Informativo LMC 2015 - Missionários Combonianos
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INFORMATIVO LEIG@S MISSIONÁRI@S COMBONIAN@S SETEMBRO/2015 Ano XVIII, edição 1 Editorial: “Eu vim para servir!” Nesta edição: Campanha Missionária 2015 1 Rondônia: “Eu ouvi o clamor do meu povo”. 2 Família Comboniana 3 Encontro LMC em Contagem 4 Comunidade LMC em Contagem 5 Peru: Missionária Itinerante 6 Moçambique: “Sair de mim, 7 deixar minhas expectativas” Notícias Datas Importantes Contatos 9 P artilhamos a caminhada LMC Brasil, aqui e além fronteiras. Em vistas da preparação para o mês de outubro, queremos lembrar e agradecer a Deus por todas as pessoas que se colocam a servico da construção do Reino. O Ano Missionário 2015 tem como tema “Missão é Servir”, exemplo de Jesus pa- ra todos nós batizados. Sonhamos com uma Igreja Povo de Deus, ministerial, onde todos sejam considerados. A vocação laical, compreende mais de 90% da Igreja e muito ainda precisa ser feito para sua formação e reconhecimento, mesmo depois de ja se ter completado 50 anos do Vaticano II. O que dizer então do chamado ao laicato missionário? Que cada batizado desperte para o que nos recorda o papa Francisco na Evangelii Gaudium n. 273, que se tenha a convicção: “Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo… pessoas que decidiram no mais intimo de si mesmas, estar com os outros e ser para os outros”. Vocação e missão estão intimamente ligadas, podendo-se dizer que uma é consequência da outra. Não existe missão se não houver quem a realize e hoje é necessário Evangelizadores com espírito! Pessoas ousadas, que saibam amar gratuitamente, romper esquemas, barreiras e fronteiras. Pessoas que entendam a missão como serviço. Somos chamados a servir! Acolher o ou tro sem julgamentos, sermos pessoas portadoras de esperança, que revelam com a vida a alegria do encontro com o Ressuscitado! LMC Brasil Campanha Missionária 2015 As Pontifícias Obras Missionárias (POM) fez o lançamento do material oficial da Campanha Missionária de 2015, para o mês de outubro, Mês das Missões. O cartaz traz em destaque o tema deste ano “Missão é Servir” e o lema “Quem quiser ser o primeiro seja o servo de todos”, conforme a narrativa de Marcos 10,14, em conti- nuidade à Campanha da Fraternidade deste ano. O material é muito rico e consiste no cartaz oficial, na Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, os marcadores de página, a reflexão para cada domingo de outubro, o material audiovisual com nove vídeos que trazem a dimensão da Missão da Igreja e a Sociedade. O material está disponível: http://www.pom.org.br/index.p I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS Página 2 “Eu ouvi o clamor do meu Povo” por Rose Mary Cândido Plans - Lmc - Rondônia Os povos indígenas têm sofrido grandes ameaças em seus direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988. “Estamos lutando para continuarmos vivos em nossos territórios, mas cada vez mais querem tirar nossos direitos, se o projeto de emenda constitucional a PEC 215 será um retrocesso em nossos direitos, pois dizer que os deputados e senadores irão interferir definir sobre a demarcação de nossos territórios; Isto é um perigo porque eles não nos representam.” (Heliton Gavião) Hoje são inúmeros projetos de Lei e emendas constitucionais que insistem em reduzir os direitos dos povos indígenas e comunidades quilombolas. Estas lutas muitas vezes não são noticiadas pela grande mídia e quando há informações, não raro são distorcidas e incompletas. A Campanha da Fraternidade de 2015 propõe transformar efetivamente a sociedade brasileira pela incidência das ações das pastorais sociais. O texto base nos esclarece: “Os povos indígenas precisam de apoio na luta pelos seus territórios, pela manutenção de sua cultura e pela sobrevivência no modo de vida próprio de sua tradição.” A Pastoral Indigenista da Diocese de