Distúbios miccionais na Sídrome de Willians
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Distúbios miccionais na Sídrome de Willians
ZEIN MOHAMED SAMMOUR Distúrbios miccionais na síndrome de Williams - Beuren Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do titulo de Mestre em Ciências. São Paulo 2003 ZEIN MOHAMED SAMMOUR Distúrbios miccionais na síndrome de Williams - Beuren Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do titulo de Mestre em Ciências. Área de Concentração: Urologia Orientador: Dr. Ricardo Jordão Duarte São Paulo 2003 Dedicatória Aos pacientes e seus familiares pelo exemplo de fé, humildade, carinho, respeito e disponibilidade que foram fundamentais para a realização deste trabalho. À minha mãe, Maria Marques Sammour, bondosa e obra do amor de Deus, a quem não canso de escutar todos os dias. Seus conselhos e ensinamentos, que com simplicidade são retirados da natureza e das palavras de Jesus, ensinaram-me a viver e sempre me transmitem uma alegria cheia de serenidade. Ao meu falecido pai, Mohamed Zein Abedine Sammour, que sempre será lembrado pelo ensinamento de praticar o bem sem fazer distinção entre as pessoas, com honestidade e justiça. À minha irmã, Líbia, pelo companheirismo, assistência e contribuição em todos os momentos. Aos meus irmãos, Nasser José Marques Sammour e Síria Maria Sammour, pela companhia e apoio moral. Aos meus tios, Antônio Pereira Marques, João Eustáquio Marques e José Pereira Marques, pela amizade, caráter e incentivo. À Simone Nascimento Fagundes, minha amada, pelo carinho, ajuda e apoio que são motivos do início de uma nova vida. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Sami Arap pela liderança, exemplo e oportunidade que proporcionou a minha carreira. Ao meu orientador, Dr. Ricardo Jordão Duarte, pelo ensino, grande disponibilidade, apoio, estímulo e amizade proporcionados, fazendo com que, cada vez mais, minha admiração e respeito fossem cultivados. Ao Dr. Cristiano Mendes Gomes pela acolhida, inspiração, apoio incondicional, amizade e benevolência de compartilhar o seu tempo e conhecimento. Os seus conselhos úteis, lucidez e determinação foram fundamentais na realização deste estudo. À Dra. Sofia Mizuho Miura Sugayama, exemplo humano, ético, moral e de excelência profissional que, com alegria, estimulou-me a realizar este trabalho e pela gentileza de encaminhar-me os pacientes para as avaliações. Ao Dr. Flávio Eduardo Trigo Rocha pela recepção fraterna, apoio moral, amizade e confiança. Às Dras Vera Hermina Koch e Chong A. E. Kim pelas sugestões e auxílio na avaliação dos pacientes. Aos Prof(s) Amílcar Martins Giron, Anuar Ibrahim Mitre, Frederico Arnaldo de Queiroz e Silva e Nelson Ileo Dias Montellato, professores do Departamento de Urologia, pelo incentivo à pesquisa, generosidade e amizade. À enfermeira, Maria de Lourdes Possari, e os auxiliares, Marluce Glória dos Santos Carvalho e Renato de Carvalho Oliveira, pela acolhida e colaboração. Aos amigos, Elias Assad Chedid Neto, Carlos Alberto Ricetto Sacomani e Manoel Pereira de Melo, pelo estímulo, convivência e amizade. SUMÁRIO Lista de abreviaturas, símbolos e siglas Lista de Quadros Lista de Tabelas Lista de Gráficos Lista de Figuras Resumo Summary 1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 001 1.1 Considerações históricas ................................................................ 003 1.2 Incidência ........................................................................................ 004 1.3 Quadro clínico .................................................................................. 004 1.3.1 Sinais e sintomas dos diversos aparelhos .................................. 005 1.4 Etiologia e diagnóstico da SWB ...................................................... 016 1.5 Prognóstico ..................................................................................... 020 1.6 Considerações sobre disfunção miccional ...................................... 020 2 OBJETIVOS ....................................................................................... 023 3 CASUÍSTICA E MÉTODOS ................................................................ 025 3.1 Casuística ....................................................................................... 026 3.2. Métodos .......................................................................................... 028 3.2.1 Método diagnóstico da SWB ...................................................... 028 3.2.2 Avaliação clínica ......................................................................... 028 3.2.3 Avaliação laboratorial ................................................................. 031 3.2.4 Avaliação por imagem ................................................................ 031 3.2.5 Estudo urodinâmico .................................................................... 032 3.3 Análise estatística ....................................................................... 036 4 RESULTADOS ................................................................................... 037 4.1 Características da casuística ........................................................... 038 4.2 Avaliação clínica .............................................................................. 039 4.2.1 Sinais e sintomas miccionais ..................................................... 041 4.2.2 Diário miccional ......................................................................... 042 4.2.3 Controle miccional ...................................................................... 043 4.2.4 Qualidade de vida segundo os sintomas miccionais ................... 044 4.2.5 Achados do exame físico............................................................ 044 4.2.6 Achados dos exames laboratoriais ............................................. 047 4.3 Achados da avaliação por imagem ................................................. 047 4.3.1 Ultra-sonografia do aparelho urinário .......................................... 047 4.3.2 Cintilografia renal ....................................................................... 049 4.3.3 Uretrocistografia miccional ......................................................... 050 4.3.4 Urografia excretora ..................................................................... 054 4.4 Achados da avaliação urodinâmica ................................................. 056 4.4.1 Urofluxometria livre ..................................................................... 056 4.4.2 Cistometria ................................................................................. 058 4.4.3 Estudo fluxo/pressão e EMG ...................................................... 063 4.4.4 Resultados da avaliação urodinâmica ........................................ 065 5 DISCUSSÃO....................................................................................... 067 5.1 Avaliação clínica .............................................................................. 068 5.2 Anormalidades estruturais do trato urinário ...................................... 074 5.3 Avaliação urodinâmica .................................................................... 083 5.4 Correlação entre os sintomas miccionais e alterações urodinâmicas ... 093 5.5 Algoritmo de avaliação urológica ..................................................... 094 6 CONCLUSÕES .................................................................................. 096 7 ANEXOS ............................................................................................. 098 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 128 Apêndice LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS AP CAP CEI CRDMSA CT DM DNPM EASV EF EMG EP EPV EUD FISH FSH GR HPMA ICCS Id ISDA ITU LH mL Nº Pdet PdetQmax PP - Antecedentes pessoais Capacidade Capacidade vesical esperada para a idade Cintilografia renal com DMSA. Tomografia computadorizada Deficiência mental Desenvolvimento neuropsicomotor Estenose aórtica supravalvular Exame físico Eletromiografia perineal Estenose de artéria pulmonar Estenose valvular pulmonar Estudo Urodinâmico Hibridização in situ por fluorescência Hormônio folículo – estimulante Grau História pregressa da moléstia atual International Children‘s Continence Society Idade Interrogatório dos diversos aparelhos Infecção do trato urinário ou infecções do trato urinário Hormônio luteinizante Mililitros número Pressão detrusora Pressão detrusora no fluxo urinário máximo Pressão de perda PTH Qmax QP QV RNM RVU s Sf 0.9% SNC SWB TC UCMR UIV US Vpdet - Hormônio da paratireóide Fluxo urinário máximo Queixa principal Qualidade de vida segundo os sintomas urinários Ressonância nuclear magnética Refluxo vesicoureteral Segundos Soro fisiológico a 0,9% Sistema nervoso central Síndrome de Williams-Beuren Tomografia computadorizada Uretrocistografia retrógrada/miccional Urografia intravenosa Ultra-som do aparelho urinário Variação da pressão detrusora LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - Dados de identificação dos pacientes com SWB ................. 027 QUADRO 2 - Freqüência urinária dos pacientes com SWB ....................... 043 QUADRO 3 - Idade do início do controle miccional nos pacientes com SWB ............................................................................. 043 QUADRO 4 - Qualidade de vida segundo os sintomas miccionais na SWB .... 044 QUADRO 5 - Achados de exame físico nos portadores da SWB ............... 045 QUADRO 6 - Pressão de perda detrusora na SWB ................................... 059 QUADRO 7 - Achados Urodinâmicos ......................................................... 065 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Distribuição dos pacientes segundo a idade .......................... 038 TABELA 2 - Etnia dos pacientes com SWB ............................................... 039 TABELA 3 - Achados ultra-sonográficos nos pacientes com SWB ............. 048 TABELA 4 - Achados da cintilografia renal com DMSA na SWB ................ 049 TABELA 5 - Achados da UCMR na SWB ................................................... 051 TABELA 6 - Distribuição dos pacientes segundo a superfície corpórea ..... 056 TABELA 7 - Avaliação da capacidade cistométrica na SWB...................... 060 TABELA 8 - Avaliação da complacência vesical na SWB ........................... 062 TABELA 9 - Avaliação do estudo fluxo/pressão na SWB ............................ 064 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - Sintomas miccionais na SWB .............................................. 041 GRÁFICO 2 - Resultados da urofluxometria livre da SWB .......................... 057 GRÁFICO 3 - Intervalo de confiança (95%) entre as médias das capacidades cistométricas esperadas e observadas ................................ 061 GRÁFICO 4 - Intervalo de confiança (95%) entre as médias das complacências vesicais esperadas e observadas .......................................... 063 GRÁFICO 5 - Distribuição de casos segundo alterações clínicas e urodinâmicas ....................................................................... 066 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Paciente com SWB aos 16 anos, apresentando hipoplasia do malar e estrabismo ................................................................. 006 FIGURA 2 - Paciente com SWB aos sete anos. Observar as anomalias dentárias (má oclusão e microdontia) e a fronte alargada ....... 007 FIGURA 3 - Menina com SWB aos 10 anos. Notar o ápice nasal voltado para cima, alargamento das asas do nariz, bem como a postura característica (ombros caídos) ................................................ 007 FIGURA 4 - Paciente afetada pela SWB, aos 15 anos de idade, com urgência miccional, em posição característica para evitar a perda urinária, ao cruzar os membros inferiores. ............................................ 042 FIGURA 5 - Criptorquidia bilateral no paciente 19, aos nove anos e sete meses ... 046 FIGURA 6 - Criptorquidia bilateral no paciente 8, aos três anos e um mês de idade ....................................................................................... 046 FIGURA 7 - Hipospadia peniana distal no paciente 16, aos 18 anos de idade ...... 046 FIGURA 8 - Litíase renal à esquerda no paciente 26, aos 16 anos de idade .... 048 FIGURA 9 - Cintilografia renal com DMSA revelando escara no pólo superior do rim direito da paciente 22, aos nove anos de idade ............ 050 FIGURA 10 - UCMR revelando divertículos vesicais na paciente 4, aos nove anos e 11 meses de idade .................................................... 052 FIGURA 11 - UCMR do paciente 5, aos seis anos e 11 meses, mostrando bexiga trabeculada e com divertículos ................................. 052 FIGURA 12 - UCMR da paciente 20, aos quatro anos e um mês, mostrando inúmeros divertículos vesicais ............................................... 053 FIGURA 13 - UCMR do paciente 26, aos 10 anos e 11 meses, revelando capacidade vesical aumentada ............................................. 053 FIGURA 14 - UIV: Paciente 8, aos três anos e um mês, com divertículos vesicais ................................................................................. 054 FIGURA 15 - UIV: Paciente 25, aos sete anos, apresentando rim pélvico com hidronefrose à esquerda ........................................................ 055 FIGURA 16 - UIV - Paciente 13, aos 11 anos, com duplicidade pieloureteral à esquerda ............................................................................... 055 FIGURA 17 - Paciente 2, aos oito anos de idade, com cistometria demonstrando contrações detrusoras involuntárias ............... 058 FIGURA 18 - Paciente 19, aos 10 anos, com cistometria apresentando contrações detrusoras involuntárias associadas à redução da complacência vesical ............................................................ 061 FIGURA 19 - Paciente 16, aos 10 anos de idade, com incoordenação vesicoesfincteriana ............................................................... 064 FIGURA 20 - Algoritmo para avaliação urológica na SWB .......................... 095 RESUMO SAMMOUR, Z. M. Distúrbios miccionais na Síndrome de Williams-Beuren. São Paulo, 2003. 159p. Tese (Mestrado) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Introdução e Objetivos: A síndrome de Williams-Beuren é uma malformação causada pela deleção de genes contíguos no cromossomo 7, caracterizada pela presença de anormalidades cardiovasculares, retardo mental e “fácies” peculiar. Pacientes com a síndrome de Williams-Beuren freqüentemente apresentam sintomas miccionais, e as informações sobre este tema ainda são insuficientes. Este estudo tem como objetivos, avaliar a presença de anormalidades urológicas e distúrbios miccionais em pacientes com Síndrome de Williams-Beuren. Casuística e Métodos: Foram avaliados, prospectivamente, vinte e oito pacientes, com idade entre 3 e 18 anos, mediana de 8,5 anos, sendo que 16 (57%) eram meninos e 12 (43%), meninas. Os pacientes foram encaminhados pela Unidade de Genética do Hospital das Clinicas da FMUSP para serem submetidos a uma avaliação urológica que incluiu os sintomas miccionais. Aplicou-se um protocolo clínico para avaliação dos sintomas, da qualidade de vida e dos antecedentes de infecções urinárias e solicitou-se o preenchimento de três diários miccionais. Os exames de ultra-sonografia do aparelho urinário, cintilografia renal com DMSA, uretrocistografia e urografia excretora foram realizados com o objetivo de detectar a presença de eventual nefropatia, cicatrizes renais, anormalidades no parênquima renal e alterações estruturais do aparelho urinário. A investigação urodinâmica compreendeu urofluxometria livre com verificação do fluxo urinário máximo, medida do volume urinado, resíduo pósmiccional inicial, cistometria, estudo miccional com verificação da urina residual e eletromiografia perineal, para qual foram utilizados eletrodos de superfície para registro da atividade esfincteriana durante o exame. Resultados: Dos vinte e oito pacientes da série, vinte e dois eram sintomáticos (79%) e somente 6 (21%), assintomáticos. Nos sintomáticos, o aumento da freqüência urinária foi a queixa mais comum de 17(60%) pacientes, perdas urinárias noturnas estavam presentes em 14 (50%) e diurnas, em 12 (42%) pacientes. Antecedentes de infecções urinárias foram encontrados em 8 (28%) pacientes. Dezesseis afetados (57%) queixaram-se de impacto negativo dos sintomas miccionais sobre a qualidade de vida. Quanto às anormalidades do trato urinário, 10 (35%) pacientes apresentaram divertículos vesicais; 3 (10%), duplicidade pielocalicial; uma (3,5%), refluxo vesicoureteral; um (3,5%), estenose da artéria renal e uma (3,5%), rim ectópico pélvico com hidronefrose. A cintilografia renal mostrou cicatrizes renais em 2 (7%) pacientes. Todos os afetados foram submetidos ao estudo urodinâmico com cateter uretral. Dezessete (60%) apresentaram hiperatividade detrusora; 4 (14%), hiperatividade detrusora e incoordenação vesicoesfincteriana; 2(7%), somente incoordenação vesicoesfincteriana e em cinco (17%), os exames estavam normais. Conclusão: O presente estudo permitiu detectar uma elevada prevalência de anormalidades urológicas, distúrbios miccionais e urodinâmicos na síndrome de Williams-Beuren. Essas alterações foram responsáveis por um impacto negativo sobre a qualidade de vida dos pacientes, além de estarem associadas a infecções urinárias e lesão renal. Estes achados demonstraram a importância da avaliação urológica e miccional dos pacientes com síndrome de Williams-Beuren. SUMMARY SAMMOUR, Z. M. Voiding dysfunction in Williams-Beuren syndrome. São Paulo, 2003. 159p. Tese (Mestrado) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Williams-Beuren syndrome is a malformation caused by the deletion in contiguous genes locus on chromossome 7, characterized by the presence of cardiovascular abnormalities, mental retardation and peculiar facial features. Patients with Williams-Beuren syndrome frequently present symptoms of voiding dysfunction, and information about this subject is still insufficient. Aim: To study the frequency of urologic abnormalities and voiding dysfunction in patients with Williams-Beuren syndrome. Casuistic and Methods: Twenty eight patients were evaluated. Age ranged between 3 and 18 years, median age of 8.5 years, being 16 (57%) boys and 12 (43%) girls. The patients were submitted to an urologic evaluation that included the voiding symptoms. A clinical protocol was applied for evaluation of the symptoms, life quality and history of previous urinary infections, and three voiding charts were filled in. The urinary tract ultrassonography, DMSA scan, retrograde and voiding cystography and excretory urography were performed with the objective of detecting the presence of some nephropathy, renal scars, renal parenchyma anomalies and anatomical alterations of the urinary tract. Urodynamic assessment included uroflowmetry with verification of maximum urinary flow rate and residual volume, cystometry, pressure/flow study with verification of the residual volume and electromyographical perineal signal with surface electrodes used for registering anal sphincter activity during the evaluation. Results: Twenty two patients (79%) were symptomatic and 6 (21%), asymptomatic. Increased urinary frequency was the most common complaint for 17(60%) patients, nocturnal enuresis was present in 14 (50%) and urge-incontinence, in 12 (42%) patients. History of urinary tract infections was found in 8 (28%) patients. Sixteen affected (57%) patients complained about the negative impact of voiding symptoms in their quality of life. Urinary tract abnormalities were found in 14 (50%) patients, 10 (35%) of them presented bladder diverticula; 3 (10%), pyelocalicial duplicity; one (3.5%), renal artery stenosis; one (3.5%), vesicoureteral reflux and one (3.5%) patient presented pelvic ectopic kidney with hydronephrosis. The DMSA scan showed renal scars in 2 (7%) patients. All of them were submitted to an urodynamic assessment with an urethral catheter. Five (17%) presented normal exams; 17 (60%), detrusor hyperactivity, 4 (14%), detrusor hyperactivity and detrusorsphincteric incoordenation and 2 (7%), only detrusor-sphincteric incoordenation. Conclusion: The present study allowed to detect the high incidence of urologic abnormalities, voiding and urodynamic dysfunctions in Williams-Beuren syndrome. Those alterations were responsible for a negative impact on patients’ life quality, and were associated with urinary infections and renal damage. These findings demonstrated the importance of the urologic and voiding assessment in patients with Williams-Beuren syndrome. 1. Introdução Introdução - 2 ______________________________________________________________________________________________ A síndrome de Williams-Beuren (SWB) é uma condição genética resultante de uma deleção no braço longo do cromossomo 7 na maioria dos casos (EWART et al., 1993; LOWERY et al., 1995; NICKERSON et al., 1995). Relativamente rara, caracteriza-se por um conjunto de anormalidades físicas, incluindo “fácies” típico, descrito como de duende (“elfin fácies”), anomalias cardiovasculares congênitas, retardo mental, manifestações genitourinárias e, ocasionalmente, hipercalcemia (BEUREN et al., 1972; GRIMM; WESSELHOEFT, 1980). Além destas alterações físicas, existe um perfil cognitivo lingüístico associado a esta desordem (LASHKARI et al., 1999). Introdução - 3 ______________________________________________________________________________________________ 1.1 Considerações Históricas A síndrome de Williams-Beuren é uma doença caracterizada por múltiplas anomalias associadas a retardo mental, descrita quase ao mesmo tempo por WILLIAMS et al. (1961) na Nova Zelândia e por BEUREN et al. (1962) na Alemanha. Em seu trabalho, WILLIAMS et al. (1961) descreveram quatro crianças com “fácies” peculiar e estenose aórtica supravalvular (EASV). No ano seguinte, BEUREN et al. (1962) descreveram quatro pacientes com características clínicas semelhantes às descritas por WILLIAMS et al. (1961), além de presença de estenose da artéria pulmonar (EP). Com base nas evidências, observaram tratar-se de uma síndrome não descrita previamente na literatura médica. A etiologia desta doença permaneceu desconhecida até 1993, quando EWART et al. (1993) demonstraram que a completa deleção de um dos alelos da elastina implicava a patogênese desta doença. Introdução - 4 ______________________________________________________________________________________________ 1.2 Incidência A incidência da SWB foi estimada em 1:20.000 a 1:50.000 (GRIMM; WESSELHOEFT, 1980). É considerada uma entidade rara pela maioria dos autores, não existindo predomínio por sexo, raça ou região geográfica (LASHKARI et al., 1999). 