1 Terceira Publicação Comissão da União Africana

Transcrição

1 Terceira Publicação Comissão da União Africana
2011
Terceira Publicação
Comissão da União Africana
Julho 2011
1
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
RECONHECIMENTO ........................................................................................................................................................ 5
1. SUMÁRIO.......................................................................................................................................................................... 9
2. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................12
2.1 HISTÓRICO................................................................................................................................................................. 12
2.2 METODOLOGIA ....................................................................................................................................................... 14
3. ABORDAGEM TEÓRICA DA INTEGRAÇÃO ...................................................................................................15
3.1. INTEGRAÇÃO E SUAS ETAPAS ...................................................................................................................... 15
3.1.2. vantagens da integração económica ....................................................................................................... 20
3.2. abordagem africana da integração ............................................................................................................. 24
4. ESTATUTO POR COMUNIDADE ECONÓMICA REGIONAL ................................................................31
4.1 COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL (CEDEAO) ............. 31
4.1.1 Objectivos ...............................................................................................................................................................33
4.1.2 Actividades e evolução ....................................................................................................................................33
4.1.3. estado das actividades ...................................................................................................................................57
4.1.4 desafios ....................................................................................................................................................................71
4.1.5 perspectiva .............................................................................................................................................................74
4.2 mercado comum da áfrica austral e oriental (COMESA) ................................................................... 74
4.2.1. Objectivos do COMESA....................................................................................................................................74
4.2.2 Actividades e evolução .................................................................................................................................75
4.2.3. realizações ...........................................................................................................................................................95
4.2.4 desafios ................................................................................................................................................................ 111
4.2.5 perspectivas ...................................................................................................................................................... 112
4.3. comunidade económica dos estados da áfrica central (CEEAC/ECCAS) .............................. 113
4.3.1 Objectivos da CEEAC ..................................................................................................................................... 114
4.3.2 actividades e evolução ................................................................................................................................ 117
2
4.3.3 realizações .......................................................................................................................................................... 124
4.3.4 Desafios ................................................................................................................................................................ 127
4.3.5 perspectivas........................................................................................................................................................ 128
4.4. comunidade de desenvolvimento da África austral (SADC)....................................................... 128
4.4.1 Objectivos DA SADC........................................................................................................................................ 129
4.4.2 actividades e evolução ................................................................................................................................ 129
4.4.3 realizações .......................................................................................................................................................... 138
4.4.4 desafios ................................................................................................................................................................ 138
4.4.5 perspectivas ...................................................................................................................................................... 140
4.5 autoridade intergovernamental para o desenvolvimento (IGAD)............................................. 141
4.5.1 objectivos da IGAD ........................................................................................................................................ 142
4.5.2 actividades e evolução ................................................................................................................................. 143
4.5.3 realizações .......................................................................................................................................................... 170
4.5.4 desafios ................................................................................................................................................................ 173
4.5.5 perspectivas ...................................................................................................................................................... 174
4.6 comunidade dos estados do SAHEL-SAHARIANO (CEN-SAD) .................................................... 174
4.6.1 objectivos da CEN-SAD ................................................................................................................................ 175
4.6.2 actividades e realizações ............................................................................................................................ 176
4.6.3 realizações .......................................................................................................................................................... 187
4.6.4 desafios ................................................................................................................................................................. 189
4.6.5 perspectivas ..................................................................................................................................................... 190
4.7. comunidade da áfrica oriental (EAC) .................................................................................................... 192
4.7.1 objectivos ............................................................................................................................................................ 195
4.7.2 actividades e evolução ................................................................................................................................ 195
4.7.3 actividades ......................................................................................................................................................... 214
4.7.4 desafios ................................................................................................................................................................ 223
4.7.5 perspectivas........................................................................................................................................................ 224
5. Actividades ao nível continental ..................................................................................................................224
5.1 programa de desenvolvimento de infra-estruturas em áfrica (pida) ...................................... 224
5.2 programa abrangente de desenvolvimento da agricultura em áfrica (CAADP) ................. 226
5.3 instituições financeiras .................................................................................................................................... 226
5.3.1 banco africano de investimento ............................................................................................................... 227
5.3.2 banco central africano .................................................................................................................................. 227
5.3.3 fundo monetário africano ........................................................................................................................... 227
5.4. carta africana das estatísticas (ACS) e estratégia para a harmonização das estatísticas
em áfrica (SHASA) ..................................................................................................................................................... 228
5.4.1 histórico e fundamento................................................................................................................................. 228
5.4.2 carta africana das estatísticas ................................................................................................................ 229
5.4.3 estratégia para harmonização das estatísticas em áfrica (SHaSA) ....................................... 231
5.5 carta africana sobre a democracia ............................................................................................................. 231
5.6 recursos humanos, ciência e tecnologia .................................................................................................. 233
5.6.1 educação ............................................................................................................................................................... 233
5.6.2 ciência e tecnologia ......................................................................................................................................... 234
5.6.3 programa para a juventude ........................................................................................................................ 235
6. análise comparativa dos resultados atingidos ........................................................................................236
6.1 estado de realizações da comunidade económica africana (CEA)............................................. 236
tabela 5. estado das comunidades económicas regionais........................... 238
6.2 estado actual das comunidades económicas regionais ................................................................... 241
6.3 harmonização e cooperação das actividades entre as Cers .......................................................... 241
6.4. desafios ................................................................................................................................................................... 244
7. recomendações ....................................................................................................................................................... 248
8. conclusão ....................................................................................................................................................................251
BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................................................................252
RECONHECIMENTO
A Comissão gostaria agradecer a todas Comunidades Económicas Regionais
(CERs) e todos aqueles os quais consentiram imensuráveis esforços que
permitiram a equipa da Comissão produzir este documento.
Ponto Focal: Islam Swaleh
E-Mail: [email protected]
5
ACRONIMOS E ABREVISTURAS
ACHPR
Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos
AEC
Comunidade Económica Africana
BAD
Banco Africano de Desenvolvimento
AMU/UMA
União Árabe do Mágrebe
APSA
Arquitectura Africana de Paz e Segurança
ATI
Agência Africana de Seguro para o comércio
ACHPR
Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos
AEC
Comunidade Económica Africana
BAD
Banco Africano de Desenvolvimento
AMU/UMA
União Árabe do Mágrebe
APSA
Arquitectura Africana de Paz e Segurança
ATI
Agência Africana de Seguros do Comércio
AVAL
Mais-valia para o coiro africano
CAADP
Programa Exaustivo de Desenvolvimento da Agricultura em
África
CASSOA
Agência de fiscalização da tranquilidade e segurança na Aviação
Civil
CEN-SAD
Comunidade dos Estados do Sahel-Sahariano
CET
Tarifa Externa Comum,
CEWARN
Mecanismo de Alerta Prévia de Conflitos e de Resposta
CIPRES
Conferência Inter-africana sobre Segurança Social
COMAI
Conferência dos Ministros Africanos Responsáveis pela
Integração
COMESA
Mercado Comum dos Países Africanos do Leste e Austral
6
CTN
Nomenclatura Tarifaria Comum
DLCO
Organização de Controlo dos Gafanhotos do Deserto
DMC
Centro de Monitorização da Seca
DMCH
Centro de Monitorização da Seca, Harare
DMCN
Centro de Monitorização da Seca, Nairobi
RDC
República Democrática do Congo
EAC
Comunidade Económica do Leste
EBID
Banco da CEEAO para Investimento e Desenvolvimento
CEEAC
Comunidade Económica dos Estados da África Central
ECOSOCC
Conselho Económico, Social e Cultural
CEEAO
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
FANR
Recursos Naturais, Agrícolas e Alimentares
ICAO
Organização Internacional de Aviação Civil
ICPAC
Centro do IGAD de Previsão Meteorológica e Aplicação para
Monitorização
IGAD
Autoridade Inter-governamental para Desenvolvimento
IGMOU
Memorando Inter-governamental de Entendimento
ISRT
Transito Inter-governamental das Estradas
ITP
Processo Institucional de Transformação
LLPI
Instituto do Coiro e Produtos Derivados
LVFO
Organização da Pesca dos Grandes Lagos
MERECP
Programa Regional de Conservação do Ecossistema do Monte
Elgon
NRM
Gestão dos Recursos Naturais
OHADA
Organização para Harmonização da Lei Comercial em África
OIE
Organização da Saúde Animal
RETOSA
Organização Regional de Turismo da África Austral
7
SADC
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
SAPP
Centro Energético da África Austral
SPA
Programa de Acção da África Austral
SYSCOA
Sistema de Contabilidade da África Austral
TAZARA
Autoridade Tanzânia - Zâmbia dos Caminhos de Ferro
UNECA
Comissão Económica das Nações Unidas para África
ACNUR
Alto Comissariados das Nações Unidas para Refugiados
WABA
Associação dos Banqueiros da África Ocidental
WAGP
Gasoduto da África Ocidental
WAHO
Organização da Saúde da África Ocidental
WAMA
Agência Monetária da África Ocidental
WAMI
Instituto monetário da África Ocidental
WAPP
Centro Energético da África Ocidental
Westcor
Projecto do Corredor Ocidental
WRCU
Unidade de Coordenação dos Recursos Aquáticos
WRM
Gestão dos Recursos Aquáticos
WTM
Mercado Mundial de Viagens
ZAMCOM
Comissão dos Cursos de Água do Zambezi
8
1. SUMÁRIO
1.
O Tratado de Abuja lança a base para a criação da Comunidade Económica
Africana (AEC), na qual as economias dos Estados Membros da UA estarão
completamente integradas. O objectivo da AEC é o de transformar as cinquenta e três
economias da África numa única união económica e monetária com moeda comum, livre
circulação de capital e de trabalho. É desejo da liderança do continente, tal como
estipulado no Acto Constitutivo que haja um Banco Central Africano, um Fundo
Monetário Africano e um Banco Africano de Investimento quando a AEC estiver
completamente operacional. Isto pressupõe que a África, unidade, caminhe através de
todas as etapas de integração. As CERs, as quais constituem os pilares da AEC, integrarão
nesta fase os seus programas num único.
2.
Não obstante os progressos atingidos pelos Estados Membros no domínio da
cooperação económica, a criação da AEC está dificultada pelos desafios da governação
política, económica e social nalgumas partes do continente.
3.
Desde o inicio, a Comunidade Económica Africana (AEC) foi concebida para
construção gradual a ser concretizada em seis etapas. Actualmente a AEC está na Terceira
etapa do processo, a qual requer a criação de uma Zona de Comércio Livre (ZCL) e de
uniões aduaneiras em cada um dos blocos até 2017. Contudo, o actual processo de criação
das diferentes ZCL e das uniões aduaneiras varia consideravelmente no contexto das oito
CERs reconhecidas pela União Africana (UA).
4.
Relativamente as uniões aduaneiras, existe maior variabilidade em termos de
resultados esperados porque este tipo de acordo requer a aprovação de uma tarifa
externa comum (TEC). No caso da CENSAD e do IGAD, o processo estagnou enquanto o da
CEEAO está progredindo lentamente.
5.
A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e a SADC estão
na etapa mais preliminar, preconizando a criação das suas respectivas uniões aduaneiras
até 2011. Entretanto, a COMESA e a EAC lançaram com êxito as suas uniões aduaneiras. A
COMESA lançou a sua união aduaneira em Junho de 2009 e a sua implementação está
programada para um período de três anos. A União Aduaneira da EAC está em pleno
crescimento.
6.
A maior progressão foi a decisão para promover um projecto de longa duração
conducente a criação de uma ZLC entre três CERs, nomeadamente COMESA, EAC e
abrangendo 26 Países africanos. Os esforços de harmonização da agenda regional da
SADC, COMESA, EAC e SADC estão em curso o que demonstra o interesse partilhado de
maior solidez entre as diferentes CERs. Esta evolução é particularmente crucial para os
países que são simultaneamente Membros da COMESA e da SADC, os quais poderão
enfrentar problemas mais complexos a partir do momento em que a união aduaneira da
SADC se tornar operacional em termos de compatibilidade com as exigências das uniões
aduaneiras da COMESA e da SADC.
1
7.
Por último, a EAC lançou o seu Mercado Comum, o qual assegurará a livre
circulação de bens e serviços, mobilidade dos trabalhadores bem como a circulação de
capital e o direito de estabelecimento a partir de Julho de 2010, a ser seguido por uma
União Monetária em 2012. Estas inovações também requererão considerável
coordenação, harmonização e convergência de esforços entre as três partes.
8.
Pese embora o facto de algumas CERs terem celebrado protocolos sobre a livre
circulação de pessoas, bens e serviços, o processo de implementação nalguns Estados
Membros é muito lento. Por outro lado, nalgumas CERs que atingiram a ZCL, existem
alguns Estados Membros que não implementaram o Protocolo da ZCL. Na verdade, a paz e
segurança são os prés requisitos para o desenvolvimento e crescimento económico de
qualquer região. A UA criou uma Arquitectura Africana de Paz e Segurança em África. Um
dos principais pilares desta Arquitectura é a criação de um sistema continental de alerta
prévia, o qual as CERs podem adoptar de forma a prevenir futuros conflitos aos níveis
regional e continental.
9.
As Comunidades Económicas Regionais devem se posicionar em bloco dentro da
visão extra continental. O esforço consentido pela COMESA, SADC e EAC na Cimeira
Tripartida, realizada Outubro de 2008, em Campala, para criar uma única ZCL é
recomendável porquanto contribuirá para mais breve materialização da AEC. Contudo, a
criação da AEC coloca um desafio tanto mais não ser certo que a criação da União
Aduaneira Continental esteja concluída até 2019. A importância do tempo e a sequência
destas actividades são cruciais para o sucesso destas iniciativas.
10.
Os esforços de desenvolvimento do continente estão também cativeiros de
numerosos desafios, proeminentemente entre as quais as pandemias do HIV/SIDA,
malária e tuberculose que representam ameaças sérias ao desenvolvimento humano. A
actual crise económica global coloca os seus próprios desafios bem como a criação de
oportunidades conducentes a integração económica regional em África. Numa palavra,
isto poderá desembocar numa desaceleração das actividades comerciais e económicas e
adversamente afectar as receitas dos Estados Membros, enquanto por outro lado, poderá
forçar os Países africanos a promover mais o comércio entre eles e enveredar por um
mais alto volume de transacções, facilitando assim o processo de integração. Os Estados
Membros que integram as diferentes CERs têm dificuldades em implementar as
actividades abrangentes no mesmo domínio. Isto provoca a duplicação de programas e
dispersão dos recursos entre outros.
11.
Dado ao estado actual do processo de integração em África, algumas
recomendações são feitas neste relatório, as quais, caso implementada, poderão ajudar a
enfrentar positivamente os desafios. Uma significativa recomendação é que o sucesso de
qualquer processo de integração depende em grande medida, do compromisso dos
Estados Membros em implementar as suas decisões, tratados e protocolos. A
incapacidade dos Estados Membros em implementar os protocolos celebrados reside, em
parte, a falta de vontade política pois alguns, talvez não discerniram as vantagens
susceptíveis de tirar da integração regional. Este estado de coisas tem protelado a agenda
2
da integração. É merecedor enfatizar que as CERs não alternativa se não se
comprometerem de forma a partilhar as boas práticas, considerando uma visão
transfronteiriça da integração continental.
12.
Actualmente, a Comissão da União Africana em estreita colaboração com a CERs
identificou projectos prioritários a serem implementados num período específico
relativamente ao programa Mínimo de Integração (PMI), adoptado como um instrumento
dinâmico da estratégia continental em Yaoundé, Camarões em 2009. Isto sublinha a
necessidade de racionalizar os recursos e de harmonizar as actividades e programas das
Comunidades Económicas Regionais (CERs). O PMI é compatível com a visão
transfronteiriça, nomeadamente a realização da Comunidade Económica Africana (AEC),
preconizada no Tratado de Abuja e no Acto constitutivo da União Africana.
2. INTRODUÇÃO
2.1 ANTECEDENTES
13. A integração regional em África foi sempre o principal objectivo dos Países
africanos desde a criação da então Organização da Unidade Africana (OUA). Grande
número de declarações foi feito pelos Estados Membros para impulsionar o processo de
integração em África. De igual modo, o Tratado de Abuja, o Plano de Acção de Lagos, o
Fórum Africano do Sector Privado, entre ouros, enfatizaram a necessidade de promover a
integração regional em África.
14.
O Tratado de Abuja, assinado em 3 de Junho de 1991 e entrado em vigor em 12 de
Maio de 1994 estipula que os Estados Africanos deverão consentir esforços para
fortalecer as Comunidades Económicas Regionais (CERs), particularmente na
coordenação, harmonização e na progressiva integração das suas actividades de forma a
permitir a criação da Comunidade Económica Africana, a qual se tornará operacional
durante um período de transição de 34 anos, subdivididos em seis etapas distintas.
Resumidamente, os objectivos maiores foram, entre outros, os de promover o
desenvolvimento económico, social e cultural e a integração das economias africanas de
força a fortalecer a auto confiança económica bem como promover um desenvolvimento
endógeno e auto sustentado e coordenar e harmonizar as políticas entre as existentes e
futuras comunidades económicas como forma de encorajar a criação da Comunidade.
15.
Em 9 de Setembro de 1999, os Chefes de Estado e de Governos da então OUA
aprovaram uma Declaração (Declaração de Syrte) apelando para a criação da União
Africana com o objectivo, inter alia, de acelerar o processo de integração no continente
para permitir-lhe jogar o papel de direito na economia global e ao mesmo tempo tratar
dos multifacetados problemas políticos, económicos e sociais tais como caracterizados
nos certos aspectos da globalização.
16.
Durante a Segunda e Terceira Conferências dos Ministros Africanos da Integração,
realizadas em Kigali em Junho de 2007 e Abidjan 2008, respectivamente, várias
recomendações foram aprovadas, nomeadamente:
3
•
Necessidade para a Comissão de, em estreita colaboração com outros
interessados, rever o Tratado de Abuja, tomando em consideração a
Declaração de Syrte;
•
Necessidade para a Comissão de elaborar o Programa Mínimo da Integração
(PMI) em colaboração com as CERs;
•
Necessidade da Comissão de coordenar as actividades das CERs bem como
de harmonizar as políticas e programas enquanto estratégia chave para
reforçar o processo de racionalização;
•
Necessidade de encorajar e promover a livre circulação de pessoas, bens
capital e serviços entre e em todas as CERs de forma a conduzir com êxito a
integração acelerada da integração;
17.
Até a data, quatro reuniões foram realizadas: a primeira de 30 a 31 de Março de
2006 em Ouagadougou, Burkina Faso; a segunda de 26 a 27 de Julho de 2007 em Kigali,
Ruanda e a Terceira realizada de 19 a 23 de Maio de 2008 em Abidjan, Côte d’Ivoire. A
quarta reunião teve lugar entre 4 e 8 de Maio de 2009 em Yaoundé, Camarões sob o tema:
Parceria e Integração em África.
18.
Como parte do processo de avaliação da implementação do Programa de
Integração Económica da África de conformidade com o Tratado que criou a Comunidade
Económica Africana, a Comissão da União Africana (CUA) realizou a primeira e a segunda
avaliações em 2008 e 2009 respectivamente. Os relatórios das avaliações foram
apresentados e discutidos durante a Terceira e Quarta Conferências dos Ministros
Africanos da Integração, realizadas em Abidjan, Côte d’Ivoire de 22 a 23 de Maio de 2008
e de 7 a 8 de Maio de 2009 respectivamente. Além disto, ambos relatórios foram
endossados pela Assembleia da UA.
19.
A CUA está neste momento preparando o terceiro relatório em estreita
colaboração com as CERs sobre o estatuto da integração em África (SIA II). Este relatório
contém informações sobre o processo de implementação da integração tal como previsto
no Tratado de Abuja. Esta é a forma de assistir os decisores políticos do continente e de
dar algumas ideias de como acelerar a integração política e económica do continente.
20.
O objectivo deste estudo foi o de rever o processo de integração através da revisão
do Tratado de Abuja com vista a mais rápida criação da Comunidade Económica Africana
(AEC). É neste contexto que a União Africana tenta encorajar a harmonização das CERs e
avaliar quanto evoluíram na facilitação dos seus programas. Este relatório destina-se
também a criar consciência através da troca de informações entre todas as CERs de forma
a partilhar as melhores práticas entre elas na solução de dificuldades e, do mesmo modo,
impulsionar o processo de integração.
21.
Ele contém informações sobre as actividades e progressos das CERs, o estado de
implementação dos programas de cada CER, baseado nos objectivos fixados pelas
4
mesmas nas seguintes áreas: Zona de Comércio Livre; União Aduaneira, União Monetária
e União Económica. Ele analisa os progressos nas suas actividades bem como os desafios
encontrados. Ele também compara os progressos com os do ano passado. Além disto, dá
uma visão geral do processo de harmonização entre as CERs, tomando em consideração
os desafios que enfrentam. Finalmente, ele contém recomendações sobre as vias a seguir.
2.2 METODOLOGIA
22.
A seguinte metodologia foi usada para avaliar o estado de implementação das
Comunidades Económicas Regionais (CERs).
23. O estudo foi conduzido através de investigações e de missões in loco. A abordagem
adoptada consistiu nas consultas e discussões com as Comunidades Económicas
Regionais. A Comissão preparou um questionário baseado nos progressos derivados das
actividades e sectores a partir de 2009. A Comissão visitou igualmente as CERs e
entabulou discussões com os seus vários Departamentos sobre o conjunto das
actividades das CERs, seus progressos bem como as dificuldades e constrangimentos
encontrados durante a implementação dos seus objectivos bem como o Tratado que cria
a Comunidade Económica Africana.
24.
Investigações complementares também foram realizadas através de várias fontes,
tais como nas bibliografias e alguns documentos relativas as actividades da cada CER.
Neste sentido, entre outros, foram usados os seguintes documentos: Estatuto da
Integração em África, Tratado de Abuja, Racionalização das Comunidades Económicas
Regionais (CERs), Revisão do Tratado de Abuja e Adopção do Programa da Integração,
Relatórios do Comité de Coordenação da UA/CERs/CEA e BAD bem como o Acto
Constitutivo da União Africana.
25.
Em termos de cobertura, o projecto do relatório foi transmitido a todas CERs
reconhecidas pela UA (excepto a AMU). As CERs visitadas foram: COMESA, CEEAO,
CEEAC, CENSAD, IGAD e EAC. A SADC não pôde ser visitada porque encontrava-se, na
altura, a realizar a sua Cimeira anual, mas a Comissão procurou obter informações em
estreita colaboração com a comunidade regional.
3. ABORDAGEM TEÓRICA DA INTEGRAÇÃO
3.1. INTEGRAÇÃO E SUAS ETAPAS
26.
A integração económica é definida como a eliminação de barreiras económicas
entre duas ou mais economias (Jacques Pelkmans). Uma barreira económica representa a
demarcação, muitas vezes, fronteiras geográficas de um Estado, para o qual o fluxo de
bens, mão-de-obra e capital são restringidos. A integração económica envolve a remoção
de obstáculos as actividades económicas transfronteiriças nos domínios do comércio,
circulação de mão-de-obra, serviços e de fluxo de capital.
5
27.
Os Economistas identificam as várias etapas do processo de integração. Segundo
Balassa (1962), a integração económica consiste em cinco etapas1. Estas etapas são: zona
de comércio livre, união aduaneira, mercado comum, união económica e completa união
económica2.
28.
Bela Balassa identificou cinco formas básicas de que se pode revestir a integração.
A primeira, menos complicada, consiste na criação de uma zona de comércio livre na qual
as restrições tarifárias e quantitativas são eliminadas no comércio entre os Países
membros, embora cada País retenha a estrutura das suas tarifas para os Estados não
Membros. Ver Tabela 1
Tabela 1: Diferentes etapas da integração económica
Integração dos
mercados
Integração
monetária
Eliminação de
barreiras ao
comércio
Política
comercial
comum
Integração das
políticas
económicas
Circulação
de
factores
de
produção e bens
financeiros
Taxa cambial
fixa ou moeda
comum
Políticas
económicas
comuns
1.
Zona
de
Comércio Livre
2.
União
Aduaneira
3.
Mercado
Comum
4. União
Monetária
5.
União
Económica
e
Monetária
1
Para mais informações veja: Bela Balassa, The Theory of Economic Integration (London:
Allen and Unwin, 1962) at 2 [Balassa]. Balassa descreve as etapas como se segue: Numa zona de
comércio livre, abolição de restrições tarifárias (quantitativas) entre os Países participantes mas, cada
Estado mantém as suas próprias tarifas contra os Estados não Membros. Criar uma união aduaneira
envolve além da supressão da discriminação no domínio da circulação das comodidades dentro da
união, a paridade das tarifas no comércio com os Países não membros. A mais alta forma da
integração é alcançar um Mercado comum, onde não só estão abolidas as restrições ao comércio
como também as restrições ao factor circulação. Uma união económica, distinta do Mercado comum,
combina com a supressão das restrições sobre comodidades e o factor circulação com algum grau de
harmonização das políticas económicas nacionais de forma a remover a discriminação devida as
disparidades nestas políticas. Finalmente, a total integração pressupõe a unificação monetária, fiscal,
social, políticas disseminadoras e a criação de uma autoridade supranacional cujas decisões sejam
aplicáveis nos Estados Membros.
2
Ibid
6
Fonte: G.Duthil and W. Marois (1997): Politiques économiques, éd. Ellipses; p 253,
extracted by Kouassi N.R (2008).
Integração do
Mercado
Integração
Monetária
Política de
integração
económica
Eliminação de
obstáculos ao
comércio
Política
Comercial
Comum
Circulação dos
factores,
finanças e bens
Taxa de câmbio
fixa ou moeda
comum
Políticas
económica
comuns
1. Zona
de
comércio livre
2. União
Aduaneira
3. Mercado
Comum
4. União
Monetária
5. União
Económica
Monetária
e
29.
Em segundo lugar: Uma união aduaneira segue à zona de comércio livre a
igualização das tarifas pelos Estados Membros para as importações dos Estados não
Membros (isto é, a implementação da Tarifa Externa Comum ou TEC).
30.
Em terceiro lugar: Um Mercado comum inclui comércio livre de mercadorias
entre os Estados Membros, uma TEC bem como a eliminação das restrições sobre a
circulação dos factores de produção (mão-de-obra e capital) entre os Estados Membros.
31.
Em quatro lugar: Uma União económica segue aos instrumentos do Mercado
comum alguns níveis de harmonização das políticas económicas nacionais de forma a
remover barreiras provocadas pelas anteriores disparidades entre os Estados Membros
nestas políticas (por exemplo, a criação de um Banco Central com alguns poderes
supranacionais).
32.
Finalmente, uma integração económica total pressupõe a unificação monetária,
fiscal, social e políticas disseminadoras e requer a criação da autoridade supranacional
cujas decisões sejam aplicáveis nos Estados Membros (isto é por natureza a criação de
uma federação política) ”.
Tabela 1: Cinco principais etapas da Integração Institucional Regional (Instrumento
de Balassa)
7
Etapa 1. Zona de Comércio Livre (ZCL): uma zona na qual as tarifas e quotas são
abolidas sobre as importações na zona dos Estados Membros. Contudo os Estados
Membros retêm as tarifas e quotas contra terceiros. Exemplos são ASEAN e NAFTA;
Etapa 2. União Aduaneira (UA): Uma ZCL cria tarifas e quotas (se for o caso)
para o comércio entre os Estados não Membros. Como exemplo, a Comunidade
Europeia, a partir de 1968.
Etapa 3. Mercado comum (MC): Uma UA elimina as barreiras não tarifarias ao
comércio (isto é, promove a integração dos mercados de bens e serviços) bem
como as restrições à circulação dos factores de produção (isto é, promove a
integração dos mercados de mão-de-obra e de capital). Exemplos são a
Comunidade Andeana e a Comunidade Europeia a partir de 1993 (com a criação
do Mercado Único Europeu). O MC já havia sido definido como objectivo pelo
Tratado de Roma (Chamado “quatro liberdades”).
Etapa 4. União Económica (UEC): Um MC com um significativo nível de
coordenação das políticas económicas nacionais e/ou das leis nacionais
relevantes. Por exemplo, a União Europeia; e
Etapa 5. Integração Económica Total (IET): Uma UEC com relevantes políticas
económicas conduzidas ao nível supranacional, possível de acordo com o
princípio de subsidiariedade. Com este objectivo, tanto as autoridades
supranacionais como as leis supranacionais devem ser criadas. Por exemplo, a
zona euro (que integra a partir de 2008, 15 dos 27 Membros da EU), a qual pode
ser actualmente classificada algures entre uma UEC e uma IET. Contudo,
algumas autoridades supranacionais e processo legislativo conjunto foram já
criados pelo Tratado de Roma em 1957 e subsequentemente fortalecidos.
Fonte: Balassa, ibid
33.
Balassa acreditava que os mercados comuns supranacionais com a sua livre
circulação transfronteiriça dos factores económicos, naturalmente gera procura de futura
integração, não apenas económica (via uniões monetárias) mas também política e assim,
as comunidades económicas naturalmente evolui para uniões políticas a qualquer
momento. No geral a teoria de Balassa reconheceu as seguintes modalidades: Zona de
comércio livre, União aduaneira, Mercado comum, União económica e uma completa
integração económica.
3.1.2. VANTAGENS DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA
34.
O objectivo principal da integração económica é o aumento do comércio em todo o
mundo. Existem outras vantagens associadas com este conceito. Eis algumas:
a) Criação de oportunidades para o comércio: Todos os Países que seguem a
via de integração económica têm uma considerável larga variedade de bens e
serviços dos quais podem escolher. A entrada para a integração económica
8
ajuda a adquirir bens e serviços a mais baixo custo. Isto resulta da remoção de
barreiras ao comércio, da redução ou complete remoção das tarifas. A redução
de despesas e a baixa de preços permite economizar muito dinheiro livre com
Países os quais podem ser usados para adquirir mais bens e serviços. Os Países
Membros têm: (a) mais extensa selecção de bens e serviços não previamente
disponíveis; (b) possibilidade de adquirir bens e serviços a custos mais baixos
após as barreiras comerciais devido a tarifas mais baixas ou a remoção de
tarifas (c) possibilidade de encorajar mais comércio entre os Países Membros e
a diferença do dinheiro dispendido com bens e serviços mais baratos pode ser
usada para comprar mais produtos e serviços.
b) Oportunidades de emprego As várias opções disponíveis de integração
económica ajuda a liberalizar e encorajar o comércio. Isto provoca expansão no
Mercado devido ao grande capital investido na economia do País. Isto cria mais
oportunidades para emprego de pessoas de toda a parte do mundo. Eles se
movimentam assim de uma parte do mundo a outra a procura de emprego ou
na perspectiva de melhor ser pago. Tal como a integração económica encoraja
a liberalização do comércio e conduz a expansão do Mercado, mais
investimento para o país e maior difusão da tecnologia faz criar mais
oportunidades de emprego para as pessoas se deslocarem de um País a outro
para encontrar emprego ou melhores salários. Por exemplo: as indústrias que
requerem a maioria de mão-de-obra não qualificada tendem a transferir a
produção para os Países com salário mais baratos no quadro de uma
cooperação regional.
c) Benefícios para o Mercado financeiro A integração económica é
extremamente benéfica aos mercados financeiros pois se revela fácil obter
empréstimos a juros baixos. Isto porque a liquidez de capital dos maiores
mercados de capital aumenta e a consequente diversificação reduz os riscos
associados aos grandes investimentos.
d) Aumento de Investimento Estrangeiro Directo A integração económica
ajuda a aumentar o montante de dinheiro em investimento estrangeiro directo
(IED). Desde que uma sociedade inicia um IED, através de novas operações ou
fusão, controlo de gestão e aquisição, ela transforma-se numa empresa
internacional. Os Países de maior economia ou que estão geograficamente mais
próximos dos maiores na Região podem obter maior aumento de IED como
resultado de parcerias mais do que aqueles Países que têm economia de menor
escala ou estão situados na periferia. Contudo, em média, todos os Países nos
sete agrupamentos regionais chaves beneficiaram de um IED adicional através
da regionalização.
e) Integração Política. Os Países que constituem a integração económica
formam grupos e têm maior influência política comparativamente com a criada
por uma única nação. Integração é uma estratégia vital para contornar os
9
efeitos de instabilidade política e dos conflitos entre homens que podem
afectar a Região. Um grupo de Nações pode ter significativamente maior
influência política do que cada Nação, individualmente, poderá ter. Esta
integração é uma estratégia essencial para contornar os efeitos dos conflitos e
da instabilidade política que pode afectar a Região. Uma ferramenta útil para
enfrentar os desafios económicos e sociais associados a globalização.
f) Condução a uma real convergência económica. A integração regional
poderá conduzir a uma real convergência económica entre os Países Membros
por via da abertura dos mercados nacionais a concorrência estrangeira como
resultado do desmantelamento da burocracia e das barreiras estratégicas a
entrada e remoção dos constrangimentos existentes a livre circulação de
capital, mão-de-obra e de outros recursos.
g) Quebra dos monopólios locais existentes. A liberalização do comércio e o
aumento do factor mobilidade entre os Países Membros poderá contribuir para
a quebra dos existentes monopólios locais e levar a até agora imperfeita
estrutura de competitividade do mercado mais próxima da concorrência
perfeita. Os mercados mais competitivos, por sua de melhoria de afectação de
recursos e mais baixos custos de produção bem como resultados maiores e
mais diversificados.
35.
Nas suas diferentes versões, a teoria da Zona de moeda comum (ZMC) enfatiza
diversos critérios (características estruturais, tais como dimensão, abertura, estrutura de
exportação, circulação de mão-de-obra, flexibilidade da grelha salarial) de uma economia
para definir a melhor alternativa. É de assinalar que os cinco critérios do Tratado de
Maastricht usados pelos Países da UA para determinar a filiação na União Monetária
Europeia (UME), são diferentes dos resultantes da investigação de Mundell. Eles
convergiram na inflação, juros, défices, dívidas e estabilidade das taxas de câmbio como
condição de acesso a Estado Membro. Nenhum destes critérios está previsto na versão de
Mundell da ZMC.
i)
ii)
iii)
Flexibilidade da grelha salarial: Processo nominal flexível e flexibilidade da
grelha salarial entre Países com moeda única provoca um ajustamento para
menos choque bem como para suster o desemprego num País e/ou a inflação
num outro. Por sua vez, isto diminuirá a necessidade de um ajustamento das
taxas nominais de câmbio. (Friedman, M, 1953);
Circulação dos factores de produção, incluindo mão-de-obra: Um alto nível
dos factores de integração dos mercados dentro de um grupo de Países pode
reduzir a necessidade de alterar o processo dos factores reais e as taxas
nominais de câmbio entre Países em resposta as perturbações. Mundell, R.A
(1961);
Integração dos Mercados Financeiros: A integração financeira pode reduzir a
necessidade de ajustamento das taxas de câmbio. Ingram, J. (1962) Isto é
considerado não um substituto de ajustamento permanente mas um processo
10
iv)
v)
vi)
vii)
viii)
gradual. McKinnon (McKinnon, R. 2004) analisa o papel da integração
financeira na forma de um activo comum de Países para partilha dos riscos
internacionais;
O grau de abertura económica: Um maior grau de abertura favorece mais
mudanças nos preços das transacções internacionais que reflectirão no custo
de vida interno. Isto reduz o potencial da moeda e/ou a ilusão das taxas de
câmbio face a alta grelha salarial. (McKinnon, R. (1963;
A diversificação da produção e do consumo. Uma alta diversificação da
produção e consumo, tais como “o portfólio do emprego” e
correspondentemente nas importações e exportações atenua o potencial
impacto do sector aos choques específicos. Os Países com diversificação
esperam viver a experiência de redução de custos como resultado do
abandono nominal das taxas de câmbio, as quais favorecem o “isolamento”
contra uma variedade de perturbações. (Kenen, P. (1969);
Paralelismos na inflação de taxas de câmbio: De acordo com Fleming (Fleming
M. (1971), a inflação das taxas de câmbio baixas e similares entre Países
envolvidos em termos comerciais, mantém-se estável. Isto impulsiona mais
equilibrada conta corrente nas transacções e no comércio e assim, reduz a
necessidade de ajustamentos das taxas nominais de câmbio.
Integração fiscal: Quando um País Membro que enfrenta choques assimétricos
recebe fundos redistribuídos através de um sistema fiscal supranacional de
transferências, o ajustamento a tais choques requer menor envolvimento das
taxas nominais de câmbio. (Kenen, P. 1969). Esta abordagem de distribuição é
baseada numa integração política e na disponibilidade de partilhar os riscos
entre os Países;
Integração política: A vontade política para integração é considerada a mais
importante condição para participação numa integração económica com uma
única moeda. (Mintz, N.N (1970).
36.
O uso destes critérios ajuda a avaliar em que medida o País está exposto aos
eventos imprevisíveis, chamados choques assimétricos que afectam a suas economias
mais do que dos restantes (perturbações na balança de pagamentos de Países
específicos). Da mesma forma, estes critérios ajudam a avaliar se o País está na condição
de responder aos choques assimétricos com recurso aos mecanismos de ajustamento da
balança de pagamentos, caso as taxas de câmbio forem fixas.
37.
Tal como outros exemplos, a África também possui a sua própria abordagem da
integração. A seguinte informação fornece a perspectiva teórica da integração Africana.
3.2. ABORDAGEM AFRICANA DA INTEGRAÇÃO
38.
A modalidade Africana da integração difere da abordagem teórica acima
expendida. A informação, abaixo referenciada, indica o processo de germinação da
modalidade bem como as etapas para sua materialização num período específico. Estas
11
etapas são para ser implementadas ao nível regional e continental. É de mencionar que
em termos de implementação, as CERs não seguem as etapas propostas no Tratado de
Abuja. São os seguintes, esforços consentidos pela África para impulsionar a integração
económica, os quais também conduziram a assinatura do Tratado de Abuja.
1.
Iniciativas dos anos 70 e 803
39.
Os resultados desencorajadores das estratégias de desenvolvimento das primeiras
décadas da independência conduziram a diversas jornadas de reflexão destinadas a
libertar o Continente dos constrangimentos susceptíveis de conduzir ao abismo e a
paralisia. A Conferência de Monróvia (1979) que precede a adopção do Plano de Acção de
Lagos e da Acta Final de Lagos (1980) é exemplo demonstrador. Deve ser também
relembrado que, por sua vez, o Plano de Acção de Lagos e a Acta Final de lagos geraram o
Tratado de Abuja (1991), criando a Comunidade Económica Africana, entrada em vigor
em 1994.
a) Simpósio de Monróvia: Reuniões preparatórias e resultados
40.
A Conferência, realizada em Monróvia, Libéria, foi o resultado de diversas reuniões
organizadas pelos líderes africanos sobre a independência económica do continente.
Durante estas reuniões, foi registado com tristeza que se a África pretender libertar-se
permanentemente da pobreza e miséria, ela deverá contar apenas consigo própria. Assim,
apareceu a Declaração de Adis Abeba de 1973, proclamada aquando da comemoração do
Décimo aniversário da Organização da Unidade Africana (OUA). A Declaração incide
essencialmente sobre a “incapacidade da comunidade internacional de criar condições
favoráveis para o desenvolvimento da África”3
b) O Plano de Acção de Lagos (PAL) e a Acta Final de Lagos (AFL)
41.
O mecanismo de cooperação preconizado pelo Plano de Acção de Lagos (Política
endógena de desenvolvimento) foi claramente definida pelos Chefes de Estado e de
Governo da OUA quando reafirmaram o “compromisso de criar até o ano de 2000, na base
de um Tratado a ser celebrado, uma Comunidade Económica Africana de forma a
assegurar a integração económica, social e cultural da África.” Com o PAL e a AFL, África
adoptou um modelo ideal de desenvolvimento, baseado no princípio de autonomia
individual e auto-suficiência colectiva. Na verdade, a autonomia colectiva, da qual é
caracterizado o PAL, coloca ênfase sobre desenvolvimento endógeno, auto centrado e
auto sustentado, rejeição de estilos de vida exógenos e dependências bem como uma luta
resoluta contra o neocolonialismo através da criação da “imagem da auto-suficiência,
declaração de guerra económica contra o interesse do Norte, reduzindo a actual extrema
dependência dos nossos Países da importação de bens de primeira necessidade e
valorizando internamente os factores e meios de produção”. Por outras palavras,
3
Kouassi N.R, ibid
12
autonomia ou auto-suficiência basicamente significa: Intensificação da cooperação subregional concreta, através de:
i.
Acções nas áreas prioritárias e complementares, criando assim grande
quantidade de capital e produtos de consume para atender as necessidades
locais;
Valorizar internamente, isto é, torná-los endógenos, bens, factores e meios de
produção assentes nas forças continental, regional e sub-regional;
Promoção da cooperação económica e técnica com os Países em
desenvolvimento em primeiro lugar antes de promover a cooperação
internacional e, a qualquer custo, gradualmente libertar-se da integração
modelada nos sistemas económicos internacionais ou internacionalização e
transnacionalização das economias regionais;
Abolição ou mesmo reestruturação da divisão internacional do trabalho de
forma a reduzir os efeitos do comércio desigual e das intoleráveis
disparidades. Criar uma nova divisão internacional do trabalho com os Países
industrializados e adoptar uma regional e internacional divisão de trabalho de
acordo com as vantagens comparativas em termos de custo e da actual legado
em recursos naturais, humanos e energéticos das entidades na Região;
Concepção de novas formas de comércio, incluindo troca de géneros, entre
Estados na Região, capazes de reforçar a cooperação intra-regional e
particularmente o comércio intra regional;
Fortalecimento da existente solidariedade e cooperação entre as instituições e
criação de outras necessárias instituições regionais e sub-regionais com vista a
implementar a estratégia regional;
Criação e fortalecimento das organizações regionais de produtores de
matérias-primas e de Países em desenvolvimento exportadores com vista a
criar um consórcio de produtores perante os primeiros consumidores dos
Países industrializados, isto é, uma forte unionização dos Países em
desenvolvimento face aos Países industrializados, os quais fixam os preços das
matérias-primas.
ii.
iii.
iv.
v.
vi.
vii.
42.
Ao adoptar a Acta Final de Lagos, os Chefes de Estado e de Governo presentes em
Lagos, em primeiro lugar, clarificaram os objectives, entre os quais sumariamente estão
os seguintes:
i)
ii)
iii)
Promover o apoio colectivo, acelerado, endógeno e auto sustentado;
Desenvolver os Estados Membros;
Promover a cooperação entre os Países africanos e a integração em todos os
domínios, económico, social e cultural.
1. O Tratado de Abuja que cria a Comunidade Económica Africana
43.
A criação da Comunidade se sustentou num número chave de sectores de
integração tais como transportes e comunicações, indústria, agricultura, energia,
educação, ciência e tecnologia, comércio, moeda e finanças. Um prazo subdividido em seis
13
etapas foi estabelecido para atingir os objectivos da integração económica do continente.
De acordo com os textos oficiais caso este prazo deva ser prorrogado, não deverá exceder
40 anos. Durante este período, cinco anos deverão ser reservados as Comunidades
Económicas Regionais, pilares da grande comunidade pirâmide.
O Tratado de Abuja, seus objectivos, estruturas e conteúdo, constitui uma oportunidade
histórica para os Países africanos de promover as suas actividades económicas. Este
Tratado é, por isto, um novo desafio para o futuro da África, no geral e particularmente
para o seu futuro económico e político.
Durante muito tempo a AEC sobreviveu as tempestades e hoje forma o crivo económico
da União Africana e conta com os pilares, representados pelas seguintes Comunidades
Económicas Regionais (CERs): Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEEAO); Mercado Comum da África Austral e Oriental (COMESA); Comunidade
Económica dos Estados da África Central (CEEAC); União Árabe do Magrebe (AMU);
Autoridade Intergovernamental de Desenvolvimento (IGAD); Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC); Comunidade dos Estados do Sahel-Sahariano
(CEN-SAD); e Comunidade Africana do Oriente (EAC).
44.
Basicamente, o Tratado almeja atingir os seguintes objectivos:
i)
Promover o desenvolvimento económico, social e cultural bem como a
integração económica Africana com vista ao aumento da auto-suficiência
económica, promoção endógena e auto sustentado desenvolvimento;
ii) Criar um instrumento continental para o desenvolvimento, mobilização e
utilização dos recursos humanos e materiais da África com vista ao
desenvolvimento auto-sustentado;
iii) Promover a cooperação e o desenvolvimento em todas as esferas de
actividade humana com vista ao aumento da qualidade de vida dos Povos
Africanos, manter e promover a estabilidade económica, estabelecendo
relações estreitas de paz entre os Estados Membros e contribuir para
assegurar o progresso do continente, desenvolvimento e integração
económica; e
iv) Coordenar e harmonizar as políticas entre as comunidades económicas
existentes e futuras com vista a criação gradual da Comunidade.
45.
A principal característica da Comunidade Económica Africana, comparada com
comunidades similares, é que ela é criada em seis etapas, baseadas, segundo as previsões
do Tratado de Abuja (Artigos 6 e 88), fundamentalmente nas actividades das CERs. Isto
torna a AEC diferente das outras organizações de integração. De facto, o Tratado de Abuja
é claro em que a criação da AEC é o objectivo final no qual as actividades de todas as CERs
(existentes e futuras) deverão desembocar (Artigo 88). No reconhecimento deste facto, o
Tratado de Abuja estabeleceu as modalidades da criação da AEC que consiste em seis
etapas de períodos variáveis durante um período de transição que não exceda a trinta e
quatro anos a partir da data de entrada em vigor do Tratado.
14
46.
A criação da Comunidade Económica Africana e consequentemente as suas
modalidades deve ser conduzida fundamentalmente na base da coordenação,
harmonização e integração gradual das actividades das Comunidades Económicas
Regionais. Ela deve concretizar-se num período de trinta e quatro anos, subdivididos
em seis etapas de duração variável. As etapas dos programas e os períodos da sua
implementação são as seguintes:
i.
Etapa Um: (A concluir em 1999) Criação de blocos regionais lá onde eles não
existem;
ii.
Etapa Dois: (A concluir em 2007) Reforço da integração e da harmonização
intra RECs;
iii.
Etapa Três: (A concluir em 2017) Criação de uma zona de comércio livre e de
uniões aduaneiras em cada um dos blocos regionais;
iv.
Etapa Quatro: (A concluir em 2019) Coordenação e harmonização sistemas
tarifários e não tarifários entre as CERs com vista a criação de uma zona de
comércio livre, culminando com uma união aduaneira continental;
v.
Etapa Cinco (A concluir em 2023) Criação de um Mercado Comum
Continental (MCC);
vi.
Etapa Seis: (A concluir em 2028) Criação de uma União Económica e
Monetária Continental e de um Parlamento.
vii.
Espera-se que todo o período de transição termine, o mais tardar, em 2034.
47.
A opção da OUA relativa ao processo de integração económica da África, incluindo
a AEC, confirma a ideia de que a integração pode ser conduzida por várias vias. A leitura
dos objectivos e das modalidades de implementação da integração económica Africana
demonstra que, a longo prazo, a OUA, hoje a UA pretendeu criar uma união económica e
monetária. A AEC oferece um instrumento para a integração continental e as CERS são
blocos através dos quais a AEC se realizará.
48.
Finalmente, o processo de integração se revestiu de diferentes modalidades e
fornece muitas vantagens. As lições possíveis de tirar destas modalidades não foram
similares numa e noutra região. Tal como acima demonstrado, a abordagem africana da
integração difere da descrita na análise económica. O exemplo africano na realidade
também mostra que algumas CERs estão muito próximas a união económica e monetária
mesmo se elas ainda não atingiram a fase de união aduaneira ou de mercado comum. Por
exemplo, a CEDEAO está prestes a atingir a segunda zona monetária com vista a criação
de uma única zona monetária.
49.
Isto é também aplicável a CEEAC, onde tremendos esforços são consentidos para
harmonizar e coordenar as políticas económicas e para constituírem uma única zona
monetária mas, nesta CER, a União Aduaneira, a livre circulação de pessoas e o mercado
15
comum estão longe de serem atingidos. Caso analisarmos atentamente as outras CERs,
podemos identificar este tipo de incoerência no processo de integração. Resumidamente,
o processo de integração em África não é linear tal como recomendado nas análises
económicas inspiradas pelas modalidades de Balassa.
50.
Após análise da abordagem teórica da integração, passaremos a ver o que está
acontecendo em cada Região. Por outras palavras, qual foi a evolução, quais são os
desafios as perspectivas e o que a Comissão da UA, na qualidade de líder do processo de
integração no nosso continente está fazendo para impulsionar a integração económica e
política.
51.
As informações contidas no próximo parágrafo dão uma profunda visão da agenda
africana de integração regional e continental.
4.
ESTATUTO POR COM UNIDADE ECONÓMICA REGIONAL
4.1 COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL
(CEDEAO)
52.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) é um
agrupamento regional que reúne quinze Países e foi criada, por Tratado, em Maio de
1975. Ela foi concebida como um mecanismo conducente a integração económica e
desenvolvimento pretendida conduzir a uma eventual criação de uma união económica
na África Ocidental, alcançar a estabilidade económica e fortalecer as relações entre os
Estados Membros.
53.
A região conheceu evolução positiva nas suas actividades económicas. O seu PIB
cresceu de USD 216 biliões em 2006 para USD 261.7 biliões em 2007. Contudo, como
consequência de uma tripla tragédia (crise do petróleo, alimentar e financeira), com a
qual a economia mundial se confronta, o actual crescimento do PIB é da taxa de 4.4% em
2009, comparado com o 4.7% de 2008 e 5.6% de 2007.
54.
De acordo com as estimativas para Abril de 2010 do Fundo Monetário
Internacional (FMI), a taxa de crescimento do PIB estima-se em 4.2%. O crescimento real
para África é estimado atingir 4.7% em 2010 comparada com o 2.1% em 2009.
55.
Conscientes da necessidade de reformas estruturais para mitigar os efeitos
adversos da crise económica, a 37.ª Sessão Ordinária da Autoridade dos Chefes de Estado
e de Governos em 16 de Fevereiro de 2010 em Abuja instou os Estados Membros a tomar
as medidas necessárias não apenas para reforçar as actuais reformas estruturais,
económicas e financeiras mas também continuar a liberalização das suas economias e a
promover o sector privado. Ela também encarregou a Comissão da CEDEAO para
intensificar esforços no sentido de concretizar o Mercado comum através essencialmente
da implementação dos projectos prioritários de integração.
16
56.
Os Chefes de Estado e de Governos reafirmaram o seu engajamento de apoiar o
processo de integração na África Ocidental. Este engajamento deseja traduzir
concretamente os objectivos da Visão da CEDEAO para 2020, adoptada em Abuja em 15
de Junho de 2007, através do que se segue:
i)
Projectos de promoção da integração, particularmente concluindo as
negociações do Acordo de Parceria Económica (APE) que cria um Mercado
Comum da CEDEAO e desenvolva as infra-estruturas;
ii)
Implementação de programas relativos a agricultura e ambiente, aceleração
da criação de um fundo regional, bem como, a organização de mesas
redondas em cada Estado Membro;
iii)
Continuação dos esforços no domínio da estabilização de indicadores
macroeconómicos, ambiente de negócios e formulação de um programa de
longo prazo de desenvolvimento regional;
iv)
Consolidação da paz e segurança na Região; e
v)
Dar continuidade de reformas institucionais
57.
Para atingir estes objectivos, a Comissão, no seu Programa de Trabalho para 2010,
focalizou as suas acções em seis eixos prioritários, nomeadamente:
i)
Criação de uma União Aduaneira: operacionalizar o funcionamento da Zona
de Comércio Livre através da criação da Tarifa Externa Comum, removendo
os obstáculos a livre circulação de pessoas e bens e a eliminação das
barreiras não tarifárias;
ii)
Acordo de Parceria Económica (APE): Concluir as negociações do APE com
vista a assinatura de um acordo regional, o qual será justo, equilibrado e
direccionado para o desenvolvimento com a União Europeia;
iii)
Infra-estrutura Regional: Impulsionar a implementação dos programas
adoptados no quadro do mecanismo de desenvolvimento dos transportes e
resolver a crise energética;
iv)
Política Agrícola e do Ambiente: Finalizar a elaboração dos programas
nacionais de investimento na Agricultura e assegurar um seguimento
efectivo das conclusões da Conferência Internacional de Financiamento da
Política Agrícola Regional;
v)
Paz e Segurança: Promover o diálogo e a diplomacia preventiva e jogar um
papel de liderança no fortalecimento do processo de democratização na
África Ocidental;
vi)
Questões institucionais: Continuar a reestruturação das Instituições da
Comunidade.
17
4.1.1 OBJECTIVOS
58.
Os objectivos da CEDEAO são o de promover a cooperação e a integração na
economia, no sector social e cultural, conduzindo em última análise a criação de uma
União Económica e Monetária através da total integração das economias nacionais dos
Estados Membros, aumento do nível de vida dos seus Povos, manutenção e
fortalecimento da estabilidade económica, promoção das relações e contribuindo para o
progresso e desenvolvimento do Continente Africano.
4.1.2 ACTIVIDADES E EVOLUÇÃO
59.
São seguintes as actividades e a evolução da CEDEAO:
60.
A maior conquista foi o lançamento com êxito da Estratégia Regional de Redução
da Pobreza (ERRP) em 11 de Janeiro de 2010, em Acra, o qual foi subsequentemente
seguido por um workshop, realizado em Abuja para rever o plano de implementação e
discutir as questões relativas aos arranjos institucionais para implementação da
estratégia e do mecanismo de monitorização e avaliação.
61.
Na preparação do estudo do processo de avaliação rumo aos Objectivos de
Desenvolvimento do Millenium na região da CEDEAO, um ateliê foi organizado em Acra
de 15 a 19 de Março de 2010, com a colaboração da InWent Alemã, para reforçar as
capacidades das relevantes instituições nos Estados Membros de forma a permitir-lhes
conduzir o estudo.
4.1.2.1 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
62.
Para o desenrolar regular das transacções financeiras e serviços, a CEDEAO criou
um Banco de Investimento e Desenvolvimento (EBID), o qual toma a forma de Fundo da
CEDEAO. O EBID é a principal instituição financeira, criada em 1999 pelos Estados
Membros da comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.
63.
É um grupo bancário, constituindo uma holding EBID e duas subsidiárias
especializadas, Fundo de Desenvolvimento Regional da CEDEAO (ERDF) e Banco Regional
de Investimento da CEDEAO (ERIB). O objectivo do BRIC é o de financiar, promover e
facilitar o crescimento económico e o desenvolvimento entre os Estados Membros da
CEDEAO. EBID oferece uma larga gama de principais produtos e serviços aos operadores
económicos para se envolverem em projectos comerciais viáveis.
4.1.2.2 ORGANIZAÇÃO DA SAÚDE DA ÁFRICA OCIDENTAL (WAHO)
64.
A WAHO é um instrumento proactivo da integração regional na saúde, a qual
proporciona mais alto impacto e custo efectivo de intervenções (através de programas)
de manutenção de parcerias de longa duração, Capacitação sustentada, disseminação e
Interpretação de Informações, Coordenação da Cooperação e Defesa, explorando as
Tecnologias de Informação e Comunicações (TICs).
18
65.
Actualmente, as actividades da WAHO são: elaboração das respostas a epidemia de
meningite, sarampo, cólera e febre-amarela, apoio a prevenção nacional dos programas
contra cegueira, apoio a criação de redes para os Sistemas Nacionais de Informação sobre
a Saúde e os Centros de Investigação e Institutos da CEDEAO, formação profissional dos
Jovens com vista a sua inserção, apoio aos Centros de Investigação através da afectação
de fundos para as operações de investigação, a organização de pontos focais sobre a
nutrição, etc…
4.1.2.3
66.
AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS DA CEEAO
A CEDEAO também possui as seguintes Agências Especializadas:
I) AGÊNCIA MONETÁRIA DA ÁFRICA OCIDENTAL (WAMA)
67.
A Agência Monetária da África Ocidental aparece na sequência da transformação
do Centro de Liquidação da África Ocidental (WACH), criada em 1975 como um
mecanismo de facilitação de pagamentos para promover o comércio sub-regional na
África Ocidental.
68.
Ela foi actualmente transformada num corpo baseado em agências autónomas
denominada Agência Monetária da África Ocidental (WAMA) com o mandato de
assegurar a monitorização, coordenação e implementação do programa de cooperação
monetária da CEDEAO, encorajar e promover a aplicação da determinada taxa de câmbio
para o comércio regional, aplicar políticas e programas sobre a integração económica e
monetária, especialmente no domínio de desenvolvimento dos sistemas de pagamento e
investigação e assegurar a criação de uma única zona monetária na África Ocidental.
69.
Em 1994, os Países francófonos da CEDEAO, nomeadamente Benin, Burkina Faso,
Cote d’ lvoire, Mali, Niger, Senegal e Togo com o lusófono Guiné-Bissu criaram a União
Monetária da África Ocidental (UEMOA) no Senegal. UEMOA é uma união económica e
monetária regional que partilha a mesma moeda, o Franco CFA.
70.
Devido ao lento progresso na implementação da abordagem rápida para
concretização da moeda comum da CEDEAO, a Autoridade da CEDEAO na sua cimeira de
2007 mandatou a Comissão da CEDEAO para colaborar com outras instituições regionais
no sentido de rever a actual estratégia com vista a recomendar uma única e acelerada
abordagem para atingir a moeda comum.
71.
Na sequência deste mandato, o Conselho de Convergência da CEDEAO, na sua
reunião de Novembro 2008, em Abuja, criou um Grupo Inter-institucional de Trabalho
para conceber um termo de referência para a revisão da estratégia para atingir a
iniciativa de moeda única. De acordo com o aprovado termo de referência, uma nova
estratégia para atingir uma moeda comum regional era esperada ser adoptada a seguir ao
retiro das instituições regionais envolvidas no Programa de Cooperação Monetária da
CDEAO em Fevereiro de 2009 e na reunião constitutiva do Conselho de Convergência da
CEEAO em Maio de 2009.
19
72.
De forma a atingir estes objectivos, a Agência desenvolveu várias actividades
durante o período, nomeadamente: supervisão multilateral, incluindo a monitorização do
desenvolvimento económico e o processo de convergência, revisão da Evolução das taxas
de câmbio e condução de estudos e seminários.
73.
Uma reunião do Secretariado comum da CEDEAO e da WAMA foi também
organizada em Ouagadougou em 14 e 15 de Maio de 2010 para rever a implementação do
Mecanismo de Supervisão Multilateral da CEDEAO.
74.
A maior conquista do programa de cooperação monetária durante o período sob
análise foi a aprovação pelo Conselho de Convergência da CEDEAO de um roteiro para
guiar o processo rumo a realização do objectivo de moeda única da CEDEAO. Este roteiro
que preconiza a criação até 2020 de uma União Monetária da CEDEAO, proporciona o
desempenho efectivo da função de supervisão multilateral, harmonização dos
instrumentos legais, de contabilidade e das estatísticas, harmonização dos mecanismos
de regulação e de supervisão bancária e de outras instituições financeiras, a criação de
infra-estruturas do sistema de pagamentos para as transacções transfronteiriças,
aprofundamento da liberalização do comércio e outros programas subsidiários.
II) INSTITUTO MONETÁRIO DAÁFRICA OCIDENTAL (WAMI)
75.
Os Estados Membros da WAMI são a Gâmbia, Gana, Guiné, Nigéria e Serra Leoa. A
Libéria, também Membro da CEDEAO) também exprimiu o interesse de integrar. O WAMI
foi criado em 2001 de forma a facilitar a criação de um Banco Central comum e a
introdução de uma moeda comum entre os Estados envolvidos.
76.
As suas funções são a de verificar o estado da convergência, harmonizar os
regulamentos e as desejadas políticas de regulação, promover o sistema regional de
pagamentos, estudar a questão do mecanismo das taxas de câmbio e as taxas de
conversão, organizar a sensibilização para educar o público para a nova moeda, conceber
a configuração técnica da nova moeda, preparar as modalidades de criação de um Banco
Central e criar um ambiente favorável.
77.
A Comissão da CEDEAO colabora com o WAMI na monitorização da
implementação efectiva da Segunda Zona Monetária (WAMZ) através da participação no
Conselho de Convergência do WANZ. Embora a evolução rumo a convergência dos
Estados Membros permaneça híbrida, WAMI foi mandatada para proceder a uma
avaliação e um estudo de viabilidade sobre o estado de preparação para o lançamento do
WAMZ até 2015 (Veja o Roteiro para a moeda única da CEDEAO).
80.
Numa tentativa de reforçar a cooperação e a colaboração com outras Instituições
regionais, a Comissão da CEDEAO organizou duas reuniões da Task Force CEDEAO-WAMI
sobre Comércio e assuntos conexos em Acra, de 11 a 12 de Fevereiro de 2010 e em Lagos,
de 7 a 8 de Maio de 2010, respectivamente e o Secretariado Conjunto CEDEAO-UEMOA,
duas vezes por ano. Espera-se realizar a próxima reunião de 4 a 6 de Outubro de 2010 em
Ouagadougou.
20
III)
UNIDADE DE COORDENAÇÃO DOS RECURSOS DA ÁGUA (WRCU)
81.
De acordo com a Unidade de Coordenação dos Recursos aquáticos, o seu objectivo
é mediar na promoção da coordenação das práticas de gestão integrada dos recursos
aquáticos e o seguimento do Plano Regional de Acção de forma a permitir aos Países da
África Ocidental dispor de um Plano Operacional de Acção para WRM de acordo o
Estatuto e as políticas e programas da CEDEAO. Os Membros envolvidos são os 15
Estados Membros da CEDEAO, Mauritânia e a Organização Regional da Bacia.
82.
A Autoridade da CEDEAO adoptou, em Janeiro de 2008, o Acto Suplementar
A/SA.04/01/08 o Plano de Emergência para Segurança de Fornecimento de Energia
(EPSSP) para os Membros do WAPP. O EPSSP é uma abordagem regional para a crise
energética que aspira tirar vantagens do gás natural do Gasoduto da África Ocidental para
criar um Parque sub-regional de energia com estatuto de zona livre com uma capacidade
total de 950MW. No quadro do mecanismo do Programa do WAPP, os Estados Membros
da CEDEAO adoptaram o conceito de criação de um Conselho Regional de Regulação
(RRB), o qual destina-se a acelerar a aberta e transparente troca transfronteiriça de
energia na região da CEDEAO.
83.
As actividades desenvolvidas nos primeiros quatro meses de 2010 foram as
seguintes:
a) Preparação do Plano de Acção
84.
Um Plano de Acção sobre a implementação da Política Regional foi preparado e
focalizado na reforma da gestão da água, promoção de investimento, cooperação regional
e integração do sector da água.
b) Criação do Observatório Regional de Recursos Aquáticos
85.
