Apresentação Projetar significa “lançar

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Apresentação Projetar significa “lançar
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Apresentação
Projetar significa “lançar-se para frente” visualizar/prever um futuro diferente do
presente. Projeto é uma ação intencionada com objetivo definido sobre o que se quer
inovar constrói-se de forma interdisciplinar e é sempre um inconcluso, pois cada nova
situação abre espaço para uma adequação da escola a mesma.
As novas estruturas familiares, sociais, econômicas, empresarias e políticas,
nacionais e mundiais, requerem um novo modelo de escola com responsabilidade social,
que forme um novo tipo de cidadão. Um cidadão preparado para “enfrentar o mundo,”
intervir no real.
“Precisamos contribuir para criar uma escola que é aventura, que marcha, que não
tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que
se atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que
apaixonadamente diz sim a vida”.(Paulo Freire).
Assim, nasce o PPP do Colégio Estadual João Paulo I com o intuito de
revolucionar a forma de ensinar/aprender, repensar a nossa prática pedagógica, contribuir
para uma gestão democrática permanente em todos os segmentos da comunidade
escolar...enfim, reescrever a história da escola juntos.
Introdução
Identificação
Colégio Estadual João Paulo I – EFM
Rua Principal s/nº, 85560000
Bugre – Chopinzinho – PR.
Telefone: (46) 9104-9913
Aspectos Históricos da Escola:
Em 1974, reuniram-se as comunidades do Bugre, Invernadinha, Linha Gaio, Mato
Branco, Passo do Sol e outras, juntamente com autoridades competentes, para discutirem
as possibilidades o funcionamento de uma extensão do ginásio estadual Paulo Setúbal, da
cidade.
Procederam a várias reuniões e concluí-se que seria construído um prédio
municipal com duas salas de aula, que funcionaria no período diurno de 1º a 4º séries, e
noturno duas turmas de 1º série ginasial.
Através do esforço das autoridades conseguiram autorização para o
funcionamento da extensão em 1975; conforme ofício nº 81/71, da SEED.
Posteriormente, tornou-se independente pela Resolução Conjunta nº 70/81, publicada no
diário oficial nº 1269 de 14/04/82 e autorizou ao funcionamento nos termos vigentes e a
ministrar o ensino das 4 séries do primeiro grau com a construção da escola estadual do
Bugre.
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No ano de 1983 a escola passou a ser denominada Escola Estadual João Paulo I
Ensino de Primeiro Grau. Foi reconhecido através da resolução 55/46/84 DOE 24/07/84.
Em 1989 o estabelecimento, matriculou a 5ª A e B, no período diurno e a 6ª, 7ª e
8ª continuaram no período noturno.
No ano de 1990, passou a funcionar somente no período diurno.
Em 1993, com o processo de nuclearização no município, várias escolas de
comunidades vizinhas foram fechadas, sendo centralizadas no então Núcleo de Ensino do
Bugre.
Mais uma vez houve uma mobilização das comunidades para que fosse ofertado o
Ensino Médio. Assim, a partir de 1999 houve implantação gradativa do curso e a escola
passou a denominar-se Colégio Estadual João Paulo I – EFM conforme resolução
489/2000 publicada no DOE de 13/04/2000.
Hoje o estabelecimento conta com 96 alunos regularmente matriculados no EF e
62 alunos no EM, perfazendo um total de 156 alunos.
O Colégio Estadual João Paulo I – EFM desenvolve alguns projetos, entre os
quais:
- Projeto Festa Junina. A Escola realiza anualmente a Festa Junina na escola
com danças e comidas típicas;
- Dia das mães e dos pais – alunos homenageiam os pais com cartões, cartazes,
gincanas na escola, presentes;
- Semana da Pátria;
- Amostra cultural;
- Jogos inter-séries;
- Projeto higiene e embelezamento: melhorias no aspecto físico da escola;
- Projeto reciclagem do lixo;
- Comemorações Cívicas.
- Projetos Multidisciplinares (Xadrez, saúde bucal, meio ambiente...).
Espaço Físico
A área total é de 10.000 m2
A área construída é subdividida em:
- 8 salas de aula (sendo 4 pelo município, e 4 (5ª a 8ª série e ensino médio).
- Uma sala de direção e equipe pedagógica (compartilhada).
- Uma sala de professores.
- Uma Biblioteca.
- Uma cozinha.
- Uma sala para secretaria.
- Um sanitário para professores.
- Três sanitários femininos e três masculinos.
- Um saguão.
- Duas quadras poliesportivas.
- Um laboratório de ciências (Biologia, Química e Física).
- Uma sala de informática com 10 computadores.
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Devido à nuclearização e ao fato do prédio ser municipal muitos dos espaços são
compartilhados.
Oferta de Cursos e turmas
O Colégio Estadual João Paulo I, oferta o Ensino Fundamental e o Ensino Médio,
ambos na modalidade regular, turno diurno. Sendo (8ª Ensino Fundamental e 1ª 2ª 3ª
Ensino Médio), no período matutino. E (5ª, 6ª, 7ª do Ensino Fundamental) no período
vespertino, perfazendo um total de 156 alunos regularmente matriculados e assim
distribuídos: 5 ª série EF: 20 alunos, 6 ª série EF: 25 alunos, 7 ª série EF: 23 alunos, 8 ª
série EF: 28 alunos, 1 ª série EM: 18 alunos, 2 ª série EM: 21 alunos e 3 ª série EM: 23
alunos.
A organização com base na matriz curricular é composta de 90% na BNC (Base
Nacional Comum) e 10% na PD (Parte Diversificada) e sua organização é seriada.
Caracterização da População
A comunidade escolar é formada por descendentes de italianos, alemães, poloneses
e brasileiros (mistura de raças), oriundos, em sua grande maioria do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina.
A religião predominante é a católica, observando-se que há um percentual
considerável da Comunidade que tem a religião Luterana como tradição e herança dos
seus imigrantes alemães.
A maior parte da população tem como fonte de renda a agricultura e pecuária de
leite em pequenas propriedades, com renda mensal oscilando entre 0 a 2 salários
mínimos. Sendo que 90% dos alunos atendidos ajudam seus pais na agricultura. A
maioria das famílias possui casa própria de madeira ou mista e ainda alguns residem em
barracos de chão batido.
Quanto ao nível d escolaridade dos pais, pudemos identificar que a maioria tem
ensino fundamental fase inicial (antigo Primário) concluído, baseado no questionário
respondido pelos mesmos.
- Por localizar-se na zona rural, as opções de lazer tanto para adultos como para as
crianças, torna-se um tanto restrito. Joga-se futebol, sinuca, baralho, bocha e ainda tem os
bailes, saraus e matinês e ainda televisão ou rádio.
Professores, funcionários, equipe de direção e pedagogos.
Desde o surgimento da escola nova aprendemos que, para que ocorra um
aprendizado significativo não são suficientes somente os conteúdos em si. É necessário
que se ensine com amor, dedicação...que se vá além das operações mentais.
Assim, a escola constitui espaço de produção de novas experiências e relações:
Ao mesmo tempo interação união de idéias e ação que busque o respeito mútuo e a
individualidade de cada um dentro dos vários segmentos/funções da comunidade escolar.
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Quadro de Pessoal
PROFESSORES ENSINO MÉDIO
NOME
Aldair G. Patel
Lovani Erna Gerhardt
Marta Beatriz Hendges
Maria Fátima Téo
Ivanilse de Lazzari
Terezinha M. F. Mattje
Ivane Ongarato
Caroline Cortoli
Alcione Bido
Zenilde da Rocha
Elsa Lopes
Maria Salete Dal Vesco
Lucimara Cecchin
Kelli Verdi
Elsi Vanderlei Casanova
FORMAÇÃO
Letras Português
Letras/Port/Inglês
Física
Letras/Português
Geografia
Educação Física
Química
Ciências Biológicas
Artes Visuais
Filosofia
Ciências/Mat.
