LER - Cadu Xavier

Transcrição

LER - Cadu Xavier
ESPECIAL
Mare
su
de
t lent s
Por Cadu Xavier.
Talento! O nosso amigo dicionário define talento
como um conjunto de aptidões, sejam elas naturais ou adquiridas. Como adjetivo, pode significar que aquela pessoa é
inteli
inteligente, competente, criativa ou possui “agudeza de espírito”.
Quando falamos que alguém tem talento, com certeza,
porque ele se sobressai em alguma atividade. Mas, antigaé po
ment
mente, para os gregos, talento era uma medida de peso. Um
talent
talento equivalia a cerca de 26kg. Ou ainda, talento era uma
moed
moeda: um talento de ouro ou de prata.
Muitas vezes, as pessoas utilizam o seu talento profissionalm
nalmente. Outras, como hobby. Alguns, inclusive, acabam fazendo
do hhobby uma profissão. E, assim, em todos os lugares encontramos talentos. Pessoas que se destacam nas suas atividades.
Na Sumaré não podia ser diferente. Muitos dos nossos
alun
alunos possuem talentos. Alguns adquiridos, outros naturais.
Algu
Alguns são conhecidos, outros timidamente ocultam os
talent
ntos por detrás das carteiras nas salas de aul
talentos
aula. Por isso,
conh
eça agora, um pouco dos nossos inúmeros ta
conheça
talentos...
ESTRELAS
ES
Juliane, Éder,
É
Ricardo
Daniel e Titina
Da
34
Gabriel Viana teve o seu primeiro contato com a
música em casa, ainda quando era criança. Segundo ele, o
grande culpado dessa iniciação musical foi o avô materno.
“Ele era de Pernambuco, tocava trombone e outros instrumentos na Sinfônica de lá”. Gabriel lembra ainda que seu avô
gostaria que alguém da família continuasse na área. “Agora,
acho que ele ficaria orgulhoso dos netos”.
Ele, que chegou a tocar com seu irmão num bar, “bem
tímido, escondido lá no fundo”, estreou como solo e, algum
tempo depois, resolveu montar uma banda com grandes
amigos. “Vamos fazer algo diferente, algo que não seja
comparado com nenhum outro cantor ou grupo”. Assim
nasceu a Banda Al’ son.
Com Lucas Moreira
(produtor e baixista) e Diego
Mello (guitarrista e vocal),
Gabriel conta como surgiu o
nome da banda: “queríamos
algo fácil, simples e criativo,
mas que tivesse um significado especial: som da alma”. O
que eles tocam? Uma mistura
de estilos: pop, rock, MPB...
Viana começou o curso
de Letras (Inglês) em outra
faculdade, mas, mudou para a
Sumaré para fazer Letras
(Espanhol). “Tenho contato há
mais tempo com o espanhol.
Tenho familiares que moram
em países latinos. Inclusive,
sou professor em uma escola
de idiomas em Pirituba”.
Sobre os horários diferenciados oferecidos pela Sumaré,
Gabriel vê uma vantagem:
“sempre encontro
um ambiente
tranquilo na
faculdade”.
Gabriel ama o autor
Pablo Neruda e nele, se inspira. Como aluno, afirma que as
aulas o ajudam a ser mais criativo na produção das músicas
em espanhol para o grupo. “Os professores me ajudam e me
inspiram para compor, seja passando vocabulário ou trazendo
poesias pra sala de aula”.
Tatiana Damasceno teve seu primeiro contato
com o teatro aos 12 anos. Alguns anos depois, ao participar
de uma oficina do projeto “Teatro Vocacional”, teve a certeza
de que era isso que queria para sua vida, queria fazer das artes
cênicas sua profissão.
Continuando na estrada, fez um curso técnico em
artes dramáticas e tirou o DRT para poder atuar profissionalmente. Atualmente, é artista-orientadora, “leciono teatro para
o ensino infantil e fundamental em dois colégios particulares
da zona oeste”, explica Tatiane.
Seu grande desejo é trabalhar com teatro infantil:
“gosto de trabalhar com crianças, preciso saber lidar com
quem estou trabalhando”. Por isso, decidiu fazer Pedagogia.
Com a agenda repleta de compromissos, ensaios e apresentações, escolheu a Sumaré para poder conciliar os horários:
“posso ter as sextas livres
para trabalhar com teatro”.
