Caderno de Resumos NEHO 20 anos - NEHO 20 anos
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Caderno de Resumos NEHO 20 anos - NEHO 20 anos
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS Seminário Internacional NEHO 20 ANOS HISTÓRIA ORAL: IDENTIDADE E COMPROMISSO 10 a 12 de novembro de 2011 CADERNO DE RESUMOS São Paulo, 2011 SUMÁRIO GT 01 ± História Oral e Deslocamentos Populacionais Contemporâneos ......................... 3 GT 02 ± História Oral e Gênero ........................................................................................ 13 GT 03 ± História Oral e Relações Disciplinares ............................................................... 20 GT 04 ± Oralidades, Religiões e Religiosidades .............................................................. 30 GT 05 ± História Oral, seus lugares, seus sujeitos: escolas, movimentos sociais e acervos corporativos....................................................................................................................... 34 GT 06 ± História Oral e Movimentos Sociais ................................................................... 44 GT 07 ± História Oral, Identidade e Diversidade ............................................................. 49 GT 08 ± História Oral e Corpo ......................................................................................... 60 2 G T 01 ± H istória O ral e Deslocamentos Populacionais Contemporâneos Coordenação: Vanessa Generoso Paes (NE H O ± U SP) e Vanessa Paola Rojas Fernandez (NEH O ± U SP) Sessão 1: Sexta-feira, dia 11 de novembro, das 10h às 12h30 MEMÓRIA CULTURAL E IMIGRAÇÃO ÁRABE NO RELATO D E UM C ERTO ORIENTE Maged El Gebaly (U SP) A partir das figuras da imigração árabe no Relato de um certo oriente de Milton Hatoum analisamos o papel da ficção da construção memória cultura e a configuração desta narrativa intercultural e sua perspectiva crítica pós-colonial das retóricas holísticas. Nesta análise revisamos os conceitos mestiçagem e hibridação cultural aplicado à situação do descendente de árabes no Brasil. Também usamos as concepções críticas de memória cultural em Memória e História de Jaques Le Goff, Memória, História e Esqueci mento de Paul Ricoeur, Memórias do Modernismo de Andreas Huyssen. Visamos com esta análise participar com certas implicações para o papel da imigração na relação entre o Brasil e os países árabes no futuro cenário internacional do século XXI. Palavras-chave: Narrativa; Memória cultural; Misturas; Alteridade. MIGRAÇÕES LITORÂNEAS: MEMÓRIAS E NARRATIVAS DE ÊXODO RURAL ENTRE DESCENDENTES DE ESCRAVOS. RIO GRANDE DO SUL, MEADOS DO SÉCULO XX Rodrigo de Azevedo Wei mer (U F F) Sabe-se que a presença de direitos trabalhistas no meio urbano, na era Vargas e após, ao mesmo tempo em que inexistiam no meio rural, gerou um afluxo de contingente populacional do campo para a cidade (Gomes, 2005 p. 240-241). Entende-se que não basta relacionar tal processo às suas determinantes estruturais; há também, a par do processo de industrialização que demandou a mão de obra migrante, que verificar as motivações que levaram indivíduos e contingentes populacionais a se mover. A presente pesquisa desenvolve, a partir de depoimentos tomados através da metodologia da história oral, como o processo migratório foi vivenciado por descendentes de escravos da área 3 rural de Osório, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Em busca de novas perspectivas de vida, partiram da fazenda do Morro Alto, onde seus avós haviam sido escravos e onde seus pais lograram permanecer, rumo a cidades como Osório, Capão da Canoa e Porto Alegre, locais de residência dos migrantes entrevistados. Indaga-se sobre os seguintes aspectos: fatores de expulsão de moradores no meio rural; a autonomia diferencial de homens e mulheres para empreender migrações; outras motivações para o êxodo rural além da busca por serem contemplados pela legislação social; relações raciais no meio urbano; e as ocupações às quais se dedicaram uma vez chegando à cidade. Palavras-chave: Migrações; Êxodo rural; Direitos trabalhistas; Litoral do Rio Grande do Sul; Descendentes de escravos. IMIGRAÇÃO PALESTINA EM SÃO PAULO: UMA SAGA DE SOBREVIVÊNCIA E INFLUÊNCIA Ailton José do Amaral (PUC ± SP) Este trabalho tem como objetivo estudar a imigração Palestina para a cidade de São Paulo, bem como sua influência no desenvolvimento desta cidade. Analisaremos a História Oral daqueles que, para escapar dos sofrimentos impostos por uma ocupação truculenta de seu então território, até a decisão de emigrar para outro país, a escolha do Brasil, consequentemente São Paulo e sua sobrevivência em nossa cidade. Acompanharemos a saga destas pessoas em busca de uma vida melhor. Na opinião deste autor, em uma guerra, todos os lados estão errados, portanto, não é intenção assumir nenhum lado, e sim, realizar uma pesquisa que conta essa história. Trata-se na realidade GHXPHVWXGRGHFDVR³6HX$EGXO´XP3DOHVWLQRTXHFKHJRXDR%UDVLOHP56, após um longo processo de decisão, levando em conta sua decisão de ir para os Estados Unidos e os fatores que contribuíram para que decidisse pelo nosso país. Paralelamente, um estudo da situação encontrada pelos imigrantes nesta época, analisando o ambiente encontrado por ocasião da chegada. A situação da cidade de São Paulo, e sua visão de uma terra estranha, com povo e costumes bastante diferentes do seu. O projeto baseia-se em história oral (entrevista com diversas fontes), mapas, fotos de família e pesquisa de documentação, além da pesquisa em bibliografia/webgrafia. Palavras-chave: Israel; Palestinos; São Paulo; Sobrevivência; Adaptação; Influência. 4 A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO SIMULTÂNEA DA COLETA DE FONTES DOCUMENTAIS E ORAIS NO ESTUDO DOS DESLOCAMENTOS POPULACIONAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (1935 A 2005) Ana Enedi Prince (U SP; UNIVAP) O município de São José dos Campos, localizado na Região do Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, ao longo da sua história recebeu numerosos migrantes e imigrantes, em momentos distintos. No início do século XX, em virtude da cidade ter sido considerada como Estância Hidromineral e Climática, os migrantes chegavam à cidade em busca de tratamento para a tuberculose pulmonar, pois, na época, a cidade era indicada, por renomados médicos e cientistas, para o tratamento das moléstias pulmonares. Esse fato é comprovado por documentos escritos, e também por fontes orais, tais como, depoimentos de seus descendentes, entrevistas gravadas de terceiros, dentre outros. Na atualidade, a cidade recebe migrantes e imigrantes em função de seu desenvolvimento tecnológico, encetado a partir dos anos cinquenta do século passado, conforme atestam várias transcrições de entrevistas, coletadas em época mais recente. Nesse contexto, a história oral, aliada à história documental, nos permitiu conhecer melhor as motivações e aspectos específicos relacionados com essas mudanças, ocasionadas por contínuos deslocamentos populacionais para o município de São José dos Campos; também a eventual duração de sua permanência, ou as razões de sua instalação definitiva na localidade. Palavras-chave: Fontes orais e documentais; Imigração; Estância hidromineral e climática; Polo tecnológico. ³A FESTA CÁ NOS CHAMA´ 0(0Ï5,$ (0,*5$dO E RETORNO EM UMA ALDEIA CAMPONESA DO NORDESTE PORTUGUÊS Weslei Estradiote Rodrigues (PPGAS ± U SP) A pesquisa que pretendo apresentar trata da aldeia camponesa de Vilas Boas, no nordeste de Portugal, eminentemente marcada pelo fenômeno emigratório. Defendo que o modo de vida aldeão tenha encontrado na emigração um meio de reprodução e renovação. Como modo de descrever esse mecanismo, entendo que desde o destacado incremento dos eventos migratórios ± sobretudo durante o período ditatorial em Portugal (1926-1974) ± determinadas práticas culturais ganharam ânimo. A festa religiosa anual, por exemplo, se apresenta como espécie de evento que cresceu em dimensões a cada ano. Seja a festa a 5 comunhão ritualizada de uma pertença, sua análise detida revela não menos que as hierarquias de uma estrutura em atualização no momento da celebração. Compreender o investimento pessoal dos emigrantes na produção da festa e as estratégias de retorno passa por entender as relações desenhadas sob a égide do fenômeno do retorno cíclico. Defendo que a festa é, nessa ocasião determinada, o espaço da concretização dos projetos emigratórios, lugar da exposição performatizada de papéis almejados e assumidos por meio da narração de percursos e histórias de vida, âmbito da afirmação pessoal e do crivo coletivo. Desse modo, a pesquisa busca refletir o caráter cíclico da festa nos quadros da urgência das atualizações negociadas que a conjuntura opera. Procurarei pensar se o quadro memorativo que a aldeia proporciona se relaciona ao leit-motiv do retorno e se a ocasião festiva do reencontro promove exercícios de rememoração coletivos que atualizam e reforçam os referenciais comuns. Palavras-chave: Emigração; Memória; Transnacionalismo; Retorno. BRASILEIROS NAS FORÇAS ARMADAS NORTE-AMERICANAS: ENTRE A CIDADANIA E A GUERRA Thomas Machado Monteiro (NE HO ± U SP) Trata-se de um estudo que visa, de maneira pioneira, investigar a participação de soldados brasileiros no exército dos EUA no período de 10 anos a partir dos atentados de 11 de setembro de 2001. Nessa década, observamos a confluência de dois fatores: a escalada de contingente militar dos EUA, com o pico histórico de imigrantes brasileiros naquele país. Ainda que o alistamento constitua uma estratégia para a inserção do imigrante nos EUA, nem todos os contemplados pelo projeto se alistaram pelo mesmo motivo. Nesse sentido, o estudo trabalha em duas frentes: a realização de um levantamento para quantificar e documentar quantos são, quem são, de onde vem esses brasileiros alistados; e a realização de entrevistas de História Oral afim de construir documentos calcados nas memórias da guerra. Palavras-chave: Imigração; Nacionalidades; Exército; Guerra. 6 Sessão 2: Sábado, dia 12 de novembro, das 9h às 12h30 POR QUE O ÍNDIO TEM QUE SE SENTIR TÃO ACUADO? A IMIGRAÇÃO DE BOLIVIANOS PARA SÃO PAULO Júlia Spiguel F avaretto (F F LC H ± U SP) Os deslocamentos populacionais são hoje mais presentes do que nunca na história da humanidade. O fluxo internacional de pessoas e a mundialização dos mercados age profundamente sobre as formas de pensar, sentir e agir, em especial daqueles que deixam suas famílias, sociedades e países em busca de condições de vida digna, sonho que, em muitos casos, revela-se ilusório. Em São Paulo, o crescimento da comunidade boliviana vêm sendo acompanhado de denúncias de nos meios de comunicação de bolivianos trabalhando em situações análogas à escravidão em oficinas de costura. Assim, os bolivianos, que tem chegado a São Paulo desde a década de 1980, estão recentemente ganhando visibilidade associada às condições de trabalho a que estão submetidos e crimes como tráfico de drogas. Em nossa pesquisa, buscamos nos próprios bolivianos discursos e interpretações sobre a comunidade de que fazem parte, visto que qualificações pejorativas ³GHIRUD´GRJUXSRproduzidas pela sociedade brasileira, estão se tornando corriqueiras. É nesse sentido que com esse projeto buscamos ouvir e registrar narrativas que revelam a migração no nível do humano. Apoiando-nos nas contribuições de Abdelmalek Sayad, para quem a migração é um fato social total, consideramos os múltiplos aspectos envolvidos no fenômeno como relações de gênero, arranjos e desarranjos familiares, representações sociais, discursos e interpretações daqueles que se deslocam sobre o próprio deslocamento. Em sua obra, entrevistas com argelinos que se deslocaram para a França mostram a voz da migração, e expressam a irredutibilidade das experiências humanas a teorias gerais. Em nossa pesquisa, registramos as histórias de vida e as reproduzimos na íntegra, para que a tal irredutibilidade não desapareça das narrativas. Também objetivamos dar dignidade à comunidade boliviana, enfatizando suas lutas e sua força para vencer as adversidades, no intuito de romper com a perspectiva monolítica dos migrantes associados a problemas sociais na sociedade em que se encontram atualmente. Outro referencial de nossa pesquisa é o sociólogo Boaventura de Souza Santos, que sinaliza a necessidade de se produzir conhecimentos que questionem a hierarquização das diferentes formas de saber, em que a racionalidade ocidental se sobrepõe as demais. Para HOHDKHJHPRQLDGDUDFLRQDOLGDGHRFLGHQWDOpUHGXFLRQLVWDSRLVHOD³VHFRQVLGHUD~QLFD 7 exclusiva, e não se exercita o suficiente para poder ver a riqueza [epistemológica] inesgotável do mXQGR´'HVVDIRUPDD+LVWyULD2UDOVXUJHFRPRXPDSUiWLFDFDSD]GH inserir o sujeito nos discursos e interpretações sobre as migrações e garante a análise da inclusão subordinada. Para Silvia Cusicanqui Rivera, as fontes orais são um instrumento de luta política contra discursos dominantes, e devem ser utilizadas como versões autorais da realidade, que a interpretam, teorizam e nos fornecem uma verdadeira visão sociológica da organização, dos valores e das forças que modelam a sociedade. As fontes orais possibilitam que as vozes não integradas ao discurso hegemônico e totalizante revelam aspectos obliterados da sociedade passada e presente, incluindo-as no discurso futuro. Assim, o que vemos surgir nas histórias de vida são discursos de pessoas cujas realidades vividas na Bolívia estão abaixo de suas expectativas dos narradores, sejam elas econômicas, culturais ou familiares. As histórias contam a busca por oportunidades de empregos com melhores salários, de reconstrução de famílias apartadas por diversos motivos, inclusive pelo deslocamento para outros lugares, em que as remessas de dinheiro para os familiares que ficaram para trás tem papel fundamental na sobrevivência destes. São narrativas de trajetórias individuais e familiares de luta por direitos, em que o processo de regularização esbarra no interesse da sociedade brasileira em manter estrangeiros como mão de obra barata sem custos para o Estado. São, principalmente, discursos de pessoas que almejam integração social, direitos de cidadania e, em especial, integração no mundo globalizado. Palavras-chave: História Oral; Imigração boliviana; São Paulo; Cidadania. MIGRAÇÕES CONTEMPORÂNEAS: MEDIAÇÕES E SOCIABILIDADES NO TEMPO PRESENTE Maicom Mariano (U D E S C) Na década de 1970 o processo de migração e ocupação da região Oeste do Paraná era vivido de forma intensa e em ritmo acelerado. Esse fenômeno migratório é marcadamente visível na formação da cidade de Cascavel e responsável por sua característica de maior cidade da região, situação ainda em evidência. A contrapelo das narrativas lineares, o objetivo deste trabalho é apreender o processo de ocupação urbana através das experiências de sujeitos históricos que vivem em Cascavel. Compreender os sentidos e significados que os moradores constroem acerca de suas 8 participações na construção material da cidade, suas manifestações e reivindicações no campo da memória, bem como, nas lutas cotidianas. Palavras-chave: Migração; Cidades; Múltiplas narrativas. CULTURA E POLÍTICA JUDAICAS NO ESTADO NOVO (1937-1945): ESTEREÓTIPOS E NOVAS PERSPECTIVAS DE ANÁLISE Ana Cláudia Pinto Corrêa (PUC ± SP; UNI F E G) No contexto do Estado Novo (1937-HPTXHRV³HVWUDQJHLULVPRV´HUDPUHFKDoDGRV a atividade político-cultural judaica se manteve, seja por meio de organizações várias, imprensa, escolas. Situação complexa, se partirmos da máxima segundo a qual o governo em questão adotava, senão de forma oficial, mas veladamente, uma política antissemita. Fontes orais ± entrevistas com imigrantes que viveram neste período e participaram ativamente das atividades acima mencionadas ± bem como bibliográficas, nos permitirão surpreender elementos outros que compuseram a feição desta história, principalmente a que transcorreu no bairro paulistano do Bom Retiro, antigo reduto judaico da cidade de São Paulo. Palavras-chave: Imigrantes judeus; Memória; Cotidiano; Estado Novo. A IMIGRAÇÃO SÍRIO-LIBANESA EM JUIZ DE FORA Rodrigo Ayupe Bueno da Cruz (PPGA ± U F F) Tendo em vista o grande volume de imigrantes sírios e libaneses que se estabeleceram na cidade de Juiz de Fora desde os períodos iniciais do movimento até os dias de hoje, esse trabalho visa analisar o processo de inserção desses imigrantes nesta sociedade destacando as identidades situacionais abraçadas por eles nos diversos contextos que marcam a sua interação tanto com os brasileiros quanto dentro da colônia sírio-libanesa. Diante disso, essa pesquisa utiliza como instrumento analítico a História Oral, já que nesse processo o status identitário é constantemente reforçado através dos depoimentos orais. Palavras-chave: Identidade; Imigrantes; História Oral. 9 A CULTURA ORAL ENTRE O POVO MADEMA E NYUNGWE DE MOÇAMBIQUE Antonio Alone Maia (U SP) O presente trabalho visa apresentar como os deslocamentos populacionais contemporâneos, entre o povo Madema e Nyungwe de Moçambique, têm alertado para um perigo de perda da memória histórica dos povos em questão, à medida que outras identidades vão se sobrepondo no espaço Madema e Nyungwe, devido ao grande foco de projetos de desenvolvimentos implantados na região. Esses projetos trazem consigo pessoas de varias procedências, portando cada uma a sua cultura. Na interação cultural, a tradição oral que se expressa através das narrativas, enfrenta