JiParaná/Cimi tem buscado por mais de 25 anos, ser esta presença solidária e profética junto aos 55 povos indígenas que vivem neste estado, com imensa diversidade cultural e linguística. Há também outros 15 grupos indígenas sem contato com a sociedade e que correm risco de serem exterminados pelo avanço do desmatamento, retirada ilegal de madeiras, garimpos e expansão do agronegócio. É neste cenário que os LMC, tem contribuído desde 1998, sendo uma presença discreta, mas viva e missionária na Diocese de JiParaná, junto aos povos indígenas. Como batizados não podemos ficar indiferente quando irmãos e irmãs nossos estão correndo risco de serem exterminados em nome do poder e do acumulo. Infelizmente a dor, a beleza e a luta dos povos indígenas são invisíveis para uma grande parcela da sociedade brasileira; em meio a estas cruzes somos alimentados pelas palavras de Deus: “Eu ouvi o clamor do meu povo, eu conheço seus sofrimentos e por isso desci ao seu encontro.“ (Ex 3,7-8). O Deus da Vida continua nos chamando, convida a irmos ao encontro dos povos indígenas, que clamam por vida e justiça. Eles têm muito a nos ensinar com seu modo de relacionar com a natureza, no cuidado com suas crianças, na escuta dos mais velhos e na simplicidade de viver. “Nós precisamos de vocês da Pastoral indigenista, porque vocês vêm ficam conosco, comem conosco e trazem informações que a gente pode confiar” (Pedro Arara). A diversidade cultural de Rondônia precisa ser conhecida, respeitada e preservada, porque acreditamos nas palavras de Jesus. “Eu vim para que todos tenham Vida e Vida plena.” Jo 10,10 Página 3 I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS Semana Missionária Comboniana Com grande alegria, participamos da atividade missionária realizada como Família Comboniana no estado do Espirito Santo. Foi com certeza um tempo de graça, onde pudemos nos encontrar como irmãos e irmãs de caminhada, partilhar das alegrias e tristezas das comunidades que nos acolheram tão generosamente e divulgar o carisma comboniano. Emma, lmc italiana participou deste momento e faz uma breve partilha de sua rica vivencia. Família Comboniana: padre Elias, padre Savio, Irma Josefina, Emma, Wedipo, Cosmas, Fidel, Grimert. Missão: tempo de Graça! por Emma Chiolini, LMC italiana em Contagem/MG “Tire as sandálias dos pés, porque o lugar onde você está pisando é um lugar sagrado ” (Ex 3,5) Esta terra se chama Pau-Brasil, Irajá, Comboios, Caeiras, Olho d’Água, aldeias Indígenas situadas no estado do Espirito Santo. Vivi 9 dias com muita intensidade, dias importantes, lindos, cheios de amizade e de partilha. Nós, Família Comboniana (padres, irmãs, leigos, escolásticos) e o povo indígena Tupinikim, povo desta terra santa. Simplicidade, humildade, partilha, acolhimento, são palavras que revivo celebrando aqueles dias. A disponibilidade, a ternura das famílias que encontramos, visitamos, vivemos, brotaram dentro de mim a beleza dos valores autênticos e sinceros que valorizam o encontro com o Outro e a sacralidade de saber acolher. O povo Tupinikim, como todos os povos indígenas, é um povo que lutou pelo reconhecimento da terra que sempre foi sua e que perdeu com a colonização, perdendo também o direito de serem moradores. Terra indígena, terra santa. Uma luta que iniciou no ano de 1979 a 1981 pelo território sempre mais explorado, de outra colonização, aquela de uma multinacional estrangeira, apoiada da um poder politico e econômico lobístico. Muitas foram as tentativas da parte da policia com armas e ameaças para que o povo Tupinikim saísse de suas terras. Muitos os processos, a procura de carta e documentos para demonstrar que era terra indígena e finalmente em 1993 a demarcação da terra e o reconhecimento do território indígena protegido, com suas comunidades e aldeias. Luta pela Vida, luta pelos direitos, pelo respeito de uma cultura que resiste a lógica dominante