Análise Setorial do Ensino Superior Privado

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Análise Setorial do Ensino Superior Privado
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Brasil
1
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Brasil
Foz do Iguaçu – PR – Brasil
2009
3
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Coordenação Geral
Elaboração
Ryon Braga
Claudio Garcia
José Maria de Vasconcellos e Sá
Luciana Coutinho
Paulo Presse
Rafael Vilasboas
Rodrigo Capelato
Ryon Braga
Revisão e Diagramação
Produção
Comercialização
4
Epígrafe Editorial
Hoper Estudos de Mercado
(45) 2102-1423
[email protected]
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Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
SUMÁRIO
ÍNDICE DE GRÁFICOS, TABELAS E FIGURAS ................................................................. 7
I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13
2. O SISTEMA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL ............................................. 15
O Viés da Educação Superior Pública no Brasil .............................................................. 15
3. A EXP
ANSÃO DO SETOR DE EDUCAÇÃO PRIV
ADA .............................................. 17
EXPANSÃO
PRIVADA
Vencendo a Barreira Ideológica .................................................................................... 17
Histórico da Expansão .................................................................................................. 17
Situação Atual da Expansão do Setor ....................................................................... 21
4. A EVOLUÇÃO DA DEMANDA P
ARA
PARA
O ENSINO SUPERIOR ................................................................................................ 24
Ingressantes ................................................................................................................. 24
Matrículas ................................................................................................................... 26
5. PROJEÇÃO DO CRESCIMENTO DA DEMANDA
NO ENSINO SUPERIOR .............................................................................................. 28
Cenários ...................................................................................................................... 29
6. PERFIL ECONÔMICO-FINANCEIRO DO SETOR ............................................................ 37
Faturamento do Setor .................................................................................................. 37
Mensalidades .............................................................................................................. 37
Indicadores Econômico-financeiros do Setor .................................................................. 39
Indicadores Econômico-financeiros por Organização Acadêmica .................................... 40
Indicadores Econômico-financeiros Total – 2008 ........................................................ 41
Conclusões ........................................................................................................... 41
7. O PERFIL COMPETITIVO DO SETOR EDUCACIONAL .................................................... 43
Relação Ingresso / Vaga e Candidato / Vaga ................................................................. 45
Diluição da Demanda .................................................................................................. 46
Participação dos Estados .............................................................................................. 47
8. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SETOR ...................................................................... 60
Investimento em Educação ........................................................................................... 60
Faturamento ......................................................................................................... 61
Candidatos ........................................................................................................... 61
Docentes ..................................................................................................................... 63
Cursos ......................................................................................................................... 63
Concluintes .................................................................................................................. 65
População Universitária ................................................................................................ 68
Mensalidades .............................................................................................................. 68
Índice Geral de Cursos – IGC ........................................................................................ 69
Evasão ................................................................................................................. 71
Perfil da Evasão ........................................................................................................... 73
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9. AS EMPRESAS LIST
ADAS NA BM&FBOVESP
A ............................................................. 75
LISTADAS
BM&FBOVESPA
Anhanguera Educacional ............................................................................................. 75
Mapa das Unidades ..................................................................................................... 76
Estácio ......................................................................................................................... 82
Kroton ......................................................................................................................... 90
SEB ............................................................................................................................. 96
Aquisições do Setor ................................................................................................... 102
10. A CONSOLIDAÇÃO NO SETOR DE ENSINO PRIV
ADO ............................................. 106
PRIVADO
11. ENSINO A DISTÂNCIA – EAD E AS NOV
AS TECNOLOGIAS ..................................... 109
NOVAS
Números do Setor ...................................................................................................... 109
Mídias mais Utilizadas ............................................................................................... 110
Ingressantes ........................................................................................................ 111
Matrículas ................................................................................................................. 112
Candidatos ................................................................................................................ 113
Concluintes ................................................................................................................ 113
12. FONTES DE PESQUISA ............................................................................................ 114
ANEXO – INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR .......................................... 115
A Internacionalização da Educação ............................................................................ 115
A Internacionalização da Informação .......................................................................... 116
A Internacionalização do Brasil ................................................................................... 116
Instituições de Ensino Superior ............................................................................... 122
A Internacionalização do Ensino no Mundo ............................................................. 123
Dados Referentes ao Cenário Mundial ....................................................................124
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GRÁFICOS, TABELAS E FIGURAS
Gráficos
Gráfico 3.1 – Evolução do Número de Vagas na Graduação Presencial
no Brasil
Gráfico 3.2 – Crescimento de Vagas nas IES Privadas
Gráfico 3.3 – Evolução das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil
Gráfico 3.4 – Taxas de Crescimento das Matrículas do Setor Privado
na Graduação Presencial no Brasil
Gráfico 3.5 – Evolução do Número de Funcionários Técnico-administrativos do Ensino Superior no Brasil
Gráfico 3.6 – Matrículas no Ensino Médio Regular Brasileiro
Gráfico 3.7 – Evolução da População de 15 a 17 anos de idade
(2000 a 2012)
Gráfico 3.8 – Evolução da População de 18 a 24 anos de idade
(2000 a 2012)
Gráfico 3.9 – Diluição da Demanda – Gráfico em Curvas da Evolução dos
Números de Vagas e de Ingressantes (1997-2007)
Gráfico 4.1 – Evolução dos Ingressantes na Graduação Presencial no
Brasil (vestibular + outros processos seletivos)
Gráfico 4.2 – Taxa de Crescimento dos Ingressantes na Graduação
Presencial no Brasil (vestibular + outros processos seletivos)
Gráfico 4.3 – Matrículas na Graduação Presencial no Brasil – Público
e Privado 2007
Gráfico 4.4 – Evolução das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil
Gráfico 4.5 – Taxas de Crescimento das Matrículas do Setor Privado na
Graduação Presencial no Brasil
Gráfico 5.1 – Evolução das Matrículas no Ensino Médio Regular – Brasil
Gráfico 5.2 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada
no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 1
Gráfico 5.3 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil
(Setor Privado) – Cenário 1
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Gráfico 5.4 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 1
Gráfico 5.5 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público) – Cenário 1
Gráfico 5.6 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada
no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 2
Gráfico 5.7 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil –
Setor Privado – Cenário 2
Gráfico 5.8 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 2
Gráfico 5.9 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público) – Cenário 2
Gráfico 5.10 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada
no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 3
Gráfico 5.11 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil
(Setor Privado) – Cenário 3
Gráfico 5.12 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 3
Gráfico 5.13 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público) – Cenário 3
Gráfico 6.1 – Evolução do Faturamento do Ensino Superior
Privado Brasileiro
Gráfico 6.2 – Evolução do Valor Médio das Mensalidades do Ensino
Superior Privado Brasileiro
Gráfico 6.3 – Distribuição das IES por Organização Acadêmica
Gráfico 6.4 – Distribuição das IES por Natureza Jurídica
Gráfico 7.1 – Relação Candidato/Vaga/Ingresso nas IES Privadas
Gráfico 7.2 – Número de IES no Brasil
Gráfico 7.3 – Evolução da Relação Ingressante/Vaga nas IES Privadas
Gráfico 7.4 – Evolução da Relação Candidato/Vaga nas IES Privadas
Gráfico 7.5 – Crescimento dos Candidatos Inscritos nas IES Privadas
Gráfico 7.6 – Número de IES com até 500 Alunos
Gráfico 8.1 – Investimento do Setor Privado por Segmento Educacional
Gráfico 8.2 – Evolução do Número de Candidatos Inscritos na Graduação
Presencial no Brasil
Gráfico 8.3 – Evolução do Número de Docentes na Graduação
Presencial no Brasil
8
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Gráfico 8.4 – Evolução do Número de Cursos na Graduação
Presencial no Brasil
Gráfico 8.5 – Evolução do Número de Concluintes na Graduação
Presencial no Brasil
Gráfico 8.6 – Percentual de Universitários em Relação à População por
Estados da Federação
Gráfico 8.7 – Evolução da Taxa de Evasão nas IES Públicas e Privadas
no Brasil
Gráfico 8.8 – Taxa de Concluintes no Ensino Superior Brasileiro
Público e Privado
Gráfico 8.9 – Taxa de Evasão e Mensalidade Média no Ensino Superior
Brasileiro – Público e Privado
Gráfico 8.10 – Evolução da Taxa de Evasão ao Longo do Curso
Gráfico 9.1 – Evolução do Crescimento de Matrículas – Anhanguera
Gráfico 9.2 – Evolução das Matrículas e Participação no
Mercado – Anhanguera
Gráfico 9.3 – Evolução das Receitas e Margens – Anhanguera
Gráfico 9.4 – Evolução do Preço da Ação – AEDU11
Gráfico 9.5 – Fatos Relevantes e Evolução do Número de Alunos – Estácio
Gráfico 9.6 – Evolução do Número de Alunos – Estácio
Gráfico 9.7 – Evolução das Matrículas e Participação no
Mercado – Estácio
Gráfico 9.8 – Evolução das Receitas e Margens – Estácio
Gráfico 9.9 – Evolução do Preço da Ação – ESTC3
Gráfico 9.10 – Evolução do Número de Alunos – Kroton
Gráfico 9.11 – Evolução das Matrículas e Participação no
Mercado – Kroton
Gráfico 9.12 – Evolução das Receitas e Margens – Kroton
Gráfico 9.13 – Evolução do Preço da Ação – KROT11
Gráfico 9.14 – Evolução do Número de Alunos – SEB
Gráfico 9.15 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – SEB
Gráfico 9.16 – Evolução das Receitas e Margens – SEB
Gráfico 9.17 – Evolução do Preço da Ação – SEBB11
Gráfico 9.18 – Relação Preço/Aluno nas Aquisições do Setor
de Educação Superior
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Gráfico 11.1 – Evolução dos Ingressantes na Educação a Distância no Brasil
(vestibular + outros processos seletivos)
Gráfico 11.2 – Taxa de Crescimento dos Ingressantes na Educação
a Distância no Brasil (vestibular + outros processos seletivos)
Gráfico 11.3 – Evolução das Matrículas na Educação a Distância no Brasil
Gráfico 11.4 – Taxa de Crescimento das Matrículas na Educação
a Distância no Brasil
Gráfico 11.5 – Evolução do Número de Candidatos Inscritos na Educação
a Distância no Brasil
Gráfico 11.6 – Evolução do Número de Concluintes na Educação
a Distância no Brasil
Gráfico A.1 – Aspectos que Mais Chamam a Atenção dos Recrutadores
Gráfico A.2 – Atividades Importantes para a Formação
Gráfico A.3 – Perfil Demográfico do Consumidor de Intercâmbio no Brasil
Gráfico A.4 – Países que Mais Interessam aos Intercambistas Brasileiros
Gráfico A.5 – Principais Destinos Receptivos em 2008
Tabelas
Tabela 6.1 –
Mensalidade Média por Estado
Tabela 6.2 –
Indicadores Econômico-financeiros por Organização
Acadêmica
Tabela 6.3 –
Indicadores Econômico-financeiros por Natureza Jurídica
Tabela 6.4 –
Indicadores Econômico-financeiros Total
Tabela 7.1 –
Estatística das IES do Setor Privado – Região Centro-oeste
Tabela 7.2 –
Estatística das IES do Setor Privado – Região Nordeste
Tabela 7.3 –
Estatística das IES do Setor Privado – Região Norte
Tabela 7.4 –
Estatística das IES do Setor Privado – Região Sudeste
Tabela 7.5 –
Estatística das IES do Setor Privado – Região Sul
Tabela 7.6 –
Distribuição de IES privadas por Porte e Região
Tabela 7.7 –
Estatística das IES do Setor Privado – Distrito Federal
Tabela 7.8 –
Estatística das IES do Setor Privado – Goiás
Tabela 7.9 –
Estatística das IES do Setor Privado – Mato Grosso
Tabela 7.10 – Estatística das IES do Setor Privado – Mato Grosso do Sul
Tabela 7.11 – Estatística das IES do Setor Privado – Alagoas
10
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Tabela 7.12 – Estatística das IES do Setor Privado – Bahia
Tabela 7.13 – Estatística das IES do Setor Privado – Ceará
Tabela 7.14 – Estatística das IES do Setor Privado – Maranhão
Tabela 7.15 – Estatística das IES do Setor Privado – Paraíba
Tabela 7.16 – Estatística das IES do Setor Privado – Pernambuco
Tabela 7.17 – Estatística das IES do Setor Privado – Piauí
Tabela 7.18 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio Grande do Norte
Tabela 7.19 – Estatística das IES do Setor Privado – Sergipe
Tabela 7.20 – Estatística das IES do Setor Privado – Acre
Tabela 7.21 – Estatística das IES do Setor Privado – Amapá
Tabela 7.22 – Estatística das IES do Setor Privado – Amazonas
Tabela 7.23 – Estatística das IES do Setor Privado – Pará
Tabela 7.24 – Estatística das IES do Setor Privado – Rondônia
Tabela 7.25 – Estatística das IES do Setor Privado – Roraima
Tabela 7.26 – Estatística das IES do Setor Privado – Tocantins
Tabela 7.27 – Estatística das IES do Setor Privado – Espírito Santo
Tabela 7.28 – Estatística das IES do Setor Privado – Minas Gerais
Tabela 7.29 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio de Janeiro
Tabela 7.30 – Estatística das IES do Setor Privado – São Paulo
Tabela 7.31 – Estatística das IES do Setor Privado – Paraná
Tabela 7.32 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio Grande do Sul
Tabela 7.33 – Estatística das IES do Setor Privado – Santa Catarina
Tabela 7.34 – Distribuição das IES Privadas por Porte e por Estados
Tabela 8.1 –
Cursos Privados mais Demandados na Graduação
Presencial no Brasil
Tabela 8.2 –
Maiores Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil
Tabela 8.3 –
Matrículas em Cursos Privados na Graduação
Presencial no Brasil
Tabela 8.4 –
Matrículas em Cursos Privados na Graduação Presencial
no Brasil por Turno
Tabela 8.5 –
Mensalidade Média por Estado
Tabela 8.6 –
Ranking dos 80 Melhores Cursos pelo IGC
Tabela 8.7 –
Evasão do Ensino Superior por Semestre
Tabela 8.8 –
Evasão do Ensino Superior por Turno
11
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Tabela 8.9 –
20 Cursos mais Procurados com Maior Taxa de Evasão
Tabela 9.1 –
Perfil do Grupo Anhanguera
Tabela 9.2 –
Perfil do Conselho de Administração – Anhanguera
Tabela 9.3 –
Perfil da Diretoria Executiva – Anhanguera
Tabela 9.4 –
Perfil do Conselho de Administração – Estácio
Tabela 9.5 –
Perfil da Diretoria Executiva – Estácio
Tabela 9.6 –
Perfil do Conselho de Administração – Kroton
Tabela 9.7 –
Perfil da Diretoria Executiva – Kroton
Tabela 9.8 –
Perfil do Conselho de Administração – SEB
Tabela 9.9 –
Perfil da Diretoria Executiva – SEB
Tabela 9.10 – Múltiplos das Empresas do Setor de Educação no
Brasil e nos EUA
Tabela 10.1 – Ranking dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior
Privado no Brasil
Tabela 10.2 – Indicadores Financeiros dos Grupos Consolidadores do
Ensino Superior Privado no Brasil
Tabela 11.1 – Principais Instituições Ofertantes de EAD
Tabela 11.2 – Número de Cursos de EAD
Tabela A.1 – Nível de Escolarização de Potenciais Intercambistas
Tabela A.2 – Principais Destinos dos Intercambistas Brasileiros
Tabela A.3 – Motivo de Viagem dos Intercambistas Brasileiros
Figuras
12
Figura 9.1 –
Unidades do Grupo Anhanguera
Figura 9.2 –
Unidades do Grupo Estácio
Figura 9.3 –
Unidades do Grupo Kroton
Figura 9.4 –
Unidades do Grupo SEB
Figura 9.5 –
Evolução Histórica do Grupo SEB
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I.
INTRODUÇÃO
Apresentação
A Análise Setorial Hoper do Ensino Superior Privado no Brasil está em sua terceira
edição e já se consolidou enquanto documento de referência do setor, em função da abrangência das informações mercadológicas e das análises estratégicas
que apresenta.
Utilizada por todas as empresas educacionais que realizaram a oferta primária
de ações (IPO) na BM&FBOVESPA desde 2007, a Análise Setorial Hoper serviu de
fonte de consulta para a produção dos prospectos de oferta de ações aos investidores nacionais e estrangeiros, caracterizando-se enquanto fonte de informações
fundamentais sobre o desenvolvimento desse importante setor da economia,
que movimenta mais de 25 bilhões de reais anualmente.
Instituições de ensino, empresas mantenedoras, grupos educacionais, companhias
abertas, bancos e gestoras de investimentos, fundos de private equity, no Brasil
e no exterior, consultam a Análise Setorial Hoper para conhecer e compreender o
complexo e promissor mercado da educação privada no Brasil.
A Análise Setorial Hoper veio preencher uma lacuna importante no acesso às
informações mercadológicas do setor de educação, proporcionando ao empresariado e aos investidores do setor uma correta leitura da realidade, a partir de
dados e análises quantitativas, que propiciam um embasamento técnico para
a tomada de decisões gerenciais e de negócios.
A correta utilização das informações mercadológicas e setoriais traz uma série de
oportunidades para a melhoria do desempenho da instituição de ensino superior, dentre elas:
a) Possibilita que a instituição acompanhe o mercado e o setor de maneira
prospectiva, antecipando-se aos possíveis problemas e desafios, compreendendo e aproveitando tendências futuras desse mercado.
b ) Permite que a instituição reconheça, antecipadamente, as ameaças e oportunidades para o desenvolvimento do seu negócio.
c)
Auxilia no desenvolvimento da inteligência competitiva da instituição uma
vez que transforma uma extensa quantidade de dados setoriais em informações estratégicas que trazem valor agregado ao negócio.
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A Análise Setorial Hoper do Ensino Superior Brasileiro é resultado de um amplo
trabalho de coleta, tratamento e análise de dados primários e secundários
de inúmeras pesquisas e estudos realizados pela Hoper Estudos de Mercado nos
últimos anos e por mais de uma dezena de outras empresas e instituições de
pesquisa, entre elas o MEC (Ministério da Educação), INEP (Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), Ideal Invest, Observatório Universitário, Paulo Renato
Souza Consultores, Macroplan e ABED (Associação Brasileira de Ensino a Distância).
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2. O SISTEMA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL
O Viés da Educação Superior Pública no Brasil
Ao longo das últimas duas décadas, o setor privado foi adquirindo presença majoritária no
ensino superior brasileiro (75% dos alunos matriculados) devido, principalmente, à incapacidade
do setor público de atender à demanda de estudantes de nível superior.
Em virtude de um viés ideológico histórico, o setor de ensino superior público no Brasil ainda
é fortemente elitizado. Oferece atualmente apenas 330 mil vagas anuais (12% do total de
vagas), para atender a uma demanda anual de egressos do ensino médio de aproximadamente
2,1 milhões de jovens (concluintes do ensino médio regular mais os concluintes do EJA –
Educação de Jovens e Adultos). O setor público deixa de atender à demanda de 1.770.000
jovens anualmente – os “excluídos” do sistema público.
O setor privado consegue, por sua vez, absorver parte desses “excluídos”, algo em torno de
825 mil ingressantes com idade inferior a 24 anos, que podem pagar a mensalidade, ficando
os restantes 945 mil estudantes/ano sem nenhuma oportunidade de ingressar num curso superior,
engrossando a massa dos mais de 7 milhões de “excluídos” do sistema. Tal realidade faz com
que o Brasil ostente uma das piores posições no ranking divulgado pela OCDE no que se refere
às taxas de escolarização superior.
Não há perspectiva de melhoria significativa, no curto prazo, da taxa de escolarização superior
no Brasil. No atual cenário não cumpriremos a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de
colocar 30% de nossos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior, uma vez que
o percentual atual não alcança 14%.
Os motivos desse cenário pessimista são simples: nas atuais condições de mercado, o setor
privado não tem como reduzir o valor médio das mensalidades, atualmente em torno dos
R$ 457,00 e o setor público não quer e não consegue deixar de ser elitista.
Atualmente, em média, um aluno de curso superior matriculado em uma universidade pública
federal custa aos cofres públicos R$ 27.420,00 anualmente, o que representa cinco vezes mais
o custo de um aluno matriculado no setor privado. Esse valor é bem próximo do que custa um
estudante nos países desenvolvidos, mostrando claramente o descompasso entre as necessidades
da nossa sociedade e os interesses dos dirigentes e acadêmicos do setor de ensino público.
Nem mesmo se o ensino público tivesse qualidade cinco vezes superior ao ensino privado
(sabemos bem que não possui), ainda assim não seria justificável tamanho descompasso com
as necessidades do País.
O governo brasileiro divulga amplamente, em tom populista e eleitoreiro, a grande expansão
da universidade pública ocorrida nos últimos seis anos (desde o início do governo Lula). A
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Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
verdade, no entanto, é que a expansão do setor público foi irrisória e insignificante para as
necessidades da população. Passou de 281 mil vagas, em 2003, para 330 mil vagas, em 2008.
Esse aumento de 49 mil vagas só beneficia 6% dos atuais excluídos da educação superior
brasileira, ou seja, quase nada.
No curto e médio prazo não vemos possibilidade do setor público alterar sua estrutura elitista.
O corporativismo da academia e a ideologia dominante neste ambiente oferece forte obstáculo
para qualquer tentativa de massificação do setor público. Resta ao poder executivo investir
ainda mais em programas de auxilio ao estudante de menor renda (que não consegue espaço
na universidade pública), tais como ProUni e FIES, e deixar ao setor privado a tarefa de fazer
a “inclusão social” no ensino superior brasileiro.
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3. A EXP
ANSÃO DO SETOR DE EDUCAÇÃO PRIV
ADA
EXPANSÃO
PRIVADA
Vencendo a Bar
Barrr eira Ideológica
A forte expansão do setor de ensino superior privado no Brasil, ocorrida após a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação – LDB – (entre 1997 e 2006), ainda é vista com desconfiança por alguns
ideólogos do sistema educacional e governamental brasileiro, tendo enquanto pano de fundo
o argumento, injustificado, de queda de qualidade na educação superior, ocasionada pela
predominância da iniciativa privada.
Felizmente para o País, os preconceitos contra a iniciativa privada na educação estão arrefecendo
e em seu lugar floresce a ideia de que quanto mais ampliamos as oportunidades de estudo,
maiores são os benefícios para a população, para o setor produtivo e para o desenvolvimento
da nação.
Estudiosos do crescimento econômico e da distribuição de renda têm constatado que
o principal determinante observável isolado da renda é a educação. À medida que o ensino
superior se expande e se dinamiza, traz elementos positivos, tanto para o setor produtivo
(que passa a contar com pessoal mais qualificado) quanto para o campo pessoal. Maior nível
de escolaridade aumenta as chances de inclusão social, considerando a inserção em um mercado
de trabalho cada vez mais exigente, e no acesso aos bens de consumo, cada vez mais sofisticados
e complexos.
Já está disseminada em nossa sociedade a ideia de que a educação é a base para a mobilidade
social e para o aumento de renda das pessoas, trazendo ainda impactos globais na qualificação
da mão-de-obra e no consequente incremento nos investimentos empresariais e no
desenvolvimento da nação.
Histórico da Expansão
Poucos setores da economia brasileira passaram por um movimento de crescimento comparado
ao do Ensino Superior Privado. As Instituições de Ensino Superior (IES) Privadas, no Brasil,
foram responsáveis por uma expansão de 394% da oferta de vagas no período 1997-2007
(média de 17,30% a.a). Um crescimento quase sem precedentes, apenas comparável ao
crescimento da oferta de serviços de telecomunicações, após a privatização, e ao crescimento
dos serviços financeiros nas décadas de 1980 e 1990.
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Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 3.1 – Evolução do Número de Vagas na Graduação Presencial no Brasil
Gráfico 3.2 – Crescimento de Vagas nas IES Privadas
A expansão do setor, triplicando o número de matrículas em pouco mais de uma década, de
1,2 milhão em 1997, para 3,6 milhões, em 2007, ocorreu sobre diversas bases.
A demanda potencial que se mantinha represada ao longo dos anos, passou a ser atendida
devido à proliferação e à interiorização de IES e à criação de novos cursos nas diversas áreas de
conhecimento. Verificou-se também neste período, a ampliação da demanda em função
do aumento do número de egressos do ensino médio (fruto do aumento de matrículas neste
segmento) e a volta aos estudos de pessoas de mais idade.
Os principais fatores que contribuíram para a expansão do setor no período 1997-2007 foram:
a) A promulgação, em 1988, da nova Constituição da República Federativa do Brasil que, em
seu artigo 209, afirma que a educação é livre à iniciativa privada, desde que atendido
o cumprimento das normas gerais da educação nacional, e que esta ficará submetida
à autorização e verificação de qualidade pelo poder público.
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Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
b) Sanção da Lei 9.394, em 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, regulamentando o processo da livre iniciativa do setor privado ao
ensino superior.
c ) Flexibilização das regras para a abertura de cursos e instituições a partir de 1997, por
iniciativa do ministro Paulo Renato Souza durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
d ) Regulamentação da lei, em 1998, que permitiu que IES fossem constituídas enquanto
empresas com finalidades lucrativas.
e) Existência de uma enorme demanda reprimida de jovens que não conseguiam aprovação
em processos seletivos das IES. Essa demanda reprimida esgotou-se no ano de 2002 quando
a oferta de vagas superou a procura.
f ) Universalização do ensino fundamental com consequente crescimento do ensino médio,
ocorrida também no governo Fernando Henrique Cardoso.
g ) Retorno aos estudos de boa parte das pessoas oriundas da população economicamente
ativa (PEA) que já haviam concluído o ensino médio há cinco anos ou mais. Tal fato deve-se
ao aumento do número de instituições e interiorização das mesmas, facilitando o acesso,
bem como devido à maior exigência do mercado de trabalho por qualificação.
h ) Diminuição do valor médio das mensalidades, atualmente em torno dos R$ 457,00, com
o surgimento de cursos e instituições cobrando valores cada vez menores, possibilitando
a entrada no mercado de alunos da classe socioeconômica C e de parte da classe D.
Gráfico 3.3 – Evolução das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil
19
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 3.4 – Taxas de Crescimento das Matrículas do Setor Privado na Graduação Presencial no Brasil
A expansão do ensino superior privado trouxe inequívocas vantagens para o aluno e para
a sociedade, melhorando o nível educacional da força de trabalho, aumentando a empregabilidade dos formados e gerando centenas de milhares de empregos no setor. Só no setor
privado o número de funcionários técnico-administrativos atingiu mais de 173 mil, em 2007.
Gráfico 3.5 – Evolução do Número de Funcionários Técnico-administrativos do Ensino Superior no Brasil
O crescimento do setor de ensino superior também foi positivo para a imagem do Brasil no
exterior e ajudou no crescimento da economia, tanto direta quanto indiretamente, contribuindo
para a melhoria do chamado “Risco Brasil”. A taxa de escolarização do País, em conjunto com
aspectos como o nível do déficit fiscal, as turbulências políticas, o crescimento da economia e
a relação entre arrecadação e dívida de um país, constitui um importante aspecto de avaliação
de risco por parte dos investidores internacionais.
Todos os benefícios proporcionados à sociedade e ao País em decorrência da expansão do
ensino superior devem-se ao mérito dos empreendedores privados que, a despeito das dificuldades
impostas pelo Governo, conseguem ser responsáveis, atualmente, por 75% de todos
os alunos matriculados no ensino superior, ou aproximadamente 3,8 milhões de alunos.
