Por PAI RONALDO LINARES - Tenda de Umbanda 2 Caboclos

Transcrição

Por PAI RONALDO LINARES - Tenda de Umbanda 2 Caboclos
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
Página - 2
Conhecimento de causa
umbandista
A PALAVRA DO EDITOR
Por ALEXANDRE CUMINO Contatos: [email protected]
É POSSÍVEL PRATICAR UMBANDA sem
nenhum conhecimento, sem nenhum
estudo, sem ter a mínima ideia de onde
veio e para onde vai a Umbanda. No
entanto, isto demonstra uma falta de
interesse e de aprofundamento naquilo
mesmo que afirmo querer bem.
Este perfil revela ignorância cultural
e um comportamento oportunista de
quem quer apenas se beneficiar do que
a Umbanda pode lhe oferecer de bom,
mas não quer se comprometer.
Identificar-se com a Umbanda é
identificar-se com algo que existe no
contexto social-urbano e não apenas
uma experiência espiritual isolada.
Embora muitas vezes o umbandista se
sinta só, ele faz parte de uma egrégora
e trabalha com espíritos que estão
ligados uns aos outros como as contas
de um colar, dentro de uma hierarquia
de incontáveis espíritos que trabalham
juntos e se ligam ao todo da Umbanda
e da Criação.
Os guias de Umbanda nunca
estão sozinhos, eles se manifestam
em muitos lugares interligados como
portas que se abrem para uma mesma e única realidade: a Umbanda no
Astral. As manifestações de espíritos
que assumem arquétipos pertinentes
à Umbanda costumam ter uma mesma
Esta forma de trabalhar com a
espiritualidade tem contexto histórico
e é possível identificar quem, primeiro,
realizou um trabalho com todo este
conjunto de fatores fundamentais aos
quais identificamos a Umbanda. Entre
os fatores ou elementos que formam
este contexto, podemos citar: Templo (mesmo que seja dentro de um
quarto ou quintal), Altar (mesmo que
seja apenas uma vela), roupa branca
(na maioria das vezes, com exceções
claro), defumação (mesmo que seja
um incenso), magia (do uso das velas,
patuás, banhos e pontos riscados),
cantos (chamados pontos cantados e
pronunciados em português), atendimento caritativo (os espíritos que se
manifestam recebem as pessoas que
lhes procuram para ouvi-las, aconselhar e fazer limpeza espiritual por meio
de passes, benzimentos e outros) e
a presença marcante das entidades
caboclo, preto-velho e criança, no
mínimo, entre outros que podem se
manifestar como exu, pomba-gira,
baiano, boiadeiro e marinheiro.
Este trabalho, da forma como o
conhecemos, tem uma origem histórica
por meio de seu primeiro praticante,
expediente:
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desta liturgia, o médium Zélio Fernandino de Moraes.
O primeiro praticante é sempre o
fundador de algo, independente dele
se declarar como tal, ou não. Zélio
nunca chamou a si nenhum título, mas
sempre deixou muito clara sua história
com o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
E o Caboclo das Sete Encruzilhadas,
carinhosamente chamado de “O Chefe”,
sempre afirmava com todas as letras,
por meio da boca de seu médium,
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que veio trazer a Umbanda com este
médium que teve sua primeira manifestação no dia 15 de Novembro de
1908, em meio a uma sessão Espírita.
E conta, com detalhes, a história que
todo aquele que se identifica com a
Umbanda já deve conhecer.
Sim, este é, nas palavras de Pai
Ronaldo Linares, o Pai da Umbanda!
E você é Umbandista ou, no mínimo, conhece a História desta linda
e encantadora Religião?
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
Página -3
A formação teológica do
Sacerdote de Umbanda Sagrada
Por RUBENS SARACENI - Contatos: [email protected]
TODO SACERDOTE precisa receber uma
preparação muito boa para que possa
exercer com sabedoria todas as múltiplas
funções que este cargo religioso exige.
É certo que todas as religiões, em
seus inícios, não têm toda uma teologia à
disposição daqueles que aderem a elas e
assumem posições de destaque, comando
ou liderança sacerdotal.
Com a religião de Umbanda não seria
diferente, pois além de nova, ainda está
na sua fase de implantação. Fase esta que
ainda é experimental, mas que permitirá
que uma linha de pensamento se delineie
naturalmente e torne-se predominantemente em sua doutrina religiosa.
Mas esse experimentalismo não desobriga o sacerdote umbandista de uma boa
formação, com a qual poderá exercer suas
funções e discutir sua religião com sabedoria e com conhecimentos fundamentais
acerca do seu universo religioso.
Nós sabemos que a Umbanda é uma
religião na qual a voz de comando e a
última palavra é dada pelos mentores
espirituais e pelos guias-chefes dos médiuns. Fato este que tem sido de grande
valia para a manutenção dos seus templos
e para que as sessões ocorram de forma
ordenada.
Mas, e por isto mesmo, é imperioso
que todo sacerdote Umbandista desenvolva uma consciência voltada para
aprendizado permanente. Fato este que
beneficiará a religião como um todo, pois
permitirá um aprimoramento ritualístico e
uma renovação dos conceitos subtraídos
de fontes religiosas não Umbandistas, mas
incorporadas para suprir as lacunas conceituais, filosóficas e teológicas ainda existentes. Com algumas até gritantes porque
o descaso com a formação teológica dos
seus sacerdotes tem vulnerabilizado até
práticas comezinhas, tais como: batismo,
matrimônio e funerais, durante os quais
uma boa parte dos Umbandistas ainda
recorrem a sacerdotes de outras religiões.
Nós sabemos que toda religião, em seu
início, ainda é difusa e padece de ritos unânimes entre seus adeptos. Fato este que
faz com que em certos casos ou situações
seus seguidores recorram aos sacerdotes
de suas antigas religiões ou com alguma
outra a qual tenha identificação e tenha
parentes ou amigos dentro dela.
Por isso é imperioso empenhar todos
os esforços necessários para, num curto
tempo, suprirmos as lacunas ainda existentes dentro da nossa religião.
Conceitos filosóficos, teológicos e
doutrinários mais profundos, só surgirão
com o amadurecimento da própria religião.
Mas isto não significa que devemos ficar de
braços cruzados e a espera de que alguém
venha com tudo pronto porque isto não
acontecerá.
Sim. Só quando todos os Umbandistas
desenvolverem uma consciência religiosa
verdadeiramente de Umbanda e totalmente calcada em conceitos próprios é
que um pensamento filosófico, teológico
e doutrinário muito bem delineado surgirá
nesta maravilhosa religião.
Devemos incorporar conceitos cujos
valores sejam universais e estejam presentes na vida e no dia a dia dos Umbandistas.
