Família do CEI - Centro de Educação Integral
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Família do CEI - Centro de Educação Integral
natureza.espaços verdes atividades ficha técnica | 2 PROPRIEDADE Centro de Educação Integral, s.a. Rua Jornal “O Regional”, 372 | 3700-024 São João da Madeira tel 256 828 816 | fax 256 824 249 | e-mail [email protected] www.centro-edu-integral.pt DIREÇÃO Joaquim Augusto Valente da Silva COORDENAÇÃO Isabel Valente DESIGN GRÁFICO | PAGINAÇÃO | ILUSTRAÇÃO Carlos Soeira [email protected] · 916966965 IMPRESSÃO Escola Tipográfica das Missões Vila de Cucujães · 256 899 340 DEPÓSITO LEGAL 62427|93 TIRAGEM 1000 exemplares 3 | sumário 4| Editorial Joaquim Valente 5| Atividades 6| Retrospetiva 2011 | 12 59| Escola | Família – Parceiros na Educação! Educadoras do Pré-escolar 15| Cei 24 O Departamento de Matemática e TIC 60| Crescer é um Desafio Professores do 1º Ciclo | Gabinete de Psicologia 18| IV Ginástica na Escola Daniela Sá Serra 62| Dislexia – a Dificuldade de Aprender! Francisco Valente 20| Troca de Saberes – Continuando a Crescer Ana Lúcia Valente 64| Psicomotricidade para Bebés Daniela Sá Serra 21| Biblioteca Pe. António Moura de Aguiar Jaime Ribeiro 66| Um Dia no Laboratório Susana Ferreira | Isabel Dias 24| X Feira Medieval Augusto Pinho 67| Criatividades 68| Aos Nossos Pequenos – Grandes Artistas… 26| 26| Caderno das Reflexões 2011 | 12 V Reflexões da Primavera Coordenadores 39| Perspetivas 40| Eu Tenho um Sonho Joaquim Valente 41| 44| Aprender sem Fronteiras Antero Afonso | Francisco Jacinto “Our Natural and Cultural World Heritage!” Isabel Valente Andrea Carvalho | Diná Rocha 70| IV Concurso de Poesia Alunos 72| Percursos no CEI 72| CEI, por um Futuro Melhor! Helga Pissarra 73| CEI, Crescemos Juntos! Joana Vieira | Lídia Lima 50| Comenius Day Maria João Coimbra 74| CEI, Muito Mais do que Uma Escola Virgínia Leão Martins Adegas 51| Play, Learn and Grow… Carla Monteiro 76| CEI | Resultados do Concurso Nacional de Acesso 2012 77| Plano Anual de Atividades 2012 | 13 54| Xadrez – A Perder Também se Ganha Antero Afonso 56| O Xadrez no CEI Inês Cruz 57| A Literacia Visual na Educação de Crianças e Jovens! Ricardo Pistola 78| Família do CEI 2011 | 12 editorial | 4 editorial p rocurando dar resposta às exigências do quotidiano da sociedade atual, o Centro de Educação Integral assume-se como instituição que orienta a sua ação educativa em torno do tema “Aprender sem Fronteiras”, na medida em que se abre à integração num mundo globalizado, sem fronteiras, formando alunos para uma vivência plena e partilhada de experiências cada vez mais ricas e multiculturais. Acreditamos que não basta promover a curiosidade, o trabalho, a iniciativa ou o espírito crítico dos nossos alunos, mas também a aceitação, a cooperação e partilha com o Outro, a resiliência e a investigação em prol da mudança e da inovação, tendo sempre em vista a formação de verdadeiros cidadãos do mundo cujas vivências irão certamente transpor quaisquer barreiras territoriais, nacionais ou culturais. Defendemos a formação integral dos nossos alunos para um futuro verdadeiramente globalizado, colocando à vossa disposição a qualidade do ensino que ministramos, bem como a excelência da nossa equipa docente e não docente, sem a qual não poderíamos ir avante com um projeto tão audacioso. Acreditamos nas famílias, bem como na relação personalizada que com elas estabelecemos para que seja possível educar e formar mais e melhor de acordo com as metas e objetivos a que se propõem, respeitando sempre a especificidade única de cada criança e jovem que temos o privilégio de acompanhar. Este é o ponto de partida para uma Escola para a Vida… porque decididamente vale a pena “Aprender sem Fronteiras!” Bom ano 2012.13 Joaquim Valente | Diretor do CEI atividades | 6 Retrospetiva 2011 | 12 Semana com os Avós carinho e docinhos foi uma tarde bem passada em que o amor Na semana de 9 a 14 de outubro, foi a semana dos avós na cre- e ligação entre netos e avós esteve sempre presente. che! Os avós vieram visitar e conhecer ambiente e amigos com Educadoras | Pré-escolar os quais os seus netinhos convive, e surpreenderam toda gente com a sua boa disposição e amabilidade. Encontro com a Escritora Luísa Ducla Soares Sempre bem-dispostos e divertidos esta semana trouxe a to- No dia 14 de outubro, os alunos do 3º e 4º anos, foram à Bi- dos os avós momentos muito divertidos e ternurentos e cul- blioteca Municipal de S. João da Madeira, para participarem minou com um grande lanche partilhado na sexta-feira, dia 14 num encontro com a escritora Luísa Ducla Soares. de outubro. Depois de terem trabalhado algumas das suas obras na sala Educadoras | Creche de aula, os alunos tiveram oportunidade de conhecer pessoalmente a escritora. Fizeram-lhe uma entrevista, ficando a co- O Dia dos Avós com o Pré-Escolar nhecê-la melhor. O papel dos avós na família vai muito além dos mimos dados No final, os alunos mostraram à escritora alguns dos trabalhos aos netos, e muitas vezes eles são o suporte afetivo e financeiro que tinham realizado, na sala de aula, sobre as suas obras. Pu- de pais e filhos. Por isso, se diz que os avós são pais duas vezes. deram também comprar alguns dos seus livros, tendo o privi- As avós são também chamadas de “segunda mãe”, e os avôs, légio de receber um autógrafo da autora. de “segundo pai”, e muitas vezes estão ao lado e mesmo à fren- Alunos | I Ciclo te da educação de seus netos, com sua sabedoria, experiência. Celebrar o Dia dos Avós significa celebrar a experiência de vida, Semana da Alimentação reconhecer o valor da sabedoria adquirida, não apenas nos li- Durante esta semana a creche trabalhou sobre o assunto: Ali- vros, nem nas escolas, mas no convívio com as pessoas e com mentação Saudável. Os nossos meninos tocaram, sentiram, chei- a própria natureza. raram, provaram os alimentos, na sua maioria frutas e legumes. Na sexta-feira, dia 4 de outubro, fizemos uma festa aos nossos Para encerrar fizemos biscoitos para complementar o lanche e avós. Com muito carinho, preparamos uma bela surpresa e fei- os nossos pequeninos não recusaram, muito pelo contrário, tas pelas mãos das nossas crianças de 3, 4, 5 anos os nossos meteram mãos à obra e fizeram deliciosos biscoitos. Encerra- avós tinham à sua espera belas flores. Para além disso os nos- mos o dia pedindo aos pais que em colaboração com os seus sos meninos, presentearam os seus avós com uma bela canção, meninos nos construíssem tabuleiros com demonstrações de ensaiada durante a semana. Os avós vieram à nossa festa, e fi- comida saudável, feitos com material reciclável. caram depois para um pequeno lanche partilhado, com chá, su- Os resultados foram… deliciosos! mos, bolinhos e salgadinhos entre outras iguarias. Com muito Educadoras | Creche 7 | atividades Halloween… All of us went outside to make some games. Unfortunately The Halloween day, a day to remember. the 1st grade couldn’t be there because they had to go to the The preparation of the Halloween for the primary-school gym class. pupils was made by us. Our group was in charge of the orga- We started by doing the “bobbing for apples” game. It was nization for the 1st and 2nd grade classes and the other groups very funny and the kids loved it. There was flour all over the rd th organized the activities for the 3 and 4 grade students. place, it was really a mess, but a cute mess! In the English classes, we began to distribute some tasks and Then we made a magic potion. And it was really interesting to everybody was able to accomplish them. see that they knew all the vocabulary, all the words related to • Gonçalo had to bring 3 apples and 3 bags of gums. Halloween. • Francisca had to bring 4 webs, 20 spiders, some candies and At the end of the day there was a “flour war” between Fran- some plastic bags. cisca, Edgar, Belisa, Sérgio, Rita and Gonçalo. We knew we • Rita had to bring 3 apples, some plastic bags, a packet of flour, a cauldron, some candies and balloons. shouldn’t do it, but after this tiring day we all needed some fun too. • Belisa had to bring the computer and the camera. Written by: Ana Rita, Belisa, Francisca, Gonçalo Toscano | Students from the 8th Grade On the day before Halloween we made some candy bags for Revised by: Carla Monteiro | English Teacher all the students. Finally, the big day came… S. Martinho We arrived to school and there were some “butterflies flying No passado dia 5 de novembro, festejámos o S. Martinho na around in our tummy without direction”. We were very nervous. Creche. At 12:45 p.m. we went to the classrooms to prepare everything. As crianças tiveram a oportunidade de ouvir uma história e When we finished, we looked around and it was beautiful… af- ver um pequeno filme sobre o S. Martinho, onde aprenderam ter that, we had lunch. And very quickly we decorated the class- que o espírito de partilha, de solidariedade e cooperação é mui- room of the 1st grade. At 2 p.m. the 1st grade pupils went to their to importante. classroom, and we had some problems with the computer, so Mais tarde, as crianças foram presenteadas com castanhas as- Belisa went with the primary teacher to the other classroom sadas, o que para alguns dos mais pequeninos foi uma pri- and fixed the problem. In the mean time Rita, Francisca and meira apetitosa experiência. Gonçalo asked the students their names. The time was pass- A alegria reinou… Principalmente quando a nós se juntaram os ing by in a blink of an eye… papás para um apetitoso lanche. As crianças, divertiram-se a Rita and Gonçalo made the games with the 1st grade pupils nd and Belisa and Francisca were on the 2 grade classroom. comer e descascar castanhas e bebeu-se muito suminho. Educadoras | Creche atividades | 8 Feira do Livro Festa de Natal Na última semana de aulas do 1º período, os alunos e profes- A nossa creche comemorou também a quadra festiva do Natal. sores do 1º Ciclo organizaram e levaram a cabo uma Feira do Li- Durante a semana de 13 a 17 de dezembro todos nós, pequeni- vro, no âmbito do Projeto Curricular de Escola. nos e graúdos, estívemos muito ocupados preparando as ati- Ao longo desta semana foram dinamizadas várias atividades vidades para o Natal. Decoramos a nossa creche com muito que pretenderam desenvolver o gosto pela leitura nos alunos. brio, empenho e gosto com várias decorações que os próprios Dia 12 de dezembro meninos fizeram ou colaboraram na construção. Ficou real- Os nossos alunos tiveram a oportunidade de conversar com mente bonita. a escritora Leonor Mexia, autora do livro “A Caixa da Avó Ma- Os mais crescidos foram até ao Shopping cumprimentar o ria” e puderam esclarecer toda a sua curiosidade sobre a au- Pai Natal. tora e o seu livro. No fim, a autora disponibilizou-se para au- É claro que não poderíamos esquecer a preparação para a pe- tografar os exemplares do livro comprados pelos alunos. quena festa de Natal, os pais que foram convidados para um pe- Dia 13 de dezembro queno lanche partilhado, e na qual não faltou sequer o Pai Na- Os alunos assistiram a um recital de poesia, do Clube da Poe- tal, que distribuiu pequenas prendinhas por todos os meninos. sia da Divisão de Ação Social e Qualidade de Vida da Câmara Educadoras | Creche Municipal de Santa Maria da Feira, em que foram declamados e dramatizados textos que retratavam profissões. O Natal na Pré Dia 14 de dezembro De 12 a 16 de dezembro as crianças do Pré-escolar, como já vem A escritora Alice Cardoso, autora das coleções Melinda, Alana sendo hábito de uns anos a esta parte, viveram uma semana e Bruxinha Luna, entre outros títulos, esteve na biblioteca da dedicada ao natal. nossa escola onde explicou, aos alunos do pré-escolar e 1º Ci- As Educadoras procuraram organizar um programa em que as clo, como se faz um livro e como escolhe os temas para as suas crianças tivessem experiências diferentes todos os dias. Apro- obras. No final, autografou os seus livros que tinham sido com- veitando diversos espaços públicos, existentes na comunidade prados pelos alunos. envolvente e algumas das atividades por eles promovidas, pre- Durante toda a semana os alunos, pais e professores do Cen- tendia-se acima de tudo que as crianças se divertissem e vi- tro de Educação Integral puderam escolher e comprar livros na vessem o natal de forma diferente. Feira do livro a preços muito especiais. Começou-se por ir à Biblioteca assistir à história do “Patinho Alunos | I Ciclo Feio” no flanelógrafo, tendo os meninos participado ativamente durante o conto. No final, cada criança decorou um cisne que 9 | atividades levou para casa. Na nossa escola e no espaço da Biblioteca In- E assim se viveu mais uma semana dedicada ao Natal pelas fantil os meninos ouviram a história “Nas Asas do Arco-íris” pe- crianças do Pré-Escolar. la voz da própria autora do livro que também explicou aos me- Educadoras | Pré-escolar ninos todos os passos para a conceção de um livro. No final as crianças colocaram questões à autora que de forma muito sim- As Janeiras pática e eloquente as esclareceu. Alguns meninos adquiriram o Os nossos meninos cantam as janeiras. Equipados a rigor com livro que a autora carinhosamente autografou. Esta iniciativa es- coroas que eles próprios fizeram e mantos, assim como alguns tava integrada na Feira do Livro organizada pelo 1º Ciclo. outros instrumentos e adereços, os nossos meninos da creche, Para que o Pai Natal não se esquecesse das prendas que cada deslocaram-se pelas salas cantando as janeiras aos alunos e menino queria no sapatinho, escreveram-se as cartas e lá fo- pessoal docente do CEI. mos de boleia com o Sr. António a caminho dos correios, para Os nossos pequenos artistas maravilharam todos, com as suas que o senhor de barbas branquinhas tivesse tempo para ar- vozes e os seus fantásticos instrumentos e adereços. ranjar todos os brinquedos pedidos. E de tal modo cativaram e encantaram que até foram presen- O Museu da Chapelaria, outro dos sítios visitados durante es- teados com as janeiras, neste caso chocolates e outras peque- ta semana, revelou ser uma experiência enriquecedora para as nas lambarices que fizeram as delícias dos nossos pequenos. crianças. A visita guiada elucidou as crianças acerca de como Educadoras | Creche se faziam os chapéus e também proporcionou a oportunidade de experimentarem diferentes modelos de chapéus. No final Cantar os Reis as monitoras prepararam uma oficina em que as crianças ti- Cantar as Janeiras ou “Cantar os Reis” é uma tradição em Por- nham de construir uma ovelha com molas de roupa e fios. tugal que consiste no cantar de músicas pelas ruas por grupos A ida ao cinema foi sem dúvida o ponto alto da semana, eleita de pessoas anunciando o nascimento de Jesus, desejando um pelas crianças a atividade que mais gostaram. Para alguns dos feliz ano novo. Esses grupos vão de porta em porta, pedindo nossos meninos esta foi a primeira vez que foram ao cinema, aos residentes as sobras das Festas Natalícias. Hoje em dia, es- daí que estivessem ainda mais ansiosos por este dia. O filme sas “sobras” traduzem-se muitas vezes em dinheiro. “Artur Salva o Natal” transportou as crianças para o mundo Durante o mês de Janeiro, os meninos da Pré do Centro de Edu- da fantasia e fê-las perceber o quão importante é todas as cação Integral vivenciaram a tradição cultural existente no crianças serem brindadas com a visita do Pai Natal na noite de nosso país – “Cantar as Janeiras”, contribuindo de uma forma natal. O filme foi acompanhado por pipocas que por sinal es- didática para a preservação de uma tradição ancestral que cor- tavam bem docinhas. re o risco de desaparecer, como muitas outras. Houve pesqui- atividades | 10 sas e diálogos sobre o tema e depois colocamos mãos à obra. Depois brincamos disfarçados, correndo, dançando e rindo. Escolhemos uma canção e começaram os ensaios. No final muito aprumados, belas fotografias tiramos para A par dos ensaios, nas salas foram feitas coroas. Acompanha- mais tarde recordar. das das Educadoras, as crianças de 3, 4 e 5 anos, ostentando as Educadoras | Creche famosas coroas dos Reis Magos e capas, saíram à rua para cantar as Janeiras, dando a conhecer o motivo da sua presença e Carnaval das Escolas de tanta animação. No dia 11 de fevereiro, os alunos do 1º Ciclo, participaram no já Em vésperas de Dia de Reis e numa manhã em que até o sol tradicional Carnaval das Escolas de São João da Madeira. quis colaborar, as crianças percorreram as ruas de S. João da Subordinado ao tema “Contos e Lendas”, o dia do desfile foi o Madeira e entoaram cânticos tradicionais de boas festas. E culminar de algumas semanas em que se pesquisaram e se mostraram que tinham ensaiado bem as letras das quadras, compreenderam melhor algumas lendas e contos tradicionais. pois não foi preciso papel, fazendo-se ouvir em alto e bom som. Foi escolhido o conto “A Princesa e o Sapo”, a partir do qual fo- Depois de cantarem, lá vinha a oferta, variável em função de ram pensadas as fantasias para o corso. Os alunos do 1º Ciclo cada estabelecimento comercial ou de serviços, dividindo-se foram fantasiados de Feiticeiros e Feiticeiras | Bruxas. as ofertas entre dinheiro, chocolates e rebuçados. Esta atividade teve a organização da Câmara Municipal de Esta iniciativa foi bem recebida por todos aqueles que assisti- São João da Madeira e contou com a participação das esco- ram, contribuindo com as suas ofertas. las do concelho que se sentiram cativadas pelo projeto. A população acolheu com muito agrado e carinho esta inicia- Foi uma oportunidade de interagir com o meio envolvente tiva escolar, tratando-se de uma tradição antiga e popular da nossa escola, contactando com alunos de outros Ciclos e (re)vivida por crianças. de outras escolas, fomentando a diversão paralelamente à Educadoras | Pré-escolar aprendizagem. Alunos | I Ciclo O Carnaval Porque somos tão pequeninos, os nosso Carnaval, foi come- Uma Aventura com Ulisses morado de forma diferente. No dia 14 de março, os alunos do 6º ano tiveram uma manhã Confecionados os nossos fatos, feitos com materiais reciclá- diferente – deram uma folga aos livros e cadernos e foram as- veis e baseados na temática dos peixes e aquários, perspetiva- sistir à peça “A Aventura de Ulisses”, no Teatro Rivoli. mos já o nosso futuro passeio de final de ano ao SeaLife. As aventuras e desventuras de um herói por todos conhecido Desfilamos pelo CEI, a todos encantando e deslumbrando com fizeram as delícias dos alunos nas aulas de Português, no en- o nosso riso e formusura. 11 | atividades tanto, assistir ao vivo à representação da obra de Maria Alber- vera, onde ganham nova vida e abrem lindas flores que dão ori- ta Menéres foi algo extraordinário pela diferença, pela origi- gem a novas árvores. nalidade, criatividade e diversão que a versão do grupo Cultu- Com a chegada da primavera o mundo alegra-se, pois enche- ral Kids apresenta – a história desenrola-se como sendo um se de flores e cores. jogo de PlayStation em que os jogadores são vários Deuses do Por isso é que comemoramos este dia também na creche e pa- Olimpo cuja ação influencia as aventuras vividas por Ulisses e ra tal fizemos pequenos trabalhos artísticos para decorarmos os seus companheiros. Atores dinâmicos e divertidos deram os nossos quartos. corpo às personagens do livro e encantaram uma sala cheia de A ida ao teatro foi uma experiência diferente que proporcionou Visita de Estudo ao Museu do Carro Elétrico aos alunos a oportunidade de assistir à transfiguração das per- No dia 21 de março de 2012, os alunos da turma do 6º ano ti- sonagens e das ações narradas na obra para a magia do palco. veram oportunidade de visitar o Museu do Carro Elétrico, na ci- Ficou a vontade de voltar! dade do Porto. Quando chegaram, foram bem recebidos pelos Alunos | 6º Ano funcionários, que eram muito simpáticos e atenciosos. En- olhinhos atentos e curiosos. quanto visitaram o museu, uma guia ensinou e contou histó- Dia do Pai rias antigas sobre os transportes públicos da época, das mu- Neste dia especial fizemos uma pequena surpresa aos nossos danças, do carro americano (puxado por mulas) para os carros papás. elétricos sobre carris, dos carros elétricos sobre carris para os Em colaboração com as mamãs pedimos que trouxessem uma carros atrelados com rodas, e assim progressivamente. Ainda camisa e gravata dos papás e vestidos a rigor, tiramos uma fo- tiveram a oportunidade de assistir a pequenas dramatizações, to que ilustrava o quanto estamos ansiosos por crescer e ser por sinal muito engraçadas, com duas personagens, em que iguais aos nossos papás. uma delas não se adaptava às novas invenções. Posteriormen- E como eles ficaram babados quando nos viram. Tal pai, tal fi- te, o guarda-freio do carro elétrico nº 18 levou-os a dar um pas- lho, não é?!… seio pela bonita cidade do Porto. Foi uma visita de estudo muito motivante para os alunos, que Dia da Árvore serviu para clarificar e assimilar alguns conhecimentos já tra- No passado dia 21 de março comemoramos o dia da árvore. balhados em contexto de sala de aula, na disciplina de Histó- A árvore ganhou um dia especial em virtude da sua importân- ria e Geografia de Portugal. cia para a vida humana e também com a chegada da prima- Augusto Pinho atividades | 12 Dia da Mãe Mexe-te pela tua Saúde Nós, os meninos da Creche, vivemos emoções muito fortes nos A atividade física e os desportos saudáveis são essenciais para últimos dias: fizemos uma prenda para dar à mãe e prepara- a nossa saúde e bem-estar. Constituem um dos pilares para um mos-lhe uma surpresa! estilo de vida saudável, a par de alimentação saudável, vida Para isso procuramos uma mensagem especial que traduzisse sem tabaco e sem outras substâncias perigosas para a saúde. o que sentimos e depois de muito procurar finalmente encon- A prática regular de actividade física e de desporto beneficiam, tramos a mensagem ideal: Adoro-te Mamã! física, social e mentalmente, toda a população, homens ou mu- Com a nossa mensagem e foto, juntamos uma pequena men- lheres de todas as idades, incluindo pessoas com incapacidades. sagem. E as nossas mamãs adoraram pousar para as fotos Na Lei de Bases do Sistema Educativo (ponto 5 do artigo 48º da com os seus pequenos rebentos. Lei n.º 46/1986 de 14 de outubro, e do artigo 51º da Lei n.º Foi um dia especial, cheio de carinho e ternura. 49/2005 de 31 de agosto), destaca-se o Desporto Escolar como Educadoras | Creche um factor nuclear da organização escolar: “O desporto escolar visa especificamente a promoção da saúde e condição física, a Espetáculo “Jorindo e Jorinda” aquisição de hábitos e condutas motoras e o entendimento do No dia 19 de maio, os alunos do 1º Ciclo participaram no espetá- desporto como factor de cultura, estimulando sentimentos de culo “Jorindo e Jorinda”, realizado no anfiteatro da nossa escola. solidariedade, cooperação, autonomia e criatividade, devendo Este espetáculo foi organizado pelo corpo docente do Curso Bá- ser fomentada a sua gestão pelos estudantes praticantes, salva- sico de Dança, da escola de dança “Ginasiano”, que há alguns guardando-se a orientação por profissionais qualificados”. anos tem uma parceria com o Centro de Educação Integral. Esta atividade teve, para além dos alunos do 1º Ciclo, a participação dos alunos da Pré, do 1º e 2º ano do Vocacional (2º Ciclo do Ensino Básico). No Centro de Educação Integral acreditamos que ao desenvolver o Desporto Escolar: investe-se na promoção da Saúde, poupase nas despesas de doença e melhora-se a Educação nas Escolas. Assim sendo, no dia 31 de maio de 2012 realizou-se na nossa Mais uma vez pudemos constatar o resultado do trabalho Escola o “Mexe-te pela tua Saúde”, atividade organizada pe- realizado ao longo do ano. Os nossos artistas demonstraram los alunos do secundário (do ensino Regular). Foi um dia todas as suas capacidades e graciosidade, encantando toda cheio de atividades desportivas onde toda a escola foi conta- a assembleia. giada por uma energia e alegria que nem todos os dias a con- Alunos | I Ciclo seguimos vivenciar. 