20
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Situação Atual da Expansão do Setor
A grande expansão que o setor de ensino superior privado viveu entre os anos de 1997 e 2007
(década de ouro) já se esgotou em quase todo o Brasil, muito embora ainda exista uma grande
demanda potencial de alunos não atendida; pois não há capacidade de pagamento por parte
desses alunos, nas atuais condições de mercado. Sem modificações substanciais na economia
brasileira, na distribuição de renda ou nas formas de financiamento para o aluno carente,
serão poucas as chances de o setor voltar a crescer de maneira significativa. O mais provável é
esperar, mantidas as atuais condições de mercado, um crescimento orgânico da ordem de 3%
a.a para os próximos anos, ao menos no que se refere ao ensino presencial.
A “estabilização” no crescimento da demanda é dada pelos seguintes fatores:
a) Estabilização, com ligeiro declínio nas matrículas e concluintes do ensino médio brasileiro.
b ) Fim da demanda reprimida dos que não eram aprovados em nenhum processo seletivo.
c)
Diminuição da população brasileira nas faixas etárias de 15 a 17 anos (a partir de 2000)
e 18 a 24 anos (a partir de 2005).
d ) Diluição da demanda devido ao excesso de vagas ofertadas. De 0,78 ingressante/vaga,
em 1997, para 0,47 ingressante/vaga, em 2007.
e) Evidências de esgotamento na demanda reprimida de pessoas, com renda superior
a 3 salários mínimos, nas faixas etárias acima de 24 anos que ainda não possuem ensino
superior.
Gráfico 3.6 – Matrículas no Ensino Médio Regular Brasileiro
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
21
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 3.7 – Evolução da População de 15 a 17 anos (2000 a 2012)
Gráfico 3.8 – Evolução da População de 18 a 24 anos (2000 a 2012)
Gráfico 3.9 – Diluição da Demanda – Gráfico da Evolução
dos Números de Vagas e de Ingressantes (1997-2007)
22
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
A estabilização da demanda não é um fenômeno que ocorre uniformemente em todo
o território nacional. Os estados das regiões Norte e Nordeste ainda vivem o período final da
expansão da demanda e os pequenos municípios de todo o País se beneficiam do ensino
a distância para engrossar suas estatísticas de alunos matriculados em cursos superiores.
Ainda há um contingente de pessoas de faixas etárias superiores a 28 anos que poderiam
voltar a estudar visando à realização de um curso superior, repercutindo no crescimento da
demanda. No entanto, os modelos de cursos e a forma de organização do processo ensino/
aprendizagem ainda não evoluíram ao ponto de customizar seus produtos (serviços) para
atender às necessidades, expectativas e desejos desse perfil de público.
O surgimento de novas e atrativas modalidades de financiamento (crédito estudantil) e a proliferação de cursos com valores de mensalidade abaixo dos R$ 300,00 poderão também
repercutir positivamente no aumento das taxas de crescimento da demanda pelo ensino superior.
Por último, o surgimento de novos e inovadores cursos, ou modelos de cursos, suprindo as
muitas lacunas existentes na relação educação formal versus necessidades do mercado de
trabalho, poderá também dar sua parcela de contribuição para o crescimento da demanda.
23
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
4. A EVOLUÇÃO DA DEMANDA P
ARA
PARA
O ENSINO SUPERIOR
Em nossa análise, consideramos como demanda de clientes para o setor de ensino superior
apenas a quantidade de alunos que ingressam nas instituições de ensino a cada ano. São
os chamados calouros. Não é correto considerar demanda o número de candidatos inscritos nos
processos seletivos, uma vez que, em média, cada candidato se inscreve em 3,5 instituições. Se
considerarmos apenas o setor privado, essa relação cai para 2,5, ou seja, cada candidato presta
vestibular em 2,5 instituições, em média.
A crítica que tem sido feita à utilização desse critério refere-se à possível existência de demanda
reprimida, representada pelos candidatos que não conseguiram ingressar em nenhuma
instituição de ensino. Porém, com uma taxa de ociosidade superior a 52%, o ensino superior
privado brasileiro não tem mais demanda reprimida há pelo menos seis anos, dadas as atuais
condições de preço e financiamento estudantil ofertados. Foram mais de 1,3 milhão de vagas
não preenchidas nas Instituições Privadas em 2007.
Ingr es santes
s a nte s
sa
No período de 1997 a 2003, o setor de ensino superior privado viveu um período de crescimento
exponencial, com o aumento de alunos ingressantes de 154%, e média anual de 16,8%.
A desaceleração do crescimento iniciou-se em 2003, com taxa de 7,7%, e culminou em 2004,
com crescimento de apenas 2,0%.
A ajuda estatal, por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), elevou a taxa de
crescimento em 2005 para 9,1%, mas sem essa ajuda o crescimento real do setor privado teria
sido de apenas 1,9%. O ProUni incentivou as instituições privadas a trocarem parte dos impostos
federais por vagas oferecidas à população carente, população esta que não teria condições de
cursar uma faculdade privada. Entretanto, em 2006 e 2007, nem o incentivo do ProUni conseguiu
ajudar na retomada do crescimento, quando o setor apresentou taxas de 3,8% e 2,8%,
respectivamente. Para os próximos anos, o crescimento da demanda para ingressantes na
graduação presencial no Brasil deve se estabilizar no patamar de 3% a.a, dadas as atuais
condições de mercado e financiamento estudantil.
24
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 4.1 – Evolução dos Ingressantes na Graduação Presencial no Brasil
(vestibular + outros processos seletivos)
Gráfico 4.2 – Taxa de crescimento dos Ingressantes na Graduação Presencial no Brasil
(vestibular + outros processos seletivos)
Apesar de o Governo Federal ter anunciado a existência de 112 mil bolsas do ProUni em 2005,
preferimos considerar o número de alunos que efetivamente utilizaram o benefício. Segundo
o INEP (dados fornecidos ao INEP pelas próprias IES), as bolsas do ProUni beneficiaram 80 mil
alunos, apenas 71% do anunciado.
No entanto, para a análise da evolução do setor, consideramos ser mais adequado não levar
em conta as bolsas do PROUNI enquanto crescimento sustentável do setor privado, posto que
não resultou de ações perpetradas pelas próprias instituições privadas, mas sim de um subsídio
estatal.
O Programa atua eliminando os tributos federais das instituições particulares (sem impacto
significativo para as IES com fins lucrativos), sem aumentar o custo por aluno, pois utiliza
vagas ociosas das IES. O impacto, portanto, se dá na redução de custos (impostos), com
consequente aumento da rentabilidade das IES com fins lucrativos, mas sem impacto no
faturamento.
25
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Desse modo, não se pode associar o crescimento criado artificialmente pelo ProUni a melhoria de
desempenho ou eficiência do setor privado. Ao contrário, o mérito é do governo que encontrou um
modo de ajudar o setor privado a reduzir sua ociosidade por meio de benefício fiscal.
Por meio do ProUni, o governo encontrou uma nova alternativa para promover o acesso ao
ensino superior a um número maior de pessoas sem maiores investimentos. Sob o aspecto
mercadológico, portanto, os alunos do programa tiveram seu acesso ao ensino superior
proporcionado por um esforço do setor público.
Matrículas
Em 2007, segundo dados do último censo do MEC/INEP, o número de alunos matriculados no
ensino superior no Brasil alcançou 4,88 milhões, sendo 3,64 milhões matriculados em IES
privadas, correspondendo a 74,6% do total.
É importante registrar que, mesmo com o crescimento dos investimentos em educação pública
anunciado pelo governo federal nos últimos anos, a educação privada ampliou o número de
matrículas em relação ao total de alunos matriculados. Em 2004 correspondia a 71,7% dos
alunos matriculados. Em 2007 esse percentual alcançou 74,6%. Na última década, o setor
privado cresceu mais do que o setor público, atingindo seu pico de crescimento no ano 2000,
com crescimento de 17,5%.
Gráfico 4.3 – Matrículas na Graduação Presencial no Brasil – Público e Privado 2007
Após um forte período de crescimento no número de alunos matriculados no período 19972003, que alcançou a média de 15% a.a, o que temos visto é um declínio dessa taxa de
crescimento que, no período 2004-2007 ficou no patamar de 6,8% a.a.
A taxa de crescimento das matrículas (alunos matriculados) acompanha o crescimento da
demanda de ingressantes. O ensino superior brasileiro mais do que dobrou de tamanho em
oito anos, passando de 1,95 milhão de matrículas, em 1997, para quase 5 milhões de alunos
matriculados, em 2007.
26
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 4.4 – Evolução das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil
O percentual de crescimento dos alunos matriculados no setor privado foi de 132% no período
de 1997 a 2003, com uma média de 15% a.a. No entanto, em 2004 o percentual de crescimento
de matriculados ficou abaixo da média dos últimos anos, com crescimento de 8,5%.
Em 2005, a taxa de crescimento de matrículas atingiu 9,2% (excluindo-se os bolsistas do ProUni,
a taxa de crescimento atingiu 6,6%). A taxa de crescimento das matrículas continuou mostrando
declínio em 2006 e em 2007, quando ficou em torno de 5%.
Destaca-se que esse declínio vem acontecendo mesmo com o crescimento de ofertas de bolsa
do ProUni. Em 2005 foram ofertadas 112 mil bolsas, em 2006, 138 mil e, em 2007, 150 mil
bolsas. No total, são 1.424 instituições privadas de ensino superior que aderiram ao programa.
Gráfico 4.5 – Taxas de Crescimento das Matrículas do Setor Privado na Graduação Presencial no Brasil
27
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
5. PROJEÇÃO DO CRESCIMENTO DA DEMANDA
NO ENSINO SUPERIOR
Após um período de forte crescimento do número de matrículas no ensino médio, proporcionado
pela universalização do ensino fundamental, ocorrida no governo Fernando Henrique Cardoso,
levando o ensino médio brasileiro a obter taxas de crescimento de 8,3% ao ano (de 1993 a 2004),
entramos em um período de significativa redução deste crescimento. Em 2006, pela primeira
vez a taxa de crescimento do ensino médio foi negativa, com queda de 1,5% no número de
alunos matriculados no ensino médio regular. Já em 2007 a taxa de crescimento caiu ainda mais,
passando para -7,4%. Devido a questões demográficas já demonstradas aqui, o ensino médio
continuará apresentando taxas de crescimento negativo até o ano de 2012.
Gráfico 5.1 – Evolução das Matrículas no Ensino Médio Regular – Brasil
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
O setor de ensino superior privado vive um período de desaceleração no crescimento de Ingressantes. Para os anos de 2009 e 2010 projetamos uma redução ainda mais acentuada da demanda.
O crescimento da demanda (alunos ingressantes) no setor privado, que já chegou a 25% ao
ano, deverá cair para 3% ao ano, em média, nos próximos cinco anos.
As projeções são feitas com base na taxa de transferência do ensino médio para o ensino
superior. Esta taxa deve oscilar entre 52 e 58% até 2012, em grande parte devido à demanda
de alunos oriundos do ProUni e à popularização dos cursos superiores de curta duração, que se
adaptam mais facilmente ao “bolso” do aluno.
Ainda há muita gente com interesse em adquirir serviços educacionais (demanda latente), no
entanto, grande parte dessa demanda não pode pagar pelos serviços educacionais. Analisando a
população entre 18 e 24 anos, segundo o rendimento familiar per capita, percebe-se
28
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
o esgotamento da demanda com condições de pagar o atual valor médio das mensalidades das
IES brasileiras.
Nas famílias com renda superior a cinco salários mínimos, o percentual de jovens entre 18
e 24 anos de idade que cursam o ensino superior está acima dos 50%, igualando-se ao percentual
dos países de primeiro mundo. No entanto, nas famílias com renda média inferior a três
salários mínimos, o percentual de jovens que cursam o ensino superior é um pouco menor que
12%. Se considerarmos que a faixa de renda familiar inferior a três salários responde por
quase 70% da população brasileira, veremos que a demanda latente ainda
é muito grande.
Considerando os elementos comentados nos parágrafos anteriores, fica claro que só haverá
possibilidade de crescimento superior a 10% ao ano (como ocorreu de 1997 a 2005), caso
sejam encontradas políticas de financiamento estudantil, públicas ou privadas, que garantam
um aporte maciço de alunos oriundos de famílias com renda inferior a três salários mínimos.
Cenários
Projetamos o crescimento da demanda dos ingressantes e matriculados no ensino superior
privado e no total (público + privado) de acordo com três possíveis cenários.
Premissas do Cenário 1
a)
Prolongamento da crise financeira mundial até o final de 2010.
b)
Crescimento do PIB entre 0,5 e 2% em 2009 e 2010, e entre 4 e 5%, em 2011 e 2012.
c)
Taxa de escolarização líquida do ensino médio entre 50 e 55%.
d)
Manutenção dos atuais números de bolsas dos programas de créditos estudantis públicos
(ProUni e FIES).
e)
Oferta de crédito estudantil privado atingindo entre 2 e 3% do total de alunos
matriculados no setor privado.
f)
Valor médio das mensalidades estável (fim do ciclo de redução do valor médio que
vinha ocorrendo nos últimos 10 anos).
g)
Os grupos consolidadores (de 12 a 18 anos) concentrando entre 30 e 35% do alunado
total do setor privado.
29
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 5.2 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada no Brasil
(vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 1
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
Gráfico 5.3 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil (Setor Privado) – Cenário 1
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
Gráfico 5.4 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 1
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
30
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 5.5 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público) – Cenário 1
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
Premissas do Cenário 2
a)
Reversão da crise financeira em 2010.
b)
Crescimento do PIB entre 1 e 2%, em 2009, entre 4 e 5%, em 2010, e entre 5 e 6%, em
2011 e 2012.
c)
Taxa de escolarização líquida do ensino médio entre 55 e 60%.
d)
Manutenção dos atuais números de bolsas dos programas de créditos estudantis públicos
(ProUni e FIES).
e)
Oferta de crédito estudantil privado atingindo um percentual entre 3 e 8% do total de
alunos matriculados no setor privado.
f)
Valor médio das mensalidades apresentando ligeiro declínio (chegando, em 2012 a um
valor próximo de R$ 400,00, em valores de moeda constante).
g)
Os grupos consolidadores (de 12 a 18 anos) detendo entre 35 e 45% do alunado total
do setor privado.
31
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 5.6 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada no Brasil
(vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 2
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
Gráfico 5.7 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil – Setor Privado – Cenário 2
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
32
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 5.8 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 2
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
Gráfico 5.9 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público) – Cenário 2
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
33
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Premissas do Cenário 3
a)
Reversão da crise financeira em 2010.
b)
Crescimento do PIB entre 1 e 2%, em 2009, entre 4 e 5%, em 2010, e entre 5 e 8%, em
2011 e 2012.
c)
Taxa de escolarização líquida do ensino médio entre 60 e 65%.
d)
Ampliação dos programas de créditos estudantis públicos entre 10 e 200 mil bolsas
(ProUni, FIES e outros), a partir de recursos do FGTS e do FAT (Projetos de Lei que
tramitam hoje no Congresso Nacional).
e)
Oferta de crédito estudantil privado atingindo um percentual de 8% do total de alunos
matriculados no setor privado.
f)
Valor médio das mensalidades mantendo a tendência de declínio (chegando, em 2012,
a um valor próximo a R$ 360,00 em valores de moeda constante).
g)
Os grupos consolidadores (de 12 a 18 anos) detendo entre 45 e 55% do alunado total
do setor privado.
Gráfico 5.10 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada no Brasil
(vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 3
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
34
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 5.11 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil (Setor Privado) – Cenário 3
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
Gráfico 5.12 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 3
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
35
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 5.13 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil
(Setor Privado + Público) – Cenário 3
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
Considerando a projeção de crescimento do número de ingressantes, associando com a evolução da taxa de conclusão do ensino superior, podemos estimar que o número total de
matrículas do setor em 2012, será de 5,4 milhões de alunos, no cenário mais conservador, e 6,3
milhões de alunos, no cenário mais promissor.
36
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
6. PERFIL ECONÔMICO-FINANCEIRO DO SETOR
Faturamento do Setor
O setor de ensino superior privado brasileiro já está próximo de atingir um faturamento anual
de 25 bilhões de reais. Tal cifra coloca o setor entre os 10 maiores do país em faturamento
e percentual do PIB. O setor, que já atingiu taxas de crescimento de faturamento superiores
a 20% ao ano nos período de 1999 a 2003, começa a mostrar sinais de estabilidade, com taxas
médias de crescimento anual na casa dos 3%.
Gráfico 6.1 – Evolução do Faturamento do Ensino Superior Privado Brasileiro
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
O crescimento do número de instituições de ensino superior privadas em proporção maior do
que o crescimento do faturamento do setor, promoveu a diluição da receita por instituição,
cujo valor de faturamento médio por instituição atingiu R$ 10,9 milhões em 2008.
A crescente concentração dos alunos nos grandes grupos educacionais, também se reflete na
capacidade econômica das instituições. Apenas 5% das instituições de ensino superior privado
concentram 54,6% do faturamento total do setor.
Mensalidades
O aumento do número de alunos não se refletiu no resultado financeiro das instituições.
O crescimento da oferta de cursos baratos e a guerra de preços, provocada pelo acirramento
da concorrência, reduziram ainda mais o valor médio das mensalidades.
37
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
* Estimativa
Gráfico 6.2 – Evolução do Valor Médio das Mensalidades do Ensino Superior Privado Brasileiro
Fonte: Hoper Estudos de Mercado
O estado que apresenta a maior mensalidade média é o Rio Grande do Sul, seguido de Minas
Gerais e do Distrito Federal. Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, apesar de concentrarem
grande parte do PIB nacional, têm mensalidades médias próximas aos estados do Norte
e Nordeste, em função do excesso de vagas e da acirrada concorrência no setor.
Posição
UF
Mensalidade Média
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Rio Grande do Sul
Minas Gerais
Distrito Federal
Santa Catarina
Bahia
Paraná
Pará
Goiás
Mato Grosso do Sul
Amazonas
Paraíba
Pernambuco
Rondônia
Mato Grosso
Maranhão
Acre
Espírito Santo
Ceará
Amapá
Rio de Janeiro
São Paulo
Roraima
Rio Grande do Norte
Sergipe
Piauí
Alagoas
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
720,76
641,83
622,27
541,10
538,50
536,86
536,79
533,57
496,81
476,24
463,07
462,65
462,55
454,31
432,38
431,78
430,97
424,15
419,81
416,44
373,38
365,62
363,18
342,43
324,65
306,34
27
Tocantins
R$ 286,20
Tabela 6.1 – Mensalidade Média por Estado
Fonte: Hoper Estudos de Mercado
38
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Indicadores Econômico-financeiros do Setor
Para a elaboração de indicadores financeiros do setor de Ensino Superior Privado brasileiro, tomouse como base a pesquisa realizada pelo SEMESP, baseada na amostra de 1.613 instituições de ensino
e dados financeiros (Balanços Patrimoniais e Demonstrativos de Resultado do Exercício) de 138 clientes
da Hoper Consultoria. Desta amostra, aplicou-se um filtro estatístico para extrair as IES que
apresentaram resultados financeiros, positivos e negativos, muito fora da curva média. Dessa
forma, para a construção dos indicadores financeiros desta análise setorial, a amostra final
considerada foi composta por 734 instituições de ensino superior privadas.
Os dados levantados possibilitaram a construção dos seguintes indicadores financeiros:
01. Mensalidade média.
02. Percentual da receita dos alunos – receita líquida dos alunos sobre a receita líquida total.
03. Percentual rentabilidade média – lucro ou superavit sobre a receita líquida total.
04. Percentual da despesa média de pessoal – despesa de pessoal total (salários, encargos,
benefícios, pró-labore, etc.) sobre a receita líquida total.
05. Percentual da despesa média de docentes – despesa de docentes total (com encargos
sociais) sobre a receita líquida total.
06. Percentual da despesa média de funcionários administrativos – despesa de funcionários
administrativos total (com encargos sociais) sobre a receita líquida total.
07. Percentual da despesa média com benefícios – despesa com benefícios total sobre
a receita líquida total.
08. Percentual da despesa de custeio – despesa de custeio total (publicidade, insumos,
manutenção de equipamentos, limpeza, segurança, etc.) sobre a receita líquida total.
09. Percentual de gasto com publicidade – gasto total com publicidade sobre a receita
líquida total.
10. Investimento médio em publicidade por aluno ingressante.
11. Percentual da despesa de capital ou investimento – despesa de capital total (aquisição
de equipamentos, acervo para biblioteca, obras e instalações, etc.) sobre a receita líquida
total.
12. Percentual de investimentos em acervo para biblioteca – investimento total para
aquisição de acervo para biblioteca sobre a receita líquida total.
13. Percentual de investimentos em obras e instalações – investimento total em obras
e instalações sobre a receita líquida total.
Além do tratamento estatístico sobre a amostra, dadas as características muito distintas das
IES, também foram feitos recortes visando a uma análise mais próxima da realidade de cada
tipo. Os recortes realizados consideraram a organização acadêmica e a natureza jurídica.
39
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Indicadores Econômico-financeiros por Organização Acadêmica
Gráfico 6.3 – Distribuição das IES por Organização Acadêmica
Por Organização Acadêmica
1.
1.1.
2.
3.
3.1.
3.2.
3.3.
4.
4.1.
4.2.
5.
5.1.
5.2.
Faculdade
Centro
Universitário
Mensalidade Média
R$ 346,22
Receita dos Alunos
83,04%
Lucratividade Média
4,48%
Despesa Média de Pessoal
55,23%
Despesa Média de Pessoal Docente
39,33%
Despesa Média de Pessoal Administrativo
11,87%
Benefícios
1,68%
Despesa de Custeio
28,92%
Gasto com Publicidade
2,44%
Investimento Médio em Publicidade
R$ 374,48
por Aluno Ingressante
Despesa Média com Capital ou Investimentos
11,37%
Aquisição de Acervo para Biblioteca
1,16%
Obras e Instalações
0,22%
R$ 469,24
88,94%
7,54%
53,69%
35,35%
13,29%
1,94%
31,16%
2,26%
R$ 640,05
R$ 522,82
87,11%
5,84%
52,75%
35,97%
13,93%
1,43%
34,97%
1,81%
R$ 588,64
8,62%
0,57%
0,23%
8,32%
0,39%
0,07%
Tabela 6.2 – Indicadores Econômico-financeiros por Organização Acadêmica
Fonte: Sindata – Semesp – Hoper Estudos de Mercado
Gráfico 6.4 – Distribuição das IES por Natureza Jurídica
40
Universidade
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
1.
1.1.
2.
3.
3.1.
3.2.
3.3.
4.
4.1.
4.2.
5.
5.1.
5.2.
Por Natureza Jurídica
Particular
Confessional /
Comunitária
Mensalidade Média
Receita dos Alunos
Lucratividade Média
Despesa Média de Pessoal
Despesa Média de Pessoal Docente
Despesa Média de Pessoal Administrativo
Benefícios
Despesa de Custeio
Gasto com Publicidade
Investimento Médio em Publicidade por
Aluno Ingressante
Despesa Média com Capital ou Investimentos
Aquisição de Acervo para Biblioteca
Obras e Instalações
R$ 378,80
90,08%
9,53%
50,50%
35,38%
13,93%
1,19%
30,73%
3,41%
R$ 711,79
R$ 575,89
84,08%
4,39%
56,20%
38,72%
15,33%
2,15%
30,60%
2,23%
R$ 813,97
9,24%
0,81%
0,18%
8,81%
0,40%
0,08%
Tabela 6.3 – Indicadores Econômico-financeiros por Natureza Jurídica
Fonte: Sindata – Semesp – Hoper Estudos de Mercado
Indicador
es Econômico-financeir
os T
otal – 2008
Indicadores
Econômico-financeiros
Total
1.
1.1.
2.
3.
3.1.
3.2.
3.3.
4.
4.1.
4.2.
5.
5.1.
5.2.
Total
Mensalidade Média
Receita dos Alunos
Lucratividade Média
Despesa Média de Pessoal
Despesa Média de Pessoal Docente
Despesa Média de Pessoal – Administrativo
Benefícios
Despesa de Custeio
Gasto com Publicidade
Investimento Médio em Publicidade por Aluno Ingressante
Despesa Média com Capital ou Investimentos
Aquisição de Acervo para Biblioteca
Obras e Instalações
TOT
AL
TOTAL
R$ 463,24
86,62%
5,5%
54,42%
37,95%
14,90%
1,57%
32,06%
3,02%
R$ 768,54
8,99%
0,58%
0,13%
Tabela 6.4 – Indicadores Econômico-financeiros Total
Fonte: Semesp/Sindata – Hoper Estudos de Mercado
Conclusões
Os resultados obtidos pelos indicadores e as segmentações apresentadas possibilitam uma
série de análises sobre o desempenho econômico-financeiro das IES, porém alguns pontos
merecem destaque:
•
Os centros universitários apresentam lucratividade média superior em relação às universidades e às faculdades.
•
Apesar de o valor das mensalidades médias da IES particulares ser 34% inferior ao valor
das IES comunitárias, confessionais, filantrópicas, a lucratividade é 114% superior.
41
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
•
O percentual de custeio em relação à receita líquida nas IES comunitárias, confessionais,
filantrópicas explica a lucratividade inferior.
•
As IES de grande porte são as que mais investem em publicidade por aluno ingressante
e, por outro lado, as faculdades são as que menos investem – R$ 374,48 por aluno
ingressante.
•
Ao contrário das instituições de países desenvolvidos, que têm grande parte de suas
receitas oriundas de fundraising e financiamento, no Brasil as IES privadas dependem
quase exclusivamente do recebimento das mensalidades escolares. 86,6% da receita
das IES são provindos das mensalidades. No caso das IES particulares e das IES
de grande porte essa dependência chega a aproximadamente 90%.
42
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
7. O PERFIL COMPETITIVO DO SETOR EDUCACIONAL
Em todos os setores da economia, inclusive no setor educacional, o ambiente competitivo
vem se transformando a cada ano, com o surgimento de novos produtos e serviços, novas
tecnologias e novos entrantes.
A competição vem tomando contorno diferente a cada ano e já passou o tempo em que os
concorrentes de uma IES eram apenas as outras IES situadas na mesma região de abrangência.
Atualmente as instituições de ensino começam a enfrentar a concorrência de novos entrantes
neste mercado, entre eles: o ensino a distância; os cursos livres (Universidades Abertas);
as instituições de ensino corporativo (Universidades Corporativas); as instituições de ensino
setoriais (Universidades Setoriais) e as instituições de intermediação de serviços educacionais.
Atualmente, o setor de ensino superior no Brasil está sendo confrontado por uma ampla gama
de desafios competitivos, ente os quais destacamos:
a)
O crescimento da capacidade instalada e do número de vagas superior ao aumento da
demanda. No período de 1997 a 2007, a taxa média de crescimento do número de
vagas foi de 17,3% a.a, contra 14,9% a.a do crescimento da demanda, medida pelo
número de ingressantes na graduação presencial.
Gráfico 7.1 – Relação Candidato/Vaga/Ingresso nas IES Privadas
b)
Expansão mal planejada das IES, promovendo um excesso de IES em determinadas
regiões do País. Pelos dados do último censo (2007), temos 2.032 IES privadas.
43
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 7.2 – Número de IES no Brasil
c)
O crescimento da concorrência levou a relação ingresso/vaga a diminuir drasticamente
para a proporção de 0,47 ingressantes por vagas nas IES, gerando mais de 1,3 milhões
de vagas ociosas nas instituições privadas (base: 2007).
Gráfico 7.3 – Evolução da Relação Ingressante/Vaga nas IES Privadas
d)
44
Grandes Instituições de ensino esgotaram sua capacidade de expansão em sua região
de origem e passaram a buscar uma expansão para todo o território nacional.
