Trabalho De Investigação

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Trabalho De Investigação
Escola Secundária João de Barros
Trabalho de Investigação
Evolução dos Computadores
Trabalho De Investigação
A Evolução do Computador
Ano Lectivo 2009/2010
SDAC
Filipe Fernandes
nº7 - 12ºG
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Índice
Introdução..................................................................................................................... 3
História do Computador ................................................................................................ 4
Pré-História ............................................................................................................... 4
Primeira Geração ...................................................................................................... 7
Segunda Geração ..................................................................................................... 8
Terceira Geração ...................................................................................................... 9
Quarta Geração ...................................................................................................... 10
Quinta Geração ....................................................................................................... 10
Próxima Geração .................................................................................................... 11
História das Memórias ................................................................................................ 12
Tipos de Memória ................................................................................................... 12
Evolução ................................................................................................................. 14
Interface Gráfica ......................................................................................................... 17
História .................................................................................................................... 17
Placa Gráfica........................................................................................................... 19
História da Placa Gráfica ......................................................................................... 19
Bus (Barramento) ....................................................................................................... 21
História do Bus ........................................................................................................ 23
Evolução da Motherboard ........................................................................................... 24
Tipos de Motherboard ............................................................................................. 25
Conclusão................................................................................................................... 27
Webografia ................................................................................................................. 28
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Evolução do Computador
Introdução
O computador nem sempre foi como é hoje em dia. Actualmente os computadores
processam dados e resolvem problemas milhões de vezes mais depressa que os
sistemas electrónicos primordiais dos anos 40 e 50.
Em aproximadamente seis décadas, a indústria da informática evoluiu das máquinas
electromecânicas de cartões perfurados e calculadoras de válvulas até aos super
computadores actuais cujas velocidades são medidas em nanossegundos.
Este trabalho, desenvolvido no âmbito da disciplina de SDAC (Sistemas Digitais e
Arquitectónicos de Computadores) como base para a avalização do Módulo 7, tem
como principal objectivo dar a conhecer ao leitor a história da computação, ou seja, a
história daquilo que conhecemos como computador e alguns dos seus componentes
principais como a motherboard, as memórias, a interface gráfica e o barramento.
Pretende-se portanto mostrar em que aspectos os computadores têm evoluído, qual a
história por detrás das memórias e quais os seus tipos, o que é uma interface gráfica e
como surgiu, as características e tipos de barramentos e a evolução das
motherboards.
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Evolução do Computador
História do Computador
Embora a primeira coisa a que podemos chamar “computador” tenho sido o ENIAC,
inventado por volta de 1946, aquilo que conhecemos como computação começou uns
bons anos antes.
O termo “computar” significa fazer cálculos, contar ou efectuar operações
aritméticas, e portanto “computador” será o mecanismo ou aparelho que auxilia essa
tarefa, com vantagens no tempo gasto e na precisão. No entanto os primeiros
computadores não eram objectos, eram pessoas! Comecemos então com a história
dos computadores…
Pré-História
O termo “computador” originalmente era nada mais nada menos que um título
profissional utilizado para descrever seres humanos cujo trabalho era repetir cálculos
necessários para “computar” coisas como tabelas de navegação ou posições
planetárias para compêndios astronómicos.
Visto se tratar de um trabalho bastante aborrecido e demorado era necessário um
objecto que pudesse facilitar este trabalho, tendo surgido então o ábaco, o auxílio
primordial em computações matemáticas. Embora a invenção do ábaco seja
erroneamente atribuída aos chineses, o ábaco mais antigo de que se tem registo
remonta a 300 a.C. da autoria dos babilónios.
Em 1617 um escocês excêntrico
chamado
John
logaritmos,
uma
Napier
inventou
tecnologia
que
permite a multiplicação via adição,
tendo
posteriormente
tabelas
Tábuas de Napier
alternativas
logaritmos
era
pequenas
barras
inventado
onde
os
desenhados
em
ou
bastões
de
madeira. Esta invenção de Napier
resultou também na invenção da
régua de cálculo na Inglaterra em 1632, que foi utilizada até 1960 pelos engenheiros
responsáveis pelos programas da NASA que colocaram o homem na Lua.
Em 1642, Blaise Pascal, aos 19 anos de idade, inventou o Pascaline como uma
ferramenta para o seu pai que era um colector de impostos. Pasacaline era na
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Evolução do Computador
realidade um contador mecânico que utilizava engrenagens para somas e
multiplicações.
Em 1801, o francês Joseph
Marie Jacquard inventou uma
espécie de tear mecânico que
podia alterar o seu movimento, e
portanto o desenho do tecido,
através
de
um
automaticamente
padrão
“lido”
de
cartões de madeira perfurados
estendidos
Estes
Tear de Jacquard
num
longa
cartões
corda.
perfurados
passaram a ser utilizados desde
então.
Em 1822, o matemático inglês Charles Babbage propôs uma máquina de calcular a
vapor do tamanho de um quarto, ao qual chamou Difference Engine. Esta máquina era
capaz de computar tabelas de números, como por exemplo tabelas de logaritmos.
Visto que o Império Britânico se encontrava em expansão marítima, necessitava de
acertos em inúmeros cálculos marítimos, e portanto está máquina vinha em boa altura.
No entanto a sua construção mostrou-se difícil e dez anos depois o aparelho estava
longe de ser terminado, tendo sido o projecto posteriormente abandonado.
Contudo Babbage não desistiu, tendo-lhe então surgido outra ideia, ao qual lhe
chamou o Analytic Engine. Este dispositivo, do tamanha de uma casa e alimentado por
6 motores a vapor, seria de um propósito mais geral pois seria programável, devido à
tecnologia dos cartões perfurados de Jacquard. No entanto foi Babbage que deu um
importante salto intelectual relativamente aos cartões perfurados. No tear de Jacquard,
a presença ou a falta de cada buraco no cartão físico permitia que um fio colorido
passasse ou parasse, o que foi notado por Babbage, e conclui que esse padrão de
buracos podia ser utilizado para representar uma ideia abstracta como uma frase
problema ou os dados brutos necessários para resolver o problema. Tendo também
concluído que não havia necessidade de a matéria do problema passar pelos buracos
físicos. O que aconteceu foi que Babbage apercebeu-se que os cartões perfurados
podiam ser utilizados como um mecanismo de armazenamento, guardando números
computados para futuras referências. Devido à conexão ao tear de Jacquard, Babbage
denominou as duas partes principais do Analytic Engine, “armazém” (Store) e “fábrica”
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ou “moinho” (Mill), termos utilizados na indústria da tecelagem. O Store era onde os
números eram armazenados e o Mill era o que os convertia em resultados. Nos
computadores modernos estas partes são chamadas de unidade de memória e CPU.
