Restaurando vidas em ruínas

Transcrição

Restaurando vidas em ruínas
Apresentação
Os livros de Esdras e de Neemias são considerados
um livro só. Esdras chegou a Jerusalém no ano 457 a.C.
depois que Ciro, obedecendo a ordem de Deus, libertou o
povo judeu para que retornassem a sua pátria e
reconstruíssem o templo que havia sido destruído (2Cr
36.22,23 e Ed 1.1-3). Neemias chegou doze anos mais tarde,
em 445 a.C. depois de receber notícias sobre a condição
do povo, pela boca do seu irmão Hanani: “Os restantes,
que não foram levados para o cativeiro, lá na província
estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém,
fendido, e as suas portas, queimadas a fogo” (Ne 1.3).
Esdras e Neemias tiveram um papel importante na
restauração da nação no aspecto espiritual, financeiro, ético e
moral. O povo ainda foi beneficiado com a cura física e
emocional.
Escolhemos o livro de Neemias exatamente por tratar
deste tema tão atual: “Restaurando vidas em ruínas”.
A preocupação central com este tema é abordar questões
relacionadas às várias doenças da alma, dentre as quais a
depressão, considerada “o mal do século”.
O nosso objetivo é discutir e debater o assunto, a fim de
conhecermos melhor o que se pode fazer em relação aos
problemas que ora enfrentamos, pois a melhor solução ainda
é a prevenção.
Pedimos ao Senhor que nos dê sabedoria e espírito de
revelação para entendermos o que Ele quer fazer em nossas
vidas por meio destas abençoadas lições.
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
RESTAURANDO VIDAS EM RUINAS
“Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as mãos para o bem”
(Neemias 2.18b)
SUMÁRIO
LIÇÃO 01 LIÇÃO 02 LIÇÃO 03 LIÇÃO 04 LIÇÃO 05 LIÇÃO 06 LIÇÃO 07 LIÇÃO 08 LIÇÃO 09 LIÇÃO 10 LIÇÃO 11 LIÇÃO 12 LIÇÃO 13 LIÇÃO 14 -
Interessando-se pelos problemas alheios
Tomando providências necessárias
Espalhando otimismo
Resistindo aos inimigos
Detectando problemas
Restaurando visões
Discernindo os “espíritos”
Aplicando o remédio nas feridas
Fazendo confissões
Fazendo consertos
Dedicando-se ao Senhor
Varrendo a casa
Removendo os entulhos
Resumo das lições (Recapitulação)
COMENTÁRIO
Nilton Félix Batista (Coordenador da EBD)
Elaine José Alves (Coordenadora do CENAT)
Luciano da Silva Menezes (Equipe de Missões)
Evandro Arruda do Nascimento (Diretor do DEC)
Eliude Fernandes Silva Félix (Coordenadora EBD)
Ana Lúcia de Souza Almeida (Ministra de Música)
EDITORAÇÃO
Kleber Paulo Santana
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Antônia B. Costa Carvalho
Danusa Garcia Alves
SUPERVISÃO GERAL
Natanael Nogueira de Sousa
Pastor Presidente
BÍBLIA
Edição Revista e Corrigida
WWW.ADGO.COM.BR
Direitos autorais reservados à Igreja Assembléia de Deus do Setor
Oeste do Gama - Área Especial 2/4 - DF
INTERESSANDO-SE PELOS
PROBLEMAS ALHEIOS
Versículo Chave
“E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei,
e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante
o Deus dos céus” (Neemias 1.4)
Lição 01 - 01 de julho de 2007
Objetivos da Lição
Segunda – (Romanos 12.13) – Comunicando necessidades
Terça – (Gálatas 6.2) – Levando cargas uns dos outros
Quarta – (Filipenses 2.4) – Atentando para a necessidade do próximo
Quinta – (Tiago 2.15,16) – Suprindo as necessidades
Sexta – (1João 3.17,18) – Praticando a caridade
Sábado – (Neemias 1.1-11) – Interessando-se pelos problemas alheios
Culto Familiar
• Mostrar que devemos ter interesse pelos problemas do nosso semelhante;
• Ensinar que o cristão, para cumprir o seu papel como membro da igreja,
precisa se envolver com os problemas alheios;
SUGESTÃO DE HINOS - 046 - 232 - 469 (Harpa Cristã)
Neemias 1.1-11
1 - As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de
quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza,
2 - que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes
pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém.
3 - E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro,
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém,
fendido, e as suas portas, queimadas a fogo.
4 - E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e
lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
5 - E disse: Ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que
guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam
os teus mandamentos!
6 - Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para
ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite,
pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos
de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos.
7 - De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos,
nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo.
8 - Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo:
Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos.
9 - E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os
fareis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os
ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome.
10 - Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua
grande força e com a tua forte mão.
11 - Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu
servo e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze
prosperar hoje o teu servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu
copeiro do rei.
INTRODUÇÃO
N
o Antigo Testamento os escritos de Esdras e de Neemias são
considerados um único livro. Ambos relatam o retorno de Israel à sua
pátria, depois de setenta anos de cativeiro, com seu povo debilitado e
em grande miséria e desprezo.
Esdras ficou incumbido de restaurar o templo e Neemias, os muros de
Jerusalém e novamente resgatar a vida social, psicológica e espiritual do povo.
No estudo do livro de Neemias, estaremos aplicando sua rica mensagem à
restauração de vidas em ruínas e nesta primeira lição mostraremos que o cristão
precisa interessar-se pelos problemas do seu próximo. Portanto:
I – É NECESSÁRIO UM ENVOLVIMENTO MAIS
PROFUNDO (VV 1-4)
A palavra de Deus nos ensina que devemos participar de maneira mais envolvente
dos problemas do nosso semelhante: “Não atente cada um para o que é
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propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp 2.4).
1. Precisamos mudar nosso foco de interesse - “As palavras de
Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano
vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza...” (v 1) – Neemias, cujo nome
significa “Javé conforta”, era copeiro do rei persa Artaxerxes I. Morar em
Susã e estar perto do rei era privilégio de poucos. Ele tinha uma vida tranqüila
e bem estabilizada, portanto, não tinha a menor necessidade de se preocupar
com problemas alheios. No entanto, abdicou de uma vida cômoda para olhar
mais além, em busca de alguém a quem pudesse ajudar.
2. Precisamos mudar nossas atitudes interiores - “... veio Hanani, um
de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que
escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém” (v 2) –
Fazer perguntas pode nos causar constrangimento se não estivermos dispostos a
nos tornarmos solidários com as dificuldades do próximo, por isso não paramos
para ouvir a resposta que as pessoas dão às nossas perguntas, receosos de que
elas venham a solicitar algum tipo de ajuda e não estamos de fato interessados em
ajudá-las. Quando perguntamos às pessoas se vai tudo bem, estamos cumprindo
mera formalidade, apenas sustentando um costume social. É fácil perguntar: “Tudo
bem, meu irmão”, e sair sem esperar a resposta, como normalmente o fazemos.
No entanto, Jesus nos deu o exemplo de uma pergunta mais comprometedora, ao
interrogar ao cego Bartimeu: “Que queres que te faça?” (Mc 10.51).
3. Precisamos ouvir com mais atenção - “E disseram-me: Os restantes,
que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande
miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas,
queimadas a fogo” (v 3) – As pessoas, em geral, têm muito a dizer visto que
guardam problemas de toda natureza no recôndito da alma e não encontram
alguém com quem possam desabafar e compartilhar tais problemas, pois sem
notar, nos tornamos um grupo insociável. Estamos tão envolvidos na satisfação
pessoal, que para os aflitos não vale a pena fazer desabafos e lamentações,
porque sabem que não serão ouvidos e isto lhes causará dor maior. Se
prestássemos mais atenção ao que o nosso próximo tem a dizer, descobriríamos
que há muita miséria, tristeza, desprezo e vidas destruídas.
4. Precisamos aguçar nossos sentimentos cristãos - “E sucedeu que,
ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns
dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (v 4) – Muito
nobre foi a reação de Neemias à notícia de que as pessoas “lá na província
estão em grande miséria e desprezo”. Ele se assentou, chorou e lamentou
e, em seguida, passou a jejuar e orar pelo problema apresentado. Demonstrou,
assim, grande compaixão pelos irmãos aflitos, semelhantemente a Jesus Cristo
quando viu uma grande multidão de necessitados (Mc 6.34).
A Palavra de Deus nos ensina a alegrar com os que se alegram e chorar com
os que choram (Rm 12.15). Portanto, se queremos nos interessar pelos problemas
alheios, comecemos por ler estes textos bíblicos: (Gl 6.2; Tg 2.15,16; 1Jo 3.17-18).
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II – É NECESSÁRIA UMA COMPREENSÃO MAIS
ABRANGENTE (VV 5-11)
O nosso envolvimento deve começar por nos dispor a conhecer as grandes
dificuldades que afligem as pessoas, quais são as causas e onde encontrar
solução. Portanto devemos ter compreensão:
1. Da origem do problema - “E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus,
Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para
com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!” (v 5) –
Neemias detectou rapidamente o que gerou miséria e desprezo à nação israelita:
desobediência aos mandamentos de Deus.
Infelizmente estamos confusos quanto ao diagnóstico dos males que oprimem
a sociedade pagã e também a muitos cristãos: chamamos o pecado de fraqueza
humana, confundimos opressão maligna com problemas psicológicos, dizemos
que os pobres estão apenas sofrendo o dano da maldição. Desta maneira, nos
esquivamos de ser úteis no Reino de Deus e, enquanto “louvamos” a Deus
dentro de quatro paredes, as pessoas estão morrendo ao nosso lado.
2. Da extensão do problema - “Estejam, pois, atentos os teus
ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo,
que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel,
teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que
pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos. De todo
nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os
estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo” (vv 6,7) –
A oração de Neemias revela que o problema era coletivo: “... faço confissão
pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu
e a casa de meu pai pecamos”. Ele estava ciente de que tudo aquilo era
culpa de todos, inclusive dele e de sua família.
Deveríamos estar conscientes de que os problemas internos,
enfermidades, conflitos, miséria, desprezo etc, são de responsabilidade da
igreja como um corpo e não apenas de alguns. Como disse Paulo: “... para
que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual
cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece,
todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado,
todos os membros se regozijam com ele” (1 Co 12.25,26).
3. Da solução do problema - “... E vós vos convertereis a mim, e
guardareis os meus mandamentos, e os fareis; então, ainda que os
vossos rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei
ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome” (vv
8,9) – Neemias sabia que se a causa dos problemas era a desobediência,
então a obediência seria o antídoto.
A Igreja é um celeiro para matar a fome, um hospital para curar doenças
espirituais, psicológicas e físicas. É uma família para curar depressão, angústia
e solidão, basta que cada um se disponha a fazer o seu papel no Corpo de
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Cristo. “Se o meu povo que se chama pelo meu nome se converter dos
seus maus caminhos, eu ouvirei dos céus” (2 Cr 7.14).
4. Dos recursos - “Estes ainda são teus servos e o teu povo que
resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão... faze prosperar
hoje o teu servo e dá-lhe graça perante este homem” (vv 10,11) – As
palavras do servo de Deus indicam que ele conhecia a história de Israel e as
Escrituras e isto lhe deu visão completa dos recursos disponibilizados por Deus:
o que o Senhor fez no passado poderia fazer agora. O interessante é que a sua
oração incluiu o pedido para Deus prosperar aquilo que premeditava fazer em
prol da nação em ruínas, o que deixa clara sua intenção de arregaçar as mangas
e ir à luta. Se orarmos sem agir, não veremos o milagre acontecer, visto que
pedir a Deus pela necessidade dos irmãos pobres, rogar pela salvação de almas,
clamar por missões, pedir a cura dos deprimidos e desanimados, sem se
disponibilizar, não passa de “vãs repetições”.
CONCLUSÃO
Chegamos ao final do estudo deste primeiro capítulo de Neemias, acreditando
que aprendemos bem a lição: Não podemos deixar de nos envolver com os
problemas dos nossos irmãos, visto que somos um só corpo, portanto,
responsáveis pelo bem estar uns dos outros.
Procure se interessar pelos problemas alheios a fim de apresentar soluções.
Quando você perguntar: “Como você esta passando meu amado?” Aguarde
a resposta e preste muita atenção, o Senhor poderá estar colocando diante de
você a oportunidade de servir.
Para reflexão:
• Você tem se envolvido com os problemas do próximo a fim de ajudá-lo?
• Como você vê os problemas presentes na vida de muitos irmãos ao seu redor?
• Qual é o seu nível de envolvimento na obra restauradora da Igreja?
Questionário para avaliação e debate:
1. Explique o texto: “Comunicai com os santos nas suas necessidades”.
2. Qual foi a reação de Neemias, ao saber da situação dos seus irmãos em
Jerusalém? O que ele fez?
3. Explique o texto: “... antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros”.
“Com a minha pergunta estaria eu
realmente interessado nos problemas
daquele a quem me dirigi?” - I. André
TOMANDO PROVIDÊNCIAS
NECESSÁRIAS
Versículo Chave
“E o rei me disse: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus
dos céus” (Neemias 2.4)
Lição 02 - 08 de julho de 2007
Objetivos da Lição
Segunda – (Eclesiastes 3.1) – Há tempo de agir
Terça – (Isaias 61.1,2) – Devemos ser equipados para ajudar a outros
Quarta – (Lucas 4.23) – Devemos ser curados antes de levar saúde a outros
Quinta – (2Coríntios 1.4) – Devemos ser consolados antes de consolar
Sexta – (1Pedro 1.22) – Devemos amar o próximo antes de ajudá-lo
Sábado – (Neemias 2.1-16) – Devemos nos preparar para agir
Culto Familiar
• Mostrar que antes de agirmos, devemos tomar as providências necessárias;
• Destacar que às vezes só nos resta o silêncio, antes de começar a agir.
SUGESTÃO DE HINOS - 016 - 065 - 224 (Harpa Cristã)
Neemias 2.1-16
1 - Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que
estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém
nunca, antes, estivera triste diante dele.
2 - E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente?
Não é isso senão tristeza de coração. Então, temi muito em grande maneira
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3 - e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu
rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e
tendo sido consumidas as suas portas a fogo?
4 - E o rei me disse: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus
5 - e disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua
presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus
pais, para que eu a edifique.
6 - Então, o rei me disse, estando a rainha assentada junto a ele: Quanto
durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me,
apontando-lhe eu um certo tempo.
7 - Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os
governadores dalém do rio, para que me dêem passagem até que chegue a Judá;
8 - como também uma carta para Asafe, guarda do jardim do rei, para
que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, e para o muro da
cidade, e para a casa em que eu houver de entrar. E o rei mas deu, segundo
a boa mão de Deus sobre mim.
9 - Então, vim aos governadores dalém do rio e dei-lhes as cartas do rei;
e o rei tinha enviado comigo chefes do exército e cavaleiros.
10 - O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita,
lhes desagradou com grande desagrado que alguém viesse a procurar o bem
dos filhos de Israel.
11 - E cheguei a Jerusalém e estive ali três dias.
12 - E, de noite, me levantei, eu e poucos homens comigo, e não declarei
a ninguém o que o meu Deus me pôs no coração para fazer em Jerusalém; e
não havia comigo animal algum, senão aquele em que estava montado.
13 - E, de noite, saí pela Porta do Vale, para a banda da Fonte do Dragão
e para a Porta do Monturo e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam
fendidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo.
14 - E passei à Porta da Fonte e ao viveiro do rei; e não havia lugar por
onde pudesse passar a cavalgadura que estava debaixo de mim.
15 - Então, de noite, subi pelo ribeiro e contemplei o muro; e voltei, e
entrei pela Porta do Vale, e assim voltei.
16 - E não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia;
porque ainda até então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados,
nem aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma.
INTRODUÇÃO
V
imos na lição passada que precisamos nos envolver com os problemas
alheios e agora veremos de que maneira podemos colocar este ensino
em prática visto que são muitos os problemas e de naturezas diversas e
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não podemos nos envolver sem o devido preparo.
I – PRECISAMOS NOS PREPARAR ANTES DE AGIR - (VV 1-10)
O preparo envolve treinamento, condição física, psicológica e espiritual,
busca de recursos, de ajuda e espera (Ecl 3.1).
1. Aguardando o momento certo – “Sucedeu, pois, no mês de nisã,
no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele,
e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste
diante dele” (v 1) – O mês de Quisleu corresponde a novembro-dezembro
do nosso calendário (Ne 1.1) e o mês de Nisã a março-abril (Ne 2.1). Isto
corresponde a quatro meses que é o tempo de preparo de Neemias. Neste
tempo ele orou, jejuou, chorou e encarnou a dor e o sofrimento de seus irmãos.
Enquanto orava, aguardava o momento certo para pedir consentimento ao rei
para reconstruir os muros em ruína. Veja vv 2,3.
2. Buscando os recursos em Deus – “E o rei me disse: Que me
pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus” (v 4) – O Senhor sempre
provê os recursos necessários para quem deseja envolver-se com a sua obra.
Neemias, sabedor disto, pediu a Deus “graça perante este homem”, e quando
o rei se dispôs a ouvi-lo, novamente lançou mão dos recursos divinos: “Então,
orei ao Deus dos céus”. Estejamos conscientes de que sem Deus nada
podemos fazer pelos necessitados e por nós mesmos (Jo 15.5).
O Senhor é poderoso para fazer muito mais além do que pedimos ou pensamos
(Ef 3.20). Ele providenciou para que Neemias tivesse a autorização do rei para ir
a Judá, reconstruir os muros de Jerusalém e ainda proveu cartas de recomendação
e material de construção (vv 5-8). Neemias sabia que nada disto aconteceu por
causa da bondade do rei e, sim, “... segundo a boa mão de Deus sobre mim”.
3. Armando-nos contra os inimigos - “Então, vim aos governadores
dalém do rio e dei-lhes as cartas do rei; e o rei tinha enviado comigo
chefes do exército e cavaleiros. O que ouvindo Sambalate, o horonita,
e Tobias, o servo amonita, lhes desagradou com grande desagrado que
alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel” (vv 9-10) –
Evidentemente que para ajudarmos as pessoas nas suas necessidades,
precisamos estar equipados adequadamente. Se estivermos doentes, como
poderemos prometer saúde aos outros? Neste caso, é verdadeiro o ditado:
“Médico, cura-te a ti mesmo” (Lc 4.23).
Neemias se precaveu levando cartas que o autorizavam diante das
autoridades. Levou consigo homens fortes do exército do rei. Portanto, os seus
inimigos nada puderam fazer contra ele a não ser ficar descontentes.
Antes de nos dispormos a socorrer o aflito, alimentar o faminto, aconselhar
os desanimados, devemos nos revestir do Espírito do Senhor (Is 61.1).
II – PRECISAMOS CONTEMPLAR ANTES DE
REALIZAR - (VV 11-16)
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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Contemplação é a meditação profunda, concentração do pensamento. Antes
de agirmos, precisamos ser absorvidos pelo problema.
1. Entendendo a importância da missão – “E cheguei a Jerusalém e
estive ali três dias. E, de noite, me levantei, eu e poucos homens
comigo, e não declarei a ninguém o que o meu Deus me pôs no coração
para fazer em Jerusalém; e não havia comigo animal algum, senão aquele
em que estava montado” (vv 11,12) – A contemplação é o tempo que
tiramos para refletir e meditar e nele, buscamos a orientação divina. Começamos
a investigar e descobrimos que enquanto saboreamos um delicioso churrasco,
bem perto de nós, pessoas morrem de fome, enquanto nos alegramos cantando,
dançando e aplaudindo, irmãos pensam em suicídio, talvez por falta de um
amigo que lhe ajude a resgatar o sentido da vida.
A contemplação é um período em que pouco falamos e não compartilhamos
o que Deus pos em nosso coração para fazer.
2. Aprofundando a visão da situação – “E, de noite, saí pela Porta
do Vale, para a banda da Fonte do Dragão e para a Porta do Monturo
e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam fendidos, e as
suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo” (v 13) – Quanto
mais nos detivermos em observar e nos interessarmos pelos problemas
alheios, mais aguçada ficará a nossa visão. É comum acharmos que tudo
vai bem com as pessoas ao nosso redor, pois a nossa visão é egocêntrica.
