Remoção de frutos e sementes por roedores e marsupiais
Transcrição
Remoção de frutos e sementes por roedores e marsupiais
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA LABORATÓRIO DE ECOLOGIA TERRESTRE REMOÇÃO DE FRUTOS E SEMENTES POR ROEDORES E MARSUPIAIS NA MATA ATLÂNTICA DA PARAÍBA Águeda Lourenço Vieira da Silva Orientador: Prof. Dr. Alexandre Ramlo Torre Palma João Pessoa, 2013 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA LABORATÓRIO DE ECOLOGIA TERRESTRE REMOÇÃO DE FRUTOS E SEMENTES POR ROEDORES E MARSUPIAIS NA MATA ATLÂNTICA DA PARAÍBA Águeda Lourenço Vieira da Silva Orientador: Prof. Dr. Alexandre Ramlo Torre Palma Trabalho - Monografia apresentado ao Curso de Ciências Biológicas (Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso), como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. João Pessoa, 2013 3 Catalogação na publicação Universidade Federal da Paraíba Biblioteca Setorial do CCEN S587r Silva, Águeda Lourenço Vieira da. Remoção de frutos e sementes por roedores e marsupiais na Mata Atlântica da Paraíba / Águeda Lourenço Vieira da Silva. – João Pessoa, 2013. 75p. : il. – Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas) Universidade Federal da Paraíba. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Ramlo Torre Palma. 1. Frutos - Remoção. 2. Sementes - Dispersão. 3. Interações fruto-animal. 4. Botânica. I. Título. UFPB/BS-CCEN CDU 581.47(043.2) 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA LABORATÓRIO DE ECOLOGIA TERRESTRE Águeda Lourenço Vieira da Silva REMOÇÃO DE FRUTOS E SEMENTES POR ROEDORES E MARSUPIAIS NA MATA ATLÂNTICA DA PARAÍBA Trabalho - Monografia apresentado ao Curso de Ciências Biológicas (Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso), como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. Data: _____________________________ Resultado: _________________________ BANCA EXAMINADORA: ______________________________________________________________________ Dr. Alexandre Ramlo Torre Palma (orientador) ______________________________________________________________________ Dra. Denise Dias da Cruz (avaliadora) ______________________________________________________________________ Dr. Bráulio Almeida Santos (avaliador) ______________________________________________________________________ Dr. Alan Loures Ribeiro (suplente) 5 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por permitir essa grande conquista. Agradeço aos meus pais, Heleno e Rizonete, que me ensinaram desde sempre a ser humilde, honesta e perseverante independente da situação. Devo a vocês tudo que sou. Agradeço ao meu irmão Helder, pelo qual tenho um grande carinho, por me fazer rir e acreditar num futuro de mudanças e realizações. A minha irmã querida, Aline, que talvez por seguir os meus passos, também encontrou o caminho do universo acadêmico e da Biologia, o que nos uniu ainda mais. Afinal, a Biologia e a Universidade nos renderam muitas conversas e gargalhadas antes de dormir. Aos demais familiares e parentes que acreditaram no caminho que escolhi e que me incentivaram a seguir em frente. Ao meu namorado, agora noivo, e já daqui alguns dias marido, Bruno. Obrigada por entender os dias longes em decorrência das idas ao campo, ou o meu desespero no fim dos semestres e na véspera da entrega de relatórios e tantos outros trabalhos de disciplinas. Obrigada por sempre me ouvir e ter acreditado em mim mesmo quando eu não acreditava, me fazendo ter sempre foco no meu curso. Quero agradecer aos meus professores do ensino fundamental e médio, que mesmo em condições não tão favoráveis no ensino público, decidiram seguir a profissão mais primordial de um país: a de professor. Graças a vocês pude chegar até aqui. Levo comigo a garra e amor à profissão que me mostraram em sala de aula. Ao Dr. Alexandre Palma, agradeço por ter sido mais que um professor e pesquisador, um orientador com quem sempre pude contar. Que me mostrou o caminho da Ecologia e da Ciência de uma forma ética, acima de tudo, e esteve presente do campo à elaboração e correção da minha pesquisa. Muito obrigada por tirar minhas dúvidas sobre teorias e, pra mim, complicadas análises estatísticas, e também por me apresentar os pequenos mamíferos, pelos quais me apaixonei. Obrigada por incitar em mim o questionamento sobre a dinâmica da natureza, que agora me é quase instintivo. Clarice V. de Souza, companheira de campo, laboratório e sala de aula. Obrigada pelos momentos de descontração, pela imensa ajuda na minha pesquisa (em todas as fases) e pela amizade formada entre nós. Agradeço também a Altielys C. 6 Magnago por ter sido um ótimo companheiro de laboratório e de campo. Sem vocês dois o resultado final desse trabalho não teria sido tão bom! Meus agradecimentos ao botânico Pedro Gadelha pelas identificações das espécies vegetais, e por se mostrar sempre disponível para me auxiliar nessa etapa. Agradeço a todos os membros da Reserva Biológica Guaribas pelo auxílio no campo, fornecendo infra-estrutura e ideias para este trabalho. Em especial as pessoas Jorge L. do Nascimento (Julião) e Getúlio. Meus colegas e amigos de turma Jean, Layla, Laura, Ingrid, Jessica Túlio, Alexandre, Ana Carolina, Êmille, dos quais estive ora mais próxima de uns ou de outros. Obrigada pelas brincadeiras e discussões sobre temas aparentemente sem sentido nas horas vagas e pelo companheirismo na hora em que a coisa apertava. Agradeço à professora Eliete de Lima Paula Zárate, que me auxiliou durante todos os períodos se mostrando sempre disposta a ajudar os alunos, e aos demais membros da Coordenação do Curso de Ciências Biológicas. Agradeço por fim à Pró Reitora de Pós Graduação e Pesquisa (PRPG) e ao CNPq pela bolsa de Iniciação Científica. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................. 8 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 17 ARTIGO ......................................................................................................................... 22 RESUMO .................................................................................................................... 22 ABSTRACT................................................................................................................ 23 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 24 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 26 RESULTADOS .......................................................................................................... 29 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 32 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 34 REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 40 APÊNDICE .................................................................................................................... 56 ANEXO .......................................................................................................................... 67 8 INTRODUÇÃO GERAL A dispersão de sementes e a polinização são dois processos mutualísticos entre animais e plantas. A recompensa para o animal geralmente é em forma de recurso alimentar, disponível principalmente nos frutos e nas flores, e a planta se beneficia da mobilidade que o animal pode lhe oferecer (Berenbaum, 2001). A dispersão de frutos e sementes pode ocorrer através de diferentes agentes como o vento, a água, a gravidade e os animais. Em florestas tropicais em geral, cerca de 75% ou mais das espécies arbóreas apresentam frutos carnosos que são dispersos por aves e mamíferos (Howe & Smallwood, 1982). A remoção de sementes, bem como a dispersão de sementes são apenas alguns dos vários processos do ciclo de dispersão de sementes, o qual termina com o recrutamento de plantas adultas e influencia a disponibilidade de frutos na próxima geração daquela espécie (Wang & Smith, 2002). Na figura A, retirada de Wang & Smith (2002), podemos observar o ciclo completo de dispersão de sementes e o processo de remoção de sementes, que está destacado em amarelo, o qual foi o foco do presente trabalho. Figura A: Ciclo de dispersão de sementes e os processos que o compõem (Wang & Smith, 2002). Observando a figura podemos notar que a remoção de frutos por animais frugívoros está ligada diretamente à disponibilidade de frutos no ambiente. Assim, os 9 padrões fenológicos das espécies vegetais de um local podem determinar a dinâmica