O ano de 2007 merece especial destaque pois foi o ano dos IPO (ofertas públicas iniciais
de ações) de instituições de ensino na BM&FBOVESPA, com negócios da ordem de
1,3 bilhão de reais. Tal evento, marcou o início do movimento de fusão e aquisição do
setor, que está em pleno andamento e deve-se intensificar ainda mais nos próximos
anos, com a redução do número de mantenedoras.
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Relação Ingr
esso / V
aga e Candidato / V
aga
Ingresso
Vaga
Vaga
Desde 1997, vem caindo a relação ingresso/vaga no ensino superior privado no Brasil. No
último senso (2007), a proporção estava em 0,47 ingressante para cada vaga.
Convém destacar que deste percentual de 53% ou 1,3 milhão de vagas ociosas, 30%, em
média, são entendidos pelas próprias IES como “reserva técnica” ou margem de segurança.
Esta “reserva” de vagas é mantida pelas IES para se precaverem quanto a mudanças nas
normativas do MEC, uma vez que a educação superior no Brasil é fortemente regulada pelo
governo. O restante das vagas, aproximadamente 23%, são consideradas pelas IES como
ociosidade do negócio.
Essa baixa relação ingresso/vaga sinaliza um novo momento no cenário competitivo do
setor, onde o crescimento orgânico passa a ceder espaço para o crescimento via fusão
e aquisição, acirrando ainda mais a competitividade no setor.
A relação entre candidatos inscritos por vaga também vem caindo desde 1997. Passou de 2,6
candidatos/vaga em 1997, para 1,2 candidatos/vaga em 2007. No entanto, esta relação constituise num parâmetro distorcido para a análise do setor, uma vez que uma pessoa pode se
inscrever em mais de um processo seletivo.
Gráfico 7.4 – Evolução da Relação Candidato/Vaga nas IES Privadas
45
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 7.5 – Crescimento dos Candidatos Inscritos nas IES Privadas
Diluição da Demanda
O crescimento do número de vagas no período 1997-2007 foi de 394%, frente a um crescimento
de 302% no número de ingressantes no mesmo período. Esse descompasso entre o aumento da
oferta de vagas e o crescimento da demanda vem provocando um fenômeno que podemos
denominar de “diluição da demanda”, ou seja, mesmo crescendo a cada ano o número de
demandantes, o crescimento superior da oferta de vagas vem causando a diluição desses clientes
entre as vagas ofertadas e as IES. Coloquialmente, podemos dizer que “o bolo cresce, mas há
mais gente para dividi-lo, cabendo um pedaço menor para cada um ao final”.
Já percebendo o desaquecimento da demanda a partir de 2003, registrou-se também uma
redução do crescimento de oferta de vagas por parte das IES no período. A média do
crescimento de vagas de 1997 a 2003 foi de 23% a.a, reduzindo-se para 9,7% a.a no período de
2004 a 2007. Mesmo assim o fenômeno da diluição continuou, com a relação ingressante/vaga
passando de 0,58, em 2003, para 0,47, em 2007.
O ritmo de abertura de novas IES e a oferta de vagas nas IES existentes não sinaliza que
o setor irá cessar a sua expansão. Das mais de 2.000 IES privadas existentes hoje, mais de 800,
ou 36% delas, surgiram nos últimos 7 anos. A maior parte dessas IES possui menos de 500
alunos, dois a cinco cursos superiores, e pretendem e precisam aumentar consideravelmente o
número de cursos e vagas nos próximos anos para se manterem competitivas. Mesmo que tais
instituições sejam alvo de consolidação, a lógica dos grandes grupos consolidadores prevê
ampliação da escala em suas atividades.
46
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 7.6 – Número de IES com até 500 Aluno
Participação dos Estados
Na análise do perfil competitivo do setor de ensino superior privado, é importante conhecer
as especificidades de cada região e de cada estado da Federação.
Na sequência, dados referentes a matrículas, número de IES, vagas, candidatos inscritos, ingressantes, média de matriculados por IES, média de ingressante por IES e relação ingresso/vaga
para cada região do País.
REGIÃO CENTRO-OESTE
2003
2004
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
ag
a
Ingresso/V
esso/Vag
aga
2005
2006
2007
1.197
254.257
17,99%
187
3,9%
152.163
15,46%
239.473
-9,02%
92.699
0,60%
1.360
266.306
4,74%
192
2,7%
176.400
15,93%
226.859
-5,27%
92.514
-0,20%
1.387
284.535
6,85%
216
12,5%
194.624
10,33%
255.782
12,75%
102.265
10,54%
1.317
298.201
4,80%
225
4,2%
218.441
12,24%
240.723
-5,89%
101.994
-0,26%
1.325
308.318
3,39%
230
2,2%
247.681
13,39%
250.796
4,18%
101.082
-0,89%
1.341
512
496
482
473
453
439
0,70
0,61
0,52
0,53
0,47
0,41
215.497
180
131.784
263.223
92.150
Tabela 7.1 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Cento-oeste
47
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
REGIÃO NORDESTE
2002
2004
2003
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
2005
2006
1.101
285.156
26,31%
252
22,9%
196.556
30,90%
295.140
6,86%
121.557
15,79%
1.132
334.521
17,31%
288
14,3%
230.618
17,33%
332.559
12,68%
122.862
1,07%
1.162
385.505
15,24%
328
13,9%
246.133
6,73%
363.469
9,29%
144.873
17,92%
1.175
439.862
14,10%
349
6,4%
266.622
8,32%
376.319
3,54%
152.924
5,56%
1.260
485.584
10,39%
362
3,7%
297.621
11,63%
406.621
8,05%
156.868
2,58%
1.341
512
482
427
442
438
433
0,70
0,62
0,53
0,59
0,57
0,53
2005
2006
2007
225.
764
225.764
205
150.158
276.204
104.984
2007
Tabela 7.2 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Nordeste
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
74.168
REGIÃO NORTE
2003
2004
1.075
100.468
35,46%
86
24,6%
69.312
39,49%
155.981
62,87%
44.723
27,08%
1.168
116.762
16,22%
100
16,3%
88.514
27,70%
156.789
0,52%
48.208
7,79%
1.168
136.384
16,81%
106
6,0%
96.986
9,57%
122.904
-21,61%
50.470
4,69%
1.287
152.381
11,73%
117
10,4%
101.440
4,59%
173.301
41,01%
56.978
12,89%
1.302
167.230
9,74%
122
4,3%
115.487
13,85%
197.020
13,69%
63.409
11,29%
1.371
510
520
482
476
487
520
0,71
0,265
0,54
0,52
0,56
0,55
2006
2007
69
49.688
95.770
35.193
Tabela 7.3 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Norte
2002
REGIÃO SUDESTE
2004
2003
2005
Matrículas nas IES
1.412.646 1.575.182 1.691.276 1.832.580 1.950.652 2.044.170
% de crescimento
11,51%
7,37%
8,35%
6,44%
4,79%
Número de IES
763
857
911
953
984
983
% de crescimento
12,3%
6,3%
4,6%
3,3%
-0,1%
Vagas
894.120 1.018.276 1.208.757 1.267.537 1.385.909 1.506.783
% de crescimento
13,89%
18,71%
4,86%
9,34%
8,72%
Candidatos inscritos
1.345.406 1.444.680 1.550.141 1.645.048 1.678.663 1.678.405
% de crescimento
7,38%
7,30%
6,12%
2,04%
-0,02%
Ingressantes
516.506
561.270
580.793
628.432
663.436
686.603
% de crescimento
8,67%
3,48%
8,20%
5,57%
3,49%
Divisão proporcional de
1.851
1.838
1.857
1.923
1.982
2.080
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
677
655
638
659
674
698
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
0,58
0,55
0,48
0,50
0,48
0,46
Ingresso/V
esso/Vaga
Tabela 7.4 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Sudeste
48
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
REGIÃO SUL
Pú
(Em Santa Catarina foram consideradas as IES Privadas e IES P
ú blicas Municipais)
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
2002
2003
2004
2005
2006
2007
522.495
2.292
575.464
10,14%
273
19,7%
298.264
14,99%
421.745
7,35%
185.673
1,93%
2.108
615.678
6,99%
301
10,3%
322.984
8,29%
379.301
-10,06%
181.829
-2,07%
2.045
662.960
7,68%
334
11,0%
333.794
3,35%
389.487
2,69%
193.603
6,48%
1.985
667.965
0,75%
351
5,1%
345.311
3,45%
390.746
0,32%
186.501
-3,67%
1.903
676.356
1,26%
338
-3,7%
341.339
-1,15%
393.642
0,74%
185.368
-0,61%
2.001
799
680
604
580
531
548
0,70
0,62
0,56
0,58
0,54
0,54
228
259.390
392.874
182.160
Tabela 7.5 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Sul
Na análise das estatísticas do ensino superior privado por regiões do país, podemos verificar
o crescimento das matrículas nas IES em todas as regiões, no período 2002 a 2007, com destaque
para as regiões Norte e Nordeste, com 125% e 115%, respectivamente. Já a região Sul, foi a que
apresentou a menor taxa de crescimento de matrículas, com 0,75%, em 2006, e 1,26%, em 2007.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste, ainda vêm apresentado crescimento do número de
IES, com destaque para a região Norte, com crescimento de 10,4% em 2006, e 4,3%, em 2007.
Em contrapartida, as regiões Sul e Sudeste passaram a apresentar um encolhimento do número
de IES em 2007.
A região Sul se destaca por apresentar diminuição também no número de vagas ofertadas
e de ingressantes em 2007.
No que se refere ao porte da IES privada, a região Sudeste é a que concentra o maior percentual de IES
de grande porte (com mais de 3 mil alunos). São 135 no total, ou 56% das IES de grande porte no
Brasil. É importante destacar, que as IES que se encontram no porte de três a dez mil alunos são
os principais alvos de aquisição dos principais grupos de educação superior privada no País.
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Brasil
Até 500
De 501
De mil a 3 De 3 a 10
alunos a mil alunos mil alunos mil alunos
52
25
32
10
163
70
103
16
133
37
37
16
471
197
180
95
171
58
61
32
38
7
413
387
990
169
Acima de 10
mil alunos
3
10
7
40
13
73
Total
122
362
230
983
335
2.032
Tabela 7.6 – Distribuição de IES Privadas por Porte e Região
A seguir, apresentamos os dados referentes a matrículas, número de IES, vagas, candidatos
inscritos, ingressantes, média de matriculados por IES, média de ingressante por IES e relação
ingresso/vaga para cada estado da Federação. É importante ressaltar, que a correta interpretação
dos dados a seguir requer análise complementar das características e variáveis mercadológicas
locais e regionais, que se encontram fora do escopo do atual trabalho.
49
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
DISTRITO FEDERAL
2004
2002
2003
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
75.382
2005
2006
2007
103.413
6,87%
73
10,6%
82.551
15,40%
95.184
-0,76%
33.928
5,70%
1.417
109.005
5,41%
74
1,4%
89.846
8,84%
106.934
12,34%
36.394
7,27%
1.473
1.197
559
540
463
486
465
492
0,73
0,62
0,47
0,45
0,41
0,41
63
48.211
103.989
35.187
92.006
2,01%
64
1,6%
63.031
15,67%
86.564
-8,99%
29.605
-12,91%
1.438
96.761
5,17%
66
3,1%
71.534
13,49%
95.913
10,80%
32.099
8,42%
1.466
90.194
19,65%
63
0,0%
54.490
13,02%
95.116
-8,53%
33.995
-3,39%
1.432
Tabela 7.7 – Estatística das IES do Setor Privado – Distrito Federal
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
GOIÁS
2004
2003
2005
2006
1.514
84.525
21,38%
49
6,5%
47.237
19,47%
86.483
-12,42%
29.179
2,80%
1.725
91.555
8,32%
47
-4,1%
60.272
27,59%
74.381
-13,99%
31.891
9,29%
1.948
100.206
9,45%
58
23,4%
63.994
6,18%
87.550
17,70%
33.836
6,10%
1.728
102.778
2,57%
61
5,2%
74.664
16,67%
76.404
-12,73%
34.333
1,47%
1.685
103.451
0,65%
66
8,2%
89.479
19,84%
76.574
0,22%
31.897
-7,10%
1.567
617
595
679
583
563
483
0,72
0,62
0,53
0,53
0,46
0,36
69.639
46
39.539
98.753
28.385
2007
Tabela 7.8 – Estatística das IES do Setor Privado – Goiás
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
MA
TO GROSSO
MATO
2004
2003
2005
2006
2007
962
38.721
18,34%
38
11,8%
28.680
18,05%
21.922
-11,18%
14.331
-1,25%
1.019
39.773
2,72%
42
10,5%
29.778
3,83%
26.332
20,12%
16.231
13,26%
947
44.345
11,50%
51
21,4%
33.652
13,01%
31.593
19,98%
20.454
26,02%
870
47.350
6,78%
51
0,0%
34.695
3,10%
31.373
-0,70%
18.915
-7,52%
928
51.282
8,30%
53
3,9%
41.713
20,23%
36.590
16,63%
18.792
-0,65%
968
427
377
386
401
371
355
0,60
0,50
0,55
0,61
0,55
0,45
32.720
34
24.295
24.682
14.513
Tabela 7.9 – Estatística das IES do Setor Privado – Mato Grosso
50
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
MA
TO GROSSO DO SUL
MATO
2004
2002
2003
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
2005
2006
2007
1.020
40.817
8,11%
37
0,0%
21.756
10,22%
35.952
0,43%
15.194
8,03%
1.103
42.972
5,28%
39
5,4%
23.319
7,18%
39.582
10,10%
14.787
-2,68%
1.102
43.223
0,58%
41
5,1%
25.444
9,11%
40.726
2,89%
15.876
7,36%
1.054
44.660
3,32%
40
-2,4%
26.531
4,27%
37.762
-7,28%
14.818
-6,66%
1.117
44.580
-0,18%
37
-7,5%
26.643
0,42%
30.698
-18,71%
13.999
-5,53%
1.205
380
411
379
387
370
378
0,71
0,70
0,63
0,62
0,56
0,53
2005
2006
2007
37.756
37
19.739
35.799
14.065
Tabela 7.10 – Estatística das IES do Setor Privado – Mato Grosso do Sul
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
15.797
ALAGOAS
2003
2004
1.436
18.687
18,29%
16
45,5%
11.895
19,73%
21.230
118,15%
8.651
44,18%
1.168
22.340
19,55%
17
6,3%
12.874
8,23%
24.557
15,67%
8.569
-0,95%
1.314
24.884
11,39%
18
5,9%
12.077
-6,19%
19.799
-19,38%
8.304
-3,09%
1.382
27.066
8,77%
20
11,1%
13.560
12,28%
19.397
-2,03%
8.928
7,51%
1.353
28.289
4,52%
21
5,0%
14.908
9,94%
19.628
1,19%
9.005
0,86%
1.347
545
541
504
461
446
429
0,60
0,73
0,67
0,69
0,66
0,60
11
9.935
9.732
6.000
Tabela 7.11 – Estatística das IES do Setor Privado – Alagoas
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
BAHIA
2004
2003
2005
2006
929
89.666
32,16%
83
13,7%
63.575
30,42%
110.206
4,74%
40.076
14,73%
1.080
107.229
19,59%
93
12,0%
79.725
25,40%
120.545
9,38%
41.244
2,91%
1.153
124.434
16,05%
109
17,2%
89.590
12,37%
136.614
13,33%
48.115
16,66%
1.142
138.324
11,16%
111
1,8%
93.057
3,87%
131.244
-3,93%
45.545
-5,34%
1.246
148.063
7,04%
114
2,7%
108.718
16,83%
136.349
3,89%
45.292
-0,56%
1.299
478
483
443
441
410
397
0,72
0,63
0,52
0,54
0,49
0,42
67.849
73
48.748
105.215
34.930
2007
Tabela 7.12 – Estatística das IES do Setor Privado – Bahia
51
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
CEARÁ
2004
2003
2005
2006
2007
1.396
35.550
27,33%
27
35,0%
24.141
43,91%
39.411
-3,62%
15.985
31,73%
1.317
44.263
24,51%
37
37,0%
26.406
9,38%
54.635
38,63%
14.698
-8,05%
1.196
49.605
12,07%
41
10,8%
28.115
6,47%
52.729
-3,49%
17.683
20,31%
1.210
58.943
18,82%
45
9,8%
29.182
3,80%
66.440
26,00%
19.945
12,79%
1.310
68.622
16,42%
45
0,0%
30.605
4,88%
69.349
4,38%
22.141
11,01%
1.525
607
592
397
431
443
492
0,72
0,66
0,56
0,63
0,68
0,72
27.919
20
16.775
40.891
12.135
Tabela 7.13 – Estatística das IES do Setor Privado – Ceará
MARANHÃO
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
2002
2003
2004
2005
2006
15.629
1.421
24.158
54,57%
14
27,3%
23.814
23,61%
17.519
-16,62%
11.434
-9,92%
1.726
27.177
12,50%
18
28,6%
24.799
4,14%
17.862
1,96%
10.133
-11,38%
1.510
31.314
15,22%
22
22,2%
25.002
0,82%
21.710
21,54%
12.540
23,75%
1.423
34.976
11,69%
22
0,0%
24.857
-0,58%
22.092
1,76%
12.317
-1,78%
1.590
39.141
11,91%
25
13,6%
26.761
7,66%
23.469
6,23%
13.499
9,60%
1.566
1.154
817
563
570
560
540
0,66
0,48
0,41
0,50
0,50
0,50
11
19.266
21.012
12.693
2007
Tabela 7.14 – Estatística das IES do Setor Privado – Maranhão
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
PARAÍBA
2004
2003
2005
2006
2007
868
16.418
18,27%
20
25,0%
9.821
40,70%
18.131
9,26%
7.244
26,60%
821
16.589
1,04%
24
20,0%
13.660
39,09%
20.632
13,79%
6.665
-7,99%
691
19.799
19,35%
28
16,7%
14.102
3,24%
16.525
-19,91%
7.249
8,76%
707
23.480
18,59%
28
0,0%
14.980
6,23%
21.900
32,53%
8.605
18,71%
839
26.960
14,82%
28
0,0%
15.479
3,33%
18.856
-13,90%
9.169
6,55%
963
358
362
278
259
307
327
0,82
0,74
0,49
0,51
0,57
0,59
13.882
16
6.980
16.594
5.722
Tabela 7.15 – Estatística das IES do Setor Privado – Paraíba
52
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
PERNAMBUCO
2003
2004
2005
2006
2007
1.083
55.434
16,29%
54
22,7%
34.935
28,20%
46.549
2,93%
19.894
12,64%
1.027
62.723
13,15%
56
3,7%
40.042
14,62%
47.778
2,64%
21.782
9,49%
1.120
72.907
16,24%
60
7,1%
39.945
-0,24%
59.090
23,68%
26.326
20,86%
1.215
80.572
10,51%
64
6,7%
48.161
20,57%
57.250
-3,11%
28.407
7,90%
1.259
87.555
8,67%
68
6,3%
54.863
13,92%
65.308
14,08%
26.845
-5,50%
1.288
401
368
389
439
444
395
0,65
0 ,57
0,54
0,66
0,59
0,49
47.667
44
27.250
45.225
17.661
Tabela 7.16 – Estatística das IES do Setor Privado – Pernambuco
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
Piauí
2003
2004
2005
2006
2007
465
12.176
45,59%
22
22,2%
10.143
32,19%
19.442
17,58%
5.154
1,34%
553
15.596
28,09%
23
4,5%
11.980
18,11%
16.959
-12,77%
5.338
3,57%
678
18.194
16,66%
25
8,7%
11.538
-3,69%
21.332
25,79%
7.099
32,99%
728
22.687
24,69%
31
24,0%
15.364
33,16%
25.257
18,40%
10.086
42,08%
732
28.868
27,24%
32
3,2%
16.814
9,44%
30.161
19,42%
10.388
2,99%
902
283
234
232
284
325
325
0,66
0,51
0,45
0,62
0,66
0,62
8.363
18
7.673
16.535
5.086
Tabela 7.17 – Estatística das IES do Setor Privado – Piauí
RIO GRANDE DO NORTE
2003
2004
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
2005
2006
2.071
16.608
14,56%
9
28,6%
10.722
36,39%
11.607
3,52%
6.609
10,61%
1.845
18.747
12,88%
11
22,2%
11.188
4,35%
14.877
28,17%
6.665
0,85%
1.704
21.065
12,36%
15
36,4%
14.177
26,72%
20.359
36,85%
8.144
22,19%
1.404
27.707
31,53%
16
6,7%
14.874
4,92%
17.392
-14,57%
9.867
21,16%
1.732
30.586
10,39%
18
12,5%
18.298
23,02%
26.939
54,89%
11.315
14,68%
1.699
854
734
606
543
617
629
0,76
0,62
0,60
0,57
0,66
0,62
14.497
7
7.861
11.212
5.975
2007
Tabela 7.18 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio Grande do Norte
53
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
SERGIPE
2004
2003
2005
2006
2007
2.832
16.459
16,23%
7
40,0%
7.510
32,45%
11.045
12,84%
6.510
36,14%
2.351
19.857
20,65%
9
28,6%
9.944
32,41%
14.714
33,22%
7.768
19,32%
2.206
23.303
17,35%
10
11,1%
11.587
16,52%
15.311
4,06%
9.413
21,18%
2.330
26.107
12,03%
12
20,0%
12.587
8,63%
15.347
0,24%
9.224
-2,01%
2.176
27.500
5,34%
11
-8,3%
11.175
-11,22%
16.562
7,92%
9.214
-0,11%
2.500
956
930
863
941
769
838
0,84
0,87
0,78
0,81
0,73
0,82
14.161
5
5.670
9.788
4.782
Tabela 7.19 – Estatística das IES do Setor Privado – Sergipe
2 002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
ACRE
2003
2004
2005
2006
2007
246
3.383
175,04%
5
0,0%
4.480
71,65%
5.518
58,61%
2.277
73,42%
677
4.962
46,67%
6
20,0%
3.940
-12,05%
4.796
-13,08%
2.382
4,61%
827
6.286
26,68%
6
0,0%
5.170
31,22%
5.715
19,16%
2.125
-10,79%
1.048
7.857
24,99%
8
33,3%
5.890
13,93%
9.229
61,49%
3.016
41,93%
982
8.681
10,49%
8
0,0%
6.570
11,54%
6.209
-32,72%
3.038
0,73%
1.085
263
455
397
354
377
380
0,50
0,51
0,60
0,41
0,51
0,46
1.230
5
2.610
3.479
1.313
Tabela 7.20 – Estatística das IES do Setor Privado – Acre
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
Amapá
2004
2003
2005
2006
2007
580
6.921
138,57%
7
40,0%
6.634
125,57%
8.963
17,90%
4.351
77,52%
989
9.518
37,52%
10
42,9%
9.075
36,80%
6.834
-23,75%
4.010
-7,84%
952
11.155
17,20%
10
0,0%
11.496
26,68%
7.183
5,11%
4.159
3,72%
1.116
11.571
3,73%
11
10,0%
9.419
-18,07%
9.537
32,77%
4.288
3,10%
1.052
12.218
5,59%
11
0,0%
9.180
-2,54%
9.064
-4,96%
3.895
-9,17%
1.111
490
622
401
416
390
354
0,83
0,66
0,44
0,36
0,46
0,42
2.901
5
2.941
7.602
2.451
Tabela 7.21 – Estatística das IES do Setor Privado – Amapá
54
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
26.964
AMAZONAS
2003
2004
2005
2006
2007
2.451
34.966
29,68%
14
27,3%
23.469
23,53%
68.578
112,28%
13.675
12,43%
2.498
38.072
8,88%
14
0,0%
30.061
28,09%
65.391
-4,65%
14.183
3,71%
2.719
42.616
11,94%
16
14,3%
31.815
5,83%
35.626
-45,52%
15.605
10,03%
2.664
48.911
14,77%
16
0,0%
35.114
10,37%
67.429
89,27%
18.703
19,85%
3.057
53.408
9,19%
16
0,0%
37.934
8,03%
75.778
12,38%
21.641
15,71%
3.338
1.106
977
1.013
975
1.169
1.353
0,64
0,58
0,47
0,49
0,53
0,57
11
18.999
32.305
12.163
Tabela 7.22 – Estatística das IES do Setor Privado – Amazonas
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
PARÁ
2003
2004
2005
2006
2007
2.372
27.562
29,10%
16
77,8%
13.087
50,41%
31.233
20,58%
11.280
41,28%
1.723
31.138
12,97%
21
31,3%
17.763
35,73%
34.024
8,94%
12.703
12,62%
1.483
36.208
16,28%
21
0,0%
21.375
20,33%
39.674
16,61%
12.700
-0,02%
1.724
39.274
8,47%
22
4,8%
22.120
3,49%
46.664
17,62%
13.820
8,82%
1.785
44.662
13,72%
26
18,2%
30.852
39,48%
55.634
19,22%
17.019
23,15%
1.718
887
705
605
605
628
655
0,92
0,86
0,72
0,59
0,62
0,55
21.350
9
8.701
25.902
7.984
Tabela 7.23 – Estatística das IES do Setor Privado – Pará
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
RONDÔNIA
2003
2004
2005
2006
2007
587
16.807
24,39%
24
4,3%
14.525
34,28%
27.584
73,24%
7.555
6,23%
700
19.256
14,57%
21
-12,5%
16.247
11,86%
30.293
9,82%
7.523
-0,42%
917
24.159
25,46%
23
9,5%
16.039
-1,28%
20.014
-33,93%
8.721
15,92%
1.050
25.021
3,57%
24
4,3%
15.579
-2,87%
21.376
6,81%
8.723
0,02%
1.043
26.951
7,71%
26
8,3%
17.547
12,63%
23.632
10,55%
9.273
6,31%
1.037
309
315
358
379
363
357
0,66
0,52
0,46
0,54
0,56
0,53
13.512
23
10.817
15.922
7.112
Tabela 7.24 – Estatística das IES do Setor Privado – Rondônia
55
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
ess
o/V
aga
Ingress
esso/V
o/Vaga
RORAIMA
2004
2003
2005
2006
2007
163
959
96,52%
5
66,7%
1.045
35,71%
2.186
61,45%
916
51,91%
192
2.403
150,57%
8
60,0%
2.599
148,71%
4.642
112,35%
2.253
145,96%
300
3.956
64,63%
8
0,0%
3.265
25,63%
4.318
-6,98%
2.306
2,35%
495
5.152
30,23%
8
0,0%
2.965
-9,19%
6.047
40,04%
2.473
7,24%
644
5.666
9,98%
8
0,0%
3.635
22,60%
6.596
9,08%
2.774
12,17%
708
201
183
282
288
309
347
0,78
0,88
0,87
0,71
0,83
0,76
2005
2006
2007
488
3
770
1.354
603
Tabela 7.25 – Estatística das IES do Setor Privado – Roraima
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
7.723
TOCANTIS
2003
2004
594
9.870
27,80%
15
15,4%
6.072
25,20%
11.919
29,47%
4.669
30,89%
658
11.413
15,63%
20
33,3%
8.829
45,41%
10.809
-9,31%
5.154
10,39%
571
12.004
5,18%
22
10,0%
7.826
-11,36%
10.374
-4,02%
4.854
-5,82%
546
14.595
21,58%
28
27,3%
10.353
32,29%
13.019
25,50%
5.955
22,68%
521
15.644
7,19%
27
-3,6%
9.769
-5,64%
20.107
54,44%
5.769
-3,12%
579
274
311
258
221
213
214
0,74
0,77
0,58
0,62
0,58
0,59
13
4.850
9.206
3.567
Tabela 7.26 – Estatística das IES do Setor Privado – Tocantins
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
ESPÍRITO SANTO
2004
2003
2005
2006
2007
749
62.476
20,86%
75
8,7%
40.173
8,60%
65.814
-16,69%
21.577
-10,60%
833
66.192
5,95%
86
14,7%
44.717
11,31%
72.908
10,78%
21.812
1,09%
770
69.459
4,94%
94
9,3%
44.078
-1,43%
70.852
-2,82%
22.083
1,24%
739
73.076
5,21%
92
-2,1%
47.892
8,65%
72.972
2,99%
23.137
4,77%
794
73.543
0,64%
86
-6,5%
47.693
-0,42%
66.659
-8,65%
23.099
-0,16%
855
350
288
254
235
251
269
0,65
0,54
0,49
0,50
0,48
0,48
51.694
69
36.992
78.998
24.136
Tabela 7.27 – Estatística das IES do Setor Privado – Espírito Santo
56
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
MINAS GERAIS
2004
2003
2005
2006
2007
1.199
287.250
29,47%
242
30,8%
156.749
29,83%
290.282
10,17%
114.602
18,45%
1.187
329.807
14,82%
264
9,1%
194.237
23,92%
295.573
1,82%
122.313
6,73%
1.249
373.360
13,21%
281
6,4%
214.348
10,35%
310.958
5,21%
129.227
5,65%
1.329
394.930
5,78%
287
2,1%
237.541
10,82%
302.157
-2,83%
133.211
3,08%
1.376
411.374
4,16%
287
0,0%
233.329
-1,77%
292.606
-3,16%
127.673
-4,16%
1.433
523
474
463
460
464
445
0,80
0,73
0,63
0,60
0,56
0,55
2005
2006
2007
221.860
185
120.730
263.485
96.748
Tabela 7.28 – Estatística das IES do Setor Privado – Minas Gerais
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
303.828
RIO DE JANEIRO
2003
2004
3.008
338.432
11,39%
106
5,0%
235.124
4,81%
253.457
11,67%
116.537
8,16%
3.193
360.657
6,57%
105
-0,9%
241.057
2,52%
255.237
0,70%
115.737
-0,69%
3.435
386.835
7,26%
108
2,9%
243.989
1,22%
334.531
31,07%
126.892
9,64%
3.582
396.485
2,49%
116
7,4%
237.240
-2,77%
284.631
-14,92%
122.571
-3,41%
3.418
399.682
0,81%
114
-1,7%
252.881
6,59%
238.807
-16,10%
102.139
-16,67%
3.506
1.067
1.099
1.102
1.175
1.057
896
0 ,48
0,50
0,48
0,52
0,52
0,40
2006
2007
101
224.340
226.965
107.743
Tabela 7.29 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio de Janeiro
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
835.264
SÃO PAULO
2004
2003
2005
2.047
887.024
6,20%
434
6,4%
586.230
14,49%
835.127
7,63%
308.554
7,18%
2.044
706
711
704
745
786
874
0,56
0,53
0,44
0,46
0,45
0,45
408
512.058
775.958
287.879
934.620 1.002.926 1.086.161 1.159.571
5,37%
7,31%
8,30%
6,76%
456
470
489
496
5,1%
3,1%
4,0%
1,4%
728.746
765.122
863.236
972.880
24,31%
4,99%
12,82%
12,70%
926.423
928.707 1.018.903 1.080.333
10,93%
0,25%
9,71%
6,03%
320.931
350.230
384.517
433.692
4,01%
9,13%
9,79%
12,79%
2.050
2.134
2.221
2.338
Tabela 7.30 – Estatística das IES do Setor Privado – São Paulo
57
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
PARANÁ
2004
2003
2005
2006
2007
1.325
171.897
15,79%
129
15,2%
121.116
18,19%
144.710
19,74%
61.722
-1,77%
1.333
187.372
9,00%
136
5,4%
126.106
4,12%
128.022
-11,53%
60.977
-1,21%
1.378
205.020
9,42%
150
10,3%
132.558
5,12%
149.271
16,60%
67.391
10,52%
1.367
201.498
-1,72%
158
5,3%
144.146
8,74%
147.795
-0,99%
64.861
-3,75%
1.275
208.215
3,33%
161
1,9%
146.896
1,91%
166.436
12,61%
68.264
5,25%
1.293
561
478
448
449
411
424
0 ,61
0,51
0,48
0,51
0,45
0,46
2005
2006
2007
148.450
112
102.477
120.854
62.833
Tabela 7.31 – Estatística das IES do Setor Privado – Paraná
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
243.061
RIO GRANDE DO SUL
2003
2004
4.586
258.190
6,22%
66
24,5%
112.295
8,07%
178.067
-0,75%
75.370
-1,64%
3.912
274.350
6,26%
74
12,1%
122.702
9,27%
155.929
-12,43%
72.648
-3,61%
3.707
289.266
5,44%
89
20,3%
120.493
-1,80%
142.316
-8,73%
73.415
1,06%
3.250
290.172
0,31%
92
3,4%
113.659
-5,67%
138.011
-3,02%
69.315
-5,58%
3.154
292.942
0,95%
89
-3,3%
114.261
0,53%
133.700
-3,12%
67.787
-2,20%
3.291
1.446
1.142
982
825
753
762
0,74
0,67
0,59
0,61
0,61
0,59
53
103.911
179.417
76.629
Tabela 7.32 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio Grande do Sul
2002
Matrículas nas IES
% de crescimento
Número de IES
% de crescimento
Vagas
% de crescimento
Candidatos inscritos
% de crescimento
Ingressantes
% de crescimento
Divisão proporcional de
Matriculados por IES
Divisão proporcional de
Ingressantes por IES
Relação Ingr
esso/V
aga
Ingresso/V
esso/Vaga
SANT
A CA
TARINA
SANTA
CAT
2004
2003
2005
2006
2007
2.079
145.377
10,99%
78
23,8%
64.853
22,36%
98.968
6,87%
48.581
13,78%
1.864
153.956
5,90%
91
16,7%
74.176
14,38%
95.350
-3,66%
48.204
-0,78%
1.692
168.674
9,56%
95
4,4%
80.743
8,85%
97.900
2,67%
52.797
9,53%
1.776
176.295
4,52%
101
6,3%
87.506
8,38%
104.940
7,19%
52.325
-0,89%
1.745
175.199
-0,62%
88
-12,9%
80.182
-8,37%
93.506
-10,90%
49.317
-5,75%
1.991
678
623
530
556
518
560
0,81
0,75
0,65
0,65
0,60
0,62
130.984
63
53.002
92.603
42.698
Tabela 7.33 – Estatística das IES do Setor Privado – Santa Catarina
58
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Destacamos que, nas estatísticas do Ensino Superior privado do estado de Santa Catarina,
consideramos os dados do setor privado e do setor público municipal, uma vez que este,
mesmo sendo público, cobra mensalidades dos seus alunos.
