avifauna da praça da liberdade, região sul de belo horizonte
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avifauna da praça da liberdade, região sul de belo horizonte
ANA PAULA DE SOUZA MOREIRA AVIFAUNA DA PRAÇA DA LIBERDADE, REGIÃO SUL DE BELO HORIZONTE LAVRAS MINAS GERAIS - BRASIL 2010 ANA PAULA DE SOUZA MOREIRA AVIFAUNA DA PRAÇA DA LIBERDADE, REGIÃO SUL DE BELO HORIZONTE Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Avaliação de Fauna e Flora em Estudos Ambientais, para a obtenção do título de Especialista em Avaliação de Fauna e Flora em Estudos Ambientais. Orientador: Prof. MSc. Eduardo Roberto Alexandrino LAVRAS MINAS GERAIS – BRASIL 2010 Dedico este trabalho à todos aqueles sensíveis à causa ambiental. Àqueles que percebem o apelo silencioso de tantas espécies ameaçadas e compreendem a importância de tentarmos, imediatamente, ajudá-las de alguma forma. AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao Departamento de Ciências Florestais, pela oportunidade concedida para realização deste trabalho. Ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) na pessoa de seu Gerente de Certificação, Dr. Marco Antônio Vale pela concessão do tempo necessário para a execução do trabalho de campo. Ao orientador Prof. MSc. Eduardo Roberto Alexandrino pela orientação, paciência, disponibilidade e ensinamentos que sem os quais este trabalho não teria sido possível. Ao professor e coordenador do Curso de Pós-graduação Avaliação da Flora e Fauna em Estudos Ambientais, Dr. Antônio Carlos da Silva Zanzini, pela dedicação, aconselhamentos e conhecimentos transmitidos. À senhora Conceição Piló, curadora do Palácio da Liberdade, que com sua sensibilidade foi de suma importância para a liberação das visitas aos seus jardins e ao Sr. Frederico Marinho, Superintendente de Administração de Palácios, que concedeu livre acesso aos jardins do Palácio do Governo para realização do trabalho de campo. À colega Larissa Paratella pela ajuda no acesso ao Palácio do Governo. Ao colega Alexsander de Oliveira Sousa por me fazer acreditar capaz, por me fazer compreender a importância de vivenciarmos nossos sonhos e por fazer aflorar em mim, minha natureza simples. Agradeço também pela ajuda na identificação das espécies arbóreas. À Gerência de Áreas Verdes da Prefeitura de Belo Horizonte e à Empresa Carla Pimentel Paisagismo pelas informações das espécies vegetais da Praça da Liberdade. Ao meu paizinho Antônio e minha mãezinha Lilia, meus pássaros favoritos que sempre foram a base de tudo. E a eles, criaturinhas que alegram nossas vidas, enchendo-as de cores e músicas. Que este trabalho possa de alguma forma contribuir para a preservação da biodiversidade dos pássaros. “Um dia enquanto São Francisco caminhava pelos bosques, os pássaros levantaram vôo das árvores onde se encontravam e foram até ele para cumprimentá-lo. Entoaram os trinados mais encantadores para demonstrar seu afeto. E ao perceber que São Francisco iria falar-lhes, pousaram na relva para escutá-lo.” O livro das Virtudes Adaptado por James Baldwin RESUMO MOREIRA, A. P. S. Avifauna da Praça da Liberdade, região sul de Belo Horizonte. 2010. 36p. Monografia (Pós-Graduação em Avaliação de Fauna e Flora em Estudos Ambientais) – Universidade Federal de Lavras - UFLA1 Este trabalho foi desenvolvido para determinar a riqueza da avifauna urbana na Praça da Liberdade, localizada em um bairro da região sul de Belo Horizonte (MG), área central extremamente urbanizada. As observações foram realizadas no período de fevereiro, abril e maio de 2009, pela manhã (8:00-11:00), totalizando 48 horas. Os registros das aves foram visuais com auxílio de binóculos (8x40mm) e/ou acústicos (vocalizações específicas). Guias de campo foram utilizados nas identificações. Foram registradas 33 espécies de aves, distribuídas em 8 ordens e 17 famílias. Passeriformes foi a ordem mais representativa (69,7%, n = 23). Dentre as famílias de Passeriformes, Tyrannidae (34,8%; n =8) foi a mais significativa, assemelhando-se ao observado por outros autores em demais cidades. Thraupidae (21,7%; n = 5) e Turdidae (13%; n = 3) foram as outras duas famílias com maior número de espécies entre os passeriformes. Entre espécies não-Passeriformes, destacaram-se Columbiformes (9,1%, n= 3) seguido de Falconiformes (6,1%, n=2). Em relação à estrutura trófica observou-se um predomínio das espécies onívoras e insetívoras (n=23) correspondendo a 69,7%. Apenas duas espécies de nectarívoros e uma de frugívoros foram observadas (6% e 3%, respectivamente). Observou-se na Praça da Liberdade e imediações um grande número de espécies arbóreas exóticas e algumas nativas de pouco interesse para a avifauna local como a sibipiruna (Caesalpinia petophoroides) e a quaresmeira (Tibouchina sp) usadas na arborização urbana. A baixa quantidade de espécies arbóreas atrativas pode justificar o pequeno número de espécies ocorrentes na Praça da Liberdade quando comparado a estudos realizados em parques ou zonas não centrais de outras áreas urbanas. A Praça da Liberdade tem grande importância para manutenção local da avifauna, porém devido à seleção de espécies vegetais para o