das interações frugívoros-plantas (Silva, 2003). A variação na disponibilidade de frutos, decorrente muitas vezes da sazonalidade, pode ser encarada de diversas formas pelos frugívoros. Estes podem responder alternando os frutos que compõem sua dieta, aumentando a proporção ou incluindo outros itens alimentares, ou ainda deslocando-se para outras áreas com maior disponibilidade de recursos (Santori et al, 2012; Silva, 2003). A dispersão de sementes, processo seguinte à remoção de sementes, corresponde ao movimento de sementes para longe da planta-mãe, bem como sua deposição de forma desproporcional em locais favoráveis (Wang & Smith, 2002). A efetividade da dispersão animal vai depender, pois, dentre outros fatores, se o diásporo é levado para longe da planta-mãe, se o animal ao consumir o fruto não danifica suas sementes e se essas chegam a locais favoráveis para sua germinação (Cáceres e Lessa, 2012). O animal, pois, que consome sementes e inviabiliza a sua germinação é considerado um predador de sementes (Howe & Smallwood, 1982). Na Lista Anotada de Mamíferos do Brasil (Paglia et al, 2012), são listadas 701 espécies de mamíferos com ocorrência no Brasil. Dessas espécies, 55 pertencem à Ordem Didelphimorphia (marsupiais), representando 7,9% do total de mamíferos, e 234 são da Ordem Rodentia (roedores), o grupo com o maior número de espécies (34,7%), o que já era esperado tendo em vista que são os mamíferos mais abundantes das florestas neotropicais (Vieira et al, 2003). Em relação aos biomas brasileiros, a maioria dos marsupiais ocorre na Amazônia (27), Cerrado (26) e Mata Atlântica (22) e os roedores apresentam uma maior riqueza de espécies na Mata Atlântica (98), Amazônia (93) e Cerrado (78), (Paglia et al, 2012). São listadas para os Estados da Paraíba e Pernambuco 34 espécies de marsupiais e roedores por Oliveira e Langguth (2004). A partir de espécimes em conservação em museus foram registradas dez espécies de Didelphidae, dezesseis de Muridae, quatro de Echimyidae, três de Caviidae e uma espécie de Sciuridae para essa região. Destas espécies as com ocorrência em Mata Atlântica são: Família Didelphidae: Caluromys philander, Micoureus demerarae, Marmosa murina, Thylamys velutinus, Gracilinanus agilis, Didelphis albiventris, Monodelphis americana, Monodelphis domestica, Didelphis aurita e Metachirus nudicaudatus, estes dois últimos não ocorrendo na 10 Paraíba; Família Muridae (Subfamília Sigmodontinae): Akodon aff. cursor, Necromys lasiurus, Holochilus sciureus, Nectomys rattus, Oryzomys oniscus, Oryzomys subflavus, Calomys expulsus, Oxymycterus angularis, Nectomys squamipes e Oecomys bahiensis, os três últimos não registrados para a Paraíba; Família Echimyidae: Phyllomys blainvilii, Phyllomys lamarum, Phyllomys pattoni e Thrichomys laurentius; Família Sciuridae: Sciurus alphonsei e Família Caviidae: Galea spixii e Cavia aperea, esta última não ocorrendo na Paraíba. A Floresta Atlântica é a segunda maior floresta tropical úmida da América do Sul, ficando atrás apenas da Floresta Amazônica (Oliveira-Filho & Fontes 2000). No bioma Mata Atlântica são reconhecidas as seguintes formações florestais nativas: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucárias), Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual (IBGE 2008). O histórico de ocupação da costa do Brasil causou uma devastação bastante acentuada da Mata Atlântica, tendo em vista que foi nessa região que os europeus e escravos africanos chegaram para se estabelecer (Oliveira-Filho & Fontes 2000). Apesar disso a Mata Atlântica ainda abriga uma diversidade biológica alta, com níveis elevados de endemismo, sendo considerada um dos hotspots (MMA 2002). Oliveira-Filho & Fontes (2000) estudaram a flora de plantas arbóreas da floresta Atlântica do sudeste do Brasil. Em 77 fragmentos de mata semi-decídua eles listaram 1533 espécies, sendo as 5 famílias botânicas mais diversas Myrtaceae (187), Fabaceae (100), Rubiaceae (84), Lauraceae (76) e Melastomataceae (67). Já em outros 48 fragmentos de floresta ombrófila foram listadas 2012 espécies de árvores, onde Myrtaceae (308), Melastomataceae (117), Rubiaceae (116), Fabaceae (111) e Lauraceae (106) apresentaram os valores mais altos de diversidade. Em remanescente urbano de Mata Atlântica, conhecido como Mata do Buraquinho (João Pessoa – PB), onde está localizado o Jardim Botânico Benjamim Maranhão, Barbosa (1996) realizando estudo florístico e fitossociológico encontrou 64 famílias e 236 espécies de dicotiledôneas. A maioria das espécies era de hábito arbóreo (100) e herbáceo (98), representando juntas mais de 80% do total, e as famílias com maior número de gêneros foram Rubiaceae (15), Asteraceae (13), Fabaceae (12), Euphorbiaceae (8) e Caesalpiniaceae (6) (estando atualmente Fabaceae e 11 Caesalpiniaceae reunidas na família Leguminosae). Os gêneros com maior riqueza de espécies foram Solanum (9) e Psychotria (5), seguidos de Tabebuia, Ocotea, Inga, Chamaecrista, Senna, Miconia, Myrcia e Pouteria, com 4 espécies cada. Para a Mata da microbacia do Rio Timbó, localizada ao lado do Campus I da UFPB, Amazonas e Barbosa (2011) identificaram 57 famílias de angiospermas distribuídas em 110 gêneros, totalizando 129 espécies. A família mais rica foi Fabaceae, com 14 espécies (12% do total), seguida de Euphorbiaceae e Rubiaceae, cada uma com oito espécies (6,5%), Myrtaceae com sete espécies (5%) e Malvaceae, com seis espécies (5%). O hábito mais comum foi o arbóreo, com 58 espécies desse tipo (44%). Outras 27 espécies eram trepadeiras (21%) e 24 espécies eram arbustivas (19%). Os outros tipos de hábito ocorreram em proporções menores, sendo o grupo das epífitas incomum na área. Para a Reserva Biológica Guaribas foi publicada em 2011 por Barbosa e colaboradores, uma lista das espécies de plantas vasculares que ocorrem em suas três áreas, com um total de 629 espécies. As famílias mais diversas estão no grupo das angiospermas: Leguminosae (78 espécies), Poaceae (56), Cyperaceae (44), Rubiaceae (31), Asteraceae (21), Malvaceae (20), Melastomataceae (18) e Myrtaceae (15). Como a REBIO Guaribas é composta por um mosaico de floresta semi-decídua e tabuleiros (savanas) alguns gêneros são especializados em um desses dois tipos de cobertura vegetal, como, por exemplo, os gêneros das famílias Cyperaceae e Poaceae, que são mais diversos em áreas abertas, enquanto que os gêneros Psychotria e Miconia estão mais restritos às áreas de mata (Barbosa et al, 2011). De acordo com van der Pijl (1982) as espécies de plantas que compõem a síndrome de dispersão por morcegos, a quiropterocoria, geralmente apresentam frutos com as seguintes características: coloração discreta; odor parecido com o de substâncias em fermentação; tamanho grande, possibilitando sementes maiores, além de comumente estarem expostos por fora da folhagem ficando facilmente acessíveis durante o voo por exemplo. Algumas das famílias botânicas mais relacionadas com os morcegos são Palmae, Moraceae, Chrysobalanaceae, Annonaceae, Sapotaceae e Anacardiaceae, assim como algumas espécies de Leguminosae que apresentam caulicarpia, que é a exposição dos frutos no caule da planta-mãe (van der Pijl, 1982). 