Expo - Catálogo BH e Salvador
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Expo - Catálogo BH e Salvador
Mestres da Gravura Coleção fundação biblioteca nacional Petrobras Fundação Biblioteca Nacional apresentam Mestres da Gravura Coleção fundação biblioteca nacional Mestres da Gravura Coleção fundação biblioteca nacional palácio das artes / fundação clóvis salgado 30 de abril a 22 de junho de 2014 museu de arte da bahia 9 de julho a 31 de agosto de 2014 patrocínio apoio institucional projeto e produção realização rembrandt hermenszoon van rijn [A leitora], 1634 A exposição Mestres da Gravura é uma das contempladas na nova área de Circulação de Exposições na seleção pública do Petrobras Cultural. Está entre os pilares da nossa política de patrocínios levar a arte a diversas regiões do Brasil, permitindo, por exemplo, que Belo Horizonte e Salvador tenham acesso ao acervo da Fundação Biblioteca Nacional, sediada no Rio de Janeiro. Ao todo são oito projetos que vão circular até junho de 2015. Os destinos incluem sempre pelo menos um estado das regiões Norte ou Nordeste. O objetivo da Petrobras é incentivar a formação de público, as cadeias produtivas e revigorar os espaços que vão receber as obras. A Petrobras foi patrocinadora de grandes exposições internacionais que, realizadas em sequência em meados dos anos 90, estimularam a relação de instituições brasileiras com os públicos e incentivaram de forma significativa a produção cultural e a inclusão do país em roteiros de importantes mostras, ampliando o intercâmbio e a visibilidade para as artes produzidas no Brasil. A partir do ano 2000, a companhia desenvolveu e realizou uma série de editais para seleção de projetos voltados à arte contemporânea brasileira, viabilizando exposições, publicações de referência e também aquisição de obras para acervos de Museus, entre outras ações. O Petrobras Cultural aborda a cultura brasileira em suas mais diversas manifestações. Articulado com as políticas públicas para o setor e focado na afirmação da identidade brasileira, contribui para a ampliação das oportunidades de criação, circulação e fruição dos bens culturais e para a permanente construção da memória cultural. petrobras P reservar e permitir o acesso aos registros da cultura brasileira é missão da Fundação Biblioteca Nacional, detentora de uma das mais ricas coleções da América Latina, atualmente composta por mais de nove milhões de peças, entre as quais livros, manuscritos, mapas, gravuras e partituras. Hoje, a instituição bicentenária enfrenta os desafios que o futuro lhe impõe, sem dar as costas para o seu passado. É importante recordar que, graças à estratégia da Coroa Portuguesa em enfrentar os mares para driblar a invasão napoleônica, trazendo na bagagem sua Real Biblioteca, a Biblioteca Nacional se tornou responsável pela preservação da memória cultural brasileira, bem como por parcela da memória portuguesa. A cuidadosa seleção de gravuras do acervo da Biblioteca Nacional, ora apresentada ao público, compõe um conjunto precioso, grande parte oriunda da Real Biblioteca portuguesa. A partir desses documentos, será possível apreciar a arte da gravura e conhecer diversos artistas, bem como as técnicas por eles empregadas. Em suma, as apresentações da exposição Mestres da Gravura em Belo Horizonte e Salvador, uma parceria entre a Fundação Biblioteca Nacional e a Petrobras, constituem-se numa oportunidade ímpar de dar ao público acesso a esse valioso acervo. fundação biblioteca nacional Sumário Mestres da gravura: Coleção Fundação Biblioteca Nacional 10 A arte de gravar | A arte da gravura 11 As técnicas de gravura Fernanda Terra as g ravuras 13 Coleção Italiana 29 Coleção Alemã 42 Coleção Holandesa 54 Coleção Flamenga 61 Coleção Francesa 71 Coleção Inglesa 78 Coleção Espanhola 88 Coleção Portuguesa G ravar é dar vida às linhas do tempo. Das tramas delicadas do desenho sobre uma superfície bordaram-se com linhas incisivas, ao longo da história, algumas das mais sutis e notáveis obras de arte. Albrecht Dürer, Lucas van Leyden, Rembrandt van Rijn, Jacques Callot, Giovanni Battista Piranesi, Goya y Lucientes e William Hogarth, entre muitos outros artistas representativos da história da gravura ocidental, são alguns destaques da coleção de gravuras avulsas da Fundação Biblioteca Nacional, constituída por mais de 30 mil itens. Cento e setenta obras do Renascimento ao Iluminismo foram pesquisadas e selecionadas para representar os tesouros guardados nessa instituição nacional. Feitas por 79 gravadores, traduzem a construção do pensamento filosófico e religioso, as ideias, os costumes e as descobertas promovidas pela cultura europeia ao longo dos séculos. As gravuras estão dispostas em núcleos regionais de produção, formados pelas coleções italiana, alemã, holandesa, flamenga, francesa, inglesa, espanhola e portuguesa, e por ordem cronológica de nascimento dos gravadores. Estão presentes tanto xilogravuras, exemplos da mais antiga técnica de gravar sobre papel, quanto variadas técnicas de gravação em metal desenvolvidas até o século xviii. Esse conjunto inclui gravuras originais, obras criadas por renomados artistas da história da arte que exploram os recursos das técnicas de gravura, e também gravuras de reprodução ou de interpretação, realizadas por gravadores com amplo domínio técnico, que reproduzem obras-primas, como pinturas, esculturas, desenhos e afrescos, tendo sido essas gravuras uma forma de disseminação e divulgação da arte e dos artistas ao longo do tempo. As gravuras presentes remontam à Real Biblioteca portuguesa, trazida por ocasião da transferência da Corte para o Rio de Janeiro em 1808, e a outras coleções posteriormente incorporadas ao acervo da Fundação Biblioteca Nacional, entre as quais as coleções J. A. Oliveira Barboza e D. Thereza Christina Maria, e integram o mais importante acervo de gravuras do país. Origens: a Real Biblioteca O gabinete de estampas real incluído no conjunto que compõe a Real Biblioteca foi formado por coleções doadas e adquiridas pelo rei d. José i, logo após o terremoto de 1755, ocasião em que um grande incêndio decorrente do sismo destruiu o acervo da antiga Real Biblioteca em Lisboa. Em 1760, reiniciase a formação da coleção, com destaque, no final desse mesmo século, para duas grandes doações: a coleção do erudito Diego Barbosa Machado, bibliófilo, acadêmico real e abade da Igreja de Santo Adrião de Server, que incluía livros, álbuns de estampas de assuntos religiosos e coleções de retratos e de mapas, em sua maioria gravados a buril ou à água-forte, e a coleção do artista inglês Guglielmo Dugood, composta de uma série de álbuns de estampas, mapas gravados e manuscritos iluminados.1 Com a transferência da Corte para o Rio de Janeiro em 1808 e a acomodação da família real no Paço dos Vice-Reis, a Real Biblioteca e a Livraria do Infantado foram instaladas, em 1810, em parte do hospital da Ordem Terceira do Carmo, situado à rua do Carmo, que se comunicava com o Paço e a Capela Real por meio de um passadiço. Em 1811, a consulta aos livros e estampas seria liberada apenas aos estudiosos, que tinham de obter prévio consentimento régio. A partir de então, a Real Biblioteca recebe novas doações. Dois anos depois, são enviados de Lisboa álbuns de estampas e chapas de cobre, gravadas por artistas integrantes da Oficina do Arco do Cego, e que serviram para ilustrar as obras lá publicadas, sob a direção do ilustre botânico brasileiro frei José Mariano da Conceição Velloso, cujo espólio já havia sido oferecido ao príncipe regente, d. João vi. Por ordem deste, a Real Biblioteca se torna pública em 1814. Entre as coleções de estampas que passariam a integrá-la em solo brasileiro, encontram-se a livraria do dr. Manuel Ignácio da Silva Alvarenga, adquirida em 1815, e aquela pertencente ao arquiteto real José da Costa e Silva, incorporada em 1818 e composta, entre outros itens, de estampas de artistas europeus e de desenhos italianos dos séculos xvii e xviii. Em 1822, ano da Independência do Brasil, arrematou-se a coleção do conde da Barca, da qual fazia parte um conjunto de 7.318 estampas documentárias, distribuídas em 120 volumes.2 Em decorrência da Convenção Adicional ao Tratado de Amizade e Aliança, de 29 de agosto de 1825, assinada por Portugal e pelo Brasil, após a sua Independência, a Real Biblioteca foi comprada e tornou-se propriedade do governo imperial brasileiro, denominando-se Biblioteca Pública da Corte e, por vezes, Biblioteca Imperial e Pública da Corte. Em 4 de agosto de 1858, a Biblioteca passou a funcionar em edifício comprado pelo governo imperial à rua do Passeio, n. 48, no largo da Lapa. Somente em 1876 foi nominada Biblioteca Nacional. Neste mesmo ano, criou-se a Seção de Estampas, no intuito de conservar, catalogar e divulgar o núcleo de obras gráficas de artistas —8.9 europeus vindas de Portugal com a Real Biblioteca.3 A organização da 3a Seção, como era conhecida, foi confiada a José Zephyrino de Menezes Brum,4 o primeiro chefe do setor, e as estampas dos principais fundos, catalogadas de acordo com o sistema de classificação adotado na Biblioteca de Paris, com algumas poucas modificações, constituindo-se assim três catálogos: por escolas, por materiais e alfabético.5 Algumas coleções iconográficas particulares, incluindo estampas originais e de interpretação de nomes significativos da história da gravura, seriam incorporadas à Biblioteca Pública da Corte, entre as quais a de J. A. Oliveira Barboza, em 1874. Em 1877, adquiriu-se a coleção de J. A. Alves de Carvalho, com 774 estampas, seguindo-se a ela aquisições feitas em 1878 relacionadas com a ocupação holandesa no Brasil, incluindo a doação de Salvador de Mendonça, assim como a aquisição de águas-fortes, adquiridas de Miguel Navarro y Cañizares.6 Já no final do século xix, em 1890, após a proclamação da República, o ex-imperador d. Pedro ii doou à Biblioteca Nacional a sua biblioteca particular, coleção denominada D. Thereza Christina Maria, com mais de 100 mil itens, entre livros, mapas, partituras, fotografias, manuscritos, documentos impressos e 18.847 estampas artísticas de gravadores europeus do século xix.7 A inauguração da Biblioteca Nacional no prédio da avenida Rio Branco, n. 219, antiga avenida Central, deu-se em 1910, beneficiando a Seção de Estampas, hoje Divisão de Iconografia. No século xx, raras gravuras europeias avulsas foram incorporadas à coleção.8 A atenção voltou-se para os artistas brasileiros, constituindo-se assim um precioso núcleo de gravadores modernos. giovanni battista piranesi Le Antichità romane, 1750–3 [tomo iii, prancha xl] Notas 1cunha, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola italiana de gravura: catálogo de estampas”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1984), vol. 104. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1987, p. 173. 5villa-lobos, R. “Iconografia (Estudos)”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1896), vol. xviii. Rio de Janeiro: Tipografia Leuzinger, 1897, p. 420. 2 Ibid., p. 174. 6brum, José Zephyrino de Menezes. “Esboço Histórico”. Op. cit., p. 584. 3cunha, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola Brasileira de Gravura. Catálogo de Estampas”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vol. 96. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1976, p. 10. 4brum, José Zephyrino de Menezes. “Esboço Histórico”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1883–1884), vol. xi. Op. cit., p. 547. 7mello, José Alexandre Teixeira de. “Relatório anual”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1896), vol. xviii. Op. cit., p. 474. 8cunha, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola italiana de gravura: catálogo de estampas”. Op. cit., p. 174. A arte de gravar A arte de gravar em papel se iniciou, no Ocidente, somente no final do século xiv, com xilogravuras usadas para reproduzir imagens de santos e cartas de baralho. Seu desenvolvimento é consequência do conhecimento da técnica de fabricação do papel, descoberta pelos chineses em 105 a.c., e que chegou à Península Ibérica, trazida pelos árabes, em meados do século xii. No século xv, no entanto, o ofício de gravar em papel se desenvolve na Itália e, logo em seguida, nos demais países europeus, como expressão artística e meio de divulgação e democratização do conhecimento, em substituição ao manuscrito e às iluminuras. Surgem então os incunábulos, os primeiros livros impressos. As primeiras impressões a partir da matriz de madeira são chamadas de xilogravuras (gravuras em relevo). Já o emprego de matrizes em metal, inicialmente restrito à ourivesaria, possibilitou o surgimento da gravura em talho-doce (taille-douce ou intaglio), nome primeiro empregado em referência à gravura a buril e que, hoje, denomina, em oposição à gravura em relevo, todo processo de construção de matrizes metálicas planas e polidas. São preferencialmente feitas em chapas de cobre, em que o entalho produzido é entintado, permitindo maior aprimoramento e refinamento das impressões. Também podem ser usadas chapas de zinco ou latão. A arte de gravura em metal é conhecida como calcografia. Até o século xviii, eram cinco os procedimentos da gravura em talho-doce: a buril, à ponta-seca e à água-forte, herdados dos ourives e armeiros medievais, e à água-tinta e à maneira-negra, procedimentos inventados para a — 10 . 