Capítulo IX- Reino Plantae ou Metaphyta Características gerais: As

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Capítulo IX- Reino Plantae ou Metaphyta Características gerais: As
Capítulo IX- Reino Plantae ou Metaphyta
Características gerais:
As plantas apresentam uma tendência evolutiva de se tornarem cada vez mais
independentes da água para reprodução, sendo que as estruturas reprodutivas estão cada vez
mais especializadas. Abaixo estão listadas algumas características desse reino:



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

Eucariontes, pluricelulares;
Apresentam organização tecidual (são mais complexas que as algas multicelulares);
Autótrofas fotossintetizantes;
Clorofila organizada em cloroplastos;
Armazenam amido como reserva energética;
No ciclo reprodutivo ocorre alternância de gerações (metagênese).
Diversidade
Os musgos, as samambaias, os pinheiros e as laranjeiras, entre outros, são do reino
Plantae (ou Metaphyta), caracterizando-se por apresentar células com carioteca, parede celular
(membrana esquelética ou celulósica), cloroplastos e outras características listadas acima.
Esse reino divide-se em quatro grupos:
- Briófitas;
- Pteridófitas;
- Gimnospermas;
- Angiospermas.
Características evolutivas das plantas
Note que as plantas apresentam um ancestral comum com as algas verdes (clorofíceas).
Ciclo reprodutivo das plantas
Meiose
Briófitas


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
Criptógamas (não apresentam flores);
Avasculares;
Assifonógamas (não apresentam tubo polínico);
Não apresentam sementes e frutos;
Apresentam caulóide, filóide e rizóide (são talófitas, ou seja, não apresentam raiz
caule e folhas verdadeiras);
 Dependem da água para a fecundação;
 Gametófito duradouro.
Estrutura básica
A  Esporófito (2n): produz esporos;
B  Gametófito (n): produz gametas.
Ciclo Reprodutivo de um Musgo
Em seu ciclo reprodutivo (metagênese ou alternância de geração  ocorre tanto
reprodução assexuada quanto sexuada) as briófitas passam por duas fases:
a
1 fase- Esporófito: Assexuado e diplóide (2n).
Porção diplóide do musgo que produz esporos por meiose (meiose espórica ou
intermediária). O esporófito está presente apenas em uma fase da vida do musgo (fase
transitória). Essa estrutura é dependente do gametófito.
a
2 fase- Gametófito: Sexuado e haplóide (n).
Nessa fase o gametófito forma os gametângios que são os órgãos produtores dos
gametas.
a) Anterídio: nome do gametângio masculino  produz o gameta masculino
(anterozóide);
b) Arquegônio: nome do gametângio feminino  produz o gameta feminino (oosfera)
Em ambiente favorável os esporos germinam e formam os gametófitos masculinos e
femininos. Por meio de gotículas de água que caem sobre o anterídeo ocorre liberação dos
anterozóides que caem e nadam no interior do arquegônio até a fecundação da oosfera
(fecundação dependente de água) formando o zigoto (2n) em cima do gametófito feminino. O
desenvolvimento desse zigoto forma o esporófito (2n). O esporófito maduro libera esporos que
iram originar outros gametófitos fechando o ciclo.
Pteridófitas
O grupo das pteridófitas compreende as samambaias, avencas, xaxins, samambaiaçus,
cavalinhas, licopódios e selaginelas. É o primeiro grupo a apresentar sistema de vasos
condutores (traqueófitas ou vasculares) o que garante maior porte em relação as briófitas.
Características gerais:







Apresentam raiz, caule e folhas verdadeiras (cormófitas);
Criptógamas;
Traqueófitas;
Assifonógamas;
Não apresentam semente e frutos;
Dependem da água para a fecundação;
Esporófito duradouro.
Estrutura Corporal
Ciclo Reprodutivo das samambaias
Esporófito (2n)
Gametófito (n)
Prótalo
Nas Pteridófitas o esporófito representa a fase mais complexa e duradoura, enquanto o
gametófito a fase mais curta. Na folha aparecem os esporófitos em inúmeros pontos escuros
chamados soros (conjunto de esporângios). No interior dos esporângios, ocorre a produção de
esporos haplóides (meiose espórica). Esses esporos são liberados e após germinação formam
uma estrutura laminar com formato de coração chamado de prótalo. No prótalo encontram-se
tanto o gametófito masculino quanto o feminino. Por meio do batimento dos flagelos os
anterozóides deixam os anterídeos e em meio líquido penetram no arquegônio promovendo a
fecundação da oosfera e formando o zigoto (2n). O zigoto se desenvolve e forma um novo
esporófito completando o ciclo.
OBS.: durante o desenvolvimento do esporófito ocorre a degeneração do gametófito.
Gimnospermas (pinheiros)
Inclui os pinheiros, araucárias (pinheiro-do-paraná), sequóias, ciprestes, cycas, Ginkgo
biloba, etc.. O nome gimnosperma refere-se ao fato da semente não apresentar a proteção de
um fruto (gymno=nua, sperma = semente). Características gerais:

