A menina que salvou o seu cachorrinho

Transcrição

A menina que salvou o seu cachorrinho
Porto Velho, 15 de novembro de 2008.
Oi, Patrícia
Fiz esta história para a Helen, uma menina que ficou internada
no Hospital Cosme e Damião durante muitos e muitos dias, entre a
vida e a morte. A sua pediatra, a Dra. Gisele, me pediu para inventar
uma história especialmente para ela. Escrevi. Ela sobreviveu, está
forte, bonita e na última vez que eu a vi, disse-me que ia estudar
muito para tornar-se médica!!
Agora vamos ler novamente o primeiro capítulo? Aí ao lado tem
umas brincadeiras e uns desafios. Conto com você!
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida I
Oi,
Meu é nome é Balu. Eu estava passando por
aqui e decidi acompanhar esta história
história muito
de perto.
perto. Por isso estou curioso para saber:
- Cadê a menina?
A menina, que se chama Helena, não gosta de tirar fotos e por
isso nós vamos ter que imaginar como ela é. Muito tímida, no dia em
que eu fui conhecê-la, ela me pediu:
- Você pode levar estas fotos, que eu recortei de umas revistas?
As crianças que lerem a minha história poderão escolher como eu sou.
E insistiu: “O senhor promete, não é?!”
Prometi e por isso vou mostrar as fotos... Pode escolher como
você imagina que ela seja!
Dando nome pra cachorro
Balu, o cachorro aí ao lado tem um nome
bem diferente! De onde surgiu este nome? De
um outro Balu, o urso amigo e protetor do Mogli
(já assistiram este desenho da Disney?)
Aliás, acabei de encontrar um cachorrinho
muito legal. Este aqui bem ao lado.
Como ele não tem nome e quer ser adotado,
precisamos inventar um nome bem bacana
para ele. Vamos lá?
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Pintando o sete
Cuidado para não abusar das cores! Use no máximo 3 cores
diferentes.
Como eu acho que é a Helena?
Uma garota, menina ou guria
Gosta de comer_______
Tem ___ anos
Tem medo de _____
Gosta de brincar de____
Seu grande sonho é____
Aproveite as sugestões acima e descreva como é a Helena.
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Porto Velho, 16 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Ontem foi dito que Helena é uma menina tímida. E que não gosta
de ser fotografada. Será que tudo isso é verdade? Ou será que é
apenas um truque do autor da história, que resolveu esconder o rosto
da menina para fazer suspense?
E se ela for tímida de verdade, eu gostaria de saber: ser tímido
é o que mesmo?
(
(
(
(
)É
)É
)É
)É
se sentir envergonhado, acanhado, retraído.
se sentir temeroso, amedrontado.
ter medo de se expor, de se expressar em público.
tudo isso aí acima e um pouco mais...
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida II
Continuando a nossa conversa, Helena ganhou
de sua tia o Totó, este cãozinho muito engraçado,
como presente de aniversário.
E desde o primeiro dia eles passaram a viver
grudados um no outro, correndo pra cá e pra lá.
A sua tia, que me contou parte desta história, me
disse que nunca tinha visto tanto amor assim por um
animal’. E disse mais:
- Ela era uma menininha apagadinha, dessas que
vivem pelos cantos, sem ânimo pra nada. Depois que o
Totó apareceu, tudo mudou... Foi o Totó que fez ela
descobrir que existia um mundo lá fora...
O mundo lá fora era o próprio quintal, a casa dos vizinhos, a
calçada, a rua.
E a pracinha, que ela tinha visto de longe e nunca tinha ido lá
brincar: no balanço, no escorregador, na gangorra. E de pega-pega,
esconde-esconde.
Sem contar que pela primeira vez na vida ela viu alguém fazendo
algodão doce em uma máquina muito engraçada! Naquela noite, sonhou
que as nuvens do céu eram açucaradas e coloridas, tão impressionada ela
tinha ficada...
O que anda te impressionando?
Helena, depois de sair do
pequeno mundo que era a sua vida,
presa
no
sofá-e-na-televisão,
começou a descobrir um novo
mundo lá fora.
E ela, ao ver uma máquina de
fazer
algodão
doce,
ficou
encantada...
E agora, pergunto a você:
1)Quanto tempo você tem
ficado em frente da televisão ou do
vídeo/DVD, por dia?
( ) Menos de uma hora
( ) Entre uma e duas horas
( ) De duas a três horas
( ) Mais de três horas...
( ) Só assisto de vez em quando
E eu ficarei mais uma pergunta:
2)Como é o seu mundo lá fora (fora da sua casa, da escola) O que
você costuma fazer?
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Os animais salvam vidas humanas...
Alguns pombos comem migalhas, outros
fazem História!
Esta é a chamada para o filme Valiant, os
bravos do pombal, disponível nas locadoras.
Ao final deste bom desenho animado somos
informados que muitos animais salvaram vidas
humanas durante a 2ª Guerra Mundial.
Inclusive, é claro, muitos pombos.
Os campeões de salvar vidas, no entanto, são
os cachorros, capazes de tudo para ajudar
aqueles a quem eles gostam!
E você, tem algum animal de estimação?
2
Porto Velho, 17 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Será que eu conheço todos os meus parentes?
