Clipagem CRL

Transcrição

Clipagem CRL
15.01.2011
Zero Hora
Cultura – Página 02
17.01.2011
Jornal do Comércio
Panorama – Página 02
17.01.2011
Zero Hora
Editoriais – Página 14
17.01.2011
Correio do Povo
Arte&Agenda – Capa
17.01.2011
Correio do Povo
Arte&Agenda – Página Central
17.01.2011
Correio do Povo
Ensino – Página 10
16.01.2011
Publish News
http://www.publishnews.com.br/telas/clipping/
A situação dos livros no Reino Unido, na Franc¸a e nos EUA
Até o fim de 2009, havia uma filial de grande livraria praticamente a cada esquina da Oxford
Street, em Londres. Desde então, houve a falência do grupo Borders, a fusão da Books Etc.
com a Waterstones e a decisão da última de fechar suas duas megastores na região. Não são
apenas as livrarias independentes que vêm sofrendo no Reino Unido com os efeitos de crises,
concorrência e mudanças de hábito do consumidor.
Além do “efeito Amazon”, os clientes minguaram após a entrada dos supermercados na briga.
Nos EUA, estão sob ameaça as maiores redes de livrarias, como Barnes & Noble e Borders,
que lutam com credores.
A França, por sua vez, encontrou uma solução para as livrarias de rua: o governo determina
um preço único para todos os livros vendidos no país. Sem poder oferecer mais barato, as
grandes redes perderam sua arma. Hoje, o grande desafio é a revolução digital e a
concorrência com a Amazon, líder docomércio de livros no país.
15.01.2011
Folha de S.Paulo
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1501201117.htm
MinC mantém base orçamentária de 2010
Corte de cerca de R$ 200 milhões deve ser compensado pelo programa Praças do PAC
A julgar pelo orçamento que o Congresso Nacional enviou para sanção presidencial, o
Ministério da Cultura (MinC) será, em 2011, um pouquinho menor do que foi no ano passado.
O orçamento que está neste momento sob análise no ministério do Planejamento prevê, para a
cultura, R$ 2,09 bilhões. Em 2010, a pasta conseguiu chegar, graças às emendas
parlamentares, a R$ 2,3 bilhões.
Mas o corte de cerca de 10% deve ser compensado pelos recursos das Praças do PAC. A
execução do programa, deixada em aberto pelo ex-presidente Lula, caberá, segundo fontes
ligadas ao governo, ao MinC. Com isso, a pasta receberá do PAC, apenas na primeira etapa,
R$ 222 milhões, encostando desta forma no valor total de 2010.
Vitor Ortiz, o novo secretário-executivo do ministério comandado por Ana de Hollanda, não
especifica a origem dos novos recursos, mas assegura que a ameaça de cortes é infundada.
"O orçamento de 2011 será praticamente idêntico ao de 2010. Pode ser um pouco menor, mas
pode até ser um pouco maior", diz.
Ortiz afirma que "novos programas poderão incrementar o orçamento" e observa que, além
disso, não se pode falar em valores finais enquanto o Planejamento não der seu parecer sobre
as emendas parlamentares.
"Todos sabemos que o ano será de ajustes, mas temos a garantia da presidente Dilma de que
o orçamento do MinC será mantido no patamar de conquista da gestão anterior", diz o
secretário.
Cabe lembrar que, em 2003, primeiro ano de mandato do ex-presidente Lula, o orçamento do
ministério era, em valores corrigidos, de R$ 398,5 milhões. Em 2007, chegou-se à casa do
bilhão, com R$ 1,07 bilhão.
Dos R$ 2,09 bilhões previstos para este ano, R$ 652 milhões caberão ao Fundo Nacional de
Cultura (FNC), que responde pelos investimentos diretos da pasta em ações e projetos
diversos.
À ESPERA
Apesar de já andar às voltas com os cifrões, o MinC ainda não deu posse oficial ao novo
secretariado.
A expectativa é que neste final de semana sejam definidos os titulares das secretarias do
Audiovisual e da Identidade Cultural, fechando o primeiro escalão.