Assim como, devemos refutar conceitos
parcialistas ou dogmáticos que tolham
o aperfeiçoamento de nossas práticas e
sobrecarreguem a vida e o dia a dia dos
Umbandistas, afastando-os dos templos ou
impedindo-os de manifestarem livremente
suas religiosidades e suas preferências
conceituais.
O que é ser médium
Por RENÊ CASTRO - Contatos: [email protected]
SER MÉDIUM É
para louvar Orixá;
ter um dia daqueles e ainda ter força para
vestir branco e trabalhar;
Ser confundido com um médico só por
estar todo de branco.
Escutar um conselho dirigido a uma
pessoa, mas entender que ele também
é pra você;
SER MÉDIUM É
É acordar de madrugada para fazer anotações sobre sonhos.
É saber pisar devagar para não se machucar.
ver coisas que até Deus duvida.
É carregar guias e mais guias no pescoço...
SER MÉDIUM É
... E entender que elas não te fazem
melhor ou pior.
ter de esquecer os problemas pessoais na
marra pra poder auxiliar quem tem complicações ainda maiores, por mais improvável
que isso possa parecer.
SER MÉDIUM É
se aventurar em matas, praças e cemitérios para realizar tarefas pouco usuais;
Entender que é apenas um instrumento
da fé de quem o procura;
Dormir na esteira no inverno somente
É superar aquelas pegadinhas do universo e chegar ao centro no horário
combinado;
Explicar, de uma vez por todas, que macumba é um instrumento musical;
Dar conselhos inimagináveis a um amigo
sem perceber;
entrar e sair imediatamente de um lugar
suspeito, mesmo sem ter explicação;
É entender que todo dia é um recomeço...
É silenciar e escutar uma voz que, de longe, insiste em dizer: “vai dar tudo certo.
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
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Juiz volta atrás e agora considera
Candomblé e Umbanda como religiões
Matéria do Jornal O GLOBO - De 20/05/2014, publicada em oglobo.globo.com
O JUIZ da 17ª Vara de Fazenda Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa
de Araújo, reviu os fundamentos da
sentença em que havia declarado que
candomblé e umbanda não se tratam
de religiões e sim de cultos.
A mudança de postura foi anunciada no dia 20 de maio em nota divulgada pela assessoria de imprensa
da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
No texto em que admite o erro e
modifica parte do conteúdo da sentença, ele afirma que “o forte apoio
dado pela mídia e pela sociedade
civil, demonstra, por si só, e de forma
inquestionável, a crença no culto de
tais religiões”.
Eugênio Rosa, que havia sido alvo
de pesadas críticas pela declaração
inicial, reforça que está promovendo
uma “adequação argumentativa para
registrar a percepção deste Juízo de
se tratarem os cultos afro-brasileiros
de religiões”. Em outro trecho do novo
texto, ao falar sobre religiões, ele
justifica que “suas liturgias, deidade e
texto base são elementos que podem
se cristalizar, de forma nem sempre
homogênea”. Na sentença original,
o magistrado havia sustentado que,
para ser considerada religião, uma
doutrina tem que seguir um livro-base, como o Corão ou a Bíblia,
por exemplo, o que não acontecia,
segundo ele, com as crenças de matrizes africanas.
Ele não muda, no entanto, o teor
da sentença em si. O magistrado reitera a negativa dada na ação movida
pelo Ministério Público Federal do
Rio de Janeiro que pedia retirada do
YouTube de 15 vídeos considerados
ofensivos à umbanda e ao candomblé.
Na mesma nota, via assessoria, o juiz
federal informa que “manteve o inde-
ferimento da liminar pela retirada dos
vídeos no Google postados pela Igreja
Universal e esclarece que sua decisão
teve como fundamento a liberdade de
expressão e de reunião”.
O autor da ação movida pelo
Ministério Público Federal que pedia
a retirada dos vídeos de circulação,
o advogado e babalorixá Márcio de
Jagun, recebeu bem a notícia. Para
ele, a sociedade civil mostrou sua
união e as religiões de matriz africana
demonstraram que “têm força não
apenas social, mas também política”.
Ele ponderou, no entanto:
- O reconhecimento do erro é
sempre bem-vindo, mas o ideal é
que ele não fosse resultante especificamente da pressão popular e
que o Poder Público reconhecesse
a cultura nacional como parte de
seus instrumentos. E, sabemos,
a religiosidade é sempre parte da
cultura. Mais felizes nós ficaríamos
se ele reconhecesse que os vídeos
deveriam ser retirados.
A intenção, agora, é avaliar
as melhores formas de agir para
que os vídeos sejam suspensos do
YouTube.
Médium: Manifestador dos
Poderes Divinos do Criador!
Mensagem do Exu Zé Pelintra das Almas - Por FELIPE LOPES - XContatos: [email protected]
A fábula do Rato
SALVE AS VOSSAS FORÇAS! Hoje
venho por meio deste “cavalo” canalizar esta mensagem sobre um
assunto um pouco preocupante para
nós guias de lei manifestadores dos
Poderes Divinos do Nosso Criador. A
mediunidade, tanto consciente como
inconsciente ou semiconsciente, tem
os seus valores e os seus princípios e
em nenhum dos casos nós trabalhos
mais ou menos. O que diferencia é
que a irradiação mental entre nós e os
médiuns ora se torna mais presente e
ora mais sutil, estou colocando desta
forma para que todos entendam o
que quero dizer!
Mas o que nos preocupa não é isto
e, sim, falsos médiuns, que mistificam,
fingem estarem incorporados com os
seus guias e tomam a frente deles
para poderem colocar a sua opinião
a frente da mensagem do guia, ou
até mesmo para poderem estar a par
do diálogo do consulente com o tal
“guia”. Para depois, lá na frente, em
uma oportunidade, despejar o que é
inteiramente restrito ao consulente e
ao guia saberem e usar desse diálogo
para ofender, coagir e manipular as
pessoas a fazerem as suas vontades!
Filhos, a mediunidade de incorporação nada mais é que o privilégio
de poder ser um canal entre o mundo
UM RATO, olhando pelo buraco na
parede, vê o fazendeiro e sua esposa
abrindo um pacote. Pensou logo no
tipo de comida que haveria ali. Ao
descobrir que era uma ratoeira ficou
aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
material e o espiritual, o privilégio
de poder, por intermédio dos Guias
e Orixás, manifestar o Poder Divino
da Criação em auxílio do seu irmão
necessitado!
A todos que têm a missão de
auxiliar o próximo por intermédio da
consulta, ou ativação de magias positivas para auxílio do próximo, vamos
usar dessa ferramenta com bom-senso
e discernimento, saibam vocês que por
trazerem em si a essência dos Poderes
do Criador devemos ver isso com um
pouco mais de responsabilidade e
respeito.
