Março 2010 | Revista Tempo de Agir 1

Transcrição

Março 2010 | Revista Tempo de Agir 1
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
1
Editorial
O ano será
de muito
trabalho
O ano começou muito bem para o
empreendedorismo no Rio Grande
do Sul. Em São Paulo, 67 indústrias
do setor coureiro-calçadista do Estado ocuparam o maior espaço da Couromoda - o Estande Coletivo RS - com o apoio do Sebrae/RS, fechando
negócios na ordem de R$ 3,5 milhões e prospectando outros em nível nacional e internacional. O resultado se deve
à qualidade do produto que os empresários expuseram no
Estande Coletivo RS, chamando a atenção pela criatividade e pela inovação no uso de matérias-primas.
Dentro dos limites do Estado também já houve realizações animadoras. Uma delas é a bem-sucedida iniciativa
que levou o empreendedorismo à beira do mar através do
Sebrae na Praia, em janeiro e fevereiro. Esta ação foi planejada para tirar proveito de uma característica que é bem
típica do Rio Grande do Sul: a concentração humana que
ocorre nesta época do ano na praia.
Mas o ano segue. E nosso calendário está cheio de oficinas, de cursos, de palestras, de feiras e de rodadas de
negócios. Em março, o Sebrae Nacional deu largada a um
programa de consultoria que vai ao encontro das micro e
pequenas empresas. É o Negócio a Negócio, para o qual
o Sebrae/RS buscou a parceria das universidades gaúchas,
com a meta de aumentar em 80 mil o número de empresas
atendidas pela instituição no Rio Grande do Sul. A criação de mais 50 pontos de atendimento, igualmente através
de parcerias, também desempenhará papel importante no
universo de empresas que o Sebrae/RS beneficia com sua
orientação.
Além disso, em setembro, teremos mais uma edição da
Feira do Empreendedor, que será realizada na FIERGS,
e a décima nona Mercopar, em outubro, cuja preparação
está acelerada para que supere os números da anterior.
Paulo Fernandes Tigre
Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/RS
Diretor-superintendente: Marcelo de Carvalho Lopes
Diretor Técnico: Marco Antônio Kappel Ribeiro
Entidades que compõem o
Conselho Deliberativo do Sebrae/RS:
• Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A BANRISUL
Titular: Fernando Guerreiro de Lemos
• Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande
do Sul - FIERGS
Titular: Paulo Gilberto Fernandes Tigre (Presidente)
• Caixa Econômica Federal
Titular: Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt
• Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do
Sul - CIERGS
Titular: André Vanoni de Godoy
• Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos
Internacionais do Rio Grande do Sul - SEDAI
Titular: Márcio Della Valle Biolchi
• Banco do Brasil S/A
Titular: Clênio Severio Teribele
• Federação das Associações Comerciais e de Serviços
do Rio Grande do Sul - FEDERASUL
Titular: José Paulo Dornelles Cairoli
• Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande
do Sul - FARSUL
Titular: Carlos Rivaci Sperotto
• Federação do Comércio de Bens e de Serviços do
Estado do Rio Grande do Sul - FECOMÉRCIO
Titular: Moacyr Schukster
• Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas - SEBRAE
Titular: Luís Afonso Bermúdez
• Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI/RS
Titular: César Rangel Codorniz
• Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do
Sul - FAPERGS
Titular: Rodrigo Costa Mattos
• Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR/RS
Titular: Carlos Alberto Schütz
• Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio
Grande do Sul - FCDL
Titular:Vitor Augusto Koch
• CAIXA Estadual S/A - Agência de Fomento/RS
Titular: Carlos Rodolfo Hartmann
Sumário
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Capa
EXPEDIENTE
Negócio a Negócio. Em parceria com
universidades gaúchas, o Sebrae/RS adere à
campanha do Sebrae Nacional para aumentar em
80 mil o número de MPEs que atende no Estado
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Chamada pública. O objetivo é
selecionar 50 pontos de atendimento
para desenvolver o empreendedorismo
em regiões do Rio Grande do Sul onde o
Sebrae ainda não tem unidades
Um avanço. Sebrae lança programa
para estimular o desenvolvimento
da indústria de plásticos e transformar
o Rio Grande do Sul em polo
competitivo no setor
Empreendedora. Com doces
e salgados, Ignês Brochetto
preparou o caminho que vai levá-la a
Brasília, em abril, para concorrer ao
prêmio nacional Mulher de Negócios
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As feiras. A programação do
primeiro semestre. A valorização
das feiras regionais e o estímulo à
participação das micro e pequenas
empresas no mercado internacional
Boa largada. Em ação pioneira, o
empreendedorismo foi às praias
gaúchas em janeiro e fevereiro. E os
resultados também foram bons para os
gaúchos na Couromoda
Costa Doce. Sebrae/RS trabalha
para estimular o turismo na região
e lança livro com o roteiro do patrimônio
arquitetônico de Piratini, Jaguarão,
Pelotas e Rio Grande
É uma publicação trimestral
do Sebrae/RS e desenvolvida
pela Gerência de
Comunicação e Marketing.
Coordenação e Edição: Maria Wagner
Reportagem: César Moraes, Larissa Mamouna e Renata Cerini
Estagiários: Ana Cristina Basei e Ricardo Cunha
Design Gráfico, Editoração e Ilustração: Gilian Gomes
Impressão: Contgraf | Tiragem: 50 mil exemplares
FALE COM A REDAÇÃO:
[email protected] | (51) 3216 5194
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CONTATOS COM O SEBRAE/RS
• 0800 570 0800 - atendimento gratuito de segunda a sextafeira, das 8h às 18h;
• www.sebrae-rs.com.br - o visitante pode fazer download
de publicações;
• www.sebrae-rs.com.br/asn - Agência Sebrae de Notícias
do Rio Grande do Sul;
• www.sebrae.com.br - Sebrae Nacional;
• Espaço Pesquisa Sebrae/RS - acervo de livros, revistas,
vídeos, dicas de oportunidades de negócios enfocando
Gestão Empresarial. O material pode ser consultado em
todas as regionais. Em Porto Alegre, na USEn - Universidade
Sebrae de Negócios, localizada na avenida Siqueira
Campos, 805. De segunda a sexta-feira, das 8h às 19h.
Negócio a Negócio
Foto: Dudu Leal
Sebrae inverte o jogo e vai à procura dos
empreendedores para fazer uma radiografia
abrangente dos pequenos negócios
>>
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
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Por se destacar no setor de empreendedorismo, o Estado foi
escolhido pelo Sebrae Nacional para deflagrar a campanha de
divulgação do novo programa - juntamente com Maranhão,
Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Norte. Com a chamada na mídia
“Agora o Sebrae vai até você”, a instituiurante o ano de 2010, o Sebrae/RS vai
ção comunica que pretende fazer consultorias onde o empreendedor estiver. Uma
bater à porta de micro e pequenas emdas dificuldades que este costuma relatar é,
justamente, a falta de tempo para procurar
presas gaúchas para diagnosticar a
auxílio técnico, pois muitas vezes trabalha
sozinho e desempenha diferentes funções,
situação de cada uma e oferecer soluções indicomo atendimento, administração, vendas,
viduais. A meta é visitar 80 mil MPEs de diferenprodução. Para um perfil desse tipo, parar
tudo o que se está fazendo e sair em bustes microrregiões gaúchas, num trabalho que
ca de assessoria é difícil. Um dos meios de
atender a esse público é pelo telefone da
conta com a parceria de instituições de ensino
Central de Atendimento (0800 570 0800)
superior. A previsão de realizar três visitas por
do Sebrae, que já está disponível, inclusive,
para os interessados em receber a consultoempresa resultará em 240 mil atendimentos graria Negócio a Negócio.
D
tuitos, feitos por agentes especialmente destacados para a tarefa. Esse programa recebe o nome
de Negócio a Negócio e está sendo implantado
no Rio Grande do Sul em parceria com universidades e com um investimento de R$ 10 milhões.
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Através das universidades parceiras, serão
escolhidos os chamados Agentes de Orientação Empresarial, entre estudantes dos
cursos de Administração, Economia, Ciências Contábeis e Engenharia, que irão desenvolver o trabalho de campo. Os alunos
serão selecionados pelas próprias instituições de ensino e estarão sob o comando de
supervisores. O trabalho é remunerado. No
pico do processo, serão cerca de mil agentes atuando no território gaúcho.
As regiões com maior perspectiva de receber consultorias são aquelas de maior concentração empresarial. Esse fator é determinado a partir dos dados
anuais da RAIS – Relação Anual de Informações
Sociais -, do Ministério do Trabalho, e da Bússola
Sebrae, instrumento de geomarketing que mostra
os aglomerados de negócios em cada área.
“Vamos bater na porta de cada empresa”, afirma
o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes.
“Esta atitude mostra a postura do Sebrae em inverter o jogo, indo até o empreendedor, e não esperando que ele venha até nós”, explica. O universo
potencial abarcado pelo Negócio a Negócio representa cerca de 11,5% do total de 692 mil MPES
existentes no Estado - um percentual significativo
para que se possa conhecer mais os pequenos negócios. A meta gaúcha, por sua vez, corresponde a
10% do total que o Sebrae Nacional pretende atingir no País, pois o programa é de âmbito nacional.
O programa é dirigido às micro e pequenas empresas com zero até quatro funcionários e também
ao Empreendedor Individual (EI), desde que esteja
devidamente formalizado (o EI é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário; deve faturar no máximo até R$
36.000,00 por ano, não ter participação em outra
empresa e ter apenas um empregado contratado).
A Unisinos – Universidade do Vale do Rio dos
Sinos, de São Leopoldo, foi a primeira instituição
parceira do projeto, através do Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção e Sistemas
e do Projeto Geredes. Segundo o professor e pesquisador da Unisinos Daniel Lacerda, que coordenou a fase de pré-testes, foram feitas incursões em
campo, com a abordagem das micro e pequenas
empresas em seus locais de funcionamento. Segundo o professor, a partir do Negócio a Negócio, são
esperados bons resultados: “o Sebrae vai passar a
ter uma base de dados bem ampla. As empresas
atendidas, por sua vez, poderão ganhar mais competitividade, aperfeiçoando sua gestão e examinando a possibilidade de ter um empregado. Enfim, é
um trabalho que tem contribuição social direta”.
CADA EMPRESÁRIO
RECEBERÁ TRÊS VISITAS DOS
AGENTES, NUM PRAZO DE
DOIS MESES E MEIO ENTRE A
PRIMEIRA E A ÚLTIMA.
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Na primeira visita, o agente faz um diagnóstico, no qual recolhe os dados básicos da empresa e estabelece a situação do negócio em
três grandes áreas: planejamento, mercado e
finanças. São aplicadas 37 questões direcionadas, para então se definir um plano de ação.
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Na segunda visita, cerca de 15 dias depois, na
chamada etapa devolutiva, o agente entrega
o plano de ação e as ferramentas necessárias
para desenvolvê-lo. Para isso, foram pensadas
24 ferramentas, abordando os itens básicos de
um negócio. Muitas vezes, as sugestões apresentadas poderão ser simples, como a recomendação de usar uma planilha do programa
Excel para fazer o controle de estoque em vez
de recorrer a um caderno de anotações. Materiais informativos sobre gestão também poderão ser entregues, dependendo da necessidade de cada um. Os agentes vão sugerir de
quatro a oito ações por empresa.
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Na terceira e última visita, será a vez da avaliação do impacto das mudanças promovidas
pelo empreendedor, a partir da assessoria
técnica prestada pelo Sebrae. O agente vai
verificar, in loco, se foram implementadas as
ações sugeridas. E poderá mostrar o que mais
a instituição tem a oferecer, como consultorias
e capacitações, após finalizado o programa
Negócio a Negócio. Entre a segunda e a terceira visitas, o Sebrae oferecerá algumas capacitações coletivas, para manter mobilizados
os empresários já visitados.
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Fotos: Dudu Leal
CUIDADO COM
OS PONTOS
FRACOS
MELHORA O
SUPERMERCADO
Proprietário de um pequeno supermercado
em Sapucaia do Sul, na
Região Metropolitana
de Porto Alegre, Carlos Forgiarini da Rosa
teve contato com o programa Negócio a Negócio no
período de testes da metodologia. Foi visitado em seu
estabelecimento por um agente que diagnosticou suas
principais dificuldades e sugeriu modificações. O comerciante, de 39 anos, que há um ano e meio adquiriu
o Supermercado Forgiarini, conta que a consultoria foi
bastante proveitosa, pois se deparou com “perguntas
bem interessantes” nos questionários, que o levaram a
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examinar alguns aspectos do seu negócio e partir para
mudanças.
A principal lição que aprendeu no período de testes
da consultoria foi que deveria fazer um levantamento
do estoque (ele opera com um mix bem variado),
para saber quais produtos encomendar e em que
prazos. Também se deu conta de que precisava fazer
uma análise dos clientes, para conhecer o potencial,
e colocar alguns limites, como estabelecer datas de
pagamento fixas para aqueles fregueses “de caderno”.
Além disso, considerou que devia cuidar bem da parte
de açougue, que é um ponto sensível, pois o produto é
muito perecível.
HORA DE REFORÇAR A
IMAGEM DA EMPRESA
MEU PONTO PRINCIPAL
É O BOM ATENDIMENTO
AO CLIENTE, POIS
QUERO QUE ELE VOLTE
SEMPRE. PENSAR
APENAS NO FATOR
PREÇO NÃO É TUDO
Quanto à operação do supermercado, Forgiarini está seguro. O período anterior em que
trabalhou como representante comercial fez
com que observasse como os donos de estabelecimentos conduziam seus negócios, em
que pontos tinham um diferencial e se destacavam. Guardou esses exemplos até hoje.
“Meu ponto principal é o bom atendimento
ao cliente, pois quero que ele volte sempre. A
concorrência das grandes redes não me preocupa, pois estou focado em melhorar o meu
negócio. Pensar apenas no fator preço não é
tudo. A limpeza da loja também é uma grande
preocupação nossa”, conta. Daqui para frente,
o comerciante pensa em aumentar as vendas
e, talvez, dar emprego a mais gente (tem cinco
funcionários). Ele está presente em todas as
funções na microempresa: “compro, vendo,
limpo, atendo”. Mas considera que foi justamente esse perfil empreendedor que o levou
ao patamar onde está hoje.
No Blond Hair Cabeleireiros, em Porto Alegre,
os proprietários comemoram o aumento do espaço físico do salão, cerca de cinco vezes maior que
o anterior. Há dois anos em prédio próprio, Vera
Paiva coordena o atendimento. Enquanto isso, o
marido, João Paiva, cuida da parte administrativa
da microempresa. O salão, que começou pequeno,
na rua Barão do Amazonas, conta com cabeleireiro, manicure, massagem, maquiagem, hidroterapia,
entre outros serviços estéticos. O trabalho no local
é dividido com profissionais autônomos.
Responsável por toda a parte burocrática, Paiva
conta que muitas vezes recorreu ao Sebrae – pessoalmente, por telefone ou via internet – para se
informar mais. “Em primeiro lugar, procurei detalhamento para abrir a empresa. Depois, aos poucos fui buscando outras informações, pois a gente
tem sempre que procurar coisas novas”. Ele viu
os anúncios sobre o início do Negócio a Negócio.
Agora, pensa em tratar da parte de marketing, mídia e layout. E acha que uma assessoria técnica neste aspecto seria bem-vinda.
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Chamada Pública
em cada ponto, com a ajuda de um estagiário nas
cidades com mais de 50 mil habitantes. O agente, designado pelas entidades parceiras, receberá
capacitação permanente do Sebrae/RS. Seu perfil
inclui ter curso superior completo, de preferência
em Administração, Direito, Economia, Contabilidade ou Engenharia, além de residência na localidade onde vai atender e dedicação integral à
atividade.