que quer todos como objeto e consumidores. As ameaças acabaram e a lei confirmou uma verdade que sempre existiu, agora é tempo de recuperar um território explorado por uma fabrica que plantou eucalipto em cada lugar por interesse de mercado, para fabricação da celulose. O problema destas arvores é que crescem rápido e tiram água da terra, empobrecendo o solo e tirando espaço da floresta nativa. Tanto o clima, depois, por causa da seca, tudo fica mais difícil e complicado para quem vive do cultivo. Recomeçar, cuidar da terra e dos seus frutos, através de uma tradição indígena sempre de respeito, Pachamama, vivenciando na essencia, isso è uma linda lição de vida que o povo indígena nos ensina. Nesta terra fomos acolhidos, nos sentimos em casa e não existe coisa mais linda para um peregrino, para um estrangeiro ser acolhido e conduzido pela mão. I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS Página 4 Comunidade LMC em Contagem Aconteceu em Contagem – MG, no mês de junho, o encontro para os interessados em conhecer o Projeto Leigos Missionários Combonianos. Foi um momento rico de partilha de experiências de vida e de motivações missionárias junto aos que estão começando a caminhada e uma oportunidade de fazer memória e reanimar o espírito missionário dos que já se encontram neste caminho a mais tempo! O primeiro dia foi dedicado ao estudo da Bula Rosto da Misericórdia do Papa Francisco e nos assessorou o pe Adriano Zerbini, que está chegando para esta realidade de Nova Contagem e é o novo representante da Província Comboniana no Conselho Executivo da ALMC. O documento mostra Jesus Cristo como o rosto da Misericórdia do Pai e partilhamos sobre a implicação que isto deve ter em nossa vivência da fé. Muito provocante e iluminadora foi a relação feita do termo Misericórdia e as reflexões de Jon Sobrino sobre o Princípio Misericórdia. Na dimensão da Espiritualidade Comboniana, Alejo nos ajudou a rezar a partir da reflexão sobre o Coração trespassado de Cristo Bom Pastor e trouxe muito da História LMC no Brasil que completa 20 anos desde sua inspiração inicial. Conversamos um pouco mais especificamente sobre o chamado LMC, nossa organização e frentes missionárias nas quais estamos presentes. Houve oportunidade também de entendermos a organização Internacional dos LMC em linhas gerais. Desejamos que o exemplo de São Daniel Comboni continue inspirando leigas e leigos a assumirem cada vez mais seu compromisso missionário com a Humanidade, além de todas as fronteiras! Página 5 I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS “Comunidade LMC em Contagem” Com grande alegria acolhemos as novas moradoras na Casa de referência do Projeto Leigos Missionários Combonianos para a caminhada de missão, formação, discernimento e vivência missionária junto ás Comunidades da Paróquia São Domingos de Gusmão em Contagem/MG. Raylene, chegou em junho, vinda do Maranhão e depois de uma caminhada junto aos combonianos e a dimensão da Justiça e Paz decidiu fazer a formação junto ao Projeto Leigos Missionários Combonianos. Chegou animada e já está contribuindo com as atividades da Pastoral da Juventude de maneira especial. Chegou também Priscila para esta convivência missionária. Ela acompanha a caminhada da Família Comboniana a algum tempo e está decidida a fazer este período de discernimento, escuta e vivência missionária. Agradecemos o carinho e a disponibilidade de Lourdes e Emma que fazem parte desta comunidade e pedimos a São Daniel Comboni que nos acompanhe nesta nossa caminhada com muita ousadia e ardor missionário! Lourdes, Raylene, Emma e Priscila “Convivência Missionária” A Comunidade LMC, localizada no bairro Ipê Amarelo, juntamente com a Comunidade N. Sra Aparecida, acolheu para uma convivência missionária, Jussara que é de Curitiba e participa do grupo que ali se encontra para rezar e viver a espiritualidade comboniana. Foram cerca