ETHOS (Arquivo )

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ETHOS (Arquivo )
Guia do Visitante
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www.ethos.org.br/mostra2009
MOSTRA DE TECNOLOGIAS
SUSTENTÁVEIS 2009
Local: Hotel Transamerica
Av. das Nações Unidas, 18.591
Santo Amaro - São Paulo (SP)
Estacionamento no local, pago pelo visitante.
Dias e horários abertos para visitação
à Mostra de Tecnologias Sustentáveis:
16 de junho – das 9h00 às 20h00
17 de junho – das 9h00 às 20h00
18 de junho – das 9h00 às 17h00
Os participantes inscritos na Conferência Internacional
Ethos 2009 têm livre acesso à Mostra de Tecnologias
Sustentáveis. O público interessado em visitá-la tem
entrada gratuita, que deve ser solicitada pelo site
www.ethos.org.br/mostra2009.
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www.ethos.org.br/mostra2009
O EVENTO
A segunda edição da Mostra de Tecnologias Sustentáveis é uma exposição que
acontece simultaneamente à Conferência Internacional Ethos 2009 e se destina
a trazer ao público tecnologias que privilegiem a sustentabilidade.
Tais tecnologias compreendem metodologias, técnicas, sistemas, equipamentos
ou processos economicamente viáveis e passíveis de serem reproduzidos
e aplicados, de forma a minimizar os impactos negativos e a promover impactos
positivos no meio ambiente, na qualidade de vida das pessoas envolvidas
e na sustentabilidade da sociedade.
Promovida pelo Instituto Ethos, a Mostra 2009 é um evento realizado pelo
UniEthos, em parceria com o Movimento Nossa São Paulo, o Instituto Akatu
e a São Paulo Turismo (SPTuris).
Esta realização também conta com a parceria das organizações internacionais
AccountAbility, Business for Social Responsibility (BSR), Forum Empresa, Global
Reporting Initiave (GRI), SustainAbility e Pacto Global das Nações Unidas.
Sem a pretensão de ser uma feira de produtos, de empresas ou de ciências,
esta exposição visa proporcionar ao visitante um ambiente inspirador, onde ele
poderá ver, interagir e conhecer o funcionamento de tecnologias que privilegiam
a sustentabilidade, assim como suas limitações e os requisitos para o seu
adequado desempenho.
Estas tecnologias estão sendo apresentadas com o intuito de:
• Tornar possível a identificação das situações em que podem ser aplicadas;
• Apresentar suas vantagens e desvantagens econômicas, sociais e ambientais;
• Demonstrar como podem ser adequadamente utilizadas;
• Evidenciar as implicações para o usuário e para o ambiente no qual são utilizadas.
Isso permite a compreensão de seus impactos ambientais, sociais e econômicos
e as mudanças culturais decorrentes de sua implementação.
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PROCESSO DE SELEÇÃO DAS TECNOLOGIAS
As tecnologias expostas devem oferecer soluções relacionadas a variáveis críticas para
a sustentabilidade, tais como Energia, Gases de Efeito Estufa, Consumo de Materiais,
Resíduos, Água, Biodiversidade, Equidade, Diversidade, Integridade e Combate à Corrupção,
Trabalho Decente e Inclusão Social.
Essas iniciativas estão aplicadas na gestão sustentável dos seguintes contextos:
• Cidades
• Negócios rurais
• Conservação e manejo sustentável de ecossistemas
As tecnologias apresentadas foram desenvolvidas por organizações não-governamentais, centros
de tecnologia, institutos de pesquisa, universidades, empreendedores sociais e empresas.
No período de 24 de novembro de 2008 a 8 de março de 2009, diversas organizações e pessoas físicas
inscreveram gratuitamente suas iniciativas para concorrer a um processo de seleção, composto por
etapas e critérios de avaliação descritos em regulamento publicado no site do evento.
O processo de seleção das tecnologias expostas foi conduzido por um Comitê Curador,
composto por especialistas representantes das seguintes organizações:
Ana Carolina Evangelista e Raquel Diniz
Instituto Akatu pelo Consumo Consciente
Ana Luisa M. da Riva
International Finance Corporation (IFC)
Beatriz Bulhões e Sueli Mendes
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)
Clayton Campanhola
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
João Gilberto Azevedo
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
larissa Barros
Rede de Tecnologia Social (RTS)
Luiz Bouabci
Ashoka
Marco Augusto Salles Teles
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia
Marcus Fuchs
Avina
Sérgio Mauro de Souza Santos Filho
Instituto Socioambiental (ISA)
Vanderley John
Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS)
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Saiba mais em www.ethos.org.br/mostra2009
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CONHEÇA AS TECNOLOGIAS EXPOSTAS NA MOSTRA 2009
A energia do sol direcionada à geração
de conforto e renda para a família brasileira....................................................8
Aparelhos auditivos recarregáveis, recarregador
solar de baterias e baterias recarregáveis........................................................9
Aquecedor solar com reutilizáveis............................................................... 10
Associação Saúde Criança Renascer Uma perspectiva integral de saúde.............................................................. 11
Bioplásticos biodegradáveis: compostáveis
obtidos por meio de fontes renováveis agrícolas.............................................. 12
Biossistemas integrados (BSI)..................................................................... 13
Bottle-to-Bottle..................................................................................... 14
Do campo à cidade: uma história de sustentabilidade........................................ 15
Ecocesto para coleta seletiva de materiais recicláveis....................................... 16
Ecoelce/Ecoampla – troca de resíduos por
bônus na conta de energia elétrica.............................................................. 17
Ecomag: redutor de gases poluentes............................................................ 18
Eletro Floculação e Flotação Forçada – E3F.................................................... 19
Encauchados de Vegetais da Amazônia.......................................................... 20
Equipamento E1..................................................................................... 21
Estação Resgate: Mineração Sustentável........................................................ 22
Fogo da Água........................................................................................ 23
GásLimpo CleanGas................................................................................. 24
Geração de créditos de carbono através
da compostagem de resíduos orgânicos......................................................... 25
Gravata incorporada: solução de formas
para estruturas de concreto armado............................................................. 26
Inclusão social do agricultor familiar através
do cooperativismo.................................................................................. 27
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Índios On Line....................................................................................... 28
Kits DIY para divisória-armário, voltados
à habitação de interesse social................................................................... 29
Lavagem de superfície sem o uso de água...................................................... 30
Manufatura Reversa de Aparelhos de Refrigeração............................................ 31
Master LED........................................................................................... 32
Meliponicultura: desmatamento evitado........................................................ 33
Metodologia e processo de adaptação das
edificações da CEF para promoção da acessibilidade......................................... 34
Polietileno produzido a partir do
álcool de cana-de-açúcar.......................................................................... 35
Processo de reciclagem de baterias
recarregáveis Val’Eas............................................................................... 36
Projeto MelhorAr de mobilidade sustentável................................................... 37
Recuperador de Calor para
Chuveiros Elétricos – Rewatt®.................................................................... 38
Sensor ActiLume.................................................................................... 39
Silagem de colostro................................................................................. 40
Sistema para Monitoramento Remoto do Consumo
de Água utilizando padrão de comunicação
sem fio, através de redes ZigBee................................................................. 41
Sítio Sustentável.................................................................................... 42
Somos de papel...................................................................................... 43
Tramando justiça social e sustentabilidade..................................................... 44
Tratamento e valorização de dejetos de suínos
como tecnologia social para a gestão da água................................................. 45
Usinas Sociais Inteligentes......................................................................... 46
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TECNOLOGIAS
EXPOSTAS
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A energia do sol direcionada à geração
de conforto e renda para a família brasileira
Água quente para toda a sociedade
O Aquecedor Solar de Baixo Custo (ASBC) foi desenvolvido para substituir a energia
elétrica usada para o aquecimento de água em casas e apartamentos. Utilizando
materiais termoplásticos da construção civil, como tubos de PVC, boia e caixa d’água,
a tecnologia custa 10% do preço de um aquecedor solar comum. A ideia de desenvolver
um produto como esse nasceu em 1992, com o apoio do Sebrae, para ser apresentado
durante a Eco 92, no Rio de Janeiro. A partir daí, a equipe continuou estudando formas
para baratear o custo dos aquecedores solares. Em 2001, foi fundada a ONG Sociedade
do Sol, sediada no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), no Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), da Universidade de São Paulo (USP), com o
objetivo de democratizar o uso da água quente.
A tecnologia atinge uma parcela da população que dificilmente teria acesso a
aquecedores a gás ou solares. Seu uso resulta numa economia de 25% a 50% do custo
da energia. A Sociedade do Sol disponibiliza manuais de manufatura do ASBC em quatro
línguas e assistência técnica gratuita oferecida por 60 monitores voluntários, que
atendem por meio de carta, e-mail ou pessoalmente. A tecnologia é hoje utilizada em
países da América Latina e na África. O ASBC pode aquecer de 200 a 1.000 litros de água
diariamente. Essa capacidade permite que o sistema seja aplicado também em hospitais
e creches, e não apenas em residências.