14.01.2011
Portal R7
http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/livro-digital-dificulta-que-usuariolembre-o-que-leu-20110114.html
Livro digital dificulta que usuário lembre o que leu
Estudo revela que formato legível dos e-readers incentiva cérebro a ser \"preguiçoso\"
Leitores de livros digitais tendem a absorver menos do que leram porque a informação é
apresentada em uma forma muito simples.
Dispositivos como o Kindle, da Amazon, e o Sony Reader apresentam texto em um formato
legível e limpo que incentiva o cérebro a ser “preguiçoso”, tornando difícil ao usuário entender e
aceitar o conteúdo que acabou de ler.
A descoberta vai contra a ideia de que uma leitura legível facilita o aprendizado e a lembrança
de informações.
Um estudo da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, descobriu que um número
significativo de voluntários conseguiu lembrar mais informações quando elas eram
apresentadas com letras incomuns.
A pesquisa sugere que a chamada disfluência – tornar a informação difícil de entender –
melhora o aprendizado e estimula uma melhor retenção do conteúdo.
O estudo questiona o quanto fontes (tipo de letra) conhecidas como Times New Roman e Arial,
usadas na maioria dos livros acadêmicos, ajudam os leitores a estudar para provas.
Recentemente, em entrevista à revista Wired, o escritor americano Jonah Lehrer disse que
estudou o assunto antes de a pesquisa ser publicada. Ele revelou ter achado mais difícil
lembrar informações lidas em seu leitor digital Kindle.
Embora os donos de um Kindle possam alterar o tamanho do texto, eles não conseguem
mudar a fonte Caecilia, que Lehrer diz que permite uma leitura relaxante.
Críticos dos leitores digitais dizem que esses dispositivos impedem o usuário de absorver
informações porque sua tela e fontes dizem ao subconsciente que as palavras que transmitem
não são importantes.
Lehrer diz que fontes disfluentes, “aquelas que são comicamente feias, que fazem as pessoas
rirem, tendem a ser as melhores para o aprendizado e a memória.
- Quando vemos uma fonte fácil de ler a processamos de uma maneira estúpida, mas quando
vemos uma desconhecida, cheia de traços estranhos, temos que usar o cérebro um pouco
mais. Esse esforço extra é um sinal para o cérebro de que isso pode valer a pena lembrar.
15.01.2011
Estadão
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110115/not_imp666417,0.php
País terá plataforma online para catálogos de editoras
Em até um ano deve entrar no ar na a versão brasileira da plataforma espanhola Dilve
(Distribuidor de Información del Libro Español en Venta), banco de dados online para gestão e
distribuição de informação bibliográfica e comercial do livro. O projeto teve início no último
semestre, quando a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Associação Nacional do Livro (ANL)
firmaram acordo preliminar com a Federación de Gremios de Editores de España (FGEE). O
programa, gratuito para associados das entidades, permitirá que editoras pequenas, médias e
grandes cadastrem seus catálogos, com dados como ISBN, capa, sinopse e trechos. "Será
interessante em especial para pequenos e médios livreiros, já que grandes livrarias têm
ferramentas próprias, mas também terá utilidade como um grande canal de informações sobre
os títulos disponíveis para venda no País", diz Vitor Tavares, presidente da ANL. Sem nome
definido, a plataforma terá convênio ainda com a Fundação Biblioteca Nacional, responsável
pelo cadastro de ISBN.
16.01.2011
Folha de S. Paulo
Ilustríssima – Página 08
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/il1601201107.htm
A carne e o espírito
O olhar do sociólogo francês Roger Bastide sobre a literatura e as artes
RESUMO
Livro ilustrado dedicado às artes e copioso volume que reúne textos sobre literatura
brasileira e francesa mostram Roger Bastide como um crítico arguto e ardoroso, porém
indulgente com autores menores. A ideia de "encarnação" permeia seu pensamento
crítico e permite compreender sua visão sobre a literatura nos trópicos.
O SOCIÓLOGO FRANCÊS Roger Bastide (1898-1974) estudou e amou intensamente o Brasil,
país onde passou 16 anos de sua vida (de 1938 a 1954), dando aulas na Universidade de São
Paulo e fazendo pesquisas pioneiras, em especial sobre o candomblé.