12 Por destruir os diásporos para consumo, geralmente os roedores são considerados nocivos à dispersão de sementes de alguns frutos, porém algumas espécies podem, ao carregar os diásporos para outro local, deixar alguns caírem durante o transporte (var der Pijl, 1982). Outro comportamento que pode atuar na dispersão de sementes é o “entesouramento”, ato em que o animal acumula e/ou enterra sementes em um dado local. Nyiramana e colaboradores (2011) em estudo realizado em um remanescente de floresta tropical da África relata este comportamento para a espécie de roedor Cricetomys kivuensis. O animal que realiza esse tipo de comportamento pode esquecerse de alguns dos locais em que depositou os frutos. Estes por sua vez podem ao longo do tempo ser removidos por outros animais ou incorporados ao banco de sementes. As síndromes de dispersão são compostas por conjuntos de características da planta que promovem o deslocamento do diásporo para longe da planta-mãe (van der Pijl, 1982). Os frutos consumidos por marsupiais podem possuir características morfológicas de mais de uma síndrome de dispersão, em especial a quiropterocoria e a ornitocoria, o que sugere que eles utilizem esse recurso de uma forma generalista e oportunista, sem apresentar muitas vezes uma relação clara com uma síndrome específica (Cáceres e Lessa, 2012). Em estudo na Guiana Francesa, Atramentowicz (1988) verificou o consumo de frutos dos marsupiais Caluromys philander, Didelphis marsupialis e Philander opossum, e, entre as 44 espécies de frutos consumidos, características como cor, forma ou tamanho não estiveram relacionadas com a escolha pelos animais, exceto a presença de uma polpa carnosa. Essa aparente ausência de relação entre os marsupiais e as características dos frutos por eles consumidos poderia indicar um consumo de frutos oportunista. Em estudo realizado por Gautier-Hion e colaboradores (1985) que visava, entre outras coisas, avaliar a relação entre as características morfológicas dos frutos e a escolha pelo animal, eles concluíram que pequenos roedores não selecionavam significativamente os frutos de acordo com as características analisadas, mas que poderiam consumir qualquer tipo de fruto, com uma leve tendência para o consumo de frutos pequenos. Contudo, eles verificaram que os esquilos e grandes roedores 13 estudados preferiram frutos com polpa fibrosa e com poucas sementes, sendo que os grandes roedores consumiram frutos maiores e com sementes com proteção dura. Grande parte dos remanescentes de Mata Atlântica são fragmentos menores que 100 hectares, isolados e em estado de sucessão secundária, condições que juntas levaram várias espécies (inclusive endêmicas) ao status de ameaçadas de extinção (Ribeiro et al, 2009). Em recente estudo, Galetti e colaboradores (2013) observaram uma relação entre a fragmentação e a defaunação com a diminuição no tamanho de sementes de uma espécie de palmeira na Mata Atlântica (Euterpe edulis). Comparando fragmentos com diferentes tamanhos eles notaram que nas áreas em que havia uma extinção funcional de grandes aves frugívoras (ausência desses animais ou populações muito baixas) uma rápida evolução das populações de E. edulis reduziu consideravelmente o tamanho médio das sementes. Modelos de coalescência e seleção fenotípica indicaram que essa redução de tamanho ocorreu durante os últimos 100 anos, o que eles associaram com a intensa fragmentação da Mata Atlântica, causada em grande parte pelo cultivo de monoculturas na região. Esse trabalho nos mostra o quão grande e complexo pode ser o impacto da fragmentação tanto para espécies vegetais como animais. Grandes aves frugívoras necessitam de áreas extensas e ao se alimentar de grandes sementes podem dispersá-las por longas distâncias. Fragmentos pequenos não suportando populações funcionais dessas aves, passam a abrigar grupos de aves de menor porte. Dessa forma, por não poderem se alimentar de grandes sementes, essas aves exercem uma pressão seletiva sobre os frutos com sementes menores, podendo influenciar a regeneração natural da área (Galetti et al, 2013). 14 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Os marsupiais didelfídeos do Brasil são potenciais dispersores das espécies vegetais, tendo em vista que muitos deles incluem, em proporções variadas, frutos e sementes em sua dieta (Cáceres e Lessa, 2012). Em Paglia et al (2012) todas as espécies de marsupiais que ocorrem no Brasil, com exceção de Chironectes minimus e Lutreolina crassicaudata (espécies que se locomovem principalmente em meio aquático e tem dieta piscívora), são classificados como insetívoros/onívoros ou frugívoros/onívoros, apontando assim que mesmo as espécies que tem uma dieta baseada em insetos podem utilizar frutos e sementes como recurso alimentar. Em diversos trabalhos sobre a dieta dos marsupiais brasileiros há informações sobre o consumo de frutos das mais variadas famílias botânicas (Arecaceae, Cactaceae, Fabaceae, Melastomataceae, Moraceae, Myrtaceae, Passifloraceae, Piperaceae, Solanaceae, Urticacaceae, entre outras) para diferentes espécies de didelfídeos. Em diferentes biomas algumas espécies de frutos parecem se destacar na dieta desses animais, como no Cerrado que o consumo de frutos das famílias Cactaceae, Melastomataceae, Myrtaceae, Passifloraceae, Rubiaceae, Santalaceae e Solanaceae é bastante alto (Cáceres e Lessa, 2012). As espécies brasileiras com maior índice de utilização de frutos em sua dieta são Caluromys philander e Caluromys lanatus, tendo geralmente em suas fezes elevadas proporções de frutos, chegando a alguns casos, a corresponder a 90% do volume total (Cáceres e Lessa, 2012). O fato de estes animais consumirem frutos de forma generalista reveste-se de importância no que diz respeito à regeneração natural da vegetação, tendo em vista que esse processo natural tem maior relação com frugívoros generalistas de ambientes secundários do que com aqueles mais especialistas quanto à sua dieta (Silva, 2003). A maioria dos roedores neotropicais tem uma dieta onívora ou frugívora/onívora, incluindo frutos e sementes em diferentes proporções, sendo que o papel desse grupo como predadores e dispersores de sementes ainda é limitado, e muitas vezes restrito a alguns taxa (Vieira et al, 2003), tendo como foco principalmente espécies de grande porte (Brewer & Rejmánek, 1999). Analisando o conteúdo gastrointestinal de duas espécies de roedores cricetídeos (Calomys tener e Necromys lasiurus) em uma área natural de Cerrado no sudeste do Brasil, Ramos (2007) verificou a presença de itens de origem animal e vegetal para 15 ambas. Para Calomys tener (n=127) a presença de itens de origem vegetal (principalmente frutos) foi mais frequente que a de origem animal, aparecendo em 91,37% das amostras, podendo indicar uma dieta do tipo herbívora-onívora. As famílias botânicas identificadas foram Melastomataceae e Poaceae, e os artrópodes identificados somaram 11 taxa, onde os mais abundantes foram Hymenoptera e Isoptera. Para a espécie N. lasiurus, todos os indivíduos (n=13) apresentaram itens de origem animal e apenas 4 destes apresentaram itens de origem vegetal, sendo as sementes encontradas principalmente das famílias Melastomataceae e Poaceae (75%). Dentre os itens de origem animal foram identificados 7 taxa diferentes de artrópodes, sendo as formigas e os cupins também os mais abundantes. Alguns itens de origem vegetal ainda que presentes nas amostras de ambas as espécies, não puderam ser identificados taxonomicamente, como fragmentos de folhas, caules, raízes e polpas de frutos. A presença de sementes em bom estado de conservação no estômago e intestino desses animais sugere um potencial dispersor para essas espécies. Camargo e colaboradores (2011) avaliaram a frugivoria e o potencial de dispersão de sementes para a espécie de marsupial Gracilinanus agilis em áreas de Cerrado. Foram encontradas nas fezes dessa espécie sementes principalmente de plantas pioneiras de três famílias: Melastomataceae (Miconia albicans (Sw.) Triana, M. cuspidata Naudin, M. ferruginata DC., M. pepericarpa DC., M. pohliana Cogn. e Ossaea congestiflora (Naudin) Cogn.), Solanaceae (uma espécie não identificada) e Viscaceae (Phoradendron perrottetii (DC.) Eichler), sendo as espécies da primeira família as mais abundantes. Os resultados apontaram uma relevante importância dos frutos dessa família na dieta de G. agilis. Os testes de germinação realizados com as sementes retiradas das fezes e com sementes retiradas diretamente das plantas (grupo controle) mostraram que para a maioria das sementes que passaram pelo trato digestório do animal, a proporção de germinação não diferiu das que não foram ingeridas, com exceção de Ossaea congestiflora que sofreu uma diminuição na taxa de germinação. Ou seja, há um importante potencial de dispersão para a maioria das espécies de frutos consumidas. Nesse estudo foi verificada ainda uma maior presença de sementes nas fezes (e possível maior consumo de frutos) durante a estação seca, que pode estar relacionado com o suprimento do requerimento hídrico dos indivíduos. Foi observada também uma 16 maior presença de sementes nas fezes das fêmeas quando comparadas com os machos, e ainda para fêmeas reprodutivas comparadas com as fêmeas que não estavam reproduzindo. Uma maior ingestão de frutos por estes grupos poderia relacionar-se com a maior demanda energética que as fêmeas apresentam durante a época reprodutiva. A predação e a dispersão de sementes por estes animais podem influenciar a dinâmica das populações, a estrutura da comunidade e a distribuição das espécies vegetais (Vieira et al, 2003; Briani & Guimarães Jr., 2007), sendo assim, fica clara a importância de se investigar qual o efetivo papel destes animais nos processos que regulam a dinâmica e a distribuição das espécies botânicas. 