O grande avanço tecnológico ocorreu nos EUA,
onde era necessário fazer um censo à população,
que, devido ao seu elevado número, necessitava de
um aparelho para auxílio. Foi nesse contexto que
Herman Hollerith inventou um mecanismo também
baseado nos cartões perfurados de Jacquard. Esta
invenção consistia num leitor de cartões que sentia
os buracos nos mesmos, um mecanismo que fazia
a
contagem
e
uma
grande
superfície
com
indicadores para mostrarem os resultados da
contagem.
Fita de papel perfurada
A invenção e a técnica de Hollerith tiveram tanto
sucesso que este acabou por construir uma
empresa chamada Tabulating Machine Company, que, depois de várias aquisições,
acabou por se tornar na International Business Machines, conhecida actualmente
como IBM. A IBM rapidamente cresceu e os cartões perfurados começaram a ser
utilizados para “tudo”, como por exemplo as famosas máquina das fábricas nas quais
cada trabalhador perfurava o seu cartão para saber a hora de entrada e a hora de
saída.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o exército dos EUA necessitava de algo que os
ajudasse a resolver complicadas equações que determinavam factores como o
arrastamento atmosférico, o vento, a
gravidade, entre outros, que influenciavam
os seus navios de combate. Esse desejo
foi respondido com o computador Harvard
Mark I, que foi construído pela pareceria
criada entre Harvard e a IBM, em 1944. O
Mark I foi o primeiro computador digital
programável construído nos EUA, não
sendo inteiramente electrónico. Um dos
programadores primários do Mark I foi uma
Primeiro Bug
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Evolução do Computador
mulher de nome Grace Hopper. Foi ela quem encontrou o primeiro “bug”: uma traça
morta que tinha entrado dentro do Mark I e cujas asas estavam a bloquear a leitura
dos buracos na fita de papel. Em 1953, Grace Hopper inventou a primeira linguagem
de alto nível, a “Flow-matic”, que eventualmente se tornou COBOL, a linguagem mais
afectada pelo infame problema Y2K.
Uma das primeiras tentativas para construir um computador electrónico e digital foi
em 1937, por J.V. Atanasoff, um professor universitário de física e matemática. Em
1941 ele e um estudante seu construíram uma máquina que conseguia resolver 29
equações em simultâneo com 29 variáveis. No entanto não era programável sendo só
apropriada para um tipo de problema matemático, por isso o projecto foi abandonado.
No entanto, outro candidato a avô do computador actual foi o Colossus, construído
durante a Segunda Guerra Mundial pelos Ingleses para tentar decifrar os códigos
alemães. No entanto também não eram multi-propósitos, nem programável.
Estes três últimos computadores fizeram importantes contribuições para o
desenvolvimento da computação. E enquanto os americanos e os ingleses discutiam
sobre quem fez primeiro o quê, um alemão chamado Konrad Zuse criou uma
sequência de computadores de multi-propósitos na casa de seus pais, o primeiro ficou
conhecido como Z1. Em 1941, o Z3 era provavelmente o primeiro computador digital
operacional, de propósito múltiplo e programável. Zune reinventou o conceito de
programação de Babbage e decidiu, por si próprio, utilizar representação binária ao
invés da decimal utilizada por Babbage. Embora estas máquinas não fossem
conhecidas foram da Alemanha, não tendo portanto influenciado o desenvolvimento da
computação, a sua arquitectura era bastante idêntica à que é utilizada hoje, e para um
país que naquele tempo não tinha acesso a quase nenhuns materiais, Zuse conseguiu
uma obra impressionante para o pouco conhecimento que tinha de inventores de
máquinas calculadoras e para a escassez de materiais.
E assim acabamos a pré-história dos computadores…
Primeira Geração
O antepassado de todos os computadores actuais é, sem dúvida, o ENIAC
(Electronic Numerical Integrator and Calculator). Este computador foi construído por
dois professores universitários, John Mauchly e J. Presper Eckert, que foram
financiados pelo departamento de guerra dos EUA depois de dizerem que conseguiam
construir um máquina que substituiria a pessoas que calculavam as tabelas de disparo
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das armas de artilharia do exército. O ENIAC pesava 30 toneladas e utilizava mais de
18 000 válvulas electrónicas, utilizando também leitores de fitas de papel obtidos da
IBM. Este computador era mais rápido que qualquer máquina que já tinha sido
desenvolvida. Em 1945, por sugestão Von Neuman, o sistema binário foi adoptado em
todos os computadores e as instruções e dados compilados passaram a ser
armazenados internamente no computador. A partir daí, a álgebra de Boole passou a
ser introduzida nos computadores e, em 1952, Mauchly e Eckert construíram o
EDVAC (Electronic Discrete Variable Automatic Computer), a primeira máquina
electrónica de processamento de dados.
Nos finais da década de 1950, os
computadores
já
não
eram
dispositivos únicos de universidades
ou laboratórios de pesquisa do
governo. Eckert e Mauchly deixaram
a Universidade na qual trabalhavam
e decidiram montar a sua própria
empresa. O seu primeiro produto foi
ENIAC
o
famoso
Automatic
UNIVAC
Computer),
(Universal
o
primeiro
computador comercial produzido em massa. No entanto, visto Eckert e Mauchly não
terem direitos sob o ENIAC, começaram a perder dinheiro e eventualmente a sua
empresa faliu.
Entre 1945 e 1951, o WHIRLWIND, desenvolvido no MIT, foi o primeiro computador
a processar informações em tempo real, com entrada de dados a partir de fitas
perfuradas e saída em CRT. Em 1947 o transístor é inventado por Bardeen, Schockley
e Brattain, e em 1953, Jay Forrester desenvolve a memória magnética, dois eventos
que vieram revolucionar a computação e iniciar a era da informação.
Segunda Geração
Esta geração trouxe computadores como o IBM 1401 e o Burroughs B 200. O
primeiro computador composto com transístores foi o TRADIC DA Bell Laboratories.
Em 1957, Von Neumann colaborou na construção de um computador avançado
chamado MANIAC (Mathematical Analyser Numerator Integrator and Computer). Em
1958, o IBM TX-0 tinha um monitor de vídeo, sendo rápido e relativamente pequeno,
possuindo ainda um dispositivo de saída sonora. O PDP-1, construído por Olsen, foi
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Evolução do Computador
um processador de dados programável, no qual corriam jogos, tendo sido um enorme
sucesso no MIT. Em 1959 a Texas Instruments criou o primeiro circuito integrado, o
Jack Kilby.
Esta segunda geração foi marcada pelo transístor, sendo que o que uma pessoa de
nível médio levaria cerca de cinco minutos para multiplicar dois números de dez
dígitos, o MARK I o fazia em cinco segundos, o ENIAC em dois milésimos de segundo,
um computador com transístores em cerca de quatro bilionésimos de segundo e um
computador a Terceira Geração em muito menos.
Terceira Geração
A Terceira Geração começou com algo desenvolvido pela Texas Instruments – o
circuito integrado. Toda esta geração ocorreu na década de 60, de onde saiu, por
exemplo, o Burroughs B-2500, que, ao contrário do ENIAC que podia armazenar até
vinte números de dez dígitos, podia armazenar milhões de números. Durante esta
geração surgiram conceitos como a “memória virtual”, “multiprogramação” e sistemas
operativos complexos. Foi também nesta altura que surgiu o termo “software”. O
primeiro mini computador comercial, o PDP-8, surgiu em 1965, tendo sido lançado
pela
DEC
(Digital
Equipment
Corporation). Em 1970 a Intel introduziu
no mercado um novo tipo de circuito
integrado que viria a revolucionar mais
uma vez um mundo da computação – o
microprocessador.
começaram
Apple 1
a
Desde
surgir
então
os
microcomputadores. Com a integração
dos chips VLSI (Very Large Scale
Integration), as coisas começaram a acontecer com uma maior rapidez e frequência. A
Terceira Geração atingira o seu ponto alto. Em 1972 Bushnell lança o videojogo Atari e
em 1974 Kildall lança o CP/M (Control Program for Microcomputers). E em 1975 surge
o primeiro kit microcomputador que iria iniciar uma das fases mais produtivas da
computação, o Altair 8800. No mesmo ano, Paul Allen e Bill Gates criam a Microsoft e
o primeiro software para microcomputadores: uma adaptação BASIC do Altair e, em
1977, Steve Jobs e Steve Wozniak criam o microcomputador Apple, a RadioShack cria
o TRS-80 e a Commodore desenvolve o PET. Em 1978 surge o primeiro programa
comercial, o Visicalc, da Software Arts e no ano seguinte Rubinstein começa a
comercializar o software Wordstar e Paul Lutus produz o Apple Writer. Três grandes