O Observatório Regional de Recursos Aquáticos é destinado a jogar um papel
chave na definição e promoção do mecanismo estratégico para o sector e de facto,
conduzir todo o programa CPCS. O papel do Observatório é o de assegurar a
monitorização da gestão da água nos Estados Membros e nas áreas das bacias. Isto
envolve a recolha de dados, processamento e fornecimento a todos os Estados Membros.
c) Mecanismo de gestão para partilha dos recursos aquáticos
86.
A Comissão iniciou também a preparação do instrumento de gestão para partilha
dos recursos aquáticos, o qual permitirá aos Estados Membros ter um instrumento legal
comum para servir de directiva nas negociações sobre convenções específicas ou tratados
para cada uma das bacias.
21
d) Apoio ao diálogo sobre projectos de infra-estruturas
87.
Este projecto prevê a concessão de apoio aos Estados Membros e as organizações
das bacias para assegurar que os principais projectos relativos as barragens e a irrigação
sejam desenvolvidas no quadro do mecanismo regional de integração.
IV. INFRA-ESTRUTURA
i
Transporte e Telecomunicação
a) Transporte
88.
A principal tarefa no transporte rodoviário é a implementação do programa
regional de transportes e de facilitação do trânsito através da abordagem de corredor. Os
programas são financiados pelo Banco Mundial, União Europeia e pelo Banco Africano de
Desenvolvimento. Para o corredor Lagos – Abidjan, o qual representa cerca de 70% de
todo o tráfego regional, a Comissão da CEDEAO concluiu três estudos vitais financiados
pelo Banco Mundial. Os estudos preconizam partilhar as informações e procedimentos
aduaneiros nos principais portos dos Estados Membros ao longo do corredor AbidjanLagos através de informações em tempo real, modernização da sua inter-conectividade e
instituição de uma única passagem (Verificação aduaneira sem documentação) nos
principais portos.
89.
A Comissão da CEDEAO recebeu da União Europeia uma concessão no valor de
63.8 milhões de euros para a implementação do programa de transporte e facilitação do
trânsito. O elemento chave do programa é a construção de cinco postos fronteiriços
conjuntos ao longo dos maiores corredores. O projecto detalhado de engenharia dos cinco
postos fronteiriços está concluído por uma designada firma de consultoria e validada pelo
Comité Consultivo criado pelos respectivos Estados Membros. O encarregado das obras já
foi notificado e espera-se celebrar o respectivo contrato até Novembro de 2010. Está
preconizado que até Dezembro de 2010 os construtores estejam mobilizados.
90.
No quadro do instrumento do Memorando de Entendimento sobre Auto-estrada
Nigéria-Camarões e Projecto de Facilitação do Trânsito assinado entre o Banco Africano
de Desenvolvimento (BAD), Comissão da CEDEAO, República Federal da Nigéria e a
República dos Camarões, a Comissão da CEDEAO beneficiou de uma concessão do BAD. O
Projecto de Facilitação inclui estudos sobre a facilitação do transporte, projecto
arquitectónico e construção de postos fronteiriços conjuntos e instalação de
equipamentos (por exemplo báscula automática, scanners, computadores, etc), projecto
arquitectónico e construção da ponte sobre o Rio Cross, institucionalização da supervisão
dos trabalhos e reforço das capacidades. A Comissão está no processo de selecção de
firmas de consultoria idóneas para tratar os vários aspectos dos serviços.
91.
No Subsector dos Caminhos–de-ferro, estudo de viabilidade de interconexão das
Redes Nacionais dos Caminhos-de-ferro através de 17 ligações prioritárias foi concluído e
validado em Fevereiro de 2008. Estudo detalhado de engenharia da mais longa linha de
22
ligação (isto é, Kaya-Dory-Niamey, que liga por caminho-de-ferro Abidjan-Ouagadougou
até a República do Niger) será feito com financiamento da União Europeia. Além disto, a
Comissão da CEEAO preparou um Memorando de Projecto de Informações sobre todas as
17 linhas bem como de reconstrução e reabilitação dos sistemas nacionais dos caminhosde-ferro.
92.
No Subsector do Transporte Aéreo, os objectivos foram os de: harmonizar a
legislação económica, estabilidade e segurança da África Ocidental e Central, reforçar a
autonomia das autoridades da aviação civil e facilitar as operações e a cooperação entre
as companhias aéreas da África Ocidental e melhorar a estabilidade e a segurança na
aviação na região. A CEDEAO tem assistido os Estados Membros na prestação de um
sistema de transporte aéreo seguro e de confiança bem como na exploração de meios
para assegurar o acesso equitativo das companhias elegíveis ao mercado de transporte
aéreo da África Ocidental.
93.
O Programa de reforço das capacidades das Autoridades de Fiscalização da
Segurança na Aviação Civil dos Estados Membros no quadro dos instrumentos dos
Programas da COSCAP conheceu considerável evolução que conduziu a criação da
Organização Sub-regional de Fiscalização da Segurança na Aviação (BAGASOO) por sete
Estados Membros em 2010.
94.
Um Plano de Acção para atingir os objectivos chaves foi concebido em parceria
com os parceiros de desenvolvimento e alianças estabelecidas com os principais
intervenientes, especialmente:
i)
Em Fevereiro de 2008, um Memorando de Entendimento foi assinado com a
Organização Internacional de Aviação Civil para implementação do COSCAP.
ii) Três regulamentos relativos com a economia do transporte aéreo
(Compensações por embarque cancelado, falhas dos aeroportos e handling)
foram adoptados enquanto quatro projectos regulamentos foram elaborados
sobre as Regras da concorrência, Acesso ao Mercado, Aprovação de Licenças
para Carreira Aérea e Responsabilidade da Transportadora Aérea.
iii) Foi também preparado um projecto de regulamento sobre a segurança na
aviação, o qual está actualmente sendo revisto.
iv) Foi preparado um Projecto de Acordo Horizontal sobre as negociações de
certos aspectos dos serviços aéreos com terceiros
95.
A Comissão da CEDEAO também realizou uma avaliação do estado de
implementação da Decisão de Yamoussoukro (YD) pelos Estados Membros e procura
meios para remover os estrangulamentos de forma a implementar um Mercado
liberalizado de Transporte Aéreo na CEDEAO. É encorajador o facto de todos os Estados
Membros estarem tentando atingir energicamente a este objectivo global no Sector do
transporte aéreo.
23
b) Telecomunicação
96.
Nos seus esforços para promover a integração das economias da África Ocidental,
a Comissão da CEDEAO apoia a criação de um Mercado Regional Sustentado de
Telecomunicações da África Ocidental como fundamento chave para promoção do
crescimento económico regional e desenvolvimento. Por isto, a CEDEAO definiu dois
principais objectivos para o Sector das Telecomunicações/TIC.
i
Concepção de infra-estruturas duradoiras, de confiança e modernas de
telecomunicações através da execução do Programa INTELCOM II, infraestruturas de banda larga e de cabos submarinos;
ii Harmonização das políticas de telecomunicações, instrumentos legais e de
regulação para a criação de um único e liberalizado Mercado das
Telecomunicações na Comunidade.
97.
O Programa INTELCOM II, lançado pela Comissão da CEDEAO identificou 32
ligações de telecomunicações interestaduais para formar um núcleo da infra-estrutura
regional de banda larga, a qual será ligada a rede global internacional através de cabos
submarinos. Estas 32 linhas estão sendo, gradualmente, instaladas. Até Dezembro de
2009, 55% destas linhas estava instalada e 45% estava operacional.
98.
Um estudo sobre infra-estrutura alternativa (fibra óptica para o Centro Energético
da África Ocidental) foi lançado em Dezembro de 2009 com assistência do Banco Mundial.
Foi mobilizado o financiamento da União Europeia (UE) num instrumento do Acordo de
contribuição CEDEAO-UE e o processo de recrutamento de uma Firma de Consultoria está
em curso para proceder a um estudo de viabilidade com vista a garantir a conectividade
entre os seguintes Estados Membros: Guiné-Bissau, Guiné, Mali, Sierra Leone, Libéria e
Côte d’Ivoire. No quadro do Projecto Área de Rede Ampla da CEDEAO, teve lugar uma
reunião em Abril de 2010 com o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Islâmico
de Desenvolvimento. As ligações do INTELCOM II não concluídas e as estimativas de
custo foram submetidas aos dois Bancos para apreciação e financiamento.
99. A conclusão de toda a infra-estrutura regional de banda larga bem como os
planificados cabos submarinos criarão uma competitividade real e fornecerão acesso fácil
aos serviços nacionais, regionais e internacionais de telecomunicações, incluindo os
serviços roaming.
100. A CEDEAO trabalhou, desde Novembro de 2009, em estreita colaboração, com a
Assembleia Reguladora das Telecomunicações da África Ocidental (WATRA) para criar
um mecanismo de regulação dos planificados cabos submarinos na região da África
Ocidental de forma a assegurar que a região da CEDEAO esteja ligada ao resto do Mundo
com preços competitivos. Para apoiar a parceria entre a Comissão da CEDEAO e a
WATRA, foi, validada em Cotonou, em 6 de Maio de 2010 um MoU que será submetido a
Directoria Jurídica da CEEAO para revisão antes da assinatura.
24
101. Desde a adopção da nova política e do mecanismo de regulação mais favoráveis ao
desenvolvimento da telecomunicações e das TICs pelos Chefes de Estado e de Governo
em Janeiro de 2007, a CEDEAO é muito actuante nos Estados Membros na incorporação
dos Actos da Comunidade nos ordenamentos jurídicos nacionais. De Novembro de 2009
até a presente data, a CEDEAO, União Internacional de Telecomunicações (UIT) e a União
Europeia têm apoiado o Benim, Côte d’Ivoire e a Libéria nos seus processos de
incorporação.
102. Assim, em Maio de 2010, cinco (5) Estados Membros concluíram o processo de
incorporação dos Actos da Comunidade nos seus ordenamentos jurídicos, sete tinha os
seus processos no Parlamento ou no Governo e três outros estiveram em várias etapas da
preparação do processo.
103. Para fortalecer a confiança dos utentes e popularizar os serviços das
Telecomunicações/TICs, o Conselho de Ministros adoptou, em Novembro de 2009, uma
Directiva de luta contra os crimes cibernéticos e a Conferência dos Chefes de Estado e de
Governos adoptou, em Fevereiro de 2010 dois Actos Suplementares relativos as
Transacções Electrónicas e Protecção da Base de Dados Pessoais.
c) TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
104. As actividades desenvolvidas pelo Centro Informático da Comunidade (CCC) neste
período, inclui o que se segue:
i
Instalação de um Centro moderno das TICs na Sede da Comissão, noutras
Instituições da CEDEAO e nos Estados Membros para assegurar uma eficiente
troca de Comunicações/informações entre as várias componentes da
Comunidade (Estados Membros e as Instituições) e com os principais
Parceiros, usando as mais modernas e fiáveis tecnologias;
ii Adopção de uma política regional das TICs. Nenhum documento sobre política
foi adoptado na região e na maioria dos Estados Membros para promoção das
TICs. Para preencher esta lacuna, um dos objectivos específicos do CCC é o de
preparar a adopção um instrumento institucional regional que envolve
orientação da política, estratégia e planos de acção para assegurar que as TICs
sejam adoptadas e usadas em prol do desenvolvimento na região da CEDEAO.
iii Concepção e uso das aplicações das TICs. As aplicações prioritárias que
necessitam ser concebidas e usadas pelo CCC, a médio termo, são as relativas as
necessidades dos Departamentos Técnicos para facilitar a condução das suas
actividades. São essencialmente as aplicações a serem usadas na criação do
Sistema de Gestão de Informações da CEDEAO e as componentes do Sistema de
Informações Comerciais (TIS), Sistema de Gestão de Oportunidades (ECOBIZ),
Sistema de Informações sobre a Agricultura (AGRIS), Sistema de Informações
sobre os Serviços Administrativos (AMIS), Sistema de Informações sobre
25
Política Económica (EPIS) e Sistema de Informações sobre Documentação
(LIBIS).
4.1.2.4 ENERGIA
105. O acesso ao fornecimento sustentado e contínuo de energia é a principal
prioridade do Programa Energético da Comunidade. A Comissão da CEDEAO optou pela
promoção a longo prazo da cooperação para desenvolvimento efectivo dos recursos
energéticos da região e harmonização das políticas nacionais de desenvolvimento do
Sector da Energia. Como resultado, o Programa Energético da CDEAO preparou projectos
coerentes de raiz, tais como: (i) Gasoduto da África Ocidental (WAGP), (ii) Centro
Energético da África Ocidental (WAPP) e (iii) Política Regional da CEDEAO sobre Acesso a
Energia.
i)
Projecto do Gasoduto da África Ocidental (WAGP)
106. O Gasoduto da África Ocidental (WAGP) é um gasoduto de 678 km que se estende
da Região nigeriana Escravos da área do Delta do Níger ao Benin, Togo e Gana. O Projecto
teve início em 1982 quando a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEEAO) propôs a criação de um gasoduto através da África Ocidental.
107. No início dos anos 90, um relatório de viabilidade concluiu que o projecto era
comercialmente viável. Em Setembro de 1995, os Governos de quatro Países assinaram o
Acordo de Lançamento (HOA). O estudo de viabilidade foi concluído em 1999. Em 11 de
Agosto de 1999, os Países envolvidos assinaram em Cotonou um Memorando de
Entendimento.
108. Em Fevereiro de 2000, foi assinado um Acordo Intergovernamental. O Acordo de
Implementação do WAGP foi assinado em 2003. As obras tiveram início em 2005 e o
Projecto está em cerca de 70% concluído relativamente as instalações em terra.
Entretanto medidas foram também tomadas para atravessar a Estação da Praia de Lagos
e o gasoduto está actualmente pronto para livre passagem do gás. Está em curso um
estudo de viabilidade para estender o Projecto ao Côte d’Ivoire e a descoberta de petróleo
e gás no Gana dá novo ímpeto ao Projecto. Os trabalhos na offshore, incluindo a colocação
do gasoduto estão concluídos. Um outro passo importante para o desenvolvimento do
sector do gás foi dado com o estabelecimento de uma cooperação técnica com o Governo
de Trinidad e Tobago no sector do petróleo e gás.
109. A primeira fase do Projecto foi concluída no primeiro quarteto de 2009, a qual
permite a livre passagem do gás da Nigéria até Takorado no Gana. Esta fase envolveu
apenas a construção do gasoduto entre Escravos e o Gana e a instalação da estação inicial
de distribuição. Contudo, a quantidade de gás transportada pelo gasoduto não responde
as necessidades para produzir energia suficiente para compensar a carência. Todos os
intervenientes estão envolvidos nos esforços para conclusão das estações de propulsão.
26
110. Em 29 de Janeiro de 2010 em Lomé, foi organizada uma reunião dos Ministros
responsáveis pelo Gasoduto da África Ocidental. Aos Participantes foi informado que o
Director Geral da Autoridade do Gasoduto já fora nomeado. Ela também registou que a
construção das estações de propulsão está concluída e que a operação industrial de todo
o Gasoduto começará em finais de Junho de 2010.
ii)
Centro Energético da África Ocidental
111. A Autoridade dos Chefes de Estado e de Governos da CEDEAO criou o Centro
Energético da África Ocidental (WAPP), organização que se tornou funcional em
Fevereiro de 2006 para proporcionar um mecanismo e um instrumento institucional para
integrar os sistemas energéticos dos Estados Membros. Isto para atender as necessidades
energéticas dos Países Membros da CEDEAO através da disponibilização de fornecimento
sustentado e de confiança de energia para o desenvolvimento económico. O Plano
Comercial da WAGP, tal como adoptado pela sua Assembleia Geral em 2006, define a
estratégia de implementação a ser aplicada pela WAGP na implementação de um plano de
infra-estruturas até 2020 de aproximadamente USD 16 bilhões e isto resultará num
mercado Energético Regional. O Programa de Infra-estruturas representa a
implementação de aproximadamente 5500 quilómetros de rede de distribuição de alta
voltagem que interligará todas as redes nacionais de energia dos Estados Membros da
CEDEAO coberta com a injecção de cerca de 10000 Mega watts ao fim do período.
112. Desde 2006, A Sub-região da África Ocidental tem vivido uma crise energética
devido essencialmente a fraca pluviosidade o que conduz a gestão da perda da carga em
vários Países. A situação teve um impacto negativo para a economia dos Estados
Membros da CEDEAO. Neste sentido, a Autoridade da CEDEAO adoptou, em Janeiro de
2008, o Acto Suplementar A/SA.04/01/08 um Plano de emergência para segurança no
fornecimento de energia (EPSSP) aos Estados Membros da WAPP. O EPSSP é uma
abordagem regional a crise energética preconizada para tirar vantagens do gás natural do
Gasoduto da África Ocidental e das economias de escala para criar um Parque de Energia
Regional com “Estatuto de Zona Livre” de 400 MW de ciclo combinado de produção em
Maria Gleta no Benin, 400 MW de ciclo combinado em Aboadze no Gana, 150 MW de ciclo
combinado de produção no Sistema da OMVS e infra-estruturas móveis de produção de
energia para os sistemas isolados da Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau e Sierra Leon. As
propostas dos projectos das centrais estão actualmente sendo concebidas com os
respectivos Países e os Parceiros institucionais.
113. A Estratégia de Implementação do WAPP tal como reflectido no seu Plano
comercial 2006-2009 está baseada na realização complementar e de reforço mútuo dos
subprogramas de infra-estrutura. Estes subprogramas, tal como abaixo indicado,
englobam vários projectos interligados, os quais, quando implementados, resultarão
numa rede interligada na África Ocidental até 2012.
114. Relativamente a ligação e reforço das redes de electricidade dos Estados Membros,
a primeira prioridade do WAPP de projecto ligação liga Ikeja Ocidental (Nigéria) e Sakete
27
(Benin) foi adjudicada em Janeiro de 2007. O Projecto dos 330 KV de interligação
actualmente em implementação refere-se aos 215 Km entre Aboadze até Volta no Gana,
Projecto de Retransmissão Bobo Dioulasso-Ouagadougou (Burkina-Faso) e os 338 KM de
Volta (Gana) até Mome Hagou (Togo) e Sakete (Benin). Estão também em curso, os
estudos de vibilidade dos Projectos de transmissão Norte do Core que ligam Nigéria,
Niger, Benin e Burkina-Faso e o do Bolgatanga a Ouagadougou (Burkina-Faso).
115. O WAPP está trabalhando em estreita associação com o OMVG para concluir a
mobilização de fundos para o Programa Energético do OMVG, o qual ligará a Gâmbia,
Guiné, Guiné-Bissau e Senegal, enquanto uma central adicional hidroeléctrica está em
processo de instalação para os já interligados Estados, Mali, Mauritânia e Senegal. Além
disto, Projectos Transfronteiriços de Electrificação para beneficiar as comunidades das
áreas rurais, periféricas urbanas e ilhas distantes, estimados em 3.6 milhões de euros
para o Gana - Togo, 1.5 milhões de euros Gana - Burkina-Faso e 9.6 milhões de euros para
Côte d’Ivoire - Libéria, estão em fase de implementação, enquanto fundos estão sendo
mobilizados para os entre Senegal - Gâmbia e Senegal -Guiné-Bissau.
116. No quadro dos mecanismos do Programa do Centro Energético da África Ocidental
(WAPP), os Estados Membros da CEDEAO, durante a Terceira reunião Ministerial do
Comité Consultivo da WAPP, em Acra, em 5 de Abril de 2002, adoptaram o conceito para
criação de um Conselho Regional de Regulação (RRB) de forma a acelerar uma troca
aberta e transparente de electricidade no seio da região da CEDEAO, assegurar o
fornecimento aperfeiçoado de energia aos Estados Membros da CEDEAO, aumentar
acesso dos cidadãos a energia e encorajar a regulação do mercado regional de energia
através da aplicação de boas práticas contratuais e da cooperação entre as Autoridades
Reguladoras nas trocas transfronteiriças de electricidade.
117. O Centro Energético da África Ocidental (WAPP) dá continuidade a identificação,
realização de estudos e implementação de projectos para a interligação das redes de
electricidade. Nesta perspectiva, foi convocada uma Assembleia Geral Anual em finais de
Outubro de 2009, seguida de uma reunião de doadores. Outra realização do período,
inclui a reunião dos Ministros da energia dos Países beneficiários do Projecto de Maria
Gleta, nomeadamente, Benin, Togo, Gana e Nigéria, de Agosto de 2009, em colaboração
com a Direcção de Energia da Comissão.
iii)
Projecto de Regulação do Sector Energético da África Ocidental
118. Em Janeiro de 2008, foi adoptado o Acto Suplementar A/SA.2/1/08 que cria a
Autoridade Regional Reguladora da Electricidade da CEDEAO (ERERA), complementar ao
Conselho de Regulação C/REG.27/12/07, de 15 de Dezembro de 2007 sobre a
composição, organização, atribuições e funcionamento da Autoridade Regional de
Regulação da electricidade da CEDEAO. A fase seguinte da Autoridade Regional de
Regulação da electricidade da CEDEAO (ERERA) é pretendida lançar em Abril de 2009
para promover a implementação o desenvolvimento das infra-estruturas de electricidade
e criar ambiente para atracção de investimentos, baseados na facilitação de troca
28
transfronteiriça não restritiva de electricidade entre os Estados Membros no quadro de
um mecanismo competitivo, aplicação de regras não discriminatórias nas transacções e
na resolução de conflitos, protecção e promoção de investimentos privados, protecção do
ambiente e promoção de energia de fácil utilização.
iv)
Programa Regional de Acesso a Energia
119. Durante a 29.ª Cimeira, realizada em Niamey, em 12 de Janeiro de 2006, a
Autoridade da CEDEAO adoptou a Decisão A/DEC.24/01/06 relativa a Política Regional
para aumentar o acesso das populações rurais e urbanas periféricas aos serviços de
energia. Esta Política Regional está completamente de acordo com os Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio e almeja responder aos Objectivos do Plano de Acção do
NEPAD. A Política Regional inclui um Plano Regional de Acção e uma Estratégia de
Implementação para a elaboração de um Programa Comum de Investimento na região.
120. As actividades preparatórias desenvolvidas pela Comissão da CEDEAO incluem
uma iniciativa suportada, Programa Regional do PNUD Energia-Pobreza, para prestar
assistência financeira que poderá atingir USD 100.000, baseada num preparado e
aprovado plano de acção dos grupos multi-sectoriais nacionais (NMG). De igual modo, a
Comissão da CEDEAO, através do Programa ACP da União Europeia, obteve uma
concessão de 1.8 milhões de euros para permitir a CEDEAO e o PNUD prosseguirem e
finalizarem os aspectos operacionais para os restantes sete (7) Estados Membros.
121. O Conselho de Ministros da CEDEAO, na sua última Sessão, em Ouagadougou, em
Dezembro de 2007, adoptou uma deliberação, solicitando a Comissão da CEDEAO a criar
uma unidade dedicada a desenvolver actividades relativas a implementação do Guião da
CEDEAO sobre o Acesso aos Serviços de Energia e as actividades preparatórias de criação
de uma Agência Regional para Acesso aos Serviços de Energia. Ao adoptar a referida
deliberação, o Conselho solicitou, em seguida, a Comissão para explorar as vias e meios
de promoção do uso das fontes alternativas de energia, incluindo a solar, eólica e outras,
renováveis.
122. Na Agenda da Conferência sobre a Paz e Segurança, organizada em 12 de
Novembro de 2007 em Ouagadougou (Burkina-Faso) pela Comissão Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Declaração adoptada incorporou a necessidade
de criação de um Centro Regional de Energias Renováveis e de Energias eficientes na
região da CEDEAO. Para o efeito, a Áustria se comprometeu perante a CEDEAO, em
Novembro de 2007, a apoiar a criação do Centro de Energias Renováveis e de Fácil
Utilização na região da CEDEAO e solicitou a Comissão para conceber o Centro. A
comissão da CEDEAO, em colaboração com o UNIDO, concebeu o Centro, o qual obteve
um fundo seguro directo de USD 10 milhões para um período de 10 anos.
123. A Nona Reunião dos Ministros da CEDEAO responsáveis pela energia ratificaram a
criação do Centro de Energia Renovável e Eficiente até Junho de 2009 com o objectivo
final de melhorar o acesso as fontes sustentadas de energia e aumentar o uso de energia
eficiente na região na sequência da implementação do Plano Regional de Acção da
29
UEMOA/CEDEAO para o aumento aos serviços de energia. As actividades do Centro se
desenvolverão em volta do reforço das capacidades e aumento de conhecimentos,
investigação e transferência de tecnologia, política, mecanismos legais e de
regulamentação e de seguros e gestão de conhecimentos e serviços de consultoria.
124. Após o desejo manifestado pela Comissão para fornecer as populações uma fonte
de energia a sub-região, sustentada e segura, considerando o ónus de aumento dos custos
dos combustíveis, a Comissão da CEDEAO e o Governo de Cuba assinaram, em Abril de
2008, um MOU sobre a implementação conjunta de um projecto-piloto de um ano de
duração sobre energia eficiente. O Projecto-piloto, iniciado em 1 de Junho de 2008, está
sendo implementado na Nigéria com a substituição de 1 milhão de lâmpadas
incandescentes por Lâmpadas fluorescentes Compactas de alta qualidade (CFLs). O
Projecto demonstrou o impacto que o potencial do programa de contenção do consumo
de energia pode ter na Sub-região e alguns Estados Membros já aderiram ao Projecto e
solicitaram que a assistência lhes seja extensiva mesmo antes da conclusão da fase piloto.
d) Aplicação da Convenção sobre Mudanças Climáticas
125. Uma Reunião dos Ministros do Ambiente foi realizada em Acra, de 15 a 18 de
Março de 2010 para adopção do projecto de programa sobre a Adaptação às Mudanças
Climáticas para a Região da CEDEAO. Os Ministros recomendaram que o documento seja
reforçado por uma estratégia aperfeiçoada para mobilização de recursos. Em colaboração
com a CILSS, a Comissão deu início a implementação do Projecto AMESD, organizando a
primeira fase dos workshops nacionais sobre o domínio da gestão dos recursos naturais
no Gana e Sierra Leone. O Projecto, financiado pela União Europeia, em colaboração com
a Comissão da União Africana, e implementado no domínio da água e das pastagens da
região, tem o objective de reforçar as capacidades dos Estados Membros na recolha de
dados, processamento e formação.
4.1.2.5 PREVENÇÃO DO HIV/SIDA
126. A Comissão da CEDEAO tomou medidas para prevenir e mitigar os efeitos do
HIV/SIDA sobre as pessoas infectadas, promovendo vários programas e abordagens dos
Estados Membros para enfrentar a pandemia do HIV/SIDA.
127. A Comissão da CEDEAO, em colaboração com a UNESCO, Banco Mundial, UNESCO
e UNAIDS, identificou pontos focais entre os Ministros da Educação das respectivas
regiões e atribui-lhes a responsabilidade de conceber respostas mais efectivas, nacionais
e regionais, ao HIV/SIDA e, a este propósito, uma Conferência destes Pontos Focais foi
realizada na Comissão da CEDEAO, em Setembro de 2008. A Conferência discutiu, entre
outras questões, as Políticas Nacionais de Educação, integração do HIV/SIDA nos
curricula escolares, capacitação dos professores, antes e em exercício, e procedimentos
de monitorização e de avaliação.
4.1.2.6 CIÊNCIA E TECNOLOGIA
128.
A Comissão está, até então, trabalhando, sobre a Segunda Fase de implementação
do Plano da Política Regional de Ciência e Tecnologia para a Sub-região, iniciado em
2006. Após a conclusão dos estudos pelo Consultor, a Comissão da CEDEAO organizou
30
uma reunião, de 11 a 12 de Março de 2008, para validar o Relatório dos estudos e adoptar
a Política e o Plano de Acção. A CEDEAO e o NEPAD estão actualmente a preparar um
guião para recolha de informações sobre o estado da Ciência e da Tecnologia em cada
Estado Membro através de pontos focais designados e da Sociedade Civil.
129. Outra evolução no Processo de integração está consignada na elaboração de um
projecto de Regulamento Regional de Investimento e do Mecanismo de Política e a sua
adopção pelo Conselho de Ministros da CEDEAO. De igual modo, o processo de elaboração
do Código Comunitário de Investimento e de sensibilização da comunidade e dos outros
intervenientes para o regulamento regional de investimento, iniciou desde 2008.
130. Durante a primeira metade de 2010, realizou-se uma reunião para rever o
projecto de directiva estratégica e preparar o roteiro para a formulação da Política de
Ciência e da Tecnologia para a região até os finais de 2011.
4.1.2.7 LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS
131. A livre circulação de pessoas inclui a abolição do visto e da permissão de entrada,
direito de residência e de estabelecimento. Tal como é concebida, a circulação de pessoas
alcançou, dentro da CEDEAO, progresso exemplar pois não é exigido visto aos nacionais
dos Estados Membros que viajam por toda a região da CEDEAO. Os residentes da África
Ocidental têm agora direito de circular livremente, estabelecer-se lá onde quiserem
dentro da Comunidade para desenvolver qualquer actividade. Em Dezembro de 2000, foi
introduzido um Passaporte da CEDEAO e foi proposta a substituição dos passaportes
nacionais.
132. A Comissão da CEDEAO criou e instalou unidades pilotos de monitorização das
fronteiras. O objectivo destas unidades é o de registar todas as violações da livre
circulação de pessoas ao longo das fronteiras. De forma a encontrar uma solução
adequada ao problema ligado as perturbações ao longo das fronteiras, a Comissão está
mobilizando o sector privado e a sociedade civil com vista ao seu envolvimento e levá-los
a assumir a implementação do Protocolo sobre a livre circulação de pessoas. Assim, todas
as unidades integram representantes da sociedade civil, um Juiz, um Parlamentar e um
representante das médias.
133. A Comissão da CEDEAO também enveredou por uma reflexão com os Parceiros
técnicos para a criação de um sistema electrónico de registo nas entradas e saídas
fronteiriças. Prevê-se concluir esta actividade com a ajuda do novo bilhete de identidade
da CEDEAO o qual substituirá os bilhetes de identidade nacionais.
134. Para assegurar a livre circulação de pessoas e bens e melhorar o sistema de
transporte terrestre, a Autoridade dos Chefes de Estado e de Governos adoptou a Decisão,
instando para a criação de Comités Nacionais destinados a monitorizar a implementação
da Decisão e dos Protocolos da CEDEAO sobre a livre circulação de pessoas e veículo.
Uma Task Force Conjunta CEDEAO/WAMI foi igualmente criada em 2008 para assegurar
a célere ratificação e implementação efectiva das convenções e Protocolos da CEDEAO
31
relativos ao comércio e livre circulação de pessoas, bens e serviços e do direito de
estabelecimento para negócios na WAMZ.
135. Na óptica do Protocolo da Livre Circulação, os esforços de sensibilização
desembocaram na assumpção do Protocolo sobre a livre circulação pelos envolvidos e
tiveram um impacto positivo sobre os direitos de entrada, residência e estabelecimento
dos cidadãos.
136. No mesmo espírito, esforços conjugados provocaram maior aceleração do processo
de integração da CEDEAO através do Protocolo de livre circulação de veículos e através
de muitos projectos, sensíveis mais importantes, de actualização dos objectivos do
Protocolo da Livre Circulação. Uma reunião dos Peritos sobre a migração, criada para
garantir uma plataforma comum dos procedimentos da migração e o efectivo
cumprimento dos prazos da ICAO para a introdução do passaporte biométrico
harmonizado da CEDEAO antes de Março de 2010, foi realizada de 15 a 16 de Abril de
2010 em Abuja.
137. A reunião proporcionou uma plataforma para a harmonização das políticas de
migração e análise da introdução de um tipo de Visto Schengen da UE, o qual removerá a
emissão de visto múltiplo de entrada aos Estados Membros por nacionais de Países
terceiros, em turismo ou negócios, a região. Para atingir este objectivo, foi criado um
Comité que integra sete Responsáveis do Sector da Migração dos Estados Membros para
supervisionar a sua implementação.
•
ECOVISTO (Visto - Tipo Schengen)
138. Na sequência da Decisão da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governos
relativa a introdução do ECOVISTO (Tipo Visto Schengen), a Comissão criou uma
Comissão ad hoc da qual fazem parte os Estados Membros para preparar um roteiro para
a implementação da Decisão. Uma reunião da Comissão ad hoc teve lugar em Cotonou, em
Dezembro de 2009 para avaliar o roteiro com vista a harmonizá-lo com o da UEMOA.
4.1.2.8 LIVRE CIRCULAÇÃO DE BENS, SERVIÇOS E DE CAPITAL
139.
A criação de uma Zona de Comércio Livre (ZCL) dentro da CEDEAO teve início
em 1979 quando ficou concluído o desmantelamento das restrições tarifárias para a
produção local, trabalhos de artesanato e produtos completamente manufacturados. Foi
então estabelecido um período de dez anos para combater os custos e as taxas no
comércio intra comunitário. Após um período de letargia, as Instituições da CEDEAO
decidiram acelerar a criação da ZCL, a qual, incluindo seus mecanismos, deveria estar
efectiva até 1 de Janeiro de 2000. Em Janeiro de 2003, a Cimeira da CEDEAO adoptou um
novo pacote de liberação do comércio. Os Estados foram instados a aplicar plenamente o
pacote de liberalização para que a zona de comércio livre fosse reforçada até 2004.
140. A criação da ZCL implica um mecanismo de compensação de perda de receitas
pelos Estados Membros devido a remoção das tarifas no comércio intra comunitário. A
32
duração do período dos arranjos financeiros da compensação foi estabelecida para 4 anos
com efeito a partir de 1 de Janeiro de 2004. Os montantes a compensar dependem das
perdas sofridas pelos Estados Membros pela importação aprovada de produtos
industriais de origem. Elas dependem das taxas descontadas como se segue: (i) 100% de
perda em 2004; (ii) 80% da perda em 2005; (iii) 60% de perda em 2006; (iv) 30% de
perda em 2007; e (v) 0% de rebaixamento sofrido com efeito a partir de 1 de Janeiro de
2008. O funcionamento deste mecanismo foi, contudo diminuto, porque o orçamento da
compensação depende do pagamento das contribuições pelos Estados Membros.
141. Os produtos objecto do pacote de liberalização devem obedecer as regras de
origem, definidos como produtos originários da CEDEAO, como se segue: (i) produtos
locais; (ii) produtos completamente produzidos nos Estados Membros; (iii) produtos
manufacturados de substâncias de origem animal e produzidas no País, usadas apenas na
condição que a sua ratio quantitativa seja superior ou igual a 60% de todas as matériasprimas usadas. O procedimento de aprovação dos produtos de origem permite ao
Secretariado Executivo da CEDEAO distribuir a lista dos produtos aprovados pelos
Estados Membros. O certificado de origem dos produtos da Comunidade atesta a origem.
Contudo, os produtos agrícolas e de gado dado que são manufacturados estão isentos. Um
procedimento regulador dos litígios emergentes da aplicação do pacote de liberalização
está criado. Em caso de desacordo entre as Partes, o Tribunal de Justiça da CEDEAO está
autorizado a fazer o julgamento final não susceptível de recurso.
142. O movimento de mercadorias não processadas entre os Estados Membros, estará
isenta dos custos e taxas e não estará sujeito a qualquer restrição quantitativa ou
administrativa. A qualificação para isenção, produtos não processados e produtos
tradicionais deverá ser apresentada pelos Estados Membros acompanhada de um
certificado de origem e de uma Declaração de exportação da CEDEAO.
a. ZCL e Alfândegas
143. No contexto de implementação do Programa de comércio livre, ênfase foi
colocada nos seguintes pontos:
i.
Criação da Zona de Comércio Livre
144. A criação da Zona de Comércio Livre está sendo implementada através do Pacote
de Liberalização do Comércio (ETLS). O objectivo do Pacote é o de promover o comércio
intra comunitário através da remoção das tarifas e das barreiras não tarifárias às
importações e exportações de produtos originários dos Estados Membros.
145. Como parte dos esforços para atingir este objectivo de longo prazo, a Comissão
desenvolveu várias actividades com vista a aplicar o Pacote de Liberalização do Comércio
da CEEAO. Elas incidiram particularmente sobre:
i
Workshop de formação e sensibilização para os representantes dos Comités
Nacionais de Aprovação (NAC), realizado em Abuja, em Dezembro de 2009
33
sobre os procedimentos e as condições de concessão da aprovação às
empresas;
ii
Workshop de informação e sensibilização sobre o Pacote de Liberalização do
Comércio da CEEAO, realizado nalguns Estados Membros;
iii
Revisão da aprovação das solicitações e notificações das concessões
atribuídas pelos comités Nacionais de Aprovação;
iv
Recepção e resolução de conflitos entre os Países, como parte dos esforços de
aplicação do Pacote. Com este propósito foi efectuada uma missão a Sierra
Leone.
ii. Criação da Tarifa Externa Comum
146. Significantes progressos foram obtidos desde a adopção formal da estrutura da
CET da CEEAO pela Autoridade dos Chefes de Estado em Niamey, em Janeiro de 2006 e a
criação do Comité CEEAO-UEMOA para a conclusão do Projecto. Eles incluíram:
i.
Adopção pela Autoridade dos Chefes de Estado de um Acto Suplementar
sobre a criação de um quinto da parcela de 35% da CET da CEEAO;
ii.
Adopção dos critérios comuns de elegibilidade para todos os Países para a
submissão dos produtos a serem incluídos no quinto da parcela;
iii) Adopção de um roteiro para actividades futuras com vista a finalizar a CET.
147. A 7.ª reunião do Comité Conjunto, realizada em Cotonou, de 8 a 12 de Março,
avaliou os progressos sobre diversos pontos das negociações. Eles incluíram o seguinte:
i.
Um consenso foi obtido sobre 211 linhas tarifárias, as quais constituirão parte
dos produtos a serem classificados no quinto da parcela;
ii.
Foi criado um Comité ad hoc para analisar o Projecto da Nomenclatura
Tarifária e Estatística (TSN) da CET da CEEAO, preparado pela Direcção
Aduaneira a seguir a adopção do Regulamento C/REG.1/5/09, de 27 de Maio
de 2009 sobre a Versão 2007 da Descrição Harmonizada dos Produtos e do
Código do sistema das Nomenclaturas (HS). Os resultados dos trabalhos do
Comité serão apresentados a 8.ª reunião da CAG CET, agenda para de 24 a 28
de Maio em Acra;
iii.
Análise das solicitações de reclassificação e da proposta para o quinto da
parcela continuarão em Acra durante a 8.ª reunião.
iii. Harmonização do VAT na CEDEAO
148. A 62.ª Sessão do Conselho de Ministros da CEDEAO orientou a Comissão a tomar
todas as medidas necessárias para assistir aos Estados Membros, ainda não possuidores,
34
para integrar o imposto sobre rendimento (VAT) nas suas legislações. Na base desta
directiva, adoptada em 2009, foram efectuadas missões de apoio e de avaliação a três
Países, nomeadamente Gâmbia, Sierra Leone e Libéria.
149. Memorandos de entendimento foram assinados com cada um dos Estados
Membros. Estes Memorandos especificam as componentes das quais podem beneficiar os
Estados Membros com a assistência da Comissão. Nesta base, foi organizada uma
conferência sobre o VAT, em Acra, Gana de forma a familiarizar os funcionários dos
impostos com este novo imposto.
150. O Roteiro da Comissão para 2010 destinava-se a prestar assistência directa a
estes Países através de concessões financeiras para permitir-lhes enfrentar os problemas
que lhes são peculiares. Isto também implica a disponibilização de Consultores, a pedido,
e também a organização de acções específicas de formação sobre o VAT dentro e fora da
região.
4.1.3. ESTADO DAS ACTIVIDADES
151.
Os seguintes elementos demonstram a evolução do processo:
Estado da CEDEAO
em 2009
Estado da CEDEAO
Evolução da CEDEAO
Evolução
Organização
da
Saúde da África
Ocidental (WAHO)
Coordenação e harmonização de políticas
1. Actividades desenvolvidas na área da política
de coordenação e de harmonização:
Actividades
em
curso
para
responderem
as
epidemias
de
meningite, sarampo,
cólera
e
febreamarela;
•
Concepção dos estandartes e directivas
para o reforço do óleo e da farinha com
vitamina A para alargar o controlo da
deficiência micro nutricional
•
Adopção da Estratégia sobre as Acções
Essenciais de Nutrição nas 5 Regiões
Apoio
aos
programas nacionais
de luta contra a
cegueira; Apoio a
criação de Rede dos
sistemas Nacionais
•
Criação de um mecanismo consensual para
a monitorização anual e avaliação das
políticas nacionais de saúde dos Países
Membros de forma a identificar os
progressos atingidos anualmente na Região.
35
de Informação sobre
a Saúde, Centros de
Investigação
e
Institutos da CEEAO;
Formação
profissional
dos
Jovens com vista a
sua inserção; Apoio
aos
Centros
de
Investigação através
de afectação de
fundos
para
as
operações
de
investigação, etc e
organização
dos
Pontos focais para a
Nutrição.
•
Compilação e disseminação das lições
tiradas na base do estudo de diagnóstico
das políticas de saúde actualmente
implementadas no conjunto de 5 Países
(Guiné-Bissau, Gâmbia, Mali, Niger e
Nigéria). O objectivo é orientar os Países na
concepção e implementação das políticas
de saúde;
•
Inventário
dos
recursos
humanos
existentes e dos projectos para os Estados
Membros até 2013;
•
Três (3) projectos de documentos
monográficos sobre os sistemas de saúde
da Côte d’Ivoire, Sierra Leone e Cabo Verde.
Estes
estudos
se
enquadram
na
investigação sobre os sistemas de saúde na
Região;
•
9 Estados Membros (Libéria, Sierra Leone,
Burkina-Faso, Gâmbia, Côte d’Ivoire, Niger,
Guiné, Guiné-Bissau, Togo) receberam
apoio financeiro para apoiar a inspecção
sanitária, concepção de planos de saúde,
contabilidade nacional de saúde, apoio ao
controlo de doenças e formação do pessoal
da saúde;
•
Oito Estados Membros (Libéria, Sierra Leon,
Gâmbia, Côte d’Ivoire, Guiné, Guiné-Bissau,
Togo, Benin) foram apoiados nos programas
de prevenção e tratamento do HIV/SIDA. O
apoio incluiu a formação dos trabalhadores
de saúde no diagnóstico, tratamento e
cuidados, equipamentos, reabilitação das
infra-estruturas
e
supervisão
das
actividades;
Reforço das Informações sobre a Saúde
Foram executados com sucesso os seguintes programas:
•
Aquisição
de
Software para
recolha
de
36
•
•
•
Agência Monetária da
África
Ocidental
(WAMA)
informações, análise e disseminação;
Realização de estudo sobre a prevalência do
trachoma no norte do Côte d’Ivoire. Foi
confirmada a existência da doença em
dimensões que requerem cuidado.
Foi preparado um diagnóstico do trachoma da
Região da CEEAO;
Uma supervisão da correcção dos erros de
refracção realizada no Benin num horizonte de
3776 estudantes de 65 Escolas demonstrara
que 9.9% contra 5% de estudantes de idade
compreendida entre 10 a 15 anos sofriam de
problemas de visão. A norma aceite para esta
idade estabilizou-se de acordo com os
parâmetros da OMS;
Programa da Cooperação Monetária da CEDEAO
(EMCP)
•
A maior realização do Programa de Cooperação
Monetária, durante o período sob revisão, foi a
aprovação pelo conselho de Convergência da
CEDEAO das directivas do processo para a
concretização do objectivo de moeda comum da
CEDEAO. Estas directivas, as quais preconizam a
criação de uma União Monetária da CEDEAO até
2020, garantem a condução efectiva das funções de
supervisão, harmonização dos mecanismos legais,
de contabilidade e das estatísticas, harmonização
dos mecanismos de regulação e supervisão
bancária e de outras instituições financeiras,
criação de infra-estruturas dos sistemas de
pagamentos das transacções transfronteiriças,
aprofundamento dos esquemas de liberalização do
comércio e de outros programas subsidiários.
•
Na perspectiva do seu mandato e de acordo com o
Programa de Trabalho para 2009, a Agência
realizou, em Abril e Setembro de 2009, com êxito as
missões de supervisão aos Estados Membros da
CEDEAO. As missões de supervisão foram
realizadas com o objective para validar os dados
macros económicos sobre as várias economias e
De acordo com os termos
aprovados de referência,
uma nova estratégia para
estabelecer uma moeda
comum era esperada na
sequência do Retiro das
instituições
regionais
envolvidas
na
implementação
do
Programa de Cooperação
Monetária da CEDEAO,
em Fevereiro de 2009 e
da reunião constitutiva do
Conselho
de
Convergência da CEDEAO,
em Março de 2009.
37
para discutir, com as Autoridades relevantes, a
evolução da convergência e dos programas da
política de harmonização. No quadro das missões
de supervisão, a Agência também visitou a
Comissão da UEMOA e obteve informações valiosas
sobre a evolução dos vários programas das várias
políticas de harmonização nos Países da UEMOA.
•
As missões de supervisão também proporcionaram
ao pessoal da Agência a oportunidade para
contactar os principais funcionários dos Bancos
Centrais, Ministros das Finanças, Integração
Regional, comércio, das Agências responsáveis
pelas estatísticas e de outras relevantes
instituições. Os Relatórios das várias missões que
integram o Relatório de Convergência 2009 foram
remetidos
a
todas
as
relevantes
instituições/autoridades para implementação das
recomendações chaves neles contidas.
Unidade
de
Plano de Acção
Coordenação
dos
Recursos
Aquáticos Um Plano de Acção, com incidência sobre a gestão da
Água, promoção de investimentos, cooperação regional e
(WRCU)
integração no sector da água, foi preparado.
A autoridade da CEDEAO
adoptou, em Janeiro de
2008, o Acto suplementar
Criação do Observatório Regional de Recursos
A/SA.04/01/08 sobre o
Aquáticos
Plano de emergência para
Segurança
de O Observatório Regional de Recursos Aquáticos é
Fornecimento de energia destinado a jogar um papel chave na definição e promoção
(EPSSP) aos Estados do mecanismo estratégico para o sector e, de facto, pilotar
Membros
do
Centro todo o Programa CPCS. O papel do Observatório é o de
Energético da África assegurar a monitorização da gestão da água nos Estados
Ocidental (WAPP).
Membros e nas bacias. Isto envolve a recolha e
processamento de dados e fornecimento de informações
aos intervenientes.
Em seguida, no quadro do
Instrumentos de gestão para a partilha de recursos
Programa do WAPP, os
aquáticos
Estados Membros da
CEDEAO adoptaram o A Comissão também deu início a preparação de
38
conceito de criação do
Conselho Regional de
Regulação (RRB), o qual
destina-se a impulsionar
uma troca aberta e
transparente
de
electricidade na Região da
CEDEAO.
Autoridade Regional
Reguladora da
Electricidade da
CEDEAO (ARRE/ERERA)
Em Janeiro de 2008, um
Acto
Suplementar
A/SA.2/1/08 que cria a
Autoridade
Regional
Reguladora
da
electricidade da CEDEAO
(ERERA) foi adoptado
pela
Autoridade
da
CEDEAO
em
complemento ao Acto
relativo ao Conselho de
Regulação
C/REG.27/12/07, de 15
de Dezembro de 2007
sobre a
composição,
organização, atribuições e
funcionamento
da
Autoridade
Regional
Reguladora
da
Electricidade da CEDEAO.
A fase de instalação da
Autoridade
Regional
Reguladora
da
Electricidade da CEDEAO
(ERERA) esteve em curso
de forma a promover o
instrumentos de gestão para partilha de recursos
aquáticos, os quais proporcionarão aos Estados Membros
um enquadramento jurídico comum que servirá de base
para as negociações sobre convenções específicas ou
tratados de cada uma das bacias.
Apoio ao Diálogo sobre Projectos de Infra-estruturas
Este Projecto pretende fornecer apoio aos Estados
Membros e as organizações das bacias para reforçar os
principais projectos ligados as barragens e irrigação no
quadro dos mecanismos da integração regional.
•
A Autoridade Regional Reguladora da Electricidade
da CEDEAO (ERERA) começou oficialmente a
exercer as suas funções em 1 de Abril de 2009 com
a tomada de posse do Presidente do Conselho de
Regulação. A Autoridade, uma entidade autónoma,
é
encarregada
da
regulação
da
troca
transfronteiriça de electricidade e do apoio aos
organismos
nacionais
de
regulação
de
electricidade. As suas acções preconizam facilitar
tal troca e reduzir os custos de electricidade
através de acções conjuntas a favor da optimização
do fornecimento, encorajamento da concorrência
interna e salvaguarda das fontes de fornecimento.
•
Em 2009, as principais actividades desenvolvidas
no quadro dos mecanismos do Programa de
regulação da electricidade da CEDEAO foram: a
nomeação do Presidente da Autoridade (a lista
seleccionada foi preparada e os candidates foram
entrevistados e o Presidente foi nomeado em
Março de 2009); Indicação de Acra enquanto Sede
da Autoridade; Demonstração das actividades de
regulação; e organização do Fórum dos Serviços
Públicos de Regulação da África Ocidental. A
organização do Fórum dos Reguladores 2009 terá
sido a principal actividade desenvolvida pela
ERERA, destinada a criar uma oportunidade real
para lançamento da instituição.
39
desenvolvimento
das
infra-estruturas
de
electricidade
e
criar
ambiente para atracção
de
investimentos,
baseados na facilitação de
troca transfronteiriça não
restrita de electricidade
entre
os
Estados
Membros num quadro
competitivo
e
de
aplicação de regras não
discriminatórias e de
resolução de conflitos,
promoção e protecção de
investimentos privados,
protecção do ambiente e
promoção da energia
eficiente.
40
Programa Regional de
Acesso a Energia
A Nona Reunião dos
Ministros da CEDEAO
endossou a criação do
Centro
de
Energia
Renovável e Eficiente até
Junho de 2009 com o
objective
final
de
melhorar
o
acesso
sustentado aos recursos
energéticos e aumentar o
uso da energia eficiente
na região na sequência do
Plano Regional de Acção
CEDEAO/UEMOA
para
aumento do acesso aos
serviços de energia. As
actividades do Centro
incidirão sobre o reforço
das capacidades, elevação
dos
conhecimentos,
investigação
e
transferência
de
tecnologia,
política,
mecanismos legais e de
regulação e qualidade de
seguros, conhecimentos
de gestão e serviços de
consultoria.
A Comissão da CEDEAO e
o governo de Cuba
assinaram em Abril de
2008 um MOU sobre a
implementação conjunta
de um projecto-piloto de
um ano no domínio da
energia
eficiente.
O
Projecto-piloto, iniciado
em 1 de Junho de 2008,
está sendo implementado
na
Nigéria
com
a
•
A Comissão iniciou um projecto-piloto sobre a
energia eficiente em parceria com o Governo de
Cuba, que envolve a substituição das lâmpadas
incandescentes por lâmpadas CFL de baixo
consumo. O governo cubano forneceu um grupo de
peritos de alto nível para trabalhar com a
Comissão. A prospecção dos locais foi efectuada
conjuntamente na área de Abuja, definida para
instalação do Projecto-piloto e uma avaliação foi
feita do tipo de lâmpadas a serem substituídas. As
lâmpadas de baixo consumo, encomendadas em
finais de 2008, foram fornecidas em Abril de 2009.
A cerimónia oficial de entrega das lâmpadas pelo
Presidente da CEEAO ao Ministro da Energia da
República Federal da Nigéria foi realizada em 28 de
Maio de 2009, data que coincidiu com o Dia da
CEDEAO.
•
A pedido dos Ministros de Energia dos Ministros de
Energia da Sierra Leone e da Gâmbia, foi realizado
um estudo para avaliar, com o apoio da equipa
técnica de Cuba, as necessidades em lâmpadas de
baixo consumo e analisar os custos e benefícios da
substituição das lâmpadas incandescentes nestes
Países. As conclusões demonstraram que o projecto
pode ser extremamente benéfico. Os respectivos
Ministros estão favoráveis a sua implementação e,
por isto, solicitaram o apoio da CEDEAO para o
efeito. Com vista a tirar vantagens do Projecto e
para por fim ao uso de lâmpadas incandescentes na
região da CEDEAO até 2015, estudos similares
serão efectuados nos restantes Estados Membros.
41
substituição de 1 milhão
de
lâmpadas
incandescentes
por
lâmpadas
de
alta
qualidade
Compact
fluorescentes (CFLs).
42
Paz e Segurança
A situação de segurança
na
região
conheceu
algumas
mudanças
positivas a partir do início
de 2008.
As ocorrências no Norte
do Mali e no Norte do
Niger é até então uma
fonte de preocupação
para a CEDEAO para
assistência em estreita
colaboração
com
os
Países afectados de forma
a encontrar soluções
definitivas para as crises.
Célula de Formação para Missões de Planificação e
Gestão
Como parte do reforço das capacidades do órgão de estado
de alerta da CEDEAO, o Pessoal da Força de Planificação
do Departamento e outros da ESF das unidades envolvidas
frequentaram os seguintes cursos relativos as Operações
de Apoio a Paz (PSO):
•
Curso para Pessoal
(Hamburgo, Alemanha);
•
Curso de Oficiais a nível de Batalhões (Escola de
Manutenção da Paz
Alioune Blondin Beye
(EMPABB), Bamaco – Mali ;
•
Curso de pequenas armas e de armamento ligeiro
(Centro Internaciona Kofi Annan de Formação em
Manutençãoo da Paz (KAIPTC) Acra - Gana);
•
Curso Africano de Edificação da Paz (EMPABB),
Bamaco, Mali;
•
Curso de Tácticas de parceria
operacional (KAIPTC) Acra – Gana;
•
Curso Superior de Liderança das Missões (Colégio
de Defesa Nacional) Abuja – Nigéria.
das
Nações
Unidas
logística
Pequenas Armas
•
O Conselho de Administração e o Comité
Consultivo do Programa da CEDEAO de
Controlo de Pequenas Armas (ECOSAP)
reuniram-se em Nov. 09 em Abuja, Nigéria
e aprovou o estudo sobre o futuro do
ECOSAP bem como o Plano anual de
trabalho da ECOSAP para 2010.
•
De igual modo, os peritos de pequenas
armas, gestão do stock de munições e de
segurança reuniram-se em Novembro de
2009 em Kaduna, Nigéria. Os peritos
conceberam um roteiro com a clara visão
sobre o tipo, modelos bem como da
planificação do apoio da Comissão da
CEDEAO aos Estados Membros no domínio
de pequenas armas, gestão do stock das
munições e segurança.
43
Educação, Ciência
Tecnologia
e
A Comissão está, até
então, trabalhando sobre
a segunda fase da
elaboração do Plano de
Acção de Política Regional
para
a
Ciência
e
Tecnologia da Sub-região,
iniciado em 2006. Após a
conclusão do estudo por
um
consultor,
foi
organizada uma reunião
de peritos na Sede da
Comissão da CEDEAO, em
11 de Março de 2008 para
validar o Relatório do
estudo e adoptar a
Política e o Plano de
Acção. A CEDEAO e o
NEPAD
estão
agora
concebendo um guião
para
recolha
de
informações sobre o
estado da Ciência e da
•
Perito em Comunicação de pequenas
armas e armas ligeiras (SALW) reuniramse em Janeiro de 2010 em Lagos, Nigéria.
Os peritos reviram e validaram um Manual
de defesa sobre técnicas de diversão
seguido de um workshop de formação
para Instrutores.
•
Os Ministros da Defesa e Segurança
reuniram-se em Março de 22010 em
Abuja, Nigéria. A Reunião reviu e adoptou
o Plano de Acção para a Implementação da
Convenção da CEDEAO sobre SALW bem
como a Convenção de isenção da
solicitação.
Educação
•
Na Terceira Reunião dos Ministros da CEDEAO da
Educação, realizada na Sede da Comissão em 20 de
Março de 2009, ênfase foi colocada na abordagem dos
problemas sócio económicos da região na óptica da
educação. Foram feitas recomendações específicas
para afectação dos recursos financeiros e humanos,
incluindo colaboração melhorada com os parceiros;
estabelecimento de redes; renovação do engajamento
para harmonizar os certificados e adopção e
implementação da proposta de Estatuto do Fundo
Regional da Educação e Formação. Na perspectiva de
implementação das recomendações dos Ministros, as
seguintes medidas enérgicas foram tomadas durante
este ano:
-
A formação profissional e o desenvolvimento do
capital humano e a formação dos jovens para o
emprego é uma das prioridades da CEDEAO tal
como especificado no documento Visão da CEEAO
de forma a abordar as preocupações dos Ministros
da Educação e dos Chefes de Estado sobre
numerosos jovens sem qualificação profissional, as
consequências da violência e sobre os
desesperados actos de sobrevivência; A CEDEAO
colaborou com a UNESCO e com outros Parceiros
44
Tecnologia em cada um
dos Estados Membros
através de pontos focais,
individuais
e
da
Sociedade Civil.
na realização de um workshop de partilha de
experiências da Nigéria resultante do Projecto TVE
Nigéria -UNESCO (Fase I: 2001-2007. De igual
modo, após a Cimeira Espanha -CEDEAO, durante a
Cimeira dos Chefes de Estado, em Junho de 2009,
negociações com a Espanha ganharam maior
impulso rumo a assinatura de um MoU sobre o
emprego e formação profissional, recrutamento de
consultor para c realização de estudos de
viabilidade e colaboração com a Comissão na
identificação e gestão dos Programas de formação
TVET na região.
-
Um levantamento de instituições de ensino e de
serviços e de pessoal foi feita na região durante o
ano para determinar a preparação dos Estados
Membros bem como a via para elaboração da
Iniciativa do Ensino da CEEAO, incluindo a Política.
O Corpo Voluntário para Desenvolvimento da
Juventude da CEEAO ICT, Painel dos Docentes da
CEEAO e o Plano de actividades do ICT.
-
Um diálogo sobre a política foi realizado em
Niamey, Niger em Setembro de 2009 entre Peritos
dos Ministérios da Educação e da Sociedade Civil
dos Estados Membros. A reunião incidiu
exaustivamente sobre as disposições da política da
educação para a integração das leis sobre os
direitos humanos a educação, curricula e
estratégias para a abolição das práticas sócio
culturais que impedem a educação das raparigas e
de outras crianças vulneráveis.
Ciência e Tecnologia
•
De acordo com as recomendações da Reunião
Inaugural dos Ministros da Ciência e da Tecnologia
em 2004, uma reunião de validação foi realizada
em Jos, Nigéria, de 29 a 30 de Setembro de 2009
para examinar o projecto das directivas
estratégicas para a formulação da política da
CEDEAO sobre a Ciência e a Tecnologia.
•
A Reunião validou as diferentes fases da
formulação da política de Ciências e da Tecnologia
da CEDEAO, “ECOPOST”. O Projecto das directivas
45
estratégicas foi examinado e um roteiro foi
preparado, o qual fornece o conjunto dos trabalhos
sobre a política regional da ciência e tecnologia até
finais de 2011.
Livre circulação de
pessoas, bens e serviços
Para assegurar a livre
circulação de bens e
pessoas e melhorar o
sistema de transporte
terrestre, a Autoridade
dos Chefes de Estado e de
Governos adoptaram uma
Decisão, apelando para a
criação
de
Comités
Nacionais destinados a
monitorizar
a
implementação
da
Decisão e dos Protocolos
da CEDEAO relativos a
livre
circulação
de
pessoas e veículos.
Em 2008, foi criado um
Task
force
conjunto
CEDEAO-IMAO
para
assegurar a efectiva e
acelerada ratificação e
aplicação das Convenções
e Protocolos da CEDEAO
relativos ao comércio e a
livre
circulação
de
pessoas, bens, serviços e
do
direito
de
estabelecimento
para
negócios na ZMAO.
•
Uma vigorosa campanha de esclarecimento dos
participantes no terreno foi realizada em 2009.
Disto resultou a criação da Rede dos Medias da
África Ocidental sobre a Livre circulação, Rede dos
Trabalhadores dos Transportes sobre a livre
circulação Rede dos Transportadores sobre a Livre
circulação e Fórum das Organizações da Sociedade
Civil, todas elas activas na promoção do livre
circulação de pessoas e bens.
•
Ao mesmo tempo a CEDEAO, em colaboração com
os Ministros dos Assuntos Internos e de Segurança
dos Estados Membros, introduziu um programa
para a modernização das Alfandegas dos Postos
Fronteiriços, destinado a melhorar as condições de
trabalho dos funcionários aduaneiros e aligeirar as
formalidades aduaneiras para os trabalhadores nos
postos fronteiriços. A fase piloto deste programa
cobre o corredor Nigéria, Benin, Togo, Gana, e Côte
d’Ivoire.
•
Trabalhos continuam em curso relativamente a
introdução do passaporte da CEDEAO, como
decidido pela Autoridade dos Chefes de Estado e de
Governos em 2000. Até a data, o passaporte foi
harmonizado e imprimido e posto em circulação no
Benin, Côte d’Ivoire, Guiné, Libéria, Níger, Nigéria,
Togo e Senegal. Os Estados Membros que ainda nao
fizeram são instados a assegurar que medidas
necessárias sejam tomadas para a sua introdução
de forma a usar o passaporte da CEEAO em todos
os Estados Membros.
•
Sobre a questão da migração, a CEDEAO recebeu
apoio dos seus Parceiros externos para assegurar a
implementação do Programa comum da CEDEAO
sobre migração e desenvolvimento, adoptado pela
Autoridade dos Chefes de Estado e de Governos em
Janeiro de 2008. O fundo Espanhol sobre migração
46
e desenvolvimento está colaborando na formulação
de um programa institucional de reforço de
capacidades para a Comissão da CEDEAO e os
Estados Membros. Uma concessão de 5 milhões de
euros foi disponibilizada para este efeito.
Zona
Monetária
CEDEAO
•
Sobre a questão da cooperação transfronteiriça, a
campanha de esclarecimento promovida juntos das
autoridades administrativas e altos funcionários
políticos dos Estados Membros e explicando a
Agenda da CEDEAO neste domínio foram bem
recebidos. Todos os Participantes sublinharam a
necessidade de converter as áreas fronteiriças em
zonas mistas e partilhadas para criar um ambiente
de solidariedade e de unidade o que irá fortalecer a
dinâmica do desenvolvimento transfronteiriço. As
zonas de Nordeste da Senegâmbia, a SikassoKorogho-Bobo Dioulasso e Kano-Katsina-Maradi
bem com a Bacia de Mano River tiveram com
sucesso esquemas pilotos no quadro do Programa
transfronteiriço de cooperação.
•
Este subgrupo que compreende oito Países
constitui uma união monetária e aduaneira com
uma moeda comum, o Franco CFA. São seguintes os
Países: Benin, Burkina-Faso, Côte d’Ivoire, GuinéBissau, Mali, Níger, Senegal e Togo. Os restantes
sete Países na CEDEAO têm as suas respectivas
moedas. Este grupo representa 75% do PIB da
região e 70% da população.