13 | atividades Destacamos o concurso de dança onde todas as turmas bri- Passeio Escolar à Kidzania lharam com as suas coreografias e originalidade, todos estão No dia 8 de junho, os alunos do 1º Ciclo, foram a Lisboa visitar de parabéns. Entre muitas actividades destacaram-se as se- a Kidzania. guintes: Judo, Hip-hop, Ténis, Ginástica acrobática, bad- Esta atividade decorreu no âmbito do Projeto Curricular de Es- mington, Ténis de Mesa… entre muitas outras. cola – “Empreendendo para um Futuro Global”. Neste ano no “Mexe-te pela tua Saúde” as turmas em algumas Durante a visita, os alunos tiveram oportunidade de experi- actividades competiam entre si para ver quem obtinha me- mentar várias profissões, numa cidade à sua escala, divertindo- lhores resultados, no final as turmas com melhores resultados se enquanto aprendiam. foram: 1º – cpr2 • 2º – hot4 • 3º – cps7. Assim, puderam brincar aos adultos no supermercado, no hos- Num tempo em que se fala tanto de crise… pode-se afirmar pital, no quartel dos bombeiros, nos correios,… e aprender a ge- que no “Mexe-te pela tua Saúde” – a saúde e o desporto não rir o dinheiro, constatando que é necessário trabalhar para ga- estiveram em crise! nhar dinheiro e saber quando e onde o gastar. Tiago Ferreira 1º Ciclo no Laboratório Dia da Criança Aproveitando o laboratório da escola e a disponibilidade da Neste dia especial andamos muito atarefados. O Zacarias veio prof.ª Susana Ferreira, de Física e Química, os alunos do 1º Ciclo visitar-nos, e connosco cantou canções e a muitos jogos brincou. puderam realizar algumas experiências, constante do seu Pro- Para os insufláveis a fila era enorme e todos queríamos sal- grama Curricular. tar e pular. Esta atividade aconteceu no dia 15 de junho e teve a ajuda do Como a brincadeira foi tanta não houve muita disponibilidade 10º ano, que prepararam e orientaram as experiências. para registar os momentos com a máquina fotográfica, no en- Assim, puderam constatar que o ar tem peso, que há solos per- tanto, aqui ficam algumas fotos… meáveis e impermeáveis, que há materiais que se dissolvem e E no final os pais convidamos para um pequeno lanchinho par- outros não, o magnetismo dos ímanes, etc. tilhado. E que delicia! Convivemos e lambuzamo-nos. Foram momentos de aprendizagem e de interação entre dife- Balões, pipocas, pinturas faciais, palhaços e insufláveis e lam- rentes idades. barices… Foi um dia em cheio! Obrigado a todos os professores e alunos que se disponibili- Educadoras | Creche zaram para a realização desta atividade. Alunos | I Ciclo atividades | 14 Marchas Populares A 21 de junho de 2012, o CEI participou com 110 elementos nas Por favor pinta um retrato Marchas Populares de S. João da Madeira. Do Portugal inteirinho, Os nossos alunos dançaram, marcharam e cantaram ao longo Vermelho, verde e amarelo da Avenida da Liberdade e actuaram no “marchódromo” com Com todo o amor e carinho! entusiasmo, alegria e dedicação. Sendo o seu lema “Empreendendo para um Futuro Global”, os alunos do CEI demonstraram porque acreditam que uma participação activa na comunidade lhes proporciona uma maior abertura e preparação para uma vivência plena e responsável da sua cidadania, seja enquanto crianças ou jovens. Desta forma, o trabalho, o rigor e a excelência não estiveram isolados da diversão, motivação e de todo o alvoroço resultante de mais uma participação apaixonada neste projecto da nossa cidade. texto introdutório das Marchas Populares Este ano, S. João Escolheu um tema diferente. Um tema original Que agradou a toda a gente! Ó meu rico S. João, Despeço-me a cantar, Espera o CEI p’ró ano, Pois sei que vai voltar! Marília Costa | 5º Ano Campo de Férias O nosso campo de férias teve início no dia 25 de junho e terminou a 31 de julho. Foram muitas as atividades realizadas: praia, piscina, karaoke, judo, ténis, visitas ao exterior, atividades de expressão plástica, atividades científicas | laboratoriais, petanque, informática, culinária, dança… Todas as atividades foram planeadas e desenvolvidas por professores de diferentes níveis de ensino da nossa instituição, com vista a proporcionar aos nossos alunos uma ocupação criativa, formativa, que visou o seu enriquecimento cultural, cí- Este tema é tão lindo, vico, desportivo e artístico. Sei que vão gostar. O balanço não poderia ser melhor!!! Os alunos participaram Vamos falar d’arte, com entusiasmo nas atividades propostas, tendo mostrado Uma arte d’encantar! energia, companheirismo, espirito de equipa e comportamen- Se és artista a valer E a escultura é o teu forte, Faz a estátua do povo Do nobre povo do Norte. tos saudáveis, caraterísticos das nossas crianças. Depois de 5 semanas intensas de atividades, as crianças foram de férias, cheias de alegria, boa disposição e vontade de voltar para o ano. Tiago Ferreira 15 | atividades Cei 24 V torneio inter-colégios Alunos representantes do CEI no Torneio n o dia 01 de março, decorreu a V edição do CEI24 – Tor- O CEI24 foi uma experiência ótima que adorava repetir até ao úl- neio Inter-colégios, com a participação de 48 alunos, num to- timo ano de escola, pois é um jogo divertido e que eu jogo muito tal de 6 Colégios. Todos se entregaram de forma entusiasta ao bem. Eu gostei muito de participar e este ano foi ainda mais fixe! desafio de se superarem a si próprios e aos outros, ao nível do Gostava muito que continuassem a organizar o CEI24 no próxi- cálculo mental. Claro, que também foi necessário dominar mo ano. (Filipa – 6º ano) aquela ansiedade própria destes grandes momentos. Foi uma experiência que nunca mais vou esquecer! Não ganhei, Porque nada melhor do que serem os próprios alunos a falar mas representar a escola foi uma sensação incrível. Foi superdi- do que foi para eles este torneio, aqui ficam as suas palavras. vertido. Nunca me vou esquecer deste dia extraordinário. Foi uma honra ter participado no CEI24. Adorava poder participar de novo, no próximo ano. Foi inesquecível. (Saskia – 6º ano) O CEI24 foi uma experiência única que me fez rir, chorar e, por incrível que pareça, fez-me crescer, não ao nível do cálculo mental, mas acima de tudo, ensinou-me que, aconteça o que acontecer, perdendo ou ganhando, nós temos muito valor e nunca podemos desanimar ou ter medo que os outros sejam melhor do que nós. Quem sabe, um dia, até podemos vir a ser melhores. Mas nunca nos devemos gabar por isso. Saber que fui ao CEI24 por merecer, foi fantástico. Espero ir outra vez no próximo ano. Obrigada por esta Escola fantástica. (Marília – 5º ano) Foi uma sensação boa representar a escola num torneio desta grandeza. Foi algo memorável e uma experiência inesquecível. Foi bom conhecermos amigos de outras escolas. Foi difícil a caminhada, mas cheguei até aqui confiante. Estar no torneio foi impressionante. Espero ir outra vez no próximo ano, pois valeu mesmo a pena. (Cláudio – 5º ano) O CEI24 foi uma experiência ótima que me vai marcar para sem- Foi muito educativo, desenvolveu mais o meu cálculo mental, pre. (Ana Francisca – 6º ano) foi muito divertido, foi uma EXPERIÊNCIA ESPETACULAR! Obri- atividades | 16 gada por me terem proporcionado uma experiência tão BOA! O CEI24, só pelo nome já dá vontade de investigar e querer sa- (Rita – 5º ano) ber de que se trata. Foi uma experiência inesquecível porque me Ao António, do 7º ano e à Rita, à Belisa e ao Francisco, do 8º ano, agradecemos também a preciosa ajuda como júris de mesa. Para a turma do 7º ano, uma palavra muito especial de gratidão. Graças a estes alunos, o CEI24 foi possível. No âmbito do Trabalho de Projeto de Matemática e TIC, desenvolveram um trabalho árduo e eficaz na organização do Torneio. Sem dúvida, tiveram um papel fundamental para que tudo tivesse decorrido tão bem. Foram, de facto, grandes empreendedores. Parabéns! senti orgulhoso de ter ajudado a realizar este evento, fez-me sentir útil. Espero ter outras experiências como esta. (Diogo – 7º ano) Depois do CEI24 Fui para o meu quarto. Estava cansado Mas senti-me realizado. (António – 7º ano) O CEI24 foi muito bom, bom, bom, bom. Devemos voltar a repetir já, já, já, já. No CEI24 Jogaram a toda a hora Registamos também, com muito agrado, as suas palavras so- Foi só ganhar muito, muitos pontos bre esta experiência. Alguém me arranje um prémio bom, bom, bom, bom, já, já, já, já. Competição • Espetacular • Incrível 24 Apenas uma palavra para vencer! (Eduarda – 7º ano) Para mim, organizar o CEI24 foi uma nova e boa experiência em (Duarte – 7º ano) Com o CEI24 fomos muito mais além e aprendemos muito. (Micaela – 7º ano) que aprendi a ser mais responsável e ver que há muito trabalho Um dia espetacular por detrás de um evento destes. Estar na organização fez-me cres- Nós passámos cer, ganhar responsabilidade, ajudar a receber e acolher os outros. Que já há muito tempo Gostei muito desta experiência única! (Ana – 7º ano) Era esperado. 17 | atividades Há quem diga informou-nos que como outros sétimos anos, em anos ante- Que foi um bom ato, riores, iriamos nós também organizar o CEI 24. Ficámos todos Mas eu digo felizes, apesar de que aquela notícia para nós não era surpresa. Que foi o melhor CEI24. (Henrique – 7º ano) Nas primeiras etapas do trabalho de organização, trabalhá- Organizar o CEI24 foi incrível, inesquecível e divertido. Por mim, fazia-se todos os anos. (João – 7º ano) mos exclusivamente nas aulas de TIC. No 2º período, começamos a pensar e a magicar em como seria o dia do torneio, agora nas aulas de matemática… Para mim, o CEI24 foi uma boa experiência. O que mais gostei Chegara o dia, borboletas invadiram as nossas barrigas, um foi de fazer parte da organização. Adorei e que se repita por mui- burburinho nas nossas mentes, estávamos extremamente ner- tos anos. (Gustavo – 7º ano) vosos, mas nada que não se soubesse. A grande surpresa foi a presença ao vivo do Redfoo, dos LMFAO. CEI 24, o Evento de uma Vida Hoje olhamos para trás e pensamos “O que é que aconteceu no dia 1 de Março de 2012?”. A resposta é óbvia, foi nesse dia que ocorreu um evento que nos marcou, o CEI 24. Continuamos a fazer um balanço e podemos suspirar de alívio, mas sobretudo, de prazer. E agora revemos o início, o início de tudo. O Torneio correu lindamente. A colaboração de todos os alunos do 7º ano foi vital para um torneio em grande. No final, todo o esforço e empenho valeu a pena. Agradecemos a colaboração do professor José Rocha, de TIC, pois sem ele não havia música, som nos microfones e muitas outras coisas ao nível da elaboração e melhoramento de tantos materiais necessários ao torneio. Por fim, agradecemos aos professores que se empenharam com tanta dedicação. Gonçalo Pé d’Arca, Renato Pinto | 7º ano Tudo começou no primeiro dia de aulas do ano letivo, mais pre- Estamos certos de que todos saíram vencedores. cisamente na primeira aula de matemática. A prof.ª Esmeralda Parabéns a todos! O Departamento de Matemática e TIC atividades | 18 IV Ginástica na Escola d ando continuidade ao evento realizado no passado ano letivo, o Centro de Edu- cação Integral, propôs-se organizar, com o apoio da Associação de Estabelecimentos de Ensino Privado e Cooperativo, da Câmara Municipal de S. João da Madeira e a colaboração da Federação de Ginástica de Portugal, o “IV Ginástica na Escola”, no dia 2 de junho de 2012, em São João da Madeira. O objetivo do “Ginástica na Escola” é contribuir para o desenvolvimento das actividades gímnicas nas escolas particulares e cooperativas e valorizar a importância da Ginástica como instrumento educativo e formativo dos jovens. O evento foi aberto a grupos e classes de Ginástica de diversas escolas e teve lugar, pela primeira vez, no Centro de Educação Integral, em parceria com a Câmara Municipal de São João da Madeira que cedeu o Pavilhão Municipal das Travessas para a realização do Sarau de Gala. Do programa do “IV Ginástica na Escola”, fizeram parte o desfile, a apresentação de rua, o treino específico dos grupos e o Sarau de Gala no Pavilhão Municipal das Travessas. À semelhança das edições anteriores a participação no desfile|apresentação de rua teve um caráter obrigatório. O Sarau de Gala, que teve um caráter facultativo, foi composto pelas apresentações de excelência das escolas participantes. 19 | atividades Durante o dia os jovens puderam almoçar e jantar nas instalações do Centro de Educação Integral que também disponibilizou um serviço de bar permanente. A organização disponibilizou também alojamento na escola, devidamente preparado para o efeito, a preços simbólicos, para os grupos de escolas mais distantes. As escolas e grupos que participaram com mais de 300 atletas, e assim deram vida a esta edição do evento, foram os seguintes: Ancorensis, Cooperativa de Ensino (Vila Praia de Âncora), Associação Desportiva Sanjoanense (S. João da Madeira), Centro de Educação Integral (S. João da Madeira), Centro Social Padres Redentoristas (Castelo Branco), Colégio Didálvi (Barcelos), Colégio Internato dos Carvalhos (Carvalhos), Colégio de Nossa Senhora de Lourdes (Porto), Colégio da Rainha Santa Isabel (Coimbra), Didáxis, Cooperativa de Ensino (Riba de Ave), Escola EB 2,3 S. João da Madeira (S. João da Madeira), Externato de Penafirme (Torres Vedras), Ginástica de Grupo IPSB (Oliveira do Bairro). O CEI participou com cerca de 60 alunos, que abrilhantaram este evento com a responsabilidade, o empenho e o entusiasmo que tanto os caracterizam. A quarta edição do “Ginástica na Escola” foi um grande sucesso desportivo e educativo, tendo sido bastante participado e uma enriquecedora partilha de experiências. Daniela Sá Serra atividades | 20 Troca de Saberes continuando a crescer a Troca de Saberes – Continuando a Crescer, é uma va- lência do Centro de Educação Integral que procura promover momentos de troca de saberes entre diferentes gerações de forma regular. Com efeito através deste projecto, os seniores das visitas de estudo e passeio que, para além de favorecerem têm a oportunidade de transmitirem a sua sabedoria e expe- o convívio entre seniores, fomentaram também o enriqueci- riência de vida ao mesmo tempo que aprendem e desenvol- mento da experiência e conhecimento pessoal destes. Entre es- vem novas competências em busca de um novo crescimento e tas destacamos a visita a Guimarães, ao Porto e a Penafiel. O desenvolvimento pessoal que lhes permita sentirem-se mais passeio a Guimarães foi extraordinário na medida em que os se- úteis e integrados na sociedade em que vivem. Este intercâm- niores puderam visitar o Museu da Agricultura e o Palácio dos bio permite aos seniores explorarem alternativas aos seus há- Duques de Bragança, que é a residência oficial do Presidente da bitos de vida e ocupação estabelecendo relações positivas de República no Norte. Já no Porto, foi bastante interessante visi- proximidade com outros seniores e crianças. tar o Sea Life e ao Instituto dos Vinhos. Em Penafiel tiveram Assim, ao longo deste ano letivo 2011|2012, os seniores tiveram oportunidade de se envolverem mais especificamente nos diferentes momentos de festa no CEI, nomeadamente ao nível da decoração e dinamização das atividades de Natal, ao nível do Carnaval e Marchas de S. João, através da confeção dos fatos utilizados pelos alunos nestas atividades. Para além disso, tiveram a oportunidade de trabalharem de forma mais artesanal fa- oportunidade de conhecer a Quinta da Aveleda. Todos os passeios foram pautados por alegria e convívio de todos os participantes. No passado dia 15 de junho, os seniores tiveram um magnífico convívio com os seniores do Lar de Escapães promovido e organizado pelos alunos do Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde, onde não faltou comida, música, jogos didáticos, no final os nossos seniores só diziam quando é o próximo. zendo uso das suas capacidades artísticas. Realizaram também Assim sendo, e jamais esquecendo o caráter interventivo do visitas e passeios à Quinta Pedagógica, acompanhando as crian- CEI enquanto escola que se encontra aberta à comunidade na ças com o objetivo de observarem e relatarem as diferentes fa- qual se encontra inserido, continuamos a dinamizar e a pro- ses de desenvolvimento das árvores de fruto e de outras cultu- mover a integração de aqueles que, sendo mais velhos, têm ras – tal como a alface, a beterraba, o tomate, a beringela, o ainda um forte e sério contributo a dar aos mais novos e à so- nabo, a cenoura, o feijão ou a batata – bem como ao nível da vi- ciedade em geral que, face aos problemas e crises atuais, ne- sita e tratamento diário dos animais da nossa quinta. cessita cada vez mais de investir no aprender a aprender ao Todavia, as oportunidades de intercâmbio e de novas aprendi- longo da vida… com os nossos seniores!! zagens não se esgotam no cenário do CEI, tendo sido promovi- Ana Lúcia Valente 21 | atividades Biblioteca Pe. António Moura de Aguiar um espaço ao serviço da aprendizagem n o ano letivo 2011|2012, foram desenvolvidas várias atividades que procuraram dar a conhecer a personalidade e a obra de Pe. António Moura de Aguiar, patrono da biblioteca do CEI, para além de dinamizar o espaço e os recursos disponíveis. Importa destacar o dia 15 de novembro de 2011. Neste dia pelas 21:15h, decorreu no Centro de Educação Integral (CEI) um encontro que procurou dar a conhecer a vida e obra do patrono da biblioteca. Intervieram nesse sentido o Professor Manuel Ismaelino, Jorge Reis e Maria Rosa, Pe. Domingos Milheiro, Pe. António Borges e Dr. Rui Costa, que representou o presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira. O CEI procurou desta forma assinalar a data em que o Pe. Aguiar se despediu desta paróquia, 15 de novembro de 1998, e dar a conhecer aos alunos e pais esta personalidade, que foi e é uma referência em termos de empreendedorismo social e espiritual e que marcou de forma inesquecível a população de S. João da Madeira. O Diretor do CEI, Dr. Joaquim Valente, recordou as razões que fundaram a escolha do Pe. Aguiar para patrono da biblioteca e de entre elas destacou a sua força espiritual e o seu dinamismo social evidentes em toda a vida deste sacerdote. O Professor Ismaelino sublinhou o facto de o CEI, com esta iniciativa, colocar em evi- dência o seu caráter integral, “ao projetar os valores” e “apontá-los à comunidade educativa”. Não deixou depois de apresentar, de forma emocionada e pesando sabiamente cada palavra, o seu testemunho sobre o Pe. Aguiar a quem muitas pessoas agradeceram pelas “intervenções que secaram muitas lágrimas, reconstruíram vidas desavindas e mataram a fome, sem que a esquerda soubesse o que fazia a mão direita.” Jorge Reis e Maria Rosa recordaram com saudade e gratidão o Pe. Aguiar pois “sempre nos ajudava a ultrapassar os obstáculos”, “era um homem atencioso e preocupado”, que chegava mesmo a revelar pelos paroquianos “um carinho de pai”. O Pe. Domingos Milheiro salientou o facto de o Pe. Aguiar ter sido um homem “muito presente” em todos os acontecimentos e atividades da cidade. Um sacerdote sem- atividades | 22 pre atento e capaz de dar “respostas novas”, acompanhando as mudanças que se foram operando na sociedade. Recordou nesse sentido o CPM, o Concílio Vaticano II, o 25 de Abril, a Santa Missão. O Pe. Aguiar foi também um conselheiro sábio, “um homem de virtude”. Interveio de seguida o Pe. António Borges que nos trouxe um relato da sua vida na qual terá tido papel preponderante o Pe. Aguiar a quem chamou pai adotivo. Desde pequeno, o Pe. Borges conviveu com o Pe. Aguiar que o ensinou a “ajudar à missa” e o orientou no discernimento vocacional. Contou como sempre o visitou até à última fase da sua vida. “Foi um homem que viveu em pleno os seus talentos, os seus dotes” afirmou. Depois de anunciados e premiados os vencedores do concurso “Pe. Aguiar, um Homem Empreendedor”, prova de criatividade (desenho e poesia) e de conhecimento, tomou a palavra o Dr. Rui Costa que lembrou o Pe. Aguiar como “um empreendedor à sua maneira, ao levar por diante uma obra social e espiritual”. Desta forma assumiuse como “um obreiro, um empreendedor na área do altruísmo, em obra sociais muito úteis para a sociedade, para a nossa comunidade.” Esta é uma data que o CEI continuará a assinalar, conforme afirmou, por fim, o Diretor do CEI. O I Concurso de Teatro “CEI em Cena” Foi outro dos momentos altos, no âmbito das atividades biblioteca. Decorreu no dia 27 de março no auditório do Centro de Educação Integral. Com esta atividade pretendeu-se promover a leitura de pequenas narrativas, sobretudo, contos tradicionais, que, através da capacidade criativa e empreendedora dos alunos do ensino básico e do secundário, foram transformados em pequenas peças teatrais. Participaram seis grupos: um do 3º ano, com a peça “Os Três Porquinhos”; dois do III ciclo, 7º ano com a peça “Os Três Homenzinhos na Casa de Chocolate” (7º ano) e 8º ano com a peça “Cinderela” e três do ensino secundário (cursos profissionais): “Capuchinhos Betrock” (CPC1) “Cinderela” (CPC3) “Branca de Neve e os Sete Anões” (CPR2). 