No que se refere ao porte da IES privada, o estado de São Paulo é o que concentra o maior
percentual de IES de grande porte (com mais de 3 mil alunos). São 89 no total, ou 33% das IES
de grande porte no Brasil.
Até 500 De 501 a
alunos mil alunos
Acre
Alagoas
Amapa
Amazonas
Bahia
Ceara
Distrito Federal
Espirito Santo
Goias
Maranhão
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Para
Paraiba
Paraná
Pernambuco
Piaui
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Rondonia
Roraima
Santa Catarina
São Paulo
Sergipe
Tocantins
Geral
3
12
4
5
48
22
47
45
34
8
30
22
143
8
13
79
31
16
51
9
46
10
5
46
232
4
17
990
3
3
3
1
21
10
6
22
9
6
14
8
68
5
6
35
12
6
18
4
9
4
1
14
89
2
8
387
De mil a 3
mil alunos
1
4
4
5
37
10
12
13
15
9
6
4
52
9
8
33
20
8
19
3
14
10
2
14
96
4
1
413
De 3 a 10
mil alunos
1
1
0
3
5
1
6
6
6
1
2
2
16
3
1
12
4
2
16
1
12
2
0
8
57
0
1
169
Acima de 10 Total
mil alunos
0
1
0
2
3
2
3
0
2
1
1
1
8
1
0
2
1
0
10
1
8
0
0
3
22
1
0
73
8
21
11
16
114
45
74
86
66
25
53
37
287
26
28
161
68
32
114
18
89
26
8
85
496
11
27
2.032
Tabela 7.34 – Distribuição das IES Privadas por Porte e por Estados
Fonte MEC/INEP 2007
59
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
8. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SETOR
Investimento em Educação
Atualmente estão matriculados no ensino básico brasileiro em torno de 56 milhões de alunos,
sendo 7 milhões em escolas particulares e 49 milhões em escola pública.
No ensino superior são 5,1 milhões de alunos matriculados, sendo 3,8 milhões no ensino
privado e 1,3 milhões no ensino público. Se considerarmos os matriculados em EAD do ensino
público e privado, alcançamos 5,8 milhões de matriculados na educação superior brasileira,
sendo 761 mil em EAD (Ano Base: 2008).
Juntos, ensino público e privado movimentam quase 134 bilhões de reais ao ano. O setor
público investe algo em torno de 88 bilhões de reais por ano e o setor privado aporta
aproximadamente 46 bilhões de reais por ano no setor (R$ 24 bilhões no ensino superior
e R$ 22 bilhões na educação básica). A seguir temos a distribuição dos investimentos dos
setores público e privado por segmento educacional.
Gráfico 8.1 – Investimento do Setor Privado por Segmento Educacional
Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado
60
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Faturamento
O setor de ensino superior privado brasileiro já está próximo de atingir um faturamento anual
de 25 bilhões de reais. Tal cifra coloca o setor entre os 10 maiores do país em faturamento
e percentual do PIB. O setor, que já atingiu taxas de crescimento de faturamento superiores
a 20% ao ano nos período de 1999 a 2003, começa a mostrar sinais de estabilidade, com taxas
médias de crescimento anual na casa dos 3%.
Candidatos
Ao longo do período da última década, presenciamos um contínuo crescimento do número
de candidatos inscritos na graduação presencial no Brasil. O crescimento se deu de maneira
mais acelerada no período de 1999 a 2003, sofrendo um arrefecimento após 2004. Em 2007
o crescimento chegou a 2,46%, comparado a 2006. O crescimento do número de candidatos
isoladamente, não deve ser considerado indicador da demanda do setor, uma vez que um
mesmo candidato ao ensino superior pode se inscrever em mais de um processo seletivo.
As recentes propostas de mudança no ENEM (Exame Nacional de Avaliação do Ensino Médio)
e sua utilização como processo seletivo, em substituição ao tradicional vestibular, poderão
tornar esse indicador mais próximo da realidade da demanda do setor. O candidato ao ensino
superior não mais necessitará se inscrever em vários vestibulares para entrar no curso de seu
interesse.
Gráfico 8.2 – Evolução do Número de Candidatos Inscritos na Graduação Presencial no Brasil
Na busca de uma formação superior, os cursos mais demandado pelos ingressantes são os de
Administração e Direito, seguidos pelos cursos de Pedagogia e Enfermagem.
No período de 2002 a 2007, a grande maioria dos cursos teve aumento em sua procura. Apenas
alguns poucos apresentaram redução (Comunicação Social, Letras, Ciência da Computação,
Turismo, Tecnologia em Sistemas de Informação, Matemática e Ciências Econômicas).
61
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Nome do Curso
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Administração
184.035
Direito
122.823
Pedagogia
66.242
Enfermagem
25.900
Educação Física
30.203
Ciências Contábeis
38.759
Comunicação Social
49.538
Psicologia
20.645
Fisioterapia
26.473
Sistemas de Informação
21.671
Letras
36.472
Farmácia
11.615
Tecnologia em Gestão de RH
899
Ciências Biológicas
15.696
Ciência da Computação
19.221
Serviço Social
6.881
Engenharia
12.827
Nutrição
9.421
Tecnologia em Marketing
1.086
Tecnologia em Logística
261
Arquitetura e Urbanismo
8.680
Tecnologia em Redes de
1.154
Computadores
Turismo
27.362
História
9.881
Medicina
5.195
Engenharia da Produção
1.250
Tecnologia em Sistemas de
9.745
Informação
Tecnologia em Gestão
1.294
Financeira
Matemática
9.576
Tecnologia em Gestão
330
Empresarial
Odontologia
7.987
Biomedicina
1.127
Engenharia Elétrica
6.881
Engenharia Civil
5.179
Medicina Veterinária
5.965
Tecnologia em Planejamento
640
Ambiental
Design
3.205
Tecnologia em
1.459
Desenvolvimento de Sistemas
Ciências Econômicas
10.058
Química
3.906
Tecnologia em Radiologia
810
Relações Internacionais
3.823
Geografia
4.395
Engenharia Ambiental
1.533
Tecnologia em Petróleo e Gás
Tecnologia em Estética
118
Teologia
1.346
Engenharia de Produção
1.010
Mecânica
Tecnologia em Gastronomia
462
Engenharia Mecânica
2.990
190.045
127.963
68.821
33.769
35.308
39.643
50.584
22.232
26.932
23.279
37.080
13.521
2.686
16.605
16.615
8.314
13.243
10.860
3.776
1.541
8.758
4.239
189.417
134.188
56.623
45.351
42.817
39.135
48.509
21.535
27.889
21.399
34.929
15.828
4.961
17.142
15.308
9.265
12.197
11.820
6.214
2.711
9.178
6.039
201.969
131.986
58.274
52.565
47.093
43.844
49.008
22.818
28.845
24.934
35.871
19.148
9.112
19.547
15.165
12.045
13.459
13.608
9.234
4.966
9.000
8.859
208.061
137.769
55.147
55.434
46.690
48.180
49.235
25.157
27.768
25.197
31.094
21.563
13.682
19.516
15.818
13.440
14.261
14.221
10.713
8.186
10.252
10.203
199.534
143.183
63.098
60.043
50.369
48.893
48.711
27.894
27.308
25.073
24.490
22.056
18.614
17.995
16.798
15.136
14.900
14.668
14.659
13.637
11.254
11.244
25.504
10.911
5.922
1.662
9.737
21.198
10.924
6.848
3.063
8.784
18.583
11.282
8.105
4.759
9.122
14.053
11.157
9.127
7.055
8.260
10.913
10.150
9.812
9.206
9.078
2.524
3.308
3.601
5.384
8.752
11.265
3.009
11.603
4.310
13.085
6.448
10.873
6.748
8.702
8.652
7.495
1.958
5.542
5.174
6.017
1.153
7.070
3.461
4.805
4.819
5.928
2.807
7.525
4.650
4.998
5.029
7.023
4.074
7.668
6.055
5.456
5.577
7.192
4.981
8.101
7.924
7.489
7.312
7.003
6.598
3.744
2.712
4.185
4.138
4.982
6.064
5.433
6.324
6.205
6.100
8.807
3.854
1.147
4.052
5.912
1.543
227
678
2.165
843
7.037
4.322
2.515
3.828
5.889
1.545
1.796
1.173
2.367
1.012
6.482
4.604
3.551
3.442
5.849
2.064
4.293
1.678
3.408
1.815
5.896
5.035
4.192
3.894
5.104
3.326
6.359
2.690
4.352
2.204
5.277
5.178
5.048
4.673
4.391
4.260
4.226
4.074
4.065
4.169
644
2.647
1.350
2.504
1.845
3.288
2.226
3.488
3.903
3.896
Tabela 8.1 – Cursos Privados mais Demandados na Graduação Presencial no Brasil (Ingressante / ano)
Fonte: MEC/INEP 2007
62
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
D
Docente
ocent e
ess
Acompanhando a ampliação de vagas e o crescimento do número de ingressantes, a contratação de docentes também vem se ampliando ano a ano.
No período de 1998 a 2003, vimos o espantoso crescimento do número de docentes no setor
de ensino superior privado, com média anual de 15,5%. Já no período de 2004 a 2007 esse
crescimento foi de 4,3% a.a. em média.
Gráfico 8.3 – Evolução do Número de Docentes na Graduação Presencial no Brasil
Cursos
O número de cursos privados também se ampliou, chegando a quase 16.900 cursos em 2007, com
crescimento de 392% no período de 1997 a 2007. As ofertas de vagas nos cursos mais procurados,
têm reduzido a relação ingressante/vaga. No curso mais demandado, Administração, a relação
ingressante/vaga chega a 0,32. Com base nos números de 2007, temos a oferta de mais de 3 vagas
para cada demandante (ingressante) no curso de Administração no Brasil.
Gráfico 8.4 – Evolução do Número de Cursos na Graduação Presencial no Brasil
63
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Nome do Curso
2002
Administração
439.985
Direito
422.958
Enfermagem
55.249
Pedagogia
172.993
Comunicação Social
124.026
Ciências Contábeis
112.256
Educação Física
73.236
Psicologia
71.239
Fisioterapia
74.856
Letras
95.621
Sistemas de Informação
37.860
Farmácia
34.093
Ciências Biológicas
36.805
Engenharia
32.433
Ciência da Computação
49.158
Nutrição
22.293
Medicina
28.579
Turismo
68.507
Serviço Social
17.717
Arquitetura e Urbanismo
32.033
História
24.512
Tecnologia em Gestão de RH
801
Odontologia
32.342
Matemática
26.334
Medicina Veterinária
18.570
Engenharia Civil
19.556
Tecnologia em Marketing
881
Engenharia Elétrica
18.992
Tecnologia em Redes de
1.157
Computadores
Normal Superior
15.338
Ciências Econômicas
32.421
Tecnologia em Logística
245
Engenharia da Produção
2.113
Tecnologia em Sistemas
25.360
de Informação
Biomedicina
2.119
Design
6.766
Geografia
12.662
Química
9.264
Tecnologia em Gestão
442
Empresarial
Engenharia Mecânica
9.793
Tecnologia em Gestão
1.324
Financeira
Tecnologia em
2.589
Desenvolvimento de Sistemas
Agronomia
5.428
Relações Internacionais
8.801
Teologia
2.538
Tecnologia em Planejamento 1.076
Ambiental
Tecnologia em Radiologia
1.029
Engenharia de Produção Mecânica 5.080
Engenharia Ambiental
2.890
Filosofia
5.984
2003
499.652
455.286
77.621
184.959
138.144
118.681
88.911
75.164
81.407
100.863
48.442
39.128
43.712
37.987
48.168
27.472
29.666
71.370
20.918
32.641
27.904
3.157
30.292
28.775
20.087
19.555
4.751
18.879
4.516
2004
539.636
477.030
105.808
177.882
145.595
121.161
107.747
78.339
87.320
101.697
53.739
45.185
46.656
40.074
46.271
31.826
32.246
68.533
24.580
33.589
29.252
6.611
29.306
29.974
21.068
18.698
8.084
18.523
8.125
2005
573.450
502.430
136.829
177.140
149.674
129.736
125.197
82.440
91.751
103.503
64.969
53.442
51.537
43.474
44.540
36.969
35.498
61.461
30.203
34.934
31.892
12.085
29.218
33.951
23.492
18.596
12.570
19.189
12.569
2006
591.326
518.427
165.639
169.791
151.305
136.774
132.249
88.001
93.423
96.070
66.874
61.761
52.991
46.594
43.426
41.405
40.045
52.196
34.742
35.980
31.886
20.269
29.685
30.185
24.791
19.170
17.033
19.541
17.201
2007
627.071
548.109
188.479
181.923
154.967
151.343
142.728
94.621
94.582
87.902
72.045
68.720
55.564
47.897
46.325
45.111
44.487
44.115
39.808
39.059
31.714
29.617
29.322
27.828
26.038
24.409
24.124
22.980
22.180
33.560
29.587
1.641
3.047
25.907
47.831
27.267
3.326
5.431
21.575
53.863
25.782
6.120
8.319
19.595
45.803
23.006
11.135
12.283
18.360
22.089
21.348
19.729
19.659
19.527
4.287
8.397
14.442
9.244
3.172
6.439
11.011
15.836
10.984
6.180
10.379
12.640
17.316
12.158
9.934
14.136
14.917
16.594
13.585
10.940
17.865
16.188
15.599
14.840
14.165
9.599
3.030
9.695
4.415
10.735
5.762
11.173
8.221
13.107
12.929
3.935
5.964
8.953
11.084
12.496
6.219
9.528
4.146
1.874
7.744
9.696
5.725
3.659
9.936
10.498
7.651
6.020
11.373
10.760
9.875
8.302
11.970
11.692
11.602
10.687
2.082
5.043
3.622
6.622
3.807
4.885
4.481
7.388
5.442
5.919
5.542
8.126
8.016
7.226
7.150
8.997
10.165
10.082
9.881
9.408
Tabela 8.2 – Maiores Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil (Matriculados)
64
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Concluintes
O número de concluintes da graduação presencial no ensino superior privado alcança 563 mil,
num total de 757 mil a cada ano.
Gráfico 8.5 – Evolução do Número de Concluintes na Graduação Presencial no Brasil
Matrículas
Na tabela a seguir, detalhamos os matriculados do ensino superior privado por estado,
caracterizando a localização (capital/interior), e por sexo.
No cenário nacional, verificamos que a maior parte dos matriculados encontra-se no interior do
País, representando aproximadamente 54%. Na categoria sexo, a maioria, 56% dos
matriculados, pertence ao sexo feminino.
A grande maioria dos estudantes (70% dos matriculados) elege o período noturno para
a realização do curso superior privado.
65
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Matrículas em Cursos de Graduação Presencial
Unidade da
Federação/
Categoria
Administrativa
Privado
Total
Categoria Administrativa
Localização
Universidades
Centros
Universitários
Faculdades
Integradas
Faculdades,
Escolas e
Institutos
CET/F
AT
CET/FA
Brasil
3.639.413
1.561.503
663.321
222.749
1.136.735
55.105
Norte
Capital
Sexo
Interior
Masculino
1.688.712 1.950.701 1.609.236
Feminino
2.030.177
167.230
18.812
50.516
8.068
87.498
2.336
129.122
38.108
71.858
95.372
RO
26.951
-
3.479
4.604
18.745
123
15.144
11.807
11.026
15.925
AC
8.681
-
-
-
8.681
-
8.280
401
3.617
5.064
AM
53.408
5.701
35.483
-
12.224
-
53.408
-
23.148
30.260
RR
5.666
-
-
-
5.448
218
5.666
-
2.229
3.437
PA
44.662
13.111
5.792
2.195
21.902
1.662
27.288
17.374
20.019
24.643
AP
12.218
-
-
-
11.898
320
11.907
311
5.459
6.759
TO
15.644
-
5.762
1.269
8.600
13
7.429
8.215
6.360
9.284
Nordeste
485.584
101.764
33.177
29.121
313.469
8.053
352.131
133.453
207.623
277.961
MA
39.141
-
15.849
-
23.292
-
27.462
11.679
16.374
22.767
PI
28.868
-
-
-
28.590
278
24.317
4.551
11.704
17.164
CE
68.622
23.729
-
-
40.705
4.188
59.444
9.178
31.420
37.202
RN
30.586
18.283
-
-
12.303
-
26.091
4.495
13.209
17.377
PB
26.960
-
6.603
2.945
16.007
1.405
17.650
9.310
11.427
15.533
PE
87.555
19.558
-
8.525
58.739
733
53.145
34.410
36.789
50.766
AL
28.289
-
-
13.939
13.128
1.222
26.304
1.985
12.693
15.596
SE
27.500
17.927
-
-
9.573
-
25.015
2.485
11.744
15.756
BA
148.063
22.267
10.725
3.712
111.132
227
92.703
55.360
62.263
85.800
Sudeste
2.044.170 1.002.336
428.945 128.527
458.129 26.233
847.292 1.196.878
914.392 1.129.778
MG
411.374
154.859
85.694
19.044
148.117
3.660
115.991
295.383
172.660
238.714
ES
73.543
-
15.769
10.472
45.257
2.045
23.458
50.085
31.692
41.851
RJ
399.682
244.659
100.575
14.727
38.936
785
230.408
169.274
177.442
222.240
SP
1.159.571
602.818
226.907
84.284
225.819
19.743
477.435
682.136
532.598
626.973
Sul
634.111
337.951
86.269
32.797
160.972 16.122
141.997
492.114
279.725
354.386
PR
208.215
68.601
26.145
15.112
92.384
5.973
81.541
126.674
93.615
114.600
SC
132.954
73.404
11.362
7.768
33.719
6.701
6.066
126.888
60.408
72.546
RS
292.942
195.946
48.762
9.917
34.869
3.448
54.390
238.552
125.702
167.240
Centro-Oeste
308.318
100.640
64.414
24.236
116.667
2.361
218.170
90.148
135.638
172.680
MS
44.580
19.905
9.969
6.278
8.428
-
24.878
19.702
19.859
24.721
MT
51.282
14.404
11.634
5.176
20.068
-
21.659
29.623
21.347
29.935
GO
103.451
41.515
11.161
1.643
47.598
1.534
62.628
40.823
44.687
58.764
DF
109.005
24.816
31.650
11.139
40.573
827
109.005
-
49.745
59.260
Tabela 8.3 – Matrículas em Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil
Fonte: MEC / INEP
66
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Matrículas em Cursos de Graduação Presenciais
Unidade da Federação
Brasil
Norte
Rondônia
Acre
Amazonas
Roraima
Pará
Amapá
Tocantins
Nordeste
Maranhão
Piauí
Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Pernambuco
Alagoas
Sergipe
Bahia
Sudeste
Minas Gerais
Espírito Santo
Rio de Janeiro
São Paulo
Sul
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Centro-Oeste
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso
Goiás
Distrito Federal
Total Privado
3.639.413
167.230
26.951
8.681
53.408
5.666
44.662
12.218
15.644
485.584
39.141
28.868
68.622
30.586
26.960
87.555
28.289
27.500
148.063
2.044.170
411.374
73.543
399.682
1.159.571
634.111
208.215
132.954
292.942
308.318
44.580
51.282
103.451
109.005
T
ur
no
Tur
urno
Diurno
1.094.449
48.835
6.754
1.894
11.473
1.742
17.165
3.736
6.071
189.334
15.825
11.279
32.733
12.032
12.086
27.652
11.412
8.211
58.104
578.712
120.077
22.671
143.999
291.965
168.803
51.128
33.905
83.770
108.765
13.727
13.768
40.383
40.887
Noturno
2.544.964
118.395
20.197
6.787
41.935
3.924
27.497
8.482
9.573
296.250
23.316
17.589
35.889
18.554
14.874
59.903
16.877
19.289
89.959
1.465.458
291.297
50.872
255.683
867.606
465.308
157.087
99.049
209.172
199.553
30.853
37.514
63.068
68.118
Tabela 8.4 – Matrículas em Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil por Turno
Fonte: MEC / INEP
67
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
População Universitária
O percentual de estudantes do ensino superior em relação à população de cada estado pode
ser visualizado no gráfico a seguir. Nele podemos observar os estados com nível mais elevado
de educação superior em relação ao restante da população.
O percentual da população com educação superior apresenta relação direta com a renda per
capita. O Distrito Federal, por apresentar a renda média mais alta do País, acaba se destacando
na relação universitário/população.
Gráfico 8.6 – Percentual de Universitários em Relação à População por Estados da Federação
Mensalidades
Os valores médios das mensalidades das IES privadas variam conforme o estado. Rio Grande
do Sul apresenta a mensalidade média mais alta, seguido de Minas Gerais e Distrito Federal.
Tocantins, Alagoas e Piauí possuem as mensalidades médias mais baixas. A grande diferença
nos valores médios das mensalidades entre capitais de até 155% reflete o retrato das desigualdades econômicas e sociais do País.
Fazendo uma ponderação das mensalidades médias com o número de matriculados nas instituições privadas em cada região por estados (capital e interior), chegamos a um valor médio
nacional de R$ 457,00.
