em Santa Teresa

Transcrição

em Santa Teresa
BAIRROS
CARIOCAS
As ladeiras
históricas
de Santa
Teresa
2
EDITORIAL
&
SUMÁRIO
Muito além
da sopa
quentinha
Delícias para
aquecer a alma
Arthur Moura
4
Arlanza Crespo
5
Lilibeth Cardozo
8
Iaci Malta
10 Mauro Giorgi
11 Zela
12 Turiba
34 Garimpo Cultural
45 Haron Gamal
46 Oswaldo Miranda
47 Gisela Gold
Quase sem praia, noites em casa, e
frio. Muito frio. E por que não sentir
a temperatura cair de verdade? Suba
a serra fluminense e descubra as
maravilhas da gastronomia de inverno.
SAÚDE &
BEM-ESTAR
Questões para
uma nova idade:
sexualidade
06
NA WEB
48 Tamas
49 Alexandre Brandão
18
ARTE &
CULTURA
Garimpo
Cultural: para a
melhor idade
34
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/folhacarioca
BAIRROS
CARIOCAS
Santa Teresa:
clima de
interior
36
www.folhacarioca.com.br
• Receitas de caldos para aquecer
suas noites de inverno
Arthur Moura
Estando ou não de regime,
o que ninguém pode negar que
uma das melhores coisas a se
fazer em dias e noites frias é comer, comer, comer! E pra quem
gosta, beber um bom vinho ou
uma cerveja encorpada.
A Folha Carioca neste especial de inverno visitou três paraísos da serra Fluminense, onde
a temperatura cai de verdade e
ampliou o leque de opções para
saciar nossa gula, que nesses dias
tendem em direção de comidas
calóricas com derivação de sopas,
caçarolas, trutas, chocolates,
fondue, tortas e outras delícias.
Primeiro, no sul do estado, Penedo, a pequena Finlândia brasileira
cercada pela Mata Atlântica; no
norte, encontramos São Pedro
da Serra e Lumiar, onde quedas
d’água se transformam em piscinas naturais no meio da mata.
São regiões com pessoas de
espírito acolhedor, que oferecem
hotéis, pousadas e restaurantes
para todos os bolsos e gostos.
Pra quem não quer, ou não
pode, viajar mesmo para aqui
pertinho, a nossa seção Bairros
Cariocas apresenta uma subidinha até Santa Teresa, bairro
muito próximo ao Centro que
ainda mantém clima de interior
em meio à cidade grande, e que
também é repleto de interessantes opções gastronômicas.
Completando esta edição
temática, além de nossos colunistas consagrados, trouxemos
especialistas em bebidas que
esquentam. Falando de vinho
tinto, León Harte, e de café,
Alexandre Martins Alves, eles nos
levam no caminho de saber o
que bebemos e o que queremos
beber neste inverno.
COLUNAS &
ARTIGOS
CAPA:
• Galeria de imagens de Penedo,
São Pedro da Serra e Lumiar
3
A RLANZA CRESPO | QUEM É QUEM
[email protected]
“Pra mim, viver aqui é tudo”
44
No Centro Cultural Laurinda
Santos Lobo ainda moravam os
Pires Ferreira e o meu vizinho era
o famoso pintor Leopoldo Gottuzo. Meu tio compôs o Hino a
Santa Teresa, gravado na década
de 50 pelo Orlando Dias. Em
Santa Teresa aprendi a subir em
árvore, principalmente nos sapotizeiros carregados que existiam
na época. Foi uma infância muito
feliz, e por isso que quando encontro alguém que me diz “pra
mim, viver aqui é tudo” eu me
emociono tanto! E esse alguém
é o meu entrevistado Getulio
Damado, mineiro de Espera
Feliz, três filhos, quatro netos
e sete casamentos. “Reclamam
que sou muito chato”, ele me
disse. “E você é?”, perguntei. “A
gente não sabe...”.
Conheci Getulio na década
de 80, num dos primeiros circuitos culturais Portas Abertas do
bairro, e sua arte peculiar me chamou a atenção. Contou-me que
veio para o bairro com mulher e
dois filhos, mas ela o abandonou e
ele se viu de repente sozinho com
duas crianças para criar. Estabeleceu então uma banca de consertar
panelas. Do ponto onde estava
via o bondinho passando e com
a sensibilidade que sempre o
acompanhou passou a reproduzi-lo em sucata. Aos poucos eles
começaram a chamar a atenção
e todos queriam comprar. Foi aí
que Getulio decidiu se dedicar só
ao artesanato. Além dos bondes
começou a fazer outros objetos
como carros, caminhões, casas e
finalmente os famosos bonecos,
todos com nomes próprios batizados por ele. A primeira peça que
eu comprei dele foi uma boneca
alta, magra, charmosa, batizada
de Candinha e que quase não
coube no meu carro. Levei para
morar no meu jardim. Mas a sua
obra-prima é o primeiro bonde
que fez e que já rejeitou por ela
1.500 reais. Esse ele não vende
de jeito nenhum e só mostra em
exposição “de peso”.
Fred Pacífico
Nasci em Santa Teresa, na rua Monte Alegre 314, e o
ponto do bonde era na porta da minha casa. Em frente
existia a chácara do Dr. Veiga, e foi o leite das suas cabras
que salvou a vida da minha irmã. A chácara ainda existe,
mas o Veiga virou Viegas.
Getulio passa dias sem vender, mas tem dias que vende
sem parar. Durante todos esses
anos, e já são mais de 30, já
perdeu a conta de quantas obras
vendeu. Só na pousada “Casa da
Gente” a proprietária tem mais
de 400 obras dele. Já expôs na
Europa, já foi entrevistado em
vários programas de televisão, é
chamado para palestras e oficinas, e atualmente está com uma
exposição no Centro Cultural da
Justiça Federal. Hoje ele é uma
referência no cenário cultural
do bairro, e conseguiu seu lugar
pelo próprio mérito. Contando
sempre com a ajuda do filho
Vitor, Getulio me disse que
tem um sonho: ter um espaço
para poder guardar todo o seu
material de trabalho.
Getulio se considera um
homem esperançoso e feliz,
mas só tem uma coisa que o
incomoda: a falta do bonde.
“Santa Teresa está esquecida, o
bonde é o coração do bairro, é
cultural, é romantismo, é tudo”.
Quando houve o acidente com
o descarrilamento que deixou
5 mortos e 57 feridos foi como
se ele tivesse perdido um ente
querido. E em homenagem aos
mortos ele fez um coração que
pintou de preto e escreveu em
amarelo: “lembrança e justiça”,
27/8/2011.
Para mim, Getulio e sua
obra poderiam tranquilamente
ser considerados Patrimônio de
Santa Teresa.
l
ilibeth cardozo
[email protected]
Não dê a mão à
solidão
Os filhos crescem, o trabalho - aquele de todos os dias, oito horas por dia-, já acabou. A morte se anuncia
nas muitas perdas, a solidão muitas vezes enche sua casa, o que fazer? Nossas mãos lizinhas e ágeis dedilham
as teclas do computador, redes sociais são um saco sem fim. O dinheiro, que deu por 60 anos, já não paga as
viagens, os passeios, as comprinhas por puro prazer.
Surge um bode enorme
na sua sala, ele corre pela sua
cama te convidando para dormir a qualquer hora do dia. As
mãos enormes deste bode
tapam seus olhos, agarram
suas forças, impedem, retraem seus passos. As dores do
passado – desde que você
era criancinha –, crescem,
crescem e crescem. No
espelho você vê seu rosto
envelhecido, sua juventude
gargalhando de suas tristezas
O tal bode se chama solidão e
é parente próximo da velhice.
São irmãos próximos e cúmplices na meta de nos deixar
entristecidos. Apertam, e
apertam forte, segurando
você. Não dê as mãos à
solidão! Pegue o telefone e
ouça com alegria a voz de
algum amigo; olhe na janela e
observe o desenho das montanhas banhadas e o mar. Ali,
na sua frente, a cidade pulsa
forte, faz barulho: solitários
e acompanhados enchem as
ruas. Lembre-se dos amigos,
dos parentes, das companhias
de tantos anos de amizade.
Pegue o jornal, busque um
bom filme, uma exposição de
arte, um show que acontece
pertinho de você.
Andando pelas ruas da
cidade, mais especificamente
pelo mais expressivo bairro da
diversidade de nossa cidade,
o retrato não cabe em ne-
nhuma câmera. Copacabana
é de muitos e muitos cliques!
Assim, só olhos atentos conseguem muito mais imagens
inusitadas, únicas, espetaculares de tanta gente copacabanando. Imagens que focam
o que nos sufoca, moldam
nossas mimicas faciais com
olhos espantados, sorrisos de
entusiasmo ou bocas abertas
de perplexidade. E Copacabana, que nunca engana, é a
“cidade dos velhinhos”. Eles
caminham amparados em
suas pernas ligeiras ou já cansados, apoiados em bengalas
que podem ser armas de defesa se necessário, apoiados
em devotos membros da
família, ou zelosos cuidadores,
ou em suas cadeiras de rodas
que já tem até as motorizadas.
É a vida suspirando nesta tal
longevidade. Idosos que saem
fazendo de suas retinas câmeras que já donos de arquivos
de muitas histórias, vivem Copacabana! Moram, compram,
frequentam bares e restaurantes, são conhecidos pelas
redondezas, passeiam na mais
linda praia da orla, namoram,
flertam suas histórias de frios
e da acidez dos caminhos da
morte que ainda podem ter
abraços e aconchegos numa
única cama antes do derradeiro adormecer. Os senhores
galanteiam as moças bonitas,
brincam, ficam felizes ou mui-
to aborrecidos, e vivem! Os
velhos de Copacabana não
dão mãos à solidão.
Circulo no bairro e é lá
que as crônicas cariocas viram
livro numa tarde qualquer.
Sempre me pergunto: dá pra
viver sem leitura do mundo,
sem a poesia que enfeita o
viver cada dia? E a resposta
é esta minha impossibilidade
de não saber, como minha
poeta preferida, Adélia Prado,
dividir com todo mundo a
poesia que vejo, sinto cheiro
e procuro letras pra escrever
meu livro. Toda vez que vejo
os anciães em Copacabana
minha vida ganha ares de juventude. Penso que já tenho
passe livre numa fila especial
nos bancos, nas farmácias,
nos ônibus, no metrô. Mas
quando minhas rugas e meu
cansaço fotografarão aqueles
velhinhos como da minha
turma? Resisto. Mas lembro
de que quero é licença para
dormir, igualzinho a Adélia
que pede também socorro
para suas fraquezas, concessão para um rosto de velha
mãe cansada, de avó boa.
Copacabana é uma alegria só
e cheinho de velhinhos que
teimam em não dar mão à
solidão. Assim eu me quero:
acompanhada das flores, expressão festiva da natureza,
minha casinha colorida, mãos
dadas com minhas irmãs,
meus filhos, meus netos e
com amigos que quando sorrio ou choro, estão comigo,
me dão a mão, sem nenhum
dedinho para solidão! Somos
meninas e meninos da longevidade! E com crianças e
velhos há que se ter ternura,
casinha tranquila, poesia, mais
silêncio, menos indignação. É
fase de acariciar o coração.
Para que pressa? Velhos querem rever memórias, curtir
a vida e assistir. Crianças, só
brincar e crescer!
5
SAÚDE
& BEM-ESTAR
Questões para uma nova idade:
sexualidade
MARY SCABORA*
66
O envelhecimento promove uma série de alterações no
corpo, no funcionamento do organismo e, consequentemente ,
na sexualidade. Compreender
e aprender a lidar com tais
mudanças pode evitar preocupações que muitas vezes levam
a quadros ansiosos, que podem
comprometer muito mais a
qualidade da vida sexual, do que
propriamente os problemas orgânicos. É importante entender
as limitações e as mudanças para
redefinir a relação com a sexualidade e buscar novas formas
de prazer condizentes com sua
realidade física e psicológica.
Alguns homens sentem
que sua virilidade e masculinidade está ameaçada diante da
dificuldade de manter ereção.
Sentem-se constrangidos e
as repercussões podem ser
danosas para a saúde física e
emocional. Muitos, na tentativa
de recuperar a mesma ereção
da juventude recorrem a infindá-
veis tratamentos e obtêm pouco
ou nenhum sucesso. Com isso,
pode ocorrer uma alteração
no quadro de ansiedade, comprometendo o desempenho, e
eles correm o risco de serem
os maiores responsáveis por sua
própria dificuldade sexual.
Apesar dos fatores culturais
rotularem e tentarem enquadrar
pessoas com idade avançada em
um padrão de comportamento,
a velhice conserva a necessidade
psicológica de atividade sexual
continuada, a vida sexual não
chega ao fim com a velhice. Há
a continuidade por pensamentos
e desejos sexuais. Questões
relativas ao sexo e atividades
sexuais começam na mente.
A sociedade está envelhecendo e a expectativa de
vida aumentou. É natural que
ocorram mudanças que lançarão
novos olhares para a vida sexual
das pessoas que estão envelhecendo. Atividades sexuais não
são exclusivas da juventude.
É preciso desconstruir o preconceito social que existe em
relação aos idosos sexualmente
ativos. Esclarecer que o sexo e
a intimidade podem continuar a
ser praticados, independente de
padrões de desempenho e sem
culpas. Descobrir que existem
outras formas de prazer sexual.
Na maturidade, o sexo
é cada vez mais afetivo. Existem outras práticas sexuais que
também são muito prazerosas.
Sexualidade tem a ver com
intimidade, com contato e sentimentos ternos entre múltiplas
formas de manifestação e não
somente no coito.
Algumas pessoas continuam
bastante ativas mesmo na velhice. Estudos comprovam que a
maior parte das pessoas com
idade mais avançada é capaz
de manter uma atividade sexual
satisfatória. Muitas mulheres
usufruem de uma vida sexual
mais plena na maturidade. Após
os 50 anos elas já não têm as
mesmas demandas que ocupavam seu tempo e tornavam os
dias mais cansativos.
Pessoas mais velhas que
mantêm uma vida sexual ativa
melhoram a qualidade de vida
e colaboram para manifestações de sentimentos positivos
para a saúde emocional. Assim,
sentem-se mais confiantes, o
que resulta em entusiasmo e
alegria, elevando a autoestima
e a segurança, aumentando a
capacidade de produzir e criar.
E assim viver o envelhecimento
encontrando o prazer não só
na atividade sexual, mas nas
diversas áreas da vida.
*Mary Scabora é psicóloga
clínica e psicoterapeuta corporal
www.scabora.com.br
Publieditorial
A vitamina da “moda”
Muito se tem comentado
sobre a vitamina D, considerando-se que existe praticamente uma “epidemia” de
pessoas com baixos níveis no
sangue desta vitamina. Estudos
têm demonstrado que cerca
de 20% a 60% da população
em geral têm carência desta
vitamina, dependendo do país
e faixa etária. Idosos, gestantes,
crianças, obesos, pessoas que
não se expõem a luz solar e
pacientes em uso de diversas
medicações constituem grupo
de maior risco.
Mas por que tantas pessoas
com essa deficiência? Isso pode
levar a algum problema de
saúde? Como posso saber se
estou com deficiência de vitamina D. Tem algum sintoma?
Existe efeito colateral da reposição de vitamina D? Essas são
algumas perguntas frequentes
no consultório.
A vitamina D tornou-se um
sucesso décadas atrás quando foi
comprovada sua importância na
saúde óssea. Crianças com deficiência de vitamina D apresentavam “amolecimento” dos ossos
(osteomalácia), deformidades
ósseas e até raquitismo. Nos
adultos, a carência de vitamina
D pode levar a osteoporose,
dor e fraqueza muscular, além
de aumentar o risco de quedas.
Estudos epidemiológicos
vêm demonstrando outros
papéis da vitamina D, estando
baixos níveis sanguíneos associados a um aumento de doenças
cardiovasculares, hipertensão
arterial, diabetes, câncer, infecções, além de esclerose múltipla.
A vitamina D é um hormônio que está presente em escassas fontes alimentares, como
óleo de fígado de bacalhau,
salmão, atum e alguns outros
peixes, sendo fundamentalmen-
Dr. Edno Wallace,
médico cardiologista da
Clínica São Vicente e especialista em cardiologia
pela Sociedade Brasileira
de Cardiologia.
te produzida na pele em resposta
a exposição aos raios solares
ultravioletas tipo B.