Organização: Sociedade do Sol
Telefone: (11) 3039-8317
E-mail: [email protected]
Site: sociedadedosol.org.br
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Aparelhos auditivos recarregáveis, recarregador
solar de baterias e baterias recarregáveis
Aparelhos auditivos de baixo custo, com baterias solares
Aparelho auditivo digital com bateria recarregável a preço popular será em breve uma
realidade para toda a America Latina. A tecnologia foi desenvolvida pelo canadense
Howard Weinstein, que chefiou um projeto similar em Botswana, na África. Anos depois,
Weinstein propôs a produção do aparelho ao Instituto Cefac, cuja missão é oferecer
serviços e produtos que proporcionem às pessoas com distúrbios de comunicação oral
e escrita, voz e audição, condições para assumir seu papel de cidadão.
A tecnologia permite regular o aparelho de acordo com a necessidade do usuário. Quanto
mais profunda é a perda auditiva, maior potência é exigida do aparelho e mais bateria
é usada. Um aparelho regulável, com bateria recarregável a partir da luz solar, permite
maior economia para o usuário e reduz o total de baterias descartadas no meio ambiente.
Em dias de chuva, a bateria pode ser recarregada com a energia de lâmpadas comuns.
Mantendo o foco na preocupação ambiental, as embalagens serão confeccionadas com
papel reciclado e terão indicações em cinco idiomas (português, espanhol, inglês,
francês e braille).
Além de ser uma tecnologia inovadora, o programa inclui no mercado de trabalho
pessoas com deficiência auditiva. A montagem dos aparelhos auditivos e do carregador
solar de baterias será realizada por jovens surdos brasileiros, que receberão treinamento
de deficientes auditivos africanos, funcionários da Godisa, ONG que desenvolveu
o projeto africano.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Instituto Cefac, a Fundação Lemelson
e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Universidade de São Paulo.
Organização: Cefac – Associação Assistencial em Saúde e Educação
Telefone: (11) 3865-2702
E-mail: [email protected]
Site: novo.cefac.br/publicar/index2.php
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Aquecedor solar com reutilizáveis
Garrafas PET, caixas tetrapack e outros materiais
reutilizáveis viram peças de aquecedor solar
Trata-se de um aquecedor que funciona pelo princípio do termossifão, ou seja, aquece
por meio de circulação de água quente. Esse sistema economiza em até 30%
o consumo de energia elétrica e em 50% o consumo de gás de cozinha.
Durante o projeto-piloto, foram instalados 123 coletores solares com reutilizáveis
em 39 municípios de Santa Catarina. A ação beneficiou cerca de 8.000 pessoas e
diversas entidades beneficentes, e retirou do meio ambiente 70 mil garrafas PET.
Agora, o projeto vai atender aproximadamente 500 unidades consumidoras do
Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis, complexo que abriga 45 comunidades
empobrecidas, em área de preservação ambiental. Além dos benefícios sociais, ao
longo de cinco anos o projeto vai contribuir para impedir o lançamento de quase
120 mil garrafas PET e 120 mil caixas tetrapack no meio ambiente.
A tecnologia pode ser implantada em qualquer situação, principalmente em locais
com incidência de sol expressiva durante as quatro estações do ano. O aquecedor solar
com reutilizáveis é patenteado, mas sua multiplicação é permitida para cooperativas e
instituições sem fins lucrativos.
Organização: Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc)
Telefone: (48) 3231-5520
E-mail: [email protected]
Site: portal.celesc.com.br/portal/home/index.php
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Associação Saúde Criança Renascer - Uma perspectiva
integral de saúde
Tratamento holístico que gera resultado eficaz
Cansados de ver crianças e seus familiares sendo internados inúmeras vezes pelos
mesmos motivos, um grupo da sociedade civil e profissionais do Hospital da Lagoa,
no Rio de Janeiro (RJ), sob coordenação da médica Vera Cordeiro, criaram a Associação
Saúde Criança Renascer, com a proposta de um tratamento holístico e integral, que leva
em conta não apenas os sintomas físicos do paciente, mas suas condições sociais
e psicológicas.
Durante anos de atendimento, esses profissionais observaram que, após receber alta,
o paciente voltava para a mesma condição de miséria que, na maioria das vezes,
era a causa de sua doença. Para que os resultados do tratamento se tornassem
mais eficientes, era preciso desenvolver um atendimento multidisciplinar. Por isso,
a associação criou uma tecnologia de atendimento que leva em conta cinco áreas
consideradas essenciais para a reestruturação familiar: saúde, renda familiar, moradia,
educação e cidadania. Por meio de triagens, as necessidades do paciente e de sua
família são levantadas. Com as informações, a equipe elabora um plano de ação familiar
e oferece serviços como atendimento psicológico, orientação para regularização
de documentos e benefícios, encaminhamento a cursos profissionalizantes, palestras
socioeducativas, reforma de moradia, fornecimento de medicamentos de acordo com
a prescrição médica, cesta básica e vale-transporte.
Essa tecnologia social já é utilizada pela Rede Saúde Criança, que conta com 24
instituições ligadas a outros hospitais públicos, e pela Secretaria de Saúde de Belo
Horizonte (MG). O método pode ser aplicado em qualquer hospital público, no Brasil
ou no exterior. A Associação Saúde Criança Renascer dispõe de uma cartilha que explica
o método e sua implantação. Já existem estudos para que a tecnologia se transforme
em política pública.
Organização: Associação Saúde Criança Renascer
Telefone: (21) 2266-1446
E-mail: [email protected]
Site: www.criancarenascer.org.br
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Bioplásticos biodegradáveis: compostáveis obtidos
por meio de fontes renováveis agrícolas
Embalagens plásticas biodegradáveis já são uma realidade
A Biomater Eco-Materiais, empresa de base tecnológica, produz matéria-prima para
plásticos à base de produtos agrícolas como mandioca, batata, milho, girassol, canade-açúcar, tabaco, celulose etc. Conhecido como bioplástico, esse material chega
ao mercado para oferecer uma alternativa ao uso do petróleo. Com ele já é possível
fabricar sacos de lixo e sacolinhas de plástico num ciclo fechado em relação à emissão
de gás carbônico. Estima-se que, para cada quilo de plástico produzido com petróleo,
são emitidos de 2 a 4 quilos de gás carbônico na atmosfera.
O bioplástico pode ser processado nas mesmas máquinas usadas para plástico comum.
A tecnologia terá um grande impacto para toda a indústria de transformação de
embalagens termoplásticas, papel, papelão, descartáveis em geral e produtos para
agricultura e para a indústria de reflorestamento. O bioplástico já é utilizado por
empresas como Mamaplast, Ecoplast e Taiff.
A Biomater Eco-Materiais trabalha em parceria com a Universidade de São Paulo (USP),
a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) e a Rodenburg Biopolymers.
Organização: Biomater Eco-Materiais
Telefone: (16) 3361-1675
E-mail: [email protected]
Site: www.biomater.com.br
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Biossistemas integrados (BSI)
Biomassa é aproveitada para a geração de energia,
ração animal e adubo natural
Os biossistemas integrados (BSI) são um conjunto de equipamentos implantados que
imitam os ciclos da natureza, para que os resíduos descartados pelos humanos percam
seu potencial poluidor. A tecnologia foi desenvolvida pela ONG O Instituto Ambiental
(OIA), sediada em Petrópolis (RJ), que tem como finalidade o reaproveitamento da
biomassa disponível para geração de energia – ração animal e adubo natural que podem
ser aproveitados na recuperação de áreas degradadas.
O processo inicia-se na remoção do lodo, que segue direto para os biodigestores,
transformando-se em energia ou em compostagem, como minhocário, para a produção
de adubo natural. Em seguida, a água segue por tanques de algas, que auxiliam
na oxigenação do efluente, e passam por zonas de raízes, que removem parte dos
nutrientes, como nitrogênio e fósforo. No final, utilizam-se plantas macrófitas, que
fazem uma excelente absorção adicional de nutrientes e remoção de patógenos.
Agora, já recuperado, o efluente poderá retornar ao ambiente, na forma de irrigação,
infiltração ou mesmo enviado para um rio.
Os BSI podem ser adaptados a projetos em pequena escala, como residências, sítios
de lazer ou comunidades com até 500 moradores, bem como a projetos em larga escala,
como em pequenos municípios, comunidades organizadas, condomínios e produtores
agrícolas em geral. Em áreas onde existe espaço disponível, incluem-se tanques para
a criação de peixes e aves aquáticas, contribuindo para o aumento da produção de
proteína animal. As indústrias com grandes quantidades de resíduos orgânicos, como as
agroindústrias, podem fazer uso de biossistemas para sanear e gerar mais trabalho para
os que vivem no entorno de suas unidades de produção.