História
História
Ciências/Química
Ciências/Química
PÓS
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
X
DISCIPLINAS
Língua Portuguesa
L.E.M Inglês
Matemática
Língua Portuguesa
Geografia
Educação Física
Química
Biologia
Arte
Sociologia/Filosofia
Matemática/Física
História
História
Química/Física
Física
PROFESSORES ENSINO FUNDAMENTAL
NOME
Marta Beatriz Hendges
Elsa Lopes
Terezinha M. F. Mattje
Lovani Erna Gerhardt
Maria Salete Dal Vesco
Meri A. F. P. Waszczuk
Elsi V. Casanova
Ivane Ongarato
Aldair G. Patel
Gleci Ruschel
Vera Lúcia de Jesus
Ivanilse de Lazzari
Maria Luiza
Alcione Bido
Dirce Balbinot
FORMAÇÃO
Física
Ciências/Mat.
Educação Física
Letras/Port/Inglês
História
História
Química
Química
Letras Português
História
Letras/Port./Inglês
Geografia
Letras
Artes Visuais
História
PÓS
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
X
x
DISCIPLINAS
Matemática
Matemática
Educação Física
Inglês
História
História/Ens.Religioso
Ciências/Física
Ciências
Língua Portuguesa
Artes/Inglês
Inglês
Geografia
Língua Portuguesa
Arte
História
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CORPO ADMINISTRATIVO E SERVIÇOS GERAIS
NOME
Ana Enir C. Araújo
Susana Bellé Monteiro
Paulo M. M. de Almeida
Elói Marcel Chichorro
Marli Vieira dos Santos
Ivonete A. R. Andrade
Jucimara A. Zuconelli
Janete N. DalleTese
Edine Dolisne
FORMAÇÃO
História
Pedagogia
Pedagogia
Administração
Pedagogia
Adminstração
Ensino Médio
Ensino Fundamental
Ensino Fundamental
PÓS
x
x
x
FUNÇÃO
Diretora
Pedagoga
Pedagogo
Técnico Administrativo
Técnico Administrativo
Secretária
Agente de Apoio
Agente de Apoio
Agente de Apoio
Objetivos Gerais e Específicos
-
Possibilitar aos professores e alunos a aplicação de seus conhecimentos
através de palestras, grupos de estudos, viagens de estudos, cursos...
Oportunizar ao educando o conhecimento de seus direitos e deveres para que o
mesmo participe da vida social e política da comunidade em que está inserido.
Favorecer o trabalho coletivo e a participação de toda a comunidade escolar na
tomada de decisões.
Valorizar o educando, agente transformador do ambiente no qual está inserido,
reconhecendo e respeitando seus valores e suas diferenças.
Desenvolver no ambiente escolar, uma cultura da paz com o cultivo de valores
morais e éticos indispensáveis para o bem coletivo.
Marco Situacional
•
Descrição da Realidade Brasileira, do Estado, do Município, da Escola.
Historicamente, o conhecimento sempre foi uma reserva de poder das elites, nos
quais se incluíam os filósofos, os sábios, os religiosos. Na Europa, à medida que vai
desaparecendo o aprendizado tradicional da oficina do artesão e o controle do saber pelas
corporações de artes e ofícios, ocorre a criação de escolas e sua extensão aos
trabalhadores produtivos.
No Brasil, o dualismo das classes sociais, do acesso aos bens e serviços
produzidos pelo conjunto da sociedade, se enraíza no tecido social através dos séculos de
escravismo e de discriminação do trabalho manual. Na educação, apenas na metade do
século XX, a analfabetismo torna-se uma preocupação das elites intelectuais e a educação
do povo se torna objeto de políticas de Estado. Mas ainda vemos em sua organicidade
social a educação geral para as elites, e a preparação para o trabalho para o povo
(principalmente nos anos 40).
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Nos anos 80, mais precisamente no primeiro projeto de LDB, recomeça a luta pela
democratização da educação que, sob a liderança do Fórum Nacional em Defesa da
Escola Pública, teve intensa participação da comunidade acadêmica e apoio de
parlamentares de vários partidos progressistas.
Se a base social e política da formação humana integral, em um e em outro
momento histórico, não impediu a derrota das idéias, também não impediu seu
renascimento no presente, com os enormes desafios da sociedade complexa e da
produção flexível em que temos que nos mover hoje.
Continuamos a buscar resgatar o homem integral, a tornar os processos
educacionais ações efetivas na formação para o mundo do trabalho e nas condições de
vida do trabalhador, com os seus vínculos políticos e culturais.
Assim, para que as escolas sejam capazes de construir organicamente seu próprio
Projeto Político Pedagógico, e assumirem o desafio de uma formação integrada,
reafirmando sua identidade, é preciso que ela conheça e compreenda sua historia. Que
reconstitua e preserve sua memória, compreenda o que ocorreu consigo ao longo dos
últimos oito anos de reforma e, então a partir disto, venha decidir coletivamente para
onde se que ir, com um movimento permanente de auto-reconhecimento social e
institucional, e então, reconhecerem-se como sujeitos sociais com uma história e uma
identidade própria a ser respeitada em qualquer processo de mudança.
•
Análise das Contradições e Conflitos Presentes na Prática Docente –
Reflexão Teórico-Prática.
O problema é que, para além dos avanços em termos de aprendizagem, das
pesquisas sobre escolas eficazes, dos estudos sobre as possibilidades de mudança e
inovação em educação, é muito complexo dar um salto entre o enunciado de nossos
saberes e o seu “uso ativo”. Há uma enorme lacuna entre nossas teorias e nossas práticas.
“Dizer é uma coisa, fazer é outra”, afirma o ditado popular.
Nossas escolas e nosso ensino não são organizados para produzir compreensão em
um conjunto de alunos que apresentam diferentes contextos socioculturais e que se
vinculam à realidade de diferentes maneiras. Ensinar para a compreensão requer uma
proposta pedagógica (didática), e isso, por sua vez, requer uma nova organização das
salas de aula e das escolas para que comportem diferentes modos de ensinar.
Marco Conceitual
Concepção de Sociedade:
“Sociedade, qualquer que seja sua forma, é o produto da ação recíproca dos
homens”. Os homens que produzem as relações sociais no que diz respeito a sua
produção material criam também as idéias, as categorias; Isto é, as expressões ideais
abstratas dessas mesmas relações (Karl Marx).
Sob o nome de globalização reúnem-se fenômenos diversos que refletem novas
formas de organização econômica, política e social. O “mundo gira” numa velocidade
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astronômica, sua transformação exige um “novo homem”. É um constante desafio para os
organizadores e instituições que precisam rever seus propósitos, suas políticas, estruturas
e procedimentos.
Um dos objetivos fundamentais da constituição artigo 3º, lê-se (Construir uma
sociedade livre, justa e solidária), erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais. Infelizmente não é isso que se tem percebido na
sociedade brasileira, sua trajetória histórica não criou uma tradição democrática.
Como escola, precisamos repensar nossa função social e política. Além de
transmitir os conhecimentos, precisamos nos preocupar com a formação global dos
alunos.
Segundo Vieira e Matos (2001) “Se a escola for capaz de desenvolver plenamente
os quatro pilares básicos da aprendizagem – aprender a ser, a fazer, a conviver e a
conhecer, independentemente de raça, cor, gênero, religião seguramente estará
cumprindo a função social que dela se espera”.
Concepção de Homem:
O homem é fruto social e são as relações sociais e econômicas e culturais que o
determinam como matéria viva e como provido de uma organização.
A descoberta do homem, a definição do homem, a identidade do novo homem
deve ser construída no ambiente escolar. Portanto existe uma necessidade de tornar a
escola um espaço de formação deste novo homem, sem ter que esperar que as instituições
governamentais determinem as diretrizes de como deve ser pensado este novo homem.
Trata-se de oferecer ao aluno e construir junto com ele um ambiente de respeito pela
aceitação de interesses, pelo apoio a sua expressão de valorização que compreenda a
relatividade de opiniões, preferências, gostos, escolhas e aprender o respeito ao outro.