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMAZONAS, N. T. & BARBOSA, M. R. V. 2011. Levantamento florístico das angiospermas em um remanescente de Floresta Atlântica Estacional na microbacia hidrográfica do Rio Timbó, João Pessoa, Paraíba. Revista Nordestina de Biologia, 20(2): 67-78. ATRAMENTOWICZ, M. 1988. La frugivorie opportuniste de trois marsupiaux didelphidés de Guyane. Rev. Ecol. (Terre Vie), v. 43. BARBOSA, M. R. V. 1996. Estudo florístico e fitossociológico da Mata do Buraquinho, remanescente de Mata Atlântica em João Pessoa, PB. Tese de Doutorado, UNICAMP, Campinas, SP. BARBOSA, M. R. V.; THOMAS, W. W.; ZÁRATE, E. L. P.; LIMA, R. B.; AGRA, M. F.; LIMA, I. B.; PESSOA, M. C. R.; LOURENÇO, A. R. L.; DELGADO JÚNIOR, G. C.; PONTES, R. A. S.; CHAGAS, E. C. O.; VIANA, J. L.; GADELHA NETO, P. C.; ARAÚJO, C. M. L. R.; ARAÚJO, A. A. M.; FREITA, G. B.; LIMA, J. R.; SILVA, F. O.; VIEIRA, L. A. F.; PEREIRA, L. A.; COSTA, R. M. T.; DURÉ, R. C. & SÁ, M. G. V. 2011. Checklist of the vascular plants of the Guaribas Biological Reserve, Paraíba, Brazil. Revista Nordestina de Biologia, 20(2): 79-106. BERENBAUM, M. 2001. Plant-Herbivore Interactions. In: Evolutionary Ecology: Concepts and Cases Studies. FOX, C. W.; ROFF, D. A. & FAIRBAIRN, D. J. (eds.). Editora Oxford University Press. BOLLEN, A.; ELSACKER, L. V. & GANZHORN, J. U. 2004. Relations between fruits and dispersers assemblages in a Malagasy littoral forest: a community-level approach. Journal of Tropical Ecology, 20: 599-612. BONVICINO, C. R.; OLIVEIRA, J. A. & D’ANDREA, P. S. 2008. Guia dos roedores do Brasil, com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Centro Pan-Americano de Febre Aftosa – OPAS/OMS, Rio de Janeiro. BREWER, S. W. & REJMÁNEK, M. 1999. Small rodents as siginificant dispersers of tree seeds in a Neotropical forest. Journal of Vegetation Science, 10:165-174. BRIANI, D. C. & GUIMARÃES JR., P. R. 2007. Seed predation and fruit damage of Solanum lycocarpum (Solanaceae) by rodents in the Cerrado of central Brazil. Acta Ecologica, 31: 8-12. 18 CÁCERES, N. C. 2006. O papel de marsupiais na dispersão de sementes. In: Cáceres, N. C., Monteiro-Filho, E. L. A. (org). Os marsupiais do Brasil: Biologia, Ecologia e Evolução. Campo Grande, MS: Editora UFMS, p. 255-269. CÁCERES, N. C. & LESSA, L. G., 2012. O papel de marsupiais na dispersão de sementes. In: Os marsupiais do Brasil: Biologia, Ecologia e Conservação. Cáceres, N. C. (org). Editora UFMS, Campo Grande – MS. CAMARGO, N. F.; CRUZ, R. M. S.; RIBEIRO, J. F. & VIEIRA, E. M. 2011. Frugivoria e potencial dispersão de sementes pelo marsupial Gracilinanus agilis (Didelphidae: Didelphimorphia) em áreas de Cerrado no Brasil central. Acta Botanica Brasilica, 25(3): 646-656. CANTOR, M., FERREIRA, L. A., SILVA, W. R., SETZ, E. Z. F. 2010. Potential seed dispersal by Didelphis albiventris (Marsupialia, Didelphidae) in highly disturbed environment. Biota Neotropical, 10 (2): 45-51. CHARLES-DOMINIQUE, P.; ATRAMENTOWICZ, M.; CHARLES-DOMINIQUE, M., GÉRARD, H.; HLADIK, A.; HLADIK, C. M. & PRÉVOST, M. F. 1981. Les mammiferes frugivores arboricoles nocturnes d’une Foret Guyanaise: Interrelations plantes-animaux. Rev. Ecol. (Terre et Vie), v. 35. CPTEC/INPE, 2012. Balanço hídrico - gráficos/tabela. Proclima: Programa de monitoramento climático em tempo real da região Nordeste. EMMONS, L. H. 1997. Neotropical rainforest mammals: a field guide. The University of Chicago Press, 2ª ed. FLORCHINGER, M.; BRAUN, J.; BOHNING-GAESE, K. & SCHAEFER, H. M. 2010. Fruit size, crop mass, and plant height explain differential fruit choice of primates and birds. Oecologia, 164: 151-161. GALETTI, M.; GUEVARA, R.; CÔRTES, M. C.; FADINI, R.; MATTER, S. V.; LEITE, A. B.; LABECCA, F.; RIBEIRO, T.; CARVALHO, C. S.; COLLEVATTI, R. G.; PIRES, M. M.; GUIMARÃES Jr., P. R.; BRANCALION, P. H.; RIBEIRO, M. C. & JORDANO, P. Functional extinction of birds drives rapid evolutionary changes in seed size. 2013. Science 340:10861090. GAUTIER-HION, A., DUPLANTIER, J. –M., QURIS, R., FEER, F., SOURD, C., DECOUX, J. –P., DUBOST, G., EMMONS, L., ERARD, C., 19 HECKETSWEILER, P., MOUNGAZI, A., ROUSSILHON., C. & THIOLLAY, J. –M. 1985. Fruit characters as a basis of fruit choice and seed dispersal in a tropical forest vertebrate community. Oecologia 65:324-337. HERRERA, C. M. 1989. Frugivory and seed dispersal by carnivorous mammals, and associated fruit characteristics, in undisturbed Mediterranean habitats. Oikos 55: 250-262. HIJMANS, R.J.; CAMERON, S. E.; PARRA, J. L.; JONES, P. G. & JARVIS, A. 2005. Very high resolution interpolated climate surfaces for global land areas. International Journal of Climatology 25: 1965-1978. HOWE, H. F. & SMALLWOOD, J. 1982. Ecology of seed dispersal. Annu. Rev. Ecol. Syst 13: 201-228. IBGE, 1993. Mapa de Vegetação do Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. 2008. Mapa de área de aplicação da Lei nº 11.428 de 2006. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IZHAKI, I. 2002. The Role of Fruit Traits in Determining Fruit Removal in East Mediterraneam Ecosystems. In: LEVEY, D. J.; SILVA, W. R. & GALETTI, M. (Eds.). Seed Dispersal and Frugivory: Ecology, Evolution and Conservation. CABI Publishing. JANSON, C. H. 1983. Adaptation on fruit morphology to dispersal agentes in a Neotropical Forest. Science 219. JANZEN, D. H. 1971. Seed predation by animals. Annual Review of Ecology and Systematics, 2: 465-492. LEÃO, T. C. C.; ALMEIDA, W. R.; DECHOUM, M.S. e ZILLER, S. R. 2011. Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil: Contextualização, Manejo e Políticas Públicas. CEPAN, Instituto Hórus. Recife. LESSA, L. G. & GEISE L. 2010. Hábitos alimentares de marsupiais didelfídeos brasileiros: análise do estado de conhecimento atual. Oecologia Australis, 14(4): 901-910. MARANGON, G. P., CRUZ, A. F., BARBOSA, W. B., LOUREIRO, G. H., HOLANDA, A. C. 2010. Dispersão de sementes de uma comunidade arbórea em 20 um remanescente de Mata Atlântica, Município de Bonito, PE. Revista Verde. 5 (5): 80-87. MMA. 2002. Biodiversidade Brasileira: Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros. Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Brasília. NYIRAMANA, A.; MENDONZA, I.; KAPLIN, B. A. & FORGET, P. 2011. Evidence for seed dispersal by rodents in Tropical Montane Forest in Africa. Biotropica 43(6): 654–657. OLIVEIRA, F. F. & LANGGUTH, A. 2004. Pequenos mamíferos (Didelphimorphia e Rodentia) de Paraíba e Pernambuco, Brasil. Revista Nordestina de Biologia 18(2): 19-86. OLIVEIRA-FILHO, A. T. & FONTES, M. A. L. 2000. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forests in Southeastern Brazil and the influence climate. Biotropica, 32(4b): 793-810. PAGLIA, A. P.; FONSECA, G. A. B.; RYLANDS, A. B.; HERRMANN, G.; AGUIAR, L. M. S.; CHIARELO, A. G.; LEITE, Y. L. R.; COSTA, L. P.; SICILIANO, S.; KIERULFF, M. C. M.; MENDES, S. L.; TAVARES, V. C.; MITTERMEIER, R. A. & PATTON, J. L. 2012. Lista Anotada de Mamíferos do Brasil/ Annotated Checklist of Brazilian Mammals. Occasional Papers in Conservation Biology. Nº 6, Conservation International, Arlington, VA. 2ª ed. PALMA, A. R. T. & GURGEL-GONÇALVES, R. 2007. Morphometric identification of small mammal footprints from ink tracking tunnels in the Brazilian Cerrado. Revista Brasileira de Zoologia 24: 333-343. PIZO, M. A. 2002. The Seed-dispersers and Fruit Syndromes of Myrtaceae in the Brazilian Atlantic Forest. In: LEVEY, D. J.; SILVA, W. R. & GALETTI, M. (Eds.). Seed Dispersal and Frugivory: Ecology, Evolution and Conservation. CABI Publishing. RAMOS, V. N. 2007. Ecologia alimentar de pequenos mamíferos de áreas de Cerrado no sudeste do Brasil. Dissertação de Mestrado em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais. UFU. Uberlândia – MG. 68p. 21 RIBEIRO, M. C.; METZGER, J. P.; MARTENSEN, A. C.; PONZONI, F. J. & HIROTA, M. M. 