68
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Posição
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
UF
Mensalidade Média
Rio Grande do Sul
Minas Gerais
Distrito Federal
Santa Catarina
Bahia
Paraná
Pará
Goiás
Mato Grosso do Sul
Amazonas
Paraíba
Pernambuco
Rondônia
Mato Grosso
Maranhão
Acre
Espírito Santo
Ceará
Amapá
Rio de Janeiro
São Paulo
Roraima
Rio Grande do Norte
Sergipe
Piauí
Alagoas
Tocantins
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
720,76
641,83
622,27
541,10
538,50
536,86
536,79
533,57
496,81
476,24
463,07
462,65
462,55
454,31
432,38
431,78
430,97
424,15
419,81
416,44
373,38
365,62
363,18
342,43
324,65
306,34
286,20
Tabela 8.5 – Mensalidade Média por Estado
Fonte: Hoper Estudos de Mercado
Índice Geral de Cursos – IGC
Uma das características das IES privadas no Brasil é o grande fosso de qualidade existente
entre elas. Numa avaliação, a partir do Índice Geral de Cursos publicado pelo MEC, com
aproximadamente 1.300 IES privadas, encontramos IES com 483 de IGC, para a melhor avaliada
e outras com 55 de IGC, para a pior avaliada.
Um dos grandes desafios da educação superior privada, além da consolidação do número de
IES com a consequente profissionalização da sua gestão, é a melhoria da qualidade de ensino.
Até então, a grande preocupação estratégica das empresas do setor, tem sido com a expansão
e a profissionalização administrativa, relegando a segundo plano a profissionalização
e a qualificação acadêmica.
69
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Índice Geral de Cursos – IGC
IES – Privada
Sigla
UF (Sede)
IGC
Contínuo
Escola Brasileira de Economia e Finanças
Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic
Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
Escola de Administração de Empresas de São Paulo
Faixas
EBEF
RJ
483
5
SLMANDIC
SP
482
5
EBAPE
RJ
467
5
FGV-EAESP
SP
458
5
Instituto Superior de Educação Vera Cruz
ISE Vera Cruz
SP
446
5
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia
FAJE
MG
437
5
Faculdade de Economia e Finanças IBMEC
Faculdades Ibmec
RJ
437
5
Ibmec
SP
431
5
Faculdade Ibmec São Paulo
Instituto Superior de Educação Ivoti
Faculdade de Administração de Empresas
Faculdade de São Bento
Faculdade de Ciências Econômicas
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
ISEI
RS
419
5
FACAMP
SP
418
5
5
FSB
SP
411
Facamp
SP
396
5
Faculdade AGES
BA
392
4
PUC-Rio
RJ
385
4
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo
FCMSCSP
SP
375
4
Faculdade Doutor Francisco Maeda
FAFRAM
SP
370
4
PUC-SP
SP
369
4
SINGULARIDADES/ISESP SP
367
4
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Instituto Superior de Educação de São Paulo
Faculdade Cenecista Nossa Senhora dos Anjos
Faculdades Integradas de Vitória
Faculdade Ruy Barbosa de Administração e de Direito
Escola Superior de Administração e Gestão
Faculdade de Administração Milton Campos
FACENSA
RS
364
4
FDV
ES
363
4
FRBA
BA
359
4
ESAGS
SP
358
4
4
FAMC
MG
357
FAE-FAAP
SP
351
4
Faculdade Autônoma de Direito
FADISP
SP
350
4
Faculdade IBMEC
Ibmec
MG
348
4
4
Faculdade de Administração da Fundação Armando Álvares Penteado
Faculdade Marista
Faculdade de Comunicação e Marketing da Fundação Armando Álvares Penteado
Centro Universitário Álvares Penteado
Instituto Superior de Educação do Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora
Faculdade Energia de Administração e Negócios
Faculdade de Ciências Humanas de Garça
FMR
PE
348
FACOM-FAAP
SP
346
4
FECAP
SP
346
4
ISECENSA
RJ
344
4
FEAN
SC
344
4
FAHU
SP
344
4
UNIFAE
PR
338
4
Faculdade Unime de Educação e Comunicação
FEC
BA
335
4
Escola Superior de Gestão Comercial e Marketing
ESIC
PR
332
4
Faculdades Ibmec
RJ
332
4
FEC-FAAP
SP
331
4
FAI
MG
330
4
UniRitter
RS
328
4
4
Centro Universitário Franciscano do Paraná
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas IBMEC
Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado
Faculdade de Administração de Itabirito
Centro Universitário Ritter dos Reis
Faculdade Cenecista Ilha do Governador
FACIG
RJ
327
Faculdade Capixaba de Nova Venécia
UNIVEN
ES
325
4
Faculdade de Computação e Informática da Fundação Álvares Penteado
FCI-FAAP
SP
325
4
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
UNISINOS
RS
322
4
ESPM
RJ
320
4
FAT
SP
320
4
SENACSP
SP
320
4
FACOC SALVADOR
BA
319
4
Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro
Trevisan Escola Superior de Negócios
Centro Universitário SENAC
Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Salvador
Faculdade Arthur Sá Earp Neto
FASE
RJ
319
4
Escola Superior de Propaganda e Marketing
ESPM
SP
318
4
70
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Instituto Superior de Educação de Oliveira
Faculdade Campos Elíseos
ISEOL
MG
317
4
FCE
SP
316
4
Centro Universitário Feevale
Feevale
RS
315
4
Faculdade Ruy Barbosa de Tecnologia em Processamento de Dados
FRBTPD
BA
313
4
Universidade de Caxias do Sul
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz
Faculdade Planalto
Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Santos
Instituto Salesiano de Filosofia
Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre
Faculdade de Administração e Informática
UCS
RS
313
4
EEWB
MG
312
4
FAPLAN
RS
312
4
ESAMC Santos
SP
312
4
INSAF
PE
311
4
FDB
RS
311
4
FAI
MG
309
4
ESAMC – Maceió
AL
308
4
Instituto Superior de Educação Nossa Senhora de Lourdes
ISED
BA
308
4
Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo
FACIS
SP
308
4
Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Maceió
Faculdade de Ciências Jurídicas de Diamantina
FCJ
MG
307
4
FECLSJT
RS
306
4
Faculdade Gennari e Peartree
FGP
SP
306
4
Instituto Superior de Educação de Junqueirópolis
ISEJ
SP
306
4
4
Faculdade de Educação, Ciências e Letras São Judas Tadeu
Faculdade Santa Rita
FASAR
SP
305
Faculdade de Administração de Brasília
AIEC/FAAB
DF
304
4
Universidade Presbiteriana Mackenzie
MACKENZIE
SP
304
4
Faculdade do Agreste de Pernambuco
FAAPE
PE
303
4
Faculdade de Medicina do ABC
FMABC
SP
303
4
4
Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Faculdade Sete de Setembro
FIAETPP
SP
302
PUC Minas
MG
301
4
PUC-RS
RS
301
4
FA7
CE
300
4
UNILASALLE
AM
297
4
Faculdade de Tecnologia Empresarial
FTE
BA
297
4
Faculdade Santa Maria
FSM
PE
297
4
Unifra
RS
297
4
Faculdade La Salle
Centro Universitário Franciscano
Tabela 8.6 – Ranking das 80 Melhores Cursos pelo IGC
Evasão
A questão da evasão no ensino superior brasileiro não é um fenômeno recente e tampouco
específico do País. Ao contrário do que se imagina, o aspecto financeiro não é o principal
motivador para os alunos abandonarem as escolas, haja vista o problema das altas taxas
enfrentadas por países desenvolvidos, a exemplo dos EUA.
Os currículos desatualizados e inchados, a falta de orientação vocacional, a formação escolar
precária, a pouca relação entre teoria e prática são exemplos de fatores que contribuem
diretamente para a desistência dos alunos.
A evasão pode ser medida por meio da taxa de evasão anual e da taxa de evasão no curso,
calculadas da seguinte forma:
•
Taxa de evasão anual = total de alunos evadidos (trancamento, abandono, desistência
e transferência) no ano ÷ total de alunos matriculados.
•
Taxa de titulação = total de alunos concluintes no ano 04 ÷ total de alunos
ingressantes no ano 01.
71
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
A taxa de evasão anual das instituições de ensino superior brasileiras tem-se mantido entre
17% e 20% desde o ano 2000, e segue a tendência mundial de 20% a 21%.
A taxa de titulação também segue a média de outros países, ficando em torno de 55%. Conforme
pode ser observado nos gráficos a seguir, não há evidências de tendências de redução ou
crescimento da evasão nos últimos anos.
Gráfico 8.7 – Evolução da Taxa de Evasão nas IES Públicas e Privadas no Brasil
Gráfico 8.8 – Taxa de Concluintes no Ensino Superior Brasileiro – Público e Privado
O fator financeiro, definitivamente, não é a principal causa da desistência dos alunos. Com
base em uma amostra de 1.190 instituições, percebe-se que não há correlação entre taxa
de evasão e valor da mensalidade média. Conforme o gráfico a seguir, não se pode afirmar
que quanto mais caro o curso, maior é a evasão e vice-versa.
72
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 8.9 – Taxa de Evasão e Mensalidade Média no Ensino Superior Brasileiro Público e Privado
Perfil da Evasão
O início do curso é o momento mais crítico. O aluno ingressa com expectativas que muitas
vezes são frustradas e não há ainda uma relação mais forte com a instituição, como relações
de amizade. Passado o primeiro ano, o risco de o aluno evadir fica bem mais reduzido e assim
sucessivamente até a sua conclusão.
Gráfico 8.10 – Evolução da Taxa de Evasão ao Longo do Curso
A evasão ocorre com maior frequência no primeiro ano do curso, no primeiro semestre do ano
e é praticamente igual no período diurno e noturno.
73
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
2007 – EVASÃO POR SEMESTRE
1 o SEM
2 o SEM
Privadas
54%
46%
Públicas
57%
43%
Total
55%
45%
Tabela 8.7 – Evasão do Ensino Superior por Semestre
Privadas
Públicas
Total
2007 – EVASÃO POR TURNO
DIURNO
NOTURNO
19%
20%
13%
14%
17%
19%
Tabela 8.8 – Evasão do Ensino Superior por Turno
Os cursos que apresentam as maiores taxas de evasão não são, necessariamente, os mais
procurados. Os cursos Sistemas de Informação e Ciência da Computação, que apresentam
as duas maiores taxas de evasão anual, são os 10º e 17º mais procurados, respectivamente.
20 Cursos mais procurados com maior taxa de evasão
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Curso – IES Particulares
Sistema de Informação
Ciência da Computação
Turismo
Educação Física
Engenharia
Administração
Comunicação Social (redação e conteúdo)
Formação do professor de letras
Direito
Fisioterapia
Ciências Contábeis
Arquitetura e Urbanismo
Psicologia
Formação de professor de educação física
Nutrição
Pedagogia
Farmácia
Enfermagem
Normal Superior
Medicina
Tabela 8.9 – 20 Cursos Mais Procurados com Maior Taxa de Evasão
74
Taxa
25,2%
24,2%
22,8%
21,9%
21,9%
20,5%
19,4%
19,4%
18,9%
17,8%
17,8%
17,6%
17,5%
16,4%
15,4%
15,0%
13,8%
12,7%
11,2%
6,9%
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
9. AS EMPRESAS LIST
ADAS NA BM&FBOVESP
A
LISTADAS
BM&FBOVESPA
Atualmente, temos quatro empresas educacionais brasileiras negociadas na BM&FBOVESPA:
Anhanguera Educacional, Estácio Participações, Kroton e Sistema Educacional Brasileiro (SEB).
A Anhanguera Educacional e a Estácio Participações são as maiores Instituições de Ensino
Superior Privadas brasileiras. Essas empresas, por seu porte e capitalização, tornaram-se as
principais consolidadoras do setor educacional. Conhecer o perfil de cada uma delas, bem
como suas estratégias de atuação, é fundamental para compreendermos o novo cenário
competitivo do setor que movimenta quase 25 bilhões de reais anuais.
A seguir, apresentamos as principais características de cada uma dessas empresas, com base em
informações de mercado.
Anhanguera Educacional
A EMPRESA
Maior rede de ensino profissionalizante e uma das três maiores redes de ensino superior do
Brasil, a Anhanguera atua em quatro subsegmentos do setor de educação que são:
•
Graduação presencial, com 140 mil alunos distribuídos em 53 campi.
•
Graduação a distância, com mais de 20 mil alunos distribuídos em 450 polos.
•
Cursos profissionalizantes presenciais, com 500 mil alunos em 675 franquias.
•
Cursos de Pós-graduação lato sensu e cursos para concursos, com 90 mil alunos em 322
polos.
A empresa é focada no jovem trabalhador brasileiro de média e média-baixa renda, que trabalha
durante o dia e estuda no período noturno, em sua grande maioria ofertando uma variedade
grande de cursos, formas de entrega e mensalidades acessíveis. A empresa quer ajudar esses
jovens a melhorar a sua empregabilidade no mercado de trabalho, aumentando as suas
perspectivas de desenvolvimento profissional.
Para conseguir ganhar escala e oferecer um ensino adequado a esse público, a empresa
desenvolveu um projeto pedagógico unificado e um modelo operacional multiunidades. Dessa
forma ela consegue praticar preços mais baixos do que a concorrência. Suas unidades, em
geral, são de pequeno/médio porte (2 mil a 7 mil alunos) e se situam em regiões de grande
concentração populacional e vias de acesso de transporte público. Com essa oferta de
conveniência, a empresa consegue atingir uma parcela grande de jovens trabalhadores que
precisam se desenvolver na carreira.
O objetivo da empresa é ser a maior rede de ensino superior do Brasil.
75
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Mapa das Unidades
A empresa tem marcas posicionadas para atender cada segmento de ensino profissionalizante
com propostas de entrega, produto e preço diferenciados. Para melhor compreensão do modelo
temos o seguinte quadro disponível no portal da empresa:
Tabela 9.1 – Perfil do Grupo Anhanguera
Além dos 52 campi de graduação presencial abaixo mostrados, a empresa tem um campus em
Belo Horizonte (MG).
Figura 9.1 – Unidades do Grupo Anhanguera
Fonte: portal da empresa – www.uninhanguera.edu.br
76
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
HISTÓRIA
A empresa foi fundada em 1994 pelos professores Antonio Carbonari Netto e José Luis Poli, na
cidade de Leme em São Paulo. Passados quase 10 anos, a instituição, em 2003, tinha quase
9 mil alunos em sete unidades, todas em cidades no estado de São Paulo.
Nesse mesmo ano (2003) a instituição recebeu novo sócio, a mantenedora da Universidade
Anhembi Morumbi, que aportou recursos financeiros e expertise no setor educacional brasileiro,
fatores determinantes para a abertura de três novas unidades.
No final do ano de 2005 a rede já possuía 10 unidades. Ainda em 2005, um fundo do Banco
Pátria e uma linha de crédito do IFC aportaram recursos para fomentar a expansão orgânica
de maneira bem mais acelerada permitindo a abertura de mais uma unidade em 2006, fazendo
com que a rede tivesse pouco mais de 23 mil alunos no início desse ano. Ainda em 2006,
a empresa adquiriu duas unidades, sendo uma no estado de Goiás e outra em Jacareí, somando
mais 6.600 alunos à rede, e planejou o lançamento de seis novas unidades em 2007.
No início de 2007 a empresa adquiriu o Centro Universitário Hispano-Brasileiro (Unibero) na
cidade de São Paulo, com 2.400 alunos e, em 12 de março do mesmo ano, tornou-se a primeira
empresa brasileira de educação a abrir o capital na Bolsa de Valores, captando mais de R$ 800
milhões. Os recursos captados serviriam para financiar, de forma bem mais acelerada, o crescimento da rede no ano seguinte.
Ao final de 2008 a Anhanguera já havia adquirido mais de 100 mil alunos, duas redes de ensino
a distância e a maior rede de ensino profissionalizante do Brasil, a Microlins, além de abrir dez
unidades orgânicas. A empresa encerrou o ano com mais de 200 mil alunos de ensino superior
e 500 mil de ensino profissionalizante, tornando-se a maior rede de ensino profissionalizante
do Brasil.
Fonte: portal da empresa – www.uninhanguera.edu.br/ri
ESTRUTURA SOCIETÁRIA
Em 31 de março de 2009, um fundo administrado pela empresa Pátria Investimentos S/A,
denominado Fundo de Educação para o Brasil (FEBR), detém o controle da companhia, com
48,6% do capital, de forma direta, e 4% em outros veículos. Os administradores, incluindo os
acionistas fundadores, têm 4,69% do capital. Os 42,71% restantes estão diluídos entre acionistas
minoritários, com ações na bolsa de valores.
Fonte: Relatório ITR da CVM com data base de 31/03/2009.
77
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O conselho é composto por cinco membros, sendo um independente, com a seguintes
experiências:
NOME
FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
Alexandre Saigh
Presidente do Conselho. Graduado em Ciências, Administração
Financeira e Hoteleira pela Universidade de Boston (EUA), pós-graduado em Economia pela Universidade de Harvard. Vice-presidente do
Banco JPMorgan (89-94). Entrou no Banco Patrimônio em 1994 na
condição de sócio, responsável pela área de investimentos em participações. Atualmente é sócio-diretor do Pátria.
Luis Otávio Magalhães
Vice-presidente do Conselho. Graduado em Administração de Empresas (EAESP/FGV) e Direito (USP). Advogado na Pinheiro Neto Advogados (82-89). Em 1988 foi um dos sócios-fundadores do Banco
Patrimônio. Atualmente é sócio-diretor do Pátria, responsável pela
administração geral e gestão de risco.
Olimpio Matarazzo Neto
Conselheiro. Administrador de Empresas (USP). Managing Director do
Banco Chase Manhattan (2000-2001). Em 1988 foi um dos sócios-fundadores do Banco Patrimônio. Atualmente é sócio-diretor do Pátria,
responsável pela área de fundos mutimercados.
Octávio Castello Branco
Conselheiro. Engenheiro de Produção (USP). Diretor de Infraestrutura
do BNDES (2001-2002). Copresidente do Banco JPMorgan no Brasil
(1996-2001). Atualmente é sócio-diretor do Pátria, responsável pelas
áreas de finanças corporativas, fusões e aquisições.
Sérgio Vicente Bicicchi
Conselheiro Independente. Administrador de Empresas (FAAP-SP).
Diretor Comercial da Gradiente (1986-1989). Diretor Comercial e Operacional da Curt S/A (1989-1991). Atua como consultor em gestão empresarial desde 1991.
Tabela 9.2 – Perfil do Conselho de Administração – Anhanguera
DIRETORIA EXECUTIVA
A diretoria da empresa é composta por três membros (incluindo o diretor-presidente) com as
seguintes experiências:
NOME
CARGO, FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
Antonio Carbonnari
Diretor Presidente e cofundador. Formado em Matemática (PUC
Campinas-SP). Mestrado em Administração Educacional (WIU –
Wisconsin – EUA). Fundou a Anhanguera em 1994. Foi professor, executivo
e consultor de grupos educacionais como Unip, Uninove e Anhembi
Morumbi. Foi líder de órgãos de classe como Semesp e Abmes.
José Luis Poli
Diretor Acadêmico e cofundador. Formado em Matemática pela
Universidade São Francisco. Mestre em Matemática (USP). 20 anos de
experiência na função de professor universitário e executivo no setor
de educação. Foi diretor financeiro da Anhanguera.
Ricardo Scavazza
Diretor Operacional e de Relações com Investidores. Formado em
Administração de Empresas (Universidade do Texas e FGV). Diretor
financeiro da DASA S/A (2001). Ingressou como sócio no Banco Pátria
em 2005.
Tabela 9.3 – Perfil da Diretoria Executiva – Anhanguera
Fonte: portal da empresa – seção atualizada até 9 de fevereiro de 2009.
78
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
E VOLU
ÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS
VOLUÇÃO
Ao analisarmos a evolução do número médio de alunos matriculados da empresa e o respectivo crescimento ano a ano desde 2003, verificamos que a Anhanguera teve um crescimento
médio composto expressivo no período (78%), também causado pela base inicial pequena.
Mesmo com a aceleração do crescimento orgânico em virtude da entrada de novos investidores
em 2005, o processo de abertura de capital (OPA) foi, sem dúvida, o grande acelerador do
crescimento conforme podemos verificar no gráfico abaixo. Desse período (2007) em diante,
a empresa passou a crescer três dígitos percentuais por ano. Vejamos a evolução no gráfico:
Gráfico 9.1 – Evolução do Crescimento de Matrículas – Anhanguera
Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa e Prospecto de abertura de capital.
Quando analisamos a evolução das matrículas da empresa em relação à sua participação de
mercado (ano a ano) no setor privado do Brasil, verificamos que, mesmo com todo o crescimento
da companhia no período de 2003 a 2007 e sendo um dos 3 maiores grupos do ensino superior
privado do Brasil, a empresa ainda tinha menos de 2% de participação de mercado em 2007
(último censo divulgado). Esse dado mostra o quanto fragmentado é o setor e como ainda existe
muito espaço para consolidação, conforme podemos verificar no gráfico abaixo:
Gráfico 9.2 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – Anhanguera
Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa, Prospecto de abertura de capital e Censo 2007 do INEP/MEC.
79
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
RESUL
TADOS FINANCEIROS
RESULT
Ao analisarmos os resultados financeiros da empresa, confrontando receitas líquidas e Lajida
(Ebitda), temos o seguinte cenário:
Gráfico 9.3 – Evolução das Receitas e Margens – Anhanguera
Fonte: Relatórios trimestrais de resultado da empresa, prospecto de OPA
e consenso de mercado Bloomberg para os dados futuros estimados.
Pelo gráfico acima podemos constatar que apesar do crescimento significativo de receita
e Lajida (Ebitda) de 2004 a 2010 (estimado), a margem lajida só cresceu até 2007. Isto acontece
porque a companhia está num processo de crescimento que envolve aquisições e novas
unidadesque não se encontram com as mesmas margens que as unidades anteriores. Isto acarreta
piora de margem num primeiro momento – logo após a aquisição – e melhoria ao longo dos
anos seguintes em função do trabalho de integração de processos – em unidades adquiridas –
e da maturação dos campi – nas unidades novas.
De qualquer forma, os dados de crescimento anual médio ponderado de receitas (70%) e Lajida
(81%), no período 2004 a 2010, impressionam porque se mantêm em dois dígitos altos, mesmo
com números absolutos muito grandes. O mercado espera que a empresa tenha receitas líquidas
acima de um bilhão de reais já em 2010, o que vai significar dez vezes mais do que 4 anos antes.
EVOLUÇÃO DA AÇÃO
A ação da Anhanguera, que abriu o capital a R$ 18,00 em março/07, teve uma valorização
grande (110%) nos 10 primeiros meses, chegando a R$ 38,00 em dez/07. Depois disso sofreu
uma queda significativa até mar/08, chegando a em torno de R$ 21,50, devido ao início da
crise e a partir de agosto/07, voltou a cair acompanhando os mercados brasileiros e mundial,
chegando ao ponto mínimo de R$ 9,25 em fev/09. Isto representava uma desvalorização de
49% em relação ao preço da abertura de capital.
A partir daí, com a recuperação da Bovespa, a ação voltou a subir, chegando ao patamar de R$
15,30 em 30/04/09, ainda abaixo do preço de abertura, mas fazendo com que o valor da
empresa ficasse próximo aos R$ 2 bilhões, conforme verificamos no gráfico e dados a seguir:
80
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 9.4 – Evolução do Preço da Ação – AEDU11
OPORTUNIDADES E RISCOS DA EMPRESA
A empresa tem conseguido entregar o plano de negócios de crescimento e margens, que
prometeu na abertura de capital aos investidores. Por esta razão, é uma das ações de educação
mais demandadas por investidores estrangeiros. Com seu plano de crescer em unidades pequenas
e médias, ofertando ensino profissionalizante para jovens trabalhadores, numa equação de
mensalidade e acesso muito competitiva, a empresa mais que dobrou de tamanho desde
a abertura de capital. Esse modelo, combinado com diversos formatos de entrega (presencial,
EAD etc.), deve permitir uma taxa de crescimento de dois dígitos pelos próximos anos.
Dois pontos são relevantes como riscos ao processo de crescimento da empresa. No primeiro,
como o plano de crescimento é baseado em aquisições de faculdades isoladas, que não têm
autonomia para lançar cursos ou unidades orgânicas que também demandam pré-autorização
do MEC, uma eventual demora do Ministério por trâmites burocráticos ou excesso de pedidos
de outras instituições pode atrasar tal plano. Um segundo risco relevante é a piora do cenário
competitivo nas cidades onde a empresa está crescendo. Até o presente momento, os
consolidadores não tiveram grandes interseções geográficas de atuação. Com o aumento da
capilaridade do ensino a distância, o crescimento de todos os consolidadores para novas regiões
e o reposicionamento de instituições que já atuam numa determinada área, pode ser que uma
eventual guerra de preços pressione as margens para baixo.
81
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Estácio
A EMPRESA
A companhia é a maior empresa do setor de ensino superior no Brasil em número de alunos
(mais de 200 mil) e receitas líquidas (próximas a R$ 1 bilhão), com 4% de participação de
mercado. A estrutura é composta de 78 campi em 16 estados, sendo duas universidades, dois
centros universitários e 27 faculdades. A empresa tem ainda uma operação no Paraguai com
dois mil alunos.
A empresa oferece 90 cursos de graduação nas áreas de Ciências Exatas, Humanas e Biológicas,
sendo 45 de graduação tradicional e 45 de graduação tecnológica, segmento onde lidera
isoladamente o número de alunos no Brasil, com 10% de participação de mercado, em que
o 2º colocado tem 5%. Além da graduação, oferece ainda 140 cursos de pós-graduação lato
sensu, cinco cursos de mestrado e um de doutorado em Direito.
A Estácio tem o objetivo de se tornar líder de mercado em todas as cidades onde atua e manter
a posição de maior empresa de ensino superior no Brasil. O perfil de seus alunos é bastante
diversificado. A grande maioria são jovens trabalhadores de média e média-baixa renda.
MAPA DAS UNIDADES
Figura 9.2 – Unidades do Grupo Estácio
Fonte: portal da empresa – www.estacioparticipacoes.com
82
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
HISTÓRIA
A história da empresa começa há 39 anos (1970), com a criação da Faculdade de Direito Estácio
de Sá, em homenagem ao fundador da cidade do Rio de Janeiro. A empresa foi fundada como
sociedade sem fins lucrativos, pelo magistrado João Uchôa Cavalcanti Netto, sendo hoje
o principal acionista do grupo.
Em 1972, a empresa se transformou em Faculdades Integradas Estácio de Sá, com a incorporação de novos cursos superiores e, em 1988, conquistou o status de Universidade.
Em 1992, a empresa iniciou sua expansão pelo município do Rio de Janeiro, com a abertura de
um campus no bairro da Barra da Tijuca e, já em 1996, ultrapassou os limites municipais com
a criação das unidades nas cidades de Resende, Niterói e Nova Friburgo, no Estado do Rio de
Janeiro.
No ano de 1997, a empresa foi pioneira na criação do Instituto Politécnico Universitário –
o primeiro centro superior de formação para o trabalho do País. O Instituto foi responsável pela
oferta de cursos com foco no ensino de competências e habilidades práticas voltadas para
nichos específicos do mercado de trabalho, conhecidos como cursos de graduação tecnológica.
A partir de 1998, a empresa começou sua expansão nacional com a criação dos novos campi/
unidades nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso
do Sul, Bahia, Pernambuco, Pará e Ceará.
Em 2005 iniciou o processo de transformação das suas subsidiárias para sociedades com fins
lucrativos, processo finalizado ao longo de 2007.
Em 2006 integra duas importantes instituições internacionais em seus programas acadêmicos.
Foram estabelecidas parcerias com a École Hotelière de Lausanne, na Suíça, com concessão de
dupla titulação (grau válido nos dois países) em Hotelaria para os seus alunos, e com
a Alain Ducasse Formation, na área de Gastronomia.
Em 27 de julho de 2007 a empresa anunciou o início da Oferta Pública de Distribuição Primária
e Secundária de Certificados de Depósitos de Ações (Units) de sua emissão (OPA). As Units
ofertadas foram negociadas ao preço de R$ 22,50 (vinte e dois reais e cinquenta centavos) por
ação. O valor de venda da oferta primária de ações foi de R$ 268,2 milhões e a oferta secundária
foi de R$ 178,8 milhões.