Mas dizer que Bastide gostava do Brasil é dizer muito pouco, e incorrer em certa imprecisão.
Na verdade, ele parecia gostar de qualquer coisa que aparecesse à sua frente.
Pelo menos esta é a impressão que deixam as mais de mil páginas da "Navette Literária
França-Brasil" [Edusp, 1.348 págs., R$ 172 os dois volumes], coletânea de seus textos
críticos para diversas publicações brasileiras e francesas (como "Anhembi", "Diário de S.
Paulo", Folha, "Mercure de France"), organizada por Gloria Carneiro do Amaral.
Ao longo de tantos artigos, alguns bastante circunstanciais, outros importantes, é difícil ver
Bastide sem entusiasmo pelo que comenta; são raríssimas as frases negativas saídas de sua
pena.
Companheiro de atividade jornalística nos anos 1940, Antonio Candido conta ter repreendido
Bastide pelo excesso de indulgência. "Eu não faço juízos de valor", respondeu o francês, "eu
faço juízos de realidade." E foi assim que se animou, no seu livro sobre "A Poesia AfroBrasileira" (Martins, 1943), a colocar o simbolista Cruz e Souza no mesmo nível de Stéphane
Mallarmé e Stefan George.
Já nas primeiras páginas do volume "Textos de Crítica Literária de Roger Bastide", vemos o
jovem professor tecendo elogios a obscuros escritores de província, como Pierre Calel, André
Lamandé, Louis Gratias, Raoul Stéphan...
O que Bastide admira nesses nomes que a história literária francesa esqueceu é sobretudo a
capacidade que tinham de retratar, ou "cantar", as realidades regionais. O "solo místico,
ardente" do Quercy é o que fascina Bastide ao ler um romance de Hélène Lémery. Os jogos de
bocha e o "vinho ensolarado" do sul da França dão assunto, diz Bastide, aos poemas
"saborosos ou crocantes, perfumados ou suculentos" de Eugène Grangié.
O elogio às descrições locais, com seus perfumes, comidas e lavouras, corresponde, na
verdade, a um programa de sensualismo literário que serviria para Bastide como instrumento
corretivo a outra preocupação constante em sua vida e seus escritos: a religião. Em especial a
das montanhas das Cévennes de sua infância, onde o rigor moral protestante podia combinarse, segundo Bastide, não com o puritanismo burguês, mas com o espírito de independência e
de revolta.
Trata-se, grosso modo, do mesmo percurso seguido por André Gide (1869-1955), a cuja obra
Roger Bastide dedicou um livro -e alguns artigos presentes na atual coletânea. Gide oscilou,
como se sabe, entre as angústias religiosas de "A Sinfonia Pastoral", por exemplo, e a
descoberta transgressiva do prazer terreno, em outros romances como "O Imoralista" e "Os
Frutos da Terra".
Do espírito à carne, ou melhor, à "encarnação" do espírito no corpo: o tema, no qual o jovem
Bastide via a verdade essencial do cristianismo, será a chave de seu interesse permanente por
outros autores franceses, como François Mauriac, André Chamson e Pierre Jean Jouve, que
aparecem várias vezes nas páginas do volume.
Mas os "frutos da terra", que com tanto empenho foram procurados nas regiões rurais da
França, haveriam de eclodir plenamente diante de seus olhos quando Bastide aportou no Brasil
em 1938, convidado pela USP a substituir Claude Lévi-Strauss.
Estudando com raro apetite a literatura brasileira, Roger Bastide utiliza com frequência, e
mesmo exagero, um procedimento que se poderia chamar de "crítica evocativa".
Determinado autor (Graciliano Ramos, para citar um dos grandes, ou Dalcídio Jurandir, para
citar um menos importante; ou ainda Jacques do Prado Brandão) escreve, por exemplo, sobre
a seca, sobre a Amazônia, ou sobre o mar. É o bastante para que o crítico acenda seus fogos
de artifício descritivos. Num livro, encontraremos "algas entre os cabelos da amada, fantasmas
de mortos fosforescentes"; em outro, "ilhas verdes, madeiras cortadas, ervas de pajés, luzes de
choupana"; em outro ainda, "plantas com espinhos que crescem [num] deserto de cascalho e
terra queimada".
