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19 de Novembro de 2015
19
Novembro
2015
SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ
Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA
Ano LXXXVII – N.º 4312
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00192009SNC/GSCCS
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
TERRORISMO
NA FRANÇA
19-21 de novembro
22 novembro
21h | Igreja de Santa Maria da Feira
15h45m : e
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19 novembro ͮ͘:ŽĆŽDĂƌĐŽƐ
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20 novembro | Fr. Pedro Bravo, OC
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EN 260 - Rotunda da Força Aérea
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21 novembro ͮ^ĞŵŝŶĄƌŝŽŝŽĐĞƐĂŶŽĚĞĞũĂ
15,00 h: Encontro com escuteiros, adolescentes
e jovens
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- Celebração do Terço
18,00h: Eucaristia solene de Cristo Rei
21,00h: Concerto em louvor de Maria
23 novembro
24 novembro
10,00 h: Encontro para Idosos
08,00h: Oração de Laudes com Eucaristia,
presidida pelo Senhor Bispo.
11,00h: Encontro para os Infantários (5 anos)
14,30h: Encontro para as Escolas, 1º e 2º ciclo
09,30h: Oração do Terço.
10,00h: Tempo livre para Oração pessoal.
Possibilidade de confissões.
e CERCI.
15,30h: Encontro para as Escolas, 3º ciclo
14,00h: Celebração de despedida
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14,30h: Partida Largo de Santa Maria -
16,30h: Celebração penitencial
18,00h: Celebração de Vésperas e Eucaristia
21,00 h: Procissão de velas com quadros vivos
ĚŽƐŵŝƐƚĠƌŝŽƐĚŽƚĞƌĕŽƉĞůĂƐƌƵĂƐĚĂĐŝĚĂĚĞ͘
Itinerário: Igreja de Santa Maria - Largo da Conceição
- Rua Dr. Brito Camacho - Praça Diogo Fernandes Rua Gomes Palma - Rua Luís de Camões - Rua 9 de
Julho - Rua da Infantaria 17 -Rua Dom Nuno Álvares
Pereira - Rua Marquês de Pombal - Largo do Salvador
- Rua Dr. Pereira Coelho - Rua Dr. Manuel de Arriaga Tv. da Audiência - Largo de Santa Maria - Igreja de
Santa Maria.
Largo da
Conceição - Largo de São João
Batista - Rua Dr. Brito Camacho - Rua da
Liberdade - Av. Miguel Fernandes - Rua de
Lisboa
14,45h: Encontro no Estabelecimento
Prisional de Beja.
15,15h:
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Rua de Lisboa - Variante de Beja (EN 122 | IP 2) Rotunda do Monumento à Força Aérea Variante de Beja - EN 260 |IP8 para Serpa,
até ao Parque do Guadiana.
Nota Semanal
Refugiados e terrorismo
† António Vitalino, Bispo de Beja
Acolhimento e rejeição
Nas últimas semanas temos sido
bombardeados com notícias e
imagens aparentemente contraditórias. Por um lado filas imensas
de pessoas, adultos e crianças,
homens e mulheres, a caminhar em
direção à Europa, muitas vezes
parados diante de muros, de betão
e arame farpado ou de forças de
segurança com armas apontadas.
Por outro lado cenas de terrorismo
em lugares de lazer e cidades até
agora pacíficas. Perante estas cenas
as redes sociais tomam posições
contraditórias. Uns criticam a
Europa por fechar as portas a quem
foge à fome e à guerra, outros
afirmam que é preciso ter cuidado,
pois no seu meio há muitos terroristas muçulmanos infiltrados,
cuja intenção é islamizar a Europa,
acabar com os seus valores humanos e cristãos da liberdade,
igualdade, fraternidade.
Como reagir
perante o terrorismo?
Perante os atentados contra cidadãos que lutam pela vida com meios
democráticos e pacíficos todos
sentimos uma profunda dor e
apelamos aos que assim procedem
para acabar com estes atos de terror.
Como cristãos rezamos por eles e
pelas suas vítimas e imploramos de
Deus a conversão ao amor e a
consolação para quem sofre. Mas
também pedimos aos governos e
instituições internacionais para
intervir, sentando à mesa do diálogo os representantes das fações
em litígio e buscando soluções
pacíficas, compromissos possíveis,
no respeito pelas diferenças culturais e religiosas.
Página 8
"O que aconteceu, no dia 13, em Paris
e em Saint-Denis, perto do Stade de
France, é um ato de guerra e face à
guerra, o país deve tomar as decisões
apropriadas", disse o presidente
francês, após uma reunião do Conselho de Defesa realizada na sequência dos atentados de sexta-feira
à noite, já reivindicados pelo Estado
Islâmico, e nos quais morreram 129
pessoas e 352 ficaram feridas, 99 das
quais em estado grave, segundo
balanço oficial.
François Hollande garantiu que
"todas as medidas para proteger os
nossos compatriotas e o nosso
território estão a ser tomadas" e
anunciou a instauração do estado
de emergência em toda a França.
Mas deixou igualmente uma mensagem esperança, apelando "à
união e ao sangue frio". "A França
é forte. Mesmo se ferida, levantase sempre. Nada nos poderá
atingir, mesmo que a dor nos
assalte", exclamou o chefe do
Estado francês.
O primeiro-ministro também passou
ontem a ideia de que a França não
se irá curvar perante a ameaça
terrorista. Bem pelo contrário,
Manuel Valls anunciou que continuarão a fazer parte da coligação
internacional que está a bombardear
o Estado Islâmico. "Vamos atacar o
inimigo para destruí-lo em França e
na Europa, Síria e Iraque. Vamos
ganhar esta guerra", disse Valls ao
canal TF1, admitindo, porém, esperar "outras réplicas" dos atentados de sexta-feira. Mesmo assim,
o socialista garantiu que as eleições
regionais, de 6 e 13 de dezembro,
irão realizar-se na data prevista, tal
como a Conferência do Clima de
Paris. "Não podemos ceder", exclamou o primeiro-ministro.
Horas antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent
Fabius, já havia garantido que a
Conferência do Clima de Paris, entre
os dias 30 deste mês e 11 de
dezembro, "vai realizar-se", embora
com a segurança reforçada. Cerca
de 118 líderes mundiais, incluindo
o presidente dos Estados Unidos,
são esperados na capital francesa
para o primeiro dia do encontro. No
total das duas semanas desta
conferência das Nações Unidas,
que será a responsável principal
pela segurança dentro do local,
espera-se a participação de entre
20 mil e 40 mil pessoas. Fonte da
Casa Branca já adiantou que Barack
Obama mantém a sua participação.
O Euro2016 de futebol é outro dos
grandes eventos que França está a
organizar e que garante que irá
mesmo realizar-se, apesar do aumento dos riscos de segurança.
"Questionar se o Euro2016 deve ser
cancelado é jogar o jogo dos
terroristas", afirmou o presidente
do comité organizador da prova,
que se realiza entre 10 de junho e 1
de julho e contará com a presença
da seleção portuguesa.
França deve receber cerca de um
milhão de estrangeiros para assistirem aos jogos, que se vão disputar em dez cidades."A minha
principal preocupação é garantir
segurança máxima, mesmo que isso
signifique a aplicação de medidas
"menos simpáticas". O que me
importa é que as pessoas regressam seguras a casa", afirmou ainda
Jacques Lambert.
RELIGIÃO
2 – Notícias de Beja
19 de Novembro de 2015
Palavra e Pão
XXXIV Domingo
do Tempo Comum
Ano B
Um reino de verdade
Fr. Pedro Bravo, o.carm.
« Quem é da verdade escuta a
minha voz» (Jo 18,38)
1. Jesus é rei – A solenidade que
vamos celebrar no próximo domingo, “Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo”, instituída pelo
Papa Pio IX em 1925, pode soarnos a algo de anquilosado e retrógrado, tanto mais que, no nosso
país, já há mais de um século se
difunde a ideia errada de que
monarquia é o oposto de democracia e sinónimo de atraso. Nada
mais falso: a mais antiga democracia
parlamentar do mundo é uma
monarquia, a de Inglaterra (a partir
de 1264), juntamente com outros
seis países da União Europeia,
todos eles muito desenvolvidos e
democráticos: Bélgica, Dinamarca,
Espanha Luxemburgo, Holanda e
Suécia. Para não falar do Japão e
da Noruega.
A presente solenidade não é,
porém, a consagração, nem a
negação de um regime político.
Jesus afirma-o sem rodeios: «Sou
rei. Mas o meu reino não é deste
mundo». Em latim, o verbo “reinar”
significa “dirigir”, “comandar”,
“mandar”. Já em hebraico, vem de
“ser enviado” e indica antes de
mais, “consultar”, ao passo que em
grego, quer dizer “casa ou tesouro
real”. Todos estes sentidos nos
aparecem nos textos de hoje. Jesus
não é rei por si mesmo: foi Deus,
que é Rei do universo (Salmo), que
o enviou, para ser o seu representante e mediador no meio de nós,
não para mandar, mas para resgatar
o homem como o seu mais precioso
tesouro e o reconduzir, juntamente
com todo o universo, que para ele
foi criado, ao Pai.