Mudanças culturais ocorridas
nas últimas décadas, como a
adoção de hábitos essencialmente urbanos, com pouca ou
nenhuma exposição solar, uso
cada vez maior de filtros solares
potentes, devido a preocupação
com câncer de pele e foto envelhecimento estão contribuindo
para esta deficiência.
Em junho de 2014, pesquisadores da Universidade
da Califórnia, publicaram um
trabalho de meta-análise no
“American Journal of Public
Health”, resumindo 32 estudos
de 14 países que envolveram
566.583 participantes e examinaram o nível de vitamina D
e a taxa de mortalidade. O resultado foi impactante: um risco
de morte duas vezes maior no
grupo com níveis de vitamina
EMERGÊNCIA
GERAL
Tel.: 2529-4505
Tel.: 2529-4422
D abaixo de 30 ng/ml.
Por outro lado, já foi demonstrado que a reposição
indevida ou com doses inadequadas pode causar elevação
dos níveis de cálcio no sangue,
propiciando a formação de
cálculos renais.
Existe um exame laboratorial, feito através de uma
amostra de sangue, que mede
seu nível de vitamina D. Dependendo do resultado, seu
médico pode orientar o uso
de algum suplemento.
Grandes investimentos
em pesquisa estão sendo
concentrados nesta área da
medicina, sendo que estudos
científicos robustos já estão em
andamento para responder a
principal pergunta: será que a
reposição de vitamina D pode
evitar o surgimento de doenças
cardiovasculares, hipertensão
arterial, diabetes, câncer e
doenças imunológicas? Qual
seria a dose preventiva?
Até termos acessos a esses resultados, devemos nos
lembrar de tomar aquele tradicional banho de sol durante
cinco a 20 minutos, antes das
10h ou após às 16 horas, três
vezes por semana.
7
I
acI malta
[email protected]
A ‘c hupa-classe...
média’
Queixo caído, boca aberta, olhos arregalados expressão congelada! Essa foi minha
reação ao assistir o show da Dra. Marilena Chauí, eminente professora titular da maior
universidade pública brasileira, a Universidade de São Paulo. Para quem ainda não viu
o vídeo, é só buscar no YouTube.
88
Ou seja, fiquei estupefata
frente à enxurrada de impropérios
com que a eminente filósofa se
referiu à classe média. Entendo
que políticos frequentemente
façam discursos demagógicos e
até apelem para impropérios,
principalmente devido à falta de
argumentos para defenderem
seus pontos de vista. Mas, confesso que esperava da Dra. Marilena
Chauí um discurso mais compatível com toda sua sabedoria de
doutora em Filosofia, eu esperaria
que ela apresentasse argumentos
que provocassem nossa reflexão
sobre o tema do seu discurso.
Assistir esse vídeo me remeteu a um velho dito popular
que diz que “a paixão anula a
razão”, pois considero que esse
é o caso: a Dra. Marilena Chauí
deixou que sua paixão pelo PT
sobrepujasse totalmente sua
razão.
A classe média é conservadora, mas também cria e educa
os transgressores. De onde
vieram os líderes da Revolução
Francesa? De onde vieram Gandhi, Marx, Lenin, Trotsky, Fidel
Castro, e até mesmo Mao Tsé
Tung? Não incluí “Che” Guevara
porque ele é oriundo da classe
alta argentina, mas acredito que
seu lado transgressor foi desenvolvido na convivência com a
classe média. Ah, também posso
perguntar de onde veio a Dra.
Marilena Chauí e a maioria dos
líderes do movimento com o
qual ela se identifica...
Contar uma experiência
específica que sensibiliza a todos
e, genericamente, responsabilizar uma classe pela injustiça ou
agressão ocorrida, é tipicamente
uma forma primária de manipulação política, e, principalmente,
uma forma perigosa de geração
de ódio indiscriminado. É uma
das formas de construção de
preconceitos contra grupos.
Isto é, a generalização de certas
características de alguns (ou
mesmo muitos) elementos do
grupo passa a determinar todos
os seus elementos, não se vê
mais o indivíduo.
E o perigo? É evidente, pois
o ódio indiscriminado pode levar
a uma conclusão extremamente
perigosa: se algo é nefasto, abominável, deve ser eliminado! E,
sendo a classe média um conceito, o que pode ser eliminado são
os indivíduos que, supostamente,
a ela pertencem. Imagine um
grupo Black Bloc Chupa-Classe-média que, motivado pela fala
irresponsável da Dra. Marilena
Chauí, decida sair atacando
pessoas identificadas pelo grupo
como membros dessa nefasta
classe, com o objetivo de exterminar a abominável classe média.
Vocês se lembram da Ku-Klux-Kan? Sei que estou “pegando
pesado”, mas acredito que é
olhando as formas extremas de
um fenômeno que podemos ter
ideia de suas formas mais moderadas de manifestação.
É claro que a pessoa Marilena Chauí tem todo o direito
de detestar a classe média, tem
todo o direito de atribuir a essa
classe social o que quer que
lhe venha à cabeça. Mas, como
figura pública que é, principalmente considerando seus
graus acadêmicos que tendem
a dar um maior peso às suas
opiniões, a Dra. Marilena Chauí
tem a obrigação cívica de refletir
seriamente sobre as consequências de seus discursos, não
tem o direito de, publicamente,
ser movida pela sua raiva em
detrimento da razão.
http://bit.ly/VrfGyG
9
m AURO GIORGI
[email protected]
Há vida
10
10
após o verão
O calor vai embora, as noites ficam mais agradáveis, com
temperaturas ótimas para garantir um sono pacífico.
As amendoeiras ficam despidas, enquanto os habitantes
da cidade consideram a hipótese de substituir o uniforme
de camiseta, bermuda e sandália havaiana e vestir, quem
sabe, uma calça comprida.
O calendário avisa que o
inverno chegou e o carioca
começa a viver uma espécie
de muda, o lento processo de
desapegar do verão e de suas
delícias. Não é nada fácil. A
cada ano, repete-se a mesma
relutância. Enquanto vivem o
verão escaldante, os habitantes da cidade não param de
fazer comentários sobre os
rigores da estação e de sonhar
com temperaturas mais amenas. Quando elas finalmente
chegam, a alegria é apenas
momentânea, seguida por uma
espécie de melancolia.
A praia esvazia um pouco,
o espaço dos surfistas aumenta. Há menos barracas na
areia e, em alguns casos, pode
até acontecer uma pequena
queda no preço da água de
coco. Muda o astral da cidade.
Programas como shows ao ar
livre, reuniões para ver o pôr
do sol, pedaladas ao anoitecer
dão lugar a atividades mais
internas. Definitivamente, essa
não é a do carioca.
Claro que ainda dá para
fazer churrasco na laje, mas
ninguém precisa colocar a cerveja no isopor desde as sete da
manhã; a partir das onze horas
já está bom. Mas a cidade é
democrática. É hora daquele
pequeno grupo que prefere
o clima mais frio esperar por
aquela semana glacial em que
termômetros ficam entre 17º
e 20º no Alto da Boa Vista
para mostrar os casacos novos
comprados na Argentina. As
moças tiram as botas do armário, algumas brancas, pois nem
todo mundo vive a mesma vibe.
Outros, mais modestos, recorrem às malhas da rua Teresa,
em Petrópolis. E os marrentos
continuam só com a mão no
bolso da calça jeans.
Nessa semana de frio, que
nunca sabemos quando vai
ser, os supermercados farão
aquelas promoções imperdíveis
de queijos, vinhos e fondues, e
enquanto você faz suas compras oferecerão chocolate
quente de graça, reforçando o
ambiente alpino.
Realmente, a cidade não
comporta estações como o
outono e o inverno, mesmo
que elas existam só no nome.
Fica uma tristeza no ar, aquele
desânimo diante de dois dias chuvosos seguidos, um suceder de
tosses e espirros nos ônibus e no
metrô. O carioca é moldado para
o verão e mesmo que reclame
todos os dias do calor, garantindo
que este ano é o pior da história
da humanidade, fica num mau
humor profundo quando não dá
para ver o sol brilhando.
Mas esse ano com mais
turistas por causa da Copa do
Mundo, e para quem vem de
fora o maior programa será ir à
praia, pode ser até que a gente
se anime a pisar na areia, mesmo sentindo um pouco de frio.
Ainda de bermuda, mas com
moletom. Como sempre, pode
ser que no meio do inverno
pintem dias mais quentes, para
delírios dos gringos e nosso.
Mas a gente sabe que não deve
facilitar, certo? Não dá para ficar
na areia até às seis da tarde e
correr o risco de pegar sereno!
L Uis TUriba
[email protected]
Arrá..urrú...o
Maraca
é nosso
O Maracanã é uma feijoada completa: carne seca, pé de porco,
linguiça, farofa, couve, arroz, laranja e muito molho de pimenta.
Cheira à beça seu tempero, produz barulhos, mexe com os nervos
da galera e o bicho pega.
Ver jogo em estádio é totalmente diferente da televisão.
Você não é só um assistente confortável sentado no sofá, mas um
partícipe ativo em um espetáculo
que envolve milhares e milhõe$.
Você não chuta, é verdade; mas
empurra o chute e o time.
Nada vem digerido, tudo é
pura dialética. A disputa acontece em torno da Brazuca, na
força atlética do aqui e agora. A
dimensão geo-física-espacial é
outra. A bola é mais redonda,
os passes são mais precisos, os
dribles têm mais magia.
Aos 64 anos o Maracanã
está enxutaço. Nasci com ele,
por isso falo com certidão de
nascimento debaixo do braço.
Sei que custou caro e fez a vida
de muita gente. No embalo da
corrupção, o “maior do mundo”
passou por reformas profundas
e estéticas. Implantou cabelos,
fez lipo, ponte de safena, prótese ereta.
Fui lá testar. Tudo a contento. Cercado de grades e
polícias para os jogos da Copa.
É muita gente trabalhando pra te
receber, te orientar, te acolher.
Voluntários de megafones nas
mãos falando em vários idiomas.
Até na hora do clássico xixi, tem
um cara ali te orientando. Ah...
e os banheiros novos. Exalam
perfume. Foi lá que ouvi a frase
do jogo: “Pô, que banheiro
cheiroso, perfumado! Deixa a
torcida do Flamengo vim aqui.
Vão roubar tudo isso”. Que
maldade, gente!?
Ah-rrá..uh-rrú...O Maraca
é nosso! Voltar ao velho e bom
Maraca numa Copa do Mundo
no Brasil é demais prum pobre torcedor. Me coube no
latifúndio da FIFA o jogo França
x Equador. E lá vou eu todo-todo vestido de equatoriano.
Como “eu sou apenas um rapaz
latino-americano sem dinheiro
do banco”, vesti minha camisa
amarela e sai por aí.
Ora, se o Hino Nacional
cantado juntinho emociona,
imagina La Marseillaise. Milhares
de franceses no Rio para ver a
“Le bleu”. Pensem na cena: o
Maraca lotado e vibrante: quando se entoaram as primeiras
notas do clássico hino francês, a
torcida veio junto. A Marseillaise
é um hino universal, forte e
libertador. Como um ingrato
torcedor do Equador, não resisti
e cantei junto a plenos pulmões.
Me senti o próprio “partisan” da
Resistência francesa caminhando
pelas montanhas para combater
soldados nazistas, com minha
espingarda caseira em punho.
Allons enfants de la Patrie/
Le jour de gloire est arrivé/
Contre nous de la tyrannie/
L’étendard sanglant est levé
Foi um grande momento
da Copa: a França foi o país que
mais jogou no Maraca. Teve
outros: brochada dos campeões
espanhóis; fracasso do metrossexual Cristiano Ronaldo; mordida
do vampiro Suárez; recordes de
gols; invasão de argentinos; o lindo gol-voo do holandês Persie;
greve de 6 milhões de dólares
dos jogadores de Gana; passeatas dos “não-vai-ter-Copa” em
plena Copa; vaias da elite branca
à presidente Dilma; bundalelês
em Copacabana e gringos para
todos os lados.
Posso garantir que o Maraca
está pronto para voltar a ser o
maior do mundo. Chega-se
rápido e tranquilo de metrô. A
saída também foi maneira. Lá
dentro, cadeiras confortáveis,
lanches merrecas e baratos,
cerveja gelada. O burburinho do estádio e o clássico
huuuuummmm quando a bola
passa raspando a trave.
Nós, brasileiros, somos
realmente o melhor do Brasil
na Copa- incluindo aqueles que
torcem contra e jogam pedras.
Mas, pena, presenciei mijões
atuando atrás das pilastras (fora
dos banheiros) no anel superior
do Maracanã.
O tão carioca “Imagina na
Copa” é hoje uma canção planetária. O Rio ganhou a Copa.
Todo mundo curtindo e o bicho
pegando. Acontece como um
clipe cibernético de vitórias e
alegrias; dramas e derrotas;
angustias e explosões; choros
e surpresas. Gols de placa e
gols contra. A bandeira nacional pintada na bunda daquela
rechonchuda morena, no cangote de um gringo na FanFest
de Copacabana. De um lado, a
ordem. Do outro, o progresso.
Chegou a hora dessa gente
bronqueada mostrar seu valor
Campeão? Torçamos pelo Brasil, mas se não... o Maracana é
nosso. Ah-rrá! Uh-rrú!!
11
11
Z ELA BRUM
O que você vai ser
quando crescer?
O que você vai ser quando crescer? Veterinária, física ou cineasta era
a minha resposta. Mocinha excêntrica? Não! Alguém em busca do seu
caminho. No fim, estudei Nutrição, profissão que me levou a descobrir
minha verdadeira vocação: cozinhar!
12
É a vida. Atualmente os anseios são outros. As pessoas não
parecem mais guiadas pelo talento
natural, mas por modas. A bola
da vez é ser chef. Vejam bem, eu
disse chef e não cozinheiro. Ser
chef está na moda, mas viver nos
bastidores de uma cozinha trabalhando insanamente num calor
descomunal e amar estar ali não
é para qualquer um. Conseguir
domar uma equipe nem sempre
amigável, preparar inúmeros
pratos, criar receitas e ensiná-las,
dominar administração e logística,
aprender a lidar com as críticas.
Você está preparado?
Minha introdução no mundo
da cozinha profissional começou
como nutricionista de controle de
qualidade. Após 15 anos fui promovida a lava-pratos num restaurante localizado em uma pequena
Comune Italiana chamada Onè
di Fonte, na província de Treviso.
Meu chef era uma versão italiana
do Gordon Ramsay, com 1,90
m de pura histeria e uma vasta
coleção de xingamentos bem ao
estilo italiano de ser. Ele se chama
Davide Cervaro.
Meu primeiro dia de trabalho
começou com uma montanha
de pratos e panelas para lavar,
quando o chef me chamou para
limpar quilos de camarão. Fiz do
jeito que achava certo e levei
minha primeira bronca por não
saber limpar camarão. Engoli o
choro, aprendi a técnica do chef
e terminei o dia limpando o chão.
Assim foi durante 1 ano até ser
chamada para o fogão. Me queimei muito, errei ponto de cocção
e mais broncas no meu caminho.
Após 4 anos me tornei cozinheira. Minha escola foi o Ristorante Sale Grosso e Davide, meu
mentor.
Voltei ao Brasil e comecei a
trabalhar. Aos poucos fui mostrando quem era a cozinheira
Zela Brum.
Alguns anos depois fiz especialização em pâtisserie na escola
de Alain Ducasse, em Paris. A
técnica francesa é imbatível e
enriqueceu minhas criações.
Hoje sou cozinheira e conquistei o posto de chef após 25
anos de muito trabalho, dedicação, amor ao meu ofício, estudo
constante e vocação.
Para quem tem o sonho de
ser cozinheiro vai lá! Coragem!
Bota a mão na massa, taca fogo
nessa vaidade, desce para a cozinha e arrasa!
Zela Brum - chef e nutricionista na
empresa Cozinha da Zela
COMES
&
BEBES
cafezinho
nosso de cada dia
Por trás do
Segundo as estatísticas da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), em 95% dos lares
brasileiros se consome café. Este número impressiona, quando visto impressiona, permitindo-se concluir que: quase todos em nosso imenso país fazem uso desta saborosa e delicada
infusão. Cada um tem uma forma, um jeito, diferente ou peculiar de preparar e até mesmo
degustar o café. Pode ser coado, filtrado, expresso, moka , na prensa, turco ou mesmo o da
vovó. Todos têm a mesma origem: a fazenda, o cafeeiro, em suma o grão do Café.