“O homem é uma vida que alcança a plenitude do sentido porque ama, sofre,
constrói, zanga-se, surpreende-se, foge da tristeza, anseia a felicidade, cultiva a simpatia,
exibe compaixão, embaraça-se, assusta-se com a culpa, cresce com o orgulho, fortificase com a inveja e por tudo causa espanto e admiração, indignação ou desprezo”. (Celso
Antunes).
Concepção de Educação:
Educação: SF.
Desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral. 2 . Instrução, ensino. 3.
Civilidade, delicadeza, polidez, cortesia.(Dicionário Aurélio).
Segundo Freire, “Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa”, e foi aprendendo
socialmente que historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível
ensinar... Aprendendo, precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar diluía na
experiência realmente fundante de aprender.
Educar é um processo que vai além da transmissão metódica de conteúdos, tratase de permitir que o educando torne-se um ser capaz de intervir no mundo, agir como um
crítico e comprometido com as questões sociais.
Pode-se passar informação de várias maneiras, mas, para educar é necessária uma
dose de afeto, demonstrada nos pequenos gestos como: chamar pelo nome, olhar nos
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olhos, saber ouvir, respeitar o que o aluno traz de conhecimento; o aluno tem que se
sentir valorizado.
Pedagogia progressista a escola é condicionada pelos aspectos sociais, políticos e
culturais, mas contraditoriamente existe nela um espaço que aponta a possibilidade de
transformação social; A educação possibilita a compreensão da realidade histórico- social
e explica o papel do sujeito construtor/transformador dessa mesma realidade.
Paulo Freire, em seu livro Professora Sim Tia Não, aponta algumas qualidades
indispensáveis à prática educativa progressista, quais sejam: bom senso, postura não
autoritária, coragem para lutar pela defesa da justiça e enfrentar o conflito, tolerância,
respeito, disciplina interior, integridade ética, luta contra preconceitos, capacidade de
decisão, segurança, competência profissional, clareza política e alegria de viver.
Concepção de Conhecimento:
O conhecimento não é algo situado do indivíduo, a ser adquirido por meio de
cópia, tampouco algo que o indivíduo constrói independentemente da realidade exterior,
dos demais indivíduos e de suas próprias capacidades pessoais. É, antes de mais nada,
uma construção histórica e social, na qual interferem fatores de ordem antropológica,
cultural e psicológica, entre outros.
A realidade torna-se conhecida quando se interage com ela, modificando-a física
e/ou mentalmente. A atividade de interação permite interpretar a realidade e construir
significados, permite também construir novas possibilidades de ação e de conhecimentos.
Assim, toda escola desenvolve uma proposta educativa que se realiza mediante um
processo contínuo de reflexão sobre a prática pedagógica, em que os envolvidos
discutem, propõem, realizam, acompanham, avaliam e registram as ações que vão
desenvolver para atingir o objetivo que é a construção do conhecimento. Assim, o
conhecimento é apontado por especialistas como recurso controlador e fator de produção
decisivo de inserção social. “Todo conhecimento, na medida em que se constitui num
sistema se significação, é cultural. Além disso, como sistema de significação, todo o
conhecimento está estreitamente vinculado com relações de poder”.(Tomas Tadeu, 1999).
Concepção de Escola:
A escola, com todas as suas contradições e limites, ocupa um espaço privilegiado
na existência humana, e influi, intencionalmente ou não, na construção de sua identidade.
Dessa forma a função da escola em proporcionar um conjunto de práticas
preestabelecidas tem o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem de
conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva.
É fundamental que a escola assuma a valorização da cultura de seu próprio grupo e, ao
mesmo tempo, busque ultrapassar seus limites; que ela favoreça a produção e a
apropriação das múltiplas linguagens das expressões e dos conhecimentos históricos,
sociais, científicos e tecnológicos, sem perder de vista a formação intelectual e moral do
educando.
“A escola de “hoje” deve mudar a visão que a de “ontem” construiu sobre si
mesma, sem esquecer em sua crítica aquilo que continua valioso, apesar dos imensos
desafios de sua consideração na atualidade.” (Lino de Macedo).
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Concepção de Ensino-aprendizagem:
“O aprender a ler, escrever e contar, não é incompatível com o aprender a pensar,
com o aprender a ser, nem com o aprender a aprender com os outros.” (José Augusto
Pacheco).
Por muito tempo a pedagogia valorizou o que deveria ser ensinado, supondo que,
como decorrência, estava valorizando o conhecimento. O ensino, então, ganhou
autonomia em relação à aprendizagem, criou seus próprios métodos e o processo de
aprendizagem ficou relegado o segundo plano.
Os fracassos escolares decorrentes da aprendizagem, indicam que é necessário
ressignificar a unidade entre aprendizagem e ensino, uma vez que, sem aprendizagem não
há ensino.
A organização de atividades de ensino e aprendizagem, a relação cooperativa
entre professor e aluno e aluno/aluno, os questionamentos, a dúvida, as controvérsias de
conceitos, influenciam o processo de construção de significado e o sentido que os alunos
atribuem aos conteúdos escolares. Portanto, ao ensinar procedimentos também se ensina
um certo modo de agir, de pensar e de produzir conhecimento; o que seria para Ausubel:
“a teoria da aprendizagem verbal significativa”.
Segundo Santo Agostinho: “Não se aprende pelas palavras, que repercutem
exteriormente, mas pela verdade, que ensina interiormente”.
Concepção de Avaliação:
“Avaliação é ponto de referência. É um processo constante de repensar a prática
educacional, em todos os segmentos”. Deve ser tratada como estratégia de ensino, de
promoção do aprendizado, pode assumir um caráter eminentemente formativo,
favorecedor do progresso pessoal e da autonomia do aluno, integrada ao processo de
ensino-aprendizagem, para permitir ao aluno consciência do seu próprio caminhar em
relação ao conhecimento e permitir ao professor controlar e melhorar a sua prática
pedagógica. Uma vez que os conteúdos de aprendizagem abrangem os domínios dos
conceitos, das capacidades e das atitudes, é o objeto da avaliação o progresso do aluno m
todos os domínios. De comum acordo com o ensino desenvolvido, a avaliação deve dar
informação sobre: o conhecimento e compreensão de conceitos e procedimentos, a
capacidade para aplicar conhecimentos na resolução de problemas cotidianos.
A avaliação deve ser um processo contínuo que sirva à permanente orientação da
prática docente. Como parte do processo de aprendizado, deve incluir registros e
comentários da produção coletiva e individual do conhecimento e, por isso mesmo, não
deveria ser um procedimento aplicado nos alunos, mas um processo que conte com a
participação deles. É pobre a avaliação que se constitua em cobrança da repetição do que
foi ensinado, pois deveria apresentar situações em que os alunos utilizem e vejam que
realmente podem utilizar os conhecimentos, valores e habilidades que desenvolveram. A
avaliação assim conduzida deve permitir a verificação de lacunas e erros, parte natural do
processo, mas deve levar a constatação do efetivo aprendizado. “Ensinar, aprender e
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avaliar não são momentos separados. Formam um contínuo em interação permanente”
(Juan M.A. Méndez).
Mudar a forma de avaliar pressupõe mudar também a relação ensinoaprendizagem. É necessário ver a aprendizagem como um processo, e as disciplinas
curriculares como um meio para se chegar a ser um cidadão. Segundo Serafin Antúnez:
“O professor que adota métodos didáticos ultrapassados está enganando seu alunos.
Deveria ser punido pelos órgãos de defesa do consumidor por oferecer um produto
obsoleto”.
Concepção de Tecnologia:
Tecnologia: estudo das técnicas, isto é, da maneira correta de executar qualquer
tarefa (PCNS,1998).
O desenvolvimento tecnológico acarretou inúmeras transformações na sociedade,
principalmente nas ultimas duas décadas. Além do convencional rádio, televisão, jornal,
revista, CD-Room, Home Page... basicamente o que mudou foi a possibilidade de
comunicar as informações globalmente, com maior velocidade e diferentes formatos.