2. O reino de Cristo não é deste
mundo – Jesus, porém, não age por
si mesmo. Ele sabe-se o enviado, a
fim de estabelecer o «Reino eterno
e universal» do Pai (Prefácio). Por
isso, a sua primeira atitude é a de
consultar o Pai e de O escutar, com
todo o seu ser, não só no seu íntimo,
através da leitura da Palavra de
Deus e da oração, mas também na
história, através das pessoas, das
coisas, das realidades e dos acontecimentos. No meio de um mundo
sonhado como palácio real onde se
devem realizar todas as aspirações
e desejos humanos de bem e
felicidade, mas não raro transformado em palco de lutas, guerras
e batalhas, Jesus fala de um outro
Reino. Que não é deste mundo.
Porque não é daqui que procede,
aqui que se radica, aqui que atinge
a sua plena realização. Ele próprio,
que é Rei –como o recorda o título
da cruz, «Jesus de Nazaré, Rei dos
judeus» –, não é estando neste
mundo que reinará. Para o fazer,
teve de ser rejeitado, dar a vida e
ser morto, num supremo ato de
amor, sobre a cruz, deixando-se
conduzir e imolar na cruz, entre dois
ladrões, acolhendo as piores acusações e injustiças, enquanto
perdoa e promete a quem o invoca
e nele acredita: «Hoje mesmo
estarás comigo no paraíso». Só
assim passa a reinar, recapitulando
em si toda a história e criação,
visitando, como Alfa e Ómega,
Princípio e Fim, todos os tempos e
lugares, mesmo a própria eternidade, antes da criação dos anjos,
como «a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Chefe dos reis
da terra», Aquele «que vem»,
porque «nos ama e pelo seu sangue
nos libertou do pecado» (Ap 1,57).
Jesus nunca poderia reinar sobre
tudo, se o não fizesse sobre todos
os tempos; não poderia reinar sobre
todos os tempos, se não vencesse
a morte; não poderia vencer a
morte, se a ela não se tivesse
submetido; não se teria submetido
a ela, se não assumisse e carregasse o nosso até ao fim, até à
expressão máxima da injustiça, da
opressão, do ódio e da dor, a fim de
o suplantar com o extremo do seu
amor, mais forte do que a morte.
Porque o amor é o «caminho que
ultrapassa tudo», que «nunca
cessará» (1 Cor 12,31; 13,8). Por
isso a morte de Jesus é vitória e a
sua ressurreição o primeiro dia do
seu reinado, desse Reino que
jamais terá fim (Credo). Como o
povo diz: «Mais vale reinar um dia,
do que ser pobre a vida inteira».
Jesus fez ambas as coisas: reina no
único dia que é a eternidade, mas
porque se fez pobre e obediente até
ao fim.
3. Um reino de verdade – O seu
reino, porém, não se implanta pela
força e a opressão: apela à nossa
liberdade, porque só se radica pelo
amor no nosso coração. O problema
do homem é que julga encontrar a
vida, a liberdade e a felicidade numa
presumida independência e autonomia pessoais. Mesmo se para
isso, for necessário, virar as costas
aos outros, viver à custa deles ou
até, em casos extremos, destruí-los.
Jesus não faz assim: «Se nasci e
vim ao mundo, foi para dar testemunho da verdade. Todo aquele
que é da verdade escuta a minha
voz».
Em hebraico “verdade” (‘emet)
compõe da primeira, mediana e
última letras do alfabeto, significando “o que é firme, fiável,
contínuo”. Verdade é quando o
princípio e o fim de algo se conciliam e completam mutuamente,
numa amplidão e conjugação de
horizontes e de esforços, em que
tudo é reconhecido, afirmado e se
engloba, mantendo a sua consistência e coesão ao longo de todo o
processo, desde o início até à sua
realização final. O oposto, a “mentira” ou “deceção”, é o que é
parcial, o que separa e desvia do
fim. Jesus reina com a verdade, na
escuta do Pai e dos homens, abrindo-se a eles e acolhendo-os a todos
com amor. Todo aquele que é da
verdade escuta-o: reconhece nele
a voz do Pai, reconhece-o no grito
do irmão e nos apelos da história,
tornando-se instrumento de paz.
É assim que Cristo reina: estabelecendo a sua casa em cada
coração, para fazer da humanidade
o reino, a “casa real” do Pai. Onde
todos são acolhidos. Por isso, o seu
reino é “reino de verdade e de vida”,
como diz o prefácio desta festa. De
vida plena. Mas isso só será possível se for reino “de santidade”,
de “separação”, renúncia e esquecimento de si mesmo, para se tornar
Reino “de graça”, na entrega e dom
de si mesmo ao outro por amor,
procurando chegar a todos, mesmo
aos mais pobres, pequenos e injustiçados, como “Reino de justiça”;
para os reconhecer e integrar,
dando-lhes valor, vez e voz, com
“amor”. Amor que a todos acolhe,
respeita e promove para com eles
construir a comunhão, de modo a
reinar em todos os coração a “paz”.
Sou de Cristo? Sou capaz de
escutar e acolher a verdade, de
Cristo e do outro, no meu coração?
Em mim reinam a verdade, o amor e
a paz de Cristo? Então, se for fiel
até ao fim, também com Ele reinarei.
Porque, ao invés dos reis terrenos,
Jesus é o único que é capaz de
tornar participantes da sua própria
vida, plenitude e realeza aqueles
que nele habitam, porque, mortos
para si mesmo, o deixam reinar,
aceitando fazer-se “sacerdotes”,
dom e entrega seus, ao Pai e aos
irmãos.
22 de Novembro de 2015
Este é o último domingo do ano litúrgico. É também chamado domingo
de Cristo Rei. A ideia que primitivamente pesou na denominação deste
domingo foi de ordem temporal. Da parte da Igreja havia a esperança
de que os estados civis reconhecessem Cristo como Rei.
Os condicionalismos sociais e históricos modificaram-se por completo
e foi então possível a celebração da festa de Cristo Rei, no seu
verdadeiro contexto litúrgico e teológico. Cristo é efetivamente Rei,
mas numa ordem diferente da temporal, como Ele mesmo afirmou.
A Igreja liberta-se de compromissos terrenos, a maior parte das vezes
contrários à sua missão específica de evangelizadora e defensora dos
fracos.
A realeza de Cristo reflete-se na Igreja, não no seu esplendor e poderia
social, mas na vivência da justiça e da caridade.
I Leitura
Dan 7, 13-14
O “Filho de homem” de que fala o profeta é a maneira de falar que
Jesus depois adoptou, aplicando-a a Si mesmo. Este “Filho de homem”
que recebe de Deus um reino eterno é Jesus, que, pela oblação de Si
mesmo ao Pai na Cruz, mereceu a glória da ressurreição, e assim Se
tornou o “Primogénito de entre os mortos”, Cabeça de toda a
humanidade por Ele remida, Senhor de todo o Universo, sentado à
direita do Pai.
Leitura da Profecia de Daniel
Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu,
veio alguém semelhante a um filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião
venerável e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a
honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu
poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino não será destruído.
Salmo Responsarial
Salmo 92(93)
Refrão: O Senhor é um rei num trono de luz.
II Leitura
Ap 1, 5-8
O Apocalipse de S. João, escrito em tempo de perseguição, proclama,
para além da opressão e da morte infligida à Igreja, o triunfo pascal
de Jesus, o Crucificado, mas agora Ressuscitado. Ele é Rei e Sacerdote
diante de Deus. E os membros do seu povo, que é o seu Corpo místico,
são, com Ele e n’Ele, reis e sacerdotes; são um povo real e sacerdotal;
assim os fez o Baptismo.
Leitura do Apocalipse
Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe
dos reis da terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do
pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a
glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen. Ei-l’O que vem entre
as nuvens, e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram;
e por sua causa hão-de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Amen.
«Eu sou o Alfa e o Ómega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era
e que há-de vir, o Senhor do Universo».
Evangelho
Jo 18, 33b-37
No tribunal judaico do Sinédrio, Jesus tinha aplicado a Si o título de
“Filho do homem”, referido pelo profeta Daniel na primeira leitura.
Agora, no tribunal romano diante de Pilatos, confirma o título de
Rei, que os seus inimigos citam contra Ele como motivo de condenação.
Mas, só os que são da verdade podem compreender o que diz a sua
voz.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos Judeus?».
Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to
disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O
teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que
fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu
reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não
fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe
Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou
Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».
