Análise Setorial do Ensino Superior Privado
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Análise Setorial do Ensino Superior Privado
Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Brasil 1 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Brasil Foz do Iguaçu – PR – Brasil 2009 3 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Coordenação Geral Elaboração Ryon Braga Claudio Garcia José Maria de Vasconcellos e Sá Luciana Coutinho Paulo Presse Rafael Vilasboas Rodrigo Capelato Ryon Braga Revisão e Diagramação Produção Comercialização 4 Epígrafe Editorial Hoper Estudos de Mercado (45) 2102-1423 [email protected] Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil SUMÁRIO ÍNDICE DE GRÁFICOS, TABELAS E FIGURAS ................................................................. 7 I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13 2. O SISTEMA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL ............................................. 15 O Viés da Educação Superior Pública no Brasil .............................................................. 15 3. A EXP ANSÃO DO SETOR DE EDUCAÇÃO PRIV ADA .............................................. 17 EXPANSÃO PRIVADA Vencendo a Barreira Ideológica .................................................................................... 17 Histórico da Expansão .................................................................................................. 17 Situação Atual da Expansão do Setor ....................................................................... 21 4. A EVOLUÇÃO DA DEMANDA P ARA PARA O ENSINO SUPERIOR ................................................................................................ 24 Ingressantes ................................................................................................................. 24 Matrículas ................................................................................................................... 26 5. PROJEÇÃO DO CRESCIMENTO DA DEMANDA NO ENSINO SUPERIOR .............................................................................................. 28 Cenários ...................................................................................................................... 29 6. PERFIL ECONÔMICO-FINANCEIRO DO SETOR ............................................................ 37 Faturamento do Setor .................................................................................................. 37 Mensalidades .............................................................................................................. 37 Indicadores Econômico-financeiros do Setor .................................................................. 39 Indicadores Econômico-financeiros por Organização Acadêmica .................................... 40 Indicadores Econômico-financeiros Total – 2008 ........................................................ 41 Conclusões ........................................................................................................... 41 7. O PERFIL COMPETITIVO DO SETOR EDUCACIONAL .................................................... 43 Relação Ingresso / Vaga e Candidato / Vaga ................................................................. 45 Diluição da Demanda .................................................................................................. 46 Participação dos Estados .............................................................................................. 47 8. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SETOR ...................................................................... 60 Investimento em Educação ........................................................................................... 60 Faturamento ......................................................................................................... 61 Candidatos ........................................................................................................... 61 Docentes ..................................................................................................................... 63 Cursos ......................................................................................................................... 63 Concluintes .................................................................................................................. 65 População Universitária ................................................................................................ 68 Mensalidades .............................................................................................................. 68 Índice Geral de Cursos – IGC ........................................................................................ 69 Evasão ................................................................................................................. 71 Perfil da Evasão ........................................................................................................... 73 5 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 9. AS EMPRESAS LIST ADAS NA BM&FBOVESP A ............................................................. 75 LISTADAS BM&FBOVESPA Anhanguera Educacional ............................................................................................. 75 Mapa das Unidades ..................................................................................................... 76 Estácio ......................................................................................................................... 82 Kroton ......................................................................................................................... 90 SEB ............................................................................................................................. 96 Aquisições do Setor ................................................................................................... 102 10. A CONSOLIDAÇÃO NO SETOR DE ENSINO PRIV ADO ............................................. 106 PRIVADO 11. ENSINO A DISTÂNCIA – EAD E AS NOV AS TECNOLOGIAS ..................................... 109 NOVAS Números do Setor ...................................................................................................... 109 Mídias mais Utilizadas ............................................................................................... 110 Ingressantes ........................................................................................................ 111 Matrículas ................................................................................................................. 112 Candidatos ................................................................................................................ 113 Concluintes ................................................................................................................ 113 12. FONTES DE PESQUISA ............................................................................................ 114 ANEXO – INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR .......................................... 115 A Internacionalização da Educação ............................................................................ 115 A Internacionalização da Informação .......................................................................... 116 A Internacionalização do Brasil ................................................................................... 116 Instituições de Ensino Superior ............................................................................... 122 A Internacionalização do Ensino no Mundo ............................................................. 123 Dados Referentes ao Cenário Mundial ....................................................................124 6 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil GRÁFICOS, TABELAS E FIGURAS Gráficos Gráfico 3.1 – Evolução do Número de Vagas na Graduação Presencial no Brasil Gráfico 3.2 – Crescimento de Vagas nas IES Privadas Gráfico 3.3 – Evolução das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil Gráfico 3.4 – Taxas de Crescimento das Matrículas do Setor Privado na Graduação Presencial no Brasil Gráfico 3.5 – Evolução do Número de Funcionários Técnico-administrativos do Ensino Superior no Brasil Gráfico 3.6 – Matrículas no Ensino Médio Regular Brasileiro Gráfico 3.7 – Evolução da População de 15 a 17 anos de idade (2000 a 2012) Gráfico 3.8 – Evolução da População de 18 a 24 anos de idade (2000 a 2012) Gráfico 3.9 – Diluição da Demanda – Gráfico em Curvas da Evolução dos Números de Vagas e de Ingressantes (1997-2007) Gráfico 4.1 – Evolução dos Ingressantes na Graduação Presencial no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) Gráfico 4.2 – Taxa de Crescimento dos Ingressantes na Graduação Presencial no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) Gráfico 4.3 – Matrículas na Graduação Presencial no Brasil – Público e Privado 2007 Gráfico 4.4 – Evolução das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil Gráfico 4.5 – Taxas de Crescimento das Matrículas do Setor Privado na Graduação Presencial no Brasil Gráfico 5.1 – Evolução das Matrículas no Ensino Médio Regular – Brasil Gráfico 5.2 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 1 Gráfico 5.3 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil (Setor Privado) – Cenário 1 7 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 5.4 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 1 Gráfico 5.5 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público) – Cenário 1 Gráfico 5.6 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 2 Gráfico 5.7 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil – Setor Privado – Cenário 2 Gráfico 5.8 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 2 Gráfico 5.9 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público) – Cenário 2 Gráfico 5.10 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 3 Gráfico 5.11 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil (Setor Privado) – Cenário 3 Gráfico 5.12 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 3 Gráfico 5.13 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público) – Cenário 3 Gráfico 6.1 – Evolução do Faturamento do Ensino Superior Privado Brasileiro Gráfico 6.2 – Evolução do Valor Médio das Mensalidades do Ensino Superior Privado Brasileiro Gráfico 6.3 – Distribuição das IES por Organização Acadêmica Gráfico 6.4 – Distribuição das IES por Natureza Jurídica Gráfico 7.1 – Relação Candidato/Vaga/Ingresso nas IES Privadas Gráfico 7.2 – Número de IES no Brasil Gráfico 7.3 – Evolução da Relação Ingressante/Vaga nas IES Privadas Gráfico 7.4 – Evolução da Relação Candidato/Vaga nas IES Privadas Gráfico 7.5 – Crescimento dos Candidatos Inscritos nas IES Privadas Gráfico 7.6 – Número de IES com até 500 Alunos Gráfico 8.1 – Investimento do Setor Privado por Segmento Educacional Gráfico 8.2 – Evolução do Número de Candidatos Inscritos na Graduação Presencial no Brasil Gráfico 8.3 – Evolução do Número de Docentes na Graduação Presencial no Brasil 8 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 8.4 – Evolução do Número de Cursos na Graduação Presencial no Brasil Gráfico 8.5 – Evolução do Número de Concluintes na Graduação Presencial no Brasil Gráfico 8.6 – Percentual de Universitários em Relação à População por Estados da Federação Gráfico 8.7 – Evolução da Taxa de Evasão nas IES Públicas e Privadas no Brasil Gráfico 8.8 – Taxa de Concluintes no Ensino Superior Brasileiro Público e Privado Gráfico 8.9 – Taxa de Evasão e Mensalidade Média no Ensino Superior Brasileiro – Público e Privado Gráfico 8.10 – Evolução da Taxa de Evasão ao Longo do Curso Gráfico 9.1 – Evolução do Crescimento de Matrículas – Anhanguera Gráfico 9.2 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – Anhanguera Gráfico 9.3 – Evolução das Receitas e Margens – Anhanguera Gráfico 9.4 – Evolução do Preço da Ação – AEDU11 Gráfico 9.5 – Fatos Relevantes e Evolução do Número de Alunos – Estácio Gráfico 9.6 – Evolução do Número de Alunos – Estácio Gráfico 9.7 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – Estácio Gráfico 9.8 – Evolução das Receitas e Margens – Estácio Gráfico 9.9 – Evolução do Preço da Ação – ESTC3 Gráfico 9.10 – Evolução do Número de Alunos – Kroton Gráfico 9.11 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – Kroton Gráfico 9.12 – Evolução das Receitas e Margens – Kroton Gráfico 9.13 – Evolução do Preço da Ação – KROT11 Gráfico 9.14 – Evolução do Número de Alunos – SEB Gráfico 9.15 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – SEB Gráfico 9.16 – Evolução das Receitas e Margens – SEB Gráfico 9.17 – Evolução do Preço da Ação – SEBB11 Gráfico 9.18 – Relação Preço/Aluno nas Aquisições do Setor de Educação Superior 9 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 11.1 – Evolução dos Ingressantes na Educação a Distância no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) Gráfico 11.2 – Taxa de Crescimento dos Ingressantes na Educação a Distância no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) Gráfico 11.3 – Evolução das Matrículas na Educação a Distância no Brasil Gráfico 11.4 – Taxa de Crescimento das Matrículas na Educação a Distância no Brasil Gráfico 11.5 – Evolução do Número de Candidatos Inscritos na Educação a Distância no Brasil Gráfico 11.6 – Evolução do Número de Concluintes na Educação a Distância no Brasil Gráfico A.1 – Aspectos que Mais Chamam a Atenção dos Recrutadores Gráfico A.2 – Atividades Importantes para a Formação Gráfico A.3 – Perfil Demográfico do Consumidor de Intercâmbio no Brasil Gráfico A.4 – Países que Mais Interessam aos Intercambistas Brasileiros Gráfico A.5 – Principais Destinos Receptivos em 2008 Tabelas Tabela 6.1 – Mensalidade Média por Estado Tabela 6.2 – Indicadores Econômico-financeiros por Organização Acadêmica Tabela 6.3 – Indicadores Econômico-financeiros por Natureza Jurídica Tabela 6.4 – Indicadores Econômico-financeiros Total Tabela 7.1 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Centro-oeste Tabela 7.2 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Nordeste Tabela 7.3 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Norte Tabela 7.4 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Sudeste Tabela 7.5 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Sul Tabela 7.6 – Distribuição de IES privadas por Porte e Região Tabela 7.7 – Estatística das IES do Setor Privado – Distrito Federal Tabela 7.8 – Estatística das IES do Setor Privado – Goiás Tabela 7.9 – Estatística das IES do Setor Privado – Mato Grosso Tabela 7.10 – Estatística das IES do Setor Privado – Mato Grosso do Sul Tabela 7.11 – Estatística das IES do Setor Privado – Alagoas 10 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Tabela 7.12 – Estatística das IES do Setor Privado – Bahia Tabela 7.13 – Estatística das IES do Setor Privado – Ceará Tabela 7.14 – Estatística das IES do Setor Privado – Maranhão Tabela 7.15 – Estatística das IES do Setor Privado – Paraíba Tabela 7.16 – Estatística das IES do Setor Privado – Pernambuco Tabela 7.17 – Estatística das IES do Setor Privado – Piauí Tabela 7.18 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio Grande do Norte Tabela 7.19 – Estatística das IES do Setor Privado – Sergipe Tabela 7.20 – Estatística das IES do Setor Privado – Acre Tabela 7.21 – Estatística das IES do Setor Privado – Amapá Tabela 7.22 – Estatística das IES do Setor Privado – Amazonas Tabela 7.23 – Estatística das IES do Setor Privado – Pará Tabela 7.24 – Estatística das IES do Setor Privado – Rondônia Tabela 7.25 – Estatística das IES do Setor Privado – Roraima Tabela 7.26 – Estatística das IES do Setor Privado – Tocantins Tabela 7.27 – Estatística das IES do Setor Privado – Espírito Santo Tabela 7.28 – Estatística das IES do Setor Privado – Minas Gerais Tabela 7.29 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio de Janeiro Tabela 7.30 – Estatística das IES do Setor Privado – São Paulo Tabela 7.31 – Estatística das IES do Setor Privado – Paraná Tabela 7.32 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio Grande do Sul Tabela 7.33 – Estatística das IES do Setor Privado – Santa Catarina Tabela 7.34 – Distribuição das IES Privadas por Porte e por Estados Tabela 8.1 – Cursos Privados mais Demandados na Graduação Presencial no Brasil Tabela 8.2 – Maiores Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil Tabela 8.3 – Matrículas em Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil Tabela 8.4 – Matrículas em Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil por Turno Tabela 8.5 – Mensalidade Média por Estado Tabela 8.6 – Ranking dos 80 Melhores Cursos pelo IGC Tabela 8.7 – Evasão do Ensino Superior por Semestre Tabela 8.8 – Evasão do Ensino Superior por Turno 11 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Tabela 8.9 – 20 Cursos mais Procurados com Maior Taxa de Evasão Tabela 9.1 – Perfil do Grupo Anhanguera Tabela 9.2 – Perfil do Conselho de Administração – Anhanguera Tabela 9.3 – Perfil da Diretoria Executiva – Anhanguera Tabela 9.4 – Perfil do Conselho de Administração – Estácio Tabela 9.5 – Perfil da Diretoria Executiva – Estácio Tabela 9.6 – Perfil do Conselho de Administração – Kroton Tabela 9.7 – Perfil da Diretoria Executiva – Kroton Tabela 9.8 – Perfil do Conselho de Administração – SEB Tabela 9.9 – Perfil da Diretoria Executiva – SEB Tabela 9.10 – Múltiplos das Empresas do Setor de Educação no Brasil e nos EUA Tabela 10.1 – Ranking dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil Tabela 10.2 – Indicadores Financeiros dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil Tabela 11.1 – Principais Instituições Ofertantes de EAD Tabela 11.2 – Número de Cursos de EAD Tabela A.1 – Nível de Escolarização de Potenciais Intercambistas Tabela A.2 – Principais Destinos dos Intercambistas Brasileiros Tabela A.3 – Motivo de Viagem dos Intercambistas Brasileiros Figuras 12 Figura 9.1 – Unidades do Grupo Anhanguera Figura 9.2 – Unidades do Grupo Estácio Figura 9.3 – Unidades do Grupo Kroton Figura 9.4 – Unidades do Grupo SEB Figura 9.5 – Evolução Histórica do Grupo SEB Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil I. INTRODUÇÃO Apresentação A Análise Setorial Hoper do Ensino Superior Privado no Brasil está em sua terceira edição e já se consolidou enquanto documento de referência do setor, em função da abrangência das informações mercadológicas e das análises estratégicas que apresenta. Utilizada por todas as empresas educacionais que realizaram a oferta primária de ações (IPO) na BM&FBOVESPA desde 2007, a Análise Setorial Hoper serviu de fonte de consulta para a produção dos prospectos de oferta de ações aos investidores nacionais e estrangeiros, caracterizando-se enquanto fonte de informações fundamentais sobre o desenvolvimento desse importante setor da economia, que movimenta mais de 25 bilhões de reais anualmente. Instituições de ensino, empresas mantenedoras, grupos educacionais, companhias abertas, bancos e gestoras de investimentos, fundos de private equity, no Brasil e no exterior, consultam a Análise Setorial Hoper para conhecer e compreender o complexo e promissor mercado da educação privada no Brasil. A Análise Setorial Hoper veio preencher uma lacuna importante no acesso às informações mercadológicas do setor de educação, proporcionando ao empresariado e aos investidores do setor uma correta leitura da realidade, a partir de dados e análises quantitativas, que propiciam um embasamento técnico para a tomada de decisões gerenciais e de negócios. A correta utilização das informações mercadológicas e setoriais traz uma série de oportunidades para a melhoria do desempenho da instituição de ensino superior, dentre elas: a) Possibilita que a instituição acompanhe o mercado e o setor de maneira prospectiva, antecipando-se aos possíveis problemas e desafios, compreendendo e aproveitando tendências futuras desse mercado. b ) Permite que a instituição reconheça, antecipadamente, as ameaças e oportunidades para o desenvolvimento do seu negócio. c) Auxilia no desenvolvimento da inteligência competitiva da instituição uma vez que transforma uma extensa quantidade de dados setoriais em informações estratégicas que trazem valor agregado ao negócio. 13 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil A Análise Setorial Hoper do Ensino Superior Brasileiro é resultado de um amplo trabalho de coleta, tratamento e análise de dados primários e secundários de inúmeras pesquisas e estudos realizados pela Hoper Estudos de Mercado nos últimos anos e por mais de uma dezena de outras empresas e instituições de pesquisa, entre elas o MEC (Ministério da Educação), INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ideal Invest, Observatório Universitário, Paulo Renato Souza Consultores, Macroplan e ABED (Associação Brasileira de Ensino a Distância). 14 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 2. O SISTEMA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL O Viés da Educação Superior Pública no Brasil Ao longo das últimas duas décadas, o setor privado foi adquirindo presença majoritária no ensino superior brasileiro (75% dos alunos matriculados) devido, principalmente, à incapacidade do setor público de atender à demanda de estudantes de nível superior. Em virtude de um viés ideológico histórico, o setor de ensino superior público no Brasil ainda é fortemente elitizado. Oferece atualmente apenas 330 mil vagas anuais (12% do total de vagas), para atender a uma demanda anual de egressos do ensino médio de aproximadamente 2,1 milhões de jovens (concluintes do ensino médio regular mais os concluintes do EJA – Educação de Jovens e Adultos). O setor público deixa de atender à demanda de 1.770.000 jovens anualmente – os “excluídos” do sistema público. O setor privado consegue, por sua vez, absorver parte desses “excluídos”, algo em torno de 825 mil ingressantes com idade inferior a 24 anos, que podem pagar a mensalidade, ficando os restantes 945 mil estudantes/ano sem nenhuma oportunidade de ingressar num curso superior, engrossando a massa dos mais de 7 milhões de “excluídos” do sistema. Tal realidade faz com que o Brasil ostente uma das piores posições no ranking divulgado pela OCDE no que se refere às taxas de escolarização superior. Não há perspectiva de melhoria significativa, no curto prazo, da taxa de escolarização superior no Brasil. No atual cenário não cumpriremos a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de colocar 30% de nossos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior, uma vez que o percentual atual não alcança 14%. Os motivos desse cenário pessimista são simples: nas atuais condições de mercado, o setor privado não tem como reduzir o valor médio das mensalidades, atualmente em torno dos R$ 457,00 e o setor público não quer e não consegue deixar de ser elitista. Atualmente, em média, um aluno de curso superior matriculado em uma universidade pública federal custa aos cofres públicos R$ 27.420,00 anualmente, o que representa cinco vezes mais o custo de um aluno matriculado no setor privado. Esse valor é bem próximo do que custa um estudante nos países desenvolvidos, mostrando claramente o descompasso entre as necessidades da nossa sociedade e os interesses dos dirigentes e acadêmicos do setor de ensino público. Nem mesmo se o ensino público tivesse qualidade cinco vezes superior ao ensino privado (sabemos bem que não possui), ainda assim não seria justificável tamanho descompasso com as necessidades do País. O governo brasileiro divulga amplamente, em tom populista e eleitoreiro, a grande expansão da universidade pública ocorrida nos últimos seis anos (desde o início do governo Lula). A 15 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil verdade, no entanto, é que a expansão do setor público foi irrisória e insignificante para as necessidades da população. Passou de 281 mil vagas, em 2003, para 330 mil vagas, em 2008. Esse aumento de 49 mil vagas só beneficia 6% dos atuais excluídos da educação superior brasileira, ou seja, quase nada. No curto e médio prazo não vemos possibilidade do setor público alterar sua estrutura elitista. O corporativismo da academia e a ideologia dominante neste ambiente oferece forte obstáculo para qualquer tentativa de massificação do setor público. Resta ao poder executivo investir ainda mais em programas de auxilio ao estudante de menor renda (que não consegue espaço na universidade pública), tais como ProUni e FIES, e deixar ao setor privado a tarefa de fazer a “inclusão social” no ensino superior brasileiro. 16 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 3. A EXP ANSÃO DO SETOR DE EDUCAÇÃO PRIV ADA EXPANSÃO PRIVADA Vencendo a Bar Barrr eira Ideológica A forte expansão do setor de ensino superior privado no Brasil, ocorrida após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB – (entre 1997 e 2006), ainda é vista com desconfiança por alguns ideólogos do sistema educacional e governamental brasileiro, tendo enquanto pano de fundo o argumento, injustificado, de queda de qualidade na educação superior, ocasionada pela predominância da iniciativa privada. Felizmente para o País, os preconceitos contra a iniciativa privada na educação estão arrefecendo e em seu lugar floresce a ideia de que quanto mais ampliamos as oportunidades de estudo, maiores são os benefícios para a população, para o setor produtivo e para o desenvolvimento da nação. Estudiosos do crescimento econômico e da distribuição de renda têm constatado que o principal determinante observável isolado da renda é a educação. À medida que o ensino superior se expande e se dinamiza, traz elementos positivos, tanto para o setor produtivo (que passa a contar com pessoal mais qualificado) quanto para o campo pessoal. Maior nível de escolaridade aumenta as chances de inclusão social, considerando a inserção em um mercado de trabalho cada vez mais exigente, e no acesso aos bens de consumo, cada vez mais sofisticados e complexos. Já está disseminada em nossa sociedade a ideia de que a educação é a base para a mobilidade social e para o aumento de renda das pessoas, trazendo ainda impactos globais na qualificação da mão-de-obra e no consequente incremento nos investimentos empresariais e no desenvolvimento da nação. Histórico da Expansão Poucos setores da economia brasileira passaram por um movimento de crescimento comparado ao do Ensino Superior Privado. As Instituições de Ensino Superior (IES) Privadas, no Brasil, foram responsáveis por uma expansão de 394% da oferta de vagas no período 1997-2007 (média de 17,30% a.a). Um crescimento quase sem precedentes, apenas comparável ao crescimento da oferta de serviços de telecomunicações, após a privatização, e ao crescimento dos serviços financeiros nas décadas de 1980 e 1990. 