11 construção de matrizes reticuladas por processos manuais e mecânicos. Somam-se a esses, de meados para o fim do século xviii, as técnicas à maneira do crayon, do verniz mole e do pontilhado. A arte da gravura Nas mais antigas xilogravuras e gravuras a buril, o tema religioso é a marca da construção do fazer artístico. Para o homem da Idade Média, era Deus quem semeava a vis creativa. D’Ele provinha a beleza da criação, testemunho de sua grandeza e de sua sabedoria infinita, pela qual o Belo se aproxima da Verdade. Ao longo do Quattrocento, o Belo e a natureza se fundem num só ideal. Temas documentais e mitológicos surgem no universo das gravuras, inspirados pelo humanismo crescente que afirma a dignidade do homem e o torna um investigador por excelência da natureza, numa revalorização dos ideais clássicos. O homem como centro do universo, autônomo, livre e criativo, faz-se representar em proporções perfeitas, inserindo-se no espaço ilusório tridimensional da perspectiva linear. No século xvi, o pensamento renascentista se difunde por toda a Europa, ao mesmo tempo que a Reforma abala o equilíbrio político e a unidade cultural e artística recém-conquistados no continente. As gravuras, sob inspiração protestante, voltam-se para a natureza e os personagens profanos, e a iconoclastia toma o cenário da arte. Com o declínio da influência católica, surgem os sentimentos de pessimismo, insegurança e alheamento, que caracterizariam a atmosfera do Maneirismo. A noção de espaço é alterada e a perspectiva se fragmenta em múltiplos pontos de vista. As proporções da figura humana são distorcidas numa linguagem visual mais dinâmica, que se mostra dramática e sofisticada, refletindo os dilemas do final desse século. Ao longo do século xvii, a Contrarreforma abre caminho para o adensamento expressivo do Barroco, com a sensualidade das formas curvas espiraladas, a monumentalidade cenográfica e a exaltação do movimento. Ao excesso do Barroco, o Neoclassicismo, em meados do século xviii, responde com uma arte mais serena, equilibrada, simples e sombria, que retoma o interesse pela Antiguidade clássica a partir de escavações arqueológicas e das bases científicas, sistemáticas e racionais em que se inspira. As técnicas de gravura Xilogravura Na xilogravura, realizam-se entalhes diretos na matriz de madeira com ferramentas como a goiva e o formão, deixando-se em relevo a imagem a ser impressa. Destacada do fundo, essa imagem recebe a tinta de impressão, que será transferida para uma folha de papel, por meio de pressão feita pela mão diretamente sobre o papel posado na placa entintada de madeira ou com o auxílio de uma espátula ou colher de madeira. Gravura a buril Também conhecida como talho-doce, a gravura a buril surgiu no século xv e é a mais antiga técnica de gravura em metal que se conhece. O buril é um instrumento com cabo de madeira e ponta cortante de aço em formato quadrado, losângico ou redondo. O gravador pousa o buril sobre o metal, realizando encavos muito finos e profundos, que deixam marcas a serem preenchidas pela tinta de impressão. A qualidade da linha depende da profundidade e da largura das incisões, e da força empregada na gravação. A tinta é transferida para o papel com uma prensa. Foi, por excelência, a ferramenta dos primeiros gravadores. Gravura à ponta-seca Conhecida desde o século xv e também de corte direto, mas diferente do buril, que retira metal ao produzir a linha incisa, a ponta-seca somente desloca material, quando pressionada contra a superfície. Essa diferença aparentemente sutil cria dois tipos de linhas peculiares e claramente discerníveis. A ponta-seca é empunhada como um lápis e não exige conhecimentos de ofício tão elaborados quanto os necessários ao uso do buril, sendo o tom da linha dado pela pressão produzida ao desenhar e pela quantidade de rebarbas produzidas nesses deslocamentos. As rebarbas seguram a tinta, que, somada àquela contida nos sulcos, dá a característica aveludada e o contorno difuso à linha construída por essa ferramenta. Utilizam-se pontas de formatos e materiais diferentes, que geram resultados distintos no corte e na impressão. Depois de algumas dezenas de provas, as rebarbas são destruídas ou modificadas, o que cria flutuações na qualidade das imagens e não permite grande número de impressões. Gravura à água-forte A água-forte, ao contrário do buril e da ponta-seca, é um procedimento indireto. Técnica utilizada desde o século xvi, aqua-fortis era como a alquimia chamava os mordentes, produtos químicos que atacavam as áreas da matriz de cobre desenhadas e não isoladas pelos vernizes resistentes a eles, criando-se assim concavidades. O desenho é feito com pontas de metal, utilizadas como lápis, de modo que o cobre seja exposto onde a ponta penetra o verniz. A chapa de cobre é imersa em ácido (nitrito ou percloreto de ferro) e as partes a ele expostas que não estão protegidas pelo verniz, corroídas. A corrosão é determinada pelo tipo de agente químico escolhido em que a placa será imersa e pelo tempo de exposição do metal a essa situação. Em seguida, o verniz é removido da chapa, que, uma vez limpa, é coberta de tinta; novamente limpa, deixam-se apenas os sulcos cobertos de tinta. Cobre-se a chapa com um papel umedecido e os dois passam por uma prensa; o papel absorve a tinta depositada nos sulcos, produzindo uma impressão invertida do desenho sobre a chapa. São muitos os mordentes e sistemas de aplicação empregados pelos artistas. Dessa forma, obtêm-se gradações de tons, que vão do mais claro a uma infinidade de texturas visuais e ao escuro mais profundo. Quase todos os água-fortistas importantes inventaram processos próprios. Gravura à maneira-negra Também chamada de mezzotinta ou meia-tinta, essa técnica, criada no século xvii, consiste na construção de um tramado regular e rigoroso de pontos, por intermédio de um instrumento próprio, chamado berceau, cujo formato é parecido com o de um pente em meia-lua, com dentes sem espaçamento entre si e pontas muito afiadas. O berceau fere o metal, levantando rebarbas em decorrência da pressão exercida diretamente sobre ele, sem a necessidade de mordentes. Isso garante — 12 . 13 que a superfície, após ser impressa, ofereça um negro profundo e aveludado. A chapa é trabalhada por meio de raspagens e bruniduras, obtendo-se, assim que se rebaixam as rebarbas, os tons em meias-luzes, entre o negro da malha construída e o branco de um polimento total. Gravura à água-tinta À diferença dos processos lineares, a água-tinta, inventada no século xviii, permite obter superfícies regulares em meios-tons. Trata-se de um processo indireto que se vale de mordentes, como a água-forte. A matriz é pulverizada com resinas, breu e betume, que aderem à superfície da placa pelo uso de calor. O mordente (ácido) ataca os pontos nus da matriz que não estão protegidos pela resina. Com diversos métodos de morsuras e diferentes tipos de verniz, conseguem-se valores à maneira de chapados, que podem traduzir aguadas. Traduz-se uma escala de tempo em escala de cinzas virtuais: quão mais raros os pontos corroídos, menor a reserva de tinta, e quão mais profundos, maior a reserva para a tinta na impressão. Em outras palavras, quanto menos tinta impressa, mais pontos brancos no papel, e vice-versa, fazendo com que a relação de quantidade entre pretos e brancos gere os cinzas óticos e a consequente escala tonal. De meados para o fim do século xviii, surgem as técnicas à maneira de crayon, do verniz mole e do pontilhado. Este é um método que utiliza a água-forte, o buril curvo e a ponta-seca. Primeiro, faz-se uma leve gravação do contorno do desenho em água-forte; em seguida, são obtidos os tons do trabalho, pontilhando-se a chapa com a ponta do buril curvo ou com a ponta-seca sobre um segundo verniz, posteriormente banhado em ácido. Coleção Italiana e André Mantegna [1431–1506] Jacopo de Barbari [c.1450–1516] e Marco Antonio Raimondi [c.1480–c.1534] Agostino de Musi [c.1490–1536] Giovanni Battista Ghisi [c.1503–c.1575] e e Marco Dente [c.1493–1527] e Enea Vico [1523–1567] Mestre do Dado [ativo entre 1530–1550] Agostino Carracci [1557–1602] Benedetto Montagna [c.1480– c.1541] e e e Adamo Ghisi [1530–1587] Lodovico Carracci [1555–1619] Annibale Carracci [1560–1609] Guido Reni [1575–1642] e e Francesco Brizzi [1574–1623] Giovanni Benedetto Castiglione [1609–1664] Stefano della Bella [1610–1664] e Salvatore Rosa [1615–1673] Giovanni Battista Piranesi [1720–1778] Francesco Bartolozzi [1725–1815] e Giovanni Volpato [1740–1803] André Mantegna [1431–1506] Pintor e gravador a buril, nasceu na ilha de Cartura, perto de Vicenza, em 1431. Aos 11 anos, iniciou seu aprendizado na escola clássica de Francisco Squarcione, em Pádua. Estudou escultura romana e perspectiva. Sua carreira foi marcada pelos trabalhos da escola florentina. Quando jovem, foi influenciado por Jacopo Belline. Em 1459, passou a viver em Mantua, onde permaneceu até sua morte, em 1506. Foi protegido por Luiz de Gonzaga, duque de Mantua, que o nomeou cavaleiro, e pelo papa Inocêncio viii. Apesar de ser um pintor magnífico, não foi menor como gravador. Suas obras são admiradas pelo gosto e a correção dos desenhos. “A noção plástica é trazida para a gráfica e por consequência o gosto pela abstração ligada aos grafismos, ritmos e adensamentos luminosos” (Luis Cláudio Mubarac). Sua maneira de gravar característica se dava por formas fortemente marcadas, com sombras executadas por traços paralelos abertos e linhas oblíquas mais claras entre esses traços, e suas gravuras eram abertas em folhas de cobre. Jesus Cristo descendo ao limbo, s/d buril, 43 x 33,2 cm real biblioteca Jacopo de Barbari, dito Mestre do Caduceu [c.1450–1516] Diversos nomes são atribuídos a esse artista: Francisco de Babilônia, Jacob — 14 . 15 jacopo de barbari benedetto montagna Sagrada Família, s/d [São Paulo, o Eremita, contemplando a morte de Santo Antão], s/d andrea mantegna Jesus Cristo descendo ao limbo, s/d Walch (Italiano) ou Jacob de Veneza, Jacometto, Jacob de Barberino, Jacob de Barbaris e Jacopo de Barbari. Foi pintor a óleo e em miniatura, nigelador, escultor e gravador a buril e em madeira. Nascido por volta de 1450, trabalhou como pintor em Veneza e em diversos outros lugares, como Nuremberg e os Países Baixos, durante a segunda metade do século. Não se sabe ao certo o local de seu nascimento (Alemanha, Holanda, França ou Itália). As gravuras em metal abertas por ele revelam mão hábil em manejar o buril e espírito italiano, mas são desiguais. Jamais desenvolveu a regularidade nas incisões que dá à gravura especial qualidade na execução dos valores tonais. Suas impressões possuem a aparência de desenhos à caneta, transferidos para o cobre. Notam-se nelas diversas influências, de Bellini e André Mantegna à dos alemães. Muitas se aproximam da maneira de Albrecht Dürer, principalmente das primeiras obras deste mestre. Sua obra gravada compreende 30 gravuras abertas em metal. A Sagrada Família é uma raríssima gravura a buril, em que se vê a marca do gravador na parte superior, à esquerda. Sagrada Família, s/d buril, 15,3 x 19 cm real biblioteca Marco Antonio Raimondi [c.1480–c.1534] Também conhecido como Marcantonio, foi ourives, desenhista e gravador a buril. Nasceu em 1480 em Bolonha, onde faleceu em 1539. Aprendeu a desenhar com Franscisco Raibolini (o Francia), ourives e pintor, para quem trabalhou obras de nigelo, em cujo exercício se familiarizou com o manejo do buril e os princípios e práticas de gravar a talho-doce. Iniciou a prática da chamada gravura de interpretação ou reprodução. Foi grande intérprete de Raphael e admirador da obra de Dürer, tendo copiado em aço a Pequena Paixão, à maneira das xilogravuras do mestre alemão. Sua reputação foi tão grande que atraiu diversos gravadores à sua escola. Teve como discípulos, ente outros, Agostinho de Musi, Marco Dente, Mestre do Dado, Enea Vico, os Ghisi, Bartholomeu Beham e Georg Pencz. Benedetto Montagna [c.1480–c.1541] [Orfeu e Eurídice], c. 1510 buril, 18,3 x 14 cm [São Paulo, o Eremita, contemplando a morte de Santo Antão], s/d buril, 19,3 x 17,1 cm col. oliveira barboza Pintor e gravador a buril, nasceu em Vicenza por volta de 1480, filho do pintor Bartolomeu Montagna. Trabalhou quase toda a sua vida em Veneza, tomando por modelos, na pintura, Bellini e, na gravura, Dürer. Suas gravuras, cujas primeiras datam de cerca de 1500, são fortes, simples e muito raras. real biblioteca Marco Dente [c.1493–1527] Mais conhecido como Marco Dente da Ravenna, nasceu nessa cidade por volta de 1493 e morreu, provavelmente durante o saque de Roma, em 1527. Foi discípulo de Marco Antonio Raimondi e manteve parceria com Agostino Veneziano até 1520. Após essa data, começou a marcar seus trabalhos com seu nome ou suas iniciais. Em certa riqueza de texturas e tons, chegou muito próximo da técnica de gravar de seu mestre. Seu sombreado, com largas superfícies planas de tons, é simples e prazeroso. Vênus ferida por um espinho de roseira, s/d [segundo Raphael Sanzio] buril, 26,2 x 16,8 cm real biblioteca Giovanni Battista Ghisi, dito O Mantuano [c.1503–c.1575] marco antonio raimondi [Orfeu e Eurídice], c. 1510 Agostino de Musi, dito O Veneziano [c.1490–1536] Desenhista e gravador a buril. Nasceu em Veneza em cerca de 1490 e faleceu em Roma em 1536. Não se sabe ao certo quais foram seus primeiros mestres. Sabe-se, no entanto, que, vivendo em Roma, trabalhou sob a direção de Marco Antonio Raimondi. Em seus primeiros trabalhos, copiava o Mestre do Caduceu e Giulio Campagnola, que foi sua maior — 16 . 