uma incontestável dinâmica de mudança no sistema cultural dos dois povos. A pesquisa tem como objetivo geral falar sobre o fenômeno das mudanças culturais entre povos de tradição oral no contato com projetos ocidentais no seu espaço geográfico e histórico. Especificamente a pesquisa pretende falar sobre os deslocamentos populacionais na província de Tete, onde se encontram o povo Madema e Nyungwe e como esses deslocamentos tem afetado diretamente a historia oral e a memória da região. As narrativas de tradição oral que antes constituíam um verdadeiro reservatório dos valores culturais das comunidades Madema e Nyungwe, hoje estão passando por um processo de crise no contato com o novo, que chega como moderno. Palavras-chave: Mudança cultural; Identidade; Madema; Nyungwe. HOSPITALIDADE E COMENSALIDADE ENTRE IMIGRANTES BOLIVIANOS NA FEIRA KANTUTA NA CIDADE DE SÃO PAULO, A TRAJETÓRIA DE VIDA DE CARLOS DANILO SOTO GOMEZ GARCIA Graziela Milanese (UAM) A pesquisa em desenvolvimento apresenta como objetivo refletir sobre hospitalidade e comensalidade entre imigrantes bolivianos na cidade de São Paulo. O local pesquisado é a feira Kantuta de Cultura Boliviana que acontece aos domingos, na Praça Kantuta, no bairro do Pari. Espaço de acolhimento destes que chegaram do seu país de origem sozinhos ou trouxeram as suas famílias, encontram na feira uma oportunidade de vivência da cultura de sua terra natal. O presente trabalho tem como objetivo específico contar a trajetória de vida do Sr. Carlos Danilo Soto Gomez Garcia, um dos fundadores da feira e atualmente vendedor das Saltenhas Don Carlos. A metodologia apoia-se na História Oral e na pesquisa bibliográfica. Apresentam-se como resultados a valorização da 10 comensalidade e da cultura boliviana, espaço de sociabilidade e de encontro das famílias: ³D.DQWXWDpR,ELUDSXHUDGRVEROLYLDQRV´. Palavras-chave: Hospitalidade; Comensalidade; Imigração boliviana; História Oral. IMIGRAÇÃO POLONESA NO BRASIL ± A MEMÓRIA DE DESCENDENTES DE POLONESES ATRAVÉS DA HISTÓRIA ORAL Camila Zaborski (UniABC) Historicamente, a Polônia é um país que ultrapassa séculos sendo invadida, partilhada e desgastada politicamente, socialmente e culturalmente. No final do século XIX ocorre no Brasil o maior fluxo já registrado de imigrantes poloneses, com cerca de 90 mil. Esses imigrantes que aqui chegam são incentivados pela propaganda dos órgãos governamentais brasileiros, já que havia acabado de ocorrer a abolição da escravatura em 1888 e era necessário uma forte substituição na mão de obra escrava. Os poloneses que chegam ao país fundam vilas que mais tarde se tornariam cidades turísticas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, fundam escolas e tentam ao máximo preservar suas tradições através das gerações. Hoje, no século XXI, buscaremos através da História Oral analisar o quanto da cultura polonesa permanece preservada no âmbito familiar, mediante quatro entrevistas com imigrantes natos, filhos de poloneses e netos. A preservação da memória através da História Oral em conjunto com a análise de alguns autores especialistas no assunto, como Jacques Le Goff, Ecléa Bosi, José Carlos Sebe Bom Meihy, entre outros, será possível compreender o real motivo que move os colaboradores das entrevistas a ainda possuir um grande carinho pela cultura polonesa, mesmo hoje reconstruindo suas vidas na nova terra mãe: o Brasil. Palavras-chave: Imigração; Poloneses no Brasil; Memória. SER CHILENO NO BRASIL: HISTÓRIA ORAL DE VIDA E OS DILEMAS DA CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE IMIGRANTE Vanessa Paola Rojas Fernandez (NE HO ± U SP) A imigração chilena no Brasil remonta, principalmente, às décadas de 1970, 1980 e 1990, como consequência da conturbada conjuntura política, econômica e social pela qual passava o Chile nesta época. Por se tratar de um movimento recente, com personagens vivos, e pela possibilidade de se explorar aspectos não revelados nos documentos 11 escritos, a história oral de vida despontou como alternativa para uma pesquisa de mestrado realizada com chilenos residentes na cidade de Campinas/SP. Além da análise desse movimento migratório em si, apontando sua especificidade no conjunto de imigrações latino-americanas contemporâneas no país, os dilemas da construção de LGHQWLGDGH LPLJUDQWH GHVWH JUXSR HYLGHQFLDQGR R ³VHU FKLOHQR QR %UDVLO´ IRL DVVXQWR abordado. Uma breve apresentação desse movimento migratório e de alguns de seus dilemas constitui o tema desta comunicação. Palavras-chave: Imigração chilena; História Oral; Memória; Identidade. TRÂNSITO DE IDENTIDADES E DESLOCAMENTOS POPULACIONAIS ENTRE A BOLÍVIA E O BRASIL Vanessa Generoso Paes (NE HO ± U SP; F APE SP) Este trabalho analisa a questão dos deslocamentos populacionais latinos americanos a partir das histórias orais de vida de uma família de bolivianos residentes na cidade de São Paulo e de sua rede social afetiva. Além disso, estabelece um diálogo com as entrevistas dos pesquisadores bolivianos por meio da história oral temática confeccionada para esta comunicação. Ao utilizar dois gêneros de historia oral, temos como perspectiva que esta pesquisa contribua para os estudos migratórios contemporâneos. A problemática central dessa pesquisa é verificar com se dá o processo de negociação de identidades entre a primeira e segunda geração da família boliviana escolhida para tal estudo, assim como entender o processo de mediação das identidades dos emigrantes com a sociedade brasileira. As identidades e as trajetórias de vida são concebidas como heterogêneas, em processo, em trânsito, articuladas por zonas de contato e trocas culturais. As memórias dos colaboradores revelaram campos de disputas, manifestam a diversidade e as ambiguidades das lembranças e esquecimentos. Deste modo, percebemos que as lembranças dos narradores são reelaboradas e passam por reapropriações culturais nos processo de deslocamento continental e transfronteiriços no cenário latino americano. Destarte, essa pesquisa explora os trânsitos e fluxos dos deslocamentos humanos, onde os sujeitos elaboram significados que expressam seus deslocamentos no tempo/espaço contemporâneo. Palavras-chave: Identidades; Bolivianos; Negociação; Deslocamentos; História Oral, Trânsitos Culturais. 12 G T 02 ± H istória O ral e Gênero Coordenação: Marta Gouveia de Oliveira Rovai (NE H O ± U SP) e Marcela Boni Evangelista (NEH O ± U SP) Sessão 1: Sexta-feira, dia 11 de novembro, das 10h às 12h30 HOMOSSEXUALIDADE E MEMÓRIA: EXPERIÊNCIAS HOMOSSEXUAIS E ORGANIZAÇÃO DO DESEJO EM SÃO PAULO Ronaldo Trindade (UNINOVE ± SP) Na pesquisa de campo realizada para a elaboração de minha tese de doutorado, abordei a construção histórica da homossexualidade nas últimas décadas do século XX. Visando a reconfiguração dos espaços de sociabilidade, bem como das práticas experimentadas pelos homossexuais em tais espaços, recorri à memória de homossexuais que viveram em São Paulo nesse período. Por meio de tais lembranças, foi possível perceber rupturas e continuidades, que são de suma importância para a compreensão das maneiras pelas quais tais indivíduos constituíram suas identidades. ³5(6(59$'2´62&,$%,/IDADE HOMOSSEXUAL E LUGAR DE POSITIVAÇÃO DA IDENTIDADE Pierre Barbosa Venturato (U F F) Este ensaio pretende tratar da importância do surgimento dos espaços de sociabilidade homossexual como instrumento de positivação da identidade desses grupos. Mostra como se deu a iniciativa de criação de um espaço a homossexuais por uma mulher num município da Baixada Fluminense-RJ e como esse espaço se tornou um espaço de pertencimento, um canal identitário para os homossexuais influenciando a ideia de locais para diversão exclusivos para gays. Os participantes desse espaço provinham de um grupo que se formou na época, principalmente por afinidades regionais e/ou injunções VRFLDLV TXH RV OHYDYDP DR ³LVRODPHQWR´ HP UHODomR j VRFLHGDGH PDLRU $V FRQFOXV}HV apontam como desenvolveram uma forma de sociabilidade que teve como característica peculiar produzir encontros nesse espaço, o que possibilitou a formação de sólidos laços de solidariedade e positivação de suas identidades. Palavras-chave: Identidade; Sociabilidade homossexual. 13 VIDAS CRUZADAS: TRAJETÓRIAS INDIVIDUAIS, DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS SOCIAIS Gilson José Rodrigues Junior (PPGA ± U F PE; NADIR ± U SP) Pretende-se apresentar algumas inquietações suscitadas a partir de uma pesquisa realizada no Município de Penedo, Sul de Alagoas, que teve como foco o cotidiano de mulheres cujos filhos estavam sob os cuidados de abrigos para crianças e adolescentes. Através do uso das histórias de vida , inseridas no universo de um trabalho etnográfico, buscou-se conhecer as narrativas dessas mulheres, em geral analfabetas, sobre suas trajetórias, construções identitárias e a maneira como estabeleceram seus laços familiares e redes de solidariedade. Nesse contexto, descortinaram-se uma multiplicidade de trajetos que guardam suas idiossincrasias sem deixar de se intercambiar. Dessa forma, buscou-se analisar os fatores objetivos que podem ter influenciado em suas formas de ser e agir no mundo, sem com isso invisibilizar as questões subjetivas a estes relacionados. Tencionouse dar especial atenção às representações, discursos e práticas articulados por essas mulheres, seja ao falarem de suas trajetórias ou nas negociações estabelecidas com as diversas instituições ± sejam as ligadas ao Estado ou os abrigos ± com as quais tiveram de lidar. Para isso, será necessário compreender que a memória não pode ser pensada enquanto mero relato de situações passadas, mas sim enquanto maneira de construir o presente a partir de uma reconstrução do passado. A categoria família, pensada a partir de uma lógica relativista, erigiu como central, evidenciando que essas mulheres constroem suas morais familiares a partir de lógicas que não correspondem às hegemônicas, geralmente compartilhadas pelos agentes disciplinadores, estabelecidas dentro de um campo de disputas que finda por apresentar homogeneizar determinados padrões de comportamentos e valores morais em detrimento de outros. Por último, vale salientar, que ao apresentar a histórias das referidas mulheres, pretende-se refletir acerca das negociações estabelecidas com outras esferas sociais, a partir da realidade socioeconômica e cultural por elas vivenciadas, que apontam para uma realidade compartilhada por outros sujeitos nas classes populares. Palavras-chave: Família; Estado; Abrigos; História de vida; Desigualdade social. 14 ENTRE A MILITÂNCIA E A MATERNIDADE: IDENTIDADES EM CONSTRUÇÃO DE MULHERES-MÃES DE JOVENS EM CONFLITO COM A LEI Marcela Boni Evangelista (NE HO ± U SP) A presente comunicação analisa a experiência da maternidade a partir das narrativas de mulheres-mães de jovens em conflito com a lei, que se tornaram militantes em movimentos sociais depois do envolvimento de seus filhos com atos infracionais. Tais narrativas são produto de entrevistas de história oral de vida que foram realizadas com quatro mulheres que atuaram em associações formadas por mães de crianças e adolescentes em situação de risco. A militância é entendida como elemento constitutivo de uma nova identidade para estas mulheres. Diferente do pressuposto socialmente aceito de que os papéis atribuídos às mulheres se restringem a duas possibilidades excludentes, o de oradora e o de mãe, estas mulheres e suas histórias de vida demonstram uma nova possibilidade identitária na medida em que incorporam tanto a oradora em suas atividades militantes, quanto a mãe em sua disposição incondicional em proteger os filhos, a despeito de sua conflitualidade. Outro ponto abordado diz respeito ao amor materno incondicional, o qual é problematizado tendo em vista seu aspecto enquanto construção social ou tradição inventada, que passa a ser ressignificado na contemporaneidade. Palavras-chave: Maternidade; Militância; Identidade; História Oral; Violência. EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO E JUVENTUDE: REFLEXÕES A PARTIR DAS MEMÓRIAS DOS MEMBROS DO E-JOVEM Alexandre Soares Cavalcante (U F ABC) O trabalho apresenta reflexões acerca do e-jovem, um grupo juvenil construído em torno da diversidade de gênero e sexual. Em Parceria com o Ministério da Cultura, criou a primeira escola LGBT do Brasil, como parte do projeto Ponto de Cultura. Busca-se dar visibilidade às histórias, memórias e trajetórias acerca das identidades e condições de gênero e sexual dos membros desse grupo. Além disso, o limiar das diferenças entre educação e cultura pode ser problematizado a partir da experiência do grupo num ambiente da educação não formal. Como essas práticas se relacionam com a construção dos ideais de cidadania e democracia desse grupo são discussões que emergem com as reflexões aqui propostas. Palavras-chave: e-jovem, Educação não formal, Diversidade sexual e de gênero, Grupos juvenis. 15 ³JESUS ME AMA ATÉ NO '$5. 5220´ 1$55$7,9A DE UM LÍDER EVANGÉLICO HOMOSSEXUAL ACERCA DE DISCURSOS E PRÁTICAS RELIGIOSAS E SEXUAIS Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão F ilho (NE HO, LEI, LE ER ± U SP; G EPP ± PUC ± SP) Em 2010, iniciei uma série de entrevistas com fundadores, líderes e membros das comunidades evangélicas inclusivas LGBTTI (que agregam indivíduos que se identificam como lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais) paulistanas. Estas entrevistas fazem parte de meu projeto de doutoramento em História ± em andamento ± pela Universidade de São Paulo (USP), e que têm como centro da análise o discurso religioso de comunidades evangélicas contemporâneas acerca da afetividade e sexualidade de líderes, membros e frequentadores. Além destas igrejas, a pesquisa incide sobre comunidades evangélicas underground, os ministérios de apoio a travestis e garotas de programa e os ministérios de reorientação sexual RX ³UHYHUVmR GD KRPRVVH[XDOLGDGHUHVJDWH GD KHWHURVVH[XDOLGDGH´ 6mR GLVFXUVRV H SUREOHPDWL]Do}HV distintas sobre temas como a homossexualidade e a prostituição, dentre outros. Associamse a uma rede de tensões que envolve igrejas católica, protestantes históricas, pentecostais e neopentecostais, que nas narrativas de homossexuais evangélicos, surgem como agenciadoras majoritárias da intolerância de gênero mesclada à religiosa, e supostamente responsáveis pelo florescimento e recrudescimento de traumas emocionais acompanhados por sequelas, como a internalização da homofobia, o suicídio, a automutilação e outras. A entrevista que menciono no título desta comunicação foi realizada como o diácono da ICM (Igreja da Comunidade Metropolitana), Dario Ferreira de Sousa Neto, que comenta sobre este assunto e também sobre suas práticas sexuais, que apontam para a flexibilização do discurso da igreja sobre o erotismo e afetividade de seus membros. Este DEUDQGDPHQWR GD QRUPDWL]DomR p H[SOtFLWR QD H[SUHVVmR XWLOL]DGD SRU 1HWR ³-HVXV PH DPDDWpQRGDUNURRP´ 16 Sessão 2: Sábado, dia 12 de novembro, das 9h às 12h30 O JOGO DE GÊNERO: ESTRATÉGIAS FEMININAS DE LUTA E MEDIAÇÃO CONTRA OS ALGOZES DA DITADURA MILITAR Marta Gouveia de Oliveira Rovai (NE HO ± U SP) Durante a Ditadura Militar, forte repressão se abateu sobre operários grevistas, estudantes e participantes da luta armada. A maioria dos participantes desses movimentos era formada por homens, que sofreram principalmente com as prisões, a tortura, o banimento ou a morte. Muitos trabalhos já procuraram falar dessa experiência com relação aos traumas consequentes da perseguição. Principalmente depois da aprovação no Senado da &RPLVVmRSHOR'LUHLWRj0HPyULDHj9HUGDGHJDQKDIRUoDR³GHYHUGDPHPyULD´0DV pouco ainda se falou sobre as mulheres, especialmente daquelas que mesmo sem ter participado diretamente de manifestações ou movimentos armados, mantiveram-se em silêncio sobre suas histórias de abandono e de luta, por outros meios, contra os algozes de seus filhos, irmãos e companheiros. Neste sentido, busco apresentar as estratégias de resistência de um grupo de mulheres, que utilizou justamente do imaginário de fragilidade feminina para mediar negociações nas prisões, salvar e garantir o retorno do exílio de seus companheiros, transformando os estereótipos femininos em performances de gêneros. TRAJETÓRIA DE MULHERES MINEIRAS Marta Verônica Vasconcelos Leite (Uni montes) Trajetória de mulheres norte mineiras é um trabalho resultante de cinco anos de pesquisas, entrevistas e produção de textos, com um grupo de trinta mulheres, residentes na cidade de Montes Claros-MG, que participaram, ou ainda participam de um grupo de atendimento a terceira idade. Montes Claros é uma cidade polo de uma grande região, que agrega migrantes de várias partes do norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e sul da Bahia. Vinte oito dessas mulheres vieram residir nessa cidade trazidas por pais ou maridos. Sentem imensa saudade de sua terra natal e o resultado dessas memórias é o retrato desse país. Palavras-chave: Norte de Minas; Trajetória; Memória; História Oral; Mulheres. 