OPINIÃO
19 de Novembro de 2015
Notícias de Beja – 3
O meu “eu” está escondido no coração de D”eu”s
António Aparício
Se propuser um D e acrescentar um
S ao ditongo “Eu”, tenho a palavra
“Deus”, o que me leva a concluir
que o meu “Eu” está no coração de
“Deus”. Que significa o D que
acrescento à nudez do meu Eu, para
o meu Eu estar em Deus? Para tentar
um encontro pessoal, para uma
experiência de Deus, concluo que
este D é “a determinada determinação” de Teresa de Jesus,”o
querer crer”, muito necessário,
segundo ela, a quem começa um
caminho de conversão e”não quer
voltar atrás”. Como escreve a
Santa Madre no Livro das Moradas,
o homem foi criado à imagem e
semelhança de Deus, dotado de
capacidade de relação com Deus
Criador. Sendo a fé um dom gratuito
de Deus, o principiante deve tudo
fazer como se tudo dependesse de
Deus e como se tudo dependesse
de si, como diz Santo Agostinho. A
letra S, na minha opinião, significaria
saber com sabor, sabedoria que vem
do alto, com o assombro de quem
encontrou o tesouro da sua vida. Na
caminhada da iniciação, conhecerá
e experimentará que a verdadeira
sabedoria é a do amor que levou
Jesus a morrer por nós na cruz. O
mistério dum Deus que podendo
matar, morre à mão dos seus inimigos,
eis a verdadeira sabedoria.
Mas, afinal, sou eu que estou no
coração de Deus ou a surpresa que
Deus está no meu coração, como
realidade existencial da minha
identidade mais profunda? Ouçamos Teresa de Jesus: «Alma,
procura-te em Mim e a Mim buscame em ti. E se acaso não souberes
/ Em que lugar me perdi, / Não
andes daqui para ali / Porque se
encontrar me quiseres /A Mim, Me
acharás em ti»/ Só em ti há que
buscar-me, / Que de ti nunca fugi;
/Nada mais do que chamar-Me / E
logo irei, sem tardar-Me / E a Mim,
me acharás em ti (Poesia; “Buscate em Mim”). Esta foi também a
experiência de Santo Agostinho
que encontrou a plenitude do seu
ser e o sentido da vida, no encontro
pessoal com Jesus: «O homem,
particulazinha da criação, deseja
louvar-Vos. Vós o incitais a que se
deleite nos vossos louvores, porque nos criastes para Vós e o
nosso coração vive inquieto,
enquanto não repousar em vós»
(Confissões, Livro I, 1). A experiência do autor do Salmo 23 é esta
mesma: «Quando Te encontro
descanso, / Tu reconfortas minha
alma, / Não temerei os perigos, /
Pois sei que Tu estás comigo:
Cristo Senhor és o Guia, o Bom
Pastor, que Me conduz. Minha
vida e minha luz». Na verdade, a
nostalgia de Deus habita no
coração do homem. É um espinho
cravado na sua carne que arrasta
consigo, mesmo quando segue por
outros caminhos. O ser humano,
não é apenas um ser biológico é,
também, um ser espiritual. O problema do ateísmo, não é um problema de Deus, mas um problema
de imagem de Deus, uma imagem
desfocada pela vida de muitos
crentes.
Afinal, toda esta nostalgia de Deus
e de espiritualidade, radica no
projeto criador e amoroso de Deus:
«Deus criou o homem à Sua
imagem, criou-o à imagem de Deus:
Ele os criou homem e mulher»
(Gen. 1,27). A mais perfeita imagem
de Deus sobre a terra é Jesus
Cristo: «Ele é a imagem visível de
Deus invisível, o Primogénito de
toda a criação» ( Col.1,15). Cada
homem e cada mulher são chamados a realizar nas suas vidas a
imagem divina que são. Qual o
maior sinal manifestativo desta
imagem? É a relação, o amor em
movimento, o viver em comunidade,
à semelhança de Deus, comunidade
de vida e de amor. Deus é relação
de amor pleno sem sombra de
egoísmo. O Pai ama o Filho e o Filho
ama o Pai, com amor de doação,
esquecidos de Si mesmo, para se
dar ao outro em totalidade. Este
amor personalizado é o Espírito
Santo, o amor do Pai e do Filho. A
família cristã e cada crente deve
realizar no quotidiano esta Comunidade de Vida e de Amor. O meu
eu é revestido, ampliado, glorificado
e dignificado quando está em Deus.
Uma certa fanfarronice…
Sílvio Couto
Temos assistido, após as eleições
legislativas mais recentes, a um
espetáculo digno dum país terceiro-mundista: quem perde no
campo de jogo pode ganhar na
secretaria, desde que consiga
coligir todos os vencidos e declarem-se vencedores!
Diante destas manobras cai por
terra a (aparente) convicção de que
‘por um voto se ganha ou por um
voto se perde’, pois quem for
vencido poderá acalentar a esperança de suplantar os vencedores,
desde que se unam, em coligação
negativa, para aceder ao poder a
todo o custo e a qualquer preço.
Este é Portugal no seu melhor!
- A partir de agora – seja qual for a
instância de votação – poderemos
suspeitar que, quem vence não
ganha, pois os vencidos podem
unir-se e autodeclararem-se vencedores à revelia dos resultados
alcançados.
- Cuide-se quem se submeter a
sufrágio de votação, pois a mentira
e o seu contrário podem ser o
melhor antídoto para flutuar sobre
quem possa sentir-se derrotado,
dado que as armas de combate
podem estar viciadas, senão no
conteúdo ao menos na forma.
- Já sabíamos que não nos podíamos fiar nas ‘promessas’ eleitorais,
pois podiam ser trocadas por medidas não apresentadas… claramente. Agora teremos de desconfiar das juras de aversão aos
concorrentes, pois os inimigos de
ontem podem ser amanhã os aliados de acesso ao poder – ‘inimigo
do meu inimigo, meu amigo é?’ –
nem que para isso se meta a ideologia na gaveta… ou será na reciclagem a médio prazo?
- Parece que há quem troque um
pouco de fama – nem que seja
confundindo a sua (nossa) história
– por algo que permita sobreviver
a todo o custo ou tenha de ‘engolir’
contradições e contrassensos mais
primários…E tudo se faz com tal
limpeza e sorrisos abertos que
quase incomoda quem vê tais
desempenhos!
- Estamos num tempo em que a mais
elementar verdade é posta à prova
com tantos e tão diversificados
sinais de mentira, em que (até) os
mais verdadeiros mentirosos sentirão vergonha de terem nas suas
fileiras estes novos companheiros… A constatação daquilo que
se dizia – ‘o que hoje é mentira,
amanhã pode ser verdade’… e viceversa – noutros campos de atividade, como era no mundo do
futebol, tem vindo a alargar-se a
quase todas as atividades humanas. Com efeito, os mais recentes
episódios da nossa vida política
fazem-nos questionar sobre a
consistência mental e psíquica de
muitos dos seus intervenientes,
pois alguns deles começam a sofrer
de doença de esquecimento precoce, dando o dito pelo não-dito e
obrigando os que neles confiavam
a suspeitar sobre a veracidade e
(quase) idoneidade das suas personalidades… se mais não seja pelo
ziguezaguear titubeante em ordem
a aparecerem no pedestal do poder.
Parece que vai valendo essa
inglória tentativa de atingir certos
fins sem olhar a meios…
- Os próximos tempos vão ser muito
difíceis e controversos… No horizonte já se vislumbra aquilo que fará
de nós – novamente – um povo
submisso, agrilhoado e em resgate… pois não se pode gastar o
que não se tem nem mesmo favorecer o desgoverno e de todo o
modo querer contentar quem faz da
preguiça a melhor arma – ativa,
circunstancial ou sindicalista – para
vencer… O abismo está a chegar…
bastará um ténue empurrão e todos
teremos de recomeçar o caminho do
rigor!
- A partir de agora temos como
opção para a escolha eleitoral uma
nítida bipolarização, tendo os
eleitores de escolher entre uma das
posições… Quarenta anos depois
– e quando noutros países tal
distinção se vai diluindo – chegou
a hora de sabermos de lado queremos estar… Acabou a moderação, chegou o extremismo mais
ou menos radicalizado. Pena é que
isto tenha chegado nesta ocasião
por arranjos de protagonismo e não
por definição antes de irmos a
votos. Mas futuramente, já podemos perceber que os modelos de
escolha estão reduzidos a dois… a
resto deixa de ter lugar!
Passos e Cavaco
querem respostas
mais eficazes
para combater
terrorismo
Solidariedade na dor e solidariedade no combate ao terrorismo e
na "rejeição ao ódio e ao terror"
foram as ideias deixadas no Palácio
de São Bento, no dia 16, pelo
primeiro-ministro português e pelo
embaixador francês, depois da
homenagem simbólica de um minuto de silêncio, ao meio-dia de
Lisboa, convocada por Pedro Passos Coelho e em que participaram
os embaixadores dos 27 países da
União Europeia.
Mais ou menos à mesma hora, o
Presidente da República defendeu,
à chegada ao Funchal, a necessidade de toda a Europa se mobilizar para combater o terrorismo. "A
Europa não pode continuar de
braços caídos", disse com os olhos
em Paris sobre aquilo que considerou ser um “ataque a toda” a
Europa Ocidental.
Por isso, continuou, é necessário
uma resposta coordenada de toda
a Europa, na defesa da liberdade e
da democracia.
