The Cullen´s Secret

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The Cullen´s Secret
The Cullen´s Secret
Autora: Kel Costa (ou simplesmente K)
Shipper: Edward/Bella e quase todos os outros
Gênero: Universo alternativo, Romance, Comédia, Ação e Lemon (um pouco, eventualmente)
Classificação: NC-14
FANFIC NARRADA POR BELLA (EM VERMELHO) E EDWARD (EM AZUL)
"Era meu 1º dia na faculdade. E eu conheci eles, os cinco. Andando pelo corredor que se abria em meio as pessoas
embasbacadas enquanto eles passavam. Me disseram que eram os Cullens. E eu não pude deixar de notar a beleza
estonteante deles, assim como seu ar de superioridade. A faculdade, pelo visto, seria interessante.”
“Ela parecia ser somente mais uma de tantas outras garotas que ficam hipnotizadas por mim. E eu sinceramente nem me
importaria muito com a sua existência, se não fosse pelo fato de ela ser a única que eu não conseguia ler. Acho que teria
que descobrir o motivo disto."
CAPÍTULO 1
Eu acordei sem nenhum humor. O dia estava frio e eu já tremia só em pensar na hora de sair do banho.
Maldição. Levantei-me, xingando a 5ª geração da pessoa que inventou os estudos, tomei meu banho rápido,
vesti qualquer moletom que vi pela frente, passei uma escova nos cabelos só para tirar os nós que se
acumulavam e desci as escadas para me juntar às meninas na cozinha.
- Hey Bella, animada para nosso primeiro dia de faculdade?
Ugh. Jessica poderia ser terrivelmente irritante. A maioria das pessoas ficaria empolgada com seu primeiro dia
numa faculdade. Bem, eu não era como a maioria das pessoas. Tudo bem que estudar na Universidade de Forks
tinha a sua vantagem (ou desvantagem, dependendo do seu ponto de vista), devido ao tamanho minúsculo
daquela instituição. E para falar a verdade, foi isso que me fez continuar na cidade e optar por aquela faculdade.
Digo, o que eu não queria mesmo era ser a atração cômica de um lugar do tamanho de Harvard ou Yale. Não
combinava comigo. Mesmo. E além do mais, poderia ser interessante dividir uma casa com Jessica e Angela...
ah, e Lauren. E estar menos de duas horas de distância de Charlie.
- Muito animada Jess, explodindo de felicidade! (sorri amargamente enquanto engolia um pedaço de pão)
- Nossa, Bella, seu entusiasmo contagia o ambiente, sabia? (Lauren soltou seu sarcasmo)
- Jura? Que bom, fico feliz por isso! Já estou indo. Vem comigo Angie?
- Claro! Já acabei o café.
Nós saímos deixando Jess e Lauren em casa, entrando em minha pick-up enquanto tentávamos não tremer de
frio. Apesar das meninas cismarem que não era necessário o uso de um carro para ir até a faculdade, eu tinha
batido o pé, não abrindo mão da minha boa e velha Ugly Red. Em ridículos 5 minutos estávamos no
estacionamento. Ok, não era tão longe assim, era ridiculamente perto. Estacionei e quando me preparava para
desligar o carro, alguém bateu no vidro.
- Sim? (eu falei abaixando-o)
- Oi, meu nome é Megan, tudo bem? Então... como eu acho que vocês devem ser calouras aqui, eu achei melhor
avisar que você não deve estacionar nessa vaga.
- Porque não? (perguntei com a voz esganiçada, já ficando estressada)
- Bem, porque ela já tem dono. É uma vaga cativa, ok?
Ótimo, era só o que me faltava, ser expulsa da vaga.
- Acontece que eu não estou vendo a palavra cativa escrita aqui...
- Na verdade, (ela apontou o dedo para frente) está sim.
E então minha cara foi no chão, quando eu olhei para o meio-fio na minha frente e vi uma plaquinha reluzente,
escrito com letras douradas e desenhadas: "Cullen".
- Obrigada.
Eu agradeci amargamente, enquanto dava ré e escutava o riso de Angela ao meu lado.
- Começamos bem Bella.
Depois de rodar alguns minutos procurando por uma maldita vaga, eu estacionei e nós entramos no prédio
gigante que se estendia à nossa frente, todo adornado em gesso com estátuas lá no alto. Andávamos olhando
todas as portas procurando por nossas salas. Eu teria que me acostumar rápido com aquele turbilhão de vozes,
gente entrando e saindo, falando alto, rindo. E eu achava que o colégio era ruim? Aquilo era quase o inferno.
Então eu tive a brilhante idéia de parar em frente a um mural que ficava no fim do corredor, e que
aparentemente, constavam as informações das salas e aulas daquele semestre.
- Ok Angie, minha sala fica no 3º andar e a sua... pelo visto, ahn... ah, no 2º! Acho que a gente se vê depois
então. Lá na lanchonete? Angie?
Eu me virei para ver por que estava sendo completamente ignorada ali, e aí descobri. Simplesmente eu não
tinha percebido que o terrível turbilhão de vozes tinha sumido, e quem não estava em silêncio, murmurava
alguma coisa baixa pra si mesmo, ou para os amigos. E todos, eu disse todos, inclusive minha amiga, olhavam
fixamente para o início do corredor, e eu segui seus olhos.
Eles eram cinco no total... três homens e duas mulheres, que passavam pelo caminho que se abria em meio aos
estudantes embasbacados. Eu não sei se era algum problema de visão meu, mas pareciam deuses recémchegados do Olimpo. Todos tinham a mesma cor de pele pálida e usavam óculos escuros. A mulher mais alta, e
que chamava mais atenção, era loira de cabelos esvoaçantes, a outra era baixinha de cabelos curtos, negros e
repicados. O homem mais alto tinha cabelos pretos bem batidos e era super musculoso. O do meio e o mais
baixo era magro e tinha cabelos loiros tão repicados quanto os da outra garota.
E o 5º, mas não último, era simplesmente o mais magnífico de todos. Seu cabelo era um ruivo mais puxado para
o dourado, meio bronze ou sei lá que cor linda era aquela... e os fios eram meticulosamente bagunçados. Não
era tão alto quanto o moreno nem tão baixo quanto o loiro. E não era musculoso, mas aparentava ser forte. De
uma forma intrigante, ele andava à frente dos outros quatro. Enquanto eu via algumas pessoas
cumprimentando-os timidamente, eles não olhavam para a cara de ninguém, muito menos respondiam o
cumprimento. Apenas desfilaram pelo corredor, em suas roupas extremamente elegantes e subiram as escadas.
Foi só eles sumirem, que o turbilhão voltou, como se todos tivessem saído de algum tipo bizarro de hipnose.
- Viu as salas Bella?
Eu torci a cara.
- Vi né. Eu no 3º andar e você no 2º.
- Ok, nos vemos na lanchonete! (Angie se despediu subindo as escadas correndo)
A menina que me expulsara mais cedo da vaga, estava passando por mim e eu não resisti em segurá-la pelo
braço.
- Ei, lembra de mim? (eu me esforcei ao máximo para dar um sorriso simpático)
- Claro! Você é a garota que roubou a vaga do Cullen. Deveria me agradecer o resto do semestre, por eu ter te
salvado.
- Me salvado? De que? E quem eram essas pessoas que chegaram juntas? Esses cinco?
- Te salvado de se tornar a piada da faculdade durante a sua estadia aqui. E aqueles cinco... são os Cullens.(ela
falou esse nome como se estivesse contando uma piada de loira, para uma loira)
- Ah! Então esses são os meus calos? Que me fizeram rodar atrás de uma vaga? Bom saber!
Ela apertou meu braço, me levando para o canto do corredor.
- Shhh! Fala baixo! Você é louca ou só é burra mesmo? Olha só, deixa eu explicar de um jeito que você entenda.
Você arranjar briga com os Cullens, só vai tornar sua vida aqui um inferno. E você realmente não quer isso.
Mas do que essa maluca estava falando? Ela achava que eu iria me curvar a um bando de antipáticos só por
causa de uma estúpida plaquinha de vaga cativa? Aquilo estava me irritando. Ela perguntou meu nome.
- Isabella. Isabella Swan.
- Ok Isabella. Veja assim, eles são a elite, e você... (ela me olhava da cabeça aos pés) bem, você está longe de ser
a elite, né?
Eu nem tive tempo de responder o que queria para aquela patricinha, pois antes mesmo de abrir a boca, ela me
virou as costas em foi em direção a uma amiga que a chamava do outro lado do corredor. Droga! Nem me dei
conta do quanto eu estava atrasada. Saí correndo pela escada, empurrando as pessoas lerdas que cismavam em
parar para conversar bem no meio daquela passagem, esquecendo que ali era para descer ou subir. Cheguei
sem fôlego no meu andar e senti meu rosto vermelho. Isso acontecia facilmente quando eu corria, ou
gargalhava demais, ou ficava sem-graça. Era uma coisa bem agradável, para não dizer o contrário. Minha
primeira aula era de Literatura Modernista, uma matéria avançada, que não era cursada por calouros, mas que
eu consegui encaixar na minha grade por causa de um curso que eu fizera ano passado. Arrependi-me
amargamente de ter ficado discutindo lá embaixo com a patricinha, pois o professor já estava na sala, que
estava lotada. De veteranos. Ótimo, Bella, vamos começar a pagar mico.
Os rostos se viraram em minha direção quando a porta rangeu ao abrí-la. O professor mandou-me um olhar de
desaprovação e eu ouvi sua voz ríspida se dirigir a mim.
- Estamos começando hoje, senhorita, mas saiba que não tolero atrasos de mais de 10 minutos em minhas
aulas. Se não puder estar dentro desta sala até as 08:10 hs, fique em casa dormindo.
Eu engoli seco. Essa não era a melhor forma de começar agradando um professor de uma matéria que eu não
queria reprovar. Subi os degraus, sem olhar para ninguém e sentei numa carteira na 5ª fileira. Eu estava abrindo
meu livro quando vi um cabelo bronze duas fileiras na minha frente. Eu não acreditava que estava na mesma
sala que um deles. Ou melhor, que o mais bonito deles. Eu olhei para a menina ao meu lado, que parecia viajar
numa revista escondida camuflada dentro do livro.
- Ei!
Ela me olhou. Tinha um rosto simpático.
- Qual o nome dele? (eu perguntei baixinho, apontando para os cabelos bronze)
- O Cullen? Aquele é o Edward.
Edward. O nome era bonito para alguém tão antipático, eu pensei. Mas eu tinha gostado do seu nome. Tinha
uma melodia agradável.
- Edward... (eu falei muito baixo, só para mim, como se estivesse frisando em minha mente)
Então por algum motivo, ele se virou para trás, rápido, me encarando pelos óculos escuros. Eu não sei se foi
ilusão minha, deveria ser, mas eu podia jurar ter visto ele passar a ponta da língua no canto da boca.
Então eu já estava imaginando coisas. Que ótimo. Ele se virou quando o professor fez uma pergunta geral. Uma
garota lá na frente levantou o braço e começou a responder. Eu sabia que ela estava um pouco nervosa, porque
ela fazia os mesmos gestos que eu, quando ficava assim também.
Tive pena da pobre menina quando ela começou a gaguejar, se enrolando nas próprias palavras, contribuindo
para um riso coletivo da sala. Mas eu não ri, porque sabia exatamente o que era passar por isso. Ele também
não riu. Enquanto a garota procurava um lugar para se esconder, ele simplesmente deu um tapa ensurdecedor
com a mão aberta na carteira, e de repente toda a sala se calou.
- Continue, Kiara. (ele falou)
E então ela continuou. Wow. O que foi aquilo? Primeiro porque era perturbador o fato de que todo mundo o
tinha obedecido. Segundo porque sua voz era ao mesmo tempo rouca e aveludada. Isso era possível? Eu não me
importava... a voz dele era inebriante.
Eu não vi a hora passar, já que estava mergulhada em meus devaneios. Mas quando sai do transe, o professor já
terminava suas últimas frases. Assim que a aula terminou, alguns alunos saíram rápido, enquanto ele caminhava
calmamente até a porta. Eu achei graça na forma como as mulheres olhavam pro seu rosto quando ele passava
por elas. Ele era realmente muito bonito, mas eu não entendia o motivo para tamanho fanatismo. Quando eu
terminei de juntar minhas coisas e saí da sala, ele já tinha sumido do corredor.
Desci para a lanchonete, e vi minhas amigas sentadas numa mesa, guardando lugar para mim. Eu cheguei,
jogando meus livros na mesa.
- Ei gente. Espero que o dia de vocês tenha sido melhor que o meu.
- Ah claro, Bella. Se você diz melhor, se referindo a uma loira oxigenada tirando todos, eu disso todos, os olhares
de cima de você, e roubando-os para ela, então sim, meu dia foi melhor. (Lauren resmungava aparentemente
bem irritada)
- O que ela tem? (perguntei pra Jess e Angie)
- Deixa eu resumir... (Jess falava enquanto suspirava) No começo Lauren estava super feliz porque os caras
olhavam para ela no corredor. Aí passou uma loira tipo modelo e a Lauren se tornou, bem... o oposto do centro
das atenções. (a Jess prendia um riso enquanto se divertia contando)
- Deixa eu adivinhar. Loira, alta, linda, de óculos escuros?
Eu fechei a cara quando as três balançaram a cabeça. Pelo visto não era só eu que tinha problemas com essas
pessoas. E aí contei minha história para elas, desde o infortúnio com a vaga do carro, até o acontecimento em
sala de aula.
- Ah Bella, você é doida. O cara é um gato e você implicando com ele... olha a neurose, tudo por causa de uma
vaga. (Angie estava me contrariando? Sério?)
- Não é tudo por causa de uma vaga, Angela. É por causa da vaga, por causa do nariz empinado deles e por
todos parecerem venerá-los. Eles são os donos da faculdade por acaso? Não.
Eu não ia convencê-las de nada, era perda de tempo. Pelo visto Angela estava tão fascinada quanto as outras
garotas. Levantei e fui comprar algo para comer, meu estômago tava roncando e só agora eu me toquei.
Eu estava indo para a lanchonete encontrar meus irmãos. Quando estava chegando vi o Emmet chegando por
trás de uma garota que segurava um salgado e um copo de suco nas mãos. Eu sabia que ele ia aprontar. Emmet
tinha uma necessidade insaciável de aparecer. E de enlouquecer as mulheres. Mas isso eu também tinha. Ele
encostou a mão nos ombros dela e disse um "oi" em seu ouvido. E eu só vi a pobre coitada tremer e deixar o
copo cair. Ele era sem dúvidas o pior de todos.
- Algum dia você vai se cansar dessa brincadeira Emmet? (eu perguntei enquanto olhava a garota, tremendo,
sentar em sua mesa)
"Ele falou comigo! Um Cullen falou comigo!" - Era só o que ela conseguia pensar... atônita.
- Nunca! É tão hilária a reação delas... (ele sorria para mim)
- Até o dia que Rosalie se irritar com...
Eu não terminei de falar, porque aparentemente, alguém me deu um encontrão. Eu me virei para olhar, e
descobri que era a garota da Literatura, que falou meu nome. Ela levantou a cabeça para me olhar,
permanecendo imóvel e de boca aberta, como todas as outras. Eu não a conhecia, portanto devia ser caloura.
Eu a encarei, esperando por algum pensamento. Nada. Estranho.
- De-des-desculpa, eu não estava olhando.
Eu senti vontade de rir quando seu rosto ficou vermelho igual a um pimentão. Em geral as garotas só ficavam
tontas, mas não costumavam corar. Não tanto assim. Eu estava de bom-humor hoje, portanto não quis piorar a
situação. Para ela, claro.
- Sem problemas. (falei num tom de voz meio seco)
Ela voltou a caminhar, indo em direção ao balcão da lanchonete, enquanto Jazz, Alice e Rose chegavam.
Sentamos-nos em nossa mesa, enquanto colocávamos algumas questões em dia.
- Pegaram algum professor ruim esse semestre? (Jazz perguntava enquanto sondava nossas emoções)
- Eu peguei uma professora idiota, serve?
- Qual o problema dessa vez, Rose?
- Bom, eu tenho aula com uma professora que fica tímida com os alunos. Foi só um cara falar uma graçinha que
ela quase se enfiou de baixo da mesa.
- Eu não consegui ler a mente de uma caloura.
Todos me olharam, incrédulos.
- Como assim, não conseguiu Edward? (Alice me perguntava, abaixando seus óculos para me olhar)
- Bem, eu tentei e não veio nada... como se ela estivesse vazia.
- Quem é a garota? (Jazz perguntou enquanto olhava em volta)
- Ela estava por aqui. (eu olhei tentando achá-la) Lá está ela, em pé na lanchonete, de moletom preto.
- Nossa, ela se veste bem. (Rosalie riu com seu sarcasmo doentio)
- Será que ela é... diferente? Como nós?
- Não Emmet, ela não é vampira, nem nada parecido. Ela é humana com certeza. Eu senti seu sangue.
- Hum, estranho... nunca vi isso acontecer com você...
- Eu sei Alice. Mas podem ficar tranquilos que eu vou descobrir o motivo disso.
Terminamos nossa conversa, enquanto eu observava a estranha caloura, de longe. O que será que ela tinha de
diferente que eu não conseguia ler?
Eu ainda estava tentando me recuperar da situação que eu acabara de passar, quando a voz da Angela me tirou
do transe.
- Bella, tá tudo bem?
- Hã? Ah sim, está. (tentei disfarçar)
- Você voltou estranha lá de baixo... aconteceu alguma coisa?
- Não. Só o antipático do Cullen que esbarrou em mim. Ou melhor, eu esbarrei nele.
Todas me olharam pasmas.
- Como assim você esbarrou no Cullen? Qual deles? Foi de propósito? Ele falou contigo? Você falou com ele?
Sério, a Jessica precisava urgentemente parar com essa mania de bombardear os outros de perguntas. Eu nunca
conseguia nem lembrar da primeira.
- Não. Sim, quer dizer, eu esbarrei nele sem querer, pedi desculpas e pronto, continuei minha vida. Nada
demais.
Mentira! Eu quase babei quando olhei pra cima e dei com ele me olhando. Acho que era normal as pessoas
surtarem quando os olhavam tão de perto. Só podia ser isso, porque antes, eu o achava bonito, claro. Mas
agora... bem, existia alguma palavra apropriada? Ele era como se fosse irreal, como se fizesse parte de um
sonho. Seu rosto tinha contornos perfeitos e sua boca, ah Bella. Parou. Ele pode ser absurdamente lindo, mas
ainda é estranho e antipático.
O resto do dia passou bem rápido, com o meu desespero em tentar não chegar atrasada em nenhuma aula. Eu
tenho que admitir que quando saía de uma sala para entrar em outra, eu corria os olhos pelo corredor
querendo cruzar com um deles. Mas isso não aconteceu, para minha tristeza. No final das minhas aulas, eu não
consegui achar nenhuma das meninas, então resolvi ir sozinha mesmo para casa.
Entrei no estacionamento e fui caminhando calmamente para o carro, que estava longe, bem longe, graças, é
claro, aos Cullens. Ugh. Quando estava me aproximando da vaga da qual tinha sido expulsa, vi a loira, o saradão,
a baixinha e o loiro encostados num carro vermelho. Não. Carro vermelho era o meu. Aquilo que dava para
enxergar até mesmo da Lua, era uma BMW conversível vermelha que no sol deveria cegar. Eu senti falta de um
deles. Ele, claro. O antipático. Não que os outros não fossem também, mas ele me irritava mais.
Me virei assustada com o barulho de uma batida. Era uma garota no volante de um Honda, que tinha batido na
traseira de um Volks velho. Ah claro, então eu entendi o porquê. Edward Cullen tinha passado sorrindo por ela.
A maluca estava com a cabeça chorando com a cabeça baixa no volante, enquanto ele se dirigia até os outros
quatro, sorrindo alegremente, rodopiando o chaveiro do carro no dedo. Eu tive pena da menina.
Ele não foi para a BMW. Ele abriu a porta do carro ao lado. Só então eu percebi que não era a BMW que estava
na MINHA vaga. Era um Volvo prata brilhante. Eu não devia ter feito isso, na verdade nem sei até agora porque
eu fiz. Mas me deu uma raiva súbita, e eu fui fervendo até eles, o oposto do caminho onde meu carro vermelho
velho estava. Quando eles viram eu me aproximar, ficaram todos eretos, e o maior, o musculoso, se pôs na
frente deles, quase grudando em mim.
- Sim? (ele me perguntou, me encarando seriamente)
- Por que vocês fazem isso? (eu tentei ficar na ponta dos pés para não me sentir uma anã perto dele)
- O que nós fazemos? Você pode me explicar?
Wow. Ok. Ele se inclinou, se aproximando do meu rosto e me deixou tonta. Era possível todos eles serem tão
assustadoramente lindos?
- Emmet!
Uma voz seca fez com que o grandalhão se distanciasse de mim, me fazendo recuperar a respiração. Então eu vi
que Edward tinha saído do carro e se colocado do lado do outro. Ele passou a mão nos cabelos irritantes
enquanto me olhava.
- Deixe-a falar. Estou curioso. (o filho da mãe sorriu cinicamente, entortando a boca)
- Porque vocês fazem isso com as pessoas? Deixam elas assim... vocês viram que a garota bateu com o carro,
né? Foi provocação sua!
Eu apontei o dedo para ele. E depois me arrependi. Ele inclinou a cabeça para o lado como se estivesse me
estudando, e se aproximou de mim, encostando o peito no meu dedo apontado. Passou o dedo indicador que
possuía um anel prata pelo lábio inferior e me encarou tão sério que eu senti medo. Sem olhar para o outro, ele
fez um sinal com a mão, e o grandão voltou para a BMW. Eu abaixei meu dedo, meio tensa, e perdi o ar com a
sua voz baixa, sendo quase que sussurrada, em direção a mim.
- E porque seria culpa minha se alguém bate com o carro por não olhar para a frente? Eu por acaso tenho culpa
de ser como sou? Ou são vocês mulheres que são...
Eu estava imóvel. Pude sentí-lo vindo por trás de mim, e assoprando nos meus ouvidos.
- Fracas...
A caloura estava realmente testando meus limites. Não lembrava de ninguém que tivesse ousado me apontar o
dedo, e ainda continuasse vivo. Bem, ela me intrigava, por não conseguir ler sua mente. Isso era o suficiente
para ela continuar respirando. Mas eu ia torturá-la, poderia ser divertido.
Mandei Emmet nos deixar, e me inclinei sussurrando para ela, exalando meu veneno inebriante no ar. Pus-me
atrás dela, enquanto assoprava no seu ouvido, e sentia os batimentos cardíacos dela acelerarem. O sangue dela
cheirava forte e doce, me fazendo lembrar que estava com muita fome. Mas ali não. E nem ela. Não agora, pelo
menos. Quando eu senti o calor emanando do seu corpo, deslizei um dedo pelo seu braço, fazendo todos os
pêlos do seu corpo se eriçarem.
- Até amanhã, Bella.
E a deixei ali. Enquanto eu entrava no carro, escutava Rosalie arrancando, cantando os pneus da BMW. Eu ri. Ela
era nervosinha demais. Uma mão bateu na lataria do carro e eu abaixei o vidro quando a vi me encarando. Não
era possível, o que ela queria agora?
- Ei, como você sabe meu nome?
- Você me disse. (eu sorri)
- Não, não disse. Eu me lembraria.
Ela chegava a ser engraçada, se achando a menina má, ou sei lá o que ela achava que fosse. Ela devia achar que
metia medo em alguém...
Eu mexi meu dedo, chamando-a mais perto. Ela se curvou sobre a janela para me ouvir. Eu assoprei.
- Qual o seu nome?
- Isabella. Ou Bella se preferir. (ela respondeu fechando os olhos tonta)
- Viu como você me disse?
Eu dei ré enquanto ria, e me afastei dirigindo pela saída enquanto via pelo retrovisor, ela fechar a cara e dar um
tapa na própria testa.
Estacionei na garagem atrás da BMW de Rose, e vi meus irmãos em pé, me esperando com a cara amarrada e
braços cruzados.
"Ele tá com um sorriso de satisfação, deve ter matado-a."
- Não Jazz, ele não a matou, eu a vejo viva ainda. (Alice respondia enquanto me olhava, entrando em minha
mente)
- E eu posso saber por que a humana ainda está viva? Digo, vocês viram a petulância dela, certo?
Rose falava com as mãos na cintura enquanto batia os pés, uma imagem perfeita de uma criança mimada. Ok,
tirando a parte da criança, o resto era verdade. Eu juro que não sabia como Emmet conseguia aturá-la.
"Você tá cozinhando para saborear depois, né Edward?" - Emmet dava um sorrisinho maligno.
- Posso falar? Eu não a matei, óbvio, porque ela me intriga. O fato de eu não poder ouví-la... é muito estranho. E
além do mais ela não oferece perigo nem para uma mosca.
Eu os deixei com suas próprias neuroses, e entrei em casa. Aproveitei para tirar aqueles malditos óculos, isso me
enchia. Parei em pé no espelho, encarando meus olhos vermelho-sangue, que poderiam assustar qualquer
criatura mortal que os encarasse. Eu precisava me alimentar... não queria usar os óculos hoje a noite.
- Emmet! (eu saí do quarto procurando meu irmão que sempre estava tão sedento quanto eu)
- Fala Edward.
- Vou até Port Angeles. Vem comigo?
- Caçar? (seus olhos vermelhos brilharam)
- Não, Emmet. Comprar roupas. (eu dei-lhe um tapa na cabeça)
- Vocês não vão sair para caçar agora, né? Esqueceram de hoje a noite? (Alice vinha caminhando do jeito
delicado e mortal dela, enquanto abotoava a blusa)
- Alice, quantas vezes eu já te implorei... eu não quero saber quando você e Jazz estão transando!
- Nós nem começamos Edward. Fui interrompida por essa sua saída repentina.
- Nós estaremos de volta antes de anoitecer. É uma caça rápida. Não quero óculos hoje.
- Mas...
- Sem mais, Alice. Eu não estou pedindo. Eu estou comunicando. Vamos Emmet!
Coloquei de novo os óculos e fui para o carro esperar por Emmet. Ele entrou e eu quase morri sufocado. Se
fosse possível, claro.
- Que merda é essa, Em?
- Perfume ué.
Eu olhei meu irmão tentando não rir. Ele ficaria magoado.
- E para que você se encharcou disso? Posso saber?
- Para atrair a caça mais fácil ué.
- Ah claro! Como eu não me toquei antes! Um perfume francês deve mesmo ser bem mais atrativo do que nosso
hálito inebriante, nosso rosto perfeito e nosso poder de persuasão.
Eu zombei dele rindo enquanto dirigia para Port Angeles, e via Emmet se ajeitando no banco enquanto se
segurava para não me dar um soco. Mas ele não ousaria, óbvio.
Eu entrei em casa batendo a porta. Como eu pude ser tão idiota em deixar ele me impressionar daquele jeito? A
essa hora ele devia estar rindo com os outros, contando como foi fácil me deixar sem respiração. Ugh.
Americana estúpida! Ouvi risos vindo da cozinha...
- Bella, você não vai acreditar!
- Pelo visto não posso duvidar de mais nada hoje, Jess.
- Então, Bella. Eu consegui com todo meu charme, claro, fazer com que nós fôssemos convidadas para a festa de
hoje! (Lauren sorria)
- Festa? Que festa?
E eu lá estava com humor para festa? Eu queria era socar a cara de alguém para descontar minha raiva. Mas não
seria legal fazer isso com minhas amigas.
- Como assim que festa? (Jess soltou sua voz agudíssima. Ela estava surtando?)
- Em que mundo você vive, Bella? Não é possível que tenha passado o dia todo na faculdade e sequer ouviu falar
sobre a festa.
Eu tinha vontade de dar uma boa resposta pra Lauren. Mas me segurei.
- É a festa de confraternização. De início de um semestre. É tipo, o evento VIP do campus. E é claro, que só os
VIPS podem entrar. Mas, como eu sou uma ótima amiga, eu disse que só iria se pudesse levar vocês!
Lauren sorria triunfante. Eu me perguntava como ela arranjara tempo de já ser popular, em menos de 24 horas.
I-na-cre-di-tá-vel!
- Sei... e qual é a dessa festa? Tem que levar alguma comida?
Elas me olharam horrorizadas. Ué, eu estava acostumada com festas onde as mulheres levavam um prato de
comida e os homens levavam bebidas. Estava falando algum sacrilégio?
- Você não ouse! Bella, a festa é na casa da Fraternidade Beta. Os mais ricos do campus. Tirando os Cullens,
claro.
Eu ouvi direito? Cullens?
- Tirando os Cullens? O que você já sabe sobre eles, Lauren?
- Nada demais. Só que eles são muito ricos. Muito, muito, muito mesmo.
Jura? Eu nem percebi... achei que tivessem roubado aqueles carros... Mas pelo visto aquela era uma grande
descoberta para Lauren. Eu fiquei quieta.
- Mas então, como eu dizia antes de você me interromper, a festa é nessa fraternidade fodástica. E é à fantasia!
Não entra quem estiver sem, ok? Então nós precisamos começar a pensar, pois temos pouco tempo.
- Hum, fantasia? Não é muito meu estilo não... quando é a festa?
- Hoje! (Jessica gritou)
- Hein? Vocês querem que eu arrume uma fantasia para hoje? Ah, claro...
- Nós vamos agora numa loja que aluga fantasias, Bella. Estamos só esperando a Angela sair do banho.
Hoje não era mesmo o meu dia. Depois do mico todo na faculdade, ainda teria que ir fantasiada numa festa de
ricaços mitídos com suas namoradas exuberantes. Ótimo! Angie desceu arrumada, e nós saímos para a tal loja.
- Vamos na sua pickup, Bella?
- Ahhhh, agora vocês querem andar na Ugly Red, né? Mordam a língua!
Pelo menos algo para me deixar feliz. Rodamos atrás do endereço que Jessica tinha anotado na internet e
estacionei na porta da loja. Bem, era uma lojinha bem furreca, para ser sincera. Entramos e um vendedor com
cara de Shrek veio nos atender. Eu vi a Lauren agarrando uma roupa de Mulher Maravilha. Típico.
- O senhor tem alguma coisa fofinha? Tipo fantasia de coelho, ou algo assim?
Angela iria se vestir de coelho? Sério? Ok, eu podia não ter muita noção das coisas, mas coelho é sacanagem,
né? Corri os olhos pela loja, sem saber o que procurar. Eu não queria nada que deixasse minha bunda de fora
nem que fizesse os outros acharem que meu Q.I. fosse abaixo de 50. Nem queria nada muito colorido, não
estava com esse espírito alegre. Na verdade, eu queria mesmo era sair correndo dali. Mas aí eu vi um vestido,
tipo de época, num manequim no fundo da loja. Ele parecia aqueles que a gente via em filmes antigos, de
corpete justíssimo, magas compridas e saia um pouco rodada e longa. Virei para o Shrek.
- Que fantasia é essa?
- Ah, na verdade é só uma parte da fantasia. É de vampira do século XV. É o vestido, uma capa preta de veludo e
os dentes. Se você quiser a lente branca, custa mais 15 dólares.
Eu estava com espírito assassino de um vampiro hoje. Achei a fantasia perfeita! Estava no caixa fazendo o
pagamento quando Jessica parou do meu lado, com uma roupa preta e verde, estranha...
- O que é isso Jess?
- Minha fantasia! De sinal!
- Hã? Sinal?
- É. Sinal verde, sacou? Tipo, eu estou livre, leve e solta.
Isso ia dar o que falar... Pegamos nossas sacolas e entramos no carro. Elas estavam incrivelmente animadas e eu
me deixei contagiar um pouco, afinal, não dava para passar todas as horas da minha vida, com raiva de Edward
Cullen. Eu tinha coisas mais interessantes para fazer, né? Como criar coragem para entrar naquela roupa. Ainda
bem que estava frio.
CAPÍTULO 2
Parei o carro perto de um beco, onde garotas de programa costumavam aglomerar-se. Segurei o braço de
Emmet antes que ele saísse do carro.
- Sem brincadeiras, Em. Já vai começar a escurecer e nós temos compromisso hoje. Seja rápido.
- Você é estraga prazeres, sabia Edward? Mas eu vou ser rápido se é para a felicidade geral da nação.
Nós saímos e nos distanciamos. Eu andei pela calçada até o outro lado do beco, que dava para um muro de uma
fábrica. Tinha uma garota tentando acender um cigarro, encostada na parede. Eu me aproximei, tirei o isqueiro
da sua mão, enquanto ela tremia de boca aberta me olhando.
- Boa noite. (eu acendi seu cigarro com facilidade)
- Bom. Quer di-di-dizer, boa.
Ela não era nada bonita. Não fazia meu estilo, absolutamente. Mas eu estava com fome e com pressa. Passei a
língua pelos lábios enquanto ela se atirava em cima de mim. Mais fácil do que pensei. Senti suas mãos trêmulas
e apressadas descerem pelas minhas costas e indo apertar minha bunda. Mulheres... Achei melhor terminar
com aquilo. Jogue sua cabeça de lado, tirando os cabelos que tampavam-lhe o pescoço, e preparei o local com a
língua.
- Hum, vai me morder, coisa linda?
Há. Ela poderia se arrepender da pergunta. Agarrei-a pela cintura, puxando-a para mim, enquanto deixava meus
caninos se crescerem. Cravei-os então em seu pescoço, sentindo o sangue quente escorrer para dentro de mim.
Ela me arranhava, batia em mim tentando me machucar, mas eu não sentia, claro. Parei um pouco de lhe sugar,
para perguntar seu nome. Alice dizia que essa minha mania era um pouco doentia. Mas eu gostava de me sentir
mais próximo de minhas vítimas. Ok, era doentio. Mas eu gostava.
- I-isa-isabella.
Ela respondeu enquanto seu corpo amolecia em minhas mãos. Eu senti um gosto amargo quando ela disse seu
nome. Era o mesmo da caloura. E por algum motivo que eu desconhecia, eu tive piedade dela. Cravei meus
dentes novamente, mas dessa vez, só bebi o suficiente para não matá-la. Ela ficaria inconsciente por algumas
horas, claro, mas depois ficaria bem. Peguei seu rosto com minhas mãos, tirei os óculos e falei, olhando-a
dentro dos seus olhos.
- Você está bem, mas foi picada por uma cobra. Procure um hospital para estancar o sangue quando acordar.
Deitei-a no canto do beco e voltei, encontrando Emmet me esperando no carro.
- Quem foi que demorou, hein, Edward?
- Tive um pequeno contratempo.
Joguei os óculos no banco de trás, e voltei para Forks.
- Angie, me ajuda!!!
Eu tinha saído do banho e me olhava no espelho tentando imaginar que tipo de maquiagem uma vampira usava.
- Que foi, Bella?
- O que eu faço no rosto?
- Eu não tenho certeza, mas acho que ficaria legal um batom bem vermelho e uma sombra escura nos olhos.
Mas a expert aqui em maquiagem não sou eu, né?
Eu nunca na minha vida tinha usado um batom vermelho. No máximo, eu passava um brilho labial muito de vez
em quando. E sombra? Como se passava isso? Eu decidi que teria que engolir meu orgulho e fui bater na porta
do quarto de Lauren.
- Que cara é essa?
- Er... será que você poderia me maquiar? (falei fazendo cara de coitada)
- Claro! Eu não quero você com essa aparência atrás de mim!
Ela me puxou pela mão e me jogou sentada na cama. Eu pedi uma maquiagem bem sexy e ela mandou eu
confiar nela. Céus. Depois de alguns minutos, ela terminou e me levou ao espelho. Wow. Eu tinha subestimado
Lauren. Ela era realmente boa. Eu estava bem atraente mesmo. Lauren tinha feito uma combinação de sombra
preta e roxa nas minhas pálpebras e passado um delineador preto por cima, bem rente aos meus cílios, que
estava longos e curvados pelo rímel. Minha boca parecia espelho, por causa do batom vermelho e do brilho do
gloss. Pra finalizar, ela começou a puxar meus cabelos para deixá-los mais lisos numa chapinha.
Saí do quarto dela e fui me vestir. Coloquei o vestido preto com pequenos detalhes em roxo, prendendo a
respiração enquanto Angie me apertava no corpete. Aquilo era realmente apertado! Peguei a capa (que pesava
mais do que) e joguei por cima dos ombros, prendendo-a no pescoço. Demorei incontáveis minutos para colocar
a maldita lente branca que ardia horrores. E por último, coloquei os dentes. Ok, nessa parte eu me senti ridícula.
Os dentes eram visivelmente falsos. Bem, mas todas as roupas ali na festa seriam falsas. Depois de pronta, me
olhei no espelho.
- Bella Swan, eu te pegaria hoje! (falei me dando mole)
Tive que conter minha gargalhada que queria sair histérica quando Jess entrou no meu quarto. Minha nossa. A
fantasia dela era um vestido curto e preto, com 3 bolas verdes gigantes no meio. A Lauren tinha se preocupado
comigo? Ela deveria é se preocupar com o Peter Pan de saia ali ao meu lado.
- Gostou Bella? (Jess dava voltinhas mostrando a roupa para mim)
- Oh Jess, você com certeza vai chamar a atenção!
Ela sorriu satisfeita. Fazer o que né? Nós nos reunimos na sala e entramos na pickup. Angie colocou a mão no
meu ombro.
- Bella, esqueci de falar. Você está um arraso!
Então não era ilusão minha. Alguém tinha notado.
- Obrigada, Angie. Você também.
A fantasia dela não era feia. Era muito cute-cute, mas não era feia. Quer dizer, eu não me via vestida toda de
rosa-bebê e muito menos com orelhas na cabeça. Mas não era feia.
- Ah, Bella. Seria legal estacionar um pouco antes da casa, ok?
- Porque Lauren? Não vai ter vaga lá?
- Vaga deve ter... eu só não acho que seria muito bom para minha, quer dizer, nossa reputação, se chegássemos
nessa... pick-up clássica!
Eu a olhei e tive uma repentina vontade de abrir a porta e jogá-la ali no meio da rua. Mas aí como eu entraria na
festa? Já estava arrumada, né? Ok. Parei um quarteirão antes, quando já dava para notar o som alto, as luzes e
claro, um trilhão de pessoas se aglomerando em frente a entrada da casa. Eu disse casa? Aquilo era tudo...
menos uma casa. Casa era a minha. Aquilo era... bem, era uma mansão.
Quando chegamos em casa, todos já nos esperavam prontos. Eu não entendia para que a pressa. Nós tínhamos
literalmente, toda a eternidade. Fui direto para meu quarto, abri o closet e sentei na cama. Não estava saciado.
Me concentrei na roupa e vesti qualquer coisa mesmo. Cheguei na sala e vi que Emmet ainda não estava lá. Ele
sempre se atrasava.
- Edward, você não chegou a caçar nada? (Jazz me perguntava em dúvida)
- Caçei, claro. Porque?
- Porque, baby, seus olhos... veja.
Rosalie me virou para o espelho. Merda! Estavam vermelhos novamente.
- Eu não bebi tudo. Deixei-a viva.
- Eu vi. Por que fez isso, Edward? (Alice chegou na sala enquanto andava até mim)
- Não sei, só não quis matá-la.
- Então deixe ver se eu entendi. Você dirigiu até Port Angeles, caçou pela metade e dirigiu de volta. Para no final
das contas, ir de óculos para a festa? (Rosalie sabia usar o sarcasmo)
- Não. Na verdade, eu não vou de óculos. Vocês é que vão sem eles.
- Ah não Edward. Da última vez que a gente fez isso, eu não aguentava mais passar a noite toda dizendo que era
lente.
- Rose, (eu colei nela, encarando-a) nós vamos sem óculos. Não é um pedido.
Eles tiraram os óculos e Emmet chegou na sala sem entender porra nenhuma. Claro.
- Er... eu sou o único sem lentes?
- Se te perguntarem, você diz que não conseguiu colocá-las.
Eu dei um tapinha no ombro dele, enquanto ia para o carro, rindo em imaginar sua cara de descontentamento.
Nós realmente amávamos festas a fantasia e halloweens. Porque eram as únicas oportunidades que tínhamos
em andar como éramos, sem precisar esconder. Era bem incômodo manter os caninos guardados o tempo todo.
Nas festas, bem, eles poderiam aparecer, não é? Só era chato o fato de que em toda festa, haviam imbecis
vestidos de Conde Drácula, tentando impressionar alguma garota. Se eles soubessem como Drácula era feio,
esquelético e ainda por cima quase uma moça, pensariam duas vezes...
Parei o carro em frente a Beta. Já tava lotado do pessoal que não conseguia ser convidado mas que não perdia
as esperanças. Eles achavam mesmo que iriam entrar? Piada. A casa Beta era, digamos, monumental. Chamava
a atenção de quem passava e era o sonho de consumo de todo filhinho de papai que entrava para a
universidade. Qualquer uma. Porque havia uma Beta em praticamente todas as universidades do país. Mas ter
dinheiro não era o único requisito. O que muitos, ou melhor, quase ninguém sabia, é que aquilo era mantido por
nós. Mas nunca ligávamos nosso nome à fraternidade. Nunca. Em hipótese alguma. Só servia para nos
proporcionar festas como essas, e um estoque alimentar (entendam como quiser) de vez em quando. E em
troca, nós prometíamos transformação no futuro, ao presidente da casa e sua cúpula.
Nós entramos, já acostumados com os olhares pasmos para nossa direção. Eles nos viam todos os dias... mas
sempre parecia ser a primeira vez. Aquilo podia cansar. Não a mim, claro. Eu me divertia com os olhares,
principalmente das mulheres.
Eu estava meio atônita lá dentro. Era muita gente. E eu achava que a faculdade era lotada. De onde saiu essa
gente toda? Para todos os lados que eu olhava, só via pessoas bonitas. Eu podia muito bem me acostumar com
isso. Angie gritava alguma coisa no meu ouvido, por causa da música alta, quando eles chegaram. Ok, ninguém
lembrou de me avisar que eles estariam lá? Ah, certo, a festa era para pessoas ricas e importantes. Como não
me toquei?
Dessa vez, nem eu nem ninguém precisava chegar perto dos seus rostos para perder a respiração. Eu achei que
já tivesse visto de tudo na minha vida, até mesmo nos filmes. Eu via muito filme. Mas aquilo eu acho que estava
longe de já ter sido visto por algum olho humano. Eles estavam maravilhosos, uma coisa extremamente
agarrável. O auge do sexy e sensual.
A loira, entrou na frente, como se desfilasse, vestindo um macacão de couro preto e botas. Sabe aquelas roupas
que não passa nem um alfinete? Então... Bem, mas ela podia. Eu percebi que estava babando... por uma mulher.
Merda, Bella! A baixinha entrou depois, igualmente linda, de botas até a coxa, saia de couro curtíssima e
corpete também de couro, curto, deixando um pedaço da barriga de fora. Eu olhei para o lado e vi Lauren
bufando.
Certo, pelo visto eu teria que me acostumar com a aparição divina dessas pessoas. Morri. Sim, morri quando o
musculoso apareceu de calça e blusa pretas. Uma blusa que era colada no seu corpo, delineando aqueles
músculos perfeitos. Até o baixinho tava uma coisa. De jaqueta preta e cordões de prata no pescoço. Eles eram
irritantemente elegantes e andavam com um ar de superioridade que me dava nos nervos.
Bem, então eu irracionalmente apertei a latinha que estava segurando. Se eu fosse um pouco mais forte com
certeza teria tomado um banho de refrigerante. Tudo por causa dele. É claro que ele ficaria para o final. Irritante
como ele era, a entrada precisava ser triunfante, né? Só porque ele estava irrestível. Eu me senti naqueles filmes
em que a pessoa chega e o flme roda em câmera lenta, enquanto o bonitão desfila lentamente. Edward Cullen
estava todo de preto também, mas ele usava um sobretudo de couro que batia nos pés e um cordão que reluzia
o enorme pingente de prata de longe. Definitivamente, ele era gostoso. Antipático, mas gostoso.
Quando eles passaram por nós, eu pude ver que eles usavam lentes vermelhas e dentes iguais aos meus. Certo.
Não eram iguais. Os meus eram ridiculamente falsos e óbvios. Os deles, uau! Pareciam ter sido feitos sob
encomenda, de tão perfeitos. Eles estavam vestidos de que? Vampiros? Vampiros bem modernos, né? Eu tremi
quando ele passou por mim, me olhando dos pés a cabeça e dando um sorriso irritantemente torto. Droga,
como ele era antipático!
Eu me contorcia de vontade de virar a cara para um deles que me olhavam atônitos, e sussurrar um "Booo!".
Qual seria a reação? Ok, eu não ia fazer isso. Emmet ainda estava visivelmente irritado comigo por sacaneá-lo.
"Ele faz de propósito! Só eu não posso ter olhos vermelhos! Qual a graça de ter olhos vermelhos, quando
ninguém está vendo?" - eu ria internamente desse meu irmão tolo.
Quando nos misturamos, e fomos caminhando lá para dentro, eu a vi. A caloura. Isabella. Ou melhor, Bella. Óh
céus, ela estava... de vampira? É sério isso? Eu não tinha me preparado para o choque. Não que ela não
estivesse bonita. Pelo contrário, ela estava linda, com os lábios vermelhos sedentos, olhos penetrantes e um
vestido que apertava sua cintura fina. Mas eu não podia deixar de achar isso tudo meio irônico. Quais as
chances da mulher que mais o deixa intrigado, se vestir de um jeito como se quisesse se juntar à família?
Quando passei por ela e senti seu coração acelerado, não contive um sorriso.
Fomos recebidos pelo presidente da Beta, Henry Bass, que já nos esperava com uma bandeja contendo 5 taças.
Não preciso dizer o que tinha dentro delas, né? Claro, que para qualquer um que perguntasse, nós diríamos...
- Vinho! Sirvam-se, Cullens! (Henry nos brindou)
Eu o cumprimentei com um gesto e sentei em minha cadeira, enquanto corria os olhos observando as pessoas.
- Inacreditável! Vocês viram o mesmo que eu vi?
Rosalie não me dava um minuto de paz. Eu às vezes imaginava se ela não tinha nascido somente para ser meu
karma.
- Eu não acho, Rose.
- O que é? (Alice virou-se para mim) O que Rosalie tá pensando?
- Eu falo Edward. Tenho boca!
- Eu sei.. infelizmente eu leio a mente imunda do Emmet.
Eu encarei Em, enquanto ele ria, elogiado!
- Aquela caloura petulante! De vampira! E pior, de vampira bem ultrapassada, né? Porque convenhamos, aquela
roupa?
- Eu achei que ela estava gostosinha.
- EMMETT! Você quer me irritar? Ou quer ficar sem sexo por 1 século?
- Rose, você não me deixou terminar... eu a achei gostosinha, mas depois vi sua bunda na minha frente, e
esqueci tudo!
"Mas que ela tá gostosinha, ah, isso tá!" - como ele era cínico! E Rose burra, porque acreditava...
- Eu gostei.
Eles se viraram para me olhar, como se estivesse falando alguma língua indecifrável.
- Ué, qual o problema? Ela está... interessante. Ou só nós podemos ser os vampiros aqui?
- Isso foi mesmo uma pergunta, Edward? (Jazz me olhou irônico)
- Vocês me deixam entediado. Vou dar uma volta.
Levantei e fui me misturando. Bem, nem tanto, já que as pessoas abriam caminho para mim. Era difícil passar
despercebido. E se eu quisesse me camuflar um dia? Impossível, pelo visto. Malditos humanos! Parei ao lado do
bar, procurando por presas fáceis. Quando digo presas, não era da forma alimentar, se é que me entendem.
Vampiros tinham lá suas necessidades também. E eu tinha a possibilidade de me satisfazer das duas maneiras,
pois morder um pescoço durante o sexo, além de vitamínico, era estimulante. Uma ruiva com roupa de
cheerleader parou na minha frente, com um sorriso que parecia que ia quebrar seu maxilar.
- Oi. (saiu mais seco do que queria)
- No-no-no-nossa! (tive vontade de socá-la pra ver se a palavra saía) Nem a-cre-di-toooo que tô falando contigo!
Sou sua fã!
Ela gritava, tremendo como um bonequinho de pilha em curto-circuito. O tipo ideal de Emmet. E de repente ela
pulou no meu pescoço. Meus dentes coçaram e eu queimei, enquanto me controlava para não matá-la ali na
frente de todos. Nosso segredo era guardado até hoje, justamente por sermos muito controlados em público.
Mas quando se tem um pescoço saltitante em cima de você, fica difícil. Eu a segurei pelos braços e a afastei com
força.
- Fã? Não sou famoso para ter fãs. Até mais.
Saí rápido de perto do bonequinho de pilha, antes que ela corresse atrás de mim.
Ao contrário do que eu pensava, a festa estava chata. Todo mundo parecia se conhecer, até mesmo minhas
amigas, já estavam enturmadas num grupo de garotas que pareciam ter tido suas fantasias desenhadas pela
fada-madrinha da Cinderela. Eu procurava você-sabe-quem pela festa, mas só via a loira e o musculoso, que se
agarravam. Até então eu nem sabia que eles tinham algo. Então o achei. Com uma cheerleader no pescoço. O
que eu pensava? Que ele estaria escondido num canto sem pegar ninguém? Que idiota, Bella. E na verdade eu
nem sei por que estava procurando ele. Eu nem ia com a cara dele. Eu só estava curiosamente atraída pelo seu
corpo sexy. E rosto perfeito. Dei a volta e me encostei numa pilastra me arrependendo de ter vindo.
- Me morda, por favor!
Ótimo. Tinha um mongol vestido de pirata (e não era o Johnny Deep) me cantando! Desejei que aqueles dentes
fossem mesmo reais só para matá-lo.
- Minha dieta é bem balançeada, obrigada. (falei com cara de poucos amigos)
- Então que tal eu te puxar pelos cabelos e arrastar até meu navio?
Ele ria que nem um retardado enquanto eu revirava os olhos. Um vulto preto se aproximou parando na minha
frente. Era ele, que encarava mortalmente o pirata nos olhos. O bobalhão não demorou nem 5 segundos para
dar o fora dali.
- Eu não precisava de ajuda.
- Claro que não. (ele ria) Eu percebi que você estava matando o cara. De rir.
- Você tem alguma necessidade bizarra de implicar comigo?
- Eu? (ele fechou a cara, me fazendo engolir seco) Que eu me lembre, foi você que chegou me atacando no
estacionamento. E não de um jeito bom.
Ele agora me olhava sorrindo, como se tivesse saboreando alguma piada.
- Posso saber qual a graça?
- Só estou pensando. Quando você comprou essa roupa, lembrou de dar um oi para o rei e a rainha?
Eu continuei séria.
- Você tem algum problema com o meu vestido?
- Não, nenhum. É um vestido lindo. E fica muito bem em você. Ele já esteve muito na moda... no século... XV.
(ele riu mostrando os dentes)
- Ah, me desculpe. Não me avisaram que vampiros se vestiam à lá Matrix.
- Bem, as roupas mudam, porque os vampiros não mudariam também? E para sua informação, o couro existe há
anos... há muitos anos. Matrix é que se vestiu à lá vampiros. E Bella...
- Isabelle, por favor.
- Ok, Isabella. Por favor, tire esses dentes ridículos.
Eu corei de raiva. Como ele conseguia me irritar tanto. Ele se achava o rei da cocada preta, né?
- Não, estou bem assim.
- Não, não está. Já bastam os olhos brancos. (ele ria)
- Você tem problemas também com minhas lentes?
- Você já viu vampiro de olho branco? (ele me perguntou prepotente)
- Porque? Você vê muitos vampiros todo dia?
Ele ficou sério. Acho que o irritei. Ótimo. Ele chegou mais perto, enquanto sussurrava no meu ouvido.
- Isabella, você pode tirar os seus dentes?
Ahhh, ok. Se ele pedia assim com tanta educação... Eu arranquei meus dentes e joguei-os em cima de uma mesa
ao nosso lado. Eu sorri contrariada.
- Melhorou?
- Muito. Se eu disser que sua boca ficou mais bonita sem eles, você acreditaria?
Óh céus. O que esse homem queria? Que eu derretesse ali? Ou ele me agarrava logo, ou me deixasse em paz.
Não, Bella Swan. Que agarrar o que? Lembre-se que ele é antipático e você o detesta.
- Você está bem?
- Porque não estaria?
- Parece estar tendo uma síncope.
Ugh. Porque ele me zoava e sorria torto? Era o passatempo preferido dele?
- Achei que você estivesse se divertindo com a ruiva a essa hora...
- Ruiva? Ah! A cheerleader. Hum... não. Eu gosto de desafios. Das difíceis. (ele piscou)
Hein? Ele piscou? Pra mim? Não, provavelmente era a lente que tava irritando o olho dele. Ou ele piscou? Eu
acho que estou surtando.
- Ah sim. Como se fosse muito difícil para você arranjar mulheres, né? Ou você não viu todas babando quando
chegou?
Ele riu e passou a mão nos cabelos.
- A questão é? Você babou?
Hã? Eu acho que morri. Ou pelo menos, estava perto disso. Ele devia fazer parte de algum tipo de exército
israelense que estava praticando métodos de tortura.
- Não, não babei. E por que eu babaria? Você não faz meu estilo. Prefiro os morenos.
Mentira! Mas eu não ia contar a ele, né?
- Hum, então deve ter babado pelo Emmet. Mas aviso que ele tem namorada.
- Emmet é o musculoso? Ah, bem, ele dá um caldo, faz mais o meu estilo.
Eu falei só para irritá-lo, mas acho que ele levou a sério demais, porque o vi cerrar as mãos e tencionar o
maxilar. Muito. Imagino que se antes eu não tivesse chances nenhuma com ele, bem... agora eu nem sonharia
mais com isso. Que merda hein, Bella. Não sabe calar a boca.
Eu não acredito que tenha a ouvido preferir a Emmet. Era óbvio que ele era muito bonito. Mas eu era lindo,
perfeito. E humilde. Mas não era só pela beleza. Em todos esses anos, eu nunca vi nenhuma mulher me trocar
por Emmet. Ele não tinha a mesma desenvoltura que eu, nem sabia se portar do jeito certo para endoidar uma
mulher. Não era culpa dele, ele só era muito novo ainda, não tinha a minha bagagem. Eu não entendia essa
garota. Além de ser inaudível, aparentava controle em minha presença. Eu ouvia o som acelerado do seu
coração e senti o sangue ferver-lhe. Qualquer garota normal nessas mesmas condições, estaria se jogando nos
meus braços. Mas ela não. Se mantinha serena. Ela vacilava algumas vezes, mas em geral, se controlava.
Vê-la me recusando daquele jeito só me instigou mais. Eu tive que apertar as mãos para conter o desejo de
agarrar seu pescoço. Ela era facilmente quebrável. Mas eu não estava ali para isso, e agora eu precisava
urgentemente me alimentar. Antes que eu a sugasse. Segurei o braço de uma loira gladiadora que passava,
puxando-a pela cintura.
- Você quer ser minha?
- Eu? (ela perguntou jogando a cabeça pra trás)
"Ele me quer mesmo? Ganhei na loteria!" - coitada...
- Eu avisarei ao Emmet sobre seu interesse. (falei para Bella, enquanto levava a loira em direção à escada)
Joguei a gladiadora na cama, que eu não sabia se estava bêbada ou tonta comigo. Bem, a julgar pelo bafo, diria
bêbada. Dei uma conferida panorâmica no visual dela, que por sinal era bem gostosa. Mas por alguma razão, os
olhos brancos não saíam da minha mente e nem o rosto confuso quando me viu puxar a loira. Mas que merda
era essa? Agora eu ia fazer voto de castidade por causa de uma garota que eu nem conseguia ler? Eu devia estar
me tornando um masoquista de mão cheia. Só faltava o chicote. Apressei logo as coisas, levantando a loira pelo
pescoço e sugando seu sangue, sem encostar em qualquer outra parte do seu corpo.
"Edward, venha já aqui" - eu ouvi Alice me chamar.
Hoje realmente não era o meu dia. Mais uma refeição inacabada. Suspirei, inventando mais uma cobra... para a
loira, dessa vez. Fiquei imaginando o governo declarando estado de emergência por causa de um surto de
cobras. Eu ri. Não tinha graça, Edward. Enquanto saía do quarto, pude ouvir Alice...
Quando se é um vampiro que não gosta muito de se expor, você pode ter sérias dores de cabeça. Veja bem, se
existe um vampiro, existem vários outros. E nem todos, necessariamente, são discretos. Existem alguns tipos de
gangues espalhadas pelo mundo, são vampiros arruaceiros, que geralmente praticam uma chacina por onde
passam. É lógico que a gente sempre consegue encobrir essas merdas que eles fazem, mas ninguém gosta que
invadam a sua casa, certo? Eu não gostava.
Quando eu cheguei na sala, estava praticamente vazia. Claro, os curiosos foram para a rua, ver o que estava
acontecendo. Óbvio que ninguém imaginava que era um bando de vampiros sedentos por sangue que não se
incomodavam em aparecer.
Cheguei na rua, quando Jazz me viu.
- Volturis.
- Eu sei, Alice contou. Como eles estão?
- Raivosos e famintos.
- Pode fazer algo, Jazz?
- São muitos, Edward... eu não daria conta. (ele balançou a cabeça decepcionado)
- Como você não viu antes? (me virei perguntando para Alice)
- Eu não sei... pelo visto estão sem rumo...
Eu olhei para a frente, para a rua que se estendia até se perder de vista. Eles estavam longe, mas o barulho das
motos ecoava até nós. Olhei em volta. Eram muitos jovens, todos curiosos com o barulho. Esse povo não tinha
nenhum álcool para entornar lá dentro não? E aí eu vi os olhos brancos. Do outro lado, junto de 3 garotas.
Ótimo, ela também. Emmet chegou por trás de mim, de mãos dadas com Rosalie.
- Problemas?
- Volturis.
- Ótimo! Porrada!
Eu o olhei em desaprovação. Emmet adorava uma briga.
- Isso Em, vai fundo. Mas depois certifique-se de não deixar nenhuma testemunha, ok? Você nem vai ter
trabalho...
- Eu estava brincando, nervosinho. E quem você matou hein? Tirou as lentes? (ele riu vitorioso)
- Isso é um problema meu. E eu realmente tenho coisas mais sérias para me preocupar. (eu virei para ele) A não
ser que você prefira resolver com eles.
- Er... eu deixo isso contigo. Mas eu dou força moral.
Eu achei melhor ir até Bella. Ela não viu eu me aproximar, mas as amigas paralisaram quando eu parei na frente
delas.
- Isabella.
Céus, ele voltou. Mais rápido do que eu imaginei. Mais lindo do que antes e... sem lente?
- O que houve com sua lente?
- Tirei. Escute, acho melhor você ir embora daqui. Agora.
Quem ele pensava que era para me mandar embora? Será que eu incomodava-o tanto assim?
- Você está me mandando embora? (eu senti meus olhos arderem com aquela lente estúpida)
- Eu estou te aconselhando. Não vai ficar legal por aqui daqui há alguns minutos. (ele falou enquanto olhava a
rua)
- Do que você está falando? Sabe de onde vem esse barulho?
Ele pegou meu braço, me puxando para trás até a calçada. Hum, ele tinha força...
- Digamos que eu saiba. E não é nada bom. Pode haver briga. Gostaria que você estivesse longe daqui.
Morri. Ele estava mesmo preocupado comigo? Era isso? Que idiota... por que não me agarra logo?
- E-e-eu vou ficar bem. Por que você vai ficar e quer que eu vá embora? Se você for, eu vou.
Ah sim, Bella. Mais fácil impossível. Mande-o te arrastar para o carro logo... Ele abaixou a cabeça. Foi algo que
eu disse? De novo?
- Eu não posso ir. Mas se você vai ficar, fique longe. Fique aqui atrás.
Ele me olhou fundo. Era a primeira vez que eu via seus verdadeiros olhos. Ele se inclinou se aproximando do
meu pescoço, e eu senti sua mão afastando meus cabelos. Ele me cheirou. Eu estava fedendo? E sussurrou no
meu ouvido.
- Fique viva.
Eu podia jurar que estava ovulando. Ou quase. Como assim ele faz isso comigo, vira as costas e sai andando?
Edward, volte aqui! Eu tive vontade de gritar correndo atrás dele. Mas claro que não estava bêbada para tanto.
Eu o vi passar pelas pessoas, indo para o meio da rua e parando na frente de todos. Os outros quatro foram até
ele, se posicionando atrás. O que era isso?
Eu passei por todo mundo e fiquei na frente desses humanos tolos. Deveriam me agradecer eternamente por
salvar-lhes a vida. Meus irmãos se juntaram a mim, parando à minha retaguarda. Eu estava ficando irritado com
o burburinho atrás de mim. Jovens excitados e curiosos nunca acabavam bem. E quando os Volturis
chegassem... imaginei se todos ali fossem afoitos que nem o Emmet. Banho de sangue. Hoje realmente não era
o meu dia. Realmente. Virei-me para trás, e aumentei o tom de voz para ser ouvido por eles.
- CALEM-SE!
O silêncio tomou conta do local, menos mal. Agora eu só precisava assustá-los o suficiente para não se meterem
no meu assunto.
- O que está chegando aí não é nenhum amigo de vocês, não é ninguém que tolere piadas ou qualquer tipo de
brincadeira. O tempo que for necessário, vocês irão ficar calados, imóveis, e se possível, sem respirar. (essa
parte foi maldade minha mesmo) Quem ousar passar por Emmet, Jasper, Alice ou Rosalie, se não morrer aqui,
vai ter que se entender comigo depois. Então quem me desobedecer... torça para morrer aqui.
Eu olhei para Jazz e Emmet que riam silenciosos para mim. Ok, eu peguei pesado, mas de que outro jeito eu
faria eles entenderem? Se é que eles entenderam alguma coisa... O barulho ficou muito mais alto. Eu me virei e
os vi chegando. Vários. Muitos. Gritando, quebrando vidros dos carros pelos quais passavam. Algumas motos
tinham dois deles, mas a maioria vinha sozinho.
"Mas que porra é essa?"
"Não deveria ter ficado aqui..."
"Quem são eles?"
"O que eles querem?"
"O Edward é muito gostoso..."
Mas que porra... nem numa hora dessas me deixavam em paz? Dei uma rápida olhada para trás, procurando por
ela, e a vi com suas amigas, no mesmo local onde a deixei. Tinha me obedecido. Eu sorri virando de novo para
frente. Eles foram chegando e eu andei alguns passos para me afastar da audição humana. As primeiras motos
pararam em linha reta, uma delas, à minha frente, quase me tocando. Eu fitei o motoqueiro, estudando-o. De
duas coisas eu tinha total certeza. Primeiro, que os Volturis não tinham um chefe. Eles andavam sempre em
bando e não obedeciam ordens de ninguém, diferente de nós. Segundo, que eles eram novos. A grande maioria
era muito nova, porque eles nunca duravam tanto tempo. Como eu disse, ninguém gostava quando invadiam
sua casa. Isso me dava uma certa vantagem ali.
- Volturis não são bem-vindos aqui. (eu falei sem poupar a exposição dos meus dentes)
- E quem falou isso, foi? (o motoqueiro na minha frente riu)
Era incrível como aquela raça conseguia ser feia. Eu não sei muito bem qual era o critério deles, mas parecia que
eles só transformavam doentes terminais, sei lá.
- Eu.
As vozes ecoaram gargalhadas. Eles estavam me irritando.
- Deixe-me ver... você e aqueles 4 elegantes vampiros ali atrás, vão nos impedir de alguma coisa?
Eu suspirei. E puxei um medalhão que estava por dentro da blusa, deixando-o cair sobre meu peito. Odiava ter
que fazer isso. O motoqueiro débil engoliu seco, enquanto os outros ao seu lado se inclinavam para ver aquilo
melhor.
- Isso é real?
- Eu preciso provar? (falei seco, guardando novamente o medalhão dentro da blusa)
- Nós só vamos passar então.
- Se acontecer alguma coisa fora do esperado, eu vou atrás de vocês.
- Eu estou falando por mim e meus parceiros aqui, que nós só vamos passar. Mas você, pelo visto, e pela certa
idade, deve saber que aqui cada um é dono do seu próprio nariz...
Eu pensei. Ele estava certo. Eu teria que fazer isso em um por um. Mas eu ficaria ali a noite toda. Tirei de novo
meu medalhão, deixando bem à vista de todos que fossem passar por mim.
- Podem passar.
Eles começaram a passar pelas pessoas que se afastavam dando passagem. Os motoqueiros iam passando por
mim, me olhando pasmos.
E então teve um que passou por mim direto, sem olhar. Eu não sei se por petulância, ou burrice mesmo. Eu me
virei para trás para vê-lo, me preparando para uma eventual tragédia. Não. Eu não estava vendo aquilo. O
condenado tinha puxado Bella pela cintura, jogando-a em cima da moto. Nunca, em hipótese alguma, mexa com
algo meu. Arranquei um deles que passava por mim da moto, e pisei fundo, indo atrás dela. Alice me guiava, me
dando as decisões dele. Eu dobrei a rua fazendo um barulho horrível quando a moto cantou pneu, esmagando o
acelerador para alcançar o futuro morto. Quando eu dobrei a esquina da rua principal do bairro, pude vê-los
mais a frente, Bella deitada de bruços, sendo segurada por uma mão só. Era bom ele não deixá-la cair. Eu já
estava quase emparelhando com ele, quando ela virou a cabeça, me olhando petrificada. Ela chorava. Isso me
irritou, e eu tive pena dele. Muita pena. Eu emparelhei, e ele me olhou, encarando assustado o medalhão que
brilhava no meu peito. Agora eu entendi. Ele tinha sido burro o suficiente para não olhar para mim na hora que
passou. Idiota.
- Bella, me dá sua mão. Agora!
- Não, eu vou cair.
Ela achava mesmo? Mulheres...
- Bella!
Ela esticou a mão e eu peguei no mesmo segundo, puxando-a para mim. Eu apertei sua mão delicada,
provavelmente machucando-a, mas era o único jeito dela não sair voando por aí, devido a velocidade que
estávamos. Trouxe seu corpo para cima do meu, sentando-a no meu colo de frente para mim. Senti suas mãos
trêmulas apertarem minha cintura, e tive certeza que salvara a pessoa certa.
- Não solte de mim por nada nesse mundo!
CAPÍTULO 3
Eu posso dizer com toda certeza que nunca estive tão apavorada em toda minha vida. Eu já estava aceitando
minha morte precoce, quando vi um herói se aproximando com seu cavalo branco, não. Era Edward. Hein? Era
Edward? Ele estava pedindo para eu lhe dar a mão? Mas eu não queria morrer tão feio, estabacada na estrada.
Ele gritava comigo, e então não sei de onde eu tirei coragem, mas estiquei minha mão pra ele, sentindo meus
ossos serem esmagados enquanto ele me puxava de encontro ao seu corpo. Eu não pensei em mais nada na
hora, só me agarrei na sua cintura, esperando que aquele pesadelo passasse.
- Não solte de mim por nada nesse mundo!
Ele estava brincando, né? Soltar? Eu o apertava com tanta força que meus braços já deviam estar
permanentemente entranhados na sua pele. Mas apesar de todo o susto e da minha quase morte, eu tinha que
dar o braço a torcer, de que estava feliz por estar tão próxima dele. E o que? Ele tinha vindo atrás de mim? Me
lembrarei de perguntar na faculdade amanhã para a Megan patricinha-loira se ele já salvara ela alguma vez... ou
qualquer outra!
Eu olhei para cima, para poder ver seu rosto, e ele estava completamente compenetrado no meu sequestrador.
E seus olhos estavam vermelhos... de novo? Quando ele teve tempo de recolocar as lentes? Ele era lindo, sexy,
tesudo. Mas assustador. Bem, ele estava assustador naquela hora, inclinando seu corpo pra frente e olhando
mortalmente para o outro motoqueiro. O que ele estava pensando? Ele não era policial ou nenhum homem da
lei. Ele ia perseguir mesmo o cara? E se o outro estivesse armado? Eu não gostaria de ver meu cavalheiro
reluzente levar um tiro por minha causa. E por falar em reluzente, o que era esse medalhão que brilhava
horrores?
E então de repente Edward deu uma pisada na moto que a fez empinar a frente, me fazendo apertá-lo mais
ainda para não cair. Eu devia estar matando o pobre coitado esmagado. Ele chegou bem rente a outra moto e
segurou o outro cara pelo pescoço, levantando-o no ar, enquanto a moto, que agora estava sem motorista,
batia numa árvore.
Eu precisava pensar rápido no que fazer com Bella. Não podia deixar que ela presenciasse o que eu estava
prestes a fazer. Eu só tinha uma opção. Parei a moto, sem largar o pescoço do Volturi. Ela me olhou, os olhos
arregalados e a respiração vacilante, morrendo de medo.
- Um dia talvez você entenda...
E apertei com os dedos dois locais estratégicos do seu pescoço, enquanto ela tentava se soltar, desmaiando
lentamente nos meus braços. Com o braço que tinha livre, peguei-a no colo e a deitei na calçada a salvo. Escutei
barulho de motos, estavam voltando atrás do companheiro perdido. Futuro morto, na verdade. O que falou
comigo antes na festa, tentou intervir.
- Ele não o viu. É novo entre nós, deixe-o ir.
- Ele mexeu com a pessoa errada. Ele é meu. Está disposto a brigar por ele?
O que falava comigo lançou um olhar faminto em direção a Bella. Eu acompanhei seus olhos.
- A humana vale a pena?
- Deixe-a fora disso. E se não quiser perder mais membros da gangue, é melhor irem embora. Meus irmãos já
estão perto.
Eles resolveram me ouvir. E foram sumindo pela estrada.
Trouxe o infeliz mais próximo do meu rosto para poder encará-lo bem de perto. Ele não falava nada. Ele não
pensava nada. Lógico, era idiota demais para pensar, isso eu percebi. Eu pensei em torturá-lo, mas não era bom
me expor tanto, no meio da rua. Para qualquer humano, o corpo de um vampiro era inquebrável, impenetrável.
Mas, não para um vampiro. É lógico que brigas entre vampiros eram complicadas, porque as duas partes tinham
a mesma força. E até mesmo para nós, o escudo da pele causava alguma resistência. Bem, não para nós,
exatamente. Para os outros. Eu tinha uma vantagem a meu favor, que só meus irmãos sabiam. E também alguns
poucos vampiros que cruzavam meu caminho e me faziam mostrar-lhes, como hoje. Mas eu não gostava disso,
realmente não gostava. Eu sentia o ódio muito mais forte dentro de mim. Eu o olhei.
- Com os cumprimentos de Vlad.
Falei irônico, enquanto traçava-lhe a unha na garganta, soltando-o no chão. Merda, eu detestava quando a
cabeça se soltava... sempre dava mais trabalho para limpar. Eu fiquei ali, olhando o corpo se desintegrando aos
poucos, enquanto guardava meu medalhão. Caminhei até ela e a peguei no colo. O que eu faria? Nem sabia
onde ela morava. Deveria levá-la de volta para a festa? Suas amigas a essa hora já deviam estar se
descabelando. Ótimo. Irmãos.
- Edward, você enlouqueceu total? (Alice estava histérica, isso era difícil)
- Só um pouco...
- No meio da rua, Edward? E se alguém viu? E essa bagunça? Eu não vou limpar nada porque não posso sujar
essa roupa.
Rosalie me estressava demais. Se ela não tivesse sido transformada por mim, eu juro que já estava morta. Mas o
laço de sangue era mais forte, para o bem dela, claro.
- Eu só não entendo por que você me deixou de fora da melhor parte... (Emmet resmungava, quase chorando)
- Vocês assumem aqui para mim? Preciso decidir o que fazer com ela.
- Essa exposição toda por causa dessa humana! Se ela ao menos fosse gostosa como eu...
- Você pode ser gostosa Rose, mas deixe-me te lembrar que eu nunca te peguei. Porque eu nunca quis.
Ela quebrou em mil pedaços os óculos que segurava na mão. Ponto para mim.
- Ow! Eu tô aqui, ok? Será que você poderia não colocar a palavra "pegar" e "Rose" na mesma frase? Por favor?
- Foi mal Emmet. Mas veja por um lado bom... isso foi bem antes de você chegar.
Eu dei um tapinha no seu ombro, consolando-o. Chamei Jazz mais pra longe, tentando salvar minha mente da
futilidade de Rosalie.
- Jazz, como ficaram as coisas por lá, depois que saí?
- Oh, eles ficaram meio atônitos, mas nós resolvemos. Isso foi uma encenação, que nós programamos para dar
as boas-vindas ao semestre. Os Volturis eram atores de fora. E ah... a caloura é uma aspirante à atriz, que se
candidatou para fazer o papel da mocinha.
Eu me contorci. Sério mesmo?
- Isso foi o melhor que vocês fizeram?
- Bem... tivemos que pensar rápido, né? Já queriam chamar a polícia...
Eu tive que rir. Isso era patético. Fiquei imaginando Bella, quando acordasse, com olhares curiosos em cima
dela. Será que pediriam autógrafo? Ela me mataria. Voltei em direção à festa, caminhando com ela no colo,
ainda desmaiada. Mas eu já sentia ela acordando, a intenção foi deixá-la desacordada só enquanto eu resolvia
as coisas. Seus braços envolveram levemente o meu pescoço.
Certo. Era triste saber que tinha morrido. Mas pelo menos eu estava no céu, visto que estava sendo carregada
por um anjo que era a cara do Cullen. Eu sorri para o anjo, ele era tão lindo. E tão parecido... será que anjos
poderiam dar beijo na boca?
- Bom dia.
Ele falava? Ah não. Não era um anjo. Era Edward, e eu ainda estava viva. Que bom. Seu hálito inebriante perto
do meu rosto me deixava tonta. Como se eu já não estivesse antes.
- Bom dia? (eu olhei em volta, era de noite)
- Considerando o tanto que você dormiu... é quase de dia já. (ele riu torto) Estou brincando. Você está bem?
- Acho. Acho que sim.
E então as últimas imagens voltaram todas à minha mente. A moto, Edward agarrando o cara, Edward com a
mão no meu pescoço e... ops. Edward com a mão no meu pescoço! Ele tinha me sufocado. De propósito!
Quando eu me dei conta de que estava sendo carregada pelo inimigo, comecei a espernear e bater nele
tentando me soltar.
- Me põe no chão, seu louco. Agora! Eu me lembro de tudo, lembro de você querendo me matar!
- Te matar? (ele riu, sem me soltar) Se eu realmente quisesse isso não precisaria de toda essa parafernália. Bella,
eu não posso te explicar agora. Só que eu te salvei, caso você não lembre...
- E depois ficou entediado e resolveu me botar pra dormir?
Eu queria gritar, sair correndo dali. O que ele ainda queria comigo?
- Eu fiz o que fiz porque não queria que você visse o resto. Mas eu sabia que você acordaria bem depois... foi
calculado.
- O que eu não podia ver?
E então, como uma bola batendo na minha cabeça, eu me toquei do que ele falava.
- O que aconteceu lá? Cadê o outro cara? Você está ferido?
Eu apalpava seu peito procurando por algum ferimento. Ops. Ele tremeu. Eu tirei minhas mãos dele.
- Achou o que procurava? (ele me olhou desafiador e depois riu) O outro cara não importa mais. Mas nós
precisamos conversar.
- Sobre?
- Vou tentar ser rápido e direto. Um cara da gangue te pegou, eu te salvei e nós estamos voltando para a festa.
Só que eu não gosto de exposição e não quero ficar dando explicações por aí. Então só para constar, isso foi
tudo uma encenação, ok? Você tem que confirmar quando dissermos que aqueles caras eram atores
contratados. E que você era a donzela em perigo.
Ele riu. Estava brincando, né? Quem cairia nessa? Minhas amigas pelo menos não.
- Você quer que eu finja... que sou... atriz? É isso?
Ele balançou a cabeça. Eu gargalhei, sem quase não conseguir parar.
- Você realmente não me conhece para saber que eu odeio aparecer! Se você tivesse me dito isso antes, eu teria
pedido para me deixar na moto do cara... sério mesmo.
- Ok. Então eu vou ter que dizer a todos que era um ex-namorado seu querendo reatar o namoro.
Wow. O que? Tudo bem, não seria muito ruim a idéia de ser atriz. Eu suspirei, sabendo que tinha perdido a
briga. O olhei, examinando-o.
- O que você tem a esconder? E o que era aquele negócio que brilhava?
Eu segui com os olhos, a corrente prata que entrava por dentro da camisa dele, e toquei nela, querendo puxá-la.
Seus dedos apertaram minha mão e ele me olhou de cara feia. Fiz merda de novo.
- Aquele negócio que brilha, chama-se medalhão. E não, você não vai vê-lo.
Mas eu nem perguntei nada... ok, eu ia mesmo perguntar. Que saco!
- E sobre ter o que esconder?
- Talvez eu tenha, talvez não. Mas eu não te devo satisfações sobre isso.
- Tudo bem Mister Simpatia. Eu só perguntei. E por falar nisso... como você está de lentes de novo?
Ele entortou a cara.
- Você faz muitas perguntas.
- E você não responde nenhuma.
Continuamos o resto do caminho calados, e eu afundando em devaneios. O que tinha por trás disso tudo? Eu
não engoli o fato de não saber o que houve com o cara. Quando vi que estávamos chegando, ele me chamou.
- Bella...
- Oi.
- Vampiros atraem vampiros. Não use mais essa roupa, por favor.
Eu não entendi. Mas concordei.
- Ok.
Era relaxante estar sozinho com ela, eu não precisava ficar escutando porra nenhuma de pensamentos. Aquilo
incomodava muito às vezes. Certo, não era tão relaxante, considerando o fato de que eu tinha vontade de furar
seu pescoço e drenar seu sangue, já que por causa dela eu não me alimentei bem da outra vez. Ou então jogá-la
na cama e possuí-la, já que por causa dela, eu não transei da outra vez. Mas eu só pensava nessas opções em
95% do tempo. Ou ostros 5% eu me sentia relaxado. Patético, né? Eu sei. Eu a olhei e a peguei de rosto pra cima
olhando pra mim. Tive vontade de rir, mas vi que ela tinha corado que nem beterraba, então deixei pra lá. Ela já
não estava tendo um dia muito bom.
- Só por curiosidade, quantos anos você tem?
Perguntei antes de colocá-la no chão.
- 18, e você?
Eu engasguei. Eu era mesmo masoquista.
- Sou um pouco mais velho.
Eu sorri, sem entrar em detalhes. Para que dizê-la que eu era quase da época daquele vestido? Não havia
necessidade...
- Bella! Bella! Você está bem?
Suas amigas correram quando a viram. Eu notei os curiosos que ainda estavam do lado de fora, se aglomerando
à nossa volta. Ah, claro, para verem os excelentes atores! Eu não me esqueceria de agradecer meus irmãos mais
tarde.
"Que inveja dela"
"Queria estar no lugar dela para ser salva por ele"
"Onde foi o teste? Eu nem soube de nada..."
"Gostosa pra caralho, pegava fácil"
Esse pensamento não foi legal. Onde estava o infeliz? Esquece Edward... Era mais interessante me divertir com a
cara dela totalmente sem-graça com as pessoas que a bajulavam.
- Edward, por favor?
Uma pessoa estranha, vestida de... o que era aquilo? Bem, um vestido preto com bolas verdes na frente. Esticou
a mão com papel e caneta para mim.
- Eu não dou autógrafo.
Respondi amargo e entrei na casa. Ops. Só depois percebi que era uma amiga de Bella. Que fora.
Eu entrei numa das salas e Henry Bass estava sentado ao redor de uma mesa com sua fiel cúpula.
- Cullen, aquilo eram...
- Sim. Eram.
Ele se levantou e pegou uma taça, enquanto tirava uma garrafa de bronze envelhecido de dentro de um armário
trancado a sete chaves. Me serviu.
- Um brinde. Ao sangue mais nobre! (sorriu enquanto brindava para mim)
Eu sorri forçado, não estava com saco para aquilo. Sentei-me enquanto tentava relaxar, esquecer os problemas
e tentar, porque até agora isso não tinha dado certo, curtir a festa.
- Então, quem é a garota?
- Que garota, Henry?
- A que pegaram, que você foi atrás.
- Ah. Ela é caloura. Isabella Swan.
- Ela é do nosso nível?
- Se você quer saber se ela é rica, eu não sei. Não a conheço direito.
"Ela não é de se jogar fora..." - eu o olhei de lado. Os Betas sabiam o que éramos, mas não sabiam de alguns de
nossos poderes, digamos assim.
- Qual o interesse nela? Não acho que ela tenha nada a te oferecer.
- Eu acho que ela não é de se jogar fora, só isso. Ao menos para um pouco de diversão ela deve servir.
- A menos que você seja muito tolerante a dor, é melhor não se meter com ela.
Ele me olhou incrédulo. Qual era o problema desses caras? Nunca viram mulher na vida?
- O que? VO-CÊ está interessado na pobre donzela? Edward Cullen? Só pra morder, ou... pra dar umazinha
também?
Eu o olhei. Só.
- Henry, sua blusa está com sangue.
- Não está não. (ele conferiu olhando a blusa toda)
Eu dei um soco no seu rosto E levantei para ir embora.
- Agora está.
Eu passei rápido pela sala lotada de jovens bêbados dançando uma música que nem letra tinha, apenas batidas.
Hoje em dia ninguém sabia apreciar uma boa música. Fui para o carro, decidido a não esperar meus irmãos.
Alice a essa hora já tinha visto eu indo embora e daria um jeito de se virarem. Quando eu abri a porta, uma mão
leve tocou meu braço.
- Você já vai?
Ela me olhava com os olhos brancos. Olhos patéticos, por sinal. Mas nela eu achava engraçado.
- Vou. Não estou me divertindo aqui. É melhor ir embora.
- É que eu fiquei tanto tempo discutindo contigo, que me dei conta que nem te agradeci.
- Não precisa. Eu fiz o que qualquer um faria.
(A) Ele era humilde né? Qualquer um? Claro... qualquer um saltaria numa moto a 120km/hs para perseguir um
cara sinistro e salvar uma garota que mal conhecia. Com certeza.
- Bem, de qualquer forma, obrigada. De verdade.
Eu bufei, cruzando os braços, com cara de poucos amigos. Cadê as meninas hein?
- Qual o problema Bella?
- Nenhum... só estou cansada. Queria ter a mesma sorte que você para poder ir embora.
- E não vai por quê?
- Bem, porque eu estou com outras três pessoas. Que pelo visto, não vão querer ir embora tão cedo.
Ele me olhou sério. Como se estivesse pensando. Passou a mão nos cabelos. Cabelos irritantes.
- Se quer ir embora, eu posso te levar.
Ah, ele achou que eu estivesse de carona? Eu abri a boca pra dizer que meu carro estava logo ali, mas fechei-a
rápido. O que eu estava fazendo? Ou pensando? Eu iria mesmo recusar a carona dele? Claro que não! Lembrei
que as meninas precisariam voltar de alguma forma...
- Ok, aceito a carona. (eu ria nervosa... idiota!) Só vou lá dentro avisar minhas amigas. Me espera?
Óh céus, diga que sim.
- Pode ir. Eu não tenho toda a eternidade, mas eu te espero. (ele falou com um tom sarcástico)
Eu corri até a casa, achei Angela conversando com um carinha, bonito por sinal. Óbvio que não era nenhum
Cullen, dã, mas era legalzinho.
- Angie, toma a chave da pick-up. Eu vou embora de carona.
- De carona? Com quem?
- Com o Cullen. (falei baixinho no seu ouvido)
Ela arregalou os olhos. Qual o espanto hein?
- Ok.
CAPÍTULO 4
Foi só o que ela conseguiu pronunciar devido ao espanto. Sério, qual o problema? Como se alguém como eu não
tivesse a chance de ser notada por alguém como ele. Ah, Bella... a quem eu queria enganar? Ele não tinha me
notado. Só foi educado em me oferecer carona... eu tinha que parar com essas ilusões idiotas. Quando cheguei
do lado de fora da casa, eu quis me beliscar para ver se sonhava, ou se tinha nascido com a bunda virada pra
luamesmo. O Volvo prata do outro lado da rua, e meu cavaleiro reluzente encostado no carro, mexendo
nosCabelos. Ai.
- Pronto, podemos ir. Mas você não precisa fazer isso, sério. Só se for o mesmo caminho para você.
(M)- Não é o mesmo caminho.
Ele me olhou sério enquanto entrava no carro. Eu entrei no carona e tremi quando senti o frio ali dentro. Ele
tava com calor? Ele olhou para mim, deve ter percebido o meu frio, e tirou o sobretudo. Morri.
Ela tremeu com a temperatura do carro. Ops. Esqueci que só nós achávamos aquilo uma temperatura ambiente.
Erro meu. Vi que ela estava encolhida, e mesmo por baixo do vestido, eu senti seus pêlos arrepiados. Isso me
excitou. Antes que eu perdesse a cabeça e agarrasse-a ali, achei melhor agasalhá-la.
- Está com frio, né? Eu gosto dessa temperatura mais baixa... coloque isso.
Ele passou o sobretudo pelas minhas costas, me inundando com um cheiro maravilhoso que saía do casaco. O
cheiro dele, claro. Eu me senti nesses filmes, quando a garota ganha a jaqueta do bonitão do colégio. Ok, Bella,
acorde. Eu vesti direito o sobretudo, passando meus braços por dentro das mangas, que ficaram gigantes em
mim, mas tudo bem, eu nem me importava. Eu estava usando o sobretudo DELE. Dei um sorriso, pensando
nisso, e vi que ele me olhava enquanto dirigia, tentando descobrir a piada.
- Onde você mora? (ele perguntou)
- Na rua da faculdade... em frente a livraria. Sabe onde é?
- Sei.
- E você?
- Se você for boazinha, um dia eu te mostro.
Ele me olhou com o sorriso torto, e piscou, quase me fazendo babar. Fiquei um segundo imóvel, olhando-o.
Ela me olhava com olhos carentes e de boca aberta. Uma imagem que eu já estava acostumado a ver. Mas dessa
vez tinha algo de diferente... era...
- Bella? Você está...
Ele fez um gesto para minha boca. Puta merda! Eu estava mesmo babando. Como eu me odeio. Cogitei a
hipótese de abrir a porta do carro e me jogar enquanto eu ouvia ele rindo, seria menos humilhante.
- Você pode parar de rir agora. A graça acabou. (fechei a cara)
- Desculpe, mas eu vou rir dessa cena por muito tempo. E olha que o tempo pode ser longo para mim.
(Nat)Eu continuei de cara fechada, quando ele parou na frente da minha casa. Passou rápido, droga. Por que
não disse que morava em outra cidade? Seria mais interessante. Fui tirada dos meus devaneios básicos quando
a minha porta se abriu. Ah, fala sério. Além de tudo, ele ainda abria a porta? Eu olhei para o céu.
- Você tá me zoando, né?
- Hein?
- Nada não. Pensei alto.
E então quando nós fomos andando até a porta de casa, ele simplesmente começou a gargalhar. Eu nem
precisava perguntar o motivo. Era sempre eu mesmo... eu só o olhei.
- Você precisa aprender a usar roupas do seu tamanho. (ele me olhava dos pés a cabeça)
E então eu entendi. Eu estava ridícula com o sobretudo dele. Além de visivelmente largo em mim, minhas mãos
não apareciam e meus pés, bem... que pés? Ah, quer saber? Caguei. Pior que a baba isso não podia ser.
Eu não tinha reparado antes de como ela era pequena. Só me dei conta quando eu vi meu casaco engolindo-a.
Quanto ela pesava? Uns 48 kg? No máximo! Se eu assoprasse ela provavelmente sairia voando. Mas não de um
jeito ruim. Ela não era esquelética. É que ela era baixinha, mas o peso era bem distribuído. Muito bem
distribuído. Eu parei quando ela parou em frente a porta, sorrindo para mim. O coração dela acelerou
loucamente. Espero que ela não morra agora, né? E seus olhos começaram a lacrimejar.
- Você está chorando?
Ela piscou algumas vezes, com uma cara irritada. Cômica.
- Não. É essa lente imbecil que tá ardendo. Eu demorei quase meia hora para colocá-la... já vi que pra tirar vai
ser pior.
- Eu juro que ainda não entendi o motivo da lente branca.
- Dããã! Vampira aqui, hello!
Eu tive vontade de me jogar no chão de tanto rir. Ela achava mesmo que nós tínhamos olhos brancos, né? Ok,
não era culpa dela, e sim do marketing imbecil que Hollywood fazia em cima de nós.
- Um dia eu vou te provar que vampiros não possuem olhos dessa cor!
Ela me encarou incrédula, enquanto piscava horrores. Eu resolvi ajudar então. Era melhor do que ela perder a
visão enfiando o dedo no olho tentando tirar aquilo.
(Iza) Eu fiquei nervosa (mais) quando ele se aproximou (mais) de mim, me fazendo encostar na porta.
- Posso tirar?
- Hã?
- As lentes. Posso tirar?
- Você quer tirar minhas lentes? Eu não sei se é legal um dedo estranho no meu olho...
Ele queria mesmo enfiar o dedo no meu olho? E se ele me cegasse?
- Bem, não é um dedo estranho... é o meu dedo. E além do mais, eu acho que tenho um pouco mais de tato do
que você. Não pisque.
Ok, já que ele estava me obrigando a isso. Eu quase desmaiei e tenho certeza que minhas pernas tremeram,
quando ele se inclinou sobre mim, aproximando-se do meu rosto, enquanto, claro, eu nem piscava. O rosto dele
perfeitamente esculpido lá no Olimpo estava tão, mas tão perto da minha boca... será que ele se incomodaria se
fosse agarrado? Ele pegou minha mão, abrindo-a, e colocou as lentes ali. Eu me preocupei em não babar de
novo e o olhei sem acreditar. Pisquei meus olhos e não senti nada.
- Como você fez isso?
- Eu sou bom, fazer o que? (o irritante sorriu)
Ele me olhou sério, passando a língua nos lábios. Não podia reclamar se eu o atacasse!
- Vo-vo-você quer (eu limpei a garganta) entrar?
(Mah)Ela me convidou para entrar? Sério? Ela não via filmes? Ninguém avisou que não se convida um vampiro
para sua casa? Aquilo era um prato cheio para mim... controle-se Edward! Eu avaliei o local, pesando os prós e
os contras. Se eu não entrasse, voltaria para casa me contorcendo de fome e tesão. Se eu entrasse, na melhor
das hipóteses eu transaria com ela, o que provavelmente ela não gostaria que acontecesse. Na pior das
hipóteses, ela acabaria morta. E isso ela com certeza não gostaria mesmo. Merda. Afinal, de onde saiu essa
consciência?
- Acho melhor não.
- Oh, claro. Seria difícil de explicar para sua namorada depois...
- Para minha o que?
Eu ri. Namorada? De onde ela tinha tirado isso?
- Sua n-a-m-o-r-a-d-a.
- Eu teria entendido sem você precisar soletrar. E eu não tenho nada parecido com isso.
- Por quê?
Eu coçei a cabeça. Como explicar que as mulheres com quem eu me relaciono, geralmente terminam... mortas?
- Não consigo ter uma relação duradoura. Vai entender...
- Certo...
Ela tirou o casaco e me deu. Eu o vesti e notei que o cheiro dela estava entranhado ali. Tentação? Nenhuma.
- Bem, provavelmente nós nos veremos amanhã.
- Provavelmente.
(May) É claro que ele não ia entrar. Eu estava visivelmente iludida. Fato. Tentei ao máximo disfarçar minha cara
de choro, seria o fim se ele percebesse, né?
- Boa noite, Bella.
Ele falou, colocando uma mão na minha cintura e se inclinando para me dar um beijo. Na boca, na boca, na
boca! No rosto. Puta que pariu, inferno. Senti seus lábios roçarem na minha bochecha e depois ele me olhou
sorrindo. Ele estava muito perto. Mesmo. Então, eu não sei por que, nem o que me levou a isto, mas eu puxei
seu pescoço com minhas mãos e o beijei na boca. Merda!
Eu quis beijar seu rosto antes de ir embora, para poder sentir sua pele ali. Quando toquei meus lábios na sua
bochecha, o coração dela deu uma rápida parada, e voltou a bater rapidamente. Eu a olhei sorrindo tentando
acalmá-la e fui pego de surpresa quando ela me agarrou. Céus, ela perdera a noção do perigo? Eu rosnei sem
querer, fazendo com que ela me soltasse, olhando assustada. Foi realmente sem querer. Ela estava vermelha e
sem-graça.
- Desculpa.
- Não precisa. Isso acontece...
- É. Pensando bem, você já deve estar acostumado a ser agarrado por idiotas.
Eu ri. E agora que eu já estava controlado novamente, cheguei mais perto dela.
- Isso acontece muito, realmente. Mas não é todo dia que eu sou agarrado por alguém que eu desejo.
- Hã?
Ela congelou e o queixo caiu lentamente. Eu a imprensei contra a parede, me abaixei roçando a boca na sua
orelha.
- Na hora certa, você vai ser minha. Mas não terá mais volta.
Eu beijei sua testa.
- Bons sonhos, Bella.
E a deixei ali, enquanto voltava para o carro. Quando estava manobrando, olhei novamente e a vi imóvel, ainda
na mesma posição. Eu sorri feliz. Ela era fofa.
(A)Eu não tinha certeza se tinha me mijado ou me excitado desesperadamente. Certo, não era xixi. Mas eu
ainda estava tentando assimilar tudo que tinha ocorrido. Primeiro, eu precisava me mover. Começei com os pés,
depois as mãos, e aos poucos fui desgrudando daquela parede ridícula. Eu estava meio tonta e rezei para chegar
na sala antes de cair. Consegui me jogar no sofá. O que foi isso que ele fez comigo? Eu não tinha a mínima
condição de dormir assim... eu queria chorar por ter sido burra o suficiente para ter agarrado ele, e queria gritar
de felicidade por ele ter falado o que falou.
Eu não estava bem, não conseguia pensar direito e percebi que não ia sair nada de útil da minha mente naquele
momento. Subi as escadas tropeçando nos degraus, tirei aquela roupa estúpida e me enfiei embaixo do
chuveiro. Gelado. Fiquei pelo menos uns 20 minutos ali, encostada na parede do box, sentindo a água cair pelo
meu corpo. Esse era o pior e o melhor dia da minha vida. Tudo bem, eu fui sequestrada por um motoqueiro
louco, mas apesar disso, eu tinha beijado a boca de Edward Cullen. O antipático. A quem eu quero enganar?
Antipático porra nenhuma! Gostoso pra caralho! Saí do banheiro e me joguei na cama. Pelada mesmo, não
estava nem aí pra nada. Fechei os olhos e implorei a Deus que me mandasse o sono. Ele não chegava... sem
sono, começei a repassar todos os acontecimentos dessa noite em minha memória. Mas eu não dormia de jeito
nenhum... apelei até para os carneirinhos, e lá pelo nº 5.000 eu peguei no sono.
Eu dirigia extasiado pela estrada. Eu a queria. Muito. Mas eu também amava uma tortura. E eu tinha quase
certeza que ela ainda estaria pasma comigo. Edward, garoto mau. Ah, fala sério... quem não gosta de uma
apimentada na relação, que atire a primeira pedra. Tanto faz atirar em mim ou não, nem vou sentir mesmo...
Cheguei em casa, Alice me esperava sentada na escada, com um sorriso no rosto. Lá vinha...
- Você é uma criança grande, sabia Edward?
- Sou?
- Como você fica fazendo isso com a garota? Mulheres têm sentimentos...
- Mas eu não fiz nada de ruim com ela, aí que está. E por falar nisso, o que você já viu? Mais pra frente...
- Eu vi algumas coisas. Umas interessantes, outras nem tanto. Mas não vou te contar.
Ela estava me torturando, claro. Se vingando da parceira do mesmo sexo. Típico. Coisinha de mulher. Eu olhei
sua mente. Ela bloqueava, e eu só via uma parede de tijolos.
- Alice...
(M) - Boa noite, Edward. Vai dormir!
- Eu não durmo, Alice! Nem você!
Ela ria enquanto me deixava falando sozinho, entrando no seu quarto. Abri a porta do meu, e olhei em volta.
Nada pra fazer. Me joguei na cama. Não que eu fosse dormir, mas eu adorava me jogar na cama. Não me
perguntem o motivo. Fiquei olhando pro teto por uns minutos, cheio de fome, cheio de tesão. Isso não ia dar
certo. Passei a mão nas chaves do carro e dirigi por aí, procurando uma presa fácil. Não estava com saco nem
para seduzir ninguém. Na estrada que separava Forks de La Push, vi uma mulher andando sozinha no
acostamento. Mais fácil impossível. Diminuí a velocidade, e fui encostando. Quando ela viu os faróis, se virou e
parou.
- Está perdida?
- Depende... você vai me achar, se eu estiver?
Eu ri.
- Entra.
Abri a porta por dentro, e ela entrou, me deixando ver o par de coxas ao cruzar as pernas. Pegável. Ela tremeu
de frio. Mas ela eu sinceramente não me importava que sentisse frio. Até porque ela iria morrer, muito
provavelmente. Eu olhei pelo retrovisor e vi que tinha passado por uma entrada de terra que ia para dentro da
floresta. Meti a ré até lá e fiz a curva na entrada. Ela me olhava satisfeita. Impossível ser mais óbvio. Tinha a
palavra piranha escrita na testa.
Parei o carro e desci o banco dela, enquanto sentia suas mãos me percorrendo. Eu realmente estava precisando
daquilo. Mais até do que de sangue. Ela abria minha camisa com tanto furor, que eu vi um dos botões pulando
pelo carro. Que piranha! Eu amava aquela blusa! Peguei-a pelo pescoço e cravei logo os dentes. Senti o prazer
tomando conta de mim, e arranquei sua roupa rápido, apalpando suas pernas, para abrí-las. Mas é claro que o
mundo conspirava contra Edward Cullen. Faltavam centímetros para o corno aqui penetrá-la, quando vi um
objeto brilhando no banco do carona, quase entrando pelo vão. Quando eu peguei aquilo, eu me arrependi
amargamente. Maldita curiosidade. Era uma pulseira, com um pingente com a letra I. De quem seria? Merda!
