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Jornal do Commercio • Segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015 • Opinião • A-11
Governança: essencial
para o crescimento
e liquidez da empresa
O custo
de um erro
MARCOS SAES
SÓCIO DA SAES ADVOGADOS
Como mensurar erros e equívocos na execução
de um grande projeto de infraestrutura? De fato, é
extremamente complexo colocar em números as
perdas que um grupo econômico pode ter ao iniciar
um projeto que corra o risco de não chegar ao fim ou
ficar paralisado por um longo tempo.
A simples exposição de uma empresa ou de uma
companhia de capital aberto ao ter um projeto embargado é muito ruim.
Por vezes, esse se torna um problema insanável,
pois afeta todas as áreas necessárias para se colocar
um grande projeto de pé: afugenta investidores,
abala a imagem da empresa, acarreta queda no valor
das ações, entre outras reações conhecidas do mercado.
Assim, a pergunta correta é: como evitar erros e
equívocos em grandes projetos de infraestrutura?
Além das práticas conhecidas no mercado mundial
– boa escolha mercadológica, aporte de recursos,
conhecimento do mercado, entre outros –, no Brasil
há um fator determinante: o viés ambiental.
Dentro do chamado “risco Brasil”, os entraves
oriundos do licenciamento ambiental e a atuação
aguerrida do Ministério Público e de ONGs ambientalistas têm assustado e por muitas vezes afastado
investidores.
Americanos, europeus e asiáticos não entendem,
além das idas e vindas dentro do órgão ambiental,
como a expedição de uma licença ambiental não gera segurança jurídica nenhuma, muito menos que
possa ser o motivo para a propositura de ações civis
públicas e até
ações criminais
(muitas vezes em
face dos financiadores dos emEmpreendedores,
preendimentos
também).
investidores ou
Dessa forma é
necessário, na facompradores de
se de planejamento do projeto,
projetos não
antes mesmo de
se iniciar os estupodem mais se
dos ambientais,
conhecer e mensurpreender com
surar corretamente esses riso viés ambiental,
cos – que devem
fazer parte da plapois a sua
nilha de custos –,
bem como saber
interferência em
apresentá-los aos
investidores ou
grandes projetos
adquirentes do
projeto. Sem isso,
de infraestrutura
é grande a probabilidade de que
não é um risco
ocorram entraves, muitas vezes
ou uma
até mesmo insanáveis.
possibilidade,
Qualquer projeto precisa de
mas sim um fato
uma boa gestão
ambiental e de
e uma realidade
uma correta mensuração de riscos.
Os players do
mercado são especialistas em valorar riscos financeiros e mercadológicos, mas ainda
não aprenderam a calcular riscos ambientais.
E isso se faz de maneira estatística: compara-se o
projeto com outros similares e se calcula quantos foram judicializados, quantos foram investigados pelo
Ministério Público, quantos geraram repercussão
socioambiental negativa e quantos efetivamente foram inviabilizados.
A questão é que o levantamento dos dados não é
algo fácil. Isso porque, diferentemente de dados
econômicos ou mercadológicos, que são amplamente sistematizados e divulgados, os dados ambientais são de difícil acesso.
O importante é perceber que sem esses dados e
sem uma criteriosa análise, realizada por equipe
que possua efetiva atuação na área, é impossível
analisar o risco e, a partir disso, ou tranquilizar o
empreendedor e os investidores, ou promover as
adequações necessárias.
A vantagem é que, no caso de a avaliação ter ocorrido na gênese do processo, as alterações – sejam
elas de locação, de tecnologias utilizadas ou mesmo
de concepção do projeto – são mais fáceis e menos
custosas.
Diante desse quadro, empreendedores, investidores ou compradores de projetos não podem mais
se surpreender com o viés ambiental, pois a sua interferência em grandes projetos de infraestrutura
não é um risco ou uma possibilidade, mas sim um
fato e uma realidade.
num caminho perigoso, que a longo prazo pode comprometer a saúde da organização. Conheci empresas com faturamento de R$ 70 milhões até R$ 80 milhões por ano,
uase todo empresário se depara com os
com um único gestor (dono) no comando.
mesmos dilemas e dificuldades quanNestes casos, quando a empresa ultrapassa a barreira
do os assuntos são crescimento e liquidos R$ 100 milhões de receita, a experiência mostra que
dez. Até certo porte, é fácil levar a emo risco do dono simplesmente perder o controle (seja de
presa com o olho e controle sobre tudo
atendimento, de qualidade, de equipe ou financeiro)
o que acontece. Mas à medida em que
cresce de maneira exponencial.
o volume de operações cresce, fica a
As boas práticas de governança criam os alicerces nedúvida: crescer mais e perder o controcessários para o crescimento sustentável e de qualidade.
le, ou ficar do mesmo tamanho e garantir a qualidade e
É difícil abrir mão de tomar todas as decisões e delegar
atendimento? Do ponto de vista de liquidez, vi dezenas
responsabilidades a pessoas que não farão as coisas code empresários decidirem vender o próprio negócio e
mo você. Mas é necessário. Se você limitar o tamanho da
não conseguirem.
sua empresa à sua capacidade individual, não tem um
Ser “líquido” independe de querer vender, e é melhor ter
negócio, tem um emprego.
a opção e não a exercer do que ser impossibilitado disso.