•
Dos sete, cinco, nomeadamente Gâmbia, Gana,
Guiné, Nigéria e Sierra Leon estão preparando
activamente a criação da segunda moeda comum
(Zona Monetária da África Ocidental (ZMAO) em
Dezembro de 2009 no quadro do Programa da
CEDEAO de cooperação monetária.
•
Com base no desempenho dos Países relativamente
aos critérios de convergência macro económica da
CDEAO, esperava-se que as duas zonas monetárias
se fundissem e criassem uma única moeda.
da
A CEDEAO está no
processo de criação da
segunda zona monetária
para os Países não
membros da Zona do
Franco com a criação de
um Instituto Monetário
em Acra, Gana; Planos
para instituir em 2009 a
moeda da CEDEAO.
Cinco Estados Membros
Anglófonos,
Gâmbia,
Gana, Guiné, Nigéria e
Sierra Leone propuseram
a criação de uma Segunda
Zona Monetária (ZMAO)
em Dezembro de 2009 e
lançamento de uma nova
e comum moeda, o Eco. A
CEEAO facilitou a criação
47
de uma Task Force para a
instituição de uma moeda
comum. A Task force
integra
funcionários
seniores da Comissão da
CEDEAO, AMAO, IMAO,
Comissão da UEMOA e
dos Bancos Centrais da
região. Ela foi mandatada
para identificar uma
estratégia para atingir a
unificação monetária na
região associada a moeda
única da CEDEAO até
Março de 2009.
Entretanto um novo impulso foi dado a este
projecto monetário pela recente directiva aprovada
pela Autoridade dos Chefes de Estado e de
Governos para que a Comissão da CEDEAO em
consultas com os Ministros das Finanças e
Governadores dos Bancos Centrais dos Estados
Membros deverão acompanhar o projecto de
moeda comum com vista a atingir a moeda única.
4.1.4 DESAFIOS
152. A CEDEAO enfrenta muitos desafios no caminho para integração regional. Entre
outros, estão a insegurança, aplicação dos Protocolos por alguns Estados e barreiras ao
comércio.
153. Isto é consequência de um interminável número de conflitos civis ocorridos na
região. Será difícil impulsionar a cooperação económica e a integração sem a paz e
estabilidade na região. Contudo, os conflitos não serão razão para que a CEDEAO não
atinja brevemente a integração das economias dos Estados Membros. Mesmo antes de
1989, a aplicação dos acordos da CEDEAO, especialmente os relativos ao comércio era
lenta, ad hoc e de qualquer forma, apenas uma minoria de Países conheceram neste
período conflitos graves.
154. Existem certos factores que entravam o comércio na sub-região. Para a maioria
dos agentes comerciais transfronteiriços da África Ocidental, a reivindicação comum tem
sido o alto custo das operações como resultado dos obstáculos que lhe são colocados
pelos empregados do Estado. De acordo com as disposições da CEDEAO, tais barreiras
deveriam ter desaparecido. Em Maio de 1982, os Estados Membros da CEDEAO
assinaram uma Convenção para a construção de um Sistema da CEDEAO de Trânsito
Terrestre Inter-estatal (ISRT), o qual estabeleceu o mecanismo para permitir aos Estados
Membros trabalhar para garantir a livre circulação de bens na sub-região.
155. Dada a não implementação das modalidades do ISRT, os Estados Membros
assinaram uma Convenção Suplementar em Maio de 1990 para criar um mecanismo para
o ISRT. Esta Convenção estabeleceu como mais-valia que caso um Estado Membro viole
seus termos, poderá ser objectivo de sanções.
48
156. Não obstante a assinatura, os agentes comerciais transfronteiriços continuam
reclamando que os empregados do Estado continuam deliberadamente a violar tais
disposições. Em grande parte o comércio na sub-região é de pequena escala ou informal e
é sustentado pela diferença de preços em cada um dos Países. No passado, tais
actividades eram consideradas clandestinas e esta interpretação perdurou e influenciou o
tratamento dos agentes comerciais pelas agências de segurança.
157. A aplicação do Tratado sobre a livre circulação de pessoas enfrenta muitos
problemas no terreno, nomeadamente as perturbações nas estradas, alto número de
pontos de controlo e barreiras ilegais e o problema de insegurança nas estradas.
158. A maioria das estradas está concentrada nas zonas costeiras com uma cobertura
que atinge 15 aos 100 Km2, enquanto as regiões do Sahel, devido a extensas áreas
desérticas, está atrasada, nomeadamente no Mali e no Níger a taxa de cobertura é de 1,02
contra um mínimo de 20 a 25 Km por km². A rede de caminho-de-ferro nos Estados
Membros é, até então, heterogénea com variada distância métrica, não efectivamente
interligada para facilitar o transporte entre as principais cidades e capitais da região. Ao
mesmo tempo, o transporte fluvial se mantém limitado.
159. Um fluxo regular de bens na sub-região dará indiscutivelmente uma significante
contribuição a economia da África Ocidental. Contudo, porque as economias na subregião não estão suficientemente diversificadas, é importante que a região, para conhecer
progressos consideráveis, implemente as decisões dos seus líderes.
160. Não obstante os resultados desencorajadores no comércio intra CEDEAO, trabalhos
estão em curso para remover os bloqueios infra-estruturais à integração económica.
Existem grandes projectos para rede de auto estradas de ligação das redes no domínio
dos transportes, comunicações e de energia. A CEDEAO, através do Programa de
Telecomunicações da Comunidade, também tem reduzido o trânsito por terceiros Países
e tem melhorado ligações directas entre os Estados Membros. A CEDEAO promoveu um
estudo sobre as interligações das redes de caminho-de-ferro.
161. Entre os grandes Projectos da CEDEAO, o Projecto de estradas parece ser o que
atingirá mais progressos com cerca de 60% do Projecto concluído. Também em curso
está o Projecto do Gasoduto da África Ocidental, o qual fornecerá gás da Nigéria até Benin,
Togo e Gana. Estes projectos não são estritamente da CEDEAO mas, a Comunidade
inseriu-os nos seus mais ambiciosos planos de integração e assim reforçando a sua
importância estratégica e económica.
162. Quando alguns dos Projectos da CEDEAO estiverem concluídos, trarão
seguramente benefícios aos cidadãos da Comunidade, independentemente de algumas
das questões acima afloradas. Contudo, para obter maiores benefícios de um Mercado
regional integrado, os líderes da África Ocidental deverão demonstrar maior engajamento
na remoção de obstáculos desnecessários e, por vezes, ilegais do caminho dos operadores
económicos na sub-região. Eles deverão considerar também as oportunidades que um
Mercado mais amplo oferece a indústria na região.
49
163. Finalmente, a CEDEAO preconiza integrar a Comunidade Económica Africana, tal
como previsto pelo Tratado de Abuja. Este desejo do Tratado está mais perto ao da
CEDEAO do que o de estender a integração a todo o continente africano.
164. Tal como outras instituições regionais de comércio, a CEDEAO está aquém dos
objectivos do Tratado mas, com maior engajamento direccionado, progressos
significativos e visíveis poderão ser atingidos a curto e médio prazos.
4.1.5
PERSPECTIVA
165. De forma a impulsionar o processo de integração, a CEDEAO tem em curso o
processo de criação de uma segunda zona monetária para os Países não Membros da
Zona do Franco CFA através da criação de um Instituto Monetário em Acra, Gana.
166. Seis Membros anglo-saxónicos da CEDEAO, Gâmbia, Gana, Guiné, Nigéria e Sierra
Leone estão no processo de criação a Segunda Zona Monetária da África Ocidental
(WAMZ) e de lançamento de uma moeda comum, o Eco. A CEDEAO facilitou a criação de
uma Task force para criação de uma moeda regional comum. A Task Force integra
funcionários superiores da Comissão da CEDEAO, WAMA, WAMI, Comissão da UEMOA e
dos Bancos Centrais da região. Ela tem o mandato de identificar uma estratégia para
atingir a unificação monetária na região que conduzirá a moeda única da CEDEAO.
4.2 MERCADO COMUM DA ÁFRICA AUSTRAL E ORIENTAL (COMESA)
167. O Mercado Comum da África Austral e Oriental foi criado em 1993 como sucessor
da Área de comércio preferencial da África Austral e Oriental (PTA), a qual foi criada em
1981. Formalmente a COMESA sucedeu a PTA em 8 de Dezembro de 1994, após a
ratificação do Tratado. A criação da COMESA é o cumprimento da exigência do Tratado da
PTA, o qual dispôs a transformação da PTA num Mercado comum dez anos após a entrada
em vigor do Tratado da PTA.
168. A visão da COMESA é a de se constituir numa comunidade económica
completamente integrada para garantir a prosperidade, ser internacionalmente
competitiva, e operacional para integrar a União Africana. A COMESA integra: Burundi,
Comores, República Democrática do Congo, Djibuti, Egipto, Eritreia, Etiópia, Quénia, Líbia,
Madagáscar, Malawi, Maurícias, Ruanda, Seicheles, Sudão, Suazilândia, Uganda, Zâmbia e
Zimbabwe.
4.2.1.
OBJECTIVOS DO COMESA
169. O Tratado da COMESA, o qual estabelece a Agenda do COMESA, cobre um largo
número de sectores e actividades. Contudo o cumprimento de todo o mandato do
COMESA é visto como um objectivo de longo prazo e para que a COMESA seja mais
efectiva enquanto instituição, foram definidas prioridades de médio prazo tal como
“Promoção da Integração Regional através do Comércio e Investimento”.
50
4.2.2
ACTIVIDADES E EVOLUÇÃO
4.2.2.1
COMESA – ÁREAS FOCAIS DE INTEGRAÇÃO
170. As áreas focais da integração promovidas pela COMESA são: Comércio de bens e
serviços, Integração monetária, incluindo acordos de pagamento e compensação,
Promoção de investimento e subsídios, Desenvolvimento de infra-estruturas (transporte
aéreo, caminho-de-ferro, marítimo e terrestre, TICs, Energia, etc), comércio electrónico e
Paz e Segurança.
171. Os Estados Membros da COMESA também acordaram na necessidade de criar
e manter o seguinte:
i
Uma acabada área livre de comércio que garante a livre circulação de bens e
serviços produzidos dentro da COMESA e a remoção de todas as tarifas e de
barreiras não tarifárias;
ii
Uma união aduaneira, na qual bens e serviços importados de Países não
Membros da COMESA estarão sujeitos a uma única tarifa em todos os Estados
da COMESA;
iii
Livre circulação de capital e investimento suportada pela adopção de uma
área comum de investimento bem como pela criação de um clima mais
favorável ao investimento na região da COMESA;
iv
Criação gradual de uma união de pagamentos baseada na Casa de
Compensação da COMESA e a eventual criação de uma união monetária
comum com uma moeda comum; e
v
Adopção de acordos de visto, incluindo o direito de estabelecimento
conduzindo eventualmente a livre circulação de pessoas de boa fé.
4.2.2.2
COMÉRCIO INTRA COMESA
172. O Comércio intra-COMESA diminuiu 7% em 2009, uma percentagem abaixo dos
níveis de 2008, uma ligeira queda de 13,7 mil milhões de $EU em 2008 para 12,7 mil
milhões de $EU em 2009. Em geral, o comércio intra-COMESA continuou a crescer entre
2000 - 2008. A ligeira queda no comércio intra-COMESA em 2009 deveu-se, em parte, ao
declínio do comércio intra-regional por parte dos principais actores como Quénia, Egipto,
Uganda, Zâmbia, República Democrática do Congo e Sudão. Todos estes países registaram
um crescimento negativo tanto nas exportações como nas importações, ou ambos, em
2009.
4.2.2.3
UNIÃO ADUANEIRA DO COMESA
173. A principal actividade da COMESA no ano de 2009 foi o lançamento da União
Aduaneira que conduzirá a região a criação do Mercado comum. Para o efeito, COMESA
preparou um certo número de programas orientados para o Mercado. Sem estatística
51
174. O fortalecimento da integração na região através evolução para uma União
Aduaneira trará benefícios adicionais de um Mercado alargado o qual atrairá a atenção
dos investidores para a região.
175. A estrutura da Tarifa Externa Comum que é, substancialmente a mesma a ser
aplicada por cada Estado Membro ao comércio nos territórios não incluídos na região
também foi estabelecida. O que falta é a harmonização de outras leis do comércio,
agendamento dos ajustamentos das tarifas nacionais à Tarifa Externa Comum,
preparação de uma lista própria de produtos e implementação das modalidades para os
sete princípios da União Aduaneira já aprovados pelo Conselho.
176. Até a data, 11 Países já apresentaram as suas próprias listas, nomeadamente:
Burundi, Eritreia, Quénia, Madagáscar, Malawi, Maurícias, RD do Congo, Ruanda, Sudão,
Suazilândia e Uganda.
177. O Comité sobre a União Aduaneira e o Comité para o Comércio e as Alfândegas
acordaram que o projecto da agenda preparado pelo Secretariado deverá constituir a
base para os Estados Membros desenvolverem as suas agendas e que eles devem
trabalhar em estreita colaboração com o Secretariado, incluindo na finalização dos vários
estudos e avaliações em curso.
178. A agenda de ajustamento das tarifas, de vários documentos de análise sobre
estudos encomendados pelo Conselho e as reuniões chaves foram realizados nestes
quatro meses para apoiar a implementação do período de transição de três anos.
179. Progressos na implementação do período de transição foram registados e
conduzirão melhor a uma União Aduaneira até 2012, sendo:
i.
Os Estados Membros estão em posição atingir a Etapa I porque produziram
tarifas com taxas já ajustadas a TEC do COMESA. Relativamente a quatro
Países da EAC o ajustamento eleva-se a cerca de 70%. Contudo, os Estados
Membros deverão primeiramente ater-se as etapas estabelecidas pelo
Secretariado.
ii.
Relativamente a Etapa II, 10 Estados membros deverão estar em condições de
concluir as suas etapas. O número deverá atingir 12, caso o Egipto e o
Zimbabwe acordarem em usar o projecto de etapas preparado pelo
Secretariado.
iii.
Relativamente a Etapa III, os Estados Membros deverão estar em condições
para elaborar as suas listas de produtos a serem excluídos da TEC na base de
critérios religiosos ou culturais dado que esperam saber, para o futuro, os seus
direitos.
iv.
Trabalho de análise foi feito sobre os estudos em curso e estão numa fase em
que podem sustentar recomendações concretas e decisões sobre as vias a
seguir.
52
180.
COMESA também evoluiu nas seguintes áreas:
i)
Liberalização do comércio e Cooperação aduaneira, relativamente a Área de
Comércio Livre que cobre 14 Estados;
ii)
Um programa consistente para eliminar as barreiras não tarifárias (NTBS),
que consiste numa organização estrutural aos níveis regional e nacional
envolvendo sistemas institucionais e modalidades.
181. Comércio de serviços: Um projecto de mecanismo de política sobre a liberalização
dos serviços foi preparado e está aguardando conclusão para facilitar o comércio de
serviços tais como no transporte aéreo, seguro de automóveis, seguro, pesca, estradas
bem como um sistema regional de garantias. O Comité do Comércio de Serviços reuniu-se
de 17 a 19 de Maio de 2010 em Harare, Zimbabwe para obter um consenso sobre os
sectores prioritários de serviços e iniciar trabalhos preparatórios de agendamento dos
compromissos específicos do COMESA na Região.
182. No evento, o Comité decidiu que o programa de liberalização dos serviços deverá
ser iniciado nos quatro sectores indicados pelos 13 Estados Membros que submeteram as
suas listas sobre prioridades. São serviços nos domínios de comunicações, transporte,
finanças e serviços de turismo.
183. A Terceira Reunião do Comité está previamente agendada para Novembro de
2010, quando os Estados Membros iniciarão negociações documentadas sobre a
dimensão que poderão dar nos quatro sectores bem como para seleccionar mais três
sectores para a próxima ronda negocial. Além disto, o Comité acordou que os Estados
Membros assumam compromissos e abram os outros sectores adicionais indicados tal
como alguns Estados Membros indicaram sete a dez sectores a serem abertos a
liberalização.
184. Implementação, entre outras, de uma rede unificada aduaneira informatizada.
Durante o ultimo Conselho de Ministros do COMESA, ficou decidido que os Estados
Membros deverão fornecer os recursos necessários para apoiar a manutenção e
modernização dos sistemas aduaneiros, baseados nas opções previstas nos estudos sobre
a sustentabilidade com apoio governamental de alto nível como se segue:
a)
O Secretariado deverá criar um Centro Regional de Modernização Aduaneira
para apoiar na modernização e capacitação para assegurar a auto-suficiência
da COMESA no processo de implementação;
b) O Secretariado, com o apoio da UNCTAD, deverá conceber um programa de
formação online sobre ASYCUDA a ser introduzido na Plataforma de ensino da
COMESA;
c)
O Secretariado deverá fornecer uma ligação do seu portal informático ao do
ASYCUDA para facilitar discussões e partilha de informações;
53
d) Os Estados Membros deverão prever uma retenção estratégica para assegurar
a continuidade do apoio aos sistemas da ASYCUDA. O UNCTAD e o
Secretariado da COMESA deverão trabalhar sobre uma estratégia de
actualização da implementação do ASYCUDA na região.
iii)
Política Regional da Concorrência COMESA criou uma Comissão Regional
da concorrência para implementar a política da competitividade
185. A harmonização de políticas macro económicas em toda a região e a cooperação
monetária, incluindo pagamentos e sistemas de compensação. Os Estados Membros da
COMESA estão actualmente implementando os Programas de Harmonização Monetária
com vista a atingir a convertibilidade definida. A avaliação geral da evolução atingida na
convergência macro económica no COMESA em 2008 demonstrou que o critério fiscal foi
omisso por 9 dos 19 Países. A avaliação da situação da inflação em 2008 indicou que 13
Países omitiram este critério. A avaliação demonstrou que o desempenho do COMESA
relativamente a obediência dos critérios secundários relativos ao uso de instrumentos
indirectos da política monetária em direcção as taxas fixadas do Mercado, aderência ao
Núcleo de 25 Princípios de Supervisão Bancária e aderência ao Núcleo de Princípios dos
mais importantes Sistemas de Pagamento estiveram na boa direcção.
186. Para reforçar a implementação da convertibilidade definida da moeda no COMESA,
os Países Membros deverão ser agrupados em 4 subgrupos, baseados na proximidade
geográfica e no potencial de aumento de volume de comércio. Os grupos não deverão
excluir, todavia, a possibilidade de intervenção dos Estados Membros com maior volume
de comércio que tenham acordos de fixação da convertibilidade com Países Membros que
estão fora dos grupos.
•
Subgrupo do Norte e do Leste: Egipto, Sudão, Líbia, Djibouti, Etiópia, Eritreia;
•
Subgrupo Central e Oriental: Quénia, Burundi, Congo (RD), Ruanda e Uganda;
•
Subgrupo Austral: Zimbabwe, Malawi, Suazilândia e Zâmbia;
•
Subgrupo das Ilhas do Oceano Indico: Maurícias, Madagáscar, Comores e
Seicheles.
187. De forma a reforçar a convertibilidade da moeda, a COMESA criou um Sistema
Regional de Pagamento e Compensação (REPSS), o qual através do comércio intraregional, almeja estimular o crescimento económico, possibilitando os importadores e
exportadores pagar e receber pagamentos por bens e serviços usando as moedas
nacionais. O balanço líquido das transacções comerciais será expresso em USD ou Euro.
ii Promoção de investimento e facilidades
iii Construção de Infra-estruturas (aéreas, terrestre, marítima e transporte das
Ilhas, TICs, energia, etc) e paz e segurança. A COMESA tem activamente
trabalhado com o NEPAD e BAD na construção de infra-estruturas. Um Plano
Director de energia a médio e longo prazo do COMESA será implementado
pelo Centro energético da África do Leste (EAPP), esta, instituição
54
especializada do COMESA no domínio da energia com fundos do Banco
Africano de Desenvolvimento (BAD). O custo total está estimado em USD
300,000 a 350,000. Por exemplo, de forma a enfrentar os desafios no domínio
da energia na região do COMESA e atender a crescente procura, a capacidade
instalada deve ser aumentada em 50% cada cinco anos nada comparada com a
actual capacidade de produção que ronda 38,000 mega watts.
188. Entre 2011 e 2012, produção adicional será necessária para alguns Países
seleccionados da COMESA em cerca de 10400 mega watts. Os projectos que se esperam
encomendar durante o período de cinco anos, de 2011-2015 aumentarão em mais de
20,000 mega watts e, os a encomendar a partir de 2016 em cerca de 30,000 mega watts.
Além disto, vários interliga dores de energia eléctrica estarão operacionais entre 2012 e
2013 o que significará que o comércio de electricidade ganhará expansão na região.
189. Relativamente ao desenvolvimento das TICs, foi adoptada uma nova estratégia
para criação da Rede COMTEL enquanto Rede Central que utiliza a existente fibra óptica
nacional. Actualmente, o plano comercial está na fase de conclusão e uma vez concluída
será submetida aos NTOs e outros investidores.
iv Infra-estrutura de transportes e comunicações para facilitar a livre
circulação de bens, pessoas e de prestação de serviços entre os Países. No
sector das telecomunicações, especial atenção foi dada na criação de rede para
possibilitar ligações directas através de infra-estruturas mais seguras de
forma a evitar os sistemas de trânsito por terceiros Países, o qual se revelou
bastante dispendioso. Foi dada grande prioridade a harmonização da política
e da regulamentação de forma a criar um ambiente apropriado e criar
capacidades para gerir um ambiente das TICs liberalizado.
v Infra-estruturas de trânsito: A COMESA está implementando um certo
número de instrumentos de forma a facilitar a integração. Isto inclui, limite de
carga, veículo de pesos pesados, cargas harmonizadas para transporte,
licenças de carreira, garantias de trânsito regional aduaneiro (RCTG) entre
outros. As RCTG quando estiverem completamente operacionais permitirão a
COMESA economizar anualmente USD 300 a 500 milhões. Como resultado das
medidas do COMESA para criação de infra-estruturas, os custos de transporte
foram reduzidos em cerca de 25% e esforços estão em curso para os reduzir
ainda mais. Foi realizado u exercício piloto no Norte e um certo número de
reuniões dos evolvidos foi realizado para assegurar a regular execução do
esquema. Foi disponibilizado apoio e o esquema está actualmente operacional
no Quénia, Burundi, Ruanda e Uganda numa escala baixa enquanto outras
questões tal como racionalização dos sistemas a serem usados nos diferentes
postos fronteiriços está por concluir. O processo está em curso e outro
exercício piloto foi lançado no corredor austral.
190.
Relativamente ao tráfego nas estradas, a COEMSA acordou a seguinte Tabela:
55
Tabela 2. Taxas de tráfego terrestre da COMESA
TIPO DE VEÍCULO
Autocarros que transportam mais do que 25
pessoas
Veículos Pesados de transporte de mercadorias
Veículos Pesados de Mercadorias com mais de
três atrelados (HGV)
TAXA POR 100
KM EM $EU
5.0
6.0
10.0
Fonte: COMESA
iii)
Criação de ambiente favorável e mecanismos legais Isto encorajará o
crescimento do sector privado, a criação de um ambiente seguro para
investimento e adopção de um padrão comum.
iv)
Promoção da Paz e Segurança na região
v)
Segurança agrícola e alimentar: No sector da agricultura, a COMESA está
implementando diversos programas com vista a aumentar a produtividade
agrícola da região. COMESA é o principal interveniente na implementação
Programa Exaustivo de Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP) e
nesta qualidade, implementando vários projectos no âmbito do CAADP para
gerir questões ligadas ao comércio de produtos agrícolas, sanitárias e
fitossanitárias (SPS), melhorando o nível de subsistência dos pastores etc A
maioria dos Programas da COMESA relativos a Agricultura e a Segurança
Alimentar é implementada pela Unidade da CAADP e a Agência Especial da
COMESA, e a Aliança para Facilidades e Comércio na África Austral e do Leste
(ACTESA). Entre os Programas chaves da COMESA, implementados pela
ACTESA figuram Programa Regional de Melhoria na Agricultura (COMRAP),
apoiado pela UA. O Programa de Melhoria na Agricultura do COMESA, avaliado
em 20 milhões de euros (COMRAP) está assente no Programa de facilidades da
União Europeia está gerindo alguns dos desafios da segurança alimentar. Isto
pretende ultrapassar o fosso entre a ajuda de emergência e o desenvolvimento
a longo prazo através de três objectivos, incluindo:
a) Encorajar os produtores de alimentos a aumentar o fornecimento;
b) Lidar directamente com os efeitos da variação de preço dos alimentos
sobre as populações locais; e
c) Aumentar a capacidade de produção alimentar e melhorar, a mais longo
prazo, a forma como a agricultura é gerida.
56
191. Além disto, a COMESA iniciou um processo de realização de Mesas redondas
sobre a implementação do CAADP em 15 dos 19 Estados Membros. A partir de Janeiro de
210, o Secretariado aumentou os seus esforços de apoio aos Estados Membros no
processo de realização de Mesas Redondas destinadas a financiar o aceleramento da
assinatura dos Programas Nacionais do CAADP. Até a data, seis Países assinaram os seus
próprios Programas CAADP: Ruanda, Etiópia, Burundi, Suazilândia, Uganda e Malawi.
Actividades subsequentes propulsionadoras de planos de investimento de alto
rendimento e de mobilização de recursos foram desenvolvidas com sucesso num certo
número de Países.
192. O Ruanda já beneficiou do recentemente criado Programa global para Agricultura
e Segurança Alimentar (GAFSP) sob gestão do Banco Mundial mediante aprovação de
financiamento no montante de USD 50 milhões, enquanto Uganda e Etiópia planeiam
submeter as suas propostas para financiamento antes do prazo em 1 de Outubro de 2010.
O processo de implementação do CAADP conheceu no passado muitos constrangimentos,
substancialmente devidos a falta de recursos suficientes para proporcionar aos Estados
Membros condições adequadas mas também devidos a falta de recursos humanos e
técnicos bem como de apoio institucional ao nível nacional.
193. O processo de implementação, tanto ao nível regional como nacional, espera
ganhar nova dimensão através do apoio financeiro do Fundo Fideicomissário de Multidoadores (MDTF) sob gestão do Banco Mundial com apoio de USD 4,5 milhões para
apoiar a implementação do CAADP na COMESA por um período de três anos com efeito a
partir de 1 de Agosto de 2010.
194. Relativamente às questões sanitárias e fitossanitárias (SPS), o Projecto de
Promoção do Mercado da Agricultura e Integração Regional (AMPRIP) o qual é financiado
pelo Banco Africano de Desenvolvimento com objective de reforçar as reservas do
Mercado agrícola, intra e extra COMESA, está actualmente prorrogado por um período de
seis meses até 31 de Dezembro de 2010 para permitir a conclusão das actividades em
curso, especialmente da aquisição, instalação e afectação de equipamento para os
laboratórios de referência regionais da SPS na Zâmbia, Maurícias e Quénia.
i
Biotecnologia COMESA está promovendo activamente uma agenda regional
de biotecnologia, a qual está na fase de aprovação através de intervenções
consultivas de política de alto nível, baseado no apoio prestado através da
cooperação bilateral.
4.2.2.4
INSTITUIÇÕES
195. Instituições especializadas estão apoiando o mandato da COMESA para fortalecer,
promover o comércio e investimento dentro e fora da região.
Entre as importantes instituições criadas pela COMESA figuram:
•
O Banco da PTA
57
196. O Banco da PTA foi, durante anos, muito activo na promoção de investimentos e na
concessão de facilidades de financiamento do comércio. O capital social do Banco foi
aumentado em 2007 para USD 2 biliões. O Banco nas suas operações teve um lucro de
USD 4.5 milhões em 2006. O Projecto de financiamento aprovado totaliza USD 128
milhões e para financiamento do comércio foi de USD 156 milhões. O Banco assiste os
Estados Membros na implementação dos seus projectos, dado que os objectivos do Banco
são fundamentalmente:
i.
Prestar assistência técnica e financeira ao desenvolvimento social e
económico dos Estados Membros;
ii.
Promover o desenvolvimento do comércio entre os Estados Membros,
desenvolvido de acordo com as disposições do Tratado do COMESA,
financiando actividades relativas a tal comércio;
iii.
Sustentar os desejos do COMESA, financiando os projectos identificados
para fazer as economias dos Estados Membros prósperas e complementares
umas as outras;
iv.
Complementar as actividades das Agências nacionais de desenvolvimento
dos Estados Membros através de financiamento das operações ou de linhas
de crédito; e
v.
Cooperar com outras instituições e organizações interessadas no
desenvolvimento económico e social dos Estados Membros nas actividades
que o Banco desenvolve particularmente na assistência aos Estados
Membros.
197. O principal mandato do Banco é aumentar o seu activo e mobilizar recursos
financeiros do Mercado internacional para financiamento dos negócios comercialmente
viáveis na Região. O Banco continua, por isto, priorizando a mobilização de recursos tanto
do Mercado financeiro internacional como local de forma a atender a procura de capital
deficitário nos Estados Membros. O nível de recursos disponíveis varia de período a
período, dependendo da utilização corrente e nalguns casos, dos reembolsos para futuros
empréstimos. Assim, os recursos nominais disponíveis num dado momento não podem
ser disponibilizados por um longo período. Contudo, o Banco assegura que, a qualquer
momento, existe recursos sustentados disponíveis para empréstimo com duração de
curto e longo prazo.
198. Ao nível regional, o Banco mobilizou recursos em moedas nacionais num certo
número de Países por via de emissão de títulos para apoiar as suas operações de crédito
bem como no desempenho do seu papel no desenvolvimento e fortalecimento dos
mercados de capital na região. Como parte dos seus esforços, o Banco emitiu um título
local no Uganda em Outubro de 2009, o qual foi consequentemente registado na Bolsa de
Valores do Uganda. Esta é parte do Programa de 40 biliões de xelins de título de tesouro
do Uganda que será completamente emitido até 31 de Julho de 2010. Esta é a segunda
emissão local de título de tesouro do Banco no Uganda, tendo a primeira sido emitida em
1999 e a qual foi completamente sacada. Os proveitos destas emissões serão utilizados
58
pelo Banco para financiar as actividades dos Projectos e do comércio em vários sectores
da economia, incluindo manufactura, minas, turismo, energia, construção, etc.
•
Centro de Compensação do COMESA
199. Numerosas Decisões foram tomadas para tornar o Centro de compensação do
COMESA mais actuante às actuais necessidades dos Estados Membros, especialmente do
sector privado, incluindo as relativas a introdução de sistemas de pagamentos. O Centro
de compensação do COMESA teve o mandato para implementar um sistema
transfronteiriço de pagamentos e de compensação entre os Bancos Centrais da Região. O
Centro de Compensação está actualmente instalando um novo sistema regional
multilateral de pagamento conhecido como REPSS e o Banco PTA. REPSS está sendo
activamente promovido em todos os Estados Membros através de workshops de
sensibilização, organizados pelos Bancos Centrais com a participação dos Bancos
comerciais, exportadores, importadores e outros interessados.
200. As Contas de liquidação foram abertas pelo Banco de Liquidação (Banco das
Maurícias) para os seguintes Bancos Centrais que foram participantes activos na
concepção e implementação do REPSS: Burundi, Comores, RD Congo, Egipto, Quénia,
Líbia, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Suazilândia, Ruanda, Sudão, Tanzânia, Zâmbia e
Zimbabwe.
201. Projectos de acordos foram reenviados a todos os Bancos Centrais pelo Presidente
do Comité dos Governadores dos Bancos Centrais do COMESA. Os seguintes Estados
Membros assinaram em seguida todos os acordos: Malawi, Maurícias, Sudão, Suazilândia,
Uganda e Zâmbia.
202. Estão sendo realizados testes sobre as modalidades das operações, envolvendo os
Bancos Centrais do Quénia, Maurícias, Suazilândia e Madagáscar.
•
Companhia de Resseguro (ZEP-RE)
203. A Companhia de Resseguro (ZEP-RE) tem, desde a sua criação em 1992, sido
capaz de gerir uma partilha razoável do negócio regional de seguros e faz actualmente
transacções nalguns dos dezanove (19) Países. Nos finais de 2007, as receitas dos
prémios aumentaram até USD 27.3 milhões. Em Agosto de 1996, mais dois Estados
Membros aderiram aos Acordos da ZEP-RE. Isto demonstra o grande potencial do negócio
na região do COMESA.
204. Relativamente ao Investimento, COMESA se declarou zona única de investimento
e foi criada uma Agência de Investimento para promover investimentos. A ZEP-RE e
Seguro do Comércio Africano (PTA) estão prestando serviços úteis a região. A ZEP-RE
(Companhia de Resseguros da PTA) foi designada Gestora do Centro Regional de Garantia
do Trânsito Aduaneiro (/RCTG). A 4.ª reunião do Comité de Gestão (MC) do RCTG
realizou-se de 3 a 4 de Junho de 2010 em Bujumbura, Burundi, tendo avaliado as
59
candidaturas recebidas de duas companhias de Seguros e uma directa da região da
COMESA e uma foi seleccionada para gerir o Centro de Resseguros.
205. A ZEP-RE tem categoria nacional AA e BBB internacional. A ZEP-RE deu provas
inéditas de gestão de sucesso do Centro de Resseguros da Yellow Card Scheme de gestão
de contratos desde 1998. O Centro de Resseguros da Yellow Card, o qual detém 30% do
negócio está crescendo cada vez mais e o total do seu activo atingiu em Dezembro de
2009 USD 6.2 milhões.
206. O ZEP-RE deverá apresentar um plano Detalhado de Gestão e um Programa de
Resseguros antes da assinatura do Acordo de Gestão na 4.ª Reunião do Conselho Fiscal do
RCTG, agendada para Agosto de 2010 na RD do Congo.
•
O Instituto do Coiro e Produtos Derivados do COMESA (LLPI)
207. Desde a sua criação em 1990, o Instituto preparou diversos programas e projectos
nos domínios como recursos humanos e desenvolvimento institucional, comércio e
investimentos. O LLPI ajudou numerosos empreendedores na realização de estudos de
viabilidade de investimentos.
208. Ele também foi designado e executou diversos projectos para ajudar os Estados
Membros no desenvolvimento dos seus sectores. Ele está actualmente implementando o
Projecto sobre Valor Acrescentado do Coiro Africano (AVAL) na Etiópia, Quénia, Sudão e
Zimbabwe. O Instituto está jogando um importante papel na indústria do coiro nos
Estados Membros do COMESA. A Estratégia Regional para o Coiro e Produtos Derivados
(LLPS) foi concebida em 2007 e foi a primeira a ser concluída e está sendo implementada
sob o PACT II. Entretanto, ela foi revista e validada em Setembro de 2010. Uma série de
workshops nacionais de cadeia de avaliação está planeada para três Países Pilotos:
Zimbabwe, Malawi e Uganda. O LLPI é a Agência principal na implementação que trabalha
em colaboração com a ESALIA. Os Países Pilotos para implementação da Estratégia do
Coiro são: Quénia, Zimbabwe, Uganda, Burundi, Etiópia e Sudão.
•
A Agência Africana de Seguros no Comércio (ATI)
209. A Agência Africana de Seguros no Comércio (ATI) foi criada em 2001 para prestar
cobertura do risco político das fontes comerciais ou das Agências de créditos para
exportação, o qual não estava de todo disponível nalguns Países do COMESA. Onde existia
esta cobertura os custos eram habitualmente muito altos e em termos desfavoráveis.
210. Particularmente, a cobertura disponível era ou muito limitada ou não existente
para as transacções a médio prazo, restringindo assim a importação de bens de capital
para os Países do COMESA. A filiação na AASC/ATI está aberta a todos os Estados
Membros da UA. O Projecto é apoiado pelo Banco Mundial, o qual concede empréstimo a
juros baixos aos Estados Membros.
60
211. Nos finais de 2007, a AASC/ATI emitiu apólices de seguros que cobriram riscos
comerciais e políticos em 7 Países para um total de transacção de USD 400 milhões. Os
sectores incluíram telecomunicações, manufactura, agro-indústria, serviços de
exportação e minas.
212.
O actual leque de produtos de seguros do ATI inclui os seguintes:
§
Seguro de risco político no comércio
§
Risco político exaustivo no comércio
§
Seguro de investimento estrangeiro directo
§
Projecto de cobertura de empréstimo
§
Cobertura do activo móvel
§
Emissão desonesta de títulos e Letras de crédito mal paradas
§
Cobertura segura de crédito
§
Prejuízos físicos provocados pela Guerra e terrorismo
§
Seguro de perda indirecta
213. COMESA reconhece plenamente que de forma a aumentar os níveis do comércio
intra regional, há necessidade de regulamentar e conceber políticas de transportes e
telecomunicações para tornar a circulação de bens e pessoas e prestação de serviços
entre os Países na região mais fáceis e menos dispendioso.
214. É também importante criar um enquadramento jurídico e ambiente favorável nos
quais os negócios do sector privado podem desenvolver efectivamente na região e
harmonizar as políticas macro económicas e monetária. O COMESA também reconhece a
necessidade de promoção de investimentos na região e trata desta matéria através da
viabilização de acordos bilaterais, promoção de mecanismos de exportação por cada um
dos Estados Membros e identificação de projectos específicos, os quais têm o potencial de
agir enquanto pólos de crescimento entre dois ou mais Estados Membros.
215. O Seguro Africano do Comércio assinou em 13 de Abril de 2010 um Memorando
de Entendimento (MoU) com a Companhia de Garantia de Crédito para Exportação
(ECGE) do Egipto, o qual possibilitará as duas Instituições trabalhar conjuntamente para
facilitar mais investimento local, investimento estrangeiro directo e exportações para
África.
216. O MoU sustenta uma forte tendência de crescimento em África que está reflectido
no perfil de cada organização. A AASC/ATI, uma Instituição do COMESA viu os seus
negócios duplicarem cada ano a partir de 2008. A ECGE também tem visto o seu portfólio
em África crescendo com compromissos de projectos que excedem a USD 25 milhões.
61
Investidores e exportadores estão de forma crescente virando para África, onde o
crescimento da população, as previsões positivas de crescimento e alto retorno estão em
franco contraste com a tímida procura e crescimento na Europa e nos Estados Unidos.
217. Com um portfolio de USD 200 milhões, a Companhia Egípcia de Garantia de
Créditos para Exportação cobre exportações para o Mercado africano de infra-estruturas
de produtos, tais como cabos eléctricos e cimento, acessórios para estradas, energia,
telecomunicações, entre outros.
218. Em 2009, a ATI facilitou o desenvolvimento de infra-estruturas em África com
produtos de seguro de risco politico que cobriu mais do que USD 233 milhões superior ao
FDI para África e USD 75 milhões superior as exportações da África, representando
ambos montantes mais do que 100% dos resultados da ATI em 2008.
•
Paz e Segurança
219. O COMESA está trabalhando em cinco áreas definidas que foram identificadas no
Plano de 2009 e inclui realizações no: a) Reforço do papel dos autores não estatais na
prevenção de conflitos e na edificação da paz; (b) Reforço das capacidades do COMESA de
alerta prévia; (c) Fortalecimento da capacidade de resposta do COMESA aos conflitos
transformados em guerras económicas; (d) Apoio a promoção da boa governação; e
reforço do comércio como um mecanismo de prevenção de conflitos e de edificação da
paz.
4.2.2.5
COOPERAÇÃO COM OUTRAS ORGANIZAÇÕES REGIONAIS
220. Existe um certo número de organizações regionais que operam na região também
abrangida pelo COMESA, tais como Comunidade Africana do Leste (EAC), Autoridade
Intergovernamental de Desenvolvimento (IGAD), Comissão do Oceano Índico (IOC) e
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
221. COMESA tem boas relações de trabalho, tanto formal como informal, com todas
estas organizações regionais. Foram assinados Memorandos de Entendimento com a EAC,
IGAD e IOC por estas organizações terem acordado adoptar e implementar o programa de
liberalização do comércio e das facilidades do COMESA.
222. O COMESA e a SADC também criaram um Task Force conjunta para harmonizar os
seus programas. A partir de 2007, a EAC também aderiu ao Task force, tornando-a
tripartida. Além disto, COMESA se dispôs de diversos acordos de cooperação com
Parceiros bilaterais e multilaterais que se comprometeram a apoiar a agenda de
integração. Estes Acordos de cooperação proporcionam ao COMESA apoio sustentado
para a implementação dos programas da integração.
4.2.2.6
LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS
223. COMESA teve grande evolução relativamente a livre circulação de pessoas, dado
que, os problemas do visto foram tratados com muita flexibilidade para os residentes da
62
comunidade. A este propósito, um Protocolo sobre a gradual diminuição do visto está
sendo implementado e vários Estados Membros estão actualmente concedendo vistos aos
cidadãos de outros Países do COMESA a chegado no Aeroporto. Embora o protocolo
tivesse sido celebrado em 2001, foi apenas assinado por 3 Estados Membros e ratificado
por um.
224. A seguir a implementação dos Protocolos e das Decisões do Conselho sobre a livre
circulação de pessoas e de mão-de-obra, COMESA adoptou dois Protocolos sobre a
facilitação da livre circulação de pessoas, nomeadamente:
•
Protocolo sobre a gradual diminuição e Eventual supressão do visto, adoptado
em 1984; e
•
Protocolo sobre a livre circulação de pessoas, mão-de-obra, serviços, direito de
estabelecimento e de residência, adoptado na Sexta Cimeira da Autoridade do
COMESA, realizada no Cairo, Egipto em 2001.
225. O Protocolo relativo a gradual diminuição e eventual supressão do visto dentro do
COMESA (doravante designado Protocolo de visto) foi adoptado e assinado pela
Autoridade dos chefes de Estado e de Governos em 22 de Dezembro de 1984, em
Bujumbura, Burundi. O Protocolo sobre a gradual diminuição e eventual supressão do
visto (doravante designado Protocolo sobre a redução do visto) está, até então em vigor
tal como previsto no Artigo 163 do Tratado do COMESA.
226. O Protocolo de visto foi adoptado pelos Estados Membros como parte da
necessidade de criação de condições favoráveis para atingir os objectivos da integração,
preconizados pelos Estados Membros e a promoção da coesão geográfica dos seus
territórios através da facilitação de maior circulação dos seus cidadãos dentro da
PTA/COMESA. Em segundo lugar, os Estados Membros reconheceram que a PTA
pretendeu ser a primeira etapa rumo a criação de um Mercado comum e eventualmente
de uma Comunidade Económica de Estados Africanos para a África Austral e do Leste tal
como previsto no Artigo 29 do Tratado da PTA.
4.2.2.7
LIVRE CIRCULAÇÃO DE BENS, SERVIÇOS E DE CAPITAL
227. Relativamente a livre circulação de bens, serviços e capital, o Protocolo sobre a
livre circulação de pessoas, mão-de-obra, serviços, direito de estabelecimento e de
residência foi adoptado pela Sexta Cimeira da Autoridade dos Chefes de Estado e de
Governos, realizada no Cairo, Egipto em Maio de 2001. O Protocolo deverá ser
implementado em cinco etapas.
228. A implementação da Etapa I do Protocolo sobre a livre circulação de pessoas
deverá ser da responsabilidade dos Responsáveis dos Serviços de Migração. Além disto, o
Conselho acordou que os Responsáveis pelos Serviços de Migração deverão também
presidir a implementação da Etapa IV do Protocolo relativa ao direito de estabelecimento.
63
229. Quatro Estados assinaram o Protocolo sobre a livre circulação de pessoas, mãode-obra, serviços, direito de estabelecimento e de residência, nomeadamente: Quénia,
Ruanda, Burundi e Zimbabwe. Além disto, o Burundi depositou o sei instrumento de
ratificação.
230. Os Estados Membros do Mercado Comum da África Austral e Oriental (COMESA)
acordaram tomar medidas que removerão gradualmente as restrições a livre circulação
de pessoas, mão-de-obra e de residência e eventualmente favorecer a completa
obediência das disposições do Protocolo. As medidas deverão ser implementadas através
da:
a)
Adopção de acordos comum de visto (Protocolo sobre a gradual redução e
eventual supressão do visto);
b) Introdução e manutenção da livre circulação de pessoas, mão-deobra,serviços, direito de estabelecimento e de residência.
231. Relativamente a livre circulação de pessoas, o desejo é o de adoptar acordos
comuns de visto, incluindo o direito de estabelecimento que conduza eventualmente a
livre circulação de pessoas de boa fé. Os Responsáveis dos Serviços de Migração do
COMESA iniciaram a criação conjunta de um mecanismo para facilitar a circulação dos
cidadãos do COMESA. A questão fundamental estudada foi a harmonização dos vistos
através da qual até 2014 poderá haver total livre circulação de pessoas bem como a
liberdade de residência e de estabelecimento dentro do COMESA. Os prazos do COMESA
para a livre circulação de pessoas que conduz ao direito de estabelecimento e de
residência são os seguintes:
•
2000-2002: Gradual remoção dos pedidos de visto
•
2002-2006: Circulação de mão-de-obra qualificada e circulação dos serviços
•
2006-2010: Direito de estabelecimento
•
2014: Direito de residência (20 anos a partir da entrada em vigor do Tratado
do COMESA)
232. Neste momento as actuais actividades desenvolvidas pelos Estados Membros do
COMESA são as seguintes:
a) Reuniões anuais dos Ministros da Migração são convocadas pelo COMESA
para analisar a aceleração da implementação do Programa;
b) Os Estados Membros estão promovendo a revisão das suas leis para
assegurar que elas sejam compatíveis com os Protocolos do COMESA;
64
c)
Uma lei modelo sobre a migração está sendo preparada para adopção pelos
órgãos políticos para ajudar os Estados Membros a harmonizar as suas leis
com o Protocolo e as Decisões do COMESA;
d) A base de dados do COMESA deve ser criada para monitorizar a circulação
de pessoas no COMESA, particularmente de pessoas indesejáveis;
e) O Secretariado está preparando uma política detalhada sobre a remoção
das restrições a circulação de mão-de-obra dentro do COMESA de acordo
com o Protocolo sobre a livre circulação de pessoas, mão-de-obra, serviços,
direito de estabelecimento e de residência;
f) COMESA está concebendo uma política sobre o tratamento dos solicitadores
de asilo, registo nacional dos cidadãos e uso de um certificado comum de
viagens; e
g) Comités Nacionais de Monitorização deverão ser criados pelos Estados
Membros para monitorizar a implementação do programa da circulação de
pessoas, mão-de-obra e serviços.
233.
COMESA está também implementando os seguintes Programas:
i.
O Secretariado do COMESA está implementando a Participação das
Nações Africanas no Projecto das Organizações Sanitárias e
fitossanitárias de Fixação de Estandartes (PANSPO). PANSPO é um
projecto de parceria entre a União Africana (UA), Comissão Europeia (EU)
e o Secretariado da África, Caraíbas e Pacífico em nome das seguintes
cinco Comunidades Económicas Regionais: COMESA, EAC, CEDEAO, IGAD
e SADC. O Projecto é destinado a contribuir para a redução da pobreza
através da maior acesso dos produtos agrícolas africanos aos mercados
internacionais, promovendo a participação dos 47 Países africanos ACP
nas actividades das Organizações Internacionais de Fixação de
Estandartes (ISSOs), nomeadamente a Comité alimentar Codex (CAC),
Convenção Internacional para Protecção das Plantas (IPPC) e
Organização Mundial de Saúde animal (OIE) bem como o Comité WTOSPS.
ii.
A Promoção do Marketing da Agricultura e Projecto Regional de
Integração (AMPRIP) foi criado pelo Banco Africano de Desenvolvimento,
Estados Membros do COMESA e o Secretariado. O objectivo do Projecto é
o de fortalecer o marketing da agricultura intra e extra COMESA.
iii.
O Mercado Comum da África Austral e Oriental (COMESA) tem mandato
para implementar um Programa Exaustivo de Desenvolvimento da
Agricultura (CAADP) na África Austral e do Leste. CAADP é uma agenda
de crescimento orientado da agricultura, destinada ao aumento da taxa
de crescimento da agricultura até seis porcento por ano para criar
65
riqueza necessária as comunidades rurais e fazer prosperar as famílias
em África.
iv.
O “Programa para Reforço das Capacidades Africanas no comércio” (PACT
II) é um programa de assistência técnica ligada ao comércio executado
pelo Centro Internacional do Comércio (ITC-COMESA) e financiado pela
Agência Canadiana de Desenvolvimento Internacional (CIDA). O seu
objectivo é o de fortalecer o apoio a capacitação das instituições africanas,
regionais e nacionais, para aumentar a competitividade na exportação,
ligações com o mercado e as receitas da exportação das pequenas e
médias empresas africanas com especial incidência sobre as empresas de
mulheres. O Programa incide sobre três sectores chaves: Coiro e produtos
derivados, Processamento de produtos agrícolas, Estratégia Algodão para
Vestuário.
v.
O Programa de contribuição para a agricultura do COMESA (COMRAP) no
montante de 20 milhões de euros sob financiamento das Facilidades
Alimentares da Comissão Europeia está vencendo alguns dos desafios da
segurança alimentar. Ele preconiza ultrapassar o fosso entre a ajuda de
emergência e o desenvolvimento a médio e longo prazo através dos seus
três objectos, incluindo:
• Encorajar os produtores de alimentos a aumentar o
fornecimento;
• Lidar directamente com os efeitos da variabilidade dos preços
sobre as populações locais; e
• Aumentar a capacidade de produção de alimentos e melhorar, a
longo prazo, a forma de gestão da agricultura.
4.2.3. REALIZAÇÕES
234.
São seguintes as realizações do COMESA a:
Estado do COMESA
em 2009
Realizações do COMESA até a data
Aduaneira
•
Estado
da
implementação
do
COMESA desde o seu
lançamento
na
13.ª
Cimeira dos Chefes de
Estado e de Governos em
Até a data 11 Países submeteram as suas próprias
listas de produtos, nomeadamente: Burundi,
Eritreia, Quénia, Madagáscar, Malawi, Maurícias,
RD do Congo, Ruanda, Sudão, Suazilândia e Uganda
•
O Comité para a União Aduaneira e o Comité para
Comércio e Alfandegas acordaram que o projecto
de agenda preparado pelo Secretariado será
pontos de referência para os Estados Membros
União
(UA/CU)
66
Junho de 2009 em
Vitoria Falls, Zimbabwe
produzirem as suas próprias agendas e eles
deverão trabalhar em estreita colaboração com o
Secretariado, incluindo na conclusão dos vários
estudos e da avaliação em curso.
•
A agenda de ajustamento das tarifas, diversos
documentos de análise sobre os principais estudos
encomendados pelo Conselho e as principais
reuniões tiveram lugar nestes quatro meses para
facilitar o processo de implementação do período
de transição de três anos.
•
Evolução na implementação do período de
transição e aproximação da completa união
aduaneira até Junho de 2012 se registaram como
se segue:
a. Os Estados Membros estão em condições de
atingir a Etapa I porque produziram taxas já
ajustadas com a CET do COMESA. No caso dos
quatro Países da EAC o ajustamento foi feito
em cerca de 70%. Contudo, os Estados
Membros deverão, em primeiro lugar acordar
sobre a adopção da agenda preparada pelo
Secretariado.
b. Relativamente a Etapa II, 10 Estados Membros
deverão estar em condições de atingir os
objectives. O número será 12 caso o Egipto e o
Zimbabwe acordarem usar o projecto de
agenda preparado pelo Secretariado
c. Relativamente a Etapa III, os Estados Membros
estarão em condições de produzir as suas
próprias listas para serem excluídas da CET na
base de preconceitos religiosos e culturais
dado que deverão conhecer doravante os seus
direitos
d. Trabalhos de análise tem sido feito sobre
todos os estudos em curso e estes trabalhos
estão
em
condições
de
sustentar
concretamente recomendações e decisões
sobre as vias a seguir.
Agricultura e segurança O roteiro CAADP foi elaborado pelo Secretariado e
alimentar: Diversos
aprovado pelo Fórum de Parcerias Africanas (APF). A
Comissão da UA e as diferentes (CERs) organizaram cinco
Programas
foram
67
implementados com vista a
aumentar a produtividade
agrícola na região. COMESA
é o principal parceiro na
implementação
do
Programa Exaustivo de
Desenvolvimento
da
Agricultura
em
África
(CAADP)
e
assim
implementa vários projectos
do CAADP para aumentar o
comércio
de
produtos
agrícolas, resolver questões
sanitárias e fitossanitárias
(SPS)
e
melhorar
as
condições de vida dos
pastores.
reuniões regionais sobre a planificação da sua
implementação para especificar as prioridades regionais,
definir os procedimentos e princípios de gestão e
coordenação, e explorar oportunidades e alianças para
apoiar a implementação do CAADP.
A COMESA iniciou o processo da Mesa Redonda para a
implementação do CAADP em 15 dos seus 19 Estadosmembros. Até à data, nove países assinaram os Acordos
Nacionais do CAADP, nomeadamente, Ruanda, Burundi,
Etiópia, Suazilândia, Uganda, Malawi, Zâmbia, Quénia, e
República Democrática do Congo.
As
actividades
pós-Acordos
conducentes
ao
desenvolvimento de planos de investimento e mobilização
de recursos foram levadas a cabo com sucesso em vários
países. O Ruanda já beneficiou do recém criado Programa
Global de Agricultura e Segurança Alimentar (GAFSP), sob
a gestão do Banco Mundial. O Uganda e a Etiópia
apresentarão propostas de financiamento do GAFSP antes
do próximo prazo, ou seja, até 1 de Outubro de 2010.
Além disso, a nível regional, a COMESA solicitou a
FANRPAN que auxiliasse o Secretariado na preparação do
acordo regional do CAADP, sob os quais programas de
investimentos regionais serão desenvolvidos e
implementados. O projecto final está quase pronto e uma
série de Parceiros de Desenvolvimento já manifestou
interesse em apoiar os programas de investimento
regionais.
Com a aprovação do Fundo Fiduciário da Criança gerido
pelo Banco Mundial, o Programa CAADP está agora a ser
totalmente implementado com três especialistas que
gerem tanto os processos nacionais como regionais.
Até o momento, nove Acordos Nacionais do CAADP foram
assinados em Ruanda, Burundi, Etiópia, Suazilândia,
Uganda, Malawi, Zâmbia, Quénia e República Democrática
68
do Congo. A assinatura dos Acordos está a ser
acompanhada através da realização de reuniões de
negócios destinadas à apresentação de planos de
investimento para que cada país beneficie de
financiamento internacional como o GAFSP, do qual o
Ruanda e a Etiópia já beneficiaram.
O Acordo regional, cuja elaboração foi solicitada ao
FANRPAN, também foi concluído, mas agora está a ser
ampliado para incluir a EAC e a SADC, no âmbito quadro
tripartido.
O projecto foi implementado por um período de dois anos.
Faltam ainda seis meses de execução, e a sua conclusão
está prevista para 30 de Junho de 2011. Um pedido de
extensão de 6 meses sem custos está a ser analisado.
REFORMA
Despesas até Dezembro de 2010: 1.2 milhões ou 50% do
orçamento.
Actualmente existem cinco Associações de Comerciantes
Segurança
Alimentar
Transfronteiriços (CBTA). Além disso, o Quénia e Uganda
Regional e Gestão de Riscos
estão em processo de criação de uma CBTA nas suas
fronteiras e prevêm lançar uma CBTA nacional em Abril
de 2011.
Contribuir para a redução
sustentável
da
vulnerabilidade
à
O STR está a ser implementado em 6 EM dos 10 paísesinsegurança alimentar e da
piloto. Balcões de Informações sobre Comércio (TID)
pobreza na África Oriental e
destinado a apoiar os pequenos comerciantes estão a
Austral
(membros
da
operar em 3 países com o apoio da REFORM. Em 2011, os
COMESA).
referidos balcões serão estendidos a mais 3 países.
Trabalhar para desenvolver
e apoiar as Associações de
Comerciantes
Transfronteiriços
(CBTA)
em 10 EM e facilitar a
implementação e melhoria
do
Regime
Comercial
Simplificado
(STR)
concebido para apoiar os
pequenos comerciantes.
69
Facilidades de trânsito
COMESA
está
implementando um certo
número de instrumentos de
forma
a
facilitar
a
integração.
Isto
inclui
limites de peso da carga,
peso dos veículos pesados,
carga harmonizada nas
estradas,
licenças
de
carreira, garantias regionais
de
trânsito
aduaneiro
(RCTG), entre outros. A
RCTG,
uma
vez
completamente operacional
permitirá
o
COMESA
economizar
anualmente
USD 300 a 350 milhões.
Como resultado das medidas
de facilitação de trânsito do
COMESA foram reduzidos os
custos de transportes em
cerca de 25% e esforços
estão em curso para maior
redução.
Desenvolvimento de infraestruturas (Aérea, estradas,
caminho-de-ferro, marítima
e transporte terrestre, TICs,
energia, etc). COMESA está
trabalhando
activamente
com o NEPAD e o BAD sobre
o desenvolvimento de infraestruturas.
• Um exercício piloto foi realizado no Norte e um
número de reuniões dos envolvidos foi realizado para
assegurar o regular funcionamento do sistema. Foi
prestado o necessário apoio e o sistema está
actualmente operacional no Quénia, Burundi, Ruanda
e Uganda apesar de em baixa escala enquanto outras
questões tais como racionalização dos sistemas que
estão sendo usados nos diferentes postos estão ainda
por concluir. O processo está em curso e um outro
exercício piloto está em curso no corredor do austral.
• Relativamente ao tráfego terrestre, são as seguintes as
taras para trânsito acordadas no COMESA: Autocarros
de transporte de mais de 25 pessoas USD 5 por
100Kms, Veículos pesados de mercadorias USD 6 por
100 Kms e Veículos pesados de mercadorias com mais
de três atrelados USD 10 por Kms.
O Plano energético directivo a médio e longo prazo.
será implementado pelo Centro Energético da África
do Leste (EAPP), o qual é uma instituição especializada
do COMESA do domínio da energia cujo financiamento
será
garantido
pelo
Banco
Africano
de
Desenvolvimento (BAD). O custo total é estimado
entre USD 300.000 a 350000 milhões. Por exemplo, de
forma a ultrapassar os desafios no domínio da energia
na região do COMESA e atender a crescente
solicitação, a capacidade instalada deverá ser
aumentada em 50% em cada cinco anos, nada
comparado com a actual capacidade estimada em
38,000 mega watts.
Capacidade adicional para alguns Países seleccionados
do COMESA rondará 10400 mega watts até 2011/12.
Os projectos esperados desenvolver durante o período
de cinco anos 2011-2015 aumentará até 20,000 mega
70
watts e os referentes aos anos posteriores a 2016
serão de 30,000 mega watts. Além disto, muitos interligadores de energia eléctrica estarão operacional
entre 2012 e 2013 o que significa que o comércio de
energia será alargado a toda a região.
Relativamente ao desenvolvimento das TICs, uma
nova estratégia foi adoptada para criar a rede COMTEL
enquanto uma Rede Central que utiliza a existente
fibra óptica nacional. Actualmente, um plano comercial
está em preparação e uma vez concluído será
submetido a NTOs e a outros investidores.
Harmonização
das
políticas
macro
económicas através da
cooperação
monetária
regional, incluindo sistemas
de
pagamento
e
de
liquidação.
Os
Estados
Membros do COMESA estão
actualmente implementando
Programas de harmonização
monetária com vista a
atingir a convertibilidade
definida
•
•
•
A avaliação geral da evolução no processo de
convergência no COMESA em 2008 demonstra que o
critério fiscal está omisso em 9 dos 19 Países. A
avaliação da situação inflacionária em 2008 indica
que 13 Países omitiram o critério. As avaliações
demonstram que o desempenho do COMESA no
respeitante aos critérios secundários relativos ao
uso dos instrumentos indirectos da política
monetária direccionadas ao mercado que determina
as taxas de câmbio; aderência aos 25 princípios do
Banco de Supervisão e aderência ao conjunto dos
Princípios para os Sistemas de pagamento
Sistematicamente Importantes está na direcção
certa.
O
fortalecimento
da
implementação
da
convertibilidade definida no COMESA foi proposto
para ser subdividido em 4 subgrupos, baseadas na
proximidade geográfica e no potencial de aumento
de volume do comércio. Contudo, os grupos não
poderão excluir os Países Membros com maior
volume de comércio possuidor de convertibilidade
definida com Países não membros dos grupos.
O subgrupo do norte e leste integra: Egipto, Sudão,
Líbia, Djibouti, Etiópia, Eritreia;
•
•
•
O subgrupo Central e Oriental integra: Quénia,
Burundi, RD do Congo, Ruanda e Uganda;
O subgrupo austral integra: Zimbabwe, Malawi,
Suazilândia e Zâmbia;
O subgrupo das Ilhas do Oceano Pacifico
integra: Maurícias, Madagáscar, Comores e
71
Seicheles.
A convertibilidade da moeda está implementada com
sucesso no Subgrupo do Leste sob o acordo de
convertibilidade da moeda do EAC.
•
Serviços no comércio:
Um projecto de instrumento
de política foi preparado e
aguarda conclusão para
facilitar os serviços no
comércio
tais
como
transporte aéreo, seguro
automóvel, seguros, pesca e
estradas bem como sistema
de garantias
De forma a fortalecer a implementação da
convertibilidade da moeda, COMESA criou um
Sistema Regional de Pagamento e de
Liquidação (SRPL/REPSS), o qual é destinado a
estimular o crescimento económico na região
através do aumento do comércio intra
regional, possibilitando os importadores e
exportadores pagar e receber pagamentos por
mercadorias e serviços usando as moedas
nacionais. O balanço líquido das transacções
comerciais e de serviços será expresso em USD
ou Euro.
•
O Comité para o Comércio e Serviços reuniu-se de
17 a 19 de Maio de 2010 em Harare, Zimbabwe
para chegar a consenso sobre os sectores de
serviços prioritários e para iniciar os preparativos
de agendamento dos compromissos na região do
COMESA.
•
No evento, o Comité decidiu o programa de
liberalização dos serviços iniciarão com quatro
sectores sobre os quais 13 Estados Membros
submeteram a listas indicativas das suas
prioridades. São: comunicações, transporte,
finanças e turismo.
•
A Terceira reunião do Comité está agendada para
Novembro de 2010, quando os Estados Membros
iniciarem negociações sobre a dimensão que
poderão dar aos quatro sectores bem como
tiverem seleccionado mais três sectores para
negociações na próxima reunião. Além disto, o
Comité acordou que os Estados Membros devem
assumir compromissos e abrir os sectores
adicionais indicados dado que alguns Estados
Membros indicaram de sete a dez sectores para
liberalização.
72
Rede
Informatizada
Aduaneira Durante o ultimo Conselho de Ministros do COMESA, ficou
decidido que:
Estado de implementação de
uma Rede aduaneira unificada
informatizada na região, entre
outros
O Banco PTA
O Banco PTA foi, durante anos,
muito active na promoção de
investimentos e na prestação
de facilidades financeiras ao
comércio. O capital social do
Banco foi aumentado para USD
2 biliões em 2007. O Banco
obteve, com as suas operações,
um rendimento de USD 4.5
milhões em 2006. O projecto
de financiamento aprovado
para 2007 totalizou USD 128
milhões e para financiamento
do comércio USD 156 milhões.
