- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
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- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
OUTUBRO - 2010 número 332 Roberto Parizotti JORNAL DOS JORNALISTAS Liberdade de Imprensa! Ato em Defesa da Democracia e contra o Golpismo Midiático realizado no Sindicato CAMPANHA SALARIAL Aumento real no interior e impasse na capital Pág. 3 MERCADO DE TRABALHO Mais jornalistas com registro em carteira nas TVs Pág. 8 PRÊMIO VLADIMIR HERZOG Entrega será no dia 25 de outubro no Tuca Pág. 9 Págs. 6 e 7 E ditorial UNIDADE 2 midada, pressionada pelo governo, ou patrulhada por partidos e movimentos organizados que só representam a si próprios, financiados pelo aparelho estatal. Não aceito patrulha de ideias nem azul, nem vermelha. A sociedade é multicolorida, multifacetada, plural. E assim deve ser”. A leitura atenta desse trecho deixa clara a sintonia da candidatura tucana com as mesmas ideias adotadas pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), contrária a qualquer possibilidade de incidência sobre a mídia e que entre outros temas serviu de argumento para o ministro Gilmar Mendes (STF) apresentar o parecer para eliminar a necessidade de diploma para o exercício da profissão. Assim, a disputa eleitoral se divide entre a posição conservadora e neoliberal de Serra e a da candidata Dilma Rousseff, que entende a comunicação como atividade de caráter público e que deve ser debatida pela sociedade. Apesar de diferenças pontuais, os programas de Plínio Sampaio (PSOL), Marina Silva (PV) e Ivan Pinheiro (PCB) também entendem a comunicação como direito do cidadão e não como simples mercadoria. O desenrolar do debate político e a posição pública assumida por alguns jornais e revistas em relação às candidaturas comprovou como foi acertada a realização do ato sindical e popular de protesto contra a posição de alguns veículos de comunicação que enxergam como “censura” qualquer crítica que se faça às posições do patronato da mídia. No segundo turno volta o embate entre duas concepções distintas de liberdade de imprensa e comunicação. Neste momento, os jornalistas, sem abrir mão do profissionalismo e da ética que preconiza a busca da veracidade e da pluralidade de opinião, devem escolher o lado que fará avançar as conquistas da Confecom, da regulamentação profissional, da criação de uma Lei Democrática de Imprensa e da consolidação da Comunicação como um direito do cidadão. O futuro de nossa profissão está em jogo. Diretoria do Sindicato Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja CEP 01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11) 3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191 E-mail: [email protected] site: www.jornalistasp.org.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato. DIRETORIA EXECUTIVA Presidente José Augusto de Oliveira Camargo (Guto) Secretário Geral André Luiz Cardoso Freire Secretário de Finanças Kepler Polamarçuk Secretário do Interior Alcimir Antonio do Carmo Secretária de Cultura e Comunicação Rose Nogueira Secretária de Relações Sindicais e Sociais Evany Conceição Francheschi Sessa Secretário Jurídico e de Assistêncial Paulo Leite Moraes Zocchi Secretária de Ação e Formação Sindical Telé Cardim Secretária de Sindicalização Márcia Regina Quintanilha CONSELHO DE DIRETORES Suely Torres de Andrade Luigi Bongiovanni José Aparecido Dos Santos (Zezinho) Cláudio Luís De Oliveira Soares Candida Maria Rodrigues Vieira Luiz Francisco Alves Senne (Kiko) Ari De Moura Wladimir Miranda Lílian Mary Parise DIRETORES REGIONAIS Bauru -Flavio Augusto Melges Campinas- Agildo Nogueira Júnior Oeste Paulista-Sèrgio Barbosa Piracicaba- Martim Vieira Ferreira Ribeirão Preto- Aureni Faustino de Menezes Santos-Carlos Alberto Ratton Ferreira São José do Rio Preto- Daniele Jammal Sorocaba- José Antonio Rosa Vale do Paraíba,Litoral Norte e Mantiqueira - (Diretor adjunto do Interior) Edivaldo Antonio Almeida COM.REG.E FISC. EXERC. PROF. (CORFEP) Douglas Amparo Mansur, Vítor Ribeiro, José Eduardo De Souza. Rodrigo da Silva Ferrari.Suplente: Alan Rodrigues (Diretor adjunto de comunicação) CONSELHO FISCAL José Donizeti Costa, Marcelo Carlos Dias dos Santos, Dulcimara Cirino, Carlos Eduardo Luccas (suplente) e Simone De Marco Rodrigues (suplente) DIRETORIAS DE BASE Bauru R. Primeiro de Agosto,447 sala 604E CEP. 17010-011 Tel.(14) 3222-4194 E mail – [email protected] Marcelo De Souza Carlos, Ieda Cristina Borges, Sergio Luiz Bento, Karina Fernanda Prado Grin e Flavio Augusto Melges (Tuca Melges) Campinas R. Dr Quirino, 1319 9° and CEP . 13015-082 Tel (19) 3231-1638 E mail – [email protected] Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Katia Maria Fonseca Dias Pinto, Orlando De Arco e Flexa Neto e Fernanda De Freitas Oeste Paulista R. Pedro de Olveira Costa,64 Sbs da CUT CEP. 19010-100 Tel. (18) 3901-1633 E mail - [email protected] Tânia Brandão, Priscila Guidio Bachiega, Danilo Augusto Maschio Pelágio, Fernando Sávio Rodrigues Dos Santos, Hércules Farnesi Da Costa Cunha e Sergio Ricardo Guzzi Piracicaba Pça. José Bonifácio,799 sala 22 CEP.13400-120 Tel.(19) 3434-8152 E mail – [email protected] Vanderlei Antonio Zampaulo, Luciana Montenegro Carnevale, Paulo Roberto Botão,Ubirajara Toledo,Poliana Salla Ribeiro e Fabrice Desmont’s Da Silva Ribeirão Preto R. Dr Américo Brasiliense,405 sala 404 CEP.14015-050 Tel.(16) 3610 – 3740 E mail – [email protected] Firmino Luciano Piton,Eduardo Augusto Schiavoni, Antônio Claret Gouvêa e Tadeu Queiroz Da Silva Santos R.Martin Afonso,101 6° and CEP.11010-061 Tel (13) 3219 – 4359 E mail- [email protected] Joaquim Ordonez Fernandes De Souza, Reynaldo Salgado,Eraldo José Dos Santos Glauco Ramos Braga, Emerson Pereira Chaves,Marcelo Luciano Martins Di Renzo e Pedro Figueiredo Alves Da Cunha Sorocaba R.Cesario Mota,482 CEP.18035-200 centro Tel.(15) 3342 -8678 E mail - [email protected] Adriane Mendes, Fernanda De Oliveira Cruz, Regivaldo Alves Queiroz, Emídio Marques e Marcelo Antunes Cau São José do Rio Preto R.Major Joaquim Borges de Carvalho,497 CEP.15050 -170 Vila Angélica Tel. (17) 3211 – 9621 E mail – [email protected] Jocelito Paganelli, Rubens Cárdia Neto, Luiz Roberto Montagna Zanatta, Sérgio Ricardo Do Amaral Sampaio, Cássia Morgon Fernandes e Antonio Carlos Ribeiro Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira R.Cons Rodrigues Alves,203 casa 02 Cep.12209-540 Tel.(12) 3241-2686 E mail – [email protected] Jorge Silva, Sirlene Santana Viana, Neusa Maria De Melo,Rita De Cássia Dell’ Áquila e Fernanda Soares De Andrade COMISSÃO DE ÉTICA Denise Fon, Roland Marinho Sierra, Antonio Raimundo Chastinet Pontes Sobrinho, Alcides Rocha, Flávio Tiné, Fernando Jorge, Dr. Lúcio França ,Cristina Charão, Antonio Funari Filho e Padre Antonio Aparecido Peres EXPEDIENTE Diretor responsável: Rose Nogueira (MTb 9736/SP) Editor: Simão Zygband (MTb 12.474/ SP) Diagramação: Rubens M. Ferrari (MTb 27.183/SP) Reportagem: Ana Paula Carrion (MTb-8842/RS) Colaborador: Eduardo Ribeiro (Moagem) Impressão: Foma Certa Fone (11) 3672-2727 Tiragem:10.000 exemplares. Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Luiz Carlos Ramos, Laurindo (Lalo) Leal Filho, Carlos Mello, Assis Ângelo, Renato Yakabe e Adunias Bispo da Luz. Jornalistas do Interior e Litoral conquistam aumento real A s empresas situadas no Interior e Litoral de São Paulo já pagaram os salários de setembro com o aumento real de 0,5% conquistados pelos jornalistas de Jornais e Revistas e muitas delas também quitaram o retroativo a 1º de junho, que é a data-base da categoria. Com este índice, os profissionais do estado de São Paulo, exceto a Capital, podem se orgulhar por que através de sua mobilização e participação na campanha salarial, conquistaram 5,86% para todos os salários Demissões no Diário de SP O Sindicato recebeu inúmeras reclamações das más condições de trabalho e das demissões que estão ocorrendo com as recentes mudanças na estrutura de comando da redação e na reformulação gráfica. Pressão excessiva das chefias, exigência de produção além do horário legal de trabalho, contratação de estagiários e demissões (que somaram 14 em 15 dias) são algumas das reclamações. O Sindicato exigirá que a legislação trabalhista seja cumprida, para que os jornalistas não sejam constrangidos pelas suas chefias no exercício de suas funções e que as vagas voltem a ser preenchidas. Ética na Comunicação O Sindicato realizou em setembro o seminário “A Liberdade de Imprensa e a Ética na Comunicação”, que debateu a cobertura jornalística com responsabilidade e respeito aos cidadãos tanto na condição de fonte, quanto de leitor, ouvinte ou telespectador. O evento foi iniciativa da Comissão de Ética do Sindicato e teve na organização dos trabalhos a jornalista Denise Fon, integrante da Comissão. A Mesa foi composta pelo presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto), o Ouvidor das Polícias de São Paulo, Luiz Gonzaga Dantas, o membro da Comissão de Ética da OAB/SP, Fábio Guedes Garcia da Silveira e da Ação dos Cristãos para Abolição da Tortura (ACAT/ ONU), Rafael Antonio da Silva. (reposição da inflação de 5,31% mais o aumento real de 0,5%). No início da campanha, os patrões ofereceram apenas 4% de reposição, índice abaixo da inflação. A maioria dos jornalistas consultados através de plebiscito nas principais redações de jornais e revistas do Interior e Litoral, aprovou a proposta de aumento e recebeu os salários de setembro, já com os reajustes retroativos, pagos nos dias 5 ou 6 de outubro . “Os profissionais do Interior e Litoral, que iniciaram a campanha salarial com proposta inferior aos da Capital, conseguiram através de sua mobilização e do engajamento reverter esta situação que, se não é a ideal, ao menos, apresenta uma evolução se comparada às últimas três convenções coletivas assinadas, quando não houve qualquer aumento real de salários”, destacou o presidente do Sindicato dos Jornalistas, José Augusto Camargo (Guto). Para o secretário do Interior e Litoral do Sindicato, Alcimir Carmo, até o dia 23 do mês passado, a contraproposta do sindicato patronal era a de 5,31% (INPC do período) Irregularidades no DCI Plebiscito mostra que jornalistas da Capital querem aumento real O Sindicato convidou a direção do jornal Diário do Comércio e Indústria (DCI) para reunião para tratar de problemas como as péssimas condições de trabalho dos funcionários. Segundo denúncias, a empresa quer obrigar os jornalistas a abrirem firma para receber salários como Pessoa Jurídica (PJ). Um grupo de editores já teria aberto empresa em sociedade com ex-funcionário do RH (condição imposta pelo DCI para arcar com os custos de abertura de empresa). Além disso, os valores médios pagos pelo jornal aos PJs variam de R$ 1.700 a R$ 2.500, o que está abaixo do piso salarial da categoria. Sindicatos juntos na IMESP Os Sindicatos dos Jornalistas, Gráficos e Funcionários Administrativos de Jornais encaminharam aos candidatos a governador do Estado carta com reivindicações dos trabalhadores da Imprensa Oficial (IMESP). O texto lista uma série de irregularidades na empresa e denuncia a falta de disposição da diretoria para negociar com as entidades sindicais. De acordo com o texto, “muitas das ações da atual diretoria afrontam a legislação vigente”. Entre os problemas indicados, estão as inúmeras demissões de funcionários de carreira (e a contratação de apaniguados em cargos de confiança), episódios de perseguição política e de assédio moral, entre outros. e sem qualquer perspectivas de alteração, lembrando, que “a mobilização nas redações, feita pelos diretores regionais e a própria manifestação de descontentamento dos profissionais frente ao faturamento positivo das empresas, acabou por forçar uma melhoria na proposta, com aumento real para todos os salários, bem como em 3,42% de aumento real no benefício da alimentação”. Os patrões da Capital, até o fechamento desta edição, insistiam em repor apenas a inflação e dar aumento real somente para o piso salarial (vide abaixo). Os jornalistas de Quadro de votação Jornais e Revistas da Capital rejeitaram em Redação Total Sim Não plebiscito a proposta patronal de reajuste Estadão 96 50 46 de 5,31% para todos 10 09 01 os salários (reposição Folha 25 integral da inflação), Ed. Globo 23 02 e um aumento real de 62 Uol 11 51 0,5% apenas para os 12 01 11 que recebem piso sala- Info.Globo rial – que, com reajuste Diário do Com 34 08 26 total de 5,81%, passaria 43 04 39 a ser de R$ 1.940,00 Editora Três para uma jornada de 5 Diário de SP 10 03 07 horas e de R$ 3.104,00 142 Ed Abril 25 117 para 7 horas. No to84 15 69 tal, votaram 596 tra- Brasil Econ balhadores dos quais Valor Econ 78 07 71 440 optaram pela não 596 Total 156 440 aprovação (73,8%), 156 patronal para os jornalistas do Interior. Não foram a favor (26,2%). há por que os trabalhadores da Capital não Não houve votos brancos ou nulos. Para o presidente do Sindicato, José Au- receberem tais benefícios”. O Sindicato dos Jornalistas encaminhou gusto Camargo (Guto), o resultado deste plebiscito reafirma o descontentamento da carta ao Sindicato dos proprietários de categoria diante da negativa das empresas Jornais e Revistas solicitando que as emem melhorar a proposta de reajuste, com presas revejam a posição e estendam o reaumento real nos salários, já que elas se be- ajuste de 0,5% acima do INPC para toda neficiam do crescimento econômico do país, categoria, como passo decisivo para que os mas não querem repartir os resultados com jornalistas aprovem a Convenção Coletiva os trabalhadores. ”A categoria decidiu man- desse ano. Até o fechamento desta edição, ter a luta e a mobilização na busca do aumen- os patrões não haviam apresentado uma to real, que já foi concedido pelo sindicato nova contraproposta. OUTUBRO 2010 OUTUBRO 2010 O debate sobre democratização da comunicação, liberdade de imprensa e de expressão está presente na campanha presidencial. Os candidatos que disputaram o primeiro turno (Dilma Rousseff - PT, José Serra - PSDB, Plínio Sampaio - PSOL, Marina Silva PV, José Maria Eymael - PSDC e Ivan Pinheiro – PCB) apresentaram propostas sobre este tema tão importante aos jornalistas em seus programas de governo, conforme registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apenas José Maria de Almeida (PSTU), Levy Fidelix (PRTB) e Rui Pimenta (PCO) não incluíram o assunto em suas plataformas eleitorais. No segundo turno das eleições, disputado agora entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), o papel da imprensa certamente continuará no centro do debate. As “diretrizes programáticas” da candidatura Dilma Rousseff apresenta no capítulo “Acesso à comunicação, socialização dos bens culturais, valorização da produção cultural e estímulo ao debate de idéias” uma breve análise sobre a questão da comunicação onde registra que “apesar dos avanços dos últimos anos, a maioria da população brasileira conta, como único veículo cultural e de informação, com cadeias de rádio e de televisão, em geral, pouco afeitas à qualidade, ao pluralismo, ao debate democrático.” A análise avança com a constatação