Olhei minha presa que se esvaía em sangue, presa que por sinal, eu deveria estar comendo, nos dois sentidos.
Eu já estava no inferno, né? Vamos abraçar o capeta! Suguei o resto do sangue que ainda tinha ali, e quebrei seu
pescoço. Coloquei-a entre uns arbustos e saí. Depois mandaria alguém cuidar disso.
Porque eu não tinha um Porsche? Ou uma Ferrari? Eu amava o Volvo, mas o velocímetro dele não alcançava o
limite desses outros. Cogitei a hipótese de me matar, seu eu pudesse morrer. Por que aí era só jogar o carro a
150km/hs numa árvore, e eu acabaria com todo esse sofrimento. Cheguei muito rápido no meu destino, e parei
o carro em frente a casa. A luz da sala ainda estava acesa, as do 2º andar estavam apagadas. Ela já devia estar
dormindo, óbvio. Ninguém era louco que nem eu, de ficar remoendo, remoendo, remoendo. Avaliei o andar de
cima, estudando qual seria o quarto dela. Eu estava muito puto da vida e com preguiça de ficar pulando de
quarto em quarto. Se alguma amiga dela já estivesse em casa, e eu entrasse no quarto errado... bem, a garota
eu sei que não iria reclamar.
Fechei os olhos e me concentrei. Era muito fácil distinguir seu cheiro. Seu quarto era o da esquerda. Dei
impulso, me segurei na janela e entrei. Porque estava aberta. Porque a Bella era ingênua demais, a ponto de
achar que em Forks não tinha perigo de dormir com a janela escancarada. Eu a olhei, deitada, os cabelos
molhados espalhados no travesseiro, coberta com um lençol. Ela sussurrava alguma coisa. Uma numeração.
Eram... bichos? Carneiros! Hein? Bella estava contando carneirinhos. Eu não acreditei. Quando me abaixei para
deitar junto dela, ela virou de costas para mim, puxando o lençol junto, e me revelando suas costas nuas e o
começo do seu cofrinho. Realmente, ela era muito ingênua. Desejei que ela fosse a piranha da floresta, para
possuí-la ali sem dó nem piedade. Mas ela não era. Por que ela mexia tanto comigo assim, a ponto de eu não
querer lhe fazer mal? Fui saindo de costas, o mais silencioso possível para ela não me ver ali. Voltei para o carro
e fui pra casa. Bati com a cabeça no volante umas 10 vezes. Eu estava perdendo a minha moral.
(Nat)O quarto estava quente, pegando fogo quase. Claro, porque ele estava ali, me olhando. Se aproximou
devagar, tirando a roupa enquanto subia em cima de mim. Senti sua língua macia percorrer minha barriga,
descendo mais, me dando o prazer esperado. Edward era o homem mais delicioso do mundo. Ele me pegou e...
- BELLA! BELLA!
Eu abri os olhos. Via uma figura de cara amarrada me olhando. Lauren. Onde estava Edward? Ahhhh, ele estava
me puxando pelo quadril... Não creio. Eu estava sonhando. Lauren filha da puta! Eu levantei chutando as coisas
do chão pelo caminho.
- Não chegue perto de mim, Lauren, estou falando sério! Ou não respondo pelos meus atos!
- Que bicho te mordeu, Bella? (Jess saiu do quarto assustada enquanto eu gritava)
- Me mordeu? Essa é a questão! Não chegou a me morder, por causa da Lauren! (eu me virei de novo pra
Lauren, que me olhava horrorizada) Custava muito, me deixar dormir mais 10 minutos?
Angie saiu do banheiro escovando os dentes, rindo.
- Você estava sonhando e ela te acordou na melhor hora, né? Ela já fez isso comigo também.
- Ah, certo. Que tal então vocês colocarem um luminoso na cabeça, para me avisarem que estão sonhando?
Ugh. Eu não ia perder meu tempo. Entrei no banheiro batendo a porta, enquanto Angie socava do lado de fora,
querendo enxaguar a boca com pasta de dente. Azar! Eu acordei excitada e na seca, ela que se virasse com o
boca ardendo.
Cheguei na faculdade e tive que aturar as pessoas me olhando como se eu fosse algum famoso. E aí lembrei que
eu era. Em partes. Perfeito. Ao menos eu podia me esconder atrás dos meus óculos escuros, que eu usava para
disfarçar as olheiras gigantes que nasceram no meu rosto. Quando cheguei no 2º andar, eu os vi. Os 5
imponentes e perfeitos deuses do Olimpo. Como eles conseguiam ter aquela aparência de quem acabara de sair
do photoshop, enquanto eu estava parecendo a Bruxa do 71. Chaves, sacou? Eu tinha que passar por eles para
entrar na minha sala. Que merda. Ele me viu quando eu me aproximei, sorrindo um sorriso torto e me
segurando pela mão.
(Iza)- Quero te ver depois na lanchonete.
E soltou minha mão, enquanto eu entrava na sala de aula. Ele queria me ver? Achei que a essa hora já teria se
arrependido de ter falado comigo ontem. Aquela minha aula foi um saco, assim como todas as que vieram
depois. Claro, porque eu nem sequer imaginava qual era o assunto em pauta, já que na minha cabeça só tinha
espaço para Edward Cullen.
- Como você conseguiu isso, hein?
Fui arrancada dos meus pensamentos quando uma voz fina falou comigo. Era Megan patricinha-loira, sentada
ao meu lado na 3ª aula do dia. Dessa vez ela me olhava diferente, como se eu fosse amiga dela.
- Você faz essa matéria?
- Faço, né... reprovei nela.
- Ah. (eu quis rir)
- Mas então, vai me contar? Como conseguiu?
- Consegui o que?
- O papel para da mocinha de ontem.
- Ah! Aquilo? Eu nem sei... só fiz o teste de qualquer jeito, nem tava nos meus melhores dias.
Eu precisei tirar uma onda com a cara dela, ela me devia isso. E claro que eu me senti satisfeita, quando ela
torceu a cara.
- Você tem noção de que todas as mulheres desse prédio matariam para ter estado no seu lugar, né?
Contracenar com o Cullen? E eu nem sabia que ele era ator...
Santa ignorância! Eles acreditaram mesmo nisso.
- Nem foi nada demais contracenar com ele. A parte que ele me carrega no colo também foi bem chata.
Ok. Eu parei quando notei que a garota estava quase chorando. Maldade, Bella, maldade.
- Por que você está tão surpresa? Ser amiga dele deve ser melhor do que só fazer uma cena.
- Quem disse que somos amigos? Eu e os Cullens? Essa é boa!
- Não são?
- Só se for em sonhos!
(Mah)- Ué... eu pensei... já que você me expulsou da vaga e...
- Eu fiz aquilo para o seu bem! Você nem imagina como sua vida aqui seria um inferno se ficasse naquela vaga.
Uma vez uma garota estava mascando chiclete em sala, e começou a rir tanto, que o chiclete foi parar longe. No
cabelo da Rosalie Cullen, que tava sentada na fileira da frente. Bem, só para resumir a história... A Cullen
infernizou tanto a vida dela, que em uma semana a pobre coitada da garota trancou a matrícula e se mandou.
Dizem as más linguas, que hoje ela frequenta até psiquiatra, porque jurava que a Rosalie aparecia no quarto
dela todas as noites, com a boca suja de sangue.
- Cruzes! Que história... bizarra. Mas sinceramente, eu não os vejo assim, tão assustadores como você mostra.
Tudo bem que não são um poço de simpatia, mas o Edward pelo menos não me parece ser vingativo. Não como
a Rosalie. Quem é ela, a loira ou a morena?
- A loira. A morena é a Alice, o maior é o Emmet, o loiro é o Jasper e o outro, você já sabe.
- Certo... e eles moram juntos? Porque eu vi o... Emmet, se pegando com a loira, com a Rosalie.
- Moram. São irmãos. Quer dizer, alguns ali são irmãos. Ah, não sei, é complicado demais até para mim. Mas
moram juntos sim. Só que ninguém sabe onde.
O professor encerrou a aula e eu começei a arrumar minhas coisas quando Megan já estava saindo da fileira. O
povo ali era rápido demais.
- Até que você não é nenhuma jeca que nem eu imaginei... se quiser sair comigo e outras garotas mais tarde,
passa na minha casa.
Eu sabia que ela só estava falando direito comigo por causa dos Cullens. Mas sinceramente, eu não estava nem
aí. Talvez fosse bom para mim, conhecer novas pessoas.
- E onde é sua casa?
Ela virou-se e gritou, enquanto passava pela porta, sumindo no corredor.
- Ômega Pi!
Fraternidade. Ótimo. Era algum tipo de castigo?
Eu cheguei lá fora e vi que ela não tinha descido ainda. Sentei-me com meus irmãos, que me olhavam de cara
feia.
- Nem precisam falar porque já ouvi tudo. E não, eu não perdi a noção das coisas.
- O que você realmente quer com ela, Edward? (Jasper me olhou, me sondando)
- Eu ainda não sei direito. A única coisa que eu tenho certeza no momento, é que não quero matá-la.
- Você não quer seu sangue? (Alice me olhou franzindo a testa)
(May)- Eu não disse isso. Querer eu quero. Eu não quero matá-la. Há uma grande diferença aí.
- E o que vai acontecer quando ela descobrir o que somos?
- Emmet, se eu tivesse respostas para tudo, Alice já saberia o final.
Eu olhei para minha irmã, vendo-a dar seu sorrisinho de "eu sou o máximo". E senti um cheiro inconfundível,
que o vento jogou na minha cara. Ela estava saindo do prédio e olhava atenta em volta, procurando alguém.
Procurando a mim? Eu espero que sim, para o bem da outra pessoa. Ela então me achou com o olhar, e então
correu os olhos pelos meus irmãos. Meus adoráveis irmãos... eu tinha esquecido deles ali. Saco!
- Já volto.
- Você NÃO é para o bico dela, Edward!
Eu olhei Rosalie com fúria e me levantei dando um soco na mesa com as duas mãos, me inclinando em direção a
ela.
- Chega dessa palhaçada, Rose! Eu não quero mais escutar sua voz reclamando!
- Edward... as pessoas...
Jasper sussurrou para mim, me fazendo olhar em volta e ver os olhares curiosos (eu diria apavorados) voltados
para mim. Eu me recompus, tirando lentamente as mãos de cima da mesa, torcendo para que a rachadura que
se formara de uma ponta à outra, não abrisse totalmente. Deixei eles ali e fui até ela. Bella estava engraçada,
parecia que tinha arrancado as suas roupas da boca de um leão. Estavam um poquinho amarrotadas. Não.
Muito amarrotadas. Eu tive vontade de passá-las... era meio neurótico com isso. Mas o mais engraçado, era que
estávamos combinando. Com os óculos escuros. Eu notava ela sem-graça diante dos olhares dos curiosos.
"Ele tá indo falar com ela?"
"Devem estar se pegando... Ator é tudo assim mesmo."
"Mesmo amarrotada ela é gostosinha"
Ok, esse último pensamento irritante, só podia ter partido, claro, do meu irmão. Eu tentei ignorar.
- Está com muita fome? (eu sorri chegando nela)
- Na verdade não. Por quê?
- Você está escondendo os olhos.
Piadinha sem-graça a minha, que fez ela me olhar sem entender porra nenhuma.
- Deixa pra lá. Bobeira minha. Dormiu bem?
- Demorei um pouco pra pegar no sono. (eu me lembrei dos carneirinhos quando ela disse isso) Mas depois
dormi muito bem. Por falar nisso, você não esteve no meu quarto ontem não, né?
(A) Mas como ela sabia disso? Eu tinha dado algum mole? Porque eu jurava que tinha tomado muito cuidado.
- E-eu? (quem gaguejava agora era eu)
- É... tipo... usando as mãos? Ou a... boca? (ela engoliu seco)
Eu tinha certeza que não tinha usado mão nenhuma. Muito menos a boca. Do que ela estava falando?
- Eu acho que você sonhou...
Eu sorri pra ela, enquanto a via ficar vermelha que nem o letreiro do Mc´Donalds. Me dava vontade de lamber
aquelas bochechas coradas. Pensamento ridículo, Edward.
- Eu só... estava me certificando.
- Se certificando de que sonhou comigo. Usando as mãos? E a boca? Eu me pergunto onde...
Eu inclinei a cabeça de lado, medindo-a. Ouvindo o coração acelerar.
- Veja da seguinte forma. Se eu realmente tivesse feito alguma coisa, você se lembraria!
Ela ficou roxa e ia falar na hora que uma amiga dela chegou. Maldita!
- Jura que você não vai me apresentar, Bella?
"Eu te mato se você não me apresentar" - a figura estranha me olhava... não, me devorava com os olhos.
- Lauren, Edward.
- Muitíssimo prazer!
A garota se aproximou, se esticando para me beijar no rosto.
"Gostoso demais... eu dava fácil para ele"
Eu me afastei e estiquei a mão pra ela.
- Prazer.
Ela ficou surpresa, provavelmente se achando a última bolacha do pacote. Se enxerga, minha filha... Deu um
sorriso sem-graça e saiu. Finalmente! Bella me olhava curiosa, com uma boca rosada atraente demais. Mas de
cara fechada.
- Sua amiga, né?
- Acho que sim... não sei ao certo ainda. O que você quer comigo, exatamente?
Pessoa direta essa. Bem, Bella, eu quero teu sangue e teu corpo. Não, pesado demais. Bella, eu quero te possuir
e te morder. Também não soaria legal...
- É melhor você não saber.
(M) - Eu acho que tenho direito... (respondeu batendo os pés)
- Direito você tem. (eu cheguei mais perto dela, tirando seus óculos) Preparação é que eu acho que não.
Ela parecia mesmo uma vampira, com aquelas olheiras... achei melhor colocar os óculos de volta no lugar. E
sorri.
- Você é irritante, sabia?
- Sabia. Mas eu também sou irresistível.
Provoquei, cutucando a cintura dela com o dedo. E senti seu corpo cambalear.
- Talvez a gente se veja mais tarde.
Beijei-a na testa e entrei no prédio. Tinha uma aula minha começando agora. Eu daria minha imortalidade só
para saber o que ela estava pensando agora.
Cadeira! Uma cadeira! Ai, sentei. Ele cada vez me torturava mais. Isso estava se tornando traumatizante. Eu já
tinha babado e agarrado ele, logo ele já sabia que eu estava aos seus pés. Por que então esse infeliz não me
agarrava logo e me levava para a caverna dele? Podia até me puxar pelos cabelos, eu já nem ligava mais. Será
que era isso que ele fazia com todas as mulheres? Era um tipo de diversão? Eu era otária demais achando que
ele estava interessado em mim? Levantei os olhos quando seus irmãos passaram por mim. Bem, nem todos
passaram. Um se sentou na minha frente.
- Bella, né?
Eu já tinha visto-o tão de perto quanto agora, mas da outra vez eu estava era brigando com ele. Minto. Eu
estava reclamando, e ele estava me amedrontando. Agora eu poderia reparar bem na sua fisionomia... lindo
demais. Só que ele, apesar de ter uma cara de mau, alguma coisa nele me fazia lembrar uma criança. Eu devia
ser a única retardada que sentava em frente ao... Emmet e o achava com cara de criança. A considerar pelos
músculos, de criança ele provavelmente não tinha nada. Mas isso não vinha ao caso. Ele sorria de orelha a
orelha para mim.
- Isso... Emmet, né?
- Na mosca! Você mexeu com Edward... nunca o vi tão alterado.
- Eu... lamento... se causei algum problema.
- Para mim não. (ele ria) Mas Rosalie deve te odiar agora.
Óh céus. Eu não queria sonhar com a loira no meu quarto!
- Sério? Ela vai me matar se me ver aqui com você?
- Provavelmente...
Ele falou enquanto ria cinicamente. Ele não estava falando sério, né? O quanto ela era ciumenta?
- Bem... eu não quero causar nenhuma confusão.
(Nat) Ele se levantou sorrindo. Aliás, ele passou o tempo todo sorrindo.
- Se causar a gente resolve depois! Bom falar com você, Bella...
- Também gostei.
Eu sorri, pensando... falar o que exatamente? Ele deu uma risada e falou enquanto ia andando de costas para o
prédio.
- Se não der certo com o Edward, me procura!
Hein? Eu olhei rápido para os lados, me certificando que a loira não estivesse por ali. Eu não queria trancar a
matrícula, muito menos frequentar psiquiatra. Ok, Bella, você deixou a Megan te influenciar demais. Menos! Eu
levantei e fui para a aula, que não tinha mais graça nenhuma, claro.
O resto do dia passou voando, e eu cheguei em casa sem nada pra fazer. Fiquei até fazendo uma horinha no
estacionamento, tentando esbarrar nele de novo, mas nada. Os carros nem estavam mais lá, deviam ter ido
embora antes. Deitei na cama, pensando na minha vida patética. Meu mundo tinha virado de ponta cabeça há 1
dia atrás, por causa de um cara. Antipático e irritante. E gostoso. Lembrei de Megan me chamando para sair...
não poderia ser tão ruim. Principalmente quando eu escutei Jess e Lauren chegando em casa. Certo, Megan não
poderia ser pior que aquilo. Me arrumei um pouquinho melhor, com um jeans e uma blusa de frio cinza e saí.
Procurava a Ômega Pi enquanto ia passando pelas mansões do local. Achei a casa, e fui bater na porta, e veio
uma garota mais patricinha ainda que a Megan, me atender.
- Oi... é... a Megan está?
- Você é a Bella?
Ela tinha falado de mim, já?
- Sou...
- Pode entrar.
Isso tinha sido mais indolor do que eu imaginei.
Eu entrei, sendo levada pela garota até a sala, ricamente mobiliada com móveis brancos e de tons pastéis. Eu ri
internamente imaginando a cara da Lauren quando ela soubesse onde eu estava. Megan surgiu na sala toda
emperequetada.
- Que bom que você veio. Não tinha certeza se viria mesmo.
- Achei melhor me divertir um pouco. Onde nós vamos?
- Bem, primeiro nós precisamos decidir. Mas você tinha que vir aqui, para as outras poderem te conhecer.
- Do que você está falando?
- De você se tornar uma Ômega Pi Sister.
(Iza) Fala sério. Ela tava brincando, né? E eu lá tenho cara de fraternidade? De patricinhas, ainda por cima. Onde
está a câmera?
- Megan... eu acho que você se enganou... eu não estou procurando por fraternidades... eu nem gosto muito
disso...
- Como assim? Bella, qualquer garota daria tudo para entrar na Ômega Pi. E receber um convite meu, não é uma
coisa comum.
- Mas eu não quero. Agradeço o convite, mas não tenho interesse, ok?
Me virei para ir em direção à porta.
- É uma pena... ele vai ficar triste em saber disso.
Ela conseguiu prender minha atenção, claro.
- Ele quem?
- Edward. Quem mais? (seu sorriso brilhou)
- E o que Edward tem a ver com isso?
- Tudo!
Aquilo estava cada vez mais confuso. Por que naquele lugar todo mundo era tão misterioso? Ninguém podia ser
simples, como Charlie, ou Mike? Era tão fácil adivinhar o que eles pensavam... saudades do colégio!
- Tudo... o que?
- Bem, foi um pedido dele. Para eu te convidar.
- Você me disse na aula que não era amiga dele...
- Ele não pediu a mim. Pediu ao Henry. Bass.
- Quem?
- O presidente da Beta. Caso você não saiba, eles são sempre vistos juntos. E os Cullens estão sempre por lá.
- Certo, e por que o Edward ia querer que eu entrasse nessa fraternidade? Se o amigo dele é da outra?
- Ai Bella. Achei que você sacasse mais desses assuntos. A Ômega é como se fosse a fêmea da Beta, entendeu?
- Ah.
Agora eu entendi. Não era mais fácil ela falar logo isso de uma vez?
- Então, você entrando para a Ômega, estará sempre junto com a Beta. E é muito mais fácil para os dois lados,
se relacionarem com pessoas da união.
Hum, agora eu pesquei o assunto. Será então que isso tinha alguma coisa a ver com ele não ter me agarrado
ainda? Será que a família dele tinha alguma tradição besta que envolvia relações entre fraternidades? Merda!
- E se... eu recusar o convite? Ele vai ficar triste por que?
- Aí eu não sei... só estou dizendo o que me disseram.
(Mah) Eu não podia jogar aquilo para o alto, assim, sem mais nem menos. Afinal, o quão ruim seria fazer parte
de uma fraternidade? Eu podia ao menos experimentar, e se não gostasse, pulava fora quando quisesse.
- Você disse que as outras precisavam me conhecer?
- Sim. Vem comigo.
Acompanhei ela até o andar de cima, entrando em uma sala de reuniões, onde várias garotas loiras estavam
reunidas. Elas repararam que eu era morena, né? Porque pintar o cabelo eu não ia. Só se o Edward pedisse.
Deixa de ser patética, Bella! Fiquei um tempo lá, com elas me avaliando, cochichando, fazendo milhares de
perguntas.
- Aqui você passou. Agora podemos ir ao teste.
- Teste? Tem teste?
- Claro que tem. Mas não é aqui, é realizado na Beta. Você pode vir com a gente.
O teste era na outra fraternidade? Era muita burocracia pro meu gosto. Mas enfim... eu já estava ali, né?
- Eu não gostei nada de você ficar pra trás com a caloura, Emmet! Você tem abusado da minha paciência esses
dias...
- Docinho de côco, nós só conversamos.
Eu ouvi o nome Bella sair da boca de Rosalie? Saí do meu quarto e entrei no deles. Emmet sorria para mim.
- A Bella é gente boa, Edward!
- Por que você diz isso?
- Porque eles bateram um papinho hoje! (Rosalie parecia furiosa)
- Vocês o que, Emmet?
- Nós conversamos ué. Qual o problema?
Emmet estava me irritando. Não só pelas piadinhas dele sobre Bella, ontem e hoje, mas por ter ousado chegar
perto dela sem que eu estivesse junto. Meus irmãos não tinham o mesmo controle que eu. Não mesmo.
- Por que Emmet? Só me diga o motivo.
- Porque eu achei ela simpática.
- Deixa eu ver como posso te explicar direitinho para você entender. Se qualquer um de vocês fizer algo com ela,
mesmo que seja sem querer, eu não respondo por mim. Por mais que eu ame vocês. Falei claro?
- Transparente. Você anda bem irritado ultimamente... a quanto tempo você não dá umazinha, Edward?
(May) Eu resolvi sair dali antes que voasse no pescoço do meu irmão. Eu estava voltando para o quarto quando
ouvi Alice.
- Edward! (ela me olhou com pavor)
- O que houve?
- Eu só vi agora... não tenho nem certeza disso, está confuso, mas...
Eu entrei em sua mente. Aquilo estava mesmo confuso. Tinha gritos, vários homens, sangue e... Bella! Meus
dentes vieram, o ódio me percorreu, o medalhão ardia em mim.
- Tente mais, Alice... onde ela está? Com quem?
- Desculpe, Edward, eu não consigo, está tudo nublado, eu não consigo!
Eu chutei a parede, fazendo um rombo nela, quando Jasper apareceu.
- Eu senti isso lá da garagem, pessoal. O que está acontecendo aqui?
- Bella! Alice teve visões com ela, com um final trágico. Mas eu nem imagino onde ela esteja. Só indo na casa
dela tentar e...
- Eu a vi agora pouco. Entrando na Beta.
Eu já sabia para onde ir.
CAPÍTULO 5
Nós entramos na Beta e eu vi um cara super bem vestido e com uma cara terrível de garanhão, em pé, nos
esperando.
- Isabella Swan! Muito prazer, sou Henry Bass, presidente da Beta! (ele esticou a mão)
- Oi, pode me chamar de Bella mesmo.
- Está pronta para o teste?
- Bem, só para eu ter uma leve idéia... como é esse teste?
Ele sorriu, me conduzindo pela casa. Eu olhei para Megan e as outras meninas, e as vi sentando num sofá.
- Consiste praticamente em testes de inteligência, agilidade e capacidade. Por mais que Edward seja nosso
camarada, não podemos deixar uma pessoa totalmente inapta, se juntar a nós. Espero que me entenda.
- Sim, compreendo. Apesar de eu não ter muita agilidade. Tem que passar com mérito nos 3 testes?
- Nós veremos isso.
(A) Ele riu, enquanto passava o braço por cima dos meus ombros. Meio atiradinho, né? Nós descemos uma
escada de pedra de 3 lances, chegando a um local meio sinistro, escuro, iluminado apenas por algumas velas. Eu
tremi com o frio que fazia ali.
- As meninas não vão vir?
- Não. O teste é seu. Elas já tiveram o delas.
- Ah.
Uma porta se abriu, e saíram 4 rapazes vestidos com uma túnica preta, parando em fileira de braços cruzados.
Aquilo era bizarro e eu já não estava me sentindo muito à vontade.
- Olha, não que eu esteja cuspindo para o alto, mas eu acho que vou esperar mais um tempo até decidir fazer o
teste.
- Bella, (ele riu) nós não podemos abrir uma exceção dessas para você. Senão teríamos que fazer com todos.
Eu senti 4 mãos segurarem meus braços e quando fui me virar, eram dois caras de túnica, que me puxavam em
direção a uma mesa, ou algo do tipo, de pedra, que ficava no meio do salão. Eu não gostei disso.
- Ok, isso não tem graça. Eu não vou fazer merda de teste nenhum se eu não quiser! Me soltem agora!
- Cale-se Bella. Já encheu!
O que era aquilo? Cadê o rapaz tão cordial de 10 segundos atrás? Senti um medo bem parecido com o de
quando o motoqueiro me pegou. Só que a diferença era que ali, não tinha nenhum Edward Cullen. Qual era a
saída? Eu lutar com 5 caras? Impossível, né? Usei minha única arma. Meu grito, enquanto me colocavam
deitada na mesa e prendiam meus pulsos e pernas.
- Me solta! Vocês vão se arrepender! Me solta!
Henry tirou seu paletó e dobrou os punhos da camisa, enquanto um dos caras passava uma fita adesiva na
minha boca. Ninguém avisou que eu tinha sinusite? Eu não ia conseguir respirar! Começei a chorar, sem poder
gritar, quando vi eles tirarem minha roupa. Como eu fui tão idiota em ter caído nesse papo de fraternidade?
Edward estava envolvido nisso também? Eu prestes a morrer ou ser estuprada, e só conseguia ver o rosto dele
na minha mente. Ele não estava envolvido. Não poderia. Por que eles estavam fazendo aquilo? E por que eu,
com tantas garotas lindas na faculdade?
- Eu primeiro vou me satisfazer. Preciso te dizer que a achei bem gostosinha ontem na festa. Depois que você
não me servir mais, (ele andou até outra mesa e pegou uma adaga afiada) eu vou coletar seu sangue. Um
presente para um amigo...
Um presente para um amigo? Que porra de amigo ia querer meu sangue? Eu queria gritar que era virgem,
implorar para ele não me fazer nada! Mas ele já começava a subir em cima de mim e alisar a faca pela minha
barriga. Eu fechei os olhos e desejei acordar.
(M) Eu deixei o Volvo na garagem e resolvi pegar a BMW de Rosalie. Qualquer segundo perdido poderia ser
sagrado. O carro voava pela estrada com meu pé colado no acelerador. Qualquer infeliz que desse o azar de
cruzar o asfalto naquela hora, provavelmente ficaria agarrado no chão, porque eu não ia diminuir. Que porra a
Bella tinha na cabeça em ir até a Beta? E a questão era, por que? Eu não conseguia imaginar nenhum motivo
que a fizesse ir até lá. Mas eu sabia muito bem o motivo deles. Porque eu sabia que não era a 1ª vez. Eu
conhecia Henry Bass, e sabia que ele iria ao inferno para me agradar e ter sua imortalidade super garantida. O
problema é que Beta era só para homens. Eles nunca tinham feito isso com garotas. Nem eu teria deixado, por
mais sádico que fosse. Eu lembro de ter demonstrado na festa, o meu interesse por Bella, e ele provavelmente
achou que era apenas sede de sangue. Merda! Eu tinha colocado-a naquela situação. Sem querer. Eu me sentia
estúpido.
Entrei com o carro pelo jardim da casa, saindo de qualquer jeito sem nem desligar a ignição. Não tinha tempo
para isso. Abri a porta e vi as garotas da Ômega sentadas. Gritei com elas, assustando-as ao máximo.
- Saiam! Agora!
Quando elas correram, eu fui em direção à escada. Um Beta tentou me parar.
- Cullen, o que faz aqui? Você não pode descer!
Eu não ia perder meu tempo com ele... apenas o joguei longe, e chutei a porta da escada.
- HENRY!
Eu desejei para o bem deles não ter visto a cena. Bella com a boca tampada, nua, amarrada na mesa, chorando.
E ele em cima dela. Mostrei meus dentes de novo, liberando toda a raiva dentro de mim. Ele pulou da mesa, me
olhando assustado. Nenhum deles nunca tinha me visto ao natural, exceto nas festas.
- Edward, é um presente!
Ela me olhou com os olhos inundados de medo. Ela estava me vendo ao natural também. Merda. Henry tinha
saído de cima dela, mas ainda possuía uma adaga encostada em sua barriga. Eu dei um passo à frente, temendo
que ele a cortasse. Vocês podem imaginar o porque.
- Bass, não seja estúpido. Eu não quero esse presente. Afaste-se dela.
- Mas eu achei... você falou... Edward...
Ele a olhou apavorado, como se tivesse entendido tudo.
- Eu não toquei nela, Edward. Eu juro. Pelo visto foi tudo um mal-entendido.
- Ok Bass. Afaste-se então. Me dê a faca.
Ele lançou um rápido olhar para os outros 4 que estavam mais longe de mim. Eles vacilaram, quando pensaram.
- Não tentem. Eu sou mais rápido que vocês.
- Edward... eu me afasto, e você me deixa ir. Sem rancores.
- Sem rancores.
(Nat) Eu afirmei tentando ganhar sua confiança. Não estava em posição de barganhar. Mas Bella gemeu e se
debateu na mesa, e meu instinto protetor foi muito mais forte. No segundo que o olhei com sede, ele tremeu e
a ponta da adaga cortou Bella. Fudeu. Avançei em Henry, o levantando pelo pescoço e jogando contra a parede
e voei nos outros. Os dois da frente que tentaram fugir, eu esmaguei pelas costelas e depois quebrei o pescoço.
Os que sobraram, estavam agachados aos meus pés, com uma poça de mijo abaixo deles. Não, eu não teria
piedade. Levantei um com cada mão, cravando as unhas nas artérias dos pescoços e levando minhas presas até
o sangue, que escorria. Eu precisava de muito sangue, antes de me aproximar dela, que acompanhava tudo
petrificada. Suguei os dois até a última gota, enquanto seus corpos tremiam por reflexo. Os larguei ali mesmo e
fui até ela, limpando a boca. Ela se debateu quando eu cheguei perto. Ela achava que ia fazer o mesmo com ela?
Provavelmente achava.
Puxei a fita de sua boca, enquanto me controlava com o cheiro do sangue escorrendo da ferida. Era
absurdamente doloroso. Passei meu dedo pelo sangue, imaginando que gosto teria. Não Edward. Controle-se.
- Ed-ed-edward, não... por favor...
- Bella, eu não vou te fazer nada.
Ela fechou os olhos, talvez esperando, como uma presa esperava ser abatida. Tirei minha camisa, enquanto me
curvava sobre seu corpo nu, enxugando o sangue com o pano. Ela deve ter pensado o pior quando a toquei.
- Eu sou virgem!!! (ela gritou se debatendo)
Eu ri, não aguentei. Me abaixei até seu rosto e a encarei.
- Obrigado pela informação!
Óh céus, ela não parava de chorar. Quando eu aproximava meu rosto ela chorava ainda mais. Faça isso parar!
Desamarrei seus pés e seus pulsos e ela na mesma hora pulou da mesa, tremendo e se afastando de mim. Eu
andei devagar em sua direção.
- Bella...
- Não!
- Não o que, porra?
Eu avançei e a puxei para mim, abraçando-a.
- Eu não vou lhe fazer mal. Confie em mim.
Eu olhei em volta. Onde estava a roupa dela? Não dava para sair dali com ela assim. Soltei-a e fui pegar a túnica
de um dos caras para ela vestir. E eu ouvi algo tarde demais. Henry. Eu li sua mente no momento que ele pegava
Bella por trás, segurando a porra da adaga contra sua garganta. Olhei rápido em volta, nada para usar. E olhei
meu medalhão no meu peito.
- Henry...
- Ela é minha garantia, Cullen.
- Bella, você confia em mim?
(Iza) Ela balançou rápido a cabeça. Ao menos ela tinha mais medo dele do que de mim. Eu passei rápido, o mais
rápido que eu pude, pelo caminho de velas, fazendo todas se apagarem. Tudo ficou negro, menos para mim,
claro.
- Cullen, eu sei que você está aí! Não faça nenhuma besteira!
Eu enxergava perfeitamente no escuro, mas eu nem precisaria disso. Podia sentir a quilômetros de distância a
respiração e o medo dele. Ele tinha se tornado o meu maior inimigo, no momento em que tocou ela. Não tinha
mais salvação para ele, sua sonhada imortalidade, bem... ele ia para o inferno. Isso valia, né? Eu dei a volta por
trás deles silenciosamente, e me aproximei de seu ouvido. Eu ia aproveitar para me divertir.
- Boo!
Puxei a mão que segurava a adaga e quebrei, torcendo para o lado contrário. Trouxe rápido Bella para mim,
passando meu braço esquerdo em volta da sua cintura, enquanto arrancava a camisa de Henry e arranhava uma
unha do seu pescoço até o umbigo. Vejam bem, arranhava é bondade... lembram da minha unha no pescoço do
motoqueiro, né? Ele caiu ajoelhado, enquanto eu quebrava seu pescoço.
- Um brinde ao sangue nobre, Henry!
Peguei a túnica que tinha separado e subi com Bella. Lá em cima, na claridade, eu vi o medo novamente em seus
olhos. Eu estava imundo de sangue. Dei a túnica, que ela vestiu rápido, corando de vergonha. Saí puxando ela
pela mão, para sair o mais rápido daquela casa. A merda ia feder.
Edward dirigia calado, seus dedos apertando o volante, visivelmente irritado. Eu o olhava, sem camisa, seu peito
branco e perfeito, seu abdômem talhado. Ele não era musculoso que nem o Emmet, mas era socadinho na
medida certa. Queria abracá-lo e agradecer, afinal, ele me salvara de um destino cruel, mas vendo seu corpo
sujo de sangue, as imagens voltavam à minha mente. As imagens dele matando. Eu faria mal se falasse com ele?
Queria saber o que ele estava pensando. O que ele tinha a ver com tudo aquilo... e o que ele era? A julgar pelos
dentes e pela forma que ele... óh céus... matou os outros, eu diria que era um vampiro. Mas até mesmo para
minha mente super fértil, aquilo era ridículo demais. Eu não estava na Transilvânia, muito menos numa história
de Stephen Meyer. Me virei, respirando fundo.
- Edward?
Minha voz quase não saiu. Idiota, Bella, não se demonstra que está com medo, para alguém de quem você tem
medo. Mas ele me olhou, com olhos que eu só tinha visto uma vez, na festa, quando ele me salvara (isso estava
virando rotina). Não eram mais os olhos vermelhos que eu vi enquanto conversava com Henry. Nem os dentes
tinham mais aqueles caninos afiados. Eu tinha sonhado com esses detalhes? Provavelmente não, já que ele
continuava sujo.
- Como você está?
Ele esticou a mão para encostar em mim, mas meu reflexo me fez ir pra trás. Ele recuou a mão, com uma
expressão triste.
- Posso ao menos conversar com você? O que eu podia dizer ao cara que tinha matado 5 pessoas para me
salvar?
- Pode.
(Mah)Eu gelei quando ele fez uma curva e entrou pr um atalho para dentro da floresta. Bella, você só faz merda!
Ele parou o carro em frente a uma árvore. Eu olhei em volta... nenhum lugar para correr. Claro, como se eu
fosse conseguir correr mais que ele.
- Alguma pergunta para mim? (ele falou sem me olhar)
- Acho... que várias. A mais importante... acho que é... você vai (engoli seco) me matar?
Dessa vez ele me olhou, parando em meus olhos por alguns segundos.
- Eu teria feito isso por lá, não acha? (falou sério enquanto passava a mão nos cabelos irritantes)
Eu pensei nessa resposta. Ele tinha razão. Eu estava amarrada, à mercê dele... realmente ele poderia ter feito
qualquer coisa.
- Ok. Por que você apareceu lá? Como sabia disso? E ele falou de presente pra você... por que?
- São muitas perguntas Bella. Você me faz uma, eu faço outra... o que você estava fazendo lá?
- Um teste.
- Por que eu apareci lá... porque eu soube que você estava lá. Uma pessoa te viu entrando na casa, e me avisou.
Que teste era esse?
- Me disseram que era para entrar para a Ômega Pi.
- Eu comentei alguma coisa com o Bass, sobre você, e ele achou que eu quisesse... seu sangue. Por que você
queria entrar para a Ômega Pi? Eu não acho que faça seu estilo...
- Bem, falaram que foi você quem pediu. Para que eu entrasse... disseram que a Ômega era a fêmea da Beta. O
que você é?
Ele me olhou surpreso, levantando uma sobrancelha. E eu vi um sorriso torto nascer em seu rosto. Qual era a
graça?
- Você resolveu se juntar aos loucos, porque eu pedi? E por causa da relação entre as duas? Não era mais prático
você só me agarrar de novo?
Ele ria enquanto eu não achava nada engraçado ali. Ok, eu dei mole... precisava contar todos os motivos a ele?
Não, Bella, isso você deveria ter escondido!
- Isso não tem graça, Edward... não mesmo. E você não respondeu minha pergunta.
- Desculpe. Mas para mim foi hilário. O que eu sou? Você ainda não sabe? Vamos, Bella, não és tão inocente
assim. Dentes, mordidas, sangue, pele pálida...
- Me desculpe se eu cresci achando que vampiros era serem fictícios. Eu acho que devo culpar meus pais por
terem mentido para mim.
(May) Ele estava rindo de novo. Sério, por que ele conseguia estar tão descontraído, enquanto eu quase me
cagava de medo?
- Então eu sou um vampiro? Foi a essa conclusão que chegou?
Eu tremi e parei de respirar, quando ele se aproximou e tocou meus cabelos. Não chore, não chore, não chore.
- Tal-tal-talvez.
- E se eu realmente for um vampiro?
- Eu (tossi para disfarçar a ridícula voz gasguita que saiu) eu não vou... contar nada. Prometo.
Ele se inclinou mais ainda, eu quase morrendo, não sei se por medo ou por vontade de pular nele, e sussurrou
no meu ouvido.
- Não estou preocupado com o que você vai contar por aí. Estou querendo saber como as coisas vão ficar entre
nós dois.
Eu engoli seco, tão seco que desceu arranhando a garganta. Meu instinto me dizia para abrir a porta e sair dali
correndo, mas meu reflexo foi apertar os braços dele.
Ele me olhou, com o maxilar tenso, e senti sua mão na minha nuca, enquanto sua boca encostava nos meus
lábios. Eu definitivamente, estava morrendo. Juro ter visto estrelas, quando senti sua língua dentro da minha
boca, se enroscando na minha. O beijo dele era molhado e urgente. E então ele me soltou e saiu do carro,
arrancando e destroçando um galho da árvore. Ok, o que eu tinha feito de errado agora? Eu não beijava bem?
- Edward?
Eu o chamei, abrindo a porta do carro.
- Fique aí, Bella!
Wow. Caninos à mostra... tudo bem, eu fico.
Eu tinha sido estúpido. De novo. Depois de tudo o que aconteceu, com meus nervos à flor da pele ainda, com o
cheiro do sangue dela debaixo daquela túnica, eu resolvi beijá-la? Claro, Edward, por que você não a mata logo?
Não que eu não tivesse gostado. Pelo contrário, nossas bocas se encaixaram perfeitamente. Mas eu não estava
no meu melhor momento. Voltei para o carro, olhando-a controladamente.
- Eu acho que não sou uma boa companhia agora. É melhor te levar para casa.
- Tudo bem...
Eu dirigi até a casa dela, calado e pensando em tudo que tinha acontecido em dois dias. Míseros dois dias. Fiquei
imaginando como seria o resto do semestre.
- Obrigada.
Eu nem tinha me dado conta de que já tínhamos chegado. Ela me olhava triste, enquanto saía do carro.
- Descanse, Bella.
Ela bateu a porta e depois colocou a cabeça para dentro da janela.
- Posso... pegar?
(A) Eu olhei para o que ela apontava... era minha camisa que eu tinha tirado pra limpar o sangue dela, e que
agora estava no chão do carro.
- Você a quer?
- Sim.
- Pra que?
- Não interessa.
Mulheres são estranhas mesmo. Eu peguei a camisa e dei a ela. Só liguei o carro quando ela entrou em casa e
fechou a porta. Eu tinha coisas para resolver.
Cheguei em casa, só tinha Jasper lá. Ele já veio me encontrar no meio da sala, provavelmente sentindo meu
estresse.
- Vai me contar?
- Henry pegou Bella para me dar seu sangue, eu cheguei, matei todos eles e salvei Bella.
- Você matou Henry Bass?
Ele me olhava incrédulo. Claro, Bass era meu protegido, e não apenas isso. Ele era filho do senador Lionel Bass.
- Não tive muitas opções, Jazz. Era ele ou ela. E eu imagino que você não tenha dúvidas sobre quem eu
escolheria.
- Claro. Mas e agora? Não dá para varrer para debaixo do tapete, dá?
- Não... até porque ficou uma sujeira por lá, que não dava para limpar. Onde está todo mundo?
- Foram comer alguma coisa.
O comer alguma coisa da minha família era um pouco mais complexo do que só ir ao restaurante.
- Me avise quando chegarem.
Fui deitar e tentar pensar no que iria fazer. Tinham as garotas, que me viram entrar, e tinha mais um Beta que
tentou me interceptar. Eram algumas testemunhas. O que eu faria com eles? E eu ainda precisava colocar um
novo rosto na liderança da Beta de Forks. Bem, uma testemunha já estava riscada da lista. Faltavam as garotas.
Eu deixei um pouco de pensar nos problemas, e me concentrei nela. A exposição teria valido a pena? Eu lembrei
do beijo... é claro que valeu a pena. Eu sem dúvidas faria tudo de novo!
(M) Entrei em casa, recebendo os olhares das meninas que estavam no sofá. Eu provavelmente não estava com
uma aparência muito legal...
- Bella, você foi pra guerra?
- Bella, o que houve?
Eu não queria falar com ninguém, não queria olhar para ninguém, não queria ouvir ninguém. Só queria meu
quarto e minha cama. Subi as escadas sem responder nada, entrei no quarto e tranquei minha porta. Tudo
parecia estar girando e diminuindo, como se as paredes fossem me esmagar. Que merda era aquela que estava
acontecendo na minha vida? Por que eu fiquei em Forks? Para me apaixonar por um... vampiro? Fiquei em pé
na frente do espelho e me vi naquela túnica que me causava arrepios. Saí do quarto para o banheiro,
esfregando forte meu corpo embaixo do chuveiro, querendo tirar todo e qualquer resíduo desse dia. O corte
ardia, me fazendo lembrar dele ali, expelindo um filete fino de sangue.
Voltei para o quarto e joguei uma camisola leve no corpo, me jogando então na cama, enquanto deixava as
lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
Eu não podia perder muito tempo, então já estava ligando para o celular que estava listado no livro de
residentes da Beta.
- Alô.
- Paul Finch?
- Isso. Quem é?
- Edward Cullen.
O outro lado ficou completamente em silêncio.
- Paul, não vou te machucar. Só precisamos conversar. É um assunto do interesse de ambos.
- Você pode me adiantar o assunto?
- A presidência da Beta. Está interessado agora?
- Ah. Sim. Onde nos encontramos?
- Em trinta minutos, na lanchonete Sky, conhece?
- Aquela que está quase abandonada, no Km 31?
- Essa mesma.
(Nat) - Você quer que eu vá sozinho, te encontrar num lugar que provavelmente não terá nenhuma
testemunha? É isso mesmo?
- Exato. Ou eu posso ir irritado até onde você está.
- Te encontro na lanchonete.
Meu problema com o Paul já estava praticamente resolvido. Faltava o outro problema... com mais hormônios
envolvidos. Eu cuidaria disso no caminho para a lanchonete.
A casa da Ômega era uma construção tão branca, tão clara, com detalhes tão delicados, que quem olhava por
fora sequer imaginava que ali dentro só tinha tubarão. Sim, porque aquelas meninas de pele clara, cabelos loiros
e feições de boneca, podiam ser tudo, menos agelicais. Era um ego maior que o outro, sempre uma querendo
puxar o tapete da outra. Mas haviam duas coisas que aquelas mulheres temiam e respeitavam: eu e.. bem, só
havia uma coisa. A campainha soou lá dentro.
- Cullen!
- Leve-me até Megan.
Falei enquanto entrava na casa antes mesmo dela mandar. A loira me guiou ao andar de cima, parando em
frente a uma porta.
- Ela está aqui?
- Sim, mas ela deve estar dormindo e eu ac...
E daí que ela estava dormindo? Abri a porta e encontrei a também loira, deitada em sua cama rosa, abraçada a
um urso de pelúcia rosa. Elas não ficavam com dores na vista? Aquilo podia cegar alguém.
- Megan Walsh?
Ela acordou histérica e sentou na cama ao me ver, fazendo um gesto para a "outra" loira nos deixar a sós.
- Ed-ed-ed-ed-edward Cu-cu-cullen?
"Estou decente? Estou."
- Sem tantas sílabas, mas sim, sou eu.
- Você sabe meu nome? (ela abriu um sorriso) Eu nem achei que você soubesse que eu existia!
"Ele sabe que eu existo! Já é alguma coisa..."
- Eu provavelmente sei o nome de todos da Beta e da Ômega. E tenho boa memória. O que vocês faziam na Beta
hoje de tarde?
- Ah, isso! Nós fomos levar a caloura para um teste.
- A caloura se chama Bella.
- Isso, eu sei.
- Por que vocês a queriam para a Ômega?
"Ele é doido?"
- Na verdade, eu achei que você soubesse... já que o pedido foi seu.
(Iza) Eu a olhei, estudando-a. O que ela dizia sempre batia com o que pensava. Não estava mentindo.
- Você sabia qual era o teste?
- O de sempre, não é?
"O que ele quer de mim, afinal? Se fosse para arrancar minha roupa pelo menos..."
Eu me aproximei bem dela, ouvindo seu coração acelerar.
- Megan, o quanto suas... pupilas são fiéis a você?
- Muito fiéis.
- E o quanto você poderia ser fiel a mim?
"Eu sou sua!"
- O quanto você quiser...
- Então preciso de um favor. Nem você e nem nenhuma das outras garotas, me viram entrar hoje na Beta. Nem
levaram Bella até lá.
Eu sussurrei em seu ouvido, soltando meu hálito em cima dela. Ela se arrepiou, enquanto caía de costas na
cama. Molezinha...
- E o que eu ganho com isso?
Eu subi em cima dela, abrindo o laço da sua camisola com os dedos.
- Bem... eu te deixo viva.
- Ok.
Ela sorriu meio tonta, enquanto eu levantei e saí do quarto. Eu adorava ser irresistível.
Era noite fechada quando acordei. Eu via dois olhos vermelhos, apenas isso, me encarando naquela escuridão e
ouvia um rosnado baixo saindo de seu peito. Só podia ser uma pessoa. E ele tinha ido me matar, a única que
sabia seu segredo e continuava viva.
Eu tentei levantar, mas meus braços e pernas estavam presos novamente, e minha voz, por mais que eu
gritasse, não saía. Estava muda, enquanto ele caminhava lentamente em minha direção. Quando ele se
aproximou da cama, a luz da lua que entrava pela janela iluminou seu rosto, e eu pude ver seus dentes afiados.
Ele me olhou furiosamente, antes de pular em cima de mim. "Não, Edward!"
(Mah) Eu tinha marcado com Paul na lanchonete Sky, porque realmente o lugar estava praticamente
abandonado. Mas não porque eu fosse matá-lo ou algo do tipo, e sim porque não era o tipo da conversa que eu
gostaria que outros escutassem. Eu estaria negociando o silêncio dele, pela presidência da filial de uma das
maiores fraternidades do país. Quem não gostava de poder? Só que ele estava atrasado. Bem atrasado, por
sinal. Já estava ali esperando-o há mais de 1 hora. Liguei para seu celular e chamou até cair. Tentei outras duas
vezes e nada. O infeliz tinha fugido? De qualquer maneira, ele não vinha mais... mas eu ia buscá-lo na marra.
Entrei no carro e fiz o caminho de volta, já que eu estava nos limites da cidade. Não tinha me afastado nem 5 km
da lanchonete, quando vi um Toyota capotado no meio da rua. Parei o carro, óbvio. Se tivesse alguém vivo
ainda, eu não iria desperdiçar o sangue.
Quando me aproximei do carro virado, me agachei para olhar o motorista, que para minha surpresa, era nada
mais nada menos, que Paul Finch. Ele ainda estava vivo, fudido, mas vivo. Bem... vou ser sincero. Ele ia morrer
em no máximo 10 minutos, pois eu ouvia o coração fraco e o sangue inundando seus órgãos por dentro.
- Cullen... o desastre... não... foi... sem... querer.
Eu o encarei pasmo. Ele foi assassinado? Não exatamente, já que ele estava vivo. Eu o olhei, com os olhos
fechados, sem respiração. Ok, ele foi assassinado.
- Alice! Jazz! Emmet! Rose!
Cheguei em casa gritando para eles comparecerem. Me irritei quando vi Emmet correndo enquanto vestia uma
calça e Rose ajeitando a saia. Eu não precisava ver essas coisas.
- Eu vi, Edward.
(may) Alice também me deixava puto quando só me contava as coisas depois que elas aconteciam. Alguém a
informou que o dom que ela tinha era de prever o futuro?
- Conte, por favor.
- Eu vi você indo na Ômega, falando com Paul e tudo mais. Vi o acidente também. Mas só quando ele já tinha
capotado.
- Não viu quem foi então?
- Quem foi?
- Quem o matou...
- Alguém o matou? (Rosalie perguntava)
- Pelo visto sim. Antes de morrer ele me disse que não tinha sido sem querer.
- Alguém causou o acidente. (Jasper completou)
- Sim... alguém que não queria que ele me encontrasse, provavelmente.
- Então ele contou para alguém que ia te encontrar?
- Ele estava com medo, já tinha apanhado de mim... ele quis se precaver, avisando para alguém onde estaria,
né? O problema é, quem poderia querê-lo morto.
- Eu só consigo pensar em algum inimigo em comum de vocês dois.
- Ou alguém que queira te ferrar de vez. (Rosalie sorria sarcástica)
- Ei, alguém viu meu CD do Lionel Richie?
Eu olhei Emmet, que estava do outro lado da sala, abaixado, olhando a pilha de CD´s.
- O que você disse, Em?
- Meu CD. Do Lionel Richie.
Eu olhei Jasper, e ele sorria de volta.
- Lionel Bass. (falamos juntos)
- Não, idiotas!!!! Lionel RICHIE! O cantor!
- Em, ainda bem que você é retardado o suficiente a ponto de pensar em música numa hora dessas!
Eu dei um beijo na testa do meu irmão burro, enquanto ia para o quarto.
(A) Eu acordei gritando e suando, sentando na cama. Era tudo um sonho, ou melhor, pesadelo. Aquilo estava
me deixando abalada demais... por mais assustador que tudo tinha sido, eu não conseguia pensar em Edward
desse jeito mau. Eu fui salva por ele duas vezes. Não era possível que eu estivesse errada... ele não teria tido
tanto trabalho. Me levantei tropeçando pelo caminho com o quarto escuro e acendi o abajour. Precisava saber
que horas eram, quanto tempo domi e quanto tempo eu ainda podia ficar vegetando ali na cama. Mas eu quase
infartei quando uma mão tocou meu ombro. Eu pulei e me virei.
- Ed... céus! Você quer me matar?
- Que duplo sentido horrível Bella! (ele riu)
Eu suspirei enquanto esperava meu coração voltar para o lugar. Ele não podia ter entrado pela porta como uma
pessoa normal?
- Você pulou minha janela?
- Pular, é uma palavra complexa... eu saltei. (ele continuava sorrindo)
- Você não fez isso outras vezes... fez?
- O que você chama de outras vezes?
- Ahhhh Edward! Não creio nisso!
(M) Ele riu e me puxou para um abraço. Antipático!
- Foi uma vez só. E eu nem fiz nada. Infelizmente...
- Posso ao menos saber que horas foi isso?
- Depois da festa, quando te deixei em casa.
Depois da festa, eu lembro de ter tomado banho e deitado... pelada! Puta que pariu, eu tinha vontade de socálo.
- EDWARD!
- Calma, calma. Antes que você reclame, você estava coberta. Eu só vi um pouquinho...
Eu o soquei! Certo. Para mim foi um soco que quase quebrou meus dedos. Para ele foi como uma pluma que
tocava seu peito. Me virei de costas enquanto chorava de dor, querendo explodir a cabeça dele. Mentira.
- Bella, não exagera... (ele me puxou pela cintura, de costas mesmo) Isso era só uma questão de tempo... ou
você acha que eu estava cego hoje cedo?
Aquilo era humilhante e ele ainda zoava com a minha cara. Ele tinha uma quedinha por tortura, não é?
- Podemos conversar em paz?
- Me solta primeiro.
- Como se você não gostasse...
Ele falou isso roçando os lábios no meu pescoço enquanto um frio me percorria pelo estômago. Eu me encostei
nele, sentindo tudo rodar.
- Faça o que você tem que fazer... só pare de me torturar...
Senti ele rindo no meu pescoço.
- E o que exatamente eu tenho que fazer?
- Eu não faço a mínima idéia...
(Nat) Eu me sentia dopada. Ele riu de novo, mas dessa vez ele passava a mão pela minha barriga.
- Se você quiser me morder...
- Não é bem te morder que eu quero... estou bem alimentado.
- Ow...
Eu senti meu corpo ser puxado lentamente para trás, e então ele me virou e me jogou na cama. Eu acho que
ovulei. Ele subiu em cima de mim, colocando uma perna de cada lado do meu corpo, e se aproximou do meu
rosto.
- Eu só vim te avisar que não estarei em Forks amanhã. Você pode tentar não fazer nenhum teste para nenhuma
fraternidade?
- Não tem graça nenhuma.
Eu respondi enquanto esticava o braço tentando alcançar sua camisa.
- Shhh. Que apressada! Eu sou tímido, ok? Hoje não!
Hein? Eu ouvi certo?
- Pára Edward!
- Estou parado Bella. Se eu me mexesse você sentiria.
Ok, eu devo ter ficado roxa com essa piadinha ridícula, porque ele riu muito da minha cara.
- Eu não tenho culpa se você é assim tão atirada... só vou te deixar me ver pelado, quando eu estiver pronto!
- Ughhhh! Inferno! Vai embora, Cullen!
Eu empurrei e ele saiu de cima de mim, enquanto pegava um sutiã meu que estava em cima do móvel e saía
pela janela.
- Volto depois de amanhã! E estou levando um souvenir!
CAPÍTULO 6
Eu podia afirmar que adorava vê-la sem-graça. A cor que suas bochechas ganhavam era irresistível. Mas ainda
melhor era provocá-la! Nossa, parece que eu tinha nascido para isso. Ela ficava linda irritada! E o seu cheiro,
maravilhoso! Sem falar da pele macia dela... Que merda Edward Cullen, você está apaixonado? Certo, eu
precisava parar de pensar um pouco em Bella e me concentrar em outra questão. Minha visita ao senador Lionel
Bass. Um cara para chegar a essa posição, precisa ser inteligente, e de preferência, ter jogo de cintura. Ótimo,
eu adorava desafios... lidar com gente burra não tinha a mínima graça.
Cheguei em Washington, D.C, e parei o carro de onde pudesse ter uma visão total do prédio. Que foda, eu
sempre quis entrar no Capitólio. Até morto, Henry Bass me presenteava. Disquei um número no celular.
- R.E., boa tarde.
- Boa tarde, Lionel Bass está?
- Sim, quem deseja?
- Edward Cullen.
- Ele está em reunião, quer deixar recado?
- Não... quero entrar aí!
- Me desculpe senhor, mas ele não recebe qualquer um.
- Que tal você ir até ele, e avisar que Edward Cullen está na linha?
- Só um minuto, por favor.
Maldita tecnologia! Para que inventaram telefone, se meu poder de sedução só funcionava pessoalmente?
- Cullen.
- Bass.
- Em que posso ajudá-lo?
- Acho que nós temos algo para resolver.
- Talvez. Mas não aqui. Em outro lugar, quando eu combinar.
Eu ri. Hilário esse cara.
- Bass, deixe eu te explicar. Primeiro, eu não estou pedindo. Segundo, você não vai gostar se eu entrar aí sem ter
sido convidado. Terceiro, eu sempre sonheir em conhecer o Capitólio.
Ok, essa última foi birra minha. Eu queria mesmo conhecer o prédio.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Depois falou com a voz vacilando.
- Você vai entrar, Cullen.
Isso! Emmet ia morrer quando soubesse onde eu estava. Eu precisava levar uma prova... procurei em volta por
turistas, e vi uma mulher com uma Polaroid. Bem, antigamente era esse o nome... hoje em dia devia ser alguma
Cybershot 85.9 que dá para fotografar da Lua... inventam de tudo para ganhar dinheiro, né?
- Oi!
"Hein? É comigo?"
- Oiiii!
- Tudo bem?
"Melhor agora..."
- Aham...
- Linda máquina! A dona também!
Mentira! Ela era bem estranha... mas meu humor estava afinado hoje... Bella me deixava assim. A garota riu e
quase deixou o meu objeto de desejo cair no chão. Eu matava! Não era fácil achar dessas máquinas que a foto
sai na hora.
- Hã, obri-brigada! Quer ver?
- Não. Quero tirar foto. Você tira?
- Claro! Comigo?
- Não... com o prédio.
Ela ficou triste e eu resolvi fazer minha boa ação do dia.
- Com você eu tiro depois, lindinha!
Ela abriu aquele sorriso de orelha a orelha, vermelha que nem um pimentão. Tinha achado a irmã gêmea da
Bella! Me posicionei num ângulo em que o prédio saísse bem atrás de mim.
- Diga xis!
- Hein?
O flash bateu! Malditas gírias de século XXI! Que porra é essa de xis? Mas eu fiquei feliz quando a foto saiu.
Emmet ia arrancar os pentelhos. Não que eu quisesse presenciar essa cena.
- Agora nós dois!
A bonitinha me abraçou enquanto batia a foto. Pelo menos eu fiz alguém feliz... Agradeci e segui para a entrada.
Os vinte seguranças engravatados me pararam.
- Pois não?
- Vou falar com o senador Bass.
- Seu nome?
- Edward Cullen.
Um deles passou um rádio para alguém, enquanto me olhava. Esse alguém autorizou minha entrada. Eu passei
por eles sorrindo feliz da vida por não ter sujado as mãos.
Fui passando por onde mandavam, até chegar no andar dele. Estalei os ossos dos dedos e pescoço antes de
entrar na sala.
- Edward Cullen, em carne e osso! Enfim, o conheci.
Em carne e osso? Eu achei melhor ficar quieto.
- Lionel Bass. Você trabalha num lugar legal.
Ele sorriu seco.
- Nós dois sabemos que você não veio aqui para fazer turismo, Cullen.
- Não mesmo. Na verdade eu vim, por achar que você tem algum problema comigo. Estou certo?
- Sente-se.
- Prefiro continuar em pé. Mas fique à vontade.
Ele ficou em pé.
- Henry falava muito de você. Ele te idolatrava.
- Até demais, talvez.
Lionel pegou um objeto pontudo de metal, não, de prata... eu sentia pelo cheiro... e ficou brincando com ele na
mão.
- Sabe, Edward, não pense que eu e meu filho não conversávamos. Nós trocávamos muitos segredos.
- Entendo. E vocês conversavam a meu respeito também?
- De vez em quando. Ele me contou muitas coisas interessantes sobre você.
- Mesmo? Ele te contou também, que não sabia nem a metade a meu respeito?
Bass fechou a cara e seus batimentos mudaram de ritmo.
- Como vai Paul Finch? Tem falado com ele?
- Não muito. Paul Finch não me importa.
- Soube que ele sofreu um acidente... espero que esteja bem.
- Ele está morto. Mas isso você já sabe.
Ele riu nervoso.
- Existem muitas versões sobre seu povo... fico tentando descobrir o que é verdade ou não...
- Meu povo? Deixa eu te atualizar sobre meu povo. Nós andamos de dia, prata e alho não nos matam nem
fazem mal, crucifixo é só tabu, somos mais rápidos que o seu pensamento, nossos caninos machucam bastante,
e bem... daqui eu sinto o cheiro cítrico do seu sangue.
Ele já suava, quando devolveu o objeto de prata à mesa.
- O que você quer, Cullen? Já não me tomou o suficiente?
- Tomei? Veja bem, Lionel. Eu nunca tive nenhum problema com seu filho, até ele tentar estuprar e matar uma
garota de quem eu gosto muito. Eu ia deixá-lo fora disso, mas no fim, ele não me deu muitas opções.
O ódio crescia dentro dele, ficando de igual para igual com o medo. Talvez ele fosse o primeiro que tivera
sangue frio de me enfrentar por tanto tempo. Eu adorei isso.
- Seu filho tinha um futuro brilhante pela frente. Uma pena ele ter desperdiçado...
- Desperdiçado? Meu filho foi despedaçado por causa de uma mulher qualquer, e você me diz que ele
desperdiçou o futuro?
- Lionel, Lionel... cuidado com as palavras...
Eu vooei no pescoço dele, o espremendo contra a parede.
- Ela não é uma mulher. Ainda. Muito menos qualquer. Ela é a MINHA garota.
- Vai me matar dentro da minha sala, Cullen?
Ele balançava as pernas no ar, enquanto eu quase o sufocava. O soltei.
- Não. Mas eu quero que você entenda. Não gostei de saber que invadiu meu território.
- Eu nem estive lá. Mandei alguém.
- Que seja. Eu não gostei de qualquer jeito. Fique longe de mim e da minha família, e eu te deixo em paz.
- OU?
O infeliz ainda tinha coragem de me perguntar isso? E ele ria cinicamente.
- Ou eu venho atrás de você novamente. Nem que eu tenha que te caçar até o inferno. E Bass, você realmente
não vai querer me ver irritado. Já te disse que estou de bom humor hoje?
Virei de costas e andei até a porta. Óbvio que li sua mente antes que ele fizesse o que tinha pensado. Segurei no
ar o objeto de prata que voava em minha direção, e o taquei de volta para Lionel, que ficou imóvel, com o
objeto cravando na parede, ao lado de seu rosto.
- Lionel, eu quis errar!
Era hora de voltar para minha garota.
Eu queria poder odiar Edward Cullen. Porque ele só me maltratava. Mas eu era idiota o bastante, pois toda vez
que eu o via na minha frente, eu esquecia de odiá-lo. Estava na cama já há algumas horas, pensando na vida.
Tinha acordado sem a mínima disposição para ir a faculdade hoje. Achei que seria mais útil e seguro, ficar
mofando na cama. Talvez eu ficasse para sempre ali, e colocasse pregos na janela, assim estaria protegida da
maldade de Edward Cullen. Não... ele provavelmente arrombaria a janela. Ou a porta. E eu teria que explicar
para minhas amigas, que estava de rala-e-rola com um vampiro. Eu não acho que elas aceitariam isso muito
bem. Certo, se ao menos eu estivesse mesmo de rala-e-rola. Porque nem isso eu estava. Eu sofria e ele se
divertia. Era uma nova vertente do sadomasoquismo. Só que sem correntes e chicote. Aqui eram dentes e
sangue. E mortes. Ok, Bella, chega!
Eu não ia estudar hoje, mas precisava ocupar minha mente com alguma coisa. Não dava para pensar nessas
loucuras o dia todo. Resolvi arrumar meu quarto, e mudar os móveis de lugar. Nada melhor do que fazer força, e
suar, e se machucar. Troquei a mesinha de cabeceira de lugar com a poltrona. Empurrei a cama para o outro
lado. Mas não ficou legal por causa do armário, que eu nem ia conseguir mover do lugar. Deixa pra lá... achei
melhor ir comer alguma coisa, já tinha passado a hora do almoço e meu estômago estava reclamando. Estava
tranquilamente fazendo meu macarrão quando um barulho de algo caindo me assustou. O que foi aquilo?
Peguei a primeira coisa que vi para usar como arma e subi as escadas. Eu ainda ouvia um barulho vindo do meu
quarto, quando abri a portame posicionando para atacar!
- Edward!
- Bella, por que você mudou os móveis de lugar?
Então eu entendi e não aguentei segurar a risada. Ele tinha "saltado" minha janela, mas ao invés do caminho
livre como antes, ele encontrou a mesinha de cabeceira ali. Era ótimo saber que em alguma coisa ele tinha se
dado mal.
- Eu não acredito! Bem feito!
- Isso aí, continue rindo... eu podia ter quebrado a perna.
Eu o olhei torto.
- Ok, mentira. Mas isso foi maldade... você sabia que eu ia voltar!
- Eu nem lembrei na hora, juro. Mas já que você está aqui... que tal puxar meu armário?
- Eu dirigi a 160km/hs desde a capital, sem parar, para chegar aqui e você me pedir para redecorar o quarto?
Eu sorri simpática. Ele suspirou.
- Certo. E a propósito, para que o pano de prato?
- Ah, isso. Eu peguei qualquer coisa para usar como arma, no caso de ser um ladrão.
- E você pretendia matá-lo de cócegas?
Edward Cullen era irritante.
Eu tentei entender a lógica dela, de pegar um pano de prato para lidar com um ladrão. O mais engraçado de
tudo é que ela não tinha a mínima noção de como era absurda! Eu fiz a vontade dela e mudei a droga do
armário de lugar. Se eu não fizesse isso, ela provavelmente acabaria fazendo e se quebraria toda quando o
armário caísse em cima dela. Isso na melhor das hipóteses. Quando eu terminei ela estava sentada na cama me
olhando surpresa.
- O que foi?
- Nada... eu achei que você tivesse que fazer um mínimo de força, pelo menos.
- Ah, eu fiz força. Quase rompi uma artéria... acho que vou precisar de massagem por uma semana.
- Eu devo ter perdido a piada, sabe... porque quando te conheci não achei que você tivesse essa veia cômica.
Eu não tinha mesmo. Tudo bem que eu sempre gostei de provocar, mas eu andava meio irônico demais. Acho
que foi depois que a conheci.
- E você não disse que ia voltar só amanhã?
- Eu disse?
- Sim, você falou volto depois de amanhã.
- Hum, pode ser. Mas eu resolvi tudo mais rápido do que imaginei.
Ela ficou calada, com os olhos baixos, mexendo no lençol.
- Algum problema?
Levantou os olhos, me olhando e mordendo os lábios.
- Eu queria muito fazer umas perguntas...
Eu fui até ela e sentei na cama, encostando as costas na parede, enquanto ela virava para me olhar.
- Faça-as.
- E você vai responder?
- As que eu quiser, sim.
- Ok... é fato então que você é um vampiro?
- Sim. Fato consumado.
- E os outros?
- Meus irmãos? Também.
- Espera aí. Vocês são irmãos? Eu vi dois deles se agarrando. Óh céus, que nojo!
- Não, Bella, calma.
Eu ri imaginando a cena na cabeça dela. Dois irmãos se agarrando. Eca!
- Não é bem assim... somos uma família, mas não temos os mesmos pais. Irmãos é uma forma de falar.
- Não entendi... não são irmãos de sangue?
- Somos... de um certo modo. (eu sorri)
- Você só está me confundindo mais.
- Todos são meus irmãos... mas não entre si. Todos foram transformados por mim, entende? Então de uma
certa forma, eu tenho um tipo de parentesco com todos...
- Você é tipo, um pai deles?
- Não não. Nunca quis estabelecer uma ligação dessas. Nós vivemos juntos, nos respeitamos, cada um tem seu
espaço. Mas lógico que eles me respeitam um pouco mais do que aos outros.
Ela me olhava tentando absorver a informação.
- Por que vocês andam de dia?
- Porque nós podemos. Sem nos expormos à luz direta do sol.
- Hum... então os filmes estão errados?
- Totalmente! (eu ri)
- Você me achou ridícula fantasiada de vampira então?
Mexi no cabelo enquanto sorria para ela. Ela estava engraçada, né?
- Bem, eu odiei os dentes e as lentes.
- Olho branco não existe mesmo, né?
- Olhando para mim você pode ver que não.
Eu tirei os óculos, deixando-a ver meus olhos vermelhos. Ela me encarava curiosa. Era estranho deixar um
humano saber desse tipo de coisa.
- Vermelhos... você nunca esteve usando lentes na festa...
- Não!
- Vocês não possuem criatividade nenhuma, né?
Eu achei graça. Era legal, ué.
- Não.
Ela mordia os lábios, talvez pensando na próxima pergunta.
- Você... é imortal mesmo?
- Se a minha cabeça não for arrancada, sim. Nem se eu for destroçado, claro.
Ela me olhou com pavor. Eu estava sendo sincero...
- Estaca?
- Mito. Culpa da Buffy!
Ela riu, ficando corada. Eu gostava do som da sua risada.
- Você... já matou muitas pessoas? (dessa vez ela me olhou com receio)
- Já. Faz parte da cadeia alimentar, eu acho.
- E você se orgulha disso?
- Bella, eu não sou um bom rapaz. E eu já faço isso há algum tempinho... já tive tempo de me acostumar. Não
vou te dizer que sinto peso na consciência, porque seria mentira. Eu gosto.
- Ok... e... por que você... não me matou?
Essa era uma pergunta complicada. Nem eu tinha a resposta exata ainda.
- Eu não quis.
- Essa é sua resposta?
- É a que eu tenho para dar no momento.
- Idade?
- Verdadeira, ou fictícia?
- As duas...
- 338 e 25.
- Hein?
- Nasci em 1670 Bella...
- Ow.
Ela olhava novamente para baixo, brincando com o lençol. Será que ela me achou velho demais?
- Prefere rapazes mais novos? (eu provoquei)
- Eu estava pensando em relacionamentos com homens de até 28 no máximo...
Soltei uma gargalhada, que a fez rir também.
- Acho que você está com problemas então.
- Eu sonhei com você. (ela falou, vacilando)
- Sonhou? Eu costumo causar isso nas mulheres mesmo.
- Muito engraçado. Na verdade, foi pesadelo.
Eu franzi a testa, olhando-a. Pesadelo comigo? Isso era novidade.
- Estava escuro aqui no quarto e você me atacava...
- Foi apenas um pesadelo. Eu já disse que se quisesse, já tinha feito isso.
- Você acha? Eu posso ser pequena, mas não se engane... sei me defender, ok?
Aquilo foi a piada do dia. Ela sabia se defender? Eu devia lembrá-la do sequestro da moto e do teste da Beta?
Mas eu achei melhor provar, ao invés de discutir...
- Entendo.
E então eu pulei em cima dela, a jogando deitada de costas.
- Que defesa extraordinária. Estou chocado!
- Não tem graça. Você me pegou desprevenida.
- Claro, porque um vampiro sempre avisa quando vai atacar. (eu sorri)
Ela me fez uma careta, enquanto deixava a cabeça cair para o lado. Eu olhei aquele pescoço cheiroso e
suculento, me esquecendo de tudo. Eu segurei suas mãos, enquanto aproximava lentamente meu rosto daquele
alvo.
- Ed-edward?
- Oi...
- O que vo-você está faze-zendo?
Eu fechei os olhos, tentando me controlar. Mas que merda eu estava fazendo?
- Nada.
Eu tive medo de respirar, enquanto ele estava em cima de mim, encarando meu pescoço. Ele ia mesmo me
atacar? Ou era só mais uma cena de tortura que ele gostava de fazer comigo? Então ele soltou meus braços e
saiu de cima de mim, levantando da cama. Eu não tinha certeza se isso era bom ou ruim, mas tudo bem.
- Desculpe. (ele me olhou sério)
- Pelo que exatamente?
- Por quase ter te matado.
- Ah, isso? Ok. (respondi enquanto ficava de pé também)
Eu é que não seria besta de discutir, né? Quando um vampiro nos pede desculpas, nós aceitamos calada.
- Isso foi só para te provar como você não teria a mínima chance comigo.
- Eu já disse que você me pegou desprevenida...
Edward me olhava. Na verdade, ele olhava para meu corpo. Mais precisamente, na altura da barriga. Eu
acompanhei seus olhos. Ele olhava uma pequena mancha de sangue na camisola, que vinha do meu corte.
- Isso melhorou?
Ele perguntou, se aproximando novamente de mim, e tocando a camisola.
- Mais ou menos... acho que o curativo vazou...
- Não é melhor trocar então?
Ele me olhou, sorrindo um sorriso torto que eu já tinha visto algumas vezes. Dava a impressão que ele sempre
sorria desse jeito quando queria seduzir. Eu ainda morro disso.
- Acho que sim... eu vou trocar antes de dormir.
- E você acha que eu vou deixar você ficar sangrando assim? Onde está a gaze e o esparadrapo?
Eu ri nervosa. Ele não estava falando sério, né?
- Quem disse que eu vou deixar você fazer isso?
- Quem disse que eu vou esperar você autorizar?
- Você vai mexer com sangue?
Ele ficou me fitando por alguns segundos.
- Vendo por esse lado, eu deixo você fazer isso sozinha.
Então ele virou-se, se preparando para pular, não, saltar minha janela. Como assim ele nem se despede?
- Ei!
Ele me olhou.
- Já vai?
- Vou.
- Nossa, que simpático. Tchau então.
Ele riu e me puxou pela mão.
- Quer saltar comigo?
- NÃO! Tenho medo de altura, obrigada.
Eu tinha muito medo de altura. Mesmo. Senti seus dedos alisando meus cabelos, enquanto me olhava.
- Eu não te deixaria cair... mas se você tem medo, não vou fazer isso. Mas vou embora, ok? É torturante demais
ficar tanto tempo por aqui.
- Torturante? Por causa do sangue? Eu troco o curativo então, é só você me esperar aqui.
- Bella, não é por causa do sangue. Esse é apenas um dos motivos. É por sua causa. Você toda me dá água na
boca.
Ele beijou minha testa enquanto eu engolia seco.
- Ok.
Fiquei ali parada vendo ele entrar no carro e ir embora. Eu era mesmo estranha, muito estranha. Demorei 18
anos para arranjar um namorado, e quando arranjo, ele é um vampiro. Não que ele fosse meu namorado.
Sério, o que estava acontecendo comigo? Eu simplesmente não queria sair de lá. Não estava nem na metade do
caminho para minha casa, e já sentia vontade de voltar. Que merda! Certo, mas eu não iria voltar, pois eu era
um cara super controlado. Cheguei em casa e escutei cada um no seu quarto. Bem, mais ou menos. Rose e
Emmet num quarto, Alice e Jazz em outro. Só o otário aqui tinha um quarto gigante, para ficar sozinho. Sim,
porque eu nunca trazia mulheres para casa. Isso era uma regra sagrada. Para todos nós.
Me joguei na cama, para fazer o que eu adorava. Olhar o teto. Isso me distraía muito. E então as vozes foram
ficando mais intensas. Não só as vozes, mas os pensamentos dos meus irmãos. Eu estava sendo obrigado a ouvir
a transa dos dois casais. Eu devia estar pagando todos os meus pecados, só podia ser isso.
"Mais forte, Emmet!"
"Você gosta disso Alice?"
"Hum, isso Jazz..."
"Que delícia Rose!"
Fiquei puto e saí berrando pelo corredor, enquanto voltava para o carro.
- Estou indo embora porque vocês são pervertidos! Ninguém tem motel para ir não?
Entrei no carro e fiquei olhando o volante, pensando. Para onde ir? Ali é que não dava para ficar, eu não era tão
masoquista assim. Só tinha um lugar onde eu gostaria de estar... mas eu tinha acabado de sair de lá. Ela
provavelmente me expulsaria com um pano de prato na mão. Eu ri disso. Ok, eu não corria nenhum perigo.
Entrei no quarto que já estava de luzes apagadas e só iluminado pela luz que vinha de fora. A vi dormindo,
respirando calmamente. Me aproximei devagar para não matá-la do coração. Era certo eu estar ali? Que se
dane. Agachei em frente a cama, perto do seu rosto.
- Bella...
Nada... sono profundo né? Mudei de tática então. Sussurei em seu ouvido.
- Bella...
Os olhos cor de chocolate se abriram e ficaram me olhando. E fecharam de novo.
- Bella...
Dessa vez eu dei uma leve sacudida nela. Eu queria atenção, né? Ela me olhou de novo, dessa vez levantando a
cabeça.
- Edward? Achei que estava sonhando.
- Não está... surpresa!
Eu abri um sorrisão enquanto implorava mentalmente. Me deixe ficar, me deixe ficar, me deixe ficar.
- Posso ficar aqui?
Ela sentou na cama esfregando os olhos. Totalmente descabelada. Mas eu nem ousei comentar esse fato.
- Você quer... ficar aqui? No meu quarto?
- Exatamente!
- Até amanhã?
- Bem... eu pensei em ficar até amanhã. Mas se você preferir explodir o mundo e ficar até o próximo século...
pode ser também.
Ela revirou os olhos, passando a mão nos cabelos. Eu devia avisá-la que ela tinha se descabelado ainda mais?
Não Edward, cale a boca.
- Ok... o que você quer ficar fazendo?
Eu juro que na maioria das vezes eu não queria irritá-la, ou provacá-la, muito menos deixá-la sem-graça. Mas
era impossível, já que ela só tinha perguntas para respostas ótimas!
- Eu posso te dar várias opções... a maioria é proibida para menores de idade. Mas visto que você já tem 18
anos...
Ela ficou roxa e afundou a cabeça no travesseiro, me empurrando com a mão.
- Sai daqui, Cullen!
- Tudo bem...
Ei, ele vai embora mesmo. Será que só ele pode ser irônico? Eu me vi levantando da cama e correndo antes que
ele saltasse. Quando alcançei ele, passei meus braços em volta da sua cintura e...
- Edwaarrrdddd!
Eu fechei os olhos e senti suas mãos me segurando, enquanto nós caíamos da janela. Eu achei que ia morrer,
mas não senti impacto nenhum. Abri os olhos, e vi que ele estava de pé no gramado, me segurando no colo.
- Você é definitivamente louca!
- Eu... eu... (suspirei) eu sei...
Céus, eu era louca. Eu tinha abraçado ele justamente na hora que ele pulou. Claro que eu fui junto, né?
Ela estava tremendo. E dessa vez não era pela minha beleza. Claro, a pessoa quase tinha se estabacado aqui
embaixo. Quando eu tinha dado o impulso para saltar, senti seus braços me envolvendo. Por sorte consegui
segurá-la antes que chegássemos ao chão. Agora ela tinha a cabeça encostada no meu peito, enquanto
recuperava a respiração normal.
- O que deu em você?
- A culpa é sua que saiu andando!
- Você me mandou embora, lembra?
- Eu estava sendo irônica!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Hum.
Eu relembrei ela falando e me empurrando.
- Você não é muito boa nisso...
Ela me acariciou com um soco.
- Será que podemos voltar então?
- Claro!
Eu dei impulso para saltar, sentindo seus braços apertando meu pescoço.
- Edwardddd!
- O que? Você não queria que eu entrasse pela porta, né?
A coloquei em pé no quarto, segurando-a pela cintura enquanto a sentia meio tonta. E então eu vi uma coisa
interessante. Bem interessante, na verdade. Eu só tinha me dado conta disso agora, com ela ali em pé na minha
frente. O que ela estava vestindo não era uma camisola... era minha camisa! Aquilo era excitante.
- Bella, o que minha camisa está fazendo no seu corpo?
Ela corou olhando rápido para si mesma e me olhou de volta.
- Ow.
- Ow? Ela está fazendo ow?
Eu ri. Ela era muito engraçada.
- Haha! Cômico! Não, eu a lavei para te devolver. Mas quando fui deitar vi que não tinha nenhuma camisola
limpa... então a vesti.
Ela mordia os lábios e desviava os olhos enquanto me respondia. Hum. Estranho. Fui até seu armário e abri as
portas. Tinham umas 5 roupas de dormir penduradas.
- Essas não serviam, né?
Eu amava provocá-la, mais do que tudo!
- Ok, Edward... eu quis vestí-la. Satisfeito?
Muito! Eu sorri de lado, andando até ela, saboreando cada centímetro daquela imagem.
- Você sabe... que a blusa sendo minha, eu posso pegá-la de volta, né?
Ela arregalou os olhos cor de chocolate, dando um sorriso nervoso.
- Você não faria isso...
- Eu faria muitas coisas que você nem imagina...
Passei a língua pelo contorno da boca, quase babando, enquanto me aproximava mais... lentamente.
- Não seja louco! Eu estou sem nada por baixo!
Eu voei nela, quase a esmagando na parede, sentindo seu coração querendo sair pela boca.
- Bella, não se diz para um leão que o cordeiro já está temperado... a não ser que o cordeiro queira ser abatido.
Eu soçobrava no seu ouvido, enquanto deslizava uma mão pela sua coxa, sentindo seus músculos
completamente rígidos. Ela afundou o rosto no meu peito, apertando minha blusa com os dedos.
- Não... por favor...
E eu não pude continuar. Não com ela me pedindo pra parar. Me afastei um pouco dando-a espaço para sair da
parede e fui sentar na cama.
- Você quer a camisa de volta?
- Claro que não. Pode ficar.
Ela veio para a cama e sentou-se ao meu lado, deitando a cabeça no meu ombro. Minha descoberta... eu tinha
me apaixonado.
Ele me obedeceu. Eu nem acreditava nisso. Encostei minha cabeça no seu ombro, tentando manter meus olhos
abertos.
- Obrigada.
- Sem problemas. Eu só quero arrancar sua roupa... mas... sem problemas.
Eu o peguei rindo maliciosamente para mim e passando a mão naquele cabelo irritante.
- Por que você faz isso?
- Isso o que?
- Mexe no cabelo toda hora.
- Ah... eu não sei. Alguma mania antiga. Por que, te incomoda?
- Muito! É irritante! E sexy... mas é irritante!
Ele riu, desmanchando mais ainda o penteado, puramente de propósito. Para que eu fui comentar isso? Edward
então deitou na cama e ficou me olhando.
- Você vai dormir aí? E eu?
- Aqui também.
- Reparou que a cama é de solteiro, né?
Ele sorriu torto.
- Tem espaço para os dois.
Ele se ajeitou, ficando de lado e deu um tapinha no colchão, me chamando. E eu achava que nunca ganharia na
loteria! Deitei ao seu lado, praticamente colada nele devido ao tamanho da cama, enquanto seus olhos
vermelhos olhavam fundo nos meus olhos.
- Se eu acordar de madrugada com você me olhando assim, vou pensar que estou tendo pesadelos de novo. (eu
fiz ele rir)
- Eu te faço mudar de idéia.
Ele respondeu aproximando sua boca da minha. Senti sua mão puxar minha cintura para mais perto do seu
corpo e então ele me beijou. Me dava leves mordidas nos lábios primeiro, e depois sua língua encontrou a
minha, o quente e o gelado. Seu beijo era algo que eu nunca tinha provado igual, devagar e intenso. Eu só
lembro de ter me aconchegado naqueles braços, enquanto meus olhos se fechavam lentamente, e o vermelho
era a última coisa que eu via.
Eu fiquei a noite toda imóvel, não queria acordá-la desnecessariamente. Mas eu acho que poderia ficar ali
eternamente, acompanhando a sua respiração calma, e o movimentos que seus lábios faziam enquanto
sussurravam durante o sono. Eu me senti vitorioso, por ter sido tão controlado essa noite, pois eu quase perdi o
controle quando ela colocou uma perna por cima de mim. Se Emmet soubesse disso, provavelmente me
chamaria de broxa ou algo do tipo. Eu já estava pensando em acordá-la quando o relógio despertou. Aquilo era
um despertador mesmo? Parecia um barulho que vinha do inferno. Se eu fosse humano e tivesse que acordar
ouvindo aquilo, com certeza já teria me suicidado. Agora eu entendia porque muitos humanos já amanheciam
estressados. Tudo culpa da porra do despertador. Ainda bem que no meu tempo, eu acordava com o canto do
galo.
Eu a olhava quando os olhos se abriram, primeiro assustados, e depois se juntando a um sorriso calmo. Que
bom, ela entendeu que não era um pesadelo. Suas mãos pequenas vieram parar nos meus cabelos e sua perna
subiu mais ainda para cima de mim, enquanto uma das mãos saíam dos cabelos e desciam pelas minhas costas.
Era eu quem estava sonhando agora? Fiquei imóvel e sério quando senti a mão quente entrando por debaixo da
minha camisa. Era instinto eu ficar alerta.
- Ops... reflexo... desculpa. (ela falou mordendo os lábios, retirando a mão das minhas costas e a perna de cima
de mim)
- Isso é um reflexo diário? Dormirei aqui todos os dias a partir de agora!
Ela fez careta e depois, como se estivesse lembrando de algo, tampou o rosto com as mãos.
- Ow! Edward! Sai daqui! Eu devo estar um lixo!
- Você não está um lixo... talvez um pouco despenteada. Mas só.
Ela voltou a me bater com aquelas mãos pesadas e grandes. Achava mesmo que eu sentia alguma coisa?
Levantou da cama tentando (sem sucesso) ajeitar o cabelo. Quanto mais ela levantava os braços, mais a camisa
subia, quase revelando aquilo que eu queria ver. Por mim ela ficaria o dia todo mexendo no cabelo...
- Eu só vou falar com você depois de ter escovado os dentes, tomado banho e penteado a juba.
- Ok.
- E você está parado aí, sem ir embora porque...
- Não quero ir.
- Não vai pra faculdade hoje?
- Claro que vou.
- Com essa roupa?
Ah. Me olhei e lembrei que estava com a mesma roupa que passara o dia inteiro. Olhei Bella e tive uma
excelente idéia.
- Vou com a blusa que você está.
- Hein?
Eu não acreditava que essa noite tinha sido real mesmo. Porque tipo, eu dormi com Edward Cullen! Rá! Chupa
essa manga! Tudo bem, eu tinha só dormido mesmo... mas eu dormi com Edward Cullen! Nos braços de Edward
Cullen, colada em Edward Cullen. Ok, eu estava ficando histérica! Saí do banho, e quem estava no meu quarto?
Vou dar uma pista. Ah tá bom, perdeu a graça. Ele agora vestia a camisa que eu usei para dormir. Um pouquinho
amarrotada, mas não importa. Eu estava com ela há poucos minutos. Eu sou foda!
Ele estava futucando tudo no meu quarto. Todas as gavetas. Para um vampiro, ele era bem fofoqueiro. Vi seu
sorriso torto me olhando.
- Eu daria a minha imortalidade para ser essa toalha.
Eu provavelmente tinha corado, já que ele agora estava rindo satisfeito. O plano dele era esse. Sempre.
- Eu preciso me trocar... não quer dar uma voltinha pela vizinhança?
- Não.
- Edward, isso foi uma indireta para você sair.
- Ah foi? Você não é muito boa nisso também, Bella.
Eu bufei. Estava perdendo tempo ali com ele querendo me irritar. Se ele fosse mudo seria tão bom...
- Dá pra pelo menos ficar de costas enquanto me troco?
- Claro! Juro pela minha alma!
- Aquela que você provavelmente não tem?
Ele riu e me puxou pelo braço.
- Droga... achei que você fosse cair...
- Eu acho que estou começando a entender as suas piadinhas!
Dessa vez ele gargalhou. Já disse que ele era lindo?
- Tudo bem, você venceu. Vou ficar de costas.
- Edward...
- Sério!
Ele virou de costas e ficou rindo. Eu iria matá-lo se ele fizesse alguma graça. Acho que nunca troquei de roupa
tão rápido em toda minha vida. E olha que eu já era rápida nisso.
- Bella...
- Fala.
- Eu cheguei a dizer que vampiros enxergam de costas?
Eu tropeçei na calça que estava vestindo e caí de cara no chão.
- Está tudo bem aí?
- EDWARD!!!!!
Ele ria. Por que essa pessoa gostava tanto de rir?
- É brincadeira. Vampiros não enxergam de costas. Bem, pelo menos não eu. Eu só leio pensamentos.
Puta que pariu!
- EDWARD!!!!!
- Calma... não os seus.
Terminei de vestir a roupa e fiquei sentada no chão, no mesmo lugar onde tinha caído e fiquei olhando-o de
costas ainda. Ele tinha me cansado mentalmente. Edward Cullen era irritante!
- Já acabei!
- Hum. Preferia você de toalha.
- Não acho que seria muito confortável assistir aula de toalha, sabe?
Ele me puxou pela mão, me ajudando a levantar.
- E quem disse que você iria para a faculdade?
- Bem, eu estou aqui para estudar e aprender coisas!
Lá vinha o sorriso torto de novo. O que era agora? Ele pegou minha mão e a levou para dentro de sua camisa.
Óh céus, que barriga era aquela?
- Eu sou um ótimo professor, Bella. Te ensinaria melhor que os seus professores...
Eu ri extremamente nervosa, tentando respirar.
- Esto-tou falando de matérias acadêmicas.
- Educação sexual é uma matéria acadêmica!
Eu fiquei olhando-o sem conseguir responder. Na verdade nem sei dizer quanto tempo eu fiquei engasgada.
- Bella...
- Hã?
- Fecha a boca para não babar, minha linda...
Apertei meus dedos na barriga dele e puxei-o pelos cabelos trazendo sua boca até a minha. Eu o beijava tão
rápido que nem acreditava que essa habilidade toda era minha mesmo. Ele foi andando de costas até deitar na
cama de barriga pra cima e me puxou pela cintura me colocando em cima do seu corpo. Eu acho que estava
suando... talvez fosse precisar de outro banho. Apoiei as mãos no seu abdômem, que a blusa levantada deixava
aparecer.
- Eu gosto da sua barriga...
- Só dela? O resto do corpo vai ficar com ciúmes!
- Eu não vou cair na sua de novo Edward.
Ele riu e meu corpo tremeu com o movimento do seu.
- Bem... faça bom proveito dela. Meu corpo é todo seu!
Ele sorria torto enquanto passava a língua pela boca. Me torturava até quando não tocava em mim. Antipático!
- Se não saírmos logo vamos nos atrasar, Edward.
Saí de cima dele tentando não parecer nervosa, já que eu estava prestes a infartar.
- Toma, Edward! Desprezado mais uma vez!
- Eu não desprezei ninguém!
- Como não? Você se aproveitou de mim agora. Tirou minha inocência...
- Muito engraçado.
Ele riu e me puxou pelo pescoço, sussurrando.
- Sabe por que eu estou resistindo a tudo isso?
- Por que?
- Porque quando eu decidir te pegar de jeito, vou descontar tudo que está se acumulando aqui.
- Tudo o que?
Ele me olhou com cara de safado.
- Esquece. Na hora eu explico.
Eu falei para ela que não me incomodava de sair pela janela e esperá-la no carro, enquanto se despedia das
amigas. Mas ela insistiu e fez questão que eu saísse pela porta da frente. Ela pegou minha mão e me puxou pela
escada. Quando chegamos na cozinha, minha paz tinha acabado.
"Que merda é essa?"
"Edward Cullen? Cullen? Cullen?"
"Bella e ele? Hum... isso aí amiga!"
"Um Cullen aqui em casa?"
"Eles dormiram juntos?"
"O que preciso fazer pra dormir com ele também?"
- Bom dia meninas! (Bella estava sorridente)
- Bom dia, Edward! É Edward, né?
- Oi Edward!
- Hey Bella!
Será que eu teria oportunidade de falar algum dia?
- Olá. Bom dia.
Elas me olhavam incrédulas.
"Será que ele é todo branquinho?"
"Imagina esse homem me agarrando..."
Ok. Chega.
- Bella, lembra o que eu falei dos pensamentos? (falei baixo em seu ouvido)
- Lembro muito bem.
- Então... eu só não leio você. Mas estou lendo suas amigas. E não estou achando legal. Quer dizer... não seria
legal para você eu levar isso a sério.
- Ow. Eca! Nojo! Vocês são abusadas hein!
As garotas olharam-na assustadas, e eu puxei Bella pelo braço, a tirando da cozinha.
- Você ficou maluca?
- O que? Acha mesmo que eu vou ficar quieta?
- Você pretende brigar com elas, dizendo que eu escutei seus pensamentos?
Ela parou e ficou me olhando. Eu esperava que ela ficasse na dela.
- Certo. Mas não é nem um pouco legal saber que minhas amigas dão mole para você e o senhor escuta tudo...
- Na verdade, só duas me querem. A de cabelos escuros não.
- Angie! Pelo menos ela. O que você quis dizer com levar isso a sério?
- Digamos que não estou acostumado a ser fiel.
Pela cara que ela fez, achei melhor ir correndo para o carro.
Ela saiu de casa e passou andando por mim. Onde ela estava indo?
- Bella?
Não respondeu. Mulheres... liguei o carro e a segui devagar, abrindo o vidro para falar com ela.
- Você vai a pé?
- Vou.
- Entra, Bella.
- Não, obrigada.
- Eu estava brincando...
- Não estava não.
- Ok, não estava.
Ops. Ela me fuzilou com os olhos. Mulheres não gostam de sinceridade? Como elas são estranhas!
- Você nunca consegue ler o que eu penso?
- Nunca...
- Ótimo!
- Ótimo por que?
- Porque estou te xingando mentalmente.
- Isso amor, desabafa!
Ela apertou o passo. Era melhor eu pedir desculpas. Desliguei o carro e saí, puxando-a pela mão.
- Eu estava sendo sincero... preferia que eu tivesse mentido?
- Claro que não. Sinceridade é fundamental. E além do mais, o que eu tenho a ver com isso? Não sou nada sua...
Ahhh, era esse o jogo. Entendi. Ou ela achou que eu não fosse entender? Eu já tinha ouvido essa frase algumas
vezes durante meus 338 anos.
- Isso é verdade. Mas você quer ser?
Ela parou e me olhou.
- Ser o que?
- Alguma coisa minha.
- Que seria...?
Tudo bem, eu deixaria ela achar que tinha me encostado na parede. Eu daria essa vitória a ela...
- Você quer ser minha namorada, Isabella Swan?
- Ah. Isso?
Dando uma de desentendida. Que fofinha.
- Isso.
- Pode ser. (ela respondeu dando de ombros)
Tradução: "é óbvio!" Mas eu não iria traduzir em voz alta, claro.
- Então que tal minha namorada entrar no carro?
- Tudo bem.
Ela entrou, fazendo barulho ao bater a porta, enquanto eu esperava a hora que a fumaçinha fosse sair da
cabeça dela. Que nem histórias em quadrinhos, sabe?
- Minha namorada está mais calma?
- Não!
Certo. Hora de agir. Eu não era mais adolescente.
- Bella, olha só. Você precisa entender que eu não sou igual aos outros caras. Eu sou um... predador.
Ela me olhou feio.
- Posso terminar?
- Pode.
- Eu nunca namorei.
- Nunca? Você é virgem?
Eu ri.
- Eu não disse que nunca transei... quer que eu entre em detalhes?
- Não.
- Certo. Esse é o meu instinto. Eu sou assim e não me arrependo de nada do que fiz. Mas isso é passado, e olha
que eu tenho um passado gigante. Portanto, nós estamos namorando, mas eu não posso mudar o que sou.
- Ou seja, você não será fiel?
- Eu não disse isso. Eu serei fiel, em não me relacionar com outras mulheres. Mas eu não vou deixar de me
alimentar delas.
- Ow.
Senti ela engolir seco, triste. Isso me matava. Mas o que eu podia fazer? Não ia passar a morder apenas homens,
né? Era uma coisa meio homossexual.
- Tudo bem com isso?
- O que você faz exatamente? Para moder a vítima?
- Eu as seduzo.
- Você seduz homens também?
Eca. Bizarro só em pensar.
- Não. Só mordo homens quando não tenho outra opção.
- E eu tenho que achar normal você seduzir mulheres?
Parei o carro e puxei-a para meu colo, alisando a cintura dela.
- Sim, você tem que achar normal... já que será a única que vai encostar em mim.
Invadi sua boca, agarrando seus cabelos enquanto deixava-a sem ar. A buzina começou a tocar quando a
imprensei contra o volante, beijando seu pescoço. Acho que eu não tinha deixado dúvidas no ar.
Eu estava terminando de me ajeitar quando saí do carro. Edward meio que tinha tirado meu cabelo do lugar. E
ainda não tinha engolido muito bem essa história de ficar mordendo mulheres não, mas tudo bem. Foi uma
sensação bem estranha e atípica chegar com ele na faculdade. Sabe quando todo mundo te olha feio? Minto.
Sabe quando todas as mulheres te olham feio? Então...
- O que elas estão pensando?
- Quem?
- As mulheres.
- Quais?
- Todas, Edward.
- Ah tá. O mesmo de sempre... sou lindo, gostoso, me querem e...
- EDWARD! De mim. O que estão pensando de mim...
- Ops. Nada...
Ele não me olhou.
- Pode falar, eu não ligo.
- Nada demais, Bella.
- Eu vou te bater se você não disser.
- Morri de medo.
- Sério, Edward!
- Acham que você não é boa o suficiente para mim.
- Ah. Ok. Elas estão certas.
- Você é hilária!
