Chávez propõe pacto militar na Alba Venezuela

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Chávez propõe pacto militar na Alba Venezuela
Chávez propõe pacto militar na Alba
Venezuela, Bolívia, Cuba e Nicarágua fariam acordo prevendo cooperação nas
áreas militar e de inteligência
EFE, AP E AFP
Caracas - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, propôs a assinatura de um
pacto de defesa entre Cuba, Nicarágua, Bolívia e Venezuela - os países membros da
Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). “Parece que chegou o momento de
acertarmos uma estratégia de defesa conjunta para que ninguém possa cometer nenhum
erro contra os nossos povos”, disse Chávez na noite de quarta-feira, durante a cerimônia
de encerramento da primeira reunião de representantes da Alba, em Caracas.
Segundo o presidente venezuelano, o pacto é necessário por causa “do terrorismo
e agressão permanentes dos EUA” na região. Ele permitiria compartilhar equipamentos e
incluiria outras formas de cooperação militar, além dos serviços de inteligência.
Durante o encontro em Caracas, Chávez criticou os países que firmaram acordos
de cooperação militar com os EUA e anunciou a criação de um banco de
desenvolvimento para financiar projetos conjuntos entre os países da Alba. “Somos
forçados a avançar cada dia mais rapidamente e de forma mais precisa”, disse o
presidente venezuelano.
Criada por iniciativa do líder cubano Fidel Castro, a Alba inicialmente era uma
alternativa ao extinto projeto da Aliança de Livre Comércio das Américas (Alca),
impulsionado pelo governo americano. Além de Venezuela, Cuba, Nicarágua e Bolívia, o
Equador, governado pelo esquerdista Rafael Correa, também estuda sua adesão ao
bloco, cujo objetivo declarado é ampliar a integração e combater a influência dos EUA
sobre os países da região.
De acordo com Chávez, a Alba deve se transformar no futuro numa “confederação
de Estados”. “Devemos nos ver como um projeto de uma grande nação, que
transcenderá os espaços nacionais - uma Confederação dos Estados da Alba”, explicou
o presidente venezuelano. “Só unidos poderemos ser livres para desenvolver nossa
própria visão de mundo.”
AJUDA MILITAR
Em maio do ano passado, a Venezuela já havia assinado um pacto de cooperação
militar com a Bolívia, que prevê a construção de um porto e de uma base militar em
território boliviano. O acordo também inclui a colaboração na “gestão de crises”, abrindo
espaço para o envio de soldados venezuelanos em casos de conflito interno no país
aliado.
O rápido avanço do programa de reaparelhamento militar promovido por Chávez na
Venezuela tem causado preocupações em relação a uma possível corrida armamentista
na região. Hoje, o líder venezuelano está negociando com a Rússia a compra de mísseis
ar-superfície capazes de atingir alvos a distâncias superiores a 150 quilômetros.
Além disso, nos últimos meses Chávez comprou fuzis e caças russos e tentou
adquirir lanchas de patrulha da Espanha. Segundo algumas fontes, até o fim do ano ele
espera concluir uma encomenda de pelo menos 600 blindados.
Jornal O ESTADO DE SÃO PAULO-08/06/2007

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