identidade nazarena - Igreja do Nazareno Comunidade Paulista

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identidade nazarena - Igreja do Nazareno Comunidade Paulista
IDENTIDADE NAZARENA
UNIDADE I – RAÍZES HISTÓRICAS
Santidade ao Senhor – Êxodo 28:36
INDICE DOS ASSUNTOS DA UNIDADE I
A- CRISTIANISMO CLÁSSICO – SÉCULOS I A III
B- IDENTIDADE NAZARENA
C- DECLARAÇÃO HISTÓRICA – Cristianismo histórico e Herança Wesleyna
D- REFORMA PROTESTANTE
E- ANGLICANISMO
F- PURITANISMO
G- WESLEYANISMO E METODISMO
H- MOVIMENTOS DE SANTIDADE
I- DEFINIÇÕES DE DOUTRINAS METODISTAS
J- OS 16 ARTIGOS DE FÉ DA IGREJA DO NAZARENO
APENDICES:
Apendice I – Resumo histórico dos principais fatos do cristianismo séc. I a XXI.
Apendice II – Diferentes movimentos que formaram a igreja do Nazareno nos Estados
Unidos e as raízes da igreja no leste americano.
Apendice III – Confissão de Fé de Westminster
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‘UNIDADE I – RAÍZES HISTÓRICAS DA IGREJA DO NAZARENO
A identidade tem a ver com as raízes, a história, as características distintivas.
Os objetivos da organização são uma decorrência disso: à luz das raízes, da
identidade, das convicções básicas, serão estabelecidos os alvos, as
prioridades, a maneira de ser do grupo, a cara da denominação. Como uma
igreja cristã, as nossas raízes remontam ao cristianismo clássico.
A) Cristianismo Clássico
1) Século I
A Igreja do Nazareno, tal como ela é hoje, originou-se não unicamente há partir
do Movimento de Santidade, mas a princípio do Cristianismo Apostólico do
século I. Este período é caracterizado pela relação direta com aqueles que
conheceram e conviveram com Cristo. O Cristianismo nasceu no berço judeu
mas, desenvolveu-se e ganhou corpo com a ruptura das relações
monopolizadoras dos judaizantes (Concílio de Jerusalém – Atos capitulo 15)
O nascimento da Igreja foi marcado por um evento excepcional
prometido por Deus em Joel 2:28. E a teologia era estudada a partir do
testemunho apostólico no início oral, mas depois escrito. Os Apóstolos
fincaram os marcos através dos quais nos sustentamos até hoje. Aí temos o
“Fundamento de Cristo e dos Apóstolos”; a Dispersão; O Pentecostes; As
viagens Missionárias de Paulo, A produção das Cartas, dos Evangelhos e do
Apocalipse.Ainda neste tempo embrionário da Igreja, temos uma estrutura
organizacional, com a eleição de anciãos nas igrejas, as figuras de pastores ou
bispos e até mesmo um concílio para deliberarem sobre práticas eclesiásticas.
( At. 14:23, 20:17, 20:28, Tg. 5:14, Atos 15:6-31 )
2) Séculos II e III
Em sucessivos Concílios depois do século IV, os papas sancionaram muitos
dogmas que modificaram o Cristianismo na sua essência.
- A IGREJA PRIMITIVA desconhecia a Missa, o Purgatório, o Celibato, a
Transubstanciação, a Infalibilidade papal, o Culto à Maria, a veneração de
imagens, o uso de velas, a água benta, etc.
- VIVERAM NOS 4 PRIMEIROS SÉCULOS do Cristianismo, Cristãos
veneráveis, foram verdadeiros pais da Igreja que guardaram a fé que ouviram
dos Apóstolos.
Os principais representantes desta época, são:
Lino viveu no ano 65; Cleto em 69; Clemente no ano 95; Justino, ano 100;
Santo Inácio, 110; Higino no ano 139; Papias viveu em 140; Policarpo, ano
155; Santo Irineo viveu por volta do ano 180; Orígenes em 220; Urbano no ano
223; S. Cipriano, Bispo de Cartago era do ano 247; São Vicente no ano 310; S.
Silvestre em 314; São João Crisóstomo, famoso Cristão, no ano 350; São
Genaro, desconhecia também os dogmas católicos de hoje, viveu em 384;
Ambrósio e S. Sebastião foram do ano 397 e Santo Agostinho, bispo de Hipona
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viveu por volta do ano 420. Todos esses Cristãos primitivos e milhares de
outros não foram Católicos! Desconheciam os dogmas que vieram depois...
DEPOIS DA MORTE DESSES CRISTÃOS SURGIRAM OS SEGUINTES
DOGMAS:
- Ano 400 – Maria passa a ser considerada”Mãe de Deus” e os cristãos
começam a interceder pelos mortos.
- Ano 431, a Igreja começou a cultuar Maria, visando sensibilizar as mulheres.
- Ano 451 – Surge a doutrina da Virgindade Perpétua de Maria.
- Ano 503, o papa em exercício lança a idéia do "purgatório" mais tarde
efetivada; o dinheiro que recebem pelas "Missas de Intenção" trazem
problemas de consciência pois tem um fim específico: Remover almas do
purgatório para o Céu!
- Ano 782, a Igreja inicia a prática da idolatria e a veneração de imagens.
- Ano 880, o Catolicismo instituiu a "canonização". Essa distinção da Igreja tem
sido concedida inclusive por bravura, como matar Protestantes e Maçons! Muitos "canonizados" não passariam de criminosos comuns nas leis de hoje.
No Ano 1073, foi introduzido pelo Vaticano o Celibato, - Esse dogma do
Catolicismo influiu mal na sociedade; o escritor Leo Hubermam disse que o
Celibato é exigido porque a Igreja teme perder as propriedades dos Clérigos,
caso venha a casar-se devido as leis de heranças.
- A dupla identidade também causa problemas, o "Frei Antão" da Igreja tal bem
pode ser o José da Silva no cartório civil, isso os tornam suspeitos.
- Em 1094, o Vaticano começou a "negociar", o perdão dos pecados através
das indulgências.
- Foi no ano 1208 que começaram a "levantar a hóstia para ser adorada" e
no ano 1414 declararam negar o vinho, na Ceia aos fiéis. O Senhor Jesus
celebrou a Santa Ceia com pão e vinho. (Mateus 26,26-29).
- No ano 1854 o papa Pio XII proclama o dogma da “ Imaculada Conceição”
de Maria. ESSAS E OUTRAS INOVAÇÕES, todas introduzidas na Igreja depois
do século V, foram desconhecidas pelos primeiros Cristãos, o que torna a
IGREJA CATÓLICA ILEGÍTIMA DIANTE DO NOVO TESTAMENTO E DOS PAIS DA
IGREJA.
3) Séculos Posteriores – A decadência
a) Fatores que a desencadearam
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•
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Falta do conhecimento de Deus (Mateus 22:29)
O Desenvolvimento da razão (Provérbios 3:5)
Falta de guias espirituais (Jeremias 23:9 em diante)
Comprometimento da Igreja com o Estado Romano
b) A Igreja tornou-se: Sacramental – Nela há poder para entronizar e
destronar; para salvar e excomungar.
( Vide Resumo mais completo de todos os principais fatos históricos do cristianismo do século I ao
século XXI , no apêndice 1 )
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B ) Identidade Nazarena
A Igreja do Nazareno é parte da Igreja Cristã, protestante, e de linhagem
Wesleyana. Esta afirmação nos leva a atenção a elementos chaves de nossa
identidade.
Primeiro, a Igreja do Nazareno é uma Igreja Cristã. Isto pode parecer óbvio,
mas é o fundamental ponto de partida. As primeiras palavras do nosso manual
declaram que a Igreja do Nazareno, desde o seu início, confessa ser um ramo
da "única Igreja Santa, Universal, e Apostólica". Aceitamos e endossamos os
credos, redigidos nos primeiros séculos da história da Igreja Cristã, como
expressões da nossa fé e identidade.
Isto significa que a Igreja do Nazareno abraça como sua, a história daqueles
redimidos pela graça, por meio do Senhor Jesus Cristo, através dos séculos.
Assim, nossa genealogia começa descrita no Antigo Testamento, destaca-se
no Novo, e prossegue por toda a história, e acompanha todos os crentes fiéis,
espalhados por todo o mundo.
A Igreja do Nazareno sabe que tem uma missão especial, dada por Deus.
Entretanto, para compreendê-la procura arraigar-se, firmemente, dentro da
extensa corrente de fé e prática do cristianismo, abalizado pelo ensino das
Sagradas Escrituras.
A Igreja do Nazareno é uma Igreja Protestante. Isto significa que seu caráter é
nitidamente forjado pela Reforma Protestante, do século XVI. Neste amplo
movimento de restauração da Igreja Cristã, vários pontos doutrinários, cruciais
foram resgatados.
Reafirmou-se que a Bíblia é a autoridade final da definição de nossos
postulados. A salvação é uma dádiva da graça de Deus, não uma conquista
humana, por meio de boas obras. Os nazarenos se encontram entre aqueles
que acreditam que Deus oferece sua graça a todas as pessoas. Todos podem
ser alcançados pela redenção. Todos os crentes têm o privilégio e a
responsabilidade de atuar como "sacerdotes" (Sacerdócio Universal),
relacionando-se com Deus pela mediação do Senhor Jesus Cristo.
A Igreja do Nazareno abraça cada um desses princípios da reforma, e junta-se
a outras denominações que preservam o mesmo legado. Isto está refletido nos
artigos de Fé de nosso manual, no perfil de nossas congregações locais, e no
testemunho dos crentes.
A Igreja do Nazareno é marcada, em sua identidade, pela herança
Wesleyana. O avivamento do século XVIII, impulsionado por John e Charles
Wesley, foi parte de um movimento maior, de abrangência mundial, que
fomentou uma renovação espiritual, a partir da Igreja da Inglaterra.
Entre as contribuições distintivas do avivamento wesleyano, está a ênfase na
experiência pessoal com o Espírito Santo; na importância da santificação dos
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crentes, ou seja, no crescimento espiritual, gradual rumo à semelhança de
Cristo. A busca pela santidade foi o aspecto central na composição de grandes,
médios e pequenos grupos de comunhão, que John Wesley organizou por toda
a Inglaterra e além. Mais tarde, esses grupos desenvolveram-se
institucionalmente, dando origem a Igreja Metodista. Esta, logo se espalhou por
várias partes do mundo, especialmente pela América do Norte.
Finalmente, a Igreja do Nazareno é uma Igreja de "Santidade". Nossa Igreja
cresceu em meio a focos de avivamento, nos Estados Unidos, na Segunda
metade do século XIX. O anseio por uma vida incorrupta aqueceu o coração de
inúmeros crentes, metodistas e outros. Retiros especiais em áreas rurais, e
trabalho missionário arrojado, foram evidências de um extraordinário
despertamento.
Eventualmente, as fronteiras denominacionais foram transpostas. Isso resultou
na formação de algumas igrejas independentes, cuja caracterização básica era
o apego à santidade ética e comportamental. Os membros dessas igrejas
vieram de grupos de diferentes posições teológicas: metodistas, batistas,
presbiterianos e outros.
O fundamento da Igreja do Nazareno foi edificado pela união de vários destes
grupos independentes. Essas junções ocorreram, periodicamente desde 1890.
Em 1908, ano chave no processo de união, alguns adicionamentos vitais
aceleraram o processo, que culminou na fundação oficial da Igreja. Ao longo da
história recente, outras incorporações ainda têm ocorrido.
A Igreja tem se expandido mundialmente, devido a programas missionários
vigorosos. Isto a projetou, como uma Igreja de visão global, que ministra em
mais de cento e cinqüenta diferentes países. A Igreja do Nazareno, como
outras denominações, têm seu próprio "ramo" na grande "árvore genealógica!"
da Igreja Cristã. Como nazarenos, não deixamos de proclamar, que no centro
unificante, no tronco, está o Senhor Jesus Cristo, o Senhor da Igreja Universal,
dos primogênitos arrolados nos céus.
C) Declaração Histórica
Cristianismo Histórico e herança Wesleyana de santidade
Uma Fé Santa. Desde os seus começos, a Igreja do Nazareno tem-se confessado
um ramo da igreja “única, santa, universal e apostólica”, e tem procurado ser fiel a ela.
Confessa como sua própria história a do povo de Deus registrada no Antigo e no Novo
Testamentos, e a mesma história tal como ela se tem estendido dos dias dos
apóstolos aos nossos tempos. Como seu próprio povo, ela abarca o povo de Deus
através das idades, os redimidos através de Jesus Cristo, em qualquer expressão de
uma igreja na qual estes possam ser encontrados. Ela aceita os credos ecumênicos
dos cinco primeiros séculos cristãos como expressões da sua própria fé. Enquanto a
Igreja do Nazareno vai respondendo a sua chamada especial de proclamar a doutrina
e a experiência da inteira santificação, ela tem tido o cuidado de reter e fomentar
identificação com a igreja histórica, em sua pregação da Palavra, na sua
administração dos sacramentos, sua preocupação de promover e manter um
ministério que seja genuinamente apostólico na fé e na prática, bem como ao inculcar
as disciplinas dum viver semelhante ao de Cristo e no serviço a outros.
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O Avivamento Wesleyano. Esta fé cristã tem sido facultada aos nazarenos através
de correntes religiosas históricas e, particularmente, através do reavivamento
Wesleyano ocorrido no século XVIII. Nos anos a partir de 1730 deu-se o
Reavivamento Evangélico mais vasto na Grã-Bretanha, liderado principalmente por
João Wesley, seu irmão Carlos e por Jorge Whitefield, clérigos da Igreja da Inglaterra.
Através da instrumentalidade destes, muitos outros homens e mulheres abandonaram
o pecado e foram cheios de poder para o serviço de Deus. Caracterizou-se este
movimento pela pregação de leigos, testemunho, disciplina e círculos de discípulos
dedicados, conhecidos por “sociedades”, “classes” ou “bandos”. Como movimento de
vida espiritual, seus antecedentes incluíram o Pietismo Alemão, tipificado por Philip
Jacob Spener; o Puritanismo Inglês do século XVII; e o despertamento espiritual na
Nova Inglaterra descrito pelo pastor-teólogo Jonathan Edwards.
A fase Wesleyana do grande reavivamento caracterizou-se por três marcos
teológicos: regeneração pela graça, através da fé; perfeição cristã, ou santificação,
também pela graça através da fé; e o testemunho do Espírito quanto à certeza da
graça. Entre as contribuições distintas de João Wesley achava-se uma ênfase à inteira
santificação nesta vida, como provisão graciosa de Deus ao cristão. Os
empreendimentos missionários primitivos do Metodismo Britânico começaram a
disseminar estas ênfases teológicas através do mundo. Na América do Norte, a Igreja
Metodista Episcopal foi organizada em 1784. O seu propósito declarado foi “reformar o
Continente e espalhar a santidade escriturística sobre estas terras”.
O Movimento de Santidade do Século XIX. No século XIX começou no Leste dos
Estados Unidos e se espalhou pela nação uma renovada ênfase à santidade cristã.
Timóteo Merritt, clérigo metodista e editor-fundador do Guia da Perfeição Cristã,
esteve entre os líderes deste reavivamento de santidade. A figura central do
movimento foi Phoebe Palmer, da cidade de Nova Iorque, líder da Reunião da TerçaFeira para a Promoção da Santidade, na qual bispos, educadores e outros clérigos
metodistas se juntaram ao grupo original de senhoras em busca de santidade. Ao
longo de quatro décadas, a Sra. Palmer promoveu a fase metodista do movimento de
santidade, através de palestras públicas, escritos e também como editora do Guia
para a Santidade.
O reavivamento de santidade alastrou-se para além das fronteiras do Metodismo.
Charles F. Finney e Asa Mahan, ambos do Colégio Oberlin, lideravam a renovada
ênfase à santidade nos círculos presbiterianos e congregacionalistas, tendo feito o
mesmo o avivador William Boardman. O evangelista batista A. B. Earle esteve entre os
líderes do movimento de santidade dentro da sua denominação. Hannah Whitall
Smith, uma quaquer e avivadora popular do movimento de santidade, publicou O
Segredo Cristão duma Vida Feliz (1875), um texto clássico sobre a espiritualidade
cristã.
Em 1867 os ministros metodistas John A. Wood, John Inskip e outros começaram,
em Vineland, Nova Jersey, a primeira de uma longa série de reuniões nacionais de
avivamento. Também organizaram nessa altura a Associação Nacional de Encontros
de Avivamento para a Promoção de Santidade, comumente conhecida como
Associação Nacional (hoje, Associação de Santidade Cristã). Até aos primeiros anos
do século XX, esta organização patrocinou reuniões de santidade através dos Estados
Unidos. Surgiram também associações locais e regionais de santidade e uma
imprensa vital de santidade publicou muitos periódicos e livros.
O testemunho prestado à santidade cristã desempenhou funções de diversos
significados na fundação da Igreja Metodista Wesleyana (1843), da Igreja Metodista
Livre (1860) e, na Inglaterra, do Exército da Salvação (1865). Nos anos de 1880
desabrocharam novas igrejas distintivamente de santidade, incluindo a Igreja de Deus
(Anderson, Indiana) e a Igreja de Deus (Santidade). Várias outras tradições religiosas
foram também influenciadas pelo movimento de santidade, incluindo certos grupos
Menonitas, Irmãos e Amigos que adotaram o ponto de vista wesleyano quanto à inteira
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santificação. Os Irmãos na Igreja de Cristo e a Aliança Evangélica de Amigos são
exemplos desta fusão de tradições espirituais.
União de Grupos de Santidade
Nos anos de 1890 despontou uma nova onda de grupos de santidade
independentes. Estes incluíram igrejas independentes, missões urbanas, casas de
socorro a necessitados e associações missionárias e evangelísticas. Alguns entre o
povo envolvido nestas organizações suspiravam por uma união que produzisse uma
igreja nacional de santidade. Desse impulso nasceu o que é hoje a Igreja do
Nazareno.
A Associação de Igrejas Pentecostais da América. A 21 de Julho de 1887,
organizou-se a Igreja Evangélica do Povo, com 51 membros, em Providence, Rhode
Island, tendo como pastor Fred A. Hillery. No ano seguinte foi organizada a Igreja
Missão, em Lynn, Massachusetts, tendo C. Howard Davis como pastor.
Nos dias 13 e 14 de Março de 1890, representantes destes grupos e de outras
congregações de santidade independentes reuniram-se em Rock, Massachusetts, e
organizaram a Associação Central Evangélica de Santidade, com igrejas em Rhode
Island, New Hampshire e Massachusetts. Em 1892, a Associação Central Evangélica
de Santidade ordenou Anna S. Hanscombe. Crê-se que ela foi a primeira de muitas
mulheres ordenadas para o ministério cristão nas congregações que se uniram para
formar a Igreja do Nazareno.
Em Janeiro de 1894, o comerciante William Howard Hoople fundou uma missão em
Brooklyn, reorganizada em Maio seguinte como o Tabernáculo Pentecostal da Avenida
Utica. No fim do ano seguinte foram também organizadas a Igreja Pentecostal da
Avenida Bedford e o Tabernáculo Pentecostal Emanuel. Em Dezembro de 1895,
delegados destas três congregações adotaram uma constituição, um sumário de
doutrinas e legislação, formando a Associação de Igrejas Pentecostais da América.
A 12 de Novembro de 1896, reuniu-se em Brooklyn um comitê conjuntamente
formado pela Associação Central Evangélica de Santidade e pela Associação de
Igrejas Pentecostais da América, e traçou um plano de união, retendo para o corpo
assim unido o nome do último destes dois grupos. Entre os obreiros proeminentes
nesta denominação contavam-se Hiram F. Reynolds, H. B. Hosley, C. Howard Davis,
William Howard Hoople e, mais tarde, E. E. Angell. Alguns destes eram originalmente
pregadores leigos que mais tarde foram ordenados pelas suas congregações. Esta
igreja foi marcadamente missionária e, sob a liderança de Hiram F. Reynolds,
secretário missionário, empenhou-se num ambicioso programa de testemunho cristão
nas Ilhas de Cabo Verde, na Índia e em outros lugares. Chamava-se The Beulah
Christian o seu periódico oficial.
A Igreja de Cristo de Santidade. Em Julho de 1894, R. L. Harris organizou a Igreja de
Cristo do Novo Testamento, em Milan, Tennessee, pouco antes da sua morte. Mary
Lee Cagle, viúva de R. L. Harris, continuou o trabalho e tornou-se seu líder primitivo
mais proeminente. A igreja, estritamente congregacional em seu regulamento,
espalhou-se através de Arkansas e do Texas ocidental, com esparsas congregações
em Alabama e Missouri. Mary Cagle e uma cooperadora, a Sra. E. J. Sheeks, foram
ordenadas em 1899, na primeira classe de candidatos à ordenação.
A partir de 1888, um punhado de congregações rotuladas como Igreja de Santidade
foram organizadas no Texas pelos ministros Thomas e Dennis Rogers, vindos
da Califórnia.
Em 1901 formou-se em Van Alstyne, Texas, a primeira congregação da Igreja
Independente de Santidade, por Charles B. Jernigan. Logo do princípio, James B.
Chapman afiliou-se a esta denominação, a qual prosperou e cresceu rapidamente.
Com a passagem do tempo, as congregações lideradas por Dennis Rogers se
afiliaram à Igreja Independente de Santidade.
Em Novembro de 1904, representantes da Igreja de Cristo do Novo Testamento e da
Igreja Independente de Santidade reuniram-se em Rising Star, Texas, onde chegaram
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a acordo sobre princípios de união, adotaram um Manual e escolheram o nome de
Igreja de Cristo de Santidade. Esta união foi finalizada no ano seguinte, num conselho
geral reunido com delegados em Pilot Point, Texas. A publicação oficial da igreja
intitulava-se Holiness Evangel. Outros ministros proeminentes deste grupo incluíam
William E. Fisher, J. D. Scott e J. T. Upchurch. Entre seus leigos de maior destaque
achavam-se Edwin H. Sheeks, R.B. Mitchum e a Sra. Donie Mitchum.
Vários líderes desta igreja foram ativos na Associação de Santidade de Texas, um
corpo interdenominacional vital que patrocinava um colégio em Peniel, próximo de
Greenville, Texas.
A associação também patrocinava o Pentecostal Advocate, a publicação de
santidade de maior relevo no Sudeste, que viria a ser órgão nazareno, em 1910.
Foram obreiros proeminentes nesta organização o ministro E. C. DeJernett e o leigo C.
A. McConnell .
A Igreja do Nazareno. Em Outubro de 1895, Phineas F.Bresee, doutor em divindade,
e Joseph P. Widney, médico, com cerca de 100 outras pessoas, incluindo Alice P.
Baldwin, Leslie F. Gay, W. S. e Lucy P. Knott, C. E. McKee, bem como membros das
famílias Bresee e Widney, organizaram a Igreja do Nazareno, em Los Angeles. Desde
o princípio, viram esta igreja como a primeira duma denominação que pregava a
realidade da inteira santificação recebida pela fé em Cristo. Mantiveram que os
cristãos santificados pela fé devem seguir o exemplo de Cristo e pregar o evangelho
ao pobre. Sentiram-se especialmente chamados para este trabalho. Eles criam que o
refinamento e adornos desnecessários das casas de culto não representavam o
espírito de Cristo mas antes o espírito do mundo, e que seus investimentos de tempo
e dinheiro deviam fazer-se a ministérios que refletissem Cristo, para salvação de
almas e socorro ao necessitado. Eles organizaram desta forma a igreja. Adotaram
regras gerais, uma declaração de fé, uma estrutura baseada numa superintendência
limitada, princípios para a consagração de diaconisas e a ordenação de presbíteros,
bem como um ritual. Todos estes foram publicados como um Manual, começando em
1898. Publicaram um jornal intitulado The Nazarene (O Nazareno) e, depois, The
Nazarene Messenger (O Mensageiro Nazareno). A Igreja do Nazareno expandiu-se
principalmente ao longo da Costa Ocidental, tendo congregações espalhadas a leste
das Montanhas Rochosas, até Illinois.
Entre os ministros que se agregaram à nova igreja contavam-se H. D. Brown, W. E.
Shepard, C. W. Ruth, L. B. Kent, Isaiah Reid, J. B. Creighton, C. E. Cornell, Robert
Pierce e W. C. Wilson.
Entre os primeiros a serem ordenados, contavam-se o próprio Joseph P. Widney,
Elsie e DeLance Wallace, Lucy P. Knott e E. A. Girvin.
Os 38 anos de experiência que teve Phineas F. Bresee, como pastor,
superintendente, editor, membro da junta de colégio e pregador em reuniões públicas
de avivamento no Metodismo, adicionados à sua característica personalidade
magnética, entraram no esmerado aprumo eclesiástico que ele trouxe à união de
diferentes igrejas de santidade num só corpo nacional.
O Ano da União: 1907-1908. A Associação de Igrejas Pentecostais da América, a
Igreja do Nazareno e a Igreja de Cristo de Santidade foram levadas a uma associação
mútua por C. W. Ruth, superintendente geral assistente da Igreja do Nazareno, que
tinha extensos laços de amizade através do movimento Wesleyano de Santidade.
Delegados da Associação de Igrejas Pentecostais da América e da Igreja do
Nazareno reuniram-se em assembléia geral, em Chicago, de 10 a 17 de Outubro
de 1907. Os grupos em processo de união concordaram quanto a um governo da
igreja que equilibrava a necessidade de uma superintendência com a
independência de congregações locais.
Competia aos superintendentes nutrir e cuidar de igrejas já organizadas e estimular
a organização de igrejas em toda a parte, mas a sua autoridade não devia interferir
com as ações independentes de uma igreja totalmente organizada. Além disso, a
Assembléia Geral adotou um nome para o corpo resultante de ambas as
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organizações: a Igreja Pentecostal do Nazareno. Phineas F. Bresee e Hiram F.
Reynolds foram eleitos superintendentes gerais. Esteve presente e participou no
trabalho da assembléia uma delegação de observadores da Igreja de Cristo de
Santidade. Durante o ano seguinte, ocorreram dois novos adicionamentos. Em Abril de
1908, P. F. Bresee organizou a congregação da Igreja Pentecostal do Nazareno em
Peniel, Texas, que trouxe à igreja figuras proeminentes da Associação de Santidade
do Texas e abriu a porta de entrada a outros membros. Em Setembro, a Conferência
de Santidade da Igreja Cristã de Pensilvânia, uma vez recebida a dispensa que lhe foi
concedida pela sua Conferência Geral, dissolveu-se e, sob liderança de H. G.
Trumbaur, uniu-se à Igreja Pentecostal do Nazareno.
A segunda Assembléia Geral da Igreja Pentecostal do Nazareno reuniu-se em
sessão conjunta com o Conselho Geral da Igreja de Cristo de Santidade, de 8 a 14 de
Outubro de 1908, em Pilot Point, Texas. O ano do processo de união culminou na
manhã de terça-feira, 13 de Outubro, quando R. B. Mitchum apresentou e C. W. Ruth
secundou a proposição: “Que a união das duas igrejas seja agora consumada”. Vários
discursaram a favor da moção. Phineas Bresee tinha-se esforçado continuamente
para o alcance deste almejado fim. Às 10:40 horas, em ambiente de grande
entusiasmo, a moção para a união foi adotada,de pé, por um voto unânime do povo.
A Denominação Muda de Nome. A Assembléia Geral de 1919, em resposta a
memoriais de 35 distritos de assembléia, mudou oficialmente o nome da organização,
para Igreja do Nazareno, em vista do novo sentido que fora associado ao termo
“Pentecostal”.
Novos Adicionamentos
Depois de 1908 vários outros corpos se uniram à Igreja do Nazareno:
A Missão Pentecostal. Em 1898, J. O. McClurkan, um evangelista presbiteriano de
Cumberland, liderou na formação da Aliança Pentecostal, em Nashville, de que
resultou a fusão do povo de santidade do Tennessee e estados adjacentes. Este
corpo tinha um acentuado espírito missionário, tendo enviado pastores e professores
a Cuba, Guatemala, México e Índia. McClurkan faleceu em 1914. Esse grupo, então
conhecido como Missão Pentecostal, uniu-se à Igreja Pentecostal do Nazareno em
Novembro de 1915.
Igreja Pentecostal da Escócia. Em 1906, George Sharpe, da Igreja Congregacional
de Parkhead, Glasgow, foi expulso do seu púlpito por pregar a doutrina wesleyana
da santidade cristã. Oitenta membros que saíram com ele formaram, imediatamente,
a Igreja Pentecostal de Parkhead. Outras congregações foram organizadas e, em
1909, formou-se a Igreja Pentecostal da Escócia. Este corpo uniu-se à Igreja
Pentecostal do Nazareno em Novembro de 1915.
Associação de Leigos de Santidade. A Associação de Leigos de Santidade foi
formada sob S. A. Danford, em 1917, em Jamestown, Dakota do Norte, para servir a
causa do avivamento da santidade wesleyana nas Dakotas, Minnesota e Montana.
Este grupo tinha um periódico intitulado O Leigo de Santidade.
J. G. Morrison foi eleito presidente em 1919 e liderou uma organização que
contava mais de 25 outros evangelistas e obreiros. Em 1922, Morrison, com a maior
parte dos obreiros e mais de 1.000 membros, uniu-se à Igreja do Nazareno.
Associação de Fé Missionária Hephzibah. Este corpo missionário, centralizado em
Tabor, Iowa, organizado em 1893 por Elder George Weavers, enviou
subsequentemente mais de 80 obreiros a mais de meia dúzia de países. Por volta de
1950, o trabalho em Tabor, a missão Sul Africana e outras partes da organização se
uniram à Igreja do Nazareno.
Missão Internacional de Santidade. David Thomas, homem de negócios e
pregador leigo, fundou a Missão de Santidade, em Londres, no ano de 1907. Sob a
liderança de David Jones, desenvolveu-se extensivo trabalho missionário na parte
Sul da África, tendo recebido a igreja um novo nome em 1917: Missão
Internacional de Santidade. Uniu-se à Igreja do Nazareno a 29 de Outubro de
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1952, com 28 igrejas e mais de 1.000 membros na Inglaterra sob a
superintendência de J. B. Maclagan, bem como um trabalho liderado por 36
missionários na África.
Igreja de Santidade do Calvário. Em 1934, Maynard James e Jack Ford, que
dirigiam o esforço evangelístico itinerante (ou “trekking”) na Missão Internacional
de Santidade, formaram a Igreja de Santidade do Calvário. A 11 de Junho de 1955,
efetuou-se a união com a Igreja do Nazareno, trazendo à denominação cerca de 22
igrejas e mais de 600 membros. A adição da Missão Internacional de Santidade e
da Igreja de Santidade do Calvário consumou-se, em grande parte, graças à visão
e aos esforços do superintendente distrital George Frame.
Igreja de Obreiros do Evangelho do Canadá. Organizada em Ontário por Frank
Goff, em 1918, esta igreja surgiu dum grupo anterior chamado Obreiros de
Santidade. Uniu-se à Igreja do Nazareno, a 7 de Setembro de 1958, adicionando
cinco igrejas e cerca de 200 membros ao Distrito Central Canadiano.
Igreja do Nazareno (Nigéria). Nos anos de 1940 organizou-se na Nigéria, sob
liderança indígena, uma igreja wesleyana de santidade. Adotou o nome de Igreja do
Nazareno, derivando em parte as suas crenças doutrinais e o próprio nome dum
Manual da Igreja do Nazareno Internacional. Sob a liderança de Jeremiah U.
Ekaidem, uniu-se a esta a 3 de Abril de 1988. Formou-se um novo distrito com 39
igrejas e 6.500 membros.
TAREFA
Ao completar estes tópicos, baseado nos itens B e C, responda às
seguintes questões:
1- Explique estes elementos chaves da Identidade Cristã da Igreja do
Nazareno:
• É uma Igreja Cristã
• É uma Igreja Protestante
• É portadora de uma herança Wesleyana
• É uma igreja de santidade
2- Enumere algumas características do movimento de avivamento Wesleyano
3- Quanto à teologia, cite 3 bases do movimento(avivamento Wesleyano )
4- Conta a história que o “Movimento de Santidade”, nos Estados
Unidos,começou pelo Leste. Cite pelo menos 8 nomes de líderes
metodistas e de outras denominações, envolvidos no movimento.
5- Observamos que o Movimento de Santidade, para a sua divulgação,
utilizou-se bastante das Reuniões em série, dos acampamentos, da
literatura e da formação de sociedades para a busca da santidade. Cite
alguns periódicos e algumas sociedades fundados na época para esse fim.
6- Cite algumas igrejas conhecidas como “Igrejas de Santidade” e de tradição
Wesleyana que se formaram nesta época, nos EUA.
7- No final do século XIX, vimos o nascimento das igrejas independentes e a
organização destas igrejas em “Associações”. Liste as principais
associações e igrejas criadas pelos grupos de santidade.
10
8- Com referência à Ordenação Feminina, qual a tendência nestes grupos?
Cite Exemplos.
9- Conte como se deu a formação da igreja do Nazareno em Outubro de 1895.
10- Em Outubro de 1908 completou-se um processo de fusão de Associações
de Igrejas iniciado em 1907. Descreva os seguintes pontos:
•
•
Quais igrejas se uniram ?
O que deliberaram sobre o governo da igreja e os limites da
superintendência?
11- Relacione os novos adicionamentos à Igreja Pentecostal do Nazareno após
1908.
12 – Fale sobre os distintivos ministeriais que cedo se evidenciaram na
história da igreja do Nazareno.
UM POUCO MAIS DE HISTÓRIA
Leia mais sobre os diferentes movimentos que formaram a Igreja do
Nazareno nos Estados Unidos e As raízes da igreja no Leste americano.
Ver apêndice 2.
11
D ) Reforma Protestante – Século XVI
1. Precursores da Reforma:
João Wycliffe- 1328-1384 – Estudou e ensinou na Universidade de Oxford.
Queria reformar a Igreja através da eliminação do clero imoral. Ele achava que
os padres, bispos e papas não tinham direito às riquezas que possuíam e que
se despojassem-se delas conseguiríam vencer a corrupção. Pregava que a
Bíblia deveria ditar a conduta do fiel e não a Igreja e que esta deveria
remodelar-se tendo como base a Igreja do Novo Testamento. Questionou a
autoridade da hierarquia eclesiástica e a doutrina a respeito da Eucaristía da
Igreja. Em 1382 traduziu o Novo Testamento para o Inglês. A sua vida deu
uma grande colaboração para a futura reforma na Inglaterra.
João Huss - 1373 – 1415 – Estudantes da Boemia iam estudar em Oxford e
eram influenciados pelas idéias de Wyclif, João Huss que era Reitor da
Universidade de Praga, leu as idéias de Wyclif concordou com elas e começou
a pregá-las. Sua idéia era livrar a Boemia do controle do Santo Império
Romano e reformar a sua Igreja. Não conseguiu, foi considerado herético e
condenado à morte na fogueira. Ao morrer disse: “Podem matar o ganso
(huss), mas daqui cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão
queimar”.
Jerônimo Savanarola – 1422- 1498 – Depois de se tornar monge em 1474,
passou a pregar contra a imoralidade, injustiça e corrupção da Igreja, enquanto
clamava e trabalhava para reformar a Igreja em Florença, por pregar
particularmente contra a vida desregrada do Papa, foi condenado à forca.
Úlrico Zwínglio – 1484- 1531 – Reformador da cidade de Zurique. Foi
profundamente influenciado pelo humanismo. Tomou a Bíblia como base e
fundamento para o movimento de reforma da igreja.
William Tyndale – 1494-1536 – Nascido na Inglaterra.Graduou-se em Oxford,
no ano de 1515.Estudou as Escrituras na linguas originais. A Igreja Católica
proibia severamente qualquer pessoa leiga ler a Bíblia. Até mesmo se uma
criança recitasse a oração do “Pai Nosso” em Inglês, toda a sua família seria
condenada à fogueira. Na Alemanha, Tyndale concluiu a tradução do Novo
Testamento para o Inglês. Produziu 15 mil cópias e as contrabandeou para a
Inglaterra nos anos de 1515 a 1530. Moveram grande perseguição a Tyndale e
em maio de 1535, foi preso e levado a um castelo perto de Bruxelas, na
Bélgica. Posteriormente foi condenado à morte por ter colocado a Bíblia nas
mãos do povo.
No dia 6 de Outubro de 1536 foi estrangulado e queimado em público.
Suas últimas palavras foram: “Senhor, abre os olhos do rei da Inglaterra.”
O rei Tiago, da Inglaterra, após a sua conversão à doutrina protestante,
financiou a publicação da Bíblia traduzida por William Tyndale, a bem
conhecida versão King James.
Martinho Lutero – O grande Reformador (1483-1546) nasceu na Alemanha e
era filho de camponeses pobres. O pai trabalhava nas minas de cobre e a mãe
12
cuidava da casa e dos 7 filhos, carregando lenha da floresta para cozinhar e
ainda achava tempo para ensinar os filhos. Desde menino aprendeu os dez
mandamentos de cor, o Pai nosso e a respeitar a Igreja. A base da sua fé era a
figura de um Deus vingativo, esperando a falha e não o acerto. Aos trezes anos
foi estudar na escola Franciscana de Magdeburgo mas, para manter-se tinha
que esmolar, e para manter-se tranquilo com a sua consciência confessava
continuadamente e pagava todas as penitências, impostas pelos padres. Uma
Senhora chamada Ursula que o via esmolar resolveu acolhê-lo em casa e
assumir os seus estudos. O Jovem Lutero desenvolvia-se cada vez mais.
Aos 18 anos ele ansiava estudar em uma universidade, o Pai que já
estava em melhores condições financeiras, enviou-o ao centro intelectual do
pais, Erfurt. Lá destacou-se por seu afinco pelos estudos e no 3º semestre
obteve o grau de bacharel em filosofia e com a idade de 21 anos já era doutor
em Filosofia. Ele orava muito, e sentia muito prazer nisto. Sua alma suspirava
por Deus e pelo Seu conhecimento. Foram vários os incidentes que o
tornaram, não um advogado como o pai queria, mas um religioso: Na Biblioteca
da Faculdade encontrou uma Bíblia completa escrita em latim; uma
enfermidade que o fragilizara bastante; quando voltava para sua casa, numa
ocasião, foi ferido por uma espada e quase morreu; além do assassinato de
um colega da universidade. O que mais o abalou no entanto, foi quando teve
que enfrentar uma tempestade. Então fez uma promessa de que se Santa Ana
o salvasse, se tornaria um monge. Tornou-se um monge agostiniano. Um dia
no convento encontrou uma velha Bíblia em Latim presa a uma cadeira. Leu-a
durante semanas e ficou enbevecido pelas verdades que descobriu. Mais tarde
o Vigário Geral da Ordem agostiniana, ofereceu-lhe uma Bíblia. Na leitura dela
achou consolo mas não a paz, continuou a orar, jejuar e se penitenciar por
causa dos seus pecados. Tornou-se padre e ao completar 25 anos professor
de Filosofia em Wittemberg. No meio de suas atividades, ele obteve o
doutorado em Bíblia e um pouco mais tarde em Teologia.
A partir do seu estudo constante da Biblia, descobriu que aquele Deus
vingativo que lhe apresentaram era um Deus justo que planejou salvar a todos.
Testemunhando a sua transformação ele disse: “ Desejando ardentemente
compreender as palavras de Paulo comecei o estudo da carta aso Romanos.
Porém logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se revela no
Evangelho. Eu detestava as palavras – justiça de Deus.... porque a justiça de
Deus que eu conhecia, era a ação de um Deus Santo que o leva a castigar os
pecadores...” No entanto depois de meditar sobre esse ponto durante muitos
dias e noites, Deus na sua graça me mostrou a Palavras: O Justo viverá pela
fé. Vi então que a justiça de Deus, nesta passagem é a justiça que o homem
piedoso recebe de Deus pela fé, como dádiva.” A partir daí Lutero passou a
pregar a verdadeira religião – não um sistema de doutrinas mas, como uma
nova vida em Cristo. Sua fama de pregador espalhou-se, deixou de trabalhar
para a Igreja Romana mas para a Igreja dos Salvos.
Em Outubro de 1517 fixou as suas 95 teses cujo teor é que Cristo requer
arrependimento e tristeza pelo pecado e não penitência. Apesar de não ter sido
feito como um ataque, este ato tornou-se o pivô da Reforma. Em agosto de
1518 ele foi chamado a Roma, seus amigos não permitiram ainda assim teve
que ir a Augsburg e a ordem do Papa era que ele se retratasse das heresias,
que segundo eles, vinha pregando, não retratou-se e para não morrer lá
mesmo teve que fugir. Tornou-se muito celebre pelo que pregava e escrevia,
13
mas foi excomungado através de uma bula do Papa Leão X. Lutero queimou a
bula e continuou pregando e fazendo a reforma.
Aos sessenta e dois anos, escondido no Castelo de Wartburgo, sempre
esperava que o Papa cumprisse a promessa de queimá-lo vivo, mas Deus não
quis e levou para junto de Si por meio de um ataque de coração.
João Calvino – 1509-1564 - Grande reformador da cidade de Genebra. Seu
movimento se espalhou pelo mundo todo, através das igrejas reformadas e
presbiterianas. Sua Obra mais famosa foi “A Intituição da Religião Cristã”, ou
“As Institutas”, como é conhecida, cuja primeira edição parcial foi em 1536.
OUTROS – Há outros nomes de menor expressão, mas com decisiva
participação no movimento de reforma, como: Guilherme Farel ( 1489-1565);
João Ecolampádio ( 1482-1531) ; Martinho Bucer ( 1491-1551); Teodoro Beza (
1519 – 1605) ; Henrique Bullinger ( 1504-1575).
2. Definição
Movimento liderado por Martinho Lutero que teve como propósito, restaurar a
Igreja fazendo-a retornar ao verdadeiro Cristianismo Primitivo.
3. Causas da Reforma
•
•
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•
•
•
•
•
Centralização do poder,
corrupção e imoralidade do clero,
opressão fomentada pela igreja através da Inquisição,
venda de indulgências como condição para resgatar a alma do
purgatório,
falta de uma pregação baseada no evangelho simples de Jesus,
falta de conversões genuínas que geravam uma vida dúplice,
falta de certeza da salvação que levava aos recursos beatice,
penitências e idolatria
Causas Políticas - A Igreja Católica impedia o pleno desenvolvimento
dos emergentes estados nacionais. Exercia grande poder de punição,
castigo e repressão. O questionamento que os reformadores fizeram ao
sistema imperialista católico e a adoção das premissas reformadas pelos
Estados nascentes, fizeram com que a Reforma passasse a ser
considerada como um dos elementos desencadeadores de movimentos
como o racionalismo e o iluminismo. Fazem parte também desse
processo os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, defendidos
pela Revolução Francesa. Todos esses movimentos foram capitaneados
pela classe social em ascensão, a burguesia. A pregação reformada foi,
sem dúvida, uma das principais alavancas das Monarquias absolutistas,
que estavam em emergência na Europa, sobretudo ao tratar a relação
Igreja/Estado. Definindo a igreja como uma “Congregação de Fiéis”,
apenas, sem o exercício do poder, a Reforma, automaticamente
fortaleceu as bases dos reis e magistrados.
4. A Proposta dos Reformadores
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•
•
•
•
Que se voltasse a pregar: Salvação pela graça mediante a fé
Que os crentes soubessem que podem entrar no “Santo dos Santos”
Que a Bíblia era a única Regra de Fé e Pratica
Que houvesse uma separação entre a Igreja e o Estado
•
•
Tornar a Igreja na verdadeira Igreja que Jesus deixou
Purificar a Igreja tornando-a protestante
E) Anglicanismo – Séculos XVI – XVII
E impossível de dizer quando o cristianismo chegou na Inglaterra. Há
evidência de que os bispos ingleses participaram no Concilio de Arles( AD.
314), e de Ariminium (359), de que ,naquele época, existia uma Igreja
organizada.
O nome da Igreja que existia antes de chegada de Santo Agostinho, de
Roma,
( 596-7) , é IGREJA CELTA. Sua fundação na Inglaterra é considerada no
Século II ou III, pelos missionários de Roma ou Gauleses. E com a chegada
de S. Agostinho, a Igreja Celta foi obrigado a submeter a Roma no Sínodo
Whitby
( 664). Mas algumas Igrejas Celtas permaneceram independentes por
muitos anos.
