02/2014 - Movimento Tradicionalista Gaúcho

Transcrição

02/2014 - Movimento Tradicionalista Gaúcho
Este caderno é
parte integrante do
informativo
Eco da Tradição
Nº 150
Fevereiro de 2014
O caderno Piá 21 é publicado mensalmente junto ao jornal Eco da Tradição, sob a supervisão da Vice-Presidente de Cultura do MTG - Elenir Winck
Jornal Eco da Tradição conta
sua história
O jornal Eco da Tradição, que hoje
circula no meio tradicionalista, bem como nas
escolas e comunidade em geral , passou por
varias mudanças ao longo da sua história.
A sua história começa em 1976 quando
da fundação o jornal TRADIÇÃO. O Tradição
foi criado por empresa jornalística de Novo
Hamburgo que cedeu o nome e o próprio
jornal ao MTG. No MTG o jornal passou a
ser organizado, preparado e editado pelo
tradicionalista Edson Otto.
Na data de 1983, o jornal Tradição
passou a ser considerado como o jornal
oficial do MTG. Foi incluído um artigo no
Regulamento Geral do MTG definindo que o
Tradição pertencia à instituição. O conteúdo
do jornal incluía informações, curiosidades e
divulgações do tradicionalismo gaúcho.
O jornal passou a ter assinantes que
recebiam as edições mensais em suas
residências através do serviço de correios.
Este modelo foi editado e circulou
até o ano de 1989, quando teve a circulação
interrompida. A interrupção de circulação do
jornal Tradição perdurou até o ano de 1992.
Na retomada do jornal, lá estava Edson Otto
como responsável pela sua confecção e
distribuição.
Mesmo que o Tradição tenha se
mantido como de propriedade do MTG, era
Edson Otto e sua esposa que cuidavam de
tudo, inclusive das condições financeiras para
a sua circulação.
No ano de 1999, na gestão de Jair Lima
a frente do MTG, o jornal Tradição voltou a
contar com a participação do MTG, através
da Fundação Cultural Gaúcha – FCG, na
elaboração e financiamento de edição. Ainda
havia assinantes.
Em março de 2001, o jornal TRADIÇÃO,
mercê das dificuldades financeiras que
enfrentava, circulou pela última vez.
Setembro de 2001! Diante da
necessidade de haver um meio de divulgação
das coisas do MTG, foi criado o jornal ECO DA
TRADIÇÃO. Era presidente do MTG Manoelito
Savaris. O “ECO”, como o significado da
palavra, é o jornal tradição redivivo ou o ecoar
da própria tradição que se manifesta no fazer
do Movimento Tradicionalista.
Juntamente com o jornal, circula
também o caderno especial denominado PIÁ
21.
Piá 21 tinha a finalidade inicial de dar
suporte teórico e pedagógico ao programa
de mesmo nome que era desenvolvido em
parceria entre CTGs de Porto Alegre e escolas
públicas vizinhas possibilitando que os alunos
tivessem formação complementar nos CTGs,
no turno inverso ao da aula na escola. O
projeto teve curta duração (seis meses), mas
o caderno especial seguiu levando aos CTGs
e às escolas conteúdo em formato apropriado
para ser desenvolvido com alunos do ensino
fundamental.
A partir do próximo mês os
leitores encontrarão nesse mesmo espaço,
um caderno semelhante tanto no conteúdo
quanto na finalidade, ou seja, um caderno
com material que poderá servir de apoio
pedagógico para os professores do ensino
fundamental.
Bem como será de grande apoio às
entidades e seus Departamentos de Cultura,
como forma de auxílio aos projetos do MTG
VAI À ESCOLA.
FEVEREIRO AINDA É TEMPO DE FÉRIAS!
Crianças em casa ou então muitas
vezes sem opções de lazer e diversão
Como e de que forma entreter as nossas
crianças?
A resposta sempre será : com atividades
que sejam envolventes e que também possam
participar e deixar a criatividade brotar e
usufruir da imaginação para a confecção de
brinquedos e favorecer os momentos e locais
para as brincadeiras.