17 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 3.1 – Evolução do Número de Vagas na Graduação Presencial no Brasil Gráfico 3.2 – Crescimento de Vagas nas IES Privadas A expansão do setor, triplicando o número de matrículas em pouco mais de uma década, de 1,2 milhão em 1997, para 3,6 milhões, em 2007, ocorreu sobre diversas bases. A demanda potencial que se mantinha represada ao longo dos anos, passou a ser atendida devido à proliferação e à interiorização de IES e à criação de novos cursos nas diversas áreas de conhecimento. Verificou-se também neste período, a ampliação da demanda em função do aumento do número de egressos do ensino médio (fruto do aumento de matrículas neste segmento) e a volta aos estudos de pessoas de mais idade. Os principais fatores que contribuíram para a expansão do setor no período 1997-2007 foram: a) A promulgação, em 1988, da nova Constituição da República Federativa do Brasil que, em seu artigo 209, afirma que a educação é livre à iniciativa privada, desde que atendido o cumprimento das normas gerais da educação nacional, e que esta ficará submetida à autorização e verificação de qualidade pelo poder público. 18 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil b) Sanção da Lei 9.394, em 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, regulamentando o processo da livre iniciativa do setor privado ao ensino superior. c ) Flexibilização das regras para a abertura de cursos e instituições a partir de 1997, por iniciativa do ministro Paulo Renato Souza durante o governo Fernando Henrique Cardoso. d ) Regulamentação da lei, em 1998, que permitiu que IES fossem constituídas enquanto empresas com finalidades lucrativas. e) Existência de uma enorme demanda reprimida de jovens que não conseguiam aprovação em processos seletivos das IES. Essa demanda reprimida esgotou-se no ano de 2002 quando a oferta de vagas superou a procura. f ) Universalização do ensino fundamental com consequente crescimento do ensino médio, ocorrida também no governo Fernando Henrique Cardoso. g ) Retorno aos estudos de boa parte das pessoas oriundas da população economicamente ativa (PEA) que já haviam concluído o ensino médio há cinco anos ou mais. Tal fato deve-se ao aumento do número de instituições e interiorização das mesmas, facilitando o acesso, bem como devido à maior exigência do mercado de trabalho por qualificação. h ) Diminuição do valor médio das mensalidades, atualmente em torno dos R$ 457,00, com o surgimento de cursos e instituições cobrando valores cada vez menores, possibilitando a entrada no mercado de alunos da classe socioeconômica C e de parte da classe D. Gráfico 3.3 – Evolução das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil 19 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 3.4 – Taxas de Crescimento das Matrículas do Setor Privado na Graduação Presencial no Brasil A expansão do ensino superior privado trouxe inequívocas vantagens para o aluno e para a sociedade, melhorando o nível educacional da força de trabalho, aumentando a empregabilidade dos formados e gerando centenas de milhares de empregos no setor. Só no setor privado o número de funcionários técnico-administrativos atingiu mais de 173 mil, em 2007. Gráfico 3.5 – Evolução do Número de Funcionários Técnico-administrativos do Ensino Superior no Brasil O crescimento do setor de ensino superior também foi positivo para a imagem do Brasil no exterior e ajudou no crescimento da economia, tanto direta quanto indiretamente, contribuindo para a melhoria do chamado “Risco Brasil”. A taxa de escolarização do País, em conjunto com aspectos como o nível do déficit fiscal, as turbulências políticas, o crescimento da economia e a relação entre arrecadação e dívida de um país, constitui um importante aspecto de avaliação de risco por parte dos investidores internacionais. Todos os benefícios proporcionados à sociedade e ao País em decorrência da expansão do ensino superior devem-se ao mérito dos empreendedores privados que, a despeito das dificuldades impostas pelo Governo, conseguem ser responsáveis, atualmente, por 75% de todos os alunos matriculados no ensino superior, ou aproximadamente 3,8 milhões de alunos. 20 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Situação Atual da Expansão do Setor A grande expansão que o setor de ensino superior privado viveu entre os anos de 1997 e 2007 (década de ouro) já se esgotou em quase todo o Brasil, muito embora ainda exista uma grande demanda potencial de alunos não atendida; pois não há capacidade de pagamento por parte desses alunos, nas atuais condições de mercado. Sem modificações substanciais na economia brasileira, na distribuição de renda ou nas formas de financiamento para o aluno carente, serão poucas as chances de o setor voltar a crescer de maneira significativa. O mais provável é esperar, mantidas as atuais condições de mercado, um crescimento orgânico da ordem de 3% a.a para os próximos anos, ao menos no que se refere ao ensino presencial. A “estabilização” no crescimento da demanda é dada pelos seguintes fatores: a) Estabilização, com ligeiro declínio nas matrículas e concluintes do ensino médio brasileiro. b ) Fim da demanda reprimida dos que não eram aprovados em nenhum processo seletivo. c) Diminuição da população brasileira nas faixas etárias de 15 a 17 anos (a partir de 2000) e 18 a 24 anos (a partir de 2005). d ) Diluição da demanda devido ao excesso de vagas ofertadas. De 0,78 ingressante/vaga, em 1997, para 0,47 ingressante/vaga, em 2007. e) Evidências de esgotamento na demanda reprimida de pessoas, com renda superior a 3 salários mínimos, nas faixas etárias acima de 24 anos que ainda não possuem ensino superior. Gráfico 3.6 – Matrículas no Ensino Médio Regular Brasileiro Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado 21 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 3.7 – Evolução da População de 15 a 17 anos (2000 a 2012) Gráfico 3.8 – Evolução da População de 18 a 24 anos (2000 a 2012) Gráfico 3.9 – Diluição da Demanda – Gráfico da Evolução dos Números de Vagas e de Ingressantes (1997-2007) 22 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil A estabilização da demanda não é um fenômeno que ocorre uniformemente em todo o território nacional. Os estados das regiões Norte e Nordeste ainda vivem o período final da expansão da demanda e os pequenos municípios de todo o País se beneficiam do ensino a distância para engrossar suas estatísticas de alunos matriculados em cursos superiores. Ainda há um contingente de pessoas de faixas etárias superiores a 28 anos que poderiam voltar a estudar visando à realização de um curso superior, repercutindo no crescimento da demanda. No entanto, os modelos de cursos e a forma de organização do processo ensino/ aprendizagem ainda não evoluíram ao ponto de customizar seus produtos (serviços) para atender às necessidades, expectativas e desejos desse perfil de público. O surgimento de novas e atrativas modalidades de financiamento (crédito estudantil) e a proliferação de cursos com valores de mensalidade abaixo dos R$ 300,00 poderão também repercutir positivamente no aumento das taxas de crescimento da demanda pelo ensino superior. Por último, o surgimento de novos e inovadores cursos, ou modelos de cursos, suprindo as muitas lacunas existentes na relação educação formal versus necessidades do mercado de trabalho, poderá também dar sua parcela de contribuição para o crescimento da demanda. 23 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 4. A EVOLUÇÃO DA DEMANDA P ARA PARA O ENSINO SUPERIOR Em nossa análise, consideramos como demanda de clientes para o setor de ensino superior apenas a quantidade de alunos que ingressam nas instituições de ensino a cada ano. São os chamados calouros. Não é correto considerar demanda o número de candidatos inscritos nos processos seletivos, uma vez que, em média, cada candidato se inscreve em 3,5 instituições. Se considerarmos apenas o setor privado, essa relação cai para 2,5, ou seja, cada candidato presta vestibular em 2,5 instituições, em média. A crítica que tem sido feita à utilização desse critério refere-se à possível existência de demanda reprimida, representada pelos candidatos que não conseguiram ingressar em nenhuma instituição de ensino. Porém, com uma taxa de ociosidade superior a 52%, o ensino superior privado brasileiro não tem mais demanda reprimida há pelo menos seis anos, dadas as atuais condições de preço e financiamento estudantil ofertados. Foram mais de 1,3 milhão de vagas não preenchidas nas Instituições Privadas em 2007. Ingr es santes s a nte s sa No período de 1997 a 2003, o setor de ensino superior privado viveu um período de crescimento exponencial, com o aumento de alunos ingressantes de 154%, e média anual de 16,8%. A desaceleração do crescimento iniciou-se em 2003, com taxa de 7,7%, e culminou em 2004, com crescimento de apenas 2,0%. A ajuda estatal, por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), elevou a taxa de crescimento em 2005 para 9,1%, mas sem essa ajuda o crescimento real do setor privado teria sido de apenas 1,9%. O ProUni incentivou as instituições privadas a trocarem parte dos impostos federais por vagas oferecidas à população carente, população esta que não teria condições de cursar uma faculdade privada. Entretanto, em 2006 e 2007, nem o incentivo do ProUni conseguiu ajudar na retomada do crescimento, quando o setor apresentou taxas de 3,8% e 2,8%, respectivamente. Para os próximos anos, o crescimento da demanda para ingressantes na graduação presencial no Brasil deve se estabilizar no patamar de 3% a.a, dadas as atuais condições de mercado e financiamento estudantil. 24 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 4.1 – Evolução dos Ingressantes na Graduação Presencial no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) Gráfico 4.2 – Taxa de crescimento dos Ingressantes na Graduação Presencial no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) Apesar de o Governo Federal ter anunciado a existência de 112 mil bolsas do ProUni em 2005, preferimos considerar o número de alunos que efetivamente utilizaram o benefício. Segundo o INEP (dados fornecidos ao INEP pelas próprias IES), as bolsas do ProUni beneficiaram 80 mil alunos, apenas 71% do anunciado. No entanto, para a análise da evolução do setor, consideramos ser mais adequado não levar em conta as bolsas do PROUNI enquanto crescimento sustentável do setor privado, posto que não resultou de ações perpetradas pelas próprias instituições privadas, mas sim de um subsídio estatal. O Programa atua eliminando os tributos federais das instituições particulares (sem impacto significativo para as IES com fins lucrativos), sem aumentar o custo por aluno, pois utiliza vagas ociosas das IES. O impacto, portanto, se dá na redução de custos (impostos), com consequente aumento da rentabilidade das IES com fins lucrativos, mas sem impacto no faturamento. 25 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Desse modo, não se pode associar o crescimento criado artificialmente pelo ProUni a melhoria de desempenho ou eficiência do setor privado. Ao contrário, o mérito é do governo que encontrou um modo de ajudar o setor privado a reduzir sua ociosidade por meio de benefício fiscal. Por meio do ProUni, o governo encontrou uma nova alternativa para promover o acesso ao ensino superior a um número maior de pessoas sem maiores investimentos. Sob o aspecto mercadológico, portanto, os alunos do programa tiveram seu acesso ao ensino superior proporcionado por um esforço do setor público. Matrículas Em 2007, segundo dados do último censo do MEC/INEP, o número de alunos matriculados no ensino superior no Brasil alcançou 4,88 milhões, sendo 3,64 milhões matriculados em IES privadas, correspondendo a 74,6% do total. É importante registrar que, mesmo com o crescimento dos investimentos em educação pública anunciado pelo governo federal nos últimos anos, a educação privada ampliou o número de matrículas em relação ao total de alunos matriculados. Em 2004 correspondia a 71,7% dos alunos matriculados. Em 2007 esse percentual alcançou 74,6%. Na última década, o setor privado cresceu mais do que o setor público, atingindo seu pico de crescimento no ano 2000, com crescimento de 17,5%. Gráfico 4.3 – Matrículas na Graduação Presencial no Brasil – Público e Privado 2007 Após um forte período de crescimento no número de alunos matriculados no período 19972003, que alcançou a média de 15% a.a, o que temos visto é um declínio dessa taxa de crescimento que, no período 2004-2007 ficou no patamar de 6,8% a.a. A taxa de crescimento das matrículas (alunos matriculados) acompanha o crescimento da demanda de ingressantes. O ensino superior brasileiro mais do que dobrou de tamanho em oito anos, passando de 1,95 milhão de matrículas, em 1997, para quase 5 milhões de alunos matriculados, em 2007. 26 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 4.4 – Evolução das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil O percentual de crescimento dos alunos matriculados no setor privado foi de 132% no período de 1997 a 2003, com uma média de 15% a.a. No entanto, em 2004 o percentual de crescimento de matriculados ficou abaixo da média dos últimos anos, com crescimento de 8,5%. Em 2005, a taxa de crescimento de matrículas atingiu 9,2% (excluindo-se os bolsistas do ProUni, a taxa de crescimento atingiu 6,6%). A taxa de crescimento das matrículas continuou mostrando declínio em 2006 e em 2007, quando ficou em torno de 5%. Destaca-se que esse declínio vem acontecendo mesmo com o crescimento de ofertas de bolsa do ProUni. Em 2005 foram ofertadas 112 mil bolsas, em 2006, 138 mil e, em 2007, 150 mil bolsas. No total, são 1.424 instituições privadas de ensino superior que aderiram ao programa. Gráfico 4.5 – Taxas de Crescimento das Matrículas do Setor Privado na Graduação Presencial no Brasil 27 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 5. PROJEÇÃO DO CRESCIMENTO DA DEMANDA NO ENSINO SUPERIOR Após um período de forte crescimento do número de matrículas no ensino médio, proporcionado pela universalização do ensino fundamental, ocorrida no governo Fernando Henrique Cardoso, levando o ensino médio brasileiro a obter taxas de crescimento de 8,3% ao ano (de 1993 a 2004), entramos em um período de significativa redução deste crescimento. Em 2006, pela primeira vez a taxa de crescimento do ensino médio foi negativa, com queda de 1,5% no número de alunos matriculados no ensino médio regular. Já em 2007 a taxa de crescimento caiu ainda mais, passando para -7,4%. Devido a questões demográficas já demonstradas aqui, o ensino médio continuará apresentando taxas de crescimento negativo até o ano de 2012. Gráfico 5.1 – Evolução das Matrículas no Ensino Médio Regular – Brasil Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado O setor de ensino superior privado vive um período de desaceleração no crescimento de Ingressantes. Para os anos de 2009 e 2010 projetamos uma redução ainda mais acentuada da demanda. O crescimento da demanda (alunos ingressantes) no setor privado, que já chegou a 25% ao ano, deverá cair para 3% ao ano, em média, nos próximos cinco anos. As projeções são feitas com base na taxa de transferência do ensino médio para o ensino superior. Esta taxa deve oscilar entre 52 e 58% até 2012, em grande parte devido à demanda de alunos oriundos do ProUni e à popularização dos cursos superiores de curta duração, que se adaptam mais facilmente ao “bolso” do aluno. Ainda há muita gente com interesse em adquirir serviços educacionais (demanda latente), no entanto, grande parte dessa demanda não pode pagar pelos serviços educacionais. Analisando a população entre 18 e 24 anos, segundo o rendimento familiar per capita, percebe-se 28 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil o esgotamento da demanda com condições de pagar o atual valor médio das mensalidades das IES brasileiras. Nas famílias com renda superior a cinco salários mínimos, o percentual de jovens entre 18 e 24 anos de idade que cursam o ensino superior está acima dos 50%, igualando-se ao percentual dos países de primeiro mundo. No entanto, nas famílias com renda média inferior a três salários mínimos, o percentual de jovens que cursam o ensino superior é um pouco menor que 12%. Se considerarmos que a faixa de renda familiar inferior a três salários responde por quase 70% da população brasileira, veremos que a demanda latente ainda é muito grande. Considerando os elementos comentados nos parágrafos anteriores, fica claro que só haverá possibilidade de crescimento superior a 10% ao ano (como ocorreu de 1997 a 2005), caso sejam encontradas políticas de financiamento estudantil, públicas ou privadas, que garantam um aporte maciço de alunos oriundos de famílias com renda inferior a três salários mínimos. Cenários Projetamos o crescimento da demanda dos ingressantes e matriculados no ensino superior privado e no total (público + privado) de acordo com três possíveis cenários. Premissas do Cenário 1 a) Prolongamento da crise financeira mundial até o final de 2010. b) Crescimento do PIB entre 0,5 e 2% em 2009 e 2010, e entre 4 e 5%, em 2011 e 2012. c) Taxa de escolarização líquida do ensino médio entre 50 e 55%. d) Manutenção dos atuais números de bolsas dos programas de créditos estudantis públicos (ProUni e FIES). e) Oferta de crédito estudantil privado atingindo entre 2 e 3% do total de alunos matriculados no setor privado. f) Valor médio das mensalidades estável (fim do ciclo de redução do valor médio que vinha ocorrendo nos últimos 10 anos). g) Os grupos consolidadores (de 12 a 18 anos) concentrando entre 30 e 35% do alunado total do setor privado. 29 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 5.2 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 1 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado Gráfico 5.3 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil (Setor Privado) – Cenário 1 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado Gráfico 5.4 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 1 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado 30 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 5.5 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público) – Cenário 1 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado Premissas do Cenário 2 a) Reversão da crise financeira em 2010. b) Crescimento do PIB entre 1 e 2%, em 2009, entre 4 e 5%, em 2010, e entre 5 e 6%, em 2011 e 2012. c) Taxa de escolarização líquida do ensino médio entre 55 e 60%. d) Manutenção dos atuais números de bolsas dos programas de créditos estudantis públicos (ProUni e FIES). e) Oferta de crédito estudantil privado atingindo um percentual entre 3 e 8% do total de alunos matriculados no setor privado. f) Valor médio das mensalidades apresentando ligeiro declínio (chegando, em 2012 a um valor próximo de R$ 400,00, em valores de moeda constante). g) Os grupos consolidadores (de 12 a 18 anos) detendo entre 35 e 45% do alunado total do setor privado. 31 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 5.6 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 2 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado Gráfico 5.7 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil – Setor Privado – Cenário 2 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado 32 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 5.8 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 2 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado Gráfico 5.9 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público) – Cenário 2 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado 33 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Premissas do Cenário 3 a) Reversão da crise financeira em 2010. b) Crescimento do PIB entre 1 e 2%, em 2009, entre 4 e 5%, em 2010, e entre 5 e 8%, em 2011 e 2012. c) Taxa de escolarização líquida do ensino médio entre 60 e 65%. d) Ampliação dos programas de créditos estudantis públicos entre 10 e 200 mil bolsas (ProUni, FIES e outros), a partir de recursos do FGTS e do FAT (Projetos de Lei que tramitam hoje no Congresso Nacional). e) Oferta de crédito estudantil privado atingindo um percentual de 8% do total de alunos matriculados no setor privado. f) Valor médio das mensalidades mantendo a tendência de declínio (chegando, em 2012, a um valor próximo a R$ 360,00 em valores de moeda constante). g) Os grupos consolidadores (de 12 a 18 anos) detendo entre 45 e 55% do alunado total do setor privado. Gráfico 5.10 – Projeção dos Ingressantes na Graduação Presencial Privada no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) – Cenário 3 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado 34 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 5.11 – Projeção das Matrículas na Graduação Presencial no Brasil (Setor Privado) – Cenário 3 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado Gráfico 5.12 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público + EAD) – Cenário 3 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado 35 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 5.13 – Projeção das Matrículas no Ensino Superior no Brasil (Setor Privado + Público) – Cenário 3 Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado Considerando a projeção de crescimento do número de ingressantes, associando com a evolução da taxa de conclusão do ensino superior, podemos estimar que o número total de matrículas do setor em 2012, será de 5,4 milhões de alunos, no cenário mais conservador, e 6,3 milhões de alunos, no cenário mais promissor. 36 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 6. PERFIL ECONÔMICO-FINANCEIRO DO SETOR Faturamento do Setor O setor de ensino superior privado brasileiro já está próximo de atingir um faturamento anual de 25 bilhões de reais. Tal cifra coloca o setor entre os 10 maiores do país em faturamento e percentual do PIB. O setor, que já atingiu taxas de crescimento de faturamento superiores a 20% ao ano nos período de 1999 a 2003, começa a mostrar sinais de estabilidade, com taxas médias de crescimento anual na casa dos 3%. Gráfico 6.1 – Evolução do Faturamento do Ensino Superior Privado Brasileiro Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado O crescimento do número de instituições de ensino superior privadas em proporção maior do que o crescimento do faturamento do setor, promoveu a diluição da receita por instituição, cujo valor de faturamento médio por instituição atingiu R$ 10,9 milhões em 2008. A crescente concentração dos alunos nos grandes grupos educacionais, também se reflete na capacidade econômica das instituições. Apenas 5% das instituições de ensino superior privado concentram 54,6% do faturamento total do setor. Mensalidades O aumento do número de alunos não se refletiu no resultado financeiro das instituições. O crescimento da oferta de cursos baratos e a guerra de preços, provocada pelo acirramento da concorrência, reduziram ainda mais o valor médio das mensalidades. 37 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil * Estimativa Gráfico 6.2 – Evolução do Valor Médio das Mensalidades do Ensino Superior Privado Brasileiro Fonte: Hoper Estudos de Mercado O estado que apresenta a maior mensalidade média é o Rio Grande do Sul, seguido de Minas Gerais e do Distrito Federal. Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, apesar de concentrarem grande parte do PIB nacional, têm mensalidades médias próximas aos estados do Norte e Nordeste, em função do excesso de vagas e da acirrada concorrência no setor. Posição UF Mensalidade Média 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Rio Grande do Sul Minas Gerais Distrito Federal Santa Catarina Bahia Paraná Pará Goiás Mato Grosso do Sul Amazonas Paraíba Pernambuco Rondônia Mato Grosso Maranhão Acre Espírito Santo Ceará Amapá Rio de Janeiro São Paulo Roraima Rio Grande do Norte Sergipe Piauí Alagoas R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 720,76 641,83 622,27 541,10 538,50 536,86 536,79 533,57 496,81 476,24 463,07 462,65 462,55 454,31 432,38 431,78 430,97 424,15 419,81 416,44 373,38 365,62 363,18 342,43 324,65 306,34 27 Tocantins R$ 286,20 Tabela 6.1 – Mensalidade Média por Estado Fonte: Hoper Estudos de Mercado 38 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Indicadores Econômico-financeiros do Setor Para a elaboração de indicadores financeiros do setor de Ensino Superior Privado brasileiro, tomouse como base a pesquisa realizada pelo SEMESP, baseada na amostra de 1.613 instituições de ensino e dados financeiros (Balanços Patrimoniais e Demonstrativos de Resultado do Exercício) de 138 clientes da Hoper Consultoria. Desta amostra, aplicou-se um filtro estatístico para extrair as IES que apresentaram resultados financeiros, positivos e negativos, muito fora da curva média. Dessa forma, para a construção dos indicadores financeiros desta análise setorial, a amostra final considerada foi composta por 734 instituições de ensino superior privadas. Os dados levantados possibilitaram a construção dos seguintes indicadores financeiros: 01. Mensalidade média. 02. Percentual da receita dos alunos – receita líquida dos alunos sobre a receita líquida total. 03. Percentual rentabilidade média – lucro ou superavit sobre a receita líquida total. 04. Percentual da despesa média de pessoal – despesa de pessoal total (salários, encargos, benefícios, pró-labore, etc.) sobre a receita líquida total. 05. Percentual da despesa média de docentes – despesa de docentes total (com encargos sociais) sobre a receita líquida total. 06. Percentual da despesa média de funcionários administrativos – despesa de funcionários administrativos total (com encargos sociais) sobre a receita líquida total. 07. Percentual da despesa média com benefícios – despesa com benefícios total sobre a receita líquida total. 08. Percentual da despesa de custeio – despesa de custeio total (publicidade, insumos, manutenção de equipamentos, limpeza, segurança, etc.) sobre a receita líquida total. 09. Percentual de gasto com publicidade – gasto total com publicidade sobre a receita líquida total. 10. Investimento médio em publicidade por aluno ingressante. 11. Percentual da despesa de capital ou investimento – despesa de capital total (aquisição de equipamentos, acervo para biblioteca, obras e instalações, etc.) sobre a receita líquida total. 