17 influência. Foi na escola de Raimondi que Musi se associou a Marco Dente da Ravenna, com quem executou em conjunto diversas gravuras. [Marcha de Sileno], s/d [segundo Giulio Pippi] buril, 19,5 x 24,5 cm procedência não identificada [Jovem Herói ao pé do altar], s/d [segundo Raphael] buril, 24 x 18,4 cm procedência não identificada Arquiteto, escultor, pintor, gravador a buril e chefe de uma família de artistas. Nasceu por volta de 1503 e a data provável de sua morte é 1575. Foi responsável por uma escola de gravadores em Mantua, preservando forte individualidade, num tempo em que praticamente todos os gravadores na Itália estavam sob a influência de Marco Antonio Raimondi. O grande mestre dessa escola foi Giorgio Ghisi, ao passo que seus próprios filhos, Adamo e Diana, foram grandes imitadores de ambos. A característica peculiar de seu estilo de gravar é notada na riqueza dos pretos utilizados nas sombras, que são parcialmente obtidos pelo livre uso de pontos entre as linhas e, de certa forma, pela mistura de linhas grossas. Amor tocando cravo, 1538 buril, 12,2 x 8,9 cm real biblioteca Enea Vico [1523–1567] Desenhista e gravador em metal, nasceu em Parma em 1523 e faleceu em Ferrara em 1567. Seu florescimento como gravador se deu entre 1541 e 1567. Mudou-se para Roma ainda jovem, tendo como mestre o gravador e comerciante de estampas não muito importante Thommaso Barlacchi. As gravuras de Enea Vico anteriores a 1550 são gravadas à maneira de diferentes mestres: Julio Bonasone, Agostino de Musi, Jacob Caraglio e Marco Antonio Raimondi. Posteriormente, Vico adquiriu uma maneira de gravar própria e característica. Foi também cultor das ciências, que estudou de maneira particular, e escreveu sobre numismática. Reina grandes incertezas sobre os fatos de sua vida. Os amores de Marte e Vênus, s/d [segundo Francesco Mazzuoli, dito O Parmegiano] buril, 30 x 20,3 cm real biblioteca Adamo Ghisi [1530–1587] Desenhista e gravador a buril, filho de Giovanni Battista, nasceu em Mantua em 1530. Faleceu em 1587. Gravou segundo vários mestres italianos. Sua maneira de marco dente Vênus ferida por um espinho de roseira, s/d agostino de musi [Marcha de Sileno], s/d gravar se assemelha à de seu pai e à de seu irmão mais velho, Jorge Ghisi. A escravidão , s/d [segundo Andrea Mantegna] buril, 27 x 14,3 cm real biblioteca Mestre do Dado [ativo entre 1530–1550] Pouco se sabe sobre a vida de Mestre do Dado, pintor e gravador a buril. Acredita-se que tenha nascido no princípio do século xvi e tenha trabalhado em Roma de 1532 a 1550. Ignora-se a data de sua morte. Pertenceu à escola de Marco Antonio Raimondi. Seus trabalhos mostram pouca originalidade na maneira de gravar e forte assimilação do estilo — 18 . 19 deste. Como desenhista, realizava figuras curtas, com cabeças bem grandes, e braços e pernas reforçados. Assinava seus trabalhos com as iniciais b.v. ou, mais frequentemente, com um dado, em cujo centro vê-se a letra b. [Deuses-rios consolam Peneu sobre a perda de sua filha Daphne], s/d [da série História de Apolo e Daphne] [segundo Baldassare Peruzzi] buril, 24,6 x 18 cm procedência não identificada giovanni battista ghizi Amor tocando cravo, 1538 Agostino e Annibale Carracci a célebre escola de pintura Accademia degli Incamminati, em que incentivava-se a revitalização da gravura de linha e desencorajava-se a produção de gravar à água-forte. Ainda que inferiores às de seus primos, as gravuras de Lodovico são bastante estimadas. Faleceu em Bolonha em 1619. A virgem e o menino Jesus cercados por anjos, s/d água-forte, 16,5 x 12 cm real biblioteca Lodovico Carracci [1555–1619] Pintor e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Bolonha em 1555. Teve como primeiro mestre Prospero Fontana. Nessa mesma cidade, fundou com seus primos e discípulos Agostino Carracci [1557–1602] Pintor, gravador à água-forte e a buril, nascido em Bolonha em 1557. A princípio, exerceu a profissão mestre do dado [Deuses-rios consolam Peneu sobre a perda de sua filha Daphne], s/d de ourives. Logo após, dedicou-se ao desenho, à pintura e à gravura. Teve por mestres Prospero Fontana (pintura), Bartholomeu Passerotti (desenho) e Domingos Tibaldi, Cornelis Cort e Lodovico Carracci (gravura). Trabalhava suas gravuras com um sistema aberto de linhas. Recorreu aos fortes elementos da maneira tardia de Raimondi, acrescentando pouco, porém de maneira constante, o uso de linhas cruzadas no sombreamento e um método mais regular de riscas nas frestas entre estas. Os melhores trabalhos de Agostino são originais, mas ele reproduziu também obras de pintores como Correggio, Ticiano e Veronese. Como pintor, associou-se a seu primo Lodovico para fundar a Academia degli Incamminati e colaborou com seu irmão Annibale na pintura da galeria do palácio Farnese, em Roma. Foi estudioso de diferentes ramos: de letras e ciências a filosofia, matemática, geografia, astrologia, historia, poesia, medicina e inclusive música, em que se atesta adamo ghisi A escravidão , s/d a sua habilidade. Morreu em Parma em 1602. A Sagrada Família com São João Batista, Santa Catarina e Santo Antão, 1582 buril, 48,3 x 31,3 cm procedência não identificada Ecce Homo, 1587 [segundo Antonio Correggio] buril, 37,5 x 26,6 cm procedência não identificada enea vico Os amores de Marte e Vênus, s/d Annibale Carracci [1560–1609] Irmão mais novo de Agostino, foi pintor e gravador à água-forte e a buril. Nasceu em Bolonha em 1560 e morreu em Roma em 1609. Aprendeu pintura com Lodovico Carracci, seu primo, tendo sido considerado o mais hábil pintor italiano depois de Raphael, Ticiano e Correggio. Realizou a pintura da galeria do palácio Farnese com seu irmão Agostino. Diz-se que esse trabalho, que consumiu oito anos de sua vida, foi a causa de sua morte: ele teria morrido de desgosto pela ingratidão do príncipe Farnese, que o recompensou mesquinhamente pela empreitada. Como gravador, sua obra, embora não numerosa, é muito bem desenhada e acabada. — 20 . 21 agostino carracci lodovico carracci A Sagrada Família com São João Batista, Santa Catarina e Santo Antão, 1582 A virgem e o menino Jesus cercados por anjos, s/d Pietà ou Cristo de Caprarola, 1597 água-forte retocada a buril 12,3 cm x 16,1 cm real biblioteca A Virgem Santíssima voltando do Egito para Judeia, s/d [segundo Lodovico Carracci] buril, 21,4 x 13,4 cm real biblioteca ' Francesco Brizzi [1574–1623] Pintor e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Bolonha em 1574, onde morreu em 1623. Foi, inicialmente, sapateiro, tendo largado esse ofício para aprender desenho e pintura com Bartolomeu Passarotti e aperfeiçoar-se com Luiz Carracci e Agostino Carracci. Colaborou em algumas gravuras do último e se dedicou à perspectiva e à arquitetura, que ensinava em curso público. guido reni [A Sagrada Família], s/d francesco brizzi A Virgem Santíssima voltando do Egito para Judeia, s/d Guido Reni [1575–1642] Pintor e gravador à água-forte, nasceu em Bolonha em 1575 e morreu na mesma cidade em 1642. Após ter estudado arte com Dionisio Calvaert, passou para a escola dos Carracci, tornando-se o seu aluno mais famoso. Na combinação de linhas luminosas e pontos, produziu muitas delicadas gravuras à água-forte. Foi imitado não apenas na Itália, mas também pelos franceses. Seu desenho é puro e correto, as cabeças de suas annibale carracci Pietà ou Cristo de Caprarola, 1597 stefano della bella Princípios de desenho, 1640–1650 figuras, nobres e graciosas, e as roupagens, tratadas com muito gosto e mestria. Foi um apaixonado pelo jogo, que lhe acarretou a perda de posses e amigos, tendo passado os últimos anos de sua vida no esquecimento e na miséria. [A Sagrada Família], s/d água-forte, 25 x 19,6 cm procedência não identificada Giovanni Benedetto Castiglione [1609–1664] Artista do barroco italiano, Castiglione nasceu em Gênova em 1609. Era conhecido como Il Grechetto na Itália e como Le Benédette na França. Sua formação inicial não é clara. Pode ter estudado com Sinibaldo Scorza, Antoon van Dyck e Peter Paul Rubens. Pintor e — 22 . 23 salvatore rosa Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d desenhista, pertenceu à escola genovesa, tendo vivido em Roma de 1634 a 1645. Morreu em Mântua, como artista da Corte, em 1664. Suas gravuras são notáveis pelo jogo de luz e sombra, que o levou a ganhar o apelido de segundo Rembrandt. Seus estudos de cabeças orientais revelam grande conhecimento da obra desse mestre holandês. Em 1648, inventou a monotipia, técnica com a qual se consegue reproduzir um desenho ou mancha de cor numa prova única. giovanni benedetto castiglione [Grandes cabeças com toucadas a oriental], s/d Stefano della Bella [1610–1664] [Grandes cabeças com toucadas a oriental], s/d água-forte, 17,8 x 14,8 cm co oliveira barboza [Grandes cabeças com toucadas a oriental], s/d água-forte, 17,8 x 14,8 cm col. oliveira barboza salvatore rosa Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Florença em 1610. A princípio, dedicou-se à pintura, tendo como mestre Cesar Dandini. Em gravura, seu mestre foi Remigio Cantagallina, cuja oficina também teve como discípulo Jacob Callot. Com o tempo, adquiriu uma maneira própria de gravar, que se distingue pelo bom gosto, a delicadeza e a ligeireza de sua ponta. Trabalhou em Roma, em Paris e em Florença, onde morreu em 1664. Gravou mais de 1.400 imagens com assuntos giovanni benedetto castiglione [Grandes cabeças com toucadas a oriental], s/d históricos, caçadas, paisagens, marinhas, animais e ornatos. la Princípios de desenho, 1640–1650 água-forte, 12 x 15,5 cm procedência não identificada Salvatore Rosa [1615–1673] Pintor e gravador à água-forte. Nasceu em Renella, vila perto de Nápoles, em 1615 e faleceu em Roma em 1673. Estudou em Nápoles, cultivou a poesia e a música, e foi influenciado pelo realismo de Ribera. Incentivado por Giovanni Lanfranco, viajou para Roma em 1635, mas teve de retornar a Nápoles em 1639, após ter contraído malária. Mudou-se para Florença, onde foi contratado pela família Médici, e fundou a Accademia dei Percossi para escritores e artistas. Rosa retornaria a Roma em 1649 para trabalhar como pintor histórico. Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d água-forte, 14,5 x 9,3 cm col. oliveira barboza Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d água-forte, 14,5 x 9,3 cm col. oliveira barboza Giovanni Battista Piranesi [1720–1778] Nascido em Veneza em 1720, filho de um construtor, Piranesi recebeu formação em cenografia e perspectiva com o gravador Carlo Zucchi. Arquiteto e amante da arqueologia, dedicou-se à gravação dos monumentos da Antiguidade romana, realizando um trabalho de grande magnitude e força expressiva num estilo livre, cenográfico e impetuoso. Suas gravuras são modeladas pela luz, em perspectiva manipulada, que trasborda por vezes a quadratura das mesmas. As figuras humanas são atemporais, apenas esboços, ao estilo de Callot e de Della Bella. Piranesi produziu suas primeiras vedute de Roma em pequeno formato para guias de turistas. Em 1743, publicou as suas primeiras 12 águas-fortes, Prima parte di architettura e prospettive, iniciando uma carreira de cerca de 40 anos, durante a qual produziu mais de mil pranchas publicadas em 19 obras pela sua própria casa impressora. Seu estilo é inconfundível e sua arte aponta para a estética do sublime, deixando transparecer a tensão entre razão e sensibilidade. Faleceu em Roma em 1778. A magnífica série Le carcere d’invenzione é um exemplo fascinante da inquietação e da genialidade do artista. Nela, propõe estruturas — 26 . 27 espaciais fantásticas num espaço experimental labiríntico, no qual não existe um ponto de vista fixo e central, nem uma perspectiva linear a ser seguida. Nosso olhar, ao contemplar essa série à água-forte, flutua sem descanso, observando os arranjos espaciais na proliferação de perspectivas, nos desdobramentos espaciais, no vaivém de escadas, pontes e passagens. Observamos a luz provocar e produzir escuridão, e as paredes absorverem-na sem refleti-la, assim como notamos os raios de luz que deixam seu percurso natural para se curvarem sobre os objetos. As noções de proximidade e de distância são abolidas, e o tempo e o espaço se fundem. Passado, presente e futuro parecem não existir. Piranesi fala de um outro lugar e de um outro tempo, levando-nos a uma interioridade pouco confortável, em que nos deparamos com nossos mais sutis temores, que não sabemos nominar. O termo veduta se aplica a pintura, desenho ou gravura que represente uma cidade, um monumento ou um lugar com concepção acentuadamente topográfica. As vedute têm sua origem nas peregrinações a Roma no século xviii, no tempo de redescoberta da Antiguidade: Herculano, em 1719, e Pompeia, em 1748. Seus maiores inovadores foram Canaletto, Guardi e Piranesi, que transformou a vista gravada para souvenir de turistas intelectuais e aristocratas num sofisticado meio de comunicação erudita de grande carga expressiva. Assim, pratica a veduta direta, ou de reconstituição fidedigna, segundo fontes documentais, e a veduta ideata, em que a ruína serve de matéria para sua vertente apaixonada e trágica. Le carcere d’invenzione, 1750–3 [frontispício], água-forte, 72,8 x 53 cm real biblioteca [prancha vii], água-forte, 72,8 x 53 cm real biblioteca [prancha viii], água-forte, 72,8 x 53 cm real biblioteca [prancha x], água-forte, 53 x 72,8 cm real biblioteca [prancha xiv], água-forte, 53 x 72,8 cm real biblioteca Le Antichità romane, 1750–3 [tomo iii, segundo frontispício] água-forte, 39,9 x 59,2 cm real biblioteca [tomo iii, prancha viii] água-forte, 36,2 x 59,2 cm real biblioteca [tomo iii, prancha xviii] água-forte, 39,9 x 59,9 cm real biblioteca [tomo iii, prancha xl] água-forte, 40,4 x 60 cm real biblioteca [tomo iii, prancha li] água-forte, 39,9 x 60,5 cm real biblioteca giovanni battista piranesi Le carcere d’invenzione, 1750–3 [frontispício] giovanni battista piranesi Le carcere d’invenzione, 1750–3 [prancha vii] giovanni battista piranesi Le carcere d’invenzione, 1750–3 [prancha viii] giovanni battista piranesi Le Antichità romane, 1750–3, [tomo iii, prancha viii] Acima Le Antichità romane, 1750–3 tomo iii, [segundo frontispício] — 26 . 