23 | atividades É de salientar a entrega, o esforço e a dedicação ao projeto de todos os alunos e professores envolvidos. Foi, assim, possível uma manhã divertida e enriquecedora que contribuiu para valorizar o teatro e cumprir os objetivos propostos no regulamento do concurso: • Contactar com textos/obras do Património Cultural Nacional e Universal; • Reinterpretar os contos tradicionais; • Desenvolver a criatividade e as capacidades de representação dos alunos; • Explorar diversas linguagens ao serviço do espetáculo teatral; • Revelar o caráter pedagógico e lúdico dos contos tradicionais; • Promover o trabalho de grupo; • Divulgar os trabalhos produzidos pelos alunos; • Criar sensibilidade estética no público escolar. O júri, constituído para avaliar o trabalho de cada grupo participante, estabeleceu a seguinte classificação: Ensino Secundário 1º Classificado – “Cinderela” | cpc3 Ensino Básico 1º Classificado – “Cinderela” | 8º ano Prémio participação especial – “Os Três Porquinhos” | 3º ano Como forma de premiar os grupos vencedores, foi convidada a Companhia Profissional de Teatro Educa que apresentou, na manhã do dia 22 de maio, no auditório da nossa escola, a peça “Afinal a Poesia não é tão Rara como Parece”. No auditório, estiveram alunos do II e III ciclos e do ensino secundário que o preencheram com interesse e entusiamo. A II edição do festival em 2012|2013 é quase uma certeza, dado interesse dos alunos, dos professores e dos pais envolvidos em todas as fases do projeto. Jaime Ribeiro atividades | 24 X Feira Medieval reviver a história! n o dia 23 de junho, a Feira Medieval, já na sua décima edição, assentou arraiais no Centro de Educação Integral e voltou a encantar e a cativar as “mais variadas gentes”, numa jornada de grande alegria, vivacidade e entusiasmo que a todos contagiou. Esta atividade foi desenvolvida pelos alunos no âmbito do trabalho de projeto na disciplina de História e envolveu outras áreas disciplinares (Educação Visual e Tecnológica, Oficinas de Expressão Plástica, Francês, Inglês, Língua Portuguesa, Ginástica, Teatro e Técnicas de Dança), conseguindo assim mobilizar toda a comunidade educativa. A Feira Medieval é um evento importante na vida do CEI que tem como principais objetivos a promoção de saberes transdisciplinares, a valorização do património cultural da região, e a evocação de vivências históricas da Idade Média. Por volta das 10 horas da manhã, deu-se início ao evento com o desfilar do cortejo que se espraiou pelo “burgo” de S. João da Madeira, que contou com a presença de El-Rei D. Dinis e da Rainha Santa Isabel, sua corte e séquito, que propositadamente se deslocaram a esta terra nortenha para presidir à cerimónia da leitura solene da Carta da Feira pelo arauto, seguida da bênção pelo bispo D. Geraldo Domingues. No desfile estiveram representados os diferentes grupos que compunham a sociedade medieval portuguesa: a corte e toda a nobreza, o clero, a burguesia e o povo. Findo o “discurso” de abertura da feira, cresceu o bulício que se imagina próprio desses tempos, com a deslocação dos feirantes até às tendas e local de trabalho em redor do pelourinho. Na feira houve bancas, umas de mercadores e artesãos profissionais, outras dinamizadas por alunos, professores e pais. O vasto recinto engalanou-se e foi decorado a preceito com pendões coloridos desfraldados ao vento. Cerca de uma centena de figurantes, mormente alunos, incutiram a ambiência da época aos “forasteiros”, apresentando-se trajados a rigor, com indumentárias de tempos medievos que retrataram uma sociedade ruralizada e trinitária, marcada por profundas desigualdades sociais, num período em que o vestuário era um dos elementos de diferenciação e distinção social. O CEI foi povoado por autênticas personagens históricas que ani- 25 | atividades “aprender História, fazendo”, revivendo o passado nos seus encantos medievais maram e deram à feira um tom muito festivo e garrido, na evocação de um ambiente de antanho: nobres, cavaleiros, cruzados, clérigos, mercadores, artesãos, camponeses, taberneiros, almocreves, jograis, saltimbancos, malabaristas, bobos, dançarinas, mendigos, cuspidores de fogo e, como não podia deixar de ser, suas majestades, o rei e a rainha, que passearam lado a lado. Alguns dos “feirantes” com menos pejo, procuraram fazer negócio, apregoando as suas mercadorias, com o intuito de surpreender os clientes mais “incautos”. Destaque para o pão caseiro, o porco no espeto, os bolos, as frutas, as compotas, os licores e alguns artigos de artesanato, entre muitos outros produtos. Ao longo da manhã, realizou-se também o III Gimno CEI, em que participaram sete grupos com alunos da Creche, da Pré, do I e II Ciclos, e dos Cursos Profissionais. Os ginastas apresentaram o trabalho desenvolvido ao longo do ano com rigor e excelência. Salienta-se, também, a atuação do grupo “Curinga” que trouxe à feira as sonoridades inebriantes da gaita-de-foles, alaúde, bombo e caixa de guerra. Durante a tarde, atuaram: o “Grupo de Percussão Ecos Urbanos”, que animou ritmicamente os “visitantes” presentes; e o “Coro do CEI” que, uma vez mais, não desiludiu. O evento teve uma excelente adesão por parte do público, premiando assim o esforço de todos aqueles que nele participaram. Foi como se todos os intervenientes tivessem entrado numa máquina do tempo, que possibilitou a oportunidade única e indelével de “aprender História, fazendo”, revivendo o passado nos seus encantos medievais. Para que conste para a História se lavrou o presente relato e bem hajam todos os que se envolveram de “corpo e alma” nesta aventura lúdico-pedagógica. “Valeu a pena!”, disse o POVO. Longa vida à Feira Medieval do Centro de Educação Integral!, digo EU. Augusto Pinho caderno das 2011.12 V Reflexões da Primavera Empreendedorismo é uma expressão que vem do mundo dos negócios. O termo, porém, tem tu- destaque do a ver com educação. Afinal, um dos objetivos da escola, desde a Educação Infantil, é formar alunos autónomos! Cabe aos educadores desenvolver nos alunos um conjunto de competências que os tornem capazes de tomar decisões, traçar planos e organizar os recursos necessários para chegar ao sucesso. Nesse sentido o nosso projecto pedágogico e planos curriculares procuram empreender um conjunto de estratégias e atividades que procuram ajudar a desenvolver um cidadão autonomo, responsável, Perlim, Pim, Pim, … O Amanhã Começa Aqui activo e empreendedor, tentando: • Sensibilizar as famílias para o seu Creche papel privilegiado na educação No passado, as crianças eram criadas em ambientes que as incentivavam a pensar, a das crianças; criar, a aprenderem sozinhas o que lhes interessava e até mesmo a procurar soluções • Estimular um desenvolvimento diante de situações inusitadas. Os média era menos agressivos, mais informativos e harmonioso e integral das suas a música popular encantava e envolvia boa parte das pessoas. Crianças e adolescen- capacidades ao nível psicomotor, tes transformavam -se em adultos mais criativos, mais intuitivos e com a capacidade afectivo, cognitivo, linguístico de sonhar sem ter medo de buscar a realização do sonho. Basta relembrarmos os casos de Gandi, Jane Austen, Neil Armenstrong, Martin Luther King, Eça de Queirós, Eugénio de Andrade, etc, todos eles sonhadores, todos eles empreendedores. e perceptivo; • Estimular a construção do saber através de actividades lúdicas; Nos tempos atuais são tantas as tecnologias disponíveis, funcionando como muletas • Promover a autonomia das crianças; físicas ou lógicas, que até o ato de pensar está a ficar esquecido. Internet banda larga, • Desenvolver na criança auto-estima smartphones, notebooks, palmtops, Google, MySpace, Xbox, facebook, passaram a fazer e confiança em si própria e nos que parte do cotidiano dos jovens e adolescentes. Pensar e planejar uma carreira ou um futuro exigem tanta energia, que chega a ficar em segundo plano. Definir o caminho a rodeiam; • Proporcionar à criança o uso de profissional passa a ser um momento de angústia. procurar a realização de um sonho, materiais adequados a sua idade nesse momento de escolha, é quase uma utopia. Aliás, que sonho? e que visem promover a descoberta, Nesta realidade crianças e adolescentes vão sendo formados sem desenvolver po- a imaginação e o seu desenvolvimento tenciais relativos à construção do futuro, realização, protagonismo, criatividade, per- global; severança, cooperação e sensibilidade dentre outros tantos sentimentos e aspira- • Auxiliar a criança na sua socialização; ções que a educação empreendedora deve procurar resgatar e despertar. Despertar • Favorecer o desenvolvimento de o potencial criativo que existe em cada criança, incentivá-los a sonhar e, principal- aceitação, cumprimento e respeito mente, a procurar alternativas e possibilidades de concretização dos sonhos, além de de regras simples; incentivá-los a ler, escrever, a conhecerem-se cada vez melhor, um profundo auto-conhecimento e a procurarem conhecer de perto o que realmente lhes interessa serão os desafios da educação voltada para o empreendedorismo. • Implicação das crianças no seu projeto de aprendizagem; • Avaliar os seus próprios comportamentos; • Provocar o seu pensamento e definição de objetivos e a criatividade; • Promover capacidades de escolha e controlo; • Responsabilizar-se pelos seus próprios erros; • Envolvimento da Família nas atividades da Sala | Escola. Através de algumas atividades tais como: a semana dos avós, em que as crianças têm oportunidade de conviver e apreender com uma geração em que a educação e o trabalho tinham um peso e um sentido diferente aos dos nossos dias. O portfólio pretende ser um ponto de união e cooperação entre pais e escola, em que se partilham experiencias, conselhos e vivências. Entre muitas outras atividades que visam a tornar as nossas crianças em futuros cidadãos mais autónomos e ativos. Empreendendo para um Futuro Global Semeando o Futuro… I Ciclo O espírito criativo e empreendedor pode assumir uma importante relevância, desde 1| Objetivos gerais: que incentivado a partir dos primeiros anos de escolarização, no desenvolvimento • Identificar, valorizar e desenvolver as das competências de um aluno, abrindo-lhe novos horizontes no seu futuro. competências-chave para a criação de O 1º Ciclo tem como objetivo fundamental desenvolver comportamentos e atitudes uma cultura de empreendedorismo; de índole empreendedoras desde esta fase de escolarização. • Estimular a reflexão para a ação, Pretende-se que os alunos “aprendam fazendo”, sejam capazes de tomar as suas pró- o espírito crítico, a vontade de inovar prias decisões, seguros de si, sejam líderes, desenvolvam o seu espírito crítico, saibam e a criatividade face aos desafios gerir e organizar o seu tempo, tenham espírito de equipa, tenham iniciativa, sejam constantes da sociedade global; progressivamente mais autónomos, criativos, perseverantes, resilientes, etc. • Potenciar a integração das O desenvolvimento, nos mais jovens, de competências que no futuro lhes possam aprendizagens curriculares em ser úteis nos mais diversos contextos surge como fulcral na criação de uma cultura contextos concretos tendo em vista empreendedora das novas gerações. o desenvolvimento de projetos Ser empreendedor é, fundamentalmente, uma competência pessoal, que pode ser in- inovadores; centivada se existir um ambiente propício ao seu desenvolvimento. • Desenvolver competências promotoras de uma cidadania responsável. Esse ambiente, que incluí meios, estratégias, desafios, estímulos, apoio, etc. é da responsabilidade dos adultos e em particular, dos profissionais de educação. Devemos ter consciência que os jovens, por natureza, são empreendedores, já que gostam de descobrir, de mudar, de correr riscos, de fazer, porém, a cultura atual procura, por todos os meios, “normalizá-los”. caderno das reflexões | 28 Mas se somos responsáveis, como pais e educadores por criar jovens não empreendedores, de forma inconsciente, talvez possamos, de forma consciente, ajudar a libertar essa energia e consolidar comportamentos empreendedores, tão importante para a vida dos nossos jovens. Os instrumentos à disposição da escola podem ser poderosamente conjugados para prosseguir uma estratégia de ensino e interiorização do empreendedorismo pelos jovens: contextos de aprendizagem formais e contextos de aprendizagem não formais, fazendo a ligação da escola à realidade onde está inserida, da aprendizagem à noção de intervenção eficaz na sociedade, no ambiente e no mundo. 2| Objetivos do 1º Ciclo: • Incutir o valor do trabalho; • Desenvolver a criatividade; • Desenvolver o espírito de iniciativa; • Descobrir talentos individuais; • Incentivar o “pensar”. Conclusões: Em relação à Feira do Livro, os alunos gostaram de colaborar na compra e venda dos livros, da interação com as escritoras e de participar na declamação e dramatização dos poemas. O lucro desta atividade foi aplicado no passeio escolar e para a compra de livros para a biblioteca da escola. 3| Valores a trabalhar no projeto: • Solidariedade • Proatividade • Dinamismo • Respeito pelo outro • Cooperação Na atividade do cultivo de ervas aromáticas, os alunos começaram por semear as sementes em pequenos tabuleiros, que permaneceram nas salas de aula, para pode- 4| Atividades a desenvolver: rem observar a sua germinação e o seu desenvolvimento. Ao mesmo tempo, foi pre- • Compostagem; parado o terreno na horta da nossa escola, adubado com composto, que nós próprios • Reuniões de pais; produzimos com restos orgânicos do refeitório e do nosso jardim. De seguida e para • Feira do livro; se obter maior quantidade de plantas, foram semeadas, nesse mesmo terreno, o res- • Cultivo e venda de ervas aromáticas; to das sementes. Devido às condições atmosféricas houve algumas dificuldades em • Passeio escolar à Kidzania; acompanhar o desenvolvimento das plantas da horta, assim como dispensar os cuidados que este tipo de cultivo requer. No entanto, ainda assim, durante o 2º e o 3º pe- 5| Calendarização das atividades: ríodo, os alunos foram cuidando da horta, com a ajuda dos auxiliares de educação e, • Compostagem (durante o ano letivo) quando as plantinhas já estavam crescidas, transplantaram-nas para pequenos va- • Feira do livro (12 a 16 de dezembro) sos, que venderam na nossa Feira Medieval, com muito sucesso. • Cultivo e venda de ervas aromáticas Relativamente ao passeio escolar, os alunos divertiram-se durante a participação nas diferentes atividades|profissões proporcionadas na Kidzania. De forma lúdica, apren- (2º e 3º períodos) • Passeio escolar à Kidzania (8 de junho) 29 | caderno das reflexões deram a gerir o dinheiro, constando que é necessário trabalhar e ser empenhado para ganhar dinheiro e alcançar os objetivos a que nos propomos. Realizaram-se reuniões de pais onde foi discutida a importância de desenvolver a autonomia e foram partilhadas estratégias para fomentar a responsabilidade nas crianças, de forma a obtermos futuros empreendedores. Todas as atividades programadas foram cumpridas. Os objetivos foram atingidos, tendo consciência de que este trabalho não termina aqui mas é um processo contínuo e a ser desenvolvido nos próximos anos. CEI Ser + II Ciclo 1| Objetivos gerais: No âmbito do Projeto Curricular de Turma do II ciclo, “CEI Ser+”, foram definidos, no • Identificar, valorizar e desenvolver as início do ano letivo, os objetivos gerais do projeto, bem como os objetivos expetáveis competências-chave para a criação de de serem atingidos, no final. uma cultura de empreendedorismo; As atividades desenvolvidas com os alunos tocaram três vertentes: o Empreendedo- • Estimular a reflexão para a ação, o espírito crítico, a vontade de inovar rismo Social (S.O.S. Missão África), o Empreendedorismo Pessoal (Caça Talentos) e o Empreendedorismo Académico (Crescer no Saber). e a criatividade face aos desafios constantes da sociedade global; • Potenciar a integração de SOS Missão África Em resposta a um apelo lançado pela FASFHIC (www.fasfhic.eu), propusemo-nos a aco- aprendizagens curriculares em lher uma das suas missões, a angariação de 500 para a construção de um abrigo contextos concretos tendo em vista para uma família (mãe e três filhos) muito pobre de Moçambique, que em breve não o desenvolvimento de projetos teria onde habitar. inovadores; Depois de uma partilha muito profícua com os alunos, surgiram várias ideias dignas • Desenvolver competências de “pequenos grandes empreendedores” para angariar os fundos necessários para a promotoras de uma cidadania iniciativa proposta, entre elas a venda de rifas, de bolos, bijuteria, enfeites feitos pe- responsável. los alunos, com a ajuda dos pais e o abdicar de algo (um jogo, pipocas no cinema, por exemplo) para oferecer o seu valor em prol deste projeto. caderno das reflexões | 30 2| Objetivos expectáveis de serem atingidos • Persistir nas dificuldades; Foi enorme o envolvimento e o desejo de ajudar, pelo que o valor inicialmente previsto (500 ) foi largamente ultrapassado, o que gerou muita alegria e união entre os • Interiorizar que nada se consegue sem trabalho; alunos. Depois de um contacto feito com a responsável pelo projeto, em Moçambi- • Vencer o medo de arriscar; que, esta comunicou que optaram pela construção de uma casa com melhores con- • Desenvolver a criatividade; dições, dado que os 500¤ dariam para algo com condições muito precárias. Assim, no • Valorizar as diferenças, total, foi enviado o valor de 1341.48 . Depois de enviado o donativo para esta missão, recebemos uma carta de agrade- respeitando o outro; • Praticar a solidariedade cimento da coordenadora nacional da FASFHIC, da qual transcrevemos algumas Conhecer outras realidades, ajudar|comprometer-se palavras: em transformá-las e mudar própria realidade “Ao Excelentíssimo Senhor Dr Joaquim Valente, aos professores, encarregados de educação e alunos envolvidos no Projeto SOS Missão África, É com o coração a transbordar de gratidão que venho ao vosso encontro para lhes dizer o meu MUITO OBRIGADA! Obrigada de coração pela vossa generosidade ao reservar no vosso coração e na vossa vida espaço para uma família pobre, em Moçambique, interior de quem é solidário; • Reconhecer o valor do grupo e da cooperação; • Envolver a família; • Ter espírito de iniciativa; a quem tudo falta… (…) Apoiar uma família desfavorecida, nestes tempos difíceis de crise e de grande dificuldade em Portugal, é um gesto que traduz a nobreza do vosso coração. Só um coração sensível e aberto ao outro e às suas necessidades é capaz de ser solidário com aqueles a quem a vida flagela, despindo-os dos seus direitos e dignidade. Só um coração com sentimentos nobres é capaz de se condoer com as carências dos mais necessitados e, de alguma forma, procurar minimizar o seu sofrimento. Obrigada! O vosso coração é nobre!” Olímpia Mairos | Coordenadora Nacional da Fasfhic Caça-Talentos Esta atividade procurou, principalmente, revelar os talentos, muitas vezes secretos, Cada aluno recebeu um pequeno dos nossos alunos, de forma a valorizar os diferentes tipos de competências e pro- dossier com reflexões e atividades mover a sua autoestima. a desenvolver, em contexto escolar Ao longo do ano as atividades foram sendo apresentadas e registamos com muito agrado a descoberta de tantos talentos dos quais nem os próprios alunos tinham consciência e à vontade para revelar e apresentar. Cresceu a autoestima, a união dos alunos e o respeito pelo valor do outro. e familiar, que visaram temas como: • Importância de um ambiente de estudo adequado; • Importância da gestão do tempo; 31 | caderno das reflexões • Elaboração de um horário de estudo; • Melhorar a sessão de estudo, planificando-a; • Organização da informação (importância do caderno diário, tirar apontamentos, …). Crescer no Saber Como preparação da reunião com os Encarregados de Educação, em Fevereiro, solicitámos aos alunos e pais que respondessem a quatro questões, como avaliação desta área. Foi grande o envolvimento de todos e as respostas deram-nos luzes acerca do bom rumo do projeto. Como reflexão final… Acreditamos que o homem vale sobretudo pela EDUCAÇÃO que possui. Uma educação para o empreendedorismo tem de refletir sobre o mundo em que vivemos. A edu- Apresentamos uma pequena cação para o empreendedorismo constitui uma garantia do futuro. No âmbito de amostra deste trabalho: uma escolaridade útil para a vida, é desejável que as crianças de hoje, adultos do amanhã disponham de uma arca de conhecimentos e de competências que lhes per- Sinto que cresci em… mita não só terem consciência dos valores que perfilham, dos laços que os ligam à Visão do Aluno comunidade de pertença e dos objetivos que desejam perseguir, como também se- • Cresci em conhecimentos e em rem capazes de se exprimir, de participar e de agir de acordo com as suas convicções autonomia: preparação da mochila e e projeto de vida pessoal, profissional e social. realização de trabalhos sem o auxílio Com o Caça-Talentos, tivemos como fito central que os alunos descobrissem aquilo da minha mãe. que gostam ou não gostam de fazer, e sobretudo que exibissem os dotes mais ou me- • Melhorei no comportamento e tenho maior interesse em aprender. • Cresci em maturidade, tornei-me nos artísticos “escondidos” ou “adormecidos”. O empreendedorismo começa no espírito empreendedor. O empreendedorismo ensina-se, mas só se aprende quando é sentido e vivido. A autoestima individual saiu amplamente reforçada. mais responsável nas minhas tarefas Com o Crescer no Saber procuramos incutir nos alunos as diversas qualidades que escolares, cresci no saber e na relação são necessárias para se ser empreendedor na vida. As primeiras são trabalho, traba- com os meus colegas e professores. lho, trabalho e trabalho. A assimilação de conhecimentos e a aquisição de compe- • Tenho uma maior autoconfiança. tências implica memória, persistência, disciplina, responsabilidade e trabalho. Con- Melhorei também muito no saber cluímos que os nossos alunos estão mais autónomos, compreendem e sabem e aprendi a conseguir dominar-me resolver diversas situações-problema e desenvolveram uma atitude mais crítica re- nos sentimentos (se fizer um jogo ou lativamente à realidade observável e aos conceitos e definições que compõem os con- alguma coisa parecida e perder, não teúdos das aprendizagens escolares. Estão mais empreendedores ao nível da cons- choro nem fico infeliz). trução do seu próprio conhecimento. caderno das reflexões | 32 Por outro lado, não se é empreendedor sem se ser um bom rebelde. Quem empreende tem de estar disposto a iniciar uma revolução e a lutar e assumir o poder – não pelo poder em si, mas para fazer mais e melhor, ou pelos menos diferente, do que quem já o possui. No entanto, deve ser um rebelde de causas e ideias. Um bom rebelde será O meu educando assim aquele que souber escolher bem as suas causas, aquele que acreditar total- já cresceu em… mente nelas – um mercenário pode ser um bom profissional mas dificilmente será Visão dos Pais | Encarregados de Educação um bom empreendedor – e que souber lutar incansavelmente por elas. Estamos convictos que os nossos alunos estão mais consciencializados para a rebeldia positiva. Conhecimento, motivação, inovação, persistência e solidariedade, são só algumas • No interesse pelo estudo e maior responsabilidade. • Tem evoluído na aquisição de hábitos das principais características dos empreendedores, sob o nosso ponto de vista, que de estudo e métodos de trabalho. procuramos desenvolver nos discentes. O conformismo é o resultado de sucessivas • No decorrer destes dois anos apreciei cedências, abstenções, em que a opinião pessoal e capacidade de iniciativa não exis- o desenvolvimento da minha filha tem, ou não se manifestam. O conformado basta-se com o que gostaria de ser, cede numa escola em que ela se sente o seu espaço a outros, demitindo-se dos deveres que o tornam cidadão, indiferente bem e tranquila e que sempre que à sua intervenção na História. Há exemplos de grandes homens, dignos de orgulho, necessário disponibilizou os não pela riqueza que acumularam, mas porque descobriram que a maior riqueza es- responsáveis para a resolução dos tá em proporcionar desenvolvimento, em dar as ferramentas para que outros, se assim o quiserem, possam ser “ricos” também. problemas que surgiam. • Conseguimos gerir o tempo de outra Os homens empreendedores, mais do que apresentar as suas ideias e fazê-las intervir forma e desvalorizar aspetos que em na gestão da vida coletiva, sabem concretizá-las, dar-lhes forma. Por isso, podem tornar- tempos teriam um peso que hoje já se também um exemplo da autêntica liberdade: De que serviria a liberdade se quem a não têm. tem se rendesse ao conformismo? De que serviria a liberdade se não nos permitisse atuar como homens livres, pondo em evidência os talentos e os meios ao nosso dispor? Como dizia Antoine De Saint Exupéry, como que personificando os homens visionários, os empreendedores: “Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão”. E foi neste espírito que os nossos alunos se entregaram de corpo e alma ao projeto SOS Missão África. O exercício responsável de cidadania é uma exigência fulcral nas sociedades democráticas do nosso tempo. Os nossos alunos foram capazes de dar a sua resposta, e envolveram-se numa boa causa, dando um inequívoco contributo solidário para a construção de um mundo mais justo e igualitário. “O mundo é um lugar perigoso, não por causa daqueles que praticam o mal mas por causa daqueles que observam e nada fazem”, como bem asseverou o genial Albert Einstein. Durante as Reflexões da Primavera, alunos e professores tiveram mais um momento de