12. Percentual de investimentos em acervo para biblioteca – investimento total para aquisição de acervo para biblioteca sobre a receita líquida total. 13. Percentual de investimentos em obras e instalações – investimento total em obras e instalações sobre a receita líquida total. Além do tratamento estatístico sobre a amostra, dadas as características muito distintas das IES, também foram feitos recortes visando a uma análise mais próxima da realidade de cada tipo. Os recortes realizados consideraram a organização acadêmica e a natureza jurídica. 39 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Indicadores Econômico-financeiros por Organização Acadêmica Gráfico 6.3 – Distribuição das IES por Organização Acadêmica Por Organização Acadêmica 1. 1.1. 2. 3. 3.1. 3.2. 3.3. 4. 4.1. 4.2. 5. 5.1. 5.2. Faculdade Centro Universitário Mensalidade Média R$ 346,22 Receita dos Alunos 83,04% Lucratividade Média 4,48% Despesa Média de Pessoal 55,23% Despesa Média de Pessoal Docente 39,33% Despesa Média de Pessoal Administrativo 11,87% Benefícios 1,68% Despesa de Custeio 28,92% Gasto com Publicidade 2,44% Investimento Médio em Publicidade R$ 374,48 por Aluno Ingressante Despesa Média com Capital ou Investimentos 11,37% Aquisição de Acervo para Biblioteca 1,16% Obras e Instalações 0,22% R$ 469,24 88,94% 7,54% 53,69% 35,35% 13,29% 1,94% 31,16% 2,26% R$ 640,05 R$ 522,82 87,11% 5,84% 52,75% 35,97% 13,93% 1,43% 34,97% 1,81% R$ 588,64 8,62% 0,57% 0,23% 8,32% 0,39% 0,07% Tabela 6.2 – Indicadores Econômico-financeiros por Organização Acadêmica Fonte: Sindata – Semesp – Hoper Estudos de Mercado Gráfico 6.4 – Distribuição das IES por Natureza Jurídica 40 Universidade Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 1. 1.1. 2. 3. 3.1. 3.2. 3.3. 4. 4.1. 4.2. 5. 5.1. 5.2. Por Natureza Jurídica Particular Confessional / Comunitária Mensalidade Média Receita dos Alunos Lucratividade Média Despesa Média de Pessoal Despesa Média de Pessoal Docente Despesa Média de Pessoal Administrativo Benefícios Despesa de Custeio Gasto com Publicidade Investimento Médio em Publicidade por Aluno Ingressante Despesa Média com Capital ou Investimentos Aquisição de Acervo para Biblioteca Obras e Instalações R$ 378,80 90,08% 9,53% 50,50% 35,38% 13,93% 1,19% 30,73% 3,41% R$ 711,79 R$ 575,89 84,08% 4,39% 56,20% 38,72% 15,33% 2,15% 30,60% 2,23% R$ 813,97 9,24% 0,81% 0,18% 8,81% 0,40% 0,08% Tabela 6.3 – Indicadores Econômico-financeiros por Natureza Jurídica Fonte: Sindata – Semesp – Hoper Estudos de Mercado Indicador es Econômico-financeir os T otal – 2008 Indicadores Econômico-financeiros Total 1. 1.1. 2. 3. 3.1. 3.2. 3.3. 4. 4.1. 4.2. 5. 5.1. 5.2. Total Mensalidade Média Receita dos Alunos Lucratividade Média Despesa Média de Pessoal Despesa Média de Pessoal Docente Despesa Média de Pessoal – Administrativo Benefícios Despesa de Custeio Gasto com Publicidade Investimento Médio em Publicidade por Aluno Ingressante Despesa Média com Capital ou Investimentos Aquisição de Acervo para Biblioteca Obras e Instalações TOT AL TOTAL R$ 463,24 86,62% 5,5% 54,42% 37,95% 14,90% 1,57% 32,06% 3,02% R$ 768,54 8,99% 0,58% 0,13% Tabela 6.4 – Indicadores Econômico-financeiros Total Fonte: Semesp/Sindata – Hoper Estudos de Mercado Conclusões Os resultados obtidos pelos indicadores e as segmentações apresentadas possibilitam uma série de análises sobre o desempenho econômico-financeiro das IES, porém alguns pontos merecem destaque: • Os centros universitários apresentam lucratividade média superior em relação às universidades e às faculdades. • Apesar de o valor das mensalidades médias da IES particulares ser 34% inferior ao valor das IES comunitárias, confessionais, filantrópicas, a lucratividade é 114% superior. 41 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil • O percentual de custeio em relação à receita líquida nas IES comunitárias, confessionais, filantrópicas explica a lucratividade inferior. • As IES de grande porte são as que mais investem em publicidade por aluno ingressante e, por outro lado, as faculdades são as que menos investem – R$ 374,48 por aluno ingressante. • Ao contrário das instituições de países desenvolvidos, que têm grande parte de suas receitas oriundas de fundraising e financiamento, no Brasil as IES privadas dependem quase exclusivamente do recebimento das mensalidades escolares. 86,6% da receita das IES são provindos das mensalidades. No caso das IES particulares e das IES de grande porte essa dependência chega a aproximadamente 90%. 42 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 7. O PERFIL COMPETITIVO DO SETOR EDUCACIONAL Em todos os setores da economia, inclusive no setor educacional, o ambiente competitivo vem se transformando a cada ano, com o surgimento de novos produtos e serviços, novas tecnologias e novos entrantes. A competição vem tomando contorno diferente a cada ano e já passou o tempo em que os concorrentes de uma IES eram apenas as outras IES situadas na mesma região de abrangência. Atualmente as instituições de ensino começam a enfrentar a concorrência de novos entrantes neste mercado, entre eles: o ensino a distância; os cursos livres (Universidades Abertas); as instituições de ensino corporativo (Universidades Corporativas); as instituições de ensino setoriais (Universidades Setoriais) e as instituições de intermediação de serviços educacionais. Atualmente, o setor de ensino superior no Brasil está sendo confrontado por uma ampla gama de desafios competitivos, ente os quais destacamos: a) O crescimento da capacidade instalada e do número de vagas superior ao aumento da demanda. No período de 1997 a 2007, a taxa média de crescimento do número de vagas foi de 17,3% a.a, contra 14,9% a.a do crescimento da demanda, medida pelo número de ingressantes na graduação presencial. Gráfico 7.1 – Relação Candidato/Vaga/Ingresso nas IES Privadas b) Expansão mal planejada das IES, promovendo um excesso de IES em determinadas regiões do País. Pelos dados do último censo (2007), temos 2.032 IES privadas. 43 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 7.2 – Número de IES no Brasil c) O crescimento da concorrência levou a relação ingresso/vaga a diminuir drasticamente para a proporção de 0,47 ingressantes por vagas nas IES, gerando mais de 1,3 milhões de vagas ociosas nas instituições privadas (base: 2007). Gráfico 7.3 – Evolução da Relação Ingressante/Vaga nas IES Privadas d) 44 Grandes Instituições de ensino esgotaram sua capacidade de expansão em sua região de origem e passaram a buscar uma expansão para todo o território nacional. O ano de 2007 merece especial destaque pois foi o ano dos IPO (ofertas públicas iniciais de ações) de instituições de ensino na BM&FBOVESPA, com negócios da ordem de 1,3 bilhão de reais. Tal evento, marcou o início do movimento de fusão e aquisição do setor, que está em pleno andamento e deve-se intensificar ainda mais nos próximos anos, com a redução do número de mantenedoras. Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Relação Ingr esso / V aga e Candidato / V aga Ingresso Vaga Vaga Desde 1997, vem caindo a relação ingresso/vaga no ensino superior privado no Brasil. No último senso (2007), a proporção estava em 0,47 ingressante para cada vaga. Convém destacar que deste percentual de 53% ou 1,3 milhão de vagas ociosas, 30%, em média, são entendidos pelas próprias IES como “reserva técnica” ou margem de segurança. Esta “reserva” de vagas é mantida pelas IES para se precaverem quanto a mudanças nas normativas do MEC, uma vez que a educação superior no Brasil é fortemente regulada pelo governo. O restante das vagas, aproximadamente 23%, são consideradas pelas IES como ociosidade do negócio. Essa baixa relação ingresso/vaga sinaliza um novo momento no cenário competitivo do setor, onde o crescimento orgânico passa a ceder espaço para o crescimento via fusão e aquisição, acirrando ainda mais a competitividade no setor. A relação entre candidatos inscritos por vaga também vem caindo desde 1997. Passou de 2,6 candidatos/vaga em 1997, para 1,2 candidatos/vaga em 2007. No entanto, esta relação constituise num parâmetro distorcido para a análise do setor, uma vez que uma pessoa pode se inscrever em mais de um processo seletivo. Gráfico 7.4 – Evolução da Relação Candidato/Vaga nas IES Privadas 45 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 7.5 – Crescimento dos Candidatos Inscritos nas IES Privadas Diluição da Demanda O crescimento do número de vagas no período 1997-2007 foi de 394%, frente a um crescimento de 302% no número de ingressantes no mesmo período. Esse descompasso entre o aumento da oferta de vagas e o crescimento da demanda vem provocando um fenômeno que podemos denominar de “diluição da demanda”, ou seja, mesmo crescendo a cada ano o número de demandantes, o crescimento superior da oferta de vagas vem causando a diluição desses clientes entre as vagas ofertadas e as IES. Coloquialmente, podemos dizer que “o bolo cresce, mas há mais gente para dividi-lo, cabendo um pedaço menor para cada um ao final”. Já percebendo o desaquecimento da demanda a partir de 2003, registrou-se também uma redução do crescimento de oferta de vagas por parte das IES no período. A média do crescimento de vagas de 1997 a 2003 foi de 23% a.a, reduzindo-se para 9,7% a.a no período de 2004 a 2007. Mesmo assim o fenômeno da diluição continuou, com a relação ingressante/vaga passando de 0,58, em 2003, para 0,47, em 2007. O ritmo de abertura de novas IES e a oferta de vagas nas IES existentes não sinaliza que o setor irá cessar a sua expansão. Das mais de 2.000 IES privadas existentes hoje, mais de 800, ou 36% delas, surgiram nos últimos 7 anos. A maior parte dessas IES possui menos de 500 alunos, dois a cinco cursos superiores, e pretendem e precisam aumentar consideravelmente o número de cursos e vagas nos próximos anos para se manterem competitivas. Mesmo que tais instituições sejam alvo de consolidação, a lógica dos grandes grupos consolidadores prevê ampliação da escala em suas atividades. 46 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 7.6 – Número de IES com até 500 Aluno Participação dos Estados Na análise do perfil competitivo do setor de ensino superior privado, é importante conhecer as especificidades de cada região e de cada estado da Federação. Na sequência, dados referentes a matrículas, número de IES, vagas, candidatos inscritos, ingressantes, média de matriculados por IES, média de ingressante por IES e relação ingresso/vaga para cada região do País. REGIÃO CENTRO-OESTE 2003 2004 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V ag a Ingresso/V esso/Vag aga 2005 2006 2007 1.197 254.257 17,99% 187 3,9% 152.163 15,46% 239.473 -9,02% 92.699 0,60% 1.360 266.306 4,74% 192 2,7% 176.400 15,93% 226.859 -5,27% 92.514 -0,20% 1.387 284.535 6,85% 216 12,5% 194.624 10,33% 255.782 12,75% 102.265 10,54% 1.317 298.201 4,80% 225 4,2% 218.441 12,24% 240.723 -5,89% 101.994 -0,26% 1.325 308.318 3,39% 230 2,2% 247.681 13,39% 250.796 4,18% 101.082 -0,89% 1.341 512 496 482 473 453 439 0,70 0,61 0,52 0,53 0,47 0,41 215.497 180 131.784 263.223 92.150 Tabela 7.1 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Cento-oeste 47 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil REGIÃO NORDESTE 2002 2004 2003 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 2005 2006 1.101 285.156 26,31% 252 22,9% 196.556 30,90% 295.140 6,86% 121.557 15,79% 1.132 334.521 17,31% 288 14,3% 230.618 17,33% 332.559 12,68% 122.862 1,07% 1.162 385.505 15,24% 328 13,9% 246.133 6,73% 363.469 9,29% 144.873 17,92% 1.175 439.862 14,10% 349 6,4% 266.622 8,32% 376.319 3,54% 152.924 5,56% 1.260 485.584 10,39% 362 3,7% 297.621 11,63% 406.621 8,05% 156.868 2,58% 1.341 512 482 427 442 438 433 0,70 0,62 0,53 0,59 0,57 0,53 2005 2006 2007 225. 764 225.764 205 150.158 276.204 104.984 2007 Tabela 7.2 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Nordeste 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 74.168 REGIÃO NORTE 2003 2004 1.075 100.468 35,46% 86 24,6% 69.312 39,49% 155.981 62,87% 44.723 27,08% 1.168 116.762 16,22% 100 16,3% 88.514 27,70% 156.789 0,52% 48.208 7,79% 1.168 136.384 16,81% 106 6,0% 96.986 9,57% 122.904 -21,61% 50.470 4,69% 1.287 152.381 11,73% 117 10,4% 101.440 4,59% 173.301 41,01% 56.978 12,89% 1.302 167.230 9,74% 122 4,3% 115.487 13,85% 197.020 13,69% 63.409 11,29% 1.371 510 520 482 476 487 520 0,71 0,265 0,54 0,52 0,56 0,55 2006 2007 69 49.688 95.770 35.193 Tabela 7.3 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Norte 2002 REGIÃO SUDESTE 2004 2003 2005 Matrículas nas IES 1.412.646 1.575.182 1.691.276 1.832.580 1.950.652 2.044.170 % de crescimento 11,51% 7,37% 8,35% 6,44% 4,79% Número de IES 763 857 911 953 984 983 % de crescimento 12,3% 6,3% 4,6% 3,3% -0,1% Vagas 894.120 1.018.276 1.208.757 1.267.537 1.385.909 1.506.783 % de crescimento 13,89% 18,71% 4,86% 9,34% 8,72% Candidatos inscritos 1.345.406 1.444.680 1.550.141 1.645.048 1.678.663 1.678.405 % de crescimento 7,38% 7,30% 6,12% 2,04% -0,02% Ingressantes 516.506 561.270 580.793 628.432 663.436 686.603 % de crescimento 8,67% 3,48% 8,20% 5,57% 3,49% Divisão proporcional de 1.851 1.838 1.857 1.923 1.982 2.080 Matriculados por IES Divisão proporcional de 677 655 638 659 674 698 Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga 0,58 0,55 0,48 0,50 0,48 0,46 Ingresso/V esso/Vaga Tabela 7.4 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Sudeste 48 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil REGIÃO SUL Pú (Em Santa Catarina foram consideradas as IES Privadas e IES P ú blicas Municipais) Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 2002 2003 2004 2005 2006 2007 522.495 2.292 575.464 10,14% 273 19,7% 298.264 14,99% 421.745 7,35% 185.673 1,93% 2.108 615.678 6,99% 301 10,3% 322.984 8,29% 379.301 -10,06% 181.829 -2,07% 2.045 662.960 7,68% 334 11,0% 333.794 3,35% 389.487 2,69% 193.603 6,48% 1.985 667.965 0,75% 351 5,1% 345.311 3,45% 390.746 0,32% 186.501 -3,67% 1.903 676.356 1,26% 338 -3,7% 341.339 -1,15% 393.642 0,74% 185.368 -0,61% 2.001 799 680 604 580 531 548 0,70 0,62 0,56 0,58 0,54 0,54 228 259.390 392.874 182.160 Tabela 7.5 – Estatística das IES do Setor Privado – Região Sul Na análise das estatísticas do ensino superior privado por regiões do país, podemos verificar o crescimento das matrículas nas IES em todas as regiões, no período 2002 a 2007, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, com 125% e 115%, respectivamente. Já a região Sul, foi a que apresentou a menor taxa de crescimento de matrículas, com 0,75%, em 2006, e 1,26%, em 2007. As regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste, ainda vêm apresentado crescimento do número de IES, com destaque para a região Norte, com crescimento de 10,4% em 2006, e 4,3%, em 2007. Em contrapartida, as regiões Sul e Sudeste passaram a apresentar um encolhimento do número de IES em 2007. A região Sul se destaca por apresentar diminuição também no número de vagas ofertadas e de ingressantes em 2007. No que se refere ao porte da IES privada, a região Sudeste é a que concentra o maior percentual de IES de grande porte (com mais de 3 mil alunos). São 135 no total, ou 56% das IES de grande porte no Brasil. É importante destacar, que as IES que se encontram no porte de três a dez mil alunos são os principais alvos de aquisição dos principais grupos de educação superior privada no País. Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil Até 500 De 501 De mil a 3 De 3 a 10 alunos a mil alunos mil alunos mil alunos 52 25 32 10 163 70 103 16 133 37 37 16 471 197 180 95 171 58 61 32 38 7 413 387 990 169 Acima de 10 mil alunos 3 10 7 40 13 73 Total 122 362 230 983 335 2.032 Tabela 7.6 – Distribuição de IES Privadas por Porte e Região A seguir, apresentamos os dados referentes a matrículas, número de IES, vagas, candidatos inscritos, ingressantes, média de matriculados por IES, média de ingressante por IES e relação ingresso/vaga para cada estado da Federação. É importante ressaltar, que a correta interpretação dos dados a seguir requer análise complementar das características e variáveis mercadológicas locais e regionais, que se encontram fora do escopo do atual trabalho. 49 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil DISTRITO FEDERAL 2004 2002 2003 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 75.382 2005 2006 2007 103.413 6,87% 73 10,6% 82.551 15,40% 95.184 -0,76% 33.928 5,70% 1.417 109.005 5,41% 74 1,4% 89.846 8,84% 106.934 12,34% 36.394 7,27% 1.473 1.197 559 540 463 486 465 492 0,73 0,62 0,47 0,45 0,41 0,41 63 48.211 103.989 35.187 92.006 2,01% 64 1,6% 63.031 15,67% 86.564 -8,99% 29.605 -12,91% 1.438 96.761 5,17% 66 3,1% 71.534 13,49% 95.913 10,80% 32.099 8,42% 1.466 90.194 19,65% 63 0,0% 54.490 13,02% 95.116 -8,53% 33.995 -3,39% 1.432 Tabela 7.7 – Estatística das IES do Setor Privado – Distrito Federal 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga GOIÁS 2004 2003 2005 2006 1.514 84.525 21,38% 49 6,5% 47.237 19,47% 86.483 -12,42% 29.179 2,80% 1.725 91.555 8,32% 47 -4,1% 60.272 27,59% 74.381 -13,99% 31.891 9,29% 1.948 100.206 9,45% 58 23,4% 63.994 6,18% 87.550 17,70% 33.836 6,10% 1.728 102.778 2,57% 61 5,2% 74.664 16,67% 76.404 -12,73% 34.333 1,47% 1.685 103.451 0,65% 66 8,2% 89.479 19,84% 76.574 0,22% 31.897 -7,10% 1.567 617 595 679 583 563 483 0,72 0,62 0,53 0,53 0,46 0,36 69.639 46 39.539 98.753 28.385 2007 Tabela 7.8 – Estatística das IES do Setor Privado – Goiás 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga MA TO GROSSO MATO 2004 2003 2005 2006 2007 962 38.721 18,34% 38 11,8% 28.680 18,05% 21.922 -11,18% 14.331 -1,25% 1.019 39.773 2,72% 42 10,5% 29.778 3,83% 26.332 20,12% 16.231 13,26% 947 44.345 11,50% 51 21,4% 33.652 13,01% 31.593 19,98% 20.454 26,02% 870 47.350 6,78% 51 0,0% 34.695 3,10% 31.373 -0,70% 18.915 -7,52% 928 51.282 8,30% 53 3,9% 41.713 20,23% 36.590 16,63% 18.792 -0,65% 968 427 377 386 401 371 355 0,60 0,50 0,55 0,61 0,55 0,45 32.720 34 24.295 24.682 14.513 Tabela 7.9 – Estatística das IES do Setor Privado – Mato Grosso 50 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil MA TO GROSSO DO SUL MATO 2004 2002 2003 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 2005 2006 2007 1.020 40.817 8,11% 37 0,0% 21.756 10,22% 35.952 0,43% 15.194 8,03% 1.103 42.972 5,28% 39 5,4% 23.319 7,18% 39.582 10,10% 14.787 -2,68% 1.102 43.223 0,58% 41 5,1% 25.444 9,11% 40.726 2,89% 15.876 7,36% 1.054 44.660 3,32% 40 -2,4% 26.531 4,27% 37.762 -7,28% 14.818 -6,66% 1.117 44.580 -0,18% 37 -7,5% 26.643 0,42% 30.698 -18,71% 13.999 -5,53% 1.205 380 411 379 387 370 378 0,71 0,70 0,63 0,62 0,56 0,53 2005 2006 2007 37.756 37 19.739 35.799 14.065 Tabela 7.10 – Estatística das IES do Setor Privado – Mato Grosso do Sul 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 15.797 ALAGOAS 2003 2004 1.436 18.687 18,29% 16 45,5% 11.895 19,73% 21.230 118,15% 8.651 44,18% 1.168 22.340 19,55% 17 6,3% 12.874 8,23% 24.557 15,67% 8.569 -0,95% 1.314 24.884 11,39% 18 5,9% 12.077 -6,19% 19.799 -19,38% 8.304 -3,09% 1.382 27.066 8,77% 20 11,1% 13.560 12,28% 19.397 -2,03% 8.928 7,51% 1.353 28.289 4,52% 21 5,0% 14.908 9,94% 19.628 1,19% 9.005 0,86% 1.347 545 541 504 461 446 429 0,60 0,73 0,67 0,69 0,66 0,60 11 9.935 9.732 6.000 Tabela 7.11 – Estatística das IES do Setor Privado – Alagoas 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga BAHIA 2004 2003 2005 2006 929 89.666 32,16% 83 13,7% 63.575 30,42% 110.206 4,74% 40.076 14,73% 1.080 107.229 19,59% 93 12,0% 79.725 25,40% 120.545 9,38% 41.244 2,91% 1.153 124.434 16,05% 109 17,2% 89.590 12,37% 136.614 13,33% 48.115 16,66% 1.142 138.324 11,16% 111 1,8% 93.057 3,87% 131.244 -3,93% 45.545 -5,34% 1.246 148.063 7,04% 114 2,7% 108.718 16,83% 136.349 3,89% 45.292 -0,56% 1.299 478 483 443 441 410 397 0,72 0,63 0,52 0,54 0,49 0,42 67.849 73 48.748 105.215 34.930 2007 Tabela 7.12 – Estatística das IES do Setor Privado – Bahia 51 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga CEARÁ 2004 2003 2005 2006 2007 1.396 35.550 27,33% 27 35,0% 24.141 43,91% 39.411 -3,62% 15.985 31,73% 1.317 44.263 24,51% 37 37,0% 26.406 9,38% 54.635 38,63% 14.698 -8,05% 1.196 49.605 12,07% 41 10,8% 28.115 6,47% 52.729 -3,49% 17.683 20,31% 1.210 58.943 18,82% 45 9,8% 29.182 3,80% 66.440 26,00% 19.945 12,79% 1.310 68.622 16,42% 45 0,0% 30.605 4,88% 69.349 4,38% 22.141 11,01% 1.525 607 592 397 431 443 492 0,72 0,66 0,56 0,63 0,68 0,72 27.919 20 16.775 40.891 12.135 Tabela 7.13 – Estatística das IES do Setor Privado – Ceará MARANHÃO Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 2002 2003 2004 2005 2006 15.629 1.421 24.158 54,57% 14 27,3% 23.814 23,61% 17.519 -16,62% 11.434 -9,92% 1.726 27.177 12,50% 18 28,6% 24.799 4,14% 17.862 1,96% 10.133 -11,38% 1.510 31.314 15,22% 22 22,2% 25.002 0,82% 21.710 21,54% 12.540 23,75% 1.423 34.976 11,69% 22 0,0% 24.857 -0,58% 22.092 1,76% 12.317 -1,78% 1.590 39.141 11,91% 25 13,6% 26.761 7,66% 23.469 6,23% 13.499 9,60% 1.566 1.154 817 563 570 560 540 0,66 0,48 0,41 0,50 0,50 0,50 11 19.266 21.012 12.693 2007 Tabela 7.14 – Estatística das IES do Setor Privado – Maranhão 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga PARAÍBA 2004 2003 2005 2006 2007 868 16.418 18,27% 20 25,0% 9.821 40,70% 18.131 9,26% 7.244 26,60% 821 16.589 1,04% 24 20,0% 13.660 39,09% 20.632 13,79% 6.665 -7,99% 691 19.799 19,35% 28 16,7% 14.102 3,24% 16.525 -19,91% 7.249 8,76% 707 23.480 18,59% 28 0,0% 14.980 6,23% 21.900 32,53% 8.605 18,71% 839 26.960 14,82% 28 0,0% 15.479 3,33% 18.856 -13,90% 9.169 6,55% 963 358 362 278 259 307 327 0,82 0,74 0,49 0,51 0,57 0,59 13.882 16 6.980 16.594 5.722 Tabela 7.15 – Estatística das IES do Setor Privado – Paraíba 52 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga PERNAMBUCO 2003 2004 2005 2006 2007 1.083 55.434 16,29% 54 22,7% 34.935 28,20% 46.549 2,93% 19.894 12,64% 1.027 62.723 13,15% 56 3,7% 40.042 14,62% 47.778 2,64% 21.782 9,49% 1.120 72.907 16,24% 60 7,1% 39.945 -0,24% 59.090 23,68% 26.326 20,86% 1.215 80.572 10,51% 64 6,7% 48.161 20,57% 57.250 -3,11% 28.407 7,90% 1.259 87.555 8,67% 68 6,3% 54.863 13,92% 65.308 14,08% 26.845 -5,50% 1.288 401 368 389 439 444 395 0,65 0 ,57 0,54 0,66 0,59 0,49 47.667 44 27.250 45.225 17.661 Tabela 7.16 – Estatística das IES do Setor Privado – Pernambuco 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga Piauí 2003 2004 2005 2006 2007 465 12.176 45,59% 22 22,2% 10.143 32,19% 19.442 17,58% 5.154 1,34% 553 15.596 28,09% 23 4,5% 11.980 18,11% 16.959 -12,77% 5.338 3,57% 678 18.194 16,66% 25 8,7% 11.538 -3,69% 21.332 25,79% 7.099 32,99% 728 22.687 24,69% 31 24,0% 15.364 33,16% 25.257 18,40% 10.086 42,08% 732 28.868 27,24% 32 3,2% 16.814 9,44% 30.161 19,42% 10.388 2,99% 902 283 234 232 284 325 325 0,66 0,51 0,45 0,62 0,66 0,62 8.363 18 7.673 16.535 5.086 Tabela 7.17 – Estatística das IES do Setor Privado – Piauí RIO GRANDE DO NORTE 2003 2004 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 2005 2006 2.071 16.608 14,56% 9 28,6% 10.722 36,39% 11.607 3,52% 6.609 10,61% 1.845 18.747 12,88% 11 22,2% 11.188 4,35% 14.877 28,17% 6.665 0,85% 1.704 21.065 12,36% 15 36,4% 14.177 26,72% 20.359 36,85% 8.144 22,19% 1.404 27.707 31,53% 16 6,7% 14.874 4,92% 17.392 -14,57% 9.867 21,16% 1.732 30.586 10,39% 18 12,5% 18.298 23,02% 26.939 54,89% 11.315 14,68% 1.699 854 734 606 543 617 629 0,76 0,62 0,60 0,57 0,66 0,62 14.497 7 7.861 11.212 5.975 2007 Tabela 7.18 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio Grande do Norte 53 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga SERGIPE 2004 2003 2005 2006 2007 2.832 16.459 16,23% 7 40,0% 7.510 32,45% 11.045 12,84% 6.510 36,14% 2.351 19.857 20,65% 9 28,6% 9.944 32,41% 14.714 33,22% 7.768 19,32% 2.206 23.303 17,35% 10 11,1% 11.587 16,52% 15.311 4,06% 9.413 21,18% 2.330 26.107 12,03% 12 20,0% 12.587 8,63% 15.347 0,24% 9.224 -2,01% 2.176 27.500 5,34% 11 -8,3% 11.175 -11,22% 16.562 7,92% 9.214 -0,11% 2.500 956 930 863 941 769 838 0,84 0,87 0,78 0,81 0,73 0,82 14.161 5 5.670 9.788 4.782 Tabela 7.19 – Estatística das IES do Setor Privado – Sergipe 2 002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga ACRE 2003 2004 2005 2006 2007 246 3.383 175,04% 5 0,0% 4.480 71,65% 5.518 58,61% 2.277 73,42% 677 4.962 46,67% 6 20,0% 3.940 -12,05% 4.796 -13,08% 2.382 4,61% 827 6.286 26,68% 6 0,0% 5.170 31,22% 5.715 19,16% 2.125 -10,79% 1.048 7.857 24,99% 8 33,3% 5.890 13,93% 9.229 61,49% 3.016 41,93% 982 8.681 10,49% 8 0,0% 6.570 11,54% 6.209 -32,72% 3.038 0,73% 1.085 263 455 397 354 377 380 0,50 0,51 0,60 0,41 0,51 0,46 1.230 5 2.610 3.479 1.313 Tabela 7.20 – Estatística das IES do Setor Privado – Acre 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga Amapá 2004 2003 2005 2006 2007 580 6.921 138,57% 7 40,0% 6.634 125,57% 8.963 17,90% 4.351 77,52% 989 9.518 37,52% 10 42,9% 9.075 36,80% 6.834 -23,75% 4.010 -7,84% 952 11.155 17,20% 10 0,0% 11.496 26,68% 7.183 5,11% 4.159 3,72% 1.116 11.571 3,73% 11 10,0% 9.419 -18,07% 9.537 32,77% 4.288 3,10% 1.052 12.218 5,59% 11 0,0% 9.180 -2,54% 9.064 -4,96% 3.895 -9,17% 1.111 490 622 401 416 390 354 0,83 0,66 0,44 0,36 0,46 0,42 2.901 5 2.941 7.602 2.451 Tabela 7.21 – Estatística das IES do Setor Privado – Amapá 54 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 26.964 AMAZONAS 2003 2004 2005 2006 2007 2.451 34.966 29,68% 14 27,3% 23.469 23,53% 68.578 112,28% 13.675 12,43% 2.498 38.072 8,88% 14 0,0% 30.061 28,09% 65.391 -4,65% 14.183 3,71% 2.719 42.616 11,94% 16 14,3% 31.815 5,83% 35.626 -45,52% 15.605 10,03% 2.664 48.911 14,77% 16 0,0% 35.114 10,37% 67.429 89,27% 18.703 19,85% 3.057 53.408 9,19% 16 0,0% 37.934 8,03% 75.778 12,38% 21.641 15,71% 3.338 1.106 977 1.013 975 1.169 1.353 0,64 0,58 0,47 0,49 0,53 0,57 11 18.999 32.305 12.163 Tabela 7.22 – Estatística das IES do Setor Privado – Amazonas 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga PARÁ 2003 2004 2005 2006 2007 2.372 27.562 29,10% 16 77,8% 13.087 50,41% 31.233 20,58% 11.280 41,28% 1.723 31.138 12,97% 21 31,3% 17.763 35,73% 34.024 8,94% 12.703 12,62% 1.483 36.208 16,28% 21 0,0% 21.375 20,33% 39.674 16,61% 12.700 -0,02% 1.724 39.274 8,47% 22 4,8% 22.120 3,49% 46.664 17,62% 13.820 8,82% 1.785 44.662 13,72% 26 18,2% 30.852 39,48% 55.634 19,22% 17.019 23,15% 1.718 887 705 605 605 628 655 0,92 0,86 0,72 0,59 0,62 0,55 21.350 9 8.701 25.902 7.984 Tabela 7.23 – Estatística das IES do Setor Privado – Pará 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga RONDÔNIA 2003 2004 2005 2006 2007 587 16.807 24,39% 24 4,3% 14.525 34,28% 27.584 73,24% 7.555 6,23% 700 19.256 14,57% 21 -12,5% 16.247 11,86% 30.293 9,82% 7.523 -0,42% 917 24.159 25,46% 23 9,5% 16.039 -1,28% 20.014 -33,93% 8.721 15,92% 1.050 