27 francesco bartolozzi Harmony, 1795 Francesco Bartolozzi [1725–1815] Giovanni Volpato [1740–1803] Gravador italiano cujo período mais produtivo foi passado em Londres. Nascido em Florença, estudou com os artistas florentinos Ignazio Hugford e Domenico Giovanni Ferretti, que o instruiu em pintura. Após dedicar três anos à pintura, passou a estudar gravura com Joseph Wagner, em Veneza. Suas primeiras produções foram no estilo de Marco Ricci e Zuccarelli, entre outros. Seguiu para Londres em 1764, onde viveu quase 40 anos, tendo produzido enorme número de gravuras e contribuído com várias delas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell. Também desenhou esboços de sua autoria em crayon vermelho. Pouco depois de chegar em Londres, foi nomeado “Gravador do Rei” e eleito, em 1768, um dos membros fundadores da Royal Academy. Em 1802, tornou-se fundador e presidente da Sociedade de Gravadores. No mesmo ano, aceitou o cargo de diretor da Academia Nacional de Lisboa, cidade onde morreu. Seu filho Stefano Gaetano Bartolozzi, nascido em 1757, também foi gravador. Desenhista e gravador, Volpato nasceu em Bassano em 1740 e faleceu em Roma em 1803. Nos primeiros tempos de sua vida, dedicou-se à arte de bordar. Em seguida, aprendeu a gravar. Em Veneza, foi discípulo de Joseph Wagner, gravador e mercador de gravuras, e de Francisco Bartolozzi. Já em Roma, fundou uma escola de gravura e escreveu, em 1786, o livro Princípios do desenho, que contém 36 pranchas gravadas de antigas estátuas. Essas pranchas foram gravadas por ele e por Raphael Morghen, um de seus hábeis discípulos. Em Roma, gravou segundo os mais importantes artistas italianos, entre os quais Raphael, Michelangelo, Paulo Cagliari, dito O Veronense, Leonardo da Vinci, Guercino e Tintoretto. Suas gravuras abertas em Roma são numerosas e podem se dividir em duas espécies: não coloridas e coloridas à aquarela. procedência não identificada francesco bartolozzi Youth, 1795 procedência não identificada Daniel Propheta, s/d [desenho de Stephanus Tofanelli, segundo Michelangelo] água-forte, 73,0 x 48,4 cm col. oliveira barboza — 28 . 29 e Israel van Meckenem [c.1440/1445–1503] Albrecht Dürer [1471–1528] Hans Sebald Beham [1500–1550] e e e Martin Schongauer [c.1450–1491] Lucas Cranach, Sênior [1472–1553] Martin Treu [ativo em 1540–1543] Heinrich Aldegrever [c.1501–c.1561] Harmony, 1795 [segundo John Francis Rigaud] pontilhado e água-forte 16,6 x 13,5 cm Youth, 1795 [segundo John Francis Rigaud] pontilhado e água-forte 16,4 x 13,2 cm Coleção Alemã e e Georg Pencz [c.1500–1550] Virgil Solis [1514–1562] Albrecht Dürer [1471–1528] Gravador, desenhista e pintor, nasceu em Nuremberg, maior centro de produção gráfica da Alemanha, em 21 de maio de 1471. Terceiro dos 18 filhos de um ourives, demonstrou desde cedo habilidade para o desenho e o manuseio do buril. Fez experiências com a água-forte e a ponta-seca, tornando-se aprendiz do pintor Michael Wolgemut com apenas 13 anos de idade. Estudou gravura no ateliê do importante impressor alemão Anton Koberger. Já na adolescência, demonstrou grande interesse pelas gravuras de Martin Schongauer. Foi um artista erudito, apaixonado pelo Renascimento. Possuía profundo conhecimento da matemática e da literatura clássica greco-romana, tendo se interessado também pela filosofia e a arqueologia. Após completar sua formação, iniciou um período de viagens. Visitou Florença, Bolonha e Veneza (1494), onde viveu durante um ano e meio (1505), tendo tido contato com a rica produção de gravuras italianas. Viajou também para os Países Baixos (1520–1), quando estudou profundamente teorias sobre a proporção humana, a geometria e as fortificações, e escreveu poesia e sobre a teoria da arte. Grande humanista, foi empregado pelo imperador Maximiliano i. Tinha profunda curiosidade pela natureza e pelos animais, retratando-os em diversas gravuras. Numa de suas viagens, contraiu malária, falecendo em sua cidade natal no dia 6 de abril de 1528, aos 57 anos. Sua obra inclui sessenta telas, mais de cem gravuras em metal, cerca de — 32 . 33 250 xilogravuras e mil desenhos, além de três livros impressos. Dois deles foram publicados em vida: Instrução para medições à régua e ao compasso, de 1525, e Tratado sobre fortificações, de 1527. O livro Sobre a proporção do corpo humano saiu logo após sua morte, em 1528. Entre as mais célebres obras produzidas por Dürer, destaca-se O apocalipse, série de 15 xilogravuras dramáticas, consideradas uma das maiores criações da arte alemã. Tal obra trouxe ao artista de 27 anos de idade riqueza e fama em toda a Europa, tendo sido publicada em latim e alemão em Nuremberg em 1498. A publicação se mostrou inovadora, já que até então as gravuras em livros ilustrados eram pequenas e apareciam no meio dos textos. Dürer subverteu a ordem de importância das informações, tendo o trabalho do artista passado a preponderar sobre o texto, impresso no verso das gravuras. As imagens gravadas por ele para essa obra, identificadas por seu monograma, baseiam-se em antigas representações do Apocalipse presentes nas versões correntes das bíblias impressas nessa época. Entre as mais completas gravuras realizadas por Dürer a buril, encontra-se Adão e Eva (1504), obra em que ele, fazendo uso da medida áurea e utilizando a régua e o compasso na constituição das figuras segundo o estilo utilizado na Antiguidade clássica, traduz seu profundo interesse pelo estudo das proporções humanas. Adão e Eva foram inspirados nas esculturas de Apolo de Belvedere e Vênus, tendo sido entalhados em seus contornos com linhas delicadas, para depois serem detalhadamente preenchidos. A gravura exibe variedade de tons e texturas, além de sutis gradações de sombra e de luz. Embora seu foco esteja nas figuras, a autêntica arte para Dürer está contida na natureza representada com maestria em seus mínimos detalhes. A inclusão de símbolos adicionais cria interesse visual por toda a gravura, a exemplo da serpente, personificação da desobediência e da provocação a Deus; do galho na mão de Adão, que representa a árvore da vida; e de vários animais, como o papagaio, a cabra no topo do penhasco, o rato, o gato, o coelho etc., sugerindo forte carga simbólica. As ofertas do amor, c. 1495 buril, 14,4 x 13,2 cm col. oliveira barboza Os quatro anjos vingadores, 1496 [da série O Apocalipse] xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada Adoração do cordeiro divino, c. 1496 [da série O Apocalipse] xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada Babilônia, a grande meretriz, c. 1496–7 [da série O Apocalipse] xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada O anjo que tem a chave do abismo, c. 1496–7 [da série O Apocalipse] xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada Combate de São Miguel contra o dragão, 1497 [da série O Apocalipse] xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada albrecht dürer Adão e Eva, 1504 albrecht dürer Adoração do cordeiro divino, c. 1496 albrecht dürer Os quatro anjos vingadores, 1496 As quatro feiticeiras, 1497 buril, 19,2 x 12,7 cm col. oliveira barboza A mulher revestida de sol, c. 1497 [da série O Apocalipse] xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada A abertura do quinto e sexto selos, c. 1497–8 [da série O Apocalipse] xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada Os quatro cavaleiros, c. 1497–8 [da série O Apocalipse] — 32 . 33 albrecht dürer Babilônia, a grande meretriz, c. 1496–7 albrecht dürer O anjo que tem a chave do abismo, c. 1496–7 albrecht dürer São João engolindo o livro que o anjo lhe apresenta, c. 1498 xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada Quatro anjos retendo os ventos, c. 1497–8 [da série O Apocalipse] xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada A virgem com o macaco, c. 1498 buril, 17,6 x 11,6 cm col. oliveira barboza O monstro marinho ou O rapto de Amimone, c. 1498 buril, 25,4 x 19,3 cm procedência não identificada São João engolindo o livro que o anjo lhe apresenta, c. 1498 [da série O Apocalipse] xilogravura, 39 x 27 cm procedência não identificada Santo Eustáquio, c. 1501 buril, 35,7 x 26,5 cm procedência não identificada Adão e Eva, 1504 buril, 25 x 19,2 cm real biblioteca albrecht dürer Os quatro cavaleiros, c. 1497–8 albrecht dürer A mulher revestida de sol, c. 1497 albrecht dürer Combate de São Miguel contra o dragão, 1497 albrecht dürer As quatro feiticeiras, 1497 albrecht dürer A virgem com o macaco, c. 1497 albrecht dürer As ofertas do amor, c. 1495 — 34 . 35 israel van meckenem Santa Bárbara, s/d Israel van Meckenem [c.1440/1445–1503] Gravador e ourives, era filho de Israel van Meckenem, o Velho, também ourives, que se estabeleceu em Bocholt. Nasceu aproximadamente em 1440 e faleceu em 1503 em Bochott. Estudou com o Mestre E. S. no sul da Alemanha e produziu mais de 600 chapas, cuja maioria é constituída de cópias de outros artistas, como Dürer e Martin Schongauer. Seus primeiros trabalhos foram bastante crus, mas na década de 1480 desenvolveu um estilo pessoal eficaz e fez obras cada vez maiores e mais bem acabadas. Martin Schongauer [c.1450–1491] Lucas Cranach, Sênior [1472–1553] Ourives, pintor e gravador a buril, descendente de uma família de origem nobre de Augsburgo. Nasceu em Colmar por volta de 1450 e faleceu em 1491, tendo sido o mais importante gravador alemão antes de Albrecht Dürer. Estabeleceu na sua cidade natal uma escola muito importante de gravura, na qual floresceram uma nova geração de “Pequenos Mestres” e um grande grupo de artistas de Nuremberg. Produziu grande número de gravuras, que foram amplamente vendidas não só na Alemanha, mas também na Itália e mesmo na Inglaterra e na Espanha. Vasari afirmou que Michelangelo copiou uma de suas gravuras: Julgamento de Santo Antônio. Seu estilo demonstra, em vez de uma influência italiana, um estilo gótico muito claro e organizado. Estabeleceu um sistema de criar volume, por meio de linhas cruzadas em duas direções, que lhe foi ensinado pelo Mestre das iniciais E. S. e que seria desenvolvida ao máximo por Dürer. Foi o primeiro gravador a usar linhas curvas paralelas, provavelmente girando a placa contra um buril estável. Desenvolveu ainda uma técnica a buril que produzia linhas mais profundas sobre a placa, permitindo que fossem feitas mais impressões antes de esta desgastar-se. Pintor renascentista de retratos de príncipes alemães e dos líderes da Reforma protestante, cuja causa abraçou com entusiasmo, tornando-se amigo próximo de Lutero. Pintou também temas religiosos, em primeiro lugar na tradição católica e, depois, em busca de novas maneiras de transmissão das preocupações religiosas luteranas. Nascido em 1472, serviu por mais de 60 anos como pintor da Corte dos duques de Saxônia, tendo sido também gravador. Suas pinturas e xilogravuras são numerosas e contrastam com o número reduzido de gravuras em cobre. A cor, a luz e a sombra não eram especialidades suas. Em vez de utilizar o chiaroscuro, sempre contornava as formas em negro. Suas xilogravuras, baseadas em desenhos seus, eram abertas por outros artistas. Dedicou-se ainda ao comércio, tendo possuído uma loja de livros e papéis, e uma farmácia. Faleceu em Weimar em 1553, aos 81 anos de idade. A morte da virgem, s/d buril, 25,7 x 17 cm doação de luiza de queiroz Santa Bárbara, s/d buril, 16,3 x 10,9 cm coutinho mattoso perdigão procedência não identificada — 36 . 37 Cristo na cruz (A crucificação), s/d [da série A paixão de Jesus Cristo] xilogravura, 25,9 x 18 cm col. oliveira barboza Jesus Cristo perante Caifas, s/d [da série A paixão de Jesus Cristo] xilogravura, 24,9 x 16,9 cm real biblioteca São Jorge a cavalo vencendo o dragão, s/d xilogravura, 17,2 x 13,8 cm col. oliveira barboza martin schongauer A morte da virgem, s/d lucas cranach , sênior Cristo na cruz (A crucificação), s/d Hans Sebald Beham [1500–1550] Georg Pencz [c.1500–1550] Pintor e gravador nascido em Nuremberg por volta de 1500 e falecido em Breslau em 1550. Depois de aprender pintura e gravura com Albrecht Dürer, seguiu para a Itália, a fim de estudar a obra de Raphael. Gravou muitas estampas sob a direção de Raimondi, cuja maneira de trabalhar soube imitar com suma fidelidade. Pintor e gravador a buril e em madeira, nasceu em Nuremberg em 1500 e morreu em 1550. Aprendeu gravura e pintura com Dürer, tendo integrado a plêiade dos famosos “Pequenos Mestres” da Alemanha. Suas gravuras são espirituosas e abertas com um buril cheio de expressão e nitidez. No fim da vida, abandonou a profissão para estabelecer-se como comerciante de bebidas. A soberba, s/d [da série Os sete pecados mortais] buril, 8,2 x 5,2 cm procedência não identificada [Mulher acompanhada da morte], s/d buril, 7,6 x 5,1 cm Marcus Curius, s/d buril, 12,1 x 8,3 cm procedência não identificada real biblioteca Martin Treu [ativo em 1540–1543] O bom samaritano, s/d buril, 7,7 x 11,4 cm Gravador a buril, de cuja vida nada se sabe, exceto ter trabalhado entre 1540 e 1543. Pertence ao grupo dos “Pequenos Mestres” da escola Alemã, tendo vivido provavelmente em Nuremberg. Ao que parece, estudou o estilo de Lucas van Leyden. Virgínea, s/d buril, 11, 9 x 7,5 cm A história do filho pródigo, 1541 buril, 7,2 x 8,4 cm Ourives, pintor e gravador nascido em Paderborn por volta de 1501. Não se sabe ao certo a data de seu falecimento, ocorrido em torno de 1561. Estudou pintura e gravura da escola de Albrecht Dürer. Foi outro dos “Pequenos Mestres” do grupo de artistas alemães e se tornou luterano. Como pintor, imitou a maneira do mestre. Nos últimos anos de vida, dedicou-se inteiramente à gravura. Produziu cerca de 290 imagens, em real biblioteca procedência não identificada Heinrich Aldegrever [c.1501–c.1561] real biblioteca hans sebald beham [Mulher acompanhada da morte], s/d — 38 . 