17 NARRATIVAS FEMININAS: SOBREVIVENTES JUDIAS DA SHOAH (1933-1945) Lilian Ferreira de Souza (DLO ± F F LC H ± U SP) A partir do registro das narrativas orais sobre o Holocausto, pretendemos analisar testemunhos que expressem as trajetórias das mulheres sobreviventes do nazismo. Como critério optamos pelas narrativas daquelas que passaram por campos de concentração e/ ou trabalho forçados, por guetos e/ou atuaram em frentes de resistência como partisans. O foco está nas histórias de vida daquelas que escolheram o Brasil como comunidade de destino pressionadas pela política antissemita endossada pelo Terceiro Reich e países FRODERUDFLRQLVWDVTXHSUHYLDPD³6ROXomR)LQDO´SDUDRSRYRMXGHX$VVLPRUHJLVWURGRV testemunhos têm como objetivo documentar estas narrativas redimensionadas à luz de documentos pessoais. Para nós - intermediários e interlocutores - esse exercício de reflexão ajudará a (re)pensar a sociedade que, ainda hoje, convive com novos genocídios. Palavras-chave: Mulher; Holocausto; História Oral. A IMPLANTAÇÃO DA ESCOLA PRIMÁRIA GRADUADA EM PRESIDENTE PRUDENTE-SP: AS CONTRIBUIÇÕES DAS PROFESSORAS PRIMÁRIAS (19251938) Jorge Luís Mazzeo Mariano (F CT ± UNE SP) A pesquisa aborda a participação feminina no processo de implantação do Primeiro Grupo Escolar de Presidente Prudente, visibilizando, através de relatos orais, as contribuições das professoras primárias. O presente trabalho se apresenta relevante, na medida em que exibe a ação das professoras no contexto prudentino ² enquadradas no contexto mais amplo de feminização do magistério ², dando provas de que, mesmo apesar das contingências estabelecidas pelo gênero masculino, algumas mulheres conseguiram lutar, reivindicar e assegurar direitos. Palavras-chave: Professoras primárias; Grupo escolar; Feminização do magistério. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA Christiane Evelyn Teixeira Leoncy (F E ± UNICAMP) A proposta deste trabalho é, utilizando-se a metodologia da História Oral, investigar, a partir das histórias de vida de alunas concluintes do ensino Fundamental da Educação de 18 Jovens e Adultos (EJA) no município de Hortolândia, SP, o papel que a EJA teve na construção de suas identidades. Partindo-se de dados que mostram que as mulheres estão em maior número na EJA, abordaremos os fatores desse retorno à escola: que valor as educandas atribuem à educação? As determinações sociais de gênero interfeririam em sua relação com a escola? Ao analisar as histórias de vida destas mulheres pretende-se fazer uma reflexão crítica sobre a influência do processo de escolarização na construção da identidade familiar. Palavras-chave: História Oral; Educação de Jovens e Adultos; História de vida; Gênero; Identidade. POSSIBILIDADES DE DESLOCAMENTOS: INSERÇÃO E RELAÇÕES DE GÊNERO DE MULHERES NA CIDADE DE BOA VISTA 1980 E 1990 Raimunda Gomes da Silva (U ERR; PU C ± SP) O trabalho trata sobre os indícios de possibilidades de deslocamentos de mulheres nordestinas na cidade de Boa Vista nas décadas de 1980 e 1990, a partir das colunas ³0XOKHU0XOKHU´ GR -RUQDO 7ULEXQD GH 5RUDLPD ³0XOKHU QD 6RFLHGDGH´ GR -RUQDO Igreja a Caminho e fontes orais. A análise das fontes possibilitou observar práticas mais solidárias e igualitárias, além da apropriação de novos espaços ocupados pelas mulheres na cidade de Boa Vista, tanto no mercado de trabalho quanto nos movimentos, e formação de organizações de mulheres e feminismo. Palavras-chave: Deslocamentos; Mulheres nordestinas; Fontes orais; Boa Vista. EL OCIO COMO ÁMBITO DE INTEGRACIÓN: LA PERCEPCIÓN DE LÃS MUJERES INMIGRANTES BRASILEÑAS QUE VIVEN MATRIMONIO MIXTO O EN PAREJAS CON HOMBRES DEL PAÍS VASCO. REFLEXIONES, DESCRIPCIONES Y EXPRESIONES Rosely Cubo Pinto de Al meida (Universidad de Deusto ± España) Con el pasaje de más de una década del siglo XXI, están siendo producidos cuestionamientos en la forma de ser y vivir Del hombre y de concebir y estar en el mundo; concepciones formales de construcción de su ciudadanía. Se comprende desde esta perspectiva que es imperativo romper la orden de análisis de la composición del tejido contemporáneo a la hora de investigar los desplazamientos de populaciones 19 inmigrantes de mujeres brasileñas rumbo a la provincia autonómica de Vizacaya en España por la vía de la constitución de matrimonio mixto, transnacional o vivir en parejas. Así en este trabajo tratamos de desvelar la multiplicidad de formas y modalidades, el carácter multidisciplinar y el reconocimiento de La legítima expresión con que se presenta este fenómeno, investigándolo por La óptica de las propias mujeres quien son la mayoría en la vivencia del proceso de integración entre Brasil-España. Allá de traer novedades en términos de la efectiva expresividad de su identidad y las afectivas relaciones entre su cultura de origen y de destino como forma de integración. Palavras-chave: Mujeres brasileñas; Integración; Matrimonio Mixto; Parejas. G T 03 ± H istória O ral e Relações Disciplinares Coordenação: Fabíola Holanda (C E H F I ± UNI F E SP; UNIR; NE H O ± U SP) e Márcia Nunes Maciel (NE H O ± U SP) Sessão 1: Sexta-feira, dia 11 de novembro, das 10h às 12h30 CONTE-ME A SUA HISTÓRIA: A HISTÓRIA ORAL ENQUANTO ESTRATÉGIA DE APROXIMAÇÃO ENTRE CUIDADOR E IDOSO Carla Souza Mota (PPG E ± UNI F E SP) É fato que vem se vivendo o envelhecimento populacional com o aumento da expectativa de vida, no Brasil e em diversos países. O Brasil caracteriza-se como um país que não atingiu ainda seu pleno desenvolvimento dentro do cenário social. Desse modo, uma mudança como aumento dos idosos, é suficiente para trazer à tona a falta de preparo e econômico e social do País. Antes mesmo que medidas de âmbito social e de grande escala se estabeleçam, pequenas medidas no atendimento entre cuidadores e idosos, podem começar fazendo a diferença. Objetivo: observar de que forma todo o processo deste estudo, com a abordagem da História Oral de Vida pode se apresentar como um elemento de aproximação entre cuidador e idoso, apresentando assim uma importante ferramenta de humanização na relação entre profissional da saúde e paciente. Método: trata-se de uma pesquisa descritiva que usou a História oral de Vida, como forma de avaliar o quanto esta poderá ser eficaz para aproximar cuidador e idoso, analisando paralelamente seu impacto na vida de diferentes idosos. Resultados: para tal foram 20 entrevistados sete idosos, cinco em três Instituições de Longa Permanência e dois que residiam em suas próprias casas, mas com alguma dificuldade. Cada participante deu duas entrevistas que duraram de 30 min. a 2 horas, apenas dois realizaram só uma, de acordo com suas escolhas. A participação dos sujeitos na pesquisa foi de cunho voluntário e preservou-se a privacidade de cada participante. O grupo foi composto de idosos, homens e mulheres, maiores de 65 anos. Ao todo foram realizadas 12 entrevistas que foram feitas na forma de discurso livre, com o mínimo de interferência do entrevistador, mas mostrando-lhes atenção e dedicação. Como produto do estudo, entregamos a cada idoso cinco cópias da sua história de vida em um caderno personalizado, de forma que pudessem ser distribuídos entre parentes e amigos. Conclusão: percebeu-se que tal abordagem facilita a geração de vínculo, humanizando não apenas a relação cuidador-idoso, mas também apresenta-se como elemento terapêutico. Concluiu-se ser possível compreender o papel transformador e humanizador da História Oral de Vida entre cuidador e idoso. Palavras-chave: Idoso; Saúde do Idoso; Humanização da assistência; Acontecimentos que mudam a vida; Entrevistas como assunto. NARRATIVAS EM SAÚDE E HISTÓRIA ORAL: VIAS PARA UMA FORMAÇÃO HUMANIZADA Maria Auxiliadora Craice De Benedetto; Nádia Vitorino Vieira; F abíola Holanda (C E H F I ± UNI F E SP; UNIR) Neste texto pretendemos abordar as relações entre a história oral e as narrativas em saúde como possibilidades humanizadoras e de formação. Temas como dor, sofrimento, morte e morrer representam um lugar comum na prática da saúde, especialmente em cenários de Cuidados Paliativos. Entretanto, os profissionais jovens da área da saúde e mesmo os estudantes têm grande dificuldade em lidar com tais temas. Isso é uma decorrência do modelo predominante de ensino e prática dos cursos dessa área, no qual a ênfase é dada à especialização, à tecnologia e às evidências científicas e o paciente é visto de forma fragmentada. Prestar atenção às histórias dos pacientes e compartilhar as histórias que afloram em Cuidados Paliativos pode ser de grande valia, para ajudar a formar profissionais mais humanizados e comprometidos com o cuidado do outro. Palavras-chave: Narrativas; História Oral; Cuidados paliativos. 21 JOVENS PRIVADOS DE LIBERDADE E O ÁRDUO COTIDIANO NA FUNDAÇÃO CASA: ONDE O FILHO CHORA E A MÃE NÃO VÊ Marlene Almeida Ataíde (PUC ± SP) O presente constitui-se parte de um processo de trabalho investigativo, fruto da Tese de Doutorado defendida em 2008 na PUC-SP. Teve como objetivo conhecer os significados que os jovens do sexo masculino, na faixa etária de 16 a 20 anos de idade, e, que cumpriram a medida de internação no ano de 2006, nas Unidades da Fundação CASA, e, no ano de 2007 estavam cumprindo a medida socioeducativa de liberdade assistida, em instituição social, localizada na Zona Leste, de São Paulo, atribuem às suas circunstâncias e modos de vida sociofamiliar e infracional: o delito, a privação da liberdade e o cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida, bem como as projeções que fazem para as suas vidas. A pesquisa de natureza qualitativa desenvolveu-se por intermédio da metodologia da História Oral na perspectiva sociológica, a partir do relato de vida e das experiências dos jovens, com o objetivo de conhecer os significados acima referidos, bem como as determinações constitutivas de suas trajetórias. A categoria juventude foi trabalhada mediante o percurso histórico dos sujeitos nesta fase da vida humana. Por se tratar de jovens em conflito com a lei devido ao cometimento de ato infracional, realizou-se uma reflexão sobre o paradigma da Situação Irregular para a Proteção Integral, para apresentar as diferenças entre ambos no âmbito da política de atendimento a este segmento juvenil. Foi discutida a questão da violência urbana que abate sobremaneira os jovens, especialmente aqueles dos segmentos empobrecidos. O estudo final aponta as similaridades dadas nos modos e condições de vida dos sujeitos investigados, confrontando-as com a vulnerabilidade, enquanto matriz de análise. Buscou-se, ainda, abordar as políticas públicas direcionadas para o segmento juvenil, no sentido de subsidiarem uma condição de vida que permita o desenvolvimento e a promoção do jovem, em específico, daquele oriundo da classe social pobre nos aspectos econômicos, políticos, culturais e sociais. Palavras-chave: Juventude; ECA; Medidas socioeducativas; Ato infracional. 22 2 352-(72 ³$ 7(5&(,5IZAÇÃO E A JUSTIÇA DO TRABALHO - DIVERSIDADES REGIONA,6´ 5(/$72 '( 80$ (XPERIÊNCIA COM A UTILIZAÇÃO DA HISTÓRIA ORAL Magda Barros Biavaschi; Alisson Droppa (I F C H ± UNICAMP) O artigo tem como principal objetivo apresentar a experiência da utilização da PHWRGRORJLD GD KLVWyULD RUDO QD SHVTXLVD ³$ 7HUFHLUL]DomR H D -XVWLoD GR 7UDEDOKR ± diversidades regionais que desde 2007 estuda o papel do Judiciário Trabalhista brasileiro em relação ao enfrentamento do fenômeno da terceirização. Os entrevistados foram selecionados a partir da sua relevância nos autos judiciais investigados. Tendo como principal objetivo ampliar as análises sobre a diversidade da formação dos entendimentos do judiciário trabalhistas, interagindo fontes primárias (dissídios individuais e ações civis públicas) e depoimentos de atores prestados hoje sobre o ocorrido no tempo em que foram proferidas as decisões ou construídas as posições jurisprudenciais dominantes, sobretudo os entendimentos sumulados pelo TST. Palavras-chave: Terceirização; Papel e celulose; Justiça do Trabalho. HISTÓRIAS DE VIDA VIOLENTAS NA ATIVIDADE DE CATAÇÃO F abiana Sanches Grecco (PPG C S ± F F C ± UNE SP) Tentando perceber em que medida as análises econômicas e organizacionais sobre a atividade de catação são determinantes nas trajetórias laborais e de vida dos trabalhadores catadores, partimos do pressuposto da importância da análise de outras categorias analíticas para a discussão do tema. Nesse sentido, a violência, sendo observada como algo que permeia essa atividade laboral, bem como as relações sociais dos catadores, estabelecidas dentro e fora do trabalho, nos apresenta como algo importante a ser analisado a partir da historia de vida dos trabalhadores catadores de materiais recicláveis. Palavras-chave: Catação; Violência; Trabalho. 23 CONSTRUINDO PERFIL DE CARREIRA CRIMINAL '( 80 ³-29(0 $66$/7$17(´¬02$5MADA DE MOÇAMBIQUE ATRAVÉS DE HISTÓRIA ORAL Joaqui m Miranda Maloa (PPG S ± U SP) Este artigo examina o assalto à mão armada na cidade de Lichinga em Moçambique, praticado por jovens dos seus dezoito a trinta anos de idade. Tendo como base o meu WUDEDOKR GH PHVWUDGR LQWLWXODGR ³ O lugar da desordem : um estudo sociológico sobre o assalto à mão armada na cidade de Lichinga em Moçambique ´RQGHEXVFRDWUDYpVGH história oral, construir perfis das carreiras de vida criminal de seis jovens assaltantes à mão armada. O trabalho de campo foi realizado em janeiro de 2010, na cadeia provincial de Niassa na cidade de Lichinga. Na verdade, o nosso interesse aqui nesse artigo, não é RIHUHFHU KLVWyULD GH YLGD GH VHLV ³MRYHQV DVVDOWDQWHV´ QHP PXLWR PHQRV HQWUDU QDV controvérsias das suas trajetórias de vidas criminais. Interessa-nos, sobretudo aqui reter a história de vida de um jovem como plano de referência para situar como se da à construção do perfil de carreira de vida criminal dentro da sociedade moçambicana olhando para dois sentidos. Primeiro, através da história oral, perceber como o circuito familiar, escolar, de trabalho e de amizade estrutura a promessa de uma mobilidade social nessa sociedade. Segundo, procuro entender como as dinâmicas urbanas exercem uma LQIOXrQFLDSDUDTXHHVVHVMRYHQV³GHULYDP´SDUDR³PXQGRGRFULPH´. Palavras-chave: Perfil de carreira criminal; Jovem; História Oral; Trajetória de vida; Moçambique. Sessão 2: Sábado, dia 12 de novembro, das 9h às 12h30 HISTÓRIAS DE HISTORIADORES: TRAJETÓRIAS, TRAMAS E MEMÓRIAS DA HISTORIOGRAFIA CEARENSE DO SÉCULO XX Edmilson Alves Maia Júnior (U E C E) A presente pesquisa prepara, realiza e analisa entrevistas com professores dos Cursos de História da Universidade Federal do Ceará e da Universidade Estadual do Ceará. Nas entrevistas são discutidas relações entre Memória e Historiografia a partir da trajetória biográfica e profissional de cada entrevistado. Com destaque para a compreensão em cada narrativa dos seguintes pontos: a opção pela História; o contexto de formação autores, debates, lutas; os procedimentos teórico-metodológicos realizados na construção 24 de seus objetos de estudo; o entendimento do papel social do historiador articulado as tramas políticas vivenciadas; a construção, bem como as vivências, das Instituições e espaços de atuação e formação do profissional em História; e temáticas da Historiografia Contemporânea. Os objetivos do estudo relacionam-se a montagem de um Acervo para auxiliar na pesquisa e reflexão sobre a Historiografia do Século XX no Brasil contribuindo como fontes para as áreas da Teoria e Metodologia da História/Ensino de História. Ressalto que as entrevistas são produzidas em sala de aula, com a participação dos estudantes, nas disciplinas da Área de Teoria da História (Introdução ao Estudo da História, Teoria da História, Historiografia Cearense, Historiografia Brasileira). No momento já temos 20 entrevistas, cada uma com cerca de duas horas de duração, estando em andamento o trabalho para ampliarmos o leque de Instituições e profissionais a serem relacionados na investigação. Palavras-chave: Memória; Historiadores; Historiografia; Trajetórias. DEDICATÓRIAS: REPRESENTAÇÕES DE PRÁTICAS SOCIOCULTURAIS Renata Ribeiro de Moraes (UNE SP ± Campus de Assis) Objetiva analisar a trajetória literária de João Antônio, embasadas pelas relações com escritores de seu meio que partilharam pensamentos. Prova disso são os amigos com os quais confabulou e protestou, e que nos ensejam testemunhos de amizade entre outros aspectos. As dedicatórias que João Antônio recebeu mostram discursos que convergem para o desvendamento de seu Projeto Literário. Para compreendê-lo, também atentaremos para os depoimentos de dois escritores: Caio Porfírio Carneiro e Fernando Paixão. A partir dos textos das dedicatórias e destas interlocuções, mapearemos a construção do Projeto Literário joãoantoniano. Palavras-chave: João Antônio; Dedicatórias; Depoimentos de escritores. EDUCAÇÃO NO CAMPO NO BRASIL NA DÉCADA DE 1970: MEMÓRIAS DE UMA EX-PROFESSORA Nildo Batista (I F S ULD EMINAS) Neste trabalho, a partir da micro-história, vislumbra-se analisar brevemente a educação no campo no Brasil na década de 1970 através dos relatos das memórias de uma exprofessora, desta época, de escolas das zonas rurais de uma pequena cidade do Campo 25 das Vertentes, região central de Minas Gerais. Para isso tomamos como ponto de partida a ideia de que as vivências particulares podem acrescentar muito na construção da memória coletiva e procuramos compreender a sociedade através do indivíduo, traçando paralelos entre o geral e o particular. Palavras-chave: Educação no campo; Memórias; Profissão docente. FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PRIMEIROS PASSOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA VERSÃO HISTÓRICA Marcelo Bezerra de Morais (UNE SP ± Campus de Rio Claro) Propomos apresentar os resultados preliminares de nosso projeto de pesquisa, que almeja compreender e construir uma versão histórica de como se deu a formação de professores de Matemática na região de Mossoró (RN), alusivo ao período que antecede o ano de 1974, o qual marcou a criação do mais antigo curso de licenciatura em matemática da região. Para atingirmos o nosso objetivo, trabalharemos com a História Oral (temática) como principal metodologia de investigação. Este está inserido em um projeto maior do GHOEM (Grupo História Oral e Educação Matemática), que visa realizar um mapeamento sobre a formação de professores de matemática no Brasil. Palavras-chave: Educação matemática; História Oral; Formação de professores. HISTÓRIA ORAL DAS BANDAS TRADICIONAIS NO CEARÁ: ANÁLISE PRELIMINAR DO RELATO DOS SUJEITOS Inez Beatriz de Castro Martins (U E C E) A presente comunicação é uma descrição parcial de pesquisa em andamento que tem por objetivo levantar informações históricas, sociais, culturais, educacionais das bandas de música que atuam no Ceará por meio dos relatos orais dos sujeitos, entrevista semiestruturada e análise das respostas. Os sujeitos entrevistados foram os integrantes da Orquestra de Sopros da UECE que tiveram sua formação musical prévia em bandas ainda ativas no Estado. A adoção da metodologia da História Oral é bastante pertinente a esse tema haja vista a pouca informação escrita existente sobre as bandas levantadas. Esse projeto tem referencial teórico baseado nas áreas de etnomusicologia e história cultural. Palavras-chave: Bandas de música; História; Oralidade; Análise. 