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BiMestral
novembro.dezembro 2010 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
António Nóvoa
universidades: fusão ou morte
08
na aldeia dos erasmus
bandas, tunas, festas
e empreendedorismo
Patricia Ajuda
%
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s ão
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* Válido 14 dias após a publicação do anúncio. Não são aceites fotocópias
a referência em Lisboa, Algês e Almada
APRENDA FRANCÊS
CURSOS 2010�2011
s63 anos de experiência no ensino do francês em Lisboa
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sPreparação para os exames oficiais DELF e DALF (6 níveis)
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TEL: 213 111 484/482
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● França
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●
EDITORIAL
O reitor vai preso
E, depois, claro, temos o tema-batalha
de Nóvoa: as fusões das instituições de en-
Parcerias
sino. Já aqui falámos dessa questão (am04,
aquela com o Fernando Alvim na capa), da
reorganização da rede do ensino superior.
Mais um tema cabeludo. Nóvoa acha que,
por exemplo, em Lisboa deveria haver uma
única instituição de ensino. Perguntou-nos
um outro reitor: como é que querem gerir
várias casas se não conseguem ter ordem
numa só? É uma boa questão. Mais uma
vez, a retórica dá para os dois lados. Mas
dá que pensar ouvir um reitor dizer que, só
por concentrar serviços, conseguiu reduzir o número de pessoas que processavam
salários de 50 para quatro, sem despedimentos dos processadores, nem queixas
dos assalariados.
Talvez os reitores e presidentes de politécnicos portugueses precisem de fazer
um «erasmus». Irem todos para um apartamento no estrangeiro para se conhecerem, conviverem e cozinharem refeições e
cursos juntos. Pode ser que até cheguem à
conclusão que não precisam de se fundir,
mas que, mesmo assim, sempre podem
colaborar.
PS: No número anterior da revista Aula
Magna, o texto em que se analisava o fenómeno Quim Barreiros nas universidades
portuguesas tinha um erro na assinatura.
Na verdade, quem o escreveu foi o João
Pedro Barros. Lapso que aqui corrigimos,
pedindo desculpas ao jornalista e aos nossos leitores.
Colabora. Participa com os teus textos
e fotos. Inscreve-te em www.aulamagna.pt
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Escrevem 08
João Pedro Barros
Luís Ricardo Duarte
Ana João Fernandes
Imagens 08
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Jacek
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Paginam 08
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Projecto gráfico (papel)
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Jorge Martins
Consultor de Marketing
Álvaro Áspera
aulamagna
aulamagna 03
imagem de capa José Miguel Soares
Que as universidades e politécnicos vão rotas, quase nuas, já todos sabíamos. Mas o
mais delicioso da nossa entrevista a António Nóvoa é ficarmos a saber que o reitor
paga multas, pessoalmente, por ter cometido ilegalidades. Ou melhor, por ter feito coisas que foram ilegais durante alguns meses
(não o eram antes e não o são hoje em dia).
É que a penúria conhecida de todos os
estudantes não é o pior, segundo um dos
reitores portugueses mais interventivos
e mediáticos. Não, o mais complicado de
tudo é a burocracia de leis, regulamentos,
inspecções e auditorias que não deixam
que se faça seja o que for. A Reitoria da
Universidade de Lisboa tem uma sala em
permanência para abrigar os inspectores e
auditores que nunca largam as contas da
universidade. Será caso único?
A questão é bem complexa. As instituições de ensino superior são administração
pública ou são entidades autónomas? Têm
de funcionar como serviços públicos sob
a alçada do governo, onde nada se consegue mudar, ou como espaços de liberdade,
assim como os restaurantes privados onde
cada cozinheiro faz o que quer da sua cozinha? É verdade que a retórica dá para os
dois lados, mas algo vai muito mal quando
um reitor diz que, por causa da lei, se vê
obrigado a escolher serviços mais caros e
de menor qualidade.
anfiteatro
Jacek
Philip Kotler em Aveiro
Philip Kotler, uma das maiores autoridades na área do
marketing, é o principal orador da conferência internacional que o I-Português de
Administração de Marketing
de Aveiro (IPAM) promove no
próximo dia 16 de Novembro,
no Centro de Congressos daquela cidade. Considerada
uma das pessoas mais influen-
Agenda
Coimbra
U-Coimbra
Eleições dos representantes dos
estudantes para o Conselho
Geral da Universidade de
Coimbra
Qui, 11/11/2010 - 10:00 - 19:00
tes no mundo dos negócios e
autor de diversos livros sobre
a especialidade, Kotler falará, às 16h30, sobre «Os novos desafios do marketing. O
futuro das marcas. Da razão
à emoção do cliente». Antes
do prof. da Kellogg School
of Management, intervêm
Ferrão Filipe, presidente do
IPAM, às 14h30, e Daniel Sá,
director do IPAM – Aveiro, às
14h45, com uma palestra sobre «Dos clientes para os fans.
5.º Ciclo de Conferências ‘Arte e
Sociedade’
Será a arte um reflexo da
sociedade? O 5.º Ciclo de
Conferências subordinado ao tema
“Arte e Sociedade” da F-BelasArtes da U-Lisboa promete
aulamagna 04
Lisboa
ES-Comunicação Social do
IP-Lisboa
Campus de Benfica do IP-Lisboa
Oficinas (workshops)
Workshop: Técnicas
de Representação em
Televisão: Imagem,
Postura, Comportamento e
Comunicação
Técnicas de apresentação, o estilo
do comunicador moderno ou
a arte de bem comunicar são
apenas alguns dos diversos temas
que serão abordados durante as
diversas sessões deste workshop.
Destinatários: Profissionais
e estudantes na área da
Comunicação Social
Docentes: Luís de Matos
Duração: 12 horas
Candidaturas: Sexta, 8 Outubro,
2010 - Segunda, 15 Novembro,
2010
Curso: Terça, 16 Novembro, 2010
- Quinta, 25 Novembro, 2010
Horário: Ter e qui das 18h às 21h
ES-Enfermagem S. Francisco
das Misericórdias
R. de Santa Marta nº 56
Pós-Graduação em Enfermagem
no Desporto
Duração: 300 horas contacto
ECTS: 30
Candidaturas: 15/11/2010 –
15/12/2010
Curso: 15/01/2011
Pós-Graduação em Cuidados
Paliativos
Destinatários: Licenciados na
área da saúde com interesse em
Cuidados Paliativos.
Org: Dep-Psicologia da
U-Autónoma de Lisboa e da
ES-Enfermagem S. Francisco das
Misericórdias
Duração: 300 horas
ECTS: 30
Candidaturas: 15/11/2010 –
15/12/2010
Curso:15/01/2011
Pós-Licenciatura de
Especialização em Enfermagem
de Reabilitação
Destinatários: Enfermeiros
Candidaturas: 26/10/2010 –
10/12/2010
Curso: 07/02/2011
F-Belas-Artes da U-Lisboa
Lg. da Academia Nacional de
Belas-Artes
debruçar-se sobre o papel da arte
na contemporaneidade.