Sebrae/RS
amplia o
atendimento
O Sebrae/RS lançou chamada pública para
Fatores importantes
selecionar 50 novos pontos de atendimento
O presidente do Conselho Deliberativo do Seno Estado. O objetivo é formar parcerias de
brae/RS, Paulo Tigre, afirma que “com a Rede de
entidades a fim de desenvolver o empreenAtendimento ao Empreendedor estamos dando
dedorismo em todo o território gaúcho, de
início a uma nova forma de trabalhar. As parcemodo a valorizar e impulsionar o papel das
rias são necessárias para que posMPEs na economia. Será uma
samos estar presentes em maior
A formação de
maneira de levar o trabalho da
número de municípios gaúchos”.
instituição a regiões onde ainparcerias com
Para o Sebrae/RS, a abertura de
da não existem unidades do Seentidades tem como 50 pontos de atendimento serbrae/RS.
virá também de apoio à atuação
objetivo aumentar
o número de postos
da rede de apoio ao
empreendedorismo
no Estado
de suas dez Regionais. Agindo de
forma descentralizada, a instituição terá mais alcance para seus
serviços de incentivo ao empreendedorismo. A meta é ter todos
os pontos operando no dia 31
de outubro. Cada um deles, posteriormente, será
avaliado quanto ao cumprimento de metas, o que
definirá a prorrogação ou não da parceria.
A chamada pública determina a contratação de
um agente que ficará encarregado de atender
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Foto: Dudu Leal
De acordo com a Chamada
Pública nº 02/2010, que já está
disponível no site www.sebrae-rs.
com.br, a seleção está aberta e as
propostas devem ser apresentadas
até o dia 30 de abril. As parcerias
devem ser feitas entre três ou mais entidades
representativas da comunidade – prefeituras,
associações, sindicatos, entre outros. Essas
entidades não podem ter fins lucrativos. Cada
município apresentará uma proposta e, ao
final, 50 serão escolhidas. Os parceiros ficam
responsáveis por oferecer a estrutura física
adequada em cada cidade, incluindo móveis
e equipamentos necessários ao trabalho. É
desejável que a sala seja localizada em uma zona
central e com acesso para a rua, para facilitar
o contato com a população. O Sebrae/RS
fica encarregado da estruturação do serviço,
oferecendo metodologias e soluções e também
acesso aos seus sistemas.
A meta é que todos os novos
pontos estejam em operação
no dia 31 de outubro
Plásticos
Indústria terá
programa de
desenvolvimento
estadual
Lançamento será
realizado no dia 30,
na FIERGS
Consolidar o Rio Grande do Sul como polo
competitivo e de excelência na indústria de
transformação do plástico até 2014. Esse é
o grande desafio do Programa de Desenvolvimento da Indústria de Plásticos que será
lançado quinta-feira, dia 30 de março, na
Federação das Indústrias do Rio Grande do
Sul (FIERGS), em Porto Alegre.
O programa terá cinco eixos - Capacitação Técnica, Empresarial, Mercado, Inovação e Articulação Institucional. O Sebrae/RS atuará por
meio de dois projetos. Um deles na Região Metropolitana de Porto Alegre e outro na Serra
Gaúcha. Entre as atividades que serão realizadas,
destacam-se capacitação em liderança, gestão
básica e avançada, empreendedorismo, gestão
por indicadores e de projetos, além de sucessão
familiar. “Nossa meta é aumentar a participação
das empresas no mercado nacional e internacional, estimulando a inovação e criando condições
para o desenvolvimento de produtos e processos de alta qualidade”, explica o superintendente
do Sebrae/RS, Marcelo Lopes.
Das mais de 1.200 empresas de transformação
de plástico no Estado, 95% são de pequenos negócios. Para Lopes, esse dado justifica a necessidade da realização de um programa de âmbito
estadual. Ele acrescenta que “a união de entidades ligadas ao setor, do Sebrae/RS e do governo,
dará muito mais força às iniciativas e às metas
que estamos nos propondo a atingir”.
Perfil do setor
Os principais polos do setor no Estado estão localizados na Região Metropolitana, muito atuante no segmento de embalagens, Região do Vale do Sinos, focada
no segmento de componentes para calçados, e Serra
Gaúcha, reconhecida como polo de produção de componentes técnicos.
Atualmente, a indústria gaúcha participa com 8% do
total produzido no Brasil, sendo o quarto maior Estado, atrás de São Paulo, Santa Catarina e Paraná, nessa
ordem. Aproximadamente 2,8% da produção estadual
são exportados, 51% das vendas ocorrem dentro do
Rio Grande do Sul e os restantes 46,2% são vendidos
para outros estados do Brasil.
Parceiros
O Programa de Desenvolvimento da Indústria de
Plásticos é uma iniciativa conjunta do Sebrae/RS, dos
Sindicatos das Indústrias de Material Plástico do Rio
Grande do Sul (SINPLAST-RS), do Nordeste Gaúcho (SIMPLÁS) e do Vale dos Vinhedos (SIMPLAVI), além da Braskem. O projeto também conta com
apoio do governo do Estado, por meio das secretarias
de Ciência e Tecnologia (SCT) e do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai). São parceiros do
programa a Federação das Indústrias do Rio Grande
do Sul (FIERGS), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Universidade de Caxias do
Sul (UCS) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Sul-Riograndense (IFSUL).
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Estrutura
Erechim vai ter
escritório regional
Superintendente
Marcelo Lopes
esteve no município,
buscando o apoio da
prefeitura
A Regional Planalto e Norte do Sebrae/RS,
com sede em Passo Fundo, será desmembrada em duas. Em Passo Fundo, permanecerá a Regional Planalto, e o município
de Erechim será sede da Regional Norte.
Para viabilizar o projeto, o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes, reuniuse na manhã no dia 25 de fevereiro com o
secretário municipal de Desenvolvimento
Econômico, Walmir Badalotti.
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O Sebrae/RS buscou apoio da prefeitura de Passo
Fundo para instalar fisicamente a regional, a exemplo
do que acontece historicamente em municípios onde
tem representatividade - Osório, Novo Hamburgo e
Rio Grande, entre eles. “A entidade quer servir bem
à comunidade no que se refere à sua missão, e isso
pretendemos fazer em parceria com a prefeitura”, afirmou o superintendente. Ele acrescentou que a criação
do novo escritório regional tem o objetivo de dividir
melhor o número de cidades atendidas pelo Sebrae/
RS, o que incluirá a Regional Noroeste (sede em Ijuí).
“Passo Fundo abrange, atualmente, 112 municípios, e
Ijuí, outros 108, ao contrário da Regional Campanha e
Fronteira Oeste, por exemplo, que trabalha com apenas 16 cidades e também está sendo readequada. Temos que chegar de forma mais efetiva e com qualidade
nas micro e pequenas empresas gaúchas”, reforçou
Lopes.
O secretário Walmir Badalotti, representando o prefeito municipal, Paulo Alfredo Polis, afirmou que é
extremamente importante para Erechim sediar uma
regional do Sebrae/RS. “Não podemos perder essa
oportunidade”, salientou. Durante a
reunião, Badalotti sugeriu alguns prédios da cidade com estrutura adequada
para funcionarem como sede do escritório regional. “São algumas opções
que estamos colocando à disposição
do Sebrae/RS”. Depois da reunião, o
grupo - incluindo o secretário municipal adjunto, Volmar Baschera, o gerente
da Indústria do Sebrae/RS, Clóvis Masiero, o gerente da Regional Planalto e
Norte do Sebrae/RS, Jeferson Souza, e
o representante da Associação Cultural,
Comercial e Industrial de Erechim, Luís
Fernando Cantele - visitou os espaços
sugeridos pela prefeitura.
Unidade de
Santa Cruz
ganha novas
instalações
Para ampliar o atendimento às micro
e pequenas empresas no município, o
Sebrae/RS inaugurou, em março, as novas
instalações de sua unidade em Santa Cruz do
Sul. Ela funciona na rua Venâncio Aires, 647.
O presidente do Conselho Deliberativo do
Sebrae/RS, Paulo Fernandes Tigre, destacou
a parceria com a Associação Comercial e
Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul, que
cedeu o imóvel de 150 metros quadrados em
regime de comodato. “Com a nova unidade,
estaremos melhorando e incrementando
o atendimento aos pequenos negócios da
região em 70%”, projetou o presidente. A
cerimônia também contou com a presença do
superintendente do Sebrae/RS, Marcelo de
Carvalho Lopes, e da prefeita Kelly Moraes,
que sancionou a Lei Geral das MPEs.
A aprovação da Lei Geral das MPEs, segundo Tigre,
é outro fator importante para o surgimento de oportunidades de crescimento aos empreendedores e futuros empresários de Santa Cruz do Sul. Sancionada
pela prefeita Kelly Moraes durante a inauguração da
unidade, a Lei Geral tem o objetivo de reduzir a informalidade. “Assinamos um grande projeto para o
crescimento do município e também da região, reconhecendo sua vocação empreendedora”, disse a prefeita. Entre as vantagens do texto, está o acesso das
pequenas empresas às linhas de crédito e ao sistema
diferenciado de tributação e taxas. Os órgãos públicos
e prefeituras poderão direcionar licitações de até R$ 80
mil, exclusivamente para pequenos negócios. No Rio
Grande do Sul, 147 cidades já regulamentaram a legislação. A meta é chegar a 300 até o final de 2010.
Paulo Tigre aproveitou o evento para divulgar a Chamada Pública 02/2010, que selecionará 50 novos pontos de atendimento no Sebrae/RS no Estado, em parceria com entidades representativas da comunidade. A
seleção está aberta, e as propostas devem ser apresentadas até 30 de abril. Durante a inauguração, também
foi lançada pelo Comitê Tributário Permanente de
Santa Cruz do Sul, do qual o Sebrae/RS é integrante, a
Cartilha do Empreendedor, que apresenta orientações
sobre os procedimentos que devem ser adotados por
quem pretende abrir uma empresa.
Prefeita Kelly Moraes participou
da solenidade de inauguração
Paulo Fernandes Tigre na sanção da
Lei Geral das MPEs no município
Fotos: Luiz Fernando Bertuol
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Couromoda 2010
Resultados
confirmam
expectativas
No Estande Coletivo RS, o volume
de negócios chegou a R$ 3,5 milhões,
superando em 29% o resultado obtido
no ano passado
Nesta edição, 67 micro e pequenas empresas
gaúchas mostraram seus produtos
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Revista Tempo de Agir | Março 2010
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África do Sul, Arábia Saudita, Bolívia, Estados Unidos, Israel e República Dominicana. “Antes do início
da Couromoda, já tínhamos a boa expectativa de que
o volume de negócios poderia ultrapassar os R$ 3 milhões. O total de R$ 3,5 milhões deixou os empresários
do Estande Coletivo RS bastante satisfeitos em relação
aos negócios fechados, apostando também no fechamento de negócios futuros a partir dos contatos feitos
durante a feira”, salienta o superintendente do Sebrae/
RS, Marcelo Lopes. Falando sobre a importância que
o setor calçadista tem para a economia do Rio Grande
do Sul, Marcelo Lopes acrescenta que “a qualidade do
calçado produzido no Estado é reconhecida no mundo inteiro. Prova disso é que pudemos ver na feira os
empresários efetuando pedidos e prospectando novos
clientes. Muitos deles relataram que estão praticamente
com a produção do ano já fechada”.
São Paulo – A Couromoda 2010, entre 18 e 21
de janeiro, no Centro de Exposições do Parque
Anhembi (SP), teve um dos melhores índices de
vendas dos últimos anos. Os negócios fechados e
encaminhados corresponderam a 30% da produção anual da indústria brasileira de calçados, setor
que produziu 725 milhões de pares em 2009.
O Estande Coletivo RS, realização conjunta do Sebrae/RS, da Sedai/RS e da ACI-NH/CB/EV, registrou números extremamente positivos, animando as
67 micro e pequenas empresas gaúchas que expuseram
seus produtos no espaço. Até o final da feira, o volume
de negócios chegou a R$ 3,5 milhões, com 2.360 contratos firmados e outros 2.875 iniciados. Esse resultado significou um incremento de 29% nas vendas, em
comparação com 2009, quando o total chegou a R$ 2,5
milhões. Na edição deste ano, ainda foram mantidos
mais de 6.500 contatos com compradores e em torno
de 1.100 com distribuidores.
Coube a uma indústria de botas o título de maior vendedora do Estande Coletivo RS, com um faturamento
de R$ 350 mil. A segunda colocada, uma fábrica de
sapatos, faturou R$ 300 mil no último dia da feira. A
qualidade dos produtos expostos pelos gaúchos também chamou a atenção dos lojistas e dos representantes comerciais. Os calçados femininos, por exemplo,
são superiores aos seus similares chineses, o que os
credencia a serem comercialmente aceitos e a se tornarem referência internacional.
Os estados de maior representação no volume de vendas dos expositores gaúchos foram São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Pernambuco. No
mercado internacional de compradores, destacaram-se
Fotos: Sebrae/RS
OS CONTATOS
FEITOS DURANTE A
COUROMODA E OS
NEGÓCIOS FECHADOS,
EM TORNO DE R$ 3,5
MILHÕES, DEIXARAM OS
EMPRESÁRIOS GAÚCHOS
BASTANTE SATISFEITOS
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Gestores regionais
em reunião com o
consultor e diretor
da Couromoda,
Airton Dias
ano, que privilegie o contato e o relacionamento com os principais varejistas do
País e do exterior.
Em 2011, a Couromoda deverá ampliar seu mix de
expositores, mostrando produtos dos segmentos de
confecção e acessórios. Atentos a isso, os gestores do
Programa de Moda do Sebrae/RS, juntamente com o
coordenador Paulo César Bruscatto, participaram de
um workshop ministrado pelo consultor e diretor da
Couromoda, Airton Dias, para atualizarem os cenários
e as tendências do mercado da moda em 2010, bem
como para avaliar possíveis alianças estratégicas com
o varejo. Dentro deste item, surgiu com força a possibilidade de um evento, no segundo semestre deste
A Vitória Locatelli, de Estância Velha, aderiu
ao projeto e suas bolsas em couro tressê
foram sucesso de vendas, comemoram os
diretores Marcos e Roque Chiella
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Revista Tempo de Agir | Março 2010
O gestor do Programa de Moda do Sebrae/RS, Paulo
César Bruscatto, lembra que a instituição atende em
torno de 4 mil micro e pequenas empresas ligadas ao
setor de moda no Rio Grande do Sul, através de projetos coletivos e individuais. Para este ano, a instituição
desenvolverá dez projetos relacionados à atividade.
São eles: o Arranjo Produtivo (APL) de Moda Íntima
de Confecções de Guaporé (Regional Serra Gaúcha),
o Polo de Couro Acabado do Vale do Sinos, o setor de
Gemas e Joias de Soledade e Guaporé (Regional Vale
do Taquari e do Rio Pardo), os Atelieres de Calçados
do Paranhana, o Polo da Moda do Nordeste Gaúcho
Fotos: Sebrae/RS
Moda em confecções e
acessórios ganha espaço
No encontro com Dias, os gestores regionais de projetos voltados para a moda
Cláudia Regina de Souza Kuhn, Fabiana
Zin e Diego Tessaro, além da especialista
da área de mercado Márcia Thier, ouviram que as empresas devem participar de
feiras não apenas para preencher espaço. O importante
é que definam os objetivos e tenham foco.
Assim teremos condições de ver nossos produtos
presentes em diversos pontos comerciais
espalhados pelo Brasil, o que, certamente,
possibilitará um incremento nas vendas
(Regional Noroeste), o Polo de Confecção da Região
Metropolitana, a Cadeia de Fornecedores da Indústria
de Calçados, o APL de Confecções e Malharias da Serra, indústrias de confecção do Vestuário do Planalto e
Norte e o Polo das Indústrias de Calçados e Artefatos
do Vale do Sinos e Paranhana.
Comércio Brasil
recebe adesões
Facilitar o acesso e o relacionamento sustentável entre as micro e pequenas empresas e novos canais de
comercialização. Este é o objetivo do projeto Comércio Brasil, iniciativa do Sebrae que atende a grupos de
empresas e empreendedores apoiados pelos projetos
da instituição na indústria, agronegócios, comércio e
serviços.
Através de uma rede interestadual de consultores, chamada Rede de Agentes de Mercado, profissionais credenciados e treinados pelo Sebrae identificam novas
oportunidades de negócio em praticamente todo território brasileiro. Buscam a abertura de novos mercados
para as empresas que participam do projeto, utilizando, como principais canais, revendedores, atacadistas,
varejistas e representantes comerciais.