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation, 143: 1141-1153. RODRIGUES & SILVA, F. B. et al, 2000. Zoneamento Agroecológico do Nordeste: Diagnóstico e Prognóstico. Embrapa Solos e Embrapa Semi-Árido, Recife. SANTORI, R. T.; LESSA, L. G. e ASTÚA, D., 2012. Alimentação, nutrição e adaptações alimentares de marsupiais brasileiros. In: Os marsupiais do Brasil: Biologia, Ecologia e Conservação. Cáceres, N. C. (org). Editora UFMS, Campo Grande – MS. SCHUPP, E. W.; JORDANO, P. & GÓMEZ, J. M. 2010. Seed dispersal efectiveness revisited: a conceptual review. New Phytologist, 188: 333- 353. SILVA, W. R. 2003. A importância das interações planta-animal nos processos de restauração. In: Kageyama, P. Y. et al (org). Restauração ecológica de ecossistemas naturais. Botucatu, São Paulo. Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas Florestais, 1ª ed. TRAVESET, A. & RICHARDSON, D. M. 2006. Biological invasions as disruptors of plant reproductive mutualisms. Trends in Ecology and Evolution, 21(4): 208216. VAN DER PIJL, L. 1982. Principles of dispersal in higher plants. Springer-Verlag, Berlin Heidelberg, New York. 3ª ed. VELHO, N.; ISVARAN, K. & DATTA, A. 2012. Rodent seed predation: effects on seed survival, recruitment, abundance, and dispersion of bird-dispersed tropical trees. Oecologia, 169: 995-1004. VIEIRA, E. M.; PIZO, M. A. & IZAR, P. 2003. Fruit and seed exploitation by small rodents of the Brazilian Atlantic forest. Mammalia, t. 67, n. 4. VIEIRA, E. M. & CAMARGO, N. F. 2012. Uso do espaço vertical por marsupiais brasileiros. In: Os marsupiais do Brasil: Biologia, Ecologia e Conservação. Cáceres, N. C. (org). Editora UFMS, Campo Grande – MS. WANG, B. C. & SMITH, T. B. 2002. Closing the seed dispersal loop. Trends in Ecology & Evolution. v. 17, n. 8. 22 ARTIGO A SER SUBMETIDO À REVISTA CIENTÍFICA JOURNAL OF TROPICAL ECOLOGY Remoção de frutos e sementes por roedores e marsupiais na Mata Atlântica da Paraíba, Brasil _____________________________________________________________________________ Águeda L. V. Silva*, Clarice V. Souza*, Altielys C. Magnago‡, Pedro C. Gadelha Neto†, Rodrigo Gurgel-Gonçalves∫ e Alexandre R. T. Palma*, 1 *Laboratório de Ecologia Terrestre, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, Paraíba, Brasil ‡Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil †Jardim Botânico Benjamim Maranhão, João Pessoa, Paraíba, Brasil ∫Laboratório de Zoologia, Universidade Católica de Brasília, Distrito Federal, Brasil ¹Autor correspondente. E-mail: [email protected] RESUMO As interações animal/fruto envolvendo 65 espécies de plantas e 13 espécies de marsupiais e roedores foram avaliadas em três fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual da Paraíba, no nordeste do Brasil. Frutos foram ofertados dentro de armadilhas de pegadas como parte de experimentos de remoção de frutos e os animais que entraram nas armadilhas foram identificados por suas pegadas. Através de Análises de Discriminantes foram identificadas 83% das pegadas coletadas (n=1088). A frequência das interações fruto/animal foi relacionada com as características morfológicas dos frutos. Quatro espécies de plantas obtiveram mais de 50% de interações, sendo todas arbóreas, com frutos drupáceos ou bagáceos e de mesocarpo suculento. Os marsupiais foram os animais com interações mais frequentes. A frequência de interações animal/fruto foi inversamente proporcional ao tamanho do fragmento. Frutos de espécies exóticas (Syzygium cumini e Elaeis guineensis) foram os mais atrativos, o que pode estar interferindo na dinâmica de dispersão das espécies nativas. A maioria dos frutos consumidos não havia sido registrada previamente em estudos de dieta de marsupiais. Isto sugere que o papel de roedores e marsupiais como potenciais dispersores de sementes é subestimado, podendo auxiliar na regeneração e manutenção das florestas neotropicais. 23 ABSTRACT The animal/fruit interactions encompasing 65 plant species and 13 species of marsupials and rodents were evaluated in three fragments of semi-deciduous Forest in Paraíba State, northeastern Brazil. Fruits were set in track-traps for fruit-removal experiments and the animals that entered in the traps where identified by their tracks. 83% of the tracks (n = 1088) were identified using Discriminant Analysis. The observed fruit/animal frequency was related to fruit morphological characteristics. Fruits of four plant species showed interaction frequency higher than 50%. All those species were trees whose fruits were drupes and “bagas” with succulent mesocarps. Marsupials were the most frequent interacting animals. The frequency of animal/fruit interactions were inversely proportional to the fragment area. Fruits of alien species were the most atractive ones (Syzygium cumini e Elaeis guineensis). This may be disrupting the dispersal dynamics of native species. Also most observed interacting fruits had never been registered in studies about marsupial diets, suggesting that rodents and marsupials may play an overlooked role in seed dispersal and hence in maintenance and recovery of Neotropical forests. 24 INTRODUÇÃO A frugivoria e a dispersão de sementes têm sido temas recorrentes no estudo das interações do tipo animal-planta (Atramentowicz 1988, Bollen et al. 2004, CharlesDominique 1981, Schupp et al. 2010), produzindo cada vez mais informações sobre o papel dos frugívoros na remoção, predação e dispersão de frutos e sementes (Herrera 1989, Brewer & Rejmánek 1999). Esses processos compõem uma parte do ciclo da dispersão, o qual termina com o recrutamento de plantas adultas e influencia a disponibilidade de frutos na próxima geração (Wang & Smith 2002). Características morfológicas de frutos e sementes como coloração, tamanho e tipo de polpa e proteção da semente vêm sendo estudados a fim de esclarecer a sua influência sobre a escolha do animal (Florchinger et al. 2010, Gautier-Hion et al. 1985, Izhaki 2002, Janson 1983). A composição química do fruto (quantidade de carboidratos, lipídios e água principalmente) também é foco de pesquisas que avaliam o valor da recompensa nutricional para os consumidores (Izhaki 2002, Pizo 2002). Primatas, aves e morcegos são grupos reconhecidamente importantes no ciclo da dispersão, para os quais vários autores já descreveram síndromes (Gautier-Hion et al. 1985, van der Pijl, 1982), que, segundo van der Pijl (1982) é o conjunto de características que a planta desenvolveu através do processo evolutivo para promover a dispersão dos seus diásporos. Por muitas vezes inviabilizar a germinação das sementes que consomem, os roedores são tidos como predadores de sementes (Briani & Guimarães Jr, 2007; Velho et al, 2012; Vieira et al, 2003), embora para algumas espécies trabalhos apontem o seu papel como potenciais dispersores (Brewer & Rejmánek, 1999; Nyiramana et al, 2011; Ramos, 2007). Os marsupiais aparentemente parecem não ter uma síndrome de dispersão, o que sugere que eles utilizem esse recurso de uma forma generalista e oportunista (Cáceres e Lessa, 2012). Atramentowicz (1988) verificou que alguns marsupiais selecionaram os frutos carnosos. Para pequenos roedores Gautier-Hion et al. (1985) concluíram que não havia uma seleção do tipo de fruto. Esquilos e grandes roedores tiveram preferência por frutos fibrosos e com poucas sementes. Em florestas tropicais cerca de 75% ou mais das espécies arbóreas apresentam frutos carnosos que são dispersos por aves e mamíferos (Howe & Smallwood, 1982). Geralmente animais frugívoros atraídos tanto por estímulos visuais como olfativos 25 consumem frutos do tipo baga ou drupa, suculentas ou carnosas, ou ainda cápsulas deiscentes que ao abrirem expõem suas sementes envoltas por arilos (Silva 2003). Na região Neotropical uma grande parcela dos pequenos mamíferos é composta por roedores e marsupiais didelfídeos (Cáceres e Lessa, 2012), que em sua maioria tem uma dieta frugívora-granívora, frugívora-onívora ou insetívora-onívora (Cáceres e Lessa, 2012; Paglia et al, 2012). O consumo de frutos e sementes, mesmo que em proporções variadas, indica um forte potencial dispersor para os pequenos mamíferos, embora informações sobre hábitos alimentares de alguns gêneros sejam escassas e em alguns casos resultante de comparações com espécies filogeneticamente próximas (Lessa e Geise 2010). A Mata Atlântica do Brasil hoje se resume a fragmentos em sua maioria menores que 100 hectares, isolados e em estado de sucessão secundária. Essas condições levaram várias espécies à condição de ameaçadas de extinção (Ribeiro et al, 2009). Fragmentação e defaunação se mostraram relacionadas com a diminuição no tamanho de sementes da palmeira Euterpe edulis na Mata Atlântica brasileira (Galetti et al. 2013). Em fragmentos de diferentes tamanhos, aqueles em que as grandes aves frugívoras estavam ausentes ou com populações muito baixas, o tamanho médio das sementes de E. edulis reduziu de forma considerável, sugerindo que os frugívoros de menor porte que ainda conseguem se estabelecer passam a exercer uma pressão seletiva sobre frutos com sementes menores. O estudo aponta ainda que as sementes de tamanho menor são mais vulneráveis em condições de clima seco, e ao germinar resultam em plântulas menores que por consequência, reduzem o fitness da população. O estudo objetivou: 1. Caracterizar morfologicamente os frutos mais consumidos pelos pequenos mamíferos; 2. Identificar interações de consumo de frutos e/ou sementes por roedores e marsupiais; 3. Comparar a intensidade de remoção de frutos entre hábitats de mata semidecídua e tabuleiro; 4. Avaliar o impacto do tamanho do fragmento sobre a diversidade de dispersores de sementes e sobre a intensidade da remoção de frutos e sementes na Mata Atlântica da Paraíba. 