Qua, 27/10/2010 - Qui,
25/11/2010
Qua, 27 de Outubro das 14h30
às 17h30
Auditório
F-Ciências da U-Lisboa
Museu de Ciência da U-Lisboa
R. da Escola Politécnica, 56
+351 21 392 18 08
2.º Ciclo de Palestras - Ciência
em Português 2010
A subida do nível do mar: o
que nos dizem os marégrafos,
satélites e modelos climáticos
Oradora: Susana Barbosa,
Instituto D. Luís da U-Lisboa
Sex, 12/11/2010 - 18:30
Entrada livre
Alterações climáticas no meio
marinho: implicações na
ecologia de um predador de
topo, as lulas jumbo
Orador: Rui Rosa, Centro de
Oceonografia, F-Ciências da
U-Lisboa
Sex, 26/11/2010 - 18:30
Entrada livre
As crianças e a internet: acesso,
usos e representações
Oradora: Ana Delicado, I-Ciências
Sociais da U-Lisboa
Sex, 10/12/2010 - 18:30
Entrada livre
Câmara Municipal de Sesimbra
Congresso Nacional de Turismo
e Ambiente - Turismo em Zonas
Costeiras 2010
Qua, 24/11/2010 - Sex,
26/11/2010
Entre 100 e 540 euros.
Org: Centro de Oceanografia da
F-Ciências da U-Lisboa e Câmara
Municipal de Sesimbra
F-Ciências Médicas da U-Nova
de Lisboa
Campos Mártires da Pátria nº130
iMed - Congresso Inovar a
Medicina 2.0
Philip Kotler | O guru do Marketing
Sessões de Diagnóstico, Prevenção,
Abordagem Médica e Abordagem
Cirúrgica. Clinical Mind
Competition – Queres sentir-te
como um verdadeiro Dr. House
e resolver um caso de elevada
complexidade? Prémios para os
vencedores.
Sex, 05/11/2010 - 14:00 até dom,
07/11/2010 - 18:00
Org: AE da F-Ciências Médicas
da U-Nova de Lisboa
F-Ciências Sociais e Humanas
da U-Nova de Lisboa
Av. de Berna, 26-C
+351 21 790 83 00
III Seminário Internacional
‘Media, Jornalismo e
Democracia’
Integrado nas Comemorações
Oficiais do Centenário da
República Portuguesa.
Seg, 08/11/2010 - 10:00 - Ter,
09/11/2010 - 18:00
Org: Centro de Investigação
Media e Jornalismo (CIMJ)
IS-Economia e Gestão da
U-Técnica de Lisboa (ISEG)
R. do Quelhas, 6
+351 21 392 58 00
UECE Lisbon Meetings 2010 Game Theory and Applications
O Centro de Investigação UECE
(Research Unit on Complexity
and Economics) do IS-Economia e
Gestão organiza a Lisbon Meetings
2010 – Game Theory and
apllications. Nesta Conferência
Internacional será abordada a
Teoria dos Jogos e a sua aplicação,
onde estarão presentes diversos
oradores como Pierre-André
Chiappori (Columbia University),
Matthew O. Jackson (Stanford
University) e Myrna Wooders
(Vanderbilt University).
Qui, 04/11/2010 e sáb,
06/11/2010
Inscrições até 15 de Outubro:
200 euros, após 15 de Outubro:
300 euros, estudantes de
douturamento: 100 euros
Org: IS-Economia e Gestão da
U-Técnica de Lisboa (ISEG)
e UECE - Research Unit on
Complexity and Economics
IS-Estatística e Gestão de
Informação da U-Nova de
Lisboa
Campus de Campolide
III Jornadas de Software Aberto
para Sistemas de Informação
Geográfica - ISEGI
Qua, 03/11/2010 - 09:30 - Sex,
05/11/2010 - 18:00
1 dia: 100 euros, 3 dias: 150 euros
Org: Open Source Geospatial
Foundation (OSGeo)
U-Lusófona de Humanidades e
Tecnologias
Auditório Agostinho da Silva
1.ªs Jornadas Lusófonas de
Osteopatia e Saúde - 2010
No evento estarão presentes entre
experientes osteopatas, nacionais
e estrangeiros, e profissionais
Novos consumos precisam de
um novo marketing». A conferência internacional fecha,
às 17h45, com o director de
mestrados da IPAM Aveiro,
Caetano Alves. As inscrições
continuam abertas, sendo o
valor de 25 euros para estudantes, professores e antigos
alunos do IPAM e do IADE,
de 50 para alunos e docentes
de outras instituições de ensino e 100 para profissionais do
sector.
de saúde de diversas áreas.
A organização está a cargo do
Grupo Lusófona, em parceria
com a Federação Portuguesa de
Osteopatas, membro do FORE –
Forum for Osteopathic Regulation
in Europe.
Sáb, 06/11/2010 - 10:00
Das 10h às 18h
2ª Conferência sobre
Arquitectura & Investigação 2010
Estarão presentes os seguintes
convidados: José Duarte C. Gorjão
Jorge; Marieta Dá Mesquita; Mª
Inês Cabral; Patrícia Pedrosa;
Margarida Valla; Eliana S. Santos.
Seg, 08/11/2010
Org: F-Arquitetura, Urbanismo,
Geografia e Artes da U-Lusófona
de Humanidades e Tecnologias
Porto
I-Ciências Biomédicas de Abel
Salazar da U-Porto
Hospital Santo António - Centro
Hospitalar do Porto (CHP-HSA)
Legaliza a tua Medicina – X
Curso de Iniciação à Medicina
Legal e Outras Ciências
Forenses
Nesta edição especial do projecto
“Curso de Iniciação à Medicina
Legal e outras Ciências Forenses”
pretende-se inovar e dinamizar os
conteúdos do curso.
Sob a orientação da Prof. Doutora
Teresa Magalhães, tentaremos
complementar algumas lacunas
existentes na área das Ciências
Forenses, e da Medicina Legal
em particular, não só no curso
de Medicina mas também
noutros Cursos da área da
Saúde e Biologia. Promoverse-á o desenvolvimento de
conhecimentos e competências nas
áreas de investigação criminal e
das novas tecnologias forenses,
valorizando, sempre uma
componente prática do curso.
Surpreende-te com técnicas CSI,
vídeos interactivos, adquire
conhecimentos que auxiliam na
identificação de vítima e ainda…
assiste a uma autópsia!
- Sessão 1: Medicina Legal e
outras Ciências Forenses. Passado,
Presente e Futuro
- Sessão 2: CSI – Exame da Cena
do Crime
- Sessão 3: Patologia Forense.
A autópsia médico-legal
- Sessão 4: Antropologia
e Odontologia Forenses.
Identificação de vítimas
- Sessão 5: Toxicologia e Química
Forenses
- Sessão 6: Genética e Biologia
Forense. Exames de filiação
e criminalística biológica.
Entomologia e Botânica Forenses
- Sessão 7: Clínica Forense.
Avaliação dos danos em vítimas
de violência
- Autópsia
Caução: 10 euros (limite
máximo-2 faltas)
21 e 28 Outubro, 11 e 25
Novembro, 2, 9 e 16 Dezembro
Anfiteatro Alexandre Moreira
3 euros ICBAS-BPI. 6 euros
ICBAS. 10 euros não-ICBAS.
