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19 de Novembro de 2015 19 Novembro 2015 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTà Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXXVII – N.º 4312 Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA TERRORISMO NA FRANÇA 19-21 de novembro 22 novembro 21h | Igreja de Santa Maria da Feira 15h45m : e od r e do Mendro 19 novembro ͮ͘:ŽĆŽDĂƌĐŽƐ - 20 novembro | Fr. Pedro Bravo, OC 21 novembro ͮſŶ͘ŶƚſŶŝŽƉĂƌşĐŝŽ m o h men o d m m em r em de n r de EN 260 - Rotunda da Força Aérea or e o 21 novembro ͮ^ĞŵŝŶĄƌŝŽŝŽĐĞƐĂŶŽĚĞĞũĂ 15,00 h: Encontro com escuteiros, adolescentes e jovens 16,50h: n re om ve e de o h men o d m em de d e. r n M r - Celebração do Terço 18,00h: Eucaristia solene de Cristo Rei 21,00h: Concerto em louvor de Maria 23 novembro 24 novembro 10,00 h: Encontro para Idosos 08,00h: Oração de Laudes com Eucaristia, presidida pelo Senhor Bispo. 11,00h: Encontro para os Infantários (5 anos) 14,30h: Encontro para as Escolas, 1º e 2º ciclo 09,30h: Oração do Terço. 10,00h: Tempo livre para Oração pessoal. Possibilidade de confissões. e CERCI. 15,30h: Encontro para as Escolas, 3º ciclo 14,00h: Celebração de despedida ĞƐĞĐƵŶĚĄƌŝŽ 14,30h: Partida Largo de Santa Maria - 16,30h: Celebração penitencial 18,00h: Celebração de Vésperas e Eucaristia 21,00 h: Procissão de velas com quadros vivos ĚŽƐŵŝƐƚĠƌŝŽƐĚŽƚĞƌĕŽƉĞůĂƐƌƵĂƐĚĂĐŝĚĂĚĞ͘ Itinerário: Igreja de Santa Maria - Largo da Conceição - Rua Dr. Brito Camacho - Praça Diogo Fernandes Rua Gomes Palma - Rua Luís de Camões - Rua 9 de Julho - Rua da Infantaria 17 -Rua Dom Nuno Álvares Pereira - Rua Marquês de Pombal - Largo do Salvador - Rua Dr. Pereira Coelho - Rua Dr. Manuel de Arriaga Tv. da Audiência - Largo de Santa Maria - Igreja de Santa Maria. Largo da Conceição - Largo de São João Batista - Rua Dr. Brito Camacho - Rua da Liberdade - Av. Miguel Fernandes - Rua de Lisboa 14,45h: Encontro no Estabelecimento Prisional de Beja. 15,15h: r d r er Rua de Lisboa - Variante de Beja (EN 122 | IP 2) Rotunda do Monumento à Força Aérea Variante de Beja - EN 260 |IP8 para Serpa, até ao Parque do Guadiana. Nota Semanal Refugiados e terrorismo † António Vitalino, Bispo de Beja Acolhimento e rejeição Nas últimas semanas temos sido bombardeados com notícias e imagens aparentemente contraditórias. Por um lado filas imensas de pessoas, adultos e crianças, homens e mulheres, a caminhar em direção à Europa, muitas vezes parados diante de muros, de betão e arame farpado ou de forças de segurança com armas apontadas. Por outro lado cenas de terrorismo em lugares de lazer e cidades até agora pacíficas. Perante estas cenas as redes sociais tomam posições contraditórias. Uns criticam a Europa por fechar as portas a quem foge à fome e à guerra, outros afirmam que é preciso ter cuidado, pois no seu meio há muitos terroristas muçulmanos infiltrados, cuja intenção é islamizar a Europa, acabar com os seus valores humanos e cristãos da liberdade, igualdade, fraternidade. Como reagir perante o terrorismo? Perante os atentados contra cidadãos que lutam pela vida com meios democráticos e pacíficos todos sentimos uma profunda dor e apelamos aos que assim procedem para acabar com estes atos de terror. Como cristãos rezamos por eles e pelas suas vítimas e imploramos de Deus a conversão ao amor e a consolação para quem sofre. Mas também pedimos aos governos e instituições internacionais para intervir, sentando à mesa do diálogo os representantes das fações em litígio e buscando soluções pacíficas, compromissos possíveis, no respeito pelas diferenças culturais e religiosas. Página 8 "O que aconteceu, no dia 13, em Paris e em Saint-Denis, perto do Stade de France, é um ato de guerra e face à guerra, o país deve tomar as decisões apropriadas", disse o presidente francês, após uma reunião do Conselho de Defesa realizada na sequência dos atentados de sexta-feira à noite, já reivindicados pelo Estado Islâmico, e nos quais morreram 129 pessoas e 352 ficaram feridas, 99 das quais em estado grave, segundo balanço oficial. François Hollande garantiu que "todas as medidas para proteger os nossos compatriotas e o nosso território estão a ser tomadas" e anunciou a instauração do estado de emergência em toda a França. Mas deixou igualmente uma mensagem esperança, apelando "à união e ao sangue frio". "A França é forte. Mesmo se ferida, levantase sempre. Nada nos poderá atingir, mesmo que a dor nos assalte", exclamou o chefe do Estado francês. O primeiro-ministro também passou ontem a ideia de que a França não se irá curvar perante a ameaça terrorista. Bem pelo contrário, Manuel Valls anunciou que continuarão a fazer parte da coligação internacional que está a bombardear o Estado Islâmico. "Vamos atacar o inimigo para destruí-lo em França e na Europa, Síria e Iraque. Vamos ganhar esta guerra", disse Valls ao canal TF1, admitindo, porém, esperar "outras réplicas" dos atentados de sexta-feira. Mesmo assim, o socialista garantiu que as eleições regionais, de 6 e 13 de dezembro, irão realizar-se na data prevista, tal como a Conferência do Clima de Paris. "Não podemos ceder", exclamou o primeiro-ministro. Horas antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, já havia garantido que a Conferência do Clima de Paris, entre os dias 30 deste mês e 11 de dezembro, "vai realizar-se", embora com a segurança reforçada. Cerca de 118 líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, são esperados na capital francesa para o primeiro dia do encontro. No total das duas semanas desta conferência das Nações Unidas, que será a responsável principal pela segurança dentro do local, espera-se a participação de entre 20 mil e 40 mil pessoas. Fonte da Casa Branca já adiantou que Barack Obama mantém a sua participação. O Euro2016 de futebol é outro dos grandes eventos que França está a organizar e que garante que irá mesmo realizar-se, apesar do aumento dos riscos de segurança. "Questionar se o Euro2016 deve ser cancelado é jogar o jogo dos terroristas", afirmou o presidente do comité organizador da prova, que se realiza entre 10 de junho e 1 de julho e contará com a presença da seleção portuguesa. França deve receber cerca de um milhão de estrangeiros para assistirem aos jogos, que se vão disputar em dez cidades."A minha principal preocupação é garantir segurança máxima, mesmo que isso signifique a aplicação de medidas "menos simpáticas". O que me importa é que as pessoas regressam seguras a casa", afirmou ainda Jacques Lambert. RELIGIÃO 2 – Notícias de Beja 19 de Novembro de 2015 Palavra e Pão XXXIV Domingo do Tempo Comum Ano B Um reino de verdade Fr. Pedro Bravo, o.carm. « Quem é da verdade escuta a minha voz» (Jo 18,38) 1. Jesus é rei – A solenidade que vamos celebrar no próximo domingo, “Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo”, instituída pelo Papa Pio IX em 1925, pode soarnos a algo de anquilosado e retrógrado, tanto mais que, no nosso país, já há mais de um século se difunde a ideia errada de que monarquia é o oposto de democracia e sinónimo de atraso. Nada mais falso: a mais antiga democracia parlamentar do mundo é uma monarquia, a de Inglaterra (a partir de 1264), juntamente com outros seis países da União Europeia, todos eles muito desenvolvidos e democráticos: Bélgica, Dinamarca, Espanha Luxemburgo, Holanda e Suécia. Para não falar do Japão e da Noruega. A presente solenidade não é, porém, a consagração, nem a negação de um regime político. Jesus afirma-o sem rodeios: «Sou rei. Mas o meu reino não é deste mundo». Em latim, o verbo “reinar” significa “dirigir”, “comandar”, “mandar”. Já em hebraico, vem de “ser enviado” e indica antes de mais, “consultar”, ao passo que em grego, quer dizer “casa ou tesouro real”. Todos estes sentidos nos aparecem nos textos de hoje. Jesus não é rei por si mesmo: foi Deus, que é Rei do universo (Salmo), que o enviou, para ser o seu representante e mediador no meio de nós, não para mandar, mas para resgatar o homem como o seu mais precioso tesouro e o reconduzir, juntamente com todo o universo, que para ele foi criado, ao Pai. 2. O reino de Cristo não é deste mundo – Jesus, porém, não age por si mesmo. Ele sabe-se o enviado, a fim de estabelecer o «Reino