Plano de saúde da Epagri - Governo do Estado de Santa Catarina

Transcrição

Plano de saúde da Epagri - Governo do Estado de Santa Catarina
Empresa de Pesquisa Agropecuária
e Extensão Rural de Santa Catarina
Balanço Social 2012
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Epagri: uma empresa
conhecida e reconhecida
O reconhecimento do trabalho de uma organização não acontece por acaso. É fruto do
esforço coletivo dos agentes que atuam nos diversos elos que compõem sua estrutura. Na Epagri,
esse reconhecimento torna-se cada vez mais significativo na medida em que reflete a opinião da
sociedade catarinense.
Esta edição do Balanço Social mostra o resultado das ações da Epagri de acordo com a
percepção das pessoas que trabalham e vivem no campo. O sucesso alcançado pelo trabalho da
Empresa em 2012 inspirou também a forma de apresentá-lo.
Entre as atividades desenvolvidas pela Epagri foram selecionadas 47 tecnologias para
avaliação e 12 assuntos relevantes. Cada assunto serviu de base para produzir uma reportagem
enriquecida pelos depoimentos de agricultores e pescadores. Dessa forma, além de estar
relacionado diretamente aos resultados obtidos pela empresa, o êxito dos projetos e das ações da
empresa pode ser comprovado com base no grau de satisfação do público-alvo.
É importante reconhecer que boa parte do sucesso da Empresa se atribui ao corpo
técnico altamente capacitado, especialmente às pessoas que vestem a camisa e atuam nas unidades
da Epagri localizadas em todo o território catarinense.
Merecem igualmente nosso reconhecimento e agradecimento o Governo Estado de
Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, o Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Ministério da
Pesca e Aquicultura (MPA), o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a Fundação de Amparo
à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), as universidades, prefeituras municipais e outras instituições
públicas e privadas cujas parcerias foram fundamentais para a Epagri atingir seus objetivos e
cumprir sua missão.
Saber que o nosso trabalho é reconhecido pela ampla maioria da sociedade é o nosso
maior estímulo.
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Luiz Ademir Hessmann
Presidente da Epagri
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R$ 813,7
milhões
é a contribuição da Epagri
no retorno social que as tecnologias
e ações da Empresa geraram para
a sociedade catarinense em 2012.
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R$ 3,17
é o retorno que a sociedade
catarinense obteve para cada real
investido na Epagri.
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R$ 2,13
bilhões
é o retorno global das tecnologias
geradas pela Epagri, considerando
a contribuição de todos os agentes
econômicos, científicos e sociais
que participaram do processo
em 2012.
10
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12
123.042
famílias
e 3.001 entidades foram assistidas
pelo trabalho da Epagri durante o ano.
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Pasto garantido o ano todo
Sobressemeadura de espécies de inverno reduz
custos e eleva a produção de leite
O
entre o fim de abril e o início de maio diretamente sobre
as pastagens perenes de verão ou naturalizadas. Com
o auxílio dos próprios animais, a forragem existente é
rebaixada, e sementes de aveia, azevém e trevo-branco
são colocadas em contato com o solo.
outono e o inverno são o período mais difícil para
quem produz leite. Nos meses frios as pastagens
perenes de verão reduzem seu crescimento, o
volume de forragem diminui e o valor nutritivo também.
Sem alimento adequado para as vacas, o pecuarista vê a
produção de leite cair enquanto os custos sobem, pois
precisa investir em ração e silagem. O impacto é ainda
maior para os pequenos produtores familiares, que têm
no leite a principal fonte de renda e respondem pela
maior parte da produção do Estado.
As espécies de inverno, altamente produtivas e tolerantes
a baixas temperaturas, ajudam a reduzir o vazio forrageiro
no período mais crítico. Com pasto garantido, o produtor
depende menos de silagem e usa cerca de 50% menos
rações concentradas. Ele também pode comprar rações
mais baratas, já que a forragem é mais nutritiva.
Para enfrentar esse problema, a Epagri difunde entre os
produtores a sobressemeadura de espécies anuais de
inverno, uma técnica simples, de baixo custo, que garante
pasto de qualidade o ano inteiro. A semeadura é feita
Além de reduzir custos, a técnica permite aumentar o
número de vacas por hectare e eleva a produção de leite.
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Nas cerca de 36 mil propriedades do Estado que praticam
a sobressemeadura, estima-se um aumento de produção
de 200 milhões de litros por ano, o equivalente a 10% do
volume estadual.
O meio ambiente também sai ganhando, já que a
sobressemeadura não mobiliza o solo, mantém-no
coberto o ano todo, aumenta a infiltração da água, diminui
a erosão e eleva o teor de matéria orgânica, contribuindo
para reduzir o volume de gás carbônico na atmosfera.
O custo de implantação varia entre R$350 e R$500 por
hectare e se dilui com o tempo, já que apenas a aveia
precisa ser semeada todos os anos (as outras espécies se
ressemeiam naturalmente). Além disso, as leguminosas
fixam no solo o nitrogênio do ar, reduzindo a necessidade
de aplicar fertilizantes nitrogenados.
Em Unidades de Referência Técnica, reuniões, dias de
campo e excursões, a prática é difundida especialmente
nas regiões Oeste, Planalto e Litoral Sul, onde se concentra
a maior parte dos produtores. Além de incentivar a
sobressemeadura, a Epagri orienta as famílias a implantar
sistemas de piqueteamento com pastoreio rotativo nas
pastagens.
Um futuro bem semeado
A satisfação da família Voloszyn é o resultado mais
visível dessa técnica. Eles compraram as primeiras
vacas leiteiras há 12 anos, em São Lourenço do
Oeste, e há seis se mudaram para uma propriedade
de 32 hectares em Concórdia, na Linha Maria Goretti.
Nos cálculos de Natalino, a produção de hoje, com
sobressemeadura, piqueteamento e organização
da propriedade, é cerca de 40% maior do que nos
primeiros anos.
Matheus, de 21 anos, fizeram cursos e passaram a
receber assistência técnica da Epagri. Hoje são 18
hectares de pastos perenes sobressemeados com
espécies de inverno. O rebanho de 63 animais tem 28
vacas em lactação que rendem cerca de 12 mil litros
de leite por mês.
“No início não tínhamos organização. No inverno
a produção caía, faltava alimento para os animais
e ficava caro produzir. Hoje temos planejamento,
fazemos sobressemeadura, piqueteamento, reserva
de silagem, manejo nutricional.
É tudo calculado para não faltar
alimento”, explica Natalino.
Além de depender menos de
silagem, ele economiza cerca
de R$3 de ração concentrada
por dia para cada vaca em
lactação. “Somos privilegiados
por ter assistência técnica
dessa qualidade e ainda
gratuita”, avalia.
Para melhorar os resultados, Natalino e o filho
O sucesso é tanto que Natalino
nunca mais pensou em voltar
para a cidade, onde nasceu e
cresceu. “Temos qualidade de
vida, dinheiro, carro, internet,
as mesmas coisas de quem
mora na cidade.” Matheus, que
é técnico agrícola, pensa da
mesma forma e não pretende
sair do campo.
Na propriedade de Natalino, a produção cresceu 40%
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Pomar protegido,
qualidade garantida
Com financiamento, produtores de maçã instalam
sistemas de cobertura antigranizo
U
m ano de trabalho destruído em minutos. Na Serra
Catarinense, onde as chuvas de granizo têm se
tornado comuns na primavera e no verão, é isso
que muitas famílias rurais sentem ao ver seus pomares de
maçã ser atingidos em plena época de desenvolvimento
das flores e dos frutos. Em São Joaquim, cerca de 100
mil toneladas de maçã foram destruídas na safra de
2012. Esse volume, correspondente a 33% do total
colhido no município, foi diretamente para indústrias de
processamento, perdendo 90% do valor comercial – um
prejuízo estimado em R$90 milhões.
ameixa e uva na Serra Catarinense. O problema é que esse
sistema tem custo de implantação alto: o investimento
de aproximadamente R$35 mil por hectare está longe
do alcance de grande parte dos 1,6 mil fruticultores
familiares da região.
Em 2012, a equipe do Escritório Municipal da Epagri de
São Joaquim propôs ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural que projetos de implantação de cobertura
antigranizo para os fruticultores familiares do município
fossem priorizados no uso dos recursos do programa Juro
Zero, da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca.
Esse programa subsidia os juros previstos para financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
A melhor forma de evitar esses danos é construir sistemas
de cobertura antigranizo. A cada ano, a solução vem sendo
adotada por mais fruticultores que produzem maçã,
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Proposta aceita, a equipe da Epagri se empenhou em fazer visitas técnicas às propriedades, organizar reuniões
sobre a importância de cobrir os pomares, tirar dúvidas,
elaborar os projetos, além de acompanhar e emitir laudos
sobre a implantação das estruturas.
Com pomares cobertos, as famílias ficam tranquilas enquanto as macieiras frutificam. Os jovens podem sonhar
com o futuro nas propriedades onde cresceram, já que a
renda está garantida, mesmo com tempo ruim. Os frutos
de qualidade garantem faturamento médio de R$29 mil e
rendimento líquido aproximado de R$15 mil por hectare.
As famílias ganham competitividade e fazem novos investimentos; mais empregos são gerados e a economia do
município se fortalece.