Raiz, caule e folhas verdadeiras (cormófitas);

Apresentam grande porte;

Traqueófitas;

Abundantes em regiões de clima temperado e frio;

Apresentam flores (fanerógamas);

Sifonógamas (formam tubo polínico) que permite independência de água para a
fecundação;

Apresentam sementes (espermatófitas);

Não apresentam frutos;

Esporófito duradouro e gametófito temporário.
Exemplos: (sequóia, cycas e pinheiros)
Estrutura da flor (chamada de estróbilo ou cone  coníferas) de Gimnospermas
Semente de Gimnosperma (pinhão)
Ciclo Reprodutivo
Os estróbilos são as estruturas reprodutoras das gimnospermas. Correspondem a um
ramo fértil, responsável pela produção dos esporos. Existem dois tipos de estróbilos: os que
produzem esporos femininos (megásporos) e os que produzem esporos masculinos
(micrósporos). O estróbilo feminino é chamado megastróbilo e o masculino microstróbilo.
Algumas espécies apresentam árvores só com estróbilos masculinos e árvores com estróbilos
femininos (dióicas), mas na maioria das espécies ambos são encontrados na mesma árvore
(monóicas). Quando os estróbilos masculinos se abrem eles liberam os grãos-de-pólen que
são levados pelo vento até o estróbilo feminino . Depois da polinização, os gametas masculinos
atingem o gameta feminino deslizando pelo interior do tubo polínico. Da fecundação resulta a
semente, que irá germinar produzindo uma nova planta.
OBS.: A fecundação é simples (ocorre apenas uma), formando uma semente com
tegumento (2n), embrião (2n) e endosperma primário (n).
Angiosperma
Compreendem a maioria das plantas que conhecemos ex.: Eucalipto, gramíneas,
orquídeas, cactos, laranjeira, abacateiro, etc...
Características Gerais
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


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Fanerógamas;
Traqueófitas;
Cormófitas;
Sifonógamas;
Espermatófitas;
Apresentam frutos.
Esquema de uma flor completa de Angiospermas
As flores atraem devido à cor, formato, cheiro ou atrativos alimentares (néctar). Isso
permite uma eficiência maior na polinização sendo, portanto, um grande ganho evolutivo.
Geralmente, as plantas que atraem animais diurnos apresentam flores vistosas. Já as plantas
que atraem animais noturnos apresentam flores menores, pouco coloridas e com grande
liberação de odores.
Nas anteras ocorre a produção dos grãos de polens e no ovário encontraremos o óvulo.
A fecundação do óvulo gera a semente e a hipertrofia do ovário gera o fruto verdadeiro.
OBS.: Vocabulário botânico
Estame: antera+filete;
Carpelo ou pistilo: estigma+estilete+ovário;
Corola: conjunto de pétalas;
Cálice: conjunto de sépalas;
Androceu: conjunto de estames;
Gineceu: conjunto de carpelos
Polinização
Polinização é o ato da transferência de células reprodutivas masculinas ou seja: (grãos
de pólen) que estão localizados nas anteras de uma flor para o receptor feminino estigma de
outra flor, ou para o seu próprio estigma. Pode-se dizer que a polinização é o ato sexual das
plantas espermatófitas, já que é através deste processo em que o gameta masculino pode
alcançar e fecundar o gameta feminino. A transferência de pólen pode ser através de fatores
bióticos, ou seja, com auxílio de seres vivos, ou abióticos, através de fatores ambientais. Os
tipos gerais de polinização são os seguintes:
 Anemofilia: através do vento;
 Entomofilia: polinização através de insetos;
 Ornitofilia: polinização feita por aves;
 Hidrofilia: através da água;
 Artificial: através de técnicas de manipulação humana;
 Quiropterofilia:polinização feita por morcegos;
Pode haver também a auto-polinização, quando uma flor recebe seu próprio pólen. Em
muitos casos, a flor possui mecanismos que rejeitam o pólen produzido em suas anteras, o que
assegura a reprodução sexuada, ou seja, que haja intercâmbio de genes com outros indivíduos
da espécie. No entanto, indivíduos de algumas espécies não apresentam esses mecanismos, e
aproveitam-se de seu próprio pólen para produzir sementes e garantir a estabilidade de sua
população.
OBS.: Entre as Gimnospermas a polinização é quase sempre anemófila. Especula-se
que isso seja conseqüência do momento em que estas plantas evoluíram, quando não haviam
insetos especializados na coleta de pólen. A pequena variedade de meios de polinização neste
grupo reflete-se na pouca variação morfológica de suas estruturas reprodutivas
Ciclo Reprodutivo
A fecundação das angiospermas é dupla formando uma semente com tegumento (2n),
embrião (2n) e endosperma secundário (3n) diferente das gimnospermas.
Classificação
As angiospermas são classificadas em duas classes: Monocotiledôneas (milho,
gramíneas, palmeiras, orquídeas) e Dicotiledôneas (mamona, feijão, ervilha, goiaba).
Frutos
É um órgão reprodutivo resultante da hipertrofia do ovário floral. Tem como funções:
proteger e muitas vezes participar do processo de dispersão das sementes.
Pseudofruto
Resultante da hipertrofia de outra peça floral, como por exemplo: receptáculo ou
pedúnculo floral. Exemplos: morango (hipertrofia do receptáculo floral) e caju (hipertrofia do
pedúnculo floral).
Fruto Partenocárpico
São frutos nos quais ocorre a hipertrofia de uma peça floral sem que tenha ocorrido a
fecundação do óvulo (a fecundação do óvulo origina uma semente), ou seja, são frutos sem
semente. Exemplos: banana e limão sem semente.
Órgão Vegetativos
Os órgão envolvidos diretamente com a sobrevivência das plantas são chamados de
vegetativos. Os principais órgãos vegetativos são: raiz, caule e folha.
1- Raízes
Apresentam diversas funções como:
 Fixação da planta;
 Absorção de água e nutrientes minerais;
 Podem promover reserva de nutrientes.
Estrutura da raiz
Tipos de raízes