de que as “modernas tecnologias, como aquelas ligadas à Internet, além das TVs públicas, têm permitido um arejamento cultural e político que pode compensar o monopólio e concentração dos meios de comunicação” e aponta para a necessidade de criar “iniciativas que estimulem o debate de ideias, com o fortalecimento das redes públicas de comunicação e o uso intensivo da blogosfera”. Quanto ao tucano José Serra, o texto apresentado pela candidatura ao TSE resume-se a um discurso feito na Convenção Nacional do PSDB, em Salvador, em 12 de junho, quando oficializou sua candidatura. As palavras do candidato sobre o assunto são bastante simplistas: “Acredito na liberdade de imprensa, que não deve ser inti- Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo UNIDADE As eleições e a democratização da comunicação Ação Sindical 3 4 R epresentantes de movimentos sociais, sindicais e partidos políticos lotaram o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, no dia 23 de setembro, para protestar contra a manipulação realizada pelos veículos da grande mídia. O ato “Em defesa da democracia e contra o golpismo midiático” reuniu mais de 500 pessoas, que tomaram todas as dependências da entidade. O auditório ficou totalmente lotado, além dos corredores. Muitos participantes sequer conseguiram entrar no prédio e se concentraram na rua em frente ao Sindicato. A mobilização ganhou força após nota divulgada pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas de SP, José Augusto Camargo (e posteriormente assinada pela Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj), “Em defesa dos jornalistas, da ética e do direito à informação”, que invadiu as redes sociais e deu densidade ao movimento. A nota acessível no site do Sindicato, www.sjsp. org.br - explicava os motivos pelos quais o Sindicato sediava e apoiava o ato. A maioria dos jornalistas foi favorável ao evento, mas houve também aqueles que discordaram por enxergar na atividade um caráter autoritário e de incentivo à censura. Dias depois, após a bem sucedida manifestação, o jornal O Estado de S.Paulo (Estadão) assumiu em seu editorial apoio ao candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra. Sob o título de “O mal a evitar”, veio a confirmação preferencial pela candidatura do tucano, que de resto, já era claramente demonstrada em sua cobertura jornalística da campanha eleitoral. A manifestação, nascida de uma ideia do Os organizadores do ato com dirigentes e autoridades (acima) e público na rua que não conseguiu entrar no prédio do Sindicato Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé e do chamado grupo dos chamados Blogueiros Progressistas (Luiz Nassif, Renato Rovai, Eduardo Guimarães, Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Rodrigo Viana, Maria Fro, entre outros), conseguiu retirar os patrões da grande mídia da posição de “donos da verdade”. Ela também recebeu a adesão das centrais sindicais CUT, CTB, CGT e de partidos políticos como o PT, PCdoB, PSOL e membros do PSB, PDT, entre outros. Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto), a estratégia de denúncias dos barões da mídia, alterou os rumos da eleição presidencial. “A sociedade brasileira mudou. Esta mídia não dialoga mais com a população e com os movimentos sociais. Ela fez de tudo para tentar influenciar a opinião pública, o que caracteriza o golpe midiático. Mas hoje a população está mais madura e saberá filtrar e tirar suas próprias conclusões sobre as informações que recebe”. Já Altamiro Borges (Miro), presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé e um dos organizadores da manifestação, rejeitou as acusações de que o ato seria uma forma de tentar amordaçar a imprensa. “Defendemos a livre expressão”, diz ele. Ao final da manifestação, os organizadores divulgaram documento “Pela ampla liberdade de expressão no Brasil”, que também consta do site do Sindicato. Presente ao ato, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro, disse que a concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos donos favorece a perseguição aos movimentos sociais. Ele defendeu que o próximo governo não criminalize os movimentos sociais. “O próximo governo tem que investir na democratização da mídia”, disse A ex-prefeita de São Paulo e deputada federal do PSB, Luiza Erundina, também presente ao ato, destacou o controle social como maneira de fazer com que a mídia atenda os interesses da população. “A sociedade não vai mais recuar na decisão de ter controle desses meios”, disse após lembrar a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecon), no final do ano passado, que discutiu a democratização da mídia no país. E José Hamilton Ribeiro recebe título de Cidadão Paulistano Prêmio em homenagem ao repórter é lançado em Rio Preto m comemoração aos 60 anos de televisão no Brasil , o Unidade entrevistou o jornalista José Hamilton Ribeiro, que no dia 16 de setembro recebeu o Título de Cidadão Paulistano entregue pela Câmara Municipal de São Paulo. Com 55 anos de profissão, ele é detentor de sete Prêmios Esso de Jornalismo e em 2008, foi ganhador do prêmio especial Vladimir Herzog, em sua 30ª edição. No Sindicato dos Jornalistas, também teve atuação marcante. Tornou-se vice-presidente na gestão de Antonio Carlos Fon (1990/93), presidindo junta governativa, entre abril e novembro de 1993. Foi conselheiro na gestão de Audálio Dantas (1975/1978) e suplente da diretoria na gestão de Emir Nogueira (1981/1984). Também foi diretor Cultural no mandato de Everaldo Gouveia (1994/1997). Quando o Sindicato completou 60 anos, editou o livro “Jornalistas – 1937 a 1997 – a história da imprensa de São Paulo vista pelos que batalham laudas (terminais), câmeras e microfones”. Nascido em Santa Rosa do Viterbo, interior de São Paulo, veio para a capital estudar jornalismo na Faculdade Cásper Libero em 1954. Desde 1982 é repórter da TV Globo. Zé Hamilton, como costuma ser tratado pelos colegas, conheceu os horrores da guerra do Vietnã, onde perdeu a perna em acidente com mina terrestre em 1968. Seu trabalho nas redações das revistas Realidade e Quatro Rodas, na Folha de S. Paulo e nos programas Globo Repórter, Fantástico e Globo Rural fazem parte desta trajetória. Nesta entrevista, ele fala da qualidade do jornalismo no País e de sua experiência no telejornalismo brasileiro. O Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo lançou no dia 25 de setembro, em São José do Rio Preto, o Prêmio de Jornalismo Profissional José Hamilton Ribeiro. A homenagem contou com a presença do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder e do secretário do Interior do Sindicato secretário executivo da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa(FJLP), Alcimir do Carmo . Familiares e amigos também prestigiaram o evento que teve palestra do homenageado, onde relatou passagens dos anos de profissão. O Prêmio José Hamilton Ribeiro possui sete categorias e deverá receber inscrições dos materiais jornalísticos produzidos entre 26 de setembro de 2010 a 26 de junho de 2011. Um júri especial, formado por profissionais experientes e atuantes em grandes veículos, de comunicação será formado para premiar os ganhadores Na cerimônia de lançamento do prêmio, José Hamilton recebeu ainda a Comenda Fenaj que lhe foi concedida no 33º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado em São Paulo, em 2008, no qual não pode estar presente. Após a noite de gala do jornalismo, foi realizada a 2ª Chopada dos Amigos da Imprensa, onde participaram profissionais de diversos veículos e assessorias da