39 martin treu A história do filho pródigo, 1541 georg pencz O bom samaritano, s/d sua maioria criações próprias. As diminutas, de desenho um tanto gótico, foram gravadas com um buril preciso e delicado. Realizou diversas gravuras ornamentais, tendo seu estilo se aproximado tanto do de Albrecht Dürer, que foi chamado algumas vezes de Albert de Westphalia. Um casal de dançarinos, 1538 [prancha 7 da série Os grandes festejadores em bodas] buril, 11,9 x 8,1 cm col. oliveira barboza O mestre de cerimônias, 1538 [prancha 1, da série Os grandes festejadores em bodas] buril, 11,9 x 8,1 cm real biblioteca Virgil Solis [1514–1562] Nascido em Nuremberg em 1514, foi desenhista, iluminador, pintor e gravador a buril e à água-forte. Fez parte do grupo dos “Pequenos Mestres” da Alemanha. Sua maneira correta e delicada se aproxima da maneira de Hans Sebald Beham, e tanto suas estampas segundo Raphael, Lucas van Leyden e Aldegrever quanto suas criações próprias são hoje muito raras. Faleceu em sua cidade natal em 1562. heinrich aldegrever heinrich aldegrever O mestre de cerimônias, 1538 Um casal de dançarinos, 1538 O triunfo da música, s/d buril, 5,8 x 23,2 cm real biblioteca georg pencz Virgínea, s/d virgil solis O triunfo da música, s/d — 40 . 41 Lucas van Leyden [c.1494–1533] Coleção Holandesa e Lucas van Leyden [c.1494–1533] e Zacharias Dolendo [1561–c.1600] Jan Muller [1571–1628] e Cornelis Cort [c.1533/1536–1578] e Jan Saenredam [c.1565–1607] Jacob Matham [1571–1631] Nicolas Ennes Visscher [ativo em 1580] e e Willem Jacobsz Delff [1580–1638] Hendrik Goltzius [1558–1617] Rembrandt Harmenszoon van Rijn [1606–1669] Nascido em Leiden em torno de 1494, foi pintor sobre vidro, a têmpera e a óleo, bem como gravador a buril e à água-forte. Já gravava aos nove anos de idade, tendo aprendido a manejar o buril com um ourives e a gravura à água-forte com um armeiro. Abria suas chapas com um talho fino e delicado, que, assim, não resistiam a muitas tiragens. Esmerado e perfeccionista, Lucas van Leyden inutilizava todas as chapas que apresentassem o mínimo defeito ou mancha, razão pela qual suas estampas são raríssimas. Gozava de grande reputação e Giorgio Vasari o considerava acima de Albrecht Dürer. Hoje, é considerado, universalmente, uma das maiores figuras da história das artes gráficas. Suas gravuras nos fornecem importantes registros dos hábitos e costumes dos Países Baixos, como se pode atestar em O dentista e Os músicos. Ainda em vida, suas obras alcançaram preços elevados, tornando-se, com o passar do tempo, cada vez mais caras. Nas xilogravuras, as chapas de madeira eram desenhadas pelo artista, mas abertas por um hábil gravador. Morreu em 1533 em sua cidade natal. [Retrato de um moço], 1519 buril, 18,4 x 12,2 cm real biblioteca [A flagelação], 1521 buril, 12,2 x 8,4 cm col. oliveira barboza [Jesus Cristo ultrajado no pretório], 1521 buril, 12 x 8,4 cm real biblioteca [São Jerônimo], 1521 buril, 10,1 x 14,5 cm col. oliveira barboza — 44 . 45 lucas van leyden [O dentista], 1523 [O dentista], 1523 buril, 12,9 x 8,6 cm col. oliveira barboza [Os músicos], 1524 buril, 10,6 x 7,5 cm real biblioteca Cornelis Cort [c.1533/1536–1578] Desenhista e gravador a buril, nasceu em Horn por volta de 1533. Já era tido como um grande gravador quando, em Veneza, conheceu Ticiano, de quem gravou as mais belas obras. Viveu em Roma, onde abriu uma escola de gravuras, à qual pertenceu o célebre Agostino Carracci. Suas gravuras desenvolvidas em Roma são muito apreciadas pela correção do desenho, a maneira espirituosa e o bom gosto com que foram abertas. Faleceu em Roma em 1578. [A fuga para o Egito], 1566 buril, 28 x 19,9 cm jan saenredam procedência não identificada lucas van leyden [Retrato de um moço], 1519 Zacharias Dolendo [1561–c.1600] Jan Saenredam [c.1565–1607] Desenhista e gravador a buril nascido em Leiden em 1561. Foi discípulo de Jacob de Gheyn, cuja maneira imitou, burilando suas chapas com firmeza e propriedade de execução. Natural de Leiden, tornou-se desenhista, pintor e gravador a buril. Aprendeu pintura com Jacob de Gheyn e a arte de gravar com Hendrik Goltzius, a quem tomou como modelo e imitou com tal perfeição, que algumas de suas gravuras chegam a ser confundidas com as de seu mestre. Gravou com buril firme, fácil e largo. Em suas composições, [A virgem com Jesus, coroada por dois anjos], s/d [segundo Jacob de Gheyn] buril, 16,5 x 12 cm real biblioteca — 44 . 45 cornelis cort [Plutão e Proserpina], 1594 [A fuga para o Egito], 1566 o desenho é mais correto e menos amaneirado do que naquelas que abriu segundo Goltzius e outros mestres. [Plutão e Proserpina], 1594 buril, 32,4 x 21,5 cm real biblioteca Jan Muller [1571–1628] Gravador a buril, nasceu, segundo alguns, em Amsterdã. Pouco se sabe sobre a sua vida. Foi discípulo de Goltzius e, segundo Levêque, o gravador de maior destreza no manejo do buril e quem empregou o menor número de talhos para representar objetos. Com imensa habilidade, obriga o mesmo talho a servir-lhe de primeiro e de segundo para compor uma figura inteira. Raramente, faz um terceiro talho, e todos os seus planos, apesar da economia que revelam, são artisticamente variados no trabalho e no tom. Segundo Sprangers, era um willem jacobsz delff [Retrato de João Maurício, conde de Nassau], s/d exímio desenhista, porém amaneirado nas extremidades. Realizou 88 gravuras. [O repouso no Egito], 1593 buril, 23 x 20,2 cm real biblioteca tornando-o um hábil artista. Passou alguns anos na Itália, abrindo muitas estampas de grandes pintores italianos. Manejava o buril com grande desembaraço. Faleceu em sua cidade natal em 1631. [As estações do ano, Primavera], 1589 buril, 25,5 cm (diâmetro) Jacob Matham [1571–1631] procedência não identificada Desenhista e gravador a buril, nasceu em Haarlem em 1571. Hendrik Goltzius, seu padrasto, ensinou-lhe o desenho e a gravura, — 46 . 47 nicolas ennes visscher [Um rapaz tirando passarinho de um ninho], s/d [As estações do ano Verão], s/d buril, 25,9 cm (diâmetro) procedência não identificada Willem Jacobsz Delff [1580–1638] Pintor e gravador a buril nascido em 1580 em Delft, onde faleceu em 1638. Aprendeu a pintar com seu pai Jacob Willemsz Delff, o Velho. Suas gravuras são desenhadas com correção e abertas com um buril fácil, nítido e expressivo. [Retrato de João Maurício, conde de Nassau], s/d buril, 43,5 x 30,5 cm col. salvador de mendonça jan muller [O repouso no Egito], 1593 zacharias dolendo [A virgem com Jesus, coroada por dois anjos], s/d jacob matham [As estações do ano, Primavera], 1589 [As estações do ano Verão], s/d — 48 . 49 Nicolas Ennes Visscher [ativo em 1580] Hendrik Goltzius [1558–1617] Desenhista, gravador à água-forte, editor e mercador de estampas, viveu em Amsterdã por volta de 1580. Produziu e executou, de forma magistral, várias águas-fortes de figuras, animais e vistas, bem como diversos retratos. Pintor, desenhista e gravador a buril, nasceu em Mulbrecht, no ducado de Juliers, em 1558, falecendo em Haarlem em 1617. Suas gravuras são corretamente desenhadas e gravadas a buril ora largo (em que os traços se recortam, formando ângulos), ora fino (em que o artista trabalha com traços delgados e paralelos), à maneira de Dürer e de Lucas van Leyden. Levou a técnica do buril à perfeição, tendo formado discípulos notáveis, [Um rapaz tirando passarinhos de um ninho], s/d buril, 20,1 x 14,4 cm real biblioteca hendrik goltzius [A Sagrada Família], 1580 como Jacob Matham, Jan Muller, Jan Saenredam e Swanevelt, que se inspiraram em sua maneira de gravar. [A Sagrada Família], 1580 [segundo Bartolomeu Spranger] buril, 28,2 x 21 cm real biblioteca Rembrandt Harmenszoon van Rijn [1606–1669] Nasceu em 15 de julho de 1606 em Leiden. Filho de um moleiro, é considerado o maior artista holandês, distinguindo-se não apenas na pintura, como também no desenho e nas gravuras em água-forte. Foi como retratista que consolidou sua fama e enriqueceu. Quando menino, frequentou a Escola Latina, tendo sido matriculado na Universidade de Leiden aos 14 anos de idade. Tornou-se aprendiz do pintor Jacob van Swanenburgh, com quem passou três anos. Depois de breve, mas importante aprendizado de seis meses em Amsterdã com Pieter Lastman, famoso pintor com quem aprendeu a técnica do claro-escuro, abriu, com o colega Jan Lievens, estúdio em Leiden em 1624 ou 1625. Em 1627, passou a aceitar alunos. Mudou-se para Amsterdã em 1631, casando-se três anos depois com Saskia van Uylenburgh, prima de um próspero negociante de arte. Em contraste com sua bem-sucedida carreira pública, a vida familiar de Rembrandt foi marcada pelo infortúnio. Entre 1635 e 1641, Saskia deu à luz a quatro filhos, mas apenas o último, Titus, sobreviveu. Saskia faleceu em 1642 aos trinta anos. Hendrickje Stoffels, contratada como empregada da casa, se tornaria esposa do artista e modelo para muitos dos seus quadros. Apesar do sucesso financeiro como artista, professor e comerciante de arte, a propensão de Rembrandt para a vida ostentatória forçou-o a declarar falência em 1656. — 52 . 53 Sua vida pessoal continuou a ser marcada pela tristeza. Hendrickje morreu em 1663 e seu filho Titus em 1668, com apenas 27 anos de idade. Onze meses depois, no dia 4 de outubro de 1669, Rembrandt faleceu em Amsterdã, deixando uma tela inacabada e o modesto quarto onde vivia, composto de uma cama simples, uma cadeira, um espelho e uma mesa. Rembrandt é considerado um dos grandes gênios da pintura do Barroco e um dos mais importantes gravadores de todos os tempos. Realizou aproximadamente 290 gravuras, em que se destacam o domínio técnico da água-forte, a originalidade, o experimentalismo e a expressividade. Nelas, evidencia-se um estilo espontâneo e livre, no qual se observa a utilização de traços fluidos em seus motivos, assemelhados a esboços. É o grande mestre do chiaroscuro, tendo criado em muitas de suas gravuras efeitos dramáticos de luz e sombra. Em seu experimentalismo, vê-se que modificou e retrabalhou as matrizes para obter a riqueza de efeitos que desejava. [Mãe de Rembrandt: busto, de três quartos para a direita], 1628 água-forte e ponta-seca, 6,5 x 6,3 cm [Autorretrato com boina e cachecol], 1633 água-forte, 13,7 x 10,7 cm col. oliveira barboza [O ministro Jan Cornelis Sylvius], 1633 água-forte, 15,5 x 14,2 cm procedência não identificada [A anunciação aos pastores], 1634 água-forte, ponta-seca e buril 26,1 x 22 cm col. oliveira barboza [A leitora], 1634 água-forte, 13,1 x 10,9 cm col. oliveira barboza [Autorretrato com Saskia], 1636 água-forte, 10,5 x 9 cm real biblioteca [Três cabeças de mulheres, uma dormindo], 1637 água-forte, 16 x 11 cm col. oliveira barboza [O triunfo de Mardoqueu], c. 1641 água-forte e ponta-seca, 17,5 x 21,5 cm col. oliveira barboza [Autorretrato desenhando junto à janela], 1648 água-forte, ponta-seca e buril 16,5 x 13,1 cm procedência não identificada [O camponês e sua família], c.1652 água-forte, 10,8 x 9,2 cm procedência não identificada col. oliveira barboza [Homem velho com barba longa e manga da camisa branca], 1628–33 água-forte, 7,5 x 6,4 cm col. oliveira barboza [Autorretrato com boné puxado para a frente], 1629–33 água-forte, 5 x 5 cm col. oliveira barboza rembrandt hermenszoon van rijn [A anunciação aos pastores], 1634 rembrandt hermenszoon van rijn [O ministro Jan Cornelis Sylvius], 1633 rembrandt hermenszoon van rijn [Autorretrato desenhando junto à janela], 1648 À direita, em sentido horário rembrandt hermenszoon van rijn [Autorretrato com Saskia], 1636 [Autorretrato com boné puxado para a frente], 1629–33 [Três cabeças de mulheres, uma dormindo], 1637 [Autorretrato com boina e cachecol], 1633 — 52 . 53 Coleção Flamenga e Jacob Bos [1549–1580] Ioan Sadeler [1550–1600] e Raphael Sadeler, o Velho [1560/1561–1628/1632] Raphael Sadeler, o Jovem [1584–1632] Paulus Pontius [1603–1658] e e e Cornelius Galle, Sênior [1576–1650] Antoon Van Dyck [1599–1641] Peter de Jode, Junior [1606–1674] jacob bos [La vecchia rimbambita mvove riso alla fancivletta], s/d Jacob Bos [1549–1580] Desenhista e gravador a buril, pouco se conhece sobre a sua vida. Sabe-se que trabalhou basicamente para Lafréri e outros editores em Roma, tendo aprendido a gravar provavelmente com algum aluno de Raimondi. — 56 . 