TEXTO_ALEXANDRE
MARTINS ALVES*
Refletindo sobre o dado da
ABIC acredito poder dizer que
a grande maioria dos brasileiros
é apreciadora de café. Já que
podemos encontrá-lo em pó,
em grãos, no supermercado, na
padaria, no bar, no restaurante,
na cafeteria ... Assim a maior
parte (para não dizer todos) dos
estabelecimentos que trabalham
com venda de alimentos oferecem café aos seus clientes hoje.
E se há oferta é porque tem
demanda.
Como disse antes, o brasileiro é um apreciador da bebida em
questão. Então vamos ao ponto.
Qual café bebemos? Ele é bom
ou ruim? Tem boa procedência?
De qual região do país ele vem?
Forte, fraco ou extra forte? Será
que quando escolhemos a marca
do nosso café e vamos ao supermercado, já temos respostas para
essas perguntas? Acredito que
grande parte dos consumidores
não. Porém essas são algumas
das respostas importantes para
nos qualificar realmente como
bons apreciadores.
Sem querer tornar o texto
formal, preciso falar de alguns
pontos técnicos e desta forma
contribuir para formação das pes-
soas que lêem este artigo e bebem café. Mesmo não bebendo
é bom saberem para ajudar na
difusão desta informação. O café
quando qualificado pela bebida (
e me refiro à avaliação sensorial
na xícara, do paladar, dos aromas)
e não a aspectos físicos do grão.
Desta forma ele pode ser: Rio
Zona, Rio, Riado, Duro, Mole e
Estritamente Mole. Comentarei
rapidamente cada um destes
aspectos, para ajudar a elucidar
a qualidade do café que entra
em nossas casa, escritórios etc.
O Rio Zona é um café com
sabor e aroma muito acentuados
que se assemelha a iodofórmio
e mofo, um sabor muito ruim;
o Rio tem sabor acentuado de
iodofórmio; o Riado tem leve
sabor de iodofórmio; o Duro é
um café adstringente e áspero; o
Mole tem aroma e sabor agradáveis, brandos e adocicados; E o
Estritamente Mole: um café que
apresenta todos os requisitos
do Mole, porém muito mais
acentuado.
Considerando o vultoso
número de brasileiros que bebem café, posso dizer que a
maior parte do café ingerido
por nós é de baixa qualidade.
Os cafés que são oferecidos nas
gôndolas do supermercado em
sua esmagadora maioria está
classificado entre Rio zona, Rio
e Riado ( Riado quando o café é
muito bom).Os cafés das outras
classificações Duro, Mole e Estritamente Mole são destinados ao
mercado de café expresso e às
exportações, visto que têm alto
valor comercial, e isto dificulta a
entrada no grande mercado do
consumo residencial.
Os cafés produzidos com
grãos de características sensoriais Mole e estritamente Mole
recebem o título de Gourmet
ou Especiais. Estes são vendidos
para cafeterias, restaurantes e
consumidores dispostos a pagar
um pouco mais caro para ter
qualidade em casa.
Não digo que todo o grão
destinado ao nicho do café
expresso é de boa qualidade.
Dentro deste mercado temos
cafés que apresentam características sensoriais indesejadas e
com valores comerciais muito
baixos. Assim o consumidor
deve solicitar informações
sobre a bebida servida , e o
produto que ele leva para casa,
obrigando as torrefações a elevar a qualidade do produto que
oferecem no mercado.
O grande desafio do mercado de cafés especiais é informar aqueles que consomem
o café. Este caminho já foi
percorrido pelo vinho e hoje
temos consumidores de vinhos muito conscientes. E
que sabem o que bebem e o
que querem beber. Hoje cada
brasileiro aprecia o café da
forma que lhe foi transmitida e
ensinada. E o amadurecimento
do consumidor de café nos
conduzirá ao caminho onde
saberemos o que bebemos e
o que queremos beber.
*Produtor Cultural
Atua no mercado de café
especial há 12 anos
13
4
G ASTRONOMIA | vINhOS
“ O tinto nas
tEXtO_LEóN HArtE
14
É verdade que vinhos brancos e espumantes caíram nas
graças do consumidor brasileiro,
mas, mesmo nas estações mais
quentes, o tinto ainda é o mais
consumido. E, durante o inverno,
se destaca ainda mais.
Se a região litorânea é a mais
procurada no verão, é no inverno que a região serrana ganha
destaque. E a companhia de um
bom tinto é essencial...
O clima frio também costuma despertar o interesse por
pratos com sabores mais condimentados e marcantes. Ai,
também, o vinho tinto tem papel
importantíssimo. Mesmo quando
escolhemos pratos com frutos do
alturas ”
mar, é fácil encontrar tintos que
surpreendem na harmonização.
O chileno Loma Larga Pinot
Noir é um belo exemplo. Proveniente do Vale de Casablanca,
é leve com sabor marcante.
Aos que preferem cordeiro ou
carnes mais ricas em gordura,
sugiro um tinto da uva syrah.
O Quintay Clava, produzido na
mesma região, impressiona por
ser encorpado e robusto, sem
ser agressivo ao paladar.
Portanto, fica a dica: Neste
inverno, com frutos do mar ou
carnes, até mesmo sem acompanhamento algum, um bom
vinho tinto é sempre a melhor
companhia.
Até a próxima!
Buffet
sofisticado
Localizado em um dos
pontos turísticos mais bonitos
da cidade, o restaurante Zozô
oferece de domingo à domingo um Buffet sofisticado com
pratos saborosos e variados
para todos os tipos de paladar.
O cliente pode optar pelo
Buffet livre ou pelo sistema
de Kilo. Entre os pratos que
mais encantam aqueles que
frequentam o espaço, estão
o ceviche de linguado com
moussline de manga e alcachofras recheadas de tomates
secos, a tradicional feijoada e
a mousse de chocolate belga.
Av. Pasteur, 520 – Praia Vermelha
– Urca – RJ.
Tel.: (21) 2542-9665 /
2295-5659
* León Harte - Sommelier Consultor
Wine Consulting Group
[email protected]
A TRONO IA CARIOCA
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A TRONO IA CARIOCA
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BOA PEDIDA
Culinária árabe em iguarias
milenares no Stambul
A culinária árabe tem raízes
no berço da civilização e das
primeiras tradições culinárias.
Os árabes nos trouxeram uma
mistura requintada e exótica de
carnes e verduras, feitas com
temperos fortes e raros. O carneiro é o principal animal consumido. Sua carne é assada ou
guisada, normalmente recheada
e ricamente temperada. A carne
de cabrito também chega às
panelas, assim como a galinha e
o peru. Muito populares são os
quibes e as esfihas que ganham
um sabor especial no Stambul.
Para os vegetarianos, ganham destaque os grãos como
o trigo, a lentilha, a ervilha, o
grão-de-bico e o arroz. Largamente apreciados também são
as verduras e os legumes recheados e em conserva, as frutas
secas e a coalhada. Seguir à risca
o tempero e o manuseio das
receitas é um dos pontos mais
respeitados na cultura árabe.
No cardápio do Stambul,
você encontra aquele prato
especial e pode pedir antes de
sair de casa.
Tel.: 3435-1792 / 34351797
Boteco Stambul Barra
Rua Érico Veríssimo, 970 lj. A
Tel.: 21 3647-0098 / 36470089
Rest. Stambul Copacabana
Rua Domingos Ferreira 221 B
Tel.: 21 2235-1886 / 22561992
Boteco Stambul Ipanema
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Rua Gomes Carneiro, 112 lj. B
Restaurante Nova Capela
O mais tradicional da Lapa
O tradicional restaurante
Nova Capela, que muito antes
da revitalização já atraía gente de
toda a cidade, continua sendo
um convite aos prazeres da
mesa. O delicioso cabrito com
arroz de brócolis e batatas coradas é a principal atração, mas
o cardápio traz também outras
carnes e frutos do mar variados
e petiscos consagrados, como
o bolinho de bacalhau. Tudo
acompanhado de um dos mais
bem tirados chopes da cidade.
Reduto de artistas, jornalistas e
intelectuais, o Nova Capela é,
sem dúvida, uma referência da
Lapa Boêmia.
Restaurante Nova Capela
Av. Mém de Sá, 96 – Lapa
Rio de Janeiro
Tel.: 21 2252-6228
CAPA
ESPECIAL SERRA
Delícias para
aquecer a alma
Paraísos da Serra Fluminense como Penedo, Lumiar e São Pedro da Serra,
têm opções gastronômicas para satisfazer a todos os gostos
TEXTO_JULIANA ALVES
FOTOS_ARTHUR MOURA | BRUNO DIAS
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18
Especial de estação tem
mesmo o seu charme, ainda
mais a de inverno, época em
que os hábitos dos cariocas são
bastante alterados. Quase sem
praia, noites em casa, e frio.
muito frio. E por que não sentir
a temperatura cair de verdade?
Seguindo esta tendência, que
para tantos é quase um ritual,
a Folha Carioca subiu a serra e,
desta vez, para explorar aquela
vontade deliciosa de variar o
menu e encontrar a combinação
perfeita para esse clima gostoso.
Primeiro, 170 quilômetros ao sul do estado: Penedo, um distrito do município
de Itatiaia cercado pela Mata
Atlântica, com cachoeiras e ar
revigorantes, e belíssima vista
para a cordilheira da Serra da
Mantiqueira. Ao norte, encontramos São Pedro da Serra e
Lumiar, dois distritos de Nova
Friburgo, aproximadamente a
160 quilômetros do Rio, com
trilhas e quedas d’agua, que
se transformam em piscinas
naturais envolvidas também
pela nossa floresta tropical. São
três maravilhosas regiões, com
pessoas de espírito acolhedor
que oferecem hoteis e pousadas
para todos os bolsos e gostos,
artesanatos e, é claro, farta gastronomia, com especialidades
típicas da estação que agradam
em cheio o paladar de cariocas,
a fim de fugir do convencional e
se deliciar com fondues, trutas,
chocolates e outras delícias.
Com gostinho de
Clima de montanha na Pequena Finlândia: é
assim que Penedo também é conhecida devido
à sua fundação, colonização e povoamento feitos
por esse povo
A arquitetura finlandesa está
principalmente nas construções
do shopping Pequena Finlândia,
onde fica a residência de Verão
do Papai Noel, uma verdadeira
atração turística. Taísa Cristine
Tavares, professora, e Gabriel
Caian de Aquino, marítimo,
programaram-se para passear
quatro dias pela cidade e se
encantaram com o lugar: “Viemos de Cabo Frio e até agora
gostamos de tudo (entrevista
feita no primeiro dia de viagem).
A arquitetura é linda e o clima
gostoso de serra era justamente
o que estávamos procurando”,
diz Taísa. E Gabriel já tinha algumas ideias sobre o que fazer:
“Gostaria de comer comidas
finlandesas, e também pratos
portugueses e mexicanos”; “E
os chocolates”, completa Taísa.
Sim, é possível encontrar
todas essas opções por lá. Guacamole, tacos, buritos, fajitas e
bebidas típicas como a tequila
e a fantástica marguerita são
servidos no Mexicalli, restaurante
mexicano que não deixou de
lado nem mesmo as caveiras
no ambiente. No México, “las
calaveritas” fazem parte da decoração do Dia dos Mortos, uma
das festas mais animadas do País.
Os sombreros também estão lá,
assim como a Nossa Senhora
de Guadalupe, padroeira desta
região. Se você tiver dúvidas
para escolher seu prato, pode
Penedo
pedir o rodízio mexicano, e a
pimenta estará sempre ao seu
lado, separadamente.
Quem abriu as portas para a
culinária portuguesa na avenida
principal foi a Pousada do Sol. A
Taberna Portuguesa caprichou
nas antiguidades lusitanas, desde o mobiliário até os lindos
pratos desenhados expostos nas
Taísa Cristine Tavares e Gabriel Caian de Aquino, marinheiros
de primeira viagem
19
capa penedo
Escultor Martti Vartia
e algumas das obras
de sua exposição
permanente
20
paredes. Nas mesas, para acompanhar o delicioso cardápio,
com vinhos devidamente recomendados pelo maitre da casa,
azeites de pequena produção e
muito gourmet. No ambiente
ao lado, está o Armazém Sabor,
com os melhores petiscos da
linha “comida di buteco”.
E a Finlândia está no
Koskenkorva. Martti Vartia é
escultor e seu dom é dar vida às
madeiras mortas. Na verdade,
este é só um deles: impressionante como sabe fazer qualquer visitante sentir-se em casa.
“Estou em Penedo há mais de
30 anos e meu lugar preferido
é aqui”. Abaixo do agradável
restaurante especializado na
cozinha finlandesa, que lembra
uma sofisticada cabana em meio
à floresta, está também a sua
exposição permanente, cujo
som ambiente é o correr do Rio
Palmital bem ali no seu “quintal”.
Rio acima
Outra boa música para os
ouvidos é a do poderoso Rio
das Pedras, que nasce no Pico
das Agulhas Negras e desagua
no Rio Paraíba do Sul cortando
todo o Vale de Penedo. Durante
a subida do morro, a tranquilidade toma conta em todos os
sentidos, e hospedar-se por ali
é uma excelente pedida.
“O nome veio do filme
Horizonte Perdido, que
apresentava um lugar lindo, cheio de verde, onde
não havia doença, não
existia morte, eram todos
felizes. Meu ex-marido
apaixonou-se pela ideia e
disse querer um lugar assim”, explica Ana Amélia, proprietária da
pousada Shangrillá. Todo o ambiente compõe a mais positiva
energia sentida até pelos menos
sensíveis. Um pouco mais acima,
está também a Quintal das Pedras, onde as acomodações se
espalham pelo jardim, bastante
convidativo às crianças.
Imagine provar uma deliciosa massa caseira e fresca em
meio a essa magia? Quem pensou nisso foi Marisa, proprietária
do Giardino di Napoli: “Minha
avó era italiana e passei minha
Shopping Pequena Finlândia, atração turística de Penedo
infância vendo sua produção na
cozinha. O nome Giardino (jardim) é em referência a este lugar,
e Napoli, uma homenagem à
cidade de sua origem. A receita
da massa é dela, e os molhos
são meus”, diz a idealizadora. Na
linda área verde do restaurante
passa o Rio dos Eucaliptos, mais
uma canção de extremo bom
gosto da natureza.
O peixe da casa
As águas frias, puras e cristalinas desses rios de montanhas são
propícias à criação de trutas, por
isso é o peixe mais encontrado
na serra. O Rei da Truta, no
centro de Penedo, dedica-se a
esta especialidade há quase 30
anos, oferecendo 35 versões
com um tempero guardado a
sete chaves; é preciso provar.
“Nosso diferencial é a qualidade.
Mantemos o mesmo fornecedor
desde o começo, assim como
todos os outros produtos, para
que o cliente sempre sinta um
único sabor em qualquer visita ao
nosso estabelecimento”, afirma
Airton, gerente do restaurante.
Praticamente todos trabalham com o famoso da região.
A Mineirinha de Penedo, por
exemplo, além do seu buffet
self service cheio de delícias
mineiras, como feijão tropeiro,
linguicinha e torresmo, que aos
fins de semana ganha a companhia de churrasco e música ao
vivo, prepara uma truta especial
para atender o pedido do cliente.
Mas se preferir os outros animais
marinhos, o Pintado e Cia está a
sua disposição: badejo, linguado,
salmão, bacalhau, truta (sim, lá
também tem!) e, é claro, o que
nomeia o restaurante. “Nosso
pintado tem um tempero especial, e todos são assados e
gratinados com queijo. Depois
desse processo, acrescentamos
os acompanhamentos”, diz
Douglas, dono do local. E ainda
servem o rodízio de camarão.
Tudo é tão saboroso, que é difícil
sair de lá sem antes programar a
próxima visita!
Outros sabores
Que tal sentir outras emoções vindas da Alemanha? Eisbein (joelho), chucrut garnier,
bratwurst (salsichão branco), salsicha Frankfurt e outras especialidades da culinária alemã estão
na Casa do Fritz, cujo cardápio
também conta com massas,
carnes e trutas. Ter uma cerveja
própria é típico de casa alemã, e
lá não é diferente. A artesanal do
local é produzida com as águas
puras das montanhas das Agulhas
Negras, e já participou de um
concurso, onde os resultados
mostraram que estão no caminho certo, obtendo medalhas de
ouro e prata como a Amber e a
Red Ale, respectivamente.