diálogo, partilha e avaliação do Projeto nas suas três vertentes. Mais talentos foram apresentados e os alunos realizaram trabalhos, em pequenos grupos, que exprimiram todo o seu sentir e agir nas várias atividades desenvolvidas. Terminamos com a história de um filósofo grego, quiçá um empreendedor. Conta-se que Aristipo terá sido atirado do seu barco para o mar juntamente com a sua tripu- 33 | caderno das reflexões lação. Foi dar à costa da ilha de Rodes despojado de todos os seus bens e até mesmo das suas roupas. Percebeu que havia homens por perto e dirigiu-se a eles. Envolveuse em disputas filosóficas, ensinou alguns dos seus conhecimentos de geometria e com isso conseguiu roupas para si e para toda a sua tripulação, assim como condições para regressar a casa. Quando se aproximava da hora do regresso, os seus companheiros perguntaram-lhe se havia alguma mensagem que desejava divulgar entre os seus. Aristipo terá pedido que dissessem o seguinte: “As crianças devem ser providas com aquele tipo de bens e recursos que possam flutuar com elas mesmo após o naufrágio.” Em suma: Todos os presentes que a fortuna concede, pode também tirar; mas a educação combinada com inteligência, solidariedade, trabalho, inovação e persistência nunca falha, permanece firmemente até ao fim da vida. O SABER [FAZER, SER E ESTAR] não ocupa lugar… Augusto Pinho, Esmeralda Pinto | Diretores de Turma Cei em Cena! III Ciclo O que fizemos? E assim chega ao fim o nosso projeto curricular deste ano letivo. Ao longo deste ar- O tema central do nosso Projeto tigo final, pretendemos refletir, de forma global, o trabalho pedagógico desenvolvido de trabalho teve com título: ao longo do ano, com as turmas dos 7º, 8º e 9º anos de escolaridade. Ao longo do ano em apreço, e tal como proposto nos Projetos Curriculares de turma, • “CEI em Cena”, no âmbito da foi notório o envolvimento e participação de todos estes grupos numa dinâmica de temática proposta pelo Projeto articulação pedagógica, de onde se destacam as inúmeras atividades em conjunto e Curricular de Escola “Empreendendo em colaboração, com vista ao desenvolvimento de espaços de participação global. para um Futuro Global”, pelo que Nesse sentido, foi fundamental a organização de momentos escolares dinâmicos e todas as nossas atividades, ao longo motivadores, que permitiram perspetivar o futuro de modo a que os nossos alunos, na do ano, foram escolhidas para família, na escola, na rua, assumissem uma relação interveniente no meio que os en- a realização de objetivos que volve e aprendam a aprender, organizando os seus saberes numa perspetiva de apren- promovessem a aquisição de dizagem ao longo da vida, desenvolvendo as suas capacidades de Expressão e Comu- comportamentos e atitudes de saber nicação através de diferentes modelos, diferentes visões, diferentes estratégias… estar com os outros e para os outros através de uma metodologia de empreendedorismo em que a aprendizagem efetiva parta do conhecimento que advém da experimentação, do espírito critico e da organização intelectual. O objetivo foi o de explorar e promover novas aprendizagens, bem como a pesquisa e certificação, necessárias para a compreensão do mundo globalizado à nossa volta e da consequente necessidade de um empreendedorismo criativo e dinâmico. Por tudo isto, o que quisemos era ter a certeza de que pertencemos e somos parte responsável não só de uma comunidade, mas também dos seus valores. Queríamos mais especificamente que os nossos alunos valorizassem e interiorizassem uma cultura de empreendedorismo e refletissem acerca de algumas atividades e ações, para que a von- caderno das reflexões | 34 tade de inovar e de ser criativo seja uma constante nas suas vidas presentes e futuras. No âmbito da atividade de planificação do processo ensino|aprendizagem, e tendo em conta as características das turmas anteriormente referidas foi relevante a elaboração de projetos curriculares coerentes e consistentes com o trabalho cooperativo que se idealizou. Nesse sentido, a planificação proposta obedeceu a um conjunto O que fizemos? de premissas que tiveram como objetivo principal um trabalho contínuo de partilha O tema central do nosso Projeto de e colaboração em efetiva articulação inter-turmas. trabalho teve com título: Os modelos e métodos pedagógicos, apesar de variados, contribuíram para o desenvolvimento dos projetos curriculares, tendo sido cumpridos os núcleos essenciais • “CEI em Cena”, no âmbito da dos conteúdos programáticos, nomeadamente os que estiveram diretamente rela- temática proposta pelo Projeto cionados com o tema central da escola. Curricular de Escola “Empreendendo Por outro lado, as características físicas da Escola permitiram uma intensa coopera- para um Futuro Global”, pelo que ção com outros setores da Escola, nomeadamente no que concerne ao desenvolvi- todas as nossas atividades, ao longo mento de projetos de articulação e continuidade pedagógica. do ano, foram escolhidas para a São ainda de destacar algumas das atividades desenvolvidas em colaboração com as realização de objetivos que famílias, que, em alguns momentos ocuparam um espaço primordial do desenvolvi- promovessem a aquisição de mento do projeto curricular, bem como a interação conseguida com os encarregados comportamentos e atitudes de saber de educação e outros intervenientes da nossa comunidade educativa. estar com os outros e para os outros Neste ponto, é de referir a dinâmica da apresentação da peça de teatro “Dom Pimpão através de uma metodologia de Saramacotão e o seu Criado Pimpim” que contemplou três fases diferentes do pro- empreendedorismo em que a jeto: o antes, o durante e o após a apresentação da peça. aprendizagem efetiva parta do A fase anterior ao projeto contemplou atividades diversas, nomeadamente: explorar conhecimento que advém da o texto da peça de teatro, pesquisar sobre a época em que as cenas se passam, his- experimentação, do espírito critico e tória, vestuário, linguagem…, divulgar|publicitar desta peça de teatro, ensaiar falas e da organização intelectual. cenas, preparar cenários, escolher músicas da época adequadas à cena, confeção de roupas… O momento da apresentação da peça incluiu não só a apresentação da peça em si, mas também a receção aos convidados, a caraterização das personagens, a preparação de cenários, sistema de som e música e captação de fotografias. Posteriormente os alunos foram ainda convidados a apresentar novamente a peça à comitiva de professores estrangeiros no âmbito do Projeto Comenius, com apresentação e legendas em Inglês. O que podemos concluir? Findo que está o ano letivo, há que referir a qualidade global do trabalho desenvolvido, de onde se destacam duas ideias chave: a existência de um espaço físico (auditório da escola) muito bem equipado e com boas condições, que contribuiu, de forma clara, para o sucesso alcançado e também a equipa pedagógica da escola (docentes e outros funcionários não docentes), que muito se empenhou no desempenho deste projeto. 35 | caderno das reflexões Também merece especial relevo a participação contínua e ativa dos pais e encarregados de educação nas dinâmicas escolares, bem como a estreita cooperação desenvolvida entre os alunos e professores, pois sem esta relação o sucesso deste projeto seria apenas uma utopia! Carla Monteiro, Andrea Carvalho, Inês Cruz Academia de Verão na UA Secundário • O Projeto Curricular de Escola para Todos os anos, de 8 a 13 e de 15 a 21 de Julho, a Universidade de Aveiro organiza a Aca- o Ensino Secundário no âmbito do demia de Verão. Este ano decidi inscrever-me para o programa “Da Célula ao Ecos- “Empreendedorismo para o Mundo sistema” no departamento de Biologia e para outro programa como segunda esco- Global” centrou-se no lha. No início do 3º período enviei a candidatura e depois tive de esperar até ao final desenvolvimento de competências do mesmo período para receber o e-mail a confirmar que tinha entrado para a mi- que promovessem a autonomia, o nha primeira escolha. espírito crítico e empreendedor numa No dia 8 de julho, a 1ª semana da Academia de Verão começou. Ao chegar estava tudo perspetiva de participação proativa bem organizado e explicaram como tudo iria funcionar. Enfim, tudo o que precisáva- na comunidade, a integração de mos de saber. Fizemos uma visita ao campus até chegar a altura de nos despedirmos conhecimentos adquiridos em dos nossos pais e de conhecer os elementos do grupo. O meu grupo era o P2 e éramos projetos concretos num ambiente o maior grupo da Academia, com 26 elementos e 3 monitores. Começámos por tentar de cooperação ativa em torno de decorar os nomes de todos e conhecermo-nos um pouco melhor, pois iríamos passar objetivos comuns e a articulação a próxima semana todos juntos. Depois das apresentações, fomos às residências pou- efetiva entre a família e a escola. sar as malas e arrumar algumas coisas, sendo os quartos individuais e acolhedores. Com efeito, foram inúmeros e Durante a semana, passámos bons momentos todos juntos. Inventámos músicas pa- bastante produtivos os projetos ra o nosso grupo*, gritos, danças… Fizemos imensas atividades laboratoriais de dife- interdisciplinares desenvolvidos! rentes temas. Tivemos também várias saídas de campo, sendo uma delas à mata do Desde a preparação e receção à Buçaco onde inaugurámos o campo de voluntariado da Universidade de Aveiro para a comitiva de professores estrangeiros preservação das espécies autóctones da mata, pelo projecto BRIGHT. Este foi, para no âmbito do Programa Comenius mim, a melhor saída de campo que tivemos. À tarde podemos desfrutar de workshops até às visitas de estudo. de vários temas, desde fotografia, culinária, arte, desporto… Já à noite os animadores da UPAJE tratavam de nos manter acordados e animados até à hora do recolher. • Fica o nosso agradecimento pelo testemunho da Catarina Silva que, de facto, ousou voar um pouco mais além! 1| A primeira noite, na Fotossíntese, com os monitores da Academia de Verão da Universidade de Aveiro, Faraz e o Ossman! 2| Na mata do Buçaco, com uma maravilhosa paisagem. Foi uma semana inesquecível! Adorei tudo o que fiz, as pessoas que conheci, as ex- caderno das reflexões | 36 periências que tive. A pior parte foram as despedidas, pois numa semana conseguimos fazer bons amigos de diferentes zonas do país (até das ilhas!). Aconselho a experimentar, pois se no início estava com receio uma vez que iria frequentar a Academia de Verão sozinha, logo no primeiro dia senti-me bem por ter a oportunidade e o privilégio de conhecer gente fantástica que lá estava pelas mesmas razões. A Academia de Verão não são apenas aulas, temos tudo misturado, onde mesmo a aprender nos divertimos e fazemos coisas que nunca faríamos na escola. • *Para ver a música do nosso grupo: http://www.youtube.com/watch?v=Wqpp 9tIxkvg&feature=plcp Foi definitivamente uma experiência fantástica que eu quero repetir para o ano. 1| Depois de um dia em cheio, só mesmo nós para termos energia para o jogo da noite, “Quem quer ser nepionário?” Que por acaso até ganhamos! 2| Sempre concentrados no laboratório! 3| Prontas para a festa de despedida,na última noite da Academia de Verão da Universidade de Aveiro. “Não fica triste, para o ano há mais!” Faraz e OssmanIdrisse – monitores da UPAJE Catarina Silva | 10º ano Obrigada por nos Fazerem Nascer de Novo! Cursos de Educação e Formação Não podemos negar que o Centro de Educação Integral dá aos seus alunos todas as possibilidades que deveria dar, que corrige cada passo que dão em falso, que os obriga a atos ou tarefas que lhes dispõem na alma as primeiras sementes de respeito. Se atualmente a escola em Portugal continua a ser vista como instituição que, para além da formação académica, presta um serviço que por vezes deixa na sombra o que é mais importante: a formação do caráter e o desenvolvimento da inteligência, o CEI destaca-se pela aposta que faz nestes aspetos, não esquecendo jamais a prestação académica de cada um dos seus alunos. Sentimos pela primeira vez que, • Um testemunho dos alunos mais do que números, somos para todos no CEI pessoas com um passado nem sem- do Curso de Educação e Formação pre feliz, mas com um presente intenso e com um futuro brilhante na medida das ca- em Hotelaria pacidades de cada um. Aqueles que saiem da escola sem amor a esta, não é em grande parte por sua falta, mas pelo facto desta nem sempre saber cativar e motivar os alunos, o que é por si só fundamental. Caso contrário ao que acontece nesta escola, que desperta a atenção de qualquer aluno. Aquele que vier aqui parar, irá iniciar um novo rumo na sua vida. É como se voltasse ao primeiro ano, para aprender a estudar, é como se nascesse de novo para aprender a confiar em si mesmo e nas suas múltiplas inteligências e trabalhar para conseguir atingir metas outrora inimagináveis. 37 | caderno das reflexões Nesta casa que é também nossa o método de educação é diferente, tem um dom especial de cativar qualquer aluno. Dão-nos uma auto-confiança para alcançarmos os nossos objetivos, oferecem todas as oportunidades que qualquer escola gostaria de oferecer, ajudam-nos a superar qualquer obstáculo, não desistem, nem nos deixam sair daqui sem alcançarmos as nossas expectativas. Ao longo do tempo, muitos alunos entraram e outros saíram diretamente para o mercado de trabalho e até ensino superior, muitos deles com ideias inseguras, outros com maior entusiasmo… Não importa! Todos tiveram de batalhar para aceitar o desafio das regras e as tarefas propostas no CEI. Não há-de ser nada… sabemos que custa, mas também sabemos que vale sempre a pena, basta pensar pelo lado positivo, pois temos a certeza de ter professores, funcionários, diretores de turma e diretor dispostos a ajudar sempre que precisamos. Este espaço deixou de ser para nós uma simples escola, tornou-se algo marcante nas nossas vidas, por isso devemos cuidar desta escola como ela cuida dos alunos… com carinho, atenção, enfim como família que é, talvez e cada vez mais, nossa! Alunos | CEF de Hotelaria em colaboração a Prof. Susana Casquinha (Diretora de Turma) Empreendendo… na Promoção da Saúde! Cursos Profissionais No dia 10 de novembro de 2011, os alunos assistiram à palestra “Gestão de Tempo” orientada pela Dra. Sandra Vieira, a qual decorreu no Shopping Dolce Vita. Nessa palestra, os alunos adquiriram conhecimentos preciosos acerca da melhor forma de gerirem o seu tempo, através do estabelecimento de objetivos e prioridades, eliminando atitudes procrastinadoras e prejudiciais no que diz respeito à execução das tarefas essenciais ao seu sucesso. Aprenderam também que a noção de tempo é muito relativa, pois o tempo não passa de um gasto de horas que é preciso rentabilizar em atividades e tarefas produtivas que façam a diferença no nosso quotidiano. Já a 14 de novembro os alunos visitaram a Clínica de Medicina Física e Reabilitação dos Irmãos Bastos em São João da Madeira com o objetivo de tomarem consciência acerca das rotinas a adotar enquanto técnicos de saúde de uma clínica. Foi bastante produtiva a experiência, uma vez que esta visita de estudo permitiu aos alunos aferirem princípios a adotarem em local de trabalho e, sobretudo, assumirem os doentes/pacientes como prioridade número um! A 17 de novembro, os alunos, acompanhados da docente de Área de Integração, visitaram o Museu de Chapelaria de S. João da Madeira, ficando assim a conhecer melhor, não só a história da cidade de S. João da Madeira, mas também o modo de fabrico artesanal dos chapéus, pelo qual a nossa cidade é bem conhecida. Para além disso, foi curioso darmos conta da história e evolução das máquinas utilizadas neste processo. caderno das reflexões | 38 Já durante o mês de maio, os alunos desta turma assistiram a uma palestra sobre Cuidados Paliativos. Com efeito, esta foi uma experiência que comoveu a plateia e que fez com que todos dessem maior valor à vida e à forma como aproveitamos ou não o tempo que nos é dado. Todavia, o que os alunos mais apreciaram foi ouvir que, apesar de tudo, podem ser eles mesmos a proporcionarem aos doentes a melhor qualidade de vida possível, lutando para ser sempre e cada vez mais, melhores profissionais. Ainda neste mês, no dia 9, pudemos visitar o lar de Escapães orientado pela Dra. Maribel. No início toda a gente estava surpreendida, pois não é todos os dias que um grupo de 22 alunos entra na sala onde os seniores costuram e fazem tampinhas para as compotas, outros jogam cartas e algumas pessoas estão mesmo só a colocar a conversa em dia. Pelo decorrer da tarde, fomos socializando cada vez mais, e foi surpreendente ver os alunos tão inesperadamente entusiasmados com o sorriso que iam colocando na cara de todos os seniores presentes. No dia 12 de junho, os alunos desta turma visitaram os Bombeiros Voluntários de João da Madeira, a qual foi orientada pelo bombeiro Hélder que nos ensinou e demonstrou a importância dos bombeiros e dos primeiros socorros no dia-a-dia. “Pedrinho” (nome dado a um boneco insuflável onde são praticadas as manobras de formação) foi a principal atracção da nossa parte, visto que toda a gente quis experimentar. Foi uma visita muito dinâmica e ativa que nos permitiu alargar e melhorar os nossos conhecimentos. Recuperando a experiência do dia 9 de maio com a visita ao lar de Escapães, tomámos a iniciativa de, no dia 15 de junho, recebermos os seniores do lar de Escapães juntamente com os seniores do projeto “Troca de Saberes” para um convívio como um agradecimento por nos terem recebido tão bem. Nesse dia a nossa sala esteve repleta de alegria e animação. Não faltaram comida, jogos didáticos, nem música para encher o ambiente. As senhoras tinham a parte da manicura, e os senhores podiam sempre por em prática a sua sabedoria na sueca. No fim, para que os seniores se lembrarem de nós foram entregues lembranças. Foi bom ver as caras felizes de todos eles ao despedirem-se de nós. Esta experiência foi tão rica e diferente que gostaríamos de dar aqui um grande OBRIGADO à professora Ana Valente pela sua dedicação e empenho, pela compreensão que nos deu ao longo do ano, e principalmente pela paciência que teve connosco! Alunos do Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde | CPS7 • Durante o ano letivo 2011|2012 a turma de Curso Profissional de Auxiliar de Saúde, realizou várias visitas de estudo com o objetivo de conhecer a importância das incumbências de um Técnico Auxiliar de Saúde. perspetivas | 40 Palavras do Diretor Joaquim Valente proferidas na sessão de abertura do ano escolar no Centro de Educação Integral no dia 3 de setembro de 2012. Eu Tenho um Sonho Regressar de férias, regressar à vida. Porque o trabalho nos dignifica; porque o trabalho, hoje, no atual contexto, nos distingue! Através de cada um de vós, aproximei o meu sonho de cada aluno, de cada pai, de encarregado de educação, de cada família. É nessa proximidade que gostaria de ver investida a nossa energia neste ano que agora começa, nestas celebrações que agora Hoje, sinto-me feliz! se aproximam. Promover a educação no seu sentido mais lato, abarcando e envolvendo as famílias dos nossos alunos, na cons- Feliz, porque damos início a um novo ano de trabalho; feliz, por- trução da cidade educadora. Esse é o meu sonho mais recente. que posso contar com uma equipa de profissionais de grande Renovar, reinvestir, reinventar. I have a dream! qualidade; feliz, pela certeza que o vosso empenho será sempre igual ou superior ao do passado; feliz, porque vamos comemorar, juntos, os 25 anos do Centro de Educação Integral. Um quarto de século em que parte do meu sonho se cumpriu. I have a dream! Um quarto de século do meu casamento com a educação. I have a dream! Um quarto de século na busca permanente do sucesso. I have a dream! Vamos partilhar um sonho. Um sonho de um quarto de século e em que não estive sozinho. Tive o suporte da minha família e o compromisso emocional e profissional de cada um dos meus colaboradores. O vosso sentido de empenho e a vossa entrega Um sonho construído em torno de grandes ideais, valores que norteiam a nossa ação, que nos conferem sentido de humanidade: Trabalho, esforço, denodo, os três vértices do triângulo da edificação; Solidariedade, compromisso social, implicação com o outro, para o triângulo da relação; Educação sem fronteiras, cidadania e família para o triângulo do projeto. Eu, vocês e a comunidade educativa para o triângulo que permite que o sonho se torne realidade, o triângulo da concretização! Meus senhores e minhas senhoras, meus amigos, i have a dream! foram determinantes para que eu sonhasse e o meu sonho co- Deixem-me sonhar, porque hoje eu sou um homem feliz! mandasse a minha vida. Joaquim Valente | Diretor do CEI Aprender sem Fronteiras projeto curricular de escola 2012 | 2013 Quais as razões que levaram à escolha deste tema? s e há dois anos foi tida em especial atenção a necessidade de uma aquisição consciente e intencional do conhecimento e no ano seguinte se focou a importância da iniciativa responsável, é de esperar que na continuidade do projeto educativo do colégio se eleja Todos os anos letivos, no Centro de Educação agora a capacidade de adaptação a contextos diferenciados, como o elemento cen- Integral, é definido um tema que serve de elo tral da nossa ação. comum ao desenvolvimento dos projetos dos diferentes setores da escola, desde o jardim-deinfância até ao secundário, englobando as turmas de prosseguimento de estudos e as turmas de caráter profissionalizante. Foi assim em 2010|2011, com o tema “Crescer no Saber”, que exprimia em três palavras-chave algumas das preocupações centrais de aprendizagem de toda a comunidade escolar: responsabilidade, disciplina e competência. Em 2011|2012, o tema foi aprofundado, assumindo a denominação “Empreendendo para um Futuro Global”, com a expectativa de juntar, às preocupações anteriormente referidas, as competências empreendedoras essenciais para o exercício de uma cidadania responsável e autónoma (conhecimento, respeito e decisão). O CEI – Centro de Educação Integral tem pautado a sua ação, desde sempre, por uma preocupação educativa que ultrapassa a simples transmissão de conhecimentos aos alunos. Aqui, encara-se a escola como um local central de formação de cidadãos, íntegros responsáveis e capazes, a quem se deve transmitir o legado do conhecimento construído pelas gerações anteriores, de modo a perspetivar a ação futura. Os alunos que frequentam o CEI devem esperar interagir nas situações mais variadas e, para isso, devem estar preparados para as aceitar, para as conhecer e para nelas atuar. Na educação das novas gerações, devemos ter presente que os contextos em que a sua vida se vai desenrolar, já num futuro muito próximo, serão substancialmente diferentes daqueles em que atualmente vivemos. Todos temos consciência disso. Mas, quais serão as características desses novos cenários? Esta é uma pergunta de muito difícil resposta. A aparente facilidade introduzida na nossa vida pelo desenvolvimento técnico, o acesso facilitado à informação provocada pelo desenvolvimento da internet, a aproximação a outras realidades que o desenvolvimentos dos media provocou, não retiraram complexidade, nem ao desenvolvimento da nossa relação com os outros, nem à construção de um futuro melhor, bem pelo contrário. A alteração substancial das situações existentes e a sua cada vez mais rápida modificação criaram as condições para o aumento de imprevisibilidade. Para 2012|2013, o tema escolhido como ponto A preparação dos jovens tornou-se mais exigente, mais desafiante. As novas cir- de união dos projetos do CEI é “Aprender cunstâncias, criadas pelas modificações referidas, introduziram novos problemas sem fronteiras”. que, na maior parte das vezes, não são passíveis de ter respostas imediatas. Já não perspetivas | 42 “ 7| Transdisciplinaridade: entendida como a capacidade de com- ” A realidade é tudo o que existe. Sobre a realidade existente construímos uma imagem que nos permite abordá-la e tentar compreendê-la. preender e interligar conhecimentos de diferentes áreas; 8| Persistência nos objetivos (“Mindset”): entendida como a capacidade de identificar e desenvolver tarefas e processos de trabalho para obter os objetivos definidos; 9| Gestão do conhecimento: entendida como a capacidade de escolher, recolher e utilizar a informação necessária para o desenvolvi- chega possuir o conhecimento académico! É fundamental criar novas atitudes e desenvolver novas competências, muitas das quais até agora não se mostravam essenciais. Um interessante estudo denominado “Future Works Skills 2020”, recentemente desenvolvido pela Universidade de Phoenix, nos Estados Unidos, refere seis centros nevrálgicos que caraterizam o mundo de hoje e que condicionam fortemente o futuro próximo. A saber: o aumento da esperança de vida; a automação dos locais de trabalho; o desenvolvimento dos sistemas computacionais; os novos meios de comunicação que requerem novos tipos de literacia; as superestruturas organizacionais; o mundo globalmente ligado. E com base na análise destas qualidades, o estudo aponta dez competências que se torna urgente desenvolver, para atuar com eficácia, neste quadro de mudança. 