Elas estavam certas mesmo, por mais que eu odiasse isso. Nem eu sabia o que Edward Cullen tinha visto em
mim. Mas eu é que não ia reclamar, né? Se ele é cego, ótimo! Eu gelei quando entramos no prédio e seus
irmãos estavam lá, olhando para ele. E ele me levava em direção a eles. Merda.
- Edward, eu acho melhor eu não ir lá.
- Vou te apresentar, só isso.
- Eles não gostam de mim...
- Quem disse?
- Emmet.
- Hein?
- Bem, Rosalie não gosta de mim.
- Rosalie não gosta de ninguém. Só dela.
- E do Emmet, né?
- Mais ou menos. Ela gosta muito do corpo dele.
- Ow.
Paramos em frente aos quatro vampiros. E eu não acredito que estou falando isso naturalmente. Enfim, eles me
olharam surpresos. Bem, não todos. A baixinha me olhou sorrindo.
- Oi Bella!
Ela falou comigo? E me chamou de Bella? Eu olhei pro Edward.
- Ela prevê o futuro. (ele me disse no ouvido)
Sério? Queria perguntá-la se eu ia reprovar na aula de Literatura Moderna...
- Essa é Bella.
Ele me apresentou, fazendo a loira me fulminar. Céus...
- Er... oi gente.
- Já nos conhecemos, né Bella?
Emmet sorriu para mim e piscou. Espero que Rosalie não tenha visto isso. Mas Edward viu e fechou a cara para
o irmão.
- É um prazer.
O loiro também falou comigo, um pouco mais seco que Emmet, mas mesmo assim, simpático. Eu olhei para ela.
A loira.
- O que? Quer um oi? Oi.
Delicadíssima, não?
- Ignore Rosalie. O dia que ela for agradável com alguém, o mundo acaba.
A baixinha, Alice, me disse enquanto sorria para mim. Ela parecia ser legal. Tirando o fato de matar pessoas,
claro.
CAPÍTULO 7
Pela reação dos meus irmãos, acho que não teria muitos problemas em relação a Bella. Digo, tirando Rosalie,
claro, que pensava de 2 em 2 segundos em matá-la. Mas isso era um pensamento comum a Rosalie, quando se
tratava de outras mulheres. Eu não precisava me importar. Já tínhamos nos separado, Bella estava atrasada
para sua primeira aula, e eu andava ao lado da minha irmã preferida. A mais coerente, pelo menos.
- E então?
- Não vou ficar te contando nada, Edward.
- Alice, eu preciso saber se algo for dar errado!
- Se algo for dar errado, eu vou te avisar, como fiz no dia do problema na fraternidade. Ok?
- Você não se cansa de ficar me bloqueando? Eu posso ser persistente.
- Na verdade não... é tão divertido ver sua cara de decepção...
Ela abaixou os óculos e piscou para mim. Alice adorava me deixar curioso. Merda. Cruzei com Megan da Ômega
no corredor e algo a fez pensar que pudesse parar para falar comigo. Hein?
- Edward! Oi!
- Estou indo para minha aula, irmão.
Alice se despediu enquanto continuava andando e rindo. Ela tinha previsto isso.
- Megan.
"Lindo..."
- Tudo bem? Fiquei esperando uma nova visita sua...
- Não espere.
"Não faz assim meu amor..."
- Por que não? Estava pensando que nós deveríamos nos conhecer melhor, sabe?
- Vá para a aula, Megan.
A deixei falando sozinha no corredor, e entrei na minha sala. Ainda pude ouvir seus neurônios trabalhando.
"Ele falou comigo! Droga, não tem ninguém olhando!"
Tinha sido o mesmo que jogar dinheiro fora, porque desde meu primeiro dia de aula, que eu não prestava
atenção a nada que os professores diziam. Claro, eu tinha conhecido Edward Cullen no primeiro dia de aula. Eu
iria reprovar provavelmente. Precisava fazer logo amizade com Alice, pois se ela vê o futuro, talvez ela pudesse
ver as perguntas que caíriam nas provas. Ok, esse seria o primeiro item da minha lista de afazeres. Achei melhor
colocar a lista na ponta do lápis.
* fazer amizade com Alice
* não encarar Rosalie
* não encarar Emmet para Rosalie não ficar com ciúmes
* não chegar perto de Rosalie
* não sorrir para Emmet
* nem falar com Emmet
Ok, Bella, isso é ridículo! Amassei o papel e mastiguei. Não deveria deixar vestígios da minha loucura. Mas
pensando bem, não era loucura. Fiquei pensando na menina que trancou a matrícula por causa da Rosalie.
Todos achavam que a garota era louca, coitada. E na verdade, ela não era! Parei de pensar nisso quando a aula
terminou. Para minha surpresa, minhas próximas duas aulas tinham sido canceladas. Eu não teria nada para
fazer o resto do dia ali na faculdade. Não sabia a sala de Edward, nem sabia seus horários, então decidi ir para
casa. Eu estava a pé, já que tinha ido no Volvo. Sim, agora eu andava de Volvo, quem diria? No caminho parei na
livraria que ficava quase em frente à minha casa.
Eu precisava comprar alguns livros para as aulas. Quando já estava no caixa para pagar, um livro na prateleira
me chamou a atenção. Tinha uma capa preta e duas mãos segurando uma maçã. Eu geralmente não ficava
atraída por capas de livros, mas essa eu achei interessante e resolvi pegar para ver. A sinopse me chamou a
atenção. Claro. Era sobre uma garota comum e um vampiro. Isso soava bem familiar para mim. Céus. Eu estava
literalmente vivendo uma ficção. Paguei o livro e fui para casa.
Eu tinha milhares de coisas para fazer, como arrumar a bagunça que estava se tornando o meu quarto, e tentar
ficar em dia com as matérias que eu estava boiando, já que eu nunca conseguia prestar atenção nas aulas. Mas
é óbvio, que a pessoa aqui resolveu ler a primeira página do livro. Só por curiosidade. E eu não consegui largá-lo
mais.
Achei meio estranho não encontrar mais a Bella pela faculdade o dia inteiro. E olha que aquele prédio era
pequeno. Minhas aulas acabaram e eu fui direto para a casa de você-sabe-quem. Nem preciso dizer o nome...
saltei a janela e a vi deitada de bruços na cama. Que posição fantástica, ela parecia um alvo. O dardo era eu,
claro. Controle-se Edward.
- Tem alguém viva aí?
- Edward!
Ela se virou e sorriu ao me ver. Que sorriso maravilhoso.
- O que houve?
- Só tive uma aula hoje... aí vim direto para casa.
- Está lendo?
- Ah! Sim! Nossa, você não vai acreditar nisso!
Eu me sentei ao seu lado e olhei o livro em questão. Uma maçã? Bella estava lendo culinária?
- Legal, minha linda. Aprendendo a cozinhar?
- Cozinhar?
Ela me olhou, olhou o livro e me olhou de novo.
- Edward, isso é um livro de história. (gargalhando)
- Ah é? Você não pode me culpar. Tem uma maçã na capa! Sobre o que é?
- Então... é um assunto comum para você... vampiros!
Tá de sacanagem com a minha cara, né? Ela estava lendo sobre vampiros? Não era mais fácil tirar as dúvidas
comigo?
- Isso é vontade de gastar dinheiro? Meu bem, por que você não comprou um livro sobre o Pé Grande?
Levei um tapa. Para mim foi como um afago.
- Eu comprei porque gosto da escritora e dizem que esse é o novo best-seller dela. E além do mais, tem tudo a
ver com nós dois.
- Twilight? Nunca ouvi falar. E duvido muito que tenha a ver com algo aqui dessa relação.
Peguei o livro e folheei rápido as páginas.
- Bella, você pode ficar rica. Não que eu precise do seu dinheiro, claro. Mas você pode ganhar um processo em
cima dessa escritora.
- Por que?
- Porque aparentemente, ela copiou você.
- Eu não estou rindo, Edward.
Ah, vai, foi engraçado. Certo... não foi. Ela arrancou o livro da minha mão. Credo! Aquilo era banhado a ouro?
- Enfim, a história é sobre Becca Twain que se apaixona pelo Bernard Fulten. Ele é vampiro mas se apaixona por
ela também. O problema o sangue dela é irresistível para ele, e isso dificulta as coisas.
- E ele a mata no final?
-EDWARD!
- Desculpa. Continue...
- Não, ele não mata! Até porque, ele é vegetariano.
- Hein? Vegetariano? Só me diga qual o alimento de um vampiro vegetariano...
- Ué, você não sabe?
- Eu conheço vários vegetarianos pelo mundo, Bella. Posso até visualizar um bando de vampiros saboreando
uma alface.
Aquilo era estranho... o livro era bom mesmo? Best-seller?
- Vampiros vegetarianos são vampiros que não se alimentam de humanos, Cullen. Eles se alimentam de animais.
Eu quase vomitei.
- Ah Bella, não leia mais isso, por favor. Me deu náuseas agora. Isso me faz lembrar de Louis.
- Quem?
- Louis de Pointe du Lac. Um amigo antigo. Ele andou uma época tentando mudar de dieta. Passou a comer
ratos. Só em falar nisso eu já me sinto mal.
- Você por acaso, só por acaso mesmo, não está falando do Louis de Entrevista com...
- Esse mesmo. Tinha esquecido que ele ficou famosinho por causa do filme...
- Ah claro. Qualquer dia você me diz que conhece Lestat também.
Fiquei calado, né? Eu tinha culpa?
- EDWARD! Você conhece?
- É né.
Ela arregalou os olhos e abriu um sorrisão.
- Um dia você vai me apresentar!
- Claro, se você quiser ficar sem cabeça.
Ele acha mesmo que conseguiu me amedrontar? Como assim ele conhecia Lestat e eu não iria tirar proveito
disso? Tipo, é Lestat, né? Por hora eu fingi que tinha caído na dele.
- Então, voltando ao assunto do livro, isso é um vampiro vegetariano.
- Bella, eu odeio quem maltrata animais... imagina eu mordendo um boi? Quando ele me olhasse com aqueles
olhos tristes, eu desistiria.
- Ah sim... você só não desiste quando uma pessoa te implora pela vida, né?
- Aí não.
Eu me apaixonei por um vampiro troglodita sedento por sangue humano. Por que não podia aparecer um
Bernard Fulten na minha vida? Bem, eu não ia dscutir. Por mais diferente que ele fosse de Bernard, ele ainda era
meu. E real.
- Edward, o que acontece quando vocês saem no sol?
- Nos queimamos. Por quê?
- Só?
- Só Bella... queimar é pouca coisa mesmo.
- Eu não quis dizer isso. Mas nada mais acontece? Tipo, outro efeito? Vocês... não... brilham?
Ele me olhou com uma cara nem um pouco feliz.
- Você não está me perguntando se eu brilho...
- Bem, no livro eles brilham...
- Ok. Essa é a minha deixa para ir embora.
Ele levantou meio puto. Qual o problema? Foi só uma pergunta!
- Edward... ok, parei de ler. Enquanto você estiver por aqui.
Ele parou me olhando, passando a mão nos cabelos abomináveis.
- Isso foi estranho Bella. Me senti insultado. Desde quando homem brilha? Tenho cara de purpurina?
- Não é brilhar desse jeito! Ah, esquece...
- Acho bom mesmo. Eu me pergunto por que eu fico aqui perdendo tempo com uma doida de Becca e um
zoofilo chamado Bernard, enquanto você está aqui sozinha, como uma presa indefesa...
- Eu acho bom você se acostumar, porque nós vamos na estréia!
- Eu vou em qualquer lugar, se você largar esse livro agora e vier aqui me dar um beijo.
Ele parecia uma criança mimada. Tinha quantos anos mesmo? Encostou na parede, ainda emburrado e cruzou
os braços olhando pro teto. Eu ri daquela cena. Eu não era otária de não ir, né? Coloquei delicadamente o livro
na cama (eu não ia jogar aquela relíquia de qualquer jeito) e fui até ele.
- Você agora vai ter que me levar até na China, se eu quiser.
- Ainda não fui beijado, Bella...
Eu fiquei na ponta dos pés e puxei seu pescoço trazendo sua boca até a minha. Só consegui arrancar um selinho
dele.
- Estou magoado. Você é a única humana no mundo que namora um vampiro e o troca por outro vampiro.
Fictício!
- Eu não te troquei pelo Bernard!
- Claro, porque ele não existe!
- Não... porque quem eu amo é Edward Cullen.
- O que você disse?
Ops. Ele agora tinha um sorriso torto. Merda! Merda! Merda! Não podia ser a primeira a dizer essa palavra!
Merda!
- Nada não. Acho que vou tomar banho.
Eu tentei sair correndo do quarto, mas ele foi mais rápido e me levantou pela cintura, colocando minhas pernas
em volta do seu corpo. Eu estava prestes a morrer com ele tão grudado assim em mim.
- Tarde demais. Só sai daqui quando repetir.
- E você acha que eu estou desconfortável?
- Agora você não está... mas vai ficar quando eu começar a sessão de tortura!
- Hein?
Ela me olhava duvidando... ah Bella... eu a segurava pelos quadris, enquanto a dava chance de mudar de idéia.
- Vai falar?
- Não!
Sussurrei em seu ouvido, roçando os lábios na sua orelha.
- Tem certeza?
Seus pêlos se eriçaram e ela corou. Eu estava apenas começando. Aproximei minha boca da sua, sem beijar, e
passei a ponta da língua no canto dos seus lábios. Ela tentou me beijar, claro. Eu me esquivei.
- Quer que eu pergunte de novo?
- Não vou dizer nada...
Beijei seu pescoço, dei algumas mordidas, outras lambidas. Ela ofegava.
- Pára...
Deitei em cima dela na cama e tirei minha blusa. O coração dela acelerou e seus dedos tentaram alcançar minha
barriga.
- Quieta.
- Edward...
- Vai falar?
- Você sabe que não...
Segurei suas mãos que se esticavam em direção ao meu corpo.
- Então só eu vou brincar.
Ela se debateu em baixo de mim. Eu não estava nem aí. Levantei sua blusa até o umbigo, com a outra mão, e
deslizei o dedo naqueles pêlinhos arrepiados.
- Solta as minhas mãos!
- Não.
Desabotoei sua calça jeans e abri o zíper, deixando aparecer o elástico da calçinha. É, eu realmente estava muito
controlado.
- Edward, você não é louco!
- Que zumbido é esse que estou ouvindo?
Passei um dedo de leve pelo elástico e soltei, fazendo estalo. Eu adorava esse barulho. Me curvei um pouco e
beijei o corte na barriga que já estava cicatrizando, e depois percorri sua barriga com beijos, até chegar na parte
tampada pela blusa. Voltei lambendo o mesmo caminho, dessa vez até encontrar o bendito elástico, que peguei
com os dentes e soltei de novo.
- O que será que tem por baixo desse elástico?
- Ok! Ok! Eu falo!
- Fale.
- Eu disse que... te... a-m-o.
- Não entendo letras soletradas.
- AMO!
- Ama quem?
- Céus, Edward! Que irritante!
- Você ama o céu?
Começei a levantar mais a sua blusa.
- Espero que você esteja usando sutiã.
- Tá. Eu amo você! Melhorou? Satisfeito?
Sim, agora eu estava. Sorri satisfeitíssimo. Beijei sua boca e deixei ela brincar com sua língua na minha. Agora
ela podia. Soltei suas mãos, que foram parar imediatamente nas minhas costas, tentando me arranhar.
Tentando, claro.
- Você é violenta amor...
- Cala a boca, Edward!
A menina ficou raivosa. Puxou meus cabelos, quase arrancando-os do couro cabeludo e me deu um chupão. Eu
devia torturá-la mais vezes. Por que não tinha pensado nisso antes? Ela passou as pernas por cima do meu
corpo, me puxando pra baixo, escorregando as mãos até minha bunda. Hum, ela apertou, isso sim. Safada! E eu
com isso? Eu estava era gostando! Até que enfim, a gata tinha virado pantera. Puxei sua calça e ela segurou
minha mão.
- Não...
- Como não?
- Isso não...
E... voltamos para a gatinha indefesa. Eu tinha gostado da pantera. Se meu corpo produzisse lágrimas, eu estaria
chorando.
- Eu não vou te morder, Bella. (ele sorria)
Piadinha sem-graça a dele. Típico de Edward. Como dizer a ele que isso era tudo o que eu mais queria, e
também o que mais me dava medo? Ele me acharia uma louca retardada, no mínimo. Era mais fácil dizer apenas
não, mesmo me cortando o coração a cara que ele fazia agora de desesperado. Ele ficou me olhando incrédulo
por uns segundos. Porque eu provavelmente devia ser a única criatura em todo o universo que diria não para
ele. Óbvio. Ele bagunçou o cabelo.
- Bem... vou ali morrer e já volto.
- Que eu saiba, você já está morto...
- Nem todos os órgãos Bella... nem todos...
- Do que você est... oh, Edward!
Ele saiu de cima de mim, sentando na cama.
- Deus deve estar me castigando por ter desvirginado tantas mulheres durante estes séculos...
- Ah... deve ser um vasto currículo...
- Bons tempos...
- Eu estou aqui, tá?
- E aí ele me mandou um diabinho em forma de Bella. Para me torturar eternamente.
Eu ri com aquilo. Tadinho, quem ouvia até acreditava que era tão indefeso.
- Você não pode reclamar de tortura. Acabou de fazer o mesmo comigo.
- Bella, eu sou o vilão aqui! Você deveria ser a presa abatida!
Ele se fazia de pobre coitado. Hilário. Sentei atrás dele e passei as maõs em volta da sua cintura. Eu já falei que
ele tinha a barriga lisa e dura mais gostosa que eu já tinha visto?
- Você pode me tacar na parede quantas vezes quiser... desde que pare quando eu pedir.
- O problema é justamente parar.
- Desculpe então. De novo, né?
Ele tirou minhas mãos e as beijou, depois levantou.
- Me desculpe, Bella. Preciso ir.
Como assim precisa ir? Ir onde? Ele ia embora do nada? Assim, visivelmente transtornado? O que ele tinha na
cabeça? E aí uma coisa se passou pela minha mente. Não era o que... era quem ele tinha na cabeça. Ele não
seria capaz de procurar outra pessoa que o deixasse extravasar. A quem eu queria enganar? Ele era Edward
Cullen! Em cada esquina tinha uma mulher sorrindo pra ele.
Começei a correr quando ele vestiu a blusa e saltou a janela. Nunca desci as escadas tão rápido. E sem cair! Ele
já estava no carro quando eu saí pela rua gritando o nome dele que nem uma louca. Ele me olhou assustado e
desceu o vidro.
- O que foi?
- Volta, Edward!
- Hoje não.
- Como não? Se for embora não volta então.
Ele encostou a cabeça no banco e suspirou.
- Não dificulta as coisas, Bella. Eu não volto porque não estou em condições psicológicas.
- Então abre a porta...
- Você não vai entrar. Quer morrer?
Ok. Entrei pela janela mesmo. Quer dizer, entrei não, fiquei meio que pendurada. Metade do corpo dentro do
carro e metade fora. Eu tinha mesmo que pagar mico numa hora dessas? Pelo menos ele riu, me puxando pra
dentro.
- Você é louca!
- Por você, eu sei.
Sentei em seu colo e tirei minha blusa, ficando só de sutiã. Ele subiu rápido o vidro. Ops, tinha esqueçido dos
vizinhos.
- Eu não sei muito bem como é isso, então se você puder me ajudar...
- O que você está fazendo, Bella?
Minhas mãos tremiam enquanto eu tentava sem sucesso algum tirar meu sutiã.
- Tentando dar para você.
E então um maldito sorriso torto surgiu em seu rosto e ele começou a gargalhar. Falei alguma coisa engraçada?
- Por que isso agora?
- Melhor eu do que outra, né?
- Outra?
- OUtra mulher.
Desisti de tirar o sutiã e começei a tirar a blusa dele. Que lerdo ele era.
- Ah sim. Ciúmes, né?
- Que seja... vai me ajudar ou não?
Eu ouvia mesmo aquelas palavras saindo da sua boca? Ou eu já estava tão fudido que estava delirando?
- Você tem certeza absoluta disso?
- Não... mas você quer que eu pense melhor?
Era bom eu não responder, né? Tirei minha blusa que ela ainda tentava tirar e a beijei, agarrando-a pelos
cabelos e trazendo para mim, enquanto eu corria o banco para trás, degrudando-a do volante. Contornava sua
boca quente com a língua, sugando seus lábios de vez em quando. Ela agarrava meus cabelos e ofegava.
- Você podia ter vindo de saia, né? Me pouparia trabalho...
- Não me zoa, Edward.
Ok. Joguei ela no banco do carona e puxei as pernas da sua calça. Ô peça de roupa mais infernal! Mulheres
sempre deviam usar saias! Bella agora me olhava corada, de calçinha e sutiã. Eu tentei ignorar a estampa de
ursinhos e puxei-a de volta para meu colo. Seu corpo todo tremia contra o meu e seu coração estava acelerado.
Beijei seu pescoço enquanto alisava sua cintura e subia as mãos até seu sutiã. De ursinhos. Demorei 1 milésimo
de segundo para fazer o que ela tinha levado 5 minutos para não conseguir. Quando tirei a peça ela se chocou
contra meu peito, cravando as unhas nos meus ombros.
- Bella, não tem graça eu tirar se eu não estou vendo...
- A gente não pode fazer isso sem que você veja?
- Eu já vi antes, lembra?
- Antes foi antes.
Na verdade ela era ingênua, porque a sensação dos seios excitados dela encostados em mim, só me dava mais
desejo ainda de possuí-la rápido.
- Meu amor, me dê espaço para tirar minha calça pelo menos...
Eu podia arrancá-la dali a hora que eu quisesse, mas como ela já estava tensa, achei melhor não piorar a
situação. Eu tive que rir quando ela afastou só os quadris, sem soltar os dedos dos meus ombros. Eu
desabotoava minha calça e os batimentos cardíacos dela aumentavam em sincronia. Deixei só a cueca
aparecendo e desgrudei-a de mim, voltando a beijá-la, devagar dessa vez, tentando acalmá-la. Sussurrei um
pouco no seu ouvido, enquanto suas mãos trêmulas apertavam meu braço.
- Você sabe que não precisa forçar nada, né?
- Aham.
- Porque eu não quero que você se arrependa depois.
Eu era louco em estar dizendo aquilo?
- Eu não quero é me arrepender por ter sido traída...
- Você acha que eu te trairia por causa disso?
- Acho.
- Bella... eu sou muito mais controlado do que você imagina.
- Aham.
Certo, eu não podia continuar com isso. Não queria que ela fizesse aquilo pelas razões erradas. Fechei minha
calça e devolvi seu sutiã.
- Vista-se Bella.
- Por que?
- Eu vou fazer da forma certa contigo.
- Na cama?
Ela era hilária.
- Estou dizendo que não vamos transar hoje.
- Edward... mas eu quero...
- Não quer não.
- Você prefere outra?
- Não tem outra Bella! Isso é coisa da sua cabeça.
- Não vai me trair?
- Lógico que não. Eu nem sei de onde você tirou isso.
- Você saiu correndo... eu pensei que...
- Que eu fosse atrás de alguém? Eu não estaria surtando há dias para chutar o balde agora.
A vi suspirar aliviada.
- Achei que era o que você queria...
- É o que eu quero. Muito. Mas não com você tão tensa assim.
Ela apertou meu pescoço e encheu meu rosto de beijos. Mulheres... Ajudei-a a vestir a roupa e saímos do carro.
Eu ia embora, claro.
- Bella, você poderia comprar umas lingeries legais?
- Por que?
- Ursinhos é meio broxante...
Ela corou e me deu um tapa. Carinho...
- Me desculpe se eu não costumo tirar a roupa pra qualquer um.
- Certo. Dessa vez eu te perdôo.
- Vai ficar?
- Claro que não! Não acha que é muito sofrimento para um dia só?
- Então tá...
Ela sorria e mordia os lábios. Linda demais desse jeito. Beijei sua boca e me despedi. Estava duro mas estava
feliz.
Como eu poderia dormir agora? Queria ele ali comigo... mas eu fui idiota em dobro por deixá-lo ir duas vezes
seguidas. Fiquei me revirando na cama enquanto passava as cenas todas na minha cabeça. Eu era idiota
mesmo... não tinha mais salvação para mim. Fiz uma listinha de coisas a fazer mentalmente e coloquei junto
com as outras coisas.
# Comprar lingerie sexy
# Aprender a ser sexy
# Ser sexy
Essa noite eu tive o sonho mais quente de toda a minha vida. Claro, porque eu fazia nele o que eu deveria
realmente ter feito no carro com Edward. Pelo menos em sonho, eu dei pra ele.
Me arrumei correndo para poder chegar logo na faculdade. Não via a hora de encontrar Edward. Estava
animadinha por causa do sonho. E que sonho! Precisei de um banho frio para poder ficar bem. Estacionei Ugly
Red numa vaga qualquer e saí batendo a porta. Uma Ferrari preta quase me atropelou quando entrou na vaga
ao lado da minha. Povo apressado, até parece que a faculdade ia fugir! Quando já tinha me afastado alguns
passos, lembrei que esquecera um livro que precisaria para a 2ª aula, dentro do carro. Me virei para voltar mas
bati de cara em algo duro. Na verdade, em uma pessoa dura. Um cara todo de preto e óculos escuros, cabelos
lisos e loiros, compridos até o ombro, que apertava o alarme para fechar a Ferrari. Eu me senti tonta. Da
suposta máquina de correr preta, saía uma ruiva de cabelos ondulados, de óculos também, que eu jurava ser
tão linda quanto Rosalie.
- Oh, me de-desculpe.
- Não foi nada, princesa. Basta me dizer seu nome e está perdoada.
Ele sorria lindamente. Bella, está louca? Você tem um Edward Cullen!
- Isabella Swan.
- Muito prazer, Isabella. Eu sou James. E esta é minha irmã Victoria.
- Prazer...
Eu tinha até medo de olhar a garota. Me lembrava Rosalie, que me lembrava maldades.
- Tudo bem?
Ela abriu um sorriso simpático para mim. Ok, ela não lembrava Rosalie.
- Tudo. Novos aqui?
- Viemos transferidos de Yale. Negócios a tratar na cidade.
- Ah.
Eu já via Bella em pé no estacionamento quando chegamos. Ela falava com duas pessoas que eu não conhecia.
Quando nos aproximamos da minha vaga, eu não tive a mínima dúvida. Meus irmãos estavam de carona comigo
hoje, e eu fiquei feliz, por saber que Alice estava próxima o bastante para que eu pudesse matá-la.
- Foi isso que você escondeu da gente, Alice?
Eles se assustaram com meu grito. Era um absurdo ela não contar algo do tipo.
- Eles não apresentam perigo, Edward!
- Alguém pode me explicar do que se trata? (Emmet me olhou do carona)
- Os novos alunos. Ali com Bella.
- Mas que merda...
- Loiro gostoso!
- Rose!
- Que é, Emmet? Só você pode?
- Você ocultou de nós a informação de dois vampiros na cidade, meu amor?
- Jazz, eu já disse, não são perigosos!
Estacionei de qualquer jeito e fui até eles.
- BELLA!
Ela virou para me olhar, com um sorriso nos lábios. Peguei sua cintura e a trouxe para junto do meu corpo.
- Edward, estes são James e Victoria.
Nos encaramos por rápidos segundos. Eles pareceram surpresos.
"Vampiro?"
"Um vampiro e uma humana?"
"Interessante..."
- Bem-vindos.
Virei-me e puxei a mão de Bella, saindo dali.
- Edward, que grosseria!
- Bella, você reparou neles?
- Sim, e daí? Bonitos.
- Vampiros.
- Hein?
Como assim vampiros? Forks tinha aberto sua temporada de caça e eu não sabia? Pensa em vampiros. Alguém
vai imaginar que numa cidade tamanho ovo que nem a minha, sem nada para fazer, podem haver vampiros? E
tantos assim?
- Você os conhece?
- Nunca vi na vida.
- Mas Edward, eles foram simpáticos.
- Eu sempre chego simpático nas minhas vítimas, Bella. Se chegasse assustando não me alimentaria tão fácil...
- Certo. Mas eu não acho realmente que eles sejam ruins.
- Que seja. Mas você prefere pagar para ver?
- Bem... não.
Nós estávamos indo em direção aos seus irmãos (merda!) que olhavam interessados.
- Deu um avisinho a nossos amigos, Edward?
- Não, Emmet.
- Eu não acho que precisem de avisos. O loiro vai fazer bem para saúde geral.
- Rose...
- Cale-se Emmet! É sua vez de sofrer.
- Eu preciso admitir que também achei-o interessante...
- Ficou maluca, Alice? Eu estou sentindo isso, ok?
- Oh! Desculpe Jazz. Foi sem querer!
- O que há com vocês duas, hein? (Edward perguntou às irmãs) Estão abobalhadas?
- Oi Bella!
- Er... oi Alice.
- Você vai passar direto, ok?
- Hã?
- Em todas as matérias.
Ah, graças! Eu nem precisei perguntar. Ela era boa mesmo, minha vampira preferida.
- Tudo bem, Bella?
Ele não estava falando comigo. Ok, ele estava, mas eu tentava ignorar Emmet já que Rosalie me fuzilava.
- Bella, Emmet está falando...
- Ah, sim. Tudo bem.
Ás vezes eu queria que Edward pudesse ler minha mente, para que eu mandasse-o calar a boca.
- Tá viva ainda, é? Edward sempre me surpreendendo!
- Rose... faça-me o favor de não mover os lábios, ok? Lixo a essa hora da manhã não me faz bem.
- O que foi? Ela tem direito de saber que pode virar almoço a qualquer momento. E eu ando com uma fome
terrível esses dias...
Edward saiu me puxando.
- Ela estava brincando, né?
- Não.
- Como não?
- Ela não falou nenhuma mentira Bella. Você é um alimento para nós... e nós vivemos com fome. Mas isso não
significa que vá acontecer algo com você. Eu nunca deixaria.
- Certo. Lembre-me de nunca aceitar convite para jantar dos seus irmãos então.
Ele riu e me abraçou. Com aquela confusão toda eu tinha até esquecido da minha imensa vontade em vê-lo essa
manhã.
- Queria que você tivesse dormido lá em casa.
- Eu não tinha condições. Mas eu durmo hoje, que tal?
- Vou dar uma olhada em minha agenda e te digo mais tarde.
Ele sorriu torto e passou a mão nos cabelos irritantes.
- Bella, todo mundo sabe que você não tem vida social.
- Como não? Claro que tenho!
Mentira, né? Mas eu queria fazer um charme... ele estava se achando muito.
- Você só pensa em Edward Cullen o dia todo, meu anjo.
- Fala sério, Edward. Quanta humildade...
Ele me virou de frente e me beijou, me deixando totalmente tonta e sem ar. Maldade dele. Pura maldade. Como
eu assistiria aula agora?
- Agora admite que você só pensa em mim...
- Eu só penso em você!
- Obrigado.
Antipático. Como assim ele achava que minha vida era movida por ele? Tudo bem que era, mas ele não podia
ter tanta certeza disso. Não estava tão na cara assim, estava?
- Então você vai ficar comigo essa noite?
- Já que você está implorando, né Bella?
Desisto desse jogo. Deixa ele ganhar que é mais fácil. Nos despedimos e fui em direção ao inferno. Quer dizer,
minha sala de aula. Justamente a matéria que eu fazia junto com Megan. Quando a vi na sala, procurei por
alguma carteira que tivesse os dois lados ocupados. Saí correndo que nem uma louca quando vi uma lá no
fundo.
- Bella, sente aqui!
- Ah, Megan, já guardaram lugar lá para mim, obrigada!
Entrei na fileira apertada, pisando sem querer no pé de algumas pessoas.
- Está ocupada.
- Por quem?
- Minha mochila.
Aquela garota não estava falando sério, né?
- Você não pode colocá-la no colo, ou no chão?
- Ela pesa e não vou ficar com uma mochila pesada no colo. Me dá cãimbra.
- E no chão?
- Tenho cara de lixeira?
Eu olhei para Megan lá embaixo, que me olhava sorrindo.
- Bem, se você me deixar sentar aqui, eu te apresento... Edward Cullen!
Ele só iria me matar, só isso.
- Interessante... mas não.
- Como não? Você sabe de quem estou falando, né?
- Sim. Mas meu gosto é diferente do seu.
- Hein?
- Eu deixo você sentar se me apresentar Rosalie Cullen.
Ah, ela estava de palhaçada comigo. Só podia ser isso. Rosalie? Rosalie? Rosalie?
- Serve Alice Cullen? Ela é tão fofa!
- Rosalie. Ou nada feito.
- Bella, tem lugar aqui se quiser! (Megan acenava para mim)
- Rosalie Cullen. Fechado.
- Sente-se.
Eu poderia me arrepender disso.
- Edward! Espere!
- O que foi Jazz?
- Acho que você ficou estressado demais com esse assunto dos alunos novos... pensei que pudesse te...
- Obrigado, mas não.
Eu me virei para ele. Jasper precisava entender que nem sempre era legal mandar nas emoções dos outros.
- Jazz, nem tente. Estou bem.
- Tem certeza que não quer?
- Absoluta. E estou atrasado para a aula, ok? Vá procurar alguma briga para acalmar por aí...
Por que todos os meus irmãos adoravam se meter na minha vida? Eles tinham uma carência exagerada. Eu hein.
Sentei no meu lugar de sempre e estava totalmente concentrado no livro à minha frente quando escutei algo
diferente.
"Ele por aqui? Vampirinho estressado..."
Levantei os olhos e vi a ruiva entrando na minha fileira e sentando-se ao meu lado. Era só o que me faltava.
- Acho que não tive a oportunidade de me apresentar.
- Não, não teve mesmo.
Respondi sem olhar para ela. O que era isso? Confraternização?
- Victoria, prazer.
Não respondi e continuei lendo meu livro.
- Você é sempre assim tão hospitaleiro?
"O que eu fiz?"
Ela iria ficar falando a aula toda? Sério mesmo? Era melhor falar logo para ela sossegar.
- Prazer. (respondi sem desviar os olhos do livro)
- Ele fala!
- Pelo visto sim.
- Edward, né?
- É.
- Fome?
- Por que pergunta?
- Bem... você está mal-humorado. Ou você é assim o tempo todo?
- Sou assim o tempo todo. Nasci assim.
Ela riu fazendo todos nos olharem. Ótimo.
- Certo. Te deixarei em paz então.
- Obrigado.
"Credo!"
A aula terminou e eu saí antes que ela se levantasse. Quando estava descendo as escadas, vi Bella andando
rápido, como se fugisse da garota que a seguia. Bella era engraçada. Apertei o passo e alcançei-a abraçando-a
por trás.
- Saudades?
- De você ou dos olhares raivosos?
- Não ligue para elas... são invejosas!
- Ei! Cumpra o trato!
A garota pelo visto estava mesmo seguindo Bella.
- Ah... não prefere deixar para amanhã?
- Não. Quero hoje.
- Olha um Cullen aqui! Não serve mesmo este?
Não entendi o que Bella quis dizer com aquilo. A garota olhou pra mim e de novo para Bella.
"Carinha feio..."
Hein? Como assim?
- Eu já disse que ele não me interessa!
- Bella, você poderia me explicar o que está acontecendo? (aí falei no seu ouvido só para ela ouvir) E por que ela
me acha feio?
Bella me puxou pela camisa para longe da garota, que nos encarava com ódio no coração. Eu hein...
- Eu acho que ela gosta de garotas...
- Ow. Entendi.
- E eu tenho que apresentar Rosalie a ela.
Eu ri. Não, eu me mijei. Bella tinha surtado?
- Repete.
- Nós fizemos um trato na aula... não dá pra contar tudo agora. Mas enfim, eu prometi apresentar Rosalie a ela.
- E você perdeu a noção do perigo em que momento?
- Edward, você não está ajudando.
- Bella, quem não está ajudando é você. Veja bem, eu sou o único Cullen que gosta de você. Os outros te
suportam apenas. E Rosalie, bem... ela te odeia.
- Mas eu nunca fiz nada a ela.
- Quem disse?
- O que eu fiz?
- Nasceu mulher.
- Oh. Ela aceitaria minhas desculpas?
Eu nem tive tempo de responder, pois Rose chegou aqui embaixo e a garota parou na sua frente.
- Oi.
- Some.
- Na verdade, uma amiga em comum ficou de nos apresentarmos.
- Bella, você tem tempo de correr. Eu distraio Rosalie.
- Não tem graça Edward.
Mas tinha, já que agora a loira assassina olhava mortalmente para Bella.
- Eu duvido que tenha amigos em comum com você. (Rose simpática)
- Temos. Isabella Swan. Minha amiga também.
- Como disse, eu duvido que tenha amigos em comum com você.
- Ela não é sua amiga?
- Ela é um inseto que veio praguear minha família.
A garota fulminou Bella, quando Rose a deixou falando sozinha e saiu andando.
- Inseto humano! (gritou com Bella e foi embora)
- Nossa amor, você está fazendo amizades super rápido!
Certo, aquele não foi o melhor momento da minha vida. Mas eu tentei ser legal e apresentar Alice. A garota é
que não quis. Deve ter uma queda por masoquismo. Mas acho que Edward ainda queria me ver sofrer mais
hoje, porque ele me levava em direção a mesa dos seus irmãos.
- Não me leve até lá!
- Vamos Bella, você precisa acostumar com eles.
- Ninguém se acostuma a ser refeição, Edward...
- Deixa de besteira, só quem te odeia é Rosalie.
- Você acha pouco?
- Sim. Preferia que todos eles te odiassem?
- Certo.
Nos aproximamos da mesa e a imagem me fez correr um frio na espinha. Rosalie estava sorrindo para mim. Deu
para ficar claro? Sorrindo. E descascando uma maçã. Ou destroçando, entenda como quiser. Ela enfiava a ponta
da faca na pobre fruta e puxava a casca com força, sorrindo.
- Er... oi gente. Eu não queria incomodar, mas Edward me arrastou.
- Arraste-se de volta então.
- Rose, por que você não tenta, apenas tenta, ser simpática?
Alice falava com a irmã enquanto levantava e me abraçava. Hein?
- Guardei lugar para você, Bella!
- Ah. Obrigada.
- Desculpe pelo ocorrido, Rose.
- Rose? Meu nome é Rosalie.
- Certo.
- Mas todos a chamamos de Rose, Bella.
- EMMET!
- Bem, Rosalie, me desculpe. Aquela menina só te acha muito bonita.
- Novidade... (ela nem me olhava)
- Você deveria ficar feliz por arrasar os corações até das mulheres...
- O que você disse?
- Bella... (Edward me olhou)
- Nada.
Emmet e Jasper estava rindo e isso só contribuiu para a loira esmagar a maçã na mesa e me olhar.
- Você não estava tentando me apresentar uma lésbica, estava?
- Bem...
- Edward, ela está se tornando suculenta a meus olhos...
- Tente, Rose... vai perder os dentes.
- E vai te catar Jasper! Pare com essa merda!
Eu não entendi por que ela gritou com Jasper. Ele só estava calado nos olhando e passando a mão na testa.
- Será que poderíamos agir como jovens normais no intervalo das aulas? Estão olhando... (Alice falava enquanto
passava os dedos nos cabelos para espetá-los ainda mais)
Os ânimos pareceram se acalmar ali, já que a loira parou de querer (por hora) me matar.
- Bella, como estou?
- Ah... bem. Linda, Alice.
- Obrigada.
Os cinco olharam para a saída do prédio que dava para a lanchonete. Eu olhei também. Eram os dois irmãos que
chegaram hoje. E que pelo visto estavam chamando atenção, né? Já que até os Cullens olhavam para eles.
- Loiro...
- Lindo!
- Qual é a de vocês duas? Dá pra pararem?
Alice e Rosalie cagaram para o pedido de Edward e continuaram olhando o... loiro. Ele me olhou.
- Fala também...
- O que?
- O elogio.
- Hein?
- Não vai chamá-lo de lindo, gostoso ou nada parecido?
Tudo bem que o cara era gato, mas para que eu falaria isso na frente de Edward?
- Não...
- Mulheres!
- Vamos caçar hoje?
Emmet falou que nem criança. Seu sorriso brilhava e seus dedos batiam na mesa como se estivesse ansioso pela
resposta.
- Pode ser. Vai Jazz?
- Se Alice quiser ir... eu vou.
- Claro! Vamos sim. Pensei em algum lugar bem movimentado...
- Eu não vou para lugar de pobre, já aviso.
- Certo, Rose.
- Vão caçar? Viu Edward! Eles gostam de animais!
Todos me olharam. Que foi?
- Animais? (Jasper me olhava incrédulo)
- Bella adora animais... ela quer que eu a leve no zoológico!
Edward me abraçava apertado, quase me esmagando.
- Não, Edward. Estou falando da parada vegetariana.
Ele deitou a cabeça na mesa e colocou as mãos nos cabelos. Ele era estranho.
- Conte-nos, Bella! (Emmet estava curioso)
- Então, eu li num livro, sobre vampiros... cof!
Rosalie tinha me jogado um pedaço da maça esmagada na boca.
- Fumou maconha?
- Desculpe. Sobre o que vocês sabem... serem vegetarianos. Se alimentarem só de animais.
- Ewwww! (Emmet fazia cara de vômito)
- Ow Bella, que nojo! (Até Alice?)
- Me segurem! Me segurem! Me segurem!
Jasper e Emmet seguraram Rosalie pela cintura. Edward levantou a cabeça e me puxou.
- Hora de nos mandarmos.
Eu a deixei em sala de aula, a salvo de Rosalie e dos meus irmãos, que a essa hora deviam estar se contorcendo
pela linda idéia oferecida por minha namorada. Bella parecia tentar a todo custo se meter em confusão.
Começava a acreditar que eu não tinha entrado em sua vida por acaso, e sim para mantê-la viva. Irônico, não?
Nos encontramos no meu carro mais tarde, ela já esperava por mim encostada no capô.
- Quanto custa a hora?
- Hora?
- Dos seus serviços, gatinha?
- Muito hilário Edward!
Ah, era engraçado para mim sim, deixá-la irritada. Até porque isso era uma coisa fácil de acontecer. Fiquei de
frente para ela e passei meus braços em volta de sua cintura. Ela tinha um cheiro magnífico.
- Bem, não vou te ver mais hoje e talvez nem amanhã, ok?
- Por quê?
- Vou caçar, esqueceu?
- Ah sim... você quer dizer, vai seduzir mulheres.
- Mais ou menos...
- Mas você não volta nem amanhã?
- Devo voltar, mas só de noite. Você pode tentar se cuidar?
- Eu sempre me cuido!
- Claro... sempre!
A puxei pelo cabelo e dei um beijo selvagem, para tirar seu fôlego. Adorava vê-la coradinha.
- Gostosa!
- Não adianta puxar meu saco, Edward... Não estou nem um pouco feliz com você dando em cima de mulher por
aí.
- Prefere ser minha comida?
- Boa caça, Cullen!
Ela foi para seu carro (aquilo era mesmo um carro?) e eu esperei pelos meus irmãos que já estavam chegando.
Eu ri quando Alice pulou nas costas de Jasper e o fiz de cavalinho.
- Então, vamos?
- Antes preciso passar em casa para trocar de roupa.
Rosalie era fresca ao extremo.
- Qual o problema com essa, amor?
- Emmet, eu não vou caçar com uma calça Diesel. Se espirrar sangue nela eu não me perdoarei.
Eu entrei no carro e girei a chave.
- Certo. Paramos em casa antes.
Eu cheguei em casa já me sentindo triste e vazia por ter que ficar longe de Edward por quase dois dias. Digo, ele
era o meu combustível atualmente... o que eu faria sem ele ali? Pensei em tomar um calmante e tentar dormir
até que ele voltasse, mas não era uma coisa muito saudável. Eu precisaria comer nesse tempo, né?
Estava colocando algumas roupas para lavar quando ouvi Jess chegando em casa. Simples, ela era muito
barulhenta. Daquelas que nos filmes de terror se escondem em um lugar e sempre deixam algo cair para serem
assassinadas, sabe? Então.
- Bella, é você?
- Sim, Jess, aqui na lavanderia.
Ela encostou-se na porta e ficou me olhando, sorrindo. Péssimo negócio isso.
- Adivinha o que vamos fazer hoje?
- Eu vou dormir. Você eu não sei.
- Não... nós vamos a uma festa!
- Eu não vou a nenhuma festa, Jess. Edward viajou.
- E vocês nasceram grudados? E peraí, ta rolando namoro ou algo parecido?
- Estamos namorando, obrigada.
A porta da sala abriu e fechou e logo depois Angie se juntava a nós. Era reunião na lavanderia?
- E aí, povo? Festinha, né?
- Até você, Angie?
- Ué Bella, eu não deixaria de ir, né?
- Que festa é essa afinal?
Jess tampou a boca de Angie com a mão. Ela amava contar as novidades.
- Chegou a conhecer os alunos novos?
- Er... um loiro e uma.. ruiva?
- Isso! Estão dando uma festa de boas-vindas.
- Mas eles é que são novos aqui... a festa não deveria ser dada para eles?
- Que seja, Bella. O cara é gatíssimo e eu vou.
- Eu também!
- E provavelmente, Lauren também.
- Sei... eu acho melhor vocês não irem nessa festa.
As duas se olharam.
- Tá maluca, Bella? Eu quero ter vida social de universitária, ok?
- Ok, ok, Angie. Mas é que talvez vocês não estejam acostumadas com o tipo de... culinária deles.
Jess pegou minha mão e olhou triste para mim.
- Bella, eu não queria que você se tornasse o fantasminha da faculdade.
- Fantasminha?
- É... aquelas pessoas que existem ali mas a gente nem se dá conta disso. Tipo figurante, sabe?
- Ah! Vocês querem, por favor, parar de me irritar! Santa paciência!
Saí dali e deixei as duas falando sozinhas. O que eu faria numa festa sem o cara mais lindo do mundo? Não teria
a mínima graça. E eu nem conhecia ninguém. Ia ser que nem na festa a fantasia, só que sem Edward para me
salvar de algum motoqueiro vampiro. Resolvi pegar meu livro lindo de Twilight para continuar lendo. Já tinha
passado da metade e começava a me sentir triste por saber que estava acabando. Como eu ficaria depois sem
Bernard Fulten?
Deixei o livro um pouco de lado para tentar estender aquilo um pouco mais. Se eu ficasse enrolando, eu poderia
ficar dias saboreando a história. Certo, pena que ele me olhava e eu olhava para ele. Que merda! Ouvia as vozes
histéricas das meninas se arrumando. Eu ia nessa porra de festa, ou não ia?
- Angie?
Bati na porta do quarto dela, que se olhava no espelho experimentando roupas coloridas.
- Entra Bella. Qual fica melhor?
- Acho que a verde...
- Obrigada, era ela mesma que eu queria vestir! E então... não vai mesmo conosco?
- Não sei...
- Vamos! Vai ser legal! É de graça e com gente bonita, precisa de mais o que?
- Pode ser que seja legal. Mas se estiver ruim, eu venho embora e largo vocês lá!
Voltei para meu quarto e sentei olhando as roupas penduradas. Eu tinha poucas opções. Separei uma calça
jeans escuro, blusa azul claro e um casaco preto de tecido leve e fui tomar banho. Não estava nenhum frio de
matar. Gostaria muito de saber por que eu fui a última a começar a me arrumar e a primeira a ficar pronta. Tipo,
qual era a dificuldade que as outras tinham em se vestir?
- Bella, você não vai assim!
- Assim como Lauren?
- Com essa cara lavada! Passe um batom pelo menos, né?
- Eu só tenho gloss, serve?
- Deeeuusss, por que me colocaste na mesma casa que essa pessoa leiga em maquiagem? Por quê? O que eu
fiz?
- Er... Lauren... eu estou aqui, ok?
- É né, fazer o que?
Ela subiu até o quarto, batendo os pés com força na escada e desceu com uma maleta na mão. Me puxou pelo
braço (eu ficaria roxa depois) e me empurrou no sofá, enquanto esfregava algum batom na minha boca e me
sufocava com um pó compacto. Ela tirou um rímel da maleta e me olhou.
- Ah não, Lauren. Isso não. Eu odeio isso, me faz lacrimejar...
- Jess! Segura a cabeça dela.
Então me dei conta de que Jessica estava por perto, e senti ela agarrar minha cabeça enquanto Lauren abusava
de mim com aquele rímel! Era um estupro ocular!
CAPÍTULO 8
Estávamos em Seattle, indo para o Team Cassino, um dos mais famosos de Washington. Afinal, tinha coisa
melhor do que mulher bêbada e sem dinheiro para apostar? Claro que não. Os homens também eram presas
fáceis para Rose e Alice. Afinal, qual homem resistiria a duas mulheres absurdamente lindas e ricas? Resumindo,
cassinos eram nosso parque de diversões. Nos vestimos adequadamente, já que tínhamos passado em casa por
causa da loira escandalosa. Dei a chave na mão do manobrista e fomos direto nos registrar. Passaríamos a noite
no hotel do cassino, lógico.
- Não procurem por mim... hoje estou me sentindo sortuda!
- Alice, não tem graça você ganhar dinheiro apostando em que você sabe o que vai dar...
- Mas eles não sabem, ué! Então tem graça sim. Para mim!
- E nós vamos embora amanhã! Tratem de não sumirem do mapa.
- Ih Edward! Parece velho! Ok, você é...
- Emmet, ali um chafariz de sangue!
- Onde? Onde?
Eu dei um tapa na cabeça do meu irmão imbecil.
- Toda vez você cai nessa...
Ele saiu andando cabisbaixo, decepcionado por não ter visto o chafariz de sangue. Vai entender, né?Eu me
perguntava se tinha cometido algum erro na hora de transformá-lo. Se eu tinha sugado sangue demais e tenha
deixado o cérebro dele sem oxigenação por muito tempo, sei lá. Eu buscava alguma explicação plausível para
aquilo. Mas nunca encontrei.
Entrei na imensa ala de carteado do cassino e olhei em volta. A presa perfeita estava sentada no bar, perto da
mesa de vinte e um, circulando a boca de uma taça com os dedos. Me sentei ao seu lado e chamei o barman.
- O mesmo que ela, por favor.
Ela me olhou. Fácil.
- Boa noite...
- Hillary.
- Bonito nome, Hillary. Sou Edward.
Ela me esticou a mão para cumprimentar, e eu a surpreendi com um beijo nos dedos.
- Sozinha?
- Parece que sim.
- Com sorte?
Ela me olhou dos pés a cabeça e sorriu.
- Pelo visto, muita.
Porra, era difícil tentar conquistar alguém se a pessoa já se atirava em cima de você. Ás vezes eu tinha raiva da
minha beleza insuportável!
- Vai tentar algum jogo? (ela me perguntou curiosa)
- Não sei. Já nem tenho onde gastar o dinheiro que tenho... para que ganhar mais?
Eu quis rir quando vi seus olhos brilharem e o sorriso abrir mais ainda. Ela colocou a mão sobre minha coxa.
- Está hospedado aqui?
- Sim.
- Podíamos nos divertir...
Mais fácil que tirar doce de criança! E a noite só tinha começado. Já tinha avistado mais outras quatro presas em
potencial. Mas antes, eu cuidaria da primeira. A conduzi para o elevador e apertei o botão da cobertura. Tinha
reservado cinco quartos naquele andar. O elevador mal se fechou e a mulher já veio com as mãos para cima de
mim. Controle-se Edward. Só se alimentar, nada mais que isso.
- Espere até chegarmos no quarto.
Pedi, segurando suas mãos longe do meu peito. Ela achava mesmo que ia brincar aqui? Entramos no meu
quarto e a mulher já foi tirando a roupa. Eu me lembrei de Bella. Super parecidas...
- Estou com um pouco de fome... você prefere comer algo antes ou depois?
Eu ri.
- Meu bem, você é a comida aqui.
Joguei-a na cama e mostrei os dentes. Ela tentou gritar, mas eu tapei sua boca e a mordi. Sentia seu coração a
mil por hora e seu corpo tremendo, agonizando. Suas pernas se debatiam e suas unhas tentavam me machucar.
Nada funcionou. Para ela, claro. Suguei-a até seus olhos vazios e mortos ficarem me olhando. Uma já foi.
Eu era idiota. Completamente. Ou gostava de sofrer. Estava decidindo ainda qual das duas opções. Sim, porque
eu sabia que não gostaria da festa, mas mesmo assim eu fui. O endereço era bem afastado da nossa casa e do
campus. Na verdade, eu nunca ia para aquele lado de lá. Ficava sempre por perto do campus ou mais para o
lado de Charlie. Mas eu me dei conta que nunca tinha ido para o outro lado. E percebi o motivo. Ali não tinha
nada, a não ser florestas, paisagem verde, campos, florestas,paisagem verde e uma pouquíssimas casas.
Pouquíssimas mesmo. Mas eram casas gigantescas e de aparências bem antigas. Tipo as que vemos em filmes
de terror, daquela família feliz que se muda para o meio do nada (Forks) e compra a casa mais mal-assombrada
da cidade, sabe? Então. Só que no nosso caso, a casa não era feia. Nem parecia ser mal-assombrada. Ela era
linda!
A rua estava lotada já de carros, então estacionei na primeira vaga que achei e fomos andando. Quanto mais eu
me aproximava, mais a casa parecia ser maior. Ela tinha quatro andares e eu me perguntei para que duas
pessoas jovens moravam num lugar tão grande. Imagina para limpar... credo!
- Vocês conhecem alguém, por acaso?
- Eu conheço você, a Lauren e a Angie!
- Jess...
- Tem um pessoal que faz algumas matérias comigo por aqui.
Lauren apontou para um grupo. Eu olhava em volta e via pessoas de tudo que é tipo. Não era que nem a festa
da Beta, que só os importantes eram convidados. Ali tinha de surfista até engomadinhos. Mas eu quase corri
para me esconder quando vi Megan correndo em minha direção.
- Bella!
- Ei... Megan...
- Suas amigas?
- É... Angela, Jessica e Lauren.
- Eu só moro na mesma casa que ela. (Lauren retrucou)
- Ah. Ok. Edward também veio?
- Não. Viajou.
- Sério? Ah... mas não importa. A gente se diverte sem ele.
E ela me puxou pelo braço me levando até o jardim dos fundos, que tinha uma piscina tamanho gigante
brilhando em azul. Era leve impressão minha, ou tinha gente dentro da piscina? De noite? Numa festa? Hein?
- Owwww, Megan. Você não acha que eu vou entrar ali, né?
- Na piscina? Claro que não! Fiz hidratação hoje e não quero meu cabelo verde amanhã.
Eu tinha que agradecer por ela ser loira platinada. Amém. Mas ela me puxava para algo pior que a piscina. Eu
considerei me jogar na água. Era um grupo da Ômega... de loiras.
- Lembram da Bella?
- Não. (falaram em coro)
- Namorada do Cullen.
- Ahhhh! Sim. (novamente em coro)
- Megan, acho melhor ir ver minhas amigas... elas não conhecem ninguém.
Saí rápido dali antes que ela pudesse me segurar de novo. Pior do que estar numa festa lotada sem conhecer
ninguém, era estar numa festa lotada, com as garotas da Ômega. Céus! Minhas amigas tinham tomado chá de
sumiço. Não estavam em lugar nenhum. Ah, achei Lauren e... ow. Era melhor não incomodá-la, já que sua língua
estava sendo chupada por um garoto com jaqueta de basquete. Ela no mínimo me espancaria.
Bem, nada para fazer, resolvi conhecer a casa. Subi as escadas de mármore e fui parar no segundo andar, que
tinha um corredor comprido e só duas portas. Entrei na primeira e fiquei pasma. Eu nunca tinha visto uma
biblioteca daquele tamanho. Nem a biblioteca de Forks chegava aos pés. Ok, a biblioteca de Forks não era ponto
de referência nenhum. Mas era algo imenso, com enormes prateleiras de madeira que iam quase até o teto e se
formavam em fileiras, dando para uma pessoa que entrava pela primeira vez, se perder naquele mar de livros. E
então eu tremi quando as luzes dos corredores de livros foram se apagando uma por uma, ficando apenas
acesa, a luz da salinha onde eu estava.
- Impressionada?
Eu me virei rápido para ver de quem era a voz que chegava por trás de mim. E dei de cara com o loiro. James.
Ele estava encostado na única porta existente ali, segurando uma taça na mão. Eu não ousei perguntar o que
era. Eu podia imaginar.
- Sim. É muito grande.
- Já estava assim quando compramos a casa.
- Jura? Quem deixaria tantos livros para trás?
- Eu quis dizer que a biblioteca já estava assim... mobiliada. Os livros são meus.
- Ah.
Ele se aproximou devagar de mim enquanto eu tentava procurar por onde fugir.
- Eu não vou te atacar. Não precisa surtar.
- Atacar? Nem pensei nisso... por que eu acharia que um cara normal faria isso?
- Eu sou um vampiro e você sabe disso.
- Sei?
- A julgar por seu namorado, imagino que você saiba.
- Certo...
- Ele provavelmente pediu para você não chegar perto de mim, não é?
- Algo desse tipo.
- E você mesmo assim desobedeceu?
- Bem, eu acho que não sou muito inteligente...
Ele riu abrindo um sorriso.
- Não concordo. De tantos lugares você acabou parando numa biblioteca. Quem iria entrar numa biblioteca
enquanto rola uma festa lá embaixo?
Verdade. Eu não era muito normal.
- Acho que tenho talento para presa.
- Você não é minha presa.
- Então por que está bloqueando a porta? E qual é a das luzes?
- Eu não estou bloqueando a porta. E as luzes funcionam com movimento. A porta abre, elas acendem. Se
ninguém se mexe lá, elas apagam.
- Ah.
Ele ficou parado me olhando. Como se me estudasse.
- Então, como é namorar um vampiro?
- Legal.
- Não tem medo?
- Não.
Mentira, né? No começo eu me cagava, mas abafa.
- E onde ele está?
- Caçando.
Ele sorriu de novo, mas dessa vez maliciosamente.
- Mulheres?
- Acho que sim, não me importo.
Mentira de novo.
- Não mesmo?
Eu suspirei.
- Mais ou menos. Mas ele precisa.
- Ele tem outras alternativas...
- Eu sei. Animais... mas ele não gosta.
- Animais?
E lá vinha a cara de nojo que eu já conhecia muito bem.
- Não era bem disso que eu falava. Quis dizer, você.
- Hein?
Como assim, eu? Ele queria que Edward me comesse? Ok, isso não soou muito bem. Duplo sentido é uma
merda.
- Ele nunca te contou que não é necessário matar a vítima?
- Não lembro. Acho que não.
- Interessante...
Muito! Do que ele estava falando? E por que Edward nunca falou sobre isso?
- Como é isso?
- Pergunte a ele.
- Me diga você.
- Não.
- Por quê?
- Eu ia querer te mostrar.
- Ow.
Ele deu um gole no troço que eu sabia o que era e me olhou. Tinha ficado sujo de sangue no canto da boca.
Corre, Bella! Corre!
- Er... tá sujo...
- O que?
Eu fiz um gesto com a mão, dando a entender que sua boca estava suja. Eu devia ser louca, ajudando um
vampiro que eu não conhecia. James entendeu e passou a língua nos lábios.
- Melhorou?
- Sim. É melhor eu voltar para a festa.
- Fique à vontade.
Caminhei em direção à porta e ele se colocou entre eu e aquele objeto retangular por onde eu queria passar.
Pegou minha mão e a beijou.
- Encantado!
- Certo. Obrigada.
Ele sorriu e me deixou passar. Obrigada? Como assim eu agradecia por ele estar encantado? Quando passei pela
porta a ruiva chegou, me cumprimentando e olhando o irmão. Eu me afastei mas pude ouvir eles falarem algo.
- Pegou essa?
- Não.
- Não gostou?
- Meu poder não faz efeito com ela, incrível!
- Não faz?
Eu não ia mesmo voltar para perguntar qual era o seu poder. Que se dane... não fazia efeito em mim. Já era bom
o suficiente.
Procurei as garotas e encontrei Angie sentada num sofá sozinha. Até que enfim alguém normal!
- Ei! Observando as coisas?
- É... levei um fora.
- De quem?
- Não sei o nome...
- Angie, você está com essa cara por ter levado um fora de um cara que você nem sabe como se chama?
- É.
- Fala sério...
- Sério, Bella. Ele é tão fofinho.
Certo. Fossa é fossa. Não ia me meter. Apenas tirei o copo de alguma coisa alcoólica da sua mão. Ela já não
estava muito bem.
- Por que eu não sou que nem ela?
Eu olhei para quem Angie estava olhando e vi a ruiva com uma saia minúscula e um top menor ainda.
- Eu não acho que você gostaria...
- Não fale besteira Bella. Olha para ela... todos os homens babam.
Todos babavam mesmo. Eu agradeci por Edward estar bem longe daquela casa.
- Bella, tá afim de ir embora?
- Por mim... não pretendo beijar ninguém aqui. E diversão, bem... eu não me diverti até agora.
- Então vamos?
- E Lauren e Jess?
- Elas se viram.
- Angie, que má! Adorei isso!
Saímos da casa e fomos para o carro. Quando passamos pela garagem, vi um casal encostado na Ferrari preta. E
percebi quem eram. James e Lauren. Hein? Ela estava de costas para nós, e ele a beijava loucamente, passando
a mão pelo seu corpo e olhando... para mim. Aquilo foi estranho. Olhando para mim? Enfim, tentei tirar a cena
da cabeça e entrei no carro. Conversava com Jess enquanto dirigia, um pouco distraída, confesso.
- BELLA!
Eu pisei no freio. Tinha um cachorro no meio da estrada. Ele estava vivo por apenas cinco centímetros.
- Bella, você quase o matou!
- Eu... eu não o vi.
Jess desceu correndo do carro e se abaixou para brincar com o cão. Aquilo era hora para isso? Então a vi
colocando no colo e voltando para o carro.
- Vamos ficar com ele?
- Hein?
- Ah Bella, olha só a carinha. Quem resiste?
- Eu.
- Deixa de ser fria. Ele está abandonado, com fome e frio. E além do mais, nós precisamos animar mais aquela
casa.
Eu olhei aquele pobre cão. Olhos fundos, dentes quebrados, baba escorrendo, pêlos grudentos e cheios de nós e
um fedor terrível.
- Angie, no meu quarto ele não vai entrar. Ou vai virar comida de vam... urso!
- Pode deixar. Eu cuido dele. Né bebê?
O que uma fossa não fazia...
- Qual será o nome do pulguento?
Eu perguntei olhando de lado, tentando ignorar o cheiro ruim.
- Jake!
Voltei ao cassino para pegar minha próxima presa. Quis mudar de ambiente, então fui dar uma conferida na
roleta. Tinha uma loira apostando todas. E perdendo todas, claro. Aproximei-me e percebi que suas fichas
estavam acabando. Mais uma rodada de azar e ela teria que sair dali. Fui ao caixa e troquei mil dólares em fichas
e voltei para a roleta.
- Vermelho 15.
- Qual o valor da aposta, senhor?
- Vou começar baixo... 500 dólares.
A loira me olhou, claro, avaliando-me dos pés a cabeça. Não tive sorte e saiu preto 20.
- Sem problemas. Vermelho 31.
- Você gosta de vermelho, né? (ela me perguntou sorrindo)
- Bastante. É minha cor da sorte.
Virei para o funcionário e coloquei o restante das fichas.
- Mais 500.
- Boa sorte.
A loira me desejou sorte. Eu tive vontade de mandá-la guardar. Para ela mesma. A roleta rodou, e eu ganhei. E
ela me abraçou. Oferecida! Tive vontade de mordê-la ali mesmo, mas me contive.
- Quer dar uma volta? (sussurrei em seu ouvido, fazendo-a tremer)
- Claro!
Dei o braço a ela e saímos dali. Andamos pela calçada do hotel-cassino e eu avistava de longe uma entrada para
um beco. Interessante.
- Qual seu nome?
- Edward.
- Sou Erika.
- Hum.
- Idade?
- 25.
- Sério? Mais novo que eu... tenho 28.
Droga! Odiava pegar mulheres mais velhas que eu!
- E o que você faz, Edward?
- Trabalho com banco de sangue, mais ou menos.
- Como assim?
- É complicado para explicar.
E era mesmo. Como eu ia dizer que coleto sangue? E a próxima coleta seria ela? Fiquei na minha.
- Onde estamos indo?
- Pensei em um lugar mais tranqüilo... sair da multidão.
Passei as mãos nas suas costas para distraí-la. Ela fazia muitas perguntas. Por que mulher não podia
simplesmente calar a merda da boca e morrer em silêncio? Virei para o beco e dei de cara com Emmet sugando
uma mulher. Merda!
- Ow. Merda! Edward, vamos!!!
Minha companhia ficou histérica! Óbvio, né? Me puxou pelo braço querendo correr dali.
- Edward?
Emmet virou para me olhar, com a boca toda suja de sangue. Ele devia começar a usar um babador.
- Tanto lugar em Seattle e você vem justo para o mesmo beco que eu?
- Esqueci que você não pensa muito, Em. Procura sempre o lugar mais óbvio.
A loira tremia, tentando se soltar de mim, que a segurava pelo braço agora.
- Vo-vocês se conhecem?
- Meu irmão...
Ela começou a chorar e implorar para deixá-la ir.
- Desculpe, mas tenho fome. Emmet, já terminou? Então vaza.
- Não quer dividir?
- NÃO!
- Ok...
Meu irmão sumiu na escuridão do beco e eu voltei a olhar minha janta. A do quarto foi apenas a entrada. As
lágrimas escorriam pelo rosto, tomado de pavor.
- Por favor...
- Fique quietinha. Não vai doer nada. Mentira, vai sim.
Eu não ia enganá-la na hora de sua morte, coitada. Merecia saber a verdade. Levantei-a pelo pescoço, apoiando
seu corpo na parede provavelmente imunda do beco. Era uma pena ela estar usando roupas claras. Ia manchar.
Lambi seu pescoço, preparando a carne. Tinha um gosto bom, mas estava usando perfume barato. Eu odiava o
gosto de sangue se misturando com perfume.
- Poxa querida, vou ter que deixá-la com mais de uma cicatriz... o pescoço vou deixar por último.
- Edward, eu faço o que você quiser. Mas não me mate! (implorava chorando)
Ela se debateu, tentando me chutar em vão. Eu puxei seu braço e abocanhei seu pulso, apertando sua garganta
para deixá-la desacordada. Não gostava muito de gritos. Muito menos de mulher. Morder o pulso não tinha a
mesma adrenalina que o pescoço. Mas eu queria sangue puro antes de morder o pescoço perfumado. Quando
senti seu coração enfraquecendo, peguei o pescoço, furando e fazendo o sangue dali jorrar. Suguei até a última
gota solitária daquele corpo, e o deixei cair, sem vida, aos meus pés. Pobre Erika... não teve sorte. Agachei perto
do seu rosto e tirei os fios de cabelo que tampavam seu rosto morto.
- Obrigado pela doação.
Ao contrário de Emmet, eu não tinha uma gota sequer me sujando, então fui direto para a rua movimentada.
Ventava forte agora e eu já pensava na sobremesa. Tanta gente andando perto de mim e eu não me interessava
em ninguém. Então eu a vi. Na beira da calçada, à procura de um táxi. Era uma mulata estonteante, de coxas
grossas e cintura fina, cabelos negros ondulados que tocavam sua cintura. Parei ao seu lado e senti seu sangue
doce tocar minhas narinas.
- Precisa de ajuda?
- Sim, de um táxi.
Ela me olhou sorridente, jogando os cabelos para o lado. Charmosa. Sobremesa perfeita. Notei que seu inglês
era bem cru.
- Não é americana?
- Não. Sou brasileira. Mariana, prazer.
Uma brasileirinha? Ah, que dia de sorte o meu. Sempre quis descobrir o que as brasileiras têm.
Entrei em casa e corri para o chuveiro, queria tomar banho e ir dormir logo, e também, claro, tirar o fedor que
Jake tinha deixado em mim.
- Angie, acho bom você lavar esse cão com água sanitária ou cloro, porque esse cheiro não dá pra agüentar!
- Ele vai ficar bonitinho, Bella. Vou cuidar dele.
Bati a porta do banheiro e liguei o chuveiro. Podia ficar horas debaixo daquela água quentinha. Ok, eu iria
enrugar. Quando saí do banheiro, me deparei com um cão babão de língua de fora, sentado, me olhando. Eu
tinha platéia agora? Era só o que faltava. Fechei a porta do quarto e me preparei para dormir. Era chato saber
que não veria Edward amanhã.
Estava sonhando, eu tinha certeza. Porque só em sonhos, eu estaria deitada na cama de Edward, com ele de
peito de fora e minha cabeça apoiada naquela escultura. Nós brincávamos entrelaçando nossas mãos,
conversando, quando ele me virou e subiu em cima de mim, arrancando minha saia e me deixando só de
calçinha. Ele foi descendo, beijando minha barriga, passando pelas minhas coxas e chegando aos meus pés. Deu
selinhos nos meus dedos e começou a lambê-los. Ele lambia cada vez mais. Que porra escrota, lamber meus
dedos, aquilo estava me fazendo cócegas. Me desconcentrei e acabei acordando. Tinha um de pêlos brancos e
laços rosas nas orelhas, lambendo meus pés. Peguei Jake e saí do quarto.
- ANGIEEEEE!
- Bella? O que foi?
Angie apareceu na porta do seu quarto com cara de sonsa.
- Eu disse que não queria isso aqui entrando no meu quarto!
- Ah, foi mal Bella. Eu não vi ele entrar lá...
- E Angie, você sabe que ele é macho, né? Por que laço rosa?
- Porque era a única cor que tinha para vender no pet shop.
Jess abriu a porta do quarto com cara de sono. E olheiras pavorosas.
- Para que esse escândalo uma hora dessas?
- Jake entrou no quarto da Bella.
- Jake?
- Nosso novo cãozinho.
Jess pegou Jake no colo agarrando suas bochechas.
- Ohhh! Eu sempre quis um cão que pudesse usar roupinhas!!!!
- Angie, ele não era marrom?
- Não Bella. Aquilo era sujeira... ele é branco, viu?
- Nossa, Bella, fazer um escândalo só porque o frufru entrou no seu quarto?
Jess me olhou em desaprovação.
- Não! O escândalo é por eu ter acordado com o “frufru” lambendo meus pés!
- Cão esperto esse!
Congelei quando ouvi uma voz masculina atrás de mim. Me virei para ver quem me dizia essa piadinha ridícula.
- Ja-ja-james?
Ele sorriu para mim, passando a mão pelos cabelos molhados. Ah sim, esqueci de comentar que ele tinha uma
toalha enrolada na cintura. Só. Só. Só. Eu engoli seco.
- Bom dia!
- Bo-bom dia. O que faz aqui?
Me virei para Angie e Jess.
- O que ele faz aqui?
Mas óbvio que ela não iriam me responder, porque estavam sorrindo e suspirando para ele.
- Eu dormi aqui.
- Você não dorme!
Ele me lançou um olhar e depois olhou para minhas amigas.
- Você não dorme... aqui.
- Pelo visto eu dormi. Com sua amiga Lauren.
- Oh.
Levei um empurrão de Jess que se metia entre nós dois.
- Quer que eu faça um café?
Angie a puxou pelos cabelos.
- Deixa de ser oferecida, Jess! (olhou para James) Eu faço!
- Bem... deixa eu sair do meio da guerra. Não quero ser atacada.
Caminhei em direção ao meu quarto e antes de fechar a porta, ele encostou nela.
- Não se sente assim que nem elas, né?
-Assim como?
- Deixa pra lá.
- Você e Lauren estão namorando?
Ele riu e entrou no meu quarto, pegando um pente em cima da minha cômoda e passando em seus cabelos.
Abusado, né?
- Namorando? Com certeza não. Só passando o tempo.
- Sei.
Jake entrou correndo no meu quarto abanando o rabo.
- De novo? Eu nunca mais vou ter paz com esse cão!
- Não gosta dele né?
- Não. Ele é intrometido!
Então James ganhou muitos pontos comigo, quando pegou Jake com as mãos e mostrou os dentes a ele.
- Jake! Vou mudar minha alimentação!
O cão começou a chorar. James o colocou de volta no chão e o peludo de laços rosa saiu correndo. Eu percebi
que estava quase me mijando de tanto rir.
- Nossa, você é mau!
- É a vantagem de estar no topo da cadeia alimentar.
- Príncipe, aqui está você!
Lauren entrou no meu quarto e o abraço por trás.
- Bella, não tente roubar meu homem! Não tenho culpa se você levou um pé na bunda.
- Eu não levei pé na bunda! Ele está caçando!
-Caçando?
James me olhou friamente enquanto Lauren me perguntava com cara de mongol?
- Isabella me contou que os Cullens gostam de caçar cervos em família.
- Ah, que coisa mais sem-graça...
- Pois é, Lauren. Vai entender.
Eu tentei disfarçar. Precisava me acostumar a ter um namorado que não faz coisas de gente normal. A não ser
que o normal seja um serial-killer. Aí tudo bem.
- Por que a gente não volta pro meu quarto, James? Quero me sentir cansada de novo!
Oh céus. Eu não estava escutando aquilo. Ele puxou-a pela nuca e beijou sua boca, me olhando, enquanto ela
apertava a bunda dele por cima da toalha. James pegou Lauren no colo e enroscou as pernas dela na sua
cintura, me olhando ainda. Saiu do meu quarto e entrou no dela. Eu achei melhor ir tomar banho frio depois
dessa cena.
Estava em pé olhando pela janela do hotel. Não do meu hotel. Do hotel da brasileira. Onde eu passei a
madrugada. Para você entender melhor, deixa eu explicar. Ela estava com dificuldades de arrumar táxi ali numa
hora daquelas. Então peguei meu carro e dei carona. Claro, minha intenção não era dar uma de bom
samaritano. Eu queria mesmo era cravar meus dentes naquele pescoço cor de jambo e beber seu sangue
quente. Agora eu entendo porque dizem que as brasileiras são quentes. E como!
Mas enfim, nós fomos para seu quarto em outro hotel um pouco longe do meu. Ela era super simpática e muito
inteligente. Me disse que era da Bahia e eu morri de vontade de conhecer esse lugar. Nós chegamos em seu
quarto e mesmo ela me dando super mole, não saiu se jogando em cima de mim como a maioria costuma fazer.
Ela tinha uma certa classe. E então percebi que já eram 5:00 da manhã e eu estava li, conversando com a
mulher. Eu era patético! Levantei-a puxando pela mão e puxei-a contra meu corpo, fazendo aquela pele
chocolate ficar arrepiada. Acariciei sua nuca e beijei-lhe o pescoço, deitando-a na cama.
Deixei suas mãos percorrerem meu corpo. Eu daria uma satisfação a ela. Ela ofegava em baixo de mim, quando
mordi sua pele, pressionando meu corpo sobre o seu para ela não tentar fugir. Mas foi interessante a sua
reação, que ao invés de se debater, enroscou suas pernas em mim. Isso era novidade. Suguei o suficiente para
ela perder a consciência, mas não o suficiente para matá-la. Eu achei melhor não privar o mundo daquela
beldade.
Agora estava ali vendo-a dormir, era melhor sumir antes que ela acordasse. Fechei o quarto e fui embora. Eu
realmente precisava ir ao Brasil.
Eu estava na cozinha ajudando Jess com o almoço. Ela era péssima cozinheira.
- O que ele viu na Lauren?
- Ai... dá pra parar de falar em James, por favor?
- O que tem eu?
Ele apareceu na porta da cozinha, finalmente vestido. E de óculos escuros. Imaginei o motivo.
- James! Achei que Lauren tivesse te amarrado no quarto!
Jess falava quase entrando em combustão.
- Foi algo assim.
- Oh. Credo. Dá para não nos contar os detalhes?
Ele se aproximou de mim.
- Isso te incomoda?
- Muito.
- Ótimo.
- Para mim você pode contar todos os detalhes. Ou pode mostrá-los...
- Menos Jessica...
Lauren apareceu, parecia a sombra de James.
- Senti sua falta.
- Saí do quarto nem tem 10 minutos. Sossegue.
- Tira esses óculos!
Ela levou a mão até seu rosto e ele a segurou.
- Nunca... toque... em meus óculos.
- Tu-tudo bem.
Eu quis rir. Imaginei a reação delas se visse os olhos vermelhos dele.
- Jess, cadê a manteiga?
- Se não estiver na geladeira, é porque não tem.
Eu abri a geladeira e não vi a porra do pote. Merda, não tinha manteiga.
- Como você acha que eu vou fazer o almoço sem manteiga?
- Precisa?
- O meu almoço precisa. E a maioria dos almoços de pessoas normais precisam.
- Vai comprar, ué.
Eu olhei para Lauren e desejei explodir aquela cabeça. Não. Eu desejei ver os dentes de James cravados no seu
pescoço.
- Eu só vou, porque estou com fome!
Peguei a chave do carro e saí batendo a porta. Estava girando a chave na ignição quando a porta do carona se
abriu e alguém entrou.
- James? O que pensa que está fazendo?
- Indo comprar manteiga.
Ele me olhou maliciosamente.
- Mas não mesmo! Saia já do carro!
- É você quem vai me obrigar?
Eu pensei nisso e descobri que não teria força para empurrá-lo dali.
- O que você quer comigo?
Ele riu levantando um lado da boca e tirou os óculos.
- Não. Não responda.
- Ok.
Dirigi me concentrando apenas em olhar para a frente.
- Você e a ruiva... Victoria, são um casal?
- Casal? Não.
- Não parecem irmãos.
- Não somos. Eu a transformei.
- Ah sim. Mas não são um casal.
- Nada parecido com isso.
- Hum.
- Mais alguma pergunta?
- Não. Na verdade, sim.
- Tenho a vida toda...
- Hilário.
- Eu sei.
- Eu estava mentindo.
- Eu sei. (ele sorriu)
- Certo. Você é confuso...
- Qual era a pergunta?
- Por que as garotas ficam loucas contigo?
- Porque eu sou gostosíssimo.
- E pelo visto humildade é algo que falta nos vampiros, né?
- Pode-se dizer que sim. (riu) Mas eu vou matar sua curiosidade. Digamos que seja um poder meu.
- Poder? Tipo de ler a mente?
- Nada a ver com ler a mente. Mas eu posso fazer qualquer mulher se jogar aos meus pés.
- Como?
- Basta olhar a pessoa e mandar os sinais.
- Ah. Então... se você quiser pegar a Angelina Jolie, é só olhar para ela?
- Exatamente.
- Deve ser chato poder fazer isso com que quiser.
- Descobri a pouco tempo que não funciona com todas.
E aí lembrei da conversa entre ele a Victoria na festa.
- Ah.
Tinha chegado bem cedo no hotel e fui procurar meus irmãos para irmos embora. Foi difícil arrancar Rosalie de
uma sala cheia de espelhos que tinha ali. Ela falava coisas estranhas, como sonho realizado, estar no céu, esse
tipo de loucuras. Pelo que pude ler nas mentes dos meus irmãos, não iríamos precisar de óculos por alguns dias.
Dirigi pela estrada de volta tendo que aturar Emmet contar pela terceira vez o nosso encontro no beco. Olhei
Alice pelo retrovisor e a senti quieta demais. Entrei em sua mente e fui bloqueado.
- Alice!
- Me deixa quieta.
- Eu já ficava em pânico quando ela me bloqueava. Da última vez que ela fizera isso, bem, eu dei de cara com
dois vampiros em Forks.
A viagem foi mais longa do que o normal, pois era torturante escutar Rosalie e Alice cantarem Rihanna no meu
ouvido. Ah, claro, com Emmet fazendo o rapper no fundo. Eu sentia que Jasper era o único coerente ali além de
mim, mas então minha razão foi embora quando ele começou a batucar acompanhando a música. Era o mesmo
que estar no inferno. Só que sem as chamas.
Deixei os loucos em casa e saí cantando pneu indo para a casa de você-sabe-quem. Não. Não é do Voldemort,
porra! Estacionei e dei a volta na casa para entrar pela janela. Mas Bella não estava no quarto. Como tinha
barulho na sala, resolvi descer. Ops. Não. Precisava entrar pela porta. Saltei a janela e dei a volta de novo.
Toquei a campainha.
- Edward!
- Bella, está?
- Não, mas pode entrar!
Uma delas me puxava pela mão para dentro de casa.
- Onde ela está?
- Foi comprar manteiga para terminamos o almoço. Já deve estar voltando.
- Certo. Vou esperar.
Sentei no sofá, com as três sentando na minha frente e me olhando. Estava de verde? Senti alguma coisa puxar
a minha calça e chutei. Um ganido ecoou na sala.
- JAAAAAKEEE!
Uma das meninas correu até o outro lado, pegando um cachorro meio tonto no colo. Eu entrei na casa certa,
né?
- Edward, você chutou o Jakezinho...
- Ah. Não vi. Desculpe.
- Você está bem, neném?
Ela estava falando assim com o cachorro? Ela sabia que era um cachorro, né?
Entrei rápido no mercado para pegar a porra da manteiga. E James vinha atrás de mim. Não me dei conta de
que estava tão frio, só quando entrei na loja com ar-condicionado.
- Que merda!
- O que?
- O frio! Deixei o casaco em casa.
- Quer que eu te esquente?
- Não, obrigada. Até porque vocês não são quentes.
- Mas posso te deixar quente...
- Ah, cômico!
Peguei a manteiga e fui pro caixa.
- São U$ 2,95 senhora.
- Merda! Esqueci minha carteira.
- Como alguém sai para comprar uma coisa e não traz o dinheiro?
- Não sei. Poderia não me irritar mais ainda?
Ele passou na minha frente e olhou para a mulher no caixa.
- Vou ficar te devendo, ok?
- Claro! Eu tiro do meu.
- Obrigado.
James sai me puxando dali em direção ao carro.
- Você é louco ou ladrão mesmo?
- Sou prático.
- E ladrão!
- Ok, vou devolver, espere aí.
Eu o puxei pela camisa.
- Não! Eu estou com fome.
- Como se diz?
- O que?
- Eu te fiz um favor... como se diz?
Eu o olhei incrédula. Ele era insuportável demais.
- Obrigada.
- Disponha.
E me entregou a porra da manteiga. Eu surtei quando ele tirou os óculos, em pleno estacionamento.
- O que você está fazendo?
- Nada.
- Bota os óculos! Você está em público!
- A pomba ali no meio-fio deve estar com medo mesmo...
Eu o soquei.
- Não me alisa senão eu gamo!
- Estou me lixando pra isso.
Eu estava abrindo a porta da pick-up quando senti o baque. Ele tinha me imprensado contra a lataria.
- Cuidado que posso te fazer mudar de opinião.
O rosto dele estava a milímetros do meu. Ele era louco? Eu tinha namorado, e O namorado.
- Seu poder imbecil não funciona comigo, esqueceu?
Ele me olhou nos olhos.
- Como você sabe?
- Bem... eu não me atirei aos seus pés.
Ele se curvou mais para cima de mim e disse no meu ouvido.
- É só um poder. Mas na maioria das vezes, eu não preciso usá-lo.
- Vo-você pode te-tentar, mas vai p-pe-perder seu te-tempo.
- Veremos...
Ele se afastou de mim e eu pude respirar melhor. Entrei no carro e girei a chave. Ele entrou no carona e me
olhou.
- Passou o frio?
- Cale a merda dessa boca!
Eu o ouvi rindo enquanto dirigia muito puta. Tão puta, que não me dei conta de que tinha um Volvo prata
parado do outro lado da rua. Entrei na garagem e saí do carro.
CAPÍTULO 9
Se Bella não chegasse logo eu entraria em um colapso nervoso. Aquelas três estavam acabando com todo o
controle que levei anos para construir. Não agüentava mais os pensamentos delas tirando minha roupa, me
alisando, montadas em cima de mim e tentando descobrir qual era o tamanho do meu... bem, deu pra
entender, né?
A porta abriu e fiquei aliviado quando vi seu rosto. Levantei para ir na sua direção.
- Bella!
- Edward?
Ela ficou mais pálida do que já era e então alguém que eu não esperava ver, entrou atrás dela. O ódio veio junto.
- Bella... onde você estava?
- Fui co-co-co-co-comprar man-manteiga.
- Fomos!
Ele abriu a boca para falar comigo. Eu fechei os pulsos.
- Foram, Bella?
- Fo-fomos. O James está namorando a Lauren e...
- Estamos?
Lauren correu para cima de James.
- Não estamos, Lauren.
Eu olhei para Bella.
- Não estão, Bella.
- Mas eles dormiram juntos... ele dormiu aqui e quando eu saí pra comprar manteiga ele foi junto. E olha que
engraçado, ainda bem que ele foi, porque eu esqueci minha carteira em casa e por sorte ele estava lá e me
emprestou dinheiro, senão imagina eu ter que voltar em casa para pegar a carteira e depois ter que voltar ao
mercado para pagar a manteiga, ninguém ia almoçar hoje.
Eu percebi Bella ficando vermelha, já que ela falava tão rápido que esquecera de respirar. Nervosa?
- Você esqueceu de comentar o fato de ter dado a sorte de eu estar por perto, por causa do frio. Senão você
teria congelado lá fora com essa blusinha.
Eu perdi todo e qualquer controle que me restava, quando James apertou a bochecha dela. Mostrei os dentes e
avancei nele.
Em questão de segundos James e Edward estavam atracados no chão. Eu não sabia se gritava, corria, apartava
ou tirava as garotas dali.
- EDWARD! JAMES! PAREM, PELO AMOR DE DEUS!
Jess estava em pé em cima do sofá chorando. Ela era retardada? Angie estava paralisada no mesmo lugar de
antes e Lauren era a única que sorria. Ou torcia, não sei direito. Eles voaram em cima da mesinha de centro,
espatifando o vidro no chão.
- O que você quer com ela?
- O mesmo que você!
- Ela é minha!
- Não vi nada escrito.
Então Edward o mordeu no braço e James mordeu Edward no pescoço.
-PAREM!!!
Eles não me escutavam, era como seu eu nem estivesse ali. Edward levantou James pelo pescoço deslizando-o
na parede e apertou sua clavícula fazendo um barulho de algo quebrando. Eu me senti aliviada por pelo menos
o meu namorado não estar apanhando, mas mordi a língua quando James deu uma joelhada no rosto de
Edward. Merda!
Vi Jess descer do sofá e correr até a cozinha. Ela voltou com um balde d’água e jogou em cima deles. Não
adiantou, claro.
- Eles já são gelados, sua idiota!!!!
Ela me olhou e voltou a chorar correndo pro sofá. Eles se afastaram, James subiu as escadas e Edward subiu em
cima da estante da sala. Eu ia morrer se eles não parassem.
- Edward, por favor.
Ele me lançou olhos negros que me arrepiaram.
- Fique fora disso.
Então eu senti meu coração parar quando os dois literalmente voaram até o meio da sala, se chocando no ar e
caindo bruscamente no chão. Eles se mordiam como se fossem pedaços de carne. Eu ouvia eles sussurarem
algumas coisas.
- James, não ouse se aproximar novamente dela!
- Não só vou me aproximar, como vou tê-la para mim.
Edward rosnou alto e ergueu James deitado no ar, fazendo menção de que ia quebrar alguma coluna ali. Oh
céus. Mas ao invés disso ele jogou James longe. O loiro saiu voando pelo vidro da minha pobre janela (aquilo
deve ter doído) e em menos de 1 segundo ele passava pela porta (sem abrir) numa velocidade fora do comum,
voando madeira pra tudo que é lado e se pendurando no lustre da sala, chutando a barriga do meu namorado,
caiu na escada e quebrou alguns pobres degraus. Eu teria casa para morar no fim do dia?
- Eu vou chamar a polícia!
Eu quis tampar a boca de Angie quando ela disse isso, mas não tive tempo. Edward correu até ela, pegando-a
pelo pescoço. Oh deus, ele podia ao menos esconder os dentes. Ficaria mais fácil de explicar depois.
- Ninguém nessa merda vai a lugar algum!
Ele a jogou no sofá quando James deu uma gravata nele, que jogou a mão pra trás e agarrou a cintura de James,
trazendo-o de frente para ele.
- Isso, amor! Pega ele!
- Cala a boca, Lauren!
- O seu não tem chances contra o meu, Bella.
Eu fui até ela e agarrei seus cabelos. Pena que ela pegou os meus também. Nós caímos no chão, com ela em
cima de mim enquanto tentávamos nos estapear. Mas Lauren foi tirada, não, foi puxada violentamente de cima
de mim, pelos dois vampiros.
- Não toque nela!
- Ou morre!
Preciso admitir que gostei dessa parte. Mas então minha felicidade passageira acabou quando eles voltaram a
se socar. Ok. Já era demais isso. Resolvi correr e apartar aquela merda. Péssima idéia, pensei, quando cheguei
neles e levei um empurrão dos dois, voando em cima da televisão. Que era de plasma. Era.
Me dei conta de que havíamos jogado Bella longe, quando a ouvi gemer. Ela estava no chão, com a televisão
embaixo do seu corpo. A situação piorou quando vi alguns cortes pelo corpo dela.
- ISABELLA!
Eu o soquei.
- Bella, idiota!
Eu sabia que poderia me controlar, mas James conseguiria? Foi tudo questão de segundos, quando o vi correr
até ela. Voei nas suas costas jogando-o no chão.
- Fique longe dela, praga!
- Me solta!
Ele me deu uma cotovelada e eu caí pra trás. Corri até Bella, chegando junto com ele, mas nós dois congelamos
quando ela pegou um caco de vidro do chão.
- PAREM! Se vocês se tocarem de novo eu corto meus pulsos!
Ela estava nos ameaçando com a própria vida? Tinha que ser a minha namorada! Eu e James nos olhamos.
- Certo amor. Largue isso então.
- James? (ela o perguntou)
- Estou de acordo com o Cullen.
Ela abaixou a mão devagar e então soltou o vidro no chão. Eu peguei seu braço, ajudando a se levantar e o
infeliz veio fazer a mesma coisa do outro lado.
- Eu cuido dela sozinho.
- Não.
Fechei o punho para quebrar sua cara, mas Bella apertou meu braço.
- Você prometeu!
Certo. Mulheres... A sentamos no sofá e a porra do cachorro pulou em cima dela para lambê-la.
- Ai, Jake!
Ele saiu ganindo dali quando eu e James rosnamos para ele. Olhei para uma das garotas que chorava na nossa
frente e estalei os dedos.
- Você! Pegue um pano úmido.
Ela não se mexeu. James grudou nela e falou também.
- Precisamos pedir novamente?
Ela se afundou nas próprias lágrimas e correu para a cozinha. Eu já ia atrás quando ela voltou mais rápida que
um projétil, me dando o pano. Passei nos cortes de Bella, limpando o sangue em volta. Eram apenas superficiais,
mas deviam estar doendo, apesar dela tentar passar uma imagem de mulher-macho.
- É bom você não estar respirando.
- Se eu quisesse atacá-la já tinha feito.
- Nunca se sabe quando um novato pode perder o controle.
- Novato? Eu? Devo ser mais velho que você.
- Certo.
- Nasceu em que ano?
- 1670.
Bella começou a rir, me deixando puto. Ele estava de sacanagem comigo, né?
- E você, criança?
- 1670.
James fechou a cara e percorreu as garotas com os olhos. Então ele saiu de perto de nós e eu o vi falando
alguma coisa com cada uma das meninas. Elas vieram se sentar ao lado de Bella. James se ajoelhou na frente
delas e começou um discurso. Que merda era essa?
- Ei meninas, acho que a gente deve uma explicação a vocês. Eu e Edward somos aquilo que todos chamam de
vampiros.
- JAMES!
Ele era imbecil?
- Edward, deixa ele falar. Depois eu te explico.
Bella me pediu com tanta convicção, que resolvi ficar na minha.
- Mas nós somos vampiros bons, não vamos fazer nada com vocês. Além de quebrar sua casa.
“Vampiros existem?”
- Sim, nós existimos. Não é tudo ficção.
Ignorei o olhar que James me deu surpreso.
“Eu vou virar comida!”
- Não vai não. Até porque você já dormiu com James e está viva. Veja por aí.
Ele me olhou de novo.
- Que porra é essa?
- Depois eu te explico, James...
Bella falou, olhando para ele.
- Então... nós vamos todos conviver em paz e tudo vai continuar como antes. Eu gostaria muito que nenhuma de
vocês contasse isso para ninguém. É muito importante para mim. Vocês fariam isso? Por mim?
Ele abriu um sorriso e elas balançaram a cabeça positivamente. Aquilo era hipnose? Não parecia, elas estavam
bem lúcidas. A loira passou os braços em volta do pescoço dele.
- Eu faço qualquer coisa por você!
Ele me olhou vitorioso. Verme! Os ânimos já estavam mais calmos, ou quase, quando quatro vampiros
chegaram correndo.
- VOU TE METER A PORRADA EDWARD! (Jazz)
- JAMES, VOCÊ É NOSSO! (Emmet)
- OLHA A CASA, MEU DEUS! (Alice)
- JAMES, EU SOU SUA! (Rose)
Era a cena mais patética que eu vi na vida. Os quatro em posição de ataque, com os dentes à mostra, cheios de
raiva. Então eles se deram conta do que estavam vendo.
- Cadê a briga? Eu me atrasei? (Alice)
- Ah não! Eu quero dar porrada em alguém... (Emmet)
- Graças a deus... poupei uma dor de cabeça! (Jazz)
- James, eu sou sua! (Rose)
- Caralho Rose, cala a boca! (Emmet)
As meninas arregalaram os olhos para James.
- Bem... essa é a família vampira do imbecil do Cullen. Mas eles são tão imbecis quanto inofensivos. E eu sempre
protegerei vocês.
Ele ainda foi capaz de piscar para elas. Verme!
Claro, como se não pudesse ficar pior, o resto da família chegou. Bem legal. Eu até esqueci da dor, mais
preocupada com eles voltarem a se atracar ali. Achei melhor levantar.
- Onde você pensa que vai Bella?
Senti a mão de Edward me empurrando de volta para o sofá. Que saco.
- Bella, você está bem?
- Sim, Alice, estou.
- Fale agora que não tem um espelho por perto... você está um trapo! Não que você já não fosse...
- Ah, obrigada pela preocupação Rosalie.
- Eu pensei a mesma coisa!
Então Lauren e Rosalie se olharam e sorriram. Eu estava presenciando um encontro de almas gêmeas ali?
- Como você atura morar com ela?
- Eu apenas aturo. Ajuda a diminuir no aluguel.
- Nossa, imagino seu sofrimento...
- Isso aí é uma Prada?
- É! Amo bolsas pequenas.
- Eu tenho uma Dior parecida, só que preta.
- Jura? Não é o modelo da primavera passada, é?
- Esse mesmo!
- Garota, você tem que me mostrar isso!
- Vem cá.
Lauren saiu puxando Rosalie pela mão e subiu para o quarto, pulando com dificuldade os degraus quebrados.
- Terei pesadelos. (Jasper falava de cabeça baixa)
- Terei sonhos eróticos!
- Ew, Emmet!
- Que foi? Já penso nas duas deitadas na minha cama. Nuas, claro. E eu por cima e elas suando. Bem, só uma
suando. E eu pegando as pernas e...
- EMMET!
- Ok, parei.
Alice chegou perto de mim e deu um tapa em Edward.
- Que porra é essa Alice?
- Para você aprender a não brigar por aí!
- Isso não teria acontecido se você tivesse feito o favor de me mostrar. Eu sabia que você estava me escondendo
algo...
- Eu não estava escondendo. Só não tinha motivos para avisá-lo, porque aparentemente, ele não lanchou Bella.
- Ei, o lanche está aqui ouvindo, ok?
Eles me olharam indiferentes e voltaram a discutir.
- Eu sabia que se te avisasse, você viria correndo para cá e acabaria brigando. Mas pelo visto isso aconteceria de
todas as formas. Porque você é brigão!
- Deve ser porque ele está dando em cima da MINHA namorada!
- Não está dando em cima de mim coisa nenhuma!
- Estou sim Bella...
Ótimo! Ele podia tentar ajudar pelo menos. Edward o olhou feio.
- Tudo bem, estou me metendo aqui... vamos nos acalmar, ok?
Jasper apareceu falando algo que eu não entendi o que ele queria dizer. Mas ele devia ser bom com as palavras,
porque Edward relaxou um pouco. E James parou de me atazanar.
- Você é vampiro também?
Jessica tinha ido até Emmet e o tocava como se fosse uma estátua.
- Sim.
- Como é forte!
- Gostou? Tem que me ver sem camisa!
Emmet tirou a camisa e Jess desmaiou, mas ele a segurou antes de cair.
- Calma amor, não desmaia agora.
Ela teve uma crise de riso. Eu entendia o motivo. Emmet tinha um abdômem tipo tanquinho... talhado.
- Me possua a hora que quiser.
Emmet nos olhou sorridente. Como Rosalie suportava isso?
- Uau! Já tava triste por não ter brigado com ninguém. Mas ganhei um presentinho.
- Menos Emmet.
Alice puxou Jess dos braços dele.
- Ela é amiga da Bella. E você James, está bem?
Eu vi Alice sorrindo para James. Então a ficha caiu. Ow. Ew. Óbvio que ela não contaria a Edward. Ela tinha uma
quedinha pelo James. Como todas as outras.
- ALICE!
- Que?
- Depois quero conversar com você. A sós.
- Ok, Bella.
- Estou indo. A casa encheu demais para meu gosto.
- Já vai tarde, verme!
James levantou-se e sorriu para mim.
- Qualquer coisa, sabe meu endereço.
Edward me olhou pasmo. Merda.
- O que ele quer dizer com “sabe meu endereço?”
- Ah... bem, eu fui numa festa ontem com as meninas. Na casa dele...
- Levou chifre, Edward!
Eu tive vontade de matar Emmet. Principalmente quando Edward me mandou um olhar de fazer as pernas
tremerem.
- E...?
- E nada! Nem fiquei muito tempo lá.