eterno e universal» do Pai (Prefácio). Por isso, a sua primeira atitude é a de consultar o Pai e de O escutar, com todo o seu ser, não só no seu íntimo, através da leitura da Palavra de Deus e da oração, mas também na história, através das pessoas, das coisas, das realidades e dos acontecimentos. No meio de um mundo sonhado como palácio real onde se devem realizar todas as aspirações e desejos humanos de bem e felicidade, mas não raro transformado em palco de lutas, guerras e batalhas, Jesus fala de um outro Reino. Que não é deste mundo. Porque não é daqui que procede, aqui que se radica, aqui que atinge a sua plena realização. Ele próprio, que é Rei –como o recorda o título da cruz, «Jesus de Nazaré, Rei dos judeus» –, não é estando neste mundo que reinará. Para o fazer, teve de ser rejeitado, dar a vida e ser morto, num supremo ato de amor, sobre a cruz, deixando-se conduzir e imolar na cruz, entre dois ladrões, acolhendo as piores acusações e injustiças, enquanto perdoa e promete a quem o invoca e nele acredita: «Hoje mesmo estarás comigo no paraíso». Só assim passa a reinar, recapitulando em si toda a história e criação, visitando, como Alfa e Ómega, Princípio e Fim, todos os tempos e lugares, mesmo a própria eternidade, antes da criação dos anjos, como «a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Chefe dos reis da terra», Aquele «que vem», porque «nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado» (Ap 1,57). Jesus nunca poderia reinar sobre tudo, se o não fizesse sobre todos os tempos; não poderia reinar sobre todos os tempos, se não vencesse a morte; não poderia vencer a morte, se a ela não se tivesse submetido; não se teria submetido a ela, se não assumisse e carregasse o nosso até ao fim, até à expressão máxima da injustiça, da opressão, do ódio e da dor, a fim de o suplantar com o extremo do seu amor, mais forte do que a morte. Porque o amor é o «caminho que ultrapassa tudo», que «nunca cessará» (1 Cor 12,31; 13,8). Por isso a morte de Jesus é vitória e a sua ressurreição o primeiro dia do seu reinado, desse Reino que jamais terá fim (Credo). Como o povo diz: «Mais vale reinar um dia, do que ser pobre a vida inteira». Jesus fez ambas as coisas: reina no único dia que é a eternidade, mas porque se fez pobre e obediente até ao fim. 3. Um reino de verdade – O seu reino, porém, não se implanta pela força e a opressão: apela à nossa liberdade, porque só se radica pelo amor no nosso coração. O problema do homem é que julga encontrar a vida, a liberdade e a felicidade numa presumida independência e autonomia pessoais. Mesmo se para isso, for necessário, virar as costas aos outros, viver à custa deles ou até, em casos extremos, destruí-los. Jesus não faz assim: «Se nasci e vim ao mundo, foi para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz». Em hebraico “verdade” (‘emet) compõe da primeira, mediana e última letras do alfabeto, significando “o que é firme, fiável, contínuo”. Verdade é quando o princípio e o fim de algo se conciliam e completam mutuamente, numa amplidão e conjugação de horizontes e de esforços, em que tudo é reconhecido, afirmado e se engloba, mantendo a sua consistência e coesão ao longo de todo o processo, desde o início até à sua realização final. O oposto, a “mentira” ou “deceção”, é o que é parcial, o que separa e desvia do fim. Jesus reina com a verdade, na escuta do Pai e dos homens, abrindo-se a eles e acolhendo-os a todos com amor. Todo aquele que é da verdade escuta-o: reconhece nele a voz do Pai, reconhece-o no grito do irmão e nos apelos da história, tornando-se instrumento de paz. É assim que Cristo reina: estabelecendo a sua casa em cada coração, para fazer da humanidade o reino, a “casa real” do Pai. Onde todos são acolhidos. Por isso, o seu reino é “reino de verdade e de vida”, como diz o prefácio desta festa. De vida plena. Mas isso só será possível se for reino “de santidade”, de “separação”, renúncia e esquecimento de si mesmo, para se tornar Reino “de graça”, na entrega e dom de si mesmo ao outro por amor, procurando chegar a todos, mesmo aos mais pobres, pequenos e injustiçados, como “Reino de justiça”; para os reconhecer e integrar, dando-lhes valor, vez e voz, com “amor”. Amor que a todos acolhe, respeita e promove para com eles construir a comunhão, de modo a reinar em todos os coração a “paz”. Sou de Cristo? Sou capaz de escutar e acolher a verdade, de Cristo e do outro, no meu coração? Em mim reinam a verdade, o amor e a paz de Cristo? Então, se for fiel até ao fim, também com Ele reinarei. Porque, ao invés dos reis terrenos, Jesus é o único que é capaz de tornar participantes da sua própria vida, plenitude e realeza aqueles que nele habitam, porque, mortos para si mesmo, o deixam reinar, aceitando fazer-se “sacerdotes”, dom e entrega seus, ao Pai e aos irmãos. 22 de Novembro de 2015 Este é o último domingo do ano litúrgico. É também chamado domingo de Cristo Rei. A ideia que primitivamente pesou na denominação deste domingo foi de ordem temporal. Da parte da Igreja havia a esperança de que os estados civis reconhecessem Cristo como Rei. Os condicionalismos sociais e históricos modificaram-se por completo e foi então possível a celebração da festa de Cristo Rei, no seu verdadeiro contexto litúrgico e teológico. Cristo é efetivamente Rei, mas numa ordem diferente da temporal, como Ele mesmo afirmou. A Igreja liberta-se de compromissos terrenos, a maior parte das vezes contrários à sua missão específica de evangelizadora e defensora dos fracos. A realeza de Cristo reflete-se na Igreja, não no seu esplendor e poderia social, mas na vivência da justiça e da caridade. I Leitura Dan 7, 13-14 O “Filho de homem” de que fala o profeta é a maneira de falar que Jesus depois adoptou, aplicando-a a Si mesmo. Este “Filho de homem” que recebe de Deus um reino eterno é Jesus, que, pela oblação de Si mesmo ao Pai na Cruz, mereceu a glória da ressurreição, e assim Se tornou o “Primogénito de entre os mortos”, Cabeça de toda a humanidade por Ele remida, Senhor de todo o Universo, sentado à direita do Pai. Leitura da Profecia de Daniel Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino não será destruído. Salmo Responsarial Salmo 92(93) Refrão: O Senhor é um rei num trono de luz. II Leitura Ap 1, 5-8 O Apocalipse de S. João, escrito em tempo de perseguição, proclama, para além da opressão e da morte infligida à Igreja, o triunfo pascal de Jesus, o Crucificado, mas agora Ressuscitado. Ele é Rei e Sacerdote diante de Deus. E os membros do seu povo, que é o seu Corpo místico, são, com Ele e n’Ele, reis e sacerdotes; são um povo real e sacerdotal; assim os fez o Baptismo. Leitura do Apocalipse Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen. Ei-l’O que vem entre as nuvens, e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram; e por sua causa hão-de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Amen. «Eu sou o Alfa e o Ómega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do Universo». Evangelho Jo 18, 33b-37 No tribunal judaico do Sinédrio, Jesus tinha aplicado a Si o título de “Filho do homem”, referido pelo profeta Daniel na primeira leitura. Agora, no tribunal romano diante de Pilatos, confirma o título de Rei, que os seus inimigos citam contra Ele como motivo de condenação. Mas, só os que são da verdade podem compreender o que diz a sua voz. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz». OPINIÃO 19 de Novembro de 2015 Notícias de Beja – 3 O meu “eu” está escondido no coração de D”eu”s António Aparício Se propuser um D e acrescentar um S ao ditongo “Eu”, tenho a palavra “Deus”, o que me leva a concluir que o meu “Eu” está no coração de “Deus”. Que significa o D que acrescento à nudez do meu Eu, para o meu Eu estar em Deus? Para tentar um encontro pessoal, para uma experiência de Deus, concluo que este D é “a determinada determinação” de Teresa de Jesus,”o querer crer”, muito necessário, segundo ela, a quem começa um caminho de conversão e”não quer voltar atrás”. Como escreve a Santa Madre no Livro das Moradas, o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, dotado de capacidade de relação com Deus Criador. Sendo a fé um dom gratuito de Deus, o principiante deve tudo fazer como se tudo dependesse de Deus e como se tudo dependesse de si, como diz Santo Agostinho. A letra S, na minha opinião, significaria saber com sabor, sabedoria que vem do alto, com o assombro de quem encontrou o tesouro da sua vida. Na caminhada da iniciação, conhecerá e experimentará que a verdadeira sabedoria é a do amor que levou Jesus a morrer por nós na cruz. O mistério dum Deus que podendo matar, morre à mão dos seus inimigos, eis a verdadeira sabedoria. Mas, afinal, sou eu que estou no coração de Deus ou a surpresa que Deus está no meu coração, como realidade existencial da minha identidade mais profunda? Ouçamos Teresa de Jesus: «Alma, procura-te em Mim e a Mim buscame em ti. E se acaso não souberes / Em que lugar me perdi, / Não andes daqui para ali / Porque se encontrar me quiseres /A Mim, Me acharás em ti»/ Só em ti há que buscar-me, / Que de ti nunca fugi; /Nada mais do que chamar-Me / E logo irei, sem tardar-Me / E a Mim, me acharás em ti (Poesia; “Buscate em Mim”). Esta foi também a experiência de Santo Agostinho que encontrou a plenitude do seu ser e o sentido da vida, no encontro pessoal com Jesus: «O homem, particulazinha da criação, deseja louvar-Vos. Vós o incitais a que se deleite nos vossos louvores, porque nos criastes para Vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousar em vós» (Confissões, Livro I, 1). A experiência do autor do Salmo 23 é esta mesma: «Quando Te encontro descanso, / Tu reconfortas minha alma, / Não temerei os perigos, / Pois sei que Tu estás comigo: Cristo Senhor és o Guia, o Bom Pastor, que Me conduz. Minha vida e minha luz». Na verdade, a nostalgia de Deus habita no coração do homem. É um espinho cravado na sua carne que arrasta consigo, mesmo quando segue por outros caminhos. O ser humano, não é apenas um ser biológico é, também, um ser espiritual. O problema do ateísmo, não é um problema de Deus, mas um problema de imagem de Deus, uma imagem desfocada pela vida de muitos crentes. Afinal, toda esta nostalgia de Deus e de espiritualidade, radica no projeto criador e amoroso de Deus: «Deus criou o homem à Sua imagem, criou-o à imagem de Deus: Ele os criou homem e mulher» (Gen. 1,27). A mais perfeita imagem de Deus sobre a terra é Jesus Cristo: «Ele é a imagem visível de Deus invisível, o Primogénito de toda a criação» ( Col.1,15). Cada homem e cada mulher são chamados a realizar nas suas vidas a imagem divina que são. Qual o maior sinal manifestativo desta imagem? É a relação, o amor em movimento, o viver em comunidade, à semelhança de Deus, comunidade de vida e de amor. Deus é relação de amor pleno sem sombra de egoísmo. O Pai ama o Filho e o Filho ama o Pai, com amor de doação, esquecidos de Si mesmo, para se dar ao outro em totalidade. Este amor personalizado é o Espírito Santo, o amor do Pai e do Filho. A família cristã e cada crente deve realizar no quotidiano esta Comunidade de Vida e de Amor. O meu eu é revestido, ampliado, glorificado e dignificado quando está em Deus. Uma certa fanfarronice… Sílvio Couto Temos assistido, após as eleições legislativas mais recentes, a um espetáculo digno dum país terceiro-mundista: quem perde no campo de jogo pode ganhar na secretaria, desde que consiga coligir todos os vencidos e declarem-se vencedores! Diante destas manobras cai por terra a (aparente) convicção de que ‘por um voto se ganha ou por um voto se perde’, pois quem for vencido poderá acalentar a esperança de suplantar os vencedores, desde que se unam, em coligação negativa, para aceder ao poder a todo o custo e a qualquer preço. Este é Portugal no seu melhor! - A partir de agora – seja qual for a instância de votação – poderemos suspeitar que, quem vence não ganha, pois os vencidos podem unir-se e autodeclararem-se vencedores à revelia dos resultados alcançados. - Cuide-se quem se submeter a sufrágio de votação, pois a mentira e o seu contrário podem ser o melhor antídoto para flutuar sobre quem possa sentir-se derrotado, dado que as armas de combate podem estar viciadas, senão no conteúdo ao menos na forma. - Já sabíamos que não nos podíamos fiar nas ‘promessas’ eleitorais, pois podiam ser trocadas por medidas não apresentadas… claramente. Agora teremos de desconfiar das juras de aversão aos concorrentes, pois os inimigos de ontem podem ser amanhã os aliados de acesso ao poder – ‘inimigo do meu inimigo, meu amigo é?’ – nem que para isso se meta a ideologia na gaveta… ou será na reciclagem a médio prazo? - Parece que há quem troque um pouco de fama – nem que seja confundindo a sua (nossa) história – por algo que permita sobreviver a todo o custo ou tenha de ‘engolir’ contradições e contrassensos mais primários…E tudo se faz com tal limpeza e sorrisos abertos que quase incomoda quem vê tais desempenhos! - Estamos num tempo em que a mais elementar verdade é posta à prova com tantos e tão diversificados sinais de mentira, em que (até) os mais verdadeiros mentirosos sentirão vergonha de terem nas suas fileiras estes novos companheiros… A constatação daquilo que se dizia – ‘o que hoje é mentira, amanhã pode ser verdade’… e viceversa – noutros campos de atividade, como era no mundo do futebol, tem vindo a alargar-se a quase todas as atividades humanas. Com efeito, os mais recentes episódios da nossa vida política fazem-nos questionar sobre a consistência mental e psíquica de muitos dos seus intervenientes, pois alguns deles começam a sofrer de doença de esquecimento precoce, dando o dito pelo não-dito e obrigando os que neles confiavam a suspeitar sobre a veracidade e (quase) idoneidade das suas personalidades… se mais não seja pelo ziguezaguear titubeante em ordem a aparecerem no pedestal do poder. Parece que vai valendo essa inglória tentativa de atingir certos fins sem olhar a meios… - Os próximos tempos vão ser muito difíceis e controversos… No horizonte já se vislumbra aquilo que fará de nós – novamente – um povo submisso, agrilhoado e em resgate… pois não se pode gastar o que não se tem nem mesmo favorecer o desgoverno e de todo o modo querer contentar quem faz da preguiça a melhor arma – ativa, circunstancial ou sindicalista – para vencer… O abismo está a chegar… bastará um ténue empurrão e todos teremos de recomeçar o caminho do rigor! - A partir de agora temos como opção para a escolha eleitoral uma nítida bipolarização, tendo os eleitores de escolher entre uma das posições… Quarenta anos depois – e quando noutros países tal distinção se vai diluindo – chegou a hora de sabermos de lado queremos estar… Acabou a moderação, chegou o extremismo mais ou menos radicalizado. Pena é que isto tenha chegado nesta ocasião por arranjos de protagonismo e não por definição antes de irmos a votos. Mas futuramente, já podemos perceber que os modelos de escolha estão reduzidos a dois… a resto deixa de ter lugar! Passos e Cavaco querem respostas mais eficazes para combater terrorismo Solidariedade na dor e solidariedade no combate ao terrorismo e na "rejeição ao ódio e ao terror" foram as ideias deixadas no Palácio de São Bento, no dia 16, pelo primeiro-ministro português e pelo embaixador francês, depois da homenagem simbólica de um minuto de silêncio, ao meio-dia de Lisboa, convocada por Pedro Passos Coelho e em que participaram os embaixadores dos 27 países da União Europeia. Mais ou menos à mesma hora, o Presidente da República defendeu, à chegada ao Funchal, a necessidade de toda a Europa se mobilizar para combater o terrorismo. "A Europa não pode continuar de braços caídos", disse com os olhos em Paris sobre aquilo que considerou ser um “ataque a toda” a Europa Ocidental. Por isso, continuou, é necessário uma resposta coordenada de toda a Europa, na defesa da liberdade e da democracia. Em Lisboa, no mesmo sentido, o chefe do Governo português defendeu ser “urgente encontrar respostas conjuntas cada vez mais eficazes no combate ao terrorismo”, mas avisou que também Portugal não deixará de “agir, com determinação, caso tal se justifique”. Estas respostas conjuntas implicam uma “melhor e mais reforçada cooperação em vários domínios entre todos os Estados-membros”, não só ao nível da União Europeia, mas “igualmente ao nível internacional, uma vez que se trata de um fenómeno complexo e que não conhece