Neemias pôde contemplar os muros fendidos, as portas queimadas; havia
tanto entulho, que não tinha como passar (v 14). Então pôde ver que o
problema era mais grave do que pensava anteriormente.
Nunca teremos a noção exata da extensão dos desafios a enfrentar se
permanecermos olhando para nós mesmos.
3. Chegando ao limite da absorção do problema – “... ainda até
então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem
aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma” (v 16) – Não
temos como ajudar a ninguém e nem podemos desafiar a outros a fazê-lo,
enquanto não tivermos absorvido o problema, como se fosse nosso mesmo.
Tem que ser um envolvimento de corpo e alma, de todo coração: mente,
vontade e emoção. Esta é a orientação bíblica: “Purificando a vossa alma
na obediência à verdade, para caridade fraternal, não fingida, amaivos ardentemente uns aos outros, com um coração puro” (1Pe 1.22).
CONCLUSÃO
Como vimos na lição, a tarefa é árdua e um só não pode fazê-la. A Igreja é
um Corpo vivo, que deve atuar em unidade.
Antes de nos envolvermos com esta grande obra, precisamos nos preparar
buscando em Deus a ajuda necessária.
Para absorvermos a tarefa como sendo nossa, precisamos contemplá-la, a
fim de entendermos sua grandeza e urgência.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
12
Para reflexão:
• Você se considera preparado para ajudar seu próximo?
• O que você entenderia se na tentativa de ajudar alguém, ouvisse estas palavras:
“Médico, cura-te a ti mesmo”?
• O que você faz quando vê alguém em dificuldade?
Questionário para avaliação e debate:
1. De que maneira Neemias se preparou para ajudar seu povo?
2. O que é contemplação?
3. O que é amar “ardentemente”?
DEPARTAMENTO DE
EDUCAÇÃO CRISTÃ
Existe para prestar ser
viços
serviços
didáticos.
CURSO PARA O SEGUNDO SEMESTRE DE
2007.
- CURSO PARA OBREIRO - (JULHO)
Procure-nos!
ESPALHANDO OTIMISMO
Versículo Chave
“Então, lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável,
como também as palavras do rei, que ele me tinha dito. Então,
disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as
suas mãos para o bem” (Neemias 2.18)
Lição 03 - 15 de julho de 2007
Objetivos da Lição
Segunda – (Neemias 1.5-11) – A fé na Palavra de Deus
Terça – (Mateus 19.26) – Tudo é possível para Deus
Quarta – (Marcos 9.23) – Tudo é possível para aquele que crê
Quinta – (Romanos 4.1-21) – Esperando o impossível
Sexta – (Hebreus 11.1-27) – Agradando a Deus com a fé
Sábado – (Neemias 2.17-20) – Falando palavras de otimismo
Culto Familiar
• Ensinar que é impossível ajudar as pessoas, usando palavras atitudes
pessimistas;
• Mostrar, de acordo com as Escrituras, que tudo é possível ao que crê.
SUGESTÃO DE HINOS - 011 - 127 - 355 (Harpa Cristã)
Neemias 2.17-20
17 - Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que
Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde,
pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio.
18 - Então, lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável,
como também as palavras do rei, que ele me tinha dito. Então, disseram:
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
14
Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem.
19 - O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e
Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é
isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?
20 - Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará
prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não
tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém.
INTRODUÇÃO
N
eemias foi um líder otimista. Por isso suas palavras transmitiam
segurança aos que estavam empenhados na reconstrução do muro.
O otimismo revigora a fé e a confiança das pessoas; por outro lado, o
pessimismo é uma arma que destrói a auto-imagem.
Nesta lição, veremos o otimismo como arma de combate e de defesa.
I – O OTIMISMO COMO ARMA DE COMBATE
O otimismo pode ser conceituado como “o sistema de julgar tudo o melhor
possível”; “tendência para achar tudo bem”.
Queremos esclarecer que não estamos falando de indução psicológica, ou
convencimento mental. Neemias era um homem de Deus e apoiava a sua fé
na Sua Palavra, como podemos ver no capítulo 1.5-11, por isso era tão otimista
e conseguia passar confiança para o povo. Não existe otimismo verdadeiro,
desprovido da Palavra do Senhor. Sendo assim:
1. Não importa o tamanho do problema, mas a certeza de que todo
problema tem solução - “Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria
em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas
têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém
e não estejamos mais em opróbrio” (v 17) - Ser otimista não significa
ignorar o problema, mas sim, enfrentá-lo com fé e convicção de que para Deus
tudo é possível (Mt 19.26) e que tudo é possível ao que crê (Mc 9.23).
Neemias tinha consciência do problema, tanto que o menciona: “vedes vós
a miséria em que estamos”. No entanto, sabia que todo problema tem solução
para quem está com Deus, por isso contrapôs: “vinde, pois, e reedifiquemos...”.
O maior problema hoje nas igrejas, não é a depressão (mal do século), nem
a pobreza generalizada, muito menos as drogas, mas o pessimismo. Alguns
irmãos conseguem matar espiritualmente e fisicamente o seu semelhante, com
apenas meia dúzia de palavras.
2. Relembra os feitos de Deus e as vitórias alcançáveis - “Então,
lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
15
as palavras do rei, que ele me tinha dito...” (v 18a) – Não podemos viver
de vitórias do passado, precisamos a cada dia ter novas experiências com
Deus, mas não podemos, também, deixar de lembrar os feitos do Senhor em
épocas remotas: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças
de nenhum de seus benefícios” (Sl 103.2).
Neemias era conhecedor destes salmos que relembram um passado glorioso
de Israel: (Sl 124.1-8; 126.1-3), daí o seu apoio para afirmar que, em Deus, as
vitórias são alcançáveis.
3. Ergue o espírito dos abatidos - “... Então, disseram: Levantemonos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem” (V 18b) –
Neemias conseguiu tirar forças da fraqueza. O povo estava com a sua autoimagem destruída, pois perdera um pouco a sua identidade, havia muitos judeus
nascidos no cativeiro. A situação era parecida com a de hoje na qual existem
irmãos deprimidos, traumatizados por causas variadas. Há centros de recuperação
abrigando drogados que viveram durante muitos anos no cativeiro das drogas,
onde perderam a própria identidade e presenciou a destruição de sua família.
Como podemos ajudar tais pessoas a se levantarem novamente? Neemias deu o
exemplo, usando palavras de fé: “Levantemos e edifiquemos”.
Devemos ser otimistas com os irmãos que estão com a vida em ruína e não
fazer como os “amigos” de Jó, que o vendo naquele estado lastimável usaram
palavras de escapismo e foram repreendidos (Jó 16.2-5; 20).
A Bíblia diz: “O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra,
a seu tempo, quão boa é!” (Pv 15.23).
II – O OTIMISMO COMO ARMA DE DEFESA
Por que o otimismo é uma arma de defesa? Porque vê o invisível (Hb
11.27), crê em Deus que chama as coisas que não são como se já fossem, e
espera o improvável (Rm 4.17,18).
1. Não ignora a existência do inimigo, mas o sobrepuja - “O que
ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o
arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isso
que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?” (v 19) – Neemias enfrentou
três oponentes: Sambalate, Tobias e Gesém e os sobrepujou.
Todos nós sabemos que o maior gerador de problemas é o inimigo das
nossas almas, que aproveita o momento de fraqueza espiritual para armar
ciladas. No lar, espera o casal apresentar sinais de fragilidade e então golpeia
a mente e o corpo dos abatidos. Se nada for feito, o inimigo zombará e
desprezará o povo de Deus.
2. Reconhece a insuficiência pessoal, mas sabe de onde suscitar
força - “Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará
prosperar...” (v 20a) – O servo de Deus conhecia bem o estado do povo e
sabia que muitas brechas estavam abertas deixando-os vulneráveis. Os setenta
anos de cativeiro desestabilizaram a nação. Muitos judeus nascidos em terra
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
16
estrangeira mal conheciam a língua natal, a Palavra do Senhor não era ensinada
e havia muitas misturas de culturas, casamentos e filosofia religiosa, logo eram
incapacitados para a batalha. No entanto, era preciso iniciar o combate, por
isso Deus procurou alguém para tapar a brecha (Ez 22.30) e encontrou Neemias
que sabia guerrear com Deus. Você, amado irmão, pode ser o servo escolhido
do Senhor para tapar a brecha e começar a grande batalha que se estenderá
até que o último soldado ferido seja resgatado, restaurado e consolidado.
3. Pode cair, mas se ergue em persistência - “... e nós, seus servos,
nos levantaremos e edificaremos...” (v 20b) – A queda é uma fraqueza
própria do homem, mas se cair, não pode ficar prostrado. A Palavra de Deus
nos garante: “que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o
necessitado” (Salmo 113.7).
Neemias foi persistente ao continuar a edificação, embora soubesse que o
povo estava em situação lastimável, visto que a natureza humana é propícia à
queda. “Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será
pequena” (Pv 24.10).
4. É capaz de detectar a presença do adversário - “... mas vós não
tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém” (v 20c) – O
pessimista normalmente vê derrota por todos os lados, mas atribui tudo a azar,
coincidência, castigo de Deus, perseguição dos irmãos etc.
Devemos saber que o inimigo não chega exposto. É sutil e enganador (2Co 2.11).
O otimismo nos faz entender que não existe nada destas coisas mencionadas
acima, e que se as coisas vão mal, e se eu estou dentro da vontade de Deus,
certamente há um inimigo agindo sutilmente.
Neemias detectou o inimigo e o desmascarou: “vocês (Sambalate, Tobias
e Gesém) não fazem parte...” (Ne 2.20).
CONCLUSÃO
O otimismo é a confiança que depositamos em Deus e a convicção nas suas
promessas, que não podem falhar. Assim creu Abraão: “e estando certíssimo de
que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer” (Rm 4.21).
O otimismo é uma arma poderosa contra as murmurações, as maledicências, a
incredulidade e desânimo. Por meio dele, podemos detectar os inimigos que tentam
minar vidas para enfim destruí-las. Mas nós “nos levantaremos e edificaremos...”.
Para reflexão:
• Você é um (a) crente otimista?
• Você tem se lembrado das obras de Deus em sua vida no passado?
• Diante da situação, como Neemias pôde dizer: “Vinde, pois, e reedifiquemos”?
Questionário para avaliação e debate:
1. Explique com as suas próprias palavras o que é otimismo.
2. Jó chamou os seus “amigos” de “consoladores molestos”. Por que?
3. Leia Rm 4.21 e explique o motivo de tanto otimismo em Abraão.
RESISTINDO AOS INIMIGOS
Versículo Chave
“Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra
eles, de dia e de noite, por causa deles” (Neemias 4.9)
Lição 04 - 22 de julho de 2007
Objetivos da Lição
• Ensinar que o inimigo anda à espreita o tempo todo querendo destruir vidas;
• Mostrar que o inimigo é sutil.
Culto Familiar
Segunda – (Mateus 16.18) – As portas do inferno não prevalecerão
Terça – (Romanos 16.20) – Satanás será esmagado
Quarta – (Efésios 6.10-18) – A armadura de Deus nos faz resistir no dia mau
Quinta – (1Tessalonicenses 5.17) – Oração sem cessar
Sexta – (1João 4.4) – Maior é o que está em nós
Sábado – (Neemias 4.1-23) – Enfrentando o inimigo
SUGESTÃO DE HINOS - 077 - 096 - 108 (Harpa Cristã)
Neemias 4.1-23
1 - E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em
ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus.
2 - E falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria e disse: Que
fazem estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isso? Sacrificarão? Acabá-lo-ão
num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas?
3 - E estava com ele Tobias, o amonita, e disse: Ainda que edifiquem, vindo
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra.
4 - Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados, e caia o seu opróbrio
sobre a sua cabeça, e faze com que sejam um despojo, numa terra de cativeiro.
5 - E não cubras a sua iniqüidade, e não se risque diante de ti o seu pecado,
pois que te irritaram defronte dos edificadores.
6 - Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade;
porque o coração do povo se inclinava a trabalhar.
7 - E sucedeu que, ouvindo Sambalate, e Tobias, e os arábios, e os amonitas,
e os asdoditas que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém,
que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo.
8 - E ligaram-se entre si todos, para virem atacar Jerusalém e para os
desviarem do seu intento.
9 - Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles,
de dia e de noite, por causa deles.
10 - Então, disse Judá: Já desfaleceram as forças dos acarretadores, e o pó
é muito, e nós não poderemos edificar o muro.
11 - Disseram, porém, os nossos inimigos: Nada saberão disso, nem verão,
até que entremos no meio deles e os matemos; assim, faremos cessar a obra.
12 - E sucedeu que, vindo os judeus que habitavam entre eles, dez vezes
nos disseram que, de todos os lugares, tornavam a nós.
13 - Pelo que pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos
altos; e pus o povo, pelas suas famílias, com as suas espadas, com as suas
lanças e com os seus arcos.
14 - E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, e aos magistrados, e ao resto
do povo: Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai
pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas.
15 - E sucedeu que, ouvindo os nossos inimigos que já o sabíamos e que Deus
tinha dissipado o conselho deles, todos voltamos ao muro, cada um à sua obra.
16 - E sucedeu que, desde aquele dia, metade dos meus moços trabalhava
na obra, e a outra metade deles tinha as lanças, os escudos, os arcos e as
couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá.
17 - Os que edificavam o muro, e os que traziam as cargas, e os que
carregavam, cada um com uma mão fazia a obra e na outra tinha as armas.
18 - E os edificadores cada um trazia a sua espada cingida aos lombos, e
edificavam; e o que tocava a trombeta estava junto comigo.
19 - E disse eu aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Grande e
extensa é a obra, e nós estamos apartados do muro, longe uns dos outros.
20 - No lugar onde ouvirdes o som da buzina, ali vos ajuntareis conosco; o
nosso Deus pelejará por nós.
21 - Assim trabalhávamos na obra; e metade deles tinha as lanças desde a
subida da alva até ao sair das estrelas.
22 - Também, naquele tempo, disse ao povo: Cada um com o seu moço fique
em Jerusalém, para que, de noite, nos sirvam de guarda e, de dia, na obra.
23 - E nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da
guarda que me seguiam largávamos as nossas vestes; cada um ia com suas
armas à água.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
19
INTRODUÇÃO
O
povo de Israel estava regressando para a sua terra após um longo
período no exílio. A alegria do retorno logo se misturou com a tristeza
por ver a total destruição de Jerusalém. Para que a cidade se erguesse
das cinzas, a prioridade era a reconstrução dos muros, mas os inimigos dos
judeus se levantaram para impedir a obra e destruir o povo de Deus. Assim
como Israel, a igreja também tem sido alvo de uma implacável perseguição.
Porém Jesus nos advertiu que “... as portas do inferno não prevalecerão
contra ela” (Mt 16.18). Nesta lição veremos como estabelecer uma resistência
contra as investidas do inimigo, sabendo que essa resistência é fundamental
para a continuação do processo de restauração de vidas.
I – RECONHECENDO CLARAMENTE SEUS ARDIS
Na luta diária do cristão contra as hostes infernais da maldade, não se pode
abrir mão de um bom conhecimento sobre o modo de operação do adversário.
Veja como agem os inimigos:
1. Eles ignoram a nossa força – “Que fazem esses fracos judeus?” (v.
2a). Os inimigos de Israel tentavam atingir o brio do povo, para assim dissuadi-lo a
abandonar a construção do muro. Se os judeus dessem crédito ao que estava sendo
falado, veriam que realmente eram impotentes diante de tão grande desafio. Essa é
uma das armas do inimigo para tentar frear a nossa busca por uma maior comunhão
com Deus. Diz ele: “você não vai conseguir”, “você não tem força suficiente”.
Na verdade, não é na nossa força que vencemos, mas na força do Senhor (Sl 84.5).
2. Eles desprezam o nosso intento – “Vivificarão dos montões do pó as
pedras que foram queimadas?” (v. 2b). O povo de Israel tinha um alvo pelo
qual trabalhar. Precisavam reedificar os muros caídos a fim de restabelecer a vida
na cidade. Seus adversários, que não tinham interesse em ver sua prosperidade,
desdenhavam do seu trabalho por meio de palavras. Hoje não é diferente com a
igreja de Jesus, pois somos humilhados e desprezados porque assumimos o
compromisso de vivermos exclusivamente para Deus. Davi sofreu esse desprezo
quando lhe lançaram em rosto: “Confiou no Senhor, que o livre...” (Sl 22.8).
3. Eles zombam de nossas realizações – “Ainda que edifiquem, vindo
uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra” (v. 3b). Uma
muralha intransponível demorava muitos meses ou anos para ser construída e
exigia um contingente enorme de mão de obra. Além do mais, os judeus não
dispunham de matéria prima de qualidade para a reconstrução dos muros.
Baseados nisso, seus adversários ironizavam dizendo que o muro seria
facilmente destruído. A ironia dos nossos adversários não deve, contudo, servir
de desânimo para nós, nem deve abalar nossa auto-estima. Aquilo que fazemos,
não é para nós mesmos, mas para Deus. (1Co 15.58).
4. Eles maquinam o mal contra nós – “Disseram, porém, os nossos
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
20
inimigos: nada saberão disso, nem verão, até que entremos no meio
deles e os matemos...” (v. 11). Além de bombardeados por acusações, ironias
e desprezos, os judeus ainda se viam às voltas com ameaças de morte. Seus
inimigos não buscavam apenas a sua vergonha, mas, a sua destruição total. A
nossa associação com Cristo nos tornou igualmente alvos de ameaça. Satanás,
que veio para matar, roubar e destruir (Jo 10.10) busca o nosso mal, entretanto,
não tenhamos medo, pois ele nada pode fazer contra nós (1Jo 4.4b).
II – REAGINDO SABIAMENTE A SEUS ATAQUES
Conhecer a forma de atuação do inimigo é um ponto fundamental na luta.
Todavia, o cristão necessita reagir com sabedoria aos ataques sofridos, por
meio da oração, do preparo e da vigilância constante. Observe:
1. Por meio da oração incessante – “Porém nós oramos ao nosso
Deus...” (v. 9a). O povo de Israel estava realizando a obra de Deus. É muito
natural que eles suplicassem ao seu Senhor a devida proteção. A súplica trazia
implícito o reconhecimento da total dependência de Israel em relação a Deus. É
exatamente isso que o Senhor espera de nós, dependência. Assim como Neemias
e o povo de Israel não desprezaram o valor da oração, a igreja de hoje é também
desafiada a trilhar o mesmo caminho. Muitos têm se tornados presas fáceis do
inimigo por ignorarem esse princípio bíblico: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17).
2. Mantendo um estado de vigilância constante – “Pelo que pus guardas
nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos” (v. 13a). A vigilância é
parte imprescindível em situações de combate. Aquele que vigia nunca é pego de
surpresa, e assim está sempre um passo à frente do inimigo. Neemias, mesmo
tendo colocado sua vida e a do povo nas mãos de Deus, não abriu mão de colocar
sentinelas em todas as partes do muro. Somos ensinados: “Vigiai, estai firmes na
fé, portai-vos varonilmente e fortalecei-vos” (1Co 16.13).
3. Estando preparados para suas investidas – “E nem eu, nem meus
irmãos (...) largávamos as nossas vestes; cada um ia com suas armas à
água” (v. 23). Um sistema de vigilância só é útil quando se tem meios para
manobras de defesa e ataque. Desta forma, para se defenderem de uma ofensiva
repentina, os judeus se mantinham armados em todo o tempo. Para não sermos
surpreendidos pelo nosso inimigo, devemos antever sua ofensiva e estarmos
devidamente preparados. A Bíblia nos adverte que nossa luta não é contra
carne ou sangue, mas contra as potestades do mal (Ef 6.13).
III – PROSSEGUINDO EM DIREÇÃO À CONQUISTA DO ALVO
As lutas constantes contra os inimigos não podem servir de pretexto para o
abandono do alvo. Ao contrário, elas devem servir de motivação. Não há vitória
sem luta e os percalços da batalha valorizam ainda mais o triunfo final.
