Julimar Bichara

Transcrição

Julimar Bichara
Seminário VIII
Trajetórias de Desenvolvimento:
África do Sul, Alemanha, Argentina, China, Espanha,
Estados Unidos, Finlândia, Índia, México e Rússia
24 e 25 de junho de 2009
IPEA
Auditório do Subsolo
9h às 18h
PROJETO PERSPECTIVAS DO
DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO
Livro II:
Trajetórias recentes de
desenvolvimento: estudos
de experiências
internacionais selecionadas
Seminário VIII:
Trajetórias de
Desenvolvimento:
África do Sul, Alemanha,
Argentina, China, Espanha,
Estados Unidos, Finlândia,
Índia, México e Rússia.
Seminário Trajetórias de Desenvolvimento:
África do Sul, Alemanha, Argentina, China, Espanha,
Estados Unidos, Finlândia, Índia, México e Rússia
Mesa de Abertura – 9h às 9h30 - Marcio Pochmann - IPEA / Renato Baumann - CEPAL
1º Painel: China e Estados Unidos – 10h às 12h - Comentador: Renato Baumann – CEPAL
André Cunha – UFRGS - China – Capítulo 8
Eduardo Mariutti – UNICAMP – Estados Unidos – Capítulo 1
2º Painel: Argentina e México – 14h às 16h - Comentador: Carlos Mussi - CEPAL
Andrés Ferrari– UFF - Argentina – Capítulo 3
Joana Mostafa – IPEA - México – Capítulo 2
3º Painel: Espanha e Finlândia – 16h às 18h - Comentador: Milko Matijascic - IPEA
Julimar Bichara – UAM - Espanha – Capítulo 4
Glauco Arbix – USP - Finlândia – Capítulo 5
4º Painel: Índia e África do Sul – 9h30 às 12h - Comentadora: Luciana Acioly - IPEA
Daniela Prates – UNICAMP - Índia – Capítulo 9
Alexandre Barbosa – CEBRAP/USP - África do Sul – Capítulo 10
5º Painel: Rússia e Alemanha – 14h às 16h - Comentador: Antônio Jorge Ramalho- UnB/SAE
Lenina Pomeranz – USP - Rússia – Capítulo 7
Paula Pedroti – FGV/SP – Alemanha – Capítulo 6
Mesa de Encerramento - 16h30 às 18h – Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães – MRE
Julimar da Silva Bichara
Universidad Autónoma de Madrid
www.uam.es/julimar.dasilva
E-mail: [email protected]
Índice
1.
2.
3.
4.
5.
Introdução
Plano de Estabilização, 1959
Os Pactos da Moncloa
Integração na União Européia
Desafios atuais
5.1. Mercado de trabalho
5.2. Setor exterior
-2
Fonte: INE
2007
2005
2003
2001
1999
1997
1995
1993
1991
1989
1987
1985
1983
1981
1979
1977
1975
1973
1971
1969
1967
1965
1963
1961
1. Introdução
PIB Espanha: Taxa de crescimento, 1960-2007
14
12
10
8
6
4
2
0
1. Introdução
Taxa de crescimento anual
(%, España e diferencial com a UE-15, 1980-2004
6
5
4
3
2
1
0
-1
Diferencial UE15
España
Fonte: Comisión Europea, European Economy 2004, anexo estadístico (www.europa.eu.int).