fronteiras”, realçou Pedro Passos Coelho. “Os hediondos ataques terroristas perpetrados em França não nos podem afastar deste nosso ideal comum de edificação de uma sociedade mais estável, mais desenvolvida, mais próspera e mais humana”, vincou o primeiro-ministro. “Devem, pelo contrário, dar-nos mais força para cumprirmos com tenacidade esta nossa tarefa comum”, acrescentou. Passos Coelho deixou ainda uma palavra de pesar às famílias das vítimas portuguesas e à comunidade portuguesa em França - neste “trágico momento que a todos repugna e afecta” - e contou que enviou condolências ao Presidente francês logo na sexta-feira. Disse ainda que, ao reunir os representantes em Portugal dos restantes Estados-membros e das instituições europeias, pretendeu mostra a solidariedade e “incondicional apoio” ao povo francês, assim como a “rejeição ao ódio e ao terror”. PATRIMÓNIO 4 – Notícias de Beja PEDRA ANGULAR 19 de Novembro de 2015 PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA Terras sem Sombra em Lisboa Festival apresentou programação para 2016 e concerto “anteprima” no CCB A Sala Eugénio de Andrade, um dos mais belos espaços do Centro Cultural de Belém, acolheu, no dia 18, às 12h00, a conferência de imprensa da 12.ª edição do Festival Terras sem Sombra, que se estenderá de Fevereiro a Julho do próximo ano. De novo sob a direcção de Juan Ángel Vela del Campo, o FTSS dedica grande atenção às relações musicais entre a Europa, o Brasil e África, sob o mote “Torna-Viagem. O Brasil, a África e a Europa (Da Idade Média ao Século XXI)” é apresentada na quarta-feira, em Lisboa. A edição de 2016 estende-se a oito concelhos do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral.Dois deles, Ourique e Serpa, não participaram na edição de 2015;Serpa associa-se,pela primeira vez, ao FTSS, o que corresponde a uma antiga aspiração, que não tinha sido possível concretizar até á data: há sempre mais concelhos interessados no Festival do que o número de actividades que pode ser agendado, pelo que é inevitável uma “lista de espera”. Fonte do certame adiantou que a programação de 2016 “apresenta uma acentuada presença da música contemporânea, e a estreia moderna de obras de alguns compositores, como Filipe da Madre de Deus, do século XVII, que desenvolveu grande actividade em Espanha”. O compositor brasileiro P.e José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) é um dos compositores brasileiros da época tardo-barroca, cujas peças serão escutadas neste festival. A preocupação com a afirmação dos valores regionais, patente na valorização da gastronomia e de outros produtos alentejanos, junto do público do Festival, volta a marcar presença em 2016, “coincidindo com o Ano Internacional das Leguminosas, proclamado pelas nações Unidos, e com uma refeição elaborada por um reputado restaurante espanhol, sob a égide de um regresso aos valores da terra”, disse a mesma fonte. Também no mesmo dia, o Festival apresentou, desta feita na Sala Luís de Freitas Branco, em anteprima (antecipação) do programa de 2016, o concerto “La petite merveille e Il prete rosso. Versalhes e Veneza no tempo do Barroco”, com a violinista Lina Tur Bonet e o cravista Kenneth Weiss, duas figuras de primeiro plano da música internacional da actualidade. O Festival de Música Sacra Terras Sem Sombra é uma iniciativa do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.Em declarações à Lusa, José António Falcão, ex-presidente do Organismo de Produção Artística (Opart), realçou “a dinâmica socioeconómica que o festival cria no Caminho de Santiago: O Testemunho do Município de Beja O cravista Kenneth Weiss A violinista Lina Tur Bonet Baixo Alentejo”.O director-geral do TSS adiantou que “o festival [de 2016] vai ao encontro do que parece ser uma tendência internacional, o magno interesse internacional pela escola de música colonial portuguesa”. A par da programação artística, o Festival desenvolve um plano de acções de salvaguarda da biodiversidade, sob orientação do director regional de Conservação da Natureza e Florestas, Pedro Rocha. O ano passado, uma das acções foi na ribeira do Vascão, em Almodôvar, de salvaguarda do saramugo, o mais pequeno peixe da bacia do rio Guadiana, de que a ribeira é um dos afluentes, e onde se efectuou a plantação de espécies de flora autóctone como o freixo, salgueiropreto e loendro, e se deu a conhecer outros peixes desta ribeira. Este ano, adiantou fonte do FTSS, um dos projectos relaciona-se com a manutenção do montado (floresta de sobreiros), de que Portugal é com a maior extensão no mundo, e o seu relacionamento com a agricultura e a pastorícia. Encontro Nacional da Pastoral do Turismo A Diocese de Beja esteve presente neste encontro, realizado em Braga, no Santuário do Bom Jesus, a 30 e 31 de Outubro. A convite da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, o director do Departamento do Património Histórico e Artístico, Prof. José António Falcão, deu a conhecer o projecto “Caminho das Igrejas Brancas” e a realidade patrimonial do Alentejo meridional, assim como as suas ligações ao Algarve e à vizinha Andaluzia. Estas jornadas revelaram-se da maior importância para o fomento do turismo religioso no nosso País. Portugal encontra precisamente neste âmbito turístico uma das suas principais vocações, mas há ainda um imenso trabalho a realizar, inclusivamente do ponto de vista pastoral, para o correcto aproveitamento do sector. Uma novidade interessante, debatida em Braga, foi a da divulgação do documento do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Orientações para a Pastoral do Turismo. Beja deve começar a pensar em organizar também, como se preconiza nesse documento, a sua Comissão Diocesana para a Pastoral do Turismo. No rescaldo das Jornadas sobre o Caminho de Santiago Pode dizer-se que, quanto ao Caminho de Santiago no Alentejo, há um antes e um depois das Jornadas realizadas em Beja, nos dias 6 e 7 deste mês. Como as Actas deste encontro vão ser editadas pelo Ministério da Educação, Cultura e Desporto de Espanha, dispensamonos de mais comentários, mas registamos a memória histórica do acontecimento e damos a conhecer o depoimento do Município de Beja, através das palavras da Vereadora do Pelouro da Cultura, Sónia Horta do Calvário. A. S. É com honra que, em nome do Município de Beja, participo neste importante evento, agradecendo o ilustre convite para estar presente na sessão de encerramento.Agradeço a presença de todos e espero que guardem num cantinho das vossas memórias boas recordações da permanência em Beja, com os votos sinceros para que voltem sempre à nossa terra.Agradecemos que eventuais sugestões e considerações sobre a organização do evento sejam encaminhadas para os técnicos, pois a nossa preocupação constante é sempre melhorar o nosso trabalho. Gostaria de agradecer à Diocese e ao seu Departamento do Património Histórico e Artístico o empenho e a dedicação dispensados na organização deste evento. Por último, mas não com menos importância, os meus agradecimentos à Secretaria de Estado da Cultura de Espanha e ao Representante de Mostra Espanha pelo patrocínio e pela organização do evento. As múltiplas dimensões analisadas sobre os caminhos de Santiago proporcionaram uma abordagem riquíssima ao tema.A relação das populações isoladas com os peregrinos desempenhou, em espaços periféricos como o nosso, um papel de grande importância, de difícil avaliação no que concerne à quebra do isolamento e à constatação, em viva voz, do que ia acontecendo por esse mundo fora. Assim, não quedam dúvidas que desse contacto resultaram impactos relevantes para o desenvolvimento local da nossa região. No plano cultural, com o intercâmbio de ideias e de costumes, abriram-se horizontes na mente dos hospedeiros das rotas da peregrinação. Importa também referir que a relação não era naturalmente unívoca, os próprios peregrinos também iam recebendo influências dos territórios que percorriam. Esta troca de valores entre pessoas de latitudes distintas, provavelmente foi a mais estruturada e massificada em ambiente de paz e de aceitação do próximo, com impactos positivos na convivência entre povos e na partilha da diferença, enriquecendo a universalidade