1. Reagindo positivamente ao desalento do povo – “Então, disse Judá:
já desfaleceram as forças dos acarretadores, e o pó é muito, e nós não
poderemos edificar o muro” (v. 10). Nem todos mantêm a firmeza de propósito
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
21
e a disposição para continuar lutando em meio a tanta oposição. Muitos judeus se
achavam extenuados demais para poder prosseguir. O desfalecimento é a causa
de muitas baixas no decorrer do caminho, é nesta hora que se levanta o verdadeiro
homem de Deus, com palavras de ânimo e com um pensamento positivo, conseguindo
ter uma atitude diferente daqueles que voltam para trás. Devem ser como os
heróis da fé que “... da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram,
puseram em fugida os exércitos dos estranhos” (Hb 11.34b).
2. Sendo perseverante no propósito estabelecido – “Assim, edificamos
o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do
povo se inclinava a trabalhar” (v. 6). O povo de Israel empenhou o coração
na obra, e isso foi fundamental para o sucesso. Se não tivessem sido determinados,
teriam desistido no primeiro obstáculo. Todo alvo requer perseverança. Quantos
bons projetos caíram por terra tão somente por falta de persistência? Quantos
sonhos foram abandonados no meio da estrada? “Nós, porém, não somos
dos que retrocedem... mas dos que crêem e são salvos” (Hb 10.39 - NVI).
3. Depositando total confiança em Deus – “... e disse (...): não os temais;
lembrai-vos do Senhor, grande e terrível...” (v. 14). Neemias procurava inculcar
na mente do povo que o Senhor, “grande e terrível”, era o responsável pelo
livramento que viria. O livramento de fato veio e o povo pôde celebrar sua conquista.
Bem falou Davi acerca dos que crêem: “Os que confiam no Senhor serão
como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre” (Sl
125.1). Diariamente somos chamados a um relacionamento pessoal com o Senhor
totalmente baseado na fé. Diante de dificuldades visíveis, depositamos nossa inteira
confiança em um Deus invisível, mas real. Fé é crer no que não se vê.
CONCLUSÃO
A nossa luta contra o maligno e todo o seu sistema corrompido e alienado de
Deus irá continuar até o triunfo final de Cristo. Enquanto esse dia não chega, devemos
continuar resistindo e impedindo a sua ação contra as nossas vidas. Entretanto, temos
que tomar posse daquilo que o Senhor nos confiou para podermos enfrentar um
inimigo invisível e cruel, sabendo que a nossa vitória está garantida em Cristo Jesus,
“porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus,
para destruição das fortalezas” (2Co 10.4). Se um dia você se sentir derrotado, leia
Romanos 16.20. Em Cristo Jesus, somos mais que vencedores. Aleluia!
Para reflexão:
• Como você se sente quando alguém zomba de sua força espiritual?
• Você tem enfrentado o inimigo com a força da oração?
• O teu Deus é o mesmo Deus de Neemias? “Grande e terrível”?
Questionário para avaliação e debate:
1. Diga as quatro coisas que o inimigo faz em relação aos crentes (Tópico).
2. Nos subtópicos 1 e 2, Tópico II, quais as duas maneiras de enfrentarmos o inimigo?
3. O que você entende pelo texto: “Da fraqueza tiraram forças”?
DETECTANDO PROBLEMAS
Versículo Chave
“Rogamo-vos também, irmãos, que admoesteis os desordeiros,
consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos e sejais
pacientes para com todos” (1Tessalonicenses 5.14)
Lição 05 - 29 de julho de 2007
Objetivos da Lição
• Ensinar que jamais poderemos ajudar ao nosso semelhante, sem antes,
detectar os problemas que o aflige.
• Mostrar que só conseguiremos restaurar vidas em ruína, se tivermos
conhecimento da sutileza das forças malignas.
Culto Familiar
Segunda – (Josué 7.1-24) – Problema relacionado ao pecado
Terça – (Lucas 19.1-10) – Problema relacionado com a salvação
Quarta – (Atos 15.4-11) – Problema relacionado com doutrinas
Quinta – (1Coríntios 14.1-40) – Problema com desordem na igreja
Sexta – (1Tssalonicenses 5.14) – Problema com uso dos dons
Sábado – (Neemias 5.1-19) – Problema relacionado com injustiça social
SUGESTÃO DE HINOS - 005 - 370 - 535 (Harpa Cristã)
Neemias 5.1-19
1 - Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas mulheres contra os
judeus, seus irmãos.
2 - Porque havia quem dizia: Com nossos filhos e nossas filhas, nós somos
muitos; pelo que tomemos trigo, para que comamos e vivamos.
3 - Também havia quem dizia: As nossas terras, as nossas vinhas e as
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
23
nossas casas empenhamos, para tomarmos trigo nesta fome.
4 - Também havia quem dizia: Tomamos dinheiro emprestado até para o
tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas.
5 - Agora, pois, a nossa carne é como a carne de nossos irmãos, e nossos
filhos, como seus filhos; e eis que sujeitamos nossos filhos e nossas filhas para
serem servos, e até algumas de nossas filhas são tão sujeitas, que já não estão
no poder de nossas mãos; e outros têm as nossas terras e as nossas vinhas.
6 - Ouvindo eu, pois, o seu clamor e essas palavras, muito me enfadei.
7 - E considerei comigo mesmo no meu coração; depois, pelejei com os
nobres e com os magistrados e disse-lhes: Usura tomais cada um de seu
irmão. E ajuntei contra eles um grande ajuntamento.
8 - E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram
vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez venderíeis vossos
irmãos ou vender-se-iam a nós? Então, se calaram e não acharam que responder.
9 - Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura, não devíeis andar no
temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos?
10 - Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro, lhes temos dado
dinheiro e trigo. Deixemos este ganho.
11 - Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus
olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do
mosto e do azeite, que vós exigis deles.
12 - Então, disseram: Restituir-lho-emos e nada procuraremos deles;
faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que
fariam conforme esta palavra.
13 - Também o meu regaço sacudi e disse: Assim sacuda Deus a todo
homem da sua casa e do seu trabalho que não cumprir esta palavra; e assim
seja sacudido e vazio. E toda a congregação disse: Amém! E louvaram o
SENHOR; e o povo fez conforme esta palavra.
14 - Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de
Judá, desde o ano vinte até ao ano trinta e dois do rei Artaxerxes, doze anos,
nem eu nem meus irmãos comemos o pão do governador.
15 - Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram
o povo e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata;
ainda também os seus moços dominavam sobre o povo; porém eu assim não
fiz, por causa do temor de Deus.
16 - Antes, também na obra deste muro fiz reparação, e terra nenhuma
compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra.
17 - Também cento e cinqüenta homens dos judeus e dos magistrados e os que
vinham a nós, dentre as gentes que estão à roda de nós, se punham à minha mesa.
18 - E o que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas
escolhidas; também aves se me preparavam e, de dez em dez dias, de todo o
vinho muitíssimo; e nem por isso exigi o pão do governador, porquanto a
servidão deste povo era grande.
19 - Lembra-te de mim para bem, ó meu Deus, e de tudo quanto fiz a este
povo.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
24
INTRODUÇÃO
U
ma das verdades encontradas em Neemias 5 é que para ajudarmos o
nosso semelhante é preciso detectar os problemas que o afligem. Para
isto, é necessário chegar ao âmago da situação e esquadrinhá-la de tal
forma, que de qualquer ângulo que ela seja vista, possa se identificar a razão
do problema e a sua solução.
Mesmo tendo que se posicionar em situações extremamente complexas, o
conselheiro jamais deverá sacrificar a justiça, em razão do que lhe seria
conveniente. Para tanto, ele precisa agir com: Imparcialidade, sensibilidade e
sensatez.
I – A IMPARCIALIDADE NA DETECÇÃO DO PROBLEMA
Em diversas circunstâncias sempre haverá conflito entre pessoas ou entre
situação e pessoa; mas em Neemias 5 a questão se generalizou. Agora, para
detectar esse problema com precisão, Neemias teria que agir com
imparcialidade.
1. A imparcialidade capacita a avaliar os fatos com a razão (v. 1-3) Neemias foi envolvido numa situação muito constrangedora, que era solucionar
um problema familiar. Seus irmãos que usufruíam mais recursos se
aproveitavam da situação. Para compreender isto, Neemias precisou avaliar
os fatos racionalmente.
Aquele que confia o seu problema a alguém sempre espera ser
compreendido. Para isto é preciso ouvir com a razão, tendo como base um
princípio lógico, enxergar a situação como ela é. Desta forma, o posicionamento
será decisivo (1Rs 3.16-28).
2. A imparcialidade capacita a avaliar os fatos sem pré-julgamentos
(v. 4,5) - Quem apoiaria um povo envolvido com agiotagem e comercialização
dos próprios filhos à escravidão? Quem condenaria os que pegavam penhor
em troca de empréstimo? Não estariam eles “prestando um favor” aos que
passavam por momento difícil? Se Neemias pensasse assim, estaria fazendo
um pré-julgamento e a questão não está nisto, mas na insistência por não admitir
que errou (Jo 9). Portanto, ao detectar um problema, não tome partido sem
avaliar os lados em questão. Em suma: não cometa injustiça no juízo (Lv 19.35).
3. A imparcialidade capacita a avaliar os fatos com justiça (v. 5)
- Além da isenção de pré-julgamento, Neemias avaliou os fatos com
justiça. Ele sabia que naquelas condições o povo não deveria servir como
escravo (Lv 25.39,40) e que o penhor que já estava sobre o poder de
outros, consistia em uma afronta à justiça de Deus (Dt 24.10-13). Isto o
levou a repreender o povo (tópicos II e III).
Em Jeremias 22.13, diz: “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça
e os seus aposentos sem direito; que se serve do serviço do seu
próximo, sem paga, e não lhe dá o salário do seu trabalho”. Portanto,
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
25
guie suas ações com estas palavras.
II – A SENSIBILIDADE NA DETECÇÃO DO PROBLEMA
A capacidade de compenetrar na situação e nos identificarmos com ela, é
fundamental para a reversão do problema, pois só assim conseguiremos
confrontar o agente infeccioso com o reagente correto. Mas para isto,
precisamos da sensibilidade.
1. A sensibilidade capacita a ouvir com o coração (v. 6,7) - As palavras
“muito me enfadei” (v 6b), mostram que Neemias se importou com o problema
do povo e o considerou como se fosse seu (7a). Com isto, ele aliviou o coração
do aflito, pois demonstrou estar dando o devido valor ao assunto em questão.
Aquele que se dispõe a ajudar alguém precisa se colocar no lugar do
mesmo para demonstrar que deseja dividir o peso que o aflige, afinal
quem não se sente feliz só em saber que alguém se preocupa com ele?
Cristo nos deixou esse exemplo (Mt 11.28-29). Portanto, lembre-se que
tal atitude é um alívio para o angustiado.
2. A sensibilidade capacita a rejeitar a indiferença (v. 7a BLH) - Na
parte a do versículo sete, na versão da BLH lemos: “resolvi fazer alguma
coisa”. Esta é uma prova de que Neemias realmente se importou com o
problema detectado, pois sabia que enquanto não fizesse algo para modificar
aquela realidade, nada iria mudar.
Esse é o momento em que o patrono trava uma batalha consigo mesmo,
considerando que envolver-se, é se expor ao risco de não ser entendido,
ou até mesmo, de sofrer represálias dos que se enfurecem ao ver seus
pecados descobertos (At 7.51-60).
3. A sensibilidade capacita a confrontar a causa (v. 7) - Neemias sabia
que enquanto o confronto estivesse direcionado apenas ao problema, a resolução
seria sempre momentânea, pois não adiantava simplesmente dar o pão para o
que tinha fome, sem também combater a causa.
Ao usarmos a sensibilidade na detecção do problema, somos impulsionados a
confrontar nobres e magistrados, fracos e fortes, demônios e inferno, por meio
do antídoto que combate os falsos princípios, a verdade. Se somos um corpo,
precisamos conservá-lo sadio para o seu melhor funcionamento (1Co 12.12-26).
III – A SENSATEZ NA DETECÇÃO DO PROBLEMA
O fato de olharem apenas para si, dificultava aos opressores enxergarem
contra quem estavam lutando, então Neemias os levou a refletir sobre o assunto,
apresentando soluções contundentes e sólidas, com decisões oriundas de sensatez.
1. A sensatez capacita a agir com prudência (v. 8,9) - A prudência de
Neemias está no fato de relembrar o que jamais deveria ser esquecido: os
judeus injustiçados foram comprados e oprimidos pelos seus próprios irmãos.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
26
Aqui vemos que ser prudente é não ir direto ao “x” da questão, pois isto
pode tresvariar o que pensa estar certo, impedindo de enxergar a realidade.
Mas quando os fatos que antecedem ao impasse são antes relatados, facilita a
reflexão do ato, a fim de que mais cedo ou mais tarde a questão seja solucionada.
2. A sensatez capacita a propor soluções contundentes (v. 10-11) Neemias poderia simplesmente orar pela situação do povo e dizer-lhes: – Vá
com Deus. Mas baseado no que já vimos, seria hipocrisia. O que ele fez foi
expor aos opressores o que realmente precisava ser feito: desapossar de tudo
que estavam usufruindo indevidamente e devolver aos seus respectivos donos.
Vivemos num mundo em que as pessoas querem resolver os problemas
alheios com sofismas e pouca ação. Por esta razão, precisamos apresentar
soluções contundentes aos que se encontram em apuros (At 16.27-31).
3. A sensatez capacita a consolidar a solução (v. 12,13) - Neemias se
valeu disto ao solidificar a solução para os dias futuros, autenticando a decisão
por meio do juramento.
Consolidar a solução não é apenas garantir a estabilidade do que foi
resolvido, mas também estar sempre pronto para ajudar (1Co 8.22 BLH).
Fazendo assim, um forte exército se formará como resposta de Deus
àquele que O busca (1Cr 12.1-22).
CONCLUSÃO
Ao nos posicionarmos diante de um problema, haverá situações em que a
sua complexidade exigirá um alto grau de maturidade para diagnosticá-lo.
Contudo, jamais devemos recuar, visto que como servos de Deus na terra,
devemos nos importar com a vida humana e restaurar as que estão em ruínas.
É claro que haverá momentos em que enfrentaremos conflitos generalizados,
mas se nos dispusermos a buscar medidas corretas, será bem mais fácil neutralizálos. Portanto, jamais permita que seu irmão venha desfalecer, antes, invista todas
as suas forças para que ele entenda a situação e abrace soluções sólidas.
Para reflexão:
• Você tem se portado como um confiável conselheiro?
• Você tem valorizado a justiça ao emitir o seu posicionamento?
• Você tem agido como resposta de Deus àqueles que O buscam?
Questionário para avaliação e debate:
1. O que é julgamento com imparcialidade?
2. O que é ouvir com o coração? (veja tópico I, subtópico 1)
3. O que é ser prudente em relação aos problemas alheios?
“Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas
cada qual também para o que é dos outros” (Filipenses 2.4).
RESTAURANDO VISÕES
Versículo Chave
“E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande
obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria
esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter
convosco?” (Neemias 6.3)
Lição 06 - 05 de agosto de 2007
Objetivos da Lição
• Mostrar a necessidade de uma visão correta;
• Ensinar que o nosso entusiasmo está proporcionalmente relacionado a
nossa visão.
Culto Familiar
Segunda – (Êxodo 3.1-3) – Visão da liderança
Terça – (Isaias 6.1-9) – Visão profética
Quarta – (Daniel 7.1-28) – Visão Escatológica
Quinta – (Atos 10.9-16) – Visão evangelística
Sexta – (Atos 16.9,10) – Visão missionária
Sábado – (Neemias 6.1-9) – Visão da obra
SUGESTÃO DE HINOS - 093 - 187 - 225 (Harpa Cristã)
Neemias 6.1-9
1 - Sucedeu mais que, ouvindo Sambalate, Tobias, Gesém, o arábio, e o resto
dos nossos inimigos que eu tinha edificado o muro e que nele já não havia brecha
alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais,
2 - Sambalate e Gesém enviaram a dizer: Vem, e congreguemo-nos
juntamente nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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3 - E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de
modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a
deixasse e fosse ter convosco?
4 - E da mesma maneira enviaram a mim quatro vezes; e da mesma maneira
lhes respondi.
5 - Então, Sambalate, da mesma maneira, pela quinta vez, me enviou o
seu moço com uma carta aberta na sua mão,
6 - e na qual estava escrito: Entre as gentes se ouviu e Gesém diz que tu e
os judeus intentais revoltar-vos, pelo que edificais o muro; e que tu te farás
rei deles segundo estas palavras;
7 - e que puseste profetas para pregarem de ti em Jerusalém, dizendo:
Este é rei em Judá. Ora, o rei o ouvirá, segundo estas palavras; vem, pois,
agora, e consultemos juntamente.
8 - Porém eu enviei a dizer-lhe: De tudo o que dizes coisa nenhuma
sucedeu; mas tu, do teu coração, o inventas.
9 - Porque todos eles nos procuravam atemorizar, dizendo:As suas mãos largarão
a obra, e não se efetuará. Agora, pois, ó Deus, esforça as minhas mãos.
INTRODUÇÃO
P
or que Neemias abdicou de uma situação privilegiada para abraçar uma
causa, aparentemente, perdida? O que o levou a colocar suas próprias
mãos no trabalho da reconstrução dos muros de uma cidade em completa
ruína? A resposta é: por causa da sua visão. Não estamos falando do “Sistema
de captação e elaboração de imagens formada pelos olhos e pelo
cérebro” (visão no sentido estrito), mas de uma visão que enxerga um objetivo
escondido no caos do momento.
Para Neemias, os judeus ex-exilados que voltavam da Babilônia não eram
um povo qualquer, era o povo escolhido por Deus para a execução de um
grande projeto, e aqueles eram seus irmãos.
Tendo como base o texto desta lição, aprenderemos com Neemias que a
igreja do Senhor Jesus precisa adquirir a correta visão do que vem a ser “filhos
escolhidos de Deus”.
I – A VISÃO GERA EM NÓS INICIATIVA
Para se adquirir uma visão clara e objetiva é imprescindível que se tome
conhecimento da amplitude dos fatos e dos riscos do investimento a ser
empreendido. No reino de Deus, calcular os custos é princípio para se
estabelecer um objetivo (Lc 14.28).
1. Enxergamos as necessidades de nossos irmãos - É essa a visão
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
29
que precisa ser perpetuada no seio da igreja dos últimos dias, já que o sistema
adotado pela sociedade moderna é o da busca desenfreada pelo bem estar pessoal.
Como igreja, dizemos fazer parte de um corpo, mas não temos tempo para observar
o que se passa com o irmão ao nosso lado. Parece que o único problema que
importa é aquele enfrentado por nós mesmos. Assim, contrariamos o ensinamento
de Jesus: “... amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10.27).
Neemias abdicou de todo conforto de um palácio porque outros precisavam
de sua ajuda. Os judeus que não haviam morrido na Babilônia estavam relegados
em sua própria terra em completa ruína e miséria. Para Neemias, essa era
uma situação inconcebível.
2. Partimos para a ação - O texto dessa lição nos diz que o empreendimento
de Neemias já estava a pleno vapor, faltando apenas a colocação de algumas
portas da cidade. Não era o bastante apenas sentar e lamentar a situação dos
seus irmãos (Ne 1.4), algo precisava ser feito e logo.
Como igreja de Deus na terra, esperar que outros façam aquilo que está
dentro das condições que Ele nos proporcionou, é não ter uma visão adequada
do Seu reino. Por isso, não podemos mais perder oportunidades de sermos
usados por Deus para abençoar.
3. Não tememos às oposições - Seria possível encontrar em meio aos
irmãos de fé alguém que não se interesse pela restauração de vidas que se
encontra em ruínas?
Não são poucos os que nutrem um sentimento de egoísmo completo
demonstrando claramente a insatisfação diante do progresso de alguém.
Quando os inimigos de Neemias tomaram conhecimento do sucesso de sua
obra, arderam em ira e planejaram intentar contra sua vida, fato este que era
do seu conhecimento. Porém, uma ameaça contra a sua vida não foi suficiente
para fazê-lo desistir de um projeto vindo direto do coração de Deus, visto que
esse tipo de oposição está presente na vida de quem não tem a mesma visão a
respeito do reino de Deus.