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computadores criados no seguimento destes eventos foram o Sinclair ZX81/ZX
Spectrum, o Osborne 1 e o IBM PC/XT.
Quarta Geração
Esta geração surgiu com o decorrer da tecnologia dos circuitos integrados LSI
(Large Scale Integration) e VLSI (Very Large Scale Integration). Durante este tempo
surgiu também o processamento distribuído, o disco óptico e o microcomputador
passou a ser grandemente difundido, que passou a ser utilizado para processamento
de texto, cálculos auxiliados, entre outras funções. Em 1982 surge o 286, que utilizava
memória de 30 pins e slots ISA de 16 bits, vindo já equipado como memória cache
para auxiliar o processador, utilizando também monitores CGA. Em 1985, o 386
também utilizava memória de 30 pins mas devido à sua velocidade de processamento
já podia correr softwares gráficos mais avançados, como o caso do Windows 3.1,
contando também com placas VGA que podiam atingir as 256 cores. Em 1989 surgiu o
486 DX, a partir do qual o coprocessador matemático vinha embutido no prórpio
processador, existindo também uma melhoria a nível da velocidade devido à memória
de 72 pins e às palcas PCI de 32 bits. Neste momento os equipamentos já tinham
capacidade para as placas SVGA que podiam atingir até 16 milhões de cores, sendo
esta função usada comercialmente com o surgimento do Windows 95.
Quinta Geração
As aplicações estão a exigir cada vez mais uma maior capacidade de
processamento e armazenamento de dados. Uma das principais características desta
geração é a simplificação e miniaturização do computador, além de melhor
desempenho e maior capacidade de armazenamento, e ainda os preços cada vez
mais acessíveis. A tecnologia VLSI está a ser substituída pela ULSI (Ultra Large Scale
Integration). O conceito de processamento está a partir para a execução de muitas
operações em simultaneo pelos computadores. A redução dos custos de produção e
do volume dos componentes permitiram a aplicação destes computadores nos
chamados sistemas embutidos, que controlam aviões, navios, automóveis e
computadores de pequeno porte. Os computadores que utilizam a linha de
processadores Pentium, da Intel, são exemplos desta geração. Em 1993 surge o
Pentium e as grandes mudanças neste período ficariam por conta das memórias
DIMM de 108 pinos, do aparecimento das placas gráficas AGP e de um melhoramento
da slot PCI, melhorando ainda mais seu desempenho. No ano de 1997 surge o
Pentium II, em 1999 o Pentium III e em 2001 o Pentium 4. Não houveram grandes
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Evolução do Computador
novidades após 1997, sendo que as mudanças ficaram por conta dos cada vez mais
velozes processadores.
Próxima Geração
A IBM anunciou a construção do mais avançado computador quântico do mundo. A
novidade representa um grande passo em relação ao actual processo de fabricação
de chips com silício que supostamente deve atingir o máximo de sua limitação física
de processamento dentro 10 a 20 anos. O computador quântico utiliza, ao invés dos
tradicionais microprocessadores de chips de silício, um dispositivo baseado nas
propriedades físicas dos átomos, como por exemplo o sentido do seu movimento, para
contar números um e zero, chamados qubits (quantic + bits), em vez de cargas
eléctricas como nos computadores actuais. Outra característica é que os átomos
também podem se sobrepor, o que permite ao equipamento processar equações a
uma velocidade muito mais rápida. Isaac Chuang, pesquisador encarregue da equipa
de cientistas da IBM, e Universidades de Stanford e Calgary, afirma que os elementos
básicos dos computadores quânticos são os átomos e as moléculas. Segundo estes
pesquisadores, cada vez menores, os processadores quânticos começam onde os de
silício acabam. Chuang acrescentou ainda que a computação quântica começa onde a
lei de Moore termina, por volta de 2020, quando
os itens dos circuitos terão o tamanho de átomos
e moléculas. Esta lei de Moore diz que o número
de transístores colocados em um chip dobra a
cada 18 meses. Quanto maior a quantidade de
transístores nos chips, maior a velocidade de
processamento. Essa teoria tem se confirmando
desde
a
sua
formulação.
No
entanto
o
computador quântico da IBM é um instrumento
de pesquisa e não estará disponível nos
próximos anos. As possíveis aplicações para o
equipamento incluem a resolução de problemas
matemáticos, buscas avançadas e criptografia, o
que já despertou o interesse do Departamento
Computador Quântico
de Defesa dos Estados Unidos, como seria de
esperar…
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Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
História das Memórias
Ora bem, antes de mais nada vejamos o que
é a “memória” do computador. O termo
memória
(quanto
aplicado
no
âmbito
de
Informática ou Computação) refere-se aos
dispositivos utilizados para armazenar dados ou
sequências
de
permanentemente
DRAM
instruções
para
temporária
utilização
ou
num
computador. Estes por sua vez representam a
informação em binário, ou seja, nas famosas
sequências de 0s e 1s. Cada dígito binário, ou bit, pode ser armazenado por qualquer
sistema físico que possa estar em dois estados, isto para representar o 0 e o 1.
Exemplos de sistemas desse género são interruptores (on/off), condensadores
eléctricos que podem armazenar ou soltar carga ou um íman com a polaridade para
cima ou para baixo. Actualmente, condensadores e transístores, funcionando como
pequenos interruptores eléctricos, são utilizados para armazenamento temporário, e
discos ou “fitas” com revestimento magnético, ou discos de plástico com padrões
específicos são utilizados para armazenamento a longo prazo. Portanto, “memória de
computador” refere-se à tecnologia semicondutora que é usada para armazenar
informação em dispositivos electrónicos. A memória primária actual é constituída por
circuitos integrados compostos por transístores à base de silício. Por fim resta dizer
que existem dois tipo de memória: a volátil e a não volátil.
Tipos de Memória
A memória volátil necessita de energia para manter a informação armazenada,
sendo também conhecida como memória temporária. Os modelos actuais de RAM são
armazenadores voláteis, incluindo a DRAM (Dynamic Random Access Memory),
tecnologia semicondutora de memória volátil dinâmica, e a SRAM (Static Random
Access Memory), tecnologia semicondutora de memória volátil estática. Embora exiba
alguns remanescentes de dados, a SRAM é mesmo assim considerada volátil, visto
que todos os dados são perdidos quando não é alimentada. Quanto à DRAM, permite
que os dados desapareçam automaticamente sem um refrescamento. Memórias como
a CAM (Content Addressable Memory) e a dual-ported RAM são geralmente
implementadas utilizando armazenamento volátil. Novas tecnologias de memórias
voláteis, que tencionam substituir ou competir com a SRAM e
DRAM, estão em
desenvolvimento, como a Z-RAM (zero capacitator RAM, baseada na tecnologia
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Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
floating body effect de um processamento de silicon on insulator (SOI)), TTRAM (Twin
Transistor RAM, é semelhante à DRAM mas também utiliza a tecnologia de
processamento floating body effect inerente num processo SOI) e a A-RAM
(Advanced-Random Access Memory, compatível com SOI).
Quanto à memória não volátil,
não necessita de energia para
reter a informação armazenada.
Exemplos desta memória são as
memórias ROM, memórias Flash,
a maioria dos dispositivos de
armazenamento
magnéticos
(como por exemplo os discos
rígidos), discos ópticos, e os
arcaicos
métodos
de
Memória ROM
armazenamento como a fita de
papel ou os cartões esburacados. As memórias não voláteis são geralmente utilizadas
para armazenamento a longo prazo. O armazenamento não volátil de dados pode ser
categorizado em sistemas de endereçamento eléctrico, como a memória flash, e em
sistemas de endereçamento mecânico, como discos rígidos. Os sistemas eléctricos
são caros mas rápidos enquanto que os mecânicos são mais baratos mas mais lentos,
sendo claro que o ultimo tem uma maior capacidade de armazenamento que o
primeiro. As memórias não voláteis poderão eventualmente dispensar o uso de formas
lentas
de
sistemas
de
armazenamento
secundários
(sendo
a
forma
de
armazenamento primário a memórias voláteis, como a RAM) como os discos rígidos, e
uma prova disso são os SSD (Solid-State Drive), que basicamente são discos rígidos
de memória flash, utilizando uma pequena percentagem de DRAM como cache.
Mas para ser mais específico, consideremos os tipos de memória por tópicos,
recapitulando alguns pontos já mencionados:

RAM – Random Access Memory, esta memória é essencial para o computador,
armazenado dados ou instruções de programas. Visto ser uma memória volátil,
o seu conteúdo é perdido assim que o computador é desligado. Existem dois
tipos básicos de memória RAM, a DRAM e a SRAM;
o
DRAM – Dynamic Random Access Memory, esta memória baseia-se na
tecnologia de condensadores e necessita actualizações periódicas do
conteúdo de cada célula do chip, consumindo assim menos energia.
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Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Embora tenha um acesso lento aos dados,
tem uma grande
capacidade de armazenamento;
o
SRAM – Static Random Access Memory, esta memória é baseada na
tecnologia de transístores, não necessitando de actualizações de
dados. Embora consuma mais energia, a sua velocidade é superior à
DRAM, sendo frequentemente utilizada em computadores rápidos. Em
contrapartida possui uma menor capacidade de armazenamento.

RAM Gráfica (ou de Video) – É uma área especializada da RAM onde a CPU
compõe detalhadamente a imagem a mostrar no ecrã, sendo especialmente
organizada para manipular tanto a qualidade como a cor da apresentação;

ROM – Read-Only Memory, é um tipo de memória que contém instruções
inalteráveis, contendo instruções e rotinas que iniciam o computador quando
este é ligado. Sendo não volátil, os seus dados não são perdidos na ausência
de energia. Alguns tipos desta memória são os EPROMs e os EEPROMs;
o
EPROM – Erasable Programmable Read-Only Memory, é um tipo de
ROM especial que pode ser programado pelo utilizador cujo conteúdo é
apneas apagado pela exposição a raios ultravioletas;
o
EEPROM – Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory, é
um tipo especial de ROM, muito semelhante à EPROM, sendo diferente
apenas no modo em como o seu conteúdo é apagado – por se aplicar
uma voltagem específica num dos pins de entreda.