Entre as vantagens de implantação dos BSI, podemos citar: o fato de ser um tratamento
local, minimizando custos; a reciclagem de nutrientes, que possibilita seu reúso na
propriedade ou em seu entorno; o aproveitamento energético na forma de calor, para
cozinhar e aquecer água; e, principalmente, o aspecto social, que é dar uma solução
sustentável e cidadã para o problema do esgoto.
Organização: O Instituto Ambiental (OIA)
Telefone: (11) 3666-2061
E-mail: [email protected]
Site: www.oia.org.br
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Bottle-to-Bottle
Reciclagem sem desperdício de água aumenta a renda dos catadores
No sistema de reciclagem Bottle-to-Bottle, as garrafas PET usadas são selecionadas,
moídas e limpas por um processo de intensa lavagem, o qual permite retirar todos os
resíduos que possam ser contaminantes. Nessa tecnologia, a reciclagem compreende
vários sistemas de operações, envolvendo trituração, lavagem, filtragem e secagem,
e culmina na renovação das características e propriedades dos polímeros usados, o que
dá ao produto obtido as características de material novo. Esse processo permite
a utilização de volumes menores de água e de energia que outros sistemas de produção
de PET para uso alimentício. A tecnologia também possibilita reciclar embalagens PET
empregadas no armazenamento de óleos vegetais comestíveis.
Com a tecnologia Bottle-to-Bottle, o PET reciclado passa a ter um destino mais
nobre que a reciclagem usual, pois retorna à indústria de alimentos. Por isso, é mais
valorizado, aumentando a renda do catador e beneficiando as cooperativas que
trabalham com o recolhimento de lixo. Esse método também estimula o consumidor
a separar as embalagens que podem ser recicladas.
A expectativa é de que, nos próximos dez anos, até 25% da resina PET utilizada
no Brasil seja material reciclado de grau alimentício. Considerando-se o consumo atual,
isso significa 100 mil toneladas de resina. Atualmente, não há uso dessa resina,
uma vez que as empresas estão em processo de obtenção de autorização para suas
fábricas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Essa tecnologia foi criada pela empresa americana United Resource Recovery
Corporation (URRC), dos Estados Unidos, que em 1994 desenvolveu e patenteou
o processo híbrido UnPet para, quimicamente, purificar o flake de PET pós-consumo.
Em 1996, a companhia se juntou à The Coca-Cola Company para comercializar
o processo, produzindo resina de PET reciclado grau alimentício.
Organização: Coca-Cola Brasil
Telefone: (21) 3535-8320
E-mail: [email protected]
Site: www.cocacolabrasil.com.br
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Do campo à cidade: uma história de sustentabilidade
Tecnologia beneficia toda a cadeia produtiva do algodão
A Cooperativa de Produção Têxtil e Afins do Algodão do Estado da Paraíba (Coopnatural)
nasceu da necessidade de fortalecer as empresas têxteis e confecções da cidade de
Campina Grande. Para enfrentar a concorrência do mercado externo, microempresas
apostaram na utilização de produtos socialmente e ecologicamente sustentáveis como
diferencial. O Coopnatural envolve 67 agricultores e 30 grupos de artesãos. A pluma
de algodão é comprada diretamente do produtor, sem nenhum intermediário. Essa
prática garante um preço acima do mercado e valoriza o trabalhador do campo.
Os artesãos dão aos produtos finais, vendidos pela marca Natural Fashion, uma
característica da cultura local.
Além de trabalhar a questão social, a cooperativa ajuda na certificação orgânica,
garantindo que o algodão utilizado nas peças seja livre de produtos químicos, como
agrotóxicos e adubos sintéticos, que agridem o meio ambiente. A Coopnatural é uma
tecnologia social que fortalece toda a cadeia produtiva, valoriza o trabalhador do
campo, inclui os artesãos no mercado de trabalho e aproveita todo o resíduo de corte,
sem haver desperdício.
Organização: Cooperativa de Produção Têxtil e Afins do Algodão do Estado da Paraíba
(Coopnatural)
Telefone: (83) 3337-7077
E-mail: [email protected]
Site: www.naturalfashion.com.br
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Ecocesto para coleta seletiva de materiais recicláveis
Tampinhas de garrafas PET usadas viram objetos utilitários
e de decoração
Pensando em aproveitar melhor as tampinhas plásticas de garrafa PET usadas,
a Associação Meio Ambiente Preservar e Educar (Amape), que tem como missão
promover a gestão sustentável de resíduos e a inclusão dos catadores, desenvolveu
o ecocesto, que pode ser utilizado na coleta seletiva de materiais recicláveis. Depois
de lavadas e furadas, as tampinhas são unidas por fios de nylon, formando uma malha
que vai se articulando até ser fechada. Por ser flexível e versátil, essa malha também
pode ser utilizada para compor peças decorativas como luminárias, biombos, caixas etc.
Os ecocestos são produzidos com matéria-prima comprada de catadores de materiais
recicláveis e são montados artesanalmente por pessoas que estão fora do mercado
de trabalho, têm baixa escolaridade e vivem em comunidades carentes.
É uma tecnologia capaz de gerar renda e retirar do meio ambiente um potencial
poluidor. A ideia surgiu em 2001, diante da necessidade de chamar a atenção
da sociedade para o problema da produção excessiva de lixo.
Organização: Associação Meio Ambiente Preservar e Educar (Amape)
Telefone: (81) 3266-4873
E-mail: [email protected]
Site: www.coletaseletiva.org.br/noticias_b.htm
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Ecoelce/Ecoampla – troca de resíduos por bônus
na conta de energia elétrica
Materiais reciclados valem desconto na conta de luz
O Programa Ecoelce/Ecoampla foi realizado por meio de iniciativas das empresas
distribuidoras de energia elétrica da holding Endesa Brasil – a Ampla, localizada no
Estado do Rio de Janeiro, e a Coelce, no Ceará. Trata-se de um incentivo para que
a população adote a coleta seletiva de lixo em suas residências, proporcionando, em
contrapartida, uma alternativa para contribuir no pagamento da conta de energia com
o uso dos resíduos coletados. A ideia é simples: o consumidor que entrega lixo reciclável
nos pontos de coleta do programa ganha descontos na conta de energia elétrica.
Uma pesquisa realizada em 184 comunidades de baixa renda da Grande Fortaleza
(CE) revelou que grande parte do lixo gerado pelos moradores é descartado de forma
inadequada no meio ambiente. Também foi constatado que essas mesmas comunidades
apresentavam os maiores índices de inadimplência e furto de energia elétrica.
Essa realidade inspirou a criação do Ecoelce/Ecoampla, um programa que propicia
melhoria na qualidade de vida nas comunidades beneficiadas.
O programa beneficia atualmente mais de 145 mil clientes e possui 71 postos de coleta em
38 municípios, nos Estados do Ceará e do Rio de Janeiro. Em breve, outras distribuidoras
do grupo Endesa na América Latina replicarão o programa. Desde seu início foram
arrecadados 2 milhões de quilos de resíduos para reciclagem, entre os quais 575 mil
quilos de papel, 520 mil de metal, 234 mil de vidro e 217 mil de plástico. Também já
foram contabilizados mais de R$ 720 mil em créditos aos clientes.
Organização: Endesa Brasil
Telefone: (21) 2613-7098
E-mail: [email protected]
Site: www.endesabrasil.com.br
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Ecomag: redutor de gases poluentes
Tecnologia simples e inovadora para diminuir a poluição do ar
O Ecomag é um magneto que reduz os gases poluentes dos veículos em até 40%,
economiza combustível e aumenta a vida útil de peças do motor como vela, carburador,
injeção eletrônica etc. O magneto atua no combustível, quebrando suas moléculas. Esse
processo facilita a combustão e diminui a emissão de gases poluentes que saem pelo
escapamento. A tecnologia pode ser utilizada em qualquer veículo e nos quatro tipos de
combustíveis empregados no Brasil: álcool, gasolina, GNV e diesel. O Ecomag pode ser
reciclado, não gera resíduos e tem vida útil de dez anos.
Criado em 2001, pela empresa P.S.G. Indústria e Comércio, o produto ganhou o selo verde
do Conselho Nacional de Defesa Ambiental (CNDA) e já é usado pela frota de veículos da
cidade de Campo Limpo Paulista e por transportadoras como a JSA, a TBN e a PTS.
Organização: P.S.G. Indústria e Comércio
Telefone: (11) 4191-2837
E-mail: [email protected]
Site: www.ecomag.com.br/aempresa.asp
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Eletro Floculação e Flotação Forçada – E3F
A tecnologia E3F permite sistemas distribuídos de tratamento
de esgotos com estações compactas e inodoras, que permitem a
recuperação de energia do lodo produzido
A Eletro Floculação e Flotação Forçada – E3F é uma completa mudança de paradigma
no saneamento baseado no tratamento eletrolítico de esgotos e efluentes industriais.
A tecnologia foi desenvolvida no Brasil numa estação (E3F) compacta, que faz a
eletrocoagulação dos sólidos e emulsões do efluente enquanto realiza a flotação forçada
das partículas agregadas. Ela se diferencia dos sistemas convencionais por não utilizar
agentes químicos para efetuar a coagulação, evitando assim sistemas dosadores,
misturadores e o tempo de detenção necessário para a coagulação.