Para o cristão que tem uma correta visão sobre os valores primados por
Deus, as inevitáveis oposições não o farão desistir.
II – A VISÃO NOS IMPEDE DE SERMOS SEDUZIDOS
Qualquer empreendimento que não tenha um objetivo definido se torna
vulnerável e suscetível a vontades estranhas. Somente com uma visão clara e
uma fé inabalável se pode levar a efeito a vontade de Deus.
1. Resistimos a convites traiçoeiros - Não faltam oportunidades, ofertas
ou convites que procuram desviar a atenção dos trabalhadores desta última
hora. O mundo vive à beira de um caos onde as pessoas não têm mais a quem
recorrerem. Até mesmo dentro da igreja são muitos os que vivem em situação
de ruína espiritual, emocional ou psicológica, esperando que alguém os ajude a
reconstruir seus muros. Não é momento de darmos atenção a qualquer coisa
que nos faça sair da posição que Deus nos colocou.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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Imagine o que seria da humanidade se Cristo tivesse dado ouvidos à proposta
de Satanás de possuir as glórias do mundo! (Mt 4.9).
Assim como Jesus tinha a convicção de que a prioridade de sua missão era
a restauração de vidas, Neemias também entendia que seus irmãos judeus
eram a prioridade de sua missão.
2. Apresentamos o valor da nossa ocupação - Não há nada de maior
grandeza do que a tarefa para a qual Deus nos chamou. Vejamos que a
importância que Neemias deu à reconstrução dos muros deriva de uma visão
que ultrapassa o que os olhos humanos podem ver. Deus operava através de
Neemias, a restauração da nação de Israel.
Pode parecer pouco significativa a contribuição de cada indivíduo diante da
tão grande gama de problemas que destroem a fé de alguns, porém cada cristão,
como agente de Deus na terra, “está envolvido numa grande obra”.
Essa é a consciência que deve ocupar nossas mentes quando decidimos
nos engajar no trabalho, de forma a não deixá-lo enquanto não o terminarmos
completamente.
3. Perseveramos na obra de Deus - Por quatro vezes Neemias foi
convidado a deixar a sua tarefa. Quanto mais perto estava de terminar a obra,
maiores eram as investidas para fazê-lo parar. Mas, um homem de visão é um
homem de propósito que consegue entender a amplitude dos resultados
posteriores de sua obra e não permitirá que as pressões sofridas, o desânimo
ou até mesmo mensagens sutis, aparentemente apaziguadoras, o façam
abandonar sua missão.
O apóstolo Paulo também nos ensinou a respeito da perseverança na
execução da obra, aludindo a uma carreira cheia de imprevistos, e mostrou que
o importante é completá-la, guardando a fé (2Tm 4.7).
III – A VISÃO NÃO NOS DEIXA SER CHANTAGEADOS
Reconstruir vidas é engajar-se em um conflito espiritual com potestades
malignas, descrito como “combate da fé” (2Co 10.4). É por isso que Paulo
nos orienta que a nossa firmeza deve ser contra as astúcias e armadilhas que
enfrentamos (Ef 6.11)
1. Não se abate diante de calúnias - A quinta investida dos inimigos dos
judeus contra Neemias foi o envio de uma carta, já que palavras bondosas por
meio de mensageiros não surtiram efeito algum. O teor da carta era uma
acusação de rebeldia e traição por parte de Neemias contra o Império Persa.
Rumores eram espalhados de que seu intuito era reinar sobre Jerusalém e,
para tanto, induzira profetas a fim de aliciar os moradores da cidade.
Observa-se que a tática do inimigo mudou, mas a intenção continuou sendo
a mesma: “deslocar Neemias de Jerusalém para depois matá-lo”.
Para nós, como igreja de Cristo na terra, somos advertidos de que,
como leão rugente, Satanás é uma ameaça (Sl 22.13) que procura
diligentemente destruir-nos, especialmente por meio do sofrimento (1Pe
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
31
5.8,9). Mas, Paulo escrevendo aos romanos faz uma pergunta pertinente:
“... quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus
quem os justifica” (Rm 8.33).
2. Não recua ante a ameaça de denúncias - Neemias fora enviado como
governador pelo rei da Pérsia para reedificar os muros de sua cidade, Jerusalém.
Porém, desde o início (Ne 2.19), três opositores concluíram que a sua intenção
era rebelar-se contra o rei. Agora, em (Ne 6.7), estes mesmos revelam
claramente a intenção de denunciá-lo como usurpador. Assim sendo, Neemias
teria de enfrentar a ira do rei e a conhecida brutalidade dos persas.
Assim como as palavras persuasivas dos inimigos não surtiram efeito,
tampouco as calúnias o intimidaram, restando aos inimigos a campanha do
terror. Toda a comunidade judaica temeu por suas vidas, mas é nesse momento
que o crente fiel lembra-se da Palavra de Deus: “... maior é o que está em
nós do que o que está no mundo” (1Jo 4.4).
3. Busca sua força no Senhor. “... fortalecei-vos no Senhor e na força
do seu poder” (Ef 6.10) - De certa maneira, o medo se torna benéfico,
quando, na dose certa, nos faz lembrar de que não somos auto-suficientes e
por isso precisamos da força que vem do alto. Assim fez Neemias, expondo
diante de Deus tudo o que estava lhe acontecendo e pedindo que o Senhor
fortalecesse as suas mãos.
Este é um notável exemplo de alguém que trabalha sob a dependência de
Deus. No livro de Neemias por onze vezes, encontramos registro dos seus
momentos de oração e interseção, evidenciando a característica de um servo
consciente de que a convicção, a coragem, a fé firme a toda prova, a compaixão
pelos oprimidos e a oração operam juntamente na realização de uma visão
clara e objetiva do que vem a ser a vontade de Deus.
CONCLUSÃO
Como igreja estabelecida por Cristo na terra somos comissionados por Deus
a alcançar os que estão de fora do reino, mas não podemos, jamais, ignorar o
fato de que também temos responsabilidades para com os que já estão dentro do
reino de Deus. É possível que ao nosso lado tenha alguém vivendo em ruínas,
expostos, desprotegidos, esperando que os reconstrutores de Deus os vejam e se
compadeçam. Mas, como poderemos ver se não mudarmos a nossa visão?
Para reflexão:
• Você consegue enxergar com clareza as necessidades do seu próximo?
• Você consegue enxergar o real valor da obra de Deus?
• Como está a sua visão espiritual?
Questionário para avaliação e debate:
1. Explique este mandamento de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
2. Por que uma visão correta nos impede de sermos seduzidos pelo erro?
3. Como podemos ter uma visão igual a de Neemias de uma “Grande obra”?
DISCERNINDO OS “ESPÍRITOS”
Versículo Chave
“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos
são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado
no mundo” (1João 4.1)
Lição 07 - 12 de agosto de 2007
Objetivos da Lição
• Mostrar a necessidade de compreender o mundo espiritual e o material;
• Ensinar que muitas vezes somos ludibriados, porque confundimos o
espiritual com o material e vice-versa.
Culto Familiar
Segunda – (Atos 5.1-11) – Discernindo o “espírito” da avareza
Terça – (Atos 16.16-18) – Discernindo o “espírito” de adivinhação
Quarta – (1Coríntios 12.10) – Discernindo o “espírito” por meio do dom
Quinta – (1Timóteo 4.1,2) – Discernindo o “espírito” enganador
Sexta – (1João 4.1-3) – Discernindo o “espírito” do falso profeta
Sábado – (Neemias 6.10-19) – Discernindo o “espírito” da mentira
SUGESTÃO DE HINOS - 131 - 175 - 212 (Harpa Cristã)
Neemias 6.10-19
10 - E, entrando eu em casa de Semaías, filho de Delaías, o filho de
Meetabel (que estava encerrado), disse ele: Vamos juntamente à Casa de
Deus, ao meio do templo, e fechemos as portas do templo; porque virão
matar-te; sim, de noite virão matar-te.
11 - Porém eu disse: Um homem, como eu, fugiria? E quem há, como eu,
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
33
que entre no templo e viva? De maneira nenhuma entrarei.
12 - E conheci que eis que não era Deus quem o enviara; mas essa profecia
falou contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o subornaram.
13 - Para isso o subornaram, para me atemorizar, e para que eu assim
fizesse e pecasse, para que tivessem alguma causa a fim de me infamarem e
assim me vituperarem.
14 - Lembra-te, meu Deus, de Tobias e de Sambalate, conforme estas
suas obras, e também da profetisa Noadias e dos mais profetas que procuraram
atemorizar-me.
15 - Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco de elul, em cinqüenta e
dois dias.
16 - E sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos, temeram todos
os gentios que havia em roda de nós e abateram-se muito em seus próprios
olhos; porque reconheceram que o nosso Deus fizera esta obra.
17 - Também, naqueles dias, alguns nobres de Judá escreveram muitas
cartas, que iam para Tobias, e as cartas de Tobias vinham para eles.
18 - Porque muitos em Judá se lhe ajuramentaram, porque era genro de Secanias,
filho de Ará; e seu filho Joanã tomara a filha de Mesulão, filho de Berequias.
19 - Também as suas bondades contavam perante mim, e as minhas
palavras lhe levavam a ele; portanto, Tobias escrevia cartas para me atemorizar.
INTRODUÇÃO
E
m nossos dias, mais do que em qualquer outra época, precisamos estar
atentos aos espíritos inimigos que procuram destruir o povo de Deus e
que muitas vezes, se apresentam de formas variadas, dificultando a sua
identificação.
Neemias percebeu a presença dos falsos espíritos em várias manifestações,
como veremos no estudo desta lição:
I – O DISCERNIMENTO NOS LEVA A ENTENDER A
CAUSA DAS AÇÕES MALÉFICAS
Discernir é conhecer distintamente, perceber claro por qualquer dos sentidos,
distinguir, discriminar. A Palavra de Deus nos alerta quanto a isto: “Amados, não
creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus...” (1Jo 4.1).
1. Estas ações aparentam ser divinas – “E, entrando eu em casa de
Semaías, filho de Delaías, o filho de Meetabel (que estava encerrado),
disse ele: Vamos juntamente à Casa de Deus, ao meio do templo, e
fechemos as portas do templo; porque virão matar-te; sim, de noite virão
matar-te” (v 10) – Semaías era um falso profeta, que estava trancado em casa,
talvez para impressionar Neemias, pois queria dar a idéia de grande perigo.
A lei judaica proibia um leigo entrar no interior do templo. Se Neemias tivesse
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
34
dado ouvidos ao enganador, teria pecado e perdido a sua autoridade dada por Deus.
Estamos vivendo época de grandes manifestações diabólicas disfarçadas
de angelicais. São líderes, pregadores e mestres disseminando mensagens que
parecem sair da boca de Deus, mas que têm servido exatamente para seduzir
e desviar os homens da verdade.
2. Estas ações criam situação de medo – “Porém eu disse: Um homem,
como eu, fugiria? E quem há, como eu, que entre no templo e viva? De
maneira nenhuma entrarei” (v 11) - Neemias percebeu que não poderia ser de
Deus uma profecia que os incentivasse a serem covardes, irresponsáveis e fracos
na fé. Além do mais, o povo perderia a confiança num governador que fugisse.
Os espíritos enganadores têm semeado muitas dúvidas e medo no seio da
igreja ao ensinarem mentiras que fazem o povo questionar o poder do sacrifício
de Jesus, a bondade e a justiça divina. Podemos verificar atualmente a
existência de um povo que tem medo da maldição, da pobreza, do ocultismo
etc., mas não tem medo de pecar sendo omissos à obra de Deus e passando
de largo diante do próximo caído na sarjeta (Lc 10.31,32).
3. Estas ações procuram parecer que foram enviadas por Deus
– “E conheci que eis que não era Deus quem o enviara; mas essa
profecia falou contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o
subornaram” (v 12) – Outra artimanha maligna que perturba o povo de
Deus é o suborno. Isso contamina a muitos.
Os púlpitos estão cheios de pregadores, conferencistas e cantores que
condicionam o trabalho ao dinheiro. Temos mais mercenários lidando com o
rebanho de Deus do que pastores, são subornados para venderem o rebanho
aos que andam em busca de votos ou pregam mentiras para auferir lucros.
Até mesmo quando se fala em filantropia, há “ministros de Deus” que pensa em
algo que seja rentável. Estas ações são meios ilícitos (v 13).
II – O DISCERNIMENTO NOS DÁ CONDIÇÕES DE
COMBATER ADEQUADAMENTE
A igreja tem passado por muitas dificuldades nos dias de hoje, por não
saber discernir o inimigo. Algumas vezes, até mesmo se associa a ele sem o
saber. Se conseguirmos identificá-lo bem, poderemos vencê-lo facilmente.
1. Por meio de uma oração apropriada – “Lembra-te, meu Deus, de
Tobias e de Sambalate, conforme estas suas obras, e também da
profetisa Noadias e dos mais profetas que procuraram atemorizar-me”
(v 14) – Neemias fez uma oração específica: apresentou a Deus o problema
pelo nome (Tobias, Sambalate e a profetisa Noadias).
As nossas orações precisam ser claras e objetivas. Elas devem definir
bem o problema que queremos apresentar ao Senhor para obter ajuda.
2. Por meio da demonstração de capacidade – “Acabou-se, pois, o
muro aos vinte e cinco de elul, em cinqüenta e dois dias” (v 15) – Os
muros foram construídos em tempo recorde. Note que o tempo de preparo de
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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Neemias no capítulo primeiro foi maior que o tempo gasto na obra. Talvez esta
seja a explicação para muitos fracassos nos nossos eventos. Gastamos pouco
tempo em oração e jejum e depois o resto do ano ficamos correndo atrás de
recursos e outras coisas menos importantes. O inimigo não “está nem aí”
para tamanha displicência.
O fato de Neemias acabar a obra em cinqüenta e dois dias deixou os inimigos
abalados, pois puderam perceber com quem estavam lidando.
3. Por meio do testemunho eficaz – “E sucedeu que, ouvindo-o todos
os nossos inimigos, temeram todos os gentios que havia em roda de
nós e abateram-se muito em seus próprios olhos; porque reconheceram
que o nosso Deus fizera esta obra” (v 16) – Ao perceberem a grande obra
realizada pelos judeus com a ajuda do Senhor, os inimigos foram diminuídos no
seu próprio conceito e sentiram-se derrotados.
O testemunho é mais forte do que as palavras. Diante do homem curado pelos
apóstolos, veja qual foi a única coisa que os inimigos puderam dizer (At 4.16).
Em nossos dias parece que os testemunhos acabaram ou sentimos vergonha
de testemunhar. No entanto, é preciso testemunhar o que Deus tem feito na
vida dos seus.
4. Por meio da demonstração de segurança – “Também, naqueles
dias, alguns nobres de Judá escreveram muitas cartas, que iam para
Tobias, e as cartas de Tobias vinham para eles... Tobias escrevia cartas
para me atemorizar” (vv 17-19) – As cartas de Tobias funcionavam como
setas malignas em direção a Neemias. No entanto, eram apagadas porque
eram identificadas rapidamente, antes de atingir o alvo, pois Neemias sabia
que eram ciladas do inimigo.
Quantas setas são lançadas sobre nós, diariamente! Quanta pressão!
Somos acusados pelo diabo, por nossa mente e pelos irmãos destituídos
de amor e misericórdia. No entanto, devemos nos manter de pé diante de
toda ameaça do inimigo.
CONCLUSÃO
Precisamos discernir os “espíritos” que atuam no seio da igreja, tentando
impedir a restauração das vidas em ruínas. São doenças, acusações, zombarias,
críticas destrutivas que vêm e vão, como espíritos malignos, procurando derrotar
os que não conseguem discerni-los a tempo e combatê-los adequadamente.
Para reflexão:
• Você consegue discernir os “espíritos” com facilidade?
• Você fica amedrontado com a atuação dos “espíritos” inimigos?
• O seu testemunho, no Senhor, é forte o suficiente para intimidar os inimigos?
Questionário para avaliação e debate:
1. Qual o significado do texto: “Não creiam em todo espírito” (1Jo 4.1)?
2. Como podemos provar os espíritos?
3. Por que os inimigos temeram quando ficaram sabendo que a obra estava concluída?
APLICANDO O REMÉDIO NAS
FERIDAS
Versículo Chave
“O Senhor edifica Jerusalém; congrega os dispersos de
Israel; sara os quebrantados de coração e liga-lhes
as feridas” (Salmo 147.2,3)
Lição 08 - 19 de agosto de 2007
Objetivos da Lição
• Ensinar que somente a Palavra de Deus pode restaurar vidas;
• mostrar a necessidade da educação cristã nas prevenções das doenças
psicossomáticas.
Culto Familiar
Segunda – (Salmo 107.20) – Cura pela Palavra enviada
Terça – (Salmo 147.2,3) – Sarou os quebrantados
Quarta – (Salmo 119.59,60) – Endireitou o caminho
Quinta – (Jeremias 17.14) – Sara-me e sararei
Sexta – (Marcos 6.34) – Ministrando a cura pelo ensino
Sábado – (Neemias 8.1-12) – Libertação pelo entendimento da Palavra
SUGESTÃO DE HINOS - 077 - 096 - 108 (Harpa Cristã)
Neemias 8.1-12
1 - E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades,
todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das
Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés,
que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
2 - E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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homens como de mulheres e de todos os sábios para ouvirem, no primeiro
dia do sétimo mês.
3 - E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde
a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos
de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei.
4 - E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram
para aquele fim; e estavam em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, e
Sema, e Anaías, e Urias, e Hilquias, e Maaséias; e à sua mão esquerda,
Pedaías, e Misael, e Malquias, e Hasum, e Hasbadana, e Zacarias, e Mesulão.
5 - E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava
acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
6 - E Esdras louvou o SENHOR, o grande Deus; e todo o povo respondeu:
Amém! Amém! —,levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o
SENHOR, com o rosto em terra.
7 - E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e
Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaías, e os levitas
ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto.
8 - E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido,
faziam que, lendo, se entendesse.
9 - E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os
levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado
ao SENHOR, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque
todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei.
10 - Disse-lhes mais: Ide, e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e
enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque esse dia é
consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria
do SENHOR é a vossa força.
11 - E os levitas fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque
este dia é santo; por isso, não vos entristeçais.
12 - Então, todo o povo se foi a comer, e a beber, e a enviar porções, e a
fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber.
INTRODUÇÃO
A
presente lição fala de um dos maiores cultos de restauração na presença
de Deus. Era o momento de consagração de um povo que ainda estava
amargurado e ferido pela sucessão de adversidades vividas no cativeiro.
Esdras, através da Palavra de Deus, conduziu o povo à restauração, pois
conhecia as suas feridas, compreendia as suas dores e sabia o remédio que
necessitavam para a cura. Tomemos, então, o seu exemplo para identificar,
compreender e restaurar as feridas daqueles que estão mais próximos.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
38
I – AS FERIDAS PRECISAM SER IDENTIFICADAS
“Todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da
Porta das Águas” (v.1). Esdras conhecia o sofrimento daquele povo que se
reunia à sua frente e, por isso, sabia exatamente o que deveria ser feito. No
nosso contexto, também, é fundamental que primeiro se identifique qual o tipo
de ferida a ser tratada:
1. Se causadas por traumas – “(...) fomos entregues (...) à espada,
ao cativeiro, ao roubo e à confusão do rosto, como hoje se vê” (Ed
9.7). A violência e humilhação (2Cr 29.9; Is 20.4) ainda faziam parte da
lembrança daquele povo. Atualmente, também existem muitos cristãos com
graves feridas provenientes de abuso sexual, espancamento, assalto, estupro,
alcoolismo, uso de drogas e ainda outros tipos de violência de menor impacto.
É evidente que, para alguns casos, também deve ser indicado um profissional
cristão. No entanto, quando a igreja se mantém em unidade e cada membro é
solícito às dificuldades dos demais, (1Co 12.25,26) torna-se o apoio necessário
para aqueles que padecem.