O que vemos em algumas pessoas é que elas estão se perdendo em
seus sentimentos de ego, vaidade,
prepotência, orgulho e soberbia, e
dando vazão para que seres negativos
se apossem do seu mental e façam
com vocês o que bem entenderem,
manipulando-os como fantoches no
meio material.
Entre nós, Guias de Umbanda e
Guardiões à esquerda dos seus pontos
de forças na natureza e à esquerda
dos médiuns, existe o respeito e a
hierarquia, a palavra, a troca de favores, e nós não erguemos a nossa mão
contra nossos compadres e comadres
para satisfazer a vontade de um ser
encarnado, pois todos nós atuamos
nos ditames da Lei Maior e da Justiça
Divina, cada um no seu campo de
atuação! Somos, em nós mesmos,
manifestadores indiretos e diretos dos
Poderes Sagrados do Criador, manifestados através dos Orixás, e sabemos
o preço a ser pago caso voltemos os
nossos poderes contra um guia de Lei
por simples capricho de um ser.
“Caso um de vocês esteja sendo
demandado, peça a suas forças que
façam somente aquilo que o ritual de
Umbanda permite pedindo Justiça”.
As pessoas só demandam umas
contra as outras quando se sentem
ameaçadas de alguma forma! Então
pensem: aquela pessoa que lembra
sempre de você, mas de forma negativa, está se sentindo ameaçada
ou coagida por você, seja por você
estar abrindo seu centro, ajudando as
pessoas sem cobrar nada em troca, ou
por estar realizando um bom trabalho
dentro da religião. Quem procede de
forma contrária a isso se sente ameaçado, sim, e por isso quer “parar” a
Luz e o caminho de quem faz o bem.
Então compadres e formosuras,
vamos deixar aflorar os Poderes da
Criação em si de forma positiva, para
só assim entendermos e sentirmos na
nossa vida o quão Deus é misericordioso e divino com Todos.
- Há uma ratoeira na casa, uma
ratoeira na casa!!
A Galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema
para o senhor, mas não me prejudica
em nada, não me incomoda.
Então o rato foi até o Porco e
disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma
ratoeira!
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o
porco, mas não há nada que eu possa
fazer, a não ser orar. Fique tranquilo
que o Sr. Será lembrado nas minhas
orações.
O rato dirigiu-se à Vaca. E ela
lhe disse:
- O que? Uma ratoeira? Por acaso
estou em perigo? Acho que não!
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela
noite, ouviu-se um barulho, como o da
ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu
para ver o que havia pego.
No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra
venenosa. E a cobra picou a mulher…
O fazendeiro a levou imediatamente
ao hospital. Ela voltou com febre.
Todo mundo sabe que para
alimentar alguém com febre, nada
melhor que uma canja de galinha.
O fazendeiro pegou seu cutelo e foi
providenciar o ingrediente principal
(a Galinha).
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram
visitá-la. Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou
morrendo. Muita gente veio para o
funeral. O fazendeiro então sacrificou
a vaca, para alimentar todo aquele
povo.
Moral da Estória: “Na próxima
vez que você ouvir dizer que alguém
está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz
respeito, lembre-se que, quando há
uma ratoeira na casa, toda fazenda
corre risco. O problema de um é
problema de todos”.
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
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Cabe num livro?
Na
Umbanda
tem!
Por MARIA DE FÁTIMA GONÇALVES - Contatos: [email protected]
HÁ POUCOS DIAS, veio a notícia de que uma
decisão judicial havia declarado que a Umbanda
e o Candomblé não poderiam ser consideradas
religiões por não se basearem em um “livro
sagrado”. Depois, tal decisão foi, neste aspecto,
retificada. Menos mal... Afinal, o Brasil é um
Estado laico! E não cabe a nenhum dos seus
Poderes— ou a qualquer pessoa, associação ou
instituição— praticar, disseminar ou consentir em
atos de discriminação religiosa, pois assim dispõe
a Constituição Federal (artigos 3º, incisos I a IV,
e 5º, inciso VI).
Ora, em nosso país, a Umbanda e o Candomblé são duas destacadas religiões, com grande
número de fiéis seguidores e outro tanto de simpatizantes. Entre si, elas são religiões distintas,
com fundamentos próprios; embora apresentem
alguns pontos comuns (como a crença no Deus
Único, o Culto aos Sagrados Orixás, a prática
mediúnica).
A pergunta é: cabe num livro todo caminho
de religação do homem com Deus? Ou isso depende de critérios subjetivos e variáveis, tanto
quanto varia a nossa capacidade individual de
“sentir, pensar e interpretar” o Criador de tudo
e de todos?
Porque as religiões cuidam, em síntese, de
orientar o homem no caminho da sua religação
com Deus— da sua religação com algo Maior, que
dê propósito à existência carnal e a transcenda,
unindo tudo e todos em torno da Única Energia
Original: a Fonte da Vida, a quem podemos
chamar de Deus, Olorum, Olodumare, Zâmbi,
O Todo, O Incriado, O Olho que tudo Vê, etc.
A Umbanda e o Candomblé têm, entre os
seus fundamentos, o Culto à Natureza.
Na Umbanda, entendemos por Natureza tudo
quanto Deus Criou, em suma: todo o Universo, o
micro e o macrocosmo, todas as formas de vida,
inclusive a humana, mais os elementos (fogo,
terra, ar, água, vegetais, minerais e cristais).
Acreditamos que tudo é Deus, que tudo provém
de Deus e que tudo volta para Deus, mediante
os processos infinitos de transformação evolutiva
pelos quais passam os elementos, os seres e as
espécies. Daí que todos somos parte de imensa
Fraternidade, apesar das diferenças individuais
que nos distinguem. E se tudo isso coubesse num
livro, quão colossal ele teria de ser, para falar da
Obra do Criador?
Quantas páginas seriam necessárias para se
falar do Infinito Amor de Deus e da Sua Onipresença na Criação? E da Sua Onisciência? E da
Sua Oniquerência? E da Sua Infinita Perfeição,
em todos os aspectos imagináveis e inimagináveis, uma vez que somos ainda aprendizes nos
primeiros passos de perceber e sentir a Criação
como um Todo inseparável?
E quantas para se falar da riqueza energética
dos elementos, bem como de todas as formas de
vida que compõem a intrincada cadeia alimentar? Quantas para se falar da importância de
nos situarmos em meio à Grandeza da Criação,
procurando agir com dignidade e respeito perante
tudo o que nos rodeia e alimenta?
E quantas para se falar do valor da contribuição ética, moral e cultural que recebemos dos
nossos ancestrais homenageados pelo Astral Superior quando da criação da religião de Umbanda,
como os nativos (“indígenas”) e mais aqueles de
outros continentes, com destaque para os africanos, os europeus e os orientais?
Quantas páginas, ainda, para nos fazer entender que Somos Um, e que é pura insanidade
cultivar um olhar de separação, diante do Infinito
Amor que preside e une e preserva a Criação?