Caução: 10 euros
Org: AE do I-Ciências
Biomédicas Abel Salazar da
U-Porto
IPAM Matosinhos I-Português de Administração
de Marketing de Matosinhos
Av. da Republica, nº 594
Conferência: Kids Marketing –
Trends on Children Consumer
Behaviour and Marketing to
Kids
A Revista Portuguesa de
Marketing e o I-Português de
Administração de Marketing
apresentam a Conferência Kids
Marketing, que se desenrolará em
torno do tema Trends on children
consumer behavior and marketing
to kids. Esta conferência decorrerá
no dia 7 de Abril.
Qui, 07/04/2011
Entrada livre
Vila Real
U-Trás-os-Montes e Alto Douro
(UTAD)
Centro de Matemática da UTAD
I Jornadas de História e
Metodologia da Matemática
(UTAD 2010)
Sáb, 04/12/2010
Inscrição gratuita mas
obrigatória, até 1 de Dezembro,
via email: jornadashmm@gmail.
com
Mais informações e entrega
de informações em www.
aulamagna.pt
Anfiteatro
Erasmus
A grande aldeia europeia
texto João Pedro Barros
fotografias Miguel Cunhal
e Ricardo Teixeira
A força da marca Erasmus é a maior prova
do seu sucesso. Dentro da comunidade
académica, poucos serão aqueles que não
conhecem este programa de mobilidade
da União Europeia, destinado a estudantes,
docentes e, mais recentemente, também
a estágios profissionais. Os políticos de
Bruxelas esperam que ele seja a semente
de um sentimento europeu reforçado – a
geração Erasmus, cujas raízes remontam a
1987, há-de chegar ao poder e só aí se poderá
analisar profundamente os seus efeitos.
Falámos com estudantes portugueses que
estiveram (ou estão) em vários cantos do
Velho Continente e com europeus que
rumaram a Portugal, em busca de histórias.
Numa época em que viajar deixou de ser
um luxo e em que a experiência Erasmus
se tornou mais ou menos comum nos
currículos dos jovens europeus, faz sentido
apostar neste programa? Ou, pelo contrário,
ele é essencial, mais do que nunca? A julgar
pela amostra recolhida, só há uma resposta
a essa pergunta: fazer Erasmus vale sempre
a pena, nem que seja para perceber que
não se encontra bacalhau para fazer pastéis
na Hungria – e lá se foi a demonstração
gastronómica com que Pedro Nereu e os
Miguel Cunhal
Clemens Bachmair | Em Portugal, há universidades em que os Erasmus representam 10 por cento dos estudantes
aulamagna 05
Já é tão banal estudar no estrangeiro que os artigos sobre a vida
em Erasmus já se tornaram raros. Decidimos voltar ao tema e fazer
a pergunta: vale a pena ir estudar lá para fora, no ano da graça
de 2010? O que é que se ganha, pessoal e academicamente? Pelo
meio, contamos histórias curiosas, como as de um «copianço»
na Finlândia e uma oral pouco ortodoxa em Roma
Anfiteatro
Ricardo teixeira
Facilidades e dificuldades
Continuamos
com Pedro Arez. Para ele, há um tempo de
autoconhecimento e de desenvolvimento
que só este intercâmbio pode proporcionar:
«Há muita gente que não sente necessidade
de uma experiência destas, que é um bocado estranho, apesar das condições económicas serem piores em Portugal do que na
maior parte da Europa. Um alemão ou um
holandês terminam o curso aos 26 anos,
enquanto que aqui se tem a preocupação de
terminar aos 21 ou 22 e começar logo a trabalhar». Claro que tudo depende do que se
quiser fazer durante o tempo no estrangeiro: é comum ouvir-se falar das facilidades
que os professores dão aos alunos Erasmus
(e os empregadores já se aperceberam disso,
o que pode contribuir para alguma desvalorização deste item nos currículos). Mariana
Maria Carlota Dias | Trabalhámos num projecto de um prédio que vai ser construído em Paris
Miguel Cunhal
Frederico Vila Verde
Ex-estudante Erasmus de Gestão,
na U-Jyväskylä, na Finlândia.
Origem: U-Porto
D.R.
restantes «tugas» queriam impressionar os
outros Erasmus, num ritual que todas as
nacionalidades cumprem em Pécs.
As opiniões que recolhemos permitemnos traçar um perfil do estudante Erasmus
médio: a escolha do país de destino é muitas
vezes limitada pelo reduzido número de
opções; a prioridade é dada à vida social
e o maior benefício profissional advém
da observação de novas realidades e da
exposição a uma nova língua; a adaptação
não tem grandes sobressaltos e a experiência
é quase sempre marcante, mas, em boa parte
das vezes, os alunos estrangeiros fecham-se
num grupo à margem da comunidade do
país de destino. «É uma experiência muito
enriquecedora, um choque de culturas
geralmente positivo, que força a adaptação e
a integração. Aprende-se a dominar o inglês
ou, pelo menos, uma nova língua. Acho que
99 por cento dos estudantes considera este
período muito positivo», salienta Pedro
Arez. O engenheiro informático, ex-aluno
Erasmus em Utrecht, na Holanda, decidiu
criar, em 2008 a secção lisboeta da Erasmus
Student Network (ESN). A sua principal
missão é orientar os estudantes que caem
de «pára-quedas» na capital portuguesa,
principalmente em termos de alojamento.
Porém, talvez a missão mais reconhecida
da associação seja a organização das
festas Erasmus. Pode ser redutor, mas a
fama só prova que se tratam de noites
invariavelmente animadas…
O sistema de ensino é
organizado em créditos
e no segundo ano quase todas as cadeiras são opcionais, o que permite aos alunos seguirem os seus gostos. As aulas
em inglês são quase obrigatórias, o que
torna a universidade muito aberta.
Mariana Santos
Ex-estudante Erasmus de
Jornalismo na Sapienza - U-Roma,
em Itália. Origem: U-Porto
D.R.
aulamagna 06
Um alemão ou um
holandês terminam
o curso aos 26 anos,
enquanto que aqui se
tem a preocupação de
terminar aos 21 ou 22 e
começar logo a trabalhar
Estudava num pólo separado, mas a universidade está quase toda concentrada no
mesmo local. É um complexo de faculdades, com edifícios gigantes, mas com
um ambiente muito agradável e intelectualmente estimulante. Os jardins eram
enormes, atravessados por estradas
autênticas e muita gente almoçava por
lá. Era bom que em Portugal também se
pensasse nisto.
Santos, que estudou Jornalismo na Sapienza - Università di Roma, em 2004/05, não
sentiu um grande nível de exigência: «Os
italianos não falam muitas línguas e, por
exemplo, o inglês era semelhante ao de um
oitavo ano em Portugal. Depois, tive uma
cadeira em que a avaliação era feita numa
oral, baseada num livro que o professor tinha escrito. No entanto, na oral, ele só me
perguntou se recomendávamos uma visita
Pedro Nereu | Não há bacalhau na Hungria
ao nosso país e que programas de televisão
havia. Cheguei a dizer-lhe que me podia
perguntar coisas do livro, porque o tinha
lido». O momento é relembrado com uma
gargalhada, mas os resultados acabaram
por não ser extraordinários: «As notas são
de 0 a 30, mas um 30, em Portugal, valeu
algo como um 15. O semestre em Itália serviu para ter novas perspectivas de temas da
actualidade, devido ao contacto com alunos
de todo o mundo».
Vejamos outro lado da moeda. Em 2003,
Frederico Vila Verde partiu para a Finlândia
com o objectivo de conhecer uma realidade
completamente diferente, mas também de
estudar «a sério». E conseguiu. «Havia
muita exigência. Tínhamos trabalhos de 15
em 15 dias, de carácter muito autodidacta.