Cabe observar, porém que, mesmo o mundo estando interconectado, não há uma
unificação econômica e cultural, e muito menos igualdade no acesso aos recursos
tecnológicos, e isso não só no Brasil, mas em muitos outros países. O domínio da
tecnologia só faz sentido, quando se torna parte do contexto das relações entre homem e
sociedade. Assim, ela representa formas de manutenção e de transformação das relações
sociais, políticas e econômicas, acentuando a barreira entre os que podem e os que não
podem ter acesso a ela.
Com certeza a educação pode contribuir par diminuir diferenças e desigualdades,
na medida em que acompanhar os processos de mudanças, oferecendo formação
adequada às novas necessidades da vida moderna.
Princípios da Gestão Democrática:
Gestão Democrática é o processo político através do qual as pessoas na escola
discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas e os encaminham, acompanham,
controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola.
Este processo, sustentado no diálogo e na alteridade tem como base à participação efetiva
de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito a normas coletivamente
construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às
informações aos sujeitos da escola.
Na vivência da gestão democrática nos deparamos com alguns princípios que
precisam ser evidenciados e respeitados. Um deles é a garantia de acesso e permanência
na escola.
De acordo com um dos itens da Declaração dos Direitos da Criança e do
Adolescente: “A criança tem direito à educação, para desenvolver suas aptidões, as suas
opiniões e o seu sentido de responsabilidade moral e social”. Nesse sentido, procurou-se
identificar as propostas da nova LDB que avançam na busca de uma educação mais
democrática e de melhor qualidade. Sendo assim, a educação é uma questão de direitos
humanos e todos os indivíduos devem ter garantido o acesso, o ingresso, o regresso e a
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permanência com sucesso em todo fluxo de escolarização estabelecido pelo sistema
educacional.
Atendendo à Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 no Título IV que trata dos
Profissionais da Educação, a saber: os professores (Art. 62), que ministram o ensino e os
demais (Art. 64), que apóiam todo o processo de ensino aprendizagem. Entendemos
então que a formação continuada deve ser de todos os profissionais da educação,
abrangendo em nossa Escola, professores, direção, equipe pedagógica e funcionários.
O aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver são
competências exigidas para todos os profissionais da educação.
A Escola oportuniza a capacitação de profissionais através de grupos de estudo,
palestras com especialistas, cursos promovidos pela SEED/NRE, SENAR, CETEPAR,
SENAC, CADEP, cursos seqüenciais (profissionalizantes) e cursos de entidades
privadas...
O exercício da gestão está a serviço, sempre da busca dos resultados que devem
ser produzidos pela organização da qual o gestor faz parte.
Quando compramos um objeto, julgamos sua qualidade em função de algumas
dimensões, ex.: utilidade, preço, durabilidade, beleza, etc, e quando falamos em
Educação? O que é que define sua qualidade?
Segundo Libâneo (2001) qualidade “refere-se tanto a atributos ou características
da sua organização e funcionamento, quanto ao grau de excelência baseadas numa escala
valorativa”.
A educação de qualidade é aquela que promove para todos o domínio de
conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais para
o atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do
trabalho, à construção da cidadania, tendo em vista a construção de uma sociedade mais
justa e igualitária.
Sete indicadores devem ser levados em consideração quando falamos em
qualidade na educação (Gestão em rede, nº 56).
1. Ambiente educativo;
2. Prática Pedagógica;
3. Avaliação;
4. Gestão escolar democrática;
5. Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola;
6. Espaço físico escolar;
7. Acesso, permanência e sucesso na escola.
Ao compreender seus pontos fortes e fracos, a escola tem condições para intervir,
para melhorar a qualidade de acordo com seus critérios e prioridades.
Assim, a política de inclusão prevista em lei e na PPP do Colégio Estadual João
Paulo I, não se restringe aos alunos cujos problemas de aprendizagem são devidos a
déficits físicos ou intelectuais (LDB cap IV, Art. 58 e 59), mas é intensiva aos alunos não
alfabetizados, àqueles com problemas disciplinares, aos super dotados, aos hiperativos,
etc. Não se restringe às situações de deficiências ou desvantagem, mas abrange todas as
diferenças, inclusive, Educação Indígena e Educação no Campo.
Como educadores, temos consciência que a educação inclusiva é de
responsabilidade de todos do sistema de ensino, e a inclusão não deve ser apenas
educacional, mas também social.
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“O diferente de nós não é inferior. A intolerância é isso: é o gosto irresistível de se
opor às diferenças”. (Paulo Freire).
Analisando a evolução histórica dos movimentos para universalizar o acesso às
escolas, conclui-se que o paradigma da inclusão vem caracterizar uma orientação que,
necessariamente, diz respeito à melhoria da qualidade das respostas educativas de nossas
instituições de ensino-aprendizagem para todos.
Embora este movimento e seja predominantemente relacionado ao alunado da
Educação Especial, é um equívoco supor que a proposta diz respeito a esses sujeitos
apenas. Outra abordagem simplista que é observada é a afirmação de que a inclusão é o
inverso da exclusão. Segundo Martins “O avesso da inclusão pode ser uma inclusão
precária, instável e marginal decorrente de inúmeros fatores dentre os quais a sociedade
capitalista que desenraiza, exclui, para incluir de outro modo, segundo suas próprias
regras, segundo sua própria lógica. O problema está justamente nessa inclusão” (Martins,
apud Amaral, 2002, p 32).
Com este propósito, busca-se que o processo de inclusão educacional seja efetivo,
assegurando o direito à igualdade com eqüidade de oportunidades. Isso não significa um
modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços
especializados para que cada um aprenda resguardando-se suas singularidades.
O Currículo da Escola Pública / Dinâmica do Currículo:
E, quando nos reportamos a critérios e prioridades, falamos, automaticamente, de
currículo e ou planejamento curricular. Popkewitz (1996) define currículo como um
conhecimento particular, historicamente formado, sobre o modo como as crianças tornam
o mundo inteligente.
Currículo não é apenas um conjunto de informações, mas própria organização do
conhecimento em formas particulares de agir, sentir, falar, ver e conviver é a junção em
perfeita harmonia do currículo oculto. O termo origina-se do latim “curriculum” e
significa curso, percurso, o que esta sucedendo, acontecendo, ou seja, é o caminho a ser
percorrido pelo aluno na escola ou sob sua responsabilidade, com o fim de alcançar os
objetivos, e metas para a construção do conhecimento. Ele constitui-se de todas as
atividades planejadas e ofertadas pela escola para que o educando possa desenvolver-se
plenamente como pessoa e cidadão. “Só podemos compreender a natureza e a cultura, se
formos capazes de integrar todo tipo de conhecimento” (Rafael Yos Ramos)
Ramos nos oferece uma nova visão de currículo baseada na visão holística da
Educação. Sendo que para o autor, o importante não são os saberes consagrados pela
academia ou pela tradição, mas sim os infinitos caminhos que permitiu conectar os
conhecimentos entre eles. “Um currículo integrado é uma proposta educativa aberta e
ativa, centrada no aprendiz fruto da negociação dos elementos pessoais envolvidas, que
procura organizar o ensino em torno de termos relevantes para o estudante, flexibilizando
em maior ou menor grau as fronteiras entre as disciplinas acadêmicas, assim como os
horários e os espaços escolares, e na medida do possível, conectando todas as fontes de
conhecimento com o ambiente sócio natural local e global da escola, sempre em primeiro
clima de diálogo social no seio da comunidade educativa de trabalho colaborativo entre
todos os elementos pessoais da escola, tendo em vista a educação integral e
individualizada, que leve a uma autentica compreensão e com isso a um pensamento
criativo e crítico. “Trata-se em suma de uma primeira e nova perspectiva de um novo
14
paradigma educacional que busca a unidade dos processos educativos, o que requer uma
alta coerência intra curricular”(Ramos, 2002)
Sabemos que as experiências do mundo real não são fragmentadas em áreas
disciplinares e por isso, a integração aumenta a relevância e a motivação para aprender. O
currículo escolar deve cumprir diferentes objetivos, entre outros, aqueles que visam
combater as diferentes formas de exclusão.