García de la Cruz, J.M. y Ruesga, S. (2007)
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
1980
-2
Fonte: INE
2006
2004
2002
2000
1998
1996
1994
1992
1990
1988
1986
1984
1982
1980
1978
1976
1974
1972
1970
1968
1966
1964
1962
1960
1. Introdução
PIB per capita de Espanha, 1960-2007, UE-15 = 100
100
90
80
70
60
50
1. Introdução
Espanha: Gasto Público/PIB (%)
50
44,4
45
38,8
40
35,9
35
30
25
23,5
20
15
10
5
Fonte: INE
2006
2004
2002
2000
1998
1996
1994
1992
1990
1988
1986
1984
1982
1980
1970
0
1. Introdução
Espanha: Taxa de desemprego, 1960-2007 (%)
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
Fonte: INE
2006
2004
2002
2000
1998
1996
1994
1992
1990
1988
1986
1984
1982
1980
1978
1976
1974
1972
1970
1968
1966
1964
1962
1960
0,00
Fonte: INE
61,2
2005
2006
2007
2000
2001
2002
2003
2004
1995
1996
1997
1998
1999
42,2
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1984
1985
1986
1987
1988
1975
1980
1981
1982
1983
10
1960
1965
1970
1. Introdução
Espanha: Grau de Abertura, (X+M)/PIB (%)
70
59,8
60
50
42,2
40
30
20
7,46
0
2. Plano de Estabilização, 1959
Transformação estrutural profunda da economia
espanhola
Ponto de inflexão na estratégia de desenvolvimento
de una economia autárquica, fechada, para uma
economia em processo de abertura
Promoveu uma profunda transformação no tecido
produtivo e social
Superação do modelo de desenvolvimento autárquico
Coerente com a estrutura política não democrática
Autossuficiência econômica
Intervenção direta do Estado, INI
Controle das forças sociais (sindicalismo vertical)
2. Plano de Estabilização, 1959
EM RESUMO
Situação econômica de estagflação
Economia mundial em expansão
Plano Marshall
Expansão do comércio internacional
Necessidade de realizar reformas
Estratégia de abertura econômica,
Contradição com o modelo político
Fundamental: adesão no FMI, GATT, BM e OECE
Apoio técnico e financeiro para o programa de
reformas
Consenso político e social
2 anos de debate (1957-1959)
2. Plano de Estabilização, 1959
OBJETIVO:
Estabelecer as bases para um crescimento econômico
equilibrado
Iniciar um processo de integração internacional da
Espanha
Resolver os problemas de baixo crescimento econômico
e de aceleração da inflação
2. Plano de Estabilização, 1959
Medidas: (4 conjunto de medidas)
A.
B.
C.
D.
Fiscais
Monetárias
Abertura econômica externa
Desregulamentação da economia
2. Plano de Estabilização, 1959
Resultados:
Modernização do tecido produtivo espanhol, som crescimento
espetacular da produtividade
Forte crescimento industrial, favorecido pela:
Expansão do mercado interior;
Entrada de divisas: turismo e remessas
Entrada de IED
Política comercial que favorecia a industria (proteção do mercado
barreiras comerciais e taxa de câmbio desvalorizada)
Taxa de câmbio flexível e desvalorizada
Aumentou o turismo
Remessas
Protegia a indústria local
Redução dos custos do trabalho: salário real decrescente
3. Os Pactos da Moncloa
A PARTIR de 1973-74: ambiente generalizado de
instabilidade econômica e política
Agudizado pela crise dos años 70,
1974: Assassinato do Presidente CARRERO BLANCO
Crise econômica
Estagflaçao e forte endividamento
Aceleraçao da inflação
Crescimento do desemprego
Dimensao da crise: 8 pacotes de medidas de
estabilização econômica entre 1973-1977
Nenhum resultado efetivo
Conjunturalistas
3. Os Pactos da Moncloa
OBJETIVOS de CURTO PRAZO (URGENTES)
Reduzir a inflação
Restabelecer os equilíbrios básicos da economia
Medidas de corto prazo
Austeridade fiscal: redução do gasto público, diminuindo o ritmo
de expansão e centrando especialmente na luta contra o
desemprego
Política monetária restritiva: redução da liquidez– menos créditos
Política de preços e renda:
Objetivo de inflação: 22%
Salários reais fixo (ajuste até um máximo de 22%)
Sistema de ajuste salarial em base a inflação passada
Emprego: Estímulos à criação de emprego
reforma laboral, criação dos contratos temporais, até 2 anos
para jovens
Previdência Social: o Estado passou a responsabilizar-se por
50% das cotizações a previdência social (reduzindo o custo do
emprego)
3. Os Pactos da Moncloa
Medidas estruturais (de longo prazo)
Conjunto de reformas:
Fiscal
Modernização da Gestão Pública
Reforma da Previdência Social
Reforma do Sistema Financeiro
Novas políticas agrária e pesqueira
Política energética
Política educativa, urbanismo e habitação
Democratização da empresa pública
Etc.