Há muitas páginas assim ao longo do livro, o que torna especialmente admiráveis os
momentos em que a crítica de Bastide revela seus poderes de análise, discernimento e
proporção.
Em primeiro lugar, Bastide serviu, para os brasileiros de 1950, como um guia bastante seguro
acerca das novidades intelectuais da França: Sartre, Camus, Ponge, Bachelard são
apresentados em artigos informativos e criteriosos.
Mas é sobretudo nos textos mais longos, como o famoso "Machado de Assis, Paisagista", ou o
prefácio à tradução francesa de "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água", que essa
descomunal coletânea de textos se mostra realmente indispensável.
Outra seleção de textos de Roger Bastide, agora principalmente sobre artes plásticas, sairá
pela Imprensa Oficial neste ano.
Trata-se de "Impressões do Brasil" [no prelo], volume mais compacto e belamente ilustrado,
com artigos que vão desde um texto meio antiquado (e, para variar, excessivamente elogioso)
a propósito do pintor cubista André Lhotte (1885-1962) a esfuziantes análises sobre as portas
de igrejas no barroco brasileiro e sobre a "estética" urbana em São Paulo.
Não por acaso, o texto sobre "Machado de Assis, Paisagista" reaparece no livro, organizado
por Fraya Frehse e Samuel Titan Jr. Opera-se, nesse estudo, a mais surpreendente sintonia
entre o que havia de preocupação pessoal, de fundo religioso e regionalista, por parte de
Bastide, e a própria matéria do escritor.
Todo o risco de um fascínio exterior pela sensualidade e pela paisagem, que Roger Bastide
não parecia capaz de superar afetivamente, surge resolvido na escrita de Machado de Assis.
Sentindo o problema "na pele", por assim dizer, Bastide inovou a crítica machadiana ao notar
que, longe de ser um autor blindado para o meio ambiente do Brasil, Machado de Assis fez
com que a paisagem fosse absorvida na carne e no espírito de suas personagens.
Também em Jorge Amado, que surpreendentemente Bastide considera mais "revolucionário"
do que Graciliano Ramos ou José Lins do Rego, um fenômeno semelhante ocorreria. Não se
trata, diz Bastide, de autor falando "sobre" o povo, mas de alguém que faz o povo falar através
dele.
A escrita desses autores "incorpora", portanto, o meio em que vivem. O termo "incorporação",
como chave para o pensamento de Bastide, foi destacado por Augusto Massi em outra
antologia excelente de seus textos de crítica literária ("Poetas do Brasil", Edusp, 1997), mais
curta, e que a edição de Gloria Carneiro do Amaral não duplica.
Poderíamos também falar em "encarnação", para manter viva a ideia de tensão religiosa que,
graças a essa nova coletânea, revela-se presente o tempo todo na obra do sociólogo e do
crítico literário francês.
Incorporação ou encarnação, o tema surge de outro ângulo quando Bastide prefigura as
questões schwarzianas das "ideias fora do lugar", ao propor o estudo dos mecanismos da
aculturação ou do "transplante" para tratar da influência europeia sobre a literatura brasileira.
No capítulo das omissões, chama a atenção o desinteresse de Bastide por Vinicius de Moraes,
justamente alguém que passou da angústia religiosa para a descontração popular.
A ausência de um índice remissivo é o pecado capital numa coletânea tão abrangente como a
"Navette Literária", que vem acompanhada de outro tomo, onde a organizadora traça um roteiro
sintético dos artigos que coligiu.
Companheiro de atividade jornalística nos anos 1940, Antonio Candido conta ter repreendido
Bastide pelo excesso de indulgência. "Eu não faço juízos de valor", respondeu o francês, "eu
faço juízos de realidade"
Bastide inovou a crítica machadiana ao notar que, longe de ser um autor blindado para o meio
ambiente do Brasil, Machado de Assis fez com que a paisagem fosse absorvida na carne e no
espírito de suas personagens.