Cache – É uma memória de alta velocidade que faz a interface entre o CPU e a
RAM. Para poder utilizar uma DRAM lenta com o CPU rápido, é necessário um
hardware extra que fique entre o CPU e a RAM estabelecendo a comunicação
entre os dois – a memória cache. O sistema de cache inicia tentando ler tantos
dados da RAM quanto possível e armazená-los na sua memória estática de
alta velocidade, a cache. Quando requisições do CPU chegam, a cache
confere se os endereços são os mesmo que já foram lidos da memória e,
nesse caso, os dados são directamente enviados da cache para o
processador, caso contrário permite ao CPU aceder à RAM directamente, o
que é muito mais lento.
Evolução
Passemos então à história propriamente dita da memória. Em 1834, as memórias
ROM eram em forma de “cartões com buraquinhos”, usadas pelo precursor do
computador Analytical Engine, que começou a ser desenvolvido nesse ano por
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Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Charles Babbage. Quase 100 anos depois, em 1932, Gustav Tauschek inventa a
memória drum (uma forma primária de memória que usava um cilindro metálico
revestido com fita de material ferromagnético regravável, o drum) na Austria. Em 1936,
Konrad Zuse candidata-se a uma patente para uma memória mecânica a ser utilizada
no seu computador, baseada no deslizamento de partes metálicas.
Nos meados de 1940 a tecnologia das memórias dos computadores tinha
capacidade máxima para apenas alguns bytes. Um exemplo disso é o ENIAC, o
primeiro computador programável, que, utilizando milhares de válvulas rádio de base
octal, conseguia apenas efectuar cálculos simples envolvendo 20 números de dez
dígitos decimais, que eram armazenados nos acumuladores das válvulas.
O grande avanço tecnológico seguinte da memória computorizada foi com a
memória de linha retardada (delay line memory) acústica desenvolvida por J.Presper
Eckert durante 1940. Pela construção de um tubo de vidro cheio com mercúrio e ligado
em cada ponta com um cristal de quartzo, linhas de retardo (delay lines) podiam
armazenar bits da informação no cristal e transferi-los através de ondas sonoras
propagadas através do mercúrio. No entanto, esta memória era limitada a uma
capacidade de até umas centenas de milhar de bits para permanecer eficiente.
Em 1946 foram desenvolvidas duas alternativas para as memórias de delay line, o
tubo Williams e o tubo Selectron, ambos utilizando feixes de electrões no tubo de vidro
como meio de armazenamento. Fred Williams inventou o tubo Williams por utilizar um
tubo de raios catódicos, o que resultou na primeira random access computer memory,
mais conhecida como RAM. O tubo Williams acabou por superar o tubo Selectron
devido ao seu custo inferior e, especialmente, à sua maior capacidade, pois enquanto
o Selectron estava limitado a 256 bits, o Williams podia armazenar milhares. Contudo
o tubo Williams acabou por demonstrar ser bastante sensível ao distúrbio no ambiente,
o que era muito frustrante.
Nos finais da década de 1940, esforços começaram a ser feitos para “encontrar”
uma memória não volátil. Jay Forrester, Jan A. Rajchman e Na Wang seriam então
creditados pelo desenvolvimento da mamória de núcleo magnético, que permitia
aceder à memória mesmo com perda de energia. O núcleo magnético viria a tornar-se
a forma dominante de memória até ao desenvolvimento da memória baseada em
transístores nos finais de 1960.
Em 1966, a HP lança o HP2116A, um computador a tempo real com 8 KB de
memória e a recentemente formada Intel começa com as vendas de um chip
semicondutor com 2000 bits de memória. Dois anos depois, em 1968, a USPTO
concede a patente a Robert Dennard da IBM pela célula DRAM de um transístor, que
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Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
se viria a tornar o chip de memória padrão para computadores pessoais, substituindo a
memória de núcleo magnético. Após isto, em 1969, a Intel, que se inicia a desenvolver
chips, produz um chio RAM de 1KB, o maior até aquele momento. No entanto, pouco
tempo depois, a Intel torna-se conhecida por desenvolver microprocessadores para
computadores. Em 1970, lança o chip 1103, o primeiro chip de memória DRAM
disponível para “todos”. Um ano depois lança o chip 1101, uma memória programável
de 256 bits, e o chip 1701, um EROM de 256 bytes.
Em 1975, o Altair, computador pessoal de consumidor, é lançado, usando um
processador 8080 de 8 bits da Intel que incluía 1KB de memória. Mais tarde, no
mesmo ano, Bob Marsh cria a primeira placa de 4KB de memória da Processor
Technology para o Altair.
Nove anos depois, em 1984,a Apple Computers lança o computador pessoal
Macintosh, o primeiro computador que veio com 128KB de memória, sendo o chip de
memória de 1MB desenvolvido no mesmo ano.
16
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Interface Gráfica
A
Interface
Gráfica,
ou
GUI
(Graphical User Interface), é um tipo de
interface de utilizador que permite a
uma pessoa interagir com programas
em várias formas para além do habitual
escrever. Uma GUI oferece ícones
gráficos e indicadores visuais para
representar a informação e acções
disponíveis ao utilizador, ao contrário
Interface Gráfica
das interfaces à base de texto. Essas
acções são geralmente efectuadas através da manipulação directa de elementos
gráficos.
História
Consideremos um pouco da sua história. Um precursor das interfaces gráficas foi
inventado pelos pesquisadores no Standford Research Institute, sob a direcção de
Douglas Engelbart (o criador do rato). Estes pesquisadores desenvolveram a utilização
de hiperligações à base de texto manipuladas através do rato para o On-Line System.
O conceito das hiperligações foi posteriormente “refinado” e estendido a gráficos pelos
pesquisadores na Xerox PARC, que foram para além das hiperligações à base de
texto e utilizaram uma interface gráfica como interface primária para o computador
Xerox Alto. Em resultado disso, muitas pessoas passaram a chamar a esta classe de
interface PARC User Interface, ou PUI.
A PARC User Interface consistia em elementos gráficos como janelas, menus,
botões de opções, caixas de “tiques” e ícones. Esta interface empregava um
dispositivo de navegação para além do teclado – o rato. Estes aspectos podem ser
resumidos a um acrónimo alternativo a PUI – WIMP, que significa Windows, Icons,
Menus e Pointing device.
Depois do PUI, o primeiro modelo operático de um computador com interface
gráfico centrado foi o Xerox 8010 Star Information System em 1981, seguido do