Partindo da premissa de que é extremamente importante para a consolidação da empresa identificar novas
oportunidades de mercado em nível estadual e nacional e expandir o negócio por meio de alianças e parcerias com novos canais de venda, cerca de 20 empreendimentos calçadistas que participaram do Estande
Coletivo RS na Couromoda 2010 aderiram ao projeto
durante a feira.
A Vitória Locatelli, fábrica de bolsas, cintos e carteiras,
de Estância Velha, foi uma das empresas que optaram
por se integrar ao Comércio Brasil. Para os diretores
Marcos e Roque Chiella, a adesão se deveu ao fato de
Euclides Bassanesi
Empresário
a empresa passar a contar com o suporte de um canal fidedigno como o Sebrae para ingressar em novos
mercados e ampliar suas vendas. Na Couromoda, expuseram modelos de bolsas em couro tressê (tiras de
couro trançadas), obtendo grande sucesso de comercialização. Querendo expandir as vendas da empresa, a
dupla de empresários vê no projeto uma forma segura
de cooptar representantes em diversos estados brasileiros, tendo a possibilidade de conquistar um público
maior para seus produtos.
Euclides e Glauber Bassanesi, da Bassanesi Calçados,
de Parobé, também aderiram ao Projeto Comércio
Brasil para ampliar seu leque de representatividade no
País. “Assim teremos condições de ver nossos produtos presentes em diversos pontos comerciais espalhados pelo Brasil, o que, certamente, possibilitará um
incremento nas vendas”, ressalta Euclides.
A coordenadora estadual pelo Sebrae/RS do projeto
Comércio Brasil, Márcia Thier, ressalta que estes empresários demonstraram confiança em seus produtos
e na sua capacidade produtiva de dar atendimento aos
mercados em que pretendem se inserir. Ela acrescenta
que, para participar como empresa ofertante, é importante que o empresário ou o representante da associação ou cooperativa interessado procure a Unidade de
Acesso a Mercados do Sebrae ou o gestor do projeto
que a atende.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
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Uma nova marca
desponta
Bolsas globais
Os empresários Elaine Junges e Lúcio Junges, diretores da Di Marly’s Bolsas, de Novo Hamburgo, levaram
seus produtos para a Couromoda pela primeira vez.
Participaram da feira comemorando o fato de terem
seus artigos em exposição na televisão, em programa
da Rede Globo. Na novela Tempos Modernos, das 19h,
estão sendo utilizados 14 modelos de bolsas produzidas pela Di Marly’s. “É um grande reconhecimento à
qualidade do nosso produto”, salienta Elaine.
Para a Couromoda, Elaine e Lúcio levaram 67 modelos de bolsas e 12 de carteiras, com a expectativa de
comercializarem um mês de sua produção na feira. “As
bolsas expostas pela Di Marly’s são feitas em couro
legítimo, com detalhes e adereços, incluindo metais
cromados e forro em cetim estampado, o que as deixa
mais charmosas e diferenciadas”, ressalta Elaine.
Para a empresária, em 2010 existe a tendência de vermos um desfile variado de bolsas femininas nas ruas,
com modelos que se diferenciam em relação à cor,
formato, tamanho e estampa. A empresária acredita
que as bolsas para o inverno deste ano serão luxuosas,
compactas e clássicas, abandonando um pouco a excentricidade e valorizando os detalhes metalizados.
Apostando no lançamento da nova marca de
sapatos e botas femininas Jádina Nicoli, Franciela e Dieison Marmitt, proprietários da Via
Fran Calçados, de Três Coroas, estavam muito otimistas em sua primeira participação na
Couromoda. Confeccionados em couro, com
várias modelagens e estampas, os produtos 120 modelos - chamaram a atenção dos compradores.
Franciela salientou que os novos modelos
de calçados femininos estão alinhados com
as tendências deste segmento para o inverno
2010, nas quais variados formatos e cortes
contrastam em um estilo moderno urbano e
ao mesmo tempo rústico. Na Jádina Nicoli os
sapatos e botas em estilo country e plataforma
abusam de detalhes como cadarços e amarrações, quase sempre finalizados em um laço,
além de ornamentos em metal e franjados.
Segundo a empresária, outro ponto forte da
nova linha são as cores, que vão desde as sóbrias até as mais coloridas, com destaque para
o roxo, o azul e o verde.
Franciela e Dieison Marmitt expuseram calçados
em que o design mistura o urbano e o rústico
Elaine e Lúcio Junges, diretores da Di Marly´s Bolsas,
levaram 67 modelos à feira
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Revista Tempo de Agir | Março 2010
Dos bebês aos adolescentes
“Uma Couromoda que traz perspectivas muito boas
para a empresa”. Foi assim que o designer da NKS
Vulcanizados, fabricante dos calçados Ötzi, Jandemir
Nunes, definiu a feira. A empresa expôs 648 modelos
das linhas Ötzi Baby e Ötzi Kids. O ponto forte foi a
sapatilha tênis feminina da linha Kids, em lona e couro.
O retorno foi muito significativo de parte dos lojistas
e compradores.
Fundada em 1995, a NKS Vulcanizados tem sede em
Sapiranga e também produz a marca Usafort de sapatos de segurança e EPI, além de vasta linha de calçados para uniformes. Seus tênis vulcanizados possuem
alto valor agregado, elaborados com a mais moderna
tecnologia de produção e mão de obra altamente especializada.
Com a marca Ötzi, a NKS abrange desde o público
infantil, incluindo produtos voltados para bebês, até
o público juvenil, abrangendo o universo adolescente.
Assim, na Couromoda, foi possível ver tênis multicoloridos menores que uma mão, todos extremamente
confortáveis, com design supermoderno. Segundo
Jandemir, os calçados da linha baby são projetados
para oferecer praticidade e conforto aos pequenos que
dão seus primeiros passos.
Por sua vez, a coleção da linha kids foi inspirada na necessidade de crianças e de adultos em acompanharem
as tendências da moda. Peças leves e modernas para
os meninos (estilos clássico e urbano), e confortáveis e
delicadas para as meninas (inspiradas no romantismo e
nos sonhos) estão presentes nos modelos.
Conforto peluciado para os pés
Uma atração à parte no Estande Coletivo RS foi a linha
de chinelos e pantufas de pelúcia da Dilupy Indústria e
Comércio de Sapiranga. De acordo com a empresária
Débora Moreira, “ao longo dos anos procuramos inovar com materiais de qualidade, diversificando nossa
linha em três segmentos: pantufas, bichos de pelúcia
e caixas decorativas. Na Couromoda, apresentamos as
pantufas e os chinelos, que abrangem desde o bebê
até o adulto, levando conforto para os pés de todas as
idades”.
Fotos: Sebrae/RS
Além dos modelos de pantufas com design inspirados
em animais como pandas e cachorros, o diferencial da
Dilupy na feira foram os modelos personalizados com
os símbolos do Internacional – Saci - e do Grêmio
- Mosqueteiro. Débora afirma que “a ideia é investir
neste segmento de times de futebol, e nada mais adequado do que darmos a largada homenageando nossos
dois grandes representantes em nível nacional e internacional”.
Como ponto forte, a sapatilha tênis para
as meninas, combinando lona e couro
Pela terceira vez na Couromoda, a empresária estava
satisfeita por causa dos contatos realizados com lojistas e representantes do País. Segundo ela, a empresa
vende principalmente para o Rio Grande do Sul, sendo
que os pedidos de pantufas acontecem principalmente
nos meses de março e abril, quando começa o frio. No
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
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Fotos: Sebrae/RS
Presença valorizada
No espaço da Dilupy, da empresária Débora Moreira,
chinelos e pantufas muito macios
segundo semestre, a produção é mais voltada para os
bichos de pelúcia.
Débora ressalta que a presença na Couromoda reforça a divulgação da marca como fabricante nacional de
pantufas, que a maioria das empresas importa de países como China. “Alguns lojistas ficaram impressionados com a qualidade do produto e o valorizaram por
ser de uma fabricante nacional, gerando empregos no
Brasil”.
O presidente do Conselho Deliberativo
do Sebrae/RS, Paulo Tigre, enfatizou
que a instituição investiu R$ 200 mil
na aquisição de uma área de 1.357
metros quadrados na Couromoda. “É
gratificante saber que demos condições
de acesso a mercado e de agregação
de valor aos produtos destas MPEs,
que ganharam uma oportunidade única
de se alinharem com o que o setor
apresenta em termos de tecnologia de
ponta e tendências de moda”.
Na Francal e no exterior
Com o foco da Couromoda nas tendências da moda
para o outono/inverno, as empresas do Rio Grande
do Sul, em sua maioria voltada ao público feminino,
têm produto diferenciado do das indústrias paulistas,
que fabricam sapatos masculinos. Já na Francal, que
será realizada também em São Paulo, de 5 a 8 de julho,
os produtos mostrados vão visar à conquista dos mercados de verão. Para essa feira, a parceria entre Sebrae/
RS, Sedai/RS e ACI-NH/CB/EV está garantida, viabilizando a presença do Estande Coletivo gaúcho pela
11ª vez no evento.
O superintendente Marcelo Lopes lembra que empresas do setor coureiro-calçadista gaúcho também
contam com apoio do Sebrae/RS para participar de
feiras internacionais em 2010. As interessadas terão a
oportunidade de obter mais visibilidade no exterior e,
consequentemente, melhores chances de negócios.
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Revista Tempo de Agir | Março 2010
A governadora Yeda Crusius (D) e o presidente do Conselho
Deliberativo do Sebrae/RS, Paulo Fernandes Tigre (C)
Prefeito Empreendedor
Vencedor será
anunciado em abril
Prêmio reconhece gestores
municipais que incentivam o
desenvolvimento das MPEs
No dia 29 de abril, será divulgado o nome do Prefeito
Empreendedor 2010. Realizado de dois em dois anos,
o prêmio consagra os administradores municipais que
tenham implantado projetos,
com resultados mensuráveis,
de estímulo ao surgimento e ao desenvolvimento de
micro e pequenas empresas (MPEs). A cerimônia da
6ª edição do Prêmio Sebrae
Prefeito Empreendedor será
realizada na FIERGS, a partir das 11h. Das 252 prefeituras que se candidataram
ao concurso, 55 enviaram os
projetos. “O número foi recorde
no Estado e colocou os gaúchos
no primeiro lugar no País com
candidatos ao reconhecimento”,
destaca o gerente de Políticas
Públicas do Sebrae/RS, Alessandro Machado.
A final nacional do prêmio está marcada para maio, quando 11 vencedores (seis destaques temáticos e cinco
regionais) receberão certificados,
troféus e uma viagem internacional para conhecer experiências de
sucesso relativas ao apoio às micro
e pequenas empresas. Na quinta
edição, em 2007, dois administradores municipais gaúchos foram
reconhecidos nacionalmente: Pedro
Henrique Bertolucci, então prefeito
de Gramado; e José Hilário Junges,
de Tupandi (premiado pela segunda vez). Bertolucci venceu
como melhor projeto pela
Região Sul do
País e Junges
no destaque
temático Acesso ao Crédito.
Uma das novidades dessa edição do
reconhecimento é o Destaque Temático para a implantação da Lei
Geral das Micro e Pequenas Empresas, reforçando a municipalização
da legislação. Os demais destaques
abrangem os seguintes capítulos da
Lei: compras governamentais, desburocratização, educação empreendedora e inovação, além da formalização de empreendimentos - na
qual está incluído o Empreendedor
Individual, que está em vigor desde
1 de julho de 2009.
Outra inovação no Rio Grande do
Sul, onde o prêmio leva o nome do
prefeito Loureiro da Silva - é o processo de escolha dos vencedores. A
primeira etapa de avaliações foi realizada por uma comissão composta de
colaboradores do Sebrae do Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Mato
Grosso do Sul, Rio Grande do Sul
e do Sebrae Nacional. Já a escolha
do grande vencedor caberá ao Conselho Deliberativo do Sebrae/RS e
a representantes da Federação dos
Municípios do Rio Grande do Sul
(Famurs) e da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul (Uvergs).
“É a primeira vez que mobilizamos
colaboradores do Sebrae de outros
estados e que envolvemos todos os
membros do Conselho do Sebrae/
RS para eleger o melhor projeto”,
explica Alessandro Machado. Ele
acredita que essa “é uma forma mais
democrática e transparente de conduzir o processo, que já está servindo de exemplo”. O Sebrae Paraná
já confirmou que o modelo para
avaliação será semelhante ao do Rio
Grande do Sul.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
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Mulher de Negócios
O sucesso
também
tem sabor
Ignês Brochetto venceu a
edição do Prêmio Mulher de
Negócios no Estado em 2009
e em março garantiu lugar na
grande final nacional, como
uma das representantes
da Região Sul. Agora, conta
que deseja contratar mais
pessoas e investir no
Fotos: Dudu Leal
crescimento do seu negócio.
22
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Além disso, tem o sonho de
abrir uma franquia.
Incansável aos 71 anos de idade, ela mostra que persistência, foco na qualidade e coragem para
apostar em inovação são características fundamentais
para o progresso de uma empresa. Todos estes ingredientes estão na receita de sucesso da Confeitaria Dona
Inês, estabelecida em Porto Alegre há 38 anos.
A neta de imigrantes italianos e franceses, nascida no
interior de Caxias do Sul, herdou da “nona” a habilidade para fazer e dar toques de sabor especial aos seus
doces e salgados. Com a avó também aprendeu a valorizar a sensibilidade feminina. Ela iniciou a atividade
e ficou sozinha à frente do negócio por muito tempo,
mas conseguiu concretizar o desejo de ter as três filhas
como sócias. “Dizia: venham por que eu já estou ficando cansada, mas, na verdade, disposição nunca me
faltou. Foi estratégia para convencê-las”, diverte-se a
matriarca. Cada uma a seu tempo, desde 1990, Rita,
Içara e Mara foram deixando suas profissões de lado
- Pedagogia, Assistência Social e Advocacia - para trabalhar ao lado da mãe, transformando-se também em
mulheres de negócio.
A experiente confeiteira vê nisso um diferencial importante para o empreendimento que criou a partir
dos comentários elogiosos aos docinhos e salgadinhos
preparados para os aniversários das filhas, ainda pequenas. “É uma empresa familiar e genuinamente feminina; acho que essas são qualidades especiais”, afirma. As três filhas confirmam, contam que a família é
bem unida, mas ressaltam que, na atividade comercial,
“os maridos não podem dar pitacos”. Osvaldo, esposo de Ignês, ajudou-a em apenas um período. Depois,
aposentado, retirou-se de campo, vendo que a companheira e as filhas reúnem a segurança e os quesitos
necessários para estarem à frente de tudo. “Os homens
>>
Dezembro 2009 | Revista Tempo de Agir
23
conduzem de forma racional, e as mulheres colocam
uma visão mais humana no trabalho. No ramo de alimentos, esta característica influencia bastante no resultado final”, explica Içara, apreciando as porções
de emoção dedicadas ao atendimento e aos produtos
“Dona Inês”.
A trajetória
Por quase 20 anos, Ignês conciliou empregos diurnos
- faxineira e auxiliar de produção industrial, entre eles com as encomendas gastronômicas, produzidas à noite. Agora lembra que, “de boca em boca, os pedidos
só aumentavam”. Então contratou quatro ajudantes e
começou a dedicar-se exclusivamente ao seu empreendimento, produzindo em casa mesmo. Aos poucos,
tortas, empadinhas, pastéis, trouxinhas de nozes e outros tomaram conta de toda a residência, e a família
“foi convidada a se retirar”, conta a filha Mara.
Atualmente, a Confeitaria tem 46 funcionários e faturamento anual de aproximadamente R$ 1 milhão.
Estes números são resultados de um ano em que a
empresa cresceu significativamente, impulsionada pela
realização de outro sonho de sua fundadora. “Depois
de planejar por anos, em 2009 reformamos toda a casa
e inauguramos nossa loja. Posso receber os clientes,
mostrar pessoalmente nossos produtos e oferecer
refeições”, orgulha-se. Além do ponto comercial, a
empresa atende a pedidos por telefone e site e realiza
eventos – para os quais fornece os produtos e ainda o
serviço de garçons e copeiras, dependendo da opção
do contratante.