Ele destina-se a assistir os
Estados
Membros
na
implementação
dos
seus
projectos.
Os Estados Membros deverão disponibilizar recursos
necessários para apoiar, manter e modernizar os sistemas
aduaneiros, baseados nas opções constantes do estudo sobre a
sustentabilidade com apoio governamental de alto nível;
•
O Secretariado deverá criar um Centro Regional de
Modernização Aduaneira para prestar assistência na
modernização aduaneira e no reforço das capacidades,
os quais deverão assegurar a assumpção pelo COMESA
do processo de implementação;
•
O Secretariado, com o apoio do UNCTAD, deverá
conceber uma formação ASYCUDA online para
introduzir na Plataforma de ensino do COMESA;
•
O Secretariado deverá disponibilizar um espaço no seu
portal web ao website do ASYCUDA para facilitar
discussões e partilha de informação;
•
Os Estados Membros deverão considerar uma
estratégia de retenção do pessoal para assegurar a
continuidade do apoio aos sistemas ASYCUDA; UNCTAD
e o Secretariado do COMESA deverão trabalhar sobre
uma estratégia para o nivelamento da implementação
do ASYCUDA na região.
O Banco presta assistência aos Estados Membros dado que os
seus objectivos são fundamentalmente:
§
Prestar assistência financeira e técnica para promover o
desenvolvimento económico e social dos Estados
Membros;
§
Promover o desenvolvimento do Comércio entre os
Estados Membros de acordo com as disposições do
Tratado do COMESA, financiando as actividades
conexas a este comércio;
§
Na prossecução dos objectivos do COMESA, financiando
os projectos identificados para fazer as economias dos
Estados Membros complementares umas as outras;
§
Complementar as actividades das agências de
desenvolvimento dos Estados Membros, co-financiando
operações ou linhas de crédito; e
§
Cooperar com outras instituições e organizações
interessadas no desenvolvimento económico e social
dos Estados Membros. Quais são as actividades nas
quais o Banco tem particularmente assistido os Estados
73
Membros?
Centro de compensação do
COMESA Muitas
decisões
foram tomadas para tornar o
Centro de Compensação do
COMESA mais actuante face as
actuais
necessidades
dos
Estados
Membros,
especialmente
do
sector
privado, incluindo a introdução
-
O principal mandato do Banco é potenciar o seu balanço
e mobilizar recursos financeiros do Mercado
internacional para investimentos nos negócios
comercialmente viáveis na região. Por isto, o Banco
continua enfatizando na mobilização de recursos tanto
nos
mercados
monetários
nacionais
como
internacionais de forma a atender as solicitações de
capital dos Estados Membros. O nível de recursos
disponíveis num dado momento varia de período a
período, dependendo da utilização corrente e nalguns
casos dos pagamentos recebidos para posteriores
empréstimos. Assim, recursos nominais disponíveis
num dado momento podem não ser disponibilizados
por um longo período. Contudo, o Banco assegura que,
em qualquer momento, existe para empréstimo uma
quantidade considerável de recursos a curto e longo
prazo.
-
A nível regional, o Banco tem mobilizado recursos em
moeda local em certos Países Membros através da
emissão de títulos para apoiar as suas operações de
empréstimos bem como jogando o seu papel na criação
e fortalecimento do mercado de capital na região. Como
parte do seu esforço, o Banco emitiu títulos em moeda
local no Uganda em Outubro de 2009, os quais foram
em seguida registados na Bolsa de Valores do Uganda.
Este é parte do Programa de títulos do Uganda, avaliado
em 40 milhões de Shilling, os quais estarão totalmente
emitidos até 31 de Julho de 2010. Esta é a segunda
emissão de títulos do Banco em moeda local no Uganda.
O primeiro título foi emitido em 1999 e foi
completamente sacado. Os proveitos deste programa de
emissão de títulos será utilizado pelo Banco para
financiar os seus investimentos nos Projectos e nas
actividades comerciais e financeiras no Uganda nos
vários sectores da economia, incluindo manufactura,
mina, turismo, energia, construção, etc.
A evolução actual, particularmente na criação de um novo
sistema do Sistema Regional de pagamentos multilaterais
(SRPM/REPSS)
SRPM/REPSS tem sido promovido activamente em todos os
Estados Membros através da organização de Workshops de
sensibilização pelos Bancos Centrais com a participação dos
Bancos comerciais, exportadores, importadores e outros
interessados.
74
de sistemas de pagamentos. O
Centro de Compensação do
COMESA foi mandatado para
implementar o sistema no
sentido
de
facilitar
os
pagamentos transfronteiriços e
a compensação entre os
Bancos Centrais na região do
COMESA.
O
Centro
de
compensação está actualmente
criando um novo sistema
regional
de
pagamento
multilateral conhecido como
SRPM/REPSS e o Banco PTA
Companhia de Resseguros
CR/ZEP-RE)
A Companhia de Resseguros
(CR/ZEP-RE) tem, desde a sua
criação em 1992, sido capaz de
atender a uma fatia razoável do
negócio regional de seguro e
está agora gerindo um negócio
em dezanove (19) Países. Nos
finais de 2007, as recitas dos
prémios atingiu USD 27.3
milhões. Mais dois Membros
aderiram ao Acordo do
CR/ZEP-RE em Agosto de 1996
As Contas de Liquidação foram abertas pelo Banco de
Liquidação (Banco das Maurícias) para os seguintes Bancos
Centrais, actives participantes na concepção e implementação
do SRPM/REPSS: Burundi, Comores, RD do Congo, Egipto,
Quénia, Líbia, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Suazilândia,
Ruanda, Sudão, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
Projectos de acordos foram reenviados a todos os Bancos
Centrais pelo Presidente do Comité dos Governadores dos
Bancos Centrais do COMESA a seguir ao qual os seguintes
Estados Membros assinaram todos os acordos: Malawi,
Maurícias, Sudão, Suazilândia, Uganda e Zâmbia.
- Testes estão em curso sobre o modus operandi envolvendo
os Bancos Centrais do Quénia, Maurícias, Suazilândia e
Madagáscar.
- CR/ZEP-RE (Companhia de Seguro do PTA foi designada
gestora do Esquema Regional de Garantia do Transito
Aduaneiro do COMESA (ERGTA/RCTG). A 4.ª reunião do
Conselho de Administração (CA) do ERGTA/RCTG,
realizada de 3 a 4 de Junho de 2010, em Bujumbura,
Burundi, tendo avaliado as candidaturas recebidas de duas
Companhias de Seguro e uma directa de uma Companhia
de Seguro da Região do COMESA, seleccionou a CR/ZEP-RE
para as funções de Gestora do Centro de Resseguros.
- CR/ZEP-RE tem categoria AA nacional e BB internacional.
CRZEP-RE deu provas de sucesso na gestão do Yellow Card
do Centro de Resseguro na base de contrato de gestão
desde 1998. O Yellow Card do Centro de Resseguro tem
crescido gradualmente e o seu active total atingiu USD 6.2
milhões em Dezembro de 2009.
- CR/ZEP-RE deverá apresentar um Plano detalhado de
gestão e um Programa de Resseguro antes da assinatura do
Acordo de Gestão durante a 4.ª reunião do Conselho Fiscal
do ERGTA/RCTG, o qual terá lugar em Agosto de 2010 na
RD do Congo.
O Instituto do Coiro e
Produtos Derivados do
COMESA (ICPD/LLPI)
Está
actualmente
implementando um projecto
de Valor Acrescentado ao
Coiro Africano (PVA/AVAL)
na Etiópia, Quénia, Sudão e
Zimbabwe. O Instituto está
- A Estratégia Regional para o coiro e produtos
derivados (ERCPD/LLPS) foi concebida em 2007 e foi
a primeira a ser concluída e está sendo implementada
sob o PACT II. Contudo, ela foi revista para ser
definitiva e validada em Setembro de 2010. Uma série
de workshops nacionais de validação foi paleada para
três Países pilotos: Zimbabwe, Malawi e Uganda. O
ICPD/LLPI é a principal agência na implementação em
colaboração com a ESALIA. Os Países pilotos para a
implementação da estratégia do coiro são: Quénia,
75
jogando um importante
papel no desenvolvimento
da indústria do coiro nos
Estados
Membros
do
COMESA
Agência Africana de Seguro
no Comércio (AASC/ATI)
Em finais de 2007, a
AASC/ATI emitiu apólices de
seguro para cobertura de
riscos políticos e comerciais
em 7 Países numa transacção
avaliada em USD 400 milhões.
Os
sectores
incluem
telecomunicações,
manufactura, negócio agrícola,
serviços de exportação e minas
Zimbabwe, Uganda, Burundi, Etiópia e Sudão.
- A Agência Africana de Seguro no Comércio assinou, em 13
de Abril de 2010 um Memorando de Entendimento
(ME/MoU) com a Export Credit Guarantee Company do
Egipto (ECGE), o qual permitirá as duas instituições
trabalhar em conjunto para facilitar maior investimento
estrangeiro directo e local e exportações para África.
- O ME/MoU sustenta a tendência de crescimento
sustentado em África o que está reflectido no perfil de cada
organização. A AASC/ATI, instituição do COMESA, viu os
seus negócios duplicarem em cada ano desde 2008. O
ECGE também viu o seu portfólio crescer em África com
garantias de projectos avaliados em USD 25 milhões.
Investidores e exportadores estão de forma crescente se
virando para África, onde o aumento da população,
previsão positiva de crescimento e alto nível de retorno
estão claramente em contraste com a tímida procura e o
crescimento na Europa e nos Estados Unidos.
- Com um portfolio de USD 200 milhões, uma Companhia
Egípcia de Garantia de Crédito para Exportação, cobre
exportações para o Mercado africano de produtos infraestruturas tais como cabos eléctricos e cimento, acessórios
para estradas, energia, telecomunicações entre outros.
- De acordo com a AASC/ATI, África precisará gastar USD 93
bilhões por ano de forma a tornar-se competitiva.
- Em 2009, a AASC/ATI facilitou o desenvolvimento de infraestrutura em África com produtos de seguro de risco
político que cobriram mais do que USD 233 milhões
superior a FDI para África e USD 75 milhões superior as
exportações africanas, representando, em ambos casos,
mais do que 100% de aumento comparativamente com os
resultados da ATI de 2008.
76
Cooperação
com
outras
Organizações Regionais
Um
certo
número
de
organizações
regionais
também opera na região
coberta pelo COMESA, tais
como Comunidade da África
Oriental
(CAO/CEA)
Autoridade
Intergovernamental
para
Desenvolvimento
(IGAD)
Comissão do Oceano Indico
(COI/IOC) e Comunidade da
África
Austral
para
o
Desenvolvimento (SADC)
Estatuto do COMESA, CAO e
da SADC
Reunião Ministerial Tripartida
COMESA-CAO-SADC realizouse em Lusaka
•
Foram assinados Memorandos de Entendimento com
CAO, IGAD e COI de forma a adoptar e implementar o
Programa de facilitação e liberalização do comércio
dentro do COMESA.
•
COMESA e a SADC também criaram uma Task force
conjunta para harmonizar os seus programas. Desde
2007, CAO também contribuiu para tornar a Task force
tripartida. Além disto, COMESA criou um leque de
acordos de cooperação com parceiros bilaterais e
multilaterais, os quais se comprometeram apoiar de
forma sustentada a agenda de implementação dos
programas de integração do COMESA.
•
Os Chefes de Estado e de Governos do COMESA, CAO e
SADC se reuniram em Campala, em 22 de Outubro de
2008 para criar uma única Zona de Comércio Livre que
cobre 26 Países do COMESA, CAO e SADC, denominada
Acordo Tripartido. Um dos seus objectivos é o de criar
o ZCL na base de isenção de tarifas e quotas através do
simples acordo de eliminação entre COMESA, CAO e
SADC. Espera-se que até 2012 todas estas ZCL não
tenham excepção ou listas sensíveis.
Ministros de diferentes pastas relacionadas com a
integração do Mercado Comum da África Oriental e
Austral (COMESA), Comunidade da África Oriental (CAO)
e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
(SADC) reuniram-se em Lusaka hoje, Sexta-feira, 13 de
Maio de 2001, no âmbito do quadro Tripartido. A
Reunião ministerial conjunta segue uma reunião de dois
dias de Secretários Permanentes e Altos Funcionários
realizada nos dias 9 e 10 de Maio em 2011. A COMESA, a
CAO e a SADC são compostos por 26 Estados-membros
que desde o ano de 2008 concordaram em harmonizar os
seus programas com vista a integração da população
combinada de 580 milhões de pessoas.
A reunião analisou propostas destinadas a simplificar os
acordos comerciais entre os membros das três
Comunidades Económicas Regionais (CERs). Em
segundo lugar, fez uma revisão das soluções propostas
para os desafios da sobreposição de filiação no que diz
respeito ao comércio e relações económicas entre as
CERs. A reunião discutiu igualmente as modalidades
propostas de criação de um mercado único através do
estabelecimento de uma grande Zona de Comércio
Livre, resultante de uma combinação das Zonas de
Comércio Livre da COMESA, CAO e SADC, oferecendo
deste modo um grande mercado para a promoção e
77
atracção tanto de investimento directo estrangeiro
como transfronteiriço.
A região Tripartida está a estudar o desenvolvimento de
infra-estruturas no sector de energia e transporte como
estradas, vias-férreas, aeroportos, portos e instalações
marítimas. O desenvolvimento de infra-estruturas de
telecomunicações e instalações conexas relacionadas
com tecnologias de informação e comunicação (TIC)
também está a ser estudado.
Para assegurar uma melhor integração e mais
benefícios, a COMESA-CAO-SADC concordaram em
estabelecer uma Zona de Comércio Livre que
compreende os 26 países. O bloco vai igualmente
promover o Estado de Direito como evidenciado pelo
estabelecimento das instituições de resolução de
litígios: A COMESA e a CAO têm Tribunais de Justiça,
enquanto a SADC estabeleceu um Tribunal.
Os factores restritivos na região têm sido a persistência
de barreiras não-tarifárias e infra-estruturas precárias
para a circulação de bens, serviços e pessoas. O outro
factor restritivo tem sido a existência de instalações
inadequadas de geração e transmissão de energia para
impulsionar os esforços de desenvolvimento da
comunidade empresarial. No entanto, outros factores
têm sido os maus sistemas rodoviários e ferroviários
para o transporte de mercadorias, redes deficientes que
têm dificultado a comunicação, baixa capacidade dos
portos, o que tem levado a sérios congestionamentos e
atrasos no desalfandegamento de mercadorias.
Livre circulação de pessoas, Estado da implementação
bens serviços e de capital
O Protocolo foi adoptado em 2001. Até a presente data foi
Os problemas dos vistos foram assinado por três Estados Membros e ratificado por um.
tratados
com
muita
flexibilidade para os residentes
da comunidade. Um Protocolo
sobre a gradual redução do
pedido de visto está sendo
aplicado e muitos Estados
Membros estão concedendo
vistos aos cidadãos dos outros
Países do COMESA a chegada,
no aeroporto.
78
Quatro Estados assinaram
o Protocolo sobre a livre
circulação de pessoas,
mão-de-obra,
serviços,
direito de estabelecimento
e de residência. São:
Quénia, Ruanda, Burundi e
Zimbabwe. Além disto,
Burundi depositou o seu
instrumento
de
ratificação.
Os Estados Membros
acordaram tomar medidas
para
gradualmente
remover as restrições a
livre
circulação
de
pessoas, mão-de-obra e ao
direito de residência e
eventualmente obedecer
plenamente as disposições
do Protocolo
Promoção
segurança
da
paz
e
Da mesma forma o mesmo é até agora válido
-
COMESA está trabalhando em cinco áreas identificadas
no Plano de 2009 e inclui realizações no: (a) reforço do
papel dos actores não estatais na prevenção dos
conflitos e na edificação da paz; (b) reforço da
capacidade do COMESA de alerta prévia; (c)
fortalecimento da capacidade de resposta do COMESA
aos conflitos com origem em razões económicas (d),
apoio a promoção da governação democrática e (e)
Reforço do comércio como mecanismo de prevenção de
conflitos e de edificação da paz.
4.2.4 DESAFIOS
235. A maioria, se não todos, dos casos, são os desafios com que a África, em geral, se
confronta e entre eles o alto custo de produção, fraco desenvolvimento da tecnologia,
pobre rede de trabalho na região, constrangimentos com fornecimentos, pouco
investimento estrangeiro directo, falta de política de harmonização, sobreposição da
filiação, recursos humanos e fraca mobilização de recursos.
236.
Desafios específicos surgem da implementação do programa, incluindo:
a)
Admissão de todos os Estados Membros a ZCL antes do lançamento da
União Aduaneira do COMESA;
b)
Conclusão da rede regional de comércio de serviços;
79
c)
Completa implementação dos instrumentos do COMESA sobre comércio e
facilitação do transporte de trânsito e assim reforçar o trânsito e o tráfego
transfronteiriço. Há também necessidade de criação de uma rede contínua
de transporte dos caminhos-de-ferro na região do COMESA;
d)
Criação de uma Autoridade Conjunta da Concorrência pelos Ministros
Titulares do COMESA, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
(SADC) e Comunidade da África Oriental (EAC).
e)
Aceleração da criação do Instituto Monetário do COMESA, o qual deverá
presidir os trabalhos preparatórios que deverão conduzir a criação da
União Monetária do COMESA na Região. Neste caso, o Centro de
Compensação do COMESA precisa acelerar a criação do Sistema Regional
de Pagamento e de Liquidação (REPS) de forma a torná-la operacional.
f)
Assinatura e ratificação do Protocolo sobre a livre circulação de pessoas,
mão-de-obra, serviços e direito de estabelecimento por pelo menos sete
Estados Membros para que possa tornar efectiva. Desde a adopção do
Protocolo pelos Chefes de Estado e de Governo, em Maio de 2001, apenas
poucos Países o assinaram.
g)
Implementação das Decisões da Cimeira Tripartida COMESA, EAC e SADC
respeitantes a harmonização dos Projectos e Programas das três CERs.
4.2.5
PERSPECTIVAS
237. COMESA criou a sua União Aduaneira, a qual está, actualmente, na fase de
implementação. A União Aduaneira é uma acrescida pedra basilar para todas outras
conquista de integração do COMESA. Contudo, a seguir ao lançamento do Acordo
Tripartido COMESA/EAC/SADC, em Outubro de 2008, espera-se que dentro de poucos
anos o COMESA começa a trabalhar com as duas CERs congéneres para criar uma Zona de
Comércio Livre mais abrangente e trabalhar rumo a convergência das Uniões Aduaneiras
para cobrir 26 Estados da União Africana.
238. COMESA também pretende promover a harmonização das políticas monetária,
financeira e fiscal até 2014 e a União Monetária, até 2018 e um único espaço comercial e
de investimento no qual tarifas, barreiras não tarifárias e outros impedimentos a
circulação de bens, serviços, capital e de pessoas sejam totalmente removidos até 2025.
Para os próximos anos, COMESA planeia virar-se para a harmonização da sua agenda
regional com as das suas CERs congéneres.
4.3.
COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA CENTRAL
(CEEAC/ECCAS)
239. A CEEAC é composta por dez Estados da África Central: Angola, Burundi,
Camarões, República Centro Africana, Tchad, República Democrática do Congo, Guine
80
Equatorial, Gabão e São Tomé e Príncipe. Ruanda um dos Estados Membros fundadores
deixou a CEEAC em Junho de 2007 para se juntar a Comunidade da África Oriental
(CAO/EAC). Por outro lado, a RD do Congo mantém a filiação tanto na CEEAC como na
SADC. Afastamentos e lealdade dividida representam significativa ameaça à viabilidade
da CEEAC.
240. A CEEAC foi criada em 1983 quando a União Aduaneira dos Estados da África
Central (UDEAC) instou os seus Membros para promover a área comercial. Quando o
Tratado que criou a CEEAC foi assinado em Libreville, em 18 de Outubro de 1983 pelos
Estados Membros da UDEAC (Camarões, República Centro Africana, Tchad, Congo, Guiné
Equatorial e Gabão) e os Membros da Comunidade Económica dos Estados dos Grandes
Lagos (CEEGL) (Burundi, RDC e Ruanda) emergiu um formidável bloco comercial.
241. Subsequentemente, a CEEAC tornou-se operacional em 1985 mas muito cedo viuse amputada pelos conflitos na região e pela falta de pagamento pelos Estados das suas
obrigações. Foi durante este período que a organização despertou para a necessidade de
prosseguir objectives económicos e congregar esforços para manter a paz e segurança
nas suas mais variadas operações. Em Fevereiro de 1999, os Estados Membros da CEEAC
criaram o conselho de Paz e Segurança na África Central (CPSAC) com o objectivo de
promover, manter e consolidar a paz e a segurança na África Central. O CPSAC entrou em
vigor em Janeiro de 2004.
242. Com alta taxa de crescimento da população, 2.7% por ano, a região espera atingir
164 milhões de habitantes em 2015. Em 2002, mais do que 80% da população active
estava empregada na agricultura e nos sectores informais, com muito baixa
produtividade.
243. Do ponto de vista económico, a África Central é caracterizada por uma grande
riqueza em recursos:
Solo: café, cacau, algodão, borracha, banana, tabaco. A criação animal também é
praticada. O potencial florestal da região é importante. A madeira é o segundo
produto de exportação em muitos Países, contando com 200 milhões de hectares não
ainda suficientemente explorado.
Subsolo: petróleo, cobre, cobalto, diamante, níquel, ouro, estanho, fosfato, urânio,
manganésio, ferro.
4.3.1 OBJECTIVOS DA CEEAC
244. A CEEAC preconiza atingir uma autonomia colectiva, aumentar o nível de vida das
suas populações e manter a estabilidade económica através da cooperação harmoniosa. O
seu principal objectivo é o de criar um Mercado Comum da África Central.
245. Na conferência dos Chefes de Estado e de Governos de Malabo, em 1999, foram
identificados quatro domínios de intervenção para a Organização:
81
§
Desenvolver capacidades para manter a paz, segurança e estabilidade, pré
requisitos para o desenvolvimento económico e social;
§
Desenvolver económica e geograficamente e a integração monetária;
§
Desenvolver a cultura da integração humanitária; e
§
Criar um mecanismo financeiro autónomo para a CEEAC.
246. O Protocolo do CPSAC cria dois importantes mecanismos: Força Multinacional de
Manutenção da Paz na África Central (FOMAC) e Sistema de Alerta Prévia da África
Central (MARAC).
247.
São seguintes os órgãos técnicos do Conselho do CPSA:
§
Sistema de Alerta Prévia da África Central (MARAC), o qual recolha e analisa
dados para prévia identificação e prevenção de crise;
§
Comissão de Defesa e Segurança (CDS), o qual congrega os Chefes do pessoal
das forçass armadas nacionais e Comandantes em Chefe da polícia dos
diferentes Estados Membros. Seu papel é o de planear, organizar e aconselhar
os organismos de tomada de decisão da Comunidade de forma a iniciar
operações militares se necessário;
§
Força Multinacional da África Central (FOMAC), o qual é uma força não
permanente que consiste em contingentes militares dos Estados Membros
cujo objectivo é cumprir missões de paz, segurança e de ajuda humanitária.
248. Ambos mecanismos foram consideravelmente ineficazes. Os conflitos continuaram
incontroláveis entre os Estados Membros da CEEAC, enquanto financiamentos para a
organização se revelaram ínfimos.
249. Não obstante os desafios enfrentados, a Organização continua impulsionando
novos projectos. Uma recente tentativa é o Projecto comum União Europeia (UE) – CEEAC
o qual destina a apoiar o Departamento da Integração humana da Organização, Paz,
Estabilidade e a Segurança – DIHPSE/DIHPSSD no cumprimento do seu papel de detectar,
prevenir e gerir conflitos na região da África Central.
250. O Projecto prevê equipar o MARAC com equipamentos de alerta prévia para
permitir ao MARAC identificar, analisar e reagir em tempo útil as crises na região. Outro
objectivo é o de capacitar a CEEAC na mediação dos conflitos entre os Estados Membros.
251. O Projecto também preconiza equipar a CEEAC para trabalhar em estreita
colaboração com os Estados Membros na luta contra os factores que promovem os
conflitos, tais como proliferação ilícita de armas ligeiras, crimes transfronteiriços, e
exploração ilegal dos recursos naturais da região. Uma outra componente essencial do
apoio da EU será o da criação da rede de coordenação da sociedade civil na África Central
o que fornecerá a CEEAC apoio especializado.
82
252. O Projecto teve início em Fevereiro de 2007 e tem uma duração de três anos e
meio com orçamento total de 4 milhões de euros, financiados pelo Fundo Europeu de
Desenvolvimento (FED).
253. São órgãos da CEEAC: Assembleia dos Chefes de Estado e de Governos, Conselho
de Ministros, Secretariado Geral Comissão Consultiva.
254. Instituições especializadas incluem o Centro energético da África Central (CAPP), o
qual foi criado em 2003 com objective de organizar e gerir a energia eléctrica através de
uma rede interligada. Até a presente data foram desenvolvidas as seguintes actividades:
Instalação administrativa e física do CAPP e elaboração textos de gestão adicionais,
preparação do relatório final do estudo preliminar sob o Plano directivo para criação de
um Mercado de energia eléctrica na África Central até 2025, identificação de projectos de
integração prioritários (PIP) e Projectos do Programa Piloto de electrificação
Transfronteiriça (PPET), preparação de base de dados e dos termos de referência para
estudos sobre os referidos projectos, produção de documentos de comunicação e do
Plano de Acção 2006-2010 e actividades do CAPP de reforço de capacidades.
255. Outros Programas incluem a liberalização do comércio, livre circulação de
pessoas, bens e de capital, infra-estrutura. Nos transportes e telecomunicações, a CEEAC
concebeu um Plano directivo flexível, inclusivo e dinâmico bem como um Plano
prioritário, o qual foi integrado no Plano a curto prazo do NEPAD dos transportes. Outros
são nos domínios da agricultura, desenvolvimento energético, informação,
telecomunicação e tecnologia, ambiente e saúde. A Área de Comércio Livre da CEEAC foi
criada desde Julho de 2004 para um período de quatro anos com objectivo de criar uma
união aduaneira com uma tarifa externa comum até 2008. Paz, segurança e estabilidade
também foram domínios que mereceram a atenção da CEEAC.
256. A CEEAC preconiza atingir uma autonomia colectiva, aumentar o nível de vida das
suas populações e manter estabilidade económica através de uma cooperação
harmoniosa. O seu principal objectivo é o de criar um Mercado Comum da África Central.
257. Na Conferência dos Chefes de Estado e de Governos, de Malabo, em 1999,
foram identificados quatro domínios de intervenção para a Organização:
§
§
§
§
4.3.2
Desenvolver capacidades para manter a paz, segurança e estabilidade, pré
requisitos para o desenvolvimento económico e social;
Desenvolver económica e geograficamente e a integração monetária;
Desenvolver a cultura da integração humanitária; e
Criar um mecanismo autónomo de financiamento para a CEEAC.
ACTIVIDADES E EVOLUÇÃO
258. Os Países Membros da CEEAC definiram três áreas prioritárias, nomeadamente:
paz e segurança, infra-estrutura, energia, água e TICs, ambiente e recursos naturais.
83
259. Nesta matéria a CEEAC obteve o seguinte progresso:
4.3.2.1
PROMOÇÃO DA PAZ E SEGURANÇA NA REGIÃO
260. Em 28 de Maio de 1992, o Secretário-geral criou o comité Consultivo Permanente
sobre Questões de Segurança na África Central e designou o então Centro dos Assuntos
do Desarmamento no Departamento dos Assuntos Políticos para servir de Secretariado
do Comité.
261. O principal objective do Comité é o de promover a paz, segurança e estabilidade na
região da África Central através da diplomacia preventiva, edificação, promoção e
manutenção da paz, as quais incluem a formação de militares e de pessoal de segurança
dos Estados Membros nos domínios da boa governação e nas operações de paz.
262. São Membros do Comité: Angola, Burundi, Camarões, República Centro Africana,
Tchad, Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Ruanda e São
Tomé e Príncipe, os quais também são Membros da Comunidade Económica dos Estados
da África Central (CEEAC/ECCAS).
263. A maioria destes Países, a excepção dos Camarões, Gabão e são Tomé e Príncipe e
em certa medida a Guiné Equatorial foi palco de convulsões internas e nalguns casos de
conflitos armados externos. Desde a sua criação, o comité tem estado envolvido na
adopção e promoção de medidas no domínio da diplomacia preventiva, promoção e
manutenção da paz.
264. No quadro da Força Multinacional na República Centro Africana (FOMAC), uma
brigada regional de manutenção da paz foi formada e uma sede regional foi instalada em
Libreville. Além disto, unidades nacionais de observação do Mecanismo de Alerta Rápida
da África Central (RWMCA) serão progressivamente criadas.
4.3.2.2 ADOPÇÃO EM SETEMBRO DE 1993 DO PACTO DE NÃO
AGRESSÃO
265. A adopção em Setembro de 1993 do Pacto da Não Agressão provocou algum
progresso, entre os quais: a adopção em Setembro de 1993 do Pacto da Não Agressão
entre os seus Membros, a adopção de um Pacto de Assistência Mútua, criação de um
mecanismo de alerta prévia que é Mecanismo Central de Alerta Prévia (MARAC) e a Força
Multinacional dos Estados da África Central (FOMAC).
266. Em 1999, estes mecanismos foram consolidados sob a supervisão do conselho de
Paz e Segurança. Além disto, ao longo de anos, o comité organizou também diversos
eventos, tais como conferências, seminários, workshops e consultas. Ele adoptou também
diversas recomendações, decisões e resoluções destinadas a fortalecer a paz e segurança
regional através de esforços conjugados entre os Estados Membros da ECCAS.
267. O Comité reúne-se duas vezes por ano, ao nível ministerial para rever a evolução
política e de segurança na região e também organiza anualmente conferências,
84
seminários e acções de formação tendentes a atingir os seus objectivos. Enquanto as suas
duas reuniões ministeriais são financiadas pelo orçamento regular das Nações Unidas, as
outras actividades são financiadas em primeiro lugar pelas contribuições voluntárias dos
Estados Membros, doadores internacionais, fundações, ONGs e individualidades privadas.
268. Relativamente as infra-estruturas, a CEEAC adoptou um Plano directivo
consensual para o sector dos transportes (CTMP-CA) e os projectos prioritários se lhe
seguem. Os mais recentes são os conteúdos dos estudos preparatórios para Mesa
Redonda de Doadores, nomeadamente: o estudo sobre a interligação das redes eléctricas
dos Países Membros e a implementação de projectos prioritários do Plano de Acção de
curta duração do NEPAD para África Central.
4.3.2.3 ENVOLVIMENTO DO SECTOR PRIVADO
269. A CEEAC obteve também progressos no envolvimento efectivo do sector privado
na tomada de decisões sobre assuntos da integração ao nível regional e continental. Ela
tem sido capaz de enfatizar as políticas sectoriais e os programas de desenvolvimento.
270. Progresso foi também conquistador na concepção da Arquitectura de Paz e
Segurança na África Central, especialmente no que respeita a implementação operacional
da Força Multinacional da África Central (FOMAC e do Sistema de Alerta Prévia da África
Central (MARC) e a criação do cargo de Director para Acções políticas e diplomáticas.
271. Relativamente ao ambiente, dado que as florestas da Bacia do Congo estão
inseridas na região da CEEAC, a CEEAC recebe apoio multilateral de alguns parceiros de
desenvolvimento, nomeadamente das Facilidades para Ambiente Global, União Europeia,
no quadro mecanismo dos 10 EDF e do Fundo Florestal da Bacia do Congo, as quais são
apoios da Grã-bretanha e de Noruega até o montante de 100 milhões de libra esterlina.
4.3.2.4 ENERGIA
272. Relativamente a energia, o objectivo da Comunidade é atingir a interligação das
redes nacionais de todos os Estados Membros da Comunidade com vista a proporcionar
fornecimento regular de electricidade com maior suporte na grande barragem de INGA
na República Democrática do Congo. Com este objectivo, foi criada uma instituição
especializada da Comunidade. É o Centro energético da África Central o qual é o
mecanismo legal para cooperação entre os Estados Membros.
273. Por outro lado, ela também se esforça para promover o aumento do potencial
energético da região com vista a fornecer aos utentes e a indústria dos estados Membros
melhor fornecimento de energia.
274. Não obstante o considerável potencial existente, a energia hidroeléctrica em
particular não teve grande desenvolvimento. O consumo doméstico é actualmente
dominado pela energia biomassa (lenha, carvão, etc) e o fornecimento de energia
eléctrica está praticamente confinado aos grandes centros urbanos, quando uma grande
parte da população vive nas áreas rurais. Contudo, a região está caminhando para um
85
aumento do potencial do INGA na RDC e para a partilha dos meios de produção e
condução de energia para os Estados Membros através da interligação das redes
eléctricas.
4.3.2.5 TELECOMUNICAÇÃO, INFORMAÇÃO E TECNOLOGIAS DE
COMUNICAÇÃO
275. Comparativamente com outras CERs, a região da CEEAC dos lagos necessita de
desenvolvimento integrado no domínio das TICs. Embora o sector de telefone móvel
cresceu rapidamente nos últimos dez anos, os custos das comunicações são altos e não
existe interligação directa de infra-estruturas e redes de telecomunicações dentro dos
Países. Além disto, o nível de desenvolvimento de infra-estrutura e redes de banda larga é
muito insuficiente.
276. Reconhecendo a importância da infra-estrutura de informação e tecnologias de
comunicação no processo de desenvolvimento e da integração regional, o Secretariadogeral da CEEAC decidiu trabalhar num programa para o desenvolvimento da informação
e das tecnologias de comunicação para o benefício dos Estados Membros.
277. Neste sentido, foi solicitado e obtido da CEA o necessário apoio técnico e
financeiro para prosseguir os trabalhos de concepção de uma estratégia para o
desenvolvimento dos TICs para África Central. Os subprogramas da Comunidade
dedicados as infra-estruturas, redes de banda larga, interligações, reforço de capacidades,
harmonização de políticas e mecanismos estatutários estão em curso. Está também
preconizado criar um órgão responsável pela avaliação e monitorização do impacto
emergente da implementação destes vários subprogramas sobre o desenvolvimento da
Comunidade. A implementação dos vários programas dos TICs requer financiamentos
que a CEEAC deseja obter dos seus parceiros. A este propósito a CEEAC precisa de
parceiros para apoiar a implementação dos seus programas.
4.3.2.6 AGRICULTURA E AGRO-INDÚSTRIA
278. A CEEAC concebeu um Programa Regional de Segurança Alimentar, conhecido por
PRSA e está também trabalhando na elaboração de uma Política Agrícola comum. A
promoção de iniciativas para o sector privado e parceria para as pequenas e médias
unidades para processamento dos produtos agrícolas é um dos programas adoptados
dentro do mecanismo do Programa Regional de Segurança Alimentar da CEEAC (PRSA).
279. Dimensionada na base da solicitação de solvência a qual não é bem conhecida.
Geralmente estas unidades orientam as suas actividades para o processamento dos
produtos de exportação (café, cacau, madeira, etc…) e estão raramente envolvidos no
processamento destes produtos para consumo alimentar quando o processamento destes
produtos poderia aumentar o seu valor acrescentado e melhorar as receitas dos
produtores.
280. Muitas vezes, certos mercados de produtos estão muito limitados e diversos
operadores do mesmo País ou de Países vizinhos estão envolvidos no processamento dos
86
mesmos produtos. Por outro lado, estas firmas não têm capacidade suficiente para
garantir a qualidade dos produtos processados e daí não poderem melhorar a
competitividade destes produtos.
281. Para ultrapassar este desafio, são determinantes a disseminação e o uso de
tecnologias para pequenas unidades industriais, as quais estão adaptadas e
provavelmente para ajudar a melhorar a qualidade. Eles constituem uma solução para o
processamento de produtos de baixo rendimento, dando-lhes um valor acrescentado e
reforçando o uso de mão-de-obra eficiente e o aumento de oportunidades de receitas
adicionais, particularmente para as mulheres
4.3.2.7 SAÚDE (LUTA CONTRA O HIV/SIDA)
282. Para enfrentar com êxito a progressão do HIV/SIDA na África Central, a CEEAC
concebeu um Mecanismo Estratégico bem como um Plano de Acção. Neste sentido,
perspectiva-se:
•
Criar um Sistema de informação sobre o HIV/SIDA na África Central;
•
Criar um Fundo Regional para lutar contra o HIV/SIDA na África Central,
alimentado essencialmente pelos recursos da Comunidade para a integração
(CCI) e pelo sector privado;
•
Tomar a dimensão do HIV/SIDA nas actividades do COPAX;
•
Preparar um programa especial regional para homens de uniformes nos
exercícios conjuntos de manutenção da paz e nas academias militares;
•
Reforço da capacidade institu cional dos órgãos responsáveis pela
implementação da Declaração de Brazzaville, a qual recomenda dar
prioridade a luta contra o HIV/SIDA aos níveis nacional e regional.
4.3.2.8 LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS
283. Em Março de 2006, o Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, da
Migração e da Justiça adoptou em Brazzaville (Congo) a Convenção sobre a cooperação e
assistência jurídica mutual. A Convenção destina-se a possibilitar a efectiva
implementação da decisão sobre a livre circulação de certas categorias de cidadãos dos
Estados Membros na Comunidade.
284. Decisão N.º 99/07-UEAC-07OU-042-CM-16 também exige a criação de um Comité
para monitorizar e avaliar o contexto da livre circulação na CEMAC.
285. O Secretariado-geral da CEEAC tem apoio do BAD e do ACBF para o reforço de
capacidades e contactos com outras Comunidades Económicas Regionais,
particularmente da CEEAO no que concerne a base de dados sobre a livre circulação e
estabelecimento.
87
286. Relativamente a livre circulação de pessoas, houve muito pouco progresso.
Contudo, entre alguns Países da região da CEEAC a livre circulação é relativamente fluida.
Progressos insignificantes foram registados no terreno.
4.3.2.9 LIVRE CIRCULAÇÃO DE BENS, SERVIÇOS E DE CAPITAL
287. Os Estados Membros da CEEAC adoptaram um Plano gradual abandono das tarifas
nas transacções comerciais intra Comunidade, conhecido como Tarifa Preferencial da
CEEAC. O calendário para a planeada redução de tarifas é o seguinte: para produtos
tradicionais de artesanato e produtos locais (que não sejam produtos minerais) 100% de
redução a partir de 1 de Julho de 2004; produtos minerais e manufacturados de origem
50% a partir de 1 de Julho de 2004, 70% a partir de Janeiro de 2005, 90% a partir de
Janeiro de 2006 e 100% em Janeiro de 2007.
288. A CEEAC iniciou um processo de harmonização das políticas comerciais com a
CEMAC (regras de origem, redução de tarifas). A CEMAC e a CEEAC acordaram sobre
questões tais como VAT, regras de origem e meios de identificação da origem dos
produtos.
289. Uma Convenção sobre a cooperação e apoio jurídico foi concluída e a sua adopção
pela Assembleia dos Chefes de Estado e de Governos é a última das medidas necessárias
para a implementação da livre circulação de pessoas a partir de Janeiro de 2007.
290. Iniciativas para harmonização das políticas dos sectores, especialmente nas áreas
da agricultura, transportes, e comunicações e energia foram tomadas.
291. O lançamento da via de consenso sobre transporte na África Central (PDCT-AC, a
qual almeja a curto prazo tornar possível até 2010 viajar por Estrada asfaltada de uma
capital a outra, a médio prazo criar um instrumento consensual para negociações de forma
a mobilizar investimento para a área de infra-estrutura de transporte e a longo prazo
assegurar um sistema de transporte da região (incluindo todos os meios de transporte)
cujas infra-estruturas encorajam a livre circulação de pessoas e bens.
4.3.3 REALIZAÇÕES
292.
As seguintes matrizes indicam as realizações da CEEAC:
Situação actual da CEEAC
Os Estados Membros
da CEEAC criaram o
Conselho de Paz e
Segurança na África
Central
(CPSAC/COPAX com
a
intenção
de
promover, manter e
•
Criação do Conselho de Paz e Segurança na África Central
(CPSAC/COPAX) com vista a promover, manter e
consolidar a paz e segurança na África Central. Qual é a
situação e quais são as realizações?
•
CPSAC/COPAX tem sido implementado desde o seu início e
os seus órgãos gradualmente instalados. A Comissão para
88
consolidar a paz e
segurança na África
Central.
CPSAC/COPAX
entrou em vigor em
Janeiro de 2004
Adopção
em
Setembro de 1993
do Pacto da não
agressão
A adopção do Pacto
de Assistência Mútua,
a criação de um
mecanismo de alerta
prévia, o qual é o
Mecanismo de Alerta
Prévia da África
Defesa e Segurança, Conselho de Ministros do
CPSAC/COPAX e a Cimeira dos chefes de Estado e de
Governos que tratam de questões ligadas a paz e segurança
funcionam normalmente.
•
Os principais instrumentos, o Mecanismo de Alerta Prévia
da África Central (MAPAC/MARAC e a Força Multinacional
da África Central (FOMA estão em estado avançado de
operacionalização. Ambos os instrumentos jogam os papeis
prescritos pelo COPAX.
•
Contrariamente a outras Organizações, o Conselho de Paz e
Segurança da CEEAC ainda não começou a operar
regularmente ao nível do comité dos embaixadores como é
o caso ao nível da União Africana mas, desde Outubro de
2007, a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo decidiu
atribuir as questões relativas a paz e segurança ao Comité
dos Embaixadores da região residentes em Libreville. A
partir do momento em que este mecanismo esteja
funcional, COPAX atingirá um novo nível operacional.
•
O Pacto da não agressão não teve implementação específica
mas, o esforço do COPAX cobre todas as questões relativas
a paz e segurança.
•
No início dos anos 90, o Secretariado das Nações Unidas
criou em nome da região da CEEAC o comité Permanente
da ONU para questões de segurança na África Centra? O
Comité trabalha até a data. É merecedor relembrar que sete
(7) dos onze (11) Países estiveram em Guerra fria aberta
•
O MARAC opera em duas componentes principais: recolha
de informação e a sua análise para permitir aos decisores
políticos prevenir os conflitos detectados na sub-região. O
MARAC
possui
uma
rede
descentralizada
de
correspondentes em cinco (5) Países: Burundi, RDC, RCA,
Camarões e Tchad e pretende instalar noutros cinco (5)
Países.
89
Central (MARAC) e a
Força Multinacional
dos Estados da África
Central (FOMAC)
Projecto conjunto
União
Europeia
(UE) e CEEAC que
preconiza apoiar o
Departamento
da
Integração Humana,
Paz, Estabilidade e
Segurança
da
Organização - DIHPSS
no desempenho do
seu
papel
de
detenção e gestão de
conflitos na região da
África Central.
Centro
Energético da
África Central
(CEAC/CAPP);
criado em 2003
com o objectivo
de organizar e
gerir
um
Mercado
de
energia eléctrica
para satisfazer
toda a procura
na África Central
através de uma
rede
eléctrica
interligada.
•
FOMAC opera na CEEAC no formato do Pessoal geral e
participa no reforço de capacidades dos militares nos seus
respectivos Países.
•
FOMAC realizou recentemente exercícios militares em
Angola em 2010 e provou a sua capacidade para
manutenção da paz.
•
A colaboração entre a UE e a CEEAC no domínio da paz e
segurança atingiu um ponto alto.
•
Desde 2006 a União Europeia financia um projecto de apoio
ao Departamento de Paz e Segurança com ênfase específica
na prevenção de conflitos na África Central
•
A UE está também envolvida no instrumento de facilitação
Paz Africa3 para financiar as actividades do FOMAC, MARAC
e aspectos particulares do reforço de capacidades
•
Esta cooperação é estimada ser sustentada e o Projecto
PAPS em Junho de 2011 será o seu sucessor sob o 10.º FED
•
O Código do Mercado de Electricidade na África Central foi
adoptado pela 14.ª Sessão Ordinária da Conferência dos
Chefes de Estado e de Governo, de 24 de Outubro de 2009 e
está neste momento em aplicação.
•
Desde então foram desenvolvidas as seguintes actividades:
Instalação física e administrativa do CAPP e preparação de
textos legais adicionais de gestão, elaboração do relatório
do estudo preliminar sobre o plano directivo para criação
de um mercado de electricidade na África Central até 2025
Nos Transportes e Transporte terrestre
comunicações,
a
CEEAC concebeu um A CEEAC continua implementando os projectos PDCT-AC,
90
Plano
directivo particularmente sobre:
flexível, inclusivo e
(i)
O lançamento e o actual início de estudo de projectos de
dinâmico bem como
estrada, caminho–de-ferro e pontes e a extensão do
um Plano prioritário
caminho-de-ferro Kinshasa-Ilebo;
o qual foi integrado
no Plano integrado
(ii)
Trabalhos da primeira fase do troço Ketta Djoum;
do
NEPAD
para
transportes
(iii)
Estrada Doussala / Dolisie,
(iv)
Estrada Ouesso
Brazzaville,
Sangmelima
na
via
Yaoundé-
(v)
Lançamento do primeiro programa piloto de
facilitação do transporte ao longo do corredor da
CEEAC Brazzaville-Yaoundé, incluindo a construção do
primeiro posto fronteiriço de controlo entre Camarões
e Congo
(vi)
A assinatura de aplicações de financiamento e de
protocolos e o actual início de estudos sobre projecto
de pontes sobre o rio Ntem entre os Camarões e a
Guiné Equatorial.
(vii)
Proposta de ponte que atravessa o rio Oubangui de
Bangui e Zongo, (viii) a recuperação dos trabalhos
preparatórios para a mesa redonda de doadores sobre
financiamento do primeiro programa prioritário
PDCT-AC;
Transporte aéreo
O Secretariado-geral iniciou a implementação do Plano de Acção
2008-2015 para melhoria do transporte aéreo na África Central.
Em 2010-2011 se espera realizar as seguintes actividades:
(i)
Organização da reunião do Comité Directivo;
(ii)
Validação do Plano detalhado de acção; e
(iii)
Início do estudo sobre a criação da Agência de controlo
de tráfego aéreo.
Telecom / TIC.
O Secretariado dará continuidade ao processo de harmonização
91
das políticas e legislações nacionais de telecomunicações e TICs
com incidência sobre: (i) validação da política regional e estratégia
da CEEAC para banda larga;
(ii) Promoção do ARTAC
(iii) Lançamento do estudo de viabilidade sobre o Observatório
Regional das Telecomunicações/TICs na África Central
Área de Comércio
Livre foi criada
desde Julho de 2004
para um período de
quatro anos com
vista a criar uma
união aduaneira com
tarifa externa comum
até 2008
A
CEEAC
preparou
um
Plano directivo
flexível, inclusive
e dinâmico bem
como um Plano
prioritário,
o
qual
foi
integrado
no
Plano do NEPAD
a curto prazo
sobre transporte
FTA
•
Pouco progresso foi registado pelos Estados Membros na
implementação da ZCL/FTA
•
A União Aduaneira está por ser criada n região da CEEAC
A pertinência deste plano reside na possibilidade de integração
física dos Estados através:
•
Eliminação da falta de ligações de redes de Estrada entre os
Estados;
•
Melhoria de acesso para os Países encravados;
•
Construção de ligações inter capitais e
•
Construção de infra-estruturas portuárias e aeroportuárias
suplementares para aumentar o comércio entre os Estados;
•
Em termos de realizações, a CEEAC criou as bases para
implementação dos projectos prioritários seleccionados
pelos Estados Membros.
•
Estudos sobre alguns projectos estão em curso. Incluem
Estrada Ouesso Sangmelima entre Yaounde (Camarões) e
Brazzaville (Congo), Estrada-ponte de caminho-de-ferro
entre Kinshasa-Ilebo; um plano de acção para benfeitorias,
especialmente nos serviços e segurança aérea foi adoptado
e prevê a criação de uma agência regional de transporte
92
aéreo na África Central.
Ambiente e
Recursos naturais
Dado que as florestas
da Bacia do Congo
encontram-se
na
região da CEEAC, a
CEEAC recebe apoio
multifacetado
de
alguns
dos
seus
parceiros
de
desenvolvimento,
nomeadamente
Global Environment
Facility,
União
Europeia no quadro
do 10.º FED e o
Fundo Florestal da
Bacia do Congo, o
qual tem apoio da
Grã-Bretanha e da
Noruega num valor
de 100 milhões de
libras esterlinas
Energia
O objective da
Comunidade
é
concluir
a
interligação das
redes eléctricas
nacionais
de
todos os Estados
Membros
da
Comunidade com
vista a garantir
melhor
fornecimento de
electricidade,
depositando
maior confiança
na
grande
Gestão do ambiente e dos recursos naturais
As actividades previstas no plano para 2010 incluem:
(i) Monitorizar a implementação da conservação e
desenvolvimento regional do ecossistema na Bacia do Congo
(PACEBco), o qual recebeu uma concessão do BAD de mais de 24
bilhões de Francos CFA para cinco anos.
(ii) Organizar um workshop conjunto CEEAC/UE para validação do
estudo de avaliação do ECOFAC4;
(iii) Formulação de plano de acção para o recursos do FED
afectados a conservação recursos naturais renováveis na África
Central, particularmente na gestão das áreas protegidas na região.
Energia
•
A sub-região poderá fornecer energia eléctrica a maioria
dos Países africanos caso o projecto do INGA na RDC for
realizado a curto prazo, reabilitação dos centros Inga 1 e 2 a
médio prazo e a longo prazo a construção do Inha 3 e do
Grande Inga.
•
Neste sector, o Secretariado, em estreita colaboração com o
Centro Energético da África Central (CAPP), desenvolverá
as seguintes actividades:
(i)
Validação do estudo sobre as interligações dos
sistemas eléctricos dos Países Membros da CEEAC
(EIRE);
(ii)
Elaboração de uma política comum de energia para a
93
barragem
do
INGA
na
República
Democrática do
Congo
África Central; e
(iii)
Implementação do Plano de Acção quadrienal 20072010 do Centro Energético da África Central
(CEAC/PEAC), adoptado pelo Conselho de Ministros
em Outubro de 2007, nomeadamente em Brazzaville:
estudos dos projectos prioritários, implementação
física de alguns projectos transfronteiriços de
electrificação, mobilização de fundos necessários e
implementação dos instrumentos do mercado
regional de electricidade.
Água
As actividades planificadas para 2010-11 sob esta
componente serão:
(i) Criação e reforço das capacidades da Unidade de gestão,
e
(ii) Organização de workshop para lançamento do projecto.
Informação,
comunicação e
Tecnologia
Solicitado e obtido da
CEA o necessário
apoio
técnico
e
financeiro
para
trabalhar
na
estratégia para o
desenvolvimento dos
TICs na África Central
•
Com o apoio dos parceiros, foi preparado um diagnóstico
detalhado das telecomunicações/TIC e validado pelos
Peritos dos Estados Membros em Outubro de 2008.
•
Os principais documentos foram elaborados e validados
pelos Peritos dos Estados Membros numa reunião,
realizada em Douala, de 14 a 18 de Dezembro de 2009.
Estes documentos incluem: Política regional para criação de
uma sociedade genuína de informação na África Central, a
elaboração da estratégia para infra-estruturas de
transmissão em banda larga, programa de desenvolvimento
de infra-estruturas e mecanismo de rede sem fio para
transmissão em banda larga na harmonização das políticas
e legislações nacionais.
•
Os Ministros das Telecomunicações/TICs dos Estados
Membros da CEEAC, reunidos pela primeira vez em Douala,
94
19 de Dezembro de 2009, aprovaram a Declaração de
Douala sobre o desenvolvimento das telecomunicações e
tecnologias de informação e decidiram realizar a segunda
reunião durante o mês de Março de 2010 para a adopção
dos documentos chaves validados pelos seus Peritos.
Subprogramas
sobre infraestrutura
Os subprogramas da
Comunidade sobre
infra-estruturas,
redes de banda larga,
interligações, reforço
de
capacidades,
harmonização
de
políticas
e
mecanismos
estatutários estão em
curso
Livre circulação de
pessoas
Estão programadas as seguintes acções:
•
Conclusão do programa consensual de desenvolvimento de
infra-estruturas de interligação dos Estados Membros;
•
Aumentar o conhecimento dos interessados nos Estados
Membros;
•
Dar continuidade a implementação da harmonização
programada das legislações nacionais;
•
Identificação dos sectores do cabo submarino da África
Central;
•
Estudos de viabilidade do Centro de Telecom/TIC.
•
Relativamente a livre circulação de pessoas, houve muito
pouca evolução. Contudo, entre alguns Países da região da
CEEAC, a circulação é relativamente fluida. Houve evolução
pouco significativa no terreno.
•
Os Estados Membros da CEEAC adoptaram um plano de
gradual abandono das tarifas sobre o comércio intra
comunitário, conhecido como Tarifa Preferencial da CEEAC.
•
O calendário para a planificada redução de tarifas
apresenta-se como se segue: para os produtos tradicionais
de artesanato e produtos locais (outros que não minerais),
100% de redução a partir de 1 de Julho de 2004, para
produtos minerais e manufacturados, 50% a partir de 1 de
Julho de 2004, 70% a partir de Janeiro de 2005, 90% em
Janeiro de 2006 e 100% em Janeiro de 2007
95
•
O lançamento do programa consensual sobre transporte na
África Central (PDCT-AC), o qual preconiza a curto prazo
tornar possível até 2010 viajar por Estrada asfaltada de
uma capital a outra, a médio prazo obter um mecanismo
consensual para negociações de forma a mobilizar
investimento para a área de infra-estruturas dos
transportes e a longo prazo, assegurar que a região possua
um sistema de transporte (incluindo todos os meios de
transporte) cuja infra-estrutura e serviços encorajam a livre
circulação de pessoas e bens.
4.3.4 DESAFIOS
293. A CEEAC, tal como outras Comunidades Económicas Regionais, se confronta com
alguns desafios entre os quais, a necessidade de acelerar a sua harmonização sobre tarifa
externa comum com vista a atingir a união aduaneira no ano de 2008, não tendo surtido
efeito dada a falta de vontade política e de apoio financeiro na sua região; remoção das
barreiras não tarifárias; harmonização de documentos aduaneiros; livre circulação de
pessoas, particularmente dos operadores económicos, construção de infra-estruturas de
apoio, tais como a adopção de um plano directivo
293. A CEEAC, tal como outras Comunidades Económicas Regionais, se confronta com
alguns desafios entre os quais, a necessidade de acelerar a sua harmonização sobre tarifa
externa comum com vista a atingir a união aduaneira no ano de 2008, não tendo surtido
efeito dada a falta de vontade política e de apoio financeiro na sua região; remoção das
barreiras não tarifárias; harmonização de documentos aduaneiros; livre circulação de
pessoas, particularmente dos operadores económicos, construção de infra-estruturas de
apoio, tais como a adopção de um plano directivo para os transportes, criação de um
centro energético para a região e adopção de um programa de segurança alimentar.
294. Persiste também a necessidade de criar um Comité, integrada pela CUA, CEA e
BAD, para preparar um mecanismo para harmonização dos programas e actividades do
CEMAC e da CEEAC e eventualmente a integração destas duas instituições.
295. Entre alguns Países não há livre circulação. Alguns Países exigem visto de entrada
para os seus territórios. Estes Países evocam a segurança como principal razão para
protelar a implementação das decisões tomadas ao nível regional. A falta de vontade
política para resolver o problema da livre circulação de pessoas é a principal razão do
protelamento da aplicação do Protocolo. A curto prazo não existem acções planificadas
para tornar a circulação de pessoas na região mais fluida e livre. Os instrumentos sobre
livre estabelecimento e livre circulação estão já aprovados. Tudo o que é necessário agora
é implementar o que foi anteriormente acordado.
96
296. A aplicação de vários Protocolos destinados a facilitar a circulação de bens e de
capital está obstaculizada principalmente pela falta de estabilidade e falta ou ausência de
infra-estruturas de ligação entre os Países da região da CEEAC.
297. O período para aplicação dos acordos celebrados e a harmonização das leis
nacionais permanecem um desafio. As perspectivas da preferência da Comunidade
continuam no domínio de projecto. A CEEAC, CEMAC, CEPGL e os Países falantes de língua
portuguesa precisam trabalhar, na qualidade de parceiros de círculos concêntricos, sobre
mecanismos de coordenação e a CEEAC deverá implementar as sinergias produzidas ou
reforçadas.
298. A CEEAC que pretendia lançar a união aduaneira em 2008, não o pôde fazer por
razões políticas e financeiras na região. Em vez disto, os Estados Membros debruçaram-se
mais sobre questões relativas a segurança que embora seja também uma área prioritária,
deveria ter sido tratada simultaneamente com a aceleração do lançamento da união
aduaneira, a qual deveria assegurar e facilitar tanto a integração regional como
continental. Além disto, o baixo nível de desenvolvimento de infra-estruturas de
transporte e de serviços em todas as modalidades, exacerbada pela ausência de redes de
integração; o insignificante aparecimento de oportunidades nos sectores da indústria,
produção mineira e electricidade. O vasto potencial da região está no geral sob
aproveitado e a total falta do Mercado financeiro integrado na CEEAC susceptível de
apoiar a economia comercial e financeira.
299. A CEEAC concluiu a primeira etapa de reforço a CER existente e de criação de novas
CERs lá onde elas não existem. Foram também adoptados: um sistema de liberalização do
comércio e uma zona de comércio livre, a qual foi lançada em 2004.
4.3.5 PERSPECTIVAS
300.
A CEEAC preconiza ter a sua união aduaneira até 2010.
4.4. COMUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO DA ÁFRICA AUSTRAL
(SADC)
301. Cerca de 70 porcento da população da SADC é rural, entre a qual a agricultura e a
utilização dos recursos naturais estão nas principais actividades económicas para
segurança alimentar e para garantir a subsistência. A agricultura ocupa a maior parte das
terras e contribui com cerca de 35 porcento do Produto Interno Bruto (PIB).
302. Os Estados Membros da SADC são: Angola, Botswana, República Democrática do
Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do
Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
97
4.4.1 OBJECTIVOS DA SADC
303.
Os objectivos da SADC são:
i
Atingir desenvolvimento e crescimento económico, aliviar a pobreza,
aumentar o nível e qualidade de vida do povo sul africano e apoiar os mais
desfavorecidos através da integração regional;
ii
Estabelecer sistemas de valores políticos comuns e instituições; Promover e
defender a paz e segurança
iii
Promover o desenvolvimento auto sustentado na base da auto - confiança
colectiva e de interdependência dos Estados Membros;
iv
Atingir a complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e
regionais;
v
Promover e maximizar o emprego na produção e na utilização dos recursos
da Região;
vi
Atingir a utilização sustentada dos recursos naturais e a efectiva protecção
do ambiente;
vii
Reforçar e consolidar as afinidades históricas, sociais e culturais e ligações
entre os Povos da Região;
4.4.2
304.
ACTIVIDADES E EVOLUÇÃO
São seguintes as actividades e a evolução da SADC:
4.4.2.1
ZONA DE COMÉRCIO LIVRE (ZLC)
305. A ZCL da SADC entrou em vigor em Janeiro de 2008 e foi oficialmente lançada pela
Sessão Ordinária da Cimeira, de Agosto de 2008 em Sandton, África do Sul. Contudo, os
principais desafios com que se confronta a ZCL da SADC incluem: implementação efectiva,
plena participação daqueles Membros que concluem as suas respectivas participações ou
consultas para o efeito, pleno engajamento da comunidade de negócios da Região e do
público em geral.
306. O Secretariado também concentrou esforços na preparação de estudos
preliminares ligados aos preparativos para as negociações sobre a União Aduaneira da
SADC (CU). Os primeiros dois estudos reportam sobre o Modelo da União Aduaneira e
sobre compatibilidade das Políticas de comércio. Como resultado das consultas e
discussões empreendidas em volta destes estudos, o Conselho aprovou a criação de
grupos técnicos de trabalho (TWGs) para iniciar trabalhos nos domínios chaves da CU,
nomeadamente: tarifa externa comum, cobrança de receitas, distribuição e/ou
mecanismos de partilha (incluindo o Fundo de Desenvolvimento), arranjos legais e
98
institucionais e harmonização das políticas de indústria, agricultura, infra-estrutura,
concorrência e de outros sectores.
4.4.2.2 INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOSINFRAS
307. No domínio de infra-estruturas e serviços, a atenção da SADC foi direccionada
para a crise energética. O défice de energia tende a persistir até por volta de 2012, até
quando alguma energia adicional prevê-se produzir estimada em 44 000 Mega Watts
como resultado da implementação de projectos regionais chaves.
308. Contudo, medidas a curto prazo para lidar com a actual crise energética poderão
ajudar a minimizar as dificuldades neste domínio. Isto inclui o projecto de fornecimento
adicional de 400 mega watts da Central Hidroeléctrica de Cabora Bassa e a reabilitação de
outras unidades no Botswana, República Democrática do Congo, República da África do
Sul, Zâmbia e Zimbabwe, as quais poderão fornecer 1 700 mega watts durante 2008/0.
Na última Cimeira de 2010, foi registado que a Região precisa aplicar a ciência e a
tecnologia para o desenvolvimento de infra-estruturas, gestão das mudanças climáticas e
para desenvolvimento energético, atendendo que estes são essenciais para um
crescimento sustentado e desenvolvimento.
• TELECOMUNICAÇÕES, CORREIOS E TICs
309. Recomendações feitas pela Regional Alliance Task Team (RATT) de uma
declaração política que inclua os seguintes objectivos políticos: transparência, preço
baseado no custo, concorrência efectiva, regulação certa e previsível, desenvolvimento
regional e desenvolvimento das infra-estruturas foram aprovadas pelos Ministros das
Telecomunicações, Correios e TICs, reunidos de 10 a 13 de Maio de 2010 em Luanda,
Angola. Os Ministros também aprovaram que a segunda fase do Estudo de avaliação
sobre o impacto regional (RIA) relativamente aos custos da informação deverá ser
iniciada logo que possível. As Directivas recomendadas para Protecção do Consumidor
das TICs na SADC, foram adoptadas e serão aprofundadas para incluir questões relativas
as pessoas idosas e a educação do consumidor. O Plano revisto de Frequências da SADC
foi acordado para adopção e harmonização com os Planos nacionais de Frequência nos
respectivos Estados Membros.
310. O roteiro da SADC sobre a Radiodifusão Digital da Migração foi revisto e os Ministros
recomendaram que, dada a importância e a urgência destas questões, um subcomité ad
hoc seja criado com mandato para proceder investigações suplementares e aconselhar os
Estados Membros sobre a viabilidade dos diferentes estandartes técnicos que
possibilitem a Região caminhar para a adopção de um estandarte comum. Além do mais,
os Ministros acordaram que deverá haver uma sessão especial da reunião para discutir e
deliberar sobre o estandarte a ser adoptado nos Estados Membros da SADC.