Tatiana relata que
ainda há preconceito com
relação à arte. “Muitas pessoas dizem que ser ator não é
profissão! Também imaginam que só é ator quem
aparece na Globo. Essas
pessoas acham que teatro é
apenas hobby ou passatempo”. Quando criança, seus
pais não queriam que ela
fizesse teatro. Achavam
perda de tempo. “Tinha que
implorar para eles me
levarem nas aulas e apresentações. Hoje, já encaram
diferentemente”.
Até na rede escolar
em que leciona encontra certo
preconceito. Alguns familiares de alunos dizem que a
aula não tem motivo para
existir. Mas, não percebem
que, por exemplo, uma tarefa
como imitar o som e os gestos
dos animais faz com o que
pequenos alunos, de 4 a 5
anos, trabalhem todo o corpo
e a mente. Se incluírem os
ARTISTA-ORIENTADORA
pais nesta “brincadeira”, é
Tatiana Damasceno
possível trabalhar também com
a interação e a vivência familiar.
“Atuar em uma escola, onde o teatro é uma disciplina
obrigatória, é totalmente diferente de conduzir um grupo de
teatro, onde todos estão ali por interesse”, afirma Tatiane que,
aos finais de semana, coloca um nariz vermelho no rosto e vai
alegrar crianças em festas e eventos infantis. Para a aluna da
Sumaré, “a arte é liberdade e a vida está rodeada de arte”.
Ricardo Caitano afirma que se a música for boa,
ele escuta sem problemas. “Mas é claro que o rock é meu
gênero preferido. Minhas bandas preferidas são Red Hot, U2
e The Killers. Das bandas brasileiras, gosto de Charlie Brown
Jr, Titãs e Raimundos”.
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“Começamos a tocar
por hobby, mas agora
temos a intenção de
profissionalizar”
Ele faz Administração na Sumaré. “Comecei o curso
de Rádio e TV em outra instituição, mas como já trabalhava
na área administrativa, resolvi mudar”. Ele conheceu a
Sumaré por meio da sua irmã, Elaine. “Ela fez RH na
Sumaré e sempre me falou muito bem da faculdade”. Mas,
não foi sua irmã que o apresentou para a música. Aliás,
ninguém da sua família possui uma veia musical. Segundo
ele, tudo começou em 2004, quando começou a tocar com
alguns amigos da escola, lá em Osasco.
“Estávamos todos no colegial e a influência musical
estava em alta depois de uma feira cultural organizada na
escola. Decidimos então montar uma banda e participar da
feira e fazer shows. Como foi algo muito prazeroso,
continuamos fazendo isso até hoje”, conta Ricardo sobre o
nascimento da banda U’s Gardenau.
Ricardo toca baixo, Daniel 3D é o vocalista, Nuno
arrasa na batera, Claudiney e Rei mandam muito com as guitarras. Essa é a formação do grupo, que toca em festas, feiras,
casamentos, baladas... Não satisfeitos com a agenda, querem
crescer cada vez mais. “Claro que começamos a tocar por
hobby, mas agora temos a intenção de profissionalizar”, explica
Ricardo, que com o curso de ADM, considera que ajuda a banda
a caminhar neste sentido, assim como todos na banda.
Desde o começo tivemos muita força de vontade e aos
poucos fomos crescendo e hoje continuamos trabalhando
bastante para que um dia possamos ser conhecidos pelo nosso
som e nossas letras. Evoluir sempre, desistir nunca”.
Eder Santos Junior tem apenas 23 anos. É
aluno de Marketing da Sumaré. Sua altura não nega sua paixão,
o basquete. Porém, ele nunca pensava que seria um grande
jogador. “Quando tinha 13 anos, minha prima mais velha viu
um cartaz anunciando a seleção de garotos para o time de
basquete do Palestra Itália e me chamou para fazer o teste”.
Com sua prima Gisele, foi fazer o teste. “No primeiro
dia eu errei vários passes, deixei a bola cair. Foi horrível! Estava
nervoso e com aquele monte de gente me olhando”, relembra
Eder, que se surpreendeu com o resultado: “voltei para casa
sorridente, achando que era um jogador de basquete”.
No segundo dia de teste, ele foi pior ainda. O final não
podia ser diferente: foi dispensado. Porém, quando estava
saindo do clube, o auxiliar técnico pediu para esperar, pois
queria conversar com ele. Algumas horas depois, o técnico veio
falar com ele: “vou te falar a verdade, você é horrível jogando.