Em 20 de agosto de 2007, a Estácio anunciou a aquisição da Irep, Sociedade de Ensino Superior,
Médio e Fundamental Ltda., e da Faculdade Radial de Curitiba Sociedade Ltda., mantenedoras
do Centro Universitário Radial, uma instituição de ensino com mais de 40 anos de tradição
e qualidade, contando com 6 campi na cidade de São Paulo, 1 campus na região do ABC Paulista
e 1 campus em Curitiba, com um total de 10.800 (dez mil e oitocentos) alunos.
Em maio de 2008, a empresa de participações GP Investimentos adquire um lote relevante de
suas ações e torna-se a 2ª maior acionista, logo após o fundador.
Fonte: portal da empresa – www.estacioparticipacoes.com
83
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Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 9.5 – Fatos Relevantes e Evolução do Número de Alunos – Estácio
Fonte: Relatórios da empresa.
ESTRUTURA SOCIETÁRIA
O fundador da empresa detém o controle da mesma por meio de uma subsidiária (Uchoa
Cavalcanti Participações S.A.) com 55% do capital total, seguido pela GP Investimentos com
20%, por meio de uma subsidiária (Moena Participações S.A.), e os restantes 25% do capital
estão diluídos entre acionistas minoritários, com ações na bolsa de valores. Com a entrada da
GP Investimentos, em maio de 2008 e a assinatura de um acordo de acionistas com o fundador,
os membros da família se afastaram da gestão da empresa, passando a GP a desempenhar esse
papel.
A empresa só tem ações ordinárias e é a única das listadas aderente ao Novo Mercado da
Bovespa, o que garante maior transparência e direitos de governança corporativa aos acionistas
da empresa.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O conselho é composto por oito membros, sendo dois independentes, com as seguintes
experiências:
84
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Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
NOME
FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
Alcyr Simões
Presidente do Conselho. Advogado (UERJ) e consultor jurídico da Estácio
desde 1996. Foi consultor jurídico e advogado da Nuclebrás de 1975
a 1996.
João Athayde
Vice-presidente do Conselho. Engenheiro Econômico (UFRJ). Trabalhou
no Ministério do Planejamento, ex-professor da UFRJ e da PUC
e ex-vice-presidente da ANBID e ABRASCA.
Marcel Cavalcanti
Conselheiro. Tem 25 anos de experiência na empresa. De 1996 a 2007
foi responsável pelo programa de expansão da empresa, levando
o número de alunos de 17 mil para mais de 190 mil.
Antonio Bonchristiano
Conselheiro. Bacharel em Política, Filosofia e Economia pela Universidade de Oxford. É sócio da GP Investimentos e co-CEO onde está
desde 1993. Foi diretor financeiro da SuperMar Supermercados e CEO
do Submarino. Foi sócio da Johnston Associates, em Londres
e trabalhou no Salomon Brothers, em Londres e NY. É membro dos
conselhos da BR Properties, San Antonio, Leitbom, Allis, ALL e Invest
Tur. Foi membro do conselho do Submarino, Sé Supermercados, ABC
Supermercados, Gafisa, Hopi Hari, Equatorial Energia e Playcenter.
Eduardo Samara
Conselheiro. Economias (USP). Está na GP Investimentos desde 2008.
Trabalho no Banco de Investimentos JPMorgan em São Paulo e Nova
York.
Fersen Lambranho
Conselheiro. Engenheiro Civil (UFRJ), mestre em administração de
empresas (Coppead/UFRJ). OPM pela Harvard Business School. É coCEO da GP Investimentos desde 1998. É membro do Conselho da
Magnesita, BR Properties, BRMalls, San Antonio, Allis e Invest Tur. Foi
membro do Conselho da Telemar, Gafisa, São Carlos, ABC Supermercados, Playcenter, Shoptime e Americanas.com. Foi CEO das Lojas
Americanas onde trabalhou por 12 anos e foi membro do conselho de
1998 a 2003.
Maurício Luchetti
Conselheiro Independente. Administrador de Empresas (PUC-RJ). Pósgraduado em Finaças e RH pelo IAG PUC-RJ. Trabalhou na Brahma/
Ambev de 1985 a 2003, em diversas funções executivas. De 2003
a 2006 foi diretor de RH no grupo Votorantim e, posteriormente, CEO
da Votorantim Cimentos. Atualmente é sócio da Galícia Investimentos
e conselheiro da Tenda e Nutriplant.
Victorio Cabral
Conselheiro Independente. Advogado e administrador, tem vasta experiência executiva em diversas empresas, como Petrominas, Veplan
e Villares. Foi membro do conselho da Villares, Atlas, Brasilpar, CEG
e CERJ. Fundador e presidente da Abrasca. Foi presidente da CVM
e membro do Conselho Monetário Nacional. Trabalhou na Plamig, em
projetos de reestruturação do Jornal do Brasil, Gradiente e grupo
Sidenor de Bilbao (Espanha).
Tabela 9.4 – Perfil do Conselho de Administração – Estácio
Fonte: portal da empresa – www.estacioparticipacoes.com
DIRETORIA EXECUTIVA
A diretoria da empresa é composta por oito membros (incluindo o diretor-presidente), com as
seguintes experiências:
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Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
NOME
CARGO, FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
Eduardo Alcalay
Diretor-presidente. Estudou Direito na USP e Administração de Empresas na FGV. É membro do conselho da CEMAR e da Equatorial Energia. É sócio da GP Investimentos desde 2005. Foi sócio e cofundador da
Singular Partners. Trabalhou na UOL e Grupo Folha na função de consultor financeiro. Foi vice-presidente do conselho da UOL. Foi diretor
financeiro na área de fusões e aquisições da Donaldson, Lufkin
& Jenrette, de 1998 a 2000, e líder da mesma área no Banco de Investimentos Garantia, entre 1992 e 1998.
Lorival Nogueira Luz
Diretor Financeiro e de Relações com Investidores. Administrador de
empresas com 17 anos de experiência no mercado financeiro. Foi Diretor Executivo do Banco Citicard e da Credicard. Foi Corporate Bank
Chief of Staff, Gerente de Relacionamento Sênior, Gerente Sênior de
Tesouraria e Analista de Controladoria Financeira no CITIBANK no Brasil.
Jessé Cordeiro
Diretor de Operações. Pedagogo. Foi Pró-reitor da Estácio no Ceará,
diretor de Educação da Fundação CSN, Diretor da Escola Técnica, membro do Conselho Deliberativo da CBS Previdência, Diretor Acadêmico e
Diretor Geral da Fundação Oswaldo Aranha – FOA.
Rubens Vasconcelos
Diretor de Ensino. Engenheiro Civil (PUC-RJ), Mestre em Business Studies
pela London Business School. Membro do Conselho da Cultura Inglesa.
Foi Diretor de Operações da Máxima Corretora de Valores e executivo
da Cougar, Paraibuna de Metais, Lumiére, Jornal do Brasil, Grupo Fiat,
Mendes Junior e Caulim do Pará.
Antonio Higino ViegasDiretor de Mercado. Graduado em Marketing (ESPM) e bacharel em Direito
(ITE), tem pós-graduação em Marketing (ESPM), MBA Executivo (USP) e
mestrando em Administração (PUC). Foi Diretor de Marketing e Vendas da Anhanguera Educacional, Diretor de Marketing e Relacionamento da AT (Grupo Telefônica), Gerente Nacional de Vendas da Sky
e Gerente de Regional de Operações e Vendas da Brahma. Professor
de Planejamento de Marketing e Branding.
Miguel de Paula
Diretor de Gente e Gestão. Administrador de Empresa (Ulbra/RS).
Pós-graduado em Recursos Humanos (PUC/RS) e Gestão Empresarial
(FGV/RJ), MBA em Gestão do Varejo (USP), STC Executivo (Kellogg
University) e Strategic Human Resources Planning (Michigan
University). Foi Diretor de Gente e Gestão da Farmasa (GP investimentos), Diretor de Recursos Humanos do Grupo Votorantim e Gerente Geral de Recursos Humanos do Grupo Gerdau.
Rogério Melzi
Diretor de Planejamento Econômico e Operacional. Engenheiro Mecânico (Mackenzie) e MBA pela Stanford University. Foi Diretor de
Planejamento Financeiro da Suzano Holding, Suplly Chain Planning
& Performance na Inbev/Labatt e Gerente Corporativo de Orçamento
na Ambev. Também foi consultor na Booz-Allen.
João Luis Barroso
Diretor de Relações Institucionais. Graduado em Economia pela Universidade Gama Filho, Mestrado e Doutorado pela Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (EPGE-FGV). Secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, Superintendente do Tesouro da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Presidente da CBS Previdência, Diretor Executivo do Centro Corporativo da CSN, Diretor Geral de Relações
Institucionais da Vivo e Chefe de Gabinete da Secretaria de Fazenda
do Estado do Rio de Janeiro.
Tabela 9.5 – Perfil da Diretoria Executiva - Estácio
Fonte: portal da empresa – www.estacioparticipacoes.com
86
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS
Ao analisarmos a evolução do número de matriculados da empresa e o respectivo crescimento ano
a ano verificamos que a empresa teve um crescimento médio composto expressivo no período de
1997 a 2002 (40%), que se estabilizou no período seguinte, 2002-2008, a uma taxa bem menor
(7%). A empresa parte de uma base de 26 mil alunos, em 1997 para 207 mil, em 2008.
Por ter atingido o tamanho que tem hoje e ter se tornado a maior empresa do setor de ensino
superior no Brasil, a companhia passou a ter mais dificuldades em crescer a taxas tão significativas.
A partir de 2007, com o evento da OPA (Oferta Pública de Ações ou Abertura de Capital),
a empresa já mostra nova tendência de crescimento. O gráfico abaixo demonstra essa evolução:
Gráfico 9.6 – Evolução do Número de Alunos – Estácio
Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa e Prospecto de abertura de capital.
Quando analisamos a evolução das matrículas da empresa em relação à sua participação de
mercado somente no ensino privado (ano a ano) no Brasil, verificamos que ela cresceu acima
do mercado no período de 1997-2002 e um pouco abaixo de 2002 a 2007 (último censo
divulgado).
A Estácio partiu de uma participação de mercado de 2,2%, em 1997, e chegou a ter 5,8% do
total de matriculados em 2002, quando teve uma pequena queda que se estabilizou na casa
de 5%, conforme podemos verificar no gráfico abaixo:
Gráfico 9.7 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – Estácio
87
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
RESUL
TADOS FINANCEIROS
RESULT
Ao analisarmos os resultados financeiros da empresa confrontando receitas líquidas e Lajida
(Ebitda), temos o seguinte cenário:
Gráfico 9.8 – Evolução das Receitas e Margens – Estácio
Fica claro no gráfico acima que o foco da empresa, desde a abertura de capital (OPA ou IPO),
tem sido na reestruturação acadêmica e administrativa, uma vez que a empresa não fez
aquisições relevantes e, consequentemente, as receitas tiveram um crescimento anual médio
composto (CAGR) de 8% no período de 2005 a 2010(E). O ano de 2004 não foi considerado no
cálculo da média ponderada pelo fato do Ebitda ter sido negativo em 15 milhões de reais. Em
compensação, e decorrente do processo de mudanças internas, a margem Lajida no mesmo
período saiu de 7,2%, em 2005, para 15,3%, esperada para 2010, com um crescimento médio
anual ponderado de 26% (CAGR).
EVOLUÇÃO DA AÇÃO
A ação da Estácio, que abriu o capital a R$ 22,50, sofreu uma queda significativa até março/08
chegando a em torno de R$ 9,70, o que representava uma desvalorização de 57%. A partir de
maio/08, com a entrada da GP Investimentos na condição de sócio relevante, a ação voltou
a subir chegando a R$ 26,00. A partir de julho/08, com o início da crise financeira, a ação
voltou a cair chegando ao ponto mínimo de R$ 10,00 em fev/09.
A partir de mar/09, com a recuperação da Bovespa, a ação voltou a subir, estabilizando
e chegando a R$ 14,75 em 30/04/09, conforme verificamos no gráfico a seguir, fazendo com
que o valor da empresa ficasse em pouco mais de 1 bilhão de reais:
88
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 9.9 – Evolução do Preço da Ação – ESTC3
OPORTUNIDADES E RISCOS DA EMPRESA
Apesar de ser a maior empresa no segmento de ensino superior no Brasil, a Estácio ainda tem
muitas oportunidades de crescimento depois da fase de reestruturação. Excluindo as cidades
do Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza, onde a empresa já tem uma participação relevante de
mercado, nas demais cidades as operações da Estácio são pequenas em relação ao mercado
total. Esta é a razão pela qual a empresa tem uma série de pedidos de novos cursos nessas
unidades em fase de aprovação pelo MEC, o que deve gerar crescimento de novas receitas
nessas unidades. Além disso, a empresa tem uma operação irrelevante de ensino a distância
(EAD), oferecendo apenas cursos de pós-graduação lato sensu. A empresa tem planos de ser
um competidor relevante nesse segmento, seja por meio de uma aquisição seja por lançamento
de operação própria.
Dentre os riscos da empresa encontram-se a contingência tributária passada em função do
período como entidade filantrópica e cuja autuação fiscal ocorreu em dezembro/08.
A empresa alega que o risco de perda é remoto, conforme parecer de escritórios de advocacia
especializados no assunto. O próprio EAD pode ser um risco caso a empresa não planeje
adequadamente a sua entrada no segmento, uma vez que pode canibalizar seus próprios
cursos presenciais se a oferta for feita em suas unidades por um preço muito abaixo do curso
presencial equivalente. Outros competidores de EAD também são um risco para a empresa,
uma vez que podem provocar uma guerra de preços, principalmente na cidade do Rio de
Janeiro, onde a sua participação de mercado é por volta de 30%. A empresa não enfrenta
nenhuma ameaça atualmente na cidade em virtude da situação financeira delicada dos grandes
concorrentes.
89
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Kroton
A EMPRESA
A Kroton atua em dois subsegmentos do setor de educação. No primeiro deles, que
é Sistema de Ensino, a empresa vende material didático e apoio pedagógico para mais de 650
escolas do ensino fundamental no Brasil e seis no Japão, com 220 mil alunos. Estão entre os
5 maiores competidores desse segmento, com receitas líquidas anuais próximas de R$ 100
milhões. Atuam no segmento de escolas privadas com a marca Pitágoras e no segmento de
escolas públicas com a marca Projecta.
No segundo segmento, que é Ensino Superior, a empresa utilizou a sua experiência e tem um
modelo padronizado (escalável) de ensino com qualidade, operando faculdades com os cursos
mais demandados pelo mercado. Opera com as marcas Pitágoras (bacharelados para jovens
das classes B1/C) e Ined (tecnólogos para jovens trabalhadores das classes C/D) e tem receitas
líquidas de R$ 190 milhões.
Baseada na experiência adquirida com a gestão da rede de escolas geograficamente dispersas,
a empresa desenvolveu o modelo de monitoramento de processos e treinamento de professores
e gestores para implementar o sistema no ensino superior.
O objetivo da empresa é ser líder e consolidador, em cidades pequenas e médias do Brasil,
oferecendo um ensino de qualidade com as marcas Pitágoras e Ined nos cursos mais
demandados pelo mercado.
MAP
A DAS UNIDADES
MAPA
Figura 9.3 – Unidades do Grupo Kroton
Fonte: portal da empresa – www.kroton.com.br
90
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
HISTÓRIA
A empresa foi fundada por cinco jovens empreendedores, em 1966, como curso preparatório
para o vestibular, na cidade de Belo Horizonte (MG), com foco na qualidade de ensino para
jovens interessados em ingressar nas melhores faculdades públicas e particulares.
Em 1971, a empresa começou as operações no ensino básico a partir da criação do Colégio
Pitágoras. A partir da década de 1980 expandiu sua atuação gerenciando escolas para grandes
empresas, oferecendo ensino a familiares de executivos de grandes empresas em regiões
distantes e diversos países: Mauritânia, Iraque, Congo Francês, Equador, Peru e Angola.
A empresa chegou a operar, nessa época, mais de 18 escolas com 25 mil alunos.
Em 1997, iniciou a comercialização de sua tecnologia educacional para escolas associadas,
por meio de um pacote de produtos e serviços que abrangia treinamento de professores
e gestores, consultoria na implantação de processos de gestão, apoio nas ações de marketing
e captação de alunos, conjunto de livros didáticos e processo de avaliação permanente do
desempenho da aprendizagem dos alunos.
Em 2001, a empresa norte-americana Apollo International adquiriu uma participação societária
na Kroton, aportando investimento de recursos e experiência em gestão educacional no Ensino
Superior. Com isso, a empresa fundou a primeira Faculdade Pitágoras em Belo Horizonte,
oferecendo curso de graduação em Administração. Ao final desse ano
a Kroton já tinha 332 alunos no ensino superior e um pouco mais de 98 mil alunos na rede de
ensino básico.
A metodologia desenvolvida no ensino superior foi concebida e orientada pelo prof. Claudio
de Moura Castro, doutor em Economia pela Universidade de Vanderbilt. A empresa também
formou um conselho consultivo de notáveis, presidido por ele e composto por Edmar Bacha,
Hélio Barros, Ivan Moura Campos, João Batista Araújo Oliveira, Joaquim Falcão, Joel Rennó,
Paulo Fleury, Paulo Lemos, Rinaldo Campos Soares e Roberto Macedo. O objetivo do conselho
é manter os currículos alinhados com as melhores práticas acadêmicas e de mercado.
Em 2005 a Apollo International, por uma decisão estratégica interna, decidiu interromper
todas as suas operações fora dos Estados Unidos e se retirou da sociedade. Os acionistas da
empresa naquele momento recompraram a participação na empresa. No mesmo ano a empresa
criou o INED, ofertando cursos de graduação tecnológica, com duração de até 2 anos e meio,
para adultos trabalhadores das classes C e D, inovando na forma de pagamento da faculdade.
Em julho de 2007 a empresa abriu o capital na bolsa de valores com um pouco mais de 10 mil
alunos no ensino superior, iniciando seu processo de expansão de maneira acelerada, para se
tornar um dos dez maiores grupos de ensino superior do Brasil em 2009, com mais de 43 mil
alunos.
Fonte: Relatórios da empresa.
91
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
ESTRUTURA SOCIETÁRIA
Os fundadores da empresa detêm o controle por meio de uma subsidiária (Pitágoras
Administração e Participações Ltda.) com 55% do capital total, seguidos pelos executivos
com 6% do capital e por ações em tesouraria adquiridas pelo programa de recompra com 3%
do capital e, os restantes 36% estão diluídos entre acionistas minoritários com ações na bolsa
de valores.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O conselho é composto por cinco membros, sendo um independente, com as seguintes
experiências:
NOME
FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
Júlio Cabizuca
Presidente do Conselho. Engenheiro Mecânico e Eletricista (UFMG).
É um dos sócios-fundadores. Foi professor de Matemática e diretor de
algumas das unidades em Belo Horizonte e do Colégio Pitágoras no
Iraque. Foi também superintendente de operações, vice-presidente
e presidente da companhia.
Evandro Neiva
Conselheiro. Engenheiro Elétricista (UFMG), Mestre em Education
Leadership e School Supervision pela Universidade da Califórnia (EUA)
em São Francisco. Foi professor de Física da UFMG e presidente do
Conselho de Educação da FIEMG. É um dos sócios-fundadores e foi
presidente do grupo de 1994 a 1999. Atualmente é presidente da
Fundação Pitágoras.
Leonardo Mares Guia
Conselheiro. Administrador de Empresas (Instituto Izabela Hendrix),
cursou o International Baccalaureate pelo St Clares College em Oxford
(Inglaterra). Ingressou na Companhia em 2007 na qualidade de
membro do Conselho.
Walfrido Mares Guia
Conselheiro. É um dos sócios-fundadores. Foi Secretário de Planejamento de Belo Horizonte (1983-1985), Secretário de Reforma Administrativa do Estado de MG (1985-1986), Secretário de Ciência e
Tecnologia de MG (1986-1987), Secretário de Educação (1991-1994),
Vice-governador e Secretário de Planejamento de MG (1994-1998).
Em 1998 foi eleito Deputado Federal e, em 2003, foi nomeado Ministro do Turismo do Governo Federal.
Luis Aníbal Fernandes
Conselheiro. Engenheiro. Ingressou na Companhia em 2009 na
qualidade de membro do Conselho de Administração.
Tabela 9.6 – Perfil do Conselho de Administração – Kroton
92
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
DIRETORIA EXECUTIVA
A diretoria estatutária da empresa é composta por dois membros (incluindo o diretor-presidente) com as seguintes experiências:
NOME
CARGO, FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
Walter Braga
Diretor-presitente. Formado em Matemática e pós-graduado em
Marketing (Newton Paiva). Cursou também especialização em Sistema
de Qualidade pela Penn State University (Pensilvânia – EUA). Ingressou
na Companhia em 1980 na função de professor de Matemática e foi
diretor de diversos colégios pelo Brasil, além de superintendente de
operações escolares. Antes de se juntar ao grupo, foi professor de
Matemática e consultor de projetos educacionais no Brasil e no exterior.
Alícia Gross Pinheiro
Diretora Financeira e de Relações com Investidores. Formada em
Administração de Empresas e Ciências Contábeis (PUC-MG), pósgraduada em Administração Financeira pela Fundação Dom Cabral
(FDC). Ingressou na Companhia em 1988, na condição de gerentefinanceira, e é Diretora Financeira desde 1997. Antes de se juntar ao
grupo, foi auditora da Arthur Andersen Consulting.
Tabela 9.7 – Perfil da Diretoria Executiva – Kroton
Fonte: portal da empresa – www.kroton.com.br
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS
Ao analisarmos a evolução do número de matriculados e o respectivo crescimento ano a ano
desde 2004, verificamos que a empresa teve um crescimento médio composto expressivo no
período (94%), também causado pela base inicial pequena da empresa, uma vez que as
operações de Ensino Superior começaram no ano de 2001.
O processo de abertura de capital (OPA) foi, sem dúvida, o grande acelerador do crescimento
conforme podemos verificar no gráfico abaixo, quando a empresa passou a crescer três dígitos
percentuais por ano. Vejamos a evolução no gráfico:
Gráfico 9.10 – Evolução do Número de Alunos – Kroton
93
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Quando analisamos a evolução das matrículas da empresa em relação à sua participação de
mercado (ano a ano) no Brasil, verificamos que, mesmo com todo o crescimento da companhia
no período de 2004 a 2007 e sendo um dos 10 maiores grupos do ensino superior privado do
Brasil, a empresa ainda tinha menos de 1% de participação de mercado em 2007 (último
censo divulgado). Esse dado mostra o quão fragmentado é o setor e como ainda existe muito
espaço para consolidação, conforme podemos verificar no gráfico abaixo:
Gráfico 9.11 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – Kroton
RESUL
TADOS FINANCEIROS
RESULT
Ao analisarmos os resultados financeiros da empresa confrontando receitas líquidas e Lajida
(Ebitda), temos o seguinte cenário:
Gráfico 9.12 – Evolução das Receitas e Margens – Kroton
94
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Pelo gráfico acima podemos constatar que, apesar do crescimento significativo de receita
e Lajida (Ebitda) de 2004 a 2010 (estimado), a margem Lajida só cresceu até 2007. Isto acontece
porque a companhia estando num processo de crescimento que envolve aquisições e novas
unidades, estas não se encontram com as mesmas margens que as unidades anteriores. Isto
acarreta numa piora de margem num primeiro momento – logo após a aquisição – e melhoria
ao longo dos anos seguintes, em função do trabalho de integração de processos – em unidades
adquiridas – e da maturação dos campi – nas unidades novas.
EVOLUÇÃO DA AÇÃO
A ação da Kroton, que abriu o capital a R$ 39,00, sofreu uma queda significativa até mar/08
chegando a em torno de R$ 9,50, devido à empresa não ter entregado os resultados prometidos
na OPA. A partir de abril/08 a ação voltou a subir, chegando a R$ 14 em junho/08. A partir de
julho/08, com o início da crise financeira, a ação voltou a cair, chegando ao ponto mínimo de
R$ 5,50, no início de mar/09.
A partir daí, com a recuperação da Bovespa, a ação voltou a subir, chegando ao patamar de
R$ 13,30, em 30/04/09, conforme verificamos no gráfico abaixo:
Gráfico 9.13 – Evolução do Preço da Ação – KROT11
95
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
OPORTUNIDADES E RISCOS DA EMPRESA
A empresa tem conseguido bons resultados na sua estratégia de crescer em cidades pequenas
e médias, conforme verificamos quando analisamos o crescimento orgânico das unidades já
instaladas. Nesse caminho, a empresa deve ter bastante sucesso em virtude de de enfrentar
uma concorrência de pequenas escolas locais, que não têm o ganho de escala da companhia.
Com presença ainda tímida nas regiões Norte, Nordeste e Sul e em várias cidades da região
Sudeste, a empresa ainda tem muita oportunidade de crescimento. Com o lançamento recente
de sua estratégia de ensino a distância, a companhia não tem alunos nesse segmento o que
também se apresenta como grande oportunidade de crescimento.
Como o modelo da Kroton é abrir novas unidades ou comprar pequenas instituições,
e pedir ao Ministério da Educação autorização para lançamento de novos cursos – nas unidades
novas e nas adquiridas –, a companhia corre o risco de ter seu crescimento comprometido
devido à demora na liberação dos processos no MEC.
SEB
A EMPRESA
A SEB atua em cinco subsegmentos do setor de educação que são: (a) Graduação presencial,
com 9,3 mil alunos; (b) Graduação a distância, com mais de 23,5 mil alunos; (c) Cursos de pósgraduação lato sensu e cursos para concursos, com 6 mil alunos; (d) Educação básica por meio
de escolas próprias de ensino fundamental e médio, com 26 mil alunos; (e) Sistema de ensino
(material didático e apoio pedagógico) para escolas do ensino fundamental da rede privada,
com 208 mil alunos, e rede pública, com 126 mil alunos.
Com 46 anos de atuação no mercado e o reconhecimento de qualidade no ensino básico por
meio de sua marca original COC, a SEB busca crescimento em novos mercados, além de se
expandir naqueles onde já atua. No sistema de ensino básico privado, a empresa atua com as
marcas COC e Dom Bosco, dependendo do objetivo, tamanho, público-alvo e mensalidade
da escola parceira. No segmento de escolas públicas, atua com a marca NAME – Núcleo de
Apoio à Municipalização do Ensino –, fazendo convênios com prefeituras para levar a metodologia pedagógica às escolas das redes municipais. Para a gestão de escolas próprias nas
principais capitais, a empresa utiliza a marca COC, que tem reconhecimento de qualidade em
educação básica.
Para o ensino superior, seja presencial ou a distância, a empresa também utiliza a marca COC
como forma de se beneficiar dos atributos qualitativos da marca no ensino básico
e transferi-los para o ensino superior.
No segmento de concursos públicos e jurídicos a empresa atua com a marca Praetorium, que
é o nome da companhia adquirida nesse segmento.
A empresa almeja ser a maior rede de sistemas de ensino para os segmentos público
e privado, e a maior também em ensino a distância. Seu plano é aproveitar a estrutura de
rede existente no Brasil com as escolas para implantar os polos de EAD necessários ao
96
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
crescimento deste subsegmento. A empresa acredita que o fato de competir nos cinco
subsegmentos é uma vantagem competitiva em longo prazo em virtude de exploração de
sinergias na rede.