O saneamento e o uso da água são uma preocupação mundial. Um relatório da ONU
prevê que 4 bilhões de pessoas não terão acesso a água potável em 2025. Países em
desenvolvimento, como o Brasil, enfrentam graves deficiências, como a falta de
tratamento de esgotos.
A introdução da cultura do reúso da água, por meio de uma alternativa factível e
econômica, contribui para diminuir os custos e melhorar o acesso a esse recurso natural
Empreendedor: João Batista Gerais de Camargo Rangel
Telefone: (11) 4029-3058
E-mail: [email protected]
Site: www.alkem.com.br
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Encauchados de Vegetais da Amazônia
Conhecimento indígena e tecnologias modernas são usados na
extração da borracha
Os Encauchados de Vegetais da Amazônia são uma tecnologia social que recupera a
atividade extrativa da borracha amazônica, combinando o conhecimento indígena
tradicional da manipulação do látex nativo com as tecnologias usadas atualmente pelas
indústrias de artefatos de borracha. O processo foi desenvolvido por Francisco Samonek
e organizado pelo Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos
Naturais (Poloprobio).
Atualmente, a tecnologia é aplicada em 28 unidades produtivas, coletivas ou familiares,
como aldeias indígenas e comunidades extrativistas do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.
O projeto promove a inclusão social das populações indígenas e das comunidades de
seringueiros, possibilitando uma atividade de acordo com os costumes da região e em
harmonia com a natureza.
Esta tecnologia foi premiada pela Fundação Banco do Brasil em 2007 e ganhou o Prêmio
Professor Samuel Benchimol, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), em 2006, o Prêmio Finep de Inovação, em 2007 e em 2008, e o Prêmio
Equatorial 2008, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Organização: Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos
Naturais (Poloprobio)
Telefone: (68) 3229-6291
E-mail: [email protected]
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Equipamento E1
Sistema ziguezague promove melhor fluxo de energia, proteção e
economia no consumo
O Enerkeeper, conhecido no Brasil como E1, é um equipamento elétrico que oferece
solução para problemas na qualidade da energia elétrica. Sua peça central é uma bobina
com sistema ziguezague que reduz a impedância, o desbalanceamento e a defasagem
entre corrente e tensão. Essa bobina é capaz de igualar a densidade do fluxo magnético
de forma uniforme, evitando a direção da corrente elétrica em sentido contrário.
O resultado é um melhor fluxo de energia, com o aumento da eficiência energética,
gerando economia no consumo, maior proteção para os equipamentos, menor número de
paradas não programadas na atividade da empresa, otimização do custo operacional etc.
Na Coreia do Sul, onde está sendo utilizado, o E1 apresentou excelentes resultados. O
Bank of Korea, por exemplo, reduziu o consumo de energia em 11% e prédios comerciais
o diminuíram em 13%, enquanto escolas economizaram mais de 12% na conta de luz.
O equipamento é indicado para qualquer estabelecimento que apresente gastos expressivos
com energia elétrica ou problemas com a qualidade de energia e pode ser utilizado em
todos os tipos de cargas, como iluminação, motores, resistências e cargas mistas.
O E1 foi desenvolvido pelo sul-coreano Hoon Yang Park, da empresa Enertech. Por meio
de uma parceria comercial, a Eficien Energia obteve exclusividade de vendas no Brasil.
Organização: Eficien Energia
Telefone: (15) 3211-9619
E-mail: [email protected]
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Estação Resgate: Mineração Sustentável
Projeto minimiza a extração de recursos naturais para a construção
civil, proporciona destino correto aos resíduos e diminui distância
entre matéria-prima e consumidor
O desenvolvimento das cidades aumenta o consumo de materiais de construção civil e
gera grandes volumes de resíduos de construção e demolição (RCD). A Estação Resgate
propõe a reciclagem desses resíduos, transformando-os em novas matérias-primas, como
areia e brita. A ideia é colocar estações de reciclagem próximas aos aterros de resíduos,
destino dos caminhões de entulho. Assim, o material que não puder ser reutilizado é
despejado no aterro e o material reciclado volta para a construção civil.
Normalmente, os caminhões de entulho voltam vazios dos aterros e a matéria-prima
para construção civil costuma vir de portos de areia e pedreiras muito distantes dos
centros urbanos. A tecnologia proposta consiste em reduzir a emissão de CO2, por meio
da logística reversa e da diminuição das distâncias entre a matéria-prima e o consumidor.
A grande inovação do projeto está em minimizar a extração de recursos naturais, agregar
valor ao produto, proporcionar destino correto aos resíduos da construção civil e ainda
reduzir a emissão de CO2. Com a reciclagem dos RCDs haverá também aumento da vida
útil dos aterros.
Numa experiência em São Paulo (SP), o aterro já foi licenciado e a operação de
reciclagem está em fase de análise pela Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental (Cetesb). A recicladora terá uma capacidade aproximada de absorver
800 toneladas de RCD por dia. Estudos da Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino,
Tecnologia e Cultura (Fapetec), parceira do projeto, apontam que o município de São
Paulo comporta oito recicladoras. É um projeto que envolve órgãos públicos, governo,
prefeituras, construtoras, demolidoras, consumidores de madeira, empresas; escritórios
de arquitetura, administradoras de imóveis e condomínios e fabricantes de materiais de
construção civil.
O projeto Estação Resgate: Mineração Sustentável é desenvolvido por Gilberto Meirelles
Neto, José Rubens Paiva Gomes e Patrícia Simas. Além da Fapetec, é parceiro do projeto
o Instituto Peabiru.
Organização: Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino, Tecnologia e Cultura (Fapetec)
Telefone: (11) 3661-7200
E-mail: [email protected]
Site: www.fapetec.org
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www.ethos.org.br/mostra2009
Fogo da Água
Gás de Alta Energia é uma alternativa que dita novos
padrões para a indústria nacional
O gás de alta energia (GAE), também conhecido por Brown’s gas, HHO ou gás oxídrico,
é uma tecnologia revolucionária que permite “queimar” a água como combustível na
forma de gás. O GAE é produzido nos eletrolisadores industriais especiais, a partir de
água e energia elétrica, e tem características únicas e impossíveis de se obter por
outros meios. Sua chama aquece qualquer material ao seu ponto de fusão, alcançando
temperaturas equivalentes às da superfície do Sol.
A vantagem é que não emite CO2 – sua exaustão é puro vapor d’água. Por isso não é
tóxico, é seguro de se manipular e não tem odor. O sistema pode ser usado por qualquer
tipo de indústria como uma alternativa para a redução das emissões de gás carbônico,
melhoria das condições de salubridade e segurança no trabalho. Produzido sob demanda,
o GAE dispensa engarrafamento sob pressão e substitui gases combustíveis derivados
de petróleo.
A tecnologia Fogo da Água foi desenvolvida pelo engenheiro agrônomo João Batista
Gerais de Camargo Rangel e é fruto da nova consciência de proteção ao meio ambiente
e à saúde e segurança do trabalho.
Empreendedor: João Batista Gerais de Camargo Rangel
Telefone: (11) 4029-3058
E-mail: [email protected]
Site: www.alkem.com.br
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GásLimpo CleanGas
Tecnologia transforma gases que provocam o efeito estufa
em substâncias não-poluidoras
A tecnologia desenvolvida por professores e pesquisadores do Departamento de
Química da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) transforma gases emitidos
por qualquer fonte antrópica por meio de ionização térmica. Ou seja, com esse
sistema, gases de combustão como CO2, CO, N2O2, NOx, SOx, CxHy e outros tornam-se
substâncias não-poluidoras, como oxigênio, hidrogênio e nitrogênio gasosos ou carbono
e enxofre sólidos.
A tecnologia de tratamento de gases por ionização térmica é um processo para redução de
resíduos conhecido como jato de plasma. Os produtos resultantes do processo são retidos
por filtros. O carbono e o hidrogênio podem ser utilizados como combustíveis e o oxigênio
como comburente, inclusive nos fornos de termoelétricas e siderúrgicas. O carbono ainda
pode ser utilizado como matéria-prima para pigmentos de tintas, na produção de pneus
e em polímeros em geral. A tecnologia é uma opção limpa e ambientalmente correta,
podendo ser adaptada em qualquer sistema para redução das emissões.
A GásLimpo CleanGas é indicada tanto para áreas urbanas quanto rurais, reduzindo os
impactos causados pelos gases de efeito estufa, como o CO2 e o CH4, e pelos gases de baixa
atmosfera, como os microparticulados, o NOx, o CO e o O3, gerados por lixões, aterros
sanitários, usinas de geração de energia, indústrias, criação intensiva de animais etc.
Os equipamentos da tecnologia foram montados em uma unidade de geração de energia
elétrica, a microusina, para demonstrar seu funcionamento e comprovar a eficiência do
processo. Por ser uma tecnologia de simples fabricação e implantação, todo o sistema
será licenciado para produtores nacionais e internacionais.