No século XI, o Rei William , da Normandia, conquistou a Inglaterra sob a
benção de Papa Gregório VII. E exatamente, nesta época , na Europa,
começou o conflito entre o poder civil e o poder eclesiástico. Especialmente
o problema de investidura dos bispos , de imposto eclesiástico e de posse
da terra da Igreja, e de imposto para Igreja.
a supremacia do papado foi estabelecida na Inglaterra há cerca de 400 anos
antes da Reforma Religiosa. Ninguém duvidava da supremacia do Papa diante
de Rei na Inglaterra. Portanto a Reforma Religiosa na Inglaterra pode ser
interpretada como a recuperação da supremacia do rei diante do papado,
separando não somente religiosamente, mas também , política, jurídica, e
economicamente de Roma.
2.
A Reforma Inglesa -- deu-se de forma diferenciada
das demais na Europa. O rei Henrique VIII queria
divorciar-se de sua esposa que só lhe dera filhas. A
Igreja católica romana, oficial também na Inglaterra era
15
contrária ao divórcio. Ele rompeu com ela e nomeou
Primaz em toda a Inglaterra o Teológo Thomas
Cranmer da Universidade de Cambridge que se
tornou-se arcebispo de Cantuária. Ele aprovou o
divórcio e o novo casamento do rei. Em 1534 o rei
declarou-se chefe da Igreja católica Inglesa. Durante
todo o seu reinado, a igreja na Inglaterra era católica
na doutrina ,mas independente de Roma.
. A oficialização do rompimento entre Henrique VIII e o papado deu-se quando
o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, em 1534, colocou a Igreja sob
a autoridade real: nascia a igreja anglicana.
Pelo Ato dos Seis Artigos, assinado em 1539, Henrique VIII mantinha todos os
dogmas católicos, exceto o da autoridade papal. Esta dubiedade foi atacada tanto por
protestantes como por católicos: os protestantes reprovavam a fidelidade aos dogmas
católicos, e os católicos reprovavam o cisma.
Henrique VIII Morreu em 1547 e foi substituído pelo seu filho Eduardo VI de
apenas 9 anos de idade. Neste período a Inglaterra foi influenciada por
protestantes vindos da Europa e quase tornou-se protestante sob a liderança
de Cranmer.
Em 1553 morre o pequeno rei e assume a sua irmã Maria, uma católica
fanática que foi chamada de “A sanguinária”. Reinou cinco anos e retomou o
catolicismo romano, mandou queimar a Cranmer e mais de trezentos clérigos
e teólogos protestantes.
A “Sanguinária” morreu em 1558 e sua meia-irmã Elizabete I reinou em
seu lugar até 1603. Apesar de protestante não apreciava de todo a teologia e o
governo reformados. Seu desejo era estabelecer em seu pais uma igreja de
meio termo. Isto é uma teologia moderadamente protestante e um governo e
liturgia moderadamente católicas. Tendo conseguido isto, os reformadores
europeus a consideravam católica demais e Roma a considerava protestante
demais. Sua mensagem principal e que identificava com a reforma é que
pregava a salvação pela graça. Elizabete conseguiu manter a Igreja unida
enquanto a Igreja Alta (formada pelos que queriam a volta do catolicismo –
ritualistas) e a Igreja Baixa (formada pelos herdeiros da doutrina de Cranmer
queria o protestantismo – evangelicais) viviam divididas entre si.
Neste primeiro século de Reforma Protestante , tres principais grupos
ocupam o cenário: Os Anglicanos, os Luteranos e os Reformados ( Calvinistas)
A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil centraliza sua missão em 5 pontos:
1- Proclamar as Boas Novas do Evangelho
2- Batizar, ensinar e nutrir pastoralmente os fiéis
3- Servir com amor aos necessitados
4- Lutar pela transformação das estruturas sociais injustas
5- Zelar pela integridade da vida em todas as suas manifestações
Site da Igreja no Brasil: www.ieab.org.br
16
Wesley Retifica o Anglicanismo
O sucesso do Metodismo como uma sociedade religiosa dentro da igreja da
Inglaterra , encorajou seu senso de liberdade para retificar costumes
anglicanos, sem rejeitar a herança anglicana. Eis as mudanças:
Contra a confiança na igreja, como ministrante dos meios da graça,
Wesley contrapôs com a doutrina da Justificação pela fé, apenas. Era o
resgate de uma verdade antiga e que soava como nova.
Com respeito à tradição anglicana da regeneração batismal, ele
acrescentou a conversão - “Novo Nascimento”- , como requisito evangélico.
Quanto às restrições impostas pelo “livro comum de Orações”, Wesley
acrescentou a pregação no campo e fora dos templos, a oração de improviso, a
itinerância, as classes de encontro com suas 3 divisões: Classes, grupos e
sociedades seletas.
Quanto à tradição da aliança “natural” entre Igreja e Estado, ele
contrapôs com o conceito de igreja, como uma associação voluntária.
F) Puritanismo
A HISTÓRIA DO MOVIMENTO PURITANO E SUAS ÊNFASES PRINCIPAIS
O Puritanismo é o movimento de Reforma na Igreja da Inglaterra,
enquanto na Alemanha, o movimento de Reforma na Igreja Luterana se dá
através dos Pietistas ( 1600-1760). Puritanos queriam que a Inglaterra
seguisse o exemplo da reforma da Escócia liderada por J.Knox. Cada vez mais
pediam a abolição do livro de oração comum ,dos bispos, do sacerdócio e da
sucessão apostólica, bem como do culto exageradamente litúrgico. Por
quererem purificar a Igreja Anglicana com a remoção dos elementos católicos
remanescentes, ficaram conhecidos como puritanos. Os que seguiam a
teologia ritualista da igreja alta, foram chamados anglicanos.
O que nos dá a chave para compreender o Movimento Puritano é a
concepção de Avivamento. Portanto, citamos um profundo conhecedor de História da
Igreja que ensinou na Universidade de Princeton, Professor Latoretti. No final da
segunda guerra mundial, ele escreveu um pequeno livro, mas de grande valor, sobre a
História da Igreja, cujo nome é “A Luz Inextinguível”. Em menos de cem páginas ele
conseguiu resumir de forma clara o movimento e a obra de Deus na história. Vejam o
que ele disse:
“A influência de Jesus tem crescido com o passar dos anos e nunca foi tão
poderosa como nos últimos 125 anos. A influência de Cristo pode se comparar ao
avanço das marés. A maré se projeta e cresce através da vinda sucessiva de
ondas. À medida que uma nova onda chega, ela eleva o nível da água um pouco
17
mais acima. Semelhantemente, à medida que aquela onda recua, há uma
recessão. A próxima onda coloca o nível da água em um nível acima da onda
anterior. Portanto, desta forma, cada um dos períodos de recuo, quando as ondas
retornam, é menos notado do que na vez anterior.”
Em outras palavras, o que o Prof. Latoretti está dizendo é o seguinte: O
Cristianismo se move e progride em termos de avivamento, como estas ondas,
seguidas de períodos de recessão, de retraimento. Avivamento, recessão, avivamento.
Mas cada novo avivamento nos leva além da posição anterior, nos dá mais luz do que
o anterior; ao mesmo tempo em que esses períodos de recessão e esfriamento que se
seguem, nunca são tão profundos como nos períodos de retração anteriores.
Tem havido vários avivamentos e períodos de retração na história da Igreja,
mas o nosso assunto começa aqui com a grande Reforma Protestante no século XVI.
Poderíamos dizer muita coisa a respeito da Reforma da perspectiva política, social e
militar. Todas elas são importantes, mas ninguém poderá compreender o que foi
realmente a Reforma até que se conscientize de que ela nada mais foi do que um
“derramar do Espírito Santo” sobre o povo da Europa. A Igreja Católica medieval, no
último período da Idade Média, estava profundamente corrompida. O Evangelho havia
sido obscurecido pela filosofia tomista (Tomás de Aquino) e também por uma série de
acréscimos humanos na vida da Igreja. Havia muita depressão e confusão, além de
imoralidade em toda a Europa. O povo havia se tornado céptico, incrédulo; e esta é
uma das razões em que a Renascença encontrou apoio.
Foi um período muito difícil, exatamente como o nosso hoje. Nessa época, um
simples monge desconhecido redescobriu a verdade de que somos justificados pela
graça e que não somos salvos por nossas obras mescladas com os sacramentos da
Igreja, mas que o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo pecado; e
que o crente no Senhor Jesus pode chegar a conhecê-Lo sem a mediação da Igreja.
Lutero redescobriu que o cristianismo é na realidade uma experiência direta da alma
com o Senhor Jesus agora, e que na ressurreição futura, o corpo terá esta
experiência. Nós temos a impressão de que com a Reforma a alma da Europa foi
libertada. Houve uma explosão de louvor, de hinos sendo escritos e grande alegria,
como uma experiência direta da alma com o Senhor Jesus. Houve também uma
purificação da vida moral e a família foi fortalecida; houve avanços na medicina e em
outras áreas do conhecimento científico.
O mundo nunca mais foi o mesmo após este grande avivamento que bem
conhecemos como a Reforma. Mas, na realidade, não foi um movimento perfeito; e
especialmente na Inglaterra havia uma preocupação por parte dos crentes de que a
Reforma não houvesse se estendido o suficiente. Os Reis da Inglaterra tinham
controle sobre a Igreja e podiam tolerar que houvesse uma reforma dentro dela, mas
não queriam permitir a reforma de coisas vindas do Catolicismo, e que já estavam
estabelecidas. O receio deles era que se a Igreja se reformasse totalmente, na
Inglaterra e na Escócia, eles perderiam o poder.
É neste cenário que os Puritanos aparecem. Depois da Reforma, na Inglaterra
e na Escócia seguiu-se um período de recessão e esfriamento. Para usar uma figura
do Prof. Latoretti, durante a Reforma veio aquela grande onda espiritual que depois foi
seguida por uma baixa no fervor do povo. Havia um grande grupo na Inglaterra e na
Escócia que tinha um desejo profundo de ver uma reforma completa na vida da Igreja.
Essa vontade era controlada por aquilo que conhecemos como o princípio regulador
do movimento Puritano. A idéia é esta: Tudo no culto deve ser regulado e controlado
pela Palavra de Deus escrita. Para esse grupo, aqueles acréscimos humanos ao culto,
18
que não podiam ser demonstrados nem apoiados pela Escritura, deviam ser tirados.
Esse grupo não queria que se permitisse o acréscimo cada vez maior de tradições
humanas no culto, pois isso quebraria o segundo mandamento, obscureceria a
clareza do Evangelho e impediria que o poder de Deus viesse sobre a Igreja. Por
causa desse desejo, esses crentes fervorosos na Igreja, na Inglaterra e na Escócia,
vieram a ser chamados e conhecidos como Os Puritanos. A palavra vem do inglês e
significa purificar.
Em primeiro lugar, eles queriam purificar a Igreja de Deus, especialmente o culto,
através da Palavra de Deus escrita. Mas não pararam aí, estavam interessados em
purificar também, em segundo lugar, o governo da Igreja e depois a vida da família,
o comércio, e os negócios. Daí passavam para o governo civil; queriam purificar a
forma do governo dirigir a nação. Eles queriam reformar as escolas e as
universidades à luz da Palavra de Deus. Por isso começaram a orar e a pregar para
que toda a terra, em todos os aspectos do país, fosse reformada pela Palavra.
Geralmente é aceito pelos historiadores que o Movimento Puritano começou no fim de
1550 e se estendeu até o século seguinte, no ano de 1600. Mas há quem diga (Prof.
Sidney da Universidade de Yale) que o período puritano se estendeu nos E.E.U.U.
além dessa data, até à eleição de John Kennedy, em 1960. Os Puritanos amavam a
Palavra de Deus, traziam cadernos de anotações para os cultos, ansiavam pelo poder
do Espírito Santo, ensinavam que o crente podia experimentar uma segunda benção
ou seja; uma plenitude do Espírito, mesmo depois de salvo. No século XVII, o teólogo
puritano Thomas Goodwin chamou esta segunda operação de “Amor seletivo de
Deus” introduzido na alma, defendendo que era algo diferente, distinto da conversão.
A bênção maior de Deus em tudo isso foi a seguinte: À medida que os
Puritanos tinham esse desejo profundo de Reformar, em todos os aspectos, a
Inglaterra e a Escócia, havia uma quantidade enorme de jejuns e orações para que o
Espírito de Deus viesse sobre aquela terra. Os Puritanos, juntamente com Calvino,
mantinham juntos estes dois conceitos: A palavra de Deus e o Espírito Santo. Então,
à medida que eles pregavam a Palavra de Deus, também oravam para que o Espírito
viesse satisfazer a fome dos que a ouviam. Eles sabiam que a Palavra sem o Espírito
seria morta, sem vida; e que o Espírito sem a Palavra poderia tornar-se em confusão
e desordem; mas sabiam também que a Palavra de Deus juntamente com o Espírito
traz a vitória, a vida e a reforma. Assim, ao mesmo tempo que oravam por
despertamento, também estavam fazendo o que podiam através da pregação, da
literatura e da mudança do governo. À medida que eles estavam engajados nessas
atividades, percebia-se que estava chegando sobre toda a terra uma fome da Palavra
de Deus.
O governo Inglês começou a perseguir os Puritanos porque temia que eles
acabariam por dar à Igreja um poder político muito grande. Mesmo que os Puritanos
estivessem sendo perseguidos, a sua influência entretanto estava se espalhando pelo
país. Não há dúvida alguma de que era o Espírito Santo que estava predispondo os
corações e dando a todos a fome de ouvir a pregação Puritana. Milhares e milhares
de pessoas, tanto da Escócia como da Inglaterra, se congregavam para ouvir a
pregação dos Puritanos. Depois de trinta anos de pregação, desde o início do
movimento, a mensagem dos Puritanos começou a produzir mudanças. Os primeiros
pregadores Puritanos, durante os primeiros trinta anos do movimento, não viram
resultado da sua pregação. Eles pregavam o máximo que podiam, oravam muito,
trabalhavam e escreviam livros maravilhosos e conseguiram até mesmo colocar
excelentes professores nas universidades de Cambridge e Oxford. Mas durante vinte
ou trinta anos receberam muito pouco apoio ou resposta. De repente, no final do
século XVI e início do século XVII, ocorreu uma tremenda resposta do povo à
pregação e propostas dos Puritanos.
19
Tudo isso nos ensina que
não devemos perder a paciência e ficar
desencorajados se não temos resultados à primeira vista. Deus pode estar nos
usando para preparar uma tremenda bênção que a geração seguinte irá desfrutar. E
mesmo que não vivamos o suficiente para ver essa bênção, nos alegraremos juntos
no grande dia da colheita, no último dia. O que importa é que o Senhor Jesus vai
receber a glória e será coroado com mil coroas naquele grande dia. O calendário de
Deus não funciona segundo os nossos desejos.
Não queremos entrar em detalhes no conflito político entre os Puritanos e o
governo. Apenas mencionaremos que o Rei Carlos I odiava os Puritanos. Ele era
secretamente um católico romano, mesmo sendo considerado o cabeça da Igreja da
Inglaterra. Ele elegeu então o Arcebispo de Cantuária, Arcebispo Laud, que era uma
pessoa tremendamente preconceituosa contra os Puritanos. Com a autoridade dada
pelo estado e pelo Rei, Laud começou a perseguir os Puritanos onde quer que
pudesse. Foi por esta época que os pais peregrinos cruzaram o oceano e vieram da
Europa para a América do Norte. Dessa forma os primeiros peregrinos colonizadores
da América do Norte foram aqueles Puritanos perseguidos na Inglaterra.
Durante muitos anos o Rei Carlos I governou de forma irregular, sem nenhuma
reunião do Parlamento. Subitamente, ele se viu diante da possibilidade de uma guerra
com a Escócia. Isso fez com que
convocasse o Parlamento para conseguir os
recursos necessários para sair à guerra. Ele convocou o que se chamou de Breve
Parlamento. Com surpresa e horror constatou que aquele Parlamento, na grande
maioria, era composto de homens favoráveis aos Puritanos. Imediatamente dissolveu
o Parlamento, antes que tomassem qualquer decisão e começassem a reformar o
país. Mas o problema continuava: não havia dinheiro no tesouro real. Enquanto isso,
em Edimburgo, o Rei começara uma “guerra litúrgica” contra a Escócia, que já tinha
purificado o culto de todos os acréscimos humanos. Os escoceses estavam furiosos
com a possibilidade de que qualquer tipo de catolicismo fosse introduzido outra vez no
culto, pois a Igreja da Escócia era muito mais reformada do que a Igreja da Inglaterra.
Então, o Rei resolveu mandar as suas tropas e obrigar a Igreja da Escócia a seguir o
Livro Comum de Oração que era usado na Igreja da Inglaterra. Naquele tempo, o Rei
era monarca da Inglaterra e da Escócia. Os escoceses tinham chegado à conclusão
de que o livro de orações tinha muita coisa remanescente do catolicismo em termos
humanos, por isso o haviam abandonado. O Rei então enviou uma alta autoridade
eclesiástica para a Catedral principal da Escócia e durante o culto ele começou a ler o
livro de orações. Mas o povo da Escócia estava muito bem preparado para agir.
Naqueles dias não havia bancos confortáveis nas catedrais como temos hoje. Todos
traziam banquinhos que eram usados na ordenha das vacas. Uma fonte diz que, no
decorrer do culto, uma moça simplesmente pegou o banquinho de três pernas e o
jogou na cara do bispo. De repente a catedral se encheu de banquinhos de três
pernas voando de um lado para outro, e aqueles que eram da Igreja da Inglaterra
começaram a correr para salvar a pele.
A Escócia se organizou em um grande exército para atacar a Inglaterra.
Finalmente, o Rei Carlos I conscientizou-se de que devia convocar o Parlamento,
mesmo que fosse Puritano. Este se tornou o que se chama o Grande Parlamento, que
se reuniu por 12 anos sem qualquer interrupção, (1640-1652), até que foi finalmente
dissolvido por Cromwell. Embora houvesse muitos partidos dentro deste Parlamento, a
grande maioria era a favor dos Puritanos. Eles eram também contra o catolicismo e
contra o poder absoluto do monarca; não eram contra a monarquia em si, mas contra
a monarquia tirânica. Este Parlamento estava decidido a reformar a vida da Igreja
através de leis e reformar a própria lei. Foi este Parlamento que convocou a Grande
Assembléia de Westminster, que começou a reunir-se há 350 anos, em 16 de
setembro de 1643. (Em1993, comemorou-se a data na Inglaterra com um grande
20
encontro na Capela de Westminster). A Assembléia de Westminster foi uma grande
assembléia, composta de pastores e teólogos de todas as partes das Ilhas Britânicas,
e que escreveram nossos símbolos, debaixo da autoridade da Igreja, ou seja: a
Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo, além
de um livro de regulamento para o culto e uma edição de livros de salmos metrificados
para serem cantados no culto. A lei determinava que esta seria a Confissão de Fé em
toda a Inglaterra. Esta é a confissão de fé vigente nos dias de John Wesley, com
seus 39 artigos.
Vide apêndice 3 – Confissão de Fé de Westminster
G ) Wesleyanismo e Metodismo – Século XVIII
1. Metodismo - Movimento que começou dentro da Igreja Anglicana Um outro movimento de reforma que desenvolveu-se na Inglaterra e nas suas
colônias, quando o Puritanismo perdia sua força foi chamado o Grande
Avivamento de João Wesley. Ele era de uma família Anglicana, perseguida por
sua postura protestante.
Liderado por João Wesley este avivamento não tinha o propósito de fundar
o Metodismo e sim, reformar a teologia da Igreja que pregava somente a
Salvação (1ª obra da graça) João Wesley vivenciou a Santificação e a
perfeição cristã e passou a pregá-la em todos os lugares, nas casas, nas
praças, nas fábricas e minas, por onde quer que fosse, o entusiasmo
pentecostal o acompanhava. Diz-se que ele e seus seguidores promoveram um
grande avivamento que mudou a História da Inglaterra e praticamente a livrou
de uma Revolução tão grande quanto a francesa. Os membros do Clube
Santo
fundado por Carlos Wesley, começaram a ser chamados de
Metodistas por buscarem uma santidade disciplinada.Particiapavam da ceia
uma vez por semana, jejuavam nas quartas e sextas-feiras, oravam fielmente e
passavam três horas reunidos a cada tarde estudando as Escrituras e outros
livros cristãos.
2. Características do Movimento
• Pacifista – livrou a Inglaterra de uma revolução
• Tinha caráter de renovação (restauração) e não
divisão
• Fomentado por leigos (incluindo mulheres)
• Influencia social
• Desenvolveu-se sob o sistema de clubes,
sociedades, reuniões (células caseiras)
• Expansão: Em pouco tempo disseminou-se por toda
Inglaterra, Estados Unidos, Escócia e Irlanda do
Norte.
• Deu origem à Igreja Metodista
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3 – Gênese do Arminianismo Wesleyano
John Wesley nasceu e viveu servindo à Igreja Anglicana.(1703-1784). Em sua
época, os artigos de fé de sua igreja, eram os 39 artigos da Confissão de Fé de
Westminster que continuavam a ser o padrão doutrinário. Esses artigos eram
calvinistas em sua natureza, porém, a interpretação que se fazia deles, era
predominantemente arminiana. Foi uma transição lenta que se iniciou por volta
de 1580 até ao tempo de Wesley. Os teólogos tentavam conciliar a doutrina
calvinista da graça com a das obras, que era adotada pela igreja Católica.
Nos dias de Wesley, estava em voga uma obra escrita pelo bispo
George Bull, denominada “A Harmonia Apostólica “, que logrou êxito na
Inglaterra. Bull procurava harmonizar os sistemas teológicos calvinista e
arminiano:
a) Em um ponto mantèm-se fiel à doutrina calvinista: sustenta a
necessidade da graça divina para que se realize a salvação.
b) Sua interpretação dos sacramentos, confundi-se com a de RomaCatolica, pois lhe concede virtudes. Diz ele: “O batismo purifica de todo
o pecado e capacita a pessoa a dar os primeiros passos na vida cristã.
Pela Santa Ceia, Deus confirma e fortalece e leva à prática do bem. Os
meios são de Deus, mas a iniciativa em buscá-los pertence ao homem.
c) Em outros pontos doutrinários, a visão é arminiana.Ex: A graça ao
alcance de todos, a extensão da obra vicária de Cristo, a responsabilidade do homem por sua própria salvação.
Influência familiar de Wesley: Os pais de Wesley, Suzana e Samuel, foram
pessoas de forte vivência religiosa.Defendiam com ardor convicções
doutrinárias e as passavam aos filhos. Há evidências destas orientações em
cartas enviadas aos filhos. O lar, torna-se uma mini escola teológica.
Por volta do ano de 1725, Wesley decide-se perlo ministério evangélico.
Estudando em Oxford, começou a ler os obras de Jeremias Taylor que lhe
deram idéias mais claras sobre o arminianismo. A questão predestinista o
incomodava. Escreve uma carta à sua mãe e dela indaga sobre o assunto.Diz:
“ Se estivesse decretado infalivelmente desde a eternidade que certa parte da
humanidade se salvaria e ninguém mais, e uma grande maioria nascesse para
a morte eterna, sem mesmo a possibilidade de evitá-la, estaria isto de acordo
com a justiça divina, ou a misericórdia? Será misericórdia a uma criatura a
miseria eterna? Que Deus fosse o autor do pecado e da injustiça [...] É uma
contradição das idéias mais claras que temos da natureza e perfeição divinas.”
A resposta de Susana a João Wesley foi: “Essa doutrina, como mantida pelos
calvinistas rígidos, é muito horripilante, e deve ser odiada, porque diretamente
acusa ao Deus altíssimo de ser o autor do pecado. Penso que você raciocina
bem contra ela, porque é inconsistente com a justiça e a bondade de Deus,
deixar alguém sob a necessidade física ou moral de cometer pecado e então
puní-la poe ele. Deus tem uma eleição, mas é baseada na sua presciência, e
de modo algum derroga (anula) a livre graça ,nem prejudica a liberdade do
homem.”
No entendimento de Susana, a presciência de Deus o habilita a prever o fim de tudo e
de todas as pessoas. Ele provê salvação de uns e condenação de outros, mas não é
ele a causa determinante de uma e de outra situação. Os eleitos são os que se voltam
para Deus e os condenados são todos os que o rejeitam.
22
O casal, Samuel e Susana, repudiavam a doutrina da eleição incondicional.
Acreditavam que Deus por sua presciência sabe de tudo que há de acontecer e
conhece os que aceitarão a Graça, mas de modo algum intervém na liberdade do
homem. Samuel, o pai de Wesley, escreve: “Deus fez o homem reto e agente livre. A
presciência de Deus dirige a livre agência do homem, mas não a anula, salvando-o
quando Ele queira ou não, ou condenando-o injustamente.” ( Oráculo Ateniense I, 58)
Nesse tempo, 1727, Wesley é ordenado diácono e auxilia o velho pai em sua
paróquia. É um tempo de busca por uma vida mais sanata. Lê obras, como: “A Vida de
Deus na Alma do Homem”, de Scougal, e obras de William Law: “A Perfeiçãp Cristã”, e
“Chamado Sério para uma Vida Devota e Santa”.
A busca pela maturidade doutrinária:
Em 1729, Wesley assume o posto de Fellow (tutor) na universidade. Junta-se ao
Clube Santo que o irmão, Carlos, organizou, dando-lhe apoio. Não se descuida de
visitar os presos e os enfermos e de ajudar os necessitados. Fazer o bem era tão
indispensável à fé como ler as Escrituras, praticar jejuns, orar ou utilizar-se dos
sacramentos. Wesley queria receber as bençãos da expiação de Cristo por seus
próprios esforços.
Em 1735, após oferecer-se para ir à América evangelizar os selvícolas da Geórgia,
manifesta o seguinte pensamento: “Meu principal objetivo, nisso, é a esperança de
salvar minha própria alma.” ( Carta de 10/10/1735)
Em 1738, no dia 24 de Maio, na rua Aldersgate, algo importante ocorreu com Wesley.
Seu coração se aquece de forma inusitada; seu pensamento recebe novas luzes, sua
vida se inflama com o poder de Deus. Passou a ter paz e a sentir-se seguro quanto à
salvação. Sua teologia adquire um sabor que antes não possuia. Nesse tempo, John
Wesley, seu irmão Carlos e George Whitifield trabalham juntos.
Wesley mostra um conhecimento mais aprofundado da vida e obra de Armínio após
1770. Em 1778 a Revista Wesleyna passa a denominar-se “The Arminian Magazine” A
Revista Arminiana. Em 1784, Wesley redige os “ 25 artigos para a Nova Igreja
Metodista da América”, que são uma síntese dos “39 artigos” da igreja Anglicana,
livres dos elementos calvinistas.
4- Metodismo e Arminianismo
Metodismo não é simples continuação do arminianismo. Eles se ligam quanto a certos
conceitos, mas estão distanciados quanto ao tempo e contexto histórico. O arminianismo desenvolve-se na Holanda, no século XVII. O Metodismo acontece na Inglaterra,
em meados do século XVIII. Na Holanda reina o calvinismo. Na Inglaterra, o Anglicanismo. Para Armínio, as questões eram fundamentalmente teológicas, e afetavam as
Escrituras. Para Wesley, estava em jogo a sua própria vida espiritual. Após a
experiência de Aldersgate, Wesley reestrutura a sua teologia, estribando-se, sobretudo
no testemunho intimo do Espírito Santo, ao lado de evidências Bíblicas.
O arminianismo, como controvérsia religiosa, fica muito restrito à universidade. O
Metodismo, apoiado nos princípios arminianos, sai para as ruas e praças públicas,
para as fábricas, desce às minas e penetra nos cortiços de miseráveis criaturas
humanas, tudo porque o coração de um homem foi ligeiramente aquecido.
23
Foi o metodismo que propiciou a divulgação do arminianismo. Hoje, este “arminianismo agressivo”, é sem dúvida nenhuma, o maior grupo de crentes no mundo.
5- Os cinco pontos do Arminianismo.
A teologia arminiana defende a vontade livre. Armínio acreditava que a queda do
homem não foi total, e sustentou que, no homem, restou bem suficientemente capaz
de habilitá-lo a querer aceitar a Cristo como salvador. O arminianismo após a morte de
seu fundador foi defendido com muito fervor e os desbravadores o dividarm em cinco
pontos:
1- A vontade do homem é livre para escolher a palabra de Deus ou a palavra
de Satanás. A salvação, portanto, depende da obra de sua fé.
2- A Eleição é condicional está baseado no pré-conhecimento de Deus em
relação àquele que deve crer.
3- A morte de Cristo oferece a Deus a base para salvar a todos os homens, e
não somente alguns em particular.
4- Cada homem deve exercer sua livre vontade para aceitar a Cristo, ainda que
se creia que Deus é onipotente, insiste em que a vontade de Deus, em salvar a todos
os homens, pode ser frustrada, pois o homem pode determinar se quer ser salvo ou
não.
5- Mesmo depois de salva, a pessoa pode perder-se, se não perseverar ou cair
em apostasia. Em havendo arrependimento, há uma nova ação redentora.
6- Púlpito aliado ao quotidiano das ruas
A pregação de Wesley, além de salvacionista, passa pelo viés social. A cidade de
Bristol, na Inglaterra, era um porto marítimo e em rápida expansão. Por volta de 1739,
a população operária estava confinada em casas úmidas, em ruas escuras e estreitas.
Os serviços assistenciais da cidade faliram. As antigas e elegantes igrejas
fracassaram em suprir as necessidades espirituais da população. Começaram a
ocorrer disturbios em protesto contra as precárias condições de vida. A Igreja
Anglicana proibia qualquer pregação fora do templo das igrejas. John Wesley resolveu
pregar aos pobres em grande aflição, uma mensagem de libertação, restauração e
liberdade em Cristo. Reuniu-os em uma elevação, perto da cidade, cerca de 3 mil
pessoas. Wesley começou a lutar por preços justos, por salários com os quais fosse
possível viver, por ambientes saudáveis de trabalho. Questionou os postulados
econômicos da sua época. Foi contra as guerras, a produção e o consumo de bebidas
alcoólicas, contra o trabalho infantil, mas também contra a escravidão de africanos.
Nas praças de Londres, Bristol e Newcastlhe, o evangelho era oferecido ao público em
pregações ao ar livre, para 20 e até 30 mil pessoas. George Whitifield também
pregava com grande eloquência. ( FERREIRA.Franklin.Giganates da Fé.Ed.Vida.SP.2006.p.234)
24
7 – A Inglaterra no Século XIX
John Wesley faleceu em 1791. Deixou um grande exército de líderes que
mantinham o sistema de discipulado nos pequenos grupos funcionado.
Estima-se que por volta do ano 1800, os pequenos grupos metodistas
contavam com 100 mil membros e 10 mil líderes.
O século XIX trará grandes despertamentos na Inglaterra, Escócia, País
de Gales e América do Norte. Nesta época, a igreja começa a sofrer grande
pressão ideológica. Nacionalismo, evolucionismo, materialismo e liberalismo
teológico vão produzir grande devastação. O iluminismo com seu ponto de
vista centrado no homem, considerou a razão humana como juiz supremo de
tudo, rejeitou os milagres , a revelação e as doutrinas sobrenaturais como a
encarnação e a redenção.
Na Inglaterra e América do Norte, Deus levanta grandes e inflamados
pregadores, tais como: Alexander Maclaren ( 1826-1910) ; Joseph Parker
(1830-1902); Charles Haddon Spurgeon ( 1834-1892); John Henry Newman (
1801-1890); Wiliam Wilberforce ( 1759-1833) ; Charles Grandison Finney
(1792-1875) ; Phoebe Palmer ( 1807-1874); Dwight Lyman Moody ( 1837-1899)
H ) Movimento de Santidade – Século XIX
Os três movimentos mais importantes de santidade, neste século, nascem na
Inglaterra e irradiam para a América do Norte. São eles:
Os irmãos de Plymouth – uma cidade da Inglaterra
O Movimento de Oberlim – Ligado a G.Finney- auge em 1836
O Movimento de Keswick – 1874
( ver livros: “Introdução à Teologia” De Willey e Culterson- CNP. pp. 343-349 , “Santidade e Poder”
de A.M.Hills.CNP. Cap.III.pp.63-102. )
1. O Avivamento de Santidade nas Igrejas Metodista (1865-1885)
A guerra civil americana deixou como herança uma terrível crise moral e
espiritual. Alguns pastores metodistas acreditaram que estas poderiam ser
confrontadas com o retorno à fé dos seus fundadores. Sob a liderança de John
C. Mcclintock celebraram o centenário da denominação cujo tema central foi: A
Perfeição Cristã – o tema central da Bíblia. Durante o ano do centenário as
reuniões de oração se multiplicaram e os Palmers continuaram a trabalhar.
Dirigiram muitos acampamentos em Nova Yorque, Michigan e Illinóis. Enquanto
isto o Presidente da União de Pastores Metodistas dirigia uma série de
discussões que deram origem ao Primeiro Acampamento Nacional para a
Promoção da Santidade. Desta reunião originou-se uma Associação.
A Associação Nacional de Encontros de Avivamento para a Promoção da
Santidade Cristã em Vineland, New Jersey. Esta associação reunia-se em
acampamentos a cada ano nos mais variados lugares e, era sempre um
pentecostes. Pouco a pouco a mensagem ia ganhando o coração dos
metodistas. Dois grandes nomes destes acampamentos foram John Inskip e o
25
Bispo Matheu Simpson. E em cada uma dessas reuniões o Espírito Santo
operava a vontade de Deus. Esta associação deu uma dinâmica nacional ao
movimento os que participavam do movimento:
• reuniam-se semanalmente nas Igrejas ou nas casas para buscar a Segunda
bênção,
• Contavam com o apoio de grandes líderes denominacionais existentes,
• Davam muito ênfase ao ministério dos leigos e mulheres
Fundaram associações com o propósito de – 1) espalhar a doutrina, 2)
ensinar a doutrina 3) ter comunhão.
2. Aspectos do Movimento Interdenominacional e Internacional
•
•
•
Foram muitos os participantes do Movimento que não eram metodistas,
esses já exerciam ministérios interdenominacionais, alguns se tornaram
membros fundadores da Igreja do Nazareno.
Todos foram influenciados pelo Movimento de Oberlim.
Alguns desses fundadores são:
William Howard Hoople --- Batista
Edward F. Walker ; William Boardman e J.O. Mc Curkan
-Presbiterianos
Aaron M. Hills, Asa Manhan e George Sharpe(escoceses)
congregacionais
Edgar P. Ellyson e Seth C. Rees eram da Igreja dos Amigos
John W. Goodwin – Cristãos Adventistas
Palmers – Metodistas
Dugan Clark e David B. Updegraff – Quaquer (Luz Interna)
3. Movimento de Santidade na Inglaterra – Movimento de Keswick
Um movimento religioso com tanta influencia nos pregadores
Estadunidenses de avivamento invevitavelmente alcançaria até a Inglaterra.
Movimento de Keswick - Foi um Movimento correspondente ao
Movimento rural Nacional nos Estados Unidos. Em 10 anos Keswick havia se
tornado o maior centro de pregação da doutrina da Santidade. No entanto,
havia uma tônica diferente em suas pregações: Ele enfatizavam o
premilenismo, a cura divina e os dons como evidência da vida de uma pessoa
que havia sido batizada com o Espírito Santo. Para eles, a ação do Espírito
Santo na hora da santificação era centralizada em dar poder (capacitação) e
não para a limpeza da natureza pecaminosa.
4) O Exército da Salvação
O Exército de Salvação foi um Movimento de Santidade que iniciou-se
na Inglaterra na década de 60. Logo depois de 1880 chegou nos EUA e lá
ganhou muita força. Aliou à doutrina da Inteira Santificação com ênfase nos
frutos o traballo social.
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Fundador – Foi William Booth um Metodista que depois de ser
santificado tornou-se um Evangelista de ruas e praças. Organizaram-se em
1878 em um sistema, como exercito, razão do nome. Booth foi o primeiro
General in chef , o líder do Movimento. Um outro nome influente deste grupo
foi Samuel Longan Brengle, autor de um excelente livro de Santidade
chamado: “ Para que todos Sejam santos”.
Conclusão: O Movimento de Santidade nasceu por causa desses
grandes avivamentos da doutrina da Santificação. Prosperou por causa do
empenho dos leigos e mulheres pregadores usados por Deus de forma
poderosíssima e nova. Apesar de ser um movimento que se deu também no
campo, centralizou-se nas cidades. Seus grandes pregadores viviam nas
cidades e no stress delas, fincavam-se as estacas das tendas em que se
realizavam as grandes campanhas e milhares de pessoas ouviam a mensagem
de santidade. É interessante notar que com as mudanças sociais (êxodo rural)
o cristianismo urbano passou por conflitos em relação à santidade. Apesar
disto, o movimento cresceu e produziu algumas denominações Wesleyanas,
dentre as quais, talvez a Igreja do Nazareno seja a maior.
É bom lembrarmos a premissa verdadeira de que um avivamento só é
avivamento quando o despertar espiritual resulta em reforma social. Diz: o
escritor David Mc Kenna em seu livro Liderança Wesleyana: “Um despertar da
igreja sem reforma na cultura não pode ser considerado um grande avivamento
e isso toma toda uma geração ou mais, até que ele resulte em reforma social.
É necessário tempo para a influência moral do avivamento trilhe seu caminho
no coração da cultura para transformar a sociedade.”
Um dos maiores avivamentos que a América experimentou veio do
chamado Movimento de Santidade, isto é, mover de Deus no seio das Igrejas
tradicionais promovendo a vida de santidade. Foi um mover que explodiu onde
quer que pessoas se reunissem em Seu nome.
I) DEFINIÇÕES DAS DOUTRINAS METODISTAS –( Rev.Edson Alves )
Definição geral e legal: "A Igreja Metodista adota os princípios de fé aceitos pelo
Metodismo Universal, os quais tem por fundamento as Sagradas Escrituras do Antigo
e do Novo Testamentos, testemunho escrito da revelação divina, dado por homens
movidos pelo Espírito Santo, as quais contém tudo quanto é necessário para a
salvação e são suficiente regra de fé e prática para os cristãos".
A tradição doutrinária metodista orienta-se pelo Credo Apostólico, pelos 25 Artigos de
Religião do Metodismo Histórico e pelos Sermões de João Wesley e suas Notas sobre
o Novo Testamento. Citamos também como Elementos Básicos da Igreja Metodista os
seguinte documentos: Costumes dos Metodistas (Regras Gerais), Credo Social da
Igreja Metodista, Normas do Ritual, Plano para a Vida e a Missão, Diretrizes para a
Educação, Plano Diretor Missionário e as Pastorais de responsabilidade do Colégio
27
Episcopal. Definição particular e específica - "O metodismo tem suas doutrinas, mas
dá mais ênfase à vida moral e espiritual. O avivamento espiritual, promovido por João
Wesley e seus cooperadores, visava à santidade de vida, à harmonização da vontade
do homem com a vontade de Deus" (História do Metodismo de Paul E. Buyers, pg. 83,
Imprensa Metodista, 1945).
Em essência as doutrinas do Metodismo são as mesmas da Reforma do Século XVI.
Wesley não acrescentou à teologia qualquer idéia nova. Nem inventou nova doutrina.
Sua ação foi em vitalizar as doutrinas da Reforma com o fogo da experiência do
Espírito Santo na sua vida e na dos seus colaboradores. Ele mesmo disse: "As minhas
doutrinas são simplesmente os princípios fundamentais do Cristianismo".
Sua declaração muito familiar, num resumo, declara: "As nossas doutrinas
principais, que encerram todas as demais, são o arrependimento, a fé e a
santificação. A primeira é o vestíbulo da religião; a segunda, a porta; a terceira, a
própria religião".
ORIGEM DAS DOUTRINAS METODISTAS
“A origem das doutrinas Metodistas é o cristianismo puro mediante uma experiência
pessoal do poder de Deus na vida dos crentes”. Essas doutrinas não nasceram, pois,
num meio exclusivamente intelectual, porém, na experiência dos homens. Portanto, o
metodismo não se caracteriza tanto pela sua insistência na conformidade do indivíduo
a um credo, mas em conformar a sua vida à santidade.
- PADRÕES DAS DOUTRINAS METODISTAS
Conforme já foi dito, "o padrão de doutrinas metodistas consiste nos 25 Artigos de
Religião , nos 52 Sermões de Wesley e suas Notas sobre o Novo Testamento e o
Credo Apostólico. Os "Sermões" e as "Notas" são verdadeiros símbolos cristãos.
Neles estão contidos as verdades fundamentais da fé cristã. Em resumo, os
"Sermões" de Wesley apontam:
1 - A universalidade e imparcialidade da graça de Deus em relação ao homem
manifestada nas provisões feitas para a propiciação.
2 - A liberdade da vontade humana e do homem individualmente, probatória da
responsabilidade para com Deus.
3 - A necessidade absoluta, em religião, de santidade no coração e na vida.
4 - A impossibilidade essencial da natureza humana decaída, de alcançar esta
santidade.
5 - A provisão feita para tal necessidade e impossibilidade, assim como para o perdão
dos pecados passados, feita na salvação oferecida por Cristo.
6 - A única condição de Salvação: a fé.
7 - O testemunho consciente do Espírito acerca desta salvação.
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- ALGUMAS DOUTRINAS MAIS ENFATIZADAS NO METODISMO
1 - A redenção universal - "O metodismo ensina que a expiação de Cristo é universal
na sua extensão, isto é, que Jesus experimentou a morte por todos os homens; que
todos os filhos de Adão estão abrangidos no seu sacrifício expiatório; que o valor da
expiação de Cristo consiste na sua divindade; que Deus entregou Jesus Cristo, seu
Filho Unigênito, para padecer a morte de cruz, para a nossa redenção, o qual, pela
oblação de si mesmo, feita uma só vez, realizou um sacrifício, uma oblação e uma
satisfação plena, perfeita e suficiente pelos pecados de todo o mundo", e que era
intuito de Deus assim redimir a humanidade. 1º Timóteo 2.4; Tito 2.11; João 3.16 e
Romanos 8.32.
2 - Justificação pela fé - "Justificação pela fé é o ato judicial e divino que aplica ao
pecador crente em Cristo o benefício da expiação, libertando-o da condenação de
seus pecados, colocando-o no estado de favor e tratando-o como justo". Ser
justificado é ser perdoado e recebido no favor de Deus; porque em tal estado seremos
finalmente salvos". Justificação e perdão significam a mesma coisa. A causa originária
é o amor de Deus; a causa meritória é a expiação de Cristo; e a causa instrumental é
a fé pessoal do crente. Romanos 3.20,24-26, 28; 2 Coríntios 5.18-21; Gálatas 2.16-20;
Efésios 2.4-8,15-16; Tito 3.4-7; Atos 13.38-39; Romanos 3.21-22.
3 - O Arrependimento - o arrependimento pessoal para com Deus e fé no Senhor
Jesus Cristo são os dois elementos básicos do arrependimento. "O arrependimento é
o meio e a fé é a condição da salvação". O coração quebrantado, a tristeza da alma e
o aborrecimento pelo pecado levam a alma a aceitar a Cristo como único Salvador.
Então vem a confissão dos pecados e a reforma da vida. O arrependimento é dever de
todos os homens "porque todos pecaram e necessitam da glória de Deus". O
arrependimento evangélico é chamado "o arrependimento para com Deus", porque ele
consiste em voltar-se do pecado para a santidade; implica um sentimento de ódio ao
pecado e um amor à santidade. As provas de um verdadeiro arrependimento salvador
encerram a consciência e a confissão do pecado; assim como uma profunda tristeza
pelo pecado e a sua renúncia de coração".
4 - Regeneração ou Novo Nascimento Regeneração é o novo nascimento; é obra do
Espírito Santo pela qual experimentamos uma mudança de coração. Os termos pelos
quais este estado se exprime nas Escrituras são: Nascer de novo, ressuscitado com
Cristo e participante da natureza divina ".João 1.12-13; 2 Coríntios 5.17; Colossenses
1.12-15; 1 Pedro 1.22-23.
5 - A possibilidade de apostasia final - é possível para uma pessoa que tenha sido
genuinamente regenerada cair de novo em pecado e perder-se para sempre.
Confirmam esta doutrina as seguintes passagens das Escrituras: Ezequiel 33.12-20;
Hebreus 6.4-8; João 15.1-6; Romanos 11.20-22; Hebreus 3.12-14; 1 Timóteo 1.19-20;
2 Pedro 2.4; 20-22.
6 - Os Sacramentos - O Metodismo reconhece só dois sacramentos: a Ceia do
Senhor e o Batismo. Os metodistas convidam a todos os crentes em plena comunhão
com sua Igreja, seja qual for a denominação evangélica, a comungar com eles e dão
aos seus membros a liberdade de comungar com outras Igrejas evangélicas. Quanto
ao batismo, batizam crianças e adultos e não fazem questão de modo pelo qual
batizam, mas exigem uma experiência da graça de Deus no coração.