2. Se causadas pela depressão - “não vos entristeçais, porque a
alegria do Senhor é a vossa força” (v.10). Apesar de ser um dia de
comemoração, era difícil trazer alegria àquele povo habituado ao vale de
lágrimas vivido no cativeiro (Sl 137.1-6). Segundo os especialistas, a tristeza
quando é constante e ligada a pensamentos de desesperança, incapacidade,
baixa auto-estima, desânimo, ansiedade, irritabilidade e até idéias suicidas, pode
ser chamada de depressão. Essa doença tem destruído muitas vidas dentro da
Igreja que, por indiferença, omissão ou preconceito, não enxerga a sua
gravidade. Mas o que poderia ser feito pelo menos para amenizar essa dor?
Um exemplo seria formar grupos de ajuda, sob a liderança de um profissional
ou mesmo por meio de palestras visando combater o preconceito.
3. Se causadas pela culpa – “Porque todo o povo chorava, ouvindo
as palavras da Lei” (v. 9). O sentimento de culpa lembrava ao povo quantas
vezes foram desobedientes, mesmo sendo advertidos (Dt 28.15; 49-58), o que
era bom, pois lhes conduzia ao arrependimento. No entanto, para alguns cristãos,
a culpa acaba se transformando numa ferida dolorosa, que lhes impede de
sentir o perdão de Deus, mesmo após o arrependimento sincero e confissão de
pecados. É necessário, portanto, fazê-los compreender a grandiosa misericórdia
de Deus, como no exemplo de Davi (Ex 20.13-17 - 2 Sm 12.9-13), que pôde
desfrutar novamente da sua comunhão com o Senhor (Sl 51.7-14).
II – AS FERIDAS PRECISAM SER COMPREENDIDAS
“e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender (...) e
conhecer o amor de Cristo” (Ef. 3.17-19). A compreensão da dor alheia ainda
é um desafio para muitos de nós, mas é necessária para que o tratamento das
feridas seja bem sucedido; o que deve ser feito, com base nos seguintes aspectos:
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
39
1. Com amor - “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor
fraternal (...) comunicai com os santos nas suas necessidades...” (Rm
12.10-13). Pelo infinito amor de Deus, Israel foi restaurado à sua terra e
experimentava o maior avivamento e renovação espiritual do AT. O amor sempre
foi o remédio mais usado por Deus para curar nossas feridas (Jo 3.16), e sem
ele, é impossível se compadecer da dor e sofrimento alheio (Lc 10.30-37).
Somente pelo amor, é possível transpor o comodismo, quebrar diferenças e
preconceitos, para compreender e restaurar vidas que são preciosas para Deus.
2. Com paciência – “Ora, o Deus de paciência e consolação vos
conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo
Jesus.” (Rm 15.5). O tempo é fator crucial na recuperação daqueles que
estão feridos, e talvez por isso, muitos daqueles que começam a ser tratados,
logo são discriminados pela maioria, que não consegue compreender o lento
avanço da sua recuperação. É preciso entender que quanto mais profundas são
as feridas, mais tempo e paciência serão necessários para restaurar os que se
encontram doentes. “Porém, se estamos esperando alguma coisa que ainda
não podemos ver, então esperamos com paciência” (Rm 8.25 - BLH).
3. Com trabalhos específicos – “E enviai porções aos que não têm
nada preparado para si” (v.10). Mesmo em meio ao choro e lágrimas, Esdras,
instrui o povo para que ajude aos demais. Muitas vezes ajudar ao próximo em
suas dificuldades, com trabalhos sociais, por exemplo, pode ser um remédio
eficaz para aqueles que se encontram feridos. Pesquisas apontam que pessoas
que auxiliam o próximo são menos estressadas; organizam melhor o seu tempo;
aprendem a se comunicar mais; apresentam melhora no sistema imunológico e
na vitalidade e prolongam a expectativa de vida. Sem contar o benefício cristão
de ajudar alguém que também necessita de cuidados. “Portanto, cada um de
nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação” (Rm 15.2).
III – AS FERIDAS PRECISAM SER CURADAS
“Eis que eu farei vir sobre ela saúde e cura, e os sararei, e lhes
manifestarei abundância de paz e de verdade” (Jr 33.6). Esdras sabia que
toda cura espiritual vem da Palavra de Deus. Nela encontramos prevenção,
cura e restauração. Por isso o remédio correto vem sempre:
1. Pela Palavra e sua ação preventiva - “E os ouvidos de todo o
povo estavam atentos ao livro da Lei” (v.3). Israel compreendeu que
somente obedecendo a Palavra do Senhor, poderia se prevenir de novas feridas.
Infelizmente, muitos ignoram os ensinos da Palavra de Deus, que possui
direcionamento claro e objetivo tanto para a vida secular como cristã (Sl 119.5960; 67) e por isso, sofrem com problemas que poderiam ser evitados. A Palavra
de Deus não traz somente a cura das nossas feridas, mas principalmente é o
meio eficaz de preveni-las: “pela palavra dos teus lábios me guardei das
veredas do destruidor. Dirige os meus passos nos teus caminhos, para
que as minhas pegadas não vacilem” (Sl 17.4,5).
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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2. Pela Palavra e sua ação curativa – “Então o povo se foi (...) a fazer
grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber”
(v.12). O entendimento da Palavra curou aquele povo, que agora firmava um
novo compromisso com Deus. Um dos grandes problemas da atualidade é que
o povo tem enchido os cultos, escutado os sermões, mas o excesso de
preocupações não lhes permite meditar na Palavra de Deus, trazendo o
entendimento necessário e, por isso, continuam enfermos. Para curar, é preciso
que a Palavra seja tomada em doses freqüentes e absorvida por uma mente
em contínua oração e voluntária submissão (Sl 119.1-16; 105; 140).
3. Pela Palavra e sua ação restauradora – “Porque restaurarei a
tua saúde e sararei as tuas chagas (...) Eis que acabarei o cativeiro
(...) E sairá deles o louvor e a voz de júbilo” (Jr 30.17-19). As
promessas contidas na Palavra de Deus, antes mesmo do cativeiro, já
garantiam a Israel sua completa cura e restauração. Também são elas que
trazem, a todos os que estão feridos, a esperança de dias melhores na
presença do Senhor. Restaurados então, podem louvar agradecendo a Deus
pelo Seu cuidado e proteção: “Os meus lábios proferiram o louvor,
quando me ensinaste os teus estatutos” (Sl 119.171).
CONCLUSÃO
Não existe ferida que não possa ser curada pelo poder restaurador do
nosso Deus. Em sua Palavra encontramos alívio, consolo, restauração,
enfim o remédio necessário para qualquer sofrimento. Aplicá-la
diariamente em nossas vidas, nos garante a proteção e o caminho correto
a seguir, nos tornando capazes de dar auxílio àqueles que sofrem, afinal:
“O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; é
um escudo para todos os que nele confiam” (Sl 18.30).
Para reflexão:
• Você tem se importado com aqueles que estão sofrendo?
• O que você tem feito para curar as suas feridas?
• Qual o remédio que você tem aplicado para restaurar vidas?
Questionário para avaliação e debate:
1. Em sua opinião, por que a alegria do Senhor constitui em força para nós?
2. De acordo com Rm 12.10, o que falta em nós para que ajudemos na
restauração das vidas em ruína?
3. De acordo com o tópico III, qual é o melhor remédio para curar nossas feridas?
“Enviou a sua palavra, e os sarou, e os
livrou da sua destruição” (Salmos 107.20).
FAZENDO CONFISSÕES
Versículo Chave
“E, levantando-se no seu posto, leram no livro da Lei do
Senhor, seu Deus, uma quarta parte do dia; e, na outra
quarta parte, fizeram confissão; e adoraram
o Senhor, seu Deus” (Neemias 9.3)
Lição 09 - 26 de agosto de 2007
Objetivos da Lição
• Mostrar a necessidade do arrependimento e das confissões;
• Ensinar que o pecado oculto gera transtornos e doenças.
Culto Familiar
Segunda – (Esdras 10.1-3) – Confissão pela nação
Terça – (Provérbios 28.13) – Confissão para prosperar
Quarta – (Daniel 9.1-19) – Confissão para receber entendimento
Quinta – (Atos 19.18) – Confissão pública
Sexta – (1João 1.7-9) Confissão para purificação
Sábado – (Neemias 9.1-38) – Confissão coletiva
SUGESTÃO DE HINOS - 186 - 312 - 432 (Harpa Cristã)
Neemias 9.1-3; 27-38
1 - E, no dia vinte e quatro deste mês, se ajuntaram os filhos de Israel com
jejum e com pano de saco e traziam terra sobre si.
2 - E a geração de Israel se apartou de todos os estranhos, e puseram-se
em pé e fizeram confissão dos seus pecados e das iniqüidades de seus pais.
3 - E, levantando-se no seu posto, leram no livro da Lei do SENHOR,
seu Deus, uma quarta parte do dia; e, na outra quarta parte, fizeram confissão;
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e adoraram o SENHOR, seu Deus.
27 - Pelo que os entregaste na mão dos seus angustiadores, que os
angustiaram; mas no tempo de sua angústia, clamando a ti, desde os céus tu
os ouviste; e, segundo a tua grande misericórdia, lhes deste libertadores que
os libertaram da mão de seus angustiadores.
28 - Porém, em tendo repouso, tornavam a fazer o mal diante de ti; e tu os
deixavas na mão dos seus inimigos, para que dominassem sobre eles; e,
convertendo-se eles e clamando a ti, tu os ouviste desde os céus e, segundo
a tua misericórdia, os livraste muitas vezes.
29 - E protestaste contra eles, para que voltassem para a tua lei; porém
eles se houveram soberbamente e não deram ouvidos aos teus mandamentos,
mas pecaram contra os teus juízos, pelos quais o homem que os cumprir
viverá; e retiraram os seus ombros, e endureceram a sua cerviz, e não ouviram.
30 - Porém estendeste a tua benignidade sobre eles por muitos anos e
protestaste contra eles pelo teu Espírito, pelo ministério dos teus profetas; porém
eles não deram ouvidos; pelo que os entregaste na mão dos povos das terras.
31 - Mas, pela tua grande misericórdia, não os destruíste nem
desamparaste; porque és um Deus clemente e misericordioso.
32 - Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e terrível, que
guardas o concerto e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a
aflição que nos alcançou a nós, e aos nossos reis, e aos nossos príncipes, e
aos nossos sacerdotes, e aos nossos profetas, e aos nossos pais, e a todo o
teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje.
33 - Porém tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; porque tu
fielmente te houveste, e nós impiamente nos houvemos.
34 - E os nossos reis, os nossos príncipes, os nossos sacerdotes e os
nossos pais não guardaram a tua lei e não deram ouvidos aos teus
mandamentos e aos teus testemunhos, que testificaste contra eles.
35 - Porque eles nem no seu reino, nem na muita abundância de bens que
lhes deste, nem na terra espaçosa e gorda que puseste diante deles te serviram,
nem se converteram de suas más obras.
36 - Eis que hoje somos servos; e até na terra que deste a nossos pais,
para comerem o seu fruto e o seu bem, eis que somos servos nela.
37 - E ela multiplica os seus produtos para os reis que puseste sobre nós
por causa dos nossos pecados; e, conforme a sua vontade, dominam sobre
os nossos corpos e sobre o nosso gado; e estamos numa grande angústia.
38 - E, com tudo isso, fizemos um firme concerto e o escrevemos; e
selaram-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
43
INTRODUÇÃO
H
á “muros” que foram destruídos pela dor, pelo excesso de trabalho, por
grande frustração ou por causa de uma simples palavra, mas Deus nos
chama para reconstruí-los. Para que isto aconteça é necessário adquirir
forças emocionais e espirituais para retirarmos as “ervas daninhas” instaladas
em nosso ser.
A desobediência a Deus sempre traz conseqüências desastrosas, por isso
precisamos buscar e aceitar a ajuda vinda de outras pessoas, de nossos irmãoscristãos mais próximos, de familiares, profissionais cristãos e, principalmente,
de Deus, pois Ele disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e
sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mt 11.28 - ARA). Façamos a nossa
reconstrução interior, também, por meio das nossas confissões.
I – UMA CONFISSÃO QUE REVELE QUEM DE
FATO SOMOS – (VV 1-3)
Abra o seu coração, deixe as lágrimas derramarem, mas não guarde a angústia,
a raiva, nem a necessidade. Abra-se com Deus, pois “É ele que perdoa todas
as tuas iniqüidades e sara todas as tuas enfermidades; quem redime a
tua vida da perdição e te coroa de benignidade e de misericórdia” (Sl
103.3,4). Reconheça, primeiramente, quem realmente você é:
1. Confessando a verdade: sou um pecador (Lc 18.13) – Não provém
da própria pessoa o fato de ser aceitável a Deus, visto que apenas a obra redentora
de Jesus Cristo é capaz de resgatar, purificar e transformar o homem. Em essência,
continuamos pecadores! Como já disse Shakespeare: “Se fizéssemos valer a
justiça, nenhum de nós teria salvação”. Na verdade o homem é imerecedor
das virtudes, dos dons, da salvação, da graça divina, mas Ele nos amou de tal
maneira, que se deu em sacrifício para se aproximar de nós (Jo 3.16).
No entanto, a confissão é necessária, pois envolve um reconhecimento de que
todo o nosso fracasso tem como causa básica a desobediência à Lei de Deus:
“Fizeram confissão dos seus pecados e das iniqüidades de seus pais”.
2. Confessando honestamente o que penso de mim mesmo – Qual é
a sua auto-imagem? Você pode traçar um conceito maravilhoso ou terrível de
si próprio. Atualmente as pessoas são extremistas ao reafirmar virtudes ou
culpas. Isto é prejudicial, pois só há o equilíbrio quando se descobre que é
incompleto, mas não totalmente ruim. (lembre-se: o homem e a mulher foram
banidos do éden por terem pecado, mas no princípio foram feitos imagem e
semelhança de Deus – Gênesis 1.26). “Estar incompleto é carecer da graça”
(Brennan Manning)! Nunca seremos completos totalmente, pois carecemos
da graça, nem incompletos totalmente, pois temos a graça. A pessoa só será
livre se, crendo, agir com honestidade a respeito de si própria. Este passo levaa a depender exclusivamente do Senhor, daí vem a real pobreza de espírito:
Pessoas vazias de si mesmas, mas preenchidas da graça de Deus (2Co 12.9).
É necessário reconhecer o nosso estado decaído, mas devemos saber que
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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o nosso Deus não deixará de conceder-nos a sua maravilhosa graça e perdão:
“Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar...” (Sl 86.5). “Pelo que
todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no
transbordar de muitas águas, estas a ele não chegarão” (Sl 32.6).
II – UMA CONFISSÃO QUE EXPONHA NOSSAS
AFLIÇÕES (VV 27-30)
A vida contemporânea dá-se em sofrimento já que as grandes transformações
tecnológicas têm trazido o “afogamento” da célula familiar – base natural da
estrutura emocional humana. O imediatismo e o distanciamento das relações
familiares, próprios da vida moderna, são fatores de grandes aflições:
1. Aflições causadas pelo estresse continuado – Momentaneamente,
o organismo humano suporta o estresse (fadiga), mas a recorrência dele é
preocupante, podendo levar ao esgotamento e, posteriormente, ao quadro
depressivo. Dificuldades com o orçamento familiar, dívidas, jornada de trabalho
exaustiva, pressão profissional ou mesmo pessoal são favorecedoras de estresse
continuado. Os servos de Deus também sofrem com isto (1Rs 19.4; 10; 14).
2. Aflições causadas pelas constantes frustrações – A tristeza, perdas e
decepções fazem parte da vida, mas é preciso saber enfrentá-las, pois se não, podese chegar ao quadro depressivo. O rei Davi, por exemplo, passou por grandes
frustrações e uma delas foi a morte do seu filho Absalão (2Sm 18.33). Neste momento,
ele se viu vencido pela dor, mas exortado por Joabe (comandante do exército), tomou
uma atitude reativa (2Sm 19.5,8). O importante ao tentar ajudar alguém é avaliar a
cronologia das vivências traumáticas, as circunstâncias em que ocorreram e a
proporcionalidade entre estas e o estado emocional para se conseguir superá-las.
3. Aflições causadas pela total insegurança – O mal está dominando o
mundo. Cresce o crime organizado, o terrorismo, o número de acidentes fatais e as
doenças. As pessoas estão temerosas e inseguras por causa de todo tipo de violência:
física, moral (sensualidade exagerada, erotismo...) e emocional (programas e
“vídeos-game” que divulgam a agressividade...). Não há onde se esconder! Não
há em quem confiar! (Mq 7.6) Daí, fecham-se as casas e, finalmente, o próprio
ser. Devido a esta violência iminente, as pessoas têm vivido cada vez mais
amendrontadas. Mas, sabemos que há um Deus de quem obtemos total segurança
(Pv 29.25; Mq 7.7). As boas novas são esperança, não só no porvir, mas onde
estivermos, pois o nosso Pai está conosco a todo tempo. Precisamos lançar fora
todo medo, por meio das nossas confissões e esperarmos Nele.
III – UMA CONFISSÃO QUE PROPORCIONE A
CURA COMPLETA (VV 31-38)
Está escrito: “(...) e, conforme a sua vontade, dominam sobre os nossos
corpos (...)” (Ne 9.37b). Todo o nosso organismo está sujeito a doenças,
inclusive a transtornos emocionais, visto que fatores genéticos e fisiológicos
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influenciam no surgimento destes males. Por isso, nem sempre um transtorno está
relacionado à opressão maligna ou a um pecado oculto. Mas em toda situação
podemos recorrer, como fez a nação de Israel, ao poder curativo do Senhor: “Enviou
a sua palavra, e os sarou, e os livrou da sua destruição” (Sl 107.20).
1. Devemos confessar nossos sentimentos emocionais – Aprenda a
admitir e a dizer: Eu estou com raiva, triste, com medo; depois se esforce e diga
sinceramente o que o fez ficar assim. Também, necessitamos de um confidente
cristão para lançarmos fora os nossos medos e conflitos, mas em qualquer
situação fale com Deus (Mc 14.36). A confissão melhora o estado emocional.
2. Devemos expor as nossas doenças psicossomáticas – O corpo está
sempre falando conosco e precisamos aprender a “ouvi-lo”. Quando reprimimos
as verdadeiras emoções elas vão ficando represadas até extravasar por algum
lado, geralmente em algum órgão mais sensível do corpo. Compreende-se, então,
que as Doenças Psicossomáticas são manifestações de doenças orgânicas
provocadas por transtornos emocionais, sentimento de culpa, fobias, ansiedade,
estresse, anorexia, depressão etc. Citemos as mais freqüentes formas de
manifestação de doenças psicossomáticas: enxaqueca, diarréias, insônia, tumores,
baixa resistência imunológica, dependência química, vícios etc.
Diante de tantos problemas, a confissão é o método bíblico e o recurso mais
simples para se prevenir ou mesmo corrigir estes males, a fim de proteger
nossas emoções.
CONCLUSÃO
A intenção é que seja possível reconstruir o estado emocional de cada leitor
a partir da sua confissão, que deve tornar-se uma prática cristã. Os israelitas
passaram um quarto do dia fazendo confissões (Ne 9.3), com certeza não só
de pecados, mas de todos os males que os acometiam.
O Pai celestial está esperando você se abrir com Ele para falar, e não
murmurar, do seu cansaço e da sua sobrecarga, diga: “Abba Pai estou pronto
para fazer descansar a minha alma em ti! Ajuda-me. Reconstrói o meu coração,
os meus sonhos, a minha família, os meus sentimentos, o meu ser!” Abandone
aquilo que o tem magoado, angustiado, tirado a sua paz interior. Deus agirá
com poder, como sempre tem feito.
Para reflexão:
• Você está disposto a partir de hoje a falar das suas angústias?
• Você está disposto a tirar tempo para descanso e para sua família?
• Você está disposto a procurar alguém menos disposto e estreitar a amizade?