Quem são os seus parentes (seus familiares)? Pai, mãe, avô, avó, irmão,
irmã, tio, tia...?
Ontem foi dito que Helena é uma menina tímida. E que não gosta de
ser fotografada. Será que tudo isso é verdade? Ou será que é apenas
um truque do autor da história, que resolveu esconder o rosto da
menina e fazer suspense?
Falando em suspense, os bons filmes que a gente assiste na
televisão ou no vídeo/DVD tem um sempre um pouco de suspense – eles
nos deixam sem saber o que vai acontecer e cheio de curiosidade! Isso
é bom. Eu gosto. E você, o que acha?
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida III
Ei, mas onde vivia essa menina?
Escondida debaixo da cama? ou no mundo da Lua?
Nunca vi coisa parecida!
Isso não é esquisito?!
Helena vivia presa na televisão, assistindo um desenho atrás do
outro... Não via nem ouvia nada, nadinha do que
acontecia lá fora.
Mas o Totó veio e bagunçou tudo.
Com as suas brincadeiras colocou tudo de pernas
pro ar. A casa de Helena e a vida de cada um: dos seus
pais, dos avós, dos seus irmãos mais velhos e até dos
vizinhos.
Totó, enfim, conquistou a todos. Ele sabia como agradar!
Distribuía suas lambidas e carinhos sem nenhuma pressa. Sabia até a
hora certa de chegar perto das pessoas. Ele sentia no ar o bom ou
mau humor e não era bobo de se aproximar na hora
errada...
De manhã, por exemplo, bem de manhãzinha,
a quem Totó ia lamber e se aconchegar bem de
perto, em busca de calor e carinho?
Os pés de Vovô Elias, que morava em sua casinha de telhado
branco, no fundo do quintal.
3
Porto Velho, 18 de novembro de 2008
Como é o meu mundo?
Eu vivo
______
Oi, Patrícia
com
os
meus Tenho / Não tenho Gosto de brincar de____
__ irmãos
Vovô Elias protege o Totó. O Totó, sem querer rimar, é o xodó
dele. Ser o xodó de alguém é ser protegido, amado, paparicado
geralmente por alguém da família... E você, é xodó de quem?
O meu avô Alcides gostava muito de mim. Eu era o seu neto
preferido. E é claro que isso era muito bom! Até açúcar ele me dava
para comer, quando não tinha doce... Ê vô, que saudade!
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A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida IV
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E era justamente o avô de Helena, seu Elias, quem mais defendia
Totó em suas estripulias. Quando alguém ameaçava mandá-lo embora,
por qualquer motivo, fazia o seu vozeirão soar bem alto:
- Deixem o bichinho em paz!! Toda criança tem o direito de ter seu
animal de estimação. Como elas, eles aprontam mesmo...
A conversa acabava ali, sem mais reclamações.
UM DIA, porém...
Ah, não! Lá vem encrenca! Quando os humanos juntam
UM DIA com o PORÉM coisa boa não pode acontecer!
Por que esse negócio de UM DIA? A gente não pode pular
esta parte e ir direto para o ...FORAM FELIZES PARA
SEMPRE?
Pois foi num dia, num dia de chuva, dessas chuvas que alaga toda a
cidade, que Totó sumiu.
Ele tinha um medo medonho – um desses medos que faz a gente
ficar paralisada, sem se mexer nenhum pouquinho ou sair correndo, sem
rumo e com os cabelos arrepiados...
Totó tinha um desses medos de correr sem parar e sem olhar pra
trás. Mas medo de quê? Medo de trovão!
O raio traz o trovão, o trovão traz às vezes a chuva. E choveu muito
naquele dia. Totó no meio da rua nem teve tempo de se esconder –
molhou-se todo. Da cabeça aos pés, das orelhas ao rabo. E adoeceu...
Seus olhos não mais brilharam de alegria como antes. Nem o seu rabo
balançava, de contentamento. Parecia que nem tinha jeito de salvar
sua vida...
O desenho animado que eu Eu tenho um pouco Quando
crescer
mais gosto é _______
de medo de _____
pretendo ser____
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Pensando positivo!
Balu disse que quando alguém junta UM DIA com o PORÉM
alguém coisa dá errado! Isso quer dizer que certas palavras ou
frases parecem ser usadas apenas para dar má notícia...
Por isso tem gente que prefere usar somente palavras e frases
com sentido positivo, mesmo quando as coisas não estão
exatamente boas!! Quer ver?
- As coisas não estão muito bem, mas não podemos reclamar. A
gente tem o que comer, o que vestir, um teto que nos abriga...
- Ah, graças a Deus eu quebrei só a perna! O tombo foi feio, viu? O
cavalo me jogou a uns três metros de distância, numa ribanceira, no
meio do cascalho! Na hora eu pensei: “me arrebentei todo!!” Meu
primo disse, brincando, que eu sou um “vaso ruim”, desses que não
quebram de jeito nenhum. Por isso a minha perna só trincou!!
- Eu sou animado! Se a vida me oferece um limão, desses bem
azedo, eu não recuso! Faço logo uma boa limonada e sigo firme,
pois reclamar da vida não traz boas coisas!!