311. Os Ministros aprovaram o Mecanismo Estratégico da SADC, destinado a utilizar as
TICs para acelerar o desenvolvimento socioeconómico e a integração regional. As
propostas das prioridades regionais para 2011/2012, entre outras, a criação de um
99
Centro Nacional e Regional de Partilha pela Internet, harmonização dos de Regulação da
Segurança cibernética na SADC e um Projecto Regional para melhorar a interligação,
física, electrónica e financeira, das redes postais, foram acordados.
4.4.2.3
ENERGIA
312. Para o sector energético, o Centro Energético da África Austral (SAPP) foi criado
em 1995 para alargar o comércio de electricidade, reduzir os custos de produção de
energia e proporcionar mais estabilidade no fornecimento as necessidades nacionais da
Região.
313. A Região é orientada basicamente por dois documentos de política, nomeadamente
Plano Indicativo Regional de Desenvolvimento Estratégico (RISDP) e Plano de Actividade
Energética da SADC. Relativamente ao Programa de Conservação de Energia, dados os
desafios levantados pela carência de energia comparativamente com a indisponibilidade
de energia suplementar, a optimização da energia deve ser implementada como uma
necessidade imposta. Para este fim, a Região da SADC está implementando as seguintes
medidas:
(i)
10% de redução do consume através da racionalização, pagamentos prévios
e penalidades, directamente do Centro energético da África Austral,
Associação Reguladora de Electricidade e das experiências da ESKOM com
os produtores/fornecedores na Califórnia, USA.
(ii)
ESKOM da África do Sul também adoptou um modelo de conservação de
energia seguindo as lições aprendidas no Brasil, as quais já deram provas lá
onde foi implementado. ESKOM se comprometeu continuar a fornecer
energia aos outros Estados Membros da SADC de acordo com os
compromissos já assumidos para com os Estados concernentes. ESKOM
deverá, entretanto, reduzir os seus compromissos em 10% de acordo com o
programa de redução da energia aos consumidores da África do Sul na
mesma proporção.
(iii)
Baseado nas experiências do SAPP, Associação Regional Reguladora de
Energia (RERA), ESKOM, tal como acima referenciado, bem como nas
experiências dos outros Estados Membros, foi criado um Mecanismo
harmonizado sobre o Programa de Conservação de Energia para
implementação em toda a Região e actualmente estás sendo coordenada
pelo SAPP.
4.4.2.4
COMUNICAÇÃO E METEOROLOGIA
314. A existência de redes de comunica caracterizadas por um alto grau de integração e
interligação é uma garantia para o comércio, intra e inter-regional. Os serviços de
comunicações incluindo o advento de serviços em tempo real são, sem dúvidas críticos
para as transacções de negócios à distância, incluindo o comércio pela net, o qual deverá
facilitar o comércio na Região e fora dela. O uso das comunicações e mais recentemente
100
das tecnologias de informação e comunicação (TICs) ganhou proeminência e importância
como uma ferramenta integradora para o continente e também para a promoção do
desenvolvimento socioeconómico da Região.
315. Nas Telecomunicações, o objectivo do Centro Regional de Informação sobre Infraestruturas da SADC (SRII) é o de fornecer as necessárias infra-estruturas de
telecomunicações e a conectividade na Região da SADC bem como quebrar as diferenças
digitais. Com este objectivo, a Cimeira da SADC de Malawi adoptou uma Declaração sobre
as TICs, a qual entre outras questões, instou a transformar a SADC numa economia
baseada na informação.
316. O Centro Regional de Informação sobre Infra-estruturas é uma referência regional
das telecomunicações, criada ao nível dos Estados Membros com conectividade entre
Estados, para integrar as redes de telecomunicações da SADC. SAD. ICM registou que a
implementação do Centro Regional de Informação sobre Infra-estruturas (SRII) da SADC
foi subdividida em três etapas de curto, médio e longo prazo. O projecto desenvolveu-se
muito bem a curto prazo (digitalização das ligações) e a médio prazo (expansão das
ligações digitalizadas) está sendo concluída. Ainda por concluir está a implementação a
longo prazo que inclui toda a fibra regional de transmissões de alta tensão. É gratificante
registar o progresso atingido na implementação deste projecto. No ano passado
estimava-se em 70% e actualmente deve rondar os 80%.
317. A SADC tem, através da Associação de Telecomunicações da África do Sul (SATA)
designado Backhaul Working Group que supervisiona a implementação da Rede Mínima
da SATA a qual se concluída interligará todos os Estados Membros e ligara cada Estado
Membro ao Sistema do Cabo Submarino da África Oriental (EASSy), com estatuto de
sistema de fibra de banda larga. Esta rede mínima é parte da implementação do projecto
de longo prazo.
4.4.2.5 ÁGUA
318. Através do financiamento do Global Environmental Fund, administrado pelo
Banco Mundial, a SADC está implementando o Projecto de Gestão da falta de Água no
Subsolo (GDMP), o qual foi lançado em 2007 depois da criação da Unidade de Gestão do
Projecto com todo o pessoal necessário. O Projecto está actualmente implementando as
seguintes componentes:
i
ii
iii
Desenvolvimento e Teste do Plano de Gestão da falta de Água no Subsolo
para as Áreas Pilotos da Bacia do rio Limpopo, assinado em Fevereiro de
2008);
Apoio Regional a Gestão da falta de Água no Subsolo na SADC; e
Identificação e criação do Instituto de Gestão da Água do Subsolo da África
Austral (GMISA). O Instituto de Gestão da Água do Subsolo será albergado
pela África do Sul.
101
4.4.2.6
TURISMO
319. A Região acordou que a Organização Regional do Turismo da África Sul (RETOSA)
está melhor posicionada para conceber uma estratégia de comunicação da Região e que a
sua actual sucursal regional (A Essência de África) seja usada pela RETOSA e pelos
Estados Membros em todas as comunicações sobre a região. A próxima edição do
Campeonato do Mundo de Futebol na África do Sul e a Taça das Nações de Angola (AFON)
2010 bem como todos os Jogos Africanos da Zâmbia em 2011 necessitam da concepção e
implementação de um mecanismo para as Áreas Transfronteiriças de Conservação e da
INIVISA e do Programa da SADC de isenção de vistos.
4.4.2.7
ALIMENTAÇÃO, AGRICULTURA E RECURSOS NATURAIS (FANR)
320. A SADC continua monitorizando e implementando a Declaração de Dar-es Salam e
o Plano de Acção sobre a Agricultura e Segurança Alimentar bem como as prioridades do
RISDP sobre a segurança alimentar e recursos naturais. Em acréscimo, foi concluída a
primeira fase da Rede de Segurança das Sementes da SADC (SSSN) em Março de 2007 que
pretende a criação do mercado regional de sementes. Além disto foi concebido e
mobilizado recursos do Governo Suíço para a fase dois deste projecto, o qual facilitará a
implementação do sistema harmonizado de sementes em todos os Estados Membros da
SADC. Relativamente a situação da segurança alimentar na Região, esta registou um
aumento recorde de produção alimentar mas, nota-se que o acesso a produtos
alimentares e a malnutrição permanecem um desafio.
321. Os Estados Membros foram instados a apoiar a Iniciativa do Fundo Alimentar
Africano destinada a ser transformada em fonte de suficiência alimentar. A Decisão do
Conselho sobre o Observatório Regional da Pobreza a qual facilitará a implementação da
Declaração da SADC sobre a Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Sustentado foi
também ratificada.
4.4.2.8
SAÚDE
322. A SADC teve progressos particularmente nos domínios do controlo da malária e do
TB. No caso da malária, os Estados Membros continuaram intensificando seus esforços
conjuntos predominantemente na prevenção (através de fornecimento de mosquiteiros
de longa duração – LLN- e de spray de aplicação residual interna) e na gestão de casos.
Tendências positivas foram registadas no programa de controlo transfronteiriço da
malária implementado no quadro da Iniciativa Desenvolvimento Espacial do Lubongo
(LSDI). Desde o início da época da malária de 1999/2000 até 2006/2007, estas melhorias
no controlo da malária traduziram-se numa drástica redução em mais de 90% nos Países
envolvidos no LSDI. Ao nível regional, o Plano da SADC para eliminação da malária foi
concebido para complementar os esforços consentidos pelos Estados Membros.
323. Relativamente ao controlo da tuberculose foi registada tendência positive,
incluindo o aumento do nível da formação de vários quadros e 100% de cobertura
geográfica em termos de acesso ao tratamento da TB, usando a Estratégia de Observação
Directa do Tratamento (DOTS). Além disto, há um aumento de detenção por XDR dos
casos nos Estados Membros. Neste sentido, os Estados Membros da SADC aumentaram a
102
partilha de experiências e a cooperação afectando a MDR/XDR TB apoio técnico da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
4.4.2.9 HIV E SIDA
324. HIV e SIDA tem sido um dos maiores desafios com que confronta a Região da
SADC. Em 2006, a Região registou um terço de novas infecções do Mundo e de morte por
SIDA. Contudo, alguns dos principais mecanismos foram desenvolvidos, incluindo:
Estratégia Regional da SADC para Prevenção do HIV e o Plano de Acção para Acesso
Universal (2008/2010), Mecanismo de Acção para Harmonização, Fundo de Isolamento e
monitorização do HIV e SIDA, Agenda Regional de Investigação do HIV e SIDA, Mecanismo
de Acção para a constituição efectiva de parcerias entre as Autoridades Nacionais de
controlo do SIDA e Organizações da Sociedade Civil e Guia de formação sobre a contenção
do HIV e SIDA para os decisores políticos. Estas iniciativas destinam-se a reforçar a
capacidade dos Estados Membros da SADC na via para acesso universal a prevenção,
tratamento, cuidados e apoio na Região.
4.4.2.10 LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS
325. Relativamente a livre circulação de pessoas, a SADC conheceu a seguinte
evolução:
•
A entrada de cidadãos de um Estado Membro ao território de um outro
Estado Membro não está sujeita a obtenção de visto por um período máximo
de noventa dias.
•
A autorização de residência no território de um País Membro deve ser obtida
através de um pedido a autoridade do País concernente de acordo com a
legislação deste País Membro.
•
O direito de estabelecimento consiste numa permissão dada ao cidadão de
um outro País Membro por um Estado Membro de conformidade com a sua
legislação para desenvolver uma actividade económica ou uma profissão ou
então como pessoa assalariada ou um investidor.
•
Os Estados Membros estão em vias de concluir Acordos bilaterais de isenção
de visto para os cidadãos da SADC até os fins de 2009. Em caso de
incumprimento, os Estados Membros são chamados a submeter relatórios
sobre a situação ao Conselho no primeiro quarteto de 2009 apresentando as
razões do não cumprimento e a assistência de que carecem para cumprir.
4.4.2.11
LIVRE CIRCULAÇÃO DE BENS, SERVIÇOS E DE CAPITAL
326. Alguma evolução também foi registada na aceleração da livre circulação de bens,
serviços e de capital. Elas se consubstanciam no que se segue:
i
Iniciativas tendentes a harmonizar os procedimentos aduaneiros e
instrumentos (incluindo troca electrónica de dados aduaneiros) foram
desenvolvidas:
103
ii
Um único documento administrativo aduaneiro (SADC CD) foi concebido
para facilitar a harmonização da declaração aduaneira na Região da
SADC;
iii
Uma lei sobre um modelo aduaneiro para facilitar a harmonização das
legislações aduaneiras nacionais;
iv
Uma nomenclatura de tarifas comuns foi adoptada;
v
Uma proposta de mecanismo regional de trânsito foi preparada;
vi
A revisão das regras de origem foi iniciada em 2007;
vii
Um software para facilitação do comércio: por exemplo a promoção de
um único Caixa nos postos fronteiriços e a implementação da legislação
da SADC sobre Cadeia de garantia de títulos de trânsito;
viii
A actualização de barreiras não tarifárias foi iniciada em 2007 com um
Plano de Acção tendente a informar, monitorizar e eliminar as barreiras
não tarifárias;
ix
Harmonização da liberalização do comércio através de TAASK Force
constituída pela SADC, COMESA e CEA;
x
Um projecto de Protocolo sobre comércio e serviços; um Protocolo
sobre a livre circulação de pessoas, bens, capital e serviços;
xi
Mecanismos regionais de qualificação, harmonização dos sistemas de
educação na região de forma a facilitar a livrem circulação de pessoas e
de força de trabalho.
4.4.3 REALIZAÇÕES
327.
A tabela seguinte mostra as realizações da SADC até a data:
Situação actual da SADC
Baseado
nas
experiências do SAPP,
Associação
Regional
Reguladora de Energia
(RERA) e ESKOM como
referenciado
acima,
bem
como
nas
experiências
dos
outros
Estados
Membros,
foi
•
•
A Associação Regional de Electricidade da
África Austral (ERERA) continua facilitando a
criação de um ambiente apropriado para a
implementação dos projectos do sector de
energia na Indústria de Fornecimento de
Electricidade da SADC (ESI)
RERA com o apoio da Central USAID
Concorrência Global da África (USAID Trade
Hub), procedeu a uma supervisão dos
104
concebido
um
mecanismo
harmonizado
do
Programa
de
Conservação
de
energia
para
implementação
em
toda a Região e está
actualmente
sendo
coordenada pelo SAPP.
•
Transporte
Estado
implementação
Decisão
Yamoussoukro
•
da
da
de
•
•
mecanismos da política institucional e de
regulação na SADC ESI com objectivo de
comparar, monitorizar e aperfeiçoar.
O estudo recomendou o seguinte:
i
Os Estados Membros deverão concluir
as reformas na indústria ESI de
acordo com as políticas adoptadas
ii
Assegurar a sustentabilidade dos
preços da electricidade e das tarifas
no sector e conceber estratégias
direccionadas a obtenção de custo de
nível satisfatório de forma a viabilizar
o ESI
iii
Conceber e harmonizar os sectores
legais e de regulação para promover o
comércio regional através do reforço
das
capacidades
do
sector
institucional
As estruturas regionais conduzidas
pelos Estados Membros para
implementar os projectos de energia,
incluindo os Projectos do Comité,
Projectos do comité Directivo e dos
Comités Ministeriais conjuntos, foram
criadasr ligado através de vários
sistemas de cabo submarino,
incluindo o Sistema de Cabo
Submarino da África Oriental (EASSy)
com estatuto de sistema de fibra de
banda larga
O Secretariado criou instituições para facilitar a
implementação das medidas necessária a
liberalização dos mercados de transporte aéreo na
Região do COMESA, EAC e da SADC
Actualmente, em colaboração com a EAC e COMESA,
está tomando medidas para operacionalizar o
sistema e os procedimentos da Autoridade Conjunta
da Concorrência (JCA)
A JCA que integra sete membros, dois de cada CER,
EAC, COMESA e SADC mais um Presidente na base
105
rotativa irá supervisionar toda a implementação da
Decisão de Yamoussoukro sobre Transporte Aéreo
nas três CERs
A SADC realizou estudo sobre “Avaliação do
Potencial Impacto da implementação da Decisão de
Yamoussoukro sobre a Política de céu aberto na
Região da SADC e as suas constatações e
recomendações foram submetidas aos Ministros
tutelares do transporte em Maio de 2009 na
Namíbia. Elas foram:
i
Nos sectores onde a interligação foi
melhorada, através de mais frequências por
semana, o negócio tornou-se mais atractivo e
o volume de tráfego de passageiros
aumentou;
Há necessidade de cooperação para
assegurar
benefícios
mútuos
e
a
sobrevivência de todos os intervenientes na
indústria do transporte aéreo; e
É crucial o fortalecimento da supervisão da
segurança, do espaço aeroportuário e do
espaço aéreo para antever o crescimento
ii
iii
Comunicação e
Meteorologia
A SADC, através da
Associação
de
Telecomunicações da
África Austral (SATA)
criou um Grupo de
trabalho denominado
Backhaul
Working
Group
que
supervisiona
a
implementação
da
identificada
Rede
Mínima da SATA, a
qual quando concluída,
interligará todos os
seus Membros e ligará
cada Estado Membro
Projecto Regional da SADC sobre Infra-estrutura de
informação (SRII)
•
•
•
O Projecto é parte da Rede Mínima da SATA
O Projecto está concluído em 80%
Para interligar a SADC ao resto do Mundo, o SRII
deverá ser ligado através de vários sistemas de cabo
submarino, incluindo o Sistema de Cabo Submarino
da África Oriental (EASSy) com estatuto de sistema
de fibra de banda larga
Com o objectivo de implementar o Projecto EASSy,
consideráveis progressos foram registados e o cabo
submarino deverá estar pronto no fim do ano
(2010)
Meteorologia
•
A Associação Meteorológica da África Austral
106
ao sistema do Cabo
Submarino da África
Oriental (EASSy) com
estatuto d sistema de
fibra de banda larga.
Esta rede mínima é
parte do Projecto SRII
de longo prazo
•
•
Água
A SADC está implementando
o Projecto de Gestão das
Águas do Subsolo (GDMP), o
qual foi lançado em 2007 a
seguir a criação da Unidade
de Gestão com todo o
pessoal
necessário.
O
Projecto está actualmente
implementando
as
seguintes componentes:
•
(ii)
Apoio a Gestão da
falta de água do subsolo na
SADC; e
•
Identificação e
criação do Instituto de
Gestão das Águas do
Subsolo
da
África
Austral (GMISA). O
Instituto das Águas do
Subsolo será albergado
pela África do Sul
•
Turismo
Situação
da
Organização
Cinco dos Projectos-piloto de Gestão Integrada dos
Recursos da Água (IWRM) foram implementados
nos respectivos Estados Membros da SADC com o
apoio do Danidas
Estes projectos pretendem atingir as comunidades
pobres nas áreas rurais de forma a ajudar a reduzir
a pobreza
Projectos já implementados são os seguintes:
i
(i)
Concepção e Teste
do Plano de Gestão da falta
de água no subsolo para as
áreas piloto da Bacia do rio
Limpopo (assinado em
Fevereiro de 2008);
(iii)
(MASA) foi aprovada pelos Ministros dos
Transportes e da Meteorologia, em
Gaberone, Botswana, em Outubro de 2007
Na reunião extraordinária da MASA,
realizada em Swakopmund, Namibia em 11
de Maio de 2009, nove Estados Membros
assinaram os estatutos.
Malawi: IWRM e projecto de melhoria dos
meios de subsistência para a área de
Dzimphutsi
ii
Namibia: Sustainable IWRM Sustentada na
Bacia de in the Omaruru-Lower Swakop
iii
Moçambique: Melhoria de meios de
subsistência na Bacia hidrigráfica do Baixo
Limpopo
iv Swazilândia: Projecto de Desenvolvimento
da Irrigação de Lavumisa
v Zâmbia: IWRM e Segurança Alimentar para a
Bacia do Rioa Kafue
Progressos também foram registados no Projecto
Sanitário e de Fornecimento Transfronteiriço da
Água do Cunene entre a Namíbia e Angola tal como
o primeiro projecto-piloto no quadro do Programa
Estratégico Regional de Desenvolvimento das Infraestruturas da Água (RSWIDP)
Entre os alvos dos Estados Membros da SADC está a
introdução de um visto universal concebido na
107
Regional do Turismo da
África Austral (RETOSA)
•
Alimentação, Agricultura
e Recursos naturais
(FANR)
Estado da Declaração de
Dar-es Salaam e do Plano de
Acção sobre a agricultura e
segurança alimentar bem
como das prioridades do
RISDP sobre a segurança
alimentar e recursos
naturais
HIV e SIDA
Situação
da
Estratégia
Regional d Prevenção do
HIV da SADC e do Plano de
Acção para Acesso Universal
•
•
•
mesma base tal como o visto Schengen até 20092010
O lançamento da Estratégia 2010 para o Turismo, a
qual envolve hospedagem c turística conjunta e
promoção durante o findo Campeonato do Mundo
da FIFA na África do Sul
Monitorização e implementação da Declaração de
Dar-es Salaam e de um Plano de Acção sobre a
agricultura e segurança alimentar bem como a
facilitação do RISDP permanece uma prioridade
estratégica da SADC para atingir a segurança
alimentar e gestão sustentada dos recursos naturais
O Secretariado enveredou pela concepção de uma
política Agrícola regional a qual tomará em
consideração as mudanças climáticas globais
• Relativamente
a
implementação
da
Declaração de Dar-es Salaam, o fornecimento
de consumíveis agrícolas chaves permanece
um desafio a produção agrícola na Região
• O Secretariado implementou o Projecto da
Rede de Segurança para Sementes da Região.
O
sistema
pretende
aumentar
a
disponibilidade e acessibilidade de sementes
melhoradas aos agricultores na Região.
• O Secretariado iniciou a elaboração da
Política Agrícola Regional (RAP), a qual
facilitará e guiará os Estados Membros para a
harmonização das políticas agrícolas chaves.
RAP é preconizado ser um instrumento
jurídico compilado para a implementação da
gestão alimentar, agrícola e dos recursos
naturais bem como das estratégias do
ambiente na Região.
A Região continua consentindo esforços para
implementar respostas exaustivas para a prevenção
e a mitigação. Disto resultou um aumento de
conhecimentos sobre o HIV e SIDA e resultados
positivos das campanhas de educação no terreno
108
•
(2008-2010),
Mecanismo de Acção para
Harmonização, Ajustamento
e Monitorização dos Fundos
do HIV e SIDA, da Agenda
Regional de Investigação
sobre o HIV e SIDA,
•
Mecanismo de Acção para
criação de Parcerias reais
entre Autoridades nacionais
responsáveis
e
Organizações da Sociedade
Civil e Guia de formação
sobre a gestão do HIV e
SIDA para os Decisores
políticos
Livre circulação de
pessoas, bens, serviços e
de capital
Os Estados Membros são
actualmente instados a
concluir Acordos bilaterais
de isenção de visto para os
cidadãos da SADC até finais
de 2009. No caso de
incumprimento, os Estados
Membros deverão submeter
relatórios ao Conselho nos
primeiros quatro meses de
2009
apresentando
as
razões do incumprimento e
a assistência de que
carecem para cumprir
Alguns Países registaram significativa redução tanto
na prevalência como na incidência do HIV,
especialmente entre os jovens d 15 a 24 anos e
mulheres grávidas que frequentam as consultas pré
natal
Houve um aumento de condições para os serviços
de Prevenção da Transmissão de Mãe para a Criança
(PMTCT)
•
Inspirados pelo Protocolo sobre a facilitação da
livre circulação de pessoas na SADC, assinado em
Agosto de 2005, pelo menos sete Países da Região
assinaram acordos bilaterais para renunciar o
pedido de visto para cidadãos de uns e de outros
• Harmonização do turismo e das políticas de
migração, de legislação e dos estandartes estão em
curso
Progressos também foram registados no seguinte:
i
ii
iii
iv
v
Foram desenvolvidas iniciativas tendentes a
harmonizar os procedimentos e instrumentos
aduaneiros (incluindo troca electrónica de dados
aduaneiros)
Um único documento administrativo aduaneiro
(SADC CD) foi concebido para facilitar a
harmonização das declarações aduaneiras na
Região da SADC
Uma lei sobre o modelo aduaneiro para facilitar a
harmonização das legislações aduaneiras nacionais
Uma nomenclatura comum de tarifas foi adoptada
Uma proposta de mecanismo regional de trânsito foi
elaborada
109
4.4.4 DESAFIOS
328. A União Aduaneira pretendida atingir no ano 2010 poderá colocar desafios para
os quais a SADC deverá possuir uma estratégia de forma a cumprir o prazo. Na SADC
existe também a SACU que está numa avançada fase de integração. Há a necessidade de
elevar todos os Estados Membros ao nível desta União Aduaneira. Alguns Estados
Membros da SADC são também Membros do COMESA que já está constituída em União
Aduaneira. Os Estados Membros não podem integrar ao mesmo tempo duas uniões
aduaneiras. Isto transgredi a filiação dos Estados Membros as mesmas CERS (SADC e
COMESA). Por isto, os Estados Membros deverão integrar apenas uma união aduaneira a
qual deverá colocar a questão ou a COMESA ou a SADC para persuadir. Por isto, a
necessidade das duas CERs partilharem a sua formulação e ver como poderão fundir-se e
impulsionar o processo de integração.
329. Existindo já a SACU, tendo já a EAC adoptado uma Tarifa Externa Comum (CET)
em 2005 e já criado o Mercado Comum da África Austral e Oriental, os Estados Membros
da SADC precisam avaliar o impacto da multiplicidade de filiação e decidir sobre a melhor
abordagem.
330. A Cimeira Tripartida, SADC, COMESA e EAC constitui passo certo para ultrapassar
a sobreposição de filiação dos Estados Membros pertencentes a diferentes CERs. Uma
larga e coordenada abordagem, regional e continental, sobre financiamento das infraestruturas, harmonização institucional e coordenação de políticas precisam ser
desenvolvidas para assegurar que os benefícios e as oportunidades emergentes do acesso
preferencial sejam optimizados. Isto pode ser atingido no quadro do mecanismo da
iniciativa do NEPAD. Melhoria das infra-estruturas do transporte no continente é crucial
para o fortalecimento do comércio.
331. Também são necessário, o desenvolvimento das infra-estruturas fronteiriças e
investimentos nos sectores da energia e telecomunicações. Investimentos públicos e
desenvolvimento de assistência para desenvolvimento de infra-estruturas e manutenção
também é essencial na ausência de investimentos privados, nacionais e estrangeiros e
poderá também estimular o investimento privado.
332. A Região enfrenta um certo número de desafios críticos no processo de
aprofundamento da integração regional, particularmente tendo em conta os objectives
estabelecidos pelo Plano Regional Indicativo de Desenvolvimento estratégico (RISDP). Isto
inclui, entre outros, a questão da sobreposição de filiação, diferentes níveis de integração
económica na Região, ritmo da implementação, constrangimentos de capacitação tanto
nos Estados Membros como a nível regional/Secretariado.
333. O desenvolvimento de infra-estruturas adequadas permanece um domínio vital da
integração na Região. Neste sentido, esforços regionais continuaram sendo consentidos e
concentrados na implementação dos principais programas e projectos nas áreas de infraestruturas e serviços. Especial atenção foi dedicada ao Sector de energia, onde a Região
não pôde evitar a crise procura/oferta que actualmente a afecta.
110
334. Neste contexto, a Região acordou um certo número de medidas de curto prazo
para tratar da carência de energia. Isto inclui a preparação de Projectos de produção de
energia a curto prazo, Programa de Conservação de Energia, Ambiente Favorável para o
Crescimento do Sector da Energia e Sustentabilidade, Mobilização de Recursos
Extraordinários para Financiamento dos Projectos. Outros sectores de infra-estruturas e
serviços incluem: Água, Turismo, Transportes e Comunicações. Na área do Turismo,
esforços continuaram sendo consentidos para concluir o sistema do UNIVISTO de forma
a, entre outras coisas, permitir a Região maximizar os benefícios do Campeonato do
Mundo da FIFA 2010 na África do Sul.
335. Implementação e seguimento da liberalização do comércio confrontada com a falta
de dados e de capacidades nos Estados Membros ao nível dos Comités Nacionais da SADC.
336. Integração Regional, crescimento económico e atingir um modelo de
desenvolvimento em qualquer região requer o prevalecimento da paz. A Região da SADC
conheceu consideráveis dificuldades no domínio da Democracia, Paz e Segurança.
Claramente, este é um desafio que a SADC deverá enfrentar caso os Estados Membros
estiverem comprometidos em manter as democracias no quadro do mecanismo do Plano
Estratégico do Organismo.
4.4.5
337.
PERSPECTIVAS
A SADC tem objectivos estratégicos, entre os quais:
§
Criação da União Aduaneira da SADC até 2010, o que inclui a criação de uma
tarifa externa comum e harmonização das políticas internas;
§
Melhoria de todo o ambiente de negócios e de investimentos e atingir
convergência sobre os indicadores macro económicos seleccionados;
§
Melhoria da competitividade industrial e diversificação das economias da
SADC através da promoção do comércio intra regional, investimento nos
sectores de produção e na cooperação no sector da tecnologia; e
§
Atingir um Mercado Comum até 2015, União Monetária em 2016 e União
Económica em 2018.
338. Rumo ao Mercado Comum, a SADC está no processo de preparação de um modelo
de Política de Concorrência adequado a SADC. De acordo com o roteiro o mecanismo da
harmonização poderá estar concluído em 2009 para implementação em 2010. O objectivo
é o de criar condições que permitam os mercados funcionar de forma competitiva para o
benefício dos consumidores e dos negócios. A política de concorrência assegura que não
haja concorrência desleal, particularmente removendo e prevenindo barreiras estatais ou
privadas a concorrência.
339. A SADC está actualmente trabalhando nos preparativos para atingir a União
Aduaneira. Alguns estudos foram realizados, incluindo: “Um modelo apropriado para a
111
União Aduaneira da SADC” e sobre “Avaliação da compatibilidade das políticas nacionais
de comércio” e fornecem contribuições para trabalhos e negociações posteriores.
4.5 AUTORIDADE INTERGOVERNAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO (IGAD)
340. A IGAD é a sucessora da Autoridade Intergovernamental sobre a Seca e
Desenvolvimento (IGADD). Criada por um Acordo Internacional em 1986 como uma
organização sub-regional com inicialmente seis Estados Membros afectados pela seca:
Djibuti, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão e Uganda. Em 1993, ela se alargou com a
admissão da Eritreia como 7.º Membro.
341. Entre 1974 e 1984, severa seca e outros desastres naturais atingiram a Região da
África Oriental e causaram fome generalizada, degradação ecológica e infortúnio
económico. Embora os Países, individualmente tenham consentido esforços substanciais
para contornar a situação e tenham recebido o generoso apoio da comunidade
Internacional, a magnitude e a extensão do problema impôs firmemente uma abordagem
regional para complementar os esforços nacionais.
342. Em 1983 e 1984, seis Países do Corno de África – Djibuti, Etiópia, Quénia, Somália,
Sudão e Uganda – tomaram a iniciativa através das Nações Unidas para criar um
organismo intergovernamental para coordenar as suas aspirações de desenvolvimento e
mitigar os efeitos da seca na sua Região. Consequentemente, a Assembleia dos Chefes de
Estado e de Governo, reunida em Djibuti, assinaram em 16 de Janeiro de 1986 o Acordo
que lançou oficialmente a IGAD com Sede no Djibuti.
343. Em Abril de 1985, em Adis Abeba, a Assembleia dos Chefes de Estado e de
Governo adoptaram uma Declaração para revitalizar a IGADD e expandir a cooperação
entre os Estados Membros. Em 21 de Março de 1996, em Nairobi, a Assembleia dos
Chefes de Estado e de Governo assinaram o “Instrumento de Emenda a Carta/Acordo da
IGADD com a nova denominação de 2Autoridade Intergovernamental sobre o
Desenvolvimento”.
344. A IGAD revitalizada com mandato alargado, áreas de cooperação regional e
integração bem como uma nova estrutura organizacional foi lançada pela Assembleia dos
Chefes de Estado e de Governo em 25 de Novembro de 1996 em Djibuti. O mandato
alargado e a competência foi, inter alia, para:
•
•
•
•
Promover estratégias conjuntas de desenvolvimento e harmonizar as
políticas macro económicas;
Harmonizar as políticas comerciais, aduaneiras, de transporte,
comunicações e de recursos naturais;
Harmonizar a produção e as estruturas do marketing; e
Criar um ambiente favorável ao investimento estrangeiro, transfronteiriço e
local.
112
345. Em Fevereiro de 1998, a IGAD assinou com a Comunidade Económica da Africana
(AEC), o Protocolo sobre as Relações entre a AEC e as Comunidades Económicas
Regionais (CERs).
4.5.1 OBJECTIVOS DA IGAD
346.
Os desejos e os objectives da IGAD são os seguintes:
i
Promover estratégias conjuntas de desenvolvimento e gradualmente
harmonizar políticas macro económicas e programas nos domínios
social, tecnológico e científico;
ii
Harmonizar políticas relativas ao comércio, alfandegas, transporte,
comunicações, agricultura e recursos naturais e promover a livre
circulação de bens, serviços e de pessoas na Região;
iii
Criar um ambiente favorável
transfronteiriço e comercial local;
iv
Conquistar a segurança alimentar regional e encorajar e assistir os
esforços dos Estados Membros para, colectivamente, combaterem a seca
e outros desastres, naturais e provocados pelo Homem, e suas
consequências naturais;
v
Iniciar programas e projectos para atingir a segurança alimentar
regional e exploração sustentada dos recursos naturais e protecção do
ambiente e encorajar e assistir os esforços dos Estados Membros para,
colectivamente, combaterem a seca e outros desastres, naturais e
provocados pelo Homem e a suas consequências naturais;
vi
Conceber e melhorar uma infra-estrutura coordenada e complementar
nas áreas dos transportes, telecomunicações e energia na Região;
vii
Promover a paz e estabilidade na Região e criar mecanismos na Região
para a prevenção, gestão e resolução de conflitos inter e intra Estados
através do diálogo;
viii
Mobilizar recursos para a implementação de programas de emergência,
de curta, média e longa duração no quadro do mecanismo regional de
cooperação;
ix
Promover e realizar os objectivos do Mercado Comum da África Austral
e Oriental (COMESA) e da Comunidade Económica Africana;
x
Facilitar, promover e reforçar a cooperação no desenvolvimento da
investigação e aplicação da ciência e da tecnologia.
ao
investimento
estrangeiro,
113
4.5.2 ACTIVIDADES E EVOLUÇÃO
347. Enquanto o Acordo que criou a IGAD enumera um certo número de domínios de
cooperação entre os Estados Membros, são seguintes as três áreas identificadas como
pontos imediatos de início da cooperação:
Ø Segurança alimentar e protecção do ambiente;
Ø Prevenção, gestão e resolução de conflitos; e
Ø Cooperação económica e integração.
Para o efeito, a IGAD, tem obtido um certo número de sucessos de percurso no
cumprimento do seu mandato através da criação efectiva e eficiente de
mecanismos, redes, processos, instituições especializadas e parcerias para a
execução das suas actividades regionais. Com este objectivo, a IGAD criou
instituições especializadas, incluindo o Mecanismo de Alerta Prévia de conflitos
(CEWARN) em Adis Abeba, Fórum de Negócios da IGAD em Asmara, mais tarde
revitalizada e transferida para Campala, Centro da IGAD de Prognóstico climático
e Aplicação para Monitorização e previsão meteorológica (ICPAC) em Nairobi,
Programa de Reforço de Capacidade da IGAD contra o Terrorismo (ICPAT) em
Adis Abeba e Programa Regional da IGAD de Parceria contra o HIV/SIDA (IRAPP)
em Campala.
4.5.2.1 MECANISMO DE ALERTA PRÉVIA DE CONFLITOS E E RESPOSTA
(CEWARN)
348. O Mecanismo de Alerta Previa de Conflito e de Resposta (CEWARN) é uma
instituição da IGAD destinada a server a Região como mecanismo para antecipação
sistemática e de resposta aos conflitos violentos em tempo oportuno e de forma efectiva.
349. A criação do CEWARN, em 2000, seguiu-se a revitalização da IGAD em 1996 e ao
alargamento do mandato para cobrir Paz e Segurança bem como evolução das questões
fronteiriças. Ela também foi baseada no entendimento da IGAD segundo a qual uma
intervenção em tempo oportuno para prevenir o agravamento ou para mitigar os piores
efeitos dos conflitos violentos é efectivamente menos onerosa em termos humanos e de
recursos materiais do que lidar com crises emocionais.
350. O Protocolo que criou o CEWARN foi assinado pelo Conselho de Ministros da IGAD
em Janeiro de 2002 e entrou em vigor em Agosto de 2003. A visão do CEWARN está
imbuída do espírito: Companheiros com poderes para prevenir conflitos. Assim, a sua
missão é a de criar um mecanismo sub-regional sustentado e eficiente para proceder
alerta prévia e Resposta rápida e impulsionar a cooperação entre os relevantes
intervenientes de forma a responder a um potencial e actual conflito violento na Região
de forma oportuna.
114
351. Embora o corno de África seja uma Região devastada por conflitos que vai de intra
até inter estatais e conflitos das comunidades fronteiriças, o CEWARN adoptou uma
abordagem diferenciada incidindo inicia e exclusivamente aos conflitos de carácter
pastoril - tanto de natureza inter comunitária como de natureza transfronteiriça - antes
de, em devido tempo, expandir-se para outros tipos de conflitos.
352. Desde a sua criação, através da sua rede de Monitores de terreno, Coordenadores
de Países, Institutos de Investigação e Unidades de Alerta Prévia e de Resposta
(CEWERUs) ao nível nacional, o CEWARN tem monitorizado e reportado sobre conflitos
de natureza pastoril em duas áreas piloto: Grupo somali (que engloba partes do Quénia,
Etiópia e Somália) e Grupo de Kamaroja (que engloba partes da Etiópia, Quénia, Sudão e
Uganda).
353. O CEWARN se definiu como um mecanismo sub-regional com a mais desenvolvida
base de dados de Sistema de Alerta Prévia Regional da África. Foi desenvolvida uma
efectiva rede de monitorização no terreno e de ferramenta de análise dos dados. Ele
promoveu a capacitação do pessoal para prevenção, gestão e resolução de conflitos
(CPMR) na Região através de acções de formação dos intervenientes em vários níveis.
354. O CEWARN também diligenciou no sentido de instalar a confiança e a colaboração
entre os vários intervenientes, incluindo Governos e OCSs.
355. Como qualquer outra instituição nova e na fase de aprendizagem, o CEWARN
reconhece a existências de lacunas nos seus trabalhos, tais como a componente de
inadequada resposta e a necessidade de expandir as suas informações e áreas de
intervenção a todos os Membros da IGAD e a outras formas de conflitos.
356. O CEWARN implementa uma estratégia de cinco anos (2007-2011) para eliminar
estas lacunas para que possa desempenhar o seu papel enquanto um mecanismo subregional efectivo e sustentado para Alerta Prévia de Conflitos e Resposta Rápida.
Consequentemente, várias avaliações foram feitas monitorizando novas áreas e o
mandato do mecanismo de alerta prévia para permitir-lhe cobrir todos os Países
Membros.
4.5.2.2 ASSUNTOS DO GÉNERO
357. Em 1999, foi criada uma Secão da Mulher no Secretariado da Autoridade
Intergovernamental sobre o Desenvolvimento (IGAD). Isto foi possível graças a iniciativa
patrocinada pela IGAD “Workshop das Mulheres Empresárias, realizado em Nairobi,
Quénia em 1998 e ratificada pela 18.ª Sessão do Conselho de Ministros da IGAD. Logo
após a sua criação, o Departamento desenvolveu suas actividades com incidência nas
questões do género ao nível do Secretariado bem como nos Estados Membros. Isto inclui:
organização e realização de programas de formação, reuniões tais como as dos Ministros
dos Assuntos das Mulheres/Género dos Estados Membros, mobilização de fundos para
financiamento do reforço de capacidades e actividades dos projectos, relações com
115
organizações de relevância, participação em workshops e conferências sobre o género e
questões conexas, etc.
358. Em 2003, a IGAD concebeu uma nova estratégia para 2004-2008 com visão mais
direccionada, missões e programas e, foi reconhecida a importância de uma Política da
IGAD sobre o Género e a harmonização das políticas nacionais sobre o género na Região.
Como resultado, foi formulada uma Política e Estratégia da IGAD sobre o Género e
lançada em 2004. O principal objectivo desta política é o de facilitar o enquadramento das
perspectivas do género em todas as actividades da IGAD de forma a transformá-las num
contributo de resposta do género para atingir o desenvolvimento socioeconómico na
Região. A política também consignou os seus seguintes objectivos específicos:
•
Gerar e assumir a criação de um ambiente favorável a gestão dos assuntos do
género com objective de conquistar a igualdade do género e igualdade dos
objectivos;
• Reforçar e assegurar o mecanismo institucional da IGAD para encorajamento
da igualdade, princípios de equidade e objectivos;
• Facilitar a via harmonizada para atingir a gestão dos assuntos do género a
todos os níveis na IGAD;
• Introduzir assuntos do género em todas as estruturas da IGAD, órgãos,
programas sectoriais e temas;
• Fixar os Indicadores da IGAD sobre o Género e Desenvolvimento, o que
facilitará a sua harmonização regional, o processo de integração e os
objectivos.
359. Após o lançamento da Política e Estratégia, a esfera das atribuições da Secção da
Mulher alargou-se e daí, em Março de 2005, foi institucionalizado um Programa dos
Assuntos da Mulher no Secretariado da IGAD. Desde a sua criação, o Programa vem
desempenhando várias tarefas tais como a popularização dos objectives da política,
convocação de Reuniões Anuais dos Ministros dos Assuntos da Mulher/Género dos
Estados Membros, realização de workshops técnicos relativos com a gestão dos assuntos
do género, introdução do género nos programas sectoriais e projectos da IGAD,
publicação e distribuição de documentos relevantes bem como a facilitação de projectos
de intervenção para Mulheres da Somália e do Sudão no processo de edificação da paz e
de reconstrução.
360. De igual modo, nos últimos dois anos ênfase tem sido colocada na implementação
da Política do Género e subsequentes directivas foram dadas pela Reunião dos Ministros
dos Assuntos da Mulher/Género realizada recentemente. Consequentemente, muitas
tarefas têm sido realizadas, incluindo: trabalhos em estreita colaboração com os Estados
Membros sobre o género e questões conexas, assegurar a incorporação das questões do
género nos programas/projectos da IGAD, participação em importantes conferências e
workshops, mobilização de fundos para as actividades dos programas, colaboração com a
Direcção da Mulher, Género e Desenvolvimento da União Africana bem como com o
Centro Africano para o Género e Desenvolvimento social da Comissão Económica das
Nações Unidas para África sobre questões pertinentes.
116
361. Outras tarefas realizadas foram: relações bilaterais e multilaterais com
organizações que fazem a avaliação da situação sobre a participação e a representação da
Mulher nos cargos de decisão nos Estados Membros da IGAD, convocação da conferência
de Mulheres Parlamentares, Preparação de uma Estratégia para maior representação da
Mulher nos cargos de decisão, realização de workshops dos Intervenientes para validar a
estratégia, Implementar o Pacote do Reforço da Capacidade de Intervenção da Mulher no
Secretariado da IGAD e nos seus Escritórios especializados, etc.
362. Actualmente, tornou-se mais evidente que a igualdade do género e a emancipação
da Mulher são cruciais para atingir o desenvolvimento sustentado, paz e segurança na
Região da IGAD. Para este fim, a consolidação dos resultados positivos das tarefas
realizadas pelo Programa dos Assuntos do Género deve ser impulsionada com a visão e
missão da recentemente concebida Estratégia da IGAD e considerando questões
emergentes e globais. A luz do exposto, estão agendadas as seguintes tarefas para 2011:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Facilitar a ratificação da Estratégia para Maior Representação da Mulher nos
Cargos de decisão pela Reunião do Conselho de Ministros da IGAD bem como
pela Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo;
Monitorizar a implementação da estratégia nos Estados Membros;
Explorar e facilitar a criação de uma Unidade de Mulheres Parlamentares na
União Parlamentar da IGAD;
Acompanhar a introdução das questões do género nos programas
prioritários e projectos da IGAD;
Realizar uma conferência da IGAD das Mulheres Empresárias e criar uma
Unidade para integrar o Fórum de Negócios da IGAD;
Lançar um estudo sobre o acesso aos recursos de produção com particular
ênfase sobre a mulher e os direitos a terra nas áreas rurais da Região;
Rever a Política e Estratégia da IGAD de 2004;
Preparar a monitorização e avaliação dos indicadores da Estratégia;
Realizar Reuniões Anuais dos Peritos e dos Ministros dos Assuntos da
Mulher/Género dos Estados Membros;
Advogar no combate a violência baseada no género muito prevalecente na
Região;
Colaborar na implementação dos Programas de Saúde Sexual Reprodutiva e
sobre HIV/SIDA;
Realizar avaliação sobre a situação da Mulher e da Criança nas áreas de pós
conflito; e
Alagar relações com organizações pertinentes e mobilizar fundos das
organizações bilaterais e multilaterais.
4.5.2.3 AMBIENTE
363.
As conquistas no sector da Protecção do Ambiente são:
1. Apoio aos Estados Membros na concepção e elaboração dos programas
nacionais de acção (NAPs) para implementar a UNCCD
117
2. Elaboração e implementação do programa de acção sub-regional (SRAP) para
complementar os NAPs na implementação da UNCCD
3. Elaboração do Plano de Acção sub-regional sobre o Ambiente para
implementar a componente Ambiente do NEPAD
4. Elaboração e publicação do Relatório de Observação do Ambiente da IGAD
5. Elaboração da Estratégia de Gestão do Ambiente e dos Recursos Naturais da
IGAD
364. A Protecção do Ambiente também está reflectida na implementação do Projecto
denominado “ Monitorização Africana do Ambiente para Desenvolvimento Sustentado”,
promovido pela União Africana. O Projecto pretende usar os dados de
satélite/informações para monitorizar o ambiente para desenvolvimento sustentado.
Cada CER seleccionou uma área temática e um Centro de implementação. A IGAD
seleccionou o ICPAC como Centro de implementação e monitorização da degradação do
solo e perda de habitat através dos dados de satélite como área temática.
§
Implementação do Programa sub-regional de Acção da IGAD (IGAD-SRAP) no
contexto da Convenção das ONU de Combate a Desertificação (UNCCD)
365. A IGAD, com apoio do Mecanismo Global (GM) criou uma Unidade Sub-regional de
apoio (SSF). GM forneceu alguma semente para lançar rapidamente a Unidade. O
objectivo do SSF é o de permitir a IGAD apoiar as actividades da Convenção de Combate a
Desertificação (CCD) na Sub-região, facilitando a identificação e a formulação de
conceitos para projectos e programas de desenvolvimento sob SRAP ou NAPs.
366. A convenção das Nações Unidas de Combate a Desertificação (UNCCD) é uma das
mais significativas conquistas emanadas da conferência das Nações Unidas sobre o
ambiente e Desenvolvimento, de 1992 (UNCED).
367. Ela pretende combater a desertificação e mitigar os efeitos da seca através de
intervenções efectivas a todos os níveis, apoiadas pela cooperação internacional e
parcerias nos domínios da transferência de tecnologia, recolha de dados e disseminação,
investigação cientifica e desenvolvimento bem como da mobilização de recursos
financeiros. Para complementar, foram elaborados programas de acção, nacionais, subregionais e regionais, os quais estão sendo implementados para combater o flagelo da
desertificação em África e em todo o Mundo tal como insta a Convenção.
368. Em 2006, diversas actividades foram desenvolvidas para consolidar a direcção e
as actividades do SSF e a implementação da UNCCD na Sub-região. Isto inclui: apoio a
implementação do Plano de acção Sub-regional (SRAP) e dos Planos Nacionais de acção
(NAPs); Partilha de experiência entre as Comunidades e Projecto de formação (CETP) e
Reforço da Base de Parcerias do SSF da IGAD.
§
Recursos Naturais
118
369. Sobre recursos naturais transfronteiriços partilhados, um certo número de
projectos e programas estão em fase de formulação. Entre eles, o lançamento da
Plataforma da IGAD no Programa de água orçado em 10 milhões de euros. A IGAD está
também implementando o projecto de captação de água no Quénia, Uganda e Sudão para
que a água possa ser usada nos períodos da seca para aumentar a segurança alimentar.
Programas estão actualmente sendo concebidos para infra-estruturas de
armazenamento de alimento para aumentar a segurança alimentar. Este projecto
terminou em 2009.
370. Diversos planos chave e actividades específicas abaixo enumeradas foram
apontadas para implementação em 2010:
a.
Realização de estudo e workshop para identificar os problemas existentes na
actual conjuntura das cadeias do Mercado e recomendar subsequentes mais
resistentes produtos de terras áridas e semi - áridas (ASALs). O objectivo é
expandir a comercialização dos produtos caracterizados pela mais-valia local
de forma a criar riqueza e melhorar o nível de vida. Isto é considerado
realizável tanto ao nível nacional como regional, especialmente a luz do
renovado interesse internacional nos produtos naturais e a promoção de
empresas biológicas.
b.
Tentativa de incorporação as questões relativas aos recursos naturais nos
existentes Comités bilaterais de decisores políticos, os quais actualmente
tratam separadamente as questões de segurança. Convencida que a maioria
dos conflitos são gerados pelo uso dos recursos naturais, particularmente nas
áreas fronteiriças, a IGAD irá alimentar actividades e elaborar mapas de áreas
transfronteiriças com recursos naturais para demonstrar a interdependência
dos recursos naturais e as questões de segurança.
c.
Preparação de materiais de sensibilização e de uma política específica sobre
as constatações e as lições tiradas da excursão dos Membros do Parlamento
(MPs). Os materiais foram preparados, tanto em formato digital como em
papel e um filme foi rodado. No ano de 2010, a IGAD e Internacional para
conservação da natureza (IUCN) organizaram a Conferência Bienal dos
directores das finanças e Directores da conservação em Entebe, Uganda. Além
disto, um encomendado um estudo para incidir sobre a contribuição dos
ASALs às economias nacionais, o qual sustentará as motivações do governo
em investir nestas terras. Em 2010, o relatório estará concluído.
d.
Em 2010, a IGAD irá juntar-se a UNESCO para preparar a Política da IGAD e a
rede de Ciência para gestão de águas partilhadas na Região. Será um Fórum
para os decisores políticos (membros do Parlamento) e a comunidade
científica e académica da Região lidarem com as questões da água.
119
371. Foram criados Sistemas de alerta prévia ligados ao tempo, seca e chuva. Exemplo
é a criação do Centro de Previsão Meteorológica e de Aplicação em Nairobi (ICPAC) que
coordena os Sistemas de alerta prévia do tempo e do clima na Região.
•
Centro de Previsão Meteorológica e de Aplicação da IGAD (ICPAC)
372. O Corno de África, tal como muitas outras partes dos trópicos, está exposta a
eventos climáticos extremos tais como as secas e inundações. Estes eventos extremos
têm severos impactos negativos nos sectores chaves sócio económicos de todos os
Países da Sub-região. O ICPAC procede a leitura do tempo em cada dez dias. O Centro
também serve a Tanzânia, Ruanda e Burundi e a IGAD tem em promoção um projecto
de criação animal destinado a promover o desenvolvimento da criação animal e
segurança alimentar para fortalecer a existência de alimentos na Região.
373. Num esforço para minimizar os impactos negativos dos eventos climáticos
extremos e tirar vantagens dos bons anos, 24 países da Sub-região da África Austral e
Oriental, sob os auspícios do PNUD criou um Centro Regional de Monitorização da
Seca (DMC) em Nairobi e em 1989, um Subcentro em Harare.
374. Em 1998, no fim do Projecto financiado pelo PNUD e devido a crescente
procura de informações sobre o clima e serviços de previsão, as componentes de
Nairobi e de Harare trabalham agora independentes e estão referenciados como
Centro de Monitorização da Seca de Nairobi (DMCN) e Centro de Monitorização da
Seca de Harare (DMCH). DMCN cobre os Países da IGAD, enquanto DMCH é
responsável pelos Países da África Austral.
375. Existem três objectivos paralelos, os quais tomados em conjunto constituem a
capacidade do ICPAC de produzir trabalho científico sólido e aplicar os resultados através
da colaboração com uma extensa e educada base de utentes.
376.
I.
Melhorar a capacidade técnica dos produtores e dos utentes de informações
climáticas de forma a aperfeiçoar a contribuição e o uso para monitorizar o
clima e os produtos da previsão;
II.
Conceber um sistema de informação melhorado, proactivo, oportuno e
abrangente e promover a disseminação e passagem, tanto a escala nacional
como sub-regional, através dos parceiros nacionais; e
III.
Alargar conhecimentos básicos na Sub-região de forma a facilitar a tomada de
decisão com conhecimento de causa, através de uma clara compreensão do
clima e do respectivo processo, aprofundada investigação e desenvolvimento e
uma bem gerida referência do arquivo de dados e produtos de informação.
As suas actividades operativas incluem:
120
§
§
Desenvolvimento e efectivação de um banco de dados, regional e nacional, de
controlado e de qualidade. Da posição do satélite obtém-se os registos
climáticos.
§
Processamento dos dados, incluindo
climatológicas de base.
a concepção
de estatísticas
§
Obtenção oportuna da hora aproximada do tempo e de dados obtidos a
distância.
§
Monitorização das evoluções espaço - hora do tempo e dos extremos
climáticos em toda a região.
§
Produção de previsões meteorológicas e dos produtos de alerta prévia.
§
Delimitação das zonas de risco de eventos climáticos extremos.
§
Relações com Serviços nacionais de Meteorologia e de Hidrologia (NMHS) e
Centros Internacionais e Regionais para troca de dados e informações.
§
Disseminação oportuna dos produtos de alerta prévia.
§
Conhecimento público e educação dos utentes sectoriais dos produtos
meteorológicos.
§
Desenvolvimento de sector específico de informações climáticas e dos
produtos de previsão.
§
Organização de Fora de Observação Climática.
§
Interacção com os utentes através de workshops, nacionais e regionais, e
projectos-piloto de aplicação, etc
§
Monitorização de mudanças climáticas, detenção e atribuição.
§
Avaliação dos impactos e da vulnerabilidade associada aos extremos
climáticos.
§
Investigação sobre o clima e domínios afins.
Monitorização do clima do passado
377. O clima passado recente sobre o corno de África foi monitorizado numa escala de
década, mensal e sazonal de forma a detector a evolução de quaisquer anomalias
significativas que poderiam ter impacto negative nas actividades sócio económicas da
Região. Isto foi fornecido através de sumários da década, mensal e sazonal da
pluviosidade e gravidade da seca e anomalias mensais de temperatura.
121
378. Estes produtos foram disseminados a todos os Serviços Nacionais de Meteorologia
e de Hidrologia dos Países participantes para server como informações de alerta prévia a
uma variedade de sectores utentes de informações meteorológicas e produtos, incluindo
os decisores políticos, projectistas, saúde, agricultura e sectores de recursos aquáticos,
camponeses bem como instituições de investigação, entre outros.
379. A maior força da IGAD reside na grande e diversificada população da Região e no
compromisso politico da liderança dos Países Membros em volta da ideia da cooperação
regional. Embora prevaleçam diferenças bilaterais entre alguns Estados Membros, existe
um compromisso positivo relativamente a IGAD enquanto instituição. Isto pode ser
exemplificado pela regular participação de todos os Países nas reuniões dos órgãos da
IGAD, contribuições financeiras pagas para garantir o funcionamento do Secretariado e
criação de instrumentos altamente políticos tais como o CEWARN, o qual tem implicações
para alguns Estados. Esta vontade política para a cooperação regional é um dos mais
fortes trunfos da IGAD.
380. A força da IGAD é a criação de plataformas e fora de peritos técnicos dos Estados
Membros para discussão de questões sobre o mandato/programas. Estas plataformas são
criadas especificamente com objective de troca de opiniões sobre uma material
específica, por exemplo o Comité Ministerial da IGAD para o Sector dos Transportes
(MTSC), Comité Ministerial da IGAD para a Mulher, Comités Regionais para a
Meteorologia, Energia e reuniões técnicas para elaboração e coordenação de posições e
conceitos conjuntos.
381. O Secretariado da IGAD ganhou significativa experiência na organização e nos
processos de facilitação das reuniões, fora e workshops que são particularmente
importantes para troca de informações e de experiências e para formulação de políticas e
conceitos de desenvolvimento compatíveis.
• Agricultura, criação animal e segurança alimentar
382. As actividades nesta área do Programa foram baseadas na Estratégia Regional de
Segurança Alimentar que preconiza acções regionais em três principais domínios:
aumentar produção de alimentos, melhorar a comercialização e fornecer preços
acessíveis as populações vulneráveis. Embora o calendário para esta Estratégia tivesse
terminado em 2008, a implementação dos projectos e programas financiado está em
curso. A Estratégia será actualizada em 2010 para pô-la em consonância com o Plano
Mínimo de Integração da IGAD (MIP) até agora em preparação.
• Aumentar a produção de diversos alimentos
383. A Região da IGAD tem um défice estrutural de alimentos atingindo 5 milhões de
toneladas de cereais em 2009. Além disto, mais do que 4 milhões de pessoas,
maioritariamente das terras áridas e semi – áridas (ASALs) da Região enfrenta segurança
alimentar crónica e pelo menos 2 milhões depende de ajuda alimentar. A Região recebe
122
mais de 40% da ajuda alimentar mundial e a situação tem-se agravado devido a severa
seca bem como ao aumento dos preços dos alimentos e do combustível em todo o Mundo.
384. Contudo, a Região possui enorme potencial para aumentar a produção de
alimentos para a auto-suficiência com margem para exportação. Por isto, a IGAD
envolveu-se num número de projectos e outras acções regionais para aumentar a
produção de alimentos, particularmente nas áreas pastorais e agro-pastorais, zona de
pessoas da mais crónica insegurança alimentar da Região.
• Melhorar a comercialização de produtos agrícolas e de alimentos
385. É sabido de forma crescente que o maior dos desafios a agricultura e produção de
alimentos na Região é um mercado inadequado. A falta de mercados e uma pobre infraestrutura de mercado fez, no passado, da agricultura uma actividade não lucrativa.
Apesar disto, a IGAD está determinada a enfrentar este desafio através da promoção do
Mercado intra-regional, fornecendo as necessárias informações para facilitar a entrada
de comerciantes e aumentar a transparência e a eficiência no mercado.
• Fornecer alimentos a preços acessíveis
386. Alimentos a preços acessíveis são intervenções de natureza local destinadas a
proteger as populações vulneráveis contra a fome e a malnutrição. As intervenções
regionais neste domínio são na sua maioria em termos de política de desenvolvimento,
troca de informações sobre iminente fome e partilha de conhecimentos sobre respostas
apropriadas para tais crises.
• Iniciativa da IGAD – Projecto de política pecuária
387. A pecuária contribui com cerca de 60% do combinado produto agrícola doméstico
(GDP) dos Estados Membros da IGAD, em proporções atingindo 20% no Uganda e perto
de 90% na Somália. O sector da pecuária é uma importante componente de subsistência
de aproximadamente 40 milhões de pessoas da Região. Contudo, Os Estados Membros
não aplicam políticas para optimizar a contribuição deste sector. Sob a 8.ª EDF, a IGAD
assegurou financiamento da União Europeia para financiar o projecto de política
pecuária. Em Setembro de 2005, a IGAD assinou o Acordo de financiamento para este
projecto com valor de 5.7 milhões de euros para cinco anos com implementação a partir
de Janeiro de 2006. O projecto é executado pela FAO mediante um Acordo de
contribuição.
388. O objectivo geral do Projecto é o de reforçar a contribuição do sector da pecuária à
segurança alimentar sustentada e a redução da pobreza na Região. Sendo isto cumprido,
reforçará a capacidade da IGAD, dos seus Estados Membros, das organizações regionais e
dos intervenientes, para formular um sector avançado de pecuária e respectivas políticas
o que reduzirá a insegurança alimentar e a pobreza.
389.
Algumas actividades desenvolvidas este ano incluem:
123
i.
Criação de fora multidisciplinar de política, através dos quais os
intervenientes se engajam na política de desenvolvimento em todos os
Estados Membros;
ii.
Criação de centros de informação, equipados com um leque de informações
tecnológicas em cinco Estados Membros e posteriormente a sua inserção
num sistema Web de informação;
iii.
Os Ministros tutelares da pecuária dos Estados Membros da IGAD
acordaram sobre um mecanismo regional de política para a saúde animal no
contexto do comércio e a vulnerabilidade que poderá ser gerada através de
um processo desorganizado no uso desta política;
iv.
Implementação de formação regional sobre género e a pecuária, seguido de
cursos nacionais em Djibuti e no Quénia; e
v.
Apoio aos grupos de trabalho em cinco Estados Membros para iniciar a
análise dos PRSPs dos seus Países de forma a introduzir a pecuária e
respectivas formas de sobrevivência nos processos nacionais de
orçamentação.
390. Baseado numa série de estudos, foi também produzido um relatório analítico,
detalhando as vias que os mais pobres criadores de animais podem participar nos
mercados e as implicações políticas destas escolhas e actividades. Além disto, foi
recrutado um funcionário de comunicações para o projecto.
391.
Algumas das actividades planeadas para execução em 2010 incluem:
i.
Facilitação de acordos e de logística para a criação de uma unidade da
pecuária e pastoral na IGAD;
ii. Fortalecer o perfil da pecuária na afectação dos recursos nacionais
através do PRSP e do processo da CAADP;
iii. Encorajar os Estados Membros a acordar sobre os níveis aceitáveis de
risco com respeito a circulação do gado e dos produtos da pecuária em
apoio a integração económica regional;
iv. Assistir os Estados Membros na incorporação de respostas de emergência
nos planos nacionais de desenvolvimento; e
v. Implementar formação sobre a pecuária e respectivos meios de
subsistência em todos os Estados Membros e sobre o género e a pecuária
na Etiópia, Somália, Sudão e Uganda.
392. Também se deseja que os centros de informação no Secretariado da IGAD e na
Somália sejam criados no decurso do ano bem como a assistência a este ultimo, através
124
de grupos de trabalhos dos intervenientes, a formular a posição sobre as prioridades do
desenvolvimento da pecuária.
•
Programa de fertilizantes e de contribuições
393. Os fertilizantes são a componente tecnológica necessária para acelerar e sustentar
a produção agrícola seja onde for no Mundo e muito particularmente na Região da IGAD.
Os actuais níveis de aplicação de fertilizantes são baixos e a maioria dos fertilizantes são
importados de fora da Região. Há um limitado fluxo de informações na Região
relativamente aos mercados de fertilizantes e os constrangimentos para o comércio intraregional de fertilizantes.
394. Como primeiro passo para tratar das questões ligadas aos fertilizantes na Região, a
IGAD procura formular uma política regional comum de acordo com a Declaração do
NEPAD/UA da Cimeira sobre Fertilizantes, realizada em Abuja, Nigéria em Junho de 2006.
395. Esforços para mobilização de recursos irão continuar em 2010, enquanto se espera
a operacionalização das Facilidades Africanas de Fertilizantes do BAD.
•
Participação na fixação de estandartes
396. A IGAD, conjuntamente com as outras Comunidades Económicas Regionais
Africanas (CERs) apoiou os esforços da Bureau Inter-africano para Recursos Animais da
UA (UA/IBAR) para aceder ao financiamento intra ACP. O financiamento apoiará um
projecto continental de promoção da efectiva participação das Nações Africanas nas
organizações de fixação de estandartes que afectam as exportações dos produtos
africanos da pecuária, cereais e produtos animais. O Acordo de financiamento no
montante de 3.35 milhões de euros foi assinado entre o UA/IBAR, comissão europeia e o
Secretariado da ACP em Setembro de 2007 e o projecto tornou-se operacional em Maio
de 2008. O fim do Projecto está previsto para Dezembro de 2011.