1| Sensatez: entendida como a capacidade de compreender claramente o que, em cada momento, está em jogo; 2| Inteligência social: entendida como a capacidade de se ligar aos mento dos processos desejados; 10| Colaboração virtual: entendida como a capacidade de trabalhar de forma empenhada e produtiva como membro de equipas virtuais. Será pois com o desenvolvimento deste tipo de competências que a nossa escola se deve preocupar. A escolha do tema “Aprender sem Fronteiras” assentou na preocupação de criar condições que facilitem o desenvolvimento destas novas competências juntando-lhe, ainda, a defesa dos valores culturais, humanos e sociais que têm sido a base do projeto educativo do CEI: rigor, solidariedade e justiça. As fronteiras a ultrapassar no “Aprender sem Fronteiras” não se limitam àquelas que separam os diferentes países e os diferentes povos. Com maior importância, os jovens devem estar preparados para saltar as fronteiras dos preconceitos culturais, sociais e do conhecimento, que a sociedade contemporânea cria e desenvolve. Os nossos projetos terão, assim, em comum alguns aspetos essenciais. outros, de forma a compreender as suas reações, interagindo e es- Em primeiro lugar, devem ter em linha de conta o aproveita- timulando o desenvolvimento de novas reações; mento e desenvolvimento da capacidade natural e inata da cu- 3| Criação de novas ideias: entendida como a capacidade de gerar novas ideias e soluções que ultrapassem o senso comum; 4| Transculturalidade: entendida como a capacidade de operar em diferentes cenários culturais; 5| Pensamento computacional: entendido como a capacidade de analisar dados e de os tornar úteis em novos cenários; riosidade, que todos os jovens possuem e que lhes permite adquirir a informação necessária para agir no que é novo e desconhecido. O ser humano, à medida que se vai desenvolvendo, tem tendência para criar zonas de conforto que lhe permitem manter escondidas realidades menos agradáveis e resistir a mudanças que geram insegurança e ansiedade. Hoje, 6| Nova literacia: entendida como a capacidade de avaliar critica- já não é fácil manter escondidas as situações, mesmo aquelas mente e desenvolver conteúdos que utilizem novas formas de co- que nos são mais desagradáveis. Há cada vez menos “jardins municação, de maneira mais eficaz; secretos”. E esta tendência, previsivelmente, acentuar-se-á no 43 | perspetivas futuro. A curiosidade leva ao conhecimento e o conhecimento sos porque respeitamos as opiniões do outro (como pretende- permite diminuir a angústia perante a diferença e criar a se- mos que respeitem a nossa), partilhando objetivos e agindo so- gurança para agir conscientemente perante novas situações. lidariamente. Passamos, assim, da simples ação à interação, en- Ora, a curiosidade treina-se e pode ser orientada, no sentido volvendo os outros e facilitando os caminhos para atingir de ser consciente. A quantidade disponível e a facilidade de objetivos comuns. acesso à informação impõem a necessidade de criar limites à Coloca-se, finalmente, a questão de definir o melhor caminho curiosidade, tendo em atenção a eficiência dos meios, a eficá- a seguir, para cumprir esteas propósitos. O desenvolvimento cia de gestão e a ética social (para que não se ultrapassem os dos projetos “Aprender sem Fronteiras” far-se-á, ao longo do limites do outro, transformando-se em intrusão). Em segundo ano letivo, em diferentes momentos da vida escolar, quer em lugar, e na sequência, temos a construção do saber, atividade contexto de sala de aula, quer no desenvolvimento de ativida- que está no centro da função da escola. O que fazer com a in- des interdisciplinares e extracurriculares. Pretende-se que ne- formação disponível, como a obter, como a selecionar, como a les participem os diferentes elementos da comunidade educa- organizar e como a tornar útil, de modo a que a imagem que tiva do CEI, procurando-se dar especial relevo à participação construamos se aproxime o mais possível da realidade e, de dos pais e encarregados de educação, fundamentais no cresci- uma forma mais eficaz, nos possibilite agir sobre ela. mento dos nossos alunos. A realidade é tudo o que existe. Sobre a realidade existente A natureza do tema apela à participação dos de dentro, mas construímos uma imagem que nos permite abordá-la e tentar pode ser também um incentivo para a abertura de portas a ou- compreendê-la. Esta imagem depende da informação que já tras realidades, para lá da comunidade escolar. Nesse sentido, possuímos, da que recolhemos através dos nossos sentidos, da a realização de ações com a participação de outras entidades forma como a tratamos, dos limites que lhe impomos. Quer is- deve ser encorajada, seja abrindo a participação à comunida- to dizer, que para um conjunto de pessoas que observe a mes- de local e nacional, seja alargando horizontes a outros países. ma realidade, ela pode ser percepcionada, entendida, por cada Refira-se, a propósito, o facto de o Centro de Educação Integral uma delas, de modo diferente. Depende dos fatores aponta- estar já envolvido no projeto europeu “Comenius”, em parceria dos e ainda das experiências anteriores, do quadro de valores com escolas da Polónia, França e Hungria e que tem como fi- de cada um, das suas expetativas, etc. A junção de diferentes nalidade, facilitar o intercâmbio de conhecimentos e o desen- imagens, construídas por pessoas e grupos diferentes, permite volvimento de projetos comuns aos diferentes países. uma melhor compreensão da realidade e, desde logo, enrique- Esperamos que, no final do ano letivo, com o contributo do cer a construção da nossa própria imagem. A consciência des- “Aprender sem Fronteiras” as fronteiras estejam mais diluídas te facto transporta-nos para um terceiro domínio: a aceitação e que a passagem dos nossos alunos, nas “viagens” em cada da diferença. Esta aceitação corresponde ao estado de maturi- momento iniciadas, se faça com segurança e sem sobressaltos, dade de quem sabe que é no respeito pelo outro que o ser hu- pois esse será o melhor indicador para avaliar a relevância da mano se afirma e não pela afirmação etnocêntrica de uma su- nossa ação. posta superioridade. Antero Afonso | Francisco Jacinto A partir do conhecimento da diferença e da aceitação do outro, torna-se mais fácil agir em contextos diferenciados, contornando dificuldades porque as compreendemos, criando consen- perspetivas | 44 “Our Natural and Cultural World Heritage!” Parceria Multilateral – COMENIUS o nosso diário de bordo… f azendo jus ao mote do Projeto Curricular de Escola “Empreendendo para um Futuro Global”, o Centro de Educação Integral ganhou a candidatura para o desenvolvimento de uma parceria multilateral entre escolas do continente europeu para o biénio 2011|2013. O Programa Comenius tem como objetivos promover a dimensão europeia da educação, apoiando o desenvolvimento de actividades de cooperação entre escolas com vista à sensibilização de jovens e pessoal educativo para a diversidade e valor das culturas e das línguas europeias e, ajudar crianças e jovens a adquirir aptidões e competências básicas de vida, necessárias ao seu desenvolvimento pessoal, à sua futura vida profissional e a uma cidadania europeia activa. Neste sentido, e à luz do tema selecionado “O Nosso Património Natural e Cultural da Humanidade!”, o CEI juntamente com a Ecole Elementaire Ivry A em Paris, França, a escola Kazinczy Ferenc Általános em Debrecen, Hungria e a Szko a Podstawowa nr 29 em Sosnowiec, na Polónia desenvolveram este ano letivo atividades em estreita colaboração, visando o intercâmbio e partilha de conhecimentos, dando assim a conhecer uns aos outros a cultura, a língua e o património cultural e natural da humanidade de cada país. Entre setembro e dezembro de 2011, os alunos realizaram também atividades de pesquisa sobre os diferentes países, inquéritos sobre os países parceiros e trocando fotos, decorações e postais de Natal durante a quadra natalícia. Para além disso, durante o mês de outubro os professores participaram na 1ª reunião de trabalho desta parceria multilateral Comenius que se realizou entre 17 e 21 de outubro de 2011 na cidade de Debrecen, Hungria. Com efeito, foi visível o interesse, a curiosidade e o entusiasmo de todos os alunos húngaros que tão bem re- 45 | perspetivas ceberam os professores portugueses, franceses e polacos na sua cidade natal. Desta reunião de trabalho surgiram os objetivos, compromissos e atividades a desenvolver em conjunto ao longo de todo este ano letivo. Pudemos também contactar com uma realidade que, apesar de distinta, evidencia também todo o trabalho conjunto e o espírito de cooperação entre professores, alunos e pais e de meios menos favorecidos socialmente. Após a conclusão do 1º período com um saldo francamente positivo para todos os alunos e professores envolvidos nos 4 países parceiros – França, Portugal, Hungria e Polónia, chegou a vez de Portugal preparar a visita da comitiva de professores COMENIUS ao nosso país e à nossa escola. Desta forma, todos os alunos se empenharam para que, em conjunto com pais, alunos e professores, fosse possível mostrar como trabalham, estudam e se formam crianças e jovens para um futuro sem fronteiras. Com efeito, desde as crianças da Creche e Pré-Escolar aos alunos do 1º, 2º e 3º Ciclos, Ensino Secundário, Cursos de Educação e Formação e Cursos Profissionais, todos deram o seu contributo de forma entusiástica e criativa, fosse através músicas, jogos interativos, danças, teatro, projetos de escrita e leitura e visitas guiadas em Inglês. Para além disso, os alunos abrilhantaram também um serão artístico e cultural que colocou em evidência o espírito de equipa, a dinâmica e o empreendedorismo de todos quantos trabalham e frequentam o CEI. Foram momentos em que o espírito e missão do CEI se assumiram verdadeiramente enquanto “Empreendedores para um Futuro Global”, tal como podemos ver na notícia transcrita na página seguinte: (notícia “Visita Comenius ao CEI”) perspetivas | 46 Hungria, França, Polónia e Portugal programa comenius… no CEI s. João da Madeira foi palco de uma visita de delega- multaneamente, deram também a conhecer os locais que fa- ções de professores estrangeiros ao abrigo do programa Co- zem atualmente parte do Património da Humanidade em Por- menius – Parceria Multilateral entre escolas europeias. Sob o tugal. Com efeito, todos os setores, desde a Creche, Pré-Escolar tema “Our Natural and Cultural World Heritage”, o Centro de e 1º Ciclo, ao 2º, 3º ciclos e ensino secundário, sem esquecer os Educação Integral tem desenvolvido projetos e atividades que CEF ou os alunos dos Cursos Profissionais, todos se fizeram re- têm proporcionado aos seus professores, alunos e famílias en- presentar através da organização de inúmeras atividades que, contros e partilhas interculturais, promovendo em simultâneo apelando à participação e ao sentido de humor e diversão de uma cada vez maior abertura ao mundo global, em consonân- todos os presentes, animaram e demonstraram o quão diver- cia com o tema do seu projeto curricular de escola para este tido é crescer e aprender no CEI. ano letivo – “Empreendendo para um Futuro Global”! Seguiu-se tempo de trabalho e intercâmbio de ideias e resul- Entre os dias 13 e 17 de fevereiro, o Centro de Educação Integral tados dos trabalhos desenvolvidos ao longo dos últimos cinco recebeu nas suas instalações delegações de professores da Hun- meses em conjunto com as diferentes escolas parceiras. Todas gria, França e Polónia no âmbito da organização do 2º encontro as delegações tiveram ainda a oportunidade de provarem os de troca e partilha de conhecimentos e trabalhos de acordo melhores pratos da gastronomia nacional devidamente con- com o tema que dá voz a esta parceria multilateral entre esco- fecionados pelos alunos de Restauração e Hotelaria e expe- las europeias – “Our Natural and Cultural World Heritage”. rienciarem em primeira mão a união, o esforço, o espírito de Após um primeiro encontro na cidade de Debrecen na Hun- equipa dos alunos e professores que brindaram todos os pre- gria, chegou a vez de S. João da Madeira e, mais especifica- sentes com um sarau artístico de qualidade inigualável. mente, o CEI, de promover este encontro, desta feita em Por- Nos dias que se seguiram todas as delegações puderam ainda vi- tugal. A trabalhar neste projeto desde setembro de 2011, foi sitar a cidade de S. João da Madeira, admirando edifícios e mo- com grande alegria, entusiasmo e azáfama que, quer alunos, numentos, calcorreando as ruas da nossa cidade e admirando o quer professores organizaram a receção e o encontro destes espírito laborioso e empreendedor da nossa indústria local, no- professores no CEI. meadamente pela visita às fábricas Cartonagem Trindade, Hel- De facto, após uma calorosa e criativa receção pelos alunos do sar e Museu de Chapelaria. Para além disso, puderam usufruir 11º ano, todos as delegações tiveram o privilégio de visitarem da proximidade da nossa cidade com a zona costeira e zona ser- as instalações do CEI guiados pelos alunos do 10º ano que, si- rana, apreciando a beira-mar de Espinho ou a fauna e a flora da 47 | perspetivas Sessão de partilha e intercâmbio de trabalhos de acordo com o tema do projeto Comenius “Our Natural and Cultural World Heritage!” Visita à fábrica de calçado Helsar e ao Museu da Chapelaria em S. João da Madeira Visita à cidade de Guimarães – Capital Europeia da Cultural 2012 Serra da Freita, jamais deixando de lado os sabores gastronómicos típicos destas regiões – desde o peixe ou o polvo grelhado num lado e a vitela ou o cabrito assado no outro lado. “I'm so happy that we could spend 5 days Finalmente e, porque o tema do programa Comenius é “Our Natural and Cultural in Portugal with Comenius team and World Heritage”, todas as delegações de professores visitaram o Centro Histórico de with new friends. Thank you very much Guimarães, berço da nossa nacionalidade e Capital Europeia da Cultural 2012 e a Zo- for your hospitality.” na Ribeirinha do Porto, declarada Património da Humanidade pela Unesco em 2001, By Ewa Wegrzynska | Poland usufruindo também da bela vista desta a partir do teleférico de Gaia. De destacar ain- “I would like to thank you for our wonderful stay you perfectly organized and for the warm welcome from the headmaster, all teachers and of course your students who were very open, keen to learn and smiling. Your school is the very model of citizenship and your students have really got the chance to receive a serious and blooming education. Wonderful experience!” By Dominique Patard | France “I am very happy about the chance that I could spend some time with you and the Comenius team in Portugal. It is not an exaggeration to say that one of my dreams has come true.” By Andrea Verebi | Hungary da a visita às Caves Sandeman que brindaram todos os elementos desta comitiva com a possibilidade de conhecerem um pouco melhor outro local considerado Património da Humanidade em Portugal – a região vinhateira do Alto Douro. Assim sendo, não obstante todo o trabalho desenvolvido por alunos e professores com a colaboração ativa de todas as famílias, importa destacar o convívio e a partilha de experiências, tradições e pedagogias no que diz respeito à abordagem do tema que se constitui como tema deste projeto – “Our Natural and Cultural World Heritage”, tornando possível e cada vez mais concreto e real o “Empreendendo para um Futuro Global” no Centro de Educação Integral! Isabel Valente | Coordenadora do Programa Comenius no Centro de Educação Integral Já no 3º período, os alunos foram convidados a selecionar dois locais que, pelo seu interesse natural, histórico e estético pudessem constituir-se como candidatos a património natural da humanidade em território português. Com efeito, após pesquisas e aturadas discussões, os alunos votaram apresentar como locais candidatos a património natural da humanidade em território português as Grutas de Mira de Aire e o Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios em Ourém. Deste modo, os alunos do 7º e 8º anos pesquisaram, prepararam e apresentaram aos colegas do 1º ciclo trabalhos de pesquisa sobre estes locais, o que resultou num in- perspetivas | 48 tercâmbio curioso e divertido entre alunos mais velho e alu- em formato digital e papel sobre os mesmos a enviar para os nos mais novos. Assim, foi num ambiente de alegria e descon- parceiros das escolas parceiras em França, Hungria e Polónia. tração que os alunos mais velhos assumiram neste dia o papel Desta forma, os alunos visitaram durante a manhã as Grutas de professores, guiando e orientando os mais pequenos na de Mira de Aire e o Monumento Natural das Pegadas de Di- descoberta dos locais que escolheram como maravilhas natu- nossáurio em Ourém, ambas na modalidade de visitas guia- rais em Portugal, propondo também a realização de questio- das acompanhadas. Durante as mesmas, foi notório o interes- nários e desenhos sobre os locais explorados como forma de se, a curiosidade e a vontade de aprender e descobrir com os assegurar a assimilação de informação por parte destes. alunos a interpelar os guias para colocar questões muito sé- Após terem concluído esta fase de pesquisa e apresentação rias e pertinentes. Com efeito, não é em vão que Albert Eins- dos seus resultados aos colegas de 1º ciclo, os alunos do 7º, 8º tein refere “Information is not knowledge. The only source of e 10º anos prepararam testemunhos em português e inglês pa- knowledge is experience.” Daí que alunos e professores jamais ra defesa dos locais selecionados como candidatos a patrimó- se esquecerão dos conhecimentos adquiridos através das múl- nio natural da Humanidade pela UNESCO. De destacar que, tiplas experiências que esta visita de estudo nos proporcionou, dos mais novos aos mais velhos, todos se empenharam em permitindo experienciar em primeira mão locais que pela sua dar testemunhos válidos, usando para tal dos seus conheci- especificidade, importância e características merecem ser pre- mentos da língua portuguesa e inglesa para argumentarem a servados para as próximas gerações através do estatuto de pa- favor destas candidaturas, procurando sempre fortalecer a ba- trimónio da humanidade. se das mesmas. Após esta fase procedemos à gravação em vídeo das mesmas e foi curioso ver a postura, o brio e dedicação que todos sem exceção dedicaram a esta tarefa que confirmaram como “de extrema importância”. Posteriormente, os alunos do 10º ano dividiram-se em grupos para a realização de folhetos|booklets, quer em formato digital, quer em formato de papel, utilizando fotos, comentários e opiniões recolhidos durante a visita de estudo para o efeito. Já a visita às Grutas de Mira de Aire e Monumento Natural Deste trabalho resultaram os trabalhos que foram apresenta- das Pegadas de Dinossáurio em Ourém realizou-se no dia 4 dos na 3ª reunião de trabalho do projeto “Our Natural and Cul- de maio e contou com a participação das turmas de 7º, 8º e tural World Heritage” em Paris, França. 