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Porto Velho, 19 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Todo mundo tem medo de alguma coisa! Uns de ficar no escuro, outros
de assombração, outros de morrer!! Mas há alguns medos que são até
engraçados: como aquele homenzarrão de quase dois metros que tinha
medo de injeção e chegava a desmaiar só de ver a agulha... Vá entender!
Por isso eu não tenho receio de dizer que tenho medo de água fria!
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida V
Eu estou aqui torcendo muito e pedindo a Deus, que também é Criador de
todos os animais, que Ele ajude o Totó a ficar bom. Helena gosta
tanto dele! Vou orar!
orar! Quem
Quem souber que me acompanhe!
“Deus, nosso Pai, dos humanos e de todos os animais, ajude
o Totó! Que ele fique logo curado. Eu te peço e confio na sua
bondade.
bondade. AuAu-mém!“
Helena também ficou doente, com muita febre. Não demorou quase
nada para o médico descobrir que era por causa do Totó. E disse para a sua
mãe:
- O remédio dela é ver o seu cachorrinho curado. Procure um
veterinário, com urgência.
Dona Guiomar não pensou duas vezes: correu com Totó para o
veterinário. O médico-dos-bichos depois de muito examinar não deu notícia
boa:
- Sinto muito, mas o caso é muito grave. Vou passar
uma medicação e o tratamento será longo... Mas o
carinho e a atenção de sua filha poderão ajudar este
bichinho a ficar logo bom. Qual é o mesmo o nome dela?
- Helena, doutor! Mas que coisa! O pediatra disse
que ela está doente por causa do Totó e o senhor me diz
que ela pode ajudar ele a ficar bom... E agora? E agora que nem eu sei o que
acontecerá!? Que confusão!!
Ninguém ainda tinha se lembrado do seu Elias – o avô de Helena - e
seus bons conselhos e orientações.
Dona Guiomar, porém, lembrou-se dele (do pai dela!), que sempre a
socorreu em todas as dificuldades, desde os tempos de criança... Ao chegar
em casa não pensou duas vezes: correu para o fundo do quintal.
Se até cachorro anda aprendendo a orar...
O ser humano sempre buscou manter contato com as forças superiores
da vida, a quem muitos chamam de Deus...
A prece é, então, este contato com Deus. Algumas preces se tornaram
famosas, curiosamente, por serem curtas e dizerem tudo com poucas
palavras. Eis abaixo um bom exemplo!
Oração da Serenidade
Senhor,
Dai-nos forças
Para aceitar com serenidade
Tudo o que não possa ser mudado.
Dai-nos coragem
Para mudar o que pode
E deve ser mudado.
E Dai-nos sabedoria
Para distinguir
Uma coisa da outra.
Se você se dispusesse a escrever uma prece, bem curtinha, o que você
diria?
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Frases caninas!
Cãomigo ninguém pode!
Dependendo da cãopanhia, todo
esforço vale a pena!
"É melhor ter um cachorro amigo do
que um amigo cachorro".
Fabricio Bravim Melotti
"Quando late o cão velho, deve-se ir
olhar". Pereira
“Se o seu cão não gosta de alguém,
faça o mesmo”. Desconhecido
“O maior amor é o de mãe, depois o
de um cão e depois o da namorada”.
Provérbio polonês
“Em algum lugar, sempre haverá um
cãozinho abandonado me impedindo
de ser feliz”. Jean Anouilb
“A grandeza de uma nação pode ser
julgada pelo modo que seus animais
são tratados”. Mahatma Gandhi
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Porto Velho, 20 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Chega um tempo em nossa vida, aí pela fase da adolescência, em
que somos atacados por um estranho mal: a gente se sente um
verdadeiro super-herói e os mais velhos (os pais, os tios, os avós e até
os professores), coitadinhos, passam a não ter mais nenhum valor, pois
estão ultrapassados... Só eles (os adolescentes/jovens) seriam capazes
(os poderosos!) de ver, de resolver as situações... Não é estranho?!
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida VI
Ninguém ainda havia se lembrado do seu Elias – o avô de Helena e seus bons conselhos e orientações.
Dona Guiomar, porém, lembrou-se dele
(do pai dela!), que sempre a socorreu em
todas as dificuldades, desde os tempos de
criança... Ao chegar em casa não pensou
duas vezes: correu para o fundo do quintal.
- Pai, o senhor tem que me ajudar!
E contou tudo o que os médicos – de crianças e de animais –
disseram.
Seu Elias coçou sua cabeça sem cabelos, alisou as barbas brancas
e falou:
- Nós temos que curar a Helena primeiro! E eu sei como fazer
isso...
Conversou longamente com a filha e começaram a colocar em
ação um plano secreto.
Eu, que posso bisbilhotar à vontade, acabei
ouvindo uma frase que nem gostaria de ter ouvido, pois
me cortou o coração.
A mãe de Helena, ao comentar sobre o Totó, usou
estas palavras aí,
aí, sem tirar nem pôr:
pôr:
- Será uma pena se ele não resistir... Pobrezinho,
é tão novinho que morrerá sem ter visto a vida!
Um plano é secreto até ser revelado, descoberto...
Além dos SEGREDOS, existem também os ENIGMAS, os MISTÉRIOS... Ah,
sim, esqueci das CHARADAS! Sem contar aquilo que deve permanecer em
SIGILO...