Isso, para começar... Não, livro nenhum
feito por mãos humanas seria capaz de conter
tudo isso!
Por isso, a Umbanda e o Candomblé, entre
outros princípios e fundamentos, se sustentam no
Culto à Natureza. O seu livro-base é a Natureza,
como reflexo do Poder Criador! Como a nos dizer: vamos contemplar e honrar a Manifestação
do Pai-Mãe da Criação em todos os seres e em
todas as coisas por Ele Criadas. Essa contemplação nos fará compreender e, mais que isso, nos
fará sentir a Vida Maior pulsando em tudo e em
todos; e nos convidando para uma convivência
harmoniosa, fraterna e pacífica. Eis que, a nos
unir e a nos impulsionar ao progresso em todos
os aspectos, Está — e sempre Esteve e Estará — a
Mente Criadora, Infinitamente Perfeita e Amorosa.
Não temos palavras para descrever tal Obra!
Não temos palavras para interpretá-La! Apuremos, então, os nossos sentidos, para percebê-La e
Dela haurir forças, no empenho de nos tornarmos
melhores, dia após dia! Enquanto isso, vamos
orar e vigiar.
Orar, especialmente, por aqueles que ainda
insistem em separação, buscando sintonia com
a Fonte da Vida, que é Puro Amor. Pois somente
esse Amor será capaz de nos libertar dos sentidos
inferiores. E vigiar, para não cairmos na tentação
de nos julgarmos superiores a nada e a ninguém.
Porque somos tal como folhas da mesma (e Única)
Árvore da Vida; cada folha ocupando um lugar
igualmente Sagrado desse Espaço-Tempo; e todas
de igual valor e importância para o Criador — embora cada uma, isoladamente, só possa enxergar
parte da Grande Árvore...
Pelo baiano “ Zé Firmino do Bonfim”
Mediunizado Por VANDERLEI ALVES
(Templo de Umbanda Caboclo Estrela do Mar)
Contatos: [email protected]
Foto: Rogério Avelino
Na Umbanda tem
gente de Bem que faz o Bem
Na Umbanda tem linha direta
com o Além
Na Umbanda tem” Saravá”,
“Namastê” e tem “Amém”
Na Umbanda tem mistura sem confusão
Na Umbanda tem caridade sem encenação
Na Umbanda tem União,
Trabalho e Doação
Na Umbanda tem Sol, tem Lua,
tem Estrela
Na Umbanda tem búzio, tem concha,
tem planta, tem pemba e tem vela
Na Umbanda tem Pena Branca,
Pena Verde, Pena Azul, Roxa e Amarela
Na Umbanda tem Pai Velho, Mãe Velha,
Caboclo adulto, curumim, pimpolho
Na Umbanda tem Caminho de Paz
e de Luz que eu mesmo escolho
Na Umbanda não tem
“dente por dente” nem “olho por olho”
Na Umbanda tem
Liberdade com Responsabilidade
Na Umbanda tem
Responsabilidade com Liberdade
Na Umbanda, a Esperança
fala mais alto que a Saudade
Na Umbanda tem Orixá, Guia, Protetor...
Na Umbanda, Professor
aprende com o Aluno
E Aluno aprende com o Professor
Na Umbanda
tem analfabeto na letra
que é Doutor no Espírito*
E tem analfabeto no Espírito
que é doutor na letra;
Parece controverso,
mas todos frequentam
a mesma Universidade
Que se estende por todo o Universo,
no campus da Eternidade!
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
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O selo postal em homenagem
à Umbanda
Por PAI RONALDO LINARES - Contatos: [email protected] | www.santuariodaumbanda.com.br
NO ÚLTIMO DIA 15 DE MAIO na
Assembleia Legislativa - no Plenário
Juscelino Kubitschek - os Deputados
Lecy Brandão, Luiz Carlos Marcolino
e Gerson Bitencourt realizaram uma
sessão solene para homenagear a
Umbanda com a emissão de um selo
oficial dos Correios, que traz estampado a foto do Sr. Zélio Fernandino de
Moraes: o PAI DA UMBANDA.
Foi uma iniciativa do Deputado
Federal Vicentinho que, em 11 de
novembro de 1012, já havia, também
em sessão solene, lançado no Plenário
da Câmara Federal (em Brasília) um
carimbo obliterador de selos com a
efígie de Zélio de Moraes.
Nesta sessão, comemorava-se o
DIA DA UMBANDA - 15 de novembro
- sugerida pelo Deputado Vicentinho
e aprovada pelas duas Casas do
Congresso: Câmara e Senado, e devidamente sancionada pela Presidente
Dilma Roussef.
Sem dúvida, esse é um importante
reconhecimento público de parte dos
representantes do povo brasileiro,
Deputados e Senadores de que a
Umbanda é, de fato e de direito, UMA
RELIGIÃO BRASILEIRA e, portanto,
ao abrigo de nossa Carta Magna - de
nossa Constituição. Uma importantíssima vitória.
Desejo destacar também, além
das conquistas do Dep. Vicentinho,
o brilhante trabalho desenvolvido por
nossa irmã em Oxalá Sandra Santos
- presidente da AUEESP (Associação
Umbandista e Espiritualista do Estado
de São Paulo), responsável por forne-
Fotos: Extraídas do perfil de Sandra Santos no facebook
cer ao Deputado todas as informações
necessárias para tal vitória.
Estiveram presentes ao evento
vários presidentes de federações,
chefes de terreiros, além de muitos
irmãos candomblecistas.
Desejo destacar a presença do
Babalorixá Jamil Rachid (presidente
da União de Tendas de Umbanda e
Candomblé do Brasil), do irmão Pai
Milton Aguirre (vice-presidente da
União de Tendas e ex-presidente
do SOUESP (Superior Órgão de
Umbanda do Estado de São Paulo),
do Babalorixá Cássio Ribeiro (presidente da FUCABRAD - Federação de
Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros de
Diadema), Ogan Juvenal (presidente
da Associação Paulista de Umbanda),
Babá Aparecida Naléssio (presidente
do Primaz de Umbanda), Babalaô
Engels de Xangô e de sua Escola
de Curimba Aldeia de Caboclos e de
mais de uma centena de Yás, Babás
e Babalaôs, bem como Saul de Medeiros (da Associação de Umbanda
Caxias - RS), criador da Bandeira
da Umbanda, cujo símbolo central
também fez parte do selo que homenageia Zélio e a Umbanda, além do
Babalaô Marco Boeing (presidente da
ASSEMA - Associação Espiritualista
Mensageiros de Aruanda - Curitiba),
trazendo o apoio dos nossos irmãos
do Paraná para esse importante
evento.