4. Integração na União Européia
• Processo Longo
• Tratado de Roma, 1957
• 1962. Primeira tentativa de Integração na CEE
• 1970. Acordo Preferencial CEE/ Espanha
• 1977. Abre definitivamente as negociações para a
integração
• Negociação lenta e longa. 10 anos até 1986
• Principais problemas:
• Agricultura - PAC
• Pesca
• Movimento de Trabalhadores
• 1986: União Aduaneira
• 1993: Mercado Comum Europeu
• 2002: Integração Monetária
4. Integração na União Européia
120
Flujo financiero de la UE y España, 1993-2013
(miles de millones de euros)
Fondos estructurales
Fondos agrícolas
Fondos de cohesión
Otros
Total
100
80
60
40
20
0
1993-1999
Fonte: Eurostat
2000-2006
2007-2013
4. Integração na União Européia
Flujos financieros de la UE: Evolución del saldo
neto español (millones de euros), 2000-2013
12000
9.556
10000
8.916
9.152
8.571
8000
7.106
6.410
6000
4.524
5.147
4000
3.710
2.249
2000
1.544
1.835
993
1.326
Fonte: Eurostat
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
0
4. Integração na União Européia
Efeitos macroeconômicos dos Fondos Estruturais
1989-1993
1994-1999
2000-2006
PIB
FBKF
Taxa de
desemprego
0,7
1,5
1,3
2,9
6,7
5,5
-0,6
-1,6
-1,7
Fonte: JORDAN GALDUF (2003, p. 126, quadro 6)
Balança de pagamentos - 2008
Fonte: INE, http://www.ine.es/prodyser/pubweb/espcif/sect09.pdf
Balança comercial, 2008
Fonte: INE, http://www.ine.es/prodyser/pubweb/espcif/sect09.pdf
Balança comercial, 2008
Fonte: INE, http://www.ine.es/prodyser/pubweb/espcif/sect09.pdf
Determinantes do grave
desequilíbrio externo
Baixo crescimento da produtividade
Indústria pouco competitiva
Pouco investimento em P&D e inovação
tecnológica; 1,27% do PIB
Debilidades do Sistema Nacional de
Inovação
Excessiva dependência energética
Efeito taxa de câmbio efetiva
Investimento Direto
Investimento direto espanhol
Fuente: BICE Nº 2943, p. 343
Distribuição setorial dos IED espanhóis, %, 1993-2007
Fuente: BICE Nº 2961, p. 28
Internacionalização das empresas
espanholas
Fatores explicativos
A) Ambiente econômico internacional favorável
Liberalização econômica
Ciclo de crescimento dos países desenvolvidos
Maior estabilidade econômica e política nos países
menos desenvolvidos
Reformas estruturais nos países latinoamericanos
Internacionalização das empresas espanholas
Fatores explicativos.
B )Espanha: Ciclo de crescimento espanhol
Integração na EU
Novo contexto mais competitivo
Novas estratégias empresariais
Processo de acumulação de capital das empresas espanholas
Formação de grandes empresas com alto poder de monopólio
Telefónica
Repsol, 1987, a partir do INH
Fusao de Hispanoil, Enespsa, Enpetro, Petroliber,
Butano, Enagas, Campsa
Endesa
Fesao: Sevillana, Fecsa, Enher, Reunidas, Gesa, Viesgo,
Nansa, Unelco
BBVA (1999) y BSCH (1999)
Baixo nível de concorrência no mercado interno
ESTRATEGIA DE INTERNACIONALIZACION DE LA EMPRESA ESPAÑOLA
NUEVO ENTORNO ECONÓMICO
economía internacionalizada
mayor competencia
desregulada
CONSECUENCIAS
amenaza cuota de mercado
amenaza beneficios
amenaza supervivencia de la
empresa
REACCIÓN: CRECER
¿COMO?
IED
-
¿DONDE?
- Iberoamérica
¿POR QUÉ?
- aumentar competitividad
internacional
- mantener o ampliar
cuota de mercado
¿POR QUÉ?
- mercado y
cultura
Internacionalização das empresas espanholas
C) Participação ativa do Estado espanhol
Estratégia de promoção da internacionalização das empresas através de
instrumentos fiscais, financeiros e de seguros dos riscos associados ao IED.
Reforma do sistema fiscal para evitar dupla tributação aos investimentos
externos diretos das empresas espanholas;
Firma de Tratados bilaterais ou multilaterais, em nível internacional, de
proteção recíproca dos IED;
Criação de um sistema público de seguro ao IED de empresas nacionais, para
proteger os investimentos dos riscos econômicos internacionais, através do
CESCE – Compañía Española de Seguro de Crédito a la Exportación;
Utilização de fundos públicos para financiar e subsidiar a internacionalização
das empresas espanholas, através de programas financeiros oferecidos a través
do ICO (Instituto de Crédito Oficial, do Ministério de Economia), do ICEX
(Instituto de Comercio Exterior) e do COFIDES (Compañía Española de
Financiación del Desarrollo).
Toral (2008), afirma que foi utilizado quase um 1 bilhão de dólares de créditos aos
diferentes programas de promoção de internacionalização empresarial através do
ICO e do ICEX, especialmente.