- Bem, estou indo. Até amanhã, Bella.
- Isabella para você, verme!
- Eu prefiro chamá-la de Bella.
- James, por favor, você pode ir agora?
- Só porque você pediu.
Ele sorriu e foi saindo.
- Dá para me explicar agora?
- Teve uma festa ontem na cada deles. Eu fui, não houve nada.
- Eu te peço para não se meter em confusão e você só resolve ir na casa de um vampiro...
- Que é muito bonita, por sinal! Nem parece que vampiros moram ali!
- Certo. Muito interessante seu comentário.
- Edward, porque você não me deixa subir com Bella para ajudá-la a tomar um banho?
Alice me estendeu a mão, sorrindo. Uma vampira querendo me ajudar a tomar banho? Super comum...
acontece nas melhores famílias. Eu fui com ela, que deixou o chuveiro esquentar enquanto separava uma roupa
limpa para mim.
- Obrigada.
- Sem problemas. Só estou ajudando minha cunhada.
- Não tinha pensado nessa palavra ainda. (eu sorri)
- Então, o que você queria falar comigo?
- Ah... bem, eu percebi que você estava protegendo James.
- Eu? Claro que não Bella!
Ela estava mentindo descaradamente.
- Ah, ok então. Ia te dar o recado dele...
- Recado? Que recado?
Eu ri. Ela tinha caído. Até que enfim eu consegui pegar alguém.
- Alice...
- Certo. Eu acho ele bonito. Só isso.
- É o poder dele.
Ela me olhou incrédula.
- Poder? Qual? E como você sabe disso?
Ela me enfiou debaixo do chuveiro. Era bem forte para alguém tão pequena.
- Ele me contou. O poder dele é de seduzir quem ele quer.
- Merda! Como eu caí nisso? E Rose? Ah, Rose vai morrer quando souber!
Eu fiquei feliz em imaginar a cena de Rose morrendo. E aí acordei do sonho.
- E você? Ah, certo, nem precisa responder... ele não consegue, né?
- Não...
- Igual Edward. Interessante.
- Pelo visto só eu e Jazz temos acesso à sua mente.
- Jazz?
- Jasper.
- Sim. Mas, como assim?
- Jasper controla as emoções à sua volta.
- Entendi agora. E Emmet? E Rosalie?
- O poder de Rose é irritar... e Emmet é nos fazer rir.
- Mais claro impossível.
Nós rimos e eu senti uma vontade enorme de abraçá-la. Era a única que conversava comigo sem me pressionar
ou me pedir explicações. Mas eu lembrei que estava pelada e não ia ser legal.
- Jazz, Edward, o que vocês acham que está acontecendo lá em cima?
“Surubaaa”
Eu olhei incrédulo para meu irmão. Ele nunca parava de pensar em sexo. Nunca.
- Provavelmente nada, Em.
- Duvido! Duas provando roupas e duas tomando banho. Me chicoteia!
“Quem dera eu amassando as quatro...”
- Emmet, eu fico tão confuso com você por perto... (Jazz reclamava)
Eu entendia Jasper. Já era confuso ouvir os pensamentos sórdidos de Emmet. Imagina sentir suas emoções?
Puta que pariu! Me jogava em direção ao sol escaldante!
- Ok... vou subir... boa sorte Jazz.
Alice já descia as escadas quando Jasper a segurou forte.
- Obrigado por voltar logo!
- Peraí Edward! Vou subir também.
- Emmet, eu vou ver a minha namorada.
- E eu vou ver a minha ué. Mas posso ver a sua também se isso te faz feliz.
Achei melhor não responder.
Entrei no quarto de Bella. Ela estava de costas para mim, enrolada na toalha, olhando o armário e
provavelmente pensando no que vestir. Cheguei perto dela devagar e passei as mãos em sua cintura.
- Cheirosa!
Ela jogou a cabeça para trás, deixando o pescoço suculento à mostra.
- Oi...
- Sua sorte é ser gostosa. Caso contrário eu estará brigando agora com você.
- Que bom que meu sangue é tão gostoso então. Apesar de você nunca ter provado.
- Mas eu não falei do seu sangue. Falei de você. Do seu corpo gostoso.
As bochechas pelas quais eu tinha brigado com James coraram rápido.
- Ah.
- O que eu faço com você hein? Só me arranja problemas...
- Faça o que quiser comigo!
Eu a virei de frente e sorri maldoso.
- O que eu quiser?
- Nem tudo.
- Que pena... já estava tendo altas idéias aqui.
Ela se esticou na ponta dos pés e me beijou. Tinha sentido falta daquela boca macia e quente. Até quando eu
agüentaria essa tortura?
- EDWARD!
- Emmet não me deixa em paz!
A soltei e fui até a porta do quarto. Emmet vinha pelo corredor.
- O que foi?
- Estamos indo embora. Você vai ou fica?
- Vou ficar, podem ir sem mim. Eu estou de carro.
Ele chegou na porta e meteu o carão lá dentro.
- Tchau Bella!
- Tchau Emmet.
Emmet virou de lado para falar comigo, quando eu vi e ele também viu, um vulto. Era a toalha de Bella caindo
sem querer.
“Bella pelada!”
- Emmet, você não é louco em olhar para ela! Já basta o que houve!
- Você é estraga-prazeres Edward!
Dei-lhe um tapa e levei-o para longe dali. Vão embora antes que eu deixe de ser paciente... Voltei para o quarto
e encontrei Bella já vestida.
- Que pena... Emmet sempre me atrapalha.
Ela mordeu os lábios e veio me abraçar.
- Eu senti muita saudade!
- É mesmo? Achei que estivesse se consolando com outro vampiro...
- Deixa de bobeira Edward!
- Bella, ele dá em cima de você na minha frente. E eu posso muito bem ouvir as coisas que ele pensa. Já basta
ter que agüentar Alice e Rosalie babando por ele.
- Elas estão assim por causa do poder dele.
Do poder dele. Certo, qual parte da história eu perdi? James também tinha um poder?
- Explique.
- Ele pode seduzir as mulheres só com o olhar, um troço desses...
Então a ficha caiu. Por isso nem Alice que sempre foi a mais contida, perdia a linha de vez em quando. Eu
lembrei de Bella.
- Eu tenho que matá-lo para não precisar vê-la se jogando em cima dele, certo?
- Errado... não funciona comigo. Assim como você não pode me ler.
Eu nunca fiquei tão feliz pela minha namorada ser tão diferente das outras pessoas.
- Obrigado por ser estranha.
Beijei seu pescoço e levei um tapa carinhoso.
- Ei! Não sou estranha! Tirando o fato de eu namorar um vampiro e ter outro vampiro afim de mim. E vamos
parar de falar sobre minha vida um pouco e vamos focar em você. Vai me contar como foi a... caça?
- Foi normal.
- Quanta informação... uau!
Ela era hilária! O que ela queria que eu dissesse? Estava esperando por uma narração?
- O que exatamente você quer saber?
- Sei lá. Como foi, se você se alimentou bem, se elas eram bonitas...
- Hum. Me alimentei bem o suficiente para não precisar de óculos por uns 3 dias. E sim, eram todas bonitas.
- Quantas? E bonitas tipo bonitinhas, ou bonitas tipo maravilhosas?
- Você é impressionante, sabia? Quer todos os detalhes também?
- Edward, você não está ajudando...
- Certo. Apenas uma era maravilhosa. E foram três no total.
Ela sentou na cama e ficou olhando para o chão. Daria tudo para ler sua mente agora.
- Hum.
- Dois.
Ela me olhou enfezada e eu ri. Era legal irritá-la.
- Você só mordeu e as matou? Não fez mais nada além disso?
- Não Bella. E eu não matei todas. A brasileira eu deixei viva.
Ela me olhou surpresa.
- Deixou? Por quê?
- Não quis matá-la. Ela era bem legal.
- Sei...
Notava uma certa tristeza na voz dela. Era verdade o que eu estava contando. Eu realmente não fiz nada mais
do que isso. E ela provavelmente não acreditava. Me sentei ao seu lado e vi o livro de vampiros na mesinha de
cabeceira.
- Que pena você estar triste... acho melhor deixar para te contar a surpresa depois.
- Surpresa?
A curiosidade surgiu em seu rosto e eu me senti melhor quando a vi sorrindo.
- É. Uma surpresa que preparei para você.
- Qual?
- Bem, eu vou te levar na estréia de... (olhei rápido para a capa do livro) Twilight.
- Ah. Mas isso não é surpresa Edward... eu já ia de qualquer jeito. Com ou sem você.
Merda. Pensei rápido.
- Bella, não é uma estréia qualquer. É aquela em que o elenco vai também.
Ela arregalou os olhos.
- Você está falando da Premiere?
Era isso?
- Estou.
- Em Los Angeles?
Oh, merda! Essa porra era em Los Angeles? Se fudeu Edward.
- Isso mesmo, em Los Angeles!
Ela agarrou meu pescoço e me encheu de beijos. Agora eu teria que ir até o inferno se fosse preciso, mas daria
um jeito de levar Bella em Los Angeles para a porra da premiere desse filme.
- Como você conseguiu isso?
Eu nem tinha conseguido nada ainda.
- Contatos.
- Ótimos contatos pelo visto. Isso é fantástico! Eu vou surtar lá!
- Claro amor. Eu já estou surtando!
Tentei disfarçar meu nervosismo com um sorriso que ela não resistia.
- Bella, vamos ver se você está por dentro de tudo... qual o dia da premiere?
- 17 de novembro!
O que? Semana que vem? Eu precisava urgente ir para casa e descobrir um meio de irmos nesse troço.
- Acertou minha linda!
Beijei sua testa e levantei.
- Agora tenho que ir...
- Onde?
- Para casa. Preciso resolver umas coisas...
- Mas você acabou de chegar.
- Eu volto de noite, ok? Agora preciso ir.
Liguei para Alice enquanto dirigia. Se tinha alguém que podia descobrir qualquer coisa, esse alguém era Alice.
- Oi Edward.
- Alice, preciso de um favor.
- Fale...
- Preciso que me consiga todas as informações sobre um filme chamado Twilight. Pode fazer isso?
- Posso dar meu jeito.
- Então dê. Já estou indo para casa.
Fiquei sentada ali na cama por alguns segundos, tentando digerir tudo o que tinha acontecido hoje. A briga de
Edward e James tinha sido demais para minha cabeça, que parecia querer explodir agora. Levantei e fui até a
cozinha pegar uma água para tomar analgésico. Angie e Jess estavam na sala arrumando a bagunça. Eu tinha
esquecido que estava tudo quebrado em casa.
- Ei meninas... me desculpem por isso.
- Tudo bem Bella. (Angie sorria) A gente dá um jeito. É só arrumar aos poucos. Acho que o mais trabalhoso vai
ser a porta, né?
Eu olhei os pedaços da porta espalhados no chão.
- Eu só quero saber como vamos dormir numa casa sem porta!
- E-eu vou dar um jeito Jess. Ainda é cedo, deve ter uma marcenaria por perto aberta.
Jess se abaixou pegando um pedaço da extinta televisão. Era tão linda...
- Você nos trouxe muita alegria, viu? Vá em paz.
Eu peguei a vassoura para varrer os cacos de vidro da mesinha. Mas eu acho que estava pior que a pobre mesa.
- Bella, é melhor você não fazer isso. Na verdade, você devia passar um remédio nesses cortes. Deixa que a
gente cuida de tudo aqui.
- Ok então. Eu desci mesmo para tomar remédio. E bem... vocês estão legais com tudo isso? Com a questão
dos... vampiros?
As duas me olharam naturalmente, como se eu perguntasse se elas estavam bem com os coelhos.
- Claro!
- Super!
- Nenhuma... dúvida?
- Eu tenho! (Jess me olhou) Vampiros são bons de cama?
Era sério isso? Eu quis matar Jessica.
- Pergunte a Lauren... ela pode te responder melhor.
Deixei Jess falando sozinha e fui tomar meu remédio. Estava na cozinha quando escutei uma buzina. Cheguei na
sala e vi minhas duas amigas babando no espaço onde existia uma porta. Eu vi Emmet de calça jeans e sem
camisa, descendo de uma pick-up com uma porta gigante amarrada na caçamba. Hilário.
- Emmet, o que é isso?
- Voltei Bella. Vim trazer um presente nosso...
- Uma porta?
- É né, já que Edward contribuiu para a extinção da sua.
- Oh. Ok. Você mesmo vai colocar?
- Claro! Num segundo!
Eu não duvidava disso. Ele levantou a porta com tanta facilidade que eu nem me preocupei em ajudar. Resolvi
voltar para o quarto, já que Emmet estava muito bem de companhia, com Jess e Angie decorando cada músculo
seu. Me joguei na cama enquanto sentia minha cabeça rodar e deixei de lutar contra a força que meus olhos
faziam para se fecharem.
CAPÍTULO 10
Fui direto ao quarto de Alice quando cheguei em casa. Ela estava deitada de bruços na cama, balançando as
pernas no ar. Quem via de longe dizia se tratar de uma criança.
- Conseguiu algo para mim?
- Quem é sua irmã preferida?
- Não existe ainda...
Ela fez cara feia e pulou em cima de mim.
- Quem é sua irmã preferida?
- Você, Alice... agora desembucha.
- Ok. Eu consegui os telefones de algumas pessoas envolvidas com o filme. Escritora, diretora, produtora,
roteirista... quem você quer?
- Alguém com algo em comum conosco?
- Bem... a diretora do filme tem um filho em Harvard, que já levantou informações sobre a Beta. Isso é só o que
eu tenho.
- Ele entrou?
- Acho que não.
- Ótimo. Me passe o telefone dela.
Horas depois me peguei falando ao telefone com Catherine Hardwicke sobre a entrada do filho dela para uma
filial da Beta e meu convite para a premiere do filme. Eu ia levar Bella para Los Angeles! Voltei para a casa dela
como havia prometido. Entrei pela janela e a vi dormindo. Acho que nunca me cansaria de olhá-la, era
simplesmente linda. Subi devagar em cima dela e beijei seu rosto. Os olhos cor de chocolate me olharam
surpresos.
- Oi!
- Edward...
- Não achei que fosse te encontrar dormindo.
- Eu estava cansada, acho que acabei capotando na cama.
- Hum... quer que eu te deixe acordada?
Perguntei enquanto beijava sua orelha, deixando-a arrepiada.
- Po-pode ser...
- Jura? Interessante!
Encontrei sua boca e tracei minha língua pelos seus lábios macios, sentindo Bella envolver meu pescoço com
seus braços. Apoiei o peso do meu corpo delicadamente sobre o dela e deslizei uma das mãos por sua coxa
totalmente arrepiada. A beijei devagar, aproveitando todos os fluídos trocados entre nossas bocas. Sussurrei
para ela.
- Tenho uma coisa para te contar...
- Ahm...
- Eu te amo.
- Oh Edward!
Ela agarrou minha cintura com suas pernas e nos embolamos um no outro até eu precisar parar para ela
respirar.
Por favor, Deus, ajude para que eu não estrague tudo dessa vez. Eu queria dar para Edward. Fato! Só estava um
pouquinho de nada nervosa. E bem, eu sempre estrago as coisas não estando nervosa... imagina super nervosa!
Eu queria que nada atrapalhasse aquele momento, o momento que Edward disse que me amava! Podia ser mais
perfeito esse homem? Levei minhas mãos até sua camisa e puxei para tirá-la. Ele percebeu minha intenção e
facilitou para mim. Toquei sua pele fria e deslizei as unhas por suas costas, fazendo ele se contorcer mesmo
sendo incapaz de arranhar aquele corpo. Seu beijo ficou mais rápido e suas mãos subiam pelas laterais do meu
corpo, me deixando em chamas. Eu tinha certeza do que estava sentindo, devido a meu estado... úmido.
- Me diga que você comprou uma lingerie sexy, vai...
- Não comprei.
Ele riu nos meus cabelos. Isso era hora de rir?
- Bella, eu não agüento ver ursinhos de novo!
- Eu não estou usando nada de ursinhos! Na verdade, eu não estou usando nada por baixo do baby-doll.
Ele me lançou um olhar rápido dos pés a cabeça e sorriu torto.
- Você não devia ter me contado isso...
- Ooops. (eu ri)
Ele desceu pela minha barriga e levantou minha blusa até quase aparecer meus seios. Eu senti o frio que
emanava do seu corpo me estremecer. Edward me olhou com cara de mau e começou a dar beijos em volta do
meu umbigo. Suas mãos subiram e terminaram de tirar minha blusa, enquanto eu sentia meu rosto corar
estando tão exposta a ele. Ele subiu de novo, deixando seu corpo pesar no meu e começou uma sessão de
tortura, passando a língua no vão entre meus seios. Minha reação foi puxar os cabelos desalinhados dele que
estavam tão próximos de mim. Ele me olhou sorrindo e me perguntou baixinho.
- Você quer isso? Tem certeza?
E eu lá tinha condições de pronunciar alguma palavra?
- Humhmm.
Edward me beijou, passando a mão nos meus seios e brincando com os dedos nos meus mamilos. Ele desceu a
boca até meu pescoço e se concentrou em lambê-lo em círculos me fazendo morrer umas dezenas de vezes. Eu
gelei quando senti seus dedos afastando o elástico do meu short e soltando-o contra minha pele. Eu apertei
mais ainda suas costas.
- Você ta tentando me matar?
- Sim. De prazer.
- Você conseguiu quando me beijou.
Ele riu e o movimento do seu corpo com a sua risada me deixou louca. Edward tirou minhas pernas da sua
cintura e começou a descer até meu quadril fazendo um caminho com a língua pela minha barriga. Ele então
parou olhando para o alvo e me olhou maliciosamente, mordendo os lábios.
- Você sabe que não tem graça se você já viu, né?
- Sempre tem graça Bella...
Eu ouvia seus batimentos cardíacos mais acelerados do que nunca, me fazendo achar que ela poderia ter um
troço ali a qualquer momento. Mais eu sabia que era tudo excitação. Eu sentia a adrenalina passeando pelo seu
corpo, o calor exalando da sua pele. Puxei seu short com a ponta dos dedos e retirei lentamente, expondo sua
jóia mais preciosa para mim. Não que eu já não tivesse visto. Mas agora eu a teria. Eu podia ficar o dia inteiro
apreciando sua beleza, mas ela estava envergonhada o suficiente e eu não quis piorar. Subi até seu rosto,
procurando sua boca, acalmando-a com um beijo doce e delicado.
Senti suas mãos percorrerem meu abdômem e se atrapalharem no botão da minha calça. Ela tremia mais que
paciente com Parkinson.
- O que você quer aí Bella?
- Co-como assim? Você sa-sabe.
- Tá tentando me estuprar, amor?
- Haha, piada. Não se faz piada nessas horas Edward.
- Piadas são ótimas a qualquer hora Bella.
Eu a beijei antes que ela começasse a me responder de novo e desci minha mão pelo seu corpo, alisando sua
pele em brasas, até chegar no alvo e ficar brincando pela sua virilha. Olhei Bella e a vi de olhos fechados, então
deslizei um dedo até seu sexo e a senti molhada de tesão, enquanto um gemido abafado saía de sua boca.
Estava prontíssima para mim. Achei melhor me certificar de que a porta estivesse fechada.
O mundo podia acabar agora que eu morreria feliz. NÃO. Retiro o que disse. Poderia acabar depois de eu estar
totalmente feliz, se é que me entendem. Ei! Tá levantando por quê?
- Edward, onde você vai?
- Trancar a porta.
- Ow. Tá.
Joguei a cabeça para trás e fechei os olhos. Parecia que o tempo passava mais rápido de olhos fechados. Ouvi o
barulho da chave na fechadura e percebi que Edward estava mesmo trancando a porta. Era melhor do que ter
Jake pulando entre nós no meio da “coisa toda”. Levantei a cabeça de novo para apressar Edward, eu estava
entrando em combustão já.
- Edward pelo amor...
Pai poderoso, ele está nu. Edward nu. Edward nu. Óh céus, eu perdi a respiração. Ele vinha na minha direção
com seu sorriso torto e do jeito que veio ao mundo. Me matando lentamente. Subiu em cima de mim, me
fazendo sentir calafrios com sua pele fria tocando todo o meu corpo. Eu sentia falta de ar.
- Se em algum momento eu te machucar, me bata, ok?
- Aham...
Ele sorriu e me beijou, sua língua enroscando na minha e descendo pelo meu queixo, meu pescoço, ele lambia
forte meu pescoço. Foi deslizando pelo vão entre meus seios até chegar neles, alternando beijos, chupões e
leves mordidas. Eu sentia minha coluna desgrudar da cama, como um reflexo inevitável mandado pelo meu
corpo. Arrepios subiam pelas minhas coxas, me esquentando entre as pernas e a única coisa que eu conseguia
pronunciar era seu nome. Eu o chamava várias vezes, como se pedisse para ele andar logo com aquilo. Ele
parece ter entendido o recado, pois senti sua perna abrindo espaço entre as minhas enquanto ele apoiava a
mão na cama. Com a outra mão ele levantou uma de minhas pernas e a colocou em cima do seu quadril, e
depois ele segurou o seu... bem, o seu. Cravei as unhas em Edward, quando senti aquela coisa dura e fria
encostar na minha entrada. Eu estava respirando? Eu devia respirar! Não podia cometer o erro de morrer agora.
- Ed-edward... será que tem es-espaço sufi-ficiente para isso aí?
Ele apenas riu e soltou um pouco seu peso, deslizando alguns centímetros para dentro de mim.
- CÉUS!
Eu sentia as lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas quando a dor me rasgou. Diziam mesmo que sexo era
bom? Ele me beijou e foi bom para me acalmar.
- Relaxa Bella... você está tensa. Vai doer mais se você ficar assim.
- Eu estou re-relaxada.
- Está com medo?
- De estar perdendo a virgindade com um vampiro? Não. (minha voz saiu mais fina do que eu esperava) Minha
mãe vai ficar orgulhosa.
Ele sorriu.
- Vamos dar motivo para que ela se orgulhe de verdade.
Ele se mexeu, soltando seu corpo e puxando minha outra perna para cima, me penetrando num único
movimento. Mais lágrimas escorreram e eu deixei escapar um grito alto, sem pensar se alguém escutaria.
Senti um carinho na cabeça. Era Bella me batendo.
- Te machuquei, meu anjo?
- Não, eu que gosto de gritar mesmo...
Ela era linda até tentando ficar brava.
- Não ia adiantar muito eu ficar pedindo para você relaxar, se você não me ouvia.
Ela fechou os olhos, respirando fundo. Eu dei um tempo para seu corpo acostumar comigo ali e então comecei a
me mover devagar. Bella apertava minhas mãos que estavam apoiadas no colchão e gemia mordendo os lábios.
Eu sentia sua passagem me comprimindo, suas pernas duras de tensão ao redor do meu corpo. Passei a mão
nos seus cabelos e trouxe seu rosto para perto do meu, beijei sua boca com carinho e puxei sua cintura, fazendo
movimentos contínuos e lentos. Ela começava a ofegar e relaxar e eu sabia que a dor já estava sumindo, dando
lugar ao tesão. Aumentei um pouco mais o ritmo, e ela já sussurrava meu nome, pedindo mais, mexendo seu
corpo junto com o meu.
Eu ainda sentia um pouco de dor, mas também sentia um prazer extremo, com Edward se mexendo dentro de
mim, aquela fricção que ele fazia num vai-e-vém fazia meu corpo todo tremer e se contorcer. Eu pedi mais, eu
queria senti-lo mais, a dor não importava mais. Eu só necessitava de mais Eward em mim. Ele começou a
acelerar, investindo com um pouco mais de força contra meu corpo, fazendo barulho quando nossos corpos se
chocavam. Eu deixei minhas pernas se abrirem um pouco mais e senti Edward me preenchendo totalmente,
fazendo uma corrente elétrica passar por cada nervo meu. Seus movimentos foram ganhando força, velocidade
e eu já não sabia se estava respirando ou arfando que nem cachorro. Apenas senti algo percorrer todo o meu
corpo, meus músculos se apertarem contra o membro dele e minhas pernas levarem choques inconscientes. Eu
podia jurar que estava chegando no céu ou algum lugar tipo o paraíso, e a sensação era a mais maravilhosa de
todas que já senti. Meu corpo simplesmente não parava de contrair e relaxar, quando percebi que Edward
estava passando pelo mesmo que eu, sentindo algo gelado me molhando.
Ela simplesmente foi amolecendo em mim e fechando os olhos, até a sua respiração se normalizar. Eu saí de
dentro dela e a beijei, virando-a de lado para pegá-la nos braços. Eu amava essa criação divina. Eu tive mais
certeza do que nunca, quando os olhos cor de chocolate se abriram e um sorriso apareceu em seu rosto.
- Eu... gozei.
Eu ri com aquilo.
- Sim, Bella, nós gozamos.
- Você gostou? Eu fiz certo?
Eu beijei sua boca molhada, circulando minha língua nela.
- Você foi perfeita. Parece que a fizeram para mim. Você é meu número.
- Eu te amo.
- Eu te amo mais, Isabella Swan.
Ela afundou a cabeça no meu peito e adormeceu aos poucos.
A primeira coisa que vi quando acordei foram os olhos de Edward parados em mim. Eu então não tinha
sonhado. Lembrava perfeitamente de tudo que acontecera na noite anterior.
- Bom dia anjo.
Ele estava me chamando de anjo? O anjo ali era ele...
- Bom dia...
- Você dorme que nem uma pedra. E olha que eu fiquei cutucando sua orelha para te acordar.
Ele sorria torto para mim e tentava me irritar. Mas nada me irritaria hoje. Tipo assim, EU TRANSEI COM
EDWARD CULLEN. Sacou? Ou preciso desenhar? Na verdade eu pensei em fazer um desenho e estampar numa
camisa para usar pela rua.
- Não creio que preciso ir para a aula daqui a pouco... queria ficar o dia todo com você.
- Não vá na aula. Simples.
- Eu não me formei um trilhão de vezes, Edward. Preciso mesmo aprender alguma coisa.
- Certo. Como está se sentindo?
Ele me olhava preocupado. Mas eu estava bem.
- Ótima!
Acho que ele não acreditou quando eu fui me levantar e deitei de novo gemendo de dor.
- Bella... eu acabei contigo...
- Não idiota. Foi da briga de ontem.
- Sei...
- Sério, eu caí numa televisão, lembra?
- E depois transou com o homem quase de aço.
Eu tive que rir disso. Me lembrei na hora do Clark Kent. Agora eu entendia porque ele era tão protetor com a
Lana.
- Você não me machucou Edward.
- Tudo bem. Mas você vai ficar trancada em casa, e vou te encher de analgésicos.
- Céus! Precisa mesmo disso?
- Precisa. Se você quiser que eu te toque de novo.
- Ok.
Ele me olhou malicioso e jogou meu baby-doll em cima de mim.
- Vista-se.
- Delicado!
Assim que terminei de me vestir, ele pegou minhas pernas e me virou de ponta-cabeça, me jogando nos seus
ombros que nem um homem das cavernas.
- EDWARD! Eu sei que você é de séculos passados, mas nós estamos no século 21!
- Fica quieta Bella... vou te levar para tomar café.
Nós descemos as escadas, com as garotas me olhando horrorizadas. Ou com inveja, não sei.
“Nossa, me pega assim também!”
“Ele pode até me arrastar pelos cabelos...”
Eu fui para a cozinha com Bella nos ombros e tentando ignorar as mentes maliciosas de suas amigas. Coloquei-a
no chão e abri a geladeira.
- Então, o que vai querer?
Ela ajeitou os cabelos que estavam para o alto.
- Quando você disse que ia me levar para tomar café, eu achei que fosse mesmo me levar em algum lugar... e
não me trazer na minha cozinha.
Bobinha... ela achou que ia levá-la na rua de baby-doll? Vai sonhando.
- Bem, o café é aqui. Temos leite, suco, pão, geléia, maçã, banana e outras coisas que desconheço. Na minha
época como humano não existiam muitos alimentos industrializados. Nos contentávamos com carne mesmo.
Ela fez uma careta para mim e isso só me divertiu mais. Ela era tão hilária!
“Ainda não entendo o que ele está fazendo com a Bella...”
Lauren se aproximou me comendo com os olhos. Ela já não estava satisfeita com James?
- Eu só quero um copo de suco Edward. Estou sem fome.
- Como? Sexo dá fome amor...
“Sexo?”
“Mentira que eles transaram?”
“Minha amiga é sortuda...”
Eu resolvi provocar as fofoqueiras de plantão e me encostei em Bella, imprensando-a contra o armário.
- Não está com fome? Prefere se alimentar de mim?
Ela corou, mas riu.
- Acho que não daria conta por hoje... estou meio cansada, sabe?
“Puta que me pariu!”
“Cansada? Me cansa também Cullen!”
Fiquei satisfeito com o resultado da provocação e beijei Bella, alisando suas coxas e a pegando pelos quadris
com suas pernas em volta de mim.
- Vamos voltar para o quarto!
“Me leva...”
“Faça-me de escrava!”
Fechei a porta e coloquei Bella no chão.
- Edward, eu falei sério quando disse que estava cansada...
- Eu sei. É só brincadeira.
- Ah.
Ela suspirou aliviada coitada. Eu a joguei na cama e virei-a por cima de mim. Fiquei brincando com os cabelos
que caíam nos seus olhos.
- Quer conversar sobre ontem?
- Não sei...
- Arrependida?
- Com certeza não.
Ela deitou a cabeça no meu peito enquanto deslizava os dedos no meu braço.
- Só tinha um pouco de medo... e receio.
- De que?
- Medo da dor... e te digo que doeu horrores no começo.
Senti seus dedos apertarem minha pele e beijei seus cabelos.
- E receio...?
- Sei lá... de você não gostar... de não ser boa o suficiente... e você me dar um pontapé depois.
Eu estava ali falando sério e ele estava rindo de mim? Perdi a piada?
- Obrigada por achar graça.
Ele segurou meu queixo com os dedos.
- Bella, estou rindo das suas dúvidas totalmente sem fundamento. Eu nunca duvidei que eu fosse gostar. Eu
tinha certeza.
Ele me olhava com aquele sorriso escroto que me tirava de órbita. Eu devo ter nascido com a bunda virada para
a lua. Eu o abracei e beijei seu pescoço.
- Nunca imaginei que vampiros fossem tão... bem dotados...
- Isso é porque você não viu o Emmet...
Ok, eu tentei não pensar nisso. Deixei ele deitado ali e fui tomar banho. Jake entrou correndo no banheiro atrás
de mim e eu nem consegui brigar com ele quando o vi vestido com um macacão imitando couro. Vermelho. Até
quando Jess vestiria o cachorro que nem uma fêmea?
- EDWARD!
- Oi.
Ele apareceu em um segundo na porta do banheiro, olhando assustado para o cão do Power Rangers.
- Tira ele daqui, por favor?
- Vem com o titio coisa fofa, vem?
Edward saiu do banheiro estalando os dedos e Jake saiu correndo atrás, abanando o rabo. Quando voltei para o
quarto, Edward estava deitado na cama lendo meu livro.
- Vai concordar que é bom?
- Dá pra ler... mas você sabe que não concordo com algumas coisas. Esse lance de animais... eca!
- Certo... só te deixo reclamar porque vai me levar na premiere!
Subi em cima dele e deitei a cabeça no seu ombro. Podia ficar ali para sempre, trancada no quarto com Edward.
- Você vai me dever favores sexuais eternamente, por causa dessa premiere.
Eu ri daquilo. Que sacrifício seria!
- E você considera isso como um castigo para mim?
Eu olhei para ele, provocando-o.
- Isabella Swan, você está muito foguenta...
Ele me abraçou com as pernas e me virou para baixo do seu corpo.
- Acho que você não está vestida por baixo desta toalha...
- Tarado!
Ele riu no meu pescoço enquanto deslizava a língua pela minha pele.
- Delícia! Precisamos comprar as passagens para L.A.
- Ainda não estou acreditando nisso... como você conseguiu?
- Digamos que o filho da diretora tenha entrado para a Beta de Harvad...
Ah sim... o filho da tia Cath. Edward era insuportavelmente poderoso.
- Não vejo a hora de ver RPatzz.
- Quem?
- Ahn... Robert Pattinson.
- Quem?
- O ator do filme...
- E você me diz isso?
- Eu não disse que quero casar com ele, Edward!
Se bem que eu podia imaginá-lo de terno no altar. Coisa linda... Edward me olhava de cara feia.
- E você pode se divertir vendo a Kristen!
- Prefiro você.
- Por que você adora fazer eu me sentir mal?
Ele mordeu meus lábios.
- Eu adoro te ver irritada. É legal!
Aqueles dias se passaram com uma certa velocidade e por alguma graça divina, eu não precisei encontrar com
James pela faculdade. Aparentemente, Victoria e ele tinham viajado para caçar, pois faltaram todos os dias de
aula. No domingo de noite eu viajei para L.A. com Bella. Achei melhor ir um pouco antes e curtir um pouco o
hotel, a sós, se é que me entendem...
Meu anjo estava diferente aquele dia... um pouco mais irritada que o normal, e sensível ao mesmo tempo.
Peguei-a chorando duas vezes no avião.
- Bella, está tudo bem?
- Sim.
- Tem certeza?
Ela voltou a fazer cara de choro.
- Acha que estou mentindo, é?
- Ok. Vou ficar quieto.
Não conversamos muito durante o vôo. Tinha medo de abrir a boca e ela começar a chorar. Chegamos na cidade
dos anjos (sério?)de madrugada e fomos para o hotel que deixei reservado. O evento seria há algumas quadras
dali.
- Bom dia, em que posso ajudá-los?
- Bom dia. Tenho uma reserva em meu nome.
“Que homem mais lindo!”
- Qu-qual o nome do senhor?
- Cullen, Edward.
“Suíte master... ainda por cima tem grana”
- Suíte 1412, senhor. Sejam bem-vindos ao Beverly Wilshire!
Entramos no quarto ricamente decorado e Bella foi direto tomar banho. Aproveitei para ligar no restaurante e
pedir algumas frutas para ela, que não quis comer nada na viagem.
Meu humor não estava nada bom hoje. Entrei rápido no banheiro para tomar um banho e fiquei super feliz
quando vi uma banheira gigante brilhando ali para mim. Tirei minha roupa e fui fazer xixi. Estava quase me
mijando no caminho do aeroporto até o hotel.
- PUTA QUE PARIU!
Ouvi Edward bater na porta.
- Bella, o que houve?
- Nada! Vou tomar banho!
Aquilo não estava acontecendo... como eu podia ser tão estúpida e ter esquecido da minha menstruação que
estava por vir? Não tinha muita certeza do que o vampiro atrás da porta ia achar disso... Mergulhei na banheira
quente e tentei esquecer o mundo por alguns minutos. Até ser acordada pelas batidas de Edward novamente.
- Bella, estou ficando preocupado... vai sair ou eu tenho que arrombar?
Era melhor não quebrar outra porta. E do hotel ainda por cima. Me vesti com um roupão dobrado
metodicamente em cima da cômoda do banheiro.
- Estou viva, viu?
Ele fez um cara estranha e me olhou dos pés a cabeça. E então foi andando de costas, se afastando de mim.
- Não me diga que você está...
- Co-como você sabe?
- Meu amor, eu sou um vampiro, sinto sangue de longe.
- Ah sim. Estou...
Edward olhou pro teto.
- Isso é castigo?
- Edward...
- Lá se vai minha vida sexual...
Eu ri daquele drama exagerado dele.
- Eu posso chegar perto de você, né?
- Claro, sem nenhum problema. Mas antes deixe eu me matar!
Ele foi até a varanda do quarto e olhou lá pra baixo.
- EDWARD!
- Se eu pular provavelmente só vou chamar atenção para o fato de continuar inteiro...
- Deixa de palhaçada, por favor?
Eu era um infeliz mesmo. Tinha acabado de tirar a virgindade da minha namorada e agora estava com ela num
hotel cinco estrelas, numa suíte foda e sozinhos. Mas claro, que eu tinha que pagar algum pecado cometido há
séculos atrás. Olhei Bella ali na varanda um pouco enfezada por eu estar em pé na sacada. Ela achava mesmo
que eu morreria se caísse? Só rindo.
- Pelo visto você será a única a se divertir em Los Angeles...
Voltei para dentro, me jogando na cama.
- Edward...
- Que?
- Será que você pode me fazer um favor?
- Claro. O que é?
- Bem... eu preciso... de absorventes.
Eu não estava ouvindo aquilo. Não estava. Tampei os ouvidos.
- Edward...
Céus!
- Você quer que eu vá numa farmácia comprar absorventes?
Ela sorriu o sorriso mais meigo do mundo. Estava tentando me chantagear.
- Eu queria que meu lindo namorado fosse comprar absorventes para a namorada que tanto o ama.
Certo. Pedindo assim, né? Levantei.
- O vampiro sanguinário está indo comprar OB para a namorada que está mijando sangue. Já volto!
Apertei puto o botão do elevador e ele entrou. Espero que nenhuma câmera de segurança tenha filmado isso.
Andei cinco quarteirões para achar uma farmácia que estivesse aberta às 03:30 da madrugada. Era algo bem
fácil de encontrar, né? Entrei na loja e o atendente lesado veio atrás de mim.
“Cheiro bom...”
- Pois não?
- Quero OB. Tem aí?
- Para a namorada?
- Não... para eu mesmo. Quero experimentar.
“Que cara louco...”
Eu quis socar a cara dele, que me olhava com olhos arregalados, mas me controlei.
- Mini, normal ou super?
- Está me sacaneando, né?
- Não...
Pensei em Bella. Ela era pequena, logo, devia ser o mini.
- Mini.
- O fluxo é pouco então?
- Tenho cara de ginecologista?
Ele ficou com medo e pegou a porra do mini. Paguei e voltei os cinco quarteirões até o hotel.
- Presente para você.
Ela tirou a caixa da sacola e me olhou incrédula.
- Mini?
- Não é?
- Se eu quiser trocar a cada 20 minutos, sim.
- Está me sacaneando, né?
- Não...
Arranquei a porra do mini de suas mãos e andei de volta os cinco quarteirões. Cheguei na farmácia chutando a
porta.
- Cadê o super?
- O mini não serviu, né?
- Não. Experimentei e ficou pequeno.
Ele me olhou pasmo de novo. Esse idiota era algum marciano?
- Aqui está...
Olhei apavorado para a caixa que era o dobro do tamanho da caixa do mini. Bella tinha certeza disso?
- Me dá um normal também.
- Vai levar os dois?
- Acredite amigo, se eu tiver que voltar aqui, é melhor você correr... aliás, quantos vem em cada caixa?
- Dez.
Fiz rápido o cálculo. Sete dias e 10 absorventes. Quantas vezes ela precisava trocar essa merda?
- Me dê 5 caixas de cada um.
Ele me olhou totalmente apavorado.
- Certo... me vê 7 de cada um.
Bati a porta do quarto e joguei a sacola na cama.
- Edward, o que é isso?
- OB.
- Sim... mas para todas as funcionárias do hotel?
- Eu não vou voltar na farmácia Bella. Achei melhor trazer o suficiente.
Ela sentou na cama e gargalhou da minha cara.
- Certo. Obrigada! Já volto.
Troquei de roupa e me joguei de novo na cama. Vi Bella sair do banheiro e se aninhar nos meus braços, aquele
cheiro me queimando. O purgatório era aqui, em Los Angeles. Como eu queria poder dormir e acordar só
amanhã de noite...
Acordei e vi Edward em pé olhando para a varanda. O tempo estava lindo e o sol brilhava. Ele não poderia sair
do quarto antes do pôr-do-sol. Fui até ele e passei meus braços pela sua cintura.
- Bom dia!
Ele me olhou e me puxou de frente para ele.
- Bom dia. Dormiu bem?
- Muito bem!
Beijou meus cabelos e me abraçou.
- Foi muito difícil para você esta noite?
- Dormir ao seu lado, sentir o cheiro de sangue e me controlar o tempo todo para não te matar? Não, foi
tranqüilo.
Ele se achava super engraçado.
- Esse foi seu único passatempo durante a noite? Que tédio!
Ele sorriu e beijou minha boca enquanto apertava minha bunda.
- Ei!
E então eu levei um choque quando a mulher do jornal que passava na televisão começou a falar sobre a
premiere do filme que aconteceria esta noite. Um evento de gala apenas para convidados Vips. Eu tinha
apagado a palavra “gala” da minha mente, pelo visto.
- Ow, Edward. Um probleminha. Não. Um problemão!
- O que foi agora?
- Eu não tenho nenhuma roupa decente para usar. A não ser que jeans tenha virado roupa social.
- A gente acha alguma coisa pra você.
- Achar? Onde? Em cima da hora?
- Não surte Bella. Assim que o sol se pôr, a gente sai e compra sua roupa.
- Mas eu não vou ter tempo de sair, comprar e voltar para o hotel para me arrumar.
- Você já vai pronta e já sai vestida da loja.
- Prático falar...
- Prefere perder a chegada do Pratz?
- Quem?
- O tal do atorzinho lá...
Eu segurei para não rir.
- RPatzz, você quer dizer?
- É tudo a mesma merda!
Homens... Eu olhei seus olhos vermelhos brilhando para mim. Hm.
- Vai de óculos?
- Sim. Estou sem saco para caçar.
- Que bom.
- Hoje. Sem saco hoje. Mas vou caçar antes de irmos embora.
Eu torci a cara. Precisava mesmo?
- Ou você acha que eu ia vir até L.A. e não caçaria?
- Eu achei, por um breve momento.
- Bobinha...
Eram 17:30hs quando cheguei na varanda e me certifiquei de que a luz do sol que ainda existia já não me
queimaria mais.
- Está pronta Bella?
Ela saiu do banheiro pulando num pé só enquanto calçava as sandálias. Wow. Estava deslumbrante. E de jeans.
Imagina num vestido decente...
- Sim, vamos.
Seus olhos brilharam me olhando todo. Eu fiz pose de modelo.
- Gostou?
- Você está gostosíssimo!
- Tarada... não babe!
Dei o braço a ela e saímos. Nosso hotel ficava numa rua lotada de lojas, então só pegaríamos o táxi depois que
Bella estivesse adequadamente vestida para a ocasião. Passamos numa vitrine e puxei-a para dentro da loja.
- Edward, aqui não.
- Por quê?
Ela se esticou e falou no meu ouvido.
- Nós entramos numa Versace...
- Eu sei.
- Sabe? Ficou doido? Eu não tenho dinheiro nem para comprar um chaveiro daqui!
- E quem disse que é você quem vai comprar?
Saí puxando-a pela loja antes que ela conseguisse se soltar e correr.
- Boa tarde!
A vendedora simpática nos atendeu, lançando um olhar admirado para mim, e um invejoso para Bella.
“Ele está com isso?”
- Boa tarde. Gostaríamos de ver vestidos. Que cor amor?
- Pr-pretos?
- Pretos. (olhei de volta para a vendedora)
- Claro, venham comigo.
Acompanhamos a vendedora, que nos levou até uma parte com vários vestidos em manequins.
- Algum lhe agrada?
Bella me olhou.
- O que você acha?
Ah... ela perguntou a mim? Ok. Andei até o manequim mais sexy. Quer dizer, até o pedaço de madeira mais
sexy.
- Este.
- Hein?
- Gostei deste.
Ele estava brincando ao dizer que queria que eu usasse aquilo, né? Não que fosse feio. Pelo contrário, era lindo.
Mas muito... “oie, cheguei!”
- Escolhe outro Edward.
- Você não me pediu opinião? Então...
- Esse não.
- Tem pro tamanho dela? (ele perguntou pra vendedora)
Estava sendo ignorada?
- Acho que ela veste 38. Tenho sim.
A vendedora se afastou, entrando no estoque.
- Eu não vou experimentar.
- Vai sim.
- Não.
Ele encostou em mim e me olhou furioso.
- Eu fiquei a noite toda me controlando para não te comer. E não é no duplo sentido. É naquele onde você não
estaria respirando agora. Eu vou ficar mais um dia inteiro aqui e não vou transar porque minha namorada está
menstruada. E eu andei que nem um corno ontem de madrugada para ir comprar OB para você. Ah... você vai
sim experimentar o vestido.
- Ok.
A vendedora voltou e eu entrei no provador. Está é a desvantagem em namorar um vampiro. Você não vai
querer deixá-lo estressado. Eu me olhei no espelho. Senhor, como eu sairia dali vestindo isso? Era um vestido
longo que não me deixava nem respirar direito, de tão justo. E bem, dava para me ver de longe, de tanto brilho.
Sem comentar o fato de que eu não poderia sentar, já que o decote atrás ia até a bunda. Botei só a cabeça para
fora da cabine.
- Edward... vem cá...
Ele veio tentando olhar.
- Eu não acho que vou conseguir usar isso.
- Deixa eu ver.
- Você não vai gostar. Ficou bem... decotado...
Ele me puxou para fora da cabine e me girou.
- Ouch. Você está apetitosa. Claro que gostei!
- Ah não...
- Bella, consegue andar?
- Sim.
- Então serve. Vamos levar esse. Ela vai vestida, ok?
Bella pronunciou uns palavrões que é melhor eu não comentar aqui. Pode ter menor de idade lendo. Mas eu ri
com ela andando na minha frente toda torta, tentando tampar com as mãos o decotão das costas. E que
decote! Já disse que fiquei excitado? Pois é...
- Nossa Bella, rebolando com esse vestido... eu não resisto...
- Eu não estou rebolando Edward! Estou tentando me tampar, só isso!
Adorava irritá-la. Chamei um táxi e dei o endereço da premiere. Ela teve dificuldades em entrar no carro. Hilário.
- Está rindo do que, posso saber?
- Chuta...
- Não tem graça Edward. Estou tentando não pagar calçinha.
- Por que não a tira então?
Eu visualizei aquilo. Será que o taxista se importaria de eu agarrar minha namorada ali?
- Palhaço!
Não tinha dúvidas de onde era o evento. Porque era impossível não perceber um milhão de garotas estridentes
se aglomerando na rua. Cruzes! Tive pena dos atores. Bella começou a me dar tapas na perna.
- Chegamos! Chegamos! Chegamos!
- Ei, arranhou o disco?
Ela fez careta e se esticou para olhar pelo vidro da frente. O táxi parou e nós descemos. Minha nossa senhora
protetor dos homens bonitos! Eu não enxergava direito com tantos flashes na minha cara.
- Por aqui Pattinson, por aqui!
Tinha alguém me puxando. Que merda é essa? Soltei meu braço e olhei feio pro cara.
- Está me estranhando, amigo?
Saí andando pelo corredor com tapete vermelho, de braços dados com Bella, que eu jurava que quebraria o
pescoço de tão rápido que olhava de um lado ao outro.
- Casa comigooooo!
- Robert, eu te amo!
Eu ri daquilo.
- Acho que o atorzinho chegou junto com a gente Bella.
- Ahn... na verdade amor... elas estão meio que falando contigo.
Hein? Me virei para trás para me certificar.
- Bernard! Bernard!
- Meu nome é Edward, caralho!
- Edward! Olha a boca... tem imprensa aqui...
- Se te chamasse de Mella você não ia gostar...
- Bernard é o personagem do livro. Só isso.
- E daí? Tenho cara de Bernard por acaso?
- Robert!
Me chuta, vai... tinha uma mulher loira olhando para mim.
- Oh meu deus Edward... é Cath!
- Hã?
- A diretora, sua anta!
- Ah. Oi. Não sou Robert...
- Não? Ah sim, me desculpe, estou pirada aqui!
Ela virou as costas e saiu.
As garotas estavam histéricas pelo Edward. Eu sempre soube que ele era perfeito, mas nunca tinha visto total
histeria como essa. Por que chamavam ele de Bernard? E tipo, qual era a da tia Cath em chamá-lo de Robert? Eu
sabia quem era o ator escalado para o filme, mas só conhecia de nome. Será que ele era tão bonito quanto o
meu namorado? Puta que pariu, Kellan Lutz! Merda... Edward podia ir dar uma voltinha, não? Ops. Melhor não.
Aquelas ali deviam ser Rosalie e Victoria. Melhor Edward continuar ao meu lado mesmo.
- Bella, vamos entrar?
- Já? Ah não Edward... quero esperar RPatzz.
- Eu não me sinto legal aqui...
- Como assim?
- Estou envergonhado.
Eu quase me mijei.
- Hein?
- Sério. Estou acostumado a ler as mentes perversas das mulheres... mas elas não costumam gritar no meu
ouvido que querem casar comigo.
Eu não conseguia responder. Só conseguia rir.
- Não tem graça Bella.
Nós passamos rente a um bando de meninas com os braços esticados e levei um susto quando Edward foi
subitamente puxado por elas.
- Eu te amo!
- Me dá um autógrafo!
- Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- BBBBBBBBBBeeeeeeeeeeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrrnnnnnnnnnnnnnaaaaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrrrrrddddddddddd!!!!
Edward se desvencilhou das garotas, meio puto e cheio de marcas de batom no rosto. Eu ficaria com ciúmes se
não fosse tão engraçado. Bem, não a cara que ele fazia agora para mim.
- Admita Edward... está divertido.
E então eu soube que ele tinha chegado. Sim, porque a histeria que havia surgido por causa de Edward,
quadruplicou. Só podia ser uma pessoa. O nome dele era a única coisa que se ouvia agora e eu olhei na direção
para qual todas olhavam. Era leve impressão minha, ou ele estava vestido igual ao meu namorado?
- O cara está de óculos escuros de noite? Que imbecil...
- Você também está Edward.
- Mas eu sou vampiro...
- E claro que todos sabem disso, né?
Ele fechou a cara. Eu tinha ganhado essa? Nem acreditei... RPatzz estava super perto de nós e então eu entendi
tudo. Ele não estava vestido igual Edward. Ele era idêntico ao meu namorado. Como assim?
Tinha um babaca me olhando dos pés a cabeça.
- Agora contratam dublê para a premiere é?
Ele estava falando comigo?
- É comigo Bella?
Ela estava rindo. Qual era a graça?
- Não sou dublê de ninguém não amigo.
- Não liga pra ele não... me dá um autógrafo, por favor?
Era minha namorada que estava se jogando em cima do imbecil de óculos escuros?
- Claro, coisa linda.
- Se piscar de novo para ela vai ficar sem olho...
- EDWARD!
- Sério que você não é meu dublê, cara?
Eu ia dar um soco que esse idiota ia parar na Itália. Tinha um loiro se juntando a nós agora.
- Nossa hein... doeu quando caiu?
Bella o olhou corando e suspirando.
- Ke-kellan... como?
- Doeu quando você caiu do céu?
Ela riu. Ela riu? Eu ia socar esse também.
- Vai doer em você...
- EDWARD!
- Te contrataram dublê, Rob?
- Parece que sim...
Eu fechei o punho e senti Bella me puxando pela mão.
- Ei!
- Entramos, você não queria tanto entrar?
- Agora que ia ficar bom? Não, quero voltar!
- EDWARD!
Entrei com ela e fiquei contando os segundos para aquele pesadelo acabar. Uma garota veio correndo na minha
direção com um papel e caneta esticados. Arranquei de sua mão o papel e piquei aquela droga em mil pedaços.
- Foi RPatzz quem mandou eu fazer isso. Sou dublê dele.
Um sorriso se abriu no meu rosto quando a garota saiu chorando e xingando o antipático do Robert Pattinson.
CAPÍTULO 11
Edward quis sair antes dos créditos finais. Eu queria ver o elenco de novo, mas ele tava meio irritado e achei
melhor não piorar a situação. Até porque ele já tinha sido um amor em me levar até lá. O hotel era a duas
quadras dali, e dei a idéia de irmos caminhando, para eu poder apreciar a noite californiana. Andávamos de
mãos dadas, Edward me fazendo sentir calafrios toda hora, tocando minhas costas com a mão gelada dele.
Percebi dois caras de casaco e gorro pretos vindo em nossa direção com as mãos nos bolsos. Senti o braço de
Edward envolvendo minha cintura.
- Ei cara, tem isqueiro?
- Não.
Edward respondeu friamente e continuou andando, me puxando. Escutei uma risadinha abafada vindo de um
deles.
- Ei, ei, ei, cês pare aí!
- Num te demo permissão pra continuar andando, demo, irmão?
Edward tinha parado e nós viramos de frente para os caras, que nos apontavam facas.
- Não me deram permissão. Que mancada a minha!
- Cala a boca rapá! Quem fala aqui somus nóis.
- Quanto tu tem de grana aí?
- Bonita faca.
Os caras se olharam e nos encararam de novo. Ficaram meio putos com a prepotência de Edward.
- Edward, não é melhor dar dinheiro a eles?
- Ô vadia, alguém pediu tua opinião?
Ele me chamou de vadia?
- Ok Edward, arranca logo a cabeça dele, vai!
O da esquerda investiu contra mim, mas Edward não deu tempo a ele, se metendo entre nós e arremessando-o
longe. O outro cara avançou em Edward e meteu a faca no seu braço. A faca quebrou e ele nos olhou
apavorado. Era melhor ele não ter feito isso. Edward o pegou pelo pescoço e jogou no meio da rua. Ow. Ew. Eca.
Passou um ônibus na hora. Afundei o rosto no peito dele tentando não ver o que ficara ali no asfalto.
- Me desculpe por essa cena.
- Ok. Só vamos embora daqui, por favor.
Voltamos para o hotel e eu lembrei que não tinha nada para fazer. Tinha Bella. Mas bem... entenderam, né?
- Quer ajuda com o vestido?
- Não Edward. Ele quase não tem pano... é fácil de tirar!
- Se mudar de idéia...
Mais uma noite olhando para o teto.
- Edward!
Bella estava no banheiro gritando meu nome. Ela adorava meu nome, não?
- Que?
- O que acontece comigo assim e você sem se controlar?
- Traduz Bella...
- Tipo... nós não podemos dar uns amassos, sem rolar sexo?
- O problema é eu me controlar Bella. E com tesão, eu posso querer chutar o balde.
- Bem... eu acho que você vai ser obrigado a se controlar...
Bella simplesmente saiu do banheiro de lingerie vermelha. Certo. Eu pensei na hipótese de voar em cima dela
agora... Bella morta. Ok, Edward, continue sentado.
- Amor, você enlouqueceu?
- Não...
- O que pensa que está fazendo? E de onde saiu essa roupa?
- Eu trouxe na mala ué.
- Bella... seu cheiro nesses dias fica insuportavelmente forte para mim.
- Mas você me ama! Duvido que me faça mal.
- Mas acho melhor não arriscar.
A doida continuava vindo na minha direção. Eu nunca achei que fosse querer fugir de mulher. Ela chegou na
minha frente e me olhou. Senhor! O que eu podia fazer? Só agarrei-a pela cintura e a joguei na cama.
- Você é totalmente louca!
Ela ria. Perdeu a lucidez, com certeza. Beijei sua boca e suas mãos agarravam meu cabelo e puxavam minha
cabeça.
- Eu estava com saudades de você. (ela abriu um sorriso)
- Jura? Não parecia isso lá na premiere...
- Cala a boca Edward!
Bella mordeu meu pescoço. Isso era o cúmulo. Como o predador deixa a presa lhe morder? Eu estava perdendo
minha fama de mau...
- Você me mordeu? Isso é sério? É tipo, uma disputa?
- Entenda como quiser...
A safada mordeu os lábios e me envolveu com suas pernas.
- Já saquei qual é a sua. Você tem tesão por perigo!
- E você talento para comediante... só pode.
Imobilizei seus braços e deslizei minha língua pela pele macia do seu pescoço. Brinquei com os dentes nas alças
do sutiã de renda vermelha e rasguei de qualquer jeito.
- Edward, foi caro!
- Te dou um novo.
Eu não queria um novo, eu queria que ele calasse a porra da boca e me beijasse! Senti ele deslizando o corpo
pela minha barriga, me beijando a pele, e parou. Não me olhou, apenas parou. Ele adorava me irritar assim.
Puxei sua camisa e cravei minhas unhas nas suas costas e arranhando seu corpo. Então senti Edward tremer e
mudar de posição. Parecia mais uma posição de ataque. Ow. Ele estava com os dentes expostos e os olhos
negros. Merda. Morri.
- Bella, corre.
Hein? Ele rosnou e eu levantei rápido da cama, tropeçando no lençol. Correr, correr, correr pra onde? Me
tranquei no banheiro. Óh céus. Ouvi um baque na porta.
Eu simplesmente tinha que lutar contra meu instinto que me tomava por inteiro, se quisesse mantê-la viva. O
seu cheiro era muito forte, o seu sangue me queimava por dentro. Eu sabia que tinha dado um mole terrível em
ter caído na onda ela. Mas fazer o que? Agora uma porta ridiculamente fina nos separava. Me esforcei e me
afastei da porta do banheiro, indo em direção a saída do quarto. Corri pelo corredor e peguei o elevador. Saí na
rua do hotel e fui caçar. Eu precisava ficar longe dela por algumas horas.
Não ouvia nada. Só o silêncio. E o som dos meus dentes batendo um no outro. O que Edward estava fazendo?
Esperando eu sair? Era uma armadilha? Bem... eu não ia sair. Puxei o tapete do banheiro e estiquei uma toalha
em cima dele. Deitei ali me amaldiçoando por ter tido essa idéia ridícula de seduzi-lo.
Provavelmente já estava bem longe do hotel, pois só parei de andar 15 minutos depois. Vi uma mulher sozinha
num ponto de ônibus do outro lado da rua. Atravessei e fui até ela. Quando cheguei perto vi que era uma
mulher de uns 40 anos, vestida comportadamente, até demais para meu gosto. Ela ficou com medo quando me
aproximei. Era melhor mesmo.
- Boa noite.
- Boa.
Monossilábica. Típico de mulher tentando não demonstrar que está com medo.
- Vai pegar qual?
- O primeiro que passar.
- Desculpe... não vai não.
A mulher me olhou apavorada e começou a andar de costas. Olhei em volta. Ninguém. Segurei seu braço e a
puxei.
- Por favor, pegue tudo que tenho... bolsa, relógio...
- Objetos pessoais não me interessam.
- Me deixe ir, por favor. Eu tenho uma filha.
Ah, qual é? Queria compaixão agora? Pensei em Bella no hotel. Sinto muito moça.
- Sabe qual é o problema? Minha namorada está trancada no banheiro com medo que eu a mate. E eu
realmente posso acabar matando-a.
Percebi algo respingando no chão. Xixi.
- Então eu preciso fazer isso contigo, para mantê-la viva. Espero que compreenda.
Ela tentava me bater e me chutar. Achei melhor não prolongar aquela tortura com ela. Sim, eu estava ficando
bonzinho. Cravei logo meus dentes no pescoço, fazendo-a se debater e suguei até secá-la.
- Lugar errado na hora errada. Sinto muito.
Agora podia voltar para Bella.
Estava deitada no chão do banheiro, quase adormecendo, quase ouvi batidas na porta.
- Bella?
Meu coração acelerou de novo ao ouvira voz de Edward. Ficava quieta? Respondia?
- Bella, pode abrir a porta...
Levantei devagar e colei o rosto na porta.
- Posso? Tem certeza?
- Absoluta. Já passou.
Eu queria tanto abrir... mas também tinha medo de ser alguma armadilha. Pensei um pouco.
- Abre Bella. Confie em mim.
Ele pediu para confiar. Eu abri a porta e vi Edward sem os olhos vermelhos, me olhando triste.
- Bella...
Ele passou a mão nos meus cabelos e me puxou pela nuca. Eu o abracei pela cintura, aliviada pelo meu Edward
estar de volta.
- Fiquei com medo.
- Eu também, tive medo de lhe fazer mal.
- Onde você foi?
- Saí para caçar... precisava calar a sede de sangue antes de voltar.
- Me desculpe pela provocação...
- A culpa não é sua Bella... eu não devia ter te dado corda. Não vamos mais falar disso, certo? Já passou.
- Certo...
Ele me pegou no colo e me levou para a cama, eu me aconcheguei nos seus braços e acabei dormindo com ele
me fazendo cafuné.
O dia seguinte amanheceu ensolarado. Para me torturar a ficar trancado num quarto de hotel com minha
namorada gostosa e menstruada. Tentei não pensar nisso e procurei aproveitar o dia ali com ela. Era engraçado
vê-la comendo. Entregaram o almoço no nosso quarto e a quantidade de comida dava para duas pessoas
comerem e ficarem cheias. Bem, Bella comeu sozinha, claro. E nem parecia ter ficado cheia.
- Como cabe tudo isso aí dentro?
- Sou magra de ruim.
Ela respondia rindo enquanto dava a última garfada. Credo. Bella me olhava como se me observasse, com a
testa franzida.
- Quando você vai me contar qual é a desse medalhão aí?
Ah. Ela tinha os olhos parados na corrente prata que entrava pela minha blusa.
- Um dia...
- Tipo... hoje?
- Não.
- Qual é, Edward? Tem medo que eu conte para alguém, sobre o medalhão do meu namorado vampiro?
Eu ri da ironia dela. Estava aprendendo comigo.
- É só algo que tem a ver com minha descendência...
Eu me diverti com seu olhar mais curioso ainda. Espetei uma batata frita e levei o garfo à boca.
- Desde quando você come?
Ela fazia uma careta e eu fazia outra pior ainda. Troço ruim. Parece borracha. Não que eu já tenha comido
borracha.
- Desde que eu resolvi fazer graça.
Engoli a borracha amarela com força enquanto Bella ria da minha cara. O dia até que passou rápido e logo
estávamos no avião voltando para a estupenda cidade de Forks. Quando sobrevoávamos por ela, a chuva
apareceu. Que saudades desse tempo ridículo que me deixava andar por aí...
Chegamos em Forks e eu já sentia saudades de Los Angeles. Eu odiava esse clima daqui. Como manter meu
cabelo liso se aquela porra de umidade deixava os fios elétricos? Eu estava gastando uma fortuna com silicone.
Edward tinha deixado o Volvo no estacionamento do aeroporto, então nós voltávamos de carro. Ele fez uma
curva, entrando por uma estrada desconhecida.
- Que caminho é esse?
- O da minha casa.
- Hein?
Ele sorriu para mim.
- Vou conhecer sua casa? Já estava começando a achar que você não tinha casa e morava no cemitério.
- Eu tenho casa, claro. Nunca gostei de cemitérios. Fico triste em enterros...
Ele era super engraçado, né? Nós andamos, andamos e a estrada não acabava nunca.
- Edward, ainda estamos em Forks, certo?
- Certo.
- Me avise quando chegarmos no Canadá?
Ele me olhou feio. Ué, só ele podia fazer piadas? Então, uns 20 minutos depois de dirigirmos por meia hora, ele
parou. Era tipo, como posso dizer? Sabe um castelo? Então...
- Você mora num castelo?
- Não é um castelo.
- É um castelo.
- Bella, não é uma porra de um castelo. Não que eu nunca tenha tido um castelo.
Ele estava me zoando? Ele abriu a porta do carro e pegou minha mão. Eu andava de cabeça levantada, olhando
para o alto, ou melhor para o topo do...castelo Cullen. Nós entramos por uma porta que devia medir uns 4
metros de altura por 3 de largura... por aí. E era de que? Aço? Algo assim, que faria Clark Kent ter dificuldades
para atravessar. O interior, bem... no meio da sala gigante tinha uma escada também gigante que dava voltas
até os 5 andares superiores.
- Vamos lá em cima.
- La em cima onde? Seja mais específico...
- No meu quarto. No quarto andar.
Fala sério. Eu olhei a escada.
- Eu tenho que subir TODOS esses degraus?
- Vou colocar um elevador para você Bella...
Ele riu. Mas era melhor ele estar mesmo falando sério. Eu acabaria desaparecendo de tanto subir e descer
aquilo.
- Vocês gostam mesmo da arquitetura renascentista, né?
- Bella, não só essa construção, como também os móveis, são dessa época.
- Ah. Virei aqui quando tiver provas de história.
Ele riu e me pegou no colo, subindo rápido a escada. Bem melhor assim... Ele parou de repente, quando chegou
no terceiro andar.
- ROSE! EMMET! Eu estou com a Bella aqui! Podem fazer o favor?
- O que foi?
- Só resolvendo uns probleminhas.
Eu entendi qual era o problema, quando Emmet apareceu de cueca box (cueca, sacou?) coçando a cabeça, sujo
de sangue no peito.
- Já ouvi, já ouvi. Tô indo pro quarto. Rose!
Rosalie saiu de trás de uma pilastra, com uma blusa branca (transparente), correndo atrás de Emmet. Me olhou
mortalmente quando passou por mim.
- Até meu sexo você empata!
- Er... de nada...
Edward me olhou rindo e me puxou pela mão.
- O que foi aquilo?
- Meus irmãos são meio selvagens...
- E o sangue?
- De alguma vítima. Eles gostam de apimentar a relação.
- Ah.
Chegamos na porta do seu quarto, que ele abriu. Era... grande. Gigante, na verdade. Com uma cama no meio. E
um armário grande. Tipo, cadê o resto?
- Só isso?
- Como assim?
- Você não tem mais nada no quarto?
- Tenho o que preciso...
- Ah.
- Eu usaria a cama agora... se não fosse o seu estado.
Ele fechou a cara e me olhou torto. E eu lá tinha culpa do meu estado?
- Acho que poderíamos usar... se não fosse a sua fome.
Precisava explicar a Bella que ela sabia o que eu era antes de começarmos a namorar? Senti Alice chegando em
casa e ela também sabia que eu estava ali.
“Vocês se merecem mesmo... quando um volta o outro chega também!”
Ela ria dessa frase que não tinha nada de entendível para mim. Do que ela falava?
- Olá!
A pequena estava entrando em meu quarto agora, abraçando Bella.
- Ih Bella, Edward deve estar irritado, né?
- Sim, como sabe?
- Bella... já fui mulher... humana.
- Ah. Sim. Isso.
Bella ficou vermelha de vergonha quando entendeu do que Alice falava.
- Alice, do que você falava antes?
- James.
Ah, claro. Para melhorar meu dia. Eu queria fingir que ele não existia.
- O que tem Ja-james? (Bella a olhou)
- Chegou hoje também. Acabei de vê-lo passando de carro.
CAPÍTULO 12
Algum tempo depois Edward estava me deixando em casa. Quer dizer, me levando. Porque eu não o deixaria ir
embora, claro. Abri a porta e quem veio me receber primeiro, foi Jake.
- Pai poderoso! O que fizeram com o cão?
Edward me perguntou horrorizado, enquanto eu olhava assustada par... bem, Jake. O bicho estava com as patas
depiladas, e metade do corpo também. A outra metade, tinha pêlos. Eu entrei em casa procurando por Angie.
- Bella! Voltaram! Como foi lá?
- Maravilhoso. Angie, o que aconteceu com... Jake? É o Jake ainda, né?
Ela olhou triste para o cão.
- Levei-o no pet shop para cortar as unhas... e parece que confundiram os cães. Depilaram ele.
- Pela metade?
- É que quando perceberam o erro, pararam.
Cruzes! Fiquei com pena do cachorro. Se com laço rosa ele já ficava estranho, agora então, podia dar adeus à
sua masculinidade. Se é que ele ainda tinha alguma. Buzinaram lá fora. Emmet e Rosalie estavam descendo do
carro dela.
- Edward!
- O que eles estão fazendo aqui?
- Querem ir caçar.
- Edward, nós estamos indo caçar, ok?
- Tenho cara de babá, Emmet? Veio me avisar por quê?
- Por nada... sei lá... vontade ué.
- Deixa de ser grosso, Edward... Oh meu deusss, que coisa ridícula!
Rosalie tinha visto Jake sentado perto do sofá.
- O que é aquilo?
- Um cão.
- É seu parente, Bella?
Não teve graça. Nenhuma. Mas antes que eu pudesse pensar em uma resposta, Jake pela primeira vez me
deixou feliz. Levantou a pata e mijou na perna da estátua loira.
- Cão do inferno, você est...
Agarrei e corri com Jake no colo antes que ela terminasse a frase. Edward a empurrou para fora da casa. Ótimo,
não iria mais morrer por causa de um cão. Olhei para Jake. Por causa de um troço peludo.
- Me dá meu bebê!
Angie pegou Jake e subiu para o quarto.
- Cão corajoso... ia ficar sem cabeça.
- Sinceramente Edward, amei o que ele fez.
Ele riu e me puxou pela escada.
- Eu também. Quando estiver puto com Rose, vou vir aqui buscá-lo, ok?
- Angie me mataria!
A porta do quarto de Jess abriu.
- Oi Edward...
O sorriso abriu no rosto dela. Tipo, oi também Jess. Estou bem, e você?
- Oi.
- Foi boa a viagem? Se divertiu? Onde foi?
- Na verdade, nem me diverti... Bella não quis me dar.
O queixo dela caiu e ela me olhou incrédula.
- Qual seu problema Bella?
Mas hein? Entramos no quarto e Edward fechou a porta na cara dela.
- Suas amigas dão trabalho. Bastante trabalho. Elas são mesmo suas amigas?
- Zoa mesmo...
- Sério meu amor... elas pensam mais em mim do que em você.
- E quem não pensa? Digo, eu não tenho rosto esculpido, nem lábios perfeitos, nem voz sedutora.
- Esqueceu da destreza também.
- Cala a boca, Edward!
Ela me acariciou com seu tapa básico e me beijou. Destreza era algo que realmente faltava nela. Tive que
segurá-la quando ela se desequilibrou ao se esticar para me beijar. Ela dormia no meus braços, respirando
tranquilamente. Estava distraído quando ouvi sua voz.
- O que você viu em mim?
- Há quanto tempo está acordada?
- Uns minutos... você estava olhando para o além.
Eu sorri, tirando a mecha de cabelo que caía em seus olhos.
- O que eu vi? Bem, antes de mais nada, sua bunda.
Ela riu mordendo os lábios.
- Sério Edward...
- Eu não sei... apenas me interessei. Você é bem diferente das outras garotas Bella. Eu gosto de você não ter
medo de dizer o que pensa, de não levar desaforos para casa, de ser assim toda errada...
- Ei!
- Ah, admita... há um certo charme na sua estranheza amor...
- Eu sou estranha por ter me apaixonado por um vampiro louco, isso sim!
- Concordo.
- Essa era a hora que você devia discordar, mas tudo bem.
- Dorme... já basta eu com olheiras, ok?
Fiquei olhando ela adormecendo novamente, até cair no sono profundo. Desci um pouco para procurar o que
fazer. Jake dormia num canto da sala. Ele estava ridículo. Não que ele já não fosse. Mas resolvi consertar o
estrago que fizeram no pobre cão.
- Jake... psi psi psi, vem cá...
O bichinho feio levantou abanando o rabo com a língua de fora e veio até mim.
- O que faremos com você?
Acordei com o beijo mais delicioso do mundo. O dele. Era inconfundível, claro. Não era qualquer um que tinha
uma boca daquelas, mas enfim... parei de pensar nisso um pouco. Edward estava sentado na beira da cama,
com um sorriso no rosto.
- Bom dia, flor.
- Virei flor é? Ontem eu era estranha...
- Ah, uma flor estranha. Mas é minha.
Ele considerava isso um elogio? Acho que sim, já que me agarrou e me jogou de novo na cama, beijando meu
pescoço.
- Edward...
- Certo, melhor ficar quieto... a porta do seu banheiro não me agüentaria com sede...
- Haha, muito engraçado.
- AAAHHHHHH!
Pulei da cama com o grito de Angie.
- Céus, o que foi agora?
Descemos a escada correndo para encontrá-la sentada no sofá segurando algo no colo. Quando eu cheguei
perto, eu vi.
- Ow. OMG! O que fizeram com ele agora?
A pobre chorava enquanto ninava o cão.
- Eu não sei... acordei e ele estava assim.
Deixa eu explicar. Jake era um cão lindo na noite passada. Ele depilado estava um arraso, perto de como ele
estava agora. Porque na única parte que restara de pêlos, ele tinha um moicano. Azul. Eu disse azul, certo?
- Quem faria isso? Digo, quem deixaria ele mais feio ainda?
Ela me lançou um olhar mortal. Ops.
- Credo! O circo chegou na cidade?
Angie desatou a chorar mais ainda quando Lauren desceu e soltou seu veneno. Ou não. Dessa vez eu tinha que
concordar.
- Bem... não fui eu, nem você, nem Lauren... só nos resta... Jess.
Eu terminei de falar e Angie já estava batendo na porta de Jess.
- Que é?
- Por que você fez um moicano no Jake?
- Eu o que?
E então Jess sentou no chão para poder rir quando viu o cão atrás da Angie.
- Bella, vem cá.
Edward me puxou para a cozinha.
- Bella... fui eu.
- Você o que Edward?
- Eu que fiz o moicano.
Não gostei quando ela me olhou feio.
- Ficou louco? Por que fez isso?
- Foi com boa intenção... o cão é todo bizarro... ao menos o moicano ficou igualado.
- Você está me sacaneando, né? Igualado?
Que que tem? Eu gostava de moicanos, sempre quis usar... mas ia ser estranho vampiro de moicano. Perderia
minha moral com as vítimas.
- Achei que fosse ficar melhor do que antes.
- Edward! Você fez um moicano no cão! E azul! Como assim, azul?
- Eu gosto de azul! E esse cachorro tem usado muito rosa para meu gosto... precisava de algo para fortificar seu
lado masculino.
- Onde você achou jeito de fazer um moicano azul?
- Anilina.
- Hein?
- Anilina azul. Tenho lá em casa.
- Você foi buscar anilina em casa?
- Na verdade... eu o levei até lá.
Ela arregalou os olhos e abriu a boca. Qual o espanto? Não posso passear com Jake?
- Acho melhor você não contar que fez isso. Eu quero continuar morando aqui.
- Ok.
Voltamos para a sala. A dona do cão continuava chorando. Ah vai, ele tava legal. Arrepiando!
- Eu achei que ficou show de bola.
Todas me olharam pasmas.
“Ele gostou?”
“Também acho que ficou lindo!”
“Pensando bem... eu gosto de azul...”
Era isso então? Foi fácil assim? Ah... como Bella era dramática!
- Seja lá quem fez isso... acho que gostei...
A dona do cão beijava ele agora, feliz da vida. Bella me mandou um olhar frio.
- Assim até eu!
Eu tinha vontade de afogar aquelas garotas na privada. Foi só Edward abrir a boca dizendo que ficou legal, para
todas concordarem. Bando de piriguete! Entrei no carro de cara fechada.
- Bella, todas gostaram...
- Por que você disse que gostou. Só por isso.
- E qual o motivo da raiva então?
- Se eu tivesse feito o moicano, estariam me crucificando agora!
- Ah bem... isso é verdade. Mas é que você provavelmente teria feito um moicano torto.
- Cala a boca Edward!
Ele ria da minha cara enquanto dirigia para a faculdade. Estacionou na sua vaga patética que ostentava sua
plaquinha patética.
- Bom dia.
Eu não tinha visto a ruiva. Me senti mal do seu lado... o cabelo dela brilhava horrores. Era tinta, né? Seus
cabelos vermelho fogo me hipnotizavam... o que estava acontecendo comigo? Virei lésbica agora?
- Bo-bom dia...
- É.
Edward conseguia ser antipático quando queria...
- Nossa, quanto humor! Isso é por causa de James?
Ela precisava mesmo tocar no assunto? Senti os dedos do Cullen me apertando a cintura.
- James? Não.
- Achei que fosse. Ele andou bem irritado esses dias... precisamos ficar caçando a semana toda, até ele
melhorar. Poderosa hein Bella...
Eu? Era comigo?
- Estamos atrasados... até mais Victoria.
Edward me puxava como se fugisse dela como o diabo fugia da cruz.
- Cruzes Edward. Ela foi simpática.
- Eu não quero envolvimento com nada que venha de James.
- Deixa de neurose, por favor? Tenho certeza que já sou passado para ele...
- É mesmo Bella?
Bem, eu tive que morder a língua quando vi James na entrada do prédio, encostado na parede, segurando um
buquê de flores. Fudeu.
- Oi Bella!
- Vai se fuder, barata branca!
- EDWARD!
- Cullen, estou falando com Swan. Pode ser educado ao menos uma vez na vida?
- Você deixou para fazer esse show aqui, né? Sabe que aqui eu não posso te matar.
- Não... sei que aqui você não pode tentar me matar. Porque você nem conseguiria mesmo.
- Vocês dois podem parar com isso?
- Eu já parei, diva. Ele é que implica com a minha pessoa.
- James... chame-a de diva novamente e vai sair voando até a Lua.
- E você explicaria isso como mesmo, hein?
- Posso dizer que sua família extraterrestre voltou para lhe buscar.
- Ninguém acreditaria que você foi deixado para trás, Cullen...
Ele estava pedindo, né? Estava. Puxei Bella pela cintura e meti-lhe a língua na sua boca. E ainda gemi. Rá. Toma
essa!
- Edward... chame menos atenção, por favor...
- O que foi isso, Cullen? Provocação?
- Não. Só vontade de deixar minha namorada excitada.
- Sei. Eu conseguiria melhor... levitando com ela.
- Você levita?
Bella ficou surpresa. E daí que ele levita? Isso era a coisa mais ridícula de se aprender.
- Claro diva! Aprendi com Lestat!
Ai, caralho...
- Conhece Lestat também?
- Eu conheço, Bella. Lembra que falamos nisso?
- Shhh Edward. Deixa ele contar.
Hein?
- Conheço há séculos... se quiser te apresento.
- O dia que isso acontecer você precisa me matar antes James...
- EDWARD!
- BELLA! Eu também levito e conheço a porra do Lestat!
- Por que nunca me disse que levitava?
- Não sabia que namorava uma tiete de circo, só isso.
- Olha como fala com ela, Cullen!
- Inacreditável, Edward!
Eles ficaram ali batendo boca e eu não tinha a mínima intenção de me atrasar para a aula. Saí andando e deixei
os dois vampiros para trás. Acho que nem sentiram minha falta, pois o ego deles era grande o suficiente para
ocupar meu espaço.
- Arrasando corações Bella...
Lá vinha a ruiva com seus cabelos brilhantes.
- Não arraso coração nenhum...
- O de James você arrasou!
- Bem, ele é todo seu! Não faço questão...
- Não quero James. Mas se você enjoar do Cullen, pode jogar lá em casa!
Hein? Qual Cullen? O meu? Quem essa cabeça de fósforo pensa que é? Além de vampira sanguinária? Voltei até
os imbecis James e Edward e puxei o MEU Cullen pelo braço.
- Vamos!
- Ei! Peraí! Vamos onde?
- Sair daqui...
- Oi Edward...
A ruiva passou por nós e piscou. Grrr!
- Quem te mordeu Bella? Ok, piada sem graça...
- Nada não, só quero ir para minha aula.
Nós subimos para o 2º andar. Tanto a minha sala quanto a dele eram ali. Ele parou na porta da sala dele.
- Fico aqui, amor... nos vemos depois?
Victoria chegou também e entrou na mesma sala.
- Quer que eu guarde seu lugar Edward?
Como? Era zoação né?
- Edward, que tal matarmos aula hoje?
- Por quê?
Ah porra, vai me perguntar o motivo?
- Sei lá... deu vontade de surtar um pouco!
- Não Bella, tenho que ser responsável por você... e você precisar assistir sua aula.
- Está brincando, né?
- Não...
Eu olhei lá pra dentro e Victoria estava sentada numa fileira, com a bolsa guardando a mesa do lado.
- Certo, então vou ficar contigo!
- Fumou maconha amor?
Edward estava me deixando muito irritada! Dei-lhe um tapa e entre na sua sala. Passei pela ruiva e entrei duas
fileiras acima. Edward me seguiu.
- Bella!
- Vou ficar. Quero ver sua aula.
- Você está bem?
- Totalmente!
Ah não... lá vinha a ruiva! Eu mataria ela, nem ligava mais para o fato dela ter caninos e força extra power.
- Vou me sentar aqui, ok? Esqueci o livro em casa...
A faca sentou do lado do meu namorado. Ele ficou no meio das duas... tipo bendito fruto. Precisava chamar a
atenção dele toda para mim.
- Edward...
- Que?
Bella além de ter entrado junto comigo na minha aula, não calava a boca.
- Estou sem calçinha...
Mas que porra...?
- Como é que é?
- Isso mesmo...
Ela queria o que? Me matar? Mas como...?
- Você não está naqueles dias amor? Vai sujar a roupa...
Ela fez uma cara não muito feliz e ficou vermelha. Eu não sabia dizer se de raiva ou vergonha. Falei algo errado?
- Esquece Edward!
- Edward, em que página o professor está?
Victoria se inclinava em minha mesa.
- Página 131.
- Obrigada!
Ela me beijou no rosto. Hein?
“Ele é burro ou se faz de burro?”
- Hein?
- O que?
Victoria me olhava confusa...
- Falou comigo?
- Não.
“Será que ele está se fazendo de desentendido por causa da namorada?”
- Hein?
- O queeee???
Ela me olhava mais confusa ainda.
- Edward... estou excitada amor...
- Hein?
“Olha ela tentando prendê-lo..”
Virei para Victoria.
- Do que vocês estão falando?
Bella me puxou.
- Do que você está falando com ela?
Fala sério, estava ficando puto já com essas duas loucas...
- Cala a boca ruiva!
- Ponha-se no seu lugar coisa sem sal...
- CARALHO! SAIAM DAQUI VOCÊS DUAS!
Ops. Um pouco alto. O professor deu um pulo e a caneta dele voou longe. Algumas dezenas de alunos olhavam
para os três retardados ali.
- Edward? Algum problema aí em cima?
- Todos! Essa aqui não faz sua matéria. E esta aqui não paga mensalidade. Poderia pedir para as duas saírem?
Bella me puxou pela blusa.
- Edward! Ficou doido?
- Por que não fazemos melhor, senhor Cullen? Que tal os três se retirarem para que os outros alunos possam
entender alguma coisa?
Então eu estava sendo retirado de sala de aula. Em 338 anos eu nunca fui expulso de lugar nenhum.
Peguei minhas coisas e saí puto da sala. As duas vieram atrás de mim.
- Você! (apontei para Victoria) Some da minha frente. Agora!
Ela sorriu e me deu tchau com a mão. Olhei para Bella com cara de “não fiz nada”.
- O que te deu?
- Nada! Não fiz nada!
- Eu fui expulso!
- Bem, não foi essa a minha intenção. E a culpa é sua! Eu queria matar aula...
- Você matou aula. A SUA!
Ela ria. Tinha alguma graça no fato de eu ter sido expulso? Traduz para mim.
- Bobo! Só queria ficar mais tempo contigo.
Isso me cheirava a mentira braba. Comecei a ligar os fatos... e as frases... e os pensamentos da diaba ruiva.
- Bella... isso tudo por acaso, não foi por ciúmes, foi?
Ela corou. Nem mentir conseguia.
- Ciúmes? Claro que não!
- Certo.
Saí andando para o reduto alimentar daqueles humanos. O local da lanchonete.
- É engraçado... eu não posso sentir ciúmes e dar show com o James. Mas a senhorita pode me fazer ser expulso
de sala.
- Ah Edward, deixa de drama, vai...
Drama? Que drama? Drama era o que eu via agora. James e Victoria sentados no mesmo lugar aonde eu ia.
Deus, manda logo um raio na minha cabeça!
CAPÍTULO 13
Ah, fala sério... essa mulher ficava nos perseguindo agora? E James fazia o que ali também?
- Olha que fofo! Dois casais! Juntem-se a nós e vamos fazer um programinha light.
Ok, James era irritante! Parecia que gostava de brigar, cruzes! Edward ficou tenso e passou direto pela mesa
deles. Não. Ele voltou. Hein?
- Oi Victoria!
Hein? Ele falou com ela? Sério?
- Oi...
- Precisa do livro para pegar alguma coisa perdida?
James me olhava como cão carente. Me esquece, vai...
- Edward! O que você está fazendo?
Ele me puxou para longe deles e falou no meu ouvido.
- Acho que não quero ser o único a sentir ciúmes aqui... e além do mais, Victoria é gata, vai...
- Ah é? Guerra então?
- Que guerra Bella? Eu ainda te amo! Mas ta na hora de você sentir o que eu sinto com a barata branca por
perto!
- Então... guerra?
Ele me sorriu torto.
- Prepare sua arma...
Edward sentou-se junto a James e a ruiva. Óh céus! Hoje é dia...
- Tem lugar para mais um, diva!
Esperei por alguma resposta de Edward, mas ele ficou quieto. Ah é assim?
- Obrigada, James!
Sentei ao lado do loiro e sorri. Para ele, não para Edward.
- Estava aqui pensando Bella... de quantas polegada era a sua TV?
- Sei lá... era grande.
- Hum... certo. Acho que a que comprei vai servir.
Comprou? Ele comprou uma televisão? Edward o olhou branco. Mais do que já era.
- Comprou para... elas?
- Não, Cullen. Comprei para Bella. Mas se ela quiser colocar na sala, aí é problema dela.
Ah ta. Ele comprou uma televisão de plasma para mim. Normal. Eu amei isso quando vi Edward fechando a cara.
Ponto para Bella.
- Não acredito James! Que máximo! Quantas polegadas?
- 50.
Eu não entendia porra nenhuma disso, mas devia ser gigante, porque Edward socou a mesa.
- Uau! Obrigada!
- Pode me agradecer depois... aceitando meu convite para jantar.
- Como é que é?
Dessa vez a pergunta foi feita pelo meu namorado. Ele deixaria isso?
- Desculpe Cullen... não é você que eu quero levar para jantar. É a Bella. Mas não fique triste, ok?
- Bella...?
Edward me olhava, esperando pela minha resposta. Ai céus! Mas ela veio imediatamente, quando Victoria tocou
no rosto dele.
- Tem um cabelo no seu rosto, Ed!
- Convite aceito, James!
- Quer jantar comigo, Victoria?
- Claro!
- Que bom, diva! Será divertido!
Ô! E como... eu mal podia esperar por isso.
- Te busco às 20:00 hs ok?
- Ah-aham.
- Posso te pegar no mesmo horário Vic?
Vic? Vic? Que porra é essa de Vic? Vic?
- A hora que você quiser...
- Ok.
- Eu... já vou. Preciso fazer um trabalho em casa. Até mais tarde, James.
Pisquei para o loiro e saí andando. Senti a mão gelada em minhas costas.
- Cuidado para não ser a janta da barata branca.
- Pode deixar. Sei me cuidar. E a propósito, fico pensando o que exatamente vocês vão jantar... existe
restaurante humano?
- Que orgulho amor! Fico feliz em ver você aprendendo a usar o sarcasmo e a ironia nas doses certas!
Ele me deu um beijo na testa e entrou no prédio. Eu não tinha a mínima vontade de ir para mais nenhuma aula.
Voltei para casa. Levei um susto ao abrir a porta e ver um moic... ah ta, era Jake.
- Sem brincadeiras hoje frufru! Não estou disposta!
Era briga que ele queria, né? Eu ia brigar. Observação: não faço idéia de como, mas eu ia brigar. Fim da
observação. Quando Lauren chegou em casa, fui até seu quarto.
- Lauren, preciso de um favor.
- Late.
Fiquei olhando-a. Piriguete de uma figa!
- Fala, Bella...
- Quero uma roupa emprestada.
- Desculpe. O que?
Ela ia me fazer implorar?
- Uma roupa... que seja legal.
- Você, Isabella Swan, pessoa sem estilo, quer uma roupa minha emprestada?
- Exatamente.
Ela sentou na cama e começou a rir. Muito engraçado.
- Certo. Qual ocasião?
- Um jantar. Um... encontro.
- Com Edward? Ah Bella, ele é cego mesmo... vai com o que você usa sempre.
- Não é com ele.
Lauren me olhou espantada.
- Não é? Peraí, você não cometeu a loucura de terminar com um Cullen, né?
- Claro que não.
- Ah bom. Era óbvio que ele terminaria com você quando voltasse a enxergar bem...
- LAUREN!
- Certo. Quem é o louco então?
Se eu dissesse que era o James, o cara para quem ela deu várias vezes, eu não teria roupa emprestada.
- Michael.
- Quem é?
- Um carinha aí... você não conhece.
Nem eu...
- Tudo bem, tem louco para tudo nesse mundo.
Ela estava me irritando. Mas se eu a matasse, não teria roupa. Lauren abriu seu armário e puxou uma saia jeans.
- Bem... eu queria algo que não mostrasse meu útero. Tem?
Ela me olhou feio e guardou o cint...ops, a saia.
- Não me estressa Bella...
- Ok.
Ela tirou uma calça do cabide.
- Er... Lauren... eu não tenho fio dental para usar com essa calça.
Sim, porque era algo tão baixo, mais tão baixo, que só fio dental para não aparecer quando eu sentasse. Isso na
melhor das hipóteses. Ela tacou a calça com força dentro do armário.
- O que você quer Bella?
- Uma roupa legal e que não seja vulgar.
Lauren bufou e pensou. O quarto fedeu um pouco. Ah, era Jake atrás de mim. Retiro o que disse sobre Lauren...
- Toma isso e não me enche mais!
Ela jogou um negócio vermelho em cima de mim. Ounnn, tinha que ser vermelho? Tipo... sangue aqui, ó,
venham todos os vampiros do mundo!
- Tem outra cor?
Eu saí rápido do quarto quando ela pegou o abajour a ameaçou jogar em cima de mim. Droga. Ia me contentar
com aquele... o que é isso? Ah tá, um vestido. Ou uma baby-look, entenda como quiser. Tomei banho e me
arrumei. O vestido até que não era justo tipo não respirar. Era soltinho no corpo. O problema era o tamanho
dele, né? Assim, se eu tivesse uma irmã de 10 anos, ficaria bem legal nela. Mas ok, era para fazer ciúmes. Não.
Era para matar Edward de ciúmes. Pena que ele não ia me ver assim. Ah... ele vai...
- Angie!
Entrei no quarto dela.
- Tira uma foto minha?
- Agora?
- É!
- Certo.
Ela pegou sua máquina na bolsa e bateu a foto.
- Pode esperar eu fechar a boca, Angie?
- Ah, desculpe. Vai de novo...
Coloquei uma mão na cintura e fiz a maior cara de piriguete. Mordi os lábios.
- Pode tirar.
- As-assim?
- É.
Ela bateu.
- Valeu Angie!
Eu estava tentando não pensar no fato de que minha namorada iria sair para jantar com um vampiro. Não que
eu não fosse um vampiro. Mas bem, eu sabia que não ia jantá-la. Certo, procurei e incentivei a guerra. Agora
tinha que encarar. Eu era macho ou não? Confio no meu taco, PORRA! Vesti qualquer merda de roupa. Não.
Tirei. Vesti minha melhor roupa, queria ficar mais gostoso do que já era. Fui até Alice.
- Pequena?
- Uau! Vai onde assim?
- Jantar.
- Com Bella?
- Não.
Ela arregalou os olhos.
- Ok, quando você diz jantar, quer dizer matar?
- Não. Vou a um restaurante.
Ela arregalou os olhos de novo.
- Com quem?
- Victoria.
Outro olho arregalado.
- Jantar? Com Victoria?
- Isso.
- Dois vampiros, num restaurante? Vocês pretendem comer alguma coisa por lá?
- Pensarei nisso na hora Alice. Quer calar a porra da boca e me deixar falar?
Ela me olhou com raiva e cruzou os braços.
- Bella sabe disso?
- Sim. Ela vai jantar com James.
- Hein?
- Alice... vou me atrasar. Pode tirar uma foto?
- De quem?
- Minha.
- A máquina está com o Emmet... que negócio é esse de você sair com Victoria e Bella com James?
- Uma guerra.
- Ah... nem quero tentar entender.
Estava saindo do quarto quando ela riu. Entrei em sua mente e fui expulso.
- Nem tente... está muito divertido isso!
- Vai se fuder, Alice!
Fui catar Emmet. Achei-o fácil, era só seguir os gemidos de Rosalie... bati na porta do quarto.
- Emmet...
Ele abriu a porta do quarto. Pelado.
- Porra Edward... estava quase goz...
- Cale-se. Não termine essa frase. Minha namorada está menstruada!
- Ahhh, se fudeu! A minha não menstrua!
Eu contei até dez para não quebrar os dentes do meu irmão.
- Emmet...
- Ok, fala.
- Tira uma foto minha.
- Para que?
- Recordação...
- Oh Edward, eu estava brincando sobre a menstruação... não se mate, vai... por favor!
Emmet me abraçou. Pelado. Eu quase vomitei.
- Me solta retardado! Que me matar o que... ficou doido?
- Então para que você quer uma recordação?
- Emmet, em primeiro lugar, se eu fosse me matar, eu não teria como olhar a porra da recordação. Já começa
por aí... e em segundo, não te interessa! Só tira a merda da foto!
- Está estressado, né? Ok, ok... vem cá.
Entrei no quarto deles e fiquei enjoado ao ver Rose deitada na cama de bruços com a bunda de fora. Óh céus,
deva ser proibido isso.
- Vai tirar sozinho Edward?
- Não... vou tirar comendo a Rosalie!
Ele me olhou sério. Puta que pariu, pai... onde foi que eu errei?
- Bate logo isso, por favor Emmet.
Ele bateu a foto e sorriu.
- Vai ficar legal a foto!
- Dããã eu sou mongol! Fui.
Deixei Emmet parado lá em pé no quarto tentando entender a minha última frase. Coitada de Rosalie. Fiquei
com pena dela... ele não sairia do lugar enquanto não entendesse minha frase. Pensei em voltar e dizê-lo
“estava só te imitando Em”, mas estava atrasado já. Saí de casa e entrei no Volvo.
Minhas mãos estavam suando. Minto. Eu estava suando por inteira. Até minha bunda estava suando. Vocês
suam na bunda também? Já sentiram isso, das gotas escorrerem pelo cofrinho e aí começar a fazer cócegas?
Pior é quando já estão escorrendo lá na polpa da bunda, aí dá um calafrio terrível. Credo. Achei melhor ir no
banheiro me enxugar. Pior do que suar na bunda, é levantar e ficar com duas marcas redondas no vestido.
Assim que fechei a porta, buzinaram. Porra, me enxuguei rápido e saí correndo, pisando sem querer no rabo
(palito) do Jake.
Abri a porta de casa e andei até o... o que era aquilo? Era uma pick-up. Não. Era uma Hummer. Sabem o que é,
certo? Aquela pick-up gigante, que rapper adora comprar quando faz hip hop que vira sucesso... então, essa aí.
Daria até para passar despercebido, se não fosse amarela! Mas igual a mim, ele também ficou suspreso. Mas
não com o carro. Deve ter sido com o meu vestido-alvo-de-vampiro.
- Bella?
- A própria.
Ele ria.
- Gostei... da roupa.
- Sem piadas James. Por favor.
- Ok... mas me deu uma fome, agora...
Eu o olhei séria. Ele estava rindo. Era melhor MESMO que estivesse brincando. Eu olhei para o banco do carona,
onde eu deveria ter que sentar... a mais ou menos 2 metros de altura acima de mim.
- Ahm... bem, foi um prazer, James... até outro dia.
- O que houve?
Ele saiu do lado onde estava e deu a volta vindo até o alvo-de-vampiros.
- Nada não. Apenas o fato de que eu não alcanço... o banco.
Legal. Ele estava rindo. De novo. Me olhei mais uma vez. Não, eu não estava com nariz de palhaço. Apenas
(como se fosse pouco) a roupa era vermelha.
- Me desculpe, esqueci disso.
- Claro. Eu espero você voltar com outro carro. Toque a campainha.
Já estava virando de costas para ele quando puxou meu braço.
- Bella, você acha mesmo que foi sem querer? Isso foi só pretexto para te pegar no colo!
- Hein?
Nem terminei de falar e ele já estava me colocando sentada na porra daquele king Kong amarelo.
- Muito obrigada James. Super cavalheiro!
Sorri amargamente para ele, que não percebeu. Ele trepou no King Kong (sem duplo sentido) e começou a
dirigir.
- Então... onde nós vamos?
- Eu não vou comer, então, você escolhe.
- Ah sim, tinha abstraído o fato de que vou comer sozinha enquanto você me olha mastigar.
- Ah coisa linda, imagino como você deva mexer bem a boca.
Ok, ele quase não era tipo... tarado! Eu ia passar a noite toda agora me controlando ao comer. Não era legal ele
ficar olhando minha boca e pensando em... bem... sabe, né? Aquela parada que bebê adora... de borracha...
enfim.
- Podemos ir num japonês. Já que você vai pagar mesmo.
Pensei rápido no lugar mais caro da cidade. O único lugar caro de Forks era um restaurante japonês.
- Certo.
Eu olhava tensa para a estrada na frente. Ele estava a quantos km/hr? 1000? OMG, será que chegou viva?
- Qual o problema que vocês tem com velocidade?
- Vocês quem?
- Vampiros!
- Ah... (rindo) nós não morreremos se batermos!
- Só a idiota aqui, né?
Ele me olhou sério e fez uma cara tipo “que merda, tinha esquecido disso”. Mas foi bom, porque ele
desacelerou. Enfim, viverei até me formar, pelo menos.
- Melhorou?
- Talvez.
Ele dirigia sem me olhar, mas rindo. De que agora?
- Alguma piada?
- Não...
- Pode dividir comigo?
- Melhor não...
Era o mesmo que dizer... fique curiosa.
- Se não contar eu pulo do carro.
- Você tem uma queda por desastres, né?
- Que seja... vai contar ou não?
Ele suspirou. Não que ele precisasse respirar.
- Você vai ficar sem-graça... não me culpe depois.
- Ok.
Ele riu de novo. Barata branca! Edward tinha razão!
- É só que estava pensando... se o vestido vermelho é para não correr o risco... de manchar.
- Manchar?
- Tudo em vermelho, né?
- Hein?
Ele riu de novo e me olhou.
- Sério que não sacou? Ok... por você estar sangrando.
Ow. Ow. Ow. Esqueci que ele podia sentir. Ow. Ow.