região. Jornalista é homenageado (na foto, com o presidente da Fenaj, Schröder e o diretor do Interior, Alcimir - à esquerda) Unidade: Fale sobre o jornalismo que se desenvolvia no início da TV brasileira, que completou 60 anos em setembro? Zé Hamilton: O telejornalismo teve uma fase histórica, quase heróica, em que o jornalismo dependia de alguns repórteres. São Paulo teve alguns memoráveis como Tico-Tico, que foi o primeiro a ter um gravador de vídeo-tape no Brasil comprado com dinheiro do próprio bolso. Na época, ele estava na TV Tupi, que teve um avanço no telejornalismo devido a seu equipamento. Mas essa fase heróica onde o próprio repórter chegava a comprar um equipamento acabou. Ela foi superada pela tecnologia. Assim, a televisão descobriu o Brasil. Antes dela, ninguém sabia que nevava no sul do país, por exemplo. Unidade: Como você vê a televisão nos dias de hoje? Quais diferenças encontra com a de antigamente? Zé Hamilton: Com acesso a tecnologia e a qualidade dos jornalistas brasileiros temos hoje um telejornalismo que pode ser comparado aos melhores do mundo. Evidente que ainda perde para a BBC em documentários, perde para os americanos na rapidez, na densidade, mas perde por pouco. Hoje a Globo tem capacidade de colocar um repórter e um câmara em qualquer lugar do mundo em 12 horas. Isso é um negócio fantástico. Unidade: Você foi diretor do Sindicato dos Jornalistas. Como foi essa experiência? Zé Hamilton: Fui sim, em diversas gestões, inclusive, eu estava na diretoria onde morreu Vladimir Herzog e participei do movimento de denúncia feito naquela época. Unidade: Como você sentiu a repercussão deste episódio? Zé Hamilton: Existia uma eletricidade no ar do Brasil que não aguentava mais a ditadura e muito menos a prisão e a tortura de inocentes. O episódio da morte do Herzog foi um estopim que explodiu e a sociedade brasileira usou para dizer “Nunca Mais”. “Isso Nunca Mais”. Hoje nós vivemos em uma sociedade sem tortura e sem presos políticos, mas com tortura de presos comuns. E isto também tem de acabar. OUTUBRO 2010 Sindicato sedia o ato contra golpismo midiático “A televisão descobriu o Brasil”, diz José Hamilton Ribeiro Sergio Sampaio UNIDADE OUTUBRO 2010 André Freire Homenagem UNIDADE Fotos:Roberto Parizotti Democracia Auditório Vladimir Herzog recebeu lotação histórica 5 Os 60 anos de televisão pelo olhar de quem fez 6 Em 1950, Assis Chateaubriand fundou em São Paulo a primeira emissora da América do Sul. Ela surgiu com participação efetiva do Moinho Santista, Sul-América de Seguros, Cervejaria Antarctica Paulista e Laminação Nacional de Metais, que pagaram adiantado por um ano de publicidade para aquisição dos equipamentos, orçados em US$ 5 milhões. A ideia inicial era que a emissora fosse montada no Rio de Janeiro, então capital do país para a cobertura da Copa do Mundo de 1950, que seria realizada no Brasil, com final no estádio do Maracanã. A empresa contratada para montar o equipamento foi a Gene- MENIL BUSSAB Unidade: O senhor foi um dos primeiros cinegrafis- Menil Bussab tas da TV brasileira. Conte um pouco desta experiência? Menil Bussab: Eu comecei junto com a TV Tupi. Lá fiz inúmeras reportagens e visitei mais de 20 países. Eu filmei o famoso muro de Berlim, pelo lado da Alemanha Oriental, quando ninguém conseguia entrar lá. Eu e o repórter Tico-Tico, já falecido, entramos com um voto de confiança e uma máquina es- condida. Também filmei a morte de Bob Kennedy, em 1968, nos EUA. Unidade: Entre tantas matérias tem alguma que seja mais especial? Menil Bussab: Sim, acho que foi a visita de João Paulo VI à Terra Santa. O mundo inteiro estava lá. Eu estava em uma montanha com aquelas máquinas enormes e consegui aproximar bem a imagem usando uma teleobjetiva. Tempos depois recebi um telegrama do então presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek que dizia assim “Congratulo o companheiro Menil Bussab pela excelente filmagem feita na Terra Santa. Parabéns ao povo brasileiro!” Unidade: Como eram os equipamentos que vocês utilizavam? Menil Bussab: Eram enormes, com uma máquina sonora e tripé. Unidade: O senhor trabalhou em muitos veículos? Menil Bussab: Quando a TV Tupi fechou em 80 eu fui para a TVS (SBT) onde fiquei mais dois anos e depois me aposentei Saiba como nasceu a TV brasileira ral Electric, mas ela encontrou obstáculos para cumprir o prazo estipulado. A principal dificuldade foi a negativa da Igreja Católica em permitir o uso do morro do Corcovado, onde se localiza o Cristo Redentor, para a instalação da torre de transmissão. Os engenheiros foram obrigados a procurar outro local. Foi escolhido então o morro do Pão de Açúcar, onde também houve problemas. Ao final, decidiu-se pela instalação em São Paulo, através da RCA. O local escolhido para a colocação da primeira torre foi o prédio do Banco do Estado de São Paulo, o mais alto da capital paulista. Os estúdios ficariam no bairro do Sumaré, também localizado em topografia elevada e onde já existia a sede das rádios Associadas Difusora e Tupi, que cederiam artistas e técnicos. Em meados de 1950, chegou dos Estados Unidos, a bordo do navio Moore Mccormack Lines, o equipamento adquirido da RCA para a TV, acompanhado pelo engenheiro americano, Walther Obermuller. Ele orientou a equipe de técnicos brasileiros, chefiada por Jorge Edo e Mario Alderighi. Assis Chateaubriand, acompanhado por vários artistas, entre eles Hebe Camargo, foi pessoalmen- te ao porto de Santos receber a carga. Durante os trabalhos de montagem dos equipamentos, o engenheiro Obermuller perguntou a Alderighi e ao diretor artístico da emissora Dermeval Costa Lima quantos aparelhos de TV existiam em São Paulo. A resposta deixou o técnico pasmo: nenhum. O próprio Obermuller foi conversar com Chateaubriand sobre o problema, que respondeu: “não esquente a cabeça, que tudo no Brasil dá-se um jeito”. A princípio, o jornalista resolveu importar 200 televisores, mas ao descobrir que a burocracia atrasaria a entrega, não teve dúvidas: resolveu contrabandeá-los. O primeiro televisor do Brasil foi entregue de presente ao presidente da República, general Gaspar Dutra, no Rio de janeiro, apesar da capital do país não ter emissora de televisão. Metade da carga, Chateaubriand deu aos amigos e a outra foi vendida pelas lojas Cássio Muniz. Quando da inauguração da televisão em São Paulo, apenas cinco famílias paulistanas possuíam aparelhos de TV em casa. Na tarde do dia 18 de setembro de 1950, no edifício sede dos Diários e Emissoras Associados, localizado na Rua Sete de Abril, o bispo auxiliar de São Paulo, Dom Paulo Rolim Loureiro promoveu cerimô- RUBENS MANENTE Unidade: Relate um pouco de sua experiência? Rubens Manente: Eu comecei como assistente e depois passei a cinegrafista. Também iniciei a carreira na TV Tupi e gostava de trabalhar com o Assis Chateaubriand. Depois fui para Manchete e TV Cultura, onde fiquei quase 20 anos. Unidade: Como era o cotidiano de um cinegrafista naquela época? Rubens Manente: Trabalhava-se e viajava-se muito. E para o exterior o assistente não ia. Viajava apenas o cinegrafista que acabava fazendo tudo: filmagem, iluminação e áudio. Não era brincadeira, fora a responsabilidade que era muito grande. Hoje se faz tudo automático. No nosso tempo isso era uma vergonha . A gente trabalhava com o diafragma para medir a iluminação Unidade: Como sindicalizado, como foi a sua participação no Sindicato? Rubens Manente: Sempre fui filiado ao Sindicato, mas devido a intensa agenda de trabalho nunca tive muito tempo para participar das atividades. Mas, através de uma