relatório do mês de abril 2004 - Espaço Cultural Vila Esperança
Transcrição
relatório do mês de abril 2004 - Espaço Cultural Vila Esperança
RELATÓRIO DO MÊS DE ABRIL 2004 O mês de Abril se iniciou socializando as “estórias de pescador” trazidas para os alunos como ponto de reflexão para o Dia da Mentira. Durante todo o mês, aconteceu na Aldeia da Vila Esperança oficinas de BATIK e tingimento em tecidos com algumas crianças da Escola e da Brinquedoteca orientada pela Regina. Como atividade de grande importância a Capoeira Angola, dirigida pelo professor Gustávio, neste mês, teve um envolvimento maior das crianças. As aulas práticas e teóricas aconteceram diáriamente no horário de 8 às 9hs da manhã com os alunos da escola e às 6as feiras de 16 às 17hs com as crianças da Brinquedoteca. CAPOEIRA ANGOLA A minha chegada a Vila Esperança causou surpresa em mim mesmo, porque não esperava tanta positividade dos alunos em respeito à capoeira. Fui apresentado em cada sala. A repercussão foi muito boa; a euforia de cada um, e o sonho meu de poder ter a honra de dar capoeira na escola e deles poderem desfrutar disso, essas crianças afro descendentes dos nossos antepassados resgatando nossas raízes. A Vila oferece esse caminho à identidade, de se encontrar, até mesmo prá mim que chego agora posso buscar cada vez mais essa identidade de raiz, e que não venhamos a negar nossa origem nunca. Meus planos com a Capoeira Angola,é que seja formado um núcleo na Vila, um núcleo de capoeira angola, resgatando a história, mostrando os fundamentos, tentando clarear essa identidade, que nesse grupo esperança, vida, amor, possamos confeccionar berimbaus, pau-de-chuva, caxixi e outros instrumentos musicais para podermos crescer cada vez mais. E num futuro próximo que esse grupo esteja jogando, cantando e tocando bem! E o sonho nesse caminho, um cantinho prá ela, a Capoeira, possa manifestar com um maior força, servindo de incentivo à criança e a mim. Estou muito feliz por estar aqui, sei que é uma história nova, no sentido de construção do que eu vinha trabalhando há muito tempo. Mas agora realmente, eu estou sentindo totalmente que o meu vagão entrou nos trilhos. E espero e vou continuar caminhando por esses trilhos. Axé A Capoeira Angola é um diálogo de corpos, eu venço guiando meu 1 companheiro a não ter mais respostas para minhas perguntas Capoeira Angola, herança Africana, Capoeira Mãe Gustávio No dia 7 de Abril o aluno Válter (com necessidades especiais, com Síndrome de Down), ingressou na Brinquedoteca. O intuito é ampliar as suas experiências já que, fazendo parte das aulas de Dançaterapia com o Pio e a Renata ele tem tido grande evolução. 8 de Abril – Encontro interno sobre Religiões Afro Brasileiras com o Robson. Deu-se continuidade ao Projeto de Valorização da Mulher, sendo que neste mês, a homenageada foi Cora Coralina. Uma mulher poeta e grande guerreira natural de Goiás. 12 de Abril – Viagem à Itália. Robson, Pio e Lucia embarcaram para a Itália a fim de fazerem laboratórios com crianças e adultos, apresentarem o Projeto da Vila Esperança e levar ao conhecimento das comunidades italianas, a riqueza da cultura Afro Brasileira como tema principal: Religiões e Cultura. 18 de Abril – Dia do Livro. Foi feito um estudo sobre Monteiro Lobato, enfocando a obra “Sítio do Picapau Amarelo” com vídeos, músicas, estórias, etc... 19 a 23 de abril – Semana da Memória e Vivências Indígenas. Visitas ao Memorial Indígena, vídeos, cantos e contos dos Povos Indígenas. Aconteceram oficinas com todas as crianças. A Janaína que aprendeu com índios, veio fazer oficina de Pintura corporal. Teve também pintura em tecidos, adornos, danças, modelagem com argila, brinquedos, brincadeiras e músicas indígenas. 