Empresário Herói destaca as mais sustentáveis

Transcrição

Empresário Herói destaca as mais sustentáveis
Trabalhadores estão
levando o serviço
das empresas
para casa
Saúde
Maioria dos
brasileiros não
consegue identificar
os sintomas do AVC
Habitação
Especialista explica
os cuidados na
compra da
casa própria
ano 5 número 36 Novembro 2010
R$ 8,50
Trabalho
Empresário Herói destaca
as mais sustentáveis
O Prêmio analisou o desempenho de 56 companhias da região
e homenageou, em novembro, as melhores de 2010:
Cargill, Uberlândia Refrescos, Sankhya, Efrem, e Iso Olhos
foram as grandes vencedoras
Heróis da Sustentabilidade
Editorial
Resultados do estudo “Futuro Sustentável” feito este ano mostrou que
os brasileiros estão entre os consumidores que mais recomendam uns
aos outros produtos de empresas com iniciativas sustentáveis, 48% estão
dispostos a pagar 10% mais pelo produto sustentável e 70% associam o tema
“sustentabilidade” aos atributos integridade, saúde, oportunidade e futuro.
Esse levantamento foi conduzido aqui no Brasil pelas agências de publicidade
Z+, Media Contacts e Mobext, que entrevistaram 2.532 consumidores. Essas
agências compõem o grupo francês Havas, que realizou a pesquisa em dez
países baseada em dados coletados junto a 25 mil consumidores. O objetivo
foi mostrar a percepção do consumidor em relação aos diversos parâmetros
que cercam a questão da sustentabilidade, tais como os usos que as empresas
fazem do capital natural, humano e social.
Assim, deixando de lado o resultado da pesquisa nos outros países, se
considerarmos somente os dados do que foi apurado no Brasil, estamos num
país onde é um bom negócio para as empresas investir em sustentabilidade,
além de quê, o planeta agradece.
Em síntese, os desafios do desenvolvimento sustentável têm levado
muitos empresários a investirem em recursos e ações que refletem
diretamente na maneira como suas empresas são vistas e agregam, se bem
direcionadas, mais valor à marca.
Mas, apesar disso, de ser lucrativo e diante de tantas necessidades e
catástrofes ambientais no planeta, por que existem ainda companhias
que não praticam a sustentabilidade? Seria por falta de conhecimento, de
incentivo ou de exemplo? Cabe lembrar aqui a grande exposição do assunto
nos meios de comunicação e os inúmeros debates em torno de problemas
ligados diretamente ao tema, tais como, aquecimento global, destruição
da biodiversidade, desmatamento da Amazônia, crescimento desordenado
das cidades, consumismo exagerado ou escassez de recursos hídricos.
Portanto, por falta de conhecimento não deve ser. Incentivo? Também
não, pois basta lembrar os resultados do estudo “Futuro Sustentável”, que
mencionei anteriormente.
Exemplo, creio que também não. Mas, se for, nesse caso, chamo
a atenção para a matéria de capa desta edição, que aborda o Prêmio
Empresário Herói, que tem como objetivo reconhecer e dar destaque
às melhores práticas de sustentabilidade realizadas por empresários de
Uberlândia e região. Aquela sustentabilidade capaz de dar conta das
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras
gerações de satisfazerem suas próprias necessidades.
O Prémio Empresário Herói foi criado há dois anos por iniciativa da
Fiemg Regional Vale do Paranaíba com apoio do Centro Industrial e
Integração de Negócios do Triângulo e Alto Paranaíba (Cintap), do Eco
Instituto, dos Sindicatos Patronais da Indústria e da Revista MERCADO.
Neste ano, a comissão julgadora do prêmio analisou o desempenho de 56
companhias da região e homenageou, neste mês, as melhores de 2010.
Então, se for por falta de exemplo, que os empresários que ainda
não praticam a sustentabilidade mirem-se nos exemplos das empresas
ganhadoras do Prêmio Empresário Herói neste ano, que são Cargill,
Uberlândia Refrescos, Sankhya, Efrem e Iso Olhos.
Os empresários que estão à frente dessas empresas são exemplos a serem
seguidos de como investir em sustentabilidade - econômica, social, ambiental
e cultural, em posicionamento institucional e em atuação no mercado regional.
Boa leitura!
Evaldo Pighini
Editor
Índice
Novembro 2010
32Capa
Cargill, Iso Olhos, Efrem, Sankhya e
Uberlândia Refrescos: o consumidor
já tem mais um justo motivo para
prestar mais atenção nas marcas,
produtos ou serviços dessas
empresas; elas foram vencedoras do
prêmio Empresário Herói 2010
12Entrevista
24Trabalho
46Saúde
Cora Caparelli é autora de um dos
mais importantes capítulos da
música em Uberlândia. Em entrevista à MERCADO, ela fala sobre a
música - é claro - do conservatório,
de filantropia e ainda de planos
para o futuro
Aquele conselho de não levar
trabalho para casa é coisa do
passado. O home office já é uma
tendência, sendo cada vez maior
o número de profissionais que
estão levando o serviço de onde
trabalham para dentro de casa
Especialistas alertam que a
maioria da população não consegue identificar os sintomas de um
Acidente Vascular Cerebral (AVC);
as pessoas não sabem nem mesmo
explicar o significado da sigla. É o
popular derrame
36
52Habitação
A casa própria é o sonho de grande
maioria das pessoas, porém, a
aquisição desse bem pode se
tornar uma armadilha e tormento
para os desavisados, portanto,
antes de fechar um negócio, é
preciso cautela
56Veículos
A força motora que vem da
China: os carros chineses estão
chegando para disputar o
mercado brasileiro. Em 2009,
o número de veículos vendidos
daquele país no Brasil cresceu
46,2% mais que em 2008
78Turismo
O litoral pernambucano é
famoso por suas praias de
águas transparentes e mornas,
adornadas por areia branca e fina
e belos coqueirais. É lá que está
Porto de Galinhas, considerada a
melhor praia do país
Canal Livre 6
Artigo 8
Conversa 10
Franchising 20
Investimentos 22
Educação 42
Seguros 54
Bazar 80
84 Dica de leitura
86 Alimentação
88 Literatura
90 Profissões em filme
92 Sustentabilidade
94 Ponto de vista
96 Causos empresariais
98 Geral
canal
livre
Anastasia
Parabéns pela brilhante e completa matéria sobre a eleição para governador de Minas Gerais, edição de outubro.
Confesso não ter votado no governador Antonio Anastasia. Mas, sinceramente, torço para que o seu governo dê
certo, agora mais ainda, depois de ver na revista quem ele
é e o papel que desempenhou no governo de Aécio Neves.
Ao que parece competências não lhe faltam e é disso que
Minas precisa.
BR 050
Quero saber por que passadas as eleições, a intensidade
das obras de duplicação da BR 050 diminuiu. Quem passava pela rodovia antes de outubro e passa hoje, percebe
nitidamente que número de homens e máquinas trabalhando no local foi reduzido.
Arthur Müller de Freitas
Estudante de Direito
Uberaba-MG
__________________________________________________
Otávio Júlio Ribeiro
Representante de Laboratório
Muito boa a entrevista com o governador de Minas Gerais,
Antonio Anastasia. Agora, resta esperar para ver se ele realmente vai fazer um bom governo. Espero também que
ele cumpra a promessa de governar de forma democrática, olhando igualmente para todas as regiões, independentemente do resultado das urnas.
Hospital Municipal
Jurandir do Valle
Professor
Depois de muito ouvir falar, tive a oportunidade de conhecer de perto o Hospital Municipal de Uberlândia. Pelo que
vi, só tenho a elogiar a Prefeitura de Uberlândia pela realização daquela obra que, sem dúvida nenhuma, vai ser de
grande serventia à nossa população, que está cada vez
mais carente de atendimento e serviços de qualidade.
Ruth de Almeida Pereira
Costureira
Nacional
Quero elogiar a entrevista da edição anterior com o professor Thomé, diretor do Colégio Nacional de Uberlândia.
Concordo com a opinião dele, quando abordou a questão
da Progressão Continuada. Também não vejo com bons
olhos a obrigação de aprovar alunos. O aluno que não
aprende tem sim que repetir a série. Lembro que a educação é a base de qualquer sociedade desenvolvida.
Eliane Marcondes Santos
Professora
Arborização urbana
Gostaria de alertar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ou órgão competente, para ter mais atenção e
fiscalização com relação à poda e corte indiscriminados
de árvores em nossa cidade. Tem muita gente podando
árvores sem técnica nenhuma, o que acaba levando as
plantas à morte. Por outro lado, também tem muita gente que chega, corta a árvore que tem em frente às suas
casas e não refaz o plantio com outra muda. Não existe
uma lei que obrigada uma árvore plantada em frente de
cada lote? Enfim, a nossa cidade está ficando “pelada” e a
temperatura do ar cada vez mais insuportável, como se já
não bastasse o tal aquecimento global.
Juscélia Miranda Santos
Secretária Administrativa
Mercado Novembro 2010 ∞ 6
MArtigo
A mobilidade e o
vendedor executivo
POR Marcos Paulo Amorim*
D
ados do Gartner, instituto de pesquisas da área
de tecnologia, apontam que até 2015 haverá uma
forte migração do uso dos dispositivos fixos, famosos PCs, para a utilização de aparelhos móveis
com acesso a internet. Eles serão utilizados em
grande escala para a realização de transações bancárias e teremos uma alteração do modelo de busca atual para os provedores de contexto. Até 2013 os telefones e smartphones com
navegadores ou browsers vão ultrapassar a 1,82 bilhão.
Esses são sinais claros de mais uma modificação da tecnologia que impactará fortemente na relação das empresas com
seus consumidores, seus funcionários, com a cadeia de produção e de distribuição. Esta última já passa por mudanças
sensíveis, desde a substituição dos talões de pedidos e notas
fiscais impressas pelos dispositivos móveis (pockets), que
permitem que os executivos e os vendedores realizem as suas
atividades a distância, sem que isso comprometa o resultado
final: uma ação que traga benefícios às empresas, sejam elas
comerciais ou estratégicas.
Um caso clássico, embora não aplicado para o setor de vendas ou empresarial, mas cabível para ilustrar como a mobilidade está mais perto de nosso cotidiano, é a utilização do PDA
pelos pesquisadores do Censo 2010. A pesquisa agora é feita em
um tempo menor e há um GPS instalado que permite a captação
da área geográfica, otimizando o trabalho dos recenseadores.
Neste caso, os benefícios são facilmente mensurados: a ausência do papel, que minimiza a possibilidade de erros, bem como
a agilidade para catalogar e mensurar os dados e colocá-los à
disposição dos órgãos interessados com mais rapidez.
Ao analisarmos a realidade dos setores de vendas das médias e grandes empresas, é possível mensurar melhor essas vantagens, partindo do princípio que com o uso dos smartphones
com um software instalado e destinado para a área de vendas,
teremos a redução do uso de papéis que comprometem a produção e até possibilitam erros, e a agilidade proporcionada com
a emissão on-line de pedidos. A rentabilidade da inserção do
dispositivo pode ser de até 20% para o negócio.
Esses dispositivos permitem também o acompanhamento
dos pedidos em tempo real e a verificação da disponibilidade
em estoque, que pode ser feita de qualquer lugar pelo vendedor.
Este último, em muitos casos, impede o pedido de um produto
indisponível no estoque e possibilita o oferecimento de outro,
ou seja, a concretização efetiva de uma venda e sem os percalços que possam deixar o cliente insatisfeito.
Além da informatização do vendedor, a ação, quando bem
planejada, é favorável em vários outros aspectos. É possível,
por exemplo, traçar as rotas que este colaborador fará para visitar um cliente. Se por um lado, imagina-se que inserimos um
chip de localização no vendedor, na verdade fazemos com que
ele otimize o seu dia, pois são oferecidos trajetos mais fáceis
para chegar ao cliente, fugindo até das condições adversas,
como o trânsito, e ainda é disponibilizado um planejamento de
visitas por região.
O desenvolvimento da tecnologia nestes aplicativos avança
a passos largos. Temos o conceito de inteligência artificial, na
qual o sistema identifica e traz ao vendedor os produtos que
determinados tipos de estabelecimentos têm por hábito adquirir. E caso não tenha disponível algum, o sistema oferece outro
para a venda, ou seja, inserimos informações nesses pequenos
dispositivos para que eles comecem a sugerir outros produtos
para os vendedores e consequentemente aos dirigentes de lojas,
supermercados e outros.
O sistema analisa as práticas de desconto, o perfil do consumidor, os produtos disponíveis em estoque, e assim ocorre um
desdobramento de vantagens, entre os comerciantes, as empresas responsáveis por estes produtos e os vendedores, que terão
a otimização de suas atividades, a rentabilidade do seu trabalho
e consequentemente um aumento da sua folha salarial.
É notório que entramos em uma nova era para o setor industrial, comercial e de vendas e, não muito distante, é passível
de pensar que veremos estes setores entrelaçados de tal forma
que o vendedor poderá ser chamado realmente de executivo de
vendas. Ele terá a responsabilidade pela manutenção e mensuração do relacionamento entre a empresa e os inúmeros canais
de vendas, pois as tarefas de somente emitir a nota fiscal e enviar os pedidos já chegaram ao fim. B
* Marcos Paulo Amorim é diretor-executivo da Blink Systems, empresa de Soluções em Mobilidade / www.blink.com.br
Mercado Novembro 2010 ∞ 8
CONVERSA
DEMERCADO
Prezado leitor,
“Alho, limão, mel e gengibre. Se
não curar a gripe, também não faz
mal nenhum”.
As pessoas gostam de dar conselhos, passar ensinamentos, dizer
que se foi bom para elas mesmas,
serve também para os outros. Dói
menos na consciência. É melhor do
que automedicação.
A minha avó adorava dar receitinhas
para as amigas. Deixava-a aliviada, sobretudo quando a gripe da vizinha passava. Batata, né? Com uma semana de
cama, longe de vírus e bactérias, quem
não melhorar de um resfriado está ferrado. Acalentava o ego saber que a sugerida mistureba de alho, limão, mel e
gengibre tinha agido afiadamente, sem
chance para o adversário.
Sábia, minha avó. Acabou, sem querer, me ensinando que conselho é ótimo e deve ser dado a torto e a direito,
sem dramas pessoais. Vai funcionar,
sim. Tenha certeza. Aliste-se no Exército da Salvação. Preste vestibular para
o ITA. Inscreva-se naquele concurso de
1.057,5 candidatos por vaga. Jogue na
Mega Sena, de preferência quando acumular em 100 milhões de reais. Invada
a sala do chefe. Peça aumento de 75%.
Só alcança quem busca. Não me
recordo de quem tenha aprendido a
dirigir sem nunca ter tido coragem de
ligar o carro.
Mas você pode ser também aquela
folha morta no canto da sala, escondiMercado Novembro 2010 ∞ 10
do para não ser notado. Essa pode ser
a sua opção. Mas não o faça se não tiver vontade de que seja assim.
Longe de mim querer desfiar nessas linhas um rosário de autoajuda.
Nem sequer adoto essa literatura. Não
gosto. Não acredito. Mas algumas palavras de incentivo valem a pena. E se
não forem ditas pelos que tem um tiquinho mais de experiência e vivência,
serão pronunciadas por falastrões que
aconselham o que não viveram. O que
não sabem.
Dia desses viajei 210 quilômetros
para falar para cerca de 100 alunos de
Comunicação Social. Falamos de mercado, expectativa das empresas, a formação ideal, o que cada um deve fazer
para se destacar, a segunda graduação,
a terceira, o estudo de outras línguas,
blá, blá, blá…
Quantos assimilaram aquilo?
Três, quatro… Serei otimista: cinco,
no máximo.
Cinco caras ou cinco moças que tomaram aquele desafio para si e colocaram na cachola a ideia de ser um belo
profissional do mercado.
Tome nota de um pensamento aí.
Este vale a pena e é meu. De mais ninguém. Alguém pode até ter pensado,
mas não escreveu: “As coisas mais
difíceis da vida dependem apenas
de nós mesmos”.
Emagrecer, namorar a garota mais
cobiçada da escola, ser doutor, viajar,
conhecer novas pessoas, SER feliz sem
necessariamente TER as coisas.
Antes de começar este texto, pensei
em escrever algo sobre o mercado da
comunicação, mas resolvi me rebelar. Escrevo um pouco sobre a minha
sábia e astuta avó, dos confins de Taperoá, um lugar duas quadras após a
esquina onde Judas perdeu as botas.
Ela sabia das coisas e me admirava e
amava muito. Eu era magricela, desengonçado com a bola, malvestido e com
o cabelo desajeitado. Mas para ela eu
era o menino mais lindo do mundo.
Minha avó se foi. Mas tem uns troços que não foram com ela. Ela não era
tão senil a ponto de me ver e enxergar
um Clark Gable, o big galã de “E o ven-
to levou”. Nada disso. Cativar alguém
é magia, magia pura. Fazer com que a
pessoa veja alguma coisa de que só ela
seria capaz.
Lembro-me da minha primeira cata
ao emprego. Queria trabalhar. Estava
no início da faculdade e numa entrevista o recrutador me perguntou se
eu sabia datilografar. Sim, disse eu, já
imaginando o fim de semana que perderia gastando meus dedos a treinar na
velha Remmington de meu pai.
Falta ousadia nos olhos dos garotos
de hoje, a vontade de arriscar, de atirar-se com desejo, sem saber dos $$$
no holerite do final do mês.
Isso deve ser nostalgia de quem
sempre acha que no passado tudo
era melhor. Estou ficando velho e
ranzinza. Boa oportunidade então
para dar conselhos, como disse lá
no começo, que nem esses e-mails
melosos que rodam o mundo. Assim
sendo, lá vão alguns:
•Ouça mais, fale menos
•Volte sempre às origens, mesmo em
pensamentos
•Curta o que faz. A grana vem depois,
naturalmente
•Gaste só o que você ganha
•O melhor aluno da sala não necessariamente será o melhor cara
do mercado
•O pior aluno da sala poderá melhorar
com sua ajuda
•Gaste tempo com você
•Deixe rastros, deixe marcas
•Chore e se arrependa, se assim valer
•E sorria, mas sorria muito, com vontade e sem culpa.
Ah… E sobre a receita, aquela do
início … A essência não está nela - se
quiser troque o alho por cebola e o gengibre por um gole de pinga. O segredo
está no pensamento positivo. Tudo vai
dar certo! B
Rogério Silva
é jornalista e administrador. Atualmente dirige o jornalismo
e a programação da TV Paranaíba/Record e da Rádio Educadora/Jovem Pan
em Uberlândia, Minas Gerais. E também adora dar conselhos.
MEntrevista
Cora Caparelli
A mulher que ditou o ritmo
da música em Uberlândia
POR Adriana de Faria/Fabiana Barcelos (Ares)
Possivelmente todas as pessoas ligadas à arte e à cultura - e, especificamente, à musica - que vivem em Uberlândia e região já conhecem ou no mínimo ouviram falar do
Conservatório Estadual de Música. É um grande empreendimento, que dispõe de um conjunto de instalações destinado a atividades da música, artesanato e expressão corporal, possui galeria de artes, sala de multimeios e biblioteca, e existe graças a uma pessoa que atende pelo nome de
Cora Pavan Capparelli - sua fundadora - que em dezembro
completa 85 anos, com uma vida praticamente quase toda
dedicada à música e à cultura como um todo. Dedicação
essa que acabou por contagiar muita gente da família e que
sempre contou com o apoio irrestrito do esposo, o médico Vitório Caparelli, com o qual tem três filhos, oito netos
e dois bisnetos. Uma das filhas de Cora trabalha no meio
musical, onde é doutorada, juntamente com o marido, que
é violinista. Das netas, uma já é doutora em viola clássica.
Outra, que estuda em uma universidade próxima a Los Angeles, toca violino e está quase concluindo a graduação.
É essa grande mulher e personalidade dos meios cultural e musical a entrevistada desta edição da Revista Mercado. Dona Cora fala sobre a música em Uberlândia, do conservatório, de filantropia e ainda de planos para o futuro.
Mercado: Como defini-la sob o ponto de vista
da música?
Cora: Eu me considero uma musicista, professora de
piano e de canto, porque fiz curso e trabalhei a minha
vida inteira ensinando piano e canto. E, principalmente,
sempre fui muito preocupada com a juventude e com a
formação profissional dos jovens. No começo, lecionei
particularmente na minha casa por dez anos. Daí, então,
senti que precisava fundar uma escola, em virtude da
profissionalização dos jovens que estudavam comigo.
Mercado: A senhora se formou quando? Quando
é que começa essa história?
Eu me formei em 1946, no Conservatório Dramático
e Musical de São Paulo. Saí de Uberlândia com 17 anos,
fui morar num pensionato e estudei piano e ao mesmo
tempo fiz vestibular para a PUC, onde me graduei em
Geografia e História. Era uma época em que começava
a ter cursos especiais para jovens, havia cursos só para
mulheres nas escolas superiores de São Paulo. Então,
estudei de 1943 até 1946. Era uma época muito diferente
da de hoje, morei em pensionato de religiosas, mas podia
sair, frequentar o Teatro Municipal, assistir às óperas.
Tive, portanto, uma vida ativa, participando de tudo o
que podiam oferecer para a juventude estudantil naquele tempo. Fui vice-presidente do Diretório Estudantil do
Conservatório, porque o curso superior tinha o diretório
estudantil. Convivia muito com estudantes de medicina,
de direito, de outras escolas superiores. Foi uma época
muito interessante para mim. Mas voltando à música,
eu estudei piano, canto, tive professores particulares de
canto, fiz muitas aulas com a professora brasileira Madalena Tagliaferro, que morou na França durante muitos
anos. Mais tarde, mesmo depois de formada, ia para São
Paulo ter aulas de música, canto e piano. Quando tinha
já dez anos de magistério aqui em Uberlândia, foi que
percebi que precisava profissionalizar alguns alunos que
estavam em estágios muito avançados.
Mercado: A senhora foi para São Paulo, estudou
e voltou para Uberlândia. Não tinha escola de música em Uberlândia naquela época?
Não havia uma escola superior em Uberlândia e nem
curso fundamental e médio de música, tinha, sim, alguns
professores que lecionavam em casa. Escola mesmo não
havia nenhuma. Eu fundei a primeira escola de música
de Uberlândia, inaugurada no dia 13 de julho de 1957.
Para essa escola começar a funcionar, eu me preparei
muito tempo e busquei pessoas que trabalhassem junto comigo. Para isso, contei muito com a orientação do
ministro da educação da época, o médico Clovis Salgado, casado com uma cantora muito famosa, a dona Lia
Salgado. Por causa de o meu marido ser médico, tive
facilidade de me aproximar do ministro Clóvis. Tenho
muitas cartas dele arquivadas, em que constam muitas
orientações que ele me mandou no tocante à fundação
do Conservatório.
Mercado: Teve o apoio de mais alguém nesse processo?
Eu não podia fundar a escola sozinha, pois aqui em
Uberlândia, formada em música era somente eu. Assim,
convidei um colega de Uberaba formado em Belo Horizonte, o professor Alberto Frateschi, que concordou
em trabalhar aqui em Uberlândia comigo. Trabalhamos
juntos por muitos anos. Foi um apoio muito grande que
tive, facilitado por ele ser afilhado de batismo do meu
pai, que tinha muita amizade com a família dele. Foi
esse um dos pontos que favoreceu que ele viesse lecionar aqui. Ele vinha toda semana e passava dois dias em
Uberlândia dando aula desde que abri a escola.
Mercado: Quais foram as primeiras aulas?
Piano, violino, violão, acordeon e canto. É bom ressaltar também o apoio do prefeito de Uberlândia, na
época, o senhor Afrânio Rodrigues da Cunha.
Mercado: A escola já começou no bairro Brasil?
Não. Quando fundada, ela funcionou em um apartamento na avenida Afonso Pena, de frente para a atual
localização do prédio do Banco Brasil. Depois, por se
tratar de um imóvel alugado, fomos nos mudando para
muitos lugares. A escola crescia e a gente tinha que alugar um novo espaço. Por isso, a escola esteve na Tenente Virmondes, na João Pinheiro, na Santos Dumont... À
medida que a escola ia crescendo, fui comprando mais
pianos. Havia começado com três, que eram todos meus.
Tínhamos ainda acordeon, também lecionei acordeon.
Contratei um professor de violão. Mas foi por ocasião da
inauguração do Uberlândia Clube que se mudaram para
a cidade alguns músicos para que o clube pudesse ter
um grupo orquestral. Era um conjunto pequeno, porém
havia um senhor que tocava piano e acordeon e outro
que tocava violino. O acordeonista e pianista era o professor Jean Carlos Beviláqua, que ainda mora em Uberlândia, uma pessoa que toca muito bem e com quem até
hoje mantenho grande amizade. Lastimavelmente, o
professor de violino, do qual também fui grande amiga,
faleceu. Mas ele lecionou muitos anos no Conservatório.
Mercado: E o Conservatório?