397. Na sequência da nova política da UA para implementar projectos através das CERs,
os organismos regionais têm assinado Memoranda de Entendimento com UA/IBAR para
implementação do projecto de Participação das Nações Africanas nas Organizações de
Fixação de Estandartes (PANSPSO). A IIGAD e o UA/IBAR assinaram o MoU em Dezembro
de 2009 e a implementação deverá iniciar nos princípios de 2010 com um desembolso
inicial de 110 mil euros.
398.
Algumas actividades planeadas para serem desenvolvidas em 2010 incluem:
•
•
•
•
•
•
Introdução do Projecto PANSPSO aos Estados Membros;
Criação e apoio aos Comités Nacionais do SPS;
Ministrar formação aos formadores sobre as questões do SPS;
Apoio aos Estados Membros para participação nas reuniões do SPS; e
Solicitação do estatuto de observador da IGAD no Comité SPS da OIC.
Exportação do gado
125
399. AU/IBAR, conjuntamente com a FAO, está implementando o Projecto de
Certificado do Gado da Somália (SOLICEP) financiado pela EC. Embora seja um projecto
nacional, o SOLICEP tem implicações para exportação de gado dos Países vizinhos do
Djibuti, Etiópia e Quénia. Por isto, a FAO e o IBAR procuraram a colaboração da IGAD para
tratar os aspectos regionais do SOLICEP, incluindo fomentar interacções favoráveis entre
a região da IGAD e os Países importadores de gado do Conselho de Cooperação do Golfo
(GCC). Para o efeito, FAO colocou a disposição, no Secretariado da IGAD, um Perito em
comercialização de gado em Dezembro de 2009 para actualizar o papel regional do
projecto.
400.
•
Algumas das actividades planeadas desenvolver em 2010 incluem:
i.
Identificar os intervenientes/jogadores chaves no comércio do gado entre a
região da IGADI e os Países do GCC;
ii.
Identificar a procura dos importadores de gado;
iii.
Facilitar o diálogo entre importadores, exportadores e outros intervenientes;
e
iv.
Introduzir um novo certificado modelo/abordagem
Programa Regional de Segurança alimentar para a África Austral e Oriental
401. Sob as disposições do Acordo UE/ACP de Cotonou de 2003, a Programação
Regional do Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED) para a África Austral e Oriental
(ESA) foi tomada como um esforço conjunto das quatro organizações regionais de
integração, nomeadamente: Mercado comum da África Austral e Oriental (COMESA),
comissão do Oceano Pacífico (OIC), Comunidade da África Oriental e a IGAD.
402. A implementação da 9.ª FED – Programa Indicativo Regional, com um orçamento
indicativo no montante de 223 milhões de euros tornou-se efectiva nos princípios de
2003 com a criação do Secretariado do Comité Inter-regional de coordenação (IRCC),
baseada no Secretariado do COMESA em Lusaka.
403. Através de programação conjunta sob o IRCC, a IGAD foi escolhida para ser a
organização regional líder na formulação e implementação do Programa Regional de
Segurança alimentar e Gestão dos riscos (REFORM). O Acordo de financiamento para o
Projecto REFORM no valor de 10 milhões de euros foi assinado em Maio de 2007.
404. O Projecto está subdividido em três componentes: Protecção social, Gestão de
Risco de Desastre e Associações Transfronteiriças de Comerciantes. As duas últimas
componentes são implementadas respectivamente pela Divisão de Paz e Segurança da
IGAD e pelo COMESA. Na sequência da assinatura do Acordo de Contribuição entre o
COMESA e a CE, a soma de 2.366 milhões de euros foi transferida para o COMESA para
implementar a componente CBTA. A completa implementação deste programa de cinco
anos iniciou em Janeiro de 2008.
126
405. Uma das principais actividades desenvolvida com êxito este ano foi a realização do
Segundo comité Técnico consultivo da componente Protecção Social (SP), em Adama,
Etiópia para definir actividades para o Segundo Programa Estimativo (PE 2). Por
conseguinte o PE 2 foi elaborado e, ao mesmo tempo, diversos funcionários nacionais da
SP foram patrocinados para participar num workshop de formação de duas semanas na
África do Sul.
406.
Em 2010, algumas das actividades planeadas incluem:
i
ii
iii
iv
Concepção de um Mecanismo de Desenvolvimento Social da IGAD;
Apoio a Plataforma Nacional de Protecção Social do Djibuti;
Apoio a revisão do Mecanismo da Política de Bem-estar da Etiópia;
Promoção/popularização da Estratégia e Política de Protecção Social do
Quénia;
v Apoio a formulação da Política de Protecção Social do Uganda;
vi Apoio a criação da Plataforma Sub-nacional do SP no Sudão;
vii Apoio a formação de curto prazo sobre SP, incluindo visitas orientadas;
viii Realização da terceira e quarta reuniões do SP TAC; e
ix Criação de uma rede regional de investigadores de terras secas para
agricultura.
407. As componentes DRM e CBTA do Projecto REFORM estão vinculadas a Divisão da
Paz e Segurança e ao Secretariado do COMESA, respectivamente.
408. Relativamente ao alerta prévio, a mobilização de recursos será objecto de acções
conjuntas com o PAM depois da assinatura de um MoU de cooperação entre a IGAD e o
PAM em Janeiro de 2010.
4.5.2.4 ACTIVIDADES SOBRE REFORÇO DE CAPACIDADE
409. As actividades sobre o reforço de capacidade é outro desafio da IGAD. Isto inclui a
identificação das necessidades de formação, concepção de conceitos de formação,
mobilização de fundos, organização, condução ou facilitação de workshops que cobram
todas as áreas de actividades da IGAD, incluindo temas específicos como informação de
gestão, género e processo de mediação.
410. Ao longo dos anos, o Secretariado adquiriu e ganhou particular experiência na
condução e facilitação de processos e workshops para elaboração de conceitos,
estratégias, políticas e programas. Estas capacidades oferecem um grande potencial para
a optimização de tais processos e para transferência destas experiências aos profissionais
chaves nos Países Membros da IGAD.
411. O Secretariado da IGAD joga um crescente importante papel no fortalecimento
dos esforços para a coordenação regional e trabalho rumo a posições comuns dos Estados
Membros em vários fora, reuniões e conferências, regionais ou internacionais.
127
4.5.2.5 COMÉRCIO E MARKETING
412. Sobre o comércio, a IGAD trabalhou de mãos dadas com o COMESA para promover
programas comuns e mútuos para evitar duplicação de esforços e de recursos. Isto inclui
a ZCL, negociações da OIC e Acordos de Parcerias Económicas (EPA). IGAD e COMESA têm
um MoU que está complementando um e outro sobre as questões do comércio mas, com a
recente Cimeira Tripartida entre COMESA, SADC e EAC, realizada em Campala, de 18 a 22
de Outubro de 2008, é de grande importância que a IGAD reveja os programas com o
COMESA de forma a harmonizá-las e compatibilizá-las com o seu MoU e definir um ponto
de entrada na Tripartida.
413. No domínio do comércio e de políticas macro económicas, uma reunião sobre o
Plano Mínimo de Integração (MIP), realizada em Adis Abeba de 5 a 7 de Novembro,
acordou que a realização de um estudo para produzir um roteiro que conduz ao
desenvolvimento da Zona de Comércio Livre estava no topo das prioridades e requer
urgente intervenção para atingir o definido e mínimo nível de integração regional. Isto é
para ser feito através da elaboração e implementação de políticas e programas
necessários para entrincheirar IGAD enquanto bloco na Comunidade Económica Africana.
414. Às questões relativas ao comércio é dada grande importância na promoção da
integração económica na Região, especialmente depois das directivas dadas pela
Assembleia da IGAD em Junho de 2008. Por conseguinte, a IGAD deseja criar uma ZCL
num futuro próximo sem reinventar protelações na Região e tomando em consideração o
princípio de geometria variável.
415. Sobre o marketing, IGAD criou na internet um sistema de informação sobre
marketing para cereais e gado, websites e redes de referências nos Estados Membros.
4.5.2.6 TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES
416. IGAD através da colaboração com a Comissão Económica para África (CEA) para o
escritório Sub-regional de Kigali, concluiu um estudo para desenvolver estratégias para
transporte, tecnologia de comunicações (TIC) e indústria na Região. O Consultor
preparou um projecto de Relatório o qual foi revisto pelos Peritos dos Estados Membros
da IGAD durante um workshop regional que teve lugar em Adis Abeba em Novembro de
2008. As estratégias foram validadas pelos Estados Membros e as recomendações foram
adoptadas.
4.5.2.7 PROGRAMA DE APOIO AS TIC REGIONAL (RICTSP)
417. O Programa Regional de Apoio a Informação, Comunicações e Tecnologia (RICTSP)
está inserido no Sector focal de Transporte e Comunicações. O Acordo de financiamento
teve início em 18 de Maio de 2004 e termina em Junho de 2011. Actualmente, o RICTSP
está concluído e o Programa está agora encerrado.
418. O Programa Regional de Apoio as TICs pretende contribuir para os objectivos
gerais do processo regional da integração, tal como definido no ESA e RIP, fornecendo um
128
efectivo e eficiente ambiente para funcionamento das TICs,, cujo impacto é o de reduzir os
custos dos negócios, proporcionar novas oportunidades para actividades económicas,
especialmente nos sectores dos serviços e melhorar os prospectos do crescimento
económico e a redução da pobreza. O objectivo do programa foi o de atingir a redução na
linha digital, removendo alguns constrangimentos ao uso da informação e comunicações
tecnológicas, incluindo os relativos ao ambiente de regulação, pobres infra-estruturas de
comunicações e pobre acesso a informação útil aos empresários e baixa formação.
419. Os intervenientes e Países beneficiários deste Programa de Apoio foram Djibuti,
Eritreia, Etiópia, Somália e Sudão.
4.5.2.8 INFRA-ESTRUTURA
420. IGAD procura, de igual modo, as necessidades para reforçar as suas actividades no
desenvolvimento da infra-estrutura de forma a promover a integração regional. IGAD
jogou um papel de advocacia para apoiar os Estados Membros na melhoria de infraestruturas de interligação entre os seus Países Membros., por exemplo estrada/caminhode-ferro Djibuti-Adis Abeba. IGAD está agora acompanhando a implementação do
Corredor Isiolo-Moyale que liga Quénia e Etiópia com financiamento do BAD e da CE.
421. IGAD está defendendo Centros transfronteiriços de electricidade para aumentar o
acesso à electricidade na Região. Por exemplo: Etiópia tem um enorme potencial de água
para energia hidroeléctrica. Já existe partilha de energia entre o Quénia e o Uganda.
Diversos Acordos foram celebrados sobre a ligação eléctrica entre o Uganda e o Sudão e
Eritreia e Sudão.
422.
IGAD está também jogando o seguinte papel:
•
•
•
Facilitação entre os Estados Membros da IGAD;
Advocacia e corredores entre os Estados Membros da IGAD;
Coordenação entre os Estados Membros da IGAD.
423. Progressos foram registados agora no quadro da Iniciativa do corno de África
(HOAI), segunda Missão conjunta de Avaliação (JAM11) realizada de 12 a 15 de Maio de
2009 em Mombassa, Quénia. Os Peritos acordaram sobre propostas concretas de
projectos prioritários na área dos transportes e interligação eléctrica. Foram propostos
quatro corredores de estrada com um custo de 1267 milhões de euros: Sudão-Quénia
(360 milhões de euros), Quénia-Etiópia (372 milhões de euros), Sudão-Uganda (385
milhões de euros) e Corredor Berbera, Etiópia-Somália (150 milhões de euros. Dado que
a interligação eléctrica está relacionada, foram identificados quatro projectos prioritários
de energia com um custo de 2389 milhões de euros: Sudão (Juba)-Uganda (Karuma) (207
milhões de euros, Sudão-Eritreia (154 milhões de euros), Etiópia-Quénia (797 milhões de
euros, Etiópia-Sudão-Egipto (1231 milhões de euros).
129
424. Além disto, um programa suplementar de facilitação do transporte de 20-25
milhões de euros. Duas ligações de caminho-de-ferro foram também propostas (UgandaSudão e Djibuti-Etiópia mas não com a mesma prioridade.
4.5.2.9 PAZ E SEGURANÇA
425. IGAD tomou profundo conhecimento dos processos de paz no Sudão e na Somália
para levar a paz e estabilidade à Região. No Sudão, a iniciativa de processo de paz da IGAD
culminou com a assinatura do Acordo Abrangente de Paz (CPA) em 2005. Os Estados
Membros da IGAD também designaram um Enviado Especial para seguir a
implementação do Acordo com residência em Cartum. Como parte dos seus continuados
esforços para levar a paz e estabilidade e assegurar a regular implementação do CPA, os
Chefes de Estado da IGAD, na sua 14.ª Cimeira Extraordinária, realizada em 9 de Março de
2010 em Nairobi, instruíram o Secretariado para estabelecer um Escritório de Ligação em
Juba de forma a acompanhar de perto a implementação do CPA e também assistir o
Governo do Sudeste Sudão nesta matéria. O Escritório de Ligação foi até Setembro de
2010 criado e está operacional em Juba, Sudeste do Sudão.
426. Relativamente a Somália, IGAD também criou um Escritório de Facilitação da Paz
com sede em Adis Abeba, Etiópia para apoiar os esforços para levar a paz à Somália.
Construído nas suas experiências nos processos de mediação para a paz na Região, IGAD
está actualmente iniciando um processo que conduzirá a institucionalização dos esforços
de mediação para a paz na Região.
Democracia, Governação e Direitos do Homem
427. Considerando a sua contribuição para a paz, segurança e estabilidade na Região, o
Secretariado da IGAD decidiu dar um passo no seu envolvimento nas questões da
Democracia, Governação, Eleições e direitos do Homem e criou um Programa de
Assuntos Políticos vinculada a Divisão de Paz e Segurança.
428. O objectivo principal do programa é o de contribuir para a paz e segurança,
assistindo os Estados Membros na adopção e implementação das existentes convenções,
protocolos e cartas sobre a democracia, boa governação, eleições e direitos do Homem.
429. Neste sentido, a 8.ª Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da IGAD,
realizada em 23 de Novembro de 2000, estando convencida da importância do papel que
os Parlamentos dos Estados Membros da IGAD poderiam jogar nos domínios da
estabilidade política e desenvolvimento, decidiu criar a União Inter-parlamentar da
IGAD, a qual é um marco importante do ano de 2009.
430. Relativamente ao engajamento dos Actores não estatais da Região, CSOs/ONGs
contribuíram positivamente para a consumação da paz e desenvolvimento apoiando
mais significativamente os objectives do Mecanismo de Alerta Prévia de Conflitos e de
Resposta (CEWARN). Num esforço reforçado a este respeito, IGAD criou o fórum da
130
sociedade Civil da IGAD e também um Comité Regional consultivo para reunir os mais
vastos engajamentos da Região.
431. Em 2010, IGAD também criou um Centro Regional de Observadores de Eleições e
procedeu a observação de eleições do Sudão em 2010 e no Referendo constitucional do
Quénia em 2010.
432. Outras conquistas foram:
§
§
§
§
§
§
§
§
§
§
§
Criação de um banco de dados sobre o clima, o qual é constantemente
actualizado;
Reforço de capacidade no domínio de processamento de dados,
monitorização do clima e modelação e protecção;
Melhoramento dos equipamentos informáticos do ICPAC aperfeiçoou a
capacidade de modelação e de previsão do clima regional;
Ininterrupta e oportuna produção e disseminação de informações de alerta
prévia;
Reforço da colaboração entre NMHSs dos Países participantes,
especialmente na área de troca de dados;
Colaboração entre ICPAC e os Centros Regionais de diagnóstico foi
reforçada, especialmente no que respeita a modelação do clima e as
capacidades de previsão;
Workshops de reforço de capacidade, reforço de capacidade dos utentes e
fora de observação climática foram realizados com êxito;
Reforço das capacidades do NMHSs em modelação estatística para
diagnóstico e previsão;
Melhoramento de equipamento informático do NMHSs;
Colaboração estreita entre cientistas do clima e utentes das informações
climáticas foi promovida;
Foram iniciados projectos-piloto de aplicação com alguns utentes sectoriais.
4.5.2.10 PROGRAMA REGIONAL DE PARCERIAS CONTRA HIV/SIDA DA
IGAD (IRAPP)
433. A Região da IGAD está entre as áreas fortemente atingidas pelo HIV e SIDA
epidémica e os Estados Membros conceberam estratégias nacionais e programas de
controlo do HIV e do SIDA para combater o alastramento da epidemia. Baseado nas
evidências geradas pelo exercício cartográfico, realizado em 2005/2006 e motivado pela
partilhada predisposição de desenvolver uma colaboração inter estatal para lutar contra
as epidemias e tratar das necessidades do HIV e do SIDA das populações
transfronteiriças (CBMPs) no corno de África, o comité Ministerial da Saúde, HIV e SIDA
da IGAD croiu o seu Programa Regional de Parceria contra HIV e SIDA (IRAPP) em 2007.
Para iniciar o projecto de 4 anos, foi assegurado o montante de USD 15 milhões do
Fundo Catalítico Africano de Crescimento (ACGF) do Reino Unido, o qual é gerido pelo
Banco Mundial que possui uma extensa experiência nos Programas Multissectoriais do
131
HIV e SIDA aos níveis nacional, regional e internacional. O Programa foi lançado em
Janeiro de 2008 e ao mesmo tempo foi criado o Projecto de Escritório de facilitação
(PFO) da IRAPP em Campala, Uganda.
434. Actividades desenvolvidas durante 2009 sob os sectores referidos são as
seguintes:
i
Seguimento com a UNHCR da implementação do IRAPP em campos
seleccionados de refugiados;
ii
Harmonização dos protocolos/procedimentos relativos ao HIV/SIDA para a
Região da IGAD;
iii
Elaboração de um Plano Estratégico Regional de Saúde de cinco anos para
populações transfronteiriças e não sedentárias;
iv
Realização de reuniões do Comité Consultivo e Ministeriais do IRAPP;
v
Elaboração das directivas de comunicação da advocacia da IGAD/IRAPP; e
vi
Mobilização de recursos adicionais para o IRAPP e outras doenças conexas.
4.5.2.11 APOIO
AOS
REFUGIADOS,
IDPS,
RETORNADOS
CIRCUNJACENTES NAS COMUNIDADES HOSPEDES E
POPULAÇÕES TRANSFRONTEIRIÇAS E NÃO SEDENTÁRIAS
E
AS
435. O objectivo desta componente é o de adaptar as intervenções á dimensão e
características geográficas das áreas onde se encontram os refugiados, IDPs, retornados e
circunjacentes nas comunidades hóspedes bem como das populações transfronteiriças e
não sedentárias. Esta componente incluirá duas subcomponentes: (a) Refugiados, IDPs,
retornados e populações circunjacentes; (b) Populações transfronteiriças e não
sedentárias (CBMPs).
436.
Durante 2008, as conquistas da componente 1 (a) do Projecto incluem:
i
A aprovação pelo Banco Mundial e a assinatura do Acordo/contrato de
implementação entre a IGAD e UNHCR para permitir a IGAD transferir fundos
da componente 1 (a) para UNHCR. O fundo será desembolsado logo que
possível.
ii
O questionário a usar para recolher informações de base dos campos
seleccionados de refugiados e de IDPs foi concluído e a recolha de dados
demográficos pelo UNHCR nos campos seleccionados de refugiados/IDPs foi
promovida durante o ano. Além disto, houve comunicações com o UNHCR
para actualizar os Planos Nacionais de Acção para os refugiados.
Componente 1(b):
132
i.
Um estojo de ferramentas para avaliação Rápida nas terras quentes foi
concebido e aprovado pelo Banco Mundial e distribuído para
implementação a todos os Países Membros da IGAD;
ii.
Os trabalhos de campo foram concluídos no Sudão e no Djibuti e o Projecto
de Escritório de Facilitação (PFO) estão aguardando os respectivos
Relatórios finais;
iii.
Os critérios nacionais para selecção de Parcerias foram definidos no Quénia.
O MoU do Quénia foi assinado por ambos Parceiros e até então estão
aguardando para receber os seus fundos;
iv.
Os Estados Membros, Djibuti, Etiópia, Sudão e Uganda receberam fundos
para implementação das actividades dos Projectos nacionais;
v.
Durante 2008, as actividades dos Projectos nacionais foram lançadas no
Uganda, Etiópia e Sudão.
4.5.2.12 MECANISMOS DE COORDENAÇÃO COM OUTRAS COMUNIDADES
ECONÓMICAS REGIONAIS
437. IGAD é Membro do Comité Inter-Regional de Coordenação (IRCC) para coordenação
dos mecanismos com outros grupos económicos regionais, nomeadamente: COMESA,
EAC, IOC e SADC com financiamento do FED. O papel do IRCC é o de assegurar toda a
coordenação e monitorização da implementação do Programa Regional Indicativo pelas
Organizações Regionais da África Austral e Oriental sob a direcção dos seus respectivos
Chefes de executivos dos RIOs na qualidade de Funcionários Regionais Autorizados
(RAO). Com apoio do Projecto de Apoio do IRCC, este organismo iniciou, no quadro do
10º FED AAP/2010, com sucesso a implementação do 9.º FED da EU dos Projectos e
Programas. O IRCC alargou o seu mandato para incluir outros domínios sobre:
coordenação efectiva do SIDA, tutelar das questões emergentes sobre a 10.ª Região da
ESA.
4.5.2.13 RACIONALIZAÇÃO COM COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS
(CERS)
438. O Secretariado da IGAD esteve envolvido no processo de racionalização com
outras CERs. Durante a última reunião dos órgãos de política da IGAD, o Secretariado fez
um resumo dos debates em curso sobre a racionalização das Comunidades Económicas
Regionais (CERs) no quadro do Mecanismo de cooperação UA/CEA/CERs. Na sequência
dos resultados da reunião, o Secretariado foi instruído pelo Conselho de Ministros da
IGAD para “ Segui de perto a racionalização em curso das CERs em África para assegurar
que a IGAD permaneça sendo uma CER, tal como definido pelo Tratado de Abuja e pelo
Acto Constitutivo da UA”.
439. Para o efeito, o Secretariado preparou um documento “Posição da IGAD”, o qual foi
apresentado a Reunião dos Peritos sobre a Racionalização das CERs, em Lusaka, Zâmbia
133
para a Região do ESA e também a Reunião Ministerial da UA/CERs, em Ouagadougou,
Burkina Faso sobre a Racionalização das CERS.
4.5.2.14 LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESOAS
440. Relativamente a livre circulação de pessoas, foi formulada uma proposta sobre
gestão do fluxo migratório e de reforço de capacidades. A colaboração IGAD-IOM sobre a
migração foi iniciada e um Centro de Expedientes sobre a Migração foi instalado no
Secretariado da IGAD. Posteriormente, esta actividade será desenvolvida no quadro do
proposto Programa MIP FTA na Região da IGAD.
4.5.2.16 LIVRE CIRCULAÇÃO DE BENS, SERVIÇOS E DE CAPITAL
441. Um estudo sobre a harmonização de códigos de investimento na Região da IGAD
foi iniciado. No geral, a livre circulação de pessoas, bens, serviços e de capital será
avaliada no quadro da ZCL.
4.5.3 REALIZAÇÕES
442.
A Tabela seguinte sublinha as realizações da IGAD:
IGAD EM MAIO DE 2009
Mecanismo do Sistema do
Alerta Prévio de Conflitos
O CEWARN concebeu uma
estratégia para cinco anos
(2007-2011) no sentido de
permiti-lo desempenhar o
seu papel enquanto um
mecanismo
sub-regional
efectivo e sustentado para
Alerta Prévio de Conflitos e
de Resposta rápida.
REALIZAÇÕES DA IGAD
•
Algumas áreas foram avaliadas e aumentaram
áreas sob monitorização. O mandato do
Mecanismo do alerta Prévio deverá ser ampliado
de forma a cobrir todos os Estados Membros.
•
Realização de estudo e de workshop para
identificar problemas do actual fluxo da cadeia de
mercados e recomendar subsequentes mais-valias
de produtos das ASALs. O objectivo é o de expandir
o Mercado dos produtos com mais-valia local de
forma a criar riqueza e aumentar os meios de
subsistência. Isto é considerado viável tanto ao
nível nacional como regional, especialmente a luz
do renovado interesse internacional nos produtos
naturais e na promoção de empresas biológicas.
•
Procurar a incorporação das questões sobre
recursos naturais nos comités bilaterais dos
decisores políticos, os quais tratam separadamente
dos problemas da segurança. Convencidos de que a
134
maioria dos conflitos emerge do uso dos recursos
naturais, particularmente nas áreas fronteiriças, a
IGAD deverá promover actividades e identificar
áreas com recursos transfronteiriços para
demonstrar a interdependência das questões de
segurança e dos recursos naturais.
Ambiente
Estado da implementação do
projecto de captação da água
no Quénia, Uganda e Sudão
onde água poderá ser usada
nos períodos de seca para
fortalecer
a
segurança
alimentar. Programas estão
actualmente
sendo
concebidos
para
infraestruturas
de
armazenamento de alimentos
para fortalecer a segurança
alimentar.
•
Preparação dos materiais de sensibilização e de
resumo de políticas sobre as constatações e as
lições tiradas da excursão dos MPs. Isto será
fundamentado pelo novo tema e apresentado para
ratificação pelo conselho de Ministros. Os
materiais foram preparados em formato digital e
em papéis e um filme foi também rodado.
Neste ano de 2010, a IGAD e IUCN organizarão a
Conferência Bienal dos directores de Finanças e de
Conservação em Entebe, Uganda. Além disto, um
estudo foi encomendado sobre a contribuição dos
ASALs as economias nacionais, o qual apoiará as
decisões do governo para investimento nestas terras.
O Relatório estará concluído no final de de 2010.
•
O Plano Mínimo de Integração da IGAD bem como
o roteiro da ZCL foram aprovados pelo Conselho
de Ministros.
•
Um estudo sobre a viabilidade do PIMA será
efectuado em tempo oportuno.
e
•
As Estratégias foram validadas pelos Estados
Membros.
Um estudo para elaborar
uma estratégia regional
para
transporte
e
tecnologias
de
informação
e
telecomunicações (TICs)
e indústrias na Região. O
Consultor preparou um
projecto de Relatório, o
qual foi revisto pelos
Peritos dos Estados
•
As Recomendações foram adoptadas pelo Conselho
de Ministros da IGAD
Estado do MIP da IGAD
Transporte
Telecomunicações
135
Membros
da
IGAD
durante o workshop,
realizado em Adis Abeba
Programa Regional de
Apoio as TICs (RICTSP)
•
O Programa Regional de Apoio às Tecnologias de
Informação e Telecomunicações da IGAD está
concluído
•
O segundo Programa Estimativo de Apoio às
Tecnologias de Informação e Telecomunicações
terminou em 17 de Maio de 2009
•
Os fundos adicionais solicitados em Janeiro não
foram viabilizados até Abril. Contudo, o problema
foi resolvido e o projecto foi concluído tal como
planeado.
Estado do RICTSP?
Programa Regional de
Apoio às Tecnologias de
Informação
e
Telecomunicações
(RICTSO) está inserido
no Sector Focal para
Transporte
e
Comunicações. O Acordo
de financiamento entrou
em vigor em 18 de Maio
de 2004 e terminará em
30 de Junho de 2011. A
fase de implementação
operacional
terminará
em 30 de Junho de 2009.
IGAD tem defendido a
infra-estrutura na Região
IGAD está também desempenhando o seguinte papel:
•
Facilitação entre os Estados Membros;
•
Advocacia e corredores entre os Estados Membros;
•
Coordenação entre os Estados Membros.
Realizações sob a Iniciativa do Corno de África (HOA). A
segunda reunião de Avaliação conjunta (JAM11) realizouse de 12 a 15 de Maio de 2009 em Mombassa, Quénia. Os
Peritos acordaram sobre as propostas de projectos
concretos no domínio da interligação dos transportes.
Quatro corredores prioritários foram propostos com
custo de 1267 milhões de euros: Sudão-Quénia (360
milhões de euros), Quénia–Etiópia (372 milhões de
euros), Sudão-Uganda (385 milhões de euros) Corredor
Berbera, Etiópia-Somália (150 milhões de euros)
•
Para complementar, o Programa de facilitação dos
136
transportes, foram propostas duas ligações de
caminho-de-ferro de 25 milhões de euros (UgandaSudão e Djibuti-Etiópia) mas não com a mesma
prioridade.
Paz e Segurança
Situação da paz
segurança na Região
•
Num esforço para assegurar a paz e
estabilidade na Região, IGAD tem
reforçado as suas actividades nas áreas
das quatro direcções estratégicas. A
primeira é a do Alerta Prévio, o qual
atingiu a maioria de Estados Membros
em conflitos nas áreas pastorais como
no enclave de Karamojda. Está prevista
uma avaliação a médio prazo deste
mecanismo para posterior alargamento
do mandato do Mecanismo de Alerta
Prévio para cobrir outras áreas e tipos
de conflitos na Região.
•
A segunda direcção estratégica é a de
reforçar capacidades para a diplomacia
preventiva
através
da
institucionalização dos esforços de
mediação e também de seguimento dos
já assinados acordos de paz na Região
tais como o CPA no Sudão e assistir o
processo de paz na Somália. Para o
efeito, dois escritórios foram instalados,
isto é, o Escritório do Enviado Especial
da IGAD em Cartum e o Escritório de
Facilitação da Paz na Somália em Adis
Abeba. Outros esforços para reforço de
capacidades foram consentidos no
Secretariado para criação no futuro de
uma Unidade de Apoio a Mediação.
•
Em terceiro lugar, a IGAD está
consentindo esforço para transformar o
actual programa de reforço de
capacidade contra o terrorismo num
programa abrangente do sector de
segurança e o estudo neste sentido está
concluído.
•
A quarta direcção estratégica destina-se
a tratar das questões transversais como
e
137
o género e ambiente com vista a
abranger as questões de paz e segurança
e esforços estão sendo desenvolvidos
para o efeito.
Mecanismos
de
coordenação com outras
Comunidades
Económicas Regionais
IGAD é Membro do
Comité
Regional
de
Coordenação (IRCC) que
trata da coordenação dos
mecanismos
de
coordenação com outras
Comunidades
Económicas Regionais,
nomeadamente COMESA,
EAC, OIC e a SADC com
financiamento do FED.
Actualmente a IGAD
preside o IRCC
•
Reforço da coordenação e colaboração
entre a IGAD e a UA, entre IGAD e
EAC/COMESA na área do CPMR.
•
Um perito em ST, de nacionalidade
alemã, foi recrutado em Setembro de
2009 para conceber o sistema CPMR
M&E. A metodologia inicial de recolha
de informações sobre cada componente
do CPMR abandonada e no seu lugar foi
adoptada uma abordagem colectiva de
participação. IGAD, EAC, COMESA, IRCC,
ECD Lusaca e dois Peritos M&E do
COMESA participaram num workshop
de validação de 19 a 20 de Setembro de
2009, realizado em Lusaca.
Reuniões do Comité Inter-regional de Coordenação
(IRCC)
Em 2009, o Secretário Executivo da IGAD assumiu a
Presidência do Comité Inter-regional de Coordenação
(IRCC) que reuniu os Chefes dos Executivos da IGAD, EAC,
COMESA e da IOC.
•
Em Setembro, o Secretariado do
IRCC, albergado pelo COMESA em
Lusaca, organizou uma reunião de alto
nível dos Ministros e de Funcionários
Autorizados Nacionais dos Estados
Membros do COMESA, EAC, IGAD e IOC,
seus Chefes de Executivos e um Alto
Funcionário da Comissão Europeia.
•
A reunião realizou-se em Lusaca,
Zâmbia de 14 a 15 de Setembro de
138
2009 sob o tema “Fortalecer o
desempenho da Agenda de Integração
Regional da ESA-IO”. Ela produziu uma
Declaração que trata de questões
actuais, tais como:
Situação
da
livre
circulação
de
bens,
serviços e de capital
•
Aprofundamento
regional;
da
integração
•
Ajuda ao comércio e a integração
regional;
•
Paz e segurança;
•
Estratégia
Conjunta
Europeia (JAES).
•
Esta actividade será desenvolvida sob o
proposto Plano Mínimo de Integração
da Região/Programa de Zona de
Comércio Livre.
África-União
Fonte: Comissão da União Africana
4.5.4 DESAFIOS
443. Devido a insuficiência tecnológica na agricultura, a agricultura na Região continua
sendo um desafio. Há necessidade de criar um sistema de mecanização que poderá
resultar numa suficiente produção agrícola. A falta de infra-estruturas adequadas, de
condições próprias de armazenamento de produtos continua sendo um desafio sobre o
qual a Região da IGAD deve trabalhar. A curto prazo, a IGAD poderá desenvolver alguma
capacidade de Mercado, fazendo com que os produtos produzidos sejam imediatamente
vendidos. Contudo, há necessidade de criar condições de armazenamento de forma a
possuir mecanismos seguros na Região.
444. IGAD está igualmente enfrentando o desafio da falta de emprego na Região. A
população rural desloca-se para áreas urbanas em busca de oportunidades de emprego.
Há necessidade de estender a educação às Áreas rurais e criar conhecimentos no campo
de forma a encorajar a educação escolar.
445. Doenças, tais como a malária e HIV/SIDA também representam um grande desafio
para a Região.
446. Há necessidade da Região banir conflitos tais como o da Etiópia e a Eritreia. Os
conflitos descarrilam o crescimento económico e, por isto, impõe-se a necessidade da
139
IGAD, conjuntamente com a UA, acelerar as iniciativas de paz de forma a desenvolver a
Região.
447.
Dado que Membros da Região da IGAD também pertencem ao COMESA, há
necessidade de coerência e de evitar a duplicação para que a Região se integre. Os
programas que estão sendo desenvolvidos pelo COMESA deverão o ser em paralelo com
os da Região da IGAD e isto impõe a ambas CERs a partilha das suas informações e
actualizarem-se nas actividades diárias. Há também ausência de instrumento legal para
promoção da mobilidade das pessoas na Região da IGAD.
448. IGAD deu passos largos enquanto CER e até tem um futuro brilhante pois existe
uma variedade de desafios nos Estados Membros, os quais continuam a exigir o papel de
mediação da IGAD para impulsionar os seus interesses rumo a preconizada Comunidade
Económica Africana (CEA). Dos seis Membros que também são Membros do COMESA,
apenas três integram a ZCL do COMESA (Djibuti, Quénia e Sudão). Contudo, dado que a
IGAD e o COMESA assinaram um MoU isto complementa um ao outro nas questões do
comércio e há necessidade de harmonizar as actividades comerciais e será necessário
acompanhar a aceleração da implementação do MoU. A proposta da ZCL deverá ser
harmonizada com a ZCL Tripartida.
4.5.5 PERSPECTIVAS
449. De forma a impulsionar o processo de integração, as actuais actividades da IGAD
são as seguintes:
i.
IGAD está no processo de criação da sua própria Zona de comércio Livre
(ZCL) bem como de estabelecimento do seu Protocolo sobre a livre
circulação de pessoas na Região da IGAD.
ii.
Na implementação do Plano Mínimo de Integração que desembocará na
criação da ZCL, IGAD preconiza adoptar disposições para a livre
circulação de pessoas, serviços, bens e de capital para implementação
através de um Protocolo. A sua proposta de ZCL também seguirá o
modelo da ZCL existente na Região dada a dualidade de filiação dos seus
Estados Membros de forma a haver coerência e harmonia de todas as
políticas na Região para atingir um ponto de entrada para a ZCL
Tripartida.
iii.
A 12.ª Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da IGAD, reunida
em 14 de Junho de 2008 em Adis Abeba orientou o Secretariado para
proceder a um inventário das conquistas realizadas em termos de
harmonização e de integração regional e para fazer recomendações sobre
as vias a seguir. Também orientou o Secretariado para conceber políticas
e programas de integração regional para tornar a IGAD um bloco basilar
da UA. O Secretariado preparou o projecto do Plano Mínimo de
Integração da IGAD (MIP).
140
4.6 COMUNIDADE DOS ESTADOS DO SAHEL-SAHARIANO (CEN-SAD)
450. A Comunidade dos Estados do Sahel-Sahariano (CEN-SAD) foi criada por Tratado
de 4 de Fevereiro de 1998. Desde Junho de 2008 , ela integra 28 Países que se estendem
do Norte a África Ocidental, Central e Oriental: Benin, Burkina-Faso, República Centroafricana, Comores, Côte d’Ivoire, República do Tchad, Djibuti, Egipto, Eritreia, Gana,
Guiné-Bissau, Guiné, Gâmbia, Quénia, Libéria, Líbia, Mali, Mauritânia, Marrocos, Níger,
Nigéria, São Tomé e Príncipe, Senegal, Sirra Leone, República Democrática da Somália,
Sudão, Togo e Tunísia.
451. CEN-SAD é a maior organização regional Africana em termos dos seus Membros,
população e área. As economias da maioria dos Países da CEN-SAD dependem
essencialmente da agricultura que produz cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB).
Contudo, não obstante a sua importante contribuição para o PIB, o sector carece de
investimentos. Por exemplo, a proporção do orçamento nacional afectada ao sector da
agricultura permanece inferior a 10% na maioria dos Estados Membros, não obstante os
compromissos assumidos tanto ao nível regional e africano. Assim, a agricultura
desenvolvida na Área da CEN-SAD permanece, no geral, excepto na área Norte, pluvial e
dependente dos recursos naturais.
452. O principal parceiro comercial da Região da CEN-SAD é a União Europeia, a qual
absorve 36% das exportações. África contribui com menos de 10% do fluxo comercial da
Comunidade. O comércio inter Comunidade é sensivelmente inferior a 6% (2003), Estes
dados apresentam um quadro do volume de oportunidades de comércio na agricultura,
criação de gado e pescas que precisam ser exploradas e desenvolvidas. Em 2008, a
totalidade de bens comercializados entre os Países da CEN-SAD atingiu mais de USD 3
biliões, representando a não negligenciável percentagem de 7.5 do comércio intraregional.
4.6.1 OBJECTIVOS DA CEN-SAD
453. A sua criação visava atingir os seguintes objectives com referência ao roteiro do
Tratado de Abuja (Junho de 1991).
a)
Criação de uma união económica abrangente, baseada na estratégia
implementada de acordo com os planos de desenvolvimento que seriam
integrados pelos planos nacionais de desenvolvimento dos Estados
Membros. Isto inclui investimentos na agricultura, indústria e nos sectores
social, cultural e de energia.
b)
Eliminação de todos os obstáculos que impedem a unidade dos seus
Membros através da adopção de medidas que garantirão o seguinte:
i.
Facilitação da livre circulação de pessoas, capital e atender aos
interesses dos cidadãos dos Estados Membros;
141
ii.
Liberdade de residência, trabalho, propriedade e de actividade
económica;
iii.
Liberdade de circulação dos produtos nacionais, mercadorias e
serviços;
iv.
Encorajamento do comércio estrangeiro através do
estabelecimento e implementação de políticas de investimento
para os Estados Membros;
v.
Fortalecimento e melhoria do transporte terrestre, aéreo e
marítima e das telecomunicações entre os Estados Membros
através da implementação de projectos conjuntos;
vi.
Consentimento dos Estados Membros da Comunidade em dar
aos cidadãos dos Estados Membros os mesmos direitos e
privilégios conferidos pelas Constituições de cada um dos
Estados Membros;
vii.
Coordenação dos sistemas pedagógicos e de educação nos vários
níveis de ensino e nos domínios cultural, científico e técnico.
4.6.2 ACTIVIDADES E REALIZAÇÕES
4.6.2.1 POLÍTICA, PAZ E SEGURANÇA
454. CEN-SAD tem um alto nível e regular consulta política, na prossecução das
disposições da Carta das Nações Unidas (Capítulo VIII) e do Protocolo que cria o
Conselho de Paz e Segurança que trata das crises prevalecentes através de mecanismos
específicos. Houve concertação e coordenação contra os factores de crises e insegurança.
CEN-SAD cobre 2 Países e ajuda nos conflitos para não interferência. Ela organiza
reuniões sobre a segurança, defesa, dos Chefes do pessoal de defesa, chefes dos
departamentos de segurança externa, Ministros da Justiça de forma a tentar ultrapassar
conjuntamente os problemas, os quais, entre outros estão: transfronteiriços, tráfego de
armas, drogam, tráfego humano e imigração ilegal.
455. Para gerir estes problemas, os Ministros da Defesa reúnem-se todos os anos para
rever e adoptar medidas adequadas. Pontos focais foram instalados em cada País para
resolver os problemas de segurança de forma a agir rapidamente quando os problemas se
instalam. Foi criado o Sistema do Alerta Prévio de forma a evitar conflitos. No caso dos
conflitos no Sudão e no Tchad, CEN-SAD jogo o papel de reunir as duas partes.
455.
CENSAD tem os seguintes Protocolos sobre a Paz
i.
ii.
iii.
Protocolo sobre mecanismos de prevenção e de gestão de conflitos;
Convenção da cooperação sobre assuntos de segurança;
Carta de segurança.
142
4.6.2.2
COMÉRCIO, INTEGRAÇÃO E SOCIAL
456. CEN-SAD lançou o seguinte:
§
O processo de liberalização do comércio de acordo com o Tratado de Abuja, de
3 de Junho de 1991 com assistência técnica e direcção da CEA e do BAD;
§
Processo da livre circulação de pessoas, o qual produziu frutos e promete
fazer mais para facilitar a livre circulação de pessoas na Região;
§
Processo que preconiza melhorar as condições de vida da mulher e das
crianças.
4.6.2.3 DESENVOLVIMENTO RURAL, ÁGUA E CONTROLO DA
DESERTIFICAÇÃO
457. Em Junho de 2007, em Syrte (Líbia), a 9.ª Conferência dos Líderes e Chefes de
Estado da CEN-SAD adoptou, através da Declaração de Rabat, a Estratégia de
desenvolvimento rural e de gestão dos recursos naturais e instruiu o Secretariado-geral a
tomar medidas para a sua implementação. A 16.ª Sessão do conselho Executivo, realizouse em Cotonou (Benin), em Junho de 2008 registou a positiva evolução e recomendou a
implementação do orçamento dos programas de acção:
•
•
•
•
Identificação das potencialidades da agricultura;
Programa Regional de Segurança Alimentar (RFSP/CEN-SAD);
Monografia dos recursos da água na Região da CEN-SAD;
Programa Superfície Verde: Plano de Acção 2008-2010.
458. As principais conquistas do período sob análise estão resumidas como se segue a
luz dos quatro eixos definidos pela Estratégia.
459. Por exemplo, são seguintes os mecanismos de apoio ao desenvolvimento regional
sustentado, diversificado e integrado da agricultura para assegurar a segurança alimentar
e a redução da pobreza:
•
Identificação das potencialidades da agricultura
460. A Região da CEN SAD é caracterizada por uma grande diversidade em termos de
potencial físico para recursos naturais (Terras aráveis, água, floresta) e de capacidade de
produção, as quais podem ser colectiva e racionalmente reforçadas com vista a um
desenvolvimento harmonioso e sustentado. A Região também tem uma experiência
acumulada e lições tiradas das iniciativas para desenvolvimento promovidas pelos
Estados Membros e pelas organizações regionais e internacionais durante décadas.
Relativamente aos objectivos fundamentais da Comunidade ligados a criação de uma
forte e próspera união económica, é indispensável a exploração conjunta destes recursos
e oportunidades e requer uma leitura cartográfica destas potencialidades e análise de
momento em termos de políticas e estratégias, especialmente ao nível regional. Esta
143
análise ajudará a direccionar o investimento nas políticas para agricultura que reforçará
as complementaridades tal como identificadas.
461. Assim, o objectivo da identificação das potencialidades da agricultura da CEN-SAD
é o de conceber uma ferramenta de trabalho que poderá promover a adaptação de
políticas para agricultura nas várias vertentes agro - ecológicas da CEN-SAD. Os termos
de referência projectados por este estudo foram partilhados com outras Comunidades
Económicas Regionais da Região da CEN-SAD e com outras organizações internacionais
regionais. Foram também iniciadas negociações com os Parceiros técnicos e financeiros
(FAO, BAD, IDB e BADEA) com vista a impulsionar o seu envolvimento e contribuição na
sua implementação.
•
Programa Regional de Segurança alimentar (RFSP/CEN-SAD)
462. A primeira fase do Programa Regional de Segurança alimentar da CEN-SAD
iniciou em Janeiro de 2004 em cinco Estados Membros da Comunidade (BurkinaFaso, Mali, Níger, Tchad e Sudão) com um apoio financeiro de USD 9.3 milhões
disponibilizados pela Líbia. Este Programa foi, satisfatoriamente, concluído em Junho
de 2007. A missão final de avaliação do Programa foi efectuada de 3 a 31 de Janeiro
de 2009. Ela registou que os vários actores envolvidos na implementação do
Programa estavam satisfeitos com o desempenho e os resultados e que o Programa
atingiu os seus objectives a um nível apreciável. As realizações de 2010 residem nos
esforços consentidos pela CEN-SAD para mobilizar recursos para a sua
implementação. Ela discutiu com o BADEA em Cartum para ver a possibilidade de
financiamento desta fase. Ficou acordado que os Estados Membros deverão formular
o pedido antes da sua aprovação. 12 Estados Membros estão envolvidos neste
Programa: Burkina-Faso, Mali, Níger, Tchad, e Sudão e outros sete: Benin, República
Centro-africana, Eritreia, Guiné-Bissau, Senegal Sierra Leone e Togo.
463. A segunda fase do Programa está definida e reforçada ao nível nacional, as vitórias
das intervenções do Programa em 12 Países Membros e para criar parcerias técnicas ao
nível da Comunidade. Com um orçamento de USD 29.25 milhões, CEN-SAD pretende
implementar esta fase durante o período de cinco anos.
464. Negociações foram encetadas, especialmente com Bancos de desenvolvimento
(BAD, BADEA, IDB e Fundo Líbio) e a Cooperação italiana para explorar as oportunidades
de financiamento do Projecto.
465. Contudo, para a Região da CEN-SAD contornar a actual crise alimentar que fustiga
as economias e as populações nos seus Estados Membros, os parceiros devem se
comprometer em financiar e garantir a implementação com sucesso deste Programa.
•
Monografia dos recursos da água na Região da CEN-SAD
466. A Monografia dos recursos da água na Região da CEN-SAD foi destinada a reforçar
os conhecimentos sobre os recursos da água com vista a optimizar a planificação e a
144
gestão e impulsionar um desenvolvimento integrado na sub-região da CEN-SAD.
Actualmente, CEN-SAD em colaboração com o BAD, o qual já deu o seu consentimento
para financiar este Projecto, pode fazer o seu lançamento. Foi organizado um workshop
técnico entre Peritos da Facilidade da África Água e do Observatório do Sahel e do Sahara
(OSS) em Fevereiro de 2010 em Tunis para emendar o documento monografado de
acordo com os comentários feitos pelo Comité do Projecto da Facilidade na sua Sessão de
28 de Agosto de 2008. A Carta oficial da Monografia a Facilidade para a nova fase do
processo de financiamento foi submetida em 27 de Abril de 2010. O documento indica
claramente a abordagem, a mais-valia e os elementos da sustentabilidade da intervenção
do Projecto.
467.
As expectativas do Projecto são:
§
Que o conhecimento dos recursos da água seja bem analisado e melhor
valorizado na zona da CEN-SAD;
§
Definição de algumas políticas estratégicas e programas para o
desenvolvimento dos recursos da água na perspectiva de integração
regional;
§
A criação de um mecanismo de adaptação para sustentar a planificação e
o desenvolvimento dos recursos da água na Zona da CEN-SAD;
468. Conversações estão em curso com a Facilidade África Água e a UNESCO
(Programa Hidráulico Internacional) e poderá ajudar a obter pelo menos 70% do
orçamento do projecto, estimado em 1,15 milhões de euros. O Programa Hidráulico
Internacional da UNESCO confirmou o seu apoio científico e financeiro ao Projecto.
•
O Programa Grande Superfície Verde na Sub-região da CEN-SAD
469. A Iniciativa Grande Superfície Verde foi adoptada pela 7.ª Sessão Ordinária da
Conferência dos Líderes e dos Chefes de Estado, realizada em Ouagadougou, em Junho de
2005 para contribuir na promoção dos esforços de controlo da desertificação e do
desenvolvimento sócio económico das zonas degradadas e vulneráveis.
470. Os vários esforços empregues para elaborar o conceito do Programa e
eventualmente ajudado com a adopção do Plano de Acção 2008-2010, o qual será
implementado sob os auspícios da Comissão da União Africana e da CEN-SAD com a
participação do Senegal, OSS e CILSS. Este Plano de acção consolidado com um orçamento
provisional de USD 2.7 milhões propõe as seguintes actividades para os próximos dois
anos:
§
A articulação dos programas de investimento (nacional e regional);
Capitalização das experiências sobre o controlo da desertificação;
§
Preparação de guias individualizadas dos projectos;
145
§
Identificação de áreas prioritárias a serem consideradas ao nível nacional
(Questionários dos Países);
§
Concepção, implementação e monitorização de acções piloto e
§
Criação de estruturas consultivas e lançamento do Programa.
471. Este Plano foi adoptado pelo 16.º Conselho de Cotonou e foi preparado um
Programa de actividades (2008/2009), com custo de USD 0.98 milhões. Nos finais de
2009, CEN-SAD foi contactada pela UA através do Departamento de Economia Rural e
Agricultura para definir um projecto com assistência da FAO a ser submetido a EU para
financiamento ao abrigo da Iniciativa conjunta UA/EU sobre a alimentação em África.
Através da UA o referido documento foi submetido para financiamento aos parceiros de
desenvolvimento e o processo está bem encaminhado. Em Março de 2010, a UA, CEN—
SAD, CILLS e OSS trocaram posições sobre como finalizar a lista dos Estados Membros a
serem envolvidos na primeira fase da Iniciativa Grande Superfície Verde no Sahel.
4.6.2.4 DESENVOLVIMENTO DE INFRA-ESTRUTURA E DE SERVIÇOS
472. A infra-estrutura joga um papel fundamental nos processos de integração,
desenvolvimento e de redução da pobreza. O maior dos desafios com que a CEN-SAD se
confronta é o de da redução da pobreza, a qual, de acordo com algumas constatações
deve-se parcialmente a bem conhecida falta de infra-estruturas.
473. O Plano da Comunidade CEN-SAD encerra uma série de acções relativas aos
transportes, energia, minas e telecomunicações com um único objective de aumentar as
receitas das populações de forma a reduzir e eventualmente a erradicar a pobreza. O
desenvolvimento de infra-estruturas e de serviços tem um papel crucial no
desenvolvimento da Região.
474. Dada a configuração da CEN-SAD, a qual engloba Estados pertencentes a várias
Comunidades Económicas, a visão da CEN-SAD é a de promover a sua integração global
através de programas de acção que constituirão as ligações entre estas diferentes
entidades, ultrapassando os constrangimentos que limitam a integração entre o Norte o e
Sul, por um lado, e entre o Ocidente e o Oriente, por outro lado.
475. Contudo, para que a CEN-SAD ultrapasse os desafios que se apresentam a
integração regional, o Plano deverá ser um elemento unificador dos Planos e Programas
concebidos no contexto de outras Comunidades Económicas Regionais e de alguns
Programas em curso.
476.
O Plano está fundamentalmente direccionado para:
•
Melhoria da planificação e coordenação de acções e investimentos ao nível
regional;
•
Criar novas rotas de trânsito e/ou corredores;
146
•
Manutenção e melhoria da qualidade das infra-estruturas de serviços;
•
Integração e coordenação de políticas bem como a harmonização das leis,
regulamentos e procedimentos;
•
Envolvimento do sector privado no financiamento dos projectos;
•
Troca de informações relativas as boas práticas.
4.6.2.5 SECTOR DOS TRANSPORTES
477. A prioridade seleccionada para o sector dos transportes é a construção de infraestrutura de apoio a integração e redução da pobreza. O objectivo principal é o de
implementar infra-estrutura suficiente, eficiente e integrada para facilitar a integração
regional.
478. Os objectives específicos seleccionados para ultrapassar os desafios de forma a
remover os impedimentos ao processo de integração regional são os seguintes:
i.
ii.
iii.
iv.
v.
Assegurar a extensão e manutenção das redes (corredores);
Melhorar a eficiência operacional dos serviços;
Regulamentar o mercado regional dos transportes;
Promover o uso seguro dos sistemas integrados;
Melhorar a acessibilidade às áreas rurais.
4.6.2.6 SECTOR DE ENERGIA
479. Relativamente a esse sector de importância vital para o desenvolvimento
industrial, a construção de infra-estruturas de apoio ao crescimento e desenvolvimento
se afigura prioritário. O objectivo principal a atingir neste domínio é o de fornecer às
populações energia de confiança e permanente infra-estrutura acessível a todos de forma
a apoiar o crescimento económico e o desenvolvimento industrial. São seguintes os
objectivos para apoiar o desenvolvimento da Região da CEN-SAD: melhoria da confiança e
segurança de fornecimento de energia; promoção de fontes alternativas de energia;
promoção de fontes de energia renovável e assegurar que as populações das áreas rurais
tenham acesso aos serviços de energia.
4.6.2.7 SECTOR DAS MINAS
480. A prioridade neste sector é a de criar uma indústria mineira competitiva num
ambiente saudável com o principal objective de criação de um Mercado regional.
Transformação da Região da CEN-SAD num destino mineiro e garantir um sector mineiro
competitivo são dois objectives específicos a atingir e para contornar os desafios de
forma a remover os constrangimentos que impendem o desenvolvimento rentável das
enormes potencialidades mineiras da Região. Os Ministros das Minas recomendaram a
adopção de um Plano de Acção para o desenvolvimento das minas.
147
481. Na reunião dos Ministros das Minas, realizada de 3 a 4 de Dezembro de 2009, em
Rabat, Marrocos foi analisado o seguinte:
i.
Cooperação nos domínios de produção e distribuição de energia
(Hidrocarbonetos, energias renováveis, interligação de redes eléctricas e
energia de fácil utilização);
ii. Cooperação na área de recursos minerais, comércio de produtos minerais,
legislação mineira, gestão de títulos e registos mineiros e investigação e
desenvolvimento na área das minas);
iii. Cooperação na área de segurança energética e das instalações mineiras e
protecção do ambiente. Neste sentido, os Estados Membros da CEN-SAD
deverão produzir um Memorando para reflectir as suas propostas sobre as
condições de acesso ao Mercado da comunidade e as medidas preferenciais
para promoção comércio dos produtos minerais.
4.6.2.8 SECTOR DAS TICS
482. Relativamente as TICs, a prioridade da CEN-SAD é a de criação de um ambiente
condutivo a redução da diferença digital e de acordo com os compromissos assumidos
pelos Estados Membros durante a Cimeira Mundial da Sociedade Digital. O principal
objectivo no quadro desta prioridade é o de popularizar o uso das TICs entre o povo na
sua vida diária. Os objectivos específicos a serem atingidos são o reforço de capacidade
institucional, transformação e melhoria do acesso as redes de telecomunicações.
4.6.2.9 BANCO DE INVESTIMENTO E COMÉRCIO DO SAHEL SAHARIANO
483. O Banco, órgão da Comunidade CEN-SAD é monitorizado pelo Secretariado-geral é
destinado a apoiar os sectores económicos e sociais dos Estados Membros da CEN-SAD
através de apoio financeiro para assistir os sectores público e privado. Ele opera sob a
autoridade da Assembleia Geral e do Conselho dos Administradores que dirige as
actividades do BSIC para atingir os objectivos específicos acordados pelos Líderes e
Chefes de Estado da comunidade.
4.6.2.10 LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS
484. A livre circulação de pessoas e bens está colocada em primeira linha entre os
objectives essenciais da CEN-SAD. O Parágrafo 2 do Artigo 1.º do Tratado sobre a criação
da Comunidade prevê a remoção de restrições que previnem a retirada dos Estados
Membros através de medidas para assegurar a livre circulação de pessoas, bens, capital e
interesse dos nacionais dos Estados Membros, liberdade de residência, de propriedade e
desempenho económico, liberdade de comércio e de bens, produtos e serviços dos Países
assinantes.
485. Actualmente, os titulares de passaportes diplomáticos estão isentos da obrigação
de visto na Zona da CEN-SAD. Este privilégio será extensivo a estudantes, homens de
negócios, atletas e académicos. As Autoridades Líbias e muitos outros Estados Membros
148
autorizaram os cidadãos da CEN-SAD titulares de passaportes diplomático e de serviço
entrada livre nos seus territórios.
486. CEN-SAD está num processo de elaboração de um Protocolo sobre a livre
circulação, inspirado nos textos em vigor na CEDEAO e por enquanto, foi adoptada uma
medida transitória, isentando os titulares de passaportes diplomáticos e de serviço bem
como os Enviados Especiais dos vistos. De acordo com o Artigo 2.º os que beneficiam da
isenção são:
•
Titulares de passaportes diplomáticos, especiais e de serviço;
•
Membros das Delegações oficiais, titulares de passaporte ordinário cuja
entrada foi objecto de autorização prévia;
•
Esposa e filhos menores dos residentes possuidores de autorização de
residência válida.
487. A medida de dispensa selectiva de visto foi formalizada numa Decisão assinada
por dezassete Estados Membros desde Maio de 2009. Através desta Decisão, os titulares
dos passaportes devidamente emitidos e válidos passaportes diplomáticos, oficiais e os
enviados especiais devidamente mandatados pelas Autoridades Estatais estão isentos de
visto de entrada para visitas que não excedam 30 dias consecutivos nos Estados Membros
assinantes. Contudo, os restantes Estados Membros deverão também assinar para se
passar a próxima etapa de extensão da mesma a outras categorias de cidadãos,
especialmente as equipas desportivas nacionais, grupos artísticos nacionais, académicos
devidamente convidados e estudantes devidamente registados num Centro de Ensino
Público tal como recomendado pela 10.ª Reunião dos Ministros de Defesa.
488.
CENSAD tem também os seguintes Artigos sobre a livre circulação de pessoas:
i.
Artigo 3.º: O direito de residência é garantido aos cidadãos dos Estados
Membros da Comunidade objecto do propósito e pela duração decidida e
de acordo com as leis e regulamentos de cada um dos Estados Membros.
ii.
Artigo 4º: Qualquer Estado Membro da comunidade deverá ter direito a
recusar a entrada ou de expulsar do seu território um cidadão de um outro
Estado Membro com fundamento na segurança ou de saúde ou por
expiração da sua autorização de residência. Contudo, qualquer expulsão
deverá ser primeiramente objecto de notificação ao País de origem.
iii.
Artigo 5º: entrada fraudulenta ao território de um Estado Membro poderá
justificar uma expulsão imediata para o País de origem, apoiado pelo
Estado que decidir pela expulsão.
iv.
Artigo 6º: Aos Departamentos titulares da cooperação no domínio da
segurança nos Estados Membros deverá, em coordenação com o Mesa
149
Permanente do Secretariado-geral da Comunidade, ser atribuída a tarefa
de seguimento da implementação das disposições deste Acordo.
v.
Artigo 7º: A duração deste Acordo é indeterminada
vi.
Artigo 8º: Este Acordo entra temporariamente em vigor após a assinatura
por dois terços dos Estados Membros e permanentemente após o depósito
dos instrumentos de ratificação de dois terços dos Estados Membros no
Secretariado-geral de conformidade com os seus procedimentos
constitucionais.
4.6.2.11 LIVRE CIRCULAÇÃO DE BENS, SERVIÇOS E DE CAPITAL
489. Relativamente a livre circulação de bens, CEN-SAD trabalhou com assistência do
BAD para a criação de uma Zona de comércio livre (ZCL). Os Órgãos da CEN-SAD
recomendaram o Secretário-geral para assegurar que esta ZCL esteja em consonância e
compatível com os outros Programas em curso particularmente com aqueles do COMESA,
CEDEAO e AMU. Um Protocolo sobre a livre circulação de pessoas, bens e serviços está
em elaboração.
4.6.3 REALIZAÇÕES
490.
A seguinte Tabela sublinha as realizações da CEN-SAD até a presente data.
Situação da CEN-SAD em 2009
Situação da Paz e Segurança
Realizações até 2010
A Região foi capaz de manter a paz através
de um processo de normalização das
relações entre Países afectados Pelos
conflitos externos. Contudo, a crise na
Somália afecta até então, a Região do Corno
de África,
CEN-SAD esforçou-se para estabelecer os
seguintes Protocolos sobre a Paz
• Protocolo sobre o mecanismo de
prevenção e gestão de conflito
• Cooperação de cooperação sobre as
questões de segurança
•
Carta de Segurança
Programa Regional de Segurança Alimentar • A implementação desta fase está sob a
Regional (RFSP/CEN-SAD)
etapa de mobilização de recursos. Uma
A avaliação final do Programa foi
Missão da CEN-SAD foi enviada ao
realizada de 3 a 31 de Janeiro de 2009;
BADEA em Cartum para discutir sobre a
A segunda fase do Programa está
possibilidade do Banco assistir no
definida e reforçada ao nível nacional,
financiamento desta fase. O Banco
conquistas da intervenção do Programa
manifestou-se disposto em assistir e
em 12 Países Membros e criar
150
Parcerias técnicas ao nível da
comunidade. Com um orçamento de
USD 29.25 milhões, CEN-SAD pretende
implementar esta fase durante um
período de cinco anos
•
Situação da Monografia dos recursos da
água destinada a reforçar o conhecimento
sobre os recursos da água com vista a
optimizar a planificação e gestão para
impulsionar
um
desenvolvimento
integrado na Sub-região da CEN-SAD
O Programa Grande Superfície Verde na
Sub-região CEN-SAD
Adopção de um Plano de Acção 20082010, o qual será implementado sob os
auspícios da Comissão da União Africana
e a CEN-SAD com a participação do
Senegal, OSS e do CILSS
•
ficou acordado que os Países deverão
submeter o pedido de financiamento. Os
Países
foram
informados
para
formalizar o seu pedido e submetê-lo. O
processo está em curso.
Os Estados Membros envolvidos na
primeira fase são: Burkina-Faso, Mali,
Níger, Tchad e Sudão e outros sete
Países Benin, República Centro-Afrcana
Eritreia, Guiné-Bissau, Senegal, Sierra
Leone e Togo
Actualmente, CEN-SAD está colaborando
com o BAD que já deu o seu acordo para
financiamento desse Projecto para
permitir o seu lançamento. Um
workshop técnico entre Peritos da
Facilidade África Água e do Observatório
do Sahel e Sahara (OSS) foi organizado
em Fevereiro de 2010 em Tunis para
emendar a monografia de acordo com os
comentários feitos pelo Comité do
Projecto da Facilidade na sua Sessão de
28 de Agosto de 2008. A Carta oficial do
documento emendado da monografia
para o processo de financiamento foi
submetida em 27 de Abril de 2010. O
documento
indica
claramente
a
abordagem, mais-valia e elementos de
sustentabilidade da intervenção do
Projecto
• No fim de 2009, CEN-SAD foi
contactada pela UA através do
Departamento da Economia Rural e
Agricultura para definir um projecto
com assistência da FAO para
submeter a financiamento da UE ao
abrigo da Iniciativa Conjunta UA/UE
sobre a alimentação em África.