Cheguei no endereço de James e Victoria. Isso era a casa deles? Agora eu entendia porque Bella achava que eu
morava num castelo. Coitada, nunca teve nada com o que comparar. Buzinei e Victoria saiu. Até que ela estava
gostosa, se não fosse o diabo em forma vampírica. Ok, nós somos piores que o diabo. Alguém avisou para ela
que cabelo vermelho e vestido vermelho cega qualquer ser humano? Não que eu fosse humano...
O ponto vermelho entrou no carro. O que? Acham mesmo que eu ia abrir porta para a diaba?
- Oi gato!
- Oi. Vermelho é? Gosta pouco da cor, não?
- Vermelho é fogo, é paixão... e é isso que essa noite vai ser!
- Certo. Onde vamos?
- Tanto faz... não vou comer.
- Nem eu. O que estamos mesmo fazendo hein?
Ela passou a língua nos dentes. Já disse que o batom também era vermelho?
- Prefere ficar por aqui mesmo?
Ela cruzou as pernas, ficando quase pelada. Vestido longo aquele...
- Não... prefiro fingir que como.
- Que tal... já sei. Vai dirigindo que vou dizendo o caminho.
Otária. Não precisava me dizer. Eu já li na sua mente.
- Tudo bem. Não deixe eu me perder.
Chegamos no japonês e abri a porta. Merda. Ia quebrar a perna se pulasse. Lá vinha James me pegar no colo.
- Boa noite, mesa para dois, por favor.
Quem ouvia até pensava que ele era um homem decente e não um vampiro de 338 anos que já matou mais que
Jack... aquele, o estripador!
- Pois não senhor, acompanhe-me.
O recepcionista devia ser gay, porque nem olhou para minha cara. Só sorria para James.
- Fumantes ou não-fumantes?
- Tanto faz moço, ele não respira mesmo...
O cara me olhou como se eu fosse uma revoltada da vida. O que? Estava falando a verdade ué...
- Não-fumantes, por favor.
James me olhou feroz e me puxou delicadamente (mentira) pelo braço.
- Piada engraçada Bella!
- Achou mesmo? Pena que ele nem riu...
Sentamos na mesa. Quer dizer, agachamos. Eu era uma imbecil em não ter lembrado que as as mesas eram no
chão. Vejam minha situação... mesntruada, de vestido que ia até (só) a virilha, sentada no chão. Peguei todas as
almofadas da mesa ao lado, que estava vazia. Coloquei tudo no meio da perna. Super confortável... Um japinha
chegou e nos entregou os cardápios. Como se eu entendesse alguma coisa de comida japonesa. Confissão:
nunca comi esse troço na minha vida, vim aqui só para gastar o dinheiro do James. Fim da confissão.
- Para mim pode ser qualquer coisa... (eu nunca comi nenhum mesmo, né)
- O mesmo que o dela.
O japinha nos olhou confuso. Fez cara de choro. Eu fiquei com pena. Ele não precisava ser demitido por nossa
causa. Olhei o cardápio de novo.
- Quero um Hot Filadélfia.
Nem era tão caro. Vamos animar as coisas.
- E um barco completo.
Esse era caro. Nem sei o que vinha ali, mas era a parada mais cara do cardápio. O japinha abriu um sorrisão que
me deixou feliz por ter feito uma boa ação. Ele olhou James.
- O mesmo que o dela.
Puta que pariu, ele estava fudido. Dois barcos completos? Ok, precisava ir no banheiro para mijar de tanto rir!
Paramos em frente ao restaurante, que eu ainda não sabia o que estava fazendo lá. Victoria desceu do carro,
chamando todos os olhares para sua direção. Apenas o recepcionista, que devia ser gay, me olhava. Além dela, a
única outra coisa que chamava tanta atenção assim, era a porra de uma Hummer amarela estacionada do outro
lado. Povinho adorava mesmo aparecer... devia ser algum rapper filho da puta.
- Boa noite, mesa para dois, por favor.
- Fumantes ou não-fumantes?
- Tanto faz... não-fumantes.
Era melhor... sei lá porque... não gostava do desenho que as fumaças dos cigarros faziam no ar. Acompanhamos
o recepcionista gay, e quando estava no meio do caminho, escutei algo que não me agradou.
“Até irritada ela fica linda... Cullen sortudo.”
E minha suspeita foi confirmada, quando o adorável recepcionista que babava em mim, nos apontou uma mesa
ao lado de Bella e James. Minha namorada estava usando uma fivela vermelha?
Oh-ow. Tinha um espigão vermelho me olhando. E um Edward Cullen também. Ah não... isso era
estatisticamente impossível. Ok, não era. Não numa cidade gigante que nem Forks. Como assim eu iria ter um
encontro com James, com Edward sentado na porra da mesa ao lado? E o que aquela vaca estava fazendo de
vestido vermelho? Ah, fala sério... era para eu ser a piriguete ali.
- Ótima mesa Edward!
Ela ironizou, me olhando. Sentou-se ao meu lado. Ow. Pagando calçinha. Ela estava de calçinha, né? EDWARD!
FECHE OS OLHOS!
- Toma uma almofada...
Eu fui boazinha e cedi gentilmente uma almofada que roubei da mesa dela.
- Não precisa... o que é bonito é para ser mostrado!
O que? Eu olhei de cara fechada para Edward. Acho até que raxei um dente com a força que fiz.
- Edward...
- Bella...
Se ele olhasse para as pernas da vaca eu o matava! Juro!
- Que coincidência amor...
- Mas não é? Estava pensando... aquele Hummer lá fora deve ser seu, né James?
- Oi Cullen. É meu sim... vim com ele para poder pegar a Bella no colo.
HAHAHAHAHA. Se fudeu Edward! Quem mandou sair com essa vaca sem calçinha? Ela estava sem calçinha?
Queria meter a cara ali para me certificar, mas ia pegar mal. Edward estava roxo. Parecia impossível, mas era
verdade. Ele sentou olhando para James, parecia que ia arrancar a cabeça da barata branca.
Pegar Bella no colo? Eu ouvi direito? Contei até 50 para não degolá-lo em pleno restaurante. Um japonês veio
trazer a porra dos cardápios. Peguei aquela merda e fingi que lia. Eu não ia comer mesmo...
- Quero qualquer um desses aí. E você Vic?
- O mesmo que você!
Não entendi muito bem porque o japa olhou para Bella e saiu dali chorando. É cada louco nesse mundo...
- Melhor... não preciso nem fingir se ele não trouxer nada...
Então a diaba tirou as sandálias e esticou as pernas. Mais precisamente, no meu colo. Wow. Não precisamente
no meu colo... no meio das minhas pernas. Wow. Eu ia arrancar as pernas dela dali, mas quando a Bella quase
surtou ao ver a cena, eu resolvi deixar. Seria divertido.
- Vic, é chato o pessoal da mesa ao lado ficar olhando para nós, não acha? Povo não tem em que prestar
atenção...
- Concordo Ed... devíamos ter ido para alguma mesa mais reservada. Esse lugar já não é mas tão bem
freqüentado.
- James, meu pé está doendo... faz uma massagem?
Eu vi a sandália da Bella voar na mesa de trás quando ela esticou a perna. Hilário. E ridículo também. Ela achava
que eu ia ficar com ciúmes? Claro que n... ei!
- Massagem no pé ou na perna, Bella?
- Algum problema Edward?
- Não... só achei que fosse massagem no pé.
O japa voltou com uma sandália na mão.
- Mandaram entregar.
- Obr-brigada.
Justamente meu sapato é que tinha que sair voando? Como se micos na minha vida já não tivessem sido
suficientes... oh Jesus... tinha um Titanic, não. Dois Titanics vindo na nossa direção. Eu olhei aquele troço em
cima da mesa.
- Moço, o que é isso?
- Polvo.
Perguntei porque tinha um negócio meio cinza no barco...
- P-p-p-o-l-polvo?
Calma Bella, não vomite na mesa. Engoli o vômito com sucesso!
- Ah.
- Você... vai... comer isso?
James me olhava com cara de nojo. Bem, Edward e Victoria também. Tenho culpa se eles não comem? Não
podia perder... eu ia comer aquela merda daquele bicho gosmento e com ventosas. Engoli o vômito de novo.
- Claro! É delicioso! Não quer provar?
- Com certeza não. Mesmo que eu pudesse... mas se gosta tanto, sirva-se do meu também.
Me fudi. Fato. Tirei os palitinhos do plástico e peguei. Eles caíram. Não Bella, é fácil usar isso. Peguei! Caiu...
respirei fundo.
- Vão ficar os três me olhando?
- É o mais divertido a se fazer amor...
- Cala a boca Edward!
- Com licença...
O japinha veio até nossas mesas.
- Alguns clientes reclamaram do barulho que está vindo deste lado. Vocês poderiam falar mais baixo?
- Claro!
O japinha saiu rápido dali. Eu voltei para minha saga com os pauzinhos. Pau filho da puta que eu não conseguia
pegar. Eu ri disso.
- Qual é a graça? (a diaba perguntou)
- Não consigo segurar o pau!
E me escangalhei de rir.
- James... você deu álcool a ela?
- Olha a graça Edward... não estou bêbada!
- Ok...
- James, não vou poder comer... não sei usar isso... que pena. Pede para colocarem para a viagem?
Já tinha planos infalíveis para me livrar do polvo e companhia. Daria ao Jake! Talvez ele morresse, não sei. Mas
eu é que não comeria aquilo.
- Não precisa de pauzinhos Bella... eles possuem talheres para quem não sabe usar isso aí.
Antes de eu responder um sonoro e cristalino NÃO, James estalou os dedos e o infeliz do japinha veio.
- Traga talheres, por favor.
O japinha foi e voltou com garfo e faca. Céus.
- Bom apetite, senhorita.
Só se fosse nos sonhos dele, né?
Espetei uma pata, perna, tentáculo, sei lá como se chama essa merda e mergulhei num potinho ao lado. Molhei
bastante para tirar o gosto de polvo. Vômito engulido de novo.
Eu não precisava ler a mente dela para saber que ela estava fugindo daquele barco como uma vítima foge de
mim. Aquilo seria cômico. Bella levou o garfo até a boca e mastigou. Oh não. Ela encharcou o polvo no wasabi...
até eu sabia que aquela merda ardia horrores. Seus olhos ficarem vermelhos e começaram a lacrimejar. Aliás,
ela toda ficou vermelha, passou para vinho e já estava ficando roxa.
- ENGOLE ESSA MERDA!
James gritou com ela. Quem ele achava que era para gritar com Bella? Ela o olhou chorando. Era teimosa que
nem uma mula. Ela engoliu e até eu senti o troço queimando o caminho que fazia. Então simplesmente ele foi
mais rápido do que a leitura da sua mente. Puxou Bella pela sua lateral e beijou sua boca. Eu fiz um buraco na
mesa, querendo que fosse o cérebro dele.
- Melhorou?
- Aham.
Parecia que tinham tirado-a de uma sauna, ela estava suando.
- Que bom!
- Talvez eu coma um para experimentar...
- Não vou te beijar Victoria...
- Ah. Ok.
Eu fui ali rapidinho no inferno e voltei. Lembra que eu disse que suava bastante? Agora eu suava que nem um
porco. Qual é o problema desse povo que coloca coisas que os outros não conhecem na mesa? Tipo... dê uma
arma carregada para uma criança! Edward nos olhava meio puto. Eu percebi que sua mesa estava esburacada...
- Vamos ali fora rapidinho James?
- Nem... estou bem aqui!
- Edward...
- Bella, fica quietinha, ok?
- Você está em público Cullen... deixe para me matar quando estivermos a sós. E eu apenas ajudei Bella.
Numa questão de segundos, eles estavam grudados no teto, e caíam de novo no chão. Merda. O japinha veio
correndo.
- O que foi isso?
- Esse restaurante todo estranho que nos tacou no teto! Deve passar alguma corrente elétrica aqui debaixo!
Edward era bom ator. O japinha implorou por desculpas e saiu.
- Esse é o começo James... você estará morto pela segunda vez quando sairmos daqui.
A vaca então se jogou em cima de Edward e o beijou. Como assim? Agarrei os cabelos vermelhos e puxei.
CAPÍTULO 14
Puxei ela e a toalha da mesa junto com tudo que tinha em cima. Eu lá tinha culpa da vaca ter cravado as unhas
na toalha? NÃO!
- Perdeu a noção do perigo sua imbecil?
Oh-ow. A cabeça de fósforo soltou-se e ohou para mim. Merda. Eu só queria dar um puxão no cabelo dela.
- Como assim você beija meu namorado?
- Você não pareceu se preocupar com ele quando a língua de James passeava na sua boca!
Ok, isso não foi muito gentil da parte dela... Edward e James levantaram e pegaram-na pelos braços.
- Acalme-se Victoria...
- Me solte James! Fiquei com fome agora!
Fome? De que? De Bella? Óh céus... Edward estava com os caninos expostos em pleno restaurante japonês. Ele
não falou brincando quando grudou o rosto no dela.
- Tente encostar nela.
A ruiva me olhava com fúria, lambendo os lábios. Credo. Edward podia ter convidado alguém menos hostil para
jantar.
- Eu não vou me esquecer disso Bella...
- Victoria! Vamos lá fora! Solte-a Cullen.
Edward e James se olharam por um momento, super sérios. Não com raiva um do outro, mas como se se
falassem mentalmente.
- James se el...
- Não deixarei ela voltar. Solte-a.
James a puxou e saiu do restaurante. Eu olhei em volta e vi todos os clientes horrorizados, nos olhando. Lá vinha
o japinha...
- Er... desculpe incomodá-los, mas é q...
- Sim, nós sabemos... o barulho. Já estamos de saída, traga as contas.
- O s-se-senhor estava usando d-de-dentes afiados?
- Oh não! Aquilo? Estava de palhaçada com os pauzinhos... bobeira minha!
O japinha acreditou! Ele saiu e ficamos só nós dois.
- Ops.
- Bonito jantar Bella!
- Foi você quem começou essa palhaçada de guerra!
- Eu não queria sair para jantar com o inimigo!
- Mas parecia...
- Foi bom o beijo?
- Depende... o seu foi?
Ele sorriu torto e veio sentar ao meu lado.
- Acho que podemos parar com essa palhaçada, certo?
Graças a meu bom pai poderoso! Abraçei o pescoço dele.
- Claro! Já não via a hora!
- Mas amor... antes você vai ter que me recompensar...
- O que?
Ele espetou um Hot Filadélfia com o garfo e passou no wasabi. Ah não.
- Quero refrescar sua boca também...
- Edward, isso quase me matou!
Ele sorriu torto de novo. E piscou. Já disse que quando ele piscava, eu untava?
- Ok...
Ela mastigou lacrimejando e engoliu a porra crua ou sei lá o que era aquela merda redonda... estava vermelha
de queimação. Segurei sua nuca e invadi sua boca, dando o beijo mais molhado da minha vida. Ou seria, morte?
Enfim, acho que perdemos a noção de que estávamos num restaurante, pois puxei Bella para meu colo e alisei
seu corpo todo. Alguns curiosos olhavam.
- O-oi.
Eu olhei com ódio para a pessoa que tinha a coragem de nos interromper. Era o japa. Tinha que ser. Arranquei a
conta das mãos dele e aquela figura minúscula saiu correndo.
- Ah Edward... eu... pago. Já que James foi embora.
Ela paga? Eu olhei o valor. Olhei para ela.
- Amor... não quero que fique lavando a louça aqui... eu pago.
Foi o bastante para irritá-la e ela torcer a cara. Agora estava toda de vermelho. Que linda! Puxei três notas de
cem dólares e joguei em cima da mesa.
- Vamos...
Nos levantamos e saímos do restaurante. Se eu não ligava para comida japonesa, agora então... Quando
chegamos no estacionamento, James estava parando a Hummer. Ele voltou? Para que? Morrer?
- Está brincando né barata branca?
- Cala a boca, Cullen! Vim devolver isso aqui para Bella. Só pode ser dela...
Ele entregou um celular a ela.
- Ah, é meu sim... devo ter deixado cair quando montei no King Kong.
Eu me mijei com aquilo. King Kong? Que orgulho da minha namorada! Mas também, ela aprendeu com o
mestre, né?
- Certo. Bem, tirando o inconveniente de Edward no mesmo restaurante, adorei a noite, ok? E o beijo!
Ah não... ele voltou a dar em cima dela. Aqui não tinha mais problemas... eu poderia matá-lo. Soltei a cintura de
Bella e agarrei James pelo pescoço, empurrando-o para longe da entrada do restaurante. Nós estávamos nos
embolando e nos socando quando um carro vermelho apareceu cantando pneu, passando super rente por Bella
e a puxando para dentro.
- Victoria pegou Bella!
Eu olhei James que falava com convicção, tenso. Um som de ódio saiu rugindo de dentro de mim.
- James, a Hummer! Você dirige!
Eu estava tonta da porrada que eu dei com a cabeça na porta do carro quando o palito de fósforo me puxou. Me
dei conta de que estava no banco do carona dentro de um carro numa velocidade... o que? Tipo, da luz?
- Nem ouse em gritar, porque ninguém vai te socorrer.
- O que você está fazendo?
- Te seqüestrando.
- Eu sou P-O-B-R-E!
- Eu não quero dinheiro Bella... quero teu sangue.
A ruiva olhou sorrindo para mim. Eu meti a mão para abrir a porta, me jogaria ali mesmo, era melhor me esfolar
toda do que morrer. Não que eu não fosse morrer se me jogasse.
- Nem tente!
Ela me puxou pelo pescoço, quase quebrando.
- Posso te matar lentamente e fazê-la agonizar, ou posso ser boazinha e te matar rápido!
- Isso tudo porque eu puxei seu cabelo?
Ela riu sem tirar os olhos da estrada.
- Óbvio que não! Meu problema com você é ter cegado James e Edward!
Ah claro! Ciúmes!
- Eu não tenho culpa do James sentir o que sente!
Eu gritava para ver se aquilo soava mais convincente para ela. Ela me olhava não muito feliz.
- Cale-se!
Me deu um tapa no rosto que ardeu infernos! Eu torci para que Edward fosse rápido. O suficiente.
Subimos rápido na Hummer e James estava dando a ré quando um Golf parou atrás de nós, nos fechando. Filho
da puta corno desgraçado!
- Ô viado, dá para sair daí?
O maldito desligou o carro e acenou com a mão, indo em direção a entrada do restaurante. Claro, minha
namorada estava só, tipo assim... MORRENDO!
- Foi mal aí amigos, mas estou atrasado... o mundo é dos espertos, fazer o que?
Ele não falou isso para nós. Ele falou? Olhei para James, que deu um sorrisinho. Pelo menos ele estava tão puto
quanto eu. A barata branca meteu o pé no acelerador e foi de ré, empurrando o infeliz do Golf junto pelo párachoque de aço do gigante amarelo, até esmagá-lo contra um poste. Fez estrago. No Golf, claro. Saímos daquela
porra de vaga enquanto o motorista do Gol olhava horrorizado para o que restou do carro dele. Eu cheguei a
dizer que os ganchos do pára-choque (aquela porra era quase um tanque de guerra) arrancaram um pedaço da
lataria? James colocou a cabeça para fora e gritou para o imbecil.
- Sinto muito, mas o mundo é dos ricos!
Eu poderia até passar a simpatizar mais com James...
- Não dá para acelerar?
- Estou a 280km/hr Cullen, não serve?
Não, não servia. Era a namorada dele que estava com o pescoço na boca do tubarão? Não. Para que ter uma
merda de uma Hummer se ela não chegava a 300 por hora. Tudo bem que era melhor que meu Volvo, que só ia
até 240. Mas mesmo assim...
Estava discando desesperado para Alice, pois a merda do Gol deu uma certa vantagem espaçosa para a diaba.
- Oh Edward... me desculpe, me desculpe, me desculpe!
Alice estava implorando do outro lado da linha.
- Agora já era Alice. Faça algo que preste e me diga onde ela está indo.
- Em direção à capital. Edward, eu preciso te falar qu...
- Depois. Primeiro preciso pegar Bella.
Desliguei o telefone e me concentrei tentando captar algum pensamento da piranha. Nada. A distância entre
nós era grande. Meu celular tocou de novo. Era Alice.
- Agora não dá, depois eu falo contigo.
- EDWARD! É importante!
- Fale.
- Está tudo mudando muito rápido, toda hora Victoria toma uma decisão diferente. Eu não sei direito, mas tem
algo que eu vi, que você deve saber...
-O que?
- Eu vi um acidente Edward... com o carro da Victoria.
Minha cabeça rodou. Eu fechei os olhos.
- Continue porra.
- O carro bateu numa árvore.
- O que mais Alice? Bella estava dentro dele? Você a viu?
- Não, não vi dentro do carro, só vi o acidente.
- Ok, mas considerando que você está péssima para prever o futuro, isso pode ser um engano, certo?
- Eu vi Edward. O carro partiu-se ao meio. Não é engano.
- Obrigado por avisar.
Desliguei e continuei de olhos fechados. Precisava me concentrar.
- Prever futuro?
E James destruiu meu plano.
- Sim.
- Quem prevê o futuro?
- Alice. E não prevê... é mais ou menos... ela vê o acontecimento, quando a pessoa toma a decisão. Mas se essa
decisão for mudada, as coisas embaralham na mente dela.
- Interessante!
- Na verdade não. Isso nos atrapalha mais do que ajuda.
- O que ela viu com Bella?
- O carro bater numa árvore. E partir ao meio.
Ele me olhou apavorado. Ótimo. Pelo menos eu não sofreria sozinho.
Eu jurava que se não morresse sugada pela ruiva, eu morreria esmagada e espatifada no asfalto se o carro
batesse. Claro, ela não morreria, só a otária aqui.
- Você sabe que Edward está vindo, né?
- Que venha!
- Ele vai te degolar. Literalmente.
- Eu posso ser mais rápida... e quem fica sem pescoço é ele.
Céus. Não gostei disso. Eu já vi Edward matando pobres mortais. O único vampiro foi o motoqueiro, e acho que
ele nem conta muito, já que estava cagando de medo. Tirando James, nunca vi meu namorado em briga de igual
para igual. E posso dizer que ele não teve muita vantagem sobre James.
James não diminuiu a velocidade nem por uma fração de segundo. Talvez isso tenha ajudado um pouco na
perseguição. Eu senti uma brisa ínfima, mas com o cheiro da Bella. Ela estava longe, mas eu já sentia.
- Onde vai ser esse acidente?
- Alice não sabe. Só sabe que é numa árvore.
- Claro! Se não estivéssemos rodeados delas.
Eu mataria Alice quando voltasse para casa. Seria a primeira coisa a fazer. Então avistamos o carro vermelho. Ele
sambava na pista em alta velocidade. Ainda por cima dirigia que nem uma bêbada! James esticou mais ainda a
marcha e chegamos bem mais perto. Ela já nos olhava pelo retrovisor.
- Emparelha com ela James, vai!
- Eu sei porra! Quer dirigir?
- Não. Quero que emparelhe... só isso.
James jogou para a lateral do carro vermelho e se aproximou. A diaba perdia a noção do perigo com minha
namorada ali dentro. Ela jogou o carro em cima da Hummer e foi parar longe, óbvio. Não entende porra
nenhuma de carro! Tinha que ser mulher!
- Merda James!
- Filha da puta!
- Onde você conheceu mesmo ela?
- Victoria? Era uma prostituta que eu comia de vez em quando... um dia cheguei ao lugar que ela atendia e tinha
um cara matando-a. Aí terminei o serviço, ela era gostosa. Mas com o tempo acabei enjoando.
Enquanto ele falava, eu abri a porta da Hummer e fiquei pendurado nela, me preparando para o momento certo
de pular.
- Agora! Encosta!
Ele forçou o carro para o lado e me joguei no teto do carro vermelho. Deitei no teto e me estiquei até o párabrisa. Bella estava encolhida no banco do carona. Ela arregalou os olhos quando me viu.
- BELLA, ABAIXE-SE!
Assim que ela saiu do caminho, eu estourei o vidro com a mão. Victoria perdeu um pouco o controle da direção,
com o impacto do soco, e isso foi o suficiente para eu arrancá-la dali pelo pescoço. Joguei-a longe e vi a ruiva
rolando no asfalto. A Hummer deu uma freada e vi James saltar do carro em direção a Victoria.
- EDWARD!
Eu não tinha muito tempo para olhar a cena de luta lá atrás. O grito de Bella me despertou e eu nos vi indo em
direção a uma árvore. A maldita árvore de Alice. Puxei Bella pelo braço, cortando-a sem querer no vidro
quebrado, mas abracei-a com toda a força e o mais curvado possível, fazendo um casulo contra seu corpo. A
árvore nos alcançou e o carro passou por nós dois, dividindo-se ao meio conforme passava pelo tronco da
árvore. Senti a árvore querendo enterrar o tronco contra minhas costas, mas não desfiz o casulo. O carro
passara por completo, cada parte caída de um lado. Eu e Bella no meio. Ela tremendo e o sangue escorrendo do
seu braço. Tinha sido um corte feio e profundo.
- Me desculpe amor, está doendo?
- Sim...
- Podia dizer não para eu me sentir melhor, né?
- Cala a boca Edward!
Ela riu mesmo com dor. Já disse que ela era linda? Uma gota do seu sangue pingou no meu braço, acionando
todo e qualquer instinto de predador que eu possuía.
- Ah não... agora não...
Seus olhos estavam negros e seus dentes afiados, ele desfazia o casulo de proteção aos poucos e me soltava
devagar.
- Edward...
- Calma Bella... se afasta um pouco, ok?
Ele olhava a gota de sangue no braço dele. Eu sabia como aquilo era irresistível e ao mesmo tempo doloroso
para Edward. Eu devia realmente gostar de estar perto da morte, devido ao que eu resolvi fazer.
- Posso te dar um presente?
Ele me olhou mortalmente quando eu passei o dedo no meu corte e levei até seus lábios. Ele não se moveu. Me
aproximei do seu rosto e dessa vez fui em quem sussurrei.
- Experimente Edward.
Mas o que exatamente eu tinha na cabeça? Enfim... provavelmente nada! Ele passou a língua pela boca e
tremeu quando tocou o sangue. Seu olhar ficou mais feroz ainda. Achei que já estava morta e enterrada quando
ele me deu um puxão pelo pescoço e me beijou. Graças a Deus, ele não me matou! Seu beijo era urgente
demais, quase me matando de falta de ar. Ele puxou meu cabelo, e minha cabeça foi para trás também, e senti
sua língua gelada descendo pelo meu queixo e chegando no meu pescoço. Agora eu morri. Ele arranhou os
dentes na minha pele. Morri de vez. E então, surpreendentemente, ele pegou meu braço e lambeu a ferida. Mas
hein? Não morri?
Ela provavelmente era louca, retardada, ou algo assim. Ela se deu de bandeja para mim. Ninguém em sã
consciência daria o pescoço a um vampiro. Mas claro, ela era Bella... minha namorada estranha. Talvez essa
tinha sido minha prova. Pois eu nunca precisei me controlar tanto. Além de se tratar de sangue, era um sangue
com cheiro maravilhoso, que me deixava louco. Eu me controlei ao máximo para desviar da jugular dela. Achei
melhor me contentar com seu braço. Sim, me contentar, porque não havia possibilidades de não beber mais o
seu sangue. Era isso ou o pescoço. Achei que ela fosse mesmo preferir o braço.
Não a mordi, claro. Apenas aproveitei o sangue que foi expelido pelo corte. Seu gosto era delicioso, doce,
quente, que me acalmou por dentro. Ela agora era definitivamente, minha.
- N-na-não vai me m-ma-matar?
Eu a olhei e sorri enquanto deslizava a língua em seus pêlos vermelhos.
- Nunca.
Tinha uma pessoa em pé nos olhando. James, vulgo barata branca. Ele estava um trapo.
- James? O que faz aqui? Ah não, por favor, sem brigas!
- Fumou maconha Bella? (até James agora a zoava)
- James veio comigo...
Ela me olhou pasma. É, eu sei, difícil de acreditar...
- Vocês dois... juntos?
- Parece que o Cullen percebeu que o Volvo dele não daria conta. A parada ficou por conta do... como é mesmo
que você chama o carro que te salvou? Ah! King Kong!
Ok, joga na minha cara mesmo... eu podia imaginar que seria seqüestrada por uma vadia louca? E por falar
nela...
- E Victoria?
James me olhou sério enquanto passava a mão na nuca.
- Foi legal enquanto durou...
- Você a matou?
Eu me dei conta de que Edward ainda estava lambendo meu corte, caladinho, só na dele. Óh céus, até assim ele
era gostoso!
- Algo assim... se você quiser uma lembrança dela... sobraram uns fios vermelhos.
Ow. Credo. Não. Bem, depende.
- Posso contar por aí que eram de uma vampira que tentou me matar?
- NÃO!
Ouvi uma resposta bem sonora dos dois.
Levantei puxando Bella pela cintura. Era hora de sairmos dali. Coloquei Bella no banco de trás da Hummer e
fechei sua porta. Antes de entrar no carro, parei de frente para James.
- Estou em dívida com você.
- Não está. Ela também é importante para mim.
- Certo... mas você sabe que agora as coisas mudaram, né?
- Claro. Eu vi. Não sou cego.
Estiquei minha mão para ele. Nos cumprimentamos.
- Ganhou minha confiança, barata branca.
- Valeu, Cu!
Hein? Cu? Ele me chamou de cu? Filho da puta...
Eles estavam calados o caminho todo. Estranho... sem se ofenderem?
- Hey Bella, a Lauren até é gostosinha... mas estou pensando em dar uns pegas na moreninha baxinha...
- Angie?
- Isso! O que acha?
Peraí. Ele está falando sério?
- Você quer... a Angie?
- Quero.
- Ah.
- Algum problema? Porque se for namorado, eu cuido fácil disso...
- Não, ela não namora.
- As amigas da Bella são tudo encalhadas, barata branca.
Eles riram. Juntos. Hein? Perdi qual parte da piada?
- Só uma curiosidade... desde quando vocês viraram amigos?
- Não viramos amigos. (os dois responderam)
- Só deixei de querer matá-lo, já que ele não dará mais em cima de você.
- Não?
Edward me olhou sério.
- Isso é algum problema para você?
- Não...
- Ah. Só para saber.
- Eu não posso mais tentar te pegar... apesar de que eu te beijei... hahaha se fudeu Cu!
- Não pode mais me pegar?
- Ok Bella, está realmente parecendo que você está preocupada com isso... algum problema aqui amor?
Edward era irritante!
- Você é dele agora Bella.
- Hein?
Edward me olhou irritado. Ah qual é... só estava confusa por ele não querer mais me pegar. Era legal para o ego.
Ainda bem que meu namorado não lê minha mente.
- Teu sangue é dele.
- Peraí James... tem que explicar de uma forma detalhada. Minha namorada é estranha.
- EDWARD!
Ótimo, agora os dois riam da minha cara!
- Amor... quando um vampiro bebe o sangue de alguém e não a mata, ele tem o direito de reclamá-la como sua.
E faz parte da etiqueta entre nós, não mexermos com a “propriedade” de um outro vampiro.
- Eu não sou propriedade de ninguém!
Eles se olharam e riram. Já estava ficando era puta com aquilo.
- Ela muda de idéia rapidinho a hora que eu jogá-la na parede...
Hein?
Barata branca nos deixou no restaurante, onde eu tinha estacionado meu carro. Ali no estacionamento fechado
jazia um Gol esburacado.
- Credo! O que foi aquilo? Batida?
- Mais ou menos... sacanearam o coitado...
- Só tem gente podre nesse mundo!
Ela era tão inocente.
- Concordo amor... concordo!
Estava dirigindo para sua casa. Até eu estava cansado. Até eu queria me jogar na cama e... merda, eu não
durmo! Puta que pariu hein!
- Vai ficar cicatriz aqui, né?
Olhei para seu braço. Ela quase morreu. Estava preocupada com uma cicatriz de 2 centímetros?
- Depende se você é propensa a isso...
- Sou...
- Então vai.
- Aquele papo era verdade? De sangue?
- Sim. Você é minha. Isso significa que nem que você canse de mim e queira fugir... já era!
Sorri que nem louco tentando assustá-la.
- Que bom... porque se eu quiser fugir de você é sinal de que fiquei louca.
Senti o cheiro de sangue enfraquecendo, mas seu braço ainda sangrava pouco. Claro... não era aquele sangue.
- Bella, quando sua menstruação acaba?
- Acho que hoje, por quê?
Pisei fundo no acelerador. Realmente eu não precisaria dormir.
Edward não deu uma palavra durante todo o caminho até minha casa. Acho que ele ficou feliz em saber sobre
meus dias sangrentos chegarem ao final. Eu também estava feliz. Não. Eu estava excitada, vamos ser sinceras...
Assim que chegamos em casa ele já subiu a escada me agarrando, mas eu o parei. Tinha outras coisas em
mente.
- Edward, espera!
- O que?
- Espera eu ir no banheiro, ok? E também quero tomar um banho...
- Tá me sacaneando, né?
- Não!
Joguei ele na cama e mandei não se mexer. Peguei minhas coisas no armário e fui tomar meu banho. Hello! Eu
tinha um corte no braço, será que era possível eu pelo menos me limpar? Ok, obrigada. Tomei banho, fiz um
curativo, me certifiquei mesmo que a menstruação chegara ao fim e troquei de roupa. Coloquei meu plano em
ação. Bati na porta do quarto antes de entrar.
- Edward, vire de costas, ok?
- Por quê?
- Deixa de ser curioso e vira de costas, por favor...
Espiei pela fresta da porta e o vi de costas. Entrei devagar e liguei o som na faixa do meu CD q eu escutava todo
dia pensando nele.
http://www.youtube.com/watch?v=ktUSIJEiOug
I just want you close / Eu só quero você por perto
Where you can stay forever / Onde você possa ficar para sempre
Bella tinha colocado música? Eu estava em algum bordel agora? Me virei para ela. Puta que pariu. Minha
namorada estava usando um espartilho preto. Já falei puta que pariu? Certo. Ela me olhava sensualmente,
parada perto do som.
- Sente e fique quieto.
- É a Bella mesmo, né?
- Edward, pode me deixar ser sensual uma vez na vida?
You can be sure / Você pode ter certeza
That it will only get better / De que só vai melhorar
You and me together / Você e eu juntos
Through the days and nights / Dias e noites
I don't worry 'cause / Eu não me preocupo porque
Everything's gonna be alright / Tudo vai dar certo
People keep talking / As pessoas ficam falando
They can say what they like / Elas podem dizer o que querem
But all I know is / Mas tudo o que sei é que
Everything's gonna be alright Tudo vai dar certo
Ela se mexeu lentamente, como se fosse fazer algum tipo de streap-tease para mim. Eu não podia ser tão
sortudo. Ela soltou a liga da meia-calça, tirando-a e jogando para mim. Eu talvez estivesse babando.
No one, no one, no one / Ninguém, ninguém, ninguém
Can get in the way of what I'm feeling / Pode mudar o que eu sinto
No one, no one, no one / Ninguém, ninguém, ninguém
Can get in the way of what I feel for you / Pode mudar o que eu sinto por você
Bella veio até a mim e se ajoelhou na cama, uma perna de cada lado meu. Haha. Ela acha mesmo que eu fcaria
quieto, né? Segurei sua cintura e a puxei, lambendo seu pescoço, seu busto, descendo pelo decote. Ela passava
as mãos pelos meus cabelos, enquanto eu desfazia os laços do corpete.
You, you / Você, você
Can get in the way of what I feel for you / Pode mudar o que eu sinto por você
When the rain is pouring down / Quando a chuva está caindo
And my heart is hurting / E meu coração está sofrendo
You will always be around / Você sempre vai estar por aqui
Yes, I know, for certain / Sim, eu sei, com certeza
Tirei o corpete de cetim preto e ocupei minha boca com aquelas duas belezas acesas para mim. Descia as mãos
por suas costas, encontrando sua bunda redonda e durinha. Enfiei as mãos por dentro da calçinha e fui
abaixando, enquanto sentia a língua de Bella no meu pescoço, e suas mãos levantando minha blusa. Ajudei-a a
me desvencilhar da roupa, para que ela pudesse beijar meu peito com a sede que ela tinha. Levantei Bella um
pouco e tirei lentamente a calçinha de renda, e me joguei para trás na cama, puxando-a para cima do meu
corpo.
No one, no one, no one / Ninguém, ninguém, ninguém
Can get in the way of what I'm feeling / Pode mudar o que eu sinto
No one, no one, no one / Ninguém, ninguém, ninguém
Can get in the way of what I feel for you / Pode mudar o que eu sinto por você
You, you / Você, você
Can get in the way of what I feel for you / Pode mudar o que eu sinto por você
Deitei no seu tórax frio e beijei cada entradinha de músculo daquela barriga, apesar dele não ser nenhum
Emmet. Desci mais, encontrando seu umbigo perfeito e beijei a região em círculos, fazendo ele se contorcer e
pegar meus cabelos. Levei minhas mãos até sua calça e abri com facilidade, deixando relevar uma cueca box
preta. Acho que tínhamos combinado sem querer. Passei os dedos pelo elástico e abaixei. Morri. Mas ressuscitei
rápido. Eu que não seria otária de desperdiçar aquilo ali.
Senti suas mãos geladas me puxarem de volta, me encaixando nele com urgência. Ainda senti um incômodo, um
pouco de dor, mas que logo foram substituídos por uma sensação muito melhor. Muito mesmo. Ouvi Edward
soltar um gemido baixinho e isso me deixou mais louca ainda.
- Edward... não sei fazer assim...
- Você sabe sim... só me acompanha Bella...
Ele me segurava pela cintura, movendo meu corpo de acordo com as suas investidas. Ele veio fundo, e eu cravei
minhas unhas na sua barriga, ofegando, suando. Edward aumentou o ritmo e começou a estocar mais forte,
apertando meus quadris com força. De repente ele se sentou, segurando minhas costas e então nós estávamos
abraçados um de frente para o outro. Minhas pernas passavam por cima das suas e o contornavam pela sua
cintura. Ele agora me movia para trás e para frente de encontro ao seu corpo, regendo aquela transa como um
maestro rege sua orquestra. Óh céus, eu estava em chamas. Quase que literalmente. Talvez se houvesse mais
um pouco de fricção ali, o fogo poderia surgir.
- Você não sabe... como eu esperei... de novo por isso... Bella!
Puta que pariu ele era gostoso demais até falando meu nome.
- Cala a boca e me come Edward!
- Que desbocada amor!
Ele riu e eu passei meus braços pelo pescoço dele e o abracei forte, não deixando nenhum espaço sobrar entre
nossos corpos.
I know, some people search the world / Eu sei que alguma pessoas procuram pelo
to find something like what we have / Para encontrar algo parecido com o que nós temos
I know, people will try, try to divide / Eu sei, as pessoas tentarão, tentarão separar
something so real / Algo tão real
so 'till the end of time / Então até o fim dos tempos
I'm telling you that / / Eu te digo que
No one, no one / Ninguém, ninguém, ninguém
Can get in the way of what I'm feeling / Pode mudar o que eu sinto
No one, no one, no one / Ninguém, ninguém, ninguém
Can get in the way of what I feel for you / Pode mudar o que eu sinto por você
O mundo podia acabar que eu não me importava mais com nada, apenas com a mágica que sentíamos naquele
momento, nossos corpos se chocando e se contraindo juntos, a eletricidade passando entre nós, nos levando ao
auge do prazer a dois. Estávamos em tanta sintonia, que até nosso orgasmo foi em conjunto.
A coisa mais preciosa no mundo para mim, me beijou enquanto seu corpo relaxava no meu. Eu deitei trazendo-a
junto comigo.
- Já te disse que tenho a namorada mais perfeita do mundo?
- Não... você me disse que eu era estranha.
Eu ri da cara dela e mordi sua testa. Calma, não mordi com os caninos não.
- Estranha e perfeita.
- Estranha não é um elogio Edward!
- Para mim é... ou você me acha realmente normal?
Ela fez uma cara de quem pensava no que eu disse. Precisava pensar? Digo, quantos ela conhecia que era
vampiro? Ok, minha família e James. Espero que essa lista não aumente mais... ser vampiro hoje em dia está
virando modinha.
- Te amo!
Hum. Ela era linda falando essas palavras.
- Também me amo!
Senti seu soco carinhoso no estômago e ri.
- E também te amo, dã!
- Você é patético Cullen!
Olhei para o relógio da mesinha dela.
- Bella, se recupera logo... te dou 10 minutos para o próximo round.
- Hein?
- Isso mesmo que você ouviu.
Levantei e fui até o banheiro, aproveitando que as outras malucas estavam dormindo. Era gostoso passear pela
casa como vim ao mundo. Encontrei Jake-moicano-azul deitado no corredor olhando assustado para... bem...
eu.
- É Jake, não adianta fazer essa cara... não tenho culpa do seu bilu ser pequeno...
Levantei correndo da cama tropeçando na porra do lençol. Dez minutos, como assim? Ele achava que eu era
pilha recarregável? Merda, porque não arranjei um namorado normal, que queira dormir depois do sexo? Me
enrolei no lençol e desci rápido até a cozinha. Cadê? Cadê? Cadê? Ah! Achei! Abri rápido a latinha azul e
comecei a beber num gole só. Eu cuspi um pouco na pia quando Edward me apareceu pelado em plena cozinha.
- Está maluco Edward?
- Amor... cuspir é coisa de homem...
- Cala a boca! Você está pelado!
- Eu sei, conheço meu corpo...
- Sério Edward, eu moro com outras pessoas.
- Que estão dormindo. Uma está sonhando com Keanu Reeves e chamando ele de papai, outra não sonha porra
nenhuma, aliás, talvez ela esteja morta, porque não ouço nada. A terceira está tendo pesadelos com o Jake
correndo atrás dela.
Ok. Ele era podre. Bom, mas podre. E daí que ele lê as mentes? Eu sei tirar cutícula. Quero ver ele com um
alicate na mão...
- Bella, o que é isso?
- Red Bull.
- Para...?
- Me dar energia.
Ele riu da minha cara e me pegou no colo, subindo as escadas comigo. Não! Não se passaram dez minutos ainda!
Puxei o lençol do corpo dela e joguei-a na cama, admirando seu corpo nu. Olhei a pequena pelugem no meu
objeto de desejo e percebi que nunca tinha parado para reparar ali. Pelo visto ela se depilava... isso me deu uma
idéia.
- Amor...
Falei enquanto subia em cima dela.
- Que?
- Você depila né?
- Aham.
- Hum...
- Por quê?
- Dá para desenhar, né? Tipo, aquelas depilações personalizadas?
Ela me encarou confusa.
- Acho que sim.
- Então... você podia desenhar a letra E.
Ela entortou a cara para mim.
- Pode ser um C. Ou um V. Qualquer uma dessas...
- Fica quieto Edward!
Ela fechou as pernas, sem-graça tadinha... Mas eu abri de novo.
- Ei! Vai fechar a hora que eu deixar!
Sorri enquanto cruzava aquelas pernas quentes na minha cintura e a beijava na boca mais deliciosa do mundo.
- Você vai me matar assim...
- Não vou não amor... só se for de prazer...
Me posicionei na entrada do paraíso e fui colocando devagar, enquanto a via fechar os olhos e gemer,
arranhando as unhas nos meus braços. Mexia aos poucos e beijava sua barriga arrepiada, subindo a boca e
encontrando seus mamilos durinhos.
- Diz que você é só minha, diz...
- Eu sou...
- Você gosta disso Bella?
- Aham.
- Quer mais?
- Aham.
- Pede...
- Ah, você sabe...
- Quero ouvir...
Parei de me mexer para ver sua reação. Ela me puxou o pescoço e gritou na minha cara.
- Porra Edward! Eu quero mais!
Essa era a minha garota! Aquela pelo visto era apenas mais uma das inúmeras noites orgásticas que eu teria
com Bella. Ela era quente... e gostosa... e bem... tinha um peitinho... que puta que pariu!
Nem lembro como foi direito, só sei que tinha acabado de gozar e já estava desmaiando nos braços de Edward.
CAPÍTULO 15
Quando acordei ele estava em pé na janela, olhando a rua. Andei até ele e o abracei por trás.
- Bom dia flor do dia!
- Bella, isso é gay quando se fala para um homem...
Ele ria o sorriso mais perfeito do mundo! E só meu! Me beijou devagar, me levantando no colo.
- Preciso resolver umas coisas em casa. Mais tarde eu volto, ok?
- Ok... não demore.
- Precisamos agora inaugurar minha cama... você sabe, né?
Céus! Ele era insaciável? Eu ainda estava toda ardida de ontem...
- Certo!
Fiquei vendo-o salta e entrar no carro. Estava ficando neurótica, pois já estava com saudades. Peguei meu
notebook caindo aos pedaços (coitado) e voltei para a cama. Era ótimo que hoje fosse feriado! Ficar o dia todo
em casa aturando minhas amigas e Jake-moicano, era o sonho da minha vida! Entrei na internet e fui direto para
a comunidade do meu livro-filme preferido. Ah, vocês-sabem-qual. Tinha um tópico para quem morava em
Forks e quisesse se encontrar na estréia. Até que tinham algumas pessoas ali... resolve entrar nessa muvuca e
acabei marcando também com elas. E daí que eu já tinha visto o filme? Eu veria pelo menos, mais umas 5 vezes.
Mais tarde quando Edward voltou, expliquei a situação para ele.
- Amanhã estréia Twilight e vou me encontrar com outras garotas para assistir.
- Amigas da faculdade?
- Não...
- Então quem?
- Sei lá
- Como, sei lá?
- Não conheço ué... do Orkut.
- Bella, no Orkut só tem maníaco sexual!
E daí? Eu ia no cinema, não no motel...
- Mulheres, Edward... mulheres!
- Bella, o Emmet uma vez entrou numa sala de bate-papo e fingiu ser uma loira gostosa de 1,75m cintura de 60 e
105 de quadril. O cara foi até o local que eles combinaram e Emmet apareceu rindo da cara dele.
Ow. Emmet era doente, isso sim.
- E aí, como terminou isso?
- Ah... terminou normal... ele matou e sugou o cara.
- Ah sim. Normal. Certo, mas nenhuma delas é o Emmet, ok? E então por que você não vem junto?
- Deixa eu pensar... garotas histéricas me chamando de Bernard? Não, obrigado.
- Então eu vou sozinha!
- Certo... confio em você...
Duvido. Mas tudo bem... eu sabia mesmo que ele ficaria dentro do carro na porta do cinema. Mas fingi ser
ingênua e deixei para lá.
Dormi aquela noite na casa da Bella, só dormi, ok? Ela estava ardida. Como eu não podia ler sua mente para ter
certeza, achei melhor acreditar. Pensei até em colocar um dedinho lá para esfriar a ardência, mas achei melhor
deixá-la descansar. Acordei de péssimo humor. Não estava nada feliz em saber que ela ia se encontrar com
garotas pervertidas no cinema. Isso se fossem garotas mesmo... podiam ser amigos de Emmet. Não queria ir,
não agüentaria ser chamado de Bernad Fulten novamente. Mas achei melhor tomar minhas providências. Eu
sabia perfeitamente quem adoraria acompanhá-la.
Estava terminando de me arrumar para ir ao cinema, quando tocaram a campainha. Desci para atender.
- E-Emmet?
- Oi Bella!
- O que faz aqui? Edward não está.
- Eu sei, ele que me mandou aqui.
- Hein?
- Vamos ao cinema, né?
Era brincadeira, não era?
- Eu vou.
- Eu também.
- Co-comigo?
- Sim, olha que legal! Edward falou que vai ter um monte de mulher!
- Rosalie não se incomoda com isso?
- Ah não... eu disse que iria escalar montanhas. Ela odeia.
Inferno! Edward me mandou um segurança? E eu seria esfolada viva por Rosalie quando ela soubesse disso.
- Emmet, eu posso ir sozi...
- Eu não vou a lugar algum Bella...
Certo. Ele não ia mesmo pelo visto. Bati a porta e saí de casa.
- Vamos no meu carro ou no seu?
- Sabe cunhadinha, não que eu tenha algo contra o seu... mas eu prefiro não ser visto pelas mulheres, saindo
dele, sabe?
- Sei. E você não tem mesmo nada contra ele?
Ele riu e bagunçou meu cabelo. Que legal. Entramos na pick-up preta dele e fomos ao bendito cinema. Emmet
colocou um hip hop no último volume e começou a se mexer no banco.
http://www.youtube.com/watch?v=ohol5pbRyvw
Girl I can notice but to, notice you, noticing me, from across the room
/
Garota, não posso deixar de reparar em você
Reparando em mim, do outro lado do salão
I can see it and can't stop myself from
looking and noticing you, noticing me,
/
Não consigo parar de olhar e reparar em você
Reparando em mim
Watch out I've seen her type before
/
Cuidado, conheço aquele tipo aquela garota é perigosa
That girl is so DANGEROUS,
That girl is so DANGEROUS,
That girl is a bad girl, I've seen her type before
She's so DANGEROUS,
That girl is so DANGEROUS,
That girl is a bad girl, yeah
/
Aquela garota é perigosa, aquela garota é malvada
Conheço aquele tipo, ela é perigosa, aquela garota é
perigosa, Aquela garota é malvada, yeah
Ohhh yeah thats her the big dog tryin to get her little kitty to purr.
/
É ela mesmo, o cachorrão quer fazer a gatinha miar
Ex-man lookin at me like i'm Lucifer, Cause he know I will deal with his case yes SIR!
/
Me olham como se eu fosse Lúcifer, porque sabem que
Eu resolvo a parada
if I was the last man I earth I would only take that girl end of search.
/
Se eu fosse o último cara vivo, só ficaria com aquela gata
She give a new definition to the word Curve, got chicks in the strip club envy her.
/
Ela mudou o sentido da palavra "curvas", as strippers têm inveja dela .
Body's like weapon, a mass irruptions, see the glad on that phat obstruction, tongue game give a new type of
seduction. (Kardinal yelling Im trying to give that girl something... CHA!)
/
O corpo dela é uma erupção, fico feliz com aquela obstrução
Jogo de línguas para seduzir, vou tentar pegar aquela garota
Que porra era aquela? Emmet se achava... um cachorrão? OMG.
- Gosta de Akon Bella?
- Eu fazia esforço para ouvir o que ele falava, devido ao volume do som.
- Claro, sempre que posso eu como!
Ele me olhou assustado.
- Edward sabe disso?
- De que?
- Que você come o Akon? Digo... não deveria ser o contrário então? Não que você deva trair meu irmão. Mas se
estiver traindo, pode pedir autógrafo para mim?
-Emmet, do que você está falando? Eu não como o Akon!
- Você acabou de dizer...
- Eu disse que como BACON!
- Ah.
Eu ia para o cinema com Emmet? Eu ia? Ok. Estacionamos e fui ao ponto de encontro enquanto Emmet dava em
cima da mulher da bilheteria. Tinha um grupo grande de garotas reunidas. Eram elas. Yey! Bem... foi algo...
engraçado, digamos. Uma veio sorrindo na minha direção.
- Oi! Veio ao encontro?
- Sim... você é?
- Thami, prazer!
A menina ficava tremendo o tempo todo, tipo, ligada no 220v, sabe? E tinha um cabeção. Mas abafa. Eu quis rir
quando vi um garoto, o único do grupo, por sinal, vestido com uma camisa branca e um arroba bem grande no
meio. Que merda era aquela? Bem, nem era tão estranho se você olhasse para a namorada dele, que vestia uma
blusa igual, só que um coração desenhado. Vai entender... Fiquei assustada quando uma outra chegou para se
apresentar a mim...
- Oi, sou a Sayu.
- Er, oi... o que é... isso?
Olhei horrorizada para uma pobre menina que Sayu trazia acorrentada pelo pescoço. A menina tinha um teclado
amarrado no pulso.
- Ah, é uma escrava. Escrava K.
Ok. Quem seria eu para contrariar, né? Saí de perto...
A loucura parecia não ter fim, quando vi uma garota sentada no meio do grupo, abraçando uma porra de um
travesseiro. Ela iria dormir no cinema? Ow. Ow. Eca. Ela botou na boca. Ela me olhou de olhos arregalados e
cuspiu o travesseiro, sorrindo para mim. Fiquei feliz de ter vindo com o Emmet. Por falar nele... bem, quando ele
apareceu eu quase morri atropelada por elas. Uma delas saiu gritando.
- Abram espaço para uma Kztcheeee! (Paty)
- Ei, eu tenho preferência porque meu mestrado é baseado em homens gostosos! (Taty)
- Mentira, baranga! É sobre vampiros!
- Todas podem ficar com ele... eu já fui ontem mesmo numa festa na praia e peguei dois carinhas... to nem aí!
(Maya)
- Pega! Escrava K fugiu! (Michele com um chicote na mão)
- Dany, puxa ela pelos cabelos!
- Porra Priscilla, falei para tomar conta dela!
Emmet estava feliz, rindo à toa...
- Calma moças, tem Emmet para todas! Opa, aí faz cócegas...
- Essa é a minha intenção, bobinho... (Vanessa)
Tentei sair da muvuca e me juntei àquelas que pareciam (só pareciam) ser as mais normais. Tinha uma com o
livro na mão, com cara fechada.
- Er... oi.
- Oi.
- Trouxe o livro, é?
- É... mas nem gostei muito... só vou ver porque sou amiga da Escrava K... só ator feio, livro ruim, não entendo
porra nenhuma... (Liv)
- Ah...
A garota deu um cutucão na outra ao seu lado.
- Vai mesmo me fazer entrar no camarim né?
- É Liv... você já perguntou essa porra mil vezes... você vai conhecer o pessoal do Teatro Mágico... na boa...
(Meny)
Olhei para o lado, uma garota desenhando.
- O que é?
- Estou desenhando a cena... (Rach)
- Qual?
- O loiro gostoso sendo agarrado pela Nat, pela Jany, pela Jessica... ui. A Karina tinha mesmo que passar a mão
ali?
- Quem é ela? A do nariz de palhaço (não me perguntem o motivo)?
- Não, essa é a Juzinha.
- Ah.
Vinha outra louca com um calendário na mão. Eu apenas olhei.
- Nem vem me perguntar onde eu comprei! Todo mundo me pergunta isso e não adianta porra nenhuma! Deixa
meu calendário em paz... (Lê)
- Vou pegar o Edward! Vou pegar! (Manu ex- Isa)
- Impressão minha, ou só tem louca aqui?
- Eu nem sou louca... sou quietinha. (mentira) (Fê)
Fui ficar perto de duas que pareciam mais calada.
- Hey, sou Cris!
- Daniela, prazer!
- Oi... Bella!
- Veio com o gostosão ali é?
Ok. Saí de perto.
- Emmet?
Puxei-o pelo braço, arrancado-o das garras femininas.
- Fica comigo, por favor.
- Que foi Bella?
- Estou com medo.
- De quem?
- Como de quem? Dessas loucas!
- Ah... relaxa cunhadinha... o lance delas é apenas escravizar aquela ali...
Ele apontava a pobre escrava... que chorava, sentada no chão, digitando. Fiquei com pena dela. Não desgrudei
de Emmet enquanto a sala não abriu. O bando correu para os lugares quase me derrubando no chão. Bando de
loucas!
- Bella, não precisa grudar em mim, elas não mordem... mas bem que poderiam, né?
- Eca Emmet.
Nos sentamos, e a escravinha sentou do outro lado dele. Ela deu um sorriso tímido e continuou a escrever. O
que ela tanto escrevia?
- Ei graçinha... gostei da corrente... sadomasô legal hein!
Um chicote soou no ar, e nas costas da escrava, e ela voltou a escrever. Cruzes. As luzes apagaram e a gritaria
começou. E eu achei que tinha gritaria na premiere. Isso aqui era mil vezes pior! As primeiras cenas apareciam
na tela e as loucas não paravam de gritar.
- Ahhh, o Bernard da Escrava K é mais sexy!
- Cala a boca Nat!
- Eu prefiro ele mau, dá licença Thami?
O carinha do arroba deu um tapa no cabeção da Thami...
- Fiquem quietas porra! Quero assistir essa merda! Maldito Tony Ramos!
- Nandooo! Olha para mim, não para ele. Olha para sua May aqui!
Eu estava vendo o filme do telão, ou o das loucas?
- Gente, falem baixo. A Escrava K vai desconcentrar e não vamos chegar aos 12000...
- A Maya viaja legal, né? Até parece que a escrava está concentrada em alguma coisa...
- Verdade Meny... com o gostosão do lado dela, fica complicado.
- Vamos arrancá-la dali!
- Nossa, a Liv é do mal!
- Fê, puxe a escrava pelos cabelos!
A menina se curvou sobre a pobre escrava, mas os cabelos curtos da lacaia não ajudaram.
- Não dá Lê, ela teve piolho, lembra? Cortamos os cabelos...
Uma outra louca entrou no cinema correndo, de óculos escuros.
- Pouco atrasada, né Glaucy?
- Desculpem meninas, demorei mesmo... não pega no meu pé Steph!
- Puh, tira essa merda desse travesseiro da boca! Agora!
Eu não agüentei, aquilo já era demais. Levantei e virei para trás.
- Puta que pariu, vocês podem calar a boca?
- Bella, olha o escândalo...
- Me deixa Emmet!
- Ei, seu nome é Bella, né? Agora que me toquei... parece com Becca!
- Verdade Taty, só falta ela ter um Bernard na vida!
Eu desisti de lutar contra aquilo e me sentei, enterrando-me na poltrona e rezando para o filme acabar. Quando
os créditos finais começaram a subir, puxei Emmet e saí daquele hospício.
- Mas eu nem me despedi das gatinhas...
- Esquece Emmet, esquece...
- Elas são do Orkut, é? Vou entrar lá...
Entrei na pick-up e me xinguei mentalmente por ter ido nesse encontro. Quando ele estava dando a ré, a
escrava parece ter escapado e vinha correndo em nossa direção.
- Socorro! Socorro!
- Emmet, pare!
Abri a porta para ela, que se jogou no banco de trás. Emmet saiu cantando pneu.
- Coitada... o que elas fazem contigo?
- Me obrigam a escrever...
- Mas o que?
- Uma história maldita!
- História? Sobre?
- Sobre vocês.
Hein? Achei melhor não perguntar. Emmet sorria olhando pelo retrovisor.
- Vou aproveitar que Rose não está em casa... e vou te escravizar... que tal?
- Com você eu vou até para o inferno!
Tinha ido para a casa da Bella, esperá-la chegar. Pelos meus cálculos, o cinema já tinha acabado e eles deveriam
estar em casa em... 15, 10, 2 segundos. Chegaram. Bella saiu meio furiosa do carro enquanto Emmet parecia
super feliz. E também tinha outra pessoa no carro. Acorrentada pelo pescoço. Credo. Emmet foi caçar e levou
Bella junto?
- Foi bom o filme?
- Uma merda!
- Ei Bella, o que houve?
- Só tinha louca no cinema! Olha isso, elas tinham uma escrava! Escrava, Edward!
- Agora é minha...
Emmet estava com a garota no colo. Ele lembrava de Rosalie, certo? A escr... garota pulou do colo dele e me
agarrou. Opa! Olha a mão! Até que ela era gostosinha, mas Bella estava ali na minha frente, né? Emmet puxou
ela pelos cabelos e deu-lhe um beijo na boca.
- Tira o olho Edward! A escrava é minha!
- Emmet, não é escrava de ninguém... nós vamos soltá-la!
- Fumou maconha Bella?
- Po-posso falar?
- Fala escrava...
- EDWARD! Não a chame assim!
- Desculpe... qual seu nome?
- Não lembro... me chamam de K.
- Fale K.
- Eu quero ficar... não me importo em ser escrava desse loiro...
Emmet deu-lhe um tapa na bunda e jogou-lhe por cima dos seus ombros.
- Assim que se fala K! Mim ser Tarzan, você ser Jane.
Fiquei olhando abismado, enquanto Emmet a colocava no carro e saía cantando pneu. Bundinha gostosa... eu
pegava.
Entrei com Bella, enquanto pensava em como lhe falar aquilo.
- Tenho que ir a Paris.
Super delicado Edward.
- Hein?
- Tenho que ir a Paris... domingo.
- Fazer o que em Paris?
- Resolver uns problemas...
- E não vai me contar quais?
- São uns problemas amor... de... família.
- Sua família?
- Mais ou menos...
Ela ficou me olhando séria, parecia que estava com raiva. Tinha uma fumaçinha saindo de sua cabeça.
- Quero ir!
Não se fazem mais namoradas como no século XVIII, que você fala e elas acatam. Impressionante.
- Bella, não é legal você ir... é um caso complicado...
- Eu conheço sua família, e gosto deles. Tirando Rosalie.
- Meu bem, não é essa família. É minha família... mais antiga...
- Ow. Tem a ver com seu medalhão?
Ela não esquecia das coisas que eu contava não?
- Sim.
- Então me leva?
- Céus Bella! Que teimosia! Não quero que você acabe em janta!
- Credo Edward! Por que eu acabaria? Sua família daqui nunca tentou nada comigo.
- Minha família daqui é bem diferente de Lestat.
- Hein?
Hein? Fiquei tonta. Lestat?
- Lestat? Sua família? Hein?
- Você não vai, ok?
- Você é parente do Lestat e sabe que eu tenho vontade de conhecê-lo!
- Sei que você tem amor ao perigo...
Ele estava falando sério. Não iria me levar. Não podia acreditar nisso. Sentei na cama e calei a boca. Senti meus
olhos arderem. Merda.
- Bella... você não está chorando por isso...
- Me deixa.
- Meu amor, olha que incoerência... ninguém sonha em conhecer um vampiro. Geralmente a pessoa foge dele.
- Eu sou estranha. Você mesmo diz isso.
- Por que quer tanto conhecê-lo?
- Porque eu gosto dele.
Ele me olhou sério. De cara feia.
- Não do jeito que eu gosto de você! Mas ele é famoso, tem os livros, filmes, tudo mais, né?
- Dispensa comentários sua observação.
- Ok.
Fiquei calada e fiz a minha maior cara de criança carente. Me esforcei, juro. E acho que ele caiu.
- Vamos supor, apenas supor, que eu te leve...
Isso! Opa, não desfaça a cara, contnue Bella, até a palavra supor desaparecer.
- Hum.
- Você me obedeceria completamente e não chegaria perto dele, certo?
- Claro...
- Bella...
- Sério Edward. Mas não poderei nem vê-lo de longe?
Ele me olhava, me estudando. Demorou um pouco para me responder.
- De longe, e comigo junto. E você não abre a boca para falar com ele.
- Credo! Ele é tão ruim assim?
- Um pouco.
Não estava nem aí. Eu ia para Paris e ainda ia conhecer Lestat-deus-supremo-dos-mortos-vivos! Óh! Levantei e
pulei em seu pescoço.
- Brigada! Brigada! Brigada!
- Tudo bem. Mas tem uma coisa... você vai fazer compras.
- Como assim?
- Não vou te levar com seus moletons... se quiser ir, tem que ser bem vestida.
Mas que porra... Bella, não brigue!
- Ok.
O que eu não fazia para deixar essa mulher feliz... ela deu um bilhão de beijos no meu rosto. Isso era bom.
- Então, ele é o que seu? Irmão?
Lestat, meu irmão? Essa era boa...
- Não. E vamos esquecer isso por hoje. Quando estivermos viajando, eu te conto minha história.
Puxei-a pela mão e trouxe-a de pé junto a mim.
- Acho que estou ficando bonzinho. Já percebi que você gosta de bad boy.
- Eu?
- É... só se interessou por mim achando que eu era um tipo de assassino inveterado. Depois foi a vez de James...
até o Jake quando apareceu de moicano você passou a olhar mais.
Ela ria no meu pescoço.
- Ah claro! Verdade! Eu prefiro os maus! Você está virando flor-do-campo, amor...
- Eu percebi isso há tempos...
Peguei ela no colo e joguei-a na cama.
- Preciso recuperar minha fama de bad boy com você. Vai ter que agüentar agora...
Levantei sua blusa até o sutiã e fui dando leves mordidas por sua barriga, que se arrepiava por onde minha
língua passava. A porra da campainha tocou. Não estava nem aí... outro otário que atendesse.
- BELLA!
Merda. Infeliz!
- Ow, Edward, peraí...
Deixei-a levantar para ir até a porta. Eu mataria lentamente quem tinha gritado.
- Que?
- Tem visita aqui embaixo!
Pela voz eu reconheci. Era a imbecil da Jessica. Sim, eu aprendi os nomes. Não que fizesse diferença. Bella
desceu e fui atrás para ver quem era a visita em ótima hora. Só podia ser, claro. Barata branca estava em pé na
sala, com uma caixa gigante da TV de plasma.
- E aí, Cu, saudades?
Mentira que James estava ali. Ele chegou numa hora bem inapropriada! Percebi que ele estava bem diferente.
Tinha cortado o cabelo.
- James, quanto tempo!
- Não é Bella? Senti saudades...
- Você é o que? Tipo um karma na minha vida, barata branca?
- Tipo isso... vai saber, né? Mas não vim para ver nenhum dos dois. Vim trazer a televisão.
- Ah, obrigada! Não precisava mesmo...
- E quem disse que é para você? Está se achando Bella...
Não era? Ele tinha dito que era...
- Ah. Ok.
- A moreninha está aí?
- Angie?
- Angie? (Jess ficou gasguita)
- É!
- ANGIE!
Gritei para ver se ela vinha logo e James fosse embora, para que eu pudesse voltar para meus... afazeres o mais
rápido possível.
- Que?
- Oi Angie!
Ela estranhou James estar se referindo a ela, mas desceu com um sorrisão no rosto.
- O-oi.
- Tudo bem coisa linda?
Céus! James era patético! Coisa linda? Isso estava ficando ultrapassado... Angie olhou para mim.
- Ele falou contigo, não comigo...
- Comigo está tudo ótimo, melhor impossível!
- E... qual seu nome mesmo?
- Jessica!
- Certo... mas eu perguntei para Angie.
Ai. Essa doeu... fiquei com pena. Mentira, fiquei porra nenhuma! Estava rindo pra caralho. Internamente, claro.
- Tu-tudo bem sim.
- Trouxe um presente para você, mas se quiser pode dividir com suas amigas...
Como assim, dividir? Se ela quiser? James merecia levar umas boas porradas!
- Ok, eu posso dividir sim.
Pode? Pode? Angie també entraria na porrada.
- Bem... pelo visto nós não fazemos falta aqui. Vamos subir Bella?
- Vamos.
Deixei James e Angie lá, com a vela no meio e voltei com Edward para o quarto.
- Ele não está zoando minha amiga não né? Digo, ele não quer apenas usar a Angie para me fazer ciúmes não
né?
- Não. Eu já teria lido, se ele pensasse isso. E ele realmente desistiu de você Bella... a parada do sangue é coisa
séria entre os meus.
- Certo. Por que a Angie é a única que eu gosto de verdade aqui. Não quero vê-la sofrer.
- Oh. Bem... isso eu não posso te garantir... James estava com uns pensamentos bem pervertidos lá embaixo...
- Ow. Não. Menos Edward. Não quero saber.
Ele riu e me puxou, abraçando minha cintura e beijando meu nariz.
- Eu pensei em representar com você tais pensamentos...
- Ah bom, isso eu não me incomodo! Pode me fazer sofrer à vontade!
- Tem certeza? A ardência passou?
Ele era ridículo né? Não dá nem vontade de responder a essa pessoa...
- Cala a boca Edward! Faz o que você tem que fazer!
- Hum... namoradinha safada a minha...
Ele mordeu meus lábios enquanto ria, seu hálito gelado me invadindo e sua mão passeando pela minha nuca,
me levantando no ar e ... eu estou ano ar. Eu estou no ar? Eu estava levitando, P-O-R-R-A! Chupa essa manga,
vai? Quem tem namorado que levita aí, levanta a mão! Edward continuava abraçado a mim enquanto nós
estávamos a uns 50cm do chão.
- Wowww.
- Isso é para não reclamar que não te levitei...
- Você é o melhor namorado do mundo!
- Certo... e quantos outros você tem mesmo?
- Cala a boca Edward!
Eu nunca me cansaria de irritá-la. Se ela soubesse como ficava linda com as bochechas coradas, tiraria uma foto
e mandava revelar em tamanho 50x60 (existe essa porra?).
- Agora só falta você saltar a janela comigo! Não que você já não tenha feito isso...
- Eu caí Edward... eu caí...
Sim, ela tinha caído. Me lembrar disso me fazia rolar de rir, não literalmente, claro. Mas era ótimo relembrar
essa cena.
- A sorte é que você tinha seu pára-quedas particular, né?
- Não enrola... nós vamos domingo mesmo?
- Domingo?
- Viajar!
Merda! Ela não tinha esquecido... talvez ela pudesse esquecer quando dormisse. Gostaria de ter um poder do
tipo que apaga a memória dos outros. Lembro que teve um episódio em Smallville, que o Lex parece ter
construído uma máquina dessas.
- Edward!
Bella atrapalhou meus planos malignos em me juntar a Lex Luthor. Droga!
- Ah sim! Viajar... vamos sim...
- Por que você falou que eu precisava de roupas novas? Isso significa que eu me vesti mal?
- Amor, é só que Lestat é um pouquinho chato com isso...
- Sei.
- Mas pode deixar que Alice ajuda você com as compras.
- Alice?
- Isso.
- Você vai me mandar sair com sua irmã vampira?
- Você foi ao cinema com Emmet e não reclamou.
- Reclamei mentalmente. Você não precisou vê-lo dançar ao som de Akon.
Ela não sabia de nada... do meu sofrimento eterno com Emmet.
- Você não precisa vê-lo dançar todos os dias em casa ao som de Akon, Rihanna, Britney, Madonna e por aí vai...
pelado!
- Ow.
- Exato. Ow.
- E com Emmet eu já tenho um pouco mais de intimidade... nunca conversei muito com a Alice...
- Então! Mais uma coisa boa em vocês irem juntas! Poderão se conhecer melhor.
- Edward, jura que ela não vai me comer?
Bem, falando assim... Céus. Ew. Mente podre a minha!
- Bella, isso foi estranho. Terei pesadelos... é algo meio incestuoso, sabe? Não que eu não goste de pensar em
duas mulheres juntas... mas minha irmã... bem...
- EDWARD! Comer não no duplo sentido, ok? Credo!
- Ah. Ufa! Alívio...
- Meu Deus, você passa muito tempo com o Emmet, sabia?
- Eu?
- Não, minha vó.
- Sua vó conhece Emmet?
- Vai te catar Edward!
Ele pareceu falar sério ao dizer que eu faria compras com Alice. Meia hora depois da ligação que ele fez para ela,
a baixinha de cabelo espetado apareceu lá em casa.
- Oi James! Merda! Não faz isso comigo seu mala!
- Ah. Ok. Desculpa.
Era tão bom ver outras pessoas caírem na do James... eu ficava feliz em saber que isso não teve efeito comigo.
Era bom ser estranha! Ela veio até mim e pulou no meu pescoço.
- Pronta para nossas compras no shopping?
Hehe. Hehe. Só.
- Super pronta!
Olhei para Edward que sorria malignamente, enquanto Alice me arrastava pela mão, até o carro. Eu torturaria
aquele Cullen mais tarde.
- Então cunhadinha, qual a ocasião?
Ela me perguntou enquanto sentava ao volante, com um sorriso brilhante no rosto.
- Viagem... Paris... Lestat...
Alice me olhou espantada. Não era para contar?
- Lestat? Como assim?
- É. Edward vai resolver umas coisas por lá com ele...
- E você vai junto?
- Er... sem querer ser chata... mas você não prevê o futuro?
Ela fez cara de choro.
- Não é nada muito eficiente, sabe? Eu bem que me esforço... eu até vi vocês num avião, mas não vi qual era o
destino.
- Ah ta.
- Mas me explica melhor isso.
- Não é nada demais. Ele só vai me levar junto.
- Para perto de Lestat?
- É.
Ela socou o volante e rosnou. Eu hein. Que foi agora?
- Edward me paga! Ah, se paga!
- O que foi?
- Eu sempre implorei para ele me apresentar ao Lestat, e ele sempre me enrolou!
- Hum. Ele quase me enrolou também...
- Ele me paga!
É... ela já tinha dito isso. Fiquei com medo, ela dirigia com raiva... se ela batesse eu morria! Hello!
- Alice... eu nem estou com pressa, pode ir devagar se quiser, ok?
- Eu estou!
Alice meteu o pé no acelerador e eu vi os borrões verdes (árvores) passando.
- Ok. Aprendi com minha mãe, que nessas horas devemos respirar fundo, e soltar. Vai, respira...
- Eu não preciso respirar Bella.
- Ok. Mas é legal...
- Ele me paga!
Céus. Será que ela tinha engasgado nessa frase? Tive vontade de bater em suas costas... vai que dá certo, né?
Graças a minhas orações, chegamos no shopping. Ia ter que pagar minha promessa depois. Ela saiu puta do
carro e me puxou pelo braço.
- Vamos comprar roupas!
- Ah. Ok.
- Edward me paga! Vou fuder com o cartão de crédito dele!
- Ow. Não era legal isso...
- Me diga Bella, você gosta de brilhantes?
- E-e-eu?
- Porque eu adoro!
Edward realmente estava fudido.
CAPÍTULO 16
Eu devia estar louco. Não tinha mesmo nada melhor para fazer do que ficar sentado no sofá, em frente ao
James, Angie e Jess? Era o final dos dias. Ou algo parecido com isso. Espero que Alice e Bella sejam rápidas.
- Vocês dois podiam formar uma dupla. Ou uma boy band, se o fortão quisesse participar... eu compraria o CD!
Aquela garota era retardada, não era? Tentei sorrir, mas não consegui.
- E cantaríamos o que?
Eu quis matar James (apenas mais uma vez) por ele ter feito esssa pergunta. Para que dar corda? Para se
enforcar? Deixava ela falar sozinha... ela já falava dormindo mesmo...
- Podia ser country!
Sério, eu ia enfiar a cabeça dela para dentro do pescoço. Country?
- Sei não... nem gosto muito de franjas, e camurça... essas paradas todas...
- Você é meio retardado né barata branca?
- Qual o problema Cu? Vai dizer que você gosta de country? Acho que ficaria estranho um chapéu aí na tua
cabeça...
Me segurei, juro, me segurei muito para não voar na cara dele.
- Prefiro não comentar.
- Acho que Edward tem mais cara de hard rock.
Eu olhei a garota falante mais uma vez. Imaginei-a de pescoço quebrado e sangue jorrando, todo para mim.
Delícia. Só assim ela era legal. Morta.
- Você tem muita sorte de ser amiga da Bella!
E tinha mesmo. Eu estava sendo super sincero!
- Ah, ela é que tem sorte! Não se acha amigas como eu em qualquer esquina.
Realmente não. A puta que eu peguei antes de conhecer Bella, era bem mais inteligente. Fiquei calado. Era
melhor.
- Mas eu só aceitaria algo assim se fosse para ser a voz principal.
- James... não me irrita.
- O que? Vai dizer que quer ser a estrela? Você sempre quer chamar mais a atenção!
Aquilo tudo era demais para mim. Demais. Mil anos no purgatório seria bem mais confortável. Uma loira
chegou.
- JAMES!
A loira pulou no colo de barata branca, jogando a coitada da Angie quase no chão. Loiras eram perigosas. Vide
Rosalie.
- Amor, quanto tempo! Você nem atendeu mais as minhas ligações...
- Está falando comigo?
- Claro! Com quem mais?
- Mas tipo... nos conhecemos é?
Ela fez cara de bunda. Amei. Daria um beijo em James agora. Não na boca, porra! Só tem mente pervertida
lendo essa merda!
- Como assim, nos conhecemos? Esqueceu as três vezes no meu quarto? E as duas na sua casa?
Uau! Precisava tirar o meu chapéu para barata branca. Ele ficou com ela o que...? Um dia só né? Bella precisava
aprender com as amigas.
- Ah, sim! Você mora aqui, lembrei!
Ela arregalou os olhos azuis e depois foi fazendo cara de choro. Muiiiito bom! Bate aqui, James!
- Eu não acredito que você é igual a todos os outros...
- De igual ele não tem nada, acredite.
Eu tive que defendê-lo. Nós não éramos mesmo iguais aos outros. Será que ela não percebeu? A força, a cor, o
tamanho do... bem, será que ela não percebeu? Estou pasmo!
- Certo. Já superei. Espero que a próxima faça bom proveito!
Ela levantou com cara de bunda ainda.
- Acho que a Angie está fazendo.
A loira me fuzilou com os olhos. Ops.
- Quem?
- Quem o que?
- Quem está fazendo bom proveito?
- Não sei... me conta também?
Ela virou para a pobre Angie que estava sentada roendo as unhas. Eca.
- Angie...? Algo a dizer?
- Ma-mais ou m-menos...
- Não culpe Angie de nada... ahn... desculpe amor, qual é mesmo seu nome?
Putz, eu estava amando barata branca. Já disse isso? Ele acabou com a loira.
- Aaaaaahhhhhhhh!
A loira (qual é mesmo o nome?) subiu as escadas batendo o pé e se trancou no quarto. A casa deu uma tremida
com a batida da porta.
Bem, já tínhamos entrado em 4 lojas e saído com sacolas lotadas. Pena que nada até agora foi para mim.
- Alice, onde vamos comprar as roupas para minha viagem?
- Ah certo. Tem você também... vamos lá.
Entramos numa loja só de roupas femininas. OMFG! Que loja era essa? Não era bem o que eu tinha em mente,
sabe? Porque eu nunca me vi vestindo roupas de couro.
- Alice... acho que não é isso que Edward quer que eu compre...
- É sim.
- Acho que não. Ele me queria bem vestida.
Ela me olhou mortalmente. Como se tivesse cometido algum sacrilégio. Ok. Eu não achava que me vestir de
Matrix ou Anjos da Noite era sinônimo de estar bem vestida.
- Isso é o que você tem que usar!
- Mas ele disse que o Lestat é vaidoso...
- Exatamente!
- Peraí Alice, sério.
Puxei meu braço que ela estava agarrando desde que chegamos no shopping. Já estava ficando sem circulação
naquela parte do corpo!
- Eu não vou para Paris com essas roupas. Vão achar que sou prov...
- VAMPIRA!
Hein?
- Edward quer que pensem que sou vampira?
- Não... ele só quer te deixar mais parecida conosco.
- Certo. Mas você não está usando couro!!!
- Não aqui, em Forks.
- E provavelmente não em Paris.
- Você vai ver bastante couro aonde vai Bella... você não estará em Forks, onde nos misturamos aos humanos.
- Ué... como assim? Em Paris então todo mundo sabe que vampiro existe?
Ela fez uma cara de quem não tinha paciência para explicar aquilo.
- Não. Não sabem. Não amola, ok? Vamos ver as roupas.
Eu só deixei ela me convencer, porque não queria correr o risco de Edward ficar puto e não querer mais me
levar. Mas será mesmo que ele estava a par dessa situação do couro?
- Vista isso, quero ver!
Oh não. Um macacão? Não ficaria legal... mas ela não quis saber o que eu achava. Me empurrou para dentro do
provador. Terminei de fechar o mega zíper lateral e abri a porta. Olhei para os lados e me certifiquei de ninguém
estar me vendo.
- Ficou ótimo cunhadinha!
- É... só falta o chicote!
Ela torceu a cara.
- Não somos masoquistas Bella.
- Tem certeza?
- Vamos levar! Vista esse!
Fui empurrada de novo. Vesti a porra do sobretudo. Me senti uma pistoleira. Só faltavam as botas com aquela
porra prateda no calcanhar. Esqueci o nome da parada (a escritora esqueceu mesmo e não está com saco de
procurar no Google). Saí do provador fingindo rodar uma pistola nos dedos.
- E aí, ficou legal?
- Mais ou menos... experimenta esse!
Ah porra, só porque eu gostei desse! Vai tomar no cú, Alice. Vou levar esse aqui! Vesti o outro, vesti mais
outros, e alguns milhares de outros. Saímos da loja com umas 10 sacolas. Eu ficaria um mês em Paris?
Fiquei aliviado quando Bella entrou pela porta um pouco mal colocada por Emmet. Parecia ter ficado torta...
- Ainda aqui James?
- Está me expulsando Bella?
- Não... ok, sim.
- Não expulse James amor... ele foi tão legal hoje!
Certo, fiquei parecendo um viadinho falando assim. Que merda é essa Edward, seja macho!
- Legal?
- Porra Cu... não me chama de legal não... parada mais homossexual!
- Acho que é porque a Lauren não ficou muito satisfeita.
A garota falante agora tinha um sorriso maligno no rosto. Má!
- Ow. Imagino... tudo bem aí Angie?
- Tudo... estou com medo de ser envenenada, mas tudo bem.
- Edward, podemos falar a sós?
Alice me olhou com fúria. Ah merda! Olhei sua mente e me via despedaçado. Ow. Entendi.
- Eu nem queria levá-la Alice...
- Sei. E só porque ela fez cara de cão pidão, você aceitou, né?
- Bem...
- Ah Edward! Eu sempre quis também!
- Ok. Isso não é hora de ciúmes...
- Certo. Aqui está seu cartão. Comprei umas coisas para mim também.
Olhei sua mente. Vi brilhos em excesso. Ei, aquilo era um diamante?
- ALICE!
- Fui!
Me controlei e deixei-a ir embora, ao invés de fazer picadinho à lá vidente. Bella se aproximou depois que Alice
saiu. Ela também não parecia contente. Mulheres...
- Edward, acho que você esqueceu de me informar o estilo de roupa que devo usar...
- Alice não te ajudou?
- Ah, ajudou sim! Até mais do que eu queria. Mas o legal é que eu agora tenho todo um figurino para quando
fizerem Anjos da Noite 3.
Ah, ela era tão lindinha irritada!
- Tenho certeza que você vai ficar linda de couro!
- Sem comentários, Cullen...
Eu a segurei pela cintura enquanto ela subia para o quarto.
- Preciso ligar para meu pai... avisar da viagem.
- Pai?
Wow. Eu nem tinha me ligado que Bella tinha pais. Acho que eu era o único da relação que os pais morreram há
mais de 200 anos, certo?
- Sim, meu pai. E por falar nele, preciso apresentar vocês.
- Hein?
- O que foi? Vai dizer que tem medo do meu pai?
Não... mas era estranho eu precisar da benção do pai dela... eu era um pouquinho mais velho que ele.
- Claro que não amor! Estou louco para conhecer seu pai!
Mentira!
- Ok, então... vou marcar com ele quando voltarmos de Paris.
- Que legal! Não vejo a hora!
Que merda hein...
Voltamos para o quarto e deitei com ele na cama. Eu podia ficar sempre assim... só nós dois no nosso
mundinho. Sem as garotas, sem a família dele, sem James, sem...
- Jake, sai daqui droga!
O cão correu. Sem James, sem Jake... muito melhor!
- Bella, eu ainda não te cobrei por te levar para Paris...
- Me cobrar? Você quer em cobrar? Eu sou P-O-B-R-E, Edward!
- Amor... cobrar em favores sexuais... não preciso de dinheiro.
Ah sim. Entendi. Mas... não precisa de dinheiro?
- Eu acho que você vai mudar de idéia quando chegar sua fatura do cartão.
- Hein?
- Pergunte para Alice depois.
- Não preciso... já sei que tem diamantes no meio...
Ele estava puto agora. Gostoso!
- Nem liga amor... eu deixo você me agarrar se quiser...
Ele fez aquele sorriso torto que levantava até defunto. Inclusive os defuntos machos, ok?
- Já que você está implorando, eu posso fazer esse esforço...
Implorando? Eu? Ah Edward...
- Agora você perdeu!
Levantei e saí correndo em direção ao banheiro e tranquei a porta. Ouvi o baque.
- Bella...
- Perdeu Edward... perdeu.
- Amor, eu vou quebrar a porta se você não abri-la.
Eu pensei nisso. Ele quebraria mesmo... que saco! Por que eu não namorava um garoto fracote normal? Abri a
merda da porta e vi um borrão pulando em cima de mim e me empurrando na parede.
- AI!
- Desculpe.
Porra, a parede era dura, ok? Vou ficar roxa. Percebi que estávamos em baixo d’água quando as gotas
começaram a pingar na minha cabeça.
- Espero que não tenha feito escova Bella.
- Cala a boca Edw...
Nem consegui terminar porque a língua dele estava dentro da minha boca, se mexendo. Céus! Tirei rápido sua
camisa enquanto ele tirava minha roupa toda. Ele podia ir no meu ritmo, por favor? Ok, cheguei na calça!
Edward estava rindo.
- Quer ajuda amor?
Achei melhor não responder... eu mandaria ele calar a boca e isso não é muito romântico. Isso! Desabotoei a
merda da calça. E lá vinha a box pretinha. Ele devia ter coleção de cueca preta...
- Dá licença Bella!
Edward arrancou a cueca (menos uma para a coleção) e me pegou no colo, passando minhas pernas em volta do
seu corpo e me tacando na parede de novo. Puta que pariu, isso dói! Eu acabaria de costelas quebradas.
- Você está meio violento hoje...
- Eu sou violento Bella... sou delicado só com você.
Isso lá é coisa que se fale para uma mulher subindo pelas paredes? NÃO! Agarrei seus cabelos com toda a força
do mundo.
- Então me joga na parede e me chama de lagartixa!
Ele riu no meu pescoço e me olhou.
- Você é estranha cara...
Ah, qual é? Vai dizer que em 338 anos ele nunca ouviu essa frase? Morava onde? Num monastério? Senti suas
mãos cravando na minha cintura e me puxando contra seu corpo. Aquela... coisa... dura... abriu passagem e eu
ainda sentia incômodo quando entrava. Mas então ele começou a se mexer e o prazer tomou conta. Eu estava
ficando expert! Ou não. Acho que não. Um dia, talvez. Minhas costas batiam com força na parede mas eu já não
estava nem mais aí para nada. Aproveitei a posição e percebi que tinha total acesso à bunda dele. OMG. Ainda
não tinha me aproveitado daqueles dois pedaços de carne redondos, duríssimos e brancos.
Bella estava apertando minha bunda. Safada! Eu sempre desconfiei... Ok, concentre-se Edward! Ela mordia os
lábios deliciosos, gemendo baixinho para mim e apertando as pernas no meu corpo. Eu sentia-a quente, mesmo
com a água fria caindo sobre nossos corpos. Talvez eu até estivesse sendo grosso demais, mas meu instinto
pedia algo mais selvagem, mais animal. Então eu aumentei mais ainda o ritmo, deixando-a ofegante, puxando
meus cabelos e chamando pelo meu nome. Gostosa para caralho! Brinquei com seus mamilos que pareciam
querer quebrar de tão durinhos. Ela agora abria a boca e fazia cara de sofrimento. Puro tesão! Senti seu corpo
tremer no meu, se contrair comigo dentro e ir relaxando aos poucos, enquanto eu segurava-a e chegava
também ao orgasmo. Nós simplesmente éramos feitos um para o outro.
Coloquei-a em pé no chão e aproveitei para dar-lhe um banho. Claro que não iria desperdiçar a chance de dar
umas apalpadinhas aqui e ali. Sim, sou mau. Segurava com força sua nuca para lhe beijar, enquanto passava o
sabonete pelas suas costas, descia até sua bunda maravilhosa e entrava pelo meio das suas pernas.
- Você não cansa, né?
- Não... eu nem durmo amor...
Ela riu e se apoiou no meu pescoço, esperando eu lavá-la. Fomos tirados do transe quando começaram a bater
na porta. O que era agora, casa infernal?
- Bella, preciso tomar banho!
- E eu quero pegar meu creme que está aí no armário!
- O Edward está aí dentro?
Contei até 10 antes de correr para arrancar aquelas cabeças. Enrolamos-nos nas toalhas e saímos.
Edward estava sentado na cama prestando atenção em mim, enquanto eu discava para meu pai. Desde que as
aulas começaram que eu não estava tendo muito contato com ele.
- Pai?
- Ei Bells! Tudo bem querida?
- Tudo... estou ligando para avisar duas coisas.
- Problemas Bells?
Por que problemas? Ele achava que eu só ligava quando tinha problemas?
- Não! Bem, antes de mais nada, eu estou namorando!
O outro lado ficou mudo. Mudo. Continuava mudo.
- Pai!!!
- Namorando é? Quem é o cara?
- O “cara” é Edward Cullen, pai... e é maravilhoso comigo.
- Quantos anos Bells?
Oh merda. Ele tem 338... Tampei o telefone.
- Edward, quantos anos você diz que tem?
- 25.
- 25, ok?
- Meio velho para você, não acha?
Não pai... velho é 338.
- Não... velho ele seria se tivesse sua idade...
- Não precisa me chamar de velho Bells, eu sei que sou. Mas tem muita dona aí que gosta!
- Ew pai! Não comente isso comigo!
- Certo. E quando vou conhecer esse... Edward?
- Quando nós voltarmos de Paris.
- Como é que é?
Achei melhor assim... sabe, que nem puxar rápido o band-aid para não sentir tanta dor.
- Eu vou com ele para Paris.
Conhecer um vampiro famoso. Melhor não falar isso.
- E você simplesmente me avisa assim Bells?
- Bem, nós decidimos isso hoje, então...
- Eu não sei se sua mão vai gostar disso e eu tam...
- Pai, minha mãe está super longe. Nem precisa saber. E quando eu voltar, te ligo para marcarmos, ok?
Ele resmungou alguma coisa impossível de entender...
- Certo Bella. Pelo visto você está decidida. A gente perde os filhos quando eles se tornam maiores de idade
mesmo...
Quanto drama! Ele e Edward se dariam bem...
- Beijos pai, depois nos falamos.
Desliguei e me virei para encontrar Cullen irritante rindo.
- O que foi?
- Seu pai te chama de Bells? Me lembra Hells.
- Era para rir?
Ele estava rindo. A graça da piada não tinha chegado até mim ainda.
- Bells... até que é legal!
- Nem vem Edward... só meu pai me chama assim. Ia ficar estranho.
- Estranho por que Bells?
Óh céus, eu mereço! Ele não podia mesmo escolher um outro apelido, que não me fizesse lembrar do meu pai,
né? Não podia, né?
- Deixa pra lá Edward...
- Minha Hells’zinha vem cá!
Como se não pudesse ficar pior... hells’zinha? De onde ele tirou isso? Era um apelido infernal. Literalmente!
Senti sua boca beijando meu pescoço, delícia! Ele parou um pouco e ficou me olhando sério. Os olhos
começaram a ganhar um tom de vermelho escuro.
- Estou com fome... preciso comer.
- Estou aqui!
Ele sorriu e passou os dedos nos cabelos.
- Sem duplo sentido amor...
- Ah. Ok. Você adora falar isso né?
- Isso o que Bells?
- Duplo sentido.
- Ah sim... eu quem comecei a falar isso... depois de mim, todo mundo resolveu me copiar.
- Ah.
Quem sou eu para discordar...
Aquela noite passou rápida e sábado voou. A noite de sábado para domingo, eu levei Bella para dormir lá em
casa, pois sairíamos cedo de casa no domingo.
- Tem certeza que não tem problema eu dormir aqui?
- Absoluta. Quem manda nessa merda sou eu, não eles.
E era eu sim. Algum problema com isso? Vem aqui resolver comigo, vem. Ok, momentos imbecis à parte,
entramos em casa. Alice veio correndo.
- Que bom que chegaram! Só estamos esperando vocês.
- Para...?
- Jogar.
- Jogar? O que?
Bella parecia curiosa. Mal sabe ela que os jogos aqui de casa não são lá muito comuns...
- Pôker!
- Não Alice. Boa noite.
Puxei Bella e subi as escadas, mas a cabelos-espetados vinha atrás.
- Deixa de ser chato Edward! Vamos jogar... está tudo preparado já.
- Alice, você viu aí em algum lugar da sua mente, eu e Bella jogando?
- Bem... não... mas mes...
- Sem mais. Viu? Não viu, né? Então...
- Bella, vem jogar! Por favor!
Bella me olhou sem saber o que responder. Ela era tão boazinha querendo agradar minha irmã. Tadinha.
- Nã precisa jogar Bells.
- Precisa sim!
Alice a puxava de um lado e eu de outro.
- Ok, gente... eu vou quebrar assim!
- Larga ela Alice. Porra!
- Edward, você está me devendo... já que eu NÃO vou para Paris.
Ah, chantagem. Adorava essa parte.
- Edward, não acho nenhum problema nós jogarmos uma partidinha só... eles estavam esperando...
- É streap-poker Bella!
- Oh. Ok. Vamos dormir.
Eu sabia que se Bella jogasse, ia perder todas. Meus irmãos não precisavam ver minha namorada nua.
Acordei-a com um beijo molhado e me senti o cara mais sortudo do planeta quando os olhos cor de chocolate
se abriram para me olhar.
- Eu estou ficando tão mal acostumada...
- Pode ficar. Mesmo se enjoar eu não vou largar mais...
Ela riu e sentou-se na cama. Eu fiquei olhando-a ali, naquela cama que nunca foi usada. Até então.
- Você sabia que eu tinha mania de ficar deitado aqui, olhando pro teto?
- Coisa de maluco, né?
- Talvez... era uma mania A.B.
- A.B.?
Eu sorri e tirei uma mecha que caía nos seus olhos.
- Antes de Bella.
- Ohhhhh, que fofo!
- QUE GAY!
- Vai se fuder Emmet!
Meu irmão ridículo devia estar passando pela porta do meu quarto nessa hora. Maldita audição vampírica!
Levantei e puxei Bella pela cintura, alisando seus cabelos macios e com um cheiro que eu amava. Era shampoo
de que? Acho que de morango... não que eu tenha comido morango há menos de 100 anos, no mínimo.
- Vai se arrumar, vamos sair em uma hora, ok?
- Ok. Tenho mesmo que usar aquelas roupas, né?
- É.
Ela torceu a cara e saiu em direção ao banheiro. Bella Swan combinava com a decoração do meu quarto. Depois
de tudo pronto, comecei a levar as malas para o carro, que deixaria no aeroporto. Táxi realmente era algo que
não me alegrava. Eles são lerdos demais (os taxistas, os carros não têm culpa).
- Vou torcer para o avião não cair Bella. Mentira, não vou não.
Rosalie era adorável. Me perguntei por que ainda estava viva. Emmet deu uma cutucada nela e a peste sorriu
forçada.
- Boa viagem.
- Não precisa Rose... você fica estranha quando sorri.
- Bella, entregue isso para Lestat, por favor?
Alice esticou a mão com um papel dobrado nela. O que era aquilo? E como assim, Bella entregaria algo a ele?
Que engraçado! Arranquei o papel da mão da cabelos-espetados.
- Que porra é essa?
A baixinha ficou tentando pegar de volta, pulando em cima de mim.
- Alice, não me obrigue a brincar de bobinho contigo!
- Me devolve Edward!
- Primeiro vou ler.
- O que é isso Alice?
- Nada Jazz!
Eu comecei a rir. Era cartinha de fã. OMG. Alice pagando pau para Lestat. Ninguém merece isso.
- Oh Jasper... acho que você não está dando muito no couro...
- Que droga é essa Alice?
- Nada!
- Parece que sua namorada é apaixonada por outro. Mais precisamente por Lestat.
Jasper fechou a cara. Mas ele sempre estava de cara fechada, então até aí não era nenhuma novidade.
- Quem nunca quis dar para Lestat que atire a primeira pedra...
Eu quase engasguei quando ouvi as palavras saírem da boca de Rosalie. Emmet a olhou desesperado. Medo de
galho...
- Como assim Rose? Me explica isso!
- Calma Emmet... eu nunca dei para ele. Até porque nunca o vi.
Ela falava na maior tranqüilidade enquanto ignorava nossos rostos e se concentrava na sua lixa de unha.
- Então não deu porque não o conheceu. Se fudeu Em!
- Ah é Rose? É isso assim então?
- Não torra minha paciência Emmet. Acha que não sei do que você apronta? Eu sei muito bem das suas
aventuras com aquela... escrava.
- Não fala assim da Escrava K!
Opa. Ela ainda existia? A escrava gostosinha?
- Ainda tem ela Emmet?
- Eu guardei... para me saciar a fome de vez em quando.
- A fome. Sei...
- Cala a boca Edward! Não enche!
- Vocês dois têm problemas... um come a escrava, a outra quer dar para Lestat. Uma relação aberta, eu diria.
Abaixei na hora que vi uma lixa pontuda voando forte em minha direção. Pena que o passarinho que passava na
hora não teve a mesma rapidez.
- Melhor irmos logo Bells.
- Bells? Hahahahaha!
Emmet parecia que iria se mijar ali.
- Isso me lembra Hells!
Ok, essa piada era MINHA! Não gostei. Muito menos Bella, que entrou no carro batendo forte a porta.
- Bem, mantenham a casa em pé. Gostaria de ter aonde morar quando voltar.
Entrei no carro, dando uma última olhada para aqueles rostos sorridentes. Conhece o ditado: “quando o gato
sai, os ratos fazem a festa”? Pois é. Medo.
CAPÍTULO 17
Preciso dizer aqui que eu nunca voei para tão longe. Só andei de avião pelo país mesmo, coisa rápida, sabe?
Agora eu iria sobrevoar um oceano. Céus, eu queria um calmante!
- Amor, você realmente não podia ter um namorado normal. Já estaria estraçalhando o braço dele...
- Estou apreensiva.
- Você tem medo de voar Bells?
- Não. Sim. Mais ou menos. Nunca fiquei tanto tempo dentro de um.
Ele sorriu e passou o braço em volta de mim.
- Se cairmos, serei seu pára-quedas particular.
Ok, isso não foi reconfortante. Como assim, se cairmos?
- Nós vamos cair? Alice disse alguma coisa?
Me arrependi de falar a palavra “cair” muito alto. Uma senhora do outro lado começou a gritar.
- O avião está caindo!
O pânico se alastrou totalmente. Pessoas levantavam, rezavam, gritavam e a comissária me olhava com raiva.
- Er... não vamos... eu acho.