Graças a esse esforço, 20 produtores aderiram ao programa em 2012, totalizando uma área a ser coberta de 37,5
hectares. Os recursos liberados somam R$1,332 milhão
do Pronaf e, do total, R$970 mil se enquadram no Juro
Zero.
Colheita boa
mesmo com tempo ruim
É na fria São Joaquim que se produz mais da metade
da maçã de Santa Catarina e um quarto do total do
País. Só em 2012, foram colhidas no município 306
mil toneladas. Esse volume é a soma do trabalho de
grandes e também de pequenos fruticultores, como
o produtor Carlos Alberto Demeciano. No interior
da capital da maçã, na comunidade de Cruzeiro, ele
colhe cerca de 100 toneladas por safra.
Mas nem sempre a colheita foi motivo de
comemoração. “Nos últimos dez anos, em nove
choveu granizo aqui. Sempre tive perdas na
qualidade dos frutos, e isso depreciava o valor em
cerca de 30% a 40%”, conta. Sem ter como proteger
os pomares, restava torcer para que o tempo
colaborasse. “A gente via uma nuvem e já ficava
preocupado; nunca sabia quando vinha granizo”,
lembra.
Em 2012, com a ajuda da Epagri, Carlos
conseguiu recursos para cobrir 2 hectares
de macieiras. Os R$78 mil, que serão pagos
em sete anos, foram financiados pelo Pronaf
e parte dos juros foi subsidiada pelo Juro
Zero. Em setembro o sistema estava pronto.
“Com recursos próprios eu não conseguiria
implantar as telas”, diz o produtor.
A qualidade das primeiras maçãs colhidas
em 2013 já mostrou que o investimento
valeu a pena. Cerca de 90% dos frutos da
‘Gala’, que responde por um quarto da
produção de Carlos (a maior parte é ‘Fuji’),
foram qualificados como classe 1. Cada quilo
rendeu R$0,40 a mais que na safra anterior.
“Agora sobra dinheiro para investir em mais
cobertura e novas áreas de produção”,
comemora. Na área de 1 hectare que ainda
não está coberta, as perdas foram de 40%.
Carlos Alberto não precisa mais se preocupar
com o granizo
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Construindo o futuro
com madeira
Produtores investem em florestas plantadas
e novos empreendimentos para crescer
P
lantar árvores, manejar a floresta, serrar e vender.
Essa é a rotina de muitas famílias catarinenses
que descobriram no reflorestamento e no
processamento primário da madeira uma opção sólida e
rentável para sustentar seu futuro. Na região de Rio do
Sul, no Vale do Itajaí, a Epagri iniciou em 2009 uma série
de ações para estimular essa atividade. São seminários
com demonstração do uso de serraria móvel, cursos de
processamento primário da madeira, dias de campo,
visitas e a instalação de Unidades Demonstrativas de
manejo florestal. Em parceria com outras entidades,
foram realizados, até 2012, 20 seminários, com 1,4 mil
participantes.
O objetivo desse trabalho é melhorar a qualidade e a
rentabilidade das florestas plantadas e produzir madeira
pelo beneficiamento primário, aumentando a renda das
famílias. A Epagri apoia o surgimento de serrarias nas
propriedades rurais, transformando agricultores em
empreendedores e aumentando a participação dos jovens
no negócio familiar.
A cada ano, outros empreendimentos são criados no
meio rural. A Epagri estima que cerca de 90 agricultores
tenham implantado serrarias na região de Rio do Sul nos
últimos 4 anos para trabalhar com madeira serrada, produzir paletes e caixarias para embalagem. Muitas famílias
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entram no negócio serrando madeira para uso próprio,
para os vizinhos e para a comunidade. Depois, para poder
comercializar, legalizam a atividade.
A floresta plantada funciona como uma “poupança verde” que cresce e se valoriza enquanto a família pode se
dedicar a outras atividades. Se precisar de dinheiro, o produtor pode cortar e vender a madeira. As espécies mais
cultivadas em Santa Catarina são eucalipto e pínus. Um
hectare de eucalipto rende, em média, R$3,5 mil por ano.
Comparada a uma lavoura tradicional, a floresta também
exige pouca mão de obra, usa pouco ou quase nenhum
agrotóxico e é um investimento mais seguro, já que sofre
menos com geadas, secas ou excesso de chuva. Além disso, a atividade diminui a pressão sobre o corte de árvores
nativas.
Além de ver a renda e a qualidade de vida da família aumentar, os produtores rurais que se tornam empreendedores têm orgulho de trabalhar no próprio negócio. Os
filhos se envolvem nas atividades da floresta e da serraria
e acabam decidindo ficar na propriedade para assumir o
empreendimento. Esse tipo de empreendimento tem ajudado a reduzir o êxodo rural.
Agricultor vira empresário
sem sair do campo
Depois de tentar ganhar a vida produzindo fumo,
leite e até trabalhando com bicho-da-seda, a família
Bozan, do interior de Taió, descobriu na madeira
sua verdadeira vocação. “A situação estava difícil
e os filhos iam sair da propriedade, então plantei a
floresta e investi em uma serraria”, conta Irineu, de
51 anos.
A mudança aconteceu aos poucos. Em 2005,
Irineu começou a cortar árvores reflorestadas da
propriedade e a comprar de outros produtores para
vender às serrarias do município. Em 2007 alugou
uma serraria em Taió, onde trabalhou por dois anos.
Em 2010, finalmente construiu a Madeireira IB na
propriedade da família.
Para que a atividade desse certo, o produtor, que
decidiu ser empresário, também buscou capacitação.
Fez cursos de reflorestamento e de processamento
primário da madeira e, desde o início, conta com a
assistência dos técnicos da Epagri.
Hoje, dois dos quatro filhos ajudam a tocar o
empreendimento: Luana, de 20 anos, trabalha
no escritório e está até construindo uma casa na
propriedade; Luan, de 19, trabalha com as máquinas
e também pretende ficar por lá.
A renda e o patrimônio da família nem se comparam
ao que era antes. A empresa vende 150m3 por mês
de madeira serrada bruta, caibro e sarrafo de telha
no mercado regional e estadual. Também está bem
estruturada, com máquinas, estufa, empilhadeira,
caminhões e tratores. Dos 57 hectares da propriedade,
cerca de 40 são de reflorestamento com eucalipto e
pínus. Além de Irineu e dos filhos, o negócio emprega
quatro funcionários. “Estamos muito contentes com
o resultado do trabalho”, comemora o empresário.
Irineu (de chapéu) se capacitou e abriu uma
madeireira
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Qualificação na beira do mar
Com cursos da Epagri, as famílias que vivem da pesca
conquistam uma vida melhor
T
ransformar peixes e frutos do mar em pratos
saborosos, frutas da estação em geleias, conchas
e resíduos da pesca em artesanato. Não importa
quão simples pareçam ser as tarefas, elas são capazes
de transformar a vida de famílias que vivem da pesca
artesanal no litoral catarinense. Os eventos de capacitação
realizados pela Epagri dentro do projeto de Assistência
Técnica e Extensão Pesqueira (Atepa) beneficiaram,
apenas em 2012, 660 pescadores, mulheres e jovens de
24 municípios do litoral catarinense nas regiões de Itajaí,
Florianópolis, Tubarão e Araranguá.
são ferramentas para levar qualificação, organização,
cidadania, integração e novas opções de renda para
quem vive do mar. A forma de atuar é diferente de muitos
cursos que exigem deslocamento dos participantes: os
extensionistas vão até as comunidades para ministrar as
aulas, convivem com as famílias, identificam demandas,
buscam atendê-las e criam laços de amizade e confiança
com elas em um trabalho contínuo.
Nesses cursos, os pescadores e suas famílias são
capacitados em manutenção de motores marítimos,
gestão de negócios, tecelagem, tapeçaria, artesanato
de material reciclável, boas práticas de manipulação de
alimentos, processamento de pescados e frutos do mar,
As capacitações, realizadas em centros comunitários,
salões paroquiais, residências ou onde for possível,
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produção de pães artesanais, geleias, doces, entradas
para coquetéis e pratos principais à base de peixes e
frutos do mar, entre outras opções.
melhorar a qualidade do cardápio nos restaurantes e
aprimorar técnicas de artesanato para produzir peças
mais bonitas e bem-acabadas.
Qualificadas, as famílias conseguem aperfeiçoar suas
atividades, descobrir uma fonte de renda, melhorar os
resultados da pesca, incrementar o valor do pescado, ter
noções de gestão para seus negócios e atender melhor
os turistas durante a temporada. Muitos já têm o próprio
negócio ou são artesãos, e com o curso conseguem
Mas o resultado mais visível está na mobilização e na
integração das pessoas em suas comunidades. Com
encontros periódicos, as famílias vão se entrosando,
resgatam sua cultura, se organizam, fortalecem a
cidadania e melhoram a autoestima.
Longe da cidade,
perto das oportunidades
Na Costa da Lagoa, em Florianópolis, não há estrada,
carro nem ponto de ônibus. Para chegar lá, só de
barco ou por trilha. Nessa comunidade isolada no
norte da Lagoa da Conceição, cerca de 300 famílias
vivem da pesca artesanal e do turismo.
poucas opções e hoje são 50 tipos de doce, incluindo
cocada, sonho, bombom, quindim, queijadinha,
rosca, cuca, brigadeiro, musse e bolo, sem falar dos
salgados, como empadinha de camarão, casquinha
e bolinho de siri. Na temporada, as filhas ajudam a
vender os doces de mesa em mesa nos restaurantes
da Costa.