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7 - As Escrituras Sagradas - A Bíblia é a fonte de toda a verdade evangélica e a
Igreja Metodista considera as Escrituras Sagradas como a única e suficiente regra de
nossa fé e prática.
- DOUTRINAS CARACTERÍSTICAS DO METODISMO
1 - O Testemunho do Espírito Santo - "Pelo testemunho do Espírito Santo eu quero
falar de uma impressão íntima na alma, pela qual o Espírito de Deus imediata e
diretamente testifica com o meu espírito que sou filho de Deus; que Jesus me amou e
se deu a si mesmo por mim; que todos os meus pecados estão lavados e eu, sim eu,
estou reconciliado com Deus" (João Wesley).
2 - Santificação - "A santificação é a obra da graça de Deus pela qual somos
renovados à imagem de Deus, separados para o seu serviço, capacitados a morrer
para o pecado e a viver para a justiça. A santificação abrange todas as graças de
sabedoria, fé, arrependimento, amor, humildade, zelo, paciência e a prática disso tudo
para com Deus e o homem. A natureza da santificação é a conformidade do coração e
da vida com a lei de Deus.
VOCABULÁRIO
Vestíbulo - Espaço entre a rua e a entrada da casa, edifício etc.
Propiciação - Favor ou ação de Deus para libertar o homem do pecado e da
condenação. Jesus Cristo é a nossa propiciação. Veja 1º João 2.2.
Probatória - "que contém prova"
Expiação - Refere-se ao sofrimento, padecimento e morte do Senhor Jesus Cristo,
para cancelamento de nossa "dívida" ou pecados.
Oblação - Oferecimento, oferta feita a Deus.
Quebrantado - quebrado, moído, partido, humilde.
Apostasia - abandono ou desvio da fé, separação.
Comungar - receber ou tomar em comunhão.
30
J ) Os 16 “ARTIGOS DE FÉ” da Igreja do Nazareno e a declaração de fé
convencionada.
ARTIGOS DE FÉ
I. O Deus Trino
1. Cremos num só Deus infinito, eternamente existente, Soberano do universo; que
somente Ele é Deus, criador e administrador, santo na Sua natureza, atributos e
propósitos; que Ele, como Deus, é trino no Seu ser, revelado como Pai, Filho e
Espírito Santo.
(Gênesis 1; Levítico 19:2; Deuteronômio 6:4-5; Isaías 5:16; 6:1-7; 40:18-31; Mateus 3:16-17; 28:19-20; João 14:627; I Coríntios 8:6; II Coríntios 13:14; Gálatas 4:4-6; Efésios 2:13-18)1
II. Jesus Cristo
2. Cremos em Jesus Cristo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade; que Ele é
eternamente um com o Pai; que encarnou pelo Espírito Santo e nasceu da Virgem Maria e,
assim, duas naturezas perfeitas e completas, isto é, a Divindade e a humanidade, se
uniram em uma Pessoa, verdadeiro Deus e verdadeiro homem — o Deus-homem.
Cremos que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados e que Ele verdadeiramente
ressuscitou dos mortos e tomou de novo o Seu corpo, juntamente com tudo o que
pertence à perfeição da natureza humana, e com isto subiu ao céu, onde Se ocupa em
interceder por nós.
(Mateus 1:20-25; 16:15-16; Lucas 1:26-35; João 1:1-18; Atos 2:22-36; Romanos 8:3, 32-34; Gálatas 4:4-5; Filipenses
2:5-11; Colossenses 1:12-22; I Timóteo 6:14-16; Hebreus 1:1-5; 7:22-28; 9:24-28; I João 1:1-3; 4:2-3, 15)
III. O Espírito Santo
3. Cremos no Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; que Ele está
sempre presente e operando eficientemente dentro da Igreja de Cristo e com ela,
convencendo o mundo do pecado, regenerando aqueles que se arrependem e crêem,
santificando os crentes e guiando em toda a verdade tal como está em Jesus.
(João 7:39; 14:15-18, 26; 16:7-15; Atos 2:33; 15:8-9; Romanos 8:1-27; Gálatas 3:1-14; 4:6; Efésios 3:14-21; I
Tessalonicenses 4:7-8; II Tessalonicenses 2:13; I Pedro 1:2; I João 3:24; 4:13)
IV. As Escrituras Sagradas
4. Cremos na inspiração plena das Escrituras Sagradas, pelas quais entendemos os 66
livros do Antigo e Novo Testamentos, dados por inspiração divina, revelando sem erros a
vontade de Deus a nosso respeito em tudo o que é necessário à nossa salvação, de
maneira que o que não se encontra nelas não pode ser imposto como artigo de fé.
(Lucas 24:44-47; João 10:35; I Coríntios 15:3-4; II Timóteo 3:15-17; I Pedro 1:10-12; II Pedro 1:20-21)
V. Pecado, Original e Pessoal
5. Cremos que o pecado veio ao mundo através da desobediência dos nossos primeiros
pais e, pelo pecado, veio a morte.
Cremos que o pecado se manifesta de dois modos: pecado original ou depravação, e
pecado atual ou pessoal.
5.1. Cremos que o pecado original, ou depravação, é aquela corrupção da natureza de
todos os filhos de Adão pela qual o homem está muito longe da retidão original, ou seja do
estado de pureza dos nossos primeiros pais quando foram criados, é contrário a Deus, não
tem vida espiritual e é inclinado para o mal, e isto continuamente. Cremos, além disso, que
o pecado original continua a existir com a nova vida do regenerado, até que seja
[erradicado] o coração inteiramente limpo pelo batismo com o Espírito Santo.
5.2. Cremos que o pecado original difere do pecado atual, em que constitui uma
propensão herdada para o pecado atual, pela qual ninguém é responsável até o momento
em que se negligencia ou se rejeita o remédio divinamente providenciado.
31
5.3. Cremos que o pecado atual ou pessoal constitui uma violação voluntária da vontade
conhecida de Deus, feita por uma pessoa moralmente responsável. Portanto, não deve ser
confundido com limitações involuntárias e inescapáveis, enfermidades, faltas, erros, falhas
ou outros desvios de um padrão de perfeita conduta, que são os efeitos residuais da
Queda do Homem. Contudo, tais efeitos inocentes não incluem atitudes ou respostas
contrárias ao espírito de Cristo que, propriamente, podem ser consideradas pecados do
espírito.
Cremos que o pecado pessoal é, primária e essencialmente, uma violação da lei do
amor; e, que em relação a Cristo, pecado pode ser definido como descrença.
(Pecado Original: Gênesis 3; 6:5; Jó 15:14; Salmo 51:5; Jeremias 17:9-10; Marcos 7:21-23; Romanos 1:18-25; 5:1214; 7:1—8:9; I Coríntios 3:1-4; Gálatas 5:16-25; I João 1:7-8 Pecado Pessoal: Mateus 22:36-40; (com I João 3:4);
João 8:34-36; 16:8-9; Romanos 3:23; 6:15-23; 8:18-24; 14:23; I João 1:9—2:4; 3:7-10)
VI. Expiação
6. Cremos que Jesus Cristo, pelos Seus sofrimentos, pelo derramamento do Seu próprio
sangue e pela Sua morte na Cruz, fez uma expiação completa para todo o pecado
humano; e que esta Expiação é a única base de salvação; e que é suficiente para cada
pessoa da raça de Adão. A Expiação é benignamente eficaz para a salvação dos
irresponsáveis e para as crianças na inocência, mas somente é eficaz para a salvação
daqueles que chegam à idade da responsabilidade, quando se arrependem e crêem.
(Isaías 53:5-6, 11; Marcos 10:45; Lucas 24:46-48; João 1:29; 3:14-17; Atos 4:10-12; Romanos 3:21-26; 4:17-25; 5:621; I Coríntios 6:20; II Coríntios 5:14-21; Gálatas 1:3-4; 3:13-14; Colossenses 1:19-23; I Timóteo 2:3-6; Tito 2:1114; Hebreus 2:9; 9:11-14; 13:12; I Pedro 1:18-21; 2:19-25; I João 2:1-2)
VII. Graça Preveniente
7. Cremos que a criação da raça humana à imagem de Deus inclui a capacidade de
escolher entre o bem e o mal e que, assim, seres humanos foram feitos moralmente
responsáveis; que pela queda de Adão se tornaram depravados, de maneira que agora
não são capazes de se voltar e se reabilitar pelas suas próprias forças e obras, e, desta
forma, renovar a fé e a comunhão com Deus. Mas também cremos que a graça de Deus
mediante Jesus Cristo é dada gratuitamente a todos os seres humanos, capacitando todos
os que queiram converter-se do pecado para a retidão, a crer em Jesus Cristo para perdão
e purificação do pecado, e a praticar boas obras agradáveis e aceitáveis à Sua vista.
Cremos que todas as pessoas, ainda que possuam a experiência de regeneração e
inteira santificação, podem cair da graça, apostatar e, a menos que se arrependam do seu
pecado, ficar eternamente perdidas e sem esperança.
(A imagem de Deus e a responsabilidade moral: Gênesis 1:26-27; 2:16-17; Deuteronômio 28:1-2; 30:19; Josué 24:15;
Salmo 8:3-5; Isaías 1:8-10; Jeremias 31:29-30; Ezequiel 18:1-4; Miqueias 6:8; Romanos 1:19-20; 2:1-16; 14:7-12;
Gálatas 6:7-8 Inabilidade natural: Jó 14:4; 15:14; Salmos 14:1-4; 51:5; João 3:6a; Romanos 3:10-12; 5:12-14, 20a;
7:14-25 Graça gratuita e obras de fé: Ezequiel 18:25-26; João 1:12-13; 3:6b; Atos 5:31; Romanos 5:6-8, 18; 6:15-16,
23; 10:6-8;11:22; I Coríntios 2:9-14; 10:1-12; II Coríntios 5:18-19; Gálatas 5:6; Efésios 2:8-10; Filipenses 2:12-13;
Colossenses 1:21-23; II Timóteo 4:10a; Tito 2:11-14; Hebreus 2:1-3; 3:12-15; 6:4-6; 10:26-31; Tiago 2:18-22; II
Pedro 1:10-11; 2:20-22)
VIII. Arrependimento
8. Cremos que o arrependimento, que é uma sincera e completa mudança do
pensamento no que diz respeito ao pecado, incluindo o sentimento de culpa pessoal e o
afastamento voluntário do pecado, é exigido de todos aqueles que, por ato ou propósito,
se fazem pecadores contra Deus. O Espírito de Deus dá a todos que quiserem arrependerse a ajuda benigna da penitência do coração e a esperança da misericórdia, a fim de que
possam crer para o perdão e a vida espiritual.
(II Crônicas 7:14; Salmos 32:5-6; 51:1-17; Isaías 55:6-7; Jeremias 3:12-14; Ezequiel 18:30-32; 33:14-16; Marcos
1:14-15; Lucas 3:1-14; 13:1-5; 18:9-14; Atos 2:38; 3:19; 5:31; 17:30-31; 26:16-18; Romanos 2:4; II Coríntios 7:8-11;
I Tessalonicenses 1:9; II Pedro 3:9)
IX. Justificação, Regeneração e Adoção
32
9. Cremos que a justificação é aquele ato gracioso e judicial de Deus, pelo qual Ele
concede pleno perdão de toda a culpa, a remissão completa da pena pelos pecados
cometidos e a aceitação como justo a todos aqueles que crêem em Jesus Cristo e O
recebem como Senhor e Salvador.
10. Cremos que a regeneração, ou o novo nascimento, é aquela obra da graça de Deus
pela qual a natureza moral do arrependido que confia em Deus é vivificada
espiritualmente, recebendo uma vida distintamente espiritual, capaz de fé, amor e
obediência.
11. Cremos que a adoção é aquele ato gracioso de Deus pelo qual o crente justificado e
regenerado se constitui um filho de Deus.
12. Cremos que a justificação, a regeneração e a adoção são simultâneas na
experiência daqueles que buscam a Deus e são obtidas na condição de haver fé,
precedida pelo arrependimento; e que o Espírito Santo testifica desta obra e estado
de graça.
(Lucas 18:14; João 1:12-13; 3:3-8; 5:24; Atos 13:39; Romanos 1:17; 3:21-26, 28; 4:5-9, 17-25; 5:1, 16-19; 6:4; 7:6;
8:1, 15-17; I Coríntios 1:30; 6:11; II Coríntios 5:17-21; Gálatas 2:16-21; 3:1-14, 26; 4:4-7; Efésios 1:6-7; 2:1, 4-5;
Filipenses 3:3-9; Colossenses 2:13; Tito 3:4-7; I Pedro 1:23; I João 1:9; 3:1-2, 9; 4:7; 5:1, 9-13, 18)
X. Inteira Santificação
13. Cremos que a inteira santificação é aquele ato de Deus, subseqüente à regeneração,
pelo qual os crentes são libertados do pecado original, ou depravação, e levados a um
estado de inteira devoção a Deus e à santa obediência do amor tornado perfeito.
É operada pelo batismo com o Espírito Santo e compreende, numa só experiência, a
purificação do coração e a permanente presença íntima do Espírito Santo, dando ao crente
poder para uma vida santa e para serviço.
A inteira santificação é garantida pelo sangue de Jesus, realiza-se instantaneamente
pela fé, precedida pela inteira consagração; e desta obra e estado de graça o Espírito
Santo testifica.
Esta experiência é também conhecida por vários termos que representam diferentes
aspectos dela, tais como: “perfeição cristã”, “perfeito amor”, “pureza do coração”, “batismo
com o Espírito Santo”, “plenitude da bênção” e “santidade cristã”.
14. Cremos que há uma distinção bem definida entre um coração puro e um caráter
maduro. O primeiro é obtido instantaneamente, como resultado da inteira santificação; o
último resulta de crescimento na graça.
Cremos que a graça da inteira santificação inclui o impulso para crescer na graça.
Contudo, este impulso deve ser conscientemente alimentado; e deve ser dada cuidadosa
atenção aos requisitos e processos de desenvolvimento espiritual e avanço no caráter e
personalidade semelhantes a Cristo. Sem tal esforço intencional, o testemunho do crente
pode ser enfraquecido e a própria graça comprometida e mesmo perdida.
(Jeremias 31:31-34; Ezequiel 36:25-27; Malaquias 3:2-3; Mateus 3:11-12; Lucas 3:16-17; João 7:37-39; 14:15-23;
17:6-20; Atos 1:5; 2:1-4; 15:8-9; Romanos 6:11-13, 19; 8:1-4; 8-14; 12:1-2; II Coríntios 6:14—7:1; Gálatas 2:20;
5:16-25; Efésios 3:14-21; 5:17-18, 25-27; Filipenses 3:10-15; Colossenses 3:1-17; I Tessalonicenses 5:23-24;
Hebreus 4:9-11; 10:10-17; 12:1-2; 13:12; I João 1:7, 9) (“Perfeição cristã”, “perfeito amor”: Deuteronômio 30:6;
Mateus 5:43-48; 22:37-40; Romanos 12:9-21; 13:8-10; I Coríntios 13; Filipenses 3:10-15; Hebreus 6:1; I João 4:1718. “Pureza do coração”: Mateus 5:8; Atos 15:8-9; I Pedro 1:22; I João 3:3; “Batismo com o Espírito Santo”:
Jeremias 31:31-34; Ezequiel 36:25-27; Malaquias 3:2-3; Mateus 3:11-12; Lucas 3:16-17; Atos 1:5; 2:1-4; 15:8-9
“Plenitude da bênção”: Romanos 15:29 “Santidade cristã”: Mateus 5:1—7:29; João 15:1-11; Romanos 12:1—15:3; II
Coríntios 7:1; Efésios 4:17—5:20; Filipenses 1:9-11; 3:12-15; Colossenses 2:20—3:17; I Tessalonicenses 3:13; 4:7-8;
5:23; II Timóteo 2:19-22; Hebreus 10:19-25; 12:14; 13:20-21; I Pedro 1:15-16; II Pedro 1:1-11; 3:18; Judas 20-21)
XI. A Igreja
15. Cremos na Igreja, a comunidade que confessa a Jesus Cristo como Senhor, o povo
da aliança de Deus feito novo em Cristo, o Corpo de Cristo chamado e congregado pelo
Espírito Santo através da Palavra.
Deus chama a Igreja a exprimir a sua vida na unidade e comunhão do Espírito; na
adoração através da pregação da Palavra, na observação dos sacramentos e no ministério
em Seu nome; pela obediência a Cristo e responsabilidade mútua.
33
A missão da Igreja no mundo é a de continuar a obra redentora de Cristo no poder do
Espírito, através de viver santo, evangelismo serviço.
A Igreja é uma realidade histórica que se organiza em moldes culturalmente
condicionados; existe tanto como um corpo universal quanto congregação local; separa
pessoas chamadas por Deus para ministérios específicos. Deus chama a Igreja para viver
sob a Sua orientação, enquanto ela anticipa a consumação na vinda do nosso Senhor
Jesus Cristo.
(Êxodo 19:3; Jeremias 31:33; Mateus 8:11; 10:7; 16:13-19, 24;18:15-20; 28:19-20; João 17:14-26; 20:21-23; Atos
1:7-8; 2:32-47; 6:1-2;13:1; 14:23; Romanos 2:28-29; 4:16; 10:9-15; 11:13-32; 12:1-8; 15:1-3;I Coríntios 3:5-9; 7:17;
11:1,17-33; 12:3,12-31; 14:26-40; II Coríntios 5:11-6:1, Gálatas 5:6, 13-14; 6:1-5,15; Efésios 4:1-17; 5:25-27;
Filipenses 2:1-16; I Tessalonicenses 4:1-12; I Timóteo 4:13; Hebreus 10:19-25; I Pedro 1:1-2, 13; 2:4-12, 21; 4:1-2;
10-11; I João 4:17; Judas 1:24; Apocalipse 5:9-10)
XII. Batismo
16. Cremos que o batismo cristão, ordenado pelo nosso Senhor, é um sacramento que
significa a aceitação dos benefícios da expiação de Jesus Cristo, para ser administrado
aos crentes e é declarativo da sua fé em Jesus Cristo como seu Salvador e do seu pleno
propósito de andar obedientemente em santidade e justiça.
Sendo o batismo símbolo da nova aliança, as crianças poderão ser batizadas quando os
pais ou tutores o pedirem, os quais ficarão na obrigação de lhes assegurar o necessário
ensino cristão.
O batismo pode ser administrado por aspersão, afusão ou imersão, segundo o desejo do
candidato.
(Mateus 3:1-7; 28:16-20; Atos 2:37-41; 8:35-39; 10: 44-48; 16:29-34; 19:1-6; Romanos 6:3-4; Gálatas 3:26-28;
Colossenses 2:12; I Pedro 3:18-22)
XIII. A Ceia do Senhor
17. Cremos que a Ceia Memorial e de Comunhão, instituída por nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo, é essencialmente um sacramento do Novo Testamento declarativo
da morte sacrificial de Jesus, e de que os crentes, pelo merecimento desta, têm vida e
salvação e promessa de todas as bênçãos espirituais em Cristo. É distintivamente para
aqueles que estão preparados para uma reverente apreciação do seu significado e por
meio dela anunciam publicamente a morte do Senhor, até que Ele venha de novo. Sendo
esta a festa da Comunhão, somente aqueles que têm fé em Cristo e amor pelos irmãos
devem ser convidados a participar dela.
(Êxodo 12:1-14; Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25; Lucas 22:17-20; João 6:28-58; I Coríntios 10:14-21; 11:23-32)
XIV. Cura Divina
18. Cremos na doutrina bíblica da cura divina e exortamos o nosso povo a procurar
oferecer a oração da fé para a cura dos doentes. Cremos, também, que Deus cura através
de recursos da ciência médica.
(II Reis 5:1-19; Salmo 103:1-5; Mateus 4:23-24; João 4:46-54; 9:18-35; Atos 5:12-16; 9:32-42; 14:8-15; I Coríntios
12:4-11; II Coríntios 12:7-10; Tiago 5:13-16)
XV. Segunda Vinda de Cristo
19. Cremos que o Senhor Jesus Cristo voltará outra vez; que nós, os que estivermos
vivos na Sua vinda, não precederemos aqueles que morreram em Cristo Jesus; mas que,
se permanecermos n’Ele, seremos arrebatados com os santos ressuscitados para
encontrarmos o Senhor nos ares, de sorte que estaremos para sempre com o Senhor.
(Mateus 25:31-46; João 14:1-3; Atos 1:9-11; Filipenses 3:20-21; I Tessalonicenses 4:13-18; Tito 2:11-14; Hebreus
9:26-28; II Pedro 3:3-15; Apocalipse 1:7-8; 22:7-20)
XVI. Ressurreição, Juízo e Destino
20. Cremos na ressurreição dos mortos: que tanto os corpos dos justos como dos
injustos serão ressuscitados e unidos com os seus espíritos—“os que tiverem feito o bem,
sairão para a ressurreição da vida; e os que tiverem feito o mal, para a ressurreição da
condenação”.
34
21. Cremos no juízo vindouro, no qual cada pessoa terá de comparecer diante de Deus,
para ser julgada segundo os seus feitos nesta vida.
22. Cremos que uma vida gloriosa e eterna é assegurada a todos aqueles que crêem em
Jesus Cristo, nosso Senhor, para salvação, e O seguem obedientemente; e que os que
são impenitentes até o fim sofrerão eternamente no inferno.
(Gênesis 18:25; I Samuel 2:10; Salmo 50:6; Isaías 26:19; Daniel 12:2-3; Mateus 25:31-46; Marcos 9:43-48; Lucas
16:19-31; 20:27-38; João 3:16-18; 5:25-29; 11:21-27; Atos 17:30-31; Romanos 2:1-16; 14:7-12; I Coríntios 15:12-58;
II Coríntios 5:10; II Tessalonicenses 1:5-10; Apocalipse 20:11-15; 22:1-15)
Declaração de Fé Convencionada
26. Reconhecendo que o direito e privilégio de alguém ser membro de uma
igreja se baseia no facto da sua regeneração, devemos requerer somente uma
declaração de fé essencial à experiência cristã. Julgamos, portanto, que será
suficiente crer nas seguintes breves declarações.
Cremos:
26.1. Que há um só Deus—o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
26.2. Que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, dadas por
inspiração plena, incluem toda a verdade necessária à fé e à vida cristã.
26.3. Que todo o ser humano nasce com uma natureza corrompida e é,
portanto, inclinado ao mal, e isto continuamente.
26.4. Que aquele que continua impenitente até o fim fica perdido eternamente
e sem esperança.
26.5. Que a expiação mediante Jesus Cristo é para toda a raça humana; e
que aquele que se arrepende e crê no Senhor Jesus Cristo é justificado,
regenerado e salvo do domínio do pecado.
26.6. Que os crentes, depois da regeneração, deverão ser inteiramente
santificados pela fé no Senhor Jesus Cristo.
26.7. Que o Espírito Santo testifica do novo nascimento e também da inteira
santificação dos crentes.
26.8. Que o nosso Senhor voltará, os mortos serão ressuscitados e se
realizará o juízo final.
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IDENTIDADE NAZARENA
UNIDADE II – Panorana Teológico Global
ÍNDICE DOS ASSUNTOS DESTA UNIDADE
Introdução: Áreas onde a Reforma falhou
a- Igrejas Metodistas e igrejas de santidade
b- Igrejas Litúrgicas – Católica Romana e Ortodoxa
c- Igrejas Protestantes Históricas –Luterana,
Presbiteriana, Anglicana,Congregacional.
d- Igrejas Pacifistas – Anabatistas(Menonitas)
Batistas.
e- Igrejas Pentecostais
f- Igrejas Neo-Pentecostais
IDENTIDADE NAZARENA
UNIDADE II – PANORAMA TEOLÓGICO GLOBAL – HISTÓRIA E
DOUTRINAS FUNDAMENTAIS
Partindo da Reforma, relembremos os principais marcos dogmáticos:
∆ Sola Fide – Justificação pela fé somente. Lutero acreditava que
as exigências justas de Deus eram supridas perfeitamente pela fé em
Jesus Cristo. A vida cristã é vivida pela gratidão, não pela tentativa de
merecer a salvação.
∆ Sola Gratia – Salvação baseada apenas na Graça de Deus.
∆ Sola Scriptura – A Bíblia como autoridade única de fé e prática.
ÁREAS ONDE A REFORMA FALHOU:
Missões e Ministério.
a) MISSÕES: A difusão do Evangelho se limitou às pessoas que
viviam nos países da reforma.
b) ÁREA DO MINISTÉRIO: A igreja não mobilizou os membros para
o ministério. Embora Lutero quisesse reformar a igreja e ensinar o
sacerdócio de todos os crentes, ele e outros reformadores
mantiveram a estrutura medieval e as práticas da igreja que
continuam até hoje em muitas igrejas. Tradicionalmente o sacerdote
ou o pastor com formação teológica faz a obra do ministério.
Após o avivamento Wesleyano, constatamos que esta lacuna da
reforma, é suprida pelo estrategista em Eclesiologia, o Espírito Santo.
A visão da Igreja foi renovada, o fogo do Espírito Santo aceso e um
grande exército de leigos foi mobilizado para o ministério. A partir de
então, o panorama eclesiológico e teológico é construido pelas
principais denominações que estudaremos a seguir.
A) IGREJAS METODISTAS
1) Igreja Metodista
João Wesley, Carlos Wesley e o amigo George Whitefield, foram os
responsáveis pelo Avivamento de Santidade que sacudiu a Inglaterra
e mais tarde os Estados Unidos da América. A Igreja Anglicana se
preocupava muito com a aristocracia e a pregação aos pobres era
negligenciada. Estes três amigos, em especial. João Wesley falavam
nas praças públicas, nas portas das fabricas e nas casas. Onde quer
que João Wesley pregava, as pessoas se convertiam. Os crentes que
se convertiam ele os agrupava em sociedades e conforme cresciam
ele mesmo designava pregadores e líderes. Essas sociedades eram
divididas em Irmandades e Grupos de oração. Desde a época em
que estudava em Oxford já fazia reuniões regulares de oração com
os seus colegas. Devido a postura deles, quanto à busca de Deus na
vida, os colegas debochavam deles chamando-os de metodistas. Os
irmãos Wesley não tinham a intenção de romper com a Igreja
Anglicana, ao contrário, queriam reformar a igreja, queriam incentivá-
los a pregar a mensagem da Santidade. A ruptura aconteceu de
forma lenta, mas aconteceu.
1)
Carlos Wesley, foi muito importante para o desenvolvimento da
doutrina Metodista. Isto porque ele conseguia expressar a
doutrina da santdade através da música.
2)
A. Kenneth Curtis enfatiza: “ O Metodismo de forma suave e
amável, mudou a sociedade britanica. Mesmo quando alcançou
posições políticas, encorajou um espírito de liberalidade que
levou à melhoria das condições na Inglaterra.” Muitos atribuem
a João Wesley o fato de não haver uma revolução como a que
os franceses tiveram que enfrentar no século XVIII.
3)
Doutrinas Principais
a) O Legado Metodista
- Eles passaram para as próximas
gerações que cristianismo não é o mero assentimento nominal à
exatidão doutrinária. Mas sim, a experiência, aquele toque de
Deus no coração que leva a pessoa a um novo nascimento. Isto
sim é que faz a pessoa ser genuinamente cristão. A valorização
da experiência pessoal ocorreu paralelamente à valorização das
doutrinas essenciais da fé cristã.
b)
Doutrina:
• Arminianos –criam na justificação pela fé que se processava
na hora do novo nascimento. Wesley foi o responsável pela
grande divulgação do arminianismo.
• Acreditavam na perfeição cristã ou perfeito amor. A ênfase
era no fato de que quando Deus derrama o seu amor no
coração regenerado, ele expulsa o pecado e a pessoa tem a
possibilidade de não pecar. E para se obter esta experiência é
necessário se ter fé.
• Etica Cristã – A Igreja deve influenciar a Sociedade. Se
opuseram ao álcool, guerra e escravidão.
4) Influências do Arminianismo: Não se limitou ao campo
teológico.Calou na Filosofia, na ciência do Direito e da Política.
Realçando a capacidade do homem e valorizando-o, podia mais
facilmente aliar-se à investigação, à crítica e, enfim, ao avanço
cinentiífico. Por isso, vemos a filosofia cartesiana ser perseguida
na Holanda pelos calvinistas ortodoxos, ao passo que o
arminianismo a favorecia. O arminianismo possuia tendência para
a moderação e a tolerância, harmonizando-se facilmente com o
espírito da época. Encontramo-lo, por esse motivo, aceitando a
contribuição humanística da renascença, favorecendo o uso da
razão, sem descurar o valor da ética e da revelação divina. Pôde
assim, livrar-se de cair tanto no racionalismo como no humanismo
puro. Na Holanda soube compreender Descartes. Na Inglaterra
amparou os latitudinárianos. Na Alemanha serviu de inspiração a
Kant e a Schleiermacher, deixando marcas indeléveis em seus
sistemas. No setor dos direitos humanos, o arminianismo foi além
do argumento teológico. Advogou a liberdade de consciência,
ensinando o respeito mútuo. Armínio dava importância à
capacidade e à responsabilidade do homem. Todos são iguais
perante a lei e perante Deus. Há direitos que ninguém pode do ser
humano. O arminianismo chamou a atenção para a dignidade
humana. Deu ao homem senso mais claro do seu próprio valor,
realçando seus deveres e suas possibilidades. Fê-lo mais conscio
de sua participação na obra de Deus. Visto que Cristo deu a sua
vida por todos e a salvação é universal, logo, todas as raças
necessitam do Evangelho e é dever dos cristãos levar as Boas
Novas a todos os recantos da Terra. Se o destino a ninguém é
imposto, a situação de qualquer um pode ser modoficada. Isto
incentiva o cristão a ministrar frente aos problemas do próximo.
(
SALVADOR,José
Gonçalves.Arminianismo
e
Metodismo.Imprensa
Metodista.SP.Cap.IV.)
Sites Metodistas: www.metodista.org.br , www.metodistaonline.kit.net
2) Outras Igrejas de Santidade:
Exército de Salvação
Metodista Livre
Metodista Wesleyana
Igreja do Nazareno
Igreja Evangelica Holinnes no Brasil
Igreja Missionária Unida
Igreja de Deus – ( sede em Cleveland, Tennessee.Começou em 1886
num avivamento dirigido no sudeste do Estado por Richard
G.Spurling.)
Igreja de Cristo
Igreja de Deus Pentecostal – ( Oral Roberts pertenceu a esta igreja.)
Igreja de Deus em Cristo ( É a segunda igreja protestante em
importância nos Estados Unidos.É uma igreja de negros fundada por
C.H.Mason e C.P.Jones.
Menonitas
B) IGREJAS LITURGICAS
1) Católica Romana
Desde o Concílio de Trento, realizado entre 1545 e 1563, a igreja
cristã subordinada à autoridade papal passou a denominar-se
Católica Apostólica Romana, em oposição às igrejas protestantes
constituídas a partir da Reforma. Define-se como una, santa, católica
e apostólica e considera seu chefe como legítimo herdeiro da cátedra
do apóstolo Pedro, sagrado papa, segundo o Evangelho, pelo próprio
Cristo.
O termo catolicismo foi usado por alguns autores (Aristóteles, Zenão,
Políbio), antes da era cristã, com o sentido de universalidade.
Aplicado à igreja, aparece pela primeira vez por volta do ano 105 da
era cristã na carta de Inácio, bispo de Antioquia. Nos textos mais
antigos, aplica-se à igreja geral considerada em relação às igrejas
locais. Nos autores do século II da era cristã (Justino, Ireneu,
Tertuliano, Cipriano), o termo assume duplo significado: o de
universalidade geográfica, pois na opinião desses autores a igreja já
havia atingido os confins do mundo; e o de igreja verdadeira,
ortodoxa, autêntica, em contraposição às seitas que começavam a
surgir.
a) Doutrinas da Igreja Católica
Trindade - Os quatro primeiros concílios ecumênicos definiram as
concepções trinitárias e cristológicas, sintetizadas no símbolo
conhecido como Credo, adotado no ritual da missa. O dogma
trinitário afirma a crença num só Deus, que se manifesta por meio de
uma trindade de pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Cristo - O dogma cristológico admite que Cristo é o Filho de Deus,
encarnação do Verbo divino, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O
advento de Cristo deu-se por meio da Virgem Maria que, segundo o
dogma mariológico, concebeu do Espírito Santo. A finalidade da
encarnação de Cristo foi salvar a humanidade do pecado original, que
enfraqueceu a natureza humana e acentuou sua tendência para o
mal, de acordo com o dogma soteriológico.
O Pecado Original - A doutrina do pecado original e da graça foi
elaborada por santo Agostinho nas primeiras décadas do século V. O
Agostinianismo, assim denominado consiste no seguinte: A
supremacia de Deus é absoluta e a alma humana é frágil e
absolutamente dependente de Deus. Foi Agostinho quem introduziu o
chamado monergismo, ou seja: A crença de que a vontade do
homem é inteiramente passiva e a de Deus totalmente determinada,
tanto na história universal quanto na salvação individual. A partir do
século XIII, Tomás de Aquino procurou estabelecer uma ponte entre
o saber teológico e a filosofia aristotélica, afirmando que as verdades
da fé superam a racionalidade humana mas não estão em
contradição com ela. Assim sendo, a filosofia deve estar a serviço da
teologia cristã. Tomás de Aquino tornou-se o mestre por excelência
da doutrina católica, com a síntese por ele realizada na Suma
teológica. No século XVI, o Concílio de Trento definiu dois pontos
fundamentais.
A Igreja - Em primeiro lugar, a afirmação da doutrina da igreja,
considerada como uma sociedade hierárquica, dentro da qual se
atribui ao clero o poder de magistério, de ministério do culto e de
jurisdição sobre os fiéis. Em segundo lugar, o concílio definiu a
doutrina dos sete sacramentos da igreja (batismo, crisma ou
confirmação, confissão, eucaristia, extrema-unção, ordem e
matrimônio), além de proclamar a presença real de Cristo na
eucaristia, no mistério da transubstanciação.
Dogmas - Ao longo dos séculos XVII e XVIII a teologia católica foi
conturbada por polêmicas referentes ao papel da graça e da
participação do homem em sua própria salvação, onde se confrontam
principalmente os jesuítas e os jansenistas, estes últimos partidários
de maior valorização da presença do mistério divino na história
humana. Jansenismo:
(Doutrina do teólogo holandês Cornelius Jansenius de seus seguidores.
Fazia depender a salvação da graça e não das boas obras ou do livre
arbítrio. Teve como centro Na França no convento de Port- Royal.)
Durante o século XIX, foram proclamadas como verdades de fé a
Imaculada Conceição de Maria e a infalibilidade pontifícia. O primeiro
dogma representou uma resposta da Igreja Católica às novas
concepções materialistas e hedonistas resultantes da revolução
burguesa, paralelas ao processo acelerado de industrialização; o
segundo constituiu uma reação ante o avanço das idéias liberais, com
afirmação progressiva dos direitos do homem. O último dogma da
Igreja Católica foi proclamado por Pio XII em meados do século XX: a
Assunção da Virgem Maria ao céu, com corpo e alma. É
necessário ainda ter presente que, desde a Idade Média, com o
surgimento do chamado catolicismo popular à margem da igreja
oficial, criaram-se também novas versões teológicas mais adequadas
à compreensão do povo, cuja influência muito se faz sentir na
formação do catolicismo brasileiro.
Autoritarismo Católico Romano: “ O cristianismo no Império
Romano não pôde escapar à influência da cultura romana que
cunhou sua natureza legal e política. A autoridade imperial, derivando
seu poder agora da união política e eclesiástica, podia declarar todos
os cidadãos do Estado cristãos e membros da igreja institucional.
Como resultado disto, a verdadeira natureza da eclésia, como corpo
de Cristo, se perdeu na igreja, e esta se tornou um corpo legal regido
pela lei da igreja. A fé, como as leis do Estado, foi reduzida a um
credo, formulado para ser lembrado pelos membros comuns da
igreja. Aqueles que não aceitavam o credo, como os que não o
abedeciam, eram julgados como hereges e punidos. Desta forma,
Lutero foi perseguido. Como resultado desta política inquisitória, John
Huss de Praga, Savonarola da Itália e William Tyndale da Inglaterra
foram mortos.
Esta era a Igreja Romana, que insistia que fora da sua
comunhão não poderia haver salvação. Sem a aprovação do Papa
ninguém podia entrar no Reino de Deus, porque só ele tinha as
chaves do céu. Punições como as que citamos, impressionavam a
massa analfabeta com o conceito de que rejeitar a doutrina
autorizada da igreja era o pior pecado que um homem podia cometer,
e significava também que tolerar tal heresia era igualmente errado. O
dever do cristãoi era seguir o dogma e perseguir os hereges.”
(
KUROSAKI,Kokichi.União
Walker.Rubiataba.GO.1978.pp.9-12)
Site Igreja Católica: www.cnbb.org.br
através
da
Comunhão.
Ed.p/John
2) Igreja Ortodoxa
a) História
As igrejas ortodoxas e a Igreja Católica tiveram história comum até a
Paz de Constantino, no ano 313, e a divisão do império entre Oriente
e Ocidente (395). As primeiras divergências políticas entre latinos e
gregos, que desfizeram a comunhão entre as igrejas, manifestaramse desde a transferência, em 330, da sede do império para
Constantinopla.
A decadência da velha capital sob o domínio dos bárbaros, a divisão
do império e as pretensões do imperador de Bizâncio, que se
considerava o herdeiro único do império - de toda a cristandade acentuaram o antagonismo entre as igrejas, e iniciaram um processo
de crescente afastamento, do século V ao século XI, em meio a
fracassadas tentativas de reunificação.
O conflito político e a diversidade de idioma, costumes e ritos
litúrgicos sublinharam as divergências teológicas, que passaram a ser
resolvidas, nos concílios ecumênicos, com a participação dos bispos
do Oriente e do Ocidente.
No ano 867, Fócio, patriarca de
Constantinopla, suscitou grave ruptura, ao condenar o papa Nicolau I
pelo acréscimo da expressão Filioque ("e do Filho") na versão
ocidental do credo de Nicéia, para indicar que o Espírito Santo
procede do Pai e do Filho, e por sua determinação em tornar a sede
episcopal de Roma cabeça de todas as igrejas cristãs.
Deposto a pedido de Roma, o patriarca foi reintegrado depois no
posto e, finalmente, confinado num mosteiro armênio. A ruptura
decisiva, o cisma entre Oriente e Ocidente, deu-se no século XI,
quando o patriarca Miguel Cerulário reproduziu as acusações de
Fócio contra Roma, e desafiou o papa Leão IX, sendo por ordem
deste excomungado (1054).
As cruzadas, organizadas pela cristandade latina, e especialmente a
tomada de Constantinopla pelos cruzados, em 1204, além do
estabelecimento do império latino de Constantinopla, consumaram a
separação entre as igrejas oriental e ocidental. Missionários da igreja
oriental converteram os búlgaros no século IX, os sérvios e os russos
nos séculos X e XII, e criaram novos patriarcados. Numerosas
tentativas de união foram feitas. Entre os atos de reunificação, todos
com resultados efêmeros, foram importantes o Concílio de Lyon
(1274) e o de Ferrara-Florença (1438-1439).
Com a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, por falta de
ajuda militar substancial do Ocidente, a união também se tornou
politicamente inviável. Nos últimos séculos, a Igreja Ortodoxa, cuja
ação se concentrava na Ásia e na Europa oriental, expandiu-se para
o Ocidente e incluiu o continente americano e a Austrália. No século
XX, os ortodoxos participaram do movimento ecumênico para a
restauração da unidade cristã, e para a orientação da ação
evangélica e social comum. A partir da fundação do Conselho
Mundial de Igrejas, em 1948, foram organizados estudos conjuntos e
formas de cooperação para descobrir caminhos que possam
expressar a unidade entre ortodoxos e anglicanos e entre ortodoxos e
católicos.
O patriarca de Constantinopla (em Istambul), no fim do século XX
guiava dois milhões de fiéis, dos quais um milhão na Turquia, Grécia,
outros países europeus e Austrália, e um milhão nos Estados Unidos.
Os patriarcas de Alexandria, Antioquia-Damasco, Moscou, Sérvia,
Romênia e Bulgária são independentes. As igrejas da Grécia, Chipre,
Sinai, Geórgia, Polônia e Albânia são autocéfalas, ou seja,
independentes e sem patriarcas. Já as igrejas da Finlândia, República
Tcheca, Hungria e Ucrânia são autônomas e seus arcebispos, eleitos,
são confirmados pelo patriarca de Constantinopla. A igreja do Japão
está ligada à dos Estados Unidos.
3) Doutrina. As igrejas ortodoxas definem-se como "igreja una,
santa, católica e apostólica". Suas doutrinas apóiam-se nos livros
do Novo Testamento, nos decretos dos sete primeiros concílios
ecumênicos e nas obras patrísticas. Como a Igreja Católica,
aceitam a tradição e a Bíblia como fontes paralelas de doutrina,
mas diferem dos católicos principalmente do ponto de vista
litúrgico.
As principais divergências entre a Igreja Católica e a Igreja
Ortodoxa
Concepção de Igreja - Para os ortodoxos, a totalidade da igreja
realiza-se em cada comunidade cristã que celebra a eucaristia
presidida por um bispo. Em sua comunidade, o bispo é a máxima
autoridade de origem divina, e nenhuma outra existe acima dele.
Sucessor dos apóstolos, deles procede sua autoridade.
Não há, religiosa ou dogmaticamente, diferença entre bispo,
arcebispo, metropolita e patriarca: todos são iguais na única e
invariável sucessão apostólica. Apenas haverá primazia de bondade,
sabedoria, idade e ordem hierárquica. A autonomia das igrejas não
significa isolacionismo, dada a exigência de comunhão com o sínodo
dos bispos, claramente expressa no fato de ser indispensável, na
consagração dos novos bispos, a presença dos bispos regionais.
Autoridade papal - Os ortodoxos, assim, não reconhecem o primado
e a infalibilidade do papa, a que concedem uma primazia de honra e
a quem só consideram primus inter pares ("o primeiro entre iguais").
Filioque - Diversamente da doutrina católica, o Espírito Santo
procede do Pai, mas não do Filho (pois rejeitam o filioque). Negam a
doutrina do purgatório e o dogma da Imaculada Conceição de Maria,
mas aceitam a assunção da Virgem Maria, com base na afirmação
formal dos livros litúrgicos. Outra distinção significativa é que, na
Igreja Ortodoxa, só os bispos devem manter-se celibatários.
2) Igrejas Protestantes e Históricas
Protestantismo é um termo empregado para designar um amplo
espectro de igrejas cristãs que, embora tão diferentes entre si,
compartilham princípios fundamentais como o da salvação pela graça
de Deus mediante a fé, o reconhecimento da Bíblia como autoridade
suprema e o sacerdócio comum de todos os fiéis.
a) Luterana
Embora apresentem ligeiras diferenças entre si, as igrejas luteranas
mantêm-se na essência fiéis às diretrizes fixadas pelo agostiniano
Martinho Lutero.
As igrejas luteranas provêm do movimento de que resultou a igreja
reformada pela atividade e doutrina de Lutero. Embora este
pretendesse denominá-la Igreja Evangélica, ela foi logo chamada
luterana, por analogia a outras confissões oriundas da Reforma e
igualmente evangélicas - calvinismo, anabatismo, anglicanismo.
Apesar disso, e da tendência contemporânea à unificação, não existe
uma instituição eclesiástica luterana universalmente reconhecida.
Por isso se fala mais apropriadamente em igrejas luteranas.
Princípios fundamentais. A doutrina de Lutero articulou-se em torno
de dois elementos fundamentais: a "justificação pela fé" e a
autoridade única das Escrituras. A primeira foi produto da intuição
teológico-religiosa que veio ao encontro das angústias de Lutero
sobre sua salvação, ao refletir sobre uma passagem da epístola de
São Paulo aos romanos: "O justo viverá da fé" (Rm 1:17).
