Mahamudra. É o
deixar que o corpo vibre, que o corpo se torne energia, não substancial, nãomaterial; é o deixar que o corpo se funda e dissolva as fronteiras.”
“Latihan é simples. É o primeiro passo. É preciso estar relaxado,
desprendido e natural. Será bom que estejas a sós e que ninguém te venha
perturbar. (...) Tú não tens de fazer nada: tu tens, simplesmente, de estar ali,
desprendido e natural, apenas esperando que algo aconteça. E, se teu corpo
começar a mover-se, deixa que o faça, deves cooperar e permitir. A cooperação
não deve ser demasiado direta, não deve impelir. Deve apenas permanecer
como uma permissão. Teu corpo começa a mover-se, de repente, como se
estivesses possesso, como se uma grande energia vinda de cima houvesse
descido sobre ti; como se uma nuvem te houvesse rodeado. Agora está
possuído por aquela nuvem e a nuvem está penetrando dentro do teu corpo,
que começa a mover-se. Tuas mão se erguem, fazes movimentos sutis, inicias
uma pequena dança, suaves gestos – teu corpo está tomado.”
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“No Latihan deixas todo teu corpo solto, esperas, cooperas e, de
repente, sentes um impulso; tua mão se ergue sozinha, como se alguém a
levantasse com fios invisíveis - deixa que isso aconteça. A perna começa a
mover-se; dás uma volta, inicias uma pequena dança, muito caótica, sem
ritmo, sem gestos, mas aos poucos, conforme a sensação se torna mais
profunda, toma seu próprio ritmo, Então, já não é caótica; toma sua própria
ordem, torna-se uma disciplina, mas não forçada por ti. Essa é a tua mais alta
possibilidade tomando posse de teu mais baixo corpo, e movendo-o.”
“ Latihan é o primeiro passo. E gradualmente, sentirás como é belo
fazer isso, sentirás que está acontecendo uma união entre ti e o cosmos. Mas
esse é apenas o primeiro passo. O primeiro passo, em si mesmo, é muito belo,
mas não é o último passo. Eu gostaria que o completasses. Durante trinta
minutos, pelo menos – sessenta seria maravilhoso – e, aos poucos, poderás ir
dos trinta aos sessenta minutos, para o Latihan dançante.”
“Em sessenta minutos teu corpo, de poro a poro, de célula a célula,
fica limpo. É uma catarse; estás completamente renovado, toda a sujeira foi
consumida. O passado é atirado ao fogo. É um novo nascimento, um renascimento. E sentes a energia derramando-se sobre ti, por dentro e por fora. E a
dança não é só externa. Depressa, quando te sintonizares com ela, sentirás
uma dança interior também: não só de teu corpo, que está dançando, mas
também da energia interna que também está dançando, ambos cooperando
um com outro. E, então, acontece a pulsação; sentes como se pulsasses com o
Universo - encontraste o ritmo universal.”
“Trinta a sessenta minutos, esse é o tempo: começa com trinta,
termina com sessenta. Até que, mais tarde, chegues ao tempo exato. E
saberás: se te sentes sintonizado a quarenta minutos, então esse é o teu tempo
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correto. Então, tua meditação deve ir além disso; se te sentes sintonizado aos
dez minutos, vinte minutos serão suficientes. Dobra o tempo; não arrisques
nada, para ficares inteiramente limpo. E termina com uma prece.”
Quando estiveres completamente limpo e sentindo que teu corpo
está refrescado – estiveste sob um chuveiro de energia e todo o teu corpo
sente-se um, não dividido; a substancialidade do corpo perdeu-se, tu o sentes
mais como uma energia, um movimento, um processo não material – estarás
pronto. Ajoelha- te então.”
“Ajoelhar-se é muito belo, tal como o fazem os sufis ou os muçulmanos quando oram em suas mesquitas. Ajoelha-te como eles, por que essa é a
melhor postura para a oração. Então, ergue as duas mãos para o céu, com os
olhos fechados, e procura sentir-te como um recipiente vazio, um bambu oco.
Oco por dentro, tal como um pote de barro. Tua cabeça é a boca do pote e a
energia verte sobre tua cabeça, como se estivesses sob uma cachoeira. Depois
do Latihan sentirás isso: como uma cachoeira e não como um aguaceiro.
Quando estás pronto, ela cai com mais força, intensamente, e teu corpo
começa a tremer, a sacudir-se, como uma folha sob vento forte. Se alguma vez
estiveste sob uma cachoeira, conheces a sensação. Essa mesma sensação irá
ter contigo depois do Latihan. Procura sentir-te vazio por dentro, nada dentro
de ti, apenas vacuidade – e a energia preencherá esse vazio, preencherá
completamente.”