10º anos. Assim, se por um lado, o 7º e 8º anos tiveram a seu cargo a preparação da visita e sensibilização das crianças de 1º ciclo à importância dos sítios a visitar, o 10º ano de escolaridade ficou encarregue de elaboração de folhetos|booklets 49 | perspetivas Projeto Comenius em Paris Assim, entre 28 e 1 de junho, a cidade Paris em França, foi palco parceiros envolvidos. Tivemos assim o privilégio de ouvir crian- do terceiro encontro do projeto Comenius, “O Nosso Patrimó- ças de 6 anos cantarem algumas canções tradicionais portu- nio Natural e Cultural”, mais uma ação no sentido do com- guesas em português. Com certeza, um momento marcante promisso da nossa escola para com a divulgação das riquezas desta visita! Ao final da tarde, visitámos o “Sacré Coeur” um do nosso planeta. monumento grandioso no coração da cidade de Paris. No sábado de madrugada, dia 27 de maio, rumámos para Paris, Já no quarto dia, após as sessões de trabalho diário, em visita à deixando para trás os dias cinzentos que decorriam em Portu- “Cathédrale de Notre Dame” tivemos oportunidade de invadir gal. Após uma viagem de duas horas, cheia de boa disposição, o lendário “O Corcunda de Notre Dame”. Durante toda a visita, chegamos ao destino às 8 horas da manhã. Estava um dia lin- desfrutámos da beleza da construção e a vista sobre a cidade díssimo e uma temperatura agradável. de Paris do alto da “Cathédrale” que nos proporcionou uma No aeroporto, fomos calorosamente recebidos pelo nosso par- enorme tranquilidade e sensação de paz e bem-estar. À tarde, ti- ceiro francês Dominique que nos levou ao castelo “Versailles”, vemos uma visita guiada à UNESCO, momento em que “mer- uma beleza inexplicável. Percorremos os jardins, onde pude- gulhámos” sobre um ambiente de trabalho e convívio verda- mos apreciar a arquitetura do castelo. Às 15 horas assistimos deiramente multicultural. Houve também lugar a uma visita ao espetáculo das fontes. Foi um momento de grande magia. guiada às instalações da sede desta organização e esclareci- No dia seguinte, tivemos o privilégio de participar num cruzei- mento de dúvidas sobre diferentes ações e projetos desenvolvi- ro no rio Seine num dos muitos e famosos barcos caraterísti- dos no âmbito da sua alçada, sobretudo no que diz respeito à cos desta cidade – “Bateau Mouche”. Durante a viagem, avis- seleção dos patrimónios cultural e natural. De seguida, fomos tamos imensos monumentos “Musée du Louvre”, “Le Palais ver uma exposição de Duran no Palais Royal na companhia dos Royal” e “Tour Eiffel”. Usufruímos e aprendemos bastante so- alunos da escola. bre os edifícios, as pessoas e o ambiente verdadeiramente multicultural da capital francesa, apreciando desta forma uma das cidades com um dos patrimónios culturais mais ricos de todo o planeta. Ainda durante esta visita, após uma longa manhã de trabalhos, fomos brindados com um magnífico almoço, enquanto que, à tarde, deliciámo-nos com os alunos da escola que nos apresentaram um sarau musical nas diferentes línguas maternas dos Finalmente, Paris e os seus habitantes deixaram marcas nos nossos corações e recordações nas nossas mentes, que jamais serão apagadas. Todavia, mais de que uma grande cidade, foram as crianças e professores que tão bem nos receberam que ficaram para sempre guardadas nas nossas memórias. Um bem hajam pela vossa participação neste programa!! perspetivas | 50 Comenius Day n o passado dia 21 de junho, realizou-se na escola o Comenius Day. Decorreram ao longo da manhã diversas atividades, entre as quais pinturas faciais dinamizada pelas alunas de comércio CPC3, através das quais procuraram dar a conhecer aos alunos da pré as bandeiras dos países envolvidos no projeto. Os alunos de restauração CPR4 confecionaram sobremesas típicas dos quatro países, com o intuito de partilhar com a comunidade escolar, a tradição de cada país. Desta forma, os grupos apresentaram as “Natas” como sobremesa típica de Portugal, o bolo “Royal Mazurek” da Polónia, os “Húngaros” da Hungria e finalmente o “Croissant” da França. Como não podia faltar, os alunos do 8º ano confecionaram os “Crêpes”. Toda a escola deliciou-se com estes sabores, criando uma atmosfera de plena celebração dos intercâmbios multiculturais que a participação no programa Comenius nos tem proporcionado. Foi ainda notória a azáfama e o entusiasmo de todos os alunos e professores na preparação da grande exposição de final de ano para que pais, encarregados de educação e demais membros da nossa comunidade educativa pudessem apreciar todo o trabalho realizado ao longo do ano neste âmbito. Desta forma, convém relembrar que, esta iniciativa, que promove a imaginação e a troca de experiências entre todos os envolvidos, sobre as culturas e costumes de cada país participante, irá continuar durante o próximo ano letivo. Aqui fica o nosso obrigado pelos contributos de toda a comunidade escolar… será com certeza mais um ano inesquecível!! Maria João Coimbra 51 | perspetivas Play, Learn and Grow… s er criança é aprender a crescer. Aprender a crescer quer dizer: aprender a estudar, a conhecer os outros, a ajudar os outros, a viver com os outros. E quem aprende a viver com os outros, aprende sempre a viver bem consigo próprio. “Aprender sem fronteiras” é ser criança e não merecer um castigo, é crescer e aprender. Estar contente consigo é estudar e aprender. (Play, learn and grow…) A criança, em idade pré-escolar e de 1ºciclo, tem uma capacidade extraordinária de aprender com maior facilidade; é gratificante e compensador verificar que são autênticas “esponjas” de conhecimentos e experiências. As crianças bem pequenas têm uma enorme facilidade em adquirir diversas competências: o aprender novas línguas; o aprender a ler, a escrever, a contar, a desenhar; o aprender a terra; o aprender o trigo e ter um amigo também é aprender. “Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.” Esopo (620-560 a.C.) As crianças têm por si só oportunidades privilegiadas para desenvolver a sensibilidade para as diferenças culturais e entender as razões pelas quais a cultura e a língua se transmitem de várias formas. Ao ajudar a adquirir as habilidades de descobrir e interpretar outras culturas, outros valores, crenças e comportamentos, a aprendizagem de línguas pode ser uma contribuição substancial para o desenvolvimento dessas competências interculturais, ao lado de competências linguísticas desde tenra idade, sendo que o “choque cultural” não será sentido de forma tão vincada até porque eles próprios estão ainda no início de uma caminhada cultural. Aprendizagem Precoce da Língua Inglesa no CEI A nossa realidade, o projeto do ensino da língua Inglesa no CEI, quer no pré-escolar, quer no 1º ciclo, consiste na aprendizagem precoce de uma língua estrangeira, nomeadamente a Língua Inglesa. Os seus principais objetivos orientam-se para a sensibilização das crianças para o inglês e para a existência de outras línguas; para o desenvolvimento de competências interculturais, tendo em conta o contexto multicultural e multilinguístico envolvente; para a facilitação da aquisição da língua inglesa; para o conhecimento de aspetos de outras culturas, de outros países; para a vivência de novas experiências significativas para a vida da criança; para o alargamento do seu conceito de mundo e desenvolvimento de competências comunicati- perspetivas | 52 vas; para a facilitação da transição do Pré-Escolar para o 1º Ci- da antes de compreenderem o significado das palavras. A en- clo do Ensino Básico e deste ciclo para os seguintes. toação, os gestos, as expressões faciais, as ações e as situações O grande objetivo é fazer com que a criança se sinta à vontade são fatores que as ajudam a detetar o significado das palavras com outras línguas, neste caso o inglês, que crie o gosto pela e expressões desconhecidas. língua alvo e que, mais tarde, quando a estudar formalmente, não tenha tantos receios. As crianças são visivelmente mais tolerantes com os outros povos e culturas e esse facto torna-se imprescindível, uma vez Nas nossas sessões de inglês, fazemos uma abordagem comu- que o mundo é cada vez mais global e, a longo prazo, pode per- nicativa (através da oralidade) da língua estrangeira, utilizando mitir a compreensão mútua entre indivíduos e nações. atividades como jogos, canções e pequenos diálogos que con- Strecht Ribeiro (1998) refere ainda que as crianças que falam uma duzam as crianças à repetição. É ideal uma abordagem oral, uti- língua estrangeira tendem a revelar uma forma mais abran- lizando este tipo de atividades que conduzam as crianças à re- gente de encarar o fenómeno cultural do que as crianças mo- petição. Também as dramatizações, as pinturas e o desenhar, a nolingues, que frequentemente são da opinião de que os seus utilização de objetos e fantoches, são atividades úteis para a hábitos e a sua cultura são os únicos importantes e mesmo os aprendizagem da Língua Estrangeira, prendendo a atenção da únicos existentes. criança e motivando-a. Através destas atividades é essencial criar um clima onde as crianças sintam necessidade, curiosidade e interesse em comunicar em inglês. O contexto lúdico surge então como um espaço fundamental para as experiências de aprendizagem. Importância da Aprendizagem Precoce de Línguas Estrangeiras Autores como Orlando Strecht Ribeiro (1998) defendem que o contacto precoce com outras línguas e culturas revela-se cada vez mais importante para o desenvolvimento global e integral das crianças, nomeadamente, no que diz respeito ao despertar de atitudes positivas em relação aos outros, bem como no desenvolvimento da autonomia, do espírito crítico, da criatividade, da Razões pelas quais a aprendizagem precoce de uma língua estrangeira é fundamental no desenvolvimento da criança: • As crianças não se sentem tão inibidas frente às outras crianças, quer para realizar as tarefas propostas, quer perante o erro; • As crianças mais novas estão mais recetivas e desejosas para aprender uma nova língua; • As crianças absorvem a língua estrangeira como uma esponja, não a vendo como um problema; • As crianças mais novas aceitam mais facilmente tarefas “infantis”, como histórias e canções, na Língua Estrangeira; • A aprendizagem de uma língua estrangeira ajuda a consolidar conceitos básicos da língua materna; • A aprendizagem de uma língua estrangeira ajuda a criança a cons- autoconfiança e da capacidade sociocomunicativa. ciencializar estruturas na nova língua e na língua materna e a in- As crianças são capazes de compreender o que lhes é dito ain- ferir regras; 53 | perspetivas • A aprendizagem de uma língua estrangeira desenvolve a capaci- brincadeiras. As crianças são, desta forma, capazes de repro- dade de audição|perceção e, consequentemente, a capacidade de duzir linguagem sem a pressão de terem de se expressar oral- concentração; mente para o grupo. • As crianças demonstram curiosidade pela diferença; • As crianças mostram empatia pelos estrangeiros, pela sua cultura e tradições; • A aprendizagem de uma língua estrangeira desenvolve a autoconfiança e as competências sociais e de comunicação, assim como aumenta a autoestima das crianças; • A aprendizagem de uma língua estrangeira constitui, para a criança, uma capacidade acrescida para a vida e uma estrutura para a futura aprendizagem de uma segunda língua. O essencial destas sessões não é pura e simplesmente o ensinar vocabulário mas também o fazer com que a criança se sinta confortável com outras línguas, crie o gosto pela língua inglesa e que mais tarde não tenha tantos receios ou inseguranças. Numa aula de língua estrangeira, as crianças aprendem o significado pelo contexto, pelos gestos, pelas expressões faciais, mímica e gestos (por associações do que vêm e ouvem). No entanto, devemos estranhar se os nossos filhos não chegam a casa a relatar o que aprenderam, pois cada criança tem o seu próprio tempo, o seu período silencioso, que serve para a criança assimilar o que ouviu. O ensino da língua estrangeira e a aprendizagem desta deverá ter então como objeto três núcleos fundamentais: • o individual (aprender a reagir; aprender a ser; correr riscos); • o social (aprender a cooperar; aprender a lidar com dinâmicas de grupo); • o temático (aprender a usar a língua estrangeira; aprender a lidar com novas palavras, textos, aprender a interagir com a cultura da língua estrangeira). Todavia, mais do que ensinar, importa sensibilizar, dar a conhecer e, através de diferente estratégias lúdicas abrir novos horizontes para que as nossas crianças de hoje, jovens de amanhã encarem o mundo numa perspetiva global de partilha e intercâmbio cultural com os diferentes povos. Este é o desafio que nos propomos com o tema do projeto curricular de escolar “Aprender sem fronteiras” porque “o estudo, a busca da verdade e da beleza são domínios em que nos é consentido sermos crianças por toda a vida.” (Albert Einstein) Carla Monteiro | Professora de Inglês bibliografia: As crianças mais pequenas podem não dizer absolutamente • Strecht-Ribeiro, O. (1998). Línguas Estrangeiras no Primeiro Ciclo. Lisboa: Livros Horizonte. nada mas estão atentas e demonstram curiosidade na apren- • Strecht-Ribeiro, O. & Maia, M. (2001). Critérios de Elaboração de Materiais Pedagógico – dizagem de um mundo todo novo e diferente e a prova disso é didácticos para a Iniciação às L.E.S no 1º ciclo. In Bárrios, A. que podem nem dizer nada na sessão ou mesmo quando che- • Dias, A. & Mourão, S. (2005). Inglês no 1º Ciclo – Práticas Partilhadas. Porto: Edições ASA. gam a casa. Contudo, com o passar do tempo, conseguem re- • Gonçalves, I. (2003). O ensino precoce de uma Língua Estrangeira no 1º Ciclo do Ensino latar o que apreenderam ao repetir as canções, rimas, jogos, básico como factor de sucesso da aprendizagem da Língua Materna. Coimbra: Edições IPC. perspetivas | 54 Xadrez a perder também se ganha e u era um belíssimo jogador de Damas e um péssimo jo- va concentração, disciplina, pensamento lógico e – novidade gador de Xadrez. Atualmente, só raramente jogo Damas ape- para mim – respeito pelo adversário! Nas Damas, nunca tinha sar de continuar a ser um fraco jogador de Xadrez. A mudança, dado conta da importância do meu opositor, salvo para, se fos- contudo, não reside tanto no grau com que sinto as minhas ca- se possível, humilhá-lo. O jogo é um desafio que não acontece pacidades, como na atitude que assumo perante cada um des- sem o adversário e, por isso, este é a pessoa mais importante pa- tes jogos de salão. ra que aquele aconteça. A minha relação com o jogo de damas era de prazer, de estí- Com os novos dados e com uma nova atitude perante o jogo mulo ao meu ego, de desenvolvimento das capacidades em comecei a elucubrar sobre a possibilidade de transferir para a que já me sentia forte: – rapidez de análise, reação imediata a relação com os alunos estas novas dimensões que o xadrez estímulos e muita intuição. A pouca complexidade requerida me permitia conhecer. e as poucas variáveis para gerir reforçavam a minha propensão. O jogo de xadrez exigia-me espírito analítico, reação controlada e condicionada, grande complexidade de análise, inúmeras variáveis para gerir e intuição em quantidades quanto Dando prioridade ao grupo de alunos mais indisciplinados, ou mais difíceis, numa abordagem mais eufemística, inauguramos o clube de xadrez! baste. Basicamente, exigia concentração e disciplina, enquan- Iniciámos as hostilidades trabalhando as atitudes e os com- to as Damas me permitiam alguma displicência e indisciplina. portamentos. Os alunos começaram por estranhar o facto de O pior, contudo, é que eu ganhava quase sempre às Damas, o professor os cumprimentar de mão e desejar-lhes «boa sor- enquanto no Xadrez perdia com extrema regularidade e o te», no início de cada jogo. A surpresa aumentava quando o meu ego ressentia-se. professor lhes solicitava reciprocidade comportamental: – a ca- Um dia, respondendo a um desafio, decidi criar um clube de xadrez na escola onde exercia a minha profissão de docente. Inscrevi-me num curso de 25 horas, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e dei comigo a «perder tempo» para pacidade do nosso adversário dá dimensão à nossa vitória ou à nossa derrota. Uma vitória será tão mais estimulante quanto maiores forem as suas capacidades. Uma derrota será tão mais valorizada quanto mais competente ele for. equacionar problemas, elencar uma série de hipóteses de tra- Em seguida, aprendemos a importância de gerir o silêncio. O jo- balho, tomar decisões arriscadas, num processo que reclama- go deve colocar em confronto as competências dos dois conten- 55 | perspetivas dores no domínio do xadrez. Vencer o adversário, recorrendo à Rapidamente nos demos conta da importância do conheci- distração ou à irritação torna-se uma vitória de Pirro, origina mento para chegar mais longe. Convidamos um mestre que um sentimento de fracasso. E, curiosamente, a capacidade de fez nascer luz aonde havia treva, que possibilitou abrir portas atenção desenvolve-se quando aproveitamos os tempos de re- com acesso a caminhos até então desconhecidos. Dominar os flexão do nosso opositor para refletirmos também. princípios do jogo, e o modo como esses princípios podiam ser As noções de tempo e de espaço começaram a ganhar nova dimensão: o tempo de jogo era variável, em função do ritmo de cada jogador e das disposições adotadas (partida rápida, semirrápida ou normal); o espaço em que as táticas e as estraté- aplicados, em situações muito diferentes, permitiu o surgimento de uma outra competência até então adormecida: – a imaginação! Quanto mais se dominasse o conhecimento, tanto mais era possível soltar e desenvolver a criatividade. gias se desenhavam limitava-se a um quadrado de 64 casas de- A partir do momento que tínhamos várias opções de jogo, exi- finido pelo produto (8 linhas x 8 colunas) ou, para alguns, pela gia-se que tomássemos decisões. Optávamos e da nossa esco- adição sucessiva (8+8+8+8+8+8). As noções de geometria au- lha decorria a nossa sorte no jogo. Se houvesse necessidade de xiliavam na compreensão da movimentações das peças em ho- culpar alguém pelo nosso fracasso ou congratular alguém pe- rizontal, vertical, diagonal… e os movimentos do cavalo convo- lo nosso êxito, esse alguém era o próprio! cavam conceitos de retângulo, diagonal, círculo, semicírculo, … À medida que o clube crescia, as nossas competências iam-se Dissecávamos as derrotas para emendar percursos e para desenvolvendo em novas áreas: – no planeamento das jogadas, aprender com o erro e a perseverança começou a surgir como que permitia anteciparmo-nos ao opositor; no desenvolvimen- uma atitude determinante para o sucesso. Em caso de derrota, to da memória, que permitia relembrar os percursos e as esco- cumprimentávamos e felicitávamos o nosso opositor, o que lhas habituais dos nossos adversários; no autocontrolo sobre era igualmente novo para a maioria dos participantes. as nossas emoções, de modo a privilegiarmos a intervenção do Discutimos os vários tipos de inteligências e compreendemos que o xadrez reclamava essencialmente a inteligência lógico matemática, que a maioria dos alunos reconhecia como uma raciocínio – analítico ou sintético, de acordo com as situações; na vontade de vencer, para nos sentirmos competentes e derrubarmos as nossas próprias debilidades… das menos preponderantes em si mesmos e que, concomitan- Eu era um belíssimo jogador de Damas… temente, era preciso trabalhar. Os progressos iam sendo me- Antero Afonso didos, a partir da evolução verificada nas disciplinas de português e matemática. Eram os efeitos do xadrez a invadir as salas de aula. perspetivas | 56 O Xadrez no CEI No decorrer deste ano letivo propôs aos alunos do 11º ano que realizassem um trabalho de projeto, à disciplina de Matemática, diferente do habitual. O Tema Era o Xadrez! Sabendo, de ante mão, que o xadrez é um importante instru- xadrez, que não tem imagens coloridas, nem níveis que se ul- mento pedagógico que pode ajudar no desenvolvimento da re- trapassam mas que é tão ou mais cativante que alguns jogos lação ensino-aprendizagem, numa 1ª fase, o objetivo era fazer de computador. com que todos os alunos do 11º ano aprendessem a jogar xadrez! A quem já sabia jogar (e fiquei impressionada pois mais de 50% dos alunos já jogava xadrez muito bem), foi proposto trabalharem com os restantes colegas, partilhando saberes tão importantes como, e concordando com o Professor Antero Afonso, aprenderem a ponderar, a saber esperar, a escolher as jogadas certas nos momentos oportunos, saber perder e aprender com as derrotas, desenvolver memória, concentração, capacidade de fazer silêncio, etc.. Numa 2ª fase, o objetivo, era levar este jogo e todos os saberes que o rodeiam a uma turma do 3º ciclo, contagiando assim os alunos com o gosto pelo xadrez. Desta forma, a turma do 11º ano preparou uma apresentação com o nome das peças (aparentemente simples mas não para quem se inicia no xadrez), os movimentos de cada peça, algumas regras e as jogadas mais comuns. Depois todos foram convidados a experimentar e a jogar. Foi um trabalho positivo. O gosto nasceu nos alunos do 8º ano e os mais crescidos acabaram por reconhecer que é inte- Quando começar…? Confesso que não sou grande jogadora de xadrez. Aliás, só comecei a jogar, quando num Natal, decidimos lá em casa oferecer um jogo de xadrez à nossa filha mais velha. Sabia o nome de algumas peças e pouco mais. Tudo me parecia difícil! Sempre que me falavam em xadrez dizia, por brincadeira, “quando tiver um filho aprenderei para jogar com ele” e assim teve de ser! Não sabia bem qual a idade aconselhada para começar mas do que fui pesquisando, acabei por concluir que a maior parte das vezes os pais tiram o pó do velho tabuleiro de xadrez do sótão tarde de mais. Segundo os entendidos, os 4/5 anos são uma ótima altura para ensinar a uma criança o nome das peças e os principais movimentos. Claro que nesta fase não se espera que jogue muito tempo seguido, mas gradualmente a sua capacidade de concentração e a postura perante o jogo melhora e aumenta. De qualquer modo, para qualquer pessoa que decida aprender (criança ou adulto) a chave é a paciência! ressante ensinar este jogo aos mais novos. Desenvolvemos a Na nossa sociedade não basta apenas ter o conhecimento, é atenção, a concentração, o raciocínio lógico, a memória, a or- preciso rapidez de raciocínio para tomada de decisões. Temos ganização de ideias, a imaginação, a antecipação, o espírito necessidade de encontrar soluções para problemas cada vez de decisão, o autocontrole, a disciplina, a perseverança, e tan- mais urgentes e complicados, por isso é muito importante ser tas outras habilidades cognitivas! criativo e usar a imaginação. O xadrez, está provado, é uma óti- Acabaram por concordar que se passam bons finais de dia, pe- ma ferramenta para o desenvolvimento destas competências daços de fim-de-semana, alguns momentos de férias, a jogar tão necessárias hoje em dia! Inês Cruz | Professora de Matemática 57 | perspetivas A Literacia Visual na educação de crianças e jovens! o s meios de comunicação e informação desempenham, na atualidade, um pa- pel preponderante na divulgação do conhecimento produzido, construindo imagens e representações do mundo. Vivemos num tempo em que a construção identitária (individual e social) ocorre, em grande parte, através dessas representações que pretendem objetivar o “real”. A Escola e a Sua Relação com a Vida Quotidiana O interesse na comunicação que ocorre através destas representações conduz-nos a questões antropológicas e sociológicas, que nos levam a pensar sobre a Escola e a sua relação com a vida quotidiana. “A vida cotidiana apresenta-se como uma realidade interpretada pelos homens e subjetivamente dotada de sentido para eles na medida em que forma um mundo coerente” (Berger e Lukmann, 1985: 35). O currículo escolar apresenta-se conceptualmente próximo da ideia de universalização que, segundo BAUMAN, transmite “a esperança, a intenção e a determinação de se produzir a ordem” (1998: 67). Mas qual o sentido de falarmos em universalização numa época em que a globalização tomou de assalto a nossa vida? A globalização “refere-se primordialmente aos efeitos globais, notoriamente não pretendidos e imprevistos, e não às iniciativas e empreendimentos globais” . A imagem desempenha (Bauman, 1998: 67) um papel importante no entendimento da ideia de globalização, pois está presente em todos os aspetos da nossa vida. Literacia Visual – o que é? A imagem ocupa na sociedade contemporânea um papel de destaque, sendo inevitável refletir sobre ela no contexto da educação. Aqui, podemos falar da necessidade de literacia visual. “Literacia visual constitui o conjunto de competências de visão que um ser humano pode desenvolver, incluindo simultaneamente outras experiências sensoriais. O desenvolvimento destas competências é fundamental na aprendizagem do ser humano. (…) elas capacitam a pessoa a discriminar e interpretar as ações visuais, objetos e/ou símbolos, naturais ou manufaturados, que encontramos no meio envolvente”. (Avgerinou, 2009: 29) perspetivas | 58 Estas competências são cognitivas e assentam, ao mesmo tempo, na dimensão afetiva, tornando possível – através da comunicação, do pensamento e da aprendizagem visual – pensálas como parte integrante da educação. É com base nesta ideia que se torna possível o facto de cada sujeito ter uma experiência própria e pessoal num espaço comum – a escola. Através da aquisição destas competências e capacidades, a pessoa torna-se capaz de inovar, construir e transferir o conhecimento de contextos para contextos, criando novas formas de valor. Como Promover a Literacia Visual? O que se pretende é possibilitar que o/as aluno/as se tornem Assim, face à riqueza e potencialidades infinitas que a ima- espectadores/as e/ou produtores/as emancipado/as. gem, bem como as suas infindáveis possibilidades de inter- Utilizar a imagem como objeto de reflexão, no contexto educa- pretação trazem aos espetador, agindo diretamente sobre as tivo, possibilita várias perspetivas: a individual, a inter-rela- suas capacidades de questionar, co-construir realidades, criti- cional, do grupo, da organização e da instituição. Estas difer- car e debater, importa saber como se poderá promover uma entes perspetivas podem, por vezes, ser contraditórias. Mas é efetiva literacia visual nas crianças e jovens em idade escolar: através dessas contradições que se torna possível o debate, o confronto e a discussão, a partir dos quais se poderão construir ações/ideias, individuais e coletivas. O visual permite questionar a existência concreta, o espaço e a temporalidade. A imagem tem um caráter arqueológico, através do qual podemos pensar o passado, o presente e o futuro. Esta abordagem deve ter sempre presente vários referenciais teóricos que contribuam para uma análise abrangente, através da qual seja possível compreender o mundo sensível, dominado pela subjetividade e captado pelo olhar, e o inteligível, percebido pela razão. Uma vez que na reflexão sobre os fundamentos do conheci- • Através do dialogo constante sobre as imagens que fazem parte do nosso quotidiano. • Visitas regulares a museus e exposições e reflexão sobre as mesmas. • Permanente questionamento sobre a realidade apreendida através das imagens divulgadas pelos meios de comunicação e novas tecnologias. • Procura de uma nova visualidade tendo em vista a formação de sujeitos mais capazes e autónomos, permitindo que estes se emancipem. Ricardo Pistola mento na vida quotidiana somos, inevitavelmente, conduzidos para o domínio da intencionalidade, no qual a consciência opera em diferentes esferas da realidade, dependendo do “objeto” com o qual nos deparamos; o entendimento da realidade bibliografia: quotidiana estrutura-se através do espaço e do tempo. A es- AVGERINOU, Maria D. (2009): Re-Viewing Visual Literacy in the “Bain d’Imagens” Era, Tech trutura espacial encontra-se presente nas interações interpes- Trends – AECT, Vol. 53, nº 2. soais, remetendo para uma dimensão social. Enquanto a es- BAUDRILLARD, Jean (1981): Simulacros e Simulação. Trad. Maria João da Costa Pereira. Lisboa: trutura temporal assenta na dimensão da consciência, Relógio d’Água, 1991. organizada pela existência do sujeito no mundo e na “reali- BAUMAN, Zygmunt (1998): Globalização: As Consequências Humanas. Trad. Marcus Penchel. dade” quotidiana. Estas estruturas – espaciais e temporais – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999. tornam o mundo compreensível, através da objetivação do “re- BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas (1985): A Construção Social da Realidade – tratado de al” subjetivo. sociologia do conhecimento. Trad. Floriano de Souza Fernandes. Petrópolis: Editora Vozes, 2003. 