Informativo LMC 2015 - Missionários Combonianos

Transcrição

Informativo LMC 2015 - Missionários Combonianos
INFORMATIVO
LEIG@S MISSIONÁRI@S
COMBONIAN@S
SETEMBRO/2015
Ano XVIII, edição 1
Editorial: “Eu vim para servir!”
Nesta edição:
Campanha Missionária
2015
1
Rondônia:
“Eu ouvi o clamor do meu
povo”.
2
Família Comboniana
3
Encontro LMC em
Contagem
4
Comunidade LMC em Contagem
5
Peru: Missionária Itinerante 6
Moçambique: “Sair de mim, 7
deixar minhas expectativas”
Notícias
Datas Importantes
Contatos
9
P
artilhamos a
caminhada LMC Brasil, aqui e além fronteiras.
Em
vistas
da
preparação para o
mês
de
outubro,
queremos lembrar e
agradecer a Deus por
todas as
pessoas
que se colocam a servico da construção do
Reino.
O Ano Missionário
2015 tem como tema
“Missão é Servir”,
exemplo de Jesus pa-
ra todos nós batizados.
Sonhamos com uma
Igreja Povo de Deus,
ministerial, onde todos sejam considerados. A vocação laical,
compreende
mais de 90% da Igreja
e muito ainda precisa
ser feito para sua
formação
e
reconhecimento,
mesmo depois de ja
se ter completado 50
anos do Vaticano II. O
que dizer então do
chamado ao laicato
missionário?
Que cada batizado
desperte para o que
nos recorda o papa
Francisco na Evangelii Gaudium n. 273,
que se tenha a convicção: “Eu sou uma
missão nesta terra, e
para isso estou neste
mundo… pessoas que
decidiram no mais
intimo de si mesmas,
estar com os outros e
ser para os outros”.
Vocação e missão
estão
intimamente
ligadas, podendo-se
dizer que uma é consequência da outra.
Não existe missão se
não houver quem a
realize e hoje é
necessário
Evangelizadores com espírito! Pessoas ousadas,
que saibam amar gratuitamente, romper
esquemas, barreiras
e fronteiras. Pessoas
que
entendam
a
missão como serviço.
Somos chamados a
servir! Acolher o ou
tro sem julgamentos,
sermos pessoas portadoras de esperança, que revelam com
a vida a alegria do
encontro com o Ressuscitado!
LMC Brasil 
Campanha Missionária 2015
As Pontifícias Obras Missionárias (POM) fez o lançamento do material oficial da
Campanha Missionária de
2015, para o mês de outubro,
Mês das Missões. O cartaz
traz em destaque o tema
deste ano “Missão é Servir”
e o lema “Quem quiser ser o
primeiro seja o servo de todos”, conforme a narrativa
de Marcos 10,14, em conti-
nuidade à Campanha da Fraternidade deste ano. O material é
muito rico e consiste no cartaz
oficial, na Mensagem do Papa
Francisco para o Dia Mundial
das Missões, os marcadores de
página, a reflexão para cada domingo de outubro, o material audiovisual com nove vídeos que
trazem a dimensão da Missão da
Igreja e a Sociedade. O material
está disponível:
http://www.pom.org.br/index.p
I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS
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“Eu ouvi o clamor do meu Povo”
por Rose Mary Cândido Plans - Lmc - Rondônia
Os
povos indígenas têm sofrido grandes
ameaças em seus direitos assegurados pela
Constituição Federal de 1988. “Estamos lutando para continuarmos vivos em nossos
territórios, mas cada vez mais querem tirar
nossos direitos, se o projeto de emenda
constitucional a PEC 215 será um retrocesso
em nossos direitos, pois dizer que os deputados e senadores irão interferir definir sobre a
demarcação de nossos territórios; Isto é um
perigo porque eles não nos representam.” (Heliton Gavião)
Hoje são inúmeros projetos de Lei e emendas
constitucionais que insistem em reduzir os
direitos dos povos indígenas e comunidades
quilombolas. Estas lutas muitas vezes não
são noticiadas pela grande mídia e quando
há informações, não raro são distorcidas e
incompletas.