• Através da UA, o referido
151
Situação do Desenvolvimento de Infraestrutura e de Serviços
•
Sector da Energia
Situação do seguinte:
Melhoria da segurança e estabilidade do
fornecimento de energia;
Promoção de fontes alternativas de energia;
Promoção de fontes renováveis de energia;
Assegurar que as populações das zonas
rurais tenham acesso aos serviços de
energia
Situação dos Sectores das Minas e das TICs
•
•
•
•
•
documento foi submetido a UE para
financiamento e o processo está bem
encaminhado. Em Março de 2010,
UA, CEN-SAD, CILLS e OSS trocaram
opiniões sobre como finalizar a lista
de Estados Membros que estarão
envolvidos durante a primeira fase
da Iniciativa Grande superfície
Verde no Sahel.
A busca de financiamento para
supervisão do projecto de interligações
eléctricas bem como do Programa de
energias renováveis está em curso.
A Terceira reunião dos Ministros das
Minas realizou-se e recomendou a
adopção de um Plano de Acção para
desenvolvimento das Minas.
Na reunião dos Ministros das Minas e
energia de 3 a 4 de Dezembro de 2009,
em Rabat foi analisado o seguinte:
Cooperação nos domínios da produção e
distribuição de energia (hidrocarboneto,
energia renovável, interligação eléctrica
e energia de fácil utilização)
Cooperação na área dos recursos
minerais (infra-estrutura geológica,
minas de pequena dimensão, minas
locais, comércio dos produtos minerais,
legislação mineira, gestão dos títulos e
registos das minas e investigação e
desenvolvimento do sector das minas)
Cooperação na área de segurança
energética e das instalações mineiras e
152
Livre circulação de pessoas, bens e
serviços
Situação da elaboração pela CEN-SAD do
Protocolo sobre a livre circulação,
inspirado pelos textos em vigor na
CEDEAO
protecção do ambiente
Neste sentido, os Estados Membros
deverão produzir um Memorando que
reflicta as suas propostas sobre as
condições de acesso ao Mercado da
Comunidade e de medidas preferenciais
para promoção do comércio dos
produtos minerais.
• A medida de dispensa selectiva do
visto foi formalizada numa Decisão
assinada por dezassete Estados
Membros desde Maio de 2009.
• Através desta Decisão, os titulares
de passaportes diplomáticos, oficiais
e
dos
enviados
Especiais,
devidamente
emitidos
ou
mandatados pelas Autoridades do
Estado estão isentos de visto para
visitas que não excedam 30 dias
consecutivos nos Estados Membros
assinantes.
• Um Protocolo sobre a livre
circulação de pessoas está em
elaboração
•
Fonte: Comissão da União Africana
4.6.4 DESAFIOS
491. CEN-SAD tal como outras Comunidades Económicas Regionais, necessita ter uma
abordagem abrangente e coordenada, regional e continental, do financiamento de infraestruturas, harmonização institucional e de coordenação de políticas. A melhoria de infraestruturas é crucial para o reforço do comércio como foi estabelecido ab initio pela CESAD para dentro e for a da Região.
492. O principal parceiro comercial da área da CEN-SAD é a União Europeia, a qual
conta com 36% das exportações. A África contribui com menos de 10% do fluxo
comercial da Comunidade. O comércio inter Comunidade é ligeiramente de 6%. Há
necessidade dos Estados Membros abrirem os seus mercados de forma a permitir que as
actividades comerciais tenham lugar e assim acelerar o processo de integração regional.
153
493. A criação e o lançamento das actividades do “Sahelo-Sahariano Banco para
Investimento e Comércio – BSIC-SA” com sucursais nos Países Membros é a via certa para
a integração.
494. Diversos constrangimentos protelaram a valorização das imensas potencialidades
da Comunidade: fraca infra-estrutura de transporte que torna difícil as áreas de produção
agrícola aos mercados urbanos de consume, estado pobre das infra-estruturas de
telecomunicações, produção insuficiente de energia. A maioria das economias dos Países
Membros da CEN-SAD tem a sua base na agricultura. Contudo, a agricultura não está bem
desenvolvida e menos de 10% dos seus orçamentos é dispendido na agricultura. A
Decisão de Maputo exige que os Estados Membros afectem 10% do orçamento a
agricultura. Há necessidade urgente dos Estados Membros aumentarem os seus
orçamentos de forma a desenvolver o sector da agricultura. Em consequência, apenas
três Países (Egipto, Marrocos e Tunísia) asfaltaram mais de 50% da rede rodoviária,
enquanto oito dos 23 têm linhas de caminho-de-ferro. Estas insuficiências levantam
problemas aos Países encravados.
495. CENSAD tem que trabalhar para a criação da sua própria ZCL cujo processo está
actualmente em curso para se compatibilizar com outras CERs que já atingiram esta fase.
4.6.5
PERSPECTIVAS
496. Entre outras questões, CENSAD está actualmente trabalhando para criar a sua
própria Zona de comércio livre (ZCL). Desde a 5.ª Conferência dos Líderes e Chefes de
Estado, o Secretariado-geral da CEN-SAD deu início as actividades para impulsionar o
processo de implementação do projecto que actualmente cobre 28 (28) Países.
497. Com apoio do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) um estudo técnico de
base para congregação de esforços para concretização da Zona de comércio livre foi
realizado para ajudar os Estados Membros a identificar tarifas e obstáculos não tarifários
e para adoptar medidas de intensificação do comércio intra comunitário.
498. As constatações do estudo estão aproximadamente em volta de três cenários
de eliminação de tarifas:
i.
Cenário 1: Solidariedade
499. Este cenário toma em consideração a diferença de desenvolvimento entre os
Países Membros. Ele propõe um esquema específico de eliminação de tarifas: Para os
Países Menos desenvolvidos (LCD): um período de oito (oito) anos (2007-2014) com
um alívio anual de tarifas de 12.5%; para os outros Países, um período de quatro (4)
anos (2007-2010 para eliminar.
-
20% por ano entre 2007 e 2008;
-
30% por ano entre 2009 e 2010.
154
ii.
Cenário 2: Igualdade
500. Este cenário não admite discriminação. Ele fornece um esquema idêntico de
eliminação de tarifas para todos os Países, a partir de 1 de Janeiro de 2007: 10% para os
primeiros dois anos e 20% para os restantes anos.
iii.
Cenário 3: Liberdade
501. Neste caso, cada Estado apresenta um esquema de eliminação de tarifas num
período de oito (8) anos (a partir de um de Janeiro de 2007 até 31 de Dezembro de 2014).
Contudo, com um atraso de cerca de dois anos na implementação de um dos cenários do
estudo, o prazo de 2014 para a total eliminação de tarifas poderá ser um desafio a ser
ultrapassado. As constatações do estudo foram examinadas e enriquecidas na reunião de
Peritos, realizada em Tunis de 28 a 29 de Abril de 2006. A reunião de Tunis solicitou a
organização de uma outra reunião para analisar e adoptar os documentos definitivos do
estudo, tomando em consideração as contribuições dos Parceiros durante a preparação
da Reunião dos Ministros do comércio.
502. Os cenários 1 e 2 foram preparados pela reunião de Tunis e esforços estão sendo
consentidos para identificar uma alternativa híbrida. Embora as conclusões do estudo
tenham sido revistas e melhoradas na reunião de Peritos da CEN-SAD, realizada em Abril
de 2006, em Tunis, deverá ainda ser validada pelos Estados Membros da CEN-SAD.
Assuntos Sociais
503. A convergência dos esforços dos Estados Membros da CEN-SAD para assegurar
melhor nível de vida às populações está sendo feita através de um processo no qual o
desenvolvimento sócio económico será realizado através elementos interdependente os
quais deverão ser mutuamente fortalecido. Isto explica o interesse da Comunidade nas
áreas económica, social e cultural e está traduzido no constante apoio do Secretariadogeral da CEN-SAD a organização das Sessões dos Comités Ministeriais (Saúde, Artes e
Cultura, Juventude e Desportos) ou dos órgãos da Comunidade de forma a ajudar a
melhorar as condições de vida e o bem-estar das populações dos Estados Membros.
504. Estas Sessões dedicadas a análise de vários assuntos da Comunidade foram
organizadas com celeridade e fez recomendações. A implementação destas
recomendações pelo Secretariado-geral ajudara a atingir os objectivos da Comunidade.
505. A educação para todos está também no centro dos assuntos da CEN-SAD e neste
contexto, ela analisa, com apoio dos seus Parceiros (UNESCO), a organização de uma
reunião dos Ministros do Sector com vista a definir os objectives da Comunidade para os
próximos anos. Além disto, os mais altos Órgãos da Comunidade instituíram um evento
denominado Jogos da CEN-SAD, uma competição para mistura e troca cultural entre a
juventude em particular e as populações dos Estados Membros em geral.
155
4.7. COMUNIDADE DA ÁFRICA ORIENTAL (EAC)
506. A Comunidade da África Oriental (EAC) é uma organização intergovernamental
regional das Repúblicas do Burundi, Quénia, Ruanda, Uganda e da Tanzânia com sede em
Arusha, Tanzânia. O Tratado para criação da Comunidade da África Oriental foi assinado
em 30 de Novembro de 1999 e entrou em vigor em 7 de Julho de 2000 após a sua
ratificação pelos três Países Fundadores: Quénia, Uganda e Tanzânia. A República do
Ruanda e a República do Burundi aderiram ao Tratado da EAC em 18 de Junho de 2007 e
tornaram-se Membros de pleno direito da Comunidade a partir de 1 de Julho de 2007.
507. A África Oriental está acreditada com uma das mais longas experiências na
integração regional. No início de 1900, Quénia e Uganda instituíram uma União
Aduaneira, a qual se juntou mais tarde a Tanzânia, então Tanganica, em 1992. Um Acordo
mais preparado de integração regional na África Oriental incluiu a criação da Alta
comissão da África Oriental (1948-1961), a Organização dos Serviços comuns da África
Oriental (1961-1967) e a antiga Comunidade da África Oriental que vogorou de 1967 a
1977.
508. O colapso da antiga Comunidade da África Oriental em 1977 representou uma
grande perda para a Região da África Oriental e foi largamente lamentada,
particularmente porque a antiga Comunidade tinha dado passos largos e foi considerada
modelo mundial de integração regional de sucesso e de desenvolvimento. Ao seu nível, a
comunidade da África Oriental foi, no verdadeiro sentido da palavra, um governo federal.
A antiga comunidade da África Oriental administrava mais do que trinta instituições,
incluindo as quatro maiores corporações – Caminhos-de-ferro da África Oriental, Portos
da África Oriental, Correios e Telecomunicações da África Oriental e companhia de
aviação da África Oriental além da formidável mobilização de instituições conjuntas de
investigação.
509. Muitas razões foram citadas para justificar o colapso da comunidade, entre elas os
problemas estruturais que colidiam com a gestão de serviços comuns, inadequado
envolvimento do Povo no processo de tomada de decisões, falta dos mecanismos de
compensação para tratar das desigualdades na partilha dos custos e benefícios da
integração, diferenças ideológicas, direitos adquiridos e falta de visão sobre o
integracionismo por parte de alguns Líderes.
510. Contudo, a seguir ao colapso, foi iniciado um processo de mediação entre os
Estados Membros da EAC para evitar a desastrosa ruptura. Celebrado o Acordo de
Mediação em 1984, os Estados da África Oriental, entre outros entendimentos, acordaram
explorar vias para concretizar a cooperação regional. Isto conduziu eventualmente a uma
reunião dos Chefes de Estado dos Países da África Oriental, realizada em Harare,
Zimbabwe em 1991 onde acordaram revitalizar a cooperação na Região. Esta decisão
culminou com a assinatura, em 30 de Novembro de 1993, do Acordo sobre a criação de
uma Comissão Tripartida Permanente para cooperação na África Oriental.
156
511. As operações decisivas para a cooperação na África Oriental iniciaram em 14 de
Março de 1996 quando foi criado o Secretariado da Comissão Tripartida Permanente em
Arusha. O primeiro Secretário-geral da Comunidade da África Oriental, o Embaixador
Francis Muthaura foi designado em Março de 1996 por um período de cinco anos e
orientou a 1.ª e a 2.ª Estratégias de Desenvolvimento. A 1.ª Estratégia de
Desenvolvimento incidiu sobre a política de mecanismos para a cooperação regional
enquanto a 2.ª produziu um roteiro para aprofundamento da integração. A
implementação destas Estratégias culminou com a assinatura do Tratado para criação da
comunidade da África oriental em 30 de Novembro de 1999.
512. O Segundo Secretário-geral da Comunidade da África Oriental, Hon. Amanya
Mushega do Uganda, foi designado em 24 de Abril de 2001. A sua tarefa imediata foi a de
implementar a 2.ª Estratégia de Desenvolvimento da EAC, incluindo a implementação dos
projectos e programas regionais prioritários, desenvolvimento institucional e, mais
significativamente, a criação da União Aduaneira em Janeiro de 2005.
513. O terceiro Secretário-geral da Comunidade da África Oriental, embaixador Juma
Volter Mwapachu da Tanzânia foi designado em 2 de Abril de 2006. A sua tarefa imediata
foi a de supervisionar a conclusão da formulação da 3.ª Estratégia de Desenvolvimento
(2006-2010) e acompanhar a sua implementação. A Estratégia de Desenvolvimento foi
destinada a consolidar a União Aduaneira, criar o Mercado comum da África Oriental,
aprofundar o desenvolvimento das infra-estruturas, industrialização e promoção de
programas de desenvolvimento agrícola e rural da África Oriental e do Programa de
Desenvolvimento da Bacia do Lago Vitória.
514. O quatro Secretário-geral, Embaixador Dr. Richard Sezibera, que foi nomeado a 19
de Abril de 2011, sublinhou a realização do objectivo de um território aduaneiro único,
para a operacionalização do Mercado Comum, a negociação e o lançamento da União
Monetária da CAO, o desenvolvimento de infra-estruturas e a industrialização como as
prioridades chave do seu mandato.
515. Quando a Comunidade iniciou a elaboração da 4.ª Estratégia de Desenvolvimento,
incidência foi também feita incidência no desenvolvimento de financiamento sustentado
das infra-estruturas regionais e de outros programas e projectos críticos de
desenvolvimento.
•
Alargamento da Comunidade e sua situação actual
516. O processo de integração regional atingiu um ponto alto em 2007 com o
alargamento da Comunidade com a admissão do Ruanda e do Burundi. Progressos
encorajadores foram registados na operacionalização do Mercado Comum da África
Oriental, que foi lançado em Julho de 2010, juntamente com outros processos destinados
à criação da Federação da África Oriental. Tudo isto realça a séria determinação dos
Líderes da África Oriental e dos cidadãos de construir um bloco económico e político da
África Oriental sólido e sustentável.
157
517. A concretização de um bloco económico regional abrangente que integra o
Burundi, Quénia, Ruanda, Tanzânia e Uganda com uma população no total de mais de 120
milhões, área aproximada de 1.85 milhões de quilómetros quadrados e um produto
interno bruto de mais de USD 41 biliões gera uma grande significância estratégica e
geopolítica e perspectivas de uma renovada e revitalizada Comunidade Económica da
África Oriental.
•
Clima de investimento e de oportunidades
518. EAC enaltece o aumento da produtividade através da promoção de investimentos,
indústrias e do comércio. A Região tem uma base rica e variada de recursos naturais,
vastas terras férteis, recursos minerais, água, energia, florestais e mundo selvagem e
oferece uma grande gama de condições para desenvolvimento da agricultura, indústria,
turismo e do comércio. Os Países da EAC abraçaram a boa governação, Mercado
económico e o primado da lei, paz, segurança e estabilidade como pré-requisitos para um
desenvolvimento regional e parceria global.
519. África Oriental está assim posicionada como um novo Mercado e de investimento e
zona competitiva e atractiva com vastas oportunidades de investimento nos domínios de
processamento de produtos agrícolas, minas, turismo, pescas, manufacturas e serviços
bem como para investimentos nas infra-estruturas regionais, incluindo estradas,
caminhos-de-ferro, telecomunicações, energia e o Programa de Desenvolvimento do Lago
Vitória.
4.7.1 OBJECTIVOS
520. A EAC deseja alargar e aprofundar a cooperação dos Parceiros Estatais, entre
outros, no domínio político, económico e social em benefício mútuo. De acordo com o
Tratado da EAC, a visão da Comunidade é a de implementação gradual através das etapas
de União Aduaneira, Mercado Comum, União monetária e finalmente uma Federação
Política. Neste sentido, os Países da EAC criaram em 2005 uma União Aduaneira, a qual
tornou-se plenamente operacional em 1 de Janeiro de 2010 e está também trabalhando
para a criação da União monetária até 2012 e após isto da Federação Política dos Estados
da África Oriental.
521. O objectivo principal da Comunidade da África Oriental, enquanto entidade
económica e política, sedimenta no desejo dos Governos dos Países da EAC para melhorar
as condições de vida das populações através do aumento da competitividade, produção
com mais-valia, comércio e investimento. Isto é pretendido atingir através da promoção
do desenvolvimento sustentado da Região com vista a criar a prosperidade,
competitividade internacional, segurança e uma Região política unida e estável Os cinco
Estados Parceiros da EAC estão entusiasticamente convencidos que partilhando os seus
recursos e potencialidades estarão em melhores condições de realizar e sustentar os
objectivos comuns de desenvolvimento mais facilmente do que através apenas dos
esforços nacionais.
158
522. As justificações para a maioria dos acordos de integração regional são
essencialmente de natureza económica. Contudo, no caso da África Oriental, a história
comum, língua, cultura e os fortes laços interpessoais sustenta o profundamente criado e
prevalecente compromisso dos Parceiros Estatais em volta dos programas abrangentes
de natureza política, económica, social e cultural.
4.7.2 ACTIVIDADES E EVOLUÇÃO
523. Desde a sua criação, a Comunidade da África Ocidental tem feito progressos firmes
baseados numa série das suas Estratégias de Desenvolvimento. Entre as significantes
realizações estão a de firme tomada de medidas e a harmonização das políticas e
programas dos Parceiros Estatais. O objectivo primeiro é o de reforçar a identidade
comum da África Oriental no quadro da visão de uma África Oriental plenamente
integrada.
524. Passos já foram dados neste sentido, incluindo: uma União Aduaneira operacional,
a introdução do passaporte da África Oriental, harmonização dos procedimentos de
trânsito de veículos e pedidos mais fáceis de cruzamento das fronteiras. Além disto, a
Comunidade continua procurando políticas para aplicação do estatuto de cidadãos da
África Oriental em qualquer dos Estados Parceiros com respeito ao acesso aos serviços
nos domínios da saúde, educação e formação, assuntos jurídicos e judiciais, turismo e
comunicações, entre outros.
525. Outras medidas incluindo a já estabelecida convertibilidade das moedas da África
Oriental (desde 1997) e preparativos para realização do objectivo de criação de uma
União Monetária até 2012, revitalização da cooperação regional no domínio da
investigação, recursos humanos e desenvolvimento da ciência e da tecnologia. A
cooperação no domínio dos assuntos políticos envolve actividades no domínio jurídico e
judicial, defesa regional e segurança e coordenação conjunta das políticas externas
comuns. Do mesmo modo, progressos foram atingidos na promoção de investimentos e
no comércio bem como na identificação de vários projectos regionais de infra-estruturas,
incluindo estradas, caminhos-de-ferro, aviação civil, correios e telecomunicações, energia
e o Programa de Desenvolvimento do Lago Vitória.
526. As perspectivas para que a Região possa valorizar as suas potencialidades são
boas para transformar-se num epicentro em volta do qual a Comunidade poderá ser
construída. Já neste momento, com a entrada do Ruanda e do Burundi, a base de recursos
da Comunidade cresceu com acrescidas perspectivas de um rápido progresso rumo a
transformação da EAC numa economia de médio rendimento até 2020. A comunidade da
África Oriental está assim estrategicamente posicionada para se tornar o centro
económico da extensa Região da África Oriental, para além dos actuais 5 Países Membros.
4.7.2.1 EXPANSÃO DO PROGRAMA REGIONAL
527. A conclusão das operações da Comissão do Lago Vitória bem como a criação de
novas comissões, nomeadamente comissão para a Ciência e Tecnologia da África Oriental,
159
Comissão para Investigação da Saúde da África Oriental, Conselho Kiswahili da África
Oriental fornece potencial para um fenomenal e expandido programa regional de
integração. A Agência de supervisão e Segurança da Aviação Civil da Comunidade da
África Oriental (CASSOA) foi operacionalizada para conduzir os programas de aviação
civil. O programa regional foi igualmente expandido a fim de responder ao alargamento
da Comunidade após a adesão do Ruanda e do Burundi.
4.7.2.2
COMÉRCIO, FINANÇAS E INVESTIMENTO
528. Há um significante impulso do programa regional na promoção do comércio e
investimentos bem como no desenvolvimento de infra-estruturas. A União Aduaneira
adquiriu uma dinâmica própria e tem tido impactos positivos que são verificados através
do aumento do comércio intra CAO e receitas que é sentido e partilhado em todos os
Estados Parceiros. Todos os Países da CAO registaram aumento de rendimentos a partir
do lançamento das operações da União Aduaneira. Os cinco anos de implementação da
União Aduaneira conferiram confiança e conforto lá onde, no início, registaram-se
expressões de receio em relação a criação. Consequentemente o espírito rejuvenesce a
medida que a Região implementa o Mercado Comum lançado em Julho de 2010.
4.7.2.3
TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES
529. No Sector das Infra-estruturas, realizações sólidas se mantêm no Projecto da Rede
Rodoviária da África Oriental, particularmente a Estrada Mombassa-Katuna (Corredor
Norte) e Dar-es Salaam- Mutuka (Corredor Central), as quais passaram para a fase de
implementação. O Projecto Rodoviário Arusha-Namanga-Athi River está concluído em
70%, com mais do que 200 Km dos 240 Km já concluído, e a sua conclusão está prevista
para Novembro de 2011. O Estudo de Viabilidade sobre o Projecto Rodoviário ArushaHolili-Voi foi igualmente concluído e o trabalho relativo ao Projecto detalhado está em
curso. Espera-se que as negociações de empréstimo tenham início até Abril de 2011. JICA
foi envolvido no co-financiamento da construção. As propostas de Estudo de Viabilidade
sobre o Projecto Rodoviário Malindi-Lunga e Lunga-Bagamoyo foram concluídas, o
Projecto Detalhao foi avaliado e um contrato foi adjudicado, pelo que aguarda-se apenas
pela avaliação do relatório inicial.
530. No Sector dos caminhos-de-ferro, o Plano directivo foi concluído em Julho de 2009
e aprovado pelo Conselho de Ministros da EAC. Espera-se pelo processo de
redimensionamento do Projecto e pela implementação dos estudos. EAC solicitou ao BAD
apoio para reforço de capacidade para criação do Projecto da Unidade de implementação
para o Sector dos caminhos-de-ferro no Secretariado.
531. No Sector da Aviação Civil, a comunidade da África Oriental criou uma Agência
para supervisionar a implementação dos estandartes da Organização Internacional da
Aviação Civil (ICAO) e recomendou práticas para o reforço da estabilidade e segurança na
aviação civil. O Protocolo para a criação da Agência de Supervisão da Estabilidade e
Segurança na Aviação civil da EAC (CASSOA) foi assinado em Abril de 2007. O primeiro
Director Executivo da CASSOA, entre outro pessoal da Agência, foi designado e a Agência
tornou-se operacional em Maio de 2007. A Agência (CASSOA) reinstalou a sua Sede para
160
Entebe, Uganda desde 15 de Março de 2010. Ela desenvolveu-se e está implementando a
sua primeira Estratégia de cinco anos e o Plano de desenvolvimento da Organização, o
qual define os objectives estratégicos chaves e as estratégias orientadoras das operações
da Agência e evolução para atingir o objectivo principal que é o de instalar um subsector
da aviação civil sustentado, estável, seguro e eficiente na Região de acordo com os
objectivos da EAC e da Agência.
4.7.2.4
AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR
532. Os Países da EAC continuam incidindo sobre a agricultura e a segurança alimentar.
Durante 2006, os Estados Parceiros da EAC adoptaram e assinaram os instrumentos para
desenvolvimento da agricultura e garantia da segurança alimentar para a Comunidade,
incluindo a Política de Desenvolvimento Rural e da Agricultura e a Estratégia para o
Desenvolvimento Rural e da Agricultura. O Programa de Desenvolvimento Rural e da
Agricultura foi um dos maiores vectores identificados da 3.ª Estratégia de
Desenvolvimento da EAC e continuará a ser alta prioridade no período seguinte.
4.7.2.5
ENERGIA
533. Os sérios efeitos da seca sobre as economias regionais ressentidos no passado
recente galvanizaram atenção sobre medidas urgentes para superar o défice de energia
na Região. O Plano energético directivo da África Oriental prevê um período até sete anos
para a criação plena do sistema energético Regional com a criação do Centro Energético
como núcleo central. A implementação do Plano energético directivo cobrirá tanto os
projectos de produção como de distribuição com um custo estimado de USD 1.2 biliões e
USD 600 milhões respectivamente durante todo o período. A implementação dos
projectos identificados no Plano energético Directivo da África Oriental (EAPMP) está em
curso ao nível nacional e vários projectos estão em diferentes fases de implementação e
de financiamento. Dado que o EAMPM foi adoptado antes da adesão do Ruanda e do
Burundi a EAC e considerando os parâmetros do plano e os compromissos emergentes
exigem actualização e também tomando em conta a nova evolução no sector da energia na
Região, foi julgado necessário actualizar o Plano Directivo. O financiamento foi garantido
pelo NEPAD-IPPF. Prevê-se que o trabalho de avaliação iniciada em Outubro de 2009, cujo
Relatório provisório foi submetido em Junho de 2010, seja concluído este ano. O fundo de
energia da EAC não foi ainda criado mas, os planos estão em curso para elaborar os
instrumentos necessários para a criação.
534. A 4.ª Conferência dos Petróleos da África Oriental realizou-se em Mombassa,
Quénia em Março de 2009 na sequência de evolução positive na descoberta de petróleo e
gás na Região. Uganda descobriu petróleo e gás no Enclave Albertine e exprimiu desejo
em construir uma refinaria de referência para explorar algum petróleo para uso local. Na
Tanzânia, foi descoberto em Songo songo e Mnazi Bay. Tanzânia já utiliza os recursos do
gás para produção de electricidade e utiliza óleo na indústria. Ruanda possui gás metano,
produzido anualmente no Lago Kivu. Foi concebido um projecto-piloto para puncionar o
gás metano com objectivo de autosustentar um projecto de energia. No Burundi, a
exploração do petróleo está em curso nas Bacias do Rusizi e Tanganica. Actualmente,
161
existem várias Companhias Petrolíferas explorando petróleo no Quénia.
desenvolvimento de energia geotérmica está em curso no Vale da Grande Fenda.
4.7.2.6
O
TURISMO E GESTÃO DA VIDA SELVAGEM
535. Uma maior viragem foi dada no Sector do Turismo com o lançamento do Mercado
da África Oriental como um único destino turístico. EAC participa no Mercado Mundial de
viagens (WTM em Londres e também na Feira Internacional do turismo em Berlim nos
quais os Estados Parceiros assumem promoção conjunta numa área comum de exibição.
As autoridades turísticas dos Estados Parceiros planeiam, no futuro, alargar tal promoção
conjunta para o Mercado asiático, oriente Médio e para os mercados dos Estados
americanos.
4.7.2.7
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO LAGO VITÓRIA
536. A Comissão da Bacia do Lago Vitória foi lançada em 11 de Julho de 2007. A
Comissão está concebendo programas de desenvolvimento do Lago, incluindo segurança
da navegação, protecção e conservação do ambiente e desenvolvimento sustentado global
do Lago e das suas Bacias. As actividades incluem a gestão do Programa de Conservação
do Ecossistema do Monte Elgon (MERECP) o qual engloba partes do Uganda e do Quénia
e da Iniciativa Sanitária e da Água da Região do Lago Vitória que está sendo
implementada em parceria com UN-HABITAT. Entretanto, a Organização das Pescas do
Lago Vitória (LVFO) continua coordenando medidas para a utilização sustentada dos
recursos da pesca no Lago Vitória em particular na reorganização das comunidades
pesqueiras na gestão e actividades de colaboração no domínio das pescas no Lago.
4.7.2.8
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DA ÁFRICA ORIENTAL
537. O Banco de Desenvolvimento da África Oriental continua impulsionando os
Programas destinados a reforçar as capacidades do Banco para jogar um papel mais
substancial e sustentado enquanto uma instituição regional de financiamento do
desenvolvimento. O desempenho financeiro do Banco regista constante crescimento
fundamentalmente através de emissão de títulos, administração das linhas de crédito e
receitas do câmbio. Está também encetando negociações com outros Bancos com vista a
aceder a linhas de crédito para transformá-lo no maior financiador da Agenda de
Desenvolvimento da EAC. Na sequência da directiva da Cimeira, o EADB submeteu a EAC
propostas concretas sobre como poderia se transformar em Agência líder da promoção
dos projectos regionais de integração.
4.7.2.9 SECTOR SOCIAL
538. No Sector social grandes passos foram dados com a criação de várias Comissões,
incluindo Comissão para Ciência e Tecnologia da África Oriental, Comissão Kiswahili da
África Oriental e Comissão de Investigação para a Saúde da África Oriental, cujos
programas serão desenvolvidos no quadro da 4.ª Estratégia de Desenvolvimento (201115). O Conselho Inter-Universitário para África Oriental (IUCEA) cuja filiação está
alargada a 46 Universidades, públicas e privadas, da Região, prossegue actividades
162
tendentes a transformar o IUEAC num efectivo advogado regional catalizador do
desenvolvimento estratégico e gestão do ensino superior da África Oriental. A instituição
administra diversos programas estratégicos de investigação. É notório registar que
outros aspectos do sector têm sido tratados através das recentes concluídas negociações
do Protocolo do Mercado comum enquanto outros estão ainda em análise nas
negociações em curso dos Anexos dos Protocolos e Agendas sobre a Livre Circulação de
Pessoas, mão-de-obra, Serviços e direito de estabelecimento e de fixação de residência.
4.7.2.10 CLIMA DE OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS E DE INVESTIMENTO
539. Tal como para a maioria das Regiões da África e dos Países em desenvolvimento, a
Região da EAC não está isenta dos lancinantes efeitos dos prevalecentes desfavoráveis
termos do comércio. Em geral, a Região importa duas vezes mais das suas exportações ou
consome duas vezes mais do que produz em termos de mais-valia comercializada. Os
Países da EAC exportam essencialmente produtos primários não processados e importa
essencialmente produtos acabados para consume e mercadorias de capital.
540. Os principais produtos de exportação da Região são: chá, produtos hortícolas, café,
cimento, algodão, tabaco, diamantes, peixe e produtos derivados, soda, pedras preciosas,
cal, couro e pele. Por outro lado, a África Oriental importa: maquinaria e outros
equipamentos de capital, acessórios para indústria, motor de veículos e chassis, peças e
acessórios, fertilizantes, crude e produtos refinados do petróleo.
541. Esta desequilibrada produto e modelo comercial que reflectem uma base
industrial subdesenvolvida, conduziram aos actuais altos níveis de dependências e de
dívidas dos Países da EAC. Disto resulta que a Região não consiga manter um
desenvolvimento racionalizado e níveis de crescimento.
542. A necessidade de reverter esta tendência é clara e urgente. O desafio da EAC é o
de, em primeiro lugar, tratar da questão da pobreza e aumentar a base produtiva através
da promoção e atracção de investimentos locais e estrangeiros e promoção das indústrias
de manufactura. No seu compromisso para aprofundar a integração regional, os Estados
Parceiros da EAC tirarão vantagem das economias de escala e de dimensão, alargamento
do mercado, estimulando a produtividade. Considerando o vasto potencial da Região, está
previsto que a 4.ª Estratégia de Desenvolvimento da EAC dará alta prioridade a promoção
da estratégia de industrialização regional e concretização do desenvolvimento industrial.
Para o efeito, paz e estabilidade constituem o mais forte e intangível activo da EAC.
543. A principal actividade económica dos Estados Parceiros da EAC é actualmente a
agricultura que contribui com cerca de 39% do PIB e fornece emprego a 85% da
população. Turismo contribui com cerca de 14% do PIB com um investimento superior a
USD 3,230 milhões e Manufactura contribui com cerca de 10.4% com investimento
superior a USD 2,131 milhões. Evidentemente que um esforço maior é necessário para
reforçar os sectores da manufactura e industrial bem como ao reforço da segurança
alimentar.
163
544. Considerando todos estes factores, África Oriental se apresenta como uma área
atractiva para investimentos. Existem significantes oportunidades de investimento na
agricultura comercial, processamento agro-industrial, minas, manufactura, turismo e
indústrias da pesca. Também de grande interesse são oportunidade de investimento nos
projectos regionais de infra-estruturas, incluindo estradas, caminhos-de-ferro,
telecomunicações e energia, sem mencionar as inestimáveis potencialidades nos
domínios do gás e do petróleo. O Lago Vitória também oferece oportunidades únicas não
apenas na exploração de recursos mas, também no transporte no Lago.
4.7.2.11 NEGOCIAÇÕES ENQUANTO BLOCO
545. É igualmente crucial, a necessidade de promover e articular os interesses da EAC
enquanto bloco e negociar nesta qualidade. Um compromisso foi atingido pelos Estados
Parceiros da EAC em 2002 para agir colectivamente nas questões globais do comércio.
Durante 2007, o compromisso foi considerado ainda mais urgente pelas estruturas EUACP relativamente as negociações dos Acordos de Parcerias Económicas (EPAs) e o
preenchimento das exigências da Organização Internacional do comércio (WTO). Os
Secretariados da EAC, COMESA e da SADC estão tomando medidas de colaboração para
minimizar as disfunções da dupla ou múltipla filiação nas organizações económicas
regionais.
4.7.2.12
GOVERNAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO SECTOR PRIVADO E DA
SOCIEDADE CIVIL
546. O processo de integração regional da EAC está ancorado numa firme fundação, da
paz, estabilidade e prosperidade, baseada na boa governação, primado da lei, respeito
pelos direitos democráticos e do Homem e participação das pessoas no processo de
condução do Mercado e de integração regional. Este reconhecimento colocou a boa
governação no centro da integração regional e desenvolvimento da EAC. A boa
governação, entre outros princípios fundamentais, é enriquecida no Tratado que cria a
Comunidade da África Oriental.
547. O Tratado da EAC consigna uma abordagem coerente na busca da paz e segurança
regional, tendo em conta o imperativo que impõe tratamento das causas dos conflitos. As
rivalidades emergentes da utilização dos recursos e a luta pelo poder são, muitas vezes,
as causas dos conflitos. Por isto, através do seu amplo leque de áreas de cooperação, EAC
procura entrincheirar os sistemas de boa governação para garantir igualdade de
oportunidades e de participação de todos os escalões da população na afectação e gestão
dos recursos políticos e económicos. Mecanismos efectivos foram criados para apoiar a
redistribuição de recursos tanto entre os Estados Parceiros como no seu interior de
maneira a reduzir tensões e eliminar os conflitos.
548. Neste sentido, um Mecanismo Regional sobre a Boa Governação está actualmente
sendo negociado, usando uma abordagem multisectorial de participação orientada pelos
princípios da Comunidade sobre a participação do sector privado e integração centrada
no povo. Os seus pilares são: a Democracia, Primado da lei, Anti-corrupção, Ética e
164
Integridade, Justiça social, Igualdade de oportunidades, Direitos do Homem e Igualdade
de género. O Conselho de Ministros, órgão político da Comunidade, já recomendou que
uma vez concluído, o mecanismo da boa governação seja adoptado enquanto Protocolo.
549. O Capítulo 25 do Tratado que cria a Comunidade da África Oriental consigna
disposições sobre a promoção de parcerias entre os Estados Parceiros da EAC e o Sector
Privado para a criação de um “ambiente melhorado de negócios” (Art.º 127). A
Comunidade coloca assim ênfase no reforço do sector privado para permiti-lo jogar um
papel cimeiro na integração regional e no desenvolvimento.
550. Com este propósito, foi criado e está operacional o conselho de negócios da África
Oriental (EABC) que engloba Secção para as Organizações do Sector Privado.
Conjuntamente com o Conselho Unificado do Comércio da África Oriental (EATUC),
Sociedade Jurídica da África Oriental e outras organizações da sociedade civil, o EABC é
capaz de jogar um papel activo de influência na tomada de decisões na Comunidade.
4.7.2.13 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA ÁFRICA ORIENTAL (EACJ)
551. Para honrar este compromisso, foi criado o Tribunal de Justiça da África Oriental
(EACJ) como “um organismo judicial o qual é chamado a assegurar a obediência à lei” nas
actividades da Comunidade. Embora o Tribunal tenha jurisdição principalmente sobre a
aplicação do Tratado, o Tratado prevê que o Tribunal poderá, em tempo oportuno, ter
jurisdição sobre outras questões, ser órgão de apelação, direitos humanos e outra
jurisdição”. O Tratado já investe o Tribunal de poderes jurisdicionais para arbitrar os
contraltos comerciais (Art.º 32) e e formulação de mecanismos de resolução de disputas
comerciais ou ligadas ao comércio (Art.º 129).
552. Após a emenda do Tratado em Dezembro de 2006, o Tribunal de Justiça da África
Oriental foi reconstituído através da criação de duas Câmaras, nomeadamente um
Tribunal de Primeira Instância com jurisdição como preceituado pelo Artigo 23º do
Tratado e uma Câmara de apelação com poderes de apreciação de recursos das decisões
do Tribunal de Primeira Instância. O Tribunal reconstituído tornou-se operacional em 1
de Julho de 2007. A Comunidade preparou um Protocolo destinado a ampliar a jurisdição
e as competências do EACJ, o qual foi analisado pelo Conselho. O Projecto do Protocolo
está sujeito a consultas abrangentes nos Estados Parceiros, envolvendo todos os
intervenientes (Incluindo Autoridades judiciárias, Assembleias Nacionais, Procuradorias
gerais, Ordens de Advogados, Organizações da Sociedade Civil e o a Comunidade de
Negócios).
4.7.2.14 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA ÁFRICA ORIENTAL (EALA)
553. A EAC também tem uma Assembleia Legislativa (EALA) com um importante papel
na promoção da boa governação adicional ao exercício da legislatura, fiscalização e
funções de representação. Desde o seu lançamento em 2007, a Assembleia Legislativa da
EAC tem executado um programa legislativo sólido bem com um papel relevante de
fiscalização. A Assembleia pretende desenvolver um programa endógeno transfronteiriço
165
nos Estados Parceiros. O mandato da primeira Assembleia findou em 2001 depois de
esgotados cinco anos e a segunda EALA iniciou o seu mandato em Junho de 2007. A
composição integra nove (9) Membros por cada Estado Parceiro, cujos colégios eleitorais
são os respectivos Parlamentos nacionais.
4.7.2.15
PARCEIRIA GLOBAL
554. A principal constatação é a de que a integração regional efectiva exige a
mobilização de enormes recursos, tanto dentro como for a da Região. Não obstante as
suas enormes potencialidades, a EAC não poderá, por si própria, dispensar recursos
adequados para atender as enormes necessidades e, muitas vezes, investimentos de
capital intensivo.
555. Por exemplo, o Projecto da Rede rodoviária da África Oriental e as necessidades
para iniciar o engrandecimento da economia regional, estavam estimados em 1998 em
mais de USD 9 biliões. Por isto, a EAC reconhece a necessidade de envolver as instituições
financeiras, internacionais e regionais bem como as Agências de Mobilização de recursos
capazes de financiar tais projectos. Actualmente, os Parceiros de desenvolvimento
contribuem com um fundo de base, conhecido como de Parceria, com o qual a EAC
financia os seus Programas prioritários. Contudo, torna-se de forma crescente uma
realidade que a dependência de terceiros para obtenção de recursos não é estável. A EAC
está assim explorando vias alternativas para criação de uma Instituição financeira da
África Oriental susceptível de ser usada para mobilização de capital da África Oriental
para atendimento das necessidades dos projectos e programas regionais. Esta instituição
tomará a forma de um Fundo de Desenvolvimento da EAC.
556. De igual modo, está reconhecido que o processo de globalização continuará a
influenciar a posição da EAC nos mercados mundiais. O acesso ao mercado tornar-se-á, de
forma crescente, mais difícil para as pequenas e fracas economias. Neste sentido, a
formulação das Estratégias de Desenvolvimento da EAC e definição dos Programas
regionais prioritários têm sido guiados pelo forte desejo de forjar parcerias com
instituições globais como a EU e organizações regionais tais como o COMESA, e a SADC.
Na verdade, a EAC está desenvolvendo actividades ao nível global através de Acordos tais
como UE-ACP, AGOA, WTO, UA-NEPAD e Conferência Internacional dos Grandes Lagos
(IC/GLR) com vista a captar as disponibilidades para tais acordos e lutar pelo acesso a
outros mercados.
557. Hoje, EAC goza de muito boas relações com uma larga maioria da ajuda
internacional e agências de desenvolvimento, incluindo o Banco Mundial, União Europeia,
Banco Europeu de Investimento, Banco Africano de Investimento, China, Índia, Japão,
Coreia do Sul, Agência Sueca de Cooperação Internacional (SIDA),Comissão Económica
das Nações Unidas para África, Agência Alemã para Cooperação Técnica (GTZ), Banco de
Desenvolvimento da África Oriental Departamento para Desenvolvimento Internacional
do Reino Unido (DFID), Agência Sueca para Desenvolvimento (NORAD), Secretariado da
Commonwealth e Agência Dinamarquesa de Desenvolvimento Internacional (DANIDA).
166
558. Contudo, é criticamente emergente, o reforço da capacidade das instituições
autónomas da EAC, o Banco de Desenvolvimento da África Oriental (EADB) para
financiamento dos projectos regionais, especialmente com incidência nas pequenas e
medias empresas e para promoção da Estratégia de Desenvolvimento Rural e da
Agricultura. Especificamente, em colaboração com o Banco Africano de Desenvolvimento
(BAD) a EAC identificou programas e projectos prioritários tendentes a reforçar a
capacidade institucional para o comércio e transportes e desenvolvimento de infraestruturas, incluindo, estradas, caminhos-de-ferro, rotas marítimas internas, aviação civil,
portos, energia e electricidade e telecomunicações.
4.7.2.16 INTEGRAÇÃO ESTRATÉGICA REGIONAL
559. A concretização de um amplo bloco económico regional gera uma grande e
significativa posição estratégica e geopolítica que impõem aos Estados Parceiros da CAO
enorme responsabilidade no domínio da defesa e segurança regionais. Isto poderá ser
desenvolvido abaixo.
§
Defesa e Segurança Regional
560. A Comunidade da África Oriental tem uma enfática missão de desenvolvimento e
interiorizou o facto da paz e segurança serem os pré-requisitos para o desenvolvimento
socioeconómico. Neste contexto, a política de defesa e segurança da EAC gira em volta de
uma observação empírica Segundo a qual, quanto mais os Países da Região cooperarem
entre eles na prossecução do desenvolvimento económico e humano, não terão razões
nem causa para desembocarem em conflitos violentos.
561. No contexto do Art.º 124 do Tratado da EAC o Conselho de Ministros adoptou uma
Estratégia para Paz e Segurança. Os Estados Parceiros negociam um Protocolo sobre a
Paz e Segurança que está prestes a ser concluído e abrirá caminho para a criação de uma
autêntica Direcção para Paz e Segurança que seguirá mais de perto a implementação dos
Programas de Segurança.
§
Cooperação no domínio da defesa
562. Na revitalização da Comunidade da África Oriental, os Pais Fundadores declararam o
solene compromisso de boa vizinhança, boa governação e de solução pacífica dos
conflitos como princípios basilares de integração e desenvolvimento sustentado da
Região. Assim foram claramente consignados no Tratado de criação da EAC, no seu Art.º
5, os princípios da paz, segurança e de boa vizinhança.
563. Estes princípios foram expressos no Tratado da EAC na base de que os Estados
Parceiros se engajaram a negociar a actualização dos MoU sobre a cooperação no domínio
da Defesa e convertê-los em Protocolos com programas específicos de actividades,
incluindo formação militar, operações conjuntas, assistência técnica, visitas, troca de
informações, desporto e actividades culturais e reuniões regulares dos responsáveis
militares e dos outros quadros das forces de defesa. A cooperação no domínio da defesa
167
tornou operacionais os programas de formação militar para a Direcção do Pessoal e
Estudantes no Comando e nos Colégios dos Estados Parceiros. Um conselho Sectorial da
Defesa já está criado e garante orientação política sobre assuntos do sector.
§
Dimensão Internacional da Paz e Segurança
564. EAC não está esquecida da dimensão internacional e da dinâmica da paz e
segurança, particularmente da existência de uma concerta e poderosa aliança da
indústria de armamento, vendedores internacionais de armas e de governos que
habitualmente apoiam o comércio de armas, os quais alimentam os conflitos regionais e
globais. Enquanto vizinho e área contígua de Região que tem sido susceptível a pequenas
armas ilícitas e proliferação de armamento, a Comunidade da África Oriental tem tomado
fortes e vigilantes medidas para travar e controlar tais situações de destabilização.
565. Os Países da África Oriental têm também cumprido missões de estabilização em
largas áreas da paz e segurança para além das suas próprias fronteiras. O envolvimento
da EAC no Burundi, no processo de paz da IGAD, no Sudão e Somália foram assim
decididos e orientados pela intenção nobre. Isto também explica a estreita colaboração da
EAC com a Conferência Internacional do Processo dos Grandes Lagos na implementação
do Pacto de Segurança, Estabilidade e Desenvolvimento da Região dos Grandes Lagos,
assinado em Dezembro de 2006.
§
Política Regional de Cooperação
566. No contexto da responsabilidade colectiva pela manutenção da paz e segurança
regional, os Estados Parceiros colaboram no combate aos crimes transfronteiriços.
Reuniões regulares dos Chefes das Polícias dos Estados Parceiros da EAC e do Comité
Inter-estatal da Defesa (este último, incluindo a Polícia Técnica e o pessoal operacional)
são realizadas para monitorizar a implementação de medidas acordadas de combate aos
crimes e para manutenção da paz e segurança na Região. As Agências foram legalmente
reforçadas e adoptaram como visão “Um ambiente de paz e segurança para o
desenvolvimento” e como Missão “ garantir segurança na Região através da cooperação”.
567. Entre as suas actividades, os Chefes das Polícias dos Estados Parceiros da EAC
trocam informações sobre a inteligência criminal e outras, envolvendo a base de dados
das operações e partilha de dados da inteligência criminal, usando TICs avançadas, rádio
comunicação, entre outras tecnologias avançadas. A cooperação entre as Polícias é
promovida para mobilizar operações conjuntas, patrulhas e supervisão da vigilância na
monitorização transfronteiriça e prevenção do crime, incluindo “forte perseguição” dos
criminosos.
568. Não apenas cooperação nas operações mas, também cooperação na troca de
visitas e programas de formação e outras medidas de criação de confiança entre os Chefes
das Polícias, soldados e operacionais. Estas medidas visam contribuir para beneficiar uns
e outros na promoção de boas práticas e atingir os mais altos estandartes para um
efectivo desempenho no desafio de combate a criminalidade. Especificamente, no
168
combate ao Tráfego ìlicito das Drogas, lavagem de dinheiro, roubo de gado, gestão dos
refugiados e dos que procuram asilo e na perseguição dos criminosos, os Estados
Parceiros têm aplicado os relevantes Protocolos da EAC e convenções Internacionais para
reforçar as instituições existentes e estabelecer a coordenação entre elas bem como para
sensibilizar as comunidades sobre os perigos, futilidade e, no geral, a inadmissibilidade
do crime na sociedade e da sua desnecessidade para o desenvolvimento da Comunidade
da África Oriental.
569. De igual modo, a cooperação é desenvolvida no domínio da resposta rápida, gestão
de desastres, alerta prévio, gestão e prevenção, incluindo criação de Centros de gestão de
desastres nos Estados parceiros e combate ao terrorismo, tendo em conta a natureza
global e a resposta ao flagelo do terrorismo.
570. Ao nível das Polícias, foi criado em 2008 um conselho Sectorial de Segurança. O
seu principal mandato é o de tratar as questões das polícias de forma sustentada para
permitir uma efectiva e expedita tomada de decisões sobre os assuntos da paz e
segurança.
§
Cooperação no domínio da Coordenação da Política Externa
571. Os Estados Parceiros estão a implementar o Memorando de Entendimento sobre a
coordenação da Política Externa, assinado em 1999. No quadro deste mecanismo, os
Estados Parceiros iniciaram a coordenação das suas políticas externas de forma a
optimizar a exploração das vantagens da acção colectiva. Entre outras coisas, as Missões
Diplomáticas dos Estados Parceiros têm coordenado as suas posições e tido reuniões e
apresentação conjuntas de assuntos, actividades e outras iniciativas de interesse ou
relativas à Comunidade bem como a promoção conjunta dos Projectos regionais da EAC.
572. Estas actividades conjuntas estão enfatizadas especialmente nas Missões
Diplomáticas dos Estados Parceiros nas situações multilaterais através da realização de
consultas regulares para harmonizar as posições e promover defesa conjunta nas suas
relações multilaterais ena apresentação de declarações conjuntas quando possível. As
actividades incluem Colaboração nas actividades económicas e sociais, pelo que
actividades conjuntas de promoção são organizadas nas Missões Diplomáticas dos
Estados Parceiros sobre, por exemplo, comércio, investimento, turismo e cultura para
realçar a Comunidade dentro e fora da Região. A coordenação das candidaturas para os
cargos no sistema internacional é uma outra área onde foram registados resultados
tangíveis.
573. Nos termos da directiva do Conselho de Ministros, o MdE sobre a Coordenação das
Políticas Externas foi transformado em Protocolo, o qual foi assinado em Dezembro de
2010 e está em processo de ratificação pelos Estados Partes. O Protocolo estabelece as
modalidades relativas a formas multifacetadas de participação em acções colectivas e
conjuntas na busca de políticas externas comuns a nível dos Estados Partes. Além disso,
para uma efectiva e oportuna condução e tomada de decisões, foi criado, em 2008, um
Conselho sobre a coordenação da política Externa. Prevê-se que nos termos do disposto
169
no Artigo 123º (2) do Tratado da CAO os Estados Parceiros devem, para além de
coordenar, adoptar uma política externa comum.
4.7.2.17 RUMO A FEDERAÇÃO POLÍTICA
574. A integração regional da África Oriental é vista como estratégica e importante
tanto na perspectiva regional como continental. Com o crescente reconhecimento e
apreço deste facto, é momento para alargar e aprofundar a integração regional. A opinião
prevalecente é a de que a definição das questões regionais e as vias do processo de
integração serão mais expeditos se eles forem conduzidos no quadro de um mecanismo
claro, definitivo e politicamente eficaz.
575. Neste sentido, a CAO já está a implementar programas através dos Órgãos
existentes tais como a Assembleia Legislativa da África Oriental e o Tribunal de Justiça da
África Oriental. Sobre a Defesa, os Estados Parceiros criaram um Escritório de Ligação em
Arusha para onde cada um enviou um Oficial superior com patente não inferior a Coronel
para coordenar os assuntos da defesa mútua. Do mesmo modo, a coordenação das
políticas externas, operações de política, políticas monetárias e fiscais, e outros
programas, diz mais respeito à mais alta fase de integração, isto é, Federação Política.
576. Durante a Cimeira Especial, realizada em Nairobi, de 27 a 29 de Agosto de 2004, os
Chefes de Estado da África Oriental fizeram uma Declaração sobre a aceleração da
Federação Política da África Oriental e criaram o Comité para aceleração da Federação da
África Oriental (Comité Wako). O comité submeteu o seu Relatório a Cimeira em
Novembro de 2004, recomendando, entre outros, a criação da Federação da África
Oriental até 2013.
577. Durante a sua Cimeira Extraordinária, realizada em Dar-es Salaam, de 29 a 30 de
Maio de 2005, os Chefes de Estado reafirmaram a visão da Federação. Os Chefes de
Estado criaram o cargo de Vice Secretário-geral no Secretariado da EAC, responsável pela
coordenação do processo de aceleração da criação da Federação Política. Os Chefes de
Estado orientaram também para a criação de mecanismos nacionais de consulta para
consultas mais abrangentes aos Povos da África Oriental sobre a Federação. As consultas
nacionais sobre a Federação da África Oriental foram lançadas em Outubro de 2006 e
terminaram em Junho de 2007. As consultas nacionais revelaram o apoio total dos Povos
da África Oriental a ideia da Federação Política embora com preferência a uma
construção sistemática e faseada em relação a actual fase de integração da Federação.
Durante a sua Cimeira Extraordinária, de Agosto de 2007, em Arusha, os Chefes de Estado
orientaram para uma maior sensibilização dos cidadãos sobre a Federação Política e que
passos sejam dados para impulsionar a criação de um Mercado comum até 2010 e uma
União Monetária até 2012 uma vez que a Região caminha para a criação da Federação
Política. Na assinatura do Protocolo sobre o Mercado Comum em Novembro de 2009, os
chefes de Estado sublinharam a necessidade de aprofundar a sensibilização dos cidadãos
da África Oriental sobre a Federação Política. Neste sentido, está sendo preparada uma
ampla estratégia de sensibilização e de comunicação, a qual culminará com a
consolidação do Mercado Comum e lançará uma base sólida para as fases subsequentes. A
170
Cimeira realizada em Abril de 2011 definiu, como parte da agenda para a sua próxima
cimeira em Novembro de 2011, a avaliação dos progressos e definição da via a seguir
para a concretização da Federação Política da CAO.
4.7.2.18 LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS
578.
Relativamente a livre circulação de pessoas, EAC teve os seguintes sucessos:
§
O passaporte da CAO está operacional e permite entradas múltiplas dos
cidadãos dos Estados Parceiros para viajarem livremente dentro da
Região CAO por um período de seis meses. A internacionalização do
passaporte da CAO já foi aprovada pelo Conselho de Ministros da CAO e as
modalidades para a sua implementação estão em fase de estudo.
§
Os Estados Parceiros se comprometeram a cooperar na criação de
parcerias sociais entre governos, empregadores, empregados e assim
aumentar a produtividade da mão-de-obra através da produção eficiente.
Os Estados Parceiros acordaram em criar um mecanismo de
reconhecimento das qualificações profissionais.
§
Estudos sobre “Harmonização das políticas de emprego na África Oriental”
e “Harmonização da legislação laboral na África Oriental” foram
concluídos e apresentados ao workshop dos interessados. O Conselho de
Ministros orientou que estudos similares sejam efectuados nos novos
Membros da EAC, No Ruanda e no Burundi, após o que o Modelo de
Legislação Laboral da EAC e da Política Laboral da EAC serão preparados.
§
Nos termos do Protocolo do Mercado Comum, o direito da livre circulação
de pessoas implica a abolição de qualquer discriminação baseada na
nacionalidade e a livre circulação inclui, entre outros:
-
Direito de entrada ao território dos Estados Parceiros sem visto;
Direito de circular livremente nos territórios dos Estados Parceiros;
Direito a plena protecção das leis dos Estados Parceiros.
Os Anexos e Agendas conexos especificam o calendário para a
implementação e os procedimentos associados.
4.7.2.19 LIVRE CIRCULAÇÃO DE BENS, SERVIÇOS E DE CAPITAL
579. São seguintes as realizações no domínio da livre circulação de bens, serviços e de
capital:
§
A plena implementação da União Aduaneira se concretizou em 1 de Janeiro de
2010;
171
§
Uma tarifa zero está sendo efectivamente aplicada sobre o comércio de bens
provenientes dos Estados parceiros com pequenas excepções, baseadas no
anteriormente acordado sobre “lista sensível de bens”;
§
A livre circulação de bens entre os Estados Parceiros é regida pelas
disposições das leis aduaneiras da Comunidade, disposições do Protocolo da
EAC sobre a Estandardização, Seguro de qualidade, Acto Metrológico e de
Teste, de 2006 e outros aspectos deverão ser analisados pelos Anexos e
Agendas que estão sendo negociados como parte do recentemente assinado
Protocolo sobre o Mercado Comum;
§
Criação de postos fronteiriços conjuntamente administrados para facilitar a
circulação expedita nas fronteiras e, nos postos fronteiriços-pilotos foi
registada sucessos;
§
Existe também um certo número de actividades que estão sendo
desenvolvidas como parte da implementação do Mercado comum;
§
EAC, através de financiamento internacional iniciou um estudo sobre um
plano estratégico para Regionalização dos Mercados de Capital da EAC com
vista a criação de um Mercado de capital e de uma Bolsa de Valores para a
África Oriental. Isto criará capital para livre circulação e actores dos Mercados
de capital a circularem livremente por toda a Região da EAC. Uma
liberalização parcial dos mercados de capital, na maioria dos Estados
Parceiros, está em curso e a intervenção de companhias poderá ser feita nas
Bolsas de alguns dos Estados Membros. Planos para cobrirem toda a Região da
EAC estão preparados;
§
Reuniões regulares dos governadores dos Bancos Centrais e pré-consultas
para aprovação dos orçamentos por todos os Estados Parceiros;
§
As moedas dos Países da EAC são, entre si, convertíveis;
§
Os cidadãos dos Estados Parceiros da EAC são vistos como investidores locais
e os seus produtos são vendidos ou trocados nesta base e foi adoptado um
modelo de código de Investimento;
§
O Comité de Desenvolvimento do Mercado de capital continua a liderar o
processo de harmonização das políticas dos mercados financeiros para
desenvolver um Mercado regional de capital na Região da África Oriental;
§
Implementação do Acordo Tripartido da EAC de transporte rodoviário para
facilitar e reduzir os custos do trânsito no transporte na Região através da
redução dos procedimentos de documentação para trânsito no transporte,
incluindo procedimentos aduaneiros, de migração e de polícia.
172
4.7.3 ACTIVIDADES
580.
As seguintes matrizes indicam a evolução:
Evolução da EAC
Transporte
Telecomunicações
e
Progressos registados
no Projecto da Rede
rodoviária da África
Oriental
(Estrada
Mombasa – Katuna
(Corredor Norte) e
Estrada Dar es Salaam
- Mutukula (Corredor
Central), os quais
estão na fase de
implementação
•
Etapas de implementação do Projecto da Rede Rodoviária
da África Oriental (Estrada Mombasa – Katuna (Cooredor
Norte) e Estrada Dar es Salaam - Mutukula (Corredor
Central).
•
Em 2009, a CAO contratou um Consultor para preparar um
Programa Regional de Desenvolvimento do Sector
Rodoviário CAO para a Rede Rodoviária, usando métodos
científicos na periodização dos projectos. O Programa será
um guia para o desenvolvimento da rede para os próximos
dez anos no âmbito da Estratégia de Transporte da CAO.
•
Sobre a construção da Estrada Arusha-Namanga-Athi River
e estudos de viabilidade e projecto em curso da de ArushaHolili-Tavete-Voi e a preparação de investimentos para a de
Horohoro-Malindi, foram registados os seguintes
progressos:
A
construção
da
Estrada
ArushaNamanga- Athi River e
os
estudos
de
viabilidade
e
do
projecto
continuam
relativamente
a
Estrada Arusha – Holili
– Taveta – Voi; e
investimento para a
Estrada
Tanga
–
Horohoro – Malindi
está
sendo
providenciado.
i
O Projecto de Estrada Arusha-Namanga-Athi River
está concluído em mais de 70%. Mais de 200 km dos
245 km já foram reabilitados, e a sua conclusão está
prevista para Novembro de 2011.
ii Os estudos de viabilidade sobre o Projecto Rodoviário
Arusha-Holili-Voi foram concluídos e trabalhos
relativos ao Projecto Detalhado estão em curso. A JICA
foi convidada a co-financiar a construção;
iii O contrato para a construção da Estrada MalindiLunga-Lunga-Bagamoyo foi adjudicado e aguarda-se
pela avaliação do relatório inicial.
•
O Plano Directivo foi concluído em Julho de 2009 e aprovado
pelo Conselho de Ministros. Espera-se pelo reajustamento
do projecto e pela implementação dos Estudos. EAC solicitou
ao BAD apoio ao reforço de capacidade para criação de uma
Unidade de implementação do Projecto para o Sector dos
Caminhos-de-ferro no Secretariado.
•
Desde a assinatura do Protocolo sobre a criação da Agência
173
Subsector
dos
Caminhos-de-ferro,
Estado do Estudo
sobre
do
Plano
Directivo
dos
Caminhos-de-ferro
para o qual os Estados
Parceiros
afectaram
USD 350.000
No Subsector da
Aviação Civil, a
Comunidade
da
África
Oriental
criou uma Agência
para
supervisionar
a
implementação
dos estandartes da
Organização
Internacional da
Aviação
Civil
(ICAO)
e
recomendou
práticas para o
reforço
da
estabilidade
e
segurança.
O
Protocolo para a
criação de uma
Agência
de
supervisão
da
Estabilidade
e
Segurança
na
Aviação
Civil
(CASSOA)
foi
assinado
na
reunião
extraordinária da
Sessão
do
de Supervisão da estabilidade e segurança (CASSOA) na
Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros, realizada
em Arusha, em 18 de Abril de 2007, o estado da
implementação deste Protocolo é o seguinte;
•
CASSOA iniciou oficialmente o seu mandato em 1 de Junho
de 2007 na sequência da assinatura do Protocolo. A 5.ª
Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado da EAC,
realizada em Campala, em 18 de Junho de 2007 criou
formalmente a Agência enquanto instituição da comunidade.
O Protocolo foi ratificado por todos os Estados Parceiros e
entrou em vigor em Abril de 2008. Neste aspecto o
Protocolo foi implementado.
•
A Agência (CASSOA) transferiu a sua Sede para Entebe,
Uganda, com efeito a partir de 15 de Março de 2010. Ela
concebeu e implementou a sua primeira Estratégia e Plano
de Desenvolvimento de cinco anos, os quais definem os
objectivos estratégicos e as estratégias chaves para orientar
as operações da Agência e a evolução a atingir no
desenvolvimento de um Subsector de aviação civil
sustentado, seguro, estável e eficiente de acordo com os
objectivos da EAC e da Agência.
174
Conselho
de
Ministros, em 18
de Abril de 2007.
A
Sessão
extraordinária do
Conselho também
designou
o
primeiro Director
Executivo
da
CASSOA, além do
restante pessoal
da Agência e a
Agência tornou-se
operacional
em
Maio de 2007.