Segundo Rita, responsável pelas encomendas e compras, durante muito tempo, o negócio se manteve com
os pedidos de pessoas físicas para festas particulares.
“Agora, a maior parte da renda é proveniente das pessoas jurídicas, com os eventos e o abastecimento de
cafés e bistrôs. Nesse sentido, a loja é uma das formas
de manter a proximidade e consolidar a relação com o
nosso cliente original, para que ambos sejam valorizados”.
Dona Ignês (ao centro) e as filhas Mara, Içara e Rita (da esquerda para direita).
Empreendedoras trabalham com mais de 40 colaboradores e alcançam faturamento anual de R$ 1 milhão
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Revista Tempo de Agir | Março 2010
FRENTE AOS DESAFIOS, NÃO
DESANIMEM. LUTEM E TRABALHEM
COM VONTADE, POR QUE, QUANDO
A GENTE FAZ O QUE GOSTA,
NADA É DIFÍCIL DEMAIS; PELO
CONTRÁRIO, A CADA DIA MELHORA
E SURGEM SOLUÇÕES
Para o bolo crescer
O dom culinário e o espírito empreendedor são virtudes de Ignês, responsáveis pela trajetória próspera da
ideia, mas ela credita à entrada das filhas a ascensão
empresarial. “Se não houvesse este empenho, não teríamos crescido tanto. Elas trouxeram mais qualificação para o negócio”, reconhece. Mara lembra que, no
intuito de acertar, sofreram diversos tombos e fizeram
tentativas frustradas até que conseguiram implantar sistemas administrativos adequados. Içara complementa,
explicando que “descobrimos que tão essencial quanto
saber fazer boas comidas é ter uma gestão profissional; buscar conhecimento, trocar informações, capacitar colaboradores e proprietários e gerir com base em
planos de ação e metas”.
A Confeitaria é adepta do Programa Alimentos Seguros (PAS) e integra o Polo de Panificação da Região
Metropolitana (Codepan), iniciativas do Sebrae/RS.
“Neste ano, pretendemos inserir o Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPC), do Senai,
além de fazer parte do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP)”, antecipa Mara. Mas,
além destes instrumentos, o controle do padrão de
qualidade é feito diariamente por Ignês, que cuida de
tudo minuciosamente. “Minhas receitas têm medidas
que devem ser seguidas à risca. Cada salgadinho, por
exemplo, tem que ter o peso e a quantidade de recheio
preestabelecidos. Eu costumo conferir”.
O gosto pela novidade
Inovação é outra palavra-chave no vocabulário das quatro empreendedoras. No mix de
produtos estão 80 tipos de salgadinhos, 40
docinhos, linha de sanduíches com 12 opções e 15 variedades de tortas. “E constantemente testamos receitas novas, porque a
proposta é lançar a cada trimestre um novo
produto”, ressalta Içara, explicando que também podem ser produzidos saladas e pratos
salgados, como panquecas e carnes, quando
o evento demanda. “Nosso objetivo é surpreender quem nos acompanha e estar à disposição para qualquer necessidade do cliente”,
conclui. Apenas em 2009, no segmento dos
eventos, a Confeitaria Dona Inês atendeu a
mais de 126 mil pessoas. Para isso, a produção é organizada em turnos, e a empresa funciona 22 horas por dia, chegando a entregar
cerca de 30 mil unidades de doces e salgados
em períodos de maior procura.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
25
Em média, conforme os dados de Mara, o faturamento do negócio cresce 10% a cada ano. Mas, se depender
de Ignês, nada de se acomodar. “Nunca tive receio de
apostar. Há uns meses, as gurias estavam em dúvida se
compravam uma máquina que custava caro, e incentivei a buscá-la. Quem não investe, não cresce”, justifica. Ela estudou até a 4ª série do Ensino Fundamental,
mas com a sabedoria adquirida através da experiência,
aconselha: “Digo a outros empreendedores que, frente
aos desafios, não desanimem. Lutem e trabalhem com
vontade, por que, quando a gente faz o que gosta, nada
é difícil demais; pelo contrário, a cada dia melhora e
surgem soluções”.
A própria conquista do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, em nível estadual, comprova que determinação
e perseverança fazem parte da vida de Ignês, já que ela
estava em sua terceira tentativa. “Agora vou com fé
em busca do título nacional. Quando alcançamos uma
vitória, é sinal de que precisamos traçar novos objetivos”, ensina.
>> O PRÊMIO
Sem parar
A cerimônia de premiação nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios se realiza
em Brasília, no dia 8 de abril. A iniciativa valoriza a trajetória de empreendedoras nas
categorias Pequenas Empresas e Negócios Coletivos. Na inscrição, as candidatas
seguem um roteiro em que contam a sua
história. O ciclo 2009 teve o total de 3.047
inscrições, entre proprietárias de MPEs e líderes de cooperativas.
As vencedoras de cada estado passam pela segunda
etapa, que avalia e seleciona quatro histórias (duas em
cada categoria) de cada região para a participação na
fase nacional, formando um grupo de 20 finalistas.
Na oportunidade, conforme julgamento de uma
banca examinadora, dez empreendedoras (duas de
cada região) recebem o troféu bronze e o outro grupo
ganha o prata. Dessas últimas, são escolhidas as
duas melhores histórias do Brasil para o troféu ouro.
Como prêmios desta edição, as dez melhores pontuadas, cinco de cada categoria, poderão participar do
Seminário da Fundação Nacional da Qualidade, em
São Paulo, no início de junho. E as duas vencedoras
nacionais ganharão uma viagem internacional (com
destino a ser definido), quando visitarão um centro de
referência em empreendedorismo no exterior.
O Mulher de Negócios é realizado pelo Sebrae Nacional em parceria com a Federação das Associações de
Mulheres de Negócios e Profissionais (BPW Brasil), a
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e a
Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Na categoria
Pequenos Negócios podem se inscrever proprietárias
de empresas de pequeno porte
estabelecidas formalmente, no mínimo, há um ano; a de Negócios
Coletivos é voltada para integrantes de grupos de produção formal,
que podem ser cooperativas e associações produtivas, geradores
de trabalho e renda, desde que
sejam estabelecidos dentro da formalidade há, pelo menos, um ano.
A empresa funciona 22 horas por dia e chega a entregar 30 mil unidades de doces e
salgados. Dona Ignês coloca a mão na massa e controla a produção diariamente
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Revista Tempo de Agir | Março 2010
www.mulherdenegocios.sebrae.com.br
Uma novidade
NO MUNDO
dos negócios
O relatório de 2007
do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), no
qual o Sebrae é parceiro, mostra que naquele
ano, pela primeira vez, as
mulheres representavam 52% dos
empreendedores no Brasil. Esse
percentual derrubou uma tendência
histórica, pois desde o início da
pesquisa, os homens sempre foram
maioria no setor. Em 2008, esta
proporção não se manteve. Ainda é
cedo para verificar qual será a tendência, mas os números já demonstram que a questão de gênero deve
ser olhada detalhadamente quando
se estuda o mercado de trabalho.
O GEM é uma pesquisa internacional liderada pela London Business School e o Babson College
(EUA). O Instituto Brasileiro da
Qualidade e Produtividade (IBQP)
é a instituição executora do Projeto
GEM Brasil. Em 2007, os dados da
pesquisa feita mostravam que ainda
era a necessidade o fator que motivava a brasileira a empreender -
63% (no ano seguinte, esse número
baixou para 43,6%). Nesse aspecto,
os números convergem com os
dados do IBGE, que apontam para
um novo cenário nos últimos anos:
a mulher complementa a renda
familiar ou sustenta a casa como
chefe de família. É a necessidade
de sobrevivência, diz o estudo do
GEM/2007, o fator principal que a
leva a empreender. No que se refere às atividades típicas por gênero,
o IBGE detecta que a maioria das
mulheres trabalha com prestação
de serviços - domésticos, de saúde,
educação e vendedora autônoma.
Na pesquisa do GEM,
destaca-se a ação feminina empreendedora
especialmente no comércio
varejista. Uma ressalva: é maioria
nos empreendimentos nascentes
e novos, mas minoria nos já estabelecidos. Para isso, levanta duas
hipóteses: por ser recente a sua
participação, ainda não teve tempo
para consolidar-se; ou teria dificuldades para se manter na atividade,
inclusive por causa das barreiras
que encontra.
Além disso, o GEM identificou na
mulher uma menor percepção para
os negócios em relação ao homem
empreendedor. O relatório da
pesquisa conclui que “apesar de ter
superado os homens em termos de
escolaridade e de ação empreendedora, restam-lhe (à mulher) disparidades na percepção sobre o empreendimento e quanto à remuneração
obtida em relação aos homens”.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
27
Seminário
Foto: Sebrae/RS
As ferramentas que
levam à excelência
O superintendente Marcelo Lopes no encontro, que faz parte
do calendário anual da Fundação Nacional de Qualidade
Atingir a excelência em gestão deveria ser
o objetivo de todo empreendedor independentemente do porte de seu negócio. Embora muitos já utilizem sistemas adequados
de controle da qualidade empresarial, outros
ainda estão à margem dessa realidade, cada
vez mais necessária para atingir o sucesso e
permanecer no mercado.
preendedor preenche um questionário de autoavaliação. Ele salientou que “no ano passado, reforçamos o
trabalho junto às empresas, estimulando as inscrições
ao Prêmio, e passamos de 700, em 2008, para 4,5 mil
questionários preenchidos em 2009”. Desde a edição
anterior, o Sebrae/RS solicita que todas as MPEs dos
projetos da entidade participem do prêmio, uma iniciativa do Sebrae e entidades parceiras que reconhece
métodos de gestão inovadores que tenham resultados
significativos na comunidade. “É uma forma que encontramos, também, de averiguar o impacto do trabalho realizado junto a elas”, explica
o superintendente.
Os conceitos de
No Rio Grande do Sul, o tema es- uma gestão bem- O Seminário em Busca da Exceteve em debate durante o Seminálência, evidenciando conceitos de
sucedida foram
rio em Busca da Excelência, uma
uma gestão bem-sucedida, trouxe,
tema
de
encontro
iniciativa da Fundação Nacional da
para os mais de 150 participantes,
na Universidade as histórias de sucesso das empreQualidade (FNQ). O Sebrae/RS e
o Programa Gaúcho de Qualidade
sas vencedoras do Prêmio MPE
de Negócios
e Produtividade (PGQP) foram
Brasil 2009 na Categoria Comérparceiros do encontro, realizado no dia 10 de
cio – Di Casa (Gravataí), e na categoria Responsabilimarço. “Esta pauta está pendente no Estado, e
dade Social – Quinta da Estância (Viamão). Além diso Sebrae/RS já está fazendo a sua parte no que
so, foi realizada a entrega do Prêmio Sebrae Mulher de
tange ao estímulo para o uso de ferramentas de
Negócios 2009 para Ignês Brochetto, a proprietária da
gestão pelos pequenos negócios”, afirmou o
Confeitaria Dona Inês.
superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes,
durante o seminário.
Segundo a coordenadora de Convênios e Parcerias
da FNQ, Juliana Iten de Martino, a entidade realiza
Para Lopes, o Prêmio MPE Brasil é um imporanualmente um calendário de seminários em diferentante instrumento norteador das ações de gestes cidades brasileiras. “Em 2010, iniciamos pelo Rio
tão a serem implementadas pelas empresas, já
Grande do Sul e nossa intenção é irmos para outras
que entre as etapas do reconhecimento o emnove capitais até o final do ano”.
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Revista Tempo de Agir | Março 2010
Rodadas de Negócios
Cronograma do primeiro
semestre está definido
O Sebrae/RS já tem definido o cronograma das rodadas de negócios que promoverá no Estado ao longo do primeiro semestre. Para
esse período estão programadas 22, quase o mesmo número das que
foram realizadas em 2009 (um total de 29). A meta é chegar a mais
de 100 ao final de 2010, a fim de incentivar a colocação das micro e
pequenas empresas gaúchas no mercado.
Foto: Dudu Leal
EVENTO
O mês de março começou com a Rodada de Negócios da Festa da
Uva, Projeto Comprador Nacional, Internacional e Agroindústrias
Expodireto e Projeto Comprador Artesanato da Serra Gaúcha. Segue-se uma intensa programação, até junho, envolvendo as diferentes microrregiões gaúchas.
LOCAL Salão Gaúcho do Turismo
Caxias do Sul
Projeto Comprador
Móveis e Imóveis na Movelsul
Bento Gonçalves
Rodada de Negócios
Sabores do Rio Grande
Porto Alegre
Rodada de Negócios Guaíba
Guaíba
Rodada de Negócios
com a CIC
Cachoeirinha
Rodada de Negócios Exposol
Soledade
Rodada de Negócios Fenasoja
Santa Rosa
Projeto Comprador da Mostra
Gastronômica do Vale do Sinos
São Leopoldo
Rodada de Negócios
do Agronegócio
Osório
VII Projeto Comprador São Leopoldo
Seminário Orizícola do IRGA
Capivari do Sul
Rodada de Negócios FENNI
Ijuí
Rodada de Negócios
Pós-Colheita
Panambi
Rodada de Negócio
Frutas In Natura
Rosário do Sul
Projeto Comprador da
Indústria da Serra Gaúcha
Caxias do Sul
Rodada de Negócios - Pit Stop
Caxias do Sul
Rodada de Negócios
Sabores do Rio Grande
Pelotas
SEGMENTO
DATA
Turismo 20 de março
Indústria Moveleira
25 e 26 março
Frutas e vitivinicultura
Comércio
31 de março
9 de abril
Metalmecânico
Gemas e Joias
Indústria Metalmecânica
14 de abril
5 de maio
6 de maio
Gastronomia
14 de maio
Agroindústria
Metalmecânico
Arroz
Indústria Moveleira
15 de junho
17 e 18 junho
19 de maio
20 de maio
Metalmecânico
26 de maio
Frutas
Petróleo, Metalmecânico,
Plástico
Oficinas Mecânicas
28 de maio
Frutas
A confirmar
23 de junho
25 e 26 junho
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
29
Seminários de Crédito
Em 2010, a programação foi
condensada em dois meses
Orientação
para buscar
auxílio financeiro
O Sebrae não oferece crédito, mas facilita o acesso das micro e pequenas empresas às melhores
linhas de financiamento disponíveis no mercado.
A instituição trabalha, neste sentido, para criar um
canal de relacionamento
do empresário com as instituições financeiras.
Um dos instrumentos para efetuar esta
aproximação é o seminário de crédito,
que reúne empresários e representantes
de bancos em jornadas de um dia para
a divulgação de informações. Os empreendedores saem do evento sabendo
onde e como procurar os recursos necessários para melhorar a situação de
sua empresa.
Em 2010, o Sebrae/RS decidiu condensar a programação
do Seminário de Crédito em dois meses – março e maio.
Os locais foram escolhidos procurando contemplar as diferentes microrregiões de atuação da instituição. Até o final
do ano a meta é chegar ao número de atendimentos veri30
Revista Tempo de Agir | Março 2010
ficados em 2009, cerca de mil, envolvendo palestras
e rodadas. Participarão dos seminários as instituições
BNDES, BRDE, Caixa Econômica Federal, Banco do
Brasil, Bradesco, Sicredi, Banrisul, Caixa/RS e GarantiSerra.
Os participantes poderão, ainda, conhecer a atuação do Fampe – Fundo de Aval às Micro e Pequenas
Empresas, que viabiliza a concessão de avais complementares e facilita o acesso ao crédito para as micro
e pequenas empresas legalizadas. Com recursos financeiros próprios, o Fampe permite às empresas, através do aval do Sebrae, complementar as garantias aos
empréstimos que visem ao desenvolvimento de novos
empreendimentos ou ao aperfeiçoamento daqueles já
existentes. Uma das novidades, neste ano, será a realização de atendimentos do BNDES pelo posto de
informações da FIERGS.