reivindicação nossa, a categoria conquistou o status de repórter cinematográfico e jornada de trabalho de 5 horas. nia de bênção e batismo das câmeras e estúdios, transmitida pela televisão. O fundador Chateaubriand leu discurso enaltecendo a novo meio comunicação. Após o evento, todo equipamento da televisão foi transportado da sede dos Associados, no centro da cidade, para o estúdio no Sumaré, adaptado ao lado do prédio das rádios Associadas, Tupi, a PRG-2, e Difusora de São Paulo, PRF-3, que receberia a concessão da emissora de televisão, outorgada seis meses depois, através do Decreto 27.332, de 7 de março de 1951, pelo presidente Getúlio Vargas e o ministro da Viação e Obras Públicas Álvaro de Souza Lima. Mas a co-irmã Tupi é que acabou dando o nome à emissora de TV. OUTUBRO 2010 André Freire Acervo pessoal Heitor Augusto: Foi na TV Tupi quando lancei o “Telex do Consumidor” (para quem não conheceu, o telex foi precursor do fax; hoje seria o “E-mail do Consumidor). Foi Saulo Gomes Heitor Augusto Rubens Manente marcante porque começou como um simples quadro na programação da tarde, especialmente voltado para as mulheres. E como vivíamos numa época de grande e contínua inflação, o programa foi crescendo, atingindo os mais variados setores da economia. Da produção à distribuição. Saulo Gomes: Tive vários momentos que marcaram minha profissão. Entre eles a cobertura dos casos do Esquadrão da Morte, André Freire Fera da Penha, Caso PC Farias, Maníaco do Parque. As coberturas dos acontecimentos de 1964 resultaram na minha cassação e meu exílio no Uruguai. Fora do campo político e policial, foram marcantes: minha primeira entrevista com Chico Xavier em 1968 e o Programa Pinga-Fogo, na TV Tupi de São Paulo em 1971. O PingaFogo com Chico Xavier foi lançado por mim em livro e DVD, sendo que está entre os mais venTelê Cardim (no detalhe) e foto histórica de Assis Chateaubriand na inauguração da TV Tupi didos do Brasil. No início da televisão, há 60 anos atrás, a profissão de repórter cinematográfico era muito diferente da atual. Não havia equipamento automático e a iluminação era controlada manualmente por diafragma (entrada de luz). É o que relatam dois profissionais que viveram naquela época, utilizando câmeras RCA, as primeiras da televisão brasileira, pertencentes à TV Tupi: Menil Bussab, de 83 anos e Rubens Manente, de 76 anos, mais conhecido como Rubinho. André Freire e Nacional (hoje é Globo) Saulo Gomes - ex-repórter policial: Comecei no rádio em 1956 e na televisão em 1960, na TV Continental do Rio de Janeiro - Canal 9. Nesses 50 anos de jornalismo na TV sempre atuei com responsabilidade e independência, sendo responsável por grandes “furos” jornalísticos, principalmente no campo policial e político. Unidade: Como era feito o jornalismo na TV? Telê Cardim: Tudo era muito difícil, mas emocionante. Naquela época existia o furo de reportagem coisa muita rara atualmente. Hoje a preocupação está em informar. O jornalismo mudou bastante com as novas tecnologias. Heitor Augusto: Era tudo na base do filme, tendo o repórter-cinematográfico que fazer verdadeira ginástica, trocando os rolos de filmes, dentro de um “saco preto” para não serem velados. E a grande dificuldade era trazer matérias do exterior. No Oriente Médio, por exemplo, fazíamos as matérias rapidamente, pois havia um prazo limite para transpor a fronteira entre a Jordânia e Israel. E correndo sempre atrás de um comandante ou passageiro de avião para que trouxessem os filmes em mãos. Saulo Gomes: Para começar, o jornalismo era mais respeitado, era exercido com muita responsabilidade, com coragem, reportando fielmente os fatos, “sem maquiagem”. O jornalismo policial, em muitos casos, ajudou no esclarecimento de muitos crimes. Unidade: Vocês se lembram de alguma matéria ou reportagem marcante? Telê Cardim: Na época da TV Tupi, foi a entrevista que eu fiz com o astronauta Yuri Gagarin, que veio em visita ao Brasil. Fiz uma pergunta sobre a repercussão da ditadura brasileira em seu país. Ele disse que era lamentável e eu questionei: mas a União Soviética não é uma ditadura? Ele se calou. Acervo Alesp Unidade: Como você começou na TV? Telê Cardim - diretora do Sindicato, atua hoje na TV Record: Eu tinha gosto pelo teatro. Este foi o meu primeiro interesse. E fiz algumas peças. Em uma delas conheci o Kalil Filho, que era diretor artístico da TV Excelsior e apresentador do Jornal Vanguarda no canal 9 de São Paulo. Naquela época, anos 70, eu estava fazendo uma peça no teatro de Arena que tinha no elenco Milton Gonçalves, Juca de Oliveira, Ari Toledo, entre outros. E Kalil foi assistir. Eu fazia um papel pequeno que chamou a atenção dele e ele veio conversar comigo. E disse. “Sabe que você tem jeito para ser jornalista”. Na época eu fazia educação física, mas aceitei o conselho e entrei para a faculdade Cásper Libero, onde comecei a me entrosar com o pessoal do jornalismo. Trabalhei então na TV Excelsior, Tupi, Bandeirantes, TV Gazeta, SBT e Record, onde estou até hoje. Na profissão, comecei a participar do Sindicato. Ingressei nele em 1971, mas o que me segurou e me trouxe definitivamente para ele foi a morte de Vladimir Herzog que obrigou os jornalistas a tomarem posição diante da situação em vivia o país. E o Sindicato naquele momento era uma trincheira de luta. Não precisa estar na luta armada. Bastava entrar no sindicato para ser contra a ditadura. Além da morte de Vladimir Herzog havia colegas que desapareciam de repente. Heitor Augusto - jornalista aposentado: Minha trajetória foi rica e variada, mas, antes de fazer TV já fazia Rádio. Naquela época isto era muito comum. Comecei substituindo alguns colegas e acabei sendo contratado. Isto na antiga TV Tupi, no programa do meio-dia. Depois, fui para a TV Cultura, que pertencia aos Diários Associados, uma fase muito boa pois, como professor, lancei o primeiro telecurso na televisão. Trabalhei na extinta TV Excelsior , Tupi, Cultura, Excelsior, Bandeirantes, Globo e Record e nas rádios Bandeirantes, Tupi/Difusora Conheça os primeiros repórteres cinematográficos do Brasil UNIDADE UNIDADE OUTUBRO 2010 A televisão brasileira completou 60 anos em setembro. Para saber como foi criado o principal veículo de comunicação de massa, que transformou a vida de milhões de brasileiros, o Unidade entrevistou profissionais que fizeram parte desta história de sucesso. Telê Cardim, Heitor Augusto, Saulo Gomes, Menil Bussab e Rubens Manente são jornalistas que, à sua maneira, contribuíram de maneira decisiva para trazer notícias e informar os telespectadores Acervo pessoal História 7 UNIDADE Sr. Editor do Unidade, Cresce número de jornalistas de TV com carteira assinada I nformações obtidas através da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, correspondentes aos anos de 1995 a 2008 mostram evolução do emprego com carteira assinada nas emissoras de TV de São Paulo. Desde 2002, há uma recuperação no mercado de trabalho para jornalistas deste setor, que na última amostragem, apurada em 2008, totalizavam 1.590. Ao contrário do que se possa imaginar, este número é composto majoritariamente por homens. As empresas de TV também não podem reclamar do faturamento: em 2009, segundo números do Meio&Mensagem, especializado em mídias, o segmento apresentou um faturamento publicitário da ordem de R$ 13,6 bilhões, suficiente para conceder reajustes melhores para os jornalistas e não somente o INPC (índice de inflação), como tem acontecido nas últimas negociações. “As empresas do setor de rádio e TV foram beneficiadas pela política econômica