Ou melhor, não sabe jogar! Mas, tem um porte de atleta e queremos investir em você, topa? Você não vai jogar no time, mas
será um federado e poderá treinar”.
Eder, como criança que era, e como corinthiano que
ainda é, tinha apenas uma pergunta: “vou ganhar uniforme?”.
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Como a resposta foi positiva, ele topou. Foram seis meses
treinando com a federação até se tornar titular. Com a nova
responsabilidade, recebeu o seguinte conselho: “não se deixe
iludir por propostas e nunca se esqueça de onde você veio”.
É possível ver nos olhos de Eder a gratidão e o carinho
que guarda pelo time e pelo treinador que o acolheu como um pai.
“Ninguém chega a lugar nenhum
sozinho. Se hoje sou o que sou, é
porque lá atrás, eles me ajudaram”.
Ficou por mais de cinco anos no time. De lá, passou
pelo time do Clube Esperia, jogou em campeonatos estaduais
em Suzano, participou de campeonatos no Rio de Janeiro,
com amigos, montou seu próprio time (o Fusion) e, agora,
recebeu o convite para participar de um campeonato fora do
Brasil, que é organizado pela Red Bull.
É uma disputa de 1 contra 1, “meia quadra, dois
jogadores e quem fizer mais cestas leva”, explica como se
fosse a coisa mais simples do mundo. No total, 64 pessoas
foram selecionadas para participar. A fase final será em
Alcatraz, nos Estados Unidos.
Ele, que mora no Jaçanã, diz que sempre foi mais alto do
que a média dos seus amigos. “Muitos perguntam se eu jogo.
Mas acho que altura não tem nada a ver, joguei com caras que
tinham 1,60m”. Sobre a altura, comenta que teve que aprender a
“THE” FLASH
Éder Santos Junior
ser mais rápido do que os amigos “encorpados e mais baixos”.
Por isso, seu apelido no esporte ficou “flash”.
O Basquete abriu muitas portas na vida de Eder, inclusive para o seu amor. Durante o intervalo de um jogo, conheceu a
mulher de sua vida, Mirella Santos, mãe de seus dois filhos:
Caio, 4 anos, e Caíque, 2 anos.
Antes de entrar no curso de Marketing da Sumaré, Eder
fez Filosofia. “Dizem que eu sou o jogador de basquete mais
complexo que existe, pois não faço o tipo que só escuta rap, anda
com a calça abaixada. Curto ler Machado, escutar Bossa Nova e
amo a Elis Regina”, explica ele, que, pelo papo, mostra que tem
uma mente muito aberta e é um cara eclético.
Como trabalhou em Call Center, decidiu fazer Marketing. “Admiro muito estes profissionais, pois eles precisam
ter muita criatividade para pensar ações micro e macro”.
Sobre a Sumaré,
NOS BASTIDORES
Leonam Tadeu
“posso ter as sextas livres
para trabalhar com teatro”.
“foi uma opção prazerosa por
causa dos horários. Consigo
estudar, trabalhar e jogar”.
Ele conta que já chamou três amigos para mudar para a
Sumaré, devido à qualidade dos professores “que entendem
os alunos e, além de terem uma boa formação, atuam na área
e possuem muita experiência no mercado de trabalho”.
Mas, a sua maior atração na sala de aula, é sua noiva!
Mirella estuda com ele, na mesma sala. “Às vezes, nos
trabalhos em grupo, começamos a discutir e é engraçado,
pois os demais integrantes não interferem, pois em briga de
marido e mulher, ninguém mete a colher”.
Além de aluno da Sumaré, jogador de basquete, trabalhador, filósofo, sua principal atuação é a de ser pai! Seu filho mais
velho vai começar a fazer basquete no próximo ano. “Não quero
forçá-lo a nada, mas como diz a mãe: o olho dele brilha quando
me assiste jogar. Logicamente que, desde pequeno, ele sempre
teve contato com o basquete e não com o futebol”.
O pai coruja diz que, independentemente do que o filho
for, vai querer acompanhar e dar total apoio. Mas, se ele for jogador
de basquete e “jogar 100 vezes, eu vou assisti-lo 101 vezes”.