1.3 Quadro Clínico A SWB caracteriza-se pela presença de “fácies” dismórfico típico, cardiopatia congênita, baixa estatura, anomalias renais e genitourinárias, deficiência mental e, ocasionalmente, hipercalcemia na lactância (PAGON et al., 1987; MORRIS et al., 1998; LASHKARI et al., 1999). Os indivíduos com SWB tendem a exibir linguagem relativamente pobre, grande habilidade para reconhecer as pessoas e escassez de recursos intelectuais, como dificuldades para fazer contas. Além destas características, podem apresentar redução da habilidade motora, da cognição espacial e outras (LASHKARI et al., 1999; SUGAYAMA, 2001). Entretanto, freqüentemente manifestam comportamentos emocionais distintos, como: hiperatividade, desinibição social, afabilidade, insegurança e baixa capacidade de concentração. Estas características podem contribuir para dificuldades de aprendizado, além de comprometer o relacionamento interpessoal e prejudicar a adaptação social (PREUS, 1984; GOSCH; PANKAU, 1997). Introdução - 5 ______________________________________________________________________________________________ Os principais critérios diagnósticos da SWB consistem em “fácies” peculiar, estenose aórtica supravalvular ou estenose da artéria pulmonar, déficit de crescimento, anomalias dentárias, retardo mental e hipercalcemia infantil (JONES; SMITH, 1975, PAGON et al., 1987). Outros achados, como hérnia inguinal e umbilical, contraturas articulares, sinostose radioulnar e estrabismo são freqüentes e também devem ser considerados no diagnóstico. A suspeita diagnóstica da SWB pode ser feita com base na presença do conjunto das anomalias citadas. No entanto, o diagnóstico clínico pode ser confirmado por meio da realização do estudo citogenético molecular, no qual verifica-se a perda de um dos alelos do gene da elastina, pela técnica de Hibridização In Situ por Fluorescência (FISH). 1.3.1 Sinais e sintomas dos diversos aparelhos Anormalidades craniofaciais O “fácies” típico é, sem dúvida, um dos achados mais marcantes desta síndrome e envolve, principalmente, alargamento da fronte, depressão bitemporal, edema supra-orbitário, olhos amplos, estrabismo, ponte nasal baixa, nariz com ápice voltado para cima, filtro nasal longo, lábios volumosos e espessos, bochechas proeminentes, queixo pequeno e boca grande e larga (BEUREN et al., 1962; JONES, SMITH, 1975; PAGON et al., 1987; MORRIS et al., 1988, EWART et al., 1993). Todas as características descritas começam a ser Introdução - 6 ______________________________________________________________________________________________ percebidas por volta dos seis meses de vida, tornando-se cada vez mais evidentes na lactância e infância. O termo “Síndrome do fácies de duende”, denotando semelhança com criaturas mitológicas, não tem sido bem recebido pelos familiares dos afetados pela SWB, e esforços para abolir esta utilização têm sido empreendidos pelos especialistas (BURN, 1986; LASHKARI et al., 1999). As características faciais descritas não são constantes em todos os afetados, porém observa-se com mais freqüência a combinação de malar hipoplásico com face de dimensões reduzidas. Anomalias dentárias, como aumento do espaço interdental, microdontia, dentes irregulares, ausência de alguns dentes, invaginação dos incisivos e atraso na mineralização são achados comuns (MILA et al., 1999). Nas FIGURAS 1, 2 e 3, pode-se observar três pacientes da amostra com o “fácies” característico da SWB. FIGURA 1 - Paciente com SWB aos 16 anos, apresentando hipoplasia do malar e estrabismo Introdução - 7 ______________________________________________________________________________________________ FIGURA 2 - Paciente com SWB aos sete anos. Observar as anomalias dentárias (má oclusão e microdontia) e a fronte alargada FIGURA 3 - Menina com SWB aos 10 anos. Notar o ápice nasal voltado para cima, alargamento das asas do nariz, bem como a postura característica (ombros caídos) Anormalidades oculares Estrabismo, íris de padrão estrelado e tortuosidade dos vasos retinianos são as anomalias oculares mais freqüentes na SWB. A incidência do estrabismo varia de 29 a 74% (KAPP et al., 1994; WINTER et al., 1996), enquanto que a íris estrelada foi descrita em 69% a 74% dos afetados (JONES; SMITH, 1975; GREENBERG; LEWIS; 1988; MORRIS et al, 1988). Introdução - 8 ______________________________________________________________________________________________ Anormalidades cardiovasculares As anomalias cardiovasculares acometem cerca de 80% dos afetados (MORRIS et al, 1988; CONWAY et al., 1990; KECECIOGLU et al., 1993; BIRD et al., 1996). Os achados mais freqüentes incluem EASV, ocorrendo em 64% dos pacientes; hipoplasia aórtica; estenose da artéria pulmonar supravalvular; prolapso da válvula mitral e hipertensão (CONWAY et al., 1990; KECECIOGLU et al., 1993). Os defeitos cardiovasculares acarretam alto risco de miocardiopatia isquêmica, acidentes vasculares cerebrais, morte súbita e insuficiência cardíaca quando comparados aos da população normal (BIRD et al., 1996). Anormalidades gastrointestinais Durante a infância, os pais dos afetados pela SWB relatam que as crianças apresentam problemas de deglutição, vômitos, constipação intestinal e cólicas abdominais (MARTIN et al., 1984). As alterações gastrointestinais mais freqüentes são dificuldade para ganhar peso (71%), dificuldades de deglutição (81%) (MORRIS et al., 1988) e refluxo gastroesofágico (LASHKARI et al., 1999). Em muitos adultos, os problemas gastrointestinais, como obesidade, colelitíase, dores abdominais, doença ulcerosa péptica e diverticulite, podem persistir.(MORRIS et al., 1988; MORRIS et al., 1990; LASHKARI et al., 1999). Introdução - 9 ______________________________________________________________________________________________ Anormalidades no metabolismo do cálcio Apesar da associação histórica da SWB com hipercalcemia idiopática, sua ocorrência não é tão freqüente. Apenas 15% dos afetados apresentam esta alteração que, geralmente, desaparece até o final do segundo ano de vida (MARTIN et al., 1984; MORRIS et al., 1988; KRUSE et al., 1992). As manifestações de hipercalcemia podem incluir vômitos profusos, irritabilidade, obstipação e dificuldades de ganho de peso e alimentação (UDWIN, 1990). A causa da hipercalcemia não é bem conhecida na SWB. Distúrbios no metabolismo da vitamina D com anormalidades na regulação da 25-hidroxi vitamina D, defeitos na síntese de calcitonina e aumento da sensibilidade renal ao PTH foram hipóteses sugeridas, porém não confirmadas por vários autores (KNUDTZON et al., 1987; UDWIN, 1990; KRUSE et al., 1992). Os pacientes com hipercalcemia podem manifestar hipercalciúria, que pode levar à insuficiência renal por nefrocalcinose, uma vez que a hipercalcemia pode não desaparecer com a idade (INGELFINGER; NEWBURGER, 1991). Pacientes portadores da SWB apresentam elevado risco de complicações anestésicas, pois encontram-se diretamente relacionadas com o metabolismo do cálcio. Espasmo do músculo masseter, rigidez muscular Introdução - 10 ______________________________________________________________________________________________ generalizada e hipertermia maligna são complicações descritas que, geralmente, associam-se com a presença de elevados níveis séricos de enzimas musculares e perda do mecanismo regulador do fluxo celular do cálcio após a anestesia geral (PATEL; HARRISSON.,1991; MAMMI et al., 1996). Anormalidades do sistema musculoesquelético Hipermobilidade articular é descrita na infância em até 90% dos pacientes, e contraturas articulares, especialmente dos membros inferiores, em até 50% das crianças e 90% dos adultos afetados (MORRIS et al., 1988; KAPLAN et al., 1989; LASHKARI et al., 1999; MORRIS et al., 2001). Em alguns pacientes, pode haver comprometimento de movimentos, como andar, subir ou descer escadas e vestir roupas. Anomalias posturais, como escoliose (12%), sifose (71%) e lordose (30%), podem trazer limitações à capacidade laborativa (LASHKARI et al., 1999). Outras anormalidades descritas incluem sinostose radioulnar, pregas extras-sacrais, hálux valgo e clinodactilia do quinto dedo (LASHKARI et al., 1999; MORRIS et al., 1988). Introdução - 11 ______________________________________________________________________________________________ Achados Neurológicos As crianças com SWB desenvolvem as habilidades motoras mais tardiamente. Hiperatividade dos reflexos profundos, hiperacusia, deficiência visio-espacial, retardo mental com QI entre 41 e 80 e um perfil cognitivo lingüístico característico são observados na maioria dos afetados (LASHKARI et al., 1999). Alguns indivíduos com SWB podem ser mais afetados do que os outros. Os adultos podem ter dificuldades para manusear equipamentos, cumprir horários e dirigir automóveis (LASHKARI et al., 1999). REISS et al. (2000) estudaram o cérebro de 14 pacientes portadores da SWB por meio de RNM de alta resolução. Comparando-os com um grupo controle, os autores verificaram que os pacientes com SWB apresentam aumento do volume do neocerebelum, desenvolvimento normal do córtex frontal e do sistema límbico e subdesenvolvimento de estruturas subcorticais e do lobo temporal posterior. Anormalidades citoarquiteturais do sistema nervoso central foram, também, identificadas por GALABURDA et al. (1994). Seus achados incluíram pronunciada organização horizontal dos neurônios, diminuição da mielinização e anormalidades dos neurônios em algumas regiões do cérebro, particularmente, no córtex visual. Introdução - 12 ______________________________________________________________________________________________ Comportamento e características de personalidade GOSCH; PANKAU (1997) realizaram um estudo por meio de um questionário com uma lista de 15 características de personalidade e 18 distúrbios de comportamento que foi aplicado aos afetados pela SWB. As características mais discriminativas foram hiperatividade, agitação, retração e afabilidade. Além disso, adultos e adolescentes mostraram-se mais tímidos e retraídos do que as crianças. As pacientes com SWB foram descritas como menos alegres e mais chorosas do que os homens. Sintomas de depressão podem aparecer com o avançar da idade para ambos os sexos (GOSCH; PANKAU, 1997). A descrição de habilidades e comportamento das crianças com SWB revela retardo mental moderado a severo, coordenação motora precária e dificuldades visio-espaciais (UDWIN, 1990). LASHKARI et al. (1999) descreveram os afetados pela SWB como indivíduos de personalidade amigável, alegres e muito extrovertidos, a ponto de passarem a ser conhecidos por muitos, como “Cocktail Party syndrome” (Síndrome das festas de recepção). Entretanto, devido a sua conotação pejorativa, o autor sugeriu o abandono deste termo. Introdução - 13 ______________________________________________________________________________________________ Hérnias inguinal e umbilical JONES; SMITH et al. (1975) relataram a presença de hérnia inguinal em 37% de 19 portadores da SWB e hérnia umbilical em 22% de 18 portadores da síndrome. Na população normal, a incidência de hérnias inguinocrurais é estimada em 5% (DATOLLA et al., 2002) MORRIS et al. (1988), estudando 42 pacientes com SWB, descreveram a presença de hérnia inguinal em 16 afetados e hérnia umbilical em seis. Crescimento e Puberdade Baixa estatura é encontrada em cerca de 50% das crianças com SWB (PARTSCH et al., 1994). Existem evidências de que o desenvolvimento puberal inicia-se precocemente na SWB quando comparado ao da população normal (MARTIN et al., 1984; MORRIS et al., 1988; PANKAU et al., 1992). Porém, o padrão deste desenvolvimento ainda é pouco conhecido. A causa da baixa estatura na SWB parece estar relacionada às alterações cromossômicas nos genes contíguos desta síndrome (PARTSCH et al., 1994). PARTSCH et al. (1994) estudaram 56 afetados pela SWB, incluindo adultos e crianças, encontrando elevados níveis de LH e FSH em 35 e 44% das pacientes do sexo feminino e em 3 e 33% dos pacientes do sexo masculino, respectivamente. Os níveis de estradiol e testosterona estavam Introdução - 14 ______________________________________________________________________________________________ elevados em 9,5% e 15,4% dos pacientes respectivamente. Tais achados podem estar associados com o desenvolvimento puberal precoce, conforme já descrito. Anormalidades Nefrológicas Anormalidades nefrológicas foram relatadas em aproximadamente 18% dos pacientes com SWB (PANKAU et al., 1996). INGELFINGER; NEWBURGER (1991), estudando 32 pacientes, observaram prevalência de 59% de hipertensão arterial e de 25% de proteinúria. Hipertensão arterial é um achado freqüente na SWB e tem sido relacionada a anormalidades, como estenose da artéria renal (DANIELS et al., 1984, INGELFINGER; NEWBURGER, 1991, POBER et al., 1993) e hipercalcemia (DANIELS et al., 1985). Estenose da artéria renal, comprometimento da função renal, aumento de ecogenicidade medular, nefrocalcinose e outros são comumente descritos na SWB (PANKAU et al., 1996; INGELFINGER; NEWBURGER, 1991; SUGAYAMA, 2001). Dentre as anormalidades anatômicas, observa-se agenesia, ectopia, hipoplasia renal, rins em ferradura, estenose da junção ureteropélvica (JUP) (INGELFINGER; NEWBURGER, 1991), estenose da artéria renal (INGELFINGER; NEWBURGER, 1991; DANIELS et al., 1984; POBER et al., 1993), duplicidade do sistema pielocalicial e megaureter (PANKAU et al., 1996). Introdução - 15 ______________________________________________________________________________________________ Distúrbios miccionais Infecções urinárias e distúrbios miccionais caracterizados por freqüência, urgência miccional e incontinência urinária têm sido observados nos pacientes afetados pela SWB (SCHULMAN et al., 1996; SUGAYAMA, 2001). MORRIS et al. (1988), estudando 17 pacientes portadores da SWB, observaram uma incidência de ITU de 27%. Neste mesmo grupo, que incluía crianças e adolescentes com idade entre quatro e 16 anos, 50% apresentaram enurese e três, entre quatro pacientes submetidos à uretrocistografia miccional, refluxo vesicoureteral e divertículos vesicais. Em 27 pacientes estudados por INGELFINGER; NEWBURGER (1991), foram encontrados dois pacientes portadores de divertículos vesicais. Os pacientes foram submetidos à investigação radiológica por meio de uretrocistografia retrógrada e miccional (UCMR), urografia venosa (UIV) e ultrasonografia do aparelho urinário (US). Dos 130 pacientes investigados por PANKAU et al. (1996), um apresentou divertículo vesical, quatro tinham história de infecções urinárias recorrentes e cinco eram portadores de refluxo vesicoureteral. Nesta série, UIV e UCMR foram realizadas somente em casos com suspeita de alguma patologia ou por achado suspeito à US. SCHULMAN et al (1996) relataram 13 pacientes com sintomas de freqüência e perdas urinárias, em uma clínica multidisciplinar, entre 41 pacientes Introdução - 16 ______________________________________________________________________________________________ com SWB. Dos pacientes sintomáticos, três recusaram a investigação. Dos restantes, quatro tinham divertículos vesicais, cinco submeteram-se ao estudo urodinâmico, sendo que quatro destes apresentaram hiperatividade detrusora e o quinto apresentou aumento da capacidade cistométrica e incoordenação vesicoesfincteriana com fluxo urinário reduzido. No Brasil, MACHADO et al., 1998 descreveram o caso de uma menina afetada pela SWB com sintomas miccionais e antecedentes de infecções urinárias recorrentes. No exame urodinâmico, observou-se redução da capacidade cistométrica e presença de hiperatividade detrusora. 1.4 Etiologia e Diagnóstico da SWB Desde os relatos iniciais da doença até o início da década de 90, o diagnóstico da SWB era feito com base nos sinais clínicos (WILLIAMS et al. 1961; PREUS, 1984). Contudo, o diagnóstico clínico tornava-se muito difícil em algumas situações, como durante os primeiros anos de vida e nos pacientes com fenótipo variável que também poderia se modificar com a vida adulta (BORG et al., 1995). A maior contribuição para o diagnóstico da SWB ocorreu quando EWART et al. (1993) estudaram nove casos de SWB, sendo cinco esporádicos e quatro familiares, e concluíram que esta é causada por deleções submicroscópicas do cromossomo 7 na região 7q11.23. Nestes nove casos, a Introdução - 17 ______________________________________________________________________________________________ deleção cromossômica no lócus do gene da elastina foi identificada pela técnica da hibridização in situ com fluorescência (FISH), utilizando-se a sonda da elastina genômica pELN5-4. A partir deste estudo, a SWB passou a ser considerada uma síndrome de deleção de genes contíguos da região 7q11.23 (braço longo do cromossomo 7), com padrão de herança autossômica dominante. Esta deleção encontra-se presente em 96% a 100% dos afetados (EWART et al., 1993; BORG et al., 1995; ELÇIOGLU et al., 1998). Este método, altamente sensível, confirma o diagnóstico nos afetados, possibilitando melhor abordagem terapêutica, aconselhamento genético precoce e adequado e prevenção das complicações. Além disso, este achado representou uma grande contribuição para o diagnóstico desta síndrome, principalmente, em casos de dificuldade diagnóstica, especialmente nos primeiros anos de vida e naqueles com manifestações clínicas variadas e atípicas. BORG et al. (1995) demonstraram concordância em 100% dos casos, ao avaliarem cinco pacientes com os achados clinicamente clássicos da SWB, onde todos apresentaram a deleção no lócus da elastina, refletindo a alta sensibilidade e especificidade deste método diagnóstico. Uma série de estudos moleculares identificaram alguns genes individuais responsáveis pelo fenótipo da SWB. O gene da elastina fica localizado Introdução - 18 ______________________________________________________________________________________________ na região cromossômica afetada na SWB. Sua deleção parece ser a causa das alterações cardiovasculares e do tecido conjuntivo que freqüentemente ocorrem na SWB, além das hérnias da parede abdominal, envelhecimento precoce da pele, hiperextensibilidade articular, voz rouca, dismorfismos faciais, divertículos vesicais e outras anormalidades. O segundo gene mais freqüentemente deletado nos afetados pela SWB é o gene LIM-KINASE 1 (LIMK1). A deleção deste gene, expresso no SNC, seria responsável pelo perfil cognitivo peculiar da SWB, caracterizado pela deficiência de integração visiomotora (FRANGISKAKIS et al., 1996). Já foram identificados mais de 15 genes na região 7q11.23, além dos genes da elastina (ELN) e LIM-KINASE (LIMK1), cuja importância na SWB ainda esta sendo investigada. Foram descritos, na literatura, dois sistemas de pontuação fenotípica (escores) para auxiliar o diagnóstico diante da suspeita clínica. PREUS (1984) elaborou um sistema de pontuação com base em 50 características clínicas, incluindo anomalias menores. Este método foi considerado muito complexo, e o próprio autor admitiu a possibilidade de ocorrer discrepâncias no caso de um mesmo paciente ser avaliado por diferentes examinadores. LOWERY et al. (1995), avaliando 110 pacientes portadores da SWB, elaboraram um sistema de pontuação fenotípica e demonstraram que 96% dos pacientes examinados com as características fenotípicas da SWB apresentavam o teste de FISH positivo. Introdução - 19 ______________________________________________________________________________________________ Em nosso meio, para auxiliar na suspeita diagnóstica da SWB, SUGAYAMA (2001) elaborou um sistema de pontuação fenotípica com base na presença ou ausência de 15 características clínicas. Neste estudo, envolvendo 20 afetados, realizou-se uma metanálise para definir quais características clínicas estariam associadas ao teste de FISH positivo, sendo que as mais significativas foram: “fácies” típico, retardo do crescimento intra-uterino, dificuldades alimentares, obstipação, anomalias dentárias, EASV e personalidade amigável. Para cada indivíduo, a tabela é aplicada e os pontos, somados. Os valores da pontuação nos 17/20 pacientes FISH positivos variaram de 19 a 28 pontos e os valores dos afetados FISH negativos, de 12 a 16. Utilizando este sistema de pontuação, a possibilidade do paciente com valor igual ou superior a 20 pontos ser FISH negativo foi zero. Portanto, este sistema de pontuação seria um recurso de triagem, e o teste de FISH estaria indicado somente nos indivíduos com sinais da SWB e pontuação inferior a 20. Apesar dos importantes e recentes avanços no diagnóstico genético da SWB, esta continua sendo considerada uma doença com sinais clássicos e de diagnóstico clínico. O teste de FISH é aceito como um método de diagnóstico, principalmente, para os casos atípicos, ou seja, pacientes que não apresentam os sinais clássicos e para os casos suspeitos durante a infância, uma vez que muitas características físicas podem demorar a aparecer (LASHKARI et al., 1999; SUGAYAMA, 2001). Introdução - 20 ______________________________________________________________________________________________ 1.5 Prognóstico A evolução clínica dos pacientes afetados pela SWB depende da gravidade das anomalias associadas e do reconhecimento e tratamento precoce das mesmas. Entre as complicações mais freqüentes, observa-se problemas cardíacos, hipertensão arterial, distúrbios gastrointestinais, limitação articular progressiva, hipercalcemia e infecções urinárias recorrentes (MORRIS et al.,1990; BIRD et al. 1996; PANKAU et al., 1996). Não existe um fator preditivo fidedigno com base nas manifestações clínicas ou nos genes deletados que permita antecipar o prognóstico. Portanto, o acompanhamento clínico é recomendado para todos os casos (LASHKARI et al., 1999) 1.6 Considerações sobre Disfunção Miccional A preocupação com os distúrbios miccionais na infância tem sido motivo de diversos estudos há muito tempo. BEER (1915) apresentou uma série de 13 casos, incluindo crianças e adolescentes não portadores de anormalidades anatômicas e neurológicas, com história de retenção urinária crônica, enurese e infecções urinárias acompanhadas por febre. LAIDLEY (1942) descreveu uma entidade clínica que denominou de acalasia do trato urinário na infância, responsável por pielonefrites recorrentes Introdução - 21 ______________________________________________________________________________________________ e com predileção especial por meninas. Os pacientes estudados não apresentavam distúrbios neurológicos e a avaliação propedêutica, por meio da uretrocistoscopia, revelava dificuldade para conseguir passar o uretrocistoscópio através do colo vesical. PAQUIN et al. (1960) descreveram a síndrome da megabexiga em 22 meninas e história clínica de aumento da freqüência urinária, nocturia, enurese e infecções urinárias febris em cinco meninos. As crianças apresentavam refluxo vesicoureteral (RVU) e eram, freqüentemente, acometidas por episódios de ataques febris graves, que eram agravados após a interrupção do uso de antibióticos. HINMAN; BAUMANN (1973) atribuíram o diagnóstico de bexiga neurogênica não neurogênica a um menino de oito anos com quadro de infecção do trato urinário (ITU) febril, apresentando UCMR com sinais radiológicos de bexiga neurogênica. A criança, sem evidências clínicas de doença neurológica, foi tratada por meio de hipnose, e os sintomas miccionais desapareceram. Esta entidade passou a ser denominada Síndrome de Hinman (HINMAN Jr., 1986). Atualmente, as disfunções miccionais têm sido avaliadas extensivamente, principalmente por serem multi-sintomáticas, prejudiciais à qualidade de vida, além de trazer risco potencial de dano renal, infecções urinárias e refluxo vesicoureteral (NIJMAN, 2000; GHOBISH, 2001; WEN, et al. 2001). Uma variedade de opções terapêuticas foram desenvolvidas para tratar esta Introdução - 22 ______________________________________________________________________________________________ condição, com taxas significativas de sucesso. Além de melhorar a qualidade de vida, o tratamento pode promover a continência urinária e um padrão miccional normal. A associação entre SWB e disfunção miccional foi muito pouco explorada na literatura médica. Diante disto e do fato de a disfunção miccional ser uma entidade de significativa morbidade, a realização do presente estudo foi proposta. 