Reflexão Sobre o Trabalho Pedagógico:
Um dos vários desafios que a escola vem enfrentando nos últimos anos é a
integração das contribuições de diferentes paradigmas teóricos no planejamento e no diaa-dia da sala de aula. Se até o século XX a escola considerava que as crianças aprendiam
basicamente ouvindo o professor e repetindo o que ele dizia, hoje nós sabemos que essa
forma de ensino/aprendizagem é muito limitada, além de desconsiderar o que a ciência
tem nos ensinado a respeito dos processos de aprendizagem.
Tal preocupação parece levar-nos para a questão de como se processou a
escolarização. Isto pressupõe, sem dúvida, o trabalho que a escola busca realizar junto a
seus alunos a fim de possibilitar-lhe percurso exitoso, aprendizagens significativas,
construção de conhecimentos e saberes úteis para a vida pessoal em permanente estado
de transformação. E como a escola tem executado tal tarefa? Com base em que
princípios? De que forma a escola tem se articulado e organizado para desempenhar a
contento suas funções distintas, das que já foram sua responsabilidade tempos atrás, uma
vez que hoje é preciso que alunos e professores aprendam a aprender uns dos outros, uns
com os outros e de forma independente, numa verdadeira construção auto-suficiente, mas
coletiva de saberes e de sujeitos sociais competentes e atualizados numa sociedade mais
justa, solidária e não-excludente. O problema é que na educação brasileira o sistema
público insiste em reproduzir como uma forma autônoma de processos de
ensino/aprendizagem sem assimilar e dialogar com as múltiplas formas de produção de
conhecimento que a sociedade desenvolve.
O processo de trabalho desenvolvido na escola é segmentado e fragmentado, isto
dificulta ou até mesmo impossibilita a compreensão do processo de trabalho inibindo a
capacidade de estabelecer relações de analisar a própria prática, de elaborar sínteses
produzindo conseqüentemente um conhecimento distante da realidade preparando
indivíduos com dificuldades para uma leitura contextualizada do mundo que os rodeia.
Portanto, mais do que instruir os alunos é preciso mostrar que eles possuem
capacidades intelectuais e emocionais, é preciso que o pedagogo e o professor estejam
aptos a lidar com a sensibilidade desses alunos e saibam que isso faz parte do
desenvolvimento de cada um. “Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura,
que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo. A escola em
que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se adivinha
a escola que apaixonadamente diz sim a vida” (Paulo Freire)
Trabalho Coletivo/Prática Transformadora:
Sabe-se que cada escola tem identidade própria. Essa identidade é constituída por
uma trama de circunstâncias em que se cruzam diferentes fatores. Cada escola tem uma
cultura própria permeada por valores, expectativas, costumes, tradições, condições,
15
historicamente construídos, à parte de contribuições individuais e coletivas. No interior
de cada escola, realidades econômicas, sociais e características culturais estão presentes e
lhe conferem uma identidade absolutamente peculiar. O trabalho da equipe escolar com
objetivos claros provoca o estudo e a reflexão sobre problemas reais, organiza o
planejamento que da sentido as ações cotidianas, reduz a improvisação... e, propicia a
construção de conhecimentos diferenciados. Assim, integrações, cooperação, respeito à
diversidade, desenvolvimento da autonomia, podem ser pensadas dentro da dinâmica de
trabalho de toda a comunidade escolar.
O que a Escola Pretende do Ponto de Vista Político Pedagógico
Em toda a história da humanidade, nunca se planejou tanto o futuro como agora.
Existem projetos políticos, profissionais, sociais, econômicos, culturais e educacionais,
entre outros. O projeto serve para pensar o futuro, aproximar o desejo que se tem daquilo
que a realidade permite, as intenções das ações. Todo o projeto tem uma intencionalidade
e, a escola vive ou deveria viver em função de um Projeto Político Pedagógico. Muitos
fatores estão em jogo quando se projetam ações educativas. Assim sendo, pretendemos
promover uma articulação entre as intenções educativas da escola, os conteúdos a serem
trabalhados e os recursos e os meios de que ela dispõe ou pode vir a dispor para realizar
seus propósitos. Essa articulação tem como objetivo garantir os três princípios
fundamentais do novo paradigma da educação: A estética da sensibilidade, a política da
igualdade e a ética da identidade.
Matriz Curricular
É representação gráfica do currículo definido pela escola, onde são estabelecidos,
as áreas ou disciplinas da Base Nacional Comum e Parte Diversificada com suas
respectivas cargas horárias, cursos, turnos, séries ou ciclos. A Matriz Curricular integra o
PPP sendo utilizada como instrumento gerencial para o sistema e dela decorre o registro
da vida escolar do aluno. No Colégio Estadual João Paulo I – EFM, 90% da carga horária
é composta por disciplinas da BNC, e os 10% restantes por disciplinas da PD. A carga
horária total do Ensino Fundamental deve, obrigatoriamente, ser de 3600 horas, enquanto
do Ensino Médio é de 3000 horas. (Anexo I, II, III).
Algo que tem causado “dor de cabeça” nas escolas é a obrigatoriedade da oferta
das disciplinas de Educação Artística e Arte em todas as turmas, uma vez que não temos
profissionais habilitados o suficiente para atender a demanda. Essas aulas acabam nas
mãos de profissionais que não tem o mínimo de conhecimento para ministrá-las,
tornando-se somente “tapa buracos”, na maioria das vezes, não por culpa deles, mas por
uma imposição que fere a autonomia escolar, que a nosso ver nunca existiu, e que não
condiz com a nossa realidade.
Os desafios educacionais contemporâneos estão contemplados nos Planos de
Trabalho Docente de cada disciplina.
16
Marco Operacional
Redimensionamento da Organização do Trabalho Pedagógico:
Segundo André (in Veiga, 1998) “Conhecer a escola mais de perto significa
colocar uma lente de aumento na dinâmica das relações e interações que constituem seu
dia-a-dia, aprendendo as forças que a impulsionam ou que a retém, identificando as
estruturas de poder e os modos de organização do trabalho escolar, analisando a dinâmica
de cada sujeito nesse contexto interacional”. Em uma organização não basta cada
indivíduo estabelecer suas próprias metas: as metas individuais devem estar alinhadas
com as metas da organização e com os resultados esperados por ela. O que é fundamental
no redimensionamento do trabalho pedagógico é que, todos entendam para onde estão
indo e o que se espera que alcancem. As pessoas devem entender o que se espera delas e
então dizer como irão atingir este resultado esperado.
O compromisso Pedagógico com a escola numa concepção progressista é com a
democratização do saber – apropriação do saber sistematizado e produção do novo saber.
Tipo de Gestão
Baseado nos estudos de Antonio Gramsci, Dermeval Saviani, defende que a
escola tem um papel importantíssimo na elevação cultural das massas, ou seja, o homem
ao agir sobre a natureza transformando-a e humanizando-a cria um mundo humano o
mundo da cultura. Portanto, a escola ao ter como foco o acesso ao conhecimento como
via de emancipação humana, tem, sobre tudo um compromisso com a “cultura”.
Segundo Saviani, “o trabalho educativo é o ato de produzir direta ou
intencionalmente em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e
coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim sendo, o objetivo da educação é o
compromisso com a socialização dos conhecimentos produzidos histórica e
coletivamente”. São elementos culturais que precisam ser apropriados por todos os
indivíduos, não como expectadores, mas como agentes de transformação dela.
A democratização ou a universalização do acesso à escola pública redimensionou
o seu atendimento, passando a abrigar parcelas da população bem distintas daquelas de
pouco tempo atrás quando a educação era privilégio das elites.
Nesse sentido a gestão democrática foi uma necessidade e conquista histórica
movida pela reestruturação da classe trabalhadora, a qual lutou pelos seus direitos
democráticos, políticos e sociais no contexto da transição democrática do país.
