Zaven Paré Júlio Rodrigues
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Zaven Paré Júlio Rodrigues
Zaven Paré Júlio Rodrigues formado na École Nationale Supérieure des Beaux Arts de Paris e Mestrado de Artes Plásticas na Universidade de Paris VIII *1970 1996 formado em medicina, pós-graduado em pneumologia curso de Vídeo-arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) exposições individuais (seleção): 2002 1983 Structure Bionique (instalação), Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris 1987/92 Exposições de pinturas no Canadá, na França, no Brasil, na Noruega e na Bélgica 1992 Arte e Filosofia na EAV Parque Lage pós-graduando em arte e filosofia, PUC-RJ exposições (seleção): 1996 Caseum Mecânicas do Imaginário, Parque Lage, Rio de Janeiro 1997 Caseum Freqüência Circular, Parque Lage, Rio Janeiro 1999 Macro e Micro, Campo Randômico, Museu do Telefone, Rio de Janeiro 2000 Pré-Texto, III Mostra MIS-SP de Vídeos, PUC-Rio Solar Grandjean de Montigny, Centro Cultural PUC-Rio de Janeiro 1898 (Instalação), Festival Kagel, Musée d'Art Contemporain de Montréal 1993/97 Três exposições de gravuras na Galeria La Hune, Paris 1997 Pequeno Monumental (esculturas), Centro Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro 1999 Bestiário e Arboreto Brasileiros (gravuras), Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. 2001 2000 The Theatre of the Ears (instalação), Calarts, Los Angeles (remontagens em LaMama, Nova York, e na França em 2001) Rio Trajetórias - Ações Transculturais, Funarte, Palácio Gustavo Capanema , Rio de Janeiro 2003 Play, Galeria Catete do Museu da República, Rio de Janeiro Étant Donné, The French American Fund of Performing Arts, Calarts, Los Angeles 2004 Anatomopatológicos - Neoplasias, Push, Rio de Janeiro Der Jasager (instalação), 7 Programa de Bolsas da RioArte, na categoria Arte e Tecnologia 2004 Passado, Parque Lage, Rio de Janeiro 2004 Adão e Eva, CenaRio, Rio de Janeiro Oeuvre gravé (1992/2004) (gravuras), Galerie La Hune, Paris. 2005 Hakai, Parque Lage, Rio de Janeiro 2001 2002 2004 Making of (instalações), Centre d’Art et d´Essai de Mont Saint Aignan, France Rua Visconde de Pirajá 444/213 Ipanema CEP 22410-002 Rio de Janeiro RJ Brasil tel/fax (55 21) 2522-3129 [email protected] www.theodorlindner.com projeto gráfico: Lennart Goebel impressão: Gráfica Irmãos Passos Ltda. Zaven Paré Júlio Rodrigues Lindberg - Flug, 2004 - 2005 metal, plástico, espelho, projetor (slide), leitor CD 17 x 115 x 40 cm La glande pinéale 2005 metal, vidro, projetor (slide) 115 x 95 x 25 cm Wagner (assustado) Salve ao propício astro da hora! (baixinho) Mas sopro e voz sustai na boca agora Uma obra esplêndida vem vinda à luz. Mefistófeles (mais baixo) Qual é? Wagner (mais baixo) Um ser humano se produz. Mefistófeles Um ser humano! E que casal de amantes Fostes trancar no tubo da fornalha? (...) L´iconodule absolu, 2005 metal, plástico, projetor (slide) 38 x 38 x 52 cm Wagner Vede! Reluz! séria esperança augura, Se de substâncias mil, pela mistura A humana essência a mistura é o jeito, Composta for e se unifique, E destilada no alambique Se coalhe es se solidifique, Eis realizado o grande feito. (...) Homúnculo (na redoma, a Wagner) Não foi gracejo, então! Como é, Paizinho? Aperta-me ao teu peito com carinho! Das coisas todas é o próprio inerente: É a naturaza ainda o infinito escasso, O artificial requer restrito espaço. Goethe, Faust II Cada movimento, segundo disse, tinha um centro de gravidade; era suficiente comandar este centro, no interior da figura; os membros, que não eram mais do que pêndulos, acompanhavam por si mesmos qualquer intervenção de maneira mecânica. Heinrich von Kleist Projeto 06, 2005 tecido animal, vidro, formol, acrílico. 35 X 30 X 25 cm registro fotográfico: Andrea Capella A profundidade mais crítica se desenha: Frankenstein liga arte e ciência, a imagem cristalina e o cadáver repugnante, a violência e o sofrimento. Ele incorpora, no projeto monstruoso, uma ambigüidade humana, muito humana. Ele mostra as virtudes da imperfeição. Jorge Coli O controle da sociedade sobre os indivíduos não se opera simplesmente pela consciência ou ideologia, mas começa no corpo. Foi no biológico, no somático, no corporal que, antes de tudo, investiu a sociedade capita- Projeto 05, 2005 tecido animal, vidro, formol, acrílico. 25 X 35 X 20 cm registro fotográfico: Andrea Capella lista. O corpo é uma realidade biopolítica. A medicina é uma estratégia biopolítica. Michel Foucault maioria dos pobres brasileiros é de origem negra como eles. Maria Rita Kehl Se os corpos não existem fora da linguagem, as práticas da linguagem determinam a aparência, a expressividade e até mesmo a saúde dos corpos. Observem o que se passou, de uns vinte anos para cá, com os corpos dos jovens pobres no Brasil. São corpos muito diferentes do que foram os corpos de seus pais e dês seus avós, tão pobres como eles, tão desamparados como eles, provavelmente tão negros pois a grande O corpo é visto por alguns entusiastas das novas tecnologias como um vestígio indigno fadado a desaparecer em breve. Ele se transforma em membro excedente, em obstáculo à emergência de uma humanidade (que alguns já chamam pós-humanidade) finalmente liberta de todas as suas peias, das quais a mais duradoura é o fardo do corpo. David Le Breton