A Campanha da Fraternidade de 2015 propõe transformar efetivamente a sociedade
brasileira pela incidência das ações das pastorais sociais. O texto base nos esclarece:
“Os povos indígenas precisam de apoio na
luta pelos seus territórios, pela manutenção
de sua cultura e pela sobrevivência no modo
de vida próprio de sua tradição.”
A Pastoral Indigenista da Diocese de JiParaná/Cimi tem buscado por mais de 25
anos, ser esta presença solidária e profética
junto aos 55 povos indígenas que vivem neste estado, com imensa diversidade cultural e
linguística. Há também outros 15 grupos indígenas sem
contato com
a sociedade
e que correm risco de serem exterminados
pelo avanço do desmatamento, retirada ilegal de madeiras, garimpos e expansão do
agronegócio.
É neste cenário que os LMC, tem contribuído desde 1998, sendo uma presença discreta, mas viva e missionária na Diocese de JiParaná, junto aos povos indígenas. Como
batizados não podemos ficar indiferente
quando irmãos e irmãs nossos estão correndo risco de serem exterminados em nome do
poder e do acumulo. Infelizmente a dor, a
beleza e a luta dos povos indígenas são invisíveis para uma grande parcela da sociedade brasileira; em meio a estas cruzes somos
alimentados pelas palavras de Deus: “Eu ouvi o clamor do meu povo, eu conheço seus
sofrimentos e por isso desci ao seu encontro.“ (Ex 3,7-8).
O Deus da Vida continua nos chamando,
convida a irmos ao encontro dos povos indígenas, que clamam por vida e justiça. Eles
têm muito a nos ensinar com seu modo de
relacionar com a natureza, no cuidado com
suas crianças, na escuta dos mais velhos e
na simplicidade de viver. “Nós precisamos de
vocês da Pastoral indigenista, porque vocês
vêm ficam conosco, comem conosco e trazem informações que a gente pode confiar”
(Pedro Arara). A diversidade cultural de Rondônia precisa ser conhecida, respeitada e
preservada, porque acreditamos nas palavras de Jesus. “Eu vim para que todos tenham Vida e Vida plena.” Jo 10,10 
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I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS
Semana Missionária Comboniana
Com grande alegria, participamos da atividade
missionária realizada como Família Comboniana no estado do Espirito Santo.
Foi com certeza um tempo de graça, onde pudemos nos encontrar como irmãos e irmãs de
caminhada, partilhar das alegrias e tristezas das
comunidades que nos acolheram tão generosamente e divulgar o carisma comboniano. Emma, lmc italiana participou deste momento e
faz uma breve partilha de sua rica vivencia.
Família Comboniana: padre Elias, padre Savio, Irma Josefina,
Emma, Wedipo, Cosmas, Fidel, Grimert.
Missão: tempo de Graça!
por Emma Chiolini, LMC italiana em Contagem/MG
“Tire as sandálias dos pés, porque o
lugar onde você está pisando é um
lugar sagrado ” (Ex 3,5)
Esta
terra se chama Pau-Brasil, Irajá, Comboios,
Caeiras, Olho d’Água, aldeias Indígenas situadas
no estado do Espirito Santo.
Vivi 9 dias com muita intensidade, dias importantes, lindos, cheios de amizade e de partilha. Nós,
Família Comboniana (padres, irmãs, leigos, escolásticos) e o povo indígena Tupinikim, povo desta
terra santa.
Simplicidade, humildade, partilha, acolhimento,
são palavras que revivo celebrando aqueles dias.
A disponibilidade, a ternura das famílias que encontramos, visitamos, vivemos, brotaram dentro de
mim a beleza dos valores autênticos e sinceros que
valorizam o encontro com o Outro e a sacralidade
de saber acolher.
O povo Tupinikim, como todos os povos indígenas,
é um povo que lutou pelo reconhecimento da terra
que sempre foi sua e que perdeu com a colonização, perdendo também o direito de serem moradores. Terra indígena, terra santa. Uma luta que iniciou no ano de 1979 a 1981 pelo território sempre
mais explorado, de outra colonização, aquela de
uma multinacional estrangeira, apoiada da um poder politico e econômico lobístico.