DOS SEMINÁRIOS
PROGRAMAÇÃO
O gerente de Comércio e Serviços do Sebrae/RS, Rodrigo Farina Mello, afirma que o saldo destes seminários não é, necessariamente, a empresa sair com crédito já acertado. “Nosso objetivo é que o empresário
saia com informação. Como, por exemplo, saber que
é mais proveitoso tentar acessar uma linha de crédito
do que usar seu capital de giro para resolver alguma
pendência”. Muitas vezes, o participante acaba procurando, mais tarde, uma consultoria financeira do próprio Sebrae, pois percebe que precisa se capacitar em
alguns itens.
No ano passado, 18% dos participantes acessaram financiamento, o que foi constatado em pesquisa feita
após a conclusão dos seminários. Um dado importante
constatado foi que, do total, 97% se declararam melhor informados sobre as linhas de financiamento ou
melhor preparados para obtê-las no mercado.
O empresário Leandro Schafer, de
Gravataí, deu o seguinte depoimento ao final
do seminário realizado
naquela cidade, em setembro de 2009: “Pessoalmente, avançamos
em algumas tratativas
na busca de recursos
para um novo empreendimento na área de
entretenimento e gastronomia.” Schafer, que
já era proprietário de
uma ótica, conta que o
seminário de crédito lhe
“abriu as portas” para tirar do papel outro projeto, o do Arena Bar. Junto com
dois sócios, ele foi em busca de financiamento para
esse empreendimento de perfil diferenciado – mistura
de boliche, arte e gastronomia - e acabou conseguindo. Segundo o empresário, os cursos de planejamento
estratégico e viabilidade econômica feitos no Sebrae
também ajudaram nessa nova empreitada. Agora, ele
vai em busca de capacitação na parte de operação, pois
o novo negócio já está funcionando.
1º CICLO
2º CICLO
Rio Grande: 22/03 das 13h30 às 18h
Porto Alegre: 23/03 das 8h30 às 13h
Caxias do Sul: 24/03 das 8h30 às 13h
Lajeado: 25/03 das 8h às 12h30
Cachoeira do Sul: 26/03 das 8h30 às 13h
Erechim: 26/05 das 8h30 às 13h
Santo Ângelo: 27/05 das 8h30 às 13h
Santa Rosa: 28/05 das 8h30 às 13h
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
31
Feiras
Feiras nacionais
e internacionais
estimulam a
realização de
contatos e o
fechamento de
negócios
Para
APRENDER
e VENDER
P
essoas circulam ávidas por novidades e
empreendedores atrás do balcão aguardam ansiosos para realizar os primeiros
negócios. Em um intercâmbio comercial
permanente, as feiras democratizam as oportunidades, aproximando todos os tipos de fornecedores e clientes. Em uma era repleta de opções tecnológicas, o contato direto ainda é a melhor forma
de vender ou promover produtos e serviços. De
olho nessa filosofia e nos benefícios que ela traz,
o Sebrae/RS promove a Feira do Empreendedor e
a Mercopar - Feira de Subcontratação e Inovação
Industrial. Além disso, estimula e apoia a participação das micro e pequenas empresas em eventos
nacionais e internacionais.
Foto: Elias Eberhardt
32
Revista Tempo de Agir | Março 2010
>>
Realizada a cada dois anos, a
Feira do Empreendedor tem com objetivo oferecer informação, conhecimento e
oportunidades para o empreendedor decidir sobre a abertura de um negócio ou
melhorar ainda mais a sua empresa. Com
9 mil metros quadrados, 3,5 mil metros
a mais do que na edição anterior, a Feira
do Empreendedor de 2010 será realizada
entre os dias 9 e 12 de setembro, na FIERGS, em Porto Alegre. De acordo com a
gestora da feira no Sebrae/RS, Adriana
Hartmann Lewis, a expectativa é de receber, nos seus quatro dias de duração,
mais de 13 mil visitantes presenciais e 16
mil virtuais, que terão acesso ao evento
por meio do site do Sebrae/RS (www.
sebrae-rs.com.br). Paralelamente à feira,
em dois dias, será realizado o Fórum de
Empreendedorismo.
Na feira, os visitantes poderão participar
de oficinas, palestras e workshops. Além
disso, a edição deste ano contará com o
Espaço Empreendedor do Futuro, que deverá receber
1.100 crianças para usufruírem das atrações. Do interior
do Estado, estão sendo esperados 3.500 empreendedores que participarão da feira como integrantes de 90 missões empresariais.
Na edição anterior no Estado, o público presente à feira e às palestras oferecidas pelo Fórum de Empreendedorismo chegou à marca de 21.957 pessoas. Pelo site,
outras 15.929 pessoas também participaram da Feira do
Empreendedor. O blog e os vídeos registraram o acesso
de mais de três mil interessados em oportunidades de
negócios.
Desde 1995, a Feira do Empreendedor é realizada em
diferentes estados e regiões do País. O circuito de 2010
ocorrerá, a partir de maio, em 12 municípios brasileiros
(Belém, Joinville, Porto Velho, Campo Grande, Fortaleza, Aracajú, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Natal,
Boa Vista e São Paulo). Seu principal cliente é o visitante
que deseja empreender, abrir um negócio ou incrementar o que já possui. A feira busca estimular o espírito
empreendedor e inspirar o maior número de pessoas
a explorarem o seu potencial inovador e criativo para
transformar ideias em oportunidades de negócios.
Feira do Empreendedor
Data: 9 a 12 de setembro
Local: Fiergs
Horário: 14h às 21h
Expositores: 130
Foto: Elias Eberhardt
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
33
Foto: Claudio Bergman
Mercopar
Data: 19 a 22 de outubro
Local: Centro de Feiras e
Eventos Festa da Uva
Caxias do Sul
Horário: 14h às 21h
Mercopar,
DESAFIOS
AINDA
MAIORES
A Mercopar, maior feira de inovação e subcontratação industrial da América Latina, é outro
encontro empresarial de grande importância do
Sebrae/RS, em parceria com a Hannover Fairs
Sulamérica, empresa do grupo Deutsche Messe
AG. Em sua 19ª edição, a Mercopar será, mais
uma vez, grande cenário para a promoção de negócios entre empresas brasileiras e do exterior.
Realizada entre os dias 19 e 22 de outubro, em
Caxias do Sul, reunirá centenas de empresários
e profissionais que atuam junto aos setores de
automação industrial, borracha, eletroeletrônico,
metalmecânico, plástico e serviços industriais.
34
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Foto: Claudio Bergman
Na edição passada da feira, os resultados bateram
todos os recordes com relação a volume de
negócios (superior a R$ 57 milhões), número
de visitantes (31.900) e de expositores do Brasil,
África do Sul, Alemanha, Argentina, Índia e
China (573), além dos contatos encaminhados
pelos empresários.
Em 2010, os desafios são maiores, mas os
organizadores pretendem ultrapassar os
números de 2009, promovendo a maior feira
de todas as edições. Em abril a Mercopar 2010
será lançada internacionalmente durante a Feira
Industrial de Hannover, na Alemanha – maior
evento do mundo na área de tecnologia para o
setor produtivo.
Explorar as oportunidades do mercado internacional é a proposta do Sebrae/RS com o Programa de
Internacionalização que visa a apoiar a participação
de produtores rurais, micro e pequenas empresas
nas principais feiras internacionais dos setores de
agricultura, bebidas e alimentos, coureiro-calçadista, metalmecânico, madeira e móveis. Por meio de
chamada pública nº 01/2010, serão selecionadas,
durante todo o ano de 2010, MPEs interessadas
em fazer negócio e/ou prospectar contatos comerciais em 12 feiras e missões internacionais.
duas ações: consultoria individual focada em mercado
internacional e treinamento realizado em parceria com
o Banco do Brasil, que abrangerá operações de comércio exterior, totalmente adaptadas às micro e pequenas empresas. O grupo contará com apoio técnico do
Sebrae/RS durante a missão, e cada empresa receberá
uma agenda específica com base nos interesses detectados durante a consultoria individual.
“O mercado internacional é a melhor
oportunidade de estar próximo ao que
há de novo em cada atividade”, afirma o gerente da Indústria do Sebrae/
RS, Clóvis Masiero. As selecionadas
como expositoras receberão apoio
financeiro de 70% na compra do
espaço com montagem. Já as escolhidas para realizar
missão empresarial terão apoio financeiro de 50% no
pacote de viagem, que inclui passagens e hospedagem.
O gerente explica que “essa é uma ação do Programa de Internacionalização do Sebrae/RS que pretende
contribuir para a geração de novos negócios e para o
aumento do volume de exportações do Estado”.
Um mundo de
OPORTUNIDADES
Um dos primeiros destinos dos empreendedores
gaúchos será a Feira Industrial de Hannover, na
Alemanha, onde um grupo de 13 pequenas empresas participará da missão entre os dias 19 e 23 de
abril (quadro completo abaixo). Antes de embarcar, os empresários serão capacitados através de
FEIRAS INTERNACIONAIS
(chamada pública em andamento)
Setor
Feira/Missão Empresarial
Data
Local
Alimentos
Calçados
Sial
Micam
Chicago Shoe Expo
IFLS
EICI
17 a 21 de outubro
15 a 18 de setembro
1 e 2 de julho
3 a 6 de agosto
11 a 13 de maio
Paris, França
Milão, Itália
Chicago, USA
Bogotá, Colômbia
Bogotá, Colômbia
Canton Fair
Feira Industrial de Hannover
Saitex
28ª Feira Internacional de Bogotá
Expo Transporte
Salão de Móveis
Expomueble / Tecno Mueble
15 a 19 de outubro
19 a 23 de abril
25 a 27 de julho
4 a 8 de outubro
2 a 4 de setembro
14 a 18 de abril
19 a 22 de agosto
Guangzhou, China
Hannover, Alemanha
Johannesburg, África do Sul
Bogotá, Colômbia
Guadalajara, México
Milão, Itália
Guadalajara, México
Componentes,
máquinas e couro
Metalmecânico
Madeira e Móveis
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
35
Foto: Divulgação/Prefeitura de Não-Me-Toque
A Expodireto Cotrijal foi uma das
feiras que receberam incentivo
Estímulo aos
negócios
REGIONAIS
Incentivar os pequenos negócios a buscar novos espaços no mercado regional e, ao mesmo tempo, valorizar
as feiras de pequeno e médio porte sediadas no Rio
Grande do Sul. Com esse objetivo, o Sebrae/RS lançou no ano passado o primeiro edital para promotoras
de feiras, que resultou no credenciamento de 11 importantes eventos gaúchos e um total de 162 estandes
adquiridos pela entidade. “Os espaços estão sendo comercializados junto às MPEs interessadas com 50% de
desconto”, informa o gerente de Comércio e Serviços
do Sebrae/RS, Rodrigo Farina Mello. Para adquirir os
estandes basta acessar o site do Sebrae/RS (www.sebrae-rs.com.br) e fazer um pré-cadastramento. A partir
daí a entidade entra em contato com o empreendedor
e acerta os detalhes da documentação necessária. Antes, os expositores participarão de uma assessoria que
irá capacitá-los para participar de feiras. A primeira foi
a Expobutiá, que ocorreu de 19 a 21 de março, em São
Pedro do Butiá. (quadro completo ao lado).
36
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Neste ano, outro edital está aberto para o credenciamento de feiras em que o Sebrae/RS irá comprar
estandes e revendê-los com desconto para as MPEs.
“Estamos trabalhando dessa forma para ter certeza de
que o recurso do Sebrae/RS está, de fato, beneficiando as pequenas empresas”, reforça o gerente. Antes, a
entidade atuava com patrocínio para as feiras que, por
sua vez, comercializavam os estandes para as MPEs.
Por meio desse edital, as promotoras de feiras poderão
se credenciar durante todo o ano.
Na prática
A Expodireto Cotrijal, uma das principais feiras do
agronegócio no Brasil, é, tradicionalmente, destino
certo para muitos pequenos negócios gaúchos. Em
2010, o Sebrae/RS colocou 1,5 mil metros quadrados
à disposição de 31 MPEs do setor metalmecânico que
expuseram seus produtos. Além disso, promoveu rodadas de negócio internacional, nacional, e da agroindústria familiar.
Não basta
participar,
TEM
QUE SE
PREPARAR
Veja as feiras do Estado e
os estandes disponíveis
O empreendedor que pretende participar de uma feira
ou missão empresarial precisa se preparar para atingir
seus objetivos com êxito. Para isso, deve seguir seis dicas
úteis e práticas:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Planejar a participação no evento;
Dar atenção à apresentação pessoal;
Dar atenção especial à qualidade do atendimento ao visitante;
Planejar a programação visual do estande;
Preparar material promocional (cartões, folders, banners etc.)
Estabelecer metas de contatos a obter durante a feira.
FEIRAS REGIONAIS
Feira
Data
Local
Estandes
disponíveis Setor
Expobutiá
IV Festa do Aipim
e Expo Crizeiro
Vinotech
Feisa
Polfest
IX MIP
Fearg Fecis
Expofeira
Expovale
Expoativa
19 a 21 de março
8 a 11 de abril
São Pedro do Butiá
Cruzeiro do Sul
22
13
Multissetorial
Multissetorial
13 a 16 de abril
29 de abril a 02 de maio
27 a 30 de maio
28 a 30 de maio
24 de junho a 11 de julho
4 a 12 de outubro
12 a 21 de novembro
2 a 5 de dezembro
Bento Gonçalves
Sarandi
Guarani das Missões
Palmeira das Missões
Rio Grande
Pelotas
Lajeado
Pedro Osório
7
15
22
22
4
22
7
22
Multissetorial
Indústria moveleira e têxtil
Multissetorial
Indústria do município
Multissetorial
Multissetorial
Multissetorial
Multissetorial
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
37
Mercado externo
Terreno
cheio de exigências
Missão técnica
organizada pelo
Sebrae Nacional
observa o
tratamento
que as frutas
e as verduras
recebem em
países europeus
38
Revista Tempo de Agir | Março 2010
As micro e pequenas empresas brasileiras precisam
investir em preparo se quiserem atuar no mercado
europeu de frutas, que é muito exigente em logística,
legislação e qualidade (certificações). “Trata-se de um
mercado distante, complexo e competitivo, sem muita
margem para equívocos comerciais”. O alerta é do diretor Técnico do Sebrae/RS, Marco Antonio Kappel
Ribeiro. Em fevereiro, ele e o gerente de Agronegócios do Sebrae/RS, João Paulo Kessler, participaram
de missão técnica que tinha como objetivo levantar
informações sobre o mercado internacional de frutas
e aprofundar os conhecimentos sobre aspectos comerciais do setor na Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha.
Em Berlim, capital alemã, o foco da missão
foi a Fruit Logística, a mais importante feira europeia
do setor de frutas, de legumes e de produtos frescos
- a exposição contou com mais de 2.100 empresas de
mais de 70 países, ocupando 88 mil metros quadrados.
Um dos aspectos que chamaram a atenção de Kappel
e Kessler foi a diversidade de negócios, abrangendo
vários segmentos da cadeia: desde a apresentação de
frutas e verduras frescas, frutas secas, produtos orgânicos, tecnologia de embalagens, armazenagem, transporte e logística, software e marketing até educação.
Foto: Márcio Rosalem
Foto: Léa Lagares
A novidade nos supermercados da Europa é o Smoothie,
bebida energizante que combina sucos, sorvetes e iogurtes
Oferta de frutas em porções
individuais para facilitar a vida
do consumidor
Kappel Ribeiro explica que, circulando pela feira, foi
possível observar as tendências do setor, como o direcionamento para a maior acessibilidade dos produtos ao consumidor, com as frutas em embalagens que
têm alto grau de atratividade e em frações pessoais no
formato pronta-para-comer. “O uso de mix variado,
do jogo de cores com a utilização de diferentes frutas
cortadas em pedaços foi sistematicamente percebido”,
diz o diretor.
são visitaram empresas de processamento e distribuição de frutas de atuação mundial, observando também
a organização e o funcionamento de supermercados
e mercados. Na Grã-Bretanha, circularam pelo Spitalfields Market de Londres, maior centro de distribuição
de frutas, legumes e flores do país. Kessler afirma que
“visitas como as realizadas ao Centro de Distribuição
do Best Fresh Group em Poeldijk (Holanda) e à instalação de processamento e de envio aos supermercados
da Univeg em Spalding (Grã-Bretanha) forneceram a
Segundo Kessler, a feira permitiu uma visão do esforço
visão detalhada de diferentes graus de exigências quandos concorrentes do Brasil na área e a
do se trata de qualidade e dos procespercepção de determinadas estratégias
sos destes grupos”. O diretor Kappel
QUALQUER
e/ou práticas de mercado. “Da mescomplementa, afirmando que “qualma forma, possibilitou maior aproxiEMPRESA QUE quer empresa que acesse este mercamação com instituições internacionais
ACESSE ESTE do está pronta para atuar em qualquer
que trabalham com a avaliação cadasoutro”.