humana, ao longo dos tempos. Sobre a realidade actual, foram equacionadas muitas questões e recebemos informações muito importantes para enquadramento de futuras intervenções nestes domínios, e igualmente experiências de ordem prática que vão enriquecer o nosso trabalho. Destes dois dias ficam, seguramente, boas amizades para no futuro se encarar frentes de actuação comuns a desenvolver no interesse de todos os presentes. Foram aqui referidas questões que revelam preocupações muito sérias relativamente à preservação de valores culturais e patrimoniais face a posturas de mercantilização inseridas por abordagens desequilibradas e descontextualizadas que, por vezes, destorcem o sentido do aproveitamento e exploração dos recursos patrimoniais e culturais e valores religiosos a que a actividade turística pode remeter. Nós, face à realidade que temos não é uma preocupação imediata, mas registamos os avisos à navegação para evitar criar as situações de descaracterização implícitas. A nossa situação neste momento parece ser ainda de pesquisa das rotas/itinerários dos caminhos de Santiago, da sua inserção no contexto sociopolítico, religioso e sociológico da nossa região, independentemente de já haver um importante trabalho feito, mas provavelmente ainda insuficiente para estruturar um projecto no nosso território. Sónia Horta do Calvário Vereadora do Pelouro da Cultura Câmara Municipal de Beja DIOCESE 19 de Novembro de 2015 Celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã em A-do-Pinto No dia 15 de novembro recebemos na nossa Comunidade de A-doPinto, Paróquia de Vila Nova de São Bento, Dom João Marcos, Bispo Coadjutor da nossa Dioceseque presidiu a Eucaristia onde adolescentes jovens e adultos da Paróquia de Vila Nova de São Bento (19), Vila Verde de Ficalho (2) e da Comunidade de A-do-Pinto(8)que se prepararam no decorrer de ano Pastoral 2014/2015, receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã. A Eucaristia teve início às 12:00h, e após o admonição de entrada que nos colocou em sitónia com toda a Igreja que reza pelas vítimas do atentado em Paris deu-se início à procissão de Entrada, com os acólitos, os crismandos, o nosso Pároco, Padre Francisco e o Senhor Bispo e com uma igreja repleta de pessoas enquanto o Coro da Paróquia de Vila Nova, a quem muito agradecemos, cantava e nos exortava a caminharmos na Luz do Senhor. Após a proclamação da Palavra de Deus, o Senhor Bispo na sua homília, de uma maneira simples e dialogante, dirigiu aos crismandos e a toda a Assembleia, palavras desafiadoras, para nos ajudar a viver a nossa filiação Divina. Depois e porque tínhamos uma adulta que iria ser Batizada o Senhor Bispo dirige-lhe também belas palavras e algumas interrogações. Após a homilia teve lugar o Batismo da nossa eleita, que ao longo das últimas semanas foi fazendo na comunidade os escrutínios preparatórios. Invocamos os Santos, procedeu-se à Bênção da água e imediatamente antes do Batismo a Andreia fez a renúncia ao mal, tendo sido ungida com o óleo dos catecúmenos e depois a profissão de Fé, tendo depois recebido o Sacramento do Batismo. Após o Batismo teve lugar o sacramento da Confirmação. Do ritual da celebração os pontos mais marcantes foram, a renovação das promessas do nosso baptismo onde os crismandos acenderam a sua vela e fizeram a sua profissão de fé, a imposição das mãos por parte do nosso Bispo coadjutor e do nosso pároco e finalizou unção com o óleo do crisma aos crismandos. A comunhão foi também um momento alto da celebração visto que 6 dos crismandos fizeram aqui também a festa da Eucaristia. Antes do Oração Eucaristica o senhor Bispo dirigiu-nos também algumas palavras reforçando a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja. Os crismados receberam a comunhão nas duas espécies, conforme está previsto para estes dias festivos. A terminar a celebração teve lugar a bênção final a toda a comunidade. No final da celebração o grupo do crismados agradeceu com uma pequena lembrança ao Sr. Bispo e ao Sr. Padre. Já na Sacristia foi com grande alegria que cada um de nós recebeu do nosso Bispo as cédulas de Vida Cristã e aquele caloroso abraço e pai mas também de irmão na Fé. Seguiu-se o almoço que foi servido na salão polivalente gentilmente cedido pela junta de freguesia, que foi ocasião de convívio entre aqueles que nele participaram. Ao terminar o nosso dia juntamonos novamente na igreja e com a Igreja para dar-mos graças a Deus pelo dom da Fé e do Espírito santo rezando a oração de vésperas. Queremos agradecer de uma forma especial ao Sr. Bispo e ao Sr. Padre, ao coro paroquial, aos membros da Comunidade de A-do-Pinto que tanto colaboraram connosco e a todas as demais pessoas que nos ajudaram a viver tão intensamente este momentos da nossa caminhada na Fé. Francisco Encarnação Visita da equipa diocesana do Apostolado da Oração aos Centros de Gomes Aires, Almodôvar e S. Clara-a-Nova No passado dia 13 de Novembro de 2015, a equipa diocesana do Apostolado da Oração juntamente com o Director Diocesano, Pe. Luís Miguel Fernandes, visitaram o Centro do AO de Gomes Aires. Depois de uma pequena apresentação feita pelo director, a respeito do novo projecto de restruturação deste movimento, conforme deseja o Papa Francisco, houve ainda espaço para a partilha de experiências. Seguiu-se depois a Eucaristia, onde fizeram a sua consagração ao Coração de Jesus 12 pessoas. O Centro do AO de Gomes Aires tem actualmente 6 zeladoras e conta com cerca de 50 associados. No dia 15 de Novembro, novamente a equipa diocesana visitou outros dois Centros congregados em Almodôvar: o centro do AO dessa vila e o de S. Clara-a-Nova. O primeiro Centro tem actualmente cerca de 200 associados e 8 zeladoras; o de S. Clara tem 60 associados e 4 zeladoras. O Director Diocesano do AO fez novamente a apresentação do que a Igreja espera deste movimento e a ajuda que, na sua simplicidade, o Notícias de Beja – 5 Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima na Diocese de Beja Itinerário nos arciprestados Dia 24-11-2015 - às 15.30 horas saída de Beja em direção a Serpa Dia 24-11-2015 - às 16.00 horas chegada a Serpa Dia 25-11-2015 - às 08.30 horas saída de Serpa em direção a Vila nova de São Bento - às 13.00 horas chegada a Barrancos -às 17.00 horas chegada a Safara - às 21.00 horas chegada à cidade de Moura Dia 26-11-2015 - às 11.00 horas chegada a Pias donde sai às 15 horas - às 15.45 horas chegada a Pedrógão - às 16.15 horas chegada a Vidigueira - às 18.00 horas chegada a Cuba Dia 27-11-2015 - em Cuba dia 28-11-2015 - às 14.00 horas saída de Cuba - às 14.30 horas em Ferreira do Alentejo junto da Capela de Nª Sª da Conceição - às 16.00 horas chegada a Grândola Dia 29-11-2015 - pela manhã saída de Grândola em direção a Vila Nova de Santo André - às 10 horas chegada a Santiago do Cacém - às 16.00 horas chegada a Vila Nova de Santo André Dia 30-11-2015 - às 14.00 horas saída de Santo André em direção a Sines Dia 01-12-2015 - às 14.00 horas sai de Sines para S. Teotónio - às 15.00 horas nas Brunheiras em direção a Zambujeira - ao fim da tarde chegada a S. Teotónio Dia 02-12-2015 - vinda de S. Teotónio chega a Odemira, passando em Boavista dos Pinheiros mesmo oferece ao Povo de Deus. Esta tarde de formação terminou com a Adoração ao Santíssimo Sacramento, na qual rezámos pelas intenções do Santo Padre. É de salientar o acolhimento e a presença dos Párocos de Almodôvar, Pe. Pradepp, Pe. Glorio e Pe. Manuel Abreu, que manifestaram muito interesse em conhecer este projecto e garantiram o seu apoio para nele colaborarem. Lembre-se que a nova definição do Apostolado da Oração centra-se não tanto num movimento eclesial (naturalmente que tem uma estrutura interna) mas num caminho espiritual que a Igreja propõe a todos os cristãos para os ajudar a ser amigos e apóstolos de Jesus na vida diária. Esta rede mundial de oração, tal como o Papa Francisco deseja, conta com mais de 40 milhões de pessoas, presentes em 86 países. Os párocos que desejarem fundar ou refundar um Centro do AO nas suas paróquias não hesitem em contactar a equipa diocesana. Em breve haverá mais visitas ao Centros espalhados pela Diocese. A Equipa Dia 03-12-2015 - às 09.30 horas saída de Odemira em