26 MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo O estudo foi realizado em transectos distribuídos por três fragmentos de Mata Atlântica do Estado da Paraíba: Jardim Botânico Benjamim Maranhão (07° 08’ 18”S e 34° 50’ 35”O), localizado em João Pessoa, com 515 hectares; Mata do Biotério-DSE (07° 08’ 06”S e 34° 51’ 46”O), no Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), também em João Pessoa e com 8 hectares de extensão e na SEMA II da Reserva Biológica Guaribas (06° 44’ 24”S e 35° 08’ 45”O), localizada em Mamanguape, com uma área de 3.016 hectares. Os fragmentos localizados em João Pessoa (Mata do Biotério e Jardim Botânico Benjamim Maranhão) estão próximos e possuem uma cobertura vegetal do tipo floresta semi-decídua (fig. 1) (IBGE, 1993). A precipitação média no município de João Pessoa nos últimos doze anos foi de 1713 mm/ano (CPTEC/INPE, 2012) e a temperatura média anual de 25,3ºC (Hijmans et al. 2005). Apesar da variação sazonal de temperatura ser pequena há uma alternância entre o período seco (setembro a janeiro) e o período chuvoso, com mais de 100 mm/mês (fevereiro a agosto). Na Reserva Biológica Guaribas o estudo foi realizado em dois tipos de vegetação, tabuleiro e mata semi-decídua (fig. 2), em um dos três fragmentos protegidos por esta Unidade de Conservação (SEMA II). A pluviosidade média é de 1.392 mm/ano, com seis meses secos (setembro a janeiro), com precipitação menor que 100 mm/mês (CPTEC/INPE, 2012) e, temperatura média anual de 25,5° C (Hijmans et al. 2005). A cobertura vegetal caracteriza-se por apresentar um mosaico de floresta semidecídua nos vales e tabuleiros nos topos de morros, sendo classificada como área de tensão ecológica entre savana e floresta estacional (IBGE, 1993) ou como mosaico de floresta sub-perenifólia e cerrado (Rodrigues e Silva et al, 2000). Desenho amostral Foram montados quatro transectos, um em tabuleiro e três em mata semidecídua, cada um com 30 armadilhas de pegadas sobre o solo distantes entre si 10 metros. A armadilha de pegadas consiste em um cano de PVC com 90 centímetros de comprimento por 10 centímetros de diâmetro internamente forrado com papel onde, no seu centro, é colocado um depósito de tinta com o fruto/semente a ser oferecido (fig. 3) 27 (Palma & Gurgel-Gonçalves, 2007). A cada coleta mensal foram ofertados nas armadilhas, de forma alternada, frutos/sementes de duas espécies diferentes por transecto, sendo os frutos coletados na mesma área em que as armadilhas se encontram. Frutos/sementes das espécies ofertadas foram levados ao laboratório para identificação taxonômica e descrição dos dados morfológicos com base em Gautier-Hion et al, (1985), (em alguns casos com modificações para adequação dos nossos dados). As características morfológicas dos frutos são descritas abaixo. 1. Cor – A coloração externa do fruto ao ser ofertado, mesmo quando imaturo. Para frutos multicoloridos foi considerada a cor predominante; 2. Tipo de fruto – Os frutos foram classificados de acordo com a nomenclatura usual da Botânica (baga, drupa, legume, pixídio, etc.). 3. Deiscência (proteção do fruto) – A resistência que o fruto apresenta para o acesso ao mesocarpo. Essa barreira não existe em frutos deiscentes, e nos indeiscentes foi considerada fina (quando facilmente removida) ou grossa. 4. Tipo de mesocarpo – Foram definidas três categorias de acordo com a proporção de água e fibras observada a olho nu: suculento macio, quando o mesocarpo (polpa) possui mais água que fibras; suculento fibroso, quando apresenta mais fibras que água, ou seco quando não uma polpa carnosa. 5. Peso e tamanho do fruto – Foram pesados e medidos (comprimento e diâmetro) dos frutos ainda frescos. Posteriormente os valores foram separados em três classes de tamanho de acordo com o peso: fruto pequeno (<5g); fruto médio (5 a 20g) e fruto grande (>20g). 6. Número de sementes – Foram definidas três categorias: poucas sementes, para frutos com uma a cinco sementes; produção média, para frutos com seis a quinze sementes e produção alta para frutos com mais de quinze sementes. 7. Proteção da semente – A existência ou ausência de um tegumento protetor. Quando presente foi classificado como fina (quando facilmente removida), grossa ou com arilo. 8. Peso e tamanho da semente – Foram pesadas e medidas (comprimento e diâmetro) as sementes que posteriormente, de acordo com o peso, foram separadas em três classes: semente pequena (<0,5g); média (0,5 a 2,5g) e grande (>2,5g). 28 Após 7 dias da oferta dos frutos/sementes a revisão das armadilhas foi realizada e o tipo de interação foi observada (intacto, quando não havia evidência de consumo do fruto/semente; consumo de polpa, quando verificado o consumo parcial na própria armadilha; consumo de semente para os frutos com sementes roídas e/ou danificadas; e ausente para os frutos/sementes não encontrados no interior da armadilha). Os papéis com pegadas de pequenos mamíferos por sua vez foram estocados e escaneados para posterior tratamento e identificação das espécies. Digitalização e Identificação de Pegadas O processo de digitalização das pegadas seguiu Palma e Gurgel-Gonçalves (2007), onde podem ser vistos maiores detalhes da metodologia. (fig. 4). Para obtenção das distâncias entre as almofadas plantares e digitais os três melhores pares de pegadas (pata dianteira mais pata traseira) foram selecionados como réplicas, incluindo preferencialmente patas direitas e esquerdas. Em seguida as pegadas foram escaneadas em resolução de 600 dpi, as patas esquerdas foram invertidas horizontalmente (possibilitando a comparação com patas direitas) e então foram digitalizadas on-screen utilizando o software Carta Linx. As distâncias entre as almofadas plantares e digitais foram calculadas a partir das coordenadas dos seus centros (Palma & Gurgel-Gonçalves 2007). Posteriormente essas medidas foram comparadas com as de uma coleção de referência de animais capturados em armadilhas convencionais e identificados de forma segura (Palma & Gurgel-Gonçalves 2007). A identificação das pegadas seguiu a metodologia de Palma e Gurgel-Gonçalves (2007) e foi feita em três passos (apêndice 1). Inicialmente todas as pegadas foram separadas visualmente (análise preliminar) em três grupos: roedores, marsupiais e outros animais. A partir daí (2º nível) as pegadas dos marsupiais e roedores passaram por uma Análise de Discriminantes (Software STATISTICA v. 8), gerando subgrupos de acordo com o tamanho e hábito do animal (pequeno, médio arborícola, médio terrestre e grande). Cada um desses grupos passou então, separadamente, por uma segunda Análise de Discriminantes (3º nível) envolvendo menos espécies e, portanto, com maior poder de classificação, a qual resultou na identificação das pegadas das 29 espécies de marsupiais e roedores aqui estudados. Foram consideradas como identificações confiáveis, aquelas p> 0,95 (apêndice 5). Pelo fato de algumas pegadas estarem incompletas, estas não puderam ser identificadas, ficando então agrupadas nos grupos dos Marsupiais não identificados (marsupiais N. I.) e Roedores não identificados (roedores N. I.). As demais pegadas de animais que não eram nem marsupiais nem roedores não passaram pela Análise de Discriminantes, e algumas foram identificadas por comparação com animais da Coleção de Mamíferos da Universidade Federal de Pernambuco. Análise estatística Para descrever a variabilidade morfológica dos frutos usamos uma Análise de Correspondência (software CANOCO) utilizando variáveis binárias (“dummy variables”) para assinalar quais características cada fruto possuía. Para descrever a utilização dos frutos por pequenos mamíferos e sua relação com a variabilidade morfológica dos frutos usamos uma Análise de Correspondência Canônica (software CANOCO) utilizando variáveis binárias (“dummy variables”) para descrever as características morfológicas do frutos e o percentual de interação animalfruto (excluindo visitas sem interação = frutos intactos) medido para cada par de espécies. RESULTADOS De Janeiro de 2011 a Junho de 2013 foram ofertados frutos/sementes de 65 espécies vegetais distribuídas em 35 famílias botânicas, sendo Myrtaceae a família com o maior número de espécies ofertadas (n=8). Ao todo foram identificadas 14 espécies de animais interagindo com as espécies vegetais. 