Em Lisboa, no mesmo sentido, o
chefe do Governo português defendeu ser “urgente encontrar
respostas conjuntas cada vez mais
eficazes no combate ao terrorismo”,
mas avisou que também Portugal
não deixará de “agir, com determinação, caso tal se justifique”.
Estas respostas conjuntas implicam
uma “melhor e mais reforçada
cooperação em vários domínios
entre todos os Estados-membros”,
não só ao nível da União Europeia,
mas “igualmente ao nível internacional, uma vez que se trata de um
fenómeno complexo e que não
conhece fronteiras”, realçou Pedro
Passos Coelho.
“Os hediondos ataques terroristas
perpetrados em França não nos
podem afastar deste nosso ideal
comum de edificação de uma sociedade mais estável, mais desenvolvida, mais próspera e mais humana”, vincou o primeiro-ministro.
“Devem, pelo contrário, dar-nos
mais força para cumprirmos com
tenacidade esta nossa tarefa comum”, acrescentou.
Passos Coelho deixou ainda uma
palavra de pesar às famílias das
vítimas portuguesas e à comunidade portuguesa em França - neste
“trágico momento que a todos
repugna e afecta” - e contou que
enviou condolências ao Presidente
francês logo na sexta-feira. Disse
ainda que, ao reunir os representantes em Portugal dos restantes
Estados-membros e das instituições europeias, pretendeu mostra
a solidariedade e “incondicional
apoio” ao povo francês, assim
como a “rejeição ao ódio e ao
terror”.
PATRIMÓNIO
4 – Notícias de Beja
PEDRA ANGULAR
19 de Novembro de 2015
PÁGINA DO DEPARTAMENTO
DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E
ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA
Terras sem Sombra em Lisboa
Festival apresentou programação para 2016 e concerto
“anteprima” no CCB
A Sala Eugénio de Andrade, um dos
mais belos espaços do Centro
Cultural de Belém, acolheu, no dia
18, às 12h00, a conferência de
imprensa da 12.ª edição do Festival
Terras sem Sombra, que se estenderá
de Fevereiro a Julho do próximo ano.
De novo sob a direcção de Juan
Ángel Vela del Campo, o FTSS
dedica grande atenção às relações
musicais entre a Europa, o Brasil e
África, sob o mote “Torna-Viagem.
O Brasil, a África e a Europa (Da
Idade Média ao Século XXI)” é
apresentada na quarta-feira, em
Lisboa.
A edição de 2016 estende-se a oito
concelhos do Baixo Alentejo e do
Alentejo Litoral.Dois deles, Ourique
e Serpa, não participaram na edição
de 2015;Serpa associa-se,pela primeira vez, ao FTSS, o que corresponde a uma antiga aspiração, que
não tinha sido possível concretizar
até á data: há sempre mais concelhos
interessados no Festival do que o
número de actividades que pode ser
agendado, pelo que é inevitável uma
“lista de espera”.
Fonte do certame adiantou que a
programação de 2016 “apresenta
uma acentuada presença da música
contemporânea, e a estreia moderna
de obras de alguns compositores,
como Filipe da Madre de Deus, do
século XVII, que desenvolveu
grande actividade em Espanha”. O
compositor brasileiro P.e José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) é um
dos compositores brasileiros da
época tardo-barroca, cujas peças
serão escutadas neste festival.
A preocupação com a afirmação dos
valores regionais, patente na valorização da gastronomia e de outros
produtos alentejanos, junto do
público do Festival, volta a marcar
presença em 2016, “coincidindo com
o Ano Internacional das Leguminosas, proclamado pelas nações
Unidos, e com uma refeição elaborada por um reputado restaurante
espanhol, sob a égide de um regresso aos valores da terra”, disse a
mesma fonte.
Também no mesmo dia, o Festival
apresentou, desta feita na Sala Luís
de Freitas Branco, em anteprima
(antecipação) do programa de 2016,
o concerto “La petite merveille e Il
prete rosso. Versalhes e Veneza no
tempo do Barroco”, com a violinista
Lina Tur Bonet e o cravista Kenneth
Weiss, duas figuras de primeiro
plano da música internacional da
actualidade.
O Festival de Música Sacra Terras
Sem Sombra é uma iniciativa do
Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de
Beja.Em declarações à Lusa, José
António Falcão, ex-presidente do
Organismo de Produção Artística
(Opart), realçou “a dinâmica socioeconómica que o festival cria no
Caminho de Santiago:
O Testemunho
do Município de Beja
O cravista Kenneth Weiss
A violinista Lina Tur Bonet
Baixo Alentejo”.O director-geral do
TSS adiantou que “o festival [de
2016] vai ao encontro do que
parece ser uma tendência internacional, o magno interesse internacional pela escola de música
colonial portuguesa”.
A par da programação artística, o
Festival desenvolve um plano de
acções de salvaguarda da biodiversidade, sob orientação do director
regional de Conservação da Natureza e Florestas, Pedro Rocha.
O ano passado, uma das acções foi
na ribeira do Vascão, em Almodôvar,
de salvaguarda do saramugo, o mais
pequeno peixe da bacia do rio
Guadiana, de que a ribeira é um dos
afluentes, e onde se efectuou a
plantação de espécies de flora
autóctone como o freixo, salgueiropreto e loendro, e se deu a conhecer
outros peixes desta ribeira.
Este ano, adiantou fonte do FTSS,
um dos projectos relaciona-se com a
manutenção do montado (floresta de
sobreiros), de que Portugal é com a
maior extensão no mundo, e o seu
relacionamento com a agricultura e a
pastorícia.
Encontro Nacional da Pastoral
do Turismo
A Diocese de Beja esteve presente
neste encontro, realizado em Braga,
no Santuário do Bom Jesus, a 30 e 31
de Outubro. A convite da Obra
Nacional da Pastoral do Turismo, o
director do Departamento do Património Histórico e Artístico, Prof.
José António Falcão, deu a conhecer
o projecto “Caminho das Igrejas
Brancas” e a realidade patrimonial
do Alentejo meridional, assim como
as suas ligações ao Algarve e à
vizinha Andaluzia.
Estas jornadas revelaram-se da maior
importância para o fomento do
turismo religioso no nosso País.
Portugal encontra precisamente
neste âmbito turístico uma das suas
principais vocações, mas há ainda
um imenso trabalho a realizar,
inclusivamente do ponto de vista
pastoral, para o correcto aproveitamento do sector.
Uma novidade interessante, debatida em Braga, foi a da divulgação
do documento do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e
Itinerantes, Orientações para a
Pastoral do Turismo.
Beja deve começar a pensar em
organizar também, como se preconiza
nesse documento, a sua Comissão
Diocesana para a Pastoral do Turismo.
No rescaldo das Jornadas
sobre o Caminho de Santiago
Pode dizer-se que, quanto ao Caminho de Santiago no Alentejo, há
um antes e um depois das Jornadas
realizadas em Beja, nos dias 6 e 7
deste mês. Como as Actas deste
encontro vão ser editadas pelo
Ministério da Educação, Cultura e
Desporto de Espanha, dispensamonos de mais comentários, mas registamos a memória histórica do acontecimento e damos a conhecer o
depoimento do Município de Beja,
através das palavras da Vereadora
do Pelouro da Cultura, Sónia Horta
do Calvário.
A. S.
É com honra que, em nome do Município de Beja, participo neste
importante evento, agradecendo o ilustre convite para estar presente
na sessão de encerramento.Agradeço a presença de todos e espero
que guardem num cantinho das vossas memórias boas recordações da
permanência em Beja, com os votos sinceros para que voltem sempre à
nossa terra.Agradecemos que eventuais sugestões e considerações
sobre a organização do evento sejam encaminhadas para os técnicos,
pois a nossa preocupação constante é sempre melhorar o nosso
trabalho.
Gostaria de agradecer à Diocese e ao seu Departamento do Património
Histórico e Artístico o empenho e a dedicação dispensados na
organização deste evento. Por último, mas não com menos importância,
os meus agradecimentos à Secretaria de Estado da Cultura de Espanha
e ao Representante de Mostra Espanha pelo patrocínio e pela
organização do evento.
As múltiplas dimensões analisadas sobre os caminhos de Santiago
proporcionaram uma abordagem riquíssima ao tema.A relação das
populações isoladas com os peregrinos desempenhou, em espaços
periféricos como o nosso, um papel de grande importância, de difícil
avaliação no que concerne à quebra do isolamento e à constatação, em
viva voz, do que ia acontecendo por esse mundo fora.
Assim, não quedam dúvidas que desse contacto resultaram impactos
relevantes para o desenvolvimento local da nossa região. No plano
cultural, com o intercâmbio de ideias e de costumes, abriram-se
horizontes na mente dos hospedeiros das rotas da peregrinação. Importa
também referir que a relação não era naturalmente unívoca, os próprios
peregrinos também iam recebendo influências dos territórios que
percorriam. Esta troca de valores entre pessoas de latitudes distintas,
provavelmente foi a mais estruturada e massificada em ambiente de paz
e de aceitação do próximo, com impactos positivos na convivência
entre povos e na partilha da diferença, enriquecendo a universalidade
humana, ao longo dos tempos.