dos últimos anos mas, infelizmente, isso não se refletiu nos salários e tampouco nas condições de trabalho”, declarou o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto). Esta é a radiografia das empresas do setor - De 1995 a 2008, o número de jornalistas que trabalham em televisão passou de 559 a 1.590, o que representa crescimento de 184,4%. - No mesmo período, os homens viram sua participação crescer nas redações de 316 para 866, crescimento de 174,1%. - As mulheres, que em 1995 eram apenas 243, encerraram o ano de 2008 sendo 724 jornalistas, uma expansão de 197,9%. - Em 2008, 45,5% dos jornalistas que trabalhavam em televisão eram do sexo feminino e 54,5% masculino. Apesar de serem ainda minoria, a presença feminina aumentou em relação a 1995, já que naquele ano elas eram apenas 43,5% do total, enquanto os homens representavam 56,5%. - Quanto ao faturamento publicitário, as empresas de televisão também vêm obtendo resultados expressivos ano a ano. O crescimento foi de 289%, quando saltou de R$ 3,5 bilhões em 1996 para R$ 13,6 JORNALISTAS DE TELEVISÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO ANO 1995 2002 2005 316 % 56,53 MULHERES 377 47,90 438 49,66 57,20 715 243 % 43,47 52,10 410 50,34 444 42,80 535 2007 2008 862 866 737 2000 8 HOMENS 53,91 54,47 724 46,09 45,53 bilhões em 2009. Vale lembrar que no mesmo período, a variação da inflação, medida pelo INPC foi de 147%. - Em outras palavras, significa que as TVs apresentaram ganho real de 57% apenas com receitas decorrentes de anúncios publicitários. - Para essa mesma inflação de 147%, e para o mesmo período, de 1996 a 2009, os salários tiveram reajustes de apenas 118%, ou seja, uma perda real de 12%. - Por fim, a participação relativa das TVs, no total TOTAL 559 do faturamento publicitário, também 787 aumentou, passando 59% em 1996 para 882 de 61% em 2009. 1.250 1.599 1.590 Relatório elaborado pela Assessoria Econômica do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo Nota publicada na edição 331 (setembro de 2010), intitulada “Chapa 2 pede recontagem de votos na posse da nova diretoria” (p. 5), incorre em vários erros factuais, a começar do título. Assim, pedimos a publicação desta carta, para repor a verdade sobre a disputa eleitoral na Fenaj: 1) A Chapa 2 não pediu recontagem de votos “na posse da nova diretoria”. O pedido foi apresentado inicialmente à Comissão Eleitoral Nacional (CEN) da Fenaj no dia 30/7, e rejeitado. A ata da CEN, indispensável para a ação judicial, só ficou pronta em 6/8. A Chapa 2 recorreu à Justiça do Trabalho em 16/8 e a juiza Sandra Bernardo Silva despachou favoravelmente em 18/8. A posse da nova diretoria da Fenaj só ocorreu em 21/8, ao final do Congresso de Porto Alegre. 2) A juíza atendeu integralmente ao nosso pedido, e em audiência realizada em Brasília em 25/8 a Fenaj precisou entregar a documentação exigida. A Chapa 2 teve acesso aos documentos de quatro dos sindicatos citados. Só Goiás descumpriu a decisão judicial. 3) Também se manifestaram no plenário do Congresso vários oradores que defenderam o direito da Chapa 2 de solicitar recontagem, previsto no regimento eleitoral da Fenaj. Nunca foi objetivo da Chapa 2 inviabilizar a posse da nova diretoria, mas sim contestar resultados de sindicatos nos quais o índice de comparecimento ultrapassa 70%, situando-se muito acima do índice nacional (39% dos aptos a votar). Atenciosamente, Pedro Pomar N o dia 25 de outubro, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA) ocorrerá a entrega do 32° Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Participam desta edição mais de 200 trabalhos que concorreram as diversas categorias – Arte, Fotografia, TV/Reportagem, TV/Documentário, TV/Imagem, Rádio, Jornal, Revista, Internet/Site, Livro-Reportagem e Tema Especial. O prêmio, instituído em 1975 pelo Sindicato dos Jornalistas, é o principal do jornalismo brasileiro na área de direitos humanos. Há um ano conta com a parceria do Instituto Vladimir Herzog. Nesta edição o Jornal Unidade entrevistou Clarice Herzog, publicitária e viúva de Vlado, que falou sobre os 32 anos de Prêmio e a criação do Instituto Vladimir Herzog. Unidade: Como surgiu a ideia de criar o Prêmio? Clarice Herzog: Surgiu dois anos após o assassinato de Vlado nas dependências do DOI/CODI, em São Paulo. A ideia nasceu em uma reunião familiar que foi abraçada pelo Comitê Brasileiro de Anistia (CBA) de Minas Gerais, em 1977. Um ano depois o Congresso Nacional pela Anistia aprovou a iniciativa. A CBA/SP ficou com OUTUBRO 2010 OUTUBRO 2010 O Unidade recebeu correspondência do candidato da Chapa 2 às eleições da Fenaj, Pedro Pomar, cuja íntegra está abaixo: Prêmio “Vladimir Herzog é importante pelo caráter de denúncia”, diz Clarice Clarice durante lançamento do Instituto Vladimir Herzog em 2009 a tarefa de elaborar o regimento do prêmio e concretizá-lo. Perseu Abramo, que era do Sindicato dos Jornalistas na época assumiu a organização, que é feita pela entidade até hoje. Unidade: Como você avalia a importância do Prêmio? Clarice Herzog: Eu acho que no começo ele foi extremamente importante porque conseguiu preservar o caráter de denúncia, que era o que nos interessava naquele momento de tortura e repressão. Passados 32 anos ele continua, mas de uma outra forma. Agora a denúncia é sobre abusos contra crianças, adolescentes, idosos, internos em casas de detenção, cidadãos à margem da sociedade e injustiças sociais de toda ordem. Unidade: E o Instituto Vladimir? Clarice Herzog: Também surgiu de uma vontade familiar. O Ivo, um dos nossos filhos, teve a iniciativa de criação e ele coordena o projeto. A intenção é proporcionar um espaço de memória e debate. O Instituto, que tem um ano de existência, trouxe ânimo ao Prêmio Vladimir Herzog com a inclusão do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, que tem aproximado os jovens ao tema de violação de direitos humanos. UNIDADE Cartas Divulgação Instituto Vladimir Herzog Mercado 9 UNIDADE OUTUBRO 2010 J ornal FÁBIO ZANINI, vindo da sucursal Brasília, é o novo editor de Mundo da Folha de S.Paulo. Também titular do blog Pé na África, ficou no lugar de Rodrigo Rötzsch, que foi para a sucursal do Rio. Evandro Spinelli, repórter de Cotidiano, reforçou a equipe de Poder durante as eleições. No lugar dele ficou Cristina Moreno de Castro, que estava como assistente de Treinamento. Silvio Navarro, do Painel, foi para a reportagem de Poder. Saúde/Equilíbrio teve o reforço de Juliana Virnes. Na Folha.com, Bruno Toranzo chegou para Cotidiano. A propósito, todos os participantes da 49ª turma do Programa de Treinamento, que acabou em julho, foram aproveitados: em Cotidiano estão Felipe Luchete, Nadia Cabral e Carol Mello; em Poder, Elton Lima, Anna Virginia Balloussier e Aline Pellegrini; no caderno Empregos e Negócios, Marcos Vasconcellos; no Tec, Luiz Gustavo Cristino; já Guilherme Genestreti está em Saúde/Equilíbrio; Filipe Motta foi para a Agência Folha; na sucursal de Brasília quem chegou foi Thais Bilenky; por fim, Grazielle Schneider está em Mercado. CESAR GIOBBI virou colunista do Brasil Econômico, escrevendo às 6ªs. feiras. Ainda por lá, Phydia de Athayde foi promovida a editora-executiva, na vaga de Fred Melo Paiva, que saiu para tocar projetos pessoais. Saíram em licençamaternidade Marina Gomara e Elaine Cotta, substituídas respectivamente por Eva Rodrigues e Juliana Rangel. R evista 10 PAULA MAGESTE assumiu a Diretoria Editorial do Grupo Femininas e Interesses Especiais da Editora Globo, em substituição a Cynthia de Almeida, que regressou à Editora