de trinta dias onde ela pode conhecer a dinâmica da comunidade missionária e as atividades desenvolvidas. Conheceu o funcionamento da Casa Comboniana, com seus vários cursos e seus atendimentos como massoterapia, magnetismo,... As reuniões das pastorais atuantes na Paróquia São Domingos de Gusmão, como a Pastoral da Criança, Carcerária, o trabalho com os Vicentinos. Visitou as pessoas da comunidade e colocou a mão na massa ajudando na preparação da Feijoada dos Vicentinos e nas atividades da casa LMC. Também fez a visita a Apac de Itaúna. E participou do Encontro onde pode conhecer um pouco mais sobre a organização e as atividades desenvolvidas pelos LMC aqui no Brasil e nos outros continentes. Seguirá participando do grupo que se encontra em Curitiba, unida a caminhada lmc e ao ideal missionário comboniano, preparando seus próximos passos. Jussara e Cristina Página 6 I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS “Missionária Itinerante!” Guilherma Vicenti - lmc/Peru Em meados de setembro retorna ao Brasil, Guilherma que há quase três meses compartilha da acolhida do povo peruano. “Na simplicidade e no encontro podemos exercer o mandato missionário recebido em nosso batismo”. Isto nos revela o testemunho de Guilherma, mulher guerreira e dinâmica, nos seus 73 anos de idade. Ela está em Lima, onde se encontra por três meses na Paróquia Cristo Misionero del Padre. Ali se encontra com um grupo Guilherma, juntamente com os lmc Peru e ao centro padre Sergio Augustoni. de mulheres e compartilha seus conhecimentos de corte e costura industrial. Pelas fotos já pudemos perceber o resultado de seu trabalho nas vestimentas litúrgicas que foram costuradas. Acompanha ao padre Joselin Vargas nas atividades eclesiais e visitas as comunidades Também esta compartilhando a riqueza do chamado missionário com os irmãos LMC do Peru e participou do momento de despedida e envio do Pe Sergio que por vários anos acompanhou o grupo LMC no Peru e agora parte para uma nova frente missionária. Desejamos um bom retorno e que mais pessoas se contagiem com seu testemunho. Guilherma pertence a Paróquia Santa Amélia na cidade de Curitiba, entrou para a formação LMC em 2003 e já esteve por sete anos em missão em Moçambique. Encontra-se em Lima na Paróquia Cristo Misionero del Padre. Página 7 I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS “Sair de mim, deixar minhas expectativas!“ por Flávio Schmidt, LMC em Carapira/Moçambique Quando me interessei pelo grupo LMC no Brasil, o que me chamou a atenção foi o trabalho com os povos indígenas. Assim, na ideia de poder trabalhar com estes povos tradicionais, ricos em cultura e espiritualidade, sobretudo na sua relação com a natureza, quis ingressar na formação para ser LMC. Mas, já logo no início, lendo os textos de Comboni e sobre missão, dei-me conta de que, afinal, não deveria eu decidir a missão que gostaria de fazer, e sim, desprender-me de mim mesmo, das minhas pretensões e ideais e dizer: “Eis-me aqui, Senhor, para servir, aonde me enviares”. E foi com este novo modo de pensar que segui a formação para LMC, sem exigências ou pretensões, mas aberto ao chamado de Deus presente na realidade e nos acontecimentos. Não poucas vezes me perdia. Via a realidade e surgiam ideias, sonhos, vontade de realizar algo para atender àquela necessidade. Lembro-me que numa conversa com minha companheira de comunidade na nossa casa de formação em Nova Contagem-MG, cheguei a sugerir de ficar um ano mais por ali para fazer um trabalho naquela realidade, mas no fim da conversa, ela levou-me a refletir a proposta da espiritualidade comboniana, que é essencialmente a partida. Isso me fez recordar de uma história contada por um dos assessores do curso de preparação para a missão ad gentes promovido pelo CCM (Centro de Cultura Missionária), em Brasília-DF, onde um casal que partia foi questionado se não era desonesto