Leonam Tadeu Pereira Santos é aluno de
ADM da Sumaré. Escolheu fazer o curso na unidade Bom
Retiro, centro de São Paulo, onde administra uma Companhia
de Dança, a RC. Mas, a grande ideia do grupo nasceu com seu
irmão Aruam Galileu, dançarino, e com a Kathylene Mendes.
Juntos, resolveram criar um grupo de dança no centro da
cidade, com a intenção de fazer “Renascer o Centro” (por isso,
RC). Há dois anos, formam pessoas do centro para a dança.
Os irmãos, que cresceram no centro, são filhos de
uma mãe que sempre os incentivaram. “Ela faz ginástica na
academia e nossa irmã faz ginástica artística. Ou seja, em
casa, todo mundo tem esse sangue artístico e atlético nas
veias”. Por isso, nunca sofreram preconceito ou restrições
para investir na área.
Aruam e Kathy ficam responsáveis pela roteirização, coreografia e produção. Leonam fica com a parte
“Lógico que, às vezes,
rola um comentário
sobre trabalhar de verdade”
administrativa do grupo: “eu agendo o teatro, negocio as
datas, cuido da divulgação, espaço para ensaio e toda parte
burocrática”, explica seu trabalho.
Por isso, para fazer melhor o seu papel, procurou
um curso superior. Assim como a RC, a unidade Bom
Retiro também fica no centro de São Paulo. E lá, poderia
aperfeiçoar sua atuação com o grupo.
É importante lembrar que este trabalho é voluntário. O
grupo, que existe há dois anos, possui 18 pessoas que se distribuem
nas apresentações de jazz contemporâneo, moderno, ballet
clássico, expressão corporal, entre outras modalidades de dança.
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Danilo, ou melhor, Dan Machado é conhecido na
sala de aula como Pavarotti. Não que sua aparência seja a
mesma que a do Luciano, mas porque Dan possui uma voz
incrível. “Sempre me perguntam se sou locutor. Dizem que
com a voz que eu tenho, é impossível não fazer algo com ela”.
Embora seja locutor com registro profissional e
tudo, o que chama a atenção é sua atuação musical como
tenor. Isso mesmo, tenor. Para ele, tudo começou com o seu
avô, que compunha boleros e cordéis. “Quando criança, ele
me ensinava a cantar com ele. Essa era nossa brincadeira”.
Então, desde pequeno foi apaixonado pela música.
Porém, a música clássica em sua vida é um mistério. “Meus pais até hoje se perguntam de onde veio essa
paixão, pois ninguém da família escutava esse tipo de
música”. Mesmo assim, a música era um hobby. Só aos 14
anos, quando entrou numa escola de música, é que Dan
percebeu que a coisa ficou séria e que ela poderia ser sua
profissão. Em uma das apresentações conheceu a cantora
Liriel. A partir daí, partiu para o italiano. “Eu não conheço a
língua, mas sempre fui fã da Laura Pausini”.
Dan começou a trabalhar com 16 anos em um escritório. Por este motivo, começou o curso de Administração, mas
não achou a sua cara. Os pais, no início, não eram muito favoráveis à carreira musical, agora, com os eventos, começam a
entender melhor. Seu pai tem um estúdio em Curitiba, que,
inclusive, agora, vai começar a produzir o filho. Além do estúdio
do pai, Dan conta com uma assessora, sua colega de sala, Márcia.
Márcia queria ser biomédica, mas achou mais viável
fazer marketing. “Ser assessora do Dan foi uma consequência,
fruto da nossa amizade durante as aulas”. Dan conta que um dia
ela foi ver o show em Curitiba. “Lá, ela foi tão prestativa e
ajudou tanto que eu não via outra pessoa para estar ao me lado”.
“A música é um ramo difícil, especialmente para
quem quer seguir carreira com a música clássica, pois tem um
público muito mais privado, ainda mais no Brasil”, desabafa
Dan. Por isso, toca Pop Rock com a irmã (que toca violão) e
agora está fazendo Marketing na Sumaré.
Dan, quando canta, realiza-se, sente-se livre. Para
aqueles que querem conciliar o talento com os estudos ou
trabalho, ele indica muito esforço:
“força de vontade e determinação!
Quando você gosta do que faz, se
sente mais motivado para enfrentar
o que vier pela frente”.