26 APROXIMAÇÕES ENTRE CAMPOS DE SABERES: O ENSINO APRENDIZAGEM DE PIANO E AS CONTRIBUIÇÕES DA HISTÓRIA ORAL Rômulo Queiroz (EM ± U FPA) O presente artigo visa refletir sobre as contribuições da metodologia da história oral na investigação dos índices de aproveitamento dos alunos do Curso Técnico de Piano na Escola de Música da Universidade Federal do Pará, em Belém, no período de 2005 a 2008. Com base nas entrevistas de alunos e professores, questiona-se o alto índice de não conclusão no mencionado curso. Analisar os meandros e os contextos das falas dos entrevistados dialogando com o campo da história oral tem evidenciado um salutar debate que enriquece a reflexão sobre o uso de metodologias de áreas afins ao crescente campo epistemológico da educação musical. No entanto, tem-se o cuidado de evidenciar os limites da prática metodológica reconhecendo os lugares e a abrangência de cada área. Fincado nessas premissas, buscam-se as proximidades entre os campos da história e da educação musical, mais especificamente a relacionada ao ensino de instrumento. Palavras-chave: Ensino de piano; Educação musical; Aproveitamento estudantil; Ensino profissionalizante; História Oral. O QUE ESTÁ ESCRITO QUER DIZER...? SENTIDO PEDAGÓGICO DE PRÁTICAS MUSICAIS EM BELÉM DO PARÁ NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Lia Braga Vieira (U F PA) Trata-VH GH SHVTXLVD HP DQGDPHQWR (PHUJLX GD QHFHVVLGDGH GH ROKDU R ³SDVVDGR´ GD educação musical em Belém a partir de partituras da primeira metade do século XX, de compositores e editoras locais. A intenção é de melhor compreender a atual educação musical local, a partir do estudo de práticas musicais/sociais que a sinalizem historicamente. A investigação desses documentos motivou meu encontro com sujeitos de suas práticas, de quem tenho ouvido experiências, visando apreender de suas narrativas os modos de ser e viver em seus cotidianos indicativos de aprendizados, que acompanhavam, mantinham e difundiam as práticas musicais identificadas com as das partituraV³FRQVXPLGDV´HP%HOpPQDVSULPHLUDVGpFDGDVGRVpFXOR;;. Palavras-chave: Belém do Pará, História Oral, História cultural, Educação musical. 27 ADAPTAÇÃO PROFISSIONAL: TRADIÇÃO E MUDANÇA NO DISCURSO DE KXIMBINHO Pablo Garcia Costa (Depto. de Música ± U E C E) Uma fonte de depoimentos de K-ximbinho contém pistas sobre uma época da indústria musical além de reflexões do compositor sobre concepções criativas, interpretativas e estratégicas para atender demandas comerciais das rádios. Dados sobre como músicos e grupos artísticos pensavam a prática e a criação musical. Daí surge uma análise sobre discurso e prática e, no caso de K-ximbinho, suas opiniões são defendidas na medida das mudanças do contexto ou prática musical. Sua fala revelava críticas, sugestão de mudanças de padrões, mas também ponderação, tornando-o capaz de sair de determinado modelo composicional que contrariasse algum cânone do um gênero musical Choro. Palavras-chave: Tradição; Inovação; Choro; K-ximbinho. VIDA ÀS MARGENS: HISTÓRIA ORAL DE VIDA COM PESSOAS QUE VIVENCIAM A EXPERIÊNCIA DE IMPACTOS DAS HIDRELÉTRICAS NO RIO MADEIRA Márcia Nunes Maciel; Iremar Antônio Ferreira; Xênia de Castro Barbosa; Maria Cristiane Pereira de Souza; Rosa Martins Costa Pereira (NE HO ± U SP; UNIR; UT FRO) O presente resumo objetiva comunicar algumas percepções resultantes do projeto de história oral em processo de desenvolvimento junto a pessoas que compartilham experiências de impactos do Complexo Hidrelétrico, que visa a construção de quatro hidrelétricas na Bacia do Rio Madeira, possibilitando navegação fluvial que vai desde os rios Madre de Dios (Peru) e Beni (Bolívia) até o Oceano Atlântico. Tal projeto insere-se no conjunto de propostas de iniciativa para a integração da Infra-estrutura Regional SulAmericana (IIRSA). Consideramos o Rio Madeira - no âmbito das pesquisas que vimos desenvolvendo junto ao Instituto Madeira Vivo (IMV) - um agregador de experiências capaz de promover a criação de comunidades de vida (MEIHY, 2005), ou seja, de agrupamentos humanos que partilham uma memória coletiva e elementos identitários que favorecem sua organização/mobilização para enfrentar os desafios que vêm à tona com a implantação do complexo hidrelétrico. O principal objetivo do projeto que vimos desenvolvendo junto ao IMV e a parceiros como o Centro de Hermenêutica do Presente, da Universidade Federal de Rondônia é fazer um registro das experiências de vida e a partir dele criar um banco de narrativas que possa ser utilizado para pesquisas 28 preocupadas em perceber a trajetória dessas pessoas, seus deslocamentos, suas percepções antes e depois das barragens. Na fase em que se encontra a pesquisa temos percebido os processos de reinvenções de identidades e tradições reafirmadas nos contextos de suas relações coletivas e singulares estabelecidas com o Rio Madeira e com as comunidades das quais fazem parte. No acompanhamento de perto dos representantes das comunidades que vivem às margem do Madeira envolvidas no processo de organização política, foi possível perceber o fortalecimento político para organização e mobilização de suas bases, além da motivação da autoconfiança de cada um que se dedica em difundir os problemas enfrentados pelas comunidades afetadas. Esse processo de autoconfiança se deu no exercício da memória e da história desses indivíduos que representam seus povos e comunidades, fenômeno que pode ser relacionado ao que Paul Ricoeur, em sua obra A memória, a história, o esquecimento (2007) denominou como potencialidades mnemônicas, que são da mesma ordem que as percorridas em Si mesmo com um outro, e consiste na tomada de consciência do indivíduo enquanto capaz de se considerar autor de sua história, da autoconfiança mesmo na relação com outro. Do eu posso fazer, falar, contar, potencialidades que designam as aptidões do ser capaz, reveladas no processo de luta e resistência dos atores sociais envolvidos no processo de resistência as Hidrelétricas no Rio do Madeira. Palavras-chave: História Oral; Rio Madeira; Identidade; Comunidade. SABORES E SABERES TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA PARAENSE DA RECEITA DE PORCO À MULHER QUE VIRA PORCA Tainá Khalarje (NE HO ± U SP) O presente trabalho se trata de um estudo sobre a cultura tradicional alimentar da Amazônia paraense quanto elemento definidor da identidade deste povo, com a finalidade de discutir lendas, mitologias, folguedos e demais manifestações a partir de suas relações com a comida (ervas e ingredientes) em seus contextos histórico, cultural, social e geográfico. Há dois pontos fundamentais: o convívio com a mitologia viva da Amazônia contemporânea e a inter-relação desta realidade com o ingrediente. Por esta ser, de fato, a primeira pesquisa voltada ao costume alimentar caboclo, o meio principal e indispensável para a construção deste trabalho foi a entrevista, por basearmos na história oral de vida de cozinheiros familiares, pescadores, lideranças indígenas, mestres da sabedoria popular, organizadores de manifestações populares, e pessoas consideradas referências sobre o seu 29 conhecimento tradicional. A pesquisa foi realizada in loco, durante expedições à cidade de Belém e arredores, Ilha do Marajó, região do Baixo Rio Amazonas, Bacia do Araguaia-Tocantins, Amazônia Atlântica, Tribo Tembé e Tribo Assurini. Foram conservadas todas as gírias, neologismos, coloquialismos e regionalismos em cada um dos depoimentos. Após as entrevistas, partimos para o preparo dos pratos típicos e estabelecemos as referidas contextualizações. Por conseguinte, aplicaram-se os dados para a realização do objetivo deste estudo. Também houve pesquisa bibliográfica sobre cultura, contemporaneidade, gastronomia, nutrição, história, política, antropologia, arqueologia, medicina, agropecuária e biologia. Além disso, foram consultados periódicos, documentos, sites e arquivos públicos. Envolveu, ainda, a participação de chefes de cozinha, jornalistas, fotógrafos e pesquisadores. Pretende-se com este trabalho colaborar para o fortalecimento e resgate da identidade cultural da Amazônia paraense. Palavras-chave: Oralidade; Cultura; Amazônia; Identidade; Gastronomia. G T 04 ± O ralidades, Religiões e Religiosidades Coordenação: Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão F ilho (NE H O ± U S P) e Leandro Seawright Alonso (NE H O ± U S P) Sessão 1: Sexta-feira, dia 11 de novembro, das 10h às 12h30 SÍMBOLOS, SIMBOLOGIAS E MEMÓRIAS ORAIS: DICOTOMIA ENTRE O SAGRADO E O PROFANO Elis Regina Barbosa Angelo (U FRJ) Nesta proposta pretende-se analisar as representações do poder da religião, enquanto região de fronteira entre sagrado e profano a partir das questões que se referem ao poder ³GLYLQR´Qos sentidos e significados de todo ritual da festa do Divino Espírito Santo, entre eles as insígnias, instrumentos e símbolos. Apesar da Igreja não comandar a festa profana, que ao mesmo tempo é sagrada, pois, ocorre em parte dentro da Igreja, pode-se dizer que são os rituais que sacralizam os símbolos e ao mesmo tempo contribuem para torná-los sagrados. Como exemplos dessa transformação estão os símbolos do Divino, que, separadamente são: uma coroa, um ceptro e uma bandeira. Neste sentido, serão analisadas 30 as representações simbólicas e suas reelaborações pelos protagonistas da festa que emigraram para São Paulo na Zona Leste da cidade em 1950. A REVOLUÇÃO SILENCIOSA: A OPÇÃO PELOS POBRES DAS RELIGIÕES DA ASSUNÇÃO E A APROXIMAÇÃO AO PERONISMO (1966-1970) Angeles Anchou (C ONIC ET ± Universidad de Buenos Aires) Os estudos sobre as religiosas são escassos e a bibliografia existente tende a considerar suas ações como subsidiárias às iniciativas dos ramos masculinos da igreja católica. Longe de estar determinada pela hierarquia da igreja local, a comunidade das Religiosas da Assunção em Buenos Aires projetou, segundo estipulava o Capítulo da Congregação HP 5RPD QR ILP GH OHYDU DGLDQWH D LQLFLDWLYD GH ³QmR VXVWHQWDU PDLV FROpJLRV FODVVLVWDV´QXP SODQR GHWUês anos desde o início de 1966. Nosso objetivo é analisar o processo perante o qual a proposta inicial de abrir um dos colégios mais oligárquicos da VRFLHGDGHSRUWHQKD³DWRGDVDVFODVVHVVRFLDLV´FXOPLQRXQRDQRVHJXLQWHFRPDGHFLVmR radical de fechá-lo e vendê-lo para construir e fundar um novo colégio num dos bairros obreiros mais pobres da Grande Buenos Aires. Atualmente silenciada e esquecida, esta medida comoveu a sociedade da época. As freiras questionaram nos planos educativos a ordem socioeconômica e influenciaram a dinâmica das relações interfamiliares da alta sociedade portenha através das alunas. Isto carregava um alto potencial subversivo à medida em que a iniciativa contagiava os outros colégios religiosos. A comunidade local conseguiu o apoio da mais alta hierarquia da congregação em Paris, o que levou a uma nova subdivisão político administrativa em 1970, separando-as da Província brasileira. A pesquisa está baseada nas comunicações internas da congregação, artigos jornalísticos da época e o relato da irmã Adela Helguera. Sua história de vida, tanto como ex-aluna do colégio de elite e vice-diretora do novo colégio do bairro obreiro, é um valioso testemunho para abordar o processo. 31 O CARRO DE BOIS, O CAVALO E O AVIÃO: CULTURAS POPULARES TRADICIONAIS E O PROTESTANTISMO RURAL NA HISTÓRIA DA IGREJA PRESBITERIANA EM CABECEIRA GRANDE ± MG Lauana Ananias Flor (UME SP) A ideia de um protestantismo rural é caracterizada pela relação dos crentes com o lúdico e a familiaridade com o sagrado. Este tipo protestante tupiniquim, genuinamente brasileiro, se desenvolveu em locais com pouca ou nenhuma resistência por parte do catolicismo, religião hegemônica no contexto brasileiro e com isso, possibilitou arranjos e rearranjos diferenciados do protestantismo dito oficial. Este texto versa sobre as definições e usos do protestantismo rural, sua aplicação como modelo de análise no contexto fundante da Igreja Presbiteriana em Cabeceira Grande-MG e as relações deste tipo protestante com as culturas populares tradicionais daquela região. Para tal análise, através da metodologia de pesquisa em história oral e micro-história, o foco do estudo será aproximado à vida de duas importantes figuras que se destacaram neste contexto: o lavrador Manoel Moises e a parteira Mãe Bela. Manoel Moises, pioneiro protestante chega à região em 1947, trazendo a sua mudança em um carro de bois. Com a presença deste pregador leigo, a comunidade presbiteriana recém-formada na região, recebe a visita dos primeiros pastores que chegam ali, primeiramente à cavalo e posteriormente de avião, marcando o início da ação das missões presbiterianas e o estabelecimento do presbiterianismo, culminando com a construção e inauguração do templo em terreno doado por Mãe Bela, em 1970. O MEDO E OS INTERDITOS RELIGIOSOS NA MEMÓRIA DAS CRIANÇAS DA DÉCADA DE 60 EM SÃO PAULO Isabella Delcorso Mendonça (PUC ± SP) Pensando no medo como forma de dominação do imaginário coletivo nasceu este projeto de pesquisa para estudá-lo a partir da memória das crianças. Um estudo teórico sobre esta última foi fundamental para entendê-la e saber como era vista academicamente, até para dar continuidade à pesquisa. Foi através da História Oral (ligada às questões da Memória social e coletiva) que foi feita a análise dos conteúdos de como foram escolhidos os entrevistados e seu perfil. Foi escolhida a década de 60 em São Paulo por ser um período na História de ditadura militar onde as autoridades controlavam a vida das pessoas e por ser uma época de extrema repressão. O caminho percorrido na pesquisa foi de um lado o 32 aprofundamento dos conceitos de memória, oralidade e sociedade e do outro a coleta de dados a partir de entrevistas de pessoas que eram crianças na década de 60. A análise dessas entrevistas resultou no medo marcado pela autoridade. Dentro e fora de casa, a época da ditadura ficou marcada na vida dessas crianças através do simples cotidiano, como na Igreja ou em casa. O medo significou respeito às autoridades estabelecidas. A autoridade política na época, a qual todos estavam submetidos, era refletida dentro de casa através do poder autoritário dos pais. O FUTURO PASSADO: TEMPO HISTÓRICO, DISCURSO RELIGIOSO E MEMÓRIA NO DISCURSO RELIGIOSO NA AMAZÔNIA Catarina Maria Costa dos Santos (U F PA) A entrevista com Edilson Braga missionário batista brasileiro enviado pela Junta de Missões Batistas do Pará faz parte do corpus documental da dissertação de mestrado sobre a presença dos batistas brasileiros na Amazônia (1970-1980). Na tentativa de compreender o processo de expansão da missão protestante na rodovia Transamazônica no período da ditadura militar, fiz algumas perguntas que seriam o fio condutor da conversa com o missionário. Duas entrevistas foram realizadas. O resultado apresentado nesta comunicação é uma reflexão sobre este testemunho. Fundamentei-me na ideia de que o discurso foi construído a partir da memória sobre o tempo vivido e analisei o documento sobre a ótica da reflexão teórica de Reinhart Koselleck na obra Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Meu objetivo era compreender o discurso religioso sobre a expansão da Missão Batista num lugar de fronteira feito a Amazônia. Apresentarei nesta comunicação considerações parciais sobre esta reflexão. NARRATIVAS PASTORAIS MESSIÂNICAS: MEMÓRIA, IMAGINÁRIO E ORALIDADE Leandro Seawright Alonso (NE HO ± U SP) Evidenciamos fragmentos de entrevistas que demonstram narrativas messiânicas integrantes da mitoralidade protestante a partir de 1958. Imaginário, e memória coletiva, são elementos importantes nessa análise: entre ortodoxos, heterodoxos e a política brasileira. Contrários às esquerdas, os protestantes históricos, e históricos renovados, buscaram vencer seus diabólicos inimigos por meio dos embates espirituais. Analisamos, 33 portanto, esse imaginário pastoral sustentador do chamado Reino de Deus instaurado pelos militares no Golpe de 1964. G T 05 ± H istória O ral, seus lugares, seus sujeitos: escolas, movimentos sociais e acervos corporativos Coordenação: Suzana