2. Objetivos Objetivos - 24 ______________________________________________________________________________________________ O presente trabalho tem como objetivos: 1. Determinar a prevalência e as características clínicas dos distúrbios miccionais nos pacientes com SWB. 2. Determinar as características da avaliação urodinâmica nos pacientes com SWB. 3. Avaliar a prevalência de anormalidades estruturais do trato urinário nos pacientes com SWB. 3. Casuística e Métodos Casuística e Métodos - 36 ______________________________________________________________________________________________ 3.3 Análise Estatística Quando a presença de associação entre achados clínicos e urodinâmicos foi avaliada, utilizou-se o teste exato de Fisher o qual também foi utilizado para verificar a presença de associação entre divertículos vesicais e achados urodinâmicos. O coeficiente Kappa foi utilizado para avaliar a concordância tanto entre o exame de uretrocistografia e o diagnóstico de divertículo vesical como entre a presença de sintomas miccionais e o impacto negativo na qualidade de vida. Para comparar a capacidade cistométrica e a complacência vesical dos pacientes afetados pela SWB com os valores padrão de pacientes normais, utilizou-se o teste t de Student para amostras pareadas, visto que, o padrão é obtido a partir da idade do paciente (NORMAN; STREINER, 1994, ANDERSON; FINN, 1997). Os dados numéricos foram expressos em média ± desvio padrão. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo para as comparações. Casuística e Métodos - 35 ______________________________________________________________________________________________ - Eletromiografia perineal: Utilizada para monitorar a atividade do esfíncter uretral estriado durante o estudo urodinâmico. Foram utilizados eletrodos de superfície, posicionados adjacentes ao orifício anal, para o registro da atividade eletromiográfica. Diagnóstico Urodinâmico Com base nos achados do estudo urodinâmico, os pacientes foram classificados em uma das categorias: a - Exame urodinâmico normal; b - Hiperatividade detrusora - pacientes com contrações detrusoras involuntárias durante o enchimento vesical e com estudo fluxo/pressão normal. c - Incoordenação vesicoesfincteriana - pacientes sem hiperatividade detrusora, mas apresentando incoordenação vesicoesfincteriana. d - Hiperatividade detrusora com incoordenaçãovesicoesfincteriana. Todos os métodos, definições e unidades utilizados neste estudo estão de acordo com as recomendações da “International Children’s Continence Society” (NORGAARD et al., 1998). Casuística e Métodos - 34 ______________________________________________________________________________________________ No cálculo da complacência foi utilizada a fração entre a variação do volume ∆V (volume final do enchimento - volume inicial) e a variação da pressão detrusora ∆Pdet (Pdet final do enchimento – Pdet inicial) durante a cistometria, e o resultado foi expresso como ml/cmH2O. ∆V Complacência = ∆Pdet Assim, a complacência verificada foi comparada com os parâmetros normais, considerando idade e sexo da criança. A complacência vesical foi considerada reduzida, quando o valor encontrado foi menor que o da fórmula abaixo, que é utilizada para o cálculo da complacência vesical esperada para a idade. Complacência = 0,05 x (CEI) ml/cmH2O Estudo Miccional (Estudo fluxo/pressão) - Os parâmetros avaliados, nesta fase, foram fluxo urinário máximo (Qmax), pressão detrusora no fluxo urinário máximo (PdetQmax) e atividade eletromiográfica perineal. Caracterizou-se obstrução funcional, por incoordenação vesicoesfincteriana quando foi observado aumento da atividade eletromiográfica perineal concomitante à contração detrusora, resultando em elevação da PdetQmax (> 50cmH2O) e redução do Qmax. O volume de urina residual foi novamente verificado após a miccão. Casuística e Métodos - 33 ______________________________________________________________________________________________ Cistometria - Feita com cateter 6Fr para enchimento e 4Fr para monitorização da pressão vesical. A pressão abdominal foi verificada com o uso de cateter tipo balão introduzido no reto, e a pressão detrusora foi obtida automaticamente pelo computador, subtraindo-se a pressão abdominal da pressão vesical. O enchimento vesical foi realizado com solução fisiológica a 0,9% (SF 0,9%), com velocidade de infusão de 10% da capacidade vesical esperada para a idade (CEI) por minuto. Esta foi calculada a partir das fórmulas: Sexo Masculino Sexo Feminino CEI = (24,8 x Id) + 31,6 CEI = (22 x Id) + 37,4 Sendo a CEI expressa em ml e a idade (Id) em anos. (BUTTLER, 1991). Os parâmetros avaliados durante o enchimento foram sensibilidade vesical (avaliada pelo primeiro desejo miccional), capacidade cistométrica máxima, pressão detrusora no enchimento máximo e complacência vesical. A hiperatividade detrusora também foi avaliada durante a cistometria e considerada como sendo uma contração detrusora involuntária, acompanhada ou não de desejo miccional. Casuística e Métodos - 32 ______________________________________________________________________________________________ 3.2.5 Estudo urodinâmico Todos os pacientes foram avaliados com o exame urodinâmico completo, que incluiu urofluxometria livre, medição do resíduo pós-miccional inicial, cistometria e estudo fluxo/pressão com eletromiografia perineal (ANEXO G). Os exames foram realizados no Laboratório de Urodinâmica da Divisão de Urologia do Departamento de Cirurgia do HCFMUSP. O equipamento utilizado foi o LifeTech Janus IV. Urofluxometria livre - Foi realizada no início da avaliação urodinâmica, com verificação do fluxo máximo e medida do volume urinado. Cada paciente realizou, no mínimo, uma e, no máximo, três coletas, sendo que as amostras escolhidas para a análise foram aquelas com maiores volumes. Os volumes abaixo de 20ml não foram considerados (SZABO; FEGYVERNEKI, 1995). Os resultados observados em cada paciente foram aplicados em nomogramas, conforme proposto por SZABO; FEGYVERNEKI (1995), e expressos em percentis. Este método permite a análise do fluxo urinário livre, conforme a superfície corpórea da criança e tem a vantagem de permitir a inclusão de baixos volumes urinados. (APÊNDICE) A seguir, foram introduzidos os cateteres uretrais para verificação do resíduo urinário pós-miccional e início da cistometria. Casuística e Métodos - 31 ______________________________________________________________________________________________ considerados mais importantes foram freqüência, urgência miccional e episódios de perdas urinárias. Para cada pai ou responsável, foram entregues três diários miccionais para que fossem preenchidos em ocasiões diferentes. (ANEXO F) 3.2.3 Avaliação laboratorial Foram realizados os seguintes exames: 1 - Análise de urina, cultura de urina e antibiograma 2 - Glicose, uréia e creatinina séricos 3 - Hemograma completo 3.2.4 Avaliação por imagem O protocolo de investigação por imagens incluiu os seguintes exames: - Ultra-sonografia do aparelho urinário - Uretrocistografia retrógrada e/ou miccional - Urografia venosa - Cintilografia renal com DMSA Os achados da avaliação por imagem foram descritos obedecendo a classificação de DÄHNERT (1995). Casuística e Métodos - 30 ______________________________________________________________________________________________ a idade em que a criança, após ter passado por treinamento miccional, passou a ter a capacidade de postergar a micção e interrompeu o uso de fraldas (BLOOM et al., 1993). Esta informação foi pesquisada diretamente com os pais durante a anamnese. - Exame físico: incluiu palpação das lojas renais, avaliação quanto à presença de globo vesical, exame da genitália externa e meato uretral e, nos meninos, exame do prepúcio, meato uretral, testículos e apêndices. Exame da região lombossacral e exame neurourológico dirigido com pesquisa dos reflexos anal, bulbo cavernoso e da sensibilidade perineal também foram realizados. A qualidade de vida, segundo os sintomas miccionais, foi avaliada por meio de uma única questão retirada do escore internacional de sintomas prostáticos da AUA (BARRY et al.; 1992) e respondida pelos pais das crianças, procurando refletir de uma maneira subjetiva a condição de cada paciente (ANEXO E). - Preenchimento domiciliar do diário miccional. Foi utilizado com o intuito de documentar, de forma mais objetiva, a gravidade dos sintomas (BLAIVAS, 1996). Foram incluídos o horário das micções e o volume eliminado em cada micção, medido em ml. Os pacientes e responsáveis também foram orientados a descrever os sintomas de urgência, urge-incontinência, esforço miccional e perdas urinárias. Além disso, solicitou-se aos pacientes ou responsáveis que anotassem os episódios de evacuação. Os sintomas Casuística e Métodos - 29 ______________________________________________________________________________________________ Inicialmente, os pais e/ou responsáveis foram informados da importância deste projeto, bem como da natureza dos exames a serem realizados, e todos concordaram em participar. A avaliação clínica dos pacientes seguiu um protocolo de investigação com os seguintes itens: - Identificação: nome, idade, registro HCFMUSP, data de nascimento, sexo e etnia. - Compreensão e assinatura do Termo de Consentimento pósinformado (ANEXO D). - História Miccional (ANEXO E): a avaliação foi realizada por meio de anamnese com questões pertinentes aos distúrbios miccionais, antecedentes de ITU e outras particularidades urológicas. Foi utilizado um questionário padronizado para todos os pacientes, conforme as recomendações da Sociedade Internacional de Continência (“International Children’s Continence Society” - ICCS) (NORGAARD et al., 1998). A avaliação procurou detalhar os aspectos específicos das queixas de cada paciente como freqüência miccional, enurese, força do jato urinário, esforço miccional, hesitação, urgência, urgeincontinência e gotejamento pós-miccional. - Antecedentes urológicos: pesquisou-se a idade do controle miccional, episódios prévios de infecção, cirurgias no trato urinário, história familiar de refluxo vesicoureteral e enurese noturna. O controle miccional foi definido como Casuística e Métodos - 28 ______________________________________________________________________________________________ 3.2 Método Todos os pacientes foram avaliados prospectivamente pelo autor no ambulatório de Bexiga Neurogênica da Divisão de Clínica Urológica do HC-FMUSP, no período de março de 2001 a novembro de 2002. 3.2.1 Método diagnóstico da SWB Os 28 pacientes apresentavam o diagnóstico clínico da SWB (SUGAYAMA, 2001) (ANEXO B) e foram, previamente, avaliados na Unidade de Genética do HCFMUSP. Dezoito pacientes realizaram o teste de FISH para complementação diagnóstica (ANEXO C). O teste não foi realizado nos outros pacientes, devido à indisponibilidade do mesmo na ocasião da avaliação. 3.2.2 Avaliação clínica O protocolo de estudo e o Termo de Consentimento PósInformação foram submetidos ao Departamento de Cirurgia e à Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa da Diretoria Clínica do HCFMUSP (CAPPesq). O Laboratório Central e o Instituto de Radiologia e Medicina Nuclear do HCFMUSP emitiram pareceres favoráveis quanto à realização dos exames de análises laboratoriais e radiológicas que fizeram parte deste estudo respectivamente. Casuística e Métodos - 27 ______________________________________________________________________________________________ QUADRO 1 - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS PACIENTES COM SWB PACIENTE NÚMERO DE REGISTRO HC DATA DE NASCIMENTO IDADE (anos) SEXO ETNIA DATA DA 1A CONSULTA NA UROLOGIA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 6077534g 3338196c 7016109e 6078326k 6047522h 6054824c 3182808c 5285744e 6048510h 2913799a 5274972a 5124680e 5133808a 5118223k 5063068d 5119631k 6091233e 3018403j 6055308i 5262216d 5299697i 5165318a 5021150a 13439593k 13439602b 3441203g 5067271b 01-07-1997 06-07-1992 02-06-1982 28-03-1992 23-05-1994 09-09-1993 29-04-1993 15-07-1998 07-02-1994 13-05-1992 27-08-1997 15-07-1986 10-07-1990 20-07-1989 21-09-1986 14-09-1992 21-03-1998 29-09-1988 30-08-1991 01-04-1997 07-10-1984 15-02-1992 12-05-1982 27-12-1987 12-12-1994 09-05-1991 28-01-1987 3 8 18 9 6 7 8 3 7 8 3 14 10 12 14 8 3 12 9 4 16 9 18 14 7 10 15 M M F F M F F M M M M M F F M M M M M F F F F M F M F B B B N B B B B B B B B P N B B B P P B N B P A B B N 21-02-2001 21-03-2001 07-03-2001 12-07-2001 11-04-2001 06-05-2001 21-03-2001 17-10-2001 21-02-2001 07-03-2001 28-03-2001 14-02-2001 18-04-2001 05-07-2001 26-07-2001 21-03-2001 09-05-2001 04-04-2001 21-03-2001 16-05-2001 08-08-2001 25-04-2001 22-04-2001 14-03-2002 27-03-2002 04-04-2002 11-04-2002 A - Amarela B - Branca F - Feminino M - Masculino N - Negra P - Parda Cada paciente possui um resumo clínico individualizado apresentado no ANEXO A. Casuística e Métodos - 26 ______________________________________________________________________________________________ 3.1 Casuística Foram estudados 28 pacientes com diagnóstico de SWB, encaminhados pelas Unidades de Genética e Nefropediatria do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Os dados de identificação dos pacientes, registro hospitalar, data de nascimento, sexo, cor e data da primeira consulta no ambulatório encontram-se no QUADRO 1. Os casos foram enumerados para a avaliação pela ordem de atendimento. Dezesseis pacientes eram do sexo masculino e 12, do sexo feminino. A idade média foi de 9,7 e mediana de 8,5 anos, variando de 3 a 18 anos. 4. Resultados Resultados - 38 ______________________________________________________________________________________________ 4.1 Características da Casuística Foram avaliados 28 pacientes, sendo 16 do sexo masculino e 12 do sexo feminino. A idade dos pacientes variou de 3 anos e 1 mês a 18 anos e 11 meses, com média de 9,3 e mediana de 8,5 anos. (TABELA 1) TABELA 1 - DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES SEGUNDO A IDADE IDADE (anos) Nº DE PACIENTES FREQÜÊNCIA 3 4 6 7 8 9 10 12 14 15 16 18 Total 4 1 1 5 3 3 2 2 3 1 1 2 28 14,29% 3,57% 3,57% 17,86% 10,71% 10,71% 7,14% 7,14% 10,71% 3,57% 3,57% 7,14% 100,00% Resultados - 39 ______________________________________________________________________________________________ Quanto à etnia, ocorreu predomínio dos brancos, compreendendo 19/28 (68%) dos pacientes. (TABELA 2). TABELA 2 - ETNIA DOS PACIENTES COM SWB ETNIA N° DE PACIENTES (%) Brancos 19 (68%) Negros/Pardos 8 (28.5%) Amarelos 1 (3,5%) 4.2 Avaliação Clínica Com base no questionário dos sintomas e no diário miccional, apenas 6 (21,42%) pacientes foram considerados assintomáticos. Entre os 22 (78,58%) pacientes sintomáticos, dois perfis de sintomas miccionais foram observados: 1. Bexiga Hiperativa – Foi o padrão miccional mais freqüente, observado em 21 dos 22 pacientes sintomáticos. Neste grupo, foram incluídos pacientes que apresentaram predomínio dos sintomas de bexiga hiperativa, como aumento da freqüência miccional, urgência, urge-incontinência e perdas urinárias. Alguns destes pacientes apresentaram sintomas de esvaziamento associados, como hesitação, jato fraco, intermitência e uso de prensa abdominal, mas eram menos significativos. Resultados - 40 ______________________________________________________________________________________________ A intensidade dos sintomas foi muito variável, com alguns pacientes apresentando períodos assintomáticos e outros, permanentemente incontinentes. Entre os pacientes mais sintomáticos, destacaram-se um menino de nove anos com urge-incontinência grave, ainda usando fraldas e uma menina de 10 anos com sintomas exacerbados de freqüência, urgência, urge-incontinência e perdas urinárias noturnas. Neste grupo, foram incluídos três pacientes em fase de treinamento miccional com idade entre três e quatro anos e que ainda usavam fraldas. Apresentavam freqüência urinária aumentada e urge-incontinência. 2. Retenção urinária – Apenas um menino apresentou sintomas isolados de dificuldade de esvaziamento, sem concomitância de sintomas de enchimento vesical. Apresentava dificuldade miccional, diminuição do jato urinário e uso de prensa abdominal para conseguir urinar. A freqüência miccional era de somente três micções por dia. Entretanto, durante alguns períodos, apresentava aumento transitório da freqüência miccional em associação com dificuldade miccional que o obrigava a urinar sentado. Porém, os pais afirmavam que o padrão de poucas micções por dia era o habitual. Resultados - 41 ______________________________________________________________________________________________ 4.2.1 Sinais e sintomas miccionais O aumento da freqüência miccional foi a queixa mais freqüente, referida por 17 (60,71%) pacientes, seguida pelo sintoma de urgência miccional, referido por 15 (53,71%) pacientes. Alguns destes pacientes (ou seus pais) referiram assumir posição característica para a inibição da urgência miccional (FIGURA 4). Queixa de urge-incontinência foi relatada por doze (42,8%) pacientes. Outra queixa comum foi a presença de perdas urinárias noturnas, apresentada por 14 (50,0%) pacientes. Oito (28,6%) pacientes apresentaram história de ITU, entre os quais, três foram acometidos por mais de um episódio de infecção. O GRÁFICO 1 mostra os dados referentes aos sintomas miccionais e antecedentes de infecção urinária dos pacientes com SWB obtidos pela anamnese. GRÁFICO 1 – SINTOMAS MICCIONAIS NA SWB 18 17 (61,71%) 15 (53,71%) 16 14 (50%) 14 12 (42,80%) 12 10 8 (28,60%) 8 6 (21,42%) 6 4 2 0 Freqüência miccional Urgência miccional Enurese noturna Urgeincontinência Infecções urinárias Assintomáticos Resultados - 42 ______________________________________________________________________________________________ FIGURA 4 - Paciente afetada pela SWB, aos 15 anos de idade, com urgência miccional, em posição característica para evitar a perda urinária, ao cruzar os membros inferiores 4.2.2 Diário miccional O QUADRO 2 demonstra a média de micções por dia, com base nos diários miccionais de cada paciente. Observou-se que 22 (78,58%) pacientes apresentaram acima de oito micções por dia (24 horas). Entre eles, 16 (57,14%) tiveram mais de 12 micções/dia. O paciente com o diário miccional mais alterado teve um total de 22 micções em um período de 24h, com volumes urinados que não ultrapassavam 50ml por micção. Três pacientes não trouxeram o diário miccional, alegando dificuldade para preenchê-lo. Seus dados foram derivados das informações obtidas pelo investigador diretamente com a família. Resultados - 43 ______________________________________________________________________________________________ QUADRO 2 - FREQÜÊNCIA URINÁRIA DOS PACIENTES COM SWB N° MÉDIO DE MICÇÕES POR DIA N° DE PACIENTES PACIENTES Inferior a 4 1 (3,57%) 26 4a8 5 (17,85%) 6, 7, 10, 16, 23 8 a 12 6 (21,42%) 3, 5, 8, 12, 20, 22 Acima de 12 16 (57,14%) 1, 2, 4, 9, 11, 13, 14, 15, 18, 19, 21, 24, 25, 27, 28 TOTAL 28 (100%) 4.2.3 Controle miccional Doze (42,85%) pacientes adquiriram controle miccional entre três e quatro anos. Nove (32,14%) pacientes conseguiram controle miccional após os quatro anos de idade e quatro (14,28%) não haviam atingido esta performance até o momento desta avaliação. Somente três (10,71%) pacientes adquiriram o controle miccional antes dos três anos de idade. O QUADRO 3 demonstra a distribuição de idade para o controle miccional. QUADRO 3 - IDADE DO INÍCIO DO CONTROLE MICCIONAL NOS PACIENTES COM SWB IDADE DE INÍCIO DO CONTROLE MICCIONAL N° DE PACIENTES 2 a 3 anos 3 (10,71%) 3 a 4 anos 12 (42,85%) Acima de 4 anos 9 (32,14%) Incontinente 4 (14,28%) TOTAL 28 (100%) PACIENTES 5, 16, 20 1, 3, 4, 6, 7, 9, 10, 19, 23, 24, 26 13, 14, 15, 18, 21, 25, 27, 28 2, 8, 11, 17 Resultados - 44 ______________________________________________________________________________________________ 4.2.4 Qualidade de vida segundo os sintomas miccionais Os resultados da avaliação do índice de qualidade de vida estão expressos no QUADRO 4, revelando que em 15 (53%) pacientes, os sintomas miccionais exerciam um impacto negativo sobre a qualidade de vida (isto é, índices 3, 4, 5 ou 6) (p = 0,003). QUADRO 4 - QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO OS SINTOMAS MICCIONAIS NA SWB N° DE PACIENTES PACIENTES Ótimo ( 0 ) 9 (32,1%) 3, 5, 7, 9, 10, 12 20 23 26 Bem ( 1 ) 4 (14,2%) 16, 17, 22, 24 QUALIDADE DE VIDA (índice) Satisfeito ( 2 ) ... ... Regular ( 3 ) 4 (14,2%) 1, 8, 15, 27 Insatisfeito ( 4 ) 9 (32,1%) 6, 11, 13, 14, 18, 19, 21, 25, 28 Infeliz ( 5 ) 1 (3,5%) 2 Péssimo ( 6 ) 1 (3,5%) 4 TOTAL 28 (100%) 4.2.5 Achados do exame físico Anormalidades da parede abdominal, como hérnia inguinal ou umbilical e diástase dos músculos retos abdominais, foram as mais freqüentes em nossa série, acometendo oito (28,57%) pacientes. Criptorquidia foi observada em 5 (31,25%) pacientes do sexo masculino, sendo bilateral em quatro e unilateral em um paciente. Dois (12,5%) pacientes apresentaram testículos retráteis. (FIGURAS 5 e 6) Resultados - 45 ______________________________________________________________________________________________ Fusão dos pequenos lábios vaginais foi observada em uma menina, dificultando a inspeção da genitália e do meato uretral. Foi submetida a tratamento hormonal tópico, obtendo resolução completa antes da avaliação urodinâmica. Hipospadia peniana distal foi encontrada em um paciente, que já havia sido submetido à intervenção cirúrgica em outro hospital. (FIGURA 7) Os reflexos anal e bulbo-cavernoso encontravam-se preservados em todos os pacientes. Os achados do exame físico estão apresentados no QUADRO 5. QUADRO 5 - ACHADOS DO EXAME FÍSICO NOS PACIENTES COM SWB ACHADOS DO EXAME FÍSICO Hérnia inguinal unilateral N° DE PACIENTE 1 PACIENT 5 Hérnia inguinal bilateral 4 1, 7, 9, 28 Hérnia umbilical 2 15, 27 Criptorquia unilateral 1 26 Criptorquia bilateral 4 5, 8, 19, 2 Testículo retrátil unilateral 1 10 Testículo retrátil bilateral 1 2 Diástase do músculo reto abdominal 1 5 Hipospadia peniana distal 1 16 Fusão dos pequenos lábios vaginais 1 4 Resultados - 46 ______________________________________________________________________________________________ FIGURA 5 - Criptorquidia bilateral no paciente 19, aos nove anos e sete meses de idade FIGURA 6 - Criptorquidia bilateral no paciente 8, aos três anos e um mês de idade FIGURA 7 - Hipospadia peniana distal no paciente 16, aos 18 anos de idade Resultados - 47 ______________________________________________________________________________________________ 4.2.6 Achados dos exames laboratoriais Todos os pacientes avaliados apresentaram valores plasmáticos de uréia e creatinina normais, bem como o de glicemia. Anemia foi diagnosticada em cinco pacientes, sendo que em todos, o padrão observado foi de microcitose com anisocitose. Os pacientes foram encaminhados para avaliação hematológica. ITU com cultura de urina positiva para Providência sp foi observada em um menino na avaliação inicial, que foi tratado com ácido nalidíxico antes de fazer a avaliação clínica e urodinâmica. 