Sobre a realidade actual, foram equacionadas muitas questões e
recebemos informações muito importantes para enquadramento de
futuras intervenções nestes domínios, e igualmente experiências de
ordem prática que vão enriquecer o nosso trabalho.
Destes dois dias ficam, seguramente, boas amizades para no futuro se
encarar frentes de actuação comuns a desenvolver no interesse de
todos os presentes.
Foram aqui referidas questões que revelam preocupações muito sérias
relativamente à preservação de valores culturais e patrimoniais face a
posturas de mercantilização inseridas por abordagens desequilibradas
e descontextualizadas que, por vezes, destorcem o sentido do
aproveitamento e exploração dos recursos patrimoniais e culturais e
valores religiosos a que a actividade turística pode remeter.
Nós, face à realidade que temos não é uma preocupação imediata, mas
registamos os avisos à navegação para evitar criar as situações de
descaracterização implícitas.
A nossa situação neste momento parece ser ainda de pesquisa das
rotas/itinerários dos caminhos de Santiago, da sua inserção no contexto
sociopolítico, religioso e sociológico da nossa região, independentemente de já haver um importante trabalho feito, mas provavelmente ainda insuficiente para estruturar um projecto no nosso
território.
Sónia Horta do Calvário
Vereadora do Pelouro da Cultura
Câmara Municipal de Beja
DIOCESE
19 de Novembro de 2015
Celebração dos Sacramentos da
Iniciação Cristã em A-do-Pinto
No dia 15 de novembro recebemos
na nossa Comunidade de A-doPinto, Paróquia de Vila Nova de São
Bento, Dom João Marcos, Bispo
Coadjutor da nossa Dioceseque
presidiu a Eucaristia onde adolescentes jovens e adultos da Paróquia de Vila Nova de São Bento (19),
Vila Verde de Ficalho (2) e da
Comunidade de A-do-Pinto(8)que
se prepararam no decorrer de ano
Pastoral 2014/2015, receberam os
Sacramentos da Iniciação Cristã.
A Eucaristia teve início às 12:00h, e
após o admonição de entrada que
nos colocou em sitónia com toda a
Igreja que reza pelas vítimas do
atentado em Paris deu-se início à
procissão de Entrada, com os
acólitos, os crismandos, o nosso
Pároco, Padre Francisco e o Senhor
Bispo e com uma igreja repleta de
pessoas enquanto o Coro da Paróquia de Vila Nova, a quem muito
agradecemos, cantava e nos exortava a caminharmos na Luz do
Senhor.
Após a proclamação da Palavra de
Deus, o Senhor Bispo na sua
homília, de uma maneira simples e
dialogante, dirigiu aos crismandos
e a toda a Assembleia, palavras
desafiadoras, para nos ajudar a
viver a nossa filiação Divina.
Depois e porque tínhamos uma
adulta que iria ser Batizada o Senhor
Bispo dirige-lhe também belas
palavras e algumas interrogações.
Após a homilia teve lugar o Batismo
da nossa eleita, que ao longo das
últimas semanas foi fazendo na
comunidade os escrutínios preparatórios. Invocamos os Santos,
procedeu-se à Bênção da água e
imediatamente antes do Batismo a
Andreia fez a renúncia ao mal, tendo
sido ungida com o óleo dos catecúmenos e depois a profissão de Fé,
tendo depois recebido o Sacramento do Batismo.
Após o Batismo teve lugar o
sacramento da Confirmação. Do
ritual da celebração os pontos mais
marcantes foram, a renovação das
promessas do nosso baptismo
onde os crismandos acenderam a
sua vela e fizeram a sua profissão
de fé, a imposição das mãos por parte
do nosso Bispo coadjutor e do
nosso pároco e finalizou unção com
o óleo do crisma aos crismandos.
A comunhão foi também um momento alto da celebração visto que
6 dos crismandos fizeram aqui
também a festa da Eucaristia. Antes
do Oração Eucaristica o senhor
Bispo dirigiu-nos também algumas
palavras reforçando a centralidade
da Eucaristia na vida da Igreja. Os
crismados receberam a comunhão
nas duas espécies, conforme está
previsto para estes dias festivos.
A terminar a celebração teve lugar
a bênção final a toda a comunidade.
No final da celebração o grupo do
crismados agradeceu com uma
pequena lembrança ao Sr. Bispo e
ao Sr. Padre.
Já na Sacristia foi com grande
alegria que cada um de nós recebeu
do nosso Bispo as cédulas de Vida
Cristã e aquele caloroso abraço e
pai mas também de irmão na Fé.
Seguiu-se o almoço que foi servido
na salão polivalente gentilmente
cedido pela junta de freguesia, que
foi ocasião de convívio entre
aqueles que nele participaram.
Ao terminar o nosso dia juntamonos novamente na igreja e com a
Igreja para dar-mos graças a Deus
pelo dom da Fé e do Espírito santo
rezando a oração de vésperas.
Queremos agradecer de uma forma
especial ao Sr. Bispo e ao Sr. Padre,
ao coro paroquial, aos membros da
Comunidade de A-do-Pinto que
tanto colaboraram connosco e a
todas as demais pessoas que nos
ajudaram a viver tão intensamente
este momentos da nossa caminhada na Fé.
Francisco Encarnação
Visita da equipa diocesana do Apostolado da
Oração aos Centros de Gomes Aires,
Almodôvar e S. Clara-a-Nova
No passado dia 13 de Novembro de
2015, a equipa diocesana do Apostolado da Oração juntamente com o
Director Diocesano, Pe. Luís Miguel
Fernandes, visitaram o Centro do AO
de Gomes Aires. Depois de uma
pequena apresentação feita pelo
director, a respeito do novo projecto
de restruturação deste movimento,
conforme deseja o Papa Francisco,
houve ainda espaço para a partilha
de experiências. Seguiu-se depois a
Eucaristia, onde fizeram a sua consagração ao Coração de Jesus 12
pessoas. O Centro do AO de Gomes
Aires tem actualmente 6 zeladoras e
conta com cerca de 50 associados.
No dia 15 de Novembro, novamente
a equipa diocesana visitou outros
dois Centros congregados em Almodôvar: o centro do AO dessa vila e o
de S. Clara-a-Nova. O primeiro Centro
tem actualmente cerca de 200 associados e 8 zeladoras; o de S. Clara
tem 60 associados e 4 zeladoras. O
Director Diocesano do AO fez
novamente a apresentação do que a
Igreja espera deste movimento e a
ajuda que, na sua simplicidade, o
Notícias de Beja – 5
Imagem Peregrina de
Nossa Senhora de Fátima
na Diocese de Beja
Itinerário nos arciprestados
Dia 24-11-2015 - às 15.30 horas saída de Beja em direção a Serpa
Dia 24-11-2015 - às 16.00 horas chegada a Serpa
Dia 25-11-2015 - às 08.30 horas saída de Serpa em direção a Vila nova
de São Bento
- às 13.00 horas chegada a Barrancos
-às 17.00 horas chegada a Safara
- às 21.00 horas chegada à cidade de Moura
Dia 26-11-2015 - às 11.00 horas chegada a Pias donde sai às 15 horas
- às 15.45 horas chegada a Pedrógão
- às 16.15 horas chegada a Vidigueira
- às 18.00 horas chegada a Cuba
Dia 27-11-2015 - em Cuba
dia 28-11-2015 - às 14.00 horas saída de Cuba
- às 14.30 horas em Ferreira do Alentejo junto da Capela de Nª Sª da
Conceição
- às 16.00 horas chegada a Grândola
Dia 29-11-2015 - pela manhã saída de Grândola em direção a Vila Nova
de Santo André
- às 10 horas chegada a Santiago do Cacém
- às 16.00 horas chegada a Vila Nova de Santo André
Dia 30-11-2015 - às 14.00 horas saída de Santo André em direção a
Sines
Dia 01-12-2015 - às 14.00 horas sai de Sines para S. Teotónio
- às 15.00 horas nas Brunheiras em direção a Zambujeira
- ao fim da tarde chegada a S. Teotónio
Dia 02-12-2015 - vinda de S. Teotónio chega a Odemira, passando em
Boavista dos Pinheiros
mesmo oferece ao Povo de Deus.
Esta tarde de formação terminou com
a Adoração ao Santíssimo Sacramento, na qual rezámos pelas
intenções do Santo Padre. É de
salientar o acolhimento e a presença
dos Párocos de Almodôvar, Pe.
Pradepp, Pe. Glorio e Pe. Manuel
Abreu, que manifestaram muito
interesse em conhecer este projecto
e garantiram o seu apoio para nele
colaborarem.
Lembre-se que a nova definição do
Apostolado da Oração centra-se não
tanto num movimento eclesial (naturalmente que tem uma estrutura
interna) mas num caminho espiritual
que a Igreja propõe a todos os
cristãos para os ajudar a ser amigos
e apóstolos de Jesus na vida diária.