59 | perspetivas Escola | Família parceiros na educação! o ser humano atravessa uma crise de valores. Valores como a cidadania, a soli- dariedade, a ética deixaram de ser considerados importantes na formação das nossas crianças. A Escola e a Família assumem um papel fundamental na mudança e na promoção destes valores essenciais ao desenvolvimento saudável e harmonioso do ser humano. Neste sentido a educação deverá favorecer uma participação que gere o compromisso da família com a aprendizagem e o sucesso escolar e um compromisso da escola em estar atenta e ir ao encontro do ambiente cultural da família e da comunidade da sua criança. Assim, a escola deve estar em perfeita sintonia com a família. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, ou seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente para toda a sociedade. Os pais devem estar cada vez mais atentos aos filhos, ao que eles falam, o que eles fazem, as suas atitudes e comportamentos e apesar de ser difícil, a escola também precisa estar atenta. Eles comunicam connosco de várias formas: rebeldia, isolamento, choro, silêncio, nos gestos e atitudes. Os pais devem perceber os filhos. Muitas vezes, através do comportamento, querem dizer alguma coisa aos pais e estes, na correria do dia-a-dia, nem prestam atenção a estes pequenos detalhes. Aí entra a parceria família|escola. Uma conversa franca onde pais e professores partilham ansiedades, preocupações,… na tentativa de compreender e ajudar melhor os filhos|alunos. A construção desta pode partir dos professores, visando, a proximidade dos pais à escola, para que a família esteja cada vez mais preparada para ajudar no desenvolvimento e crescimento dos seus filhos. É necessário um esforço muito grande para que todos se sintam envolvidos neste processo de constantemente educar os filhos. Todos juntos somos responsáveis pela educação destas crianças, desta nova geração. Educadoras do Pré-escolar perspetivas | 60 Crescer é um Desafio “Quem não sabe suportar contrariedades nunca terá acesso às coisas grandiosas.” Provérbio Chinês u m dos primeiros desafios a vencer na educação infantil consiste em ajudar a criança a ser uma pessoa disciplinada e educada, que saiba reconhecer entre que limites deve decorrer a sua vida e as normas imprescindíveis para a convivência social. Amar uma criança passa por saber acolher, respeitar, mimar e ajudar a crescer. Tudo isto se pode fazer com maior ou menor naturalidade mas requer sempre uma grande proximidade, sem esquecer que existem limites. Muitos pais e educadores têm difi- Ensinar Disciplina • Ser coerente – se estabelecemos regras devemos ser os primeiros a cumpri-las, ou deixamos de ter autoridade e credibilidade para as impor. • Ser consistente – se as regras se vão alterando conforme as culdade em estabelecê-los porque se sentem culpados e com nossas apetências, desejos, preguiça, ou alterações de humor, falta de disponibilidade mas esquecem-se que, para as crianças, não funcionam e deixam de ser regras para passarem a ser um adulto sem limites é sempre alguém muito assustador. Embora muitos pais compreendam a necessidade de estabelecer limites, fazê-lo nem sempre é fácil. Por vezes, surgem dúvidas se estaremos a anular a personalidade da criança ou a ser demasiado rígidos. Se os progenitores forem demasiado rígidos com os filhos, impuserem as suas normas e critérios e derem ordens sem explicarem as razões, os filhos terão dificuldades em formar a sua própria opinião e iniciativa, uma vez que estarão sempre dependentes da vontade dos pais. ordens avulsas. • As promessas devem ser viáveis e são para cumprir – se as consequências impostas no caso de as regras não serem cumpridas forem irreais, exageradas ou inócuas, mais vale não existirem. • O mais indicado, o mais fácil e o mais coerente é utilizar as consequências naturais dos atos: se suja, limpa; se desarruma, arruma; se chega atrasada, chega antes da hora no dia seguinte. • É importante explicar e dizer à criança o que esperamos dela – por que é que não pode tocar no fogão, por que é que não pode O conceito de disciplina ainda é conotado com as palavras cas- deitar-se tarde ou interromper as conversas. Em vez de dizermos tigo, ordem e respeito. Não tem de ser assim, ou melhor, não é apenas “não” ou “chiu” é mais eficaz explicar que ela pode assim. A disciplina não pode ser vista como uma série de cas- queimar-se, que descansar é importante para a sua saúde e tigos, mas antes como um processo de ensino e educação. Da crescimento ou que tem de saber esperar pela sua vez de falar. mesma forma que se ensina uma criança a vestir-se ou a comer sozinha, a disciplina também é ou deve ser ensinada. A criança cresce feliz se conhecer as regras do mundo que a rodeia e souber até onde pode ir. À medida que cresce, aumen- 61 | perspetivas Imagem 1: http://mulheresgravidas.net/castigo-e-a-crianca/ | Imagem 2: http://mundinhobelle.blogspot.pt/2011/09/disciplinando-os-filhos.html Imagem 3: http://deboniando.blogspot.pt/2010/10/dar-o-peixe-ou-ensinar-pescar.html | Imagem 4: http://naturlink.sapo.pt/Intervir/Artigos-Praticos/content/Como-poupar-agua-nas-tarefas-domesticas?bl=1 Imagem 5: http://movimentomulher360.com.br/2011/12/cursos-estimulam-empreendedorismo-em-criancas-de-todo-o-pais/ tam as suas possibilidades de estabelecer relações e, consequentemente, a sua perceção da organização social e dos diversos pontos de vista do outro, passando então a questionar Fomentar a Responsabilidade as regras que aceitava quase incondicionalmente. Percebe que • Adequar a exigência à etapa evolutiva; as regras podem ser alteradas ou conservadas e começa aqui o • Aconselhar com o exemplo (por ex.: a pontualidade, seu caminho para a autonomia. a organização); • Seguir sempre o mesmo critério; • Educar participativamente, fazendo-a pensar no porquê das coisas, das situações, dos comportamentos, mostrando-lhe os efeitos ou consequências, os benefícios e malefícios; • Ensinar a criança a cuidar e responder pelas suas coisas, mas também a respeitar as coisas dos outros; Neste processo de desenvolvimento da autonomia da criança o papel dos adultos é fundamental, evitando a sobreproteção, ajudando-a a pensar em como deve fazer as coisas (mas não fazer por ela), fomentando a responsabilidade. A disciplina, a promoção da autonomia e da responsabilidade ajudam a crescer, a estabelecer critérios, a viver com priorida- • Ensinar a cumprir as normas familiares, sociais, escolares; des, a lidar com a frustração e a olhar para a realidade tal co- • Fazer com que participe nas tarefas domésticas, tais como mo ela é. fazer a cama, pôr e levantar a mesa, arrumar os seus brinquedos, entre outros. Incentivar uma Atitude Empreendedora • Promover os sonhos pessoais; • Permitir que superem pequenas dificuldades sem interferência do adulto (sem riscos); O desenvolvimento destas competências, nas crianças, surge como fulcral na criação de uma cultura empreendedora das novas gerações. Ser empreendedor é, fundamentalmente, uma competência pessoal, que pode ser incentivada se existir um ambiente propício ao seu desenvolvimento. Ser pai é uma tarefa difícil para a qual ninguém recebe educa- • Mostrar que não é possível acertar sempre; ção ou formação. Não existe um modelo único de paternidade • Comemorar as pequenas conquistas com recompensas afetivas; ou maternidade e, por isso, cada família educa os filhos com os • Incentivar a procura da superação pessoal; seus próprios critérios, aptidões e possibilidades, tentando fa- • Estimular a criança a tomar decisões e a responsabilizar-se zê-lo o melhor possível com o objetivo de os tornar pessoas pelos seus atos. maduras, felizes e independentes. Professores do 1º Ciclo | Gabinete de Psicologia perspetivas | 62 Dislexia Dislexia a dificuldade de aprender! t odos nós já ouvimos falar de crianças que apresentam teração com os pais. Para aprender a ler é necessário ter cons- um mau desempenho na sala de aula, que têm relutância em ciência de que a linguagem é formada por palavras, as palavras fazer os trabalhos de casa, necessitando de recrutar os pais co- por sílabas, as sílabas por sons (fonemas) e que os carateres do mo leitores, e não têm prazer na leitura, evitando ler livros ou alfabeto são a representação gráfica desses sons – chama-se a sequer pequenas frases. Não raras as vezes, se constata que a isto – consciência fonológica. É também necessário saber ana- sua leitura é sincopada, tensa, trabalhosa dificultando-lhes a lisar a palavra, segmenta-la em sílabas, fundir os sons e encon- interpretação dos problemas|perguntas, a estruturação de trar a pronúncia correta para aceder ao significado das palavras. ideias e consequentemente a sua expressão através da escrita. Para realizar uma leitura fluente e compreensiva é ainda ne- Posteriormente multiplicam-se as queixas, por vezes a troca de cessário realizar automaticamente estas operações, isto é, sem acusações entre pais e professores – Porque é que esta criança atenção consciente e sem esforço. Todas as competências têm não consegue aprender? – será porque não estuda, não faz os que ser integradas através do ensino e da prática. trabalhos de casa, não se é exigente ou não se castigam as más ações o suficiente?… Quando muito, estas são perguntas que transbordam com uma conotação retórica, e que deviam servir para abrir os nossos olhos, dar-nos a perceber que somo nós: pais, professores, escola e psicólogos – que não sabemos ainda, não entendemos a causa desta dificuldade em aprender. A dislexia é uma perturbação da aprendizagem, parcialmente herdada, caracterizada por um défice ao nível do sistema neurológico central que dificulta o processamento dos sons, a correspondência destes com as letras e consequentemente a descodificação das palavras. Esta incapacidade não permite a automatização dos processos de leitura (que esta seja fluente, Caro Leitor: correta e interpretada) interferindo significativamente com o Porque é que se nos fosse dado a ler uma passagem de um qual- rendimento escolar e atividades da vida quotidiana que reque- quer livro em mandarim a maior parte de nós não conseguiria rem aptidões de leitura/escrita. É fácil entender que o saber ler reconhecer um carater, produzir o som que lhe é atribuído, pro- é uma chave que permite o acesso a todos os outros saberes, e nunciar corretamente a palavra, ler uma frase completa ou en- que vendo-se na impossibilidade de alcançar esta competência, tender o significado da mensagem que aí está escrita por mais as crianças com dislexia experimentem sensações como a frus- que nos tentassem obrigar ou castigar? tração, o desencorajamento e a estigmatização de pares, profes- O leitor já percebeu, sabe a resposta, elementar… porque ainda sores e pais se não se suspeitar desta perturbação da aprendi- não aprendi! E se começasse a aprender agora provavelmente zagem. A inteligência, a capacidade de abstração, imaginação e levaria algum tempo até que o fizesse da forma mais correta. raciocínio não está afetada nestas crianças, sendo que, muitas Algo similar pode estar acontecer com estas crianças! se distinguem em áreas artísticas. Walt Disney, que coloriu o A leitura (bem como a escrita) não é um processo natural como imaginário de milhões de crianças; atores como Tom Cruise e se da linguagem se tratasse, que emerge naturalmente da in- ainda escritores com Agatha Christie que puderam ultrapassar 63 | perspetivas os seus problemas e expressar-se através das palavras (reza a his- O diagnóstico deste défice baseia-se na história clínica, fami- tória que esta mulher, autora de mais de 80 contos policiais, não liar e educativa, pressupõe a exclusão de um atraso mental e escrevia diretamente os seus livros, antes ditava as sua histórias défice sensorial (visão ou audição diminuída). Necessita ainda a uma secretária ou usava um gravador). Pablo Picasso e o fa- de uma avaliação psicopedagógica realizada com recurso a moso Leonardo da Vinci, que escrevia de trás para a frente (em uma bateria de questionários que avaliam o conhecimento do espelho) traço caraterístico dos disléxicos canhotos. O próprio Al- princípio do alfabeto, a consciência fonológica, a descodifica- bert Einstein, que na escola o acusavam de raciocínio lento e ti- ção e a fluência, bem como a escrita. nha um baixo rendimento escolar tendo somente aprendido a São diversos os estudos que comprovam a eficácia de um pro- ler por volta dos 9 anos, são todos eles provas irrefutáveis do va- grama de intervenção precoce apoiados em estímulos de lor em potencial das crianças com dislexia. aprendizagem diversos, que recorrem a diferentes sensações Só recentemente, em 2011, foi publicado o primeiro estudo so- para facilitar o processo de aprendizagem dos sons, letras e pa- bre a prevalência da dislexia em Portugal (Ana Paula Vale, Ana lavras, associando o ouvir e o ver com o dizer e escrever e até o Sucena e Fernanda Viana). Este estudo realizado no Minho, dermografismo (reconhecer as letras pelo desenho de uma le- abrangendo 1460 crianças do ensino básico permitiu inferir tra na nossa pele, enquanto estamos de olhos fechados). Estas que esta doença afetará 5,4 a 8,6% das crianças portuguesas, intervenções baseiam-se ainda na revisão sistemática dos con- ambos os sexos de forma igual. ceitos para manter e reforçar a sua memorização, permitindo Estes números salientam a importância de estar alerta, a dis- a automatização da leitura e a interpretação do texto. lexia continua a ser uma perturbação subnotificada, não per- Cabe à escola em conjunto com os pais procurar definir a ra- mitindo que se abra caminho a uma intervenção precoce e es- zão da dificuldade em aprender de uma criança. Se os sinais de pecífica que pode até prevenir o insucesso antes deste alerta forem detetados em idades pré-primária, tanto melhor, acontecer. Com efeito, a maioria destas crianças será diagnos- podendo para isso contribuir as educadoras de infância. Ex- ticada após terem reprovado pelo menos um ano, estando em cluindo outras razões, nomeadamente sociais e conflitos fa- risco de que isso volte a acontecer. Esse tempo não pode ser re- miliares, deve a escola estar preparada para suspeitar e pedir cuperado e a construção da auto-estima desta criança fica pro- uma avaliação psicopedagógica (psicólogos e técnicas de edu- fundamente abalada. cação superior e reabilitação psicomotora) a fim de determi- Nas palavras das Psicóloga Educacional Paula Teles, no artigo pu- nar a existência de dislexia. blicado por ela na Revista Portuguesa de Clínica Geral em 2004 No nosso país, o Decreto-Lei 3/2008, Educação Especial, prevê – Dislexia: Como identificar? Como intervir? – Existem alguns si- a necessidade de adaptar formas de ensino e avaliação de nais que podem indiciar dificuldades futuras. Se esses sinais fo- crianças com necessidades especiais, nomeadamente, dislexia, rem observados e se persistirem ao longo de vários meses os mas não faz menção à metodologia reeducativa a adotar. Não pais devem procurar uma avaliação especializada. caindo no erro de ser demasiado permissivo pode ser necessá- A aquisição tardia da linguagem (frases só depois dos 2 anos), rio, enquanto a intervenção estiver a decorrer, escolher uma dificuldades na pronúncia de palavras (linguagem de bebé forma de avaliação tipo teste oral em detrimento de um teste que permanece após os 5 anos) com omissões e inversões de escrito, prolongar o tempo de realização das provas e não pu- sílabas (ex.: fósforos/fosfos, pipocas/popicas), a dificuldade nir os erros ortográficos. Alguns autores também defendem em memorizar canções e lengalengas com rimas (para a qual que repetir anos de escolaridade não ajuda a ultrapassar as di- é necessária ter uma boa consciência fonológica), ou os movi- ficuldades, pelo contrário, pode criar dificuldades acrescidas a mentos gráficos invertidos e/ou em espelho, podem ser sinais nível afetivo emocional: sentimentos de frustração, ansiedade, preditores de dificuldades futuras da leitura. desvalorização do autoconceito e da autoestima. Francisco Valente perspetivas | 64 Psicomotricidade para Bebés a Psicomotricidade para Bebés é a ciência que procura entender e investigar as relações e as influências entre o campo psicológico e o campo motor. Segundo Vayer (1980), é uma ação pedagógica e psicológica que utiliza a actividade corporal no sentido de normalizar ou melhorar o comportamento da criança. É através da sua ação face ao mundo e da atividade realizada pessoalmente, que a criança exprime e desenvolve as suas capacidades, e que constrói a sua pessoa e o seu conhecimento. O corpo é a referência permanente e a ação corporal é o primeiro meio de comunicação, aquele sobre o qual se constroem as linguagens socializadas (Vayer, 1980). No nascimento, existem potencialidades que para se desenvolverem, não requerem só a manutenção dos processos orgânicos, mas principalmente o intercâmbio com as outras pessoas. A importância da relação é geral, sendo que, na primeira infância a qualidade desta relação tem uma influência determinante na orientação do temperamento e da personalidade. É através das relações com os outros que o ser se descobre, e a personalidade se constrói pouco a pouco (Le Boulch, 2001). Ainda segundo o mesmo autor, a necessidade de se expressar e de comunicar, isto é, de intercâmbios com o ambiente, manifesta-se precocemente no recém-nascido. Se o ambiente favorece a expressão desta necessidade, ele vai desenvolver-se no plano da comunicação gestual. A linguagem aparece e desenvolve-se sob o efeito de um dinamismo afetivo ligado à necessidade do intercâmbio com a outra pessoa. Este intercâmbio, é primeiramente corporal e progressivamente se transforma em corporal e verbal, mostrando as relações estreitas entre linguagem e motricidade. É através de uma situação real de intercâmbio que a criança fala e tem vontade de falar, confrontando-se com o desejo e a necessidade de se expressar para poder participar da vida em grupo. A criança põe assim em prática e improvisa suas próprias formas de expressão verbal, ajustando o que tem sido primeiramente experimentado no plano motor e que é posteriormente transportado ao plano da linguagem expressiva (Le Boulch, 2001). 