Elizabete Frutuoso tem 46 anos e mora lá desde
criança. Casada com um pescador, há 20 anos ela faz
doces e sai com uma cesta no braço para vendê-los
para turistas e famílias da comunidade. Começou com
Apesar de morar em uma comunidade isolada,
Elisabete vive por dentro das novidades. “Sempre
que descubro um curso gratuito, eu
participo porque gosto de aprender,
me desenvolver”, conta. Para ela,
as capacitações ministradas pelos
extensionistas da Epagri no projeto Atepa
são uma grande oportunidade. “Já fiz
curso de pães, de conservas, de artesanato
e de manipulação de alimentos”, lembra
a doceira, que conseguiu melhorar as
receitas e começou a vender mais. “Tenho
muito orgulho do que eu era e do que sou
hoje.”
As capacitações também mudaram a vida
de outras famílias da comunidade. No
começo, ninguém acreditava que haveria
participação nos cursos, mas o trabalho deu
certo: as pessoas se envolveram cada vez
mais e a comunidade foi se transformando.
Com a cooperação de todos, a Costa da
Lagoa tem ficado mais forte e unida.
Elisabete descobriu uma nova fonte de renda
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Merenda saudável
e agricultor valorizado
Famílias rurais melhoram a renda vendendo produtos
para a alimentação escolar
O
Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE), do Governo Federal, é uma grande
oportunidade de mercado para as famílias rurais.
Ele atende a Lei no 11.947/2009, que determina que pelo
menos 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) aos estados e
municípios para alimentação escolar devem ser usados na
compra de produtos da agricultura familiar.
ampliam a área cultivada e até iniciam outras atividades.
A elevação da renda abre uma perspectiva melhor de
futuro e os jovens podem ficar no campo ou até mesmo
voltar para ele.
O programa também estimula a transição das
propriedades para o sistema agroecológico, uma atitude
que faz bem para os produtores, os consumidores e a
natureza. Eliminando o uso de agroquímicos nas lavouras,
os agricultores protegem o solo e a água, reduzem custos
de produção, trabalham em um ambiente mais saudável,
melhoram a própria alimentação e a de outras famílias e
ainda elevam o preço de venda dos produtos em 30%.
Graças a esse programa, os pequenos produtores rurais
têm sua atividade valorizada e conseguem vender os
alimentos de forma direta, com preços competitivos. Com
mais dinheiro entrando, eles investem em tecnologia,
equipamentos e veículos para transportar as mercadorias,
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Em Santa Catarina, os profissionais da Epagri se esforçam
para viabilizar o acesso das famílias rurais a esse mercado.
A Empresa capacita técnicos e produtores sobre a lei,
presta assistência técnica, elabora o calendário agrícola
nos municípios, discute com os nutricionistas o cardápio
da alimentação escolar e assessora os agricultores
na produção, industrialização e comercialização dos
alimentos.
com o assessoramento para a comercialização, foram
beneficiadas oito cooperativas, com um total de 123
agricultores e pescadores e mais 15 grupos informais com
103 pessoas. As ações de assistência técnica atenderam
177 agricultores familiares envolvidos no PNAE.
Nas escolas da região, a criançada pode comer alimentos
fresquinhos, saudáveis e de qualidade produzidos com
carinho pelas famílias locais. É uma lista longa e saborosa,
incluindo frutas como abacaxi, banana, caqui, melancia,
morango, tangerina e uva, hortaliças como brócolis,
beterraba, cenoura, couve-flor, tomate e vagem, além de
alimentos como geleias, pães, leite, mel, melado, peixes,
bolachas e sucos.
Um bom exemplo desse trabalho está nos municípios
de Araquari, Ascurra, Balneário Camboriú, Barra Velha,
Benedito Novo, Bombinhas, Garuva, Itajaí, Itapema, Itapoá,
Jaraguá do Sul, Pomerode, Porto Belo, Rio dos Cedros, São
Francisco do Sul e Timbó. Nesses 16 municípios, apenas
Cor e sabor
na hora do lanche
Na Escola Municipal Antenor Sprotte, no interior de
Araquari, os alimentos produzidos pelos agricultores
da região alimentam 78 alunos do 2o ao 5o ano.
“Muitos colhem de madrugada e trazem aqui bem
cedinho para prepararmos a merenda das crianças.
Os alimentos chegam bonitos e fresquinhos”, conta
a diretora, Carla Xavier.
e colorida. “Antes não tinha tanta variedade e
quase sempre se fazia sopa. Agora o cardápio é
bem diversificado: tem purê de abóbora, lasanha
de berinjela, ensopado de legumes, abobrinha
refogada, saladas variadas todos os dias e frutas
após as refeições”, exemplifica a diretora.
Os pratos fazem sucesso entre as crianças, que estão
comendo mais e até provam legumes e verduras
que não conhecem. “Introduzimos coisas diferentes
e eles começam a gostar”, diz Carla. Em 2012, a
escola iniciou um projeto de educação alimentar
com os estudantes.
Depois que a escola começou a receber produtos da
agricultura familiar, a merenda ficou mais saudável
Na outra ponta, famílias rurais como a do casal Ralf
e Traudi Lach, de Pomerode, se sentem valorizadas
e conseguem construir uma vida melhor no campo.
“Deixamos de plantar fumo, que dava muito
trabalho e usava agrotóxico, e agora produzimos
verduras e legumes orgânicos. Plantamos repolho,
couve-flor, brócolis, pepino, tomate, vagem, rúcula,
agrião e muitas outras opções. A Epagri ajudou a
gente a produzir nesse sistema”, conta a agricultora
Traudi. Já faz quatro anos que, todas as semanas,
eles mandam uma carga de alimentos para virar
merenda nas escolas da região.
Na escola Antenor Sprotte, em Araquari, o cardápio foi
aprovado
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Segurança para navegar
Pescadores do Sul do Brasil
recebem boletins específicos de previsão do tempo
D
eixar a família em casa, ir para o mar e passar
dias balançando com as ondas, trabalhando para
voltar com o barco cheio. Até a década de 1990,
os pescadores do Sul do Brasil enfrentavam essa rotina
sem saber os perigos que a natureza lhes reservava a cada
jornada. Prever e enfrentar tempestades, ventos e ondas
grandes que poderiam oferecer risco, atrasar o retorno ou
dar prejuízo dependia da experiência e da coragem dos
homens do mar.
comunidade pesqueira que traz, entre outras informações,
tamanho e direção de ondas e intensidade e direção dos
ventos. Esses dados chegam à base de Passos de Torres
(SC), que os repassa aos barcos que navegam na região
em duas transmissões diárias de radiocomunicação (às
9h30 e às 16h). Os boletins também estão disponíveis no
site do projeto.
Sempre que há situações de risco, os pescadores são
alertados para voltar para casa em segurança. Além
disso, a base ajuda na comunicação entre terra e mar: dá
recados da família, avisa sobre nascimentos, falecimentos
e outros eventos importantes. E em caso de acidentes,
ajuda a providenciar socorro para que os pescadores
sejam atendidos rapidamente em terra.
Desde o ano 2000, os pescadores contam com o
Meteopesca, um programa de previsão e monitoramento
das condições de tempo e mar inteiramente adaptado
para eles. Diariamente, os meteorologistas da Epagri/
Ciram preparam um boletim de previsão específico para a
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Além de salvar vidas, as informações melhoram a
rentabilidade da pesca e evitam perdas econômicas
significativas. Com base nelas, os pescadores não lançam
redes e outros artefatos de captura se o mar não está
para peixe. Um exemplo é quando há vento Nordeste de
modo persistente, pois esse vento aumenta o consumo de
combustível e o tempo de viagem, além de balançar mais
o barco, o que deprecia o valor do pescado. Em 2012, os
pescadores artesanais catarinenses economizaram cerca
de R$1,12 milhão graças a esses avisos.
Aproximadamente 10 mil pescadores e 800 embarcações
industriais e artesanais que navegam pela Região
Sul podem contar com os boletins do Meteopesca.
Diariamente, o programa atende 400 a 500 barcos
artesanais e industriais, somando 3,4 mil pescadores.
Além das embarcações dos pescadores artesanais e
industriais, veleiros, iates, navios cargueiros, de turismo,
petroleiros e de pesquisa também são usuários frequentes
das informações.
Tranquilidade
e muito peixe no barco
O pescador artesanal Marcelo Gonçalves Rolim, de
Passo de Torres, vive boa parte de seus dias no mar
desde que tinha 17 anos. Ele aprendeu a profissão
com o tio e, hoje, já tem 14 anos de experiência
com redes e outros artefatos de captura. No barco
que divide com um sócio, Marcelo viaja para o mar
com mais seis ou sete pessoas várias vezes por mês
e lá fica por quatro ou cinco dias, até voltar com o
resultado da pescaria.
No verão o mar dá linguado e corvina; entre maio
e julho os pescadores aproveitam a safra da tainha
e, de julho a novembro, carregam o barco de
anchova. Ao final de cada mês, as viagens somam
10 a 25 toneladas de peixes, que são vendidos para
uma empresa de pescados.
