eye height - Ricardo Jacinto
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eye height - Ricardo Jacinto
EYE HEIGHT de Ricardo Jacinto e Beatriz Cantinho http://eyeheight.blogspot.com/ EYE-HEIGHT A Performance-instalação Eye-Height partiu da exploração de formatos de composição coreográfica e sonora, sempre sob a forma de estruturas improvisadas, correspondendo ao culminar de um projecto de investigação em composição interdisciplinar que articula as áreas da dança, música e artes visuais. A proposta base é uma performace-instalação que se baseia numa premissa inicial: um objecto coreográfico (Beatriz Cantinho) que activa um dispositivo cenográfico/instrumental (Ricardo Jacinto), em articulação com outros instrumentos. Tanto o movimento como o som aludem a uma utilização mínima de esforço produzindo uma imagem hipnótica e dormente. Balanço, velocidade, silêncio, imobilidade, densidade, intensidade são noções que ajudam a articular as acções coreográficas e musicais. Teatro Municipal de Portimão, 2010 Os músicos ocupam uma posição semelhante à do público de modo a utilizarem a mesma tipologia de imagem no desenvolvimento da sua improvisação e potenciando um envolvimento dos espectadores na construção cenográfica da performance O movimento desenvolve-se dentro de estruturas de improvisação pré-estabelecidas ao nível das dinâmicas e características, não estando sujeito a uma predeterminação coreográfica propriamente dita. A horizontalidade dos corpos e a correspondência da altura do palco à linha do olhar do público, convoca a imagem de paisagem e intensifica a percepção e a concentração do olhar no movimento conjunto. A paisagem, neste sentido, é conseguida a partir de transformações lentas e orgânicas, sempre mergulhadas na noção de um evento conjunto, marcado pela singularidade de cada performer. Fundição de Oeiras, 2010 Os três corpos das bailarinas distribuem-se pela superfície do palco, criando uma paisagem delineada por estratos. Os corpos ocupam o espaço que corresponde à linha de horizonte, deitados na superfície do palco. Esta linha corresponde, por sua vez, à linha da altura do olhar do público. Os músicos servem-se das mesmas orientações estruturais, desenvolvendo-se numa lógica de improvisação livre, num léxico sonoro que se ocupa maioritariamente de ‘pequenos ruídos’. Teatro Municipal de Portimão, 2010 O dispositivo cénico apresenta-se como um palco de 6x6 metros, composto por 9 módulos constituídos em madeira, com uma superfície de topo de altura variável (40 a 75 cm), que mantém um carácter horizontal mas ondulado. Este objecto comporta-se como uma caixa de ressonância para os ruídos provocados pela fricção e percussão dos corpos na superfície do topo. Cada um destas acções é ‘auscultada’ pela caixa de ressonância, que amplifica esse ruído, e induz também a vibração de um conjunto de cordas por cada um dos nove módulos. Em cada apresentação, estará presente uma espécie de ‘manto sonoro’ de afinação definida, cuja composição depende da posição dos bailarinos, sobre o qual surgem os ruídos dos corpos em movimento. O desenho de luz e os figurinos têm como principal objectivo a clarificação destes pressupostos. Pretende-se que a luz intensifique a relação horizontal com o acontecimento ajudando a estratificar os planos ou comprimindo a profundidade do palco, e que a matéria dos figurinos confira diferentes timbres às acções sobre o palco. Implantação para o Festival Big Bang, CCB, 2010 EYE-HEIGHT Abordagem Pedagógica | Workshops Pelas suas características únicas, este é um projecto que apresenta um forte potencial para a exploração e desenvolvimento de actividades pedagógicas, através do cruzamento das diferentes áreas artísticas exploradas. Com o intuito de desenvolver a componente musical e de movimento, sempre com origem na experimentação performativa, propomo-nos à criação de ciclos de workshops, abrangendo crianças e jovens do 1º e 2º ciclo. Estes workshops terão a duração de 2 horas e serão apresentados por 4 elementos da equipa artística que compõe o projecto, permitindo a todos os participantes o contacto com as vertentes presentes neste espectáculo – o movimento/dança e o som/música - através da sua experimentação no palco. Dentro do ciclo de workshops inclui-se um de cariz vocacional, com o qual se pretende que os participantes explorem autonomamente as premissas de movimento e de som do projecto, estabelecendo relações diferenciadas e em contínuo entre os corpos (músicos e bailarinos) e o palco. Este workshop tem um cariz experimental e exploratório, variando entre 3 a 5 dias (com cerca de 4h por dia), que se poderá traduzir numa apresentação informal, enquanto paisagem