25.021 3,57% 24 4,3% 15.579 -2,87% 21.376 6,81% 8.723 0,02% 1.043 26.951 7,71% 26 8,3% 17.547 12,63% 23.632 10,55% 9.273 6,31% 1.037 309 315 358 379 363 357 0,66 0,52 0,46 0,54 0,56 0,53 13.512 23 10.817 15.922 7.112 Tabela 7.24 – Estatística das IES do Setor Privado – Rondônia 55 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr ess o/V aga Ingress esso/V o/Vaga RORAIMA 2004 2003 2005 2006 2007 163 959 96,52% 5 66,7% 1.045 35,71% 2.186 61,45% 916 51,91% 192 2.403 150,57% 8 60,0% 2.599 148,71% 4.642 112,35% 2.253 145,96% 300 3.956 64,63% 8 0,0% 3.265 25,63% 4.318 -6,98% 2.306 2,35% 495 5.152 30,23% 8 0,0% 2.965 -9,19% 6.047 40,04% 2.473 7,24% 644 5.666 9,98% 8 0,0% 3.635 22,60% 6.596 9,08% 2.774 12,17% 708 201 183 282 288 309 347 0,78 0,88 0,87 0,71 0,83 0,76 2005 2006 2007 488 3 770 1.354 603 Tabela 7.25 – Estatística das IES do Setor Privado – Roraima 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 7.723 TOCANTIS 2003 2004 594 9.870 27,80% 15 15,4% 6.072 25,20% 11.919 29,47% 4.669 30,89% 658 11.413 15,63% 20 33,3% 8.829 45,41% 10.809 -9,31% 5.154 10,39% 571 12.004 5,18% 22 10,0% 7.826 -11,36% 10.374 -4,02% 4.854 -5,82% 546 14.595 21,58% 28 27,3% 10.353 32,29% 13.019 25,50% 5.955 22,68% 521 15.644 7,19% 27 -3,6% 9.769 -5,64% 20.107 54,44% 5.769 -3,12% 579 274 311 258 221 213 214 0,74 0,77 0,58 0,62 0,58 0,59 13 4.850 9.206 3.567 Tabela 7.26 – Estatística das IES do Setor Privado – Tocantins 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga ESPÍRITO SANTO 2004 2003 2005 2006 2007 749 62.476 20,86% 75 8,7% 40.173 8,60% 65.814 -16,69% 21.577 -10,60% 833 66.192 5,95% 86 14,7% 44.717 11,31% 72.908 10,78% 21.812 1,09% 770 69.459 4,94% 94 9,3% 44.078 -1,43% 70.852 -2,82% 22.083 1,24% 739 73.076 5,21% 92 -2,1% 47.892 8,65% 72.972 2,99% 23.137 4,77% 794 73.543 0,64% 86 -6,5% 47.693 -0,42% 66.659 -8,65% 23.099 -0,16% 855 350 288 254 235 251 269 0,65 0,54 0,49 0,50 0,48 0,48 51.694 69 36.992 78.998 24.136 Tabela 7.27 – Estatística das IES do Setor Privado – Espírito Santo 56 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga MINAS GERAIS 2004 2003 2005 2006 2007 1.199 287.250 29,47% 242 30,8% 156.749 29,83% 290.282 10,17% 114.602 18,45% 1.187 329.807 14,82% 264 9,1% 194.237 23,92% 295.573 1,82% 122.313 6,73% 1.249 373.360 13,21% 281 6,4% 214.348 10,35% 310.958 5,21% 129.227 5,65% 1.329 394.930 5,78% 287 2,1% 237.541 10,82% 302.157 -2,83% 133.211 3,08% 1.376 411.374 4,16% 287 0,0% 233.329 -1,77% 292.606 -3,16% 127.673 -4,16% 1.433 523 474 463 460 464 445 0,80 0,73 0,63 0,60 0,56 0,55 2005 2006 2007 221.860 185 120.730 263.485 96.748 Tabela 7.28 – Estatística das IES do Setor Privado – Minas Gerais 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 303.828 RIO DE JANEIRO 2003 2004 3.008 338.432 11,39% 106 5,0% 235.124 4,81% 253.457 11,67% 116.537 8,16% 3.193 360.657 6,57% 105 -0,9% 241.057 2,52% 255.237 0,70% 115.737 -0,69% 3.435 386.835 7,26% 108 2,9% 243.989 1,22% 334.531 31,07% 126.892 9,64% 3.582 396.485 2,49% 116 7,4% 237.240 -2,77% 284.631 -14,92% 122.571 -3,41% 3.418 399.682 0,81% 114 -1,7% 252.881 6,59% 238.807 -16,10% 102.139 -16,67% 3.506 1.067 1.099 1.102 1.175 1.057 896 0 ,48 0,50 0,48 0,52 0,52 0,40 2006 2007 101 224.340 226.965 107.743 Tabela 7.29 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio de Janeiro 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 835.264 SÃO PAULO 2004 2003 2005 2.047 887.024 6,20% 434 6,4% 586.230 14,49% 835.127 7,63% 308.554 7,18% 2.044 706 711 704 745 786 874 0,56 0,53 0,44 0,46 0,45 0,45 408 512.058 775.958 287.879 934.620 1.002.926 1.086.161 1.159.571 5,37% 7,31% 8,30% 6,76% 456 470 489 496 5,1% 3,1% 4,0% 1,4% 728.746 765.122 863.236 972.880 24,31% 4,99% 12,82% 12,70% 926.423 928.707 1.018.903 1.080.333 10,93% 0,25% 9,71% 6,03% 320.931 350.230 384.517 433.692 4,01% 9,13% 9,79% 12,79% 2.050 2.134 2.221 2.338 Tabela 7.30 – Estatística das IES do Setor Privado – São Paulo 57 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga PARANÁ 2004 2003 2005 2006 2007 1.325 171.897 15,79% 129 15,2% 121.116 18,19% 144.710 19,74% 61.722 -1,77% 1.333 187.372 9,00% 136 5,4% 126.106 4,12% 128.022 -11,53% 60.977 -1,21% 1.378 205.020 9,42% 150 10,3% 132.558 5,12% 149.271 16,60% 67.391 10,52% 1.367 201.498 -1,72% 158 5,3% 144.146 8,74% 147.795 -0,99% 64.861 -3,75% 1.275 208.215 3,33% 161 1,9% 146.896 1,91% 166.436 12,61% 68.264 5,25% 1.293 561 478 448 449 411 424 0 ,61 0,51 0,48 0,51 0,45 0,46 2005 2006 2007 148.450 112 102.477 120.854 62.833 Tabela 7.31 – Estatística das IES do Setor Privado – Paraná 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga 243.061 RIO GRANDE DO SUL 2003 2004 4.586 258.190 6,22% 66 24,5% 112.295 8,07% 178.067 -0,75% 75.370 -1,64% 3.912 274.350 6,26% 74 12,1% 122.702 9,27% 155.929 -12,43% 72.648 -3,61% 3.707 289.266 5,44% 89 20,3% 120.493 -1,80% 142.316 -8,73% 73.415 1,06% 3.250 290.172 0,31% 92 3,4% 113.659 -5,67% 138.011 -3,02% 69.315 -5,58% 3.154 292.942 0,95% 89 -3,3% 114.261 0,53% 133.700 -3,12% 67.787 -2,20% 3.291 1.446 1.142 982 825 753 762 0,74 0,67 0,59 0,61 0,61 0,59 53 103.911 179.417 76.629 Tabela 7.32 – Estatística das IES do Setor Privado – Rio Grande do Sul 2002 Matrículas nas IES % de crescimento Número de IES % de crescimento Vagas % de crescimento Candidatos inscritos % de crescimento Ingressantes % de crescimento Divisão proporcional de Matriculados por IES Divisão proporcional de Ingressantes por IES Relação Ingr esso/V aga Ingresso/V esso/Vaga SANT A CA TARINA SANTA CAT 2004 2003 2005 2006 2007 2.079 145.377 10,99% 78 23,8% 64.853 22,36% 98.968 6,87% 48.581 13,78% 1.864 153.956 5,90% 91 16,7% 74.176 14,38% 95.350 -3,66% 48.204 -0,78% 1.692 168.674 9,56% 95 4,4% 80.743 8,85% 97.900 2,67% 52.797 9,53% 1.776 176.295 4,52% 101 6,3% 87.506 8,38% 104.940 7,19% 52.325 -0,89% 1.745 175.199 -0,62% 88 -12,9% 80.182 -8,37% 93.506 -10,90% 49.317 -5,75% 1.991 678 623 530 556 518 560 0,81 0,75 0,65 0,65 0,60 0,62 130.984 63 53.002 92.603 42.698 Tabela 7.33 – Estatística das IES do Setor Privado – Santa Catarina 58 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Destacamos que, nas estatísticas do Ensino Superior privado do estado de Santa Catarina, consideramos os dados do setor privado e do setor público municipal, uma vez que este, mesmo sendo público, cobra mensalidades dos seus alunos. No que se refere ao porte da IES privada, o estado de São Paulo é o que concentra o maior percentual de IES de grande porte (com mais de 3 mil alunos). São 89 no total, ou 33% das IES de grande porte no Brasil. Até 500 De 501 a alunos mil alunos Acre Alagoas Amapa Amazonas Bahia Ceara Distrito Federal Espirito Santo Goias Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Para Paraiba Paraná Pernambuco Piaui Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rondonia Roraima Santa Catarina São Paulo Sergipe Tocantins Geral 3 12 4 5 48 22 47 45 34 8 30 22 143 8 13 79 31 16 51 9 46 10 5 46 232 4 17 990 3 3 3 1 21 10 6 22 9 6 14 8 68 5 6 35 12 6 18 4 9 4 1 14 89 2 8 387 De mil a 3 mil alunos 1 4 4 5 37 10 12 13 15 9 6 4 52 9 8 33 20 8 19 3 14 10 2 14 96 4 1 413 De 3 a 10 mil alunos 1 1 0 3 5 1 6 6 6 1 2 2 16 3 1 12 4 2 16 1 12 2 0 8 57 0 1 169 Acima de 10 Total mil alunos 0 1 0 2 3 2 3 0 2 1 1 1 8 1 0 2 1 0 10 1 8 0 0 3 22 1 0 73 8 21 11 16 114 45 74 86 66 25 53 37 287 26 28 161 68 32 114 18 89 26 8 85 496 11 27 2.032 Tabela 7.34 – Distribuição das IES Privadas por Porte e por Estados Fonte MEC/INEP 2007 59 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 8. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SETOR Investimento em Educação Atualmente estão matriculados no ensino básico brasileiro em torno de 56 milhões de alunos, sendo 7 milhões em escolas particulares e 49 milhões em escola pública. No ensino superior são 5,1 milhões de alunos matriculados, sendo 3,8 milhões no ensino privado e 1,3 milhões no ensino público. Se considerarmos os matriculados em EAD do ensino público e privado, alcançamos 5,8 milhões de matriculados na educação superior brasileira, sendo 761 mil em EAD (Ano Base: 2008). Juntos, ensino público e privado movimentam quase 134 bilhões de reais ao ano. O setor público investe algo em torno de 88 bilhões de reais por ano e o setor privado aporta aproximadamente 46 bilhões de reais por ano no setor (R$ 24 bilhões no ensino superior e R$ 22 bilhões na educação básica). A seguir temos a distribuição dos investimentos dos setores público e privado por segmento educacional. Gráfico 8.1 – Investimento do Setor Privado por Segmento Educacional Fonte: MEC/INEP e Hoper Estudos de Mercado 60 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Faturamento O setor de ensino superior privado brasileiro já está próximo de atingir um faturamento anual de 25 bilhões de reais. Tal cifra coloca o setor entre os 10 maiores do país em faturamento e percentual do PIB. O setor, que já atingiu taxas de crescimento de faturamento superiores a 20% ao ano nos período de 1999 a 2003, começa a mostrar sinais de estabilidade, com taxas médias de crescimento anual na casa dos 3%. Candidatos Ao longo do período da última década, presenciamos um contínuo crescimento do número de candidatos inscritos na graduação presencial no Brasil. O crescimento se deu de maneira mais acelerada no período de 1999 a 2003, sofrendo um arrefecimento após 2004. Em 2007 o crescimento chegou a 2,46%, comparado a 2006. O crescimento do número de candidatos isoladamente, não deve ser considerado indicador da demanda do setor, uma vez que um mesmo candidato ao ensino superior pode se inscrever em mais de um processo seletivo. As recentes propostas de mudança no ENEM (Exame Nacional de Avaliação do Ensino Médio) e sua utilização como processo seletivo, em substituição ao tradicional vestibular, poderão tornar esse indicador mais próximo da realidade da demanda do setor. O candidato ao ensino superior não mais necessitará se inscrever em vários vestibulares para entrar no curso de seu interesse. Gráfico 8.2 – Evolução do Número de Candidatos Inscritos na Graduação Presencial no Brasil Na busca de uma formação superior, os cursos mais demandado pelos ingressantes são os de Administração e Direito, seguidos pelos cursos de Pedagogia e Enfermagem. No período de 2002 a 2007, a grande maioria dos cursos teve aumento em sua procura. Apenas alguns poucos apresentaram redução (Comunicação Social, Letras, Ciência da Computação, Turismo, Tecnologia em Sistemas de Informação, Matemática e Ciências Econômicas). 61 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Nome do Curso 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Administração 184.035 Direito 122.823 Pedagogia 66.242 Enfermagem 25.900 Educação Física 30.203 Ciências Contábeis 38.759 Comunicação Social 49.538 Psicologia 20.645 Fisioterapia 26.473 Sistemas de Informação 21.671 Letras 36.472 Farmácia 11.615 Tecnologia em Gestão de RH 899 Ciências Biológicas 15.696 Ciência da Computação 19.221 Serviço Social 6.881 Engenharia 12.827 Nutrição 9.421 Tecnologia em Marketing 1.086 Tecnologia em Logística 261 Arquitetura e Urbanismo 8.680 Tecnologia em Redes de 1.154 Computadores Turismo 27.362 História 9.881 Medicina 5.195 Engenharia da Produção 1.250 Tecnologia em Sistemas de 9.745 Informação Tecnologia em Gestão 1.294 Financeira Matemática 9.576 Tecnologia em Gestão 330 Empresarial Odontologia 7.987 Biomedicina 1.127 Engenharia Elétrica 6.881 Engenharia Civil 5.179 Medicina Veterinária 5.965 Tecnologia em Planejamento 640 Ambiental Design 3.205 Tecnologia em 1.459 Desenvolvimento de Sistemas Ciências Econômicas 10.058 Química 3.906 Tecnologia em Radiologia 810 Relações Internacionais 3.823 Geografia 4.395 Engenharia Ambiental 1.533 Tecnologia em Petróleo e Gás Tecnologia em Estética 118 Teologia 1.346 Engenharia de Produção 1.010 Mecânica Tecnologia em Gastronomia 462 Engenharia Mecânica 2.990 190.045 127.963 68.821 33.769 35.308 39.643 50.584 22.232 26.932 23.279 37.080 13.521 2.686 16.605 16.615 8.314 13.243 10.860 3.776 1.541 8.758 4.239 189.417 134.188 56.623 45.351 42.817 39.135 48.509 21.535 27.889 21.399 34.929 15.828 4.961 17.142 15.308 9.265 12.197 11.820 6.214 2.711 9.178 6.039 201.969 131.986 58.274 52.565 47.093 43.844 49.008 22.818 28.845 24.934 35.871 19.148 9.112 19.547 15.165 12.045 13.459 13.608 9.234 4.966 9.000 8.859 208.061 137.769 55.147 55.434 46.690 48.180 49.235 25.157 27.768 25.197 31.094 21.563 13.682 19.516 15.818 13.440 14.261 14.221 10.713 8.186 10.252 10.203 199.534 143.183 63.098 60.043 50.369 48.893 48.711 27.894 27.308 25.073 24.490 22.056 18.614 17.995 16.798 15.136 14.900 14.668 14.659 13.637 11.254 11.244 25.504 10.911 5.922 1.662 9.737 21.198 10.924 6.848 3.063 8.784 18.583 11.282 8.105 4.759 9.122 14.053 11.157 9.127 7.055 8.260 10.913 10.150 9.812 9.206 9.078 2.524 3.308 3.601 5.384 8.752 11.265 3.009 11.603 4.310 13.085 6.448 10.873 6.748 8.702 8.652 7.495 1.958 5.542 5.174 6.017 1.153 7.070 3.461 4.805 4.819 5.928 2.807 7.525 4.650 4.998 5.029 7.023 4.074 7.668 6.055 5.456 5.577 7.192 4.981 8.101 7.924 7.489 7.312 7.003 6.598 3.744 2.712 4.185 4.138 4.982 6.064 5.433 6.324 6.205 6.100 8.807 3.854 1.147 4.052 5.912 1.543 227 678 2.165 843 7.037 4.322 2.515 3.828 5.889 1.545 1.796 1.173 2.367 1.012 6.482 4.604 3.551 3.442 5.849 2.064 4.293 1.678 3.408 1.815 5.896 5.035 4.192 3.894 5.104 3.326 6.359 2.690 4.352 2.204 5.277 5.178 5.048 4.673 4.391 4.260 4.226 4.074 4.065 4.169 644 2.647 1.350 2.504 1.845 3.288 2.226 3.488 3.903 3.896 Tabela 8.1 – Cursos Privados mais Demandados na Graduação Presencial no Brasil (Ingressante / ano) Fonte: MEC/INEP 2007 62 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil D Docente ocent e ess Acompanhando a ampliação de vagas e o crescimento do número de ingressantes, a contratação de docentes também vem se ampliando ano a ano. No período de 1998 a 2003, vimos o espantoso crescimento do número de docentes no setor de ensino superior privado, com média anual de 15,5%. Já no período de 2004 a 2007 esse crescimento foi de 4,3% a.a. em média. Gráfico 8.3 – Evolução do Número de Docentes na Graduação Presencial no Brasil Cursos O número de cursos privados também se ampliou, chegando a quase 16.900 cursos em 2007, com crescimento de 392% no período de 1997 a 2007. As ofertas de vagas nos cursos mais procurados, têm reduzido a relação ingressante/vaga. No curso mais demandado, Administração, a relação ingressante/vaga chega a 0,32. Com base nos números de 2007, temos a oferta de mais de 3 vagas para cada demandante (ingressante) no curso de Administração no Brasil. Gráfico 8.4 – Evolução do Número de Cursos na Graduação Presencial no Brasil 63 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Nome do Curso 2002 Administração 439.985 Direito 422.958 Enfermagem 55.249 Pedagogia 172.993 Comunicação Social 124.026 Ciências Contábeis 112.256 Educação Física 73.236 Psicologia 71.239 Fisioterapia 74.856 Letras 95.621 Sistemas de Informação 37.860 Farmácia 34.093 Ciências Biológicas 36.805 Engenharia 32.433 Ciência da Computação 49.158 Nutrição 22.293 Medicina 28.579 Turismo 68.507 Serviço Social 17.717 Arquitetura e Urbanismo 32.033 História 24.512 Tecnologia em Gestão de RH 801 Odontologia 32.342 Matemática 26.334 Medicina Veterinária 18.570 Engenharia Civil 19.556 Tecnologia em Marketing 881 Engenharia Elétrica 18.992 Tecnologia em Redes de 1.157 Computadores Normal Superior 15.338 Ciências Econômicas 32.421 Tecnologia em Logística 245 Engenharia da Produção 2.113 Tecnologia em Sistemas 25.360 de Informação Biomedicina 2.119 Design 6.766 Geografia 12.662 Química 9.264 Tecnologia em Gestão 442 Empresarial Engenharia Mecânica 9.793 Tecnologia em Gestão 1.324 Financeira Tecnologia em 2.589 Desenvolvimento de Sistemas Agronomia 5.428 Relações Internacionais 8.801 Teologia 2.538 Tecnologia em Planejamento 1.076 Ambiental Tecnologia em Radiologia 1.029 Engenharia de Produção Mecânica 5.080 Engenharia Ambiental 2.890 Filosofia 5.984 2003 499.652 455.286 77.621 184.959 138.144 118.681 88.911 75.164 81.407 100.863 48.442 39.128 43.712 37.987 48.168 27.472 29.666 71.370 20.918 32.641 27.904 3.157 30.292 28.775 20.087 19.555 4.751 18.879 4.516 2004 539.636 477.030 105.808 177.882 145.595 121.161 107.747 78.339 87.320 101.697 53.739 45.185 46.656 40.074 46.271 31.826 32.246 68.533 24.580 33.589 29.252 6.611 29.306 29.974 21.068 18.698 8.084 18.523 8.125 2005 573.450 502.430 136.829 177.140 149.674 129.736 125.197 82.440 91.751 103.503 64.969 53.442 51.537 43.474 44.540 36.969 35.498 61.461 30.203 34.934 31.892 12.085 29.218 33.951 23.492 18.596 12.570 19.189 12.569 2006 591.326 518.427 165.639 169.791 151.305 136.774 132.249 88.001 93.423 96.070 66.874 61.761 52.991 46.594 43.426 41.405 40.045 52.196 34.742 35.980 31.886 20.269 29.685 30.185 24.791 19.170 17.033 19.541 17.201 2007 627.071 548.109 188.479 181.923 154.967 151.343 142.728 94.621 94.582 87.902 72.045 68.720 55.564 47.897 46.325 45.111 44.487 44.115 39.808 39.059 31.714 29.617 29.322 27.828 26.038 24.409 24.124 22.980 22.180 33.560 29.587 1.641 3.047 25.907 47.831 27.267 3.326 5.431 21.575 53.863 25.782 6.120 8.319 19.595 45.803 23.006 11.135 12.283 18.360 22.089 21.348 19.729 19.659 19.527 4.287 8.397 14.442 9.244 3.172 6.439 11.011 15.836 10.984 6.180 10.379 12.640 17.316 12.158 9.934 14.136 14.917 16.594 13.585 10.940 17.865 16.188 15.599 14.840 14.165 9.599 3.030 9.695 4.415 10.735 5.762 11.173 8.221 13.107 12.929 3.935 5.964 8.953 11.084 12.496 6.219 9.528 4.146 1.874 7.744 9.696 5.725 3.659 9.936 10.498 7.651 6.020 11.373 10.760 9.875 8.302 11.970 11.692 11.602 10.687 2.082 5.043 3.622 6.622 3.807 4.885 4.481 7.388 5.442 5.919 5.542 8.126 8.016 7.226 7.150 8.997 10.165 10.082 9.881 9.408 Tabela 8.2 – Maiores Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil (Matriculados) 64 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Concluintes O número de concluintes da graduação presencial no ensino superior privado alcança 563 mil, num total de 757 mil a cada ano. Gráfico 8.5 – Evolução do Número de Concluintes na Graduação Presencial no Brasil Matrículas Na tabela a seguir, detalhamos os matriculados do ensino superior privado por estado, caracterizando a localização (capital/interior), e por sexo. No cenário nacional, verificamos que a maior parte dos matriculados encontra-se no interior do País, representando aproximadamente 54%. Na categoria sexo, a maioria, 56% dos matriculados, pertence ao sexo feminino. A grande maioria dos estudantes (70% dos matriculados) elege o período noturno para a realização do curso superior privado. 65 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Matrículas em Cursos de Graduação Presencial Unidade da Federação/ Categoria Administrativa Privado Total Categoria Administrativa Localização Universidades Centros Universitários Faculdades Integradas Faculdades, Escolas e Institutos CET/F AT CET/FA Brasil 3.639.413 1.561.503 663.321 222.749 1.136.735 55.105 Norte Capital Sexo Interior Masculino 1.688.712 1.950.701 1.609.236 Feminino 2.030.177 167.230 18.812 50.516 8.068 87.498 2.336 129.122 38.108 71.858 95.372 RO 26.951 - 3.479 4.604 18.745 123 15.144 11.807 11.026 15.925 AC 8.681 - - - 8.681 - 8.280 401 3.617 5.064 AM 53.408 5.701 35.483 - 12.224 - 53.408 - 23.148 30.260 RR 5.666 - - - 5.448 218 5.666 - 2.229 3.437 PA 44.662 13.111 5.792 2.195 21.902 1.662 27.288 17.374 20.019 24.643 AP 12.218 - - - 11.898 320 11.907 311 5.459 6.759 TO 15.644 - 5.762 1.269 8.600 13 7.429 8.215 6.360 9.284 Nordeste 485.584 101.764 33.177 29.121 313.469 8.053 352.131 133.453 207.623 277.961 MA 39.141 - 15.849 - 23.292 - 27.462 11.679 16.374 22.767 PI 28.868 - - - 28.590 278 24.317 4.551 11.704 17.164 CE 68.622 23.729 - - 40.705 4.188 59.444 9.178 31.420 37.202 RN 30.586 18.283 - - 12.303 - 26.091 4.495 13.209 17.377 PB 26.960 - 6.603 2.945 16.007 1.405 17.650 9.310 11.427 15.533 PE 87.555 19.558 - 8.525 58.739 733 53.145 34.410 36.789 50.766 AL 28.289 - - 13.939 13.128 1.222 26.304 1.985 12.693 15.596 SE 27.500 17.927 - - 9.573 - 25.015 2.485 11.744 15.756 BA 148.063 22.267 10.725 3.712 111.132 227 92.703 55.360 62.263 85.800 Sudeste 2.044.170 1.002.336 428.945 128.527 458.129 26.233 847.292 1.196.878 914.392 1.129.778 MG 411.374 154.859 85.694 19.044 148.117 3.660 115.991 295.383 172.660 238.714 ES 73.543 - 15.769 10.472 45.257 2.045 23.458 50.085 31.692 41.851 RJ 399.682 244.659 100.575 14.727 38.936 785 230.408 169.274 177.442 222.240 SP 1.159.571 602.818 226.907 84.284 225.819 19.743 477.435 682.136 532.598 626.973 Sul 634.111 337.951 86.269 32.797 160.972 16.122 141.997 492.114 279.725 354.386 PR 208.215 68.601 26.145 15.112 92.384 5.973 81.541 126.674 93.615 114.600 SC 132.954 73.404 11.362 7.768 33.719 6.701 6.066 126.888 60.408 72.546 RS 292.942 195.946 48.762 9.917 34.869 3.448 54.390 238.552 125.702 167.240 Centro-Oeste 308.318 100.640 64.414 24.236 116.667 2.361 218.170 90.148 135.638 172.680 MS 44.580 19.905 9.969 6.278 8.428 - 24.878 19.702 19.859 24.721 MT 51.282 14.404 11.634 5.176 20.068 - 21.659 29.623 21.347 29.935 GO 103.451 41.515 11.161 1.643 47.598 1.534 62.628 40.823 44.687 58.764 DF 109.005 24.816 31.650 11.139 40.573 827 109.005 - 49.745 59.260 Tabela 8.3 – Matrículas em Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil Fonte: MEC / INEP 66 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Matrículas em Cursos de Graduação Presenciais Unidade da Federação Brasil Norte Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins Nordeste Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Sudeste Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Sul Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Centro-Oeste Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Total Privado 3.639.413 167.230 26.951 8.681 53.408 5.666 44.662 12.218 15.644 485.584 39.141 28.868 68.622 30.586 26.960 87.555 28.289 27.500 148.063 2.044.170 411.374 73.543 399.682 1.159.571 634.111 208.215 132.954 292.942 308.318 44.580 51.282 103.451 109.005 T ur no Tur urno Diurno 1.094.449 48.835 6.754 1.894 11.473 1.742 17.165 3.736 6.071 189.334 15.825 11.279 32.733 12.032 12.086 27.652 11.412 8.211 58.104 578.712 120.077 22.671 143.999 291.965 168.803 51.128 33.905 83.770 108.765 13.727 13.768 40.383 40.887 Noturno 2.544.964 118.395 20.197 6.787 41.935 3.924 27.497 8.482 9.573 296.250 23.316 17.589 35.889 18.554 14.874 59.903 16.877 19.289 89.959 1.465.458 291.297 50.872 255.683 867.606 465.308 157.087 99.049 209.172 199.553 30.853 37.514 63.068 68.118 Tabela 8.4 – Matrículas em Cursos Privados na Graduação Presencial no Brasil por Turno Fonte: MEC / INEP 67 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil População Universitária O percentual de estudantes do ensino superior em relação à população de cada estado pode ser visualizado no gráfico a seguir. Nele podemos observar os estados com nível mais elevado de educação superior em relação ao restante da população. O percentual da população com educação superior apresenta relação direta com a renda per capita. O Distrito Federal, por apresentar a renda média mais alta do País, acaba se destacando na relação universitário/população. Gráfico 8.6 – Percentual de Universitários em Relação à População por Estados da Federação Mensalidades Os valores médios das mensalidades das IES privadas variam conforme o estado. Rio Grande do Sul apresenta a mensalidade média mais alta, seguido de Minas Gerais e Distrito Federal. Tocantins, Alagoas e Piauí possuem as mensalidades médias mais baixas. A grande diferença nos valores médios das mensalidades entre capitais de até 155% reflete o retrato das desigualdades econômicas e sociais do País. Fazendo uma ponderação das mensalidades médias com o número de matriculados nas instituições privadas em cada região por estados (capital e interior), chegamos a um valor médio nacional de R$ 457,00. 68 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Posição 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 UF Mensalidade Média Rio Grande do Sul Minas Gerais Distrito Federal Santa Catarina Bahia Paraná Pará Goiás Mato Grosso do Sul Amazonas Paraíba Pernambuco Rondônia Mato Grosso Maranhão Acre Espírito Santo Ceará Amapá Rio de Janeiro São Paulo Roraima Rio Grande do Norte Sergipe Piauí Alagoas Tocantins R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 720,76 641,83 622,27 541,10 538,50 536,86 536,79 533,57 496,81 476,24 463,07 462,65 462,55 454,31 432,38 431,78 430,97 424,15 419,81 416,44 373,38 365,62 363,18 342,43 324,65 306,34 286,20 Tabela 8.5 – Mensalidade Média por Estado Fonte: Hoper Estudos de Mercado Índice Geral de Cursos – IGC Uma das características das IES privadas no Brasil é o grande fosso de qualidade existente entre elas. Numa avaliação, a partir do Índice Geral de Cursos publicado pelo MEC, com aproximadamente 1.300 IES privadas, encontramos IES com 483 de IGC, para a melhor avaliada e outras com 55 de IGC, para a pior avaliada. Um dos grandes desafios da educação superior privada, além da consolidação do número de IES com a consequente profissionalização da sua gestão, é a melhoria da qualidade de ensino. Até então, a grande preocupação estratégica das empresas do setor, tem sido com a expansão e a profissionalização administrativa, relegando a segundo plano a profissionalização e a qualificação acadêmica. 