Marcelo sabe que as condições do tempo podem
determinar o sucesso da pescaria. Por isso, ele não
embarca antes de ouvir os boletins de previsão
do Meteopesca. E quando está no mar, longe da
família, ouve as transmissões todos
os dias para saber como o tempo vai
se comportar. “Antes desse projeto, a
gente saía com tempo bom e de repente
ele ficava ruim, aí voltava sem peixe,
perdia a viagem e gastava combustível à
toa. Agora a gente sabe como o tempo
vai estar e se vale a pena sair”, conta.
Além de evitar os prejuízos provocados
pelo tempo, os boletins dão a Marcelo
a certeza de que será comunicado
caso o mar fique perigoso para as
embarcações. “A gente trabalha mais
tranquilo porque sabe que a base vai
avisar se vier tempo ruim. E se tiver
algum recado da família, também
ficamos sabendo”, diz o pescador, que é
casado e tem duas filhas pequenas.
Marcelo não embarca antes de ouvir os boletins
do Meteopesca
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Grão de qualidade
Arroz catarinense rompe fronteiras
e contribui para a segurança alimentar
O
arroz catarinense é um cereal com alto valor
agregado. Os diversos tipos disponíveis no
mercado são fruto de cultivares altamente
produtivos, desenvolvidos pela Epagri para as condições
de cultivo das regiões produtoras. É justamente essa
tecnologia que permite que o arroz seja acessível e não
pese no bolso do consumidor.
O trabalho inicia com os cruzamentos realizados pelos
melhoristas, responsáveis pelo acompanhamento de
milhares de plantas que são a fonte de variabilidade
genética utilizada para o desenvolvimento dos novos
cultivares. As características agronômicas, industriais
e culinárias, assim como a avaliação sensorial, são
determinantes para a boa aceitação dos cultivares.
Segundo pesquisadores da Epagri/Estação Experimental
de Itajaí, um cultivar demora em média 13 anos para
ser desenvolvido. Até que o arroz chegue à mesa do
consumidor, há um longo caminho a ser percorrido. Além
de conhecimento, o trabalho requer uma dose extra
de dedicação, pois são várias as etapas anteriores ao
lançamento de um cultivar.
Entre os fatores climáticos importantes para o
desenvolvimento da orizicultura, os técnicos da Epagri
destacam a água, a temperatura noturna adequada e a
luminosidade. Em algumas regiões do Estado, onde o grão
encontra as condições ideais, o rendimento dos cultivares
da Epagri atinge o limite de seu potencial genético. Isso se
reflete na qualidade de vida dos produtores.
26
A produtividade nas lavouras catarinenses aumentou cerca
de 300% nos últimos 30 anos e os resultados do trabalho
da Epagri podem ser vistos em toda a cadeia produtiva.
Com os avanços a qualidade das sementes produzidas em
Santa Catarina ganhou fama entre os produtores e hoje
os cultivares da Epagri são plantados em vários estados,
como Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, Ceará, Piauí, Mato Grosso do Sul, Pará,
Maranhão, Roraima, Tocantins, e também em países
vizinhos, como Paraguai, Bolívia, Argentina e Venezuela. O perfil do agricultor é outro fator decisivo no que se
refere à rentabilidade da orizicultura. Para obter a renda
esperada, não basta conhecer as técnicas de cultivo. É
preciso saber negociar, manter-se informado sobre o
mercado, as linhas de crédito e as novidades que surgem e
podem tornar a atividade mais competitiva e sustentável.
O segredo está na produtividade
Agronômica é um município onde os produtores
têm alcançado produtividades extraordinárias.
Osmar Cattoni, 61 anos, presidente do Sindicato
dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de
Agronômica e proprietário de uma área de 14
hectares no município, é um exemplo. Respeitado
por sua experiência na atividade, ele reconhece
a importância da Epagri para o desenvolvimento
da orizicultura na região: “Além de fornecer as
linhagens para a produção de sementes, a Epagri
ajuda a encaminhar propostas de Crédito Rural,
esclarece dúvidas e está sempre à disposição do
produtor”. Para Cattoni, “a rentabilidade da lavoura
depende muito do clima, mas na safra 2011/12
houve um bom rendimento”. Em sua propriedade, a
produtividade alcançou 10t/ha.
A renda que vem das lavouras de arroz não é uma
dádiva da natureza, mas fruto da parceria que
envolve inúmeras instituições, técnicos, agricultores
e também os consumidores. Graças a esse esforço
conjunto, Santa Catarina é um dos estados brasileiros
mais avançados nos estudos sobre o produto e o
segundo maior produtor nacional de arroz.
As pesquisas com o grão concentram-se atualmente
no desenvolvimento de materiais genéticos mais
produtivos e com maior aceitação pela indústria e
pelos consumidores. As inovações estão relacionadas
aos hábitos de consumo e a técnicas que preservem
os recursos hídricos e o meio ambiente.
O arroz também é um item importante na cesta
básica do brasileiro. Ao lado de outros grãos,
como o milho e o feijão, o produto é essencial na
alimentação da população. Daí a importância dele
nas políticas públicas para melhorar a segurança
alimentar e nutricional.
Em Santa Catarina, de acordo com dados da Epagri/
Cepa, entre os principais municípios produtores de
arroz aparecem Araranguá, com produção de 375
mil toneladas; Tubarão, com 154 mil toneladas;
Joinville, com 152 mil toneladas; Criciúma, com 140
mil toneladas; e Rio do Sul, com 90 mil toneladas.
A área plantada no Estado não é grande: cerca de
150 mil hectares. O segredo do negócio está na
produtividade das propriedades catarinenses, que
atingem um rendimento extraordinário, equivalente
aos maiores do mundo.
Osni conhece o mercado tão bem quanto a lavoura
27
Santa Catarina
aposta no cooperativismo
Empreendimentos se multiplicam no Estado e abrem as portas
do mercado para agricultores familiares
Q
desenvolvimento da agricultura. Com a criação da
CooperCastello, a vida das pessoas em Presidente Castello
Branco começou a mudar.
uando são executadas de forma organizada e
aberta à participação, as ideias ganham força
e têm tudo para dar certo. A produção e a
comercialização de alimentos de forma cooperada é um
modo de ampliar horizontes e criar possibilidades para o
agricultor familiar.
Esse é só um exemplo das iniciativas que contam com
o apoio das instituições públicas e criam um ambiente
favorável ao desenvolvimento de inovações sociotécnicas.
A multiplicação de empreendimentos de agregação de valor
e de formas organizativas (cooperativas descentralizadas
e redes de cooperação e comercialização) é, em grande
parte, resultado dos esforços dos técnicos da Epagri que
atuam em todo o Estado.
Esse é o caso da Cooperativa de Produção e Consumo
Agroindustrial Familiar de Presidente Castello Branco
(CooperCastello), criada em 2006 no município de
Presidente Castello Branco, a 436km de Florianópolis.
Situado em uma região distante dos maiores centros
urbanos do Estado, o município tinha dificuldades
para gerar renda devido à sua localização, considerada
pelos produtores um dos principais entraves para o
A capacitação de mulheres agricultoras para a indústria
caseira, a profissionalização de agricultores e os cursos
dirigidos aos jovens são ações precursoras da agroindústria
28
familiar rural e da organização de redes de cooperação/
comercialização dos empreendimentos de agregação de
valor.
de gestão, organização dos produtores, processamento,
design de embalagens, apresentação de produtos, bem
como a elaboração de projetos e planos de negócios.
A Epagri tem papel vital na implantação de ações em
áreas como crédito, logística, transporte, comunicação,
capacitação tecnológica e gerencial, gestão da qualidade,
prestação de serviços, regulação e gestão ambiental.
Atuando especialmente na formação e capacitação de
técnicos, a Empresa busca desenvolver ações na área
As mudanças não aparecem apenas na renda obtida pelos
agricultores. Elas estão presentes na qualidade de vida das
pessoas. Seja em Castello Branco, seja em qualquer outro
ponto do Estado, as ações da Epagri buscam fortalecer as
estratégias e assegurar a melhoria da competitividade da
agricultura familiar e do espaço rural
União faz a diferença
Em Castello Branco, a ideia de criar uma cooperativa
nasceu nas reuniões organizadas pelos extensionistas
da Epagri com os agricultores da região depois de
uma viagem a Gramado, RS. Segundo os agricultores,
a visita a Gramado foi importante para mobilizar as
pessoas.
Para Alfeu Giacomini, 36 anos, agricultor e um dos
sócios da CooperCastello, a iniciativa deu novo ânimo
para os agricultores de Castello Branco. Segundo ele,
“a cooperativa foi fundamental para alavancar as
vendas de seus produtos”.
Com 20 produtores associados, a CooperCastello
facilitou a comercialização e permitiu a redução
dos custos para legalizar os produtos. Embora seja
uma iniciativa recente, a cooperativa já possui
quatro empreendimentos legalizados: um moinho,
uma fábrica de massas e duas agroindústrias, além
de uma unidade de panificação em construção.
A fruticultura, a apicultura, a piscicultura e a
produção de chás são outros negócios que
começam a deslanchar.
A boa notícia circula por toda a região, mas para
comprovar os efeitos positivos da cooperativa
nada melhor que as palavras de seus associados:
“Após a legalização da agroindústria, conseguimos
aumentar as vendas e a produção. Fico contente
em ver meu produto na prateleira do mercado.
Temos bastante trabalho, mas estamos animados”,
conta Renato Mioto, responsável pela unidade de
processamento de cana-de-açúcar.
A produção de pescados é outra atividade que
se fortaleceu com a criação da CooperCastello.