Segue
algumas
sugestões
de
brinquedos para a sua confecção:
A produção e aplicação pedagógica do Caderno Piá
21 é responsabilidade de:
Odila Paese Savaris
Pedagoga
2
CASINHA
FAZENDO OS PRÓPIOS INSTRUMENTOS
A música cantada ou tocada sempre
será uma atividade atraente, e desperta nas
crianças o gosto pela musica, a sensibilidade
auditiva, o ritmo, a concentração entre outras
coisas.
Utilizar
preferentemente
material
reciclável ou encontrado na natureza.
O professor ou o responsável pelo
grupo de crianças deve auxiliar a construir os
brinquedos.
Chocalho: com latas vazias ou caixinhas
colocar dentro delas pedrinhas ou sementes
e fechar bem.
Tambor: Numa lata de tamanho médio
(de tinta), fazer um buraco em cada lado,
passar um fio forte, para a alça. Para as
baquetas, utilizar pedaços de cabo de
vassoura, ou qualquer pedaço de madeira
(fácil de conseguir retalhos em serralherias).
Flauta: com taquara ou bambu, são feitos
buraquinhos a sua parte superior para dar o
som das notas musicais.
Pratos: tampas de panelas ou tampas de
outras latas quaisquer, fazer dois buracos
para fixar uma alça para segurar com a mão.
Podem ser confeccionados, uma
quantidade grande de instrumentos musicais,
basta deixar fluir a
criatividade para a
confecção dos instrumentos musicais.
Bilboquê: pode ser feito de madeira
torneada ou de material reciclável
Para confecção, solicitar com antecedência
para as crianças juntarem com o auxílio de
seus familiares os materiais: garrafas pet,
jornal (para fazer a bola) e fita adesiva (para
fixar a bola de jornal).
Latas de conservas ou extratos, fio
resistente, um pequeno bastão de madeira
para a confecção dos bilboquês de lata;
Depois de confeccionado o bilboquê ensinar
jogar e deixar brincar. Pode-se também
realizar a competição de quem acerta mais
vezes e quem consegue acertar a “caçapa”
fazendo malabarismos.
TELEFONE DE LATA IMAGEM
ü Para a sua confecção utilizam-se latas
de conservas.
ü Depois de limpas furar o fundo da
lata e passar um fio do comprimento
que desejar e é amarrado em palitos
( fósforos, dente ou pedacinho de
madeira) por dentro da lata.
ü Pode-se estabelecer um tema para
desenvolver a conversa através do
telefone de lata ou então, deixar de
livre escolha.
ü A partir de objetos recicláveis, reservar
um dia, em lugar aberto, para a
organização de casinhas;
oDeixar bem à vontade e
incentivar a construção de
mobílias, com o material
disponível.
üPara atividade da construção da
casinha e da mobília é interessante
disponibilizar retalhos de madeira (fácil
a aquisição em fábricas de móveis)
ü Organizar um concurso de mobílias,
com materiais recicláveis: caixinhas
diversas, caixas de leite, retalhos de
tecido, garrafas pet, tampinhas etc.
TROPA DE OSSO
A tropa de osso: brinquedo e
brincadeira bastante difundida na região da
campanha, na cidade pode-se substituir o
osso por pedrinhas, garrafinhas, pauzinhos
ou outro material que esteja ao alcance dos
meninos.
Para esta brincadeira:
- contar a historia sobre o tropeirismo;
- contar que terra é arada por junta de bois,
onde não existem as maquinas;
- fomentar a construção de maquetes de
fazendas, utilizando a tropas de ossos para
representar os animais;
- resgatar a importância do animal na vida do
homem, para as lides de campo;
- solicitar aos alunos para que questionem
seus pais, avós ou amigos com vivencia rural
para conhecerem como eram realizadas as
lides campeiras.
- em pequenos grupos, organizar uma
apresentação
“minha fazenda” utilizando
as tropas de osso, onde irão encenar uma
situação de lida campeira. Por exemplo:
recolhendo o gado no campo, utilizando os
bois para lavrar a terra, tirando o leite das
vacas, conduzindo uma tropa de gado etc.
3
BONECAS OU BRUXAS DE PANO
As bonecas são encontradas desde
o inicio da civilização e em todos os povos.
Bonecas de pedras, bonecas de pau, bonecas
de osso, bonecas de vegetais ou legumes,
bonecas de trapo ou de lã, bonecas de todo
o tipo e modelo e que até hoje fazem parte
do mundo imaginário das meninas em suas
brincadeiras.
