Relatório do diagnóstico de necessidades de
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Relatório do diagnóstico de necessidades de
ESTUDO E IMPLEMENTAÇÃO DO BALANCED SCORECARD A UMA PEQUENA E MÉDIA EMPRESA NACIONAL Maio 2012 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Resumo A estratégia das empresas assumiu ao longo dos tempos diferentes conceitos de acordo com a evolução do pensamento estratégico. A evolução deste processo tem origem constantemente na alimentação de informações de ordem interna e externa de forma a que as empresas encontrem permanentemente caminhos alternativos para a tomada de decisões. No caso do Balanced Scorecard, enquanto instrumento de controlo de gestão para formulação e implementação de estratégias fornece aos seus utilizadores um sistema de apoio eficaz enquanto monitorizador de estratégia. O objetivo principal deste trabalho foi o de apresentar detalhadamente como decorreram a formulação, implementação, avaliação e o acompanhamento na estratégia da Empresa. Comecei por aplicar os conceitos teóricos e ferramentas de análise utilizados na metodologia do Balanced Scorecard à ABC LDA. Uma das conclusões que se chegou foi a necessidade de envolver os gestores da empresa e em geral todos os colaboradores de forma a que este instrumento possa ser um guia para o trabalho diário de todos e para cada um em particular. Concluiu-se ainda que o Balanced Scorecard enquanto instrumento de controlo de gestão deve ser entendido como um processo contínuo (viagem) sistemático no sentido de permitir um controlo e avaliação permanente de modo a serem registados os resultados e seguidamente poderem ser aplicadas medidas de melhoria para todo o processo. Concluiu-se ainda que o objetivo estratégico principal que é o de vir a ser uma empresa sustentável no futuro em simultâneo com uma projeção internacional mais intensivamente nos mercados Espanhol e Alemão pelo que este desejo fez parte do estudo de diagnóstico e conjunto de medidas identificadas através da adoção do Balanced Scorecard como um modelo de gestão mais rigoroso e com utilização de uma nova atitude de gestão. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME I – Introdução I.1 Objetivo de estudo e a formulação do problema Existindo já vários estudos desenvolvidos no âmbito do planeamento estratégico, penso que a implementação, controlo e avaliação estratégica ainda podem ser melhorados tendo em conta o modelo desenvolvido pelos autores do BSC. Assim, entendi ser oportuno o seu estudo de investigação em termos académicos e em termos práticos a sua aplicação numa empresa em concreto. A Empresa selecionada para testar o modelo teórico foi a ABC, Lda., com sede em Penafiel e fundada em 1989 por três amigos apicultores é atualmente a maior empresa portuguesa de produção de colmeias e comercialização de produtos apícolas. Apresentarei com o maior detalhe possível como decorreram a formulação, implementação a avaliação e o acompanhamento da estratégia na Empresa, desde a sua fundação até à presente data. Para isso aplicarei o modelo teórico de modo a podermos compreender em que medida esta ferramenta de (ativa) de atuação estratégica se aplica à ABC LDA. De acordo com os objetivos e a natureza do estudo presente a metodologia de investigação consistiu na análise descritiva de caráter qualitativo. I.2 A Estrutura do Estudo No primeiro capítulo apresento de forma sintética a importância da estratégia empresarial e a metodologia do Balanced Scorecard, a formulação do problema e definição do objetivo do estudo, os métodos de investigação e a estrutura e conteúdo. O segundo capítulo apresenta a revisão teórica dos conceitos e dos estudos desenvolvidos por diversos autores na área da investigação em planeamento estratégico em termos gerais e na sua implementação em específico. O grande objetivo deste capítulo é apresentar as várias perspetivas da gestão estratégica que dominaram os últimos 50 anos e mais especificamente a contribuição dada por Kaplan e Norton no que respeita à aplicação das estratégias em ação através do modelo Balanced Scorecard. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Este modelo BSC contribuiu para o sucesso da implementação, avaliação e acompanhamento da estratégia nas empresas. O que mais é reforçado pelos autores relativamente à metodologia BSC é o facto da sua capacidade para executar a estratégia ser mais importante do que a estratégia em si mesma. No terceiro capítulo apresento os métodos de investigação utilizados e as técnicas de recolha e tratamento de dados. No quarto capítulo apresento o Estudo de caso: Implementação do Balanced Scorecard na ABC, LDA – Fabricante de Colmeias e utensílios apícolas, Lda. No quinto capítulo revelo as conclusões e recomendações do estudo. No sexto capítulo, é apresentada a bibliografia utilizada para a elaboração do estudo. No sétimo capítulo são apresentados os anexos de toda a documentação considerada relevante para efeitos de conhecimento e análise mais detalhada do caso em estudo. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME I.3 Método utilizado Para o presente estudo de investigação descritiva, recorri ao método de estudo de caso pois entendo que questões do tipo: Como e porquê, quando o investigador tem pouco controlo sobre os eventos e o fenómeno em estudo é contemporâneo. Considero que nem todas as técnicas de recolha de dados são relevantes para todos os estudos de caso. Assim, optei pelo recurso à análise documental em simultâneo com a aplicação de entrevistas individuais e conversas informais que fomos mantendo ao longo da pesquisa e observação participativa. A parte mais difícil foi como normalmente é habitual neste tipo de trabalhos, a análise das evidências e esta ser efetuada através de comparação com a teoria para verificação se o modelo empírico vai ao encontro do modelo em análise, ou seja o teste de validação da implementação da teoria ao caso concreto, contudo fiquei satisfeito com o alcance atingido por este método. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME I.4 A Estratégia como um Campo de Estudo Nunca se vai tão longe como quando não se sabe para onde se vai. (Cromwell) As Empresas que não conseguem compreender que a melhoria é contínua e há sempre mais caminho a percorrer são aquelas que não têm pensamento estratégico e não conseguem encontrar resposta à razão da sua existência no dia de hoje. O pensamento estratégico deverá fazer parte do quotidiano de qualquer empresa que queira sobreviver, conhecendo e reconhecendo as mudanças constantes do mercado e as suas forças e fraquezas deverá com isso ser capaz de encontrar as vantagens competitivas para estar viva no mercado global que é esta aldeia onde todos nos encontramos. O pensamento estratégico tem por base a colocação de várias questões e por vezes questiona as matérias de forma a que parece colocar tudo em causa. Em suma pensar estrategicamente significa fazer projeções para o futuro e isso é claramente um desafio para todos aqueles que pretendem colaborar na transformação do mundo. A etapa seguinte foi a de indicar o problema e o objeto de estudo e finalmente apresento a abordagem ao método seguido e a estrutura do trabalho. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME I.5 O Conceito da metodologia Balanced Scorecard A metodologia do Balanced Scorecard (BSC) foi desenvolvida nos anos de 1990 por Robert Kaplan e David Norton como resposta à necessidade de ampliar a visão dos sistemas de controlo de avaliação do desempenho, passando pelas perspetivas da aprendizagem e desenvolvimento, perspetiva interna, perspetiva interna ou de clientes e finalmente a perspetiva financeira. A informação financeira de curto prazo resultante da gestão do passado (através da disponibilização de outputs com dados retrospetivos) não garantia o êxito futuro e muitas vezes a definição de estratégias embora aparentemente, quando levadas à prática apresentavam graves problemas de implementação. Foi pois com a ideia de criar um modelo mais eficiente na sua aplicação prática e de maior facilidade de avaliação que os autores Kaplan e Norton propuseram em 1996 as quatros perspetivas: Perspetiva de aprendizagem e desenvolvimento – perspetiva orientada para o futuro, onde são avaliadas as capacidades de inovação e adaptação à mudança, procurando encontrar as formas mais adequadas de melhorar os processos internos e desenvolvendo vantagens competitivas. Perspetiva do processo interno – perspetiva orientada para a criação de vantagens competitivas ao nível dos clientes e do mercado a partir da organização dos recursos e definição de metodologias internas. Perspetiva do Cliente – Preocupa-se em avaliar o presente e a forma como o cliente vê a organização de modo a serem desenvolvidas vantagens que se traduzam na melhor criação de solidez económica e financeira no futuro de curto, médio e longo prazo. Perspetiva financeira – Trata-se de uma perspetiva focada nos resultados económicos e financeiros. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME II – O Modelo Teórico II.1 A Revisão e Desenvolvimento do Modelo II.1.1 Principais conceitos utilizados na Gestão Estratégica O conceito de gestão estratégica foi trabalhado nos últimos 50 anos e esta necessidade derivou dos práticos que perceberam desde logo a sua insatisfação quando os conceitos não resolvem os problemas do dia a dia. Assim, partilho em absoluto da afirmação feita por Sun Tzu, in A Arte da Guerra , “A Guerra é uma questão tão séria que deve haver toda a precaução para que os Homens não entrem nela sem a devida reflexão.” Em 1962 Chandler apresentou o conceito de estratégia como sendo” a definição de metas e objetivos básicos de longo prazo de uma empresa, a adoção de linhas de ação e a atribuição de recursos necessários à satisfação desses objetivos”. Em 1997, Peter Drucker afirma que a estratégia empresarial continua a ser a área de tomada de decisões por excelência da atividade de uma empresa, porém “não é de modo algum uma questão de palpites ou jogadas mas também não se trata exatamente de uma ciência. Refere em conclusão que é uma questão de discernimento”. Em 2004 para Mintzberg a definição consiste “ plano deliberado, trabalhado, calculado, embora esta ideia ignore o outro lado da estratégia, que é ser um processo de aprendizagem, de padrões que se desenvolvem a partir do comportamento das pessoas, em que elas próprias vão aprendendo o seu próprio caminho”. Existem ainda outros autores que defendem a estratégia mais do que uma ciência, uma arte, pois a estratégia “requer criatividade e inovação para gerir recursos e capacidades de organização”. Só assim se conseguem criar vantagens competitivas que superem os concorrentes. As empresas funcionam segundo uma teoria de negócio, ou seja: Qual é o seu negócio, quais os seus objetivos, como definimos os resultados a alcançar, quem são os clientes e o que valorizam nos produtos e quanto estão dispostos a pagar. A estratégia quando corretamente definida deve permitir à organização saber explorar os recursos disponíveis e as oportunidades no momento certo. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Claramente a estratégia ajuda as empresas a saberem identificar o que pretendem alcançar e de que forma pretendem fazê-lo. Visão A mensagem transmitida pela visão é uma descrição fotográfica sobre como é que a organização se vê a si própria no futuro. A Visão justifica-se numa mudança de processos por três motivos seguintes: Clarificação da direção geral da mudança; Motivação das pessoas para tomar o caminho certo, mesmo que os passos iniciais sejam os mais complicados; Porque as de diferenciação do pessoal pela organização serão mais rápidas e efetivas se coordenadas com base na visão. A Visão de uma empresa transmite o nível de maturidade que se pretende que ela seja no futuro. A Visão da empresa deve ter as seguintes características: Concisa; Apelativa a todos os stakeholders; Consistente com a missão e valores; Praticável; Motivadora; Passível de verificação e evidências Missão Segundo (P. Clarke, 2000) o ponto de partida de qualquer sistema de avaliação do desempenho deve ser uma declaração clara da missão, dos objetivos e da consequente estratégia da organização. Então o que é a missão? A missão deriva da visão e é o assumir de forma escrita do propósito de uma organização. Trata-se de identificar de forma geral quais os mercados, tipo de clientes a quem se dirigir e quais os produtos e serviços que se pretende produzir no sentido de transmitir a sua razão de existir. A missão deve possuir certas características para poder ser considerada como tal: Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Inspirar a mudança - enquanto elemento capaz de propor inovação e desenvolvimento; Natureza de Longo Prazo – Deverá durar cem ou mais anos, sendo que as estratégias e planos mudam ao longo dos tempos, a missão deve perdurar como um marco orientador da organização e das decisões futuras. Fácil de transmitir, perceber e comunicar – Utilizando uma linguagem, simples, clara e objetiva de modo a ser percebida por todos. Assim, pode colocar-se a questão de quem deverá estar envolvido neste processo. Há autores que afirmam que deve ser desenvolvida pelo presidente e diretores de topo, outros dizem que não podem deixar de ter o envolvimento no processo por parte dos empregados pois a missão deve captar o coração de todos os empregados. No que respeita ao balanced scorecard, este enquanto ferramenta de gestão procura descodificar e traduzir a missão, valores, visão e estratégia em objetivos e indicadores de performance, estruturados pelas suas quatro perspetivas. Os valores Todas as empresas devem possuir um conjunto de valores organizacionais que lhes permitem saber quem são, o que representam, o que querem atingir e quando pretendem fazê-lo. É fundamental termos consciência de que os valores constrangem, aumentam ou até mesmo transcendem os requisitos fundamentais dos lucros de uma empresa. São princípios intemporais que guiam uma organização. Os valores têm origem em crenças, religiões, filosofias e crenças mais profundas demonstradas através do comportamento diário dos colaboradores e diretores na organização. Segundo o pensamento de Grant (2002), uma organização que possibilita oportunidades de desenvolvimento e de auto-realização aos seus colaboradores, que desenvolve qualidades únicas dos produtos e que cria um ambiente de trabalho saudável pode constranger os lucros, mas assume um papel vital na construção da intenção estratégica e forma consenso e comprometimento em toda a organização. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME O Balanced Scorecard representa a melhor solução para difundir os valores, revê-los no tempo e criar alinhamento desde o topo até à base da organização. O ponto fundamental é o da verificação da consistência entre os planos de atividades dos funcionários e os valores globais da empresa. Objetivos Organizacionais É uma meta com um fim definido ou seja é o que a empresa procura através das suas operações de curto e médio prazo. Os objetivos organizacionais devem ser definidos pela gestão de topo e pelos responsáveis pelo seu alcance independentemente de poderem ser quantitativos ou qualitativos contudo devem traduzir-se em ações e atividades específicas de modo a poderem ser avaliados para efeitos de cumprimento da meta face ao estipulado. Hitt (2001) define recursos como inputs do processo produtivo de uma organização, como exemplo: equipamentos, experiência dos colaboradores, marca e patentes, finanças e experiência dos gestores. Em 1997, Teece, Pisano e Shuen definiram recursos como “ativos específicos de uma empresa que são difíceis, senão mesmo difíceis de imitar”. Como exemplo são os segredos comerciais, os equipamentos produtivos, o Know-How especializado dos colaboradores da empresa, a organização e métodos de trabalho implementados e alinhados de forma consistente ao longo de vários anos de experiência entre os colaboradores de uma mesma seção. Vantagem Competitiva A determinação de uma vantagem competitiva necessita que se identifiquem características daquilo que uma empresa consegue fazer melhor do que a concorrência. As vantagens competitivas podem ser ao nível de variáveis tais como: preço, produto, tecnologia, canais de distribuição, canais de comunicação, ou dos prazos de entrega das mercadorias entre outras. A capacidade de criar e manter vantagens competitivas tem em grande medida a ver com a capacidade dos gestores que se preocupam com as questões da curva do ciclo de vida dos produtos e perceber em que momento se encontram os seus produtos face à concorrência e mesmo na Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME empresa. Questões como medir o nível de inovação e desenvolvimento de processo e produtos devem ser uma questão de grande atenção nos dias de hoje. As empresas com capacidade sustentada no futuro serão essencialmente aquelas que consigam hoje criar as condições para escolher no presente o futuro com o maior número de vantagens face à concorrência. Grant (2002) definiu vantagem competitiva como “ a capacidade que uma empresa tem para superar os seus concorrentes”. Existe por exemplo vantagem competitiva quando uma empresa em períodos consecutivos consegue ganhar clientes à outra através da prática de entrega de mercadoria atempada face aos atrasos constantes da outra e com isso conquistar quota de mercado e satisfação de clientes. A estratégia II.1.2 O Estudo e o desenvolvimento da estratégia segundo a metodologia do Balanced Scorecard Nos anos 1990 surge a metodologia Balanced Scorecard desenvolvida por Davide Norton e Robert Kaplan como forma de poder dar resposta à necessidade de ampliar a visão dos sistemas de controlo de gestão desde a perspetiva interna e financeira a uma perspetiva mais completa que forneça informação sobre a posição financeira da empresa hoje e como será no seu futuro. A determinação do valor das empresas baseava-se cada vez mais na sua capacidade de garantir o êxito futuro mais do que a informação financeira de curto prazo relevada nas contas fornecidas pelos sistemas contabilísticos e demais informação retrospetiva. Surge aqui a mudança de paradigma quando muitas vezes se diz” equipas vencedoras não se mudam os jogadores”. Não deverá ser literalmente assim entendo eu como também o equilíbrio possível e sugerido por Kaplan e Norton em 1996 foi baseado em quatro perspetivas: Perspetiva de aprendizagem e crescimento – Trata-se da perspetiva orientada para o futuro onde são avaliadas as capacidades de inovação adaptando à mudança contínua a introdução de novas vantagens competitivas para proporcionar melhorias ao nível do processo interno. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Perspetiva do Processo interno – Trata-se de avaliar a forma como os recursos se encontram organizados de modo a serem criadas vantagens competitivas para dar resposta às necessidades dos clientes. Perspetiva do Cliente – Trata-se de avaliar o presente, o modo como o cliente vê a organização. Perspetiva Financeira – Trata-se de avaliar a empresa no modo como os resultados são atingidos nos domínios da situação económica e financeira da organização. Posso dizer então que o BSC é um instrumento que ajuda as organizações a transformarem a estratégia em objetivos operacionais e que por sua vez são um guia de orientação para acompanhamento dos resultados da organização e de análise das medidas estratégicas alinhadas com ações chave a tomar. II.1.3 Seleção de Conceitos Teóricos e ferramentas de análise Após a revisão teórica posso agora concluir que a estratégia enquanto campo de estudo está bem explorada apesar dos vários investigadores não definirem respostas absolutas e matemáticas com conclusões unânimes entre todos. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME III – Os Métodos de trabalho utilizados III.1 Introdução aos métodos de trabalho e à estratégia de Investigação Apresento a estratégia de investigação, as técnicas de recolha e tratamento dos dados escolhidos que nos permitiu a realização deste trabalho. III.1.1 Técnicas de Investigação A técnica utilizada foi a descritiva pois face ao objetivo considerei ser a que melhor se adaptaria à análise diagnóstica do estado atual da empresa. Dentro da técnica de investigação descritiva, decidi recorrer ao método de estudo de caso por se revelar o mais adequado ao propósito deste trabalho assim como a experiência da equipa de trabalho. Segundo alguns autores, tal como Yin (2002), o estudo de caso “é o método mais adequado quando se trata de responder a questões do tipo como e porquê”. O objetivo deste estudo é apresentar detalhadamente a forma como decorreu a formulação, implementação, avaliação e acompanhamento da estratégia do nosso estudo sobre a ABC, Lda., desde a sua existência até ao 1º trimestre de 2012.. Será preocupação neste trabalho articular os conceitos teóricos do modelo do Balanced Scorecard desenvolvido por Norton e Kaplan) e os procedimentos utilizados pela Empresa. Entendi que deveríamos fazer um breve enquadramento no sector e apresentar a Empresa de forma detalhada no estudo de caso no capítulo quatro. A escolha desta empresa deveu-se ao fato da responsável por este trabalho ter trabalhado com a empresa enquanto consultora no programa formação ação pme e no desenvolvimento de estudos estratégicos, nomeadamente os estudos: Balanced Scorecard, Implementação de sistemas de organização do circuito documental, implementação de sistema de organização para posterior certificação da qualidade e aplicação de plataforma share-point. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Acrescento ainda que a escolha desta empresa deveu-se sobretudo por ser um setor de atividade que considero de pertinência atendendo à possibilidade de crescimento no mercado, quer como impulsionador de outras atividades quer como atual face à necessidade de ser necessário criar condições estruturantes para o desenvolvimento da economia do país e mesmo a nível mundial. Finalmente tivemos a sorte de encontramos responsáveis da empresa com forte vontade de trabalhar e acreditarem no que fazem em simultâneo com história familiar ligada à sua criação. Também o total apoio para a permissão de recolha de elementos para obtenção de todas as informações necessárias sempre nos foram facultadas o que facilitou grandemente o nosso trabalho. Os responsáveis da empresa têm consciência da posição que ocupam a nível nacional e pretendem desenvolver de forma organizada, sistemática a empresa através dos conhecimentos académicos que os profissionais desta área podem transportar. Foi esse um grande motivo do nosso total empenho. Tendo em conta o percurso de sucesso da empresa desde a sua criação, é notório que o seu crescimento está assente essencialmente numa posição de forte entrega ao trabalho técnico pelos seus sócios assim como pela dinâmica comercial de entregas atempadas de mercadoria nos clientes e em simultâneo pelo esforço da equipa de pessoal da produção sempre disponíveis para total entrega à empresa que ajudaram a nascer. Trata-se de trabalhadores totalmente envolvidos com ligação à Empresa através de um clima familiar. Tendo em conta que o objeto deste trabalho é a implementação de um sistema e ferramenta de controlo de gestão atual e adequado às necessidades da empresa, foi necessário identificar então quais as necessidades (problemas) que afinal existiam no “meio” deste sucesso. Na verdade e desde cedo sempre segui a linha de que o crescimento e segurança nada têm a ver com a não mudança de algumas condições que até agora deram bons resultados, nomeadamente a aplicação da regra de “mudar as equipas vencedoras”. Assim, também entendemos que no caso concreto a empresa tinha os seus objetivos a definir a que chamamos problemas principais da árvore de problemas e que foram identificados e reforçados pelos responsáveis de gestão de empresas como o crescimento da posição de Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME volume de negócios e o aumento da rendibilidade do negócio. Ficou definido que o crescimento do volume de negócios ao nível interno e nível externo, seriam um caminho a seguir pela vontade da empresa e em simultâneo a melhoria de metodologias de trabalho levaria certamente à obtenção de maiores eficiências na produção e consequentemente nos resultados de exploração. III.1.2 Técnicas de recolha de dados Tendo em conta a importância de recolha de informações relevantes, optamos pela entrevista individual a um sócio-fundador, a 2 dos atuais sócios e filhos do fundador (que asseguram as áreas da produção e área comercial e entregas), e à colaboradora do setor administrativo e secretariado que se responsabiliza pelo departamento de faturação. Segundo Yin (2003) nem todas as técnicas são relevantes para o estudo de caso pelo que salienta três princípios importantes (utilização de múltiplas fontes de evidência, criação de uma base de dados e encadeamento de evidências) que podem maximizar os resultados de serem utilizadas várias fontes de evidência, nomeadamente os princípios basilares da auditoria na recolha de dados. O primeiro princípio referido é o da utilização de múltiplas fontes de evidência o que permite “o desenvolvimento de linhas convergentes de investigação” assegurando credibilidade e criação de riqueza no estudo de caso. Também outros autores referem que a vantagem de se recorrer às entrevistas confere informação mais exata da posição do comportamento dos entrevistados tanto mais que se trata dos responsáveis da empresa e por isso têm total poder para a sua opinião poder vir a ser tomada de posição mais cedo ou mais tarde. Também a recolha de várias informações através de conversas informais com os gerentes e colaboradores tornou-se fundamental pois obtivemos bom acolhimento sobre esta forma de participação. Fundamentalmente as conversas informais com os gerentes foram servindo para ir validando várias informações que fomos recolhendo. Recolhemos também informação através da análise documental, nomeadamente Balancetes de contas dos anos 2009, 2010 e 2011 além de mapas de informação comercial obtida diretamente a partir do software de faturação PHC. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Yin (2003) alerta que “para os estudos de caso o aspeto mais importante da análise documental é corroborar e acrescentar as evidências vindas de outras fontes”. O autor refere a existência de três fatores, nomeadamente porque ajudam a validar e verificar a ortografia utilizada, títulos e nomes da organização que foram referidos verbalmente. Segundo motivo porque os documentos asseguram informação mais específica e rigorosa. Terceiro porque podemos fazer cruzamento de ideias através dos documentos e chegar a conclusões através de relações, causa-efeito. Foi elaborado um guia de entrevista para aplicar aos responsáveis da gestão, contudo foram colocadas outras questões além das previstas no guião em virtude do decorrer da conversa poderem enriquecer a informação recolhida. As questões expostas aos sócios-gerentes foram colocadas de modo a percebermos todo o processo de formulação e implementação de estratégias e quais as principais dificuldades assim como os motivos para a sua não aplicação até à data. Tentamos perceber também qual o grau de envolvimento de toda a organização no processo de formação ação e em simultâneo sempre que pudemos, conversamos com os colaboradores no sentido de sensibilizar para a importância da coesão de todos no processo e explicamos a razão da nossa presença. Tentamos ainda perceber qual o eventual desconforto que poderia ser criado com a implementação da metodologia BSC assim como as maiores dificuldades que iriamos encontrar e objetivamente concluímos que se trataria de um maior esforço de conquista de confiança essencialmente juntos dos trabalhadores da produção pois em certa medida entenderam como desconfiança dos trabalhos por eles feitos até à data e uma certa resistência à mudança pelo fato de terem que concentrar forças para aprendizagem. De salientar que o nível de habilitações escolares assim como a falta de contato com a realidade de aprender e aplicar conhecimentos pela via de consultores especialistas e formadores na empresa era uma novidade. Finalmente conseguimos a conquista destes colaboradores e com o apoio constante dos responsáveis da direção da empresa o nosso trabalho nunca esteve em causa. De salientar que o envolvimento dos sócios-gerentes da empresa sempre foi total até porque tinham objetivos bem definidos que pretendiam atingir com este projeto / estudo. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME III.1.3 Técnicas de tratamento dos dados Após a recolha de dados passamos ao tratamento através de análise qualitativa. A orientação para o estudo foi desenvolver analiticamente os dados e confrontá-los com a teoria. Comparamos os resultados do estudo com a teoria e verificamos se estes foram ao encontro do modelo de análise. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME IV – Estudo de caso: Implementação do Balanced Scorecard na ABC LDA – Fabricante de colmeias e utensílios apícolas, Lda. IV.1 Introdução Este trabalho apresenta um estudo de implementação do Balanced Scorecard – BSC na empresa ABC Lda. A metodologia utilizada centrou-se inicialmente numa revisão bibliográfica dos principais conceitos do BSC, para posteriormente realizar o desdobramento da estratégia da empresa, a construção do mapa estratégico, dos indicadores de desempenho e das correlações existentes entre esses indicadores. O BSC baseia-se na perceção de que as organizações não devem ser geridas com base apenas em medidas de desempenho financeiro. Kaplan e Norton propuseram avaliar as organizações sob a ótica de quatro perspetivas diferentes: Financeira, Clientes Externos, Processos Internos e Aprendizagem e Inovação. A sua implementação vai permitir que a ABC, Lda., utilize não apenas indicadores da perspetiva económico-financeiros, mas também, outras informações ligadas a diferentes perspetivas para medir a performance, tais como: perspetiva de clientes, processos internos e de aprendizagem e crescimento. Estes elementos vão permitir ainda à companhia avaliar melhor a sua performance, sendo um importante instrumento de apoio para alcançar os objetivos definidos. O principal resultado e evidência deste trabalho é a conceção de uma Ferramenta de gestão para suportar a implementação da técnica baseada na metodologia BSC, capaz de aferir alinhamento estratégico, através da identificação e comunicação da estratégia, desenvolvimento de planos de ação que permita acompanhar, gerir e utilizar os dados para melhorar a performance da ABC Lda. IV.2. Avaliação de Desempenho Os objetivos estratégicos podem ser alcançados com a implementação do planeamento delineado. Entretanto, os ambientes externo e interno à organização são dinâmicos e implicam mudanças no planeamento para que a organização consiga direcionar-se, para atingir os seus objetivos. Nesse contexto, a estratégia torna-se peça fundamental para a sobrevivência das organizações. É essencial, portanto, haver um método formal para que: a estratégia seja implantada, o entendimento seja amplo e disseminado e os recursos da organização sejam alinhados em relação aos objetivos traçados Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME (KAPLAN e NORTON,2004). Entre as metodologias disponíveis para realizar essa tarefa encontra-se o Balanced Scorecard, que se baseia na representação equilibrada de medidas financeiras e operacionais e encontra-se organizado em quatro perspetivas: Financeira, Clientes Externos, Processos Internos e Aprendizagem e infra-estruturas. IV.2.1 Balanced Scorecard Os sistemas de medição de desempenho são utilizados por toda a sociedade e são observados desde os primórdios do mundo civilizado. Desde então, são desenvolvidos sistemas de avaliação, que não param de ser aprimorados. “... desenvolver um sistema de medição de desempenho que sirva ao mesmo tempo de guia controle, contemplando o ambiente em que a organização se insere e também, as diferentes áreas a desenvolver, sem privilegiar uma em detrimento de outra, proporcionando equilíbrio organizacional.” (RHODEN e HENIN, 2004, p. 4) Neste sentido, o BSC, por ser um sistema de avaliação de desempenho de gestão estratégica, que utiliza indicadores de desempenho organizados de forma equilibrada, em torno de normalmente quatro perspetivas, auxilia a empresa em diversos aspetos. Ele permite às organizações utilizarem o desdobramento da estratégia para fazer seu planeamento. Ainda, segundo DOWNING (2000), a razão mais citada para a implantação do BSC é o alinhamento da organização para com a sua estratégia. Trata-se de um sistema baseado em indicadores, que impulsionam o desempenho, proporcionando à organização, de forma abrangente, visão atual e futura do negócio. Ainda, segundo Kaplan (2001), pode ser utilizado em conjunto com outros sistemas de avaliação de desempenho, tais como: Economic Value Added (EVA) e Activiy-Based Costing (ABC), trazendo enormes benefícios para a organização. IV.2.2 Instrumentos do BSC – Mapa Estratégico e Painel de desempenho IV.2.3 Aspetos importantes na Implementação do BSC Apesar da utilização crescente e da popularidade da ferramenta, existem críticas e problemas ligados a sua utilização. Críticas, pela fixação nas perspetivas originais ou a necessidade de inclusão de outras perspetivas (SCHIEMAN e LINGLE, 1999; BONTIS et al., 2000; MIRANDA et al., 2001). Estas críticas acontecem apesar de Kaplan e Norton (1997) argumentarem que as perspetivas fazem parte Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME de um modelo, que pode ser alterado, normalmente para mais perspetivas, visto que, não encontraram nenhuma situação em que organizações utilizassem menos perspetivas. Ou críticas ligadas à generalidade e superficialidade da ferramenta (UDPA, 1997; MOREIRA, 2000; COSTA, 2001). Entretanto, parte, ou a maior parte dos problemas apontados, está ligada à implementação do BSC, como acontece com muitas das ferramentas de gestão. O BSC é uma ferramenta, sobretudo, de gestão da estratégia escolhida, pela simplicidade, como outros frameworks (matriz SWOT, por exemplo), que auxiliam ao gestor na avaliação do rumo escolhido (SERRA et al., 2002). Por exemplo, Horngren et al. (1999) argumentam que para evitar problemas de implementação do BSC deve considerar-se que as relações de causa-efeito não são precisas e, por isto, tentar executar ações, que afetem diversos indicadores, simultaneamente, é inadequado. Adicionalmente, apesar do BSC contemplar medidas não financeiras, em muitas situações as organizações resistem à utilização de indicadores subjetivos, como perceção de satisfação de clientes e desempenho qualitativo de colaboradores. VI.2.4 Procedimentos Metodológicos O procedimento preliminar para a recolha de dados para a análise SWOT (adiante comentado), montagem do mapa estratégico e construção do painel de desempenho foi uma reunião com o sócio dirigentes da ABC Lda. O profundo conhecimento do negócio em todas as suas vertentes (mercado, finanças, cenários, etc…) facilitou a identificação dos pontos-chave a serem considerados na montagem dos instrumentos que compõem o BSC. O passo seguinte foi confrontar as informações capturadas na reunião, com relatórios , Balanços e demonstrações de resultados. O relatório “Carteira de Clientes”, extraído do Sistema de Contas a Receber, permitiu constatar os principais serviços prestados, mercados locais e regionais de atuação, além da qualidade e porte dos clientes. Os relatórios financeiros (balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício) foram utilizados, principalmente, para identificar as principais despesas, a faturação e resultados não operacionais. A construção dos indicadores levou em consideração a existência e disponibilidade de aspetos objetivos de mensuração. Entre um instrumento formal e outro, puramente baseado na perceção do gestor, privilegiou-se o primeiro como fonte para obtenção das informações requeridas para a elaboração implementação do BSC. Ratifica-se, assim, a relevância das demonstrações financeiras e relatórios de atividade como referencial de dados utilizados na presente pesquisa. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME VI.2.5 Implementação do BSC na ABC Lda IV.2.5.1 Apresentação da Empresa e Sector A Apicultura em Portugal Distribuição Regional e Dimensão Média Da análise da distribuição regional dos apicultores registados (quadro 2), verifica-se que existe uma forte dispersão da atividade apícola pelo território nacional. O Centro é a região onde se situa um maior número de apicultores (38% do total); o Algarve e o Alentejo são as regiões do Continente com um menor número de apicultores, mas onde se localizam os apicultores de maior dimensão média (respetivamente, 108,5 e 59,5 colónias por apicultor); os Açores são a região de Portugal com menos apicultores, menos apiários e menos Colónias e a Madeira é a região do país com apicultores de menor dimensão média (11,1 colónias por apicultor). Quadro 1 Distribuição Regional da Atividade Apícola Registada Apicultores Total de apiários Total de colónias Total de Total de Valor % total Valor % total Valor % total apiários colónias absoluto da absoluto da absoluto da por por região apicultor apicultor região região Norte 4854 28.00 8425 22.1 142628 25.4 1.74 29.4 Centro 6684 38.00 13120 34.3 140579 25 1.96 21.0 LVT 2306 13.00 4668 12.20 70973 12.6 2.02 30.8 ALT 1666 9.00 4689 12.30 99652 17.7 2.81 59.8 ALG 893 5.00 5941 15.60 96925 17.2 6.65 108.5 RAM 553 3.00 836 2.2 6118 1.1 1.51 11.1 RAA 335 1.94 524 1.4 5682 1.0 1.56 17.0 Total 17291 100 38203 100 562557 100 2.21 32.5 Fonte: DGV Dados de Março de 2010 (*)Colónias e cortiços A análise da dimensão média das explorações permite concluir que os apicultores Portugueses detêm, em média: 2,21 apiários (encontrando-se apenas as regiões do Alentejo e do Algarve acima da Média nacional, com, respetivamente, 2,81,e 6,65 apiários por apicultor); Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME 32,5 colónias (sendo apenas as regiões do Alentejo e do Algarve as que se encontram acima da média, com particular destaque, como já foi referido, para o Algarve e o Alentejo). Fonte: DGV – Dados de Março de 2010 Fonte: DGV – Dados de Março de 201 No anexo I, consta dados da conta de cultura da Actividade Apícola em Portugal 2010 Valor Da produção do Sector Apícula Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME De acordo com os dados que serviram de base à elaboração da conta de cultura apresentada no quadro 11, é possível estimar o seguinte Valor Bruto da Produção médio, para cada uma das várias classes de dimensão: Quadro 3 - Estimativa do Valor Bruto da Produção do Sector Apícola Chega-se, por esta via, a uma estimativa global de, aproximadamente, 49 milhões de euros para o VBP do sector apícola. Relativamente ao triénio anterior o VPB Total passou de 27 036 225 € para 49 063 454 € que corresponde a um aumento de 44%. Tendo em atenção o VBP estimado para a produção animal, para o ano 2009, que atinge o montante de 2.598 milhões de euros, é possível concluir que a produção apícola representa cerca de 1,9% do total do valor bruto da produção animal. Estrutura de Consumos Intermédios Os produtos da Colónia A utilização dos produtos apícolas para fins alimentares e terapêuticos é uma das práticas mais universais e que remonta às mais antigas civilizações. Na época contemporânea e nos países ocidentais, o valor da Apiterapia decaiu, sendo apenas a partir da segunda metade do século XX que a Apiterapia recomeçou suscitar um crescente interesse nas sociedades ocidentais. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Em Portugal, e no que respeita aos produtos apícolas que não mel, a sua oferta é reduzida, abastecendo-se a indústria sobretudo com produtos importados. A maior parte dos apicultores tem uma informação deficiente sobre o mercado dos produtos apícolas que não mel e não maximiza a rentabilidade da sua exploração por esta via. Produção Nacional de Cera A produção global de cera nacional (para todas as utilizações) decresceu desde 2001, tanto em valor absoluto como em percentagem da quantidade de mel produzida (em 2005, apenas 3,6% da produção de mel). Entre 2001 e 2005, verificou-se um decréscimo de 44% na produção de cera, contra um decréscimo de 23% verificado na produção de mel. Este decréscimo verificado na produção de cera poderá, eventualmente, estar relacionado com uma redução do número de cortiços a nível nacional. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Quadro 4 Evolução da Produção Nacional de Mel e Cera As indústrias de cosméticos e farmacêutica são as principais utilizadoras da cera de abelha. A cera é também utilizada na indústria têxtil, de papel, de polidores, vernizes e impermeabilizantes, no processamento de alimentos e na indústria tecnológica. Na agricultura, é utilizada para melhorar o aspeto e o estado de conservação da fruta. A produção mundial de cera atinge entre 11.500 e19.000 toneladas anuais, sendo que os países asiáticos são os principais produtores mundiais (China, Índia, Indonésia, Malásia, Paquistão e Tailândia). Do ponto de vista do comércio mundial: Os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido, o Japão e a França são os principais importadores mundiais de cera; e os principais exportadores são o Chile, a Tanzânia, o Brasil, a Holanda e a Austrália. Os preços variam extremamente de acordo com o país de origem, podendo estimar se que, em média, a cera escura tenha um valor cerca de 10% a 20% inferior ao da cera de cor clara. Tipos de Mel Tipificação da Origem Floral A origem floral do mel está intimamente associada a aspetos organoléticos como a cor e o sabor, sendo utilizada para a tipificação do mel como medida de valorização do produto. De acordo com a sua origem floral, encontram-se tipificados vários tipos de méis(ver mapa 1 e quadro15), dos quais podemos destacar: Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Mel monofloral - mel, em cujo espectro polínico existe uma espécie que detém mais de 45% do pólen (excetuam-se para esta regra os méis monoflorais de rosmaninho e de castanheiro, considerados como tal quando as percentagens de pólen dos respetivos tipos polínicos são superiores a 10 e 70%,respectivamente); Mel multifloral – mel obtido a partir do néctar de várias espécies, no qual não se realçam características predominantes de uma determinada planta. A riqueza e a diversidade em flora melífera de Portugal, quer de espécies silvestres (a maioria), quer de plantas cultivadas, como o castanheiro e o eucalipto, fazem com que exista uma grande diversidade de méis monoflorais ao longo do país. Os méis monoflorais mais emblemáticos são: Mel de Rosmaninho (Lavandula stoechas), nas zonas de cota inferior a 400 m; Mel de Urze (Erica umbellata),até à cota de 900 m; mel de Castanheiro (Castanea sativa), produzido em zonas de montanha (entre_ os 700 e 1200 m). Podem ainda referir-se os méis de Alecrim (Rosmarinus officinalis), Medronheiro (Arbutus unedo), Soagem (Echium plantagineum), Poejo (Mentha pulegium), Laranjeira (Citrussinensis), Cardo (Carlina racemosa), Eucalipto (Eucalyptus spp) e Girassol (Helianthusannuus). Muito apreciados nas regiões de onde provêm, os méis monoflorais atingem normalmente um preço de mercado mais elevado, devido a essa procura específica, mas também porque os custos de produção são igualmente mais elevados, pois os apicultores são obrigados a realizar crestas específicas para cada floração (para cada mel monofloral). Uma abelha produz cerca de cinco gramas de mel por ano e, para produzir um quilo de mel, precisa de visitar cerca de 5 milhões de flores. Mapa 1 Mapa das Espécies de Flora Melífera de Portugal Continental Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Mel com Denominação de Origem Protegida O Regulamento (CEE) n.º 501/2006, do Conselho, de 20 de Março, estabelece o quadro jurídico relativo à proteção das indicações geográficas e denominações de origem dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios. Em Portugal, existem reconhecidas nove denominações de origem protegida de mel, as quais demonstram um interesse crescente por parte dos apicultores numa aposta na qualidade, com consequências não só a nível da dinamização económica das zonas rurais em que se inserem, mas também da própria comercialização do mel. Mapa 2 - Mapa dos Méis com Denominação de Origem Protegida Da análise da evolução dos dados disponíveis mais recentes (2006 e 2007), relativos ao Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Número de produtores, colmeias e quantidades certificadas (quadro 17), constata-se que: a produção nacional de méis DOP tem vindo a confirmar o aumento já verificado no triénio anterior, embora de forma menos expressiva (registando um acréscimo de cerca de 12% entre 2006 e 2007), mas continua a apresentar um peso muito reduzido no cômputo global da produção nacional de mel (cerca de 2,4%,em 2007); as produções médias anuais por colmeia, em 2006 e 2007, atingiram montantes entre 7,0 e 7,7kg/colmeia, notando-se um aumento relativamente aos 5,5 do triénio anterior, o que poderá significar uma redução da parte da produção que é vendida como não certificada; QUADRO 5- Caracterização da Produção de Méis com nomes protegidos em 2006 e 2007 Relativamente aos preços há a referir que os preços obtidos são naturalmente mais elevados do que os praticados exatamente pelas mesmas entidades gestoras para méis não certificados como DOPs (reflexo da valorização dada pelo consumidor às componentes rótulo, marca de certificação, produção com técnicas artesanais, qualidade e sabor). Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Quadro 6 - Evolução do Preço Médio de Mercado em Portugal Devido à falta de operadores nacionais (unidades industriais de transformação embalagem), o preço nacional é diretamente dependente dos preços praticados em Espanha, assumindo um nível e um comportamento globalmente relacionados com os das nossas importações de mel provenientes do mercado espanhol. Apresenta-se no capítulo seguinte a evolução dos preços à importação, sendo aqui analisada, no gráfico 12, a evolução conjunta do preço nacional e do preço à importação. Constata-se que a única exceção relativa a níveis e tendências semelhantes se verifica no ano de 2006 e posteriormente em 2008 em que o preço de importação foi superior ao médio nacional. Comércio Externo da EU por País de Origem e Destino. A Alemanha é simultaneamente o maior importador e o maior exportador comunitário, Representando em 2009 mais de metade do volume total de importações (52%) e quase um terço do volume total de exportações (27%). O Reino Unido assume o segundo lugar como país importador, representando 15% do Volume total de importações. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Gráfico 5 Importações da UE, por Destino, em 2009 A Espanha é tradicionalmente o segundo maior exportador comunitário (18% em_ 2005),seguida da França (12%) e da Hungria (10%). Gráfco 6 Importações da EU, por País de Origem, em 2008 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME A Argentina tornou-se o primeiro exportador para a União Europeia, com quase 50% do total das importações comunitárias em 2008, enquanto o México ocupa o segundo lugar (8,8%) e o Brasil na terceira posição (7,7%). Gráfico 7 Exportações da EU, por País de Destino, em 2008. A Suíça é o primeiro importador da União Europeia, representando em 2008, 17% do total das exportações comunitárias, seguido dos EUA (10%) e da Arábia Saudita (7%). Panorâmica do Mercado Mundial. A produção mundial de mel tem conhecido um acréscimo permanente nos últimos anos, rondando em 2005 o montante de um milhão trezentas e oitenta mil toneladas. Gráfico 8 Evolução da Produção Mundial entre 1982 e 2007 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME A primeira região produtora do mundo é a Ásia, seguindo-se a Europa e a América do Norte e Central. Assim a Ásia é o maior produtor mundial de mel, produz cerca de 550 mil toneladas por ano, em segundo lugar, encontra-se a União Europeia onde, pelo contrário e como já se referiu a produção é estável, com níveis em torno das 340 mil toneladas; seguem-se os Estados Unidos, a Argentina, a Turquia e o México. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Quadro 7 – Evolução da Produção Mundial de Mel, por País Produtor Gráfico 9 Evolução da Produção Mundial entre 2001 e 2007 - Principais Produtores Mundiais de Mel Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME IV.4.2.5.2 A Empresa IV.4.5.2.1- Apresentação histórica Abc Lda foi fundada em 1989 por três amigos que já desenvolviam a atividade como apicultores desde 1987. Como apicultores desde essa data que já fabricavam as suas próprias colmeias. Os apicultores existentes na vizinhança começaram a procura-los para pedir que fabricassem colmeias para a sua atividade. Foi perante a enorme procura que se foi começando a desenvolver á volta da atividade destes que decidiram abrir empresa. Com o encerramento das minas do lobão, o sócio João Alves deixou a sua atividade e começou a trabalhar a tempo inteiro na pequena oficina adquirida. Nessa altura fizeram um estudo de mercado e detetaram que havia pouco fornecimento de material de apicultura. Foi criada a sociedade com alguns empregados provenientes da firma XYZ e outros provenientes de empresas concorrentes. Devido a fracas condições em que laboravam, com o auxílio do IAPMEI e da caixa geral de depósitos, com intuito de construir a fábrica. No entanto a sua construção não foi possível porque a Câmara e Ministério do Ambiente reprovaram a construção. Nesta mesma altura o sócio Figueiredo vende a sua quota e em troca foi-lhe dado o terreno. O outro sócio Fernando, resolvendo imigrar também deixa a sociedade. Prosseguindo assim a firma com mesmo nome e com um dos atuais fundadores Pereira estando atualmente a sociedade a cargo de seus seguidores: Carlos e João. Mais recentemente no ano 2011 estabeleceu contato com consultores solicitando apoio ao nível da modernização no apoio ao planeamento e controlo de gestão passando também pela necessidades de apoio na internacionalização. Nome/Designação Comercial ABC, Lda Página WEB http://www.psf.com.pt/ Atividade principal 16291 – Fabrico de colmeias e artigos apícolas Natureza jurídica Sociedade por quotas Data de constituição 1989 NIPC 502084332 Capital social 10 000,00€ Nº de Colaboradores 18 IV.4.5.2.2- Estrutura organizacional Administração Serviços Administrativos Serviço Contabilidade Produção Expedição Sector Comercial Secção de Corte de Madeira Secção de Tábuas de Voo Acabamentos Serralharia Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Gráfico 10 – Idades dos Trabalhadores Idades dos Colaboradores 20-30 30-40 40-50 >50 9% 36% 37% 18% Da análise do gráfico acima verifica-se que já um grupo com expressão significativa, 36% e que tem mais 50 anos. Assim, a direção da empresa já está atenta a esta realidade como forma de em breve iniciar um processo de preparação para resolução desta questão. Gráfico 11 – Habilitações literárias dos colaboradores Habilitações literárias dos Colaboradores 3º Ano 4º Ano 18% 6ª Ano 9º Ano 14% 23% 27% 18% 12º Ano Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME A ABC LDA conta com 22 colaboradores com faixas etárias elevadas concentrada grande parte entre os 40 e acima de 50 anos. Têm baixas habilitações, sendo que a 3ª classe e 6º ano são predominantes. IV.4.5.3 Clientes A carteira de clientes da ABC LDA conta com 700 clientes, dos quais 50% são revendedores, outros dividem-se entre apicultores particulares e outros consumidores finais. Recentemente diz Pedro Pereira “Têm surgido clientes muito pontuais por via de investimentos de novos empresários que se lançam no negócio, devido aos incentivos que vão surgindo no sector, mas devido ao seu fraco conhecimento na área, acabam por não dar continuidade ao projeto. De 1000 empresários que se lançam no negócio só cerca de 200 dão continuidade. Fonte. Guião de entrevista – anexo A IV.4.5.4 O Mercado Internacional Têm vendas no mercado internacional que representam já cerca de 30% em 2011. No mercado internacional, é de destacar Espanha, França, Alemanha e Suíça, sendo Espanha predominante. No mercado Nacional a sua concentração de Volume de negócios está entre o Alentejo e Algarve. Gráfico 12 – Distribuição Vendas Mercado Nacional e Internacional Distribuição Vendas Mercado Nacional e Internacional Vendas Internac Vendas Nacionais 29% 71% Ilhas Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Gráfico 13 – Volume de Negócios por Zonas – Ano 2011 Volume de Negócios por Zonas -Ano 2011 Andaluzia 2% Valência 4% Alemanha 6% ND 6% Periferia 4% Minho 8% Galiza 11% Açores 1% Ribatejo 14% Algarve 16% Centro/Int 9% Baixo/Alent 2% Alto/Alent 2% Tras/monte 11% Centro/LT 3% Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME IV.4.5.5 Caracterização da envolvente da empresa CONTEXTO SÓCIO-CULTURAL E AMBIENTAL: - Preocupações pela garantia da segurança alimentarem no que concerne ao mel - Benefícios do mel e importância da polinização para o ambiente e frutos. CONTEXTO POLITICO-LEGAL: Há uma crescente valorização da atividade na investigação científica e certificação da qualidade de processos e produtos; Há uma mobilização para o desenvolvimento tecnológico e inovação por parte do governo; Existe estabilidade nas medidas tomadas que afetam positivamente o sector; A EMPRESA COMPARATIVAMENTE COM A CONCORRÊNCIA Existem em Portugal cerca de 10 empresas concorrentes….. IV.4.5.6 Perspectivas de Desenvolvimento Futuro: Existe uma tendência estratégica para o desenvolvimento de apoios à Agricultura por parte dos Estados atendendo às questões conjunturais atuais e em simultâneo é um setor de atividade capaz de criar emprego embora com níveis de captação de interesse baixo pois requer muitas horas d trabalho ao longo do ano. Em simultâneo é uma área que ainda está muito por explorar pois tem sido tratada de uma forma muito familiar, com passagem de conhecimentos de pais para filhos e assim sucessivamente. Por outro lado ao nível ambiental requer a preocupação com a natureza no sentido de preservar as zonas verdes, florestas, etc… Ao nível ambiental existe a crescente preocupação com os níveis de poluição atmosférica e necessidade de desenvolver novas estratégias para reverter a situação atual pelo que é mais um fator favorável. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Quadro 8 – Evolução do volume de negócios e estrutura de custos na ABC LDA entre 2008 e 2011 Proveitos 2008 71 72 73 74 75 76 77 78 79 1.080.063,58 2009 2010 2011 430.613,72 1.048.650,83 884.191,51 16.211,30 11.426,26 1.096.274,88 442.039,98 1.048.650,83 884.191,51 0,00 0,00 0,00 744.157,51 135.131,64 138.274,87 82.396,05 705.945,47 98.343,64 159.515,18 6.833,36 396,79 7.230,15 7.629,89 192.181,56 0,00 0,00 0,00 204.156,04 0,00 0,00 0,00 4.973,87 0,00 557.040,53 97.452,31 184.263,50 0,00 0,00 0,00 6.256,37 5.948,04 8.380,10 1.060.894,52 412.852,48 1.013.419,02 845.012,71 50.240,40 -6.640,16 43.600,24 28.752,76 -7.881,38 20.871,38 40.205,68 0,00 -4.973,87 45.435,17 0,00 -6.256,37 Res. A/ de Imp. 37.655,00 20.871,38 40.205,68 45.435,17 RLE 27.676,42 17.216,00 29.086,41 32.126,62 PROVEITOS Custos 31 61 62 63 64 66 67 68 69 CUSTOS Resultados RES. OPERACIONAIS Financeiros correntes Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME 1.200.000,00 1.000.000,00 800.000,00 PROVEITOS 600.000,00 CUSTOS Res. A/ de Imp. 400.000,00 200.000,00 0,00 2008 2009 2010 2011 40.000,00 35.000,00 30.000,00 25.000,00 20.000,00 15.000,00 Res. A/ de Imp. 10.000,00 5.000,00 0,00 1 2 3 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME IV.4.5.7.Análise SWOT A análise SWOT é uma ferramenta que ajuda na organização do planeamento estratégico ao estabelecer a relação entre os pontos fortes, os pontos fracos, as ameaças e as oportunidades. A função primordial da análise SWOT é possibilitar a escolha de uma estratégia adequada, a partir de uma avaliação crítica dos ambientes interno e externo da empresa PSF. A nomenclatura SWOT é derivada do menemónico inglês formado, pelas palavras Strength, Weakness, Opportunities and Threats, traduzido por forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. No BSC representa um quadro sinóptico abordando tais fatores. PONTOS FORTES Experiência adquirida ao longo de PONTOS FRACOS anos no seio familiar insuficiente conhecimento do Clientes fidelizados numa base de mercado ao nível internacional confiança e contacto directo e permanente com o gestor Kow-how sobre o processo de actividade de apicultura Recursos humanos no sector produção com baixas habilitações fabrico de colmeias e toda Falta de planeamento estratégico e Elevada faixa etária dos colaboradores Diminuta concorrência, cerca de 10 Ausência de controlo de custos de produção em Portugal Gestão Centralizada Empresa Familiar Controlo no sector de produção Cooperação e boa relação com dependente da observação directa Apicultores em oficina a tempo inteiro do gestor Bom nome da empresa parceira “FXYl” Margens de comercialização diminutas com grande esforço de produção em massa Ausência de loja aberta ao público e mostra de exposição Grande peso das vendas a retalhistas OPORTUNIDADES AMEAÇAS Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME - Condições edafoclimáticas para méis monoflorais e flora silvestre melífera de qualidade e abundante como a Varroa Assinatura de novos acordos Existência de culturas permanentes preferenciais entre a EU e países com interesse apícola, a nível terceiros ( o mel é frequentemente regional utilizado como moeda de troca) Estratégia nacional para o sector com um desmantelamento hortofrutícola progressivo das barreiras Potencialidades da EU, maior alfandegárias. importador mundial de mel, como Doenças provocadas por insectos Falta de dimensão/capacidade nosso parceiro comercial para acesso a mercados de Acréscimo significativo da área de exportação culturas e pastagens em MPB Idade elevada do apicultor, baixo nível de escolaridade e formação técnica insuficiente, resultando numa deficiente aplicação de boas práticas no maneio produtivo, em todas as fases da fileira Baixa taxa de profissionalização do sector Elevados custos de contexto inerentes aos mecanismos de SECTOR acompanhamento, garantia, certificação e controlo de DO´s e MPB Falta de informação generalizada sobre os processos de criação, registo e reconhecimento de um nome protegido Investimento a nível científico em apicultura é insuficiente Informação deficiente dos produtores sobre o mercado dos produtos apícolas que não mel Consumo relativamente insipiente de meis DOPs e MPB devido a Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME - Recurso da indústria nacional a ENTIDADE DESTINATÁRIA produtos importados Falta de dimensão/capacidade - Certificação de alguns produtos. para acesso a mercados de - Diversidade de produtos exportação - Conhecimento adquirido ao longo de Margens de comercialização mais de 2 décadas. esmagadas pelos custos de - Bom nome “FXYl” transporte Falta de informação generalizada sobre os processos de criação, - registo e reconhecimento de um sazonalidade/ condições climáticas nome protegido - Risco de esmagar margens pela falta Falta de Pessoal especializado Vendas dependentes da - Escassa implementação de marcas de controlo da produção que permitam uma maior visibilidade - Risco de desperdício de matéria prima comercial ao mel como produto tradicional e de qualidade O cruzamento das variáveis da análise SWOT (Pontos Fortes; Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças), possibilita identificar as principais potencialidades, constrangimentos, vulnerabilidades e problemas da ABC LDA, cujo cruzamento posterior apoiará a definição fundamentada dos objectivos estratégicos da ABC LDA e consequentemente das estratégias e acções a desenvolver. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME POTENCIALIDADES Pontes fortes Vs Oportunidades As oportunidades que se deparam no contexto externo à ABC LDA e a capacidade em as aproveitar (Pontos Fortes) constituem as estratégias alternativas do tipo maximizar, ou seja, que possibilitam tirar o máximo partido dos pontos& fortes para aproveitar ao máximo as oportunidades detectadas, pelo que são POTENCIALIDADES da ABC LDA: - Aumento de quota de mercado internacional pela exploração do mercado de Espanha Alemanha Suiça e França, via descentralização da gestão - Know-how adquirido ao longo dos anos pelo sócio gerente. - Patentear a marca FXY - Certificar o produto - Definição de estratégia comercial com o mercado nacional e internacional Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME VULNERABILIDADES Pontes fortes Vs Ameaças No conjunto dos factores que se desenvolvem no contexto externo à entidade, foram identificados aqueles que constituem problemas ao seu desenvolvimento e actuação (as Ameaças). Assim, será necessário recorrer aos aspectos positivos da ABC Lda (Pontos Fortes) para mitigar ou, mesmo, ultrapassar esses constrangimentos externos, pelo que a análise (do tipo maxi mini) deverá tirar o máximo partido dos pontos fortes para minimizar os efeitos das ameaças detectadas, pelo que são VULNERABILIDADES da ABC: - Dificuldades de acesso ao mercado internacional - Elevada faixa etária dos colaboradores - Baixas habilitações do quadro de pessoal - Ausência de um responsável de produção CONSTRANGIMENTOS Pontes fracos Vs Oportunidades No âmbito das Oportunidades, existem aspectos da envolvente externa que não podem ser aproveitados pela ABC Lda, devido às debilidades que a organização evidencia para as aproveitar (Pontos& fracos). Neste sentido, será necessário desenvolver as estratégias que minimizem os efeitos negativos dos pontos fracos e que, em simultâneo, aproveitem as oportunidades emergentes (Estratégias do tipo mini= max), pelo que são os CONSTRANGIMENTOS da ABC Lda: - Dimensão da organização - Gestão centralizada - Falta de notoriedade e visibilidade do produto no mercado - Ausência de marca PROBLEMAS Pontes fracos Vs Ameaças A análise Estratégica termina com o “cenário mais pessimista”, que identifica as ameaças que se deparam à ABC Lda e que esta não tem capacidade de ultrapassar (Pontos fracos). As estratégias a desenvolver (do tipo mini=mini) deverão minimizar ou ultrapassar os pontos fracos para, tanto quanto possível, fazer face às ameaças, pelo que são PROBLEMAS que se deparam à ABC LDA: - Diminuto volume