4.3 Achados da avaliação por Imagem 4.3.1 Ultra-sonografia do aparelho urinário Todos os pacientes realizaram o ultra-som do aparelho urinário. O exame foi normal em 22 (78,6%) pacientes. O achado mais freqüente foi litíase renal, observada em dois pacientes (FIGURA 8). Um menino com 14 anos apresentou cálculo de 5,8mm no grupo calicial médio do rim direito e outro paciente com 16 anos, litíase renal bilateral com cálculos medindo 4,3mm no grupo calicial superior do rim esquerdo e 4mm no grupo calicial inferior do rim direito. Outras anormalidades encontradas foram nefropatia cortical, hidronefrose grau I, rim pélvico e espessamento da parede vesical. Os achados ultrasonográficos estão demonstrados na TABELA 3. Resultados - 48 ______________________________________________________________________________________________ TABELA 3 - ACHADOS ULTRA-SONOGRÁFICOS NOS PACIENTES COM SWB ACHADOS (CASO) N° DE PACIENTES PACIENT Hidronefrose grau I 1 (3,57%) 9 Espessamento da parede vesical 1 (3,57%) 14 Nefropatia cortical e cistos renais 1 (3,57%) 18 Rim pélvico com hidronefrose 1 (3,57%) 25 Litíase renal 2 (7,14%) 24, 26 22 (78,57%) restante Exame normal TOTAL 28 (100%) FIGURA 8 - Litíase renal à esquerda no paciente 26, aos 16 anos de idade Resultados - 49 ______________________________________________________________________________________________ 4.3.2 Cintilografia renal A avaliação do parênquima renal por meio de cintilografia renal com DMSA foi realizada em 23 pacientes. Cinco pacientes não realizaram o exame por motivos pessoais. O exame foi normal em 18 (78,26%) pacientes. As anormalidades encontradas foram áreas de cicatrizes corticais (dois pacientes), assimetria das dimensões renais (um), déficit de função (um) e irregularidade do contorno renal (um) (FIGURA 9). A TABELA 4 demonstra os achados da cintilografia renal. TABELA 4 - ACHADOS DA CINTILOGRAFIA RENAL COM DMSA NA SWB ACHADOS Nº DE PACIENTES PACIE Rim esquerdo com cicatrizes e dimensões reduzidas 1 (3,57%) 8 Déficit de função no rim esquerdo (função unilateral de 44%) 1 (3,57%) 11 Irregularidade no contorno lateral do rim esquerdo 1 (3,57%) 15 Irregularidade no pólo superior do rim esquerdo 1 (3,57%) 21 Cicatriz no pólo superior do rim direito 1 (3,57%) 22 Resultados - 50 ______________________________________________________________________________________________ FIGURA 9 - Cintilografia renal com DMSA revelando escara no pólo superior do rim direito da paciente 22, aos nove anos de idade 4.3.3 Uretrocistografia miccional A uretrocistografia miccional foi realizada em 23 pacientes. Dois pacientes não concordaram com a realização deste exame por considerá-lo invasivo. Uma paciente não compareceu para realização do exame por motivos familiares. Dois pacientes não trouxeram o exame até a finalização da coleta dos dados deste estudo. Os divertículos vesicais, encontrados em 9/28 (32,1%) casos, foi a anomalia mais freqüentemente observada. Dois pacientes apresentaram divertículo vesical único, enquanto que nos outros, os divertículos foram múltiplos. Em um paciente o resíduo pós-miccional foi moderado, porém sua bexiga e uretra eram normais. Os achados da uretrocistografia constam na TABELA 5. Resultados - 51 ______________________________________________________________________________________________ TABELA 5 - ACHADOS DA UCMR NA SWB URETROCISTOGRAFIA N° DE PACIENTE PACIENTES Normal Trabeculações e divertículos vesicais. Nos casos 13 e 17: divertículo único 1, 3, 9, 10, 1 11 (39,28%) 12, 14, 16, 1 19, 22 2, 4, 5, 8, 13 7 (25 %) 17, 20 Trabeculações e uretra afunilada 1 (3,57 %) 21 Presença de resíduo pós-miccional 1 (3,57 %) 26 Trabeculações, divertículos e uretra afunilada 2 (7,14%) 24, 25 Redução da capacidade vesical 1 (3,57%) 15 A paciente 22, que vinha sendo acompanhada na unidade de genética, realizou UCMR em abril de 2000, quando foi detectado RVU grau III no rim direito. Este exame havia sido solicitado para investigação de infecções urinárias recorrentes. Após 12 meses de quimioprofilaxia, o RVU desapareceu no exame de controle. Nas FIGURAS 10, 11, 12 e 13 encontram-se exemplos ilustrados de UCMR dos pacientes com SWB. Resultados - 52 ______________________________________________________________________________________________ FIGURA 10 - UCMR revelando divertículos vesicais na paciente 4, aos nove anos e 11 meses de idade FIGURA 11 - UCMR do paciente 5, aos seis anos e 11 meses, mostrando bexiga trabeculada e com divertículos Resultados - 53 ______________________________________________________________________________________________ FIGURA 12 - UCMR da paciente 20, aos quatro anos e um mês, mostrando inúmeros divertículos vesicais FIGURA 13 - UCMR do paciente 26, aos 10 anos e 11 meses, revelando capacidade vesical aumentada Resultados - 54 ______________________________________________________________________________________________ 4.3.4 Urografia excretora Dezessete pacientes foram submetidos à urografia excretora. Dois pacientes, com história pregressa de reação alérgica a contraste, não fizeram o exame. Os nove restantes optaram por não fazer o exame, alegando motivos pessoais. A urografia excretora foi normal em 11 (64,7%) pacientes. Divertículos vesicais foram observados em quatro pacientes, sendo que em um deles este achado não foi evidenciado por meio da UCMR. Assim sendo, o total de pacientes portadores de divertículos vesicais totalizou 10/28 (35,7%). Duplicidade pielocalicial unilateral foi encontrada em dois pacientes. Um paciente apresentou duplicidade pielocalicial bilateral, além de divertículo vesical. Em uma paciente foi observado rim esquerdo ectópico, em posição pélvica e dilatação ureteropielocalicial. As FIGURAS 14, 15 e 16 são exemplos de UIV em pacientes com SWB. FIGURA 14 - UIV: Paciente 8, aos três anos e um mês, com divertículos vesicais Resultados - 55 ______________________________________________________________________________________________ FIGURA 15 - UIV: Paciente 25, aos sete anos, apresentando rim pélvico com hidronefrose à esquerda FIGURA 16 - UIV - Paciente 13, aos 11 anos, com duplicidade pieloureteral à esquerda Resultados - 56 ______________________________________________________________________________________________ 4.4 Achados da Avaliação Urodinâmica 4.4.1 Urofluxometria livre Para a interpretação dos valores do fluxo urinário máximo, os pacientes foram alocados em um dos três grupos de superfície corpórea. (TABELA 6) TABELA 6 - DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES SEGUNDO A SUPERFÍCIE CORPÓREA SUPERFÍCIE CORPÓREA N° DE PACIENTES < 0,92 M 9 0,92 – 1,42 M 15 > 1,42 M 4 Os resultados do fluxo urinário máximo de cada paciente foram aplicados em nomogramas (APÊNDICE), conforme proposto por SZABO; FEGYVERNEKI (1995), e expressos em percentis. A média de volume urinado foi 106,42 ± 86,76mL nos meninos e 80,58 ± 54,89mL nas meninas. Nos meninos, o valor médio do fluxo máximo foi de 13,41 ± 5,35mL/s e nas meninas, de 13,71 ± 5,94mL/s. Os resultados da urofluxometria livre nos pacientes com SWB encontram-se resumidos no GRÁFICO 2. Resultados - 57 ______________________________________________________________________________________________ GRÁFICO 2 - RESULTADOS DA UROFLUXOMETRIA LIVRE NA SWB 8 7 7 7 7 Nº Pacientes 6 5 4 3 3 2 2 2 1 0 0 - 5 TH 6 - 10 TH 11 - 25 TH 26 - 50 TH 51 - 75 TH 76 - 95 TH Percentis Após os valores do Qmax terem sido aplicados aos nomogramas e comparados com os valores considerados normais para idade e sexo, foi possível observar que 19 crianças (67,8% da amostra) apresentaram valores de fluxo máximo iguais ou inferiores ao do percentil 50. Resultados - 58 ______________________________________________________________________________________________ 4.4.2 Cistometria Sensibilidade vesical: Quatro pacientes apresentaram sensibilidade normal e uma paciente, sensibilidade vesical aumentada, com o primeiro desejo miccional aos 30ml de enchimento. Nos 23 (82,1%) casos restantes, a sensibilidade não pôde ser avaliada, devido à agitação dos pacientes durante o exame e, também, à baixa capacidade de compreensão dos pacientes, que não conseguiram informar o primeiro desejo miccional corretamente. Atividade detrusora: A presença de contrações vesicais involuntárias durante a fase de enchimento foi considerada como hiperatividade detrusora, encontrada em 21 (75%) pacientes. A atividade detrusora foi considerada normal em 7/28 (25%) pacientes. Na FIGURA 17, pode-se observar a avaliação urodinâmica de um menino, com a presença de várias contrações detrusoras involuntárias durante a cistometria. FIGURA 17 - Paciente 2, aos oito anos de idade, com cistometria demonstrando contrações detrusoras involuntárias Resultados - 59 ______________________________________________________________________________________________ Função uretral durante o enchimento e pressão de perda O mecanismo de fechamento uretral atuou de maneira competente durante a fase de enchimento vesical em todos os casos. Nenhum paciente apresentou perdas urinárias aos esforços. As perdas, quando presentes, foram todas atribuídas às contrações detrusoras involuntárias. A PP verificada durante o enchimento foi interpretada como sendo a pressão detrusora no momento da perda urinária, traduzida pela passagem das primeiras gotas de urina através da uretra. Seis pacientes apresentaram perdas urinárias. O QUADRO 6 mostra os valores da pressão de perda destes pacientes. Apenas a paciente 20 não relatou urge-incontinência na anamnese. QUADRO 6 - PRESSÃO DE PERDA NA SWB PACIENTE PP (cmH2O) 8 44 11 40 13 68 17 33 18 116 20 70 Resultados - 60 ______________________________________________________________________________________________ Capacidade cistométrica: A capacidade cistométrica foi avaliada como normal em 5 (17,8%), aumentada em 4 (14,2%) e reduzida em 19 (67,8%) pacientes. No ANEXO H, encontram-se os valores individuais da capacidade cistométrica dos pacientes. A capacidade cistométrica média dos portadores da SWB apresentou-se, em média, 28% menor quando comparada aos valores esperados para cada paciente (TABELA 7). Portanto, foi possível observar uma diferença altamente significante (p < 0,001). TABELA 7 - AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CISTOMÉTRICA NA SWB CAPACIDADE CISTOMÉTRICA OBSERVADA (mL) CAPACIDADE CISTOMÉTRICA ESPERADA (mL) Média 180,07 254,16 Desvio padrão 107,40 97,93 Mediana 162,00 235,40 VARIAÇÃO D CAPACIDAD CISTOMÉTRIC -28% -35% p < 0,001 O GRÁFICO 3 demonstra a diferença estatisticamente significativa entre a capacidade vesical dos pacientes com SWB e os valores esperados para a idade. Resultados - 61 ______________________________________________________________________________________________ GRÁFICO 3 - INTERVALO DE CONFIANÇA (95%) PARA AS MÉDIAS DA CAPACIDADES CISTOMÉTRICAS ESPERADAS E OBSERVADAS 400 300 200 95% Cl 100 N 8 8 Cap. Cist. Valores esperados Cap. Cist. PAC com SWB Complacência Vesical A avaliação da complacência vesical foi normal em 12 (42,85%) pacientes e reduzida em 16 (57,15%). A FIGURA 18 mostra um exemplo de exame urodinâmico, onde se nota redução da complacência vesical. FIGURA 18 - Paciente 19, aos 10 anos, com cistometria apresentando contrações detrusoras involuntárias associadas à redução da complacência vesical Resultados - 62 ______________________________________________________________________________________________ No ANEXO I, os valores individuais da complacência vesical dos pacientes com SWB estão apresentados. Não houve diferença significante (p = 0,277) entre as médias de complacência vesical observadas e esperadas (TABELA 8). TABELA 8 - AVALIAÇÃO DA COMPLACÊNCIA VESICAL NA SWB COMPLACÊNCIA OBSERVADA (mL/cmH2O) COMPLACÊNCIA NORMAL (mL/cmH2O) Média 15,28 12,74 Desvio padrão 11,71 4,85 Mediana 12,50 11,76 VARIAÇÃO D COMPLACÊN +31% -23% O GRÁFICO 4 demonstra os resultados da complacência vesical dos pacientes com SWB quando comparados aos valores esperados. Resultados - 63 ______________________________________________________________________________________________ GRÁFICO 4 - INTERVALO DE CONFIANÇA (95%) ENTRE AS MÉDIAS DAS COMPLACÊNCIAS VESICAIS ESPERADAS E OBSERVADAS 22 20 18 16 14 95% Cl 12 10 N 28 Complacência esperada 28 Complacência Pac. com SWB 4.4.3 Estudo fluxo/pressão e EMG Oito meninos e quatro meninas (42,85%) demonstraram elevação da pressão detrusora no fluxo urinário máximo. Um menino apresentou hipocontratilidade detrusora. A média dos valores de fluxo urinário máximo foi de 13,43 ± 6,26mL/s e PdetQmax de 56,46 ± 28,77cmH2O. (TABELA 9) Resultados - 64 ______________________________________________________________________________________________ TABELA 9 - AVALIAÇÃO DO ESTUDO FLUXO/PRESSÃO NA SWB FLUXO MÁXIMO (mL/s) VOLUME (mL) SUPERFÍCIE CORPÓREA (M) PdetQmax (cmH2O) Média 13,71 90,29 1,08 56,46 Mediana 13,35 64,50 1,05 54,50 ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS Os valores individuais referentes à pressão detrusora e fluxo urinário constam no ANEXO J Função uretral e eletromiografia perineal Seis pacientes apresentaram obstrução funcional. A FIGURA 19 mostra um exemplo de estudo fluxo/pressão, onde pode-se observar o aumento da pressão detrusora associado ao fluxo urinário reduzido e elevações intermitentes da atividade EMG. FIGURA 19 - Paciente 16, aos 10 anos de idade, com incoordenação vesicoesfincteriana Resultados - 65 ______________________________________________________________________________________________ Resíduo pós-miccional O resíduo pós-miccional foi medido, em compartimento graduado, imediatamente após a micção. Vinte e sete (96,43%) pacientes apresentaram resíduo pós-miccional inferior a 10% da capacidade cistométrica máxima. Um paciente, portador de bexiga com aumento da capacidade funcional e incoordenação vesicoesfincteriana, revelou resíduo pós-miccional aumentado (100ml). 4.4.4 Resultados da avaliação urodinâmica Os resultados da avaliação urodinâmica constam no QUADRO 7. A anormalidade mais freqüente foi a hiperatividade detrusora. QUADRO 7 - ACHADOS URODINÂMICOS ACHADO URODINÂMICO Normal N° DE PACIENTES 5 (17,85%) Hiperatividade detrusora 17 (61,71%) Hiperatividade detrusora e Incoordenação vesicoesfincteriana 4 (14,28%) Incoordenação vesicoesfincteriana 2 (7,14%) Apenas três pacientes apresentaram resultados da avaliação urodinâmica incompatíveis com a avaliação clínica. Dois pacientes que não referiram queixas miccionais, demonstraram alterações no estudo urodinâmico. O paciente 5, do sexo masculino e com sete anos de idade, apresentou incoordenação vesicoesfincteriana e, apesar de estar assintomático, foram observadas alterações no fluxo urinário Resultados - 66 ______________________________________________________________________________________________ livre e no estudo miccional. A paciente 23, que era continente e referia raros episódios de urgência miccional, mostrou sinais urodinâmicos de hiperatividade detrusora associada à perda urinária do tipo urge-incontinência durante a cistometria. A paciente 6, com queixa clínica de urgência miccional e enurese noturna, não apresentou anormalidades no estudo urodinâmico. Vinte e um pacientes (75%) apresentaram alterações clínicas e urodinâmicas, enquanto quatro (14,28%) eram assintomáticos e tiveram exames urodinâmicos normais, demonstrando concordância de 90% entre os dois parâmetros (p = 0,003) com coeficiente de Kappa de 0,661 (EP = 0,180). O GRÁFICO 5 demonstra a concordância entre a avaliação clínica e o estudo urodinâmico em 25 (89%) pacientes. GRÁFICO 5 - DISTRIBUIÇÃO DE CASOS SEGUNDO ALTERAÇÕES CLÍNICAS E URODINÂMICAS Alt. Clínica(+) e Urodinâmica (+) Alt. Clínica(-) e Urodinâmica (+) Alt. Clínica(+) e Urodinâmica (-) 75% 7,14% 3,57% Alt. Clínica(-) e Urodinâmica (-) 0,0 14,28% 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80 5. Discussão Discussão - 68 ______________________________________________________________________________________________ 5.1 Avaliação Clínica No presente estudo, foram avaliados 28 pacientes portadores da SWB. Destes, 22 (78,5%) apresentaram queixas miccionais. As anormalidades miccionais na SWB têm sido um tema pouco explorado pelos pesquisadores. Apesar da escassez de informações disponíveis a respeito deste assunto, os autores são unânimes em afirmar que os prejuízos na qualidade de vida e o risco potencial de lesão renal constituem elementos suficientes para estimular novos estudos (MORRIS et al., 1988; SCHULMAN et al.; 1996; MACHADO et al.; 1998). MORRIS et al. (1988) estudaram 42 crianças afetadas pela SWB e encontraram presença de enurese noturna e obstipação intestinal na metade dos pacientes estudados que tinham idade entre quatro e 16 anos. Neste mesmo estudo, foram avaliados 17 adultos, sendo que cinco apresentavam história de infecção urinária. Os autores chamaram atenção para o fato de que os dados disponíveis na literatura eram carentes de informações referentes às afecções do trato urinário inferior associadas à SWB e sugeriram que este tema fosse mais estudado. Discussão - 69 ______________________________________________________________________________________________ POBER et al. (1993) investigaram a incidência de anormalidades renais em 40 indivíduos com SWB, sendo a referida amostra composta de 35 crianças e cinco adultos. Queixas miccionais, como disúria e enurese foram descritas em três pacientes. Entretanto, uma avaliação detalhada dos sintomas miccionais não foi realizada. SCHULMAN et al. (1996) realizaram um trabalho com o objetivo de detectar distúrbios miccionais em pacientes com SWB. Neste estudo, 13/41 (31%) pacientes com média de idade de 12,7 anos (3,8 a 39 anos), apresentaram queixas miccionais. Os sintomas predominantes eram aumento da freqüência urinária (8 pacientes), perdas urinárias diurnas (7) e noturnas (7) e infecções urinárias recorrentes (2). Em nosso meio, MACHADO et al. (1998) relataram o caso de uma menina com SWB, que apresentava queixa de aumento da freqüência miccional, urge-incontinência e enurese noturna aos seis anos de idade e com antecedente de três episódios de ITU. O aumento da freqüência urinária foi considerado o principal sintoma, presente em 17 pacientes de nossa série. O número de micções por dia foi avaliado por meio de um diário miccional preenchido pelos pais dos pacientes ou responsáveis, variando de três a 22 micções por dia. O aumento da freqüência miccional pode ocorrer em casos de ITU, disfunções vesicais neurogênicas, anormalidades do trato urinário inferior Discussão - 70 ______________________________________________________________________________________________ com ou sem obstrução e outras. Situações de estresse psicosocial escolar e domiciliar, treinamento vesical incorreto, nervosismo, excitação e retardamento mental também podem resultar em aumento da freqüência urinária (LAPIDES; DIOKNO., 1970; KOFF; BYARD., 1988; ZOUBEK et al. 1990; PAREKH et al., 2001). Este sintoma deve ser diferenciado da poliúria associada ao diabetes mellitus ou insípidus e sempre deve ser investigado (ZOUBEK et al., 1990). Além do aumento da freqüência miccional, nocturia, urgência miccional, perdas urinárias diurnas e noturnas são sinais que denotam disfunção miccional (VAN GOOL et al., 1992; NORGAARD et al., 1998). Os dados referentes à freqüência urinária das crianças são esparsos e variam muito entre os autores. ESPERANÇA; GERRARD (1969) estudaram 297 crianças normais com idade entre quatro e 14 anos e 50 crianças enuréticas, nas quais foram avaliados o número de micções durante um período de 24 horas e a presença de no mínimo um episódio de enurese noturna. Crianças normais apresentaram frequência média de cinco micções, enquanto os acometidos por enurese noturna urinaram cerca de 12 vezes por dia. MATTSON (1994) avaliou 242 crianças saudáveis por meio de diário miccional e observou que a freqüência urinária variou entre duas a 10 vezes por dia. No mesmo grupo, 95% das crianças urinavam de três a oito vezes durante um período de 24 horas. A queixa de enurese noturna foi observada em 14/28 (50%) dos pacientes avaliados neste estudo, o que pode ser considerado um índice Discussão - 71 ______________________________________________________________________________________________ significativamente superior em relação à população normal (MAC KEITH