paisagismo nota-se uma ação simplificadora da fauna. Faz-se necessário um replanejamento mais adequado da arborização da praça com a finalidade de estabelecimento de recursos alimentares para as guildas de aves mais prejudicadas pela estrutura urbana. Palavras-chave: avifauna; riqueza; praças, arborização; Belo Horizonte; paisagismo 1 Orientador: MSc. Eduardo Roberto Alexandrino LMQ/LCF/ESALQ-USP INTRODUÇÃO Os ecossistemas naturais ao sofrerem ações antrópicas advindas da urbanização perdem suas características originais se transformando em ambientes urbanos formados por mosaicos de vegetação exótica (MENDONÇA & ANJOS, 2005). Essa fragmentação tem forçado muitas espécies de aves silvestres a buscarem refúgio, abrigo, alimentação e local de reprodução em praças, parques e jardins. De acordo com TORGA et al. (2007) estudos mostram que a estrutura de um ambiente modificado pelo homem pode influenciar a distribuição e a composição da avifauna. Atualmente, a maior parte da população mundial vive nas cidades, e apesar destes ambientes parecerem hostis à fauna e flora algumas espécies de aves se servem desses ecossistemas para abrigo, descanso, nidificação e fonte de alimentação. A presença de arborização e de áreas verdes urbanas são fatores atrativos para a chegada e possível permanência de aves nas cidades uma vez que plantas exóticas utilizadas na ornamentação de jardins e canteiros são também recursos explorados por esses animais (BRUN et al., 2007). Os recursos alimentares disponibilizados pela vegetação presente nas cidades, são responsáveis pela composição da avifauna encontrada nessas áreas, implicando em diferentes padrões de distribuição (espacial e temporal), comportamentos e modos de exploração desses recursos. No caso das aves, muitas populações podem declinar e até se extinguir devido à escassez de habitats naturais, aumento de predadores e intolerância à atividade humana. Outras espécies, no entanto, conseguem se beneficiar com as alterações do habitat e aumentar suas populações (CONOVER, 1997). Em termos de conservação, é importante que se conheçam as espécies presentes em um dado local e as interações estabelecidas entre elas, uma vez que a integridade do meio é dependente dessa diversidade e do equilíbrio das espécies existentes no ambiente (VILLANUEVA & SILVA, 1996; SICK, 1997). As aves são altamente sensíveis à alterações nas estruturas e composições do habitat, sendo portanto excelentes indicadoras de estresses nos ecossistemas, inclusive no ecossistema urbano (CLERGEAU et al., 1998; CARIGNAN VILLARD, 2002). 1.1 Objetivos O presente estudo teve como objetivo geral fazer um levantamento qualitativo da avifauna da Praça da Liberdade e imediações contribuindo para o seu maior conhecimento. Os objetivos específicos foram: Avaliar a composição, freqüência de ocorrência e estrutura trófica das espécies de aves registradas em uma praça na região sul de Belo Horizonte, caracterizada por uma área totalmente urbanizada Determinar uma relação entre a arborização empregada nesta praça com as espécies de aves ocorrentes, contribuindo para um maior conhecimento da avifauna local. Imagem aérea da Praça da Liberdade e Palácio do Governo com indicação do percurso utilizado nas observações. FONTE: Google Earth Ana Paula Moreira Ana Paula Moreira Ana Paula Moreira [A] [B] Ana Paula Moreira [C] [D] Ana Paula Moreira [E] Praça da Liberdade e registros fotográficos de sua avifauna: Tyrannus melancholicus [A]; Machetornis rixosa [B]; Sicalis flaveola e Columbina talpacoti [C]; Coragyps atratus [D] e Patagioenas picaruzo [E] CONSIDERAÇÕES FINAIS A comunidade de aves da Praça da Liberdade, possui características bastante próximas daquelas observadas em outras cidades brasileiras, no que se refere à simplicidade e proporcionalidade de ordens e famílias. O elevado percentual de espécies residentes e possíveis residentes, indica que a praça desempenha um importante papel na manutenção da avifauna, por oferecer recursos de natureza alimentar. Porém devido à seleção de espécies vegetais ornamentais para o paisagismo nota-se uma ação simplificadora da fauna. Faz-se necessário portanto, um replanejamento mais adequado da arborização da praça com a finalidade de estabelecimento de recursos alimentares para as guildas de aves mais prejudicadas pela estrutura urbana. Estudos futuros são necessários para um melhor conhecimento, conservação e manejo das espécies vegetais que arborizam o meio urbano, principalmente aquelas nativas da região, pelos valores ecológicos e culturais que representam, a fim de restaurar os ecossistemas naturais locais favorecendo desta forma a avifauna local. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMBUEL, B.; TEMPLE, S. A. Área dependent changes in the bird communities and vegetation of Southern Wisconsin Forests. Ecology, v. 64, n. 5, p. 10571068, 1983. ANDRADE, M. A. Aves silvestres; Minas Gerais. Belo Horizonte: Conselho Internacional para preservação das Aves, 1997. ANTAS, P. T. Z.; ALMEIDA, A. C. Aves como bioindicadoras de qualidade ambiental: aplicação em áreas de plantio de eucalipto. 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