Guache - Richard John

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Guache - Richard John
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Guache
Gouache, Plakkaatverf Gouache, Designers' Colour, Poster Colour.
Marcas conhecidas
Winsor & Newton/Daler-Rowney (Inglaterra), Talens (Holanda), Pelikan, Vallejo, Maimeri (Italia), Ebras/Corfix/Gato Preto (Brasil).
Breve histórico
Descoberto na Europa no final do século XIV como forma alternativa para se fazer iluminuras, foi utilizado também no oriente por
miniaturistas persas e hindus. Artistas como Dürer, Rubens, van Dyck e, mais recentemente, Picasso, Henry Moore, Graham
Sutherland e Bem Sahn estão entre os que desenvolveram trabalhos com esta técnica. Na atualidade é muito popular entre
designers gráficos e ilustradores por sua facilidade de uso, seus efeitos de cores contrastantes e planas (ideais para a reprodução).
Características essenciais
Também chamado de “aquarela opaca” ou “cor com corpo”, o guache se caracteriza fundamentalmente por ser uma tinta de corpo
miscível em água, opaca (não-transparente), de grande solubilidade e secagem rápida. Estas propriedades permitem a obtenção de
superfícies homogenias e planas, quase que totalmente foscas (mates, sem brilho) e uniformemente dispostas.
O guache se fabrica da mesma forma que as aquarelas transparentes: uma mistura de pigmento, glicerina e goma arábica. A
diferença principal é a opacidade obtida com a adição de pigmento branco e agentes espessantes como o sulfato de bário (=
branco fixo). Ao ser aplicado, o guache forma uma película autêntica, de espessura apreciável sobre o papel (diferentemente da
aquarela, que seria mais uma mancha colorida e transparente sobre o papel do que algo que realmente o cubra). A refletividade do
guache se dá exclusivamente pela composição de seus pigmentos, e não pela brancura do papel como na aquarela. Sua película é
mais espessa e flexível por conter mais glicerina, o que o torna também mais solúvel que a aquarela.
O guache de melhor qualidade conterá sempre uma quantidade muito grande de pigmento, o que lhe garante força cromática
(intensidade de cor e poder de cobertura) mesmo quando grandemente diluído. A quantidade de pigmento sempre deverá estar
numa relação ideal com a adição do pigmento branco, que lhe dará opacidade mas não deverá tirar-lhe o poder de tinção. Esta
característica lhe permite ter uma luminosidade própria, independendo da cor do fundo trabalhado. Muitos artistas utilizam-se de
um papel de tom médio, para daí partir aos tons mais escuros e claros. Os bons fabricantes geralmente dividem seus produtos em
séries (grupos de cores que tem preços diferentes) em função da relação qualidade/preço dos pigmentos utilizados na fabricação.
Alguns pigmentos mais vivos e permanentes são de difícil obtenção, daí seu preço elevado. Produtos escolares ou de menor
qualidade utilizam giz precipitado (= Carbonato de Cálcio = Branco de Espanha) como espessante, o que de forma geral diminui a
luminosidade e a qualidade geral da tinta.
Cores Básicas
Palheta básica Winsor & Newton:
Primary Yellow, Primary Blue, Primary Red, Lemon Yellow, Permanent Yellow Deep, Winsor Blue, Ultramarine, Scarlet Lake e Alizarin
Crimson.
Alguns cuidados
q Camadas muito grossas e o enrolar do papel podem causar rachaduras.
w Camadas sobrepostas devem ser intercaladas com uma camada de goma arábica, para que se conserve a aderência da tinta.
Em caso contrário, acontecerão rachaduras.
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e As camadas superiores devem sempre ser mais finas.
r Para tornar a superfície resistente à água e para que se possa pintar novas camadas sem nenhuma interferência da anterior:
cobrir a superfície com medium acrílico opaco (que dependendo do caso pode alterar a cor original do trabalho. É providente fazer
um teste antes dessa utilização).
t A pintura a guache não deve ser envernizada, pois o verniz altera suas cores e “afunda” no papel, podendo ainda causar
rachaduras. A melhor maneira de conservação seria a moldura com vidro, com espaçador que crie um espaço entre o vidro e o
trabalho, evitando o contato entre eles.