Fundei o Conservatório na minha casa, juntamente com
três jovens que lecionavam comigo. Nessa época tínhamos
82 alunos. Essas jovens são Vanda de Lima, Terezinha Pessoa Mendes e Selma Sanches. Lecionávamos inicialmente
ainda como escola particular, na minha casa. Depois que
começamos com o Conservatório, em poucos dias passamos a ter mais de cem alunos. Esse número foi aumentando cada vez mais. Cerca de dois anos depois a escola já
tinha em torno de 400 alunos. Ainda era paga mensalidade,
porque eu não tinha como pagar os professores se eu não
cobrasse. Cobrava um valor razoável e os alunos foram
aparecendo e estudando. Foi numa época em que se compraram muitos pianos em Uberlândia. Mas o violão, o violino, muita gente também estudou, foi muito interessante. A
13 ∞ Mercado Novembro 2010
MEntrevista
Mercado: E como foi a mudança da escola particular para o Conservatório do Estado?
A resposta é longa. Nós trabalhávamos o mês inteiro,
recebíamos a contribuição dos pais dos alunos, mas os
encargos trabalhistas eram altos. Tínhamos que pagar o
ordenado dos professores mais os encargos trabalhistas, como INSS, FGTS, etc. Isso fazia com que no fim
do mês a escola não tivesse sobra nenhuma, nem que
fosse para se pensar em comprar um lugar para a escola.
A gente não tinha sobra para nada que não fossem as
despesas orçadas. Ao mesmo tempo, a cidade estava
crescendo e apareceram as outras escolas superiores.
Fundei o Conservatório como uma escola de ensino fundamental, médio e superior. O Ministério da Educação
logo nomeou um inspetor para o curso superior, quase
que automaticamente. O primeiro inspetor foi o senhor
Aniceto Marcheroni, que era um professor do Colégio
Estadual. Logo depois tivemos outros inspetores. E o
Ministério da Educação mandava pessoas para acompanhar o nosso trabalho. Então, uma ou outra sempre
me perguntava por que não estadualizar, já que havia
outras escolas superiores na cidade que tinham começado todas como escolas isoladas. Havia as escolas de
direito, economia, administração, depois vieram engenharia e medicina. Assim, os políticos que trabalhavam
aqui começaram a pensar que logo Uberlândia teria uma
universidade, e eu fazia parte das discussões. Toda vez
que havia reuniões para tratar do desenvolvimento do
ensino na cidade eu era convidada. Então comecei a
questionar meu pai se não seria interessante eu doar o
ensino fundamental e médio para o governo de Minas
Gerais, pois naquela época já havia muitos conservatórios estaduais. Tinha em Diamantina, que fora fundado
pelo ex-presidente Juscelino Kubitsheck, tinha em Rio
Branco, em Porto Alegre. Havia outros conservatórios
e todos eles administrados pelo governo estadual. Uberlândia tinha três deputados estaduais entre os anos de
1960 e 1962, eram eles o Dr. Homero Santos, o Dr. João
Pedro e o Dr. Valdir, e tanto eu como o meu pai tínhamos muita amizade com eles, principalmente com o Dr.
Homero Santos - eu fui colega de uma irmã dele quando fiz o curso ginasial, e de outra fui ainda amicíssima.
Então, os procurei para que me dessem uma ideia para,
quem sabe, conseguir doar o acervo da escola para o
governo de Minas e assim conseguir a encampação para
que se transformasse em uma escola também estadual.
Diante disso, procurei o Sr. Jacy de Assis e o Dr. Juarez,
ambos diretores de duas escolas superiores em Uberlândia. Eles me deram um grande apoio. Perguntaram se eu
doaria também o acervo da escola superior. Quando A
MEntrevista
fossem fundar a universidade de Uberlândia o curso superior de música iria pertencer também à universidade.
Assim, na medida em que foi crescendo a ideia, eu fui
acompanhando o processo. Estive muitas vezes em Belo
Horizonte, deixei o projeto com os três deputados estaduais e também com o Dr. Rondon Pacheco, que era deputado federal e depois foi chefe da casa civil do Presidente Costa e Silva. Na época, o Ministério da Educação
estava a cargo do senhor Márcio Dutra. Eu viajava tanto,
insistia tanto, que acabei conseguindo fazer essas duas
doações. Os cursos fundamental e médio foram encampados pela Secretaria da Administração e da Educação
e, de 1966 em diante, passou a ser o Conservatório Estadual de Minas Gerais. Era para ter o nome, sugerido por
mim, do professor Ladário Cardoso Teixeira, que é um
músico que sempre admirei muito. Mas recebeu o meu
nome, por causa da doação que eu fiz; só pianos eu doei
18. A biblioteca, que já era bem vasta, doei inteira, musicoteca, todos os instrumentos, vídeos, todos os negativos de fotos que tínhamos naquele tempo. Então eles
receberam um acervo bem significativo para a época.
Mercado: A senhora continua ligada ao Conservatório?
Eles me indicaram como diretora, cargo que ocupei até 1988.
Mercado: E à faculdade?
A parte de ensino superior foi para a Universidade
Federal de Uberlândia - UFU. Eu fui a primeira pessoa
que assinou a doação e dei mais 8 pianos para a UFU.
Nós havíamos feito uma rifa para comprar um piano de
cauda aqui para a região. Esse piano é um Stainway, que
ainda está lá na UFU, então doei os pianos que tinha.
Para que o curso superior fosse reconhecido, tinha que
ter uma biblioteca razoável e eu trabalhei muito para
conseguir livros, músicas, a parte de musicoteca.
Mercado: A senhora chegou a dar aulas na Universidade Federal?
Pela Universidade Federal não. Dei aula até 1974, antes da federalização. Eu tenho uma aposentadoria pela
universidade, mas não pela federal. Mas nunca me interessei em fazer uma documentação, uma procuração
para mudar minha titulação.
Mercado: Quantas gerações de músicos já passaram pelas mãos da senhora?
Não sei. O Conservatório, em 2007, completou 50 anos.
E eu ainda dou aulas até hoje, só que aqui na minha casa.
Mercado: Qual o maior orgulho que a senhora
tem de todo esse tempo de história?
Sinceramente, orgulho eu não tenho de nada. Eu agradeço muito a Deus de ter conseguido criar as escolas e
de ter dado um encaminhamento a elas. Eu reconheço
que quem trabalha como professor no Brasil recebe um
ordenado muito módico, mas ainda serve para colaborar
Mercado Novembro 2010 ∞ 16
na manutenção. O Conservatório, numa ocasião em que
eu ainda era diretora, chegou a ter 178 professores, isso
ajudou muita gente. Na UFU também tem muita gente
que leciona no departamento de música. Eu também organizei todo o departamento de artes plásticas da UFU,
a pedido, quase que uma ordem do ministro de estado
de então. Ele falou assim: “Olha, eu vou dar todo o apoio
para a senhora conseguir a doação do ensino superior
para a Universidade, mas eu queria mudar o nome para
Faculdade de Música, em vez de Conservatório. Porque
vamos fazer uma Faculdade de Artes. A senhora cria até
o fim do ano o curso de artes plásticas. (Era 1968). A
senhora faz um curso de licenciatura em desenho e plástica, um curso de desenho plástico, um curso de decoração”. Então eu fiz um curso de comunicação e desenho
publicitário, mas trabalhei muito, eu achei que ia ser
muito bom para a nossa cidade.
Mercado: A senhora acompanha a carreira de
ex-alunos?
Sempre. Tem um aluno que se graduou estudando
piano conosco. Consegui uma bolsa para ele fazer um
curso de educação artística no Chile, onde passou um
ano. Voltou para Uberlândia, onde foi convidado para lecionar no Curso Superior de Música lá em Goiânia, e eis
que eu recebo uma correspondência da Suíça dizendo
que havia vagas para professor de educação artística lá.
Eu me comuniquei com ele, ele se chama Iramar Rodrigues. Ele tinha uns dólares, foi para a Suíça e tirou o primeiro lugar. Nosso aluno aqui de Uberlândia é professor
há mais de 20 anos na Suíça. Eu acompanho os alunos
e os trago anualmente para dar cursos em Uberlândia.
Mercado: O que é a Fundação Pró-Música?
Eu me aposentei em 2001 e fundei a Associação
Pró-Música, que já teve muitos sócios, muitas pessoas
trabalhando como entidade, mas depois as pessoas estranham ter que pagar mensalidade. Hoje não se cobra,
eu faço toda a programação através de temporadas,
estamos na 9ª temporada. Não cobro nada dos eventos
porque eu consigo isenção de pagamento de impostos.
Mercado: Na música, quem são seus compositores favoritos?
Eu gosto imensamente do nosso brasileiro Villa Lobos,
mas gosto também demais de Beethoven, Chopin, Liszt.
Tem ainda alguns outros compositores brasileiros que aprecio, como Osvaldo Lacerda. Sou até amiga dele e da Eudóxia de Barros, que é sua esposa. Eu acho que a música, se
bem executada, é sempre bonita. Então nós temos algumas
peças da nossa preferência, mas toda peça bem executada
é boa. Eu admiro imensamente o nosso quase uberlandense
Calimério Soares, que mora em Uberlândia e também se formou aqui, na Universidade. Eu tive a honra e o prazer de dar
aulas para ele, que é um compositor que está se tornando
conhecido no mundo todo. Já se aposentou, mas trabalha
muito em prol da música de Uberlândia. A
MEntrevista
A esposa dele também é muito dotada musicalmente.
Atualmente, tem no YouTube uma batucada do professor Calimério que está fazendo sucesso. E tem a minha
filha, que é uma pianista internacionalmente conhecida,
que executa com uma pianista americana.
Mercado: O fato de ser mulher ajudou ou atrapalhou em alguma coisa na sua carreira?
Só digo uma coisa. Para eu poder fundar o Conservatório e ficar como diretora e ter certa autonomia para
poder viajar e cuidar da escola foi preciso meu marido ir
comigo ao cartório, em 1957, e me dar uma autorização
registrada, senão nada teria sido feito.
Mercado: Teve outras dificuldades?
Sempre contei com muito apoio, tanto da minha família quanto das autoridades aqui da cidade, como prefeitos, vereadores, todos sempre tiveram uma grande
consideração por mim. Eu acho que Deus me abençoou
muito por ter me permitido realizar o que realizei. Não é
nada de extraordinário, mas ao menos está funcionando
há muitos anos. O curso superior é um departamento
muito conceituado. A gente tem que ter modéstia de
pedir o apoio às pessoas. Continuo acompanhando o
Conservatório. Lá tem um concurso anual de música
que leva meu nome, assim como o Conservatório, que
também leva o meu nome, o que já tentei até mudar. No
mais, eu agradeço muito.
Mercado: Como a senhora avalia o interesse do
jovem pela música hoje? Mudou com o tempo?
Eu acho que os jovens se interessam muito pela música sim. Mas acho que poderiam se dedicar mais ao
conhecimento dela, para que tenham mais convivência
com a música de qualidade. O que é tocado hoje não é
a melhor música. Para ajudar os jovens, acredito que
temos que trabalhar mais para divulgar a boa música.
Com o tempo o interesse dos jovens mudou. Quando
eu era jovem, ouvíamos música mais baixo, e ela era
mais melodiosa, mais agradável. O conceito de música
mudou muito. Porém acredito que isso seja uma fase.
Tudo no mundo é feito de fases, de tempo. Tenho esperança de que, um dia, a boa música volte a permear
nossas vidas. Por hora, faço um alerta: o de que não se
ouça música muito alto, pois isso prejudica os ouvidos
e a percepção.
Mercado: Sabemos que seu cotidiano é corrido, mas ainda encontra tempo para filantropia.
Como consegue?
Sou muito preocupada com o meu próximo e com
a situação da mulher no mundo atual. Por isso, acho
muito importante termos um pouco de tempo para estudarmos a vivência da mulher, as necessidades e o
posicionamento delas no mundo de hoje. A mulher tem
um papel importante na educação. Não consigo me desvincular desse tipo de problema, por esse motivo eu,
sempre que possível, tenho encontros com as pessoas
que precisam. E isso me ajuda muito também, pois eu
conheço mais de outros assuntos. Além de ajudar, em
troca eu saio ganhando, pois adquiro novos conhecimentos, pois trocamos pontos de vista. Isso é viver a
filantropia atualmente.
Mercado: A senhora se sente realizada? Falta alguma coisa na sua vida?
Tenho realizado boa parte daquilo que idealizei, que
sonhei. Mas como estou viva, sempre há mais alguma
coisa que minha imaginação, minha inteligência e meus
ideais buscam. Se eu viver mais um pouco desejo realizar outras coisas sim, pois penso que eu ainda não concluí tudo. Há ainda outros planos e vou abrir um deles
pra vocês. Tenho vontade, por exemplo, de escrever um
livro sobre a minha infância, sobre os meus primeiros
anos de vida. Quero mostrar uma Uberlândia que está
na minha memória, no meu coração. Para deixar uma
lembrança para minha família e para todas as pessoas
que me amam. B
MFranchising&Negócios
Sistema de expansão
“Não é porque as coisas são difíceis que nós não ousamos,
é porque nós não ousamos que elas são difíceis”
Sêneca
POR Carlos Ruben Pinto*
Muitos empresários com negócios bem-sucedidos e
com potencial para se tornarem franqueadores me fazem
a seguinte pergunta: por que eu deveria expandir meus negócios através do sistema de franchising? Essa pergunta
é muito importante como ponto de partida, pois é preciso
antes de tudo conhecer os benefícios e os riscos desse sistema de negócio, para então dar início às etapas do processo de formatação da franquia, se for o caso.
O potencial franqueador precisa primeiro entender que o
objetivo do franchising é permitir a empresas sérias utilizarse de seus benefícios para melhorar o seu sistema de distribuição e conquistar novos mercados, disponibilizando sua
marca e know-how a um número planejado de franqueados.
Quem quer expandir seus negócios quer um mercado
maior, quer tamanho, quer escala, quer estar presente em
determinadas localidades e quer crescer vendendo mais
produtos e/ou serviços. Soma-se a isso a questão de logística e custos, pois o franchising permite colocar a marca,
produtos e/ou serviços onde estão os clientes, tendo um
franqueado à frente como dono da operação, o que aumenta a eficiência e em paralelo reduz os custos.
velocidade aproxima mais a empresa de um grande público.
Nada mais natural que mostrar também ao potencial
franqueador os riscos da operação de franchising. As operações de franquias podem fracassar se: o franqueador não
conhecer o funcionamento do sistema; não conhecer a legislação pertinente - que, aliás, é simples; não se preparar
antes e consequentemente tornar-se apto a franquear; não
oferecer soluções a seus franqueados, frustrando as expectativas, ou pior, gerando falsas expectativas; e aceitar
franqueados que não têm o perfil desejado, o que implica
mais adiante ter que encontrar mecanismos que os afastem da rede por comprometer a marca e a operação.
Quando não há um criterioso planejamento da expansão, promove-se um crescimento desordenado e sem controle, com abertura de unidades franqueadas em qualquer
lugar, colocando, então, mais uma vez, a operação de franchising em risco. Esse risco aumenta quando a empresa
franqueadora não tem um suporte técnico adequado para
atendimento à rede, não investe em tecnologia, em pesquisa e desenvolvimento para inovar e em marketing e fidelização dos franqueados e clientes.
O franchising permite colocar a
marca, produtos e/ou serviços
onde estão os clientes, tendo um
franqueado à frente como dono da
operação, o que aumenta a eficiência
e em paralelo reduz os custos
O primeiro é analisar e fazer
um bom diagnóstico. O segundo,
planejar tudo e, por fim, agir
com disciplina
Que outros benefícios o sistema pode ter? Vejamos: o
franchising, como alternativa de expansão, como já disse,
permite que a empresa tenha seus custos de expansão reduzidos, o que possibilita assim aumentar o faturamento e,
consequentemente, ter maior lucratividade na operação. A
empresa pode ter então um crescimento compartilhado com
seus franqueados, que assumem na ponta a gestão da unidade franqueada. Ou seja, a expansão é mais rápida e essa
Todos os riscos podem e devem ser bem administrados,
são cuidados que precisam ser tomados para se aproveitar
bem todos os benefícios do sistema, pois estar no sistema
de franquias deve representar, tanto para o franqueador
como para os franqueados, um negócio mais seguro. Portanto, antes de entrar, recomendo três passos. O primeiro
é analisar e fazer um bom diagnóstico. O segundo, planejar tudo e, por fim, agir com disciplina - seguir os planos e
metas e assim construir uma rede da qual você possa se
orgulhar sempre. B
* Carlos Ruben Pinto é administrador de empresas, consultor de varejo e franquias [email protected] - www.guiadofranchising.com.br/mds
Mercado Novembro 2010 ∞ 20
MInvestimentos&etc.
O mundo mudou
POR Renato Faria
A
pós a estabilização da
economia na década
de 90, o século XXI
assume a responsabilidade de retomar o
crescimento econômico, mas agora
com outras preocupações. O crescimento da renda média das famílias
fez surgir um novo padrão de consumo, fazendo com que estas trocassem a antiga televisão analógica
pela digital, o antigo desktop pelos
notebooks e netbooks... Além disso, as pessoas estão vivendo mais,
a expectativa de vida passou a ser
de 69 anos para homens e de 77
anos para as mulheres, isso devido
à melhoria na qualidade de vida dos
brasileiros e aos avanços científicos
na área da saúde.
É notório que o mundo está mais
dinâmico, as oportunidades aparecem e desaparecem todos os dias
das nossas vidas. Estamos vivendo
mais, ganhando mais, gastando e
poupando mais, por isso é necessário planejar melhor o nosso futuro.
Mas você sabe onde estão as melhores oportunidades? Você sabe quais
são as apostas do mercado? Onde e
quanto você pode ganhar? Essas são
questões que fazem parte de todo
planejamento. Investir em bolsa de
valores nada mais é do que aproveitar essas oportunidades. Quando
você compra uma ação você se torna sócio da empresa que emitiu essa
ação no mercado. Essa capitalização serve para financiar os investimentos da empresa em novas estruMercado Novembro 2010 ∞ 22
turas produtivas, novas máquinas,
contratação de funcionários, etc.
Investimentos estes que são fundamentais para o crescimento do país
e vão repercutir na renda das famílias. As famílias, ganhando mais, vão
consumir mais e poupar mais, aumentando os lucros das empresas.
Parte desse lucro será distribuído
aos acionistas da empresa em forma
de dividendos, além de fazer com
que as ações sejam valorizadas. Portanto, o investidor, ao comprar uma
ação, ganha com a valorização do
patrimônio investido e com o aporte
de dividendos.
Investir em
bolsa de valores
é se tornar sócio
de grandes
empresas, como
Petrobras, Vale,
Bradesco, Itaú,
Gerdau e da
própria BVM&F nossa bolsa
de valores
Quer ser sócio? Investir em bolsa
de valores é se tornar sócio de grandes empresas, como Petrobras, Vale,
Bradesco, Itaú, Gerdau e da própria
BVM&F - nossa bolsa de valores. São
mais de 450 companhias de diferen-
tes negócios e setores da economia.
Mas, e o risco? A mística de que
investir em bolsa de valores é um investimento com alto grau de risco,
que somente grandes investidores
conseguem ganhar dinheiro, ou que
tem que ser louco para entrar nesse negócio, está caindo por terra.
Hoje, a bolsa brasileira é a terceira
maior bolsa de valores do mundo,
a segunda das Américas e a maior
da América Latina. Com o avanço
da tecnologia impulsionado pelo
fenômeno da internet, as informações estão muito mais acessíveis, o
que facilita o conhecimento sobre
como investir. Além disso, com a
assessoria de um bom profissional
de mercado, você pode montar uma
estratégia de investimento que satisfaça suas necessidades. Primeiramente, é necessário conhecer o
seu perfil: conservador, preferindo
ganhos modestos e risco controlado; ou agressivo, com preferência
por ganhos expressivos, porém
com maior grau de risco. Existem
ações para todo perfil de investidor. Em segundo lugar, você deve
ter como objetivo um resultado esperado e um horizonte de retorno,
para que, junto com o assessor de
investimento, vocês possam definir
a melhor estratégia para se investir.
E, finalmente, é importante seguir
fielmente essa estratégia, preocupando-se com os resultados no prazo definido. Portanto, investir em
bolsa de valores é um investimento
de risco calculado e você vai sem-
pre saber quanto poderá ganhar ou
perder em cada negócio efetuado.
Os jovens assumiram uma posição fundamental no novo cenário
econômico, pois representam hoje
a maior parcela da população. O
planejamento deve começar nessa fase da vida, quando se pode
arriscar mais, apostar em algumas
oportunidades e ter tempo para
voltar atrás ou mudar o traçado do
caminho a percorrer. À medida que
se fica mais experiente, as decisões
se tornam mais difíceis e devem
ser tomadas com maior cautela, o
tempo a cada dia se torna mais um
adversário e as responsabilidades
só aumentam. Isso é fundamental
no planejamento econômico: saber
Quanto mais
jovem você é,
mais pode alocar
seu dinheiro em
investimentos de
risco, pois poderá
recuperar uma
perda em um
tempo maior
qual parcela deve ser investida em
renda fixa e renda variável. Quanto
mais jovem você é, mais pode alocar seu dinheiro em investimentos
de risco, pois poderá recuperar uma
perda em um tempo maior. Mas isso
não é uma regra, faz parte do perfil
do investidor.
A Bovespa espera um crescimento de 10 vezes no número de pessoas físicas até 2015, ou seja, serão
mais de 5 milhões de brasileiros
sócios de grandes empresas. Para
isso, investirá pesado em campanhas publicitárias e contará com
a divulgação em todas as mídias,
mostrando as vantagens de se investir em bolsa de valores.
Não dá mais para ficar esperando as
oportunidades virem até você, o mundo mudou. Agora, nós temos que ir ao
encontro das oportunidades e fazer
com que elas nos gerem lucro.
Você pode começar comprando
OGXP3 (OGX), VALE3 (Vale), ITSA4
(Itaú), AMBV4 (Ambev) e PETR3
(Petrobras), basta você procurar um
bom assessor de investimentos para
auxiliá-lo na estratégia e se cadastrar em uma corretora. B
MTrabalho
Trabalho feito
a partir de casa
POR Margareth Castro
O home office está se tornando uma tendência, e é cada
vez maior o número de profissionais que deixam de ir às
empresas para realizar
suas atividades em casa
O
velho conselho de que
não se deve levar trabalho para casa ficou no
passado. Agora, muitos profissionais estão
transformando o próprio lar em escritório, o chamado home office. A
modalidade, que está se tornando
tendência, só não é mais popular por
causa da legislação trabalhista, que
determina que o trabalhador, para
ter vínculos empregatícios, precisa
passar cartão de ponto e cumprir
jornada de pelo menos oito horas di-
Mercado Novembro 2010 ∞ 24
árias. Mas o tradicionalismo começa
a ceder diante do aumento da produtividade daqueles que optam ou têm
a oportunidade de levar o trabalho
para casa. Além de economia de tempo - não é preciso se deslocar até a
empresa, há o ganho de qualidade de
vida. De olho nessas vantagens, muitas empresas já estão aderindo e até
incentivando o home office, entre
as quais, Algar Tecnologia, Du Pont,
Ernest&Young, HP, IBM, Merryl Linch, Natura, Shell, Symantec, Ticket
(G. Accor) e GOL.
No caso da Algar Tecnologia, empresa do Grupo Algar, com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a empresa fez o primeiro teste de home office
nos meses de novembro e dezembro
de 2008, colocando alguns associados
(como denominam seus funcionários)
para trabalhar em casa. A intenção
era avaliar a produtividade e aspectos
como disciplina, clima e motivação.
De acordo com o diretor de operações,
Luiz Fernando Scheliga, os resultados
foram bons e em 2009 decidiram desenvolver o projeto em maior escala.
“Hoje temos 100 domicílios preparados
para home office e o feedback positivo de
clientes”, Luiz Fernando Scheliga
Neste ano, 60 associados estão
no sistema e ficam pelo menos
um dia da semana em casa, o que
fez diminuir o número de posições instaladas na empresa. Os
associados, maioria do staff e o
restante do setor de operações de
atendimento, são triados pela empresa e recebem toda infraestrutura necessária para desenvolver
a atividade em casa, como mobiliário adequado e computador com
internet banda larga e linha telefônica instalados. A gestão é feita pela empresa a distância, por
meio de sistemas de tecnologia,
mas é diária, como se o chefe estivesse presente. “Hoje temos 100
domicílios preparados para home
office e o feedback positivo de
clientes”, contou Scheliga.
Adão Rodrigues de Paula, 44
anos, consegue economizar tempo e dinheiro. Diferente de muitos trabalhadores, ele não precisa
pagar transporte ou perder tempo
no trânsito para chegar ao trabalho. E não é porque ele mora
perto da empresa não, é porque
trabalha no conforto de sua casa.
Há sete anos, ele é operador de telemarketing da Algar Tecnologia,
mas só vai à empresa quando é
convocado para reuniões ou para
participar de alguma comemoração. “Apesar de trabalhar em
casa, sinto-me totalmente vinculado à empresa. Não há diferença entre o associado que fica em
casa e o que está lá”, disse.