eles deixarem os trabalhos aqui, com tanta necessidade que existe, e partir para outro país. A resposta foi: “Seria desonesto com a humanidade se não partíssemos”. Assim, necessidades sempre há e sempre haverá em todos os lugares, mas o impulso missionário de sair, desprender-se das suas raízes e abrirse ao outro, ao novo, e ir reconhecer as sementes do Verbo semeadas desde a criação naquela realidade é uma riqueza imensa, para o missionários, para o povo que o recebe, e para a Igreja como Corpo de Cristo, com muitos membros, com diferentes funções. A partilha da vida e da fé enriquece a todos! Assim, da minha caminhada formativa e do diálogo surgiu o chamado de vir para Moçambique, na região Norte, província de Nampula, comunidade LMC de Carapira! Estar com o povo macua, o mais numeroso de Moçambique, e inserido em uma Escola Industrial, com centro internato onde vivem cerca de 150 rapazes. E eu acolhi esta possibilidade com o coração, “sem expectativas”, como eu costumava dizer. E sou profundamente grato, a Deus e a todos os que participaram desta caminhada, pela oportunidade desta vivência. A riqueza desta partilha foi tanta que, após o primeiro período de 2 anos, não hesitei em pedir a renovação. I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS Página 8 por mais 2 anos. E aqui estou, há 3 anos e meio, sem arrependimentos de ter aceito este chamado. Posso afirmar com toda a certeza que não perdi nada, mas Deus me deu muito! Por sua graça e através do povo. Nem sempre é fácil estar aqui, mas o “sem expectativas” ajudou-me muito na adaptação às necessidades que foram sendo apresentadas para a minha presença. No trabalho na Escola me foi proposto apoiar um irmão comboniano que estava na administração da Escola. Burocracia do Estado, papéis, números, contas, documentos, processos, funcionários, pagamentos, compras de material. Trabalhos durante o dia, e também à noite, para garantir que tudo pudesse ser feito a tempo. Quem imaginava estar na missão na maior parte do tempo fechado em um gabinete? Mas se ali era “onde ninguém queria estar”, “Eis-me aqui, Senhor, para servir, aonde me enviares”. Também fui presenteado com duas turmas para lecionar a disciplina de “Educação Cívica e Moral”. Ao ver o título da disciplina fiquei preocupado com o que seria o conteúdo, mas afinal, era bastante interessante. Eram assuntos relacionados com conhecimento de si, da realidade social e econômica, do Flávio Schmidt, lmc brasileiro completa o seu quarto ano em Missão na Diocese de Nampula e vive em comu nidade com Márcia, lmc portuguesa e Beatriz, lmc mexicana. mundo do trabalho, do diálogo entre diferentes religiões (já que cerca de metade dos alunos são muçulmanos), da importância de um projeto de vida, entre outras coisas nesta linha. Assim, senti-me muito à vontade, e os anos de catequista e de pastoral da juventude facilitaram muito o lidar com os adolescentes, mas sobretudo com os temas. Pela graça de Deus, nossa presença não se limita somente à Escola. Nos finais de semana temos a oportunidade de acompanhar as comunidades e, dentro das possibilidades, realizar um trabalho também em alguma pastoral. Logo nas primeiras semanas da minha chegada, aconteceu um encontro Diocesano do ministério de Justiça e Paz, do qual participei com muito interesse, e, desde então, iniciei a acompanhar este ministério na paróquia, motivado também pelo pároco, que dava um grande apoio a este trabalho. Tem sido muito gratificante o trabalho nas comunidades, sobretudo de formação e conscientização sobre os seus direitos garantidos por lei. Nos últimos anos, dentre outros temas, o que tem tido destaque no trabalho da Comissão Diocesana de Justiça e Paz tem sido a questão de terras. A lei de terras de Moçambique é muito favorável aos camponeses, no entanto, pelo alto nível de analfabetismo (a maioria das pessoas nas comunidades mais distantes fala apenas