57 [La vecchia rimbambita mvove riso alla fancivletta], s/d [segundo Sofonisba Anguissola] buril, 33,7 x 42,2 cm real biblioteca Ioan Sadeler (ou Johann, ou Jean, Jans ou Hans) [1550–1600] Nascido em Bruxelas numa célebre família de gravadores, morreu, provavelmente em Veneza, em 1600. Desenhista e gravador a buril desde os 20 anos de idade, percorreu muitas cidades da Europa para aprimorar a Honor, 1591 [da série As quatro idades do homem] buril, 22,2 x 25,5 cm sua arte. Sua maneira de gravar não foi sempre a mesma, tendo passado a usar um buril mais largo depois de viagem à Itália. Interessava-se por temas históricos, retratos e paisagens. procedência não identificada Labor, 1591 [da série As quatro idades do homem] buril, 22,4 x 25,5 cm [O opulento guloso à mesa e o mendigo Lázaro], c. 1598, [da série As cenas de cozinha] [segundo Jacob da Ponte, dito Bassano, O Velho] buril, 23,3 x 30 cm procedência não identificada Cornelius Galle, Sênior ou Elder [c.1576–1650] real biblioteca [A adoração dos pastores], 1599 [segundo Jacob da Ponte, dito Bassano, O Velho] buril, 21,9 x 29,7 cm real biblioteca Raphael Sadeler, o Velho ou Sênior [1560/1561–1628/1632] raphael sadeler , o velho ou sênior Honor, 1591 raphael sadeler , o velho ou sênior Amor, 1591 Desenhista e gravador a buril, nasceu por volta de 1560 em Bruxelas e morreu entre 1628 e 1632. Teve como mestre e colaborador seu irmão Ioan Sadeler. Representava muito bem o corpo humano, cujas extremidades figurava com muito cuidado e precisão. Suas boas gravuras são buriladas com nitidez e sem dureza. Gravou muito segundo pinturas dos mestres alemães. S. Philippi Nerii vera effigies, 1591-1650 [segundo Peter Paul Rubens] buril, 48,1 x 36,6 cm procedência não identificada [Obt] [emut] ecce Jesulus, formosus ille Jesulus, Diléctus ille Jesulus, compescito labellula [Sagrada Família descansando e João Batista], 1630-1650 [segundo Peter Paul Rubens] buril, 32,8 x 42,9 cm [Jesus Cristo na casa das irmãs Martha e Maria], 1584 [segundo Martin de Vos] buril, 23,1 x 31 cm procedência não identificada real biblioteca Amor, 1591 [da série As quatro idades do homem] buril, 26,4 x 32,6 cm procedência não identificada — 56 . 57 Desenhista, gravador a buril e mercador de estampas, nasceu na Antuérpia por volta de 1576, morrendo na mesma cidade em 1650. Após aprender a gravar com seu pai, Philippe Galle, aprimorou seus conhecimentos em Roma, acarretando mudanças em seu estilo. Até então, havia certa dureza em seu modo de gravar; depois, o desenho se tornou correto e o buril passou a ser manejado com liberdade e bom gosto. ioan sadeler [O opulento guloso à mesa e o mendigo Lázaro], c. 1598 ioan sadeler [A adoração dos pastores], 1599 cornelius galle , sênior ou elder [Obt] [emut] ecce Jesulus, formosus ille Jesulus, Diléctus ille Jesulus, compescito labellula, [Sagrada Família descansando e João Batista], 1630-1650 Raphael Sadeler, o Jovem [1584–1632] Nasceu na Antuérpia em 1584. Filho de Raphael Sadeler, Sênior, foi treinado por este como gravador. Trabalharam juntos em Munique entre 1604 e 1632, quando veio a falecer. [O julgamento de Páris], 1589 [segundo Hans von Aachen] buril, 32 x 41,5 cm real biblioteca Antoon Van Dyck [1599–1641] Pintor e gravador a buril e à água-forte, nascido na Antuérpia em 1599. Aos 11 anos de idade, foi enviado para a escola do pintor Henrique van Balen. Em 1615, entrou para a oficina de Rubens, na qual trabalhou por três anos, ajudando-o a terminar suas obras — 58 . 59 raphael sadeler , o jovem [O julgamento de Páris], 1589 e realizando cópias de seus quadros. Foi reconhecido mestre da confraria de S. Lucas. Em 1626, seguiu para a Itália, onde visitou Veneza, Gênova, Roma, Florença e Palermo. Estudou as obras de Giorgione, Paulo Veronense e Ticiano. Em todas as cidades onde esteve, pintou quadros e retratos. Viveu e trabalhou predominantemente na Antuérpia, onde concebeu o projeto de pintar retratos de personagens ilustres de seu tempo. Doze chapas dessa coleção, dita Cem retratos, foram abertas pelo artista e as demais pelos mais célebres gravadores flamengos de então. Em 1632, mudou-se para a Inglaterra, onde pintou diversos retratos do rei, da Família Real e de membros da Corte. Faleceu em Blackfrias em 1641. Nenhum artista o excedeu no gênero do retrato. [Ticiano e sua amante], s/d água-forte e buril, 30 x 22,6 cm real biblioteca peter de jode , junior Henricvs Liberti: Groeningensis Cathed. Organista [Retrato de Henrique Liberti], 1640–1650 Paulus Pontius [1603–1658] cornelius galle , sênior ou elder S. Philippi Nerii vera effigies, 1591-1650 Desenhista e gravador a buril, nasceu na Antuérpia em 1603. Rubens dedicava-lhe particular amizade e comprazia-se em dirigir-lhe o buril, fazendo-o gravar sob sua inspeção. O desenho e a expressão de suas figuras e caracteres são corretos, sua execução do claro-escuro, bela, e seu buril, perfeito. Seus retratos são admirados pela expressão que soube empregar nas cabeças. Faleceu em 1658. paulus pontius Aubertus Miraeus Bruxellensis... [Retrato de Alberto Miraeus], 1630–1640 Aubertus Miraeus Bruxellensis... [Retrato de Alberto Miraeus], 1630–1640 [segundo Antoon Van Dyck] buril, 24,1 X 16,7 cm real biblioteca Peter de Jode, Junior [1606–1674] As gravuras que realizou para a coleção Cem retratos, de Antoon Van Dyck, são irrepreensíveis. Faleceu em 1674. Henricvs Liberti: Groeningensis Cathed. Organista [Retrato de Henrique Liberti], 1640–1650 [segundo Antoon Van Dyck] buril, 26,5 x 19,7 cm real biblioteca Nascido na Antuérpia em 1606, aprendeu a gravar com seu pai. Em muitas de suas estampas, igualou-se aos melhores gravadores de seu tempo. Coleção Francesa e Nöel Garnier [c.1470/1475–post.1544] e François Perrier [1594–1649] e Claude Mellan [1598–1688] Etienne Picart [1631–1721] e Gérard Edelinck [1640–1707] Charles Dupuis [1685–1742] antoon van dyck [Ticiano e sua amante], s/d — 62 . 63 Jacques Callot [1592–1635] e e Egidio Rousselet [1614–1686] Gérard Audran [1640–1703] e Petrus Drevet [1663–1738] Henri Simon Thomassin [1687–1741] Jacques Callot [1592–1635] françois perrier [Minerva: cena de batalha], 1645 nöel garnier Apolo dançando com as musas, s/d À direita jacques callot Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 [frontispício] Nöel Garnier [c.1470/1475–post.1544] Ourives e gravador viveu do fim do século xv (c. 1470–5) até meados do século xvi (1544). É considerado um dos mais antigos gravadores franceses. Suas gravuras, executadas em estilo arcaico, são raríssimas. Diana, s/d [As divindades dos 7 planetas] buril, 8,4 x 5 cm real biblioteca Júpiter, s/d [As divindades dos 7 planetas] buril, 8,4 x 5 cm real biblioteca Vênus, s/d [As divindades dos 7 planetas] buril, 8,4 x 5 cm real biblioteca Apolo dançando com as musas, s/d buril, 5,4 x 16 cm real biblioteca François Perrier [1594–1649] Pintor e gravador à água-forte, filho de ourives, nasceu em Macon em 1594. Sua obra gravada compreende 95 estampas executadas com ponta espirituosa e ligeira, ao gosto de Michel Dorigny. Foi um dos fundadores e professor da Academia de Pintura e Escultura de Paris, bem como mestre do célebre Charles Le Brun. Faleceu em Paris em 1649. [Minerva: cena de batalha], 1645 [In: Icones et segmenta illustrium e marmore tabularum quae Romae...], [segundo Sofonisba Anguissola] água-forte, 25,3 x 38 cm real biblioteca — 62 . 63 Desenhista e gravador a buril e águaforte, nasceu em 1592 e morreu em 1635 em Nancy, região da Lorena, hoje França. Filho de um mestre de cerimônias da Corte do duque, fugiu duas vezes para a Itália, aos 12 anos de idade, para estudar desenho. Seus pais, vendo que não teriam como segurá-lo, permitiram que fosse estudar gravura em Roma com Philippe Thomassin, com quem aprendeu a gravar com o buril. Também estudou com Antonio Tempesta, que lhe ensinou a técnica da água-forte em Florença, onde viveu de 1612 a 1621. Tornou-se mestre independente e trabalhou para a Corte dos Médici. Voltou para Nancy, onde viveu o resto de sua vida, visitando apenas Paris e a Holanda. São conhecidos mais de 2 mil desenhos e estudos preparatórios para suas impressões. Suas gravuras, sempre em pequenos formatos e grandes composições, chegam a 1.405 peças atribuídas por Le Blanc e foram amplamente distribuídas pela Europa. Rembrandt era um de seus colecionadores. As 18 águas-fortes numeradas da série Les misères et les mal-heures de la guerre, realizadas em 1633, são um exemplo das inovações técnicas que realizou no universo das impressões. Callot desenvolveu um instrumento conhecido como échopper, ferramenta com uma ponta de agulha em seção oval inclinada, que o permitia criar linhas mais variadas e espessas, conforme os vários ângulos em que a utilizava. Além disso, descobriu um verniz mais duro que a fórmula à base de cera, ampliando o uso da água-forte. Com esse verniz, as linhas puderam ser mordidas mais profundamente pelos ácidos, prolongando a vida da chapa na impressão. O verniz mais duro evitava também o risco de os ácidos escorrerem pela chapa, marcando-a indevidamente para além do desenho a ser impresso. Depois disso, os água-fortistas começaram a realizar trabalhos mais minuciosos e delicados, cuja execução era mais demorada, sem medo de perdê-los. Callot usou também, extensiva e sofisticadamente, múltiplos “stoppings-out”, técnica em que se deixa o ácido morder levemente toda a chapa, interrompendo-se sua ação nas partes em que se deseja manter luz e sombra, cobertas com terra antes de a placa ser novamente banhada. Por meio de um cuidadoso controle desse processo, Callot alcançou um inédito grau de sutileza na variedade de tons da linha, criando efeitos atmosféricos de distância, luz e sombra. Para acentuar a profundidade de suas gravuras, os elementos que estão em primeiro plano são executados com linhas mais espessas e, consequentemente, a impressão das mesmas se torna mais escura; à medida que os elementos se distanciam, diminuem de escala e a linha se torna mais leve e luminosa. Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 Frontispício O alistamento da tropa [prancha 2] A batalha [prancha 3] O saque [prancha 5] Saque e incêndio de uma aldeia [prancha 7] O suplício da polé [prancha 10] O suplício da forca [prancha 11] A fogueira [prancha 13] O suplício da roda [prancha 14] A distribuição da roda [prancha 18] água-forte, 10 x 20 cm real biblioteca jacques callot Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 [O alistamento da tropa, prancha 2] jacques callot Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 [O saque, prancha 5] — 64 . 65 jacques callot Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 [O suplício da roda, prancha 14] jacques callot Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 [A distribuição da roda, prancha 18] Claude Mellan [1598–1688] Desenhista, pintor e gravador a buril e à água-forte, nascido em Abbeville em 1598. Os contornos de suas gravuras são puros e seu traço, fluente. Em suas primeiras gravuras, como todo gravador, usava o talho cruzado; depois, veio a empregar talhos ora largos, ora finos, dependendo do tom que desejava dar aos motivos que gravava. Luís xiv lhe concedeu pensão e alojamento no Louvre. Suas gravuras chegam a 336. Faleceu em Paris em 1688. A Santa Verônica de Jesus Cristo, 1649 buril, 43 x 31,4 cm real biblioteca Egidio Rousselet [1614–1686] Desenhista e gravador a buril, nasceu em Paris em 1614 e morreu, cego, na mesma cidade em 1686. Sua obra como gravador é composta de 334 gravuras, e sua maneira de gravar se assemelha à de Cornélio Bloemaert, porém seus traços são mais largos e variados, e sua execução possui maior calor. gérard audran Aenée sauvant son pére de lémbrazement de Troye, s/d Gérard Audran [1640–1703] Sainct Michel Victorieux du Demon, s/d [segundo Raphael Sanzio] buril, 46,6 x 25,5 cm real biblioteca claude mellan A Santa Verônica de Jesus Cristo, 1649 — 66 . 67 A célebre família Audran contou em seu seio com numerosos artistas, principalmente gravadores que floresceram nos séculos xvii e xviii. Gérard, o mais importante deles, foi desenhista, gravador a buril e à águaforte, bem como editor de estampas. Nasceu em Lyon em 1640. Seu talento e sua assiduidade no estudo da gravura, étienne picard Ste. Cecile chantant les Loüanges de Dieu, s/d principalmente com Charles Le Brun, fizeram com que se tornasse um desenhista corretíssimo e o mais notável gravador da história da escola francesa. Os processos que empregou diferem dos usados até então; suas imagens, à exceção de poucas gravadas apenas com buril, são trabalhadas à água-forte e a buril, servindo-lhe esta ferramenta apenas para aperfeiçoar o que a ponta não conseguia exprimir com nitidez. La Vertu Heroïque victorieuse des vices accompagnée des autres Vertus..., 1672 [segundo Le Corrège], buril, 53 x 39,4 cm procedência não identificada Aenée sauvant son pére de lémbrazement de Troye, s/d [segundo Domingos Zampieri, dito O Domenichino] buril, 53 x 39 cm procedência não identificada Etienne Picart, dito O Romano [1631–1721] Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nascido em Paris em 1631, foi gravador do Rei. Em 1664, ingressou como professor na Real Academia de Pintura, Escultura e Gravura de Paris. Gravou para a coleção Le Cabinet du Roi, bem como pinturas de muitos mestres italianos e franceses, e retratos segundo desenhos próprios. Ste. Cecile chantant les Loüanges de Dieu, s/d [segundo Domingos Zampieri, dito O Domenichino] água-forte e buril, 46,5 x 29 cm real biblioteca Gérard Edelinck [1640–1707] Desenhista e gravador a buril, foi o mais importante artista de uma família de gravadores de origem flamenga. Nasceu na Antuérpia em 1640 e faleceu em Paris em 1707. Discípulo de Cornelius Galle, em 1665 se mudou, a convite de Colbert, para Paris, onde viveu o restante de sua vida. Membro da Academia Real de Pintura, Escultura e Gravura de Paris, realizou 339 gravuras. Seu trabalho é desembaraçado e precioso, com um buril apurado. Há calor em todas as suas obras. gérard edelinck Albert Dürer Gur, s/d Martinus Vanden Baugart..., s/d [segundo Hyacinthe Rigaud] buril, 62 x 45,2 cm procedência não identificada Albert Dürer Gur, s/d buril, 31,2 x 20 cm Petrus Drevet [1663–1738] real biblioteca Gravador a buril e editor de estampas, nasceu em Loire em 1663, falecendo em Paris em 1738. Aprendeu o ofício e trabalhou na oficina de Gérard Audran. Membro da Academia Real Titien, s/d buril, 31,3 x 20,5 cm egidio rousselet Sainct Michel Victorieux du Demon, s/d real biblioteca — 68 . 