Este processo recebeu a aprovação do pedido internacional de patente (PCT) realizado
pela Organização Mundial de Propriedade Industrial (OMPI) nos quesitos novidade,
atividade inventiva e aplicação industrial.
Organização: CarbonoBrasil
Telefone: (48) 3232 2133
Email: [email protected]
Site: www.carbonobrasil.com
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Geração de créditos de carbono através
da compostagem de resíduos orgânicos
Tecnologia faz o inventário das emissões de gases de efeito estufa em
resíduos orgânicos, antes e depois da implementação de técnicas de
compostagem
O sistema desenvolvido pela Soil and More International foi adaptado e aplicado no Brasil
pela EcosSistemas. A tecnologia consiste num inventário das emissões de gases de efeito
estufa (GEE) geradas por resíduos orgânicos antes e depois da implementação de técnicas
de compostagem, por meio de cálculos realizados com dados do Painel Intergovernamental
para Mudanças Climáticas (IPCC) e, portanto, aprovada pelas Nações Unidas.
O processo de compostagem de resíduos é um importante redutor de emissões de GEE,
uma vez que decompostos de forma anaeróbica – sem compostagem –, os resíduos
produzem grande quantidade de metano, gás com poder de efeito estufa 21 vezes
superior ao do CO2 liberado em processos de compostagem aeróbica. A diferença entre o
cálculo das emissões antes a depois da implementação da compostagem gera créditos de
carbono passíveis de ser comercializados na Bolsa de Chicago.
Trata-se de uma tecnologia inovadora, uma vez que viabiliza o custeio do processo pela
geração de créditos comercializáveis de carbono e por ser a primeira e única aprovada
pela ONU para esse tema.
A tecnologia pode ser implementada com sucesso em áreas agrícolas que gerem resíduos
orgânicos em grande escala, tais como usinas de cana-de-açúcar, fazendas de café e
fazendas de produção animal, entre outras, ou em áreas urbanas, como lixões ou aterros
sanitários.
As vantagens estão relacionadas às questões ambientais e econômicas, uma vez que a
implementação desta tecnologia transforma um resíduo potencial gerador de poluição e
gases de efeito estufa num insumo para ser utilizado em diversas situações, gerando um
ativo que pode ser comercializado no mercado internacional – os créditos de carbono
Organização: EcosSistemas
Telefone: (12) 9715-9403
E-mail: [email protected]
Site: www.ecossistemas.net
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Gravata incorporada: solução de formas para
estruturas de concreto armado
Resíduos da indústria de embalagens são usados pela construção civil
Trata-se de um sistema de formas para execução de peças em concreto armado,
desenvolvido a partir do conceito de “gravata incorporada”, ou seja, na utilização
de conectores rápidos destinados a fixar os elementos modulares à armadura da peça
concretada. A diferença dos métodos convencionais é que, nesse sistema, os conectores
e os elementos modulares de fôrma são produzidos a partir de polipropileno reciclado
proveniente da indústria de embalagens, como o usado em potes de margarina. Essas
peças possuem vida útil de três anos e podem ser recicladas até sete vezes.
Outra vantagem é a eliminação da madeira na atividade, o que reduz o entulho de
obra e ajuda a preservar o meio ambiente. Estima-se que 0,33 m3 de madeira é usado
por cada metro cúbico de concreto produzido no país. A tecnologia também permite
construções com qualidade superior, sem o emprego de elementos cerâmicos, que
utilizam a queima da madeira na sua produção.
Desenvolvido pela Contrate Engenharia, sediada em Aracaju (SE), a gravata incorporada
foi patenteada e recebeu o certificado e Selo Verde emitido pelo Instituto Falcão Bauer
de Qualidade.
Organização: Contrate Engenharia
Telefone: (79) 3214-9823
E-mail: [email protected]
Site: www.contrateengenharia.com.br/tecnicos.php
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Inclusão social do agricultor familiar através
do cooperativismo
Cooperativismo transforma agricultor familiar em comerciante
de produto final
A Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm) produz o
palmito de pupunha Cultiverde, reunindo mais de 400 cooperados numa área de 1.000
hectares. A tecnologia oferece às famílias carentes do Baixo Sul da Bahia oportunidade
de trabalho na lavoura de palmito, sem gerar impacto sobre o meio ambiente. O
programa proporciona uma distribuição de renda mais justa, que ajuda a superar os
problemas de desigualdade da região.
Os cooperados e suas famílias recebem assistência técnica, orientação administrativa
e fundos financeiros rotativos. Essa tecnologia permite que o produtor deixe de ser um
vendedor de matéria-prima e se transforme em comerciante de um produto acabado.
Organização: Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm)
Telefone: (73) 3256 1620
E-mail: [email protected]
Site: www.coopalm.com.br
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Índios On Line
Povos indígenas conectados à internet trocam conhecimentos e
denunciam desrespeito aos direitos humanos
Índios On Line é um portal de diálogo na internet para facilitar a informação e a
comunicação entre a sociedade em geral e sete nações indígenas: Kiriri, Tupinambá,
Pataxó-Hãhãhãe e Tumbalalá, da Bahia; Xucuru-Kariri, em Alagoas; Kariri-Xocó, em
Sergipe; e Pankararu, em Pernambuco. A tecnologia permite que os índios se conectem
na rede mundial sem sair de suas próprias aldeias. O projeto possibilita a formação de
uma aliança de estudos e trabalhos que beneficiam as comunidades e o mundo. Com ele,
indígenas de diferentes etnias podem trocar experiências. O portal também pode ser
usado para denunciar desrespeito aos direitos humanos, roubo de madeira, poluição de
águas, falta de políticas de coleta de lixo dentro das aldeias etc.
O projeto empodera os povos indígenas, promove a equidade e valoriza a
biodiversidade. Também há vantagens econômicas. Com acesso à internet, é possível
vender produtos, traçar cadeias produtivas, articular arranjos e participar de editais.
Historicamente, os indígenas não tinham voz e nem possibilidade de participação social.
Por meio desta tecnologia, estão cada vez mais compartilhando suas visões com o
mundo. E é isso que torna a iniciativa tão inovadora.
A tecnologia é hoje aplicada em apenas 11 aldeias das 785 que existem no Brasil. Pode
portanto ser replicada em outras aldeias, bem como em outros países ou em grupos de
quilombolas.
A tecnologia foi idealizada pela ONG Thydewas e começou a ser executada em abril
de 2004. O programa conta com o apoio do Ministério da Cultura, do Ministério das
Comunicações e do Instituto Oi Futuro.
Organização: Thydewas
Telefone: (82) 3334-0402
E-mail: [email protected]
Site: www.indiosonline.org.br
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Kits DIY para divisória-armário, voltados à habitação
de interesse social
Kit de construção civil ajuda a aumentar a área útil disponível para a
família de baixa renda
O Kit DIY é uma tecnologia desenvolvida para otimizar espaços construídos,
especialmente para famílias de baixa renda. O kit funciona ao mesmo tempo como uma
divisória e um armário, ajudando a aumentar a área útil disponível, reduzindo custos por
eliminar a necessidade de construir paredes de alvenaria e contribuindo para aumentar
a autoestima e o senso de identidade dessas famílias.
O sistema faça-você-mesmo implica o envolvimento do usuário na montagem e desmontagem
do produto, com a introdução de solução do tipo poka yoke (à prova de erro) e de design
informacional. Essas características ajudam a reduzir eventuais riscos de erro na montagem e
requer o uso mínimo de ferramentas e de pessoal.
O projeto acontece no âmbito do Programa Habitare, que visa contribuir para a revisão das
normas e disseminação da coordenação modular na cadeia produtiva da construção civil
Organização: Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Telefone: (41) 3360-5313
E-mail: [email protected]
Site: www.ufpr.br
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Lavagem de superfície sem o uso de água
Tecnologia permite economia de água na lavagem de carros
Lavagem de carros sem utilizar água. Essa é a técnica encontrada pela DryWash para
ajudar na preservação do meio ambiente. A ideia surgiu quando Lito Rodrigues, dono da
empresa de lava-rápido quis desenvolver algo que não desperdiçasse grandes quantidades
de água. Depois de algumas experiências inusitadas, que envolveram misturar compostos
químicos na batedeira de bolo de sua sogra, Lito descobriu uma fórmula que dispensava o
uso de água na lavagem de automóveis.
Hoje a empresa possui mais de 400 usuários. Seu produto limpa a seco por cristalização das
partículas de sujeira de superfícies lisas, dá brilho e protege. A técnica pode ser utilizada
em qualquer tipo de pintura ou verniz e sua aplicação é simples. Com isso, é possível
economizar os cerca 320 litros de água normalmente utilizados em cada lavagem de carro.
Essa tecnologia permite a implantação de operações de serviço em estacionamentos e
empresas, gerando uma quantidade significativa de empregos e renda.