Adão de Paula diz que em casa
também há rotinas de trabalho,
regras a serem cumpridas e gestão, como se estivesse na empresa. Ele conta que a vantagem do
home office é não ter que se deslocar, o que para ele é ainda mais
complicado, já que é paraplégico
desde os dois anos de idade, quando sofreu de poliomielite.
Como a jornada de trabalho na
Algar Tecnologia é de seis horas
diárias, Adão de Paula cumpre das
6h às 12h e, para complementar sua
renda, das 12h30 às 18h30 trabalha,
há nove anos, na Prefeitura. “Em um
órgão público é diferente. Acredito
que o home office é uma tendência
que já deu certo e cada vez mais empresas vão adotar, mas ficará restrito às empresas privadas”, opinou. A
Adão Rodrigues de Paula é paraplégico
e - trabalhando em casa - atendente de
telemarketing da Algar Tecnologia, onde está
há 7 anos
25 ∞ Mercado Novembro 2010
MTrabalho
Sine - A diretora do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Uberlândia, Daisy Afonso, compartilha
da mesma opinião. Segundo ela, o
home office é uma tendência, porque
sai mais barato para o trabalhador,
já que evita deslocamentos, e ainda
é uma oportunidade para sair da ditadura do horário. “Há uma flexibilização das leis trabalhistas e isso é
bom para a empresa e o trabalhador.
Em Uberlândia, a Algar Tecnologia,
uma das empresas que atendemos
com seleção e recrutamento, já está
buscando esse perfil. E a empresa já
provou que dá certo trabalhar nesse
sistema”, explicou.
Daisy Afonso diz ainda que as
pessoas em Uberlândia têm resistência às tendências, mas o home
office oferece oportunidades, qualidade de vida e ganho para as empresas e os trabalhadores.
encontrou na legislação argumentação que defende a legitimidade
desse tipo de trabalho. “A empresa
cercou-se de cuidados para que o
associado tivesse rotina de trabalho”, disse.
De acordo com Scheliga, a flexibilização das leis trabalhistas aumentaria a prática de home office.
“Antes não havia tecnologia, então
não era possível imaginar pessoas
trabalhando em casa, mas conectadas à empresa, inclusive sendo
acompanhadas e monitoradas por
seus gestores”, justificou.
O advogado Liopino Neto, especialista em Processo Civil e Tributário, diz que qualquer função ou
atividade, independentemente do
local de trabalho, poderá gerar um
vínculo trabalhista. Segundo ele,
a lei não distingue entre a realização do trabalho efetuado na em-
HOME OFFICE
PONTOS POSITIVOS
PONTOS NEGATIVOS
Ganho em qualidade de vida
Distrações com TV e visitas fora
de hora
Alta na qualidade do atendimento
Excesso de trabalho (é preciso
ter hora para começar e para
encerrar o expediente, senão
a vida acaba virando uma
permanente hora-extra)
Mais pontualidade no cumprimento de horários, como as pausas
-
Não absenteísmo
-
Queda na taxa de desligamentos
-
Aumento da produtividade
-
Quebra de barreiras geográficas
-
Reinclusão das pessoas no mercado de trabalho
-
Legislação trabalhista
Especificamente na Algar Tecnologia, o diretor de operações
afirma nunca ter tido problemas
trabalhistas por causa do home
office. Segundo ele, a empresa
Mercado Novembro 2010 ∞ 26
presa ou na residência, mas é preciso que sejam caracterizados os
requisitos da relação de emprego,
como subordinação, não eventualidade, pessoalidade e recebimento de salários, para que o vínculo
seja confirmado.
Liopino Neto: “Lei
não distingue entre
a realização do
trabalho efetuado
na empresa ou na
residência, mas é
preciso que sejam
caracterizados
os requisitos
da relação de
emprego”
Liopino Neto, que atua na área
empresarial, explica que a empresa precisa ter alguns cuidados ao
contratar um funcionário para
trabalhar em casa. Segundo ele,
se a empresa não pretender a formação de vínculo trabalhista, o
ideal é que a pessoa a ser contratada realize os serviços por tarefa
e desenvolva esta atividade para
outras empresas. Porém, em caso
de ser funcionário, ele alerta para
o cumprimento da jornada de trabalho de 44 horas semanais, sendo
oito horas diárias, com ao menos
uma hora de intervalo.
“Em princípio, o correto é a empresa não contactar o funcionário
fora do expediente normal de serviço. Mas tudo dependerá do tipo
de serviço ou tarefa desejada pela
empresa, pois serviços de natureza
intelectual são realizados, às vezes,
fora do expediente normal. Porém,
para os serviços de telemarketing, já
existem um horário preestabelecido
entre as partes”, explicou.
Mesmo trabalhando no sistema
home office, o funcionário pode se
resguardar para ter os seus direitos
trabalhistas respeitados. Liopino
Neto explica que uma das formas é
arquivar e manter um sistema de horas trabalhadas em favor da empresa,
seja via emails, telefones ou comunicação virtual. “Hoje existem sistemas
de controle que informam a quantidade de horas trabalhadas e qual o tipo
de serviço executado”, diz.
Liopino Neto também acredita
que o home office é uma tendência,
já que economiza no deslocamento
de pessoas e acomodações delas, o
que encarece ao final do processo
produtivo. Mas ele acredita que no
momento esse tipo de relação é viável apenas para certas atividades,
como confecção, telemarketing e
áreas cuja produtividade seja de mais
fácil controle. “A longo prazo, com a
flexibilização das leis trabalhistas,
com menos rigor sobre horas extras,
noturnas, intervalos nas jornadas e
quanto ao próprio vínculo laboral,
outras atividades poderão ser inseridas neste sistema”, conclui. B
Tire dúvidas
Perguntas e respostas mais frequentes sobre home office
O que é home office?
Home office é um conceito de atividade profissional desempenhada fora do
ambiente tradicional de uma empresa.
Quais os custos iniciais para montar um home office?
Como em qualquer atividade profissional, é essencial saber dosar os investimentos para garantir que a iniciativa seja sustentável. O desembolso total
varia bastante, mas o que precisa ser feito é um bom orçamento. Alcançar
um nível mínimo de conforto precisa ser uma meta, e por isso é importante
reservar parte dos rendimentos da sua atividade para reinvestir no escritório doméstico.
Todo mundo pode trabalhar em home office?
Não. E é importante fazer uma boa análise situacional e de perfil antes de
pensar em montar um. Nem toda atividade profissional pode ser desempenhada longe da equipe ou das instalações da empresa, e nem toda cultura
organizacional está pronta para soltar as amarras da gestão presencial de
seus profissionais.
Os horários são mais flexíveis? Quem trabalha em casa corre o risco de ficar mais preso ao trabalho por poder responder a qualquer
hora do dia?
Os horários são tão flexíveis quanto o profissional desejar ou puder sustentar,
e há risco nas duas extremidades: trabalhar pouco ou trabalhar demais. Algumas pessoas, por não ter controle externo, são levadas à procrastinação, tudo
fica para a última hora, prazos são perdidos e a qualidade cai. Cada pessoa
precisa avaliar se ela conseguirá se manter disciplinada, motivada trabalhando
sem equipe, sem um chefe presente para direcionar, precisando se expor diretamente aos riscos da atividade e sem toda a estrutura de apoio da empresa.
É possível um home office com família e animais?
Como administrar?
Sim, claro que é possível - e até bem comum! Acompanho vários casos de profissionais que trabalham na mesma casa em que convivem com suas famílias,
sem maiores problemas. O desafio é saber separar os ambientes e os horários,
e o ideal é ter isso bem definido, de forma a facilitar a percepção dos limites.
Mas há um detalhe importante: se várias pessoas convivem na casa o dia inteiro e os ambientes se misturam, o impacto sobre a produtividade é inevitável.
Fonte: Augusto Campos - administrador e criador do blog efetividade.net (registro
cerca de 30 mil acessos diários)
MTrabalho
Há vagas para
profissionais qualificados
e atualizados
POR Isabella Peixoto (Ares)
Ofertas de trabalho existem aos montes, mas o mercado
de trabalho cobra capacitação e reciclagem constantes
C
apacitação e atualização: palavras fundamentais no vocabulário e no currículo de
todo profissional que
pretende conquistar espaço no mercado de trabalho. A crescente competição acabou com a ideia de que
cabia aos cargos gerenciais pensar
e ao trabalhador apenas executar
tarefas. Hoje é preciso estar preparado para enfrentar desafios constantes e atender com agilidade as
necessidades das organizações.
Segundo a analista de talentos
humanos da Algar Telecom, Lud-
Mercado Novembro 2010 ∞ 30
mila Barbosa Silva, é extremamente importante investir no próprio
desenvolvimento. “A cada dia que
passa o mercado de trabalho está
mais competitivo e os profissionais
estão mais qualificados. As pessoas
estão fazendo investimentos em cursos de idiomas, pós-graduações em
instituições conceituadas, cursos de
imersão no exterior, etc. O mercado
de trabalho sempre dá preferência
para os melhores profissionais, os
que não param de investir em seu
desenvolvimento. Quem não investe no próprio crescimento perde em
empregabilidade”, afirma a analista.
Segundo dados do Sindicato das
Indústrias do Vestúario de Uberlândia
(Sindivestu), um dos maiores entraves
para o desenvolvimento do setor na cidade é a falta de mão de obra especializada para trabalhar nas confecções.
Ainda, de acordo com o Sindivestu, a
indústria têxtil e de confecção local
emprega atualmente cerca de 2 mil
trabalhadores diretos em 74 empresas
associadas. Destas, quase 60 - cerca de
80% do total em atividade - terceirizam
alguma fase da produção para profissionais ou empresas de outras cidades
para conseguir atender a demanda.
Mas, em se tratando de qualificação
profissional, a importância dos cursos
não é exclusiva para quem quer entrar
no mercado de trabalho. Manter-se
atualizado quanto à sua área de atuação é essencial para um bom profissional. Para a consultora em gestão de
pessoas, Paula Katiúscia Silva, diante
do atual cenário, a atitude de buscar
aperfeiçoamento e atualização é decisiva para o profissional manter-se no
mercado do trabalho. “Hoje o mercado
requer um processo de aprendizagem
contínua. Como os métodos e as técnicas de trabalho estão em constante
renovação, os profissionais devem
estar sempre atualizados para manter
as organizações interessadas em suas
competências. Estar acomodado ou
simplesmente deixar as coisas acontecerem são grandes empecilhos para
a construção e manutenção de uma
carreira de sucesso. A acomodação impede que os profissionais enxerguem
as mudanças que estão acontecendo,
muitas vezes impedindo que façam
investimentos em suas carreiras e na
atualização profissional. Sendo assim,
é importante que os profissionais estejam constantemente comparando o seu
currículo com o perfil que as empresas
estão buscando em sua área de atuação e vão atrás de cursos de aperfeiçoamento e atualização profissional. Essa
dica vale tanto para quem está empregado como para aqueles que estão em
busca de um emprego”, adverte Paula.
Em Uberlândia, o crescimento da
abertura de empresas (foram 1.989
abertas nos nove primeiros meses
deste ano, segundo dados da Junta
Comercial do Estado de Minas Gerais
- Jucemg) impulsiona o aumento de
oportunidades de trabalho e, consequentemente, o surgimento de empresas que visam a qualificar pessoas.
Na visão da sócia-diretora da empresa Rhaizes Espaço de Formação
Aberta, Alzira Almeida, que já realizou
treinamentos para empresas como
Uniube, Engeset e Grupo Anhanguera,
a cidade de Uberlândia - até pela etapa
de desenvolvimento socioeconômico
em que se encontra - constitui-se como
referência para todas as pessoas que
buscam oportunidades de trabalho e
desenvolvimento na carreira, até por
destacar-se como polo comercial e educacional. “As características comerciais e educacionais da cidade representam um desafio de aperfeiçoamento
permanente para os profissionais que
aqui trabalham e visam a reunir condições para fazer frente a um mercado
altamente competitivo e multifacetado.
Esses atributos são exteriorizados e incorporados à imagem que se constrói
em nossa cidade, que passa a atuar
como uma força na produção de demandas por serviços de qualificação
do desempenho de pessoas e organizações de diferentes naturezas. Por outro
lado, esses serviços envolvem o aspecto sempre atrativo das oportunidades
de interação com personalidades representativas de setores competentes
da sociedade, promovendo o entrelaça-
mento dos conhecimentos específicos
que se busca e os da cultura de negócios local”, reitera Alzira.
A professora e proprietária do Centro de Estudos Terra Brazilis - espaço
que oferece cursos de capacitação e
extensão para diversas áreas -, Neiva
Antunes, conta que a procura pelos
cursos tem sido grande e vem muitas
vezes de profissionais que não encontram em suas cidades bons cursos
em suas áreas. “Já trabalhamos com
empresas e pessoas de várias localidades, muitas vezes porque não há cursos interessantes onde o profissional
mora ou onde a empresa atua”. Ela diz
já ter realizado treinamentos fora de
Uberlândia para a Cooprata (Prata), a
Usina Cerradão (Frutal) e o Instituto
Brasileiro de Florestas. Isso, sem contar que recebe em seus cursos alunos
de Uberaba, Caldas Novas, Patrocínio,
Patos de Minas, Brasília, entre outros
Cada um de nós
sabe o que busca
para o futuro e o
mercado sabe o
que precisamos
para chegar lá. A
questão está em
ter a disposição
de aprender para
crescer
lugares. “As pessoas já descobriram
que Uberlândia tem excelentes centros de formação e faculdades, e quem
quer qualificação corre atrás dela
onde tiver que ir”, conta a professora. “Cada um de nós sabe o que busca
para o futuro e o mercado sabe o que
precisamos para chegar lá. A questão
está em ter a disposição de aprender
para crescer”, aconselha. B
31 ∞ Mercado Novembro 2010
MCapa
As melhores
empresas em
sustentabilidade
POR Evaldo Pighini
Cargill, Iso Olhos, Efrem, Sankhya e Uberlândia
Refrescos: o consumidor já tem mais um justo motivo
para prestar mais atenção nas marcas, produtos ou
serviços dessas empresas; elas acabam de conquistar
o prêmio Empresário Herói 2010, conferido a empresas
que investem em sustentabilidade, posicionamento
institucional e atuação no mercado regional
“A
regra
geral
para a população mundial
hoje é mudar
ou
morrer”.
Aconteceu no dia 11 de novembro
a solenidade de entrega dos certificados do Prêmio Empresário Herói. Entre mais de 380 convidados,
estavam os representantes das 56
empresas inscritas para esta edição 2010 do prêmio, que visava
a reconhecer as melhores práticas em sustentabilidade de
Uberlândia e região. Na noite
da premiação foram consagradas
seis empresas: a Cargill Agrícola, vencedora na categoria
Projeto Ambiental; o Instituto
de Saúde Ocular - Iso Olhos, que
Mercado Novembro 2010 ∞ 32
levou o prêmio em duas categorias,
Projeto Social e Inovação Tecnológica; Efrem Telecomunicações, na
categoria Micro/Pequena Empresa;
Sankhya Gestão de Negócios, categoria Média Empresa; e, finalmente,
a empresa Uberlândia Refrescos,
que ficou com o título na categoria
Grande Empresa. O idealizador do
prêmio Empresário Herói e presidente da Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, referiu-se ao prêmio como “um estímulo a empresas
que desejam alcançar excelência em
suas atividades produtivas e nos assuntos de sustentabilidade”. Ainda
durante a solenidade, o empresário
Onofre Siqueira recebeu da Fiemg
Regional Vale do Paranaíba o título
“Industrial do Ano”.
Autoridades presentes na solenidade de entrega do Prêmio Empresário Herói
(da esquerda para a direita): Celso Vilela, presidente da CDL Uberlândia; Tenente
Coronel Hércules dos Reis Silva, da 9ª Cia de Polícia Militar; Paulo Ferolla,
presidente do Sindicato Rural de Uberlândia; Dilson Dalpiaz, secretário municipal
de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Uberlândia; Pedro Lacerda,
presidente da Fiemg Regional Vale do Paranaíba; Dr. Joemilson Donizetti Lopes,
diretor do Foro da Comarca de Uberlândia; professor Alfredo Júlio Fernandes
Neto, reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU); e José Geraldo Sales,
superintendente da Caixa Econômica Federal
O prêmio “Empresário Herói” foi
criado em 2009 pela Fiemg Regional Vale do Paranaíba com apoio
do Centro Industrial e Integração
de Negócios do Triângulo e Alto
Paranaíba (Cintap), do Eco Instituto, dos Sindicatos Patronais da
Indústria e da Revista MERCADO,
com o objetivo de reconhecer e dar
merecida notoriedade às práticas
da sustentabilidade empregadas à
frente de suas empresas por empresários de Uberlândia e região. Para
os organizadores, o evento deste
ano conseguiu de novo alcançar o
objetivo de reconhecer as empresas que investem em sustentabilidade - econômica, social, ambiental e cultural, em posicionamento
institucional e em atuação no mercado regional.
O “Empresário Herói”
Esta foi a segunda edição do Prêmio Empresário Herói e já contou
com um número bem maior de empresas inscritas com relação ao ano
anterior, demonstrando a sua credibilidade e imparcialidade ao julgar e
destacar as ações dos participantes
na questão da sustentabilidade. Outro
ponto positivo é que o aumento de
participantes pode estar relacionado
com a também crescente preocupação dos empresários da região em
promover administrações sustentáveis em seus negócios, o que é bom
para ambos os lados: empresa e sociedade. E o meio ambiente agradece.
Neste ano, foram 56 empresas
de Uberlândia e região que se inscreveram e concorreram ao Prêmio
“Empresário Herói” nas seguintes
categorias: Micro/Pequena, Média
e Grande empresa, Projeto Social,
Projeto Ambiental, Inovação Tecnológica, Projeto Cultural e Campanha Publicitária. Ao final, foram
selecionadas três finalistas, das
quais uma foi escolhida vencedora
em cada categoria, à exceção das
categorias Projeto Cultural e Campanha Publicitária, em que nenhuma das empresas inscritas alcançou a pontuação mínima exigida
para receber o prêmio. A
33 ∞ Mercado Novembro 2010
MCapa
O idealizador do Empresário Herói e presidente da Fiemg Regional Vale do
Paranaíba, Pedro Lacerda, em seu pronunciamento durante o evento
Durante a premiação, coube
aos vencedores o recebimento
de um certificado, a divulgação
de seu case pela MERCADO,
um troféu e mais a cessão de
um selo alusivo ao Prêmio Empresário Herói.
Regulamento
Para participar do Prêmio
Empresário Herói as empresas
de micro e pequeno porte legalmente constituídas deveriam ter
no mínimo dois anos de atuação
no mercado. Para as de médio
e grande porte, esse período foi
de cincos anos. Outra condição
é que todas deveriam estar associadas à Fiemg, aos Sindicatos
Patronais ou ao Cintap/Eco Instituto Inderc. Quanto às categorias de porte, a empresa inscrita
pôde concorrer em apenas um
segmento, já nas categorias específicas, a candidatura era livre
para mais de um prêmio.
Mercado Novembro 2010 ∞ 34
Na avaliação, as empresas foram julgadas em três critérios:
institucional, atuação no mercado regional e sustentabilidade.
De acordo com o primeiro deles,
a empresa deveria apresentar sua
constituição legal e comprovação
de atuação no ramo; através do
segundo, foram avaliados os quesitos associativismo, inovações
tecnológicas, faturamento e operações bem-sucedidas com fins lucrativos; finalmente, o terceiro e
último critério foi responsável por
avaliar: redução de impacto social
e ambiental (RES), investimento
social privado - ações filantrópicas desenvolvidas na comunidade
-, segurança no trabalho, qualidade de vida no trabalho, economia
e reuso de recursos naturais esgotáveis e cotas para pessoas com
deficiência, dentre outros que, de
alguma maneira, contribuem com
a sustentabilidade como princípio
para o desenvolvimento.
Daniela Dias, gerente
de Projetos do Cintap/
Eco Instituto: “O
Prêmio Empresário
Herói quer mais do que
promover um evento,
ele quer destacar os
exemplos de gestão
sustentável e bemsucedida”
“A comissão este ano contou com
representantes de entidades com trabalho relevante no âmbito da sustentabilidade e foi criteriosa e imparcial.
O Prêmio Empresário Herói quer
mais do que promover um evento, ele
quer destacar os exemplos de gestão
sustentável e bem-sucedida”, ratificou a gerente de Projetos do Cintap/
Eco Instituto, Daniela Dias.
Para o presidente da Fiemg, Pedro Lacerda, todas as empresas
inscritas no Empresário Herói são
vitoriosas por causa de suas administrações sustentáveis. “O simples
fato de se inscreverem já mostra que
estão fazendo algo pela sustentabilidade”, resume.
Membros da Comissão Julgadora
Prêmio Empresário Herói 2010
Celso Medina - Gerente do SENAI CETAL Uberlândia
Cristina Palhares - Representante da Secretária Municipal de Desenvolvimento Social de Uberlândia
Décio Carmona - Presidente do Comitê Regional de Cidadania Empresarial (*)
Dilson Dalpiaz Dias - Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo
João Tomaz da Silva Jr. - Gerente do SESI e do SENAI CFP Uberlândia
José Augusto de Barros - Coronel (reformado)
Leonardo Daher de Melo - Presidente da Fundação Araguarina de Educação e Cultura (FAEC)
Linda-Mar Peixoto - Presidente do Instituto Alair Martins
Sandra Borges Pereira - Representante da Secretária Municipal de Meio
Ambiente de Uberlândia
Tony Amaral - Representante do Presidente da Associação dos Profissionais da Propagada (APP)
Virgínia Alcântara - Secretária Municipal de Trabalho e Ação Social
de Araguari
Presidentes dos Sindicatos Patronais da Indústria de Uberlândia
(*) Décio Carmona foi quem presidiu a comissão
Noite de gala
Os grandes vencedores do Prêmio
Empresário Herói 2010 foram conhecidos durante coquetel realizado
na noite de 11 de novembro no The
Place Salão de Festas em Uberlândia.
Foram proclamados os grandes vencedores da noite as empresas Cargill
(Projeto Ambiental), Iso Olhos (Projeto Social e Inovação Tecnológica),
Efrem (Micro/Pequena Empresa),
Sankhya (Média) e Uberlândia Refrescos (Grande). A empresária Luciana Alves, diretora da Efrem Telecomunicações, considerou uma
honra receber o prêmio. “Estou imensamente feliz. É o reconhecimento de
muito esforço e dedicação. Ser homenageada só mostra o quanto estamos
no caminho certo”, disse a diretora da
empresa, que está há 12 anos no mercado. Por sua vez, o diretor presidente da Uberlândia Refrescos (leia-se
Coca-Cola), Alexandre Biagi, afirmou
que o prêmio veio para coroar o bom
trabalho de sua equipe. “Somos uma
das empresas mais antigas de Uberlândia e há 35 anos empreendemos o
projeto social como desenvolvimento
sustentável que hoje está em evidência. Estão todos de parabéns pelo
prêmio”, justificou.
Daniela Dias apresentou um resumo do que levou cada uma das empresas a receber o Prêmio Empresário Herói deste ano. A
MCapa
Empresas vencedoras do Prêmio Empresário
Herói 2010
Categoria
Empresa
Projeto Ambiental
Cargill Agrícola S/A
Projeto Social
Clínica Iso Olhos
Inovação Tecnológica
Clínica Iso Olhos
Micro/Pequena Empresa
Efrem Telecomunicações
Média Empresa
Sankhya Gestão de Negócios
Grande Empresa
Uberlândia Refrescos
Uberlândia Refrescos
Categoria Grande Empresa
Alexandre Biagi, presidente da Uberlândia
Refrescos, ergue o troféu Empresário Herói na
categoria Grande Empresa
“A Uberlândia Refrescos concorreu nas categorias Grande Empresa, Projeto Ambiental e Projeto
Social, sendo finalista nas três. E,
pela segunda vez consecutiva, a
empresa se sagrou vencedora da
Categoria Grande Empresa por
seu posicionamento, por todos os
projetos que desenvolve, pela gestão pautada na sustentabilidade
como modelo de negócio e pelas
boas práticas que podem servir de
exemplo para empresas da região
e do país. A Uberlândia Refrescos
conta atualmente com 902 funcionários e apresenta pontuação
excelente em todas as questões
do Relatório de Gestão proposto
pela comissão do Prêmio Empresário Herói. É uma multiplicadora
de conceitos e práticas que fazem
a diferença em todas as esferas da
sustentabilidade: econômica, social, ambiental e cultural.”
Sankhya
Categoria Média Empresa
A equipe da empresa Sankhya, vencedora na
categoria Média Empresa
“A Sankhya Gestão de Negócios
apresentou em 2010 um perfil ainda
mais sustentável que no ano anterior.
Segundo informação da comissão organizadora, pode-se dizer que desde a
apresentação do material da empresa
até os projetos implementados, bem
como sua forma de gestão, tudo é
exemplo do que uma empresa de médio porte, especialmente na área de
serviços e tecnologia, deve fazer para
apresentar sustentabilidade em sua
governança. O que se percebe, avaliando o material e os documentos, é
que os 166 funcionários da Sankhya
estão, de fato, aplicando a sustentabilidade como um princípio norteador
de suas atividades. Esse é o efeito
multiplicador dos ideais de uma empresa certamente convencida da importância absoluta de fazer de sua
gestão uma atividade sustentável.”