Muitas foram as tentativas da parte da policia com
armas e ameaças para que o povo Tupinikim saísse
de suas terras. Muitos os processos, a procura de
carta e documentos para demonstrar que era terra
indígena e finalmente em 1993 a demarcação da
terra e o reconhecimento do território indígena
protegido, com suas comunidades e aldeias.
Luta pela Vida, luta pelos direitos, pelo respeito de
uma cultura que resiste a lógica dominante que
quer todos como objeto e consumidores.
As ameaças acabaram e a lei confirmou uma verdade que sempre existiu, agora é tempo de recuperar um território explorado por uma fabrica que
plantou eucalipto em cada lugar por interesse de
mercado, para fabricação da celulose. O problema
destas arvores é que crescem rápido e tiram água
da terra, empobrecendo o solo e tirando espaço da
floresta nativa.
Tanto o clima, depois, por causa da seca, tudo fica
mais difícil e complicado para quem vive do cultivo.
Recomeçar, cuidar da terra e dos seus frutos, através de uma tradição indígena sempre de respeito,
Pachamama, vivenciando na essencia, isso è uma
linda lição de vida que o povo indígena nos ensina.
Nesta terra fomos acolhidos, nos sentimos em
casa e não existe coisa mais linda para um peregrino, para um estrangeiro ser acolhido e conduzido
pela mão. 
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Comunidade LMC em Contagem
Aconteceu em Contagem – MG, no mês de
junho, o encontro para os interessados em
conhecer o Projeto Leigos Missionários Combonianos. Foi um momento rico de partilha
de experiências de vida e de motivações
missionárias junto aos que estão começando
a caminhada e uma oportunidade de fazer
memória e reanimar o espírito missionário
dos que já se encontram neste caminho a
mais
tempo!
O primeiro dia foi dedicado ao estudo da Bula Rosto da Misericórdia do Papa Francisco
e nos assessorou o pe Adriano Zerbini, que
está chegando para esta realidade de Nova
Contagem e é o novo representante da Província Comboniana no Conselho Executivo da
ALMC.
O documento mostra Jesus Cristo como o
rosto da Misericórdia do Pai e partilhamos
sobre a implicação que isto
deve ter
em nossa vivência da fé. Muito provocante
e iluminadora foi a relação feita do termo
Misericórdia e as reflexões de Jon Sobrino sobre o Princípio Misericórdia.
Na dimensão da Espiritualidade Comboniana, Alejo nos ajudou a rezar a partir da
reflexão sobre o Coração trespassado de
Cristo Bom Pastor e trouxe muito da História LMC no Brasil que completa 20 anos
desde sua inspiração inicial.
Conversamos um pouco mais especificamente sobre o chamado LMC, nossa organização e frentes missionárias nas quais
estamos presentes. Houve oportunidade
também de entendermos a organização Internacional dos LMC em linhas gerais.
Desejamos que o exemplo de São Daniel
Comboni continue inspirando leigas e leigos
a assumirem cada vez mais seu compromisso missionário com a Humanidade, além de
todas as fronteiras! 
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I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS
“Comunidade LMC em Contagem”
Com grande alegria acolhemos as novas
moradoras na Casa de referência do Projeto
Leigos Missionários Combonianos para a caminhada de missão, formação, discernimento e vivência missionária junto ás Comunidades da Paróquia São Domingos de Gusmão em Contagem/MG.
Raylene, chegou em junho, vinda do Maranhão e depois de uma caminhada junto aos
combonianos e a dimensão da Justiça e Paz
decidiu fazer a formação junto ao Projeto
Leigos Missionários Combonianos. Chegou
animada e já está contribuindo com as atividades da Pastoral da Juventude de maneira
especial.
Chegou também Priscila para esta convivência missionária. Ela acompanha a caminhada
da Família Comboniana a algum tempo e
está decidida a fazer este período de discernimento, escuta e vivência missionária.
Agradecemos o carinho e a disponibilidade
de Lourdes e Emma que fazem parte desta
comunidade e pedimos a São Daniel Comboni que nos acompanhe nesta nossa caminhada com muita ousadia e ardor missionário! 