A eleição para diretores foi uma conquista, porém somente ela não é suficiente
para definir o que é uma escola para democracia; faz-se necessário uma educação com
qualidade, a socialização do saber construído coletiva e historicamente, a elevação
cultural das massas, o tratamento igualitário aa todos (unidade na diversidade, segundo
Paulo Freire) a participação ativa dos cidadãos na vida pública, o exercício da cidadania,
a participação dos profissionais e da comunidade escolar, a autonomia administrativa e
pedagógica e a mobilização dos segmentos de gestão a partir de suas várias instâncias.
A escola expressa um projeto social; portanto, não é um projeto de escola que
olha para dentro do seu próprio interior, mas para uma intencionalidade coletiva e social.
Os valores éticos e morais são formados e transmitidos socialmente, isto é, pela
convivência são desenvolvidos na família, na escola, no trabalho. Observa-se que
17
disciplinas que ensinam coisas como direitos e deveres do cidadão, leis,
Constituição...etc, tem efeito quase nulo sobre o comportamento dos alunos. Em
contrapartida há evidencias de que os valores se aprendem na escola pelo que ela é, pelo
que ela pratica no seu funcionamento diário. “A ESCOLA ENSINA PELO EXEMPLO,
NÃO PELO DISCURSO”.
Assim, além de promover a melhoria das condições de funcionamento da escola,
através da participação e comprometimento dos diversos segmentos da comunidade
escolar, a gestão participativa, fornece um exemplo determinante para assimilação, por
parte dos alunos do que é ser um cidadão socialmente responsável..
a) Papel específico de cada seguimento da comunidade escolar
•
Diretor (Gestor Escolar)
O papel de um gestor é fazer com que sua organização, produza os resultados
esperados, através do melhor uso possível dos recursos existentes e do desenvolvimento
de soluções criativas e eficazes para a superação de desafios e alcance dos objetivos
delineados no plano de Ação do estabelecimento.
Para desempenhar adequadamente sua função o gestor escolar deve desenvolver
algumas competências como:
- Visão sistêmica; foco nos resultados; planejamento; análise e
acompanhamento de resultados; liderança; articulação e organização de
processos de trabalho.
•
Equipe Pedagógica:
Historicamente, além da reorganização estrutural dos cursos de pedagogia e do
conteúdo tecnicista dos mesmos, pode-se afirmar, segundo Kuenzer, que a finalidade do
trabalho pedagógico, no contexto do capital e de forma mais explícita da ditadura, passa a
ser o disciplinamento para a vida social e produtiva que passa pelas vias ideológicas:
intelectual, cultural, política e ética, com o objetivo de promover o conhecimento de
todos, tendo em vista uma concepção de mundo o mais consensual possível.
A formação do pedagogo unitário tem pautado os projetos de formação dos cursos
de pedagogia. Tais práticas compreendem tanto o exercício da docência como o de
diferentes funções do trabalho pedagógico nas escolas, o planejamento, a coordenação, a
avaliação de práticas educativas em espaços não escolares, a realização de pesquisas que
apóiem essas práticas.
A conquista do sentido político e pedagógico do pedagogo transcendem as
funções burocrátizantes, disciplinadoras e fragmentadoras do processo pedagógico.
O pedagogo é, portanto o mediador na interação com professores e alunos que
deve observar e captar os problemas e dificuldades para que, no coletivo possam ser
pensadas as ações que conduzam aos caminhos para equacionar os problemas em torno
da escola.
18
O envolvimento coletivo é determinante na medida em que a ação educativa é
muito mais o efeito do ambiente todo das escolas. Portanto, para ter sucesso, a ação
pedagógica deve ser abrangente e coerente.
As principais responsabilidades da equipe pedagógica são:
- Coordenar os esforços que levam, através de um processo participativo à
elaboração de uma proposta pedagógica consistente, relevante e inspiradora.
- Contagiar toda a comunidade escolar com o espírito e objetivos do PPP.
- Articular-se com professores, funcionários e pais a fim de receber os primeiros
sinais de dificuldades por parte dos alunos;
- Avaliar constantemente o grau de motivação dos integrantes da comunidade
escolar;
- Acompanhar o aproveitamento do tempo pedagógico efetivo trabalhado com
os alunos;
- Verificar a essencialidade dos conteúdos que estão sendo ministrados;
- Desencadear ações com o intuito de evitar a repetência, evasão...
- Assessorar as práticas pedagógicas dos professores.
•
Funcionários (administrativos e serviços gerais):
a) Administrativo:
É o setor que tem a seu encargo todo o serviço de escrituração escolar e
correspondência do estabelecimento.
Manter organizado o protocolo, o arquivo escolar, coletânea de leis,
regulamentos, diretrizes, ordens de serviço, circulares, resoluções, instruções... e do
SERE; assessorar a direção. Também são responsáveis pelo controle e organização da
biblioteca escolar.
b) Serviços Gerais:
Tem a seu encargo o serviço de manutenção, preservação, limpeza do
estabelecimento e arredores. Auxiliar na distribuição da merenda e colaborar com o bom
andamento do recreio escolar.
E a merendeira cabe cuidar da higiene em geral da cozinha e depósito de merenda;
preparar e servir a merenda controlando-a qualitativa e quantitativamente.
c) Papel do funcionário na implantação do PPP:
Estando em contato direto com os alunos e professores os funcionários exercem
um papel fundamental de auxílio à direção e supervisão, proporcionando um suporte para
o desenvolvimento das atividades pedagógicas e administrativas.
d) Formas de participação dos funcionários na implementação do PPP:
19
As atividades são de forma direta onde cada funcionário desenvolve funções
específicas da sua área e de forma indireta quando auxilia o corpo docente direção e
supervisão, participando de projetos e atividades desenvolvidas na escola.
e) Limites e possibilidades de atuação do funcionário da escola como um educador:
Atuando em uma comunidade escolar o funcionário age como educador a partir
do momento que desenvolve suas atividades de maneira correta, com ética e
compromisso, levando em consideração os limites para a função da qual ocupa.




•
Plano de ação dos funcionários:
Organizar e proporcionar um ambiente agradável para o início das aulas;
Manter a ordem e o bom funcionamento de cada setor;
Auxiliar dentro da disponibilidade e limites a equipe pedagógica, corpo docente e
discente da escola;
Buscar capacitação contínua em cada área específica, atualizando-se as novas
tendências de ação escolar.
Corpo Docente:
O professor desempenha uma função central para a organização das atividades de
aprendizagem, além de lecionar matérias. Deve ter uma capacidade de empatia para saber
o que o aluno sente, deve animá-lo a trabalhar, ajuda-lo a superar os obstáculos.
Para que isso efetive o professor deve ter clareza do que o aluno deve aprender
(conteúdos), por que aprender tal conteúdo (intencionalidade – objetivos), como trabalhalo (metodologia), e como serão avaliados (critérios e instrumentos). A seleção dos
conteúdos não é aleatória. Ela é feita com base em alguma intenção; que é, ou melhor,
que deveria ser a expressão do PPP construído coletivamente. O professor planeja suas
ações e daí organiza seu plano de trabalho docente; este por sua vez o registro escrito do
planejamento o qual representa o processo de síntese do conhecimento, constituindo-se
um espaço centrado na aprendizagem, tendo como referência o direito ao domínio dos
conhecimentos elaborados histórica e socialmente.
O professor desempenha duas funções fundamentais: É um modelo de medida em que
mostra como se deve pensar, impõe sua autoridade que tem de ser conquistada, e é um
animador social, na medida em que se cria situações de aprendizagem e faz com que se
desenvolvam de maneira adequada, além é claro de cumprir seu horário, manter os
registros nos livros de chamada e ponto sempre em dia, participar das reuniões
pedagógicas e cursos ofertados.
b) Relação entre aspectos pedagógicos e administrativos:
O resultado esperado da educação, quando ela é de qualidade, é o desenvolvimento
do aluno de tornar-se cada vez mais aquilo que ele potencialmente pode vir a ser, na sua
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integralidade. Isso implica em uma educação que se preocupa continuamente em dar
oportunidade para que todos freqüentem a escola e que tenham uma educação que nunca
perca de vista que o sentido de todo o esforço pedagógico é o de propiciar aos alunos
melhores chances de êxito na vida.
c) O Papel das Instâncias Colegiadas:
•
APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários):
Associação civil, entidade jurídica de direito privado, vinculada à escola.