69 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Índice Geral de Cursos – IGC IES – Privada Sigla UF (Sede) IGC Contínuo Escola Brasileira de Economia e Finanças Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas Escola de Administração de Empresas de São Paulo Faixas EBEF RJ 483 5 SLMANDIC SP 482 5 EBAPE RJ 467 5 FGV-EAESP SP 458 5 Instituto Superior de Educação Vera Cruz ISE Vera Cruz SP 446 5 Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia FAJE MG 437 5 Faculdade de Economia e Finanças IBMEC Faculdades Ibmec RJ 437 5 Ibmec SP 431 5 Faculdade Ibmec São Paulo Instituto Superior de Educação Ivoti Faculdade de Administração de Empresas Faculdade de São Bento Faculdade de Ciências Econômicas Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro ISEI RS 419 5 FACAMP SP 418 5 5 FSB SP 411 Facamp SP 396 5 Faculdade AGES BA 392 4 PUC-Rio RJ 385 4 Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo FCMSCSP SP 375 4 Faculdade Doutor Francisco Maeda FAFRAM SP 370 4 PUC-SP SP 369 4 SINGULARIDADES/ISESP SP 367 4 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Instituto Superior de Educação de São Paulo Faculdade Cenecista Nossa Senhora dos Anjos Faculdades Integradas de Vitória Faculdade Ruy Barbosa de Administração e de Direito Escola Superior de Administração e Gestão Faculdade de Administração Milton Campos FACENSA RS 364 4 FDV ES 363 4 FRBA BA 359 4 ESAGS SP 358 4 4 FAMC MG 357 FAE-FAAP SP 351 4 Faculdade Autônoma de Direito FADISP SP 350 4 Faculdade IBMEC Ibmec MG 348 4 4 Faculdade de Administração da Fundação Armando Álvares Penteado Faculdade Marista Faculdade de Comunicação e Marketing da Fundação Armando Álvares Penteado Centro Universitário Álvares Penteado Instituto Superior de Educação do Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora Faculdade Energia de Administração e Negócios Faculdade de Ciências Humanas de Garça FMR PE 348 FACOM-FAAP SP 346 4 FECAP SP 346 4 ISECENSA RJ 344 4 FEAN SC 344 4 FAHU SP 344 4 UNIFAE PR 338 4 Faculdade Unime de Educação e Comunicação FEC BA 335 4 Escola Superior de Gestão Comercial e Marketing ESIC PR 332 4 Faculdades Ibmec RJ 332 4 FEC-FAAP SP 331 4 FAI MG 330 4 UniRitter RS 328 4 4 Centro Universitário Franciscano do Paraná Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas IBMEC Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado Faculdade de Administração de Itabirito Centro Universitário Ritter dos Reis Faculdade Cenecista Ilha do Governador FACIG RJ 327 Faculdade Capixaba de Nova Venécia UNIVEN ES 325 4 Faculdade de Computação e Informática da Fundação Álvares Penteado FCI-FAAP SP 325 4 Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS RS 322 4 ESPM RJ 320 4 FAT SP 320 4 SENACSP SP 320 4 FACOC SALVADOR BA 319 4 Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro Trevisan Escola Superior de Negócios Centro Universitário SENAC Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Salvador Faculdade Arthur Sá Earp Neto FASE RJ 319 4 Escola Superior de Propaganda e Marketing ESPM SP 318 4 70 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Instituto Superior de Educação de Oliveira Faculdade Campos Elíseos ISEOL MG 317 4 FCE SP 316 4 Centro Universitário Feevale Feevale RS 315 4 Faculdade Ruy Barbosa de Tecnologia em Processamento de Dados FRBTPD BA 313 4 Universidade de Caxias do Sul Escola de Enfermagem Wenceslau Braz Faculdade Planalto Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Santos Instituto Salesiano de Filosofia Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre Faculdade de Administração e Informática UCS RS 313 4 EEWB MG 312 4 FAPLAN RS 312 4 ESAMC Santos SP 312 4 INSAF PE 311 4 FDB RS 311 4 FAI MG 309 4 ESAMC – Maceió AL 308 4 Instituto Superior de Educação Nossa Senhora de Lourdes ISED BA 308 4 Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo FACIS SP 308 4 Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Maceió Faculdade de Ciências Jurídicas de Diamantina FCJ MG 307 4 FECLSJT RS 306 4 Faculdade Gennari e Peartree FGP SP 306 4 Instituto Superior de Educação de Junqueirópolis ISEJ SP 306 4 4 Faculdade de Educação, Ciências e Letras São Judas Tadeu Faculdade Santa Rita FASAR SP 305 Faculdade de Administração de Brasília AIEC/FAAB DF 304 4 Universidade Presbiteriana Mackenzie MACKENZIE SP 304 4 Faculdade do Agreste de Pernambuco FAAPE PE 303 4 Faculdade de Medicina do ABC FMABC SP 303 4 4 Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade Sete de Setembro FIAETPP SP 302 PUC Minas MG 301 4 PUC-RS RS 301 4 FA7 CE 300 4 UNILASALLE AM 297 4 Faculdade de Tecnologia Empresarial FTE BA 297 4 Faculdade Santa Maria FSM PE 297 4 Unifra RS 297 4 Faculdade La Salle Centro Universitário Franciscano Tabela 8.6 – Ranking das 80 Melhores Cursos pelo IGC Evasão A questão da evasão no ensino superior brasileiro não é um fenômeno recente e tampouco específico do País. Ao contrário do que se imagina, o aspecto financeiro não é o principal motivador para os alunos abandonarem as escolas, haja vista o problema das altas taxas enfrentadas por países desenvolvidos, a exemplo dos EUA. Os currículos desatualizados e inchados, a falta de orientação vocacional, a formação escolar precária, a pouca relação entre teoria e prática são exemplos de fatores que contribuem diretamente para a desistência dos alunos. A evasão pode ser medida por meio da taxa de evasão anual e da taxa de evasão no curso, calculadas da seguinte forma: • Taxa de evasão anual = total de alunos evadidos (trancamento, abandono, desistência e transferência) no ano ÷ total de alunos matriculados. • Taxa de titulação = total de alunos concluintes no ano 04 ÷ total de alunos ingressantes no ano 01. 71 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil A taxa de evasão anual das instituições de ensino superior brasileiras tem-se mantido entre 17% e 20% desde o ano 2000, e segue a tendência mundial de 20% a 21%. A taxa de titulação também segue a média de outros países, ficando em torno de 55%. Conforme pode ser observado nos gráficos a seguir, não há evidências de tendências de redução ou crescimento da evasão nos últimos anos. Gráfico 8.7 – Evolução da Taxa de Evasão nas IES Públicas e Privadas no Brasil Gráfico 8.8 – Taxa de Concluintes no Ensino Superior Brasileiro – Público e Privado O fator financeiro, definitivamente, não é a principal causa da desistência dos alunos. Com base em uma amostra de 1.190 instituições, percebe-se que não há correlação entre taxa de evasão e valor da mensalidade média. Conforme o gráfico a seguir, não se pode afirmar que quanto mais caro o curso, maior é a evasão e vice-versa. 72 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 8.9 – Taxa de Evasão e Mensalidade Média no Ensino Superior Brasileiro Público e Privado Perfil da Evasão O início do curso é o momento mais crítico. O aluno ingressa com expectativas que muitas vezes são frustradas e não há ainda uma relação mais forte com a instituição, como relações de amizade. Passado o primeiro ano, o risco de o aluno evadir fica bem mais reduzido e assim sucessivamente até a sua conclusão. Gráfico 8.10 – Evolução da Taxa de Evasão ao Longo do Curso A evasão ocorre com maior frequência no primeiro ano do curso, no primeiro semestre do ano e é praticamente igual no período diurno e noturno. 73 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 2007 – EVASÃO POR SEMESTRE 1 o SEM 2 o SEM Privadas 54% 46% Públicas 57% 43% Total 55% 45% Tabela 8.7 – Evasão do Ensino Superior por Semestre Privadas Públicas Total 2007 – EVASÃO POR TURNO DIURNO NOTURNO 19% 20% 13% 14% 17% 19% Tabela 8.8 – Evasão do Ensino Superior por Turno Os cursos que apresentam as maiores taxas de evasão não são, necessariamente, os mais procurados. Os cursos Sistemas de Informação e Ciência da Computação, que apresentam as duas maiores taxas de evasão anual, são os 10º e 17º mais procurados, respectivamente. 20 Cursos mais procurados com maior taxa de evasão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Curso – IES Particulares Sistema de Informação Ciência da Computação Turismo Educação Física Engenharia Administração Comunicação Social (redação e conteúdo) Formação do professor de letras Direito Fisioterapia Ciências Contábeis Arquitetura e Urbanismo Psicologia Formação de professor de educação física Nutrição Pedagogia Farmácia Enfermagem Normal Superior Medicina Tabela 8.9 – 20 Cursos Mais Procurados com Maior Taxa de Evasão 74 Taxa 25,2% 24,2% 22,8% 21,9% 21,9% 20,5% 19,4% 19,4% 18,9% 17,8% 17,8% 17,6% 17,5% 16,4% 15,4% 15,0% 13,8% 12,7% 11,2% 6,9% Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 9. AS EMPRESAS LIST ADAS NA BM&FBOVESP A LISTADAS BM&FBOVESPA Atualmente, temos quatro empresas educacionais brasileiras negociadas na BM&FBOVESPA: Anhanguera Educacional, Estácio Participações, Kroton e Sistema Educacional Brasileiro (SEB). A Anhanguera Educacional e a Estácio Participações são as maiores Instituições de Ensino Superior Privadas brasileiras. Essas empresas, por seu porte e capitalização, tornaram-se as principais consolidadoras do setor educacional. Conhecer o perfil de cada uma delas, bem como suas estratégias de atuação, é fundamental para compreendermos o novo cenário competitivo do setor que movimenta quase 25 bilhões de reais anuais. A seguir, apresentamos as principais características de cada uma dessas empresas, com base em informações de mercado. Anhanguera Educacional A EMPRESA Maior rede de ensino profissionalizante e uma das três maiores redes de ensino superior do Brasil, a Anhanguera atua em quatro subsegmentos do setor de educação que são: • Graduação presencial, com 140 mil alunos distribuídos em 53 campi. • Graduação a distância, com mais de 20 mil alunos distribuídos em 450 polos. • Cursos profissionalizantes presenciais, com 500 mil alunos em 675 franquias. • Cursos de Pós-graduação lato sensu e cursos para concursos, com 90 mil alunos em 322 polos. A empresa é focada no jovem trabalhador brasileiro de média e média-baixa renda, que trabalha durante o dia e estuda no período noturno, em sua grande maioria ofertando uma variedade grande de cursos, formas de entrega e mensalidades acessíveis. A empresa quer ajudar esses jovens a melhorar a sua empregabilidade no mercado de trabalho, aumentando as suas perspectivas de desenvolvimento profissional. Para conseguir ganhar escala e oferecer um ensino adequado a esse público, a empresa desenvolveu um projeto pedagógico unificado e um modelo operacional multiunidades. Dessa forma ela consegue praticar preços mais baixos do que a concorrência. Suas unidades, em geral, são de pequeno/médio porte (2 mil a 7 mil alunos) e se situam em regiões de grande concentração populacional e vias de acesso de transporte público. Com essa oferta de conveniência, a empresa consegue atingir uma parcela grande de jovens trabalhadores que precisam se desenvolver na carreira. O objetivo da empresa é ser a maior rede de ensino superior do Brasil. 75 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Mapa das Unidades A empresa tem marcas posicionadas para atender cada segmento de ensino profissionalizante com propostas de entrega, produto e preço diferenciados. Para melhor compreensão do modelo temos o seguinte quadro disponível no portal da empresa: Tabela 9.1 – Perfil do Grupo Anhanguera Além dos 52 campi de graduação presencial abaixo mostrados, a empresa tem um campus em Belo Horizonte (MG). Figura 9.1 – Unidades do Grupo Anhanguera Fonte: portal da empresa – www.uninhanguera.edu.br 76 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil HISTÓRIA A empresa foi fundada em 1994 pelos professores Antonio Carbonari Netto e José Luis Poli, na cidade de Leme em São Paulo. Passados quase 10 anos, a instituição, em 2003, tinha quase 9 mil alunos em sete unidades, todas em cidades no estado de São Paulo. Nesse mesmo ano (2003) a instituição recebeu novo sócio, a mantenedora da Universidade Anhembi Morumbi, que aportou recursos financeiros e expertise no setor educacional brasileiro, fatores determinantes para a abertura de três novas unidades. No final do ano de 2005 a rede já possuía 10 unidades. Ainda em 2005, um fundo do Banco Pátria e uma linha de crédito do IFC aportaram recursos para fomentar a expansão orgânica de maneira bem mais acelerada permitindo a abertura de mais uma unidade em 2006, fazendo com que a rede tivesse pouco mais de 23 mil alunos no início desse ano. Ainda em 2006, a empresa adquiriu duas unidades, sendo uma no estado de Goiás e outra em Jacareí, somando mais 6.600 alunos à rede, e planejou o lançamento de seis novas unidades em 2007. No início de 2007 a empresa adquiriu o Centro Universitário Hispano-Brasileiro (Unibero) na cidade de São Paulo, com 2.400 alunos e, em 12 de março do mesmo ano, tornou-se a primeira empresa brasileira de educação a abrir o capital na Bolsa de Valores, captando mais de R$ 800 milhões. Os recursos captados serviriam para financiar, de forma bem mais acelerada, o crescimento da rede no ano seguinte. Ao final de 2008 a Anhanguera já havia adquirido mais de 100 mil alunos, duas redes de ensino a distância e a maior rede de ensino profissionalizante do Brasil, a Microlins, além de abrir dez unidades orgânicas. A empresa encerrou o ano com mais de 200 mil alunos de ensino superior e 500 mil de ensino profissionalizante, tornando-se a maior rede de ensino profissionalizante do Brasil. Fonte: portal da empresa – www.uninhanguera.edu.br/ri ESTRUTURA SOCIETÁRIA Em 31 de março de 2009, um fundo administrado pela empresa Pátria Investimentos S/A, denominado Fundo de Educação para o Brasil (FEBR), detém o controle da companhia, com 48,6% do capital, de forma direta, e 4% em outros veículos. Os administradores, incluindo os acionistas fundadores, têm 4,69% do capital. Os 42,71% restantes estão diluídos entre acionistas minoritários, com ações na bolsa de valores. Fonte: Relatório ITR da CVM com data base de 31/03/2009. 77 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO O conselho é composto por cinco membros, sendo um independente, com a seguintes experiências: NOME FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA Alexandre Saigh Presidente do Conselho. Graduado em Ciências, Administração Financeira e Hoteleira pela Universidade de Boston (EUA), pós-graduado em Economia pela Universidade de Harvard. Vice-presidente do Banco JPMorgan (89-94). Entrou no Banco Patrimônio em 1994 na condição de sócio, responsável pela área de investimentos em participações. Atualmente é sócio-diretor do Pátria. Luis Otávio Magalhães Vice-presidente do Conselho. Graduado em Administração de Empresas (EAESP/FGV) e Direito (USP). Advogado na Pinheiro Neto Advogados (82-89). Em 1988 foi um dos sócios-fundadores do Banco Patrimônio. Atualmente é sócio-diretor do Pátria, responsável pela administração geral e gestão de risco. Olimpio Matarazzo Neto Conselheiro. Administrador de Empresas (USP). Managing Director do Banco Chase Manhattan (2000-2001). Em 1988 foi um dos sócios-fundadores do Banco Patrimônio. Atualmente é sócio-diretor do Pátria, responsável pela área de fundos mutimercados. Octávio Castello Branco Conselheiro. Engenheiro de Produção (USP). Diretor de Infraestrutura do BNDES (2001-2002). Copresidente do Banco JPMorgan no Brasil (1996-2001). Atualmente é sócio-diretor do Pátria, responsável pelas áreas de finanças corporativas, fusões e aquisições. Sérgio Vicente Bicicchi Conselheiro Independente. Administrador de Empresas (FAAP-SP). Diretor Comercial da Gradiente (1986-1989). Diretor Comercial e Operacional da Curt S/A (1989-1991). Atua como consultor em gestão empresarial desde 1991. Tabela 9.2 – Perfil do Conselho de Administração – Anhanguera DIRETORIA EXECUTIVA A diretoria da empresa é composta por três membros (incluindo o diretor-presidente) com as seguintes experiências: NOME CARGO, FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA Antonio Carbonnari Diretor Presidente e cofundador. Formado em Matemática (PUC Campinas-SP). Mestrado em Administração Educacional (WIU – Wisconsin – EUA). Fundou a Anhanguera em 1994. Foi professor, executivo e consultor de grupos educacionais como Unip, Uninove e Anhembi Morumbi. Foi líder de órgãos de classe como Semesp e Abmes. José Luis Poli Diretor Acadêmico e cofundador. Formado em Matemática pela Universidade São Francisco. Mestre em Matemática (USP). 20 anos de experiência na função de professor universitário e executivo no setor de educação. Foi diretor financeiro da Anhanguera. Ricardo Scavazza Diretor Operacional e de Relações com Investidores. Formado em Administração de Empresas (Universidade do Texas e FGV). Diretor financeiro da DASA S/A (2001). Ingressou como sócio no Banco Pátria em 2005. Tabela 9.3 – Perfil da Diretoria Executiva – Anhanguera Fonte: portal da empresa – seção atualizada até 9 de fevereiro de 2009. 78 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil E VOLU ÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS VOLUÇÃO Ao analisarmos a evolução do número médio de alunos matriculados da empresa e o respectivo crescimento ano a ano desde 2003, verificamos que a Anhanguera teve um crescimento médio composto expressivo no período (78%), também causado pela base inicial pequena. Mesmo com a aceleração do crescimento orgânico em virtude da entrada de novos investidores em 2005, o processo de abertura de capital (OPA) foi, sem dúvida, o grande acelerador do crescimento conforme podemos verificar no gráfico abaixo. Desse período (2007) em diante, a empresa passou a crescer três dígitos percentuais por ano. Vejamos a evolução no gráfico: Gráfico 9.1 – Evolução do Crescimento de Matrículas – Anhanguera Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa e Prospecto de abertura de capital. Quando analisamos a evolução das matrículas da empresa em relação à sua participação de mercado (ano a ano) no setor privado do Brasil, verificamos que, mesmo com todo o crescimento da companhia no período de 2003 a 2007 e sendo um dos 3 maiores grupos do ensino superior privado do Brasil, a empresa ainda tinha menos de 2% de participação de mercado em 2007 (último censo divulgado). Esse dado mostra o quanto fragmentado é o setor e como ainda existe muito espaço para consolidação, conforme podemos verificar no gráfico abaixo: Gráfico 9.2 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – Anhanguera Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa, Prospecto de abertura de capital e Censo 2007 do INEP/MEC. 79 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil RESUL TADOS FINANCEIROS RESULT Ao analisarmos os resultados financeiros da empresa, confrontando receitas líquidas e Lajida (Ebitda), temos o seguinte cenário: Gráfico 9.3 – Evolução das Receitas e Margens – Anhanguera Fonte: Relatórios trimestrais de resultado da empresa, prospecto de OPA e consenso de mercado Bloomberg para os dados futuros estimados. Pelo gráfico acima podemos constatar que apesar do crescimento significativo de receita e Lajida (Ebitda) de 2004 a 2010 (estimado), a margem lajida só cresceu até 2007. Isto acontece porque a companhia está num processo de crescimento que envolve aquisições e novas unidadesque não se encontram com as mesmas margens que as unidades anteriores. Isto acarreta piora de margem num primeiro momento – logo após a aquisição – e melhoria ao longo dos anos seguintes em função do trabalho de integração de processos – em unidades adquiridas – e da maturação dos campi – nas unidades novas. De qualquer forma, os dados de crescimento anual médio ponderado de receitas (70%) e Lajida (81%), no período 2004 a 2010, impressionam porque se mantêm em dois dígitos altos, mesmo com números absolutos muito grandes. O mercado espera que a empresa tenha receitas líquidas acima de um bilhão de reais já em 2010, o que vai significar dez vezes mais do que 4 anos antes. EVOLUÇÃO DA AÇÃO A ação da Anhanguera, que abriu o capital a R$ 18,00 em março/07, teve uma valorização grande (110%) nos 10 primeiros meses, chegando a R$ 38,00 em dez/07. Depois disso sofreu uma queda significativa até mar/08, chegando a em torno de R$ 21,50, devido ao início da crise e a partir de agosto/07, voltou a cair acompanhando os mercados brasileiros e mundial, chegando ao ponto mínimo de R$ 9,25 em fev/09. Isto representava uma desvalorização de 49% em relação ao preço da abertura de capital. A partir daí, com a recuperação da Bovespa, a ação voltou a subir, chegando ao patamar de R$ 15,30 em 30/04/09, ainda abaixo do preço de abertura, mas fazendo com que o valor da empresa ficasse próximo aos R$ 2 bilhões, conforme verificamos no gráfico e dados a seguir: 80 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 9.4 – Evolução do Preço da Ação – AEDU11 OPORTUNIDADES E RISCOS DA EMPRESA A empresa tem conseguido entregar o plano de negócios de crescimento e margens, que prometeu na abertura de capital aos investidores. Por esta razão, é uma das ações de educação mais demandadas por investidores estrangeiros. Com seu plano de crescer em unidades pequenas e médias, ofertando ensino profissionalizante para jovens trabalhadores, numa equação de mensalidade e acesso muito competitiva, a empresa mais que dobrou de tamanho desde a abertura de capital. Esse modelo, combinado com diversos formatos de entrega (presencial, EAD etc.), deve permitir uma taxa de crescimento de dois dígitos pelos próximos anos. Dois pontos são relevantes como riscos ao processo de crescimento da empresa. No primeiro, como o plano de crescimento é baseado em aquisições de faculdades isoladas, que não têm autonomia para lançar cursos ou unidades orgânicas que também demandam pré-autorização do MEC, uma eventual demora do Ministério por trâmites burocráticos ou excesso de pedidos de outras instituições pode atrasar tal plano. Um segundo risco relevante é a piora do cenário competitivo nas cidades onde a empresa está crescendo. Até o presente momento, os consolidadores não tiveram grandes interseções geográficas de atuação. Com o aumento da capilaridade do ensino a distância, o crescimento de todos os consolidadores para novas regiões e o reposicionamento de instituições que já atuam numa determinada área, pode ser que uma eventual guerra de preços pressione as margens para baixo. 81 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Estácio A EMPRESA A companhia é a maior empresa do setor de ensino superior no Brasil em número de alunos (mais de 200 mil) e receitas líquidas (próximas a R$ 1 bilhão), com 4% de participação de mercado. A estrutura é composta de 78 campi em 16 estados, sendo duas universidades, dois centros universitários e 27 faculdades. A empresa tem ainda uma operação no Paraguai com dois mil alunos. A empresa oferece 90 cursos de graduação nas áreas de Ciências Exatas, Humanas e Biológicas, sendo 45 de graduação tradicional e 45 de graduação tecnológica, segmento onde lidera isoladamente o número de alunos no Brasil, com 10% de participação de mercado, em que o 2º colocado tem 5%. Além da graduação, oferece ainda 140 cursos de pós-graduação lato sensu, cinco cursos de mestrado e um de doutorado em Direito. A Estácio tem o objetivo de se tornar líder de mercado em todas as cidades onde atua e manter a posição de maior empresa de ensino superior no Brasil. O perfil de seus alunos é bastante diversificado. A grande maioria são jovens trabalhadores de média e média-baixa renda. MAPA DAS UNIDADES Figura 9.2 – Unidades do Grupo Estácio Fonte: portal da empresa – www.estacioparticipacoes.com 82 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil HISTÓRIA A história da empresa começa há 39 anos (1970), com a criação da Faculdade de Direito Estácio de Sá, em homenagem ao fundador da cidade do Rio de Janeiro. A empresa foi fundada como sociedade sem fins lucrativos, pelo magistrado João Uchôa Cavalcanti Netto, sendo hoje o principal acionista do grupo. Em 1972, a empresa se transformou em Faculdades Integradas Estácio de Sá, com a incorporação de novos cursos superiores e, em 1988, conquistou o status de Universidade. Em 1992, a empresa iniciou sua expansão pelo município do Rio de Janeiro, com a abertura de um campus no bairro da Barra da Tijuca e, já em 1996, ultrapassou os limites municipais com a criação das unidades nas cidades de Resende, Niterói e Nova Friburgo, no Estado do Rio de Janeiro. No ano de 1997, a empresa foi pioneira na criação do Instituto Politécnico Universitário – o primeiro centro superior de formação para o trabalho do País. O Instituto foi responsável pela oferta de cursos com foco no ensino de competências e habilidades práticas voltadas para nichos específicos do mercado de trabalho, conhecidos como cursos de graduação tecnológica. A partir de 1998, a empresa começou sua expansão nacional com a criação dos novos campi/ unidades nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pernambuco, Pará e Ceará. Em 2005 iniciou o processo de transformação das suas subsidiárias para sociedades com fins lucrativos, processo finalizado ao longo de 2007. Em 2006 integra duas importantes instituições internacionais em seus programas acadêmicos. Foram estabelecidas parcerias com a École Hotelière de Lausanne, na Suíça, com concessão de dupla titulação (grau válido nos dois países) em Hotelaria para os seus alunos, e com a Alain Ducasse Formation, na área de Gastronomia. Em 27 de julho de 2007 a empresa anunciou o início da Oferta Pública de Distribuição Primária e Secundária de Certificados de Depósitos de Ações (Units) de sua emissão (OPA). As Units ofertadas foram negociadas ao preço de R$ 22,50 (vinte e dois reais e cinquenta centavos) por ação. O valor de venda da oferta primária de ações foi de R$ 268,2 milhões e a oferta secundária foi de R$ 178,8 milhões. Em 20 de agosto de 2007, a Estácio anunciou a aquisição da Irep, Sociedade de Ensino Superior, Médio e Fundamental Ltda., e da Faculdade Radial de Curitiba Sociedade Ltda., mantenedoras do Centro Universitário Radial, uma instituição de ensino com mais de 40 anos de tradição e qualidade, contando com 6 campi na cidade de São Paulo, 1 campus na região do ABC Paulista e 1 campus em Curitiba, com um total de 10.800 (dez mil e oitocentos) alunos. Em maio de 2008, a empresa de participações GP Investimentos adquire um lote relevante de suas ações e torna-se a 2ª maior acionista, logo após o fundador. Fonte: portal da empresa – www.estacioparticipacoes.com 83 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 9.5 – Fatos Relevantes e Evolução do Número de Alunos – Estácio Fonte: Relatórios da empresa. ESTRUTURA SOCIETÁRIA O fundador da empresa detém o controle da mesma por meio de uma subsidiária (Uchoa Cavalcanti Participações S.A.) com 55% do capital total, seguido pela GP Investimentos com 20%, por meio de uma subsidiária (Moena Participações S.A.), e os restantes 25% do capital estão diluídos entre acionistas minoritários, com ações na bolsa de valores. Com a entrada da GP Investimentos, em maio de 2008 e a assinatura de um acordo de acionistas com o fundador, os membros da família se afastaram da gestão da empresa, passando a GP a desempenhar esse papel. A empresa só tem ações ordinárias e é a única das listadas aderente ao Novo Mercado da Bovespa, o que garante maior transparência e direitos de governança corporativa aos acionistas da empresa. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO O conselho é composto por oito membros, sendo dois independentes, com as seguintes experiências: 84 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil NOME FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA Alcyr Simões Presidente do Conselho. Advogado (UERJ) e consultor jurídico da Estácio desde 1996. Foi consultor jurídico e advogado da Nuclebrás de 1975 a 1996. João Athayde Vice-presidente do Conselho. Engenheiro Econômico (UFRJ). Trabalhou no Ministério do Planejamento, ex-professor da UFRJ e da PUC e ex-vice-presidente da ANBID e ABRASCA. Marcel Cavalcanti Conselheiro. Tem 25 anos de experiência na empresa. De 1996 a 2007 foi responsável pelo programa de expansão da empresa, levando o número de alunos de 17 mil para mais de 190 mil. Antonio Bonchristiano Conselheiro. Bacharel em Política, Filosofia e Economia pela Universidade de Oxford. É sócio da GP Investimentos e co-CEO onde está desde 1993. Foi diretor financeiro da SuperMar Supermercados e CEO do Submarino. Foi sócio da Johnston Associates, em Londres e trabalhou no Salomon Brothers, em Londres e NY. É membro dos conselhos da BR Properties, San Antonio, Leitbom, Allis, ALL e Invest Tur. Foi membro do conselho do Submarino, Sé Supermercados, ABC Supermercados, Gafisa, Hopi Hari, Equatorial Energia e Playcenter. Eduardo Samara Conselheiro. Economias (USP). Está na GP Investimentos desde 2008. Trabalho no Banco de Investimentos JPMorgan em São Paulo e Nova York. Fersen Lambranho Conselheiro. Engenheiro Civil (UFRJ), mestre em administração de empresas (Coppead/UFRJ). OPM pela Harvard Business School. É coCEO da GP Investimentos desde 1998. É membro do Conselho da Magnesita, BR Properties, BRMalls, San Antonio, Allis e Invest Tur. Foi membro do Conselho da Telemar, Gafisa, São Carlos, ABC Supermercados, Playcenter, Shoptime e Americanas.com. Foi CEO das Lojas Americanas onde trabalhou por 12 anos e foi membro do conselho de 1998 a 2003. Maurício Luchetti Conselheiro Independente. Administrador de Empresas (PUC-RJ). Pósgraduado em Finaças e RH pelo IAG PUC-RJ. Trabalhou na Brahma/ Ambev de 1985 a 2003, em diversas funções executivas. De 2003 a 2006 foi diretor de RH no grupo Votorantim e, posteriormente, CEO da Votorantim Cimentos. Atualmente é sócio da Galícia Investimentos e conselheiro da Tenda e Nutriplant. Victorio Cabral Conselheiro Independente. Advogado e administrador, tem vasta experiência executiva em diversas empresas, como Petrominas, Veplan e Villares. Foi membro do conselho da Villares, Atlas, Brasilpar, CEG e CERJ. Fundador e presidente da Abrasca. Foi presidente da CVM e membro do Conselho Monetário Nacional. Trabalhou na Plamig, em projetos de reestruturação do Jornal do Brasil, Gradiente e grupo Sidenor de Bilbao (Espanha). Tabela 9.4 – Perfil do Conselho de Administração – Estácio Fonte: portal da empresa – www.estacioparticipacoes.com DIRETORIA EXECUTIVA A diretoria da empresa é composta por oito membros (incluindo o diretor-presidente), com as seguintes experiências: 85 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil NOME CARGO, FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA Eduardo Alcalay Diretor-presidente. Estudou Direito na USP e Administração de Empresas na FGV. É membro do conselho da CEMAR e da Equatorial Energia. É sócio da GP Investimentos desde 2005. Foi sócio e cofundador da Singular Partners. Trabalhou na UOL e Grupo Folha na função de consultor financeiro. Foi vice-presidente do conselho da UOL. Foi diretor financeiro na área de fusões e aquisições da Donaldson, Lufkin & Jenrette, de 1998 a 2000, e líder da mesma área no Banco de Investimentos Garantia, entre 1992 e 1998. Lorival Nogueira Luz Diretor Financeiro e de Relações com Investidores. Administrador de empresas com 17 anos de experiência no mercado financeiro. Foi Diretor Executivo do Banco Citicard e da Credicard. Foi Corporate Bank Chief of Staff, Gerente de Relacionamento Sênior, Gerente Sênior de Tesouraria e Analista de Controladoria Financeira no CITIBANK no Brasil. Jessé Cordeiro Diretor de Operações. Pedagogo. Foi Pró-reitor da Estácio no Ceará, diretor de Educação da Fundação CSN, Diretor da Escola Técnica, membro do Conselho Deliberativo da CBS Previdência, Diretor Acadêmico e Diretor Geral da Fundação Oswaldo Aranha – FOA. Rubens Vasconcelos Diretor de Ensino. Engenheiro Civil (PUC-RJ), Mestre em Business Studies pela London Business School. Membro do Conselho da Cultura Inglesa. Foi Diretor de Operações da Máxima Corretora de Valores e executivo da Cougar, Paraibuna de Metais, Lumiére, Jornal do Brasil, Grupo Fiat, Mendes Junior e Caulim do Pará. Antonio Higino ViegasDiretor de Mercado. Graduado em Marketing (ESPM) e bacharel em Direito (ITE), tem pós-graduação em Marketing (ESPM), MBA Executivo (USP) e mestrando em Administração (PUC). Foi Diretor de Marketing e Vendas da Anhanguera Educacional, Diretor de Marketing e Relacionamento da AT (Grupo Telefônica), Gerente Nacional de Vendas da Sky e Gerente de Regional de Operações e Vendas da Brahma. Professor de Planejamento de Marketing e Branding. Miguel de Paula Diretor de Gente e Gestão. Administrador de Empresa (Ulbra/RS). Pós-graduado em Recursos Humanos (PUC/RS) e Gestão Empresarial (FGV/RJ), MBA em Gestão do Varejo (USP), STC Executivo (Kellogg University) e Strategic Human Resources Planning (Michigan University). Foi Diretor de Gente e Gestão da Farmasa (GP investimentos), Diretor de Recursos Humanos do Grupo Votorantim e Gerente Geral de Recursos Humanos do Grupo Gerdau. Rogério Melzi Diretor de Planejamento Econômico e Operacional. Engenheiro Mecânico (Mackenzie) e MBA pela Stanford University. Foi Diretor de Planejamento Financeiro da Suzano Holding, Suplly Chain Planning & Performance na Inbev/Labatt e Gerente Corporativo de Orçamento na Ambev. Também foi consultor na Booz-Allen. João Luis Barroso Diretor de Relações Institucionais. Graduado em Economia pela Universidade Gama Filho, Mestrado e Doutorado pela Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (EPGE-FGV). Secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, Superintendente do Tesouro da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Presidente da CBS Previdência, Diretor Executivo do Centro Corporativo da CSN, Diretor Geral de Relações Institucionais da Vivo e Chefe de Gabinete da Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro. Tabela 9.5 – Perfil da Diretoria Executiva - Estácio Fonte: portal da empresa – www.estacioparticipacoes.com 86 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS Ao analisarmos a evolução do número de matriculados da empresa e o respectivo crescimento ano a ano verificamos que a empresa teve um crescimento médio composto expressivo no período de 1997 a 2002 (40%), que se estabilizou no período seguinte, 2002-2008, a uma taxa bem menor (7%). A empresa parte de uma base de 26 mil alunos, em 1997 para 207 mil, em 2008. Por ter atingido o tamanho que tem hoje e ter se tornado a maior empresa do setor de ensino superior no Brasil, a companhia passou a ter mais dificuldades em crescer a taxas tão significativas. A partir de 2007, com o evento da OPA (Oferta Pública de Ações ou Abertura de Capital), a empresa já mostra nova tendência de crescimento. O gráfico abaixo demonstra essa evolução: Gráfico 9.6 – Evolução do Número de Alunos – Estácio Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa e Prospecto de abertura de capital. Quando analisamos a evolução das matrículas da empresa em relação à sua participação de mercado somente no ensino privado (ano a ano) no Brasil, verificamos que ela cresceu acima do mercado no período de 1997-2002 e um pouco abaixo de 2002 a 2007 (último censo divulgado). A Estácio partiu de uma participação de mercado de 2,2%, em 1997, e chegou a ter 5,8% do total de matriculados em 2002, quando teve uma pequena queda que se estabilizou na casa de 5%, conforme podemos verificar no gráfico abaixo: Gráfico 9.7 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – Estácio 87 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil RESUL TADOS FINANCEIROS RESULT Ao analisarmos os resultados financeiros da empresa confrontando receitas líquidas e Lajida (Ebitda), temos o seguinte cenário: Gráfico 9.8 – Evolução das Receitas e Margens – Estácio Fica claro no gráfico acima que o foco da empresa, desde a abertura de capital (OPA ou IPO), tem sido na reestruturação acadêmica e administrativa, uma vez que a empresa não fez aquisições relevantes e, consequentemente, as receitas tiveram um crescimento anual médio composto (CAGR) de 8% no período de 2005 a 2010(E). O ano de 2004 não foi considerado no cálculo da média ponderada pelo fato do Ebitda ter sido negativo em 15 milhões de reais. Em compensação, e decorrente do processo de mudanças internas, a margem Lajida no mesmo período saiu de 7,2%, em 2005, para 15,3%, esperada para 2010, com um crescimento médio anual ponderado de 26% (CAGR). EVOLUÇÃO DA AÇÃO A ação da Estácio, que abriu o capital a R$ 22,50, sofreu uma queda significativa até março/08 chegando a em torno de R$ 9,70, o que representava uma desvalorização de 57%. A partir de maio/08, com a entrada da GP Investimentos na condição de sócio relevante, a ação voltou a subir chegando a R$ 26,00. A partir de julho/08, com o início da crise financeira, a ação voltou a cair chegando ao ponto mínimo de R$ 10,00 em fev/09. A partir de mar/09, com a recuperação da Bovespa, a ação voltou a subir, estabilizando e chegando a R$ 14,75 em 30/04/09, conforme verificamos no gráfico a seguir, fazendo com que o valor da empresa ficasse em pouco mais de 1 bilhão de reais: 88 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 9.9 – Evolução do Preço da Ação – ESTC3 OPORTUNIDADES E RISCOS DA EMPRESA Apesar de ser a maior empresa no segmento de ensino superior no Brasil, a Estácio ainda tem muitas oportunidades de crescimento depois da fase de reestruturação. Excluindo as cidades do Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza, onde a empresa já tem uma participação relevante de mercado, nas demais cidades as operações da Estácio são pequenas em relação ao mercado total. Esta é a razão pela qual a empresa tem uma série de pedidos de novos cursos nessas unidades em fase de aprovação pelo MEC, o que deve gerar crescimento de novas receitas nessas unidades. Além disso, a empresa tem uma operação irrelevante de ensino a distância (EAD), oferecendo apenas cursos de pós-graduação lato sensu. A empresa tem planos de ser um competidor relevante nesse segmento, seja por meio de uma aquisição seja por lançamento de operação própria. Dentre os riscos da empresa encontram-se a contingência tributária passada em função do período como entidade filantrópica e cuja autuação fiscal ocorreu em dezembro/08. A empresa alega que o risco de perda é remoto, conforme parecer de escritórios de advocacia especializados no assunto. O próprio EAD pode ser um risco caso a empresa não planeje adequadamente a sua entrada no segmento, uma vez que pode canibalizar seus próprios cursos presenciais se a oferta for feita em suas unidades por um preço muito abaixo do curso presencial equivalente. Outros competidores de EAD também são um risco para a empresa, uma vez que podem provocar uma guerra de preços, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, onde a sua participação de mercado é por volta de 30%. A empresa não enfrenta nenhuma ameaça atualmente na cidade em virtude da situação financeira delicada dos grandes concorrentes. 89 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Kroton A EMPRESA A Kroton atua em dois subsegmentos do setor de educação. No primeiro deles, que é Sistema de Ensino, a empresa vende material didático e apoio pedagógico para mais de 650 escolas do ensino fundamental no Brasil e seis no Japão, com 220 mil alunos. Estão entre os 5 maiores competidores desse segmento, com receitas líquidas anuais próximas de R$ 100 milhões. Atuam no segmento de escolas privadas com a marca Pitágoras e no segmento de escolas públicas com a marca Projecta. No segundo segmento, que é Ensino Superior, a empresa utilizou a sua experiência e tem um modelo padronizado (escalável) de ensino com qualidade, operando faculdades com os cursos mais demandados pelo mercado. Opera com as marcas Pitágoras (bacharelados para jovens das classes B1/C) e Ined (tecnólogos para jovens trabalhadores das classes C/D) e tem receitas líquidas de R$ 190 milhões. Baseada na experiência adquirida com a gestão da rede de escolas geograficamente dispersas, a empresa desenvolveu o modelo de monitoramento de processos e treinamento de professores e gestores para implementar o sistema no ensino superior. O objetivo da empresa é ser líder e consolidador, em cidades pequenas e médias do Brasil, oferecendo um ensino de qualidade com as marcas Pitágoras e Ined nos cursos mais demandados pelo mercado. MAP A DAS UNIDADES MAPA Figura 9.3 – Unidades do Grupo Kroton Fonte: portal da empresa – www.kroton.com.br 90 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil HISTÓRIA A empresa foi fundada por cinco jovens empreendedores, em 1966, como curso preparatório para o vestibular, na cidade de Belo Horizonte (MG), com foco na qualidade de ensino para jovens interessados em ingressar nas melhores faculdades públicas e particulares. Em 1971, a empresa começou as operações no ensino básico a partir da criação do Colégio Pitágoras. A partir da década de 1980 expandiu sua atuação gerenciando escolas para grandes empresas, oferecendo ensino a familiares de executivos de grandes empresas em regiões distantes e diversos países: Mauritânia, Iraque, Congo Francês, Equador, Peru e Angola. A empresa chegou a operar, nessa época, mais de 18 escolas com 25 mil alunos. Em 1997, iniciou a comercialização de sua tecnologia educacional para escolas associadas, por meio de um pacote de produtos e serviços que abrangia treinamento de professores e gestores, consultoria na implantação de processos de gestão, apoio nas ações de marketing e captação de alunos, conjunto de livros didáticos e processo de avaliação permanente do desempenho da aprendizagem dos alunos. Em 2001, a empresa norte-americana Apollo International adquiriu uma participação societária na Kroton, aportando investimento de recursos e experiência em gestão educacional no Ensino Superior. Com isso, a empresa fundou a primeira Faculdade Pitágoras em Belo Horizonte, oferecendo curso de graduação em Administração. Ao final desse ano a Kroton já tinha 332 alunos no ensino superior e um pouco mais de 98 mil alunos na rede de ensino básico. A metodologia desenvolvida no ensino superior foi concebida e orientada pelo prof. Claudio de Moura Castro, doutor em Economia pela Universidade de Vanderbilt. A empresa também formou um conselho consultivo de notáveis, presidido por ele e composto por Edmar Bacha, Hélio Barros, Ivan Moura Campos, João Batista Araújo Oliveira, Joaquim Falcão, Joel Rennó, Paulo Fleury, Paulo Lemos, Rinaldo Campos Soares e Roberto Macedo. O objetivo do conselho é manter os currículos alinhados com as melhores práticas acadêmicas e de mercado. Em 2005 a Apollo International, por uma decisão estratégica interna, decidiu interromper todas as suas operações fora dos Estados Unidos e se retirou da sociedade. Os acionistas da empresa naquele momento recompraram a participação na empresa. No mesmo ano a empresa criou o INED, ofertando cursos de graduação tecnológica, com duração de até 2 anos e meio, para adultos trabalhadores das classes C e D, inovando na forma de pagamento da faculdade. Em julho de 2007 a empresa abriu o capital na bolsa de valores com um pouco mais de 10 mil alunos no ensino superior, iniciando seu processo de expansão de maneira acelerada, para se tornar um dos dez maiores grupos de ensino superior do Brasil em 2009, com mais de 43 mil alunos. Fonte: Relatórios da empresa. 91 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil ESTRUTURA SOCIETÁRIA Os fundadores da empresa detêm o controle por meio de uma subsidiária (Pitágoras Administração e Participações Ltda.) com 55% do capital total, seguidos pelos executivos com 6% do capital e por ações em tesouraria adquiridas pelo programa de recompra com 3% do capital e, os restantes 36% estão diluídos entre acionistas minoritários com ações na bolsa de valores. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO O conselho é composto por cinco membros, sendo um independente, com as seguintes experiências: NOME FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA Júlio Cabizuca Presidente do Conselho. Engenheiro Mecânico e Eletricista (UFMG). É um dos sócios-fundadores. Foi professor de Matemática e diretor de algumas das unidades em Belo Horizonte e do Colégio Pitágoras no Iraque. Foi também superintendente de operações, vice-presidente e presidente da companhia. Evandro Neiva Conselheiro. Engenheiro Elétricista (UFMG), Mestre em Education Leadership e School Supervision pela Universidade da Califórnia (EUA) em São Francisco. Foi professor de Física da UFMG e presidente do Conselho de Educação da FIEMG. É um dos sócios-fundadores e foi presidente do grupo de 1994 a 1999. Atualmente é presidente da Fundação Pitágoras. Leonardo Mares Guia Conselheiro. Administrador de Empresas (Instituto Izabela Hendrix), cursou o International Baccalaureate pelo St Clares College em Oxford (Inglaterra). Ingressou na Companhia em 2007 na qualidade de membro do Conselho. Walfrido Mares Guia Conselheiro. É um dos sócios-fundadores. Foi Secretário de Planejamento de Belo Horizonte (1983-1985), Secretário de Reforma Administrativa do Estado de MG (1985-1986), Secretário de Ciência e Tecnologia de MG (1986-1987), Secretário de Educação (1991-1994), Vice-governador e Secretário de Planejamento de MG (1994-1998). Em 1998 foi eleito Deputado Federal e, em 2003, foi nomeado Ministro do Turismo do Governo Federal. Luis Aníbal Fernandes Conselheiro. Engenheiro. Ingressou na Companhia em 2009 na qualidade de membro do Conselho de Administração. Tabela 9.6 – Perfil do Conselho de Administração – Kroton 92 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil DIRETORIA EXECUTIVA A diretoria estatutária da empresa é composta por dois membros (incluindo o diretor-presidente) com as seguintes experiências: NOME CARGO, FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA Walter Braga Diretor-presitente. Formado em Matemática e pós-graduado em Marketing (Newton Paiva). Cursou também especialização em Sistema de Qualidade pela Penn State University (Pensilvânia – EUA). Ingressou na Companhia em 1980 na função de professor de Matemática e foi diretor de diversos colégios pelo Brasil, além de superintendente de operações escolares. Antes de se juntar ao grupo, foi professor de Matemática e consultor de projetos educacionais no Brasil e no exterior. Alícia Gross Pinheiro Diretora Financeira e de Relações com Investidores. Formada em Administração de Empresas e Ciências Contábeis (PUC-MG), pósgraduada em Administração Financeira pela Fundação Dom Cabral (FDC). Ingressou na Companhia em 1988, na condição de gerentefinanceira, e é Diretora Financeira desde 1997. Antes de se juntar ao grupo, foi auditora da Arthur Andersen Consulting. Tabela 9.7 – Perfil da Diretoria Executiva – Kroton Fonte: portal da empresa – www.kroton.com.br EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS Ao analisarmos a evolução do número de matriculados e o respectivo crescimento ano a ano desde 2004, verificamos que a empresa teve um crescimento médio composto expressivo no período (94%), também causado pela base inicial pequena da empresa, uma vez que as operações de Ensino Superior começaram no ano de 2001. O processo de abertura de capital (OPA) foi, sem dúvida, o grande acelerador do crescimento conforme podemos verificar no gráfico abaixo, quando a empresa passou a crescer três dígitos percentuais por ano. Vejamos a evolução no gráfico: Gráfico 9.10 – Evolução do Número de Alunos – Kroton 93 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Quando analisamos a evolução das matrículas da empresa em relação à sua participação de mercado (ano a ano) no Brasil, verificamos que, mesmo com todo o crescimento da companhia no período de 2004 a 2007 e sendo um dos 10 maiores grupos do ensino superior privado do Brasil, a empresa ainda tinha menos de 1% de participação de mercado em 2007 (último censo divulgado). Esse dado mostra o quão fragmentado é o setor e como ainda existe muito espaço para consolidação, conforme podemos verificar no gráfico abaixo: Gráfico 9.11 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – Kroton RESUL TADOS FINANCEIROS RESULT Ao analisarmos os resultados financeiros da empresa confrontando receitas líquidas e Lajida (Ebitda), temos o seguinte cenário: Gráfico 9.12 – Evolução das Receitas e Margens – Kroton 94 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Pelo gráfico acima podemos constatar que, apesar do crescimento significativo de receita e Lajida (Ebitda) de 2004 a 2010 (estimado), a margem Lajida só cresceu até 2007. Isto acontece porque a companhia estando num processo de crescimento que envolve aquisições e novas unidades, estas não se encontram com as mesmas margens que as unidades anteriores. Isto acarreta numa piora de margem num primeiro momento – logo após a aquisição – e melhoria ao longo dos anos seguintes, em função do trabalho de integração de processos – em unidades adquiridas – e da maturação dos campi – nas unidades novas. EVOLUÇÃO DA AÇÃO A ação da Kroton, que abriu o capital a R$ 39,00, sofreu uma queda significativa até mar/08 chegando a em torno de R$ 9,50, devido à empresa não ter entregado os resultados prometidos na OPA. A partir de abril/08 a ação voltou a subir, chegando a R$ 14 em junho/08. A partir de julho/08, com o início da crise financeira, a ação voltou a cair, chegando ao ponto mínimo de R$ 5,50, no início de mar/09. A partir daí, com a recuperação da Bovespa, a ação voltou a subir, chegando ao patamar de R$ 13,30, em 30/04/09, conforme verificamos no gráfico abaixo: Gráfico 9.13 – Evolução do Preço da Ação – KROT11 95 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil OPORTUNIDADES E RISCOS DA EMPRESA A empresa tem conseguido bons resultados na sua estratégia de crescer em cidades pequenas e médias, conforme verificamos quando analisamos o crescimento orgânico das unidades já instaladas. Nesse caminho, a empresa deve ter bastante sucesso em virtude de de enfrentar uma concorrência de pequenas escolas locais, que não têm o ganho de escala da companhia. Com presença ainda tímida nas regiões Norte, Nordeste e Sul e em várias cidades da região Sudeste, a empresa ainda tem muita oportunidade de crescimento. Com o lançamento recente de sua estratégia de ensino a distância, a companhia não tem alunos nesse segmento o que também se apresenta como grande oportunidade de crescimento. Como o modelo da Kroton é abrir novas unidades ou comprar pequenas instituições, e pedir ao Ministério da Educação autorização para lançamento de novos cursos – nas unidades novas e nas adquiridas –, a companhia corre o risco de ter seu crescimento comprometido devido à demora na liberação dos processos no MEC. SEB A EMPRESA A SEB atua em cinco subsegmentos do setor de educação que são: (a) Graduação presencial, com 9,3 mil alunos; (b) Graduação a distância, com mais de 23,5 mil alunos; (c) Cursos de pósgraduação lato sensu e cursos para concursos, com 6 mil alunos; (d) Educação básica por meio de escolas próprias de ensino fundamental e médio, com 26 mil alunos; (e) Sistema de ensino (material didático e apoio pedagógico) para escolas do ensino fundamental da rede privada, com 208 mil alunos, e rede pública, com 126 mil alunos. Com 46 anos de atuação no mercado e o reconhecimento de qualidade no ensino básico por meio de sua marca original COC, a SEB busca crescimento em novos mercados, além de se expandir naqueles onde já atua. No sistema de ensino básico privado, a empresa atua com as marcas COC e Dom Bosco, dependendo do objetivo, tamanho, público-alvo e mensalidade da escola parceira. No segmento de escolas públicas, atua com a marca NAME – Núcleo de Apoio à Municipalização do Ensino –, fazendo convênios com prefeituras para levar a metodologia pedagógica às escolas das redes municipais. Para a gestão de escolas próprias nas principais capitais, a empresa utiliza a marca COC, que tem reconhecimento de qualidade em educação básica. Para o ensino superior, seja presencial ou a distância, a empresa também utiliza a marca COC como forma de se beneficiar dos atributos qualitativos da marca no ensino básico e transferi-los para o ensino superior. No segmento de concursos públicos e jurídicos a empresa atua com a marca Praetorium, que é o nome da companhia adquirida nesse segmento. A empresa almeja ser a maior rede de sistemas de ensino para os segmentos público e privado, e a maior também em ensino a distância. Seu plano é aproveitar a estrutura de rede existente no Brasil com as escolas para implantar os polos de EAD necessários ao 96 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil crescimento deste subsegmento. A empresa acredita que o fato de competir nos cinco subsegmentos é uma vantagem competitiva em longo prazo em virtude de exploração de sinergias na rede. Mapa das Unidades Pelo fato de a empresa ter atuação direta por meio de escolas e faculdades próprias e indireta por meio de escolas parceiras em sistema de ensino, para entendermos a sua capilaridade precisamos olhar os mapas separadamente, conforme disponível no portal da empresa: Figura 9.4 – Unidades do Grupo SEB Fonte: portal da empresa – www.sebsa.com.br HISTÓRIA A empresa foi fundada em 1963 como curso preparatório para o vestibular, na cidade de Ribeirão Preto (SP), com o nome de Curso Osvaldo Cruz. Dez anos depois, em 1973, passou a oferecer também cursos para o Ensino Médio. Em 1986 o atual controlador adquiriu as escolas e a gráfica que imprimia o material didático. A partir de 1987 a empresa começou a comercializar o material didático para cidades mais distantes como sistema de ensino e a marca COC, que já era forte na região de Ribeirão, se consolidou em outras cidades no segmento de educação básica. Em 1991 a empresa entrou no segmento de educação infantil e, em 1994, lançou o projeto Educação 2000, que visava desenvolver uma plataforma tecnológica para uso em sala de aula como forma de ensino inovadora. Essa plataforma, a partir do uso intensivo de laboratórios, conteúdo digital e lousas eletrônicas, tornou-se marca reconhecida de qualidade da empresa no ensino fundamental. 