19 a 23 de abril: Semana de Memória e vivência indígena A cultura indígena é referência constante no Espaço Cultural Vila Esperança, contudo no mês de abril os trabalhos relacionados a este legado se intensificam. Neste ano, a vivência do que poderíamos chamar de aspectos do cotidiano numa aldeia aconteceu do dia 19 ao 23 de abril. Foram dias permeados por vídeos, visitas ao Memorial Indígena, cantos e contos de povos diversos... Iniciamos a semana ouvindo o conto Subida para o Céu, do povo Bororo, a música referente ao conto foi relembrada – “Oinechangaka”. Cada turma registrou o que ouviu em atividades diversificadas. 2 A história Terra à Vista – Descobrimento ou Invasão? Foi contada... aberta e sugestiva à discussão, foi bem aproveitada a ocasião da suposta data da chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil, aos 22 de abril; a música Chegança de Antônio Nóbrega retrata fielmente a idéia histórica sob os olhos que nos interessam de fato. Dois outros mitos foram trabalhados: O Nascimento da Noite e O Menino e o Jacaré (Maté). As crianças assistiram a fita de vídeo: Pocahontas, que, mesmo não se tratando de um enredo sobre o povo indígena brasileiro, apresenta a vida em aldeia, a força do índio guerreiro, a organização, o respeito e a hospitalidade características destes povos; mostra ainda o primeiro contato entre povos tão diferentes e como uma indiazinha é considerada a “princesa da paz” . O outro vídeo apresentava cantos e danças do povo Guarani. O dia de vivências indígenas na Aldeia da Vila aconteceu na sexta-feira; ficou definido que cada tuma faria uma determinada oficina, ficando assim organizado: - Oficina de Pintura; responsáveis: Emicléia, Regina, Janaína e Shirley. Fizeram pintura em tecido, braceletes e faixas e na pele com motivos do grafismo Karajá e Kaiapó usando as cores vermelha e preta, proveneintes da semente de urucum e do genipapo; ~ Oficina de adornos; responsáveis: Rosângela e Regimar. As crianças confeccionaram colares e cocares também nas cores vermelha e preta, enfeitados com sementes e penas; - Oficina de canto e dança; responsáveis: Gustávio e Adeliane. O grupo desta oficina vivenciou mais profundamente as músicas guaranis; apresentaramnas ritmadas pelos bastões, taquaras, e com a marcação forte e dançanda dos pés; - Oficina de modelagem com argila; responsável: Rosimary O mito que embasou o trabalho foi o da Origem do Povo Karajá. Modelaram o Kboí, personagem principal do mito, o ancestral Karajá que “ainda vive nas profundezas do Rio Araguaia” . - Oficina de Brinquedos e Brincadeiras; responsável: Renata. As crianças brincaram na Coricancha. Aprenderam o Jogo do Cordão (pé de galinha e cama de gato), fizeram o corrupio e brincaram de Onça dorminhoca, peteca, Tatu no buraco, Catitu afogado. Foi uma semana rica de vivência e rememória indígena; a sensibilidade e o gosto em (re)aprender as coisas simples e con as coisas simples, nossas, apesar de pouicas vezes lembrada fez surgir a vontade de se pintar, de aprender as músicas e cantar, dançar, enrolar uj linhs de algodão no dedo e sair por aí se afirmando legítimo, jeito primeiro e integro de ser. Foi bom viver e presenciar isto. Renata 3 20 de abril – “Respeito e limites”. Encontro à tarde com os alunos da 4ª série (pré-adolescentes). 