Características Climáticas da Primavera

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Características Climáticas da Primavera
Previsão Climática para a Primavera/2013
Data da Previsão: 16/09/2013
Duração da Primavera: 22/09/2013(17h44min) a 21/12/2013 (14h11min*)
*Não acompanha o horário de verão
Características Climáticas da Primavera
Chuva: durante os meses da primavera é observado um aumento natural no volume das
chuvas em todo estado do Paraná conforme o histórico disponível. As chuvas são decorrentes do
deslocamento de sistemas frontais (frentes frias ou quentes) e também de eventos de curta duração
que se desenvolvem no Estado devido à associação das altas temperaturas com a maior quantidade
de umidade no ar. Também são comuns ao longo da estação a atuação dos Sistemas Convectivos de
Mesoescala (SCMs) que se formam na região do Paraguai e ingressam no estado do Paraná ou se
desenvolvem no próprio Estado. Ocorrências de eventos severos como rajadas de ventos
moderadas a fortes, granizos e grande quantidade de raios fazem parte da climatologia da estação
da primavera no Paraná. A previsibilidade de eventos severos é da ordem de horas.
Temperatura: as temperaturas também apresentam aumento em seus valores médios à
medida que a primavera se consolida. As regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral apresentam os
maiores valores de Tmax e Tmin da primavera. A estação tem como característica dias
progressivamente mais longos e quentes à medida que se aproxima do verão.
Os mapas abaixo mostram a distribuição espacial mensal da Chuva Média, Temperatura
Mínima Média e Temperatura Máxima Média no estado do Paraná durante os meses de outubronovembro-dezembro.
Chuva Média Mensal
Chuva Média Mensal
Chuva Média Mensal
Temperatura Mínima Média
Temperatura Mínima Média
Temperatura Mínima Média
Temperatura Máxima Média
Temperatura Máxima Média
Temperatura Máxima Média
Fonte: Dados da Rede Agroclimatológica do IAPAR
A tabela abaixo mostra os valores das médias históricas de chuva, temperatura mínima e
temperatura máxima para cada região do Paraná nos meses de outubro-novembro-dezembro.
Outubro
Região
Chuva
TMIN
(mm/mês)
Litoral
140-180
RMC
Novembro
Dezembro
Chuva
TMIN
(mm/mês)
TMAX
Chuva
TMIN
(mm/mês)
TMAX
16,8°C 25,2°C
120-200
18,3°C
27,4°C
190-280
19,8°C
29,1°C
100-140
12,3°C 22,0°C
70-130
13,8°C
23,8°C
110-190
15,4°C
25,2°C
Centro
140-200
12,9°C 24,0°C
100-150
14,3°C
25,6°C
130-200
15,8°C
26,4°C
Sul
160-210
12,9°C 24,0°C
90-140
14,3°C
25,9°C
120-170
15,6°C
26,8°C
Sudoeste
180-240
14,5°C 25,6°C
120-200
16,0°C
27,4°C
140-200
17,5°C
28,5°C
Oeste
170-230
15,8°C 26,3°C
110-190
16,4°C
26,9°C
120-180
18,6°C
28,3°C
Norte
100-180
16,0°C 26,3°C
110-160
17,5°C
27,8°C
150-230
18,5°C
27,9°C
TMAX
Fonte: Dados da Rede Agroclimatológica do IAPAR
Análise do último trimestre no Paraná (Junho-Julho- Agosto)
O clima nos últimos três meses no estado do Paraná foi marcado por grandes variações nos
regimes de chuva e temperatura do ar. O mês de junho de 2013, Figura 1, mostra que as chuvas
registradas ficaram muito acima da média histórica, ou seja, extremamente chuvoso em todas as
regiões do Estado, contudo a maior parte do volume de chuva foi registrado na segunda quinzena do
mês. Os maiores volumes ficaram concentrados sobre as regiões Sudoeste, Sul e Centro e áreas do
Noroeste e Oeste do Estado. A estação meteorológica de Salto Caxias, localizada no município de
Capitão Leônidas Marques registrou 779,2 mm, sendo que a média histórica da região é 129,0 mm.
Em outras palavras, choveu seis vezes a média climatológica. Guarapuava registrou 460,8 mm de
chuva, mais que o triplo da média histórica, de 135,7 mm. Em Quedas do Iguaçu, o volume
acumulado de chuva foi de 633,4 mm, quatro vezes acima da climatologia do município.
Figura 1 - Anomalia de chuva (mm) para o mês de junho de 2013
Devido ao volume muito elevado de chuva, alguns dos principais rios do Estado, Tibagi, Ivaí
e Iguaçu transbordaram e provocaram inundações históricas em 59 municípios das regiões
Noroeste, Centro e Sul. Condição esta que levou o governo do estado do Paraná a decretar situação
de emergência nestes municípios (http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?
storyid=75327#).