No Querência, o sabor marcante está na picanha importada,
servida na pedra e na brasa, em
um ambiente amplo e familiar. O
charmoso Bella Cittá apresenta
a culinária regional e a cozinha
italiana com massas frescas de fabricação própria, além de saladas
incríveis, excelentes para iniciar
sua refeição. Quem também
produz a própria massa, todos
os dias, é o Aglio e Olio, e todos
os pratos levam produtos frescos
para harmonizar completamente
cada conjunto.
Penedo tem todas as preciosidades da sua imaginação.
Artesanatos, aromatizantes,
lembrancinhas da cidade e
lindos móveis de demolição
estão na perfumada Artes da
Vovó, parada obrigatória para
quem quer materializar um
pouquinho da sua viagem. Re-
centemente, até o “transporte
do futuro” (título da matéria de
capa da nossa última edição)
está à disposição dos visitantes no Armazém da Bike, no
shopping Roda d’Água, com
bicicletas lindas capazes de
levá-lo (a) a épocas passadas de
diferentes lugares do mundo. E
sinta-se à vontade para deixar
os problemas de trânsito e
de estacionamento da cidade
grande de lado e alugar uma
magrela. Afinal, pedalar é bom
em qualquer lugar.
21
G
ASTRONOMIA NA SERRA | PENEDO
Rei das Trutas
A maior variedade de trutas da região
22
Não é por acaso que são
chamados de Rei! Há 29 anos,
este tradicional restaurante de
Penedo oferece 35 tipos de
truta: frescas com amêndoas, gratinada com mostarda,
salmonada ao molho bélle
mouniére com camarão e
outras tantas variedades quase indescritíveis. Sem contar
aperitivos como a casquinha e
o bolinho do peixe da região;
tudo sempre com a mesma
qualidade.
A tilápia e o badejo estão
incluídas nas demais opções,
assim como o filé à Oswaldo
Aranha, para quem prefere
uma boa carne em um ambiente familiar e amistoso. Os
saborosos vinhos e espumantes
nacionais e importados também fazem parte do cardápio
e podem acompanhar a sua
refeição; é só escolher!
Avenida das Mangueiras, 69 –
Colônia Finlandesa de Penedo
– Itatiaia – RJ.
ww.reidastrutas.com.br
Tel.: (24) 3351-1387
Massas, fondues e cerveja artesanal
no centro de Penedo
O restaurante e choperia
Bella Cittá é um mix de culinária
regional com delícias da cozinha
italiana. Suas massas fresquíssimas – fabricadas pelo próprio
restaurante –, seus requintados
fondues e diversos tipos de
cervejas e chopes artesanais, são
marcas inesquecíveis. Lá você
vai saborear o melhor chope
da região: o chope da Casa do
Fritz. É difícil escolher um prato
na variedade de sabores que
é o cardápio do Bella Cittá. O
Salmão à Bella Cittá, gratinado
com molho de açafrão e purê
de batatas, é uma ótima pedida.
De origem italiana, é tradicional na região. Sua localização
privilegiada, bem no centro de
Penedo – pertinho da Casa de
Papai Noel, somada a um ambiente muito agradável e atendimento personalizado fazem a
diferença e atraem os turistas.
Bella Cittá Restaurante e
Chopperia
Terça a quinta-feira a partir das
18:00 h
Sexta, sábado, domingo e feriados
a partir das 12:00 h
Cartões: Redercard, Visa e American Express.
Av. das Mangueiras, 1.763, V. da
Gula – Penedo – Itatiaia – RJ
Tel.: (24) 3351-1926
Aglio e Olio
Massa caseira, feita
diariamente com carinho
No Aglio e Olio, você encontra opções variadas preparadas na
hora com produtos frescos para
valorizar o sabor original de cada
prato. Nossas massas são feitas
diariamente, procedimento raro
até mesmo na Itália.
Penne com molho de gorgonzola, steak au proive com
tagliatelle na manteiga, fusilli
diamantina (receita de família)
iscas de filet, carnes, peixes (com
destaque para as trutas típicas da
região), e prateen (infantil) são
algumas das especialidades do
cardápio.
Rua das Velas, 220 – Penedo
De segunda a sexta, das 12h às
23h – Sábado, das 12h à 0h,
domingo, das 12h às 18h.
Tel.: (24) 3351-2292
Um jardim de
delícias
Dentro do salão ou no jardim,
desfrute de um delicioso cardápio
com massas de fabricação própria
ao som mágico dos pássaros e do
Rio, que contorna o jardim com
suas águas cristalinas. Ravióli de
bacalhau, ravióli de carne seca
com catupiry, fetuccines, pene,
farfale, além de peixes e carne,
como o filé à moda di Napoli,
recheado com queijo tipo bursim
e molho madeira, e muito mais.
Os jantares são servido à luz de
velas, com música ambiente e
lareira acessa, em dias frios. Um
lugar agradável para passar momento especial com seu amor,
amigos e família.
O Restaurante Giardino di Napoli
fica no alto Penedo a 500mts da
cachoeira de Deus.
Funciona de quinta a domingo e
feriados das 12h as 23h
restaurante.giardinodinapoli@
gmail.com
Tel.: (24) 3351-3675
23
Comida alemã harmonizada com
cerveja de fabricação própria
Prove o melhor da gastronomia alemã em Penedo. Fleischkasse (bolo de carne suíça),
bratwurst (salsichão branco), salsicha Frankfurt, eisbein (joelho),
chucrute garnie (prato completo
com carrés, chucrute, batatas,
joelho) e também iguarias da região e outras mais, todas servidas
em um ambiente amplo com um
atendimento diferenciado.
Como entrada, patês de
pasta de alho, truta e fígado são
algumas opções que podem
completar aperitivos como tábuas de frios com diferentes tipos de
queijo, carpaccio e linguiça defumada. Para beber, a Casa do Fritz
oferece a própria cerveja, um rótulo que possui oito sabores com
teores alcoólicos, cores, aromas
e mistura de grãos variados, uma
para cada especialidade.
Avenida das Mangueiras, 518
Vila da Gula – Penedo – Telefone
– De segunda a quinta, das 12h
às 00h. Sexta, sábado e feriados,
das 12h à 1h.
Tel.: (24) 3351-1751
G
ASTRONOMIA NA SERRA | PENEDO
Com ou sem pimenta
Que tal ir ao México sem
sair da Pequena Finlândia? É
assim que você se sente no
Mexicalli, o único restaurante
da região que oferece os mais
saborosos pratos do antigo coração do Império Asteca. Fajitas
(para duas pessoas com feijão
vermelho e arroz mexicano),
burritos e muitos outros, até
mesmo o guacamole: todos
servidos sem pimenta, que é
posta à mesa separadamente
para a sua degustação. E não
deixe de provar o taco de carne
moída: dentre as opções de
recheio, esta é, sem dúvida, a
inesquecível.
Avenida das Mangueiras, 1746
– Penedo – De segunda a sexta,
das 18h30 às 23h – Sábado,
das 12h à 01h, domingo, das
12h às 16h.
Tel.: (24) 3351-2164
O melhor
dos peixes
O restaurante oferece, em
seu ambiente aconchegante,
uma grande variedade de peixes: badejo, bacalhau, linguado, traíra, truta, salmão e, é
claro, o pintado, que é assado
e gratinado com queijo; uma
verdadeira delícia. Além disso, carnes, frangos, rodízio de
fondue e também de camarão,
deixando os amantes deste ma-
24
24
ravilhoso crustáceo aproveitá-lo
à vontade. Para acompanhar,
vinhos nacionais e importados
climatizados ou em temperatura
ambiente.
Rua das Velas, 154 Penedo
– Esta cionamento próprio –
Terça, das 18h às 23h; quarta a
domingo, das 12h às 23h.
w w w. p i n t a d o e c i a . c o m . b r
Tel.: (24) 3351-1783
Da picanha
ao fondue
O Restaurante Querência
investe sempre em qualidade,
com excelente critério na seleção dos melhores ingredientes,
bom gosto no preparo e atendimento diferenciado. Venha provar a nossa picanha importada,
além de outras carnes, peixes e
saladas. E programe sua noite
para deliciar-se com um especial rodízio de fondue(na pedra)
de carne, queijo e chocolate,
diariamente das 18h às 23h.
Av. das Mangueiras, 2510 –
Penedo – Aberto diariamente,
de 11h30 até o último cliente –
Estacionamento próprio.
Tel.: (24) 3351-3528
Sinta-se na
Finlândia no
Koskenkorva
A salada de arenque (peixe
do Mar Báltico) e o frango
à moda finlandesa, como o
juusto herkkusieni kana (filé
de frango com catupiry e
champignon, batata e arroz)
são algumas das mais de 60
opções, todas acompanhadas
com o excelente atendimento
de Martti Vartia, o dono da
casa.
Estrada Três Cachoeiras, 3955
– Penedo – De segunda a
quinta, das 12h às 16h e das
19h às 23h. Sexta e sábado,
das 12h às 23h, domingo, das
12h às 18h.
Tel.: (24) 3351-2532
Farto buffet com
sotaque mineiro, uai!
Aproveite o clima da serra
no único mineiro da Pequena
Finlândia. Costelinha, feijão
tropeiro, linguicinha, e outras
44 delícias mineiras estão no
buffet do Mineirinha de Penedo,
servido como self-service ou no
estilo “coma à vontade”, que
inclui a sobremesa. Aos fins de
semana, aproveite também o
especial churrasco ao som de
boa música ao vivo (anos 80
e 90) em um espaço amplo e
confortável. A truta, especialidade da região, pode ser pedida
separadamente, e a cachaça
mineira é a cortesia da casa.
Av. das Mangueiras, 800 –
Penedo – de quarta a domingo, das
11h30 às 16h
Tel.: (24) 3351-2463 |
98152-9811
Um pedacinho
de Portugal
É assim que você se sente
ao entrar na Taberna Portuguesa, um restaurante delicadamente decorado com lindas
peças lusitanas onde até o
aroma é “além-mar”. Bacalhau
na brasa, desfiado ou grelhado
são algumas das opções que
sempre levam a recomendação do excelente maitre da
casa sobre qual dos
maravilhosos vinhos da adega melhor acompanha a
sua refeição. No
ambiente ao lado,
Comida di Buteco, uma autêntica
culinária brasileira.
Av. das Mangueiras, 1905, Penedo – Aberto diaria mente,
de 11h até o último cliente.
www.pousadadosoldepenedo.
com.br
Tel.: (24) 3351-1284 |
3221-4888
25
CAPA SÃO PEDRO DA SERRA
26
arte
gastronomia
Calor humano,
e
São Pedro une a
paz do interior com
intensa vida cultural
e cardápios variados
Seguindo a estrada na direção contrária, no Centro-norte
fluminense, a majestosa serra,
um aperitivo para os nossos
olhos, leva a Nova Friburgo
São Pedro da Serra e Lumiar são dois expoentes do
turismo neste que é o mais
importante município desta
região. Muitos músicos, artistas
e artesãos, entre outros profissionais, deixaram as metrópoles
em busca de qualidade de vida
e hoje fazem parte da população destes vilarejos. Nativos
ou não, todos têm uma energia
leve e positiva, quase um abraço de boas vindas. E como são
hospitaleiros esses moradores.
Na pousada Canto Nosso, o
atendimento, o carinho e o
cuidado dedicados aos clientes
transformam o lugar em uma
segunda casa, aquela de cam-
po dos nossos sonhos, bem
simples, com todos os móveis
de madeira, pintura e jardins
preservados e um café da
manhã delicioso que transmite
o verdadeiro clima de fazenda.
Eles nunca irão desampará-lo.
A família do restaurante Tutu e
Torresmo também é exemplo
de simpatia e hospitalidade.
No menu, como boa casa
mineira, costelinha, polentinha
frita à moda, tutu e torresmo,
é claro, e em agosto, churrasco
para acompanhar o self service.
Quando o assunto é pizza, a
atenção é a mesma tanto no
farto recheio quanto na leveza
da massa de aipim; saudade
“daquele” sabor!
Tempero especial
Em cada lugar, uma surpresa, um abraço, gente compro-
metida e trabalhadora que não
se cansa de ser feliz. “ A cozinha
sempre foi minha paixão desde
os 12 anos e precisamos priorizar aquilo que gostamos.’Faça
aquilo que ama e não trabalhará
um dia sequer na sua vida‘”, diz
Márcia, esposa do Anibal, donos do Restaurante Du Dudu.
Não, ele não é o Dudu. Este é
o filho do casal que esteve pela
primeira vez em São Pedro em
agosto de 2012, alugou uma
casa no mesmo dia, passou a
visitar o lugar todos os fins de
semana durante um ano até
surgir a oportunidade de abrir
o estabelecimento e mudar-se
de vez para a cidade. As receitas são muitas, e todas sempre
com tempero natural. E eu disse: “cebola, alho e...”, “amor”,
completa a chef. Confesso que
estava pronta para dizer coentro, mas amor é mesmo um
ingrediente fundamental.
O vilarejo inteiro explica,
ensina e inspira. Lá havia uma
tradição, transformada até em
concurso, em que a maioria dos
comerciantes tinha uma cabra
enfeitada em frente a sua loja,
com uma cestinha de pão, na
padaria, uma roupinha, na loja
de roupas etc., e a mais bonita
era premiada. “É uma pena não
existir mais isso, mas sempre
gostei da ideia, e encontrei
a minha”, lembra o senhor
Robinson, dono da Cacau
na Serra. E que perfume de
chocolate! Licores, goiabadas,
cervejas artesanais, o melhor
choconhaque da Terra e um
pão de mel parecido com um
sonho. “Queria fazer uma
massa da qual eu gostasse; não
poderia ser seca”, e a Lúcia
conseguiu. Cacau, chá de cravo, recheio e outros diferenciais
que você precisa descobrir. O
brownie também é feito por
ela, ali mesmo, e tudo através
de pura inspiração.
Após o expediente, eles
gostam de saborear as delícias produzidas
pelos vizinhos,
como o caldo
de abóbora
com gorgonzola, do Paiol,
Márcia e Anibal, donos do restaurante Du Dudu uma recomen-
dação de quem entende do
assunto. Neste restaurante, o
delicioso fondue, moquecas,
trutas e bons vinhos também
ajudam a aquecer a noite. Tudo
acontece na Rua Rodrigues
Alves, e não deixe de subir
por ela até o Largo do Estrela,
ponto cultural nomeado assim
devido ao Estrela do Mar Futebol Clube, onde Cássia Eller
fazia shows a preços populares,
já depois da fama. Ali está o
Zuhause, uma casa centenária
onde muitas pessoas da vila
nasceram através do trabalho
da parteira, e não há muitos
anos. Todos os fins de semana,
o espaço se abre para música
ao vivo, com batata röusti ,
panelinha de camarão, raclete,
um maravilhoso escondidinho
de carne seca e, entre outras
opções, o fondue de carne cozida no vinho com especiarias,
exclusivo do lugar. Para beber,
chope Ranz, cervejas artesanais
e importadas, ou ainda a cachaça
orgânica produzida pelo Mestre
Feijão, produtor e guia de caminhadas da região.
Túnel do tempo
Em meio ao lindo mobiliário
trazido da antiga Lidador, da
Rua da Assembléia, Centro do
Rio, e a objetos musicais antigos
que decoram o restaurante
como verdadeiras obras de arte,
surpreenda-se com os sabores
do Truta da Pedra. Um dos destaques é o fondue que leva o nome
do restaurante, e vem acompanhado dos molhos de alcaparra,
amêndoas, teriaki e maracujá. As
salsichas alemãs fazem parte do
menu, feito com capa de discos
antigos, e podem estar ao lado
do chope ou da cerveja Barão,
a artesanal de Friburgo.
27
CAPA SÃO PEDRO DA SERRA
A atualidade também está
no Beer Pub Brazil, recém
chegado em São Pedro, com
estilo intimista, uma boa feijoada na cumbuca, nas tardes
de sábado, e música ao vivo
durante a noite deste mesmo
dia até o último cliente. O
projeto e a decoração foram
feitos pelo arquiteto Daniel
Santanna e pela artista plástica
Alessandra Vaz, e sempre há
uma programação especial,
que pode ser conferida no facebook da casa (facebook.com/
beerpubbrazil). E a tradição fica
por conta da famosa Pizzaria
Girassol, que há 22 anos serve
sua pizza com massa de aipim,
uma receita de família. Difícil
escolher? Uff... Ainda estamos
na serra!