Efrem Telecomunicações
Categoria Micro/Pequena Empresa
Luciana Alves, diretora da empresa Efrem
Telecomunicações, comemorou bastante a conquista
do prêmio
“A Efrem Telecomunicações é uma
empresa relativamente nova no mercado, que está crescendo com pauta
certa e especial atenção ao cliente. É
a típica empresa do futuro, ou seja,
aquela que busca produtos para seus
clientes e não clientes para seus produtos. Desde o planejamento estratégico até os projetos de investimento
social privado, percebe-se a sustentabilidade norteando as suas atividades.
A Efrem entendeu a mensagem que,
independentemente do porte ou número de funcionários - a empresa conta com cinco colaboradores no momento -, é possível desenvolver uma
gestão sustentável. Por esse motivo
foi vencedora em sua categoria.” A
MCapa
Iso Olhos
Inovação Tecnológica e Projeto Social
Dr. André Rodrigues Cunha, Dra. Maria do Carmo
Monte e Isabel Rosita: representantes do Iso
Olhos, empresa premiada em duas categorias no
Empresário Herói 2010
Inovação Tecnológica - “A empresa que mais se destacou em relação
aos índices de inovação foi a Iso
Olhos. A categoria Inovação Tecnológica foi avaliada pela coordenação
do NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica -, que observou que os indicadores de Entrada e Saída se mantiveram no mesmo patamar, sendo assim
coerentes com os novos processos
produtivos perante o faturamento da
empresa e investimentos em P&D. É
tambem visível a crescente evolução
de Formas, Fontes e Impactos que a
inovação reflete no ambiente da empresa, tornando-a assim um destaque
de competitividade no mercado.”
Projeto Social - “O programa VER
para ReviVER é uma prática de responsabilidade da empresa Iso Olhos
que se mantém sustentável através de
recursos próprios, existindo há mais
de 10 anos. Sua natureza é a oferta de
serviços de saúde em Oftalmologia
com o mesmo nível científico e humano que é dado aos clientes.
Não diferente de outras cidades,
existe hoje em Uberlândia uma
enorme demanda, reprimida tanto
pela dificuldade de acesso quanto
pela cobertura insuficiente do sistema de saúde pública.
Assim, o objetivo maior do programa da empresa Iso Olhos é propiciar
a reabilitação visual através de condutas médicas, ajudando a diminuir a
demanda da comunidade que não tem
atendimento no setor público e proporcionar a inclusão social e inserção
no mercado de trabalho. Em síntese,
o programa consiste de várias etapas:
triagem, teste de visão, avaliação médica com diagnóstico e prescrição de
óculos e/ou tratamentos, exames e cirurgias, se for o caso.
Para a equipe avaliadora da Categoria Projeto Social, um dos fatores que
tornam este projeto ainda mais diferenciado é o trabalho de sensibilização
para o voluntariado, que notoriamente
gerou a adesão total dos funcionários
da empresa aos projetos específicos
e aos requisitos de sustentabilidade
na gestão. Portanto, além de prestar
um serviço extremamente relevante à
comunidade, multiplica os valores de
RSE e sustentabilidade entre seus funcionários, parceiros e clientes.”
Cargill Agrícola S/A
Projeto Ambiental
Diretores da Cargill recebem o
merecido troféu de melhor Projeto
Ambiental
“Concebido em 2009, a partir de uma parceria público-privada envolvendo a Cargill Agrícola S/A, Prefeitura de Uberlândia e Cia. De Meio Ambiente, o Projeto
Ambiental “Salto + Limpo” visa à recuperação de 25
ha de cerrado na Área de Proteção Ambiental (APA)
Córrego do Salto, que inclusive abriga as suas nascentes. Desde a implantação do projeto, a área foi isolada
e protegida contra a ação do fogo (aceiramento), foram construídos bolsões e curvas de nível para conter
a água da chuva e o leito do córrego foi protegido do
assoreamento. Também já foram plantadas cerca de
14.000 mudas de espécies nativas do cerrado, dentre
as quais mais ou menos a metade está vingando.
O Projeto Salto + Limpo também contempla o desenvolvimento de ações de educação ambiental com
colaboradores da empresa, empreendimentos vizinhos e com a comunidade do entorno, envolvendo
palestras, plantio de mudas, teatro e caminhada ecológica. Para 2011, a previsão é a intensificação dessas
e de outras atividades de educação ambiental, aliadas
à constante manutenção da área, visando a sua completa recuperação, que atualmente já produz bons frutos reconhecidos mundialmente, como a premiação
de mérito promovida pelo Departamento Corporativo
Mundial de Meio Ambiente, Saúde e Segurança (Environment, Health and Safety - EHS) da Cargill, ocorrida em fevereiro de 2010. Entre 127 projetos, o Salto +
Limpo ficou entre os 12 vencedores, o que demonstra
que valores como respeito ao meio ambiente, cuidado
e atitude devem ser cada dia mais cultivados.
A equipe que avaliou a categoria Projeto Ambiental
levou em consideração o investimento e a perenidade
dos resultados do projeto da Cargill e entendeu que
este alcançou tanto os objetivos ambientais como a
sensibilização da comunidade do entorno com as
ações de educação ambiental que, sem dúvida, apresentarão um efeito multiplicador considerado de extrema relevância dentro dos critérios do Prêmio Empresário Herói.” A
MCapa
Industrial do ano
O empresário Onofre Siqueira, após receber o seu
troféu: “Industrial do Ano”
Um destaque à parte na noite de
premiação do Empresário Herói
2010 foi a entrega do prêmio Industrial do Ano - Fiemg Regional Vale
do Paranaíba - ao empresário Onofre Siqueira, dono da empresa Charque Carreteiro. Onofre teve o seu
nome indicado ao prêmio pela presidência da Fiemg Regional Vale do
Paranaíba e pelos Sindicatos Patronais da região, conforme critérios do
Sistema Federação das Indústrias de
Minas Gerais.
nhece e destaca as boas práticas de
sustentabilidade, tanto sociais quanto ambientais, até para que sirvam de
exemplo para outras empresas.
Diante de tudo o que vem ocorrendo, ser sustentável, para uma empresa, passou a ser um importantíssimo
diferencial mercadológico e uma
possibilidade real de aumentar sua lucratividade e potencializar a venda de
seus produtos para um público consumidor mais preocupado e mais atento
a essa realidade que se anuncia.
Sustentabilidade gera
lucros sociais
e financeiros
Embora muitos ainda sigam
alheios, a discussão tem estado cada
vez mais acirrada em torno dos problemas climáticos e da possível escassez de recursos naturais num futuro não muito distante, assim como
também mais próxima das grandes
massas e das empresas dos países
emergentes. Discussão esta que acirrou ainda os ânimos dos mercados e
aumentou a pressão exercida pelas
entidades ambientais e por cientistas
que vêm estudando esses fenômenos
e as possibilidades de um cataclisma
climático de grandes proporções,
com possíveis consequências para
o nosso modo de vida e a própria
continuidade de nossa espécie. Daí
a importância de iniciativas como o
Prêmio Empresário Herói, que recoMercado Novembro 2010 ∞ 40
A empresa
que não for
sustentável
verdadeiramente
tenderá a
desaparecer
pela própria
seleção natural
do mercado
Pedro Lacerda
Na observação de Pedro Lacerda, o público consumidor de hoje se
preocupa muito mais com a forma
como os produtos são produzidos
e os perigos inerentes para o meio
ambiente do que há poucos anos
atrás. Ele observa ainda que a realidade atual nem chega perto da que
se pode prever para o futuro, quando será ainda muito mais difícil para
uma empresa superar o estigma de
ser poluidora ou de não levar em
consideração uma preocupação séria com o meio ambiente. “A empresa que não for sustentável verdadeiramente tenderá a desaparecer pela
própria seleção natural do mercado”, analisa Lacerda.
Portanto, ele observa: “para que
uma empresa sustentável possa ser
realmente chamada de amiga do
meio ambiente e preocupada com
a sociedade que a cerca, ela deve
fazer muito mais do que simplesmente usar papel reciclado ou fazer
doações e campanhas em prol do
meio ambiente”.
Mudar ou morrer
Do jeito que o mundo caminha,
são muitos os problemas globais
que justificam iniciativas como essa
da realização do Prêmio Empresário
Herói, que reconhece e destaca as
boas práticas de sustentabilidade.
Segundo o Relatório Planeta Vivo
2010 da WWF (World Wildlife Fund
For Nature), o crescimento econômico acelerado tem alimentado uma
demanda crescente por recursos:
alimentos e bebidas, energia, transportes, produtos eletrônicos, espaço
de vida e espaço para o descarte de
resíduos e, sobretudo, por dióxido
de carbono derivado da queima de
combustíveis fósseis. Como esses
recursos não podem mais ser obtidos dentro das fronteiras nacionais,
tem havido uma busca crescente em
outras partes do mundo. Os efeitos
dessa busca se refletem nos Índices
do Planeta Vivo no caso dos países
tropicais e dos países mais pobres
do mundo: ambos os grupos sofreram queda de 60% desde 1970.
O relatório Planeta Vivo relaciona
o Índice Planeta Vivo - um indicador
da saúde da biodiversidade mundial
- com a Pegada Ecológica e a Pegada
Hidrológica, medidas de demandas
da humanidade sobre os recursos
naturais renováveis da Terra.
Numa situação de antagonismo, ao longo dos últimos anos o
Brasil tem presenciado um crescimento econômico e uma melhoria
constante das condições sociais, a
desigualdade vem diminuindo e a
estabilidade econômica elevou o
poder aquisitivo da população. Um
quadro desejável e bastante positivo. Contudo, as mudanças nos
hábitos de consumo da população
brasileira têm acelerado a demanda por recursos naturais e serviços
ecossistêmicos, aumentando assim
nossa Pegada Ecológica - o rastro
que deixamos na natureza em razão
dos nossos hábitos de consumo.
De certo que as riquezas naturais
são parte dos ativos necessários
Hélio Mattar, do Instituto Akatu: “Se continuarmos
a consumir desordenadamente, a vida humana se
reduzirá a um número compatível com os recursos
naturais”
ao crescimento econômico que o
mundo presencia, mas deve existir sempre um equilíbrio entre o
que é consumido e o que a natureza pode prover. Essa é a principal
mensagem do Relatório Planeta
Vivo 2010. “A economia e o meio
ambiente não são fatores concorrentes e sim complementares. Mas
no momento estamos sobrecarregando o poder regenerativo da
natureza e colocando em risco não
só os ecossistemas, que são a base
da nossa sobrevivência na Terra,
como também a sustentabilidade
econômica”, alerta a secretária geral da WWF Brasil, Denise Hamú,
confirmando que o padrão mundial
se repete no Brasil.
Para o diretor presidente do Instituto Akatu, Hélio Mattar, o nosso
planeta está doente. Segundo ele,
basta ver a desertificação progressiva na África e Ásia, a alteração do
clima do planeta graças ao efeito
estufa, a poluição das águas, a devastação das florestas tropicais, a
degradação da qualidade do ar, etc.,
para que se entenda o porquê de sua
afirmação. Ele explica que o planeta está doente, mas não morrerá.
Não corre risco. “Quem corre risco
é a vida humana sobre o planeta. Se
continuarmos a consumir desordenadamente, a vida humana se reduzirá a um número compatível com os
recursos naturais”, acrescenta. B
Alunos do ensino médio visitam a Feira das Profissões, na Unitri, em busca de
orientações e respostas
Foto: Reprodução
MEducação
Feira ajuda alunos a
decidir qual carreira seguir
POR Lídia Vilela
T
odas as pessoas precisam, num certo momento da vida, de ingressar
no mercado de trabalho.
Por isso, a escolha da
profissão precisa ser bem orientada.
A realização profissional é um dos
elementos mais importantes para a
felicidade de uma pessoa. As expectativas familiares e as perspectivas
Mercado Novembro 2010 ∞ 42
do mercado de trabalho são dois
fatores que devem ser levados em
consideração na hora de escolher
um curso universitário.
Segundo a psicóloga Ana Paula
de Freitas, o estudante precisa olhar
para as próprias características pessoais e fazer um autoconhecimento
antes de escolher a profissão. Outro
ponto importante é pensar no fu-
turo e no estilo de vida que deseja
ter. A psicóloga também destaca a
importância de se fazer um reconhecimento familiar e consultar as
experiências profissionais dos pais
para ajudar na escolha. “Na hora de
escolher, o jovem deve pensar naquela profissão que possa gerar uma
realização pessoal e se encaixar no
estilo de vida dele”, completa.
Qual profissão me interessa?
Antes de escolher entre diferentes cursos, o estudante precisa ter
uma ideia do seu objetivo a longo
prazo. Alguns aspectos podem ser
levados em consideração na hora de
escolher uma profissão e um deles é
a perspectiva financeira da carreira.
De qualquer modo, é preciso buscar
informações, saber que tipo de atividades podem ser desenvolvidas
e quais são as exigências para ser
um bom profissional. Além dessas
informações, é importante saber
como é o curso de formação dessa
profissão, qual a duração, que tipo
de disciplinas, conteúdos e práticas
são exigidos.
Para ajudar a tomar essa difícil
decisão, os estudantes também têm
como opção visitar eventos, como
feiras de profissões, por exemplo, e
palestras, que sempre ajudam a esclarecer algumas dessas dúvidas. “É
muito importante para os alunos,
principalmente do ensino médio, a
participação em feiras de profissões.
Isso ajuda a ampliar as possibilidades
de conhecimento e a descobrir coisas
novas, além de ajudar esses estudantes a identificar as próprias potencialidades”, explica a psicóloga.
Os 10 cursos mais procurados
nos Vestibulares
1. Medicina
2. Publicidade e Propaganda
3. Nutrição
4. Farmácia
5. Ciência da Computação
6. Direito
7. Relações Internacionais
8. Arquitetura e Urbanismo
9. Enfermagem
10.Psicologia
Caroline Vaz - 2º ano
“Gostei muito de
participar. Foi muito
interessante conhecer
um pouco mais de
cada curso. Além disso,
estou mais confiante
quanto à minha
escolha. Eu quero
estudar Medicina”.
Para saber escolher tem que
conhecer
Ana Paula: “É
muito importante
para os alunos,
principalmente do
ensino médio, a
participação em
feiras de profissões.
Isso ajuda a ampliar
as possibilidades de
conhecimento
e a descobrir
coisas novas”
No período de 9 a 11 de novembro, o Centro Universitário do Triângulo (Unitri) realizou a VII Feira
das Profissões, na praça central do
campus. Durante o evento, mais de
três mil alunos do ensino médio de
escolas particulares e públicas de
Uberlândia e região visitaram os 27
estandes montados, cada qual representando um dos cursos oferecidos
pela instituição.
A Feira das Profissões é uma
oportunidade para que os futuros
universitários conheçam melhor as
profissões e não fiquem perdidos na
hora de escolher a carreira que vão
seguir. Durante o evento, os visitantes tiraram dúvidas sobre os diferentes cursos e também participaram
de sorteios de MP4. A
Mariana Ferraz - 2º ano
“A Feira das Profissões
me ajudou a esclarecer
algumas dúvidas. Às
vezes o curso não é
aquilo que pensamos
e essa orientação é
muito importante”.
43 ∞ Mercado Novembro 2010
MEducação
Fernando Alves - 3º ano
“Achei muito legal estar aqui. Isso
ajuda a ver o que queremos para o
futuro. Eu me identifiquei com o curso
de Sistemas de Informação”.
Pedro Felipe - 3º ano
“Temos que entender mais sobre
os cursos para não errar. Participar
da Feira das Profissões foi muito
proveitoso”.
Lucas Eduardo - 3º ano
“É muito interessante participar de
eventos como a Feira das Profissões,
que ajudam a enxergar caminhos
para o nosso futuro”.
Murilo Moura - 3º ano
“Foi muito importante estar neste
evento. Agora tenho certeza de que
vou cursar Direito para entrar na área
policial”.
MSaúde
Brasileiros não sabem
o que é AVC
POR Por Evaldo Pighini Com Agência Brasil
Especialistas alertam que a maioria da população não consegue
identificar os sintomas de um Acidente Vascular Cerebral, o AVC; não
sabe nem mesmo explicar o significado da sigla
(AVC), segundo dados da Academia
Brasileira de Neurologia (ABN), com
base em informações do Ministério
da Saúde. São quase 100 mil mortes
por ano no Brasil. Para complicar a
situação, especialistas alertam que a
maioria dos brasileiros desconhece
os sintomas da doença e não procura o médico.
T
udo transcorria bem na
vida do bancário Alencar da Silva Fontana há
cinco anos. Morador do
Santa Mônica, bairro
uberlandense, ele saiu de casa cedo
para levar os filhos à escola e depois
seguir para o trabalho, cumprindo
sua rotina normal. No caminho, sentiu uma forte dor de cabeça, “como
agulhadas”. Passou na farmácia,
comprou e tomou um analgésico, que
aliviou o sintoma. Chegando ao banco, onde trabalhava, sua colega de
sala notou que havia algo estranho.
A boca de Alencar estava repuxada
para o lado. Alertado pela colega,
ele insistia que tudo ia bem, mas ao
tentar se levantar para ir ao arquivo,
Mercado Novembro 2010 ∞ 46
uma das pernas cedeu e ele caiu. O
socorro foi rápido e, em menos de
dez minutos já estava no pronto socorro de um hospital vizinho. Felizmente, Alencar se salvou, mas ficaram sequelas do AVC, do qual ele foi
vítima. Desde então, Alencar faz fisioterapia três vezes por semana e leva
uma vida normal, apenas com certa
limitação do uso de membros do lado
esquerdo do corpo: braço e perna.
Esse é um caso fictício, mas a
ocorrência é bastante comum, infelizmente. Para o personagem Alencar, valeu a agilidade no atendimento, que ajudou a preservar a sua vida.
Atualmente, a cada cinco minutos, um brasileiro morre por causa
de um acidente vascular cerebral
O então deputado
Clodovil Hernandes foi
mais uma das tantas
vítimas de AVC. Ele
morreu em março de
2009. Clodovil, que
sofria de hipertensão
arterial sistêmica, antes
já havia, em junho
de 2007, sofrido um
outro AVC, só que de
menor intensidade, que
resultou na paralisia
parcial do braço direito
Na maioria dos casos, o AVC, popularmente chamado de derrame, é
causado pelo entupimento de uma
artéria cerebral por um coágulo, impedindo o sangue de chegar a outras
áreas do cérebro. “As pessoas esperam para ver se vão melhorar e não
procuram a emergência”, alerta a
integrante do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da ABN,
Sheila Martins.
Em 2008, uma pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo
(USP), perguntou a 800 pessoas nas
ruas das cidades de Ribeirão Preto, São Paulo, Salvador e Fortaleza
quais os sintomas do AVC. Somente
15,6% dos entrevistados sabiam o
significado da sigla. Ainda segundo
a pesquisa, a maioria dos entrevistados confundiu a doença com paralisia, congestão, trombose ou nervosismo. Os sintomas de um AVC são
fraqueza ou dormência súbita em
um lado do corpo, dificuldade para
falar, entender ou enxergar, tontura
repentina e dor de cabeça muito forte sem motivo aparente.
Para o neurologista e coordenador
da pesquisa, Octávio Marques Pontes,
o brasileiro não encara o AVC como
uma doença que necessita de imediato atendimento médico, porque acha
que não existe tratamento. “A doença está presente na vida das pessoas,
mas a maioria vê como sem tratamento”, disse. Pontes informou que, desde
2001, está disponível na rede pública
e privada o tratamento trombolítico,
que consiste na aplicação de remédios
para desobstruir a artéria e restabelecer o fluxo sanguíneo, considerado o
método mais eficaz.
A recomendação é que o paciente
inicie o tratamento cinco horas após
o aparecimento dos primeiros sintomas. O atendimento rápido aumenta
em 30% as chances de sobrevivência,
segundo Pontes. Um levantamento da
Associção Internacional de AVC (ISS,
em inglês) constatou que 15% dos pacientes que tiveram um acidente vascular cerebral podem morrer ou sofrer
novo problema no prazo de um ano.
Os especialistas alertam ainda que é
possível prevenir o acidente vascular,
desde que sejam adotados cuidados
no decorrer da vida - entre eles praticar exercícios físicos, ter alimentação
saudável e evitar o fumo e o consumo
de álcool, além de ficar em alerta com
as taxas de colesterol e a pressão. A
doença incide na população com mais
de 65 anos, mas pode ocorrer em jovens e até em recém-nascidos.
Além da prevenção, os médicos
apontam a necessidade de ampliar
a rede com tratamento específico
para o AVC. Atualmente, 62 hospitais públicos e privados oferecem o
tratamento adequado, contra 35 em
2008, segundo a neurologista Sheila
Martins. “Temos ainda muito a fazer”, alertou.
Em um ranking nacional feito
pela neurologista, o Rio Grande do
Sul aparece com a maior taxa de
mortalidade por AVC no país - 75
mortes por 100 mil habitantes. Em
segundo lugar está o Rio de Janeiro,
com 68 mortes por 100 mil habitantes, seguido pelo Piauí, por Pernambuco e pelo Paraná. O cálculo é baseado em estatísticas do Ministério
da Saúde de 2007.
A Organização Mundial de AVC
estima que uma em cada seis pessoas no mundo terá um acidente vascular cerebral na vida. B
Tipos de derrame
AVC Isquêmico
AVC Hemorrágico
É o tipo mais
comum, responsável por 80% dos
casos. Os sintomas
surgem de repente
e dependem da área
afetada. No acidente
isquêmico transitório, os sintomas são
passageiros
Representa apenas
20% dos casos. Seus
sintomas incluem
dor de cabeça muito
forte e repentina, que
pode vir acompanhada de perda de força
e sonolência
Vaso
sanguíneo
Coágulo
Fluxo
interrompido
Rompimento
Vaso
sanguíneo
47 ∞ Mercado Novembro 2010
MSaúde
Consumo de cosméticos
em alta entre as crianças
POR Talita Nakamuta (Serifa)
Cresce o mercado de cosméticos para crianças, mas
é preciso orientação profissional e atenção dos pais
na hora da compra e uso dos produtos
O
s meninos pedem um
topete modelado com
gel, já as meninas querem imitar as cores do
esmalte e do batom
da mãe e não saem de casa antes de
passar um perfume. Esse é um comportamento até certo ponto aceitáMercado Novembro 2010 ∞ 48
vel, visto que os filhos se espelham
nos pais e normalmente procuram
copiar suas atitudes. O fato é que as
crianças também se preocupam com
a aparência, para quem pensa o contrário é só prestar atenção nos filhos
observando os pais nos momentos
em que estes estão se aprontando
para sair de casa ou mesmo cuidando da higiene pessoal.
As crianças estão cada vez mais
vaidosas e o mercado de cosméticos não perde a oportunidade para
atrair - diga-se de passagem, até com
muita criatividade - essa fatia de
consumidores. O Brasil é atualmen-
te um dos maiores mercados de cos- sabonete ao elaborado protetor so- determinado tipo de produto pode
méticos infantis, segundo a Agência lar. Mas as mães, ao ceder à tenta- causar alergia e outros problemas
Nacional de Vigilância Sanitária ção dos muitos lançamentos que mais graves”, explica.