Até pouco tempo atrás não havia produtores de
peixe no município. Com a criação da cooperativa
e do Fundo Municipal de Desenvolvimento
Agropecuário, esse tipo de empreendimento
tornou-se rentável. Espera-se que em 2013 a
produção de tilápias atinja 75 toneladas.
Bons ventos movem o novo negócio de Alfeu
29
Festas comunitárias
Eventos fortalecem comunidades rurais em Ponte Serrada
C
riar espaços para lazer com ações que atraiam e
envolvam as pessoas é uma forma de fortalecer o
espaço rural. As festas comunitárias, realizadas pelo
Escritório Municipal da Epagri em Ponte Serrada, são um
bom exemplo.
Em 2012, as ações envolveram nove comunidades,
mobilizando 250 famílias. No total, foram investidos
R$150 mil nas reformas e na ampliação dos centros
comunitários. O público envolvido anualmente nas
festas gira em torno de duas mil pessoas, um número
significativo para um município com uma população de
pouco mais de 10 mil habitantes.
A Epagri é uma das principais articuladoras do trabalho
planejado anualmente pelos próprios moradores do
município. Entre as ações, destacam-se as reformas dos
centros comunitários, o embelezamento de praças e as
melhorias das estradas que dão acesso às comunidades
rurais.
Com o planejamento, as datas de todas as festas
comunitárias passaram a ser definidas nas reuniões
e divulgadas no Calendário de Eventos do Município.
Embora sejam diferentes entre si, os eventos são
30
Apesar da abrangência microrregional, as festas
comunitárias transformaram-se em uma das prioridades
do Escritório Municipal da Epagri em Ponte Serrada
devido à sua importância econômica, cultural e social.
marcados pela simplicidade e têm uma característica em
comum: são as pessoas das comunidades que decidem o
que fazer e a melhor data para cada realização.
Cabe à Epagri e às instituições parceiras dar o apoio
logístico, fazer a divulgação e colaborar na realização das
festas que, em 2012, foram sete: Festa da Galinha Caipira,
na Linha Fátima; Festa do Leitão, na Baia Baixa; Festa do
Vinho Colonial e Jantar Italiano, em São Valentim; Festa
do Pinhão, em Santa Terezinha; Festa da Mandioca, no
Assentamento 25 de Maio; Festa da Ovelha, na Linha
Alegre II; e Festa das Massas, realizada na Granja Berté.
A Epagri também é responsável pelos cursos de boas
práticas de manipulação de alimentos, preparo de
pratos à base de mandioca, pinhão, ovelha, frango,
suíno e massas. Além de melhorar a autoestima das
famílias rurais, as festas trouxeram inúmeros benefícios
para os moradores, como a valorização da agricultura
familiar, o embelezamento das comunidades, o resgate
da gastronomia e da cultura rural, o fortalecimento dos
grupos de mulheres e o envolvimento dos jovens.
A divulgação é feita de modo simples e não conta com
os recursos sofisticados utilizados nos grandes eventos.
Bons motivos para comemorar
onde os eventos eram realizados. “Então decidimos
fazer a Festa das Massas, que já vai para a segunda
edição”, conta o casal.
Desde os primeiros eventos coordenados pela Epagri
em Ponte Serrada, em 2004, já se passaram nove
anos. Com o tempo, as comunidades e as pessoas
acumulam histórias para contar.
O desenvolvimento sustentável é um dos temas
mais difundidos hoje em dia, mas nem sempre as
pessoas conseguem aplicá-lo. Em Ponte Serrada,
para o projeto se tornar sustentável, a equipe da
Epagri não mediu esforços e buscou seguir ao pé da
letra os elementos em que se baseia o conceito de
sustentabilidade. Assim, os resultados podem ser
vistos de acordo com efeitos alcançados em cada
área.
Josiane Saretto, moradora da comunidade de São
Valentim, ainda era menina quando a Festa do Vinho
Colonial começou a ser realizada. “Hoje sou casada
e participo ativamente junto com meu marido da
organização da festa”, diz, orgulhosa.
Nas primeiras festas organizadas pelos moradores,
poucos acreditavam no sucesso desse tipo de
evento. Na Granja Berté, onde mora o casal Jefson
e Sidiane Berté, não havia nenhuma festa, até os
moradores perceberem uma grande diferença no
relacionamento entre as pessoas nas comunidades
Na área econômica, ampliaram-se e reformaramse todos os centros comunitários; foram adquiridos
equipamentos e utensílios para melhorar o preparo
da alimentação e o atendimento ao público; na
área social, fortaleceram-se as comunidades, as
festas tornaram-se um objetivo comum das famílias,
resgataram-se valores culturais e a gastronomia rural;
na área ambiental, a oferta de água com qualidade
aumentou e os acessos às comunidades também
foram melhorados.
Tudo isso agregado reavivou o espaço rural e ampliou
as relações comunitárias. Com o aumento do fluxo de
pessoas que movimentam a economia do município,
Ponte Serrada tornou-se referência na região,
atraindo visitantes de outras comunidades e também
dos municípios vizinhos.
Alencar e Josiane marcam presença na Festa do Leitão
31
Produção saudável
e sustentável
Ação da Epagri impulsiona
produção agroecológica de hortaliças
A
produção de hortaliças em Santa Catarina é
favorecida pela diversidade de clima, solos,
topografia. A atividade também é beneficiada
pela estrutura fundiária da pequena propriedade familiar
que predomina no Estado. Na Epagri, esses elementos
são trabalhados pelo Programa de Olericultura de forma
integrada e funcionam como recursos importantes nas
estratégias desenvolvidas para atender à crescente
demanda por produtos saudáveis.
regiões do Estado, é notável o percentual de agricultores
que decidiram apostar na agroecologia, mesmo que a
princípio essa opção não pareça tão lucrativa.
Santa Rosa de Lima é um exemplo que merece destaque.
Em março de 2011, um grupo de agricultores do
município procurou os profissionais da Epagri com o
objetivo de estruturar a atividade. Eles pretendiam
ampliar a produção e a produtividade, reduzir as perdas
decorrentes de intempéries e melhorar a qualidade dos
produtos.
Ao mesmo tempo que promovem a competitividade
sustentável da atividade visando à produção e à oferta
de produtos de qualidade, as técnicas agroecológicas são
consideradas essenciais para a melhoria da qualidade
de vida de agricultores e consumidores. Em diversas
Foram elaborados projetos alternativos para melhorar os
sistemas de produção, a ambiência do local de trabalho
e aumentar a produção. A olericultura orgânica, aliada
32
a investimentos em infraestrutura de irrigação e à
construção de abrigos, foi aprovada pelos agricultores.
Além de já estarem familiarizados com as técnicas
pelo cultivo de hortas domésticas, os agricultores
demonstraram grande satisfação em produzir alimentos
de forma ambientalmente equilibrada e socialmente
justa.
Os extensionistas da Epagri recebem com satisfação e
apoiam prioritariamente esse tipo de iniciativa. Para
eles, além de preservar os recursos naturais, os métodos
agroecológicos são eficazes do ponto de vista econômico.
O próximo passo, segundo os técnicos, é consolidar
práticas sustentáveis na olericultura.
Acesso a novos mercados
“valeu a pena”. Após três anos plantando hortaliças,
seu Dauri não tem motivos para se arrepender:
“Hoje eu e minha família estamos colhendo os frutos
da decisão”.
Em Santa Rosa de Lima, um grupo composto por
dez agricultores procurou a Epagri para melhorar
o sistema orgânico de produção de olerícolas.
O objetivo do grupo era ampliar a produção e a
produtividade a fim de oferecer produtos com mais
qualidade ao consumidor.
Além de saúde, o cultivo de hortaliças levou fartura
às propriedades dos agricultores. Alface, almeirão,
rúcula, repolho, brócolis, couve-flor, tomate,
pimentão, pepino, abóbora, morango, cebolinha
e salsa são as principais hortaliças produzidas.
Como resultado da iniciativa, merecem destaque
a implantação de dez sistemas de irrigação
suplementar, a certificação orgânica de oito
propriedades e o aumento em 50% da produção.
Com base no Programa de Olericultura, os técnicos
da Epagri identificaram aí uma oportunidade de
orientar os agricultores familiares a pôr em prática
técnicas que permitissem substituir o cultivo de
tabaco e a exploração irregular de carvão vegetal.
O primeiro passo foi melhorar o manejo orgânico
e ampliar a produção, a produtividade e o acesso a
novos mercados.
A instalação de abrigos e a implantação de sistemas
de irrigação também permitiram o cultivo de
hortaliças em períodos de entressafra. O uso
dessas tecnologias na produção orgânica promoveu
a saúde das plantas, reduzindo as perdas por
estresses bióticos e abióticos, o que melhorou
sensivelmente a qualidade e o rendimento dos
produtos.
Dauri Floriano, 39 anos, casado e pai de três filhos,
é um dos agricultores que contaram com o apoio da
Epagri para estruturar a propriedade para a produção
agroecológica de hortaliças. Segundo o produtor,
A produção anual atualmente atinge 320
toneladas e a maior parte é comercializada
diretamente nas feiras da região. A participação
da CooperAgreco é fundamental para a
viabilização da logística de produção e
comercialização, embora a execução do projeto
seja feita diretamente pelos beneficiários.