Lourdes, Raylene, Emma e Priscila
“Convivência Missionária”
A
Comunidade LMC, localizada no bairro
Ipê Amarelo, juntamente com a Comunidade N. Sra Aparecida, acolheu para
uma convivência missionária, Jussara
que é de Curitiba e participa do grupo
que ali se encontra para rezar e viver a
espiritualidade comboniana.
Foram cerca de trinta dias onde ela pode conhecer a dinâmica da comunidade missionária
e as atividades desenvolvidas.
Conheceu o funcionamento da Casa Comboniana, com seus vários cursos e seus atendimentos como massoterapia, magnetismo,...
As reuniões das pastorais atuantes na Paróquia São Domingos de Gusmão, como a
Pastoral da Criança, Carcerária, o trabalho
com os Vicentinos. Visitou as pessoas da
comunidade e colocou a mão na massa
ajudando na preparação da Feijoada dos
Vicentinos e nas atividades da casa LMC.
Também fez a visita a Apac de Itaúna. E
participou do Encontro onde pode conhecer
um pouco mais sobre a organização e as
atividades desenvolvidas pelos LMC aqui no
Brasil e nos outros continentes.
Seguirá participando do grupo que se encontra em Curitiba, unida a caminhada
lmc e ao ideal missionário comboniano,
preparando seus próximos passos. 
Jussara e Cristina
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I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS
“Missionária Itinerante!”
Guilherma Vicenti - lmc/Peru
Em meados de setembro retorna ao Brasil,
Guilherma que há quase três meses compartilha da acolhida do povo peruano.
“Na simplicidade e no encontro podemos
exercer o mandato missionário recebido
em nosso batismo”. Isto nos revela o testemunho de Guilherma, mulher guerreira e
dinâmica, nos seus 73 anos de idade.
Ela está em Lima, onde se encontra por
três meses na Paróquia Cristo Misionero
del Padre. Ali se encontra com um grupo
Guilherma, juntamente com os lmc Peru e ao centro padre Sergio Augustoni.
de mulheres e compartilha seus conhecimentos de corte e costura industrial. Pelas
fotos já pudemos perceber o resultado de
seu trabalho nas vestimentas litúrgicas que
foram costuradas. Acompanha ao padre Joselin Vargas nas atividades eclesiais e visitas as comunidades
Também esta compartilhando a riqueza do
chamado missionário com os irmãos LMC
do Peru e participou do momento de despedida e envio do Pe Sergio que por vários
anos acompanhou o grupo LMC no Peru e
agora parte para uma nova frente missionária. Desejamos um bom retorno e que
mais pessoas se contagiem com seu testemunho.
Guilherma pertence a Paróquia Santa Amélia na cidade
de Curitiba, entrou para a formação LMC em 2003 e já esteve por sete anos em missão
em Moçambique. Encontra-se
em Lima na Paróquia Cristo
Misionero del Padre.
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I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS
“Sair de mim, deixar minhas expectativas!“
por Flávio Schmidt, LMC em Carapira/Moçambique
Quando me interessei pelo grupo LMC no
Brasil, o que me chamou a atenção foi o trabalho com os povos indígenas. Assim, na
ideia de poder trabalhar com estes povos
tradicionais, ricos em cultura e espiritualidade, sobretudo na sua relação com a natureza, quis ingressar na formação para ser
LMC. Mas, já logo no início, lendo os textos
de Comboni e sobre missão, dei-me conta
de que, afinal, não deveria eu decidir a missão que gostaria de fazer, e sim, desprender-me de mim mesmo, das minhas pretensões e ideais e dizer: “Eis-me aqui, Senhor,
para servir, aonde me enviares”. E foi com
este novo modo de pensar que segui a formação para LMC, sem exigências ou pretensões, mas aberto ao chamado de Deus presente na realidade e nos acontecimentos.