direção a Aljustrel - às 10.00 horas em Relíquias - às 11.00 horas em S. Martinho das Amoreiras - às 12.00 horas em Colos - às 13.00 horas em Bicos - às 14 horas em Vale de Santiago - às 14,30 em Santa Luzia saindo às 15, 15, horas para Aljustrel - às 16 horas chegada a Aljustrel Dia 04-12-2015 - às 09.00 horas parte para Castro Verde donde sai e às 17.00 horas - às 18 horas chega a Mértola Dia 05-12-2015 - às 09.00 horas parte para Almodôvar e sai às 18 horas - às 19.00 horas chega a Santana da Serra Dia 06-12-2015 - às 14 horas, sai de Santana da Serra para a diocese do Algarve SOCIEDADE 6 – Notícias de Beja Daesh O grupo terrorista milionário do juízo final como o EI, no seu combate aos xiitas e ao regime sírio de Bashar al-Assad. Por fim, o principal país da NATO da região, a Turquia, abriu a sua fronteira para a circulação de armas e de homens para o Daesh, com o objectivo de ajudar a liquidar os curdos e derrubar o governo sírio. Como se formou o Estado Islâmico? Há menos de um ano, Barack Obama declarou à revista “New Yorker” que considerava o ISIS (Estado Islâmico do Iraque e da Síria) um parceiro mais fraco da Al-Qaeda: “Não basta uma equipa juvenil vestir o equipamento dos Lakers para se tornar um Kobe Bryant”, garantiu o ocupante da Casa Branca. Também se pode dizer que não basta um presidente dizer um disparate para ele ser verdade. O autoproclamado Estado Islâmico é uma organização militar e política de ideologia salafista. A sua criação data de 2006, quando a Al-Qaeda do Iraque forma com mais cinco grupos jihadistas o Conselho Consultivo dos Moudjahidines do Iraque. Em 2012 as suas acções começam a estender-se à Síria. A 29 de Junho de 2014 o seu líder, Omar Al Bahgdadi, proclama o califado, depois da conquista de Mossul, altura em que a Al-Qaeda rompe com a sua antiga sucursal iraquiana. O que significa a sua bandeira? A bandeira negra salafista, com inscrições a branco, é supostamente similar à bandeira que o profeta Maomé brandia nas suas conquistas. No cimo da bandeira pode ler-se: “La ilaha illa Allah” (só Allah é Deus) e dentro do círculo vêem-se três palavras: “Allah”, “Profeta” e “Maomé”. Quem é o seu líder? Omar Al Bahgdadi, o homem que proclamou o califado em Mossul em Junho de 2014, é doutorado em Ciências Islâmicas, originário da região de Samarra, no Norte do Iraque, esteve preso, em 2004-2005, numa prisão das tropas dos EUA em Bassorá, após a invasão do Ira- que. Uniu-se ao grupo de Al Zarquai, a Al-Qaeda da península arábica. “Tem uma sólida for mação islâmica, muito superior a Bin Laden e outros líderes da AlQaeda. É isso que lhe permite declarar-se califa”, considera o professor Saleh ao site El Español. Baghdadi, tal como o profeta Maomé, descende da tribo Quraysh. Como se financia? O Estado Islâmico é o grupo terrorista mais rico do mundo. Calcula-se que detém muitas centenas de milhões de dólares provenientes da venda de petróleo no mercado negro, da extorsão e da colecta de impostos nos territórios que domina (ver quadro ao lado) e até de apoio de estados da região. Essa fortuna permite-lhe pagar generosamente aos seus cerca de 40 mil combatentes. O EI obtém mais de 800 milhões de dólares anuais no tráfico de petróleo. A essas receitas juntam-se outras: só dos bancos de Mossul o EI retirou 425 milhões de dólares. Os países ocidentais e os seus aliados apoiaram a sua formação? A acusação recorrente de que os Estados Unidos tinham treinado o Estado Islâmico, tal como treinaram Bin Laden e os seus homens na guerra do Afeganistão contra os soviéticos, carece de provas. No entanto, é verdade que uma parte substancial das armas norte-americanas distribuídas à suposta resistência moderada na Síria aparece nas mãos dos milicianos do Estado Islâmico. A isto é preciso somar o apoio que a Arábia Saudita e outras monarquias do Golfo deram a grupos fundamentalistas sunitas, Que território controlam? Controlam aproximadamente um terço do Iraque e um quarto da Síria, um território com um tamanho equivalente à Bélgica. Têm também presença no Iémen, no Egipto e na Líbia. Neste último país, como na Síria e no Iraque, a sua irrupção deve-se ao caos instalado depois da intervenção das potências ocidentais, promovendo a queda de ditadores locais. É fácil fazer um atentado como em Paris? Segundo o antigo embaixador espanhol e actual especialista em terrorismo Manuel Torres, “um atentado em Paris não exige um investimento significativo, bastam pessoas dispostas a matar. O acesso a armas não oferece actualmente nenhuma dificuldade”, garantiu ao site El Español. Os atentados de Paris podem ter custado menos de 4 mil euros. Número de combatentes nas fileiras do Daesh Em Maio de 2014, o jornalista do “Le Monde” Christophe Ayad avaliava as forças do Estado Islâmico da seguinte maneira: cerca de 10 mil homens no Iraque e menos de 7 mil na Síria. A CIA dá números mais alarmantes: calcula que há cerca de 40 mil combatentes do Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Sobre a sua composição, o especialista Ramon Caillet garante que “no Iraque 90% dos combatentes são iraquianos, enquanto na Síria apenas 50% são locais”. Vindos da Europa, sobretudo de França, do Reino Unido e da Bélgica estariam cerca de 2 mil combatentes. A intervenção militar dos Estados Unidos no Iraque radicalizou os sunitas, um dos quais o ditador Sadam Hussein, fazendo ingressar na Al-Qaeda do Iraque, que veio dar lugar ao Daesh, antigos militares iraquianos; já na Síria grande parte dos combatentes vêm dos estrangeiro. Segundo o Departamento de Estados norte-americano estariam em combate 12 mil estrangeiros de 50 nacionalidades. 19 de Novembro de 2015 Papa quer trabalho conjunto das religiões para superar “desconfiança” O Papa defendeu, recentemente, um trabalho conjunto de todas as religiões para superar um clima de “suspeita” sobre elas, durante uma audiência pública especial, pelos 50 anos da declaração do Vaticano II sobre o diálogo inter-religioso. “Por causa da violência e do terrorismo, difundiu-se uma atitude de suspeita ou mesmo de condenação das religiões. Ainda que nenhuma religião esteja imune ao risco de derivações fundamentalistas ou extremistas em indivíduos ou grupos, é preciso olhar para os valores positivos que elas vivem e propõem”, declarou. A audiência geral inter-religiosa celebrou o 50.º aniversário da declaração conciliar ‘Nostra Aetate’, sobre as relações da Igreja Católica com as religiões não cristãs.´ Segundo o Papa, é preciso cultivar as sementes de “amizade e colaboração” em vários campos, sobretudo no “serviço aos pobres, aos pequenos, aos idosos”, para além do “acolhimento aos migrantes”. “Podemos caminhar juntos, tomando conta uns dos outros e da criação: todos os crentes, de qualquer religião”, sustentou. Esta audiência decorreu por vontade expressa do Papa, que se encontrou com os responsáveis de várias religiões que participam num congresso internacional organizado pela Santa Sé. Francisco sublinhou que o Concílio Vaticano II (1962-1965) foi um tempo “extraordinário de reflexão, diálogo e oração” que contribuiu para renovar o olhar da Igreja Católica “sobre si própria e sobre o mundo”. O Papa recordou o caminho realizado desde então, no contacto com as outras religiões, com destaque para o “particularmente significativo” encontro de Assis, a 27 de outubro de 1986, durante o pontificado de São João Paulo II. “A chama que se acendeu em Assis estendeu-se a todo o mundo e constitui um sinal permanente de esperança”, declarou. A intervenção quis ainda sublinhar a “transformação” que teve lugar na relação entre católicos e judeus: “De inimigos e estranhos, passamos a ser amigos e irmãos”. Já em relação ao mundo islâmico, Francisco realçou que é necessário “respeito recíproco” para que exista um verdadeiro diálogo, com atenção ao direito à vida e às “liberdades fundamentais”. O Papa dirigiu-se também aos que não têm uma religião, propondo uma colaboração em temas como a paz, a luta contra a fome e a miséria, a ecologia, a corrupção, a família, a economia ou a moral. Na parte final da audiência, o pontífice deixou uma “saudação cordial” aos peregrinos de língua portuguesa, em particular aos fiéis do Cacém e Lisboa presentes na Praça de São