Esta rede mundial de oração, tal como
o Papa Francisco deseja, conta com
mais de 40 milhões de pessoas,
presentes em 86 países. Os párocos
que desejarem fundar ou refundar
um Centro do AO nas suas paróquias não hesitem em contactar a
equipa diocesana. Em breve haverá
mais visitas ao Centros espalhados
pela Diocese.
A Equipa
Dia 03-12-2015 - às 09.30 horas saída de Odemira em direção a Aljustrel
- às 10.00 horas em Relíquias
- às 11.00 horas em S. Martinho das Amoreiras
- às 12.00 horas em Colos
- às 13.00 horas em Bicos
- às 14 horas em Vale de Santiago
- às 14,30 em Santa Luzia saindo às 15, 15, horas para Aljustrel
- às 16 horas chegada a Aljustrel
Dia 04-12-2015 - às 09.00 horas parte para Castro Verde donde sai e às
17.00 horas
- às 18 horas chega a Mértola
Dia 05-12-2015 - às 09.00 horas parte para Almodôvar e sai às 18 horas
- às 19.00 horas chega a Santana da Serra
Dia 06-12-2015 - às 14 horas, sai de Santana da Serra para a diocese do
Algarve
SOCIEDADE
6 – Notícias de Beja
Daesh
O grupo terrorista milionário do juízo final
como o EI, no seu combate aos
xiitas e ao regime sírio de Bashar
al-Assad. Por fim, o principal país
da NATO da região, a Turquia,
abriu a sua fronteira para a circulação de armas e de homens
para o Daesh, com o objectivo de
ajudar a liquidar os curdos e
derrubar o governo sírio.
Como se formou o Estado
Islâmico?
Há menos de um ano, Barack
Obama declarou à revista “New
Yorker” que considerava o ISIS
(Estado Islâmico do Iraque e da
Síria) um parceiro mais fraco da
Al-Qaeda: “Não basta uma equipa juvenil vestir o equipamento
dos Lakers para se tornar um
Kobe Bryant”, garantiu o ocupante da Casa Branca. Também
se pode dizer que não basta um
presidente dizer um disparate
para ele ser verdade. O autoproclamado Estado Islâmico é
uma organização militar e política
de ideologia salafista. A sua
criação data de 2006, quando a
Al-Qaeda do Iraque forma com
mais cinco grupos jihadistas o
Conselho Consultivo dos Moudjahidines do Iraque. Em 2012 as
suas acções começam a estender-se à Síria. A 29 de Junho de 2014
o seu líder, Omar Al Bahgdadi,
proclama o califado, depois da
conquista de Mossul, altura em
que a Al-Qaeda rompe com a sua
antiga sucursal iraquiana.
O que significa a sua bandeira?
A bandeira negra salafista, com
inscrições a branco, é supostamente similar à bandeira que o
profeta Maomé brandia nas suas
conquistas. No cimo da bandeira
pode ler-se: “La ilaha illa Allah”
(só Allah é Deus) e dentro do
círculo vêem-se três palavras:
“Allah”, “Profeta” e “Maomé”.
Quem é o seu líder?
Omar Al Bahgdadi, o homem que
proclamou o califado em Mossul
em Junho de 2014,
é doutorado em Ciências Islâmicas, originário da região de
Samarra, no Norte do Iraque,
esteve preso, em 2004-2005, numa
prisão das tropas dos EUA em
Bassorá, após a invasão do Ira-
que. Uniu-se ao grupo de Al
Zarquai, a Al-Qaeda da península
arábica. “Tem uma sólida for mação islâmica, muito superior a
Bin Laden e outros líderes da AlQaeda. É isso que lhe permite
declarar-se califa”, considera
o professor Saleh ao site El
Español. Baghdadi, tal como o
profeta Maomé, descende da
tribo Quraysh.
Como se financia?
O Estado Islâmico é o grupo
terrorista mais rico do mundo.
Calcula-se que detém muitas
centenas de milhões de dólares
provenientes da venda de petróleo no mercado negro, da
extorsão e da colecta de impostos
nos territórios que domina (ver
quadro ao lado) e até de apoio de
estados da região. Essa fortuna
permite-lhe pagar generosamente
aos seus cerca de 40 mil combatentes. O EI obtém mais de 800
milhões de dólares anuais no
tráfico de petróleo.
A essas receitas juntam-se outras: só dos bancos de Mossul o
EI retirou 425 milhões de dólares.
Os países ocidentais
e os seus aliados apoiaram a
sua formação?
A acusação recorrente de que os
Estados Unidos tinham treinado
o Estado Islâmico, tal como
treinaram Bin Laden e os seus
homens na guerra do Afeganistão contra os soviéticos,
carece de provas. No entanto, é
verdade que uma parte substancial das armas norte-americanas distribuídas à suposta
resistência moderada na
Síria aparece nas mãos dos milicianos do Estado Islâmico.
A isto é preciso somar o apoio
que a Arábia Saudita e outras
monarquias do Golfo deram a
grupos fundamentalistas sunitas,
Que território controlam?
Controlam aproximadamente um
terço do Iraque e um quarto da
Síria, um território com um tamanho equivalente à Bélgica. Têm
também presença no Iémen, no
Egipto e na Líbia. Neste último
país, como na Síria e no Iraque,
a sua irrupção deve-se ao caos
instalado depois da intervenção
das potências ocidentais, promovendo a queda de ditadores
locais.
É fácil fazer um atentado como
em Paris?
Segundo o antigo embaixador
espanhol e actual especialista em
terrorismo Manuel Torres, “um
atentado em Paris não exige um
investimento significativo, bastam pessoas dispostas a matar. O
acesso a armas não oferece
actualmente nenhuma dificuldade”, garantiu ao site El Español. Os atentados de Paris podem
ter custado menos de 4 mil euros.
Número de combatentes nas
fileiras do Daesh
Em Maio de 2014, o jornalista do
“Le Monde” Christophe Ayad
avaliava as forças do Estado
Islâmico da seguinte maneira:
cerca de 10 mil homens no Iraque
e menos de 7 mil na Síria. A CIA
dá números mais alarmantes:
calcula que há cerca de 40 mil
combatentes do Estado Islâmico
na Síria e no Iraque. Sobre a sua
composição, o especialista Ramon Caillet garante que “no Iraque 90% dos combatentes são
iraquianos, enquanto na Síria
apenas 50% são locais”. Vindos
da Europa, sobretudo de França,
do Reino Unido e da Bélgica
estariam cerca de 2 mil combatentes. A intervenção militar
dos Estados Unidos no Iraque
radicalizou os sunitas, um dos
quais o ditador Sadam Hussein,
fazendo ingressar na Al-Qaeda do
Iraque, que veio dar lugar ao
Daesh, antigos militares iraquianos; já na Síria grande parte dos
combatentes vêm dos estrangeiro. Segundo o Departamento
de Estados norte-americano
estariam em combate 12 mil estrangeiros de 50 nacionalidades.
19 de Novembro de 2015
Papa quer trabalho
conjunto das religiões para
superar “desconfiança”
O Papa defendeu, recentemente, um
trabalho conjunto de todas as
religiões para superar um clima de
“suspeita” sobre elas, durante uma
audiência pública especial, pelos 50
anos da declaração do Vaticano II
sobre o diálogo inter-religioso.
“Por causa da violência e do
terrorismo, difundiu-se uma atitude
de suspeita ou mesmo de condenação das religiões. Ainda que
nenhuma religião esteja imune ao
risco de derivações fundamentalistas ou extremistas em indivíduos ou grupos, é preciso olhar
para os valores positivos que elas
vivem e propõem”, declarou.
A audiência geral inter-religiosa
celebrou o 50.º aniversário da
declaração conciliar ‘Nostra Aetate’, sobre as relações da Igreja
Católica com as religiões não
cristãs.´
Segundo o Papa, é preciso cultivar
as sementes de “amizade e colaboração” em vários campos, sobretudo no “serviço aos pobres, aos
pequenos, aos idosos”, para além
do “acolhimento aos migrantes”.
“Podemos caminhar juntos, tomando conta uns dos outros e da
criação: todos os crentes, de
qualquer religião”, sustentou.
Esta audiência decorreu por vontade expressa do Papa, que se
encontrou com os responsáveis de
várias religiões que participam num
congresso internacional organizado pela Santa Sé.
Francisco sublinhou que o Concílio Vaticano II (1962-1965) foi um
tempo “extraordinário de reflexão,
diálogo e oração” que contribuiu
para renovar o olhar da Igreja
Católica “sobre si própria e sobre o
mundo”.
O Papa recordou o caminho realizado desde então, no contacto com
as outras religiões, com destaque
para o “particularmente significativo” encontro de Assis, a 27 de
outubro de 1986, durante o pontificado de São João Paulo II.
“A chama que se acendeu em Assis
estendeu-se a todo o mundo e
constitui um sinal permanente de
esperança”, declarou.
A intervenção quis ainda sublinhar
a “transformação” que teve lugar
na relação entre católicos e judeus:
“De inimigos e estranhos, passamos a ser amigos e irmãos”.