Não poucas vezes me perdia. Via a realidade e surgiam ideias, sonhos, vontade de realizar algo para atender àquela necessidade. Lembro-me que numa conversa com minha companheira de comunidade na nossa
casa de formação em Nova Contagem-MG,
cheguei a sugerir de ficar um ano mais por
ali para fazer um trabalho naquela realidade, mas no fim da conversa, ela levou-me a
refletir a proposta da espiritualidade comboniana, que é essencialmente a partida. Isso me fez recordar de uma história contada
por um dos assessores do curso de preparação para a missão ad gentes promovido pelo
CCM (Centro de Cultura Missionária), em
Brasília-DF, onde um casal que partia foi
questionado se não era desonesto eles deixarem os trabalhos aqui, com tanta necessidade que existe, e partir para outro país. A
resposta foi: “Seria desonesto com a humanidade se não partíssemos”. Assim, necessidades sempre há e sempre haverá em todos
os lugares, mas o impulso missionário de sair, desprender-se das suas raízes e abrirse ao outro, ao novo, e ir reconhecer as sementes do Verbo semeadas desde a criação
naquela realidade é uma riqueza imensa, para o missionários, para o povo que o recebe,
e para a Igreja como Corpo de Cristo, com
muitos membros, com diferentes funções.
A partilha da vida e da fé enriquece a todos!
Assim, da minha caminhada formativa e do
diálogo surgiu o chamado de vir para Moçambique, na região Norte, província de
Nampula, comunidade LMC de Carapira! Estar com o povo macua, o mais numeroso de
Moçambique, e inserido em uma Escola Industrial, com centro internato onde vivem
cerca de 150 rapazes. E eu acolhi esta possibilidade com o coração, “sem expectativas”, como eu costumava dizer. E sou profundamente grato, a Deus e a todos os que
participaram desta caminhada, pela oportunidade desta vivência. A riqueza desta partilha foi tanta que, após o primeiro período
de 2 anos, não hesitei em pedir a renovação.
I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS
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por mais 2 anos. E aqui estou, há 3 anos e
meio, sem arrependimentos de ter aceito
este chamado. Posso afirmar com toda a
certeza que não perdi nada, mas Deus me
deu muito! Por sua graça e através do povo.
Nem sempre é fácil estar aqui, mas o
“sem expectativas” ajudou-me muito na
adaptação às necessidades que foram
sendo apresentadas para a minha presença. No trabalho na Escola me foi proposto
apoiar um irmão comboniano que estava na
administração da Escola. Burocracia do
Estado, papéis, números, contas, documentos, processos, funcionários, pagamentos, compras de material. Trabalhos
durante o dia, e também à noite, para garantir que tudo pudesse ser feito a tempo. Quem imaginava estar na missão na
maior parte do tempo fechado em um gabinete? Mas se ali era “onde ninguém queria estar”, “Eis-me aqui, Senhor, para servir, aonde me enviares”. Também fui presenteado com duas turmas para lecionar a
disciplina de “Educação Cívica e Moral”.
Ao ver o título da disciplina fiquei preocupado com o que seria o conteúdo, mas afinal, era bastante interessante. Eram assuntos relacionados com conhecimento de
si, da realidade social e econômica, do
Flávio Schmidt, lmc brasileiro completa o seu quarto ano em Missão na
Diocese de Nampula e vive em comu
nidade com Márcia, lmc portuguesa e
Beatriz, lmc mexicana.
mundo do trabalho, do diálogo entre diferentes religiões (já que cerca de metade
dos alunos são muçulmanos), da importância
de um projeto de vida, entre outras coisas
nesta linha. Assim, senti-me muito à vontade, e os anos de catequista e de pastoral da
juventude facilitaram muito o lidar com os
adolescentes, mas sobretudo com os temas.
Pela graça de Deus, nossa presença não se
limita somente à Escola. Nos finais de semana temos a oportunidade de acompanhar as
comunidades e, dentro das possibilidades,
realizar um trabalho também em alguma
pastoral. Logo nas primeiras semanas da minha chegada, aconteceu um encontro Diocesano do ministério de Justiça e Paz, do qual
participei com muito interesse, e, desde então, iniciei a acompanhar este ministério na
paróquia, motivado também pelo pároco, que
dava um grande apoio a este trabalho. Tem
sido muito gratificante o trabalho nas comunidades, sobretudo de formação e conscientização sobre os seus direitos garantidos
por lei. Nos últimos anos, dentre outros temas, o que tem tido destaque no trabalho da
Comissão Diocesana de Justiça e Paz tem
sido a questão de terras. A lei de terras de
Moçambique é muito favorável aos camponeses, no entanto, pelo alto nível de analfabetismo (a maioria das pessoas nas comunidades mais distantes fala apenas a língua local,
o macua) e a falta de informação, muitas vezes os investidores, apoiados pelo próprio
governo local, apropriam-se das terras que
por direito são dos camponeses, tirando suas áreas de cultivo e privando os mesmos de
ter ao menos uma produção de subsistência.