de vendas ao consumidor final, pela localização e ausência de loja aberta ao público - Recessão económica - Margens esmagadas pelo maior volume de vendas se concentrar em revendedores Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME - Abandono da actividade apícula por parte de alguns apicultores IV.4.5.8.Definição de temas estratégicos – Formulação e Implementação estratégicas Realizada a análise estratégica através do diagnóstico prévio da empresa/organização e do seu meio ambiente, o gestor poderá traçar um cenário expectável de evolução do sector de actividade e o modo como a empresa se pretende posicionar nele, isto é, como pretende criar valor na óptica do cliente. Nesta fase, pretende-se iniciar o processo de definição da estratégia competitiva da empresa. Estamos, pois em condições de identificar a missão da empresa, definir a sua visão, os seus valores fundamentais, bem como os seus factores críticos de sucesso. A verificação/medição do grau de cumprimento das intenções expressas na estratégia previamente definida será assegurada pelos indicadores seleccionados nas diferentes perspectivas (financeira e não financeira) Fig1- Da declaração da missão ao Balanced Scorecard Fonte: (Kaplan & Norton, 2000) Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Visão O processo de construção do BSC inicia-se com a definição da visão. Esta consiste na Descrição do que a empresa/organização deseja ser no futuro, sem especificar os meios para realizar esse ideal. Nas empresas de menor dimensão, tal como a ABC, frequentemente, esta declaração não existe escrita, contudo, é conhecida informalmente pelas afirmações do seu dirigente quanto aos seus ideais. A determinação e divulgação daquilo que se deseja alcançar é essencial para definir um rumo e estabelecer um referencial que permita a mobilização das pessoas e dos meios da empresa, cujo desempenho o BSC irá avaliar. Para que seja efectivamente uma visão partilhada, deverá, na medida do possível, emanar da reflexão de um grupo variado de pessoas sobre o futuro da sua organização. A ABC Lda. pretende garantir uma eficaz resposta às solicitações do mercado nacional assim como expandir para o mercado internacional ao nível de construção de colmeias. Missão A declaração de missão pela direcção é o ponto de partida da formulação estratégica. A missão tem como propósito explicar porque é que a empresa existe, qual o seu papel na sociedade. Tem ainda como finalidade a definição das orientações globais, a difusão do espírito de equipa, bem como inspirar e envolver todos os colaboradores na prossecução duma estratégia. As actividades da empresa e a actuação dos colaboradores devem estra enquadradas no que foi definido como missão. Por isso deve ser do conhecimento de todos dentro da organização. Deve ainda transmitir uma imagem positiva da empresa para os clientes, fornecedores e sociedade em geral. Esta declaração deve também salientar as competências centrais mais relevantes, necessárias para o domínio dos Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME factores críticos do negócio e reflectir o estilo de liderança da empresa. Contudo a declaração de missão não deve ser demasiada específica ou extensa, para que não haja probabilidade de perder a sua actualidade face a novos projectos desenvolvidos pela empresa. Deve, sim, de modo qualitativo, ser um meio de expressar um ou mais desejos alcançáveis. A ABC Lda. tem como missão proporcionar a qualidade e recursos necessários para o desenvolvimento da actividade apícula assim como a preocupação pelo meio ambiente. Valores A definição de valores fundamentais procura descrever aquilo em que a empresa/organização acredita, nomeadamente a sua direcção e colaboradores, que valores, normas de comportamento e convicções os unem, seja no domínio das questões empresariais, éticas, sociais, ou outras, que tenham relevância na sua actuação. Oferecer valor antecipando as necessidades do cliente; Ir ao encontro da ética em todos os nossos serviços; Conquistar a confiança do cliente Honestidade no contacto com o cliente Excelência na qualidade dos produtos produzidos. IV.4.5.9. BSC Realizada a análise estratégica e iniciada a formulação da estratégia, chegamos, finalmente á fase de construção do Balanced Scorecard. Objectivos estratégicos Para que uma empresa se mantenha no mercado, é fundamental dispor de uma estratégia competitiva capaz de criar uma ou mais vantagens face à concorrência. Esta define a actuação da empresa em conformidade com a sua missão, princípios e valores atrás já definidos. A estratégia representa a concretização da visão, através da escolha dos segmentos de mercado e clientes que a empresa pretende servir, da identificação dos processos internos críticos e da selecção das competências individuais e organizacionais onde deve atingir a excelência, para concretizar as propostas de valor aos clientes que permitirão obter resultados pretendidos pelos accionistas. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Em reunião com a gerência definiu-se o(s) seguinte(s) objectivo(s) estratégico(s): Na perspectiva Financeira: - O crescimento das vendas - O Aumento do valor da empresa - Melhorar resultados operacionais Na perspectiva dos clientes -O aumento da quota de mercado nacional - A fidelização dos clientes (rentáveis) - Ser considerado líder pelos retalhistas - Aumentar quota de mercado via internacionalização Na perspectiva Interna - A liderança pela qualidade - A gestão eficiente dos recursos - O nível de serviço - Descentralizar gestão - Organizar a linha de produção - Controlo de custos de produção Na perspectiva de aprendizagem e desenvolvimento organizacional -Melhorar competências –chave das pessoas -Potenciar as alianças estratégicas -Adaptar a tecnologia às necessidades Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Factores críticos de sucesso – Cadeia Valor Este passo deve ser realizado em simultâneo com o anterior (da definição dos objectivos estratégicos) e consiste em identificar os factores determinantes para o sucesso e realização dos objectivos estratégicos, ou seja, temos de saber o que a empresa tem de fazer bem, em cada perspectiva, para atingir os seus alvos. Estes factores críticos têm origem na análise da combinação das características dos clientes (expressos pelos factores-chave de compra) com a natureza da concorrência (representada pelos factores de competição). Os factores críticos de sucesso, assim definidos, representam as variáveis que proporcionam mais valor aos clientes e que melhor diferenciam os concorrentes na criação desse valor. São ainda aqueles que tornam a empresa conhecida e apreciada pelo mercado e pelo público em geral. No caso da ABC Lda é de destacar que a relação e proximidade e relação com o cliente, a experiência e conhecimento adquirido ao longo dos anos e produtos oferecidos. a credibilidade/qualidade dos Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Mapa estratégico A partir das ferramentas de planeamento estratégico, foram seleccionados 10 objectivos estratégicos que possibilitam a consecução do futuro imaginado da organização. A fig 1 apresenta o Mapa estratégico da ABC, dividido em quatro perspectivas: Aprendizagem e inovação, Processos Internos, Clientes e Financeira. Neste sentido, o mapa estratégico fornece uma representação visual dos objectivos estratégicos da empresa, bem como, as suas relações de causa e efeito entre eles, que conduziram ao desempenho desejado. As perspectivas são organizadas, intencionalmente, em camadas hierarquizadas, sendo que a dimensão financeira é situada na parte superior. Em seguida, alinham-se as camadas correspondentes às vistas do cliente, os quais pr sua vez, são condicionados aos objectivos da dimensão dos processos internos e da aprendizagem e inovação. Figura 2 – Mapa Estratégico 2012 da ABC Lda Escolha dos indicadores e correlação Na perspectiva Financeira: - A taxa de crescimento do volume de negócios (%) - Variação das exportações (%) - Exportações/Vendas totais (em %) - Rendibilidade dos Capitais próprios (ROE) (%) = RL/ Capitais Próprios) x 100 - Rendibilidade operacional das vendas (%)= Resultados Operacionais/(Vendas + Prest Serviços)*100 - Autonomia Financeira(%)= [ (Capitais Próprios/Activo) x 100] - Custos com Pessoal/Vendas (%) Na Perspectiva dos clientes: - Quota de mercado (%) - Nº Clientes; - Vendas por cliente (E) - Vendas a novos clientes (%) - Nº Clientes perdidos - Ìndice de fidelidade dos clientes – percentagem de clientes que compram pelo menos uma veze ao trimestre Na Perspectiva Interna: - Tempo médio de produção de uma colmeia - Percentagens de entregas nos prazos - Acréscimo da produtividade Na Perspectiva de Aprendizagem e Desenvolvimento Organizacional - Colaboradores mais autónomos no desempenho das funções - Índice de descentralização (delegação) de poderes - Colaboradores motivados no esforço IV.4.6 - Iniciativas/ Planos de Acções O Balanced Scorecard deve também incluir as acções específicas necessárias à relização da estratégia e da visão anteriormente definidas. Interessa, neste passo, definir o que fazer e quando fazer, ou seja, criar os planos de acção e planos de operações e de medição do BSC nas várias dimensões (perspectivas), para alcançar os objectivos estratégicos. Para esse efeito, é necessário accionar programas formais, iniciativas e projectos. Estas iniciativas podem ter impacto a curto, médio ou longo prazo na geração de valor e no fortalecimento da posição competitiva da empresa. A elaboração mais detalhada de um plano de acção inclui, normalmente, a identificação do responsável por esse plano, os recursos a utilizar e a sua origem, o estabelecimento de um calendário/cronograma e a apresentação de um orçamento. No entanto, tratando-se de uma PME este processo não deve ser excessivamente formalizado, o que seria contraproducente, atendendo aos fracos recursos e ás características que a ABC Lda apresenta. Na perspectiva financeira: - Aumentar receitas com a penetração em novos mercados; - Reforçar o esforço das vendas nas exportações; Na perspectiva dos Clientes: - Dar primazia à captação de novos clientes - Aumentar visitas a clientes - Internacionalizar os negócios - Desenvolver a assistência pós-venda com a contratualização de avenças Na perspectiva interna: - Implementar um sistema de gestão por objectivos no sector de produção Na perspectiva de aprendizagem e infra-estruturas: - Criar uma rede de comunicação interna ( por exemplo uma intranet em share-point) - Promover o trabalho em equipa - Melhorar/actualizar site Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME IV.4.6.1.Matriz de impacto das iniciativas /Objectivos estratégicos Na matriz abaixo foram enumeradas as acções/iniciativas a tomar no alcance dos objectivos estratégicos atrás definidos e estabelecido o seu impacto na concretização dos mesmos. As iniciativas foram estabelecidas para serem implementadas apartir do inicio do ano de 2012 e definiram-se em seguida indicadores e metas. Perspectiva Interna Perspectiva Financeira Objectivos Perspectiva de clientes Aum/to Valor accionistas Aumentar Vendas Aumento rentab. Efectuar um estudo de mercado ao nível de potencialidades e canais de comunicação *** *** * Reforçar o esforço das vendas nas exportações *** *** ** *** *** *** Iniciativas Efectuar visitas numa linha de fidelização e não em entregas Aumentar visitas a clientes concentradas por região como fidelização e não na linha de entregas. Recorrer ao outsourcing em actividades minuciosas e dispendiosas. Fidelizar clientes Captar novos clientes Aumentar quota mercado *** Qualificação dos RH Aumentar a motivação e dinamização do sector produção *** *** *** *** ** *** *** Criar uma rede de comunicação interna (Share-point) *** Gerar base de dados de contactos de potenciais clientes * Transferir alguns transportes para regime outsousing. Inserir sistema de controlo de custos no sector da produção ** *** *** ** *** *** *** ** ** ** *** ** ** *** *** *** ** ** *** *** ** *** Criar procedimentos comuns Criação de Site e Catálogo Recorrer a subcontratação em actividades dispendiosas e que não acrescentam valor Formação específica em Linguas Alemão e Espanhol Formação específica em Técnicas de Venda Descentralizar gestão *** *** * Maior Produtividade *** ** Implementar um sistema de gestão por objectvos Gestão eficiente recursos Perspectiva Aprendiz. E Infraestruturas *** *** ** *** ** *** Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME IV.4.6.2 – Indicadores/medidas e metas