97 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Em 1999 o grupo entrou no ensino superior criando a Unicoc em Ribeirão Preto. A Unicoc se tornou rapidamente referência de qualidade na região, obtendo excelentes resultados tanto no Provão como na OAB. Em 2005 adquiriram uma escola em Salvador, que marcou o início da expansão da empresa fora do estado de São Paulo. Nesse mesmo ano criaram o Centro de Serviços Compartilhados em Ribeirão, que passou a concentrar as áreas passíveis de ganho de escala, como TI, RH, contabilidade e controladoria. Em 2006 a empresa criou a TeleSala, que seria o embrião da área de ensino a distância do grupo, e adquiriu escolas de ensino básico em Vitória e Vila Velha dando continuidade ao plano de expansão. No início de 2007, a empresa fez uma organização societária, criando a holding SEB Participações S/A, onde foram concentradas as participações acionárias dos controladores para viabilizar a abertura de capital que aconteceria em outubro do mesmo ano. Segue gráfico da a evolução histórica do grupo: Figura 9.5 – Evolução Histórica do Grupo SEB Fonte: portal da empresa – www.sebsa.com.br ESTRUTURA SOCIETÁRIA Os controladores da empresa, por meio de uma pequena participação direta e a holding TCA Participações Ltda., detêm 69,30% do capital da empresa. Os restantes 30,70% estão diluídos entre tesouraria, administradores e acionistas minoritários, com ações na bolsa de valores. Fonte: portal da empresa: www.sebsa.com.br CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO O conselho é composto por seis membros, sendo dois independentes, com as seguintes experiências: 98 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil NOME FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA Chaim Zaher Presidente do Conselho. Direito (ITE). Atua no setor educacional desde 1970 na condição de empreendedor, criando escolas nas cidades de Araçatuba, São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos e Ribeirão Preto. Na década de 1980 adquiriu o controle do sistema COC, iniciando o processo de expansão nacional da empresa. Adriana Cefali Zaher Vice-presidente do Conselho. Pedagoga, com especialização em Administração e Gestão Escolar. Atua no setor educacional há mais de 30 anos, sendo responsável pela expansão do sistema COC. Thalita Cefali Zaher Conselheira. Direito (Unicoc), com especialização em governança corporativa e sucessão familiar pelo IBGC e FGV. Desde 2005 é diretora administrativa da filial São Paulo do sistema COC. Maurílio Biaggi Filho Conselheiro. Administrador de Empresas (Unaerp). Foi presidente da Usina Santa Elisa, Zanini Equipamentos e Bebidas Ipiranga. É membro de diversos conselhos de administração, Presidente do Conselho da Usina Moema e CEO do Grupo Maubisa. Luiz Roberto Curi Conselheiro Independente. Sociólogo (Unicamp), com Mestrado e Doutorado. Ex-membro do CNPQ e Secretário de Cultura, Esportes e Turismo de Campinas. Diretor de Políticas do Ensino Superior no MEC. Atualmente é Reitor no Centro Universitário Euro-Americano (Unieuro), em Brasília-DF. Nelson Rocha Augusto Conselheiro Independente. Economista (Unicamp), pós-graduado em Macroeconomia pela PUC-SP. Tem grande experiência no mercado financeiro, tendo atuado em diversas funções no Banco do Brasil, em Londres e Nova York. Foi Secretário de Gestão Ambiental de Ribeirão Preto (2001-2002). Atualmente é Presidente do Banco Ribeirão Preto S.A. Tabela 9.8 – Perfil do Conselho de Administração – SEB DIRETORIA EXECUTIV A EXECUTIVA A diretoria da empresa é composta por três membros (incluindo o diretor-presidente) com as seguintes experiências: NOME CARGO, FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA Chaim Zaher Diretor-presidente. Já qualificado no quadro do conselho de administração. Nilson Curti Diretor-superintendente. Direito (ITE). Tem 30 anos de experiência no mercado educacional. Foi Diretor Executivo de escolas e faculdades nas cidades de Jales e Araçatuba, estado de São Paulo, no período de 1977 a 1985. Desde 1986 é Diretor-superintendente do Sistema COC. Marco Rossi Diretor Financeiro e de Relações com Investidores. Economista (USP) com MBA pela Universidade de Chicago. UBS Capital Américas (19982003). Sócio e Diretor Financeiro da Handle (2003-2006). Está na empresa desde abril de 2007. Tabela 9.9 – Perfil da Diretoria Executiva – SEB Fonte: portal da empresa – seção atualizada até 29 de abril de 2009. 99 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS Ao analisarmos a evolução do número médio de alunos matriculados da empresa e o respectivo crescimento ano a ano desde 2004, verificamos que a empresa teve um crescimento médio anual composto de 44% no período. A empresa já vinha crescendo a uma taxa de 20% ao ano em número de matrículas, mas podemos verificar que a abertura de capital (OPA), em 2007, foi o grande alavancador do crescimento, conforme podemos verificar no gráfico abaixo. Os dados consideram somente os alunos de unidades próprias da empresa, sejam de educação básica ou superior. Não consideram os alunos de parcerias do sistema de ensino. Vejamos a evolução no gráfico: Gráfico 9.14 – Evolução do Número de Alunos – SEB Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa e Prospecto de abertura de capital. Quando analisamos a evolução das matrículas da empresa somente no segmento de ensino superior em relação à sua participação de mercado (ano a ano) no setor privado do Brasil, verificamos que sua participação de mercado ainda é muito pequena. A empresa acredita que o crescimento das matrículas de graduação a distância pode acelerar essa taxa de 2008 em diante. Vejamos os dados no gráfico abaixo: Gráfico 9.15 – Evolução das Matrículas e Participação no Mercado – SEB Fonte: Relatório trimestral de resultado da empresa, Prospecto de abertura de capital e Censo 2007 do INEP/MEC. 100 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil RESUL TADOS FINANCEIROS RESULT Ao analisarmos os resultados financeiros da empresa, confrontando receitas líquidas e Lajida (Ebitda), temos o seguinte cenário: Gráfico 9.16 – Evolução das Receitas e Margens – SEB Fonte: Relatórios trimestrais de resultado da empresa, prospecto de OPA e consenso de mercado Bloomberg para os dados futuros estimados. Pelo gráfico acima podemos constatar que, apesar do crescimento significativo de receita a partir de 2008, a margem Lajida (Ebitda) vem caindo ao longo do tempo. Parte desta situação é causada pelo processo de crescimento que envolve aquisições de empresas com margens menores, parte pela dificuldade da empresa em reduzir despesas gerais e administrativas pós-aquisições. Como podemos verificar nos dados acima, o mercado espera que a empresa consiga melhorar sua margem já a partir de 2009, revertendo para os resultados da empresa os ganhos de escala que o crescimento deveria trazer. Outro dado relevante é que a empresa deve quadruplicar de tamanho no período 2005 a 2010, o que não deixa de ser um belo crescimento. EVOLUÇÃO DA AÇÃO A ação da empresa, que abriu o capital a R$ 33,00 em outubro/07, teve uma desvalorização desde o início (-42%), em decorrência do começo da crise financeira, chegando a R$ 19,00 em abril/08. Com a aceleração da crise financeira a partir de julho/07, a ação sofreu nova queda, chegando ao ponto mínimo de R$ 6,50 em novembro/08, o que representou uma queda de 80% em relação ao preço da abertura de capital. A partir daí, com a recuperação da Bovespa, a ação voltou a subir, chegando ao patamar de R$ 12,40 em 30/04/09, ainda abaixo do preço de abertura, mas fazendo com que o valor da empresa ficasse próximo aos 500 milhões de reais, conforme verificamos no gráfico e dados a seguir: 101 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico 9.17 – Evolução do Preço da Ação – SEBB11 OPORTUNIDADES E RISCOS DA EMPRESA A empresa tem aproveitado a oportunidade de ser a única empresa de educação consolidadora no setor de ensino básico e tem crescido com a aquisição de escolas próprias. Seu modelo exclusivo, que é um misto de tecnologia, conteúdo digital e serviços pedagógicos, tem contribuído para fazer da marca COC uma referência no ensino básico em todas as cidades do Brasil onde opera. As parcerias públicas com as prefeituras, onde atuam com a marca NAME, também constituem um mercado promissor. Nas cidades onde a empresa já conseguiu estabelecer os convênios e implementar a metodologia, os alunos dessas escolas públicas têm alcançado resultados importantes nas avaliações institucionais. O ensino a distância é outra grande aposta da empresa. O plano é utilizar as redes de escolas conveniadas que já têm toda a infra-estrutura exigida pelo MEC para se tornarem polos de EAD. Para isso a empresa tem usado a marca COC como forma de transferir a credibilidade do ensino básico para o superior. Como a instituição credenciada para o EAD é a faculdade Unicoc, em Riberão Preto, a empresa corre o risco de retardar seu crescimento caso não consiga se transformar em centro universitário para ter a autonomia necessária ao lançamento de novos cursos. O fato de atuar em cinco subsegmentos do setor pode dificultar o crescimento nos setores onde seu modelo tem vantagens competitivas claras, além de prejudicar as margens pela dificuldade em integrar modelos tão diferentes. Aquisições do Setor HISTÓRICO DAS TRANSAÇÕES Ao analisarmos as aquisições feitas de ensino superior pelas empresas listadas na bolsa de valores, a partir do último trimestre de 2006 até o primeiro de 2009, temos o seguinte quadro: Gráfico 9.18 – Relação Preço/Aluno nas Aquisições do Setor de Educação Superior 102 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil · Pelo quadro acima verificamos que o número de negócios era, na média, de dois por trimestre até o terceiro trimestre/07. A partir daí, as empresas motivadas pela injeção de recursos que receberam com a abertura de capital, iniciaram um processo acelerado de aquisições, fazendo com que a média de transações por trimestre pulasse para sete durante quatro trimestres consecutivos. Com o início da crise financeira no terceiro trimestre de 2008, as aquisições sofreram uma desaceleração, quando só foi registrada uma transação no último trimestre de 2008 e nenhuma no primeiro de 2009, de ensino superior nas empresas listadas em bolsa. Ao divulgarem em 100% dos casos o preço pago e o número de alunos adquiridos, as empresas abertas acabaram transformando o preço por aluno no parâmetro de comparação mais citado pelo mercado. Nas 14 transações listadas acima, em 2007, o preço médio pago por aluno foi de R$ 4.930. Já em 2008 tivemos 22 transações ao preço médio de R$ 4.500, uma queda de 9% nesse indicador e com uma curva de tendência de queda onde a média já vinha caindo desde o terceiro trimestre e fechou o ano com uma transação de R$ 3.190 por aluno. É importante destacar que, apesar de esse indicador ser o mais divulgado, ele não faz parte do processo de avaliação da maioria das empresas compradoras, sejam estratégicos – outros competidores nacionais ou estrangeiros –, fundos de participação em empresas ou outros compradores. O critério de avaliação utilizado na grande maioria dos casos é o fluxo de caixa descontado a partir de uma projeção financeira dos dados da empresa adquirida. Como esta avaliação é sigilosa e seus parâmetros são informações estratégicas para compradores e vendedores, o resultado é que o mercado avalia a partir dos únicos dados que são divulgados pelas empresas. O mais recente negócio do setor de educação ocorreu em junho deste ano, com a compra de 50% da Pitágoras Administração e Participação (PAP), holding que detém 55% das ações da Kroton, pela empresa de private equity Advent Internacional por R$ 280 milhões, sendo R$ 220 milhões via aumento de capital por meio de colocação privada de ações. 103 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil A Advent é uma das principais empresas de private equity com atuação na América Latina, com mais de R$ 6 bilhões de investimentos na região deste 1997. Com a entrada da Advent, a Kroton passa ter um fundo de private equity compartilhando a sua gestão, como já acontece com as empresas listadas Anhanguera Educacional, gerenciada pelo Pátria, e a Estácio de Sá, que é controlada pelo GP. AA VALIAÇÃO POR MÚL TIPLOS AV MÚLTIPLOS As empresas listadas em bolsa pagam pelas aquisições preços que possadem gerar valor a seus acionistas. Um segundo método de avaliação utilizado pelas empresas é a comparação por múltiplos. Os preços das aquisições são comparados com os múltiplos pelos quais as empresas são avaliadas em bolsa. Assim, o preço de uma ação multiplicado pelo número de ações vai indicar o valor de mercado da empresa na bolsa. Esse valor, dividido pelo lucro da empresa num determinado período, vai gerar o indicador Preço/Lucro mais conhecido como P/L ou P/E (price/earning, em inglês). Da mesma forma, o Lajida (Ebitda em inglês) também é usado como parâmetro de comparação. A diferença é que, neste caso, do valor da empresa é acrescida a dívida ou subtraído o caixa líquido para chegarmos ao valor da empresa que, divido pelo Lajida do período, vai resultar no Valor/Lajida ou EV/Ebitda (Enterprise Value per Ebitda, em inglês). Esse é um dos motivos pelos quais uma crise como a que estamos passando provoca a diminuição das aquisições, além das questões macroeconômicas, como restrição de crédito, aumento de juros, etc. Quando o preço da ação de uma empresa sofre uma desvalorização muito grande, seus valores de mercado e valores de empresa acompanham a queda. Assim, ela passa a ser avaliada pelos novos parâmetros de múltiplos e suas aquisições serão avaliadas por investidores e pelo mercado, nas mesmas bases. Sendo os vendedores, em geral, donos de pequenas e médias empresas/instituições, eles não veem muito sentido em acompanhar essa oscilação de preços, razão pela qual os preços propostos caem e os negócios acabam suspensos. Uma segunda vantagem de utilizarmos os múltiplos como indicadores de avaliação é que eles permitem a comparação de empresas listadas em bolsa de diferentes países, uma vez que o indicador é o múltiplo que está baseado nos preços, resultados e moedas locais de cada uma das empresas. Para um melhor entendimento desses conceitos utilizamos como parâmetro os preços das ações das quatro empresas brasileiras de educação listadas em bolsa e quatro americanas, com preços por ação de 30/04/2009 e dados retirados da Bloomberg, gerando a seguinte tabela: 104 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Empresa Código Caixa Preço por Número Líquido Valor de Valor da Ação de ações 2 0 0 9 Mercado Empresa PREÇO LUCRO (P/L (P/L)) 2008 2009 2010 EV/EBITDA 2008 2009 2010 Brasil Estacio ESTC3 R$ 14,75 78,6 190 1.159 969 12,3 10,3 8,2 9,0 7,5 15,5 10,4 5,6 Anhanguera AEDU11 R$ 15,30 120,4 (83) 1.842 1.925 21,3 14,5 10,0 7,0 Kroton KROT11 R$ 13,30 31,5 90 418 328 10,3 8,3 5,8 6,4 4,1 3,2 SEB SEBB11 R$ 12,40 40,4 135 501 366 11,9 9,3 6,9 8,1 5,7 4,3 Estados Unidos Career Education ITT Educational Devry Apollo Group CECO US$ 22,04 89,8 461 1.978 1.517 29,0 19,6 13,9 9,1 7,0 5,4 ESI US$ 100,77 38,8 203 3.912 3.710 20,0 13,9 12,0 10,9 7,8 6,7 DV US$ 42,56 71,6 277 3.048 2.771 23,3 18,3 14,7 13,1 9,7 7,9 APOL US$ 62,95 159,1 394 10.013 9.620 21,8 15,6 12,9 11,9 8,3 6,9 Tabela 9.10 – Múltiplos das Empresas do Setor de Educação no Brasil e nos EUA Para se chegar ao cálculo dos múltiplos foram utilizadas as projeções de dados de consenso de mercado disponíveis na Bloomberg. O preço lucro da Anhanguera em 2009 (10,3) é o resultado da divisão do valor de mercado da empresa pelo lucro projetado pelo consenso de mercado para 2009. Por exemplo, tendo como parâmetro 2009, podemos dizer que a ação da Anhanguera estava sendo negociada em 30/04/09 a 15,5x (quinze vezes e meia) seu lucro projetado para 2009 que é muito próximo do múltiplo pelo qual a ação da Apollo Group estava sendo negociada no mesmo dia na bolsa americana (15,6x). Com base nessa tabela podemos fazer diversas análises comparativas entre as empresas e ver quem o mercado precifica mais caro ou mais barato, comparando umas empresas com as outras, dependendo de seus múltiplos de avaliação. 105 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 10. A CONSOLIDAÇÃO NO SETOR DE ENSINO PRIV ADO PRIVADO A consolidação de empresas do ensino superior privado no Brasil apresenta uma evolução sem precedentes na história mundial. O setor de educação privada vem se transformando, de um negócio extremamente pulverizado, em um negócio de grandes players e grande concentração. O setor tem mais de 2.000 instituições de ensino pertencentes a pouco mais de 1.600 empresas (mantenedoras), que dividem um bolo de mais de 4 milhões de alunos (contando com o ensino a distância). Há 10 anos, as 20 maiores empresas detinham em torno de 14% do mercado (total de alunos). Atualmente, essas 20 empresas detêm mais de 35% do mercado de educação superior. Destacando apenas os grupos consolidadores, observa-se que 17 grupos possuem 27,4% de market share e 24,1% do faturamento total do setor. O marco da aceleração das operações de compra e venda de instituições de ensino foi o IPO da Anhanguera Educacional, em março de 2007. A partir dessa data, pouco mais de 70 negócios foram realizados no setor. No segundo semestre de 2008, as negociações se arrefeceram em função da crise financeira mundial, iniciando um período de relativa estagnação que deve durar até o início do segundo semestre de 2009, quando os negócios de compra e venda de IES devem ser retomados. A maioria dos negócios no setor deve ocorrer com instituições de médio porte, entre mil e 3 mil alunos, alguns negócios com IES de 3 a 10 mil alunos e pouquíssimos com IES acima de 10 mil alunos, pois existem apenas 9 instituições desse porte no perfil das negociáveis. O esperado para os próximos anos é a efetivação de negócios entre os grupos consolidadores (grandes fusões ou aquisições). Dos 17 pretensos consolidadores, deverão resultar não mais de 12 grupos educacionais, detendo, até o ano de 2015, mais de 50% do mercado (market share de alunos matriculados). 106 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Ranking dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil Posição no Ranking Nome do Grupo Consolidador Total do Setor de Ensino Superior Privado Faturamento 2008 E (receita líquida em R$ milhões) Participação no Faturamento do Setor de Ensino Superior Privado Estimativa Atual Participação no de Alunos na Mercado Graduação (market share) Presencial (em milhares) 24.100 100,0% 3.900 100,0% 1.012 4,2% 197 5,1% Estácio Participações 980 4,1% 207 5,3% 3 Anhanguera Educacional 654 2,7% 130 3,3% 4 Laureate International 425 1,8% 73 1,9% 5 Universidade Nove de Julho - Uninove 366 1,5% 92 2,4% 6 SEB 289 1,2% 9 0,2% 7 IUNI EDUCACIONAL 284 1,2% 46 1,2% 8 Kroton 280 1,2% 43 1,1% 9 Grupo UNICSUL (Universidade Cruzeiro do Sul) 276 1,1% 32 0,8% 1 Di Gênio (UNIP + holding de 41 faculdades) 2 10 Grupo Anima 254 1,1% 39 1,0% 11 Grupo UNIVERSO (Universidade Salgado de Oliveira) 235 1,0% 53 1,4% 12 Grupo UNIBAN (Universidade Bandeirantes) 226 0,9% 70 1,8% 13 UB Participações 120 0,5% 17 0,4% 14 Grupo Universitário Maurício de Nassau 115 0,5% 24 0,6% 15 Grupo IBMEC 110 0,5% 11 0,3% 16 Grupo Splice 102 0,4% 14 0,4% 17 Fanor (DeVry) 80 0,3% 12 0,3% 5.808 24,1% 1.069 27,4% Total Tabela 10.1 – Ranking dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil Fonte: Hoper Estudos de Mercado A principal característica dos consolidadores, quando comparados às IES isoladas, é a maior eficiência em gestão. A melhor gestão e a tradicional economia de escala, explicam os resultados de Ebitda e a melhor margem líquida por parte dos consolidadores. Indicadores Financeiros dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil Posição no Ranking Nome do Grupo Consolidador T otal do Setor de Ensino Superior Privado Total Faturamento 2008 E (receita líquida em R$ milhões) Valor Médio das Mensalidades EBITDA 2008 E Margem Líquida 2008 E 24.100 457,00 7,2% 1.012 533,00 - - 980 451,00 10,0% 7,3% 654 445,00 20,0% 12,1% 425 566,00 24,0% 17,0% 366 381,00 13,0% 8,0% SEB 289 711,00 23,0% 16,1% 7 IUNI EDUCACIONAL 284 515,00 25,8% 20,8% 8 Kroton 280 482,00 18,4% 17,5% 9 Grupo UNICSUL (Universidade Cruzeiro do Sul) 276 690,00 20,0% 14,0% 11,0% 1 Di Gênio (UNIP + holding de 41 faculdades) 2 Estácio Participações 3 Anhanguera Educacional 4 Laureate International 5 Universidade Nove de Julho - Uninove 4,5% 10 Grupo Anima 254 597,00 18,0% 11 Grupo UNIVERSO (Universidade Salgado de Oliveira) 235 435,00 - - 12 Grupo UNIBAN (Universidade Bandeirantes) 226 314,00 - - 13 UB Participações 120 590,00 14,0% 8,0% 14 Grupo Universitário Maurício de Nassau 115 440,00 42,0% 34,0% 15 Grupo IBMEC 110 840,00 23,0% 17,0% 16 Grupo Splice 102 595,00 - - 17 Fanor (DeVry) 80 580,00 22,0% 15,0% 5.808 533,00 Total Tabela 10.2 – Indicadores Financeiros dos Grupos Consolidadores do Ensino Superior Privado no Brasil Fonte: Hoper Estudos de Mercado 107 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Até o momento, os consolidadores vêm ganhando mercado com relativa facilidade nos locais onde compram ou abrem instituições. Isso se deve aos seguintes fatores: • Na maioria das cidades ainda há apenas um ou dois grupos consolidadores, e a competição entre eles ainda não é muito acirrada. • O sistema de inteligência de mercado dos grupos consolidadores geralmente é muito melhor do que o das demais IES. Apresentam, entre outros fatores, portfólio de cursos mais adequado, preços mais competitivos, comunicação mais direcionada, segmentação de público mais precisa e boa localização dos campi. Um grande grupo consolidador leva diversas vantagens ao competir com IES de pequeno e médio porte ou com IES comunitárias e/ou confessionais. Essas vantagens são: • Gestão mais profissionalizada, com maior ênfase no controle de custos. • Relativa economia de escala (manifestada na compra de insumos educacionais, back office integrado e padronização acadêmica). • Valores de mensalidades mais competitivos. • Maior agressividade na comunicação com o mercado. • Maior disponibilidade de capital para investimentos em expansão. O principal e mais importante fator crítico para o sucesso de um grupo consolidador é ter um plano de expansão consistente e coerente. Comprar pode caracterizar uma ação de alto risco para um grupo sem visão estratégica. Poder comprar e acertar na compra são dois elementos vitais para o sucesso dos consolidadores no curto prazo. Ainda há tempo para os grupos consolidadores aumentarem significativamente a participação no mercado em regiões onde compram IES. Além de comprar bem, é necessário entrar organicamente (de maneira rápida e precisa) nas cidades estratégicas para o seu plano de expansão, onde não foi possível a compra de outras IES. Dentro de, aproximadamente, 24 meses as possibilidades de aquisições deverão se tornar mais escassas e o crescimento da participação no mercado (market share) ficará mais restrito, devido ao maior nível de competitividade. Nas principais cidades haverá, pelo menos, três ou quatro players mais competitivos. Neste momento, o fator crítico de sucesso é o nível de gestão do consolidador. A diferença competitiva ocorre entre os que possuem maior ou menor nível de gestão profissional. Cada vez mais, a eficácia da gestão será medida nos detalhes, e o nível de exigência será maior. Nos próximos anos, a presença de uma unidade dos consolidadores nas principais praças já deverá estar estabelecida e definida (o mapa competitivo estará traçado). A gestão profissional será pré-requisito e o grande elemento diferenciador será o valor da MARCA, construído ao longo do processo. Gestão da marca será a palavra de ordem. A sustentabilidade competitiva das IES, no médio e longo prazo, está diretamente ligada à construção de uma imagem de credibilidade junto ao público-alvo e a sociedade em geral. 