- Senhoras e senhores passageiros, aqui quem fala é o Comandante McAvoy, queiram, por favor, se acalmar. O
avião escontra-se em perfeito estado, e logo mais estarei passando todas as informações a respeito da
velocidade em que estamos e a previsão de chegada.
Fui relaxando com a boca de Edward roçando na minha orelha e descendo pelo pescoço. Isso sim era legal.
Muito legal. Fiquei com vergonha quando vi uma velhinha nos olhando assustada.
- Edward, qual a graça de estar na 1ª classe, se tem outras pessoas estranhas junto?
Ele riu nos meus cabelos. Aquilo era maravilhoso, seu hálito gelado em mim.
- Ela deve estar pensando o mesmo de nós, Bella.
- Mas você não é estranho!
- Não... só estou de óculos escuros dentro do avião.
Eu me olhei e percebi que estava estranha também. Não devia ser sempre que você dava de cara com uma
garota às 08:00hs da manhã, com roupas de couro. Fechei a janelinha do meu lado. Não queria mesmo ficar
vendo água e água e água.
Bella estava dormindo e babando no meu ombro quando deram o aviso para colocar o cinto. Ignorei o fato da
comissária ter piscado para mim.
- Bella, acorda...
Chamei-a enquanto alisava seu braço. Os olhos abriram-se lentamente, sonolentos e avermelhados. Não que
nem os meus. Piadinha escrota, né? Nem iria contá-la.
- Chegamos?
- Quase. Vamos pousar. Coloque o cinto, ok?
Alguns minutos depois, estávamos saindo do avião. Senti a comissária deslizar a mão para dentro do bolso da
minha calça, quando passávamos pela porta. Mas que merda...? Saí dali e peguei o papel que ela colocara lá.
“Você é lindo, me ligue: xxx-xxxx”
- O que é isso?
- Cantada.
- Hein?
- Nada... só um bilhete para mim.
- E isso não é nada? Quem é a vadia?
- Amor, estamos entrando em outro país. Pode não chamar muita atenção?
- Certo. Mas estou puta!
Ela ficava lindinha assim.
- A mulher só me achou bonito... nada demais. Acostume-se.
- Cala a boca Edward!
Chegamos na Imigração, o homem no guichê olhou umas dez vezes para minha identidade. Era tão mais fácil
quando era atendido por uma mulher...
- 1983?
- Isso.
- 25 anos?
- Exato.
Ele sabia fazer contas. Palmas para ele!
- Edward A. Cullen?
Caralho...
- O próprio.
- Certo. Pode passar.
O maldito carimbou meu passaporte. Acho bom mesmo. Estava cedo para sair matando. Franceses...
Saímos pelo terminal 2 e procurei em volta. Não era tão difícil achar. Um homem alto, de terno todo preto,
óculos escuros e pele branca que nem parede.
- Vamos.
Me aproximei e ele pegou nossas malas.
- Senhor Cullen?
- Exato.
- Seja bem-vindo.
Ele olhou para Bella.
- Bem-vindos.
- Obrigado. Podemos ir?
- Acompanhem-me.
Saímos do aeroporto e entramos numa limusine parada na entrada. O homem entrou no lado do carona e o
carro seguiu viagem.
- É perto daqui?
- Não.
- Quantos minutos mais ou menos?
- Bella, não é perto. Coloque aí quarenta minutos, pelo menos.
- O que? Nós vamos sair de Paris, por acaso?
- Mais ou menos.
- Como assim, mais ou menos Edward?
- É afastado de Paris, na verdade.
Ela fechou a cara e cruzou os braços.
- Não vou conhecer a cidade da luz?
- Eu te trago aqui um dia desses, de noite, ok?
- Ok. Mas por que ele mora tão longe?
Certo. Hora de explicar as coisas a ela. Tirei os óculos e relaxei.
- Sabe meu medalhão?
-Sei...
- O medalhão foi forjado no sangue do primeiro. Cada cria dele, recebeu um desse.
- Peraí. Quem é esse primeiro?
- O primeiro vampiro. Vlad Tepes.
- Quem?
- Drácula.
Ela arregalou os olhos e se arrepiou.
- O que quer dizer com isso? Drácula... foi quem...
- Me transformou.
OMFG! Como ele me dizia isso assim?
- Você... não me contou... quando eu perguntei sobre ele...
Respira Isabella, respira.
- Não era a hora certa para contar Bella.
Eu percebi que estava de boca aberta. Fechei.
- Ok.
- Continuo?
- Prefere esperar pelo nosso casamento amor? Para me contar sobre sua família?
- Você aprendeu rápido demais comigo, sabia?
Sim, sabia. Mas fiquei quieta.
- Então... cada um recebeu um medalhão igual... que só usamos quando realmente é preciso. Na verdade, eu
não gosto. Porque ao mesmo tempo que me dá uma força incomum, me consome também, e me deixa muito
faminto.
- Ele te dá poder?
- Algo assim. Ele me dá o poder do sangue do meu... pai, digamos assim.
- Então você é muito mais forte que Emmet, Jasper, Alice e Rosalie?
- Quando o uso, sim. E não é que eu fique mais forte. Não é apenas força física. Eu fico mais poderoso. Em tudo.
- Você... usou no dia que o motoqueiro...
- Sim. Na verdade, eu não ia usar. Eu só mostrei a eles. Todo vampiro, que não seja imbecil e nem ridiculamente
novo, sabe o significado do medalhão. Eu só precisei mostrá-los, para entenderem que não teriam chance
comigo.
Ele ficava gostoso assim.
- Você está gostoso falando nisso...
Passei a ponta do pé pela sua perna e subi devagar. Edward riu e segurou minha perna no seu colo.
- Não aqui, ok?
- Ok.
Eu estava untada... mas ok.
- Continuando... já sabe sobre meu criador, sobre o medalhão.
- E onde entra Lestat nessa história?
- Ele foi criado por um irmão de sangue meu. Magnus.
- Então ele não é poderoso que nem você? Ou que nem esse Magnus?
- Ele não tem o medalhão. Mas por algum motivo que ninguém entende, Lestat se tornou quase tão poderoso
quanto Drácula.
- Ele é mais poderoso que você?
- Se eu não estiver usando o medalhão, sim. Infinitamente mais.
Me sentia mais leve em ter contado tudo a ela. Uma hora Bella precisaria saber, né?
- Só me explica uma coisa... o Drácula não é extremamente antigo?
- Sim. Vlad nasceu em 1431.
- E quando ele virou vampiro?
Precisava fazer perguntas difíceis?
- Essa é a pergunta que não quer calar.
- Você não sabe quando seu pai virou vampiro?
- Bella, ele não é realmente meu pai!
- Ah, você entendeu... e tipo, meu pai nunca me deu um medalhão não...
Hilária!
- O que importa é que ele me mordeu, eu bebi seu sangue e voilá! Aqui estou eu.
- Ele... existe ainda?
Ela mordeu os lábios.
- Claro. Só não imagino onde esteja.
Olhei pela janela e vi que estávamos quase chegando. Sabia disso porque não via mais sinal de civilização por
perto.
- Bella, fique sempre perto de mim. Sempre. Nós estaremos entrando num covil. Aqui, é a lei deles.
- Mas não é só Lestat que vamos visitar?
- Acho que você não entendeu... ele não mora sozinho. Ele tem, tipo, o reino dele.
Senti ela engolir seco. Era bom mesmo que ela ficasse com medo.
Quando Edward falou que Lestat tinha o seu próprio reino, eu não entendi muito bem. Nós estávamos super
distantes de Paris ou qualquer outro sinal de vida humana. Eu só via campos e mais campos pela janela. Até que
eu vi, muito longe, uma construção. Conforme íamos nos aproximando, eu tremia.
- Agora sim, você pode dizer que viu um castelo de perto.
- É a-ali que nós v-vamos?
- Exatamente. O Castelo de Chambord.
Edward me contou rapidamente a história daquele castelo. Tipo, ninguém sabia nada sobre mim, mas o castelo
tinha história, sacou? Que pobre mortal eu sou...
- Para construí-lo foram usados 1800 homens e a obra durou 20 anos. São 440 aposentos, 14 escadarias, 70
escadas menores e 365 lareiras. Uma parte do projeto da construção foi elaborada por Da Vinci...
- Você contou quantas lareiras existem lá?
- Eu passei alguns anos aqui Bella.
- Ah. Eu passei alguns anos em Forks.
Ele riu e eu também. Que vida ridícula eu tive! Enquanto Edward morava do Castelo de Chambord... eu via a
chuva cair da janela da casa de Charlie! O carro parou na entrada e o motorista veio abrir a porta enquanto o
engravatado tirava as bagagens da mala.
- Boa tarde, senhor Cullen!
- Tudo bem, Harold?
- Tudo ótimo. Quanto tempo o senhor não nos visita...
- Muito tempo mesmo... andei ocupado.
- O príncipe o aguarda! Por aqui.
Encostei em Edward para lhe falar ao ouvido.
- Príncipe?
- Lestat.
- Ele é príncipe?
- Não.
Notei o tal de Harold com um olho na gente.
- Bella, não adianta falar baixo aqui... todos ouvem.
Maldita super audição! Privacidade então não fazia parte do vocabulário deles?
- Edward... ele tem algum poder? Que nem você e Alice?
- Tem. Parecido com o de James.
- Ah... atração... desse perigo então eu não corro.
- Bella... eu não acabei de te dizer que ele é quase tão poderoso quanto Drácula?
- Mas seu poder não funciona comigo, nem o de James. Só o de Alice. Pode ser que o dele também não.
- Eu não tenho a mínima dúvida.
Ele estava falando sério?
- Então ele joga charme com o olhar? Poder bobo para alguém tão famoso.
- Não. Ele entra na sua mente e a muda por completo.
- Ah.
Será que agora ela me ouviria? Passamos pela porta que se fechou imediatamente atrás de nós. Agora tudo aqui
era escuridão iluminada por candelabros. A mobília marrom escura, de séculos atrás, e os tapetes em cores
grenás e pretas pelo chão. Pelo visto nada tinha mudado. Saímos do salão principal, entrando em outra sala.
- Edward.
- Olá.
- Oi Edward.
- Oi.
- Cullen.
- Tudo bem?
Nada mudou mesmo. As mesmas caras de sempre continuavam por lá. Os calos de Lestat nunca o
abandonavam. Passamos por outra sala, só de mulheres. Reconheci todas na hora. Patrícia, Puh, Jessica,
Priscilla, a outra Priscila, Fran, Taty, Maya, Meny, Liv, May, Letícia, Lady, Maria Eduarda, Caaah, Marina,
Michelle, Dany, Ju, Daniela, Juliane, Jany, Steph, Monique, Rach, Fernanda, Beward, Mah, Misa, Thami, Ariadni,
Y., Nat, Karina, Bárbara, Gabi, Lily, Manu, Sayu, Made, Fernanda, Priscila, Alê, Glaucy, Nathii, Hithiara, Lele,
Vanessa, Karen, Thelma, Priih, Amanda e Amanda.
- Quem são aquelas?
- Mulheres de Lestat.
- Ow.
Começamos a subir por uma escada gigante, e saímos num corredor tão gigante quanto. Ali dentro do castelo
era tudo escuro, pouco iluminado e os móveis escuros também não facilitavam. Pássavamos por algumas
pessoas de vez em quando. Acho que não precisaria perguntar se eram vampiros... percebi rápido pelas roupas
parecidas com as minhas e de Edward. O corredor parecia que não tinha fim, já estava cansada!
- Edward, isso não chega ao fim não?
- Bella...
E paramos em frente a uma porta imensa, preta, incrustada com rostos... de... vampiros? Ow. Alguém lá dentro
abriu a porta para nós entrarmos. Edward segurou minha mão e entrou comigo. Lá no final da sala, eu via
janelas altas, com um cara parado na frente delas, de costas para nós. Falei baixo para Edward.
- Lestat?
O cara lá no fundo, sem se virar, me respondeu.
- Sim.
Ele era alto, de cabelos chegando aos ombros, castanhos claros, quase loiros. Era muito mais pálido que Edward,
muito mais mesmo. Suas olheiras também eram bem mais evidentes. E ele era muito, mas muito bonito. Não
que Edward não fosse. Meu namorado era o mais perfeito do universo. Mas Lestat... dava um caldo. Eu entendi
o motivo das minhas roupas. Me sentia parente dele agora. Lestat vestia apenas uma calça de couro e um
sobretudo de couro, aberto, sem camisa por baixo. Precisava ficar se mostrando assim?
Andamos até ele, que veio nos encontrar no meio do caminho. Primeiro cumprimentou Edward.
- Edward, como vai?
- Muito bem, e você?
Ah que bonitinho. Meu namorado foda apertando a mão do vampiro mais foda da literatura. Depois do pai foda
do meu namorado foda, claro. Yay!
- Vou bem... considerando os problemas.
- Certo. Trataremos disso...
Ele me olhou. Lestat me olhou, sacaram? Eu gelei. Ele andou até mim e me contornou, parando de novo de
frente para mim.
- Isabella Swan.
Eu olhei Edward. Como ele sabia meu nome? Fiquei quieta. Ele me olhou, levantando uma sobrancelha.
- Não vai falar comigo?
Olhei Edward de novo.
- Bella...
Ele autorizou, então eu abri a boca.
- P-p-p-p.
Fechei de novo. Respirei.
- P-p-prazer.
Ele esboçou discretamente um sorriso de satisfação. Só porque eu estava nervosa? Eu ficava nervosa até com
Edward que eu via todo dia!
- Eu sei que é.
OMG. Ele se achava pouco né?
- Namorada raivosa Edward...
Hein? Eu demonstrei raiva? Ah céus...
- Bella é... assim mesmo. Até comigo.
- Entendo.
Ele me olhou friamente, me avaliando de novo.
- Deve haver algo muito peculiar em você, Isabella... para Edward se expor tanto a uma... humana.
Senti a mão de Edward se apertar na minha. Ele estava estressado. Fato!
- Quando poderemos tratar sobre o... problema, Lestat?
Lestat tirou os olhos que até então estavam concentrados em mim, e olhou Edward com um sorriso.
- Você a cada século fica mais tenso Edward... relaxe! Olhe onde você está! Vamos comemorar um pouco, ok?
Ele estalou os dedos e um vampiro mais troglodita (e feio) que Emmet entrou na sala trazendo duas mulheres
pelos braços.
- Um presente de boas-vindas! Só uma, claro. A outra é minha!
Ele pegou uma das mulheres e deitou o pescoço dela, tirando os cabelos da frente. Edward apertou mais ainda
minha mão.
- Depois... não aqui na frente dela.
Lestat me olhou com raiva. Eu não fiz nada ok?
- Ela não sabe como você se alimenta?
- Sabe. Mas não precisa ver.
Lestat deu de ombros e olhou a mulher em seus braços.
- Bem... por isso eu não namoro...
Sem cerimônia, ele cravou os dentes no pescoço da mulher e eu vi o sangue jorrar. OMG. OMG. OMG.
Eu queria sair dali, porque Edward não nos tirava dali? O mais impressionante, é que a mulher não esboçava
nenhuma reação. Simplesmente deixava ele sugá-la. Ele então parou e devolveu-a para o troglodita. Ela não
estava morta, mas estava quase em coma. Ele passou um dedo no canto da boca e me olhou.
- Está sujo?
- N-n-n...
- Não. Podemos conversar agora?
- Nossa Edward! Não! Não quero me estressar a essa hora do dia! Se você quer, vá jogar uma partida de xadrez
então...
Nossa, ele era pior que Edward em matéria de sarcasmo. Eu iria sofrer ali. Vamos amor, mexa essa bunda e
vamos embora...
- Não ficarei muito tempo, Lestat. Espero que não deixe para meu último dia aqui...
- Quando vocês vão?
- Quarta.
- Que isso! Fique até mês que vem, pelo menos.
Eu ri internamente. Imagina? “Pai, vou ficar mais um pouco em Paris, ok?”
- Não brinque Lestat. Vou embora na quarta.
- Certo.
Ele virou de costas e saiu do salão, passando pela porta e andando pelo corredor. Tirou o sobretudo e jogou em
cima de um outro troglodita seu que passava. Apenas levantou uma mão e falou sem se virar.
- Vou dormir Edward! Até mais tarde.
Ele soltou minha mão e esfregou a testa. Era uma misturada de puto com estressado e preocupado.
- Ele matou a garota?
- Não.
- Ele não mata então?
Edward me olhou torto.
- O que você acha Bella?
- Mata?
- Ele não matou porque estava de barriga cheia. Apenas isso.
Ok. Então ele comia bastante né? E provavelmente, com duplo sentido. Me assustei quando uma voz falou atrás
de nós.
- Vou levá-los até seu aposento. Sigam-me.
Era o mesmo carinha que nos recebeu na porta. Simpático. Mentira.
Não ia mais conseguir falar com Lestat, enquanto ele não acordasse. Sim... ele dormia. Me pergunto se ele
gostava de fingir, ou se ele realmente podia dormir. Lembro de Vlad dizendo que gostava de passar as horas
diurnas na cama, e só quando a tarde chegava que saía para caçar. Mas na verdade, eu nunca soube se ele
dormia ou só passava as horas que nem eu, olhando para o teto.
O que me irritava era a convicção com a qual Lestat falava. Vou dormir. Faltava apenas dizer que sonharia com
os anjos. Ou no caso dele, com o inferno.
Subimos até o 5º andar, com Bella quase morrendo já. Meus devaneios me fizeram esquecer de pegá-la no colo.
Ela se apoiava em mim quando entramos pelo corredor.
- Por que é tudo tão escuro?
- Ele prefere assim.
- Ele... é dono disso aqui?
- Sim.
Nós entramos no quarto e fechei a porta na cara do panaca. Bella estava rodando em torno de si mesma
olhando boquiaberta para o quarto.
- Maior que a minha faculdade...
- Não exagere Bella.
- Ok. Maior que a minha casa.
- Melhorou.
Ela subiu na cama e ficou pulando que nem criança. Mulheres...
- Isso aqui é muito legal! Melhor do que Disney! Queria ter trazido uma máquina!
- Ok amor, desce daí. Vem cá...
Ela saiu da cama e veio até mim, me abraçando.
- Como ele sabia meu nome?
- Lestat?
- É.
- Eu contei. Antes de te trazer, eu liguei e avisei.
- Ah! Ele sabia que eu vinha?
- Não amor... eu ia te trazer para o covil de Lestat, sem avisá-lo.
- Bem, não importa... você sabia que ficou super sexy contando sua história lá no carro?
Ela passava as mãos pela minha bunda. Safada! Me agarra, vai! Fui tirando a blusa e andando, fazendo ela cair
de costas na cama.
- Quer que eu conte de novo?
Ela sorriu e envolveu suas pernas nas minhas, me puxando para a cama também.
- Bells, você anda tão safadinha... mas eu gosto!
- É bom mesmo gostar. Na falta de você, tem o Lestat!
Hein? Opa!
- Que porra é essa Bella?
Ela ficou vermelha.
- Era brincadeira!
- Não se brinca com uma coisa dessas. Nunca se brinca, em hipótese alguma, com galhos!
- Ok. Eu só brinquei, nada demais.
- Sei.
Perdi o tesão. Não é legal ouvir sua namorada falar de Lestat. Nunca é legal. Eu sabia exatamente o poder que
ele tinha com elas...
- Parou?
Ela ficou ajoelhada na cama e me abraçou por trás. Eu não ia voltar para ela. Perdeu Bella, perdeu.
- Parei por hoje.
- Mas nem começamos Edward!
- Broxei Bella!
- Fala sério! Por causa disso?
- Talvez. Vou tomar banho...
- Amor...
- Fala com a parede Bella...
Ele foi mesmo tomar banho! Não creio nisso... era a segunda vez no dia que Edward me deixava em condições
catastróficas! Puta que pariu! Bem, se ele queria assim, eu é que não ia insistir. Abri a porta e saí do quarto.
Vamos fazer um tour! Se arrependimento matasse... como eu queria estar com minha máquina nas mãos. E
tipo, quanto será que vale um jarro desse aqui? Peguei a porcelana trabalhada milimetricamente, linda demais.
Minha mãe provavelmente infartaria em ver a decoração dessa casa. Desse castelo, na verdade...
Não sei o motivo, mas quando fui botar o jarro de volta no móvel do corredor, ele escorregou e bem... já sabem,
né?
- Merda Bella!
Olhei em volta, não tinha ninguém. Sem testemunhas. Corri de volta para o quarto e tranquei a porta.
- Bella! O que houve?
Edward estava saindo do banheiro, enrolado na toalha, e me olhava asustado. Porque a minha cara devia ser de
quem fez merda, claro!
- Nada.
- Você está ofegante, vermelha e de olho arregalado. Quer mesmo que eu acredite?
Ah mas que porra! Era melhor contar a ele. Podia inventar uma boa desculpa para Lestat.
- Quebrei um jarro.
- Hein?
- Um jarro ali do corredor. Estava vendo...
- Você pegou nele?
- Aham.
- Não podia olhar onde ele estava, né?
- Aparentemente, minhas mãos foram atraídas por ele...
- Sei.
- Será que era caro?
- Provavelmente.
Engoli seco. Morri, né?
- E agora?
- Agora nada ué.
- Quando Lestat descobrir, ele vai me matar?
Edward riu. Era engraçado?
- Amor... você acha mesmo que ele sabe quantos jarros tem no castelo?
Num lugar com 440 quartos, realmente, tinha lógica.
- Certo... que bom.
Ele ficou pelado e foi abrir a mala. Óh céus. Me chicoteia!
- Ainda está com raiva?
- De que?
Ah que lindo! Esqueceu...
- De nada...
Quem era eu para lembrá-lo! Fui até ele e o abracei.
- De você citar Lestat na hora que eu tentava transar contigo?
Ow. Ele lembrou.
- Talvez...
- Já superei. Se vamos ficar aqui alguns dias, preciso ignorar isso.
- Hum... eu sei uma ótima maneira de te recompensar...
- Na verdade, eu pensei em te dar umas aulinhas de história.
- Está de sacanagem, né?
- Bells, não é qualquer dia que você entra num lugar desses... cultura amor!
- Cultura porra nenhuma Edward! Você poderia me jogar agora nessa cama?
Ele me olhou sorrindo e voou em cima de mim. Bom que o colchão era macio. Se fosse daqueles ortopédicos
duros, eu estaria paraplégica agora... era uma vez coluna, sacou?
- Você vai precisar implorar Bella...
- Eu imploro, eu suplico! Quer que me ajoelhe também?
- Hum... não seria má idéia...
Pensei no fato de me ajoelhar e bem... estar tão perto de... sabe né? Céus!
- Pesando em alguma sacanagem Bella?
- Oi? Eu? Não, por quê?
- Ficou roxa...
- Sem graça...
Ele foi passado a língua pelo meu pescoço e começou a descer as mãos pelas minhas coxas. Eu estava pegando
fogo. Bateram na porta. Morra!
Saí de cima de Bella desejando o limbo eterno para a pessoa que batia na porta. Me enrolei de novo na toalha e
fui abrir. Quando estava perto da porta, nem precisei abrir para descobrir quem era. Mas abri mesmo assim...
eu gostava dele.
- Edward! Cansou da América?
- Impossível... não. Vim resolver um assunto com Lestat.
- Ah sim... imagino qual seja...
- Todos aqui sabem?
- Não. Estamos deixando-o trancado num quarto, ao lado do de Lestat. São poucos que estão sabendo.
- Certo. É melhor assim mesmo. Essa notícia solta por aí... não sei como seriam as conseqüências.
- Terríveis, provavelmente.
Ele me olhou dos pés a cabeça, depois olhou para dentro do quarto.
- Eita... atrapalhei alguma coisa aí? Soube que você trouxe uma humana, né?
- Para ser sincero... atrapalhou uma boa foda... mas isso passa.
Nós rimos, voltando aos velhos tempos. Ele era tão mais legal que Lestat... sério Edward, isso soou gay.
- Bells, vem aqui para eu te apresentar uma pessoa!
Me levantei rápido da cama, ajeitando a roupa que Edward tinha tirado do lugar. Fui até a porta e parei no meio
do caminho. Ele era alto, super pálido que nem Lestat, cabelos compridos e lisos, castanhos escuros e cara de
cão carente. Só me vinha uma pessoa na cabeça com essa descrição. Morri. Morri.
- Vo-você é o...
- Louis, sim, é ele...
Eu morreria feliz. Namorava um vampiro que era filho do Drácula, tinha conhecido Lestat e agora estava
conhecendo Louis de Pointe Du Lac. Tem noção que eu sou fã desse cara? Abri um sorrisão e corri até a mala.
Tirei um papel e uma caneta lá de dentro e voltei até eles.
- Au-autó-grafo, por favor... m-me dá um.
Ele me olhou com sua cara de bobo e olhou de volta para Edward.
- Ela me conhece?
- Acho que é um tipo de fã...
- Eu tenho fãs? Ow. Certo.
Fala comigo porra! Comigo! Meu maxilar doía por causa do sorriso.
- Oi Bella.
Owww, ele me chamou de Bella! Que lindo!
- Hehe.
Retardada!
- Oi!
Estiquei com convicção a mão que segurava o papel e a caneta. Ele pegou meio sem-graça e autografou. Edward
estava com cara de puto. Tô nem aí.
- Isso é... estranho.
- Minha namorada é estranha mesmo.
Louis sorriu e bateu nas costas de Edward.
- Quando vamos colocar os assuntos em dia?
Eu estava incluída no “vamos”, né?
- Claro! Vou só terminar de arrumar as coisas aqui.
- E terminar a transa também, né?
Edward me olhou.
- Acho que não... ela pode trocar nossos nomes...
-EDWARD!
Louis me olhou sem-graça e se despediu, deixando-nos a sós. Dei um soco em Cullen.
- Ficou maluco?
Ele estava rindo.
- Não... só queria te deixar muito envergonhada...
Irritante! Gostoso, mas irritante. Ele correu atrás de mim.
- Agora quem perdeu foi você, Edward!
Beijou minha orelha e sussurrou.
- Nós não vamos terminar isso agora Bella... mas se eu quisesse, eu não ia perder de jeito nenhum...
Ele piscou e levantou, vestindo a roupa que tinha separado. E lá estava eu, subindo pelas paredes. Era a terceira
vez do dia. Ou seria quarta? Não conseguia nem mais contar...
- Já volto, ok?
- Como assim? Não vou junto?
- Bella, conversa de homem. Tem tempo que não encontro Louis... e depois... bem, também quero comer...
Precisava me contar? Não. Podia ficar de boca fechada. Porque tipo... eu queria ser a comida, sacou? Merda.
- Ok. Então tchau né... vou ficar vegetando sozinha aqui.
- Vai ficar com certeza aqui, né?
- Sim.
Ele me deu um beijo na testa e saiu. Me joguei na cama e apertei o travesseiro na cara. Travesseiro grosso... isso
me lembrou da louca com travesseiro na boca, lá no cinema. Credo!
CAPÍTULO 18
Fechei os olhos e tentei dormir, para o tempo passar mais rápido. Se Edward fosse me deixar sozinha o dia
inteiro todos os dias, essa viagem seria tediosa. Certo, eu não conseguia dormir... levantei e abri a porta.
Ninguém no corredor...
Fui explorar o local. O jarro quebrado ainda estava espatifado no chão. Fingi que não era comigo. O corredor por
mais sombrio que fosse, conseguia ser acolhedor. E a penumbra me fazia sentir confortável e segura. Ele
provavelmente fazia isso com essa intenção.
Cheguei na escada por onde nós tínhamos subido. Passei a mão no corrimão dourado e subi. Nem sabia para
onde, mas fui subindo. Por algum motivo, que não sei qual, eu subi a escada até o final. Digo, aquele castelo
tinha o que? Uns 10 ou 12 andares? Sei lá.
Entrei pelo corredor do último andar. Era o mais bem decorado de todos. Nas paredes havia vários quadros de
moldura em cobre antigo, com fotos de pessoas desconhecidas para mim. Tinham também quadros com
paisagens, que mais pareciam lugares por onde Lestat tinha passado. Me lembrei de Edward dizendo que Da
Vinci tinha participado do projeto do castelo. Será que eu encontraria alguma coisa dele por ali?
Fui tirada dos meus pensamentos quando ouvi um barulho de porta abrindo. Olhei para o final do corredor, mas
não apareceu ninguém. Andei até lá. A última porta estava aberta. Ela era preta com entalhos em vermelho,
dando a impressão de serem rios de sangue ali estampados. Olhei rapidamente para dentro do quarto e vi uma
cama de mármore negro, perfeitamente coberta com lençóis vermelhos e almofadas pretas. A pessoa tinha
muito bom gosto.
- Mamãe não lhe ensinou que é feio espiar pela fechadura?
Senti um vento arrepiando todos os meus pêlos e um calafrio percorrendo minha espinha. Ow.
Ele apareceu dentro do quarto, ficando na frente da cama. Brincava com uma moeda entre os dedos.
- De-descul-culpe.
Me virei para voltar por onde vim, mas fui parada por sua voz.
- Não tão cedo. Volte.
Alguma coisa forçou meu corpo a retornar em direção à porta. Merda. Não era eu ali. Era? Senti minhas pernas
se mexerem, entrando no quarto, conforme ele movia o dedo, me chamando. Que merda era essa?
- Achei que fosse demorar mais para vir.
- Vir?
- Aqui.
Eu estava a centímetros dele e não conseguia de maneira nenhuma desviar o olhar. Parecia algum tipo de imã.
- S-sabia que eu v-v-vinha aqui?
Ele sorriu calmamente, como quem torturava um inimigo aos poucos.
- Eu te chamei aqui.
Chamou? Não lembrava disso...
- Qu-quando?
- Quando você saiu do quarto e subiu as escadas.
Puta que pariu. Por que mesmo eu não fiquei no quarto?
- Você é bem difícil de ler.
- Ler? Você me lê?
- Sim.
Edward tinha razão...
- Me-melhor eu ir...
- Não lembro de ter te liberado.
Céus! O que ele queria? Meu sangue? Ele passou uma unha no meu pescoço. Congelei.
- Edward já lhe provou. Interessante...
Então eu lembrei do tal código de honra que Edward tinha comentado com James. Sobre a posse da vítima.
- Sim, provou. Isso faz com que eu seja apenas dele, certo?
Nem sei de onde eu tirei coragem e fôlego para falar aquilo de uma só vez. Lestat riu. Gargalhou.
- No mundo dele, talvez.
Hein? Morri, então? Finalmente? Depois de várias quase-mortes, talvez eu morra de fato. Engoli seco.
Estava colocando o papo em dia com Louis, ouvindo-o me contar agora de sua aventura com troca de estilo
alimentar. Comentei com ele sobre o que Bella lera no livro de vampiros... deles serem “vegetarianos”.
- Realmente... é complicado... você sabe que no começo eu apelei até para os ratos.
Torci a cara quando lembrei dessa época negra dele.
- Você desistiu disso né?
- Com certeza! Mas já experimentei de urso até tigre cara... a verdade é que não existe nada como o sangue
humano.
Eu tinha que concordar. Não que eu já tivesse comido algum tigre ou coisa parecida. Eca. E então senti algo
estranho. Não. Senti Bella em perigo. Desde que lambera seu sangue, tinha criado laços mais fortes com ela.
- Lestat!
- O que?
Levantei apavorado e avisei a Louis enquanto corria.
- Bella está com Lestat.
- Que merda. Boa sorte!
Subi em segundos a escada e apareci na porta do quarto dele. Lestat tinha uma das mãos no pescoço dela.
- Edward!
- Ela não...
Ele a soltou e sorriu para mim. Conseguia ser diabólico.
- Não ia fazer nada a ela...
Bella me olhou e veio rápido na minha direção, alisando o pescoço. Senti seus braços em volta de mim e pude
relaxar.
- Não deixe-a sozinha Edward... crianças costumam ser curiosas.
- Me desculpe se ela lhe incomodou. Não acontecerá de novo.
- Esqueça isso Edward... o que acha de resolvermos aquele problema agora?
Olhei para Bella que me olhava curiosa. Ela ainda ia morrer disso...
- Certo. Vou apenas levá-la de volta para o quarto e volto.
- Pode trazê-la... ela vai ficar sabendo mesmo...
- Posso ir junto? Mesmo?
Como ela ainda tinha capacidade de querer alguma coisa? Mas eu queria resolver logo isso.
- Ok. Vamos?
Lestat passou por nós, caminhando até uma porta ao lado de seu quarto. Destrancou a fechadura e abriu. A luz
saiu pelo corredor... aquele quarto era bem mais iluminado que o resto do castelo. Peguei a mão de Bella e
entrei junto com ele.
- Veja bem Edward. Ele não é muito sociável ainda... mande-a tomar cuidado com gestos bruscos.
Apertei a mão de Bella com muita força, mesmo sabendo que pudesse machucá-la. Era melhor eu do que...
aquilo que eu via agora.
- Não se mova. Apenas mexa a boca para falar.
- Edward... este é Hazel.
O que eu olhava agora, era como... olhar para um mito. Tudo que eu aprendi sobre nossa espécie, era infundado
agora. Algo que ninguém nunca ousou fazer, nem nunca se comprovou de que existisse. Eu via uma criança.
Pálida, olhos vermelhos e caninos expostos. Tinha o que? Uns 8 anos?
- Hazel...
Lestat se aproximou dele e agachou para ficar próximo de seu rosto. Estendeu-lhe um braço.
- Com fome?
A criança sorriu e cravou os dentes no braço do príncipe. Inacreditável.
- Você está dando seu sangue?
- Algum sangue melhor para alimentá-lo?
Claro que não. Ele só estava criando um monstro! Puxei Bella para trás de meu corpo quando vi a criança olhar
para ela. Era melhor ele ficar quietinho... ou terminaria em decoração de casa.
- Qual a história dele?
Lestat tirou o braço das garras da criança e passou uma mão por cima da ferida, que se fechava sozinha.
- Não sei se você lembra de uma cria minha... Cedric.
Eu lembrava desse idiota. Perfeitamente. Achava que era vampiro e bruxo ao mesmo tempo. Fala sério!
- Sim. O que tem ele?
- Bem... nosso querido Cedric, me trouxe Hazel de presente.
- Hein?
- Aparentemente, Cedric estava... transando com a mãe de Hazel, quando perdeu o controle e a matou. Ela era
viúva e Hazel era filho único. Então... nosso querido Cedric, com peso na consciência, resolveu transformar uma
criança de 8 anos.
Que imbecil. Só dizendo assim.
- E cadê ele?
Lestat riu.
- Foi estupidez demais o que ele fez. Não resisti e o matei.
O pequeno príncipe continuava super controlado como sempre. Mentira. A criança me olhava, o vermelho vivo
dos olhos deu lugar a um vermelho escuro.
- Como anda a alimentação dele?
- Eu tenho dado apenas meu sangue a ele. Não quero contaminá-lo com sangue de qualquer imbecil. Mas isso
tem me consumido também... estou comendo mais do que nunca.
Mais? Ele era o pior que eu já tinha conhecido... como assim, mais? Ainda haviam humanos na Terra? Ele lançou
um olhar para Bella que estava atrás de mim, o que não me deixou nem um pouco feliz. Queria chegar perto da
criança, então soltei Bella, deixando-a no mesmo lugar, e andei até ele. Me agachei também e o olhei dentro
dos olhos.
- Oi Hazel.
Ele sorriu mostrando os dentes e veio direto no meu braço. Merda!
- Não!
Lestat colocou uma mão no meu ombro e me olhou pedindo. Ah caralho... agora eu era comida de criança
também? Vi Bella olhando assustada o diabinho me morder. Depois de alguns segundos, tirei meu braço.
- Chega. Já está bom.
A criança parou e limpou a boca. Tinha um rosto angelical agora, com seus olhos azuis. Azuis, sacou? Tentei
entrar em sua mente e... igual a de Bella. Nada! Incrível!
- Não o leio, Lestat...
- Sim, imaginei... não tenho muito poder com ele também.
Olhei assustado para o príncipe. Nunca soube de nenhuma pessoa, humana ou não, que Lestat não conseguisse
controlar. Impressionante!
- Ele não fala?
- Falo!
Ow. Ok. Senti o medo me consumir, quando Hazel mandou outro olhar para Bella, dessa vez se atirando em
cima dela, com rapidez igual a um vampiro experiente. Quando eu cheguei nos dois, Bella estava no chão, com
Hazel em cima de seu corpo, tocando seu rosto e lambendo seu braço.
- HAZEL!
- Olha! Ele puxou a mim... não pode ver uma mulher!
- Não teve graça Lestat!
Puxei a criança pela gola da camisa e o olhei sério.
- NÃO! Ela, nunca! Ouviu?
- Tem cheiro bom!
- NÃO!
Ele balançou a cabeça sorrindo. Ajudei Bella a se levantar e puxei-a para mim.
- Está bem amor?
- Sim. Forte ele, né?
Quando voltei a olhar para Hazel, ele estava em pé na frente de Lestat, puxando seu braço.
- Agora não Hazel... controle-se um pouco.
- A fome dele nunca acaba?
- Viu como temos um sério problema aqui?
Lestat tocou meu braço e nos direcionou de novo até a porta. Saímos dali e ele a trancou, colocando a chave
que estava pendurada num cordão, em volta de seu pescoço.
- Vamos conversar agora.
Entramos em seu quarto e ele nos empurrou duas cadeiras. Deitou-se na cama, de pernas cruzadas. Folgado?
- Certo. Coisa estranha que eu acabei de ver. Só me explica uma coisa... é o primeiro, não é?
- É o único, Edward.
Então eu estava certo. Pois nunca tomei conhecimento de outra criança imortal.
- Bem, o fato é que como você pode ver, ele é insaciável. E um pouco...
- Nada social.
- Isso. E por ele realmente ter apenas 8 anos, quero dar uma infância a ele... mais ou menos como qualquer
outra criança deveria ter.
- Ele não tem parentes?
- Quer que eu o devolva para a família?
Claro que não. Idéia ridícula a minha. Lestat levantou e começou a tirar a blusa. Bella olhou.
- Você sabe que aqui não é o lugar ideal para uma criança... digo... ele precisa de contato com outras... crianças.
- Ele vai matar outras crianças.
Lestat já estava sem blusa, e começou a desabotoar a calça. Que porra é essa?
- Lestat! Bella está aqui...
- Sim. O que tem?
- Suas... roupas...
Ele sorriu e a olhou. E abotoou novamente a calça.
- Uma pena. Para ela, claro.
Insuportável!
- Por que olhos azuis?
- Não faço a mínima idéia...
Não existiam vampiros de olhos azuis... ou nós tínhamos olhos vermelhos de fome, ou negros de raiva, ou o
castanho quando estávamos saciados. Mas azuis?
- Ok. Você acha que ele vai se adaptar à nova vida? Porque ele está aqui há... tipo, quanto tempo já?
- Vai fazer 2 meses. Mas ele tem que se adaptar. O fim do mundo lá... Forks... vai ser bom.
- Ele vai para Forks?
Bella ficou histérica. Eu ia contá-la... mas acabei esquecendo.
- Vai.
- Ficou louco Edward?
Lestat agora ria. De mim.
- Uma mulher falando assim com você? Está mudado, Edward...
E estava mesmo. O que Bella não fazia comigo...
- Ele vai conosco Bells.
- Hein?
- Parece que seu namorado não avisou né? Hazel vai para Forks com vocês...
Ela me olhou furiosa. Desejei que ficasse quieta. Se ela me desse um de seus tapas na frente de Lestat, minha
moral de macho estaria perdida para sempre.
- Inacreditável.
Ela fechou a cara e cruzou os braços. Melhor assim.
Primeiro Edward não deixou Lestat tirar a calça. Depois eu fico sabendo que o mini-vampiro vai comigo para
Forks. Que dia legal o meu! Saímos do quarto dele e voltamos para o nosso. Depois que Edward fechou a porta,
eu desabafei.
- O que você tem na cabeça em levar o garoto com a gente? Para nossa cidade?
- Foi um pedido de Lestat.
- Que você obedeceu que nem um carneirinho!
- Bella... não é como se eu pudesse dizer “se vira, cara”. Primeiro porque ele não aceita um não. Segundo
porque, talvez seja mesmo o melhor a ser feito.
- Como melhor? Não vejo isso...
- Ele é uma criança Bella. Independente de gostar de sangue... ele foi arrancado de sua vida. E aqui ele com
certeza só vai ficar mais selvagem ainda.
- Não vai não! Deixe-o aqui!
- Ele bebe o sangue de Lestat, porra!
- E o que isso tem a ver?
Ele riu e sentou na cama.
- Ninguém sabe o que tornou Lestat tão poderoso Bella... Lestat não dá seu sangue a ninguém... para ser o único
assim.
- Mas ele não disse que criou o tal do Cedric?
- Isso foi muitos anos antes dele ficar tão forte. Eu não me sinto tranqüilo em saber que ele bebe o sangue dele.
E muito, pelo visto.
- Mas Edward... ele não tem controle. Como vocês vão fazer?
- Tenho Jasper que controla as emoções. Tenho Emmet que tem a força de um touro de aço. Tenho Alice que
não ajuda muito, mas prevê algumas coisas. Tenho Rosalie... ok, esquece Rosalie. E tenho todo meu
conhecimento comigo. Nós somos suficientes para um pirralho com dentes.
- Os outros sabem disso?
- Apenas Jasper. Mas Alice já deve saber agora... ou não... ela anda tão atrasada...
Minha cabeça girava. OMG. Carnificina geral na cidade. Imagina a peste fugindo dos Cullens... Não Bella, não
imagine.
- Então ele vai mesmo?
- Sim. Isso não é uma questão a ser decidida mais.
Irritadinho...
- A propósito Bella... por que você saiu do quarto?
Ops. Boa pergunta. Pensei. Pensei.
- Sei lá... ele me chamou.
Edward me olhou não muito contente.
- Você só precisava ficar no quarto. Não é como se ele tivesse colocado uma arma na sua cabeça. Ele apenas te
instigou.
- Mas eu nem sabi que ele estava fazendo isso! Eu só estava querendo conhecer o lugar...
- Não tem muito o que conhecer Bella. Vampiros de um lado, vampiros de outro, viu? Nada de novo...
Me deitei um pouco ao lado dele, que estava olhando para o teto agora. Tão bonitinho ele assim, pensativo. Fui
andando com meus dedos pelo seu braço. Ele levantou e andou até a porta.
- O que foi agora?
Edward abriu-a e o maldito carinha que nos recebeu no castelo, estava mais uma vez ali, na nossa frente. Era
complicado transar na porra da França, né?
- Com licença. O Príncipe convida o senhor para uma janta agradável em sua companhia.
Opa! Até que enfim... já sentia meu estômago roncar. Levantei e Edward me olhou.
- Bells, não é o tipo de comida que você come.
Ah puta que pariu meu irmão! Era sacanagem né?
- Eu vou... morrer de fome aqui?
Ele riu e veio me abraçar. Fica, fica, fica.
- Vou providenciar algo para você também...
- Ok. Mas posso ir junto?
- Não acho que você gostaria...
Porra, eu não agüentava mais ficar naquela merda de quarto sem ele.
- Por favor, por favor!
Ele virou para o maldito empata-foda.
- Estarei lá em uma hora.
O empata-foda nos cumprimentou e se mandou.
- Vá tomar banho e se arrumar então.
Yay! Tomei banho rápido e já saí pronta do banheiro. Edward estava de costas para mim. Gozei. Claro. Vocês
também gozariam (sorry Nando) se vissem Edward de sobretudo. Céus.
- Oi gostosão!
Ele virou e me olhou sorrindo. Me ataca, vai Edward! Me ataca!
- Quemt á uma delícia é você... e por falar nisso... quando vou te ver dentro do macacão?
- Como você sabe que eu comprei macacão?
- Mexi na sua mala...
- Edward! Que fofoqueiro!
Ele deu de ombros e puxou minha mão.
- Vamos... tenho fome.
- E eu...
Descíamos as escadas (para baixo todo santo ajuda) e Edward alisava um dedo pela palma da minha mão. Até
isso estava me excitando. Sério, eu estava ficando neurótica já.
- Tem certeza mesmo que quer ir?
- Tenho.
Chegamos no 3º andar. Ah, nem descemos tanto assim. Passamos por um quarto e ouvimos uma conversa
bizarra.
- Apronte-se rápido Fernando. Depois da janta, Lestat quer ver você em seu quarto.
Ow. Espero que não seja o que estou pensando... Passamos por esse quarto e andamos mais um pouco. Edward
abriu uma porta que fez barulho e eu percebi que aquilo, era a sala de jantar do Lestat. Ow.
- Edward! Entre.
Como posso explicar? Bem... tinha uma mesa. Sim, tinha. Gigante... daria para umas 40 pessoas sentarem-se a
ela. Mas não tinha pratos, nem talheres, nem copos. Tinha... uma toalha de seda vermelha estendida em cima.
Só. Sentados ali, estavam Lestat e Louis.
- Bella?
Louis falou comigo. Óh maravilha!
- Oi!
- A trouxe para cá Edward?
Ele olhava incrédulo para meu namorado.
- Você nem imagina como Bella pode ser convincente quando quer...
- Não tem problema ela vir... já providenciei sua janta também.
Ow. Ok. Lestat providenciando minha janta? Era de dar medo. Ele estalou os dedos e um empregado entrou,
colocando uma bandeja tampada em cima da mesa. Lestat me olhou e indicou um lugar à mesa, com a mão.
- Bon apetit!
Sentei numa cadeira e levantei a tampa da bandeja. Arroz , salada e bife. Super normal num castelo de
vampiros. Fiquei imaginando se aquele bife tinha mesmo vindo de um animal. Céus, espero que sim! Edward
sentou-se entre eu e Lestat, que estava na cabeceira da mesa.
- Com fome?
- Muita.
Ele estalou novamente os dedos e seu exército de mulheres entrou. OMG. Ele ia comer as mulheres dele?
- Edward... as visitas escolhem primeiro.
Edward me olhou sem-graça. Eu não acreditava no que estava vendo...
- Priscilla.
Louis puxou Lorena pela mão, falando seu nome e Lestat chamou Hithiara. Como eu poderia comer com eles
fazendo... isso? Nojento, né? Nojento porra nenhhuma! Meu namorado ia morder outra na minha frente.
Desgraça! Lestat nem esperou pelos outros, e já foi logo puxando Hithiara pelo pescoço e inclinando-a na mesa,
metendo os dentes na sua jugular. Céus.
- Com toda licença, Bella...
Louis pelo menos era educado, me pediu licença antes. Como se eu pudesse dizer não. Ele fez o mesmo que
Lestat, imobilizando Lorena. Olhei para Edward...
- Quer voltar para o quarto?
Quero porra nenhuma!
- Não.
Ele então voltou a olhar Priscilla e a jogou na mesa, tirando os cabelos do seu pescoço e cravando os dentes.
Tentei ignorar aquilo e dei uma garfada no bife. Ok, eu não iria conseguir comer. Meu bife estava mal passado.
A mulher de Edward gemeu. Ah, vai se fuder meu! Ele parou e limpou a boca, me olhando. Esticou a mão para
mim.
- Vem.
- Já vamos?
- Você vai comer?
Olhei meu bife, que se parecia bastante com a comida do meu namorado.
- Não...
- Entao vamos!
Louis terminou sua refeição e me olhou com sua cara de cão carente. Ele era tão lindo! Queria apertar suas
bochechas. Ok Bella, chega. Olhei para Lestat, que continuava se alimentando. Tipo, não vai parar não? Saímos
da sala sem que ele tivesse terminado. OMG.
- Ele vai matá-la?
- Quem?
- Lestat. Ele não parou...
- Não vai matar. Lestat gosta de sugar até o desfalecimento delas.
- Sádico, não?
- Bastante. Mas é Lestat.
Era Lestat. Claro... eu quase virei comida dele também... sabia como era isso. Entramos em nosso quarto, olhei a
cama que estava se sentindo super pouco usada, coitada. Edward se jogou nela. Me joguei em cima. Dele, claro.
- Será que agora vai?
- Acabei de comer Bella.
- Vai se fuder Edward!
Levantei e fui me enfiar debaixo da água fria da banheira. Mergulhei e tentei me afogar, mas senti uma mão me
puxando.
- Olha o drama amor...
- Se você não fizer alguma coisa, tipo, agora, eu vou sair desse quarto e dar para o primeiro que passar.
Ele riu. Óbvio que eu não faria isso. Vai que passa o empata-foda por mim?
- Você fica linda irritada...
Eu ia xingá-lo novamente, mas então ele se despiu e entrou comigo na banheira.
Ela estava prestes a me acariciar com socos, quando entrei na banheira e sentei no lado oposto ao dela,
puxando-a pela cintura.
- Tão nervosinha... isso envelhece, sabia?
- Não vou cair na sua... se acha que vou me irritar mais, está bem enganado.
Sorri maliciosamente. Estava planejando um ataque aos países baixos de Isabella Swan. Desci minha mão por
sua coxa e fui abrindo espaço entre suas pernas. Ela estava de costas para mim, então jogou sua cabeça para
trás, deixando cair em meu ombro. Sentia seus pêlos eriçarem contra meu corpo, quando cheguei perto de sua
virilha.
- Quer que eu pare?
Sussurrei em seu ouvido, enquanto parava com a mão.
- Se você quiser morrer...
Eu ri de sua convicção. Encostei em seu sexo, abrindo com os dedos e fazendo-a tremer. Bella apertou meus
braços com as mãos e esticou o corpo sobre mim, deixando-se relaxar. Brinquei um pouco pela região, pelos
lábios, mas o que eu queria mesmo era ela. Virei-a de frente para mim e encaxei nela, que soltou um gemido
abafado.
- Edward Cullen! Eu acho bom você me fazer ter orgasmos múltiplos hoje... pelo tanto que eu sofri o dia inteiro!
- Seu desejo é uma ordem.
Estoquei com força, controlando seu corpo para frente e para trás, segurando sua cintura. Bella jogou a cabeça
para trás e curvou as costas, me dando acesso total aos seios nem tão grandes, nem tão pequenos. Daqueles
que cabem perfeitamente na mão. Os minutos passaram voando enquanto ela ofegava e gemia. Eita mulher
gostosa! Senti seu corpo tremer e contrair em mim e nos levantei sem sair de dentro dela, indo em direção à
cama.
- Um já foi Bells.
Ela não respondeu, apenas deitou a cabeça no meu ombro. Deitamos na cama, ficando sobre ela e continuei a
bombar. Bella me arranhava, hora pedindo mais, hora pedindo para parar, hora gemendo. Porra, escolhe logo
cacete!
Não diminuí em hipótese alguma o ritmo, que era algo como a velocidade 5, sacou? Ela não conseguia nem falar
nada, apenas fechou os olhos e abriu a boca, que por sinal, eu invadi com minha língua. Senti Bella chegar ao
orgasmo pela segunda vez, quando ela puxou meus cabelos, quase arrancando-os. Ainda bem que eu não era
humano. Ela estava desfalecida, e eu continuei, gozando logo depois dela.
- Dois já foram Bells.
- Me... dá um... segundo... Edward.
- Não...
Que segundo porra nenhuma. Fui descendo pela sua barriga, lambendo sua pele quente e fazendo-a se
contorcer nos lençóis. Cheguei no país das maravilhas e admirei durante uns segundos. Ouvia seu coração
acelerar mais e mais. Levantei suas pernas e puxei seus quadris para mais perto.
- Oh não...
- Ah sim!
Apoiei seus pés nos meus ombros e caí literalmente de boca. Era a primeira vez que sentia o gosto dela.
Eu estava perto de morrer. Fato. Mas do jeito que as coisas iam, eu estava era indo para o paraíso. Não
conseguia nem me mexer mais. Acho que quebrei. Mas estava bom para caralho. Fui ao céu e voltei quando a
língua fria do meu algoz me tocou, fazendo círculos por dentro dos lábios e encostando na entrada “dela”. Ele
então usou a língua rígida como se fosse seu... seu. E me penetrou com ela. Puta que pariu, caralho!
Trouxe o lençol junto quando cravei minhas unhas no colchão e puxei. Meu corpo já não correspondia mais aos
meus comandos. Estavam totalmente entregues ao prazer. Eu gemi. Bem alto. O castelo todo deve ter me
ouvido gozar.
Olhei em direção a ele, que tinha a cabeça levantada agora, me olhando com um sorriso de vitória no rosto. Eu
tinha que dar o braço a torcer... ele era foda!
- Quer a quarta rodada?
- NÃO!
Sério, eu não agüentava. Nem alimentada eu estava... podia morrer. Ele subiu pelo meu corpo e apoiou seu
peso em mim, me beijando devagar na boca. Tinha alguém mais perfeito? Como eu amava esse vampiro
irritante!
- Eu te amo Isabelle Swan.
- É bom mesmo.
Ele riu no meu pescoço. Seu hálito gelado me deixando arrepiada de novo. Chega Bella! Chega de pensar em
sacanagem! Que pervertida! Nem lembro direito como foi, só sei que passei meus braços em volta dele e fechei
os olhos.
Ela dormia que nem um anjo. E roncava. Se eu contasse isso, iria apanhar. Não que eu fosse sentir dor. Ouvi
também seu estômago fazer um barulho tenebroso. Merda Edward! Você não está cuidando bem dela... Deixeia dormindo e saí do quarto para procurar alguma comida humana. Estava descendo as escadas quando passei
pelo 3º andar e escutei um barulho de... chicotadas?
Bem, a curiosidade matou o gato, né? Entrei no corredor do andar barulhento e parei em frente a uma porta
que estava aberta. Eu me arrependi. Teria pesadelos com aquela cena. Lestat, em pé, chicoteando um cara. O
tal cara que eu vi na hora do jantar. Fernando, eu acho... ele estava abaixado, sem blusa, levando chicotada nas
costas. Não que ficasse alguma marca, pois ele era vampiro. Mas a força do Lestat... bem... ele era forte. Doeu
em mim.
- Edward! Quer extravasar um pouco?
- Não... o que ele fez?
- Esse aqui? Comeu uma de minhas mulheres.
Ow.
- No duplo sentido?
- Não. Comeu mesmo, com os dentes.
Ow. Fiquei me perguntando quem seria a pobre mulher... me preparei para ver Lestat arrancar sua cabeça. Mas
então o barulho de saltos finos invadiram o corredor. Uma loira apareceu, vestindo saia curta e botas de couro.
- Lestat!
O príncipe a olhou, esperando.
- Sim?
- Eu o assumo. Não o mate.
- Ele matou uma de minhas mulheres...
- Eu já soube. Mas eu o quero, por favor. Se quiser, eu posso chicoteá-lo um pouco...
Ela estendeu a mão e Lestat passou o chicote para ela. A vampira loira puxou Fernando pelo braço.
- Quem é você?
- Sua salvadora. Cale-se!
Ela saiu dali levando-o embora. Isso era um cara de sorte. Loira gostosinha...
Voltei ao meu plano inicial e fui até a cozinha. Pelo que os serviçais me mostraram, Lestat tinha enchido a
despensa com comida humana. Bella não iria comer num um terço daquilo ali. Credo. Esperei prepararem um
sanduíche e voltei para o quarto, levando um copo de suco na bandeja. Beijei seu rosto e a chamei baixinho. Ela
acordou.
- Já amanheceu?
- Não... trouxe comida.
Parecia criança vendo o Papai Noel. Ela avançou no sanduíche e quase engoliu tudo.
- você é maravilhoso.
- Ok amor... mas fale depois de engolir... acabei de ver o queijo estraçalhado aí na sua boca.
Já disse que amo vê-la irritada, né? Então. Deu certo. Ela fechou a cara e ficou vermelha. Ela engoliu.
- Vai à merda Edward! Eu te vi bebendo sangue.
- Mas sangue é gostoso. Queijo é nojento!
Bella torceu a cara. O que? Vampiros não gostam de queijo, ok? Fiquei o resto da noite observando-a dormir. Lá
pelas 03h00min da madrugada, Louis bateu na porta com um baralho na mão.
- Buraco? Pelos velhos tempos?
Deixei-a dormindo e fui com Louis para o salão de jogos. Já fui preparado, porque aquele vampiro adorava
roubar!
Os primeiros raios de sol do dia começavam a entrar pela fresta da cortinha que eu tinha deixado aberta. E daí
que Lestat gostava de tudo escuro? Eu não era vampira, ok? Esfreguei os olhos e olhei o relógio. Está de
sacanagem, 05h15? Que porra de luz é essa? Levantei e fui olhar. Parece que no campo aberto, a claridade
chegava mais rápido. Merda, ia ser difícil voltar a dormir. Edward não estava no quarto, então não podia fazer
sacanagens... olhei para a porta e ela me olhou de volta. Não saia, não saia, não saia. Saí. Desa vez eu não estava
sendo chamada por ele. Ou estava? Sei lá. Mas imagino que vocês já saibam onde eu fui parar, certo? Como eu
me odiava...
Entrei no corredor escuro e fui atraída até a porta preta e vermelha. Ela estava encostada, sem que desse para
ver algo lá dentro. Abro ou não abro? Abro ou não abro? Abri devagar. OMG. OMFG. Lestat estava transando
nos lençóis vermelhos com uma de suas mulheres. OMFG. Dei um passo para trás, tentando sair de fininho e
não ser vista ali. Não de certo. Ele virou o rosto para me olhar, com oslhos negros e dentes afiados. OMFG.
Morri.
- Bella! Veio juntar-se a nós? Esta é Thami!
- N-n-não. D-e-esculpe.
Dei meia-volta e corri pelo corredor. Um vulto me alcançou e então ele estava na minha frente, bloqueando a
passagem. Pelado. Não olhe para baixo, não olhe para baixo. Que se foda, olhei. Morri.
- Bom dia.
Ele se aproximou do meu ouvido, sussurrando.
- Eu não lhe chamei aqui dessa vez... me pergunto se você gosta tanto assim de perigo.
Eu gostava de perigo? Claro que não! Cadê Edward?
- N-não quero p-pro-problemas...
Cadê a porra do Edward? Eu não tirava os olhos da escada. Uma hora ela apareceria.
- Pode deixar que eu te aviso quando ele estiver a caminho.
Engoli seco.
- Você ficaria bem junto de minhas outras mulheres, Bella.
OMFG. Estava me cagando. Claro, que se não conhecesse Edward, talvez me atirasse em cima de Lestat. Pára
Bella!
- Eu passo a o-oferta.
Ele riu e os caninos já tinham sumido. Ok, não iria morrer. Então começou a andar em direção ao quarto. Me
virei e fiquei olhando... bem... seu corpo... branco... e... sarado... e...
- Edward está chegando. Até mais tarde.
Fechou a porta do quarto. E então escutei uns gemidos baixos. Devia ser Thami.
- Bella!
Edward chegou com raiva.
- De novo? Perdeu a noção das coisas?
Perdi, né? Eu sei...
- Desculpe.
Ele olhou para o fim do corredor, procurando por Lestat.
- Ele me sentiu...
- Sim...
Edward me olhou furioso. Ow.
- O que aconteceu?
- Nada demais. Ele só ficou me amedrontando.
Ainda bem que ele não lia minha mente. A porra do Lestat pelado ainda estava nela. Sai daqui! Sai!
Tranquei o quarto e olhei para Bella, que deitava na cama.
- O que você está pensando da vida Bella? Acha mesmo que Lestat te pouparia porque sou seu namorado? Ele
não pouparia nem a mim, nem a ninguém! Ele não é nem um pouco parecido comigo, com meus irmãos ou com
qualquer outro vampiro que você conhece. Lestat é monstro, ele faz tudo por diversão, ele entra em sua mente
por diversão, ele mata por diversão.
Eu parei com o sermão quando vi que seus olhos estavam molhados.
- Eu não faço de propósito.
Eu sabia disso. Sabia que era maior que a força dela. Mas eu estava cansado dela se colocando em situações
desastrosas o tempo todo. Uma hora eu não chegaria a tempo. Deitei ao seu lado e a beijei.
- Eu sei. Mas tente, por favor, ser mais cuidadosa. Não vá mais lá em cima. Ele sabe que você está indo, quando
você pisa no primeiro degrau.
- Ok.
Fiquei abraçado a ela até por volta das 10:00hs, que foi quando ela acordou.
- Bom dia.
Bella sorriu e virou de lado, me abraçando com a perna.
- Bom dia!
- Com fome?
- Posso comer um boi!
Pode mesmo? Gostaria de ver isso...
- Vamos descer e providenciar algo para forrar esse barrigão então.
- Barrigão?
Ela olhou assustada para sua barriga e passou a mão nela.
- Estou brincando... você percebeu, né?
- Tem certeza? Não estou gorda?
Só podia ser brincadeira dela... desci até a barriga reta dela e beijei.
- Gordíssima! Mas... eu adoro carne!
Ela estava rindo e agarrando meus cabelos, quando bateram na porta.
- Sim?
- Bom dia senhor Cullen. Vim entregar o convite para o Baile de hoje a noite.
- Hein?
O maluquinho me entregou um convite e foi embora. Baile?
- O que é Edward?
- Fomos convidados para um... baile.
Sentei na cama e abri o envelope de papel dourado. Tirei um convite duro, preto escrito em letras vermelhas. Já
sabia que era coisa de Lestat. Nunca vi ninguém para gostar tanto da combinação preto-vermelho.
“Excelentíssimo Lestat de Lioncourt o convida para seu Baile Real de Máscaras!
Data: 01/12/2008.
Hora: 20h00min.
Local: Castelo de Chambord.
Traje: A combinar com a máscara escolhida.
Direito a um acompanhante.”
- Parece que teremos um baile hoje.
- Mas... como? Eu não tenho roupa.
- Nós não temos nem máscara Bella...
- É baile de máscaras?
- Sim.
Ela se pendurou no meu pescoço.
- Eu quero! Eu quero!
- Vou repetir... não temos máscaras.
Ela sentou na cama e fechou a cara.
CAPÍTULO 19
- Legal. Eu sou convidada para um baile de máscaras num castelo, mas não posso ir porque não tenho uma
porra de uma máscara!
- Na verdade amor... quem foi convidado, fui eu.
Adorava irritá-la!
- Nem vou responder Edward.
Fomos até a cozinha um pouco gigante do castelo. Edward queria preparar alguma coisa para mim. Estava tudo
movimentado lá embaixo. Um entra e sai geral, com arrumações da decoração por todos os lados. Eu queria
chorar por não poder estar presente nesse baile.
- Senhor Cullen.
O empata-foda apareceu. Já estava com saudades dele. Mentira.
- O Príncipe gostaria de falar com vocês dois.
Nós dois? Ele me incluiu na conversa? Será que Lestat estava se apaixonando por mim? Ok, Bella, acorda. Fui
puxada por Edward e lá fomos nós para o último andar. Ele me levou no colo, mas isso era meio que
humilhante, sabe? Elevador seria legal ali... apesar de não combinar com a arquitetura.
- Edward. Entre.
Ele não falou meu nome, mas tudo bem.
- O que foi?
- Receberam meu convite?
- Sim, obrigado. Mas não temos máscaras... logo, não estaremos presente.
Lestat me olhou e sorriu. Yay! Chega Bella!
- Eu seria um péssimo anfitrião, se os convidasse e não providenciasse máscaras para vocês.
OMG. Eu ia ganhar uma máscara? Yay!
- Certo... mas não precisa. Mesmo.
- Presentes não se recusam Edward...
Lestat andou até uma cômoda e pegou duas caixas pretas. Veio até mim e me entregou uma.
- Espero que tenhoa algo lindo para usar com ela. Caso não tenha, me procure.
Ok. Yay!
- Edwad... você eu sei que sempre tem algo para usar.
Abri minha caixa. Morri. Era a coisa mais linda que eu já vi na vida. Quando falou-se em máscaras, eu achei que
fossem tipo aquelas que a gente aluga em lojas de fantasias. Idiota Bella... idiota. Minha máscara era de renda
preta com um fundo um pouco vinho, de paetês pretos, plumas pretas e uns detalhes em prata.
- É simplesmente... linda.
- Que bom que gostou.
Eu olhei a de Edward. Ele ficaria bem gostoso usando aquilo. Ela era toda preta com detalhes em alto relevo,
também em preto, mas que fazia com que a máscara ganhasse um brilho meio prata. Pensei nele usando
apenas a máscara para mim, na cama. E só. Untei. Acho que eu guardaria a máscara e levaria para Forks. Seria
bem legal recordar o baile...
- Obrigado. Se é assim, nós iremos.
- Posso usar qualquer roupa?
- Algo que combine com sua máscara. Com a cor dela, de preferência.
- Ok.
Eu não tinha porra nenhuma para usar. Fato! O que ele quis dizer com “me procure”? Teria uma roupa aí que
coubesse em mim? Nem tive tempo de perguntar, já que Edward saiu me puxando dali. Voltávamos para o
quarto. E eu não comi.
- Vai querer mesmo ir ao baile?
- Isso é piada, né?
- Certo.
Que tanto ela queria fazer numa droga de Baile de Máscaras?
- Só não sei que roupa colocar... não tenho nada que combine com isso... porque eu só trouxe malditas roupas
de couro!
Couro é? Hum. Ok. Se era para ir nesse baile e sofrer, então iria tentar me divertir um pouco. Fui até a mala de
Bella e puxei uma roupa lá de dentro.
- Usará isso.
- Não mesmo!
Eu segurava o macacão de couro que Alice obrigara Bella a comprar. Deveria ficar justérrimo, no melhor estilo
Mulher-Gato. E sem contar que tinha um decote bem promissor ali na comissão de frente.
- Ou você veste isso, ou nós não vamos ao baile.
Ela me olhou incrédula. Sim, eu virei chantagista. Haha. E arrancou o macacão da minha mão.
- Inacreditável Edward!
As horas passarm bem rápido, e já eram 20:00hs quando terminávamos de nos arrumar. Ela ainda não tinha
saído do banheiro. Estava louco para vê-la de máscara e com aquela roupa.
- Edward, eu vou desmaiar de fome nessa festa!
Olhei para o banheiro, ela ainda estava lá dentro, gritando comigo.
- Não vai não... tem comida hoje. De humanos.
- Jura?
- Sim... ele precisa alimentar os convidados.
Então ela saiu pronta de lá. Eu fiquei bem excitado com a imagem. Estava gostosíssima com a roupa que
marcava cada curva sua. Tínhamos mesmo que ir lá para baixo? Ela andou até mim, e parecia que um felino
estava se aproximando.
- O que você fez com minha namorada?
- Muito engraçado!
Porra Edward me come! Meu namorado gostoso estava mais gostoso ainda com aquela máscara e uma roupa
toda preta. Me lembrou o Batman. Não riam. Ele não estava usando um peitoral de enchimento, ok? Muito
menos uma máscara com chifrinhos. Mas me lembrou o Batman. Ficou imponente.
- Acho que sua namorada foi dar um passeio com o meu namorado.
- Devem estar se pegando então...
- Provavelmente.
Eu tive vontade de ser forte o suficiente para rasgar sua roupa e jogá-lo na cama. Então me dei conta da
inversão de papéis aqui. Eu era super patética.
- Tem certeza que ficou legal? Minha roupa?
- Absoluta. Mais gostosa impossível.
Se ele falava com tanta certeza, quem era eu para discordar. Edward me deu o braço e eu aceitei. Saímos do
quarto e fomos lá para o salão.
Diferente de ontem, o castelo agora estava todo aceso, super iluminado com seus lustres gigantes de cristal. A
música tocava super alto, e já tinha muita gente perambulando pela festa. Eu fiquei tonta com tantas máscaras
e tantas pessoas imponentes e elegantes. E cada roupa mais foda que a outra.
- Quem são?
- A alta sociedade parisiense. Em peso.
- Não sabem o que Lestat é, certo?
- Não.
Coitados... mas bem, não achava que Lestat faria algo ali.
- Ele vai aprontar?
- Quem? Lestat?
Balançei a cabeça.
- Claro que não. Ele preza demais sua imagem.
- Ah claro.
O burburinho parou, quando Lestat apareceu no alto da escada. Ele não devia gostar muito de chamar a
atenção, né? Usava uma blusa branca aberta até o meio do peito, calça preta e uma capa bem estilo vampiro.
Claro, era dele. Dã. Aquelas capas pretas por fora e vermelhas por dentro. A sua máscara era bem discreta.
Mentira. Era toda dourada. Aquilo reluzia lá de cima. Era ouro?
Ele chegou ao salão, com várias mulheres indo cumprimentá-lo. Imaginei que não seria nada agradável namorar
um cara desses. Edward já me matava de ciúmes... imagina alguém tão... galinha! Ele nos viu e chegou perto.
- Edward. Bella.
Se curvou para me cumprimentar. Hein? Lembrei de filmes antigos e coloquei minha mão na dele, que estava
estendida para mim. Deu um leve beijo nela.
- Encantado.
Como se nunca tivesse me visto, né? Cantadinha barata!
- Roupa bem... instigante, posso dizer.
- Concordo. Vou arrancar do corpo dela quando formos dormir.
Edward jogou um veneno para ele. Wow. Era alguma disputa? Deixa de ser imbecil Bella...
Estava tentando não arrancar a cabeça de Lestat, quando um ponto vermelho parou no alto da escada. Pensei
em Victoria na hora. Mas não era. Ela tinha cabelos negros e curtos usava uma máscara toda branca e prata,
com plumas brancas, e um vestido descomunal, vermelho. No melhor estilo Jessica Rabit. Tomara-que-caia,
justérrimo, com um rasgo na perna que ia dos pés até a virilha. O salão inteiro parou para admirá-la. Quando ela
se aproximou, eu tinha certeza que conhecia essa mulher. Mesmo de máscara, seu rosto me era familiar. Lestat
deu o braço a ela.
- Esta é minha nova aquisição.
- Outra mulher Lestat?
- Sim. Essa é minha K.
Ah não. Lembrei. Escrava K. Mas como...? Antes que eu perguntasse, Bella se adiantou.
- Escrava K? Onde a achou?
- Uma mulher estava vendendo-a no EBay.
Eu não acredito que Rosalie vendeu a escrava. Emmet sabia disso? Se não soubesse, ele iria morrer.
- No EBay?
A escrava me olhou e sorriu. Era melhor sair dali antes que Lestat desconfiasse de algo... não queria mesmo que
ele soubesse que nós tínhamos ligação com a escrava. Peguei no braço de Bella.
- Com licença, vou procurar algo para comermos.
Saímos de perto deles e aproveitei um garçom passando e o parei.
- Só um minuto por favor... Bella, coma!
Peguei alguns canapés e dei para ela.
- Edward!
- Deixa para conversar depois... primeiro coma.
Ok, isso foi rude... ela ia morrer engasgada de tanta comida que mandei ela comer. Puxei outro garçom e peguei
duas taças.
- Beba amor...
- Edward, eu estou morrendo, chega!
Ela falava de boca cheia empurrando minha mão. O garçom da comida estava indo embora. Puxei-o pela camisa.
- Calma. Quando ela estiver satisfeita, você vai.
Céus! Ele estava me matando de vergonha. E me entupindo de canapés. Eu estava engasgada já. Peguei uma
taça da mão dele e virei. Puta que pariu, que merda é essa? Senti meus olhos lacrimejando.
- Edward, o que é isso?
Ele pegou a taça e cheirou o líquido. Me olhou arrependido.
- Absinto, desculpe.
- Você pegou absinto para eu beber?
Porque eu não tinha um namorado normal? Será que tem refrigerante nesse baile?
- Moço... tem refrigerante?
O garçom que estava sendo segurado por Edward me olhou. Ficou me olhando.
- Não.
Morri, né? De sede.
- Não tem nada que não seja alcoólico?
- Temos água.
Legal. Água. Peguei a porra do absinto e bebi. Desceu queimando. Argh!
- Não quero mais comer Edward... não por enquanto.
Ele soltou o garçom, que saiu apavorado de perto de nós. OMG.
- Edward... olhe lá para a escada.
Ele virou para olhar e apertou minha mão.
- O que Lestat pensa que está fazendo?
Vinha descendo de mãos dadas com Lestat, um diabinho. Digo, Hazel. Esse mesmo. Ele usava máscara menor,
prateada. Mas não igual às nossas... diferente, como se fosse de metal. Estava vestido com uma túnica azul clara
com fios em prata. Parecia um mini-imperador. Todo mundo olhou, claro. O diabinho era lindo de doer. Vai ser
belo assim lá no inferno! Cruzes. Parecia um anjo mau. Lestat guiava-o pelo meio das pessoas, sem soltar sua
mão. Chegou até nós.
- Lembra deles, Hazel?
- Sim.
Edward olhou feio para Lestat.
- Você perdeu a cabeça?
- Nossa Edward! Que piada de péssimo gosto...
- Lestat, olhe em volta. Humanos... (apontou para Hazel) e dentes.
- Ele vai se comportar, certo Hazel?
- Certo pai.
Pai? Que fofinho... chega Bella.
- E além do mais, vocês não vão deixar que ele morda ninguém por aí...
O que ele quis dizer com... nós?
- Como é que é?
- Trouxe-o para vocês se acostumarem com ele...
Lestat então passou a mão do menino para Edward, que segurou tremendo.
- Qualquer coisa me chame. Comporte-se Hazel.
Mentira que Lestat saiu andando e deixou sua cria nas minhas mãos... mentira. Não era cria de verdade... mas,
entenderam né? Olhei a peste.
- Você sabe que não pode morder ninguém, certo?
- Sim.
A voz dele era mais cristalina que a minha e de qualquer outro vampiro. Ele olhava Bella.
- Oi.
- Er...o-oi.
Hazel pegou na mão dela e alisou. Depois encostou o rosto.
- Seu cheiro é tão bom...
Ok, peste. Puxei ele para longe dela. Cheiro bom o cacete.
- Edward... não acho que ele ia fazer algo.
- Não importa. Hazel, ela é minha namorada e humana. Você nunca poderá mordê-la, entendeu?
- Não vou mordê-la. Se ela morrer, não sentirei mais o seu cheiro.
Ok. Criança pervertida, isso sim. Que parada é essa de sentir o cheiro da minha mulher? Eu hein. Passou uma
criança correndo por nós e senti Hazel se mexer.
- Não.
- Só vou brincar.
- Não.
Fiquei com pena dele... era apenas uma criança. Má, mas era criança.
- Edward, deixe ele ir um pouco...
- Ficou louca Bella? Quer uma criança assassinada aqui?
Pensei melhor. Não mesmo. Hazel estava quieto agora, olhando para o chão.
- Que tal se fôssemos dar uma volta pelo salão?
Ele levantou a cabeça e os olhos azuis brilharam. Esticou a mão para mim.
- Vamos. Os três.
Ele abaixou a mão de novo. Coitado.
Andamos pelo salão, esbarrando nas pessoas que se amontoavam em grupos. Povo adora parar no meio da
passagem, né? Passou um garçom por mim e eu peguei logo uma taça. Absinto? Bebi. Não. Champagne. Melhor,
né?
- Você não devia misturar as bebidas Bells.
- Só um pouco... e tenho você para me carregar até o quarto quando eu ficar trêbada.
Ele fechou a cara. Vi de longe o grupo de mulheres de Lestat, todas em volta dele. Como esse homem consegue
dar conta de todas elas? É pilha Duracell? Hazel começou a ficar um pouco impaciente, e ficou esfregando os
olhos.
- Que foi garoto?
Nossa, Edward era super delicado. Imaginei ele com um filho.
- Meus olhos!
- O que tem?
- Estão mudando! Rápido! Faz alguma coisa!
Então Hazel nos olhou. Ow. Os olhos azuis sumiram e agora eu via dois olhos vermelhos. Isso era lugar para
aquilo acontecer? Edward o pegou no colo e correu até Lestat.
- Edward...
- Fome. Agora.
Lestat levantou o rosto de Hazel com o dedo. Curvou as sobrancelhas.
- Você está ficando insaciável Hazel...
- Alimente- o Edward.
O que? Não mesmo. De novo não.
- Não!
Eu queria morrer... dizer um não sonoro para Lestat. Ele inclinou a cabeça para o lado, me olhando.
- Não?
Pensa rápido Edward.
- Também estou ficando com fome...
- Certo! Inferno!
Ele tirou Hazel dos meus braços e o levou lá para cima. Voltei para onde deixei Bella.
- Edward, você não está sendo duro demais com ele?
- Bella, ele tem a aparência de uma criança,. Mas não é mais. É um demoniozinho por dentro!
- Mas ele parece estar controlado...
- Você acha mesmo que sabe mais sobre ele do que o próprio Lestat?
Ela me olhou, como quem me entendia. Era bom mesmo. Só me faltava essa agora, Bella ficar com pena do
diabinho mirim. Louis chegou perto de nós, de camisa vermelha e calça preta, e uma máscara vermelha e prata.
Me lembrou um Don Juan da vida. Bella o olhava com um sorriso no rosto. Eu mereço.
- Boa noite Edward, Bella...
- Oi Louis.
- Oi... Louis... você comeu mesmo ratos?
- Delicada...
- Não tem problema Edward... não me importo em falar sobre isso.
Ele sorriu e pegou uma taça de absinto que passava.
- Bebendo Louis?
- Já te disse que experimentei de tudo nessa vida...
- Você gosta disso?
Ele olhou para Bella e sorriu. Tinha um sorrisinho desses que as mulheres ficavam com vontade de botar no
colo.
- Aprendi a gostar. Mas às vezes bebo só de onda mesmo.
- Mas sobre os ratos?
Bella era insistente né? Coisa desagradável...
- Posso dizer que não gostei muito.
- Imagino...
A orquestra começou outra música, dessa vez lenta, e Louis estendeu a mão para Bella. Hein? Estou aqui, ok?
- Posso ter a honra?
Morri. Morri. Morri. Louis de Pointe du Lac me chamando para dançar. Morri. Alguém pode por favor me
ressucitar? Pega a mão dele, Bella. Pega! Edward me olhou. Não pega...
- Então?
- Bem... eu... obrigada...
Louis me olhou e depois olhou Edward.
- Acho que Edward não vai se importar.
Eu olhei para Edward também. Duvido!
- Claro que não me importo!
Mentira. Ele tinha o maxilar tenso. Mas eu fini que também acreditei e peguei na mão de Louis. Oh. Louis me
conduziu até a pista de dança cheia de gente e parou comigo no meio.
- Com licença.
Para que? Ow. Ele colocou uma mão em minha cintura e a outra continuo segurando minha mão. Perfeito
cavalheiro. Edward podia aprender umas coisinhas com ele... Então lembrei... eu não sei dançar. Fudeu.
- Podemos não mexer os pés?
Ele me olhou rindo.
- Não sabe dançar?
- Sei dançar hip hop, funk, rock, dance e house.
Louis me olhou como se eu estivesse falando alguma coisa em braile.
- Você sabe dançar... músicas boas?
E desde quando Madonna ou 50cent não era legal?
- Não...
- Então apenas me deixe conduzi-la.
Eu deixo. Eu deixo. Com todo prazer. Merda Bella, seu namorado está ali... eu devia estar roxa... tipo, eu era fã
daquele cara! Assisti Entrevista com o Vampiro 20 vezes só para vê-lo ser interpretado pelo Brad Pitt. Que não
chegava nem aos pés do verdadeiro Louis. Morra, Bella! Ele me conduzia pelo salão e eu nem sentia que estava
dançando. Mas eu sabia que estava, porque cada hora estávamos num ângulo diferente.
- Você gosta de ser assim?
- Imortal?
- É...
- Tenho opção?
- Não...
- Pois é.
- Mas... você realmente foi mordido por Lestat?
- Sim.
- E por que Edward falou que ele não transforma mais ninguém?
- Atualmente ele não faz mais isso. Já parou há alguns anos.
- Muitos anos?
- Acho que o último foi a uns 250 anos.
Ow.
- E você...
- Fui mordido muito antes de Lestat se tornar tão popular.
A música estava chegando ao final e vi Edward caminhando até nós. Quando ele chegou, o vulto preto de capa
vermelha chegou junto com ele.
- Não vai me dar a vez agora Edward?
Ele fechou a cara, eu achei que ele fosse socar Lestat ali na frente de todos.
- Claro.
Edward me lançou um olhar de “tome cuidado” e se afastou. Louis deu minha mão para Lestat. Agora eu morri
mesmo. Não sentia nem mais meu coração bater. Vocês têm noção de como ele é gelado?
- Não morra agora Bella...
Céus. Ele olhou para a orquestra e fez um gesto com a mão. Eu só entendi quando os acordes mudaram e ele
me perguntou.
- Sabe dançar tango?
Hein? Oh caralho...
- Não...
- Dois por quatro Bella... dois por quatro.
Você entendeu? Nem eu... eu só tentava me concentrar em respirar e não pisar de forma alguma nos pés dele.
Lestat colocou uma mão por trás de minhas costas e eu tremi. Ele não se inclinou, pelo visto Tango se dança
com uma certa postura... mas ele falava comigo de uma forma que as palavras chegavam sussurradas até mim.
Puta que pariu, como ele faz isso? Não enxerguei mais nada ao meu redor, só eu, ele e a orquestra tocando.
Dávamos largos passos pela pista, sempre deixando ele conduzir. Por incrível que pareça, eu estava dançando
como se sempre tivesse feito isso. Não me perguntem como.
- Te deixo nervosa?
- Ahn? Não.
- Aprenda a mentir melhor Bella...
- Ok.
- Pensou no meu convite...?
- Qual...
- Se juntar ao meu... acervo...
Hehe. Hehe. Feche a boca Bella.
- Não...
- Não pensou... ou não quer se juntar?
Não sei.
- Não quero...
- Uma pena.
Também acho... mentira! Amo Edward!
- Não sou ciumento...
Ele me leu?
- Você... lê o que eu penso?
Ele sorriu diabolicamente irresistível.
- Não leio. Sinto.
- Como... assim?
- Edward lê exatamente o que você pensa. Eu sinto as pessoas por completo... Eu sinto que você está nervosa,
respirando errado, com medo... mas ao mesmo tempo está feliz por me chamar a atenção...
Ele me olhou fundo nos olhos e me jogou para trás. Merda, vou cair! Então sua mão veio junto nas minhas
costas e eu parei a centímetros do chão, com ele me segurando e dessa vez, se inclinando sobre mim,
aproximando seu rosto do meu.
- Eu sinto que você está nas minhas mãos...
Morri. Fato consumado. Mandem meu caixão para meus pais. Ele me levantou de volta, e eu bati contra seu
corpo. Soltou-me e veio ao meu ouvido.
- Não babe... vai borrar a maquiagem...
Fiquei parada olhando-o se afastar, e depois corri os olhos pelo salão à procura de Edward. Espero que ele não
esteja muito irritado. Mas o que...? Filho da puta! Ele não estava irritado! Porque ele não estava nem olhando
para mim. E sim conversando com nada mais nada menos... que Escrava K. Ah, parou!
- Oi.
Bella tinha voltado da dança. Nã estava com uma cara muito feliz. O que foi agora?
- Olá! Tudo bem? Estava conversando com seu namorado, sobre meus dias com Emmet. Lembra de mim, né?
- Impossível esquecer...
Bella estava ríspida com a escravinha. Pobre menina.
- Edward, podemos dar uma volta?
- Agora amor?
- Agora!
Olhei para Escrava K. Não podia deixá-la sozinha... ela não conhecia ninguém ainda.
- Por favor, não se prendam por minha causa... preciso mesmo ir atrás de Lestat. Ele ainda não... experimentou
o material, se é que me entendem.
Eu entendia perfeitamente. Se ele estivesse muito ocupado eu podia me colocar em seu lugar. Deixa de ser
imbecil Edward. Bella está ao seu lado.
- Ok, vamos.
Ela saiu me puxando pelo braço para longe do pontinho vermelho. Escrava K piscou para mim e saiu andando
para o lado oposto.
- Perdeu a razão Edward?
- Eu?
Eu hein, Bella estava alterada demais...
- Quem dançou com Louis e Lestat? Fui eu?
- Não... mas eles que pediram. E você se jogou em cima daquelazinha lá.
- Escrava K Bells... ela tem nome.
Ela rosnou e me acariciou com um soco no estômago. Assim eu gamo mais...
Lestat apareceu de longe e fez um sinal com a cabeça.
- Vem cá...
Fui até ele. Hazel estava de volta. Ótimo. Mentira.
- Já comeu?
- Sim.
- Não está tarde para ele ficar acordado Lestat?
- Edward... ele é um vampiro.
Certo. Falha minha. O diabinho olhou para Bella e chamou-a com o dedo. Ela se curvou.
- Bella!
- Calma Edward... deixa eu falar com ele...
Céus! Ela era louca mesmo!
- Você é linda!
Bella corou e me olhou. Isso é alguma piada? O garoto de 8 anos estava jogando charme para MINHA
namorada? Bella sorriu para ele.
- O-obri-brigada.
Ah, fala sério! Me mata, vai! Lestat sorria olhando a cria, feliz como um pai orgulhoso. Então algu passou pela
minha cabeça. Não podia ser... olhei em volta, procurando por uma mulher bonita. Puxei uma morena pelo
braço e coloquei-a na frente dele. Abaixei e falei em seu ouvido.
- Linda moça, né? Quero ver você seduzi-la...
A peste me olhou insolente.
- Fácil.
Ele sorriu para a mulher, que sorriu de volta. Pegou na mão dela e beijou. Eu senti o coração da humana
acelerar. Não era possível.
- Lestat, posso falar a sós com você?
- Hazel, tome conta de Bella.
Ele mandou a peste tomar conta da minha namorada? Vai se fuder, Lestat!
- Bella, não se mexa. Nem abaixe de novo.
Puxei o príncipe até um canto. Ele tinha uma feição impaciente agora.
- Lestat, ele está se tornando você!
- Como é que é?
- Você não percebe? Que ele já seduz uma mulher com facilidade?
Ele olhou para Hazel e então parece que a ficha caiu. Lestat abriu um sorriso e gargalhou. Foi até a peste e
pegou-a no colo.
- Inacreditável, Hazel!
O menino sorriu sem entender.
- O que mais você consegue fazer?
- Eu?
- Sim. Lê alguma mente aqui da festa? Sente alguma coisa?
O pobre coitado balançou triste a cabeça, como quem tinha medo de decepcionar o pai.
- Não importa. Talvez com o tempo...
Eu tive uma idéia genial!
- Quem sabe se ele continuar morando aqui, ele não acabe se tornando seu clone...
- Não é preciso Edward.
É sim, vai...
- Ele vai parar de se alimentar do seu sangue... portanto...
- Ele pode se alimentar de vez em quando. Nós temos tempo. Anos. Séculos. E além do mais, quero conhecer
Forks.
Vamos parar o mundo porque eu quero descer! Lestat em Forks? Tudo que eu não merecia!
- Certo...
- Do que vocês estão falando?
Tinha deixado Bella boiando na conversa. Eu ia abrir a boca, mas o maldito príncipe se adiantou.
- Sobre Hazel se tornar tão bom quanto eu...
- Ah.
Se acha, não?
Já estávamos lá para o meio da festa, quando um burburinho começou e várias pessoas se aglomeraram num
local para depois se afastarem, como em briga de boate, que aquela onda de pessoas te atinge também e você
geralmente não tem para onde correr, porque atrás de você... bem, tem mais pessoas. Legal! Fui empurrada ia
cair de costas quando meu corpo bateu em algo frio. Era bom ter Edward por perto. Mas a voz dona do corpo
que me segurava, não era a de Edward. Olhei. Morri. Lestat.
- O que está acontecendo?
A porradaria parecia estar comendo solta lá na frente e eu ouvi Lestat rosnando. Edward me puxou e Lestat sai
andando em direção ao tumulto.
- O que é Edward? Está vendo?
- Briga de adolescentes. Provavelmente por causa de mulher.
Sempre era por causa de mulher... Eu olhei para Hazel, para segurar sua mão e ... ops.
- Cadê Hazel?
Edward olhou para onde Hazel deveria estar e se apavorou.
- Merda! Bella, vá para o quarto e fique lá.
- Por quê?
- Porque eu não sei onde está um vampiro em miniatura com sede de sangue e que tem atração por você.
- Não é mais seguro eu ficar contigo?
- Não... está um tumulto aqui por causa dessa briga. Etenho que procurá-lo. Mas na minha velocidade. Não na
sua.
Não precisava humilhar né? Só porque eu era um pouco devagar... voltei rápido para o quarto e tranquei a porta
como Edward pediu. Até parece mesmo que Hazel me atacaria lá.
Acendi a luz do quarto e quase morri do coração.
- Hazel!
- Assustei?
Não... que isso... os oslhos azuis estavam em cima da cama, sentado de pernas dobradas, brincando com...
OMG. Ele estava usando meus sutiãs como estilingue, tentando acertar bolinhas de papel no lustre.
- O que você está fazendo?
- Treinando a pontaria...
- Me dá isso!
Arranquei um sutiã da mão dele e a criançinha linda rosnou para mim.
- Ok, pode ficar.
- Não quero mais.
- Melhor ainda.
Joguei dentro da mala e fechei. Ele ficou na mesma posição me olhando curioso. Cadê Edward nessas horas?
- Quantos anos você tem?
- Eu? Tenho 18.
- Pena que eu só tenho 8.
- Pois é...
Ele cruzou os braços e fez beiço. Tadinho.
- Eu nunca vou crescer né?
Perguntava para mim? Eu tenho tanto tato com vampiros...
- Acho que não...
Ele me olhou chorando. OMG. Escorreu uma lágrima de sangue pelo seu rosto. Peguei uma toalha e fui limpar.
- Você viverá para sempre... isso não é legal?
- Só seu eu pudesse crescer.
- Você vai crescer. Mas não em tamanho.
Eu não estava ajudando.
- Eu gosto daqui, e gosto do meu pai. Não quero ir para longe.
- Hazel, ele não é seu pai, sabe?
Ele me olhou furioso, com olhos negros. Dei um passo para trás, mas ele puxou minha mão. Eu caí sentada na
cama.
- Não vou te matar.
- Ah... obrigada...
Eu era patética. Agradecendo um vampiro da metade do meu tamanho. Mentira. Ele era quase do meu
tamanho. Ele deitou a cabeça no meu colo e ficou parado. Ow. Eu já ia fazer um cafuné, quando a porta abriu
com força e Edward apareceu do outro lado. Com dentes expostos e olhos negros.
- BELLA!
Ele avançou em Hazel, que pulou para trás e mostrou os dentes também. Fui me meter no meio, né?
- Edward, calma, ele não fez nad...
Mas então Hazel fez. Sem querer, mas fez. Hazel me empurrou para fora da briga e eu caí para trás, cortando o
ombro na quina da mesinha de cabeceira. Que era de vidro. Eu sempre, sempre me fudia. Claro. O pobre não
teve como se controlar, e me olhou com olhos vermelhos brihantes na mesma hora. Ele tinha pulado por cima
da cabeça de Edward e ia cair em cima de mim, quando me puxaram daquele canto.
- LESTAT!
OMG. Escutei o grito de Edward. Deixei de morrer em um, ia morrer em outro. Tal pai, tal filho. Lestat me
segurava com um braço passando em volta do meu pescoço. Hazel veio para cima dele e levou um tapa caindo
longe. Edward se levantou e Lestat o brecou com a mão.
- Ele vai morar contigo. Aprenda a controlá-lo.
Edward olhou de volta para Hazel, que estava caído no chão. Eu fui sendo puxada para fora do quarto. Ei,
Edward não ia me salvar? E Hazel, estava morto?
- Hazel!
- Ele vai ficar bem...
Eu estava sendo levada lá para cima. Passamos pelo corredor e uns vampiros chegavam perto, e iam embora
quando viam que era Lestat.
A porta preta e vermelha se abriu e fechou atrás de nós. Ele me soltou e eu dei alguns passos para longe.
- Por favor...
- Não te mate? Blá blá blá. Vocês humanos adoram implorar pela vida.
- A g-gente tenta...
- Se eu quisesse te matar, você estaria morta na primeira vez que subiu as escadas. Merda, sujei minha blusa.
Ele tirou a capa e tirou a blusa. Nem vou comentar este fato. Olhou para meu ombro e se aproximou. Não se
mije Bella, não se mije.
- Tenho que dar um desconto para Hazel... seu sangue cheira muito bem...
Não consegui abrir a boca.
- Caso não saiba, eu tenho um alto controle surpreendente... e bem, não vou criar discórdia com Edward. Eu
acho ele um cara legal... faria falta se morresse.
Continuava sem conseguir abrir a boca.
- Pode falar agora...
Abri a boca. Cruzes.
- Por que... me trouxe aqui?
Ele me segurou e cheirou minha ferida. Jogou a cabeça para trás e sorriu.
- Ah! Maravilhoso! É como se fosse... chocolate com morangos para você.
- Fico feliz que goste...
Que merda Bella! Como assim, fico feliz? Ele sorriu e tirou a máscara. Morri mais uma vez.
- Hazel não se controlaria com você lá. Por isso trouxe-a para cá.
- Para seu... quarto...?
Ele sorriu e levantou uma sobrancelha.
- Quer usar minha cama? Fique à vontade.
Claro... Super!
- Eu não caio nessa... seu... olhar não faz efeito comigo.
Falei alguma merda, porque ele gargalhou e virou de costas, andando até a janela.
- Não faz porque eu não quero...
- Tentar você tentou...
- Não tentei...
- Não é o que eu lembro.
- Estou tentando ser paciente com você Bella...
Hazel levantou-se e me olhou com raiva. Rosnou mais uma vez para mim e pulou. Eu nem me precisava usar
força... ele era totalmente menor que eu. Peguei-o no ar pelo pescoço e o encarei.
- Acabou Hazel! Veja, ela nem está mais aqui!
Ele olhou em volta procurando pela presa.
- Cadê?
- Não importa... acalme-se pois não quero lhe machucar.
Ele olhou dentro de meus olhos e franziu a testa.
- Está com meu pai.
Mas que praga! Eu apertei mais seu pescoço.
- Hazel...
Ele colocou suas mãos nas minhas e fechou os olhos. Ficou uns segundos assim e quando abriu novamente, o
azul voltara. Eu o abaixei e coloquei no chão.
- Não queria machucá-la...
- Certo.
Eu não queria papo com aquela miniatura de Lestat. Peguei sua mão e subi com ele.
Como assim está tentando ser paciente comigo? Eu hein... ele não daria o braço a torcer né?
- Sei...
Fui jogada contra a parede e me dei conta que foi Lestat que me empurrou. Ele estava grudado em mim com
seu rosto a centímetros do meu. Ele soprou alguma palavras.
- Não me subestime... humana.
Virou as costas para mim e foi em direção a uma outra porta. Abriu e eu vi que era um closet. Ele tirou lá de
dentro uma camisa de seda preta e vestiu, ajeitando a manga enquanto falava comigo.
- Eu nem sei por que ainda não traçei você, sinceramente... acho que considero muito Edward, por ele ter
vividos tantos anos aqui... mas não nasci para ser canonizado, sabe?
Me traçar? Que palavriado mais baixo!
- Como se você pudesse me obrigar a isso.
Porra Bella, cala a merda dessa boca! Eu tento, mas as palavras saem sozinhas gente... Ele se aproximou e parou
na minha frente.
- Pode fechar para mim?
Ele queria que eu fechasse os botões da camisa? Céus. Levei minha mão mais trêmula do que paciente com
Parkinson até um dos botões. Puta que pariu, não conseguia fechar nem o primeiro botão. Olhei para ele e
morri quandi o vi passar a língua nos lábios. Voltei a me concentrar nos botões.
- Posso ser imortal, mas não gostaria de passar a eternidade aqui...
Ele ainda me zoava? Pronto, agora não consigo mesmo... senti sua mão gelada levantar meu rosto para olhá-lo
melhor. Ele se aproximou ficando cara a cara comigo.
- Agora... eu estou usando meu poder.
Congelei.
- Eu QUERO que você me beije.
OMFG. Eu sentia um tipo de imã me puxando na direção da sua boca, por mais que eu quisesse manter
distância. Ele fechou os olhos e se afastou.
- Mais uma vez, salva pelo gongo... seu namorado está no corredor.
Edward? Edward? Óh céus! Corri para abrir a porta, mas Lestat impediu, empurrando-a com uma mão.
- Lembre-se de uma coisa: apenas por Edward ter sido rápido.
Eu puxei a maçaneta. Nem mexi a porta.
- Apenas por eu não querer... outra teria te agarrado, não é?
Ele tirou a mão da porta e eu abri. Edward chegou na minha frente.
- Bella, está bem?
Eu o abracei, agradecendo mentalmente por ele ter sido pontual.
- Sim.
Lestat saiu do quarto, passando por nós.
- Você tem um sexto sentido perfeito Edward...
Tive vontade de voar no pescoço dele. Mas fiquei quieta. Edward me olhava.
- Ele tentou algo?
- Sim...
- Pode contar... eu sou forte.
Óh meu bebê...
- Não aconteceu nada.
Quase, né?
- Sei.
- Eu juro. Sou tão lerda que até uma cantada eu demoro a entender...
Ele olhou Lestat que já estava longe, descendo as escadas e voltou a me olhar.
- Vamos cuidar disso aí...
Voltamos para o quarto, que por sinal, estava uma bagunça.
Ajudei-a a tirar o macacão, que tinha um rasgo no ombro, com sangue junto. Ela gemeu de dor quando o couro
raspou na ferida.
- Desculpe. Machucou?
Bella mordeu os lábios e balançou a cabeça. Puxei-a e dei um bejo em cima do corte.
- Hum. Acho que eu não devia ter feito isso...
- O que?
Andei com ela até a cama e a derrubei, subindo em cima dela e buscando a ferida com minha boca. Ela gemeu.
- Isso é de dor ou de prazer?
- Os dois...
Beijei sua boca e ela fez uma cara feia.
- Você tem consciência de que eu estou bebendo meu sangue por tabela, né?
- Prefere o meu?
Ela arregalou os olhos...acho que estava meio tonta por causa do absinto.
- Estou brincando Bells.
Ela riu e trouxe uma mão até a gola da minha camisa.
- Tira a roupa, gostoso!