(Anvisa). Produtos de higiene pes- surgem, não podem deixar passar
Marielle de Souza, mãe do pequesoal, como xampus, condicionado- despercebidos pequenos detalhes no Pedro Silva de Souza, de 7 anos,
res, sabonetes, hidratantes, cremes que vão além daquela embalagem conta que o filho quer tudo que vê
para pentear e protetor solar, feitos e cheirinho diferentes, devendo se nas prateleiras, tudo que é novidade.
especificamente para crianças, já ater mais à sua composição e eficá- No entanto, ao mesmo tempo diz esforam incorporados ao dia a dia de cia. Tomando como exemplo a pele, tar sempre atenta aos produtos que
meninos e meninas. A tendência é a o uso do protetor solar é fundamen- o filho deseja e se limita na hora de
mesma para produtos de beleza.
tal. “O protetor é de extrema impor- satisfazer as vontades dele. “O PeA empresária Daniela Ferreira, tância e deve ser utilizado com fre- dro sempre quer novidades, quando
proprietária da Dermage - loja es- quência em crianças, sendo que as vou às compras ele já se manifesta
pecializada em cosméticos de Uber- de pele muito claras devem usá-lo pra ir junto, tem interesse em opinar
lândia -, reconhece o crescimento diariamente, e não somente na pisci- sobre tudo, principalmente quando
do mercado de cosméticos infan- na ou praia. O fator de proteção ide- se trata dos cosméticos que compro
tis. Segundo ela, é cada vez maior al para uso nas crianças deve ser no para ele”, explica. Segundo Marielle,
a procura por produtos específicos mínimo 15, de acordo com o fototi- tudo que é colorido e tem figuras ou
para as crianças e o mercado tem po de pele ou conforme recomenda- personagens chama mais atenção do
procurado acompanhar esse ritmo. ção médica”, alerta a dermatologista filho, mas como toda boa mãe pro“A maior procura ainda é pelos pro- Cíntia Cunha Cardoso.
cura sempre antes se informar sobre
tetores solares. Nesse sentio produto. “Claro que me
do, temos um produto muiinformo sobre o que o meu
to procurado pelas mães,
filho vai usar: qualidade, se
preocupadas em oferecer
tem aprovação da Anvisa, se
aos filhos produtos com
é testado por dermatologisgarantia e qualidade”, infortas, até porque Pedro é uma
ma. Ela cita como exemplo
criança supersensível, então
o protetor solar “PhotoAge
só compro quando tenho
45 + Kids”, muito recomencerteza de que o produto é
dado por dermatologistas,
confiável”, comenta a mãe.
e que foi desenvolvido esPais devem ficar de
pecialmente para a pele das
olho nos exageros
crianças. “O PhotoAge é enriquecido com um exclusivo
Numa cena não muito
complexo de cinco ativos
rara, a mãe entra no quarto
antioxidantes que assegura
e pega a filha em flagrante.
alta proteção à pele contra
A pequena Gabriela já se mostra
Tentando disfarçar, a criança
os danos causados pela rabusca se equilibrar em um
vaidosa, buscando copiar atitudes
diação solar”, esclarece, redos seus pares de salto e caconhecendo que muitos dos
da mãe e da tia, mas sempre
minhar pela casa. A surpresa
pais priorizam a garantia e
sob os olhares atentos dos pais,
da mãe dá lugar à dúvida e
a qualidade quando está em
que não descuidam nunca dos
fica difícil saber se o melhor
jogo a saúde dos filhos. No
é dar risada e entrar na brinentanto, ainda há aqueles
produtos que a filha usa e muito
cadeira, ou soltar uma bronque cedem à vontade e inmenos do seu comportamento
ca, com medo de que a vaisistência das crianças, reledade saia dos trilhos. É cada
gando a um segundo plano a
vez mais comum encontrar
qualidade em troca da apaA médica também orienta os pais crianças passeando por aí de maquiarência dos produtos, por exemplo.
sobre como e quando utilizar me- gem e com calçados que imitam moProteção para a pele dos
lhor os produtos disponíveis. “Até delos adultos. Muitos pais se preocupequenos
seis meses de vida não é recomen- pam e não concordam com esse tipo
dado o uso de produtos além do sa- de comportamento, alguns ignoram e
Os produtos infantis são mais co- bonete e dos cremes antiassaduras. outros até incentivam.
loridos, vêm em embalagens mais Nessa idade a pele do bebê ainda
A psicóloga Marilda Coelho diz
chamativas, e vão desde o simples é muito sensível e a utilização de que a literatura e a experiência A
49 ∞ Mercado Novembro 2010
MSaúde
clínica têm mostrado que há, por
parte de alguns pais, um estímulo
precoce para o uso de “coisas de
adulto”. Garotas que usam produção de moças, predominantemente
da moda e de grifes: roupas, cabelo,
unhas, saltos, bolsas, celulares, etc.
também a possibilidade de a criança forjar sua identidade em torno
da aparência física, “do ter e não do
ser”. Nem sempre a garota mais bonita será também uma adolescente
dentro dos padrões considerados
prevalentes. Essa mesma garota,
quando estiver na meia-idade, poderá ainda ter dificuldade de autoafirmação sem os atributos da moda e
da beleza. “Sabemos ser essa busca
incessante do inatingível ditado pela
estética a causa de certos transtornos depressivos”, informa.
Exposição a situações
de fragilidade
Entretanto, ela observa que há um
tempo para ser criança e um tempo
para ser jovem. Todas as etapas são
importantes. A inocência e a despreocupação infantil passam também por estes caminhos. Junto com
a vaidade precoce vem também a
comparação, a competição e a rivalidade com outras crianças, podendo
interferir na socialização. “Quanto
à sexualidade, corre-se o risco de
atrair pessoas com comportamentos
eróticos direcionados para a criança
que, geralmente, não possui defesas
contra assédios”, alerta Marilda.
A psicóloga acrescenta ainda
que, do ponto de vista moral, existe
Mercado Novembro 2010 ∞ 50
Foto: Otávio Mello/Four 4
Faceira e extrovertida,
Ana Luiza está sempre
inventando coisas,
inclusive usando
objetos do próprio pai;
mas tudo são coisas
da idade
“Consideramos uma armadilha o
estímulo exagerado e precoce à vaidade feminina ou masculina. Treino
dos cuidados próprios, inclusive alimentação, é diferente do culto ao
corpo”, avalia a psicóloga. Segundo
ela, o que se observa é que muitas
mães competem entre si na forma de
exibir seus filhos. E, por conseguinte, os pequenos bem cedo começam
a querer mais e mais, pois descobrem que assim são mais notados.
“Em algumas famílias podemos observar esse comportamento de forma mais acentuada, com tendências
patológicas”, informa Marilda.
Mas nem tudo deve ser motivo
de censura. Na opinião da psicóloga, evidentemente a brincadeira de
se fantasiar de adulto com salto e
maquiagem, partindo da criança, é
saudável e pertence ao desenvolvimento infantil. Deve ser visto com
naturalidade, pois é a forma que
eles lançam mão para compreender os papéis das pessoas que os
rodeiam: mãe, pai, professora, médico, entre outros.
A pele das crianças
pode sofrer
A dermatologista Cíntia Cunha
Cardoso lembra que os efeitos dos
exageros com a beleza podem aparecer na pele das crianças. “Nem
mesmo as versões infantis dos cosméticos são 100% seguras”, afirma
a médica. “A pele das crianças
é mais sensível e fina e, por este
motivo, as substâncias químicas
presentes nos cosméticos são absorvidas com maior intensidade”.
Usar produtos adultos, então,
é uma medida de alto risco: primeiro, porque eles são mais fortes e, segundo, porque não são
testados em crianças quanto à
segurança e eficácia, aumentando bastante o risco de alergias
e também de acne precoce. “As
fórmulas infantis, geralmente,
têm pouco ou nenhum perfume e
usam conservantes mais suaves.
Mesmo assim, ainda podem causar irritações e alergias na pele”,
diz a dermatologista.
A psicóloga Marilda Coelho
classifica de armadilha
o estímulo exagerado e
precoce à vaidade feminina
ou masculina, alertando
para o fato de que treino
dos cuidados próprios,
inclusive alimentação, é
diferente do culto ao corpo
Somente a
partir dos
13 anos
é que a
criança
pode usar
as versões
adultas de
cosméticos,
e mesmo
assim com
moderação
Segundo ela, as crianças com
rinite alérgica, bronquite e dermatite atópica são mais propensas a desenvolver irritações na
pele. E quando houver machucados na pele, o uso de cosméticos no local também deve ser
evitado. “Somente a partir dos
13 anos a criança pode usar as
versões adultas sem temer tanto as alergias, mas mesmo assim
devem usá-las com moderação,
pois nessa fase as espinhas começam a aparecer e a maquiagem pode piorar o quadro”, afirma a dermatologista. B
Produtos que representam riscos
para a saúde
Produto
Complicações
Xampu e condicionador
Irritações e alergias na pele,
irritações oculares (conjuntivite alérgica), ressecamento
dos fios, caspa (dermatite
seborréica), irritações e alergias no couro cabeludo.
Esmalte
Irritações e alergias, que podem se manifestar como coceira, vermelhidão e inchaço,
tanto em volta das unhas
como em locais a distância,
como pálpebras.
Maquiagem
Irritações, alergias, acne cosmética, ressecamento labial.
Cremes hidratantes
Irritações, alergias e acne
cosmética.
MHabitação
Cuidados na compra
da casa própria
DA Link Portal
A casa própria é o sonho de muitas pessoas, porém,
a aquisição de um imóvel pode se tornar um tormento
aos desavisados, portanto, antes de fechar um negócio,
é preciso cautela
R
ecente pesquisa realizada pela Associação dos
Mutuários de São Paulo
e Adjacências (AMSPA)
revela que mais de 400
imóveis são colocados em leilão via
web todos os meses pela Caixa Econômica Federal (CEF), somente no
estado de São Paulo. Das casas próprias colocadas à venda na Internet,
99% estão ocupadas e a maioria dos
seus donos luta na justiça para reviMercado Novembro 2010 ∞ 52
sar seus contratos. “Caberia à CEF
a entrada de uma ação de posse do
imóvel, via cartório, contra o mutuário ocupante. Como o agente financeiro não realiza o procedimento, a
responsabilidade da desocupação
fica a cargo do novo proprietário da
residência”, esclarece o presidente
da AMSPA, Marco Aurélio Luz.
Marco Aurélio explica que por
causa de problemas como esse é importante que o comprador tenha mui-
ta atenção no momento da aquisição
da casa própria. “Antes de fechar a
compra de um imóvel é necessário
analisar se terá condições de pagar
as prestações. O ideal é que o parcelamento não ultrapasse 30% da renda
familiar. O cálculo deve constar desde a primeira parcela até o último pagamento. Tomando esses cuidados, o
proprietário evita problemas futuros
de inadimplência que podem levar à
perda da moradia”, diz.
Foto: Divulgação
comissão do leiloeiro, os impostos e
o modelo de contrato que será assinado pelas partes: “Tudo isso pode
ser encontrado no edital”, evidencia.
Segundo ele, o pretendente precisa
levantar dívidas antigas, checar documentos, estudar as melhores formas de pagamento e ler com atenção
todas as regras do edital.
Alerta - De acordo com Luz, a retomada de um imóvel por falta de pagamento definitivamente tornou-se um
negócio mais lucrativo para os bancos
que o próprio financiamento. É cada
vez maior o número de investidores
atraídos pelo baixo preço dos imóveis
que procuram uma grande oportunidade de negócios por meio de leilões.
Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA: “É
possível pedir uma planilha com a projeção de
todas as parcelas até o final do financiamento e,
com isso, evitar surpresas”
Para ele, também é essencial averiguar se o valor da taxa de juros do
contrato está dentro do limite permitido pelo mercado, que hoje é de 12%
ao ano. “É possível pedir uma planilha com a projeção de todas as parcelas até o final do financiamento e,
com isso, evitar surpresas”, explica.
Ele acrescenta que o comprador deve
também ter ciência de que quanto
maior o prazo de financiamento mais
irá pagar pelo imóvel, pensar na estabilidade no emprego e verificar se,
em caso de perda da ocupação, terá
auxílio desemprego ou outra fonte de
renda para quitar as parcelas. Dessa
forma, certamente evitará danos futuros no sonho da casa própria.
Leilão da casa própria - Marco
informa ainda de outros cuidados
necessários, antes de fechar o contrato, para quem pretende comprar
um imóvel em um leilão. O primeiro deles é saber se o imóvel ainda
está ocupado: “Mesmo com uma
carta do arrematador, o novo dono
pode enfrentar a demora na justiça para despejar os antigos donos.
Para não ocorrer esse risco é bom
dar preferência aos bens desocupados”, observa. A segunda providência é averiguar se há ações judiciais
com relação à casa leiloada, “o que
leva à obtenção de liminares do
anterior proprietário para resolução da correção das parcelas ou à
cobrança de juros sobre juros dos
seus contratos e, consequentemente, mais espera para tomar posse
do bem”, justifica.
Marco Aurélio ressalta que, além
dessas precauções, é necessária uma
visita com antecedência ao imóvel pretendido para apurar suas condições; o
levantamento de dívidas deixadas pelo
ocupante, pois a quitação ficará a cargo do comprador, que poderá pedir o
desconto no momento da compra; avaliar as condições de venda e registrar
a propriedade após o arremate. Um
advogado pode sanar dúvidas.
Para o presidente da Associação
dos Mutuários, o interessado na compra do imóvel deve se certificar ainda
sobre a descrição das condições de
venda, o estado de conservação, a forma de pagamento, o preço mínimo, a
“Na batida do martelo, arrematar
o sonho da casa própria, que para o
mutuário se transformou em tormento, é um bom exemplo de como o
investidor pode se beneficiar do jogo
do quem dá mais. Alguns imóveis
chegam a ser ofertados por um preço
até 50% menor que seu valor de mercado”, revela Marco Aurélio Luz.
Ele explica que o preço baixo,
sem dúvida, é o grande atrativo para
a aquisição de um imóvel em leilão.
Outra vantagem para o arrematador
é não ter que cumprir as exigências
burocráticas dos agentes financiadores. “Comprando uma casa em um
leilão, o financiamento é automático
e para o agente financiador resta a
vantagem dos altos lucros”, denuncia
o presidente da AMSPA. B
MSeguros
Seguros para mulheres
avançam no mercado
POR Pedro Duarte
Especialista aponta, entretanto, que se a consumidora
não vai utilizar todos os serviços voltados ao público
feminino, pode ser mais vantajoso contratar um
produto tradicional
J
á se sabe da projeção das
mulheres no trabalho, educação, esportes, política e,
claro, nas famílias. Hoje,
segundo pesquisa do Ibope
Mídia Brasil divulgada no início de
outubro, 32% das famílias de classe C são chefiadas por mulheres. A
porcentagem equivale a um número
superior a 70 milhões de comandantes do lar e do consumo. “Tendo
em vista a crescente participação
das mulheres em todas as esferas
da sociedade, o mercado de seguros está preocupado em atender as
necessidades femininas, lançando
produtos e serviços especialmente desenhados para esse público”,
analisa o especialista Carlos Antonio Barros de Moura, da BarrosDeMoura & Associados (www.barrosdemoura.com.br).
É assim que já existem diversas
companhias que oferecem seguros
de vida voltados para elas. Além das
coberturas tradicionais - morte, invalidez permanente total ou parcial
por acidente - , os produtos contam
Mercado Novembro 2010 ∞ 54
também com diagnóstico para diversos tipos de câncer, especialmente
de mama e ginecológico.
Também é possível encontrar diferenciais para o público de saias
no tradicional ramo de automóveis.
Nesse caso, há seguradoras que
incluem no pacote serviços como
assistência para gestantes e atendimento educacional aos filhos. Em
alguns casos de pane com o carro,
elas podem chamar a Assistência
24 horas quando estiverem dirigindo sozinhas, para convocar um
motorista que vai conduzi-las até
sua residência.
“Como se trata também de um
público em tese mais vaidoso que
o masculino, diversas seguradoras disponibilizam até descontos
em academias e clínicas de beleza,
tanto em produtos quanto em assistência médica”, comenta Barros de
Moura, que também é diretor da Associação Paulista dos Técnicos de
Seguro (APTS).
Alinhados com a expansão das
redes sociais, há também seguros
que disponibilizam acesso a blogs
com dicas para decoração, moda
e saúde. Quando o assunto é qualidade de vida, também não faltam
produtos que ofereçam orientações
nutricionais com cardápio balanceado para dietas.
“Mas como tudo está embutido
no valor do seguro, a dica é analisar com cuidado se a mulher necessita de todos os serviços oferecidos
e se vai realmente utilizá-los. Pode
ser que a consumidora já tenha
uma vida saudável e equilibrada,
ou já possua seu cabeleireiro preferido, então pode ser mais barato
adquirir um seguro tradicional”,
avalia o especialista.
Para finalizar, Barros de Moura
ressalta que o perfil de cada segurada deve ser bem analisado ao adquirir tais produtos e, para tanto,
aconselha ser indispensável fazer
cotações em diferentes companhias,
sempre com a assistência especializada de um corretor de seguros. B
O especialista em seguros Barros de Moura
informa que a dica é analisar com cuidado se
a mulher necessita de todos os produtos que
lhes são disponíveis no mercado de seguros e
se vai utilizá-los
55 ∞ Mercado Novembro 2010
MVeículos
A força motora que
vem da China
POR Jorge Alexandre Araújo - Editor
Com uma ampla variedade de modelos, carros chineses
chegam para disputar fatia no mercado brasileiro
A chinesa Effa trouxe este ano para o salão do automóvel, além do
já tradicional hatchvan M100 e da linha comercial ULC de pequenos
utilitários, a picape média cabine dupla Plutus e o caminhão leve JBC 1030,
mostrando que a empresa pretende reforçar sua presença no Brasil no
segmento de veículos comerciais
O
mercado de automóveis
na China está em franca expansão. De acordo
com números da Associação de Fabricantes
de Automóveis da China, o número de
veículos vendidos no país cresceu, em
2009, 46,2% frente a 2008. As 13,6 milhões de unidades comercializadas no
ano passado levaram os orientais à liderança do mercado mundial, superando pela primeira vez na história os Estados Unidos em número de vendas. Os
reflexos desses resultados se espalham
por todo o mundo em 2010. Inclusive
no Brasil.
A 26ª edição do Salão Internacional
de São Paulo prova a força chinesa sob
quatro rodas. Durante a exposição,
Mercado Novembro 2010 ∞ 56
sete montadoras daquele país exibiram seus produtos. Alguns, de gosto
um tanto duvidoso e propostas nem
tão pertinentes ao Brasil, outros interessantes e que exigirão ações das fabricantes instaladas em solo brasileiro
para manter a clientela. A capacidade
de produzir veículos mais baratos e recheados de itens de série é força inovadora dos modelos chineses.
A história pode repetir o que ocorreu no momento da abertura para a
importação de carros novos, dentro de
um modelo econômico instaurado pelo
então presidente Fernando Collor de
Melo. Naquele tempo, os carros vindos
do exterior forçaram aceleração e desenvolvimento da produção nacional
para enfrentar a concorrência. Agora,
os chineses com atributos de série e
preços atrativos certamente vão mexer
com o cenário instalado. Principalmente porque hoje os modelos chineses
cumprem exigências antes desprezadas. A tecnologia embarcada principalmente em equipamentos de segurança
pode fazer a diferença na hora da escolha do novo carro. É certo que vencer
o conceito de carro “made in China”,
por causa dos produtos de camelô, não
é tarefa fácil. Mas esse mesmo estigma
foi vencido pelas marcas coreanas. No
final das contas, o vermelho chinês irá
dar um novo tom à frota brasileira, seja
em número de veículos circulante, ou
forçando as marcas tradicionais a encontrarem soluções de produção e financeiras a seus produtos.
MVeículos
Jimbei Brilliance FRV Cross
A CN Auto traz para o Brasil os
modelos Towner e Topic. E agora
também é responsável pela comercialização no país dos veículos
Brilliance Auto, que são controlados pela Jinbei. A partir de 2011,
o Jimbei Brilliance FRV Cross, que
foi desenhado pelo italiano Giorgetto Giugiaro, será vendido aqui.
Com motor 1.5 16V a gasolina, o
FRV Cross desenvolve 104 cv. O
torque máximo é de 14,38 mkgf a
4.000 rpm e a velocidade máxima
atingida chega a 160 km/h, com
transmissão manual de cinco velocidades. Entre os equipamentos
estão airbag duplo e freio com ABS
(antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica de frenagem).
Jimbei Brilliance FRV Cross
Chery S18
A Chery afirma que a fabricação
do Chery S18 no Brasil começa a
partir de 2013, em Jacareí (RJ).
Tanto o hatchback quanto o crossover (S18D) são equipados com
motor 1.3 16V a gasolina, 84 cv de
potência e 12,4 mkgf a 3500 rpm
de torque. Ar, direção hidráulica,
freios ABS e EBD fazem parte do
pacote de série. A transmissão é
mecânica de cinco marchas. A
Chery S18
Mercado Novembro 2010 ∞ 58
MVeículos
Effa Plutus
A Effa busca, no passado, inspiração - ou algo parecido - para a
picape Plutus. O desenho quadrado
lembra as caminhonetes vendidas
em outras décadas. Com certeza
não será o design o fator decisivo
na compra de uma Plutus. O propulsor diesel de 3.2 gera 103 cv de
potência. Entre os itens estão ar,
direção hidráulica e freios ABS.
Effa Plutus
JAC J3
Com o ex-presidente da Citroën
do Brasil, Sérgio Habib, à frente dos
seus negócios, a JAC Motors chega ao
Brasil e tem modelos interessantes,
preços atrativos e promete ter 46 concessionárias inauguradas em um único dia: 18 de março de 2011. O grupo
de Habib também comercializa aqui
os veículos Jaguar e Aston Martin. O
compacto J3 teve design criado no
Centro de Design da JAC Motors em
Turim, Itália. Já o interior, de acordo
com informações da montadora, foi
projetado no Japão. Tanto a versão
hatch quanto o sedã do J3 têm motor
1.4 litros de 108 cv de potência e 14,3
kgfm de torque aos 4.500 giros. A montadora divulga que o J3 atinge a velocidade máxima de 186 km/h. Entre os
itens de série estão direção hidráulica,
ar, freios ABS, airbag duplo, sensor de
estacionamento, entre outros. A
JAC J3
Mercado Novembro 2010 ∞ 60
MVeículos
Lifan 320
Não. Não é o carro que você
está pensando. O Lifan 320 tem as
mesmas linhas e contornos do Mini
Cooper, mas se distancia em alguns aspectos do charmoso modelo inglês. A começar pelo preço: o
Chinês vai custar R$ 29.980. Entre
os itens de série estão ar, direção
hidráulica, trio elétrico, airbag duplo, entre outros. Com motor de 1.3
litros de 88 cv, está acoplado a um
câmbio manual de cinco marchas.
Até o fim do ano começa a ser vendido o sedã 620, com preço estimado de R$ 40.000.
Lifan 320
MG 550
A marca MG, Morris Garages,
foi criada em 1924 e por anos fabricou sofisticados carros bem ao
estilo britânico. Pertencia a BMW
até 2005, quando foi adquirida pelo
grupo chinês Saic. No Brasil, a
estrela da marca é o MG 550, que
custa R$ 95 mil e tem a mesma plataforma do BMW Série 5. O MG 550
tem motor 1.8 turbo, de 170cv de
potência, câmbio automático de
cinco velocidades com comandos
no volante, seis airbags, câmera de
marcha à ré, entre outros itens. B
MG 550
Mercado Novembro 2010 ∞ 62
MVeículos
26º Salão Internacional
do Automóvel
POR Evaldo Pighini - Editor
A
vigésima sexta edição
do Salão Internacional
do Automóvel de São
Paulo, realizada de 27
de outubro a 7 de novembro de 2010, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo,
foi um dos mais importantes capítulos de uma história de cinco décadas.
Foram 12 dias de muitas novidades
no evento que custou aproximadamente R$ 30 milhões e que superou
todas as expectativas. Traduzindo o
avanço do setor em produtos e tecnologias, o Salão se firmou como o
principal evento de negócios da cidade de São Paulo e mais importante
evento no calendário do setor automotivo da América Latina. A
Mercado Novembro 2010 ∞ 64
Foto: Divulgação
Cerca de 750 mil visitantes marcaram presença no Salão Internacional do
Automóvel, no Anhembi, em São Paulo, conferindo aproximadamente 450
diferentes modelos de automóveis (40% dos quais novidades) de 42 marcas
de montadoras, entre nacionais e importadas
Na festa dos 50 anos do 26º Salão Internacional
do Automóvel de São Paulo, a imagem de uma
história, o evento em seu segundo ano de
realização: 1961
MVeículos
Foto: Divulgação
“O Salão é a vitrine
pela qual a indústria
brasileira de
automóveis mostra
seu posicionamento
de importância no
cenário internacional”,
Cledorvino Belini,
presidente da Anfavea
Mercado Novembro 2010 ∞ 66
Segundo Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea), o Salão é a vitrine pela qual a
indústria brasileira de automóveis mostra seu posicionamento de importância
no cenário internacional. “O evento reflete o anseio do consumidor que vem
ao evento para ver os produtos e encontra aqui o que está sendo lançado no
mundo. O clima e o astral deste Salão
são muito positivos, elevados pela característica própria do povo e pelo bom
momento que o país vive. A indústria de
automóveis se prepara para contabilizar
um crescimento de 8% este ano, em relação a 2009”, afirma Belini - a indústria de
automóveis no país projeta investir US$
11,2 bilhões no triênio 2010-2012 (dados
da Anfavea).
SP e Brasil em festa - Cercado
de glamour, o Salão do Automóvel é
considerado um presente para a cidade de São Paulo. Situado entre um dos
cinco maiores eventos do mundo no
seu gênero, gera volume financeiro de
cerca de R$ 112 milhões para os cofres
paulistanos. Pesquisa da SP Turis - empresa que gerencia o turismo local - dá
conta de que toda a cadeia do turismo
da metrópole é beneficiada, já que 40%
do público do Salão é composto por visitantes de outras localidades do Brasil
e do exterior.
Negócios - Sem deixar de lado o
apelo institucional, o Salão reafirmou o
seu papel de encontro de negócios. Já
em fase final, o evento deixou o legado
de perspectivas de vendas, conforme
dirigentes dos principais fabricantes
que participaram da atual edição.