Além de fornecer alimentos orgânicos de
qualidade para entidades que atuam em
diferentes mercados consumidores, a ação
assegura a participação coletiva na produção
e comercialização de alimentos orgânicos,
atendendo mercados regionais, programas
de aquisição de alimentos e o restaurante
universitário da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC).
Dauri está colhendo os frutos das tecnologias
instaladas na propriedade
33
Gestão consciente da água
Ações da Epagri no Oeste minimizam escassez
e fortalecem espírito comunitário
O
Extremo Oeste de Santa Catarina é conhecido
pelas estiagens e pela ausência de informações
e de recursos considerados essenciais para o seu
desenvolvimento. Esse problema gera dificuldades de
todos os tipos para a população e acaba comprometendo
o futuro de quem vive na região.
do Rio das Flores, iniciada em 2008, foi a fórmula adotada
para fazer isso na prática.
A iniciativa proporcionou inúmeros benefícios para as
comunidades, e as ações incluem a implantação de
duas unidades de referência educativa, o mapeamento
das áreas da microbacia, o monitoramento dos cursos
d’água, a recomposição das matas ciliares, a avaliação da
qualidade da água e do solo, orientações para o uso do
carneiro hidráulico, a construção de lixeiras, entre outras.
Entre as ações executadas pelos órgãos públicos, a
educação ambiental pode contribuir para mitigar
problemas como esse. A incorporação da educação
ambiental como disciplina nos currículos das escolas da
região, estimulada pela Epagri, é um passo importante
para a preservação dos recursos hídricos. A revitalização
Com sua nascente no município de Dionísio Cerqueira, o
Rio das Flores abrange dez municípios. As comunidades
34
que habitam suas margens, compostas basicamente de
agricultores, estão colhendo os frutos do trabalho que
envolve estudantes, professores, lideranças e técnicos da
Epagri.
As orientações e os métodos dos extensionistas rurais são
aplicados com sucesso e contam com a participação de
lideranças, professores, pais e alunos. Cabe aos moradores
recuperar a mata ciliar, retirar o lixo e construir cisternas e
proteções de fontes para garantir água de boa qualidade.
Além de conscientizar moradores urbanos e rurais sobre a
importância dos cuidados com a água, o trabalho mobiliza
as pessoas e fortalece os laços entre as comunidades.
Com o apoio das pessoas, não foi difícil para os técnicos
da Epagri fazer a ideia ganhar força e se espalhar pelos
afluentes que formam a bacia hidrográfica.
Segundo os técnicos da Epagri envolvidos no projeto,
todas as melhorias estão ajudando a minimizar os
efeitos da seca e seriam impraticáveis sem o trabalho de
educação ambiental implantado pelas escolas da região
em parceria com a Empresa.
Entusiasmo se multiplica
Conhecer o trabalho feito em outras regiões é
uma forma de estimular novas iniciativas. Na
Linha Pessegueiro, município de Guarujá do Sul,
residem 128 famílias, a maioria de agricultores
familiares. Depois de duas viagens à bacia do Rio
Paraná e região de Foz do Iguaçu, os agricultores da
comunidade retornaram entusiasmados. “Você vai
lá, vê o resultado e sabe que aquilo pode ser feito”,
conta Irton Eberhardt, agricultor que vive na Linha
Pessegueiro com a mulher e duas filhas.
da qualidade da água. Embora os investimentos
sejam modestos, os primeiros resultados já estão
surgindo: a boa qualidade da água melhorou a
produção de leite e de hortaliças, e também há maior
disponibilidade de água para a produção de frutíferas
e de outras culturas.
Segundo seu Irton, em sua propriedade “os animais
não entram mais no córrego e a água já vem bem
mais limpa”. Para o agricultor, se todos fizerem o
isolamento de sangas, nascentes e rios, em breve os
moradores poderão usar a água do riacho para beber.
Com o apoio do Escritório Municipal da Epagri,
os moradores da Linha Pessegueiro fizeram a
programação e iniciaram os trabalhos para a melhoria
Com o sucesso do trabalho realizado pelas escolas,
as parcerias também se multiplicaram. As ações
contam com o apoio de prefeituras municipais,
secretarias municipais de educação, cooperativas,
Sicoob, Fatma, Polícia Ambiental, Ministério
Público e Secretaria de Desenvolvimento Regional
de Dionísio Cerqueira. Até agora foram investidos
pouco mais de R$ 60 mil no projeto.
Além de viagens educativas, seminários e eventos,
o prêmio Escola Ecologia foi outra iniciativa
importante para sensibilizar as pessoas e reverter
a situação em que se encontrava o Rio das Flores.
Com o estímulo da Epagri e a participação de
professores e alunos, três escolas da região já
foram agraciadas com o prêmio.
O entusiasmo dos jovens e a mobilização dos
moradores das comunidades são sinais de uma
nova consciência que desponta na região.
Água de qualidade é o que não falta na propriedade de
Seu Irton
35
Valorização das pessoas
A Epagri tem várias formas de reconhecer o talento
e o comprometimento dos colaboradores
Avaliação de desempenho:
mérito reconhecido
Em 2012 foram incorporadas ao programa de
Avaliação de Desempenho Funcional sugestões
recebidas de empregados e dirigentes. Além de
aperfeiçoar o processo, a proposta é estimular
o bom desempenho e o comprometimento dos
colaboradores com os objetivos institucionais.
O programa segue conforme o Plano de Cargos e
Salários (PCS) da Epagri, que prevê a promoção
horizontal por merecimento. Nesse ano, foi
reconhecido o mérito de 570 empregados, ou seja,
25% do quadro funcional.
Educação continuada
e qualificação profissional
A atualização de conhecimentos do quadro funcional
em áreas estratégicas para a agricultura e a pesca
no Estado é um foco permanente na Epagri. A
capacitação profissional é pré-requisito essencial
para a execução dos trabalhos em todas as áreas da
Empresa.
Em 2012, o Programa de Capacitação Contínua
viabilizou, com recursos que tiveram como fonte
principal convênios e projetos elaborados em
parceria com várias instituições, 511 participações
em eventos, sendo 491 em eventos no País e 20 no
exterior. Os cursos na modalidade de educação a
distância (EaD) totalizaram 56 participações e sua
aplicação na Epagri é imediata.
O número de empregados integrantes do Programa
de Pós-Graduação chegou a 55 em 2012. Ao longo
do ano, 14 empregados concluíram seus cursos e
41 empregados estavam vinculados ao programa
em dezembro. Atualmente, o número total de pósgraduados é de 513, distribuídos em especialistas
(210), mestres (199) e doutores (104), e supera o de
empregados enquadrados como bacharéis (300).
36
Segurança e saúde no trabalho
A prevenção de acidentes e de doenças relacionadas
ao trabalho é uma rotina na Epagri. Palestras,
treinamentos e inspeções nos locais de trabalho
são realizados periodicamente para conscientizar
os empregados de formas seguras de executar suas
atividades, utilizando equipamentos de proteção
individual em funções que apresentam riscos
ocupacionais. No ano de 2012 foram fornecidos
equipamentos de proteção individual aos empregados
que totalizaram aproximadamente R$110 mil.
O acompanhamento das condições de saúde
ocupacional é realizado por meio de exames
clínicos admissionais, periódicos, de retorno ao
trabalho, demissionais e exames complementares de
acetilcolinesterase, raios-X de tórax, hemograma e
audiometria.
Em 2012 foram investidos R$374.695,17 em saúde
ocupacional.
Serviço social: orientação
para quem precisa
O Serviço Social da Epagri é executado por três
assistentes sociais lotadas em Chapecó, Lages
e Florianópolis. Empregados em situação de
vulnerabilidade ou de risco à saúde necessitam
de cuidado e orientação. As ações abrangem
questões relacionadas a saúde, mediação de
relações profissionais, identificação, orientação e
encaminhamento de casos de dependência química
e de doenças e agravos ocupacionais, bem como
a motivação para o trabalho e a redução de faltas
associadas a doenças. Em 2012 foram realizados
1.774 atendimentos a empregados, 176 atendimentos
médico-hospitalares e 27 eventos relacionados
à promoção da saúde, que totalizaram 1.221
participantes.
Jovem aprendiz: um bom começo
O primeiro passo para ingressar no mercado de
trabalho nem sempre é fácil. Muitas vezes é preciso
uma força. Hoje jovens catarinenses de todas as regiões
do Estado sabem que podem contar com a Epagri.
Em 2012 a Empresa contratou 51 jovens aprendizes,
abriu espaço para 37 estudantes realizarem estágio
curricular obrigatório e 9 para atuarem como bolsitas.
37
Plano de saúde da Epagri
A assistência à saúde é extensiva aos familiares e
proporciona aos associados e dependentes inscritos
atendimento médico, hospitais, clínicas médicas
especializadas, clínicas odontológicas ou odontólogos,
fisioterapia, laboratórios, serviços de diagnóstico por
imagem etc. Em 2012 a Casacaresc, responsável pela
administração do plano, registrou 24.005 consultas
médicas, 25.021 exames, 1.851 procedimentos
odontológicos, 654 exames de ressonância magnética,
490 tomografias computadorizadas, 8.877 sessões de
fisioterapia e 1.626 internações aos funcionários da
Epagri e seus dependentes.
Plano de previdência complementar
Além da cobertura de imprevistos (doença, morte ou
invalidez), o plano oferece condições mais vantajosas
quando comparadas aos planos individuais vendidos
por bancos e seguradoras. Entre os 2.161 empregados atualmente ativos na Epagri, 1.533 já optaram
pela participação, ou seja, mais de 70%. Quem pensa
no futuro sabe que vale a pena.