Lopes Salgado Ribeiro (NE H O ± U SP; UNIP) e Diógenes Nicolau Lawand (Memorial da Educação Paulista; NE H O ± U SP) Sessão 1: Sexta-feira, dia 11 de novembro, das 10h às 12h30 A ATUAÇÃO DA SEÇÃO DE PROPAGANDA E EDUCAÇÃO SANITÁRIA: AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS COMO VEICULADORAS DE HÁBITOS CIVILIZADOS Marcelo F lório; Yvone Dias Avelino (PUC ± SP) O objetivo da comunicação é discutir a proposta higienizadora da Seção de Propaganda e Educação Sanitária (SPES), criada no Estado de São Paulo, em 1938. A partir de estudos na área de História Oral, as experiências vividas no SPES são desveladas a partir da interpretação de lembranças e reminiscências do cotidiano. De acordo com a análise de fontes orais e escritas, compreende-se que o Serviço Sanitário adotava uma concepção preventiva e educativa de Saúde Pública, em que o ato de educar era o sinônimo da criação de hábitos e costumes higienizados e civilizados. CONTRIBUIÇÕES DA HISTORIA ORAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA Alfredo Oscar Salun; F rancisca Eleodora Santos Severino; Vitória Kachar (UniABC) Esta proposta coletiva está inserida em um projeto desenvolvido na Universidade do Grande ABC, junto ao Grupo de Estudos Regionais e Pesquisa (GERP), que tem trabalhado com temas relacionados à oralidade e memória na região do Grande ABC e seu uso como recurso pedagógico no ensino fundamental. Integram três diferentes trabalhos em um projeto interdisciplinar: Mídias e tecnologias no contexto educacional; Os mecanismos da violência real ou simbólica nas relações de ensino e aprendizagem e Festas, tradições e memórias no Grande ABC . O resultado preliminar 34 desse diálogo tem sido promissor, pois almejamos contribuir com professores, educadores sociais, gestores e administradores nas várias instâncias da Educação Formal e não Formal, dando respaldo à comunidade educativa no enfrentamento de alguns problemas relacionados à violência e autoestima dos alunos. O desdobramento social dessa proposta poderá ser observado a partir das oficinas as quais estamos propondo gratuitamente em centros de memória da Região do ABC, no que tange às possibilidades da aplicação da história oral, fotografia e informática, na preservação da memória regional\local\familiar e como recurso pedagógico em ambiente educacional, contribuindo para a promoção da cidadania e integração da escola-comunidade interna e externa. As oficinas abarcam os seguintes passos: 1) O que é historia oral e seus usos na educação básica, 2) A aplicação dos recursos midiáticos nos trabalhos com a oralidade e registros fotográficos e, 3) A importância da promoção da autoestima e cidadania na formação educacional. O ponto inicial dessa proposta coletiva é o projeto ligado ao Acervo de História Oral e Tradições. A partir da discussão dos PCNs, dos conteúdos de ciências humanas de temáticas ligadas à valorização do patrimônio sociocultural, relativos à memória, cotidiano, história oral e regional, realizamos com os graduandos (Pedagogia e História), projetos, sobre a história da própria família ou de moradores da região. Palavras-chave: História Oral; Bullying; Educação; Informática. EMPODERAR PARA EDUCAR: A (RE)CONSTRUÇÃO DA TRAJETÓRIA EDUCACIONAL DOS ALUNOS DO PROJETO EDUCATIVO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL ± PEIS, ATRAVÉS DE SUAS NARRATIVAS Carlos Roberto Pereira de Souza (LH O ± Centro de Memória ± UNICAMP) O Projeto Educativo de Integração Social ± PEIS, segmento ligado a Educação de Jovens e Adultos, traz como mote as ideias pedagógicas de Paulo Freire (Tema Gerador, Círculo de Cultura). Iniciou suas atividades em 1982, nas dependências da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas ± PUC Campinas. Em 1995, R 3(,6 IRL WUDQVIHULGR SDUD D (VFROD ³&DUORV *RPHV´ QD iUHD FHQWUDO GH &DPSLQDV DOL ficando até final de 1998 quando, mudou de sede indo desta vez, em 1999 para o Colégio Técnico da UNICAMP (COTUCA) onde até hoje permanece. A pesquisa investigou os educandos que frequentavam o curso superior e que ao mesmo tempo continuavam a frequentar o PEIS. Para isso, recorremos à Metodologia da História Oral, método qualitativo fazendo uso das narrativas dos educandos, pois esta metodologia tem como 35 REMHWLYR ³GDU YR]HV DRV DWRUHV VRFLDLV HQYROYLGRV QD LQYHVWLJDomR´ $ GLVVHUWDomR concentra-se em dois eixos de reflexão: o primeiro, objetiva a compreender o passado recente e manutenção da longevidade do Projeto e seu papel sociopolítico e pedagógico; e o segundo eixo refere-se à pesquisa, ao procurarmos investigar a trajetória educacional dos educandos do PEIS e as contribuições das práticas pedagógicas do Projeto em suas vidas e atividades profissionais. Palavras-chave: Empoderamento; Educação de adultos; Educando adulto; Metodologia da História Oral; Migração. NAS ENTRELINHAS DOS REGISTROS DAS HISTÓRIAS DE VIDA E MEMÓRIAS DE EX-NORMALISTAS NO SERTÃO BAIANO: FORMAÇÃO, SABERES E IDENTIDADE DOCENTE Rúbia Mara Lapa Cunha (UNEB) Este texto tem como propósito refletir, registrar alguns momentos da trajetória percurso e as lembranças das histórias de vida presentes na formação e memória de ex-normalistas do Instituto Senhor do Bonfim a partir do recorte temporal de 40/50 demarcando as suas contribuições para a educação do jacobinense e, ao mesmo tempo elencando as marcas de sentidos-significados de suas práticas, os indicativos do processo formativo e as vivências. Visto que, a seleção do Cenário se justifica por ter sido uma das primeiras escolas a ser implantada no sertão baiano. Portanto, ao escolher as narrativas autobiográficas, busquei realizar um trabalho que pudesse contemplar a vez e voz ás mulheres do interior que, ao optarem pelo magistério, no intuito de se firmarem na sociedade e tornarem-se reconhecidas pelos atributos sociais e morais. Contudo, a condução metodológica do trabalho é a história oral onde o processo de registro tem como aporte teórico a História Oral temática, numa abordagem qualitativa estabelecendo pontes para a valorização contextual dos sujeitos históricos a partir das narrativas das histórias de vida paralelo á rememoração. Ao passo que recorri aos documentos históricos, principalmente ao Jornal o Lidador da época, fotografias e aos álbuns de normalistas no desejo de levantar os indicativos do presente com os momentos vividos e DV SURMHo}HV UHDOL]DGDV QR ,QVWLWXWR TXH VH HQFRQWUDP HP PDUFDV GHVVH ³DJLU SHGDJyJLFR¶ focalizando a sua identidade docente no processo formativo e as marcas das lembranças de seu cotidiano com base nas ideias de Elizeu Clementino, Denise Cattani, Anamaria Bueno. Nessa perspectiva, pretende-se vislumbrar a educação no intuito de 36 melhor compreender Memórias e Histórias de formação das Normalistas na Microrregião de Jacobina, cidade do interior do Sertão da Bahia, localizada a 300 km aproximadamente da capital. Palavras-chave: Histórias de vida; Memórias; História Oral. INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SARAH KUBITSCHEK: UMA INSTITUIÇÃO CINQUENTENÁRIA EM BUSCA DE SUA PRÓPRIA HISTÓRIA Luiz Fernandes da Costa (Universidade Estácio de Sá) Desde 1835 a Escola Normal ocupa lugar de destaque na educação. No Rio de Janeiro foi criada a primeira Escola Normal brasileira na província de Niterói. Em 1880, o então Distrito Federal recebe sua Escola Normal, cuja atuação a transforma em referência nacional. Em 1959 foi fundada a Escola Normal Sarah Kubitschek (ENSK) nas dependências de uma Escola Municipal. Em 1960 recebe sua primeira sede. A sede definitiva inaugurada em 1974, pelo governador Chagas Freitas, foi destacada nas manchetes da época como a escola mais equipada e de maior área na América Latina. Ainda nos anos 70, passa a ser denominada por Instituto de Educação Sarah Kubitschek (IESK). Nos anos 90, amplia o número de vagas e em 2000 alcança o quantitativo de 7.281 alunos. A falta de registros dificulta a consolidação da memória institucional (documentos anteriores aos anos 2000 foram queimados) e esse resgate foi possível a partir de diferentes relatos de ex-alunos (participaram sete ex-alunos, alguns desses professores nos dias atuais e uma inspetora dos anos 80) que lembraram (história oral), entre outros aspectos, o comprometimento dos alunos que ingressaram no Instituto por meio de concurso nas décadas 70/80. Foram também consultados documentos do arquivo particular de alunos, onde se encontrou fotografias com o uniforme de gala e de vestimentas folclóricas. No IESK, numa revista de circulação interna de 1970, foi possível verificar que o instituto representava a Secretaria Estadual de Educação, administrando 44 escolas. Buscou-se triangular os dados coletados e como resultado verificou-se que o curso Normal oferecido atualmente não prepara os futuros professores para exercer sua atividade docente. Os participantes compararam passado e presente, definindo o IESK como uma estrutura que vai se desfazendo. Apontam como retrocesso a falta de prova de seleção para os alunos, o que contribui para aceitação daqueles que não tem compromisso com a profissão. Palavras-chave: Escola Normal; Trajetória; Identidade; História; Memória. 37 A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO SIMULTÂNEA DA COLETA DE FONTES DOCUMENTAIS E ORAIS NO ESTUDO DOS DESLOCAMENTOS POPULACIONAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (1935 A 2005) Ana Enedi Prince (UNIVAP) O município de São José dos Campos, localizado na Região do Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, ao longo da sua história recebeu numerosos migrantes e imigrantes, em momentos distintos. No início do século XX, em virtude da cidade ter sido considerada como Estância Hidromineral e Climática, os migrantes chegavam à cidade em busca de tratamento para a tuberculose pulmonar, pois, na época, a cidade era indicada, por renomados médicos e cientistas, para o tratamento das moléstias pulmonares. Esse fato é comprovado por documentos escritos, e também por fontes orais, tais como, depoimentos de seus descendentes, entrevistas gravadas de terceiros, dentre outros. Na atualidade, a cidade recebe migrantes e imigrantes em função de seu desenvolvimento tecnológico, encetado a partir dos Anos Cinquenta do século passado, conforme atestam várias transcrições de entrevistas, coletadas em época mais recente. Nesse contexto, a história oral, aliada à história documental, nos permitiu conhecer melhor as motivações e aspectos específicos relacionados com essas mudanças, ocasionadas por contínuos deslocamentos populacionais para o município de São José dos Campos; também a eventual duração de sua permanência, ou as razões de sua instalação definitiva na localidade. Palavras-chave: Fontes orais e documentais; Migração; Imigração; Estância Hidromineral e Climática; Polo Tecnológico. EXPERIÊNCIAS DO USO DA HISTÓRIA ORAL NA INVESTIGAÇÃO DA EDUCAÇÃO JAPONESA DE SANTOS Rafael da Silva e Silva (UNISANTO S) Este trabalho visa analisar uso da história oral no campo da história das instituições escolares através da experiência de estudos anteriores sobre a educação japonesa na cidade de Santos, litoral do Estado de São Paulo no período de 1908 a 1943. Analisa a possibilidade de trabalhar com história de vida e história de vida com enfoque temático na educação japonesa. Baseiam-se principalmente nos trabalhos da autora Zeila de Brito 38 Fabri Demartini, Tomoo Handa e Iroshi Saito. As considerações finais apontam para a possibilidade do uso de história oral junto com outros tipos de fontes para a compreensão do ambiente cultural formado no interior das instituições escolares. Palavras-chave: Educação japonesa; Santos; História de vida. CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DA REGIÃO DE ITAIPULÂNDIA (PR) E O USO DA HISTÓRIA ORAL PARA CONHECER A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA Jean Sebastian Toillier (G H O EM ± PPG EM ± UNE SP ± Campus de Rio Claro) Este trabalho visa mostrar um ensaio de uma pesquisa em construção, na qual, a partir do uso da História Oral, analisaremos como se deu a formação dos professores de matemática que atuaram na região do atual município de Itaipulândia. Este município encontra-se na região Oeste do Paraná e nos concentraremos em três distritos que o formam: Aparecidinha do Oeste, Itacorá e São José do Itavó. Ele sofreu várias modificações em sua paisagem, principalmente com a formação do lago de Itaipu, ocasionado pela construção da Hidrelétrica de Itaipu. Dessa forma, mostraremos uma breve constituição histórica da região em questão, feita por meio de um levantamento bibliográfico, expondo as várias modificações que ali ocorreram, que abrangem desde a sua colonização e povoamento, até os anos de construção da Hidrelétrica de Itaipu. Além disso, faremos também uma exposição de nossas perspectivas no uso da história oral em nossa pesquisa, a qual se constitui como nossa metodologia de pesquisa. Por meio de entrevistas feitas com professores de matemática ou outros educadores da região, procederemos usando a metodologia acima destacada compondo as textualizações a partir das narrativas dos entrevistados, sendo que as textualizações serão o nosso principal objeto de análise. Assim, inseridos dentro do projeto maior do Grupo de História Oral e Educação Matemática ± GHOEM ±, que visa mapear a formação dos professores de matemática das distintas regiões brasileiras com o uso da oralidade, pretendemos contribuir, adicionando uma versão sobre o ensino de Matemática no Brasil, com o que se tem atualmente chamado de História da Educação Matemática. Portanto, buscaremos mostrar um panorama das ideias que nos cercam e que nos ajudarão a compreender como se deu a formação dos professores de matemática que atuaram na região do atual município de Itaipulândia desde 1961 até os anos finais da década de 1980, período que 39 abrange tanto o povoamento da região quanto os anos anteriores e posteriores da inundação provocada pela formação do lago de Itaipu. Palavras-chave: Formação de professores; História Oral; História da Educação Matemática; Oeste do Paraná. Sessão 2: Sábado, dia 12 de novembro, das 9h às 12h30 HISTÓRIA ORAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Carla Lira Santos (PIC ± F E ± U SP) A Educação de Jovens e Adultos (EJA) visa pessoas que foram impedidas de concluir os estudos. Ao voltarem à escola, elas vivenciam conflitos entre as lembranças dos primeiros tempos escolares e as práticas pedagógicas atuais com as quais nem sempre se identificam. Partindo da premissa de que o comprometimento político da História Oral não deve ser desvinculado da noção de finalidade, recorremos às memórias dos alunos para compreender melhor suas experiências escolares. Sob as perspectivas dos próprios alunos da EJA de Guarulhos, suas memórias contribuem para a temática da educação de adultos. Palavras-chave: Memória; EJA; Guarulhos. RESSENTIMENTO: O TRÂNSITO DE PROFESSORES DURANTE A CRIAÇÃO DA UNESP Luciana Schreiner de Oliveira Zanardi (UNE SP ± Campus de Rio Claro) Esta é uma pesquisa em andamento sobre o trânsito de professores durante a criação da UNESP, onde foi definida a transformação dos Institutos Isolados do interior de São Paulo em uma universidade policamp. Durante sua criação departamentos inteiros foram removidos de um campus e instalados em outro ocasionando na transferência de professores, que foram obrigados a mudar de cidade. Este tipo de ação tende a ser um poderoso provocador de ressentimentos por parte destes professores. A partir da memória oral dos atores envolvidos buscaremos atribuir significado às tramas constitutivas dos ressentimentos causados por estas transferências. Palavras-chave: História Oral; Criação da UNESP; Trânsito de professores; Ressentimento. 