y Vários tipos de papel podem ser utilizados, mas deve-se dar preferência aos de maior gramatura (120 gramas ou mais). Papéis
para aquarela são bastante adequados, mas pode-se também utilizar papéis coloridos.
u Para trabalhos mais apurados, utilizar somente água destilada.
i Caso se queira diluir bastante a tinta (para se fazer lavados) é recomendável acrescentar um pouco de goma arábica à solução.
o Preparar sempre uma quantidade maior da tinta a ser usada, uma vez que é muito difícil refazer um tom ou cor específica no
caso de um retoque. O guache ao secar tende a ficar mais claro do que quando ainda molhado, dificultando esta tarefa.
a Apesar de sua grande flexibilidade, o guache deve ser aplicado em camada relativamente fina, pois no caso de empaste podem-
se formar rachaduras e a superfície tornar-se quebradiça. O guache preparado pode ser guardado em vidros com tampa rosqueada.
No caso de guardar-se por muito tempo, deve-se acrescentar água para que não seque completamente.
Exercícios propostos
Ver anexo, na página seguinte.
Bibliografia
HAYES, Colin. Guia completa de pintura y dibujo : tecnicas y materials. Madrid : Hermann Blume, 1980.
MAYER, Ralph. Materiales y técnicas del arte. Madrid : Hermann Blume, 1985.
SMITH, Ray. El manual del artista. Madrid : Hermann Blume, 1990.
SMITH, Stan; TEN HOLT, H. F.. Manual del artista : equipo, materials y tecnicas. Madrid : Hermann Blume, 1980.
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Exercícios propostos
Lavados opacos 1. Com a prancheta
ligeiramente inclinada, se molha uma
zona do papel com um pincel limpo.
2. Aplicar a tinta com uma esponja,
passando de um lado a outro do papel
com movimentos uniformes. Pode-se
também usar um pincel.
Cores planas Carregar o pincel com
tinta e pintar traços horizontais. Se
estiver demasiadamente úmida, não
secará com efeito plano.
Esticando o papel
1. Se molha o papel e se estica da mesma
maneira que com a aquarela. Para o
guache se pode usar papel colorido.
2. Para dispor da maior superfície de papel
possível, se pode dobrar a fita-crepe sobre
as bordas da prancheta.
Fundidos Pintar uma zona de cor plana.
Enquanto ainda está úmida, se aplica um
segundo lavado de outra cor, deixando
que se fundam.
Técnicas de Guache
O manejo do guache é distinto
da aquarela, e o principiante
deve praticar com diversos tipos
de pincéis antes de iniciar a
pintar. Também é conveniente
ensaiar com a tinta em
diferentes consistências.
Quando a tinta está muito
espessa é similar ao óleo;
quando está muito rebaixada, se
assemelha mais à aquarela. É
bastante difícil obter a
consistência precisa para aplicar
lavados, mas com a prática se
tornará tão fácil com aplicar
lavados de aquarela. Uma das
principais características do
guache é que se podem pintar
zonas de cor plana e
consistente. As cores mudam ao
secar, deixando algumas zonas
mais claras e outras mais
escuras. No entanto, pode ser
melhor não corrigir isto, já que a
pintura terá um aspecto mais
fresco, mesmo a cor não sendo
perfeita. Existem muitas técnicas
que permitem explorar o brilho
e a opacidade do guache. Se
pode aplicar um lavado de tom
médio, e sobre ele elaborar a
imagem usando tons mais claros
ou mais escuros. Pode-se criar
cores mais claras mesclando
branco, ao invés de rebaixá-la
com água, como se faz na
aquarela. Também se pode
aplicar uma cor sólida sobre um
lavado úmido. Ao secar a
pintura, a cor se fundirá com o
lavado. Outras técnicas são o
esfregado, os pulverizados, as
linhas raspadas, etc. Se podem
obter uma textura
tridimensional acrescentando
um espessante ao guache, e
depois passando um pente ou
outro instrumento pela pintura,
para dar detalhe a imagem.
Também se pode, por exemplo,
empapar um barbante com a
tinta e apertá-lo contra o papel.
Ao secar a pintura, ficará colado,
servindo de base para novos
efeitos de textura. O guache dá
resultados muito bons quando
aplicado com aerógrafo. As
cores conservam seu brilho
ainda que muito diluídas, e
secam rapidamente. Para pintar
bordas muito marcadas se
utilizam máscaras (como as
proporcionadas por produtos
como Art Masking Fluid).