“Deixa que a energia caia sobre ti tão profundamente quanto
possível, de forma que alcance o mais afastado recanto do seu corpo, de tua
mente, de tua alma. E, quando sentires que estás repleto e que todo o teu
corpo estremece, curva-te, leva a cabeça ao chão e derrama energia sobre a
terra. Quando sentires a energia transbordar, derrama-a sobre a terra. Toma
do céu, devolve à terra, e sê, entre ambas as coisas, apenas o bambu oco.”
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“Isso deve ser feito sete vezes. Toma do céu e derrama sobre a
terra, beija a terra e derrama – esvazia-te completamente. Esvazia-te tão
completamente como o fizeste para ficar repleto; esvazia-te completamente.
Então, ergue de novo as mãos, enche-te outra vez e torna a derramar. Isso deve
ser feito sete vezes, por que, a cada vez, a energia penetra em um dos chakras,
um dos centros do corpo e, a cada vez, penetra mais profundamente em ti. Se
fizeres menos de sete vezes, te sentirás inquieto depois, porque a energia
ficará suspensa em algum ponto.”
“A energia tem que penetrar todos os sete chakras do teu corpo, de
forma que te tornes completamente oco, uma passagem. A energia cai do céu
para a terra, tal como a eletricidade: a eletricidade pede um fio-terra. A energia
vem do céu e tomba sobre a terra; tu te tornas uma ligação entre ela e a terra,
apenas um bambu oco, um recipiente passando a energia. Sete vezes – mais
podes fazer, mas não menos. E será o Mahamudra completo.”
“Se fizeres isso diariamente, muito em breve, dentro de mais ou
menos três meses, sentirás que não mais existe. Somente a energia estará
pulsando no universo, não há ninguém, o ego perdeu-se completamente,
aquele que atua não existe. O universo existe, e tu existes nele, onda pulsando
com o oceano – isso é Mahamudra. Esse é orgasmo final, o mais beatífico
estado de consciência possível.”
“É como dois amantes fazendo amor, mas multiplicado por milhões
– porque agora estás fazendo amor com todo universo. Por isso é que o Tantra
é conhecido como Yoga do Sexo, o Tantra é conhecido como o Caminho do
Amor.”
“Se queres aprender alguma coisa, aprende a confiar – nada mais é
exigido.
Se estás infeliz, nada mais te auxiliará – aprende a confiar.
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Se não encontras significado na vida e te achas sem sentido, nada
ajudará – aprende a confiar.
A confiança traz significação, por que a confiança torna-te capaz de permitir
que o Todo desça sobre ti.”
“Tantra é o grande Ensinamento. Ele não cuida do que fazes. Ele
cuida do que és, do teu centro, da tua consciência. Só isso que importa.”
“E lembra-te de que Tilopa disse: “Não te tornes uma vítima dos pequenos
ensinamentos. Muitos o são. As pessoas vêm a mim e dizem: - “Somos vegetarianos. Isso nos levará a Iluminação?” – um ensinamento muito pequeno.
Perguntam: - “Não comemos á noite. Isso nos levará a Iluminação?” – um
ensinamento muito pequeno. Dizem: - “Acreditamos no celibato.” –
ensinamento muito pequeno. Fazem muita coisa, mas há algo em que jamais
tocam: em seu Ser. Controlam seu caráter, tentam agir tão sensatamente
quanto possível, mas tudo não passa de mera decoração.”
“Disciplina que vem de fora é decoração. Ela deve vir do interior.
Deve espalhar pela periferia, vinda do centro. Não deve ser forçada da periferia
para o centro.”
“O Grande Ensinamento é:
Tu já és o que podes ser, compreende isso.
Tu já és a meta, compreende isso.
Neste mesmo momento, teu destino está realizado.
Que estás esperando?
Não acredite em passos graduais – dá o Salto, sê corajoso.”
“Só aquele que é corajoso pode seguir o Grande Ensinamento do
Tantra. Medroso, temendo morrer, apavorado por perder-se a ti mesmo,
temeroso de te entregares, irás tornar-te vítima dos pequenos ensinamentos.
Como podes cumprir os pequenos ensinamentos – não comer isso, não fazer
mais isto – ficas sob seu controle.”
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“O Grande Ensinamento é a rendição;
Ceder teu controle e deixar que o Todo te arrebate para onde quer que deseje
levar-te.
Não nades contra a corrente.
Deixa-te ir com o rio, torna-te o rio – e o rio já está indo para o mar.
Este é o Grande Ensinamento.”
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Bibliografia
LIVROS
“Kundalini Tantra” - Swami Satyananda Saraswati
“Tantra: A Suprema Compreensão” - Bhagwan Shree Rajneesh – Osho
“Sexualidade Divina - Descobrindo a Alegria do Tantra” - Mahasatvaa
Ma Ananda Sarita
SITES
www.elephantjournal.com - Texto de Freya Watson
www.shri-yoga-devi.org/tantra.html - Texto de Roberto de A. Martins
www.yoga.pro.br - Texto de Pedro Kupfer
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