22 de abril – Invasão au Descobrimento? Reflexões sobre a História do Brasil “ser dono do que já tem dono” com histórias, músicas, etc. Durante todo o mês a Renata assumiu a Dançaterapia com as crianças, educadores e também no Asilo São Vicente. Os ensaios de Percussão (Bateria do Afoxé) e do Grupo de Samba de Roda continuaram acontecendo às 2ª , 4ª e 6ª feiras sob a direção de Ronaldo. Regina 4 APRILE Il mese di Aprile è iniziato raccontandosi a vicenda le “storie di pescatori”, raccolte dagli alunni come riflessione sul Giorno della Bugia. Durante tutto il mese, nell´Aldeia di Vila Esperança, Regina ha condotto laboratori di Batik e pittura a mano di tessuti. Hanno partecipato i bambini della Scuola e della Ludoteca divisi in gruppo. Gustavio, il nuovo insegnante di Capoeira ha iniziato le lezioni con grande successo, coinvolgendo i bambini nella sua arte. Le lezioni avvengono giornalmente dalle 8 alle 9 del mattino con i bambini della Scuola e dalle 4 alle 6 del pomeriggio al venerdi per i bambini della Ludoteca. Segue una relazione di Gustavo. Capoeira Angola Il mio arrivo a Vila Esperança ha causato sorpresa prima di tutto a me stesso perché non mi sarei mai aspettato una ricettività così grande da parte dei bambini in relazione alla capoeira. Sono stato presentato in ogni classe, e questo ha avuto una ripercussione molto buona; l´euforia dei bambini era evidente e il mio sogno di poter insegnare questa arte si è concretizzato permettendo ai bambini di riscattare le loro origini africane. La Vila valorizza questo cammino in direzione alla conquista della propria identità, fa sí che i bambini possano incontrare se stessi e questo avviene anche dentro di me che arrivo adesso e posso approfondire ogni giorno di più le mie radici perché possiamo non negare, tutti insieme, le nostre origini. Il mio progetto è di formare un nucleo di Capoeira di Angola nella Scuola che sia un punto di riferimento. Questo gruppo di speranza, vita, amore potrà costruire birimbaus, paus de chuva, caxixis e altri strumenti musicali, crescendo così ogni giorno di più. Intravedo un futuro prossimo, in cui il gruppo possa praticare questa arte, cantare e suonare bene; la Capoeira si manifesterà con forza incentivando i bambini e me. Sono molto felice di stare qui, so che è una storia nuova che nasce e sento che il mio treno che ha finalmente incontrato i binari giusti. Axé! La Capoeira Angola è un dialogo di corpi, vinco quando il mio compagno non ha più risposte alle mie domande. Capoeira Angola, eredità Africana,Capoeira Madre. Gustavio Il 7 di Aprile ha fatto il suo ingresso nella Ludoteca Valter, un ragazzo con 5 Sindrome Dawn. L´obiettivo è ampliare le sue esperienze nella Vila visto che partecipando alle lezioni di Danzaterapia condotte da Pio e Renata, Walter ha fatto grandi progressi. L´otto di aprile Robson ha condotto un incontro sulle Religioni Afrobrasiliane diretto a tutti gli educatori. Abbiamo continuato il progetto di Studi sulle Donne rendendo omaggio a Cora Coralina, poetessa all´avanguardia nella storia della nostra città. Lucia Robson e Pio partono per l´Italia con l´intenzione di lavorare con Laboratori sul gioco rivolti a bambini italiani, incontri sulle Religioni Afrobrasiliane e incontri di Danzaterapia. Il 18 aprile abbiamo realizzato la Festa del Libro. È stato fatto uno studio su Monteiro Lobato, focalizzato sull´opera “Sitio do Picapau Amarelo” con video , musiche, storie ecc. Dal 19 al 23 aprile si è tenuta qui alla Vila la Settimana di Memoria e Vivenze Indigene. Visite al Memoriale Indigena, video, canti e racconti dei Popoli Indigeni. Ci sono stati Laboratori con tutti i bambini. Janaínaha ha dato un laboratorio di pittura corporale, avendo imparato con gli indios. Inoltre ci sono stati laoratori di pittura su stoffe, addobbi, danze, lavori con argilla, giochi e giocattoli, musica. 