famoso Apple Lisa em 1983, que apresentava o conceito da barra de menu bem como
os controlos de janela, do Apple Macintosh 128K em 1984 e o Atari ST e o
Commodore Amiga em 1985.
17
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Actualmente as interfaces gráficas mais
conhecidas são o Microsoft Windows, o
Mac OS X, e as interfaces X Window
System. Tanto a Apple, a IBM como a
Microsoft utilizaram várias das ideias da
Xero
para
productos,
desenvolverem
e
as
os
especificações
seus
do
Common User Access da IBM foram
formadas à base da interface encontrada
no toolkit e controlador de janela do
Exemplo de um GUI
Microsoft Windows, IBM OS/2 Presentation
Manager e Unix Motif. Todas estas ideias resultaram na criação da interface
encontrada nas versões actuais do Microsoft Windows, bem como no Mac OS X e
vários ambientes de trabalho dos sistemas operativos do tipo Unix, como o Linux.
Concentremo-nos agora no design de interacção. Uma importante parte na
programação de aplicações software é o design da composição visual e do
comportamento temporal da interface gráfica. O seu objectivo principal é melhorar a
eficácia e minimizar a utilização de um design underlyed lógico num programa
guardado, uma técnica de design conhecida como usabilidade. Técnicas de design
centradas no utilizador são utilizadas para garantir que a linguagem visual introduzida
no design é bem elaborada para as tarefas que tem de efectuar.
De
modo
interage
com
manipular
permitem
geral,
a
o
utilizador
informação
widgets
visuais
interacções
por
que
apropriadas
para o tipo de dados que contêm. Os
widgets
de
uma
interface
bem
estruturada são seleccionados para
auxiliarem as acções necessárias
para
alcançar
utilizador.
Já
os
objectivos
do
um
“modelo
de
GUI com vários temas
controlador de vista” permite a flexibilidade da estrutura no qual a interface é
independente e indirectamente ligada à funcionalidade da aplicação, o que significa
que a GUI pode ser facilmente personalizada.
Por fim, um GUI pode também ser desenhado para os requerimentos rigorosos de
um mercado vertical. Isto é conhecido como uma “aplicação de interface gráfico de
18
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
utilizador específica”, sendo o Point of Sale touchscreen GUI de 1986 da Gene
Mosher’s, uma das primeiras aplicações GUI especificas. Outros exemplos de
aplicações de GUI específica são: as caixas de hipermercados automáticas, o
multibanco (ATM), quiosques de informação (computorizados) em espaços públicos,
entre outros.
Placa Gráfica
A placa gráfica é uma placa de expansão cuja função é gerar e transmitir imagens
para display, como por exemplo para um monitor. Muitas placas gráficas oferecem
funções adicionais como interpretação avançada de cenas 3D e gráficos 2D, captura
de vídeo, adaptador sintonizador de TV, descodificador de MPEG-2 e MPEG-4,
FireWire, light pen, saída para TV, ou a capacidade de ligar vários monitores,
enquanto que outras placas modernas de alto performance são utilizadas para
propósitos mais exigentes como jogos de computador.
História da Placa Gráfica
Quanto à sua história… A primeira
placa gráfica do IBM PC era a MDA
(Monochrome
Display
Adapter),
desenvolvida pela IBM em 1981, e
podia apenas funcionar no modo
texto, apresentando 80 colunas e 25
linhas
no
ecrã,
tendo
4KB
de
memória de vídeo e apenas uma cor.
Após esta foram lançadas muitas
outras, como a CGA e a HGC entre
Placa Gráfica da NVIDIA
muitas outras até à VGA.
A VGA (Video Graphics Array) foi vastamente aceite, o que levou a empresas
como a ATI, Cirrus Logic e S3 trabalharem com essa placa gráfica, melhorando a sua
resolução e o número de cores que utilizava, o que culminou na SVGA (Super VGA)
standard, que alcançou os 2 MB de memória de vídeo e uma resolução de 1024x768
num modo de 256 cores.
Em 1995, as primeiras placas gráficas 2D/3D para consumidores foram lançadas,
desenvolvidas pela Matrox, Creative, S3, ATI e outras. Estas placas surgiram no
seguimento da SVGA standard e incorporavam funções 3D. Em 1997, a 3DFX lançou
o chip de gráficos Voodoo, que era mais potente face às outras placas gráficas,
19
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
introduzindo gráficos 3D como mip mapping, Z-buffering e anti-aliasing no mercado de
consmidores. Depois desta placa, uma série de placas gráficas 3D foram lançadas,
como a Voodoo2 da 3DFX, TNT e TNT2 da NVIDIA. Como a largura de banda estava
se aproximando dos limites da capacidade do barramento PCI, a Intel desenvolveu a
AGP (Accelerated Graphics Port) que resolveu o “engarrafamento” entre o
microprocessador e a placa de gráfica. De 1992 até 2002, a NVIDIA controlou o
mercado das placas gráficas com a “familia” GeForce, sendo todos os melhoramentos
feitos durante este tempo todos concentrados nos algoritmos 3D e na taxa de
velocidade do processador de gráficos. A memória de vídeo também foi melhorada
para aumentar a sua taxa de dados, tendo sido a tecnologia DDR incorporada nas
placas, melhorando a capacidade da memória de vídeo de 32MB com a GeForce para
128MB com a GeForce4.
De 2002 em frente, o mercado das placas gráficas passou a ser basicamente
dominado pela competição entre a ATI e a NVIDIA, com as suas linhas Radeon e
GeForce respectivamente, tomando conta de aproximandamente 90% do mercado de
placas gráficas independente entre elas, enquanto que outros produtores foram
forçados a se concentrarem em mercados mais pequenos e de menos importância.
20
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Bus (Barramento)
Barramento (ou bus), na arquitectura de computadores, é um subsistema que
transfere dados entre vários componentes do computador, ou seja, um conjunto de
ligações físicas (cabos, circuitos integrados, etc.) que podem ser partilhadas por vários
componentes de hardware para assim comunicarem entre si.
O objectivo principal dos barramentos é reduzir o número de “caminhos”
necessários para a comunicação entre os componentes, isto por estabelecer todas as
comunicações por um único canal de dados, como que uma “auto-estrada de dados”.
Um barramento é caracterizado pela quantidade de informação que consegue
transmitir de uma só vez. Essa quantidade, expressa em bits, corresponde ao número
de linhas físicas nas quais os dados são enviados simultaneamente. O termo banda
(ou width) é utilizado para indicar o número de bits que um barramento pode transmitir
de cada vez.
Quanto à velocidade do barramento,
é
definida
pela
sua
frequência
e
expressa em Hertz, isto é, o número de