Ok. Ela estava tonta. Tirei minha blusa e Bella me puxou para morder meu peito. Fechei os olhos e deixei sua
boca quente tocar minha pele. O sangue cheirava forte. A ferida piscava para mim. Sua jugular também. Acho
que eu não iria resistir dessa vez.
- Amor... confia em mim?
- Sim, por quê?
Me abaixei, soltando meu peso em cima dela e procurei seu ouvido.
- Vou te morder...
- Ow.
Vou morrer, vou morrer, vou morrer. Acho que estava suando frio agora. Senti sua língua contornando meu
pescoço.
Sua pele passou de quente para gelada, seu coração eu nem conseguia dizer quantos batimentos por minuto ele
estava fazendo. Desci delicadamente minha língua para seu pescoço e beijei o local da mordida.
- Vai..........ser............agora.........?
- Não desmaie Bells, senão a graça acaba.
Cravei minhas unhas nas suas costas. Eu queria muito não morrer. Senti falta de ar. Era neurose ou eu não
estava conseguindo puxar o ar?
Levei uma mão até minha calça e abri. Puxei suas pernas e coloquei-as em cima de mim. Fui entrando devagar
nela, que estava com os olhos fechados e respiração presa.
- Respire Bella... não irei te machucar.
Ele entrou devagar, mas veio até o fundo, me fazendo ir ao céu e voltar. Voltei, né? Ou fiquei lá de vez? Sentia
seu membro me preenchendo toda e sua boca de volta no meu pescoço. OMG, ele aumentou o ritmo. O
barulho já ecoava pelo quarto todo. Minha respiração voltou mas já estava indo embora de novo.
- Prepare-se, ok?
- Vai..........doer........?
- Um pouco.
Ele precisava ser sincero?
Circulei a língua em cima da veia e encostei os dentes na sua pele.
- Edward!
A olhei mais uma vez.
- Posso te........ beijar......... assim?
Ele me beijou sufocantemente, com fúria. Eu tentava em vão passar a língua nos seus dentes, mas não estava
conseguindo. Segurei sua cabeça.
- Pare.
Ele parou de estocar e me olhou como se não entendesse o que eu queria. Dei um selinho nele e passei minha
língua nos seus lábios, que foram abrindo devagar. Lá estavam os caninos. Só meus, sacou? Levei a ponta da
língua até um deles e Edward se retraiu, querendo fechar a boca.
- O que você quer?
- Sentí-los...
Uma fantasia meio bizarra, ficar lambendo meus dentes... mas quando se tratava da minha namorada estranha,
tudo era possível. Deixei-a se realizar e mostrei-os a ela.
Toquei a ponta da língua na parte mais afiada. Era lindo. Contornei toda a extensão dele.
- Podemos voltar a transar?
Ele quase mordeu minha língua para falar, mas tudo bem. Assenti com a cabeça.
Voltei a bombar dentro dela, enquanto ela rebolava em baixo de mim. Voltei então para seu pescoço e encostei
os dentes, mirando bem em cima da veia para não doer tanto. Quando pegava muito no músculo, era mais
dolorido. Segurei seus cabelos e puxei um pouco sua cabeça. Suas mãos pequenas estavam abertas segurando
meus braços, como se estivessem preparadas para me empurrar.
Eu gritei quando uma fisgada me invadiu, percorrendo meu pescoço e descendo pela espinha. Senti minhas
entranhas arderem e tive o reflexo de tirar meu agressor de cima de mim. Não dava, por mais que eu
empurrasse, ele não se movia.
- Edw...
O sangue do braço era bom, mas o sangue da jugular era o melhor de todos. Fervendo, grosso, e extremamente
doce ao meu paladar. Bella me empurrava, mas eu já sabia que era uma reação instintiva. Aumentei o ritmo das
estocadas, enquanto bebia seu sangue. Era extremamente excitante transar mordendo ela. Iria gozar a qualquer
momento. Seu corpo tremia em reação à mordida, mas eu sabia que ainda podia ir mais além.
A ardência da mordida se misturou à ardência lá de baixo. Eu via estrelas, quase que literalmente. Sentia a
fricção do seu membro dentro de mim, e sentia sua boca me sugando o pescoço.Em um momento eu parei de
lutar e me entreguei àquela sensação.
- Eu vou..... eu....
Ela batia em mim agora, gritando.
- Vou....... gozar..... Edward....
Bombei mais forte, deixando seu pescoço livre e puxando-a mais para junto de mim, enterrando por inteiro.
Suas unhas percorreram meus braços e ela soltou-os na cama, tremendo dos pés a cabeça e caindo a cabeça
para o lado.
Eu estava morta quando senti o gelado me invadir e Edward urrar em cima de mim. Morri.
Eu voltei a si quando ele saiu de cima de mim e me puxou pela cintura, colocando-me apoiada nos seus braços.
Me sentia fraca. Satisfeita, mas fraca.
- Vou pegar alguma coisa para você comer, ok?
Ele virou meu pescoço e passou a mão pela parte dolorida. Deu um beijo.
- Já volto...
- Ok.
Fiquei ali estatelada na cama enquanto meu amor não voltava. Parecia uma eternidade. Resolvi levantar para
olhar o estrago no meu pescoço... fui até o banheiro e acendi a luz. Eu via dois pontos vermelhos na pele. Só?
Achei que estivesse com um rombo no pescoço. Fiquei tonta e já senti meu corpo caindo para trás, quando as
mãos geladas me seguraram.
- Mas o que você pensa que está fazendo fora da cama?
- Queria me ver no espelho.
Ele voltou comigo e me deitou. Olhou meu pescoço e piscou com um sorrisinho cínico nos lábios.
- Uma vantagem da cicatrização rápida...
- Ow. Eu caía muito quando criança... onde você estava para não me deixar com cicatrizes?
- Bella... você AINDA cai muito.
Fechei a cara. Caía mesmo, e daí? Devorei o sanduíche que ele trouxe e ainda comi uns morangos e duas maçãs.
Sexo já dava fome... ser mordida então... puta que pariu!
- Gostou?
- Sim... estava uma delícia!
Ele riu e passou a mão nos cabelos irritantes.
- Estava falando do sexo Bella... e da mordida.
Ah. Fosse mais direto então...
Tao ingênua... que linda!
- Ah! Isso foi... mágico! Tive medo de morrer, mas gostei.
Passei a boca pelas marquinhas...
- Tãao delicioso esse sangue... você nem imagina como isso foi bom para mim...
Ela corou e rolou na cama. Abraçei-a e beijei sua boca linda.
- Te amo, sabia?
- Sim... mas se quiser repetir...
Engraçadinha...
- E Hazel?
Lá vinha esse nome de novo!
- O que tem ele?
- Ficou bem?
- Sim.
- Não o machucou né?
Ela estava de sacanagem? O peste ataca ela e ela se preocupa com ele?
- Não... apenas o levei de volta para o quarto. E estou pensando seriamente em enfrentar Lestat e não levar
Hazel para Forks...
Bella arregalou os olhos e mordeu os lábios.
- Não Edward! Não faça isso...
- O que? Se apaixonou pelo diabo mirim?
Ela revirou os olhos e me acariciou com um leve chute.
- Eu só acho que ele não é ruim como você pensa...
- Só tentou te matar!
- Porque você atacou ele e eu me meti no meio...
- E ele te empurrou!
- Você parou um pouco para pensar que ele pode ter me empurrado para me defender da briga?
Ok. Não pensei nisso. Mas óbvio que Bella sonhava demais...
Eram o que? Umas 03 horas da manhã... ou até mais. Não ia ficar discutindo com Edward sobre assunto Hazel.
- Vamos dormir então?
- Você né?
Certo... esqueci... puxei o lençol e deitei a cabeça no seu peito nu, passando minha perna direita por cima das
pernas dele. Adorava dormir assim... Senti suas mãos fazendo cafuné em mim e acabei fechando os olhos mais
rápido do que esperava. Só acordei quando me engasguei com alguma coisa. Sentei na cama tossido.
- Nossa amor... você engasga com seu próprio ronco!
Ronco? Quem, eu? Procurei um buraco para enfiar a cabeça, mas não achei.
- Você podia ter me avisado disso, tipo... mês passado...
- Para que? Perder a graça de te ver dormindo?
Inacreditável!
- Eu até pensei em filmar e colocar no YouTube... mas eu te amo demais para fazer isso.
Contei até dez para nao arrancar a cabeça dele. Que horas eram afinal? Corri até a janela e abri as cortinas. Os
raios de sol entraram no quarto.
- NÃO!
Edward gritou e correi para o banheiro. Puta que pariu, esqueci que não estava no tempo de merda de Forks.
Fechei as cortinas novamente.
- Edward... me desculpe...
Entrei no banheiro e vi que um pedaço do seu braço estava meio cinza e saindo fumaça. Ow. Queimei meu
bebê. Imbecil Bella!
- Está tudo bem... não queimou o bastante.
Eu chorei em vê-lo sentir dor. Merda!
- Desculpe! Desculpe!
Aquilo estava ardendo horrores, mas Bella estava começando a chorar... achei melhor ser macho, né?
- Esqueçe isso amor... está tudo bem! Está com fome?
- Não... sei lá... deixa eu ver seu braço!
Ela puxou meu braço e eu puxei de volta. Queimou um pouco, mas desapareceria rápido. De qualquer forma,
não queria que ela visse aquilo para se culpar o dia inteiro por isso. Ou, se tratando de Bella, para se culpar o
resto da vida por isso.
- Deixa pra lá Bells!
Agarrei-a pela cintura e levei de volta para a cama.
- Não são uns raios fraquinhos desses que vão me matar...
- Mas mesmo assim... te machuquei...
- Não foi nada. Esquece isso, ok?
Dei um beijo em sua testa e deitei ao seu lado. O cheiro que exalava do seu cabelo era muito bom. Dava
vontade de comer aquele shampoo. Não que eu fosse gostar, claro.
- Não quer comer com certeza?
- Você me cansa Edward... mas... talvez eu aceite algumas frutas...
- Sabia! Você come que nem um boi!
Ela fechou a cara, rosnou e me socou com um carinho. Linda!
- Some antes que eu arranque sua cabeça!
- Bella, não me faça rir, por favor!
Levantei correndo quando ela fez menção de me chutar. Não que ela fosse me machucar, claro... foi apenas
para evitar que ela quebrasse o pé.
- Vou e volto em um segundo... e é sério!
Deixei-a deitada na cama, rindo, e saí do quarto.
CAPÍTULO 20
Pensei em ir ver Hazel enquanto Edward não voltava, mas lembrei que o quarto ficava trancado. E a chave ficava
no pescoço de quem? Lestat, claro. Que se dane, eu vou! Se ele não me deixasse entrar, eu voltava...
Subi as escadas e fui até seu quarto. A porta estava fechada. Rodei de leve a maçaneta e o encontrei dormindo.
Como que ele podia dormir, se Edward não podia? Merda! Como se faz para acordar um vampiro? Chamei
baixinho, sem entrar no quarto.
- Lestat...
Nada. Não emitia nenhum som. Parecia estar morto, isso sim. Ok, lembrei que ele já estava realmente morto. Eu
era um pouco idiota. Entrei devagar no quarto e me aproximei da cama. Ele estava usando uma túnica de seda
preta, aberta no peito e coberto com os lençóis vermelhos. Me inclinei um pouco e toquei seu braço. Estava
mais gelado do que o normal, mas não acordou.
- Lestat...
Cara, que irritante! Além de morto, é surdo também? Aproximei meu rosto do seu e toquei sua bochecha.
- Lestat...
Entao olhos negros me olharam e uma mão dura e fria apertou meu pescoço, me puxando para cima de seu
corpo. O rosnado era alto e os dentes estavam quase tocando minha pele. Eu cravei minhas unhas no seu peito,
mesmo sabendo que não o machucaria.
- Pare, por favor!
Ele então me olhou atentamente, como se estivesse me estudando e os olhos voltaram para a tonalidade
normal de vermelho. Os dentes ainda continuavam e a mão em meu pescoço também.
- O que faz aqui?
- Só q-q-queria fa-falar com vo-você...
Senti o apertado no pescoço se desfazer e me levantei rápido. Tinha me dado conta de que estava suando frio
novamente.
- Eu podia ter te matado! E teria problemas com Edward!
- Desculpe...
Ele se levantou, com os caninos ainda expostos, me olhando puto. Gritou comigo.
- Nunca! Nunca mais acorde um vampiro na sua vida! Não que eu ache que você viverá por muito tempo.
- Já p-pedi des-desculpas...
- O que você quer?
Cadê o Lestat sedutor que deu em cima de mim noite passada? Eu hein...
- Algum bicho te mordeu?
Ele me olhou com fúria. Realmente nao era o Lestat legalzinho que dava em cima de mim... agarrou meu
pescoço de novo. Merda.
- Você nao sabe como é difícil me concentrar para conseguir dormir...
Ow. Era esse o problema? Será que ele conhecia a tática dos carneirinhos? Ok Bella... chega.
- E....u.....
Estava quase sendo enforcada.
- Bella! Lestat!
Cheguei a tempo de ver o príncipe do inferno tentar enforcar Bella. Corri para cima dele.
- Solte-a!
Ele me olhou com raiva e eu senti queimar por dentro.
- Sua humana me acordou! E ainda tem a audâcia de me ironizar!
Mas claro que ela tinha... ela era Bella, minha namorada estranha e com leve tendência para cemitérios.
- Não desgrudarei mais dela Lestat... para que não volte a acontecer.
Ela que me aguarde. Ia preferir ter virado comida de vampiro. Ele voltou a olhá-la.
- Você vive dessa vez... mas terá a próxima.
Ele a soltou, jogando-a no chão. Com ela longe das garras dele, eu pude investir contra o príncipe. Avançei nele
e o empurrei contra a parede.
- Nunca mais a machuque.
Sua mão parou em cima da minha, que estava empurrando seu peito.
- Edward... não vale a pena morrer por uma... humana.
- Por ela vale!
Ele riu, zombando de mim, mas não desfiz meu semblante de ódio.
- Certo. Esqueci que ela fez nascer sentimentos em você... vai entender...
- Eu não estou mais brincando Lestat.
Seus olhos escureceram e dessa vez eu senti falta de espaço interno, como se todos os meus órgaos estivessem
se comprimindo. Ele era totalmente bizarro.
- Nem eu estou brincando! Te dou dez segundos para tirar as mãos de mim.
Por um momento eu tinha me esquecido com quem estava lidando. Ele não apenas poderia acabar comigo,
como ainda teria Bella à mercê dele. Me afastei e peguei Bella pela mão.
- Estarei indo embora amanhã. Se Hazel não estiver pronto, ele fica.
Peguei Bella e saí do quarto.
- Eu não sei o que adianta... mas vou perguntar. O que você estava fazendo lá dessa vez? Não me diga que foi
atraída, pois ele disse que estava dormindo!
- Ok... não fui atraída mesmo não...
- Porra Bella! Uma hora dessas eu não chegarei a tempo! Será que é tao difícil assim enfiar isso de uma vez por
todas na cabeça?
- Desculpe...
- Desculpas não me adiantam mais Bella, sinceramente. Você já teve todos os motivos possíveis para saber que
deve ficar longe de Lestat! Mas mesmo assim você corre para ele toda vez que eu não estou perto de você!
- Edward...
- Eu falo agora. Eu sinceramente estou começando a achar que você sente algo mais por esse tom misterioso
dele... espero mesmo, que eu esteja errado.
- Você está, claro! Eu posso falar?
Fiquei quieto, esperando ela começar.
- Eu queria ir no quarto do Hazel...
- Que legal! Aquele garoto que tentou te matar ontem? Se todos fossem iguais a você, os assassinos seriais nem
precisariam se dar ao trabalho de passar dias estudando a vítima. Era só colocar uma plaquinha: "Mata-se
pessoas". Você iria na hora!
Ela fechou a cara e vi seu rosto corar. Mas eu sabia que era de raiva.
- Ok.
Chegamos ao quarto sem ela falar mais uma palavra sequer. Sabia que estava errada, claro. Abri minha mala e
começei a arrumar.
- Nós iremos mesmo amanhã?
- Sim. De manhã. Irei trocar as passagens pelo telefone.
- E se não der tempo de ajeitar as coisas com o Hazel?
- Está vendo essa ruga inexistente na minha testa? É de preocupação.
Ela sentou na cama e começou a chorar.
- Você já brigou comigo, ok? Pode parar de me ofender agora?
- Eu estou te ofendendo? Bella, eu só estou tentando te dar alguns anos de vida! Só que você parece não querer
muito isso!
Já não era suficiente? Ele iria brigar comigo o dia inteiro então?
- Bella, eu só quero te fazer enxergar o quanto você é absurda! Eu não acredito que você não veja isso! Como
você pode achar que eu estou exagerando?
- Eu só acho que você já deixou bem claro sua opinião. Não precisa mais bater dez vezes na mesma tecla...
Ele sentou na beira da cama e apoiou a cabeça nas mãos. Estava visivelmente irritado. Eu nunca tinha visto
Edward desse jeito comigo. Cheguei por trás dele e abraçei-o. Fiquei ali calada, apenas abraçada.
- Eu te amo tanto que me dói a hipótese de te perder... por ter te trazido para meu mundo...
Beijei suas costas por cima da camisa e ele se virou e me beijou na boca. Me pegou pela cintura e me deitou na
cama, beijando meu pescoço e levantando minha blusa. Já estava de sutiã quando sua boca começo a descer
pelo meu busto, e seus dentes arrebentaram as alças do mesmo. Estremeci quando senti o hálito frio de Edward
nos meus mamilos, me arrepiando toda. Ele levantou e tirou sua roupa e voltou para cima de mim, pegando em
meus quadris e me virando para cima de seu corpo. Eu estava de saia, o que contribuiu bastante para a rapidez.
Senti ele puxar minha calcinha para o lado e entrar em mim devagar, me fazendo jogar a cabeça para trás e
gemer como se estivesse no cio. Sempre ouvi dizer que sexo de reconciliação era o melhor... agora é que iria
testar. Ele me puxou forte para baixo, entrando todo em mim, me deixando sentir seus pêlos roçarem em meu
sexo.
Bombava forte nela, apertadinha, uivando para mim e arranhando meu peito. Movia rápido seus quadris para
cima e para baixo, sem dar chance a ela de respirar. Ela se agitava em cima de mim, rebolava, me cavalgava com
maestria, quando a joguei por baixo de mim e levantei suas pernas num ângulo de 90 graus, segurando seus pés
no alto com uma de minhas mãos, o que me garantiu uma entrada "mais facilitada". Nossos corpos agora faziam
extremo barulho ao se chocarem, e eu já sentia o calafrio vindo, o gozo chegando.
Puxei seus cabelos e investi o mais rápido possível contra ela, enquanto ela gemia alto e tentava alcançar meus
cabelos.
- Edward! Edward!
- Você... é gostosa... demais!
Explodi nela e levantei-a, segurando suas costas , deixando ela se contrair e relaxar em meus braços.
Ele então me soltou e eu amoleci no colchão. Nossa... vamos brigar de novo? Não Bella... você está
definitivamente acabada!
- Me dá um beijo amor...
Ele me olhou sério e eu não acreditei no que ouvi.
- Beijo? Quem disse que minha raiva passou?
E se levantou, trancando-se no banheiro. Mas hein? Falei num tom mais alto que o meu normal.
- Sério que você vai dar gelo em mim depois de ter acabado de me comer?
- Sério!
Ow. Ok. Era assim então? Puxei o edredon e virei de lado para dormir.
Quando saí do banho Bella estava deitada de costas para o banheiro. Roncando. Alto. Era um verdadeiro tijolo.
Troquei de roupa e saí do quarto. Acabei cruzando com Louis pelos corredores e dei um resumo dos últimos
acontecimentos a ele.
- É... complicado esse lance com Lestat. Depois de tantos anos convivendo com ele, simplesmente aprendi a nao
contrariá-lo... quando é algo com o qual eu não concordo, simplesmente balanço a cabeça e finjo concordar.
Eu tive que rir. Imaginei Lestat achando-se por cima da carne seca e Louis cagando e andando para ele. Muito
hilária a cena.
- Bem... espero que saiba que minha casa estará sempre aberta para você Louis...
- Obrigado pelo convite. Eu irei um dia. Tem mulher bonita por lá?
Tinha a Bella... mas essa já tinha dono.
- Tem umas amigas da Bella... tem outras fáceis pela faculdade...
- Ah sim! Você finge que faz faculdade... agora eu vou. Sempre rolam altas orgias nessas festas de campus.
Eu sabia bem disso...
Fiquei jogando cartas durante um tempo com Louis e nem vi a hora passar direito. Quando me dei conta, já
tinha passado das 20:00hs. Voltei para o quarto e encontrei Bella fazendo as malas, chorando. Talvez eu tenha
sido duro demais com ela...
- Bells...
- Estou arrumando minhas coisas...
- Sim, eu sei. Desculpe por ter sido rude, ok?
Abraçei-a por trás e beijei seu ombro nu. Ela enxugou as lágrimas e balançou a cabeça positivamente.
- Eu só me preocupo demais com você... justamente por você ser tão importante na minha vida!
- Eu não estou mais chateada com isso Edward. Mas sim com o fato de você mal ter falado comigo depois de
transarmos.
Certo, talvez eu também tenha exagerado nessa parte. Virei-a de frente para mim para beijar sua boca, mas ela
virou o rosto e acabei beijando a bochecha.
- Me desculpe por aquilo... não vai mais acontecer.
- Eu não sou nenhuma mulher que você pega na rua Edward...
- Claro que não... você é minha Bella.
- Me senti usada.
- Meu amor, eu estou arrependido, ok? De ter falado daquele jeito contigo. Agora você pode por favor colocar
um sorriso lindo nesse rosto?
Ela me olhou com olhos tristes e eu então a peguei no colo e joguei-a sobre meus ombros, a levando para a
cama. Caí com ela no colchão e fiquei por cima.
- Eu sou loucamente e insanamente apaixonado por você!
Ela sorriu e dessa vez eu beijei sua boca. Seus braços finos e quentes passaram ao redor de meu pescoço, me
puxando mais para baixo. Já começava a tirar sua blusa quando bateram na porta.
Quem mais podia ser? Eu dou dez dólares para quem acertar. O empata-foda, claro! Sempre ele... imagino se
ele não fosse querer vir conosco para Forks...
- O Príncipe gostaria de ver o senhor agora.
- Sobre?
O empata-foda olhou para Edward sem saber a resposta.
- Ele não disse o assunto, senhor...
- Certo. Já estou indo.
Edward fechou a porta na cara-de-pau- do empata-foda e me avisou que iria ver Lestat.
- Pos...
Ok. Ia perguntar se eu podia ir, mas achei melhor ficar quieta.
- Vai demorar?
- Não pretendo, já volto.
Me deu um beijo na testa e saiu. Voltei para arrumar minhas malas e fiquei pensando no quao azarada eu era, a
ponto de vir para a França e ficar os dias trancafiada num castelo medieval. Tinha que ser comigo...
Cheguei no quarto dele e Hazel estava sentado na cama. Tinha esperanças de que não desse tempo dele estar
pronto até amanha. Grande engano meu...
- Edward, as coisas dele já estão todas arrumadas... tem alguma coisa que você precise saber, ou queria
perguntar? Ou me dizer?
Tinha... queria saber se eu podia soltar ele na América e deixar pra lá. Mas eu já sabia a resposta. Lestat não era
uma pessoa divertida.
- Ele come aproximadamente de quantas em quantas horas?
Lestat olhou para Hazel, que tinha a cabeça abaixada.
- Geralmente ele tem fome em intervalos de 20 horas, por aí... mas creio que com o tempo o intervalo tenda a
aumentar. É o comum mesmo quando vamos nos acostumando.
- Alguma necessidade... especial?
Lestat o tocou no ombro.
- Hazel, quer dizer alguma coisa?
- Não...
- Se ele tiver ele vai dizer, Edward. Bem, toda a despesa dele eu estarei bancando, mas se precisar de alguma
coisa à parte, não deixe de me avisar. Gostaria que ele frequentasse a escola, depois de algum tempo.
Fala sério, né? Fica quieto, Edward...
- Certo, conversaremos sobre isso.
- E Edward... eu já fiz um depósito de 5 milhões na sua conta. Espero que ele tenha de tudo nesses primeiros
meses de adaptação.
Eu ri daquilo. Quantos meses eram precisos para gastar 5 milhões com uma criança? Só no mundo de Lestat né?
- Eu posso garantir que ele terá de tudo... até porque eu não precisaria do seu dinheiro.
- Certo... esqueço que vocês sao ricos lá...
Dava vontade de meter a porrada nessa pessoa! Controle-se Edward.
- Bem, é só isso então?
- Sim... já troquei a passagem dele... amanhã de manhã ele estará esperando lá na sala.
- Ok.
Virei as costas e ia saindo, quando ouvi a voz do garoto falando com Lestat.
- Nunca mais vou te ver, pai?
- Hazel, eu não sou seu pai. Eu só gosto muito de você, ok? E irei te visitar quando puder.
Aquilo me doeu o coração. Voltei para meu quarto e ouvi o chuveiro ligado. Abri a porta e Bella estava tomando
banho. Fiquei observando um pouco, e então ela me viu ali parado em pé na porta.
- O que? Que sorriso é esse? Não fique olhando minhas celulites Edward!
Celu o que? Mulheres...
- Eu estou olhando sua bunda, na verdade. Mas onde está essa tal de celulite para eu poder olhar também?
Ela jogou o vidro de shampoo em mim.
- Não me zoa!
- Não estou zoando amor...
Entrei com ela no chuveiro, puxando seu pescoço e dando-lhe um beijo molhado. Passei as mãos na bundinha
com a tal celulite.
Edward Cullen era irritante! Como ele podia ser cara-de-pau de fingir que não estava vendo minhas celulites?
Como? Tudo bem que não era um mar de cascas de laranja... mas tinham algumas sim!
- Hum, ok... Edward!
Ele deu um apertão que deixaria marcas!
- Eu tenho culpa de você ser gostosa?
- Deixa de palhaçada, vai...
- Palhaçada? Bella Swan, você me diverte!
Ah, quem iria descutir com alguém que tem toda a eternidade para isso? Apenas deixei ele me beijar e me
apertar, me aproveitando da situação. Tomamos banho juntos, nos ensaboando, e fomos deitar.
- Que horas é o vôo?
- Temos que estar no aeroporto 10:00hs.
- Ok... não sentirei saudades daqui...
Ele riu e me mordeu de brincadeira no braço. Até porque eu não aguentaria outra mordida em menos de 48
horas.
- Como vai ser com Hazel? Ele já está aceitando melhor a mudança?
- Não...
- Ele será infeliz lá Edward... ele gosta de Lestat.
- O que eu posso fazer Bella?
Nem eu sabia. Mas ele sempre dava um jeito para tudo, não poderia dar para isso também? Ele ficou me
olhando como se soubesse que eu estava pensando isso. Balançou a cabeça negativamente.
- Não vou me estressar mais com Lestat. Faremos um teste... se não der muito certo, eu trago ele de volta.
- Você quem sabe...
Nós ficamos algumas horas abraçados e conversando ali na cama, até que eu peguei no sono e só acordei no dia
seguinte.
Nossas malas já estavam lá embaixo e agora eu descia com Bella. Chegamos no salão principal e o peste estava
lá sentado num dos sofás.
- Já estão indo?
Louis veio se despedir e aproveitei para combinar de fato, uma ida dele a Forks.
- Estarei esperando mesmo, não fique me enrolando...
- Com certeza, pode deixar! Bella vai me apresentar algumas amigas?
- Eu? Por quê?
Peguei na mão quente de Bella e encostei no meu rosto. A sensação era muito boa.
- Para curtir um pouco a vida amor... Louis quer conhecer umas americanas...
- Mas elas não são legais o suficie...
- Bells, vou começar de novo com o ciúme...
- Desculpa.
Louis sorria para ela, com aquela cara de cachorro carente que matava qualquer mulher.
- Ah porra Louis, até você?
Ele me olhou sério, desmanchando o sorriso.
- O que tem eu?
- Já não basta minha namorada babar por Lestat, agora tenho que ver ela babar por você também?
Ele arregalou os olhos e riu.
- Eu não estou babando por ele Edward! Dá para não me fazer passar vergonha?
- Bem crianças... é melhor eu não me meter...
Ele sorriu e foi embora. Eu senti Lestat descendo as escadas. Minha cara fechou.
Ele chegou no salão e se agachou de frente para Hazel. Beijou sua testa.
- Fique tranquilo que irei visitá-lo assim que puder, ok?
O garoto balançou a cabeça e uma gota de sangue saiu de seus olhos. Wow. Eu não podia chorar... nem Lestat.
Como Hazel podia? Percebi que Lestat também ficou surpreso com aquilo, pois ele me olhou me questionando.
Eu dei de ombros.
- Há quanto tempo você chora assim Hazel?
Ele perguntou enquanto enxugava a lágrima do rosto da criança.
- Sei lá...
O príncipe veio falar comigo a sós...
- Fique atento para essas... diferenças dele. Qualquer coisa me avise.
- Pode deixar. Isso é tudo?
Ele se virou em direçao a Bella e beijou sua mão.
- Foi... prazeroso conhecê-la.
- Igualmente.
Lestat sorriu e se aproximou mais. Eu fechei os punhos.
- Quando precisar... sabe onde me achar... mesmo sem Edward...
Filho da puta! Um dia eu arrancaria aquela cabeça! Puxei Bella pela cintura e passei meu braço pelas suas
costas.
- Vamos amor?
- Sim.
O motorista veio pegar a bagagem e eu chamei Hazel, que continuou sentado. Chamei de novo... e nada.
- Deixa eu falar com ele... espere no carro Edward.
- Não gosto dessa idéia.
- Vá, ok?
Ela soltou minha mão e sentou ao lado dele no sofá. Eu encostei na porta e fiquei olhando. Óbvio que eu não iria
me afastar tanto assim.
- Hazel...
Ele não me olhou. Estava com os olhos fixos no chão. Em parte, eu sabia um pouco como ele se sentia... eu
também não queria deixar minha mãe e me mudar para Forks. Mas bem... eu estaria com meu pai, e eu não era
uma criança vampira. Ok, eu não sabia como ele estava se sentindo.
- Sabe Hazel, vai ser legal lá.
- Como você sabe?
Como eu sei? Como eu sei? Pensa rápido Bella.
- Bem, lá tem muito mais gente do que aqui... ou seja... mais comida!
Que imbecil... mais comida? Se mata Bella... eu vi Edward rindo lá da porta.
- Eu não sei...
Encostei devagar na sua mão, que ele puxou rápido, sem me deixar tocá-la.
- Vamos...
Ele me olhou com olhos tristes.
- Você irá me ver de vez em quando?
- Eu vou te ver sempre Hazel...
Ele virou para olhar Edward e me olhou de volta.
- Ele não gosta de mim...
Legal hein Edward! Muito bom!
- Gosta sim querido... ele só não é muito bom com... palavras... e afeto... e crianças.
Hazel me deu a mão e se levantou. Graças!
- Ok... eu vou.
- Isso! Vamos tomar um sorvete no aeroporto, ok?
Ele me olhou fazendo careta.
- Eu não tomo sorvete Bella!
Ah. Esqueci.
O caminho para o aeroporto foi calado e tenso. Hazel não abria a boca e nem eu e Bella conversávamos. Por um
lado tinha que dar o braço a torcer de que Bella tinha jeito com crianças... por outro, preferiria que ela não
tivesse conseguido converser o pestinha. Chegamos no aeroporto e passamos tranquilamente pela imigração, já
que Lestat tinha providenciado todos os papéis necessários para tirar uma criança do país.
- Eu não quero entrar aí!
Hazel empacou quando viu o avião pelo vidro do terminal.
- Não vai me dizer que você tem medo de avião, né?
- Nunca andei.
- Hazel, se aquilo ali cair, você não vai morrer, ok?
Bella me olhou assustada. Esqueci por um momento do pequeno drama dela na vinda para cá.
- Amor... o avião não vai cair.
- Certo.
Uma mulher que estava na nossa frente na fila para entrar, olhou-o sorrindo. Tão bonitinho ele, né? Quer
adotar?
- Lindo filho!
- Quem? Esse aqui? Não é meu filho!
Bella me deu uma cutucada que poderia ter sido dolorida.
- Ele é nosso sobrinho...
A mulher sorriu sem-graça.
- Ah sim. Desculpe.
Entramos e nos sentamos na primeira-classe. Hazel sentou-se na janela e encostou a testa no vidro para olhar lá
fora. Já estávamos voando, quando o serviço de bordo passou e a aeromoça simpática parou em frente a ele.
- Oi querido, o que quer beber?
- Sangue!
Puta merda!
- Coisas de criança... ele anda numa fase rebelde, sabe?
- Oh, claro.
A garota sorriu e se retirou. Eu sentei do lado dele e encostei no seu ouvido.
- Vamos esclarecer as coisas aqui... o mundo exterior não é o castelo de Lestat, ok? Ninguém sabe o que nós
somos...
- Ok.
Ele voltou a colar a testa no vidro da janela.
O vôo foi longo, principalmente com Edward tenso, com medo de Hazel sentir fome ali e não se controlar. Era
chato ser a única ali que comia normalmente. A tripulação olhava Edward e Hazel com uma cara um pouco
amarga, como se eles se achassem bons demais para a comida do avião. Chegamos em Forks e fomos para o
estacionamento.
- Que grande!
Ele olhava em volta para a construção gigantesca.
- Aqui é todo mundo exagerado mesmo...
Ele ia atrás no carro super calado. Se todas as crianças fossem assim... seria tão bom! De vez em quando eu até
esquecia que ele estava ali. Toda vez que eu olhava, ele estava com a cabeça grudada na janela, com olhos
arregalados vendo tudo que passava por nós. Realmente Paris era bem diferente de Forks. Quando chegamos
na casa de Edward, Alice estava em pé na porta, de braços cruzados. Saímos do carro.
- Bem legal Edward! Dá próxima vez seria ótimo se você nos contasse antes...
- Contei ao Jasper.
- Que não contou a ninguém. Ou seja, é o mesmo que você não ter contado.
Emmet e Jasper apareceram na porta. Enquanto o loiro ficou pensativo olhando para Hazel, o grandão pegou-o
no colo e rodou a criança no ar.
- E aí, rapaz? Pronto para se divertir?
Certo... eu então lembrei que Emmet tinha encontrado sua criança interior.
- Coloque-o no chão Emmet.
- Ih, voltou azedo é? Ô Bella, você não deu para Edward esses dias não?
OMG. Tinha pessoa mais indiscreta? Então ele resolveu me girar no ar também... como se eu tivesse o tamanho
de Hazel.
- Senti saudades cunhadinha!
- Ok Emmet... me solte ou vou vomitar em cima de você...
Senti o chão novamente e me equilibrei enquanto a tonteira passava. Rosalie deu o ar da graça. Que de graça,
não tinha nada... ela ficou ao lado de Emmet e olhou Hazel.
- O que foi? Estou de verde?
Ele levantou a cabeça para me olhar e fez sinal para que eu me abaixasse. Colocou a mão na minha orelha e
falou baixinho.
- Não gostei dela...
Ah... quem era eu para culpá-lo?
- Bella, vou te levar em casa para depois resolver as coisas melhor por aqui, ok? Vamos?
- Pode ser... tchau gente...
- Eu também vou?
Olhamos para Hazel que vinha atrás da gente. Céus. Edward como sempre, com seu jeito delicado.
- Não... você fica aqui com eles!
- Mas eu não conheço eles...
- Edward, deixa ele ir... assim vocês podem aproveitar a volta para se conhecerem melhor.
Ele me olhou com raiva. Provavelmente pensando em arrancar minha cabeça. Fiquei feliz em saber que ele me
amava. Bateu a porta do carro com força quando Hazel entrou atrás. Edward precisava praticar ioga.
- Você não mora com Edward, Bella?
- Não... eu moro com minhas amigas.
- Hum. Elas são que nem essa loira?
- Ah não. Elas não são super legais que nem eu (olhada pasma de Edward), mas não são tenebrosas que nem
Rosalie não...
- Hum. Eu também não posso morder suas amigas?
- Você não pode morder ninguém Hazel! Só se eu deixar, ouviu?
- Ouvi.
Ele ficou o resto do caminho brincando com o cinto de segurança. Chegamos na minha casa e Edward olhou
para trás.
- Fiquei aqui no carro. Já volto.
- Ok.
Nós saímos e eu ouvi o alarme do carro sendo acionado.
- Você vai trancá-lo aí dentro?
- Bella... ele não vai morrer sufocado.
Certo... verdade. Mas era estranho ver uma criança trancada dentro de um carro.
- Não esqueça que temos que marcar a visita ao meu pai.
Ele rosnou baixo, mas eu ouvi.
- Não esquecerei... só me deixe ajeitar as coisas com Hazel primeiro...
- Tudo bem!
Edward colocou minhas malas na sala e me abraçou.
- Mais tarde eu apareço, ok? Não morra...
- Hilário...
Ele sorriu aquele sorriso torto inebriante e me beijou, me fazendo esquecer por um momento, que estávamos
sendo apreciados por um público de três. Jess, Angie e... OMG. James. De cabelos curtos.
CAPÍTULO 21
- Vocês adoram economizar o dinheiro do motel, né?
Que saudades de barata branca... mentira! Olhei sua cara de imbecil, que estava mais evidente, agora de cabelo
quase raspado.
- Corte legal... errou a mão é?
- Nem comecem por favor...
Bella interviu passando a mão pelo meu braço e tentando me expulsar dali.
- Oi Edward!
Ouvi a voz irritante da...
- Oi...
Da... qual o nome dela mesmo? Ah, que se dane!
- Já vou então!
Beijei-a na testa e voltei para o carro, encontrando um garoto lá dentro com a cara colada no vidro. Que coisa
bizarra ele era.
Eu estava tão cansada da viagem e ainda tinha que aturar as milhares de perguntas...
- Paris é foda mesmo?
- Paris é? Foram fazer o que lá?
- Tem homem francês bonito?
- Se hospedaram aonde?
- Saíram à noite por lá?
Me mata, vai! Era uma inquisição aquilo... eu gritei e eles calaram a boca.
- Chega! Uma coisa de cada vez...
- Paris deve ser foda sim... pena que eu não conheci. Sim, os franceses são bonitos e não, não saímos de noite...
Jess me olhou de cara torta.
- Então o que você foi fazer lá?
- Fui conhecer um vampiro chamado Lestat, que vocês já devem ter ouvido falar.
James se engasgou. Me pergunto com o que...
- Lestat?
- Sim.
Ele se levantou e veio até mim.
- Você conheceu Lestat? Edward concordou com isso?
- Sim. Algum problema?
- Eu me pergunto como você sobreviveu a isso...
- Já o conheceu?
- Claro! Me amarro nesse cara! Éramos parceiros na época que eu morava em Paris.
Tinha que ser. Típico. Eu pensei em quando James apareceu, com seu charminho para cima de todo mundo.
Bem estilo Lestat.
- Seu poder não tem nada a ver com ele... tem?
- Não... o dele é bem diferente do meu. E superior. Eu não consigo nada com você.
Ele levantou uma sobrancelha e sorriu maliciosamente.
- Ele entrou nessa cabeça, não entrou?
Não respondi, mas ele já sabia a resposta.
- Edward deve estar super puto!
Entrei em casa com Hazel e encontrei a família linda reunida na sala.
- Então isso aí vai morar... aqui?
- Isso aqui Rosalie... se chama Hazel. E vai morar aqui sim.
- Não tem piolho, tem?
- Só se for na sua cabeça!
Eu engoli o riso. Primeira vez que eu ficava feliz com Hazel. Rosalie quebrou a lixa de unha.
- Quem você pensa que é para falar assim comigo?
Antes que eu pudesse segurá-lo, Hazel já estava na frente dela.
- Filho do Lestat.
Ops. Rosalie engoliu seco e me fulminou com os olhos.
- Você trouxe...
- O filho do Lestat para morar conosco!
Antes que a loira terminasse a frase, Alice levantou e rodou Hazel no ar.
- Por que não disse antes que ele era filho do Lestat, Edward?
- Ele não é realmente filho dele...
Ela o soltou. Que humor mais incostante... me perguntei quando Jasper ia se tocar dos galhos virtuais.
- Espere eu terminar antes de jogá-lo pela janela. Lestat o adotou e dá seu sangue a ele. Hazel o considera como
um pai.
Ela ajoelhou de frente para ele.
- Você é tão lindinho!
Mulheres... mesmo com toda a eternidade, eu nunca entenderia esses hormônios.
- Você é interesseira...
Rosalie babou de rir. Eu quase fiz o mesmo. Emmet... bem, a cidade inteira escutou seu riso. Jasper ficou com
sua cara de sofrimento.
- Edward, ele é bem mal-educado!
- Criança é sincera Alice... só isso...
Eu precisava concordar com a loira má. Sinceridade é tudo! Muito bom!
Subi com ele e entrei em um quarto desocupado.
- Você vai ficar aqui, ok?
- Ok.
- Hazel... eu não irei te trancar igual faziam no castelo... espero que eu não me arrependa disso.
- Ok.
- Pare de ser monossilábico! É terrível!
- Ok.
Céus! Eu estava perdendo tempo ali. Fechei a sua porta e fui para meu quarto. Antes de entrar, escutei sua voz
no corredor.
- Estou com fome.
Que legal! Como eu o levaria para caçar essa hora? Até porque primeiro eu ia precisar ensiná-lo algumas
coisas... voltei ao seu quarto e tirei meu casaco, deixando o braço de fora. Antes dele pegar, eu puxei o braço de
volta.
- Hazel, isso vai acabar... não ficarei dando meu sangue para você, ok? Lestat te acostumou muito mal.
- E como eu vou comer?
- Você vai caçar... como todos nós.
Ele arregalou os olhos e o queixo caiu.
- Eu vou... ter que... caçar? Bichos?
Ainda bem que Bella não estava aqui.
- Não. Caçar humanos. Mas isso só depois... agora beba.
Dei meu braço e ele agarrou com os dedos pequenos. O pestinha não desperdiçou uma gota sequer, limpando a
boca no final.
- É bom.
- Claro que é... eu sou foda.
Saí do seu quarto e fui para o meu.
- Edward não está puto! Ele já... superou.
James agora estava rindo. Edward o mataria se visse isso.
- O que vocês queriam com Lestat?
- Não interessa James.
Subi as escadas tentando fugir daquela pergunta. Não sabia se podia contar ou não. Ia fechar a porta do quarto
quando uma mão a segurou.
- O que você está escondendo Bella?
- Nada James! Agora sai do meu quarto!
Ele sentou na cama e ficou me olhando.
- Eu posso esperar dias sentado aqui... basta me alimentar do seu sangue.
Credo! Que coisa mais dark.
- É assunto particular do Edward, ok?
- E daí? Sou curioso. E não vou espalhar por aí...
Tinha outra forma de me livrar dele?
- Certo. Vou contar. Edward trouxe um garoto vampiro para Forks. Ele tem 8 anos e bebia o sangue do Lestat.
James fechou a cara e se levantou, saindo do quarto.
- Se não quer contar não conte. Mas não fiquei inventando histórias ridículas.
Talvez a inteligência dele tenha ido embora junto com as madeixas. Tipo, Sansão, sabe? Mas enfim... eu queria
mesmo era um bom banho quente. Fui ao banheiro e pisei sem querer no rabo do moica... do Jake. O cão saiu
ganindo pela casa.
- BELLA!
- Foi sem querer Jess...
E então eu reparei que o moicano não estava mais tão azul. Ele devia ter tomado alguns banhos esses dias.
Estava na banheira pensando nas coisas que aconteceram nessa viagem e senti um arrepio. Daqueles que você
sente quando espera por algo ruim acontecer... credo. Saí rápido da banheira e fui bater na madeira do armário.
Três vezes.
Estava tentando fazer aquilo que adorava e que não conseguia há tempos. Ficar olhando para o teto. Minha
concentração foi atrapalhada com o toque do meu celular. Eu odeio tecnologia! Era tão mais fácil ter a desculpa
de esperar meses por uma resposta de uma carta...
Levantei para atender a merda do telefone. O código era da França. Onde eu podia me suicidar?
- Alô.
- Edward...
Voz irritante irreconhecível.
- Quanto tempo, Lestat!
- Como está Hazel?
- Muito bem. Alimentado.
- Certo, que bom. Mas não foi por isso que liguei.
- Fale...
- Talvez... não, talvez não. Você VAI ter companhia.
- Como assim?
- Parece que a história de uma criança imortal vazou...
- Vazou? Por parte de quem? Pelo que me disseram, nem todos sabiam sobre Hazel.
- Exatamente... mas vazou. Eu irei descobrir, mas antes achei melhor te avisar.
Era só o que me faltava. Além de hospedar um diabinho, ainda ia ter dores de cabeça.
- Que companhia exatamente eu terei?
- Só tenho a informação de que um de nós está indo atrás de Hazel. E eu espero que você o proteja com sua
vida.
Ele estava me zoando, né? Eu daria Hazel para não me meter em problemas!
- Certo Lestat... verei o que posso fazer. Só isso?
- Só. Lembre-se que ele é importante para mim.
Tradução: sua vida vale muito menos que a dele.
- Ok. Sabe quem é a pessoa?
- Sim. E você também.
Eu gelei quando ouvi o nome. Desliguei e fui procurar meus irmãos. Precisava avisá-los. Gritei-os pela casa e
fomos nos reunir na sala. Alice estava confusa. Claro...
- O que vocês sabem sobre uma mulher chamada Jane?
- Pai, sou eu.
- Ei Bella! Como foi a viagem?
- Normal... deu para descansar.
Até parece, né? Mas não precisava contá-lo que quase fui morta por um vampiro... algumas vezes.
- Que bom. Quando vem me ver?
- É para isso que estou ligando. Para mim pode ser qualquer dia dessa semana.
- Então vamos marcar para depois de amanhã?
- Ok. Vou falar com Edward.
Ele resmungou alguma coisa que não consegui entender.
- Pai...
- Certo, certo. Traga seu namoradinho.
Namoradinho uma ova!
- Levarei. Até lá então pai...
Meu pai parecia não levar muito a sério meu namoro com Edward... mal sabe ele que nós dois já passamos por
mais coisas juntos do que muito casal por aí. Bateram na minha porta.
- Bella, podemos conversar?
- Claro Angie!
Ela entrou e sentou na minha cama.
- Bem... queria... te perguntar uma coisa...
- Ok.
- Você e Edward... já... você sabe...
- Se nós já fizemos sexo?
- Isso.
- Já sim. Porquê?
Ela sorriu sem-graça. Quem costumava ficar assim era eu.
- É porque eu e James também já chegamos lá, sabe?
- Ow Angie... eu realmente não gostaria de ouvir suas intimidades com James.
- É só uma curiosidade... e como você também está com um... vampiro...
Era minha amiga, né? E a única ali que parecia realmente gostar de mim. Fiz um esforço.
- Certo. Então fale, o que foi?
- O Edward também é todo... gelado? Digo... tudo? Inclusive... líquidos que saem dele?
OMG. Tive vontade de me jogar da janela. Limpei a garganta antes de responder.
- Bem... aham.
- Ah. Ok.
Isso era um pouco constrangedor...
- Era essa sua curiosidade?
- Sim...
- Certo. Pode ficar tranqüila então. É normal deles mesmo. Não que eu tenha estado com mais de um...
- Normal deles o que?
Uma cabeça loira apareceu na porta do meu quarto. Super conveniente!
- Nada James! Se manda daqui!
- Bella, você voltou azeda dessa viagem...
Ele sentou-se ao lado de Angie e a beijou na boca. Ew.
- Ok, ok. Vocês poderiam fazer isso longe daqui?
- Ciúmes Bella?
- Não enche...
Depois de conversar com meus irmãos, fui ver Bella. Deixei Hazel aos cuidados deles e me mandei. Aquele
garoto parecia uma sombra. Saltei sua janela e me deparei com uma reunião no quarto dela. Na qual Angie e
James pareciam participar.
- Hey.
- Nossa Edward, já inventaram a porta, sabia? Pular janela é coisa do passado amigo...
James não perdia nunca a oportunidade. Impressionante.
- Não me amole James... e além do mais, eu não pulo. Eu salto.
Ele riu da minha cara, mas eu ignorei e beijei Bella.
- Podemos dar uma palavrinha a sós?
Frisei bem o “a sós” na cara de barata branca. Ele pareceu não se importar.
- Vou deixá-los sozinhos... vem James?
- Depois eu vou An.
- An? Você diminuiu o apelido Angie para An?
Bella parecia irritada com aquilo. Qual o problema? Não entendi, assim como barata branca também boiou.
- O que que tem isso?
- Não é legal, apenas An... não gostei.
- Edward, por que ela voltou tão chata dessa viagem?
- James, me pergunto porque você ainda está aqui. Quero falar com Bella. Eu e ela, entendeu?
- Sobre nós? Porque se tem a ver com vampiros, eu quero ouvir.
- Mas eu não quero que você ouça. Agora se me der licença...
Ele deitou na porra da cama. Que cara mais chiclete! Depois então pensei... talvez eu pudesse tirar proveito
disso. James podia ser mais um aliado, certo?
- Que se foda! Quer ouvir? Ok. Mas vai ter ajudar.
- Edward... do que você está falando?
Bella me olhava com um ponto de interrogação no rosto. Peguei seu braço e fiz ela sentar na cama.
- Lestat me ligou.
- Ah, em falar em Lestat, você é louco em ter levado-a lá...
- Dá para calar a porra da boca James?
- Ok. Não está mais aqui quem falou.
Mas ele estava. E continuava. Contei até dez e continuei.
- Então... ele ligou para me avisar de um problema.
- Qual?
- Uma caçadora de recompensas está vindo atrás de Hazel.
Barata branca levantou da cama num pulo.
- Epa! Peraí. Volte essa história. Quem é Hazel e quem é a caçadora? Você sabe que caçadores de recompensas
não são nada legais, né?
- Hazel é um vampiro de 8 anos.
Ele virou para olhar Bella e me olhou sorrindo.
- Então a estressadinha aqui não estava mentindo?
Como é que é? Bella contou para James sobre Hazel? Ok, depois eu penso nisso...
- Não mentiu.
- Ele se alimentava mesmo do sangue do Príncipe?
- Sim.
- Que foda!
- Posso continuar James?
- Claro Cu! Quem é a caçadora? Sabe o nome?
- Jane Donovan.
- Se fudeu Edward...
Como assim? James conhecia essa tal de Jane?
- Será que alguém pode me explicar melhor? Eu não estou a par das amiguinhas de vocês...
- De amiga ela não tem nada Bella. Jane é uma mulher que todos evitam.
James me respondeu meio que sorrindo. Ironia? Não entendi.
- Ela é feia?
- Não Bells, ela é perigosa.
- Ah.
Edward franziu a testa e começou a me explicar algumas coisas.
- Só encontrei-a uma vez em toda minha vida, e posso dizer que não foi nada agradável.
- Eu já vi Jane várias vezes por aí... nunca sofri nada, mas sei de pessoas que vou te falar... não resistiram não...
Não resistiram? Era uma mulher ou um Alien?
- Estou boiando...
- Bells, Jane é uma vampira com um poder... bem peculiar. Ela pode entrar na sua mente e te fazer sofrer.
Muito.
- Mas como?
- Ela te manda... uns pensamentos bem dolorosos. É difícl de explicar... só entende perfeitamente, quem sente.
Eu realmente não gostaria de entender então, porque só a explicação de Edward me deu calafrios.
- E o que ela quer com Hazel? Ele é só uma criança!
- Dinheiro.
James respondeu rápido.
- Dinheiro? Ela pretende então pedir resgate ao Lestat?
- Lestat? Claro que não...
Não entendi o por que James disse isso, mas então Edward me explicou melhor.
- Se Jane pegar Hazel, ela vai vendê-lo no mercado negro.
- Uma criança imortal... ela nunca mais precisaria voltar a trabalhar com o dinheiro que ganharia com ele...
James complementou o que Edward disse, enquanto via os dois franzindo a teste de preocupação.
- Mercado negro?
- Ela pega Hazel e oferece a bilionários que dariam tudo para ter alguém como ele. Nenhum de nós faz idéia do
que Hazel é capaz de fazer... ainda por cima tendo tomado o sangue do Lestat por tanto tempo. E ela
provavelmente descobriu isso.
Eu sentei na cama para poder assimilar todas essas informações. Uma vampira potencialmente perigosa, vindo
atrás de Hazel. Em Forks. Super! Eu sabia que algo de ruim iria acontecer quando senti o calafrio no banho...
- Ele... tem como se defender dela?
- Não sei. Mas nós podemos.
- Podemos?
James pareceu não acreditar na confiança de Edward.
- Eu posso. Você eu não sei.
- Vai se ferrar Cu!
- Edward... e como seria isso?
- Eu não sei ainda Bells, tenho que pensar em algumas coisas. No momento, eu estou com fome. Acho que vou
dar uma saída e volto mais tarde, ok?
- Eu também estou com fome. Mas de carne humana. Angieee!
OMG. Quase vomitei quando James saiu gritando por minha amiga pelo corredor da casa.
- Ok... vai lá... eu espero você mais tarde então.
Nos beijamos e ele saltou. Fui deitar quando o vi entrar no carro e ir embora.
- Jasper, estou indo para casa e queria que deixassem Hazel arrumado. Vou levá-lo para sua primeira caça.
- Oh. Bem, Hazel não está em casa.
Hein? Não estava em casa?
- Explique-me.
- Ele saiu com Emmet.
Ah não. O que meu irmão imbecil ia fazer com o garoto? Ou bem... o que Hazel ia fazer com meu irmão imbecil.
Era mais fácil pensar na segunda hipótese. Pisei fundo para esperá-los em casa. Cheguei jogando a chave em
cima da mesa e gritando por Alice. A baixinha apareceu no alto da escada.
- Está tudo bem Edward... nenhum cadáver recente em Forks.
- Não tem graça Alice. Como você deixa Emmet sair sozinho com ele? Nem eu conheço-o direito ainda...
Ela sorriu.
- Oh Edward... talvez Emmet o conheça melhor do que você.
Eu percebi ela olhando por trás de mim e me virei para a porta. Eu não estava vendo isso. Eu não estava. Sim, eu
estava. Eu via Emmet de terno preto e óculos escuros. E eu via Hazel de terno preto e óculos escuros.
- Irmãos gêmeos?
- Gostou Edward? Levei o pequeno aqui para fazer umas comprinhas...
- Ficou louco Emmet?
- Edward, o tio Emmet não fez por mal. E eu gostei de ver as gatas do shopping!
Céus! Dois Emmet’s na minha vida, eu não iria agüentar.
- Troque de roupa Hazel. Iremos caçar.
- Eu não quero caçar. Pode trazer para mim?
Eu gargalhei. Muito.
- Tenho cara de entregador de pizza?
- Não quero pizza. Quero sangue.
- Tirou onda com a sua cara Edward!
Emmet estava feliz pelo gêmeo dele estar me irritando.
- Hazel... ou você sobe e troca de roupa, ou vai vestido assim mesmo.
Ele se olhou uma vez e sorriu para mim.
- Tio Emmet disse que é um Armani.
- Perfeito! Vai caçar de Armani, olha que legal!
- NÃO!
Ouvi o grito estridente de Rosalie que descia a escada. Ela estava furiosa.
- Vocês não seriam loucos de deixar uma... coisa que anda e fala, estragar um Armani com sangue!
- Hazel. Meu nome é Hazel.
- Que seja.
O pestinha me olhou sorrindo e foi andando em direção ao carro.
- Vamos caçar Edward! Quero sujar o Armani agora!
Rosalie saiu correndo atrás dele enquanto nós ríamos da cena.
- Sua peste! Isso custou caro!
- Sua loira, meu pai é milionário!
Rosalie rosnou e saiu xingando pessoas que eu nunca ouvi falar.
- Hazel, eu também não gosto muito de Rosalie, mas você não pode falar assim com as pessoas, ok? Não é legal.
Ele tirou os óculos e limpou as lentes com a flanela do carro. Colocou os óculos novamente e sentou no banco
de trás enquanto falava comigo e fechava a porta do carro.
- Edward, fala com a minha mão.
Inacreditável. Emmet ficou algumas horas com ele e já tinha estragado a criança.
Entrei no carro tentando ignorar a imagem que eu via pelo retrovisor. Hazel de terno e óculos sentado
totalmente ereto, passando a mão pela gravata que nem um adulto. O que eu perdi?
- Não quer perguntar nada?
- Sobre o que?
- Sobre o que vamos fazer.
- Como eu tenho que fazer?
Vi uma fagulha de interesse pelo ar. Era isso que eu queria dele.
- Nós vamos parar em um determinado lugar e vamos nos aproximar de uma moça qualquer. Então eu irei
seduzí-la e você vai ficar olhando para aprender. Quando ela estiver no papo, a gente ataca. É basicamente isso.
- Talvez seja melhor eu seduzi-la...
Piada né?
- Hazel, você tem oito anos.
- Tio Emmet disse que as mulheres adoram os novinhos.
- Não tão novinhos assim.
Minha primeira tarefa a cumprir quando voltasse para a casa, seria socar a cara de Emmet.
- Ok.
Dirigi bastante, até Port Angeles e parei no cais. Tinha uma mulher sozinha, sentada, lendo.
- Está vendo aquela moça ali?
- Estou.
- É nossa presa. Nós não podemos deixá-la fugir, nem gritar.
- Ok.
- E Hazel, não faça besteira. Não é para chegar e sair mordendo.
- Ok.
Saímos do carro e segurei sua mão, caminhando normalmente até a mulher. Me sentei casualmente ao lado
dela, que não desgrudou os olhos do livro.
- Boa tarde.
- Boa.
- Sozinha?
- Não.
Olhei para os lados e não vi uma alma sequer. Ela continuou com os olhos grudados no livro.
- Está com quem, posso ousar perguntar?
- Com um chato atrapalhando minha leitura.
Ok, essa doeu. Mas a piranha não me olhava porra! Duas mãos pequenas pararam em cima da página que ela
lia.
- Você é bonita!
Hazel... não faça besteira... não faça...
- Que coisinha linda!
Olha a sacanagem bem aí. Antes ela nem desgrudava do livro, agora ela não só olhava para Hazel, como parecia
estar hipnotizada.
- Posso beijar seu pescoço?
- Que gracinha! Pode sim!
Ela se curvou e ele se esticou na ponta dos pés, cravando os dentes no pescoço da mulher idiota. Ela nem gritou,
nem se mexeu. Ele parou e limpou a boca na manga do terno.
- Acabei.
OMG. Corri rápido com ele para o carro antes que passasse alguém e nos visse do lado de um cadáver.
- Você viveu tempo demais com Lestat!
Peguei no sono desde que Edward tinha saído lá de casa e acordei com lábios gelados na minha testa. Abri os
olhos e vi a pessoa mais linda do mundo em cima de mim.
- Demorei?
- Uma eternidade! Olhos vermelhos? Você não foi caçar?
- Fui... mas não deu para comer nada.
Hein? Desde quando?
- O que houve?
- Hazel devorou minha comida.
OMG. Eu quis rir, mas continuei séria.
- Me conta...
Ele torceu o rosto e sentou de péssimo humor.
- Ele simplesmente jogou seu charme irritante para a mulher e agarrou ela. Além de não ter deixado uma gota
sequer, nem se deu ao trabalho de tomar cuidado com a exposição.
- Ow. Alguém viu?
- Não. Ainda bem. E ele aprendeu algumas gracinhas com Emmet.
Tradução: ele está virando um tarado.
- Como vai ser quando ele começar a crescer Edward?
- O físico não muda.
- Sim. Mas tipo, ele vai ficar adulto, num corpo de criança. Não acha que vai ser difícil para ele?
- Bells, eu espero que quando ele estiver adulto, já não esteja mais perto de mim.
Eu já gostava de Hazel. Não queria mais ele longe.
- Ok.
Os dedos de Edward deslizaram pelos botões da minha blusa e os arrebentaram. Ele passou o dedo em volta do
meu umbigo e beijou minha barriga.
- Já falei que adoro sentir esses pêlos arrepiados?
- Não... pode falar quantas vezes quiser.
Não sei o que me deu na cabeça, mas antes dele tentar alguma coisa, eu sentei rápido na cama e o fiz deitar no
meu lugar, subindo em cima dele. Desabotoei sua calça e abaixei. Fiquei olhando a cueca box preta. Uma das
milhares de sua coleção.
- O que tem em mente Bella?
Eu lá sei? Nem estava pensando direito. Só tinha certeza que queria dar prazer a ele... de outra forma.
- Fica quieto.
Ele cruzou os braços atrás da cabeça e ficou me olhando, sorrindo ironicamente. Céus. Me concentrei em
respirar enquanto abaixava lentamente sua cueca. Seu membro foi ficando exposto para mim. Morri e
ressucitei. Acho que nunca me acostumaria com a perfeição de Edward.
- Você quer mesmo fazer o que eu acho que você está pensando em fazer?
- Aham.
- Não me morda amor...
- Você não sentiria dor Edward!
- Mas ficaria nervoso só em ver.
- Isso não está me ajudando, sabia?
- Certo. Vou calar a boca então.
Fiquei olhando para ela, que agora estava quase roxa de vergonha. Encostei minha mão na sua.
- Amor, vem cá, vem... não precisa fazer nada.
Senti seu tapa carinhoso e fiquei quieto de novo. Ela se curvou e deu um selinho bem na cabeça dele. Me
contorci com o calor dos seus lábios.
Passei a mão nos seus cabelos, segurando delicadamente e levantando seu rosto para olhá-la.
- Faz de novo, faz...
Ela abaixou a cabeça e puxou os cabelos para cobrir o rosto. Mas assim não tinha graça. Eu queria vê-la fazendo
isso. Joguei seus cabelos para o lado quando senti os lábios encostarem em mim novamente.
- Bella, não me torture... beija mais amor...
- Calma Edward!
- Estou calmo... mas passa a língua...
- Pára Edward!
Céus, ela ia me matar com essa lentidão! Então senti a ponta da sua língua deslizando por ele. Puta que pariu!
Ela colocou uma mão na minha barriga e com a outra, segurou-o. Vai Bella, vai.
- Quer que eu continue?
- Depende... quer morrer?
Ela sorriu e corou, voltando-se para seu trabalho. Me lambeu de novo e entou colocou a cabeça na boca.
Instintivamente, eu agarrei seus cabelos e empurrei sua cabeça. Ela me socou.
Tinha se engasgado.
- Edward!
- Desculpe amor... mas continue...
Ela voltou ao trabalho e eu me controlei para não atrapalhá-la dessa vez. Sua boca quente estava me fazendo
gemer. Fechei os olhos e me deixei consumir pelo prazer. O vai-e-vém daquela boca me apertando estava me
fazendo tremer. Foi questão de poucos minutos, para eu lembrar de puxá-la dali evitando que ela engolisse o
que saía de mim agora. Eu fui ao céu e voltei.
- Meu... Deus...
- G-g-gostou?
- O que você acha? Tudo bem que fui torturado... mas valeu a pena.
Beijei seu pescoço quente, envolvendo sua cintura, quando escutamos baterem na parede ao lado.
- Pare de gemer Cu!
Era brincadeira, né?
- Amanhã ficaremos na minha casa Bella...
CAPÍTULO 22
Estava em frente de casa esperando Edward me buscar para irmos visitar meu pai. Eu estava bastante
apreensiva com essa situação. Não sei como seria a reação de Charlie. Mas enfim, saí correndo e entrei no carro
quando ele buzinou.
- Para que tudo isso?
Ele se olhou como se não entendesse minha pergunta.
- Tudo isso? Como assim?
- Tão arrumado para que? Nós só vamos até a casa de Charlie.
- Ué, vou conhecer seu pai, né? Meu sogro. Preciso estar apresentável.
Edward era lindo... apresentável. Como se ele já não fosse o homem mais perfeito do mundo.
- Você vão gostar do meu pai!
Ele riu.
- A questão é: ele vai gostar de mim?
- Aí já é outra história...
Franzi a testa pensando nisso. Eu não podia imaginar o que Charlie acharia. Pedi para Edward buzinar quando
estávamos já estacionando na porta de casa. Charlie apareceu na varanda com a cara fechada. Ah não...
Saí do carro e fui até ele na frente de Edward, para dar tempo dele ficar feliz em me ver.
- Oi pai!
Fiz algo que não costumava nunca fazer. Abri os braços e pulei no colo dele. Charlie estranhou e eu também.
Não estávamos acostumados com essa relação carinhosa de pai e filha.
- Bella, está bonita.
- Vindo de você isso não conta.
Ele sorriu e bagunçou meu cabelo, coisa que eu odiava. Edward chegou perto de nós, com as mãos nos bolsos
da calça.
- Boa tarde.
Esticou uma mão para Charlie, que relutante, cumprimentou-o.
- Boa tarde. Você é o famoso Edward?
- Em pessoa.
Edward sorriu simpático e meu pai manteve a cara emburrada.
- Vamos entrar.
Sentei no sofá e antes que Edward pudesse sentar ao meu lado, Charlie sentou e me abraçou. Ah pai! Edward
sentou-se na poltrona em frente a nós.
- Então Edward... nunca ouvi falar da sua família... e olha que sou o chefe de polícia de Forks.
- Sim, nós somos bem discretos. Não gostamos muito de exposição, sabe?
- Sei. E seus pais? Quais os nomes deles?
Edward me olhou e coçou a cabeça.
- Bem, eu sou órfão.
Charlie balbuciou sem-graça.
- Me desculpe.
- Não tem problema nenhum. Eles já faleceram há alguns anos.
- E você mora sozinho?
- Não senhor. Moro com meus quatro irmãos.
- Jura? Tudo isso? Família grande.
- Muito. Eu tenho muitos outros parentes espalhados pelo mundo...
Eu senti uma pontada de ironia da parte de Edward. Muito engraçado.
- Bom saber. É sempre bom ter parentes com quem se possa contar quando é preciso.
- Com certeza.
- E o que você faz na faculdade?
- Eu curso Literatura Estrangeira. Faço até uma matéria com Bella.
- Certo. E você mora no campus?
- Não senhor. Tenho a minha casa.
Charlie não parece ter gostado dessa resposta. Ficou sério e pousou uma mão na minha perna.
- Imagino que Bella ainda não conheça sua casa, não é?
- Claro que conheço, né pai?
Edward me olhou sério e meu pai também. O que? Até parece que eu não iria freqüentar a casa do meu
namorado.
- Depois conversaremos sobre isso Bella.
- Quando quiser conhecer minha casa, ela estará de portas abertas ao senhor.
- Obrigado. Irei sim.
Conversa legal, sem pouca hostilidade, isso aí! Charlie levantou e foi até a cozinha, abriu a geladeira e gritou
para Edward.
- Bebe cerveja?
- Claro!
Eu o olhei incrédula. Cerveja? Me curvei para a frente e o perguntei baixinho.
- Desde quando?
- Desde quando eu resolvi agradar seu pai carrancudo.
- Ah.
Charlie voltou abrindo as garrafas com a mão e entregou uma para Edward, que deu um gole e forçou um
sorriso de prazer.
- Geladinha!
- Sim, gosto delas bem geladas.
- Eu também senhor.
Charlie me olhou e levantou uma sobrancelha.
- Espero que não deixe Bella tomar bebidas alcoólicas.
Quem ele achava que eu era? Alguma criança? Ei pai, eu estou na faculdade e moro sozinha ok? Achei melhor
apenas pensar isso, e não falar.
- Não deixo Bella fazer nada que seja muito perigoso.
- Hum, talvez a gente possa se dar bem...
Céus, imagina duas pessoas pegando no meu pé? Eu já tinha pai... não precisava de namorado protetor! Edward
deu um sorriso e piscou para mim. Irritante. Aquela tarde foi torturante, as horas se arrastaram enquanto eu
ficava tensa temendo um confronto entre meu pai e meu namorado vampiro. Quando já estava escurecendo,
Charlie parece ter resolvido nos liberar. Eu respirei aliviada.
- Bem, não vou tomar mais o tempo de vocês...
- Foi uma ótima tarde senhor Swan!
Edward conseguia ser super cínico. Eu sabia que ele estava odiando passar por aquilo.
- Edward, vem conhecer meu antigo quarto!
Peguei sua mão e puxei ele pela escada, enquanto tentava ignorar o olhar de reprovação do chefe de polícia.
Entrei no quarto e fechei a porta.
- Você quer piorar minha situação com seu pai?
- Não... só queria te beijar aqui.
Passei os braços em volta de seu pescoço e beijei sua boca. Ele segurou minha cintura e me afastou.
- Bells, não seria nada legal se seu pai nos pegasse aqui...
- Você sentiria ele chegar.
- Nem sempre eu leio os pensamentos a tempo, quando estou com tesão.
- Ok.
Não seria mesmo nada legal meu pai entrar no quarto e ver a boca de Edward no meu peito, ou algo do tipo...
achei melhor ficar quietinha.
- E por falar nele...
- O que?
Charlie bateu na porta e abriu. Privacidade não existia no vocabulário dele.
- Vão ficar muito tempo aí?
- Não pai, já estamo indo embora.
Saco! Peguei a mão de Edward e saí do quarto. Me despedi de Charlie e fomos embora. Assim que entramos no
carro Edward começou.
- Não venho nunca mais aqui Bella.
- Por quê?
- Porque seu pai me odeia.
- Claro que não odeia Edward...
- Eu leio os pensamentos dos outros, esqueceu?
- Ok, o que você leu então?
Edward riu.
- Vamos ver... que eu sou antipático, que eu sou mal-educado, que eu sou branco demais, que meu cabelo é
bagunçado como se saísse da boca de um leão, que eu sou um alcoólatra e entre outras coisas.
- Alcóolatra?
- Aparentemente, ele não gostou de eu ter aceitado a cerveja. Eu bebi aquela merda para agradá-lo!
Eu sabia que Charlie era uma pessoa difícil mesmo. Acho até que já esperava isso dele.
- Mas não é nada pessoal Edward.
- Certo. Mas se você quiser manter seu pai vivo, não me deixe nunca a sós com ele.
Mas hein? Eu o olhei de boca aberta.
- Estou brincando. Mas não me deixe mesmo a sós com ele. Eu não duraria muito tempo.
Ok, já tinha feito minha boa ação do dia. Parentes de Bella agora nunca mais. Até porque, eu poderia ensinar
muitas coisas para qualquer um deles... ou alguém ali tinha mais de 338 anos? Tive vontade de mandar Charlie
ser um bom menino nesse Natal. E por falar nisso, acho que ela leu minha mente.
- Edward, onde você costuma passar o Natal?
- Natal?
- Sim... sabe o que é isso, né?
- Sei... mas não sou uma pessoa religiosa, percebeu?
Ela fez careta e revirou os olhos.
- Sério...
- Estou falando sério! Você consegue me imaginar comendo peru na ceia?
- Não... mas vocês nem fingem ser uma família feliz?
- Nunca precisamos...
- Oh Edward!
O que ela queria? Que eu fosse um cara que armasse prezépios no jardim de casa?
- E Ação de Gracas?
Ai...
- O que tem?
- Deixa pra lé...
O que eu não fazia para agradar Bella...
- O que você tem em mente para a Ação de Gracas?
- Estava pesando num jantar lá em casa. Você poderia trazer os outros.
- Está brincando, né?
- Não...
Ela estava séria. Não brincava mesmo.
- Vou falar com eles...
- Ótimo! Depois eu te aviso a hora!
- Uh, não posso esperar...
- Não me enche Edward.
Parei em frente sua casa e a levei até a porta.
- Você bem que podia pegar suas coisas e ir dormir lá em casa.
- Hoje não... tenho um monte de coisas para fazer para a aula de amanhã...
- Certo. Fui rejeitado... eu me acostumo...
Ela riu e me beijou. Senti cócegas no pé e o mexi, ouvindo o ganido de Jake.
- Edward! Voce pisou em Jake!
- Eu tenho culpa desse cão viver andando por aí... eu hein...
E então eu o olhei com atencão e percebi que o moicano estava grande e branco.
- O que houve com o moicano azul?
- Anilina sai quando vai lavando, sabia?
Droga! Mas eu lembrava que tinha anilina verde lá em casa...
Encontrei com as meninas na lanchonete da faculdade. Era o momento ideal de combinar com elas.
- Ei, o que vocês vão fazer na Ação de Gracas?
- Nada...
- Pretendia fazer alguma coisa lá em casa...
- Lauren, você não sabe nem cozinhar!
- Bem, é que eu chamei Edward e seus irmãos...
- Então vou chamar James!
Puta que pariu! Era Graças, não Inferno!
- Ok Angie.
- Eu não tenho namorado... então fico com o peru da ceia.
- Jess querida... só se for para você sair rolando... já esta ficando em forma de bola...
- Cala a boca Lauren!
Legal, isso seria super divertido! Eu tinha cada idéia...
Encontrei com meus irmãos no corredor. Me concentrei.
- O que vocês vão fazer quinta-feira?
- Nada.
- Transar.
- Nada.
- Bem, eu...
- Ótimo! Teremos um jantar de Ação de Graças para ir.
Rosalie riu. E depois ficou séria.
- Ah, não é brincadeira?
- Tenho cara de palhaço?
- Edward... não sou veado cara... quer que eu coma peru?
- Cala a boca Emmet!
Alice foi a única que sorriu, demonstrando alegria.
- Eu vou! Vai ser legal!
Super! Super legal!
- Se Alice vai... eu vou.
- Emmet? Rose?
Fiquei esperando a resposta deles.
- Que se dane, eu vou! Vai ter mulher gostosa?
Rosalie deu um soco na cara dele.
- Tem minha bunda para você olhar, serve?
- A sua eu vejo todo dia amor...
Rosalie deu outro soco nele. Dessa vez algumas pessoas passaram correndo por nós.
- Poderíamos não assustar os alunos?
Deixei os loucos para trás e fui falar com Bella. O cabelo dela cheirava de longe. Gostosa! Cheguei por trás e
puxei seu corpo, tascando-lhe um beijo na boca.
- Oi...
- Quer me matar de susto?
- Pensou que fosse outra pessoa?
- Sei lá, né?
- Bem, vim avisar que já chamei os dentinhos para seu jantar.
- Quem?
- Os dentinhos... meus irmãos.
Ela quase se mijou de rir. Eu sei, eu tenho ótimo senso de humor.
- Certo. Fica marcado para 19:00hs.
- Ok. Vou lá então... tenho aula agora.
- Eu juro que não entendo por que você não mata aula. Já se formou mesmo...
- E seria legal eu dizer isso aos professores.
- Vai se ferrar Edward, você entendeu o que eu quis dizer.
Estava me despedindo dela quando Angie a puxou pelo braço.
- Bella, que horas eu marco com James?
Opa.
- James? James barata branca? James vai?
- Vai...
Que legal! Dá um soco no meu saco logo, seria menos torturante.
CAPÍTULO 23
Era manhã de quinta-feira e resolvi ir comprar o peru e as outras coisas para a ceia. Fomos todas no meu carro.
Estacionei e olhei para a entrada do supermercado. OMG.
- Ei, estão dando doce?
- Não... estão vendendo peru...
- Putz, vai acabar em cinco minutos!
Lauren me olhou com cara de louca.
- Ok, prestem atenção! Nós vamos entrar e cada uma vai para um lado. Não percam tempo olhando prateleiras,
corram direto até os perus! Agarrem o que virem pela frente! Se for preciso, soquem, batam, quebrem, puxem
o cabelo! Mas nunca, em hipótese alguma, solte o peru!
Eu tremi. Fiquei com medo de Lauren. Ainda bem que eu estava no time dela. Chegamos na porta do
supermecado e esperamos a loja abrir, nos espremendo no meio da multidão. Dez minutos depois, um
funcionário veio abrir a porta, quase sendo jogado no chão. Eu não lembro direito, só sei que corri, entrando
pelos corredores em direção à parte de carnes e aves. Já tinha um bando de gente aglomerado em volta do
lugar onde estavam os perus. OMG, como eu chegaria até eles? Quando eu cheguei, depois de levar uns cinco
pisões no pé e umas vinte cotoveladas, o troço estava vazio, com as pessoas gritando umas com as outras. Então
eu avistei Jess de longe, com um peru na mão, fazendo cabo de guerra com uma outra mulher. Corri até ela.
Lauren e Angie chegaram junto comigo.
- Jess, você conseguiu!
- Consegui se essa baranga soltar nosso peru!
A mulher rodou baixou a pombagira ali.
- Baranga lá na sua casa! Solta esse peru que eu peguei primeiro!
- Mentira, você segurou depois que eu puxei!
- Solta!
- Não solto!
E lá ia embora o meu jantar de Ação de Graças. Ou não... Lauren abriu a bolsa e pegou uma caneta.
- Ô maldita, eu furo teu olho! Solta essa porra de peru agora!
Lauren estava quase espumando, com a caneta apontada para a cara da mulher. Céus, eu podia sair correndo e
fingir que não as conhecia?
- Credo, vocês são delinqüentes!
A mulher soltou o peru e saiu correndo. Mas o show da Lauren ainda não tinha acabado. Não satisfeita, ela
ainda botou a mão na cintura e gritou para a mulher.
- E não volte nunca mais aqui hein!
- Lauren, vamos...
Eu a puxei pelo braço antes que ela resolvesse bater em alguém. Terminamos o resto das compras e fomos
embora. Chegamos em casa e eu fui para a cozinha com a Jess, que era a única ali além de mim, que sabia
cozinhar.
- Vai rechear logo o peru Bella?
- Vou... vai acendendo o forno...
Trabalhamos em conjunto e posso até dizer que foi agradável. Era legal quando Jess não começava a dar uma de
histérica. As horas passaram rápido, e quando James chegou eu estava terminando de colocar a mesa.
- Oi meninas! Oi Bella!
- Mas já? Você não tem nada para fazer em casa não?
- Na verdade não...
Ele sorriu e me beijou na testa. Depois foi até Angie e a beijou na boca, abraçando-a pela cintura. Eu podia jurar
que estava começando a gostar deles como casal. Pelo menos James não estava mais irritante.
- Ok, a mesa está pronta, a comida também, só falta tirar o peru do forno. Vou subir para tomar banho...
- Vai lá Bella, eu faço sala para os Cullens se eles chegarem.
- Tem certeza Angie?
- Claro! Já que eu não cozinho, tenho que fazer alguma coisa né?
- Hum... posso pensar em algo legal para você fazer An...
- James!
Nós duas gritamos com o tarado. Hoje não, por favor...
Tomei meu banho e estava trocando de roupa quando Edward entrou no quarto.
- Senti o cheiro bom lá de baixo...
- Do peru?
Ele torceu a cara.
- Do seu sabonete.
- Ah.
Abri um sorrisão e pulei no seu colo, beijando seu pescoço.
- Imagina se eu fosse vampira... poderia te morder agora... tão fácil...
- Claro! Eu sou tão fácil de se pegar...
- Você é fácil demais Edward! Caiu na minha rapidinho!
Ele riu e me jogou na cama.
- Olha como fala... vou te fazer implorar para eu parar...
Passei a mão pelos seus cabelos e o beijei. Sua boca macia tocava a minha.
- Hoje não... temos que descer.
- Odeio essa porra de jantar!
Ele saiu de cima de mim resmungando. Peguei-o pelo braço e saí do quarto.
- Vieram todos?
- Sim, até Hazel.
- Que ótimo!
Estava descendo as escadas quando tive uma crise de risos. O que era aquilo que eu estava vendo? Emmet e
Hazel usavam uma roupa igual. Calça cáqui e blusa pólo preta. Pai e filho?
- Edward...
- Nem pergunte. Acho que Emmet sempre quis ser pai... aí deu nisso.
OMG. Isso era totalmente engraçado. Se Emmet fosse loiro, seria hilário.
- Hey Bella!
O grandão me deu um abraço que me tirou o ar e espremeu minhas costelas. Edward lhe deu um safanão.
- Retardado, ela não é forte que nem você!
- Ops, desculpe.
Ele sorria que nem criança grande.
- Oi Hazel...
- Oi Bella, você está uma gata!
Hein? Edward me olhou fazendo careta.
- Coisas de Emmet... está estragando o garoto.
- Você aprendeu isso com o Emmet, Hazel?
- Não! Eu tenho bom gosto, só isso...
Ele aprendeu com o Emmet.
- Então, essa janta sai ou não sai? Estou faminto!
Todos olharam para James. Inclusive eu. Ele se achava engraçado. Hazel o olhou e foi até ele, que estava
sentado no sofá.
- Você é um de nós.
- Ei, você é o baixinho? Legal! Já está famoso...
- Posso provar seu sangue?
James olhou para Edward.
- Que merda é essa? Ele acha que sou posto de gasolina?
- Querido, o James não vai te alimentar, ok? Deixa tio James quietinho aqui...
Alice falou delicadamente com Hazel, enquanto se desmanchava de sorrir para James. Jasper estava... cadê
Jasper? Achei. Ele estava encarando Jake. Os dois pareciam estar conversando, ou algo do tipo. Eu
definitivamente tinha entrado para uma família bizarra!
- Vou tirar o peru do forno, com licença...
- Por mim ele pode até queimar...
Rosalie, agradável como sempre.
- Não diga isso! Tive que ameaçar furar o olho de uma mulher para podermos trazer esse peru!
Rosalie encarou admirada o que Lauren dizia.
- Furar o olho? E você furou?
- Não... porque ela soltou o peru.
- Incrível! Uma pessoa inteligente nesta casa!
Ok, fui para a cozinha antes que me irritase com essas duas loiras malignas.
- Bella!
Ah não, não podia se ter paz naquela casa? Lá vinha James atrás de mim me irritar...
- O que foi agora?
- O que você acha da Angie?
- Muito legal! Por quê?
Ele sorriu e passou a mão na cabeça. James estava... encabulado?
- Acho que estou... meio que me apaixonando.
OMG. Repete que eu vou filmar...
Segurei o riso e fiz cara de séria.
- Sério? Quem dirira...
- Ela é super foguenta na cama...
- Ok, James... não se conta intimidades de amigas para as outras amigas... eu não quero saber.
- Você é chata demais, sabia? Ainda bem que Edward te mordeu primeiro.
- O que quer dizer com "ainda bem"?
Fiz o sinal das aspas no ar, para frisar bem a minha pergunta.
- Se ele não tivesse te mordido eu ainda estaria te disputando. Olha só do que eu me livrei...
- James, se você não sumir agora da minha frente, eu vou tacar o peru na sua cabeça!
- E vocês vão comer o que?
Eu estava falando sério. Abri a porra do forno com raiva e ele saiu correndo dali. Que orgulho, o peru estava
lindo e dourado! E cheiroso!
- Podem sentar-se que já estou levando o peru!
Eu pude ouvir um resmungo de Rosalie.
- Não sei para que... não vou comer essa merda mesmo...
Respirei fundo. Não ia estragar meu jantar por causa dela. Fui para a sala, com a bandeja do peru na mão. Não
sei por qual motivo, mas Jake-moicano-azul resolveu sentar no meu caminho e tropecei nele. Dali em diante
parecia que tudo tinha ficado em câmera lenta.
- Ohhh meeuuu...
- Peeeegggaaaa!!!!
- Nãããooo ddeeiiixxxeee ccaaaaiirrrr!!!!!
Eu vi a bandeja voar pelo ar e Edward saltar da cadeira, correndo na minha direção. Faltando uns cinco
centímetros para o meu lindo peru tocar o chão, Edward segurou a bandeja. A câmera lenta passou e todo
mundo respirou aliviado. Estavam todos sentados, graças as cadeiras a mais que coloquei na mesa. A família
tinha ficado grande!
- Quem fará a oração?
Angie perguntou sorrindo. Os vampiros a olharam incrédulos.
- Mentira que tem isso? Eu não vou rezar!
- Rose...
- O que Edward? Já basta eu ter sido arrastada para cá...
- Vocês não precisam rezar, claro!
- Eu rezo com você An!
- James, não nos envergonhe...
- Me deixa Emmet... vai dar papinha para teu filho.
- Eu não sou filho dele! Sou filho do Lestat!
Jess gritou.
- Lestat? Lestat? Lestat? Lestat?
- Alguém pode bater nas costas dela?
- Cuidado, não bata muito forte ou ela pode piorar!
- Lestat? Lestat? Lestat?
Rosalie se levantou de cara feia.
- Se ninguém quer bater, eu bato.
Ela deu um tapa nas costas de Jess, que os vizinhos provavelmente ouviram. A garota ficou amarela, depois
verde e passou para o roxo.
- OMG, Jess... você está bem?
- S...i...m...
- Viram só? Bem melhor sem a vitrola quebrada!
- Mulher, você é a minha ídola!
- Obrigada, você também Lauren!
Eu nem tinha palavras. Sério mesmo.
- Ele existe mesmo?
- Quem Jess?
- Les...
- Não repita esse nome de novo! Vai travar novamente!
- Existe.
- Eu quero...
Jess fez bico pedindo o próximo presente de Natal dela. Eu não tinha condições de presenteá-la.
- Cara, o Lestat escraviza as mentes das mulheres...
James ria da situação, claro. Emmet de repente abaixou a cabeça e ficou quieto.
- Em, o que foi?
- Nada não.
- Fala logo imbecil.
- É que... vocês falaram em escravizar... e isso me lembrou... a Escrava K... fugiu de mim...
OMG. Ri internamente.
- Você que pensa...
Eu juro, que eu falei como um sopro, era só para eu mesma ouvir. Mas eu esqueci da super audição deles.
Emmet levantou a cabeça com os olhos parados em mim.
- Como assim?
Ow. Rosalie me olhava com o maxilar travado. Morri.
- Pensei alto. Vamos rezar?
- Bella...
Edward passava a mão na cabeça.
- Como assim?
Emmet não ia desistir, pelo visto. Edward resolveu me salvar.
- Nós encontramos com a Escrava K. Lestat a comprou no eBay, né Rose?
Ihhh, jogou na cara! Eu amava esse homem! Emmet socou a mesa. Lauren segurou o peru.
- Rosalie Hale, o que você tem com isso?
Ela entortou um garfo da mesa. Eu devia ter colocado talheres descartáveis.
- Vendi mesmo. E bem barato.
- Por que você fez isso, sua mulher do inferno?
- Por que eu estava de saco cheio de te ouvir falando nessa escrava!
- E precisava vendê-la para o Lestat?
- Eu não sabia que ele era o comprador, só soube agora! Se eu soubesse, eu teria me vendido, ao invés dela!
Ui.
- Como é que é?
Emmet quebrou uma faca. Ok, hora de recolher os talheres. Eu levantei e os dois me olharam.
- Senta!
Ok.
- Então é isso?
- É! Vai me bater?
- Não! Vou fazer greve de sexo! Com você, sua loira diabólica!
Ela deu de ombros. Ele olhou para todos nós.
- Quem vai me querer aqui?
Jess e Lauren levantaram a mão ao mesmo tempo. OMG. Ele olhou para Jess.
- Vou te pegar mais tarde. Não quero outra loira.
- Ok.
Jess respondeu e tombou para trás, caindo da cadeira. Ela tinha desmaiado? Então um soco e um grito
ensurdecedores, ecoaram pela sala.
- CHEGA! CALEM-SE!
Era Jasper socando a mesa. Por essa eu não esperava.
- Vocês querem fazer o favor de ficarem em silêncio por dois míseros segundos? Eu não agüento vocês no meu
ouvido! Eu não agüento essas emoções oscilando o tempo todo! Eu não agüento os choros, os risos, as raivas!
Eu não agüento! Eu não agüento!
# Momento dedicado ao 1 minuto de silêncio, devido ao espanto de todos com a reação de Jasper #
- Falem alguma coisa porra!
# Término do momento de silêncio #
- Céus Jazz, quanta coisa incubada!
- Jasper, meu anjo, não sabia que se sentia assim...
- Eu sabia que tinha alguma coisa errada com ele...
Eu vi Jasper começando novamente a fechar a cara. Não tinha jeito, o dom dele era definitivamente o pior,
quando se tinha uma família dessas.
- Senhor, obrigada por mais um dia de vida e por me fazer ser escolhida pelo gostos... pelo Em... pelo... bem,
obrigada.
Sério, isso era a oração que Jess estava fazendo. Rosalie quebrou o prato. Eu sorri.
- Era só dizer que não queria comer...
Ela torceu a cara para mim.
- Legal, vamos começar então?
James se animou e levantou, trazendo consigo uma sacola de papel. Ele tirou três garrafas de vinho de dentro
dela. Abriu uma só e encheu sua taça. OMFG. Não era vinho...
- Ei, não acharam que eu ia ficar olhando vocês comerem, né? Alguém servido?
Ele esticou a garrafa e Edward pegou, enchendo sua taça. Eu ia vomitar. Lauren agarrou uma das garrafas
fechadas e abriu, bebendo no gargalo mesmo.
- Nem bêbada eu posso ficar! Vida infeliz!
Deu mais outro gole no gargalo. Hazel estava calado ao lado de Emmet. Ele me olhava sorrindo.
- Está tudo bem Hazel?
- Aham. Aqui é engraçado!
- Não é?
Eu sorri forçada, querendo chorar de raiva. Malditos vampiros! Começamos a jantar, tentando ignorar o fato de
seis vampiros beberem sangue ao nosso lado. Sério, era nojento. Era um líquido grosso. Eca. Era um falatório só,
um atropelando as palavras do outro, mas teve uma palavra que todos pararam para escutar.
- Edward!
Alice cravou as unhas na mesa, rasgando a toalha e tendo o olhar fixo em Edward.
Invadi sua mente na mesma hora e vi o que não esperava ver tão cedo. Ela era baixa que nem Alice, magra,
cabelos negros e escorridos até o meio das costas. Olhos penetrantes e rosto de criança. Qualquer um que
estivesse com ela uma única vez, jamais a esqueceria.
- O que foi Edward?
- Só um minuto Bella. Alice, onde ela está?
James me olhou sério. Acho que não precisava dizê-lo de quem se tratava, ele descobriu pela minha expressão.
- Onde?
- Não sei. Alice?
- Calma! Está tudo complicado para mim...
- O que Alice viu?
- Calma Emmet.
Todos nós a olhávamos esperando por algo. Senti a mão de Bella na minha perna. A olhei.
- O que foi?
- Lembra da conversa que tive contigo? Sobre uma... amiguinha caçadora?
- Sim...
- Alice a viu.
- Ow.
E então eu vi algo mudar na mente da minha irmã. Me concentrei rápido nos seus pensamentos e vi Jane em
frente a uma porta familiar. Uma porta que eu conhecia muito bem. E então eu vi a casa de Bella.
- Saiam todos, agora!
- Por que?
Meus irmãos se levantaram e entenderam. James pegou Angie pelo braço enquanto Emmet arrancava Jess e
Lauren das cadeiras.
- Edward?
- Bella, pegue seu carro e vá para algum lugar com suas amigas. Agora.
Por um milagre divino, ela resolveu me ouvir. Deve ter visto o pavor estampado no meu rosto. Bella abriu a
porta e eu vi dois olhos vermelhos parados lá. Tarde demais.
- OMG.
- Bella!
Corri até ela e puxei-a para trás de mim. Jane me olhou sorrindo.
- Já nos vimos antes, certo?
- Não lembro.
- Fique tranqüilo, eu não quero ela... eu quero... ele.
Ela apontou o dedo e nós o seguimos, encontrando Hazel em sua mira. E então eu me surpreendi muito, quando
James se colocou ao meu lado, de dentes expostos e olhos negros. Eu o acompanhei e meus irmãos pararam
atrás de nós dois.
- Desculpe Jane... acho que vai ter que passar por nós antes de chegar a ele.
Seu sorriso era cínico.
- Sem problemas, adoro desafios.
Arranquei minha camisa e expus meu medalhão a ela, que ficou mais séria do que o normal.
- Que pessoa chique! Quando te conheci você ainda não usava... isso.
- Exatamente. As coisas mudam, não é mesmo?
Ela riu.
- Bem, eu posso não conseguir te afetar, mas acho que sua descendência não vai proteger seus amigos.
- Não vai mesmo não. Mas eu posso te matar antes.
Seus olhos brilharam como rubis e Rosalie caiu no chão. Ela sempre ia primeiro nas mulheres. Foi a deixa para
eu e James investirmos contra ela.
Era ruim. Não. Era a pior coisa que eu via na minha vida. Rosalie se contorcia no chão, gritando, mas nenhum
deles ajudava-a. Alice, Emmet e Jasper estavam em posição de ataque, apenas olhando James e Edward se
embolarem com a vampira pequena. Eu ouvi rosnados misturados e uma bola voou para dentro da casa. A bola
se desfez, eram os três que estavam brigando. Alice correu e puxou Hazel para perto dela, enquanto Emmet
abaixava para ver Rosalie, que continuava uivando de dor.
- Bella, o que é isso?
- Calem-se! Fiquem quietas e não se movam...
Eu não queria que minhas amigas se machucassem, mesmo eu detestando Lauren. Pelo tanto que Rosalie sofria
ali no chão, eu imaginava que a dor para nós humanos deveria ser muito, mas muito pior. Um soco estridente
ecoou e vi Jane voar longe, de encontro a parede. Edward tinha dado-lhe um soco no tórax. Nesse mesmo
momento, Alice e Jasper caíram. OMFG. Como ela consegue apanhar e controlar os poderes? Emmet levantou
rosnando super alto e avançou contra ela.
- Em, Não!
Ele não deu ouvidos a Edward e caiu tremendo no chão, o pior de todos, sem dúvida. Ela vinha andando
calmamente, como se desfilasse pela sala, os olhos parados em Hazel. James se pôs novamente em posição de
ataque e caminhou até Hazel.
- Olha... eu sempre fui com a sua cara James... não me force a isso...
- Pode fazer... estou esperando...
Ela sorriu e seus olhos brilharam. Edward correu em sua direção, esmagando-a na parede, junto com seu corpo.
Mas James caiu mesmo assim. Ele olhou para Hazel.
- Baixinho... corra.
Hazel arregalou os olhos e do nada Angie passou por ele e pegou-o pelo braço, saindo correndo lá para fora.
James gritou.
- NÃO!
Jane estava imprensada na parede, Edward a agarrava pela garganta agora. Então eu senti me cortarem por
dentro, traçando um caminho com uma faca pela minha espinha. Soltei o grito mais agudo que já ouvi na vida.
Caí de costas no chão, chorando de dor. Edward já estava com os braços em volta de mim.
- Bella, fique comigo. Bella...
Eu não ouvia direito. Estava tudo ficando embaçado pelas lágrimas e minha cabeça rodava.
Jane arquitetou tudo perfeitamente. Ela deixara Bella por último, porque ela sabia que eu viria socorrê-la. Eu
não tive tempo cortar sua garganta, ao ver Bella agonizando no chão. Na verdade, eu não quis saber de mais
nada. Estavam todos vencidos, por causa de uma criança que Lestat jogou para cima de mim. Ela queria Hazel?
Que ficasse com ele! Eu já estava a ponto de deixá-la ir embora com sua vítima, quando ouvi um grito. Larguei
Bella por um segundo e corri lá para fora. Oh não. Não tinha visto que a amiga da Bella tinha fugido com Hazel.
Jane segurava Angie no ar, pelo pescoço, e Hazel estava imóvel. Ela parecia não conseguir atingí-lo também,
mas ele estava imóvel, feito estátua.
- Jane, deixe-a fora disso. Quer brigar? Venha para mim.
- Desculpe querido, mas eu tenho pressa.
Eu vi o corpo de Angie voar quando Jane terminou sua frase, agarrando Hazel e entrando numa Ferrari branca. E
eu ouvi Bella uivar lá dentro. Eu não a alcancei a tempo. Eu fracassei. Angie bateu com o corpo no asfalto, como
numa queda de um prédio de 8 andares. Eu me ajoelhei ao seu lado, e vi o carro sumir no horizonte. Foram
questões de segundos quando os outros se recuperaram e correram até nós dois.
- Não! Não!
James chegou e pegou-a nos braços. Bella vinha andando devagar, capengando, pois num humano a dor não
sumia rápido, apenas amenizava.
- Angie!
- Oh não!
- Ela...
Eu vi as três amigas se ajoelharem chorando e não agüentei. Me levantei e saí de perto. Eu não a salvei a tempo.
Bella perdeu uma amiga, porque eu não fui rápido.
- Angie!
Eu não enxergava ela direito, meus olhos estavam um mar.
- Ela não está morta.
James falava, sua voz rouca e baixa. Ele tinha a cabeça deitada no seu peito, ouvindo ela.
- Não?
- Não... o coração está fraco, quase parando... mas ainda não...
Alice falava baixo e triste. Eu via o filete de sangue escorrendo pela boca de Angie. Aquilo era demais. Aquilo era
o inferno que se abriu. Então eu vi James puxar seu cabelo para o lado e cravar seus dentes no pescoço imóvel
dela. OMG. O que ele estava fazendo?
- James! Pode ser tarde demais...
Ouvi Jasper tentar controlá-lo, mas ele rosnou de volta.
- Me deixe!
- James, ele está certo...
Emmet também tentou. James o socou, fazendo Emmet cambalear.
- Não estou pedindo opinião de ninguém!
Ele voltou a sugá-la e eu vi Edward de longe, olhando. Seus olhos tinham culpa transbordando por eles. Eu
queria ir lá, mas eu precisava ficar aqui. O corpo dela tremeu, como se estivesse tendo uma convulsão e parou.
Eu gelei. Eu não respirei. E parece que ela também não.
- Você a matou!
Ele me olhou com olhos tristes e mordeu seu pulso. O sangue espirrou em mim.
- Bella, me ajude, levante a cabeça dela.
Eu não pensei em nada, apenas fiz o que ele pediu e coloquei sua cabeça sobre minha perna. James levou seu
pulso até a boca de Angie, enquanto falava em seu ouvido.
- Beba... vamos... beba...
Ela não esboçava reação.
- James...
- Calma.
- Seu idiota, o que você fez, nós podíamos ter levado-a para o hospital!
James jogou Lauren longe.
- Vocês podem calar a merda da boca?