Segundo Cledorvino Belini, que
também é presidente da Fiat na América Latina, a empresa foi o expositor
mais ousado do Salão, que se traduz na
oportunidade de mostrar ao consumidor novas tecnologias, lançamentos,
carros-conceito. “A empresa conseguiu
o feito de ter sido a pioneira em colher
informações dos usuários de seus automóveis para compor seu conceito Fiat
MIO, prova da intensa interatividade da
montadora com o consumidor. O lançamento do Bravo foi outro ponto alto do
estande. No geral, pudemos medir a ex-
celente receptividade do público pelo
alto índice de visitação do estande, o
espaço mais concorrido do evento”,
disse Belini.
Foto: Reprodução
Agora, em 2010, a 26ª edição do Salão atraiu cerca de 750 mil visitantes,
que conferiram aproximadamente 450
diferentes modelos de automóveis
(40% dos quais novidades) de 42 marcas de montadoras, entre nacionais e
importadas. Tudo isso montado em um
cenário de 85 mil metros quadrados reservados para a exposição no Pavilhão
do Anhembi.
O celebrado encontro da indústria automobilística com o público,
segundo Juan Pablo De Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcantara
Machado, organizadora e promotora
do Salão, “teve um sabor a mais pela
alta qualidade apresentada nos modelos atualizados de automóveis que
estiveram em exposição em salões
similares pelo mundo este ano”. Os
180 expositores, de acordo com ele,
corresponderam ao clima de festa do
evento, superando as expectativas
também na forma de recepcionar o
visitante, com atrações originais e
muita interatividade entre os automóveis expostos e o público. “O 26º
Salão Internacional do Automóvel se
consagrou como o maior evento de
negócios da cidade de São Paulo”,
afirmou De Vera.
“Esta 26ª edição do
Salão é, de fato, um
grande marco da
indústria e é uma
satisfação para a GM
estar presente nessa
oportunidade, o que
nos dá a certeza de
que retornaremos ao
Pavilhão do Anhembi
em 2012”, José Carlos
Pinheiro Neto, vicepresidente da General
Motors Brasil
“A indústria de automóveis está
cada vez mais globalizada, com produtos que imprimem um caráter mundial
em sua fabricação. A amostra e a mostra que é o Salão do Automóvel provam
isso. Vivemos vários ciclos ao longo da
trajetória da indústria, desde o advento
do etanol, que colocou o Brasil na posição de destaque como o único país
do mundo a ter um sistema alternativo
de combustível. Esta 26ª edição do A
MVeículos
Salão é um grande momento não
só de comemoração, mas para a
indústria, que tem no evento reunidas todas as marcas nacionais
e internacionais. É, de fato, um
grande marco da indústria e é uma
satisfação para a GM estar presente nessa oportunidade, o que nos
dá a certeza de que retornaremos
ao Pavilhão do Anhembi em 2012”,
assinalou José Carlos Pinheiro
Neto, vice-presidente da General
Motors Brasil.
“A Chery Brasil realizou a venda de 78 veículos (até o sábado,
dia 6) durante o Salão. Tivemos a
visita de 1.685 empresas para novas concessionárias. Para a Chery
Brasil, o Salão do Automóvel foi
além das expectativas”, afirmou
Bia Bryan, da comunicação corporativa da Chery Brasil.
“O evento melhorou muito em
qualificação do público e movimento de pessoas no Pavilhão. O
visitante demonstra interesse real
em conhecer os nossos produtos.
O evento é um dos momentos
mais importantes para a marca.
Este é o quarto Salão de que a empresa participa e o segundo em
que é parceira como patrocinadora”, disse o gerente de marketing
e comunicação da Pioneer André,
Ricardo Andrade.
Curiosidade - Nos 50 anos do
Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, a festa foi estrangeira. As maiores novidades
apresentadas vieram de fora - Estados Unidos, Alemanha, México,
Argentina, Coréia e China. Muito
pouco do que se viu foi brasileiro o que expõe lentidão e dificuldade
de competitividade da indústria,
além de deixar claro como está
aguçado o apetite dos “internacionais” pelo quarto maior mercado
do mundo.
Mesmo nas quatro grandes montadoras que dominam 76% do mercado nacional, não faltaram exemplos
do domínio estrangeiro. Os destaques que dominaram as apresentações da Ford foram: o mexicano
Fusion híbrido (R$ 133 mil), o canadense Edge 2011 (R$ 122 mil) e o
conceito Start. Na General Motors,
que já conhece o sucesso de vendas
da mexicana Captiva, os norte-americanos Malibu (R$ 86 mil) e Camaro (R$ 185 mil), além do australiano
Omega (R$ 128 mil), versão especial
Emerson Fittipaldi. Na Volkswagen,
dominaram as atenções a argentina
Amarok cabine simples e o mexicano Jeta, totalmente reestilizado. Só
a Fiat exibiu timidamente o Bravo,
que vai ser lançado no mercado nacional ainda este ano.
Se as estabelecidas aqui (Ford,
General Motors, Volkswagen e Fiat)
não têm muito o que mostrar, quem
vive só do que importa deu show.
Os estrangeiros tomaram conta do cenário durante a 26ª edição do Salão
Internacional do Automóvel: em destaque, o BMW Vision
A Kia é uma delas. Audi, Mercedes
Benz e BMW também. Só a Kia apresentou cinco novidades para o mercado brasileiro em seu estande, todas elas de tirar o fôlego. Uma delas
é o SUV Sportage, que já chega na
casa dos R$ 90 mil, e o cupê Koup,
derivado do Cerato, que também dá
origem a hatch exibida no Anhembi
. O preço do Sportage está mais alto
que o da versão anterior, porque dificilmente vai atender a demanda. Do
mesmo grupo, a Hyundai veio com o
belíssimo sedã Sonata.
O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo é organizado e
promovido pela Reed Exhibitions
Alcantara Machado, com o patrocínio da Anfavea, copatrocínio da
Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) e o apoio do
Sindicato Nacional da Indústria de
Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). B
O importado Sonata, da coreana Hyundai
MTurismo
Pedaço do céu
no Nordeste
do Brasil
POR Margareth Castro
Mercado Novembro 2010 ∞ 72
Tendo como principal destaque Porto de Galinhas,
considerada a melhor praia do país, o litoral
pernambucano é famoso por suas praias de águas
transparentes e mornas, adornadas por areia branca
e fina e muitos coqueiros
O litoral de Pernambuco, no Nordeste do Brasil, é de
encher os olhos com suas palmeiras, águas transparentes e mornas, areias finas e muito brancas e
aquele sol escaldante. As belezas naturais da região são abundantes, atraindo turistas de toda parte do país e também do exterior. Isso sem contar a
culinária e o artesanato local, que são verdadeiras
perdições e fazem o turista cometer o pecado da
gula e meter a mão no bolso para as tradicionais
lembrancinhas. O litoral do estado é, na verdade,
um pedacinho do céu, o verdadeiro paraíso. A
Porto de Galinhas, destaque no litoral pernambucano
MTurismo
Litoral Sul, região metropolitana de Recife, capital de
Pernambuco
Como em todo o Nordeste, em Pernambuco é verão praticamente o ano todo. O período chuvoso
costuma ser de três meses, entre maio e julho. Nos
demais meses podem ocorrer chuvas passageiras,
que logo abrem espaço para o sol. O estado, um
dos menores do país, possui 185 municípios e faz
divisa com Paraíba e Ceará ao norte, Alagoas e
Bahia ao sul, Piauí ao oeste e o Oceano Atlântico ao
leste. São 187 km de costa, entre praias e falésias,
zonas urbanas e locais praticamente intocáveis,
sem contar a costa do arquipélago de Fernando de
Noronha, que pertence ao estado.
De quebra, Pernambuco tem ainda sob seus domínios
o charmoso arquipélago de Fernando de Noronha
Pernambuco conta com uma população de mais
de 8,81 milhões de habitantes, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2009.
A região metropolitana do Recife, além da capital,
possui mais 13 municípios e conta com mais de
3,78 mil habitantes. Entre os municípios destacamse Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.
Litoral
Dividido em Norte e Sul, o litoral pernambucano
tem alguns lugares inesquecíveis, como Porto de
Galinhas, praia considerada uma das melhores do
país por causa das suas piscinas naturais com água
cristalina e morna, cheia de peixes, principalmente
da espécie Saberé.
As piscinas naturais de Porto de Galinhas são muito procuradas pelos turistas em busca do prazer de poder
nadar ao lado dos peixes
Porto de Galinhas fica a 65 km do aeroporto internacional de Recife. A vila é um lugar aconchegante,
com um calçadão cheio de lojas, minishoppings,
bares e restaurantes. Pelas ruas, o artesanato local,
como galinhas e bonecas de cabaça ou de argila,
flores, peixes e pássaros feitos de folhas de coqueiro pelos nativos e colares de retalhos de tecidos
coloridos enchem os olhos dos turistas. Também
é comum encontrar barracas de tapioca e bolo de
rolo, comidas tradicionais do estado.
Calçadão em Porto de Galinhas
Robson José dos Santos, um garoto de 12 anos, é um
dos “artistas” locais. Pela manhã vai à escola e durante a tarde e a noite encanta os turistas com sua
habilidade em transformar as folhas de coqueiro em
beija-flor, flores e peixes. Com sua simpatia, consegue ganhar uns trocados daqueles que recebem um
de seus “agrados”. Tímido, mas de bom papo, Robson dos Santos diz que aprendeu a arte com amigos
que, como ele, vivem perambulando pelo calçadão e
vielas da vila de Porto de Galinhas. A
O pequeno artesão Robson José e sua arte de
transformar folhas em pássaros, flores e peixes
De olho no potencial turístico do lugar, a vila oferece
mais de 100 pousadas aconchegantes e bastante
familiares e cerca de 20 hotéis e resorts para aqueles que preferem ficar bem perto da praia e curtir
as badalações do lugar até altas horas, pois na vila
não faltam opções de lazer à noite. Boates, bares
e restaurantes com música ao vivo e até mesmo o
comércio, que funciona em horário especial e fica
aberto diariamente até as 23 horas.
Ao longo da orla, casas de veraneio, hotéis, pousadas
e resorts, como o RIU Enotel, o único “all inclusive” de
Porto de Galinhas. Com uma estrutura de nível superior, oferece conforto com quartos grandes e bem mobiliados e uma estrutura de lazer impecável, com piscinas, SPA, fitness, sem contar os bares e restaurantes,
que possuem um cardápio variado e de bom gosto.
Pelas ruas do vilarejo é comum ver um aviso afixado em
locais estratégicos: o horário que a maré irá baixar e subir no dia seguinte. Isso é fundamental para os turistas,
que podem se programar para curtir as piscinas naturais, e também para os comerciantes da orla e os jangadeiros, que ficam aguardando o momento, cuja duração
é de aproximadamente 3 a 4 horas, para faturar.
Passeio de Catamarã em Porto de Galinhas
MTurismo
O passeio de catamarãs (ou jangadas) até as piscinas naturais duram em média de 30 a 45 minutos,
com direito a mergulhos junto com os peixinhos,
que se aproximam para comer ração na mão dos
turistas. Também é possível conhecer e parar para
fotografar uma das piscinas mais curiosas do lugar: a que forma o mapa do Brasil. O custo é de
R$ 10 por pessoa. Mas também é possível curtir
toda essa beleza de perto sem usar as jangadas. A
travessia a pé da orla até as piscinas dura de 5 a
10 minutos. Também tem a opção dos mergulhos
com cilindros de oxigênio para aqueles que curtem uma adrenalina.
Os passeios de buggy são outro grande atrativo
Muro Alto com sua água límpida e morna: um convite aos banhistas
Na vila de Porto de Galinhas, a todo o momento bugueiros ou agentes de turismo oferecem passeios
pelo litoral. Mesmo para aqueles que não se programaram financeiramente ou não querem conhecer
outras praias, o passeio de buggy pela vila ou até os
hotéis ou pousadas da orla é imperdível.
Muro Alto
Um dos passeios oferecidos aos turistas é o ponta a
Mercado Novembro 2010 ∞ 76
ponta (Muro Alto, Cupe, Maracaípe e Pontal de Maracaípe). De buggy ou de carro com ar-condicionado,
o passeio custa R$ 50 por pessoa e dura em média
4 horas. Da saída até a Praia do Cupe, o trajeto é
pela rodovia. Depois, pega-se uma trilha e o buggy
passa bem próximo à praia de Mar Aberto, que é
emoldurada por belas casas. De volta ao asfalto, logo
se pega outra trilha e o caminho passa a ser a mata
atlântica, com seu ar puro e cheio de aromas de
plantas e flores.
Logo mais à frente começam os hotéis e os luxuosos resorts próximos a um dos paraísos do
litoral pernambucano: Muro Alto. Uma piscina natural com três quilômetros de extensão, emoldurada por coqueiros. A formação de arrecifes cria
a imensa piscina natural, sem onda e muito clara,
cuja profundidade máxima é de 10 metros. A água
límpida e morna é um convite para nadar. Pequenos barcos a vela e caiaques também são ótimas
opções de lazer. Pode-se alugar um caiaque por 30
minutos por R$ 5.
Nada se parece tanto com o Tahiti como o Nannai
Beach Resort, em Muro Alto
Na areia, muito artesanato e um cheirinho que
pega o estômago de jeito: o famoso queijo coalho
na chapa com orégano ou mel e também o milho
verde cozido. Tem ainda os carrinhos de picolé e as
barracas com peixe frito, porções de caranguejo e
camarão.
Maracaípe
A praia de Maracaípe é tida como o paraíso dos
surfistas, com suas águas claras e ondas fortes e
por isso é perigosa para banho. O clima é jovem
e descontraído . O lugar conquista o visitante por
sua beleza natural e extensa rede de coqueiros. O
acesso por carro é possível por meio de uma estrada que acompanha a areia da praia em quase toda
a sua extensão até a Vila de Todos os Santos, onde
se encontram bares e restaurantes, praticamente
à beira-mar. Continuando na estrada de areia fina
chega-se ao Pontal de Maracaípe.
O trajeto, à beira dos manguezais, reserva surpresas agradáveis, como o capricho da natureza ao esculpir em um tronco de árvore um cavalo marinho,
indicando que ali é um dos habitats do animal. A
Vista aérea do maravilhoso Pontal de Maracaípe
MTurismo
A imagem do cavalo marinho desenhada caprichosamente no tronco de uma árvore pela natureza; e o animal,
pego por um jangadeiro do lugar, para pode ser fotografado pelos turistas
O Pontal de Maracaípe é formado na foz do rio Maracaípe e, além de tomar banho, pode-se alugar
uma jangada e passear pelos manguezais e conhecer o projeto Hippocampus, onde é possível ver o
cavalo marinho em seu habitat natural. O jangadeiro geralmente mergulha e consegue pegar um
exemplar, que é colocado em um vidro para que o
turista possa conhecer e fotografar.
cerca de 45 minutos, é possível conhecer as várias
espécies de caranguejos.
Uma curiosidade sobre o rio Maracaípe é que suas
águas são salgadas. Questionado sobre o porquê
disso, já que rios são de água doce, em sua simplicidade de pescador e nativo, Pato disse: “Na verdade,
isso aqui é braço de mar. Rio mesmo não conheço
não. Só vi na televisão.”
Prazer inigualável é o passeio de jangada pelos
manguezais de Maracaípe
Segundo o jangadeiro Rosenval, conhecido como
Pato, o cuidado de colocar o cavalo marinho em um
vidro é para a preservação da espécie. Ele contou
que por causa do protetor solar usado pelos visitantes os animais estavam desenvolvendo fungos
e morrendo. Também durante o passeio, que dura
Mercado Novembro 2010 ∞ 78
Além desses atrativos, a praia do Pontal de Maracaípe possui bancos de areia e de corais. A
areia é muito fina e branca e faz um contraste
bonito de ver com as águas azul-esverdeadas
do mar, que com a maré cheia costuma encobrir tudo.
Principais praias do litoral pernambucano
Municípios
Praias
Litoral Sul
Recife
Boa Viagem e Pina
Jabotão dos Guararapes
Barra de Jangada, Candeias e Piedade
Cabo de Santo Agostinho
Calhetas, Enseada dos Corais, Gaibu, Itupuama, Paiva, Paraíso, Suape e Xareú
Ipojuca
Camboa, Cupe, Muro Alto, Pontal de Maracaípe, Porto de
Galinhas e Serrambi
São José da Coroa Grande
São José da Coroa Grande, Barra da Cruz, Gravatá e Várzea
do Uma
Sirunhaém
Barra de Sirinhaém, Gadalupe e Gamela
Tamandaré
Tamandaré, Mamocambinhas e Carneiros
Litoral Norte
Paulista
Maria Farinha, Conceição, Pau Amarelo e Janga
Goiana
Pontas de Pedra, Carne de Vaca, Catuama, Barra de Catuama e Atapuz
Itamaracá
Itamaracá e Gavoa
Olinda
Rio Doce e Casa Caiada
Fernando de Noronha
Fernando de Noronha
Curiosidades
•As praias de Piedade e Candeias são densamente habitadas, cercadas por altos edifícios de luxo.
•O litoral Norte do estado é mais habitado do que o litoral
Sul. Tem alguns dos sítios históricos mais importantes da
região, como os municípios de Olinda, Itamaracá e Goiana.
•O litoral Norte é conhecido por suas praias, mas, principalmente, por ter o Veneza Water Park, um dos maiores
parques aquáticos do Brasil, na praia de Maria Farinha.
•Ipojuca é um dos municípios de Pernambuco e abriga os
distritos de Camela, Nossa Senhora do Ó e os povoados
das praias de Porto de Galinhas, Muro Alto, Cupe, Maracaípe, Serrambi, Touquinho, Suape e seus engenhos.
•Ipojuca vem do tupi guarani Iapajuque, que significa
água escura.
•Uma das origens do nome Pernambuco é do tupi Paranã-Puca, que significa “onde o mar se arrebenta”. Essa
é uma das hipóteses mais aceitas, já que a maior parte
do litoral do estado é protegida por paredões de recifes
de coral.
•Porto de Galinhas recebeu esse nome porque era assim
que se referiam aos escravos chegados da África durante o período em que os holandeses invadiram Pernambuco, no ano de 1645.
•O município de Ipojuca também é considerado um dos
grandes polos industriais de Pernambuco, com algumas
grandes empresas surgidas ao redor do Porto de Suape (foto) e também por causa da Refinaria do Nordeste
(Rnest), ou Refinaria Abreu e Lima, e ainda dos engenhos. B
Em primeiro plano, um dos vários e belos resorts do litoral pernambucano, com vista, ao fundo, do Porto de
Suape, no município de Ipojuca
MBazar
Aplicativo iPad traz a praticidade da
tecnologia para o setor de turismo
Roteiros aparecem de forma interativa; é possível ver fotos, deslizar tela,
armazenar em favoritos, fazer orçamento, reserva e efetuar a compra
Sem estar conectado, o usuário
de iPad poderá planejar suas férias
para o exterior com uma pesquisa
interativa. O novo aplicativo, encomendado pela ByTravel, representante no Brasil da operadora espanhola Europamundo, é lançamento
mundial e o primeiro voltado ao
setor de turismo com recursos para
viabilizar reserva e compra on line.
O conteúdo a ser pesquisado não
aparece em formato PDF, como
acontece com a maioria dos programas. Imagens e informações personalizadas saltam e deslizam na tela
como se houvesse um provedor. O
aplicativo dá autonomia ao usuário
que pode escolher entre 350 roteiros para Europa e Oriente Médio.
Outra vantagem é o ícone “Favori-
tos”, onde é possível armazenar os
roteiros mais interessantes antes
de decidir a próxima viagem. Só é
necessário conectar-se à internet
para fazer orçamentos, reservas e
autorizar o agente de viagens a confirmar a compra.
O aplicativo está pronto, é gratuito, e estará disponível no site
da Appel ainda em outubro. A
ByTravel - representante no Brasil
da operadora espanhola Europamundo, é uma das sete Empresas
Schultz, grupo presidido pelo empresário Aroldo Schultz, do qual
ainda fazem parte: Vital Card,
Reservando, Schultz Vistos, Vital
Fone, TZ Systems e TZ Seguros. O
site da empresa é www.bytravel.
com.br.
Pendrive para quem curte aventura
Com um design bastante robusto e uma carcaça super-resistente, o Data
Traveler R500 da Kingston é presença confirmada em qualquer viagem
A Kingston, maior fabricante
mundial independente de produtos de memória, anuncia o lançamento do Data Traveler R500,
um pendrive de alta capacidade
de armazenamento, ideal para as
pessoas que gostam de viajar e
que curtem aventura.
A carcaça emborrachada torna
a novidade mais fácil de manusear e protege o dispositivo de arranhões, quedas, umidade e desgastes de uma forma geral. Por isso, o
DTR 500 é indicado para as pessoas que gostam de checar seus dados em qualquer lugar, inclusive
ao ar livre.
Mercado Novembro 2010 ∞ 80
Com capacidades de 16GB, 32GB
e 64GB, o Data Traveler R500 tem
taxas de transferência de leitura de
30 MB/s e velocidade de escrita de
20 MB/s, portanto, é possível fazer
backup rapidamente de todos os documentos, mesmo vídeos muito pesados, fotos, músicas etc. Os preços
sugeridos ao consumidor final são
R$ 169,90 (16GB), R$ 339,90 (32GB)
e R$ 689,90 (64GB).
Nas cores preta ou laranja e
com cinco anos de garantia, o
DataTraveler R500 Kingston é
compatível com os sistemas operacionais Windows® 7, Windows
Vista®, Windows XP (SP2, SP3),
Windows 2000 (SP4), Mac OS
v.10.5.x+ e Linux v.2.6.x+.
MINI lança edição especial de celular
Toda a irreverência e jovialidade MINI agora vão estampar os
celulares Samsung
O MINI (marca de automóvel do
BMW Group) é tão compacto que
cabe até em um celular. Alguém duvida? Toda a irreverência e jovialidade da MINI agora vão estampar os
celulares Samsung, lançamento que
promete ser um verdadeiro “must”
entre os descolados.
O smartphone Galaxy S MINI é
uma edição limitada de 2.000 aparelhos customizados com aplicativos exclusivos da MINI, como:
lista de concessionárias, vídeos
e imagens de fundo de telas dos
compactos charmosos para serem
baixados, além de alguns serviços
imprescindíveis para o público
“antenado”, como atalho para redes sociais da MINI.
O usuário do aparelho, que é top
de linha da marca, poderá ainda
personalizar o fundo de tela do seu
aparelho e a tampa da bateria com
duas skins que são marca registrada
da MINI - a bandeira quadriculada e
a bandeira da Inglaterra. Todo conceito visual desenvolvido para as telas, ícones e gifts remetem às linhas
e formas do MINI.
O concorrente do iPhone tem
tela de 4 polegadas, processador de
1 GHz, câmera de 5 megapixels e
opção para captar imagens em alta
resolução, teclado com Swype e até
16 GB de espaço interno - além de
vir com um cartão de 2 GB. O smartphone Galaxy S MINI roda o Android na versão 2.1 e possui hotspot
Wi-Fi, um recurso que permite compartilhar a conexão 3G com outros
aparelhos estará disponível nas prateleiras da FNAC e Fast Shop.
Película antivandalismo garante
maior proteção no trânsito
Protection Blindagens oferece opções de segurança para os motoristas
Para se prevenir da violência que
cresce a cada dia nos grandes centros urbanos, os motoristas agora
podem contar com uma novidade
do mercado automotivo: o filme
antiviolência, que tem como objetivo prevenir acidentes causados por
tentativas de furtos e arrombamentos. Muito eficaz quando os marginais tentam danificar os automóveis
com pedras, objetos cortantes e,
até mesmo, capacetes de motos.
Na maioria das vezes, as vítimas
são as mulheres. Mas o alerta vale
para todos: Não deixem no banco
do passageiro, ou no traseiro, pertences à vista, como bolsas, pastas,
celulares, laptops, etc.
A Protection Blindagens, empresa referência no país no setor de
blindagem automotiva, oferece esta
opção de segurança para seus clien-
tes. A função desta película é dificultar a quebra dos vidros, impedindo
o acesso ao veículo, permanecendo
como uma espécie de cortina superresistente. Em caso de um eventual
acidente, a película antivandalismo
dificulta o desprendimento dos pedaços de vidro, protegendo os ocupantes de danos maiores.
A película de segurança Protection
Glass, é feita de camadas de filmes
de poliéster, com espessuras
variando entre quatro e 15 milésimos
de polegada. Outra vantagem é que
ela consegue bloquear 30% dos raios
UV, diminuindo o calor e também os
gastos com o ar-condicionado.
81 ∞ Mercado Novembro 2010
MBazar
Preparador de pele para maquiagem
com o glamour do caviar
Com partículas de disfarce óptico, o Bio Primer
Biomarine mascara pequenas imperfeições, auxilia na
retração dos poros e uniformiza a pele. É a tecnologia
usada a favor da beleza
A Biomarine - grife de dermocosméticos que traz o glamour do caviar
em seus produtos - está lançando o
Bio Primer®, dermocosmético que
prepara a pele para a maquiagem
após a limpeza. O Bio Primer é indicado para aumentar a aderência e a fixação da maquiagem. Seu uso diminui a
oleosidade e o brilho da pele, por possuir textura macia, aveludada e toque
seco, de rápida absorção. Contém caviar - rico em minerais, aminoácidos
e proteínas que mantêm a pele hidratada - e partículas de disfarce óptico -
que, depositadas nas fissuras, mascaram pequenas imperfeições, auxiliam
na retração dos poros e uniformizam
a pele. Seus aminoácidos hidratam
por reposição do manto hidrolipídico. Indicado para todos os tipos de
pele, deve ser usado sobre a pele limpa e seca, antes da maquiagem.