Igreja de São Pedro da Serra
28
No Espaço Bistrô, entradas
especiais, peixes, carnes, tudo
em um ambiente rústico e descontraído proporcinam uma
agradável noite de inverno.
Na entrada deste charmoso
distrito, próximo ao Coreto,
está a Ecoarte, uma loja em
sintonia com o lugar repleta
de artesanatos, CDs raros,
livros especiais, xales, blusas e
Patchwork, arte produzida com
pedaços de tecidos coloridos,
lisos ou estampados. E o que
há de mais moderno está em
Coisas Nossas, uma loja com
artigos para a sua casa e para
você, como calçados e roupas
masculinas e femininas para
crianças e adultos, com destaque para a especial coleção
Outono/ Inverno.
Cacau da Serra
Os prazeres de São Pedro da Serra
Rua Rodrigues Alves, 395 – loja 7
São Pedro da Serra
Em frente a Escola Estadual
O clima serrano pede os deliciosos sabores da Cacau da Serra.
Como o verdadeiro choconhaque,
servido com um cremoso chocolate
quente coberto com chantilly, ou até
mesmo um expresso caprichado.
Você pode se entregar ao sorvete
de queijo com calda quente de
goiabada, ou ao brownie completo,
que mais parece uma obra de arte.
Licores, pães de mel, geleias...
Entre, respire e inspire-se.
Amor como
ingrediente principal
A verdadeira comida caseira
está aqui. Em um ambiente cordial
e familiar, desfrute do tempero
inigualável acrescentado em todas
as especialidades: caldos, trutas,
petiscos, dobradinha à moda do
forno e a tão esperada rabada
com agrião, servida somente aos
sábados.
Rua Rodrigues Alves, 85 – São
Pedro da Serra – NF.
Tel.: (22) 2542-3636 |
(22) 99612-6201
G
ASTRONOMIA NA SERRA | SÃO PEDRO
Beer Pub Brazil
Nova opção do circuito gastronômico
de São Pedro da Serra
Em ambientes aconchegantes, que proporcionam um clima
intimista e acolhedor, até mesmo
no salão de jogos com mesa de
bilhar e alvo de dardos para a diversão dos seus clientes. Assim o
Beer Pub Brazil recebe você para
aproveitar um delicioso cardápio
com carnes, saborosos caldos,
como o verde, o de batata baroa
com carne seca, abóbora com
gorgonzola ou com carne seca
e o feijão amigo; e bolinhos de
bacalhau, croquetes de carne,
camarão empanado com molho
de maracujá e a tradicional salsicha alemã, alguns itens da nossa
linha dos petiscos.
Além da especial carta de
cervejas de diferentes marcas e
nacionalidades, como a irlandesa Guinness, a Kwak belga e a
Brooklyn americana, o Pub oferece cartas de vinhos, caipirinhas,
licores e drinques.E é a única casa
da região que traz a premiada
cerveja Noi. Aos sábados, a truta
com legumes e batata sauté e o
penne aos molhos branco com
brócolis ou à bolonhesa são
excelentes opções.
O Beer Pub Brazil promoverá exposições de fotografia e
obras de artistas, dentre outros
eventos culturais.
Rua Rodrigues Alves 509 – Shopping Casino Serrano, 1º Piso – São
Pedro da Serra – RJ. – Confira a
programação na nossa página:
www.facebook.com/beerpubbrazil
Tel.: (22) 2542-3120 /
(21) 99674-0066
Pizzaria Girassol
A verdadeira pizza com massa de aipim
Uma receita de família que
se transformou em Pizzaria Girassol. Há 22 anos, o restaurante
oferece a legítima pizza feita
com massa de aipim, sempre
mantendo como prioridade a
qualidade dos seus produtos.
Cambotá, Carioca (mussarela,
molho, palmito, calabresa e
orégano), Da Serra (carne seca,
manjericão e champgnon), à
Portuguesa, Napolitana e tantos
outros sabores tradicionais e
exclusivos, como a Girassol
(mussarela, molho, palmito e
bacon), são feitas com tomates
frescos batidos no liquidificador;
nada industrializado.
No cardápio,os caldos e as
sopas também aquecem a sua
noite e, aos fins de semana e
feriados, aproveite a linha de
pratos executivos, servidos
durante o horário de almoço,
preparados com ingredientes
cuidadosamente selecionados.
Sinta-se à vontade em um
ambiente especial no centro
deste charmoso distrito.
Rua Rodrigues Alves, 113 – São
Pedro da Serra – RJ.
Quinta e sexta de 17h até o último cliente. Sáb, dom e feriados
de 12h até o último cliente –
Tel.: (22) 2542-4426
29
G
ASTRONOMIA NA SERRA | SÃO PEDRO
Culinária internacional
com toque brasileiro
30
30
O Espaço Bistrô realiza um
amplo trabalho de pesquisa e
experimentações para trazer
até você o encontro de receitas
tradicionais com novos sabores. O cardápio é composto
por pratos típicos da culinária
internacional, preparados com
ingredientes nobres, temperos
exóticos e verduras orgânicas,
preferencialmente cultivadas por
produtores locais, com boas
opções também para vegetarianos; esobremesas criativas e
divertidas. Na carta de bebidas é
possível encontrar uma seleção
de importados e cervejas artesanais, que harmonizam ainda mais
o paladar. Além da gastronomia
saudável e saborosa, o Espaço
Bistrô também realiza exposições e shows eventuais, que
tornam o ambiente ainda mais
agradável e acolhedor.
Rua Rodrigues Alves, 179 –
São Pedro da Serra – RJ.
Carla - Tel.: (22) 2533-5863
| (22) 99999-7306
[email protected]
Facebook/espacobistro
A boa diferença
Truta na Pedra fica no coração
de São Pedro da Serra em
um ambiente aconchegante e
musical, com pratos finamente
elaborados servidos
em pedras quentes,
ideiais para o friozinho
da serra. O destaque é para a truta na
pedra com batatas e
aipim corados ao alecrim, acompanhados
de quatro molhos,
exelente pedida para duas
pessoas. O bar, cujo objetivo
é oferecer excelentes momentos de entretenimento em
meio à natureza, é um retrato
legítimo da identidade deste
charmoso distrito.
Comida mineira no fogão
a lenha
O Restaurante e Pizzaria
Tutu e Torresmo recebe você
em um clima aconchegante com
decoração típica de uma casa interiorana. São 18 tipos de salada
que acompanham o delicioso
cardápio mineiro preparado
pelo famoso senhor Antônio. E
de sexta a domingo, a partir das
18h30, aproveite para provar a
deliciosa pizza de aipim.
Sábado, domingo e feriado:
buffet mineiro das 11h30 até
18h30
Rua Rodrigues Alves, 74 – área
A – São Pedro da Serra – RJ.
(22) 2542-3354 / (22)
99752-1423
E-mail: [email protected]
Há 14 anos,
cozinha com alma
O ambiente mais charmoso
da serra convida você para saborear filés, trutas, frango Paiol,
uma opção light acompanhada
de legumes cozidos, e bons
Avenida Rodrigues Alves, 165 –
Centro – São Pedro da Serra – RJ.
(22) 99744-2223
Reservas: [email protected]
vinhos. Aproveite o delicioso
fondue, uma das delícias da casa.
Rua Rodrigues Alves, 40 – São
Pedro da Serra – RJ.
(22) 2542-3354
CAPA LUMIAR
LUMIAR
No caminho das
águas
Lumiar mudou bastante nos últimos
20 anos, mas não perdeu as suas
características de vilarejo do interior
Assim é Lumiar: cinema,
teatro, comércio variado, opções de lazer com boa infraestrutura, como o Poço Feio, e
culinária vasta e especializada,
sempre destacada no Festival
da Truta, concurso que envolve restaurantes e pousadas de
Nova Friburgo e seus distritos
(oitava edição em outubro).
“Participo há cinco anos, dois
por uma pousada e três pela
Oficina da Gastronomia, e
criei um prato diferente em
todas as ocasiões”, disse o
chef Helton Souza Almeida,
dono do restaurante. Além
do peixe da região, ele também oferece diversos pratos
com camarão, uma de suas
especialidades. A carta de
cervejas especiais e artesanais
mostra boas sugestões para
acompanhar a refeição.
E sabe o sabor daquela cerveja ainda preparada na panela,
com toda técnica, amor e requinte de um bom cervejeiro,
31
que você nunca bebeu ou já o
fez e tem saudades? Este está na
Onurb, cujo nome é Bruno ao
Flora e Helton
Souza, da Oficina
da Gastronomia
É neste cantinho especial que você encontra
produtos esotéricos e de decoração: budas,
luminárias, arranjos para vela e lindas
peças artesanais. E prove no Canto Místico
Gourmet as delícias feitas com puro
carinho, como caldos e pizzas, tudo em
um espaço aconchegante e agradável, em
frente a praça Carlos Maria Marchon.
http://cantomisticogourmet.blogspot.com.br
(22) 99875-0909 | (22) 99788-2100
|
[email protected]
Aceitamos
Débito automático
capa lumiar
contrário em homenagem ao
filho do senhor Levi, dono do
Armazém da Serra, no Casarão
de Lumiar. “Fiz porque gosto de
cerveja e acho interessante ter
a própria. Já produzo há dois
anos, mas comecei a comercializar faz uns três meses”; certamente um feito histórico para a
felicidade dos bons bebedores!
No cardápio, carnes, salmão,
petiscos e a prata da casa: truta
ao molho de camarão ou com
gorgonzola, as preferidas dos
clientes.
A diferença está
aqui
32
Abrir um restaurante é projeto que demanda pesquisa, cuidados e planejamento; foi assim
que O Sótão nasceu. Depois de
seis meses de avaliações, Phillipe
conseguiu encontrar a essência
ideal para seu estabelecimento,
cuja chef é dona Diná, sua mãe:
“Sou arquiteta e sempre gostei
de criar e inventar. Na cozinha é
a mesma coisa; não sigo receita,
sigo a minha inspiração”. Carnes
de caças, burgers destas iguarias,
salmão, tudo em um ambiente
preparado para sentir-se em
casa, no 1º andar do Casarão.
Em frente à praça Carlos
Maria Marchon, as boas energias
estão no Canto Místico. Há sete
anos, a artesã Luiza Baptista,
que antes trabalhava nas feiras
de Ipanema e Tijuca, abriu um
espaço especial com peças
decorativas com significados
espiritualistas de diferentes países, artesanatos de profissionais
da região, e roupas estampadas
para todas as religiões. Ao lado,
o Canto Místico Gourmet, um
charmoso anexo onde são
servidas delícias preparadas
com amor e satisfação. Quem
também faz a diferença é Irene
Klein, de família pioneira em
Nanda Bessa, cantora e compositora, frequenta a região há
25 anos para curtir a natureza e a gastronomia
hospedagem na região. A pousada Klein, próxima ao centro
de Lumiar, oferece boas acomodações para solteiros, casais
e famílias de até cinco pessoas
confortavelmente. No café da
manhã, pães, bolos, frutas e um
delicioso aipim cozido.
Um paraíso natural
Parte da APA de Macaé
de Cima, uma grande área de
preservação da Mata Atlântica,
a região é um convite para a
vida ao ar livre e a prática de
esportes de aventura para todos os níveis, de trilhas leves,
a escaladas e canoagem. O
Rio Macaé é responsável pela
formação de grande parte das
cachoeiras conhecidas da região
com destaque para o Encontro
dos Rios, onde o Macaé recebe
as águas do rio bonito. Nanda
Bessa, cantora e compositora,
moradora de Santa Teresa,
frequenta o distrito há 25 anos
e declara: “Gosto da culinária
daqui, das trutas com molhos de
amêndoas. E o que mais gosto
é essa natureza; é realmente o
que busco”. O restaurante Casa
Velha aproveitou um pouquinho
de tudo isso e se instalou em
uma agradável área verde, onde
é possível provar, entre outros
pratos, a deliciosa feijoada às
sextas e aos fins de semana servida em um buffet self service.
A gastronomia, o ar puro,
frio, o céu estrelado como se
estivéssemos em uma viagem
ao espaço, as casas de campo, a vida simples de pessoas
adoravelmente simples, empreendedoras, comprometidas e
lutadoras, assim é a serra. Separe
suas roupas de inverno, faça as
malas e presenteie-se com essas
maravilhas do nosso estado.
G
ASTRONOMIA NA SERRA | LUMIAR
Cozinha de um
especialista
O camarão é um dos destaques, presente em aperitivos,
caldinhos, massas e escondidinho. Esta e outras iguarias são
preparadas com carinho pelo
Chef Helton Almeida. A carta de
cervejas especiais e artesanais é
uma verdadeira volta ao mundo.
Praça Carlos Maria Marchon,
s/nº – Lumiar – RJ.
Sua casa
em Lumiar
Entre, sinta-se em casa e saboreie delícias diferentes do seu
dia a dia e exclusivas da região
serrana. Hot Filadélfia e tekkamaki como entrada, costelinha
barbecue, cebola recheada com
gorgonzola, fondue de mignon
com seis molhos acompanhados
com batata gratinada, carnes
de caça, além de burgers de
capivara, de salmão e de javali,
Tel.: (22) 99959-3287
que são únicos. Tudo preparado
artesanalmente e exposto em
um cardápio de pano fixado
em jogos americanos, cartão
de visitas tão original quanto a
cozinha e o lugar.
Praça Carlos Maria Marchon, 2º
andar do Casarão – Lumiar – RJ.
www.facebook.com/OSotao
Tel.: (22) 2542-4052
33
GASTRONOMIA ARTE E CULTURA
Petiscos, salmão, picanha,
filé mignon e as mais procuradas
trutas, com gorgonzola e ao
molho de camarão. Ambiente
charmoso e familiar, combinação perfeita com o atendimento
diferenciado. E prove a Onurb, a
deliciosa cerveja da casa.
Encantos do
Casarão
Praça Carlos Maria Marchon,
01 – Casarão – Lumiar – RJ.
Tel.: (22) 2542-4081
Restaurante
Casa Velha
Com o sabor
da serra
Em um lugar agradável com
ambiente familiar, que tem a natureza como vizinhança, está a
linda Casa Velha, um restaurante
de comida caseira reconhecido
como melhor de Lumiar mais de
uma vez. O buffet é self service;
o fogão, a lenha; e a feijoada
servida às sextas e aos fins de
semana... De dar água na boca.
Além disso, abóbora, purê de
batata, costelinha, ensopados
e sobremesas caseiras; e todos
os legumes e as verduras são
de produtores da região, cujo
trabalho é sem agrotóxico.
Praça Levy Ayres Brust, s/nº –
Lumiar – RJ.
Tel.: (22) 99882-7870
ARTE
&
CULTURA
Foto: Divulgação
GARIMPO CULTURAL
Teatro para a
melhor idade
Atores formados no teatro O Tablado criam oficina de interpretação
voltada para a terceira idade. Utilizando técnicas e exercícios de
experimentação cênica e jogos lúdicos, os participantes têm a oportunidade de despertar a criatividade, aumentar a concentração, ativar
a memória, aprofundar o autoconhecimento e trabalhar em grupo,
além de exercitar a escuta e a disponibilidade para o diálogo através de
atividades que trazem prazer e motivação. Tudo para melhorar ainda
mais a aptidão física e a disposição para as demais tarefas do dia a dia.
Uma atividade artística como o teatro, quando inserida no cotidiano,
possibilita ao idoso a reciclagem de tudo aquilo que ele considera
obsoleto.
A oficina teve início em maio e se estenderá até novembro, quando
será realizado um espetáculo de conclusão de curso.
Adriano Martins (esquerda) e Andre
Pellegrino (direita)
Teatro para a melhor idade
34
TLocal: Olympico Club
Rua Pompeu Loureiro, 116 – Copacabana
Aulas às quartas-feiras, das 09h às 11h
Valor: R$ 180,00
Mais informações: Adriano - 99354-2409 ([email protected]),
André - 97993-0150 ([email protected])
Victor Meyniel leva ao palco o
humor dos seus personagens
de sucesso postados na Internet, que agradam em cheio
a garotada. Com apenas 16
anos, o adolescente é um
fenômeno nas redes sociais
possuindo mais de meio milhão de seguidores e trabalhos
vistos por milhares de pessoas.
Em apenas seis meses, Victor
tornou-se muito conhecido
por postar vídeos curtos, do
dia a dia, em vários aplicativos, como Vine, Facebook,
Instagram, Twitter e Youtube.