Marcia Cristina é carioca, mas, em 1996, veio
para São Paulo. Ainda no Rio, quando tinha apenas três anos, seu
irmão lhe deu um apelido, que anos depois, viria a ser seu nome
artístico: Titina. Com o casamento, ganhou o sobrenome: Corso.
Titina Corso, como é conhecida, é casada com Luiz
Fernando Rocha Corso e tem duas filhas: Isabel Cristina e
Ana Cristina. A primeira das “Cristinas” é turismóloga, mas
agora se especializa em design de interiores. A segunda é
fotógrafa e possui uma banda. Ambas, herdaram a veia
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artística da mãe, que por sua vez, herdou do avô paterno.
Ela não chegou a conhecê-lo, pois ele morreu quando
ela tinha apenas três anos. “Ele era pernambucano, mas se
mudou para o Rio, onde tinha um comércio e trabalhava
também como letrista e fazia douramento de casas e obras. Vi
muita coisa que ele produziu”.
Mas, como a sua família era tradicionalmente militar,
não teve muita opção de se dedicar a arte como seu avô, pois
“naquela época, artistas eram
considerados hippies ou
revolucionários, por isso, a
minha única opção era tê-la
como hobby”.
Por isso, encontrou o turismo como ferramenta ideal para bancar
seus estudos de arte. Além disso, poderia viajar pelo mundo.
Conheceu inúmeros países, nos quais fazia cursos,
visitava museus, conhecia artistas. Isso abriu muitas portas na sua
vida. Só resolveu deixar o turismo e se entregar à sua paixão
quando teve suas filhas. “Trabalhando com a arte, pude criá-las
no ateliê comigo”. Sobre o maridão, que agora também é aluno da
Sumaré, de Gestão Financeira, Titina enche os olhos de lágrimas:
“ele que é de uma área totalmente diferente, com um pensamento
mais exato e lógico, sempre deixou eu me expressar”.
ARTISTA
Marcia “Titina” Corso
Ela, que fez uma obra inspirada em seu marido, o
quadro “só Cristo”, ficou na Administração do Vaticano,
onde fez sua primeira exposição internacional. Esta exposição abriu portas para expor em outros países, como França,
Portugal e África do Sul. Neste último, expôs num museu ao
lado da casa de Nelson Mandela e fez seu contato com a
educação e com as diferenças sociais gritantes. Aprendeu que
o artista africano é criativo com o que não tem e, por isso, “a
arte africana é muito rica em detalhes”.
Um artista plástico africano, seu amigo, que atualmente mora no Rio de Janeiro, ajudou-lhe nos momentos de crise
que todo artista passa. “Ele me dizia que eu estava na encubação, que é quando as sementes brotam. Por isso, hoje carrego
como lição de vida: onde Deus nos semear, é preciso florescer”.
Ao se dedicar à arte, Titina resolveu trabalhar com a
construção de brinquedos. Para isso, precisava de conhecimentos pedagógicos. Fez cursos, estudou pensadores e entrou para a
Sumaré. Com o curso, poderia travar melhor diálogo com seus
alunos e agregar conhecimento na criação dos brinquedos.“Pedagogia e arte estão juntas”, diz Titina, que completa: “dar aula é
uma arte; e para fazer arte, é preciso ter uma filosofia de vida,
disciplina e didática”. Ela, que sempre se mostrou humilde,
ainda diz: “eu apenas juntei os dois”.
A escolha pela Sumaré se deu em uma palestra com o
Mario Sérgio Cortela [filósofo brasileiro, mestre e doutor em
Educação, ex-secretário da Educação de São Paulo]: “ele
indicou a Sumaré como uma excelente faculdade para o curso de
Pedagogia”. Titina, agora pedagoga formada pela Sumaré,
concorda e acrescenta: “aprender a carreira de docente com
professores que amam o que fazem foi essencial para que
houvesse transferência de conhecimento”.
Agora, Titina é aluna de Pós-Graduação da Sumaré.
Juliane Santos Gutierrez, 22 anos, cursa o
segundo semestre de Secretariado Executivo Bilíngue, no
horário especial, na Unidade Sumaré. Ao iniciar a conversa,
percebe-se o quanto Juliane é comunicativa, amigável e deixa
transparecer a paixão pelo curso.