pacotes de dados enviados ou recebidos
por segundo.
Tendo estas duas especificações do
barramento é possível calcular a sua
velocidade de transferência máxima, ou
seja,
Esquematização de dos barramentos
a
quantidade
de
dados
que
consegue transportar por unidade de
tempo, isto por multiplicar a banda pela frequência.
Relativamente ao tipo de dados que neles circulam, existem três tipos de
barramentos:
Barramentos de dados. São os barramentos por onde circulam os dados que a
CPU vai buscar à RAM ou aos periféricos;
Barramentos de endereços. O acesso aos dados que a CPU necessita é feito
pelo envio dos endereços das posições de memória ou de periféricos onde eles
se encontram;
Barramento de controlo. Por onde os sinais eléctricos que controlam os
dispositivos eléctricos que o sistema utiliza para ler ou escrever os dados
viajam;
Os barramentos mais conhecidos são:
21
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Barramento Local – estabelece a ligação entre a CPU e a RAM;
Barramento ISA – utilizado pelos slots de 8 e 16 pins e alguns intefaces da
motherboard;
Barramento PCI – utilizado pelos slots PCI, interfaces IDE e USB;
Barramento AGP – utilizado para placas gráficas 3D de alto desempenho.
A seguinte tabela mostra a largura de banda, a velocidade e a taxa de transferência
dos principais barramentos utilizados:
Standard
Bus width (bits) Bus speed (MHz) Bandwidth (MB/sec)
ISA 8-bit
8
8.3
7.9
ISA 16-bit
16
8.3
15.9
EISA
32
8.3
31.8
VLB
32
33
127.2
PCI 32-bit
32
33
127.2
PCI 64-bit 2.1
64
66
508.6
AGP
32
66
254.3
AGP (x2 Mode)
32
66x2
528
AGP (x4 Mode)
32
66x4
1056
AGP (x8 Mode)
32
66x8
2112
ATA33
16
33
33
ATA100
16
50
100
ATA133
16
66
133
Serial ATA (S-ATA)
1
180
Serial ATA II (S-ATA2)
2
380
USB
1
1.5
USB 2.0
1
60
FireWire
1
100
FireWire 2
1
200
SCSI-1
8
4.77
5
SCSI-2 - Fast
8
10
10
SCSI-2 - Wide
16
10
20
SCSI-2 - Fast Wide 32 bits
32
10
40
SCSI-3 - Ultra
8
20
20
SCSI-3 - Ultra Wide
16
20
40
22
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
SCSI-3 - Ultra 2
8
40
40
SCSI-3 - Ultra 2 Wide
16
40
80
SCSI-3 - Ultra 160 (Ultra 3)
16
80
160
SCSI-3 - Ultra 320 (Ultra 4)
16
80 DDR
320
SCSI-3 - Ultra 640 (Ultra 5)
16
80 QDR
640
História do Bus
Consideremos um pouco da história destes barramentos…
O barramento ISA (Industry Standard Architecture) foi desenvolvido pela IBM no
inicio da década de 1980. O ISA surgiu no computador IBM PC, em 1981, na versão
de 8 bits, tendo, em 1984, “evoluído” para 16 bits integrado no IBM PC-AT. Embora
seja já bastante antiga, alguns componentes ou dispositivos actuais ainda utilizam este
barramento, como por exemplo alguns modems. Como este barramento estava
limitado a 16 bits, permitindo apenas uma taxa de transferência de 8 MB/s, a IBM
decidiu, por volta de 1985, substituir o barramento ISA por algo “maior e melhor” – o
barramento MCA (Micro Channel Architecture). Este barramento é uma versão de 32
bits do ISA, oferecendo também um significativo melhoramento em relação ao mesmo.
O primeiro barramento a ganhar “popularidade” foi o VESA Local Bus (Video
Electronics Standards Association), apresentado e 1992. Este barramento tinha como
objectivo resolver os problemas de vídeo nos computadores pessoais. No entanto a
sua popularidade “acabou” com o aparecimento do Pentium e do barramento PCI.
O PCI (Peripheral Component Interconnect) começou a ser desenvolvido em 1992
pela Intel, tendo nesse ano surgido o PCI 1.0 e no ano seguinte o PCI 2.0. O PCI
rapidamente substituiu o MCA em servidores topo de gama tornando-se o barramento
de “eleição” para servidores. Só a partir de 1994 é que começou a ter impacto nos
computadores pessoais substituindo o VESA.
Como o tráfego no PCI estava a chegar a um limite e a tornar-se pesado em
computadores com vídeo, disco rígido e outros periféricos que “competiam” todos pela
mesma largura de banda, um novo protocolo foi posto em prática, projectado
especificamente para o subsistema de vídeo e combater a saturação do PCI – o AGP
(Accelerated Graphics Port). Este barramento foi desenvolvido para responder às
exigências do mercado que exigia um maior e melhor desempenho das placas
gráficas.
23
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Evolução da Motherboard
Antes da invenção dos microprocessadores, os computadores eram geralmente
construídos em mainframes com os componentes, que eram ligados por um sistema
blackplane que tinha incontáveis slots para ligar os vários cabos. Nos designs antigos
eram necessários cabos para ligar os pins do conector do cartão (ou placa), no
entanto isso tornou-se algo do passado com a invenção das placas de circuito
impresso. Quanto à CPU, memória e periféricos, eram acondicionados em placas de
circuito impresso individuais que eram ligadas ao blackplane.
Durante os finais de 1980 e 1990, tornou-se mais económico passar um crescente
número de funções periféricas para as placas de circuito impresso. Portanto, circuitos
integrados individuais, capazes de suportar periféricos de baixa velocidade como
portas de série, rato, teclado e outras, foram integrados nas motherboards. Nos finais
de 1990 começaram a possuir uma vasta gama funções de áudio, vídeo,
armazenamento e rede incorporadas. Mais tarde foram incluídos sistemas para placas
gráficas 3D.
Embora
empresas
como
a
Micronics, Mylex, AMI, DTK, Orchid
Technology,
Elitegroup
e
outras
tenham sido das poucas empresas
pioneiras
fabricação
no
desenvolvimento
de
e
motherboards,
empresas como a Apple e a IBM
acabaram por prevalecer e “tomar
conta do mercado” pois ofereciam
Motherboard AT
motherboards sofisticadas de topo de
gama com novas e melhoradas funções e maior performance, isto face às outras
motherboards que se encontravam no mercado. Os populares computadores pessoais
como o Apple II e IBM PC vinham com uma espécie de “manual de instruções” e
outras documentações que permitiam “engenharia reversa” (processo de análise de
um “artefacto” e dos detalhes de seu funcionamento, geralmente com a intenção de
construir um novo com mesma funcionalidade, sem realmente copiar algo do original –
p.e. desmontar uma máquina para descobrir como funciona) e reposição de
motherboards por terceiros. Muitas motherboards ofereciam performance adicional ou
outras funções, e usadas para melhorar o equipamento original do fabricante,
geralmente com a intenção de se construir novos computadores compatíveis com os
exemplares. Actualmente a maior empresa produtora de motherboards é a Asus Tek.
24
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
A primeira motherboard (à qual se pode chamar mesmo de “motherboard”) surgiu