Questionário para avaliação e debate:
1. De que maneira devemos fazer confissões? (Veja tópico I e subtópicos 1 e 2)
2. Por que a falta de confissão pode causar estresse, angústia e até depressão?
(Veja Salmo 32.3,4)
3. Por que devemos compartilhar os nossos sentimentos emocionais?
FAZENDO CONSERTOS
Versículo Chave
“Firmemente aderiram a seus irmãos, os mais nobres de entre
eles, e convieram num anátema e num juramento, de que
andariam na Lei de Deus, que foi dada pelo ministério de
Moisés, servo de Deus; e de que guardariam e cumpririam
todos os mandamentos do SENHOR, nosso Senhor, e
os seus juízos e os seus estatutos” (Neemias 10.29)
Lição 10 - 02 de setembro de 2007
Objetivos da Lição
• Mostrar a necessidade de concertarmos nossas vidas, a fim de que
sejam restauradas;
• Ensinar que somente por meio de uma tomada de decisão correta
alcançaremos restauração.
Culto Familiar
Segunda – (Esdras 10.1-3) – Conserto da nação
Terça – (2Crônicas 7.14) – Conserto do povo de Deus
Quarta – (Salmo 32) – Conserto para perdão
Quinta – (Salmo 51) – Conserto para renovação
Sexta – (Provérbios 28.13) – Conserto para alcançar misericórdia
Sábado – (Neemias 10.28-39) – Conserto para remover o erro
SUGESTÃO DE HINOS - 111 - 277 - 515 (Harpa Cristã)
Neemias 10.28-39
28 - E o resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores,
os netineus e todos os que se tinham separado dos povos das terras para a
Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os sábios e os que
tinham capacidade para entender
29 - firmemente aderiram a seus irmãos, os mais nobres de entre eles, e
convieram num anátema e num juramento, de que andariam na Lei de Deus,
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47
que foi dada pelo ministério de Moisés, servo de Deus; e de que guardariam
e cumpririam todos os mandamentos do SENHOR, nosso Senhor, e os seus
juízos e os seus estatutos;
30 - e que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem
tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos;
31 - e de que, trazendo os povos da terra no dia de sábado algumas fazendas
e qualquer grão para venderem, nada tomaríamos deles no sábado, nem no dia
santificado; e livre deixaríamos o ano sétimo e toda e qualquer cobrança.
32 - Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a
terça parte de um siclo, para o ministério da Casa do nosso Deus;
33 - para os pães da proposição, e para a contínua oferta de manjares, e
para o contínuo holocausto dos sábados, das luas novas, e para as festas
solenes, e para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para
reconciliar a Israel, e para toda a obra da Casa do nosso Deus.
34 - Também lançamos as sortes entre os sacerdotes, levitas e o povo,
acerca da oferta da lenha que se havia de trazer à Casa do nosso Deus, segundo
as casas de nossos pais, a tempos determinados, de ano em ano, para se
queimar sobre o altar do SENHOR, nosso Deus, como está escrito na Lei.
35 - E que também traríamos as primeiras novidades da nossa terra e todos
os primeiros frutos de todas as árvores, de ano em ano, à Casa do SENHOR;
36 - e os primogênitos dos nossos filhos e os do nosso gado, como está escrito
na Lei; e que os primogênitos das nossas vacas e das nossas ovelhas traríamos à
Casa do nosso Deus, aos sacerdotes que ministram na Casa do SENHOR;
37 - e que as primícias da nossa massa, e as nossas ofertas alçadas, e o
fruto de toda árvore, e o mosto, e o azeite traríamos aos sacerdotes, às
câmaras da Casa do nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e
que os levitas pagariam os dízimos em todas as cidades da nossa lavoura;
38 - e que o sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando os
levitas recebessem os dízimos, e que os levitas trariam os dízimos dos dízimos
à Casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro.
39 - Porque àquelas câmaras os filhos de Israel e os filhos de Levi devem
trazer ofertas alçadas do grão, do mosto e do azeite; porquanto ali estão os
utensílios do santuário, como também os sacerdotes que ministram, e os porteiros,
e os cantores; e que assim não desampararíamos a Casa do nosso Deus.
INTRODUÇÃO
A
pós o reparo dos muros e a conseqüente revitalização de Jerusalém, o
povo de Israel precisava vivenciar um outro tipo de restauração, que é
aquela que se processa no coração do homem. Para que isto fosse uma
realidade, fazia-se necessário uma atenção especial para com as brechas na
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48
vida espiritual. O conserto das vidas em ruínas não é levado a termo utilizandose tijolos, pedras e argamassa, mas sim, por meio de um comprometimento
sério com a Palavra de Deus. O rei Josias aprendeu na prática que o verdadeiro
conserto é aquele que é realizado no homem e não por meio do homem; no
templo espiritual e não no templo físico (2Rs 22; 23). Vejamos as atitudes que
devem ser tomadas por quem deseja fazer um conserto:
I – PARA SE REALIZAR UM CONSERTO É NECESSÁRIO
ASSUMIR UMA POSIÇÃO
“E o resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os
cantores (...) FIRMEMENTE ADERIRAM a seus irmãos...” (vv.
28,29a, grifo nosso).
Os versículos mostram uma concordância total de todos os seguimentos
da sociedade israelita na busca por uma restauração espiritual. Essa
convergência foi fundamental para a concretização do processo de
restauração que estava iniciando. Observe de que forma o povo assumiu a
posição para a realização do conserto:
1. Identificando a necessidade de mudança de vida – Um conserto só
pode ser efetuado quando se sabe exatamente o que se vai consertar. O ponto
de partida deve ser assim uma identificação precisa das arestas a serem
reparadas. Davi não teve dificuldade para dar o diagnóstico da sua vida, mas
confessou abertamente o que estava precisando de reparo: “Eu conheço as
minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl
51.03). Não pode haver restauração enquanto o homem não fizer uma
verdadeira introspecção e reconhecer a sua necessidade de mudança.
2. Posicionando-se a favor de uma transformação – Não basta
identificar o problema, é necessário posicionar-se em relação a ele. Do
contrário, seremos como o indivíduo que viu sua imagem refletida no
espelho, notou que sua roupa estava em desalinho e foi-se sem tomar
nenhuma providência. Davi, após reconhecer suas transgressões, assumiu
a posição em favor da restauração: “Purifica-me com hissopo, e ficarei
puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve” (Sl 51.07). Assumir
uma posição revela um espírito inconformado com as brechas existentes.
Esse, entretanto, é apenas o primeiro passo, sigamos.
II – PARA SE REALIZAR UM CONSERTO É
NECESSÁRIO TOMAR UMA DECISÃO
“... e convieram num anátema de que andariam na lei de Deus (...) e de
que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do Senhor” (v. 29).
Após o devido posicionamento verificado no tópico anterior, a verdadeira
restauração exige também uma tomada de decisão. Foi exatamente o que fez
o povo de Israel, que decidiu unanimemente abandonar a impiedade e cumprir
os mandamentos do Senhor.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
49
1. Decisão de renunciar a vida pecaminosa de outrora – O povo
de Israel sempre vivenciou uma instabilidade espiritual. Ora servia a Deus,
ora o abandonava. Depois de serem instalados na terra prometida, eles
começaram a vislumbrar o abandono do monoteísmo, e Josué os levou a
uma importante tomada de decisão: “... deitai fora os deuses aos quais
serviram vossos pais dalém do rio e no Egito, e servi ao Senhor”
(Js 24.14b). Assim como o povo israelita, somos chamados a tomar a
nossa própria decisão. Ou nos deixamos levar pela enxurrada do
mundanismo, ou nos ancoramos na rocha que é Cristo Jesus.
2. Decisão de andar de acordo com a vontade de Deus – A
disposição de abandonar a impiedade deve ser seguida de outra importante
decisão: a de viver exclusivamente para Deus. Foi o que decidiu a nação
de Israel. “Então disse o povo a Josué: Serviremos ao Senhor, nosso
Deus, e obedeceremos à sua voz” (Js 24.24). Note que os verbos estão
no futuro: “Serviremos”, e, “obedeceremos”. A decisão é algo que se
toma de imediato, e que vai ter repercussão num futuro imediato ou
longínquo. A decisão deve sempre conduzir a uma ação. A parte prática do
conserto é o que veremos no próximo tópico.
III – PARA SE REALIZAR UM CONSERTO É
NECESSÁRIO REPARAR AS BRECHAS
“... todos os que se tinham separado dos povos das terras para a
Lei de Deus” (v. 28b). Os tópicos anteriores, a despeito de serem importantes,
foram experiências subjetivas do povo de Deus, e não necessariamente tiveram
repercussão no exterior. Agora veremos a parte objetiva do conserto. Observe:
1. Abandonando a prática de vida mundana – A restauração de vida
implica numa renúncia abrupta do cristão ao pecado. Veja o exemplo de
Manassés. Ele foi um dos piores reis de Judá e por isso sofreu debaixo da
mão de Deus. Mas, após se humilhar, recebeu do Senhor uma nova
oportunidade, e pôde enfim abandonar a idolatria e a impiedade que
praticava, pois “... tirou da Casa do Senhor os deuses estranhos...”
(2Cr 33.15a). Buscar justificativas para o pecado é um entrave para o
conserto. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas
o que confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28.13).
2. Vivendo a prática de vida cristã – Reparar as brechas significa
também adotar um novo padrão de vida. Manassés assim o fez, pois “...
reparou o altar do Senhor, e ofereceu sobre ele ofertas pacíficas e de
louvor, e mandou a Judá que servisse ao Senhor, Deus de Israel” (2Cr
33.16). Viver a prática de vida cristã implica buscar em tudo agradar a
Cristo. Paulo escreveu aos efésios que somos “criados em Cristo Jesus
para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos
nelas” (Ef 2.10b). Vivamos a prática de boas obras, não para sermos
salvos, porque a salvação não é pelas obras, mas porque somos salvos.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
50
CONCLUSÃO
Realizar os consertos necessários é indispensável para o processo de
restauração das vidas em ruínas. Infelizmente, muitos têm perdido a bênção da
restauração por estarem tão apegados ao modo mundano de viver. Esse não é
o comportamento que Deus espera de nós. A Bíblia revela qual é a vontade de
Deus, a saber, a nossa santificação (1Ts 4.3). Deus não lança fora os vasos
que se quebraram ou se contaminaram no caminho, mas, a exemplo do oleiro,
Ele tem prazer em fazer do vaso quebrado um vaso novo (Jr 18.1-6). Embora
o processo de restauração seja doloroso, o resultado é alegria e paz interior.
Davi passou por esse processo e saiu muito mais fortalecido no Senhor. “Bemaventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” (Sl
32.1).
Para reflexão:
• Há necessidade de conserto em alguma área da sua vida?
• Você já renunciou a todo egoísmo que o impede de enxergar a necessidade
do próximo?
• Você tenta se justificar quando comete pecado?
Questionário para avaliação e debate:
1. O que é conserto, conforme exemplos na Bíblia?
2. Que tipo de decisão devemos tomar para fazer conserto, de acordo com o
tópico II?
3. O que são “brechas” no sentido espiritual e bíblico?
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DEDICANDO-SE AO SENHOR
Versículo Chave
“E, na dedicação dos muros de Jerusalém, buscaram os levitas
de todos os seus lugares, para os trazerem, a fim de fazerem
a dedicação com alegria, louvores, canto, saltérios, alaúdes
e harpas” (Neemias 12.27)
Lição 11 - 09 de setembro de 2007
Objetivos da Lição
• Ensinar que as vidas restauradas devem ser dedicadas ao Senhor;
• Mostrar que não basta ser restaurado. Para ser útil é preciso entregar-se
ao Senhor.
Culto Familiar
Segunda – (1Samuel 1.22-28) – Dedicação da família
Terça – (2Crônicas 7.1-11) – Dedicação do templo
Quarta – (Marcos 8.34-37) – Dedicação pessoal
Quinta – (Atos 4.34-37) – Dedicação dos bens
Sexta – (Romanos 12.1,2) – Dedicação do corpo
Sábado – (Neemias 12.27-47) – Dedicação do povo
SUGESTÃO DE HINOS - 256 - 304 - 523 (Harpa Cristã)
Neemias 12.27-47
27 - E, na dedicação dos muros de Jerusalém, buscaram os levitas de todos
os seus lugares, para os trazerem, a fim de fazerem a dedicação com alegria,
louvores, canto, saltérios, alaúdes e harpas.
28 - E se ajuntaram os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores
de Jerusalém como das aldeias de Netofa,
29 - como também da casa de Gilgal e dos campos de Gibeá e Azmavete;
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
52
porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém.
30 - E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo,
e as portas, e o muro.
31 - Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e ordenei dois grandes
coros e procissões, sendo um à mão direita sobre o muro da banda da Porta do
Monturo.
32 - E, após eles, ia Hosaías, e a metade dos príncipes de Judá,
33 - e Azarias, Esdras, Mesulão,
34 - Judá, Benjamim, Semaías e Jeremias;
35 - e dos filhos dos sacerdotes, com trombetas: Zacarias, filho de Jônatas,
filho de Semaías, filho de Matanias, filho de Micaías, filho de Zacur, filho de
Asafe,
36 - e seus irmãos, Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai, Netanel, Judá e
Hanani, com os instrumentos músicos de Davi, homem de Deus; e Esdras, o
escriba, ia adiante deles.
37 - Indo assim para a Porta da Fonte e defronte deles, subiram as escadas
da Cidade de Davi pela subida do muro, desde cima da casa de Davi até à
Porta das Águas, da banda do oriente.
38 - E o segundo coro ia em frente, e eu, após ele; e a metade do povo ia
sobre o muro, desde a Torre dos Fornos até à Muralha Larga;
39 - e desde a Porta de Efraim, e desde a Porta Velha, e desde a Porta do
Peixe e a Torre de Hananel e a Torre de Meá até à Porta do Gado; e pararam
à Porta da Prisão.
40 - Então, ambos os coros pararam na Casa de Deus, como também eu e
a metade dos magistrados comigo.
41 - E os sacerdotes Eliaquim, Maaséias, Miniamim, Micaías, Elioenai,
Zacarias e Hananias iam com trombetas,
42 - como também Maaséias, e Semaías, e Eleazar, e Uzi, e Joanã, e
Malquias, e Elão, e Ezer; e faziam-se ouvir os cantores, juntamente com
Jezraías, o superintendente.
43 - E sacrificaram, no mesmo dia, grandes sacrifícios e se alegraram,
porque Deus os alegrara com grande alegria; e até as mulheres e os meninos
se alegraram, de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe.
44 - Também, no mesmo dia, se nomearam homens sobre as câmaras, para
os tesouros, para as ofertas alçadas, para as primícias e para os dízimos, para
ajuntarem nelas, das terras das cidades, as porções designadas pela Lei para
os sacerdotes e para os levitas; porque Judá estava alegre por causa dos
sacerdotes e dos levitas que assistiam ali.
45 - E faziam a guarda do seu Deus e a guarda da purificação; como
também os cantores e porteiros, conforme o mandado de Davi e de seu filho
Salomão.
46 - Porque, já nos dias de Davi e de Asafe, desde a antiguidade, havia
chefes dos cantores, e cânticos de louvores, e ação de graças a Deus.
47 - Pelo que todo o Israel, já nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias,
dava as porções dos cantores e dos porteiros, a cada um no seu dia; e
santificavam as porções para os levitas, e os levitas santificavam para os filhos
de Arão.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
53
INTRODUÇÃO
A
consagração ao Senhor envolve entrega, sem reservas. É muito mais
que ficar algumas horas ou dias em jejum e oração. Implica em mudança
de atitudes.
A consagração para ter real significado precisa de consertos, abdicação de
direitos, restituições e aplicação do ser completo: corpo, alma e espírito no
serviço em prol do Reino de Deus, como veremos no estudo desta lição:
I – UMA DEDICAÇÃO AO SENHOR ENVOLVE
ENTREGA CONSCIENTE - (VV 27-43)
Neemias não foi forçado a levar o povo a consagrar-se. Ele entendeu
que para uma restauração completa, não bastava reconstruir o templo e
tapar as brechas do muro fendido, precisava consertar a vida arruinada do
povo e tapar as “brechas” que davam legalidade ao inimigo: “... e se o
meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e
buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então,
eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua
terra” (2Cr 7.14). Portanto, a dedicação deve ser:
1. Com muito louvor – “... a fim de fazerem a dedicação com alegria,
louvores, canto, saltérios, alaúdes e harpas” (v 27) – Diz certo ditado
que “quem canta os males espanta”. Por si só, isto não é verdade. Há certos
cânticos que podem até atrair males. Já ouvimos dizer, também, que “o louvor
liberta”, mas na verdade quem liberta é Jesus (Jo 8.36). No entanto, o cântico
em forma de louvor a Deus, nascido de um coração contrito, eleva a nossa
alma à presença daquele que espanta todos os males da depressão, da angústia,
da solidão, do pessimismo, da incredulidade. É certo que o cântico daquele que
é nascido de Deus é prova cabal da visitação do Senhor que liberta os cativos
e oprimidos: “Tirou-me de um lago horrível, de um charco de lodo; pôs
os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos; e pôs um novo
cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e
temerão, e confiarão no Senhor” (Sl 40.2,3).
2. Completa – “E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo
purificaram o povo, e as portas, e o muro” (v. 30) – A dedicação feita por
Neemias foi completa porque começou com os ministrantes da Palavra de Deus,
responsáveis pelo culto ao Senhor e seguiu-se a purificação do povo, propriedade
peculiar de Deus (Ex 19.5). Também consagrou as portas por onde entram as
bênçãos de Deus e, por último, o muro, que serve para proteção.
A igreja precisa dedicar-se inteiramente ao Senhor, começando pelos obreiros
que manejam a Palavra de Deus e instrui os fiéis. A dedicação deve envolver todos
os cristãos, “chamados para serdes de Jesus Cristo” (Rm 1.6), “chamados
santos” (Rm 1.7). As portas da casa de Deus, dos lares cristãos, do coração dos
crentes, devem ser consagradas e fechadas para todo ocultismo, sincretismo,
ceticismo e mundanismo. Finalmente, a dedicação dos muros é a proteção que
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
54
obtemos do Senhor. “Deus é o nosso refúgio e fortaleza” (Sl 46.1).
3. Com grande alegria – “E sacrificaram, no mesmo dia, grandes
sacrifícios e se alegraram, porque Deus os alegrara com grande
alegria; e até as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que
a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe” (v 43) – A dedicação
ao Senhor traz grande alegria ao seu povo. O texto afirma que todos se
alegraram, até as mulheres e os meninos, e foi alegria geral, de maneira
que de longe se ouviu os brados do povo.
“Onde está aquele povo barulhento?” Diz certo hino. Sim, queremos
novamente ouvir os gritos de glória e aleluias a Deus. Parece que está faltando
dedicação, pois a Palavra manda-nos alegrarmos no Senhor (Fp 4.4).
II – UMA DEDICAÇÃO AO SENHOR ENVOLVE
SERVIÇO - (VV 43-47)
A maior alegria do crente deve ser fazer a vontade do Senhor, assim como
Jesus: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e
realizar a sua obra” (Jo 4.34). Sabemos que o nosso vigor físico depende
muito do que e o quanto comemos. A dedicação a Deus produz em nós alegria
em fazer a sua obra, da mesma maneira que nos satisfazemos com um delicioso
prato de comida. Portanto a dedicação ao Senhor envolve:
1. Serviço ministerial – “Também, no mesmo dia, se nomearam
homens sobre as câmaras, para os tesouros, para as ofertas alçadas,
para as primícias e para os dízimos, para ajuntarem nelas, das terras
das cidades, as porções designadas pela Lei para os sacerdotes e para
os levitas; porque Judá estava alegre por causa dos sacerdotes e dos
levitas que assistiam ali” (v 44) – Neemias encontrou um povo doente e
um ministério fracassado. A Casa de Deus estava desamparada, pois não havia
mais ofertante. A dedicação visava à restauração de um ministério forte que
pudesse subsidiar as necessidades do povo.
Precisamos muito da restauração dos obreiros hoje, com homens e mulheres
curados, aptos para aconselhar, ajudar a levar as cargas dos fracos. Cheios de
poder do Espírito Santo para orar e ver os doentes sarados, os caídos ergueremse, os mortos espiritualmente revivificados (At 4.33; 8.6).