Trata-se de um aliado na pré-maquiagem, que garante a aderência dos
produtos aplicados em seguida, além
de ter efeito imediato na diminuição
de rugas de expressão e imperfeições. A pele fica em equilíbrio perfei-
to para a maquiagem.
Bio Primer® Biomarine é vendido
em todo o Brasil, nas melhores redes
de drogarias e perfumarias, ou pelo
televendas: (11) 4196-1500. O preço
sugerido do produto é de R$ 57,75.
Sony lança filmadoras a preços mais acessíveis
Objetivo da marca é oferecer produtos específicos para o público
das classes B e C a preços que variam entre R$ 900 e R$ 1.500
A Sony inova e disponibiliza aos
clientes novos modelos de filmadoras
desenvolvidas exclusivamente para
o Brasil e que combinam qualidade
e preços supercompetitivos. A estratégia da empresa é aumentar a participação da marca nas classes B e C,
frente aos consumidores que buscam
por estes atributos na hora da compra.
As novas filmadoras, modelos DCRSX20K e DCR-SX20, têm em comum a
leveza, formato compacto, capacidade
Mercado Novembro 2010 ∞ 82
de fazer fotos em VGA, zoom óptico
de 50x, tela LCD de 2,7 polegadas, lentes Sony, sensor CCD, estabilizador de
imagem SteadyShot, função Face Detection e microfone zoom que ajusta o
áudio à medida em que o zoom da imagem é aproximado. Além disso, assim
como os modelos da linha 2010, são
compatíveis tanto com Memory Stick
como com cartão SD.
A DCR-SR20 possui HD interno de
80 GB que garante até
61 horas de gravação e
a DCR-SX20K aceita memory stick de
4GB que grava até 3 horas de vídeo.
(memory stick de 4GB incluso - comercializado junto com o produto).
Os preços sugeridos para as filmadoras são: DCR-SX20 - R$899,00;
DCR-SX20K - R$ 999,00 e DCR-SR20
- R$ 1.499,00. Todos os produtos podem ser adquiridos pelo site www.
sonystyle.com.br, nas SonyStyle
Store espalhadas pelo país ou nas
revendas autorizadas Sony.
MDica de Leitura
“Mulheres sem homens”
chega ao Brasil
DA Redação
O
lançamento “Mulheres
sem homens”, ficção
de Shahrnush Parsipur,
manifesta-se a favor de
relações mais harmônicas entre homens e mulheres na
Pérsia. Sua narrativa conta a história
de cinco mulheres do Irã que buscam
escapar de suas mazelas cotidianas,
à época do golpe de Estado dos anos
1950. Virgindade, morte e renascimen-
Mercado Novembro 2010 ∞ 84
to, estupro, prostituição e casamento
permeiam a espirituosa narrativa, que
mistura história, política e ficção.
As protagonistas desta trama fogem da realidade opressiva de suas vidas e se dirigem a um mesmo jardim,
localizado em Karaj, próximo a Teerã.
Um jardim metafórico, refúgio para
suas fantasias e lugar onde encontram seu próprio destino, por força
do desejo ou do acaso. Nesse espaço
atemporal e utópico, Parsipur oferece
a suas personagens a oportunidade
de escapar dos sentimentos que as
aprisionam. As similaridades entre
o universo das mulheres iranianas e
ocidentais irão surpreender o leitor
no Brasil.
A capa da edição brasileira traz um
trabalho da artista plástica brasileira
Beth Moysés - “Reconstruindo Sonhos” (2005).
Sobre a autora
Shahrnush Parsipur nasceu em
Teerã, em 1946. Começou sua carreira literária aos 16 anos, escrevendo histórias curtas e artigos.
Formou-se em sociologia e, aos
28 anos, escreveu seu primeiro
romance, “Sag va Zememstaneh
Boland” (“O cão e o longo inverno”), em 1974. No mesmo ano,
trabalhou num programa de TV
voltado para mulheres, o Rural
Women, no Irã, mas demitiu-se
em protesto contra a tortura e a
Em “Mulheres sem homens”,
Parsipur fala abertamente sobre virgindade, o que causou grande repercussão em seu país. Traduzido para
mais de cinco idiomas, o romance
ganhou uma versão cinematográfica, com direção de Shirin Neshat,
que levou o prêmio de Melhor Realização no Leão de Prata de 2009,
segundo prêmio mais importante do
Festival de Veneza. B
execução de dois jornalistas ativistas cometidas pela Savak, a
antiga polícia secreta iraniana. Ao
deixar a prisão, mudou-se para a
França, onde escreveu seu segundo romance, “Majerahayeh Sadeh
va Kuchake Ruheh Derakht (“Pequenas aventuras plenas do espírito de árvore”)”, em 1977. Quando retornou a seu país, foi presa
novamente por quase cinco anos.
Hoje a autora vive exilada nos Estados Unidos.
Título: Mulheres sem homens
Autor: Shahrnush Parsipur
Editora: Martins Fontes
Especialidade: Literatura estrangeira
ISBN: 8561635746
ISBN 13: 9788561635749
Páginas: 136
Publicação: 2010
Edição: 1ª
Preço: R$ 28,90
MCulinária
Sai um
teppan de salmão quente
Quem abre mão de pratos da culinária japonesa que contam com o
peixe cru como ingrediente, como
sushi e sashimi, vai adorar a opção
de prato quente que o restaurante
Nagoya Sushi (www.nagoyasushisp.
com.br), de São Paulo, disponibiliza
aos leitores da Mercado.
Localizada em Pinheiros, a casa
conta com uma opção quente de teppan de salmão grelhado na chapa
que pode ser feito de várias maneiras. O chef da casa, Antonio Andrade, opta por prepará-lo numa chapa
de ferro bem aquecida e servi-lo
acompanhado por legumes e shoyu.
Já no Japão, os chefes executam
esse prato exibindo técnicas e até
alguns truques de malabarismo, com
uma chapa ao centro de um balcão
com os clientes sentados em volta.
Confira o passo a passo dessa deliciosa receita do restaurante Nagoya Sushi.
Teppan de salmão
Ingredientes:
• 25 gramas de brócolis cortado
• 25 gramas de couve-flor cortada
• 20 gramas de cenoura cortada em fatias
• 20 gramas de broto de feijão (moyashi)
• 1/2 tablete de caldo de frango
• 50 ml de água
• 250 gramas de filé de salmão (o equivalente a um filé)
• 1 pitada de sal temperado
• 1 pitada de pimenta do reino
• 1 colher de sopa de manteiga
• 1 colher de sobremesa de hondashi
• 1 colher de óleo
Tempero do salmão:
• 1 dente de alho
• 1 limão
• sal a gosto
Modo de preparo:
Deixe diluir no fogo em uma frigideira média a manteiga, o hondashi e a água. Acrescente os legumes, tempere a
gosto e mexa até ficar al dente (meio durinho). Ao mesmo tempo, já com a chapa de ferro aquecida, coloque uma
colher de óleo, aqueça e acrescente o filé de salmão, os temperos e frite. Coloque os legumes ao lado do salmão,
frite levemente e sirva com gorran (arroz) à parte.
Rendimento:
Uma porção individual
Grau de dificuldade:
Médio
Tempo de preparo:
Em média, 15 minutos
Chef:
Antonio Abdoral Andrade Filho
Mercado Novembro 2010 ∞ 86
MColunaLiteratura
Os mais intensos
poemas eróticos
e viscerais
da literatura
brasileira
Madonna 1894-1895
POR Kenia Maria
A
poesia abarca os mais diversos temas. Os poetas
cantam o amor perdido,
o amor conquistado, a
amizade, a terra natal, a
dor de cotovelo, a família, a guerra,
a política, o humor e, claro, também,
caro leitor - que ninguém é de ferro - o
erotismo e a sensualidade. De todos os
poetas brasileiros, talvez o que tenha
escrito de forma mais exageradamente
erótica, com toques de sadismo e canibalismo, tenha sido o autor parnasiano
pouco divulgado, Francisco Antonio de
Carvalho Junior.
Carvalho Júnior nasceu no Rio de
Janeiro em 1885. Formou-se em Direito.
Deixou uma única obra intitulada “Parisina”, contendo suas poesias, peças de
teatro, folhetins e crítica literária. Faleceu em 1879, também no Rio de Janeiro. O crítico Antonio Candido, em seu
livro “A educação pela noite”, observa
que Carvalho Júnior é um dos nossos
primeiros poetas baudelerianos, ou seja,
um dos primeiros autores brasileiros
a beber diretamente na fonte do poeta
francês Baudelaire, principalmente em
sua clássica obra, “Flores do mal”.
Para Antonio Candido, os poemas
de Carvalho Júnior são “agressivamente eróticos” e “marcadamente sexuais”:
uma forma de rebeldia e irreverência
juvenis contra a mesmice e o provincianismo intelectual do século XIX. É bem
interessante o uso que esse autor faz da
sexualidade escancarada e mordaz como
forma de protestar contra os valores sociais de sua época. Vamos ao poema:
O crítico Antonio Candido diz que “os poemas de
Carvalho Júnior são ‘agressivamente eróticos’ e
‘marcadamente sexuais’”
Mercado Novembro 2010 ∞ 88
Antropofagia (Carvalho Júnior)
Mulher! Ao ver-te nua, as formas opulentas
Indecisas luzindo à noite, sobre o leito,
Como um bando voraz de lúbricas jumentas,
Instintos canibais refervem-me no peito.
Como a besta feroz a dilatar as ventas
Mede por dar-lhe o bote ajeito,
Do meu fúlgido olhar às chispas odientas
Envolvo-te, e, convulso, ao seio meu t’estreito:
E ao longo de teu corpo elástico, onduloso,
Corpo de cascavel, elétrico, escamoso,
Em toda essa extensão pululam meus desejos,
- Os átomos sutis, - os vermes sensuais,
Cevando a seu talante as fomes bestiais
Nessas carnes febris, - esplêndidos sobejos.
Observem agora este outro poema, com ácidas críticas às mulheres
pálidas e virgens do romantismo.
Outro exemplo de erotismo mesclado à rebeldia:
Profissão de Fé (Carvalho Júnior)
Odeio as virgens pálidas, cloróticas,
Beleza de missal que o romantismo
Hidrófobo apregoa em peças góticas,
Escritas nuns acessos de histerismo.
Sofismas de mulher, ilusões óticas,
Raquíticos abortos de lirismo.
Sonhos de carne, compleições exóticas,
Desfazem-se perante o realismo.
Não servem-me esses vagos ideais
Da fina transparência dos cristais,
Almas de santa e corpo de alfenim
Prefiro a exuberância dos contornos,
As belezas da forma, seus adornos,
A saúde, a matéria, a vida enfim.
Outro parnasiano que também é
visceralmente erótico e sensual é Teófilo Dias. Antonio Candido o classifica como um baudeleriano a explorar
as temáticas das mulheres mágicas e
perfumadas em forma de fêmeas fatais. Teófilo Dias, embora tenha sido
sobrinho do nosso conhecido Gonçalves Dias, (o poeta da “Canção do exílio”), é também pouco estudado nas
escolas e raramente alguém sabe citar
algum poema de sua lavra poética.
Teófilo nasceu no Maranhão, em 1854,
e faleceu em São Paulo, em 1889. Foi
político, professor e jornalista. Depois
de um rápido percurso pelo romantismo, dedicou-se ao simbolismo-parnasianismo, publicando em 1882 sua
melhor obra, intitulada “Fanfarras”.
Veja o poema abaixo e observe
como a sedução feminina da mulher
fatal captura o poeta em êxtase. Perceba como a mulher é o centro da
volúpia, do desespero, da loucura e
das carnes em ebulição:
Esfinge (Teófilo Dias)
Tuas pupilas alaga
Não sei que acerba ternura,
Cuja luz cruel me afaga,
Cujo afago me tortura.
Unge-te o seio moreno
Um perfume sufocante,
Suave como um calmante,
Pérfido como um veneno.
Freme-te a alma fatal
No frágil corpo nervoso,
Como um filtro perigoso
Numa prisão de cristal.
Para estancar os desejos,
Que teu sangue tantalizam,
Teus lábios prodigalizam
Dentadas por entre beijos.
Com sarcasmo me apunhalas;
Depois, as feridas cruas
Ameigas com a luz que exalas
Dos teus olhos, - negras luas.
Tua palavra me é dura
Às vezes, pelo sentido,
E doce pela brandura
Com que me trina no ouvido.
Há uma alma que suspira
Em cada ponto do espaço
- Quando caminhas: teu passo
Murmura como uma lira.
No movimento discreto
Revelas, por entre gazes,
Todo um poema correto
Escrito em versos sem frases.
Os teus lençóis apaixonas
Com a gentileza que apuras
Nas langorosas posturas
Em que o teu corpo abandonas.
Dos primores, de que és feita,
A nenhum dou primazia:
É do conjunto a harmonia
Que os meus sentidos sujeita.
Depois dessas poesias, caro leitor, chegamos à conclusão que conhecemos pouco da nossa literatura. Sabemos quase nada desses
poetas parnasianos intensamente
eróticos que quase beiram à pornografia. Tudo isso no século XIX.
Cai por terra a teoria ingênua de
que a malícia e o extremado erotismo é coisa da juventude pósmoderna conectada à internet.
Muita pesquisa ainda precisa
ser feita sobre os autores desse
período. Ignoramos os parnasianos como se fossem um bando de
tolos a fazer sonetos sem graça sobre mármores e estátuas, ou uns
sonhadores a escrever poemas sobre a pátria e a infância. Quanto
preconceito e quanta falta de informação! As poesias de Carvalho
Júnior e Teófilo Dias provocam a
imaginação e viram pelo avesso
as características estereotipadas
do parnasianismo brasileiro.
Por fim, sabemos pouco da
nossa cultura e dos talentos deste Brasil E para quem é curioso
e quer se aventurar nas pesquisas sobre esses dois eróticos/rebeldes recomendo que leiam as
obras: “A educação pela noite”, de
Antonio Candido; “Apresentação
da poesia brasileira”, de Manuel
Bandeira; “A literatura no Brasil”,
de Afrânio Coutinho; e “A renovação parnasiana na poesia”, de
Péricles Eugênio da Silva Ramos.
Boas leituras!
E eu te amo, beleza fátua,
Minha perpétua loucura,
Como o verme a flor mais pura,
E o musgo a mais bela estátua!
Teófilo Dias é um
“baudeleriano a
explorar as temáticas
das mulheres mágicas
e perfumadas em forma
de fêmeas fatais”
Kenia Maria de Almeida Pereira - doutora em Literatura
Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros sobre
literatura brasileira, dentre eles, Machado de Assis: outras faces,
publicado pela editora Aspecttus ([email protected])
89 ∞ Mercado Novembro 2010
MProfissões em Filme
Gente grande
POR Kelson Venâncio
No mundo moderno de hoje todos precisam trabalhar, e muito,
para a realização de sonhos, desejos
e principalmente para a própria sobrevivência. E com tantas tecnologias e uma gama cada vez maior de
produtos disponíveis no mercado, o
consumismo aumenta assustadoramente a cada dia que passa. E nesse ciclo vicioso de trabalho e mais
trabalho, os “escravos da profissão”
acabam perdendo algo importante de suas vidas, que é o tempo. É
muito comum você ouvir alguém
dizer - ou talvez até mesmo você
já tenha dito: “Preciso muito fazer
exercícios, mas me falta tempo. Tô
querendo viajar pra descansar, mas
me falta tempo. Preciso resolver uns
problemas pessoais, mas me falta
tempo”. E por aí vai...
Por isso, na coluna Profissões em
Filme deste mês, resolvi falar sobre
um filme que é uma comédia, mas
com uma mensagem muito bacana
para quem não tem mais tempo para
as coisas simples e boas da vida. E
nesse caso, para algo muito importante no cotidiano de qualquer pessoa: tempo para os amigos e para a
própria família, principalmente. E
se você tiver um tempinho para ler
essa crítica e depois ver esse divertido filme, quem sabe pode arrumar
um jeitinho para dar mais atenção
aos seus filhos, à pessoa amada e bater um bom papo com seus amigos?
Fica essa dica!
Crítica
Já disse anteriormente que no cinema
“grandes expectativas trazem grandes
frustrações”. Pois o contrário também
acontece de vez em quando. E é exatamente isso que se vê no filme “Gente
grande”. Quando vi o trailer acreditei
que seria mais um daqueles filmes forçados e exagerados de Adam Sandler que,
quando se junta a Rob Schneider, só sai
besteira (com raras exceções). Mas, para
minha felicidade e o bem geral dos amantes de um bom filme, me enganei. “Gente
grande” é, sim, uma boa produção e sob
vários pontos de vista.
É claro que esse não é um dos melhores filmes que já vi. Mas é daqueles que
nos divertem muito e nos fazem pensar;
mesmo sendo uma comédia, faz-nos refletir sobre alguns valores de vida de que
Mercado Novembro 2010 ∞ 90
nos esquecemos muitas das vezes.
Para começar vamos falar do elenco.
“Gente grande” tem em seu casting nomes muito conhecidos, como Rob Schneider, Chris Rock, Salma Hayek e o próprio Adam Sandler. Tem ainda outros não
tão famosos, mas bastante conhecidos
no mundo do cinema, como Maria Bello,
Maya Rudolph, Kevin James, David Spade e Tim Meadows. Apesar disso, todos
estão bastante entrosados no propósito
do filme, que é divertir! Ninguém tira o
espaço de ninguém e isso funciona.
Porém, vale um destaque para Sandler que, além de ser um dos personagens, é também roteirista e produtor.
Ele tem abandonado seu estilo de comédias exageradas para fazer filmes menos
“besteiróis”. Digamos que vem se especializando em comédias dramáticas que
abordam temas diversos e mais interessantes, como fez em “Tá rindo de quê”,
“O paizão” e “Eu vos declaro marido... e
Larry”. E isso vem sendo positivo. Nesse caso, por exemplo, os temas família
passam o dia trancadas dentro de casa,
em frente a um computador, uma TV ou
vídeo-game. Na hora do almoço (se é que
hoje existe “hora de almoço”), cada um
come uma coisa diferente em horários
alternados, quando sobra tempo para
comer. Os pais não conversam mais com
seus filhos adolescentes, pois têm muito
trabalho a fazer e chegam cansados em
casa. Já os filhos, especialmente os “aborrecentes”, revoltam-se com qualquer coisa e não querem saber de nada. Conversar com os pais para eles é tempo perdido, é “piegas”. E nesse mundo moderno,
as relações estão cada vez mais difíceis.
E isso é porque falo apenas da família.
Quando o assunto é amizade a coisa fica
pior. Quem tem um amigo de verdade
nos dias de hoje? Daqueles que te ligam
sempre, que sempre estão contigo, que se
preocupam com você?
Pois é exatamente a reflexão sobre esses valores a base para este filme. De uma
maneira divertida pensamos em tudo isso
mencionado anteriormente.
empregos, se você não tem um tempo
para lazer, para cuidar da sua saúde?
“Gente grande” é um filme para “gente
grande” que quer se lembrar dos tempos
e amizade foram os escolhidos para nos
mostrar de uma forma descontraída e divertida que nos dias atuais, na correria
dos tempos modernos, estamos nos esquecendo de aproveitar os nossos amigos e principalmente a nossa família.
Quem não se lembra da época de infância em que tínhamos tempo para brincar no quintal de casa com vários amigos? Ficávamos todos sujos subindo em
árvores, brincando de pique-esconde ou
pique-pega, pulando corda, jogando bolinha de gude, etc. E quando a brincadeira
acabava, era hora de almoçar ou jantar
em família. E aí, ninguém começava a comer se estivesse faltando alguém. Todos
se sentavam à mesa para um momento de
união. Época boa essa!
E hoje? As crianças são deixadas com
uma babá. Quando mais crescidas, mais
De que vale ter muito dinheiro, se não
sobra tempo para gastá-lo? De que vale
ter filhos, se você não tem tempo para
brincar com eles? De que vale ter vários
de “gente pequena” e fazer com que essas lembranças sejam reflexões para que
cresçamos valorizando as coisas que realmente são boas na vida. Vale a pena! B
Ficha Técnica
Gente grande
(Grown Ups, 2010)
Gênero: comédia
Direção: Dennis Dugan
Roteiro: Adam Sandler, Fred
Wolf
Elenco: Adam Sandler, Rob
Schneider, Salma Hayek, Maria Bello, Maya Rudolph, Chris
Rock, Kevin James, David Spade, Tim Meadows
Produção: Adam Sandler, Barry Bernardi, Allen Covert, Tim
Herlihy
Duração: 102 min.
Sinopse
Trinta anos após a formatura do colégio, cinco amigos (Adam Sandler, Chris Rock, Kevin James, David Spade e Rob Schneider) se reencontram para passar um fim de semana juntos. Com suas mulheres
(Salma Hayek, Maria Bello e Maya Rudolph) e filhos, eles comemoram
o feriado de 4 de Julho em uma casa no lago, para celebrar os anos
de juventude e relembrar os bons momentos.
Nota 7
Kelson Venâncio - jornalista e diretor do Cinema e Vídeo
www.cinemaevideo.com.br
91 ∞ Mercado Novembro 2010
MSustentabilidade
Gestão sustentável para
pequenas empresas
S
ustentabilidade não é um assunto obrigatório apenas para
médias e grandes empresas, mas também para as micro e
as pequenas. Na verdade, toda empresa deve orientar sua
gestão para um modelo sustentável em função da redução
de riscos e, principalmente, das oportunidades que surgem em virtude
dessa nova forma de gerir seus negócios.
Redução de riscos - Quando
uma empresa, independentemente de seu porte, adota
critérios de sustentabilidade para sua gestão, ela apresenta
em seu escopo
políticas de gestão ambiental
na área da qualidade, recursos humanos,
no relacionamento
com
seus clientes,
funcionários e
fornecedores,
que acabam reduzindo riscos
de
inadequação
legal. Dessa forma,
prejuízos com multas
e adequações de urgência (em que não será
possível uma negociação por
melhores preços) são riscos que
ficam muito reduzidos frente a uma
gestão sustentável. É inserir a sustentabilidade no modelo de gestão como
um princípio.
Sociedade
Oportunidades - Uma gestão
sustentável tem quatro aspectos - e
não três, como ainda se propaga que devem ser observados: deve ser
economicamente viável, socialmente
justa, ambientalmente correta e culturalmente aceita. A própria adequação das empresas já existentes criou
um mercado de produtos e serviços
necessários para a promoção da
sustentabilidade. É o econegócio, a
Mercado Novembro 2010 ∞ 92
Os desafios - Segundo
Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, o
maior desafio para a
implementação da
gestão sustentável em pequenas
empresas ainda
é o “entendimento correto
do que é ser
socialmente
responsável”.
Outro grande
desafio é entender como a sustentabilidade se
aplica a cada negócio em especial
e, por último, identificar as oportunidades
geradas pela responsabilidade social. Também
existem entraves, como o
engajamento desde a alta direção
até os fornecedores e clientes, pois a
mudança exige uma expressiva quebra de paradigmas. “Toda mudança é
assustadora, mas no que diz respeito
à sustentabilidade, a mudança implica em aprimoramento. Toda empresa
que se propõe a crescer sustentavelmente passa por um período de adequações, esforços muito grandes no
sentido de compreender e implementar uma gestão nova. Mas quando esse
desafio é concluído, a empresa se depara com uma gestão moderna, inovadora, lucrativa e inspiradora”, comenta a gerente de projetos do CINTAP e
do Eco Instituto, Daniela Dias.
Economia
Desenvolvimento
Sustentável
Ambiente
economia solidária, além do amplo
mercado de brindes, moda, artesanato, entre outros segmentos, que
surgiram com os conceitos de desenvolvimento sustentável. Além disso, existem as cadeias de custódia,
certificações de origem, qualidade
e manejo sustentável, que garantem
que as empresas participem de forma competitiva de concorrências e
processos de exportação. As micro
e as pequenas empresas precisam se
adequar em função do seu papel de
fornecedoras das empresas maiores
e até das multinacionais.
Planeta Vivo - Relatório 2010
Biocapacidade
Hoje, as terras produtivas per capita
possuem metade do nível de 1961
É preciso um planeta e meio
para suprir a atual demanda por
recursos naturais
A Pegada Ecológica - um dos indicadores utilizados no Relatório Planeta Vivo, da Rede WWF, publicado
em outubro - demonstra que a nossa
demanda por recursos naturais duplicou desde 1966 e que utilizamos
o equivalente a um planeta e meio
para sustentar nossas atividades. E
o pior, se continuarmos a viver além
da capacidade do planeta, até 2030
precisaremos de uma capacidade
produtiva equivalente a dois planetas para satisfazer os níveis anuais
da nossa demanda.