E agora? Só há um jeito: desvendar o significado destas palavras.
Uma Visita urgente ao dicion ário!
(SE.GRE.DO)
O que ninguém deve saber ou não
pode ser divulgado; SIGILO
Causa desconhecida de algo (segredos
da vida); ENIGMA; MISTÉRIO
Confidência, confissão que se faz a
alguém
(CHA.RA.DA)
Espécie de jogo ou passatempo verbal,
em que se propõe um enigma
Aquilo que é difícil de entender,
situação intrincada; problema, mistério
(E.NIG.MA)
Φ Questão, pergunta, problema difícil de
interpretar e resolver
Φ Frase ou discurso cujo sentido é
incompreensível
Φ Algo misterioso, de difícil compreensão
(MIS.TÉ.RI:O)
Tudo que não se pode explicar ou
compreender; ENIGMA
Coisa ou pessoa desconhecida, da qual
nada se sabe e que desperta curiosidade
e/ou receio;
Expressão ou linguagem obscura ou de Característica intrigante e insondável;
difícil entendimento
ENIGMA
(SI.GI.LO)
‫ ږ‬Aquilo que se não pode revelar ou divulgar; SEGREDO
‫ ږ‬Discrição no falar; SILÊNCIO; SEGREDO
Agora, depois de ler os significados destas palavras, que tal escrever o
início de uma história de suspense, cheia de mistério, de segredos, de
enigmas?
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Porto Velho, 21 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Dizem por aí que o riso, as coisas engraçadas, tem um grande
poder. O bom humor cura! Houve um caso, de um homem que os médicos
tinham desenganado. O que ele fez? Alugou todas as fitas de vídeo de
comédia que encontrou em uma locadora, hospedou-se em um hotel e
ficou assistindo os filmes, dando risada, se alimentando, dormindo. E
para surpresa sua e de todo mundo, a doença sumiu!
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida VII
Enquanto isso, Helena estava no seu quarto,
tristinha e não se animava a fazer nada... Mas, de
repente começou a ouvir umas risadas e ficou
curiosa, perguntando a si mesma: “quem será que
está rindo tanto assim”?
Correu para o quintal e viu o avô e a mãe gargalhando, um
abraçado no outro, como se fossem cair no chão de tanto rir!!
- Qual foi a graça, mãe?
- É o seu avô! Ele achou umas coisas engraçadas sobre cachorro
nesta revistinha... Olha aí.
- Mas eu nem sei ler ainda...!
- Claro que não sabe! Você tem apenas 5 anos e já quer saber
ler, sua apressadinha?! – brincou o avô – mas você pode muito bem
ver e imaginar...
Colocou a menina no colo, abriu a revista e leu o que estava
escrito no alto da página:
Em sua boa cãopanhia
- Isso não tem nada graça! – resmungou Helena – é só um monte
de letrinhas. Mas este cachorrinho é muito bonitinho... – disse
apontando uma das figuras.
- Te aquieta e ouça estas perguntas engraçadas, Leninha! – disse
o avô, com carinho.
Bom humor
Humor ingênuo e cativante
Qual o motivo de um seriado tão precário, tão banal e tão ingênuo ter
sobrevivido por vários anos no México, além de ter
sido exibido em vários países? É impressionante
como o Chaves passou pelo teste do tempo no
Brasil e continua sendo exibido até hoje. Eu assisti
muito na minha infância (hoje tenho 21 anos), e
fico surpreso de ver como as crianças de hoje
assistem, e até repetem todos os bordões do
personagem ("Foi sem querer querendo", "Isso, isso,
isso!", entre outros). Igualzinho a mim e aos meus
amigos naquela época :) Penso que é justamente a
simplicidade e a ingenuidade que faz o seriado ser
tão interessante para as crianças e, em alguns
casos, para adultos também. Autor: Fab. Texto
coletado na internet, no endereço: http://www.ivox.com.br/opiniao/?id=57893)
Eu não gostei quando o Fab disse: “seriado tão precário, tão banal”! Mas
concordo com o restante da sua opinião.
E posso dizer que também sou fã do Chaves. E do seu Madruga, da Chiquinha, da
dona Florinda. Enfim, dos demais componentes da turma.
E você?
E os humoristas brasileiros?
Ligue a fotografia à descrição destes bons humoristas!
BARNABÉ é um contador
de
anedota
(piada),
daquelas que qualquer
criança pode ouvir (sem
malícia). Também compõe
músicas e vive de fazer
shows e de vender seus
CDs.
GERALDINHO era um caipira
lá do Goiás e cuidava da
sua roça, da esposa e dos 8
filhos, quando foi descoberto
pela televisão e se tornou
um
dos
melhores
contadores de causo do
Brasil. A gente morre de rir
dele. É diversão pura, sadia.
MAZAROPPI fazia humor por
meio dos seus filmes, com
personagens
engraçados,
como o Jeca e sua
espingarda torta!
Nos
tempos de antigamente
praticamente todo ano ele
lançava um filme para a
alegria dos seus fãs!!
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Porto Velho, 22 de novembro de 2008
Bom humor II
Seção infantil
Oi, Patrícia
Eu quase nunca consigo responder perguntas enigmáticas, que
alguns chamam de adivinhas. Como essa, que acabei de descobrir:
- Por que o galo quando canta fecha os olhos?