Meus melhores agradecimentos
também ao irmão em Oxalá Alexandre
Cumino (Jornal Umbanda Sagrada) e
também ao Marques Rebelo (Revista
Espiritual de Umbanda). Lamentamos
a ausência de nossa querida irmã
em Oxalá Lígia de Mores Cunha, que
não pode estar presente porque seu
marido havia sofrido uma cirurgia,
mas, assim que mencionado, seu
nome foi muito aplaudido quando
tive a oportunidade de citar que,
além de neta de Zélio, é herdeira e
sucessora da Tenda Nossa Senhora da
Piedade - a 1a do Brasil - atendendo
em Cachoeiras de Macacu.
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
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Por que fazer um
“Curso de Sacerdócio Umbandista”?
Por ALEXANDRE CUMINO Contatos: [email protected]
Foto: Acervo Colégio Pena Branca
E POR QUE NÃO FAZER? Eu sei que
responder uma pergunta com outra
pergunta não é a melhor resposta,
no entanto, o que impede alguém de
fazer um curso dentro da Umbanda
ou sobre a Umbanda? Nada, absolutamente nada. Você faz se você quiser
e, se não quiser, é problema seu e
ponto final.
Quem está perdendo com isso?
Você está perdendo a oportunidade
de ir ao encontro de outros irmãos da
mesma religião que a sua, que estão
se preparando e passando pelas mesmas experiências que você. As únicas
razões são do ego, da vaidade, da
ignorância ou da tradicional desculpa
de não ter tempo para isso.
Você não tem tempo para a Umbanda? Então ela, a Umbanda, não
é uma prioridade em sua vida, desta
forma, é melhor não fazer mesmo um
curso de sacerdócio. Este curso é apenas para pessoas que têm a Umbanda
como prioridade em suas vidas.
Pai Benedito de Aruanda, por
meio de seu médium Rubens Saraceni,
afirma que: cada um de nós, médiuns
de incorporação umbandista, é um
templo vivo da religião. Rubens Saraceni é o idealizador deste Curso Livre
de Sacerdócio de Umbanda Sagrada.
Por estas palavras, diz que cada um
de nós é sacerdote de seu templo vivo,
cada um de nós é sacerdote de sua
mediunidade, cada um de nós deve se
preparar o melhor possível para cuidar
de seu sacerdócio que consiste em ser
um manifestador vivo da religião de
Umbanda. Onde você estiver, ali está a
Umbanda; onde você manifestar uma
entidade de Umbanda, ali estará a ma-
nifestação do que é sagrado para nós.
No momento em que um médium
de Umbanda incorpora seus guias, o
local se torna um espaço sagrado no
qual é possível reconhecer o templo
interior e o templo exterior da religião,
no qual seus sacerdotes são responsáveis por tudo o que fazem em nome
desta amada religião.
Estar preparado para esta missão
é fundamental para correr o menor
risco possível de fazer uma bobagem.
Todos estamos sujeitos a errar, se enganar e fazer bobagens, mas aqueles
que se preparam para o sacerdócio
correm menos risco de errar consigo
mesmos e com os outros que lhe
procuram.
Uma palavra, um gesto ou um
trabalho espiritual pode levantar ou
derrubar a vida de quem nos procura.
Todo cuidado é pouco, toda forma de
preparar-se melhor e assumir as responsabilidades sacerdotais e mediúnicas umbandistas de forma consciente
é muito válido. Só não estuda e não
se prepara melhor quem não quer!
Pai Ronaldo Linares, idealizador
do primeiro curso livre de formação
sacerdotal umbandista, nos conta que
é certo que os médiuns sejam formados por outros médiuns dentro de uma
estrutura caseira de terreiro em que
cada dirigente espiritual reconhece
entre seus médiuns outros dirigentes
em potencial e os prepara dentro de
sua estrutura. No entanto, há dirigentes que não tiveram a oportunidade de
se preparar, há dirigentes de Umbanda
que desconhecem o básico como, por
exemplo, a História da Umbanda.
Não há mal algum em reconhecer
nossas limitações, no entanto, não
há porque impedir alguém de buscar
mais conhecimento, informação e saber dentro da Umbanda. Pai Ronaldo
sempre nos lembra do incentivo que
recebeu de Zélio de Moraes, fundador
da Umbanda, para dar continuidade
ao trabalho de formação sacerdotal
dentro da Religião.
Mãe Zilméia de Moraes, ou simplesmente Dona Zilméia como gostava
de ser chamada, filha carnal de Zélio
de Moraes, sempre que possível estava
presente às formaturas do curso de
Sacerdócio de Ronaldo Linares.
Certa vez, Marques Rebelo, da
Revista Espírita de Umbanda, lhe
perguntou como era estar à frente
da primeira e mais importante tenda
de Umbanda, ou seja, como era ser
a sacerdotisa daquele templo de
Umbanda. A saudosa Mãe Zilméia
respondeu simplesmente que era
apenas uma médium como todos os
outros e que a única diferença é que
tinha uma responsabilidade maior
que os outros.
E, com as palavras de Mãe Zilméia,
eu volto à questão inicial deste texto:
somos todos médiuns de incorporação
na Umbanda, dirigentes ou não, somos
todos sacerdotes desta mediunidade e
desta religião.
Independente de ser ou não
dirigente espiritual de um templo de
Umbanda, todos devemos procurar
nos preparar ao máximo dentro desta
estrutura religiosa que nos acolheu.
Caso um dia seja chamado para
exercer o sacerdócio enquanto líder
de uma comunidade, dirigente de um
grupo, já estará mais seguro desta
caminhada após se dedicar um pouco
que seja para entender o que é o
sacerdócio Umbandista.
Creio que estas três visões sobre
o sacerdócio já nos ajudam, e muito,
a começar a entender um pouco
sobre o que é um Curso Livre de
Sacerdócio de Umbanda Sagrada e o
porquê de fazer parte de um grupo
que tem como intenção se preparar
mais e melhor para o sacerdócio.
Este preparo é válido tanto para
médiuns que atuam apenas como
filhos de Umbanda, como para Pais
e Mães, dirigentes espirituais, que já
atuam há tempos dentro da religião.
Confira o programa do Curso de
Sacerdócio de Umbanda Sagrada
e veja se é algo que lhe interessa
ou não e lembre-se que o simples
convívio com outros sacerdotes já faz
deste curso uma oportunidade única
para sua formação sacerdotal.
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
Página - 8
Ser um verdadeiro
sacerdote
Por que culpar os
Orixás e os Astros?
Por PH ALVES – Contatos: conversaentreadeptus.com
Por FABIANA CARVALHO- Contatos: [email protected]
Foto: Divulgação - Google images
UM SACERDOTE possui inúmeras
atribuições dentro do terreiro, que
incluem desde o assentamento das
forças e poderes para proteção
daquele solo sagrado até preocupar-se se toda a consulência está bem
instalada para a gira; ou seja, todos
os pequenos e grandes detalhes de
um templo.