MERCADO
tral de empresas do setor, o que pode
ESTÁ PRONTA Afora isso, em termos de conceitos,
servir de suporte para a triagem das
PARA ATUAR
empresas importadoras, diminuindo
o mercado de orgânicos ainda está
EM
QUALQUER
o risco comercial”, acrescenta. Além
direcionado para nichos específicos
OUTRO
disso, ele observou que “a inovação
de consumidores e, em certa medida,
é uma constante no setor, em que o
é mais aceito quando está unido aos
Smoothie é a mais recente novidade no segmento de
padrões do Fair Trade (Comércio Justo). “Pelo que se
sucos, já fortemente comercializado nos supermercapode perceber, o Fair Trade é mais atuante no mercado
dos da Europa”.
inglês, principalmente com o café, e não com frutas
frescas, contrariando o que a equipe imaginava”, conta
Nos outros dois países europeus, os integrantes da miso gerente de Agronegócios do Sebrae/RS.
>>
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
39
>>
Foto: Léa Lagares
O embarque e
desembarque
de mercadorias
são constantes
em Roterdã, na
Holanda, que
tem conexão
com cerca de mil
portos do mundo
Kessler também observou que,
nos supermercados, o consumidor
é muito receptivo à maior presença
das frutas, frescas e desidratadas,
nas gôndolas. Os movimentos do
setor respondem a essa realidade
caminhando no sentido de ofertar
e inovar. Ele acrescenta que ficou
igualmente claro outro aspecto importante: mesmo sendo favorável
aos atuais conceitos de saúde, segurança alimentar e comércio justo, de maneira geral, o consumidor
europeu ainda não está pagando o
diferencial que estas certificações
acarretam às mercadorias. “Os
produtos orgânicos, por exemplo,
ainda são pouco competitivos nestes mercados e aparecem de forma
bastante tímida nos supermercados”, exemplifica.
Na Holanda os integrantes da missão também fizeram visita dirigida pelo porto de Roterdã, o que
incluiu um passeio de barco pela
área portuária, que se estende por
40 quilômetros e cobre 10 mil hectares. Roterdã faz parte de 500 linhas de tráfego de navios que se
40
Revista Tempo de Agir | Março 2010
conectam com cerca de outros mil
portos; seu ponto forte é a sua localização, que permite transporte
eficiente, econômico e rápido até o
coração da Europa. O movimento
é constante. As mercadorias vêm
de muitas partes do mundo e vão
para outras tantas, o que explica o
interesse de algumas multinacionais em manterem ali importantes
complexos industriais. O calado do
porto permite que os navios carreguem até 350 mil toneladas, onde
os maiores contêineres pesam em
torno de sete mil toneladas.
João Paulo Kessler acredita que o
fortalecimento de relações comerciais em novos mercados dentro
do Brasil pode servir como ótima
escola comercial para as micro e
pequenas empresas do País. Segundo Kessler, “o fomento para
uma maior participação em feiras
nacionais, assim como a constituição de uma agenda formal de
ações direcionadas à capacitação
empresarial são cuidados que os
agentes do Sebrae deverão priorizar para fortalecer os conhecimentos de mercado das MPE’s do setor de fruticultura”. Os integrantes
da missão técnica organizada pelo
Sebrae Nacional também constataram que “a forma de comercialização, via consignação dos produtos, não é a mais adequada, pois
mantém a responsabilidade e todo
o risco de perdas sobre o exportador”. Portanto, a possibilidade de
apoio oficial e de órgãos do setor
para melhorar esta situação deveria
ser avaliada e estudada.
A Missão Técnica aos países
europeus foi organizada pela
coordenadora de Fruticultura da
Gerência de Agronegócios do
Sebrae Nacional, Léa Lagares, e
pelo consultor de mercado Naji
Harb. Além do Rio Grande do
Sul outros 11 estados participaram da missão.
Desafio Sebrae 2010
Foto: Dudu Leal
Participação dos estudantes
universitários no jogo pode
ser assegurada pela internet
As inscrições
já começaram
Foi dada a largada para o grande jogo
virtual que todos os anos mobiliza milhares
de estudantes universitários brasileiros em
direção ao empreendedorismo. Já começou
o período de inscrições para o Desafio Sebrae.
A previsão do Sebrae Nacional é que 135 mil
estudantes participem da competição, o que
representa um aumento de 47% em relação
à edição anterior. No ano passado, quando
o Rio Grande do Sul foi representado por
9.380 alunos, duas equipes se classificaram
para a final nacional, em Brasília. Um
grupo era de alunos da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM) e o outro
era da Universidade do Vale do Rio dos
Sinos (Unisinos) e Faculdades Integradas
de Taquara (Faccat).
As inscrições para a edição deste ano podem
ser realizadas até 15 de abril, no site www.desafio.sebrae.com.br. Os participantes simularão
no jogo, em 3D, a administração ou gestão de
uma fábrica de brinquedos musicais. A competição será composta por cinco fases: classifica-
tória estadual (virtual); semifinal estadual (virtual); final
estadual (virtual); semifinal nacional (presencial) e final
nacional (presencial). As equipes devem ser formadas
por no mínimo três alunos e no máximo cinco. As etapas presenciais serão realizadas em Recife (PE). Como
prêmio, os vencedores ganham uma viagem internacional a um centro empreendedor e notebooks.
Reconhecido pelo caráter educacional, o Desafio Sebrae resulta de uma parceria entre o Sebrae Nacional e
o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e
Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A proposta é fornecer
aos acadêmicos, de forma lúdica, experiências práticas
importantes que ajudem a fomentar o empreendedorismo.
“Jovens entre 18 e 22 anos são a maioria dos participantes, representando mais de 60% dos inscritos. Neste
ano, investimos ainda mais na aproximação com esse
público, dando-lhes a chance de testar as ideias virtualmente”, adianta Carla Virgínia Lima, uma das coordenadoras nacionais do jogo virtual.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
41
Gestão
No centro do trabalho da
norte-americana Elinor Ostrom, Prêmio Nobel de Economia de 2009, está a ideia
de que a cooperação pode
resultar em proveito econômico para toda uma comunidade, sem a necessidade
de intervenção do Estado ou
da iniciativa privada. Como
alternativa, a professora da
Universidade de Indiana
(Estados Unidos) contrapõe a gestão compartilhada
como válida para uma série
de recursos naturais finitos. Entre eles, pastagens,
florestas, lagos, bacias de
águas subterrâneas e reservas de peixes, que podem
ser administrados como
propriedades comuns.
Em tempos de grave
crise do capitalismo financeiro, a concessão do Nobel de
Economia de 2009 foi na contramão da corrente principal e
distinguiu dois representantes
do pensamento que vai além
da teoria dos mercados. Tanto a “economista política”
Elinor Ostrom como Oliver Williamson (da Universidade da Califórnia-Berkeley), com quem dividiu o Prêmio, pregam novas formas de governança econômica.
Foto: stockholmresilience
Tese da professora
da Universidade
de Indiana, EUA,
vai ao encontro
das preocupações
mundiais com o
meio ambiente
42
Revista Tempo de Agir | Março 2010
O trabalho da professora e cientista política – a primeira mulher a receber o Nobel de Economia - vai ao
encontro das atuais preocupações mundiais com aquecimento global, meio ambiente e sustentabilidade. Segundo ela, quando existe boa governança, definição de
regras e previsão de sanções, a administração de bens
naturais baseada na cooperação entre as comunidades
tem chances de sucesso. Como exemplo, ela cita o caso
dos pescadores de lagosta do Maine, EUA, que se uniram para regular informalmente a pesca do crustáceo,
a fim de não dizimar os estoques pela superexploração
- e acabaram conseguindo melhores resultados em sua
atividade econômica.
Paralelo com o Brasil
As ideias de Elinor Ostrom podem encontrar um paralelo no
Sul do Brasil no abrangente projeto Carne do Pampa Gaúcho,
no qual o Sebrae/RS é parceiro ao oferecer acompanhamento
técnico-gerencial nas fases de produção, indústria e comercialização. O foco desse projeto é a carne certificada proveniente
de parte de 11 municípios da Metade Sul. A carne bovina com
o selo Pampa Gaúcho tem indicação geográfica concedida
pelo INPI- Instituto Nacional de Proteção Industrial e prevê
uma produção vinculada à proteção ambiental.
A ação de uma aliança de organizações
com um objetivo comum converge, no
Estado, para a Apropampa. A associação de produtores da carne do Pampa
Gaúcho, com sede em Bagé, tem 58 integrantes, faz as ligações com as demais
entidades e, além do seu foco de ação,
gerencia a concessão do selo de indicação geográfica para a carne. Para isso, verifica se estão sendo cumpridos
os diversos requisitos, como os
referentes à raça, à alimentação
QUANDO EXISTE
e à idade do animal. Os próprios
BOA GOVERNANÇA,
criadores ajudaram a elaborar os
DEFINIÇÃO DE
estatutos com os requisitos.
Foto: Elias Eberhardt
A manutenção do pasto nativo
é garantida por se tratar de uma
das exigências para a alimentação
do gado. Esse tipo de cuidado
com o bioma contribui, inclusiREGRAS E PREVISÃO
ve, para a preservação das espéDE SANÇÕES, A
cies de pássaros que fazem seus
A partir da Carne do Pampa,
ADMINISTRAÇÃO
ninhos na região. Fator que deso caminho está aberto a
DE
BENS
NATURAIS
pertou o interesse da BirdLife
ramificações, segundo o gerente
International, uma parceria mundo Agronegócio do Sebrae/RS,
BASEADA NA
dial de organizações de proteção
COOPERAÇÃO ENTRE João Paulo Kessler. Tanto que
de aves. A ligação da Bird com os AS COMUNIDADES TEM foram criadas redes de referência
gaúchos foi viabilizada através da
CHANCES DE SUCESSO para levar este conceito a outras
Alianza del Pastizal, formada por
regiões gaúchas. Oito unidades
organizações do Brasil, Argentiestão desenvolvendo projetosna, Uruguai e Paraguai, que lutam pela preservação do bioma
piloto na bovinocultura de corte, sob
Pampa, comum aos quatro países. É uma boa oportunidade
a supervisão do Sebrae. A intenção é
para tentar assegurar a permanência da ema - a maior ave das
expandir a preocupação ambiental, com
Américas -, do canário-do-campo e do sabiá-do-banhado, enagregação de valor econômico, a partir
tre outras espécies que povoam nossos campos.
da produção monitorada.
Projeto de bovinocultura de corte no Rio Grande do Sul,
que inclui a Carne do Pampa Gaúcho, contribui para a
preservação dos campos nativos
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
43
Agroindústria
A família no
comando
Com o objetivo de aumentar a renda dos
agricultores e diversificar a produção, o
projeto Desenvolver a Agroindústria no
Planalto e Norte, iniciativa do Sebrae/RS,
estimula a criação de agroindústrias familiares no município de Não-Me-Toque,
distante 282 Km de Porto Alegre. A caçula
Cooperativa Delícias da Colônia está em
funcionamento desde janeiro, na sede da
Foto: Divulgação/Prefeitura de Não-Me-Toque
antiga escola municipal da cidade.
Doze famílias reúnem suas produções
de ovos, conversas, verduras, frutas e
diversos produtos coloniais
44
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Em Não-Me-Toque a
união de esforços coloca
a produção diversificada
em evidência
As doze famílias que compõem a cooperativa
oferecem uma gama de produtos, incluindo ovos in natura,
conservas, verduras, morango, e uma novidade, a conserva
do broto de bambu, semelhante ao palmito. Joel Fries, presidente da cooperativa, conta que o projeto da agroindústria surgiu há três anos. “Alguns vizinhos, minha família e
eu nos reunimos, e chegamos à conclusão de que seria muito mais proveitoso fazermos uma única agroindústria bem
diversificada do que várias menores. Dessa forma, teremos
mais força, mais representatividade”. O associativismo resulta no que Fries considera como fundamental: “temos
sempre que diversificar a produção”.
De acordo com Nilson Valdir Kilpp, gestor do projeto, “todas as famílias já trabalhavam informalmente em pequenas
propriedades, mas o trabalho associado mudou a realidade
de cada uma, e os resultados estão sendo muito positivos”.
A ação estimula a formalização das atividades agrícolas e,
assim, os produtores podem acessar novos mercados. Entre os segmentos desenvolvidos estão os embutidos, flores,
fruticultura, derivados de cana-de-açúcar e leite, panificação, ovos e vinhos.
A Cooperativa Delícias da Colônia foi instalada no prédio de uma antiga escola do município, reformado com recursos da prefeitura. O
secretário municipal de Desenvolvimento, Jair
Kilpp, afirma que “a criação de agroindústrias é
importante tanto para o município quanto para
os produtores. Primeiro, porque agregam renda
para a produção; segundo, porque estão gerando
empregos”. Neste processo, o secretário avalia
que “a agroindustrialização fornece ainda mais
qualidade para os produtos”. Em 2010 deverão
ser inauguradas quatro agroindústrias no município.
Joel Fries estima que “nos próximos meses a cooperativa vai produzir entre 600 e 700 quilos de
salame, que é o seu carro-chefe. Para os outros
produtos ainda não há estimativa definida. Ele
acrescenta que o grupo tem se reunido para planejar ações e definir as metas do novo negócio.
Projetos
O gestor Nilson Valdir Kilpp destaca que estão
em planejamento ações para desenvolver o turismo do agronegócio na região. “A ideia é criar um
roteiro turístico a partir desse trabalho, desenvolvendo boas práticas em serviços de alimentação e outras modalidades. Um exemplo seria o
dos empreendedores de alambiques, que podem
atender a turistas para o almoço; outros empreendimentos têm condições de servir café colonial; e produtores de leite podem abrir as porteiras de suas propriedades para que os visitantes
conheçam o processo”, antecipa.
>>
CHEGAMOS À CONCLUSÃO DE QUE SERIA MUITO MAIS
PROVEITOSO FAZERMOS UMA ÚNICA AGROINDÚSTRIA
BEM DIVERSIFICADA DO QUE VÁRIAS MENORES
Joel Fries | presidente da cooperativa
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
45
Cresce o número de agroindústrias em
Não-Me-Toque, cidade onde se destacam
a produção de soja e a indústria de
implementos agrícolas
Foto: Sebrae/RS
Cenário da região
A região se caracteriza pela produção agropecuária, principalmente a soja, e pelo desenvolvimento
tecnológico da indústria de implementos agrícolas.
Mas são as pequenas propriedades rurais que dão
vigor à economia do Alto Jacuí. Há cerca de 13,5
mil propriedades rurais, sendo que 10,5 mil destas
são consideradas pequenas - com menos de 50 hectares - e desde 2008 o Sebrae/RS desenvolve projetos em benefício dos produtores rurais locais.
Segundo Kilpp, o trabalho já estimulou a criação
de nove agroindústrias na região, através de capacitações, cursos e consultorias individuais. “O destaque cabe a Não-Me-Toque, cidade em que não
existiam empresas deste segmento formalizadas e,
neste curto espaço de tempo, já contabiliza oito.
Representa uma nova realidade e um avanço socioeconômico para o município”, ressalta o gestor.
Os empreendedores agrícolas, em sua maior parte
localizados nos municípios de Não-Me-Toque, Tio
Hugo, Quinze de Novembro, Carazinho, Ibirubá,
Mormaço e Tapera não têm custos para participar
das iniciativas. Em 2010, 140 produtores deverão
ser contemplados por meio de recursos aportados
pelo Sebrae/RS e apoiadores: prefeituras municipais, Emater, sindicatos rurais e de trabalhadores e
cooperativas.