Mapa das Unidades
Pelo fato de a empresa ter atuação direta por meio de escolas e faculdades próprias
e indireta por meio de escolas parceiras em sistema de ensino, para entendermos a sua
capilaridade precisamos olhar os mapas separadamente, conforme disponível no portal da
empresa:
Figura 9.4 – Unidades do Grupo SEB
Fonte: portal da empresa – www.sebsa.com.br
HISTÓRIA
A empresa foi fundada em 1963 como curso preparatório para o vestibular, na cidade de
Ribeirão Preto (SP), com o nome de Curso Osvaldo Cruz. Dez anos depois, em 1973, passou a
oferecer também cursos para o Ensino Médio. Em 1986 o atual controlador adquiriu as escolas
e a gráfica que imprimia o material didático. A partir de 1987 a empresa começou
a comercializar o material didático para cidades mais distantes como sistema de ensino
e a marca COC, que já era forte na região de Ribeirão, se consolidou em outras cidades no
segmento de educação básica.
Em 1991 a empresa entrou no segmento de educação infantil e, em 1994, lançou o projeto
Educação 2000, que visava desenvolver uma plataforma tecnológica para uso em sala de aula
como forma de ensino inovadora. Essa plataforma, a partir do uso intensivo de laboratórios,
conteúdo digital e lousas eletrônicas, tornou-se marca reconhecida de qualidade da empresa
no ensino fundamental.
97
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Em 1999 o grupo entrou no ensino superior criando a Unicoc em Ribeirão Preto. A Unicoc se
tornou rapidamente referência de qualidade na região, obtendo excelentes resultados tanto
no Provão como na OAB.
Em 2005 adquiriram uma escola em Salvador, que marcou o início da expansão da empresa
fora do estado de São Paulo. Nesse mesmo ano criaram o Centro de Serviços Compartilhados
em Ribeirão, que passou a concentrar as áreas passíveis de ganho de escala, como TI, RH,
contabilidade e controladoria.
Em 2006 a empresa criou a TeleSala, que seria o embrião da área de ensino a distância do
grupo, e adquiriu escolas de ensino básico em Vitória e Vila Velha dando continuidade ao
plano de expansão.
No início de 2007, a empresa fez uma organização societária, criando a holding SEB
Participações S/A, onde foram concentradas as participações acionárias dos controladores
para viabilizar a abertura de capital que aconteceria em outubro do mesmo ano. Segue
gráfico da a evolução histórica do grupo:
Figura 9.5 – Evolução Histórica do Grupo SEB
Fonte: portal da empresa – www.sebsa.com.br
ESTRUTURA SOCIETÁRIA
Os controladores da empresa, por meio de uma pequena participação direta e a holding TCA
Participações Ltda., detêm 69,30% do capital da empresa. Os restantes 30,70% estão diluídos
entre tesouraria, administradores e acionistas minoritários, com ações na bolsa de valores.
Fonte: portal da empresa: www.sebsa.com.br
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O conselho é composto por seis membros, sendo dois independentes, com as seguintes
experiências:
98
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
NOME
FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
Chaim Zaher
Presidente do Conselho. Direito (ITE). Atua no setor educacional desde
1970 na condição de empreendedor, criando escolas nas cidades de
Araçatuba, São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos e Ribeirão
Preto. Na década de 1980 adquiriu o controle do sistema COC, iniciando
o processo de expansão nacional da empresa.
Adriana Cefali Zaher
Vice-presidente do Conselho. Pedagoga, com especialização em
Administração e Gestão Escolar. Atua no setor educacional há mais de
30 anos, sendo responsável pela expansão do sistema COC.
Thalita Cefali Zaher
Conselheira. Direito (Unicoc), com especialização em governança
corporativa e sucessão familiar pelo IBGC e FGV. Desde 2005 é diretora
administrativa da filial São Paulo do sistema COC.
Maurílio Biaggi Filho
Conselheiro. Administrador de Empresas (Unaerp). Foi presidente da
Usina Santa Elisa, Zanini Equipamentos e Bebidas Ipiranga. É membro
de diversos conselhos de administração, Presidente do Conselho da
Usina Moema e CEO do Grupo Maubisa.
Luiz Roberto Curi
Conselheiro Independente. Sociólogo (Unicamp), com Mestrado
e Doutorado. Ex-membro do CNPQ e Secretário de Cultura, Esportes
e Turismo de Campinas. Diretor de Políticas do Ensino Superior no
MEC. Atualmente é Reitor no Centro Universitário Euro-Americano
(Unieuro), em Brasília-DF.
Nelson Rocha Augusto
Conselheiro Independente. Economista (Unicamp), pós-graduado em
Macroeconomia pela PUC-SP. Tem grande experiência no mercado
financeiro, tendo atuado em diversas funções no Banco do Brasil,
em Londres e Nova York. Foi Secretário de Gestão Ambiental de Ribeirão Preto (2001-2002). Atualmente é Presidente do Banco Ribeirão
Preto S.A.
Tabela 9.8 – Perfil do Conselho de Administração – SEB
DIRETORIA EXECUTIV
A
EXECUTIVA
A diretoria da empresa é composta por três membros (incluindo o diretor-presidente) com as
seguintes experiências:
NOME
CARGO, FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
Chaim Zaher
Diretor-presidente. Já qualificado no quadro do conselho de administração.
Nilson Curti
Diretor-superintendente. Direito (ITE). Tem 30 anos de experiência no
mercado educacional. Foi Diretor Executivo de escolas e faculdades
nas cidades de Jales e Araçatuba, estado de São Paulo, no período de
1977 a 1985. Desde 1986 é Diretor-superintendente do Sistema COC.
Marco Rossi
Diretor Financeiro e de Relações com Investidores. Economista (USP)
com MBA pela Universidade de Chicago. UBS Capital Américas (19982003). Sócio e Diretor Financeiro da Handle (2003-2006). Está na
empresa desde abril de 2007.
Tabela 9.9 – Perfil da Diretoria Executiva – SEB
Fonte: portal da empresa – seção atualizada até 29 de abril de 2009.
99
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS
Ao analisarmos a evolução do número médio de alunos matriculados da empresa e o respectivo crescimento ano a ano desde 2004, verificamos que a empresa teve um crescimento
médio anual composto de 44% no período.
A empresa já vinha crescendo a uma taxa de 20% ao ano em número de matrículas, mas
podemos verificar que a abertura de capital (OPA), em 2007, foi o grande alavancador do
crescimento, conforme podemos verificar no gráfico abaixo. Os dados consideram somente
os alunos de unidades próprias da empresa, sejam de educação básica ou superior. Não
consideram os alunos de parcerias do sistema de ensino. Vejamos a evolução no gráfico:
Gráfico 9.14 – Evolução do Número de Alunos – SEB
Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa e Prospecto de abertura de capital.
Quando analisamos a evolução das matrículas da empresa somente no segmento de ensino
superior em relação à sua participação de mercado (ano a ano) no setor privado do Brasil,
verificamos que sua participação de mercado ainda é muito pequena. A empresa acredita
que o crescimento das matrículas de graduação a distância pode acelerar essa taxa de 2008
em diante. Vejamos os dados no gráfico abaixo:
Gráfico 9.15 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – SEB
Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa, Prospecto de abertura de capital e Censo 2007 do INEP/MEC.
100
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
RESUL
TADOS FINANCEIROS
RESULT
Ao analisarmos os resultados financeiros da empresa, confrontando receitas líquidas e Lajida
(Ebitda), temos o seguinte cenário:
Gráfico 9.16 – Evolução das Receitas e Margens – SEB
Fonte: Relatórios trimestrais de resultado da empresa, prospecto de OPA
e consenso de mercado Bloomberg para os dados futuros estimados.
Pelo gráfico acima podemos constatar que, apesar do crescimento significativo de receita
a partir de 2008, a margem Lajida (Ebitda) vem caindo ao longo do tempo. Parte desta situação
é causada pelo processo de crescimento que envolve aquisições de empresas com margens
menores, parte pela dificuldade da empresa em reduzir despesas gerais e administrativas
pós-aquisições.
Como podemos verificar nos dados acima, o mercado espera que a empresa consiga melhorar
sua margem já a partir de 2009, revertendo para os resultados da empresa os ganhos de
escala que o crescimento deveria trazer. Outro dado relevante é que a empresa deve quadruplicar de tamanho no período 2005 a 2010, o que não deixa de ser um belo crescimento.
EVOLUÇÃO DA AÇÃO
A ação da empresa, que abriu o capital a R$ 33,00 em outubro/07, teve uma desvalorização
desde o início (-42%), em decorrência do começo da crise financeira, chegando a R$ 19,00 em
abril/08. Com a aceleração da crise financeira a partir de julho/07, a ação sofreu nova queda,
chegando ao ponto mínimo de R$ 6,50 em novembro/08, o que representou uma queda de
80% em relação ao preço da abertura de capital.
A partir daí, com a recuperação da Bovespa, a ação voltou a subir, chegando ao patamar de
R$ 12,40 em 30/04/09, ainda abaixo do preço de abertura, mas fazendo com que o valor da
empresa ficasse próximo aos 500 milhões de reais, conforme verificamos no gráfico
e dados a seguir:
101
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico 9.17 – Evolução do Preço da Ação – SEBB11
OPORTUNIDADES E RISCOS DA EMPRESA
A empresa tem aproveitado a oportunidade de ser a única empresa de educação consolidadora
no setor de ensino básico e tem crescido com a aquisição de escolas próprias. Seu modelo
exclusivo, que é um misto de tecnologia, conteúdo digital e serviços pedagógicos, tem
contribuído para fazer da marca COC uma referência no ensino básico em todas as cidades do
Brasil onde opera. As parcerias públicas com as prefeituras, onde atuam com a marca NAME,
também constituem um mercado promissor. Nas cidades onde a empresa já conseguiu
estabelecer os convênios e implementar a metodologia, os alunos dessas escolas públicas têm
alcançado resultados importantes nas avaliações institucionais. O ensino a distância é outra
grande aposta da empresa. O plano é utilizar as redes de escolas conveniadas que já têm toda
a infra-estrutura exigida pelo MEC para se tornarem polos de EAD. Para isso a empresa tem
usado a marca COC como forma de transferir a credibilidade do ensino básico para o superior.
Como a instituição credenciada para o EAD é a faculdade Unicoc, em Riberão Preto,
a empresa corre o risco de retardar seu crescimento caso não consiga se transformar em
centro universitário para ter a autonomia necessária ao lançamento de novos cursos.
O fato de atuar em cinco subsegmentos do setor pode dificultar o crescimento nos setores
onde seu modelo tem vantagens competitivas claras, além de prejudicar as margens pela
dificuldade em integrar modelos tão diferentes.
Aquisições do Setor
HISTÓRICO DAS TRANSAÇÕES
Ao analisarmos as aquisições feitas de ensino superior pelas empresas listadas na bolsa de
valores, a partir do último trimestre de 2006 até o primeiro de 2009, temos o seguinte quadro:
Gráfico 9.18 – Relação Preço/Aluno nas Aquisições do Setor de Educação Superior
102
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
·
Pelo quadro acima verificamos que o número de negócios era, na média, de dois por trimestre
até o terceiro trimestre/07. A partir daí, as empresas motivadas pela injeção de recursos que
receberam com a abertura de capital, iniciaram um processo acelerado de aquisições, fazendo
com que a média de transações por trimestre pulasse para sete durante quatro trimestres
consecutivos. Com o início da crise financeira no terceiro trimestre de 2008, as aquisições
sofreram uma desaceleração, quando só foi registrada uma transação no último trimestre de
2008 e nenhuma no primeiro de 2009, de ensino superior nas empresas listadas em bolsa.
Ao divulgarem em 100% dos casos o preço pago e o número de alunos adquiridos, as empresas
abertas acabaram transformando o preço por aluno no parâmetro de comparação mais citado
pelo mercado. Nas 14 transações listadas acima, em 2007, o preço médio pago por aluno foi de
R$ 4.930. Já em 2008 tivemos 22 transações ao preço médio de R$ 4.500, uma queda de 9%
nesse indicador e com uma curva de tendência de queda onde a média já vinha caindo desde
o terceiro trimestre e fechou o ano com uma transação de R$ 3.190 por aluno.
É importante destacar que, apesar de esse indicador ser o mais divulgado, ele não faz parte
do processo de avaliação da maioria das empresas compradoras, sejam estratégicos – outros
competidores nacionais ou estrangeiros –, fundos de participação em empresas ou outros
compradores. O critério de avaliação utilizado na grande maioria dos casos é o fluxo de caixa
descontado a partir de uma projeção financeira dos dados da empresa adquirida. Como esta
avaliação é sigilosa e seus parâmetros são informações estratégicas para compradores e
vendedores, o resultado é que o mercado avalia a partir dos únicos dados que são divulgados
pelas empresas.
O mais recente negócio do setor de educação ocorreu em junho deste ano, com a compra de
50% da Pitágoras Administração e Participação (PAP), holding que detém 55% das ações da
Kroton, pela empresa de private equity Advent Internacional por R$ 280 milhões, sendo
R$ 220 milhões via aumento de capital por meio de colocação privada de ações.
103
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
A Advent é uma das principais empresas de private equity com atuação na América Latina,
com mais de R$ 6 bilhões de investimentos na região deste 1997. Com a entrada da Advent,
a Kroton passa ter um fundo de private equity compartilhando a sua gestão, como já acontece
com as empresas listadas Anhanguera Educacional, gerenciada pelo Pátria, e a Estácio de Sá,
que é controlada pelo GP.
AA
VALIAÇÃO POR MÚL
TIPLOS
AV
MÚLTIPLOS
As empresas listadas em bolsa pagam pelas aquisições preços que possadem gerar valor
a seus acionistas. Um segundo método de avaliação utilizado pelas empresas é a comparação
por múltiplos. Os preços das aquisições são comparados com os múltiplos pelos quais as
empresas são avaliadas em bolsa. Assim, o preço de uma ação multiplicado pelo número de
ações vai indicar o valor de mercado da empresa na bolsa. Esse valor, dividido pelo lucro da
empresa num determinado período, vai gerar o indicador Preço/Lucro mais conhecido como
P/L ou P/E (price/earning, em inglês). Da mesma forma, o Lajida (Ebitda em inglês) também é
usado como parâmetro de comparação. A diferença é que, neste caso, do valor da empresa é
acrescida a dívida ou subtraído o caixa líquido para chegarmos ao valor da empresa que,
divido pelo Lajida do período, vai resultar no Valor/Lajida ou EV/Ebitda (Enterprise Value per
Ebitda, em inglês).
Esse é um dos motivos pelos quais uma crise como a que estamos passando provoca a diminuição
das aquisições, além das questões macroeconômicas, como restrição de crédito, aumento de
juros, etc. Quando o preço da ação de uma empresa sofre uma desvalorização muito grande, seus
valores de mercado e valores de empresa acompanham a queda. Assim, ela passa a ser avaliada
pelos novos parâmetros de múltiplos e suas aquisições serão avaliadas por investidores e pelo
mercado, nas mesmas bases. Sendo os vendedores, em geral, donos de pequenas
e médias empresas/instituições, eles não veem muito sentido em acompanhar essa oscilação de
preços, razão pela qual os preços propostos caem e os negócios acabam suspensos.
Uma segunda vantagem de utilizarmos os múltiplos como indicadores de avaliação é que
eles permitem a comparação de empresas listadas em bolsa de diferentes países, uma vez
que o indicador é o múltiplo que está baseado nos preços, resultados e moedas locais de cada
uma das empresas.
Para um melhor entendimento desses conceitos utilizamos como parâmetro os preços das
ações das quatro empresas brasileiras de educação listadas em bolsa e quatro americanas,
com preços por ação de 30/04/2009 e dados retirados da Bloomberg, gerando a seguinte tabela:
104
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Empresa
Código
Caixa
Preço por Número Líquido Valor de Valor da
Ação
de ações 2 0 0 9 Mercado Empresa
PREÇO LUCRO (P/L
(P/L))
2008 2009 2010
EV/EBITDA
2008 2009 2010
Brasil
Estacio
ESTC3
R$ 14,75
78,6
190
1.159
969
12,3
10,3
8,2
9,0
7,5
15,5 10,4
5,6
Anhanguera
AEDU11
R$ 15,30
120,4
(83)
1.842
1.925
21,3
14,5
10,0
7,0
Kroton
KROT11
R$ 13,30
31,5
90
418
328
10,3
8,3
5,8
6,4
4,1
3,2
SEB
SEBB11
R$ 12,40
40,4
135
501
366
11,9
9,3
6,9
8,1
5,7
4,3
Estados Unidos
Career Education
ITT Educational
Devry
Apollo Group
CECO US$ 22,04
89,8
461
1.978
1.517
29,0
19,6 13,9
9,1
7,0
5,4
ESI US$ 100,77
38,8
203
3.912
3.710
20,0
13,9 12,0
10,9
7,8
6,7
DV US$ 42,56
71,6
277
3.048
2.771
23,3
18,3 14,7
13,1
9,7
7,9
APOL US$ 62,95
159,1
394 10.013
9.620
21,8
15,6 12,9
11,9
8,3
6,9
Tabela 9.10 – Múltiplos das Empresas do Setor de Educação no Brasil e nos EUA
Para se chegar ao cálculo dos múltiplos foram utilizadas as projeções de dados de consenso
de mercado disponíveis na Bloomberg. O preço lucro da Anhanguera em 2009 (10,3)
é o resultado da divisão do valor de mercado da empresa pelo lucro projetado pelo consenso
de mercado para 2009.
Por exemplo, tendo como parâmetro 2009, podemos dizer que a ação da Anhanguera estava
sendo negociada em 30/04/09 a 15,5x (quinze vezes e meia) seu lucro projetado para 2009
que é muito próximo do múltiplo pelo qual a ação da Apollo Group estava sendo negociada
no mesmo dia na bolsa americana (15,6x).
Com base nessa tabela podemos fazer diversas análises comparativas entre as empresas
e ver quem o mercado precifica mais caro ou mais barato, comparando umas empresas com
as outras, dependendo de seus múltiplos de avaliação.
105
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
10. A CONSOLIDAÇÃO NO SETOR DE ENSINO PRIV
ADO
PRIVADO
A consolidação de empresas do ensino superior privado no Brasil apresenta uma evolução
sem precedentes na história mundial. O setor de educação privada vem se transformando, de
um negócio extremamente pulverizado, em um negócio de grandes players e grande
concentração.
O setor tem mais de 2.000 instituições de ensino pertencentes a pouco mais de 1.600 empresas
(mantenedoras), que dividem um bolo de mais de 4 milhões de alunos (contando com
o ensino a distância). Há 10 anos, as 20 maiores empresas detinham em torno de 14% do
mercado (total de alunos). Atualmente, essas 20 empresas detêm mais de 35% do mercado de
educação superior. Destacando apenas os grupos consolidadores, observa-se que 17 grupos
possuem 27,4% de market share e 24,1% do faturamento total do setor.
O marco da aceleração das operações de compra e venda de instituições de ensino foi o IPO
da Anhanguera Educacional, em março de 2007. A partir dessa data, pouco mais de 70 negócios
foram realizados no setor. No segundo semestre de 2008, as negociações se arrefeceram em
função da crise financeira mundial, iniciando um período de relativa estagnação que deve
durar até o início do segundo semestre de 2009, quando os negócios de compra e venda de
IES devem ser retomados.
A maioria dos negócios no setor deve ocorrer com instituições de médio porte, entre mil
e 3 mil alunos, alguns negócios com IES de 3 a 10 mil alunos e pouquíssimos com IES acima
de 10 mil alunos, pois existem apenas 9 instituições desse porte no perfil das negociáveis.
O esperado para os próximos anos é a efetivação de negócios entre os grupos consolidadores
(grandes fusões ou aquisições). Dos 17 pretensos consolidadores, deverão resultar não mais
de 12 grupos educacionais, detendo, até o ano de 2015, mais de 50% do mercado (market
share de alunos matriculados).
106
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Ranking dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil
Posição no
Ranking
Nome do Grupo Consolidador
Total do Setor de Ensino Superior Privado
Faturamento 2008
E (receita líquida
em R$ milhões)
Participação no
Faturamento do
Setor de Ensino
Superior Privado
Estimativa Atual Participação no
de Alunos na
Mercado
Graduação
(market share)
Presencial
(em milhares)
24.100
100,0%
3.900
100,0%
1.012
4,2%
197
5,1%
Estácio Participações
980
4,1%
207
5,3%
3
Anhanguera Educacional
654
2,7%
130
3,3%
4
Laureate International
425
1,8%
73
1,9%
5
Universidade Nove de Julho - Uninove
366
1,5%
92
2,4%
6
SEB
289
1,2%
9
0,2%
7
IUNI EDUCACIONAL
284
1,2%
46
1,2%
8
Kroton
280
1,2%
43
1,1%
9
Grupo UNICSUL (Universidade Cruzeiro do Sul)
276
1,1%
32
0,8%
1
Di Gênio (UNIP + holding de 41 faculdades)
2
10
Grupo Anima
254
1,1%
39
1,0%
11
Grupo UNIVERSO (Universidade Salgado de Oliveira)
235
1,0%
53
1,4%
12
Grupo UNIBAN (Universidade Bandeirantes)
226
0,9%
70
1,8%
13
UB Participações
120
0,5%
17
0,4%
14
Grupo Universitário Maurício de Nassau
115
0,5%
24
0,6%
15
Grupo IBMEC
110
0,5%
11
0,3%
16
Grupo Splice
102
0,4%
14
0,4%
17
Fanor (DeVry)
80
0,3%
12
0,3%
5.808
24,1%
1.069
27,4%
Total
Tabela 10.1 – Ranking dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil
Fonte: Hoper Estudos de Mercado
A principal característica dos consolidadores, quando comparados às IES isoladas, é a maior
eficiência em gestão. A melhor gestão e a tradicional economia de escala, explicam os resultados de Ebitda e a melhor margem líquida por parte dos consolidadores.
Indicadores Financeiros dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil
Posição no
Ranking
Nome do Grupo Consolidador
T
otal do Setor de Ensino Superior Privado
Total
Faturamento
2008 E
(receita líquida
em R$ milhões)
Valor Médio
das
Mensalidades
EBITDA
2008 E
Margem
Líquida
2008 E
24.100
457,00
7,2%
1.012
533,00
-
-
980
451,00
10,0%
7,3%
654
445,00
20,0%
12,1%
425
566,00
24,0%
17,0%
366
381,00
13,0%
8,0%
SEB
289
711,00
23,0%
16,1%
7
IUNI EDUCACIONAL
284
515,00
25,8%
20,8%
8
Kroton
280
482,00
18,4%
17,5%
9
Grupo UNICSUL (Universidade Cruzeiro do Sul)
276
690,00
20,0%
14,0%
11,0%
1
Di Gênio (UNIP + holding de 41 faculdades)
2
Estácio Participações
3
Anhanguera Educacional
4
Laureate International
5
Universidade Nove de Julho - Uninove
4,5%
10
Grupo Anima
254
597,00
18,0%
11
Grupo UNIVERSO (Universidade Salgado de Oliveira)
235
435,00
-
-
12
Grupo UNIBAN (Universidade Bandeirantes)
226
314,00
-
-
13
UB Participações
120
590,00
14,0%
8,0%
14
Grupo Universitário Maurício de Nassau
115
440,00
42,0%
34,0%
15
Grupo IBMEC
110
840,00
23,0%
17,0%
16
Grupo Splice
102
595,00
-
-
17
Fanor (DeVry)
80
580,00
22,0%
15,0%
5.808
533,00
Total
Tabela 10.2 – Indicadores Financeiros dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil
Fonte: Hoper Estudos de Mercado
107
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Até o momento, os consolidadores vêm ganhando mercado com relativa facilidade nos locais
onde compram ou abrem instituições. Isso se deve aos seguintes fatores:
•
Na maioria das cidades ainda há apenas um ou dois grupos consolidadores, e a competição entre eles ainda não é muito acirrada.
•
O sistema de inteligência de mercado dos grupos consolidadores geralmente é muito
melhor do que o das demais IES. Apresentam, entre outros fatores, portfólio de cursos
mais adequado, preços mais competitivos, comunicação mais direcionada, segmentação
de público mais precisa e boa localização dos campi.
Um grande grupo consolidador leva diversas vantagens ao competir com IES de pequeno
e médio porte ou com IES comunitárias e/ou confessionais. Essas vantagens são:
•
Gestão mais profissionalizada, com maior ênfase no controle de custos.
•
Relativa economia de escala (manifestada na compra de insumos educacionais, back
office integrado e padronização acadêmica).
•
Valores de mensalidades mais competitivos.
•
Maior agressividade na comunicação com o mercado.
•
Maior disponibilidade de capital para investimentos em expansão.
O principal e mais importante fator crítico para o sucesso de um grupo consolidador é ter um
plano de expansão consistente e coerente. Comprar pode caracterizar uma ação de alto risco
para um grupo sem visão estratégica.
Poder comprar e acertar na compra são dois elementos vitais para o sucesso dos consolidadores
no curto prazo. Ainda há tempo para os grupos consolidadores aumentarem significativamente
a participação no mercado em regiões onde compram IES. Além de comprar bem, é necessário
entrar organicamente (de maneira rápida e precisa) nas cidades estratégicas para o seu plano
de expansão, onde não foi possível a compra de outras IES.
Dentro de, aproximadamente, 24 meses as possibilidades de aquisições deverão se tornar
mais escassas e o crescimento da participação no mercado (market share) ficará mais restrito,
devido ao maior nível de competitividade. Nas principais cidades haverá, pelo menos, três ou
quatro players mais competitivos.
Neste momento, o fator crítico de sucesso é o nível de gestão do consolidador. A diferença
competitiva ocorre entre os que possuem maior ou menor nível de gestão profissional. Cada
vez mais, a eficácia da gestão será medida nos detalhes, e o nível de exigência será maior.
Nos próximos anos, a presença de uma unidade dos consolidadores nas principais praças já
deverá estar estabelecida e definida (o mapa competitivo estará traçado). A gestão profissional
será pré-requisito e o grande elemento diferenciador será o valor da MARCA, construído ao
longo do processo. Gestão da marca será a palavra de ordem. A sustentabilidade competitiva
das IES, no médio e longo prazo, está diretamente ligada à construção de uma imagem de
credibilidade junto ao público-alvo e a sociedade em geral.
108
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
11. ENSINO A DISTÂNCIA – EAD E AS NOV
AS
NOVAS
TECNOLOGIAS
Segmentação
Quando vamos abordar o ensino a distância nas instituições de ensino superior privado,
temos que segmentar o público-alvo das diversas possibilidades de uso das tecnologias no
ambiente ensino e aprendizagem.
Um primeiro público é formado pelos atuais alunos das IES, que são beneficiados pelo uso
das novas tecnologias (e-learning, teleconferência, videoconferência, DVD e CD autoinstrucionais) como complemento ao ensino presencial. O objetivo é ampliar as situações de
ensino-aprendizagem, bem como reduzir custos e propiciar os ganhos de escala para as IES.
O uso das novas tecnologias, em complemento ao ensino presencial, passa a ser fundamental,
tanto do ponto de vista pedagógico quanto do ponto de vista do negócio educação, em
função da redução de custos operacionais e dos ganhos de escala.
Um outro segmento de público pode ser caracterizado pelos potenciais novos alunos das IES,
que seriam atendidos pelas mesmas tecnologias, mas no modelo de EAD. Tal modalidade de
ensino tornaria a IES desterritorializada, passando a atender clientes fora da sua sede geográfica, ampliando assim o seu universo de atuação, bem como a complexidade do seu universo
concorrencial. Na última pesquisa da ABED (ABRAEAD2008), o índice de extraterritorialidade,
ou seja, o percentual de alunos que estão fora do estado sede da instituição que ministra
o curso, já atingiu 48%.
A necessidade de investimentos em infraestrutura de tecnologia da informação e comunicação,
faz com que o EAD seja um negócio para as IES que consigam atuar em escala e possuam
abrangência nacional. Neste caso, a opção pela graduação não presencial está mais adequada
para os grandes players do setor, sendo pouco adequada para as pequenas e médias IES.