Organização: DryWash
Telefone: (11) 2954-8688
E-mail: [email protected]
Site: www.drywash.com.br/index_default.html
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www.ethos.org.br/mostra2009
Manufatura Reversa de Aparelhos de Refrigeração
Sistema recupera gases CFC dos sistemas de refrigeração e isolamento
de poliuretano dos refrigeradores
A Manufatura Reversa de Aparelhos de Refrigeração, processo que transforma produtos
obsoletos em matéria-prima, é um sistema com capacidade para recuperar até 99,5%
dos gases CFC contidos nos sistemas de refrigeração e isolamento de poliuretano dos
refrigeradores. Os gases CFC prejudicam a camada de ozônio e contribuem para o
aquecimento global. A retirada e captação do CFC das espumas de poliuretano é um
processo novo e desconhecido no mercado brasileiro.
Outra inovação é que o equipamento é totalmente móvel. Montado em cima de uma
carreta, o aparelho poderá ser deslocado para os principais centros do país, evitando
assim que os refrigeradores sejam transportados. Isso diminui o risco de vazamento
de CFC e minimiza o uso de transporte rodoviário dos refrigeradores, embora exista a
emissão de gás carbônico pelos veículos.
O equipamento tem capacidade para processar 50 refrigeradores por hora. Ao final do
processo, separa plástico, cobre, alumínio e outros metais, que podem ser reutilizados
como matéria-prima.
A Essencis Soluções Ambientais, uma empresa da área de engenharia e consultoria
ambiental, trouxe essa tecnologia para o Brasil por meio de uma joint venture
estabelecida com a alemã SEG Umwelt-Service.
Organização: Essencis Soluções Ambientais
Telefone: (11) 3848-4520
E-mail: [email protected]
Site: www.essencis.com.br
31
Master LED
Leds iniciam a era da iluminação econômica
A Master LED é uma lâmpada que possui como fonte de luz os ligth emitting diodes (LEDs),
componentes eletrônicos que emitem luz pelo princípio da eletroluminescência e foram
considerados os protagonistas da revolução na iluminação mais econômica.
O sistema apresenta emissores de luz totalmente diferentes das fontes de luz comuns. Seu
consumo de energia é baixo e sua vida útil chega a ser 50 vezes maior do que a das lâmpadas
incandescentes, compensando o investimento inicial. A tecnologia é 90% mais eficiente que a
incandescente e 70% mais eficiente que a halógena.
Os LEDs emitem um facho de luz livre de calor, que não aquece o ambiente como as lâmpadas
comuns. Em escritórios, isso significa também menor consumo de energia com o uso de ar
condicionado.
O Master LED pode ser usado em qualquer ambiente, pois foi desenvolvido para a substituir
lâmpadas incandescentes e halógenas. Apresenta, portanto, as mesmas dimensões e opera nas
mesmas tensões de alimentação.
Organização: Philips
Telefone: (11) 2125-0652
E-mail: [email protected]
Site: www.philips.com.br
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Meliponicultura: desmatamento evitado
Serviços da floresta: produção de mel evita desmatamento
na Amazônia
Envolver famílias na produção de mel de abelhas sem ferrão (meliponicultura) com
espécies nativas típicas dos trópicos é uma forma de evitar o desmatamento da Floresta
Amazônica encontrada pelo Instituto Peabiru. Com a missão de gerar valor para a
conservação da biodiversidade da Amazônia, o Peabiru desenvolveu na comunidade
quilombola Conceição do Macacoari, no município de Macapá, no Amapá, um projetopiloto de desmatamento evitado com base na meliponicultura. As famílias envolvidas no
projeto formam núcleos de produção de mel com cerca de 50 colmeias. Em um raio de 3
km, é formado um cinturão no qual a floresta deve ser preservada para garantir a renda
dos produtores envolvidos no projeto. As famílias se tornam então guardiãs da floresta.
A inovação dessa tecnologia está em proporcionar uma atividade rural característica das
populações tradicionais que, além de trazer um impacto positivo sobre o meio ambiente
e sobre a sociedade, constitui uma forma de proteger a floresta.
O projeto gera renda, educa e mostra a importância da floresta como recurso de médio
e longo prazo. O bioma amazônico no Amapá representa aproximadamente 60% da área
total do Estado. Apesar das iniciativas para preservação da mata nesse local, a região
na qual se localiza a comunidade Conceição do Macacoari enfrenta uma forte pressão
causada pela instalação de empresas de mineração e madeireiras, bem como pela
expansão das commodities agrícolas e pelo avanço da pecuária.
A tecnologia pode ser desenvolvida em florestas tropicais que corram risco de
desmatamento.
Organização: Instituto Peabiru
Telefone: (91) 3222-6000
E-mail: [email protected]
Site: www.peabiru.org.br
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Metodologia e processo de adaptação das edificações da CEF
para promoção da acessibilidade
Agências inclusivas tornam-se multiplicadoras da inclusão social
de pessoas com deficiência
A Caixa Econômica Federal (CEF) desenvolveu uma metodologia que viabiliza a
adaptação física de todas as edificações de suas agências aos critérios e parâmetros
de promoção da acessibilidade, de acordo com as exigências da legislação. Essa ação
permite que funcionários e usuários do banco, sobretudo pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida, possam utilizar os espaços, equipamentos e serviços bancários
com segurança, autonomia e conforto. É uma tecnologia que incorpora conhecimentos
e promove mudança de comportamento no que se refere a equidade, diversidade,
trabalho decente e inclusão social. A empresa torna-se, assim, multiplicadora da
inclusão social de pessoas com deficiência.
A metodologia desenvolvida engloba estudos técnicos, levantamentos físicos e
elaboração de manuais ambientais, de padronização física, de sinalização, de mobiliário
e de normas internas. O trabalho envolveu também o levantamento de informações
e a criação de um banco de dados das edificações da CEF, além de acompanhamento
e gerenciamento do processo de implantação, treinamento do corpo técnico e de
empresas terceirizadas, desenvolvimento de documentos comprobatórios como laudos
e pareceres, fiscalização e acompanhamento do processo de implantação nas unidades.
Esse método permite maior rapidez no processo de mudança interna.
A tecnologia é indicada para instituições públicas e privadas que necessitam ou desejam
ampliar a acessibilidade de um grande número de edificações, com ampla diversidade
de topologias, estados de conservação, localização e dimensões. Também é indicado
para organizações que têm pouco tempo disponível para realizar as adaptações, como
instituições públicas.
O conhecimento adquirido é de domínio público. A CEF não tem interesse em registrar a
patente da tecnologia.
Organização: Caixa Econômica Federal (CEF)
Telefone: (61) 3206-3960
E-mail: [email protected]
Site: www.caixa.gov.br
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Polietileno produzido a partir do álcool de cana-de-açúcar
Plástico verde surge como alternativa ao polietileno petroquímico
Em 2007, os pesquisadores do Centro de Tecnologia e Inovação (CTI) da Braskem
produziram o primeiro plástico verde certificado do mundo: o biopolietileno. Esse
material é resultado de um processo de polimerização equivalente aos processos
tradicionais, tendo como diferencial a obtenção do eteno, produzido por desidratação
do etanol da cana-de-açúcar.
Essa inovação surge como uma alternativa ao polietileno que é produzido a partir do
petróleo. O polietileno verde é cem por cento reciclável e, além disso, cada quilo de
material produzido captura e fixa de 2 kg a 2,5 kg do CO2 que se encontra na atmosfera.
A vantagem é grande se comparada ao polietileno petroquímico, do qual cada quilo
produzido emite 2,5 kg de CO2 para a atmosfera.
O polietileno é o plástico mais utilizado no mundo e seu maior consumidor são as
indústrias de embalagem para alimentos, de produtos de limpeza, de produtos para
higiene pessoal, automobilística e de brinquedos.
A primeira planta industrial para a produção de biopolietileno começa a operar no final
de 2010 e terá uma capacidade de 200 mil toneladas por ano. Esse número representa
apenas 0,5% da produção global de polietileno. Atualmente, a Braskem tem somente
uma planta-piloto em operação, com capacidade de 12 toneladas anuais.
A principal vantagem que o plástico verde traz para a sua cadeia de valor é oferecer
uma solução sustentável com todas as vantagens de processo do plástico mais usado
mundialmente (o polietileno). Ou seja, além de ser de fonte renovável, de capturar e
fixar CO2 da atmosfera e de ser reciclável, o biopolietileno não causa nenhuma perda de
produtividade nos processos seguintes da cadeia produtiva.
Organização: Braskem
Telefone: (11) 3576-9962
E-mail: [email protected]
Site: www.braskem.com.br
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Processo de reciclagem de baterias recarregáveis Val’Eas
Solução ambientalmente correta para o descarte de baterias
recarregáveis
O Val’Eas é um processo de reciclagem de baterias recarregáveis criado pela empresa
belga Umicore Recycling Solutions como uma solução sustentável para o descarte de
baterias.
