Ave, réptil ou mamífero?

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Ave, réptil ou mamífero?
Disciplina - Ciências -
Ave, réptil ou mamífero?
Ciências
Enviado por: Visitante
Postado em:08/05/2008
Não há nada igual. Quando exemplares do ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) foram enviados
da Austrália para a Inglaterra, em 1798, causaram tamanho espanto que os cientistas britânicos
consideraram se tratar de uma farsa.Saiba mais...
Não há nada igual. Quando exemplares do ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) foram enviados
da Austrália para a Inglaterra, em 1798, causaram tamanho espanto que os cientistas britânicos
consideraram se tratar de uma farsa. Não é para menos, pois o estranho animal desfila uma lista de
características inusitadas. Para começar, é um mamífero que põe ovos. Em seguida, combina um
couro espesso que permite a permanência em águas geladas com um bico semelhante ao de um
pato – bico que tem um sistema sensorial usado para buscar alimentos na água. O macho conta
ainda com esporão capaz de disparar poderoso veneno para afugentar predadores ou
competidores. Tudo isso tem aguçado, desde o século 18, o interesse da ciência pelo representante
da ordem dos monotrematas. Agora, um grupo internacional acaba de dar a mais valiosa
contribuição ao conhecimento do ornitorrinco, com o seqüenciamento de seu genoma. Publicada na
edição de 8 de maio da revista Nature, a análise revela que as características únicas do animal não
se resumem ao seu exterior, mas são também destacadas geneticamente. A seqüência foi
comparada com as do homem, camundongo, cão, gambá, frango e lagarto. Os pesquisadores
descobriram que o genoma do ornitorrinco tem aproximadamente o mesmo número de genes que
codificam proteínas que o genoma dos demais mamíferos – cerca de 18,5 mil. Ele também
compartilha mais de 80% de seus genes com outros mamíferos cujos genomas foram
seqüenciados. Bico de pato à parte, os cientistas verificaram no genoma do animal, além de
detalhes de mamíferos, características comuns aos répteis. A principal foi a presença de genes
associados à fertilização de ovos. Outra é a presença de poucos receptores olfativos, diferente dos
demais mamíferos. O grupo também descobriu que o veneno produzido pelo animal deriva de
duplicações em determinados genes durante a evolução, que foram herdados de ancestrais répteis.
“À primeira vista, o ornitorrinco aparenta ser resultado de um acidente evolucionário. Mas,
independentemente de sua aparência estranha, a seqüência de seu genoma é muito valiosa para
compreender como os processos biológicos fundamentais dos mamíferos evoluíram. Comparações
de seu genoma com os de outros mamíferos levarão a novas descobertas a respeito da história,
estrutura e funcionamento do nosso próprio genoma”, disse Francis Collins, diretor do Instituto
Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, nos Estados Unidos, que financiou parte do estudo.
“Com o seqüenciamento, poderemos identificar quais genes foram conservados, quais foram
perdidos e quais se transformaram durante a evolução dos mamíferos”, disse Richard Wilson, da
Escola de Medicina da Universidade Washington, um dos autores da pesquisa. O artigo Genome
analysis of the platypus reveals unique signatures of evolution, de Wesley Warren e outros, pode ser
lido por assinantes da Nature em www.nature.com. Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/boletim
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br
30/9/2016 7:33:10 - 1

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