Em relação ao comportamento da temperatura do ar, a Figura 2 mostra a anomalia de
temperatura mínima do ar para todo o Estado. Nota-se em boa parte da faixa norte e da Região
Metropolitana de Curitiba, além de pequenas áreas do sul e do sudoeste, houve anomalia positiva,
ou seja, as manhãs foram mais quentes nestes setores. A região do Norte Pioneiro apresentou o
maior aquecimento no mês, mais de 2,0 °C. Demais setores paranaenses, as temperaturas mínimas
acompanharam a climatologia.
Figura 2 - Anomalia de temperatura mínima do ar (°C) para o mês de junho de 2013
O mês de julho de 2013, diferentemente do mês de junho apresentou anomalias negativas de
chuva nas regiões Oeste, Sudoeste, Centro e Sul do Estado. Nas regiões Leste e Litoral, além dos
Campos Gerais, as chuvas ficaram ligeiramente acima da média, Figura 3. Já em toda a faixa norte
do Estado, a chuva acompanhou a climatologia da região. A maior parte da chuva registrada no mês
foi associada ao deslocamento de um sistema frontal sobre o Estado no período de 19 a 24 de julho.
Figura 3 - Anomalia de chuva (mm) para o mês de julho de 2013
Associado ao sistema frontal, uma intensa massa de ar polar deslocou-se sobre a Região Sul
e provocou neve nos três estados da região. No Paraná, segundo relatos de “internautas” que
enviaram mensagens eletrônicas e vídeos para o SIMEPAR foram 33 municípios com observação
de NEVE e outros 25 municípios registraram CHUVA CONGELADA entre os dias 22 e 23 de
julho. A maior precipitação de neve foi registrada no município de Guarapuava, na madrugada do
dia 23 de julho, Figura 4. Após o afastamento da instabilidade que favoreceu a ocorrência de neve, o
ar extremamente frio e seco deu origem a geadas fortes e amplas em boa parte do estado do Paraná
entre os dias 24 e 26 de julho. Registros de temperaturas negativas foram observados em boa parte
do Estado, Figura 5. Inclusive no litoral, estação de Guaraqueçaba registrou temperatura muito
baixa, de apenas 0,3 °C no dia 24 de julho.
Figura 4 – Neve em Guarapuava – Julho de 2013. Fonte: Alan Carlos Silva
Figura 5 – Temperatura mínima do ar (°C) registrada no dia 24 de julho de 2013. Dados das
estações meteorológicas do SIMEPAR e do INMET.
A Tabela abaixo mostra as cidades onde houve quebra de recorde de temperaturas mínimas
para o mês de julho de 2013. Da Tabela é possível observar que a penetração da intensa massa de ar
frio sobre o Estado foi muito significativa porque atingiu duas regiões consideradas mais quentes
mesmo no inverno, regiões do Litoral (municípios de Antonina e Guaratuba) e Norte (Apucarana e
Maringá).
Tabela – Recordes de temperatura mínimas absolutas observadas no mês de julho de 2013.
Município
Dado (°C)
Ano
Dado (°C)
Ano
Antonina
1,5
2013
3,4
2000
Apucarana
-0,9
2013
1,5
2001
Guaratuba
4,5
2013
5,9
2000
Maringá
-0,5
2013
0,2
2000
Diferentemente do registrado no mês de junho, as manhãs no Paraná foram mais frias
durante o mês de julho, conforme ilustra a Figura 6. As regiões Centro, Noroeste e Central, além de
áreas do Norte, Oeste e boa parte dos Campos Gerais e Leste, houve registro de anomalia negativa
de temperatura mínima. Na microrregião de Umuarama, o frio foi intenso, com uma anomalia
negativa muito significativa, de 4,0 °C. Setores do Norte Pioneiro, Sul e grande parte das regiões
Oeste e Sudoeste, a temperatura acompanhou a climatologia da região.
Figura 6 – Anomalia de temperatura mínima do ar (°C) para o mês de julho de 2013.
Durante o mês de agosto, a atuação de massas de ar seco favoreceu para anomalias negativas
de chuva em boa parte do Estado. Apenas entre o sudoeste e o sul, chuvas normais a ligeiramente
acima da média histórica, Figura 7. Em vários municípios do norte paranaense como Maringá,
Cambará, Paranavaí o volume de chuva ficou abaixo de 5 mm, sendo que no município de Londrina
não houve precipitação no mês de agosto. Durante o mês duas ondas de ar frio intensas provocaram
temperaturas negativas e por consequência formação de geadas nas diversas regiões do Estado,
exceto Litoral. A onda mais significativa foi observada no período de 26 a 29 de agosto.