Para nós, latinos, é uma sociedade muito
Anfiteatro
Miguel Cunhal
Faziamos tudo juntos:
viajar, ir a festas,
jogar futebol
aula: «Ganha-se diversidade nos processos
de ensino e aprendizagem, nos estilos de
estudo e nos horários de trabalho». O irlandês já conheceu centenas de estudantes
de mobilidade e considera que há características quase universais: «Regressam
a casa com uma nova visão do mundo,
de Portugal, do relacionamento com os
amigos e até com novas aspirações para
o futuro». Mais a Norte, a U-Porto (UP)
quase duplicou o número de estudantes
internacionais nos últimos cinco anos. Em
2010/11 serão entre 2.700 e 3.000, representando quase dez por cento da totalidade da população discente. De acordo com
António Marques, vice-reitor responsável
pelo pelouro das Relações Internacionais,
o intercâmbio de estudantes, docentes e
investigadores é uma das «principais ferramentas» do esforço de internacionalização
da UP. «Garante-nos uma saudável troca
de experiências e boas práticas e contribui
Clemens Bachmair
miguel cunhal
para a consolidação da reputação positiva
da UP além-fronteiras», afirmou à Aula
Magna.
Através da ESN Lisboa, Pedro Arez
mantém contacto com várias universidades,
e todas elas «aumentam o número de vagas,
especialmente de estágios, ao nível de 30 por
cento, todos os anos». Para já, não parece
haver crise na oferta, mas Arez revela que
as duas grandes queixas dos estudantes
são o reconhecimento das equivalências
e a limitação, na maior parte dos casos, a
seis meses de estadia. Para a associação,
o maior desafio é «integrar os estudantes
Erasmus com os colegas portugueses»,
já que, muitas vezes, quem vai para fora
«não fica com contactos do país onde
ficou», inviabilizando a criação de redes
de contactos. Este é um fenómeno muito
comum, que Pedro Nereu, estudante da
U-Coimbra (UC) que passou um semestre
na Hungria, descreve bem: «Estive a viver
numa residência enorme, com oito pisos,
e o meu só tinha pessoal Erasmus, de
todos os cantos do mundo. Éramos mais
de 100 e formámos uma família. Fazíamos
tudo juntos: viajar, ir a festas, jogar
futebol». No que toca aos estrangeiros
que escolhem Portugal, a situação será
muito similar, como explica Francesco
Testagrossa, estudante de Engenharia Civil
em Coimbra: «A comunidade Erasmus é
muito grande e o ESN organiza muitas
actividades e viagens, pelo que é fácil
encontrar sempre Erasmus. Nos jantares,
acabo por ficar quase sempre ao lado dos
italianos, mas acho que depende de uma
questão pessoal».
Francesco já tinha estado em Erasmus em
Coimbra, no ano lectivo 2007/08, e voltou
agora por «amor». Maria Teresa Enna, a
namorada, queria estudar na UC – onde
consegue fazer mais cadeiras por semestre,
graças à avaliação contínua – e o futuro
Estudante Erasmus de Física,
no IS-Técnico. Origem: U-Livre
de Berlim, Alemanha
Aqui, o curso é mais
prático, as matérias são
muito diferentes. Não estudamos apenas Física, mas também outras coisas:
Gestão e Economia, cultura científica,
Matemática e Química. Penso que isso
é melhor para o futuro profissional dos
alunos.
María García Serrano
Ex-estudante Erasmus de Direito,
na U-Portucalense. Origem:
U-Salamanca, em Espanha
Acho que o sistema de
ensino não é muito diferente. Porém, em Portugal, as pessoas
têm interesse em aprender outras línguas, como o espanhol. A ideia de apostar no ensino de línguas é muito boa.
engenheiro decidiu terminar o curso na
cidade dos estudantes, acompanhando-a.
Poderíamos dizer que esta não é uma
história de amor tipicamente Erasmus, mas
este é um universo sem grandes regras, em
que tanto se descobre um novo mundo –
Frederico Vila Verde julga ter percebido a
razão de tantos finlandeses se suicidarem,
mas é «difícil de explicar» – como novos
mundos em Portugal – para Maria Carlota
Dias, o sabor do leite lusitano não tem
comparação. Citando outra vez Frederico
Vila Verde, «quem vai para Erasmus não
pode ver dificuldades, só oportunidades».
aulamagna 07
Quisemos também ouvir o outro lado: o que «oferece»
um estudante estrangeiro à universidade
que o acolhe? Niall Power, coordenador
do Gabinete de Relações Internacionais da
U-Aveiro (e ex-aluno Erasmus), pensa que
o impacto fundamental se dá na sala de
Troca de experiências
Maria Teresa Enna e Francesco Testagrossa | Francesco já tinha estado em Erasmus e voltou agora por «amor»
D.R.
diferente: dois colegas Erasmus viram o
teste anulado e correram risco de expulsão
porque um deles perguntou ao outro
como se dizia uma palavra em inglês. Um
finlandês ouviu e denunciou – é o sistema
deles, quem vigia é o colega», recorda. Na
estadia em Jyväskylä, ganhou o hábito
de escrever em inglês, o que ainda hoje
mantém na sua actividade profissional.
Também Maria Carlota Dias rumou à École
Centrale Paris, no primeiro semestre de
2010, com o objectivo claro de aproveitar
a qualidade da formação. «Engenharia
do Ambiente é um curso recente no ISTécnico da U-Lisboa, por isso acho que
não está muito desenvolvido. Em França,
ganhei novas bases, experiências e uma
liberdade diferente, já que em Portugal
vivo com os pais», explica. A qualidade
formativa «excedeu» as expectativas : «Na
parte prática, ensinavam-nos a trabalhar
logo com software de simulação. Havia
muitas cadeiras de gestão de empresas e de
projectos. Depois, tínhamos um trabalho
em grupo, com grandes empresas, em que
tínhamos mesmo de nos reunir com os
responsáveis. Trabalhámos num projecto
de um prédio que vai ser construído em
Paris, no próximo ano».
António Sampaio da Nóvoa
O futuro está
nas universidades
Está disposto a fazer desaparecer a sua universidade, mas não abdica
do que julga mais importante: a reorganização da rede do ensino
superior. É um debate que o reitor da Universidade de Lisboa lança
numa altura em que se comemoram os 100 anos da refundação
da instituição que dirige. E fá-lo sem arrogância, nem preconceitos.
Apenas porque acredita que «a grande mudança da sociedade
portuguesa ou se faz mudando as universidades ou não se faz»
aulamagna 08
texto Luís Ricardo Duarte
fotografias José Miguel Soares
Laboratório
que havia muito dinheiro e possibilidades.
E a expansão do sistema sustentou essa ilusão. Nas próximas décadas, o tempo será de
agregação, de construção de massa crítica
e de consolidação da qualidade. Mas para
isso, é preciso muita coragem e ousadia.
Tem tido receptividade a essa sua proposta?
Muito pouca. Como Reitor percebi – e talvez tenha sido a constatação mais dolorosa
enquanto cidadão que gosta de intervir no
país – que nada se faz se o governo não estiver disposto a isso. E não é este Governo
em concreto. É a sensação de que a nossa
vida está dominada por uma sistemática
governamentalização. Há pouca liberdade
O centenário da UL será uma oportunidade para perspectivar uma nova refundação da instituição?