numa computador da IBM em 1982, o IBM PC, sendo o design desta similar ao das
actuais, tendo um número especifico de portas e slots para diferentes tipos de
hardware. O mesmo design foi também utilizado pela Apple no Apple II, que inovou a
instalação de novos periféricos no computador, tornando esse processo muito mais
fácil, tendo portanto aberto as portas para o mercado de periféricos, o que nos veio
trazer toda a variedade de acessórios e afins que podemos encontrar hoje em dia.
Desde a invenção nos finais de 1970, as motherboards revolucionaram a forma
como os computadores são desenhados e reduziram o tamanho em que são
apresentados, tanto é que apenas a motherboard em si tem milhões de transístores.
Pesquisas e desenvolvimentos ainda estão em progresso, e sem dúvida haverá uma
altura em que teremos laptops ao mesmo nível que os actuais super computadores…
tudo isso devido à motherboards.
Tipos de Motherboard
À medida que a motherboard foi evoluindo, foi mudando fisicamente, dando origem
a vários modelos como AT, ATX e ITX. Consideremos esses e mais alguns…
As motherboards AT (Advanced Technology) são bastante antigas, tendo sido
largamente utilizadas entre 1983 e 1996. Estas motherboards já não são utilizadas,
isto porque o seu espaço interno era reduzido, o que, com todos os periféricos e cabos
devidamente instalados, dificultava a circulação do ar, o que poderia trazer danos
permanentes ao computador devido ao sobre aquecimento. Esse e outros problemas,
como a limitação das fontes de alimentação AT, levaram à criação do tipo de
motherboards ATX.
As
ATX
Technology
(Advanced
Extended)
são,
como o próprio nome indica, um
modelo aperfeiçoado do modelo
AT desenvolvido principalmente
pela Intel, entre outros. Como
era
de
esperar,
o principal
objectivo do modelo ATX foi
solucionar os problemas do AT,
apresentando
bastantes
melhorias em relação a este
último. O modelo ATX apresenta
Motherboard ATX
25
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
maior espaço interno e portas (ou conectores) com melhores ligações à motherboard,
entre outros aspectos. Hoje em dia, a maioria dos computadores é baseado neste
modelo de motherboard.
Quanto às BTX (Balanced Technology Extended), é um modelo de motherboards
desenvolvido pela Intel e lançado em 2003 para substituir o ATX. Este modelo foi
desenvolvido por duas razões básicas: primeiro, para melhorar a dissipação térmica
do computador na ventilação interna; segundo, para tentar estandardizar os modelos
de pequeno formato das motherboards, usad sobretudo em PCs de pequenas
dimensões como o XPC da Shuttle. No entanto, de momento o desenvolvimento desse
modelo está parado.
As
LPX
(Low-Profile
Extended)
são
tipos
de
motherboards
utilizados
essencialmente em computadores como os Compaq. A diferença principal deste
modelo para a AT é o facto de não ter slots, estes encontram-se numa placa separada
também chamada de blackplane, que por sua vez é ligada à motherboard por um
conector especial. Este tipo de motherboard foi criado para permitir a criação de PCs
mais estreitos, tanto é que as placas de expansão estão paralelas à motherboard ao
invés de perpendiculares como é habitual. Com o surgimento do modelo ATX foi
também lançada uma versão melhorada do LPX, o NLX (New Low-profile Extended).
Por fim, o modelo ITX é destinado especialmente a computadores altamente
integrados e compactados, não para oferecer um computador muito rápido, mas sim
barato e acessível, sobretudo para pessoas que utilizam o computador especialmente
para navegar na Internet e escrever. A grande “inovação” deste modelo é ter tudo “onboard”, isto é, os sistemas de vídeo, áudio, rede e outros estão integrados na
motherboard. Além do mais, como possui menos periféricos, necessita de menos
energia, o que significa uma fonte de alimentação fisicamente menor, o que é bastante
útil se se pretende montar um computador mais compacto.
26
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Conclusão
Tentei orientar a minha pesquisa para a linguagem cuja nacionalidade teve um
maior impacto na computação – o inglês. No entanto, por mais estranho que pareça
tive de recorrer a algumas fontes em português, tendo tentado me afastar ao máximo
das fontes em português brasileiro. Embora a pesquisa não tenha sido muito
aprofundada, julgo que consegui reunir a informação pretendida, embora algumas
fontes tenham causado algumas complicações, fosse por má estruturação, fosse por
detalhes a mais.
O objectivo principal foi sem dúvida alcançado – finalizar o trabalho antes das 23:59
do dia 31 de Janeiro de 2010, mesmo que fosse a 5 minutos do prazo de entrega.
Além disso, e como já mencionei, julgo que a informação foi reunida e trabalhada de
um modo mais que satisfatório, tendo assim possibilidades de alcançar uma nota
classificativa de, no mínimo, 18 valores.
Durante este trabalho não existiram colaborações de terceiros, e nem sequer existiu
uma tentativa para obter tal colaboração, fosse de colegas, fosse de empresas ou
instituições.
Por fim, devo acrescentar que adquiri muito conhecimento na área da informática
com este trabalho, mais concretamente nos aspectos menos conhecidos da
computação, como o barramento, a interface gráfica e os primórdios da computação
em si. Pude também obter conhecimento adicional no que diz respeito ao tema das
motherboards e das memórias.
27
Trabalho de Investigação
Evolução do Computador
Webografia

http://www.computersciencelab.com/ComputerHistory/History.htm

http://www.mansano.com/beaba/hist_comp.aspx

http://www.ideafinder.com/features/smallstep/computing.htm

http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_computing

http://en.kioskea.net/contents/pc/bus.php3

http://www.prof2000.pt/users/afaria2004/bus.htm

http://209.85.229.132/search?q=cache:cwaItCgQuB8J:www.dei.isep.ipp.pt/~hc
outo/Disciplinas/ASI1/CD/CDBARRAMENTOS.doc+hist%C3%B3ria+do+barramento&cd=1&hl=ptPT&ct=clnk&gl=pt

http://www.buzzle.com/articles/history-of-computer-motherboards.html

http://www.pctechguide.com/11Motherboards_Evolution.htm

http://paginas.ispgaya.pt/~caf/trab3.pdf

http://www.gametotal.com.br/2009/02/historia-da-placa-mae-e-seus-recursos/
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http://en.wikipedia.org/wiki/Computer_memory
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http://www.ime.usp.br/~weslley/memoria.htm#tipo

http://en.wikipedia.org/wiki/Video_card#Digital_Visual_Interface_.28DVI.29

http://en.wikipedia.org/wiki/Graphical_user_interface#History
28