Já em relação ao mundo islâmico,
Francisco realçou que é necessário
“respeito recíproco” para que
exista um verdadeiro diálogo, com
atenção ao direito à vida e às
“liberdades fundamentais”.
O Papa dirigiu-se também aos que
não têm uma religião, propondo
uma colaboração em temas como a
paz, a luta contra a fome e a miséria,
a ecologia, a corrupção, a família, a
economia ou a moral.
Na parte final da audiência, o
pontífice deixou uma “saudação
cordial” aos peregrinos de língua
portuguesa, em particular aos fiéis
do Cacém e Lisboa presentes na
Praça de São Pedro.
“Queridos amigos, sois chamados
a ser fermento também na promoção
do diálogo com as outras religiões
e pessoas de boa vontade, procurando construir juntos um mundo
mais fraterno e justo. Deus vos
abençoe”, concluiu.
REGIONAL
19 de Novembro de 2015
Notícias de Beja – 7
Sines, Beja e Castro Verde
compram mais
No concelho de Lisboa o Indicador
per capita do Poder de compra, em
2013, segundo dados divulgados
pelo Instituto Nacional de Estatística esta semana, é de 207,9,
duplicando a média nacional que
se situa nos 100.
No Baixo Alentejo, Beja e Castro
Verde destacam-se dos outros
municípios , apresentando um valor
que se situa entre os 100 e os 110,
acima da média da região, que é de
85. Almodôvar, Aljustrel e Moura
aparecebm referenciados no intervalo entre 75 e 90, enquanto Ourique, Ferreira do Alentejo, Alvito,
Cuba, Vidigueira, Serpa, Mértola e
Barrancos, apresentam resultados
entre os 65 e os 75, este último
grupo, nitidamente, abaixo do
referencial apontado para o Baixo
Alentejo.
Os concelhos de Évora, com 111, e
de Sines, com 128, ultrapassam
Mariana Vicência Galvão
Mirrado Guerra
largamente as médias das respetivas regiões que são, no litoral,
92 e no alentejo central, 91. O norte
alentejano está ao nível do Baixo
Alentejo, apresentando apenas o
concelho de Portalegre um valor
acima da média nacional, o que é
Marido, filhos, netos e noras
agradecem a todos quantos
os acompanharam neste
doloroso momento.
Participam, também, que
será celebrada Missa do 30.º
Dia, em 26 de Novembro, às
18h00, na igreja de Santa
Maria, em Beja.
comparável com outras capitais de
distrito como Faro, Coimbra, Aveiro, Braga, Leiria, Vila Real e Santarém que apresentam, simultaneamente um índice per capita do
poder de compra acima da média
nacional regional.
Campo Arqueológico de Mértola
premiado pelo Vaticano
O Campo Arqueológico de Mértola
recebeu o prémio das Academias
Pontifícias do Vaticano, este ano
dedicado aos primeiros séculos do
Cristianismo, pelo trabalho realizado nesta área.
O arqueólogo Cláudio Torres,
fundador e diretor do Campo
Arqueológico de Mértola, disse à
Agência ECCLESIA que este reconhecimento “é fundamental” e
“uma motivação extra” para os
estudiosos do setor.
Numa mensagem enviada aos
participantes no encontro, o Papa
quis “encorajar e apoiar” os que se
comprometem na “pesquisa histórico-arqueológica e relativa aos
mártires”, objeto desta edição do
prémio.
“Apraz-me entregar o prémio das
Academias Pontifícias, ex aequo, à
associação portuguesa Campo
Arqueológico de Mértola pelas
campanhas arqueológicas conduzidas nos últimos anos e pelos
extraordinários resultados obtidos”, escreve Francisco.
O Campo Arqueológico de Mértola
(CAM) nasceu há cerca de 40 anos
e os investigadores “procuram
achados de um período escuro” da
história de Portugal, realçou Cláudio Torres.
Naquele local existem “muitos
dados da civilização islâmica” e,
essencialmente, aquilo que a provocou, mas o lado “curioso” é que
em vez de encontrarem elementos
“árabes”, encontram componentes
“cristãos”.
Em vez de descobrirem “cavalos e
camelos que invadiram a Península
Ibérica”, os investigadores encontraram “comunidades cristãs bem
enraizadas” que a determinado
momento “se convertem ao islão”,
sublinhou à Agência ECCLESIA o
arqueólogo.
“Algo completamente diferente do
que se diz” na historiografia portuguesa, mas “a arqueologia fala mais
verdade” do que os escritos.
Neste campo já foram encontrados
“uma enorme quantidade e variedade de batistérios e estruturas
arquitetónicas” que marcam a
história do século V ao VIII, salientou o diretor do CAM.
Estes dados arqueológicos “foram
inovadores” para a história deste
período e, atualmente, os investigadores estão a descobrir “uma
igrejinha do século VI que estava
debaixo da mesquita e, por cima, de
um templo romano”, anunciou
Cláudio Torres.
Para além de “uma grande comunidade católica”, existia em Mértola
(atual território da Diocese de Beja)
uma “grande comunidade de culto
monofisita que estavam em guerra
com Bizâncio e com Roma”.
É este mundo que os arqueólogos
deste campo estão “a encontrar e a
divulgar” e que os estudiosos de
universidades de vários pontos do
planeta “estão a reconhecer no
trabalho do CAM”.
O diretor agradeceu aos “institutos
de investigação arqueológica de
Roma o reconhecimento”, dado ao
trabalho realizado e a realizar nesta
área.
Com este galardão atribuído pelas
academias pontifícias, Cláudio
Torres acredita que o CAM vai
“receber mais estagiários e estudiosos da matéria” para se fazerem
estudos conjuntos.
A cerimónia foi organizada, no dia
10, pelo Conselho Pontifício da
Cultura e pelas Academias Pontifícias coordenadas pelo mesmo
organismo da Cúria Romana,
presidido pelo cardeal Gianfranco
Ravasi.
Dr. Rui Miguel Conduto
CONSULTAS:
Sábados
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ÚLTIMA PÁGINA
19 de Novembro de 2015
Nota Semanal
Deste
Mundo
e do
Outro
Refugiados e terrorismo
† António Vitalino, Bispo de Beja
1. Acolhimento e rejeição
Nas últimas semanas temos sido bombardeados com notícias e imagens
aparentemente contraditórias. Por um lado filas imensas de pessoas,
adultos e crianças, homens e mulheres, a caminhar em direção à Europa,
muitas vezes parados diante de muros, de betão e arame farpado ou de
forças de segurança com armas apontadas. Por outro lado cenas de
terrorismo em lugares de lazer e cidades até agora pacíficas. Perante estas
cenas as redes sociais tomam posições contraditórias. Uns criticam a
Europa por fechar as portas a quem foge à fome e à guerra, outros afirmam
que é preciso ter cuidado, pois no seu meio há muitos terroristas
muçulmanos infiltrados, cuja intenção é islamizar a Europa, acabar com os
seus valores humanos e cristãos da liberdade, igualdade, fraternidade.
Os bispos portugueses, reunidos em Fátima na semana passada afirmavam
no comunicado final: Perante o drama dos refugiados que fogem à guerra,
à perseguição e à fome no Médio Oriente e no Norte de África, os Bispos
de Portugal continuam em sintonia com os reiterados apelos do Papa
Francisco e reafirmam o dever do acolhimento em nome das raízes
humanas e cristãs da Europa. Neste contexto saúdam as instituições
portuguesas que estão desde já preparadas para esta missão e
congratulam-se pelas iniciativas da Plataforma de Apoio aos Refugiados
(PAR-Famílias), na qual se encontram muitas instituições da Igreja.
Manifestam, contudo, a sua preocupação pelo atraso na recolocação
dos 160 mil refugiados e recomendam às autoridades europeias e
nacionais a maior celeridade na concretização deste processo.
Formulam também o desejo de que possam ser acolhidos dignamente
antes do frio de inverno, acabando com a cena desumana destes novos
pobres diante de muros de betão e de arame farpado.
Que pensar de tudo isto e como proceder? Embora tenhamos de ser
prudentes, no entanto, como pessoas e muito mais como cristãos nunca
devemos pagar o mal com o mal. Não faças aos outros o que não gostarias
que te fizessem a ti. Ou, formulado pela positiva, faz aos outros o que
gostarias que te fizessem a ti. A lei mosaica prescrevia aos israelitas
chegados à terra da promessa para não oprimir os estrangeiros que
moravam no seu meio, recordando-se de que também eles foram escravos
na terra do Egito. E Jesus diz-nos para amar os nossos inimigos, perdoar,
usar de misericórdia como o bom samaritano.
Facilmente generalisamos, por exemplo, afirmando que todos os refugiados
são muçulmanos e estes fundamentalistas e terroristas. Dói-me e partese-me o coração ao ler estas afirmações nas redes sociais e, por vezes,
vindas de pessoas com responsabilidades sociais, politicas e até eclesiais.
Esta gente deveria fazer a experiência de caminhar com estes refugiados,
sentir os seus sofrimentos e talvez mudassem de opinião e de atitude.