O Justo viverá pela fé --Nessa intuição teve origem o preceito
fundamental do luteranismo sobre a justificação do homem pela fé sola fide, somente a fé - e da ineficácia das obras humanas como
instrumento da salvação. Resultados lógicos de tal preceito foram o
desenvolvimento da doutrina sobre a corrupção da natureza
humana devido ao pecado original e a convicção de que apenas a
graça de Deus, manifesta nesse dom da fé, poderia conduzir o
homem à salvação. Rejeitava-se, assim, o espírito renascentista que
preparara a atmosfera ideológica da Reforma. A controvérsia entre
Erasmo, que defendia a liberdade do homem (De libero arbitrio), e
Lutero, que a negava (De servo arbitrio), é o exemplo mais
significativo.
Decadência da Igreja Católica na Idade Média - O segundo
elemento fundamental da Reforma luterana foi determinado pela
decadência da Igreja Católica no final da Idade Média, com o
desprestígio do papado, a administração nepotista, o abuso de
contribuições em troca de benefícios e cargos eclesiásticos, o
relaxamento dos costumes e a má-formação do clero. A reação
adversa que tudo isso suscitava no povo e nos príncipes alemães
desaguou no protesto de Lutero. A venda de indulgências foi a
centelha que incendiou a contenda entre o agostiniano alemão e o
poder de Roma.
Sola Scriptura - Em consonância com sua intuição fundamental, que
encontrara novas perspectivas a partir da meditação pessoal sobre
um texto da Bíblia, e ante o espetáculo de uma hierarquia eclesiástica
decadente, Lutero concebeu seu segundo princípio básico: sola
Scriptura (apenas a Sagrada Escritura). Ou seja, a eficácia da graça
de Deus - sola gratia - realiza-se por meio de sua palavra, acolhida na
fé e interpretada com o auxílio do Espírito Santo, sem a mediação da
igreja.
Desenvolvimento doutrinário. Os dois princípios fundamentais do
luteranismo continham uma grande carga subjetiva, já que se
baseavam na experiência pessoal da fé e do Espírito Santo, mas
também serviram de base para um profundo movimento social. Essa
dupla condição exigiu que a nova confissão se concentrasse num
corpo teológico, numa organização e em atuações práticas, cuja
determinação ocorreu de acordo com as circunstâncias históricas dos
primeiros momentos do processo.
Disputas teológicas com a igreja de Roma - Lutero atacou
principalmente a autoridade do papa e as práticas eclesiásticas que
instrumentalizavam sua dominação religiosa. Admitiu, no entanto, as
tradições dos primeiros concílios ecumênicos, com sua doutrina
sobre a trindade e sobre Jesus Cristo. Na estrutura da igreja, admitiu
o sacramento do batismo e a presença real de Cristo na eucaristia
(entendida de forma diversa da explicação católica romana e de
outras igrejas protestantes). Admitiu também a instituição do
episcopado, embora com um sentido bastante diferente do católico, já
que, de um lado, convidou os príncipes alemães a exercerem as
funções episcopais e, de outro, defendeu o sacerdócio de todos os
fiéis. Assim, havia uma distinção entre a "igreja visível", submetida ao
estado, e a "igreja invisível" dos que estavam unidos pela fé.
Evolução doutrinal e política – Essa não foi nem linear nem
homogênea. Lutero defendeu, por exemplo, o direito de rebelião dos
príncipes contra o imperador Carlos V, mas condenou a rebeldia dos
camponeses contra esses mesmos príncipes. As diferentes
concepções em torno da organização da igreja e das questões
teológicas, assim como o peso de determinantes geográficos e
históricos, fizeram com que, do tronco inicial do luteranismo, se
formassem tambem outros ramos como o calvinismo, o anabatismo e
o anglicanismo. Por outro lado, a própria concepção que tinha Lutero
da instituição eclesiástica também deu margem à criação de diversas
igrejas luteranas, geralmente de caráter nacional.
•
Os princípios doutrinais do luteranismo desenvolvidos ao longo
das controvérsias foram expostos em obras de Philipp
Melanchthon, como a Augsburger Konfession (1530; Confissão
de Augsburg), sobre textos de Lutero; a Apologia, desse
mesmo ano; o Kleiner Katechismus (1529; Pequeno
catecismo) e o Grosser Katechismus (Grande catecismo), do
mesmo ano; em obras do próprio Lutero, como os
Schmalkaldensche Artikel (1537; Artigos de Esmalcalda); e a
Formula concordiae (1577; Fórmula de concórdia), de Jakob
Andreä e Martin Chemnitz.
•
Além dessa fixação doutrinária, os fiéis luteranos ganharam
também, com o correr do tempo, um dos mais ricos acervos
hinológicos da história das religiões. Fator indispensável à
coesão das comunidades religiosas e à atração de seus ritos,
o hino teve grande expansão nos estados alemães. O próprio
Lutero foi eminente compositor de hinos, e em torno de um
deles, Ein feste Burg (Castelo forte), Bach compôs sua
cantata homônima, BWV 80. Na realidade, o gênio de Bach,
sobretudo na música vocal, é indissociável da liturgia e dos
princípios da igreja luterana de sua terra.
•
A paz de Augsburg (1555) determinou que cada região do
Sacro Império Romano-Germânico conservasse sua religião, e
com isso o luteranismo ficou estabelecido no centro e norte da
Alemanha e nos países escandinavos. No século XVII,
desenvolveu-se dentro do luteranismo alemão um movimento
espiritual que foi chamado pietismo por sua difusão mediante
os collegia pietatis do pastor Philipp Jakob Spener (16351705) que foi o patriarca do movimento.Escreveu “Pia
Desideria” em 1675, que se traduz por “desejos piedosos ou
santos.”
Essa renovação religiosa, que reagia contra o dogmatismo e a
retórica oficial, revalorizando o fervor e a moralidade, chegou a
exercer grande influência sobre o pensamento alemão dos
séculos XVIII e XIX. Foi decisiva, por exemplo, na formação
ética de Immanuel Kant e suscitou um reavivamento bíblico e
missionário.
•
A partir do fim da primeira guerra mundial, as igrejas luteranas
realizaram uma série de convenções. Em 1947, foi fundada a
Federação Luterana Mundial, membro do Conselho Ecumênico
das Igrejas. Aproximadamente a metade dos luteranos do
mundo se concentra no oeste da Alemanha. Também muito
ativas são as igrejas escandinavas, bem como as do Canadá e
Estados Unidos, que dispõem de missões no mundo inteiro.
No século XX, as diversas igrejas luteranas, em linhas gerais,
só diferem na organização. Mantêm o episcopado - em certos
casos, exercido muito moderadamente - , com caráter temporal
e com determinados conselhos ou sínodos que lhe limitam a
autoridade. Muitas igrejas luteranas não participam da
Federação Luterana Mundial. Todas, porém, se pautam pelos
pontos centrais da doutrina tradicional. Nesse sentido, entre as
instituições denominadas protestantes, constituem certamente
•
um dos conjuntos de maior homogeneidade, tanto do ponto de
vista doutrinário, como administrativo.
Luteranismo no Brasil - Os primórdios do luteranismo no Brasil
remontam à imigração alemã, resultado da política imperial de
colonização. Os primeiros grupos fixaram-se em Nova Friburgo RJ
(1823) e São Leopoldo RS (1824), formando comunidades que hoje
constituem a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, com
sede em Porto Alegre RS. Outras comunidades luteranas, resultantes
de atividade missionária americana, constituem hoje a Igreja
Evangélica Luterana do Brasil.
Site da Igreja Luterana: www.luteranos.com.br
b) Calvinistas ou reformadas
As igrejas reformadas são aquelas denominações protestantes que
são calvinistas em sua teologia e presbiterianas na organização.
Seguem sua origem se deve ao ministério reformado de Ulrico
Zwinglio e de João Calvino.
Esta ênfase da reforma espalhou-se ràpidamente pela Europa e deu
formato à igreja da Escócia e muito influenciou a igreja de Inglaterra,
especial com os Puritanos. Na América a maior igreja reformada é a
Presbiteriana.
Este termo reformado é usado para distinguir o calvinista dos
luteranos e dos anabatistas . No entanto, há muitas tensões na
tradição e teologia das Igrejas reformadas, dependendo das
diferenças na difusão da desta doutrina de Calvino. João Calvino
realizou uma "segunda Reforma". Seus esforços tiveram o objetivo de
reunificar as diversas correntes protestantes e conseguiu atrair os
seguidores de Ulrico Zwinglio no Consensus tigurinus (1549); no
entanto, na verdade ele consumou uma ruptura com o luteranismo,
formando, ao lado deste e do anglicanismo, o terceiro grande grupo
dentro do protestantismo. Na Europa, as igrejas calvinistas recebem
geralmente o nome de reformadas,
a) Organização das igrejas locais.- Com a autoridade que lhe foi
outorgada, Calvino publicou as Ordenações eclesiásticas, que
posteriormente serviram de base para a fundação de outras
igrejas locais. As ordenações confiavam a atividade eclesiástica a
quatro grupos:
• os pastores, que, eleitos pelo povo e encarregados de
pregar a palavra de Deus, reuniam-se semanalmente em
congregação e mensalmente em sínodo;
• os doutores, que se dedicavam ao ensino;
•
•
os presbíteros, "anciãos" leigos que mantinham
disciplina;
os diáconos, que cuidavam das tarefas assistenciais.
a
O consistório -- que em Genebra tinha caráter de conselho
municipal -- era formado por seis pastores e 12 anciãos. Tinha
competência para punir deslizes disciplinares ou passar a
acusação para os tribunais civis.
b) Presbiteriana
Os postulados propostos no século XVI pela Reforma protestante de
João Calvino deram lugar ao surgimento das igrejas presbiterianas,
nos países de tradição anglo-saxônica, e das reformadas, na Europa
continental.
Governo e organização - Igrejas presbiterianas são as igrejas
protestantes que não admitem hierarquia eclesiástica superior à dos
presbíteros, em oposição à organização de tipo episcopal, seguida
pela Igreja da Inglaterra, que conserva as três ordens do clero: bispo,
presbítero e diácono. Governadas por um presbitério, conselho
composto de leigos e pastores chamados presbíteros, as igrejas
presbiterianas encontram fundamento teológico no princípio da
igualdade de todos os membros da congregação -- a qual tem em
Cristo seu único senhor e cujos serviços devem ser delegados a
membros eleitos pela comunidade. Opõem-se, assim, à autoridade do
papa e dos bispos, que a Igreja Católica e outras confissões
protestantes consideram sucessores dos apóstolos e depositários da
autoridade divina. A organização do sistema de direção eclesial
consiste de assembléias locais, regionais e gerais, integradas por
pastores (ministros docentes), anciões (regentes), diáconos e
administradores. Para dirigir a congregação local constitui-se uma
junta, presidida pelo pastor e integrada pelos anciões regentes, a qual
decide sobre todos os assuntos da comunidade: admissão ou
expulsão de seus membros, tarefas a realizar, medidas disciplinares,
eleição de um novo pastor etc. O pastor dirige um grupo de diáconos
que se ocupam das atividades materiais e do sustento dos pobres. A
comunidade designa também administradores para tratar dos
assuntos econômicos e legais. Os anciões e diáconos recebem sua
ordenação, ou consagração, das mãos do pastor e aceitam de modo
explícito a profissão de fé e as normas da igreja, recolhidas no Book
of Common Order (Livro de disciplina). Essa ordenação tem caráter
permanente, mas o exercício das funções se limita, em geral, a um
período determinado. Os administradores não precisam ser
ordenados e seu cargo tem caráter temporal.
No âmbito regional, o órgão dirigente é constituído pelo presbitério,
ao qual pertencem todos os ministros da região, estejam ou não no
exercício de suas funções de pastores, e os anciões designados
pelas congregações locais. Ao presbitério cabe a ordenação dos
pastores, sua adjudicação a cada congregação ou sua remoção, de
acordo com propostas recebidas das próprias congregações. O
presbitério tem autoridade sobre as juntas locais e serve de tribunal
de apelação ante as decisões daquelas: desempenha, por
conseguinte, as funções que outras confissões cristãs atribuem aos
bispos. Os diversos presbitérios de uma região são coordenados por
um sínodo anual. O órgão supremo das igrejas presbiterianas é a
assembléia geral, na qual se congregam, também anualmente, os
delegados, pastores e anciões eleitos por todos os presbitérios
Ortodoxia - Os presbiterianos condenam o aparato litúrgico de
católicos e anglicanos. Seu culto prima pela simplicidade: consiste de
prédica, leituras bíblicas, canto de hinos e orações. O sermão ocupa
a parte principal do serviço religioso. São administrados apenas os
sacramentos do batismo e da eucaristia, e esta é considerada como
profissão de fé comunitária e não como presença real de Cristo no
pão e no vinho. Com relação a outros temas doutrinais, os teólogos
presbiterianos tendem, em geral, a afastar-se da teoria calvinista da
predestinação, pela qual a salvação ou a condenação dos homens já
está determinada desde antes da criação do mundo.
Principais igrejas presbiterianas. A Aliança Mundial de Igrejas
Presbiterianas agrupa 120 confissões independentes, com a maior
parte dos fiéis no Reino Unido e nos Estados Unidos. Sua atividade
missionária permitiu-lhe estender-se também ao Extremo Oriente,
sobretudo por meio de universidades e hospitais. A Igreja
Presbiteriana Britânica foi fundada em 1876 pela fusão da Igreja
Presbiteriana Unida com diversas outras congregações presbiterianas
da Inglaterra e da Escócia, nascidas de dissidências do anglicanismo.
Cabe assinalar, a esse respeito, a importância do reformador escocês
do século XVI John Knox que, exilado na França e na Suíça durante
o reinado de Maria Tudor, exerceu grande influência sobre o culto
presbiteriano. A implantação dessa religião nas ilhas britânicas em
geral e na Escócia em particular foi sem dúvida favorecida pela ação
de Knox.
A Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos é resultado da fusão,
em 1983, dos dois grandes grupos protestantes que se haviam
formado no norte e no sul do país em conseqüência da guerra civil.
Sua origem remonta aos colonos ingleses, irlandeses e escoceses do
século XVII, que preferiram a organização presbiteriana à
congregacionista. Divergências doutrinárias provocaram, no século
XVIII, a cisão de escoceses e irlandeses, mas as duas tendências se
reconciliaram em 1758. Novas divisões se produziram durante o
século XIX, provocadas tanto por questões sociais como por
diferenças teológicas, mas foram finalmente superadas.
Site da Igreja Presbiteriana: www.ipb.org.br
c) Anglicana
Organização e doutrina. O chefe da Igreja Anglicana é o monarca,
embora com relação a esse ponto se devam assinalar certas nuances
importantes. Elizabeth I, ao consumar a separação definitiva da igreja
de Roma, já se declarava "a única governante suprema do reino,
tanto nas causas temporais como nas espirituais", o que, em sentido
estrito, não significa que o soberano fosse chefe da igreja, mas sim a
autoridade máxima nos assuntos legais, submetidos às leis do
Parlamento. O arcebispo de Canterbury é o "primaz de toda a
Inglaterra"; seguem-se hierarquicamente os bispos, presbíteros e
diáconos, e somente os bispos têm autoridade para conferir ordens
sagradas, confirmar os fiéis e consagrar templos.
A doutrina da Igreja Anglicana está contida nos chamados "trinta e
nove artigos", que tiveram sua primeira redação em 1571, na intenção
de obter a uniformidade doutrinária. Hoje em dia, com algumas
exceções, os "artigos" não são usados fora da própria Inglaterra.
Além deles, reconhecem-se três credos: o de Nicéia, o de
Constantinopla e o Apostólico; e, como normas comuns, o Catecismo,
as Homilias e o Book of Common Prayer,( Livro comum de orações) o
qual, entre outras coisas, fixa a liturgia dos atos de culto. Nesse
último aspecto, o movimento de Oxford mudou consideravelmente a
vida paroquial, a tal ponto que às vezes não é fácil distinguir as
cerimônias e o aspecto dos templos anglicanos da liturgia e dos
templos católicos.
Nos últimos tempos, os teólogos anglicanos exerceram grande
influência na aproximação entre as igrejas da Inglaterra e de Roma,
sobretudo a partir do concílio Vaticano II , no qual estiveram
presentes ilustres representantes anglicanos. Apesar disso,
continuam existindo diversos aspectos nos quais o acordo não parece
fácil, especialmente os que se referem aos dogmas da conceição e
da assunção da Virgem Maria e ao da infalibilidade do papa.
Atualmente, a comunhão anglicana é composta pela igreja da
Inglaterra, a da Irlanda, a de Gales, a Episcopal Escocesa, as do
Canadá, Austrália e Nova Zelândia, a da África do Sul e, finalmente, a
Episcopal Protestante dos Estados Unidos, além das igrejas
estabelecidas nas antigas colônias britânicas.
Site da Igreja Anglicana: www.ieab.org.br
C) A Igreja Congregacional ( Por M.Bernardino Filho )
As igrejas ou comunidades do tipo congregacionalistas eram
originalmente chamadas independentes, na Inglaterra, no final do
século XVI e início do século XVII. O nome congregacional veio
depois.
Pode-se entender o significado desse nome quando se observa o
caráter dos grupos eclesiásticos que ali se definiram desde Eduardo
VI e Isabel. De um lado havia a igreja nacional, Anglicana, que
mantinha a mesma estrutura eclesiástica de Roma, apenas
nacionalizada, tendo o Rei como seu chefe. De outro lado estava o
movimento puritano que cedo se manifestou e assumiu tendências
diferentes.
As primeiras manifestações históricas das comunidades
congregacionalistas se verificaram em Londres entre 1567 e 1568.
Richard Fytz é considerado como o mais antigo pastor de uma Igreja
desse tipo. Em 1570 ele publicou um manifesto sobre “As
Verdadeiras Marcas da Igreja de Cristo.” Robert Browne, clérigo
anglicano, adotou tais idéias em 1580 e com Robert Harrison
organizou em Norwich uma congregação independente cujo sistema
era substancialmente congregacionalista. Browne foi o primeiro
teórico do movimento e logo as comunidades independentes
passaram a receber o nome de Brownistas.
Os congregacionais são geralmente calvinistas em doutrina e
mantém um sistema de governo eclesiástico baseado em dois
princípios fundamentais: 1) Cada congregação de fiéis, unida pela
adoração, observação dos sacramentos e disciplina cristã, é uma
Igreja completa, não subordinada em sua administração a qualquer
outra autoridade eclesiástica senão a de sua própria assembléia; 2)
tais igrejas locais estão em comunhão umas com as outras e
intercomprometidas no cumprimento de todos os deveres resultantes
dessa comunhão.
O CONGREGACIONALISMO NO BRASIL
Robert Reid Kalley (1809-1888) médico escocês, natural de Mount
Florida, nos arredores de Glasgow, nasceu no dia 8 de setembro de
1809. Pouco se sabe acerca de sua infância. Era filho de Robert
Kalley, abastado negociante, e Jane Reid Kalley, que pertencia à
Igreja Presbiteriana da Escócia.
Em 1829 tirou o diploma de cirurgião e farmacêutico pela Faculdade
de Medicina e Cirurgia de Glasgow, tendo feito os seus estudos
práticos no Hospital Real dessa cidade. Era ateu mas graças ao
testemunho de uma cliente foi conduzido a estudar cuidadosamente
as Escrituras Sagradas. Esses estudos o conduziram à conversão.
À princípio Kalley pretendia evangelizar a China, mas, em
conseqüência do grave estado de saúde de sua esposa, resolveu ir
para a Ilha da Madeira, na costa portuguesa, onde chegou em 1838.
No ano seguinte foi ordenado ao ministério pastoral, no dia 8 de julho.
Em 1840 fundou um hospital. Em 1843 foi preso acusado de
apostasia, heresia e blasfêmia, crime considerado inafiançável e
permanecendo preso por 5 meses. Em agosto daquele mesmo ano
teve início uma terrível perseguição. Kalley saiu de casa disfarçado
de camponês. Sua esposa e parentes se refugiram no consulado
britânico. Sua casa foi invadida e destruída por homens que tinham
ido eliminá-lo. Sem outra alternativa, foi deitado em uma rede
disfarçado de velhinha enferma e transportado para bordo de um
navio inglês que partiria para as Índias Ocidentais.
Em dezembro de 1852 casou-se com D. Sarah Poulton Kalley. Sua
primeira esposa, Mrs. Margareth Kalley falecera em 1851. Partiu para
os Estados Unidos onde foi visitar aos madeirenses que ali se haviam
refugiado por causa das perseguições. Passou com eles o inverno de
1853/54.
Em 9 de abril de 1855 partiu com destino ao Brasil. Ele ficara
impressionado com este país por conta da leitura de um livro
publicado em 1845 pelo Rev. Daniel P. Kidder “Reminiscências de
viagens e Permanências nas Províncias do Sul e Norte do Brasil” .
Enquanto esteve em Ilinnois Kalley leu esta obra e ficou
impressionado com a descrição da cidade do Rio de Janeiro e outros
lugares.
Em 10 de maio de 1855 aportava no Rio de Janeiro o vapor Great
Western da mala real inglesa. Nele vinham, entre outros passageiros,
o Dr. Kalley e sua esposa, D. Sarah, para iniciarem nessa terra um
trabalho que duraria 21 anos e 57 dias.
O Rio de janeiro de 1855 era uma cidade com cerca de 300 mil
habitantes. Haviam cerca de 50 igrejas e capelas espalhadas pela
cidade. A religião do império era a católica. Kalley, chegado ao Rio foi
instalar-se em Petrópolis, numa mansão conhecida como
GERNHEIM, que significa, “Lar muito amado”, antes habitada pelo
embaixador dos EUA, Mr. Webb.
Em 19 de agosto de 1855, um domingo à tarde, Kalley e sua
esposa instalaram em sua residência a primeira classe de Escola
Dominical, contando com cinco crianças, filhos dos Webbs e do sr
Carpenter. Foi contada a história do profeta Jonas.
Com o desenvolvimento do trabalho, Kalley escreveu para amigos e
antigos companheiros de Ilinnois, convidando-os a virem auxiliá-lo no
Brasil. O primeiro a chegar foi Wiliam Pitt, inglês que fora aluno de D.
Sarah em Illinois (EUA). Pouco depois vierem Francisco da Gama e
sua mulher, D. Francisca, Francisco de Souza Jardim e família.
O primeiro crente batizado pelo Dr. Kalley foi o sr. José Pereira de
Souza Louro, em 8 de novembro de 1857. Mas foi em 11 de julho de
1858 que ele organizou a primeira igreja evangélica de regime
congregacionalista no Brasil: A Igreja Evangélica Fluminense. Foi
organizada com 14 membros tendo sido batizado naquele dia o sr.
Pedro Nolasco de Andrade, primeiro brasileiro batizado por Kalley.
DR. KALLEY E O CONGREGACIONALISMO
Sua origem era presbiteriana, tendo sido batizado na Igreja
Presbiteriana da Escócia. Mas no Brasil ele não organizou uma igreja
nos moldes presbiterianos. No entanto há o que se distinguir entre ser
presbiteriano eclesiasticamente e ser calvinista em teologia. Kalley
não se converteu ao congregacionalismo. Foi aos poucos que ele foi
assumindo o jeito de ser congregacional. Lentamente desenvolveu
um conceito de povo de Deus - Igreja - diferente do conceito
calvinista. Quando veio para o Brasil depois de passar algum tempo
nos Estados Unidos, sua convicção congregacionalista em matéria de
organização e caráter da igreja local, já estava bem definida: não
batizava mais crianças, organizou igrejas autônomas - Igreja
Evangélica Fluminense, 1858 e, Igreja Evangélica Pernambucana,
1873 - independentes entre si e estabeleceu presbíteros e diáconos.
Site: www.uiecb.com.br
D
.Igrejas Pacifistas
1) Anabatista
Uma das primeiras divisões da Reforma, quando esta ainda não se
havia definido inteiramente, o anabatismo condenava o batismo
infantil, que considerava blasfemo, preconizando em seu lugar o
batismo dos adultos.
O anabatismo, que em grego quer dizer "rebatismo", estava incluído
no código de Justiniano (ano de 529) como uma das duas heresias a
serem punidas com a morte. Mil anos depois, no início do século XVI,
surgiu no cantão de Zurique (Suíça) uma doutrina que rejeitava o
batismo infantil e afirmava que "a vida cristã não é brinquedo de
criança". Só reconhecia como verdadeiro sacramento o que fosse
acompanhado de confissão de fé e consciente declaração do
propósito de levar uma vida cristã. A denominação "anabatistas" foi
dada pejorativamente por seus opositores. Eles não se consideravam
rebatizadores, pois repudiavam seu próprio batismo na infância como
uma formalidade blasfema. Preferiam ser chamados apenas Brüder
(irmãos).
Os anabatistas pregavam também a separação da igreja do estado,
condenavam o uso da força e das armas e recusavam-se a prestar
juramentos civis. Julgavam que Lutero e Zwingli acomodavam as
conquistas da Reforma a conveniências políticas e culturais. Estavam
decididos a restaurar as instituições e o espírito da igreja primitiva,
pois previam o fim dos tempos e exigiam uma nova sociedade.
O movimento expandiu-se com rapidez na Suíça, passando aos
Países Baixos, Frísia, Prússia, Polônia e Lituânia. Em contradição
com um dos pontos principais da doutrina, uma minoria radical
chegou a pegar em armas na defesa de sua concepção teológica e
ética. A perseguição à seita iniciou-se em 1525, quando se proibiram
as reuniões dos anabatistas suíços. Em 1529, um edito oficial
anunciava que "todo anabatista ou pessoa rebatizada seria morta a
espada ou na fogueira". Desencadeou-se uma feroz repressão aos
núcleos anabatistas, que redundou na tortura e execução de milhares
de pessoas.
Nos Países Baixos formou-se um grupo pacifista liderado por Memno
Simons. O termo menonita passou então a designar a principal
corrente dos antigos anabatistas. Os menonitas espalharam-se por
vários países, como Estados Unidos, Canadá e muitas nações latinoamericanas. No Brasil os menonitas chegaram em 1930,
estabelecendo-se em colônia agrícola no Rio Grande do Sul e
transferindo-se depois para as cercanias de Curitiba, onde em 1964
foi fundada a Associação Evangélica Menonita.
Site da Igreja Menonita: www.cobim.com.br
2) Igreja Batista
Como outros grupos protestantes, os batistas acreditam que somente
os fiéis adultos devem ser batizados e por imersão.
A Igreja Batista originou-se dentro do movimento puritano, surgido no
século
XVII,
na
Inglaterra,
como
uma
corrente
do
congregacionalismo, que defendia a plena autonomia das igrejas
locais, conforme o modelo das primeiras comunidades cristãs,
descritas no Novo Testamento. Embora não constitua uma igreja
única, possui uma forma congregacional de governo eclesiástico, e
sua expansão internacional, a partir do século XIX, levou à formação
em Londres, em 1905, da Aliança Mundial Batista (BWA), que
coordena as igrejas afiliadas, promove congressos e mantém um
secretariado em Washington, nos Estados Unidos.
De início os batistas se dividiram em duas correntes principais: a dos
particulares, calvinistas extremados que acreditavam ter Cristo
morrido só para os eleitos; e a dos batistas gerais, calvinistas
moderados, que acreditavam numa expiação em favor de todos os
homens. Aderiram à crença de que a salvação se oferece a todos -- e
por isso Cristo morreu -- e que os homens são dotados de liberdade e
não predestinados, como prega a corrente dos particulares.
Após um período de decadência, os batistas receberam no final do
século XVIII um novo impulso e desenvolveram uma grande obra
missionária. Em 1891 os grupos se fundiram na grande União Batista,
que alcançou notável influência na vida religiosa e política britânica,
até a primeira guerra mundial.
Os batistas se estabeleceram nos Estados Unidos, em meados do
século XVIII, em Providence e Filadélfia. Influenciados pelo
movimento religioso que pregava a primazia da vivência religiosa
sobre a razão, multiplicaram-se e atingiram principalmente os estados
sulistas. A atitude diante da escravatura dividiu os batistas em duas
igrejas. A Igreja Batista negra, no sul, adquiriu maior desenvolvimento
e importância que a do norte e formou suas próprias comunidades e
federações. Na década de 1960 a Igreja Batista negra e seus
ministros, sob a liderança de Martin Luther King, desempenharam um
significativo papel no movimento pelos direitos civis.
No século XX os batistas fragmentaram-se num grande número de
igrejas independentes, constituídas em seitas fundamentalistas. Estas
deram alguns líderes importantes aos movimentos teológicos, porém,
de modo geral, os batistas se destacaram mais por suas experiências
religiosas e de expressão do que por suas próprias concepções
teológicas. A maioria dos núcleos batistas se concentra nos Estados
Unidos.
Doutrina e culto. Os batistas reconhecem as Sagradas Escrituras
como livros inspirados e autoridade suprema. As igrejas locais são
totalmente autônomas, mas podem unir-se em congregações. Seus
ministros atuam por delegação da comunidade e os sacramentos têm
somente valor simbólico. Os fiéis gozam de liberdade de consciência,
sem nenhuma imposição doutrinal.
O culto religioso é centrado na exposição das Sagradas Escrituras,
através do sermão. As palavras do pastor são seguidas de meditação
e apresentação da experiência religiosa de cada um, acompanhada
de cantos entoados durante o ato comunitário.
Sites
dos
Batistas:
Convenção
Batista
Brasileira:
www.batistas.org.br
Convenção Batista Nacional: www.cbn2.org.br
E)
Igrejas Pentecostais
Com cultos muito concorridos e entusiásticos, em que a par da leitura
de textos bíblicos usam-se linguagem e música populares, o
pentecostalismo tornou-se na segunda metade do século XX o
movimento religioso de maior expansão no mundo ocidental.
Pentecostalismo é o movimento de renovação carismática evangélica
baseado na crença de que a experiência do batismo no Espírito
Santo deve ser normativa para todos os cristãos. São muitas as
denominações pentecostais, mas todas têm em comum o batismo no
Espírito Santo, a crença nos dons e a oração não-convencional. O
nome pentecostalismo provém da festa judaica de Pentecostes, pois
foi por ocasião dessa festa, após a morte de Jesus, que o Espírito
Santo desceu sobre os discípulos reunidos em assembléia, conforme
está descrito nos Atos dos Apóstolos (At 2:1-4).
Os pentecostais acreditam que as pessoas batizadas pelo
Espírito Santo poderão ser agraciadas não só com o carisma de falar
outras línguas ("glossolalia"), mas também com pelo menos um dos
demais dons sobrenaturais: a profecia, a cura, a interpretação de
línguas, as visões etc. Ao contrário da profecia, a glossolalia não tem
por fim edificar nem instruir, mas apenas confirmar a presença do
Espírito divino.
Histórico. O movimento de reforma carismática que fundou o
pentecostalismo originou-se em Topeka, Kansas, nos Estados
Unidos, em 1901, quando vários fiéis, sob a liderança do pastor
Charles Fox Parham, passaram a falar em outras línguas. Já no
século XIX haviam ocorrido fenômenos semelhantes nos Estados
Unidos e na Inglaterra, mas os pentecostais foram os primeiros a dar
primazia à doutrina prática. O avivamento da rua Azuza em 1906
também foi fator de expansão pentecostal, nascendo ali igrejas, como
a Assembléia de Deus.
O pentecostalismo cresceu principalmente dentro do
movimento mundial de santidade (Holiness), que se desenvolveu a
partir do metodismo americano do século XIX. Dos Estados Unidos e
Inglaterra, o movimento espalhou-se pelo mundo, levado por
missionários metodistas e pregadores itinerantes. Sua pregação
enfatizou a experiência consciente do batismo no Espírito Santo e a
esperança de uma restauração da igreja no Novo Testamento. Do
pentecostalismo dito clássico, originado do movimento americano,
surgiu nas últimas décadas do século XX o chamado pentecostalismo
autônomo, dissidente do primeiro, formado em torno de novas
lideranças e baseado na tríade cura, exorcismo e prosperidade.
Os principais pioneiros do pentecostalismo foram o pastor
metodista norueguês Thomas Ball Barratt, que fundou movimentos na
Noruega, Suécia e Inglaterra; o líder do movimento da Santidade,
Jonathan Paul, na Alemanha; Lewi Pethrus, na Suécia; e Ivan
Voronaev, na Rússia, que em 1920 começou um ministério em
Odessa que se espalhou pelas nações eslavas e fundou mais de 350
congregações na Rússia.
Principais igrejas representantes do Movimento Pentecostal no Brasil:
• Assembleia de Deus – 1910 www.igrejaassembleiadedeus.org e
www.assembleia.org.br
• Congregação Cristã no Brasil ( 1910)
• Igreja do Evangelho Quadrangular ( 1951)
• O Brasil Para Cristo ( 1956)
• Igreja do Nazareno ( 1958)
• Igrej Pentecostal de Nova Vida ( 1960)
• Deus é Amor ( 1962)
F) Igrejas Neo-Pentecostais
Pentecostalismo: Movimento evangélico surgido nos Estados
Unidos no início do século XX que enfatizava o batismo com o
Espírito Santo como uma bênção subseqüente à conversão e a
contemporaneidade dos dons espirituais.
Neo-pentecostalismo: Movimento surgido em meados do século XX
que enfatiza o batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais,
dinamizando o método litúrgico e incluindo em sua teologia, doutrinas
rejeitadas pela fé apostólica e ortodoxia. O neopentecostalismo é
uma vertente do Evangelicalismo que congrega denominações
oriundas do pentecostalismo clássico ou mesmo das igrejas cristãs
tradicionais. Surgiram sessenta anos após o movimento pentecostal
do início do século XX, ambos nos Estados Unidos da América.
Em alguns lugares são chamados de carismáticos, tendo como
exceção o Brasil, onde essa nomenclatura é reservada
exclusivamente para um grupo dentro da igreja Católica que se
assemelha aos neopentecostais, chamada Renovação Carismática
Católica.
No Brasil as principais igrejas que representam os neopentecostais
são:
Igreja Universal ( 1977) , Igreja Internacional da Graça de Deus (
1980), Igreja Apostólica Renascer em Cristo ( 1986), Comunidade
Evangélica Sara Nossa Terra ( 1994) , Igrejas Apostólicas e outras
tantas igrejas independentes.
Os neopentecostais formaram um grupo coexistente com os
pentecostais, mas com uma identidade distinta. Possuem uma forma
muito sobrenaturalista de encarar sua vida religiosa, com ênfase na
busca de revelações diretas da parte de Deus, de curas milagrosas
para doenças e uma intensa batalha espiritual entre forças espirituais
do bem e do mal, que afirmam ter consequências diretas em sua vida
cotidiana. São mais flexíveis em questões de costumes em relação
aos Pentecostais tradicionais,pois dão bastante ênfase aos dons
espirituais como dons de profecia, visão, revelação e "linguas
estranhas".
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Neopentecostalismo"
1. Pontos discutíveis da Eclesiologia neopentecostal
UMA CRÍTICA
O pensamento neopentecostal no tocante à eclesiologia (NOTA 4)
possui vários pontos questionáveis, porém, nossa abordagem não
será exaustiva, explorando apenas três temas relativos: O culto, a
evangelização
e
o
ofício
ministerial.
1.a. O Culto neopentecostal
Temos entendido que o propósito exclusivo de um culto é a
adoração a Deus e a edificação da alma adoradora. Contudo, não se
pode dizer que a igreja neopentecostal tem seguido este propósito,
isto porque a ênfase destes cultos, geralmente, não é a glória de
Deus. Na "igreja neopentecostal" o conceito de culto é ambíguo, pois,
ao invés de cultuar, faz-se "campanhas" de cura, revelação,
prosperidade, etc. E desta forma, se Deus comparecer nestes
"cultos", terá que ser para servir à agenda semanal destas igrejas e
não para ser adorado. A liturgia deles é cheia de "glória a Deus", mas
é tão desvirtuada de um padrão bíblico que a ênfase recai sobre
fenômenos (pouco comprovados) como curas, milagres e
testemunhos muito enfadonhos que resultam mais em projeção
pessoal do que em exaltação ao Senhor.
E as pregações, quando não são pura aberração, são cheias
de “confissões positivas” do tipo: "Você vai prosperar, use sua fé e
prospere, hoje Jesus vai te curar, Deus vai mudar sua vida..." Não
existe, portanto, na maioria destas igrejas, uma exposição das
Escrituras sequer razoável, capaz de tirar o leigo da ignorância
teológica total. Por este fato, quase sempre a palavra do líder passa a
ter um valor relativo ao da Palavra de Deus e, o que ele determina,
passa a ser seguido como regra de fé e prática.
E esta valorização da "tradição oral" não difere muito da atitude
de uma igreja que se chama primitiva, cujo chefe supremo é
considerado infalível no que fala e somente agora, por pressão
evangélica,
é
tolerante
com
a
leitura
bíblica.
Outro problema é o que o culto neopentecostal, que não tem
espaço para a adoração, se corrompe mais ainda com a demasiada
cobrança de oferta dos fiéis (quase sempre prometendo a estes
soluções da parte de Deus) o que tem dado a estes "cultos" um
caráter mercantilista e explorador. Não somos contrários a se pedir
ofertas, diga- se de passagem, mas não concordamos com a falta de
bom senso e critério bíblico na administração destas coisas no culto a
Deus.
A Evangelização neopentecostal
A evangelização do movimento neopentecostal
apresenta uma problema seriíssimo que é o proselitismo (NOTA 5),
uma característica inconfundível de uma seita. Muitos deles são do
tipo que "pescam no aquário dos outros" por alimentarem a crença de
que são os detentores da verdade, enquanto os demais estão
enganados. A igreja verdadeira não faz prosélitos, faz “convertidos
que são discípulos”. A busca do crescimento numérico por meio do
proselitismo é no mínimo insensata, pois podemos até persuadir
alguém a ser um religioso, mas só Deus pode transforma-lo em nova
criatura. Às vezes penso que as campanhas evangelísticas de nossos
dias têm mais aparência proselitista do que evangelística. Afinal, a
maioria delas é realizada para crentes.
Outro problema relacionado a evangelização do movimento
neopentecostal é a exagerada dependência da mídia. O uso da mídia
é, sem dúvida, muito importante para a igreja, mas a dependência da
mesma significa a insubordinação ao Espírito. Antigamente a igreja
crescia sob a influência do Espírito e trabalho de evangelização
pessoal, hoje a estratégia de algumas igrejas tem sido a de colocar
um anúncio apelativo no rádio ou televisão, convidando as pessoas e
prometendo-lhes a solução de seus problemas. E perguntamos, qual
igreja que promete cura, paz, prosperidade e solução de conflitos
familiares,
que
não
vai
crescer?
Contudo, praticando isto a igreja deixa de ser igreja do IDE e
passa a ser igreja do VINDE, a evangelização passa a ser estratégia
de marketing e os que se "convertem" para a igreja, passam a ser
clientes
e
não
ovelhas.
Ademais, o evangelismo neopentecostal carece de um
conteúdo teológico que é essencial para a elucidação de verdades
elementares da fé cristã. Suas estratégias são pregar promessas de
uma realidade virtual e não pregar um evangelho genuíno, o
evangelho de Jesus.
O Ofício Ministerial Neopentecostal
Enquanto nas igrejas históricas os candidatos ao ministério
pastoral passam por uma preparação e zelosa avaliação quanto ao
caráter e chamado, no movimento neopentecostal, qualquer um pode
ser "pastor". Os critérios baseiam-se em saber pregar, falar línguas
estranhas, ter sido revelado, etc e, por esta razão, muitos líderes
neopentecostais são tão desvirtuados das caracteres de um
verdadeiro homem chamado ao ministério. Poucos são aqueles que
tem alguma preparação teológica. Segundo Paulo, as características
de um homem apto para o ministério devem estar relacionadas ao
seu caráter irrepreensível, com sua capacidade de ensinar, com sua
boa administração do lar, com sua competência nos relacionamentos,
com sua boa conduta para com o mundo, etc (1 Tm 3). Além do mais
cada pastor neopentecostal é livre pensador, ou seja, pode pregar o
que acredita, sem a supervisão de ninguém, o que favorece ao
surgimento de tendências heréticas e inovações doutrinárias no meio
deles. E quando são questionados por alguma autoridade, se
revoltam e abrem suas próprias igrejas dirigindo-as como bem lhes
apetece.
Tendo falado sobre a questão eclesiológica da igreja
neopentecostal, apresentaremos agora alguns pontos teológicos
questionáveis
que
eles
sustentam.
Pontos discutíveis da Teologia neopentecostal
1) A exclusividade das Escrituras
Os neopentecostais afirmam que a Bíblia é a Palavra de Deus
e, com isto, nós concordamos. Mas para eles, a palavra dos
"profetas", dos visionários, também é a Palavra de Deus. E, por isto,
baseiam suas vidas e suas doutrinas também em visões, "novas
revelações"
e
em
experiências
místicas.
A Bíblia é a revelação perfeita e final de Deus para o homem;
visões e profecias, foram acessórios usados neste processo de
formação da Sagrada Escritura. Hoje, porém, temos a fé de que a
Palavra de Deus é viva, eficaz e suficiente (Heb 4.12) sendo esta a
nossa única regra de fé e prática. E uma vez que o cânon do Novo
Testamento foi concluído, devemos nos apoiar apenas na Palavra e
em nada mais.
Não ignoramos a iluminação do Espírito propiciada para que
entendamos mais profundamente a Palavra, mas negamos que sejam
necessárias "novas revelações". Em Jo 16.13 o Senhor Jesus diz que
o Espírito nos guiaria em toda a verdade e não que nos revelaria
"novas verdades".
2) A Trindade
A maioria deles defende a doutrina da Trindade, como nós
também, porém a pessoa mais enfatizada no culto neopentecostal é o
Espírito Santo. Praticamente tudo no culto é atribuído ao Espírito:
cura, expulsão de demônios, decisões, etc. E o papel das outras
pessoas da Trindade é ignorado. Parece que eles consideram o
Espírito superior aos demais membros da divindade, ou pelo menos,
mais importante. No entanto, a Bíblia diz que o Filho glorifica o Pai e,
o Espírito, glorifica o Filho, que por sua vez, derrama o Espírito que
faz o homem orar ao Pai em nome de Jesus (Jo 13. 32; 14.13; 16.14).
A verdade é que, embora a divindade seja composta de três pessoas
distintas, elas formam uma unidade essencial perfeita. De forma que
é impossível um existir e agir sem a participação de todo o conselho
divino.
4) A Superficialidade da Vida Espiritual
Devido à ênfase na liturgia envolvente, curas e exorcismos, os
neopentecostais são na sua maioria superficiais na fé e no
conhecimento das Escrituras. Este superficialismo os faz presa fácil
de perniciosas heresias e de lobos vestidos de cordeiro. Por isto
também que as comunidades neopentecostais são tão suscetíveis ao
empirismo, misticismo, materialismo e muitas outras tendências tão
nocivas à fé cristã. E o resultado desta superficialidade é a
imaturidade manifesta numa vida carnal não experimentada no fruto
do Espírito Santo. Não estamos dizendo que todos os
neopentecostais são leigos, porque não são. Contudo, a
hermenêutica deles é profundamente comprometida com "novas
revelações" o que os faz suscetíveis à tendenciosidade.
4) Quanto à Salvação
O pensamento deles sobre salvação não se limita a considerála apenas obra do Espírito, fruto da graça, mas tem a tendência de
enfatizar muito a participação humana.
5) A prática Mística neopentecostal
Misticismo é o conjunto de normas e práticas que tem por
objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus. O problema é que
quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir da Bíblia e se
basear apenas em suas experiências. Este é um dos grandes
problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências
acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos
recursos hermenêuticos. O Misticismo neopentecostalista é a mistura
de figuras, objetos e símbolos para representarem coisas espirituais.
Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam,
transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas
magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço,
com medalhas de símbolos bíblicos, colocando sal ao redor da casa
para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de
água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam
gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes. Estas
coisas se estabelecem como pontos de contato e não passam de
artifícios que roubam o lugar da fé e da eficácia da obra de Cristo.
Este tipo de prática é rejeitado tantos pelos Pentecostais como pelas
Igrejas Históricas, visto ser uma doutrina pagã que visa estabelecer
por meio de objetos, um ponto de contato entre Deus e o homem. O
ponto de contato dos verdadeiros cristãos é a fé em Jesus, pois Ele é
o único mediador entre Deus e o homem. As magias pagãs
estabelecem como pontos de contatos objetos tais como amuletos,
talismãs, patuás, cristais, pedras e coisas para "proteção". Estes
ensinos anulam a obra de Cristo criando um novo meio de justificação
ou arranjando um amuleto de fé para as pessoas se apoiarem. O
problema é que tais pessoas acabam baseando sua fé em objetos
assim como fez Gideão (Jz 8.27). A questão não é se Jesus ou
apóstolos usou nalgumas vez algum objeto em suas ministrações,
mas no que isto pode implicar.