Ele deve multiplicar-se em muitos
olhos, ouvidos e cabeças para resolver
problemas administrativos, contábeis,
jurídicos, financeiros, operacionais, logísticos, sociais, mediúnicos e espirituais. E muitas dessas responsabilidades
podem e devem ser delegadas para
especialistas contratados e médiuns da
Casa capacitados para ajudar.
No quesito espiritual, o sacerdote
detém um conhecimento sobre procedimentos a serem realizados na Casa,
nos filhos da Casa ou nos consulentes
que os ajudarão em sua jornada espiritual na busca de uma cura, equilíbrio,
um viver mais pleno.
Tudo que foi dito acima é de
suma importância para a função de
sacerdote, para o bom andamento de
um terreiro. No entanto, há um ponto
crucial e fundamental que separa
quem “está” sacerdote de quem “é”
sacerdote: o AMOR.
O sacerdote deve amar infinitamente Olorum, os Orixás e os Guias
- isso é indiscutível. Mas esse amor
deve ir além... o sacerdote deve amar
o ser humano! Deve ser alguém encantado e apaixonado pela beleza e
complexidade dessa criatura de Deus.
Tem que entender as fraquezas, vícios,
limitações e negatividades da raça
humana e, ainda assim, amá-la. Tem
que acreditar que toda pessoa tem
“conserto”, que todos merecem uma
segunda, terceira, milésima chance; e
que a reforma íntima existe e acontece
todos os dias.
Porque amar a Deus é fácil e
simples, pois Olorum não erra, não
fraqueja, não trai... Amar aos semelhantes, principalmente aqueles com
quem se convive mais de perto, é a
verdadeira prova de fogo!
Um sacerdote é chamado muitas
vezes a entrar na intimidade do problema e da dor alheia, nos desequilíbrios e viciações, nos sofrimentos e
angústias, nas sombras de cada um.
E diante de tudo isso, deve ser o portador da ajuda espiritual, do conselho
sábio, do ensinamento que conduz a
um caminho de solução, bem estar e
harmonia.
No entanto, nunca pode julgar,
não pode projetar suas vivências e
experiências na vida alheia e julgar,
pois o sacerdote, mais que qualquer
pessoa, deve ter a ciência plena de que
só Pai Xangô pode emitir um parecer
limpo e verdadeiro sobre alguém ou
uma situação. Ao dirigente, resta apenas amar e ajudar sem julgar.
A relação médium / sacerdote
extrapola o mero ensinar receitas
de banhos, defumações e oferendas
frente aos problemas específicos e
individuais. A convivência quase diária
transforma o sacerdote em pai/mãe
e o médium em um filho que busca
orientação, proteção, colo, amparo,
direcionamento, exemplo e ajuda para
uma vida melhor.
E nessa relação paternal/maternal/fraternal, o sacerdote aprende a
amar de uma forma única e especial
cada um de seus filhos por todas as
suas qualidades e apesar de seus
defeitos. Porque quem realmente
ama Pai Olorum, irá amar a centelha
divina que anima cada médium de
sua corrente e cada ser humano deste
planeta.
Pois um sacerdote que fale a
língua dos homens e dos Orixás e
não tenha AMOR pelo ser humano
é como o metal que soa ou como
o sino que tine. E mesmo que ele
tenha todos os dons da mediunidade,
e conheça todos os mistérios dos
Guias e Orixás e que tenha tamanha
Fé que transporte montanhas, sem
AMOR ele nada será! (adaptação de
1 Corintios 13:1-2).
Este texto é dedicado à nossa
irmã Hélia Dias, uma grande médium,
guerreira , companheira de jornada,
umbandista orgulhosa de sua religião... um ser humano maravilhoso
que amo muito e que foi chamada
para trabalhar em Aruanda em 3 de
junho de 2014.
É muito comum vermos algumas
pessoas culparem os orixás e os astros, dizendo que só porque é “filho”
de tal orixá, ou porque possui tal signo,
tem esses ou aqueles defeitos ou qualidades. É bem comum encontrar pessoas que, quando estão nervosas, por
exemplo, dizem que isso é por conta
de ser filho de Ogum, ou então dizer:
“eu estou impaciente porque eu sou
Ariano”. Ou seja, é comum dizer que,
de certa forma, a culpa não é nossa e,
sim, dos orixás ou dos astros dos quais
temos alguma regência. A questão é
que, quando nós encarnamos, carregamos em vida determinadas qualidades e defeitos que conosco aqui estão
para trabalharmos cada um deles. Veja
bem, as qualidades e defeitos que o
FILHO possui, e não o Orixá.
Uma qualidade do filho de Ogum,
por exemplo, é ser uma pessoa que
tem um espírito de liderança e seu
ímpeto é bastante evidente, porém,
um dos defeitos do filho de Ogum é
ser impaciente e irritado, bem semelhantes às características do signo
de Áries, que possui esses mesmos
defeitos e qualidades, mas isso não
justifica você colocar seus defeitos
nos orixás ou nos astros. E aí cabe
uma pergunta: por que, quando se
trata das qualidades, nós queremos
identificá-las como nossas e não como
sendo do Orixá ou de Áries? Só que,
quando falamos de defeito, dizemos
justamente o contrário: “Isso é coisa
do meu Pai de Cabeça”.
O que temos que fazer é pararmos
de colocar nossos defeitos e qualidades nos Orixás e começarmos a nos
trabalhar. Devemos entendê-los e entender que tanto as qualidades quanto
os defeitos fazem parte daquilo que
nós precisamos lapidar para sabermos
lidar com nosso ego e buscarmos uma
forma de encontrar nosso equilíbrio
interior. Para, então, finalmente, resolvermos aquilo que está pendente em
nossa vida. A partir de agora, pense
bem antes de colocar a culpa nos
Orixás ou no seu signo astral, pense
que você tem um trabalho a realizar.
Para cada ato seu, a consequência
também será somente sua; seja um
defeito ou uma qualidade, ambos
devem ser equilibrados e trabalhados,
ambos devem ser colocados como algo
a se pensar, refletir e meditar sempre;
sejam essas ações positivas ou negativas, jamais devemos colocar a culpa
nos outros, nos astros, nos orixás ou
muito menos em Deus.
Para lhe ajudar nesse processo,
pegue um caderno e separe uma folha
em duas partes: uma para os seus
defeitos e outra para suas qualidades.