Sim. As universidades são instituições que
transformam o passado em futuro. O que é
verdade na área do ensino, com a formação
de novas gerações de estudantes, da ciência
e do conhecimento. Mas também na própria renovação da sociedade. A República
criou a Universidade, agora a Universidade
ajudará a recriar a República, na medida
em que tem um papel muito importante no
futuro da sociedade. É isso que estamos a
celebrar.
Ter entre os antigos alunos os últimos
três ex-presidentes da República é uma
imagem de marca muito forte.
De facto, é uma imagem muito forte. Deve
ser caso inédito um regime político ter os
seus três primeiros presidentes oriundos da
mesma universidade. Mas, hoje, o país tem
um conjunto de instituições muito qualificadas. Pelo que não se pode dizer que haja
uma universidade que lidera. No entanto,
como manda a tradição da Europa continental, ao contrário da inglesa e norte-americana, as universidades sedeadas na capital
têm um papel fundamental. E numa altura
em que estamos a precisar de reorganizar a
rede do ensino superior, se há algum contributo que a UL pode dar é dizer que está
disponível para desaparecer. Estamos dispostos a acabar para que surja no nosso lugar, em conjunto com outras universidades,
uma nova realidade universitária em Lisboa.
O país precisa, porque a actual rede é insuportável. Os últimos anos corresponderam
a uma ilusão de crescimento. Pensou-se
A nossa vida está
dominada por
uma sistemática
governamentalização.
Há pouca liberdade
nas instituições
universitárias
nas instituições universitárias. E uma medida destas, que é uma ruptura radical com
o enquadramento que existe e se consolidou nos últimos 30 anos de democracia, só
pode ser feita se houver um Governo muito
envolvido e disponível.
E não há vontade política?
O governo nunca se mostrou disponível,
antes pelo contrário, acabou por cristalizar
a actual rede do ensino superior. Houve
alturas em que se falou na necessidade de
evoluir para escolas e programas doutorais que envolvessem várias instituições,
mas verdadeiramente nunca foi feito. E nos
Estamos dispostos
a acabar para que surja
no nosso lugar, em
conjunto com outras
universidades, uma nova
realidade universitária
em Lisboa
poucos momentos em que se avançou, foi
sempre da maneira errada.
Consegue identificar os motivos dessa
falta de vontade política?
Vamos dizer isto de uma forma desapaixonada. Se calhar com razão, o governo, sobretudo o primeiro do eng. José Sócrates,
mostrou uma enorme desconfiança em relação às universidades. Havia um diagnóstico que indicava as universidades como
meios conservadores, imobilistas, extraordinariamente coorporativos, onde se mantinham privilégios e nada funcionava. Esta
análise fez com que o Governo, em vez de
investir nas universidades e na sua transformação, criasse projectos à sua volta: grupos
de ciências, laboratórios associados, etc. No
fundo, constatou-se que não era possível
mudar e que era mais eficaz e rentável, do
ponto de vista da renovação da sociedade,
investir à margem. Esta política a médio e
longo prazo é absolutamente trágica. Torna
as instituições universitárias ainda mais
imóveis e dá a ideia de que tudo o que se
passa de inovador é fora delas. Mas apesar
de tudo essa percepção mudou.
Em que sentido?
O segundo governo José Sócrates, apesar do
ministro ser o mesmo, tem uma atitude diferente. Porque o grande problema desses projectos que se criam à volta da universidade é
que necessitam de uma injecção permanente
de recursos e energia. Para o bem e para o
mal, as universidades têm uma enorme permanência no tempo e poder de sustentação.
A grande mudança da sociedade portuguesa
ou se faz mudando as universidades ou não
se faz. A minha discordância durante quatro
anos com este governo não é no diagnóstico, nem em muitas coisas que é importante
romper, mas na política seguida nessa matéria, que investe mais no curto prazo.
Isso afectou a imagem que se tem das
universidades?
Nos primeiros quatro anos do governo José
Sócrates, a universidade foi muito prejudicada. Até porque o governo para legitimar a sua
acção de não investir nas universidades, mas
fora delas, acentuou essa dimensão. Passaram
uma imagem muito injusta. E é curioso que
no segundo governo se passa precisamente a
aulamagna 09
Não aconteceu durante a entrevista, mas a
secretária de António Nóvoa tem autorização para interromper qualquer reunião
que esteja a decorrer. Motivo? O reitor da
Universidade de Lisboa (UL), no cargo há
quatro anos, garante a todos os alunos que
tenham estudado no estrangeiro a certificação imediata das suas equivalências. «Um
processo que há alguns anos podia demorar um ano é agora automático», adianta. E
essa bem poderá vir a ser a marca dos seus
mandatos (vai no segundo): uma maior eficiência nos processos administrativos da
reitoria, deixando às faculdades o que é das
faculdades, o ensino e a investigação. Agora,
António Sampaio da Nóvoa, 56 anos, aponta baterias para um centro académico, no
antigo centro comercial Caleidoscópio, no
jardim do Campo de Grande, e para quatro residências universitárias, à Rua João
Soares, perto da Biblioteca Nacional (BN).
São pequenas mudanças que podem fortalecer a qualidade da formação e da investigação das faculdades, nomeadamente nas
pós-graduações, de forma a que a UL ajude
a recriar a República. De olhos postos no
futuro.
Alguns departamentos
têm a quase totalidade
dos professores a partir
para a reforma sem
terem a possibilidade de
acolher as novas gerações
mensagem contrária. Passámos de indivíduos despesistas e gastadoras para os mais geniais do mundo. O primeiro-ministro passa
o tempo todo a dizer que não houve pessoas
mais eficientes, capazes e notáveis do que os
reitores e que, dando o exemplo, conseguiram fazer muito mais com muito menos
num período de grande crise e contenção.
Há muitas coisas que funcionam mal, mas
dentro das que funcionam bem está o facto
das universidades serem muito modestas no
bom sentido do termo.
aulamagna 10
Qual é esse bom sentido do termo?
Não gastam dinheiro a mais. Tudo aquilo a
que se assistiu nos bancos e nas empresas
públicas nunca se assistiu nas universidades. Em 36 anos de Democracia, nunca se
endividaram um tostão, nem contribuíram
para a dívida pública. Vivemos sempre com
aquilo que tínhamos.
Qual é o segredo de fazer mais com menos?
Ao longo dos últimos anos conseguimos
atrair mais estudantes, aumentar os índices
de sucesso escolar e fazer melhor investigação. E isso à custa de um esforço acrescido de professores e investigadores. De um
modo geral, quem está hoje nas universidades trabalha muito. Nos meus quatro anos
como reitor, a UL diminuiu sempre o seu
orçamento, com excepção de 2010 em que
houve uma ligeira melhoria, aumentando
todos os anos o número de diplomados, de
pós-graduações, mestrados, doutoramentos
e a produtividade científica. Mas isto tem limites. Há um momento em que não se consegue mais. Por exemplo, o limite dramático
que se vive na UL é o do envelhecimento do
corpo docente. Praticamente não recrutámos ninguém. E isto paga-se caro. Não há
uma renovação geracional, o que é um dos
segredos das universidades.