Nesse sistema, as baterias são depositadas num forno para fundição e suas partes
plásticas são usadas como fontes de energia. O material metálico é separado e a parte
que não se queima é utilizada na pavimentação de estradas. Os gases resultantes desse
processo passam por um forno de pós-combustão e são transformados em gases inertes.
Ao final do processo, esses gases passam ainda por um lavador para a retirada de
eventuais impurezas.
O Val’Eas é considerado uma tecnologia inovadora por utilizar a parte plástica como
energia, metais descartados como matéria-prima na fabricação de uma nova bateria
e resíduos na pavimentação de estradas. Dessa forma, ajuda a reduzir o consumo de
recursos naturais e o volume de lixo descartado em aterros. Anualmente, são produzidas
mais de 1,5 bilhão de células para fabricação de baterias recarregáveis de equipamentos
portáteis como celulares, notebooks e câmeras digitais. No Brasil, existem mais de
140 milhões de usuários de telefonia móvel. Em 2008, 100 toneladas de baterias
recarregáveis foram coletadas e encaminhadas para reciclagem. Embora esse número
seja significativo para o Brasil, o volume representa apenas 1% do total recebido pela
Umicore em todo o mundo.
Desenvolvido por um grupo de especialistas em pirometalurgia, hidrometalurgia e
baterias, o processo Val’Eas recebeu da European Environmental Press (EPP) o Gold Award
como “Melhor Tecnologia Disponível para Reciclagem de Baterias Li-ion e NiMh”.
Organização: Umicore Recycling Solutions
Telefone: (11) 2421-1246
E-mail: [email protected]
Site: www.umicore.com.br
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www.ethos.org.br/mostra2009
Projeto MelhorAr de mobilidade sustentável
Sistema de carona solidária ajuda a melhorar o ar
e o trânsito das cidades
O Projeto MelhorAr de Mobilidade Sustentável, que incentiva a carona solidária, foi
desenvolvido pela Believe Sustainable Mobility, empresa de comunicação e mobilidade
sustentável. A tecnologia consiste num programa para mapear o deslocamento dos
funcionários das empresas, baixando custos com mobilidade e combustível e trazendo
melhorias para o trânsito e para a qualidade do ar. O projeto também facilita a
elaboração do inventário de emissão de gases poluentes, como CO2, NOx e SOx, por
meio da metodologia GHG Protocol.
Num sistema informatizado, os usuários colocam informações sobre os trajetos que irão
realizar durante a semana. O funcionário que precisa de carona ou deseja compartilhar
seu veículo pode acessar o programa e verificar quem fará um itinerário parecido. O
programa informa opções de rotas que passam por até 500 metros do destino escolhido.
Para se cadastrar no programa, é preciso colocar informações como gosto musical,
idade etc. Os funcionários têm a opção de aceitar ou rejeitar pedidos de carona. Hoje o
sistema é usado por 40 pessoas da empresa onde foi criado, mas pode ser utilizado por
organizações com até 100 mil funcionários.
Organização: Believe Sustainable Mobility
Telefone: (11) 3030-1700
E-mail: [email protected]
Site: www.projetomelhorar.com.br
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Recuperador de Calor para Chuveiros Elétricos – Rewatt®
Equipamento recupera o calor residual da água usada no banho e
reduz o consumo de energia
O Rewatt ® – Recuperador de Calor para Chuveiros Elétricos – é um sistema idealizado
e patenteado que recupera o calor residual da água do banho para preaquecer a água
da rede que se dirige à entrada do chuveiro. O sistema possibilita a redução de 45% no
consumo de energia.
O equipamento consiste em uma plataforma de 58 cm de diâmetro e 4 cm de altura,
com um eficiente trocador de calor metálico em forma de espiral. A peça se parece
com um piso antiderrapante, como uma plataforma sobre a qual a pessoa fica ao tomar
banho. A água da rede, antes de ir para o chuveiro, passa pelo recuperador, inicialmente
à temperatura ambiente. Do recuperador, ela vai para o chuveiro elétrico, onde é
aquecida para o banho. A água do banho (quente) fluirá em corrente cruzada com a
água fria que passa dentro do trocador de calor, aquecendo-a. Assim, a água da rede
é preaquecida no trocador de calor, exigindo uma menor potência do chuveiro para
aumentar sua temperatura até o ponto desejado para o banho. Também é possível
aumentar a vazão da água, melhorando o nível de conforto.
Além de ser o único equipamento capaz de recuperar o calor residual da água usada
no banho, reduzindo o consumo de energia, o Rewatt agrega vantagens sociais e
ambientais, como melhoria na qualidade de vida dos usuários e a redução do consumo
da energia gerada pelas hidrelétricas.
Desde 2006, a Cemig, por meio do Projeto Conviver, já beneficiou mais de 70 mil
famílias de baixa renda, moradoras da Região Metropolitana de Belo Horizonte, com a
doação de 5.000 recuperadores de calor. As medidas proporcionam economia de energia
e na conta de luz, com valor compatível com a condição econômica das famílias, além
de conscientizarem sobre o uso correto da energia elétrica. A expectativa é atender 300
mil famílias até 2011, em todo o Estado de Minas Gerais.
Organização: Rewatt Indústria e Comércio de Equipamentos Recicladores de Energia
Telefone: (31) 2555-0638
E-mail: [email protected]
Site: www.rewatt.com.br
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Sensor ActiLume
Sistema de iluminação que ajuda a economizar energia
O ActiLume é um novo controle para sistemas de iluminação de escolas e escritórios que
pode ser utilizado com lâmpadas fluorescentes. Simples de instalar – plug-and-play – o
sistema possui comando liga-desliga e detecção de movimento que ilumina o ambiente
automaticamente na presença de uma pessoa, além de regular a iluminação de acordo
com a luz natural do ambiente, promovendo uma economia de energia de até 75%.
O sensor está pré-programado para manter um fluxo luminoso 30% maior nas luminárias
mais afastadas da janela, mantendo assim uma iluminação mais uniforme no ambiente
e melhorando o bem-estar das pessoas. A tecnologia pode ser utilizada em edifícios
comerciais e empresariais que gastem mais de um terço da energia em iluminação.
Desenvolvida na Holanda pela Philips, essa tecnologia foi lançada oficialmente na
Europa em 2006.
Organização: Philips
Telefone: (11) 2125-0652
E-mail: [email protected]
Site: www.philips.com.br
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Silagem de colostro
Produto é substituto natural do leite no aleitamento de mamíferos
de várias espécies
A “silagem de colostro” foi desenvolvida pela médica veterinária Mara Helena Saalfeld,
da Associação Rio-Grandense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Emater-RS), como substituto natural para o leite no aleitamento de mamíferos
de várias espécies. Com essa tecnologia, o produtor pode alimentar seus bezerros com a
silagem de colostro, deixando de utilizar o leite das vacas.
A tecnologia consiste em armazenar em garrafas plásticas (PET) o excesso de colostro que
os bezerros não conseguem consumir e que seria jogado fora, contaminando o ambiente.
As garrafas devem ser completamente preenchidas, sem a presença de ar, fechadas e
deixadas para fermentar por aproximadamente sete dias. Esse armazenamento é feito em
temperatura ambiente, sem a necessidade de refrigeração. O colostro coletado é superior
em nutrientes ao leite maduro. Por esse motivo, na hora de alimentar os bezerros,
acrescenta-se a mesma quantidade de água morna ao produto. Assim, com 2 litros de
silagem de colostro são produzidos 4 litros de alimento para os animais.
A tecnologia é inovadora pelo fato de resultar no único substituto natural do leite
para bezerros, não implicar custos para o produtor e ter igual qualidade para o
desenvolvimento dos animais. Ela é também facilmente replicável, não oferecendo
riscos e agregando valor à produção.
A silagem de colostro foi premiada em 2007 como tecnologia social pela Fundação Banco
do Brasil e foi bastante divulgada em todo o país.
Organização: Emater-RS
Telefone: (53) 3225-7700
E-mail: [email protected]
Site: www.emater.tche.br
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Sistema para Monitoramento Remoto do Consumo
de Água utilizando padrão de comunicação sem fio,
através de redes ZigBee
Tecnologia possibilita monitorar à distância o consumo
de água e realizar medição individualizada
O Sistema para Monitoramento Remoto do Consumo de Água foi desenvolvido no
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), utilizando o padrão de comunicação sem fio
IEEE 802.15.4, através de redes ZigBee. A tecnologia possibilita monitorar à distância o
consumo de água e realizar medição individualizada.
O sistema opera como um instrumento de gestão de demanda, a partir de módulos
eletrônicos de comunicação acoplados a hidrômetros que geram pulsos a uma relação de
saída determinada. A rede, que utiliza uma topologia cluster tree, é dimensionada para
superar falhas pontuais de transmissão, já que cada dispositivo é dotado de capacidade
de armazenamento de registros em caso de falha temporária da rede, garantindo a
recuperação da informação e a confiabilidade dos dados.