Coloque-os no caderno e reflita sobre
você, analise o seu dia-a-dia e a você
mesmo, e sempre que se lembrar de
alguma outra qualidade ou defeito,
anote novamente neste caderno. Faça
esse exercício durante 30 dias e pense
em como mudar e melhorar certas
características suas. Perceba o quanto
você age de forma inconsciente. Pare,
pense e medite sobre seus defeitos
e, acima de tudo, aceite-os para que
não se tornem algo maior e pior. Pense
também nas suas qualidades de forma
positiva, trabalhando-as com humildade e não deixando que se tornem
uma arma para o seu ego, provocando
arrogância e soberba. Depois disso,
simplesmente agradeça a Deus, aos
orixás e aos astros por terem lhe dado
a oportunidade de buscar o equilíbrio
e a conscientização do seu ser.
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
Página -9
Vida Umbandista - 002
Por MÃE CRISTINA DE IANSÃ do Terreiro de Umbanda Caboclo Pena Branca - Contatos: [email protected]
CAROS IRMÃOS DE FÉ, venho contar um
pouco da minha trajetória espiritual. Vim
de uma família muito humilde. Quando
minha mãe tinha 33 anos, durante sua
terceira gestação de alto risco, com medo
de me perder (como já havia perdido um
casal de gêmeos na primeira gravidez),
sempre muito religiosa, foi em busca de
auxílio em um terreiro de umbanda. Já
havia passado da hora do meu nascimento e os médicos não sabiam dizer se eu
ainda estava com vida, sendo assim, a
entidade dirigente Sr. Caboclo Pena Verde
fez um trabalho para que nós pudéssemos sobreviver. No dia seguinte, eu nasci
com saúde e, saindo da maternidade,
meu primeiro passeio foi ao terreiro
de umbanda que tanto nos ajudou. Lá
continuamos frequentando até meus 3
anos, quando a dirigente faleceu e o
terreiro fechou.
Aos 7 anos fui, acompanhada pela
minha mãe, ao centro da cidade onde
estava ocorrendo uma exposição de
pintura mediúnica. Assim que paramos
em frente a um quadro onde ninguém
conseguia visualizar nada além de flores,
descrevi o que realmente havia ali: fiéis
com panos brancos na cabeça contemplando a imagem de Jesus. Assim que
descrevi, eu desmaiei. A médium que
pintara o quadro me socorreu. Eu voltei à
consciência e a mesma aconselhou minha
mãe a me levar a um centro espírita para
me desenvolver, pois ela dizia que estava
na hora e eu tinha uma missão a cumprir.
Depois desse fato, comecei a passar
muito mal com fortes dores de cabeça,
foi quando minha mãe procurou uma
amiga de infância que possuía o dom da
vidência e dizia sempre ver um caboclo
com penas brancas em minha companhia. Essa amiga, Dona Lúcia, começou
a incorporar o caboclo Tupinambá em
nossa residência e aí começaram a amenizar minhas dores de cabeça.
Com 9 anos, o caboclo ao qual ela
se referia se fez presente em Terra
através de mim, ou seja, obtive a minha
primeira incorporação, e nesse dia ele
avisou que eu teria que me desenvolver
precocemente. A partir de então, não
houve mais sessões em minha casa e eu
já me sentia bem melhor.
Como de costume, eu passava as
férias na casa do meu tio. Ele era conhecido como curandeiro e, na época,
estava tratando um senhor que tinha
uma cirurgia marcada para amputar a
perna. Meu tio começou a fazer seu ritual
de cura quando comecei a sentir muita
tontura e o avisei. Eu incorporei pela
segunda vez o caboclo Pena Branca, que
orientou meu tio como deveria proceder
para melhorar aquele senhor. O Caboclo
pediu um cigarro. Como eu ainda era
uma criança, meu tio se recusou a dar,
mas a pedido do senhor que estava em
tratamento, ele cedeu. O Caboclo trabalhou com a fumaça do cigarro durante
alguns minutos em sua perna, todos os
Foto: Acervo T. U. Caboclo Pena Branca
presentes riam e desacreditavam do que
estava acontecendo, porém, na mesma
hora, o senhor, muito emocionado, conseguiu levantar e caminhar, coisa que há
muito tempo não fazia. Anos depois ainda
tivemos notícias dele, que continuava
com as duas pernas. As pessoas que
participaram do trabalho começaram a
procurar meu tio para saber se poderiam
obter ajuda do Caboclo, mas meu pai me
proibiu de continuar a atender.
e adotamos um menino. Foi quando
comecei realmente a praticar minha
mediunidade. Neste período, começamos
a fazer pequenas sessões no Santuário
Nacional da Umbanda. Alugávamos um
espaço uma vez por mês e lá fazíamos
nossas sessões comandadas pelo Caboclo
Pena Branca. E daí passei a conhecer
minhas outras entidades e fazer alguns
atendimentos a amigos que compareciam
a estas sessões.
Fui mãe muito cedo, com apenas 17
anos, depois casei e tive mais duas filhas.
Passei a frequentar alguns terreiros, para
desenvolver a minha mediunidade, mas
em nenhum eu me adaptava. Optei em
me distanciar da religião por um tempo,
nunca esquecendo daqueles que sempre
me acompanharam, mas sempre sentia
muita falta de estar em solo sagrado,
do ritual da nossa umbanda e de toda a
energia que sempre senti.
Em uma dessas sessões, o Caboclo
Pena Branca ordenou que procurássemos
um lugar adequado para fazer essas sessões e dar continuidade aos tratamentos
que foram iniciados e que precisavam de
acompanhamento. Foi dado o ultimato e,
em dois meses, deveríamos estar com o
local pronto. Alugamos um espaço pequeno e humilde conforme suas orientações. A
princípio participavam das sessões apenas
meu marido como tabaqueiro, minha
mãe e minhas filhas. Em pouco tempo,
entraram mais médiuns e consulentes. O
espaço de 60 m2 já se tornava pequeno.
Ficamos neste espaço por dois anos. Foi
quando senti uma necessidade de ampliar
meus conhecimentos com relação aos
fundamentos da nossa sagrada Umbanda.
Minha segunda filha estava com 11
anos quando começou a desmaiar e,
quando voltava, não sabia o que havia
acontecido. Mesmo sentindo que era
espiritual, levei-a em vários médicos
que não conseguiram diagnosticá-la. Os
desmaios, com o tempo e com a ajuda do
Caboclo Pena Branca, melhoraram, porém
sua clarividência aguçou, fazendo com
que ela enxergasse mais espíritos sofredores do que espíritos de luz, deixando-a
muito perturbada. Foi quando voltamos
a frequentar outros terreiros para ajudá-la. Passamos novamente por diversas
situações que nos desapontaram, não
melhorando a sua situação, e mais uma
vez nos distanciamos dos terreiros.
Em uma noite, após a incorporação
de um desses espíritos sofredores, o
Caboclo Pena Branca fez um trabalho
que cessou sua clarividência e tirou suas
perturbações. Tivemos um período de calmaria, espiritualmente falando. Voltamos
a busca incessante por um terreiro para
desenvolvê-la, mas em todos os terreiros
que frequentávamos, ela não conseguia
se desenvolver e se adaptar. Nessa época,
começaram desentendimentos familiares
que resultaram no divórcio entre eu e o
pai de minhas filhas.