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Úmido sobre úmido
1. Se aplica uma pincelada de tinta
sobre uma mancha úmida e se deixa
que se extenda.
Raspado
1. Se pinta combinando ceras, aquarelas e
guache, terminando por uma camada
espessa de guache.
Sobreposição de tinta opaca
1. A vantagem do guache é que se pode
sobrepor cores diferentes. Primeiro se
aplica uma camada de cor chapada.
2. Trabalhar com o pincel a zona
fronteiriça entre as duas cores, com
rapidez e sem aplicar muita pressão com o
pincel.
2. Os toques de luz se pintam aplicando
pequenas manchas de branco sobre tinta
úmida, deixando que elas se extendam.
2. Quando o guache estiver completamente seco, se pinta com tinta nanquim
preta e se deixa secar.
2. Quando a tinta estiver quase seca, se
acrescenta uma segunda cor, que não irá
se misturar com a primeira. Se pode pintar
com tons claros sobre escuros.
Linhas com régua
1. Para traçar uma linha fina, se usa uma
régua com a borda levantada e se pinta
usando a ponta do pincel.
Cor discontínua Se trabalha sobre um
lavado seco, carregando o pincel com
tinta espessa e passando-o muito
rapidamente sobre o papel.
3. Com um estilete, se raspa parte da tinta
e o guache, até que fique visível uma
parte da camada aplicada..
3. Se for necessário, se pode tapar uma
camada de cor acrescentando mais tinta,
que não deve estar demasiadamente
úmida.
2. Para fazer linhas mais largas, se apoia
toda a régua no papel e se pinta com o
lado do pincel..
Textura com um pente
Se mescla a tinta com goma arábica e se
aplica uma camada espessa. Passar o
pente por cima, em diferentes direções.
Impasto
Se carrega um pincel com tinta espessa e
se pinta um traço amplo, que se ressalte
sobre a superfície.
Fusão de cores secas
1. Pintar duas faixas largas de tinta
espessa, sem acrescentar mais que a água
do que o necessário para aplicar a tinta.
3. Também se pode aplicar tinta espessa
e semi-seca na quina de uma régua de
plástico, e usar-la para “imprimir” a linha
sobre o papel.
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4. Se pressiona a borda da régua
contra o papel, e ao levantar aparece
uma linha fina, de bordas irregulares.
2. Se trabalha sobre o desenho a
carvão com uma outra cor, recolhendo
com o pincel partículas de carvão para
obter variações tonais.
3. Uma vez coberta toda a área, se
levanta a máscara. Se a pintura não era
muito líquida, as bordas ficarão bem
definidas.
4. Se desprende o papel, deixando uma
impressão texturada da forma. A
imagem assim obtida não é tão clara
como com o enmascaramento.
Esfregados Se carrega o pincel com
tinta e se elimina o excesso de
umidade. Se separam as cerdas com os
dedos e se pinta circularmente.
3. Ao secar a tinta se pode acrescentar
mais carvão, realçando ou modificando
as cores com mais camadas de pintura.
Impressão de formas
1. Se recortam formas em papel grosso
e limpo.
Transferência de desenhos
1. Se pinta um desenho sobre um
papel liso, usando tinta espessa e
úmida e deixando que se funda em
algumas partes.
Linhas raspadas
Se aplica uma mancha espessa de
pintura sobre uma zona de tinta seca, e
se raspa com o a ponta do pincel.
Mascaramento com papel
1. Com um estilete se recorta a forma
desejada em um papel acartonado.
2. Se pinta um lado de cada recorde,
usando tinta espessa e úmida, e
procurando que não se seque
demasiadamente rápido.
2. Se coloca o lado pintado sobre outro
papel e se aperta o dorso com a palma
da mão.
Guache com carvão
1. Desenhar com carvão sobre a
pintura seca. Se a pintura estiver
úmida, o carvão não pega.
2. Se coloca o recorte sobre o papel e
se pinta por cima, trabalhando da
borda para fora.
3. Se aperta o lado pintado contra o
papel, frotando o dorso com os dedos.
3. Se retira o primeiro papel,
comprovando que o desenho foi
transferido ao segundo, com o
acréscimo de efeitos de textura.

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