Basicamente, a cosmologia brasileira é sincretizada pelo
cristianismo europeu, pelo animismo dos índios e pelo fetichismo dos
africanos. O animismo prega que existe uma alma ou poder, a
permear cada objeto. E o fetichismo manifesta-se na cultuação,
veneração ou uso religioso de um objeto que representa uma pessoa,
coisa, divindade ou ritual. Estas práticas pagãs não possuem uma
relação
muito
intima
com
os
pontos
de
contato?
Entretanto, a igreja não tem que imitar ao mundo; e o animismo é a
base para a idolatria.
6) A prática Legalista e liberal do neopentecostalismo
Ou eles são legalistas ou liberais, e poucos deles são
equilibrados. Os legalistas enfatizam, sobretudo, a observância dos
usos e costumes como um processo de santificação e preparação
para a salvação. Outros já não se importam com mudança de vida,
preocupam-se apenas com prosperidade, saúde e felicidade neste
mundo. Estes últimos vivem uma espécie de "evangelho hedonista "
que enfatiza apenas o prazer como o fim último da vida. Os primeiros,
os legalistas, desenvolvem o “evangelho ascético que opta pela
“mortificação da carne, isolamento social e confinamento espiritual
como um tipo de disciplina pessoal”. Só um entendimento correto da
doutrina da graça de Deus, poderia conduzir estas pessoas a uma
coerência bíblica e, conseqüentemente, a uma prática religiosa sadia.
IDENTIDADE NAZARENA
UNIDADE III – DISTINÇÕES TEOLÓGICAS E
ORGANIZACIONAIS
ÍNDICE DOS ASSUNTOS DESTA UNIDADE
1 – Pano de fundo histórico das correntes teológicas:
agostinianismo – Pelagianismo – semipelagianismo –
Calvinismo – Arminianismo – Socianismo.
2- Fundamentalismo
3 – Secularismo
4 – Caracteristicas do cristianismo atual
5- Sínstese teológica e Ministerial da posição Nazarena
6 – Visão Ministerial da Igreja do Nazareno
UNIDADE III – DISTINÇÕES TEOLÓGICAS E ORGANIZACIONAIS DA
IGREJA DO NAZARENO Tensões Históricas presentes na posição teológica da Igreja do Nazareno
1) Pano de fundo histórico das correntes teológicas e suas tensões:
a) Sec. V – Agostinianismo, Pelagianismo e semipelagianismo
Agotinianismo -- Agostinho era filho de uma cristã chamada Monica
que casou-se com um pagão, funcionário público de Roma. Embora criado
como um cristão, desviou-se da fé na adolescência. Mais tarde na faculdade foi
influenciado por uma seita chamada maniqueísmo(seguidores de Mani, eles
acreditavam em duas forças eternas e igualmente poderosas, do bem e do mal
que lutam perpetuamente. Acreditavam que a matéria foi criada pelo princípio
do mal e que o espírito criado pelo Deus do céu.) desiludido com a seita
passou a viver como um pagão. Quando foi morar em Milão se admirava muito
com a retórica de Ambrósio, um bispo cristão da Itália do Norte e foi
influenciado por ele. Com 30 anos já tinha uma cosmovisão cristã e no mesmo
ano , enquanto lia Romanos 13:13-14 junto com um amigo, foi tocado e
converteu-se ao cristianismo de sua mão. Foi batizado por Ambrósio. Daí até
chegar a bispo foi um passo. Com 42 anos tornou-se bispo de uma Sé muito
importante na África e permaneceu no cargo até a sua morte aos 72 anos. Foi
um dos grandes pensadores da sua época e ganhou a reputação de um dos
líderes mais Sábios do cristianismo. Ele foi Pai da Igreja, teólogo e bispo. Sua
teologia ganhou a designação de: Agostinismo ou Agostianismo e consistia
no seguinte:
“ A supremacia de Deus é absoluta e a alma do homem é frágil e
absolutamente dependente de Deus. Foi ele que introduziu ao
pensamento cristão o chamado nonergismo o seja: a crença de que a
vontade do homem é inteiramente passiva e a de Deus totalmente
determinada tanto na história universal quanto na salvação individual”
Roger Olson
Pelagianismo - Pelágio (360-422). nasceu na Inglaterra. Foi considerado
um herege e sua vida cheia de mistérios. Chegou em Roma em 405 e começou
a questionar a vida imoral dos cristão, enquanto questionava isto, tomou
conhecimento do que Agostinho pregava então pensou ele: “se os cristãos não
acreditavamm que podem ser abstinentes a não ser que Deus lhes dê esta
graça, então isto é justificável”. Foi condenado por heresia pelo bispo de Roma
em 417 e pelo Concilio de Éfeso em 431. Foi considerado como um “herege
relutante”. Agostinho o acusou de: 1)Negar o pecado original; 2)negar que a
graça de Deus é essencial para a salvação; 3) Pregava a impecabilidade
operada pelo livre arbítrio. Na realidade o que ele pregava:
a.Negava o pecado original, no que concerne à culpabilidade – não
acreditava que as crianças são culpadas diante de Deus pelo pecado de Adão.
Acreditava que todos nascemos em um mundo corrompido pelo pecado e que
tendemos a pecar por causa dos maus exemplos de nossos pais e amigos. Ele
nega a inevitabilidade de pecado. Não existe uma tendência para o pecado.
b. Quanto à graça – Não precisamos da influência da graça, mas somos
salvos pela lei da consciência que Ele nos dá, aliada aos seus ensinos da
Palavra de Deus.
c. Uma pessoa pode ficar isento do pecado se assim o desejar. Ele mesmo
disse: Aquele que é convertido pode permanecer isento do pecado por
seus próprios esforços.
Semipelagianismo – Seu teólogo principal foi o francês Monge de
Marselha. Chamado João Cassiano, nasceu por volta de 360 e ingressou
muito jovem no mosteiro de Belém na Palestina, depois de viajar muito e
conhecer quase todo o mundo romano, fundou seu próprio mosteiro em
Marselha em 410. A sua responsabilidade teológica era refutar o monergismo
de Agostinho e sinergismo de Pelagio.
Síntese da sua teologia é: O Ser humano é salvo exclusivamente por Deus
mediante a graça, mas que a salvação partia somente da iniciativa da boa
vontade no coração do homem para com Deus. É mais ou menos assim:
“Deus ajuda quem cedo madruga” ou “ dê o primeiro passo em direção a
Deus que ele o ajuda”
O semipelagianismo procura estabelecer um sincretismo entre as doutrinas de
Agostinho e de Pelágio. Tem sido a doutrina oficial da Igreja Católica .Foi este
sistema teológico que os reformadores enfrentaram. E deste sistema, Jacobus
Arminius derivou a sua teologia.
Erro semipelagiano: É o homem que toma a iniciativa.
b) Sec. XVI e XVII Calvinismo, Arminianismo e Socianismo
Calvinismo Biografia: “João Calvino nasceu perto de Noyon, na
França em 10 de Julho de 1509. Seu pai recebia bolsa de estudo
da Igreja Romana para investiu na formação religiosa dele desde
Os seis anos de idade. Estudou na Universidade de Paris onde
começou a ser influenciado pelo humanista Guillam Cop. Mas lá
também conheceu os ideais da reforma e se converteu. Tão logo
se convertera à Reforma, abriu mão do subsidio dado pela Igreja
para sua formação. Devido à sua formação sua teologia foi muito
influenciada por Santo Agostinho
e surgiu do esforço de
maximizar a soberania de Deus. Trabalhou, tanto quanto Lutero
pelos interesses da reforma.
A doutrina do Calvinismo é baseada nas seguinte premissa:
•
A Soberania de Deus - Deus faz o que Lhe apraz
Cinco Pontos Calvinistas – Formulados no Sínodo de Dort:
•
•
•
•
•
Depravação total – inabilidade do homem
Eleição incondicional ou predestinação particular
A graça irresistível ou chamado eficaz – não podem
escapar da salvação
Expiação limitada – só parra os predestinados
Segurança eterna - E jamais se perderão
Calvinismo – supralapsariano – a predestinação foi antes da criação.
Infralapsariano – a predestinação veio depois da queda.
Arminianisno - Biografia - Tiago Arminio nasceu em Oudewater na
Holanda em 1560, por ser muito pobre sua mãe deixou-o nas mãos
de um sacerdote católico que o adotou e o enviou a um internato em
Utrecht. Depois que seu pai adotivo morreu um professor da escola
cuidou dele e o enviou à Universidade Luterana. Os espanhóis
invadiram e tomaram a cidade de Oudewater. Os irmãos e Pais de
Armínio foram mortos por não quererem regressar ao Catolicismo.
Ele ficou muito revoltado contra a Igreja e a política. Enquanto sofria
a perda de sua família encontrou-se com o Reverendo Pedro Bertius
pastor da Igreja Reformada em Rotterdam. Morou algum tempo com
a sua família até que, com a ajuda deles ingressou na Universidade
de Leiden . Lá distinguiu-se por sua aplicação como estudante.
Vendo o seu potencial a Igreja Reformada de Amsterdã resolveram
investir em sua formação teológica, com a condição de que ele
ingressasse nas fileiras da Igreja, tão logo terminasse os estudos.
Realmente em pouco tempo depois de formado, Armínio tornou-se o
pastor da Igreja de Amsterdan. Ao mesmo tempo em que era um
pregador de primeira estirpe e um exegeta bíblico, era um homem
muito humilde e consagrado. Na Universidade familiarizou-se com os
ensinos de Besa e Calvino e tornou-se Calvinista. Era tão
reconhecido que foi convidado para refutar as idéias de Koornheert
que levantou-se contra a teoria dos decretos divinos, as quais eram
pregadas por Calvino. Para fazê-lo Armínio teve que voltar-se para a
Palavra e estudou o livro de Romanos. Enquanto pesquisava, foi
convencendo-se de que Calvino no afã de extirpar de vez a
soberania da Igreja, com respeito à salvação, maximizou a soberania
de Deus ao ponto não relevar a responsabilidade moral do homem
no uso do seu livre arbítrio. A referida reputação nunca existiu, visto
que à medida que estudava, concluía que apesar de ser soberano
Deus deu ao homem o livre arbítrio e tem plena responsabilidade em
relação a ele. Sendo assim tornou-se opositor de seu próprio mestre
A Doutrina Arminiana é expressa da seguinte maneira:
•
•
•
Eleição condicional - Deus só predestinou após a queda, levando em
consideração, por sua presciência, a atitude do homem em face da tentação. –
Infralapsarianismo.Logo, a predestinação era consequência do ato humano e,
de modo algum, o resultado de um decreto preestabelecido por Deus.
Expiação Universal – A possibilidade de salvação existe para todos e não
depende de determinação divina. A vontade humana é o que conta. A graça
pode ser aceita ou resistida.
Graça preveniente – Cremos que a criação do homem à imagem e
semelhança de Deus, inclui a capacidade de escolher entre o bem e o mal. A
graça preveniente atua preparando o homem para responder positivamente ao
Espírito Santo.
•
Perseverança
condicional – A perseverança não depende
exclusivamente de Deus e sim do crente. O eleito pode cair da graça e ser
condenado.
Socinianismo – Sistema de doutrina desenvolvido por Lélio Sozini
(socinus) de Siena e Fausto Sozinni( 1537-1604), seu sobrinho e fez
parte da reforma radical, são anti-trinitarianos e afirmam que Cristo
era um homem que obteve a sua divindade por seu modo superior de
viver. Negavam o pecado original e a deidade de Cristo e negavam a
predestinação. Estes reformadores italianos que deram origem ao
socianismo, ensinavam uma forma de unitarismo estritamente ligado
com o arianismo primitivo. Cristo foi considerado um homem
comum, embora de nascimento milagroso, a quem Deus de
revelações extraordinárias e levou aos céus depois da morte. Foi,
portanto, um simples homem divinizado. O Erro, aqui, consiste na
negação da divindade de Cristo, e portanto, destroi o fundamento da
expiação.
Depois de ouvir alguns sermões de Armínio sobre o considerado
erro do sinergismo, Francisco Gomaro, um catedrático de teologia,
levantou uma campanha difamando Armínio. Foram duas as
acusações:
Ser um traidor – amigo dos jesuítas (tropa de cheque da contrareforma)
Ser um socianista – um herege que negava as doutrinas básicas do
cristianismo.
c)Século XX Fundamentalismo Calvinista, Fundamentalismo
Arminiano e Liberalismo
A história da teologia protestante é comumente dividida em cinco
grandes períodos:
1- Fundadores (Lutero,Calvino,Zwinglio,Melanchthon)
2- Ortodoxia ou Escolástica – Entenda-se por escolástica a
integração da teologia cristã com a filosofia aristotélica.
3- Iluminismo
4- Liberalismo
5- Neo-ortoxia.
Para se entender o liberalismo temos que definir o que é
modernidade.
Portanto: Os liberais foram os teólogos que queriam adaptar a teologia à
modernidade
Modernidade é o conjunto de atitudes e perspectivas que
durou de 1650 a 1950, tendo como base o iluminismo
(atitude de confiança nas virtudes da razão e das ciências
como principais motores do progresso da sociedade)
Immanuel Kant -- influenciou muito o iluminismo. Kant
acreditava que ser cristão era viver de acordo com os
deveres racionalmente discerníveis
George Hegel – cria em Deus e Ele era imanente – Ele e o
mundo eram um só e interagia para crescimento.
Friedrich Schleiermacher – Pai da teologia liberal ou
liberalismo. Não cria nas intervenções divinas
Os liberais do fim do século XIX e início do século XX
sustentaram três temas importantes: A imanência divina, a
moralização do dogma e a salvação universal da raça
humana.
A pós-modernidade traz consigo uma ideologia chamada “pós-modernismo”.
Essa nova ideologia, de muitas maneiras, é antagonista à fé cristã. Por
exemplo, o pós-modernismo opõe-se ao conceito de verdade objetiva e
absoluta. No lugar da verdade absoluta, apregoa o evangelho do relativismo. A
verdade para alguém é aquilo que a faz se sentir bem.
2 - Fundamentalismo
Fundamentalismo foi o movimento que nasceu no princípio do século XX para marcar de vez a sua
oposição ao liberalismo, significando, à partida, uma clara e indefectível adesão aos grandes
fundamentos do cristianismo histórico, nomeadamente: (1) a inerrância bíblica; (2) a divindade de Jesus
Cristo; (3) o nascimento virginal de Cristo; (4) a morte vicária de Cristo, que ele morreu para redimir a
humanidade; (5) a ressurreição física de Cristo e a esperança da segunda vinda. Não se trata de um termo
de reação meramente atribuído à linha dura dos conservadores que se recusavam a cooperar com os
liberais. Encarna, sim, um conceito mais profundo com implicações de caráter histórico, doutrinário e
ético.
O movimento fundamentalista nasceu, de fato, nos dias em que o liberalismo ousou começar a instalar-se
no seio das comunidades cristãs e a tomar de assalto igrejas e escolas confessionais de teologia, pondo
sobretudo em causa a autoridade das Escrituras. No princípio, repito, fundamentalista era identificação
clara com os fundamentos da fé bíblica e oposição firme ao modernismo racionalista. Por outras palavras,
era o mesmo que ser chamado cristão no sentido mais puramente bíblico da igreja primitiva. Mas o termo
fundamentalismo foi assumindo outros contornos semânticos e acumulando significados mais radicais à
medida que se ia usando para representar condutas extremas de intolerância e violência mais fora do que
dentro do próprio cristianismo.
A teologia liberal, por outro lado, tem as suas raízes no iluminismo; movimento filosófico que desde o
século XVII vinha enfatizando a supremacia do livre pensamento, da razão pura e da capacidade de todo
o ser humano para progredir e se aperfeiçoar por si mesmo. No largo espectro de idéias que a teologia
liberal representa, são de salientar as seguintes. (1) A Bíblia dá testemunho de Deus, mas não é revelação
direta de Deus nem é, no sentido rigoroso do termo, a Palavra de Deus; e, como tal, ela deve interpretar-se
como obra literária em seu contexto histórico, com base numa análise crítica fundada nos pressupostos
filosóficos da nossa cultura, e especialmente direcionada para as afirmações de Jesus sobre paz, justiça,
compaixão e amor. (2) Os relatos bíblicos são primariamente simbólicos, não sendo necessariamente
credíveis do ponto de vista científico e histórico. (3) A ciência moderna é, também ela, fonte de revelação
no que respeita às leis que governam o universo e a vida. (4) A humanidade não herdou fisicamente o
pecado original, e Satanás não existe. (5) O homem é obra de um Deus bom e permanece inerentemente
bom em progresso constante até à perfeição.
Ora com o evoluir do Iluminismo, foi-se instalando a dúvida em torno dos principais temas da fé cristã.
A credibilidade dos Evangelhos foi posta em causa. Insinuou-se que estes não eram a história verdadeira
de Jesus, mas apenas histórias acerca de Jesus; histórias escritas mais tarde do que realmente foram, e
entretanto impregnadas de mitos, lendas e tradições várias. Insinuavam os mentores desta nova idéia que
o verdadeiro Jesus de Nazaré se oculta por detrás de uma enorme massa de informação duvidosa, que Ele
não foi mais do que uma importante figura religiosa do seu tempo e que a real imagem dessa figura
precisa de ser redescoberta.
Uma das expressões mais radicais da teologia liberal surgiu recentemente encarnada no movimento
revisionista do chamado Jesus Seminar, o qual questiona a autenticidade dos Evangelhos e rejeita quase
tudo o que os evangelhos afirmam que Jesus disse ou fez. Trata-se de uma nova ideologia pagã onde não
há mais lugar para Cristo, nem para o evangelho de Cristo, nem sequer para a tradição cristã. As
conclusões deste grupo de críticos foram posteriormente divulgadas em vinte e uma teses, das quais aqui
destaco apenas doze: (1) Não existe um deus exterior ao mundo material; (2) O darwnismo matou de vez
a doutrina de uma criação especial conforme a narrativa bíblica; (3) A desliteralização da narrativa bíblica
das origens acabou de vez com o dogma do pecado original; (4) Os milagres de Jesus são uma afronta à
justiça e integridade de Deus; (5) Jesus não é divino; (6) A idéia de Jesus como redentor é fantasiosa e
arcaica; (7) Jesus não ressuscitou dos mortos; (8) O nascimento virginal de Jesus é um insulto à
inteligência moderna; (9) Não existem mediadores entre Deus e o homem; (10) O reino de Deus é uma
viagem sem fim e uma perpétua odisséia; (11) A Bíblia não contém modelos objetivos de conduta; (12)
As reconstruções da pessoa e obra de Jesus podem ser sempre modificadas.
Liberalismo e fundamentalismo eram basicamente as únicas posições sustentadas pela maioria dos
protestantes e evangélicos do século XX até ao surgimento da neo-ortodoxia.
Mas esse não foi desde então o caso. As variantes e sensibilidades cristãs das últimas décadas dentro de
cada um destes sistemas são cada vez mais acentuadas. A unidade deixou de existir quer no liberalismo
quer no conservadorismo. Há um mundo de diferença entre os que se afirmaram fundamentalistas em
1909 e em sete anos produziram uma série de manifestos sobre os princípios fundamentais de fé cristã, e
alguns ditos fundamentalistas de hoje. Muitos, porém, dos que assim são chamados permanecem lúcida e
equilibradamente fiéis aos mesmos princípios, valores e ideais por que se bateram os fundadores deste
movimento cristão, cujo único anseio foi mesmo o regresso às origens.
Até finais do século XIX, os ataques desferidos contra o Cristianismo eram ataques vindos de fora:
ataques de inspiração filosófica e científica: Ataques filosóficos de caráter racionalista como os de
Descartes, Espinosa e Leibniz, que elevaram a razão e afrontaram a crença na revelação objetiva da
Bíblia; Ataques filosóficos de caráter naturalista e materialista como os de Dewey e Hobbes, que puseram
em causa o sobrenatural e passaram a justificar e explicar tudo com base em causas naturais; E ataques de
fundamento e inspiração científica como os de Copérnico e Darwin, que reduziram o homem ao plano do
puramente animal e esvaziaram o mundo de um Deus criador que cuida da sua criação. Em vez de
olharem para o homem como um ser caído, depravado e pecador, esses mentores do liberalismo
imaginaram-no a progredir até à perfeição sem qualquer necessidade de um ser sobrenatural.
Hoje, como no passado, há um mundo de diferença entre cristianismo e cristandade.Duas visões distintas
de Deus e da sua Palavra, duas visões distintas de Cristo e da sua cruz, duas visões distintas da igreja e do
reino de Deus, duas visões distintas da fé e do discipulado cristão.
Vivemos num tempo em que velhos paradigmas se esboroam e outros novos gradualmente se instalam.
As igrejas de Cristo já passaram várias vezes por situações semelhantes às que agora enfrentam. Nada há
novo debaixo do sol e todas essas crises nada mais são do que crises recicladas.
Como acabamos de recordar, o cristianismo esteve dividido por mais de um século entre liberais e
fundamentalistas ou conservadores; os primeiros, cultivando uma espécie de fé secularizada e desviante
da essência do cristianismo nascente; os segundos, batendo- se pela sã doutrina, cumprindo uma missão
excelente na proclamação e defesa da verdade, mas nem sempre harmonizando ortodoxia com ortopraxia
e tantas vezes se rendendo à cultura do presente século38. Esse é o desafio que cada um de nós continua a
receber. O evangelho de Cristo não se materializa num cristianismo de mera cristandade. Na pureza
cristalina das suas origens, ele se proclama e expande como poder transformador da própria cultura que é
boa nova para os pobres, dá liberdade aos cativos e anuncia o ano aceitável do Senhor. O liberalismo
acomodou-se à cultura materialista e secular, deixou-se servilmente acorrentar por uma forma de neopaganismo que não só vira as costas ao sobrenatural e se limita a construir um mundo sem Deus, mas
também declara o homem como medida de todas as coisas, e ao mesmo tempo o afirma refém de si
mesmo, perdido nos meandros de uma vida sem sentido e pronto a abalar as estruturas mais sagradas da
sua própria existência.
Num tempo de tão claras mudanças como é o nosso; num tempo em que novas revoluções
vertiginosamente se fazem sentir em todas as áreas da vida – na ciência, na filosofia e nas comunicações;
num tempo em que o maravilhoso pagão parece querer afirmar-se como alternativa à fé cristã, é
necessário retomar em pleno o paradigma universal que Cristo inspirou e os apóstolos encarnaram, para
de novo fazer germinar em nossa cultura os princípios e valores do Evangelho. Nós não fomos chamados
a reinventar a fé cristã, mas sim a ser fiéis às suas origens. Se o nome em que nos revemos ou com que
nos alcunham é o de conservador ou fundamentalista, que importa? A nossa missão é servir Cristo e
defender a todo o custo os princípios e valores sagrados do evangelho; esse evangelho que é Boa Nova e
poder de Deus para a salvação de todo aquele que Crê; esse mesmo evangelho que simultaneamente é
doutrina e vida, fé e ação, testemunhado pela palavra e pelo exemplo, em constante fidelidade e
obediência a Jesus Cristo nosso único Salvador, Mediador e Senhor.
( Por Manuel Alexandre Junior– Seminário Batista de Portugal )
Fundamentalismo – É a resposta ao liberalismo, uma defesa ferrenha
dos princípios da fé cristã, quer sejam entendidos pela razão e sustentados
pela ciência.
Uma das grandes teólogos do fundamentalismo foi o presbiteriano Charles
Hodge.
Calvinismo Fundamentalista – Hodge e outros defenderam o
calvinismo, tal como Calvino, apesar de ser infralapsariano mas defendia a
inteira passividade do homem no que concerne à salvação (monergismo)
Arminianismo Fundamentalista - Foi questionado pelos teólogos
fundamentalistas como sendo um braço do liberalismo.
Hodge cria que o armininismo era:
• uma concessão ao humanismo.
• um atalho para se chegar ao liberalismo (questionamento da natureza
de Deus).
3 - SECULARISMO
Atualmente, a influência básica que predomina na cultura ocidental
moderna é o secularismo, uma filosofia que considera a religião e a
moralidade como questões de opinião individual. Somente os fatos e as
influências que se derivam do “ aqui e agora” são considerados válidos.
O secularismo defende que os cinco sentidos são o critério para
determinar aquilo que é real. Tudo o mais é questão de opinião e, portanto,
algo pessoal. Assim sendo, o secularismo filosófico é uma pessoa anti-religiosa
que nega a importância de Deus para a vida.
Dimensões do Secularismo
No centro dessa filosofia secular está o Humanismo, onde a vida se
torna centrada no homem e não centrada em Deus. Em vez de todas as coisas
serem criadas Por e para Deus, os secularistas acreditam que a razão humana
é quem dá a última palavra e que o mais importante na vida é o direito de viver,
ser feliz e buscar a felicidade.
A maioria de nós, percebendo ou não, é bombardeado diariamente pelo
ponto de vista pragmático da realidade, onde significado é encontrado somente
dentro do próprio universo.
( Uma Igreja de Alto Impacto. Linus Morris. Ed. Mundo Cristão. SP. 2003. p. 31 )
O secularismo define duas categorias de pensamento: Fato e Fé.
Fatos – são baseados em qualquer coisa que possa ser verificada pelos
5 sentidos. Só os fatos são aceitáveis publicamente. Religião, moralidade,
valores e estilos de vida são classificados como assuntos de opinião e escolha
pessoal ( Assuntos privados. )
O mundo real, segundo o secularismo, inclui somente aquilo que pode
ser explicado cientificamente pela causa e efeito , e expresso em termos
científicos e matemáticos.
No secularismo, a fé é considerada “ menos real” e, portanto, tida como
questão de opinião pessoal. Nesse âmbito se inclui o casamento, a família, os
hobbies e , mais que tudo, crenças religiosas.
No ocidente, os âmbitos público e particular ficam separados... e do
âmbito público se exclui a moralidade e a religião.
AS RAÍZES DO PROCESSO DE SECULARISMO
“Este processo de secularização tem suas raízes no chamado “
Iluminismo”. Por volta da metade do século XVIII havia a sensação
amplamente comum e muito profunda entre os pensadores da Europa
Ocidental de que uma nova era havia chegado, e que a sua natureza essencial
era a “ Iluminação” . Antes do iluminismo, a natureza do universo e da
realidade era vista em termos de um propósito divino, cuja revelação se dera
nas Escrituras e nos Credos da Igreja.
O efeito do iluminismo foi substituir essa estrutura explanatória pelo
ponto de vista de que o mundo não era governado pelo propósito divino, mas
por leis naturais de causa e efeito.
“Não havia mais necessidade de explicar qualquer coisa em termos de
propósito ou desígnio; já não havia lugar para o milagroso nem para a
intervenção divina; a natureza se tornou a soma de tudo que existe.”
( Eddie Gibbs in “ Contextual Considerations in Responding to Nominality” – Citado em “ Uma igreja de Alto
Impacto.Linus Morris. Editora Mundo Cristão. SP. 2003 p. 366. citação n.9 )
“ O mundo secular em volta de nós cristãos, está dizendo em alta voz: “ Nós podemos
cuidar de nos mesmos. Não precisamos de Deus, da igreja ou de um sacerdote. Nós
estamos no controle. E se não estamos devemos trabalhar ainda mais para o retomar.
O problema não é falta de fé, mas falta de competência. Se você está doente,
precisa de um médico competente; se você é pobre, precisa de políticos competentes;
se há problemas técnicos, você precisa de engenheiros competentes; se há guerras,
você precisa de negociadores competentes. Deus, a igreja, e os ministros têm sido
usados por séculos para preencher as brechas da incompetência, mas hoje as
brechas estão preenchidas de outras maneiras e nós já não precisamos de respostas
espirituais para questões práticas. ( Henri J.M.Nouwen. O Perfil do Líder Cristão no Século XXI.
Worship Prod.Americana.SP.1993 p.22)
4 - Características do Cristianismo Atual – ( F.Ferreira)
∆ Época onde impera o individualismo, relativismo, secularismo e consumismo.
∆ Ressurgimento de uma cultura pagã que afeta o culto. Esse paganismo é revelado
em aspectos tais como: A reverência cede lugar à descontração ; o bem-estar do fiel é
mais importante que sua contrição ; Deus é transformado numa espécie de força,
sempre à disposição do usuário, mas que não lhe incomoda nem exige mudança
comportamental.
∆ Negligência e desprezo para com a pregação e a Palavra de Deus.
∆ Valorização da música para produzir em elevado clima emocional.
∆ Valorização das experiências emocionais sem muito apelo à razão.
∆ Falta de cultivo de amizades profundas e verdadeiras. Comunhão frágil.
∆ Sincretismo religioso, resgatando superstições do catolicismo, como simpatias,
copo de água benzido, etc... Resgatando práticas da macumba e candomblé, sobre o
pretexto de falar a linguagem deles, tais como sal grosso, arruda, descarrego, etc...
∆ Ameaça de ser seduzido pela cultura circundante. ( A cultura está sob julgamento da
Palavra de Deus e não a Palavra sob julgamento da cultura.)
∆ Mudança na maneira de se medir a eficiência da igreja. Na igreja antiga, esta
aferição apontava para a Teologia prática, ou seja, a fidelidade com a qual o
Evangelho era pregado e a observação das doutrinas e sacramentos. Por isso, temos
as antigas confissões de fé. Na igreja moderna, isto é secundário. Mede-se a
eficiência pela quantidade de membros.
( FERREIRA,Franklin.Gigantes da Fé.Ed. Vida.SP.2006.pp.336-345 )
5 ) Síntese Teológica e Ministerial da Posição Nazarena
A posição nazarena é construída à partir das bases da nossa existência.
Somos um povo que é Agostiniano e calvinista no sentido de que cremos
na soberania de Deus, na existência do pecado original, na eleição de
todos para serem conformes à imagem de Seu Filho.
Somos Arminio/Wesleyanos porque cremos que apesar de ser caído, o
homem pode se levantar, crer que Cristo pagou o preço pelo seu pecado,
aceitar a graça resistível e preveniente de Deus a seu favor. Cremos que o
homem pode ser justificado legalmente, regenerado, tornar-se filho de
Deus e inteiramente santificado pela poder do Espírito Santo. E assim pode
viver em uma vida de santidade ou perfeição cristã, a qual implica em
perseverança na salvação.
Distinções teológicas no surgimento da Igreja do Nazareno
O Ministério da mulher
Desde o inicio do Movimento de Santidade do Século XIX a mulher tem tido um
papel muito importante, elas cuidavam das necessidades da Igreja e Os pobres
da comunidade eram levados a Cristo,. Muitas trabalhavam
sozinhas
desenvolvendo um ministério evangelístico/social. Outras faziam o mesmo ao
lado de seus maridos. Elas pregavam e davam sua opinião em todos Os
assuntos da igreja.
O Ministério da Mulher na Igreja do Nazareno – Desde Os primeiros dias a
Igreja do Nazareno reconheceu oficialmente o Ministério da Mulher. Dr. Bresee
disse: “ Alguns de nossos melhores homens são mulheres” – Tres dos nossos
grupos originais já ordenavam mulheres.
Na formação da Igreja a mais efetiva agencia de promoção das missões
estrangeiras foi a Sociedade de Missões Estrangeiras de Mulheres. Os
esforços da Mulher na Igreja tem sido notável na construção do Reino de Deus.
Elas tem preenchido uma posição da qual a igreja não deve prescindir.
Como tudo começou? – O trabalho das mulheres começou em 1895 com a
formação da Associação das Igrejas Pentecostais da América . Em 1907
quando da oficialização da Igreja a recomendação da Assembléia foi a
seguinte:
“ Que a Sociedade Auxiliar de Mulheres para Missões Estrangeiras continue,
dentro do possível, a fazer missões da forma tão nobre e efetiva que vem
fazendo deste 1895. E que em cada Igreja local haja uma Sociedade
Missionária de Mulheres.”
O trabalho delas, no entanto, não cresceu muito até que em 1915 O Comitê de
Missões Estrangeiras, formado por 14 mulheres reviram Os conceitos e
paradigmas ao ponto de conseguirem que a Assembléia Geral Oficializasse A
Sociedade Missionária de Mulher. O Propósito dela era: Alistar mulheres jovens
e crianças da Igreja do Nazareno em um serviço ativo de missões, unindo-os
em oração, levando-os a interessar-se pelas necessidades do mundo e a
levantar fundos para a Evangelização.
Contribuição do Ministério da Mulher na Igreja do Nazareno:
• Ajudar a organizar o sentimento de Missões,
• Ajudar a despertar e guardar o espírito de Missões,
• Com o seu insaciável desejo de saber é capaz de informar e ensinar de
forma produtiva,
• Eleva a visão terrena da igreja para a celestial – a tarefa de mostrar que Os
campos estão brancos para a Ceifa.
Fatores que diminuíram a ordenação de Mulheres
1) A liberação Feminina
Antes de 1950 o ministério da mulher nazarena herdou o que de bom lhes
trouxe o movimento de liberação feminina garantindo-lhe o direito de voto e
acesso ao público. Depois de 1950 porém, houve decréscimo da atuação
da mulher, ainda que tivesse levantado-se uma Segunda onda com o
liberalismo em 1960 a 70. E isto deveu-se a uma forte reflexão da igreja a
fim de evitar o extremo do feminismo. Isto levou-a a definir o papel da
mulher trabalhando o conceito de que a família precisa de sua presença
para fortalecer-se.
2) Culturalismo/ Machista
3) Posição de alguns líderes que julgam não ser escriturístico o ministério
pastoral da mulher – a maioria destes acreditam elas podem fazer qualquer
trabalho desde que não sejam, pastorais.
As Duas Mulheres do Movimento de Santidade
Antoinette L. Brown – “ Um dos ministros da Nova Aliança, autorizada,
qualificada e chamada por Deus para pregar o Evangelho de Seu Filho”
Donald Dayton em seu artigo Holiness Tracks - Defesa do Ministério da
Mulher, 1985.
Phoebe Palmer – Grande evangelista de santidade, seu trabalho centralizou-se
em Nova Iorque mas, mas foi um dos expoentes da doutrina na Inglaterra pois
passou alguns anos lá pregando e influenciando muitos à vida de santidade.
O compromisso social
No princípio o Programa extensivo missionário da igreja focou sua atenção na
pregação da salvação em seu aspecto espiritual. E não desenvolveu muito a
área social, por ocasião da formação da Igreja havia somente alguns orfanatos.
Em 1908 a Assembléia Geral nomeou um Comitê do Bem Estar Social e em
1919 formou a Junta Geral do Bem Estar, na ocasião já havia muitos orfanatos
e progamas de assistência mas realmente, nunca chegou a ser um trabalho de
nível geral. Devido às dificuldades de desenvolver projetos nível geral em 1923
a referida junta foi desfeita, isto não significa que a Igreja não se preocupa com
o Bem Estar Social, mas esta responsabilidade passou para a Sociedade
Missionária com o Ministério de Compaixão.
Piedade Vital
A nossa herança é preciosa. Desde Os primeiros anos a Igreja tem enfatizado
que há um padrão, o padrão dos santos, começa em pureza sexual, fidelidade
matrimonial, honestidade quanto aos negócios, boa reputação quanto ao uso
do dinheiro e abstinência de álcool, cigarros ou qualquer outro tipo de droga e
esta continua sendo a nossa posição até hoje, como se vê no Manual.
Há a necessidade de se Ter critérios determinantes quanto à entretenimento,
esporte e vestimenta e etc.
A inteira santificação como a doutrina principal
A ênfase principal da Igreja do Nazareno hoje é a Inteira Santificação desde o
início do Movimento de Santidade, Os que iam sendo santos, testemunhava
desta como sendo uma das mais importantes e essenciais verdades bíblicas.
A força da pregação de Santidade se deu ao fato de haver muitos, tido a
experiência, ademais Martinho Lutero preparou o caminho para ela, pregando a
justificação pela fé e João Wesley também a viveu e pregou.
A Expressão da doutrina se deu através de 4 fatores:
1) As definições em suas declarações oficiais.
2) A exposição da santidade nos períodicos, jornais escritos pelos fundadores
e quem tinha autoridade.
3) Literatura apropriada para treinamento leigo e eclesiástico. Surgem Os
teólogos de Santidade, tais como: Everett Catell, Aaron M. Hills , Purkiser
Wiley e outros.
4) Testemunho dos membros.
Vida de santidade
Para Os Wesleyanos e Nazarenos “ santidade de vida” implica em perfeição,
uma perfeição cristã. A mesma não é adâmica, nem divina.
Para entender esta verdade temos que ter bem clara em nossa mente a
distinção da definição Wesleyana de pecado.
Vale ressaltar também que, perfeição cristã é uma vida inteiramente
dependente de Deus.
Educação
A Igreja do Nazareno entende a educação como um veículo de transformação.
A Igreja dá suporte a 11 Universidades nos Estados Unidos,
Canadá, na África (Kenia – 700 alunos)e na Coréia, ( dois
seminários de nível superior e mais de quarenta colégios bíblicos
que dão treinamento teológico. 2 escolas de enfermagem de nível
técnico e mais de 430 escolas de ensino secundário.
A observância do Dia do Senhor:
A igreja do Nazareno sempre primou pela observância do Domingo como dia
do Senhor. Orienta aos pastôres que não secularizem esse dia. Promovam
cultos pela manhã e zelem pela Escola Bíblica Dominical.
O uso de Hinos na liturgia do culto:
Nossas raizes, no movimento Wesleyano, ficaram gravadas com a composição
de centenas de hinos, que contêm substancioso conteúdo doutrinário. Os hinos
enfatizam mais a transcendência de Deus, enquanto os coros modernos, a
imanência de Deus. Ambos devem ser usados. Cabe ao pastor nazareno
orientar os ministros de louvor e incluir na liturgia do culto os hinos.
Eixos Teológicos na Igreja do Nazareno (Ver Manual)
1) Soberania de Deus
2) Criação do ser humano
3) Natureza humana
4) Pecado original
5) Definição de pecado
6) Conseqüências da queda
7) Transmissão do pecado- Traducianismo
8) Expiação
9) Eleição
10) Segurança da Salvação
11) Graça e livre arbítrio
12) Santidade
6 ) VISÃO MINISTERIAL DA IGREJA DO NAZARENO: ATUALIZAÇÃO E
PROJEÇÕES
A) A situação atual da Igreja a nível mundial, regional e nacional.
Onde estamos? Qual é a nossa missão?
Atualmente a Igreja está radicada em 148 áreas do mundo. Estamos
organizadas a nível, Mundial, regional e nacional.
1) Mundial – Somos administrados por uma Junta de seis
Superintendentes. São eles:
•
•
•
•
•
•
Dr. James H.Diehl
Dr .Paul G.Cunningham
Dr. Jerry Porter
Dr. Jesse C. Minddendorf
Dra. Nina G.Gunter
Dr. J.K. Warrick
O ministério deles inclui: Presidir as Assembléias Gerais e distritais,
além de resolver problemas de ordem administrativas e doutrinárias além de
ordenar presbíteros.
As pessoas que inventaram a Junta de Superintendentes, no
decorrer da nossa história foram homens de fé e de experiência. Suas vidas
têm influenciado todos nós através do exemplo, da visão apaixonante e
pregação fervorosa.
Ao aproximarmos do fim do primeiro século, a junta geral de
superintendente em vigor celebra a liderança fiel das últimas gerações. Nós
honramos o seu sacrifício e estilo de vida santa . Convocamos todos os
nazarenos do mundo todo a seguirem os seus exemplos e a se
comprometerem numa aliança apaixonada com o evangelho sagrado.
Em um mundo cheio de guerras e rumores de guerra, com terrorismo e
medo, com tumulto e necessidades intensas em todo o continente, lembramos
os nossos irmãos e irmãs em toda a parte a terem em mente que somos
seguidores de “Jesus – a Esperança”.
Ele é Aquele que falou: “Eu estabelecerei a minha igreja e as Portas do
inferno não prevalecerão contra ela.”
Vamos incendiar o nosso mundo com esperança autenticamente,
vivendo a vida santa dirigida pela compaixão cristã.
2) Regional – Devido ao desenvolvimento fez-se necessário dividir a
Igreja em Regiões e Áreas
O Brasil agora é uma região administrativa distinta na América do Sul
•
Nacional – Três áreas
•
•
•
Brasil Norte e Nordeste – Rubens Rodrigues
Brasil Sul – Pedro Paulo F. Matos
Brasil Central – L. Aguiar Valvassoura
3) Nacional - Junta Nacional
Distrital – Agrupamento de igrejas dentro de uma área geográfica –
administrado por um superintendente distrital – O mesmo deve ser o
pastor dos pastores.
Local - A Igreja Local não é independente . É administrada pelo pastor
e pela Junta eleita por aqueles a quem ela representa. Governo
representativo.
4) Desenvolvimento Ministerial da Igreja do Nazareno
Estamos radicalmente otimistas quanto ao impacto que podemos causar
no século 21 com a livre pregação da Santidade. Ela é nossa missão,
ela nunca foi tão relevante, as necessidades são obvias e as
oportunidades são abundantes. Nos rendemos aos pés do Senhor Jesus
clamando por unção para Os lideres da nossa amada igreja. Possa o
Senhor ajudar o nosso povo e tornar realidade a distinta missão que
Deus nos deu. Jim L. Bond
1) A nossa visão ministerial
A nossa visão passa pelo compromisso que temos com a Grande
Comissão:
•
•
•
•
Comunhão – Koinonia
Proclamação – Kerigma
Ensino - Didake
Serviço – Diakonia
Nossos Ministérios: Compaixão...... radio, Mulheres, Med, Trabalho e
Tetemunho
2) Avanço Missionário atualizado: Áreas Pioneiras – Estatísticas
A Igreja do Nazareno tem tido uma visão missionária desde os
primeiros começos. O desafio de ganhar o mundo está no coração
da Igreja. A doutrina do perfeito amor em relação a Deus é uma
devoção que consome e em relação ao homem é um serviço de
compaixão.
Sendo assim não há barreiras, sociais, raciais ou geográficas para se
compartilhar o amor divino. Nosso fundador disse: “ Somos
devedores de dar a todo homem o evangelho na mesma medida em
que recebemos.
Pensando na Misio Dei temos que seguir a direção que o Seu dedo
aponta. – A igreja deve providenciar os meios:
• Recursos humanos
• Recursos materiais
O conceito de Missões é desenvolvido da seguinte maneira:
•
•
•
•
A igreja tem que enviar ou morrerá,
Temos que ir a todos e todos têm que ir,
cristianismo é missionário porque isto é o que significa ser
verdadeiramente cristão,
Evangelismo é ajudar Deus realizar o Seu propósito.
A Igreja do Nazareno trabalha em duas frentes missionárias:
1ª) Home fronte – Mobiliza recursos humanos e financeiros e
organiza,
2ª) Field Fronte – Estão nos campos engajado em curar as feridas
espirituais e físicas.
3) Estatísticas do Crescimento da Igreja do Nazareno
B) Projeções e desafios da Igreja do Nazareno frente ao Novo Século
1) Desafios organizacionais
Uma igreja para o povo
Desde o início a Igreja do Nazareno existe por causa de pessoas de diversos
níveis social, educacional, político e de todos Os backgrounds. Denominações
foram cativas pela visão de fé cristã que transcende suas diferenças. O povo
que se tornou nazareno deu provas de suas convicções em um evangelho que
salva e dá poder a todo que o recebe.
Diferenças são secundárias
As diferenças em coisas secundárias não eram o bastante para dividir, pois
havia e continua havendo um interesse em estar unidos naquilo que é
fundamental. O que nos interessa guardar é a fé que um dia foi entregue aos
santos. (Judas 3)
Nossa Herança
O testemunho daqueles que sacrificaram suas vidas para trazer à existência a
Igreja do Nazareno não deixam dúvida quanto à sua razão de ser. Não há
justificativas para deixar nossas convicções no esquecimento. As convicções
garantem a vida da Igreja.
A Igreja do Nazareno organizada em 1908 em Pilot Point no Texas
estabeleceu a sua sede em Kansas City no estado de Missouri, logo
depois do seu nascimento como denominação. Esta sede provê serviço
de suporte para mais 1.4 milhões de membros que se congregam em mais
de 13.259 igrejas nos Estados Unidos, Canadá e 148 áreas do mundo.
Cada quatro anos a Igreja trabalha dentro de um tema. O do quadriênio
junho de 2005 a junho de 2009 é “Santidade a Mensagem de Esperança”.
Este tema expressa o desejo da denominação de compartilhar as boas
novas de que Jesus é a nossa esperança.