Pedro. “Queridos amigos, sois chamados a ser fermento também na promoção do diálogo com as outras religiões e pessoas de boa vontade, procurando construir juntos um mundo mais fraterno e justo. Deus vos abençoe”, concluiu. REGIONAL 19 de Novembro de 2015 Notícias de Beja – 7 Sines, Beja e Castro Verde compram mais No concelho de Lisboa o Indicador per capita do Poder de compra, em 2013, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística esta semana, é de 207,9, duplicando a média nacional que se situa nos 100. No Baixo Alentejo, Beja e Castro Verde destacam-se dos outros municípios , apresentando um valor que se situa entre os 100 e os 110, acima da média da região, que é de 85. Almodôvar, Aljustrel e Moura aparecebm referenciados no intervalo entre 75 e 90, enquanto Ourique, Ferreira do Alentejo, Alvito, Cuba, Vidigueira, Serpa, Mértola e Barrancos, apresentam resultados entre os 65 e os 75, este último grupo, nitidamente, abaixo do referencial apontado para o Baixo Alentejo. Os concelhos de Évora, com 111, e de Sines, com 128, ultrapassam Mariana Vicência Galvão Mirrado Guerra largamente as médias das respetivas regiões que são, no litoral, 92 e no alentejo central, 91. O norte alentejano está ao nível do Baixo Alentejo, apresentando apenas o concelho de Portalegre um valor acima da média nacional, o que é Marido, filhos, netos e noras agradecem a todos quantos os acompanharam neste doloroso momento. Participam, também, que será celebrada Missa do 30.º Dia, em 26 de Novembro, às 18h00, na igreja de Santa Maria, em Beja. comparável com outras capitais de distrito como Faro, Coimbra, Aveiro, Braga, Leiria, Vila Real e Santarém que apresentam, simultaneamente um índice per capita do poder de compra acima da média nacional regional. Campo Arqueológico de Mértola premiado pelo Vaticano O Campo Arqueológico de Mértola recebeu o prémio das Academias Pontifícias do Vaticano, este ano dedicado aos primeiros séculos do Cristianismo, pelo trabalho realizado nesta área. O arqueólogo Cláudio Torres, fundador e diretor do Campo Arqueológico de Mértola, disse à Agência ECCLESIA que este reconhecimento “é fundamental” e “uma motivação extra” para os estudiosos do setor. Numa mensagem enviada aos participantes no encontro, o Papa quis “encorajar e apoiar” os que se comprometem na “pesquisa histórico-arqueológica e relativa aos mártires”, objeto desta edição do prémio. “Apraz-me entregar o prémio das Academias Pontifícias, ex aequo, à associação portuguesa Campo Arqueológico de Mértola pelas campanhas arqueológicas conduzidas nos últimos anos e pelos extraordinários resultados obtidos”, escreve Francisco. O Campo Arqueológico de Mértola (CAM) nasceu há cerca de 40 anos e os investigadores “procuram achados de um período escuro” da história de Portugal, realçou Cláudio Torres. Naquele local existem “muitos dados da civilização islâmica” e, essencialmente, aquilo que a provocou, mas o lado “curioso” é que em vez de encontrarem elementos “árabes”, encontram componentes “cristãos”. Em vez de descobrirem “cavalos e camelos que invadiram a Península Ibérica”, os investigadores encontraram “comunidades cristãs bem enraizadas” que a determinado momento “se convertem ao islão”, sublinhou à Agência ECCLESIA o arqueólogo. “Algo completamente diferente do que se diz” na historiografia portuguesa, mas “a arqueologia fala mais verdade” do que os escritos. Neste campo já foram encontrados “uma enorme quantidade e variedade de batistérios e estruturas arquitetónicas” que marcam a história do século V ao VIII, salientou o diretor do CAM. Estes dados arqueológicos “foram inovadores” para a história deste período e, atualmente, os investigadores estão a descobrir “uma igrejinha do século VI que estava debaixo da mesquita e, por cima, de um templo romano”, anunciou Cláudio Torres. Para além de “uma grande comunidade católica”, existia em Mértola (atual território da Diocese de Beja) uma “grande comunidade de culto monofisita que estavam em guerra com Bizâncio e com Roma”. É este mundo que os arqueólogos deste campo estão “a encontrar e a divulgar” e que os estudiosos de universidades de vários pontos do planeta “estão a reconhecer no trabalho do CAM”. O diretor agradeceu aos “institutos de investigação arqueológica de Roma o reconhecimento”, dado ao trabalho realizado e a realizar nesta área. Com este galardão atribuído pelas academias pontifícias, Cláudio Torres acredita que o CAM vai “receber mais estagiários e estudiosos da matéria” para se fazerem estudos conjuntos. A cerimónia foi organizada, no dia 10, pelo Conselho Pontifício da Cultura e pelas Academias Pontifícias coordenadas pelo mesmo organismo da Cúria Romana, presidido pelo cardeal Gianfranco Ravasi. Dr. Rui Miguel Conduto CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras Cardio Luxor 17 Novembro P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Diretor: Alberto Geraldes Batista Redação e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Telef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 29 Euros anuais c/IVA NIB 001000003641821000130 Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2015 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 1.500 ÚLTIMA PÁGINA 19 de Novembro de 2015 Nota Semanal Deste Mundo e do Outro Refugiados e terrorismo † António Vitalino, Bispo de Beja 1. Acolhimento e rejeição Nas últimas semanas temos sido bombardeados com notícias e imagens aparentemente contraditórias. Por um lado filas imensas de pessoas, adultos e crianças, homens e mulheres, a caminhar em direção à Europa, muitas vezes parados diante de muros, de betão e arame farpado ou de forças de segurança com armas apontadas. Por outro lado cenas de terrorismo em lugares de lazer e cidades até agora pacíficas. Perante estas cenas as redes sociais tomam posições contraditórias. Uns criticam a Europa por fechar as portas a quem foge à fome e à guerra, outros afirmam que é preciso ter cuidado, pois no seu meio há muitos terroristas muçulmanos infiltrados, cuja intenção é islamizar a Europa, acabar com os seus valores humanos e cristãos da liberdade, igualdade, fraternidade. Os bispos portugueses, reunidos em Fátima na semana passada afirmavam no comunicado final: Perante o drama dos refugiados que fogem à guerra, à perseguição e à fome no Médio Oriente e no Norte de África, os Bispos de Portugal continuam em sintonia com os reiterados apelos do Papa Francisco e reafirmam o dever do acolhimento em nome das raízes humanas e cristãs da Europa. Neste contexto saúdam as instituições portuguesas que estão desde já preparadas para esta missão e congratulam-se pelas iniciativas da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR-Famílias), na qual se encontram muitas instituições da Igreja. Manifestam, contudo, a sua preocupação pelo atraso na recolocação dos 160 mil refugiados e recomendam às autoridades europeias e nacionais a maior celeridade na concretização deste processo. Formulam também o desejo de que possam ser acolhidos dignamente antes do frio de inverno, acabando com a cena desumana destes novos pobres diante de muros de betão e de arame farpado. Que pensar de tudo isto e como proceder? Embora tenhamos de ser prudentes, no entanto, como pessoas e muito mais como cristãos nunca devemos pagar o mal com o mal. Não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti. Ou, formulado pela positiva, faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti. A lei mosaica prescrevia aos israelitas chegados à terra da promessa para não oprimir os estrangeiros que moravam no seu meio, recordando-se de que também eles foram escravos na terra do Egito. E Jesus diz-nos para amar os nossos inimigos, perdoar, usar de misericórdia como o bom samaritano. Facilmente generalisamos, por exemplo, afirmando que todos os refugiados são muçulmanos e estes fundamentalistas e terroristas. Dói-me e partese-me o coração ao ler estas afirmações nas redes sociais e, por vezes, vindas de pessoas com responsabilidades sociais, politicas e até eclesiais. Esta gente deveria fazer a experiência de caminhar com estes refugiados, sentir os seus sofrimentos e talvez mudassem de opinião e de atitude. 