65 | perspetivas Durante o mês de outubro, tiveram início as aulas de Psicomotricidade para Bebés na Associação de Apoio à Educação com o principal objetivo de desenvolver a capacidade de ser e de agir num contexto psicossocial, onde o corpo foi a origem das aquisições cognitivas, afectivas e orgânicas. As aulas de Psicomotricidade para Bebés ocorreram uma vez por semana da parte da manhã, altura em que os bebés estão mais atentos e disponíveis. No início, os bebés muito inibidos não falavam, porque não tinham o hábito de se exprimirem, mas a evolução da linguagem verificada foi muito espetacular. O comportamento geral evoluiu da mesma forma e as crianças na sua maioria fechadas em si mesmas acabaram por se revelar muito abertas. A Psicomotricidade para Bebés favoreceu o aperfeiçoamento sistemático dos diferentes comportamentos motores e psicomotores do bebé, e beneficiou a sua integração escolar e social (através da consciência do próprio corpo, domínio do equilíbrio, controle da inibição voluntária e da responsabilidade, controle e eficácia das diversas coordenações globais e segmentarias, organização do esquema corporal, orientação espacial e espaço temporal). O projecto desta disciplina pôs em evidência como o meio da aula favorece no bebé o desenvolvimento das capacidades de conhecer e compreender, bem como das capacidades de imaginar e fazer com os outros. A organização da disciplina facilitou o desenvolvimento das capacidades de cada um, alternando as actividades autónomas, que são uma necessidade fundamental do ser, e as aprendizagens formais, que são uma necessidade social. Estas aulas contaram com muito entusiasmo, alegria e interesse por parte dos bebés, sendo notória a sua evolução e a positiva progressão na aprendizagem. Daniela Sá Serra | Professora de Psicomotricidade perspetivas | 66 Um Dia no Laboratório da ciência surja contextualizado numa base socioafetiva, constituindo, assim um contributo para o desenvolvimento de atitudes, valores e comportamentos sociais, ou seja, para promover uma boa educação cívica. Diversos autores têm apontado que o ensino experimental das ciências e a Educação em Ciências desde os primeiros anos de escolaridade é um fator imprescindível para a melhoria da formação científica dos alunos e para o desenvolvimento de compe- o tências necessárias ao exercício de uma cidadania responsável. Partindo destes pressupostos, neste ano letivo as professoras de ensino experimental a jovens em idade escolar é fun- Ciências desenvolveram experiências para os diferentes anos do damental para que estes sintam prazer de fazer ciência e não primeiro ciclo, tendo por base os conteúdos abordados na disci- apenas vivam a obrigação de aprender factos e leis. Conforme plina de Estudo do Meio. No laboratório os alunos puderam nu- a UNESCO (1983 Apdu s.r.) “A Ciência na escola pode ser realmente di- ma primeira fase observar e questionar sobre os temas que vertida. As crianças, em qualquer parte do mundo, ficam intri- iriam ser objeto de estudo e numa segunda fase participaram gadas com problemas simples, sejam eles idealizados ou por ativamente nas atividades. No final, tiveram de interpretar os re- elas realmente identificados no meio circundante” e salienta sultados obtidos para poderem responder a questões-problema ainda que a “Ciência e Tecnologia são atividades socialmente relacionadas com cada uma das experiências. Neste dia os alu- úteis com as quais as crianças se devem familiarizar (…) como o nos puderam identificar diversos objetos e alimentos através mundo está cada vez mais influenciado pela Ciência e Tecnolo- dos sentidos, reconheceram em diferentes materiais determina- gia, importa que os futuros cidadãos estejam apetrechados pa- das propriedades físico-químicas, construíram um íman, verifi- ra viverem nele…”. caram as propriedades magnéticas dos metais, os estados físi- O ensino experimental das ciências segundo Matta, Betten- cos e as mudanças de estado da matéria. court, Lino e Paiva (2004), além de ser motivador, desenvolver as ca- Em laboratório, foi possível potenciar situações e vivências va- pacidades manipulativas e de raciocínio e permitir um melhor riadas de observação, de descoberta, de intervenção e análise conhecimento do mundo que nos rodeia, permite desenvolver que ajudam a que os alunos adquiram conhecimentos (Saber competências noutras áreas curriculares e parece ser uma via Fazer) mas também saibam cooperar e respeitar um espaço promissora para mais e melhores aprendizagens no futuro. que não é habitual frequentarem no dia-a-dia (Saber Estar e De facto, este tipo de atividades promovem a leitura aquando Saber Ser). Em última análise interessa com este tipo de ati- da pesquisa, estimulam o desenho e a escrita aquando da rea- vidades investigativas desenvolver nos alunos uma atitude lização de registos e desenvolvem o pensamento lógico-mate- científica onde alguns conceitos e relações começam já a ser mático quando se estabelecem relações de causa-efeito e se construídos, contribuindo para um melhor conhecimento, efetuam classificações, seriações, medições e cálculos. Estes compreensão e domínio do mundo que os rodeia. autores salientam que é igualmente importante que o ensino Susana Ferreira | Isabel Dias criatividades | 68 Aos Nossos Pequenos GRANDES artistas… “ A criança não é considerada artista porque ela é vista pelos adultos como um ser que está a aprender. O desenho ou pintura infantil, mesmo tendo características visuais semelhantes às de muitos artistas consagrados, não é entendida como arte. Ao analisarem-se os fatores que envolvem a criação de uma obra, tanto a criança como o adulto têm condições de criar e produzir obras com qualidades estéticas. A arte deve ser compreendida a partir dos elementos que a concretizam: o criador, a obra o espetador!” Paulo Cheida Sans Estas imagens são, de uma forma ou de outra, familiares a todos os nossos alunos. Utilizando apenas alguns materiais riscadores, estes trabalhos surgiram, fruto da sua criatividade e expressão individual. As suas composições artísticas são habitadas por cores, formas, geometria, mancha, volume entre outros conteúdos inerentes às disciplinas de expressão plástica. É na troca de ideias, e inovando criativamente, que se avança para uma prática mais dirigida aos alunos, procurando ir ao encontro dos seus interesses, da sua criatividade, e necessidades de expressão. O nosso grande objetivo é levar o aluno a sentir o seu potencial artístico, e o valor das Artes, no fortalecimento da sua sensibilidade, autoestima e capacidade de comunicação, e de acordo com os estádios do seu desenvolvimento. Andrea Carvalho | Diná Rocha 69 | criatividades criatividades | 70 IV Concurso de Poesia português | línguas estrangeiras poemas vencedores – edição 2011 | 2012 Então meus amigos, Na noite de Natal Être Entrepreneur que me dizem em partilhar? Deus menino vai nascer. Nous pouvons rêver, désirer Esta época é mesmo assim, Uma estrela vai brilhar Et faire des projets pour l’avenir é época de partilhar! para os reis magos chamar. Mais nous savons Quero estar com os meus amigos Nessa noite que se aproxima neste dia de alegria. todo o mundo está feliz Pour cela, nous devons réagir O meu coração está a brilhar a dar e a partilhar Et lutter contre les problèmes de ver tanto espírito de Natal no ar. foi o que Jesus sempre quis. Qui se mettent devant nous. É um grande dia. Ouro, incenso e mirra Sabem porquê? os reis magos vão levar. Porque é Natal!!! Pelo deserto estão a ir Le Courage E toda a gente sabe até a Deus menino chegar. Mon désir de Noël est aider les pauvres. que é uma época especial. Filipa | 6º ano Dar presentes é fantástico, receber é também. Quando as pessoas se juntam vão sempre mais além! Ir para além do que se quer, do que se pensa, do que se sente, Nous allons atteindre notre objectif Finalement, entreprendre pour agir! Eduarda | 7º ano Les pauvres sont des personnes avec beaucoup de courage. Tous les jours Ils luttent pour survivre. Ils vivent sans La félicité de vivre le Noël do óbvio. Dans ce Noël J’espère que tous les pauvres No dia vinte e cinco Ver além das expectativas Réussissent suivre la lumière de la félicité. nasceu Jesus e do seu próprio ser. Ana Rita | 8º ano E por nós morreu na cruz. Atravessar horizontes Ele era um homem muito querido e estamos todos muito tristes por ele ter morrido. limitados ao satisfatório. Mergulhar bem fundo, penetrar até ao infinito, percorrer tudo o que nos passa na cabeça e aí Rêve Pour réaliser nos rêves, Nous devons travailler, Lutter pour obtenir tout ce Que nous voulons. Estavam todos muito tristes mover montanhas… Les problèmes doivent être résolus. no dia em que Jesus morreu, Ana Luísa | 9º ano Il y a un long chemin à parcourir. mas depois ressuscitou e para o céu voltou. Marília | 5º ano Maria | 9º ano 71 | criatividades Ta Vie Nobody Said... There’s only one way, Tous doivent avoir un projet But do you really wish that? This is exactly To reach success, Un rêve, une espérance what you want to? Use your own creativity Quelque chose qui me donne sens à nos vies So, why give up? To stir things up and to innovate! Et tous nous devons avoir le courage pour Nobody said it would be easy. le réaliser. Nobody said that you don’t need to fight. Penser non, avoir la certitude Que nous sommes capable Que nous avons la capacité pour le réaliser. Fight! Fight! With all your strength, because you know that is exactly what you want. You couldn’t win? Learn from your mistakes, It’s like when you bake cakes! After trying and baking them over and over, We find them extra super-delicious. Nobody said that you’ll win the first attempt. Life is a game, Je crois en toi et les autres aussi! Nobody said that you wouldn’t suffer. Where there’s always two or more ways, Dinis | 8º ano But do you really wish that? Is this exactly So don’t forget, save your mistakes what you want to? to never forget So, why give up? ‘Cause today they are as precious as gold. A Dream Came True When you really want something Don’t be afraid There are some things That have to be done With some love and passion You’re going to make it through The felling is great And it’s just for you Nobody said it would be easy. Nobody said that you don’t need to fight. Fight! Fight! With all your strength, because you know that is exactly what you want. Life is beautiful but we’re never satisfied So, change what you just dislike And live it to the full! Rosana | 10º ano And at the end, you win. Mariana | 9º ano A life without a goal is like the North Pole! Courage and endurance, Cold and meaningless, Be proud of yourself Make your own way to dominance, empty and aimless. Even when you know If you want a good future That is impossible Without any misadventure Dreams to come true The most important to succeed is the will to learn! You need to be strong, Work, work indeed Don’t think like that To face your problems without giving up, and much to earn. And don’t be a fool To face the challenges, You just need to know: And achieve your goals. There are no rules Francisca | 8º ano That’s life! Tomás | 10º ano no CEI Esta secção retrata o testemunho daqueles alunos que, uma vez tendo concluído o seu percurso no CEI, continuaram a fazer do seu projeto de vida um exemplo inigualável de esforço, trabalho e empreendedorismo nos dias de hoje… porque o CEI fez toda a diferença numa Educação para a Vida! Helga Pissarra Conclusão do 12º Ano no Ano Letivo 2002|2003 CEI, por um Futuro Melhor! c hamo-me Helga Pissarra e frequentei o Centro de Educa- ção Integral durante o 12º ano de escolaridade, no ano letivo 2002|2003. Anteriormente frequentava outro estabelecimento de ensino e como qualquer estudante que mudaria de ambiente, de colegas e professores, estranhei, pois tudo era bastante diferente. Inicialmente não conseguia ter a perceção se esta mudança teria sido para melhor ou pior, mas com o passar dos dias e com a progressiva adaptação, apercebi-me que tinha feito a escolha mais acertada. O ensino era mais “personalizado”, éramos poucos alunos por turma o que tornava a aprendizagem mais fácil e percetível. O relacionamento entre alunos e professores era mais próximo o que sem dúvida facilitava a perceção por parte dos docentes das necessidades ou dificuldades dos seus alunos. Recordo bons momentos que lá passei, amizades que se criaram e até hoje se mantêm. Não falo apenas entre nós estudantes, mas também com os Professores. Destes guardo as melhores recordações, pois foram uma das minhas “rampas de lançamento” para o que sou hoje como pessoa e profissional. Obviamente identificamo-nos mais com uns do que com outros, mas todos (uns mais que outros) ajudaram. No período que lá estive teria alterado alguns pormenores, como por exemplo nas instalações, e claro, algumas regras (aluno que é aluno nunca está satisfeito com as regras incutidas que contrariam as suas vontades), mas sei que a escola tem evoluído sempre para melhor e que atualmente encontra-se com as melhores condições. Hoje valorizo e interpreto essas regras de outra forma, menos rígidas e com outro sentido, como forma de nos educar e manter alguma ordem que é necessária em qualquer escola. Afinal, as regras fazem parte da nossa sociedade. Posteriormente ao C.E.I. segui a área de saúde animal, ingressando no curso de Medicina Veterinária, desejo já há muito pretendido. Já na minha geração as médias de candidatura eram altas e exigiam de nós esforço e dedicação. Devo salientar que também graças ao bom profissionalismo e dedicação por parte dos professores no C.E.I. e à característica única de sermos poucos alunos por turma, a possibilidade de uma melhor média era uma realidade, verdade que meios para melhorarmos não nos faltavam. É importante traçarmos metas, objetivos, nunca esquecendo as dificuldades e obstáculos que iremos sempre encontrar ao longo da vida, fazendo deles mais uma aprendizagem e guardando o melhor, nunca esquecendo o pior para que não cometamos os mesmos erros. Sermos esforçados e dedicados e termos gosto naquilo que fazemos é muito importante para sermos bons, para evoluirmos. A realidade profissional hoje apresenta-se difícil e por isso não devemos baixar os braços, devemos sim ser otimistas e lutarmos por aquilo que desejamos numa perspetiva de um futuro melhor. Pode parecer um “cliché”, mas a verdade é esta e temos que encará-la, sendo dinâmicos, dedicados e acreditando que amanhã será melhor. Esta é a minha filosofia e até agora tem resultado! A concorrência no mundo do trabalho é grande e as oportunidades escasseiam, por isso é que digo e mantenho que temos que ser otimistas e esforçarmo-nos para sermos não apenas bons mas os melhores, nunca esquecendo que o gosto pelo que fazemos é fundamental! “A imaginação é mais importante que o conhecimento” (Albert Einstein), sendo que é necessário conhecimento para termos imaginação! CEI, por um futuro melhor! “ As melhores características do CEI centram-se no “espirito familiar” que se faz sentir no dia-a-dia da escola transmitido e conseguido pela equipa de docentes e restante comunidade escolar. ” Joana Vieira | Lídia Lima Conclusão do 12º Ano no Ano Letivo 2005|2006 CEI, Crescemos Juntos! 1| Qual o seu percurso no CEI? (ano de entrada, ano de saída, os outros. Na nossa opinião é uma escola que prepara os seus anos de frequência) alunos da melhor forma possível para viverem em sociedade. Entramos no CEI em 1994 para o primeiro ano, iniciando a etapa com a professora Idília, e saímos em 2oo6, quando acabamos o 12º ano, ou seja, frequentamos o colégio cerca de 12 anos. 7| Quais são na sua opinião os pontos fortes e pontos de melhoria do CEI? As melhores características do CEI centram-se no “espirito fa- 2| Qual a área que escolheu para prosseguimento de estudos miliar” que se faz sentir no dia-a-dia da escola transmitido e no ensino superior? conseguido pela equipa de docentes e restante comunidade Escolhemos a área da saúde, mais especificamente Ciências escolar. Um dos pontos de melhoria seriam as instalações, que Farmacêuticas. pelo que sabemos já foram modicadas. 3| Quais as mais-valias do CEI no seu percurso académico no 8| O que deixa mais saudades no CEI? ensino superior? Especifique e justifique. As pessoas! Essencialmente o espirito de equipa, entreajuda, a capacidade de estudo e noção de responsabilidade. 4| Como decorreu a sua inserção no mercado de trabalho? Lídia – Correu da melhor maneira possível, comecei a trabalhar numa farmácia mal acabei o curso. 5| Quais as perspetivas profissionais a curto e médio prazo? Joana – Estou ainda a estagiar. Mas as perspetivas são um pouco reservadas, visto que o pais se encontra em recessão económica e é cada vez mais difícil conseguir emprego, mas espero consegui-lo o mais rápido possível, seja numa farmácia ou na indústria farmacêutica. 6|Para além do sucesso académico, quais as mais-valias do CEI na sua formação enquanto jovem adulto e cidadão do mundo? O CEI prima por incutir nos seus alunos uma serie de valores morais que se podem considerar nos dias de hoje uma “espécie em extinção”. Forma pessoas responsáveis, que crescem e são educadas aprendendo a respeitar, a partilhar e a valorizar 9|Se pudesse compor um slogan para o CEI, qual seria? CEI, crescemos juntos! percursos | 74 Virgínia Leão Martins Adegas Conclusão do 12º Ano no Ano Letivo 2004|2005 CEI, Muito Mais do que Uma Escola 1| Qual o seu percurso no CEI? (ano de entrada, ano de saída, anos de frequência) Entrei no CEI para o 1º ano do ensino primário, saindo apenas para ingressar na faculdade, completando assim 12 anos de frequência entre 1993 e 2005. No entanto, houve uma altura em que quis sair do CEI, pois considerava que estava num ambiente muito pequeno e fechado, queria algo mais. Não saí e não me arrependo da decisão tomada! 2| Qual a área que escolheu para prosseguimento de estudos no ensino superior? Segui a área das Ciências Farmacêuticas e encontro-me de momento empregada numa farmácia comunitária em Lisboa. 3| Quais as mais-valias do CEI no seu percurso académico no ensino superior? As mais-valias do CEI prendem-se com as bases que me foram transmitidas na escola e com a qualidade e o rigor dos métodos de estudo e trabalho que aí se desenvolveram, permitindo-me ingressar no ensino superior encarando-o de forma séria mas muito natural. Para além disso, a relação com os professores que nos acompanharam durante muitos anos é algo que nos marca, não só ao nível do nosso percurso académico, mas também afetivo, e para toda a vida. O facto de as turmas serem pequenas permitiu que os alunos fossem acompanhados de uma forma mais atenta e personalizada. À parte das aulas, o convívio dos intervalos deixou saudades. As idas à piscina, as brincadeiras, assim como os projetos, as festas de natal e do final de ano são também lembradas com alguma nostalgia. 4| Como decorreu a sua inserção no mercado de trabalho? Dois meses após a conclusão do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas comecei a trabalhar numa farmácia comunitária em Lisboa, onde ainda me encontro a trabalhar. 75 | percursos 5| Para além do sucesso académico, quais as mais-valias do CEI na sua formação enquanto jovem adulto e cidadão do mundo? Como já referi, a relação com os professores e funcionários que nos acompanharam durante muitos e muitos anos. Na verdade, não consigo deixar de sentir um certo saudosismo dos tempos no CEI sempre que os encontramos na rua, no quotidiano cada vez mais atarefados das nossas vidas… Todavia, a grande mais-valia do CEI, a meu ver, é o ambiente familiar, o grupo de amigos que se formou no CEI e que ainda hoje se reúne. Algumas amizades irão ficar para toda a vida! 6|Quais são na sua opinião os pontos fortes e pontos de melhoria do CEI? Pontos fortes: acompanhamento, personalização e aposta no serviço prestado ao aluno devido à existência de apenas uma turma por ano. Ponto de melhoria: abertura ao exterior, pois por vezes sentíamos que vivíamos numa bolha, onde éramos demasiado protegidos do mundo exterior. 7| O que deixa mais saudades no CEI? A grande família do CEI, desde professores, funcionários, alunos, amigos e colegas… As festas da escola de Natal e de final de ano. Os intervalos, algumas aulas também. Para além disso, tenho saudades das idas à piscina e das brincadeiras da primária. 8| Se pudesse compor um slogan para o CEI, qual seria? CEI, muito mais do que uma escola. As escolhas que fazemos muitas vezes moldam o nosso futuro! Não sei como eu seria se tivesse estudado noutro lado, convivido com outras pessoas. O percurso no CEI faz parte do meu desenvolvimento enquanto indivíduo, foi uma escolha dos meus pais e um investimento que posso garantir-vos ter-se revelado proveitoso. Obrigada pelo vosso contributo, Isabel Valente cei | 76 cei | resultados da 1ª fase do concurso nacional de acesso ministério da educação e ciência | 2012 totais gerais CENTRO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL 2566 Alunos inscritos para exame Tencionavam candidatar-se Apresentaram candidatura Foram colocados na 1ª fase 51 37 (73%) 13 (35%) 12 (92%) Opção média de colocação 2,50 colocados por opção 1ª opção 2ª opção 3ª opção 4ª opção 5º opção 6ª opção 4 (33%) 2 (17%) 2 (17%) 4 (33%) 0 (0%) 0 (0%) colocações por aluno BI nome do candidato resultado 14356777 ANA RITA GARCIA VIEIRA DE BASTOS Colocada em 14659950 ANA RITA SÁ DIAS RIBEIRO Colocada em estabelecimento | curso de ensino superior 1204 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Escola de Ciências da Vida e do Ambiente 8408 Química Medicinal 1114 Universidade do Porto – Faculdade de Direito 9078 Direito Universidade de Coimbra – Faculdade de Ciências e Tecnologia 14670642 DANIEL MACEDO FERREIRA Colocado em 0501 9369 Engenharia Mecânica 14684794 DIOGO ALEXANDRE DA SILVA ALMEIDA Colocado em 0400 Universidade da Beira Interior 9081 Economia 14695500 FRANSCISCO MIGUEL GONÇALVES PINHO Colocado em 0300 Universidade de Aveiro 9104 Engenharia e Gestão Industrial 14573175 INÊS ANDIAS FERREIRA Colocada em 7003 Escola Superior de Enfermagem do Porto 9500 Enfermagem 14258290 JOÃO PEDRO PAIVA DE PINHO Colocado em 1104 Universidade do Porto – Faculdade de Economia 9081 Economia 14171161 MICHAEL CLIFFORD GAY Colocado em 13981426 14308372 14585830 14240531 14510189 MIGUEL JORGE GUIMARÃES DE OLIVEIRA PAULO FILIPE PEREIRA MOREIRA RITA MARQUES PINTO DE SÁ RITA SALGADO GUIMARÃES SÍLVIA RAQUEL RIBEIRO ALMEIDA Colocado em Colocado em Colocada em Colocada em Não colocada 0400 Universidade da Beira Interior 9075 Design Multimédia 1105 Universidade do Porto – Faculdade de Engenharia 9360 Engenharia Civil 3082 Universidade do Algarve – Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo de Faro 9147 Gestão 1000 Universidade do Minho 9023 Ciências da Comunicação 3061 Instituto Politécnico de Coimbra – Escola Superior Agrária de Coimbra 9147 Biotecnologia 77 | plano anual de atividades plano anual de atividades 2012|13 Todas as atividades gerais ou do âmbito das diferentes disciplinas serão subordinadas ao tema do Projeto Curricular de Escola: “Aprender Geral I Ciclo Conferência do Projeto Curricular de Escola 25 outubro Magusto 9 novembro Biblioteca – Conferência 15 novembro Passeio Escolar 7 junho (a confirmar) Concurso de Poesia novembro e dezembro Praia 17 a 28 junho (a confirmar) Festa de Natal 14 dezembro Aniversário do CEI 1 fevereiro sem Fronteiras” Departamento de Matemática, Ciências Experimentais e Informáticas Carnaval das Escolas 2 fevereiro Visionarium 2º período Visita dos Parceiros Comenius 18 a 22 fevereiro Olimpíadas da Química 2º período Parlamento dos Jovens 1º e 2º períodos Reciclagem de Rolhas de Cortiça ao longo de todo o ano letivo CEI em Cena! 2º e 3º períodos Exposição “Cassefaz” 3º período Reflexões da Primavera 10 a 12 abril Visita ao Geoparque (Arouca) a definir Marchas Populares 20 junho (a confirmar) Exposição de Jogos do Mundo ao longo do ano letivo Festa de Finalistas 12 abril (ensino regular) | 12 julho (ensino profissional) Olimpíadas da Matemática data a definir Feira Medieval 15 junho Teatro: Cenas da Matemática data a definir Laboratórios Abertos ao longo de todo o ano CEI 24 (online) data a definir Departamento de Línguas Programa Comenius data a definir Feira do Livro dezembro Fim de Semana Aventura data a definir Cerimónia do Chá (Mandarim) data a definir Projeto “Ler sem Fronteiras” data a definir Ginástica na Escola data a definir Mexe-te pela tua Saúde data a definir Pré- Escolar Visitas de Estudo: “Casa Fernando Pessoa” | “Convento de Mafra” ao longo do ano letivo Visionamento de Peças de Teatro: “Felizmente há Luar” | “Frei Luís de Sousa” “Auto da Barca do Inferno” | “Falar Verdade a Mentir” data a definir Concurso de Francês “Bûche de Noël” data a definir Festa dos Avós 14 outubro “Passeios Literários” 2º e 3º períodos S. Martinho 9 novembro Aulas Abertas de Inglês (pré-escolar e 1º ciclo) maio e junho Atividades de Natal 03 a 07 dezembro Cantar os Reis 4 janeiro Departamento de Ciências Sociais e Humanas Carnaval na Escola 8 fevereiro Comemoração do Dia Mundial da Filosofia 15 novembro Dia do Pai 19 março Visita ao Museu da Imprensa | Nau Quinhentista de Vila do Conde data a definir Dia da Mãe 3 maio Participação no Stock Exchange – FEP data a definir Dia Mundial da Criança 31 maio Visita ao Museu do Carro Elétrico data a definir Praia 1 a 5 julho (a confirmar) Visita ao Museu da Chapelaria data a definir Visita ao Museu Militar do Porto | Museu de Serralves data a definir nota: As atividades previstas aqui enumeradas serão atempadamente divulgadas a todos os interessados. Outras atividades surgirão, entretanto, ao longo do ano letivo, sob proposta de muitas instituições. O Centro de Educação Integral participará naquelas que julgar pertinentes e enriquecedoras. Museu do Pão | Escola Superior de Hotelaria de Seia data a definir família do cei | 78 Família do CEI 2011 | 12 Creche | AAE Pré-escolar | 3 anos Pré-escolar | 4 anos Pré-escolar | 5 anos I Ciclo | 1º ano I Ciclo | 2º ano I Ciclo | 3º ano I Ciclo | 4º ano II Ciclo | 5º ano II Ciclo | 6º ano III Ciclo | 7º ano III Ciclo | 8º ano III Ciclo | 9º ano Secundário | 10º ano Secundário | 11º ano Secundário | 12º ano 79 | família do cei Educação e Formação | PTC1 Educação e Formação | PTC2 Educação e Formação | PTC3 Educação e Formação | HOT4 Profissionais | CPC1 Profissionais | CPR2 Profissionais | CPC3 Profissionais | CPR4 Profissionais | CPC5 Profissionais | CPR6 Profissionais | CPS7 Docentes | Colaboradores formação