et al., 1972; MATTSON, 1994). A enurese noturna foi avaliada em uma série de 1172 crianças por BRAZELTON (1962), onde cerca de 1,5% das crianças aos cinco anos de idade apresentavam perdas urinárias noturnas. No estudo de BLOOM et al. (1993) enurese noturna foi reportada em 18% das 1192 crianças avaliadas. MATTSON (1994) estudando crianças saudáveis em idade escolar variando de 7 a 15 anos, observou presença de enurese noturna em 8,7% e enurese diurna em 7,9%. Os achados do presente trabalho ratificam os dados de NEVEUS et al. (2001), ao associar a presença de enurese noturna em crianças com disfunção miccional, caracterizada pelo aumento da freqüência urinária e redução da capacidade vesical funcional. História de infecção urinária foi evidenciada em oito pacientes do presente estudo (28,5%), o qual é considerado um índice superior ao encontrado na população normal. Estudos envolvendo crianças de ambos os sexos, lactentes e em idade escolar, encontraram taxas de ITU que variavam de 1,5% a 5% (STRAUB, 1979; HOBERMAN et al, 1994). História de ITU foi encontrada em 8,5% das meninas e 1,7% dos meninos com idade até sete anos no estudo de HELLSTROM et al. (1999). Desta forma, pacientes com SWB parecem mais susceptíveis a contrair ITU, o que pode ser justificado pela maior freqüência de anormalidades Discussão - 72 ______________________________________________________________________________________________ anatômicas e funcionais do trato urinário. Esta hipótese está de acordo com outros estudos. A infecção urinária nos afetados pela SWB foi estudada por MORRIS et al. (1990), que descreveram ITU recorrentes em 6/16 (37,5%) adultos. PANKAU et al. (1996), ao estudarem sistematicamente 130 indivíduos adultos e crianças afetados pela SWB, verificaram a ocorrência de ITU recorrente em quatro pacientes (3,1%). No presente trabalho, 21/28 (75,0%) dos pacientes obtiveram o controle miccional após os três anos de idade e quatro encontravam-se incontinentes (14%), o que é considerado tardio para muitos autores (GESELL, AMATRUDA.,1941; KLACKENBERG et al., 1955; OPPEL et al., 1968; FROMMER et al., 1972; MAC KEITH et al., 1973; BLOOM et al., 1993). Estes dados revelaram um atraso na idade do controle miccional em 89% (25/28) dos pacientes com SWB. A idade padrão para o início do treinamento vesical foi de 2,4 ± 0,6 anos no estudo realizado por BLOOM et al. (1993), avaliando os parâmetros miccionais de 1192 crianças. NORGAARD et al. (1998) consideram que a complexa estrutura do trato urinário inferior, controlado funcionalmente em diversos níveis do SNC, faz com que a coordenação entre estes níveis desenvolva-se até a idade de quatro anos. O atraso no treinamento miccional pode ser explicado por diversos fatores, como estresse, fatores familiares, sócio-culturais e genéticos, Discussão - 73 ______________________________________________________________________________________________ ansiedade e ausência de maturidade do SNC para tornar o controle vesical possível (DOUGLAS, 1967; DeVRIES et al., 1977). Com o crescimento e conseqüentes alterações da inervação adrenérgica do trato urinário inferior, os distúrbios miccionais tornam-se menos freqüentes, e este pode ser um fator importante para que a criança adquira um padrão miccional normal (KIRULUTA et al. 1986). O fato de alcançar o treinamento miccional está associado à habilidade de aprender, motivação e iniciativa da própria criança em assumir este controle (DeVRIES et al.,1977). É possível que os perfis neurocognitivos e neurocomportamentais da SWB desempenhem algum papel no retardo do treinamento vesical. Em 15 dos 28 pacientes do presente estudo (53,5%), os sintomas miccionais afetaram a qualidade de vida. Apesar de tratar-se de uma avaliação subjetiva, a ICCS recomenda que este parâmetro seja incluído nos estudos dos distúrbios miccionais, como um complemento da investigação clinica (KOBELT et al., 1999). Este parâmetro, isoladamente, pode ser um bom indicador da necessidade de tratamento da disfunção miccional (CURRAN et al., 2000), entretanto, outros aspectos como a cura da incontinência urinária, a erradicação das infecções e o estabelecimento de um padrão miccional normal também devem ser considerados (NIJMAN, 2000). Discussão - 74 ______________________________________________________________________________________________ Nenhum dos pacientes avaliados no presente trabalho apresentou alterações dos valores plasmáticos de uréia e creatinina. A abordagem precoce das anormalidades renais desses pacientes possibilitou a introdução de tratamentos específicos para algumas condições, como HAS, hipercalcemia, hipercalciúria, micro-hematúria, estenose de artéria renal e RVU, que contribuíram para os resultados satisfatórios da série estudada. Contudo, o comprometimento do trato urinário superior e a insuficiência renal podem acometer os pacientes com SWB, em decorrência de anormalidades estruturais e funcionais, como nefrocalcinose e RVU (BIESECKER, et al. 1997; STEIGER, et al. 1988; MORRIS, et al.1990). 5.2 Anormalidades Estruturais do Trato Urinário Anormalidades congênitas do aparelho urinário têm sido associadas à SWB por diversos autores, e os métodos diagnósticos mais freqüentemente empregados são ultra-sonografia do aparelho urinário, uretrocistografia retrógrada e urografia excretora. A incidência de anormalidades renais na SWB foi investigada em dois trabalhos que realizaram estudo sistematizado do aparelho urinário e encontraram 18% de anormalidades renais estruturais (POBER et al. 1993; PANKAU et al., 1996). No presente estudo, foram encontradas anormalidades urológicas em 14/28 (50%) pacientes avaliados. Três pacientes apresentaram mais do que Discussão - 75 ______________________________________________________________________________________________ uma anormalidade estrutural. A alteração anatômica mais freqüentemente observada foram os divertículos vesicais em 10/28 (35%) dos pacientes avaliados. Bexiga trabeculada foi observada em nove pacientes. Observou-se outras alterações, como nefropatia e cistos renais corticais (um paciente), refluxo vesicoureteral (uma paciente), estenose da artéria renal unilateral (um paciente), duplicidade pielocalicial (três pacientes) e rim pélvico com hidronefrose (uma paciente). A taxa de anormalidades urológicas, encontrada nesta série, em especial os divertículos vesicais, constitui um número bem maior do que a encontrada na população geral. A prevalência de malformações renais em crianças saudáveis é, geralmente, reportada entre 0,5 e 1,5% (STEINHART et al., 1988; SHEIH et al., 1989). BLANE et al. (1994) encontraram 1,7% de divertículos vesicais em 85 das 5084 crianças estudadas. No estudo retrospectivo do referido autor, 60% das crianças portadoras de divertículos tinham disfunção vesical neurogênica associada. Os outros achados incluíam obstrução, síndromes ou divertículos pósoperatórios. Somente uma criança portadora de múltiplos divertículos vesicais não apresentava condição patológica associada. Anteriormente, VLATIKOVIC (1982) publicou, na Iugoslávia, um estudo retrospectivo de 84 pacientes portadores de divertículos vesicais. Foi observado que 66 (89%) dos 84 pacientes com divertículos, cuja maioria eram meninas, não apresentavam patologias associadas. Discussão - 76 ______________________________________________________________________________________________ BABBITT et al. (1979), revisando 23 crianças portadoras da SWB, encontraram oito com o achado de divertículo vesical, sendo que, nesta amostragem, somente 14 pacientes foram submetidos à uretrocistografia retrógrada. Os autores consideraram este achado muito importante na caracterização da SWB, uma vez que a presença de divertículos vesicais é incomum em crianças. Postularam que este achado pode ser explicado pelas alterações do tecido conjuntivo, presentes na SWB. SCHULMAN et al. (1996) estudaram 41 pacientes (18M e 23F) acometidos pela SWB, com idade média de 9,4 anos (1 a 43 anos). Todos os pacientes fizeram o ultra-som do aparelho urinário, entretanto, somente cinco pacientes, que correspondiam àqueles mais sintomáticos e com relato prévio de ITU, foram submetidos à uretrocistografia. Os achados incluíram quatro pacientes portadores de divertículos vesicais, sendo que um destes era portador de um rim hipoplásico e um outro paciente, portador de bexiga com capacidade aumentada. Os próprios autores reconheceram que o número reduzido de pacientes avaliados por meio de UCMR pode ter limitado o percentual (10%) de pacientes portadores de divertículos vesicais no referido estudo. No Brasil, MACHADO et al. (1998) descreveram o caso de uma menina com três anos de idade, afetada pela SWB, que apresentava sintomas miccionais, com uretrocistografia revelando bexiga trabeculada e presença de divertículos. Discussão - 77 ______________________________________________________________________________________________ Normalmente, as propriedades biomecânicas da parede vesical são atribuídas à elastina e ao colágeno que representam seus principais constituintes, mantendo a arquitetura e as propriedades viscoelásticas da mesma (GLEASON, 1987; MURAKUMO et al., 1995). Deleções submicroscópicas do cromossomo 7 na região q11.23 foram confirmadas na SWB (EWART et al., 1993; BORG et al., 1995; ELÇIOGLU et al., 1998). Muitos autores apóiam a idéia de que a deleção no lócus do gene da elastina pode, por si só, explicar as alterações do tecido conectivo e a presença dos divertículos vesicais na SWB (BABBITT et al., 1979; BLANE et al., 1994; SCHULMAN et al., 1996). SCHULMAN et al., (1996) especularam que os achados de divertículos vesicais, neste grupo de pacientes, seriam conseqüentes de uma elevação da pressão detrusora, gerada pela presença de contrações involuntárias atuando contra uma parede vesical estruturalmente comprometida pela deficiência de elastina. A análise morfométrica computadorizada das fibras elásticas da pele dos pacientes com SWB mostrou redução da espessura das fibras em comparação com as de indivíduos com a pele normal (GHOMRASSENI et al., 2001). Alterações semelhantes, talvez possam ocorrer na bexiga dos pacientes com SWB, entretanto, não existem estudos, até o momento, que possam confirmar esta possibilidade. Discussão - 78 ______________________________________________________________________________________________ Ademais, as contrações detrusoras involuntárias podem gerar uma contração esfincteriana voluntária que o paciente utiliza como recurso para conseguir evitar a perda urinária. Este fenômeno pode proporcionar uma obstrução semelhante ao que ocorre em certos tipos de bexigas neurogênicas. Assim, elevadas pressões intravesicais podem produzir distorções anatômicas, como irregularidades e alongamento no formato da bexiga, enchimento da uretra posterior, trabeculações, sáculas, divertículos e alterações dos meatos ureterais, levando ao refluxo vesicoureteral e, conseqüente, dano renal (KOFF et al., 1979; MADERSBACHER, 1990; BACHELARD, M. et al. 2001). Portanto, as duas explicações poderiam ser aplicadas para justificar a elevada prevalência de divertículos vesicais na SWB, porém estudos futuros ainda são necessários. A proporção de pacientes portadores de SWB que apresentam divertículos vesicais não é conhecida com exatidão. Nos estudos até hoje realizados, a uretrocistografia foi realizada, principalmente, em pacientes com sintomas miccionais. No presente trabalho, em nove casos, os divertículos foram localizados por meio de uretrocistografia e, em um caso, por urografia venosa. Esta, foi realizada em todos os pacientes com divertículo, tendo falhado em detectá-los em seis casos. Dessa forma, a UIV não demonstrou ser um exame adequado para a investigação de divertículos vesicais na SWB. Os 10 pacientes Discussão - 79 ______________________________________________________________________________________________ portadores de divertículos vesicais apresentaram anormalidades no estudo urodinâmico, ocorrendo, portanto uma completa concordância nesta associação (p < 0,001). Além da SWB, a presença de divertículos vesicais tem sido reportada em associação com outras síndromes, como Menkes, Prune-Belly, Ohdo e Ehlers-Danlos (BLANE, 1994; DA SILVA LOPES; ALMEIDA, 1997; HANDA et al., 2001). Este achado tem recebido uma importância cada vez maior por parte dos especialistas, pelo fato de representar um risco potencial de complicações, como: retenção urinária, hidronefrose, ruptura espontânea e refluxo vesicoureteral (PIERETTI; PIERETTI-VANMACKE, 1999; JORION; MICHEL, 1999; OGE et al., 2002). Nestes estudos, os autores foram unânimes em afirmar que crianças portadoras de divertículos vesicais múltiplos devem ser cuidadosamente avaliadas quanto à presença de condições patológicas associadas. O refluxo vesicoureteral (RVU) pode ocorrer na SWB. STOERMER et al. (1984), estudando uma série de 14 pacientes afetados pela SWB, descreveram dois casos de RVU. POBER et al. (1993) descreveram um caso de refluxo vesicoureteral em uma série de 40 indivíduos com SWB. Em três de 13 adultos com SWB, MORRIS et al. (1990) observaram refluxo vesicoureteral, estenose uretral e, também, divertículos vesicais. No entanto, BABBITT et al. (1979) não encontraram RVU em 14 pacientes com SWB submetidos à UCMR para investigar ITU e distúrbios miccionais. Discussão - 80 ______________________________________________________________________________________________ Estudando o espectro de malformações renais na SWB, PANKAU et al. (1996) encontraram cinco pacientes portadores de refluxo vesicoureteral (3,9%) em uma série de 130 pacientes. Porém, neste estudo, somente os indivíduos com queixas de sintomas miccionais realizaram uretrocistografia. No presente estudo, verificou-se diagnóstico de refluxo vesicoureteral em apenas uma menina (3,5%), que estava em acompanhamento na Unidade de Genética e na Urologia do HCFMUSP. Por 12 meses, utilizou sulfametoxazol com trimetropim, como quimioprofilaxia. A investigação com exames de CRDMSA e urografia excretora revelou cicatrizes no pólo superior do rim direito. Após 18 meses de acompanhamento, a uretrocistografia de controle realizada em março de 2002, não demonstrou sinais de refluxo vesicoureteral. Outras anormalidades renais estruturais congênitas previamente associadas à SWB incluem ectopia, agenesia, hipoplasia, duplicação, rim em ferradura, assimetria, hidronefrose, estenose da artéria renal e outras (DANIELS et al., 1984; BIESECKER, 1987; INO et al., 1988; SUZUKI et al., 1992; POBER et al., 1993; PANKAU et al., 1996). O primeiro relato da freqüência de achados renais na SWB pertence a STOERMER et al. (1984), que encontraram alterações anatômicas do aparelho urinário em 11 (78,6%) dos 14 pacientes estudados. INGELFINGER; NEWBURGER (1991) realizaram investigação renal em 32 pacientes com SWB, sendo que a avaliação completa foi possível Discussão - 81 ______________________________________________________________________________________________ em 27 (84%) pacientes. Na avaliação, estava inclusa a urografia excretora. Observou-se rim único em 7% dos pacientes e ectopia renal em 4%. Divertículo de bexiga foi detectado em dois pacientes pela uretrocistografia miccional. POBER et al. (1993) estudaram os rins e o trato urinário de 40 crianças com SWB. Sete delas apresentaram anormalidades (18%), como divertículos vesicais, estenose da junção pieloureteral, agenesia e hipoplasia renal. Três pacientes foram submetidos à correção cirúrgica da estenose da junção pieloureteral durante a lactância e a infância. A aplasia renal também pode ser observada com freqüência elevada na SWB. PANKAU et al. (1996), encontraram a incidência de 3,8%, a qual é superior à da população normal, cuja prevalência é de 0,2% (GRUENWALD et al., 1943). Em nosso estudo, a estenose da artéria renal não foi investigada sistematicamente. Entretanto, um menino com quadro de HAS de difícil controle terapêutico e que, ao exame físico, apresentava sopro abdominal, foi avaliado por meio de arteriografia renal, que revelou obstrução de 90% da artéria renal direita e 50% da artéria renal esquerda. Este paciente foi submetido à correção cirúrgica com ressecção da área de estenose e evoluiu com normalização dos níveis pressóricos. No presente trabalho, foram detectadas cicatrizes renais em duas crianças, sendo que ambas apresentavam distúrbios miccionais e relatos Discussão - 82 ______________________________________________________________________________________________ de infecções urinárias de repetição. Somente uma era portadora de refluxo vesicoureteral. Três pacientes apresentaram alterações da cintilografia renal, caracterizadas por irregularidade do contorno e assimetria renal. Nestes pacientes, as alterações cintilográficas foram caracterizadas como lobulação renal. As cicatrizes renais e a insuficiência renal foram descritas em vários pacientes com SWB, em decorrência de outras causas que não a disfunção miccional. POBER et al. (1993) descreveram o caso de um menino submetido à correção cirúrgica de estenose de junção ureteropélvica que evoluiu com cicatriz renal grave. BIESECKER et al. (1987) relataram o caso de um adulto jovem com SWB e displasia renal cística que evoluiu para insuficiência renal. Neste caso, o ultra-som do aparelho urinário revelou rins de dimensões normais e múltiplos cistos de tamanhos variados em ambos os rins. STEIGER et al. (1988) e POBER et al. (1993) descreveram crianças com diminuição da função renal associada à nefrocalcinose, que necessitavam de transplante renal, o qual foi realizado com sucesso. POBER et al. (1993) observaram em uma série de 40 indivíduos portadores da SWB, casos de insuficiência renal relacionada à nefrite intersticial, hipoplasia renal e estenose da artéria renal. As cicatrizes renais estão geralmente relacionadas à ITU e disfunção miccional. Entretanto, o refluxo vesicoureteral pode ou não estar relacionado com a presença de cicatrizes renais, conforme demonstrado por diversos autores (MERRICK et al., 1980; BENADOR et al., 1994; HOBERMAN et al., 1994; Discussão - 83 ______________________________________________________________________________________________ CHANDRA, 1996; NASEER; STEINHARDT, 1997; VEGA; PASCUAL, 2001). Outros estudos demonstraram que cerca de 50% dos rins com pielonefrite grave ou portadores de cicatrizes renais são drenados por ureteres não refluxivos (JAKOBSSON et al., 1994; DITCHFIELD et al., 1994). 5.3 Avaliação Urodinâmica A urofluxometria caracteriza-se por ser um método de triagem no estudo das disfunções miccionais, assim sendo, para que se detecte a obstrução infravesical ou a incoordenação vesicoesfincteriana, este método deve ser combinado com o estudo fluxo/pressão, a eletromiografia e a avaliação da urina residual (JORGENSEN; JENSEN, 1996). No presente trabalho, 67% dos pacientes (19/28) apresentaram valores do fluxo urinário máximo abaixo do percentil 50, o que pode ser explicado pelo exagerado aumento da freqüência miccional desta população, que elimina pequenos volumes de urina, os quais são insuficientes para demonstrar curvas com maiores percentis. A dificuldade de avaliar o fluxo urinário decorre da variabilidade das taxas de fluxo considerando um mesmo volume, além da dificuldade de reproduzir as mesmas taxas no mesmo indivíduo. Pacientes com taxas de fluxo consideradas normais podem apresentar alterações urodinâmicas e o inverso, também, pode ocorrer (SIROKY et al., 1979; SIROKY et al., 1980). Discussão - 84 ______________________________________________________________________________________________ Na presente amostra, o achado urodinâmico mais freqüentemente encontrado foi a contração detrusora involuntária, também definida como hiperatividade detrusora (ABRAMS; WEIN, 1998), em 21(75%) dos 28 pacientes avaliados. O achado de hiperatividade detrusora é fundamentado na presença de contrações involuntárias do detrusor durante a fase de armazenamento no exame urodinâmico (ABRAMS et al., 1988). Contudo, o padrão normal do controle urinário é caracterizado pela ausência de contrações involuntárias do detrusor nesta fase. Assim, as contrações detrusoras normalmente não devem ser observadas até que a bexiga alcance sua capacidade máxima (KOFF et al., 1979). Em geral, crianças continentes não apresentam contrações detrusoras involuntárias. Entretanto, nem sempre estas contrações, quando observadas, representam neuropatias. Crianças neurologicamente normais podem apresentá-las (HINMAN; BAUMANN, 1973; KOFF et al., 1979; SERUCA, 1989; CHANDRA et al., 1996; GOMES 2001). Estas contrações podem representar um atraso na maturação ou uma persistência do padrão infantil de controle vesical (MAC KEITH et al., 1973). As contrações detrusoras involuntárias determinam limitação na capacidade de reservatório vesical. Pequenos volumes de urina armazenados promovem uma contração vesical que o paciente não consegue inibir, podendo ser acompanhada de sintomas como aumento da freqüência miccional, nocturia, Discussão - 85 ______________________________________________________________________________________________ urgência miccional, urge-incontinência e micção imperiosa, interrompendo assim, o ciclo normal de enchimento e esvaziamento vesical (BERK; FRIMAN, 1990; ROVNER et al., 2002). Redução da capacidade cistométrica foi observada em 19/28 pacientes (67%) avaliados nesta série. Este achado associado à presença de hiperatividade detrusora já foi comprovado por outros estudos, em pacientes sem anormalidades neurológicas (ESPERANÇA; GERRARD, 1969; KONDO et al., 1983, CURRAN et al. 2000). Três pacientes apresentaram perdas urinárias com urgeincontinência, durante a fase de enchimento, associadas a pressões detrusoras superiores a 40cmH2O, representando um grupo de pacientes que requer acompanhamento urológico permanente e tratamento efetivo, visando a preservação do trato urinário superior (McGUIRE et al.,1983). Por questão conceitual, as contrações detrusoras involuntárias, quando observadas em pacientes portadores de anormalidades neurológicas bem definidas, devem ser descritas como contrações hiperreflexas (NOORGARD et al., 1998). Apesar do comprometimento neurológico dos pacientes com SWB (MORRIS et al., 1988; SUGAYAMA et al., 1995; GOSCH et al., 1997; LASHKARI et al., 1999; REISS et al., 2000), o autor optou por descrever estas alterações como hiperatividade detrusora. Poucos relatos anteriores a respeito das anormalidades miccionais na SWB descreveram estas alterações urodinâmicas como Discussão - 86 ______________________________________________________________________________________________ hiperatividade detrusora. SCHULMAN et al (1996) descreveram-na em quatro pacientes e MACHADO et al (1998), em uma menina. A adequada compreensão da etiologia das anormalidades urodinâmicas na SWB envolve algumas dúvidas, principalmente, quanto às anormalidades neurológicas e anatômicas neste grupo de pacientes. Acredita-se que a função vesical, nos lactentes, ocorre como um simples arco reflexo, de modo que o aumento do volume urinário estimula fibras nervosas aferentes proprioceptivas e o detrusor se contrai (CHURCHILL et al., 1987; BERK; FRIMAN, 1990). Entretanto, não se sabe ao certo, até que ponto o comprometimento neurológico, nos pacientes com SWB, pode influir no controle desta função. A hiperatividade detrusora parece decorrer de um retardo na maturação do trato reticuloespinhal da medula espinhal e do centro inibitório do córtex cerebral. O automatismo medular é modulado pelos centros subcorticais (LAPIDES; DIOKNO; 1970; BUZELIN et al., 1998). Este mecanismo de controle da micção deve ser obtido a partir de três anos de idade. Sabe-se que a maioria dos afetados pela SWB apresenta microcefalia com alteração das proporções dos lobos cerebrais e redução significativa do volume de massa cinzenta no lobo occipital (REISS, et al., 2000). Assim, a hipótese de que as alterações neurológicas descritas anteriormente tenham participação na etiologia dos distúrbios miccionais é uma explicação plausível. Entretanto, novas pesquisas Discussão - 87 ______________________________________________________________________________________________ neste campo, poderão elucidar a existência de algum comprometimento da função cortical que facilite o arco-reflexo da micção neste grupo de pacientes. Um outro fator a ser considerado é que a bexiga deve crescer em tamanho, e sua musculatura lisa deve relaxar adequadamente para poder atuar como um reservatório (WEIN, 1998). Isto talvez não ocorra nos afetados pela SWB que, conforme demonstrado neste trabalho, apresentam anormalidades anatômicas e funcionais com redução da capacidade cistométrica. A falta de elastina, que compromete as propriedades viscoelásticas da parede vesical, também pode ser importante (SCHULMANN et al., 1996). DJAVAN et al. (1998) constataram, por meio de técnicas imunoistoquímicas, acentuada redução do RNA mensageiro da elastina em bexigas de baixa capacidade e complacência, o que reforça a hipótese do papel da elastina na redução do reservatório vesical dos pacientes com SWB. A necessidade de detectar e avaliar os distúrbios miccionais é explicada pelo fato de que estes desempenham importante papel no desenvolvimento da uropatia obstrutiva e, também, causam sério comprometimento na qualidade de vida (HADLER; McFARLAND, 1986). Crianças portadoras de mielomeningocele, válvulas de uretra posterior, RVU bilateral, bexiga neurogênica não neurogênica, bexiga hiperativa e enurese já foram beneficiadas com o tratamento precoce dos distúrbios miccionais por meio de diferentes recursos terapêuticos, como farmacoterapia, Discussão - 88 ______________________________________________________________________________________________ treinamento vesical, neuromodulação, cirurgias e outros (FIRLIT et al., 1978; GERANIOTIS et al., 1988; KHOURY et al., 1990; TANAGHO, 1990; THÜROFF et al., 1991; MASSAD et al.1992; DUARTE, 1994; SILLEN et al., 1996; JAYANTHI et al., 1997; AUSTIN et al., 1999; BRUBACKER, 2000). Ainda assim, novas opções terapêuticas estão em desenvolvimento, que incluem tratamentos farmacológicos, neuromodulação e eletroestimulação (HOEBEKE, 1999; AUSTIN et al., 1999; BRUBACKER, 2000; GOMES, 2001). Diversos trabalhos já demonstraram o potencial da hiperatividade detrusora no desenvolvimento de infecções urinárias em pacientes neurologicamente normais (KOFF et al., 1979; SNODGRASS et al., 1991; SILLÉN et al., 1992; CHANDRA, 1995; CHANDRA, 1996; BACHELARD et al., 1998). Este distúrbio ocorre em um grupo etário, no qual a infecção do trato urinário e o refluxo vesicoureteral são freqüentemente detectados e, portanto, especula-se que esta possa representar uma etiologia tratável destas condições (SNODGRASS et al., 1991; SILLÉN et al., 1992; CHANDRA et al., 1995, 1996; GLAZIER et al., 1997; JAYANTHI et al., 1997; BACHELARD et al., 1998), o que justifica a sua investigação detalhada. SILLÉN et al. (1992) estudaram a prevalência de anormalidades miccionais em 18 crianças portadoras de refluxo vesicoureteral com graus IV e V. Em todos, por meio da avaliação urodinâmica, observou-se a elevação da pressão detrusora durante a fase de armazenamento e esvaziamento. As Discussão - 89 ______________________________________________________________________________________________ contrações detrusoras involuntárias, durante a cistometria, ocorreram na metade dos pacientes analisados, com a pressão detrusora variando de 42 a 134cmH2O (SILLÉN, et al; 1992). CHANDRA (1995), em artigo de revisão onde correlacionou a nefropatia do refluxo com infecções urinárias e distúrbios miccionais, constatou que a hiperatividade detrusora com pressões intravesicais elevadas durante a fase de armazenamento e o aumento da pressão de micção são achados comumente observados em crianças com refluxo vesicoureteral avançado, refletindo uma disfunção miccional associada. BACHELARD et al. (1998) realizaram vídeo-urodinâmica em 58 crianças com história de infecções urinárias, comprovadas clínica e laboratorialmente. Em todos, a vídeo-urodinâmica foi realizada, no mínimo, 30 dias após diagnóstico das ITU, revelando presença de contrações detrusoras involuntárias em 2/3 dos pacientes. Neste mesmo estudo, o refluxo vesicoureteral foi observado em 14% dos meninos e 13% das meninas, permitindo concluir que crianças com estas condições possuem considerável risco de sofrerem dano renal. A incoordenação vesicoesfincteriana foi demonstrada em 6 (21%) dos 28 pacientes desta amostra. Este achado, caracterizado por uma obstrução funcional, foi detectado por meio do estudo fluxo-pressão em associação com os achados da eletromiografia perineal. Discussão - 90 ______________________________________________________________________________________________ Crianças com incoordenação vesicoesfincteriana apresentam enurese diurna, noturna, infecções urinárias recorrentes e aumento da freqüência miccional (HINNAN, 1986; VAN GOOL et al., 1992; RODRIGUES, 2001). SCHULMAN et al. (1996) descreveram o único relato prévio de incoordenação vesicoesfincteriana em um paciente afetado pela SWB, encontrando, entre os achados urodinâmicos, capacidade vesical aumentada e fluxo urinário reduzido. Este achado pode ser observado em pacientes neuropatas, portadores de mielomeningocele, lesões supra-sacrais completas e incompletas ou em pacientes não neuropatas e sem indícios de obstrução anatômica (MADERSBACHER, 1990). Pacientes com anormalidades anatômicas do trato urinário superior constituem outro grupo de pacientes que podem apresentar incoordenação vesicoesfincteriana (WILLIAMS; TAYLOR, 1969). Outras causas freqüentemente apresentadas para explicarem a obstrução do colo vesical são a imaturidade da função vesicoesfincteriana (FAGERQUIST et al., 1997; WEN et al., 2001), esta em especial mais característica em crianças, as obstruções anatômicas, como hiperplasia da próstata, estreitamentos da uretra e o aumento da função simpática, também denominada dissinergia do colo vesical (YAMANISHI et al., 1997). Recentemente, disfunção vesical grave com comprometimento do trato urinário superior foi detectada em crianças vítimas de violência familiar e agressão sexual (CARIGNON et al., 2002). Discussão - 91 ______________________________________________________________________________________________ A preocupação em detectar e tratar a obstrução uretral funcional é justificada pelo fato de que a deterioração do trato urinário superior ocorre, comumente, em pacientes que apresentam pressão de fechamento uretral ou pressão intravesical elevadas no momento da micção ou da perda urinária (CHANDRA; MADDIX, 2000). Esta elevação da pressão vesical com isquemia vascular nas camadas mucosa e sub-mucosa da bexiga altera os fatores de resistência (locais) que podem explicar a suscetibilidade destes pacientes às infecções (LAPIDES; DIOKNO, 1970). PAQUIN et al. (1960) descreveram a síndrome da mega bexiga em crianças com história de infecções urinárias recorrentes de causas desconhecidas. Este diagnóstico, referia-se às crianças com aumento da capacidade vesical, refluxo vesicoureteral bilateral e ureterohidronefrose bilateral. Dos 27 pacientes descritos por PAQUIN et al. (1960), todos apresentavam infecções urinárias e 22 relataram aumento da freqüência urinária, urgência miccional e enurese. Deste grupo, oito pacientes realizaram cistometria, a qual revelou aumento da capacidade vesical e elevação da pressão de micção (60 a 80cmH2O). Além dos citados, inúmeros estudos revelaram o importante papel da incoordenação vesicoesfincteriana no desenvolvimento de infecções do aparelho urinário (KONDO et al., 1983; OCHOA; GORLIN, 1987; SERUCA, 1989; SCHOLTMEYER; NIJMAN, 1993; CHANDRA, 1996; GLAZIER et al., 1998; SILLÉN et al., 1999; CURRAN, 2000; WEN et al., 2001). Discussão - 92 ______________________________________________________________________________________________ KONDO et al. (1983) estudaram 17 crianças com história de hiperatividade detrusora e que utilizavam manobras com mudança de postura, como agachar, comprimir o pênis, cruzar as pernas, todas como uma maneira de tentar combater a perda urinária, aumentando a resistência do assoalho pélvico. Algumas destas crianças apresentavam refluxo vesicoureteral e melhoraram após o tratamento clínico, que incluía a administração de drogas anticolinérgicas. A síndrome de Ochoa, descrita na Colômbia, também conhecida com síndrome urofacial, apresenta como principais características a expressão facial invertida e a disfunção miccional com sintomas de perdas urinárias diurnas e noturnas. Dentre os achados urodinâmicos, observou-se contrações detrusoras involuntárias, associadas à micção incoordenada e resíduo pós-miccional elevado nestes pacientes. Ureterohidronefrose e insuficiência renal já foram descritas nesta síndrome causada por uma herança familiar autossômica recessiva (OCHOA; GORLIN, 1987; OCHOA, 1992; HOMSY, 1994). A associação entre infecções do trato urinário e obstrução urinária funcional devido à contração do esfíncter uretral estriado, provocando refluxo vesicoureteral e dano renal, foi descrita por SERUCA (1989) e SCHOLTMEYER; NIJMAN (1993), BOCHELARD et al. (1998). Nestes trabalhos, os autores preconizaram a realização do estudo urodinâmico, com o diagnóstico da obstrução infravesical e o tratamento antibacteriano e anticolinérgico para esta condição. Discussão - 93 ______________________________________________________________________________________________ 5.4 Correlação entre Sintomas Miccionais e Alterações Urodinâmicas Foi verificada a existência de concordância (p = 0,003) entre as alterações clínicas e urodinâmicas com coeficiente de Kappa de 0,661 (EP = 0,180). Três pacientes apresentaram resultados da avaliação urodinâmica incompatíveis com a avaliação clínica. Apesar da detalhada história miccional, nestes três casos, a caracterização correta do distúrbio miccional não teria sido possível sem a realização do estudo urodinâmico. Tal fato já havia sido observado por WEERASINGHE; MALONE (1993), que estudaram retrospectivamente e prospectivamente 57 crianças neurologicamente normais, onde os resultados do estudo urodinâmico obtiveram uma predição correta somente em 23 (40%) dos 57 pacientes estudados. GRIFFITHS; SCHOLTMEIJER (1984); NIJMAN (2000); PAREKH et al. (2001), por sua vez, afirmaram que as disfunções miccionais podem ser diagnosticadas com precisão sem a necessidade de procedimentos diagnósticos invasivos, considerando a utilização da urofluxometria livre e a verificação da urina residual pós-miccional como medidas integrantes da avaliação de rotina, deixando a UCMR reservada para os casos de infecções urinárias complicadas e a urodinâmica, somente para as crianças com padrão miccional retencionista (GRIFFITHS; SCHOLTMEIJER, 1984; NIJMAN, 2000). Portanto, disturbios miccionais com possíveis conseqüências no trato urinário superior foram identificados neste grupo de pacientes com SWB. Discussão - 94 ______________________________________________________________________________________________ Assim sendo, a investigação de anormalidades anatômicas e miccionais são essenciais para o tratamento adequado destes pacientes, uma vez que parece haver um maior risco de dano renal nesta população. A evolução dos pacientes que se encontram em tratamento e a realização de novas pesquisas, poderão oferecer informações que proporcionem melhor compreensão dos distúrbios miccionais na SWB. 5.5 Algoritmo de Avaliação Urológica Com base nos achados do presente estudo, onde a maioria dos pacientes eram sintomáticos e dos seis pacientes assintomáticos, somente 2 (33,33%) apresentaram anormalidades estruturais do aparelho urinário, propõese um algoritmo de avaliação urológica visando uma abordagem menos dispendiosa e invasiva para os pacientes com SWB (FIGURA 20). Avaliação clínica com preenchimento domiciliar do diário miccional, exames laboratoriais, ultra-sonografia do aparelho urinário e urofluxometria são medidas recomendáveis para todos os pacientes com SWB. Discussão - 95 ______________________________________________________________________________________________ Avaliação clínica + Diário miccional + Avaliação Laboratorial + US com resíduo Assintomáticos Sintomáticos UCM e UDIN UIV e DMSA Fluxo e seguimento FIGURA 20 - Algoritmo para avaliação urológica na SWB UCM e UDN 6. Conclusões Conclusões - 97 ______________________________________________________________________________________________ Baseando-se nos resultados obtidos, podemos concluir: 1. Distúrbios miccionais acometem a maioria dos pacientes com SWB, sendo os sintomas de aumento da freqüência miciconal, urgência e urge-incontinência, os mais freqüentes. 2. Os exames urodinâmicos estão alterados na maior parte dos pacientes e correlacionam-se com os sintomas clínicos. A hiperatividade detrusora foi a anormalidade mais freqüente. 3. Anormalidades estruturais do aparelho urinário acometeram 50% dos pacientes, sendo os divertículos vesicais, o achado mais comum. 7. Anexos Anexos - 99 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO A RESUMO DOS PRONTUÁRIOS Paciente 1 A.S N., Registro HC 6077534G, masculino, pardo, nascido em 01/07/97, procedente de São Paulo-SP. QP: Aumento de freqüência urinária. HPMA: Aos três anos e sete meses parou de usar fraldas no período diurno, entretanto, apresentava aumento da freqüência miccional, urgência, urgeincontinência e enurese noturna. Não tinha antecedentes de infecção urinária. O diário miccional mostrava 12 a 22 micções por dia. QV: 3 (regular). AP e ISDA: EASV com antecedente de cirurgia corretiva, HAS, hiperatividade e agressividade, dificuldade para ganho de peso, otite média crônica, estrabismo, broncopneumonias de repetição. EF: “Fácies” típico e hérnia inguinal bilateral. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. U.S: rins e bexiga normais. CRDMSA: normal. UIV: normal. UCRM: Bexiga normal, sem divertículos. EUD: Fluxometria: Qmax: 13,7mL/ s e Qméd: 7,3mL/s, volume urinado de 56mL e ausência de resíduo pósmiccional. Cistometria: Redução da capacidade vesical pela presença de contrações detrusoras involuntárias. Estudo miccional: Urgência miccional que desencadeou micção com PdetQmax: 18cmH2O e Qmax: 10mL/s. EMG: Micção coordenada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Anexos - 100 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 2 A. L. C., Registro HC 3338196C, masculino, branco, nascido em 06/07/1992, procedente de Rondônia. QP: aumento excessivo da freqüência urinária e enurese noturna. HPMA: perdas urinárias diurnas e noturnas com vestes e lençol molhados associadas ao aumento da freqüência urinária, urgência e urge-incontinência. Diário miccional: acima de 18 micções por dia. QV: 5 (infeliz). AP e ISDA: EASV, atraso do DNPM, microcefalia, sinostose radioulnar. EF: “fácies” típico e testículos retráteis bilateralmente. Exames subsidiários: Laboratório: anemia. U.S: rins e bexiga normais. CRDMSA: normal. UIV: normal. UCMR: divertículos vesicais. EUD: Fluxometria: Qmax: 9,4mL/s, volume urinado de 34mL e resíduo pós-miccional ausente. Cistometria: redução da capacidade vesical pela presença de contrações detrusoras involuntárias. Estudo miccional: urinou com Qmax: 14mL/s e PdetQmax: 66cmH2O, com esvaziamento vesical completo. EMG: micção coordenada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Paciente 3 A.R.M., Registro HC 7016109E, feminina, branca, nascida em 02/06/82, procedente de São Paulo-SP. QP: aumento da freqüência urinária. HPMA: apresentava episódios esporádicos de aumento da freqüência urinária, entretanto, a freqüência miccional habitual era de seis a oito micções por dia. Referia nocturia raramente e não se queixava de perdas urinárias. Durante a infância apresentou episódios de ITU. QV: 0 (ótima). AP e ISDA: discreto retardo do DNPM, antecedentes de hipercalcemia, micro-hematuria e hipercalciúria, cifose dorsolombar. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: micro-hematuria e hipercalciúria. U.S: rins e bexiga normais. CRDMSA: não realizou. UIV: normal. UCMR: normal. EUD: Fluxometria: Qmax: 21,0mL/s, volume urinado de 212mL, ausência de resíduo pós-miccional. Cistometria: bexiga com sensibilidade, capacidade e complacência preservadas. Estudo miccional: urinou com Qmax: 28mL/s e PdetQmax: 19cmH2O e o esvaziamento vesical foi completo. EMG: micção coordenada. Conclusão: Avaliação urológica normal. Anexos - 101 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 4 A.C.S.M., Registro HC 6078326K, feminina, parda, nascida em 28/03/92, procedente de São Paulo-SP. QP: aumento da freqüência urinária. HPMA: apresentava aumento da freqüência urinária, perdas urinárias diurnas, chegando a molhar as vestes, e perdas urinárias durante a noite, deixando o lençol da cama umedecido. Tinha queixa de urgência imperativa e imediata e não relatava antecedentes de ITU. Diário miccional: 18 a 20 micções por dia. QV: 6 (péssima). AP e ISDA: retardo do DNPM, hiperatividade, déficit de aprendizado, cardiopatia, estrabismo, diástase de sínfise púbica, hipoplasia dos ossos ilíacos. EF: “fácies” típico e, na avaliação inicial, foi observada fusão dos pequenos lábios vaginais. Realizou tratamento hormonal tópico com bom resultado. Exames subsidiários: Laboratório: s/ anormalidades. U.S: rins e bexiga normais. CRDMSA: função glomerular preservada com as vias excretoras pérveas. UIV: duplicidade pielocalicial à esquerda. UCMR: presença de trabeculações e divertículos vesicais. EUD: Fluxometria: Qmax: 23mL/s, volume urinado de 51mL e ausência de resíduo pós-miccional. Cistometria: bexiga com redução da capacidade, devido à presença de contrações detrusoras involuntárias iniciadas a partir de 40mL de armazenamento. Estudo miccional: urinou após contração detrusora (urge-incontinência) com Qmax: 12mL/s e PdetQmax: 47cmH2O, sem apresentar resíduo pós-miccional. EMG: micção coordenada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Paciente 5 A.H S M, Registro HC 6047522H, masculino, branco, nascido em 21/07/ 1993, procedente de Perus-SP. QP: sem queixas urológicas. HPMA: avaliação urológica sem queixas miccionais. Não tinha antecedentes de ITU. Diário miccional com 7 a 9 micções por dia. QV: 0 (ótimo). AP e ISDA: EASV, dificuldades alimentares e para ganho de peso, hipoplasia do nervo óptico, agenesia do corpo caloso (CT de crânio). EF: “fácies” típico, diástase dos músculos retoabdominais e hérnia inguinal à esquerda. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. U.S: sem anormalidades. CRDMSA: função tubular preservada bilateralmente. UIV: normal. UCMR: bexiga com trabeculações e divertículos. EUD: Fluxometria: Qmax: 8,0mL/s, volume de 72mL, curva achatada e resíduo pós-miccional de 25mL. Cistometria: bexiga com capacidade aumentada - 230mL (esperada = 180,4), complacência normal, apresentou contração detrusora involuntária no final do armazenamento, não acompanhada de urgência. Estudo miccional: PdetQmax: 68cmH2O e Qmax: 10mL/s resíduo pósmiccional ausente. EMG: aumento da atividade esfincteriana durante micção. Conclusão: Incoordenação vesicoesfincteriana. Anexos - 102 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 6 C.S.M., Registro HC 6054824C, feminina, branca, nascida em 09/09/93, procedente de Taboão da Serra-SP. QP: enurese noturna. HPMA: apresentava perdas urinárias noturnas e somente alguns episódios de urgência miccional. Relatava antecedentes de ITU (três episódios). QV: 4 (insatisfeita). AP e ISDA: EP com importante repercussão hemodinâmica e coartação da aorta pós-ductal, otite média crônica, obstipação crônica e cólicas abdominais. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo, micro-hematuria. U.S: normal. CRDMSA: normal. UIV e UCMR não realizados. EUD: Fluxometria: Qmax: 12,0mL/s. Cistometria: bexiga com capacidade e complacência normais. Estudo miccional: Qmax: 14mL/s e PdetQmax: 47cmH2O, ausência de resíduo miccional. EMG: micção coordenada. Conclusão: Avaliação urológica normal. Paciente 7 C.R.B.S., Registro HC 3182808C, feminina, branca, nascida em 29/04/1993, procedente de Alagoas. QP: sem queixas miccionais. HPMA: na avaliação urológica, refere episódios de urgência e desconforto miccional sem significado clínico. QV: 0 (ótima). AP e ISDA: dificuldades para ganho de peso, atraso do DNPM, déficit pôndero-estatural, hérnia inguinal com tratamento cirúrgico, estrabismo, escoliose, gastroenterocolites, ascaridíase e infecções pulmonares de repetição. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo, anemia com microcitose. US: normal. CRDMSA, UIV e UCMR não realizados. EUD: Fluxometria: Qmax: 12,0mL/s com resíduo pós-miccional de 20mL. Cistometria: detrusor estável durante a fase de armazenamento, capacidade e complacência normais. Estudo miccional: urinou com PdetQmax: 38cmH2O e Qmax: 18mL/s, ausência de resíduo pós-miccional. EMG: micção coordenada. Conclusão: Avaliação urológica normal. Anexos - 103 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 8 D.T.S., Registro HC 5285744E, masculino, branco, nascido em 15/07/1998, procedente de Itapecirica da Serra-SP. QP: incontinência urinária. HPMA: ao completar três anos e sete meses, iniciou o treinamento vesical e, mesmo assim, continuou usando fraldas no período noturno. Apresentava aumento da freqüência urinária e o diário miccional revelou 11 micções por dia, além de perdas urinárias noturnas. Na avaliação inicial, apresentava ITU com urocultura positiva para Providência sp, que foi tratada com ácido nalidixico. QV: 3 (regular). AP e ISDA: EASV, EAP, origem anômala da coronária esquerda na aorta ascendente, atraso do DNPM, estrabismo e má formação dentária. EF: “fácies” típico, fimose gr IV e criptorquidia bilateral. Exames subsidiários: Laboratório: FISH positivo para SWB, anemia com anisocitose e microcitose, urocultura positiva para Providência sp. US: rins e bexiga normais. CRDMSA: rim direito tópico com morfologia normal e rim esquerdo com retificação dos contornos laterais e dimensões discretamente reduzidas, função relativa de 57% do rim direito e 43% do rim esquerdo. UIV: rins normais e presença de divertículos vesicais. UCMR: bexiga com trabeculações, divertículos bilaterais, ausência de RVU. EUD: Fluxometria livre: Qmax: 3mL/s, resíduo pós-miccional de 10 mL. Cistometria: redução da capacidade vesical, pela presença de contrações detrusoras involuntárias. Estudo miccional: apresentou contração involuntária, transformada em micção com PdetQmax: 44cmH2O e Qmax: 9,0mL/s. EMG: contração esfincteriana no momento da micção (falso dissinergismo). Conclusão: Hiperatividade detrusora. Paciente 9 F.C.C., Registro HC 6048510H, masculino, branco, nascido em 7/2/1994, procedente de Caraguatatuba-SP. QP: sem queixas miccionais. HPMA: micção normal, negava freqüência, urgência e enurese. Apresentou um episódio de ITU com um ano de idade. Diário miccional: seis a 11 micções por dia. QV: 0 (ótimo). AP e ISDA: a TC do cérebro revelou escassez de substância branca, refluxo gastroesofageano. EF: sem anormalidades. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. Anemia com microcitose e anisocitose. US: rim direito normal e discreta dilatação pielocalicial à esquerda. CRDMSA: função tubular global preservada, distribuição homogênea do radiofármaco nos rins, função unilateral de 45% no rim direito e 55% no rim esquerdo. UIV: normal. UCMR: normal. EUD: Fluxometria: Qmax: 20,8mL/s, volume urinado de 211mL e ausência de resíduo pós-miccional. Cistometria: bexiga com capacidade para 130mL e complacência preservada. Estudo miccional com PdetQmax: 69cmH2O e Qmax: 10mL/s. EMG: micção coordenada. Conclusão: Avaliação urológica normal. Anexos - 104 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 10 F.S.S., Registro HC 2913799A, masculino, branco, nascido em 13/05/92, procedente de São Paulo-SP. QP: aumento da freqüência miccional. HPMA: apresentava episódios esporádicos de aumento da freqüência miccional, acompanhados de urgência miccional e, raramente, de urge-incontinência, alternados com períodos de ausência completa dos sintomas. A queixa foi confirmada durante os retornos para consultas, quando passou a ficar assintomático. O diário miccional foi normal com seis a oito micções por dia. QV: 0 (ótimo). AP e ISDA: EASV, dificuldade para ganho de peso, atraso de DNPM. . EF: presença de fimose grau 4 e testículo retrátil à direita. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. U.S: rins e bexiga normais. CRDMSA: rins tópicos e simétrica concentração do radiofármaco nos rins. UIV: não realizou (alergia ao contraste). UCMR: bexiga com contornos regulares, sem trabeculações, não foram observados divertículos. EUD: Fluxometria: Qmax: 14mL/s, volume urinado de 55mL e resíduo pós-miccional ausente. Cistometria: bexiga com capacidade e complacência preservadas, apresentou contração detrusora involuntária de baixa pressão sem perdas urinárias. Estudo miccional: urinou com fluxo e pressão normais sem resíduo pós-miccional. EMG: não foi realizada. Conclusão: Avaliação urológica normal. Paciente 11 G.B.F., Registro HC 5274972A, masculino, branco, nascido em 27/08/1997, procedente de Arujá-SP. QP: aumento da freqüência miccional e uso de fraldas. HPMA: quadro de freqüência e urgência miccional, micção intermitente com uso de fraldas ocasional durante o dia e constante no período noturno. Elimina maiores volumes de urina após acordar pela manhã. Diário miccional com 14 a 22 micções ao dia. QV: 4 (insatisfeito). AP e ISDA: atraso do DNPM, EASV, estrabismo, irritabilidade, cólicas abdominais, obstipação. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: US: normal. CRDMSA: rim direito normal (função unilateral de 56%) e déficit discreto de função à esquerda (função unilateral de 44%). UIV: não realizou. UCMR: sem anormalidades. EUD: Fluxometria: Qmax: 7,0mL/s, volume urinado de 43mL e resíduo pós-miccional ausente. Cistometria: bexiga com capacidade e complacência preservadas, apresentando contrações detrusoras involuntárias. Estudo miccional: urinou com PdetQmax e Qmax reduzidos, denotando hipocontratilidade detrusora e resíduo pós-miccional de 10mL (10% da capacidade vesical). EMG: prejudicada por artefato técnico, o paciente permaneceu muito agitado durante o exame. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Anexos - 105 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 12 J.R.S., Registro HC 5124680E, masculino, branco, nascido em 01/12/86, procedente de Cianorte-PR. QP: urgência miccional. HPMA: micção normal nos períodos diurno e noturno, sem relatos de enurese e infecções urinárias, porém sempre referia episódios de urgência miccional sem apresentar perdas urinárias. Diário miccional: seis a nove micções por dia. QV: 0 (ótimo). AP e ISDA: EASV, tratamento cirúrgico para estenose de artéria renal à direita, hipermetropia, atraso do DNPM, dificuldade para ganho de peso, dolicocefalia, cifoescoliose dorsal e encurtamento bilateral do tendão de Aquiles. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. US: sem anormalidades. CRDMSA: normal. UIV: não realizou. UCMR: normal. EUD: Fluxometria: Qmax: 20,7 mL/s, volume urinado de 141mL. Cistometria: redução da capacidade vesical, pela presença de contrações detrusoras involuntárias, não apresentou perdas urinárias nesta fase. Estudo miccional: Qmax: 20mL/s e PdetQmax: 49cmH2O, ausência de resíduo pós-miccional. EMG: atividade esfincteriana normal. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Paciente 13 J.N.H., Registro HC 5133808A, feminina, parda, nascida em 10/07/1990, procedente de São Paulo-SP. QP: perdas urinárias. HPMA: perdas urinárias diurnas e noturnas, deixando as vestes umedecidas, urgência, urgeincontinência e antecedentes de inúmeros episódios de ITU. QV: 4 (insatisfeita). AP e ISDA: EASV com tratamento cirúrgico, HAS, retardo do DNPM, estrabismo, hiperacusia e meningite quando lactente. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: US: rins e bexiga normais. CRDMSA: função tubular preservada bilateralmente. UIV: duplicidade piélica à esquerda e divertículo na parede vesical direita. UCMR: bexiga com paredes trabeculadas e presença de divertículo na parede lateral à direita, uretra pérvea e ausência de RVU. EUD: Fluxometria: Qmax: 27,0mL/s, com resíduo pós-miccional ausente. Cistometria: bexiga com capacidade reduzida (160mL), pela presença de contrações detrusoras involuntárias de baixa amplitude. Estudo miccional: micção associada à urge-incontinência com fluxo e pressão detrusora normais. EMG: micção coordenada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Anexos - 106 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 14 K.S.D., Registro HC 5118223K, feminina, parda, nascida em 20/07/89, procedente de Minas Gerais. QP: aumento da freqüência miccional. HPMA: incontáveis micções durante o dia, urgência miccional, urge-incontinência e perdas urinárias diurnas e noturnas. Diário miccional com 17 a 19 micções ao dia. QV: 4 (insatisfeito). AP e ISDA: EASV e EP, microcefalia, hipercalcemia, estrabismo e DM moderado. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. US: rins normais e bexiga com as paredes espessadas. CRDMSA: normal. UIV: normal. UCMR: normal. EUD: Fluxometria: Qmax: 10 mL/s, volume urinado de 50mL. Cistometria: bexiga com redução da capacidade e complacência, pela presença de contrações detrusoras involuntárias. Estudo miccional: fluxo e pressão detrusora normais. EMG: não realizada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Paciente 15 L.A.D., Registro HC 5063068D, masculino, branco, nascido em 21/09/86, procedente de São Paulo-SP. QP: aumento da frequência miccional. HPMA: polaciúria, urgência miccional, urge-incontinência com perdas urinárias diurnas e enurese noturna. Diário miccional: 10 a 14 micções por dia. QV: 3 (regular). AP e ISDA: EASV, EAP, antecedentes de otites de repetição com necessidade de timpanotomia, convulsões, insuficiência cardíaca congestiva, hemorragia digestiva por ulcera gástrica e estrabismo com correção cirúrgica. EF: “fácies” típico e hérnia umbilical. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. U.S: normal. CRDMSA: rins tópicos, dimensões normais, discreta irregularidade no contorno lateral do rim esquerdo. Função renal relativa a 45% no rim direito e 55% no rim esquerdo. UIV: não realizou. (alergia ao contraste). UCMR: redução da capacidade vesical e uretra normal. EUD: Fluxometria: Qmax: 22mL/s, volume urinado de 302mL e resíduo pós-miccional ausente. Cistometria: bexiga com capacidade pouco reduzida com déficit de complacência e presença de contrações involuntárias. Estudo miccional: fluxo e pressão detrusora normais. EMG: micção coordenada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Anexos - 107 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 16 L.E.N., Registro HC 5119631K, masculino, branco, nascido em 14/09/82, procedente de Olímpia - SP. QP: aumento da freqüência miccional. HPMA: episódios de freqüência e nocturia alternados com períodos de micção normal. Nega perdas urinárias, enurese e antecedentes de ITU. O diário miccional mostrou 6 micções por dia. QV: 1 (bem). AP e ISDA: EASV, EAP, degeneração mixomatosa da valva mitral. Foi submetido à cirurgia cardíaca aos 10 anos de idade. Cifoescoliose dorsolombar, HAS, dores abdominais e enterorragia. EF: hipospádia peniana distal. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. U.S: rins e bexiga normais. CRDMSA: sem anormalidades. UIV: rins normais e bexiga trabeculada. UCMR: bexiga continente com 400mL, sem divertículos. EUD: Fluxometria: Qmax: 15,9mL/s, volume urinado de 272mL. Cistometria: bexiga de capacidade discretamente diminuída, pela presença de contrações detrusoras involuntárias aos 300mL de armazenamento, acompanhada de urgência miccional. Estudo miccional: micção com fluxo baixo (Qmax: 9mL/s) com curva achatada e pressão detrusora elevada (PdetQmax: 99cmH2O). EMG: aumento da atividade esfincteriana no início e final do estudo miccional. Conclusão: Hiperatividade detrusora e incoordenação vesicoesfincteriana. Paciente 17 M.V.C.JR., Registro HC 6091233E, masculino, branco, nascido em 21/03/1998, procedente de Embu-Guaçu-SP. QP: perdas urinárias. HPMA: compareceu para avaliação urológica aos três anos e dois meses utilizando fraldas. Nega antecedentes de ITU. QV: 1 (bem). AP e ISDA: EASV, retardo do DNPM, hiperatividade e agressividade, miopia e episódios esporádicos de diarréia. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: ndn. US: rins e bexiga normais. CRDMSA: sem anormalidades. UIV: rins em topografia normal, duplicidade pielocalicial à direita, bexiga com trabeculações e imagem diverticular à esquerda. UCMR: bexiga com capacidade de 100mL, imagem diverticular na parede lateral esquerda e esvaziamento vesical incompleto. EUD: Fluxometria: urinou 8mL com Qmax: 1mL/s. Cistometria: bexiga com capacidade limitada, devido à presença de contrações detrusoras involuntárias iniciadas aos 30mL de armazenamento, seguidas por urge-incontinência com perdas urinárias. Estudo miccional: o esvaziamento vesical foi completo com PdetQmax: 35cmH2O. EMG: micção coordenada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Anexos - 108 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 18 P.R.M.C.JR., Registro HC 3018403J, masculino, pardo, nascido em 29/09/88, procedente de Mairiporã-SP. QP: aumento da freqüência e urgência miccional. HPMA: aumento da freqüência urinária com urgência miccional e, às vezes, perdas discretas no período diurno. Nocturia todas as noites, não relatando enurese noturna. O diário miccional revelou 10 a 18 micções por dia. QV: 4 (insatisfeito). AP e ISDA: sofrimento fetal, EASV, atraso de DNPM, microcefalia e hipercalcemia. EF: baixa estatura e “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. U.S: rins com contornos e dimensões normais; o rim direito apresentou alteração do parênquima com nefropatia cortical, discreta ecogenicidade medular; pequenos cistos parapiélicos e corticais medindo até 1,5cm. Os rins mediram 7,1cm à direita e 7,6cm à esquerda. CRDMSA: boa e simétrica concentração do radiofármaco nos rins, distribuição discretamente heterogênea, sem evidências de defeitos focais no parênquima renal. UIV: presença de divertículo vesical. UCMR: sem alterações. EUD: Fluxometria: Qmax: 19,5mL/s e resíduo pós-miccional ausente. Cistometria: capacidade cistométrica reduzida, devido á presença de contrações detrusoras involuntárias de alta pressão (100cmH2O). Estudo miccional: PdetQmax: 88cmH2O com Qmax: 12mL/s. EMG: aumento da atividade esfincteriana principalmente no início da micção. Conclusão: Hiperatividade detrusora com incoordenação vesicoesfincteriana. Paciente 19 W.M.C., Registro HC 6055308I, masculino, pardo, nascido em 30/08/91, procedente de Carapicuíba-SP. QP: aumento da freqüência urinária. HPMA: freqüência urinária aumentada, nocturia e urgência miccional sem apresentar perdas urinárias. Às vezes, chegava a relatar algum esforço miccional. O diário miccional mostrou freqüência miccional de 10 a 19 vezes por dia. QV: 4 (insatisfeito). AP e ISDA: EASV e espessamento da válvula pulmonar, HAS, hiperatividade, sinostose radioulnar bilateral, hipercalciúria. EF: “fácies” típico, criptorquidia bilateral. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. U.S: normal. CRDMSA: função tubular renal bilateral preservada. UIV: rins e bexiga normais. UCMR: bexiga com contornos regulares, sem divertículos e continente para 200mL. EUD: Fluxometria: Qmax: 10,8mL/s e volume urinado de 83mL. Cistometria: presença de contrações detrusoras involuntárias de baixa amplitude com redução da capacidade (130mL) e complacência vesicais. Estudo miccional: urinou com Qmax 8mL/s e PdetQmax: 58cmH2O. EMG: função esfincteriana normal. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Anexos - 109 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 20 T.I.T., Registro HC 5262216D, feminina, branca, nascida em 01/04/97, procedente de São Bernardo do Campo-SP. QP: sem queixas miccionais relevantes. HPMA: não apresentava antecedentes de ITU e negava relatos de perdas urinárias, eventualmente, apresentava episódios de urgência miccional que conseguia postergar. O diário miccional mostrou de nove a 11 micções por dia. QV: 0 (ótima). AP e ISDA: EASV e EP com comprometimento coronariano, retardo mental discreto, retardo no desenvolvimento pôndero-estatural e déficit de atenção e aprendizado. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: ndn. US: rins e bexiga normais. CRDMSA: função renal tubular preservada bilateralmente. UIV: rins e bexiga normais. UCMR: bexiga com contornos irregulares, com trabeculações e divertículos, continente para 160mL e com resíduo pósmiccional desprezível. EUD: Fluxometria: Qmax: 15mL/s, volume urinado de 60mL e ausência de resíduo pós-miccional. Cistometria: bexiga de capacidade e complacência reduzidas, pela presença de contrações detrusoras involuntárias que aos 63mL de volume armazenado foram acompanhadas de urgência e contração detrusora com PdetQmax: 101cmH2O e Qmax: 6mL/s. EMG: revelou padrão de incoordenação, provavelmente “falso dissinergismo”, uma vez que a criança tentou inibir a contração. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Paciente 21 T.S.L., Registro HC: 5299697I, feminina, negra, nascida em 07/10/84, procedente de Diadema-SP. QP: aumento da freqüência e urgência miccional. HPMA: freqüência, urgência e urge-incontinência com perdas urinárias discretas durante o período diurno. O diário miccional mostrou de oito a 15 micções por dia. QV: 4 (insatisfeita). AP e ISDA: Retardo mental, déficit de aprendizado e HAS em uso de captopril. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: sem alterações. US: rins e bexiga normais. CRDMSA: ndn. UIV: normal. UCMR: bexiga trabeculada e uretra afunilada. EUD: Fluxometria: Qmax: 17,0ml/s e Qméd: 8,0ml/s. Volume urinado de 125ml. Cistometria: presença de contrações detrusoras involuntárias com redução da capacidade e complacência vesicais. Estudo miccional: contrações detrusoras de alta pressão (PdetQmax: 112cmH2O), que não foram acompanhadas de fluxo no início do estudo miccional, por ausência de relaxamento esfincteriano, sugerindo incoordenação. Pdet: 56cmH2O e Qmax: 16ml/s. Resíduo pós-miccional de 25ml. EMG: atividade eletromiográfica aumentada durante o estudo miccional, caracterizando incoordenação esfincteriana. Conclusão: Hiperatividade detrusora e incoordenação vesicoesfincteriana. Anexos - 110 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 22 S.O.Z., Registro HC 5165318 A, feminina, branca, nascida em 15/02/92, procedente de Descalvado-SP. QP: aumento da freqüência urinária. HPMA: compareceu para avaliação urológica e estava em acompanhamento na unidade de Genética-HC, para tratamento de RVU gr III à direita, utilizando sultametoxazol e trimetropim como profilaxia. Referia dor suprapúbica, urgência miccional e, freqüentemente, contraia o abdome e fletia os membros inferiores como tentativa de inibir a urgência miccional. Tinha antecedentes de ITU desde o período de lactente.O diário miccional revelou de sete a 11 micções por dia. QV: 1 (Bem). AP e ISDA: EASV e EAP, obstrução do canal lacrimal, estrabismo e puberdade precoce aos sete anos. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. U.S: normal. CRDMSA: função tubular preservada bilateralmente; padrão cintilográfico sugestivo de seqüela de pielonefrite no rim direito (escara no pólo superior do rim direito). UIV: normal. UCMR: normal e sem RVU ao iniciar o segmento urológico. EUD: Fluxometria: Qmax: 13,0mL/s com volume urinado de 69mL, resíduo pós-miccional ausente. Cistometria: presença de contrações detrusoras involuntárias, iniciadas aos 20mL de armazenamento e acompanhadas de urgência miccional. Estudo miccional: micção desencadeada por contração detrusora involuntária com PdetQmax: 51cmH2O e curva de fluxo achatada. EMG: não realizada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Paciente 23 R.E.S., Registro HC 5021150A, feminina, parda, nascida em 15/12/82, procedente de Cosmópolis-SP. QP: sem queixas miccionais. HPMA: na avaliação urológica, referiu raros episódios de urgência miccional e aumento da freqüência miccional somente em ocasiões de sobrecarga líqüida. Diário miccional de quatro a nove vezes por dia. QV: 0 (ótima). AP e ISDA: EAP, microcefalia, cifoescoliose dorsolombar e retardo do crescimento. EF: “fácies” típico. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB positivo. U.S: normal. CRDMSA: não realizado. UIV: não realizado. UCMR: não realizado. EUD: Fluxometria: Qmax: 5,6ml/s e Qméd: 3,6ml/s, com volume urinado de 31ml. Cistometria: presença de contrações detrusoras involuntárias a partir de 100ml de armazenamento, acompanhadas de urgência miccional e perdas discretas (urge-incontinência com DLPP = 79cmH2O). Estudo miccional: esvaziamento vesical completo com fluxo e pressão detrusora dentro dos limites normais. EMG: micção coordenada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Anexos - 111 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 24 R. A K., Registro HC 13439593K, masculino, amarelo(sansei), nascido em 27/12/87, procedente de Santo André-SP. QP: urgência miccional. HPMA: quadro de urgência miccional raramente acompanhada de perdas urinárias associado ao aumento da freqüência miccional (11 a 19 vezes no diário miccional) e enurese noturna em algumas ocasiões. Na infância apresentou ITU. QV: 1 (bem). AP e ISDA: EASV, déficit de deglutição, cifose, hálux valgo e hipoplasia ungueal. EF: “fácies” típico da SWB. Exames subsidiários: Laboratório: ndn. US: rins com formas e dimensões normais, presença de cálculo medindo 5,8mm no grupo calicial médio do rim direito. CRDMSA: normal. UIV: normal. UCMR: bexiga difusamente trabeculada com presença de divertículos vesicais e espasmo esfincteriano. EUD: Fluxometria: Qmax: 27,1mL/s com volume urinado de 229mL. Cistometria: bexiga com capacidade cistométrica reduzida, pela presença de contrações detrusoras involuntárias de baixa pressão, acompanhadas de urgência miccional. Estudo miccional: fluxo normal e PdetQmax: 60cmH2O. EMG: micção coordenada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Paciente 25 M. A P., Registro HC 13439602B, feminina, branca, nascida em 12/12/94, procedente de Vitória-ES. QP: aumento da freqüência urinária e nocturia. HPMA: apresentava aumento da freqüência urinária com 15 a 20 micções por dia (diário miccional), sempre com volumes urinados muito reduzidos, sintomas de urgência miccional e urge-incontinência. Referia enurese noturna e não tinha antecedentes de ITU. QV: 4 (insatisfeita). AP e ISDA: microcefalia, dolicocefalia, assimetria facial, hiperatividade e atraso do DNPM, DM. EF: “fácies” típico da SWB. Exames subsidiários: Laboratório: ndn. US: rim direito normal e rim esquerdo ectópico (pélvico) com dilatação pielocalicial. CRDMSA: normal. UIV: rim esquerdo pélvico e rim direito normal. UCMR: bexiga com trabeculações e divertículos e uretra afunilada. EUD: Fluxometria: Qmax: 12mL/s com volume urinado de 46mL. Cistometria: presença de contrações detrusoras involuntárias com redução da capacidade e complacência vesicais. Estudo miccional: esvaziamento vesical completo, com fluxo máximo reduzido. EMG: micção coordenada. Conclusão: Hiperatividade detrusora. Anexos - 112 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 26 M.P.N., Registro HC 3441203G, masculino, branco, nascido em 09/05/1991, procedente de Arujá-SP. QP: micção infreqüênte. HPMA: na avaliação urológica, relatou que, às vezes, permanece períodos prolongados sem urinar, alternados com aumento da freqüência urinária em outras ocasiões. Negava antecedentes de ITU. O diário miccional mostrou de 10 a 11 micções por dia, todas com volume urinado reduzido. QV: 0 (ótimo). AP e ISDA: retardo no DNPM, miopia, hipotireoidismo, vômitos, otite média recorrente e sindactilia. EF: “fácies” típico, criptorquidia à direita. Exames subsidiários: Laboratório: FISH para SWB negativo. US: litíase renal bilateral com cálculos de 4,3mm no grupo calicial superior do rim esquerdo e 4mm no grupo calicial inferior do rim direito. CRDMSA: normal. UIV: não realizou (alérgico ao iodo). UCMR: bexiga com paredes normais, capacidade aumentada e resíduo pós-miccional elevado. Fluxometria: Qmax: 9,2mL/s, volume urinado de 70mL. Cistometria: capacidade cistométrica de 434mL. Estudo miccional: urinou com elevação discreta da PdetQmax (48cmH2O) e fluxo urinário reduzido (Qmax: 10mL/s). Tempo de fluxo aumentado (99s) com curva achatada, resíduo pós-miccional de 100mL. EMG: micção incoordenada. Conclusão: Incoordenação vesicoesfincteriana. Paciente 27 A.L.L., Registro HC 5967271B, feminina, negra, nascida em 28/01/87, procedente de São Paulo-SP. QP: urge-incontinência. HPMA: aumento da freqüência e urgência miccional que, às vezes, não consegue inibir, ocasionando perdas urinárias diurnas. Nega perdas noturnas, entretanto, tinha o hábito de levantar até três vezes durante a noite para urinar. Relatou antecedentes de ITU na infância. QV: 3 (regular). AP e ISDA: baixo peso ao nascimento, retardo do DNPM, déficit de atenção e aprendizado e sopro cardíaco. EF: “fácies” típico e hérnia umbilical. Exames subsidiários: laboratório: ndn. US: rins e bexiga normais. CRDMSA, UIV e UCMR: não realizados. EUD: Fluxometria: Qmax: 19mL/s, volume urinado de 111mL. Cistometria: presença de contrações detrusoras involuntárias acompanhadas de urgência miccional iniciadas após 130mL de armazenamento e redução da capacidade vesical (165mL). Estudo miccional: urinou com PdetQmax: 147cmH2O e Qmax: 11mL/s, revelou esvaziamento vesical completo, expulsou a sonda no final do estudo. EMG: aumento da atividade esfincteriana durante a micção. Conclusão: Hiperatividade detrusora com incoordenação vesicoesfincteriana. Anexos - 113 ______________________________________________________________________________________________ Paciente 28 D.P.V.N., Registro HC 6080420C, masculino, branco, nascido em procedente de Paulínia-SP. QP: aumento da freqüência miccional. HPMA: freqüência, urgência e urge-incontinência com perdas urinárias diurnas e noturnas. Não apresentava antecedentes de ITU. Diário miccional: mostrou de oito a 16 micções por dia. QV: 4 (insatisfeito). AP e ISDA: hiperatividade, estrabismo, atraso do DNPM e suspeita de EASV na investigação. EF: “fácies” típico e hérnia inguinal associada à criptorquidia bilateral. Exames subsidiários: Laboratório: ndn US: rins e bexiga normais. CRDMSA, UIV e UCMR: não realizados EUD: Fluxometria: Qmax: 11,2mL/s, com volume urinado de 41mL e resíduo desprezível. Cistometria: bexiga com capacidade muito aumentada e complacência preservada, apresentou contração detrusora involuntária no final do armazenamento, que conseguiu inibir. Estudo miccional; pressão detrusora e fluxo normal, esvaziamento vesical completo. EMG: micção coordenada. Conclusão: Aumento da capacidade vesical e hiperatividade detrusora. Anexos - 114 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO B SISTEMA DE PONTUAÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO DA SWB CARACTERISTICAS PONTOS Baixo peso ao nascimento. 