2. Como reagir perante o terrorismo?
Perante os atentados contra cidadãos que lutam pela vida com meios
democráticos e pacíficos todos sentimos uma profunda dor e apelamos
aos que assim procedem para acabar com estes atos de terror. Como
cristãos rezamos por eles e pelas suas vítimas e imploramos de Deus a
conversão ao amor e a consolação para quem sofre. Mas também pedimos
aos governos e instituições internacionais para intervir, sentando à mesa
do diálogo os representantes das fações em litígio e buscando soluções
pacíficas, compromissos possíveis, no respeito pelas diferenças culturais
e religiosas.
As organizações da sociedade civil podem conseguir melhores resultados
que os governos, pois estes estão muito identificados com os seus
interesses económicos e políticos. Cito apenas o exemplo do Quarteto
para o Diálogo Nacional na Tunísia, a quem foi atribuído o prémio Nobel
da paz deste ano de 2015. Estas instituições conseguiram transformar a
primavera árabe na Tunísia numa oportunidade para uma democracia
pluralista e desenvolver um processo politico alternativo no momento em
que o pais estava à beira de uma guerra civil.
Tudo isto parece uma ingenuidade. Mas acredito que água mole em pedra
dura tanto dá até que fura, como diz o nosso ditado. A evolução da
humanidade é lenta, mas o recurso à guerra, à violência, é um retrocesso.
Os fins não justificam os meios. A educação na família, na escola, nas
comunidades religiosas deve ajudar a construir a paz. Bem-aventurados
os que sofrem por causa da paz, proclamou Jesus.
Homens, se homens, gritou o Papa Paulo VI na ONU e em Fátima. Também
nós temos de continuar a gritar, para acordarmos os violentos, os indecisos
e os indiferentes. Mas ao mesmo tempo gritar pela justiça, pela
solidariedade, pela compaixão, pela misericórdia, de modo que todos sintam
e vejam o outro como um amigo, um irmão, que caminha connosco nas
alegrias e tristezas, nos sucessos e fracassos, na penúria e na abundância.
A oração da Igreja neste final de ano litúrgico e no princípio do próximo,
no Advento, alerta-nos para caducidade das coisas materiais e da história
do mundo, mas também para o Senhor que vem salvar-nos. Neste processo,
sabendo que não temos aqui morada permanente, estejamos vigilantes e
ajudemo-nos fraternalmente na peregrinação da vida.
Alberto Batista
Santuário de Fátima lança
concurso de fotografia no
âmbito do Centenário
das Aparições
O Santuário de Fátima vai promover entre dezembro deste ano
e outubro de 2016 um concurso
de fotografia integrado no Centenário das Aparições.
Ao melhor trabalho apresentado,
no conjunto das categorias em
análise, será ainda atribuído o
prémio ‘Fotografia do Centenário
das Aparições’, correspondente a
um valor total de 2500 euros”,
explica o gabinete de comunicação
do Santuário.
A iniciativa, que está aberta a
“todos os fotógrafos, nacionais e
estrangeiros”, terá como júri alguns
dos mais reconhecidos profissionais do setor, como Fernando
Guerra, Rui Ochoa, Inês d’Orey,
Paulo Catrica e José Soudo.
O processo de seleção dos melhores trabalhos estará ainda a
cargo do diretor do Museu do
Santuário de Fátima, Marco Daniel
Duarte, e do reitor do Santuário de
Fátima, padre Carlos Cabecinhas.
Quanto às regras, os participantes
podem concorrer com um máximo
de dois trabalhos fotográficos por
categoria, cujas imagens sejam
recolhidas entre 8 de dezembro de
2015 e 13 de outubro de 2016.
Os trabalhos deverão ser apresentados a concurso em formato
digital, pendrive, CD-ROM ou DVD
e entregues na Reitoria do Santuário ou via correio postal, até dia
31 de outubro de 2016, inclusive.
Cativeiro foi um novo
nascimento
Em 21 de maio deste ano, um grupo
de homens armados do Estado
Islâmico raptou o monge e sacerdote siro-católico Jacques Mourad, prior do mosteiro de Mar Elia,
juntamente com um ajudante, na
periferia de Qaryatayn, cidade de
população cristã e sunita que, dois
meses antes, tinha caído em mãos
dos extremistas islâmicos. O padre
fazia parte da comunidade fundada
pelo sacerdote jesuíta Paolo Dall'
Oglio, desaparecido no norte da
Síria em 29 de julho de 2013, quando estava em Raqqa.
Em entrevista à emissora cristã
Noursat TV, este sacerdote que
acabou por ser libertado a 11 do
passado mês de outubro, contou
alguns episódios da sua experiência nas mãos de partidários do
Estado Islâmico:
"Quando estava sendo deportado,
com as mãos amarradas e os olhos
vendados, repetia para mim mesmo:
‘Caminho para a liberdade’. O
cativeiro, para mim, foi como um
novo nascimento", afirmou o padre
Jacques, relatando, entre outras
coisas, que celebrava a missa num
dormitório subterrâneo onde tinham sido encarcerados previamente mais de 250 cristãos de
Qaryatayn, também sequestrados
pelos jihadistas.
Faltam mulheres
na China!
A valorização dos homens por parte
das famílias e a lei do filho único
imposta pelo Estado comunista da
China está a gerar neste país um
drama social de consequências
imprevisíveis.
As estatísticas oficiais falam por si:
no final de 2014, a China tinha cerca
de 700 milhões de homens e 667
milhões de mulheres e a diferença,
à nascença, era de 115,8 rapazes por
100 raparigas.
Aquela desproporção, que há dez
anos atingiu 121 por 100, está a
diminuir, mas continua muito acima
da média mundial de 103 a 107 por
100.
Neste aspecto, a China é mesmo
considerada o país mais desequilibrado do mundo.
Criticada pelas autoridades como
"uma reminiscência do feudalismo",
a preferência por filhos do sexo
masculino ganhou uma nova dimensão com a política de "um casal,
um filho", imposta no início da
década de 1980.
"Tratei várias mulheres que fizeram
múltiplos abortos apenas porque
queriam um filho rapaz", contou a
ginecologista Lian Fang, citada na
semana passada pela agência
noticiosa oficial Xinhua.
Excepto em casos de comprovada
"necessidade clínica", os hospitais
estão proibidos de apurar o sexo
dos fetos, mas como Lian Fang
denunciou, há médicos "subrepticiamente" equipados para
efectuar esse tipo de exames e que
o fazem às escondidas. "Se o feto
for do sexo masculino, a gravidez
continua. Se for do sexo feminino,
normalmente, aborta-se", afirmou a
ginecologista na última sessão
anual da Conferência Política
Consultiva do Povo Chinês na
província de Shandong, costa leste
da China.
Por tudo isto, compreende-se a
mudança recente da política de filho
único na China, há tempos anunciada e agora já vertida em lei.
Provérbios sobre
S. Martinho
- A cada bacorinho vem o seu S.
Martinho.
- A cada porco vem o seu S.
Martinho.
- Em dia de S. Martinho atesta e
abatoca o teu vinho.
- Martinho bebe o vinho, deixa a
água para o moinho.
- No dia de S. Martinho, fura o teu
pipinho.
- No dia de S. Martinho, come-se
castanhas e bebe-se vinho.
- No dia de S. Martinho, lume,
castanhas e vinho.
- No dia de S. Martinho, mata o
porquinho, abre o pipinho, põe-te
mal com o teu vizinho. (sic.)
- No dia de S. Martinho, mata o teu
porco, chega-te ao lume, assa
castanhas e prova o teu vinho.
- No dia de S. Martinho, mata o teu
porco e bebe o teu vinho.
- No dia de S. Martinho, vai à adega
e prova o teu vinho.
- Pelo S. Martinho abatoca o
pipinho.
- Pelo S. Martinho castanhas
assadas, pão e vinho.
- Pelo S. Martinho mata o teu
porquinho e semeia o teu cebolinho.
- Pelo S. Martinho nem nado nem
no cabacinho.
- Pelo S. Martinho prova o teu
vinho; ao cabo de um ano já não te
faz dano.
- O Sete-Estrelo pelo S. Martinho,
vai de bordo a bordinho; à meianoite está a pino.
- São Martinho, bispo; São Martinho, papa; S. Martinho rapa.*
- Se o Inverno não erra o caminho,
tê-lo-ei pelo S. Martinho.
- Se queres pasmar o teu vizinho,
lavra, sacha e esterca pelo S.
Martinho.
- Veräo de S. Martinho säo três dias
e mais um bocadinho.
- Vindima em Outubro que o S.
Martinho to dirá.
Bom humor
Na aula de matemática, o Fernandinho pergunta à professora:
- Senhora professora, como se
escreve o número 55?
- Ora, Fernandinho, é fácil. Primeiro
um 5, depois outro 5.
- Nada fácil, senhora professora!
Qual deles escrevo primeiro?
*
No hospício, o doido, sentado num
banquinho, segura uma vara de
pescar mergulhada num balde de
água. O médico passa e pergunta:
- O que está a pescar?
- Otários, doutor.
- Já apanhou alguns?
- O senhor é o quinto!