69 petrus drevet Hyacinthus Rigaud Eques in Regis..., 1701 de Pintura, Escultura e Gravura de Paris, foi nomeado gravador do Rei em 1696. Valendo-se de sua relação direta com o grande pintor retratista Hyacinthe Rigaud, dedicou-se preferencialmente à gravura de retratos, sendo o retrato desse artista considerado uma de suas grandes obras. Drevet tinha profunda ciência do desenho e se notabilizou pela pureza no uso do buril, a energia do traço, a perfeição dos mais minuciosos pormenores e a harmoniosa gradação de tons, que substituem de algum modo a cor, a ponto de suas interpretações de pinturas serem praticamente inigualáveis. Conhecem-se 125 gravuras de sua autoria. Hyacinthus Rigaud Eques in Regis..., 1701 [segundo Hyacinthe Rigaud] água-forte, 62,1 x 45,5 cm procedência não identificada Charles Dupuis [1685–1742] Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Paris em 1685. A maioria de suas gravuras foi realizada à água-forte e acabada a buril. Profundo conhecedor da arte, gravou com muito gosto à sua maneira larga. Seu toque é magistral. Membro da Academia Real de Pintura, Escultura e Gravura de Paris, faleceu em 1742. Leçon d’Amour – Amoris Documentum, 1734 [segundo Antonio Watteau] água-forte, 44,4 x 60,5 cm Coleção Inglesa e procedência não identificada Henri Simon Thomassin [1687–1741] Nasceu em Paris em 1688 e faleceu na mesma cidade em 1741. Desenhista e gravador à água-forte e a buril, foi gravador do Rei e teve alojamento no Louvre. Pertenceu à Academia Real de Pintura, Escultura e Gravura de Paris. Sua maneira de gravar era livre e pitoresca. [Coquettes...], s/d [segundo Antonio Watteau] buril e água-forte, 23 x 24 cm real biblioteca henri simon thomassin [Coquettes...], s/d Acima charles dupuis Leçon d’Amour – Amoris Documentum, 1734 — 70 . 71 William Hogarth [1697–1764] Benjamin Smith [1754–1833] e e Samuel Middiman [1750–1831] John Ogborne [1755–1837] Peter Simon [c.1764–1810] e e Robert Thew [1758–1802] Charles Gauthier Playter [c.1786–1809] William Hogarth [1697–1764] Desenhista, pintor e gravador a buril e à água-forte, nasceu em Londres em 1697. Aprendeu o ofício de ourives e logo entrou para a Academia de St. Martin’s Lane, a fim de estudar desenho ao natural. No início de sua carreira, ganhava o estritamente necessário para viver, abrindo em metal brasões e endereços para as chapas das portas dos negociantes, bem como desenhando e gravando cartuchos e rótulos. Depois, passou a gravar para livreiros, segundo desenhos próprios. Frequentou a oficina de pintura de Jacob Thornill, pintor do Rei, a quem criticava pela maneira de pintar. Acabou por casar-se clandestinamente com a filha de seu mestre em 1730. A esse tempo, dedicava-se à pintura de retratos. Reproduzia na tela os seus modelos com absoluto rigor, sem omitir, nem corrigir nenhum detalhe do aspecto de seus retratados, o que o fez perder clientela. Em suas próprias palavras: “Estou resolvido a compor comédias na tela, a pintar não assuntos clássicos, mas retratos burgueses; não pintarei mais heróis imaginários. Serei útil”. Em nenhum outro país, a caricatura teve tanta liberdade, e Hogarth é tipicamente inglês na natureza didática de suas sátiras. Dedicou-se a retratar os defeitos e vícios do seu tempo. Tudo o que lhe parecia ridículo ou repreensível foi assunto de suas composições. Realizou 260 gravuras, algumas inteiramente gravadas por ele e outras trabalhadas com outros artistas sob sua direção. Faleceu aos 67 anos na vila de Chiswick, perto de Londres. — 74 . 75 william hogarth [Southwark Fair], 1733 Mesmo sem ter sido um exímio técnico na arte de gravar, Hogarth permanece único e especial no que concerne ao grande espírito crítico de suas sátiras de cunho político-social e de censura de costumes, como se pode observar na gravura à água-forte e a buril The Bench: quatro figuras caricaturadas e burlescas, a meio-corpo, sentadas, com as clássicas cabeleiras dos juízes ingleses, vestidas de toga de magistrado e presidindo a sessão do tribunal, à qual, como se vê, não prestam a menor atenção. São eles: sir John Willes, lord Chief Justice; Hon. Wn. Noel; Hon. Mr. Bathurst; e sir Edward Clive. Já na gravura a buril Southwark Fair, Hogarth mostra os tipos de entretenimento que eram oferecidos para “pessoas de todas as distinções e ambos os sexos”. [Southwark Fair], 1733 buril, 44 x 54,5 cm procedência não identificada The Bench, 1758 água-forte e buril 30,3 x 20,9 cm real biblioteca william hogarth The Bench, 1758 Samuel Middiman [1750–1831] John Ogborne [1755–1837] Nasceu em Londres em 1750 e faleceu na mesma cidade em 1831. Gravador altamente considerado, estudou técnica de gravura com William Byrne, finalizando seus estudos com Bartolozzi e William Wollett. Gravou segundo Joseph Wright, Gainsborough, Hearne, Berchem e Smirke, entre outros. Foi muito admirado também por suas gravuras com temas topográficos, publicadas em Select Views in Great Britain (1784–1792) e em Picturesque Views and Antiquities of Great Britain (1807–1811). Suas obras foram expostas com frequência nos Spring Gardens e na Free Society and the Royal Academy. Nasceu em Chelmsford 1755 e faleceu em Londres 1837, sendo considerado um dos maiores gravadores a pontilhado do século xviii na Inglaterra. Aluno de Bartolozzi, gravou principalmente segundo desenhos de Richard Westall, Kauffmann Angelica, Smirke Robert e Stothard Thomas. Participou da The Shakespeare Gallery e do The Milton Set. No início do século xix, voltou-se com sucesso para a gravura à água-forte de pontos de vista topográficos. Em algumas gravuras, era ajudado por sua esposa Mary Ogborne. First Part of King Henry the Fourth, act II, scene II, 1797 [segundo Joseph Farington], The Shakespeare Gallery [J. Boydell] água-forte e buril, 44,1 x 60 cm procedência não identificada Third Part of King Henry the Sixth, act ii, scene v, 1794 [segundo Josiah Boydell] The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado, 49,5 x 63,1 cm procedência não identificada samuel middiman First Part of King Henry the Fourth, act II, scene II, 1797 john ogborne Third Part of King Henry the Sixth, act ii, scene v, 1794 Nasceu em Londres por volta de 1764 e faleceu na mesma cidade em 1810. Estudou a técnica de pontilhado com Francesco Bartolozzi. Em 1790, foi considerado um dos maiores gravadores da Inglaterra. Gravou segundo Gainsborough, Reynolds, Fuseli e Wheatley, tendo tido grande capacidade de capturar fortes valores tonais e contrastes. John Boydell, uma das mais notáveis personalidades do século xviii na Inglaterra, encarregou-o de produzir gravuras para The Shakespeare Gallery e para a série de poemas de John Milton conhecida como The Milton Set. Benjamin Smith [1754–1833] Nascido em 1754, foi um grande gravador do século xviii e do início do século xix. Estudou a técnica do pontilhado, que permite a gradação de tons pelo adensamento de pontos, com Francesco Bartolozzi em Londres. Durante sua carreira, gravou muitas estampas segundo Hogarth, Beechey e Rommey. John Boydell convidou-o para realizar diversas gravuras para a The Shakespeare Gallery e para The Milton Set. Faleceu em Londres em 1833. The Infant Shakespeare Attended by Nature and the Passions, 1799 [segundo George Romney], The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado, 50,7 x 64,6 cm procedência não identificada — 74 . 75 Peter Simon [c.1764–1810] benjamin smith The Infant Shakespeare Attended by Nature and the Passions, 1799 peter simon Tempest, act I, scene II, 1797 Tempest, act I, scene II, 1797 [segundo Henry Fuseli] The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado, 50,7 x 63 cm procedência não identificada Robert Thew [1758–1802] Nascido em Partington em 1758 e falecido em Stevenage, 1802, foi um dos melhores gravadores a pontilhado do final do século xviii. Soldado, serviu ao exército até 1783. Quase completamente autodidata, gravou retratos de muitos estadistas importantes, como o rei George iii e a rainha Charlotte. Também ocupou o importante cargo de gravador do príncipe de Gales, tendo gravado 17 imagens para The Shakespeare Gallery, de Boydell, entre as quais a famosa cena das bruxas de Macbeth e a cena do fantasma de Hamlet. King Henry the Eighth, act IV, scene II, 1798 [segundo Richard Westall] The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado, 44,2 x 59,5 cm procedência não identificada Charles Gauthier Playter [c.1786–1809] robert thew King Henry the Eighth, act IV, scene II, 1798 Gravador a buril e pontilhado, nasceu por volta de 1786 na Inglaterra e faleceu em Lewisham em 1809. Foi contratado para realizar vários projetos segundo artistas contemporâneos, como Rigaud e Hamilton, tendo trabalhado também em diversas pranchas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell. Third Part of King Henry the Sixth, act i, scene iii, 1796 [segundo James Northcote] The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado e água-forte, 57,4 x 40,8 cm procedência não identificada — 78 . 79 charles gauthier playter Third Part of King Henry the Sixth, act i, scene iii, 1796 José de Ribera, dito El Españoleto [1591–1652] Coleção Espanhola e José de Ribera [1591–1652] e Manoel Salvador Carmona [1734–1820] Joaquín Ballester [1740–1800] e Francisco Muntaner [1743–1805] Francisco José Goya y Lucientes [1746–1828] Joaquim Fabregat [1748–1807] e Fernando Selma [1752–1810] Famoso pintor e gravador à água-forte, nasceu em Xativa, Valencia, em 1591 e morreu em Nápoles em 1652. Foi discípulo de Francisco Ribalta. Viajou para a Itália, onde passou a maior parte de sua vida. Estudou na escola de Miguel Angelo Amerighi, dito Caravaggio, e depois com Correggio. Em Nápoles, foi nomeado pintor da Corte e agraciado pelo papa com o hábito de Cristo em 1644. Membro da Academia de S. Lucas de Roma, gravou apenas 18 imagens. Suas águas-fortes manifestam ponta fácil e cheia de bom gosto, trabalho variado, adaptado com inteligência aos diferentes objetos e tão pouco burilado, que se chega a duvidar da presença nelas de talhos de buril. [São Jerônimo], s/d água-forte, 31 x 23,2 cm real biblioteca Manoel Salvador Carmona [1734–1820] Desenhista e gravador nascido em Nava del Rey, Valladolid, em 1734 e falecido em Madri em 1820. Discípulo de Dupuis, gravou segundo vários artistas, como Velázquez, Van Dyck e Anton Raphael Mengs. Estudou desenho e escultura na Academia de São Fernando, pela qual seguiu para Paris, a fim de aprimorar seus estudos de gravura com Nicolas Gabriel Dupuis. Membro da Real Academia de Pintura e Escultura de Paris, viveu nessa cidade até 1762, triunfando como gravador intérprete ou de — 80 . 81 josé de ribera [São Jerônimo], s/d reprodução. Em 1783, recebeu o título de gravador do Rei. Nos últimos anos de sua vida, foi nomeado acadêmico de mérito pela Real Academia das Nobres e Belas-Artes de São Luis de Zaragoza. Carmona é um dos exemplos mais representativos do gravador ilustrado, tendo alcançado grande maestria no manejo do buril. Excelente desenhista, formou um nutrido grupo de gravadores, como Juan Antonio Carmona, Fernando Selma, José Gómez Navia, Manuel Alegre, Luis Fernández Noseret e Blas Ametller. Ilustrou 30 livros. Em sua obra, destacam-se os retratos, em especial o famoso retrato de seus pais, de 1780, e o de seu sogro, Anton Raphael Mengs. Sancta Virgo, 1757 água-forte, 47,1 x 31,3 cm procedência não identificada Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha, 1757 [fronstispício] [segundo Joseph del Castillo] água-forte e buril, 21,1 x 14,5 cm procedência não identificada Francisco José Goya y Lucientes [1746–1828] Considerado o maior pintor espanhol do século xviii, Goya nasceu em Fuendetodos, Aragão, Espanha, em 1746. Filho de um artesão, mudou-se aos 14 anos para Saragoça, capital do Reino de Aragão, onde se tornou aprendiz do pintor José Luzán. De 1763 a 1766, fez várias tentativas frustradas para entrar na Academia de Belas Artes de Madri. Em 1770, seguiu para a Itália, obtendo menção honrosa num concurso de pintura em Parma. De volta à Espanha no ano seguinte, foi chamado, em 1774, para trabalhar na Manufatura Real de Santa Barbara, sob ordens de Anton Raphael Mengs e, depois, Francisco Bayeu. Goya realizou cartões pintados a óleo (canvas) para confecção de tapeçarias e, ao longo de cinco anos, desenhou cerca de 42 padrões, muitos dos quais usados para decorar as paredes de pedra do El Escorial e do Palácio Real del Pardo, residência dos monarcas espanhóis, então recém-construída perto de Madri. Com isso, seu talento chegou ao conhecimento dos monarcas espanhóis, que lhe deram acesso à Corte real, quando estava aos 30 anos de idade. Pintou uma tela para o altar da Igreja de San Francisco El Grande, em Madri, o que levou a ser nomeado membro da Real Academia de Belas Artes. Cinco anos depois, pintou o retrato da duquesa de Osunã. Em 1789, tornou-se um dos pintores da câmara do Rei. A partir de então, desenvolveu retratos dos reis e da aristocracia em composições marcadas por certa crueza e liberdade da imaginação. Goya considerava Velázquez, Rembrandt e — 82 . 