O caráter inovador do sistema vai desde a aplicação do padrão ZigBee para o monitoramento
do consumo de água – inédito no Brasil –, até o aprimoramento eletrônico dos dispositivos de
comunicação, permitindo uma solução de baixo custo e promovendo novo ferramental para
o desenvolvimento do setor de monitoramento de consumo de água.
O sistema provê uma solução de baixo custo e alta eficiência para monitoramento
remoto e gestão de sistemas prediais de água e em edificações públicas com grande
concentração de pessoas. Mas também serve para o meio rural, envolvendo os sistemas
de irrigação tradicionais até grandes plantas agroindustriais. Representa um importante
passo no sentido do domínio tecnológico do setor de monitoramento de consumo de
recursos naturais, contribuindo significativamente para a redução do consumo de água,
aumentando a eficiência sobre seu uso e ainda reduzindo a geração de efluentes.
Organização: Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
Telefone: (12) 3941-8502
E-mail: [email protected]
Site: www.ita.br
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Sítio Sustentável
Laboratório de tecnologias sustentáveis viabiliza o cotidiano de
famílias rurais por meio de práticas sustentáveis e identifica
oportunidades de novos negócios para o setor agrícola
É possível que uma família de cinco pessoas viva com qualidade e de forma sustentável
num espaço de terra de 1 hectare? Essa é a tese defendida pelo Instituto de Permacultura
e Ecovilas do Cerrado (Ecocentro Ipec). Para provar que a ideia dá certo, o Ipec
está desenvolvendo o projeto Sítio Sustentável, que funciona como um laboratório
de integração de tecnologias sustentáveis. Nele haverá um sistema de captação e
armazenamento de água, um sistema de coleta, distribuição e tratamento de efluentes,
um sistema de biofertirrigação, um sistema habitacional e sistemas produtivos com
enfoque na suinocultura. Essa tecnologia é simples, intuitiva, objetiva, ecoeficiente, de
fácil assimilação e pode ser usada por qualquer pessoa.
O projeto também tem como objetivo pesquisar e gerar oportunidades de negócios
sustentáveis na zona rural. O Sítio Sustentável procura encontrar soluções que
viabilizem o cotidiano de uma família rural por meio de práticas sustentáveis, ao mesmo
tempo em que identifica oportunidades de novos negócios e soluções para os produtos
do setor agrícola. A unidade-piloto do Sítio Sustentável completou dois anos em 2009. Na
área em questão, houve recuperação do ecossistema, com o reaparecimento de várias
espécies animais e vegetais.
Localizado em Pirenópolis (GO), o Ecocentro Ipec mantém um centro de referência
para desenvolver soluções práticas para os problemas atuais da população brasileira,
incluindo estratégias de habitação ecológica, saneamento responsável, energia
renovável, segurança alimentar, cuidados com a água etc., além de desenvolver
processos de educação de forma vivenciada.
Organização: Instituto de Permacultura do Cerrado – IPEC
Telefone: (62) 3331 2111
E-mail: [email protected]
Site: www.ecocentro.org
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Somos de papel
Vasinhos de papel substituem saquinhos de plástico para mudas
Sementeiras feitas a partir de jornais velhos, utilizando cola de goma de mandioca
e madeira de caixas de frutas descartadas. Essa é a tecnologia Somos de Papel,
desenvolvida pela Associação para Melhoria da Condição da População Carente – Aldeia
do Futuro. A técnica de usar papel para fazer pequenos vasinhos elimina os clássicos
saquinhos de plástico preto, que contaminam o meio ambiente, permitindo melhor
aproveitamento das mudas, já que é possível plantá-las com o próprio vasinho.
As sementeiras de papel podem ser utilizadas tanto num contexto rural como no meio
urbano, com custo zero. O processo de produção envolve comunidades carentes e
pessoas de baixa escolaridade, sendo portanto uma atividade geradora de renda. O
trabalho tem potencial para aumentar a autoestima, desenvolver a criatividade e a
confiança e despertar potencialidades adormecidas nos indivíduos.
A Aldeia do Futuro vem produzindo milhares de vasinhos de papel com mudas de
hortaliças para a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Eles têm sido doados pela empresa em datas comemorativas, como o Dia Internacional
da Água ou o Dia do Meio Ambiente. O objetivo é despertar o interesse nas pessoas pelo
cultivo de pequenas hortas em casa ou até mesmo em apartamentos.
Organização: Associação para Melhoria da Condição da População Carente – Aldeia do Futuro
Telefone: (11) 5562-6860
E-mail: [email protected]
Site: www.aldeiadofuturo.org.br/index.shtml
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Tramando justiça social e sustentabilidade
Trabalho em cooperativa beneficia a cadeia produtiva do algodão
Justa Trama é a marca da Cadeia Ecológica do Algodão Solidário, que envolve 700
trabalhadores das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. São agricultores,
coletores de sementes para a confecção de botões e acessórios, fiadoras, tecedores
e costureiras que trabalham em rede. A tecnologia atinge toda a cadeia produtiva da
indústria têxtil e contribui para a consolidação de um modelo de desenvolvimento
sustentável e solidário.
O algodão usado nos tecidos é plantado no Ceará, de forma consorciada. O plantio
é orgânico, sem uso de agrotóxicos. Técnicas de conservação do solo e da água
são empregadas, valorizando a biodiversidade. Além disso, outras variedades de
vegetais são cultivadas na mesma área, para garantir a multicultura, a subsistência
dos agricultores e a preservação do meio ambiente. A compra dos produtos é feita
diretamente do produtor, sem nenhum intermediário. Por isso, todos ganham. Em cada
operação executada dentro da cadeia, o retorno para cada trabalhador fica acima do
valor de mercado. A tecnologia proporciona a distribuição de renda desde o agricultor
até a costureira.
Organização: Cooperativa Central Justa Trama
Telefone: (51) 3344 3454
E-mail: [email protected]
Site: www.justatrama.com.br
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Tratamento e valorização de dejetos de suínos
como tecnologia social para a gestão da água
Tecnologia traz melhorias para o meio ambiente
e renda para comunidades rurais
Esta tecnologia se caracteriza por um conjunto de atividades desenvolvidas para o manejo
adequado dos dejetos de suínos. O objetivo é reduzir o potencial poluidor desses resíduos,
que são uma das maiores fontes de poluição orgânica dos recursos hídricos do Estado de
Santa Catarina, tanto pela emissão de gases de efeito estufa quanto pela contaminação do
solo e dos rios.
Nesse processo, os dejetos do animal passam por um sistema de tratamento composto por
tecnologias simples, eficientes e de fácil acesso, como biodigestores, filtros, bebedores
ecológicos e lagoas de macrófitas lemnáceas. O subproduto é usado pelas comunidades
rurais na produção de biogás (energia), biofertilizantes (adubo) e lemnas (plantas que
servem de alimento para os animais).
Além dos benefícios sociais e ambientais, observou-se uma redução dos odores
desagradáveis causados pelos dejetos dos suínos nos locais em que a tecnologia está
sendo aplicada.
Organização: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Telefone: (48) 3721-7743
E-mail: [email protected]
Site: www.ufsc.br
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Usinas Sociais Inteligentes
Pequenas usinas de álcool impulsionam o desenvolvimento de
pequenos produtores rurais
Usinas Sociais Inteligentes (USI) são pequenas biorrefinarias que produzem bioetanol a partir
de amido e sacarose, usando para isso cana-de-acúcar, batata-doce, mandioca etc. A grande
inovação é que essas usinas podem ser instaladas em pequenos espaços: uma área de apenas
100 m2 é suficiente para a montagem de uma USI. Por isso a tecnologia funciona como
vetor de desenvolvimento das comunidades rurais carentes, com a geração de emprego. Os
resíduos da produção de álcool de uma USI são transformados em ração animal, evitando seu
descarte no meio ambiente.
O bioetanol pode ser usado em automóveis, tratores, caminhões, fogões, chuveiros
e geradores de energia elétrica. Com produção própria de energia, é possível
disponibilizar logística, transporte e até sinal de internet via satélite a preços
compatíveis com a realidade local. O processo USI permite total independência na
produção de energia.
Organização: Usinas Sociais Inteligentes (USI)
Telefone: (51) 3330-0042
E-mail: [email protected]
Site: www.usibiorefinarias.com
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Apoio
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Patrocinadores
Parceiros
Realização
O selo FSC garante que este foi impresso em papel feito
com madeira de reflorestamentos certificados de acordo com
rigorosos critérios sociais, ambientais e econômicos estabelecidos
pela organização internacional FSC (Conselho de Manejo Florestal),
fibras recicladas e outras fontes controladas.
O Instituto Ethos só aceita patrocínio das empresas associadas. Empresas públicas e mistas são aceitas
como empresas associadas e patrocinadoras porque atuam no mercado nas mesmas condições que as
empresas privadas. A logomarca do Governo Federal acompanha a logomarca das empresas públicas e
mistas patrocinadoras em função da exigência da Instrução Normativa 31, de 10 de setembro de 2003 da
Secretaria de Comunicação de Social (SECOM), que essas empresas são obrigadas a observar.