7 da Ordem Didelphidae: Caluromys philander (Linnaeus, 1758), Cryptonanus agricolai (Moojen, 1943), Didelphis albiventris (Lund, 1840), Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854), Marmosa murina (Linnaeus, 1758), Micoureus demerarae (Thomas, 1905) e Monodelphis domestica (Wagner, 1842). 6 eram roedores: Calomys expulsus (Lund, 1841), Cerradomys langguthi (Percequillo, Hingst-Zaher & Bonvicino, 2008), Nectomys rattus (Pelzeln, 1883), Oecomys catherinae (Thomas, 1909), Phyllomys sp. e Rattus spp. Além disso, houve uma espécie de primata 30 (Callithrix jacchus Linnaeus, 1758) e outros animais não identificados registrados nas armadilhas de pegadas. As características mais comuns nos frutos oferecidos foram: os hábitos arbóreo (42 espécies) e arbustivo (13 sp.), a coloração dos frutos verde (19 sp.), vermelho e amarelo (9 espécies cada), tipo drupa (23 sp.) e baga (22 sp.), indeiscentes (52 sp.), com mesocarpo suculento macio (34 sp.), onde mais de 75% deles foram classificados como pequenos (<5g) (tabela 1; apêndice 2). A Análise de Correspondência (fig. 5) indicou 3 grupos de frutos: 1) Grupo A (Anacardium, Elaeis, Terminalia, etc...), formado por drupas amarelas com, proteção do fruto indeiscente grossa e mesocarpo fibroso; grupo B (Maytenus, Paullinia, Protium, etc...), formado por cápsulas e folículos alaranjados, deiscentes, secos e com arilo e grupo C (Melocactus, Chiococca, etc...), formado por uma grande variedade de frutos incluindo bagas. Das 34 espécies de frutos ofertadas na Mata do Biotério (UFPB), 22 obtiveram algum tipo de interação, o que equivale a uma proporção de 64,7% (tabela 2). Os frutos das espécies Syzygium cumini, Elaeis guineensis, Lauraceae sp. 1 e Psidium guieense apresentaram uma taxa de interação considerada frequente (≥ 50%), sendo as espécies exóticas S. cumini e E. guineensis as que obtiveram os maiores índices de interação com os pequenos mamíferos (93,3% e 91,1% respectivamente). Todas as espécies com interações frequentes possuem um mesocarpo suculento macio, com exceção de E. guineensis que possui um mesocarpo suculento fibroso, além de serem frutos do tipo baga ou drupa. O tipo de interação mais frequente foi a ausente, sendo 39% das interações desse tipo com E. guineensis. Das 28 espécies oferecidas no Jardim Botânico Benjamim Maranhão (JB), 17 obtiveram algum tipo de interação, equivalendo a uma proporção de 60,7% (tabela 3). E. guineensis foi a espécie com a qual os animais mais interagiram (81,3%), sendo a única a apresentar uma taxa de interação superior a 50% neste transecto. Todos os frutos que apresentaram taxa de interação superior a 10% no JB possuíam mesocarpo suculento macio ou fibroso, e o tipo de interação mais frequente foi a ausente (sinzoocoria ou endozoocoria). No transecto em mata semi-decídua da REBIO Guaribas (Guaribas-Mata) foram ofertadas 19 espécies de frutos/sementes, havendo algum tipo de interação com pouco 31 mais da metade delas (57,8%) (tabela 4). Anacardium occidentale foi a única espécie com taxa de interação frequente (73,3%). Além do caju, apenas Cecropia sp. obteve uma taxa de interação superior a 10% (13,3%). Houve apenas interações do tipo ausente ou consumo de polpa, mas que não divergiram muito entre si quanto à frequência. Na área de tabuleiro da REBIO Guaribas, (Guaribas-tabuleiro), foram ofertados frutos de 17 espécies vegetais, onde A. occidentale e Hancornia speciosa (mangaba) foram as únicas que apresentaram taxa de interação superior a 10% (33,3% e 26,7%) (tabela 5). Do total de pegadas, 83% puderam ser identificadas a nível de espécie (n=1088). A figura 6 apresenta o resultado da Análise de Discriminantes (2º nível) das pegadas traseiras dos marsupiais da coleção de referência e das obtidas em campo (apêndice 3). Um gradiente de tamanho ao longo do eixo CV2 é facilmente distinguível. Já podemos notar que a maioria das pegadas provenientes das armadilhas de pegadas foram identificadas entre as espécies Gracilinanus agilis, Marmosa murina, Micoureus demerarae e Didelphis albiventris. A Análise de Discriminantes (2º nível) com as patas traseiras dos roedores das pegadas da coleção de referência é apresentada na figura 7 (apêndice 4). No eixo CV1 pode-se perceber um gradiente relativo ao tamanho dos animais (pequenos, médios e grandes, da esquerda pra direita) e no eixo CV2 há uma separação entre os arborícolas e terrestres (de cima para baixo). O número de interações entre os marsupiais e roedores identificados a partir de suas pegadas com as espécies dos frutos é apresentado nas figuras 8 e 9. Os frutos com maior taxa de interação foram das espécies Syzygium cumini (93,3%), Elaeis guineensis (85%), e Psidium guineense (80%). Duas espécies de marsupiais interagiram com o maior número de espécies de frutos: Didelphis albiventris e Marmosa murina (23 cada). Dentro dos roedores Cerradomys langguthi interagiu com a maior variedade de frutos (12 espécies) (apêndice 6). A figura 10 apresenta a relação entre as características morfológicas dos frutos ofertados e a frequência de interações com marsupiais e roedores. As quatro espécies de planta que apresentaram interação frequente (≥ 50%) eram de hábito arbóreo, os frutos eram bagas (1) ou drupas (3), e apresentavam um mesocarpo suculento macio (2) ou fibroso (2), além da coloração dos frutos serem amarela (2), laranja (1) ou roxo (1). 32 A Análise de Correspondência Canônica (fig. 11) mostra ao longo do eixo 1 uma diferença clara entre frutos consumidos principalmente por marsupiais (Anacardium, Spondias, Terminalia, Elaeis, etc...) que são drupas e sicônios, grandes, amarelos, com mesocarpo suculento fibroso e sementes grandes. Roedores apresentam preferências mais diversificadas, apresentando setas em diversas direções. Os frutos mais utilizados por roedores (Pera, Maytenus, Securidaca, Luehea, etc...) tendem a ser pepônios e cápsulas, deiscentes, secos, de cor rosa e com arilo. A taxa de remoção e o número de potenciais dispersores foram maiores no menor fragmento (figura 12). DISCUSSÃO Maragon et al. (2010) em estudo dos tipos de dispersão em um remanescente de Mata Atlântica do estado de Pernambuco verificou que a maioria das espécies vegetais que apresentam dispersão zoocórica possuem frutos dos tipos baga, drupa e cápsula. Os frutos do tipo baga e drupa foram os mais atrativos aos pequenos mamíferos, corroborando com trabalhos da literatura que demonstram que estes frutos estão entre os mais dispersos através da zoocoria. Em comparação aos resultados de Gautier-Hion (1985), os frutos mais atrativos aos animais aqui estudados estariam próximos aos preferidos por primatas e mamíferos de porte médio. Ainda assim seria difícil encaixá-los em umas das síndromes apresentadas pelo autor, sugerindo que os marsupiais podem possuir uma síndrome própria ou simplesmente consumirem frutos de forma generalista. Leiva (2010), por exemplo, em trabalho desenvolvido em uma Floresta Estacional Semidecidual no estado de São Paulo, encontrou uma maior presença de sementes nas fezes de marsupiais durante o período de maior disponibilidade de frutos, que ocorreu na estação chuvosa. Os marsupiais podem então, de acordo com a variação na