Pegando pesado contra o tabaco (Unimed Rio)
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Pegando pesado contra o tabaco (Unimed Rio)
Pegando pesado contra o tabaco Peças publicitárias e fotos mais impactantes em maços são estratégias de campanha aprovadas em outros países. As imagens que estampam o verso dos maços de cigarro têm despertado polêmica e atraído a atenção da mídia nos últimos meses. Com as fotos fortes, o Ministério da Saúde pretende sensibilizar os jovens para a campanha "Fique esperto, começar a fumar é cair na deles”. De acordo com Alberto José de Araújo – médico pneumologista, sanitarista e do trabalho – a campanha direcionada aos jovens é uma escolha acertada. "Cerca de 90% dos fumantes adultos se tornaram escravos do tabaco antes dos 20. Entre 7 e 12 anos, começam a experimentar e, de 14 a 19, já se tornam dependentes, ainda que fumem poucos cigarros", justifica ele, que é diretor do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na opinião do médico, a nova série de imagens é possivelmente de maior impacto que as anteriores. Para sua criação, foram feitas pesquisas que contaram com auxílio da UFRJ, PUC-Rio e da Universidade Federal Fluminense (UFF). Alberto conta que tanto no Brasil como no Canadá, país precursor da estratégia, pesquisas de opinião têm revelado grande impacto nas advertências veiculadas nos maços, tanto entre os consumidores habituais quanto nos “fumantes de primeira viagem”. Segundo o pneumologista, a resposta varia conforme a faixa etária. "As imagens com os malefícios do tabaco impressionam mais aos adultos, por estarem em uma idade em que as doenças relacionadas ao tabaco (infarto, derrame cerebral, enfisema e câncer de pulmão, entre outras) se tornam uma realidade mais próxima. Já os mais jovens ficam mais impactados ao se deparem com o risco de complicações no desempenho físico e sexual e na aparência, como dentes amarelados, mau cheiro e pele desidratada e mumificada", comenta. Outro fator apontado por Araújo como determinante no combate ao cigarro é um maior engajamento dos médicos. Segundo o pneumologista, uma das dificuldades das campanhas é o escasso tempo disponível dos profissionais de saúde para conversarem sobre o assunto dentro do consultório, com os pacientes e familiares, e em espaços sociais, como escolas, clubes sociais e a própria imprensa. "O papel dos médicos não se restringe a diagnosticar e tratar as conseqüências danosas do consumo de tabaco. Eles devem ser modelos de comportamento e agentes promotores da saúde, que alertam para a prevenção primária e secundária, influenciando positivamente para que novas vítimas não se iniciem no vício e para que os dependentes procurem ajuda a fim de reduzir os riscos dos agravos em suas vidas".
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