38
Retorno
social
Os resultados do trabalho da Epagri se refletem de várias formas
no meio rural e pesqueiro: ganho de produtividade, redução de custos,
agregação de valor ou expansão da produção em novas áreas
são algumas mudanças que as famílias sentem no dia a dia em suas
propriedades. Confira os impactos sociais, ambientais e econômicos
desse esforço e conheça melhor algumas das tecnologias que têm
transformado a vida de quem trabalha no campo e no mar.
39
Impacto
Ganho de produtividade
Tecnologias geradas e difundidas que contribuem para aumentar a produtividade da agropecuária de Santa Catarina. Os impactos sociais e ambientais são medidos na escala “+” quando positivo e na escala “-” quando negativo, sendo “n”
= neutro.
40
Grãos e pastagens
se alternam para gerar lucro
No Sistema de Integração Lavoura-Pecuária, as áreas de cultivo
produzem pasto no inverno e elevam a produção leiteira
N
Desde 2005, a adoção do SILP vem provocando
aumento acentuado na produção de leite catarinense.
Em 2012, os produtores que praticaram o sistema
elevaram a renda anual em cerca de R$500 por
hectare. Em todo o Estado, a soma ultrapassou R$150
milhões, dos quais aproximadamente R$46 milhões
podem ser creditados ao trabalho realizado pela
Epagri.
o verão, as lavouras, especialmente de grãos
como milho, feijão e soja, forram o chão e
tomam conta da paisagem. No inverno, na
mesma área, brotam pastagens que alimentam
o gado leiteiro. Em Santa Catarina, o Sistema de
Integração Lavoura-Pecuária (SILP) permite às famílias
rurais, principalmente as que vivem em pequenas
propriedades, baratear o custo do leite e melhorar
a produção nos meses mais frios do ano, quando as
forrageiras perenes reduzem o ritmo de crescimento.
O sistema contribuiu para aumentar o número de
estabelecimentos agrícolas na atividade leiteira e
elevar a renda nas propriedades. Indiretamente,
esse aumento da produção viabilizou a instalação
de agroindústrias nas regiões com maior produção,
gerando empregos e movimentando a economia dos
municípios. As indústrias e o mercado passaram a
ser abastecidos com mais regularidade e, no final da
cadeia produtiva, o consumidor saiu ganhando com
mais oferta e menor preço.
Antes de adotarem esse sistema, para manter a
produção no outono e no inverno, os agricultores
alimentavam os animais com silagem, milho em
espiga e insumos que precisavam ser comprados, o
que aumentava muito o custo de produção do leite.
Mas com a semeadura de pastagens nas áreas de
lavoura, a deficiência de alimento deixou de ser um
obstáculo para aumentar o número de animais e
ainda melhorou a alimentação nesse período. O SILP
elevou a produtividade por animal e o volume total
de leite, reduzindo a sazonalidade da produção nas
propriedades.
Essa estratégia também é importante porque
há poucas alternativas de cultivos agrícolas
economicamente viáveis para o inverno. Em Santa
Catarina, a área plantada com as principais culturas de
verão foi de aproximadamente 1,1 milhão de hectares
em 2011/12, enquanto o trigo, principal cultura de
inverno, ocupou cerca de 76 mil hectares.
Ao mesmo tempo, existem pastagens anuais de
inverno adaptadas às condições edafoclimáticas do
sul do Brasil, como a aveia-preta, a aveia-branca,
o centeio, o azevém e as ervilhacas. Elas fornecem
alimento aos animais exatamente no período em
que a forragem é escassa nos campos naturais e
naturalizados e nas pastagens perenes melhoradas de
verão.
Em 2012, os produtores que praticaram o sistema
elevaram a renda anual em R$500 por hectare
41
Impacto
Redução de custos
Tecnologias geradas e difundidas que melhoram a competitividade da agropecuária de Santa Catarina devido à redução
nos custos de produção. Os impactos sociais e ambientais são medidos na escala “+” quando positivo e na escala “-”
quando negativo, sendo “n” = neutro.
42
Alimentos mais baratos
com produção sustentável
Plantio direto de hortaliças põe na mesa alimentos de qualidade com
menor custo e ainda protege a natureza
B
e 60% do uso de adubos químicos. Estima-se que os
impactos diretos e indiretos do SPDH tenham atingido
pelo menos 30% da área cultivada com tomate no
Estado, reduzindo o custo de produção de R$12 para
R$8 por caixa.
uscar uma forma de transição da agricultura
convencional para um sistema sustentável que
produza alimentos limpos, diminua os impactos
ambientais e o custo de produção. Esse desafio foi a
semente do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças
(SPDH) em Santa Catarina. As pesquisas da Epagri
na área iniciaram em 1998 e, em 2001, as primeiras
lavouras de estudos foram implantadas com a
participação de agricultores familiares.
No cultivo da cebola houve diminuição em mais de
70% do trabalho com trator, 60% do uso de adubo
químico e mais de 40% de fungicidas. Além disso, o
tempo de armazenagem do bulbo aumentou em cerca
de 60 dias. De acordo com estimativas da Epagri, os
impactos desse sistema atingem mais de 25% da área
cultivada com cebola no Estado, fazendo o custo do
quilo cair de R$0,39 para R$0,24.
O SPDH é baseado em fundamentos como rotação
de culturas, revolvimento do solo restrito à linha de
plantio, manutenção de resíduos vegetais no solo,
mecanização adequada às condições da propriedade
familiar, redução até a eliminação do uso de
agrotóxicos e adubos altamente solúveis, manejo das
plantas espontâneas em consórcio com as hortaliças
e promoção da saúde da planta. O sistema também
tem como premissa a organização dos pequenos
agricultores e a valorização da qualidade de vida de
produtores e consumidores.
Outra hortaliça cujos resultados surpreendem os
agricultores com a adoção do SPDH é o chuchu. Em
2012, o incremento da produtividade resultou num
ganho de R$24,62 mil para cada hectare plantado. Em
todo o Estado, o benefício econômico foi de R$1,55
milhão.
As tecnologias são geradas e adaptadas nas unidades
da Epagri e em lavouras de estudos instaladas nas
propriedades, onde técnicos e agricultores trabalham
juntos. Esse conhecimento gerado em parceria vem
sendo disseminado em Santa Catarina há 16 anos por
meio de cursos, dias de campo, palestras e visitas a
técnicos e agricultores.
O resultado do trabalho mostra que é possível produzir
alimentos de forma mais barata e com menos insumos
químicos, protegendo a natureza e cuidando da saúde
dos agricultores e consumidores. Apenas em 2012 o
SPDH proporcionou uma economia de R$7,28 milhões
para os produtores rurais catarinenses nos cultivos de
tomate, cebola, chuchu e mandioquinha-salsa.
Na cadeia produtiva do tomate, por exemplo, o
sistema ajudou a reduzir em 70% o uso do trator,
60% do uso de fungicida, 100% do uso de herbicida
O SPDH gerou economia de R$7,28 milhões para os
produtores catarinenses em 2012
43
Impacto
Agregação de valor ou expansão da produção em novas áreas
Tecnologias geradas e difundidas que permitem introduzir atividades produtivas em novas áreas ou em áreas antes impróprias ou que agregam valores a produtos ou sistemas de produção tradicionais, melhorando a renda dos produtores.
Os impactos sociais e ambientais são medidos na escala “+” quando positivo e na escala “-” quando negativo, sendo “n”
= neutro.
44
Demonstrativo do Balanço Social
45
O
O método utilizado
para os cálculos
Balanço Social da Epagri representa a prestação
de contas dos recursos que os catarinenses
investem em pesquisa agropecuária e extensão
rural. Nele é demonstrado o Retorno Social das tecnologias
geradas e difundidas pela empresa junto aos agricultores
e maricultores catarinenses. Para o cálculo desse retorno,
utilizou-se uma metodologia desenvolvida pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)1 para
avaliar impactos econômicos da introdução de tecnologias
de produção agropecuária junto ao setor produtivo.
O cálculo dos
impactos econômicos
U
ma amostra de 43 tecnologias, entre o estoque de
tecnologias geradas pela Empresa e transferidas
aos produtores, foi usada como base de cálculo.
Também foram selecionadas para avaliação quatro ações
de assistência técnica e extensão rural e pesqueira (ATER),
desenvolvidas nos últimos anos.
Os impactos econômicos foram estimados com base nos
benefícios apropriados pelos adotantes das tecnologias no
ano de 2012. Esses benefícios econômicos são calculados
pelo método do “Excedente Econômico”, desenvolvido
A tabela da página anterior (43) foi elaborada tomando
por base a metodologia proposta pelo Instituto Brasileiro
de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) para a construção
de balanços sociais de empresas. A receita operacional
apresentada nessa tabela é composta pelas receitas
com vendas de produtos e serviços gerados, deduzidos
os impostos, e pelos repasses do Tesouro do Estado de
Santa Catarina e da União, por intermédio dos convênios
e contratos realizados com ministérios e órgãos federais.
Os indicadores sociais internos mostram os recursos
financeiros investidos com alimentação, encargos sociais
compulsórios, previdência privada, saúde, segurança
e saúde do trabalho, auxílio-creche, capacitação e
desenvolvimento profissional do quadro funcional.
pela Embrapa1 para avaliar os retornos dos investimentos
realizados em pesquisa agropecuária.