3 Dificuldades alimentares. 3 Obstipação 3 "Fácies" típico 3 EASV 3 DM 3 Personalidade amigável. 3 Estrabismo. 2 Atraso de DNPM 2 Dificuldade de ganho de peso. 1 Outra cardiopatia que não a EASV. 1 Hipertensão arterial. 1 Contraturas articulares. 1 Hiperacusia. 1 Hipoplasia ungueal. 1 Total 31 A soma dos pontos igual ou superior a 20 significa que o paciente é portador da SWB FONTE: SUGAYAMA, 2001 Anexos - 115 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO C TESTE DE FISH NOS PACIENTES COM SWB FISH Positivos Negativos Não realizaram o teste NÚMERO DE PACIENTES/CASOS 16 (1, 5, 6, 7,8 ,9, 10, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 22, 23) 2 (3, 26) 10 (2, 4, 11, 17, 20, 21, 24, 25, 27, 28) Anexos - 116 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO D HOSPITAL DAS CLÍNICAS FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Instruções para preenchimento no verso) I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL 1. NOME DO PACIENTE ......................................................................................................... DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: ................................... SEXO: M ( ) F( ) DATA NASCIMENTO: ......../......../...... ENDEREÇO ............................................................................ Nº ...................... APTO: ........ BAIRRO: ................................................. CIDADE.................................................................. CEP.......................................TELEFONE: DDD (............) ..................................................... 2.RESPONSÁVEL LEGAL ..................................................................................................... NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) ........................................................... DOCUMENTO DE IDENTIDADE ....................................................SEXO: M ( ) F ( ) DATA NASCIMENTO.: ....../......./...... ENDEREÇO: .............................................................................. Nº ................... APTO: ........ BAIRRO:...................................................................................... CIDADE: ........................... CEP: .............................................. TELEFONE: DDD (............)......................................... _________________________________________________________________________ II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA 1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Distúrbios miccionais na Síndrome de Williams-Beuren. ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... PESQUISADOR: Ricardo Jordão Duarte. CARGO/FUNÇÃO: Médico assistente. INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº 47.684 UNIDADE DO HCFMUSP: Clínica Urológica Hospital das Clínicas 3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA: SEM RISCO ( RISCO BAIXO( ) ) RISCO MÍNIMO ( x ) RISCO MAIOR ( RISCO MÉDIO ( ) ) (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo) 4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 01 ano Anexos - 117 ______________________________________________________________________________________________ III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO: 1. Justificativa e os objetivos da pesquisa: Estudar as alterações do funcionamento da bexiga nos pacientes portadores da Síndrome de Williams-Beuren. Metade dos pacientes que possuem esta doença podem ter alterações no aparelho urinário . Caso seja encontrado algum problema, este poderá ser solucionado por meio de tratamentos específicos. 2. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: inicialmente será realizada uma entrevista onde serão questionados os sinais e sintomas apresentados pela criança. Em casa, deverá ser preenchida uma tabela denominada diário miccional. Além destes, serão realizados exames de sangue, urina, ultra-som dos rins e da bexiga, radiografias utilizando contraste, cintilografia renal e exame urodinâmico. Todos estes dados nos permitem concluir, com segurança, quanto à presença de alguma anormalidade. 3. Desconfortos e riscos esperados: será necessária a retirada de sangue da veia e a coleta de uma amostra de urina para realizarmos os exames laboratoriais. Nos exames radiológicos, será utilizado contraste dentro da uretra e na veia do braço. No estudo urodinâmico, serão utilizadas duas sondas plásticas bem finas a serem introduzidas na uretra e no ânus respectivamente, para poder registrar os dados pesquisados em um aparelho . Neste momento, quando o médico coloca a sonda dentro da uretra, pode ocorrer a contaminação da via urinária, causando infecção. Estaremos evitando este problema por meio de rigorosa limpeza da região genital antes do exame e também estaremos administrando um antibiótico denominado Nitrofurantoina, de nome comercial Hantina ou Sulfametoxazol com Trimetropim, de nome comercial Bactrim como profilaxia. Em caso de exame duvidoso, o mesmo deverá ser repetido. 4. Benefícios que poderão ser obtidos: diagnóstico mais preciso a respeito dos distúrbios de micção, que fornecerá informações valiosas para o tratamento. Assim, com esta investigação, estaremos certos quanto à presença de algum problema. 5. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo. Não existem procedimentos alternativos em relação a esta investigação. O fato da não realização destes procedimentos poderá ocultar um problema com conseqüências negativas no futuro. _________________________________________________________________________ IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA: 1. Acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. 2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência. 3. Salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade. 4. Disponibilidade de assistência no HCFMUSP por eventuais danos à saúde decorrentes da pesquisa. 5. Viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde decorrentes da pesquisa. _________________________________________________________________________ Anexos - 118 ______________________________________________________________________________________________ V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS. Dr. Ricardo Jordão Duarte - Rua Afonso Brás , 525 – cj. 82 – Moema - CEP. 04511-902 – Fone: 3842-6268 Dr. Zein Mohamed Sammour- Rua Barão de Ladário , 540 – Brás – cep – 03010-000 – Fone – 6693-8215. Dr. Cristiano Mendes Gomes - Rua Barata Ribeiro , 237 – cj. 104 e 106 – Bela Vista – CEP. 01308-000 – Fone: 3120-2565 Dr. Flávio Eduardo Trigo Rocha - Rua Barata Ribeiro, 237 –cj. 104 e 106 – Bela Vista – CEP. 01308-000 – Fone: 3120-2565 Dra. Sofia Mizuho Miura Sugayama - Rua Alves Guimarães , 475 – Cerqueira César – CEP. 05410-000 – Fone: 3814-8562 Dra Vera Hermina Koch – Av. Enéas de Carvalho Aguiar , 255 - Pinheiros – CEP – 05403-040 – Fone: 3062-2633. __________________________________________________________________________________ VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES: __________________________________________________________________________________ VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa São Paulo, 30 de maio de 2001. ___________________________________ _____________________________________ assinatura do sujeito da pesquisa ou assinatura do pesquisador responsável legal (carimbo ou nome Legível) Anexos - 119 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO E PROTOCOLO SÍNDROME DE WILLIAMS ANAMMNESE Distúrbios miccionais na Síndrome de Williams-Beuren 01) IDENTIFICAÇÃO Nome: ______________________________________ Nº ______________ Matricula HC ___________ Idade: ____________ Sexo:________________ Etnia___________ Endereço: _______________________________ CEP. _______________ Fone: ____________ 02) Queixa principal e duração: ________________________________ Infecção urinária: sim ____ não ____ Dor lombar: sim____ não ____ febre: sim _____ não ______ Exames prévios : _____________________________________________________________ Tratamentos realizados: _____________________________________________________________ 03) Padrão Miccional Perdas diurnas: Umidade nas vestes - .......................... ( Micção normal - ................................... ( Perdas diurnas - .................................. ( Perdas diurnas contínuas -.................. ( ) sim ) sim ) sim ) sim ( ( ( ( ) não ) não ) não ) não Perdas noturnas: Lençol umedecido – ............................ ( Lençol muito molhado – ...................... ( Nocturia – ........................................... ( Não acorda para urinar – .................... ( ) sim ) sim ) sim ) sim ( ( ( ( ) não ) não ) não ) não Anexos - 120 ______________________________________________________________________________________________ Micção: Polaciúria-............................................ ( Jato interrompido ................................ ( Esforço miccional - .............................. ( Interrompe o jato precocemente ......... ( Duas ou mais micções por vez ........... ( ) sim ) sim ) sim ) sim ) sim ( ( ( ( ( ) não ) não ) não ) não ) não Urgência: Urgência imediata ............................... ( Manobras para evitar micção ............. ( Duas ou mais urgências seguidas ...... ( Agachar ou fletir o tronco ................... ( Inibe a urgência .................................. ( ) sim ) sim ) sim ) sim ) sim ( ( ( ( ( ) não ) não ) não ) não ) não Obstipação e Encopresis : sim ______ não ______ 04) Antecedentes Números de episódios de infecção : _____________ Intervenções urológicas: sim _______ não ________ Quais ? ___________________________________________________________ Crescimento pôndero-estatural: normal ________ anormal __________ Afecções urológicas associadas: sim _____ não _______ Quais? ______ ___________________________________________________________ Outras afecções: sim ______ não _______ Quais? ___________________________________________________________ Investigação neurológica: sim _______ não __________ História familiar de RVV: sim _______ não __________ 05) Qualidade de vida segundo os sintomas urinários (Escala Internacional de Avaliação dos Sintomas Prostáticos – AUA) Se você tivesse de viver toda a vida com os problemas urinários de que você sofre atualmente, como se sentiria? Assinale a opção escolhida: QV índice Ótimo 0 Bem 1 Satisfeito 2 Regular 3 Insatisfeito 4 Infeliz 5 Péssimo 6 Anexos - 121 ______________________________________________________________________________________________ 06) Exame Físico Rins: a-) palpáveis _____________ b-) não palpáveis _______________ Globo vesical : a-) palpável ___________ b-) não palpável _____________ Genitais externos - a-) posição do meato uretral: normal ________ anormal ________ Para o sexo masculino - a-) fimose: sim ___________ não __________ 07) Exames Laboratoriais I-) Urina I: Ph _______________ leucócitos ________________ hemácias _____________ I-) Creatinina ____________________ III-) Uréia _________________ IV-) Hemograma - a-) anemia: sim ____ não _____ b-) leucocitose: sim _______ não _________ V-) Urocultura com antibiograma: ___________________________________________________________ 08) Ultra-som Hidronefrose Dilatação ureteral Rim D Rim E 09) Uretrocistografia - classificação internacional do refluxo (6) I II III IV V Rim D Rim E 10) Urografia Excretora – graduação das escaras no parênquima renal 0 Rim D Rim E 11) Cintilografia Renal A B C D DIÁRIO MICCIONAL Nome: Data:_______________________ Fazer anotações neste diário por um período de 24 horas Instruções: 1- Procure anotar o volume urinado corretamente. Você pode usar uma seringa de 20 ml ou outra maneira para medir, como você preferir. 2- Caso o(a) paciente urinar a noite sem perceber, não tem problema. Faça a anotação, será impossível medir o volume perdido. 3- Preencha este diário em 3 dias diferentes, sendo um diário a cada 15/30 dias. 4- Você deverá traze-lo devidamente preenchido no dia da próxima avaliação. 5- O seguimento correto destas normas será muito importante para o sucesso do tratamento. Anexos - 122 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO F Volume Urinado Desejo incontrolável de urinar Começou e parou de urinar mais de duas vezes Esvaziamento incompleto da bexiga Esforço para urinar Anexos - 123 ______________________________________________________________________________________________ Horário da micção Anexos - 124 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO G ESTUDO URODINÂMICO I) Urofluxometria Inicial fluxo máximo _________________ ml/seg volume _______________ ml resíduo pós-miccional _____________ ml II) Cistometria capacidade vesical _____________ ml pressão detrusora de enchimento máximo __________________ cmH2O presença de hiperatividade detrusora : sim _________ cmH2O não_______ complacência __________ ml/ cmH2O III) Estudo Fluxo - Pressão fluxo máximo _______ml/seg pressão detrusora no fluxo máximo _____________ cmH2O resíduo vesical pós-miccional __________________ ml IV) Eletromiografia do Esfíncter Externo coordenado ______________________ incoordenado ____________________ V) Diagnóstico Observações: 1- A velocidade do enchimento vesical deverá ser de no máximo 10% da capacidade vesical estimada por minuto. 2- O cálculo da capacidade vesical projetada é feito da seguinte maneira: Sexo masculino: (24,8 x idade em anos) + 31,6 em ml. Sexo feminino: (22 x idade em anos) + 37,4 em ml. Anexos - 125 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO H VALORES INDIVIDUAIS DA CAPACIDADE CISTOMÉTRICA CAPACIDADE CAPACIDADE CISTOMÉTRICA CISTOMÉTRICA CASO OBSERVADA NORMAL (ml) (ml) 1 59 130,8 VARIAÇÃO PERCENTUAL COMENTÁRIOS -54% 2 103 230 -55% 3 370 400 -7% 4 105 235,4 -55% 5 230 180,4 +27% 6 203 210 -3% 7 170 191,4 -11% 8 71 106 -33% 9 130 180,4 -27% 10 240 230 +4% 11 130 106 +22% 12 190 356,6 -46% 13 160 263,4 -39% 14 208 288,2 -27% 15 330 354 -6% 16 337 400 -15% Sensibilidade normal 17 30 106 -71% PP = 33 cmH2O 18 130 329,2 -60% PP = 116 cmH2O 19 160 254,8 -37% 20 30 125,4 -76% 21 164 389,4 -57% 22 100 235,4 -57% 23 130 400 -67% 24 273 370 -26% Sensibilidade normal 25 46 191,4 -75% Sensibilidade aumentada 26 443 279,6 +58% 27 165 367,4 -55% 28 335 205,2 +63% Sensibilidade normal. Sensibilidade diminuída. PP = 44 cmH2O PP = 40 cmH2O PP = 68 cmH2O PP = 70 cmH2O Sensibilidade normal Anexos - 126 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO I VALORES INDIVIDUAIS DA COMPLACÊNCIA VESICAL CASO COMPLACÊNCIA ESPERADA (mL/cmH2O) 7,5 VARIAÇÃO PERCENTUAL 1 COMPLACÊNCIA OBSERVADA (mL/cmH2O) 5,3 2 20,6 11,5 +79% 3 18,45 20,0 -7,0% 4 2,3 11,75 -80% 5 28,75 9,02 +218% 6 35,0 10,5 +267% 7 17,0 9,57 +77% 8 3,55 5,3 -33% 9 32,5 9,02 +260% 10 12,0 11,5 +4,3% 11 15,0 5,3 +183% 12 10 17,83 -43,9% 13 22,8 13,17 + 73% 14 6,93 14,41 -51% 15 7,17 17,7 - 60% 16 16,5 20,0 - 17% 17 1,5 5,3 -71% 18 11,8 16,45 -28% 19 5,33 12,74 -58% 20 3,00 6,27 -52% 21 10,7 19,47 -45% 22 5,0 11,77 -57% 23 13,0 20,0 - 35% 24 27,3 18,5 +47% 25 3,46 9,57 -63% 26 48 13,9 +245% 27 15 18,35 -18% 28 30 10,25 + 192% -29% Anexos - 127 ______________________________________________________________________________________________ ANEXO J VALORES INDIVIDUAIS DO ESTUDO FLUXO/PRESSÃO CASO 1 QMÉDIO (mL/s) 2 Q MAX (mL/s) 10 VOLUME (mL) 59 RESÍDUO (mL) - PdetQmax (cmH2O) 18 2 2 14 103 - 66 3 15 28 369 - 19 4 4 12 105 - 48 5 6 10 230 - 68 6 5 14 203 - 47 7 5 18 170 - 38 8 4 9 71 9 4 10 130 - 65 10 9 15 240 - 69 11 2 5 130 10 19 12 9 20 190 - 49 13 6 19 160 - 68 14 7 18 208 - 40 15 5,7 25 330 - 23 16 6 9 337 - 99 17 3 8 30 - 29 18 4 12 130 - 88 19 5 8 160 - 58 20 2 6 31 - 101 21 2 16 139 25 56 22 3 4 100 - 53 23 4 15 130 - 78 24 8 27 273 - 60 25 2 8 46 - 32 26 3 10 343 100 48 27 5 11 166 - 147 28 6 15 335 - 32 63 8. Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas - 129 ______________________________________________________________________________________________ 1. ABRAHAMSSON, K.; HANSSON, E.; SILLÉN, U.; HERMANSSON, G.; HJÄLMÄS, K. Bladder dysfunction: an integral part of the ectopic ureterocele complex. J. Urol., v.160, p. 1468-70, 1998. 2. ABRAMS, P.; BLAIVAS, J.G.; STANTON, S.L.; ANDERSEN, J.T. The standardisation of terminology of lower urinary tract function. The International Continence Society Committee on Standardisation of Terminology. Scand. J. Urol. Nephrol.,. v. 114, p. 5-19, 1988. 3. ABRAMS, P.; WEIN, A.J. The overactive bladder. A widespread but treatable condition. Erik. Spar. Med., v. 1, p. 1-8, 1998. 4. ABRAMS, P.; WEIN, A.J. Introduction: Overactive bladder and its treatments. Urology, v. 55, p. 1-2, 2000. 5. ANDERSON, T.W.; FINN, J.D. The New Statistical Analysis of data, New York, Springer, 1997. 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Extraordinary urinary frequency. Pediatrics., v. 85, p.1112-4, 1990. Apêndice Apêndice _____________________________________________________________________________________________ APÊNDICE 1. NOMOGRAMA DE FLUXO URINÁRIO MÁXIMO E VOLUME URINADO EM MENINOS COM SUPERFÍCIE CORPÓREA INFERIOR A 0,92m2 Fluxo urinário máximo (mL/s) 30 27,5 95th 90th 75th 25 22,5 50th 25th 10th 5th 20 17,5 15 12,5 10 7,5 5 2,5 0 20 40 60 80 100 150 200 Volume urinado (mL) FONTE: SZABO; FEGYVERNEKI (1995) 250 300 Apêndice _____________________________________________________________________________________________ 2. NOMOGRAMA DE FLUXO URINÁRIO MÁXIMO E VOLUME URINADO EM MENINOS COM SUPERFÍCIE CORPÓREA entre 0,92m2 - 1,42m2 Fluxo urinário máximo (mL/s) 40 35 95th 90th 30 75th 25 50th 20 25th 10th 5th 15 10 5 0 20 50 100 150 200 250 300 350 400 Volume urinado (mL) FONTE: SZABO; FEGYVERNEKI (1995) 450 500 550 590 Apêndice _____________________________________________________________________________________________ 3. NOMOGRAMA DE FLUXO URINÁRIO MÁXIMO E VOLUME URINADO EM MENINOS COM SUPERFÍCIE CORPÓREA SUPERIOR A 1,42m2 Fluxo urinário máximo (mL/s) 50 45 95 th 90 th 40 75 th 35 50 th 30 25 25 th 20 10 th 5 th 15 10 5 0 20 50 100 150 200 250 300 350 400 Volume urinado (mL) FONTE: SZABO; FEGYVERNEKI (1995) 450 500 550 590 Apêndice _____________________________________________________________________________________________ 4. NOMOGRAMA DE FLUXO URINÁRIO MÁXIMO E VOLUME URINADO EM MENINAS COM SUPERFÍCIE CORPÓREA INFERIOR A 0,92m2 30 Fluxo urinário máximo (mL/s) 27.5 25 95 th 90 th 75 th 22.5 20 50 th 17.5 25 th 10 th 5 th 15 12.5 10 7.5 5 2.5 0 20 40 60 80 100 150 200 Volume urinado (mL) FONTE: SZABO; FEGYVERNEKI (1995) 250 300 Apêndice _____________________________________________________________________________________________ 5. NOMOGRAMA DE FLUXO URINÁRIO MÁXIMO E VOLUME URINADO EM MENINAS COM SUPERFÍCIE CORPÓREA ENTRE 0,92 m2 - 1,42m2 Fluxo urinário máximo (mL/s) 45 95 th 90 th 75 th 40 35 50 th 30 25 th 10 th 5 th 25 20 15 10 5 Volume urinado (mL) FONTE: SZABO; FEGYVERNEKI (1995) Apêndice _____________________________________________________________________________________________ 6. NOMOGRAMA DE FLUXO URINÁRIO MÁXIMO E VOLUME URINADO EM MENINAS COM SUPERFÍCIE CORPÓREA SUPERIOR A 1,42m2 Fluxo urinário máximo (mL/s) 60 55 95 th 90 th 75 th 50 45 40 50 th 35 30 25 th 25 10 th 5 th 20 15 10 5 Volume urinado (mL) FONTE: SZABO; FEGYVERNEKI (1995)
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