associadas a cada medida Para cada um dos objectivos estratégicos anteriormente definidos, foi estabelecido pelo menos um indicador ou medida, que permitem avaliar a situação da empresa e quantificar o grau de cumprimento da estratégia. Esses indicadores estão expressos na tabela abaixo: Perspectiva Objectivo estratégico Crescimento dos proveitos Indicadores Metas Taxa de crescimento do 30% volume de negócios nacional Financeira 15% Taxa de crescimento das exportações Aumento da rentabilidade Resultados operacionais 20% (aumento) Aumento valore accionistas Resultado Antes de 10% Impostos Ultima compra 1 ano % vendas a novos 10% Fidelizar clientes Clientes Captar novos clientes clientes Aumentar quota de mercado em Quota de mercado em Alemanha e outros países Alemanha Utilização de Gestão eficiente de recursos 15% 75% ferramentas informáticas no Processos desempenho das internos actividades. Gerar outputs de avaliação de desempenho Maior produtividade Média de colmeias produzidas por dia. Número de produtos defeituosos Descentralizar gestão Número de clientes 10% visitados 15% Número de propostas Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME apresentadas Qualificação dos Recursos humanos Aprendizagem e infraestruturas Nº de ideias 100% aproveitadas 10% Nº Horas de formação Aumentar a motivação e dinamização Tempo médio gasto por do sector de produção colmeia Página 61 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME V - Acompanhar e gerir Monitorização Depois de construído o BSC, é necessário fomentar a sua utilização, aperfeiçoamento e ajustamento às necessidades da empresa/organização. A recolha de dada periódica (semanal, mensal, trimestral) permitirá obter a informação necessária ao controlo das actividades operacionais, de forma a cumprir as orientações estratégicas e, ainda, facilitar a aprendizagem que permita a revisão e o aperfeiçoamento da própria estratégia. Os passos que foram enunciados neste estudo representam um referencial para a implementação correcta do Balanced Scorecard da gestão de topo. Todavia, é provável que no inicio, este processo não evite algumas insuficiências, necessitando de ser aperfeiçoado à medida que o gestor adquirir experiência de utilização desta ferramenta. Tal facto não compromete as grandes potencialidades do BSC como ferramenta de melhoria estratégica e de gestão das organizações. Para maximizar as probabilidades de o Balanced Scorecard ser bem implementado, é fundamental assegurar o seguinte: Liderança: O BSC deve ser liderado e acarinhado pela alta irecção, caso contrário, a sua relevância não será compreendida pela organização, tornando-se difícil ou mesmo inviável uma implementação bem sucedida. Cabe também á gestão de topo estabelecer e divulgar a visão e a estratégia a implementar com o BSC e definir quem dirigirá o processo e lhe prestará contas regularmente. Responsabilização: Devem ser fixados os responsáveis e a sua participação no cumprimento dos objectivos, metas e planos de acção. Comunicação: sendo indispensável a existência de comunicação e de divulgação de (alguma) informação na implementação e funcionamento do BSC, estas deverão ser incentivadas pela gestão de topo; em muitos casos, tal implica uma mudança da “cultura do secretismo” ainda vigente em empresas de pequena dimensão como a ABC, para uma atitude de franca comunicação, de partilha de informação e de conhecimentos que permitirão envolver todos os colaboradores da organização neste processo de melhoria estratégica. Mudança: a direcção de topo, os quadros directivos e toda a estrutura de colaboradores devem interiorizar na sua prática e cultura corporativa que este é o momento de assumir, em conjunto, o seu envolvimento num esforço contínuo de melhoria do desempenho presente e futuro. Aprendizagem e aperfeiçoamento: a aprendizagem com a experiência permitirá o aperfeiçoamento do modelo utilizado, permitindo a cada organização encontrar as melhores soluções. Página 62 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME V.1. O BSC e o Sistema de Gestão da Qualidade Segundo Carlos Pereira da Cruz, os manuais da qualidade costumam ser um monumento á burocracia, á papelada, sem qualquer interesse ou valor acrescentado, pelo que uma organização deverá esquecer a palavra qualidade e concentrar-se no que é, ou no que deve ser, um sistema de gestão. A ISO 9000:2001 define sistema de gestão como: “sistema para estabelecer uma politica e objectivos e para concretizar esses objectivos”, procurando apontar, concentrar as atenções no que é essencial, manter a mente sintonizada no propósito de evitar o desenho de sistemas burocráticos e ineficientes. O que está acontecer é que a maior parte dos sistemas de gestão estão concentrados na resposta á norma. O ideal seria termos o manual da qualidade focado no cumprimento da definição da ISO 9000:2001 A ISO 9000:2001 define manual da qualidade como “ documento que especifica o sistema de gestão da qualidade duma organização”; assim podemos considerar o manual de um sistema de gestão como um documento que especifica o sistema de gestão da organização. Assim sendo o manual de sistema de gestão é um documento que ensina, mostra, informa, comunica, descreve como é e como funciona um sistema de gestão; um manual não é para o pessoal da qualidade ou para os auditores da entidade certificadora. Deverá sim ser um documento que apresenta o sistema de gestão e mostra como é que a organização gere o negócio. V.1.2 Abordagem por processos e Indicadores de desempenho “Sem um padrão, não existe uma base lógica para a tomada de decisões ou para a acção” Joseph Juran “No final do dia, uma empresa não é mais do que os processos através dos quais cria valor” Michael Hammer Existem organizações que acabam por desenhar um qualquer modelo sobre os seus processos que respondam á letra da norma e que acabam por não serem uteis para uma prática de melhoria continua. Na abordagem aos processos, devemos equacionar qual a sua finalidade, qual o seu propósito, qual a sua razão de ser. Página 63 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Os processos não são fins em si mesmos, têm de ter um propósito, uma motivação que enquadre, que molde e transcenda o pormenor das actividades que enquadre o pormenor das actividades que os constituem. Os processos devem-se projectar nos resultados das actividades e não nas actividades em si mesmas como um fim. Assim sendo na concepção e descrição do processo, espera-se que este responda ás seguintes questões: - Para que existe o processo? - Qual a sua razão de ser? - Qual o seu propósito - Qual a sua finalidade? Para sabermos se o propósito está a ser cumprido ou não e se estamos a convergir para a finalidade há que estabelecer um conjunto de indicadores que permitam responder de forma clara, inequívoca e objectiva. A medição e análise dos indicadores permitem: Comunicar direcção (o que se mede é o que é importante, é o que preocupa) Atribuir responsabilidades (quem mede, quem tem de agir, quem tem de analisar e decidir); Atribuir recursos (os desafios de desempenho traduzem-se em metas – objectivos quantificados – para cada um dos indicadores definidos, metas que exigem melhoria de desempenho, só podendo ser atingidas se a organização, de forma deliberada e planeada, comprometer recursos nesse esforço de aperfeiçoamento); Monitorizar e avaliar o desempenho (para determinar a eficácia e eficiência do processo e permitir a tomada de decisões com base em factos); Relacionar as pessoas, os processos e o sistema; e Desencadear acções de melhoria (numa base factual). Com este intuito foi elaborado uma manual de qualidade (Anexo VII), onde consta todos os processos constituintes da actividade Pereira& Sousa Figueiredo Lda. Foram identificados 11 processos onde consta da figura abaixo. Página 64 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Figura 3 - Identificação da Rede de processos da ABC Lda Gestão Requisitos legais e regulamentares Cliente Requisitos, especificações e comunicação Politica e e Estratégia da Gestão Comercial Gestão Financeira Medição, Análise e Melhoria Suporte Compras gerais Tratamento de NC’s e AC´s Clientes Retorno de informação de clientes Faturação Ações preventivas e melhoria Pagamento a fornecedores Auditoria da qualidade Realização ou Prestação de serviços Cliente Cliente Necessidades e espectativas Resultado dos serviços Prestados Produção de Colmeias Compra específicas Vendas Página 65 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Cada ficha de processo encontra-se detalhada no respectivo manual em anexo, onde são identificadas as entradas as saídas, as responsabilidades/intervenientes e registos. A ficha de processo será a base de trabalho para estudar que transformações realizar, em que etapas, em que actividades do processo e quem serão os intervenientes afectados, pessoas que podem ou devem ser envolvidas na busca da melhor solução para realizar a alteração. Pessoa ainda que devem ser alvo de acções de formação para facilitar a transformação, uma vez decidida. V.1.3 Utilizar a informação do BSC para avaliar e melhorar a performance Para acompanhar e avaliar o impacto da implementação desta ferramenta estratégica foi construido em Excel um mapa (Anexo IX) que permite tirar as seguintes conclusões: - O Volume de negócios cresceu cerca de 55% - No mercado Internacional aumentamos o volume de negócios na Alemanha em cerca de 19% - Aumentou a carteira de clientes em 5% Quadro X – Comparativo do volume de negócios 2011 e 2012 no quadrimestre Mercados Ano 2011 Nacional % Ano 2012 235.389,14 0,60 376.173,33 85.023,49 -0,05 80.881,92 Galiza 34.641,45 0,03 35.552,69 Valencia 26.495,14 -0,49 13.592,00 Andaluzia 6.146,50 0,33 8.162,74 Alemanha 1.111,42 19,36 22.626,77 Suiça 16.628,98 -0,94 947,72 Internacional Total Variação 320.412,63 457.055,25 Página 66 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME 400.000,00 350.000,00 300.000,00 250.000,00 Nacional 200.000,00 Internacional 150.000,00 100.000,00 50.000,00 0,00 Ano 2011 Ano 2012 Página 67 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME VI– Conclusões e Recomendações A realização deste estudo aplica-se a um caso concreto desenvolvido a partir do modelo criado por Norton e Kaplan a uma PME portuguesa. Procedeu-se à revisão teórica tomando por base os conceitos teóricos utilizados no âmbito da estratégia, nomeadamente: Visão, Missão, objetivos, vantagens competitivas. Abordou-sei a evolução do pensamento estratégico nos últimos 50 anos e a sua contribuição ao nível dos modelos e ferramentas de análise, nomeadamente a escola do desenho de onde surgiu a análise swot, a escola do posicionamento com a análise das cinco forças de Porter, a análise da cadeia de valor e as estratégias genéricas, a escola da aprendizagem e o conceito de estratégias emergentes e a escola dos recursos que defende que a formulação de estratégias deve basear-se nos recursos e capacidades da empresa não tendo em atenção o mercado externo à empresa. Por último abordou-se a vertente da implementação estratégica e a operacionalização através da metodologia Balanced Scorecard. Após a revisão teórica elaborei um modelo teórico onde selecionamos e organizamos tendo em conta a metodologia BSC, os conceitos e as ferramentas de análise mais pertinentes para o estudo. Seguidamente desenvolveu-se o estudo de caso por razões de interesse particular pelo setor mas pela importância e atualidade que entendeu-se poder ter para a economia do país e das melhorias a desenvolver internamente na empresa. Trata-se afinal de uma das duas maiores empresas portuguesas do setor. Relativamente ao estudo de caso iniciei por apresentar uma breve história da empresa e que foi baseada em alguma informação escrita mas essencialmente em algumas conversas informais com o fundador e ex-sócio. Saliento que serão tiradas conclusões de 2 tipos, quer em relação ao modelo teórico quer em relação ao caso prático pois das evidências obtidas nomeadamente através dos resultados entendi que seriam uma contribuição mais responsabilizante do ponto de vista do retorno que se espera de qualquer modelo teórico a implementar na prática ao serviço das organizações e da sociedade em geral. Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Conclusões sobre modelo teórico A empresa orienta-se por valores como ética, honestidade, integridade, credibilidade, confiança, relação com o cliente, excelência na qualidade dos seus produtos e preocupação com o meio ambiente. A visão da empresa “ser líder na península ibérica na construção de colmeias em material (madeira)”. A importância da utilização da análise swot foi de extrema importância no sentido de se conseguir antecipar à concorrência. Através da análise da cadeia de valor identificaram-se algumas áreas que não acrescentavam valor para o negócio, ou seja não eram críticas e por isso passaram a entregar-se fora, em regime de sub-contratação, nomeadamente, o enfiamento de arame nos quadros para colocação internamente na colmeia. A aplicação da análise swot permitiu concluir que o acesso ao setor é relativamente rápido enquanto entrada, contudo a sua manutenção é curta pois requer muita dedicação e horas de trabalho pelo que as barreiras à permanência na concorrência são altas e consequentemente se mantêm poucos concorrentes, nomeadamente cerca de 12 a nível nacional. A empresa definiu como críticas para o seu desenvolvimento a necessidade de melhorar a comunicação comercial com os clientes e com o mercado pelo que passou pela criação de um site e de um catálogo para apresentação dos seus produtos de forma mais próxima e percetível pelos clientes. A empresa reconheceu a necessidade de implementação de um sistema de certificação da qualidade segundo as normas iso:9001:2000 o qual coordenamos e concluímos tendo sido implementado juntamente com o BSC. A empresa reconheceu a necessidade de implementar um sistema de organização de circuito documental e em simultâneo a implementação do software associado, o share-point que permite a armazenagem de documentos e melhor gestão dos vários fluxos identificados como forma de rentabilizar os processos A empresa reconheceu ter necessidade de formação nas áreas do planeamento interno do departamento administrativo e sua ligação com a produção e comercial. A empresa reconheceu necessidade de obter formação no software phc para efeitos de gestão das informações comerciais de clientes. A empresa identificou a necessidade de obter formação em alemão comercial em virtude de pretender desenvolver contatos diretos com o mercado alemão tendo por base que o seu intermediário obtém margens comerciais mais significativas do que as obtidas diretamente pelo atividade produtiva. Página 69 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME A experiência adquirida ao nível do envolvimento do sócio-gerente na produção veio confirmar da sua libertação para outras atividades nomeadamente de controlo de gestão e análise da carteira de clientes. A alocação do tempo do Sr. Pereira nas tarefas de coordenação de encomendas e contato com clientes externos traduziu-se em impacto ao nível do aumento do volume de faturação. A descentralização da gestão ao nível da produção veio demonstrar que a menor presença do Sr. Pedro Pereira na produção não teve impacto direto nos resultados de produção, contudo em termos indiretos notou-se inicialmente alguns sinais de desmotivação e falta de compreensão por parte dos funcionários, nomeadamente falta de apoio “bengala” permanente para a resolução de problemas. Os objetivos estratégicos foram definidos pela administração com o auxílio do consultor de ligação na formulação da estratégia em Dezembro de 2011. Atualmente os principais objetivos da empresa estão associados a indicadores, situação essa que é totalmente nova pois a empresa não detinha qualquer sistema de gestão. O mapa estratégico é simples e de fácil leitura e inclui a sua distribuição pelas 4 perspetivas e em simultâneo inclui as relações causa-efeito entre objetivos e medidas. A avaliação do grau de cumprimento de metas em simultâneo com a descentralização da direção de produção foi bem sucedida pelo fato de se ter criado a condição de envolver a administração e a chefe responsável pela produção na definição dos objetivos. A avaliação do grau de cumprimento das metas definidas é trimestral e avaliação das iniciativas é semestral. A avaliação e o acompanhamento da estratégia da empresa serviram para avaliar e motivar o desempenho das equipas / colaboradores pelo que foi definido que anualmente serão calculados e atribuídos prémios indexados ao cumprimento das metas definidas no BSC. Página 70 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Conclusões sobre caso de estudo, sobre recolha, tratamento e análise de dados A maior dificuldade foi a de tentar envolver as pessoas todas na organização perante a mudança de metodologias de trabalho. Dificuldade de implementação de todo o tipo de indicadores em virtude da direção e colaboradores não seguirem esta forma de controlo de gestão. Os colaboradores apontaram como vantagem a clarificação e transparência do que se pretende e do cuidado em explicar o que se pretende, para onde queremos ir e como vamos para lá. A motivação dos trabalhadores em geral aumentou pelo fato da implementação de prémios de produtividade e reconhecimento de que houve a preocupação de explicar e formar numa perspetiva complementar às perguntas feitas no posto de trabalho, instalando um clima de fluxos de partilha de valor acrescentado. Página 71 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Recomendações A declaração de missão não existia pelo que deverá passar a incluir os produtos que produz, os mercados para onde se dirige e incorporar os valore éticos principais. Os valores da empresa deverão ser partilhados por todos os colaboradores para se obter uma posição reforçada face às adaptações às novas tarefas. A busca de coesão e concentração de energias no que é útil deverá ser uma atitude constante de todos os colaboradores, nomeadamente com a participação em reuniões trazendo propostas para concretização das metas. A visão da empresa deverá estar acessível ao conhecimento de todos, nomeadamente através do mapa estratégico. A visão deverá estar no topo do mapa para que todos os colaboradores sem exceção possam identificar claramente a grande prioridade da empresa. As diferentes seções / departamentos (centros de responsabilidade) devem funcionar de forma articulada para se obterem ganhos de eficiência. O BSC deverá ser uma ferramenta dinâmica, flexível e por isso sujeita a adaptações sempre que as condições internas e externas do mercado assim o exijam. Página 72 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME VII - Bibliografia Bibliografia IES Pereira Sousa & Figueiredo Lda. (2008,2009,2010). Federação Nacional dos Apicultores em Portugal. (12 de 2011). Obtido de Web site da FNAP : http://www.fnap.pt/ Aaker, D. A. (1992). Strategic Market Management. New York: John Wiley & Sons Inc 3rd Edition. Abell, D. F. (1993). Managing With Dual Strategies: Mastering the Present, Preempting the Future". New York: The Free Press. Ansoff, H. I. (1977). Esratégia Empresarial. São Paulo: McGraw Hill. Drucker, P. F. (1997). Inovação e Gestão. Lisboa: Editorial Presença 4ª Edição. Drucker, P. F. (2000). Desafios da Gestão para o Século XXI. Porto: Livraria Civilização Editora. Gerald A. Michaelson; Steven W. Michaelson. (2005). Sun Tzu Estratégias de Marketing. São Paulo: m.Books. Jordan, Hugues; Neves, João carvalho; Rodrigues, José Azevedo. (2008). O Controlo de Gestão. Lisboa: Áreas Editora. Katplan, R. N. (1996). 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Sousa, Maria Gabriela Pombo; Rodrigues, Lúcia Mª Portela de Lima. (2002). O Balanced Scorecard Um instrumento de gestão estratégica para o século XXI. Porto: Editora Rei dos Livros. Yin, R. K. (2003). Case Study Research , Design and Methods. Thousand Oaks: Sage Publication Inc. Página 73 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Anexos Página 74 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Anexo I – Guia de Entrevista – Fase Diagnóstico 1.Como surgiu o negócio da ABC Lda? A empresa ABC surgiu de uma brincadeira de três amigos que começaram a desenvolver a actividade como apicultores. Dessa actividade começaram por construir as suas próprias colmeias. Os amigos e conhecidos da zona foram entretanto pedindo que fabricassem para eles também. Foi assim que surgiu a ideia por parte dos três amigos abrirem uma empresa em 1987. Muitos dos apicultores nessa altura davam mel em troca das colmeias e foi-se estabelecendo uma relação de confiança e credibilidade junto dos clientes ao longo de anos. Dos três sócios, dois desistiram ficando apenas o único sócio. Esta confiança e credibilidade está agora a ser passada para os seus filhos,que estão assumir recentemente o gerência da empresa. 2.Qual era a estratégia da ABC Lda até 2012. Existia uma estratégia perfeitamente definida na mente da gerência, ou as coisas (crescimento da empresa) aconteciam de uma forma espontânea? O crescimento da empresa foi acontecendo ao longo dos anos de forma espontânea, mas sentimos neste momento que temos que fazer algo. Eu e o João passamos o dia divididos entre a correria das entregas e um dos irmãos no controlo constante na fábrica. 3.Como é feito o controlo da área de produção? O controlo passa pela palavra verbal e observação directa dos funcionários. 4.Como é dada ordem de serviço, existe algum documento que passa para a produção? A única forma de o fazer é de forma verbal, comunico a quantidade e tipo de colmeia que é para produzir, vejo se existe material suficiente, quando não existe sou eu também que faço as encomendas ao fornecedor. 5.Faz gestão de stocks? Não. O que existe no fim da produção é um registo manual das quantidades produzidas diariamente por cada colaborador por modelo de produto. Não registamos saídas. – Anexo X Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME 6.Quantos clientes tem e que tipos de clientes são? Temos cerca de 700 clientes dos quais 50% clientes são revendedores, outros 50% dividem-se entre particulares e outros consumidores finais. Tem ultimamente surgido clientes muito pontuais por via de investimentos de novos empresários que se lançam na actividade devido aos incentivos que vão surgindo no sector, mas devido ao seu fraco conhecimento na área, acabam por não dar continuidade ao projecto. De 1000 empresários que se lançam na actividade só cerca de 200 dão continuidade. 7.Quais os principais concorrentes? Em Portugal somos cerca de 10 empresas. O conhecimento é muito diminuto nesta área e para ter uma ideia em relação a maquinaria não existe muita. Existem em Portugal apenas 3 máquinas para fazer grades excluídoras 8.Qual o preço médio de uma colmeia? Cerca de 30 €. 9.Qual o custo de cada colmeia? Não temos controlo de custos de produção, contudo o preço rondará os 20€. Página 76 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Anexo II – Balanced Scorecard da empresa ABC Lda Visão A ABC Lda. pretende garantir uma eficaz resposta às solicitações do mercado nacional assim como expandir para o mercado internacional ao nível de construção de colmeias. PERSPECTIVA Financeira Clientes Proc. Internos Aprendizagem e Infra-estruturas OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS - Aumentar valor - Accionistas - Gestão eficiente - Qualificação dos Clientes de recursos RH - Captar novos - - Vendas clientes gestão -Aumentar - Aumentar quota - arentabilidade mercado produtividade - Aumentar as Fidelizar Descentralizar Aumentar a motivação Maior dinamização e do sector produção Alemanha FACTORES CRÍTICOS DE Solidez financeira Credibilidade junto dos clientes Maquinaria exclusiva e única em Portugal Knowhow do processo de produção SUCESSO INDICADORES Página 77 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Reforçar acção comercial e prospecção de novos clientes quer a nível nacional PLANOS DE ACÇÃO como internacional com marcações de visitas e apresentação de propostas a clientes novos. Criação de catálogo e site. Utilização de Sistemas de informação alocados á criação de base de dados de clientes potenciais e utilização de intranet na comunicação entre apoio comercial e técnico comercial entre outros órgão da organização. Detectar e promover acções de formação a colaboradores nomeadamente nas áreas das línguas e técnicas de vendas. Promover o trabalho de equipa com a criação de uma caixa de sugestões e que todos os colaboradores podem manifestar a sua ideia/sugestão e política de incentivos aliados á produtividade. Página 78 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Anexo III- Manual da qualidade Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Anexo IV- Manual de Implementação do sistema documental e plataforma em Share-point Página 80 de 81 Estudo de Implementação do Balanced Scorecard a uma PME Anexo V – Ficheiro construído em Excel para acompanhamento e monitorização dos resultados Página 81 de 81