Existem vários modelos e varias formas
de se confeccionar uma boneca ou “bruxinha”
de pano. Apresentaremos uma sugestão
simples:
A BONECA DE RETALHOS DE PANO
Material necessário:
- Retalhos de tecidos diversos
- Linha
- Agulha
- pelego ou fios de lã para fazer o cabelo
Modo de fazer:
ü Usamos o tecido de maior tamanho e
fizemos um rolinho;
üDobramos ao meio e amarramos
a parte dobrada para que fique
proporcional ao tamanho de uma
cabeça;
ü Enrolar o segundo pano e colocar
entre as duas partes do primeiro tecido,
amarrar para ficar firme e passar um fio
e enosar (fazer nós) as extremidades
para representar as mãos da boneca;
ü bordar a boca e os olhos e costurar os
cabelos;
ücom os retalhos coloridos “vestir”
boneca.
ü Modo de fazer o Cabelo:
ü Com pelego, ou fios de lã costurados
na cabeça.
üApós o término da confecção da
boneca, deixar brincar.
BONECA DE LÃ
Material necessário:
- lã
- retalhos de tecido para “vestir”
- linha preta para bordar os olhos
- linha vermelha para bordar a boca
PRENDINHA:
ü Vamos enrolar o fio num papelão,
de acordo com a altura desejada da
boneca;
ü Quando terminar de enrolar, corta-se
uma das extremidades;
üNa outra extremidade, deverá ser
amarrado um fio para dar o tamanho e
o formato da cabeça;
ü Dividir o restante dos fios em três
partes, as partes de fora podem ser
com menos fios, cortar a metade do
seu cumprimento e amarrar as pontas
e, assim, serão os baços;
ü Amarrar um fio no lugar da cintura;
ü Bordar a boca e os olhos;
Viva! Está feita a boneca com saias.
Nesta mesma técnica podemos
confeccionar o “gauchinho”.
ü Fizemos os mesmos passos, depois
de formar os braços, vamos dividir
ao meio os fios de lã que sobraram e
amarrar as extremidades;
Feitos a prendinha e o gauchinho, é
hora de brincar!
Além destas sugestões, pode-se
organizar o material e realizar a confecção
das bonecas de sabugo de milho, bonecas
de retalhos de acordo com pesquisa das
crianças junto a sues pais, avós ou amigos ou
mesmo a iniciativa de criar.
MODELAGEM
Amassar, contornar, fazer formas,
entrar no mundo da imaginação e criar! A
modelagem favorece a coordenação motora,
as noções de formas, tamanho, espaço além
de outras percepções.
Para o trabalho com a modelagem o
professor ou orientador deve estar presente
para orientar na manipulação de determinadas
massas para modelar. As massas de modelar
podem ser confeccionadas como por
exemplo de massas de papel crepom, de pão,
de jornal, de plastilina.
Fantoches confeccionados com as
massas de modelar (tecido, papel crepom
ou jornal) são uma boa ideia para que as
crianças elaborarem um teatro de fantoches!
ARGILA
É uma massa para modelar que pode
ser facilmente adquirida em fabricas de vaso,
floriculturas ou até mesmo em algumas casas
de comercio.
Trabalhando com a
modelagem
de argila e preparando o tema dos festejos
farroupilhas:
ü Providenciar a argila com antecedência
ü Preparar o ambiente
ü Como sugestão: apresentar uma lenda
e após deixar os alunos realizarem
objetos, estátuas ou símbolos referente
a lenda em questão
ü Permitir que as crianças realizem uma
interpretação teatral da lenda usando
as estatuas e objetos confeccionados
com a argila
ü Os objetos podem ser pintados para
ficarem coloridos e mais atraentes ás
crianças
ü Deixar conversar durante o trabalho
manual e permitir que a iniciativa de
cada um
ü Organizar uma exposição das peças
produzidas pelas crianças
Um universo de pesquisas e resgates
pode ser desenvolvido dentro do mundo dos
brinquedos e das brincadeiras folclóricas
podendo ser trabalhados nas escolas e CTGs.
Podemos criar ótimas oportunidades
para que as crianças e os jovens aprendam,
conheçam e reconheçam brinquedos e
brincadeiras que ocuparam a imaginação
dos seus pais e avós.