O esforço administrativo que realizou,
como a constituição de uma central de
recursos ou o fim da duplicação de serviços, também ajudou a esse mais com
menos?
Sim. Uma das principais medidas da UL – e
foi um processo difícil e duro – foi a criação
de um centro comum e de serviços partilhados, que tem permitido enormes ganhos de
eficiência. No sentido em que as faculdades
da UL, até pela sua história, eram instituições independentes. No fundo, havia quase
uma espécie de federação de faculdades.
Estamos a tentar acabar de algum modo
com essa lógica.
Com que critério?
O trabalho central de uma faculdade é o
ensino e a investigação. E sobre este trabalho as faculdades e os professores devem
ter total autonomia pedagógica e científica.
Mas outra coisa é a autonomia para contratar o pessoal da limpeza, das obras, da segurança, para saber se se deve usar o sistema
informático x, y ou z – isto não é a vida nem
o trabalho de uma faculdade. Tem de estar
num centro de recursos e serviços partilhados em que, por exemplo, o processamento
de salários, que era feito por 50 funcionários, quatro em cada faculdade, seja feito
por apenas três ou quatro pessoas.
A ideia do centro parece ser um ovo de
Colombo. Haverá outros espalhados
pela UL?
Há um mais difícil de concretizar, mas em
que temos avançado com grande determinação: a junção do ensino e da investigação.
A política seguida durante muitos anos, em
particular pelo ministro Mariano Gago, inclusive na década de 90, foi a de criar uma
espécie de estrutura paralela. Há o ensino
por um lado, financiado de uma determinada maneira, e a investigação por outro, com
outra lógica de financiamento. Isto criou
cil. Nos últimos quatro anos a UL tem tido
cortes piores do que os que se avizinham.
Foi uma política intencional do governo
para uma espécie de estrangulamento das
universidades. Estranguladas, elas eram
asfixiadas na sua própria capacidade de se
mobilizarem. Alguém que está com a corda na garganta não tem capacidade para
se mexer. O país está a viver a crise neste
momento, mas nós há quatro anos que a
vivemos. É uma situação quase desesperada. Estamos num nível de financiamento do final do século passado. Isto dito, se
me perguntar com o que é que tenho mais
dificuldade em viver, digo-lhe que é com a
intervenção sistemática do governo ou da
administração central.
Consegue dar um exemplo dessa interferência?
Houve agora um concurso para a F-Direito
e surgiu uma notícia segundo a qual aquele concurso é ilegal. Tenho 10 pareceres de
juristas a dizerem-me que o concurso teve
e podia ter lugar. Outros dez a dizerem que
o concurso teve lugar e que não devia ter
tido. Outros ainda a dizer que talvez. Com
uma mesma decisão do ministro nós nunca
sabemos o que fazer. Se se aplica, se não se
aplica. Se as universidades estão incluídas
ou não. Já discuti dezenas de vezes sobre
os 20 por cento das cativações às propinas.
Com vários ministros, com o CRUP (conselho de reitores) e com dezenas de juristas.
E no entanto não lhe sei dizer se se aplica.
Nos últimos quatro
anos, a UL diminuiu
sempre o seu orçamento,
com excepção de 2010,
aumentando todos
os anos o número
de diplomados
dentro das instituições universitárias uma
clivagem totalmente indesejável. Mas temos
vindo a tentar inverter essa política, dizendo
que o trabalho na universidade é nestas duas
valências. Portanto, têm de estar integradas.
É por isso que no discurso de abertura
do ano académica deste ano a palavrachave é «Liberdade», enquanto que em
2009 era «Oxigénio»?
A questão do financiamento é muito difí-
Cada um tem a sua teoria sobre o assunto. E quando em cima de cada teoria vem a
inspecção-geral do ensino superior, depois
a das finanças – que estão cá permanentemente, tenho até uma sala própria para os
receber – e a seguir o tribunal de contas...
E com inspecção de 700 páginas, em que
vão ver tudo ao milímetro. É uma asfixia no
quotidiano da instituição impressionante.
Gastamos metade do nosso tempo, se não
for mais, a tentar decidir se podemos ou
não podemos, se se contrata assim ou assado. Às vezes contratamos serviços que são
mais caros e com menos qualidade só por
que são mais legais.
Quando fui estudante na UL, lutava-se
contra as propinas. Essa é uma batalha
perdida? As universidades podem viver
sem propinas?
Não. As propinas correspondem a um recurso muito significativo, estão para pagar salários. Já não são para aumentar a
qualidade do ensino, como se dizia há 15
anos. Apesar de nunca ter sido um adepto
das propinas, acho que não é dramático se
conseguirmos manter os valores actuais.
Estamos com propinas na ordem dos 1.000
euros por ano, o que é aceitável. O grande
problema são os custos de vida relacionados
com a frequência do ensino superior – alojamento, alimentação, livros, etc – e não as
propinas. É sobre estes que devíamos estar
a intervir de uma maneira mais forte.
Daqui a uns anos não se vai achar natural aumentar significativamente as propinas?
Há muita gente a falar nisso. Pessoalmente,
sou contra. O que está, está bem. E é preciso ter a inteligência de manter alguns mestrados a um nível de propinas muito próximo da licenciatura. É o que temos feito
no caso da História, Filosofia, Matemática,
Física, Química, Biologia, que têm também
um custo anual de 1.000 euros. Agora, é
evidente que o movimento internacional
aponta para esse sentido, considerando
que o ensino superior é um bem e que os
alunos são clientes, pelo que têm de pagar
um preço pelo serviço que estão a adquirir.
Ao Estado cabe apenas um papel assistencialista. É a ideologia neo-liberal pura. Para
mim, a universidade é um bem público e o
Estado tem a obrigação de assegurar a todos os cidadãos uma educação superior de
qualidade, admitindo um contributo modesto, como o actual valor das propinas, de
todos os estudantes.
Não faço. Num certo sentido, o Processo
de Bolonha ainda não começou. Subscrevo
uma parte significativa dos valores que lhe
estão subjacentes, mas está longíssimo de
ser uma realidade. O que fizemos foi apenas no plano formal.
Não se corre o risco de termos um mercado dos mestrados, com altas propinas?
Mudar cadeiras anuais para semestrais?
É aí que se justifica uma intervenção política mais forte por parte das universidades. A lei diz que os mestrados integrados
e os que preparam para o exercício de uma
actividade profissional, como a Medicina,
Farmácia, Engenharias, Arquitectura, têm
de ter um valor de propinas igual ao das licenciaturas. Nós estendemos esse conceito
a outras licenciaturas, pois entendemos que
a formação de um aluno só está concluída
com o mestrado. Mas o perigo que assinala
é o que está em cima da mesa. Muitas pessoas reclamam por essa espécie de liberalização do mercado universitário. Grande
parte desses discursos baseiam-se no valor
económico dos cursos mas, como diz Eliot
Freidson, as universidades são uma invenção notável da Humanidade precisamente
porque nasceram para proteger o trabalho
que não tem valor económico imediato. Se
acabarmos com esta lógica e as transformarmos num comércio, estamos a perder o
que há de mais precioso nas universidades.
Faz um balanço positivo do Processo de
Bolonha?
Coisas desse estilo. São adaptações que
não alteraram verdadeiramente a forma de
trabalhar. Mas não só em Portugal. De um
modo geral, as universidades estrangeiras
não estão muito mais avançadas.