Abril. Monica Serino foi promovida a diretora do Grupo Marie Claire. ESSAS NÃO FORAM as únicas mudanças nas redações da Editora Globo. Na Época São Paulo, o repórter Camilo Morano foi promovido a editor no lugar de Camila Hessel, que saiu. No site da Quem, a repórter Mariana Sodré Luchesi passou a editora-assistente; Flavia Faccini e Victoria Bessel foram para a reportagem; Ana Carolina Tedeschi assumiu como webdesigner; e Giulia Paolillo é a nova assistente de web. Na Pequenas Empresas Grandes Negócios as novidades são a chegada da editora Marisa Adan Gil e a saída da editora-executiva Katia Simões. Em movimentação interna, Marina Iwakura, repórter do site PEGN, substitui temporariamente a editoraassistente Adriana Fonseca, em licençamaternidade. E na Época Negócios, Robson Vitorino começou como editor, em vaga recém-criada. BEL MOHERDAUI deixou a Veja e começou como editora de Cultura e Variedades na Vogue. COMEÇARAM na Prazeres da Mesa a repórter Bianca Marchetti, o webmaster Jhomar Nando, o tratador de imagens Silvio da Silva e as designers Camila Pimenta e Juliana Lucki. Letícia Rocha foi promovida a editora. Marco Merguizo deixou a revista e começou na Gosto, como editor. MARTA GÓES assumiu na Trip a Diretoria de Redação da Private Brokers, customizada da imobiliária Coelho da Fonseca. TATIANA GIANINI, de volta da Espanha, retomou a função de repórter de Negócios Globais da Exame. ROGÉRIO MENANI, editor da revista Biodiesel, de Ribeirão Preto, assumiu dupla jornada como editorexecutivo em São Paulo da Inove Ambiental. MÁRCIO CAPARICA deixou a Runner’s e foi para a New Content, para atuar no núcleo de arte que atende Expand e TVA e desenvolver um novo projeto. RODRIGO LEITE e Murilo Aquino começaram na Car and Driver. T elevisão MARCELO REZENDE assinou com a Record, onde fará o quadro Repórter Record dentro do Domingo Espetacular. MARÍLIA ASSEF, que estava na Rede TV, começou como editora-chefe do Jornal da Cultura. Alexandre Machado, que ocuparia esse cargo, passou a cuidar da edição do Manual de Jornalismo Público. Ainda por lá, Cadão Volpato (editor de Cultura do iG) voltou a apresentar o Metrópolis, a exemplo do que já havia feito entre 1991 e 1994. Adriana Couto, por ele substituída, voltou à reportagem. A BBC BRASIL contratou para a equipe de São Paulo os produtores João Fellet, Paula Idoeta, Rafael Spuldar, Mariana Della Barba, e Camilla Costa. Já o produtor Caio Quero assumiu temporariamente as funções de editor-assistente. Na equipe de Londres, deixaram a BBC as produtoras Andrea Wellbaum e Ilana Rehavia. HELENA FRUET deixou a RecordNews para se dedicar a projetos pessoais. MARISE MUNIZ, da pauta do Jornal da Record, deixou a emissora para atuar na campanha política no Tocantins. No lugar dela já começou Fábio Donadone, que era chefe de Pauta do Jornal da Cultura. I nterior EUGÊNIO ARAÚJO deixou o Cruzeiro do Sul e no seu lugar, como editor-chefe do jornal, entrou Anclar Patric Crippa Mendes, o Cal, que era chefe de Reportagem. O VALE, de São José dos Campos, lançou a edição Taubaté, com capa e parte do conteúdo produzido para o público local. GLAUCO BRAGA deixou a Editoria de Esportes do Jornal A Tribuna de Santos, onde atuou por nove anos, e agora trabalha como subeditor do Caderno Campus e do Caderno de Turismo de AT. BRUNA CARVALHO e André Carneiro abriram a Melhor Palavra, em Ribeirão Preto. Contatos pelos 16-8820-5175 e 3916-3693. I nternet RICARDO SETTI está de volta às redações, na Veja.com, num blog com o seu nome, sobre política, assuntos internacionais e outros temas. ANTES RESPONSABILIDADE da Abril Digital, o site da Veja São Paulo foi incorporado à redação (plataforma impressa) da própria Vejinha. Com a mudança, Alvaro Leme, do Terraço Paulistano, passou a editor do site e em seu lugar ficou João Batista Jr. RONALDO KOTSCHO, da ESPNBrasil, uniu-se ao auditor ambiental Gerson Fukner para lançar o blog Programa Linha Verde – Cuidando do R ádio A CBN estreou, em parceria com o IDG Now, o boletim Dois na Web, dedicado à tecnologia. No ar de 2ª a 5ª, às 18h10, no Jornal da CBN 2ª edição, é apresentado por Roberto Nonato e Cristina De Luca. meio ambiente e da outra metade também (w w w.prog ra ma l i n haverde.com.br), focado em educação ambiental. BRUNO WINCKLER deixou o Estadão e foi para o Esportes do iG. Também começou no portal, vinda do Terra, Marsília Gombata. Ela entrou na editoria de Política, no lugar de Leandro Meireles, que foi para a revista Galileu. No Terra, a vaga de Marsília, foi ocupada por Filippo Cecilio. Também deixou o Terra Juliana Dal Piva, que seguiu para a reportagem de Semana da IstoÉ, no lugar de Bruna Cavalcanti, transferida para Política. ODAIR DEL POZZO começou com a sua Coluna do Dadá, sobre o mundo das celebridades, no portal Vírgula (www. colunadodada.com.br). RICARDO PERRONE despediu-se da Placar e começou no UOL como titular do blog http://blogdoperrone.blogosfera. uol.com.br, sobre os bastidores do futebol. ANA CLARA COSTA transferiu-se da Exame para a Veja.com. A ssessorias NORA GONZALEZ assumiu a Gerência de RP para a América Latina da norte-americana Fico, empresa de tecnologia que cria e desenvolve ferramentas para redução de perdas derivadas de fraudes e gestão de risco de crédito. ANA FLORENCE deixou a FSB, onde atuou como diretora nos últimos três anos. TAÍS FUOCO começou na In Press no atendimento da conta da IBM Brasil. Também começou na agência Luciana Abritta, no atendimento da Qualcomm. CAROLINA SALAZAR, Marcela Troiano e Silvia Simões foram contratadas pela 80 Comunicação. O vaivém do mercado Por Eduardo Ribeiro JOÃO PEDRO NUNES despediuse da ZDL e está agora na Assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Atletismo. CLARICE CHIQUETTO assumiu a Coordenação de Comunicação do Levy & Salomão Advogados. COMEÇARAM na Perspectiva Leonardo Stavale e Mabel Santos. João Raposo entrou na Assessoria de Comunicação da Band, no lugar de Eduardo Laviola, que partiu para temporada de estudos em Nova York. ADEMIR GONÇALVES começou na XPress, no atendimento da Nissan. MAURO TEIXEIRA, que foi por oito anos da Máquina da Notícia, integrou a equipe de imprensa do candidato do PT ao Governo do Estado de São Paulo, Aloizio Mercadante. RODRIGO PADRON foi para a Agência Ideal, como diretor de Atendimento. FABIANE BERNARDI despediu-se da Agência Estado e começou na Autoban, ali respondendo por Comunicação Interna. Entrou no lugar de Geraldo Ribeiro, que saiu. RICARDO HERNANDES reforçou a equipe da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Santo André. L ançamento CHEGOU às bancas a masculina Alfa, da Abril, com periodicidade mensal, tiragem de 120 mil exemplares e circulação nacional. O diretor de Redação é Kiko Nogueira e com ele estão Sérgio Ruiz Luiz (redator-chefe), Ailin Aleixo, Denise Dahdah, Marcelo Zorzanelli e Ronaldo Bressane (editores), Ana Luiza Leal, Carlos Augusto Santos e Juliene Moretti (repórteres), Demian Takahashi (diretor de Arte), Alexandre Ferreira (Projeto Gráfico) e Maíra Miranda (designer). O time de colaboradores tem Sérgio Augusto, Nirlando Beirão, Tati Bernardi e Lenny Kaye, entre outros. COMEÇOU a circular gratuitamente no Rio de Janeiro e São Paulo a revista Ilhabela Magazine, destinada ao público A e B que aprecia temas como cultura, gastronomia, mercado de luxo, saúde, arquitetura e esportes, entre outros. A PUBLICAÇÃO, da Linhas Editora (Linhas&Laudas), é trimestral e tem tiragem de 10 mil exemplares. Integram a redação Sonia Xavier (editora-chefe), Bruno Guerra (editor), Ricardo Viveiros Mathias (diretor de Arte) e Juliana