2. Como reagir perante o terrorismo? Perante os atentados contra cidadãos que lutam pela vida com meios democráticos e pacíficos todos sentimos uma profunda dor e apelamos aos que assim procedem para acabar com estes atos de terror. Como cristãos rezamos por eles e pelas suas vítimas e imploramos de Deus a conversão ao amor e a consolação para quem sofre. Mas também pedimos aos governos e instituições internacionais para intervir, sentando à mesa do diálogo os representantes das fações em litígio e buscando soluções pacíficas, compromissos possíveis, no respeito pelas diferenças culturais e religiosas. As organizações da sociedade civil podem conseguir melhores resultados que os governos, pois estes estão muito identificados com os seus interesses económicos e políticos. Cito apenas o exemplo do Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia, a quem foi atribuído o prémio Nobel da paz deste ano de 2015. Estas instituições conseguiram transformar a primavera árabe na Tunísia numa oportunidade para uma democracia pluralista e desenvolver um processo politico alternativo no momento em que o pais estava à beira de uma guerra civil. Tudo isto parece uma ingenuidade. Mas acredito que água mole em pedra dura tanto dá até que fura, como diz o nosso ditado. A evolução da humanidade é lenta, mas o recurso à guerra, à violência, é um retrocesso. Os fins não justificam os meios. A educação na família, na escola, nas comunidades religiosas deve ajudar a construir a paz. Bem-aventurados os que sofrem por causa da paz, proclamou Jesus. Homens, se homens, gritou o Papa Paulo VI na ONU e em Fátima. Também nós temos de continuar a gritar, para acordarmos os violentos, os indecisos e os indiferentes. Mas ao mesmo tempo gritar pela justiça, pela solidariedade, pela compaixão, pela misericórdia, de modo que todos sintam e vejam o outro como um amigo, um irmão, que caminha connosco nas alegrias e tristezas, nos sucessos e fracassos, na penúria e na abundância. A oração da Igreja neste final de ano litúrgico e no princípio do próximo, no Advento, alerta-nos para caducidade das coisas materiais e da história do mundo, mas também para o Senhor que vem salvar-nos. Neste processo, sabendo que não temos aqui morada permanente, estejamos vigilantes e ajudemo-nos fraternalmente na peregrinação da vida. Alberto Batista Santuário de Fátima lança concurso de fotografia no âmbito do Centenário das Aparições O Santuário de Fátima vai promover entre dezembro deste ano e outubro de 2016 um concurso de fotografia integrado no Centenário das Aparições. Ao melhor trabalho apresentado, no conjunto das categorias em análise, será ainda atribuído o prémio ‘Fotografia do Centenário das Aparições’, correspondente a um valor total de 2500 euros”, explica o gabinete de comunicação do Santuário. A iniciativa, que está aberta a “todos os fotógrafos, nacionais e estrangeiros”, terá como júri alguns dos mais reconhecidos profissionais do setor, como Fernando Guerra, Rui Ochoa, Inês d’Orey, Paulo Catrica e José Soudo. O processo de seleção dos melhores trabalhos estará ainda a cargo do diretor do Museu do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte, e do reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas. Quanto às regras, os participantes podem concorrer com um máximo de dois trabalhos fotográficos por categoria, cujas imagens sejam recolhidas entre 8 de dezembro de 2015 e 13 de outubro de 2016. Os trabalhos deverão ser apresentados a concurso em formato digital, pendrive, CD-ROM ou DVD e entregues na Reitoria do Santuário ou via correio postal, até dia 31 de outubro de 2016, inclusive. Cativeiro foi um novo nascimento Em 21 de maio deste ano, um grupo de homens armados do Estado Islâmico raptou o monge e sacerdote siro-católico Jacques Mourad, prior do mosteiro de Mar Elia, juntamente com um ajudante, na periferia de Qaryatayn, cidade de população cristã e sunita que, dois meses antes, tinha caído em mãos dos extremistas islâmicos. O padre fazia parte da comunidade fundada pelo sacerdote jesuíta Paolo Dall' Oglio, desaparecido no norte da Síria em 29 de julho de 2013, quando estava em Raqqa. Em entrevista à emissora cristã Noursat TV, este sacerdote que acabou por ser libertado a 11 do passado mês de outubro, contou alguns episódios da sua experiência nas mãos de partidários do Estado Islâmico: "Quando estava sendo deportado, com as mãos amarradas e os olhos vendados, repetia para mim mesmo: ‘Caminho para a liberdade’. O cativeiro, para mim, foi como um novo nascimento", afirmou o padre Jacques, relatando, entre outras coisas, que celebrava a missa num dormitório subterrâneo onde tinham sido encarcerados previamente mais de 250 cristãos de Qaryatayn, também sequestrados pelos jihadistas. Faltam mulheres na China! A valorização dos homens por parte das famílias e a lei do filho único imposta pelo Estado comunista da China está a gerar neste país um drama social de consequências imprevisíveis. As estatísticas oficiais falam por si: no final de 2014, a China tinha cerca de 700 milhões de homens e 667 milhões de mulheres e a diferença, à nascença, era de 115,8 rapazes por 100 raparigas. Aquela desproporção, que há dez anos atingiu 121 por 100, está a diminuir, mas continua muito acima da média mundial de 103 a 107 por 100. Neste aspecto, a China é mesmo considerada o país mais desequilibrado do mundo. Criticada pelas autoridades como "uma reminiscência do feudalismo", a preferência por filhos do sexo masculino ganhou uma nova dimensão com a política de "um casal, um filho", imposta no início da década de 1980. "Tratei várias mulheres que fizeram múltiplos abortos apenas porque queriam um filho rapaz", contou a ginecologista Lian Fang, citada na semana passada pela agência noticiosa oficial Xinhua. Excepto em casos de comprovada "necessidade clínica", os hospitais estão proibidos de apurar o sexo dos fetos, mas como Lian Fang denunciou, há médicos "subrepticiamente" equipados para efectuar esse tipo de exames e que o fazem às escondidas. "Se o feto for do sexo masculino, a gravidez continua. Se for do sexo feminino, normalmente, aborta-se", afirmou a ginecologista na última sessão anual da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês na província de Shandong, costa leste da China. Por tudo isto, compreende-se a mudança recente da política de filho único na China, há tempos anunciada e agora já vertida em lei. Provérbios sobre S. Martinho - A cada bacorinho vem o seu S. Martinho. - A cada porco vem o seu S. Martinho. - Em dia de S. Martinho atesta e abatoca o teu vinho. - Martinho bebe o vinho, deixa a água para o moinho. - No dia de S. Martinho, fura o teu pipinho. - No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho. - No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho. - No dia de S. Martinho, mata o porquinho, abre o pipinho, põe-te mal com o teu vizinho. (sic.) - No dia de S. Martinho, mata o teu porco, chega-te ao lume, assa castanhas e prova o teu vinho. - No dia de S. Martinho, mata o teu porco e bebe o teu vinho. - No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o teu vinho. - Pelo S. Martinho abatoca o pipinho. - Pelo S. Martinho castanhas assadas, pão e vinho. - Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho. - Pelo S. Martinho nem nado nem no cabacinho. - Pelo S. Martinho prova o teu vinho; ao cabo de um ano já não te faz dano. - O Sete-Estrelo pelo S. Martinho, vai de bordo a bordinho; à meianoite está a pino. - São Martinho, bispo; São Martinho, papa; S. Martinho rapa.* - Se o Inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho. - Se queres pasmar o teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho. - Veräo de S. Martinho säo três dias e mais um bocadinho. - Vindima em Outubro que o S. Martinho to dirá. Bom humor Na aula de matemática, o Fernandinho pergunta à professora: - Senhora professora, como se escreve o número 55? - Ora, Fernandinho, é fácil. Primeiro um 5, depois outro 5. - Nada fácil, senhora professora! Qual deles escrevo primeiro? * No hospício, o doido, sentado num banquinho, segura uma vara de pescar mergulhada num balde de água. O médico passa e pergunta: - O que está a pescar? - Otários, doutor. - Já apanhou alguns? - O senhor é o quinto!