Ficámos a ganhar ou a perder?
É difícil dizer. Há ganhos, como a massificação do ensino superior, a simplificação
das mobilidades ou o reconhecimento de
diplomas de umas universidades para as
outras. Mas é evidente que pelo caminho
se perdeu muito, como a desvalorização
social do diploma e a qualidade da formação também não é a mesma.
Entrevista na íntegra e reacção ao orçamento
de estado de 2011 em www.aulamagna.pt
Às vezes contratamos
serviços que são mais
caros e com menos
qualidade só por
que são mais legais
aulamagna 11
António Nóvoa | Se transformarmos as instituições num comércio, estamos a perder o que há de mais precioso nas universidades
Laboratório.Parceria Audax
Empreendedorismo
Uma empresa que fala
em Português Claro
Trata-se da primeira empresa portuguesa dedicada
exclusivamente à comunicação em linguagem acessível.
Nascida em 2007, a Português Claro ajuda as organizações
a produzir documentos mais simples e eficazes. E, claro,
já está a trabalhar de perto com o ensino superior
aulamagna 12
Acho que as pessoas
se escudam na linguagem
complexa para mostrar
que sabem muito
sobre a sua área
Sandra Martins | Simplificar é preciso
texto Ana João Fernandes
fotografia Miguel Cunhal
Nisto, estamos todos de acordo: os documentos em Portugal parecem ter uma
tendência para conterem uma linguagem
pouco inteligível. Foi esta constatação que
levou Sandra Martins a fundar a Português Claro, há cerca de três anos. «Depois
de uma temporada em Londres, durante a
qual conheci o conceito de Plain Language,
iniciei a empresa, com o objectivo de provar
que a linguagem simplificada poupa tempo
e dinheiro, tanto a quem escreve, como a
quem lê», afirma.
Assim, a Português Claro, a primeira empresa nacional dedicada exclusivamente à
comunicação em linguagem compreensí-
vel, tem ajudado as organizações, tanto do
sector público como do privado, a produzir
documentos mais simples e eficazes. Entre
os seus clientes, estão, por exemplo, o Instituto da Segurança Social ou a Caixa Geral
de Depósitos. «Cada vez mais, o público
exige clareza e transparência na comunicação», observa Sandra Martins.
Uma relação próxima com o ensino superior
Os estudantes universitários são
um público com o qual a Português Claro
tem aprofundado relações. «Colaborámos
recentemente com alunos da Faculdade
de Direito da Universidade Nova de Lisboa, na operacionalização da Clarity 2010,
uma conferência internacional que organizámos sobre o tema da simplificação da
linguagem jurídica, na Reitoria da Univer-
sidade Nova de Lisboa, entre 12 a 14 de
Outubro», avança Sandra Martins.
Outra das actividades da Português Claro no domínio universitário diz respeito
à colaboração com a Universidade de Estocolmo e com a Katholieka Hogeschool
Kempen. «Estamos a trabalhar de perto
para esboçarmos uma pós-graduação em
linguagem clara a nível europeu, que pensamos que será muito importante para a
profissionalização da escrita em linguagem
clara», acrescenta a responsável.
De resto, a Português Claro está também
interessada em «promover estágios curriculares» no seio da empresa, «de forma a chamar a atenção dos universitários para esta
nova saída profissional», que – considera
Sandra Martins – «poderá vir a dar frutos».
Quer venham ou não a ter uma relação
mais directa com a Português Claro, a gestora de projectos da empresa deixa um conselho a todos os estudantes: «Em termos
profissionais, acho que as pessoas se escudam na linguagem complexa para mostrar
que sabem muito sobre a sua área». Ora,
essa é, certamente, uma atitude a evitar. Por
outro lado, Sandra propõe ainda «começar sempre pelo mais importante e evitar o
jargão». Conselhos de quem sabe falar em
Português Claro…
PÁTIO.festas
As primeiras festas
Miguel Cunhal
Miguel Pimenta
ES-Comunicação Social do IP-Lisboa
Este é o meu primeiro ano na
universidade por isso só aos
poucos começo a conhecer as
festas académicas. Recentemente,
no passado mês de Setembro, fui
à Mega Festa do Caloiro, que se
realiza todos os anos no Parque
das Nações. É uma boa festa, mas
não tão boa como a pintam. A
certa altura parecemos sardinhas
em lata. Mais assíduo sou das
festas que a minha faculdade
Pelo que
tenho visto até
agora, as festas
académicas
são boas. E
recomendam-se
organiza em vários espaços.
Uma das últimas foi o Arraial
ESCSITO, em que participaram
várias tunas e bandas, como
Quim Barreiros, Klepht, Souls
of Fire e Nu Soul Family. Além
disso, segui os conselhos dos
meus amigos e vou às festas da
U-Nova de Lisboa e da U-Técnica
de Lisboa. E pelo que tenho visto
até agora, as festas académicas
são boas. E recomendam-se.
Saudades da Covilhã
Mafalda Reis
U-Beira Interior
Vinho traçado e esparguete à bolonhesa. Quando andava na licenciatura, na Covilhã, a noite começava sempre com um jantar entre
amigos. E o menu era sempre
igual... Depois, ia para o Bairro
Alto, uma rua só de bares. Era certa uma paragem na Companhia,
no Espaço, nos Leões da Floresta
ou no Chemistry. As noites nem
sempre eram boas, mas a companhia fazia tudo. Como a maioria
Posso garantir:
Covilhã é um
sossego, Lisboa
é um stress
dos estudantes da UBI são de fora
da Covilhã, os amigos que fazemos são como uma família. Se
não saíamos, passávamos a noite
no Leões ( paragem obrigatória) a
conversar, jogar à sueca ou a jogar
matrecos. Quanto à semana académica, era o delírio. Jantares, festas,
bandas: um espectáculo! Em três
anos, deixei amizades na Covilhã.
Que saudades... Infelizmente tive
de voltar para Lisboa, pois só aqui
há o mestrado que eu quero. E
posso garantir: Covilhã é um sossego, Lisboa é um stress.
Arraial com contratempo
Gonçalo Filipe Mata
Diogo Martins
Presidente da Direcção da AE da
F-Psicologia e I-Educação da U-Lisboa
Falar de festas é lembrar o stress
que vivemos recentemente na Direcção da AE. Tudo estava preparado para a festa que organizámos
em conjunto com a Académica de
Medicina Dentária da U-Lisboa
(AAMDL), nos passados dias 22
e 23 de Setembro. A selecção musical fazia adivinhar uma grande
festa, com uma enorme participação estudantil. Seria mais uma
festa pela noite dentro. E no entanto… um contratempo ia deitando o arraial abaixo. A tempestade que estava a revelar-se desde
o final da tarde não levantava.
Num frenesi, tentámos recolher
informações meteorológicas para
decidir o que fazer. Até que, a
meia hora do início, mudámos a
festa para o interior da faculdade.
E com o esforço da organização e
dos estudantes, não passou de um
contratempo. De um inesperado
contratempo, porque o arraial foi
de arromba.
Falar de festas é
lembrar o stress
que vivemos
recentemente.