Temperaturas negativas com quebra de recorde foram registradas em alguns municípios. Campo
Mourão registrou -1,5 °C no dia 28 de agosto, menor temperatura para o mês de agosto desde o
início de operação da estação, mês de maio de 1997. Os municípios de Maringá, Cascavel e
Londrina também tiveram quebra de recorde de temperatura mínima. Os menores valores para o
mês de agosto tinham sido em 1999 para estes municípios.
Figura 7 - Anomalia de chuva (mm) para o mês de agosto de 2013.
Tabela – Recordes de temperatura mínimas absolutas observadas no mês de agosto de 2013.
Município
Dado (°C)
Ano
Dado (°C)
Ano (s)
Apucarana
2,8
2013
4,5
2004/2011
Assis
Chateaubriand
0,0
2013
1,7
2004
Campo
Mourão
-1,5
2013
-0,8
2011
Cianorte
-0,3
2013
1,6
2004
Guaíra
-0,3
2013
2,4
1999
Toledo
-2,8
2013
-1,1
1999
A Tabela acima mostra os municípios onde houve quebra de recorde de temperaturas
mínimas durante o mês de agosto de 2013. Desta vez, o deslocamento da onda de ar frio foi mais
intenso sobre o interior do Estado, provocando quebras de recordes nas cidades do Norte, Noroeste
e Oeste. Com o deslocamento de intensas massas de ar frio e seco ao longo do mês sobre o estado
do Paraná, as temperaturas mínimas médias registradas no mês de agosto de 2013 ficaram entre 2,0
e 3,0 °C abaixo da média histórica do centro para o oeste e noroeste, divisa com Mato Grosso do
Sul e fronteira com o Paraguai e a Argentina, Figura 8. Nas regiões Sul, Norte Pioneiro, Centro,
Campos Gerais e em toda a faixa Leste, ficaram 1,0 °C abaixo da normal climatológica, exceto
Ponta Grossa, que ficou em 2,0 °C. Conclui-se que em todo o estado do Paraná, o mês se
apresentou com frio muito significativo, ou seja, as manhãs “geladas”.
Figura 8 – Anomalia de temperatura mínima do ar (°C) para o mês de agosto de 2013.
Como vai ser a Primavera de 2013 (Outubro-Novembro-Dezembro)
Condição de Grande Escala – Neutralidade dos fenômenos El Niño/La Niña
As águas do Oceano Pacífico Equatorial próximas da costa oeste da América do Sul
continuam ligeiramente mais frias que a média histórica, enquanto que nas regiões central e oeste da
bacia estão perto da climatologia. As últimas atualizações dos modelos de previsão climática
indicam que as águas do setor leste do Oceano Pacífico Equatorial vão permanecer com anomalias
ligeiramente negativas durante o trimestre da primavera, contudo o padrão de neutralidade está
previsto para os setores oeste e central do Oceano Pacífico Equatorial.
Com isso, a previsão climática para a estação da primavera no Paraná indica que:
(1) o regime das chuvas no Paraná estará próximo da média histórica no
trimestre. Durante a estação ainda poderá ocorrer alguns dias, período
curto sem registro de chuva, além disso, poderá ser registrado um volume
excessivo de chuva em uma região e em outra não. Conforme já descrito
neste boletim, o volume das chuvas gradativamente vai aumentando em todo
o Estado.
(2) a tendência das temperaturas para o trimestre outubro-novembro-dezembro
é de que as mesmas fiquem próximas da média histórica. O início da
estação da primavera ainda deverá apresentar maior amplitude térmica
(diferença entre os valores de temperatura máximos e mínimos diários), mas
que gradativamente tendem a diminuir a medida que o verão se aproxima.
Informações sobre as condições do tempo e clima no estado do Paraná podem ser obtidas através
do telefone (0xx41) 3320-2020 ou pelo endereço www.simepar.br.
Alerta sobre o uso das Previsões Climáticas: a Previsão Climática disponibilizada pelo Instituto
Tecnológico SIMEPAR é proveniente da análise de informação dos modelos de previsão climática do
CPTEC/INPE (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos) e IRI (International Research Institute
for Climate Prediction) e possui caráter experimental. Essa informação é disponibilizada ao público em
geral, porém, nenhuma garantia implícita ou explícita é dada pelo Instituto Tecnológico SIMEPAR. A
responsabilidade pelo uso das informações contidas neste boletim de previsão é do usuário. A Previsão
Climática informa o estado dominante do clima (médias das chuvas e das temperaturas regionais) para o
trimestre da previsão. Eventos severos como riscos de vendavais, granizo, geadas, neve e tempestades
(super células e tornados) não são abordados neste boletim de previsão. O risco da ocorrência de eventos
severos condicionados aos padrões climáticos pode ser estimado pelo Instituto Tecnológico SIMEPAR
mediante solicitação especial. A resolução espacial e temporal da Previsão Climática não é adequada para
o planejamento de atividades de lazer como viagens e eventos.
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