E todos calaram, quando a mão de Angie agarrou o braço dele, levando o pulso de volta à sua boca. OMG. Ele
riu e me olhou.
- Viu só?
Eu soluçei. Minha amiga ia virar vampira, mas ia estar presente. Ela sugava e seu corpo ganhava movimento. Ele
jogou sua cabeça para trás e fez cara de dor. Aquilo doía? O corpo de Angie se contorceu no chão, suas costas
descolaram do asfalto e o sangue de James escorria pela mão. Ele agüentou aquilo por mais alguns segundo e
então segurou o rosto dela e puxou o braço. Eu percebi que ela nem estava de olhos abertos. Era como se fosse
um reflexo do corpo. Ela continuava desmaiada. Ele a pegou no colo e voltou para dentro de casa. Eu continuei
sentada ali, em estado de choque. Senti mãos me levantarem. Era Emmet.
- Acho que ele precisa de você.
Eu balançeei a cabeça. Sabia disso. Andei devagar até ele, que estava em pé com as mãos nos bolsos da calça,
olhando para o outro lado da rua.
Senti Bella se aproximar. Ela me abraçou por trás, encostando a cabeça nas minhas costas. Eu estava sem
camisa, então senti o calafrio das nossas diferentes temperaturas.
- Não se culpe...
- Eu sou o culpado Bella.
- Ela vai ficar bem.
- Ela está morta.
- Não está... você não viu o que James fez?
Qual era a parte que Bella não entendia? Eu me virei de frente para ela.
- Não, ela está morta. Não há mais alma ali. Ela é uma de nós.
Ela me olhou por alguns segundos e depois abaixou a cabeça. Era difícil para ela.
- Achei que gostasse de ser assim...
- Eu gosto. Mas não posso falar por ela. Eu nunca quis você ou suas amigas no meu mundo.
- Eu sei amor... mas já está doendo tanto... se você ficar assim...
Ela desatou a chorar. Eu a abracei e beijei seus cabelos. Estava sendo egoísta em pensar só em mim.
- Estou com medo... Angie... como vai ser? E os pais dela? E a gente? Você pensou na gente? Eu e você? Eu
nunca pensei nisso... você pensa em me transformar? Eu devo? E seu eu morrer antes? E se eu virar vampira? E
mesu pais?
- Bella, você está surtando.
Peguei-a no colo enquanto ela soluçava no meu peito e a levei para dentro. Estava todo mundo na sala, menos
James e Angie. Eu também não ficaria ali. Subi para o quarto dela. Sentei na cama e me encostei na parede,
deitando-a no meu colo.
- Pare de chorar, por favor.
- Parei.
- Bella, você mente mal...
Ela levantou a cabeça para me olhar.
- Não se culpe... você tentou, você nos protegeu... você foi o único que ficou em pé.
- Por causa do meu medalhão estúpido. Não por mérito meu.
- O seu sangue é um mérito seu Edward!
- Tudo bem...
Não ia discutir isso com ela. Enxuguei seus olhos e beijei-a na testa.
- Sinto muito por Angela. Sinto mesmo.
- Obrigada. Mas... isso me fez pensar nas coisas...
- Que coisas?
- Nós.
- Certo. Quer falar disso?
Ela balançou a cabeça devagar. Eu sorri. Até chorando e de olhos inchados ela era linda.
- Você já pensou alguma vez... em fazer... o que James fez?
- Já.
Não queria ter demonstrado apreensão, mas ele provavelmente me ouviu engolir seco.
- Mas sempre pesei os prós e os contras. E não faria sem você ter certeza disso.
- Eu... nunca tinha pensado... até hoje.
Ele sorriu e sussurrou no meu ouvido.
- Eu tenho a eternidade. Pode pensar o quanto quiser.
Morri. A idéia maluca passou rapidamente na minha cabeça. Não Bella! Eu a joguei para longe. Aquilo não era
hora para pensar nisso. Ainda tinha uma outra questão... Hazel. O que estava acontecendo com ele?
- Edward... Hazel...
Ele fechou a cara.
- Preciso fazer uma ligação.
- Ele está bem? Ela o...
- Não. Ela não vai machucá-lo. Ele só tem valor se estiver perfeito.
Ele se levantou e tirou o celular do bolso, discando alguns números.
- Lestat?
CAPÍTULO 24
Pela minha voz ele percebeu que algo aconteceu.
.
- O que houve com Hazel?
.
- Jane o levou. Foi um caos, ela nos desprevenidos. Uma amiga da Bella morreu, for transformada...
.
- Não importa. Hazel está com ela?
.
- Sim.
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- Chego na sua casa hoje antes do amanhecer.
.
O telefone ficou mudo. Era tudo que eu não queria. Lestat em Forks. Bella me olhava sentada na cama e
estiquei minha mão para ela.
.
- Vamos lá embaixo...
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Chegamos na sala e me sentei perto de meus irmãos.
.
- Lestat está vindo.
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- Jura?
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- Não vejo nenhum motivo para comemorar Alice...
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- Eu vejo... e daí que a boboquinha morreu? Lestat aqui? Vai fazer greve mesmo, Emmet?
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- Chega, Rose!
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- Edward...
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Jasper me olhava pensativo.
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- O que tem em mente? Como vamos achá-lo?
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- Não se preocupe Jazz... isso é com o Lestat.
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Isso seria briga de gigantes. E eu estava de saco cheio de tudo. Queria mais era passar o dia todo
olhando para o teto. Bella estava no sofá de cabeça baixa, com um óculos na mão. O óculos de Hazel.
Ela me olhou chorando.
.
- E se ele não voltar?
.
Emmet correu e a abraçou. Era um gay mesmo...
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- Ele vai voltar cunhadinha... ele vai.
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A porta do quarto de Angie fez barulho e James saiu lá de dentro. Ele juntou-se a nós. Seu rosto era de
cansaço e seus olhos vermelho-sangue.
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- Como ela está?
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- Vai ficar bem. Ainda não acordou, mas já ganhou nossa força.
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Ele se sentou exausto do meu lado. Olhou para Edward.
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- Sobrou sangue das garrafas?
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- Não...
James parecia faminto.
- Vocês beberam tudo? Mas eu trouxe três garrafas!
- Estavamos tensos...
Ele jogou a cabeça para trás e se abriu no sofá.
- Vamos indo Jazz?
- Melhor mesmo...
- Com certeza,foi muito barraco para um dia só...
Alice, Jazz e Rose se levantaram e caminharam até a porta. Emmet chegou do lado de Jess.
- Depois marcamos nosso encontro...
Ele falava sério mesmo? Bem, não sei, mas Jess sorriu e quando todos eles saíram, ela gritou.
- Obrigada meu pai!
OMG, só loucos...
- James, quer dar uma volta? Sair para caçar?
- Não Cu... quero estar aqui quando ela acordar.
Edward torçeu a cara e veio resmungando, sentando-se entre eu e James.
- Não creio que eu vou fazer isso, mas...
E nem eu acreditei quando o vi esticar o braço para James. Como as coisas mudam né?
- Cu, não vou beber seu sangue...não quero virar emo.
- Cala a boca sua barata de merda.
James revirou os olhos e pegou o braço de Edward, mordendo o pulso dele. Edward travou o maxilar como se
sentisse dor. E então logo depois James parou e levantou a cabeça, sem os olhos vermelhos.
- Pode me chamar de mestre agora...
- Vai se fuder Cu!
Edward riu e levantou, me puxando pela mão.
- Preciso ir para casa... Lestat chega amanhã. Vai ficar bem?
- Vou... mas me deixe informada das coisas...
- Pode deixar, te amo!
- Eu também.
O beijei, passando a mão pela sua nuca e subindo para seus cabelos que eu tanto amava. James levantou e veio
até nós.
- Boa luta Cu...
- Foi bom lutar ao seu lado também.
Eles apertaram as mãos e Edward foi embora.
- James, eu posso vê-la?
- Claro.
Fui com ele ao quarto de Angie e a vi deitada, imóvel, como se estivesse dormindo. Porém, sem respirar. Seu
rosto era pálido que nem o deles e suas feições ganharam novas formas, mais finas, como se fossem lapidadas.
- Ela está...
- Vampira.
Eu engoli seco. Não sei se me acostumaria com Angie assim.
- Quando ela vai acordar?
- A qualquer momento. O processo de transformação já acabou.
Ela nos ouve?
- Não... e como se ela estivesse num sono profundo.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro.
- Você acha que Hazel... ele vai voltar?
- Conhecendo Lestat, eu tenho certeza.
Fiquei um pouco mais tranquila.
- Vou dormir... se precisar de algo, me chame.
- Pode deixar.
Voltei para o quarto e desabei na cama. O cansaço era demais.
Eram 7 horas da manhã quando meu celular tocou e eu atendi.
.
- Edward, estou chegando.
.
- Lestat? Oh, ok. Onde você está?
.
- Entrando na sua rua.
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Merda! Como assim? Já?
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- Tudo bem.
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Desliguei e saí correndo pela casa.
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- Se aprontem imbecis, Lestat chegou!
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Vi um corre-corre para lá e para cá e tentei não perder tempo com meus irmãos. Abri a porta de casa para
esperá-lo. Vi uma limusine preta vindo lá longe. Quem seria, né? Limusine em Forks era algo tipo... duendes.
Você acha que existe, mas nunca viu.
.
- Cadê?
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- Calma Alice... menos.
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- Oh, ele vem de limusine...
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- Alice!
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- Ok, parei.
.
- Estou gostosa?
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Olhei para trás e vi Rose usando um macacão de couro vermelho. OMG.
.
- Para um prostíbulo sim.
.
- Bem, se for ele a me prostituir, está valendo.
.
Nojento. Vomitante. Mulheres. O carro se aproximava e agora eu via a estrada atrás dele. Percebi que ele não
estava só. Céus, ele trouxe um... exército? Atrás da limusine preta, tinha uma fila de carros também pretos. A
limusine parou na entrada da casa e eu pude contar por alto quantos carros chegavam atrás. Até o momento
em que Lestat saiu do carro, eu tinha contado 15 carros pretos.
- Uau!
.
Emmet não conseguiu pronunciar mais do que isso. O motorista saiu e abriu a porta. Lestat desceu do carro,
vestindo capa preta de seda e óculos escuros. Ele podia tentar não chamar tanta atenção.
.
- Edward.
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- Lestat.
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- Sou Alice, sua fã! Nossa, eu te amo demais!
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Ele inclinou a cabeça de lado para olhar a baixinha e tirou os óculos.
.
- Me ama?
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Ela balançou a cabeça e eu lia em sua mente uma vontade incontrolável de abraçar ele.
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- Pelo menos alguém na família Cullen me ama...
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- Edward não quis me levar na viagem!
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- Não brinca? Edward é antipático... mas meu castelo está de portas abertas para alguém tão encantadora como
você.
.
Ela sorriu de quase quebrar a boca e eu li sua intenção.
.
- Alice! Não!
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Ela parou o gesto pela metade.
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- Lestat não gosta de ser tocado sem que permita.
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- Oh.
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- Não por uma dama tão linda, Edward. Ela pode me tocar à vontade...
.
"Vou matar esse cara. Vou matar esse cara" (Jasper)
"Posso tocar muitas coisas para ele..." (Rosalie)
" Que viadinho... não gosta de ser tocado..." (Emmet)
"Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh" (Alice)
.
Ela pulou em cima dele quase jogando-o no chão. OMG. OMG. Alice o beijou na boca.
.
"Morra"
.
OMG. Eu segurei Jasper no ar enquanto ele tentava avançar em Lestat. Que já tinha percebido o ataque e já
estava em posição de briga.
.
- Mantenha-o longe, Edward.
.
- Jasper! Controle-se.
.
- Jazz... foi sem querer amor...
.
Lestat tinha um sorriso cínico no rosto. Rosalie andou até ele, rebolando. Nojento.
.
- Pode me seduzir que eu deixo... e Emmet não vai atacá-lo, pois ele já me traiu, sabe?
.
Lestat me olhou confuso.
.
- Vocês tem sérios problemas... calem-se!
Parece que com o grito dele todo mundo resolveu ficar quieto. Ainda bem, eu não agüentava tanta tietagem.
.
- Sua casinha... é espaçosa?
.
- Bastante.
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- Certo.
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Ele levantou a mão e estalou os dedos. Então me dei conta de que os 15 carros não eram mais 15. Agora eram
20. Todas as portas se abriram e de cada carro saíram 4 vampiros. Lestat passou por nós e entrou em minha
casa, com seus 80 homens o seguindo. Eu entrei quando todos já estavam lá dentro.
.
- O que é... isso tudo?
.
- Você achou que eu fosse caçar sozinho?
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- Venham comigo, por favor.
.
Achei melhor subir para a sala de reuniões. Pois aquela gente toda estava amontoada na sala. Abri a porta e
mandei entrarem. Ali era bem mais espaçoso. Lestat cruzou as mãos na frente do corpo.
.
- Vamos aos fatos... tem quantas horas aproximadamente que Jane pegou Hazel?
.
- Já devem ter pouco mais de dez horas.
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- Seguiram algum rastro dela?
.
- Não deu. Estava mais ocupado com uma garota morta no meio da rua.
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- Certo. Ela foi em qual direção?
.
- Norte. Aparentemente. Mas pode ter sido para despistar.
.
Ele se virou de costas para mim, ficando de frente para seus pupilos.
.
- Jane Donovan, caçadora de recompensas, baixa, magra, cabelos longos e escuros. Creio que todos saibam de
quem se trata. Quero uma localização dela até hoje de noite. Vocês tem... (ele olhou o relógio) exatamente 12
horas para me darem notícias.
.
Seus pupilos balançaram a cabeça e saíram calmamente da sala.
.
- Pode me explicar isso?
.
- Eles? Rastreadores. Os melhores.
.
- Uns cinco não eram suficientes, não é?
.
- Não.
.
Eu não ia discutir.
Ele sentou em uma cadeira e me olhou sorrindo.
.
- Então, enquanto eles não voltam para eu começar a brincadeira... o que tem de bom para se fazer aqui?
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- Aqui? Nada.
.
- Edward... seja bonzinho. Eu sei que temos uma universidade bem perto daqui.
.
- O que você quer lá?
.
- Pense.
.
- Não quero carnificina na minha cidade.
.
- Quem falou em carnificina Edward? Você é muito tenso! Eu só quero sexo...
.
Uma loira de vermelho entrou na sala rebolando.
.
- Não pude deixar de ouvir... caso queria saber, hoje de noite tem uma festa por lá.
.
- Rose, não acho que ele queira ir a uma festa enquanto procura por Hazel.
.
Lestat se levantou e andou até a loira maldita. A olhou nos olhos.
.
- Talvez seja uma boa idéia... e eu posso me preocupar melhor com Hazel, depois de estar saciado.
.
- Então, nós vamos a uma festa?
.
Ele me olhou rindo.
.
- Vamos.
Acordei com o barulho do celular tocando. Olhei para o despertador e me assustei quando vi que dormi demais.
Já eram onze horas da manhã. Atendi o celular.
.
- Bella?
.
- Edward... oi.
.
- Ainda estava dormindo?
.
- Aham. Perdi a noção da hora.
.
- É normal, você estava cansada...
.
- Acho que sim.
.
Sentei na cama enquanto limpava as remelas dos olhos.
.
- Bella, não vou te ver essa noite, ok?
.
- Por quê?
.
- Sairei com Lestat.
.
Lestat chegou. Era impossível não pensar nele. Era mais forte do que eu. Acho que não só para mim... para
qualquer mulher.
.
- Onde vocês vão?
.
- Numa festa no campus.
.
- Eu vou também.
.
- Não me arrume mais problemas Bells. Fique em casa.
.
- Não... quero ir.
.
Ouvi ele resmungar do outro lado.
.
- Que seja. Te pego às 22hs.
.
- Tarde assim?
.
- É. Beijos.
.
Abri a porta do quarto. Silêncio total, as meninas não deviam estar em casa. Desci para comer alguma coisa.
Peguei a garrafa de suco na geladeira e deixei-a cair no chão quando me virei e a vi. Angie. De olhos vermelhos e
branca que nem porcelana.
.
- An-Angie.
.
- Bella...
.
Ela se aproximou de mim e eu congelei. Angie se curvou e me abraçou. Eu quase me mijei.
.
- Oh. Tu-tudo bem?
.
- Tudo.
.
Ela me olhava séria, sua voz era linda e seu rosto perfeito. Então todos ficavam lindos? Também queria!
.
- Ei!
.
James chegou na cozinha, abraçando-a por trás.
.
- Viu? Nova em folha.
- Ela se lembra de tudo?
.
- Só lembro até a hora que caí no chão. E depois... de acordar no quarto com James do meu lado.
.
- Ah.
.
Ela sorriu e eu não agüentei. Abraçei-a forte.
.
- Que bom que você está aqui!
.
- Também acho!
.
- Um abraço em grupo!
.
James nos abraçou. Ninguém merece. Mas eu ri. Estava feliz com minha amiga ali em pé novamente. E soltei-a
quando ouvi um rosnado baixo.
.
- Ela ainda não sabe se controlar direito... mas isso passa rápido.
.
- Desculpe Bella.
.
- Tudo bem... sem problemas. Desde que eu não vire janta...
.
- Você? Claro que não! Talvez a Lauren...
.
Nós rimos dessa hipótese. Sonhar não custa nada.
Estava pronto esperando pelo príncipe. Ele me chega todo de branco. Por que adorava tanto chamar a atenção?
.
- Podemos ir Edward.
.
- Calma que eu vou também!
.
- E eu!
.
Rosalie e Alice iam atormentar minha vida enquanto Lestat estivesse lá. Puta que pariu.
.
- Onde estão Jazz e Em?
.
- De castigo.
.
- De greve.
.
- Ok.
.
Entramos no meu carro, que ficou pequeno para tantos egos inflados. O de Lestat ocupava mais da metade do
espaço. Parei em frente a casa de Bella e buzinei. Ela saiu e veio para o carro.
.
- Entre atrás Bells.
.
- Oi...
.
- Ei Bella!
.
- Oi praga.
.
- Olá doçura...
.
Ignorei a última frase.
OMFG. Lestat estava de branco. Sem comentários. Chegamos na festa, que meio que parou quando Edward e
Lestat entraram. Bem, a ala feminina parou. Eu agarrei o braço do meu para garantir. Quis segurar o de Lestat
também, mas fiquei quieta. Alice fez isso por mim.
.
- Quanta mulher oferecida!
.
Um celular tocou e Lestat tirou o aparelho do bolso, atendendo-o.
.
- Fale. Onde? Ok. Reúna todos na casa dos Cullens.
.
Ele desligou e virou-se para Edward.
.
- Novos planos. Jane foi achada. Nós vamos para NY.
.
- Nós?
.
- Eu e você.
.
- Peraí Lestat, eu não p...
.
- Não?
.
Edward tensionou o maxilar e senti um aperto na mão.
.
- Ok.
Então fazer o que? Eu iria para NY. Viemos embora da festa sem nem ter ficado dez minutos por lá. Lestat vinha
calado no banco do carona. Deixei Bella em casa e fui para a minha. Quando cheguei, os pupilos dele já estavam
lá. Estava tudo pronto, pareciam apenas esperar por ele.
.
- Edward, vai levar alguma coisa?
.
- Roupa, de preferência.
.
- Te dou dez minutos.
.
Caralho, odeio esse cara! Entrei rápido em casa para pegar uma mala. Voltei rápido e ele já me esperava no
carro.
.
- Tem certeza que não quer que eu chame meus irmãos?
.
- Tenho. Não quero ser atrapalhado.
.
Certo. Ele tinha razão. Chegamos numa área de pouso meio que abandonada... ninguém usava aquilo lá. Quem
teria jatinho particular em Forks? Bem... Lestat. Na verdade, não era um jatinho, e sim um avião bem grande.
OMG.
Entramos no avião, que decolou logo em seguida. Lestat me levou até uma cabine com poltronas e cama e me
indicou uma mesa com jarras.
- Beba bastante.
Claro, estava morrendo de sede mesmo, nem precisava ele pedir muito. Bebia direto de uma das jarras,
enquanto ele deitou na cama, se esticando. Folgado demais.
- Vou te deixar descansar.
- Não, fiquei. Quero saber qual sua vantagem sobre Jane? O que essa porra de metal faz?
- A porra de metal, é o meu medalhão?
- Isso.
- Ela não me atinge.
- Nada?
- Nem um pouco.
- Ótimo.
Ele fez um sinal com a mão e eu saí da cabine. Saco! Não queria ir para NY. Algumas horas depois estávamos
pousandoe os carros já estavam lá, enfileirados, esperando pela tropa de elite.
Entramos em um dos carros e andamos um tempo pela cidade agitada. Quarenta minutos depois, chegamos
num bairro mais humilde, porém, barra pesada, fazendo com que as pessoas na rua parassem para olhar a
comitiva que chegava. Nosso carro parou e descemos. Lestat me cutucou.
- Lá em cima. Terceiro andar.
Eu olhei mas estava tudo apagado. Não lai mente nenhuma também.
- Não acho que tenha alguém lá...
Ele sorriu.
- Vamos só nós dois.
- E seu exército?
- Eles esperam aqui.
Porra, com 80 homens ali eu precisava sujar as mãos? Saco! Entramos no prédio que mais parecia estar
abandonado e subimos as escadas que se desfaziam praticamente. O corredor do terceito andar estava todo
apagado. Paramos em frente ao apartamento 5C. Lestat levantou a mão para mim, pedindo para eu parar. Ele
abriu a porta e nós entramos. Vazio.
- Ach...
Calei-me com seu olhar de desaprovação para mim. Ele andou pelo apartamento e ao abrir a porta de um
quarto, encontramos Hazel amarrado e imóvel. Então eu senti algo no ar. Jane chegou por trás de mim.
- Achei que fosse demorar...
Ia abrir a boca para falar, mas Lestat me empurrou delicadamente para o lado e entrou na frente dela. Sua boca
se abriu e seus olhos demonstraram medo.
- O que foi? Não esperava por mim?
- Eu... posso...
- Não pode.
Jane tentou correr, mas Lestat mexeu a cabeça e ela parou, levando a mão até a garganta como se estivessem
sufocando-a. Bem, ele não estava encostando nela. Era a primeira vez que eu o via em ação. Jane flutuou no ar.
- Eu poderia te matar bem rápido. Mas vou me divertir, só por você ter feito eu me deslocar até essa espelunca
de país.
Ah... eu vim só para assistir... onde estava a pipoca? Sentei-me ao lado de Hazel. Jane foi arremessada contra a
parede do outro lado da sala. Na verdade, ela atravessou algumas outras paredes... indo parar no apartamento
do lado. Ele foi atrás. Eu não ia perder isso... também fui.
Quem você achou que fosse? És uma mísera bactéria nesse mundo!
Ela se levantou.
- Lest...
- Cale-se!
Jane voou no teto, batendo com as costas e caindo de novo no chão. Aquilo deve ter sido dolorido. Dessa vez
ele a pegou antes dela se levantar, segurando-a pelas costelas.
- Nunca!
Quebrou um braço.
- Tente!
Quebrou outro braço.
- Brincar!
Ops, já era a perna direita.
- Comigo!
Coluna? Para que? Ele forçou seu joelho em suas costas. Eu escutei os estalos. Jane urrava.
- Mate-me!
- Desculpe... o que falou?
Ele a arrastou pelos cabelos até onde Hazel estava.
- Você o deixou amarrado Edward?
Ops, esqueci. Corri e desamarrei ele. Mas ele continuava imóvel.
- Desfaça isso Jane!
- Não... vou morrer mesmo...
OMG. Até para mim aquilo era demais. Me arrepiei quando Lestat cravou as unhas no peito de Jane, mas
enterrando os dedos em sua pele. O sangue escorria. Ela agonizava.
- Desfaça!
Ela cuspiu sangue e caiu de joelhos. Então Hazel piscou, me olhando.
- Edward! Pai!
Ele correu e abraçou Lestat.
- Vem cá, quero que aprendo algo.
Lestat pegou-o pela mão e mostrou-lhe Jane.
- Está vendo essa mulher?
- Sim.
- A achava forte?
- Sim.
- Então olhe melhor. Isso é ela... (ele pegou a mão de Hazel e levou até seu próprio peito) isso somos nós. Vê a
diferença?
- Nós somos melhores?
- Nós somos únicos.
Lestat então levantou-a mais uma vez e girou a cabeça de Jane num movimento só, arrancando-a do corpo. Ele
deixou o corpo cair e saiu do apartamento com Hazel. Fui atrás, o show acabou.
Descíamos as escadas quando um drogado estava subindo.
- Peraí amigão... tem dinheiro? Roupa bacana...
Ele até teria ficado bem, se não tivesse encostado na roupa do Lestat. Ouvi um som de pescoço quebrando.
Voltamos para a carro e viemos embora. No avião Hazel começou a contar.
- Pai, por que eu não conseguia me mover?
- Ela não conseguia te machucar porque você é forte demais para ela... o máximo que ela conseguiu foi te deixar
imóvel.
- Mas eu ouvia tudo...
- Sim, dá para ouvir. Você é forte que nem eu!
Lestat olhava sorrindo, orgulhoso da cria.
- Você vai ficar aqui pai?
- Não, vou voltar...
- Fica! Fica! Edward, ele pode passar o Natal aqui, né?
Oh meu saco de filó! Natal? Lestat? Matem-me!
- Hazel, eu não acho que Lestat goste de comemorar o Natal... muito menos aqui.
- Natal? Nascimento do menino Jesus?
Lestat gargalhou.
- Por favor... pai...
O príncipe me olhou e voltou a sorrir para Hazel.
- Talvez eu venha. Talvez.
Não. Não. Por favor, não!
Nós descemos em Forks e Lestat continuou a viagem para casa. Deixei Hazel na minha casa e fui ver
Bella.
Ele chegou mais lindo do que nunca. Ah está bem, todo mundo já sabe disso...
- Saudades!
Pulei em cima dele e deu um trilhão de beijos no seu rosto.
- Amor, não fiquei fora nem um dia inteiro.
- Mas mesmo assim, eu senti saudades! Hazel? E aí?
- Ah bem... já era... houve luta, sangue, cabeças voando...
OMG! OMG! Começei a chorar lembrando da carinha de Hazel. OMG! Edward sorriu sem-graça.
- Er... amor, não chore... eu estava brincando.
Como é que é? Meti a porrada nele!
- Ai Edward!
- Bells, que mania de me bater! Agora vai me culpar por torcer o pulso?
Não ia mais bater nele, mas joguei Jake em cima dele.
- Pega Jake!
O bicho voou para cima de mim, mas eu sou rápido e saí da frente.
- Fica mesmo brincando com o cão da sua amiga vampira, fica?
Ela fez bico e sentou de cara feia.
- Ah Bella, foi só para animar um pouquinho. Mas enfim, está tudo bem, deu tudo certo.
- Me conta tudo...
- Não tem muito para contar. Nós chegamos, entramos, Lestat matou a Jane e pegamos Hazel.
- Ah, ela morreu?
- Morreu.
Mortinha da silva. Vi com esses olhos que a terra NÃO há de comer! Cruzes, não meus olhos... xô!
- Que bom!
Minha namorada passava tempo de mais comigo... estava ficando sádica. Jake veio capengando e subiu no sofá
sentando ao meu lado.
- Sabe, pensei aqui... podíamos pintá-lo de vermelhinho para o Natal.
- Haha, cômico!
- Sério! Eu posso fazer o moicano vermelho e as orelhas em verde...
- Cala a boca Edward!
Pô, minha idéia era legal... admitam! Vai todo mundo pintar os hamsters para o Natal, tenho certeza! Oh eu
lembrei do Natal...
- Bella, o que tem em mente para... o... argh! Natal?
- Bem, eu pretendo passar bem longe da sua família!
Doeu...
- Que isso amor, por quê? Eles são tão legais...
- Sério Edward, eu quero um Natal tranqüilo, cheio de paz, risadas, assim como todo Natal deve ser.
- E desde quando você não ri com meus irmãos?
Ela fechou a cara. Droga... eu ia ter que convencê-la.
- Poxa... queria tanto, mas tanto, passar o Natal em família...
- Edward! Vocês são vampiros!
- E daí? Me amarro no menino Jesus.
Uma noite de Natal com Emmet, Rosalie, Alice e Jasper... além das minhas amigas neuróticas, da nova vampira,
do meu namorado, do namorado vampiro louco da minha amiga vampira e claro, de uma criança vampira que
puxou a Lestat. Nossa! Quanta coisa legal.
- Sabe Edward, estava aqui pensando... se juntássemos todo mundo, podíamos abrir um circo.
Ele não gostou da idéia, pela cara que fez.
- Não gosto de circos... palhaços são coisas assustadoras, sabia? Você já viu criança bem novinha rir de palhaço?
Não! Porque eles são diabólicos... não gosto nem de pensar.
OMG. Meu namorado assassino tinha medo de palhaço!
- Edward, isso é patético! E se for para passar o Natal com vocês, não será aqui. Eu realmente não quero uma
porta quebrada, ou talheres destruídos, nada que afete meu orçamento, sabe?
- Claro! A gente faz tudo lá em casa! Não tem problema!
Essa eu pagava para ver...
- Por favor, lembre-se que numa ceia, as pessoas comem, ok? Espero que não tenha apenas... sangue
engarrafado.
- Não vai ter só isso, pode deixar. Posso comprar o supermercado se você preferir.
- Menos Edward, menos. Use o dinheiro para me dar um carro novo de presente.
Ele arregalou os olhos e sorriu.
- Sério? Você quer? Eu estava vendo um modelo novo n...
- Não! Eu estava brincando! Céus, qual o problema de vocês hein?
- Ah...
Um bico se formou em sua boca. Tinha quantos anos mesmo? Ah, 338, lembrei.
- É para convidar minhas amigas?
- Para o Natal?
- Sim.
- Pode levá-las. Vou precisar de distração para Lestat.
- Hein?
- Ah, não te disse? Ele talvez passe o Natal aqui.
Vou ali me jogar da ponte. Volto mais tarde.
- Deixa eu ver se entendi. Lestat? Aquele que a gente conhece?
- Em carne e osso. Bem, mais ou menos... um pouc...
- Edward!
- Sim, ele.
- Por que o convidou?
- Não convidei. Foi seu lindinho Hazel que pediu.
Quando chegass em casa o afogaria na banheira. Ah não, ele não ia morrer. Merda!
- Certo... fazer o que? Nasci para sofrer mesmo...
- Olha! Ficou gata!
Angela apareceu na escada, sorrindo, como se nunca tivesse acontecido nada.
- Oi Edward, tudo bem?
- Melhor agora que vejo que está bem.
- Pois é... as meninas têm sido pacientes comigo.
Bella riu.
- Quando ela diz paciente, quer dizer sobre o fato da gente ter evitado que ela comesse o... bem... Jake.
OMG. Eca.
- Nossa Angie... precisamos ensiná-la a caçar então... Se comece Jake... putz... ia passar mal com aquilo ali...
Eu olhei o pulguento.
- Carne de segunda, sabe?
Ela torceu a cara.
- Edward, ele ainda é meu cachorro, ok? Não fale assim.
- Certo.
Ela fechou os olhos e meio que se desequilibrou. Eu corri para segurá-la.
- Ow. Acho que ainda... estou fraca.
- Bella, ela tem se alimentado?
- Sim, a Jess ontem roubou umas bolsas de sangue do hospital.
- Como é que é?
- Ué, ela entrou lá, não sei como, e roubou.
Eu não ia querer saber os detalhes. Melhor nem perguntar.
- Você precisa de sangue quente... ainda está nova. Posso te dar um pouco.
Bella se meteu entre nós dois.
- Opaaa! Vamos parando por aqui. Amiga minha não come namorado meu não! Nem vice-versa!
- Te matar Bells? Fica quietinha...
Prendi-a de novo na parede e voltei a cravar os dentes nela, enquanto abria minha calça e deixava cair,
penetrando-a logo em seguida. Seus dedos pequenos apertaram meus braços. Eu investi com mais força,
pegando-a no colo e passando suas pernas em volta de mim. Seu sangue quente me inundava por inteiro, era
delicioso. Eu tinha sempre que me controlar para não sugar-lhe até a última gota.
- Edward... eu quero... tanto... o seu.
Eu a olhei lambendo os lábios.
- O meu? Ele já está dentro de você Bella...
- Não. Seu... sangue.
Hein? Suguei demais e ela estava delirando já. Suas costas batiam de leve na parede quando eu diminui um
pouco o ritmo para não furá-la.
- Quer virar vampirinha então?
- Aham.
Mas que merda é essa? Parei a transa e a olhei.
- Do que você está falando Bells?
Ela corou e sorriu.
Nem eu sabia o que estava falando... mas eu ficava tão excitada com ele me mordendo que nem me dei conta
do que falei.
- Só cogitei... nada não.
- Cogitou? Isso não é brincadeira...
- Desculpa. Mas não entendo sua reação... achei que fosse algo que você quisesse.
- Eu quero, óbvio! Por isso que não quero que brinque... porque eu posso acabar acreditando.
Passei a mão nos seus cabelos e o beijei na boca. Ele me apertou a coxa, voltando a estocar em mim. Oh céus!
- Sou tão louca por você que era só você me obrigar...
Ele riu e beijou minha testa, me levando para a cama. Me puxou para deitar por cima dele e eu sentei em seu
membro até o final.
- Quer?
Ele perguntou maliciosamente, sorrindo torto. E levou seu pulso até a boca, cortando-o com os dentes. OMG.
- Edward!
Ele sorriu. O sangue escorria fino e devagar.
- Por que isso?
- Sou todo seu... basta querer.
Isso era tentador demais.
Ela jogou a cabeça para trás, gemendo em cima de mim, enquanto eu me mexia fazendo-a rebolar.
- Isso não se faz...
- Só estou te dando opções Bella.
Eu sabia que ela não teria coragem para isso. Só estava provocando. Senti seu corpo tremer e se contrair.
- Mas já? Que isso amor...
Segurei sua cintura e estoquei rápido para tentar alcançá-la. Ela me arranhava o abdômem e ofegava
enquanto eu a descia e subia em meu corpo.
- Edw...
Explodi de prazer dentro dela e a puxei, deitando-a sobre mim.
- Só estou brincando com você!
Tirei seus cabelos do rosto e beijei sua testa. Ela estava lânguida abraçada a mim, mas senti sua mão
quente tocar meu pulso e puxá-lo.
- Bella!
- Talvez eu queira...
Eu puxei minha mão, tirando-a de perto dela.
- Você não tem certeza ainda...
Ela levantou a cabeça para me olhar.
- Você quer, não quer? Então...
- Isso é lindo da sua parte amor... mas eu prefiro que você beba quando estiver pronta para a eternidade.
E você não está.
Passei a língua no pulso e esperei fechar.
- Eu te amo mesmo sendo uma humana estranha.
Fui socado no peito. Ow. Melhorou... fui lambido no peito.
Acordei em seus braços, ele olhando para mim com um sorriso. Meu pescoço doía, claro.
- A parte boa de ser vampira deve incluir não sentir dor, né?
- Eu posso pensar em outras coisas boas... já imaginou nós dois com a minha velocidade?
- O que que tem?
Ele sorriu diabólico.
- Não ia precisar me preocupar em te esmagar na parede.
OMG. Untei.
- Não me fale essas coisa agora Edward! Preciso ir para a faculdade. Com a cabeça na faculdade!
- Certo. Também estarei com a minha cabeça... de cima... na faculdade. A de baixo, bem...
- Edward!
Ele riu e mordiscou minha orelha.
- Poderia fazer um segundo furo aqui, o que acha?
- Haha, hilário!
- Eu sou, eu sei...
Parei as brincadeiras dele e fui tomar banho para ir à aula. Nós chegamos no estacionamento e vimos o carro
escandaloso da loira má chegando. Esperamos por eles. Rosalie estacionou e todos foram saindo, inclusive
Hazel.
- Hazel?
- Emmet, que porra é essa?
Hazel sorriu para mim.
- Oi Bella!
- Oi lindinho!
- Viu tio Em? Ela não resiste.
OMG.
- Hazel, não dê em cima da minha namorada, ok?
- Não dei em cima dela não. Só joguei um charme.
Eu não agüentei. Estava babando de tanto rir quando Edward me olhou furioso.
- Uma ajuda aqui? Seria bom.
- Ah. É verdade Hazel, Edward tem razão. É feio jogar charme para cima de mulheres comprometidas...
- Ok. Você me mostra as solteiras?
OMG. Babei de novo.
- Emmet, pare de estragar o garoto!
- Estragar o que hein? Só ensino as coisas boas da vida a ele...
Então Hazel segurou minha mão e saiu me puxando.
- Vamos Bella, deixe-os aí discutindo...
- HAZEL!
Edward gritou com ele, que parou e olhou para trás.
- O que foi?
- A namorada é minha, não sua.
- Eu sei ué... se ela fosse minha namorada eu ficava em casa o dia inteiro com ela!
Emmet gargalhou estrondosamente. Então todos os outros estavam rindo também.
- Muito engraçado, anão loiro!
- Edward, ele é uma criança, ok? Menos...
- Deixa ele Bella... ele só está intimidado comigo.
Babei de novo.
- Ok rapazes, temos Bella para todos os gostos e tamanhos.
Edward me olhou torto e pegou minha outra mão.
- Vai com ele ou comigo? Lembre-se que ele não é tão... evoluído fisicamente. Quer arriscar?
Opa. Me lembrei disso!
- Desculpe Hazel lindinho... depois a gente se vê, ok?
Entrei no prédio com Edward, que sorria vitorioso.
- Você é uma criança... nem parece que cresceu Edward.
- Eu sou homem ué, gosto de disputar e defender meu território.
- Seu território tem nome, ok?
- Eu sei... chama-se Isabella.
- Hilário.
- Gostosa.
- Cala a boca Edward!
Que Mané de outro homem ciscando para cima de Bella o que! Eu tinha certeza de que ela tinha implantado no
cérebro algum tipo de chip da Nasa, que atraía vampiros. Primeiro o motoqueiro, depois James, Lestat, Louis e
agora Hazel. Essa porra dessa fila não acaba não?
- Estou me sentindo em grande desvantagem aqui. Preciso de uma vampira gostosa para concorrer com você!
- Pára Edward...
- Ué amor, só você pode?
- Eu não estou fazendo nada!
Estávamos subindo as escadas quando Megan esbarrou "de propósito" em mim.
- Oh, desculpe, Edward.
Seu sorriso gigante me devorava. Saco.
- Sem problemas.
- Como está tudo por aí?
Essa garota não desistiria nunca, né? Então vi meus irmãos entrarem no prédio e tive uma excelente idéia.
- Hazel, vem cá que quero te apresentar uma pessoa.
O anãozinho chegou do meu lado.
- Megan, esse é meu afilhado. Hazel.
O pestinha sorriu galanteador. Os olhos da loira brilharam.
- Oi coisinha linda!
Deixei Hazel ali hipnotizando a loira oxigenada e me mandei para minha aula. Era a última semana de aulas na
faculdade, as férias estavam chegando. Aquela semana voou e quando acabaram as aulas, já estávamos na boca
do Natal.
Combinei com Bella de ir comprar uma árvore depois da aula. Porque bem... nós não tínhamos uma, já que
bem... nós costumávamos fazer chifrinhos nos desenhos e fotos do menino Jesus. Shhh, não deixe Bella saber
disso. Chegamos para comprar um maldit... quer dizer, um lindo pinheirinho natalino. Óh que emoção.
- Edward, venha ver esse.
Andei por entre os pinheiros e cheguei até Bella. O troço verde e cheio de galhos tinha o dobro da minha altura.
- Para que algo tão grande?
- Porque é bonito, ué!
- Não serve uma miniatura? Tipo aquelas japonesas?
Ela rosnou para mim. Ok, ok. Virei para o carinha com cara de retardado.
- Quanto custa?
- 600 dólares.
- O que? Quer me roubar desgraçado?
- Edward!
- Bella, eu arranco um pinheiro lá da floresta, vamos.
- Edward!
Puta que me pariu!
- Eu vou levar essa merda!
O retardado mercenário sorriu com os dentes podres e desamarrou a árvore.
- Vai levar no carro?
- Não... pensei em levar na cabeça.
Ele me olhou confuso.
- Sim... no carro.
Eu esqueço que com essa gente inteligente eu não posso ser sarcástico.
Depois de ficar uns vinte minutos para amarrar aquele elefante branco no meu lindo Volvo, entrei no carro.
- Agora temos que ver os enfeites...
Minha namorada não conseguia ficar calada um só segundo!
- Enfeites? Que enfeites?
- Da árvore Edward...
- Precisa?
- Você pretende deixá-la toda verde?
- Por que não? É a cor da moda!
- Da sua, só se for.
- Bells... enfeites dão idéia de alegria...
- Por isso mesmo.
- Vocês são estranhos cara...
- Vocês quem?
- Humanos. Sempre escutei vocês falarem que o Natal é uma noite triste, melancólica...
- Você é chato, sabia?
- Eu? Vocês é que são estranhos? Se o nascimento é do menino Jesus, por que vocês trocam presentes entre si?
Não deveria ser presentes para ele? Ah, fala sério... quanto falso moralismo!
Ele estava me irritando e conseguindo fazer eu me estressar na época do ano que eu mais amava.
- Amor, deixe os preparativos por minha conta, ok? Só preciso de você para gastar o dinheiro, porque afinal, eu
não tenho grana para enfeitar seu castelo com pisca-pisca.
- Pisca-pisca? Não, peraí Bella. Olha só, a gente não gosta muito de aparecer, sabe? Você quer colocar piscapisca na minha casa?
- Claro! Já viu Natal sem pisca-pisca?
Ele bateu com a cabeça no volante.
- Meus irmãos vão me matar...
Fiz Edward parar no shopping para irmos comprar os enfeites.
- Vai ser de que cor a decoração?
- Tanto faz.
- Edward, participe...
- Tanto faz.
Que pessoa mais mal-humorada!
- Ok, então vai ser vermelha e prata.
- Prefiro preto.
- Preto? Edward, isso é uma árvore de Natal... e não um caixão!
- Você pediu minha opinião, eu estou dando! Preto.
Deixei ele falando sozinho e comecei a pegar os enfeites. Vermelhos e prata.
- Então dourado.
- O que?
- Vermelho e dourado.
- Para quem disse tanto faz, até que você ta querendo muito.
- Mas eu quero dourado.
Puta que pariu! Devolvi os enfeites prateados e peguei os dourados malditos.
- Melhorou amor?
- Vai ficar um lixo mesmo...
Sem comentários.
- Quantos pisca-piscas você acha que é preciso para sua casa?
- Deixa eu pensar... no último Natal eu enfeitei a casa toda e... porra Bella, eu lá sei?
- Credo... só perguntei.
- Leva umas 30 caixas logo que quero ir embora.
- Que isso amor... 30 caixas dá para enfeitar o bairro todo.
- Leva essa porra logo Bella... se faltar ou quebrar eu não vou voltar aqui!
Fomos para o caixa e voltamos para o carro. Fazer comprar com Edward não era muito legal.
Chegamos em minha casa e eu levei o elefante branco, ou verde no caso, para dentro.
- OMG o que é isso?
- Árvore, Emmet... Emmet, árvore. Apresentados.
- Eu sei que é uma árvore! Quero saber por que dentro de casa.
- Ah, não te contei... vamos ter Natal.
Rosalie descia as escadas bebendo numa taça e cuspiu quando eu terminei minha frase adorável.
- Natal? Eu sempre soube que você não regulava bem Edward...
- A conversa chegou na fábrica de água oxigenada? Não né?
- Bem... o que será a ceia? Bella e suas amigas?
Bella arregalou os olhos para mim.
- Não amor, isso não vai acontecer.
Coloquei o elefante branco num canto da sala e Bella correu para pegar os enfeites. Jasper apareceu.
- Vamos... comemorar o Natal?
- Sim.
Ele saiu da sala e voltou com uns pendurucalhos. Colocou um no topo da árvore.
- OMG! Edward!
Bella quase chorou e então eu vi que o enfeite de Jasper era uma caveirinha.
- Jazz, tire isso daí.
- Me deixa confortável olhá-la aqui, ok?
- Jazz...
- Ok, como quiserem. Podem encher essa merda de bolas alegres e coloridas. Vocês só me fodem mesmo!
Ele saiu esbravejando e socando as portas. Meus irmãos tinham sérios problemas.
- Edward, eu não sei se vai ser uma boa idéia fazer isso aqui na sua casa...
- Claro que é uma boa idéia Bells!
- Eles não têm o mínimo espírito natalino.
- Eu tenho, eu tenho!
Nós olhamos para a cara de Emmet.
- Ok, não tenho não.
- Eu não ficarei aqui, ok? Não tenho a mínima intenção de comemorar... isso.
- Ok Rose, eu digo para Lestat que você tinha outros compromissos.
Edward sorriu torto e Rosalie agarrou ele e sacudiu.
- Lestat vem para cá? Por que não disse isso antes? Ficou retardado?
- E... mais uma semana em greve de sexo.
- Cale a sua boca Emmet!
- Vem calar, loira gostosa, vem...
Emmet subiu correndo as escadas e Rosalie foi atrás dele. Esse relacionamento era agressivo demais para o meu
gosto. Edward estava abrindo as caixas dos pisca-piscas, mais enrolado do que outra coisa.
- Quer ajuda amor?
- Não.
- Você sabe colocar isso lá no telhado, né?
- Bella, eu tenho algumas vantagens...
- Ok, só estou me certificando.
Ele juntou vários piscas na mão e saiu da casa, saltando até o telhado.
- Edward, mais para a ponta...
- Aqui?
- Ficou muito para a frente agora...
- Melhorou?
- Sim. Quer dizer, tem como chegar um pouquinho só para a frente de novo?
Ele me olhou com raiva.
- Mas pode deixar assim mesmo.
Ele ficou algum tempo lá em cima, dando voltas e mais voltas pelo telhado, prendendo os piscas para não se
soltarem. Meia hora depois ele desceu e nós entramos para acender.
- Vamos ver agora...
Nós voltamos lá para fora e... nada.
- Por que essa merda não está acesa?
- Ahn... bem... ligou direito?
- Claro.
- Então pode ter alguma lâmpada queimada.
- Certo. Qual delas?
Ele saltou de novo, me perguntando lá de cima.
- Eu não sei... tem que ver uma por uma.
- O que? Porra Bella, essa merda tem 1.000 lâmpadas!
Depois de ficar que nem um corno procurando a maldita lâmpada queimada, achei e troquei a maldita.
Então pudemos deixar a casa toda iluminada, daquele tipo que dá para enxergar lá da Lua.
- Satisfeita? Somos ponto de referência agora...
- Ficou lindo Edward!
Ela me abraçou e me beijou. Ok, se fosse assim eu colocava essa porra todo dia no telhado. Meu celular
tocou lá dentro e corri para atender.
- Edward?
- Sim... Louis?
- Eu mesmo. Desculpe incomodar, mas temos um assunto meio urgente para tratar...
- Sobre?
- Nossos inimigos.
Eu odiava isso. Odiava eles.
- Ok. Como vai ser?
- Vou fazer uma conferência entre nós e Lestat também. Ele é quem tem as informações para dar.
- Certo. Pode ser em vinte minutos.
Desliguei e virei para Bella.
- Preciso ter uma reunião... quer que eu te leve para casa ou você me espera aqui?
- Eu vou para casa. Tenho que arrumar umas coisas por lá.
- Então tudo bem.
Entramos no carro e dirigi rápido.
- Sobre o que é a reunião?
Edward olhava sério para a estrada.
- Um problema nosso... uns inimigos.
- Inimigos? Alguma família louca de vampiros?
- Não são vampiros Bella.
- Oh... caçadores?
- Não são humanos também. Quer dizer, não o tempo todo.
Não estava entendendo nada.
- Se você começar a fala em duendes, eu me jogo desse carro!
- Duendes Bella? Deixa de ser boba... duendes não existem!
- Certo... onde eu estou com a cabeça, né? Não é como se eles fossem vampiros...
Ele sorriu e voltou a olhar para a frente.
- É um pouco mais complicado do que simples duendes... o que você sabe sobre os licantropos?
- Lica o que?
- Licantropos. Ou lobisomens... como são mais conhecidos.
- O que eu sei? Que eles são peludos!
Ele fechou a cara e tensionou os pulsos.
- Não é brincadeira isso.
- Desculpe. Continue.
- Ao contrário do que todo mundo pensa, eles não são apenas lenda. Eles existem, mas não se expõem, assim
como nós. Na verdade eles são até mais reclusos do que os vampiros.
- Então aquela parada toda é verdade? De que na lua cheia o rapaz se transforma em lobisomem?
Ele me olhou franzindo a testa.
- Não é bem como nos filmes amor... que um rapaz inocente vira um cãozinho peludo...
Nós chegamos na porta da minha casa. Ele delisgou o carro e começou a falar.
- No início era realmente assim. Alguns homens nasciam com tendência a se transformarem em noites de lua
cheia. Mas alguma coisa no caminho mudou... e eles foram evoluindo. Alguns não conseguiam mais voltar à
forma humana depois que a lua mudava. A questão é que hoje em dia eles podem se transformar a hora que
quiserem.
Ele parou e olhou o relógio.
- Ok, vou falar rápido. A questão é que eles são nossos maiores inimigos. Porque são os únicos que
podem competir com nossa força e nosso conhecimento.
- Mas eles são racionais?
- Bella, não interrompa. Sim, são, claro. Eles são pessoas que se transformam quando querem. Eles
pensam sim, e muito bem. São excelentes estrategistas. E o sonho deles é cruzar com um vampiro.
- Ew!
- Imagine o que nasceria... duplamente forte e inteligente.
Preferi não imaginar.
- Mas qual é o problema com eles?
- O problema é que há milhares de anos eles tentam dizimar a população.
- Tipo... nós?
- Vocês.
- Mas... isso é um problema para os vampiros desde quando? Como se vocês gostassem dos humanos...
- Nós gostamos amor... como viveríamos sem seu sangue?
- Isso não é delicado Edward.
- Bella, ao contrário dos lobisomens, nós vampiros vivemos em sociedade. Nós gostamos disso.
- Então vocês não querem que eles ajam?
- Nós evitamos. Sempre.
- Sempre?
Era complicado explicar uma história tão longa em poucos minutos.
- Já houveram guerras entre vampiros e lobisomens no decorrer desses séculos.
- Ow. E... quem ganhou?
- Cada hora um de nós vence.
- Então sempre tem guerra entre vocês?
- Não é sempre... a última foi há 200 anos atrás.
- Tudo isso? Você... participou?
- Claro! Todos lutamos juntos.
- Todos os Cullens?
Eu ri da inocência dela.
- Todos os vampiros.
- Ah. Quem ganhou?
- Nós. Mas na última antes dessa, os vampiros perderam. Pouco se comenta, mas os humanos foram quase
dizimados. Os vampiros da época tiveram trabalho para controlar os lobos...
- Amor, não seria mais fácil as forças armadas darem conta disso?
Oh céus.
- Eles não teriam chance Bella... enquanto eles levantassem a arma para atirar, já estariam partidos ao meio. Os
vampiros matam com classe, os lobisomens... bem... eles são grosseiros. Agora eu já vou, depois terminamos
isso.
Deixei-a em casa e voltei. Fui para o escritório e liguei o televisor para a vídeo-conferência. Lestat e Louis
apareceram do outro lado.
- Edward, creio que Louis já falou contigo, certo?
- Sim, estou ciente. E então?
- De acordo com as notícias que chegaram hoje para mim, eles estão começando a se juntar. Ainda não sei o
local e nem quantos matilhas já estão a postos. Mas saberei ainda essa semana.
- Certo... acha que isso vai ser antes ou depois do Natal?
- Não faço a mínima idéia. Por quê?
- Nada não... é só que combinei com a Bella de fazer o Natal aqui em casa.
Ele ficou sério me olhando.
- Edward, se for antes do Natal e nós perdermos, tenha certeza que os humanos não terão o que comemorar.
- Ok.
- Manterei a todos informados sobre a situação. Fique preparado que a convocação pode ser a qualquer
momento.
- Tudo bem, aviserei a todos aqui.
Lestat desligou e eu fiquei sentado um pouco pensando nas suas últimas palavras. Os humanos não terão o que
comemorar. Isso não podia acontecer. Nós não podíamos deixar isso acontecer.
- Alice!
Entrei no quarto mas antes de abrir totalmente a porta, eu fechei. Tinha lido a mente de Jasper a tempo... não
queria mesmo ver Alice com a boca no... bem, no Jasper.
- O que foi?
- Podem parar de transar rapidinho?
- Não é como se fosse simples Edward! Já basta eu sofrer com vocês e suas emoções tolas!
- Jazz se vocês não saírem agora daí, eu vou te sacanear!
- Foda-se!
Ah é? Me concentrei e fingi estar numa aula de teatro. Sabe aqueles exercícios de: "fique alegre, chore, agora
medo, tristeza, vai... pavor, ria..."
- Puta que pariu Edward, me deixa gozar em paz!
- Eu estarei aqui esperando, ok?
Dois minutos depois Jasper abriu a porta com cara de sofrimento. A dele natural.
- Entre.
Entrei e me sentei na cama. Não antes de procurar vestígios nojentos, claro.
- Vim deixá-los preparados para uma guerra.
- Que guerra?
- Lobisomens.
- Ah merda!
- Pois é.
Alice encostou em mim.
- Quando cai ser?
- Não sei ainda... estou esperando um aviso do Lestat.
- Poxa, tomara que não seja no Natal...
Eu a olhei incrédulo.
- Pois é né, queria tanto ver o Papai Noel...
Emmet chegou, colocando a cabeça dentro do quarto.
- Suruba é?
Ele levou um tapa na nuca.
- Toma vergonha Emmet!
- Ai Rose, doeu!
- Que bom.
Ele sentou no meu colo.
- Porra Em, levanta daqui!
- Nem sou pesado...
- Nem sou gay... sou macho! Agora levanta!
Eu o empurrei e ele levantou.
- Estou tentando conversar sério aqui, ok?
Sobre?
- Lobisomens.
Ele arregalou os olhos e sorriu.
- Guerra? Caraca, já ganhei meu presente de Natal! Obrigado aê bom velhinho!
- Guerra?
Então me lembrei que Rosalie não era vampira quando houve a última guerra.
- Sim... já te contei a história anos atrás.
- Eu sei, eu lembro. Mas não imaginei que fosse ter uma guerra agora.
- Rose, você não precisa ir se não se sentir preparada.
Eu olhei para Emmet.
- Ela precisa sim. Não é tão jovem mais.
- Eu não me importo de lutar.
- Que bom, porque lutaria mesmo não querendo...
- Edward, não fale assim com meu doce de côco.
- Teu doce deve estar estragado...
Saí do quarto antes que a loira má começasse a me xingar. Entrei no meu quarto, abri o closet e fui até o cofre
que mantinha ali. Girei a combinação e abri. Tinha tempo que não precisava usar aquilo. Peguei uma peça
comprida e fria e passei-a nos dedos, admirando. Senti Rosalie chegar por trás de mim.
- Isso é uma...
- Bala de prata, sim.
- Acha que tenho chances de sair viva?
- Claro que sim, todos sairemos.
- Você sairá... mas nem todos possuem um medalhão.
- Rose, nós sairemos. Eu nunca deixaria nada acontecer a nenhum de vocês. Por mais que você seja
insuportável.
Ela me bateu e riu.
- Acho melhor mesmo, ou então eu volto do além para te assombrar.
- Bem, não tenho medo de fantasmas...
Fiquei olhando-a sair do quarto. Me senti mal por mentir para ela. É claro que haveriam perdas. Mas nos Cullens
ninguém encostaria. Ou teria que passar primeiro por mim.
Estava vendo televisão quando Angie chegou em casa com James. Ele subiu para o quarto e ela ficou na sala
comigo.
- Angie, posso fazer uma pergunta?
- Claro!
- É que, lembra uma vez que você me perguntou como era... transar com um vampiro?
Ela sorriu.
- Lembro.
- Então, eu tenho uma curiosidade... e acho que você dessa vez é quem pode responder.
- Ok, fale... estou curiosa.
- Como é... agora que você também é vampira? Mudou muita coisa?
- No sexo? Nossa, muita!
- Sério? O que por exemplo?
- Ah... a gente faz super rápido... e eu sinto infinitamente mais do que sentia antes. Fora a possibilidade de fazer
em lugares que antes eu não podia.
- Como o que?
- Bem, ontem nós fizemos no alto de uma árvore.
OMG. Parei.
- Ok, obrigada pelo esclarecimento.
Eu fui dormir cedo, já que não tinha nada para fazer e Edward não estava comigo. Bem, agora estava. Senti seu
beijo gelado.
- Demorei?
- Muito, já estava dormindo...
- Te acordei? Sinto muito...
- Não tem problema nenhum.
Ele deitou em cima de mim e eu passei as mãos nos cabelos revoltados.
- Estava aqui pensando... nós poderíamos um dia tentar fazer sexo em cima de uma árvore... o que acha?
Ele franziu a testa.
- Ficou louca? Eu gosto de conforto!
- Seja um pouco aventureiro amor...
- E se você cair lá de cima e chegar esmagada no chão?
Eu visualizei a cena. Não era algo difícil de acontecer comigo.
- Ok.
- Que vontade repentina é essa por aventura?
- Nada... só queria tentar coisas novas.
Eu sorri para ela e fiquei pensando. Tive uma idéia.
- Venha cá.
Levantei puxando-a pela mão e fui até a janela. Passei seus braços por minha cintura e a segurei.
- Não solte.
- Edward, não...
- Sim.
Então saltei direto para o telhado da casa.
- Seu louco!
- Não estamos numa árvore, mas pelo menos é diferente da cama...
Ela fez careta e eu a peguei pela cintura, derrubando-a em cima das telhas.
- Olhe para o céu, Bella.
Ela olhou e sorriu. O céu estava estrelado, limpo. Beijei seu pescoço, e levantei sua blusa com uma das mãos
enquanto abri sua calça e puxava.
- É sério que a gente vai fazer aqui?
- Super sério.
Tirei minha blusa e minha calça, ficando só de cueca e deitei novamente em cima dela, que estava em brasas já.
Segurei suas pernas em volta do meu corpo e puxei sua calçinha para o lado. Penetrei-a com um dedo e ela se
contorceu, me arranhando nas costas.
- Você quer mais?
- Uhum.
- Outro dedo?
- Não.
Tirei e coloquei o dedo novamente, rodando dentro dela. Bella gemia baixo.
- Edward...
- Quer o que?
- Você...
Mexi mais um pouco o dedo e a beijei na boca, apertando seus seios com a outra mão.
- Mas já estou aqui.
- Quero ele...
Mexi o dedo freneticamente e coloquei mais um. Ela puxou meus cabelos e abriu mais as pernas.
- Anda...
- O que quer que eu faça Bells?
Que queria sentir Edward todo dentro de mim. O dedo não era igual.
- Me possua!
- Ok.
Levei um susto quando ele ficou de joelhos e me puxou pela cintura.
- Vire de costas, ok?
- Hein?
- Confie em mim... é bom.
Ele me colocou de joelhos e de costas para ele. OMG.
- Edward, não quero anal!
Ele riu.
- Não é anal amor... só vou te penetrar por trás.
E eu percebi o que ele tinha em mente, quando senti seu membro me invadir. Seus movimentos eram rápidos e
fortes, e ele me puxava para trás e me empurrava para a frente, sem perder o ritmo, segurando-me pelos
quadris. Eu estava arranhando as telhas sem perceber. Na verdade eu estava quase perdendo os sentidos. Senti
Edward curvando-se sobre mim e enterrando mais ainda. Eu gemi. E como gemi. Levei uma mão atrás do corpo
e averigüei que realmente não sobrarar nenhum espaço entre nossos corpos. Lembrei dos lobisomens quando
comecei a uivar. Senti meu corpo tremer e meus joelhos perderem as forças e já ia cair, se ele não tivesse me
segurado pela cintura.
- Rápido... Edward...
Ele estocou mais rápido e eu o senti gozar. Nos desembolamos e deitamos ali, olhando para o céu.
- Gostosa.
- Estou quebrada demais até para responder...
Ele riu e me beijou. Eu acho que dormi ali mesmo.
Ouvi meu celular tocando e puxei a calça para pegá-lo no bolso.
- Oi.
- Edward, sou eu.
- Oi Louis. Fale.
- Estamos começando a nos reunir. Quando você acha que pode juntar-se a nós?
- Sério mesmo? Vai ser logo?
- Parece que sim... eles estão rápidos.
- Onde eles estão?
- Na fronteira da França com a Espanha. Nos montes Pireneus. Nós já estamos chamando todo mundo, porque
eles já estão bem formados.
- Certo. Chegaremos aí amanhã... e... Louis, conseguiram falar com todos?
- Todos.
- Inclusive os mais distantes?
- Se está falando de Vlad... sim.
- Ok.
Desliguei o celular e fiquei um tempo olhando Bella dormir, coberta apenas com minha camisa. Peguei-a no colo
e entrei no seu quarto.
- Amor...
Ela abriu os olhos sonolentos.
- Preciso ir embora. Vou viajar.
- Para onde?
- Europa.
Ela sentou-se na cama totalmente acordada agora.
- Como assim Edward?
- O papo dos lobisomens... a guerra... começou.
Mas já? Ele estava mesmo falando sério? Eu estava acostumada a esse papo de guerra ficar rendendo semanas
até ela estourar. Tinha esquecido que na língua deles tudo era rápido.
- Para onde vocês vão?
- Europa.
- Posso ir?
- Deixa eu pensar... NÃO!
- Edward...
- Bella, eu não vou para o cinema. Eu vou lutar com lobisomens.
- Eu não consigo imaginar cães grandes e peludos como... monstros assassinos.
- Cães? De cães eles não têm nada!
- Me leve, por favor...
- NÃO.
Bateram na porta do quarto e eu mandei entrar. Era James.
- Edward, recebi uma ligação...
- Já sabe então? Estarei viajando amanhã, se quiser carona...
- Claro. Mas estou um pouco preocupado. Com Angie.
- O que tem a Angie? Ela vai ficar comigo, né?
Edward me olhou e sentou na beira da cama.
- Todos nós temos que ir.
- Mas ela virou vampira não tem nem duas semanas!
- Pois é Bella... estou pensando numa maneira dela não ter que lutar. Você vai rara casa agora Edward?
- Vou só me despedir de Bella.
- Ok, esperarei na sala.
James se curvou e me beijou na testa.
- Se não nos vermos mais... adeus.
OMG. Senti meus olhos encherem de lágrimas. Ele saiu do quarto. Eu agarrei Edward querendo não soltar mais.
- Por que ele se despediu assim? É tão... perigoso?
- Nem todos saem ilesos Bells.
- Você não vai!
Edward soltou meus braços e beijou-me na boca. Ele me olhava sério agora.
- Se eu não for, é menos um para ajudar.
- Não... se algo acontecer...
- Eu volto amor. Tenha certeza!
Ele me abraçou e me levantou da cama, levitando comigo. Eu não queria soltá-lo. Beijei seu pescoço e
senti seu cheiro antes dele ir embora. Quando eu desci com ele, James esperava no sofá com Angie.
- Não, ela não vai!
Eu corri e puxei o braço de minha amiga.
- Bella...
- Não!
Ela sorriu e soltou minha mão.
- Bella eu vou sim, mas pode deixar que vou me cuidar.
- Se cuidar? Enlouqueceu? Você não mata nem formiga!
- Ela mudou Bella!
- Não! Ela continua sendo minha amiga!
- Bells...
Edward colocou uma mão em meu ombro e James saiu com Angie pela porta. Eu sentei chorando no
sofá. Ele se ajoelhou e beijou minhas mãos.
- Nós iremos voltar, ok? Prepara as coisas para o Natal.
Nos despedimos e ele foi embora.
Eu estava despedaçado por dentro, em ter deixado Bella daquele jeito. Mas eu precisava vir. Não havia a
hipótese de ficar.
- Tudo bem?
- Sim.
- Estou te achando meio calado.
- Eu sou calado James.
- Não... calado demais.
Mantive os olhos na estrada. Mas no fundo ele tinha razão.
- Não é você que está deixando a pessoa que ama aqui.
- Leve-a.
- Ficou louco barata branca?
- Não acha melhor? Eu levaria Angie se ela ainda fosse humana.
Ele estava drogado?
- Edward, vamos só supor... que isso tudo acabe mal. Os vampiros já perderam uma vez, certo?
- Prefiro não pensar nisso.
- Ok, mas pense. Caso algo aconteça e a gente perca, e se acontecer algo a você também, prefere que a Bella
esteja com quem possa protegê-la ou aqui?
- Não vou levar a Bella para a guerra James...
- Bem, eu não vou lutar. Ficarei protegendo Angie. Posso ficar de olho em Bella.
Aquilo começou a mexer comigo, a idéia entrou e m minha mente e pareceu uma proposta tentadora. Não ter
que me afastar de Bella... olhei para ele.
- Se eu levá-la James, você vai ter que cuidar dela com a sua vida.
Ele sorriu.
- Ok.
Ele era louco. Eu era louco. Bella era louca, pois ficou feliz quando eu voltei até sua casa e contei.
- Jura?
- Por algum motivo estúpido... juro.
Ela correu pelas escadas e não demorou nem 5 minutos para voltar com uma mochila na mão.
- Tenho tudo que preciso aqui!
- Bella, não vamos sair de férias, ok? Não fique animada.
- Ok.
Eu respondi séria mas na verdade estava explodindo de felicidade internamente. Ia viajar com Edward! E
conhecer cães diferentes. Adoooro animais! Exceto Jake, claro. Olhei feliz para Angie ao meu lado, que estava
pensativa.
- Animada Angie?
- Não...
- Ok.
Que povo mais baixo-astral...
- Ei Angie, qual o seu poder?
- Como assim?
- Ah, Edward lê as mentes das pessoas... James tem um poder barato de sedução...
- Estou ouvindo Bella!
Era só para provocá-lo mesmo.
- E você?
- Bem... eu...
- Ela não tem nenhum Bells. Talvez nunca venha ter, ou talvez apareça mais tarde. Mas ela ainda é muito nova...
- Mas Hazel também é!
- Hazel bebia o sangue de Lestat, é diferente.
Chegamos na casa dele e seus irmãos já estavam do lado de fora esperando.
- O que a criatura frágil está fazendo aqui?
- Bella também vai.
Rosalie me fuzilou.
- Para morrer?
- Rose!
- O que? Só estou sendo sincera! Nem sei se eu vou sair viva de lá... quanto mais alguém que cai a cada dez
metros andados.
Isso não era muito delicado de se dizer. Não precisa espalhar por aí...
- Ela vai. Alguém mais tem algo a dizer?
- Ela volta viva!
Todos olharam Alice, inclusive eu.
- Viu? Eu volto viva! Chupa essa manga!
Agora todos me olhavam. Calei.
- Podemos ir? Não temos muito tempo para discutir isso...
- O bonitão vai lutar ao meu lado, vai?
Rosalie deu em cima de James e eu ouvi Angie rosnar.
- Tira o olho Xuxa vampira!
Os outros entraram no carro de Rosalie e fomos para o aeroporto. Lá ia eu voar por cima da água de novo... eu
devia gostar muito de sofrer.
- Tudo bem?
Edward estava muito quieto do meu lado. Desde que decolamos ele não dera uma palavra.
- Sim. Só estou pensando. Me concentrando.
- Como é? Digo, é que nem paint-ball? Vocês ficam um correndo atrás do outro?
Ele me olhou incrédulo.
- Você realmente não tem noção do que está dizendo, né? Bella... é algo de grande proporção... eu...
Ele suspirou.
- Não tenho como descrever.
- Ok. E como se mata um lobo?
- Lobisomem! Lobo é um cão das montanhas. Lobisomem é o que vamos enfrentar.
- Ok.
- Eles morrem com a prata. Balas de prata.
Isso sairia caro...
- E vocês tem essas balas?
Ele sorriu.
- Acho que temos algumas guardadas.
Algumas horas entediantes depois, desembarcamos em algum lugar da França, onde nos esperavam já com
carros. Entramos e todos estavam calados.
- Onde exatamente vamos?
- Para... o meio do nada.
- Hein?
- Não ficaremos em hotel Bella. Nem em um castelo bonitinho. Nós acamparemos.
Oh céus. Eu odiava acampar. Os mosquitos nunca me deixavam em paz. E tipo... necessidades fisiológicas!!!
Onde? O carro ia extremamente veloz por uma estrada completamente deserta. Eu já estava ficando com sono
de tão demorado que era o percurso. Quando estava quase dormindo no ombro de Edward, ele me cutucou.
- Bells, vamos.
Olhei em volta. Vamos aonde? Agora era tudo verde. Em volta de nós só haviam vales e montanhas.
- Aonde Edward?
E então eu percebi a presença de... cavalos. OMG. Eu não sei montar! Edward subiu em cima de um cavalo
negro e me puxou.
- Segure-se, vamos vem rápido.
Agarrei sua cintura e me vi quase que voando. Coitado do cavalo... alguns minutos depois, eu avistava mais à
frente o que parecia ser um tipo de acampamento mesmo. Só que não igual ao que meus amigos costumavam
fazer. Parecia que eu estava dentro de algum filme estilo Coração Valente ou outro de época. Era algo gigante,
que se perdia aos olhos. Não dava para contar quantas barracas tinham armadas ali. Deviam ter no mínimo
umas duzentas.
- Venha.
Edward saltou e me pegou no colo. Estávamos de mãos dadas, indo em direção às pessoas. Ou melhor...
vampiros.
Ao chegar na entrada de uma das barracas, guardas nos pararam.
- Vim ver Lestat.
- Ele o espera?
- Sai da minha frente!
Edward empurrou os dois guardas e me puxou para dentro da barraca.
- Não acho que agora é hora dessa palhaçada de guardas Lestat...
- Edward! Alegre como sempre! E... Bella?
Ele me olhou com espanto.
- O que... ela faz aqui?
- Resolvi trazê-la.
Lestat sorriu.
- Isca para eles?
- Hilário Lestat.
- Desculpe Edward, mas eu não vejo como uma... humana aqui pode ser boa idéia.
- Bem... eu tenho quem tome conta dela.
Ele levantou uma sobrancelha como quem duvidasse disso.
- Como quiser. Não é minha mulher mesmo...
- Então podemos esquecer o assunto Bella e pular para o assunto lobisomens?
- Ah claro! Venha.
Lestat conseguia ser irritante até em horas tensas como estas. Ele me levou até uma mesa com um mapa
em cima, esticado.
- Nós estamos exatamente aqui. Eles estão se aglomerando aqui, ao nosso sul.
- Estão em quantos? Tem idéia?
- Hoje de manhã eram aproximadamente uns 1.200 homens.
Bella apertou meu braço. Eu ignorei.
- E nós?
- Bem... você sabe que eles procriam muito mais do que nós... e com muito mais facilidade. Estamos em
800 homens, mas espero chegarmos aos 1.000 até amanhã de manhã.
Isso não era uma boa notícia... estávamos em um número muito menor.
- Está confiante então?
- Claro! Por que não estaria?
- É uma diferença gritante Lestat...
Ele andou até a entrada da barraca e me olhou.
- Hazel veio?
- Sim, não podia deixá-lo em casa sozinho...
- Certo. Tenho alguém que cuidará dele. Seus irmãos também estão aqui, né?
- Claro, vieram todos. Inclusive James e Angela.
Ele franziu a testa.
- Quem?
- Angela é a amiga de Bella que foi transformada... naquele incidente com Jane.
- Ah sim. Já ensinaram alguma coisa a ela?
- Imagino que James esteja cuidando disso.
- James? O loiro?
- O próprio.
Ele abriu um sorriso e saiu da barraca, indo em direção a James.
- Quem é morto sempre aparece!
- Lestat!
- Só mesmo uma guerra para você dar as caras...
Os dois se abraçaram dando tapinhas nas costas. Era só o que me faltava... Lestat e James, amigos.
- O que faz com Edward?
- Acabei indo parar em Forks... e conheci ele... dá para aturar.
Dá para aturar? Barata branca queria morrer, só pode!
Peguei Bella pela mão e saí de perto.
- Está cansada? Quer dormir?
- Um pouco... mas não acho que vou conseguir fechar os olhos. É tanto movimento para lá e para cá...
- Amor, se está cansada, durma. O dia vai ser longo amanhã.
- Só lutaremos amanhã?
Eu sorri para ela.
- Eu só lutarei amanhã. Você só ficará olhando amanhã.
- Certo.
Ela torceu a cara. Pensava o que? Que era algum tipo de guerreira? Fomos guiados até uma barraca vazia e
entramos para guardar nossas coisas.
- Cu!
Barata branca meteu a cabeça para dentro da barraca.
- Late.
- Vou treinar Angie. Quer vir junto?
- Eu quero!
Bella queria tudo.
- Eu já vou... alcanço vocês no caminho.
Ela já estava saindo da barraca. Eu puxei seu braço.
- Onde vai?
- Ver o treino contigo.
- Bells, aqui são as minhas regras, ok? Você fica.
Eu vi que sua boca abriu para reclamar e calei com um beijo.
- Sem mais.
Ela pareceu entender e resolveu me ouvir dessa vez. Ficou na barraca enquanto eu fui treinar Angie com
James. Percebi que tinham muitos novatos lá... a conta de 800 do Lestat, incluía os novatos? Se fosse
assim, estávamos pior do que imaginei. Depois de passar a madrugada toda ensinando pontos de defesa
e ataque para Angela, voltei para minha Bella. Ela estava deitada encolhida por cima de um pano
estendido no chão. Deitei ao seu lado e a abracei, querendo envolvê-la num tipo de casulo e não abrir até
que tudo acabasse. Mas não era bem assim. No mundo real as coisas não eram fáceis.
- Oi...
- Olá.
Já tinha amanhecido quando ela abriu os olhos sorrindo.
- Não era um sonho então?
- Não... está mais para ser seu pesadelo.
Bella sentou ajeitando os cabelos despenteados.
- Que horas são?
- Já passam das 08:00.
- Nossa! Está praticamente de madrugada então!
Eu sorri.
- Para os dorminhocos, talvez.
Uma cabeça adentrou nossa barraca.
- E aí? Rolou sexo?
- Cala a boca Emmet!
- Ah Bella, vai dizer que vocês não fazem isso?
- Em! Deixe-a em paz.
- Ok... quanto estresse. Fui!
- Preciso ir lá para fora amor...
- Posso ir junto?
- Dessa vez sim.
Eu fui feliz ao lado dele. Parecia um campo de guerra. Bem... era. Tinham muitos deles. Muitos mesmo.
Nós fomos até Lestat, que empunhava uma arma.
- Edward! Chegou na hora certa... venha.
Acompanhamos ele até um outro lado do "campo de guerra" e paramos ao lado de caixas imensas.
Dentro delas, balas prateadas. Bem, deviam ser de prata, como Edward me disse.
- Pegue o suficiente...
Lestat então puxou uma outra arma, do bolso de trás da calça e entregou a Edward.
- Esta é de minha coleção particular. Cuide bem dela...
- Eu a devolverei inteira, tenha certeza.
- Eu tenho.
Ele sorriu e nos deixou sozinhos. Edward carregou a pistola e a colocou no bolso de trás.
.
- Essa aqui é muito bonita e tudo mais... mas eu prefiro uma outra coisa.
.
Ele andou até um arsenal de armas de fogo e pegou uma.
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- Prefiro enfrentá-los com uma doze automática.
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http://www.csonlinebr.net/images/armas/m3ars6.jpg
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Ele sorriu vitorioso para mim. Eu hein...
Com o passar do dia, as coisas foram ficando mais agitadas. Um grande exército começava a se formar na
planície que se estendia diante de nós. Os vampiros se agrupavam, comandados por um deles na frente. Um
som abafado de cascos no chão ecoou por todo o vale e fez todos nós se virarem para olhar.
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- Eles chegaram.
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Eu vi James se colocar atrás de Edward.
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- Ele chegou.
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Edward pegou na minha mão e me olhou.
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- Quem?
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- Vlad. Drácula.
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- Ow.
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Ow... eu ia conhecer o todo-poderoso? Por que não me avisaram isso antes? Eu teria penteado o cabelo. Estava
tremendo. Gelada. Eu via um exército inteiro vindo em nossa direção.
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- Quem são?
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- Seu exército. Ainda bem... não estamos mais em minoria.
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Eram quantos? Só com ele chegavam mais do que já tinha ali. Um corcel negro vinha na frente e em cima dele...
bem... só poderia ser a pessoa em questão. Eu nunca tinha o visto na vida, mas eu tinha certeza que era ele,
quando desceu do cavalo. Alto, cabelos negros, lisos e na cintura. Meu sogro.
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http://i37.photobucket.com/albums/e59/burnedearth13/amandamyspace.jpg
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http://www.hotflick.net/flicks/1994_Interview_with_the_Vampire/994ITV_Antonio_Banderas_008.jpg
Ele andou pelo caminho que abriu-se para sua passagem. Todos ali pareciam conhecê-lo e respeitá-lo. Ele vestia
uma capa vermelha por cima de uma roupa toda preta. Era o vampiro mais pálido que eu já tinha visto na minha
vida. E o mais elegante e o mais sério. Seus olhos buscaram e pararam em cima de Edward, e ele veio em nossa
direção. Quando ele se aproximou e parou na nossa frente, eu sentia algo indescritível. Era como se ele sugasse
toda a minha energia, mesmo que nem estivesse me olhando. Algo fazia com que eu me sentisse mínima perto
dele, como se estivesse diante de um rei.
- Edward.
Ele esticou a mão para o Edward, que se curvou e a beijou.
- Vlad, minhas honras.
- Como você tem passado?
- Muito bem.
Edward sorriu. Drácula então me olhou e eu me senti tonta. Toda a minha força evaporou e Edward me
segurou.
- Quem é ela?
- Minha namorada, Isabella.
Ele olhou incrédulo para Edward.
- Uma mortal?
- Sim... aconteceu.
Drácula colocou a mão no peito de Edward.
- Está usando?
- Nunca tiro.
Ele sorriu para Edward.
- Ótimo.
Ele saiu de perto de nós e se dirigiu a Lestat. Eu via os outros que chegaram com ele, descendo dos cavalos. Vi
alguns com o mesmo medalhão de Edward.
Lestat se curvou diante da presença de Vlad. Era bom vê-lo se curvar à alguém.
- Edward?
- Oi amor.
- Ele vai lutar também?
- Parece que sim. Mas eu já sabia... Lestat tinha me avisado.
- Ah... eu me senti fraca perto dele...
- É normal acontecer com humanos.
- Mas ele não precisava fazer isso com sua namorada, né?
- Ele não faz por querer Bells. É algo que emana dele naturalmente.
Ela o olhou e virou novamente para mim.
- Mas de onde vem isso tudo? Esse poder?
- Não tente descobrir Bells... nem eu sei direito. Eu só sei que ele... é ele.
- Ele é mesmo mau? Como diz a lenda?
Eu sorri para ela.
- Lendas na maioria das vezes são inspiradas em algo real, certo?
- Certo.
O movimento começou e era hora de nos prepararmos. Abraçei Bella e a beijei desejando que esta não fosse a
última vez. Fui com ela até James, que estava sentado com Angie perto dali.
- Ei, cuide como se fosse de ouro.
- Pode deixar comigo.
Peguei seu rosto com minhas mãos e a encarei.
- Não saia de perto dele, por favor. Me ouça apenas dessa vez, ok?
- Ok. Promete que volta?
- Claro.
- Prometa!
Eu estava fazendo força para não chorar. Tudo que eu não precisava era chamar a atenção para mim.
- Eu prometo. Voltarei antes que você possa sentir falta...
O abraçei forte.
- Eu já estou sentido...
- Bella, eu te amo. Acredite que eu farei tudo ao meu alcance para voltar contigo para Forks. Se... por acaso algo
der errado...
- Não fale assim Edward!
- Calma, deixa eu falar. Se der errado, eles virão para cá. Se você tiver tempo, mate um cavalo e esfregue o
sangue no seu corpo.
OMG. Não agüentei. Meus olhos inundaram.
- Edward! Se eles vieram para cá, isso significa que você... se foi. Eu... não vou querer... sobrev...
Ele tampou minha boca com uma cara séria.
- Não fale uma besteira dessas!
- Edward!
Emmet e Jasper o chamaram e ele me levantou no colo.
- Me espere.
Nos beijamos mais uma vez e ele me soltou, indo se juntar aos irmãos. Virei para olhar James e Angie.
- Então... é isso.
- Bella, vai ficar tudo bem, amiga.
- Espero mesmo que fique.
Nós não precisávamos ir montados em cavalos. Éramos mais rápidos do que esses quadrúpedes. Começamos a
andar em nossa velocidade, em direção aos nossos inimigos. Meu coração estava partido por deixar Bella para
trás. Eu não devia tê-la trazido.
- Pensando em Bella?
- Sim.
Alice segurou minha mão e sorriu.
- Ela ficará bem... eu já vi.
- Alice, admita que ultimamente você não anda 100% nas previsões...
- Oh Edward! Eu apenas me atraso às vezes! Mas errar eu nunca erro!
- E aí, animados para a luta?
- Cala a boca Emmet!
Eu nem precisei me esforçar... Alice e Rosalie gritaram na cara dele.
- Ih... TPM.
- Elas não entram em TPM, imbecil.
- Eu sei, né? Dããã.
Até em momentos como esse, Emmet precisava ser o palhaço. Depois de percorrer uma distância que uma
pessoa normal levaria em média 6 horas para andar, nós paramos. Eu ia na frente, junto dos meus irmãos,
Lestat, Vlad e meus irmãos de sangue. O batalhão parou atrás de nós, fazendo barulho. E lá estavam eles. Em
uma distância de aproximadamente 3km. Mas já dava para vê-los. Agora devia estar em torno de 1500 homens,
por aí... eu me virei e olhei para trás. Nós tínhamos de 1500 a 1700. Algo em torno disso. Vlad deu alguns passos
à frente e virou-se para nos olhar. Ele falava num tom que desse para os últimos ouvirem.
- Mais uma vez iremos enfrentá-los. E mais uma vez nós avançaremos com tudo. Eles são meras criaturas
bizarras da natureza, que por algum motivo genético se tornaram assim. Nós, somos sangue! Nós, somos força!
Nós, somos imortais! Eles são animais, fáceis de matar, como matamos uma mosca. Nós estamos nesse mundo
muito antes que eles. VAMPIROS, QUEM CHEGOU PRIMEIRO?
- NÓS!
Fiquei surdo com o grito ensurdecedor do exército atrás de mim.
- QUEM SERÁ EXTINTO HOJE?
- ELES!
- Não deixem um osso no lugar!
Ele levou uma mão até seu peito e olhou para a fileira dos seus descendentes, incluindo eu.
- Sangues do meu sangue, dêem o seu melhor!
Lobisomem:
http://www.devir.com.br/noticias/imagens_news/van_lobisomem.jpg
Vlad terminou de falar e avançou em direção aos nossos oponentes. A guerra começara. Nossos medalhões
brilhavam em nossos peitos. Nós corríamos na direção deles e eles vinham até nós. Nos encontramos no meio
do caminho, com os primeiros lobisomens avançando sobre nós e saltando por cima de nossas cabeças. Era até
mais prático desse jeito, pois nos facilitava muito estalá-los no ar. Os primeiros 500 nem tiveram chance. À
medida que eles chegavam, eles quebravam. Lobisomens eram grandes, o dobro do nosso tamanho, mas eram
mortais como qualquer outro animal. Eu estava ocupado com quatros grandalhões quando notei Rosalie e
Emmet cercados por um bando de mais ou menos vinte lobisomens. Ele a protegia atrás de seu corpo. Corri
feroz até eles.
- Procurando por alguém do seu tamanho?
Cinco peludos me olharam com a baba escorrendo e pularam em mim.
- Edward!
Quebrei o pescoço de dois, enquanto um deles me jogava no chão. Esse de cima eu despedacei e dos outros
dois eu cuidei depois de levantar. Emmet já estava dando conta de mais três e Rose de dois. Os outros dez que
sobraram vieram direto para mim, mas eu fiquei um pouco em apuros quando outro bando chegou, triplicando
o número de lobisomens.
- Agora sim as coisas ficaram mais equilibradas!
Eles avançaram contra mim, mas eu não teria muito com o que brincar já que Vlad chegou também. Ele
nem precisava encostar em ninguém... era só fazer um gesto com a mão que os bichos eram
estrangulados. Os que passavam por ele, eram rapidamente desmembrados depois que ele se llivrava dos
estrangulados. Era sem-graça lutar ao seu lado... quase não chegava nenhum para mim.
Nós estávamos ganhando com certeza, mas eu dei mole quando só li o pensamento quando o grandão já
estava atrás de mim. Ele me jogou para o alto me pegando de surpresa e eu caí em suas costas,
agarrando-o pelo pescoço quando ele correu, como se montasse um cavalo. Ele se sacudia para me jogar
no chão, mas fui mais rápido e abri sua garganta, fazendo-o cair morto no chão.
A vantagem era nossa, o que fez com que eles começassem a bater em retirada, antes que entrassem
realmente em extinção. Não era nossa intenção perseguí-los, então deixamos que fugissem. Tinha
acabado ali. Pelo menos ficaria assim por mais uns cem anos no mínimo. Eu não tinha vontade de
continuar ali por muito mais tempo, então resolvi não esperar pelos outros.
- O que vocês acham que está acontecendo por lá?
- Bem, se até agora não chegou nenhum lobisomem aqui, imagino que estejamos ganhando...
- Ou então todos se mataram.
- Ok James, isso não tem a mínima graça!
Ele sorriu para mim.
- Só estou tentando descontrair. Sinto uma leve tensão no ar.
Eu vi o rosto de Hazel aparecer na entrada da barraca de Lestat.
- Vou ali e já volto.
- Não suma, ok? Não quero me estressar com Edward se um alce resolver te fazer de janta.
- Alce? Você acha que um alce me atacaria?
- Bella, sendo você... não duvido nem de um coelho te atacar.
Eu quis fazer que nem em desenhos animados, quando você soca a cabeça de alguém e ela entra pelo pescoço.
Mas ao invés disso, eu respirei fundo e fui ver Hazel.
- Ei.
- Oi Bella.
- Está fazendo algo de interessante?
- Não... e você?
- Só aturando o James.
Ele sentou no chão me olhando triste.
- O que foi?
- Também queria lutar!
- Hazel, você é muito pequeno.
- Eu sei...
- E eles são cães muito grandes!
Ele revirou os olhos.
- Não são cães Bella! São lobisomens!
Era só o que me faltava. Até Hazel deu para me corrigir agora!
Então eu senti uma sensação me consumindo... forte demais. Mas era bom. Era bom, era... ele. Só podia
ser ele. Saí rápido da barraca e o vi chegando, correndo.
- Edw...
Ele me abraçou e nos beijamos. Céus, como era bom saber que ele estava bem. Como era bom sentir o
corpo dele junto ao meu de novo.
- Eu disse que voltaria. Achou mesmo que fosse se livrar fácil assim de mim?
- Seu palhaço! Como foi? Onde estão os outros?
- Daqui a pouco eles chegam... eu vim na frente.
- E os...
- O que sobrou, fugiu.
- Oh. Então, eu posso ficar tranqüila, em viver por mais alguns anos?
Ele sorriu torto. Sorrisinho irritante!
- Se é isso mesmo que você quer...
Ah não, eu não precisava lembrar de novo desse assunto. Toda vez que ele vinha à tona, eu ficava sem
dormir, pensando, pensando, pensando...
Ela ficou na ponta dos pés e passou os braços em volta do meu pescoço.
- O que eu quero com certeza, é nunca desgrudar de você!
- Eu já percebi que você é grudenta amor...
- Cala a boca Edward!
Eu calei. Colando minha boca na dela. Puxei sua cintura, levantando sua blusa e fazendo-a arrepiar, mas
então percebi que tínhamos público. Um espectador apenas. Hazel. Eu sorri amargo.
- Não tem nada melhor para fazer não?
- Não...
Respira Edward... medita... concentre-se. Eu sorri.
- Seu pai já deve estar chegando!
Foi só eu terminar de falar que o príncipe loiro apareceu. Hazel não demorou dois segundos para correr até ele
e morder seu braço. Mas que coisa... nem pedia...
Lestat achava lindo! Ele sorriu e olhou para o pequeno, que sugava o sangue do seu pai. Eles levitaram juntos.
- Hazel, você está nos levitando?
Lestat me olhou incrédulo e voltou ao chão com sua própria força. Hazel parou para olhá-lo sem entender.
- Eu fiz o que?
- Levitou!
Levitar não era a coisa mais difícil de se fazer... mas para um vampiro jovem ainda, levava tempo para aprender.
Mas Hazel... ninguém nunca o ensinou.
- Não foi você, Lestat?
- Não. Foi ele.
- Desculpa.
Lestat o pegou no colo e o encarou.
- Não peça desculpas. Isso foi ótimo!
- Posso ganhar um presente então?
- Claro! O que quer?
- Sangue!
OMG. Isso era um poço furado. Lestat revirou os olhos e estandeu o braço. Peguei a mão de Bella e achei
melhor sair dali.
- Edward!
Me deixa em paz...
- Sim?
- Depois precisamos conversar sobre Hazel ir para o colégio.
Pode deixar, procurarei o endereço do colégio dos mutantes de X-Men.
- Claro.
Nós saímos dali de dentro e demos de cara com Vlad que também já tinha voltado.
- Vlad. Já vai embora?
- Sim, estou me retirando. A ajuda foi dada.
- Certo. Sumirá novamente?
Ele colocou uma mão em meu ombro.
- Eu nunca sumo Edward. Eu só não deixo vocês me verem.
- Oh. Tudo bem então.
- E boa sorte... com sua... mortal.
Bella segurava forte em mim. Ficar tão perto de Vlad não a fazia bem. Então ele olhou petrificado para algo
atrás de mim. Me virei para ver o que era. Oh não...
- Hazel!
Drácula me olhou surpreso.
- Já tinha visto... isso?
- Sim. Ele é o Hazel.
- Hazel... Hazel...
Ele repetiu o nome do garoto como se estivesse cantando. Seus olhos estavam vermelho brilhante. Hazel andou
como hipnotizado até nós e parou na frente de Vlad. Eu estava tenso com isso. Vlad fez um gesto que fez Hazel
levitar e ficar cara a cara com ele.
- Mas o que nós temos aqui?
- Vlad... ele é... protegido de Lestat.
- E...?
Eu só queria ir embora em paz. Tão difícil isso...
- Há quanto tempo escondem isso de mim?
- Bem, não sei... eu soube há algumas semanas...
- Semanas?
Ele rosnou feio. Lestat saiu da barraca e rosnou em resposta.
- Hazel! Vlad, ele é meu!
- Caro Lestat, não vejo nenhum nome carimbado nele...
Lestat caminhava em nossa direção com ódio no olhar.
- Ele. Não. Saíra. Daqui.
Vlad o olhou friamente. Era incrível, mas eu acho que nunca vi um sorriso em seu rosto.
- Lestat... eu não decidi isso ainda.
- Nem decidirá.
- Se eu quiser, eu o levo.
- Acho que você vai ter que me tirar do caminho antes. Aliás, eu e Edward.
Ohhh. Peraí! Não me coloquem no meio disso. Lestat devia estar querendo me matar, só pode. Vlad me olhou.
- Eu não tenho certeza de que um sangue meu ficaria realmente contra mim. E você Lestat, bem, eu nunca
entendi esse apelido de "Príncipe". Acho que a única realeza aqui, sou eu.
Engoli seco. Lestat realmente ia querer enfrentar Drácula?
- Pense o que quiser Vlad. Não tenho medo de ameaças.
Vlad colocou Hazel de volta no chão e o pequeno correu para me dar a mão. Lestat aproveitou a deixa para
avançar em Vlad. Ele devia mesmo ser louco. Vlad simplesmente evaporou e Lestat caiu no espaço vazio.
- Mágicas não valem Vlad Teps!
Ele apareceu novamente, desta vez atrás de Lestat. Segurou sua garganta e o suspendeu no ar.
- Eu não faço mágicas.
Enfim eu via alguém sacaneando Lestat. Eu sorria internamente.
- Veja bem, Lestat. Você pode se achar para os outros. Para mim, você é um fungo. Entendeu?
- Eu... tenho... uma parte... do seu sangue!
- Não! Você foi transformado por um dos meus. Hereditariedade não cola entre vampiros!
Eu via Lestat fazendo força, mas não dava para competir com Vlad. Hazel soltou minha mão e correu
até eles.
- Não mate meu pai!
Vlad o olhou surpreso e soltou Lestat.
- Seu pai?
- Hazel, venha...
Lestat segurou o pequeno, mas Hazel não quis sair do lugar. Ficou encarando Vlad.
- Meu pai sim! Não machuque ele senão eu machuco você!
OMG. Eu quase babei com isso. Parece que a loucura do Lestat infectou Hazel através do sangue.
- Me machuca?
Vlad abaixou-se até Hazel e sorriu para ele. Depois levantou a cabeça e falou com Lestat.
- Eu o deixo com você... mas eu quero reclamá-lo.
Edward arregalou os olhos.
- Vlad... você não costuma fazer isso...
- Ele é especial Edward.
- Não!
Lestat foi curto e grosso.
- Algo contra Lestat? Deveria ficar satisfeito por eu dar esse presente ao seu filho.
- Não quero seu sangue nele. Não quero que você tenha direitos sobre ele.
- Acho que você não entendeu. É isso ou ele ir comigo.
Lestat rosnou alto.
- Faça!
Ele saiu de perto de nós cheio de ódio. Vlad levantou e esticou a mão para Hazel.
- Com fome?
Ele foi caminhando com nosso vampirinho para dentro de uma barraca. Eu olhei para Edward que
parecia tenso.
- O que ele vai fazer?
- Algo nada legal. Vai alimentar Hazel.
- É só isso? Achei que fosse muito mais sério, pela cara que Lestat fez.
- Ele não vai apenas deixar Hazel mordê-lo Bella. Ele vai reclamar Hazel como seu.
- Ok, boiei.
- Vlad vai mordê-lo para drenar seu sangue. E então vai alimentá-lo com seu próprio sangue.
- Hazel vai ter o sangue de Vlad? O mesmo que o seu?
- Exatamente.
Ah, não era o fim do mundo! Homens se estressavam por qualquer besteira.
- Não é nada demais então.
- Hazel já era bizarro com o sangue de Lestat... não acho que eu vá gostar do que vem por aí, com o
sangue de Vlad dentro dele.
- Vamos nos preparar para ir embora? Vai pegar suas coisas enquanto falo com meus irmãos, ok?
- Ok, já volto.
Fui procurar o resto da família e achei Emmet contando suas vitórias para eles.
- Tem que ver o que eu fiz com o pescoço... e quando eu pulei em cima... finquei as unhas...
Ele era patético. Pior do que escutá-lo, era ver as mímicas que ele fazia, como quem quisesse representar os
fatos.
- E aí? Contou também a parte que eu precisei salvar sua bunda?
- Ah jura? Essa parte ele omitiu!
Alice riu e deu um tapa na cabeça de Emmet.
- Ah porra, não me encham!
- Será que já podemos ir embora?
- Nós já vamos Jazz... Bella foi pegar suas coisas. Onde está Rose?
- Foi chamar o James.
Barata branca voltaria conosco? Ele podia ficar, né?
- Onde está Hazel?
- Está com Vlad.
Eles me olharam confusos.
- Não perguntem.
- E Lestat?
- Deve estar por aí... não sei.
Senti o cheiro delicioso atrás de mim e me virei. Ela vinha chegando.
- Estou pronta! Demorei?
- Quase uma eternidade. Ainda bem que eu tenho muitos anos pela frente...
- Hilário Edward. Eu fui super rápida!
- E aí Cu? Matou quantos?
E lá ia minha paz embora... eu nunca sentiria saudade dessa voz irritante.
- Muitos! Foi só imaginar o seu rosto neles...
- Que isso Cu... você me ama que eu sei!
Eu contei até dez para não matá-lo. Vi Hazel voltando, vindo em nossa direção.
- Hazel por acaso está usando...
- Um medalhão. Sim.
Hazel agora usava um cordão com o medalhão pendurado.
Meus irmãos me olharam sem entender. Quer dizer, eles agora tinham uma leve suposição do que se tratava.
- Voltei.
- Você está bem?
- Estou! Vlad é muito legal!
- Hazel!
Lestat se aproximou e chamou o meu novo irmão. Céus.
- Pai!
Hazel correu para abraçar Lestat, que se agachou para falar com ele.
- Vlad te machucou?
- Não...
- Escute, nos veremos em breve, ok?
- Pai, você vai passar o Natal comigo?
Diz que não, diz que não. Lestat sorriu.
- Claro!
Merda!
- Ok.
Lestat veio até mim e me olhou preocupado.
- Não deixe usá-lo muito esse... troço.
- O medalhão? Sabe, por um lado, você deveria estar feliz por ele. Ele agora é praticamente intocável.
- Mas eu não sei o que esse sangue pode fazer com ele.
- Ele ficará bem, tenha certeza.
- Certo. Até o Natal então, Cullen.
Eu não fiquei feliz.
- Até.
Nós viemos embora e no avião, aconteceu algo... inesperado. Estávamos sentados com Hazel entre nós. A
aeromoça vinha passando.
- Olá, posso serví-los?
- A mim não, obrigado. Bella?
- Quero um refrigerante, pode ser?
- Claro! E você lindinho?
Hazel que até então estava lendo uma revistinha, levantou a cabeça para olhar a mulher.
- Nada não.
Ele olhava a mulher e ela continuava imóvel. OMG.
- Hazel! Pare com isso! Olhe para mim agora!
Ele desviou o olhar dela e virou-se para mim. A aeromoça saiu do transe e continuou andando.
- O que... foi isso Edward?
Bella me olhava confusa.
- Parece que nosso amigo aqui ganhou... um dom. O da hipnose.

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