2. Serviço devocional – “... Porque, já nos dias de Davi e de Asafe,
desde a antiguidade, havia chefes dos cantores, e cânticos de louvores,
e ação de graças a Deus” (vv 45,46) – Não existe culto verdadeiro e
agradável ao Senhor sem uma dedicação total do nosso ser: “Rogo-vos, pois,
irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”
(Rm 12.1). Por outro lado, é impossível que alguém se entregue a Ele totalmente
em consagração e não desenvolva uma vida de devoção.
Precisamos resgatar cultos mais intensos no que tange a uma verdadeira
adoração a Deus, visto que está cada vez mais rara a existência de crentes devotos.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
55
3. Serviço de ofertório – “... e santificavam as porções para os levitas,
e os levitas santificavam para os filhos de Arão” (v 47) – A dedicação
envolve entrega dos bens e compartilhar nossos recursos significa desapego
às coisas materiais.
Se aprendêssemos a consagrar a Deus nossos bens e se nos despojássemos
do amor ao dinheiro, ficaríamos livres de muitas dores (1Tm 6.10).
Não seria esta a razão de tantas enfermidades da mente e da alma, que
destroem a vida dos crentes, a ausência de um “espírito” ofertante?
CONCLUSÃO
Vimos que a dedicação é uma necessidade para todos os crentes, por isso
devemos consagrar nossas vidas a Ele sem reservas.
A dedicação total nos ajudará a desenvolver a devoção, o que nos
proporcionará uma vida mais alegre na presença do Senhor, pois sua falta leva
o crente a concentrar-se em si mesmo e desenvolver muitos males da alma, da
mente e do espírito.
Para reflexão:
• Você já se entregou ao Senhor completamente?
• Você sabia que Deus te chamou para ser santo? (Veja Rm 1.7)
• Que tipo de serviço você faz que prove a sua dedicação a Deus?
Questionário para avaliação e debate:
1. O que é dedicar-se com alegria ao Senhor?
2. O que Jesus quis dizer com: “A minha comida é fazer a vontade daquele
que me enviou”?
3. Diga quais são as três formas de dedicação ao Senhor, no tópico II, e explique
cada uma delas.
“Minha vida seja sim,
consagrada a Ti, Senhor; possas
sempre Tu por mim, operar o Teu
amor... Toma, ó Deus, o meu
querer, faze-o Teu, ó Salvador,
hoje habita no meu ser; enche-me
do Teu fervor”. (Hino 432 HC)
VARRENDO A CASA
Versículo Chave
“O que muito me desagradou; de sorte que lancei todos os
móveis da casa de Tobias fora da câmara. E, ordenando-o
eu, purificaram as câmaras; e tornei a trazer ali os utensílios
da Casa de Deus, com as ofertas de manjares e o
incenso” (Neemias 13.8,9)
Lição 12 - 16 de setembro de 2007
Objetivos da Lição
• A restauração começa em casa;
• Temos que nos desapropriar de tudo que nos faz mal.
Culto Familiar
Segunda – (1Samuel 15.32,33) – Varrendo os inimigos de Deus
Terça – (2Coríntios 6.14-17) – Varrendo o jugo desigual
Quarta – (Mateus 21.12-13) – Varrendo o comércio dentro do templo
Quinta – (Tiago 4.1-4) – Varrendo o mundanismo
Sexta – (Tiago 5.16) – Varrendo os pecados ocultos
Sábado – (Neemias 13.1-14) – Varrendo a sujeira no meio do povo de Deus
SUGESTÃO DE HINOS - 281 - 459 - 509 (Harpa Cristã)
Neemias 13.1-14
1 - Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achouse escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na
congregação de Deus,
2 - porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão
e água; antes, assalariaram contra eles a Balaão para os amaldiçoar, ainda
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
57
que o nosso Deus converteu a maldição em bênção.
3 - Sucedeu, pois, que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura.
4 - Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da
Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias;
5 - e fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se metiam as ofertas de
manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos do grão, do mosto e do azeite,
que se ordenaram para os levitas, e cantores, e porteiros, como também a
oferta alçada para os sacerdotes.
6 - Mas, durante tudo isso, não estava eu em Jerusalém, porque, no ano
trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babilônia, vim eu ter com o rei; mas, ao
cabo de alguns dias, tornei a alcançar licença do rei.
7 - E vim a Jerusalém e compreendi o mal que Eliasibe fizera para beneficiar
a Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da Casa de Deus,
8 - o que muito me desagradou; de sorte que lancei todos os móveis da
casa de Tobias fora da câmara.
9 - E, ordenando-o eu, purificaram as câmaras; e tornei a trazer ali os
utensílios da Casa de Deus, com as ofertas de manjares e o incenso.
10 - Também entendi que o quinhão dos levitas se lhes não dava, de
maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada
um para a sua terra.
11 - Então, contendi com os magistrados e disse: Por que se desamparou
a Casa de Deus? Porém eu os ajuntei e os restaurei no seu posto.
12 - Então, todo o Judá trouxe os dízimos do grão, e do mosto, e do
azeite aos celeiros.
13 - E por tesoureiros pus sobre os celeiros a Selemias, o sacerdote, e a
Zadoque, o escrivão, e a Pedaías, dentre os levitas; e com eles Hanã, filho de
Zacur, filho de Matanias; porque se tinham achado fiéis, e se lhes encarregou
a eles a distribuição para seus irmãos.
14 - (Por isto, Deus meu, lembra-te de mim e não risques as beneficências
que eu fiz à Casa de meu Deus e às suas guardas.)
INTRODUÇÃO
S
abemos que varrer a casa significa limpar toda a sujeira existente nela e
para uma limpeza eficiente é necessário um trabalho sério.
Seguindo o exemplo de Neemias, vamos observar como esta varredura
pode ser feita e o que isto pode significar para a nossa vida física e espiritual.
I – VARRER, SIGNIFICA FAZER UMA INVESTIGAÇÃO
SÉRIA – (VV 1-6; 10)
É muito comum ao preguiçoso varrer a sujeira para debaixo do tapete, pois
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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encurta o trabalho. Mas o tempo se encarregará de revelar que o pior da
sujeira nunca foi removido e que a varredura foi feita de maneira negligente.
1. Esta investigação revelará sujeiras “antigas” – “Naquele dia, leuse no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele
que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação
de Deus...” (v 1) – Este mandamento está registrado em Deuteronômio 23.36. Os amonitas são descendentes de Amom e os moabitas de Moabe, ambos
filhos e netos de Ló (Gn 19.31-38).
Os amonitas eram povo cruel, guerreiro e inimigo de Israel (Jz 10.9) e os
moabitas alugaram Balaão para amaldiçoar o povo de Deus e ainda fizeram
Israel prostituir (Nu 22 a 25). Apesar disto, o povo tinha desobedecido a Deus
se casando com mulheres amonitas e moabitas (Ne 13.23).
Muitos cristãos estão doentes, fracos e sofrendo por causa de alianças
antigas. Alguns ainda conservam amuletos e objetos de crenças do passado.
Outros fizeram aliança com o mundo e tentam conciliar as coisas celestiais
com as terrenas, as espirituais com as materiais, as santas com as mundanas.
Portanto, há necessidade de uma varredura urgente, que se for feita com
preguiça ou negligência, a sujeira mais antiga permanecerá escondida.
2. Esta investigação revelará misturas prejudiciais – “Sucedeu, pois, que,
ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura” (v 3) – As misturas
quando são bem feitas, ficam difíceis de serem identificadas. Quem consegue separar
uma mistura de café, leite e açúcar? Muitas crenças, ideologias e pensamentos, que
hoje se misturaram ao evangelho, são quase imperceptíveis. No entanto, para Jesus
Cristo, o cristão feliz é aquele que tem um coração limpo e este verá a Deus (Mt 5.8).
A varredura envolve uma limpeza onde toda mistura é eliminada.
3. Esta investigação revelará alianças malignas – “Ora, antes disso,
Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso
Deus, se tinha aparentado com Tobias” (v 4) – Foi um acordo, sob todos
os pontos de vista, insano. Primeiro, porque Tobias era amonita, portanto, seu
casamento com parenta do sacerdote contrariava o mandamento de Deus.
Segundo, Tobias era declaradamente inimigo da obra de Deus (Ne 2.10; 19;
4.3; 7). Em terceiro lugar, para beneficiar seu parente, o sacerdote o pôs para
morar na casa onde se ofereciam serviços a Deus (v 5).
Tiago foi um homem bem semelhante a Neemias, no que se referia ao zelo
com as coisas de Deus. Na sua epístola, ensinou que o cristão não pode fazer
aliança com Deus e o mundo ao mesmo tempo. “... não sabeis vós que a
amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que
quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). Tiago
chama atenção para o fato de que muitos pedem coisas a Deus para investir no
mundo (Tg 4.1-3). A Palavra de Deus nos proíbe de termos comunhão com os
ímpios (2Co 6.14). Esta pode ser a causa de tantos cristãos doentes e derrotados.
4. Esta investigação revelará atitudes de negligências – “Também
entendi que o quinhão dos levitas se lhes não dava, de maneira que os
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a
sua terra” (v 10) – Enquanto o sacerdote se preocupava em fazer bem ao
inimigo, o ministério estava desamparado. Coincidência ou não, os crentes que
mais desprezam e criticam os obreiros, são também os que menos contribuem
com a obra de Deus e os que mais gostam de agradar aos inimigos da igreja, a
fim de serem aplaudidos pelos homens.
II – VARRER, SIGNIFICA FAZER UMA LIMPEZA
RADICAL - (VV 7-9; 11-14)
Hoje é pouco valorizado o irmão que fala “verazmente segundo o seu
coração” (Sl 15.2). É mais bem quisto o adulador que sabe remediar o pecado ao
invés de expurgá-lo. No entanto, a Palavra de Deus revela muitos homens radicais
na ora de varrer o mal: Samuel (1Sm 15.32,33), Neemias (Ne 13.25), João Batista
(Lc 3.7), Estêvão (At 7.51-53) e o próprio Jesus Cristo (Mt 23.29-33).
1. Conscientizando que de fato há lixo escondido – “E vim a Jerusalém
e compreendi o mal que Eliasibe fizera para beneficiar a Tobias, fazendolhe uma câmara nos pátios da Casa de Deus” (v 7) – Uma varredura efetuada
por Neemias foi o suficiente para descobrir muito lixo escondido. Bastaram alguns
dias longe de Jerusalém e a sujeira se acumulou. (Ne 13.6).
Há muita coisa ruim escondida, como a “capa de Acã”, no meio do povo de
Deus. Sabemos que a sujeira é amiga das doenças. Não seria esta a causa para
tantos males da alma, que afligem os crentes em nossos dias? Veja alguns tipos de
sujeira que deixa a alma enferma: rancor, devido a falta de perdão, mentira de
qualquer espécie e tamanho, fofocas e contendas. Portanto: “Confessai as vossas
culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis...” (Tg 5.16).
2. Jogando o lixo fora da casa – “o que muito me desagradou; de
sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara” (v
8) – Neemias foi radical no modo de agir e não tentou negociar com Tobias.
Agiu com as próprias mãos e mostrou zelo religioso, lançando fora Tobias com
tudo que possuía. Não foi complacente com o errado.
Esta deve ser a postura da Igreja quando lidar com o pecado. Um filhote de
cascavel pode ser até engraçadinho, mas em se tratando de veneno, em nada
é diferente da cobra adulta.
Precisamos saber que na Igreja o que vale não é ser parente ou amigo, mas
sim, novas criaturas e filhos de Deus (Jo 1.12,13; 2Co 5.17).
3. Limpando profundamente todas as coisas - “E, ordenando-o eu,
purificaram as câmaras; e tornei a trazer ali os utensílios da Casa de
Deus, com as ofertas de manjares e o incenso” (v 9) – Quem já limpou
uma casa, sabe bem que não basta varrê-la. É preciso lavar, esfregar, desinfetar.
Neemias sabia disto, portanto, depois de varrer a casa, mandou purificá-la.
O cristão que quer uma vida vitoriosa terá de varrer da sua vida todo pecado,
vício e aliança com o mundo. Depois terá que passar por uma fase em que a limpeza
ocorrerá tão profundamente que arestas serão removidas, causando dor. O leproso
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
60
no Antigo Testamento passava por isso, até ser declarado limpo (Lv 13.1-6).
4. Organizando todas as coisas nos seus devidos lugares – “Então,
contendi com os magistrados e disse: Por que se desamparou a Casa
de Deus? Porém eu os ajuntei e os restaurei no seu posto” (v 11) –
Deus é organizado, basta observar a natureza, como Ele dispôs todas as
coisas nos seus devidos lugares. A vida desmantelada do crente é uma prova
cabal da falta de Deus no comando.
Neemias colocou tudo em ordem ao restituir o que tinha sido tirado de Deus,
restaurar o ministério e pôr em ordem as obrigações do povo de Deus. Por isto,
pôde orar a Deus confiantemente: “Deus meu, lembra-te de mim e não risques
as beneficências que eu fiz à Casa de meu Deus e às suas guardas” (v 14).
CONCLUSÃO
Vimos como é necessária uma varredura em nossa casa. Ou seja, em nossa
vida, em nossos bens, em nossa mente, em nosso coração.
O lixo precisa ser detectado e a casa precisa ser limpa, pois preservar
sujeira é tolerar um “ímã” que atrairá doenças, vida espiritual fraca e fracasso.
A limpeza deve ser radical, a fim de remover completamente o mal.
Para reflexão:
• A sua “casa” já foi bem varrida?
• Você já se livrou das “sujeiras antigas”?
• Você sabia que há sujeira que só é removida, esfregando, lixando e raspando bem?
Questionário para avaliação e debate:
1. Qual é o sentido espiritual de: “Casa”, “sujeira” e “varrer”, na lição?
2. O que são alianças malignas firmadas por alguns cristãos?
3. O que é um “coração puro” e um “coração limpo”?
No próximo
trimestre estaremos
estudando o seguinte tema:
RESPLANDEÇA A VOSSA LUZ POR
MEIO DAS BOAS OBRAS.
Estaremos confrontando a vida prática
dos cristãos hoje, com os
ensinamentos bíblicos a
este respeito.
REMOVENDO OS ENTULHOS
Versículo Chave
“E contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles,
e lhes arranquei os cabelos, e os fiz jurar por Deus, dizendo:
Não dareis mais vossas filhas a seus filhos e não tomareis
mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para
vós mesmos” (Neemias 13.25)
Lição 13 - 23 de setembro de 2007
Objetivos da Lição
• Ensinar que os entulhos são as relações incorretas; os bens que
idolatramos;
• Mostrar que se não removermos os entulhos, ficará praticamente
impossível fazer nova construção.
Culto Familiar
Segunda – (Marcos 7.1-23) – Removendo a hipocrisia do coração
Terça – (Lucas 3.19,20) – Removendo o adultério
Quarta – (1Coríntios 5.1-5) – Removendo o impuro do meio da igreja
Quinta – (1Coríntios 5.11) – Removendo os desordeiros do convívio cristão
Sexta – (Gálatas 2.11-14) – Removendo a acepção de pessoas
Sábado – (Neemias 13.15-31) – Removendo os abusos religiosos
SUGESTÃO DE HINOS - 065 - 127- 225 (Harpa Cristã)
Neemias 13.15-31
15 - Naqueles dias, vi em Judá os que pisavam lagares ao sábado e traziam
feixes que carregavam sobre os jumentos; como também vinho, uvas e figos
e toda casta de cargas, que traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei
contra eles no dia em que vendiam mantimentos.
16 - Também tírios habitavam dentro e traziam peixe e toda mercadoria,
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
62
que no sábado vendiam aos filhos de Judá e em Jerusalém.
17 - E contendi com os nobres de Judá e lhes disse: Que mal é este que
fazeis, profanando o dia de sábado?
18 - Porventura, não fizeram vossos pais assim, e nosso Deus não trouxe
todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vós ainda mais acrescentais
o ardor de sua ira sobre Israel, profanando o sábado.
19 - Sucedeu, pois, que, dando as portas de Jerusalém já sombra antes
do sábado, ordenando-o eu, as portas se fecharam; e mandei que não as
abrissem até passado o sábado; e pus às portas alguns de meus moços, para
que nenhuma carga entrasse no dia de sábado.
20 - Então, os negociantes e os vendedores de toda mercadoria passaram
a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes.
21 - Protestei, pois, contra eles e lhes disse: Por que passais a noite defronte
do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão sobre vós. Daquele
tempo em diante, não vieram no sábado.
22 - Também disse aos levitas que se purificassem e viessem guardar as
portas, para santificar o sábado. (Nisso também, Deus meu, lembra-te de
mim; e perdoa-me segundo a abundância da tua benignidade.)
23 - Vi também, naqueles dias, judeus que tinham casado com mulheres
asdoditas, amonitas e moabitas.
24 - E seus filhos falavam meio asdodita e não podiam falar judaico, senão
segundo a língua de cada povo.
25 - E contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e
lhes arranquei os cabelos, e os fiz jurar por Deus, dizendo: Não dareis mais
vossas filhas a seus filhos e não tomareis mais suas filhas, nem para vossos
filhos nem para vós mesmos.
26 - Porventura, não pecou nisso Salomão, rei de Israel, não havendo
entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo amado de seu Deus, e
pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E, contudo, as mulheres estranhas o
fizeram pecar.
27 - E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal,
prevaricando contra o nosso Deus, casando com mulheres estranhas?
28 - Também um dos filhos de Joiada, filho de Eliasibe, o sumo sacerdote,
era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim.
29 - Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdócio, como
também o concerto do sacerdócio e dos levitas.
30 - Assim, os alimpei de todos os estranhos e designei os cargos dos
sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra,
31 - como também para as ofertas da lenha em tempos determinados e
para as primícias. Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
63
INTRODUÇÃO
D
epois de varrer uma casa, sempre aparecem os entulhos e se houver a
demora na limpeza, a quantidade de lixo a ser removido, aumenta.
Pelo que já estudamos, Israel tinha mais de setenta anos de sujeira
acumulada. Neemias varreu e conseguiu encontrá-la, mas agora teria que
começar removê-la.
Na lição passada, vimos a necessidade de varrer a casa e agora estamos
diante de um monturo de coisas indesejáveis que precisa ser removido, portanto:
I – PARA UMA REMOÇÃO COMPLETA É NECESSÁRIO
AGIR COM CORAGEM - (VV 15-24)
Não teremos grande êxito se na hora de removermos os entulhos do pecado,
resolvermos esconder um pouco debaixo do tapete, pois isto não pode ser
considerado uma limpeza completa. Por causa desta atitude leviana, muitos
continuam escravizados, doentes e fracos. Um exemplo de atitude leviana é a
de Saul que conservou o “melhor do lixo Amalequita” para petulantemente
ofertar ao Senhor (1Sm 15.9; 15).
1. Não devemos deixar de protestar contra o erro – “Naqueles dias,
vi em Judá os que pisavam lagares ao sábado... protestei contra eles
no dia em que vendiam mantimentos” (v 15) – Foi instituído na Lei a
guarda do sábado, mas este mandamento estava sendo quebrado, porque os
mercadores insistiam em vender suas mercadorias no dia proibido. Neemias
foi firme ao protestar contra este pecado.
Infelizmente o erro tem conquistado o seu espaço. Muitos erros são tolerados
porque não temos coragem de repreender o culpado. Tememos demonstrar
uma atitude enérgica e sermos tachados de radicais, ultrapassados e destituídos
de amor. Fazemos como o sacerdote Eli que deixou de repreender seus filhos,
pelo pecado que cometiam, porque os honrava mais do que a Deus (1Sm 2.29).
2. Não devemos deixar de contender com os que persistem no erro
– “E contendi com os nobres de Judá e lhes disse: Que mal é este que
fazeis, profanando o dia de sábado?...” (vv 17,18) – O verbo contender
significa apresentar como objeção; opor-se, contrapor-se, lutar, brigar, discutir,
disputar, rivalizar. Neemias fez tudo isto e muito mais, por isso o seu exemplo
é digno de ser seguido. A Bíblia nos apresenta outros exemplos de contenda
santa: Samuel contra a desobediência de Saul (1Sm 15.16-19); Paulo contra a
falta de firmeza de caráter de Pedro (Gl 2.11-14); João Batista contra Herodes
(Lc 3.19,20); Jesus contra os cambistas (Mt 21.12,13).