46
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Herança
modernizada
Plano é aumentar gradativamente
a produção de salame misto
e linguicinha
Outro exemplo que vem do município é a agroindústria Embutidos Savadinschy. Quando os avós
de Vilson Savadinschy começaram a fazer salames e linguiças, há 60 anos, em Não-Me-Toque,
provavelmente não imaginavam que a habilidade
culinária para complementar a renda da lavoura
fosse transformada em atividade empresarial pelos netos. A tradição familiar em produzir embutidos de carne bovina e suína se desenvolveu entre as gerações e, modernizada por capacitações
técnicas, aprendizados de gestão e boas práticas
de produção, deu origem à agroindústria.
Na propriedade onde vivem os pais de Savadinschy e a sua mulher, mais o irmão Lauri com sua
esposa, foi construído um prédio de alvenaria em
que estão instalados os equipamentos necessários. A cultura aprendida com os antepassados se
transformou em uma empresa legalizada, funcio-
Vilson Savadinschy | Empresário
nando de acordo com as normas fiscais, de higiene e
de segurança alimentar. “Quem sabe, se o negócio dá
certo, os filhos voltam para cá e trabalham com a gente”, diz Vilson. Sócios no negócio, o produtor rural e
Lauri têm, cada um, dois filhos adultos que, por falta
de perspectivas de vida melhor na região, foram morar
na cidade.
Localizado próximo às margens da BR-142, o empreendimento começou a funcionar em novembro de
2009. O plano é de aumentar gradativamente a produção, que atualmente é de 800 quilos mensais, entre
salame misto (preenchido por 60% de carne suína e
40% de bovina) e linguicinha. Vilson lembra que “desde guri faço isso, com o vô e a vó”. E acrescenta que
“nossos produtos já são muito consumidos na cidade,
mas ter uma empresa registrada e um ponto de referência aumentará bastante as vendas, principalmente
entre os demais municípios da região”.
Foto: Divulgação/Prefeitura de Não-Me-Toque
Empreendimento da família Savadinschy está localizado próximo
às margens da BR-142 em Não-Me-Toque. São produzidos
mensalmente 800 quilos de salame misto e linguicinha
Semente competitiva
Há aproximadamente dois anos, os Savadinschy recebem orientações e apoio do Sebrae/RS. O gestor da
instituição avalia que, com empresas formalizadas, a
atividade rural se torna mais viável entre os agricultores. “Eles têm se especializado e umas das conquistas
mais importantes foi mostrar para todos que é possível
profissionalizar-se, deixar de ser fornecedor e ingressar no mercado com venda direta”, explica Kilpp.
A agroindústria JL Sprandel, também de Não-Me-Toque, está entre aquelas que já comemoram crescimento. O ponto de fabricação de embutidos e beneficiamento de carnes bovinas foi inaugurado em 2008 na
propriedade rural. No final do ano passado, a família
ingressou com um ponto de vendas também na área
urbana, contratando nove funcionários para comercializar os cortes de carnes e os produtos fabricados.
Foto: Divulgação/Prefeitura de Não-Me-Toque
NOSSOS PRODUTOS
JÁ SÃO MUITO
CONSUMIDOS NA
CIDADE, MAS TER UMA
EMPRESA REGISTRADA
E UM PONTO
DE REFERÊNCIA
AUMENTARÁ BASTANTE
AS VENDAS
Agroindústria familiar de Não-Me-Toque inaugurada em 2008
prosperou e já contrata funcionários para aumentar a comercialização
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
47
Na Páscoa
H
ouve tempo em que as
sementes de cacau, de
tão valorizadas, viraram
moeda corrente. Eram
negociadas pelo explorador espanhol Fernão Cortez, por volta de
1519, em troca de ouro das civilizações maia e asteca. Décadas
depois, o consumo das favas em
receita de bebida foi autorizado
na Europa. A permissão foi concedida pelo Papa Pio V, em 1569,
para suportar o jejum religioso,
dando início à democratização da
degustação do chocolate.
Para
rezando
48
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Cada vez mais apreciado na culinária, no século XVIII os confeiteiros franceses passaram a substituir
ovos cozidos e pintados a mão pelos de chocolate e, de lá
para cá, este tem sido o ingrediente principal da gastronomia na celebração da Páscoa. Para a festa cristã em 2010, a
Chocólatras sugere uma receita simples de fazer, mas sofisticada para o paladar. A microempresa faz parte do Polo de
Gastronomia na Região Metropolitana, projeto impulsionado pelo Sebrae/RS, juntamente com o Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul (Senai/
RS), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac/RS), e o Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa).
O objetivo do Polo de Gastronomia na Região Metropolitana é ampliar o faturamento e garantir a segurança alimentar na produção de alimentos através da profissionalização da gestão e da qualificação da mão de obra de micro
e pequenas empresas como restaurantes, bares, lancherias
e cafeterias de Porto Alegre. A proprietária da Chocólatras,
Sony Monteiro, combina as misturas clássicas e ecléticas de
suas receitas com as ações da iniciativa para a profissionalização da gestão do seu negócio. Sob sua chancela estão seis
colaboradores para 40 tipos de produtos e 50 tipos de docinhos para festas. Ela afirma
que “a participação no projeto facilita o acesso ao tipo
de conhecimento necessário
para organizar e planejar a
Chocólatras”.
A gestora do Polo de Gastronomia na Região Metropolitana, Katia Gisele de Souza, explica que o projeto é realizado desde outubro de 2007 e continua aberto a novas
adesões. Até o momento, 100 MPEs recebem atendimento,
divididas em dois grupos, para o desenvolvimento de ações
específicas no decorrer do ano. O primeiro reúne 20 pequenos negócios. “Para estes em estágios avançados, estamos preparando um conjunto de ações mais desafiadoras,
com treinamento em excelência em serviços e a realização
de um festival gastronômico no verão de 2011”, adianta a
gestora. Já o segundo grupo, composto por MPEs mais
novas no projeto, as ações contemplam a implantação de
indicadores de gestão, treinamentos básicos e o desenvolvimento de habilidades e pensamento estratégico por meio
do Programa de Desenvolvimento de Líderes.
Chocólatras
Av. Nova Iorque, 181, Bairro Auxiliadora
(51) 3337 7118 - www.chocolatras.com.br
Receita | Bolo Gelado de Páscoa
Foto: Dudu Leal
Ingredientes
200 gramas de chocolate ao leite
100 gramas de manteiga
1 colher de sopa de glucose de milho
100 gramas de biscoito tipo maria em pedaços
50 gramas de cereja ao maraschino em pedaços
50 gramas de passas sem caroço
50 gramas de marshmallow em pedaços
Modo de preparo:
Derreta o chocolate, a manteiga e a glucose de
milho no forno micro-ondas, por 2 a 3 min,
em temperatura baixa, ou no fogão, em banhomaria. Após, acrescente na mistura os biscoitos,
as cerejas e o marshmallow em pedaços e, por
último, as passas sem caroço. Coloque em uma
forma de silicone ou então em uma forma forrada
com filme plástico ou papel alumínio. Deixe gelar
por três horas, desenforme e decore com ovinhos,
coelhinhos e cenourinhas de chocolate.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
49
Perguntas e Respostas
Qual é a importância da
elaboração de um planejamento
estratégico de negócios?
O empreendedor precisa perceber que o planejamento estratégico de negócio é mais que um local
destinado à inserção de dados. É uma ferramenta
que oferece a confiabilidade necessária nas informações colhidas, para assim serem realizadas as interpretações corretas das análises financeiras e do
mercado.
O planejamento de negócios contém um cronograma lógico e prático que possibilita ao empreendedor
a inserção dos mais diversos dados sobre o futuro
negócio. Trata-se, portanto, do primeiro contato do empreendedor com o universo empresarial,
proporcionando-lhe a
oportunidade de conhecer o próprio empreendimento, como também
os mercados (fornecedores, consumidores e
concorrentes) com os
quais irá se relacionar.
escoamento das mercadorias para os locais de
destino, caso seja indústria. Veja se há serviços de
transporte público para clientes e empregados, facilidade de acesso para carros, estacionamento de
veículos, local para carga e descarga de mercadorias. Se o imóvel possui força elétrica que atende às
necessidades da atividade, se há incidência de enchentes no local e na região.
Lembre-se que qualquer reforma a fim de adaptar
o imóvel para a atividade pretendida dependerá de
autorização expressa do proprietário e, normalmente, da aprovação do projeto pela Prefeitura Municipal. Lá, você também deve verificar se o imóvel
possui HABITE-SE, se as atividades a serem desenvolvidas no local respeitam a lei de zoneamento
da cidade, se os impostos que recaem
sobre o imóvel estão em dia (IPTU,
IRT) e a legislação
municipal que trata da instalação de
anúncios.
O que é preciso
SABER
Qual é o procedimento para
se alugar um imóvel para a
empresa?
A escolha de um bom ponto comercial é fundamental para o sucesso do seu negócio. Inicialmente, faça um bom planejamento do seu futuro empreendimento para saber que tipo de imóvel será
necessário para a sua atividade. Negocie o valor
do aluguel, data de pagamento, prazo de locação e
demais cláusulas com o locador, na forma e condições compatíveis com o empreendimento, considerando o tempo de retorno do investimento.
Para a escolha do imóvel, verifique se o local do
ponto comercial atinge o público desejado – em
caso de comércio ou serviços – ou se favorece o
É preciso verificar
também, junto aos
órgãos Estadual e Municipal do Meio Ambiente e
de Controle de Atividades Poluentes, a possibilidade de se estabelecer na localidade. É importante ressaltar que as atividades relacionadas à saúde,
tais como: bares, restaurantes, farmácias etc., dependem de alvará da Vigilância Sanitária Estadual e
Municipal. Verifique, ainda, as exigências do Corpo
de Bombeiro.
É importante lembrar-se do Alvará de Funcionamento, documento que autoriza o exercício de uma
atividade. Nenhum imóvel poderá ser ocupado ou
utilizado para instalação e funcionamento de usos
não residenciais sem prévia emissão, pela Prefeitura, da licença correspondente. Fique atento, a licença de funcionamento deverá estar afixada em local
visível ao público.
Fonte: cartilha As 40 perguntas mais frequentes dos empresários - Sebrae/SP
50
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Sebrae na Praia
Foto: Dudu Leal
Temporada
PROVEITOSA
Resultados mostram que levar o empreendedorismo
ao Litoral durante o veraneio foi uma ideia muito boa
>>
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
51
N
a temporada do verão de 2010, o Sebrae/RS
deu início a um projeto desenvolvido à beira
da praia para levar informações, palestras
e assessoria especializada a empresários
e candidatos a empresários de pequenos negócios.
Durante os meses de janeiro e fevereiro, o Sebrae na
Praia movimentou os balneários
de Capão da Canoa, Tramandaí,
Torres e Pinhal (no Litoral Norte),
além de Tapes, São Lourenço do
Sul, Laranjal e Cassino (no Litoral
Sul). O saldo final foi positivo,
com cerca de 20 mil atendimentos
durante a ação, que contou com o
patrocínio do Banco do Brasil e da
Caixa Econômica Federal e apoio
dos municípios contemplados.
Atendimentos levaram em conta a
grande circulação de veranistas nos
balneários em janeiro e fevereiro
A concepção do projeto levou
em conta a circulação de mais de dois
milhões de pessoas no Litoral gaúcho
entre os meses de dezembro e março
- turistas de todas as partes do Estado.
No meio desse contingente, a instituição deu visibilidade ao seu trabalho, com reforço da marca, instalando
estruturas itinerantes na areia, com a
oferta de diversos serviços.
O gerente do projeto no Litoral Norte, André Blos, conclui
que “conseguimos mostrar, no mês de janeiro, o que faz
o Sebrae/RS para pessoas de todos os cantos do Estado,
muitas da quais ainda não tinham contato direto com a instituição”. Ele define como surpreendente o interesse pela
qualificação e busca de informações. “Mesmo em época de
descanso, as pessoas mostraram-se empenhadas em aproveitar a chance de aprimorar seus conhecimentos. Somente
nas atividades de capacitações tivemos aproximadamente
400 inscritos, o que superou nossas projeções”, afirma.
“Foi um trabalho pioneiro em que foi possível atender aos
negócios na beira da praia e, além disso, motivar a geração
de futuras demandas em nossas unidades”, constata a gerente da Regional Sul, Rosâni Boeira Ribeiro, destacando
a grande procura que houve pelas oficinas de planos de
negócios nas atividades realizadas em fevereiro.
52
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Fotos: Dudu Leal
Litoral
Litoral
3.683
1.249
330
260
53
8
8.404
1.087
454
265
121
21
Norte
Registros de Pessoas Físicas
Registros de Pessoas Jurídicas
Assessorias especializadas
Participantes nas palestras
Participantes nas oficinas Plano de Negócio
Registros como Empreendedor Individual (EI)
Sul
Na hora certa
No Litoral Sul do Estado, a ação
começou em Tapes
Em mais de 20 anos como veranista em Tapes, esta foi
a primeira vez que o profissional da Educação Física
Evandro Mottin, 34 anos, foi para a sala de aula em
pleno fevereiro. Quando viu a estrutura do projeto Sebrae na Praia sendo montada, pensou apenas em esclarecer dúvidas, mas, depois de participar de uma oficina
e duas palestras, adquiriu o conhecimento e a motivação que podem ser decisivos para transformar em ação
o seu maior objetivo: abrir um negócio próprio.
“Quero ser proprietário de uma academia de ginástica. Entendo de esportes e de desenvolvimento físico,
mas tenho pouca noção sobre o que é necessário para
formalizar e gerir uma empresa”, afirma o candidato a
empresário, morador de Montenegro. Mottin e a irmã,
que é secretária, decidiram utilizar o tempo de descanso no balneário também para aprender e participaram
da Oficina Elaborando um Plano de Negócio e das
palestras Motivação: um diferencial competitivo e Gerenciando um fluxo de caixa com eficiência.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
53
PRECISAVA ME CAPACITAR,
CONVERSAR COM TÉCNICOS
ESPECIALIZADOS NA
ÁREA PARA ENTENDER
MAIS E CONCRETIZAR OS
MEUS PLANOS DE FORMA
SEGURA. FAZER ISSO
NESTE PERÍODO DE
TRANQUILIDADE FOI MUITO
PRODUTIVO
Evandro Mottin acredita que usou bem o seu tempo. “Foi muito proveitoso, porque, além das aulas,
pude conversar com os palestrantes individualmente.
Percebi o quanto planejar, prever riscos financeiros, pesquisar mercado
e profissionalizar a atividade desde o
início são itens importantes para que
um negócio dê certo”. A partir das
orientações que recebeu sente-se mais
preparado para realizar o investimento previsto. “Agora estou pesquisando possíveis pontos para a academia.
Levo em consideração os valores dos
aluguéis, a localização e a estrutura que
os locais têm”, explica.
Para ele, a proposta do Sebrae/RS
chegou na hora e no lugar certos. “Já
conhecia a instituição em Montenegro,
mas meus horários de trabalho não me
permitiam fazer os cursos oferecidos”,
conta. E acrescenta que “precisava me
capacitar, conversar com técnicos especializados na área para entender
mais e concretizar os meus planos de
forma segura. Fazer isso neste período
de tranquilidade foi muito produtivo”.
Fotos: Dudu Leal
54
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Expectativa
realizada
Danilson Cerdeira só estava esperando que a unidade
itinerante do Sebrae/RS fosse instalada em Tramandaí
para iniciar 2010 dando um passo que marcará a sua
história. No dia 15 de janeiro, ele se formalizou como
Empreendedor Individual (EI), registrando a empresa
Ki-Amor Fashion. Agora, ele e a esposa trabalham de
forma regular em uma banca no centro do balneário,
vendendo sapatos e bolsas.
Antes mesmo do verão, em outubro, Cerdeira
abriu um pequeno estande na avenida central de
Tramandaí. Realizado o sonho, teria que regularizar tudo para “trabalhar e receber os fiscais
bem tranquilo”. Como já tinha informações sobre o EI, providenciou os documentos necessários e buscou o auxílio que lhe faltava. “Com
o técnico do Sebrae/RS, em menos de 40 minutos, mudei para melhor minha situação. Encaminhei os papéis para finalizar o processo na
Junta Comercial e hoje posso dizer que tenho
um negócio”, orgulha-se.