Uma boa sugestão também é promover
uma gincana envolvendo as crianças e seus
pais ou responsáveis, onde as tarefas devem
ser direcionadas considerando a faixa etária.
Para as brincadeiras importante que
a confecção do material empregado seja
realizado pelas criança, evidentemente que,
com a ajuda de adultos quando necessário.
Brincadeiras para a gincana:
- disputas com as pernas de pau
- corrida com pés de lata
- competição de cinco marias
- disputa de quem acerta mais no bilboquê
- jogo de bolinhas de gude
- corrida equilibrando ovo
-corrida do saco
- confecção da boneca de pano com matérias
disponíveis
- a gincana pode envolver também a parte de
oratória da cultura com perguntas e respostas
Nesse mundo do faz de conta, vale
brincar e deixar brincar.
Não há limites para a imaginação!
4
PÉROLAS DA CULTURA GAÚCHA:
“
E
olha
lá,
num
amanhecer de primavera,
o rancho todo construído e
ele piando de felicidade ao lado
da companheira. E agora podem
vir chuvas, que isto não tem mais
importância.
Se o joão-de-barro, que é um
passarinho flaquito, pode fazer tudo isso
com seu biquinho de nada, por que
não poderá um homem construir
sua felicidade? Basta querer!”
Luiz Carlos Barbosa Lessa
Trecho de “Os Guachos”
“Se
queres
ser universal,
começa
por
pintar a tua
aldeia.”
Cyro Dutra Ferreira
Leon lstoi
PALAVRAS CRUZADAS:
01 - Cidade gaúcha do festival de cinema e das
hortências:
02 - A Revolução Federalista no RS, que colocou em confronto os Maragatos e os Pica-Paus
aconteceu no período em que, era Presidente
do Estado:
03 – Palavra chave – Eco da Tradição
04 - Imigrantes que chegaram no
RS e fundaram as cidades de São
Leopoldo, e Novo Hamburgo:
05 - A Árvore Símbolo do Rio Grande do Sul é:
06 - O Chamado “duelo de Bravos”, foi um combate que aconteceu entre Bento Gonçalves e:
07 - O Forte Jesus-Maria-José,
criado pelos portugueses, no território do Rio Grande do Sul, deu
origem a atual cidade de:
08 - Pelo Tratado de Madrid, os
Sete Povos das Missões, pertenciam aos:
09 - Os indígenas que habitavam
os pampas gaúcho eram da nação:
10 - A criação do Ministério do
Trabalho, a instituição do salário
mínimo, a limitação da jornada
de trabalho, o direito a férias remuneradas, foram algumas das
providencias tomadas a favor do
operário, no governo de:
11 - O clima predominante no Rio
Grande do Sul é denominado:
12 - Foi o primeiro dos sete povos
das missões a ser fundado em
1682:
13 - Na Revolução de 1964, um
golpe político conseguiu depor o
Presidente da República – João
Goulart, que refugiou-se no Uruguai. Em consequência deste
golpe o Brasil viveu 20 anos de
repressão comandado por um regime:
14 - Onde (cidade, hoje) foi assi-
“Mais
cedo ou mais
tarde,
sempre
chegará o dia em que
teremos a certeza de
que não foi em vão termos
feito, sempre que possível,
um
pouquinho
além
daquilo que era nosso
estrito dever.”
nado o Tratado de Paz de Ponche Verde?
15 - Foi a primeira Redução a ser fundada em
1626:
16 - Como se chama a bomba primitiva usada
pelos índios da nação guarani. Seu significado
é “cana oca” – “alisada”:
17 - A haste, ponteira e coador são partes:
“Não
há povo que seja
tão
desventurado
sobre a face da terra, que
não tenha a sua tradição.
Nem mesmo os selvagens
desdenham
do
prazer
e do orgulho de haver
recebido uma herança
do passado...”.
Ismael Moya
Bibliografia
MTG 40 anos – Raiz Tradição e Futuro
Desenhos: Kimberly Santini
Festejos Farroupilhas 2013, O Rio Grande
do Sul no Imaginário Social.
18 - O piquete da tradição era formado por quantos jovens alunos do Julinho?
19 - A linguagem popular se apresenta sob as
mais diversas formas. A expressão:”cara ou coroa” para iniciar um jogo, é conhecido por:
20 - Onde aconteceu o primeiro congresso tradicionalista gaúcho?