Somente os consórcios entre IES e os grandes grupos educacionais conseguirão competir
nesse novo mercado de EAD. Para as pequenas e médias IES, as oportunidades se encontram
em mercados de nicho, com soluções específicas e regionalizadas. Dada a tendência, ainda
em sua fase inicial, de educação permanente durante toda a vida (longlife learning),
a demanda potencial a ser explorada em mercados de nichos apresenta proporções
“ilimitadas”. Nesse mercado de nicho, as pequenas e médias IES apresentam espaço de atuação
em condições de igualdade com os grandes grupos.
Números do Setor
Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Ensino a Distância – ABED, em
2007, e publicado no Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD),
109
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
em 2008, o número de pessoas que participaram de cursos na modalidade EAD atingiu
aproximadamente 2,5 milhões. Esse número refere-se ao universo de alunos de instituições
oficialmente credenciadas de ensino, inclusive os funcionários de empresa que participam da
educação corporativa, dentre outras modalidades de maneira livre.
Destacamos os principais ofertantes de EAD, segundo a ABED, em 2007:
Instituções
Instituições oficialmente credenciadas
Educação corporativa
SEBRAE
OI Futuro
Fundação Bradesco
CIEE
Governo do Estado de São Paulo
Senai
SENAC
Fundação Roberto Marinho
Fundação Telefônica
Secretaria de Educação a Distância do MEC
Número de Alunos
973 mil alunos
583 mil alunos
219 mil alunos
175 mil alunos
165 mil alunos
148 mil alunos
119 mil alunos
53 mil alunos
29 mil alunos
23 mil alunos
9 mil alunos
8 mil alunos
Tabela 11.1 – Principais Instituições Ofertantes de EAD
Destaca-se, segundo a ABED, o expressivo crescimento do número de alunos em projetos
credenciados no período 2004-2007, 213%, e o de instituições credenciadas, 54%. Em 2006,
o número de IES que ministravam graduação a distância alcançou 77.
Fonte: Mec/INEP.
Em 2007, segundo a ABED, o País teve 1.181 cursos a distância em instituições credenciadas,
incluindo:
Categoria de Cursos
Graduação
Tecnólogos + Complementação
Especialização
Mestrado
Extensão/Aperfeiçoamento/Qualificação
Técnico
EJA
Número de Cursos
351 cursos
87 cursos
404 cursos
1 curso
150 cursos
73 cursos
115 cursos
Tabela 11.2 – Número de cursos de EAD
Podemos notar que o número de curso de graduação a distância (incluindo a graduação tecnológica
– tecnólogos) já supera os cursos de pós-graduação (especialização + mestrado), num claro sinal de
maior aceitação dessa modalidade de curso pelos ingressantes do ensino superior.
Mídias mais Utilizadas
A mídia mais utilizada pelas instituições privadas de ensino superior na modalidade EAD ainda
é o material impresso, com 83,1%, seguido das seguintes mídias: e-learning (65,2%); CD (44,9%),
vídeo (40,4%), DVD (32,6%), televisão (27%), videoconferência (20,02%), satélite (16,9%), telefone
celular (12,4%), teleconferência (12,4%), Rádio (10,1%).
Fonte: ABRAEAD/2008
110
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Ingressantes
A educação a distância no Brasil vem apresentando um boom de crescimento sem precedentes
nos últimos anos. De 2005 a 2007, o número de ingressantes na modalidade de ensino nãopresencial privado cresceu impressionantes 1.227%, com média de 137% ao ano. Tal crescimento
pode ser explicado pela ampliação do acesso a tecnologias, por meio dos programas de
inclusão digital, e pelas parceiras com as instituições públicas, permitindo a criação de polos
educacionais em prefeituras, escolas, órgãos de classe, dentre outros.
Gráfico 11.1 – Evolução dos Ingressantes na Educação a Distância no Brasil (vestibular + outros processos seletivos)
É importante destacar que, diferentemente do que vem acontecendo na educação presencial,
o crescimento exponencial do EAD vem sendo acompanhado pelo crescimento do setor público.
No mesmo período 2005-2007, os ingressantes no EAD público, cresceram 1.063%, com média
anual de 127%. O crescimento de EAD no setor público deve-se ao esforço do governo na
formação e capacitação dos professores dos Ensinos Médio e Fundamental
Gráfico 11.2 – Taxa de Crescimento dos Ingressantes na Educação a Distância no Brasil (vestibular + outros processos seletivos)
111
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Matrículas
Em 2007, segundo dados do último censo do MEC/INEP, o número de alunos matriculados no
EAD alcançou 370 mil, sendo 276 mil matriculados em instituições de ensino privadas,
correspondendo a 74,6% do total. Nota-se que a participação das instituições privadas assume
a mesma proporção no ensino presencial e no ensino a distância.
Graças ao dinamismo do setor privado, o número de matrículas no ensino não presencial
multiplicou-se por nove no período 2002-2007. De 41 mil matrículas, em 2002, saltou para
370 mil, em 2007. A participação do setor privado saltou de 16% dos matriculado, em 2002,
para 74,6%, em 2007.
Gráfico 11.3 – Evolução das Matrículas na Educação a Distância no Brasil
Gráfico 11.4 – Taxa de Crescimento das Matrículas na Educação a Distância no Brasil
112
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Candidatos
O número de candidatos à graduação a distância vem crescendo em taxa superior ao número
de ingressantes. No período 2002-2007, a taxa de crescimento de candidatos aumentou em
mais de 3.700% contra 1.227% do número de ingressantes. A relação candidato/ingressante
passou de 1,43, em 2002, para 1,65, em 2007.
Gráfico 11.5 – Evolução do Número de Candidatos Inscritos na Educação a Distância no Brasil
Concluintes
Acompanhando o aumento do número de curso, vagas e ingressantes, o número de concluintes
também vem aumentando nos últimos anos. Na graduação das instituições privadas, passou
de 4.491 em 2005, para 26.303 em 2007.
Gráfico 11.6 – Evolução do Número de Concluintes na Educação a Distância no Brasil
113
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
12. FONTES DE PESQUISA
•
MEC – Ministério da Educação
•
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
•
Hoper Consultoria
•
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
•
Jornal Valor Econômico
•
Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância – ABRAEAD 2008
•
Ideal Invest
•
SEMESP
•
Obsrvatório Universitário
•
Macroplan
114
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
ANEXO
INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR
A Internacionalização da Educação
A educação transnacional tem sido uma prática comum entre as mais importantes e influentes
universidades do mundo ao longo de sua história. A estratégia adotada, no entanto, diverge
muito do atual movimento de globalização e intercâmbio acadêmico, especificamente no
nível de graduação.
As Instituições de Ensino Superior vêm se internacionalizando estruturalmente, tanto pela
participação de capital estrangeiro em sua composição quanto pela influência acelerada
de novos dados, informações e conhecimento na matriz curricular de seus cursos. De maneira
geral:
•
Grupos educacionais globais adquirem participação em IES locais.
•
Investimentos são realizados nessas organizações por meio de fundos e bancos de
investimento.
•
Grandes consolidadores locais iniciam um processo de expansão para outros países.
•
Grupos educacionais globais instalam campus em outros países.
•
Convênios acadêmicos e acordos governamentais permitem a validação de créditos
entre instituições de países diferentes.
•
Instituições permitem acesso a suas bases de dados e materiais didáticos (The Open
Learning Iniatitive).
•
Pesquisas são desenvolvidas conjuntamente por IES de diferentes nações.
•
Estudantes viajam para participar de extensões universitárias, estágios acadêmicos
e realizar visitas técnicas monitoradas, além de cursos livres.
•
A formação e a vivência internacional passam a ser cada vez mais valorizadas no mercado
de trabalho.
A internacionalização dá-se em diversos níveis e acompanha a globalização como um dos
fenômenos socioeconômicos mais importantes deste século. Investidores – diretamente ou
por meio de fundos e bancos de investimento (UBS Pactual, Pátria, GP e Gávea, por exemplo)
– e grupos educacionais multinacionais vêm incrementando seus investimentos em Instituições
de Ensino Superior Privadas no Brasil. Esse incremento dá-se pela compra direta de parte dos
negócios, como ocorreu nos casos Apollo-Pitágoras, há alguns anos.
115
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
O maior grupo educacional do mundo atualmente – o Apollo Group, com 380 mil alunos – já
teve operações no Brasil por meio da participação no atual grupo Kroton, na época Faculdades
Pitágoras, e vem ensaiando um retorno ao País por meio de novos investimentos.
Já o segundo maior grupo educacional do mundo, a Laureate Education, com 315 mil alunos,
adquiriu a Anhembi Morumbi, a Universidade Potiguar do Rio Grande do Norte,
a Business School São Paulo, a Escola Superior de Administração, Direito e Economia de Porto
Alegre e o Centro Universitário do Norte, localizado no Amazonas.
Outras participações de destaque no mercado brasileiro foram a Whitney–Unijorge e, mais
recentemente, a DeVry–Fanor.
Atualmente, temos quatro empresas educacionais brasileiras negociadas na BM&FBOVESPA:
Estácio Participações, Anhanguera Educacional, Kroton e o Sistema Educacional Brasileiro
(mais conhecido pela marca Sistema COC de Ensino). A Anhanguera e a Estácio são as maiores
Instituições de Ensino Superior brasileiras.
Capitalizadas pelos investimentos milionários ou pelas vendas de ações na Bolsa de Valores,
essas Instituições de Ensino Superior, foram às compras e tornaram-se as principais
“consolidadoras” do setor. O processo de consolidação é originado por organizações com
projetos de expansão agressivos, de um lado, e instituições fragilizadas pela Crise no Modelo
de Gestão no Ensino Superior, que se acentuou a partir de 2003 em diversas universidades
e faculdades, de outro.
A Internacionalização da Informação
A transferência do conhecimento e o intercâmbio de informações, por meio da tecnologia da
informação, é o segundo vetor da internacionalização do Ensino Superior. O impacto da
Internet nas salas de aula está sendo revolucionário a toda uma nova geração de universitários,
que possui na Web sua principal fonte de referência.
Segundo dados do ENADE 2006, dos Universitários brasileiros, 96% afirmavam possuir acesso
à internet, 74% deles afirmavam utilizá-la “sempre” e 23% “frequentemente”. Os números
mais recentes tenderão a aproximar de 100% o acesso à web por esse segmento.
A mesma pesquisa, por outro lado, confirmava que 64% dos universitários possuíam “algum
conhecimento em inglês”. É notório o baixo conhecimento de um segundo idioma por parte
dos estudantes brasileiros. Sem um segundo idioma, nossos usuários restringem sua navegação
ao grupo de 4,5% dos usuários da rede que se comunicam e leem em Português, enquanto
29% dos usuários da internet se comunicam em inglês.
A Internacionalização do Brasil
A globalização do emprego e do ensino é nova tendência que começa a gerar seus impactos
no dia a dia de muitos estudantes, profissionais e das instituições de ensino superior.
A “Experiência Internacional” já figura entre os seis principais fatores que influenciam no
116
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
processo seletivo para empregos, assim como as “Viagens” figuram entre as “atividades mais
importantes para a educação” para a maior parte dos candidatos ao vestibular que prestaram
o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Gráfico A.1 – Aspectos que Mais Chamam a Atenção dos Recrutadores
Legenda: Pesquisa da Korn Ferry (http://www.kornferry.com.br/site/pt/index.asp) ouviu 198
consultores no mundo. (em porcentagem)
A participação dos brasileiros nesse contexto ainda é baixa. De cada 10 estudantes estrangeiros
de nível universitário do mundo 5 são asiáticos, 3 europeus e um africano, assim como
3 países recebem quase metade de todo o fluxo de intercambistas do mundo (EUA, Inglaterra
e Alemanha). Se somados aos intercambistas hospedados pela França, Austrália e Japão, esses
seis países concentram 2/3 de todos os estudantes internacionais do planeta.
Gráfico A.2 – Atividades Importantes para a Formação
Legenda: ENEM 2006. Número de votos: 211.684 (primeiro voto em 8/11/2007 e último voto em 30/5 de 2008).
117
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
O setor de intercâmbio educacional ainda é pouco divulgado no Brasil e não existem levantamentos detalhados que agreguem dados significativos acerca dos números da concorrência
para esse ambiente de negócios.
As principais empresas brasileiras que trabalham nas áreas de cursos de idiomas, estágios
e intercâmbio no exterior são representadas pela Belta – Brazilian Educational & Language
Travel Association –, associação reconhecida no Brasil e no exterior, fundada em 1992.
No ano de 2005, aproximadamente 54,6 mil brasileiros, na faixa de 18 a 30 anos, optaram
pelas diversas modalidades de intercâmbio operadas ou vendidas pelas associadas à Belta,
30% a mais que os 42 mil estudantes que embarcaram em 2004 e os 35 mil, em 2003.
Os dados de 2006 e 2007 ainda não foram publicados pela Belta – Brazilian Educational
& Language Travel Association, mas de acordo com reportagem publicada pela Infomoney,
as empresas do setor esperavam para 2007 (com o dólar sendo cotado a R$ 2,00) um aumento
de 35% na procura de programas de intercâmbio, frente a 2006. O crescimento anual projetado
pela Belta para os próximos é de 30%.
Esses estudantes dividem-se em diversos níveis educacionais e adquirem uma série de produtos
das empresas de intercâmbio. Os principais produtos de intercâmbio no mercado hoje são:
Cursos de Idiomas
Work and Travel – Ofertas de postos de trabalho como au pair e cursos em países que permitem
trabalho em meio período.
High School – Programa voltado a alunos entre 14 e 18 anos, que estudam um ou dois semestres
em escolas (ensino médio) públicas ou particulares no exterior, residindo em casas de famílias
ou no próprio campus da escola. Cursos de extensão universitária – Programas voltados
a pessoas que desejam aprofundar conhecimentos principalmente nas áreas de negócios.
Cursos técnicos – Cursos profissionalizantes em diversas áreas.
Cursos de graduação e pós-graduação – Cursos universitários e de especialização em todas
as áreas.
Intercâmbios Universitários
Os produtos oferecidos ao público universitário ainda são incipientes, em função de esse
mercado ainda estar em fase de consolidação no Brasil. Outro fator que contribui para uma
oferta reduzida de programas Universitários e Acadêmicos é o posicionamento de alguns
países acerca do fato de suas instituições poderem ou não ofertar a educação como um serviço.
A complexidade desses cursos, áreas e níveis educacionais universitários ainda, inviabiliza
sua oferta no varejo, pois encarece sobremaneira o custo de venda e atendimento, posto que
demanda um tempo de estudo e consultoria que torna seu desenvolvimento quase que
personalizado e individualizado e inviabiliza a sistematização com foco em redução de custos.
118
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Outra questão que afeta os indicadores do setor é que, no nível universitário, na maioria das
vezes, o intercâmbio ocorre entre alunos, professores e instituições sem adequada formalização.
Quando institucionalizado, e ofertado pela Universidade, essa celebra acordos de cooperação
(Exchange programs).
Os poucos convênios assinados por instituições públicas e privadas brasileiras com pares
estrangeiras objetivam proporcionar intercâmbio de professores e, aos estudantes, a oportunidade de cursarem parte de seus estudos no exterior. Esses Exchange Programs ainda são
administrados por poucas instituições e o número de estudantes participantes ainda é muito
pequeno.
Esse é um processo ainda restrito às instituições públicas, ou àquelas privadas – geralmente
fundações – focadas nas classes A e B, e ainda pouco popularizado.
As universidades que oferecem esse serviço, hoje, restringem a oferta a programas de
certificação e diplomação de graduação e extensão universitária. Os alunos podem cursar
alguns créditos do seu curso em escolas conveniadas e ganhar uma certificação de extensão
universitária, ou podem estudar por um período maior e ganhar a dupla diplomação conclusão
(um brasileiro e outro estrangeiro), na chamada graduação sanduíche, desde que respeitadas
as questões legais no Ministério da Educação.
Uma questão importante é que a procura pelos programas de educação internacional vem
incrementando a mobilidade estudantil no mundo. Pesquisas como a do ENEM e da Korn
Ferry , além de outras desenvolvidas diretamente pelas instituições, apontam que
a oportunidade no exterior é desejada por quase todos os estudantes, e valorizada nos processos
de seleção para empregos pelos profissionais de Recursos Humanos.
Em muitas das instituições que participam do Exchange Programs, as viagens de Intercâmbio
podem se tornar verdadeiras concorrentes da educação formal. A evasão decorrente desse
intercâmbio tende a ser elevada, posto que muitos estudantes abandonam o curso superior
por um ano e, ao voltar, mudam de carreira ou desistem da faculdade.
Perfil da Demanda
Em 2005 a Belta realizou uma ampla pesquisa com os 12.748 visitantes da Expo Belta (principal
evento do setor de intercâmbio do mercado brasileiro). Do universo auferido, 51% dos
interessados em intercâmbio possuíam entre 18 e 25 anos (em idade universitária, portanto)
e 25% entre 26 e 35 anos:
119
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico A.3 – Perfil Demográfico do Consumidor de Intercâmbio no Brasil
Legenda: Fonte Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association).
Entre os programas mais atrativos (as necessidades que os estudantes pretendem ver resolvidas
pelo intercâmbio), 64% dizem procurar intercâmbio em função do aprendizado do idioma,
39% em função de trabalho e 5% Ensino Médio. Todas as demais variáveis são relacionadas
ao Ensino Superior e Educação continuada (somam 118%, posto que as respostas eram livres).
Nível de escolarização de consumidores potenciais de intercâmbio
Curso
Percentual
Graduação
16%
Mestrado
22%
MBA
12%
Doutorado
8%
Especialização
35%
Curso de Férias
25%
Tabela A.1 – Nível de Escolarização de Potenciais Intercambistas
Legenda: Fonte Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association).
Do universo auferido, 81% jamais haviam viajado para o exterior e 57% afirmaram ser
estudantes do Ensino Superior (divisão de nível de ensino na tabela acima).
120
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico A.4 – Países que Mais Interessam aos Intercambistas Brasileiros
Legenda: Fonte Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association).
Cenários do Intercâmbio no Mundo
Na média, 43 mil brasileiros saem do Brasil para estudar no exterior, todo ano, para os seguintes
destinos:
Principais destinos de intercambistas brasileiros
Estados Unidos
35.6%
Inglaterra
19.7%
Canadá
18.4%
Austrália
9.1%
Outros
6.2%
Espanha
2.9%
Alemanha
1.1%
França
9.8%
Itália
0.4%
Irlanda
0.2%
Tabela A.2 – Principais Destinos dos Intercambistas Brasileiros
Legenda: Fonte Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association).
Na contramão, o Brasil recebeu cerca de 60 mil estudantes estrangeiros por ano, segundo
dados da pesquisa realizada no ano passado pela Language Travel Magazine, conceituada
publicação inglesa sobre viagens de estudo, fundamentada no recenseamento realizado pela
EMBRATUR e FIPE (em aeroportos Brasileiros, e mensurando a entrada de turistas estrangeiros
no Brasil). A EMBRATUR concluiu que, em 2004, dos 4.793.703 estrangeiros pesquisados, 76.699,
ou 1,6%, “estavam no país para fins de estudo ou curso”, número que caiu, em 2005, para
69.656 (1,3% dos 5.358.170 estrangeiros auferidos nos aeroportos).
121
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
A conclusão do levantamento da Language Travel Magazine, com base na pesquisa da
EMBRATUR foi que desses estrangeiros no Brasil para fins de estudo:
a) 50 mil vêm ao País para programas de línguas e cursos combinados.
b) 10 mil para ensino médio, universidades e cursos profissionalizantes.
A pesquisa ainda revela que, em cursos de línguas, com atividades combinadas e uma
permanência média de seis semanas, cada estudante estrangeiro gasta cerca de US$ 2,25 mil
no País. Em um curso anual o mesmo estudante gasta cerca de US$ 18,25 mil. O turismo de
intercâmbio injeta na economia brasileira anualmente, cerca de R$ 631,3 milhões.
Entre os países que mais enviam estudantes para o Brasil estão os da América Latina e África
(bolsistas), além da França. Por outro lado, no sentido contrário, entre os destinos preferidos
pelos estudantes brasileiros estão Inglaterra, Canadá, Nova Zelândia, Estados Unidos, França,
EU, Austrália e Irlanda.
Motivo da viagem: Estudo ou cursos
Motivo da Viagem
Ter
e
errrestr
estre
Lazer
Negócios, Eventos e Convenções
Visitar amigos e parentes
Estudo ou cursos
Motivos de saúde
Religião ou peregrinação
Compras
Outros
80,4%
7,3%
7,3%
1,3%
0,8%
0,6
1,1
1,3
2004
Aéreo
39,2
34,9
21,2
1,7
0,5
0,5
0,6
1,3
Total
e
errrestr
estre
Ter
2005
Aéreo
Total
48,5
28,7
18,1
1,6
0,6
0,6
0,7
1,3
79,6
5,6
9,7
0,5
3,1
0,1
0,1
1,3
37,2
33,9
25,2
1,5
0,5
0,5
0,3
1,0
44,4
29,1
22,6
1,3
0,9
0,4
0,3
1,0
Tabela A.3 – Motivo de Viagem dos Intercambistas Brasileiros
Legenda: Pesquisa EMBRATUR e FIPE feita em aeroportos Brasileiros – entrada de turistas estrangeiros no Brasil.
Instituições de Ensino Superior
Segundo o estudo Financiamento da Educação Superior – Perspectiva Regional: América Latina
feito por Carmen Guadilla e citado na matéria “Emergentes crescem com setor privado”
(Revista Ensino Superior, de agosto de 2008), escrita pela jornalista Patrícia Pereira, em 2004
a região possuía 102 instituições estrangeiras de ensino superior a distância, sendo 50
americanas, 54 europeias, 19 da própria América Latina e uma de origem não especificada.
“Entre as presenciais, eram 50 instituições instaladas com campus/franchising. A maioria delas,
28, originárias dos Estados Unidos, além de nove da Europa e 13 latino-americanas.
A presença das instituições estrangeiras também estava representada por 125 instituições
com programas cooperativos e 816 acordos entre instituições, que continua a ser o processo
mais frequente usado para a cooperação internacional na região”, cita a reportagem.
Parte dessa invasão se deve ao fato de que, atualmente, a taxa de matrículas no ensino
superior em países da América Latina gira em torno de 28%, sendo que, em 2002, a taxa era
de 26%. Na Europa o índice é de 60% e na América do Norte atinge cerca de 80%, incluídos
os comunity colleges.
122
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
A Internacionalização do Ensino no Mundo
Impacto Econômico
Projetar o impacto financeiro da educação não é um exercício simples, posto que os reflexos
são percebidos indiretamente em toda a cadeia produtiva e de serviços. Contudo, é possível
projetar os números absolutos desse segmento da economia sem a pretensão de apontar os
impactos relativos e reais da educação e especificamente do Ensino Superior.
Entre 2003 e 2004 o montante total arrecadado pelas Instituições de Ensino Superior do Reino
Unido, ficou abaixo apenas dos valores movimentados pelos setores de atividades legais
e serviços financeiros. Os £ 16.87 bilhões gerados direta e indiretamente por estudantes
universitários britânicos e de outros países naquela economia foram superiores à participação
da indústria farmacêutica naquele país, segundo dados do estudo The economic impact of
UK higher education institutions publicado pela University of Strathclyde. Segundo esse
estudo, as Instituições de Ensino Superior do Reino Unido empregavam – diretamente – 1,2%
da força de trabalho daquele país (330 mil pessoas).
Na Nova Zelandia, em 1999, a contribuição dos estudantes internacionais ao produto interno
bruto foi estimado pelo Ministério da Educação no estudo The Economic impact of Export
Education em 545 milhões de dólares. Em 2001 esse valor foi a U$ 1,3 bilhão, e em 2007/08,
alcançou U$ 2,3 bilhões. Como comparação, a contribuição da indústria no produto interno
bruto daquele país era de U$ 2,1 bilhão.
O relatório anual da Associação de Educadores Internacional (NAFSA) estimou que, no ano
acadêmico de 2007/08, estudantes estrangeiros e seus dependentes contribuíram com
aproximadamente 15,43 bilhões de dólares na economia Americana, somente com valores
gastos diretamente em sua formação e sustento, sem prever o efeito multiplicador desse
segmento da economia.
Impacto Acadêmico
Dentre os impactos na área acadêmica podemos citar:
•
Proporcionar uma dimensão internacional/intercultural da pesquisa e do ensino.
•
Ampliar do horizonte acadêmico.
•
Fortalecer das Instituições de Ensino e de seus perfis e posicionamentos em rankings
internacionais.
•
Melhorar da qualidade e inserção em padrões internacionais de normas acadêmicas.
Em 2006 a Unesco estimou em 2,5 milhões os estudantes universitários que cursavam sua
graduação em países que não aquele em que viviam ou do qual eram naturais, frente a 1,7
milhão no ano 2000. Em 2008, o IIE (Institute of International Education) projetou em 2,9
milhões o número de universitários (Post-Secondary – Tertiary Level) estudando pelo mundo.
123
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
Gráfico A.5 – Principais Destinos Receptivos em 2008
Fontes: Projeto Atlas 2007, baseado em organizações parceiras do IIE e dados da UNESCO/OECD 2006.
Um estudo desenvolvido pelo IDP Education Austrália prevê, ainda, que em 2025 haverá oito
milhões de estudantes educados em outros países.
Dados Referentes ao Cenário Mundial
•
Se olharmos o período de 1965 a 2005 o mais marcante são os números: a Índia enviou,
isoladamente, mais estudantes em 2005 que o número total de estudantes internacionais
distribuídos por todo o mundo em 1950 (107.500).
•
A soma dos dez países com maior número de alunos estudando no exterior em 2005
é igual ao número total de estudantes internacionais distribuídos por todo o mundo
em 1985 (939 mil).
•
A mobilidade dos estudantes tem aumentado em um ritmo próximo ao da expansão
do Ensino Superior no mundo.
•
Existe um aumento nos países em desenvolvimento (mais especificamente na China, na
Índia e na Coreia do Sul).
•
Os países desenvolvidos estão vendo estabilizar os respectivos números e reduzir seu
percentual no mercado mundial.
•
De cada 10 estudantes estrangeiros de nível universitário do mundo 5 são asiáticos,
3 europeus e um africano.
•
Três países recebem quase metade de todo o fluxo de intercambistas do mundo (EUA,
Inglaterra e Alemanha). Se somados aos intercambistas hospedados pela França, Austrália
e Japão, esses seis países concentram 2/3 de todos os intercambistas do planeta.
•
A América do Sul é o destino menos comum no Intercâmbio Cultural, recebendo apenas
0,6% dos intercambistas do mundo, seguida pela África (1,4%).
124
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
•
Segundo dados da UNESCO, oito em cada dez intercambistas europeus estudam em
outro país da Europa (3 em cada 5 na Inglaterra, Alemanha ou França).
•
Metade de todos os estudantes estrangeiros estão na Europa e 25% nos EUA. Todo esse
contingente representa, no entanto, apenas 4% dos estudantes universitários do país.
•
Na Inglaterra e na Alemanha esses intercambistas representam 10% da população
universitária, enquanto na Austrália, um em cada 6 universitários é estrangeiro. Outros
países: Macao – 67%; Cyprus – 29%; Qatar – 21%; Suíça – 18% e Áustria – 14%.
•
Os intercambistas norte americanos representam apenas 6% do total mundial. Por sua
vez os EUA são o país que mais hospeda estudantes estrangeiros, tendo recebido 586
mil intercambistas em 2002/2003 (63% vindos da Ásia).
•
46% dos estudantes estrangeiros mundiais são mulheres.
125
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes
Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil
ANOT
AÇÕES
ANOTAÇÕES
126
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