O relatório, uma das principais
pesquisas sobre a saúde do planeta,
é publicado pela Rede WWF e produzido em colaboração com a Sociedade Zoológica de Londres e a Global Footprint Network. Ele utiliza o
Índice do Planeta Vivo para medir a
saúde de quase 8 mil populações de
mais de 2,5 mil espécies.
Esse índice mundial demonstra
uma redução de 30% desde 1970. O
declínio é mais acentuado nas regiões tropicais, onde se verifica uma
queda de 60% em menos de 40 anos.
“É alarmante o ritmo da perda de
biodiversidade que se verifica nos
países de baixa renda, em sua maioria situados nos trópicos, enquanto
o mundo desenvolvido vive num
falso paraíso, alimentado pelo consumo excessivo e elevadas emissões
de carbono”, declarou Jim Leape, diretor geral da Rede WWF.
O relatório mostra que em algumas áreas temperadas houve uma
recuperação promissora de populações de espécies - graças, em parte,
ao aumento dos esforços de conservação da natureza e a um melhor
controle da poluição e do lixo. No
entanto, nas áreas tropicais houve
uma queda de quase 70% nas populações aquáticas (água doce) que
foram rastreadas - esse percentual
corresponde ao maior declínio já
mensurado em quaisquer espécies,
em áreas terrestres ou nos oceanos.
Biodiversidade
Novas espécies continuam a ser
descobertas, mas as populações de
espécies tropicais tiveram redução
de 60% desde 1970
Desenvolvimento
Há 1,8 bilhão de internautas, mas
um bilhão de pessoas ainda não têm
acesso a um abastecimento adequado
de água doce
Conscientização
34% dos diretores de empresas da região da Ásia-Pacífico e 53% dos
diretores de empresas latino-americanos manifestaram preocupação com as
repercussões da perda da biodiversidade nas perspectivas de crescimento
dos negócios, em comparação com apenas 18% dos diretores de empresas da
Europa Ocidental
Desafio do Brasil é crescer sem destruir
O Brasil possui uma alta biocapacidade, mas isso não nos coloca
em uma situação confortável. As
mudanças nos hábitos de consumo
da população brasileira e a demanda crescente por produtos agrícolas
têm pressionado os recursos natu-
rais e aumentado a Pegada Ecológica do país. Hoje, a média de consumo da população brasileira já chega
a 2,1 hectares por pessoa e a soma
do consumo de todas as pessoas
mostra que no Brasil já estamos consumindo mais de um planeta. B
Este espaço se reserva a notícias e/ou projetos socioambientais. O conteúdo aqui publicado é
de responsabilidade do CINTAP, através do Eco Instituto INDERC, mas está aberto também
para outras pessoas, empresas ou instituições que queiram divulgar assuntos pertinentes ao
seu propósito. Informações com Daniela Dias, gerente de Projetos do Eco Instituto INDERC,
através do telefone 34 3230 5200 ou do e-mail [email protected]. Acesse: www.inderc.
org.br e siga: www.twitter.com/cintap2010 - www.twitter.com/ecoinstituto
MPonto de Vista
Eleições 2010
C
om a palavra o G7*. Decorridas as eleições de 2010, o
resultado das urnas deu Dilma Roussef (PT) para presidente do Brasil e Antônio Anastasia (PSDB) para governador do estado de Minas Gerais. Mais uma vez se repete
o cenário dos últimos oito anos para o povo mineiro: o
PT à frente do governo federal e o PSDB no governo de Minas. Porém,
agora mudaram as lideranças, respectivamente, com Dilma e Anastasia
como mandatários.
A questão é como cada um dos membros do G7 (*) avalia essa situação. O que os mineiros devem esperar diante deste cenário que se
instalou e que deve permanecer pelo menos nos próximos quatro anos?
Para nós, da
ACIUB, o resultado das últimas
eleições para Presidente da República e Governador não muda nada.
Quem vai ocupar a Presidência a
partir de 2011 - Dilma Rousseff - já demonstrou que respeita os princípios
republicanos e governará para o povo
brasileiro. O governador de Minas Antônio Anastasia - é um democrata
que respeita a hierarquia dos poderes
e, como todo mineiro, cultiva o sentimento da liberdade com responsabilidade. Continuaremos a cobrar as reformas necessárias para o progresso
do Brasil, entre as quais a Política, a
Tributária, a Trabalhista e a Administrativa, com desburocratização.
O desafio está
à prova mais
uma vez, porém
acreditamos que nossas lideranças
saberão administrar politicamente
essa questão a partir das potencialidades de Minas.
Nosso estado - maduro em suas posições políticas e com representatividades autênticas no congresso, a exemplo
do senador eleito Aécio Neves -, juntamente com a bancada mineira na Câmara Federal, saberá construir relacionamentos e composições estratégicas
que permitirão a promoção de medidas
necessárias para atrair para o estado
de Minas soluções de sustentação e de
crescimento de nossa economia.
Vemos com
muita tranquilidade a eleição
da
presidente
Dilma e do governador Anastasia.
A presidente, mineira que é, não vai
penalizar ou fechar as portas para
seu estado, e acreditamos que para
nenhum outro, já que o país democraticamente mostrou isso na urna ao
votar em partidos distintos.
No governo federal, esperamos
que realmente as reformas estruturantes aconteçam, pois o país tem
diversas questões importantes e
relevantes que necessitam de soluções que nos permitam ter condições de continuar evoluindo, como
é o caso da reforma trabalhista
- desde que seja moderna e inteligente na questão das terceirizações
e dos acordos coletivos e que deixe a questão da carga horária para
ser negociada e não imposta, que
a reforma tributária minimize a informalidade e traga condições para
que todos paguem impostos com
menores valores. Também esperamos que haja investimentos na infraestrutura, focados no crescimento sustentável, como transporte
coletivo das massas, metrô, barcos,
enfim, tudo que traga menores custos e maiores fluxos de pessoas.
No governo estadual, esperamos
que a luta para acabar com a guerra fiscal seja vencida e que a nossa
região, que hoje é considerada rica,
possa manter o crescimento e os investimentos regionais, pois riqueza
gera riqueza, e se somos geradores
de riquezas para Minas, que continuemos a fazer isso apoiados pelo
governador Anastasia. Além disso,
queremos que o governo continue
compreendendo nossas demandas
diversas, como melhores condições
socioeconômicas, de infraestrutura,
saúde e educação.
O cenário póseleitoral, em especial no que é
pertinente ao estado de Minas Gerais
e ao Governo Federal, reflete fielmente os últimos oito anos, culminando
com as vitórias dos candidatos apoiados pelos líderes políticos Aécio Neves e Luiz Inácio Lula da Silva. Não
obstante a divergência partidária,
acreditamos que Minas Gerais é tão
importante para o Brasil que seria
falível qualquer postura política de
isolamento ou retaliação. Por isso,
acreditamos que, como aconteceu
nestes últimos anos, os investimentos devem continuar em nosso estado, mesmo porque tanto a presidente
Dilma Roussef quanto o governador
Antônio Anastasia iniciam uma caminhada de solidificação como futuros
grandes líderes políticos e para tanto
só o trabalho pode elevá-los a este patamar. Não temos dúvidas de que caminharão juntos, respeitando obviamente suas diferenças ideológicas. B
(*) A ONG G7 - Grupo dos Sete - é formada por sete das mais representativas instituições sociais ativas na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. São
elas: Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, Conselho de Veneráveis do Triângulo, Fiemg Regional Vale
do Paranaíba, 13ª Subseccional de Uberlândia da OAB/MG, Sindicato Rural de Uberlândia e Sociedade Médica de Uberlândia.
Observação: os demais membros do G7 não opinaram sobre esta questão.
Mercado Novembro 2010 ∞ 94
MCausosEmpesariais
Meu amigo mestre
(Educação Corporativa)
POR Nege Calil*
L
á estava eu, sentado na
plateia de um palestrante
que se dispunha a revelar
todos os segredos de educação nas empresas. Pouco mais de 20 minutos escutando a
criatura, eu estava prestes a “sofrer
uma sapituca”. O aventureiro dominava muito bem as artimanhas de
uma oratória sedutora e se autointi-
Mercado Novembro 2010 ∞ 96
tulava exímio conhecedor de pessoas e educador corporativo.
Desesperado, notei que literalmente estava preso no auditório que, por
não possuir um corredor no meio,
não me permitia abandoná-lo sem incomodar dezenas de pessoas à direita
ou à esquerda. Reprimi meus impulsos e me conformei em continuar ouvindo mais um oportunista que ganha
fortunas em cima da desinformação de nossa população acerca de
estudos sérios sobre gestão e educação nas empresas. De “educação
corporativa” (tema proposto no
convite do evento), ele não trouxe
nada. Tratou do assunto de forma
circense, sem a profundidade necessária para algo tão importante
no mundo moderno dos negócios.
Muitos estudiosos mereciam ser mais
ouvidos que o fanfarrão que acabáramos de aplaudir.
Respeito muitos palestrantes. Eu
mesmo contratei ou patrocinei autores, colecionando erros e acertos
nessa empreitada. A grande maioria
tratava-se de pessoas sérias que viveram ricas experiências sobre o que
pregavam. Gosto de aprender assim,
ouvindo gente que faz ou que fez. Tenho sérias críticas aos que nunca ou
pouco viveram o mundo corporativo
e vendem receitas prontas.
Conheci um desses artistas/cientistas raros. Anônimo até hoje, é apaixonado por educação nas organizações.
Eu atuava numa filial de uma grande
corporação e, diante de uma necessidade local, minha equipe criou um
programa de treinamento. Erroneamente, só comuniquei ao corporativo
essa proeza após sua aplicação. Com
certa tensão ao telefone, expliquei:
- Assumi a região há poucos meses e endossei a iniciativa de minha
equipe nesse treinamento para a área
comercial. Sei que o correto seria pedir autorização primeiramente à matriz, mas era urgente a necessidade de
trabalharmos esses quesitos! Garanto
que tudo foi feito dentro das normas
e diretrizes da companhia.
- Parceiro - ouvi surpreso - eu vi a
programação que você passou por email. Precisamos disso mesmo, de gente que treina e acredita na educação.
Conte conosco sempre que precisar.
Vamos trocar informações para podermos sugerir estratégias que enriquecerão o trabalho de vocês aí na filial.
Desliguei o telefone num misto de
alívio por não ter sido repreendido e
alegria por descobrir um aliado na matriz. Questionei um de meus analistas:
- Quem é esse cara lá no corporativo?
- É o Rodrigo! Gente fina pra caramba, apaixonado por treinamento.
E entende muito do assunto, está
sempre disposto a ajudar.
- Não me lembro de tê-lo conhecido na minha integração...
- Na próxima vez que você for à
sede, procure por ele. Vocês têm muito em comum.
Meses depois, eu o conheci pessoalmente. Assustei-me: era mais feio
que xingar a mãe na noite de Natal.
Magro, de frente parecia estar de
lado e de lado parecia ter ido embora. Olhos grandes por trás de óculos
arcaicos. Tudo isso quebrado por um
sorriso contagiante:
- Oi, mineirinho! - chamou-me
carinhosamente. Que bom ter você
aqui conosco!
Sua recepção era diferenciada,
transpirava sinceridade em ouvir
nossas experiências no campo e em
repartir seus conhecimentos para fazermos cada vez melhor. Nos vários
encontros que tivemos sucessivamente, constatei cada vez mais sua
paixão por educar gente e multiplicar conhecimentos.
parecia galho de árvore solto na enchente, pois se enroscava em todos
os setores. Chamava os colegas pelo
nome, brincava, ouvia, dava palpites, colocava-se à disposição. Era
nítido como as pessoas se sentiam
bem em sua presença e buscavam
por ele. Nunca escutei uma alma se
queixar dele. Pelo contrário, eram
uníssonas as demonstrações de
admiração e carinho pelo conhecimento dessa criatura.
Educadores não são produzidos
em massa, eles nascem assim, como
Rodrigo. São pessoas que souberam
aprender com a vida e com as letras
e carregam com naturalidade o desejo de repartir com os outros. Infelizmente, tenho encontrado colegas
que mais parecem administradores
de contratos de consultorias que verdadeiros arquitetos de um programa
educacional perene e em consonância com as estratégias da empresa.
Rodrigo sabia fazer isso com maestria. Tinha autoridade para falar
com a área comercial, seus principais
clientes internos, pois tirou muitos
pedidos e conhecia o negócio. Demonstrava sustentabilidade teórica,
adquirida com muita leitura e trocas
acadêmicas. Conquistara credibilidade, pois expressava convicção e endossava seu discurso com atitudes.
Era querido, pois dominava como
poucos a arte de se relacionar.
Cursos e palestras são apenas
alguns instrumentos de repasse de
dados e informações. Pena que ainda são interpretados como um fim
em si mesmo. O verdadeiro conhecimento se transmite por atitudes
que contaminam e despertam um
grupo de pessoas a reinventar velhos hábitos. E isso só se consegue
com profissionais apaixonados por
gente, que leem livros e vivenciam
diferentes situações.
Estudo e experiência - eis o antídoto para os espetáculos caros e vazios
e que concedem a anônimos como
Rodrigo o dom da análise e o poder
da síntese. B
Com forte sotaque paranaense, jurava ter nascido do outro lado do rio,
no interior de SP. Sua primeira escola
foi a vida: criado com simplicidade,
perdeu o pai ainda “piá”, como costumava dizer. Isso não lhe tirou, no
entanto, o apego a valores essenciais
como família, honestidade, amizade,
vínculos afetivos. Casou errado na
primeira vez, acertou na segunda. Já
está experimentando as primeiras lições de ser avô!
Foi para a lida logo cedo, encostou
a barriga em muito balcão pra fazer
suas vendas. Amante dos livros, aprendia na poeira das ruas e no banco da
faculdade, num esforço que lhe rendeu um mestrado pouco depois dos 30
anos. Tornou-se excelente professor e
eterno aprendiz. Fala dos autores com
intimidade e da prática na capacitação
de pessoas com entusiasmo.
Fui transferido para a matriz e
trabalhei lado a lado com esse mito.
Andar com ele
pelas dependênNege Calil
cias da empresa é consultor e especialista em gestão de pessoas
era uma tortura - [email protected]
97 ∞ Mercado Novembro 2010
MGeral
O empresário das telecomunicações, Rogério Nery
de Siqueira Silva, Ceo do Grupo Integração, assumiu
no dia 16 de novembro a presidência da Associação
Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), cargo
que ocupará pelo período 2010/2012. Nery entrou no
lugar até então ocupado pela empresária Rosalina Vilela, que ficou na presidência da associação por dois
mandatos, de 2006 a 2010. A cerimônia de transferência de cargo contou com a presença de importantes
autoridades, entre as quais, o governador eleito de
Minas Gerais, Antônio Anastasia; o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão; o ex-governador de Minas, Rondon Pacheco; e o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso.
Foto: Divulgação
Nery assume presidência
da Aciub
O CEO do Grupo Integração,
Rogério Nery, novo presidente
da Aciub
Foto: Divulgação
Uberlândia ganha mais uma ONG
focada na sustentabilidade
O presidente da Uberlândia
Refrescos, Alexandre Biagi, em
seu pronunciamento durante o
lançamento do Instituto Alexa
Instituto Alexa. Esse é o nome da nova Organização Não Governamental (ONG) lançada este mês
em Uberlândia. O evento aconteceu no Terraço do
Mercado Novembro 2010 ∞ 98
POR Evaldo Pighini
Hotel Presidente e reuniu cerca de 70 convidados,
entre empresários, imprensa, pessoas da sociedade que se dedicam a causas sociais e ainda representantes da Uberlândia Refrescos, empresa à qual
o instituto está ligado por iniciativa do seu presidente Alexandre Lacerda Biagi. Conforme anunciado, os projetos sustentáveis até então desenvolvidos pela empresa serão base para os trabalhos da
ONG, que ainda não tem sua estrutura física pronta,
mas cujas ações devem começar já, a partir do seu
lançamento.
Para Biagi, a criação do Instituto Alexa é “um sonho de criança que se concretiza”, amparado nos
seus valores humanitários desenvolvidos graças
aos ensinamentos do seu pai, Maurílio Biagi.
Durante a apresentação da nova ONG, a gerente de Talentos Humanos da Uberlândia Refrescos,
Wanderléia Silva, apresentou ao público visão, missão, valores, marca e os principais objetivos do
instituto que deverá atuar sobre quatro áreas: educação, cultura, saúde e meio ambiente. Embora os
programas ainda não estejam definidos, foi anunciada a criação de um museu com peças e obras da
coleção pessoal de Alexandre Biagi.
Empresa mineira é finalista no Prêmio IEL
de Estágio
POR Karen Cardoso (Serifa)
Uberlândia coloca pela primeira vez uma indústria
mineira na final da premiação
Pela primeira vez, uma empresa de Minas
está na grande final do Prêmio IEL de Estágio.
O programa da Uberlândia Refrescos, uma das
vencedoras da premiação regional realizada pelo
Instituto Euvaldo Lodi (IEL) de Minas Gerais no
mês de agosto, concorrerá na categoria grande
empresa junto com a Tupy S.A., de Santa Catarina, e a Brose do Brasil Ltda., do Paraná. O prêmio
é realizado anualmente, desde 2007, pelo Núcleo
Central da instituição.
Para chegar até a final, os programas de estágio são avaliados por uma equipe técnica do IEL,
em seus respectivos estados. Essa primeira análise
serve para eleger as melhores práticas regionais.
Depois disso os programas vencedores de diversas
regiões do país são encaminhados para que uma comissão julgadora, formada por membros da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Sesi, Senai e
de instituições parceiras, selecione nove deles para
a final da premiação nacional. As empresas concorrem em três categorias - micro/pequena, média e
grande empresa - cada uma com três concorrentes.
A mesma comissão que elege os finalistas decide a
ordem de classificação dos trios.
As instituições de ensino que têm estagiários
inseridos nas empresas que concorrem à premiação nacional serão homenageadas com um troféu e
certificação do IEL. O mesmo acontecerá com todas
as empresas participantes. Além disso, um estagiário de cada indústria que concorre ao prêmio irá
receber um computador portátil. “A premiação visa
a valorizar a prática do estágio de qualidade, independentemente da classificação final do concurso”,
ressalta o assistente técnico do IEL, Daniel Siqueira.
O resultado do Prêmio IEL Melhores Práticas
de Estágio 2010 será anunciado em solenidade no
próximo dia 25 de novembro, no auditório da sede
da CNI, em Brasília.
Reis Advogados está com
escritório novo em Uberlândia
pelos direitos bancário e empresarial e oferecendo
soluções em negócios”, afirma.
Moderna e confortável, a nova sede do Reis Advogados em Uberlândia tem 800 m² de área construída
e fica na Avenida Nicomedes Alves dos Santos, 1.762,
onde, inicialmente, está previsto o emprego direto de
20 pessoas.
Foto: Divulgação
A cidade de Uberlândia passa a contar com mais
um grande e renomado escritório de advocacia, o Reis
Advogados, que tem em sua lista de clientes nomes
importantes, como: Grupo Cargill, Mosaic Fertilizantes
do Brasil, Grupo Bunge, Manah, Fertilizantes Heringer,
Seara Alimentos, Du Pont, Banco Rabobank, Banco
Cr2, Transcontinental, entre outros. “Uberlândia é a
primeira cidade do interior mineiro em população, desenvolvimento e progresso. Temos um orgulho imenso de já fazer parte deste desenvolvimento”, informa
o responsável pela empresa, o advogado Marcus Reis.
Há mais de 40 anos no mercado, o Reis Advogados teve início na capital paulista, uma iniciativa do
Dr. Morival Reis. Agora, Marcus Reis dá continuidade e
aprimora a obra do pai. “Não somos apenas um simples escritório de advocacia. Nossas atuações contemplam desde as áreas do agronegócio, passando
99 ∞ Mercado Novembro 2010
Foto: Divulgação
MGeral
Imagem em perspectiva do Rio Quente Grand Vacation Hotel & Resort,
que deve ficar pronto em julho de 2011
Rio Quente anuncia hotel
exclusivo para clube de férias
POR Renata Nogueira (Scritta)
Com 196 apartamentos, empreendimento do Grupo será
entregue ainda em 2011
Em mais uma etapa do projeto de expansão até
2013, o Grupo Rio Quente anuncia seu mais novo e exclusivo empreendimento. O
Rio Quente Grand Vacation
Hotel & Resort, que será o
primeiro hotel premium do
país totalmente destinado
aos clientes de vacation
ownership - clube de férias
por tempo compartilhado.
A pedra fundamental já
foi lançada e a conclusão
das obras está prevista
para julho de 2011. Serão
cinco edificações distintas, sendo três blocos para
hospedagem, um para
recepção e um para res-
taurante, além de área de lazer exclusiva, lounges e
praças temáticas ao ar livre.
A decoração elaborada para o Grand Vacation
convida a uma experiência sensorial que começa
no paisagismo e percorre cada um dos ambientes.
“O tema adotado explora os cinco elementos da
natureza e os nossos cinco sentidos. O resultado
dessa mistura fina poderá ser conferido logo na entrada do lobby, onde um imenso teto verde sobre o
espelho d´água dará as boas-vindas aos hóspedes”,
declara o diretor executivo de experiência, Francisco Costa Neto.
O hotel agrega 196 apartamentos em uma área
construída de 22.750 m², divididos em oito tipos - 83
Studio A; 21 Studio B; 62 Suítes A, 21 Suítes B; uma
Suíte C; duas Suítes D e duas Suítes Master, além de
quatro apartamentos adaptados a portadores de necessidades especiais.
Francisco Costa Neto, diretor executivo de experiência
do Grupo Rio Quente Resorts
Mercado Novembro 2010 ∞ 100
MGeral
Vende-se ar limpo
Controle microbiológico de ambientes vira negócio de sucesso
Ninguém podia imaginar, mas o controle microbiológico dos ambientes fechados virou negócio. Respire
fundo! A bola da vez no mercado é vender ar limpo.
Diferente do que muita gente poderia imaginar, não
há vendedores batendo de porta em porta com potes de ar à venda. O que acontece é uma sanitização
de ambientes fechados capaz de eliminar microorganismos nocivos à saúde. Quem vem transformando
o controle microbiológico em negócio é a SuperSAN,
que surge no mercado como o única empresa a oferecer serviços de desinfecção do ar e superfícies com
o sistema de operação em franquias.
Ainda jovem no mercado, a empresa faturou cerca
de um milhão e meio no ano passado. Para 2010, depois
de investir pesado no sistema de franquias, a expectativa é quintuplicar o volume de atendimentos, abrir 47
unidades franqueadas e bater a meta de R$ 4,8 milhões.
Se não bastassem a segurança e a experiência de
operação com o sistema de franquias, a rede SuperSAN ainda é o único negócio especializado no controle microbiológico de ambientes fechados. Trata-se de
uma nebulização a frio que deixa casas, apartamentos, empresas, escolas, hotéis e escritórios livres de
ácaros, fungos e bactérias por até seis meses.
Otimista pela exclusividade de serviços dentro do
segmento de sanitização, a SuperSAN - filha caçula
do Grupo SuperBAC Proteção Ambiental S.A, multinacional brasileira que possui a última geração em so-
expediente
Diretor
Eduardo J. L. Nascimento
[email protected]
Conselho Gestor
Eduardo J. L. Nascimento, Evaldo Pighini,
Fernando Martini
Conselho Editorial
Paulo Sérgio Ferreira, Janaina Depiné, Analu
Guimarães, Dr. Joemilson Donizetti Lopes,
Marconi Silva Santos, Pedro Lacerda, Marcelo
Prado, Dalira Lúcia C. Maradei Carneiro
Editor Chefe e Jornalista Responsável
Evaldo Pighini - MG 06320 JP
[email protected]
Mercado Novembro 2010 ∞ 102
luções na área de biotecnologia - surge para atender
uma das tendências mais lucrativas do mercado: a
qualidade de vida.
Especialistas em economia afirmam que a indústria da saúde e do bem-estar deve movimentar cerca
de US$ 1 trilhão este ano. Prova disso é o gasto médio
dos brasileiros com qualidade de vida. A expansão
no setor já atinge a marca de R$ 3 bilhões por ano.
Para atender essa demanda, a SuperSAN associou-se
a Francap para lançar uma estrutura centralizada de
franchising. Em funcionamento desde 2009, a rede de
atendimentos estruturada e distribuída nacionalmente já conta com 14 operações franqueadas.
Reportagens Evaldo Pighini, Isabella Peixoto, Margareth Castro, Fabiana Barcelos, Laura Pimenta,
Rosiane Magalhães, Talita Nakamuta, Alitéia Milagre, Renata Tavares, Núbia Mota Programa de
Aprimoramento Profissional Natália Nascimento Revisão Lúcia Amaral Foto capa Mauro Marques
Fotografia Mauro Marques (exceto as creditadas) Colaboradora Márcia Amaral Diretor Comercial
Fernando Martini - [email protected] Departamento de Vendas Maurício Ribeiro
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