No FB, por exemplo, ele tem
mais de 500 mil visualizações;
no Youtube, a soma ultrapassa
100 mil. Em média, são 10 mil
visualizações por vídeo no Vine,
e este resultado faz dele o maior
“viner” do Rio de Janeiro e o
segundo maior do Brasil.
Meu queridooo
Local: Teatro do Leblon
Rua Conde de Bernadotte, 26 –
Leblon
Sala Fernanda Montenegro
Sábado, às 19h. Domingo, às 18h
Até 07 de setembro – Censura:
12 anos
Ingresso: R$ 60,00
Duração: 50 minutos
Mais informações: (21) 2529-7700
Foto: Divulgação
Stand up teen
Teatro no friozinho da serra
O friozinho do inverno
anima os cariocas a subir a Serra
para curtir Nova Friburgo. O
melhor é que podem levar as
crianças, pois a Múltipla preparou várias atrações para elas – e
uma comédia impagável para
adultos, tudo no Teatro Municipal Laercio Ventura, na Praça
do Suspiro, Centro.
As poltronas são numeradas, e vale a pena comprar os
ingressos com antecedência, no
Friburgo Shopping, no Cadima
Que Palhaçada é essa?
Em uma adaptação livre, os atores
mostram a importância da obediência
e de não falar com estranhos, já que a
menina Chapeuzinho, por ter desobedecido a sua mãe, se mete numa
enrascada com o Lobo Mau.
16 de Agoso – Sábado, 17h
cional R$20 mais um pacote de
fraldas descartáveis ou uma roupa de bebê, que serão doadas
a instituições locais que cuidam
de crianças; e meia entrada a R$
15 para estudantes e maiores
de 60 anos.
No Gogó do Paulinho
Com a divertida participação da
Galinha Pintadinha, a Cia Rindo à Toa
Espetáculos Infantis apresenta várias histórias da vida no Circo, com os palhaços
Cascatinha, Cocada e Pipoquinha.
02 de Agosto – Sábado – 17h
Chapeuzinho Vermelho
Shopping ou na Globo Presentes do Centro e de Olaria.
Os ingressos podem ser
comprados também da Bilheteria do Teatro, a partir das 13h,
no dia do espetáculo.
Preços: inteira, R$30; promo-
Paulinho Gogó, o aplaudido personagem de A Praça é Nossa, do SBT,
criação do humorista Mauricio Manfrini,
representa o autêntico malandro carioca da Baixada. Muita risada à vista.
15 e 16 de agosto – sexta e sábado
– 21h
15 e 16 agosto sexta e sábado 21h
PAULINHO GOGÓ no Show NO GOGÓ DO PAULINHO
2 agosto sábado 17h
QUE PALHAÇADA É ESSA?
Participação da Galinha Pintadinha
Teatro Municipal Laercio Ventura
Chiquititas, as Musicais
Praça do Suspiro, Centro, Nova Friburgo, 22 2523-4568
Personagem de sucesso da Praça é Nossa do SBT
do humorista MAURICIO MANFRINI
Um dos maiores sucessos da temporada teatral carioca
Teatro Municipal Laercio Ventura
Praça do Suspiro, Centro, Nova Friburgo, 22 2523-4568
Classificação Etária: Livre | Para crianças de todas as idades | Duração: 70 minutos
Estacionamento Farto e Gratuito
O malandro carioca da baixada que conquistou o Brasil!!!
Classificação Etária: 14 anos | Duração: 70 minutos
Uma versão divertida das histórias
do Orfanato Raio de Luz, onde vivem
as meninas cantoras, e o elenco de
atores canta e dança fazendo a alegria
da criançada.
17 de Agosto – Domingo – 17h
Meu Malvado Favorito
Estacionamento Farto e Gratuito
17 agosto domingo 17h
CHIQUITITAS, AS MUSICAIS
16 agosto domingo 17h
CHAPEUZINHO VERMELHO
A criançada vai se surpreender com
o maior vilão, Gru, ajudado pelos atrapalhados e fofinhos Minions. Uma comédia que conta a história do sequestro
e resgate da sua amiguinha Margo, no
aniversário de outra amiguinha, Agnes.
3 de Agosto – Domingo – 17h
Classificação Etária: Livre | Para crianças de todas as idades
Um dos maiores clássicos do teatro infantil
Classificação Etária: Livre | Para crianças de todas as idades | Duração: 50 minutos
Apresentando os maiores sucessos musicais da
famosa novela infantil
Teatro Municipal Laercio Ventura
Teatro Municipal Laercio Ventura
Praça do Suspiro, Centro, Nova Friburgo, 22 2523-4568
Praça do Suspiro, Centro, Nova Friburgo, 22 2523-4568
Estacionamento Farto e Gratuito
Estacionamento Farto e Gratuito
3 agosto domingo 17h
MEU MALVADO FAVORITO, A FESTA DE AGNES
O vilão malvado mais querido da garotada!
Teatro Municipal Laercio Ventura
Praça do Suspiro, Centro, Nova Friburgo, 22 2523-4568
Classificação Etária: Livre | Para crianças de todas as idades | Duração: 60 minutos
Estacionamento Farto e Gratuito
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B AIRROS CARIOCAS
Uma subidinha até
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Santa Teresa
Bairro próximo ao Centro ainda mantém clima de
interior em meio à cidade grande
É fácil perceber porque o Rio de Janeiro ostenta o título de Cidade Maravilhosa: em
todos os cantos existem preciosidades capazes de encantar e mudar a vida de qualquer pessoa. Assim é Santa Teresa, bairro da região central do Rio, que não poderia
existir em outro lugar senão aqui.
TEXTO_JULIANA ALVES
FOTOS_FRED PACÍFICO
Uma simples caminhada por
suas ruas de pedras, arborizadas
e cercadas de construções do
século XIX, transporta o visitante
para um Rio antigo, onde passava
a aristocracia carioca, que elegera
a região como sua. Cercada
pelo Catete, Glória, Laranjeiras,
Cosme Velho, Alto da Boa Vista,
Rio Comprido, Catumbi, Lapa
e Bairro de Fátima, possui três
grandes favelas, Prazeres, Coroa
e Fallet, e tantas outras que se
unem às regiões vizinhas.
Seu grande marco é mesmo
o velho bondinho, uma verdadeira atração turística com a
estrutura de madeira tombada
pelo Governo Estadual em 1983,
que iniciava o percurso em um
terminal no Centro e seguia
para Paula Matos e Dois Irmãos,
dois destinos no alto do morro.
O ramal do bonde de Santa
Teresa foi inaugurado em 1896,
pela Companhia Ferro-carril de
Santa Teresa que, no início da sua
operação, tinha quase 40 veículos transportando moradores e
turistas durante todos os dias da
semana. Em agosto de 2011, um
acidente envolvendo o bondinho
matou seis pessoas e feriu mais
de 40 e, desde então, o serviço
foi totalmente interrompido e
toda a estrutura passa por obras
com previsões pouco animadoras e nada precisas.
Mirantes por todos
os lados
Próximo ao Largo dos Guimarães, existe um terminal atualmente desativado, que antes
também era o Museu do Bonde.
“O museu saiu desta Estação do
Bondinho e foi para o Centro
Cultural Laurinda Santos Lobo.
Desde então, ninguém pode
Largo das Neves
entrar nessas dependências”,
explica Marcos Paulo Souza, 18,
auxiliar de logística. Não foi ele
quem escolheu o bairro, e sim
o contrário: “Minha mãe, uma
das cobradoras da antiga CTC,
mora nesta casa há mais de 50
anos onde fui criado. Aqui é
muito bom, mas acho que ainda
falta segurança. O que mais gosto
é o ambiente natural e o visual.
Muitas construções são tombadas, e não podem ser alteradas
nem mesmo para a restauração”,
completa.
De fato, as casas, os prédios
e até os castelos, junto com o
verde esplendoroso de parte da
floresta da Tijuca, maior floresta
urbana do mundo formada pela
Mata Atlântica, formam pinturas
que qualquer artista plástico gostaria de assinar. O mais formoso
é o Castelo Valentim, de 1879,
que hoje recebe hóspedes em
seus quartos com uma vista
privilegiada da cidade. E como
37
existem pontos de vistas lindos
do nosso Rio de Janeiro... Por
isso é sempre bom subir com um
tempinho extra para “perdê-lo”
parando aqui, ali, em qualquer
lugar.
Não tão no alto
E não precisa subir muito: o
Convento de Santa Teresa, no
começo da Ladeira de Santa Teresa, nº52, no final da Escadaria
Selarón (sim, também pode ser
ótima maneira de iniciar seu passeio), tem uma vista incrível dos
prédios do Centro do Rio até o
mar além da Ponte Rio-Niterói.
A Ermida de Nossa Senhora do
Desterro foi erguida por Antônio Gomes do Desterro, em
1629, e em 1750 começaram
a construir o Convento, cujo
nome foi substituído de Nossa
Senhora do Desterro por Santa
Teresa, devido ao cumprimento
“das regras” desta Santa. Depois
surgiu o Convento de Carmelitas
Castelo Valentin
Descalças, ocupado inicialmente
pelas irmãs Jacinta e Francisca,
com freiras que abdicaram do
mundo exterior até hoje. A
Ermida está aberta ao público
de segunda a sexta, das 07h até
17h, e das 7h às 16h aos fins de
semana. As missas são realizadas
às 07h, de segunda a sábado, e
às 8h, aos domingos.
Em poucos minutos de subida, outro “ponto de vista” que
merece, quase exige, bastante
tempo de visitação é o Centro
Cultural Parque das Ruínas (Rua
Murtinho Nobre, 169). Ferro,
vidro e tijolos: as ruínas, de mais
de 70 anos, ganharam novas
formas, mas ainda é possível ver
e sentir o passado do lugar. Subindo as escadarias internas (não
há acessibilidade no local), há um
lindo mirante de onde é possível
ver desde a Igreja da Penha até a
B airros cariocas
Campanha mostra a
indignação da população com o
acidente e a paralização do bonde
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Urca, com toda a Baía de Guanabara a frente, que se completa
com os costões das montanhas e
o verde da floresta; sem dúvida,
a paisagem é de tirar o fôlego.
Seu vizinho é o Museu Chácara
do Céu, antiga residência do colecionador de artes Castro Maya,
que abriga excelente coleção de
arte moderna brasileira.
Para todas as idades
“Gosto dos museus e dos
mirantes, como a Chácara do
Céu e o Parque das Ruínas,
paixão da minha netinha”, disse
Gonçalo Ferreira da Silva, presidente da Academia Brasileira de
Cordel (Rua Leopoldo Fróes,
37), um lugar muito especial
tanto pelo acervo quanto pelo
maravilhoso casal que nos recebe. Dona Mena, Maria do
Livramento, também está sempre lá com o seu violão para
tocar, cantar e acalentar nossos
corações. “Pitágoras, Sócrates,
Platão, todos passaram pela fase
de folheto e rapidamente se
transformaram em livros, assim
como microbiologia, economia,
matemática, naturalismo, a lenda
do Saci-Pererê em português
e em espanhol, e temos até
livro que faz parte da grade do
Ensino Fundamental”, apresenta
Gonçalo.
A Academia Brasileira de
Cordel foi fundada em 07 de
setembro de 1988 e funciona
dentro dos mesmos padrões das
Academias de Letras do Brasil
e do restante do mundo, com
colegiado de 40 acadêmicos,
plenárias mensais, atividades
próprias, encontros com poetas
populares e rodas de cantorias.
“Antigamente as plenárias aconteciam na nossa sede; agora são
realizadas no prédio do IHGB.
É possível perceber que as
pessoas não estão totalmente
familiarizadas com a literatura
de Cordel, que foi o meio de
alfabetização de muita gente”,
explica o presidente. Os dois
moram no bairro há 26 anos:
“A vida nos trouxe até Santa
Teresa e gostamos muito, mas
o transporte público deveria
ser melhor”, diz Gonçalo. “Aqui
é calmo e tranquilo. Mas sinto
falta de uma farmácia grande
com preços mais acessíveis”,
completa dona Mena.
O transporte é mesmo um
problema. Depois da interrupção do serviço do bondinho,
só restaram os micro-ônibus, e
muitos táxis se opõem a subir
o morro alegando correr riscos
de rasgar o pneu nos trilhos,
fato totalmente desconsiderado por moradores e visitantes
que trafegam de carro por ali
sem o menor problema. É um
dos pontos turísticos dentro da
cidade, que muitas vezes se vê
isolado diante deste comportamento. Mas lá é mesmo uma
parada obrigatória em qualquer
época do ano. No Carnaval,
o Badalo de Santa Teresa, o
folclórico Céu na Terra e as
tradicionais freirinhas do Carmelitas, além de outros blocos,
agitam tanto aquelas ladeiras,
que a organização até já mudou
horários de desfiles para evitar as
multidões; foi só uma tentativa!
Gonçalo e Dona Mena na Academia Brasileira de Literatura de Cordel
O artista Getúlio Damado e detalhes de seu ateliê
Onde os artistas se
reúnem
Como é bom enfeitar-se
e subir este charmoso bairro
durante os quatro dias de folia,
e muitos outros antes e depois
também fazem parte da programação. Getúlio Damado,
artista plástico, adora a festa e
sempre desfila puxando o seu
pequeno bondinho cheio de
crianças. Sua identificação com
o grande marco do bairro é tão
intensa, que fez seu ateliê, o
Chamego Bonzolândia, em um
bonde. “Moro aqui há 29 anos
e gosto daqui como um todo,
principalmente o bonde. Acho
que estão nos matando do coração. Temos problemas como
em qualquer lugar do Rio de
Janeiro. Mesmo assim, o lugar
é muito bom, tranquilo e bem
localizado”, afirma Getúlio. As
melhorias no transporte e a necessidade de comércios variados
também foram suas sugestões
de mudança em Santa. No mais,
tudo ali é pura inspiração para
o seu trabalho, já divulgado em
mais de 150 exposições pelos
museus, universidades e centros
culturais da cidade.
Santa Teresa exporta mesmo muita cultura e arte, e
também as apresenta para brasileiros e estrangeiros de uma
maneira bem especial, como
no Arte de Portas Abertas, um
evento realizado geralmente
entre os meses de agosto e
setembro organizado pela
Associação dos Artistas Visuais
de Santa Teresa, Chave Mestra.
“São cerca de 60 pontos entre
residências, que se transfor-
Carlos Antunes e duas de suas obras
mam em ateliês, e museus e
centros culturais como Museu
Casa de Benjamin Constant,
Laurinda Santos Lobo e Parque
39
B AIRROS CARIOCAS
das Ruínas, aqui na região, e
o Centro de Artes Calouste
Gulbenkian, na Praça XI”, explica Carlos Antunes, artista
plástico. Formado pela Belas
Artes da UFRJ, Carlos guarda
um incrível acervo produzido
com objetos coletados nas
ruas do Rio, como a instalação
Fundo do Mar, composta por
animais marinhos construídos
com sucatas automotivas.
Sua trajetória lá em cima
começou há 20 anos, e sente-
“Já conhecia o Brasil e muitas
pessoas deste bairro. Decidi
deixar a Argentina, junto com
meu filho ainda pequeno, em
1985 e, desde então, estou em
Santa Teresa. A tranquilidade, o
espírito acolhedor, o clima de
“cidade do interior”, a paz, tudo
me atrai”. E quando perguntada sobre o que mudaria, se
pudesse fazê-lo: “O mar. Acho
que se o mar fosse um pouco
mais próximo, seria perfeito”,
brinca Mavi.
-se bastante atraído pela tranquilidade das ruas, a arquitetura
antiga e o ambiente arborizado.
Porém, o pouco patrulhamento
da polícia e a lentidão das obras
do bonde também o incomodam: “Isso mostra a falta de
cuidados com o nosso patrimônio”, desabafa. Pontualmente,
isso também entristece Maria
Vitoria, a Mavi da La Vereda,
uma linda loja com grande
variedade de artesanato em
perfeita comunhão com o lugar.
Comendo bem em Santa Teresa
40
E tem muito além de cultura,
arte, cinema e cursos de fotografia, música e pintura oferecidos
nos centros culturais da região.
Esse bairro carioca oferece um
excelente polo gastronômico,
que atende paladares da culinária
internacional e de especialidades
brasileiras. A pitadinha do tempero nordestino, por exemplo,
está no tradicional Sobrenatural,
um restaurante cheio de delícias
do fundo do mar, como a moqueca de peixe ou o delicioso
pastel de camarão, e peça a
pimenta para acompanhar o
seu pedido.