- Porque sabe a música de cor!
Algumas adivinhas são em formato de rima, como esta:
Tem dentes,
Mas não come.
Tem barba,
Mas não é homem.
O que é? Já descobriu? Veja com os colegas, o/a professor/a!
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida VIII
A menina sossegou, se aconchegou ao peito do avô e prometeu
ouvir tudo. Seu Elias leu, então, a primeira pergunta e a sua resposta:
QUAL O CACHORRO QUE NÃO
TEM RABO?
– O cachorro-quente.
Helena olhou bem a figura, demorou alguns segundos e danou a
rir... A mãe, vendo o esforço dela em entender a piada, começou a
rir também – a rir dela...
O avô, que não entendeu porque a sua filha estava rindo de sua
neta, começou a rir das duas.
E tanto riram os três, cada um por um motivo, que todo mundo
apareceu para ver o que estava acontecendo...
Seu Elias não perdeu tempo. E antes que perguntassem se eles
tinham “visto um passarinho verde” leu em voz alta a próxima
pergunta:
Quando o cachorro fica desconfiado?
O médico conversa com a mulher do
paciente, logo após a consulta:
- Fique tranqüila, seu marido ficará
bom logo. Em apenas uma semana
ele já estará trabalhando.
E a mulher grita:
- É um milagre! Ele nunca trabalhou
antes!
- Você sabe manter as pessoas em
suspense?
- Claro que sei.
- Como?
- Depois eu conto.
Um cliente chegou na lanchonete e
perguntou:
- Quanto é o café?
O balconista respondeu:
- Um real.
- E o açúcar?
- É de graça.
- Ah, então me dê dois quilos de
açúcar.
O treinador perguntou para o aluno:
- Joãozinho, você sabe nadar?
- Sei sim.
- E onde aprendeu?
- Na água.
O garoto se aproximou da professora
e perguntou:
- Alguém pode ser culpado por alguma
coisa que não fez?
- Mas é claro que não, meu querido respondeu ela.
- Ufa, ainda bem! É que eu não fiz o
dever de casa.
O pão-duro entrou no restaurante ao
meio-dia e perguntou ao garçom:
- Quanto custa o almoço?
- R$ 20 - respondeu o garçom.
- E o jantar?
- R$ 10.
- Então, traga-me o jantar!
Um motorista perguntou para um
homem na beira da estrada:
- Esta estrada vai para o Paraná?
E o homem respondeu:
- Não, a estrada fica, o senhor é quem
vai!
A garota perguntou ao rapaz:
- Você conhece a piada do fotógrafo?
- Não - disse o jovem.
- Eu também não. Quando ele revelar
eu te conto!
No parque, o garoto pediu dinheiro à
sua mãe para dá-lo a um velhinho. A
mãe, sensibilizada, deu o dinheiro e
perguntou ao filho:
- Para qual velhinho você vai dar o
dinheiro, meu anjo?
- Para aquele ali, que está gritando:
"olha a pipoca quentinha!"
A cartomante comunicou, sorridente,
ao ler a mão do consulente:
- Que maravilha: nenhuma doença em
sua vida!
- Maravilha nada! Eu sou médico!
O preguiçoso, deitado na rede,
perguntou ao amigo:
- Você tem aí um remédio para picada
de cobra?
- Tenho sim, por quê? Você foi
picado?
- Não, mas tem uma cobra vindo em
minha direção.
Duas cobras conversavam, quando
uma delas perguntou para a outra:
- Nós somos cobras venenosas?
- Por que essa curiosidade nesse
momento?
- Porque acabo de morder minha
língua!
8
Porto Velho, 23 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Você acredita na inteligência dos animais? Os cientistas já
admitem que sim, que eles têm capacidade de resolver problemas; que
são dotados de memória, que se comunicam e que criam, transmitem e
assimilam conhecimentos... O psicólogo Marc Hauser, estudioso deste
assunto, diz que "convivemos nesse planeta com animais pensantes". E
mais ainda, que "cada espécie, com sua mente única, favorecida pela
natureza e moldada pela evolução, é capaz de enfrentar os mais
fundamentais desafios que o mundo apresenta”.
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida IX
- Quando está com a pulga atrás da
orelha.
Todos riram – até mesmo a tão ocupada avó de Helena, dona
Adélia, que balançou a cabeça e pensou secretamente: “Este Elias
parece mais uma criança, não tem o que inventar!...”
Depois de muitas outras brincadeiras, Helena nem parecia mais a
mesma. Foi aí, então, que seu avô aproveitou a ocasião:
- Olha, Leninha, leve esta revista e conte umas estórias para o
Totó... Eu ouvi dizer que os cachorros têm uma inteligência fora do
comum. Ele vai entender quase tudo!
E não é que ela foi?
Graças à sua boa memória, “leu” as piadas, as estorinhas,
mostrou as figuras...
Isso eu quero ver de mais perto ainda! Menina
contando estória pra cachorro?!
Não que não sejamos inteligentes... Somos e muito! Mas
não é muito comum
comum ver isso por aí, não é?
A diversão de toda a família, naqueles dias, foi ver Helena cuidar
de Totó...