108 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 11. ENSINO A DISTÂNCIA – EAD E AS NOV AS NOVAS TECNOLOGIAS Segmentação Quando vamos abordar o ensino a distância nas instituições de ensino superior privado, temos que segmentar o público-alvo das diversas possibilidades de uso das tecnologias no ambiente ensino e aprendizagem. Um primeiro público é formado pelos atuais alunos das IES, que são beneficiados pelo uso das novas tecnologias (e-learning, teleconferência, videoconferência, DVD e CD autoinstrucionais) como complemento ao ensino presencial. O objetivo é ampliar as situações de ensino-aprendizagem, bem como reduzir custos e propiciar os ganhos de escala para as IES. O uso das novas tecnologias, em complemento ao ensino presencial, passa a ser fundamental, tanto do ponto de vista pedagógico quanto do ponto de vista do negócio educação, em função da redução de custos operacionais e dos ganhos de escala. Um outro segmento de público pode ser caracterizado pelos potenciais novos alunos das IES, que seriam atendidos pelas mesmas tecnologias, mas no modelo de EAD. Tal modalidade de ensino tornaria a IES desterritorializada, passando a atender clientes fora da sua sede geográfica, ampliando assim o seu universo de atuação, bem como a complexidade do seu universo concorrencial. Na última pesquisa da ABED (ABRAEAD2008), o índice de extraterritorialidade, ou seja, o percentual de alunos que estão fora do estado sede da instituição que ministra o curso, já atingiu 48%. A necessidade de investimentos em infraestrutura de tecnologia da informação e comunicação, faz com que o EAD seja um negócio para as IES que consigam atuar em escala e possuam abrangência nacional. Neste caso, a opção pela graduação não presencial está mais adequada para os grandes players do setor, sendo pouco adequada para as pequenas e médias IES. Somente os consórcios entre IES e os grandes grupos educacionais conseguirão competir nesse novo mercado de EAD. Para as pequenas e médias IES, as oportunidades se encontram em mercados de nicho, com soluções específicas e regionalizadas. Dada a tendência, ainda em sua fase inicial, de educação permanente durante toda a vida (longlife learning), a demanda potencial a ser explorada em mercados de nichos apresenta proporções “ilimitadas”. Nesse mercado de nicho, as pequenas e médias IES apresentam espaço de atuação em condições de igualdade com os grandes grupos. Números do Setor Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Ensino a Distância – ABED, em 2007, e publicado no Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD), 109 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil em 2008, o número de pessoas que participaram de cursos na modalidade EAD atingiu aproximadamente 2,5 milhões. Esse número refere-se ao universo de alunos de instituições oficialmente credenciadas de ensino, inclusive os funcionários de empresa que participam da educação corporativa, dentre outras modalidades de maneira livre. Destacamos os principais ofertantes de EAD, segundo a ABED, em 2007: Instituções Instituições oficialmente credenciadas Educação corporativa SEBRAE OI Futuro Fundação Bradesco CIEE Governo do Estado de São Paulo Senai SENAC Fundação Roberto Marinho Fundação Telefônica Secretaria de Educação a Distância do MEC Número de Alunos 973 mil alunos 583 mil alunos 219 mil alunos 175 mil alunos 165 mil alunos 148 mil alunos 119 mil alunos 53 mil alunos 29 mil alunos 23 mil alunos 9 mil alunos 8 mil alunos Tabela 11.1 – Principais Instituições Ofertantes de EAD Destaca-se, segundo a ABED, o expressivo crescimento do número de alunos em projetos credenciados no período 2004-2007, 213%, e o de instituições credenciadas, 54%. Em 2006, o número de IES que ministravam graduação a distância alcançou 77. Fonte: Mec/INEP. Em 2007, segundo a ABED, o País teve 1.181 cursos a distância em instituições credenciadas, incluindo: Categoria de Cursos Graduação Tecnólogos + Complementação Especialização Mestrado Extensão/Aperfeiçoamento/Qualificação Técnico EJA Número de Cursos 351 cursos 87 cursos 404 cursos 1 curso 150 cursos 73 cursos 115 cursos Tabela 11.2 – Número de cursos de EAD Podemos notar que o número de curso de graduação a distância (incluindo a graduação tecnológica – tecnólogos) já supera os cursos de pós-graduação (especialização + mestrado), num claro sinal de maior aceitação dessa modalidade de curso pelos ingressantes do ensino superior. Mídias mais Utilizadas A mídia mais utilizada pelas instituições privadas de ensino superior na modalidade EAD ainda é o material impresso, com 83,1%, seguido das seguintes mídias: e-learning (65,2%); CD (44,9%), vídeo (40,4%), DVD (32,6%), televisão (27%), videoconferência (20,02%), satélite (16,9%), telefone celular (12,4%), teleconferência (12,4%), Rádio (10,1%). Fonte: ABRAEAD/2008 110 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Ingressantes A educação a distância no Brasil vem apresentando um boom de crescimento sem precedentes nos últimos anos. De 2005 a 2007, o número de ingressantes na modalidade de ensino nãopresencial privado cresceu impressionantes 1.227%, com média de 137% ao ano. Tal crescimento pode ser explicado pela ampliação do acesso a tecnologias, por meio dos programas de inclusão digital, e pelas parceiras com as instituições públicas, permitindo a criação de polos educacionais em prefeituras, escolas, órgãos de classe, dentre outros. Gráfico 11.1 – Evolução dos Ingressantes na Educação a Distância no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) É importante destacar que, diferentemente do que vem acontecendo na educação presencial, o crescimento exponencial do EAD vem sendo acompanhado pelo crescimento do setor público. No mesmo período 2005-2007, os ingressantes no EAD público, cresceram 1.063%, com média anual de 127%. O crescimento de EAD no setor público deve-se ao esforço do governo na formação e capacitação dos professores dos Ensinos Médio e Fundamental Gráfico 11.2 – Taxa de Crescimento dos Ingressantes na Educação a Distância no Brasil (vestibular + outros processos seletivos) 111 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Matrículas Em 2007, segundo dados do último censo do MEC/INEP, o número de alunos matriculados no EAD alcançou 370 mil, sendo 276 mil matriculados em instituições de ensino privadas, correspondendo a 74,6% do total. Nota-se que a participação das instituições privadas assume a mesma proporção no ensino presencial e no ensino a distância. Graças ao dinamismo do setor privado, o número de matrículas no ensino não presencial multiplicou-se por nove no período 2002-2007. De 41 mil matrículas, em 2002, saltou para 370 mil, em 2007. A participação do setor privado saltou de 16% dos matriculado, em 2002, para 74,6%, em 2007. Gráfico 11.3 – Evolução das Matrículas na Educação a Distância no Brasil Gráfico 11.4 – Taxa de Crescimento das Matrículas na Educação a Distância no Brasil 112 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Candidatos O número de candidatos à graduação a distância vem crescendo em taxa superior ao número de ingressantes. No período 2002-2007, a taxa de crescimento de candidatos aumentou em mais de 3.700% contra 1.227% do número de ingressantes. A relação candidato/ingressante passou de 1,43, em 2002, para 1,65, em 2007. Gráfico 11.5 – Evolução do Número de Candidatos Inscritos na Educação a Distância no Brasil Concluintes Acompanhando o aumento do número de curso, vagas e ingressantes, o número de concluintes também vem aumentando nos últimos anos. Na graduação das instituições privadas, passou de 4.491 em 2005, para 26.303 em 2007. Gráfico 11.6 – Evolução do Número de Concluintes na Educação a Distância no Brasil 113 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 12. FONTES DE PESQUISA • MEC – Ministério da Educação • INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira • Hoper Consultoria • IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística • Jornal Valor Econômico • Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância – ABRAEAD 2008 • Ideal Invest • SEMESP • Obsrvatório Universitário • Macroplan 114 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil ANEXO INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR A Internacionalização da Educação A educação transnacional tem sido uma prática comum entre as mais importantes e influentes universidades do mundo ao longo de sua história. A estratégia adotada, no entanto, diverge muito do atual movimento de globalização e intercâmbio acadêmico, especificamente no nível de graduação. As Instituições de Ensino Superior vêm se internacionalizando estruturalmente, tanto pela participação de capital estrangeiro em sua composição quanto pela influência acelerada de novos dados, informações e conhecimento na matriz curricular de seus cursos. De maneira geral: • Grupos educacionais globais adquirem participação em IES locais. • Investimentos são realizados nessas organizações por meio de fundos e bancos de investimento. • Grandes consolidadores locais iniciam um processo de expansão para outros países. • Grupos educacionais globais instalam campus em outros países. • Convênios acadêmicos e acordos governamentais permitem a validação de créditos entre instituições de países diferentes. • Instituições permitem acesso a suas bases de dados e materiais didáticos (The Open Learning Iniatitive). • Pesquisas são desenvolvidas conjuntamente por IES de diferentes nações. • Estudantes viajam para participar de extensões universitárias, estágios acadêmicos e realizar visitas técnicas monitoradas, além de cursos livres. • A formação e a vivência internacional passam a ser cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. A internacionalização dá-se em diversos níveis e acompanha a globalização como um dos fenômenos socioeconômicos mais importantes deste século. Investidores – diretamente ou por meio de fundos e bancos de investimento (UBS Pactual, Pátria, GP e Gávea, por exemplo) – e grupos educacionais multinacionais vêm incrementando seus investimentos em Instituições de Ensino Superior Privadas no Brasil. Esse incremento dá-se pela compra direta de parte dos negócios, como ocorreu nos casos Apollo-Pitágoras, há alguns anos. 115 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil O maior grupo educacional do mundo atualmente – o Apollo Group, com 380 mil alunos – já teve operações no Brasil por meio da participação no atual grupo Kroton, na época Faculdades Pitágoras, e vem ensaiando um retorno ao País por meio de novos investimentos. Já o segundo maior grupo educacional do mundo, a Laureate Education, com 315 mil alunos, adquiriu a Anhembi Morumbi, a Universidade Potiguar do Rio Grande do Norte, a Business School São Paulo, a Escola Superior de Administração, Direito e Economia de Porto Alegre e o Centro Universitário do Norte, localizado no Amazonas. Outras participações de destaque no mercado brasileiro foram a Whitney–Unijorge e, mais recentemente, a DeVry–Fanor. Atualmente, temos quatro empresas educacionais brasileiras negociadas na BM&FBOVESPA: Estácio Participações, Anhanguera Educacional, Kroton e o Sistema Educacional Brasileiro (mais conhecido pela marca Sistema COC de Ensino). A Anhanguera e a Estácio são as maiores Instituições de Ensino Superior brasileiras. Capitalizadas pelos investimentos milionários ou pelas vendas de ações na Bolsa de Valores, essas Instituições de Ensino Superior, foram às compras e tornaram-se as principais “consolidadoras” do setor. O processo de consolidação é originado por organizações com projetos de expansão agressivos, de um lado, e instituições fragilizadas pela Crise no Modelo de Gestão no Ensino Superior, que se acentuou a partir de 2003 em diversas universidades e faculdades, de outro. A Internacionalização da Informação A transferência do conhecimento e o intercâmbio de informações, por meio da tecnologia da informação, é o segundo vetor da internacionalização do Ensino Superior. O impacto da Internet nas salas de aula está sendo revolucionário a toda uma nova geração de universitários, que possui na Web sua principal fonte de referência. Segundo dados do ENADE 2006, dos Universitários brasileiros, 96% afirmavam possuir acesso à internet, 74% deles afirmavam utilizá-la “sempre” e 23% “frequentemente”. Os números mais recentes tenderão a aproximar de 100% o acesso à web por esse segmento. A mesma pesquisa, por outro lado, confirmava que 64% dos universitários possuíam “algum conhecimento em inglês”. É notório o baixo conhecimento de um segundo idioma por parte dos estudantes brasileiros. Sem um segundo idioma, nossos usuários restringem sua navegação ao grupo de 4,5% dos usuários da rede que se comunicam e leem em Português, enquanto 29% dos usuários da internet se comunicam em inglês. A Internacionalização do Brasil A globalização do emprego e do ensino é nova tendência que começa a gerar seus impactos no dia a dia de muitos estudantes, profissionais e das instituições de ensino superior. A “Experiência Internacional” já figura entre os seis principais fatores que influenciam no 116 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil processo seletivo para empregos, assim como as “Viagens” figuram entre as “atividades mais importantes para a educação” para a maior parte dos candidatos ao vestibular que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Gráfico A.1 – Aspectos que Mais Chamam a Atenção dos Recrutadores Legenda: Pesquisa da Korn Ferry (http://www.kornferry.com.br/site/pt/index.asp) ouviu 198 consultores no mundo. (em porcentagem) A participação dos brasileiros nesse contexto ainda é baixa. De cada 10 estudantes estrangeiros de nível universitário do mundo 5 são asiáticos, 3 europeus e um africano, assim como 3 países recebem quase metade de todo o fluxo de intercambistas do mundo (EUA, Inglaterra e Alemanha). Se somados aos intercambistas hospedados pela França, Austrália e Japão, esses seis países concentram 2/3 de todos os estudantes internacionais do planeta. Gráfico A.2 – Atividades Importantes para a Formação Legenda: ENEM 2006. Número de votos: 211.684 (primeiro voto em 8/11/2007 e último voto em 30/5 de 2008). 117 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil O setor de intercâmbio educacional ainda é pouco divulgado no Brasil e não existem levantamentos detalhados que agreguem dados significativos acerca dos números da concorrência para esse ambiente de negócios. As principais empresas brasileiras que trabalham nas áreas de cursos de idiomas, estágios e intercâmbio no exterior são representadas pela Belta – Brazilian Educational & Language Travel Association –, associação reconhecida no Brasil e no exterior, fundada em 1992. No ano de 2005, aproximadamente 54,6 mil brasileiros, na faixa de 18 a 30 anos, optaram pelas diversas modalidades de intercâmbio operadas ou vendidas pelas associadas à Belta, 30% a mais que os 42 mil estudantes que embarcaram em 2004 e os 35 mil, em 2003. Os dados de 2006 e 2007 ainda não foram publicados pela Belta – Brazilian Educational & Language Travel Association, mas de acordo com reportagem publicada pela Infomoney, as empresas do setor esperavam para 2007 (com o dólar sendo cotado a R$ 2,00) um aumento de 35% na procura de programas de intercâmbio, frente a 2006. O crescimento anual projetado pela Belta para os próximos é de 30%. Esses estudantes dividem-se em diversos níveis educacionais e adquirem uma série de produtos das empresas de intercâmbio. Os principais produtos de intercâmbio no mercado hoje são: Cursos de Idiomas Work and Travel – Ofertas de postos de trabalho como au pair e cursos em países que permitem trabalho em meio período. High School – Programa voltado a alunos entre 14 e 18 anos, que estudam um ou dois semestres em escolas (ensino médio) públicas ou particulares no exterior, residindo em casas de famílias ou no próprio campus da escola. Cursos de extensão universitária – Programas voltados a pessoas que desejam aprofundar conhecimentos principalmente nas áreas de negócios. Cursos técnicos – Cursos profissionalizantes em diversas áreas. Cursos de graduação e pós-graduação – Cursos universitários e de especialização em todas as áreas. Intercâmbios Universitários Os produtos oferecidos ao público universitário ainda são incipientes, em função de esse mercado ainda estar em fase de consolidação no Brasil. Outro fator que contribui para uma oferta reduzida de programas Universitários e Acadêmicos é o posicionamento de alguns países acerca do fato de suas instituições poderem ou não ofertar a educação como um serviço. A complexidade desses cursos, áreas e níveis educacionais universitários ainda, inviabiliza sua oferta no varejo, pois encarece sobremaneira o custo de venda e atendimento, posto que demanda um tempo de estudo e consultoria que torna seu desenvolvimento quase que personalizado e individualizado e inviabiliza a sistematização com foco em redução de custos. 118 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Outra questão que afeta os indicadores do setor é que, no nível universitário, na maioria das vezes, o intercâmbio ocorre entre alunos, professores e instituições sem adequada formalização. Quando institucionalizado, e ofertado pela Universidade, essa celebra acordos de cooperação (Exchange programs). Os poucos convênios assinados por instituições públicas e privadas brasileiras com pares estrangeiras objetivam proporcionar intercâmbio de professores e, aos estudantes, a oportunidade de cursarem parte de seus estudos no exterior. Esses Exchange Programs ainda são administrados por poucas instituições e o número de estudantes participantes ainda é muito pequeno. Esse é um processo ainda restrito às instituições públicas, ou àquelas privadas – geralmente fundações – focadas nas classes A e B, e ainda pouco popularizado. As universidades que oferecem esse serviço, hoje, restringem a oferta a programas de certificação e diplomação de graduação e extensão universitária. Os alunos podem cursar alguns créditos do seu curso em escolas conveniadas e ganhar uma certificação de extensão universitária, ou podem estudar por um período maior e ganhar a dupla diplomação conclusão (um brasileiro e outro estrangeiro), na chamada graduação sanduíche, desde que respeitadas as questões legais no Ministério da Educação. Uma questão importante é que a procura pelos programas de educação internacional vem incrementando a mobilidade estudantil no mundo. Pesquisas como a do ENEM e da Korn Ferry , além de outras desenvolvidas diretamente pelas instituições, apontam que a oportunidade no exterior é desejada por quase todos os estudantes, e valorizada nos processos de seleção para empregos pelos profissionais de Recursos Humanos. Em muitas das instituições que participam do Exchange Programs, as viagens de Intercâmbio podem se tornar verdadeiras concorrentes da educação formal. A evasão decorrente desse intercâmbio tende a ser elevada, posto que muitos estudantes abandonam o curso superior por um ano e, ao voltar, mudam de carreira ou desistem da faculdade. Perfil da Demanda Em 2005 a Belta realizou uma ampla pesquisa com os 12.748 visitantes da Expo Belta (principal evento do setor de intercâmbio do mercado brasileiro). Do universo auferido, 51% dos interessados em intercâmbio possuíam entre 18 e 25 anos (em idade universitária, portanto) e 25% entre 26 e 35 anos: 119 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico A.3 – Perfil Demográfico do Consumidor de Intercâmbio no Brasil Legenda: Fonte Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association). Entre os programas mais atrativos (as necessidades que os estudantes pretendem ver resolvidas pelo intercâmbio), 64% dizem procurar intercâmbio em função do aprendizado do idioma, 39% em função de trabalho e 5% Ensino Médio. Todas as demais variáveis são relacionadas ao Ensino Superior e Educação continuada (somam 118%, posto que as respostas eram livres). Nível de escolarização de consumidores potenciais de intercâmbio Curso Percentual Graduação 16% Mestrado 22% MBA 12% Doutorado 8% Especialização 35% Curso de Férias 25% Tabela A.1 – Nível de Escolarização de Potenciais Intercambistas Legenda: Fonte Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association). Do universo auferido, 81% jamais haviam viajado para o exterior e 57% afirmaram ser estudantes do Ensino Superior (divisão de nível de ensino na tabela acima). 120 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico A.4 – Países que Mais Interessam aos Intercambistas Brasileiros Legenda: Fonte Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association). Cenários do Intercâmbio no Mundo Na média, 43 mil brasileiros saem do Brasil para estudar no exterior, todo ano, para os seguintes destinos: Principais destinos de intercambistas brasileiros Estados Unidos 35.6% Inglaterra 19.7% Canadá 18.4% Austrália 9.1% Outros 6.2% Espanha 2.9% Alemanha 1.1% França 9.8% Itália 0.4% Irlanda 0.2% Tabela A.2 – Principais Destinos dos Intercambistas Brasileiros Legenda: Fonte Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association). Na contramão, o Brasil recebeu cerca de 60 mil estudantes estrangeiros por ano, segundo dados da pesquisa realizada no ano passado pela Language Travel Magazine, conceituada publicação inglesa sobre viagens de estudo, fundamentada no recenseamento realizado pela EMBRATUR e FIPE (em aeroportos Brasileiros, e mensurando a entrada de turistas estrangeiros no Brasil). A EMBRATUR concluiu que, em 2004, dos 4.793.703 estrangeiros pesquisados, 76.699, ou 1,6%, “estavam no país para fins de estudo ou curso”, número que caiu, em 2005, para 69.656 (1,3% dos 5.358.170 estrangeiros auferidos nos aeroportos). 121 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil A conclusão do levantamento da Language Travel Magazine, com base na pesquisa da EMBRATUR foi que desses estrangeiros no Brasil para fins de estudo: a) 50 mil vêm ao País para programas de línguas e cursos combinados. b) 10 mil para ensino médio, universidades e cursos profissionalizantes. A pesquisa ainda revela que, em cursos de línguas, com atividades combinadas e uma permanência média de seis semanas, cada estudante estrangeiro gasta cerca de US$ 2,25 mil no País. Em um curso anual o mesmo estudante gasta cerca de US$ 18,25 mil. O turismo de intercâmbio injeta na economia brasileira anualmente, cerca de R$ 631,3 milhões. Entre os países que mais enviam estudantes para o Brasil estão os da América Latina e África (bolsistas), além da França. Por outro lado, no sentido contrário, entre os destinos preferidos pelos estudantes brasileiros estão Inglaterra, Canadá, Nova Zelândia, Estados Unidos, França, EU, Austrália e Irlanda. Motivo da viagem: Estudo ou cursos Motivo da Viagem Ter e errrestr estre Lazer Negócios, Eventos e Convenções Visitar amigos e parentes Estudo ou cursos Motivos de saúde Religião ou peregrinação Compras Outros 80,4% 7,3% 7,3% 1,3% 0,8% 0,6 1,1 1,3 2004 Aéreo 39,2 34,9 21,2 1,7 0,5 0,5 0,6 1,3 Total e errrestr estre Ter 2005 Aéreo Total 48,5 28,7 18,1 1,6 0,6 0,6 0,7 1,3 79,6 5,6 9,7 0,5 3,1 0,1 0,1 1,3 37,2 33,9 25,2 1,5 0,5 0,5 0,3 1,0 44,4 29,1 22,6 1,3 0,9 0,4 0,3 1,0 Tabela A.3 – Motivo de Viagem dos Intercambistas Brasileiros Legenda: Pesquisa EMBRATUR e FIPE feita em aeroportos Brasileiros – entrada de turistas estrangeiros no Brasil. Instituições de Ensino Superior Segundo o estudo Financiamento da Educação Superior – Perspectiva Regional: América Latina feito por Carmen Guadilla e citado na matéria “Emergentes crescem com setor privado” (Revista Ensino Superior, de agosto de 2008), escrita pela jornalista Patrícia Pereira, em 2004 a região possuía 102 instituições estrangeiras de ensino superior a distância, sendo 50 americanas, 54 europeias, 19 da própria América Latina e uma de origem não especificada. “Entre as presenciais, eram 50 instituições instaladas com campus/franchising. A maioria delas, 28, originárias dos Estados Unidos, além de nove da Europa e 13 latino-americanas. A presença das instituições estrangeiras também estava representada por 125 instituições com programas cooperativos e 816 acordos entre instituições, que continua a ser o processo mais frequente usado para a cooperação internacional na região”, cita a reportagem. Parte dessa invasão se deve ao fato de que, atualmente, a taxa de matrículas no ensino superior em países da América Latina gira em torno de 28%, sendo que, em 2002, a taxa era de 26%. Na Europa o índice é de 60% e na América do Norte atinge cerca de 80%, incluídos os comunity colleges. 122 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil A Internacionalização do Ensino no Mundo Impacto Econômico Projetar o impacto financeiro da educação não é um exercício simples, posto que os reflexos são percebidos indiretamente em toda a cadeia produtiva e de serviços. Contudo, é possível projetar os números absolutos desse segmento da economia sem a pretensão de apontar os impactos relativos e reais da educação e especificamente do Ensino Superior. Entre 2003 e 2004 o montante total arrecadado pelas Instituições de Ensino Superior do Reino Unido, ficou abaixo apenas dos valores movimentados pelos setores de atividades legais e serviços financeiros. Os £ 16.87 bilhões gerados direta e indiretamente por estudantes universitários britânicos e de outros países naquela economia foram superiores à participação da indústria farmacêutica naquele país, segundo dados do estudo The economic impact of UK higher education institutions publicado pela University of Strathclyde. Segundo esse estudo, as Instituições de Ensino Superior do Reino Unido empregavam – diretamente – 1,2% da força de trabalho daquele país (330 mil pessoas). Na Nova Zelandia, em 1999, a contribuição dos estudantes internacionais ao produto interno bruto foi estimado pelo Ministério da Educação no estudo The Economic impact of Export Education em 545 milhões de dólares. Em 2001 esse valor foi a U$ 1,3 bilhão, e em 2007/08, alcançou U$ 2,3 bilhões. Como comparação, a contribuição da indústria no produto interno bruto daquele país era de U$ 2,1 bilhão. O relatório anual da Associação de Educadores Internacional (NAFSA) estimou que, no ano acadêmico de 2007/08, estudantes estrangeiros e seus dependentes contribuíram com aproximadamente 15,43 bilhões de dólares na economia Americana, somente com valores gastos diretamente em sua formação e sustento, sem prever o efeito multiplicador desse segmento da economia. Impacto Acadêmico Dentre os impactos na área acadêmica podemos citar: • Proporcionar uma dimensão internacional/intercultural da pesquisa e do ensino. • Ampliar do horizonte acadêmico. • Fortalecer das Instituições de Ensino e de seus perfis e posicionamentos em rankings internacionais. • Melhorar da qualidade e inserção em padrões internacionais de normas acadêmicas. Em 2006 a Unesco estimou em 2,5 milhões os estudantes universitários que cursavam sua graduação em países que não aquele em que viviam ou do qual eram naturais, frente a 1,7 milhão no ano 2000. Em 2008, o IIE (Institute of International Education) projetou em 2,9 milhões o número de universitários (Post-Secondary – Tertiary Level) estudando pelo mundo. 123 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil Gráfico A.5 – Principais Destinos Receptivos em 2008 Fontes: Projeto Atlas 2007, baseado em organizações parceiras do IIE e dados da UNESCO/OECD 2006. Um estudo desenvolvido pelo IDP Education Austrália prevê, ainda, que em 2025 haverá oito milhões de estudantes educados em outros países. Dados Referentes ao Cenário Mundial • Se olharmos o período de 1965 a 2005 o mais marcante são os números: a Índia enviou, isoladamente, mais estudantes em 2005 que o número total de estudantes internacionais distribuídos por todo o mundo em 1950 (107.500). • A soma dos dez países com maior número de alunos estudando no exterior em 2005 é igual ao número total de estudantes internacionais distribuídos por todo o mundo em 1985 (939 mil). • A mobilidade dos estudantes tem aumentado em um ritmo próximo ao da expansão do Ensino Superior no mundo. • Existe um aumento nos países em desenvolvimento (mais especificamente na China, na Índia e na Coreia do Sul). • Os países desenvolvidos estão vendo estabilizar os respectivos números e reduzir seu percentual no mercado mundial. • De cada 10 estudantes estrangeiros de nível universitário do mundo 5 são asiáticos, 3 europeus e um africano. • Três países recebem quase metade de todo o fluxo de intercambistas do mundo (EUA, Inglaterra e Alemanha). Se somados aos intercambistas hospedados pela França, Austrália e Japão, esses seis países concentram 2/3 de todos os intercambistas do planeta. • A América do Sul é o destino menos comum no Intercâmbio Cultural, recebendo apenas 0,6% dos intercambistas do mundo, seguida pela África (1,4%). 124 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil • Segundo dados da UNESCO, oito em cada dez intercambistas europeus estudam em outro país da Europa (3 em cada 5 na Inglaterra, Alemanha ou França). • Metade de todos os estudantes estrangeiros estão na Europa e 25% nos EUA. Todo esse contingente representa, no entanto, apenas 4% dos estudantes universitários do país. • Na Inglaterra e na Alemanha esses intercambistas representam 10% da população universitária, enquanto na Austrália, um em cada 6 universitários é estrangeiro. Outros países: Macao – 67%; Cyprus – 29%; Qatar – 21%; Suíça – 18% e Áustria – 14%. • Os intercambistas norte americanos representam apenas 6% do total mundial. Por sua vez os EUA são o país que mais hospeda estudantes estrangeiros, tendo recebido 586 mil intercambistas em 2002/2003 (63% vindos da Ásia). • 46% dos estudantes estrangeiros mundiais são mulheres. 125 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil ANOT AÇÕES ANOTAÇÕES 126 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 127 Para uso de Sociedade de Educação Tiradentes Análise Setorial do Ensino Superior Privado do Brasil 128
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