Mas que não
passou de um
contratempo…
aulamagna 13
Miguel Cunhal
PÁTIO.Tunas
Miguel Cunhal
TAISCTE | No V Festival de Tunas Noites ao Luar, organizado pelo IS-Técnico
Gonçalo Filipe mata
Patrícia Neto
André Igreja | Magister
Sara Cartaxo | Vice-Magister
aulamagna 14
TAISCTE
É a segunda tuna mais antiga
de Lisboa e têm muito orgulho nisso. Ao longo de duas
décadas de existência, a tuna
mista do ISCTE tem divulgado o espírito académico e
a música tradicional portuguesa. Sempre com seriedade
e diversão. Entre os acordes e
as noites bem passadas.
Data de Criação
7 de Dezembro de 1990.
Filosofia
Somos cerca de 40 elementos,
todos bem distribuídos por
ambos os sexos, idades, raças,
credos e religiões. Temos a
paixão pela música e a crença
de que passar pela faculdade
é muito mais do que tirar um
curso. Além da amizade, quem
passa pela tuna consolida as
suas aptidões musicais – alunos que nunca tinham cantado
ou tocado na vida transformaram-se em verdadeiros artistas
– e o conhecimento de novas
realidades, tanto em Portugal,
como no estrangeiro.
Hino
Primeiro refrão: «É do ISCTE,
é do ISCTE / Que vem a tuna
que põe toda / a gente de pé
/ Seja na tasca ou em / qualquer arraial / No bailarico
ou no palco do festival / É a
Famosa que aqui vos vem /
cantar, pela noite dentro até o
/ vinho acabar». Segundo refrão: «Enquanto o vinho durar
/ Enquanto eu puder cantar
/ Venham ver rapaziada / A
Famosa é sempre a abrir».
Candidaturas
São muito simples. Basta passar pela sala da tuna e pedir
a marcação de uma audição.
Hierarquia
São cinco os estádios por que
passam os elementos da tuna.
O Projectuno, que passou na
audição musical e na reunião
com o Magister. O Caloiro,
que se mostrou empenhado
no nível anterior. O Tuno, que
deu provas de ser capaz de representar o grupo em qualquer ocasião e sempre com
espírito académico, dando
igualmente um forte contributo para o bom funcionamento
da TAISCTE. O Veterano, que
já leva três anos no activo. E o
Cotatuno, aquele que está de
saída da tuna, num jantar de
homenagem. Mas para este e
para todos, «Uma vez Tuno,
sempre Tuno».
Ensaios
Terças e quintas, das 18h30 às
20h30. Apenas quatro horas
por semana de muita descontração e bom humor, mas também de trabalho e dedicação.
Os ensaios são de porta aberta.
Discografia
São dois álbuns. Lisboa
Eterna, que reúne as actuações ao vivo do festival homónimo, realizado em 2001
e comemorativo do 10.º
aniversário da TAISCTE. E
Rumos, de 2005, com 10 originais e adaptações gravadas
em estúdio.
Festivais
Já não se realizam há algum
tempo, mas a TAISCTE organizou dois ao longo da
sua história: Lisboa Eterna e
Festival do Vodka.
Mais fotografias e informações:
www.aulamagna.pt/tunas/
taiscte-tuna-academica-iscte
PÁTIO.BANDAS estudantis
Catarina Fernandes
Mob of God
São filhos da revolução dos
cravos e procuram novos
horizontes para o som que
tocam. Nasceram a 25 de
Abril (mas de 2003) e nos
últimos anos têm construído
um estilo próprio que assenta em três pilares fundamentais: mensagens, reflexões e
sentimentos. Fundado pelo
quarteto masculino, o grupo
tornou-se mais sério com a
entrada da vocalista Maria
João Oliveira. Agora, sonham com o primeiro álbum
e com a conquista de novos
fiéis para a sua causa: a (boa)
música.
Catarina fernandes
que, entre outras, ouvimos as
seguintes bandas: Tool, Alice
in Chains, A Perfect Circle,
Dream Theater, Metallica,
Pantera, Sepultura, Ornatos
Violeta, Smashing Pumpkins,
Deftones, Radiohead, Mano
Negra, Buena Vista Social
Club, Compay Segundo,
Ibrahim Ferrer, Mad Caddies,
Jeff Buckley, Muse, Korn, Pearl
Jam, Guano Apes, Cowboy
junkies, Faith no More, Deep
Purple, Led Zeppelin, The
Doors, The Beatles, Nirvana,
Bob Dylan, Machine Head,
Deftones, The Mars Volta,
Jane’s Addiction, Placebo,
Primitive Reason, Bob Marley.
Nome
A nossa música não se
prende com géneros, nem
barreiras ou rótulos, mas
com mensagens, reflexões e
sentimentos. Alguns felizes,
outros nem tanto. É isso que
o nome Mob of God significa. Mais do que uma tradução literal e preguiçosa para
«Gente de Deus».
Data de criação
25 de Abril de 2003
Membros da banda
Bruno Gaspar (Bateria),
Maria João Oliveira (Voz),
do ISCTE, Nuno Tavares
(Guitarra e Voz), Pedro
Torradas (Baixo) e Ricardo
Penedo (Teclados).
Discografia
Género
Alternativo, Rock, Soul, Jazz,
Folk, Metal, Blues – dos anos
60, 70 e 90 – e ainda a Wordl
Music.
Influências
As nossas influências são
dispersas, vão desde o metal
ao fado e cada elemento contribui de forma diferente no
processo criativo. Por isso,
acaba por ser a combinação
dos dois o resultado da música que fazemos. Por essa razão, e sem qualquer preten-
Mob of God | Em busca de um estilo próprio
siosismo, parece-nos impossível julgar a nossa sonoridade
com base numa música apenas ou enquadrá-la num estilo
só. Vemos cada música como
o reflexo de um momento e,
pela sua subjectividade, sentimo-nos livres para explorar
o que fizer sentido em cada
momento. Mas podemos dizer
Está para breve um EP. E para
isso temos trabalhado em várias músicas que constituem a
nossa maquete. Para já temos
nove temas originais – Ao
passar; Black Jaguar, El Sueño,
Fuga em Nós, He Spoke From a
Tree, Lazy Man, Lion of Judah,
Lust Condemns e The Wreckage
– e uma cover do clássico Why
Don’t You do Right, de Kansas
Joe McCoy, celebrizado no
cinema por Jéssica Rabbit,
no filme Quem tramou Roger
Rabbit.
Mais fotografias e informações:
www.aulamagna.pt/bandas/
mob-god
Questão:
OS TORNEIOS DE POKER, COMO FICOU
PATENTE DURANTE O CAMPEONATO
UNIVERSITÁRIO DE POKER DE €20.000,
SÃO UMA VERDADEIRA REPRESENTAÇÃO
DO PRINCÍPIO EVOLUTIVO DA
SOBREVIVÊNCIA DO MAIS APTO.
DISCUTA.
Um embate nas mesas entre a elite na educação?
Até o Darwin aprovaria. Participe nos torneios
qualificativos online na PokerStars.com durante o
mês de Novembro e seja um dos jogadores a reclamar
uma parte do prizepool de €20.000. Só os mais fortes
sobreviverão a estes torneios para chegar à final ao
vivo com possibilidades de ganhar o primeiro prémio
de €5.000.
Inscreva-se já e jogue de graça no maior e
mais prestigiante torneio para estudantes em
Portugal, disponível apenas na PokerStars.com,
o maior site de poker do mundo.
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