A banca Ki-Amor Fashion tem dez modelos de
bolsas e vende 100 tipos diferentes de calçados,
com destaque para tamancos e rasteirinhas, que
custam entre R$ 15,00 e R$ 30,00. Nos primeiros
dias da alta temporada, registrou 80 atendimentos e vendas de aproximadamente R$ 150,00 ao
dia. “Temos a proposta de continuar aqui no Litoral Norte e gostaríamos de ficar, pois Tramandaí é uma cidade que recebe um bom número
de turistas ao longo de todo o ano, mas tudo vai
depender das vendas do verão”, explica o novo
empresário.
Danilson Cerdeira conseguiu,
finalmente, a formalização como
Empreendedor Individual
Além dos benefícios da Previdência Social, ele
credita outras vantagens do EI. “Com uma empresa registrada e CNPJ, terei condições mais facilitadas para abrir conta-corrente em um banco
e acessar financiamentos ou ter capital de giro”,
diz. Ele vê a chance de, a partir de agora, unir
trabalho e lazer. “No verão, o movimento maior
na banca é à noite; em outros horários, sempre
consigo dar uma escapadinha até a praia”.
Foto: Sebrae/RS
“Desde agosto do ano passado, quando fiquei sabendo
do programa EI, quis fazer o registro, mas entrei no
site da internet, encontrei dificuldades e acabei desistindo. Quando li em um folder que o Sebrae estaria em
Tramandaí vi que era a oportunidade de concretizar o
meu objetivo”, conta Cerdeira. O empreendedor, de
40 anos, é de São Leopoldo e trabalha há oito anos por
conta própria, junto com a esposa. “Vendíamos artesanato, mas, há pouco mais de um ano, mudamos para
calçados e bolsas por ser mais rentável. Vendíamos de
porta em porta”, conta.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
55
Costa Doce
Patrimônio
arquitetônico
enriquece o
turismo
Quatro municípios
da região, com
forte presença
histórica, ganham
roteiros formatados
pelo Sebrae/RS
56
Revista Tempo de Agir | Março 2010
Teatro Esperança, bem tombado pelo Estado,
é um dos destaques em Jaguarão
>>
Detalhe do prédio do Clube
Caixeiral, em Pelotas, onde
os reflexos da prosperidade
deixaram marcas
A Costa Doce, que se estende pelo extremo Sul do Brasil, deve o seu nome ao maior
complexo lagunar da América Latina, que, formado pelas lagoas dos Patos, Mangueira e Mirim,
engloba também municípios da orla marítima. As
possibilidades de lazer nessa bela região do Rio
Grande do Sul se enquadram nos mais diferentes
objetivos: turismo cultural, rural, sol e praia, náutico, esporte e aventura.
Para aumentar o aproveitamento de suas potencialidades, o Sebrae/RS está lançando os Roteiros de Arquitetura da Costa Doce, projeto viabilizado a partir
de convênios firmados com as prefeituras municipais
de Rio Grande, Pelotas, Piratini e Jaguarão. A Agência
de Desenvolvimento (AD) do Turismo da Costa Doce
também é parceira nessa iniciativa.
Além de fazer o trabalho de pesquisa e formatar os
roteiros, por meio da contratação de três consultores
especialistas em arquitetura, o Sebrae vai qualificar os
guias de turismo da região, para que eles possam informar os visitantes sobre as atrações de cada local.
A intenção é que a programação seja comercializada
pelas agências e operadoras de turismo. Com isso, a
instituição busca aumentar o fluxo de turistas para esta
parte da Metade Sul e, assim, gerar renda para as micro
e pequenas empresas locais - já atendidas pelos projetos Hospitalidade na Costa Doce, Turismo Cultural,
Sabores da Costa Doce e Artesanato do Mar de Dentro. Esses projetos do Sebrae já vêm qualificando as
empresas para que possam melhor atender nos diferentes segmentos.
A visitação aos centros históricos - incluindo prédios
públicos e privados - é o foco da programação dos Roteiros, que poderá ser desenvolvida em cada cidade se-
Fotos: Mario Pferscher/Sebrae/RS
paradamente. Nem todas as construções incluídas nos
trajetos são tombadas; algumas estão em bom estado,
outras, nem tanto. Em Pelotas, por exemplo, o Centro
Histórico está sendo restaurado pelo Programa Monumenta, do governo federal. Em Jaguarão, o prédio
do Teatro Esperança, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE), deve
passar por reforma. Segundo dados do site do IPHAE,
o teatro, “construído de 1887 a 1897, recebeu grandes
companhias nacionais e estrangeiras, que faziam o roteiro Rio-Montevidéu; na década de 50 sofreu reformas para que fosse utilizado como cinema, assim foi
parcialmente descaracterizado”.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
57
Em Piratini, segundo o IPHAE, também tombada, a
Casa de Camarinha teria sido o primeiro prédio edificado
na povoação (aproximadamente em 1789); a camarinha, propriamente, um pequeno torreão engastado na cobertura, foi
construída posteriormente. O prédio de alvenaria de dois andares
representando a arquitetura colonial portuguesa está parcialmente
restaurado e abriga a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Como parte desse novo projeto, o Sebrae/RS está editando o guia
de turismo Roteiros de Arquitetura da Costa Doce - Rio Grande do
Sul (dos autores Ceres Storchi, Luiz Antonio Custódio e Vlademir
Roman), com fotos de Mario Pferscher e design gráfico da Trama Design. A publicação, com ilustrações detalhadas, percorre os caminhos
do passado rio-grandense, mostrando os destaques arquitetônicos nos
quatro municípios.
No entorno da Lagoa
dos Patos, no Sul
do Estado, surgem
novas possibilidades
turísticas em Piratini,
Jaguarão, Pelotas e
Rio Grande
58
Revista Tempo de Agir | Março 2010
O livro aborda Rio Grande, Pelotas, Piratini e Jaguarão, cidades com
forte tradição política, econômica e cultural no Estado. No caso de
Piratini (primeira capital farroupilha), nota-se a forte presença lusobrasileira em suas edificações, enquanto nos outros três municípios
a maior influência é da arquitetura eclética. Em todos, observa-se a
presença de lojas maçônicas, o que atesta a influência da maçonaria
no Sul.
A ideia de desenvolver os Roteiros começou por Jaguarão, o primeiro
desse grupo de municípios a promover visitações a pontos de interesse.
A cidade fronteiriça (com Rio Branco, no Uruguai) tem um dos maiores
patrimônios edificados do Estado, com cerca de 800 imóveis catalogados para fins de preservação. Conhecida como a Cidade das Belas Portas, ostenta casas do século XIX que chamam a atenção dos visitantes.
Com início em 2005, um grupo de consultores do Sebrae foi a Jaguarão, identificou os prédios, treinou os
guias de turismo locais e produziu um roteiro de arquitetura para orientar a visitação. A partir daí foram
realizadas quatro edições do seminário Arquitetura de
Jaguarão - Ecletismo no Sul, uma iniciativa do Sebrae
e parceiros que contou com palestrantes internacionais. A programação levou à cidade estudantes de faculdades de Arquitetura que visitaram pontos como o
Museu Carlos Barbosa (a casa onde o político residiu),
a ponte internacional Barão de Mauá e a Enfermaria
Militar.
Agora, o trabalho do Sebrae se ampliou e, além de Jaguarão, três outras cidades vão ganhar seus Roteiros de
Arquitetura. Os circuitos podem ser feitos a pé, inclusive nas cidades maiores - Pelotas e Rio Grande - que
têm um grande patrimônio contemplando várias épocas e diferentes tipologias arquitetônicas. Nos Roteiros
estão listados espaços privados, públicos (como praças
e largos) e bens excepcionais.
Refinamento de Pelotas
A partir do progresso econômico proporcionado pelas
charqueadas, a cidade, enriquecida, sofisticou-se em diversos níveis e passou a importar modelos estilísticos
na arquitetura. A cidade ostenta uma grande riqueza
arquitetônica de todas as épocas, inclusive a contemporânea. Características coloniais, por exemplo, são encontradas na sede da Charqueada São João. Mudanças
feitas em épocas posteriores no código de edificações
resultaram em novas formas arquitetônicas, em que os
acessos principais aos prédios ficavam nas esquinas. É
o caso dos antigos bancos do Brasil, da Província e
Pelotense e do Grande Hotel. No entorno da praça
Pedro Osório, encontram-se edificações históricas importantes. Na catedral, destacam-se as pinturas murais
do artista Aldo Locatelli.
A cidade surgiu da necessidade de Portugal em marcar
a posse e a defesa do território brasileiro nas áreas de
fronteira. Localizado na margem esquerda do rio do
mesmo nome, Jaguarão foi alvo da disputa com a Espanha até que Portugal conseguiu a sua posse definitiva.
A constituição de pequenos postos de guarda, por isso
mesmo, serviu de ponto de partida para a povoação. A
primeira residência de que se tem notícia foi construída
para os comandantes da Guarda do Cerrito, em 1802,
na rua que ficou conhecida como a da Casa da Residência. Entre as 800 edificações registradas para fins
de preservação destacam-se as decoradas residências
com características ecléticas, com suas grandes portas
muito trabalhadas com entalhes em madeira, a maioria
do século XIX. A rua XV de Novembro, por esse motivo, ficou conhecida como a Rua das Portas.
Mostras da riqueza e do desenvolvimento
econômico da cidade fronteiriça
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
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Foto: Mario Pferscher/Sebrae/RS
Portas de Jaguarão
Palácio do
governo
farroupilha, em
Piratini, parte
importante da
História riograndense
Rio Grande, cidade portuária
Primeiro assentamento português em solo gaúcho, Rio
Grande assume especial importância por ser o único
porto marítimo da região. Como ponto de chegada e
partida, inclusive em relação ao exterior, a cidade começou a se estruturar à beira do mar. Junto com os
portos e o conjunto urbano do centro histórico, um
marco importante na arquitetura da cidade é a unidade
da fábrica de tecidos de lã Rheingantz (posteriormente
Companhia União Fabril), formando um conjunto industrial típico das unidades europeias do século XIX.
Nesse conjunto, observa-se a preocupação com a setorização, que está expressa, sucessivamente, no prédio
da administração, nas casas dos mestres, nas unidades
para funcionários graduados, nas moradias para os
operários comuns. Outro traço do pioneirismo é o fato
de a cidade ter a mais antiga biblioteca pública (Biblioteca Rio-Grandense, 1846) do Estado. Assim como
Pelotas, tem caixa d’água importada em ferro fundido.
Pioneirismo de Piratini
Uma das primeiras cidades gaúchas a delimitar e buscar preservar o seu Centro Histórico, assim como re60
Revista Tempo de Agir | Março 2010
OS CIRCUITOS PODEM
SER FEITOS A PÉ,
INCLUSIVE NAS CIDADES
MAIORES - PELOTAS E
RIO GRANDE - QUE TÊM
UM GRANDE ACERVO
gular sua ocupação, Piratini ganhou reconhecimento
nacional, a partir de 1938, com os processos de tombamento de três edificações de importância histórica.
Hoje tem bens protegidos pelos governos estadual e
municipal.
Piratini esteve no centro dos acontecimentos da Revolução Farroupilha e foi a primeira capital da República
Rio-Grandense. Por isso, destacam-se seus sobrados
da época do governo farroupilha.
A arquitetura tradicional luso-brasileira ainda é predominante entre as edificações urbanas. Entre elas, estão
dois grandes prédios de esquina, a Casa de Camarinha
e o imponente Sobrado da Dourada, além da Igreja
Matriz. A existência de um teatro, o Sete de Abril, para
saraus, audições e danças, atesta o intercâmbio cultural
que existia na região.
Fotos: Mario Pferscher/Sebrae/RS
Alfândega de Rio Grande lembra a ligação do porto com o resto do mundo
PROJETOS QUE ESTÃO
SENDO EXECUTADOS
Artesanato do Mar de Dentro
O Sebrae/RS desenvolve este projeto com grupos de
artesãos dos municípios de Aceguá, Amaral Ferrador,
Arroio do Padre, Arroio Grande, Candiota, Canguçu,
Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Cristal, Herval, Hulha
Negra, Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro
Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santana da Boa Vista, Santa Vitória do Palmar,
São José do Norte, São Lourenço do Sul e Turuçu.
O objetivo é fortalecer núcleos de artesanato, promover o associativismo e o cooperativismo na região. Os
grupos fazem produtos diferenciados e qualificados,
com forte identidade regional, elaborados em biscuit,
bordados, costura, crochê, madeira, lã, couro, escamas,
couro de peixes e fibras naturais. A meta final é qualificar o artesanato com identidade da Costa Doce, gerando renda para os artesãos e incentivando a preservação
da fauna local.
Hospitalidade
O projeto pretende aumentar a oferta de produtos e
serviços nos meios de hospedagem e agências receptivas, de Arambaré, Barra do Ribeiro, Camaquã, Chuí,
Jaguarão, Mariana Pimentel, Pelotas, Piratini, Rio
Grande, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte,
São Lourenço do Sul, Sertão Santana e Tapes. Isso se
dá pela qualificação do processo de gestão, do estímulo
à cooperação entre as MPEs da região e da promoção
de novos roteiros turísticos. Como meta final, o aumento da taxa de satisfação do cliente.
Sabores
O público-alvo inclui MPEs dos serviços de alimentação e produtores artesanais de alimentos tradicionais
nos municípios de Arambaré, Barra do Ribeiro, Camaquã, Jaguarão, Mariana Pimentel, Pelotas, Piratini, Rio
Grande, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte,
São Lourenço do Sul e Sertão Santana. O objetivo é implantar o programa Selo Sabores da Costa Doce, consolidando a Rota Gastronômica da Costa Doce com oferta de produtos típicos baseados nas etnias da região.
Março 2010 | Revista Tempo de Agir
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Artesãs do Sul
No extremo sul do País, 1,1 mil famílias
buscam nas águas da Lagoa da Conceição, o
sustento do dia-a-dia. A Colônia de Pescadores de
São Pedro depende do humor do santo padroeiro
para conseguir o abençoado camarão, famoso em
todo o Estado.
Material
descartado
vira opção
de renda
Redeiras da Costa Doce
transformam redes de
camarão e derivados
Para complementar a renda familiar, as mulheres
também se dedicam ao artesanato e tiram do
material descartado pelos pescadores a matériaprima para suas peças, na Coleção Redeiras. O couro
da corvina, da tainha, da cascuda e do linguado vira
bolsas, chaveiros e detalhes ornamentais de lenços.
As redes de pesca, que arrastaram safras de camarão,
transformam-se em bolsas, carteiras e necessaires
fabricadas em um rústico tear.
As biojoias são produzidas a partir das escamas
de peixe. De acordo com a gestora do projeto
Artesanato do Mar de Dentro, Jussara Argoud, a
Coleção Redeiras traz um trabalho de criação muito
bem-elaborado. Jussara explica que, “para fazer as
biojoias, as escamas são tratadas, lixadas e depois
recortadas no formato desejado. As redes são
cortadas, tingidas e tecidas num tear manual”. O
grupo já tem 11 artesãs trabalhando neste processo.
O trabalho das artesãs gaúchas foi uma das grandes
novidades da 17ª Paralela Gift (feira de design),
que aconteceu em São Paulo, na última semana de
fevereiro. A estreia da coleção em feiras rendeu
R$ 11 mil em vendas, com entrega imediata de
108 peças. Além disso, as redeiras voltaram com a
encomenda de outras 160 peças para entrega em
abril e continuam recebendo pedidos para maio. O
resultado foi considerado excelente.
O artesanato do Rio Grande do Sul participa da
Paralela Gift desde 2004, quando o grupo Favos
do Sul esteve presente. Desde 2007, o Estado é
representado por vários grupos a cada edição.
Em 2010 foram seis: Ladrilã, Bichos do Mar de
Dentro, Redeiras, Lã Pura, Favos do Sul e Canoa,
que integram o Projeto Artesanato Mar de Dentro,
desenvolvido no Território da Cidadania da Zona
Sul do Estado. O projeto atinge 25 municípios, em
uma área de 39,9 mil quilômetros quadrados.
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