No charmoso Cafecito,
sanduíches, porções, doces e
sobremesas, como brownies
com geleia artesanal, sorvete
ou mesmo o simples, com
castanha, podem acompanhar
um verdadeiro café expresso
tirado por baristas profissionais.
Em Santa também tem comida
japonesa: no Sansushi, além
das sugestões à la carte, a casa
oferece um farto rodízio em
um ambiente bem agradável. E
que tal provar as delícias vindas
do fogão a lenha do Rústico
em meio a tanta beleza natural
propícia também para renovar
a energia? Dá até para matar a
saudade do sabor daquela pizza
feita como antigamente.
A famosa feijoada do Bar do
Mineiro merece todos os aplausos que recebe, e os minipastéis
de feijão, marca registrada da
casa, combinam com as diversas
opções de cervejas, sempre
geladas. Em 1919, era uma
mercearia; hoje, o Armazém
São Thiago, Bar do Gomez
para os íntimos. Em 2003, o
local foi restaurado mantendo
intacto o estilo antigo, ideal para
conferir os deliciosos bolinhos
de abóbora com carne seca e
mais de 160 tipos de cachaça,
além do chope muito bem
tirado. Frikadellen (bolinho de
carne frito), goulash com spätzle
(ragu de carne ao molho de páprica), kassler (carré defumado)
Wenderson Machado, o
Canetinha do Bar do Gomez
e muitas outras maravilhas da
Alemanha estão no Mike’sHaus,
o verdadeiro alemão da região.
E o Esquina de Santa, excelente
ponto de conveniência, ainda
tem pizzas, calzones, sanduíches
e uma carta de vinhos especial.
Tudo isso é só um pouco do
que Santa Teresa tem para você.
Faça sua “escala” gastronômica e
bom apetite.
BOA PEDIDA
Armazém São Thiago
Um lugar para conhecer sem pressa
Típico botequim dos anos
20, o Armazém São Thiago, mais
conhecido como Bar do Gomez,
é uma preciosidade carioca muito
concorrida em um dos bairros
mais bucólicos da cidade do Rio
de Janeiro. Durante um bom
tempo, após ser comprado pelo
avô do Ricardo Pose Garcia (atual
proprietário) em 1919, o espaço
foi um “Secos e Molhados” (como
eram denominadas as mercearias
na época) e, a partir da década de
80, começou a ser um “Pé Sujo”.
O Armazém São Thiago
integra a lista dos 12 estabelecimentos do gênero tombados
pelo patrimônio cultural carioca,
e todos que passam por Santa
Teresa também visitam o lugar.
A grande variedade de petiscos,
sanduíches e porções generosas de frios, com destaque
para o taco de bacalhau e os
bolinhos de abóbora com carne
seca, completam as saborosas
opções do cardápio, sempre
acompanhadas de chopes super
bem tirados, uma cerveja Serra
Malte ou Original, servida sob a
temperatura ideal, e uma carta
de cachaças com mais de 160
rótulos de diferentes lugares do
Brasil. Tudo isso faz do Armazém São Thiago um dos bares
mais tradicionais e freqüentados
da cidade.
Armazém São Thiago
Rua Áurea, 26 – Santa Teresa –
RJ. – Segunda à sábado – 12h até
01h – Domingo: 12h até 22h.
www.armazemsaothiago.com.br
Tel.: (21) 2232-0822
41
BOA PEDIDA
Sansushi
Restaurante Sobrenatural
Cozinha japonesa
tradicional
Especialista em frutos
do mar
O cardápio é variado e oferece rodízio com sushi, sashimi,
enrolados, yakisoba e shiitake.
Há também sugestões à la
carte. Destaque para o teppan
e para a berinjela grelhada ao
molho de pasta de missô.
O Sobrenatural Restaurante
é um dos mais populares do
bairro Santa Teresa e famoso pelas receitas de frutos do
mar com tempero nordestino. Todos os pratos são feitos
com produtos de primeiríssima
qualidade, pois não passam
Rua Almirante Alexandrino,
382 – Santa Teresa – Largo dos
Guimarães – De terça à sexta,
a partir de 18h – Sába dos e
domingos a partir de12h.
Delivery
Tel.: (21) 2252-0581
por congelamento. Porções
generosas, com diversos tipos
de camarão, casquinha de siri,
torta de caranguejo gratinado e
bolinho de bacalhau.
Rua Almirante Alexandrino,
432 – Santa Teresa – Largo dos
Guimarães.
Tel.: (21) 2221-9465
42
Esquina de Santa
Cafeteria - Pizzaria - Loja de conveniência - Locadora
Numa charmosa casa na
esquina das ruas Monte Alegre
e Áurea, o Esquina de Santa
tem um ambiente agradável
com uma decoração alto astral
e mesas dispostas na varanda
ao ar livre. No cardápio, pizzas,
focaccias, bruschettas, uma boa
variedade de sanduíches no
pão ciabatta e calzones doces
e salgados, como o Calzone
Peruza, com tomate, mussarela, presunto, champignon e
molho de tomate Pelati. Para
acompanhar, as sugestões estão
na excelente carta de vinhos, ou
entre as mais de 180 marcas de
cervejas nacionais ou importadas
que compõem a adega.
As pizzas de massa fina e
crocante (em tamanho único
de 30 centímetros) levam ingredientes de excelente qualidade,
muitos deles importados da
Itália, como a farinha de trigo
Caputo, a mesma usada pela
Bráz Pizzaria. O Esquina de
Santa é também o único estabe-
lecimento do bairro com acesso
para cadeirantes.
Esquina de Santa
Rua Monte Alegre, 348 – Santa
Teresa - Segunda à Domingo –
09:00 às 23:00
[email protected]
Tel.: (21) 2508-7112
Contemporâneo e sofisticado no “meio
da mata” em Santa Teresa
Localizado em um casarão
centenário, o Rústico contrasta
com a paisagem dos bares locais,
com decoração rústica e mesas
em um ambiente totalmente
arborizado capaz de fazê-lo
sentir-se praticamente “no meio
da mata” de Santa Teresa. O
próprio nome também traduz
a culinária, cujo segredo é a
mistura inusitada de ingredientes
“rústicos” e alguns pratos cozidos
em fogão a lenha.
Frango ao Mole Poblano,
coxa e sobrecoxa de frango com
molho tradicional mexicano, feito com chocolate meio amargo
e especiarias, acompanhado de
arroz branco com gergelim e
salada refrescante com abacate,
é só uma das maravilhas do
apetitoso cardápio da casa, que
também tem pizzas preparadas
no fogão a lenha. A carta de vinhos é bem diversificada e você
ainda encontra boa variedade de
cervejas da Serra Fluminense,
cachaças artesanais e coquetéis.
Rústico
Rua Paschoal Carlos Magno,
121 – Santra Teresa - RJ.
De quinta a terça, das 12h às
01h – fechado às quartas.
wi-fi grátis para clientes.
Espaço para eventos.
facebook.com/rusticosantateresa
Tel.: (21) 3497-3580
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Café bar no coração de
Santa Teresa
Há cinco anos, no coração
de Santa Teresa, próximo
ao Largo do Guimarães, o
Cafecito faz as delícias de turistas, moradores e cariocas. No
cardápio, os premiados sanduí-
ches no pão ciabatta encantam
qualquer paladar, como o
Wood & Stok, cogumelos paris, gouda e alface; e o famoso
Miguelito, copa, gruyere e
rúcula, bem quentinho servido
com molho chimichurri.
Até às 13h, são servidas
cinco opções de cafés da manhã, com bebidas quentes,
sucos, geleias caseiras. Truta
defumada, mini tranças de
mussarela defumada com orégano estão entre as porções,
sempre acompanhadas de pão
fresco. As sobremesas seguem
o mesmo padrão, como por
exemplo brownie com sorvete gourmet de banana com
canela.
Seja pelo atendimento
calo roso e informal ou pelo
clima de serenidade do lugar,
quem conhece vira frequentador do Cafecito.
Cafecito
Rua Paschoal Carlos Magno,
121 – Santra Teresa - RJ.
De quinta a terça, das 9h às
22h – fechado às quartas.
www.cafecito.com.br
Tel.: (21) 2221-9439
BOA PEDIDA
Um ícone dos botecos
em Santa Teresa
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Para quem sobe as ladeiras
de Santa Teresa para um passeio
diurno por seus museus e centros
culturais, ou para curtir uma noitada na agitação do bairro, o Bar do
Mineiro é uma parada obrigatória.
O mais tradicional boteco do
bairro, frequentado por turistas de
todo o mundo, é o point perfeito
para tomar uma cerveja gelada (a
ser escolhida entre uma grande
variedade de rótulos), comer um
petisco tipicamente carioca, ou
uma refeição, que vai da famosa
feijoada ao frango com quiabo,
passando pela carne seca com
abóbora e outras delícias com
sotaque mineiro. Os sabores de
minas também estão em outros
pratos como o Leitão à Pururuca
e Feijão Tropeiro com Pernil e Tutu
com carré e couve.
Entre os petiscos, destaque
para os mini-pastéis de feijão e
porção de linguicinha mineira,
sempre bem acebolada. Já as sobremesas são bem caseiras, como
Romeu e Julieta e outra opções
de doce com queijo, como os de
banana, de leite, ou de abóbora.
A decoração é uma viagem
entre Minas e Rio, com aquela
alma de boteco e muitas fotos
de artistas, além dos sempre
admirados fantoches de cantores
populares. A grande variedade de
cachaças também é um atrativo
para quem curte uma purinha
de qualidade. Tudo isso com o
atendimento simples e atencioso
que faz você se sentir em casa.
Quem já foi a Santa Teresa,
conhece e aprova. Se você ainda
não veio, está na hora de conhecer esse bairro encantador e seu
melhor bar e restaurante!
Bar do Mineiro
Rua Paschoal Carlos Magno, 99
– Santa Tereza – Rio de Janeiro
Tel.: 21 2221-9227 /
2508-8580
h aron gamal
[email protected]
“Talvez a gente só escreva
sobre o que nunca existiu ”
Livro de Verônica Stigger discute o caráter sempre
em trânsito da cultura brasileira
“Opisanie Swiata” (Cosac
Naify, 157 páginas), que em
polonês significa descrição do
mundo, é quase um livro de
viagens. Mas, ao acabar a leitura, percebemos que a volta ao
Brasil empreendida pelo protagonista para uma breve visita
ao filho, que ele não conhecia,
é praticamente definitiva. Se
há possibilidade de retorno à
Polônia, ela é bastante remota.
Começara a Segunda Guerra
Mundial. O romance se inicia
com uma carta de Natanael ao
pai. Dentro do envelope vai
também a passagem. O filho
vive na Amazônia. Na carta,
Natanael insiste para que o pai
venha, pois deseja conhecê-lo.
Revela que está doente, que
não demore, não sabe se viverá
até o dia de seu regresso. A
medicina ainda não encontrou
os meios de detectar a sua
doença. Ainda dita ao pai algumas recomendações que deve
observar durante a viagem, e diz
que o espera ansiosamente. Daí
em diante, podemos perceber
as questões que o romance
apresenta.
A primeira delas é a saudade. Pois Opaka, o polonês,
deixa sua cidade para trás, e o
leitor começa a desconfiar de
que ele dificilmente a verá de
novo. Em segundo: por causa
da guerra – e sem saber dela –,
ele está prestes a se tornar um
emigrante, um dos elementos
fundadores da cultura brasileira.
Em terceiro, ainda há outros
sentimentos, como o amor e
uma espécie de nostalgia, mas
agora pelo filho que ele não
conhece e pela precariedade da
saúde dele.
Para completar, num dos
primeiros momentos da viagem,
enquanto aguarda o trem que
o levará ao porto, Opaka se
depara com um personagem
inusitado, homem divertido e
atrapalhado, cheio de malas e
bugigangas, alguém que vive
viajando pelo mundo. Trata-se
de Bopp, um brasileiro. Quando
descobre que Opaka fala português e toma conhecimento do
motivo de sua viagem, abre-se
em sorrisos, faz mais um amigo
e deseja acompanhá-lo no seu
retorno ao Brasil, mais propriamente à Amazônia, onde Bopp
diz já ter vivido.
A narrativa, ao abordar esses
dois personagens, apresenta
tipos que a princípio seriam
antagônicos, mas depois se
percebe que um é quase o complemento do outro. Enquanto
Opaka viaja a partir da Polônia,
o brasileiro apresenta-se como
alguém em constante trânsito,
conhece ambas as Américas, a
Ásia, e acaba de chegar de Vladivostok, na Rússia. O polonês
deseja sossego para ler o jornal.
Bopp fala constantemente e o
atrapalha na leitura. Opaka já
havia estado no região norte
do Brasil nos primeiros anos do
século XX. Bopp nessa época
mal havia nascido. No final do
romance, o leitor perceberá que
a influência de Bopp perdurará
sobre o seu taciturno e recente
amigo polonês.
Tanto na viagem de trem,
como na de navio, ocorrem
fatos que flertam com o fantástico. Isto talvez revele o
objetivo da autora em reiterar
que tudo é literatura. Tais momentos se concretizam com a
chegada da italiana Priscila e o
desaparecimento de sua aranha
Maria Antonieta; depois, no
navio, com o sádico batismo
executado pelo comandante
àqueles que ainda não haviam
cruzado à linha do Equador; e
no momento em que todos a
bordo acenam a outro transatlântico, El Durazno, que navega
continuamente proporcionando
a seus passageiros uma vida fora
do mundo, liberada de todos os
preceitos e preconceitos morais
(é a época da guerra, há de se
45
convir), é para ele que fogem as
irmãs andaluzas Olivinhas.
Na chegada à Amazônia,
Opaka se vê diante de uma
situação pungente. E sempre
incentivado pelo amigo, resolve
escrever “opisanie swiata”, isto
é, a sua descrição do mundo. Na
verdade é o brasileiro que revela
a ele: “– Tome – disse Bopp,
estendendo-lhe um caderninho
preto. – É um presente. Serve
para fazer anotações. Para que
o senhor escreva o que passou. Ajuda a superar. E a não
esquecer. A gente escreve para
não esquecer. Ou para fingir
que não esqueceu. Bopp se
calou e, depois de um tempo,
acrescentou: – Ou para inventar
o que esqueceu. Talvez a gente
só escreva sobre o que nunca
existiu.”
O swaldO miranda
[email protected]
Getúlio(s)
46
46
Fui ver o filme. Tony Ramos
perfeito. Só trata do atentado da
rua Tonelero. Eu estava lá, pois
era da Última Hora, jornal criado
por Samuel Wainer para servir a
Getúlio, com dinheiro do Banco
do Brasil, presidente Ricardo Jafet.
Lacerda denunciou e partiu para
violenta campanha que levou ao
atentado com a morte do major
Rubens Vaz, da sua entourage,
em 5 de agosto de 1954, e em
24, ao suicídio de Getúlio. Moacir
Werneck de Sá um dia escreveu
que o Banco do Brasil foi ressarcido. Faltou a frase do presidente:
“- Não sabia que aqui por baixo
havia um mar de lama”. O tenente
Gregório, seu serviçal, mais um tal
de Climério e sua gang, fizeram
o atentado. Tudo é mais do que
sabido.
Getúlio morto. Velório. A
multidão saia do Palácio do Catete
e se estendia pela Glória, Praça
Paris, Flamengo... a perder-se de
vista, seguindo e aumentando
madrugada-manhã a dentro pela
Av. Beira-Mar até o Santos Dumont. Eu e dois auxiliares num
dos jipes, vendendo Última Hora,
com a carta testamento. Todos
queriam o jornal. Pagavam sem
troco. Outro jipe levava o dinheiro
para a Praça Onze e um terceiro ia
para o T.Janer, que só fornecia as
bobinas de papel com o dinheiro
vivo. O jornal não tinha mais crédito. O Schmidt, chefe da rotativa,
disse que a tiragem tinha passado
de 900.000! O Guiness registraria
isso como um recorde mundial?
Passeios pelas ruas de Petró-
polis nos verões, aplaudido pelo
povo para o qual acenava. Às vezes
eu o acompanhava no outro lado
da calçada. Um dia a amiga Lalá
o abordou pedindo emprego
para seu marido, o Silvino Martins, irmão do Frank, que serviu
na Secretaria de Comunicação
Social num desses governos mais
recentes. Outra vez, choveu. Uma
família o convidou a ficar na varanda. De repente, um presidente da
República em sua casa...