A metodologia permite estimar a renda adicional
decorrente dos ganhos de produtividade, da redução de
custos, da agregação de valor ou da expansão da produção
em novas áreas e da incorporação de áreas anteriormente
consideradas impróprias (pela carência de tecnologias
ajustadas), a partir da adoção de uma nova tecnologia
em substituição àquela em uso. A avaliação é feita pela
comparação das duas situações: a situação anterior
(sem a adoção da tecnologia) com a situação atual (com
a tecnologia incorporada ao sistema de produção da
agroindústria ou do produtor rural).
Esses investimentos somaram 86,1 milhões de reais em
2012 e representaram 34% da receita líquida. Os tributos
pagos em 2012, excluídos os encargos sociais, somaram
2,1 milhões de reais.
Os benefícios atribuídos à Epagri, proporcionados pelas
tecnologias e pelas ações de ATER aqui analisadas,
deduzem os impactos ocorridos em outros estados da
federação e a participação de outros parceiros, quando
a pesquisa ou a transferência é compartilhada com
outras instituições. Os dados foram estimados por meio
O
de levantamentos de campo, contatos com técnicos da
O retorno social
extensão rural (da empresa e de outras instituições) e
pesquisadores que desenvolveram as tecnologias.
impacto econômico global em 2012 das tecnologias avaliadas, desenvolvidas ou transferidas pela
Epagri à sociedade catarinense e brasileira, alcançou a cifra de R$2.129.889.033,79. A parcela desse impacto atribuída à Epagri foi estimada em R$813.651.788,92,
representando o retorno social da Empresa em 2012.
46
Avaliação dos impactos
sociais e ambientais
Cálculo de famílias e
assistências realizadas
O
O
número de famílias e entidades atendidas pelo
trabalho da Epagri em 2012 (123.042 e 3.001 respectivamente) considera as assistências a unidades familiares e entidades, sem repetição dos registros,
independentemente do tipo e do número de assistências
realizadas.
s impactos sociais e ambientais das tecnologias
desenvolvidas pela pesquisa e das ações de ATER
consideradas foram avaliados pelos técnicos da
extensão rural e pelos pesquisadores, considerando uma
escala de avaliação composta por nove níveis de impactos
globais:
• altamente negativo (- - - -);
• bastante negativo (- - -);
• moderadamente negativo (- -);
• ligeiramente negativo (-);
• neutro (n);
• ligeiramente positivo (+);
• moderadamente positivo (+ +);
• bastante positivo (+ + +); e
• altamente positivo (+ + + +).
Na avaliação dos impactos sociais foram considerados os
efeitos da tecnologia/ação sobre a geração de renda e de
empregos, a inclusão social, as condições de trabalho,
bem como a amplitude de adoção e a sua adequação
aos pequenos produtores. Esses impactos podem ser
positivos ou negativos, com diferentes intensidades.
Para os impactos ambientais foi avaliada cada uma das
tecnologias/ações quanto ao efeito de sua adoção, em
substituição à situação anterior, no uso de agroquímicos,
no consumo de energia fóssil e de outros insumos externos,
nos processos internos de reciclagem, na poluição de
solos e mananciais hídricos, no uso, na conservação
e na melhoria do solo e da água, na manutenção da
biodiversidade etc. Esses impactos também podem ser
positivos ou negativos, com diferentes intensidades.
47
Sede Administrativa
Gerências Regionais
Chefe de Gabinete
Laercio Torres
Gerência de Pesquisa e Inovação
Guilherme Rupp
Gerência de Extensão Rural e Pesqueira
José Cezar Pereira
Gerência de Gestão de Pessoal
Amélia Durieux Lopes
Gerência de Marketing e Comunicação
Décio Alfredo Rockenbach
Gerência de Informação
Renato Deggau
Gerência Operacional
Antonio Cesar Martins
Gerência Financeira
Jonas Pereira do Espírito Santo
Gerência Regional de Araranguá
Clodis Odacyr R. de Brito
Gerência Regional de Blumenau
Sérgio Flohr
Gerência Regional de Caçador
Valderis Rosset
Gerência Regional de Campos Novos
Claudemir Durli
Gerência Regional de Canoinhas
Donato João Noernberg
Gerência Regional de Chapecó
Valdir Crestani
Gerência Regional de Concórdia
Luiz Carlos Bergamo
Gerência Regional de Criciúma
Realdino José Busarello
Gerência Regional de Curitibanos
Gilmar C. Michelon Dallamaria
Gerência Regional de Florianópolis
José Orlando Borguezan
Gerência Regional de Itajaí
Jorge Luiz Malburg
Gerência Regional de Joaçaba
Luiz Carlos Coelho
Gerência Regional de Joinville
Onévio Antônio Zabot
Gerência Regional de Lages
Nelson Beretta
Gerência Regional de Mafra
Luiz Fernando G. de Souza
Gerência Regional de Palmitos
Mircon Fruhauf
Gerência Regional de Rio do Sul
Nivaldo José Nicoladelli
Gerência Regional de São Joaquim
Názaro Vieira Lima
Gerência Regional de São Lourenço do Oeste
Paulo Sérgio Scremim
Gerência Regional de São Miguel do Oeste
João Carlos Biasibetti
Gerência Regional de Tubarão
Luiz Marcos Bora
Gerência Regional de Videira
Jonatan Galio
Gerência Regional de Xanxerê
Tovar Raul Werlang
Centros de Pesquisa
Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca
(Cedap)
Fabiano Muller Silva
Centro de Pesquisa para a Agricultura Familiar (Cepaf)
Nelson Cortina
Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola
(Cepa)
Ilmar Borchardt
Centro de Informações de Recursos Ambientais e de
Hidrometeorologia (Ciram)
Edson Silva
Estações Experimentais
Estação Experimental de Caçador
Gabriel Berenhauser Leite
Estação Experimental de Campos Novos
Sergio Roberto Zoldan
Estação Experimental de Canoinhas
Gilson José Marcinichen Gallotti
Estação Experimental de Itajaí
José Alberto Noldin
Estação Experimental de Ituporanga
Edison Xavier de Almeida
Estação Experimental de Lages
Vilmar Francisco Zardo
Estação Experimental de São Joaquim
Gilberto Nava
Estação Experimental de Urussanga
Fernando Damian Preve Filho
Estação Experimental de Videira
Jean Pierre Rosier
*Dirigentes no período de janeiro a dezembro de 2012.
48
Equipe de produção
Irceu Agostini – Estação Experimental de Itajaí (EEI)
Jamil Abdalla Fayad – Gerência Regional de Florianópolis
Jonas Pereira do Espírito Santo – Gerência Estadual de
Finanças (GEF)
José Alfredo da Fonseca – EECan
Matias Guilherme Boll – Centro de Informações de
Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa
Catarina (Ciram)
Milton da Veiga – Estação Experimental de Campos
Novos (EECN)
Murilo Della Costa – Estação Experimental de Lages (EEL)
Nelson Cortina – Centro de Pesquisa para a Agricultura
Familiar (Cepaf)
Robson Ventura de Souza – Cedap
Sandro da Silva dos Santos – Gerência de Gestão de
Pessoas (GGP)
Sérgio Dias Lannes – Estação Experimental de Ituporanga
(EEItu)
Vamilson Prudêncio da Silva Júnior ­– Gerência de
Pesquisa e Inovação (GPI)
Coordenação geral
Luiz Toresan – Centro de Socioeconomia e Planejamento
Agrícola (CEPA)
Redação
Cinthia Andruchak Freitas – Gerência de Marketing e
Comunicação (GMC)
Laertes Rebelo – Gerência de Marketing e Comunicação
(GMC)
Revisão
João Batista Leonel Ghizoni – Gerência de Marketing e
Comunicação (GMC)
Editoração
Vilton Jorge de Souza – Gerência de Marketing e
Comunicação (GMC)
Fotos
Aires Carmem Mariga – Gerência de Marketing e
Comunicação (GMC)
Nilson Otávio Teixeira – Gerência de Marketing e
Comunicação (GMC)
Arquivo das unidades da Epagri
Agradecimentos
Diretoria Executiva
Gerências estaduais
Gerências regionais
Estações experimentais
Centros especializados
Coordenadores de programa
Pesquisadores
Extensionistas
Participação
Anderson Luiz Feltrim – Estação Experimental de Caçador
(EECD)
Edilene Steinwandter – Gerência de Extensão Rural e
Pesqueira (GERP)
Fernando Damian Preve Filho – Estação Experimental de
Urussanga (EEU)
Fernando Soares Silveira – Centro de Desenvolvimento
em Aquicultura e Pesca (Cedap)
Francisco Assis de Brito – Estação Experimental de
Videira (EEV)
Francisco Carlos Heiden – Centro de Socioeconomia e
Planejamento Agrícola (Cepa)
Gilberto Emílio Barella – Gerência Regional de Chapecó
Gilberto Nava – Estação Experimental de São Joaquim
(EESJ)
Gilson José Marcinichen Gallotti – Estação Experimental
de Canoinhas (EECan)
Henrique Appel (Cedap)
Henrry Fernando Diniz Petcov – Gerência Regional de
Florianópolis
Apoio metodológico
Antonio Flavio Dias Ávila – Embrapa
Roberto de Camargo Penteado Filho – Embrapa
49
www.epagri.sc.gov.br
50

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