Ela é cover de Lady Gaga, Adele e Amy Whinehouse. Já teve banda de rock, mas está em uma fase mais tranquila. Com uma amiga, canta música popular brasileira e
sertanejo. Juntas, formam uma dupla e fazem apresentações
em festas, formaturas e casamentos.
Começou a cantar aos 16 anos, quando formou uma
banda para concorrer a um concurso na escola. Para a tristeza
da banda, não foi possível continuar, pois a escola não dispunha de verba. Mas, surgiram oportunidades de se apresentarem e também participaram de outras competições.
Como vocalista, era a única mulher da banda de rock.
Por isso, conta que sofreu preconceito: “as pessoas não
estavam acostumadas a verem mulheres no rock”. Inclusive,
perdeu namorados, até mesmo porque todo esforço realizado
era em torno da banda, que chegou a gravar um demo e compor
15 músicas. Em 2010, depois de três anos da criação da banda,
por desentendimentos internos, o fim foi inevitável. Juliane
continuou sua vida, mas se apresentando esporadicamente.
Quando entrou para a Sumaré, estava desconfortável e
“Um dia vou me dedicar
inteiramente à música, mas,
no momento, quero concluir
o curso e ser uma
profissional de sucesso”
ROCK N' ROLL
Juliane Santos Gutierres
temerosa pela decisão que tinha tomado. Mas, durante a primeira aula, teve certeza de que havia escolhido a profissão correta.
Ela define que, naquele momento, “sentiu-se inspirada depois
de ouvir os demais alunos falarem de suas expectativas”.
Quando fala do curso de Secretariado dá para
notar o quanto tem orgulho. “Um dia vou me dedicar
inteiramente à música, mas, no momento, quero concluir o
curso e ser uma profissional de sucesso”. Quando a profissão lhe conceder estabilidade financeira e conquistas
materiais, o plano é mudar para uma cidade do interior de
São Paulo e se dedicar à música, que é seu hobby.
Para quem também gosta de música e quer fazer
dela seu trabalho, Juliane aconselha “ser sincero consigo!
Saber se canta bem e se tem voz é a primeira questão a ser
observada”. Depois, definir se quer canto lírico ou popular.
“Tem que gostar do que se dispôs a fazer e saber de tudo um
pouco. Além disso, é preciso cuidar da voz e da alimentação,
manter-se sempre muito bem hidratado”.
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“Ainda não encontrei
uma academia para continuar
treinando. É muito fácil achar
professores picaretas. Dar socos
todo mundo sabe, mas um que
entenda o que são as artes
marciais é difícil”
Daniel Souto começou a treinar karatê aos 15
anos. “Meu primo me chamou para fazer aulas com ele,
como recreação mesmo. Começamos. Depois de um tempo,
ele parou e eu continuei”. Isso aconteceu quando foi morar
em Itupeva, no interior de São Paulo.
Mesmo enfrentando dificuldades para pagar, recebeu
incentivos do sansei para continuar na luta, que segundo ele, “é
mais que força, é rapidez, agilidade e eficácia nos movimentos.
O karatê pra mim é mais que um esporte, é uma filosofia de
vida”. Inclusive, foi o esporte que o ajudou a manter-se firme nos
estudos, pois para competir, tinha que ter boas notas na escola.
Como atleta, foi medalhista de vários campeonatos,
como na 6ª Copa de Karatê Dojo Sport Vencer, na Copa
Indaiatuba de Karatê Selt e no Campeonato Nacional de
Karatê Goju-Ryu. Infelizmente, quando mudou para São
Paulo, perdeu o contato com o karatê.
Atualmente é casado com Rosana e tem uma filha,
Chantal, de apenas 5 anos. Sua esposa, que é mais velha,
possui outros dois filhos, Suzanna (12) e Lukha (10). Todos
moram juntos na mesma casa. O Lukha já teve experiências
com o karatê. Chegou a treinar por um tempo, mas devido à
distância e o horário, não continuou. “Até hoje lamentamos
não podermos seguir com os treinamentos”.
Nosso aluno do curso de História conta que o corpo
docente da Sumaré chamou a sua atenção: “percebo que os
professores de outras instituições são muito mais teóricos do
que práticos! Na Sumaré é o contrário. O curso é bem amarrado”. Ele, que inicialmente gostaria de fazer jornalismo, agora
pretende começar geografia, também na Sumaré, quem sabe,
cursar os dois ao mesmo tempo.