2) Desafios teológicos
a) Grande Desafio (Al Truesdal – Professor de Filosofia da Religião e Ética
Crista do Seminário Nazareno em Kansas City) Sugere:
•
•
•
•
Manter uma identidade teológica clara para uma atuação e realização no
terceiro século,
Manter uma postura ética saudável que condiz com Os princípios
estabelecidos pela Palavra,
Manter viva a visão de pregar a salvação e a santificação, cumprindo assim
a sua missão,
Ter uma pastoral que atenda as necessidades do mundo.
b)Como Garantir que a Igreja tenha uma boa teologia?
• Investimento nas Instituições teológicas,
• Desenvolvendo fóruns e debates de reflexão teológica,
• Investindo na literatura,
• Descobrindo novos pensadores
3) Desafios Educativos
Continuar investindo na Implantação de Escolas e Universidades em todo o
mundo.
FNB- FACULDADE NAZARENA BRASILEIRA
4) Desafios Missiológicos
Fazer discípulo de todas as nações.
1) Estratégia consiste no seguinte:
•
•
•
•
Evangelização, discipulado, comunhão e adoração que acontece
todos Os dias nas nossas 13.259 igrejas locais,
Envolvimento Total das 51 Instituições Educacionais (globais) na
missão da igreja,
Envio de missionários a todos que ainda não ouviram acerca das
Boas Novas.
Investimento na Literatura - NPH
2) Ênfase da década - Conectando a Nova Geração
Durante 10 anos a partir de 2001 a Igreja está engajada em capacitar a
nova geração. Não queremos perder a janela 4/14, isto é, as crianças de 4
a 14 anos, é nesta idade que a maioria dos missionários são chamados.
1 ) Principais Eventos do Cristianismo - do século I ao XXI
IGREJA PRIMITIVA - Ano 1 ao ano 500
Século
I - 01-100
* Fundamento dos apóstolos e de Cristo. / Dispersão / Pentecostes / Concílio de Jerusalém (
Atos
Atos 15) / Ruptura das relações monopolizadoras judaizantes / Viagens Missionárias de Paulo/
Evangelhos/Cartas/Apocalipse .
Pais da Igreja: Clement de Roma, Mathetes, Polycarp, Ignatius,Barnabás, Papias,
Mártir de Justin, Irenaeus.
I I - 101101-200
Os pais da igreja
igreja tornamtornam-se importantes na defesa da fé/ Credo Apostólico.
130130-160 - MontanoMontano- Frígia. Montanismo
156156- Surge o termo "Igreja Católica"
160 - Marcion tenta introduzir o Gnosticismo
Pais da Igreja: Hermas, tatian, Theophilus, athenagoras, Clement de Alexandria.
Alexandria.
III - 201201-300
218 - Surge o ensinamento de Pedro ter sido o primeiro papa.
Sabélio perturba a igreja com a sua doutrina "Modalista" que negava a Trindade e ensinava
várias manifestações de Deus.
Pais da igreja: Tertulian, Minucius Felix, Commodian, Orígenes, Hippolytus, Caius, Novatian,
Dinoysius o grande, Gregory Thaumaturgus, Julius Africanus, Anatolius.
IV - 301301-400
313 - Imperador Constantino adota o cristianismo para todo o Império Romano.
325 - 1º Concílio da Igreja em Nicéia da Bitínia. ++- 300 bispos. Tratou das controvérias cristológicas
relacionadas à Trindade.Condenou o Arianismo.Promulgou o Credo de Nicéia.
367 - Concílio de Hipo - Ratificou os 66 livros da Bíblia.
360360-422 - Pelágio - Pelagianismo / João Cassiano: Monge Francês de Marselha
Marselha e o
semipelagianismo.
381 - Concílio de Constantinopla. (+(+- 150 Bispos) Afirmou a plena divindade do Espírito Santo.
Entre os séculos VI e II – Temos a Bíblia Versão dos 70 , a Septuaginta,feita em Alexandria no
Egito.
V - 401401-500
354354-430 - Agostinho
400
400 - Maria passa a ser considerada "Mãe de Deus" e os cristãos começam a interceder pelos
mortos.
404 – Tradução da Bíblia chamada de “Vulgata Latina” por São Jerônimo.
431 - Concílio de Éfeso./ Instituição do culto a Maria no Concílio de Éfeso.
451 - Concílio
Concílio de Calcedônia , onde se tratou especificamente das duas naturezas de Jesus
Cristo. / Surge a doutrina da Virgindade perpétua de Maria.
500 - Queda do Império Romano Ocidental.
######################
IGREJA MEDIEVAL - Ano 501
501 a 1453
VI - 501501-600
503 - Igreja decreta o " Purgatório".
553 - Concílio de Constantinopla II.
554 - ConvencionouConvencionou-se o nascimento de Cristo para a data de 25 de Dezembro
VII - 601601-700
600 - Gregório, o grande, tornatorna-se o 1º Papa oficial da Igreja.
680 - Concílio de Constantinopla III.
VIII - 701701-800
787 - Instituição do culto às imagens e às relíquias. /Concílio de Nicéia II.
794 - Concílio de Frank Furt - Condena o culto às imagens
IX - 801 -900
850 - Concílio de Paiva - Instituição
Instituição do Rosário e da Coroa da Virgem Maria e da Doutrina da
Substanciação.
880 - Início da Canonização dos santos.
X - 901901-1000
XI - 10011001-1100
1054 - Igreja Ortodoxa de Constantinopla, separasepara-se da Igreja de Roma.
1073 - Implantada a "Doutrina do Celibato", pelo papa Hildebrando (Gregório VIII)
1094 - Concílio de Clemont - A Igreja de Roma cria as "Indulgências" ( venda da salvação.)
XII - 11011101- 1200
1160 - Igreja estabelece os 7 sacramentos.
1184 - Concílio de Verona - Instalação da "Santa Inquisição".
XIII - 12011201-1300
1229 - A Igreja proíbe a "Leitura da Bíblia", pelos leigos.
1250 - Divisão da Bíblia em Capítulos. A divisão em versículos ocorreu em 1525.
1275 - A transubstanciação da Hóstia é convertida em artigo de fé.
XIV - 13011301-1400
13281328-13841384- John Wycliff - Precursor da Reforma.No ano de 1380, em Oxford, Inglaterra,
defendeu o direito que o povo tinha de ler a Bíblia, traduzindotraduzindo-a para o Inglês.
XV - 14011401-1500
13731373-1415 - John Huss - Precursor da Reforma - Reitor da Universidade de Praga, Boêmia,
exalta
exalta as Escrituras acima dos "Dogmas". Foi queimado vivo.
14221422-1498 - Jerônimo Savonarola - Outro Precursor da Reforma.
1450 - Gutenberg imprime a primeira Bíblia.
1453 - Queda do Império Romano Oriental - Queda de Constantinopla.
1498 - Jerônimo Savonarola,
Savonarola, reformador em Florença, prega contra a vida desregrada dos Papas
e é condenado e enforcado.
######################
IGREJA MODERNA - Ano 1500 a 1989
XVI - 15011501-1600
1517 - Martinho Lutero ( 14831483-1546) Lança suas 95 teses que abalam a Igreja de Roma. Está
decretada a "Reforma Protestante", que chega para mudar a história da Igreja Cristã.
1520 - O Papa Leão X excomunga Lutero.
1522 - Lutero traduz e publica a 1º Bíblia em Alemão.
1525 - Zuínglio – ( 14841484-1531 ) Reformador em Zurique
Zurique
15251525-1530 – William Tyndale ( 14941494-1536) Traduz o N.T. para o Inglês e produz 15 mil cópias
1530 – Confissão de Augsburgo ( Luterana )
1541 - João Calvino ( 1509 - 1564 ) Funda a Igreja CalvinistaCalvinista- Futura Igreja Presbiteriana.
1545 - Concílio de Trento
Trento ( 15451545-1563) Importante por suas decisões sobre os Dogmas e a
legislação eclesiástica, lançando a "Contra"Contra-Reforma".
1560 - Armínio - Arminianismo. // Confissão de fé Escocesa
1566 – Confissão Helvética - Calvinista
1572 - Morte de John Knox - Reformador
Reformador que tornou o Presbiterianismo, a religião oficial da
Escócia.
1573 - A igreja de Roma altera a composição dos livros da Bíblia, ratificados em 367, e inclui 7
livros, dandodando-lhes canonicidade.
XVII - 16011601-1700
1600 - ( 16001600-1760) Surge o Pietismo - Movimento
Movimento de Santidade para a renovação da Igreja
Luterana. Johann Arndt ( 15551555-1621); Philipp Jacob Spenner(1635Spenner(1635-1705) ; Nikolaus L.Von
Zinzendorf ( 17001700-1760).
1604 - Nasce na Inglaterra a Igreja Batista.
1620 - As missões protestantes chegam nas 13 colônias da América do Norte.
1646 – Confissão de fé de Westminster
1660 - Puritanismo - Movimento de Santidade para a renovação da Igreja na Inglaterra.
16501650-1950 ( Período entendido como "Modernidade", até a queda do muro de Berlim em 1989.
XVIII - 17011701-1800
1727 - Nasce o maior avivamento missionário da história da igreja reformada, com os irmãos
morávios. Em 13/08/1727 um grupo de crentes morávios pietistas foi mui fortemente tocado pelo
Espírito Santo. A reunião de oração durou 100 anos.
1730 - John Wesley lidera o maior reavivamento da história da GrãGrã-Bretanha e lança o
metodismo.
1753 - Primeira publicação integral da Bíblia em Português, traduzida pelo protestante João
Ferreira de Almeida.
1780 - A E.B.D. é fundada por R.Raikes, na Inglaterra, para ministrar
ministrar educação Cristã às crianças
pobres que não freqüentavam a escola.
1784 – Organização da Igreja Metodista Episcopal na América do Norte.
XIX - 18011801-1900
1825 - Charles Finey lidera reavivamentos
1844 - Início da Igreja Adventista do Sétimo dia, nos E.U.
18431843- Fundação da Igreja Metodista Wesleyna - USA
1854 - O Papa Pio XII cria o dogma da "Imaculada Conceição de Maria."
1860 – Fundação da Igreja Metodista Livre – USA
1865 - Surge na Inglaterra, o "Exército da Salvação" por William Booth. / Hudson Taylor
Taylor
evangeliza o interior da China.
1870 - I Concílio Vaticano - proclama o dogma da "Infalibilidade Papal".
1875 - Movimento de Santidade de " Keswick", na GrãGrã-Bretabha.
18951895- Em Outubro, Pr.Dr.Phineas F.Bresee e Dr.J.P.Widney, com um grupo de aproximadamente
aproximadamente
100 pessoas,iniciaram a “Igreja do Nazareno” em Los Angeles.
XX - 19011901-2000
1908 - Fundada Oficialmente nos Estados Unidos, a Igreja Pentecostal do Nazareno, a
13/10/1908. Em 1919 Muda o Nome para "Igreja do Nazareno".
1923 - Fundação Oficial da Igreja
Igreja do Evangelho Quadrangular, em Los Angeles.USA.
19301930-1964 - Igreja Católica no Brasil e o Estado Brasileiro firmam, informalmente, concordata
semi--oficial e generosos subsídios para
moral. O Estado apóia a igreja dando a ela um estato semi
muitos projetos, como a construção da Basílica de N.S. da Aparecida.
1933 - A.Hitler sobe ao poder. A resistência evangélica contra o Nazismo, na Alemanha, é
comandada por Karl Bart, Dietrich Bonhoefer e Martin Niemoeller.
19391939-1968 - Dr.D.Martyn LloydLloyd-JonesJones- Pastor da Capela
Capela de Westminster, em Londres, é nome de
referência contra o liberalismo teológico.
1962 - II Concílio Vaticano 19641964-1985 - A Igreja Católica brasileira passa a ser opositora moral do regime militar,
denunciando a tortura e a desigualdade social. O catolicismo
catolicismo progressista, ativista e libertário
floresce. Criação das "comunidades Eclesiais de Base" e órgãos militantes, como a "Pastoral da
Terra" e o "Conselho Indigenista Missionário".
1965 - Reaproximação entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Catól
Católica
ica Ortodoxa. / O papa
Paulo VI extingue oficialmente a " Inquisição".
1966 - 1º Congresso Mundial de Evangelização em Berlim,Alemanha Ocidental.
1967 - Papa Paulo VI proíbe os católicos de freqüentarem cultos evangélicos.
1974 - II Congresso Mundial de Evangelização,
Evangelização, em LousanneLousanne- Suíça.
1980 - João Paulo II tornatorna-se o primeiro Papa a visitar o Brasil, como estratégia para deter o
crescimento dos evangélicos.
19861986-2007 - A igreja Católica brasileira deixa de ser "oposição", função que é ocupada pelos
partidos
partidos políticos e pela sociedade civil. O para João Paulo II põe freio no clero progressista.
#####################
IGREJA PÓSPÓS-MODERNA 1992 - Na 4ª Conferência do Celam , o Papa fez com que a Igreja LatinoLatino-americana recuasse na
"Teologia da Libertação", abandono do método ativista, não dogmático, adotado pelo catolicismo
libertário. A igreja brasileira passa a atuar como vigilante moral, denunciando injustiças e falhas
das políticas sociais dos governos.
XXI - 20012001-2100
2001 - Papa João Paulo II pediu à Igreja LatinoLatino-americana para fomentar uma "Ação Pastoral
decidida", contra as seitas evangélicas, as quais definiu como um grave obstáculo para a
evangelização do continente.
2007 - Papa Bento XVI, visita o Brasil, no mês de Maio.
Maio.
Raízes e desenvolvimento da Igreja Do Nazareno no Leste Americano
1. Associação Central Evangélica de Santidade
a. Fundação: Nos dias 13 e 14 de março de 1890, representantes da
maioria dos grupos, da Nova Inglaterra, se reuniram e uniram-se para
formar a Associação Central Evangélica de Santidade.
b. Objetivos: Promover a santidade Bíblica através de um consenso e
ação conjunta com vistas a fortalecer e animar aqueles que por causa
de sua fé, estavam se vendo privados do companheirismo e serviços
cristãos. Sua membresia era formada por igrejas, grupos ou pequenas
associações de santidade do Leste dos Estados Unidos.
2. A Associação de Santidade do Estado de Vermont( 1892) – Foi
fundada pelo Pr. H. F. Reynolds, o homem chave das Missões
Nazarenas. Seu coração era missionário.
3. A Associação de Santidade do Estado de New York (1895) Fundada por William Hoople
4. Associação das Igrejas Pentecostais da América 31/03/1896
Reynolds e Hoople iniciaram uma série de reuniões propondo a união
com as igrejas da Associação Central Evangélica da Santidade. Entre as
principais estavam a congregação de Hillery em Providence, Rhode
Island, a de Sprague em Keene em New Hampshire as duas igrejas de
C. Howard Davis (Lynn e Malden) em Massachussetts. Alguns dos
líderes concordaram. Foi então que várias congregações da Nova
Inglaterra se uniram à Associação das Igrejas Pentecostais da América
em 31 de março de 1896.
a. Fatores de crescimento e prosperidade da Década de 1897 a 1907
•
•
•
•
O fato de que nenhum dos líderes se sobressaía ao outro
como em outros lugares,
a qualidade de vida e palavra dos pregadores,
os leigos captaram uma visão missionária doméstica e
estrangeira que é a nossa marca até hoje,
a adesão de mais seis congregações situadas nos centros
urbanos perto de Boston em Massachusetts.
b. Os Campeões da Santidade - Uma olhada para traz trazia muito
alegria para os Campeões da Santidade no Leste, pois nesta ocasião já
havia 45 Igrejas na Associação das Igrejas Pentecostais da América
com um total de 2.256 membros. Seus pastores formavam um grupo
forte, consagrado e unido. Ao ler sobre esta década pode-se sentir que
são homens e mulheres ansiosos por preservar o melhor da tradição
evangélica, não eram homens rebeldes, sectários procurando destruir a
sua herança teológica. Em todas as igrejas havia escola dominical,
sociedade de jovens e em algumas haviam uma biblioteca ambulante.
Usava-se o hinário metodista, e, em sua maioria possuíam uma
sociedade missionária, dirigida por mulheres.
B) Raízes e Desenvolvimento da Igreja no Oeste
1. Biografia – Phineas Bresee
Phineas F. Bresee nasceu em uma cabana rústica em Franklin do condado
de Delaware, na parte ocidental de New York no dia 31 de dezembro de
1838. Era o segundo dos três filhos. Seus pais Phineas P e Susana Brown
Bresee eram cristãos metodistas desde a sua juventude. Ele aproveitou
todas as oportunidades para estudar, fez o primeiro e segundo grau em
oneonta – Nova Yorque. Se converteu num culto em fevereiro de 1856 e
pouco tempo depois recebeu a licença de “Exortador” o primeiro passo para
se tornar um ministro. No ano seguinte mudaram-se para Millesburg em
Iowa. Ele se colocou à disposição da Conferência Anual para ajudar a um
pastor mais experiente e isto realmente aconteceu, tornou-se co-pastor de
A.C. Barnhart, encarregado do circuito de Marenco em 1857. Durante o ano
seguinte deu-se nas áreas do seu pastorado um poderoso avivamento. Ele
foi designado pastor do seu próprio circuito que era a Comunidade
Holandesa de Pella. Foi para lá ministro metodista ordenado em 1859.
Voltou a Nova Yorque no mesmo ano para casar-se com Mary Hibbard,
irmã de um colega de classe e de uma família metodista muito conceituada.
Depois de pedir transferência, o presidente da denominação o enviou
para um campo muito difícil o circuito de Galesburg, no início ficou um
pouco triste mas depois tomou esta designação como um desafio.
Chegando lá, Deus o usou grandemente, provocando um despertamento
em todo o circuito. Em apenas um ano ganhou cento e quarenta novos
membros em sua igreja, comprou uma casa pastoral e um par de cavalos
para viajar para as assembléias anuais.
Tornou-se um pastor famoso entre os metodistas com apenas 23 anos,
foi designado pastor de uma grande e boa igreja em Dês Moines, a cidade
capital. Desde então todos reconheceram a sua capacidade e teve muito
êxito naquela obra. Livrou a Igreja de Dês Moines da ruína financeira.
Depois serviu dois anos como presbítero presidente do distrito de Witersert,
que cobria toda a parte ocidental do estado de Iowa. Pastoreou muitas
outras grandes igrejas metodistas. Durante estes anos se tornou um líder
de confiança
da conferência de Iowa, especialmente nas causas
missionárias. Quando pastor em Red Oak construiu um dos mais lindos
templos de então. Ali começou um trabalho de Acampamento Local. Deste,
suscitou-se um avivamento que durou todo o inverno. Durante esta
campanha foi que ele iniciou o costume de usar corinhos populares na
adoração e preparação para o altar.
Phineas Bresee testifica a sua santificação – No inverno de 1866 Bresee
experimentou a inteira santificação. Durante o período em que havia sido
presbítero presidente do distrito de Winterset passou por uma agonizante
crise – a da dúvida. Ele mesmo disse que parecia duvidar de tudo, no início
pensou que era uma questão intelectual e, procurou as respostas, depois
achou que o problema é que havia entrado no ministério muito novo.
Estudou muito e nada resolvia o seu problema. Numa noite de muita neve,
durante uma reunião de oração, Bresee caiu de joelhos e suplicou ao
senhor que lhe desse uma experiência que desse cabo da sua luta.
Realmente aconteceu. Mais tarde, ele mesmo, testemunhou dizendo
“Aquela experiência desarraigou do meu coração as tendências ao
mundanismo, a ira e ao orgulho. Foram-se todas dúvidas. Afirmou também
que ficou claro que as dúvidas eram de origem moral e não intelectual e
que, a dúvida, como as outras obras, eram provenientes da carnalidade do
seu coração. De início nem ele sabia o que havia se passado com ele e
reconheceu que antes não vivia nem ensinava acerca da vida vitoriosa.
Depois de ter deixado de trabalhar integralmente no ministério para
trabalhar com negócios, chegou até a pedir designação para uma igreja
menor a fim de cuidar dos seus negócios. Mas Deus o queria integralmente
na Sua Obra. Depois de passar por uma grave crise financeira, mudou-se
para Los Angeles na Califórnia e decidiu não mais preocupar-se com
dinheiro; daria a sua vida inteira para a Obra. Chegando lá, em apenas
duas semanas foi instalado pastor da Igreja Metodista de Los Angeles.
2. O Avivamento de Santidade na Califórnia do Sul. Foi nesta igreja que
Bresee teve contato com um grupo forte de leigos que professavam a inteira
santificação. Seu líder era Leslie F. Gay em cuja casa se reuniam, os
irmãos reuniam-se semanalmente para buscar a bênção. Gay havia sofrido
muito com a saúde debilitada, depois de curado pelo Senhor decidiu
entregar a sua vida para a Obra do Senhor e tornou-se uma coluna entre os
metodistas. Em pouco tempo Bresee uniu-se a eles. A Convenção do seu
distrito – a Califórnia do Sul. Designou-o junto com Leslie, Fasmeorth e
mais dois pastores como Comitê para estabelecer contato com a
Associação Nacional de Encontros para a Promoção da Santidade Cristã
com o firme propósito de ligarem-se a ela. O resultado disto foi que William
Eillian McDonald e George Watson vieram para uma série de campanhas
de avivamento. Aquele tempo foi muito especial, Bresee, apesar de ter o
coração incendiado pelo fogo do Espírito, decidiu fazer tudo paulatinamente
e com muita sabedoria. O resultado foi que em 1885 o metodismo na
Califórnia parecia estar a ponto de aceitar completamente a doutrina da
Inteira Santificação e da perfeição cristã.
A primeira reunião desta conferência em Long Beach provou um minipentecostes. Trinta e nove dos 72 líderes que testificaram naquele
encontro, confessavam ter recebido a bênção do enchimento de poder.
Bresee pregou em Efésios 5:25 comparando o batismo do amor divino com
a limpeza de todo o pecado. Ele mesmo disse: “Ainda que esta doutrina
seja básica no Metodismo muitos pregadores não são claros em pregá-la
como deveriam fazer. Os que estavam à frente deste movimento eram
líderes de proeminência do Metodismo da Califórnia do Sul.
No fim do seu pastorado em Los Angeles a congregação já contava com
seiscentos e cinqüenta membros, era a maior igreja do distrito. Seu salário
era quase duas vezes maior do que o de qualquer outro pastor. Em agosto
de 1886 aceitou a designação para Pasadena que era uma pequena aldeia.
O templo estava sendo construído e o número de membros era de 130.
Chegando iniciou uma campanha evangelistica e não parou mais de
evangelizar, em menos de um ano a membresia havia dobrado.
Enquanto Bresee trabalhava outros também faziam o mesmo, em 1888
e 89 McDonald e Wood dirigiram campanhas de avivamentos em igrejas
pequenas e grandes. Leslie Gay tornou-se membro da Associação Nacional
de Encontros para a Promoção da Santidade Cristã.
Bresee ganhou o reconhecimento do público por seus esforços em
aplicar o cristianismo às necessidades sociais durante os anos que passou em
Pasadena em 1890 o avivamento de santidade da Califórnia chegava a uma
nova fase – uma fase muito crítica. Crescia o número de grupos Independentes
e os líderes Metodistas ficavam envergonhados, pois segundo eles, isto
comprometia o testemunho ministerial deles. No entanto foram muitos os que
permaneceram leais às suas lideranças. Bresee estava pastoreando a Igreja de
Asbury, ele era um líder amoroso e desenvolveu na Califórnia um espírito
brando e compassivo. No entanto aconteceu algo muito desagradável. John H.
Vincent tornou-se presidente da Conferência da Califórnia do Sul, este era
inimigo da doutrina da Inteira Santificação. Logo ao assumir depôs Bresee e
outros dos seus cargos e o enviou à Igreja de Simpson, onde dominavam os
oponentes. Passou algum tempo lá mas, o relacionamento tornou-se inviável.
Ninguém queria aceitar a doutrina, e antes pelo contrário, perseguia os que a
defendiam. No ano seguinte foi designado pastor de uma pequena Igreja de
Boyle Heights em Los Angeles. Apesar deste incidente Dr. Bresee continuou
sendo estimado entre a liderança Metodista e um líder chave no programa de
evangelismo e educação da Igreja. Foi presidente da Junta de Síndicos da
conferência, da Junta de Extensão da Igreja e presidente do Comitê de
Educação.
1. A Fundação da Igreja do Nazareno
a) A Missão Peniel
Desde de que deixou de ser presidente de distrito em 1892, Bresee
tentou ser designado como Missionário Independente metodista para a
cidade de Los Angeles. No início de 1894 os lideres de uma
Independente chamada Missão Peniel convidou o dr. Bresee, ele
aceitou mas pediu licença da Igreja Metodista para isto, a conferência
negou veemente o seu pedido. Nesta altura Dr. Bresee juntamente com
Dr. J.P. Widney um famoso médico que investia quase tudo que
ganhava na Obra de Deus, estavam pregando, alternadamente na
referida Igreja.
Os Primeiros Sinais de Separação:
• A declaração de princípios que Bresee fez para a
Missão Peniel.
• A grande reunião de jovens às sexta feira,
• Seu programa de evangelização aos pobres
O veredito final: Os bispos da conferência Metodista convidaram-no.
para uma entrevista. Depois de passar uma noite inteira em oração
Bresee decidiu solicitar à
superintendência do distrito que o
colocasse na lista de ministros inativos; assim o fizeram. Passou
outra noite em oração e entendeu que Deus lhe dera o texto de
Isaías 66:5 este texto lhe trouxe muita paz e consolo.
b) A Organização da Igreja do Nazareno
Depois de servir como pastor da Missão Peniel por um ano, uma nova
porta se abriu. Alguns amigos interessados em promover a doutrina da
santidade, alugaram um prédio de comércio na Rua Main (central) 317
em Los Angeles e convidou–o para pregar em seus cultos pela manhã,
e o Dr. J.P. Widney à noite. No terceiro domingo de manhã com a
presença de 86 pessoas organizaram a Igreja do Nazareno com o
propósito declarado de pregar a santidade e levar o evangelho,
prioritariamente, aos pobres. Poucos dias depois a membresia subiu
para 135 membros.O nome foi escolhido a fim de homenagear a Jesus e
não ter cor denominacional. Além do Dr. Bresee outros metodistas de
renome juntaram-se a eles. No dia da organização o irmão Widney
pregou uma mensagem cuja síntese foi: “A essência do Cristianismo não
consistia em receber um credo, nem em observar as formas e rituais de
uma igreja mas sim, aceitar a vida de Cristo, para tornar Cristo o Senhor
dela mesma”.
4) O Estabelecimento de Igrejas do Nazareno do Nazareno na Califórnia
Mesmo pequena e limitada de recursos no princípio, a Igreja do
Nazareno cresceu rapidamente chegando a cidades chaves e aos estados
vizinhos. Em 1897 estabeleceu-se igrejas em Berkeley, Oakland e deu-se Os
primeiros passos para organizar as Igrejas em Elsyn Heights, Los Angeles, e
South Pasadena.
No princípio o Dr. Bresee não teve o propósito de fundar uma nova
denominação. No entanto, aquela que era para ser somente uma Igreja local
como o nome de Igreja do Nazareno estava fundando congregações que
estavam aptas para se tornarem igrejas. Quando Dr. Bresee se deu conta de
que se desenvolvia uma nova denominação começou a estudar seriamente a
Igreja
neo-testamentária para descobrir a maneira apostólica de se
estabelecer uma igreja Não demorou muito para que os outros grupos
reconhecessem a nova Igreja. Um grande número de pregadores célebres de
santidade se uniu a Igreja do Nazareno. Muitos deles eram famosos nacional e
internacionalmente. Dentre eles: Bud Robinson, Will Huff, C. R. Cornell, J. T.
Hatfield, C.W Ruth, L. Milton Willians, Jeff Rogers, Seth C. Rees e I. C. Martim.
Em 1905, dez anos depois, havia 4000 mil membros. Quase 2000 só em Los
Angeles.
a) Refinando a Organização da Igreja
•
Em 18 de abril de 1898 reuniu-se o primeiro concilio da Igreja do
Nazareno no Tabernáculo da Rua Los Angeles. Estiveram presentes
pastores, representantes de todas as Congregações, a assembléia
adotou uma breve declaração de fé e regras gerais.
•
•
•
•
No entanto, somente em 14 de Outubro de 1898 reuniu-se oficialmente
uma Assembléia. Dentre os assuntos, trataram a questão da eleição
para a superintendência. Nesta ocasião decidiu-se que haveria eleição
anual para a superintendência e prepararam o primeiro manual.
Em 16 de outubro de 1899 reuniram de novo em Assembléia e o Dr.
Bresee foi eleito superintendente geral da denominação. Decidiu-se
também fundar uma Casa Nazarena de Publicações para editar
literatura de santidade e edição do Jornal O Nazareno.
Assembléia de 1900 – No dia 16 de Outubro de 1900 reuniu-se a 3ª
Assembléia. Em seu relatório anual o superintendente falando acerca de
algumas dificuldades declarou: Um movimento novo, especialmente se
tem êxito, atrai muitos, que se tornam verdadeiros estorvos. Fanáticos
de todos os tipos esperam que o movimento novo adote os seus
conceitos, porém quando descobrem que se trata do mesmo evangelho,
incendiado pelo fogo do Espírito mas original..... levantam vôo rumo a
climas mais acolhedores.
Em apenas 11 anos o Dr. Bresee e seus colaboradores já haviam
desenvolvido um sistema de organização e governo de igreja sólido,
tanto nos Estados Unidos como em outros países. O espírito de abrir
novos campos para pregar a doutrina levou o povo de santidade a
realizar sacrifícios e como resultado disto, colheram frutos sobrenaturais.
C) O Desenvolvimento das Igrejas de Santidade no Sul
A formação das igrejas de santidade do sul dos Estados Unidos seguiu o
mesmo padrão das igrejas no leste e oeste. Surgiram três grupos principais: A
Igreja de Cristo do Novo Testamento, a Igreja Independente de Santidade e a
Missão Pentecostal.
1) Igreja de Cristo do Novo Testamento
A sua fundação deu-se a uma profunda convicção de que deveríam voltar à
pureza de convicção, à simplicidade e o poder do Espírito que caracterizava
a Igreja Neo-testamentária. Dentre os seus fundadores estava o Rev. R. L.
Harris, um pregador rural que tinha plena convicção de que Deus o estava
chamando para uma grande obra.
Em julho de 1893 o pastor batista R. B. Mitchum e sua esposa de
Milauyn, Tennessee convidaram o Pastor Harris para dirigir um “Campanha
”. Quando terminou a primeira semana de avivamento, o local onde se
reuniam já não comportava mais ninguém. Houve um tremendo mover do
Espírito e por causa disto houve um debate entre o convidado e aquele que
o convidou. Isto produziu uma série discussões acerca da santidade cristã.
Em maio de 1894 iniciou-se um avivamento que durou por três meses.
O Pastor Harris ensinava que todos que nasciam de novo, aos moldes do
Novo Testamento deveriam buscar o batismo com o Espírito como uma
segunda bênção. Durante aproximadamente cinco anos o Rev.Harris vinha
sentindo que Deus desejava uma nova congregação e que o povo de
santidade pudesse ter um lar espiritual para receber instrução, tal qual a
Igreja neo-testamentária. Reuniu todos os que participavam de suas
campanhas e de acordo com a vontade deles decidiu fundar a Igreja de
Cristo do Novo Testamento em 9 de julho de 1894.
2) Igreja Independente de Santidade
Dentre os vários grupos que ao longo dos anos se uniram à Igreja de Cristo
do Novo Testamento, o mais proeminente foi a Igreja Independente de
Santidade. Debaixo da liderança agressiva de do Rev. C.Br Jernigan e seus
ajudantes . Este grupo se havia formado Van Alstyne no Texas em 1901. A
maioria dos seus membros eram provenientes da Associação de Santidade do
Texas, que havia sido uma conseqüência dos avivamentos de santidade de
1896 pelos Revs. Thomas Dennis Rogers e George Tell.
O Rev. C.B. Jernigan, pastor da Primeira Igreja Independente de
Santidade dedicou-se ao evangelismo de tal forma que em pouco tempo já
contavam com algumas congregações que se tornaram igrejas em Red Oak e
Lason no Texas. Estas igrejas prosperaram muito .
a) Primeiro Concílio Anual da
Igreja Independente de
Santidade. – Reuniu-se em 1º de Fevereiro de 1903 em Blosson
– Texas. Elegeram como presidente C.B. Jernigam e o J.B.
chapnam.
b) Terceiro Concílio Anual – Reuniu-se em 1904 e designaram
vários pastores dentre eles Jernigan e Chapnan para participarem
do Concílio Anual da Igreja de Cristo do Novo Testamento em
novembro.
c) A União das duas Igrejas – Em 22 de Novembro de 1904 se
reuniu o terceiro Concílio da Igreja de Cristo do Novo Testamento
em Rising Star no Texas. Nesta Reunião estavam representantes
das Igrejas: Igreja de Cristo do Novo Testamento, Igreja
Independente de Santidade e Igreja de Deus além de outros
grupos menores. Prepararam um Manual e formou-se uma só
igreja cujo nome era: Igreja de Cristo de Santidade.
d) Planos para a união com os Nazarenos
1. Concílio da Igreja de Cristo – 1906
- Estiveram presentes
delegados dos Estados do Texas, Arkansas, Oklahoma, Missouri,
Lousyania, Kentuck e Geórgia além de alguns índios. Não houve
mudanças consideráveis mas decidiu-se criar uma espécie de Junta
de Credenciais Ministeriais como temos hoje e ficou convencionado
que todos os ministros licenciados e ordenados deveriam prestar
relatórios anualmente ao concílio.
2. Primeiros contatos – C.W.Ruth mantinha correspondência com
alguns membros importantes da Igreja de Cristo de Santidade sobre
a possibilidade de uma união. Ele deixou bem claro que a Igreja do
Nazareno e a Associação de Igrejas Pentecostais da América
estavam considerando seriamente unirem-se e que em abril de 1907
teriam uma reunião em Brookyin, Nova Iorque uma reunião especial
para tratar deste assunto. Os representantes eleitos para aquela
ocasião tiveram total liberdade para discutir as bases da possível
união.
3. Reunião do Broklym para União das Igrejas -- Durante a
reunião no Brooklyn a Igreja do Nazareno e as Igrejas Pentecostais
da América formularam planos para uma convenção de união que
deveria reunir-se em Chicago, Illinóis no dia 10 de outubro de
1907.Nesta convenção a Igreja de Cristo de Santidade esteve
representado por C.B. Jernigam, J.D. Scott, Joseph N. Speakes, J.P.
Roberts; T.J. Shingeer, S.M. Stafford e a senhora E.H. Sheeks.
Durante as reuniões da desta Assembléia discutiu-se abertamente as
diferenças entre a Igreja de Cristo de Santidade e o novo corpo
eclesiástico que se estava formando chamado “Igreja Pentecostal do
Nazareno” e estudaram as bases de uma união. Os representantes
legais voltaram animados e decididos a se unirem para fazer uma
Igreja nacional.
e)
A União das Igrejas – Um estudo do surgimento e
desenvolvimento da Igreja do Nazareno no oeste, da Associação de
Igrejas Pentecostais da América no leste e a Igreja de Cristo de
Santidade no sul, revelam-se incrivelmente semelhantes na doutrina,
no governo e nos costumes. O fator de maior significado no
movimento que teve como fruto a Igreja do Nazareno de hoje foi o
desejo de serem um. Todos eles acreditavam na 1ª e 2ª obras da
Graça. A 1ª na hora da salvação e a 2ª como o batismo com o Espírito
Santo por fé e consagração.
1) A União da Igreja do Leste e Oeste(Igreja Pentecostal do
Nazareno) com o sul
No dia 8 de outubro de 1908 reuniu-se a 2ª Assembléia Anual da
Igreja Pentecostal do Nazareno em Pilot Point no Texas e Dr. Phinas
Bresee abriu a sessão com um pequeno devocional e a santa ceia.
Alguns delegados da Missão Pentecostal de Nashville do Tennesee,
também estavam presentes pleiteando uma possível união, foram
membros honorários da Assembléia.
As reuniões duraram 5 dias, depois de entrarem em acordo em tudo,
o Sr. R.B. Mitchum propôs a união e o Reverendo C.W. Ruth
secundou a proposta; todos concordaram e em meio a expressões e
regozijo ás 10:40 da manhã do dia 13 de outubro uniram-se
leste/oeste com o sul, formando a Igreja Pentecostal do Nazareno.
Confissão de Fé de Westminster
CAPÍTULOS
CONTEÚDO
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXIX
XXX
XXXI
XXXII
MORTOS
XXXIII
ESCRITURA SAGRADA
DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE
ETERNOS DECRETOS DE DEUS
CRIAÇÃO
PROVIDÊNCIA
QUEDA DO HOMEM, O PECADO E O SEU CASTIGO
PACTO DE DEUS COM O HOMEM
CRISTO O MEDIADOR
LIVRE ARBÍTRIO
VOCAÇÃO EFICAZ
JUSTIFICAÇÃO
ADOÇÃO
SANTIFICAÇÃO
FÉ SALVADORA
ARREPENDIMENTO PARA A VIDA
BOAS OBRAS
PERSEVERANÇA DOS SANTOS
CERTEZA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO
LEI DE DEUS
LIBERDADE CRISTÃ E LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
CULTO RELIGIOSO E O DOMINGO
JURAMENTOS LEGAIS E OS VOTOS
MAGISTRADO CIVIL
MATRIMÔNIO E DIVÓRCIO
IGREJA
COMUNHÃO DOS SANTOS
SACRAMENTOS
BATISMO
CEIA DO SENHOR
CENSURAS ECLESIÁSTICAS
SÍNODOS E CONCÍLIOS
ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E A RESSUREIÇÃO DOS
XXXIV
XXXV
JUÍZO FINAL
PREFÁCIO AOS NOVOS CAPÍTULOS
ESPÍRITO SANTO
AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES
NOTA HISTÓRICA
A AUTORIDADE DA CONFISSÃO DE FÉ E DOS CATECISMOS
COFISSÃO DE FÉ DE WESTMISTER
CAPÍTULO I
DA ESCRITURA SAGRADA
I.
Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo
manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis,
contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário
para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelarse e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da
verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e
malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna
indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua
vontade ao seu povo.
Referências - Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14;
Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.
II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os
livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração de
Deus para serem a regra de fé e de prática:
O VELHO TESTAMENTO
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
I Samuel
II Samuel
I Reis
II Reis
I Crônicas
II Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cântico dos
Cânticos
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
O NOVO TESTAMENTO
Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
I Coríntios
II Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
I Tessalonicenses
II Tessalonicenses
I Timóteo
II Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
I Pedro
II Pedro
I João
II João
III João
Judas
Apocalípse
Ref. Ef. 2:20; Apoc. 22:18-19: II Tim. 3:16; Mat. 11:27.
III. Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem
parte do cânon da Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo
algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos humanos.
Ref. Luc. 24:27,44; Rom. 3:2; II Pedro 1:21.
IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não
depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma
verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.
Ref. II Tim. 3:16; I João 5:9, I Tess. 2:13.
V.
Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente
apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a
majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a
Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas
muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais
abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e
certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito
Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.
Ref. I Tim. 3:15; I João 2:20,27; João 16:13-14; I Cor. 2:10-12.
VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e
para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser
lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por
novas revelações do Espíri'to, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser
necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas
reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da
Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da
natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser
observadas.
Ref. II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.
VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo
evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a
salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não
só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma
suficiente compreensão delas.
Ref. II Pedro 3:16; Sal. 119:105, 130; Atos 17:11.
VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo
Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que
ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e
providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as
controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não
sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas
Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas
línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus,
permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança
pela paciência e conforto das escrituras.
Ref. Mat. 5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, ll, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom.
15:4.
IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando
houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que
não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que
falem mais claramente.
Ref. At. 15: 15; João 5:46; II Ped. 1:20-21.
X.
O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e
por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos
escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja
sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura.
Ref. Mat. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gal. 1: 10.
CAPÍTULO II
DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE
I.
Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições. Ele é um
espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno,
incompreensível, - onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo
tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e
imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro
remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em seus juizos, pois odeia todo
o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado.
Ref. Deut. 6:4; I Cor. 8:4, 6; I Tess. 1:9; Jer. 10:10; Jó 11:79; Jó 26:14; João 6:24; I Tim.
1:17; Deut. 4:15-16; Luc. 24:39; At. 14:11, 15; Tiago 1:17; I Reis 8:27; Sal. 92:2; Sal. 145:3;
Gen. 17:1; Rom. 16:27; Isa. 6:3; Sal. 115:3; Exo3:14; Ef. 1:11; Prov. 16:4; Rom. 11:36; Apoc.
4:11; I João 4:8; Exo. 36:6-7; Heb. 11:6; Nee. 9:32-33; Sal. 5:5-6; Naum 1:2-3.
II. Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança.
Ele é todo suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência, não
deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas, por elas, para elas e sobre
elas. Ele é a única origem de todo o ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas
tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser. Todas
as coisas estão patentes e manifestas diante dele; o seu saber é infinito, infalível e independente
da criatura, de sorte que para ele nada é contingente ou incerto. Ele é santíssimo em todos os
seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e dos
homens e de qualquer outra criatura lhe são devidos todo o culto, todo o serviço e obediência,
que ele há por bem requerer deles.
Ref. João 5:26; At. 7:2; Sal. 119:68; I Tim. 6: 15; At - . 17:24-25; Rom. 11:36; Apoc. 4:11;
Heb. 4:13; Rom. 11:33-34; At. 15:18; Prov. 15:3; Sal. 145-17; Apoc. 5: 12-14.
III. Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade
- Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo, O Pai não é de ninguém - não é nem gerado,
nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente
procedente do Pai e do Filho.
Ref. Mat. 3:16-17; 28-19; II Cor. 13:14; João 1:14, 18 e 15:26; Gal. 4:6.
CAPÍTULO III
DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS
I.
Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria
vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus
é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou
contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.
Ref. Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João
19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.
II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias
imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que
havia de acontecer em tais e tais condições.
Ref. At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.
III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos
são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.
Ref. I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef. 1:5-6.
IV. Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e
imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem
aumentado nem diminuído.
Ref. João 10: 14-16, 27-28; 13:18; II Tim. 2:19.
V. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da
sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os
homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu
de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança
nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.
Ref. Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9.
VI. Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui
livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que,
portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente
chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados,
adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos
não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado,
santificado e salvo.
Ref. I Pedro 1:2; Ef. 1:4 e 2: 10; II Tess. 2:13; I Tess. 5:9-10; Tito 2:14; Rom. 8:30; Ef.1:5; I
Pedro 1:5; João 6:64-65 e 17:9; Rom. 8:28; I João 2:19.
VII. Segundo o inescrutável conselho da sua própria vontade, pela qual ele concede ou
recusa misericórdia, como lhe apraz, para a glória do seu soberano poder sobre as suas criaturas,
o resto dos homens, para louvor da sua gloriosa justiça, foi Deus servido não contemplar e
ordená-los para a desonra e ira por causa dos seus pecados.
Ref. Mat. 11:25-26; Rom. 9:17-22; II Tim. 2:20; Jud. 4; I Pedro 2:8.
VIII. A doutrina deste alto mistério de predestinação deve ser tratada com especial prudência
e cuidado, a fim de que os homens, atendendo à vontade revelada em sua palavra e prestando
obediência a ela, possam, pela evidência da sua vocação eficaz, certificar-se da sua eterna
eleição. Assim, a todos os que sinceramente obedecem ao Evangelho esta doutrina fornece
motivo de louvor, reverência e admiração de Deus, bem como de humildade diligência e
abundante consolação.
Ref. Rom. 9:20 e 11:23; Deut. 29:29; II Pedro 1:10; Ef. 1:6; Luc. 10:20; Rom. 5:33, e 11:5-6,
10.
CAPÍTULO IV
DA CRIAÇÃO
I.
Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a manifestação da
glória do seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e
tudo muito bom, o mundo e tudo o que nele há, visíveis ou invisíveis.
Ref. Rom. 9:36; Heb. 1:2; João 1:2-3, Rom. 1:20; Sal. 104:24; Jer. 10: 12; Gen. 1; At. 17:24;
Col. 1: 16; Exo. 20: 11.
II.
Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea, com
almas racionais e imortais, e dotou-as de inteligência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua
própria imagem, tendo a lei de Deus escrita em seus corações, e o poder de cumpri-la, mas com
a possibilidade de transgredi-la, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, que era
mutável. Além dessa escrita em seus corações, receberam o preceito de não comerem da árvore
da ciência do bem e do mal; enquanto obedeceram a este preceito, foram felizes em sua
comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as criaturas.
Ref. Gen. 1:27 e 2:7; Sal. 8:5; Ecl. 12:7; Mat. 10:28; Rom. 2:14, 15; Col. 3:10; Gen. 3:6.
CAPÍTULO V
DA PROVIDÊNCIA
I.
Pela sua muito sábia providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e
imutável conselho da sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o
louvor da glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe
e governa todas as suas criaturas, todas as ações e todas as coisas, desde a maior até a menor.
Ref. Nee, 9:6; Sal. 145:14-16; Dan. 4:34-35; Sal. 135:6; Mat. 10:29-31; Prov. 15:3; II Cron.
16:9; At.15:18; Ef. 1:11; Sal. 33:10-11; Ef. 3:10; Rom. 9:17; Gen. 45:5.
II.
Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa primária, todas
as coisas acontecem imutável e infalivelmente, contudo, pela mesma providência, Deus ordena
que elas sucedam conforme a natureza das causas secundárias, necessárias, livre ou
contingentemente.
Ref. Jer. 32:19; At. 2:13; Gen. 8:22; Jer. 31:35; Isa.10:6-7.
III. Na sua providência ordinária Deus emprega meios; todavia, ele é livre para operar sem
eles, sobre eles ou contra eles, segundo o seu arbítrio.
Ref. At. 27:24, 31; Isa. 55:10-11; Os.1:7; Rom. 4:20-21; Dan.3:27; João 11:34-45; Rom. 1:4.
IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se
manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros
pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal
que, para os seus próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, e regula e
governa em uma múltipla dispensarão mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas
transgressões procede tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e
justíssimo, não pode ser o autor do pecado nem pode aprová-lo.
Ref. Isa. 45:7; Rom. 11:32-34; At. 4:27-28; Sal. 76:10; II Reis 19:28; At.14:16; Gen. 50:20;
Isa. 10:12; I João 2:16; Sal. 50:21; Tiago 1:17.
V.
O mui sábio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa por algum tempo seus filhos
entregues a muitas tentações e à corrupção dos seus próprios corações, para castigá-los pelos
seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer o poder oculto da corrupção e dolo dos seus
corações, a fim de que eles sejam humilhados; para animá-los a dependerem mais intima e
constantemente do apoio dele e torná-los mais vigilantes contra todas as futuras ocasiões de
pecar, para vários outros fins justos e santos.
Ref. II Cron. 32:25-26, 31; II Sam. 24:1, 25; Luc. 22:31-32; II Cor. 12:7-9.
VI. Quanto àqueles homens malvados e ímpios que Deus, como justo juiz, cega e endurece
em razão de pecados anteriores, ele somente lhes recusa a graça pela qual poderiam ser
iluminados em seus entendimentos e movidos em seus corações, mas às vezes tira os dons que
já possuíam, e os expõe a objetos que a sua corrupção torna ocasiões de pecado; além disso os
entrega às suas próprias paixões, às tentações do mundo e ao poder de Sataná5: assim acontece
que eles se endurecem sob as influências dos meios que Deus emprega para o abrandamento dos
outros.
Ref. Rom. 1:24-25, 28 e 11:7; Deut. 29:4; Mar. 4:11-12; Mat. 13:12 e 25:29; II Reis 8:12-13;
Sal.81:11-12; I Cor. 2:11; II Cor. 11:3; Exo. 8:15, 32; II Cor. 2:15-16; Isa. 8:14.
VII.
Como a providência de Deus se estende, em geral, a todos os crentes, também de um
modo muito especial ele cuida da Igreja e tudo dispõe a bem dela.
Ref. Amós 9:8-9; Mat. 16:18; Rom. 8-28; I Tim. 4: 10.
CAPÍTULO VI
DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO
I.
Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo
do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado
deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória.
Ref. Gen. 3:13; II Cor. 11:3; Rom. 11:32 e 5:20-21.
II.
Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim
se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes
do corpo e da alma.
Ref. Gen. 3:6-8; Rom. 3:23; Gen. 2:17; Ef. 2:1-3; Rom. 5:12; Gen. 6:5; Jer. 17:9; Tito 1:15;
Rom.3:10-18.
III. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito dos seus pecados foi imputado a
seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram
transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária.
Ref. At. 17:26; Gen. 2:17; Rom. 5:17, 15-19; I Cor. 15:21-22,45, 49; Sal.51:5; Gen.5:3;
João3:6.
IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o
bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais.
Ref. Rom. 5:6, 7:18 e 5:7; Col. 1:21; Gen. 6:5 e 8:21; Rom. 3:10-12; Tiago 1:14-15; Ef. 2:23; Mat. 15-19.
V.
Esta corrupção da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; e,
embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo, todavia tanto ela, como os seus impulsos, são
real e propriamente pecado.
Ref. Rom. 7:14, 17, 18, 21-23; Tiago 3-2; I João 1:8-10; Prov. 20:9; Ec. 7-20; Gal.5:17.
VI. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e
a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele
sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, exposto à morte, com todas as misérias
espirituais, temporais e eternas.
Ref. I João 3:4; Rom. 2: 15; Rom. 3:9, 19; Ef. 2:3; Gal. 3:10; Rom. 6:23; Ef. 6:18; Lam, 3:39;
Mat. 25:41; II Tess. 1:9.
CAPÍTULO VII
DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM
I.
Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe
devam obediência como ao seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele como bem-aventurança
e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual foi ele
servido significar por meio de um pacto.
Ref. Jó 9:32-33; Sal. 113:5-6; At. 17:24-25; Luc. 17: 10.
II.
O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida
prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal.
Ref. Gal. 3:12; Rom. 5: 12-14 e 10:5; Gen. 2:17; Gal. 3: 10.
III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor
dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele
livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele
para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo
Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer.
Ref. Gal. 3:21; Rom. 3:20-21 e 8:3; Isa. 42:6; Gen. 3:15; Mat. 28:18-20; João 3:16; Rom.
1:16-17 e 10:6-9; At. 13:48; Ezeq. 36:26-27; João 6:37, 44, 45; Luc. 11: 13; Gal. 3:14.
IV. Este pacto da graça é freqüentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento,
em referência à morte de Cristo, o testador, e à perduravel herança, com tudo o que lhe pertence,
legada neste pacto.
Ref. Hebr. 9:15-17.
V.
Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a
Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro
pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia
de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e
eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena
remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensarão chama-se o Velho Testamento.
Ref. II Cor. 3:6-9; Rom. 6:7; Col. 2:11-12; I Cor. 5:7 e 10:14; Heb. 11:13; João 8:36; Gal. 3:79, 14.
VI. Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas
quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do
batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e
administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior
plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É
chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas
um e o mesmo sob várias dispensações.
Ref. Col. 2:17; Mat. 28:19-2; I Cor. 11:23-25; Heb. 12:22-24; II Cor. 3:9-11; Luc. 2:32; Ef.
2:15-19; Luc. 22:20; Gal. 3:14-16; At. 15: l 1; Rom. 3:21-22, 30 e 4:16-17, e 23-24; Heb. 1:12.
CAPÍTULO VIII
DE CRISTO O MEDIADOR
I.
Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho
Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e
Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a
eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado,
justificado, santificado e glorificado.
Ref. Isa. 42: 1; I Ped. 1: 19-20; I Tim. 2:5; João 3:16; Deut. 18:15; At. 3:20-22; Heb. 5:5-6;
Isa. 9:6-7; Luc. 1:33; Heb. 1:2; Ef. 5:23; At. 17:31; II Cor.5:10; João 17:6; Ef. 1:4; I Tim. 2:56;
I Cor. 1:30; Rom.8:30.
II.
O Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade, sendo verdadeiro e eterno Deus, da
mesma substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si
a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo
sem pecado, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria e da
substância dela. As duas naturezas, inteiras, perfeitas e distintas - a Divindade e a humanidade foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão composição ou confusão;
essa pessoa é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porém, um só Cristo, o único Mediador
entre Deus e o homem.
Ref. João 1:1,14; I João 5:20; Fil. 2:6; Gal. 4:4; Heb. 2:14, 17 e 4:15; Luc. 1:27, 31, 35; Mat.
16:16; Col. 2:9; Rom. 9:5; Rom. 1:3-4; I Tim. 2:5.
III. O Senhor Jesus, em sua natureza humana unida à divina, foi santificado e sem medida
ungido com o Espírito Santo tendo em si todos os tesouros de sabedoria e ciência. Aprouve ao
Pai que nele habitasse toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, inocente, incontaminado e
cheio de graça e verdade, estivesse perfeitamente preparado para exercer o ofício de Mediador e
Fiador. Este ofício ele não tomou para si, mas para ele foi chamado pelo Pai, que lhe pôs nas
mãos todo o poder e todo o juízo e lhe ordenou que os exercesse.
Ref. Sal. 45:5; João 3:34; Heb. 1:8-9; Col. 2:3, e 1:9; Heb. 7:26; João 1: 14; At. 10:38; Heb.
12:24, e 5:4-5; João 5:22, 27; Mat. 28:18.
IV. Este ofício o Senhor Jesus empreendeu mui voluntariamente. Para que pudesse exercêlo, foi feito sujeito à lei, que ele cumpriu perfeitamente; padeceu imediatamente em sua alma os
mais cruéis tormentos e em seu corpo os mais penosos sofrimentos; foi crucificado e morreu; foi
sepultado e ficou sob o poder da morte, mas não viu a corrupção; ao terceiro dia ressuscitou dos
mortos com o mesmo corpo com que tinha padecido; com esse corpo subiu ao céu, onde está
sentado à destra do Pai, fazendo intercessão; de lá voltará no fim do mundo para julgar os
homens e os anjos.
Ref. Sal. 40:7-8; Heb. 10:5-6; João 4:34: Fil. 2-8; Gal. 4:4; Mat. 3:15 e 5:17; Mat. 26:37-38;
Luc.22:24; Mat. 27.46; Fil 2:8; At. 2:24, 27 e 13:37; I Cor.15:4; João 20:25-27; Luc. 24:50-51;
II Ped. 3:22; Rom. 8:34; Heb. 7:25; Rom. 14:10: At. 1:11, João5:28-29; Mat. 13:40-42.
V.
O Senhor Jesus, pela sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício
que pelo Eterno Espírito, ele ofereceu a Deus uma só vez, satisfez plenamente à justiça do Pai. e
para todos aqueles que o Pai lhe deu adquiriu não só a reconciliação, como também uma
herança perdurável no Reino dos Céus.
Ref. Rom. 5: 19 e :25-26; Heb. 10: 14; Ef. 1: 11, 14; Col.1:20; II Cor.5: 18; 20; João 17:2;
Heb.9:12,15.
VI. Ainda que a obra da redenção não foi realmente cumprida por Cristo senão depois da
sua encarnação; contudo a virtude, a eficácia e os benefícios dela, em todas as épocas
sucessivamente desde o princípio do mundo, foram comunicados aos eleitos naquelas
promessas, tipos e sacrifícios, pelos quais ele foi revelado e significado como a semente da
mulher que devia esmagar a cabeça da serpente, como o cordeiro morto desde o princípio do
mundo, sendo o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Ref. Gal. 4:45; Gen. 3:15; Heb. 3:8.
VII. Cristo, na obra da mediação, age de conformidade com as suas duas naturezas, fazendo
cada natureza o que lhe é próprio: contudo, em razão da unidade da pessoa, o que é próprio de
uma natureza é às vezes, na Escritura, atribuído à pessoa denominada pela outra natureza.
Ref. João 10:17-l8; I Ped. 3:18; Heb. 9:14; At. 20:28; João3:13
VIII. Cristo, com toda a certeza e eficazmente aplica e comunica a salvação a todos aqueles
para os quais ele a adquiriu. Isto ele consegue, fazendo intercessão por eles e revelando-lhes na
palavra e pela palavra os mistérios da salvação, persuadindo-os eficazmente pelo seu Espírito a
crer e a obedecer, dirigindo os corações deles pela sua palavra e pelo seu onipotente poder e
sabedoria, da maneira e pelos meios mais conformes com a sua admirável e inescrutável
dispensação.
Ref. João 6:37; 39 e10:15-16; I João 2:1; João 15:15; Ef. 1:9; João 17:6; II Cor. 4:13; Rom.
8:9, 14 e 15:18-19; João 17:17; Sal. 90:1; I Cor. 15: 25-26; Col. 2:15; Luc. 10: 19.
CAPÍTULO IX
DO LIVRE ARBITRIO
I. Deus dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o bem ou para
o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua natureza.
Ref. Tiago 1:14; Deut. 30:19; João 5:40; Mat. 17:12; At.7:51; Tiago 4:7.
II. O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo
que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa
liberdade e poder.
Ref. Ec. 7:29; Col. 3: 10; Gen. 1:26 e 2:16-17 e 3:6.
III. O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade
quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural,
inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu pr6prio poder,
converter-se ou mesmo preparar-se para isso.
Ref. Rom. 5:6 e 8:7-8; João 15:5; Rom. 3:9-10, 12, 23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; João 6:44, 65;
I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.
IV. Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graça, ele o liberta da
sua natural escravidão ao pecado e, somente pela sua graça, o habilita a querer e fazer com toda
a liberdade o que é espiritualmente bom, mas isso de tal modo que, por causa da corrupção,
ainda nele existente, o pecador não faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que é bom,
mas também o que é mau.
Ref. Col.1: 13; João 8:34, 36; Fil. 2:13; Rom. 6:18, 22; Gal.5:17; Rom. 7:15, 21-23; I João
1:8, 10.
V. É no estado de glória que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre para
o bem só.
Ref. Ef. 4:13; Judas, 24; I João 3:2.
CAPÍTULO X
DA VOCAÇÃO EFICAZ
I. Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele
determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por
Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para
a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de
compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e
dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua
onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que
eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça.
Ref. João 15:16; At. 13:48; Rom. 8:28-30 e 11:7; Ef. 1:5,10; I Tess. 5:9; 11 Tess. 2:13-14;
IICor.3:3,6; Tiago 1:18; I Cor. 2:12; Rom. 5:2; II Tim. 1:9-10; At. 26:18; I Cor. 2:10, 12: Ef.
1:17-18; II Çor. 4:6; Eze. 36:26, e 11:19; Deut. 30:6; João 3:5; Gal. 6:15; Tito 3:5; I Ped. 1:23;
João 6:44-45; Sal. 90;3; João 9:3; João6:37; Mat. 11:28; Apoc. 22:17.
II. Esta vocação eficaz é só da livre e especial graça de Deus e não provem de qualquer coisa
prevista no homem; na vocação o homem é inteiramente passivo, até que, vivificado e renovado
pelo Espírito Santo, fica habilitado a corresponder a ela e a receber a graça nela oferecida e
comunicada.
Ref. II Tim. 1:9; Tito 3:4-5; Rom. 9:11; I Cor. 2:14; Rom. 8:7-9; Ef. 2:5; João 6:37; Eze.
36:27; João5:25.
III. As crianças que morrem na infância, sendo eleitas, são regeneradas e por Cristo salvas,
por meio do Espírito, que opera quando, onde e como quer, Do mesmo modo são salvas todas as
outras pessoas incapazes de serem exteriormente chamadas pelo ministério da palavra.
Ref. Gen. 17:7; Sal. 105:8-10; Eze. 16-20-21; Luc. 18:1516; At. 2:39; Gal. 3:29; João 3:8 e
16:7-8; I João 5: 12; At. 4:12.
IV. Os não eleitos, posto que sejam chamados pelo ministério da palavra e tenham algumas
das operações comuns do Espírito, contudo não se chegam nunca a Cristo e portanto não podem
ser salvos; muito menos poderão ser salvos por qualquer outro meio os que não professam a
religião cristã, por mais diligentes que sejam em conformar as suas vidas com a luz da natureza
e com a lei da religião que professam; o asseverar e manter que podem é muito pernicioso e
detestável.
Ref. Mat. l3:14-15; At. 28:24; Mat. 22:14; Mat. 13:20-21, e 7:22; Heb. 6:4-5; João 6:64-66, e
8:24; At. 4:12; João 14:6 e 17:3; Ef. 2:12-13; II João 10: l 1; Gal. 1:8; I Cor. 16:22.
CAPÍTULO XI
DA JUSTIFICAÇÃO
I. Os que Deus chama eficazmente, também livremente justifica. Esta justificação não
consiste em Deus infundir neles a justiça, mas em perdoar os seus pecados e em considerar e
aceitar as suas pessoas como justas. Deus não os justifica em razão de qualquer coisa neles
operada ou por eles feita, mas somente em consideração da obra de Cristo; não lhes imputando
como justiça a própria fé, o ato de crer ou qualquer outro ato de obediência evangélica, mas
imputando-lhes a obediência e a satisfação de Cristo, quando eles o recebem e se firmam nele
pela fé, que não têm de si mesmos, mas que é dom de Deus.
Ref. Rom. 8:30 e 3:24, 27-28; II Cor. 5:19, 21; Tito 3:5-7; Ef. 1:7; Jer. 23:6; João 1:12 e
6:44-45; At. 10:43-44; Fil. 1:20; Ef. 2:8.
II. A fé, assim recebendo e assim se firmando em Cristo e na justiça dele, é o único
instrumento de justificação; ela, contudo não está sozinha na pessoa justificada, mas sempre
anda acompanhada de todas as outras graças salvadores; não é uma fé morta, mas obra por
amor.
Ref. Jão 3:16, 18, 36; Rom. 3:28, e 5: I; Tiago 2:17, 22, 26; Gal. 5:6.
III. Cristo, pela sua obediência e morte, pagou plenamente a dívida de todos os que são
justificados, e, em lugar deles, fez a seu Pai uma satisfação própria, real e plena. Contudo,
como Cristo foi pelo Pai dado em favor deles e como a obediência e satisfação dele foram
aceitas em lugar deles, ambas livremente e não por qualquer coisa neles existente, a justificação
deles é só da livre graça, a fim de que tanto a justiça restrita como a abundante graça de Deus
sejam glorificadas na justificação dos pecadores.
Ref. Rom. 5:8, 9, 18; II Tim. 2:5-6; Heb. 10:10, 14; Rom. 8:32; II Cor. 5:21; Mat. 3:17; Ef.
5:2; Rom. 3:26; Ef. 2:7.
IV. Deus, desde toda a eternidade, decretou justificar todos os eleitos, e Cristo, no
cumprimento do tempo, morreu pelos pecados deles e ressuscitou para a justificação deles;
contudo eles não são justificados enquanto o Espírito Santo, no tempo próprio, não lhes aplica
de fato os méritos de Cristo.
Ref. Gal. 3:8; I Ped. 1:2, 19-20; Gal. 4:4; I Tim. 2:6; Rom. 4:25; I Ped. 1:21; Col. 1:21-22;
Tito 3:4-7.
V.
Deus continua a perdoar os pecados dos que são justificados. Embora eles nunca
poderão decair do estado de justificação, poderão, contudo, incorrer no paternal desagrado de
Deus. e ficar privados da luz do seu rosto, até que se humilhem, confessem os seus pecados,
peçam perdão e renovem a sua fé e o seu arrependimento.
Ref. Mat. 6:12; I João 1:7, 9, e 2:1-2; Luc. 22:32; João 10:28; Sal. 89:31-33; e 32:5.
VI. A justificação dos crentes sob o Velho Testamento era, em todos estes respeitos. a
mesma justificação dos crentes sob o Novo Testamento.
Ref. Gal. 3:9, 13-14; Rom. 4:22, 24.
CAPÍTULOXII
DA ADOÇÃO
Todos os que são justificados é Deus servido, em seu único Filho Jesus Cristo e por ele, fazer
participantes da graça da adoção. Por essa graça eles são recebidos no número dos filhos de
Deus e gozam a liberdade e privilégios deles; têm sobre si o nome deles, recebem o Espírito de
adoção, têm acesso com confiança ao trono da graça e são habilitados, a clamar "Abba, Pai";
são tratados com comiseração, protegidos, providos e por ele corrigidos, como por um pai;
nunca, porém, abandonados, mas selados para o dia de redenção, e herdam as promessas, como
herdeiros da eterna salvação.
Ref. Ef. 1:5; Gal. 4:4-5; Rom. 8:17; João 1: 12; Jer. 14:9; II Cor. 6:18; Apoc. 3:12; Rom.
8:15; Ef. 3:12; Gal. 4:6; Sal. 10313; Prov. 14.26; Mat. 6:30, 32; Heb. 12:6; Lam. 3:31-32; Ef.
4:30; Heb. 6:12; I Ped. 1: 3-4; Heb. 1: 14.
CAPÍTULO XIII
DA SANTIFICAÇÃO
I. Os que são eficazmente chamados e regenerados, tendo criado em si um novo coração e
um novo espírito, são além disso santificados real e pessoalmente, pela virtude da morte e
ressurreição de Cristo, pela sua palavra e pelo seu Espírito, que neles habita; o domínio do
corpo do pecado é neles todo destruído, as suas várias concupiscências são mais é mais
enfraquecidas e mortificadas, e eles são mais e mais vivificados e fortalecidos em todas as
graças salvadores, para a prática da verdadeira santidade, sem a qual ninguém verá a Deus.
Ref. I Cor. 1:30; At. 20:32; Fil. 3:10; Rom. 6:5-6; João 17:17, 19; Ef. 5-26; II Tess. 2:13;
Rom. 6:6, 14; Gal. 5:24; Col., 1:10-11; Ef. 3:16-19; II Cor. 7:1; Col. 1:28, e 4:12; Heb. 12:14.
II.
Esta santificação é no homem todo, porém imperfeita nesta vida; ainda persistem em
todas as partes dele restos da corrupção, e daí nasce uma guerra contínua e irreconciliável - a
carne lutando contra o espírito e o espírito contra a carne.
Ref. I Tess. 5:23; I João 1:10; Fil. 3:12; Gal. 5:17; I Ped.2:11.
III. Nesta guerra, embora prevaleçam por algum tempo as corrupções que ficam, contudo,
pelo contínuo socorro da eficácia do santificador Espírito de Cristo, a parte regenerada do
homem novo vence, e assim os santos crescem em graça, aperfeiçoando a santidade no temor de
Deus.
Ref. Rom. 7:23, e 6:14; I João 5:4; Ef. 4:15-16; II Ped. 3:18; II Cor. 3:18, e 7: 1.
CAPÍTULO XIV
DA FÉ SALVADORA
I. A graça da fé, pela qual os eleitos são habilitados a crer para a salvação das suas almas, é a
obra que o Espírito de Cristo faz nos corações deles, e é ordinariamente operada pelo ministério
da palavra; por esse ministério, bem como pela administração dos sacramentos e pela oração,
ela é aumentada e fortalecida.
Ref. Heb. 10:39; II Cor. 4:13; Ef. 1:17-20, e 2:8; Mat. 28:19-20; Rom. 10:14, 17: I Cor. 1:21;
I Ped. 2:2; Rom. 1:16-17; Luc. 22:19; João 6:54-56; Rom. 6:11; Luc. 17:5, e 22:32.
II.
Por essa fé o cristão, segundo a autoridade do mesmo Deus que fala em sua palavra, crê
ser verdade tudo quanto nela é revelado, e age de conformidade com aquilo que cada passagem
contém em particular, prestando obediência aos mandamentos, tremendo às ameaças e
abraçando as promessas de Deus para esta vida e para a futura; porém os principais atos de fé
salvadora são - aceitar e receber a Cristo e firmar-se só nele para a justificação, santificação e
vida eterna, isto em virtude do pacto da graça.
Ref. João 6:42; I Tess. 2:13; I João 5:10; At. 24:14; Mat. 22:37-40; Rom. 16:26; Isa. 66:2; Heb.
11:13; I Tim. 6:8; João1:12; At. 16:31; Gal. 2:20; At. 15: 11.
III. Esta fé é de diferentes graus, é fraca ou forte; pode ser muitas vezes e de muitos modos
assaltada e enfraquecida, mas sempre alcança a vitória, atingindo em muitos a uma perfeita
segurança em Cristo, que é não somente o autor, como também o consumador da fé.
Ref. Rom. 4:19-20; Mat. 6:30, e 5: 10; Ef. 6:16; I João 4:5; Heb. 6:11, 12, 10:22 e 12:2.
CAPÍTULO XV
DO ARREPENDIMENTO PARA A VIDA
I. O arrependimento para a vida é uma graça evangélica, cuja doutrina deve ser tão pregada
por todo o ministro do Evangelho como a da fé em Cristo.
Ref. At. 11: 18; Luc. 24:47; Mar. 1: 15; At. 20:21.
II.
Movido pelo reconhecimento e sentimento, não só do perigo, mas também da impureza
e odiosidade do pecado como contrários à santa natureza e justa lei de Deus; apreendendo a
misericórdia divina manifestada em Cristo aos que são penitentes, o pecador pelo
arrependimento, de tal maneira sente e aborrece os seus pecados, que, deixando-os, se volta para
Deus, tencionando e procurando andar com ele em todos os caminhos dos seus mandamentos.
Ref. Eze. 18:30-31 e 34:31; Sal.51:4; Jer. 31:18-19; II Cor.7:11; Sal. 119:6, 59, 106; Mat.
21:28-29.
III. Ainda que não devemos confiar no arrependimento como sendo de algum modo uma
satisfação pelo pecado ou em qualquer sentido a causa do perdão dele, o que é ato da livre graça
de Deus em Cristo, contudo, ele é de tal modo necessário aos pecadores, que sem ele ninguém
poderá esperar o perdão,
Ref. Ez. 36:31-32 e 16:63; Os. 14:2, 4; Rom. 3:24; Ef. 1: 7; Luc. 13:3, S; At. 17:30,31.
IV. Como não há pecado tão pequeno que não mereça a condenação, assim também não há
pecado tão grande que possa trazer a condenação
sobre os que
se arrependem
verdadeiramente.
Ref. Rom. 6:23; Mat. 12:36; Isa. 55: 7; Rom. 8:1; Isa. 1: 18.,
V.
Os homens não devem se contentar com um arrependimento geral, mas é dever de todos
procurar arrepender-se particularmente de cada um dos seus pecados.
Ref. Sal. 19:13; Luc. 19:8; I Tim. 1:13, 15.
VI. Como todo o homem é obrigado a fazer a Deus confissão particular das suas faltas,
pedindo-lhe o perdão delas, fazendo o que, achará misericórdia, se deixar os seus pecados,
assim também aquele que escandaliza a seu irmão ou a Igreja de Cristo, deve estar pronto, por
uma confissão particular ou pública do seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu
arrependimento aos que estão ofendidos; isto feito, estes devem reconciliar-se com ele e recebêlo em amor.
Ref. Sal. 32:5-6; Prov. 28:13; I João 1:9; Tiago 5: 16; Luc. 17:3-4; Josué 7:19; II Cor. 2:8.
CAPÍTULO XVI
DAS BOAS OBRAS
I.
Boas obras são somente aquelas que Deus ordena em sua santa palavra, não as que, sem
autoridade dela, são aconselhadas pelos homens movidos de um zelo cego ou sob qualquer
outro pretexto de boa intenção.
Ref. Miq. 6:8; Rom. 12:2; Heb. 13:21; Mat. I5:9; Isa. 29:13; I Ped. 1:18; João 16:2; Rom.
10:2;1 Sam. I5:22; Deut. 10:12-13; Col. 2:16, 17, 20-23.
II.
Estas boas obras, feitas em obediência aos mandamentos de Deus, são o fruto e as
evidências de uma fé viva e verdadeira; por elas os crentes manifestam a sua gratidão,
robustecem a sua confiança, edificam os seus irmãos, adornam a profissão do Evangelho, tapam
a boca aos adversários e glorificam a Deus, cuja feitura são, criados em Jesus Cristo para isso
mesmo, a fim de que, tendo o seu fruto em santificação, tenham no fim a vida eterna.
Ref. Tiago 2:18, 22; Sal. 116-12-13; I Ped. 2:9; I João 2:3,5; II Ped. 1:5-10; II Cor. 9:2; Mat.
5:16; I Tim. 4:12; Tito 2:5, 912; I Tim. 6:1; I Pedr. 2:12, 15; Fil. 1,11; João 15:8; Ef. 2:10; Rom.
6:22.
III. O poder de fazer boas obras não é de modo algum dos próprios fiéis, mas provém
inteiramente do Espírito de Cristo. A fim de que sejam para isso habilitados, é necessário, além
da graça que já receberam, uma influência positiva do mesmo Espírito Santo para obrar neles o
querer e o perfazer segundo o seu beneplácito; contudo, não devem por isso tornar-se
negligentes, como se não fossem obrigados a cumprir qualquer dever senão quando movidos
especialmente pelo Espírito, mas devem esforçar-se por estimular a graça de Deus que há neles.
Ref. João I5:4-6; Luc. 11:13; Fil. 2:13, e 4:13; II Cor. 3:5; Ef. 3:16; Fil. 2:12; Heb. 6:11-12;
Isa. 64:7.
IV. Os que alcançam pela sua obediência a maior perfeição possível nesta vida estão tão
longe de exceder as suas obrigações e fazer mais do que Deus requer, que são deficientes em
muitas coisas que são obrigados a fazer.
Ref. Luc. 17: 10; Gal. 5: 17.
V.
Não podemos, pelas nossas melhores obras, merecer da mão de Deus perdão de pecado
ou a vida eterna, porque é grande a desproporção que há entre eles e a glória porvir, e infinita a
distância que vai de nós a Deus, a quem não podemos ser úteis por meio delas, nem satisfazer
pela dívida dos nossos pecados anteriores; e porque, como boas, procedem do Espírito e, como
nossas, são impuras e misturadas com tanta fraqueza e imperfeição, que não podem suportar a
severidade do juízo de Deus; assim, depois que tivermos feito tudo quanto podemos, temos
cumprido tão somente, o nosso dever, e somos servos inúteis.
Ref. Rom. 3:20, e 4:2,4, 6; Éf. 2:8-9; Luc. 17:lO;Gal. 5:2223; Isa. 64-6; Sal. 143, 2, e 130:3.
VI. Não obstante o que havemos dito, sendo aceitas por meio de Cristo as pessoas dos
crentes, também são aceitas nele as boas obras deles, não como se fossem, nesta vida,
inteiramente puras e irrepreensíveis à vista de Deus, mas porque Deus considerando-as em seu
Filho, é servido aceitar e recompensar aquilo que é sincero, embora seja acompanhado de
muitas fraquezas e imperfeições.
Ref. Ef. 1:6; I Ped. 2:5; Sal. 143:2; II Cor. 8:12; Heb. 6:10; Mat. 2,5:21, 23.
VII. As obras feitas pelos não regenerados, embora sejam, quanto à matéria, coisas que Deus
ordena, e úteis tanto a si mesmos como aos outros, contudo, porque procedem de corações não
purificados pela fé, não são feitas devidamente - segundo a palavra; - nem para um fim justo - a
glória de Deus; são pecaminosas e não podem agradar a Deus, nem preparar o homem para
receber a graça de Deus; não obstante, o negligenciá-las é ainda mais pecaminoso e ofensivo a
Deus.
Ref. II Reis 10:30, 31; Fil. 1:15-16, 18; Heb. 11:4, 6; Mar. 10:20-21; I Cor. 13:3; Isa. 1:12;
Mat. 6:2, 5, 16; Ag. 2:14; Amós 5:21-22; Mar. 7:6-7; Sal. 14:4; e 36:3; Mat. 2,5:41-45, e 23:23.
CAPÍTULO XVII
DA PERSEVERANÇA DOS SANTOS
I. Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo
seu Espírito, não podem decair do estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a
certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos.
Ref. Fil. 1: 6; João 10: 28-29; I Ped. 1:5, 9.
II.
Esta perseverança dos santos não depende do livre arbítrio deles, mas da imutabilidade
do decreto da eleição, procedente do livre e imutável amor de Deus Pai, da eficácia do mérito e
intercessão de Jesus Cristo, da permanência do Espírito e da semente de Deus neles e da
natureza do pacto da graça; de todas estas coisas vêm a sua certeza e infalibilidade. ,
Ref. II Tim. 2:19; Jer. 31:3; João 17:11, 24; Heb 7:25; Luc. 22:32; Rom. 8:33, 34, 38-39; João
14:16-17; I João 2:27 e 3:9; Jer. 32:40; II Tess. 3:3; I João 2:19; João 10:28.
III. Eles, porém, pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles
restante e pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados e por
algum tempo continuar neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem o seu Santo
Espírito e de algum modo vêm a ser privados das suas graças e confortos; têm os seus corações
endurecidos e as suas consciências feridas; prejudicam e escandalizam os outros e atraem sobre
si juízos temporais.
Ref. Sal. 51:14; Mat. 26:70-74; II Sam. 12:9, 13; Isa. 64:7, 9; II Sam. 11:27; Ef. 6:30; Sal.
51:8, 10, 12; Apoc. 2:4; Isa. 63:17; Mar. 6:52; Sal. 32:3-4; II Sam. 12:14; Sal. 89:31-32; I Cor.
11:32.
CAPÍTULO XVIII
DA CERTEZA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO
I.
Ainda que os hipócritas e os outros não regenerados podem iludir-se vãmente com
falsas esperanças e carnal presunção de se acharem no favor de Deus e em estado de Salvação,
esperança essa que perecerá, contudo, os que verdadeiramente crêem no Senhor Jesus e o amam
com sinceridade, procurando andar diante dele em toda a boa consciência, podem, nesta vida,
certificar-se de se acharem em estado de graça e podem regozijar-se na esperança da glória de
Deus, nessa esperança que nunca os envergonhará.
Ref. Deut. 29:19; Miq. 3:11; João 5:41; Mat. 8:22-23; I João 2:3 e 5: 13; Rom. 5:2, S; II Tim.
4:7-8.
II.
Esta certeza não é uma mera persuasão conjectural e provável, fundada numa falsa
esperança, mas uma infalível segurança da fé, fundada na divina verdade das promessas de
salvação, na evidência interna daquelas graças a que são feitas essas promessas, no testemunho
do Espírito de adoção que testifica com os nossos espíritos sermos nós filhos de Deus, no
testemunho desse Espírito que é o penhor de nossa herança e por quem somos selados para o dia
da redenção.
Ref. Heb. 6:11, 17-19; I Ped. 1:4-5, 10-11; I João 3:14; Rom.8:15-16; Ef.1: 13-14, e 4:30; II
Cor.1:21-22.
III. Esta segurança infalível não pertence de tal modo à essência da fé, que um verdadeiro
crente, antes de possuí-la, não tenha de esperar muito e lutar com muitas dificuldades; contudo,
sendo pelo Espírito habilitado a conhecer as coisas que lhe são livremente dadas por Deus, ele
pode alcançá-la sem revelação extraordinária, no devido uso dos meios ordinários. É, pois,
dever de todo o fiel fazer toda a diligência para tornar certas a sua vocação e eleição, a fim de
que por esse modo seja o seu coração no Espírito Santo confirmado em paz e gozo, em amor e
gratidão para com Deus, em firmeza e alegria nos deveres da obediência que são os frutos
próprios desta segurança. Este privilégio está, pois, muito longe de predispor os homens à
negligência.
Ref. I João 5:13; I Cor. 2:12; I João 4:13; Heb. 6:11-12; II Ped. 1:10; Rom. 5:1-2, 5. 14:17, e
15:13; Sal. 119:32; Rom. 6:1-2; Tito 2:11-12, 14; II Cor. 7: 1; Rom. 8: 1; 12; I João 1:6-7, e 3:23.
IV. Por diversos modos podem os crentes ter a sua segurança de salvação abalada,
diminuída e interrompida negligenciando a conservação dela, caindo em algum pecado especial
que fira a consciência e entristeça o Espírito Santo, cedendo a fortes e repentinas tentações,
retirando Deus a luz do seu rosto e permitindo que andem em trevas e não tenham luz mesmo os
que temem; contudo, eles nunca ficam inteiramente privados daquela semente de Deus e da vida
da fé, daquele amor a Cristo e aos irmãos, daquela sinceridade de coração e consciência do
dever; dessas bênçãos a certeza de salvação poderá, no tempo próprio, ser restaurada pela
operação do Espírito, e por meio delas eles são, no entanto, suportados para não caírem no
desespero absoluto.
Ref. Sal. 51: 8, 12, 14; Ef. 4:30; Sal. 77: 1-10, e 31:32; I João 3:9; Luc. 22:32; Miq. 7:7-9;
Jer. 32:40; II Cor. 4:8-10.
CAPÍTULO XIX
DA LEI DE DEUS
I. Deus deu a Adão uma lei como um pacto de obras. Por este pacto Deus o obrigou, bem
como toda sua posteridade, a uma obediência pessoal, inteira, exata e perpétua; prometeu-lhe a
vida sob a condição dele cumprir com a lei e o ameaçou com a morte no caso dele violá-la; e
dotou-o com o poder e capacidade de guardá-la.
Ref. Gen. 1:26, e 2:17; Ef. 4:24; Rom. 2:14-15, e 10:5, e 5:12, 19.
II.
Essa lei, depois da queda do homem, continuou a ser uma perfeita regra de justiça.
Como tal, foi por Deus entregue no monte Sinai em dez mandamentos e escrita em duas tábuas;
os primeiros quatro mandamentos ensinam os nossos deveres para com Deus e os outros seis os
nossos deveres para com o homem.
Ref. Tiago 1:25 e 2:8, 10; Deut. 5:32, e 10:4; Mat. 22:37-40.
III. Além dessa lei, geralmente chamada lei moral, foi Deus servido dar ao seu povo de
Israel, considerado uma igreja sob a sua tutela, leis cerimoniais que contêm diversas ordenanças
típicas. Essas leis, que em parte se referem ao culto e prefiguram Cristo, as suas graças, os seus
atos, os seus sofrimentos e os seus benefícios, e em parte representam várias instruções de
deveres morais, estão todas abrogadas sob o Novo Testamento.
Ref. Heb.10:1; Gal. 4:1-3; Col. 2:17; Exo. 12:14; I Cor.5:7; II Cor. 6:17; Col. 2:14, 16-17; Ef.
2:15-16.
IV. A esse mesmo povo, considerado como um corpo político, Deus deu leis civis que
terminaram com aquela nacionalidade, e que agora não obrigam além do que exige a sua
eqüidade geral.
Ref. Exo. 21, e 22:1-29; Gen. 49:10; Mat. 5:38-39.
V.
A lei moral obriga para sempre a todos a prestar-lhe obediência, tanto as pessoas
justificadas como as outras, e isto não somente quanto à matéria nela contida, mas também pelo
respeito à autoridade de Deus, o Criador, que a deu. Cristo, no Evangelho, não desfaz de modo
algum esta obrigação, antes a confirma.
Ref. I João 2:3-4, 7; Rom. 3:31; Tiago, 2:8, 10, 11; Rom-. 3:19- Mat. 5:18-19.
VI. Embora os verdadeiros crentes não estejam debaixo da lei como pacto de obras, para
serem por ela justificados ou condenados, contudo, ela lhes serve de grande proveito, como aos
outros; manifestando-lhes, como regra de vida, a vontade de Deus, e o dever que eles têm, ela os
dirige e os obriga a andar segundo a retidão; descobre-lhes também as pecaminosas poluções da
sua natureza, dos seus corações e das suas vidas, de maneira que eles, examinando-se por meio
dela, alcançam mais profundas convicções do pecado, maior humilhação por causa deles e
maior aversão a eles, e ao mesmo tempo lhes dá uma melhor apreciação da necessidade que têm
de Cristo e da perfeição da obediência dele. Ela é também de utilidade aos regenerados, a fim
de conter a sua corrupção, pois proíbe o pecado; as suas ameaças servem para mostrar o que
merecem os seus pecados e quais as aflições que por causa deles devem esperar nesta vida,
ainda que sejam livres da maldição ameaçada na lei. Do mesmo modo as suas promessas
mostram que Deus aprova a obediência deles e que bênção podem esperar, obedecendo, ainda
que essas bênçãos não lhes sejam devidas pela lei considerada como pacto das obras - assim o
fazer um homem o bem ou o evitar ele o mal, porque a lei anima aquilo e proibe isto, não é
prova de estar ele debaixo da lei e não debaixo da graça.
Ref. Rom. 6:14,e 8:1; Gal. 3:13; Rom. 7:12, 22, 25; Sal.119:5; I Cor. 7:19; Rom.7:7, e 3:20;
Tiago 1:23, 25; Rom. 7:9,14, 24; Gal. 3:24; Rom. 8:3-4; Rom. 7:25; Tiago 2:11; Esdras 9:1314; Sal. 89:30-34 e 37:11, e 19:11; Gal. 2:16; Luc. 17:10; Rom. 6:12,-14; Heb. 12:28-29; I Ped.
3:8-12; Sal. 34:12, 16.
VII. Os supracitados usos da lei não são contrários à graça do Evangelho, mas suavemente
condizem com ela, pois o Espírito de Cristo submete e habilita a vontade do homem a fazer
livre e alegremente aquilo que a vontade de Deus, revelada na lei, requer se faça.
Ref. Gal. 3:21; Eze. 36:27; Heb. 5:10.
CAPÍTULO XX
DA LIBERDADE CRISTÃ E DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
I. A liberdade que Cristo, sob o Evangelho, comprou para os crentes consiste em serem eles
libertos do delito do pecado, da ira condenatória de Deus, da maldição da lei moral e em serem
livres do poder deste mundo. do cativeiro de Satanás, do domínio do pecado, do mal das
aflições, do aguilhão da morte, da vitória da sepultura e da condenação eterna: como também
em terem livre acesso a Deus, em lhe prestarem obediência, não movidos de um medo servil,
mas de amor filial e espírito voluntário. Todos estes privilégios eram comuns também aos
crentes debaixo da lei, mas sob o Evangelho, a liberdade dos cristãos está mais ampliada,
achando-se eles isentos do jugo da lei cerimonial a que estava sujeita a Igreja Judaica, e tendo
maior confiança de acesso ao trono da graça e mais abundantes comunicações do Espírito de
Deus, do que os crentes debaixo da lei ordinariamente alcançavam.
Ref. Tito 2:14; I Tess. 1: 10; Gal. 3:13; Rom. 8: 1; Gal. 1:4; At. 26:18; Rom. 6:14; I João 1:7;
Sal. 119:71; Rom. 8:28; I Cor, 15:54-57; Rom. 5l: 1-2; Ef. 2:18 e 3:12; Heb. 10: 19; Rom. 8:14.
15; Gal. 6:6; I João 6:18; Gal. 3:9, 14, e 5: 1; At. 15: 10; Heb. 4:14, 16, e 10: 19-22; João 7:3839; Rom. 5:5.
II. Só Deus é senhor da consciência, e ele deixou livre das doutrinas e mandamentos humanos
que em qualquer coisa, sejam contrários à sua palavra ou que, em matéria de fé ou de culto
estejam fora dela. Assim crer tais doutrinas ou obedecer a tais mandamentos como coisa de
consciência é trair a verdadeira liberdade de consciência; e requerer para elas fé implícita e
obediência cega e absoluta é destruir a liberdade de consciência e a mesma razão.
Ref. Rom. 14:4, 10; Tiago 4:12; At. 4:19, e 5:29; Mat. 28:8-10; Col. 2:20-23; Gal. 1: 10, e
2:4-5, e 4:9-10, e 5: 1;. Rom, 14:23; At. 17:11; João 4:22; Jer. 8:9; I Ped. 3: 15.
III. Aqueles que, sob o pretexto de liberdade cristã, cometem qualquer pecado ou toleram
qualquer concupiscência, destroem por isso mesmo o fim da liberdade cristã; o fim da liberdade
é que, sendo livres das mãos dos nossos inimigos, sem medo sirvamos ao Senhor em santidade e
justiça, diante dele todos os dias da nossa vida.
Ref. Luc. 1:74-75; Rom. 6:15; Gal. 5:13; I Ped. 2:16; II Ped. 3: 15.
IV. Visto que os poderes que Deus ordenou, e a liberdade que Cristo comprou, não foram
por Deus designados para destruir, mas para que mutuamente nos apoiemos e preservemos uns
aos outros, resistem à ordenança de Deus os que, sob pretexto de liberdade cristã, se opõem a
qualquer poder legítimo, civil ou religioso, ou ao exercício dele. Se publicarem opiniões ou
mantiverem práticas contrárias à luz da natureza ou aos reconhecidos princípios do Cristianismo
concernentes à fé, ao culto ou ao procedimento; se publicarem opiniões, ou mantiverem práticas
contrárias ao poder da piedade ou que, por sua própria natureza ou pelo modo de publicá-las e
mantê-las, são destrutivas da paz externa da Igreja e da ordem que Cristo estabeleceu nela,
podem, de justiça ser processados e visitados com as censuras eclesiásticas.