Museu Imperial, a foto do
momento em que ele assinava
criando-o. Lá estão o autor do
projeto, Alcino Sodré, meu professor no Liceu Fluminense, o
prefeito Magalhães Bastos, eu,
repórter atrás do Getúlio, e outras
pessoas da cidade. Creio que sou
o único vivo...
Soldado do 1° B.C., dei guarda
no Palácio Rio Negro, fosse lá
no alto, na guarita do Morro do
Cruzeiro, no portão principal. Aí,
meu bem ensaiado e vigoroso
‘apresentar armas’, recebia o gentil
cumprimento, com breve tirar do
chapéu. Getúlio em reverência a
mim, não... ao sentinela...
Deposição em 20 de outubro de 1945. Eu dirigia a Tribuna
de Petrópolis. Com Carneiro
Malta e Oceano Menezes nos telefones, pude juntar os elementos para montar uma primeira
página com todas as informações.
Saia Getúlio e assumia José Linhares, presidente do STF. Na porta
do jornal uma multidão tomando
conhecimento do fato, o Amin
Salomão vendendo Tribuna adoi-
dado. Pedi ao
Fragoso que
rodasse mais
depressa a
máquina plana.
Impossível, a
bicha não tinha
como acelerar
o seu toc toc toc... Mas que foi
recorde de tiragem, lá isso foi.
Campanha eleitoral de 1950.
Getúlio fez a base no Hotel das
Paineiras. A reportagem ia todas
as manhãs, campanha. Saídas
pelos bairros, baixada, cidades
vizinhas. A convivência com o tenente Gregório era um saco, cara
metido a besta, autoritário, dono
do presidente. Eu pela Vanguarda.
Audiência no Palácio do
Catete. Sindicato dos Jornalistas
apresentando projeto pela casa
própria da classe. Eu no grupo
para engrossar. O presidente era
Luiz Guimarães, e o do IAPC,
Henrique de La Rocque. Getúlio
aprovou. Jamais teria casa própria.
É onde moro desde 1956, no Leblon, hoje o bairro mais valorizado
da cidade. Já no nome do meu
grande filho, José Luiz.
3 de abril de 1933, Getúlio a
caminho do verão em Petrópolis,
na serra, altura do 3° viaduto, em
meio a vasto temporal, pedra de
algumas toneladas rola da montanha, caindo exatamente sobre o
carro, matando
o ajudante de ordens e fraturando as pernas do
presidente e de
sua esposa, Dona
Darcy. Socorridos, foram levados para o Hospital São José para
o devido atendimento médico.
O incrível acidente, claro, ganhou
intensa repercussão, mas o próprio
Getúlio escreveria um bilhete,
no hospital, dirimindo as dúvidas
sobre atentado, e afirmando ter
sido apenas um acidente. Duas
ou três vezes estive nos jardins do
São José, em meio à intensa movimentação fazendo anotações para
o semanário Pequena Ilustração.
No programa Flávio Cavalcanti, fiz um Repórter da
História, com o ator Armando
Nascimento no personagem
Getúlio. No Show sem limite,
de J. Silvestre, tudo na TV Tupi,
preparei um garoto, o José Pinagé, com apostilas para responder sobre ele. Gratidão. Mais
espaço houvesse, mais poderia
contar sobre estas minhas passagens pela vida do nosso maior
estadista, Getúlio Vargas. Saí do
cinema inspirado em contar um
pouco mais sobre o que vi no
filme. É o que está aqui, nesta
modesta relembrança...
G ISELA GOLD
[email protected]
Sem cheiro
COPA – Ancelmo Gois: “O gol peixinho-voador do holandês, Van Persie contra a Espanha
merece uma pintura de Rembrandt van Rijn.” Sim,
para ser eternizado, como a obra do famoso pintor,
seu compatriota. Futebol também não é arte?
COPA – Datena, na Band: “- Se o Brasil for campeão eu sairei
na rua de cueca.” Sunga ou samba-canção, querido?
COPA – Hinos. Jogadores. Uns cantam, outros fingem, outros
não cantam. Bósnia e Herzegovina achou a solução. Seu hino não
tem letra, é só música. Ninguém precisa ficar fazendo careta diante
da câmera. É isso...
COPA – André Luiz, no jornal Hoje, em Lisboa, ao lado de
uma torcida entusiasmada, pouco antes do jogo com a Alemanha.
Mostrando a manchete de um jornal: “Este ano vai ser o ano de
Portugal...”
COPA - Galvão Bueno em Brasil x Camarões: “- Daqui a pouco,
Pé na cova...”
SBT – Jornal – Enchentes arrasando
Paraná e Santa Catarina. Desolação total.
Imagens de casas com água pelo telhado,
carros atolados nas ruas, gente se safando
em barcos! Mas um tatu-bola, quase se afogando nas ondas das águas em fúria, lutou,
lutou e conseguiu se salvar, agarrado em
pedaços de madeira. Ponto para o Fuleco,
símbolo esquecido da Copa!
COPA – Barriga! Colunista dos melhores do país – O Globo e Folha
de S.Paulo, Mário Sérgio Conti, sentou-se no avião ao lado de alguém
que ele julgou ser o Felipão, quando era apenas um sósia do técnico, o
aposentado Wladimir Palomo. Conversaram. Conti chegou a convidá-lo
para seu programa na Globo News. Fez um texto que ficou no site do
s jornais por uma hora, sendo logo retirado, face à impossibilidade do
fato ter ocorrido, já que Felipão estava em Fortaleza. Veio a gozação,
claro. Fosse um Joca... Mais: o onbusdman da Folha sentou o pau no
jornalão. Prefiro o velho: ‘Errar é humano....’
COPA – Pelé: - Eu arriscaria o Chile...
COPA - 1ª página do Globo com imensa foto: o obelisco da 9 de Julio, no centro de Buenos Aires, todo iluminado
verde e amarelo. Bela homenagem dos hermanos!
Josué já não acordou com o cheiro de alho frito.
Dona Feliciana começava a lavar feijão cedo. Comida tem
o tempo dela pra pegar no tempero. Esses truques de
quinze minutos nem pra sanduiche de mortadela. Toda
sexta podia. Josué era vizinho de porta de Dona Feliciana
faz mais de ano. O feijão ela fazia com adianto e quantidade.
Deixava uns potinhos pro moço, depois que avistou sua
geladeira. Homem solteiro é carma na sua vida. Em todo
andar que morou, tinha um solitário para lhe dar bom dia.
Quando fazia feira também trazia alguma coisa pra ele. Mas
hoje o cheiro de alho frito não veio.
O de couve puxando na cebola muito menos. Quiçá o
pão de ló que estalava do forno de três décadas da vizinha.
Logo ele que contava tintin por tintin de sua vida pelos cheiros.
Mar era infância nunca adormecida. Bem diferente da secretária
do setor que fedia a maresia. Esquecia de comprar açúcar, mas
o sabonete com cheiro de madeira não podia faltar. Coisa de vó
que conservou o frescor e a beleza até o último adeus.
Apostava na bolsa há anos e sempre na hora da dúvida,
usava o faro. Sem contar na alma. Mantinha no bolso da calça
caderno com anotações das mulheres inesquecíveis pelo
cheiro. Nome? Depois. Primeiro o que as vestia no pulso,
na nuca, no vento.
De onde tirou esse jeito não sabia. Mas o que faria sem
o faro? Era como andar descalço, vendado. Nunca tentou
conhecer o mundo pelos olhos, gosto, tato, voz.
Sem nada entender, desceu para começar o dia. Passou
na padaria e não sentiu cheiro de pão fresco que começava
na esquina. Seu Nésio, mendigo das antigas do quarteirão,
que ele costumava evitar pela insuportável murrinha,
não lhe atrapalhava mais. Olhou com bons olhos, olhos
novos e até pagou um sanduiche de queijo. Ao entrar
na sala de reunião, notou o traje de Estela, a até então
temida maresia na pele de secretária. Estela sempre
usara vestidos muito interessantes, mas o faro nunca
o deixara notar o jardim.
Pra não dizer que não falei de flores, o perfume
de rosas de Eduarda já não mais o movia. Eduarda
não dava bolero, mas deixou Josué a ver navios
durante bons cinco anos. Afogou as mágoas em outras fragrâncias, mas o olfato não o deixava escapar
da jovem senhora do perfume de flores a quem os
floreios no máximo lhe deram reconhecimento de
gentileza. Não mais se perderia nas rosas. A desmedida obsessão abriu espaço para finalmente notar os
coqueiros que sempre enfeitaram sua alameda.
Um vazio no peito. Uma falta de jeito conhecido
47
T
AMAS
[email protected]
Instante
fugaz
Pensamentos
pró fundos
Poeta
convidado
Quando a lua brilha
o céu clareia
o lobo uiva
o mar prateia.
– Derramei o pensar sobre o querer
e fiquei querendo não pensar.
Neide Barros
Quando a lua brilha
o desejo urge
a estrela some
o amor ressurge.
Quando a lua brilha
a palavra trava
o poeta para
o coração dispara.
Enquanto a lua brilha
o rancor dos idiotas
rabisca os céus.
– Semente vira fruto,
fruto vira semente.
O mundo vira voltas,
redondo não tem frente.
Pé de goiaba
As três goiabeiras
de cheiro tão bom
esticam seus galhos
são dedos da mão!
Subimos que rimos
nos galhos, que finos
pingando de outono
goiabas ao chão.
– Meu monstro
é meu.
Meu anjo
sou eu.
– Contra-ir.
– Vi uma luz no início do túnel.
Era uma estrela guia.
48
48
Que gordos recheios
partimos ao meio
as brancas, que tantas
vermelhas então!
As bocas se abrindo...
Tem bicho? Tem não?
São três goiabeiras
na palma da mão.
Publieditorial
Seminário aberto ao público
alerta sobre riscos do fracking
ao meio ambiente
Será aberto à participação de todos os interessados o Seminário Territórios
Fraturados: a expansão do
fracking e do “gás de xisto”
na América Latina.
O evento acontece na
terça-feira, 29 de julho,
às 18h30, no auditório do
Sindicato dos Petroleiros do
Estado do Rio de Janeiro
(Sindipetro-RJ). Endereço:
Avenida Passos, 34 (auditório), próximo à praça
Tiradentes, no Rio.
Iniciativas como essa tem
por objetivo informar à população sobre os prejuízos
irreversíveis do fracking
ao meio ambiente e compartilhar experiências entre
ativistas que já têm algum
acúmulo nesse debate.
A realização é da Campanha Por um Brasil Livre de
Fracking (Ascema Nacional
e Asibama/RJ), Fórum dos
Atingidos pela Indústria do
Petróleo e Petroquímica das
Cercanias da Baía de Guanabara (Fapp-BG), Sindicato dos
Petroleiros do Estado do Rio
de Janeiro (Sindipetro-RJ) e
Observatorio Petroleo Sur
(Argentina).
Estão confirmados
como debatedores Antônio Terra (Campanha por
Um Brasil Livre de Fracking
– ASIBAMA/RJ); Diana López (Observatorio Petroleo
Sur); Bianca Diele (FAPP-
-BG) e um representante
da Campanha Todo o
Petróleo Tem que Ser
Nosso. O “gás de xisto”
na América Latina”.
a lexandre brandão | no osso
[email protected]
O
ônibus
O ônibus está associado a algumas mazelas da cidade: o caos no trânsito, em parte
por conta da indisciplina de motoristas, que têm de cumprir metas estabelecidas
por seus patrões; o desconforto, evidente quando se sabe que a frota é quase toda
sem ar-condicionado, numa cidade-inferno como a que vivemos; a suposta relação
escusa entre os empresários que desfrutam da concessão de um serviço público
e as autoridades. Apesar dos pesares, nem tudo é contratempo na vida dos que
fazem uso das não sei quantas linhas que servem ao Rio e às cidades adjacentes.
Logo de manhã, com o ônibus em movimento, algumas
moças tiram da bolsa o batom, o
lápis e o espelhinho e, com eles,
terminam de se arrumar. Acordaram tarde, ou perderam tempo
com o jornal ou com o filho ou
com as orientações passadas à
diarista, à babá, quem sabe à
pessoa com quem dividem a vida
e que pode dormir até mais tarde.
Seja por que motivo for, fazem do
banco duro do ônibus uma extensão da própria casa e expõem,
leves e soltas, um dedo de sua
intimidade. Não é só a habilidade
de passarem, enquanto o ônibus
avança, nem sempre vagarosamente, o lápis no contorno dos
olhos que chama a atenção, mas
também o fato de adivinharem
os solavancos — a freada brusca,
a mudança repentina de faixa,
qualquer outro — e, de, com isso,
manterem longe dos olhos o lápis
cuja ponta pode até cegar.
No trajeto de ida e volta
entre a Baixada e Botafogo, há
pelo menos vinte e cinco anos, e
sempre de ônibus, Solange gasta,
no barato, um quarto do seu dia
— isso apesar do mais ou menos
recente bilhete único, um avanço
para o passageiro ao reduzir o
custo e, em menor grau, o tempo
de viagem. Quando há algum
acidente, uma chuva daquelas,
uma batida policial nas favelas
(sempre nas favelas) que estão
no caminho — e são muitas —,
as três horas para chegar a Botafogo e as outras três para voltar
à Baixada podem se transformar
em quatro, em cinco, em horas
sem fim. Tudo isso, vale registrar,
num ônibus sem ar-condicionado
e, na maioria das vezes, cheio ou
mesmo lotado. Mesmo ultrajada,
a turma que viaja rotineiramente
no mesmo horário (madrugada
ainda quando saem da Baixada)
promove festas dentro do ônibus:
o amigo oculto no Natal, um bolo
no dia do amigo, salgadinhos nos
aniversários.
Nos últimos anos, houve
uma pequena renovação na frota
do Rio de Janeiro. Os mais novos
– minoritários — são rebaixados,
ou seja, é mais fácil entrar neles,
um alívio principalmente para
os mais velhos. Mas, sabemos
todos, a cidade responde sempre do mesmo jeito a qualquer
chuvisco mais encorpado: as ruas
ficam repletas de poças d’água,
quando não inundadas. E o que
acontece com os novos ônibus?
Seus corredores, tomados pela
água que adentra pela porta,
viram uma piscina indesejada.
Certa vez, não sei o que havia
de (mais) errado naquele ônibus
específico em que eu andava,
a água da chuva esguichou nos
passageiros próximos ao trocador. Muitos saímos molhados dos
pés à cabeça.
Tanto em trajetos pequenos
(toleráveis) quanto em grandes
(insuportáveis), os ônibus desrespeitam seus usuários. Se o
prefeito, corretamente, quer
que as pessoas deixem seus
carros em casa e se movimentem pela cidade de ônibus (falar
em metrô é brincadeira, dado
o alcance limitado das linhas
cariocas; e falar de trem é pisar
em ovos mais frágeis ainda), ele
que trate de promover mudanças rápidas, caso contrário, vai
ficar querendo, e o trânsito no
Rio se tornará cada dia mais um
caos. Um caos violento.
Pensei que a luta pelo não
aumento de vinte centavos fosse
o início das transformações necessárias e urgentes nas condições
da frota e, em consequência, no
trânsito do Rio e em seu entorno.
Qual nada. Mudanças na estrutura
viária da cidade têm causado um
transtorno terrível — que, se espera, não se prolongará por muito
tempo. Os ônibus não mudaram
nada, nadinha. E as passagens
subiram vinte e cinco centavos.
49
D ISTRIBUIÇÃO
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Fundadora
Regina Luz
Conselho Editorial
Paulo Wagner
Lilibeth Cardozo
Vlad Calado
Arquimedes Celestino
Fred Pacífico (MTbE-26424/RJ)
Reportagem
Fred Pacífico e Juliana Alves
Design e Criação
www.Ideiatrip.com.br
Projeto gráfico
Vlad Calado
Capa
Fotos de Arthur Moura e
Bruno Dias
Diagramação e Ilustração
Carlos Pereira, Luiz Perdomo,
Yuri Bigio
Fotografia
Arthur Moura, Bruno Dias e
Fred Pacífico
50
Revisão
Marilza Bigio e Carmen Pimentel
Colaboradores
Arlanza Crespo, Lilibeth
Cardozo, Iaci Malta, Mauro
Giorgi, Zela, Turiba, Garimpo
Cultural, Haron Gamal,
Oswaldo Miranda, Gisela Gold,
Tamas, Alexandre Brandão
Mídias Sociais
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E ESTRATÉGICA
• Condomínios residenciais: diretamente na mão de moradores em prédios
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