Façanha animal
Estes animais e suas inteligências...
Uma ABELHA é capaz de contar para suas
companheiras, apenas por meio de uma dança,
onde viu flores cheias de pólen. Os movimentos
indicam a distância da colméia e o ângulo em
relação ao Sol.
Uma fêmea de CORVO surpreendeu os cientistas ao
conseguir dobrar um arame e transformá-lo em um
gancho para pegar alimentos dentro de um tubo.
Enfim, confirmou-se mais uma vez que os animais
também conseguem criar ferramentas.
Há também um curioso caso, coletado por Fátima Borges: o de um
CÃO que após ser tratado e curado por um
cirurgião que o encontrou com uma pata
esmagada na rua, volta à residência do mesmo
cirurgião, após um ano, levando consigo um outro
cãozinho também com uma das patinhas
esmagada, para surpresa do médico.
Eis o que encontramos sobre um animal até hoje
visto como maus olhos: “o PORCO na vida real,
no seu ambiente natural, não é sujo, grosseiro
ou indecente, mas pelo contrário é abençoado
com sensibilidade, inteligência, curiosidade e
charme”.
A BBC Brasil noticiou em novembro de 2007 que
uma fazenda na Inglaterra cria miniporcos de
estimação, com um quinto
do tamanho de um porco
normal. Um dos proprietários da fazenda,
Chris Murray, afirma que conseguiu a
espécie perfeita de porco de estimação.
Estes porquinhos não passam dos 70 kg. Em
média, um porco adulto normal pesa 500 kg.
9
Porto Velho, 24 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Vovô Elias é um cara de sorte! E não é à toa: mora na sua pequena e
confortável casinha de telhado branco, que fica no fundo da casa de sua
filha; está aposentado e o dinheirinho que ganha dá para ir tocando a vida;
tem uma neta com quem pode se entreter... E agora ainda tem o Totó, que
não lhe deixa ficar quieto! Sem contar as suas habilidades com o alicate, a
chave de fenda, o martelo... Por isso, vive consertando as coisas alheias.
Assim tão bem ocupado não há tempo ruim que possa perturbá-lo!
O tempo...
Como dizem os caipiras: “a gente não pode ficar bestando por aí!”
“Ficar bestando” em caipirês é o mesmo que
ficar olhando o tempo passar, sem fazer
nadica de nada.
Alguém, muito inteligente, poderia perguntar,
com muita razão:
- E isso não é bom? Não é importante a
gente relaxar um pouco, às vezes?
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida X
Um pouco, às vezes sim! O caso é que tem gente que faz isso o
tempo inteiro!
Ninguém se agüentava mesmo era com a descrição que
ela fazia ao explicar para o Totó como era ter-rí-vel e medo-nho para um cachorro ter uma pulga atrás da orelha...
- Desconfie, Totó, desconfie que alguma coisa não está
certa!!
No começo, Totó pareceu nem estar prestando atenção
no que a menina dizia. Parecia... Mas não demorou muito
para ele próprio, o Totó, pedir latindo e empurrando-a pela perna, para
que ela mostrasse o livro.
- Totó, te acalma! Você já está me cansando... Não sei quantas
vezes eu já te contei a mesma estória! Você não sossega, não?
Como sugere a figura do relógio-pizza acima, o tempo tem que ser
bem dividido, para caber cada coisa na sua hora!
Eu serei o intérprete do Totó neste momento, pois raríssimos
raríssimos humanos
conseguem entender a nossa língua – o caninês...
A resposta à pergunta da menina é:
- Canso nada! Está muito divertido. Tem horas que eu nem
sinto que estou doente...
Vovô Elias não perdia uma cena das brincadeiras da neta com o
Totó, pois na maior parte do tempo menina-e-cachorro ficavam lá pela
varanda de sua casa de telhado branco.
O avô chamava a avó toda vez que Helena abria a revista na parte
em que se narrava a aventura do pastor alemão, guia de um menino
cego:
- Oh, Adélia, deixa esta cozinha e vem ver sua neta contar estória!!
Corre!!
E você, o que tem feito do
seu tempo?
Já sei: você dirá que:
. Estuda
. Ajuda em casa
. Se diverte
Sim! Eu acredito (inclusive
que você realmente ajuda
em casa!). Mas queremos
que você nos dê mais detalhes. Vamos lá?
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10
Porto Velho, 25 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Existe muita gente parecida com dona Adélia, a avó de Helena – gente
que quando começa a trabalhar, a cuidar das coisas da casa, da roça, da
loja, não pára mais. Muito pai, muita mãe é assim... E isso não é nada bom!
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida XI
No começo eu fiquei com inveja do meu colega pastor alemão, guia do menino
cego. Helena não falava de outra coisa!
”- Gente, ele é um poderoso cachorro! Ele fareja o perigo e
sempre salva o menino, na hora
hora certa... ”
Depois eu me acostumei com este cão guia e já gosto de
ouvir suas aventuras... Ele vai acabar virando também meu “cão
herói”!
Vovó Adélia vivia sempre ocupada com a sua casa... Ocupada em limpar
e deixar tudo em ordem: cozinha limpa, banheiro asseado, quartos
perfumados, jardim bem cuidado.