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I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS
Diante desta realidade, a Comissão tem
elaborado materiais escritos e visuais para o
trabalho de conscientização sobre a lei de
terras nas comunidades e motivado para que
as comunidades se organizem para obter o
documento official de DUAT (Direito de Uso
e Aproveitamento de Terras), apesar de, por
lei, as comunidades terem direito sobre as
areas mesmo sem o documento official. O
mais importante deste processo não é o documento em si, mas a tomada de consciência
do direito que existe. Isso tem sido fundamental, pois, até aqui, neste processo,
nenhum pedido de documento foi aprovado
“ ... dei-me conta de que, afinal, não deveria
eu decidir a missão que gostaria de fazer, e
sim, desprender-me de mim mesmo, das
minhas pretensões e ideais ....”
pelos órgãos do governo local, que, apesar
do prazo estipulado de 15 dias para uma
resposta, existem processos que ultrapassam 1 ano desde sua apresentação que ainda não têm nenhuma resposta. Mas é bonito ver e ouvir, aos poucos, que algumas comunidades, após conhecerem a lei, estão a
defender os seus direitos. São pequenos
sinais que vão surgindo nesta desafiante
realidade. E isso anima e motiva a ter a
certeza da presença de Deus no nosso
trabalho missionário! Afinal, a missão não
é nossa, mas Dele! É Ele quem envia e orienta! Por isso é preciso estarmos atentos
aos caminhos que Ele nos indica, que nem
sempre são os que imaginávamos. Mas, para a missão, é preciso “sair de mim, deixar
minhas expectativas” e atender ao chamado de Deus! Vem ser missionário você
também! Estamos juntos, inspirados pelo
testemunho de São Daniel Comboni! 
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I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS
"Discípulos missionários combonianos chamados a viver a alegria do
Evangelho no mundo de hoje".
De 31 de agosto a 4 de outubro em Roma, se realizará o XVIII Capítulo Geral dos Missionários
Combonianos, sob o tema "Discípulos missionários
combonianos chamados a viver a alegria do Evangelho no mundo de hoje".
das várias províncias onde os missionários combonianos se encontram a trabalhar. Esta é uma oportunidade para avaliar o caminho feito e para discernir em
vista do futuro, tendo em conta os sinais dos tempos
na Igreja e no mundo, para responder-lhes com a esperança do Evangelho, tendo em vista sobretudo os
mais pobres, os irmãos privilegiados da nossa missão.
(Fonte: pe Arlindo Pinto - Mccj)
Setenta e sete representantes dos Missionários
Combonianos, de vinte nacionalidades, começaram
no dia 31 de Agosto de 2015, a semana de preparação para o XVIII Capítulo Geral do Instituto. De
seis em seis anos, o Capítulo reúne os delegados
Datas Importantes!
05 de outubro - Canonização de São Daniel
Comboni
10 de outubro - Dia de São Daniel Comboni
Atenção: nossos endereços
eletrônicos mudaram!!!!!
Rua das Mangueiras, 200 - Ipê Amarelo
Contagem - MG
CEP: 32051-060
Tel/Fax: 31-3356-7625
Email [email protected]
http://www.lmcbrasil.esy.es blog:
http://lmcbrasil.blogspot.com.br/
“A missão nos interpela e pede uma
resposta urgente e corajosa.”
“A missão se realiza através dos joelhos
dos que rezam,
das mãos dos que contribuem
e dos pés dos que partem!”
Você pode ajudar!
Se você deseja apoiar as atividades
e projetos desenvolvidos pelos
LMC, nas diversas frentes em que
atuam, poderá fazê-lo através do
depósito bancário em nome da:
“Associação Leigos Missionários
Combonianos”
Banco Itaú: AG 5636 - Conta Corrente: 02063-7
“Somos os mais felizes da
terra, porque estamos nas
mãos de Deus.” (ES 5082)
(Daniel Comboni)

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