Grandes magnitudes do MT espanhol (Em mil)
1978
1984
1995
2008.I
2009.I
1984-1978
2008-1995
2009.I - 2008.I
TOTAL
Ocupados
12.402
11.119
12.512
20.402
19.090
-1.283
7.890
878
2.794
3.716
2.174
4.010
1.916
-1.542
1.837
Ativos
13.279
13.912
16.228
22.576
23.101
633
6.348
525
População +16 a
26.012
28.202
31.847
38.042
38.408
2.190
6.195
366
0
0
Desempregados
HOMENS
Ocupados
Desempregados
Ativos
População +16 a
Desempregadas
Ativas
População +16 a
Fonte: INE
-
1.312
8.912
7.919
8.238
11.923
10.830
-993
3.685
599
1.825
1.814
1.019
2.196
1.226
-795
1.177
9.511
9743
10.051
12.942
13.026
232
2.891
84
12.522
13.631
15.448
18.671
18.849
1.109
3.223
178
0
0
MULHERES
Ocupadas
-
-
1.093
3.490
3200
4275
8.478
8.260
-290
4.203
219
279
969
1902
1.156
1.815
690
-746
659
3.769
4169
6.176
9.634
10.075
400
3.458
441
13.490
14571
16.400
19.372
19.560
1.081
2.972
188
Estrutura setorial do emprego na Espanha (Em Mil)
1984
1978
1995
2.472 1.970
1.107
3.425 2.821
2.575
867
1.235
1.194
5.269 5.440
7.637
12.401 11.119
12.512
Diferença
2008- 2008.1Setores 1984 -1978 1995
2003
Agricultura
-502
-244
-71,2
Industria
-604
738
185,5
Construçao
-368 1.476
660,3
Serviços
171 5.918 2.961,1
Total
-1.282 5.918 3.735,7
Setores
Agricultura
Indústria
Contruçao
Serviços
Total
Fonte: INE
2008.1
2009.1
863
838
3.313
2.900
2.670
1.978
13.555
13.375
20.401,8 19.090,8
2009.12008.1
-25,4
-413,3
-692,3
-180
-1.311
Evolução do MT espanhol: Fatores explicativos
Etapa de crise: 1978-85. Forte destruição de emprego (878 mil a
2.794.000 desempregados)
Destruição de emprego (redução do nº de ocupados)
Forte crescimento dos salários reais
Movimentos sociais, sindicatos (negociação coletiva)
Crescimento dos Custos do Trabalho (cotizações sociais)
Forte destruição do emprego no setor agrícola e industrial
(Reestruturação industrial)
Ajuste:
Rentabilidade e equilíbrio financeiro das empresas
Sobre o emprego
Elevados custos de demissão
Expectativa de reforma do MT (reduzindo custo)
Evolução do MT espanhol: Fatores explicativos
Persistência do desemprego estrutural: 85-95
Forte criação de emprego: 85-90 (1.393 mil novos ocupados)
Pouco efeito sobre a taxa de desemprego
Crescimento da população ativa
Persistência estrutural do desemprego
Alto nível de rigidez salarial
O salário não responde a oferta e demanda
Estrutura da Negociação Coletiva
Elevado seguro desemprego
CLU
Insuficiência da demanda efetiva
Evolução do MT espanhol: Fatores explicativos
Expressiva redução do desemprego: 1995-2008
Menor taxa de desemprego: 8,6 % em 2007.III (2 milhões)
Vigorosa criação de emprego (+7.890 mil)
Determinantes
Expectativas e posterior integração à UME
Maior estabilidade macroeconômica (menor inflação e déficit
público)
Redução da taxa de juros (juros reais negativos)
Liberalização de alguns setores de atividade, especialmente do setor
de serviços
Telecomunicações, financeiros, transportes, etc.
Reformas do Mercado de trabalho
Maior flexibilização
Maior
Aumentou a precariedade do trabalho
flexibilidade
Altas taxas de temporalidade
Moderação salarial
Taxa de temporalidade, EPA 1987-2009.I
Fuente: Luia Toharia (2009), Presentación Foro de Empleo Ortega y Gasset
Taxa de desemprego, evolução recente, 2004-2008
Fuente: http://www.mtin.es/estadisticas/bel/EPA/epag2a.htm
Taxa de atividade, evoluçao recente, 2004-2008
Fuente: http://www.mtin.es/estadisticas/bel/EPA/epag2a.htm
Conclusão
Forte criação de emprego, mas altamente volátil
Elevada elasticidade da demanda de trabalho
Se observou também um convergência com a UE em
taxas de atividade.
Ainda longe dos objetivos de Lisboa
A pesar disso, se observam importantes deficiências
estruturais do MT espanhol:
Uma escassa participação da mulher e dos jovens
no MT
Elevada precariedade (dualidade)
Elevada temporalidade
Moderação salarial