INTERNACIONAL
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R7 - Notícias INTERNACIONAL publicado em 30/11/2009 Crise em Honduras se transforma em dilema sobre democracia para países da América Latina ONG espanhola diz que latino-americanos devem se perguntar se querem "democracia plena" Dayanne Mikevis, do R7 http://noticias.r7.com/internacional/noticias/crise-em-honduras-se-transforma-em-dilema-sobredemocracia-para-paises-a-america-latina-20091130.html Foto por AFP Hondurenhos caminham perto de banca de jornais na capital Tegucigalpa, no dia seguinte às eleições presidenciais que deram vitória a Porfirio Lobo Sosa As eleições em Honduras colocam uma pergunta aos latino-americanos sobre suas relativamente jovens democracias: seus países querem ter regimes democráticos apenas formais ou pretendem se tornar democracias plenas, de verdade? A afirmação é da pesquisadora Susanne Gratius, da Fundação para Relações Internacionais e o Diálogo Exterior (Fride). A ONG fica em Madri e foi pega de surpresa com a notícia de que a Espanha, que até então vinha seguindo a postura brasileira de que o retorno do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, era condição básica para qualquer diálogo, mudou de posição hoje em Estoril. Os espanhóis pediram diálogo com o presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo Sosa. Estados Unidos, Canadá, Panamá, e Colômbia reconhecem o resultado do pleito hondurenho. E justificam sua postura afirmando que as eleições ocorridas neste domingo (29) já estavam marcadas antes da deposição de Manuel Zelaya, em 28 de junho. No entanto, o Brasil alerta que reconhecer as eleições abre um precedente perigoso na América Latina, continente com um antigo histórico de golpes de Estado. Gratius vê a atitude brasileira como coerente: - O Brasil, por sua história, não reconhece as eleições em Honduras. Já os Estados Unidos, por uma questão de política interna, resolveu reconhecer. É um caso que trouxe o Brasil a um lugar diferente, pela primeira vez tomou uma posição arriscada como ao acolher Zelaya. O presidente deposto de Honduras vive desde 21 de setembro na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Para Gratius, as posições internas moldam como os países lidam com a questão hondurenha. Ela citou a Venezuela, de Chávez, que não é “uma democracia exemplar”, mas condena o golpe pela proximidade entre Zelaya e Chávez. Para Gratius, a posição dos Estados Unidos também envia uma mensagem negativa para o presidente dos EUA, Barack Obama: - Isso pode danificar a imagem dele, ele mudou de posição. Não é positivo. Além desse panorama, a questão hondurenha mostra um “vazio” institucional na região, com as sucessivas falhas da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a impossibilidade de um outro organismo, como a Unasul, de assumir esse papel: - Há um desgaste da organização [OEA], mas há mais conflitos do que antes. O consenso democrático dos anos 1990 não existe mais, e países como o Brasil assumiram um papel muito mais relevante. No entanto, a crise também mostrou que as organizações sub-regionais não funcionam, que têm um papel muito mais declaratório.
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