Funciona como órgão de representação dos pais, professores e funcionários na gestão da
escola em prol da qual trabalha sem fins lucrativos. É regida por um Estatuto próprio.
Como segmento de gestão a APMF deve estar representada no Conselho Escolar e
tem um Papel muito mais significativo na definição das políticas escolares do que
simplesmente fazer festas ou angariar dinheiro para ajudar a escola.
È preciso ter cuidado de se preservar, a dimensão representativa da APMF,
através do Conselho Escolar, como uma das funções legítimas que expressam as
necessidades da comunidade em geral.
Estas iniciativas, além de colocar no diretor o papel de gerenciador dos recursos
financeiros que provê de forma criativa e empreendedora, contribuem para
profissionalização. O Estado, ao invés de prover a escola de recursos para pagar
profissionais, por exemplo, de jardinagem, encanamento, marcenaria, pintura, música... e
até mesmo docentes, incentiva o voluntariado (amigos da escola); política neoliberal.
A APMF pode contribuir de maneira fundamental para a melhoria da qualidade de
ensino através da democratização das discussões e decisões e do apoio efetivo às ações da
escola.
•
Conselho Escolar:
É o órgão máximo de gestão escolar (Deliberação 016/99 do CEE); têm como
funções discutir, aconselhar, deliberar e normatizar as questões mais importantes do
cotidiano escolar. No Conselho Escolar os representantes dos diversos segmentos:
família, professores, funcionários, alunos, direção e equipe pedagógica se reúnem para
decidir as questões pedagógicas, administrativas e financeiras, definindo a política de
ação da escola.
O Conselho Escolar, como já descrito acima, tem Quatro Funções:
a)Deliberativa: refere-se ao processo de tomada de decisões relativas às ações
pedagógicas;
b)Consultiva: refere-se à emissão de pareceres; quanto ao PPP, calendário escolar e
regimento escolar;
c)Avaliativa: quando acompanha sistematicamente as ações educativas objetivando a
identificação de problemas e alternativas para a melhoria de seu desempenho, garantindo
o cumprimento do regimento escolar.
d)Fiscalizadora: quando fiscaliza a gestão pedagógica administrativa e financeira da
unidade escolar, garantindo a legitimidade.
21
É nos Conselhos Escolares que a comunidade escolar se faz representativa para
defender suas necessidades e seus interesses. A presença da comunidade na escola,
articulada com o colegiado interno em processos decisórios, possibilita dar o respaldo a
governos estaduais e municipais para encaminhar ao poder legislativo projetos de lei que
atendam melhorar os interesses da maioria da população.
A atuação do Conselho Escolar deve contribuir com o trabalho do gestor escolar,
legitimando suas decisões, colaborando na execução de algumas ações e monitorando os
resultados.
•
Conselho de Classe:
Os Conselhos de Classe foram incluídos na organização da escola brasileira nas
décadas de 60 e 70. Sua implantação ocorreu em função da necessidade sentida pelos
professores de um espaço coletivo de avaliação, que contemplasse as diferentes
percepções e encaminhamentos do processo pedagógico.
Esta necessidade se impunha em um contexto de implantação da Lei 5692/71, no
qual a escola estava estruturada sob uma perspectiva funcionalista de divisão do trabalho
que impedia o estabelecimento de ações integradas e excluía a participação. Assim, seu
papel restrigiu-se a reuniões em que cada professor trazia o resultado numérico de seus
alunos, registrado em seus diários de classe, enquanto que o supervisor e/ou orientador
organizavam gráficos e tabelas com base nos resultados fornecidos. Nesse contexto, as
reuniões de conselho quase sempre se pautavam em caracterizar, e/ou mesmo rotular o
comportamento dos alunos, priorizando essa dimensão comportamentalista sobre a
conceitual ou cognitiva. Na prática ele configurou-se como espaço de simples
legitimação dos resultados apresentados pelos professores.
O desafio que se impõe hoje é a desconstrução de algumas práticas já eternizadas
na escola e o redimensionamento de ações que promovam a participação, o debate, a
troca de experiências...possíveis encaminhamentos que desencadeie em uma
aprendizagem efetiva; uma avaliação coletiva e reflexão dos resultados que a escola vem
alcançando com os alunos e não de julgamento desses.
•
Grêmio Estudantil:
O papel do grêmio está muito relacionado com o dos movimentos estudantis
(organizados e sistematizados do período da ditadura de Getúlio Vargas durante o Estado
Novo). Isto porque o grêmio tem uma dimensão muito mais política (entendendo a ação
política como um processo de tomada de decisões para ações transformadoras), do que
meramente cultural.
A palavra grêmio tem origem no latim, que quer dizer sociedade, associação, ou
seja, “estado dos homens que vivem sob leis comuns, corpo social, agremiação”.
A participação do jovem em organizações estudantis é requisito importante e
necessário para o exercício da cidadania. Isto se tornou legítimo através do papel do
grêmio reconhecido pela Lei Federal n° 7398 de 04 de novembro de 1985. Tal lei
conferiu autonomia aos estudantes secundaristas para se organizarem através dos grêmios
22
estudantis, passando a ser a entidade de representação de seus interesses e com
finalidades culturais, cívicas e sociais.
O grêmio deve ser concebido como um espaço coletivo, social e político de
organização, participação e de construção de novas relações de poder dentro da escola. A
autonomia e independência do movimento estudantil em nosso país são um patrimônio
histórico e deles não podemos abrir mão.
Recursos que a Escola Dispõe para Realizar seu projeto:
Além dos recursos humanos; alunos, professores, funcionários, comunidade
escolar..., a escola conta com recursos financeiros como: PDDE, FUNDO ROTATIVO e
promoções internas realizadas através da APMF e Grêmio Estudantil. Conta também com
recursos não monetários como: FNDE, PNAE, Amigos da Escola e Prefeitura Municipal.
Há também a FUNDEPAR que cuida da gerência dos recursos físicos (instalações e
equipamentos) da escola.
Critérios para Elaboração do Calendário Escolar / Horários Letivos e Não Letivos:
É o instrumento que marca o ritmo das atividades da escola, definindo as datas
dos principais eventos que ocorrerão no ano letivo vigente.
O calendário escolar deve prever um mínimo de 200 dias letivos no ano, com um
mínimo de 800 h de atividades que envolvam professores e alunos.
Este ano a SEED enviou opção única de calendário, cabendo aos diretores, em
reunião, optarem pelas datas de atividades baseadas nas peculiaridades de cada escola.
(Anexo IV).
Critérios para Organização e Utilização dos Espaços Educativos:
Na nossa realidade de Núcleo de Ensino não dispomos de muitos critérios. Todas
as salas e ambientes escolares são comuns ao Município e o Estado nos turnos de
funcionamento.
Critérios para Organização de Turmas e Distribuição por Professor em Razão de
sua Especificidade:
A organização das turmas permanece sempre a mesma em virtude do transporte
escolar, adequação idade/série: o que pode ocorrer é a troca das salas (quando há
disponibilidade para isso).
Os critérios para a distribuição por professor em razão de sua especificidade são
os emitidos pela SEED e SAE através de Resoluções, Deliberações e Instruções.
Diretrizes para a Avaliação do Desempenho do Pessoal docente e não Docente, do
Currículo, das Atividades Extra Curricular e do PPP:
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Este ano as diretrizes que temos para a avaliação são as que emanam da SEED –
Avaliação Institucional, cremos que de grande valia por ser ampla e ao mesmo tempo
bem abrangente, democrática e por fim, mais esclarecedora, favorecendo a construção da
realidade escolar que queremos.