Agricultura
e Estado de implementação do Programa de Desenvolvimento rural e
Segurança alimentar
da Agricultura e seus benefícios para os Estados Membros
Estado
de
implementação
do
Programa
de
Desenvolvimento
Rural e da Agricultura
•
Uma harmonizada política e estratégia para o
Sector da Agricultura está em curso. Os
instrumentos SPS foram concluídos e um projecto
de Protocolo sobre o SPS está sendo preparado.
EAC também preparou um Plano de Acção
harmonizado de Segurança alimentar. Além disto,
existe um Plano de acção conjunto para o
controlo das endemias transfronteiriças. Os
benefícios incluem a política de convergência e de
harmonização, criação de sinergias no tratamento
da segurança alimentar. Um outro benefício é a
acção conjunta para mobilização de recursos.
Energia
Estado
do
Plano
Energético Directivo
África Oriental, o qual
prevê um cronograma
de sete anos para a
completa criação do
sistema
energético
Regional com um
Estado do Plano Energético Directivo da África Oriental, o qual
prevê um cronograma de sete anos para a completo criação do
Sistema Energético Regional com a criação de um Centro
Energético como núcleo central
• Implementação dos Projectos identificados no quadro do Plano
Energético Directivo da África Oriental (EAPMP) está em curso
ao nível nacional e vários Projectos estão em diferentes etapas
175
Centro
energético
como núcleo central.
Estado do Turismo e
da Gestão da Vida
Selvagem
de implementação ou de financiamento. Dado que o EAPMP foi
adoptado antes da adesão do Ruanda e do Burundi a EAC e
considerando que os parâmetros e os compromissos exigem
ser actualizados e também tomando em conta a nova evolução
do Sector energético na Região, foi considerada necessária a
actualização do Plano Directivo. O financiamento foi garantido
pelo NEPAD-IPPF. A tarefa de actualização, iniciada em Outubro
de 2009 e cujo Relatório provisório foi submetido em Junho de
2010, está prevista para ser concluída este ano. O Centro
Energético não foi ainda criado mas, planos estão em curso
para preparar os instrumentos necessários a sua criação.
Desde o lançamento conjunto do Mercado da África Oriental como
um único destino turístico, os progressos são:
• CAO está trabalhando sobre a harmonização das políticas do
turismo e das leis.
• Um estudo sobre a introdução de um único visto turístico
para entrada na Região é esperado ser aprovado até o fim de
2011.
• O estudo definirá as modalidades da introdução do visto
turístico único.
As autoridades Turísticas da África Oriental decidiram estender,
para futuro, promoções conjuntas e marketing aos mercados
asiático, Médio Oriente, e americanos. Actualmente, a comunidade
da África Oriental identificou feiras nestes diferentes mercados e as
modalidades de promoção nestas feiras incluindo através de
exibições que estão sendo preparadas.
Estado do Tribunal de
Justiça da África
Oriental (EACJ)
•
Em 2005, o Mercado comum decidiu que um Protocolo para
operacionalizar a ampliação da jurisdição do CAOJ deverá
ser preparado. A comunidade preparou um Protocolo, o qual
foi analisado pelo Conselho. O Conselho orientou o Conselho
Sectorial dos Assuntos Jurídicos e Judiciais (SCLJA) para
analisar o Projecto do Protocolo.
•
O SCLJA recomendou que os Estados Parceiros submetam o
Projecto do Protocolo a ampla consulta, envolvendo todos
os intervenientes (incluindo o Judiciário, Assembleias
176
Nacionais e Procuradorias-gerais, Ordens de Advogados,
Sociedade Civil e comunidade de Negócios). Os Estados
Parceiros estão ainda a concluir as suas consultas.
Estado da livre
circulação de pessoas,
bens, serviços e de
capital
Durante a sua Cimeira
Extraordinária
de
Agosto de 2007, em
Arusha, os chefes de
Estado
orientaram
para
uma
maior
sensibilização
dos
cidadãos
sobre
a
Federação Política e
também que medidas
sejam tomadas para a
rápida criação do
Mercado Comum até
2010 e da União
Monetária até 2012
dado que a Região
caminha para a criação
da Federação Política.
Dado que o Mercado
Comum foi lançado no
início deste ano, qual é
o estado da sua
implementação?
•
As negociações do Protocolo sobre a Livre Circulação de
Pessoas, Mão-de-obra, serviços, direito de estabelecimento e
de residência foram encetadas conjuntamente com as
negociações do Mercado comum da África Oriental cuja
criação foi priorizada na Terceira Estratégia de
Desenvolvimento.
•
As negociações foram concluídas, o Protocolo foi assinado
em Novembro de 2009 e o Mercado comum da CAO foi
lançado em 1 de Janeiro de 2010. A cimeira dos Chefes de
Estado ratificou as recomendações sobre a plena
implementação das liberdades previstas nas áreas acima
referidas. Os Anexos conexos especificam as modalidades
para a facilitação da implementação plena do Protocolo
relativo ao Mercado Comum da CAO.
•
Um Estratégia abrangente se sensibilização e de
comunicação está sendo preparada para informar com mais
profundidade sobre as actividades de sensibilização da EAC
sobre a abordagem da integração. Relativamente ao
Mercado Comum, este foi lançado em 1 de Julho de 2010.
Para os assuntos que exigem negociações posteriores, os
Estados
Parceiros
se
engajaram
a
negociá-los
conjuntamente com os Anexos.
Estado da sua implementação
Cinco anos depois do lançamento, em 2005, a União Aduaneira da
EAC tornou-se plenamente operacional em Janeiro de 2010 em
todos os Estados Parceiros. Os Estados Parceiros continuam
tratando dos desafios emergentes da implementação do Protocolo
na base de caso a caso. Contudo, algumas das liberdades
relacionadas em grande medida com o Mercado Comum (livre
circulação de pessoas e de capital) e o gozo abrangente dos
mesmos serão alcançados em conformidade com o cronograma
acordado nos Anexos ao Protocolo relativo ao Mercado Comum.
177
União Aduaneira
A plena
implementação da
União Aduaneira está
planeada para entre
2005 e 2010
Contudo, algumas das liberdades largamente relacionadas com o
Mercado Comum (livre circulação de pessoas e de capital) e o gozo
abrangente disso serão apreciados de conformidade com o
cronograma a ser acordado nos Anexos ao Protocolo relativo ao
Mercado Comum (Vide também o N.º 9 acima)
União Monetária
Um estudo foi realizado, apresentado conjuntamente com os seus
anexos, que incluem o modelo do Protocolo a ser aprovado pelo
Conselho de Ministros da EAC como uma das referências para guiar
as negociações entre os Estados Parceiros da EAC sobre o Protocolo
da União monetária da EACA
Um projecto de Roteiro foi preparado e um Grupo de Trabalho de
Alto Nível (HLTF) para negociar o Protocolo já começou a
desempenhar as suas funções. A primeira reunião do HLTF teve
lugar em Setembro de 2010 e o processo está em curso.
União Monetária
Alguns acontecimentos importantes também foram registados. Por
Evolução na criação da exemplo: Regista-se uma melhorada sincronização e coordenação
das políticas macro económicas através da estreita colaboração
União Monetária até
entre os Governadores dos Bancos Centrais dos Estados Parceiros,
2012?
institucionalização e regularidade das consultas pré aprovação dos
orçamentos sobre as tarifas e medidas fiscais nos orçamentos,
apreciação dos orçamentos nacionais até então do Quénia, Uganda
no mesmo dia, listas colectivas das bolsas de valores partilhadas e
convertibilidade das moedas.
• As etapas de criação de um único posto fronteiriço (OSBPs)
estão em diferentes níveis. Projectos detalhados para OSBP
Namanga estão em curso e farão parte da construção da
Estrada Arusha-Athi River; O OSBP da Namanga deverá estar
concluído até Junho de 2011.
• Os projectos para os OSBP da Busia e Malaba estão em curso,
financiados pelo Banco Mundial e deverão estar prontos até
Setembro de 2011.
• Todos outros estão ou anunciados ou na etapa de elaboração
dos projectos ou ainda submetidos a financiamento por
178
Estado da criação de
postos
fronteiriços
administrados
conjuntamente para
facilitar
circulação
expedita nas fronteiras
e postos fronteiriçospiloto
empréstimo do BM. Espera-se que até Dezembro de 2012
quanto o empréstimo expirar, todas as fronteiras estejam
cobertas pelos OSBPs. EAC preparou um orçamento que sera
discutido pela EALA para operacionalizar os OSBPs.
Mercado de capital
• Um estudo sobre a regionalização do Mercado de capital da
EAC e um plano foram concluídos. O comité do Mercado de
Capital, Seguro e de Pensões recomendou a necessidade dos
intervenientes nos Estados Parceiros discutirem e
apresentarem as suas próprias contribuições
• O Secretariado da EAC, em colaboração com o Banco Mundial e
outros parceiros de desenvolvimento, está preparando um
Projecto de Regionalização e de Desenvolvimento do Sector
financeiro da EAC. O seu objectivo é o de apoiar o
desenvolvimento do Sector financeiro através da criação de um
único mercado de serviços financeiros entre os Estados
Parceiros da EAC
O
Comité
de
Desenvolvimento do
Mercado de capital
para desenvolver um
estudo sobre a maior
integração
dos
mercados financeiros
na
Região
em
conformidade com a
Estratégia
de
Desenvolvimento
2006-2010
• O Acordo Tripartido sobre Transporte Rodoviário foi assinado
em 2001 e o seu principal objective é o de proporcionar um
mecanismo dos Estados Parceiros para cooperação do
desenvolvimento da rede rodoviária da Região de forma a
promover a integração regional e o comércio. Os fundos para a
sua implementação foram disponibilizados em 2005, a seguir a
Decisão do BAD em conceder um empréstimo a EAC. Em 2007,
o Acordo de empréstimo no valor de USD 3.5 milhões foi
assinado para cobrir:
(a) Elaboração de uma Estratégia da EAC sobre o Transporte
e Desenvolvimento do Programa rodoviário, e
(b) Preparação do mecanismo de harmonização das políticas
de transporte, leis, regulamentos e estandartes.
•
Ambos estudos estão em curso e espera-se que a Estratégia
do Transporte esteja pronto até Novembro de 2011,
enquanto o mecanismo de harmonização é esperado até
Julho de 2011.
179
Transporte
rodoviário
O
estado
de
implementação
do
acordo tripartido de
transporte rodoviário
para facilitar e reduzir
os custos do trânsito
no
transporte
na
Região através da
redução
dos
procedimentos
da
documentação
no
trânsito no transporte,
incluindo
procedimentos
aduaneiros,
de
migração e de polícia
4.7.4
DESAFIOS
581. A eficiência e a sustentabilidade da EAC dependem de uma resoluta vontade política e
de maior envolvimento dos Povos, conscientes e participativos no processo de integração e
de desenvolvimento, na manutenção da paz e segurança, incluindo a boa governação, activo
promoção da ciência, baseada na cultura da iniciativa empresarial, desenvolvimento de
capacidade endógena de investimento, incluindo a capacitação de recursos humanos e
desenvolvimento de uma boa e baseada em princípios, relações com outras comunidades
Económicas Regionais e a Comunidade Internacional no quadro do sistema económico
mundial competitivo. Uma análise crítica do actual estado das actividades da ECA, definição
de acções futuras, definição dos programas e actividades prioritárias e, no geral, colocar
rapidamente o processo de integração da EAC num patamar cuja evolução irá levantar
outros desafios.
4.7.5 PERSPECTIVAS
582. O bom desempenho da EAC a partir do pleno lançamento das suas operações em
1996 criou uma forte fundação para o pleno cumprimento da sua missão na integração
regional. Tendo concluído em Janeiro de 2010 a operacionalização da União Aduaneira e
com a União monetária preconizada para 2012, os preparativos para criação da Federação
continuam de forma diligente. Contudo, isto requer recursos substanciais e o firme
compromisso dos Estados Parceiros.
180
5. ACTIVIDADES AO NÍVEL CONTINENT AL
583.
São seguintes as actividades actualmente desenvolvidas ao nível continental:
5.1 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE INFRA-ESTRUTURAS EM
ÁFRICA (PIDA)
584. O Programa para o Desenvolvimento das Infra-estruturas (PIDA) foi oficialmente
lançado em 24 de Julho de 2010 em Campala a margem da XV Cimeira da União Africana
no Uganda.
585. As anteriores Cimeiras da União Africana, particularmente as de Janeiro de 2009
sobre o desenvolvimento dos transportes e da Energia e de Janeiro de 2010 sobre o
desenvolvimento da Informação e das Tecnologias de Comunicação, sustentaram o
reforço das infra-estruturas em África e e notavelmente ratificou o PIDA como Programa
para integração de todas as Regiões e das actividades continentais.
586. O PIDA é uma iniciativa da Comissão da UA (CUA), BAD e da Agência para
Planificação e Coordenação do NEPAD. Ele cobre os Sectores da Energia, Transportes,
Tecnologias de Informação e de Comunicação e Água (Transfronteiriças) e será
implementado em duas grandes fases: Fase de estudo e Fase de implementação.
587. O principal objectivo do PIDA é o da maximização dos esforços e uso dos recursos
para permitir os intervenientes africanos falar numa só voz na base de uma Agenda
comum e de uma visão comum do desenvolvimento das infra-estruturas.
588.
Os objectivos específicos do PIDA são os de permitir os decisores políticos:
i. Criar e implementar um mecanismo estratégico de desenvolvimento regional e
continental de infra-estruturas (energia, transportes, tecnologias de
informação e de comunicação e águas transfronteiriças), baseado numa visão,
objectivo estratégico e nas políticas sectoriais;
ii.
Criar e implementar um programa de desenvolvimento de tais infraestruturas, priorizadas e divididas em projectos de curta, média e de longa
duração; e
iii. Preparar uma estratégia e um programa da fase de implementação, incluindo
um plano prioritário de acção.
589. O prazo limite considerado pelo PIDA é 2030. Está subdividido em Plano
Prioritário de Acção de curta duração 2010-2015, média duração 2016-2020 e de longa
duração 2021-2030. O orçamento total para o Estudo do PIDA é estimado em 7.781
milhões de euros e cobre dezoito (18) meses. Assim, o Estudo estará concluído até finais
de 2011.
181
590. Os Estudos sobre os vários órgãos de administração estão concluídos. Os estudos
sectoriais do PIDA iniciaram praticamente em 20 de Maio de 2010, a seguir a selecção e
assinatura do contrato com o Consórcio de Firmas de consultoria liderado pelo SOFRECO.
5.2 PROGRAMA ABRANGENTE DE DESENVOLVIMENTO DA
AGRICULTURA EM ÁFRICA (CAADP)
591. CAADP, é apoiado pela União Africana (UA) para disponibilização de um
mecanismo de aceleração do crescimento da agricultura em África. Ele foi ratificado em
2003 pelos chefes de Estado e de Governo da União Africana e destina-se a atingir um
crescimento anual do sector a taxa, de pelo menos, 6% bem como sensibilizar os
decisores políticos sobre a necessidade de agir em frentes seleccionadas de forma a dar
passos rápidos para resolver a situação difícil da agricultura em África. Desde a sua
criação em 2003, CAADP se transformou numa plataforma segura de colaboração,
parcerias e de alianças bem como para permitir os Países africanos a determinar as suas
próprias prioridades na agricultura. Nas Cimeiras dos G8 e G20, doadores e parceiros de
desenvolvimento ratificaram o CAADP e se comprometeram em dar o seu apoio a Agenda
de desenvolvimento da agricultura através deste mecanismo.
592. CAADP passou da estratégia para a implementação ao nível dos Países através do
processo de mesas redondas nacionais e convénios. O processo de mesas redondas
nacionais envolve: (i) Recolha e análise das opções de crescimento para ajustamento dos
esforços nacionais; (ii) constituição de parcerias e alianças para acelerar o progresso; e
(iii) Preparar o orçamento e as despesas do Sector. Este processo culmina com o convénio
do CAADP, o qual orienta a política nacional e as respostas de investimento para atingir o
objective de 6% de crescimento e 10% de afectação orçamental para a agricultura. O
número de Países que assinaram o Convénio cresceu de 1 em 2009 para 18 em 2010. A
excepção do exemplo do Malawi, há necessidade dos Estados Membros afectar 10% dos
seus orçamentos a agricultura (Declaração de Maputo).
593. É necessário que as CERs sigma e estimulem o exemplo do Malawi para conceber
políticas e obter rapidamente rápidos. Áreas para análise podem incluir: subsidies aos
consumíveis agrícolas, infra-estrutura e sistema dos mercados.
5.3 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
594. A União Africana está actualmente dando passos para a criação das seguintes
instituições:
•
Estado das Instituições Financeiras Africanas
595. O Artigo 19.º do Acto Constitutivo da União Africana prevê a criação de três
Instituições Financeiras Africanas, sendo: Banco Central Africano, Fundo Monetário
Africano e Banco Africano de Investimento. A criação destas três instituições financeiras
182
foi considerada prioridade pelos Chefes de Estado e de Governo e a Comissão tem tomado
medidas para a operacionalização destas instituições.
5.3.1 BANCO AFRICANO DE INVESTIMENTO
596. A seguir a adopção do Protocolo sobre a criação do Banco Africano de
Investimento (BAI) pela Assembleia da União Africana em Fevereiro de 2009, uma
Confer~encia Conjunta CUA/CEA dos Ministros Africanos das Finanças, Planificação e do
Desenvolvimento Económico foi realizado no Cairo em Junho de 2009, a qual ratificou o
Estatuto do BAI e isto foi posteriormente adoptado pela Assembleia dos Chefes de Estado
e de Governo em Syrte, Líbia, realizada de 1 a 13 de Julho de 2009.
597. O Banco Africano de Investimento deverá ter um capital social inicial de 25 biliões
de dólares, dos quais 75% pertence aos Estados Membros e 25% ao Sector privado
africano. O capital social inicial está dividido em acções realizadas (USD 4,000,000,000), a
realizar (USD 21,000,000,000). Até a data, apenas dezoito Países assinaram o Protocolo e
um ratificou-o. Up to now, only fifteen countries have signed the Protocol and one ratified
it.
5.3.2 BANCO CENTRAL AFRICANO
598. O processo de operacionalização do Banco Central Africano tem sido um pouco
lento, Contudo foram registados progressos. Um Grupo Técnico de trabalho será criado
para elaborar uma estratégia conjunta CUA/Associação dos Bancos Centrais Africanos
(AACB) para a criação do Banco Central Africano. As recomendações do estudo serão
submetidas ao comité Técnico CUA/AACG para análise antes da sua submissão a
conferência dos Ministros Africanos da Economia e das Finanças.
5.3.3 FUNDO MONETÁRIO AFRICANO
599. Os trabalhos para criação do Fundo Monetário Africano estão progredindo muito
bem não obstante atrasos de início. O Protocolo e o Estatuto que criam o fundo Monetário
Africano bem como outros documentos técnicos foram concluídos e deverão ser
apresentados a conferência Extraordinária dos Ministros da Economia e das Finanças a
ser realizada em Novembro de 2010 para adopção pela Cimeira da UA em Janeiro de
2011.
600. O maior problema com que a operacionalização das Instituições Financeiras
Africanas se confronta é questão dos recursos financeiros. O início dos trabalhos dos
vários Comités Consultivos foi dificultado por causa da insuficiência de fundos. O actual
mecanismo de financiamento das actividades da União Africana, dependentes das
contribuições dos Estados Membros e dos Parceiros de desenvolvimento tem muitas
inadequações.
183
5.4. CARTA AFRICANA DAS ESTATÍSTICAS (ACS) E ESTRATÉGIA PARA A
HARMONIZAÇÃO DAS ESTATÍSTICAS EM ÁFRICA (SHASA)
5.4.1 HISTÓRICO E FUNDAMENTO
601. Durante os anos 60, os Países Africanos iniciaram um processo de integração
continental tendente a criar ingredientes cruciais para o desenvolvimento económico e
social bem a estabilidade política. A Agenda Africana de Integração, tal como consignada
nos Tratados e Protocolos adoptados pelos Chefes de Estado e de governo inclui três
Áreas principais, nomeadamente: Integração política, Integração económica e Integração
social e cultural. Para o seu pleno sucesso, é necessária não apenas informação estatística
de qualidade como também dados harmonizados distribuídos no tempo e no espaço.
602. Grandes passos foram dados até agora na produção de estatísticas de qualidade
para informação dos decisores políticos e isto inclui tanto programas específicos
nacionais como mecanismo continental de desenvolvimento das estatísticas tais como o
Plano de Acção de Adis Abeba (AAPA), Mecanismo Regional de Referência Estratégica
(RRSF) e o Simpósio Africano sobre o Desenvolvimento das Estatísticas.
603. Não obstante os progressos atingidos, ainda existem muitos desafios no Sistema
Africano de Estatísticas, particularmente no respeitante ao actual os actuais eventos
correntes tais como HIV/SIDA, ambiente e mudanças climáticas e mais recentemente a
crise financeira e alimentar. As estatísticas são produzidas, usando métodos que nem
sempre reflectem as realidades africanas e nem sempre são comparáveis entre os Países.
Isto é devido a um certo número de obstáculos, incluindo, entre outros, recursos
inadequados afectados as actividades das estatísticas, falta de capacidade institucional,
baixo perfil das estatísticas no continente, inadequada coordenação das actividades das
estatísticas e mínima atenção dada as particularidades africanas na fixação dos
estandartes internacionais. A harmonização dos programas das Comunidades
Económicas Regionais (RECs) de estatísticas varia de uma Região para outra e
dificilmente respondem a procura de estatísticas harmonizadas. O Sistema Africano de
Estatística (ASS) destina-se, por isto, a conduzir os seus esforços para a integração
continental das estatísticas para tratar das necessidades continentais em termos de
informação estatística harmonizada e de qualidade.
5.4.2
CARTA AFRICANA DAS ESTATÍSTICAS
604. A Carta Africana das Estatística foi adoptada pelos Chefes de Estado e de Governo
em Fevereiro de 2009 e destina-se a:
i
ii
iii
Servir como mecanismo de política e ferramenta de advocacia para o
desenvolvimento da estatística em África;
Assegurar a melhoria da qualidade e da comparabilidade das estatísticas;
Reforçar a coordenação das actividades estatísticas e facilitar a harmonização
do desenvolvimento das intervenções dos Parceiros de forma a evitar
duplicações na implementação dos programas de estatística;
184
iv
Promover a obediência dos princípios fundamentais das estatísticas públicas
em África e a cultura da prova na definição de políticas; e
Criar capacidade institucional das autoridades estatísticas, assegurando a
autonomia das suas operações enquanto é prestada atenção a recursos
humanos, material e financeiro.
v
605. Até então a Carta foi assinada por 20 Países e ratificada por um. Todos os Estados
Membros são exortados a assinar e ratificar a Carta para que ela possa entrar em vigor o
mais rapidamente possível.
Tabela 4: Países que assinaram e ratificaram a Carta Africana das
Estatísticas
Países
Data
assinatura
Benin
17/08/2009
Cote d’Ivoire
11/06/2009
Congo
28/06/2009
Gâmbia
30/06/2009
Gana
28/06/2009
Moçambique
17/06/2009
Níger
12/05/2009
Ruanda
15/05/2009
Sierra Leone
18/06/2009
Togo
12/05/2009
Comores
02/02/2010
RDC
02/02/2010
Gabão
29/01/2010
Quénia
25/01/2010
Maurícias
21/01/2010
São
Tomé
Príncipe
Zâmbia
e
da
Data da
ratificaç
ão
Data da
adesão
27/10/
2010
09/02/
2010
01/02/2010
31/01/2010
185
Senegal
24/02/2010
Burkina -Faso
06/07/2010
Malawi
04508/20101
Fonte: Comissão da União Africana
5.4.3 ESTRATÉGIA PARA HARMONIZAÇÃO DAS ESTATÍSTICAS EM ÁFRICA
(SHASA)
606. A Estratégia para harmonização das Estatísticas em África (SHaSA) foi adoptada
pelos Chefes de Estado e de Governo em Julho de 2010. Ela tem quatro pilares que são:
Produção de Estatística de qualidade em África; Coordenar a produção de estatísticas de
qualidade para África; Criar de forma sustentada capacidade institucional do sistema
Africano de Estatística e Inculcar a cultura de tomada de decisões sustentadas.
Actualmente, esta estratégia está em fase de implementação. Todos os Sistemas
estatísticos africanos, Parceiros de desenvolvimento e outros intervenientes deverão
apoiar este esforço de forma a impulsionar a sua implementação.
5.5 CARTA AFRICANA SOBRE A DEMOCRACIA
607. A Carta Africana sobre a Democracia, Governação e Eleições adoptada pelos Chefes
de Estado e de Governo da UA em 2007 é a mais claro e decisivo indicador da mudança da
indiferença para responsabilidade partilhada e colectiva. A Carta está no centro da
resolução colectiva da África para actuar em uníssono quando necessário. A Carta fornece
à União Africana uma visão colectiva e uma base para promoção da democracia mas
também, de forma muito importante, fornece à União a fundação na base da qual ela
poderá reforçar as suas capacidades na prevenção e respostas as causas estruturais dos
conflitos no Continente.
608. Uma leitura atenta da Carta indica que ela é um passo além das declarações e
decisões pois procura, firme e inequivocamente, criar uma cultura de mudança, baseada
na realização de eleições regulares livres, justas e transparentes, conduzidas por
autoridades eleitorais nacionais, competentes, independentes e imparciais. A Carta
também serve para preencher a determinação na promoção e reforço da boa governação
através da institucionalização da transparência, prestação de contas e de democracia
participativa. Para que a Carta entre em vigor, enquanto instrumento da União Africana, a
Carta deverá ser ratificada por um mínimo de quinze (15) Estados Membros da União
Africana.
609. Além disto, a Carta fornece um ponto de referência consolidado para todos os
esforços da União Africana para reforçar todo o estado da democracia, eleições e da
governação em toda a África. Através da adopção e ratificação, os Estados Membros da
União se comprometem com um conjunto de estandartes e abordagens comuns da
186
governação e democracia. Nas suas diversas disposições, a Carta também fornece uma
plataforma para os Estados Membros se engajarem uns com outros sobre práticas da
democracia, governação e eleições e de abordagens que poderão ser mais relevantes e
apropriadas aos compromissos colectivos estabelecidos através da União Africana.
610. Actualmente seis Estados Membros ratificaram e trinta e sete o assinaram. A
maior responsabilidade pela ratificação e implementação da Carta Africana sobre a
Democracia, eleições e Governação cabem aos Estados Membros. Contudo, a Carta
pertence a todos os Africanos e serve de referência para partilha de valores para os
Estados Membros da União Africana. Ela também emerge como o principal documento
para articulação das perspectivas africanas comuns sobre os princípios democráticos e
práticas.
611. Como um documento preparado pela União Africana para os seus Estados
Membros, a Carta é considerada um exemplo positivo para outras Regiões do Mundo. Os
detalhes inseridos na Carta criam os mais vastos princípios e estandartes para a
governação, democracia e eleições nos Estados Membros e foram instituídos de
conformidade com as Constituições dos Estados Membros. A Assembleia da União tomou
a iniciativa para adopção da Carta com perspective que os Estados Membros assinem e
ratifiquem o instrumento o mais rápido possível. Uma lista actualizada de assinaturas e
ratificações é anexa para referência.
5.6 RECURSOS HUMANOS, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
612. A União Africana, através do Departamento de Recursos Humanos, Ciência e
Tecnologia executa programas de desenvolvimento tendentes a reforçar o
desenvolvimento, integração regional e cooperação através de programas específicos na
educação, desenvolvimento da juventude, ciência e tecnologia e TICs.
5.6.1 EDUCAÇÃO
613. Na educação, o mecanismo director é o Plano de acção para a Segunda Década da
Educação em África (2006-2015), lançado pela cimeira da UA em 2006. Este Plano
articula a visão colectiva Africana e, por isto um documento orientador para os Estados
Membros através das CERs. Todas as Agências de desenvolvimento bona fide que
trabalham na educação em África são também exortadas pela Cimeira de Janeiro de 2008,
a ajustar as suas actividades com este Plano de acção. Já houve progressos com um cento
número de CERs a incorporar o Plano de acção. A comissão concebeu um sistema
continental de Gestão da Educação através do qual todas as CERs relatam sobre a
evolução da implementação do Plano de acção.
614. O Programa da Educação promove a revitalização e a harmonização dos sistemas e
políticas de educação e a retenção dos recursos humanos africanos de alto nível. O
Esquema Mwalimu Nyerere da União Africana para bolsas académicas intra africanas e
mobilidade dos estudantes e do pessoal, criado em 2005 é financiado pelos Estados
187
Membros. O Esquema recebeu um apoio suplementar de 300 bolsas para pós graduação
do Governo da Índia e 40 milhões de euros para apoiar a expansão das bolsas de estudo
intra africanas e mobilidade académica a partir de 2011. A comissão criou om
Observatório Africana da Educação para criar capacidades no sistema de informação sobre
gestão da educação enquanto apoio sustentado á educação planificada. Isto envolverá a
colaboração entre o Instituto Pan-africano para desenvolvimento da educação (IPED) e o
Centro Internacional para Educação das Mulheres e Raparigas (CIEFFA) com apoio da
UNICEF, UNESCO e da Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA).
O Projecto da Universidade Pan-africana que envolverá um conjunto de 5 enormes
regiões, cada uma ligada por satélite a 10 instituições de ensino superior e de investigação
de toda a África, recebeu esmagador apoio dos Estados Membros bem como da UNESCO,
Alemanha, Japão e de outros Parceiros internacionais. A Universidade Pan-africana
proporcionará ensino superior de excelência e investigação e fortalecerá a relevância,
atractividade e competitividade global do ensino superior africano. As CERs são as pedras
basilares na implementação de todos estes programas.
5.6.2 CIÊNCIA E TECNOLOGIA
615. O Programa da Ciência e da Tecnologia da UA é destinado a promover o uso da
Ciência e da Tecnologia no confronto com os desafios da África com as soluções científicas.
Com assistência dos Parceiros de desenvolvimento, a Comissão projectou um sistema
competitivo de investigação para programas de concessões ao nível pan-africano bem
como um instrumento financeiro dedicado a apoiar a investigação em África, reforçar o
financiamento da investigação e promover a colaboração científica inter-regional, intra
África e internacional. A concessão Africana de Investigação receberá um Pacote para o
Programa de Investigação para um Desenvolvimento Sustentado da África, Caraíbas e
Pacífico (ACP) cerca de 15 milhões de euros para lançar concursos de proposta de
implementação dos Programas R&D no quadro da política de ciência da UA. Os Programas
sobre a água e segurança alimentar em África foi incluído nos 63 milhões de euros da FP7África Chama 2010, lançado pela Comissão Europeia no quadro da Estratégia Conjunta
África-UE. Além disto, a Comissão lançou o Prémio Cientista Africano, ao nível nacional
para jovens investigadores, ao nível regional para mulheres cientistas e aberto a todos ao
nível continental para promover o desenvolvimento científico, reconhecimento de
excelência entre os cientistas africanos e aumentar o perfil da ciência e da tecnologia no
continente.
616. No Sector das TICs, uma das maiores conquistas, foi a boa preparação para a
Cimeira da UA de Janeiro de 2010 sob o tema TICs, durante a qual o Departamento
organizou uma exibição sobre as melhores práticas e também um documento abrangente
sobre o Sector. A Comissão da UA, no quadro do Mecanismo Estratégia conjunta
África/UE, está coordenando e apoiando o seguimento da implementação de projectos
chaves, entre outros: (i) África Alerta para Investigação e Educação com custo total de
11.8 milhões de euros destinados a criar uma interligação (baseada na Internet) entre as
redes de investigação europeias e africanas; (ii) Sistema Africano de Partilha da Internet
188
para criar uma infra-estrutura Africana da internet através da concepção de política e
reforma da regulação, reforço de capacidade, assistência técnica as Associações ISP e
Pontos de Partilha da Internet em África; e (iii) Programa TIC Africano de Liderança
destinado a emancipar os futuros líderes através do reforço das suas capacidades
estratégicas sobre TICs e papel no desenvolvimento das sociedades inclusivas de
desenvolvimento de conhecimentos em África.
5.6.3 PROGRAMA PARA A JUVENTUDE
617. O Programa para a Juventude na Comissão da União Africana é destinado a
reforçar as capacidades dos Jovens em África e direccionar para melhor desempenho dos
profissionais, aumento das aptidões e participação active dos jovens. O Programa
promove a criação de uma plataforma comum que gera o esforço de aptidões de forma a
facilitar o acesso dos Jovens no processo de desenvolvimento, mas também para que eles
sejam envolvidos no processo de tomada de decisões. Também há necessidade de
promover incentivos apropriados para desenvolver eficiência e eficácia de recursos
humanos e gerar conhecimento dos Estados Membros a favor do bem motivado recursos
humanos, incluindo a juventude, considerando-a um capital social positivo em África para
a sustentabilidade da parceria no Sector público e de projectos. Isto requer a criação de
um mecanismo operacional integrado de desenvolvimento para apoiar o reforço de
capacidade humana, emancipação da juventude e desenvolvimento das aptidões.
618. O Programa de Voluntariado para a Juventude a ser brevemente lançado destinase a promover integração regional e inter-Países, colocando voluntaries jovens em
diferentes Países e Regiões para aumentar os seus conhecimentos e aptidões e contribuir
para o desenvolvimento da África seja lá onde estiverem através do trabalho voluntário.
A Carta Africana da Juventude já foi ratificada por 22 Estados Membros, foi elaborado um
Plano de acção de 10 anos para apoiar a implementação da declarada Década para
desenvolvimento da Juventude (2009-2018) e esforços estão sendo consentidos para
perpetuação dos estudos são entre outros, mecanismos para tratar das questões acima
referidas, em termos de direitos, obrigações e necessidades para facilitar os programas
que contribuem para o desenvolvimento do RH nos Estados Membros bem como nas
Regiões.
6. ANÁL ISE COMPARATIVA DOS RESULT ADOS ATINGIDOS
619. A Comunidade Económica Africana (CEA) é uma Organização dos Estados da
União Africana que cria fundamentos para o desenvolvimento económico entre a maioria
dos Estados Africanos. Os objectivos definidos da Comunidade incluem, entre outros, a
criação de zonas de comércio livre, uniões aduaneiras, Mercado Comum e uma moeda
única, tudo orientado para a criação de uma união económica e monetária. Actualmente, a
União Africana reconhece oito CERs com a maioria dos Estados Membros entre elas. As
CERs consistem, sobretudo, em blocos comerciais e, nalguns casos, envolvem alguma
cooperação política e militar. Todas estas CERs formam pilares da CEA.
189
620.
A seguir, o caminho que a Comunidade Económica Africana irá percorrer:
6.1 ESTADO DE REALIZAÇÕES DA COMUNIDADE ECONÓMICA AFRICANA
(CEA)
621. A CEA foi criada pelo Tratado de Abuja, assinado em 1991 e entrou em vigor em
1994, estando preconizada para ser efectivada em seis Etapas: Etapa Um (a ser concluída
em 1999) Criação de blocos regionais lá onde ainda não existem; Etapa Dois: (a ser
concluída em 2007) Reforço da integração intra CERs e inter harmonização; Etapa Três a
ser concluída em 2017) Criação de zonas de comércio livre e de uniões aduaneiras em
cada um dos blocos regionais; Etapa Quatro: a ser concluída em 2019) Coordenação e
harmonização das tarifas e do sistema não tarifário entre as CERs com vista a criação de
uma Zona de Comércio Livre que culmina com uma União Aduaneira continental; Etapa
Cinco: (a ser concluída em 2023) Criação de um Mercado Comum continental (ACM);
Etapa seis: (a ser concluída em 2028) Criação de uma União Económica e Monetária
Continental e de um Parlamento. Todo o período de transição deverá estar concluído o
mais tardar em 2034.
622. Evolução até Agosto de 2010: Etapa 1: concluída; Etapa 2: Concluída (excepto
IGAD e CEN-SAD. IGAD está no processo de finalização de um estudo sobre a sua ZCL,
incluindo a gradual eliminação das suas tarifas e de barreiras não tarifárias) enquanto na
CEN-SAD, foram formuladas propostas e estão sendo estudadas pelos Estados Membros;
Etapa 3: Em curso (EAC, SADC, COMESA, CEEAC e CEDEAO atingiram a ZCL. EAC e
COMESA também atingiram a UA. Actualmente, no COMESA o processo está em curso e
na EAC está concluído. As restantes CERs estão desenvolvendo esforços para lançamento
e implementação); Etapa 4: Sem evolução (União Aduaneira Continental); Etapa 5: Sem
evolução (Criação do Mercado Comum) e Etapa 6: Sem evolução (União Económica e
Monetária não atingida uma vez que as etapas de implementação da Zona continental de
comércio livre, de Uniões Aduaneiras e do Mercado comum deverão ser concluídas,
excepto o Parlamento Africano já criado mas que joga, até então, um papel consultivo.
623. A Tabela seguinte indica o estado de implementação do Tratado de Abuja por cada
CER abarcando as Etapas de um a três. As Etapas de 4 a seis são as da Etapa continental
relativas a criação da comunidade Económica Africana.
190
TABELA 5. E STADO DA S CO MUN IDADES ECONÓMI CA S REGIONAI S
Etapas
do
Tratado
de
Abuja
Etapa um:
1994-1999
Etapa dois:2000- 2007
Etapa três: 20082017
RECs
Reforço das
existentes
CERs e criação
de novas onde
elas não
existem
ü
Coordenação
e
harmonização
das
actividades
Zona de
União
União
Comércio Aduaneira Aduaneira
Livre
Continental
Criação de
um
Mercado
comum
Africano
Em curso
Esta etapa
será
atingida
quando
todas
as
CREs
atingiram
a
União
Aduaneira
continental
bem como
a
livre
circulação
de mão-deobra e de
capital
IGAD
ü
Eliminação
gradual das
tarifas e das
barreiras
não
tarifárias
Estudo em
cursos
ü
Etapa
quatro:
2018-2019
Ainda
ü
SADC
ü
ü
CEN-SAD
ü
ü
ü Em
curso
CEDEAO
ü
ü
ü ü
2015
COMESA
ü
ü
ü ü
ü
CEEAC
ü
ü
ü ü
2011
CAO
ü
ü
ü ü
2011Ainda
ü
Esta etapa
será atingida
quando
todas
as
CERs
atingirem a
União
Aduaneira e
tiverem
harmonizado
as
respectivas
TEC
com
vista
a
criação
de
uma única
TEC
continental
Etapa
cinco:
20202023
Etapa
seis:
20242028
Mais
tardar
2034
União
Económica
e
Monetária
Esta etapa
sera
atingida
quando
todas as
CERs
atingirem
o Mercado
Comum e
que
haverá
moeda
comum
emitida
pelo
Banco
Central
Africano
Fonte:
Comissão
da
União
Africana
191
Estado de Implementação do
Tratado de Abuja
Etapas do Tratado
de Abuja
Etapa
6
Etapa
5
Etapa
4
Etapa 3
Concretização da
Comunidade Económica
Africana (CEA)
União Monetária e
Económica
Mercado Comum
continental
COMESA
EAC
União aduaneira
continental
CEDEAO
CEEAC
SADC
Uniões Aduaneiras
Regionais
Zonas Regionais de
Comércio Livre
Etapa 2
Coordenação e
harmonização das
actividades
Etapa 1
ge
Reforço das
existents CERs
IGAD
CEN-SAD
1994
Reforço das
existentes CERs
1999
2007
Coordenação e
harmonização
das actividades
2010
Zonas Regionais de
Comércio Livre e Uniões
Aduaneiras Regionais
2017
2019
União
Aduaneira
Continental
2023
Mercado
Comum
Continental
2028-2034
União Monetária e
Económica
192
Fonte:Comissão da União Africana
Observação:
FTA: zona de Comércio Livre
CU: União Aduaneira
CM: Mercado Comum
193
6.2 ESTADO ACTUAL DAS COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS
624. As tabelas e gráficos demonstram que as RECs tiveram alguma evolução na
iniciativa de integração. Contudo, muitos mais esforços são necessários para harmonizar as
suas políticas, particularmente ao nível continental. Algumas CERs, tais como COMESA,
CEDEAO, SADC e CEEAC atingiram a Zona de comércio livre enquanto a CEN-SAD e IGAD
estão no processo de criação das suas próprias ZCLs. COMESA e EAC são as únicas que
criaram as suas Uniões Aduaneiras, COMESA lançou a sua União Aduaneira em 2009 e está
planeada para implementação em três anos, A União Aduaneira da EAC está
completamente em vigor.
625. Por um lado, a CEEAC e a SADC pretendem lançar a sua União Aduaneira até 2011,
enquanto a CEDEAO prevê lançar em 2015. A SADC, por outro lado, também tenciona
atingir a sua União Aduaneira em 2010. As restantes CERs estão consentindo esforços para
atingir este objectivo.
6.3 HARMONIZAÇÃO E COOPERAÇÃO DAS ACTIVIDADES ENTRE AS CERS
626. Deve ser registado que entre as CERs foi estabelecida cooperação, particularmente
pela EAC com COMESA, SADC e IGAD. Um certo número de actividades tivera lugar no
quadro do Comité de coordenação Inter-regional. Além disto, EAC, COMESA e SADC
organizaram um Cimeira Tripartida em Outubro de 2008, durante a qual foi
institucionalizado o processo de integração das três (3) CERs, começando pela criação da
Zona de comércio livre. Os programas chaves estão também planificados no domínio de
desenvolvimento das infra-estruturas.
627. COMESA, EAC e SADC estão implementando programas regionais de integração nas
áreas do comércio e desenvolvimento económico, cobrindo a criação de Zonas de Comércio
Livre, Uniões Aduaneiras, União monetária e de Mercados Comuns bem como o
desenvolvimento de programas de infra-estruturas nos domínios dos transportes,
informação e tecnologias de comunicação e energia como uma primeira etapa e uma
contribuição a realização da integração continental que conduzirá a criação da CEA.
628. De igual modo, na África Ocidental há um registo crescente das relações entre a
CEDEAO e a UEMOA, as quais produziram frutos através da adopção de um programa
comum de acção sobre diversas questões, incluindo liberalização do comércio e políticas
macro económicas de convergência. A Comissão da CEDEAO e da UEMO se envolveram na
implementação de consultas e de criação de mecanismos de cooperação para as
Organizações Inter-governamentais da África Ocidental. Várias reuniões foram organizadas
em Dezembro de 2007, Agosto, Setembro e Dezembro de 2009 tornaram possível finalizar
e adoptar o Memorando de Cooperação e Parceria entre as Organizações Intergovernamentais da África Ocidental em Dezembro de 2009, em Acra, Gana. Este MoU
destina-se a promoção e a coordenação, complementar e eficientemente, às suas acções
194
comuns para o desenvolvimento e integração da África Ocidental e propiciar o princípio da
subsidiariedade.
629. Na África Central, CEEAC e CEMAC estão, de forma crescente, trabalhando para a
harmonização dos seus Programas.
630. Nas Sub-regiões da África Oriental e Austral, IGAD e IOC já estão aplicando a maioria
dos instrumentos de integração adoptados pelo COMESA. EAC e COMESA têm um
memorando de entendimento para impulsionar a harmonização das suas políticas e
programas, enquanto COMESA e SADC criaram task forces para tratar das questões comuns
e convidam a seguir o mesmo exemplo e as reuniões técnicas.
631. Contudo, um dos maiores desafios com que se confrontam COMESA, EAC e SADC na
implementação dos seus programas é a multiplicidade de filiação. EAC já tem União
Aduaneira mas, EAC partilha quatro Estados Membros com COMESA e um Estado Membro
com a SADC. Cinco Estados Membros da SADC são Membros da União Aduaneira da África
austral (SACU). Existem, contudo, dez Países da Região que já são Membros de Uniões
Aduaneiras mas, todos os dez está também envolvido em negociações para criar uniões
aduaneiras alternativas àquela a que actualmente pertencem. COMESA e SADC têm sete
Estados Membros em comum que não Partes das Uniões Aduaneiras mas, estão envolvidos
na preparação de Uniões Aduaneiras. Assim, dos vinte e seis Países que constituem filiação
combinada do COMESA, EAC e SADC, dezassete (ou mais do que dois terços) estão ou nas
uniões aduaneiras ou participando em negociações para criação de uniões aduaneiras
alternativas àquelas a que pertencem ou ainda estão num processo de negociação da
criação de duas uniões aduaneiras separadas.
632. Isto conduziu ao reconhecimento pelas três CERs da necessidade de iniciar um
processo de coordenação e de harmonização dos seus programas regionais de integração
como via para mitigar o desafio da filiação múltipla. A seguinte Tabela indica as CERs
reconhecidas pela União Africana e outras existentes CERs.
Tabela 6: RECs reconhecidas pela UA e outras existentes CERs
Oito CERs reconhecidas pela União
Africana
Outras
existentes
reconhecidas pela UA
CERs
não
Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO)
União Aduaneira da África Austral
(SACU)
Mercado Comum da África Austral e
Oriental (COMESA)
Comunidade Económica dos Países dos
Grandes Lagos (CEPGL)
Comunidade dos Estados do SahelSahariano (CEN-SAD)
União Económica e Aduaneira da África
Ocidental (UEMOA)
Comunidade de Desenvolvimento da
Comunidade Económica e Monetária da
195
África Austral (SADC)
Autoridade Inter-governamental
Desenvolvimento (IGAD)
África Central (CEMAC)
de
Comissão do Oceano Índico (IOC)
Comunidade Económica dos Estados da
África Central (CEEAC)
Comunidade da África Oriental (EAC)
União Árabe do Magrebe (UMA)
Fonte: Comissão da União Africana
633. As tentativas para harmonizar todas as CERs na preparação da quarta Etapa, a qual
será a de União Aduaneira Continental a ser atingida ate 2019, enfrentam um desafio.
Muitos esforços serão necessários da parte dos Órgãos da UA bem como das CERs e dos
Estados Membros. A proposta alternativa é a de assegurar que as ZCLs, uniões aduaneiras,
Mercado comum e união económica e monetária sejam atingidos ao nível regional, as
restantes CERs que ainda não atingiram ZCL bem como CU deverem consentir mais
esforços para o efeito e as CERs persuadirem os Estados Membros a implementar as ZCLs
bem como as CU.
634. Além disto, enquanto as CERs caminham para a conclusão destas etapas de acordo
com o Tratado de Abuja, o Programa Mínimo de Integração (MIP), adoptado enquanto
mecanismo estratégico dinâmico priorizou alguns sectores a serem implementados no
quadro da integração continental. Estes programas e actividades já foram identificados
pelas CERs durante duas reuniões sectoriais, organizadas em Nairobi de 10 a 11 de Maio de
2010 e em Lilongwe de 1 a 2 de Junho de 2010. Estes programas deverão ser usados como
directivas para a harmonização das CERs para atingir gradualmente as restantes etapas ao
nível continental, a partir de 2018.
6.4. DESAFIOS
635. É claro que a África enfrenta desafios, incluindo os globais, nomeadamente: as crises
alimentar, energético e financeira. Isto é uma clara indicação da necessidade do reforço da
coordenação entre as CERs de forma a ultrapassar estes desafios, uma vez que,
individualmente, os Países não o poderão fazer. Isto constitui uma oportunidade para os
Líderes acelerarem o processo de integração através da revisão do método utilizado até
hoje no caminho para a integração, removendo todos obstáculos que imperam o processo
de integração, assumindo compromissos mais fortes para atingir estes objectivos e afectar
mais recursos a implementação dos Programas continentais da UA.
196
636. O acesso a energia e a segurança constituem outros sérios constrangimentos aos
esforços da África para atingir um crescimento sustentado e inclusivo. Não obstante os
vastos recursos energéticos do continente, os níveis de acesso à energia estão muito aquém
dos do resto do Mundo. Além disto, o fornecimento de energia é dificultado pelas infraestruturas ineficientes. A colaboração transfronteiriça no comércio da energia é também
muito fraca nas Regiões. Assim, esforços adicionais serão necessários, nalgumas Subregiões, para consolidar os benefícios emergentes dos mecanismos regionais de política
sobre a energia tais como gás, centros energéticos e mercados regionais de energia.
637. O processo de integração no continente está também comprometido pelos
numerosos conflitos nalguns Estados membros, os quais protelam a integração e o
desenvolvimento, impedindo actividades económicas, destruindo infra-estruturas e
colocando impedimentos sérios ao fluxo do comércio e de investimentos. A eficácia do
processo é também limitada pela multiplicidade de esquemas, os quais impõem um enorme
fardo as fracas capacidades administrativas e financeiras dos Países e conduz ao
incumprimento das obrigações.
638. A ausência de mecanismos de auto-financiamento para as organizações regionais de
integração, mecanismos inadequados para assegurar que os benefícios da integração sejam
equitativamente distribuídos entre os Estados Membros, a falta de envolvimento do Sector
privado e da sociedade civil no processo de integração e o tempo desproporcionado
dedicado as questões ligadas aos conflitos têm implicações no desempenho e nas
competências exigidas das CERs e têm de forma significativa impactos negativos sobre o
processo de integração.
639. O processo de integração regional da África também tem sido impedido pela pobre
concepção e sequência dos acordos. Isto é reflectido na pesada ênfase da maioria dos
esquemas para liberalização do comércio e integração dos mercados sem atenção a
promoção da produção, integração e das complementaridades regionais ou do
desenvolvimento das infra-estruturas (especialmente dos transportes e comunicações)
para facilitarem a integração dos mercados.
640.
A luz do acima exposto, podem ser feitas as seguintes observações:
i
Dado que Estados Membros da IGAD também pertencem ao COMESA, IGAD
deverá adoptar programas similares ao deste último e o estudo que pretende
realizar sobre as ZCL deverá ser compatível com o do COMESA;
ii
IGAD deverá também ser Parte do Acordo Tripartido estabelecido entre
COMESA, EAC e SADC;
641. O estabelecimento do Acordo Tripartido SADC/COMESA/EAC representa uma opção
para a aceleração da esperada Comunidade Económica Africana. Neste sentido a SADC, EAC
e COMESA poderão começar a trabalhar para a harmonização das suas TECs e numa
eventual concretização da CEA com outras CERs e IGAD poderá ser convidada a aderir ao
197
processo, dado que todos seus Estados Membros também pertencem ao COMESA. A criação
da ZCL da IGAD também tomou em consideração os Programas Tripartidos de forma a
evitar duplicação.
642. CEN-SAD, que também inclui Estados Membros da CEDEAO, deverá ser convidada a
estudar mais atentamente a situação da CEDEAO e a harmonizar os seus programas com os
da esta última. Assim, os Estados Membros da CEN-SAD que pertencem a CEEAC poderiam
entrar na União Aduaneira com estes últimos.
643. Os projectos continentais, tais como os de energia, infra-estruturas, agricultura,
entre outros, não podem ter sucessos dado o actual estado de independência prevalecente
entre as CERs ou seja, ausência de harmonização e coordenação através de projectos
continentais comuns pode levantar desafios as CERs e elas poderão se encontrar numa
difícil situação.
644. Além disto, os numerosos bloqueios de estradas e pontos de controlo, sempre
crescente custo dos transportes contribuem para atrasar a entrega de mercadorias. Eles
também limitam a livre circulação de mercadorias, pessoas, contributos e investimentos. As
administrações aduaneiras africanas são, na generalidade, ineficientes e contribuem para a
criação de barreiras ao comércio dentro e for a do continente. As leis aduaneiras exigem
excessiva documentação, a qual deve ser feita manualmente porque o processo não está
informatizado pois a informação e tecnologias de comunicação (TICs) está ausente na
maioria das instâncias aduaneiras, associada a procedimentos aduaneiros sem base de
dados e com falta de transparência, previsibilidade e consistência. Estas ineficiências
provocam atrasos que geram aumento dos custos das transacções.
645. Barreiras adicionais ao comércio incluem os sistemas de pagamento e de seguro, os
quais também não estão bem desenvolvidos. Além disto, financiamento estrangeiro do
comércio, mecanismos de crédito a exportação e sistema de seguro da exportação não
existem na maioria dos Países africanos. Por causa das leis monetárias e financeiras que
não estão harmonizadas aos níveis nacional, regional e sub-regional, não há
convertibilidade das moedas africanas.
646. O comércio africano não poderá melhorar de forma significativa com o actual pobre
estado das infra-estruturas. África precisa de infra-estruturas físicas seguras, de confiança,
eficientes e sustentadas para apoiar as actividades económicas e fornecer serviços sociais
básicos, especialmente aos pobres. Além disto, África precisa desenvolver infra-estruturas
de energia, tais como redes de electricidade, oleodutos, gasodutos que facilitarão o
comércio transfronteiriço de energia e desse modo fortalecem a segurança e confiança no
fornecimento de energia. O comércio entre os Países pode também ser fortalecido com a
partilha dos recursos da água se os rios e lagos comuns forem transformados em vias para
transporte de bens e de pessoas.
647. O principal desafio com que confronta o desenvolvimento de infra-estruturas em
África é a falta de financiamento adequado. Segundo uma recente estimativa do Banco
198
Mundial o investimento em infra-estruturas em África requer anualmente cerca de USD 93
biliões nos próximos dez anos. Estes investimentos são necessários para desenvolver novos
projectos de produção de electricidade, linhas transfronteiriças de distribuição, rede interregional de fibra óptica, cabos submarinos, estradas de acesso as áreas agrícolas, água,
projectos de saneamento do meio e TICs. Consequentemente, o apoio financeiro aos
programas que beneficiam as infra-estruturas em África deve ser aumentado. O Banco
Mundial, EU, BAD e outras Agências multilaterais precisam aumentar o financiamento das
infra-estruturas em África dado que os Governos africanos não dispõem de capacidade
financeira para o efeito. É também necessário aumentar o apoio ao Consórcio de Infraestruturas para África (ICA).
648. Para ultrapassar os desafios, os Países africanos com a assistência das CERs e os
Parceiros de desenvolvimento, deram início a programas para reforçar o desenvolvimento
de infra-estruturas no continente. Eles estão trabalhando no desenvolvimento de uma rede
integrada de estradas, caminhos-de-ferro, transporte marítimo, navegação nos países
encravados e de aviação civil. Além disto, as CERs estão preparando e implementado leis
harmonizadas, estandartes, regulamentos e procedimentos para assegurar o fluxo regular
de bens e de serviços e para reduzir os custos dos transportes. O PIDA, destinado a
melhorar as infra-estruturas em África, foi lançado pela Comissão da UA, BAD, CERs e
Agência de Planificação e coordenação do NEPAD. No quadro do PIDA vários estudos serão
realizados com objective de fornecer aos decisores políticos as ferramentas para
formulação de políticas, concepção de programas prioritários de desenvolvimento de infraestruturas, estratégias e processos conexos.
649. África se confronta com numerosas dificuldades pois tenta acelerar a sua integração
política e económica. Relativamente a questão de financiamento, até então, foram
identificados muitos projectos em várias áreas mas, o desafio é o de encontrar fontes de
financiamento de recursos substanciais, estáveis e de longo prazo. Relativamente a esta
questão particular, África está tentando criar instituições financeiras Pan-africanas tais
como Banco Africano de Investimento (BAI), Fundo monetário Africano (FMA) e Banco
Central Africano (BCA) tal como estatuído no Artigo 19 do Acto Constitutivo da UA.
650. Além disto, para criar as novas instituições financeiras, a Comissão está no processo
de apresentação para adopção de mecanismos para gerar fundos autónomos tal como foi o
caso da EU desde 1970, CEDEAO e CEEAC desde 2000. Caso o mecanismo a propor for
adoptado pelos Chefes de Estado na Cimeira de Janeiro/Fevereiro de 2011, a UA terá a sua
disposição um mecanismo estável de financiamento substancial para os vários orçamentos
dos seus Órgãos.
651. A acrescer aos seus esforços internos, na procura de recursos substanciais de
recursos, a UA pode também contar com a contribuição dos seus vários parceiros. Neste
sentido, os interessados são considerados Parceiros importantes para reforço do apoio na
implementação do Tratado de Abuja. É por isto imperativo implementar efectivamente o
Tratado de Abuja no prazo especificado. Os Parceiros de desenvolvimento deverão apoiar
199
os esforços da União Africana para impulsionar a integração africana. Os Parceiros de
desenvolvimento tais como BAD, ECA deverão apoiar a CUA na busca de melhores vias de
financiamento dos programas e projectos identificados, acordados no quadro do MIP. MIP
cobre as seguintes áreas prioritárias: comércio, livre circulação, indústria, investimento,
assuntos sociais, assuntos políticos, estatísticas, reforço de capacidade e género.
652. Para financiar o MIP, os Chefes de Estado e de Governo, a pedido dos Ministros da
Integração, decidiram criar um Fundo Africano da Integração em colaboração com o Banco
Africano de Desenvolvimento. A criação deste Fundo de acordo com o mecanismo
autónomo de produção de fundos irá jogar um papel vital no aprovisionamento de fundos.
7. RECOMENDAÇÕES
653. Dada a ctual evolução do processo de reforço da integração em África e os desafios
com que o processo se confronta foram feitas as seguintes recomendações a atenção dos
Órgãos da União Africana, CERs e dos Estados Membros.
i.
Os Estados Membros deverão implementar as Decisões, Tratados e Protocolos.
Além das assinaturas, os Estados Membros devem se comprometer com o
processo de integração.
ii.
Há necessidade de um esforço adiccional para harmonisar as actividades das
CERs. Embora algumas CERs tenham acordos de cooperação entre elas em vários
sectores de actividades, é necessário acelerar o processo de integração através
de medidas de reforço da confiança. Em vez transparecer que as CERs se
competem umas com as outras, maior ênfase deverá ser dada a maior
complementaridade e a uma visão comum da integração continental.
iii.
Há necessidade de informação fidedigna e conhecimento acerca dos
compromissos no quadro do processo de integração, os quais, sem dúvidas,
oferecerão aos intervenientes o senso do desempenho dos Estados Membros,
servirá de uma agência de informações e motivará os Estados Membros a honrar
os seus compromissos.
iv.
É imperativo envolver os Povos africanos, incluindo a sociedade civil, grupos
profissionais e uniões comerciais nos esforços de integração. Os intervenientes
também precisam ser instruídos para participar na monitorização do processo
de integração da África de forma a reforçar a prestação de contas das
instituições regionais mandatadas para liderar o processo nas suas respectivas
Sub-regiões. Uma plataforma de informações concisas e de conhecimentos sobre
a agenda e o processo de integração da África fornecerá um meio através do qual
eles poderão provar e escrutinar o que se passa nestas instituições e assim
facilitar a popularização e a democratização do processo de integração.
200
v.
A CUA deverá convidar as Instituições Financeiras Pan-africanas a apoiar os
projectos continentais adoptados pela UA, particularmente assistindo as CERs a
implementar o Programa Mínimo de Integração (MIP).
vi.
UA tem que reforçar a infra-estrutura institucional tais como o Tribunal Africano
de Justiça para facilitar o julgamento, entre outros, dos assuntos ligados ao
comércio no continente.
vii.
UA tem que acelerar a criação das suas instituições financeiras, isto é, o Banco
Central Africano, Fundo Monetário Africano e Banco Africano de Investimento de
forma a acelerar a integração monetária e desenvolver as economias africanas.
viii.
Reuniões sectoriais entre a CUA e as CERs, embora deverem ser no futuro
encorajadas para assistir no reforço do processo de integração. Tais reuniões
poderiam apreciar as questões pertinentes a aceleração da integração
continental bem como a adopção de estratégia para implementação das
recomendações feitas.
ix.
CERs deverão ser encorajadas a partilhar informações sobre o uso de melhores
práticas, especialmente sobre instituições criadas e que estão registando
progressos na implementação do processo de integração.
x.
Reforço de capacidade para monitorização e avaliação do processo de integração
bem como para avaliação dos resultados.
xi.
Beneficiários/cidadãos deverão ser activamente envolvidos na planificação e
popularização do processo de integração, o qual até agora se confinou a um
pequeno grupo de pessoas. A criação e a operacionalização de Comités sociais
regionais poderiam servir este objectivo. CERs deverão também esforçar-se para
mobilizar os necessários recursos, implementando projectos que são apoiados
pelos Povos da Região e assegurando o uso judicioso de tais recursos.
xii.
Uma Estratégia viável de Desenvolvimento das Comunicações deverá ser
formulada pela Comissão da União Africana para apoiar o processo de integração
e o Plano Estratégico da UA.
xiii.
A União Africana, em colaboração com as CERs e outros Parceiros tais como CEA
e BAD deverá criar apoio para os mecanismos regionais de prevenção das crises
e também a promoção efectiva da reconquista e consolidação da paz.
xiv.
Aos esforços em curso para elaborar um Programa Abrangente de
Desenvolvimento das Infra-estruturas (PIDA) e de uma Arquitectura
Institucional para coordenação e gestão dos programas/projectos de
desenvolvimento de infra-estruturas no Continente deverá ser dado um total
201
apoio de todos os Parceiros de forma a assegurar que resultados concretos
sejam realizados relativamente ao desenvolvimento físico das infra-estruturas
em África num futuro próximo.
xv.
É necessário reforçar as comunicações, usando os médias tais como website,
televisão, conferências e simpósios para fornecer ao público conhecimentos e o
seu comprometimento com o processo de integração de forma a facilitar a
implementação de alguns programas sectoriais.
xvi.
O envolvimento dos Estados Membros, do Sector privado, sociedade civil e dos
Parceiros de desenvolvimento é crucial na implementação das actividades da
integração Regional e Continental.
8. CONCL USÃO
654. Este Relatório sumariza a evolução registada pelos intervenientes do processo de
integração em África. Ele é uma plataforma do que cada CER está fazendo bem como o
reflexo das experiências dos programas e actividades das CERs. Ele também dá um
panorama geral das iniciativas promovidas pela União Africana para acelerar o processo de
integração.
655. Este exercício demonstrou claramente que muito esforço foi consentido. Três das
CERs integram actualmente Zonas de Comércio Livre (ZCLs), uma está na fase da União
Aduaneira, uma na de Mercado Comum e duas estão consentindo esforços para atingir as
várias etapas consignadas no Artigo 6 do Tratado de Abuja.
656. O sucesso deste exercício dependerá da vontade e determinação de cada
interveniente em jogar o seu papel eficiente na efectivação da Comunidade Económica
Africana através da implementação do Tratado de Abuja. Por outro lado, as Comunidades
Económicas Regionais deverão coordenar os seus programas e partilhar as melhores
práticas e experiências através dos vários programas e actividades implementados nas
suas Regiões. A UA deverá jogar o seu papel de liderança no processo de integração
enquanto os Estados Membros deverão apoiar o processo.
657. Neste sentido, a União Africana, em estreita colaboração com as CERs, deverá
trabalhar em conjunto na implementação do Programa Mínimo de Integração,
adoptado de 7 a 8 de Maio de 2009 em Yaoundé e traduzido no Plano de Acção que
envolve todos os intervenientes.
202
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