Tabulares;

Haustórias ou sugadoras (raízes de plantas parasitas como o cipó-chumbo e ervade-passarinho);

Pneumatóforas ou respiradoras (comum em manguezais);

Adventícias (suporte para sustentação da planta, comum em plantas de médio
porte que crescem em regiões alagadas ou à beira dos rios);

Tuberosas (armazenam amido).
Raízes tabulares
Raízes haustórias
Raízes pneumatóforas
Raízes adventícias
Raízes tuberosas
2- Caule
Permitem a comunicação das raízes às partes aéreas da planta. Geralmente são aéreos.
Estrutura básica do caule
Tipos de Caule
O caule pode ser dividido em duas categorias:

Aéreos: tronco, estipe, colmo, haste, cladódio.

Subterrâneos: rizoma, bulbo, tubérculo.
Tronco: caule bastante resistente, do tipo lenhoso. Exemplo: laranjeira, abacateiro.
Estipe: é um caule que não apresenta ramificações, sendo que suas folhas encontramse apenas na extremidade superior da planta. Exemplo: palmeira, coqueiro.
Colmo: é o caule típico de bambu (neste caso oco) e da cana-de-açucar (maciço). Os
nós e entre-nós encontram-se evidentes.
Haste: é um tipo de caule mais flexível e de coloração verde. Exemplo: salsa, cravo.
Cladódio: Caule responsável pela fotossíntese. Típico de cactáceos.
Rizoma: caule subterrâneo que apresenta várias ramificações. Dele partem as partes
aéreas como as folhas. Exemplo: bananeira, samambaia, gengibre.
Bulbo: apresenta uma região caulinar revestida por folhas modificadas. Exemplo:
cebola, lírio, alho.
Tubérculo: caule subterrâneo envolvido com o armazenamento de reservas energéticas
como o amido. Exemplo: batata-inglesa, cara.
3- Folha
São órgãos clorofilados e geralmente apresentam uma estrutura laminar. Este órgão
pode apresentar adaptações de acordo com a pressão ambiental. Exemplo: espinhos e pêlos.
A folha apresenta funções básicas como fotossíntese e está diretamente relacionada com a
transpiração.
Estrutura básica
Uma folha simples completa apresenta a bainha (que é uma dilatação encontrada no
ponto de inserção com o caule), um pecíolo (envolvido com a fixação da folha ao caule) e o
limbo (lâmina foliar, constituído de uma porção superior e inferior).
Adaptação foliar
Gavinhas: folhas adaptadas que promovem a fixação da planta a um suporte. Exemplo:
ervilha, maracujazeiro.
Espinhos: folhas que apresentam uma grossa cutícula cerosa que evita a perda de
água por transpiração. Comum em plantas que vivem em clima seco. Exemplo: cactos
Brácteas: estruturas envolvidas com a atração de insetos e pássaros. Encontra-se
presente na base de algumas flores. Exemplo: bico-de-papagaio.
Catafilos: folhas reduzidas envolvidas com a proteção de gemas dormentes. Podem
atuar como órgãos de reserva. Exemplo: cebola.

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