visual, sonora e sensorial. Festival BIG BANG, CCB, Lisboa 2010 EYE-HEIGHT Instalação vídeo Devido ao cariz trandisciplinar deste projecto, têm vindo a ser explorados vários formatos, sempre enquanto formas complementares e mantendo a abordagem a conceitos base transversais aos diversos formatos. Mantêm-se a relação do olhar com o objecto e com o ponto de fuga, neste formato específico promove-se uma noção de circularidade em torno do objecto, criando duas dimensões distintas. A dimensão interna, na qual se tem acesso ao pormenor do movimento e do som, e uma externa, que apresenta a ideia de paisagem visual e sonora. Permite-se ao espectador aceder à obra, aproximando-o da dimensão performativa e do palco mas de uma forma virtual. Fundição de Oeiras, 2010 I Implantação para a Fundição de Oeiras, 2011 Os écrans internos têm uma filmagem de proximidade e o écran externo apresenta a filmagem de paisagem. EYE-HEIGHT Ficha Artística e Técnica Direcção Artística | Beatriz Cantinho e Ricardo Jacinto Co-criação e Interpretação Bailarinos | Ana Gouveia, Beatriz Cantinho, Filipe Jácome, Francesca Bertozzi Músicos | Nuno Torres (saxofone alto), Ricardo Jacinto (violoncelo) e Shiori Usui (voz) Palco/Instalação Concepção | Ricardo Jacinto Projecto de Execução | André Castro, Elysabeth Remelgado, Ricardo Jacinto Construção | Tomás Viana, Ricardo Jacinto, Nuno Torres Vídeo | Vasco Viana Figurinos | Mariana Sá Nogueira Fotografia | Daniel Malhão Acompanhamento Técnico (Som) | Pedro Magalhães Produção Executiva | Meninos Exemplares Parceria na Produção e Comunicação | Vera Cortês Agência de Arte Co-Produtores | Colégio de Artes de Edimburgo, Fábrica da Pólvora – Centro de Experimentação Artística, TEMPO–Teatro Municipal de Portimão Apoios | Flamenco Society (Edimburgo), Vera Cortês Agência de Arte, Bomba Suicida, Teatro Praga, Máquina Agradável, Câmara Municipal de Lisboa, Fundição de Oeiras. Este projecto é financiado pelo Ministério da Cultura/ Direcção Geral das Artes e Fundação Calouste Gulbenkian. EYE-HEIGHT Carreira do Projecto 2010 Festival Big Bang, CCB, Lisboa. Fundição de Oeiras. Espaço Teatro Praga, Lisboa. Teatro Municipal de Portimão. Lugar Comum – Fábrica da Pólvora, Barcarena. 2009 Construção do palco-instrumento-objecto 2008 Ponto de Encontro, Almada Dance Base, Edimburgo 2007 Residência artística, Ponto de Encontro, Almada 2006 Residência artística, Ponto de Encontro, Almada EYE-HEIGHT Notas Biográficas Beatriz Cantinho Frequenta actualmente o Doutoramento em Dança/Estética (como bolseira da F.C.T2008/2009 e Fundação Calouste Gulbenkian P.A.D-2007/2008) no Colégio de Artes de Edimburgo. É mestre em Filosofia sob orientação do filósofo José Gil e licenciada em Dança pela Escola Superior de Dança. Estágios profissionais: Companhia Royal de Luxe e teatro Noh no kyoto Art Center. Tem desenvolvido trabalho na área da Dança, Teatro e Artes Plásticas com trabalhos de sua autoria (“Parde2”, “Scch…um ensaio sobre o silêncio”, “Peça Veloz Corpo Volátil”) ou em colaboração com outros artistas (Herwig Turk, Valério Romão, Ricardo Jacinto, Vangelis Lymporidis, Shiori Usui, entre outros). Estes foram apresentados tanto em Portugal como no estrangeiro (França, Reino Unido, Alemanha e Áustria). Presentemente, desenvolve trabalho de investigação sobre a relação entre a composição coreográfica e o funcionamento dos mecanismos de percepção construção de imagem. Apresentou o seu trabalho de investigação académica na Universidade de Edimburgo e no Chelsea College of Art. Publicações, presentes em: Catálogo da exposição “Say it isn’t so” Neues Museum Weserburg Bremen, Teerhof 20, 28199 Bremen, Germany; Catálogo Blind Spot - setting 2004-2006 (www.theblindspot.org); Catálogo CAPITALS - Fundação Calouste Gulbenkian. Ricardo Jacinto Nasceu em Lisboa em 1975. Concluiu o curso de escultura e o curso avançado de artes plásticas no AR.CO e é licenciado em arquitectura pela FAUTL. Foi estudante em intercâmbio na School of Visual Arts em Nova Iorque, estudou música no Hot Clube de Portugal e composição musical na Academia de Amadores de Música. Desde 1998 tem vindo a apresentar o seu trabalho em exposições, concertos e performances em Portugal e no estrangeiro. Tem desenvolvido uma intensa actividade de colaboração com outros artistas plásticos, arquitectos, músicos e performers. Da sua obra destaca-se o projecto PARQUE, desenvolvido desde 2001 em colaboração com outros artistas e músicos [www.parque.biz]. Nas exposições “Camiños da Arte Contemporânea Portuguesa” no Círculo de Belas Artes de Madrid, “Les Voisins” no Centre Culturel Gulbenkian em Paris , MANIFESTA 07_Bienal Europeia de Arte Contemporânea em Itália, “Earworm” na