Ela gritou de lá de dentro, respondendo ao marido:
- Outra vez? Mas eu já ouvi esta estória mais de dez vezes! Vocês não se
cansam não?!
Mas nem ela resistia. Deixava tudo o que estava fazendo e lá vinha ela
com o seu ar de avó brava (só por fora!):
- Vai, Leninha, conta minha filha, que o Totó precisa aprender a ser um
cachorro de verdade!!
E a menina, que já tinha se cansado sim, de contar a mesma versão da
estória do cão guia, decidiu naquele instante acrescentar por sua conta
algumas aventuras extras. Como esta:
Um dia o cão guia levou o menino a uma sorveteria. Eles gostavam
muito de sorvete. O cão guia mais que o menino. E até o sabor o cachorro
cachorro
escolhia: sempre de chocolate...
Mas como comprar sorvete sem dinheiro? O cão guia descobriu um jeito!
Ele fazia o menino sentarsentar-se na mesa que ficava bem pertinho – como é
mesmo o nome, vô? – do balcão de sorvete; depois pulava para cima da
cadeira e começava a chamar a atenção de todos, latindo bem baixinho (ele
era muito educado!!)...
Nós podemos criar boas aventuras extras...
Observem o trecho abaixo:
E a menina, que já tinha se cansado sim, de contar a mesma
versão da estória do cão guia, decidiu naquele instante acrescentar
por sua conta algumas aventuras extras...
Leiam também com muita atenção o que está escrito abaixo:
...todo dia aquela criança, pré-adolescente na verdade (mas ela
nem desconfia disso) levantava-se cedo para ir à escola.
Na escola, sentava-se na mesma carteira, sempre. Seus amigos e
amigas eram os mesmos, desde a pré-escola...
Quando chegava da escola ia almoçar, fazia o quilo descansando
um pouco na rede e depois ia cuidar dos seus deveres – de casa e
depois da escola.
Brincar ela brincava, no final da tarde...
Depois do parágrafo abaixo você terá que continuar a
narrativa, inventando uma boa aventura extra (vê lá o que
você vai fazer!)
Num daqueles dias, quando o sol começava a se pôr, nossa
personagem tomou coragem e ________________________________
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Porto Velho, 26 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Aventura infanto-juvenil nos livros, na televisão,
na vida...
O nosso primeiro livro de aventura infantojuvenil surgiu em 1938, pelas mãos de
Viriato Correa. Lá se vão 70 anos! Trata-se
de CAZUZA, MEMÓRIAS DE UM MENINO DE ESCOLA.
Quando eu era criança lá em Minas Gerais, numa pacata cidade
chamada Paracatu, eu vivia soltinho pela rua. Eu tinha menos de 7 anos...
Não havia seqüestro, assalto e toda essa violência de muitas cidades por aí!
Eu, então, aproveitava que minha mãe tinha sempre muito que fazer e me
mandava pra rua! Um dia eu arrisquei a fazer uma aventura extra. Inventei
de ir até um sítio com os meninos do vizinho... Fui! Demorei muito, voltei e
apanhei! Uma surra merecida... Aprendi a lição.
O dono da editora que publicou este livro
era o, depois tão famoso, Monteiro Lobato
criador de O Sítio do Picapau Amarelo.
E foi precisamente neste sítio que surgiram
os meninos e meninas que mais marcaram as
últimas gerações de crianças e adolescentes
brasileiros.
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida XII
- Sabe o que acontecia, então, Totó?
O dono da sorveteria trazia sorvete para os dois... O menino
tomava, o cachorro guia lambia.
Vovô Elias, que apenas ouvia, neste dia resolveu ajudá-la na estória:
Como dinheiro mesmo não havia e o cachorro insistia em tomar
sorvete todos os dias, o dono da sorveteria, que não era nada bobo,
transformou o menino e seu cão
cão guia na grande atração da
sorveteria... E para o seu plano não falhar, ele combinou tudo com o
próprio menino, falando diretamente no seu ouvido (como se quisesse
dizer segredo!):
- Você pode vir aqui tomar sorvete de graça todos os dias, viu?
À tardinha, depois das cinco. Mas traga o seu cachorro guia!
Vovó Adélia, diante de tanta invenção, ria muito e também se
perdia em meio a tanta alegria... Quando se dava conta do tempo
transcorrido e lá ia correndo para a cozinha:
- Deus meu! Esqueci coisa no fogo, de novo!
Eu estou sentindo que o Totó vai ficar curado logo,
logo. Se é que ele já não está!!
Pena é que a estória vai acabar... Tomara que contem
pelo menos mais um episódio (aprendi a falar bonito com o seu
Elias!),
Elias!), “mais um episódio do cão guia e o menino cego”.
Durante
muitos
anos apenas por
meio dos livros. Depois na televisão, em várias
temporadas.
E vocês, que já assistiram o Sítio na televisão,
você é capaz de criar um roteiro de um filme
com os seus personagens?
Vou ajudar!
. Emília descobre o mapa do que ela pensa ser um tesouro...
. O único que lhe dá ouvidos é o tio Barnabé, que arrisca um palpite dizendo tratarse do mapa que leva ao Pico do Tracuá, com 1.120 metros de altitude, na Serra do
Pacáas Novos, em uma pequena cidade chamada Campo Novo de Rondônia...