40 A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS AUDIOVISUAIS NAS AULAS DE HISTÓRIA: UMA ABORDAGEM ATRAVÉS DA HISTÓRIA ORAL Lara Rodrigues Pereira (U D E S C) O presente artigo é fruto de dissertação em curso do Programa de Pós Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina. Na pesquisa, que dará origem à futura dissertação, tentarei identificar como os professores de História da rede municipal de ensino de Florianópolis utilizam o cinema em sua prática quotidiana. Neste artigo apenas introduzirei algumas questões que pretendo problematizar a medida que a pesquisa de mestrado for desenrolada, como a importância na escolha das questões que montarão o roteiro de pesquisa dos professores que serão entrevistados e questões metodológicas e éticas que amparam o uso de fontes orais em trabalhos acadêmicos. Palavras-chave: Ensino; História; Audiovisual. HISTÓRIA ORAL DE VIDA: TRAJETÓRIAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL Talita Dias Miranda e Silva (U SP) A pesquisa tem por objetivo compreender os processos e percursos de formação de sete professoras de infância. Adota-se a metodologia qualitativa com um estudo pautado em: história oral de vida e entrevistas semiestruturadas. Deste modo, buscou-se compreender os percursos de experiências que explicitam e revelam os processos formativos do desenvolvimento pessoal e profissional destas profissionais da educação infantil. Com o resultado, espera-se contribuir para evidenciar os significados das trajetórias de formação de profissionais no campo da educação infantil. Palavras-chave: Formação de professores; Histórias de vida; Narrativas de professores; Educadoras de infância. CONTAR HISTÓRIAS: O CAMINHO PARA MANTER VIVAS AS HISTÓRIAS DO AMAZONAS José Lino do Nasci mento Marinho (U F AM) A presente tese é o resultado de estudos desenvolvidos sobre o gesto de contar histórias em sala de aula como recurso para manter viva essa tradição, sobretudo na região de 41 Tefé, no estado do Amazonas. A partir da percepção do desinteresse das novas gerações, que frequentam a Educação Básica, pelas lendas, mitos e contos que sempre foram contados em família ou pelos ribeirinhos, nasceu a preocupação em preservar esse gesto popular. Para propor a história na sala de aula, considerou-se conveniente conhecer o interesse do professor. Realizou-se, então, uma pesquisa secundária, com um questionário fechado, com essa finalidade. Com o objetivo de desenvolver atividades capazes de incentivar e manter o interesse de alunos da Educação Básica da região de Tefé, sem alienar a sua compreensão de realidade, desenvolveu-se um período de trabalho contando histórias e pedindo a posição ou uma avaliação crítica sobre o fato ouvido. A metodologia do estudo está na área qualitativa, a partir de um referencial bibliográfico optou-se pelo enfoque sob a forma de estudo de caso, situação que admite diferentes técnicas para analisar interpretar e compreender o tema. Descortinando o cenário onde a investigação seria realizada, promoveu-se sessões de contação de histórias, criadas pelo investigador, coletando impressões pessoais e comentários críticos dos ouvintes. Como produto do estudo, pode-se afirmar que os adolescentes se interessam por ouvir histórias, na ocasião envolveram-se com os assuntos tratados e apresentaram posições críticas diante de questionamentos sociais. Palavras-chave: Amazonas; Contação de histórias; Motivação; Preservação. PATRIMÔNIO, TRABALHO E EDUCAÇÃO: A HISTÓRIA ORAL SIGNIFICANDO LUGARES E PROFESSORES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Maria Lucia Mendes de Carvalho (C E ETEPS) Na busca por desvendar o processo de implementação de cursos ferroviários na educação profissional pública no estado de São Paulo, iniciado na década de 1930, descobriu-se a valoração do patrimônio ferroviário por professores de um curso técnico em turismo. Este trabalho pretende mostrar a importância da história oral como ferramenta metodológica em pesquisas de memórias e história da educação profissional, tendo por finalidade apresentar a transcriação da entrevista com uma professora do curso Técnico em Turismo, referente às suas práticas escolares e pedagógicas na instituição, e a sua contribuição para a preservação do patrimônio cultural e tecnológico da ferrovia. 42 NARRATIVAS, MEMÓRIAS E CULTURA EM TABULEIRO DO NORTE ± CEARÁ Maria Lenúcia de Moura (F E CLE S C ± U E C E) O trabalho proposto teve como referência a experiência dos sujeitos da cidade de Tabuleiro do Norte±Ceará, imbuídos na formação da Sociedade Educadora ± instituição organizada por munícipes em prol da construção de uma escola ginasial. A fim de proporcionar a inserção do leitor nas tramas no desenvolvimento do objeto o contexto no qual os personagens transitaram é exposto, permitindo um diálogo entre a micro e a macro-história. Focaremos seis entrevistados que fazem parte do cenário político, educacional e civil. As narrativas apresentaram que os envolvidos incorporaram o discurso empregado pelos líderes coletivos ± as benesses da construção do ginásio mesmo este não estando acessível a todos. ENTRE VOZES E REGISTROS PESSOAIS: HISTÓRIA E MEMÓRIA DE MALBA TAHAN NA CADES Juraci Conceição de Faria (UNICAMP) Esta pesquisa, sob a perspectiva histórica no contexto educacional-cultural, investiga as potencialidades da prática educativa de Júlio César de Mello e Souza Malba Tahan (1895-1974) como professor-orientador de cursos de formação de professores de matemática na Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES), além de lançar luz sobre a História da Educação Matemática Brasileira no início da segunda metade do século XX. Apoia-se em fontes históricas escritas e iconográficas recolhidas a partir de pesquisas no Arquivo Malba Tahan e em fontes memorialísticas de ex-alunos de Malba Tahan da CADES. A aproximação analítica destas fontes, em particular os cadernos de diários de viagens de Malba Tahan ± até então não estudados pela historiografia brasileira ± estimula a reflexão sobre a pedagogia tahaniana e propostas didáticas para a formação de professores de matemática do nosso tempo. Palavras-chave: Malba Tahan; Diários de viagens; História Oral; CADES; Formação de professores de matemática. 43 CULTURA DIGITAL E NARRATIVA: SUPORTES PARA A EXPRESSÃO DE SUBJETIVIDADES, ESCRITA DE HISTÓRIAS E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES Suzana Lopes Salgado Ribeiro (NE HO ± U SP; UNIP) No contexto contemporâneo de expansão das tecnologias de informação e comunicação em toda a sociedade, acontece a popularização dos usos de computadores e da internet, configurando a emergência do que se denomina cultura digital. A partir desse panorama, pesquisadores e profissionais das mais diversas áreas de atuação e de campos de estudos interdisciplinares têm buscado dimensionar e compreender quais são os desdobramentos trazidos por essas mudanças no cotidiano de sujeitos, grupos e instituições científicas, culturais e educacionais. Nosso objetivo será discutir as novas perspectivas dos estudos de identidade, memória e narrativa frente ao uso das novas tecnologias. Isto porque entende-se que é grande a relação entre a cultura digital e sua maneira de narrar na construção de novas formas de subjetivação e construção identitária. Dessa forma o trabalho abordará a necessidade de diálogo entre diferentes áreas do conhecimento para a produção de fontes que possibilitam estudos sobre memória e identidade e que são resultantes do encontro de várias tecnologias de informação produzidas em nosso tempo pela cultura digital. G T 06 ± H istória O ral e Movimentos Sociais Coordenação: Archimedes de Barros Silva (NE H O ± U SP) e Glauber Cícero Ferreira Biazo (NE H O ± U SP; F IMI) Sessão 1: Sexta-feira, dia 11 de novembro, das 10h às 12h30 MEMÓRIA DAS MANIFESTAÇÕES COLETIVAS: O REGIME MILITAR CONTESTADO NOS ESPAÇOS PÚBLICOS DO CENTRO DE BELO HORIZONTE (1964-1968) Rayanne Nunes Abranches (U F MG) A memória, evocação do passado permeada por percepções do presente, é a base da identidade. Essa dimensão identitária ocorre, pois, pessoas e sociedades são formadas de 44 memória. Assim, essa pesquisa tem por objetivo a análise da memória das manifestações coletivas de contestação ao Regime Militar, ocorridas nos espaços públicos da região central da capital mineira, no período compreendido entre 1964 a 1968. Através de depoimentos orais, fontes jornalísticas e documentos do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS-MG), busca-se uma contribuição para a ainda limitada produção historiográfica sobre o assunto, além da preservação da memória desses movimentos de contestação e resistência à Ditadura Militar. OS ACADÊMICOS DO SALGUEIRO: ORALIDADE, MEMÓRIA, MILITÂNCIA E ENGAJAMENTO NAS ESCOLAS DE SAMBA DOS ANOS 1960 Guilherme José Motta F aria (U F F) A virada da década de 1950/60 foi um momento de extrema relevância para a cultura brasileira. As manifestações artísticas se revelaram eixos potenciais na difusão de ideias e valores, que circulavam pelo mundo, refletindo e sendo apropriados pelos segmentos culturais brasileiros. O período foi vivido em um ritmo intenso e de grande efervescência, tanto estética, quanto ideológica. A sequência de desfiles entre 1959 e 1971 revelou esse fulgor de criatividade, de descobertas e de militância tendo o negro e suas peculiaridade, suas mazelas e suas alegrias amplificadas nos sambas e nos desfiles realizados pela escola. Foi a partir do GRES Salgueiro que a temática negra entrou no rol dos enredos possíveis. A partir dos relatos de memorialistas, dos periódicos e dos agentes culturais do GRES Salgueiro, em seus depoimentos procuro resgatar essa história de engajamento e renoção estética e ideológica. AS MARCAS DE IBIÚNA: AÇÃO E COMPORTAMENTO POLÍTICO DOS ATORES DE 68 Aline Michele Nasci mento Augustinho (F CL ± UNE SP ± Campus de Araraquara) Esta pesquisa compara o comportamento político do ex-militante estudantil de 1968 às suas escolhas políticas quando adulto, verificando como as prisões decorrentes da participação no XXX Congresso da UNE em Ibiúna afetam sua trajetória de vida. Tratando-se do Movimento Estudantil de 1968, movimento político que se articulava clandestinamente, há poucas bases documentais que expressem sua estrutura e organização, além daqueles elaborados pelos órgãos de repressão. Assim, a oralidade e a memória são peças chaves para compreender a participação e o comportamento político 45 em dois momentos históricos distintos a partir do relato e da reinterpretação dos fatos feitos por cada ator. MEMÓRIAS E RESISTÊNCIAS: OS DEPOIMENTOS DE UANHENGA XITU, RAUL DAVID E BOAVENTURA CARDOSO SOBRE O COLONIALISMO PORTUGUES EM ANGOLA Washington Santos Nasci mento (U SP) Esse trabalho pretende analisar ás resistências ao colonialismo português em Angola a partir das memórias presentes em depoimentos de escritores angolanos da segunda metade do século XX, sobretudo Uanhenga Xitu, Raul David e Boaventura Cardoso. Enquanto principais interlocutores do povo angolano, esses escritores deixaram registrados inúmeros depoimentos em revistas, jornais e obras conjuntas espalhados pelo mundo. A análise dessas memórias nos permite entender o caráter variado, múltiplo e complexo das resistências dos angolanos ao colonialismo português nos últimos anos do processo colonizatório, bem como os elementos que construirão o estado independente. INTELECTUAIS, UNIVERSIDADE PÚBLICA E SOCIEDADE: MILITÂNCIA E TRAJETÓRIAS DOCENTES NA FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DA USP Glauber Cícero Ferreira Biazo (NE HO ± U SP; F IMI) O presente texto é fruto de uma pesquisa em andamento em nível de doutorado a respeito da trajetória de vida acadêmica de professores titulares da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), em atividade entre os anos de 1979 e 2010. A pesquisa consiste em compreender a gênese e a trajetória intelectual dos professores titulares da FFLCH-USP a partir dos memoriais entregues no ato da inscrição para o concurso de titulação (MS-6) e da realização de entrevistas de história oral de vida. A pesquisa procura compreender em que medida o percurso acadêmico desses intelectuais foi marcado por participações ativas e ou distanciamentos marcantes em relação aos acontecimentos políticos do país nos últimos trinta anos. 46 Sessão 2: Sábado, dia 12 de novembro, das 9h às 12h30 ³0$7$5$00,1+$),/+$´ AÇÃO POLÍTICA E SOLIDARIEDADE NA LUTA CONTRA A IMPUNIDADE Adriana Marcela Bogado (U F S Car) A luta para que crimes não fiquem impunes mobiliza milhares de famílias, que reivindicam justiça no cenário social e político atual, na Argentina. Assim, neste texto abordamos a trajetória de Graciela Centurión, que desde 2006 luta por justiça pelo assassinato de sua filha. Esta trajetória foi reconstruída durante uma pesquisa de doutorado em que estudamos a participação política de mulheres em movimentos sociais contemporâneos na Argentina, sob a ótica de suas experiências e memórias. Utilizamos como metodologia a História Oral e a Observação Participante. A trajetória será apresentada na forma de retrato biográfico (portrait), descrevendo os tempos presente, passado e a projeção em relação ao futuro. +,67Ï5,$ 25$/ ( (175(9,67$ ³6,78$'$´ $35(1'(1'2 &20 26 CAMPONESES DO SERTÃO NORTE DE MINAS GERAIS Rosely Carlos Augusto (F AE ± U F MG) Analisa a história e prática social de lideranças camponesas como locus de aprendizagem em trajetórias de engajamento social, no Sertão, de Minas Gerais, nas últimas três décadas. Foram entrevistadas lideranças, envolvidas em movimentos sociais de luta por terra e direitos. Suas narrativas abordam seus itinerários de vida, trabalho e formação na luta. Trabalhou-se com procedimentos híbridos de história oral temática e de tradição oral e desenvolveu-se uma forma particular dH HQWUHYLVWD ³VLWXDGD´ DR PRGR GH XPD conversação, grupal, em seus locais de vida e trabalho adequado ao seu mundo cultural, político e de universo linguístico. Suas narrativas indicam um intrincado de práticas, que marcam histórias e mudanças coletivas produzindo um patri mônio de valores e saberes ecossociais, que vão se incorporando a cada geração de lideranças e de lutas sociais. Nesse sentido contexto, texto, narrativas e aprendizagem se imbricam. 47 SACERDOTE E MILITANTE: RELIGIÃO E POLÍTICA NA TRAJETÓRIA DE PAULO TONUCCI (1965-1994) Gisele Oliveira de Li ma (U F BA) Paulo Tonucci foi um padre italiano que chegou no Brasil em 1966, indo trabalhar na periferia de Salvador. A supressão da democracia e dos direitos políticos e civis aumentaram os conflitos internos já existentes na Igreja, o que se fez fortemente presente no desenvolver do sacerdócio de Tonucci, a exemplo da criação de grupos religiosos e políticos ± Grupo Moisés, Grupo de Evangelização da Periferia, Comissão de Justiça e Paz de Salvador. O objetivo deste trabalho é analisar o papel desempenhado pelo sacerdote na relação entre os setores populares e as organizações de esquerda e como isso incidiu no processo organizativo das associações de moradores e grupos religiosos. O COLÉGIO CANADÁ NOS ARQUIVOS DO DEOPS/SP José Esteves Evagelidis (LIAME ± UNISANTO S) A pesquisa tem como tema o Colégio Canadá, de Santos, durante a época da ditadura militar no Brasil. É objetivo do estudo reconstituir e analisar a memória do referido educandário, localizado na cidade de Santos (SP), entre os anos de 1964 a 1979, por meio GRVUHJLVWURVGDVDo}HVUHDOL]DGDVQRFROpJLRQRVDUTXLYRVGD³SROtFLDSROtWLFD´GR(VWDGR de São Paulo. A pesquisa é de natureza documental, descritiva e analítica, de abordagem qualitativa e está sendo feita por meio de entrevistas, realizadas com o método da história oral, com sujeitos que viveram experiências na escola, relacionando suas histórias de vida às informações contidas nos documentos. As fontes documentais se encontram no acervo do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS) de São Paulo. A VOLTA DA BANDEIRA RUBRO-NEGRA NA VOZ DOS SEUS PROTAGONISTAS: A REORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO ANARQUISTA DURANTE O PERÍODO DE 1980/2000 NOS ESTADOS DE SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, RIO GRANDE DO SUL E BAHIA Archi medes de Barros Silva (NE HO ± U SP) O presente trabalho é fruto de projeto em andamento em nível de mestrado e de debates em torno do tema do anarquismo, no período que abrange o fim da Ditadura Militar e o processo de redemocratização e consolidação democrática da sociedade brasileira 48 (1980/2000). Com base principalmente em entrevistas de História Oral de Vida, pretendese abordar a atuação do movimento anarquista em um período pouco estudado no campo das Ciências Humanas em nosso país. A pesquisa busca resgatar o processo de reorganização do movimento libertário promovido por anarquistas em estados que historicamente sempre tiveram importância destacada na atuação do movimento como: São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, no período já citado. Além disso, destacase o estado da Bahia como um fator novo, dado o papel estratégico que os anarquistas baianos desempenharam no processo de reorganização do movimento. G T 07 ± H istória O ral, Identidade e Diversidade Coordenação: Lourival dos Santos (U F MS ; NE H O ± U SP) e Cássia Milena Nunes Oliveira (NE HO ± U SP) Sessão 1: Sexta-feira, dia 11 de novembro, das 10h às 12h30 LÁGRIMAS E O "SORRISO" DO DOPS NA FAVELA VILA OPERÁRIA NARRATIVA E ESQUECIMENTO Denize Ramos Ferreira (I F C S ± U FRJ) Desde 2004 pesquisamos sobre a Favela Vila Operária em D. de Caxias, localizada no Estado do Rio de Janeiro. Naquele ano, eu ministrava aula de História nesta favela para a 6ª série, atual 7° ano. Meus alunos tinham vergonha de morar nesta localidade. Por causa deles fomos buscar as memórias sobre a origem da Vila Operária. Elas eram subterrâneas. Começamos a entrevistar os habitantes mais antigos, e por indicação, chegamos até Ivete Assis Santos, uma das primeiras moradoras que havia participado da ocupação inicial. Teve dois irmãos presos e torturados pela polícia politica. As lágrimas no seu depoimento mostram-nos o passado presente. Apresentou-nos a Davino Miguel da Rocha, primeiro SUHVLGHQWHGD$VVRFLDomRGH0RUDGRUHVGD9LOD2SHUiULD3DUDR'236³6255,62´1D Ditadura Civil-Militar, ele foi preso, torturado e hoje vive nesta favela em silêncio com suas memórias. Através da História Oral e da documentação da polícia política do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro e do Arquivo Público do Estado de São Paulo, estamos revelando estas memórias que estavam em silêncio. Palavras-chave: Favela; Memória; Ditadura Civil-Militar. 