83 a natureza seus três únicos mestres. Em 1789, foi nomeado pintor da corte de Carlos iv. Três anos depois, contraiu uma enfermidade decorrente do envenenamento por chumbo em razão do uso excessivo da tinta branca. Essa doença o levou a uma paralisia temporária, à cegueira parcial e à surdez permanente, que acentuaram-lhe a sensibilidade à dor e ao sofrimento humanos, e o fizeram voltar-se para temas sombrios, sinistros e pessimistas. Goya retirou-se da vida pública em 1815, passando a trabalhar quase exclusivamente para si e para um restrito círculo de amizades. Morreu em Bordeaux em 1828, aos 82 anos de idade. As investidas de Goya no lado sombrio da natureza humana aparecem em suas gravuras. Desenhou e gravou cerca de 300 durante a sua vida. Tinha mais de 50 anos, quando, em 1799, realizou Os caprichos, sua primeira série de critica social que mistura a sátira aos costumes da época, às instituições e às supertisções e bruxarias; Desastres da guerra, em que deixa seu testemunho sobre a brutalidade e as atrocidades cometidas na Guerra Civil durante a ocupação francesa na Espanha; Tauromaquia, série sobre touradas; e Os provérbios, em que utiliza de forma magistral a água-tinta e a água-forte para mostrar vários aspectos da sociedade e da loucura humana. Essa série é conhecida também como Disparates, que significa algo absurdo e irracional. Em qualquer tentativa de encontrar significados para as gravuras dessa série, deve-se ter em mente a terrível depressão em que Goya se encontrava e sua inquietação com o absurdo da vida, as forças do mal e o triunfo da velhice, da dor e da morte. Série Os provérbios, 1815 e 1823 Disparate feminino [prancha 2 ] água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor, 32,2 x 49,9 cm Disparate de miedo [prancha 3] água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor, 32,2 x 49,9 cm Disparate ridículo [prancha 4] água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca, 32,2 x 49,9 cm Babalicón [prancha 5] água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca, 32,2 x 49,9 cm Disparate volante [prancha 6] água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca, 32,2 x 49,9 cm Disparate matrimonial [prancha 8] água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca, 32,2 x 49,9 cm Disparate general [prancha 10] água-tinta e água-forte com retoques de brunidor, 32,2 x 49,9 cm Trois majos et trois majas dansant [prancha 11] água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca, 32,2 x 49,9 cm Modo de volar [prancha 12] água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca, 32,2 x 49,9 cm col. thereza christina maria francisco josé goya y lucientes Disparate feminino [prancha 2 da série Os provérbios], 1815 e 1823 francisco josé goya y lucientes Disparate de miedo [prancha 3 da série Os provérbios], 1815 e 1823 francisco josé goya y lucientes Disparate ridículo [prancha 4 da série Os provérbios], 1815 e 1823 — 82 . 83 francisco josé goya y lucientes Babalicón [prancha 5 da série Os provérbios], 1815 e 1823 francisco josé goya y lucientes Trois majos et trois majas dansant [prancha 11 da série Os provérbios], 1815 e 1823 Joaquín Ballester [1740–1800] Nasceu em 1740 e morreu em 1800. Retratista e gravador a buril e à água-forte, Ballester se tornou diretor da Real Academia de Belas Artes de Valencia em 1778. Era excelente retratista. Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 24], s/d [segundo Antonio Carnicero] água-forte e buril, 21,2 x 14,5 cm procedência não identificada Francisco Muntaner [1743–1805] Nasceu na Espanha em 1743 e faleceu em 1805. Foi gravador a buril e à água-forte, bem como pintor de temas religiosos. Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 22], 1777 [segundo Antonio Carnicero] água-forte e buril, 20,5 x 14,2 cm procedência não identificada Joaquim Fabregat (ou José Joaquín Fabregat) [1748–1807] joaquim fabregat Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 30], s/d Nasceu em Torreblanca em 1748 e faleceu em Madri em 1807. Foi aluno da Real Academia de Belas Artes de São Carlos em Valencia, tendo gravado diversas gravuras segundo Luca Giordano. Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 30], s/d [segundo Antonio Carnicero] água-forte e buril, 20,9 x 14,3 cm procedência não identificada — 84 . 85 fernando selma Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 10], 1780 Fernando Selma [1752–1810] Gravador a buril, nasceu em 1752 em Valencia, morrendo na mesma cidade em 1810. Discípulo de Manoel Salvador Carmona, foi um dos mais habilidosos gravadores espanhóis. Professor da Academia de S. Fernando de Madri, cultivou, além das artes, a matemática e a poesia. Sua maneira de gravar se assemelha à de seu mestre Carmona e, logo, à de Edelinck. Abriu retratos e temas históricos, e em geral as suas gravuras fazem parte de séries e coleções, das quais a mais notável é Collección de las estampas grabadas a buril de los cuadros pertenecientes al Rey de España, realizada em colaboração com outros gravadores. Herodias, 1774 [segundo Guido Reni] buril, 30 x 21,6 cm real biblioteca francisco muntaner Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 22], 1777 Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 32], 1779 [segundo Antonio Carnicero] água-forte e buril, 21 x 14,2 cm procedência não identificada Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 10], 1780 [segundo Antonio Carnicero] água-forte e buril, 20,5 x 14,2 cm procedência não identificada joaquín ballester Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 24], s/d joaquim fabregat Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina 30], s/d fernando selma Herodias, 1774 — 86 . 87 Francisco Vieira de Matos, dito Vieira Lusitano [1699–1783] Nasceu em Lisboa em 1699. Pintor e gravador, foi discípulo de Lutti e Trevisani em Roma, bem como membro da Academia de S. Lucas em Roma, cavaleiro professor da Ordem de Santiago da Espada, pintor histórico da Casa Real Portuguesa e ilustrador de múltiplas obras. Depois de ter estudado em Roma e de complexa história amorosa, acabou por falecer no Convento do Beato Antônio, em Lisboa, em 1783. Joaquim Manuel da Rocha e Antonio Joaquim Padrão, entre outros, foram discípulos seus. Coleção Portuguesa e Francisco Vieira de Matos [1699–1783] Antonio Joaquim Padrão [1731–1771] e e Joaquim Manuel da Rocha [1727–1786] [Alegoria ao escudo português], 1728 água-forte e buril, 28,2 x 19,6 cm procedência não identificada Manuel da Silva Godinho [1751–c.1809] Gregório Francisco de Queiroz [1768–1845] e Hecuba a Graecis (Troia exusta) rapitur, s/d [segundo Antonio Tempesta] buril, 10,4 x 11,6 cm João Caetano Rivara [c.1770–1824] procedência não identificada Hyppolitum Dianae impulsu ad vitam revocat Aesculapius et Virbius vocatur, s/d [segundo Antonio Tempesta] buril, 10,5 x 11,6 cm procedência não identificada francisco vieira de matos [Alegoria ao escudo português], 1728 — 90 . 91 Joaquim Manuel da Rocha [1727–1786] Pintor e gravador à água-forte, nasceu em Lisboa em 1727, falecendo na mesma cidade em 1786. Foi aluno de Vieira Lusitano, de quem copiou vários desenhos. Entrou para irmandade de São Lucas em 1752. Seu ponto forte na arte de gravar era o claro-escuro. [Estampa representando Santo Antonio ajoelhado, tendo uma visão do menino Jesus cercado de cabeças de anjos], s/d buril, 35,4 x 20,5 cm procedência não identificada Manuel da Silva Godinho [1751–c.1809] Antonio Joaquim Padrão [1731–1771] Gravador à água-forte, nasceu em Lisboa em 1751. Foi um prolífero gravador do final do século xviii estimado por seus temas religiosos. A maioria de suas gravuras possui bom desenho. Faleceu em aproximadamente 1809. Pintor e gravador à agua-forte, nascido em Lisboa em 1731, fez os esboços que, após seguirem para França, serviram de base para o grande retrato do marquês de Pombal expulsando os jesuítas. Abria muito bem à água-forte. Faleceu em Lisboa em 1771. Verdadeiro retrato do servo de Deos Bento Joze Labre, s/d água-forte 31,1 x 21,5 cm procedência não identificada [Diploma da Ordem Terceira da Penitência], 1754 buril, 19,5 x 26,4 cm col. oliveira barboza antonio joaquim padrão [Aparição de Jeová a Moisés], s/d buril, 27,7 x 9,6 cm [Aparição de Jeová a Moisés], s/d col. oliveira barboza manuel da silva godinho Verdadeiro retrato do servo de Deos Bento Joze Labre, s/d Acima joaquim manuel da rocha [Estampa representando Santo Antonio ajoelhado, tendo uma visão do meninoJesus cercado de cabeças de anjos], s/d — 90 . 91 [Vista perspectiva da Cidade do Porto, tirada da margem sul do Douro, abrangendo desde o Convento da Serra até a Torre da Marca], s/d [Vista perspectiva da Cidade do Porto, tirada da margem sul do Douro, abrangendo desde o Convento da Serra até a Torre da Marca], s/d água-forte, 29,8 x 44 cm real biblioteca Gregório Francisco de Queiroz [1768–1845] Nascido em Lisboa em 1768, foi enviado pelo governo português para Londres, onde estudou com Francesco Bartolozzi, de quem se tornaria ajudante após a reativação da Aula de Gravura em Lisboa. Sua obra gravada é vasta e diversificada, destacando-se nela as notáveis gravuras que abriu a partir dos quadros de Domingos Sequeira. Faleceu em Lisboa em 1845. [Retrato de d. João vi numa oval sobre peanha em ato de ser coroado pela figura da Fama], 1792 buril, 17,1 x 10,5 cm procedência não identificada [Estampa representando N. Senhora, tendo ao colo o menino Jesus com três anjos à volta e, ao lado, S. José], 1800 buril, 27,9 x 22,6 cm col. oliveira barboza joão caetano rivara [Maria I Port. & Alg. Regina Fidelissima...], 1800 gregório francisco de queiroz [Estampa representando N. Senhora, tendo ao colo o menino Jesus com três anjos à volta e, ao lado, S. José], 1800 João Caetano Rivara [c.1770–1824] Gravador a buril e a pontilhado. Nasceu por volta de 1770 em Portugal. Mudou-se para Roma em 1788, pensionado pela Intendência, onde foi aluno de Labruzzi e, depois, de Volpato na escola de Pedro Vitali. Em Londres, estudou com Bartolozzi. — 92 . 93 Regressou a Lisboa em 1803, tornando-se professor de gravura do Jardim Botânico. Diz-se que trabalhou na Imprensa Régia no Rio de Janeiro. Morreu em 1824. [Nossa Senhora:] À Sereníssima Senhora D. Carlota Ioaquina Princesa do Brasil, s/d [segundo Andre Del Sarto] buril, 46,2 x 34,5 cm col. oliveira barboza joão caetano rivara [Iohannes Brasiliae Princeps Port. Regens], 1800 [Maria I Port. & Alg. Regina Fidelissima...], 1800 buril e pontilhado, 23,5 x 15,5 cm doação do barão homem de mello [Iohannes Brasiliae Princeps Port. Regens], 1800 buril e pontilhado, 23,5 x 16 cm procedência não identificada presidenta da república Dilma Rousseff ministra de estado da cultura Marta Suplicy fundação biblioteca nacional Presidente – Renato Lessa Diretora Executiva – Myriam Lewin centro de referência e difusão Diretora – Mônica Rizzo coordenadoria de acervo especial Coordenadora – Maria José Fernandes Divisão de Iconografia Chefe – Léia Pereira da Cruz Equipe – Deivid Grassini, Diana dos Santos Ramos, Eliana Bispo de Santana, Francisca Helena Martins Araujo, Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, Juliana Uenojo, Késiah Pinheiro Viana, Luciana Muniz, Marcos Paulo Cardozo Campos, Mônica Carneiro Alves, Sônia Alice Monteiro Caldas, Tatiane Paiva Cova centro de processos técnicos Diretora – Liana Gomes Amadeo coordenadoria de preservação Coordenador – Jayme Spinelli Centro de Conservação e Encadernação – cce Chefe – Gilvânia Lima Equipe – Isabella Oliveira, Jandira Flaeschen, Juliana Bride e Rebeca Rodrigues (courier) Laboratório de Restauração – lr Chefe – Fernando Amaro, Tatiana Ribeiro Christo (courier) Equipe – Adriana Ferreira da Silva Amaro, Thaís Helena de Almeida Slaibi EX POSI Ç ÃO C ATÁL OG O curadoria texto coordenação geral coordenação geral Fernanda Terra e produção executiva Roberto Padilla Fernanda Terra Roberto Padilla projeto gráfico projeto expositivo Cristiane João Contra Capa fotografias das obras programação visual Contra Capa Photo Síntese impressão assistentes de produção Antonio Roberto Vilete de Oliveira Mariana Cardoso Oscar Patrick de Oliveira Correa assistente de pesquisa Priscila Martins Serejo fotografia Photo Síntese molduras Metara legendas Profisinal assessoria de imprensa Seven Star transporte Atlantis Art seguro Corretora Pro-Affinité/ACE Seguradora agradecimentos Equipe da Fundação Biblioteca Nacional Equipe do Palácio das Artes/ Fundação Clóvis Salgado Equipe do Museu de Arte da Bahia Sermograf A exposição teve apresentações anteriores no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro, de 28 de julho a 18 de setembro de 2011, e no Museu Nacional dos Correios, em Brasília, de 26 de janeiro a 22 de abril de 2012, com o patrocínio dos Correios. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057 Mestres da Gravura: Coleção Fundação Biblioteca Nacional : catálogo da exposição / [Curadoria Fernanda Terra]. – Rio de Janeiro: Artepadilla, 2014. 96 p. : il., color. Palácio das Artes / Fundação Clóvis Salgado 30 de abril a 22 de junho de 2014 Museu de Arte da Bahia 9 de julho a 31 de agosto de 2014 1. Gravura – Exposições I. Terra, Fernanda II. Biblioteca Nacional (Brasil) 14-0225 CDD 769 Índices para catálogo sistemático: 1. Gravura - Exposições Palácio das Artes / Fundação Clóvis Salgado Av. Afonso Pena, 1537 – Centro – Belo Horizonte – mg tel 31 3236.7400 Museu de Arte da Bahia Rua Sete de Setembro, 2340 – Corredor da Vitória – Salvador – ba tel 71 3117.6900 patrocínio
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