Em anos anteriores essa avaliação era realizada na escola através de reuniões,
questionários, quadros avaliativos/descritivos... quando realizada efetivamente.
Intenção de Acompanhamento aos Egressos:
“Estudos têm demonstrado que a evasão escolar pode ocorrer por diversos
motivos e dentre eles estão as repetências constantes, a necessidade do trabalho infantil
para compor a renda familiar, a pobreza e a falta de comida em casa, a longa distância
entre a escola e a casa, a falta de transporte, a falta de uniforme e material escolar, que
dificultam a ida à escola todos os dias, além de motivos de ordem mais social, como o
abuso sexual, dentro e fora de casa, ou até mesmo na escola, exploração sexual, a
violência física e/ou psicológica com a criança ou entre seus familiares, o abuso físico
e/ou psicológico na escola ou em casa, a não valorização do ensino por parte dos adultos,
o casamento e/ou gravidez precoces, o uso e tráfico de drogas, a falta da segurança na
localidade ou próximo à escola, brigas de gangues e dificuldades no acompanhamento
dos conteúdos curriculares”. (FICA, 2005).
A permanência e o crescimento dos alunos não dependem somente da escola, mas
envolvem ações dos governos federal, estadual e municipal, da família e da comunidade
onde vivem esses alunos. É um direito garantido por Lei (Constituição Federal – Artigos
205,206 e 208; LDB – Artigos 5 º , 12 º , 13 º e 24 º ; ECA – Artigos 53, 54, 55, 56 e 57).
O FICA, implantado no Paraná, é um dos instrumentos colocados à disposição da
escola e sociedade. Seu processo de funcionamento tem início na escola, mais
precisamente em sala de aula, podendo chegar até o Poder Judiciário.
Práticas Avaliativas:
No âmbito escolar avalia-se diariamente e de várias formas o conjunto de ações
desenvolvidas na escola. Para tanto dispomos de um leque de opções avaliativas que nos
levam a obter dados relevantes na busca da melhoria da qualidade do ensino ofertada pela
escola.
Os tipos de avaliação encontrados no contexto escolar são:
- Avaliação Institucional: avalia a escola como um todo, não ocorre na prática
da instituição, no entanto, quando esta se tornar realidade será de suma
importância;
- Avaliação Pedagógica: é realizada com os alunos por classes no transcorrer do
ano letivo motivando os mesmos, para obterem um bom aproveitamento e
assim evitar a reprova.
- Avaliação do Rendimento Escolar ocorre através do ENEM com a maioria dos
alunos.
- Avaliação Externa: realizada por agentes externos à escola somente de forma
oral, não existindo nenhum boletim informativo.
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-
•
Avaliação Interna: é aquela realizada onde o professor avalia de forma
continua e bimestralmente através de notas obtidas, como resultado de provas,
trabalhos e outros.
Auto-avaliação:
- Docente: o professor faz sua alta avaliação quando obtém os resultados da
avaliação dos alunos.
- Instituição: se auto-avalia com os resultados bimestrais e finais obtidos de
uma forma.
A diversidade de contextos a que os seres humanos são submetidos passa a ser um
problema para nos profissionais da aprendizagem e da formação. Passa a ser um desafio
para a nossa competência profissional. Uma obrigação a mais para garantir para todos os
educandos seu direito a aprender, a superar os contextos que os condicionam. Se houver
necessidade de agrupamentos visarão garantir a igualdade, as capacidades iguais de
aprender. Agrupamentos afirmativos de igualdade. Democráticos, nunca segregadores.
Nesta direção as práticas e a cultura escolar e docente estão avançando. Por aí a escola se
torna mais democrática, mais pública. A avaliação é uma prática presente em todo o
sistema escolar e em todos os níveis de ensino, bem como nas diversas modalidades ou
especialidades. É uma prática que se desenvolve de acordo com alguns usos e que ao
mesmo tempo cumpre múltiplas funções (SACRISTÁN, 1998)
A realização da avaliação esta condicionada por diversos aspectos e elementos
pessoais, sociais e institucionais. Sua incidência ocorre sobre os elementos envolvidos na
escolarização, quais sejam: transmissão do conhecimento, relação professor/aluno,
relação aluno/aluno, interações, métodos, disciplina, expectativas de alunos, de pais, de
professores, valorização do individuo, etc.
Para entender a avaliação é necessário que se faça uma análise de toda pedagogia
que é aplicada no sistema escolar.
Dentre as diversas formas de avaliação, a escola recomenda que os professores
coloquem em prática a avaliação formativa que consiste num processo contínuo e
cumulativo que reflete o desenvolvimento global do aluno e considera suas características
individuais no conjunto dos componentes curriculares cursados. Nesse processo devem
prevalecer os aspectos qualitativos. Também haverá relevância à atividade crítica, à
capacidade de síntese e à elaboração pessoal e menosprezo pela memorização.
A avaliação deve ser realizada em função dos conteúdos, com o uso de métodos e
instrumentos variados, com o mínimo de três instrumentos avaliativos, em consonância
com as concepções e finalidades educativas expostas nos documentos oficiais da escola.
Os professores não poderão, em nenhuma hipótese submeter os alunos a um único
instrumento de avaliação.
Os instrumentos utilizados para avaliação serão os mais variados possíveis,
envolvendo provas, trabalhos individuais e em grupos. Os resultados do processo devem
prevalecer sobe os resultados de eventuais provas e trabalhos.
Em nossa ESCOLA os professores são incentivados, embasados no Projeto
Político Pedagógico e no Regimento Escolar, a oferecer aos educandos várias formas de
avaliação como: trabalhos individuais e em grupo, debates, leituras, avaliações orais e
escritas (provas)...sendo o mínimo três avaliações bimestrais e as notas atribuídas variam
entre zero e dez.
25
Segundo o Regimento Escolar, Art.97 A avaliação é uma prática pedagógica
intrínseca ao processo ensino e aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de
apropriação do conhecimento pelo aluno.
Art.98 A avaliação é formativa, contínua, cumulativa e processual devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no conjunto
dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos.
Parágrafo Único - Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à
elaboração pessoal, sobre a memorização.
Art.99 A avaliação é realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos e
instrumentos diversificados, no mínimo três, coerentes com as concepções e finalidades
educativas expressas no Projeto Político-Pedagógico da escola.
Parágrafo Único - É vedado submeter o aluno a uma única oportunidade e a um único
instrumento de avaliação.
Art.100 Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em
consonância com a organização curricular e descritos no Projeto Político-Pedagógico.
Art.101 A avaliação deverá utilizar procedimentos que assegurem o acompanhamento
do pleno desenvolvimento do aluno, evitando-se a comparação dos alunos entre si.
Art.102 O resultado da avaliação deve proporcionar dados que permitam a reflexão
sobre
a
ação
pedagógica,
contribuindo
para
que
a
escola
possa
reorganizar
conteúdos/instrumentos/métodos de ensino.
Art.103 Na avaliação do aluno devem ser considerados os resultados obtidos durante
todo o período letivo, num processo contínuo, expressando o seu desenvolvimento escolar,
tomado na sua melhor forma.
Art.104 Os resultados das atividades avaliativas serão analisados durante o período
letivo, pelo aluno e pelo professor, observando os avanços e as necessidades detectadas, para
o estabelecimento de novas ações pedagógicas.
Art.105 A recuperação de estudos é direito de todos os alunos, independentemente do
nível de apropriação dos conhecimentos básicos.
Art.106 A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e concomitante ao
processo ensino e aprendizagem.
Art.107 A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de
procedimentos didático-metodológicos diversificados.
Parágrafo Único - A proposta de recuperação de estudos deverá indicar a área de
estudos e os conteúdos da disciplina.
Art.108 A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma
escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero).
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Art.109 Os resultados das avaliações dos alunos serão registrados em documentos
próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade de sua vida escolar.
Parágrafo Único - Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações
efetuadas durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento
escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe.
ANEXOS

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