Ref. I Ped. 2:13-16; Heb. 13:17; Mat. 18:15-17; II Tess.3:14; Tito3:10; I Cor. 5:11-13; Rom.
16:17; II Tess. 3:6.
CAPÍTULO XXI
DO CULTO RELIGIOSO E DO DOMINGO
I. A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é
bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e
servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o
verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não
deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem
sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas
Escrituras.
Ref. Rom. 1:20; Sal. 119:68, e 31:33; At. 14:17; Deut. 12:32; Mat. I5:9, e 4:9, 10; João 4:3,
24; Exo. 20:4-6.
II.
O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e só a ele;
não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura; nem,
depois da queda, deve ser prestado a Deus pela mediação de qualquer outro senão Cristo.
Ref. João 5:23; Mat. 28:19; II Cor. 13:14; Col. 2:18; Apoc 19:10; Rom. l:25; João 14:6; I
Tim. 2:5; Ef. 2:18; Col. 3:17.
III. A oração com ações de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus
exigida de todos os homens; e, para que seja aceita, deve ser feita em o nome do Filho, pelo
auxílio do seu Espírito, segundo a sua vontade, e isto com inteligência, reverência, humildade,
fervor, fé, amor e perseverança. Se for vocal, deve ser proferida em uma língua conhecida dos
circunstantes.
Ref. Fil. 4:6; I Tim. 2:1; Col. 4:2; Sal. 65:2, e 67:3; I Tess. 5:17-18; João 14:13-14; I Ped.
2:5; Rom. 8:26; Ef. 6:8; João 5:14; Sal. 47:7; Heb. 12:28; Gen. 18:27; Tiago 5:16; Ef. 6:18; I
Cor. 14:14.
IV. A oração deve ser feita por coisas lícitas e por todas as classes de homens que existem
atualmente ou que existirão no futuro; mas não pelos mortos, nem por aqueles que se saiba
terem cometido o pecado para a morte.
Ref. Mat. 26:42; I Tim. 2:1-2; João 17:20; II Sam. 7:29, e 12:21-23; Luc. 16:25-26; I João 5:
16.
V.
A leitura das Escrituras com o temor divino, a sã pregação da palavra e a consciente
atenção a ela em obediência a Deus, com inteligência, fé e reverência; o cantar salmos com
graças no coração, bem como a devida administração e digna recepção dos sacramentos
instituídos por Cristo - são partes do ordinário culto de Deus, além dos juramentos religiosos;
votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais, tudo o que, em seus vários tempos
e ocasiões próprias, deve ser usado de um modo santo e religioso.
Ref. At. 15:21; Apoc. 1:3; II Tim. 4:2; Tiago 1:22: At. 10:33; Heb. 4:2; Col. 3:16; Ef. 5:19;
Tiago 5:13; At. 16:25; Mat. 28:19; At. 2:42; Deut. 6:13; Ne. 10:29; Ec. 5:4-5; Joel 2:12; Mat.
9:15.
VI. Agora, sob o Evangelho, nem a oração, nem qualquer outro ato do culto religioso é
restrito a um certo lugar, nem se torna mais aceito por causa do lugar em que se ofereça ou para
o qual se dirija, mas, Deus deve ser adorado em todo o lugar, em espírito e verdade - tanto em
famílias diariamente e em secreto, estando cada um sozinho, como também mais solenemente
em assembléias públicas, que não devem ser descuidosas, nem voluntariamente desprezadas
nem abandonadas, sempre que Deus, pela sua providência, proporciona ocasião.
Ref. João 5:21; Mal. 1:11; I Tim. 2:8; João 4:23-24; Jer. 10: 25; Jó 1:5; II Sam. 6:18-20;
Deut. 6:6-7; Mat. 6: 11, e 6:6; Isa. 56:7; Heb. 10:25; Prov. 5:34; At. 2:42.
VII. Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao
culto de Deus, assim também em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo,
preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um
dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por Ele; desde o princípio do mundo, até
a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo foi
mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado Domingo, ou dia do
Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão.
Ref. Exo. 20:8-11; Gen. 2:3; I Cor. 16:1-2; At. 20:7; Apoc.1:10; Mat. 5: 17-18.
VIII. Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado
os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante
todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos
seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em
exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia.
Ref. Exo. 16:23-26,29:30, e 31:15-16; Isa.58:13.
CAPÍTULO XXII
DOS JURAMENTOS LEGAIS E DOS VOTOS
I. O Juramento, quando lícito, é uma parte do culto religioso pelo qual o crente, em ocasiões
necessárias e com toda a solenidade, chama a Deus por testemunha do que assevera ou promete;
pelo juramento ele invoca a Deus para julgá-lo segundo a verdade ou falsidade do que jura.
Ref. Deut. 10:20; Exo..20:7; Lev. 19:12; II Cor. 1:23; II Cron. 6:22-23.
II.
O único nome pelo qual se deve jurar é o nome de Deus, nome que se pronunciará com
todo o santo temor e reverência; jurar, pois, falsa ou temerariamente por este glorioso e
tremendo nome ou jurar por qualquer outra coisa é pecaminoso e abominável, contudo, como
em assuntos de gravidade e importância o juramento é autorizado pela palavra de Deus, tanto
sob o Novo Testamento como sob o Velho, o juramento, sendo exigido pela autoridade legal,
deve ser prestado com referência a tais assuntos.
Ref. Deut. 6:13; Jer. 5:7; Mat. 5:34,.37; Tiago 5:12; Heb. 6:16; I Reis 5:31; Esdras 10:5.
III. Quem vai prestar um juramento deve considerar refletidamente a gravidade de ato tão
solene e nada afirmar de cuja verdade não esteja plenamente persuadido, obrigando-se tão
somente por aquilo que é justo e bom e que tem como tal, e por aquilo que pode e está resolvido
a cumprir. É, porém, pecado recusar prestar juramento concernente a qualquer coisa justa e boa,
sendo ele exigido pela autoridade legal.
Ref. Jer. 4:2; Gen. 24:2-3; 9; Ne.5: 12.
IV. O juramento deve ser prestado conforme o sentido claro e óbvio das palavras, sem
equívoco ou restrição mental. Não pode obrigar a pecar, mas sendo prestado com referência a
qualquer coisa não pecaminosa, obriga ao cumprimento, mesmo com prejuízo de quem jura.
Não deve ser violado, ainda que feito a hereges ou infiéis.
Ref. Sal. 24:4, e 15:4; Eze. 17:16, 18.
V.
O voto é da mesma natureza que o juramento promissório; deve ser feito com o mesmo
cuidado religioso e cumprindo com igual fidelidade.
Ref. Isa. 19:21; Ec. 5:4-6; Sal. 66:13-14.
VI. O voto não deve ser feito a criatura alguma, mas somente a Deus; para que seja
aceitável, deve ser feito voluntariamente, com fé e consciência de dever, em reconhecimento de
misericórdias recebidas ou para obter o que desejamos. Pelo voto obrigamo-nos mais
restritamente aos deveres necessários ou a outras coisas, até onde ou quando elas conduzirem a
esses deveres.
Ref. Sal. 76:1 1; Deut. 23:21, 23; Sal. 50:14.
VII. Ninguém deve prometer fazer coisa alguma que seja proibida na palavra de Deus ou que
embarace o cumprimento de qualquer dever nela ordenado, nem o que não está em seu poder
cumprir e para cuja execução não tenha promessa ou poder de Deus; por isso os votos
monásticos que os papistas fazem do celibato perpétuo, pobreza voluntária e obediência regular,
em vez de serem graus de maior perfeição, não passam de laços supersticiosos e iníquos com os
quais nenhum cristão deve embaraçar-se.
Ref. At. 23:12; Mar. 6:26; I Cor. 2:9; Ef. 4:28; I Tess. 4:11-12; I Cor. 7:23.
CAPÍTULO XXIII
DO MAGISTRADO CIVIL
I.
Deus, o Senhor Supremo e Rei de todo o mundo, para a sua glória e para o bem público,
constituiu sobre o povo magistrados civis que lhe são sujeitos, e a este fim, os armou com o
poder da espada para defesa e incentivo dos bons e castigo dos malfeitores.
Ref. Rom. 13:1-4; I Ped. 2:13-14.
II.
Aos cristãos é licito aceitar e exercer o ofício de magistrado, sendo para ele chamado; e
em sua administração, como devem especialmente manter a piedade, a justiça, e a paz segundo
as leis salutares de cada Estado, eles, sob a dispensação do Novo Testamento e para conseguir
esse fim, podem licitamente fazer guerra, havendo ocasiões justas e necessárias.
Ref. Prov. 8:15-16; Sal. 82:3-4; II Sam. 23:3; Luc. 3:14; Mat. 8:9-10; Rom. 13:4.
III. Os magistrados civis não podem tomar sobre si a administração da palavra e dos
sacramentos ou o poder das chaves do Reino do Céu, nem de modo algum intervir em matéria
de fé; contudo, como pais solícitos, devem proteger a Igreja do nosso comum Senhor, sem dar
preferência a qualquer denominação cristã sobre as outras, para que todos os eclesiásticos sem
distinção gozem plena, livre e indisputada liberdade de cumprir todas as partes das suas
sagradas funções, sem violência ou perigo. Como Jesus Cristo constituiu em sua Igreja um
governo regular e uma disciplina, nenhuma lei de qualquer Estado deve proibir, impedir ou
embaraçar o seu devido exercício entre os membros voluntários de qualquer denominação
cristã, segundo a profissão e crença de cada uma. E é dever dos magistrados civis proteger a
pessoa e o bom nome de cada um dos seus jurisdicionados, de modo que a ninguém seja
permitido, sob pretexto de religião ou de incredulidade, ofender, perseguir, maltratar ou injuriar
qualquer outra pessoa; e bem assim providenciar para que todas as assembléias religiosas e
eclesiásticas possam reunir-se sem ser perturbadas ou molestadas.
Ref. Heb. 5:4; II Cron. 26:18; Mat. 16:19; I Cor. 4:1-2; João 15:36; At. 5:29; Ef. 4:11-12;
Isa. 49:23; Sal. 105:15; 11 Sam.23:3.
IV. É dever do povo orar pelos magistrados, honrar as suas pessoas, pagar-lhes tributos e
outros impostos, obedecer às suas ordens legais e sujeitar-se à sua autoridade, e tudo isto por
amor da consciência. Incredulidade ou indiferença de religião não anula a justa e legal
autoridade do magistrado, nem absolve o povo da obediência que lhe deve, obediência de que
não estão isentos os eclesiásticos. O papa não tem nenhum poder ou jurisdição sobre os
magistrados dentro dos domínios deles ou sobre qualquer um do seu povo; e muito menos tem o
poder de privá-los dos seus domínios ou vidas, por julgá-los hereges ou sob qualquer outro
pretexto.
Ref. I Tim. 2:1-3; II Ped. 2:17; Mat. 22:21; Rom. 13:2-7, e 13:5; Tito 3:1; I Ped. 2:13-14, 16;
Rom. 13:1; At. 25:10-11; II Tim. 2:24; I Ped. 5:3.
CAPÍTULO XXIV
DO MATRIMÔNIO E DO DIVÓRCIO
I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de urna
mulher nem à mulher mais de um marido, ao mesmo tempo.
Ref. Gen. 2:24; Mat. 19:4-6; Rom. 7:3.
II. O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da
raça humana por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a
impureza.
Ref. Gen. 2:18, e 9:1; Mal.2:15; I Cor. 7:2,9.
III. A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é
dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião
reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos
prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que são notoriamente ímpios em suas
vidas ou que mantém heresias perniciosas.
Ref. Heb. 13:4; I Tim. 4:3; Gen.24:57-58; I Cor. 7:39; II Cor. 6:14.
IV. Não devem casar-se as pessoas entre as quais existem os graus de consagüinidade ou
afinidade proibidos na palavra de Deus, tais casamentos incestuosos jamais poderão tornar-se
lícitos pelas leis humanas ou consentimento das partes, de modo a poderem coabitar como
marido e mulher.
Ref. I Cor. 5:1; Mar. 6:18; Lev. 18:24, 28.
V.
O adultério ou fornicação cometida depois de um contrato, sendo descoberto antes do
casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso de adultério depois
do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter o divórcio casar com
outrem, como se a parte infiel fosse morta.
Ref. Mat, 1: 18-20, e 5:31-32, e 19:9.
VI. Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de
indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente
para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa
ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é
necessário haver um processo público e regular. não se devendo deixar ao arbítrio e discreção
das partes o decidirem seu próprio caso.
Ref. Mat. 19:6-8; I Cor. 7:15; Deut. 24:1-4; Esdras 10:3.
CAPÍTULO XXV
DA IGREJA
I. A Igreja Católica ou Universal, que é invisível, consta do número total dos eleitos que já
foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu cabeça;
ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas.
Ref. Ef. 1: 10, 22-23; Col. 1: 18.
II. A Igreja Visível, que também é católica ou universal sob o Evangelho (não sendo restrita a
uma nação, como antes sob a Lei) consta de todos aqueles que pelo mundo inteiro professam a
verdadeira religião, juntamente com seus filhos; é o Reino do Senhor Jesus, a casa e família de
Deus, fora da qual não há possibilidade ordinária de salvação.
Ref. I Cor. 1:2, e 12:12-13,; Sal .2:8; I Cor. 7 :14; At. 2:39; Gen. 17:7; Rom. 9:16; Mat. 13:3
Col. 1:13; Ef. 2:19, e 3:15; Mat. 10:32-33; At. 2:47.
III. A esta Igreja Católica Visível Cristo deu o ministério, os oráculos e as ordenanças de
Deus, para congregamento e aperfeiçoamento dos santos nesta vida, até o fim do mundo, e pela
sua própria presença e pelo seu Espírito, os torna eficazes para esse fim, segundo a sua
promessa.
Ref. Éf. 4:11-13; Isa. 59:21; Mat. 28:19-20.
IV. Esta Igreja Católica tem sido ora mais, ora menos visível. As igrejas particulares, que
são membros dela, são mais ou menos puras conforme neles é, com mais ou menos pureza,
ensinado e abraçado o Evangelho, administradas as ordenanças e celebrado o culto público.
Ref. Rom. 11:3-4; At. 2:41-42; I Cor. 5:6-7.
V.
AS igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas à mistura e ao erro; algumas têm
degenerado ao ponto de não serem mais igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satanás; não
obstante, haverá sempre sobre a terra uma igreja para adorar a Deus segundo a vontade dele
mesmo.
Ref. I Cor. 1:2, e 13:12; Mat. 13:24-30, 47; Rom. 11.20-22; Apoc. 2:9; Mat. 16:18.
VI. Não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo; em sentido algum pode ser
o Papa de Roma o cabeça dela, mas ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da
perdição que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus.
Ref. Col. 1:18; Ef. 1:22; Mat. 23:8-10; I Ped. 5:2-4; II Tess. 2:3-4.
CAPÍTULO XXVI
DA COMUNHÃO DOS SANTOS
I.
Todos os santos que pelo seu Espírito e pela fé estão unidos a Jesus Cristo, seu Cabeça,
têm com Ele comunhão nas suas graças, nos seus sofrimentos, na sua morte, na sua ressurreição
e na sua glória, e, estando unidos uns aos outros no amor, participam dos mesmos dons e graças
e estão obrigados ao cumprimento dos deveres públicos e particulares que contribuem para o
seu mútuo proveito, tanto no homem interior como no exterior.
Ref. I João 1:3; Ef. 3:16-17; João 1:16; Fil. 3:10; Rom. 6:56, e8:17; Ef. 4:15-16; I Tess.5:11,
14; Gal. 6:10.
II.
Os santos são, pela sua profissão, obrigados a manter uma santa sociedade e comunhão
no culto de Deus e na observância de outros serviços espirituais que tendam à sua mútua
edificação, bem como a socorrer uns aos outros em coisas materiais, segundo as suas respectivas
necessidades e meios; esta comunhão, conforme Deus oferecer ocasião, deve estender-se a todos
aqueles que em qualquer lugar, invocam o nome do Senhor Jesus.
Ref. Heb.10:24-25; At.2:42,46; I João3:17; At. 11:29-30.
III. Esta comunhão que os santos têm com Cristo não os torna de modo algum participantes
da substância da sua Divindade, nem iguais a Cristo em qualquer respeito; afirmar uma ou outra
coisa, é ímpio e blasfemo. A sua comunhão de uns com os outros não destrói, nem de modo
algum enfraquece o título ou domínio que cada homem tem sobre os seus bens e possessões.
Ref. Col. 1:18; I Cor. 8:6; I Tim. 6:15-16; At. 5:4.
CAPÍTULO XXVII
DOS SACRAMENTOS
I.
Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos
por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem
como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e
solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra.
Ref. Ron. 6:11; Gen. 17:7-10; Mat. 28:19; I Cor. ll:23, e 10:16, e 11:25-26; Exo. 12:48; I Cor.
10:21; Rom. 6:3-4; I Cor. 10:2-16.
II.
Em todo o sacramento há uma relação espiritual ou união sacramental entre o sinal e a
coisa significada, e por isso os nomes e efeitos de um são atribuídos ao outro.
Ref. Gen. 17:10; Mat. 26:27-28; Tito 3:5.
III. A graça significada nos sacramentos ou por meio deles, quando devidamente usados,
não é conferida por qualquer, poder neles existentes; nem a eficácia deles depende da piedade
ou intenção de quem os administra, mas da obra do Espírito e da palavra da instituição, a qual,
juntamente com o preceito que autoriza o uso deles, contém uma promessa de benefício aos que
dignamente o recebem.
Ref. Rom. 2:28-29; I Ped. 3:21; Mat. 3:11; I Cor. 12:13; Luc. 22:19-20; I Cor. 11:26.
IV. Há só dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho - O Batismo
e a Santa Ceia; nenhum destes sacramentos deve ser administrado senão pelos ministros da
palavra legalmente ordenados.
Ref. Mat. 28:19; I Cor. 11: 20, 23-34; Heb. 5:4.
V . Os sacramentos do Velho Testamento, quanto às coisas espirituais por eles significados e
representados, eram em substância os mesmos que do Novo Testamento.
Ref. I Cor. 10: 1-4.
CAPÍTULO XXVIII
DO BATISMO
I. O batismo é um sacramento do Novo Testamento, instituído por Jesus Cristo, não só para
solenemente admitir na Igreja a pessoa batizada, mas também para servir-lhe de sinal e selo do
pacto da graça, de sua união com Cristo, da regeneração, da remissão dos pecados e também da
sua consagração a Deus por Jesus Cristo a fim de andar em novidade de vida. Este sacramento,
segundo a ordenação de Cristo, há de continuar em sua Igreja até ao fim do mundo.
Ref. Mat. 28:19; I,Cor. 12:13; Rom. 4:11; Col. 2:11-12; Gal. 3:27; Tito 3:5; Mar. 1:4; At.
2:38; Rom. 6:3-4; Mat. 28:19-20.
II.
O elemento exterior usado neste sacramento, é água com a qual um ministro do
Evangelho, legalmente ordenado, deve batizar o candidato em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo.
Ref. At. 10-47, e 8:36-38; Mat. 28:19.
III. Não é necessário imergir na água o candidato, mas o batismo é devidamente administrado
por efusão ou aspersão.
Ref. At. 2:41, e 10:46-47, e 16:33; I Cor. 10:2.
IV. Não só os que professam a sua fé em Cristo e obediência a Ele, mas os filhos de pais
crentes (embora só um deles o seja) devem ser batizados.
Ref. At. 9:18; Gen. 17:7, 9; Gal. 3:9, 14; Rom. 4:11-12; At. 2:38-39.
V.
Posto que seja grande pecado desprezar ou negligenciar esta ordenança, contudo, a
graça e a salvação não se acham tão inseparavelmente ligadas com ela, que sem ela ninguém
possa ser regenerado e salvo os que sejam indubitavelmente regenerados todos os que são
batizados.
Ref. Luc.7:30; Exo. 4:24-26; Deut. 28:9; Rom. 4:11; At. 8:13, 23.
VI. A eficácia do batismo não se limita ao momento em que é administrado; contudo, pelo
devido uso desta ordenança, a graça prometida é não somente oferecida, mas realmente
manifestada e conferida pelo Espírito Santo àqueles a quem ele pertence, adultos ou crianças,
segundo o conselho da vontade de Deus, em seu tempo apropriado.
Ref. João 3:5, 8; Gal. 3:27; Ef. 5:25-26.
VII. O sacramento do batismo deve ser administrado uma só vez a uma mesma pessoa.
R.ef. Tito 3:5.
CAPÍTULO XXIX
DA CEIA DO SENHOR
I . Na noite em que foi traído, nosso Senhor Jesus instituiu o sacramento do seu corpo e
sangue, chamado Ceia do Senhor, para ser observado em sua Igreja até ao Fim do mundo, a fim
de lembrar perpetuamente o sacrifício que em sua morte Ele fez de si mesmo; selar aos
verdadeiros crentes os benefícios provenientes. desse sacrifício para o seu nutrimento espiritual
e crescimento nele e a sua obrigação de cumprir todos os seus deveres para com Ele; e ser um
vínculo e penhor da sua comunhão com Ele e de uns com os outros, como membros do seu
corpo místico.
Ref. I Cor. 11:23-26, e 10: 16-17, 21, e 12:13.
II. Neste sacramento não se oferece Cristo a seu Pai, nem de modo algum se faz um sacrifício
pela remissão dos pecados dos vivos ou dos mortos, mas se faz uma comemoração daquele
único sacrifício que Ele fez de si mesmo na cruz, uma só vez, e por meio dele uma oblação de
todo o louvor a Deus; assim o chamado sacrifício papal da missa é sobremodo ofensivo ao
único sacrifício de Cristo, o qual é a única propiciação por todos os pecados dos eleitos.
Ref. Heb. 9:22, 25-26, 28; Mat. 26:26-27; Luc. 22:19-20; Heb. 7:23-24, 27, e 10:11-12, 14, 18.
III. Nesta ordenança o Senhor Jesus constituiu seus ministros para declarar ao povo a sua
palavra de instituição, orar, abençoar os elementos, pão e vinho, e assim separá-los do comum
para um uso sagrado, tomar e partir o pão, tomar o cálice dele participando também e dar ambos
os elementos aos comungantes e tão somente aos que se acharem presentes na congregação.
Ref. Mar. 14:22-24; At. 20:7; I Cor. 11:20.
IV. A missa ou recepção do sacramento por um só sacerdote ou por uma só pessoa, bem como
a negação do cálice ao povo, a adoração dos elementos, a elevação ou procissão deles para
serem adorados e a sua conservação para qualquer uso religioso, são coisas contrárias à natureza
deste sacramento e à instituição de Cristo.
Ref. I Tim.1:3-4; I Cor. 11:25-29; Mat. 15:9.
V.
Os elementos exteriores deste sacramento, devidamente consagrados aos usos
ordenados por Cristo, têm tal relação com Cristo Crucificado, que verdadeira, mas só
sacramentalmente, são às vezes chamados pelos nomes das coisas que representam, a saber, o
corpo e o sangue de Cristo; porém em substância e natureza conservam-se verdadeira e somente
pão e vinho, como eram antes.
Ref. Mat. 26:26-28; I Cor. 11:26-28.
VI. A doutrina geralmente chamada transubstanciação, que ensina a mudança da substância
do pão e do vinho na substância do corpo e do sangue de Cristo, mediante a consagração de um
sacerdote ou por qualquer outro meio, é contrária, não só às Escrituras, mas também ao senso
comum e à razão, destrói a natureza do sacramento e tem sido a causa de muitas superstições e
até de crassa idolatria.
Ref. At. 3:21; I Cor. 11:24-26; Luc. 24:6, 39.
VII. Os que comungam dignamente, participando exteriormente dos elementos visíveis deste
sacramento, também recebem intimamente, pela fé, a Cristo Crucificado e todos os benefícios
da sua morte, e nele se alimentam, não carnal ou corporalmente, mas real, verdadeira e
espiritualmente, não estando o corpo e o sangue de Cristo, corporal ou carnalmente nos
elementos pão e vinho, nem com eles ou sob eles, mas espiritual e realmente presentes à fé dos
crentes nessa ordenança, como estão os próprios elementos aos seus sentidos corporais.
Ref. I Cor. 11:28, e 10:16.
VIII. Ainda que os ignorantes e os ímpios recebam os elementos visíveis deste sacramento,
não recebem a coisa por eles significada, mas, pela sua indigna participação, tornam-se réus do
corpo e do sangue do Senhor para a sua própria condenação; portanto eles como são indignos de
gozar comunhão com o Senhor, são também indignos da sua mesa, e não podem, sem grande
pecado contra Cristo, participar destes santos mistérios nem a eles ser admitidos, enquanto
permanecerem nesse estado.
Ref. I Cor. 11:27, 29, e 10:21; II Cor. 6:14-16; I Cor. 5:6-7, 13; II Tess. 3:6, 14-15; Mat. 7:6.
CAPÍTULO XXX
DAS CENSURAS ECLESIÁSTICAS
I.
O Senhor Jesus, como Rei e Cabeça da sua Igreja, nela instituiu um governo nas mãos
dos oficiais dela; governo distinto da magistratura civil.
Ref. Isa. 9:6-7; I Tim. 5:17; I Tess. 5:12; At. 20:17, 28; I Cor. 12:28.
II.
A esses oficiais estão entregues as chaves do Reino do Céu. Em virtude disso eles têm
respectivamente o poder de reter ou remitir pecados; fechar esse reino a impenitentes, tanto pela
palavra como pelas censuras; abri-lo aos pecadores penitentes, pelo ministério do Evangelho e
pela absolvição das censuras, quando as circunstâncias o exigirem.
Ref.Mat.l6:19,e18:17-18;João 20:21-23;IICor.2:6-8.
III. As censuras eclesiásticas são necessárias para chamar e ganhar para Cristo os irmãos
ofensores para impedir que outros pratiquem ofensas semelhantes, para purgar o velho fermento
que poderia corromper a massa inteira, para vindicar a honra de Cristo e a santa profissão do
Evangelho e para evitar a ira de Deus, a qual com justiça poderia cair sobre a Igreja, se ela
permitisse que o pacto divino e os seios dele fossem profanados por ofensores notórios e
obstinados.
Ref. I Cor. S; I Tim. 5:20; e 1:20; Judas 23.
IV. Para melhor conseguir estes fins, os oficiais da Igreja devem proceder na seguinte
ordem, segundo a natureza do crime e demérito da pessoa: repreensão, suspensão do sacramento
da Ceia do Senhor e exclusão da Igreja.
Ref. Mat. 18:17; ITess.5:12; IITess. 3:6,14-15; I Cor. 5:4-5;13.
CAPÍTULO XXXI
DOS SÍNODOS E CONCÍLIOS
I.
Para melhor governo e maior edificação da Igreja, deverá haver as assembléias
comumente chamadas sínodos ou concílios. Em virtude do seu cargo e do poder que Cristo lhes
deu para edificação e não para destruição, pertence aos pastores e outros presbíteros das igrejas
particulares criar tais assembléias e reunir-se nelas quantas vezes julgarem útil para o bem da
Igreja.
Ref. At.15:2, 4, 6 e 20:17, 28; Apoc. 2:1-6.
II.
Aos sínodos e concílios compete decidir ministerialmente controvérsias quanto à fé e
casos de consciência, determinar regras e disposições para a melhor direção do culto público de
Deus e governo da sua Igreja, receber queixas em caso de má administração e autoritativamente
decidi-las. Os seus decretos e decisões, sendo consoantes com a palavra de Deus, devem ser
recebidas com reverência e submissão, não só pelo seu acordo com a palavra, mas também pela
autoridade pela qual são feitos, visto que essa autoridade é uma ordenação de Deus, designada
para isso em sua palavra.
Ref. At. 16:4, e 15:27-31.
III. Todos os sínodos e concílios, desde os tempos dos apóstolos, quer gerais quer
particulares, podem errar, e muitos têm errado; eles, portanto, não devem constituir regra de fé e
prática, mas podem ser usados como auxílio em uma e outra coisa.
Ref. At. 17:11; I Cor. 2:5; II Cor. 1:24.
IV. Os sínodos e concílios não devem discutir, nem determinar coisa alguma que não seja
eclesiástica; não devem imiscuir-se nos negócios civis do Estado, a não ser por humilde petição
em casos extraordinários ou por conselhos em satisfação de consciência, se o magistrado civil
os convidar a fazê-lo.
Ref. Luc. 12:13-14; João 18:36; Mat. 11:21.
CAPÍTULO XXXII
DO ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
I.
Os corpos dos homens, depois da morte, convertem-se em pó e vêm a corrupção; mas as
suas almas (que nem morrem nem dormem), tendo uma substância imortal, voltam
imediatamente para Deus que as deu. As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas na
santidade, são recebidas no mais alto dos céus onde vêm a face de Deus em luz e glória,
esperando a plena redenção dos seus corpos; e as almas dos ímpios são lançadas no inferno,
onde ficarão, em tormentos e em trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia final.
Além destes dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos as Escrituras
não reconhecem nenhum outro lugar.
Ref. Gen. 3:19; At. 13:36; Luc. 23:43; Ec. 12:7; Apoc. 7:4, 15; II Cor. 5: 1, 8; Fil. 1:23; At.
3:21; Ef. 4:10; Rom. 5:23; Luc. 16:25-24.
II.
No último dia, os que estiverem vivos não morrerão, mas serão mudados; todos os
mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, posto que com qualidades
diferentes, e ficarão reunidos às suas almas para sempre.
Ref. I Tess. 4:17; I Cor. 15:51-52, e 15:42-44.
III. Os corpos dos injustos serão pelo poder de Cristo ressuscitados para a desonra, os
corpos dos justos serão pelo seu Espírito ressuscitados para a honra e para serem semelhantes ao
próprio corpo glorioso dele.
Ref. At. 24:l5; João5:28-29; Fil. 3:21.
CAPÍTULO XXXIII
DO JUIZO FINAL
I.
Deus já determinou um dia em que, segundo a justiça, há de julgar o mundo por Jesus
Cristo, a quem foram pelo Pai entregues o poder e o juízo. Nesse dia não somente serão
julgados os anjos apóstatas, mas também todas as pessoas que tiverem vivido sobre a terra
comparecerão ante o tribunal de Cristo, a fim de darem conta dos seus pensamentos, palavras e
obras, e receberem o galardão segundo o que tiverem feito, bom ou mau, estando no corpo.
Ref. At. 17:31 ; João 5:22, 27; Judas 6; II Ped. 2:4; II Cor.5:10; Ec. 12:14; Rom. 2:16, e
14:10, 12; Mat. 12:36-37.
II.
O fim que Deus tem em vista, determinando esse dia, é manifestar a sua glória - a glória
da sua misericórdia na salvação dos eleitos e a glória da sua justiça na condenação dos réprobos,
que são injustos e desobedientes. Os justos irão então para a vida eterna e receberão aquela
plenitude de gozo e alegria procedente da presença do Senhor; mas os ímpios, que não
conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho de Jesus Cristo, serão lançados nos eternos
tormentos e punidos com a destruição eterna proveniente da presença do Senhor e da glória do
seu poder.
Ref. Rom. 9:23; Mat. 2.5:21; Rom. 2:5-6; II Tess. 1:7-8; Mat. 25:31-34; At. 3:19.
III. Assim como Cristo, para afastar os homens do pecado e para maior consolação dos
justos nas suas adversidades, quer que estejamos firmemente convencidos de que haverá um dia
de juízo, assim também quer que esse dia não seja conhecido dos homens, a fim de que eles se
despojem de toda confiança carnal, sejam sempre vigilantes, não sabendo a que hora virá o
Senhor, e estejam prontos para dizer - "Vem logo, Senhor Jesus". Amém.
Ref. II Ped. 3:11, 14; II Cor. 5:11; II Tess. 1:5-7; Luc. 21:27-28; Mat. 24:36, 42-44; Mar.
13:35-37; Luc. 12:35-36; Apoc. 22:20.
PREFÁCIO AOS NOVOS CAPÍTULOS
Considerando a conveniência de exprimir claramente a doutrina da Igreja a respeito do
Espírito Santo, das Missões e do amor de Deus para com todos os homens, foram acrescentados
os seguintes capítulos:
CAPÍTULO XXXIV
DO ESPÍRITO SANTO
I.
O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade, procedente do Pai e do Filho, da
mesma substância e igual em poder e glória, e deve-se crer nele, amá-Lo, obedecê-Lo e adoráLo, juntamente com o Pai e o Filho, por todos os séculos.
Ref. Mt.3:16-17; Mt.28:19; II Cor. 13:13; Jo.15:26 e 16:13,14 e 17:24.
II.
É Ele o Senhor e Doador da vida, presente em toda parte na natureza, e é a fonte de
todos os pensamentos bons, desejos puros e conselhos santos que se encontram nos homens.
Por Ele os Profetas foram levados a falar a Palavra de Deus, e todos os autores da Sagrada
Escritura foram inspirados a registrar de um modo infalível a disposição e a vontade de Deus.
A dispensação do Evangelho foi-lhe entregue de um modo especial. O Espírito Santo prepara o
caminho para o Evangelho, acompanhado com seu poder persuasivo e recomenda a sua
mensagem à razão e à consciência dos homens, de maneira que os que rejeitam a oferta
misericordiosa, ficam não somente sem desculpa, mas também culpados de terem resistido ao
Espírito Santo.
Ref. Rom. 8:2; Gn.1:2; Sl.139:7; Jo.16:13,14; II Pe. 1:19-21; Jo. 14:16 e 16:7-11; At.7:51-53.
III.
O Espírito Santo, o qual o Pai prontamente dá a todos os que Lho pedirem, é o único
agente eficaz na aplicação da redenção. Ele convence os homens do pecado, leva-os ao
arrependimento, regenera-os pela sua graça e persuade-os e habilita-os a abraçar a Jesus Cristo
pela fé. Ele une todos os crentes a Cristo, habita neles como seu Consolador e Santificador, dálhes o espírito de adoção e de oração, e cumpre neles todos os graciosos ofícios pelos quais eles
são santificados e selados até o dia da redenção.
Ref. Lc.11:13; At.1:5; At.5:32; Jo.16:8; At.2:37,38; Tt.3:4-7; At.8:29,37; I Cor.12:13 e
3:16,17; Rom.8:15; Ef.4:30.
IV
Pela presença do Espírito Santo nos seus corações, todos os crentes, estando
intimamente unidos a Cristo, a Cabeça, estão assim unidos uns aos outros na Igreja, que é o seu
corpo. Ele chama e unge os ministros para o seu santo ofício, prepara todos os outros oficiais
na Igreja para o seu trabalho especial e concede vários dons e graças aos demais membros. Ele
torna eficazes a Palavra e as ordenanças do Evangelho. Por Ele a Igreja será preservada e
aumentada até cobrir a face da terra, será purificada e, afinal, tornada perfeitamente santa na
presença de Deus.
Ref. Ef.1:22,23; At.20:28; I Cor.12:11; Ef.5:27.
CAPÍTULO XXXV
DO AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES
I
Em seu amor infinito e perfeito - e tendo provido no pacto da graça, pela mediação e
sacrifício do Senhor Jesus Cristo, um caminho de vida e salvação suficiente e adaptado a toda a
raça humana decaída como está - Deus determinou que a todos os homens esta salvação de
graça seja anunciada no Evangelho.
Ref. Jo.3:16; I Tim.4:10; Mc.16:15
II.
No Evangelho Deus proclama o seu amor ao mundo, revela clara e plenamente o único
caminho da salvação, assegura vida eterna a todos quantos verdadeiramente se arrependem e
crêem em Cristo, e ordena que esta salvação seja anunciada a todos os homens, a fim de que
conheçam a misericórdia oferecida e, pela ação do Seu Espírito, a aceitem como dádiva da
graça.
Ref. Jo.3:16 e 14:6; At.4:12; I Jo.5:12; Mc.16:15; Ef.2:4,8,9.
III. As Escrituras nos asseguram que os que ouvem o Evangelho e aceitam imediatamente
os seus misericordiosos oferecimentos, gozam os eternos benefícios da salvação: porém, os que
continuam impenitentes e incrédulos agravam a sua falta e são os únicos culpados pela sua
perdição.
Ref. Jo.5:24 e 3:18.
IV. Visto não haver outro caminho de salvação a não ser o revelado no Evangelho e visto
que, conforme o usual método de graça divinamente estabelecido, a fé vem pelo ouvido que
atende à Palavra de Deus, Cristo comissionou a sua Igreja para ir por todo o mundo e ensinar a
todas as nações. Todos os crentes, portanto, têm por obrigação sustentar as ordenanças
religiosas onde já estiverem estabelecidas e contribuir, por meio de suas orações e ofertas e por
seus esforços, para a dilatação do Reino de Cristo por todo o mundo.
Ref. Jo.14:6; At.4:12; Rom.10:17; Mt.28:19,20; I Cor.4:2; II Cor.9:6,7,10.
NOTA HISTÓRICA
Desde Julho de 1643 até Fevereiro de 1649, reuniu-se em uma das salas da Abadia de
Westminster, na cidade de Londres, o Concílio conhecido na história pelo nome de Assembléia
de Westminster. Este Concílio foi convocado pelo Parlamento Inglês, para preparar uma nova
base de doutrina e forma de culto e governo eclesiástico que devia servir para a Igreja do Estado
nos Três Reinos.
Em um sentido, a ocasião não foi propícia. Já começara a luta entre o Parlamento e o
rei Carlos I, e durante as sessões do Concílio o país foi agitado pela revolução em que o rei
perdeu a vida e Cromwell tomou as rédeas do governo. Em outro sentido, a ocasião foi
oportuna. Os teólogos mais eruditos daquele tempo tomaram parte nos trabalhos da
Assembléia. A Confissão de Fé e os Catecismos foram discutidos ponto por ponto,
aproveitando-se o que havia de melhor nas Confissões já formuladas, e o resultado foi a
organização de um sistema de doutrina cristã baseado na Escritura e notável pela sua coerência
em todas as suas partes.
O Parlamento não conseguiu o que almejava quando nomeou os membros do Concílio.
A Confissão de Pé foi aprovada, mas apenas poucos meses a Igreja Presbiteriana foi
nominalmente a Igreja do Estado na Inglaterra.
A Confissão de Westminster foi a última das confissões formuladas durante o período
da Reforma. Até agora tem havido na história da Igreja somente dois períodos que se
distinguiram pelo número de credos ou confissões que neles foram produzidos. O primeiro
pertence aos séculos IV e V, que produziram os credos formulados pelos concílios ecumênicos
de Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia; o segundo sincroniza com o período da
Reforma. Os símbolos do primeiro período chamam-se "credos", os do segundo "confissões".
Uma comparação entre o Credo dos Apóstolos, por exemplo, e a Confissão de Westminster
mostrará a diferença. O Credo é a fórmula de uma fé pessoal e principia com a palavra "Creio".
A Confissão de Fé de Westminster segue o plano adotado no tempo da Reforma, é mais
elaborada e apresenta um pequeno sistema de teologia. Esse sistema é conhecido pelo nome de
Calvinismo, por ser o que João Calvino ensinou, e foi aceito pelas Igrejas Reformadas, que
diferiam das Luteranas.
A utilidade de uma Confissão de Fé evidenciou-se na história das Igrejas Reformadas
ou Presbiterianas. Sendo a Confissão de Westminster a mais perfeita que elas têm podido
formular, serve de laço de união e estreita as relações entre os presbiterianos de todo o mundo.
Os Catecismos especialmente têm servido para doutrinar a mocidade nas puras verdades do
Evangelho.
No tempo em que se reuniu a Assembléia, e por muito tempo antes, todos sustentavam a
necessidade da união da Igreja e do Estado, e originalmente havia no Capítulo que trata do
Magistrado Civil uma seção ensinando essa necessidade.
Ao formar-se a Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da América do Norte, em 1788,
essa seção foi omitida, pois ali quase todos entendiam que a Igreja devia estar livre de toda
união com o Estado, sendo ambos livres e independentes na esfera que lhes pertence.
Em 1887, ou quase cem anos mais tarde, a Igreja geralmente chamada Igreja do Norte
eliminou a última parte da Seção IV do Capítulo XXIV, que dizia:
"O viúvo não pode desposar nenhuma parente carnal de sua mulher nos graus de parentesco
em que não possa desposar uma das suas próprias parentes, nem a viúva poderá casar-se com
um parente carnal de seu marido nos graus de parentesco em que não possa casar-se com um de
seus próprios parentes".
O Sínodo do Brasil organizado em 1888, fez igual eliminação.
No ano 1903 a mesma Igreja do Norte dos Estados Unidos fez outras emendas mais
importantes que, por serem de interesse geral, ficam aqui registradas. As duas Seções que
foram modificadas, rezam do modo seguinte:
CAPÍTULO XVI. SECÃO VII:
As obras feitas pelos não regenerados, embora sejam quanto à matéria. coisas que Deus ordena
e em si mesmas louváveis e úteis, e embora o negligenciá-las seja pecaminoso e ofensivo a
Deus, não obstante, em razão, de não procederem de um coração purificado pela fé, elas não são
feitas devidamente - segundo a Palavra - nem para um fim justo - a glória de Deus - ficam
aquém do que Deus exige e não podem preparar homem algum para receber a graça de Deus.
CAPÍTULO XXV, SEÇÃO VI:
Nosso Senhor Jesus Cristo é o único Cabeça da Igreja, e a pretensão de qualquer homem ser
vigário de Cristo e cabeça da Igreja, é contrária à Escritura nem tem base alguma na História e é
uma usurpação que desonra a nosso Senhor Jesus Cristo.
Também foram acrescentados mais dois Capítulos à Confissão de Fé, que são os seguintes:
CAPÍTULO XXXIV - DO ESPIRITO SANTO
CAPÍTULO XXXV - DO AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES
A AUTORIDADE DA CONFISSÃO DE FÉ E DOS CATECISMOS
Pessoas há que estranham adotar a Igreja Presbiteriana uma Confissão de Fé e
Catecismo como regra de fé, quando sustenta sempre ser a Escritura Sagrada sua única regra de
fé e de prática. A incoerência é apenas aparente. A Igreja Presbiteriana coloca a Bíblia em
primeiro lugar. É ela só que deve obrigar a consciência.
É também princípio fundamental da Igreja Presbiteriana que toda autoridade eclesiástica
é ministerial e declarativa; que todas as decisões dos concílios devem harmonizar-se com a
revelação divina. A consciência não se deve sujeitar a essas decisões se forem contrárias à
Palavra de Deus.
Ainda outro princípio da mesma Igreja é que os concílios, sendo compostos de homens
falíveis, podem errar, e muitas vezes têm errado. Suas decisões, portanto, não podem ser
recebidas como regra absoluta e primária de fé e prática; servem somente para ajudar na crença
ou na conduta que se deve adotar. O supremo juiz de todas as controvérsias, em matéria
religiosa, é o Espírito Santo falando na e pela Escritura. Por esta, pois, devem-se julgar toda e
qualquer decisão dos concílios e toda e qualquer doutrina ensinada por homens.
Admitir-se a falibilidade dos concílios não é depreciar a autoridade da Confissão de Fé
e dos Catecismos para aqueles que de livre vontade os aceitem. Admitindo tal, a Igreja somente
declare que depende do Autor da Escritura, e recebe a direção do seu Espírito na interpretação
da Palavra e nas fórmulas de aplicar suas doutrinas. A Igreja Presbiteriana sustenta que a
Escritura é a suprema e infalível regra de fé e prática; e também que a Confissão de Fé e os
Catecismos contêm o sistema de doutrina ensinado na Escritura, e dela deriva toda a sua
autoridade e a ela tudo se subordina.
É justamente porque cremos que a Confissão de Fé e os Catecismos estão em harmonia
com a Escritura, nossa regra infalível, que os aceitamos. Não existem, pois, na Igreja
Presbiteriana, duas regras de fé, mas uma só, suprema e infalível. As outras fórmulas são
subordinadas e falíveis, necessárias para a pureza, governo e disciplina da Igreja. Assim a
experiência de muitos séculos o tem demonstrado.
J. M. K.
Transposição para meio digital feita pelo Presb.
Eduardo
Gonçalves
Pinheiro
Igreja
Presbiteriana de Santo André, S.P. 1998.

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