Passaram-se alguns anos, encontrei
um companheiro, me casei novamente
Comecei a pedir ao nosso pai que me
direcionasse a um curso que realmente
pudesse me ajudar a continuar minha
missão. Comecei a procurar alguns cursos
e tive a intuição de me inscrever no curso
de sacerdócio do Colégio Pena Branca.
Agradeço ao nosso Pai por ter me apresentado este Colégio, pois tem me ajudado
muito a cumprir minha missão, ampliando
meus conhecimentos e me dando uma
visão em relação aos fundamentos da
nossa sagrada Umbanda, que até então
eu desconhecia. Hoje conseguimos um
espaço maior para praticarmos a caridade.
Agradeço ao mestre Alexandre Cumino por todo ensinamento, ajuda e a oportunidade de poder compartilhar a minha
trajetória espiritual. Com esta história,
espero ajudar outros irmãos no sentido de
nunca perder a fé, o amor e a esperança,
apesar das dificuldades. Nesta caminhada,
aprendi que nossa religião nos dá condições, conforme nosso merecimento, para
entender e passar por todas as intempéries da vida. Oxalá nos abençoe sempre!!!
Templo de Doutrina Umbandista
Pai Oxalá
e
Pai Ogum
Desenvolvimento
mediúnico
Quinta-Feira: Das 20h00 às 22h00
SÁBADO: das 14h00 às 16h00
SACERDÓCIO
terça-Feira: Das 20h00 às 22h00
MAGIA DIVINA DAS SETE CRUZES SAGRADAS
SÁBADO: das 10h00 às 12h00
Rua Tietê, 600 - Vila Vivaldi
Rudge Ramos - S.B. do Campo
Tel. (11) 4365-1108 - à partir das 13h00
www.paioxalapaiogum.com.br
O JORNAL DE UMBANDA SAGRADA
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Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014
Página -11
Está com problemas?
Por PASCHOAL D’ OXAGUIAN - Contatos: [email protected]
UM MÉDIUM que atendia em sua humilde
casa, ele e apenas um assistente, abriram as
portas de sua casa e se dedicaram para ajudar
os necessitados como de rotina. Certa noite,
tudo preparado para o início dos trabalhos,
o pessoal começou a chegar e sentar-se nas
cadeiras, no local chamado de “Assistência”.
Apesar de pequeno o local, o pessoal
foi chegando e se acomodando como dava.
Adentrou um casal de idosos, uma mulher
com um bebê de colo, um jovem rapaz, uma
senhorinha de idade, um senhor sujo e com
a roupa rasgada e uma linda jovem cheia de
joias e aparentando muita saúde.
Ao dar início aos trabalhos, desce em
terra sobre o médium, um Preto Velho. Sua
assistente acende seu cachimbo, serve um
pequeno pedaço de bolo de fubá, cafezinho e
sua vela branca. Todos ansiosos para o início
da consulta, quando a assistente diz:
- O Preto está chamando quem gostaria
de tomar passe e consultar.
Antes da assistente chamar as crianças
primeiro, a Jovem linda, com suas joias,
levanta-se e diz:
- Eu, eu... eu primeiro.
Todos respeitam e ela segue em direção
ao preto velho. E começa o diálogo.
- Preto, estou sofrendo muito, não aguento
mais, a solução da minha vida é o Senhor, me
ajude por favor.
O Preto olha assustado a ela, sem ter
tempo de correr uma rápida gira ou se quer
olhar na vela e diz:
- Fia, o que houve? Calma, Nego vai te
ajuda.
- Preto, meu marido largou de mim, eu
amo ele, faça alguma coisa, não aguento
mais, já pensei em me matar, usa suas forças
e traz ele de volta.
- Fia, nego... (interrompido)
- Eu amo muito ele, não quero ele com
nenhuma outra vadia, só pra mim, faça uma
amarração, estou sofrendo muito...
- Fia, Nego num faz amarração
- Eu pago.
- Fia, Nego num cobra.
- Preto, por favor, estou sofrendo muito,
minha vida se arruinou por causa da falta dele.
- Tudo bem, Fia, vou te ajudar, mas mantem a calma e não é com amarração que se
arruma isso.
- Preto eu pago o que for preciso, quero
ele só pra mim de volta.
Então Preto velho sábio, muito calmo, dá
risada e diz:
- Fia, volte a sentar lá que eu vou atender
o pessoal e te chamo depois deles.
- Mas, preto, o Senhor não entende minha
situação, como eu vou ficar por última? Preciso
dele amanhã mesmo ou quando sair daqui.
- Fia, eu vou te aju....... (Interrompido)
- Preto, olha essas pessoas, eu duvido que
elas estejam mais desesperadas do que eu.
Então, preto velho pensa um pouco e diz:
- Fia, vou deixa você por último justamente
por isso. Eu cuido do caso deles rapidinho, o
seu é mais demorado, prometo que você vai
ficar mais calma quando acabar de conversar
comigo.
- Mais, preto, olhe esse pessoal... (interrompida)
- Fia, olhe esse pessoal também. Não posso
contar os problemas alheios, mas olhe ao seu
redor... eu vou te ajudar, basta eu acabar o
trabalho deles.
- Vai demorar preto, quero muito ele, logo,
o quanto antes.
- hehehe. Não vai, não, fia. Aquele moço
jovem está com demanda e feitiços, perdendo
tudo o que tem, eu quebro rápido. O Casal de
senhores está com problema com o filho por
causa das drogas e a casa suja, isso também
não vai demorar. A Senhora sozinha está com
uma doença grave nas pernas e vai ter que
amputar, mas não é tão grave como o sofrimento seu.
- E a mulher com o bebê parece bem.
- O bebê está com obsessor, não dorme,
só chora, e esse espírito obsessor bate no
pequeno nas noites de sono.
- Tá... mas aquele senhor sujo, com roupas
rasgadas, não está com tanta pressa. Olhe,
preto, está até cochilando na cadeira.
- Rs, rs... Sim, fia, ele vive na rua e vem
sempre aqui, espera todo mundo acabar de se
consultar pra pode comer um pedaço do meu
bolo e tomar café com o nego pra amenizar
a fome.
Então a moça olha bem, abaixa a cabeça
e diz:
- Está certo, preto, vou esperar.
Ela dá às costa pro preto velho e escuta:
- Fia, Qual era seu problema mesmo?
Envergonhada e enxergando a diferença
de problemas, ela diz:
- Nada, preto, nada. Só vim tomar um
passe.
Resumindo, quando você acha que está
com um Problema, olhe ao seu redor, veja os
problemas dos outros, depois volte olhar o seu,
ops... cadê?? Eu tenho problemas??
Página - 12
Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2014

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