19/23 aprile: settimana di memoria e vivenze indigene La cultura indigena è un punto di riferimento costante nell´Espaço Cultural Vila Esperança, ma nel mese d´aprile i lavori diretti a questa cultura si sono intensificati. I giorni compresi fra il 19 e 23 di aprile potrebbero essere definiti come carichi degli aspetti del quotidiano in una aldeia indigena, giorni arricchiti dalla proiezione di video, visite al Memoriale Indigena, canti e racconti di diverse etnie… Abbiamo iniziato la settimana con il racconto “Subida para o Céu” del popolo Bororo e abbiamo ricordato e cantato una delle loro musiche: “Oinechangaka. Ciascun gruppo ha poi fatto una rielaborazione creativa di ciò che era stato proposto. La storia Terra à Vista – Descobrimento ou Invasão?” è stata raccontata e il dibattito successivo è stato aperto e suggestivo; si è discusso sulla supposta data ddi arrivi dei colonizzatori portoghesi in Brasile il 22 di aprile e la musica “Chegança” di Antonio Nóbrega è stata ascoltata e cantata visto che fa un ritratto fedele di quello che è significato realmente questo fatto per noi.. In seguito abbiamo lavorato su altri due miti: “La nascita della notte” e “Il bambino e il Jacará (Maté). I bambini hanno potuto assistere a due video. Il primo, “Pocahontas” nonostante non tratti di una storia del popolo indigeno brasiliano, parla della vita in una aldeia, della forza di un indio guerriero, ´dell´ organizzazione, del rispetto e dell´ospitalitá caratteristiche di questi popoli; il video mostra anche il primo contatto fra popoli diversi e parla di una india considerata “la principessa della pace”. L´altro video presentava canti e danze del popolo Guarani. 6 Il giorno di vivenze indigene nell´Aldeia della Vila è avvenuto al venerdì ed è stato definito che ogni gruppo avrebbe partecipato ad un laboratorio. I laboratori erano organizzati nel seguente modo: - Pittura; responsabili: Emicleia, Regina, Janaina e Shirley. Sono state proposte pitture su tessuti, bracciali e fasce, pitture corporali con motivi grafici dei popoli Marajá e Kaiapó. I colori usati erano il rosso e il nero estratti rispettivamente dai semi di urucun e dai frutti del genipapo. - Addobbi; responsabili Rosangela e Regimar. I bambini hanno confezionato collane e cocares anch´essi nei colori rosso e nero, arricchiti da semi e penne. - Canto e danza; responsabili: Gustavio e Adeliane. Il gruppo di questo laboratorio ha vissuto più profondamente le musiche guarani; hanno fatto presentazioni artistiche ritmate dal suono di bastoni, taquaras e con il ritmo forte e marcante battuto dai piedi - Argilla; responsabile: Rosimary - Il mito che ha ispirato i lavori è stato “L´Origine del Popolo Marajá” È stato modellato il Kbói, personaggio principale del mito, l´ancestrale Marajá che ancora vive nelle acque profonde del Rio Araguaia. - Giochi e giocattoli; responsabile: Renata. - I bambini hanno giocato nella Coricancha. Hanno imparato il gioco “do Cordão” (pé de galinha e cama de gato), hanno fatto il corrupio e hanno giocato con La “onça dorminhoca”, peteca, Tatu no buraco, Catitu afogado. È stata una settimana ricca di vivenza e memoria indigena; la sensibilità e il gusto di apprendere e riapprendere le cose semplici e con le cose semplici, le nostre, nonostante siano poche volte ricordate, imparare a dipingere e dipingersi, a cantare, danzare, tessere i fili di cotone con le dita e affermarsi legittimi, interi, integri. È stato bello poter vivere tutto questo. Renata 20 aprile – “Rispetto e limiti”: Incontro nel pomeriggio con gli alunni della quarta elementare. 22 aprile –Invasione o Scoperta? Riflessioni sulla Storia del Brasile, “essere padroni di qualcosa che ha giá un padrone”, con storie, musiche ecc. Durante tutto il mese Renata ha lavorato con la Danzaterapia con i bambini, educatori e nell´Asilo São Vicente. Le prove di Percussione (gruppo dell´Afoxè) e del Gruppo Samba de Roda continuano tutti i lunedì, mercoledì e sabato coordinati da Ronaldo. Regina 7