Culturgest, Lisboa e "HÖHENRAUSCH (Thrill of theıHeights)" no OK CENTER, Áustria, foram mostradas as suas obras mais recentes. Projectou em co-autoria com o Arq. Pancho Guedes a instalação "Lisboscópio" para a Representação Oficial Portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza 2006. Ana Gouveia Nasceu em 1979. É licenciada pela Escola Superior de Dança, ramo espectáculo, e pós-graduada pela UNL em História da Arte Contemporânea. Enquanto co-criadora e/ou intérprete tem desenvolvido projectos artísticos na área da dança contemporânea e dos transdisciplinares. Em 2009 foi bolseira do Ministério da Cultura, programa InovArt. Destaca criações colectivas interdisciplinares como Bouge le Jardin e Ruhr Trott, no âmbito do encontro Feldstärke International 2010. Jácome Filipe Concluiu a licenciatura, ramo de Espectáculo, na Escola Superior de Dança e a pósgraduação em Metodologias do Ensino na Dança. Foi bolseiro Erasmus na Hooger School Voor Dans, Lier, Bélgica. Como bailarino profissional trabalhou com diversos coreógrafos e companhias das quais destaca Companhia Instável (Jamie Watton e Bruno Listopad), Ballet Gulbenkian, Ballet Actuell, Companhia Rui Lopes Graça, Tânia Carvalho, José Laginha, Sofia Silva, Amálgama Companhia de Dança e Companhia Olga Roriz. Lecciona regularmente e destaca C.E.M, Conservatório Nacional, Fórum Dança, Espaço Devir, Quorum Ballet Academy, Espaço do Tempo e Companhia Olga Roriz. Francesca Bertozzi Nasceu em Cesena, Itália. Em 1999 intercala os seus estudos entre Dusseldorf e Essen. Em 2004 finaliza a licenciatura em Dança Contemporânea na Escola Superior de Dança, Lisboa. Determinantes para a sua formação foram Claudio Gasparotto, Roberta Lepore, Chiara Reggiani, Antonio Carallo e Paulo Manso. Trabalha regularmente como bailarina e destaca “Subterrâneos do Corpo” de Ana Martins, “Branco” e “The Sleeping Buda” da Companhia Vortice Dance; “Fragilidade H” de Gonçalo Ferreira e “O Barbeiro de Sevilha” do Teatro Nacional de São Carlos. Desde 2004 que desenvolve actividade pedagógica. Madalena Silva Nasceu em Lisboa, 1979. Formação académica e artística: Diplomada pela E. D. Conservatório Nacional, 1997; Licenciada pela Escola Superior de Dança, 2002; frequenta actualmente o Curso de Mestrado de Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias da UNL. Coreografou “Estar de fora para ver” (2003) e “Qualquer Um” (2007); co-criou com Lígia Soares “The end and then” e “Super Heróis” com Joana Brandão (2006). Presentemente é Equiparada a Professora Adjunta na E. S. Dança de Lisboa. Shiori Usui De origem Japonesa. Descrita pelo “the times” como possuindo um ouvido singular, quando o seu quinteto com piano Liya-pyuwa teve a sua estreia mundial no Wigmore Hall, Londres 2006. As suas composições têm sido apresentadas no Reino Unido, Áustria, Alemanha e República Checa, por diversos solistas, ensembles e orquestras. Membro fundadora da “Edinburgh University Composers’ Orchestra” e “Edinburgh Contemporary Music Ensemble”. A sua peça Frozen Blast está publicada pela Europa Edition. Nuno Torres Nasceu em Lisboa em 1977, onde vive e expande a sua actividade. Desenvolveu o estudo do saxofone alto na área do Jazz e participa em diversos ensembles na área da música improvisada e electro-acústica (Orquestra de Geometria Variável, CACTO, PinkDraft) Nos últimos anos tem cooperado com diversos projectos, cruzando diferentes áreas do espectáculo como teatro, dança e artes plásticas (PARQUE, Les Voisins, Adriana Sá, Beatriz Cantinho). Percorre o seu caminho como músico numa pesquisa experimental da matéria sonora, utilizando como instrumento central o saxofone alto. Vasco Viana Nasceu em Lisboa em 1980. Estudou Realização na ETIC. Frequentou a ESAD onde, durante 1 ano, estudou Artes Visuais. Frequentou o workshop da Kodak Cinematography em 2005. Licenciado em Cinema (Escrita de guião e Direcção de fotografia) pela ESTC. Desde 2006 tem trabalhado como Director de Fotografia em Curtas-metragens e videos musicais e institucionais. Em 2009 fez a Direcção de Fotografia do filme "Arena" de João Salaviza, que foi venceu a Palma de Ouro em Cannes para a melhor Curta-Metragem. Mariana Sá Nogueira É formada em Design de Cena pela Escola Superior de Teatro e Cinema e Design de Moda pela Central St. Martins College of Art & Design em Londres. Desenha figurinos para Teatro, Cinema e Publicidade. Trabalhou na área da Moda. Dirige desde 1997, com Paula Sá Nogueira, a companhia de teatro Cão Solteiro. Lecciona a disciplina de Figurinos na Escola Profissional de Artes e Ofícios do Chapitô e na Escola Superior de Teatro, em Lisboa.
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