Mendes e Philipe Aquino (diagramação). SOB O SLOGAN Moda à sua medida, já está circulando Burda Style, que traz as novidades do universo do molde e da costura. Mensal, com tiragem inicial de 10 mil exemplares e distribuição pela Dinap, sua redação conta com Ian Levy (diretor geral), Inês Maia (editora-executiva), Ana Carina, Teresa Leite e Nuno Fonseca (colaboradores). A revista também está no Facebook (www.facebook.com/ revistaburdastyle). JÁ ESTÁ no mercado, dirigida ao segmento da publicidade, a Adnews em Revista, publicação do site especializado em comunicação, mídia e tecnologia. Com tiragem de 10 mil exemplares e periodicidade trimestral, a revista, de 148 páginas, é dirigida por Paulo Rosa Neto e Daniel Rosa e tem como coordenador Marcelo Gripa. T elegráficas O SINDICATO dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro inaugurou o seu Centro de Cultura e Memória do Jornalismo. O objetivo é ser um espaço de reflexão sobre a atividade jornalística hoje e no futuro, e não apenas de valorização do passado. O GRUPO Abril adquiriu 70% do capital da Elemídia, aquela dos painéis eletrônicos em elevadores, saguões e transportes coletivos. O ESTADÃO recebeu no início de setembro, em Buenos Aires, o prêmio de Investigação Jornalística na América Latina, concedido pelo Instituto Prensa Y Sociedad e pela organização Transparency International. A série de reportagens escolhida foi produzida por Rosa Costa, Leandro Colon e Rodrigo Rangel, e revelou, em 2009, a existência de benefícios ilegais patrocinados pelo presidente do Senado, José Sarney. ESTREOU há duas semanas o projeto eBandReporter (www.ebandreporter.com. br), dirigido a estudantes de Jornalismo, que possibilita a publicação no site de matérias sobre temas diversos, que os veículos do Grupo Bandeirantes podem utilizar ou solicitar pautas específicas. O ARQUIVO PÚBLICO do Estado de São Paulo acaba de digitalizar e pôr na rede parte do arquivo fotográfico da Última Hora, que circulou em diversas cidades brasileiras nas décadas de 1950 e 1960. São quase 20 anos de história registrados em 54.600 fotografias e 1.200 ilustrações, que podem ser vistas pelo www.arquivoestado.sp.gov.br/uhdigital. FLÁVIO TINÉ, ex-assessor de imprensa do Hospital das Clínicas, teve o seu pleito acolhido na Comissão de Anistia, que julgou procedente o processo por ele movido de perseguição política sofrida nos tempos da ditadura militar. À época, em 1964, ele perdeu os dois empregos que tinha: na Última Hora Nordeste, invadida pelo Exército, e na assessoria de imprensa da Prefeitura do Recife. ROBSON MOREIRA, ex-presidente do nosso Sindicato e que está atualmente na TV Brasil, retornou aos palcos, no elenco de Dostoievski no Armário (direção de Marta Baião), em cartaz no Espaço dos Satyros 2 (praça Roosevelt, 214), aos domingos, sempre às 21 horas. L ivros PERCIVAL DE SOUZA, da TV Record, é o autor de O crime quase perfeito (Idea Editora), seu primeiro livro de ficção. Como não poderia deixar de ser, é uma história policial. LAURENTINO GOMES chegou com 1822, que vendeu em poucos dias a tiragem inicial de 100 mil exemplares. GONÇALO JÚNIOR, da revista Personnalité, escreveu Maria Erótica e o clamor do sexo – Imprensa, pornografia, comunismo e censura na ditadura militar – 1964-1985 (Editora Peixe Grande). ADRIANA MOREIRA, do caderno Viagem do Estadão, lançou o livro infantil Como deixei de ser amargo – o manual de João Jiló para vegetais indesejados (BelasLetras). FELIPE MACHADO também está de livro novo na praça, Bacana Bacana – As Aventuras de um Jornalista pela África do Sul (Editora Seoman). O CORRESPONDENTE alemão Alexander Busch é o autor de Brasil, país do presente – O poder econômico do “Gigante Verde” (Editora Cultrix). JÁ ESTÁ NAS LIVRARIAS Economia é Política, Política é Economia (EcoDigit Editora), de Luiz Carlos Ramos (Rádio Capital e PUC) e Julio Darvas. ANA PAULA GOULART, Igor Sacramento e Marco Roxo são os organizadores do livro História da Televisão no Brasil (Editora Contexto). OUTRA OBRA nova é Passione: um roteiro pela Toscana (Editora Bei e Globomarcas), de Chico Barbosa, reunindo depoimentos do elenco da novela da Globo e informações sobre a famosa região italiana. ALBERTO VILLAS, do Fantástico, lançou Onde foi parar nosso tempo (Editora Globo), obra na qual reuniu 50 histórias que deixam no ar a pergunta: nos tempos modernos, onde foi parar o nosso tempo? ANA ESTELA DE SOUSA PINTO e Cristina Moreno de Castro são as autoras de A vaga é sua (Publifolha), em que contam como ser bem-sucedido na carreira de jornalista. IMPRENSA NEGRA no Brasil do século XIX é o livro lançado em outubro pela historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto. Na publicação, ela resgata títulos da imprensa negra oitocentista publicados em cidades e períodos diferentes. Pioneira, a obra aborda a experiência da liberdade e da cidadania, destacando a utilização da imprensa como um instrumento de resistência negra em pleno sistema escravagista. RICARDO CRIEZ lança em outubro o livro “O herói dos tabuleiros”, pela editora FTD, uma ficção sobre Zeca, um enxadrista que disputa o título mundial pelo Brasil enfrentando fortes concorrentes. OUTUBRO 2010 Por Eduardo Ribeiro UNIDADE O vaivém do mercado O mês marcou o lançamento de revistas no segmento masculino, feminino, de luxo e de publicidade. Também foram vários os livros que chegaram ao mercado, de autores como Laurentino Gomes, Percival de Souza e Alberto Villas. No vaivém estão em destaques nomes como Ricardo Setti, Marília Assef, Fábio Zanini, Cynthia de Almeida, Marta Góes, Bel Moherdaui, Eugênio Araújo, Helena Fruet, Marise Muniz e Paula Mageste, entre outros. Boa leitura! R egistro MORREU em São Paulo no dia 8 de setembro, aos 75 anos, de parada cardíaca, Lourival Nascimento Pacheco, por mais de 40 anos apresentador do Primeira Hora, da Rádio Bandeirantes. Ficou célebre e entrou para o folclore do jornalismo seu descuido ao anunciar a morte do papa Pio XII, quando na verdade ele havia entrado em coma profundo. Precisando corrigir o erro, soltou: “Lamentamos informar que o Papa ainda não morreu”. FALECEU no dia 24 de setembro, em São Paulo, o repórter fotográfico Calsimino Rubens Monzillo, aos 82 anos, em decorrência de uma isquemia cerebral sofrida cinco anos atrás. Rubão,como era conhecido entre os colegas de jornalismo esportivo, trabalhou de 1969 a 1995 na Gazeta Esportiva. Palmeiras, boxe e ciclismo eram algumas das suas maiores paixões. Como diz um dos filhos, o também jornalista Ricardo Monzillo, “ele já não estava muito lúcido, mas nunca deixava de falar no Palestra e no jornal A Gazeta Esportiva”. Deixou ainda a esposa Wilma e o filho Luiz. 11 UNIDADE OUTUBRO 2010 I magem Homenagem ao chargista Abê O 12 chargista e ilustrador do Diário do Comércio, Abelardo Ferreira da Fonseca Júnior, o Abê, faleceu no mês de agosto, aos 52 anos, na Capital. O Unidade presta a ele, nestas páginas, uma homenagem póstuma. Formado em Artes Plásticas e Música, Abê ,como era mais conhecido, começou a carreira na Folha da Tarde. Sorocabano de nascimento, trabalhou por quase 20 anos no Diario do Comércio da Associação Comercial de São Paulo, onde produziu grande parte de sua vasta obra, sobretuido com temas políticos. Antes de iniciar sua carreira como desenhista, no extinto jornal Folha da Tarde, trabalhou como estampador de tecidos. Abê também foi violonista, compositor e cantor, integrante do grupo vocal de MPB “Catavento”, surgido na região de Sorocaba há quase três décadas e que gravou dois CDs, um deles apenas com obras de Adoniram Barbosa.