Além disso, a dependência prejudica a liquidez, não
Para ter liquidez, é preciso que a organização tenha
há dúvidas sobre isso. A governança que evolui sozinha
governança corporativa. Esse é um termo que está na
traz muito dinheiro e melhora a liquidez da empresa. As
moda, as a verdade é que, grande ou pequena, poucas
companhias, afinal, são remuneradas de acordo com as
companhias entendem como fazer
metas que precisam cumprir. E
a governança funcionar para gerar
quando você não delega essas mevalor para os acionistas.
tas, não tem como cobrá-las depois.
Quando uma empresa é criada, o
O modelo que fundos implemendono é quem assume a condução
tam privilegia a adoção de procesO empresário tem
completa da companhia, desde a
sos, comitês e conselho de adminisnegociação com fornecedores e
tração que tenham autonomia. Asque estar disposto
prospecção de clientes, passando
sim, não importa se o dono tem a inpor questões de recursos humanos,
tenção de se manter à frente do nea abrir mão de
até pós-venda e logística.
gócio ou vender a empresa.
Porém, assim que a empresa cresA grande questão é que, se ele um
decisões e delegar.
ce, torna-se fundamental a implandia ele resolver vendê-la, vai consetação de ferramentas, processos e
guir. O problema é quando ele deciSem isso,
boas práticas de gestão, de modo
de vender e ninguém compra.
que a organização consiga andar
Toda empresa de médio ou grangovernança
com as próprias pernas e não limite
de porte deve refletir um pouco soo seu tamanho à capacidade indivibre esse assunto; crescer e ter liquicorporativa é uma
dual do dono. Governança, neste
dez é essencial para qualquer negócaso, significa independência, e
cio. Mas o empresário tem que estar
palavra longa,
existem casos claros no mercado de
disposto a abrir mão de decisões e
“Independência ou Morte”.
delegar. Sem isso, governança corbonita e vaga
O modelo centralizado em um
porativa é uma palavra longa, boniúnico gestor coloca as companhias
ta e vaga.
EDUARDO SHAKIR CARONE
SÓCIO-DIRETOR DA NEXTO INVESTIMENTO
Q
Atrair, reter
e associar talentos
se tornar sócio.
No dia a dia, observamos desde a atuação alinhada com
a cultura e valores da companhia, passando pelo cumpriEm uma empresa líder em sistemas de risco e consultomento das metas estabelecidas, até o quão envolvido no
ria financeira, ou mesmo em qualquer outro segmento,
negócio o funcionário está.
encontrar um profissional pronto no mercado está cada
E, é claro, também avaliamos o interesse do colaboravez mais difícil. Por isso, atrair e reter talentos transfordor em se tornar sócio da empresa. Quando se torna sómou-se em um desafio que exige esforço e estratégia por
cio, o colaborador passa a ser elegível aos programas de
parte dos empresários.
aquisição de quotas, podendo aumentar a participação
Com a falta de pessoas do perfil desejado, o caminho é
na empresa.
investir em capacitação, de forma a desenvolver o colaboCom o passar o tempo, a prática do partnership tem sirador profissionalmente, moldandodo muito importante para o crescio de acordo com as necessidades e
mento da empresa pois, os sócios, ao
cultura da companhia. Ainda assim,
se sentirem donos do negócio, se
depois de todo o trabalho feito, há o
mostram dispostos a batalhar pelo
risco de perder esse profissional para
desenvolvimento e crescimento da
Com planejamento
o mercado.
organização.
Então, como minimizá-lo? Um caComo o partnership é uma realidae organização,
minho que tem se mostrado viável é
de desde o início de nossas atividades,
a prática do partnership, ou seja, peros desafios da implantação já ficaram
associar
mitir que o colaborador se torne sóno passado e hoje nosso pensamento
cio da organização. A experiência
está em aperfeiçoar o processo. No encolaboradores é
que venho acumulando desde a funtanto, para quem quer dar início a essa
dação da empresa, há 15 anos, tem
prática, algumas dicas são importanum caminho bem
sido muito positiva.
tes para não errar e comprometer os
Muito se fala que o funcionário
bons resultados. É importante ter cuisucedido para
tem que se sentir dono do negócio.
dado na seleção dos sócios.
Assim, o que vejo é que o partnerO gestor deve obervar não só os remanter na empresa
ship reforça esse sentimento, ajusultados da pessoa como também seu
dando na retenção e atração de taalinhamento com os valores e cultura
talentos que são
lentos, além de contribuir para que
da empresa.
a companhia se diferencie das deOutra dica é fazer um contrato soestratégicos para o
mais do mercado.
cial que proteja todos os envolvidos e
Ao longo dos anos, a trajetória
que tenha regras claras, incluindo de
crescimento e bom
percorrida tem se mantido a messaída. Com planejamento e organizama: assim que contratamos um noção, associar colaboradores é um cadesempenho do
vo profissional, o trabalho dele cominho bem sucedido para manter na
meça a ser acompanhado de perto
empresa talentos que são estratégicos
negócio
e alguns aspectos são levados em
para o crescimento e bom desempeconsideração para que ele venha a
nho do negócio.
EDIVAR QUEIROZ
CEO DA LUZ SOLUÇÕES FINANCEIRAS
RIO DE JANEIRO
www.jornaldocommercio.com.br E-mail: [email protected]
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