a língua local, o macua) e a falta de informação, muitas vezes os investidores, apoiados pelo próprio governo local, apropriam-se das terras que por direito são dos camponeses, tirando suas áreas de cultivo e privando os mesmos de ter ao menos uma produção de subsistência. Página 9 I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS Diante desta realidade, a Comissão tem elaborado materiais escritos e visuais para o trabalho de conscientização sobre a lei de terras nas comunidades e motivado para que as comunidades se organizem para obter o documento official de DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento de Terras), apesar de, por lei, as comunidades terem direito sobre as areas mesmo sem o documento official. O mais importante deste processo não é o documento em si, mas a tomada de consciência do direito que existe. Isso tem sido fundamental, pois, até aqui, neste processo, nenhum pedido de documento foi aprovado “ ... dei-me conta de que, afinal, não deveria eu decidir a missão que gostaria de fazer, e sim, desprender-me de mim mesmo, das minhas pretensões e ideais ....” pelos órgãos do governo local, que, apesar do prazo estipulado de 15 dias para uma resposta, existem processos que ultrapassam 1 ano desde sua apresentação que ainda não têm nenhuma resposta. Mas é bonito ver e ouvir, aos poucos, que algumas comunidades, após conhecerem a lei, estão a defender os seus direitos. São pequenos sinais que vão surgindo nesta desafiante realidade. E isso anima e motiva a ter a certeza da presença de Deus no nosso trabalho missionário! Afinal, a missão não é nossa, mas Dele! É Ele quem envia e orienta! Por isso é preciso estarmos atentos aos caminhos que Ele nos indica, que nem sempre são os que imaginávamos. Mas, para a missão, é preciso “sair de mim, deixar minhas expectativas” e atender ao chamado de Deus! Vem ser missionário você também! Estamos juntos, inspirados pelo testemunho de São Daniel Comboni! Página 10 I NFORMATI VO LEI GOS MISSI ONÁRI OS COMBONIANOS "Discípulos missionários combonianos chamados a viver a alegria do Evangelho no mundo de hoje". De 31 de agosto a 4 de outubro em Roma, se realizará o XVIII Capítulo Geral dos Missionários Combonianos, sob o tema "Discípulos missionários combonianos chamados a viver a alegria do Evangelho no mundo de hoje". das várias províncias onde os missionários combonianos se encontram a trabalhar. Esta é uma oportunidade para avaliar o caminho feito e para discernir em vista do futuro, tendo em conta os sinais dos tempos na Igreja e no mundo, para responder-lhes com a esperança do Evangelho, tendo em vista sobretudo os mais pobres, os irmãos privilegiados da nossa missão. (Fonte: pe Arlindo Pinto - Mccj) Setenta e sete representantes dos Missionários Combonianos, de vinte nacionalidades, começaram no dia 31 de Agosto de 2015, a semana de preparação para o XVIII Capítulo Geral do Instituto. De seis em seis anos, o Capítulo reúne os delegados Datas Importantes! 05 de outubro - Canonização de São Daniel Comboni 10 de outubro - Dia de São Daniel Comboni Atenção: nossos endereços eletrônicos mudaram!!!!! Rua das Mangueiras, 200 - Ipê Amarelo Contagem - MG CEP: 32051-060 Tel/Fax: 31-3356-7625 Email [email protected] http://www.lmcbrasil.esy.es blog: http://lmcbrasil.blogspot.com.br/ “A missão nos interpela e pede uma resposta urgente e corajosa.” “A missão se realiza através dos joelhos dos que rezam, das mãos dos que contribuem e dos pés dos que partem!” Você pode ajudar! Se você deseja apoiar as atividades e projetos desenvolvidos pelos LMC, nas diversas frentes em que atuam, poderá fazê-lo através do depósito bancário em nome da: “Associação Leigos Missionários Combonianos” Banco Itaú: AG 5636 - Conta Corrente: 02063-7 “Somos os mais felizes da terra, porque estamos nas mãos de Deus.” (ES 5082) (Daniel Comboni)
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