. Emília, muito curiosa, diz que “alguma coisa especial deve existir por lá... mas o
quê - pergunta-se?”
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12
Porto Velho, 27 de novembro de 2008
Oi, Patrícia
Pode parecer mentira, mas antigamente (e em alguns lugares)
quando a gente ficava doente, muitas das crianças até faziam festa. O
motivo é simples: para ajudar na nossa cura os adultos davam o que nós
raramente tínhamos oportunidade de comer ou beber: principalmente
macã, bolacha e refrigerante. Às vezes era difícil querer ficar logo
bom, com tanta coisa gostosa à nossa disposição...
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida XIII
Helena ficou curada. A febre sumiu. Seu pai, que
tinha chegado de viagem, fez questão de levá-la ao
pediatra, para ouvir a opinião dele. O médico
examinou a menina com todos os seus recursos e
jeitos: palito na língua para examinar a garganta,
ouvidor de coração e de pulmão, lanterninha de olhar
ouvido... Nada encontrou – tudo funcionava bem!!
Faltava agora o Totó ganhar alta. Voltaram com
ele no veterinário. Era a “consulta de retorno”, conforme explicou seu Luís,
o pai de Helena, que resolveu cuidar também do caso canino.
O veterinário, depois de examinar bem o Totó, comentou:
- Nunca vi uma recuperação tão rápida! Vocês estão de parabéns!!
Seu Luís contou para o veterinário tudo o que tinha acontecido durante
a sua viagem. O médico dos animais quis saber dos detalhes. Pediu para ver a
revista; depois quis ouvir a estória do cão guia e o menino cego; depois que
ele não parava mais de rir das tantas estórias inventadas pela menina, que
não parava de falar...
Eu sei que a estória está se encerrando. Vou
sentir saudades de tudo o que aconteceu lá pela
casa de Helena e de seu Elias.
Elias.
Ah, vou dar deixar o meu recado para todos:
“Cuidem bem dos seus animais! Eles são muito
importantes na vida de uma criança (e dos adultos
também)!”
A alegria cura...
O que será que tem a ver estas duas fotos aí abaixo, entre si?
A primeira foto é de uma cena do filme PATCH ADAMS, O AMOR É CONTAGIOSO
(péti ádanmis), com o excelente ator Robin William (já passou na
televisão algumas vezes!) O filme narra o caso real de um médico que
decide inventar novas maneiras de tratar os doentes – com bom humor,
principalmente.
A segunda foto retrata dois palhaços profissionais dos Doutores da
Alegria em plena ação! Eles fazem animação/festa/brincadeiras para
pequenos pacientes nos hospitais infantis de São Paulo, do Rio de Janeiro
e de outras cidades. Eles são profissionais, ganham para isso e fazem um
excelente trabalho, pois ajudam verdadeiramente as crianças internadas.
E agora, nesta terceira foto vemos o próprio
Patch Adams dando um abraço carinhoso e
curativo.
Agora, aproveitando o que sobrou de espaço
nesta folha, vamos escrever um pouco?
DESAFIO
Responda: - Que coisa engraça você diria para
alguém que está internado em um hospital e fará
uma cirurgia? (tem gente que morre de medo só
de pensar nisso!)
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13
Porto Velho, 28 de novembro de 2008
Seja também autor! Preencha os balãozinhos...
São quatro tiras. Cada uma é uma história! Boa sorte.
Oi, Patrícia
Eu vou sentir saudades da Helena, do Totó, do seu Elias... A gente
sente saudade dos personagens, seja dos livros, das novelas, dos
filmes... E pensando bem, acho que vou começar a escrever a
continuação desta história, afinal Helena está crescendo!!
A menina que salvou seu cachorro de morrer sem ter visto
a vida XIV
E eu, que estou escrevendo esta história a conta-gotas, bem
devagarinho, nem sei direito o que ocorrerá agora, nestas
linhas finais...
E fico me perguntando: “toda estória tem que acabar
mesmo? Não pode deixar sem um Fim? Não serve aqueles
três pontinhos – as reticências – indicando que não acabou,
que pode ter um próximo capítulo ou mais um episódio?”
Leninha voltou do veterinário diretamente “para casa” – mas não
exatamente para a sua própria casa, mas para aquela outra, de telhado
branco, no fundo do terreno.
- Não tem jeito, só falta agora ela almoçar por lá todos os dias, levar
suas roupas, fazer a mudança completa - comentou o pai de Helena com
sua mãe.
- E ela só não fez isso ainda porque eu não deixei! Vontade não lhe
falta! – comentou Dona Guiomar, achando graça da preocupação do
marido.
Depois de decidir aprender a ler sozinha, era comum encontrar
Helena na varanda do avô com suas canetas, lápis de todas as cores e
tamanhos, cadernos e a revista sobre os animais.
Vovô Elias brincava de se zangar com ela, dizendo
que ela não precisava se apressar em ler, pois ele era
o seu “leitor guia”!
E o Totó?
Bem, o Totó ficou tão acostumado a ouvir estórias
e com a presença de Seu Elias, que mudou de dono à
medida que a menina crescia – tornou-se um cão de
companhia para o avô de Helena, a menina que salvou
o seu cachorro de morrer sem ter visto a vida...
FIM
14

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