3. Não devemos deixar de enfrentar os que resistem o bem –
“Protestei, pois, contra eles e lhes disse: Por que passais a noite
defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão sobre
vós. Daquele tempo em diante, não vieram no sábado” (v 21) – Às vezes
somente palavras não resolvem, visto que para um coração endurecido e ouvido
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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com comichão é necessária uma posição mais agressiva. Não conseguimos
acordar o que está num profundo sono apenas falando, muitas vezes teremos
que sacudir o dormente para que desperte. Neemias em nada pecou contra
Deus sendo conivente com os inimigos do bem (Ne 13.19,20; 22).
4. Não devemos deixar de denunciar o mal que se parece com o
bem – “Vi também, naqueles dias, judeus que tinham casado com
mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. E seus filhos falavam meio
asdodita e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de cada
povo” (vv 23,24) – O casamento é uma coisa boa quando está dentro dos
padrões estabelecidos por Deus, no entanto, o problema com a nação israelita
é que estabeleceram união matrimonial quebrando estes princípios.
Vimos na lição anterior, que o casamento de Judeus com Amonitas e Moabitas
era proibido na Lei do Senhor. Houve o ato da desobediência e agora os filhos
eram “mistos” e por isso não conseguiam falar a língua judaica, mas sim, “a
língua de cada povo”.
Esta mistura em nossos dias é muito comum, por isso encontramos lares
com crenças mistas e filhos divididos entre qual seguir (2Co 6.15,16). Este é
um entulho mau cheiroso dentro da igreja que precisa ser lançado fora.
II – PARA UMA REMOÇÃO COMPLETA É NECESSÁRIA
UMA AÇÃO RADICAL - (VV 25-31)
A igreja está vivendo um momento difícil, no qual há muitos problemas para
serem resolvidos, dentre eles as doenças da alma, apelidadas de “mal do século”,
que hoje não é visto como problema só do descrente. Mas sabemos que qualquer
doença pode ser curada pelo poder do Nome de Jesus, e se queremos receber
algo de Deus, teremos que remover todos os entulhos que atraem estes males.
1. É um tratamento que exige postura enérgica – “E contendi com
eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os
cabelos...” (v 25) – Neemias era obreiro zeloso em extremo. Quando foi
necessário agir com rigor, não titubeou, contendeu, amaldiçoou, espancou e
arrancou-lhes os cabelos. Veja qual foi o motivo (vv 26,27).
Existe uma enorme quantidade de cristãos estressados, deprimidos,
desanimados, mas que não renunciam à carne e mantêm um coração rancoroso.
Depois ficam choramingando misérias pelos cantos e culpando a Deus e todo
mundo, querendo ser adulados o tempo todo, mas não fazem nada para receberem
a cura. Será que um tratamento de “choque” como este não seria apropriado?
2. É um tratamento que implica em quebra de relacionamentos –
“Também um dos filhos de Joiada, filho de Eliasibe, o sumo sacerdote,
era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim.
Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdócio, como
também o concerto do sacerdócio e dos levitas” (vv 28,29) – O sacerdote
já tinha errado ao se aparentar com Tobias e agora, um dos seus netos, casouse com uma filha de Sambalate, outro inimigo da obra de Deus. A Bíblia diz
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
65
“que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se
indignou muito, e escarneceu dos judeus” (Ne 4.1).
Infelizmente este tipo de acordo é muito comum hoje na igreja. Fazemos
acordo com políticos incrédulos, com cônjuge incrédulo, com programas imorais
na TV. Conservamos todo este monte de lixo que depois se levanta contra a
Igreja do Senhor Jesus e blasfema contra Deus, por culpa nossa.
3. É um tratamento que exige reparação de valores – “Assim, os
alimpei de todos os estranhos e designei os cargos dos sacerdotes e
dos levitas, cada um na sua obra” (v 30a) – Todo tratamento, visando
libertação e restauração, deve envolver reparação de valores. Neemias
restabeleceu os cargos dos sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra, pois
estavam desgastados pelo tempo.
Percebe-se que perdemos a noção dos valores reais, e estamos valorizando
o supérfluo: Cristão vitorioso é aquele que possui muitos bens terrenos, saúde
física, boa posição profissional e status. Cristão derrotado é aquele que se
humilha, vive a simplicidade do evangelho, não tem apego às coisas materiais,
sofre com paciência as perseguições por causa de uma vida piedosa em Cristo
Jesus. “... Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem” (v 30b).
CONCLUSÃO
Remover os entulhos é jogar fora todo lixo do pecado que nos causa
grandes males.
Tomemos uma posição enérgica, se for necessário, enfrentemos os que
insistem em fazer acordo com o mundo.
Muitas vezes, se queremos ter êxito neste empreendimento, teremos de ser
radicais ao rejeitar aquilo que sabemos ser contrário à vontade de Deus. Alguns
casos de dormência espiritual só podem ser solucionados com uma vigorosa
ação disciplinar no meio do povo de Deus.
Para reflexão:
• Existe algum entulho para ser removido em sua vida?
• Você denuncia o mau quando consegue detectá-lo?
• Você já reparou “prejuízos” causados a algum irmão?
Questionário para avaliação e debate:
1. O que são “entulhos” no sentido apresentado na lição?
2. Como podemos denunciar o mau na vida dos irmãos, sem feri-los?
3. Como você analisa a atitude de Neemias no capítulo 13.25?
“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós.
Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo,
purificai o coração” (Tiago 4.8)
RECAPITULAÇÃO
Versículo Chave
“E, de dia em dia, ele lia o livro da Lei de Deus, desde o
primeiro dia até ao derradeiro” (Neemias 8.18a)
Lição 14 - 30 de setembro de 2007
Objetivos da Lição
• Destacar os principais ensinos ministrados no trimestre;
• Incentivar os alunos a se decidirem diante do que aprenderam.
Culto Familiar
Segunda – (Neemias 1.1-11) – Interessando pelos problemas alheios
Terça – (Neemias 2.17-20) – Espalhando otimismo
Quarta – (Neemias 6.1-9) – Restaurando visões
Quinta – (Neemias 8.1-12) – Aplicando o remédio nas feridas
Sexta – (Neemias 13.15-31) – Removendo os entulhos
Sábado – (Neemias 8.13-18) – Festejando ao Senhor
SUGESTÃO DE HINOS - 065 - 127- 225 (Harpa Cristã)
Neemias 8.13-18
13 - E, no dia seguinte, ajuntaram-se os cabeças dos pais de todo o
povo, os sacerdotes e os levitas, a Esdras, o escriba, e isso para atentarem
nas palavras da Lei.
14 - E acharam escrito na Lei que o SENHOR ordenara pelo ministério
de Moisés que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
67
festa, no sétimo mês.
15 - Assim, o publicaram e fizeram passar pregão por todas as suas cidades
e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte e trazei ramos de oliveira, e ramos de
zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores
espessas, para fazer cabanas, como está escrito.
16 - Saiu, pois, o povo, e de tudo trouxeram e fizeram para si cabanas,
cada um no seu terraço, e nos seus pátios, e nos átrios da Casa de Deus, e na
praça da Porta das Águas, e na praça da Porta de Efraim.
17 - E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fez cabanas e
habitou nas cabanas; porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde
os dias de Josué, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
18 - E, de dia em dia, ele lia o livro da Lei de Deus, desde o primeiro dia
até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias e, no oitavo
dia, a festa do encerramento, segundo o rito.
INTRODUÇÃO
E
staremos abordando os principais assuntos das lições estudadas no
trimestre. O objetivo da recapitulação é uma melhor fixação das verdades
extraídas da Palavra de Deus.
I - INTERESSANDO-SE PELOS PROBLEMAS ALHEIOS - (Ne 1.1-11)
Fazer perguntas pode nos causar constrangimento se não estivermos
dispostos a nos tornarmos solidários com as dificuldades do próximo. Jesus nos
deu o exemplo de uma pergunta mais comprometedora (Mc 10.51).
Infelizmente estamos confusos quanto ao diagnóstico dos males que oprimem
a sociedade pagã e também a muitos cristãos. A oração de Neemias revela
que o problema era coletivo.
II - TOMANDO AS PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS - (Ne 2.1-16)
O tempo de preparo de Neemias foi de quatro meses. Neste tempo ele
orou, jejuou, chorou e encarnou a dor e o sofrimento de seus irmãos.
É comum acharmos que tudo vai bem com as pessoas ao nosso redor, pois
a nossa visão é egocêntrica. Nunca teremos a noção exata da extensão dos
desafios a enfrentar se permanecermos olhando para nós mesmos.
III - ESPALHANDO OTIMISMO - (Ne 2.17-20)
Ser otimista não significa ignorar o problema, mas sim, enfrentá-lo
com fé e convicção de que para Deus tudo é possível (Mt 19.26) e que
tudo é possível ao que crê (Mc 9.23).
Todos nós sabemos que o maior gerador de problemas é o inimigo das
nossas almas, que aproveita o momento de fraqueza espiritual para armar
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
68
ciladas. No lar, espera o casal apresentar sinais de fragilidade e então golpeia
a mente e o corpo dos abatidos.
IV - RESISTINDO AOS INIMIGOS - (Ne 4.1-23)
Os inimigos de Israel tentavam atingir o brio do povo, para assim dissuadilo a abandonar a construção do muro. Se os judeus dessem crédito ao que
estava sendo falado, veriam que realmente eram impotentes diante de tão
grande desafio.
O povo de Israel estava realizando a obra de Deus. É muito natural que
eles suplicassem ao seu Senhor a devida proteção. É exatamente isso que o
Senhor espera de nós, dependência: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17).
V - DETECTANDO PROBLEMAS - (Ne 5.1-19)
Neemias foi envolvido numa situação muito constrangedora, que era
solucionar um problema familiar. Seus irmãos que usufruíam mais recursos se
aproveitavam da situação. Para compreender isto, Neemias precisou avaliar
os fatos racionalmente.
Aquele que confia o seu problema a alguém sempre espera ser
compreendido. Para isto é preciso ouvir com a razão, tendo como base um
princípio lógico, enxergar a situação como ela é. Desta forma, o posicionamento
será decisivo (1Rs 3.16-28).
As palavras “muito me enfadei”, mostram que Neemias se importou com
o problema do povo e o considerou como se fosse seu.
VI - RESTAURANDO VISÕES - (Ne 6.1-9)
Como igreja, dizemos fazer parte de um corpo, mas não temos tempo para
observar o que se passa com o irmão ao nosso lado. Parece que o único problema
que importa é aquele enfrentado por nós mesmos. Assim, contrariamos o
ensinamento de Jesus: “... amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10.27).
VII - DISCERNINDO OS “ESPÍRITOS” - (Ne 6.10-19)
Neemias percebeu que não poderia ser de Deus uma profecia que os
incentivasse a serem covardes, irresponsáveis e fracos na fé. Além do mais, o
povo perderia a confiança num governador que fugisse.
Os espíritos enganadores têm semeado muitas dúvidas e medo no seio da
igreja ao ensinarem mentiras que fazem o povo questionar o poder do sacrifício
de Jesus, a bondade e a justiça divina.
VIII - APLICANDO O REMÉDIO NAS FERIDAS - (Ne 8.1-12)
Segundo os especialistas, a tristeza quando é constante e ligada a
pensamentos de desesperança, incapacidade, baixa auto-estima, desânimo,
ansiedade, irritabilidade e até idéias suicidas, pode ser chamada de depressão.
Essa doença tem destruído muitas vidas dentro da Igreja que, por indiferença,
omissão ou preconceito, não enxerga a sua gravidade.
Pelo infinito amor de Deus, Israel foi restaurado à sua terra e experimentava
o maior avivamento e renovação espiritual. O amor sempre foi o remédio mais
usado por Deus para curar nossas feridas (Jo 3.16).
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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IX - FAZENDO CONFISSÕES - (Ne 9.1-3; 27-38)
Não provém da própria pessoa o fato de ser aceitável a Deus, visto que
apenas a obra redentora de Jesus Cristo é capaz de resgatar, purificar e
transformar o homem. A confissão é necessária, pois envolve um
reconhecimento de que todo o nosso fracasso tem como causa básica a
desobediência à Lei de Deus.
O mal está dominando o mundo. Cresce o crime organizado, o terrorismo, o
número de acidentes fatais e as doenças. As pessoas estão temerosas e
inseguras por causa de todo tipo de violência. Mas, sabemos que há um Deus
de quem obtemos total segurança (Pv 29.25).
X - FAZENDO CONSERTOS - (Ne 10.28-39)
Um conserto só pode ser efetuado quando se sabe exatamente o que se vai
consertar. O ponto de partida deve ser assim uma identificação precisa das
arestas a serem reparadas: “Eu conheço as minhas transgressões, e o
meu pecado está sempre diante de mim” (Sl 51.03). A restauração de
vida implica numa renúncia abrupta do cristão ao pecado. Buscar justificativas
para o pecado é um entrave para o conserto. (Pv 28.13).
XI - DEDICANDO-SE AO SENHOR - (Ne 12.27-47)
O cântico em forma de louvor a Deus, nascido de um coração contrito,
eleva a nossa alma à presença daquele que espanta todos os males da depressão,
da angústia, da solidão, do pessimismo, da incredulidade. É certo que o cântico
daquele que é nascido de Deus é prova cabal da visitação do Senhor que
liberta os cativos e oprimidos (Sl 40.2,3). Não existe culto verdadeiro e agradável
ao Senhor sem uma dedicação total do nosso ser (Rm 12.1).
XII - VARRENDO A CASA - (Ne 13.1-14)
Muitos cristãos estão doentes, fracos e sofrendo por causa de alianças antigas.
Alguns ainda conservam amuletos e objetos de crenças do passado. Outros fizeram
aliança com o mundo e tentam conciliar as coisas celestiais com as terrenas.
Há muita coisa ruim escondida, como a “capa de Acã”, no meio do povo
de Deus. Sabemos que a sujeira é amiga das doenças. Não seria esta a causa
para tantos males da alma, que afligem os crentes em nossos dias? Portanto:
“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros,
para que sareis...” (Tg 5.16).
XIII - REMOVENDO OS ENTULHOS - (Ne 13.15-31)
Muitos erros são tolerados porque não temos coragem de repreender o
culpado. Tememos demonstrar uma atitude enérgica e sermos tachados de
radicais, ultrapassados e destituídos de amor.
O verbo contender significa: opor-se, disputar, rivalizar. Neemias fez tudo
isto e muito mais, por isso o seu exemplo é digno de ser seguido.
II – PARA UMA REMOÇÃO COMPLETA É NECESSÁRIA
UMA AÇÃO RADICAL - (VV 25-31)
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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Neemias era obreiro zeloso em extremo. Quando foi necessário agir
com rigor, não titubeou, contendeu, amaldiçoou, espancou e arrancoulhes os cabelos. Veja qual foi o motivo (vv 26,27). Infelizmente este tipo
de acordo é muito comum hoje na igreja. Fazemos acordo com políticos
incrédulos, com cônjuge incrédulo, com programas imorais na TV.
Conservamos todo este monte de lixo que depois se levanta contra a
Igreja do Senhor Jesus e blasfema contra Deus, por culpa nossa.
CONCLUSÃO
Ao encerrarmos o trimestre, rogamos ao Senhor que as verdades ensinadas
por meio das lições fiquem gravadas no coração dos alunos da EBD.
Vamos enfrentar os grandes desafios que estão postos diante de nós para
restaurar vidas que estão em ruína.
A seguir, o questionário para avaliação trimestral e debates para uma melhor
fixação da matéria:
QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO E DEBATES
LIÇÃO UM
- A falta de interesse pelas dificuldades do nosso irmão está relacionada a
problemas do coração. Dê sugestões de como podemos mudar nossos
interesses interiores.
LIÇÃO DOIS
- Muitas vezes o problema não está em não ajudar o próximo, mas em ajudálo na hora errada. Como devemos nos preparar para isto?
LIÇÃO TRÊS
- Explique a diferença entre o otimismo como fruto da fé natural e o otimismo
como fruto da fé em Deus.
LIÇÃO QUATRO
- Qual é a maneira bíblica de combatermos frases derrotistas do inimigo,
como esta: “Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derrubará
facilmente o seu muro de pedra”? (Nee 4.3).
LIÇÃO CINCO
- Diga três formas de como podemos detectar dificuldades na vida dos irmãos.
LIÇÃO SEIS
- A visão de Neemias conseguiu enxergar uma “Grande obra”. Como você
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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vê o corpo de obreiros, a obra evangelistica, a obra missionária e a forma de
cultos na sua igreja?
LIÇÃO SETE
- Como podemos discernir a ação dos “espíritos” enganadores com a ação
do Espírito Santo na obra de Deus?
LIÇÃO OITO
- Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei? (Ne 8.9).
LIÇÃO NOVE
- Dê exemplo de algumas coisas que devemos confessar a Deus e “uns aos
outros”, para recebermos perdão e cura física, emocional e espiritual?
LIÇÃO DEZ
- No seu entendimento, quais são as áreas da igreja que necessitam de urgente
conserto?
LIÇÃO ONZE
- O que significa dedicar ao Senhor o nosso corpo em sacrifício vivo, santo e
agradável?
LIÇÃO DOZE
- Por que Neemias “varreu” Tobias da casa que ficava no pátio do templo?
LIÇÃO TREZE
- O que você tem visto no seio da igreja que pode ser claramente identificado
como um “entulho” que deve ser removido?
BIBLIOGRAFIA
- BÍBLIA – Traduzida em português por João Ferreira de Almeida – Edição
Revista e Corrigida.
- BÍBLIA PENTECOSTAL - Edição de 1995.
- CHAMPLIN, Russel Norman. O antigo testamento interpretado: versículo
por versículo – II Reis, I Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó. 2. ed. São
Paulo: Hagnos, 2001. v. 3
- WIERSBE, Warren W. Trad. Comentário bíblico expositivo: antigo
testamento. Santo André, SP: Geográfica editora, 2006. v. 2.
- SHEDD, Russel – O Novo Dicionário da Bíblia, Edições Vida Nova, SP
- F. Davidson – O Novo Comentário da Bíblia, Edições Vida Nova.
Revista de Estudo Crescimento Bíblico
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GLOSSÁRIO
Recôndito - Oculto, escondido.
Insociável - Não sociável, pouco amável, intratável.
Antídoto - Contraveneno. Remédio usado para frustrar a ação de um veneno.
Sobrepujar - Exceder em altura; ultrapassar, exceder, superar.
Ardil - Meio astucioso a que se recorre para burlar alguém; estratagema.
Brio - Sentimento da própria dignidade.
Desdenhar - Desprezar com altivez, escarnecer.
Extenuado - Enfraquecido, cansado, prostrado, exausto.
Patrono - Padroeiro; advogado, em relação a seus clientes.
Tresvariar - Dizer ou fazer desvarios; estar fora de si; delirar.
Sofisma - Argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não
conclusivo, e que supõe má-fé por parte de quem o apresenta; falácia.
Caos - Grande confusão ou desordem.
Amplitude - Amplidão. Qualidade ou caráter daquilo que abrange grande
amplidão; extensão.
Aludir - Fazer alusão; referir-se. Mencionar (pessoa, fato, etc., a alguém).
Auferir - Colher; obter; ter, tirar.
Introspecção - Observação da vida interior pelo próprio sujeito; exame que
alguém faz dos próprios pensamentos e sentimentos.
Sincretismo - Tendência à unificação de idéias ou de doutrinas diversificadas.
Fusão de elementos culturais e religiosos.
Ceticismo - Estado de quem duvida de tudo; descrença.
Imperceptível - Que não se percebe, que não se pode distinguir; não
perceptível.
Insano - Insensato, demente.
Expurgar - Purificar, limpar.
Petulante - Ousadia, atrevimento.
COMO ESCUTAR BEM:
1. Prepare-se para prestar atenção.
2. Avalie o conteúdo bem como o modo por que ele é exposto.
3. Controle suas emoções.
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4. Resista às distrações.
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5. Preste atenção.
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6. Não faça perguntas em demasia.
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7. Não pregue.
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8. Devagar com os conselhos.
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9. Não argumente.
10. Não procure por fatos adicionais para satisfazer sua curiosidade.

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