49 MEMÓRIAS DE UM PRISIONEIRO DE GUERRA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA DA PARTICIPAÇÃO DO JOSEENSE ELISEU DE OLIVEIRA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Douglas de Almeida Silva (UNIVAP ± Campus de São José dos Campos) A guerra contra o esquecimento: um soldado na busca por sua identidade social como pracinha da Força Expedicionária Brasileira (1939-1945). Este estudo é resultado do trabalho de conclusão de curso intitulado: Memórias de um prisioneiro de guerra, orientado pela Profa. Dra. Valeria Zanetti, defendido em agosto de 2011 no curso de História da Universidade do Vale do Paraíba ± SP. O Expedicionário Eliseu de Oliveira, natural de São José dos Campos ± SP, foi o único joseense aprisionado pelo exército alemão em 31 de outubro de 1944. No retorno ao Brasil, Eliseu de Oliveira encontrou uma população hostil e cética à atuação dos febianos na guerra. Movido pelo espírito reivindicativo, Eliseu concede seu depoimento ao jornalista Altino Bondesan, que acabou SXEOLFDGRQROLYUR³8PSUDFLQKDSDXOLVWDQRLQIHUQRGH+LWOHUHP´6,/9$ BONDESAN, 1947). Constatou-se o desrespeito da sociedade por eles, o que os tem levado a uma busca por cidadania. Portelli (2011; 2010) conceitua este aspecto como ³FULVH GH LGHQWLGDGH´ $ PHPyULD UHSUHVHQWD D FRQWLQXLGDGH GR JUXSR H HVWi LQWULQFDGD com o sentimento de identidade (PORTELLI, 2011; POLLAK, 1992), o que nos leva a crer que a identidade social dos pracinhas da FEB está sendo contestada e que o livro ³8PSUDFLQKDSDXOLVWDQRLQIHUQRGH+LWOHU´RIHUHFHXD(OLVHXHDRVSUDFLQKDVGHIRUPD geral, a oportunidade de mostrar não só a identidade dos Febianos, como contestou a memória que o Estado construiu sobre eles. Palavras-chave: Eliseu de Oliveira; Força Expedicionária Brasileira; Pracinha; Memória; Identidade. 5(/(,785$ '( 80$ +,6725,$ $75$9e6 '( ³(67Ï5,$6´ '26 CATADORES DE CARANGUEIJOS DE CARIACICA: DO INDICIARISMO A HISTÓRIA ORAL (IDENTIDADE) João Lucas Côrtes de Sousa; Kenya Ferreira Lopes; Bacellar Mombrini Closs (U F E S) Pensar a construção de uma pesquisa com o objetivo de apreender os modos por meio dos quais os Catadores de Caranguejos, que atuam no município de Cariacica, elaboram 50 ³FDWHJRULDV´TXHVHUYHPGHUHIHUrQFLDSDUDRUJDQL]DUVXDVYLV}es acerca do mundo, nos traz o desafio metodológico de fazer uma releitura da história dessa população. Este desafio se faz necessário pela escassez de fontes bibliográficas. O artigo em questão tratase dos processos iniciais de uma pesquisa ± que faz parte do projeto FAPES ± e visa problematizar, a partir de uma visão indiciária: o foco exacerbado de estudos voltados para assuntos generalistas com uma visão macro que deixam para segundo plano particularidades como a de nosso objeto de estudo, no caso o município de Cariacica e a escassez de bibliografia denotando uma possível falta de identificação da população com o meio em que se vive. As análises foram feitas com base em dados documentais através de um olhar pautado na sensibilidade aos indícios e com a percepção etnográfica em relação à busca por esses documentos, encontrando como uma das soluções para essa escassez a utilização dos recursos metodológicos da história oral. Questionar sobre os modelos hegemônicos de pesquisa é imprescindível para a obtenção de outros olhares e abordagens para temas que estão à margem dos estudos acadêmicos. Considera-se que a UHOHLWXUD DWUDYpV GH ³HVWyULDV´ p XPD UHLQYHQomR GR MHLWR GH VH SHVTXLVDU HVVDV populações permitindo que sua voz seja externada, de modo que o que chamamos de visões de mundo dos catadores, mais especificamente as representações que eles exibem do mesmo, sejam levadas em consideração. Palavras-chave: Identidade; Indiciarismo; História Oral; Etnografia. IDENTIDADE, SUBJETIVIDADE E TRANSMISSÃO DE SABERES ENTRE PESCADORES DA PRAIA GRANDE, EM ARRAIAL DO CABO Paulo Sérgio Barreto Santos Em Arraial do Cabo (RJ) existem os pescadores tradicionais no canto da Praia Grande TXH ID]HP D SHVFD GH DUUDVWR HP FDQRDV GH XP ³WURQFR-Vy´ UHDOL]DGD SRU XPD ³FRPSRQKD´FRPSRVWDSRUFRPSDQKHLURVHRPHVWUH³YLJLD´(VWH~OWLPRGRDOWRGR morro, com lenço na mão, acena e gesticula sobre o movimento, a quantidade e as HVSpFLHVGHSHL[HVH[LVWHQWHVQXPD³PDQWD´6mRJHUDo}HVGHSHVFDGRUHVQDIDL[DHWiULD dos 60-70 anos. Alguns pescam desde os 12 anos de idades. Este saber-fazer é acumulado, transmitido e assimilado através das gerações de pais e avôs, DSUR[LPDGDPHQWH GHVGH R VpFXOR ;,; 9HQKR DFRPSDQKDQGR R VHX ³&KRQFD´ PHVWUH FDUSLQWHLUR QDYDO H ³9LFD´ PHVWUH YLJLD H VHXV FRPSDQKHLURV GH ³FRPSRQKD´ inicialmente, em entrevista aberta, participativa e dialógica - a partir dos relatos orais 51 reveladores da trajetória de vida e das narrativas individuais e autobiográficas. Com esta pesquisa, objetiva-se compartilhar, transmitir, dialogar e construir espaços de interpretação e de reflexão que considerem os saberes tradicionais com os científicos nas Do}HVSROtWLFDVHGHLQWHUYHQomRGRVWHUULWyULRVORFDLV2VHX³&KRQFD´UHFHEHXHVWHDQR R ³3UrPLR´ PHVWUH SRSXODU GD 6Hcretaria do Estado da Cultura do Rio de Janeiro para transmitir o saber-fazer canoas para 5 filhos de pescadores e, o mesmo, fará parte do UHJLVWUR H LQYHQWiULR LPDWHULDO SURSRVWR SHOR ,SKDQ0,1& QR 3URJUDPD ³%DUFRV GR %UDVLO´$WpDSRXFRWHPSRHVVDV³SHTXHQDVKLVWyULDVGHYLGD´FRWLGLDQDVHRUGLQiULDV± HODV PHVPDV QmR YDORUL]DGDV ³PRUULDP´ SHOD SHUGD GH XP ³~QLFR´ PHPEUR GH XPD ³FRPXQLGDGH LPDJLQDGD´ SUiWLFDV VDEHUHV RItFLRV PRGRV GH VHU GH HVWDU H GH YHU R mundo com suas narrativas, memórias, imaginários, experiências e subjetividades. Estes SHVFDGRUHVHPHVWUHVUHODWDPTXHRVHX³SHGDoRGRPXQGR´SRGHHVWDUHVFDSDQGRHQWUHDV mãos devido à constituição de novas relações sociais advindas da urbanização; turismo de massa; escassez do pescado, consumo globalizado do capitalismo contemporâneo e, em particular, do desinteresse, desorganização e desqualificação dos saberes tradicionais da pesca. Palavras-chave: Pescadores tradicionais; Narrativas autobiográficas; Conservação de saberes tradicionais. MANUTENÇÃO E EXTINÇÃO DE UMA TRADIÇÃO: A FESTA DE NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES, PRAIA DO FORTE, FLORIANÓPOLIS, SANTA CATARINA Arlete Assumpção Monteiro (PUC ± SP; C ERU ± U SP) A comunidade da Praia do Forte localiza-se ao redor da Fortaleza de São José da Ponta Grossa; moradores viviam da atividade pesqueira até a década de 1970; implantação de grande empreendimento urbanístico, ocasionou a mudança dos pescadores da Praia de Jurerê para a vizinha Praia do Forte. As festividades de N. Sra. dos Navegantes foi praticada até 2008, o último, um grande evento que durou a semana toda, incluindo apresentação do Boi de Mamão. Pesquisa realizada com a metodologia da História Oral desde 2005, complementada através de vídeos e fotografias até 2011. Palavras-chave: Patrimônio cultural; Festas tradicionais; Procissões. 52 A (RE)CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PALESTINA ENTRE IMIGRANTES PALESTINOS E DESCENTES EM SANTA CATARINA Gabriel Mathias Soares (U SP) A formação da identidade nacional palestina é ao mesmo tempo parte de um fenômeno maior de construção de nações, mas também é marcada de modo peculiar por elementos como desapossamento, a negação da identidade e a ocupação. A trajetória identitária dos palestinos e seus descentes em Santa Catarina não foram exceção à relação inconstante com esse conjunto de referenciais ligados a volátil realidade da Palestina e da luta pela libertação nacional no exterior. Esse processo trouxe mudanças em relação à consciência de uma identidade palestina e seus significados, tanto privada quanto publicamente. Palavras-chave: Imigração; Identidade; Nacionalismo; Diáspora; Redes sociais. A ORALIDADE COMO AGENTE DE PRESERVAÇÃO DA TRADIÇÃO POMERANA Gabriel Tebaldi (U F E S) Os imigrantes pomeranos chegaram ao Brasil no século XIX, instalando-se nas regiões Sul e Sudeste. Diante disso, este estudo objetiva discutir os pomeranos assentados em Santa Maria de Jetibá (ES). Neste local, conservam a língua, costumes e tradições há mais de um século. Assim, este trabalho visa apresentar os traços culturais da religiosidade e analisar a importância da oralidade na preservação do ritual do casamento. Para tal, utilizar-se-á da metodologia da história oral e da análise de um vídeodocumentário. Destaca-se a ação consciente da comunidade pomerana em preservar sua memória. Palavras-chave: Pomeranos; Tradição; Oralidade; Rituais; Casamento. Sessão 2: Sábado, dia 12 de novembro, das 9h às 12h30 NARRADORES DO SERTÃO GOIANO: HISTÓRIAS DOS ATINGIDOS PELAS BARRAGENS DO RIO SÃO MARCO (2000-2010) Kalliandra de Morais Santos Araujo (U F U; U SP) Esse artigo tem como objetivo apresentar uma pesquisa responsável pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural, na qual fizemos entrevistas, fotos e 53 filmagem com 420 famílias atingidas por uma barragem no sudeste goiano. O objetivo foi documentar as práticas culturais, suas permanências e ressignificações por meio da história oral, de modo a registrar a memória com vistas à preservação do patrimônio. Organizamos o material produzido em um Centro de Referência (UFU/UFG Universidade Federal de Goiás/ Catalão), divulgamos em um livro. O objetivo é relatar o uso da História Oral como principal ferramenta de pesquisa. A comunidade que se viu obrigada a recriar "novas margens" para o cotidiano, pois não vivem mais nas beiras do Vale do rio São Marcos, o que implica em novas relações de trabalho, vizinhança, sociabilidade, dentre outras. Por meio desses apontamentos pretende-se elaborar um retorno e entrevistá-los novamente, para que assim, possamos diagnosticar o que foi planejado e o que é o vivido pela comunidade não mais ribeirinha. Palavras-chave: História Oral; Movimentos sociais; Políticas públicas. DISCURSO E PODER: UMA ANÁLISE DA CATEGORIA REMANESCENTE DE QUILOMBO NOS DISCURSOS MIDIÁTICOS (1997-2011) Marilea Al meida; Marcelo Brandão; Laura Esperança de Freitas Baptista; Tatiane Carvalho Rosário (Centro Universitário Geraldo Di Biasi) A Constituição Federal de 1988, através do artigo 64, criou um sujeito de direito GHQRPLQDGR ³UHPDQHVFHQWH GH TXLORPER´ FRQGLFLRQDQGR R GLUHLWR D SRVVH GD WHUUD DR pertencimento étnico. Este acontecimento jurídico favoreceu que comunidades, até então JHQHULFDPHQWH GHQRPLQDGDV FRPR ³FRPXQLGDGHV QHJUDV UXUDLV´ WLYHVVHP TXH simultaneamente ao se autodenominarem como remanescente de quilombo também buscassem espaços políticos para legitimar a autodenominação. A partir de 1990, as comunidades que passaram a se autodenominar como remanescente de quilombo ganharam ampla visibilidade nos meios midiáticos e consequentemente utilizaram-se destes meios como espaço de visibilidade e legitimação da sua condição como remanescente de quilombo. Um exemplo a este respeito é comunidade Negra Remanescente de Quilombo da Fazenda de São José da Serra, situada na região do Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, que ganhou visibilidade midiática como um grupo que mantém práticas culturais antigas e um grupo de parentesco, portanto, legítimo como remanescente de quilombo. Partindo do pressuposto de que os objetos, neste caso a Comunidade de São José da Serra e categoria remanescente de quilombo, não existem fora dos seus significados. Este trabalho pretende analisar, no âmbito das relações 54 estabelecidas entre a comunidade de São José e a mídia, tanto a visibilidade produzida sobre o grupo nos discursos midiáticos como os efeitos dos significados dos discursos midiáticos do vem a ser um remanescente de quilombo. A concepção de discurso, que permeia este trabalho, converge com a que foi proposta Michael Foucault que FRQFHSWXDOL]DGLVFXUVRQmRFRPRDOJRTXHFRQWrPD³YHUGDGH´VREUHRVREMHWRVGHTXHVH refere, mas, sobretudo, como uma prática que atribui significados aos objetos de que se refere. Sabendo-se que a sociedade produz uma infinidade de discursos, ou seja, um grande número de significados, e que alguns destes discursos ganham o status de verdade é necessário, deste modo, compreender as relações de poder que atravessam processo de VHOHomR GHVWHV GLVFXUVRV FRQVLGHUDGRV ³YHUGDGHLURV´ VREUH GHWHUPLQDGRV REMHWRV $ articulação deste referencial teórico com as fontes consultadas delimitaram as análises, neste trabalho, a partir de três eixos. Em primeiro lugar, interessa-nos as condições de possibilidades históricas que favoreceram a emergência dos discursos midiáticos sobre a comunidade de São José da Serra. O segundo diz respeito aos significados e efeitos dos discursos sobre a comunidade de São José, e o terceiro eixo de análise refere-se às LPSOLFDo}HV SROtWLFDV GHVWHV VLJQLILFDGRV ³UHPDQHVFHQWH GH TXLORPER´ SDUD RV VXMHLWRV que assim se autodenominam. Palavras-chave: Discurso; Mídia; Remanescente de quilombo. QUANDO O QUE ERA ESQUECIDO PERMITE O ACESSO A DIREITOS: NOTAS SOBRE MEMÓRIAS EM PROCESSOS DE RECONHECIMENTO DE COMUNIDADES QUILOMBOLAS Rebeca Campos Ferreira (PPGAS ± F F LC H ± U SP) A partir de um estudo de caso na comunidade quilombola do Carmo (SP), pretende-se empenhar reflexões sobre construções identitárias. Formada por descendentes de escravos da Província Carmelita Fluminense, autodesignados F ilhos de uma reza só, os atuais moradores se dizem F ilhos de Nossa Senhora do Carmo; contudo, a partir do reconhecimento, devem se colocar enquanto Escravos de Nossa Senhora do Carmo para que tenham efetivo acesso aos direitos territoriais. Nesse cenário, memórias e passados servem ao presente como mecanismo de acionamento às prerrogativas constitucionais. A reflexão se voltará, a partir do caso dos Filhos da Santa, às novas configurações que emergem junto com os novos sujeitos de direito. 55 Palavras-chave: Comunidades remanescentes de quilombo; Identidades; Memórias; Reconhecimento étnico. HISTÓRIA ORAL DE REMANESCENTES QUILOMBOLAS: REDEFININDO IDENTIDADES Lourival dos Santos (U F MS ; NE HO ± U SP) A pesquisa investiga as transformações na identidade de populações negras rurais quilombolas no estado do Mato Grosso do Sul, por meio de história oral de vida de lideranças dessas comunidades. Damos ênfase nas transformações das práticas religiosas, originalmente ligadas ao catolicismo rústico e, agora, fortemente influenciadas pela adesão de grupos nas comunidades, ou mesmo de quase toda a comunidade a igrejas evangélicas de várias denominações. A partir do decreto presidencial 4887 de 2003, que regulamentou o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes de quilombos, abriu-se polêmica em torno da definição dos termos quilombo e quilombola. Em Mato Grosso do Sul, a questão opõe o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul e a Fundação Palmares, órgão vinculado ao Ministério da Cultura. O primeiro emitiu um parecer, em 2008, afirmando não reconhecer a presença de qualquer núcleo remanescente quilombola no estado. A segunda certificou até 2010 ao menos 13 comunidades como sendo de remanescentes quilombolas. No centro da discussão estão as comunidades negras tradicionais, impelidas a se definirem para garantirem seus direitos. Palavras-chave: Identidade negra; Religião e identidade; Quilombolas. ARTE TRADICIONAL MOÇAMBICANA: OS MACONDES, OS MACUAS, OS TSONGAS E OS NYNGWES Isa Bandeira (PGE HA ± U SP; CAPE S) Maputo, situada na África Austral, é capital da República de Moçambique. Com 23.049.621 milhões de habitantes de acordo com o censo de 2011, Moçambique tem uma área de 799.380 km² e tem o seu território organizado em províncias. As capitais e suas dez províncias são: Cabo Delgado (Pemba), Gaza (Xai-Xai), Inhambane (Inhambane), Manica (Chimoio), Nampula (Nampula), Niassa (Lichinga), Sofala (Beira), Tete (Tete), Zambézia (Quelimane) e finalmente Maputo (de mesmo nome que a capital). 56 Moçambique tem seu território dividido entre diversos grupos étnicos, compostos entre os Macondes, os Macuas, os Tsongas e os Nyngwes, além de outros também distribuídos geograficamente. Nesta perspectiva, do conhecimento da arte tradicional produzida por estes grupos, a história oral e a sistematização do seu registro tornam-se de vital importância na manutenção do próprio sentido de comunidade dos grupos e dos saberes. A recuperação desta historiografia deu-se através dos principais pesquisadores sobre o tema quais sejam; DIAS, MARTÍNEZ e JUNOT. O acesso a estes estudos pioneiros possibilita hoje o conhecimento dos seguintes povos respectivamente: Os Macondes, Os Macuas, Os Tsongas e os Nyungwes este último grupo estudado pelo pesquisador MAIA. A arquitetura, a máscara Mapiko, as escarificações, as panelas de barro, as ervas medicinais são arte e saberes que nos chegam hoje na contemporaneidade constituindo-se testemunho da diversidade e do engenho humano. Palavras-chave: História Oral; Identidade; Diversidade; Arte. HISTÓRIA, MEMÓRIA E IDENTIDADE: A ESCOLA INDÍGENA KARIPUNA E GALIBI-MARWORNO DO LADO DE CÁ DA FRONTEIRA (1975-2010) Reginaldo Gomes da Silva (PUC ± SP) Analisamos o processo de constituição da escola indígena karipuna e galibi-marworno, no município de Oiapoque, na Terra Indígena Uaçá, a partir da realização das assembleias indígenas (1976), como marco de rompimento com as políticas assimilacionistas e integracionistas impostas pelo Estado através do SPI e, posteriormente com a FUNAI, que utilizaram a escola como instrumento para incorporar os indígenas à sociedade nacional, negando as diferenças culturais que se constituem como sua maior marca identitária. Para tanto, lançamos mão metodologicamente das memórias indígenas, pois entendemos se tratar de uma história do tempo presente. Palavras-chave: História; Memória; Fronteira; Interculturalidade; Escola. 