Sobre o Projeto Pedagógico Interdisciplinar (PPI),
que a Sumaré oferece para auxiliar os alunos na produção
acadêmica, Daniel diz que aprendeu muito a trabalhar em
grupo: “como estou acostumado a praticar um esporte individual, que depende apenas do meu desempenho, com o PPI
pude treinar o trabalho em equipe”.
Ele pretende ser um professor de karatê, assim, poderá
unir um grande prazer com um meio alternativo de ajudar na renda
familiar. E para quem está procurando praticar algum tipo de luta,
Daniel indica: “procure um local que não se preocupe só no seu
bem estar físico e corporal, busque algum lugar que entenda o
verdadeiro espírito da luta, que não é violência, e utilize-a para
aliviar o estresse do dia a dia e meditar sobre a vida”.
Lucas Tenorio começou na carreira musical aos
12 anos. “Eu iniciei as aulas teóricas de música para tocar
saxofone, mas acabei tocando trompete. Só em 2007, aos 16,
comecei com uma bateria meio velha, que tinha em casa.
Aos poucos, fui aprendendo a tocar sozinho, apenas com
algumas dicas do meu pai”, relembra.
Além do pai, que ensinou as primeiras batidas e
técnicas na bateria, Lucas conta que existe uma linha bem
extensa de músicos na família, como o irmão, alguns primos e
tios e, também, sua avó. Inclusive, ele começou sua carreira
tocando em uma banda com o seu irmão e um amigo em comum.
“Éramos um trio que botava pra
quebrar. Num show, recebi o convite
para entrar como baterista na Q2.
Fiz os testes. Gostaram.
Estamos juntos até hoje”.
FILOSOFIA DE VIDA
Daniel Souto
40
Com a Banda Q2, o baterista conta que começaram a
ser reconhecidos depois de participarem de um festival de
bandas de uma rádio. Com isso, sentiram a necessidade de gravarem suas próprias músicas. “Em 2010, gravamos nosso primeiro
DEMO (versão de demonstração), que em 2011 virou o primeiro
EP (ExtendedPlay: gravação de duas a oito faixas, com duração
de três a 40 minutos), só que com melhor qualidade”. Com esse
passo e com a divulgação das músicas, “começaram a surgir
convites pela internet, telefone e até pelos correios”, conta.
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“O curso de Eventos da Sumaré
já vem ajudando e muito sobre
como planejar um show, por
exemplo. E, também, como faço e
qual o caminho a seguir pra poder
conquistar um público e
estruturar uma banda sem dores
de cabeça maiores”
Com isso, a banda ganhou destaque suficiente para
tocar em shows renomados, como no da banda CPM22.
Lucas gosta muito de rock’n’roll, “abrangendo muitos
de seus subgêneros, que vai desde um bom e velho Blues, Jazz,
passando pelo Metal até chegar no Pop-Rock, Hardcore e,
também, estilos novos, como Metalcore, Screamo, Post-Hardcore e muitas bandas Cristãs/Gospel de rock em geral”, explica.
“Embora não seja preconceituoso, só não gosto do funk carioca”.
Ele critica o mercado musical brasileiro. Acredita que
é um mercado muito ganancioso e só para quem tem dinheiro,
“e diga-se de passagem, só quem tem muito dinheiro”, consegue lançar sua banda e torná-la conhecida.
Lucas decidiu fazer faculdade porque busca
sempre o conhecimento.
Para ele, estudar e tocar na banda é algo natural.
Mas, para quem não quer fazer uma coisa e defasar na outra,
a dica é “separar o tempo pra cada coisa, reservar o tempo pra
estudar, primeiramente, e depois, com o tempo que sobrar, se
dedicar ao talento! Aproveitar”.
A música para Lucas é, primeiramente, liberdade.
“É meu refúgio para muitas coisas. Enquanto uns buscam
sua vontade de viver, sua fuga interior mental e emocional
com drogas, eu busco a paz e essas coisas apenas tocando
bateria, que foi a melhor coisa que podia ter acontecido na
minha vida”. Depois, a hipótese de ganhar dinheiro com
ela, é como dizia Confúcio, “um grande pensador e filósofo
chinês que eu admiro:
“escolhe um trabalho de que
gostes, e não terás que trabalhar
nem um dia na tua vida.
Essa é a prova máxima do tanto
que eu gosto e aprecio a música”.
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