57 TUPINAMBÁS (BRASIL) E CHEROKEES (EUA): IMPRESSÕES PRELIMINARES DE UMA ESTUDANTE BRASILEIRA ACERCA DO TEMA EDUCAÇÃOTRADIÇÃO ORAL EM POVOS INDÍGENAS Claudia Pimentel Vianna (U ERJ) O objetivo desta comunicação é apresentar primeiras impressões de processos próprios de aprendizagem em Tupinambás (Brasil) e Cherokees (EUA); Guaranis (Brasil) e Sioux (EUA) serão referidos como ilustração. Nos dois grupos há alto grau de comprometimento com a educação, que se processa nas diferentes relações sociais cotidianas. O ancião é considerado sábio; é sua responsabilidade monitorar o desenvolvimento das crianças, transmitindo-lhes saberes pela oralidade e descobrindo suas habilidades natas. FERNANDES (1976, apud BESSA FREIRE) menciona três YDORUHVQDHGXFDomR7XSLQDPEi³WUDGLomRRUDO´³DomR´³H[HPSOR´(P³,PSUHVVLRQVRI aQ ,QGLDQ &KLOGKRRG´ =LWNDOD-Sa, Sioux ± EUA) podemos identificar estes mesmos princípios. A educação trazida pelos jesuítas (séc. XVI) é marcada por castigos e engessamento de saberes. Surpreenderam-se pelos índios não utilizarem tais castigos, ³FULDYDP VHXV ILOKRV YLFLRVDPHQWH´ FRQVLGHUDQGR LVVR ³RPLVVmR´ ³DWUDVR´ ³YtFLR´ 6HJXQGRPmH*XDUDQL³0E\iSXURQmREDWHQDFULDQoD1XQFD1mRSUHFLVDEDWHUQHP EULJDU Vy IDODU´ 1RV (8$ =LWNDOD-Sa vivenciou experiências similares numa escola ³7KH 6FKRRO 'D\V RI DQ ,QGLDQ *LUO´ 7RGD HVWD YLROrQFLD DOLHQDQWH GRV VDEHUHV QHFHVVLGDGHVLQGtJHQDVWRUQRXDHVFRODXP³FRUSRHVWUDQKR´/HRQDUGR:HUD7XSmWUDGX] EHP LVVR FRPSDUDQGR D HVFROD D XPD ³HPEDL[DGD´ ³HVWi HP WHUULWyULR >*XDUDQL@ >@ atende aos interesVHVGRV³GRQRV´GDHVFROD>@HQTXDQWRRV*XDUDQLVRFXSDPRHVSDoR da escola/embaixada estão sujeitos às determinações, às leis, à cultura que esta UHSUHVHQWD´ Os Cherokees desenvolveram metodologias (facilitadas pelo alfabeto de Sequoyah) e conteúdos que atendiam suas necessidades permitindo-lhes ingressar na FXOWXUD³GRKRPHPEUDQFR´$HVFRODFRPSUHHQGLGDFRPRUHVJDWHGDFLGDGDQLD*XDUDQLV resistem, persistem; o idioma Cherokees chega à Internet ± tentamos o mesmo. Mais importante é agirmos coletivamente pela preservação desses saberes. Uma língua morta é história que se fecha, biblioteca que se incendeia. Deveríamos também esta lição aprender com os índios: entender a língua como legado. Eles já entenderam, há 500 anos. Palavras-chave: Tupinambás; Cherokees; Educação Indígena; Tradição oral. 58 LOS PUEBLOS ORIGINARIOS Y EL PASADO ARGENTINO RECIENTE: MEMORIAS EXCLUYENTES, DIVERSIDADES INVISIBILIZADAS Y POLÍTICAS GENOCIDAS. UNA INVITACIÓN AL DEBATE DESDE LA HISTORIA ORAL Horacio Miguel Hernán Zapata (CIE So ± F acultad de Humanidades y Artes ± Universidad Nacional de Rosario ± Argentina) La sociedad argentina en general, ideologizada desde finales del siglo XIX por la cultura política liberal, hizo todo lo posible para ignorar su profunda naturaleza indígena. En la construcción del orden republicano, se edificaron los argumentos que justificaron la política de exterminio, genocida y etnocida hacia los pueblos originarios que poblaron y pueblan el actual territorio nacional. Desde la recuperación democrática en 1983 hasta nuestros días, las trayectorias de los pueblos originarios comenzaron a hacerse visibles a través de una serie de demandas concretas, en especial gracias a la sanción constitucional de una serie de leyes que enuncian, resguardan y fortalecen a las organizaciones indígenas en la lucha por sus derechos humanos, civiles, políticos y en general enuncian un mejoramiento de su calidad de vida. Sus reclamos y reivindicaciones históricas han suscitado arduas discusiones y distintos posicionamientos, no sólo en los escenarios estatales o institucionales, sino a nivel de las organizaciones, movimientos sociales y al conjunto de la ciudadanía, generando ± entre otras cuestiones ± una revisión del campo de la memoria colectiva, impugnando las hasta entonces narrativas hegemónicas y fundacionales del pasado nacional. Es así que en esta coyuntura de afirmación de los derechos humanos y de la expansión de los derechos civiles, sociales y culturales, los grupos indígenas históricamente subalternizados intentan revertir, desde diferentes intersticios del discurso dominante, las situaciones de sometimiento y dominación, erigiéndose como agentes productores de acciones y discursos sobre los procesos de memoria y olvido. En esta dirección, la ponencia recupera algunos de los canales de diálogo entre la historia oral, los relatos de los pueblos originarios y el desentramado de los andamios que consolidaron ciertas narrativas como verdades indiscutibles, silenciando y negando otras experiencias, identidades, territorialidades y saberes. Palavras-chave: Pueblos originarios; Historia Oral; Pasado argentino reciente; Políticas genocidas; Memoria. 59 G T 08 ± H istória O ral e Corpo Coordenação: Elizabeth Stela (Universidade de Columbia; NEH O ± U SP); Marcel Diego Tonini (NE H O ± U SP); Alfredo Oscar Salun (UniABC; NE H O ± U SP) Sessão 1: Sexta-feira, dia 11 de novembro, das 10h às 12h30 [SEM TÍTULO] Sabrina Pereira Rocha (UNI F E SP) A Acupuntura visa à terapia e à cura das enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos. O presente estudo visa realizar um levantamento das diversas fases que a acupuntura passou até sua aceitação no meio médico e inserção no Sistema Único de Saúde, tomando como base as experiências de vida dos profissionais praticantes desta técnica, através da História Oral de Vida desses colaboradores. Analisará a aceitação da acupuntura pelos pacientes e os profissionais não praticantes de acupuntura, sob o ponto de vista dos profissionais, bem como o posicionamento dos diferentes praticantes de acupuntura quanto à necessidade da regulamentação desta prática no Brasil. AS TRADIÇÕES NAS ARTES MARCIAIS CHINESAS: O QUE NOS DIZEM AS HISTÓRIAS DE VIDA DOS MESTRES BRASILEIROS Marcio Antonio Tralci F ilho (E E F E ± U SP) Esse trabalho, que será aprofundado em um programa de mestrado, pretende investigar a compreensão que os mestres de Kung-Fu brasileiros têm sobre o papel da tradição em suas práticas pedagógicas. Para tanto, dialogará com o método das histórias orais de vida, utilizando como fontes orais as entrevistas com mestres de Kung-Fu brasileiros, discípulos de mestres chineses. Nessa relação mestre-discípulo, as trocas de experiências e considerações sobre a tradição se deram, possivelmente, de maneira intensa, permitindo ao brasileiro, captar e ressignificar, com sua visão de mundo e aporte linguístico, os conceitos elaborados pelos chineses. Palavras-chave: Kung-Fu; Tradição; Estudos Culturais; Imigração; Colonialismo. 60 HISTÓRIAS DE VIDA DE MEDALHISTAS OLÍMPICOS DO ATLETISMO: QUESTÕES RACIAIS E DE GÊNERO Paulo Nasci mento (G E O, GIE F, LU D ENS ± U SP) Os Jogos Olímpicos da Era Moderna são, dentre os que almejam tal posto, dos fenômenos socioculturais globais de maior repercussão na contemporaneidade. Sua primeira edição, em 1896, inaugurou o Olimpismo idealizado por Pierre de Coubertin, que via nos Jogos seu principal meio de divulgação. O desenvolvimento físico aliado ao intelectual, a igualdade de oportunidades, a excelência, a nobreza, a harmonia entre as nações e a prática esportiva amadora foram alguns dos preceitos que embasaram o Olimpismo em seus primórdios. Em relação ao amadorismo, este foi sendo, ao longo da segunda metade do século XX, paulatinamente substituído pelo profissionalismo, que trouxe em seu bojo um paradoxo em relação às disposições inaugurais do Olimpismo. Os Jogos Olímpicos tiveram intensificado o seu caráter de espetáculo na sociedade contemporânea, e o modelo profissional da organização dos Jogos ramificou-se aos atletas. Concomitantemente ao advento do profissionalismo, reverberaram nos Jogos outras PDQLIHVWDo}HV VRFLDLV TXH PDUFDUDP R ³EUHYH VpFXOR ;;´ VHQGR RV PRYLPHQWRV GH discussão sobre raça e gênero dois deles. A maior parte da literatura em Educação Física no Brasil quando se dispôs a tratar destas questões abeberou-se principalmente de referenciais da biomecânica, motricidade humana, comportamento motor e fisiologia. Justificativas para isso podem ser a maior tradição dessas subáreas na Educação Física, os parâmetros higienistas que esta teve por um período, e o quão recentes os estudos socioculturais são se comparados a estas outras subáreas. A leitura que foi feita nessa investigação partiu da premissa que são estes fenômenos sociais, cujos produtos devem ser analisados sob a ótica das Ciências Humanas, seguindo o que é proposto pela área Sociocultural da Educação Física. Assim, a análise dessa pesquisa se deteve sobre as questões concernentes à raça, gênero e profissionalismo contidas nas Histórias de Vida dos medalhistas olímpicos do atletismo. A opção por Histórias de Vida justificou-se pelo interesse aqui presente em verificar subjetividades, tensões e latências próprias ao discurso oral. Já o atletismo foi eleito por ser uma modalidade que congrega, dentre as modalidades olímpicas, significativos exemplos de como emergiram questões sobre raça e gênero no esporte olímpico brasileiro. O objetivo aqui será buscar compreender como se deu a construção da identidade do medalhista olímpico brasileiro do atletismo, suas idiossincrasias, como estas singularidades incidiram sobre suas vidas no atletismo, e a percepção destes sujeitos acerca da condição de atleta brasileiro medalhista olímpico. 61 Palavras-chave: Olimpismo; Atletismo; Brasil; Histórias de vida; Preconceito. FRAGMENTOS DE UMA HISTÓRIA DO FUTEBOL DE VÁRZEA PAULISTANO (1947-1977) Fernando Antonio Abrahao (Centro de Memória UNICAMP) Este artigo trata do futebol enquanto esporte de lazer e movimento social organizado, um fenômeno social espontâneo que perdurou assim até os anos de 1960, quando passou a ser dirigido pelo Estado, por seu alto poder de congregação. A importância dessa temática está clara nas memórias de fundadores e jogadores de um clube amador de São Paulo que, apoiadas por fotografias, manuscritos e objetos, nos permitiu compor um acervo que ultrapassa a reconstrução da trajetória do clube e expõe traços do cotidiano, do lazer, da convivência familiar, das relações sociais, da formação socioeconômica e das tradições culturais de São Paulo, desde sua fase industrialista do pós 2ª Guerra Mundial. Palavras-chave: Futebol de várzea; Freguesia do Ó; São Paulo; Futebol; História. EM GRAMADOS ALHURES: HISTÓRIAS DE VIDA DE FUTEBOLISTAS NEGROS BRASILEIROS NO EXTERIOR (PÓS-1990) Marcel Diego Tonini (NE HO, GIE F, LU D ENS ± U SP) Esta pesquisa propõe um estudo sobre o fenômeno do racismo e da xenofobia na sociedade ocidental por meio das histórias orais de vida de alguns futebolistas negros brasileiros que foram atuar no continente europeu a partir da década de 1990. O conjunto de procedimentos adotados é o da história oral, mais especificamente aquele praticado pelo Núcleo de Estudos em História Oral da Universidade de São Paulo. Através da constituição de documentos orais inéditos, em cujos textos estarão expressas as experiências e memórias da nossa comunidade de destino, almejamos contribuir para o debate acadêmico relacionando o problema da negritude no futebol em vista de um contexto social mais amplo, o qual tem como pano de fundo a globalização e as migrações internacionais. Palavras-chave: futebolistas negros brasileiros, futebol europeu, história oral, racismo e xenofobia. 62 Sessão 2: Sábado, dia 12 de novembro, das 9h às 12h30 BANDA CABAÇAL DOS IRMÃOS ANICETO: MÚSICA E NARRATIVA DRAMÁTICA Elídia Clara Aguiar Veríssimo (U E C E) Localizada no Crato, cidade caririense, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto participa de uma diversidade de ocasiões da vida social, tanto de espetáculos profanos quanto de cerimônias religiosas. Sua criatividade musical se faz notar desde a confecção de instrumentos com materiais extraídos da natureza até a coreografia e a teatralidade de suas apresentações. A produção artístico-musical dos músicos-agricultores da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto atua como narrativa dramática, expressando o cotidiano do caboclo caririense de influência rural, de forma coletiva e lúdica. Investiga-se a narratividade embutida na música desses músicos-agricultores e os gestos, como extensão da oralidade. Palavras chaves: Música; Narrativa dramática; Significado social. CARETAS: FESTA E PERFORMANCE DOS BRINCANTES DE CARETAS NA CIDADE DE JARDIM-CEARÁ ± UMA PROPOSTA DE PESQUISA COM HISTÓRIA ORAL Ivaneide Barbosa Ulisses (F A F IDAM ± U E C E; U FMG) Pretende-se para o encontro, trazer discussões em torno da História Oral (metodologia) e o trDWDPHQWRGDIRQWHRUDODSDUWLUGDPLQKDGLVVHUWDomRGHPHVWUDGRLQWLWXODGD³&DUHWDV festa e performance dos brincantes de caretas na cidade de Jardim-&HDUi´8)& Realizamos na época da pesquisa, 16 entrevistas com brincantes, ex-brincantes e organizadores da festa/brincadeira. Ao nosso ver, mediante as entrevistas foi-nos possível apreender nas suas falas, transcrições e análise performances/discursos/narrativas em torno da noção de pertença, ou seja, a brincadeira como um lugar de construção de si enquanto careta e, portanto jardinense. Palavras-chave: Narrativas; Performance; Brincadeira; Festa. 63 ENTRE A ESTÉTICA VOCAL (ATOR) E A ESTÉTICA ESCRITURAL (DRAMATURGO): PAUL ZUMTHOR E A ORALIDADE NA IDADE MÉDIA Marlene Fortuna (Fundação Cásper Líbero) Nada é mais difícil para um ator de teatro, do que se repertorizar para transfigurar as SDODYUDV ³GRUPHQWHV LPyYHLV GHVFDQVDGDV´ GR GUDPDWXUJR HP SDODYUDV ³YLYHQWHV PyYHLV FDQVDGDV´ GR LQWpUSUHWH HP FHQD 2V FyGLJRV RV tFRQHV RV VtPERORV SDUD D conquista dessa postura, foram capturados e decifrados por nós, sobre as teorias do medievalista Paul Zumthor. O obelisco de suas experiências incide em provar que a linguagem oral dos feirantes e mercadores analfabetos da Idade Média empatizava os receptores muito mais do que os doutos clericais e os nobres aristocratas, que muito VDELDP PDV SRXFR FRPXQLFDYDP RX VHMD D ³FXOWXUD FDODGD´ SHUGLD SDUD D ³SDODYUD SURSDODGDPHVPRLQFXOWD´1yVDWRUHVWHQWDPRVFRPSOH[LGDGHVDLQGDPDLRUHVXPDXWRU de primeira grandeza apela para um ator e um diretor também de excelência. Como dialogar, coerentemente, com a trilogia: o senhor da ribalta, com a beleza da oralidade, chega a engolir o dramaturgo e as saídas estéticas do maestro da cena: o diretor. São fronteiras localizadas em um terreno de areia movediça. O ideal seria que os três fossem H[WUDRUGLQiULRVGDtDLQVWDODomRGR³HVWDGRGHJUDoD´QRSDOFRHQDSODWHLD Palavras-Chave: Oralidade; Dramaturgia; Intérprete; Direção; Sedução. A MODIFICAÇÃO CORPORAL NO BRASIL (1980-1990) Thiago Ricardo Soares (UNI F IE O) O ser humano no decorrer de sua história interfere em seu corpo de diversas maneiras e acompanhado intrinsecamente de múltiplas justificativas. Seja como rito de passagem, como forma de expressar sua religião, penitência para purificação da alma, punição, privação, como forma de se expressar artisticamente ou por motivos puramente estéticos. Na história humana, o corpo sempre sofreu alguma espécie de manipulação. Partindo do pressuposto de que toda cultura é construída, podemos dizer que o corpo assim também o é, dentro dessa perspectiva, ele é uma construção que varia temporal e espacialmente. O UHVSHFWLYR WUDEDOKR GH SHVTXLVD EXVFRX FRPSUHHQGHU KLVWRULFDPHQWH D ³FRQVWUXomR´ GR corpo através das modificações corporais ± tatuagem, piercing, escarificação, implante, entre outras técnicas ± na sociedade brasileira. Este trabalho tem como objetivo entender como e quando a tatuagem, o piercing, a escarificação, dentre outras manipulações do FRUSR ³UHWRUQDP´ j QRVVD VRciedade e o impacto causado por elas. Para realização da 64 pesquisa utilizamos como base análises bibliográficas sobre arte, corpo e sociedade, as quais estão sendo enriquecidas, então, com entrevistas de profissionais e entusiastas das práticas das modificações corporais. Vale pontuar que as entrevistas são de suma importância, justamente pela falta de produção bibliográfica nacional e de documentação específica acerca da temática. Concluindo, corpos que antes habitavam o espaço das sociedades tradicionais ou o mundo da ficção científica, sem nos esquecermos do universo onírico, hoje coexistem com a grande massa populacional. Chifres, escamas, línguas bipartidas, aço e ossos e todo esse quimerismo possibilitado por essas práticas é o que constitui os sujeitos que compõem o tema aqui pesquisado e são eles que estão em plena atividade endossando a construção dessa história no Brasil. Palavras-chave: Corpo; Modificação corporal; Tatuagem; Piercing; Escarificação. ENCONTROS INTERCORPORAIS: UM EXERCÍCIO SOBRE O CORPO NA ENTREVISTA E NA PERFORMANCE DE DANÇA Elizabeth Stela (Universidade de Columbia) Neste exercício curto, eu investigo maneiras de pensar sobre o corpo na história oral, e refletir sobre a entrevista como um encontro intercorporal. Relaciono a entrevista com as práticas da dança e da performance, e também reflito sobre algumas conversações informais sobre o corpo na história oral e na performance. Sinais visuais e sentimentais que comunicam sensação e sentimento durante a entrevista, as diferenças culturais em gestos e maneiras de movimentar o corpo, a empatia física e emocional, e mimesis são os tópicos principais que vou examinar. Por último, eu brevemente relaciono LQWHUFRUSRUHLGDGH FRP XPD QRYD SHVTXLVD VREUH ³QHXU{QLRV-HVSHOKR´ RX FpOXODV cerebrais que disparam tanto quando um primata executa uma ação, como quando ele observa outro primata executando a mesma ação. Ao longo deste trabalho, de acordo com R TXH HVFUHYHX &VRUGDV HX HYLWR XVDU R WHUPR ³OLQJXDJHP FRUSRUDO´ H[FHWR quando for empreJDGR SRU XP QDUUDGRU 'RX SUHIHUrQFLD DRV WHUPRV ³FRPXQLFDomR FRUSRUDO´RX³LQWHUFRUSRUHLGDGH´SDUDGHVFUHYHUDWUDQVPLVVmRGRSHQVDPHQWRTXHDIHWDP a outros através de expressão corporal. Ambos os termos enfatizam o que ocorre dentro do corpo e entre os corpos. Palavras-chave: Dança; Intersubjetividade; Intercorporalidade; Entrevista; História Oral. 65