disponibilidade de frutos, aumentar ou diminuir a proporção de frutos, alterar a composição da dieta ou mesmo migrarem para locais com maior disponibilidade de recursos, (Santori et al, 2012; Silva, 2003), demonstrando um consumo de frutos oportunista. As espécies com as maiores taxas de interação são plantas exóticas e invasoras de mata nativa: o dendezeiro (Elaeis guineensis) e o jamelão ou azeitona-preta (Syzygium cumini). Espécies invasoras por possuírem frutos extremamente atrativos à fauna tem grande facilidade de dispersão dentro dos fragmentos, podendo assim gerar 33 uma diminuição no consumo e dispersão de espécies zoocóricas nativas, o que já ocorre em áreas com a presença de mangueiras (Mangifera indica) (Leão et al. 2011). A presença de plantas exóticas pode diminuir o crescimento populacional, a efetividade da dispersão e a estrutura genética de plantas nativas, em associação com uma queda também no crescimento populacional dos dispersores (Traveset & Richardson 2006). Por outro lado, constatando-se um grande consumo de frutos exóticos e/ou invasores, entende-se que esses frutos são importantes fontes alimentares para a dieta dos frugívoros, e caso fossem retiradas do ambiente poderiam prejudicar a permanência das populações das espécies animais. A discussão e aprofundamento da importância de espécies vegetais exóticas e invasoras em áreas de vegetação nativa pode ser então um passo importante para o manejo e conservação de Unidades de Conservação. Cáceres (2006) lista 22 espécies de frutos para os quais se tem registro na dieta do marsupial Didelphis albiventris. Contudo, no presente trabalho nenhuma das 23 espécies com as quais essa espécie interagiu está presente nessa lista. Para Caluromys philander as três espécies consumidas também não coincidiam com nenhuma das 46 já listadas. A lista para Marmosa murina possuía apenas 4 espécies, já no presente trabalho foi registrado consumo de mais 23 espécies de frutos. Na dieta de Micoureus demerarae constam 17 espécies de plantas, sendo diferentes das 8 aqui registradas. Apesar do consumo de alguns poucos gêneros de plantas aqui observado coincidirem com a lista de Cáceres (2006), é possível notar uma grande diferença dos frutos consumidos pelos marsupiais, sugerindo uma ampla variação na dieta frugívora desses animais que precisa ser melhor investigada. Como apresentado, as espécies D. albiventris e M. murina foram as que interagiram com a maior variedade de frutos (23 espécies cada). Leiva (2010) relata que o gambá D. albiventris é a espécie menos estudada em relação ao hábito alimentar dentro do seu gênero e que em sua área de estudo foi o marsupial que apresentou a maior variedade de conteúdo vegetal em suas fezes. Cantor et al (2010) por sua vez observaram que três dos gêneros de plantas mais consumidos por essa espécie eram de plantas pioneiras (Piper, Cecropia e Solanum). Esses mesmos gêneros foram ofertados nas armadilhas de pegadas, porém só houve uma única interação de D. albiventris com um desses gêneros (Solanum stramonifolium). Também é relatado por Cantor (2010) o 34 consumo do gênero Psidium, o que também ocorreu no presente estudo com a planta Psidium guineense. As espécies Spondias mombin e Terminalia catappa foram consumidas em ambos os estudos. Caluromys philander interagiu com apenas 3 das 65 espécies de frutos ofertadas. Poderia se esperar um consumo maior de frutos já que esta é a espécie de marsupial considerada de hábito mais frugívoro quando comparada às demais (Paglia et al. 2012; Santori et al. 2012). Porém, segundo a literatura, C. philander explora com maior intensidade o estrato arbóreo (Vieira & Camargo, 2012), o que explicaria o baixo consumo dos frutos ofertados nas armadilhas de pegadas, que estavam depositadas no chão. Cerradomys langguthi foi o roedor que interagiu com a maior diversidade de frutos (12 espécies). Apesar dos roedores estarem geralmente classificados como predadores de sementes (Janzen 1971; Briani & Guimarães Jr, 2007), aqui C. langguthi não foi registrado danificando as sementes dos frutos ofertados, e a maioria das interações foi por consumo de polpa ou ausência do fruto. O menor fragmento apresentou as maiores taxa de remoção e número de potenciais dispersores. Apesar disso, não foi possível avaliar quais os fatores que explicam a relação inversa entre tamanho do fragmento e taxa de remoção. CONCLUSÕES As espécies exóticas ofertadas obtiveram as maiores taxas de interação com os pequenos mamíferos, indicando uma participação importante desses recursos na dieta de marsupiais e roedores dos fragmentos em estudo. Em relação às características morfológicas dos frutos podemos concluir que as espécies arbóreas com frutos do tipo baga ou drupa e que apresentam um mesocarpo suculento foram os preferidos pelos animais. Os frutos ofertados em ambiente de mata semi-decídua obtiveram taxas de remoção superiores aos ofertados em ambiente de tabuleiro. Dentre o total de espécies animais que interagiram com os frutos oferecidos os marsupiais se destacaram em relação aos roedores, detendo a grande maioria das interações. E, dentre os marsupiais, Didelphis albiventris e Marmosa murina foram as espécie que se comportaram de modo mais generalista, interagindo com uma variedade maior de frutos quando comparada as demais. 35 A maior quantidade de interações e de potenciais dispersores ocorreu no menor fragmento e foi bastante reduzida na área de estudo mais extensa, indicando uma possível interferência do tamanho do fragmento na intensidade da taxa de remoção dos frutos por pequenos mamíferos. REFERÊNCIAS AMAZONAS, N. T. & BARBOSA, M. R. V. 2011. Levantamento florístico das angiospermas em um remanescente de Floresta Atlântica Estacional na microbacia hidrográfica do Rio Timbó, João Pessoa, Paraíba. Revista Nordestina de Biologia, 20(2): 67-78. ATRAMENTOWICZ, M. 1988. La frugivorie opportuniste de trois marsupiaux didelphidés de Guyane. Rev. Ecol. (Terre Vie), v. 43. BARBOSA, M. R. V. 1996. Estudo florístico e fitossociológico da Mata do Buraquinho, remanescente de Mata Atlântica em João Pessoa, PB. Tese de Doutorado, UNICAMP, Campinas, SP. BARBOSA, M. R. V.; THOMAS, W. W.; ZÁRATE, E. L. P.; LIMA, R. B.; AGRA, M. F.; LIMA, I. B.; PESSOA, M. C. R.; LOURENÇO, A. R. L.; DELGADO JÚNIOR, G. C.; PONTES, R. A. S.; CHAGAS, E. C. O.; VIANA, J. L.; GADELHA NETO, P. C.; ARAÚJO, C. M. L. R.; ARAÚJO, A. A. M.; FREITA, G. B.; LIMA, J. R.; SILVA, F. O.; VIEIRA, L. A. F.; PEREIRA, L. A.; COSTA, R. M. T.; DURÉ, R. C. & SÁ, M. G. V. 2011. Checklist of the vascular plants of the Guaribas Biological Reserve, Paraíba, Brazil. Revista Nordestina de Biologia, 20(2): 79-106. BERENBAUM, M. 2001. Plant-Herbivore Interactions. In: Evolutionary Ecology: Concepts and Cases Studies. FOX, C. W.; ROFF, D. A. & FAIRBAIRN, D. J. (eds.). Editora Oxford University Press. BOLLEN, A.; ELSACKER, L. V. & GANZHORN, J. U. 2004. Relations between fruits and dispersers assemblages in a Malagasy littoral forest: a community-level approach. Journal of Tropical Ecology, 20: 599-612. BONVICINO, C. R.; OLIVEIRA, J. A. & D’ANDREA, P. S. 2008. Guia dos roedores do Brasil, com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Centro Pan-Americano de Febre Aftosa – OPAS/OMS, Rio de Janeiro. 36 BREWER, S. W. & REJMÁNEK, M. 1999. Small rodents as siginificant dispersers of tree seeds in a Neotropical forest. Journal of Vegetation Science, 10:165-174. BRIANI, D. C. & GUIMARÃES JR., P. R. 2007. Seed predation and fruit damage of Solanum lycocarpum (Solanaceae) by rodents in the Cerrado of central Brazil. Acta Ecologica, 31: 8-12. CÁCERES, N. C. 2006. O papel de marsupiais na dispersão de sementes. In: Cáceres, N. C., Monteiro-Filho, E. L. A. (org). Os marsupiais do Brasil: Biologia, Ecologia e Evolução. Campo Grande, MS: Editora UFMS, p. 255-269. CÁCERES, N. C. & LESSA, L. G., 2012. O papel de marsupiais na dispersão de sementes. In: Os marsupiais do Brasil: Biologia, Ecologia e Conservação. Cáceres, N. C. (org). Editora UFMS, Campo Grande – MS. CAMARGO, N. F.; CRUZ, R. M. S.; RIBEIRO, J. F. & VIEIRA, E. M. 2011. Frugivoria e potencial dispersão de sementes pelo marsupial Gracilinanus agilis (Didelphidae: Didelphimorphia) em áreas de Cerrado no Brasil central. Acta Botanica Brasilica, 25(3): 646-656. CANTOR, M., FERREIRA, L. A., SILVA, W. R., SETZ, E. Z. F. 2010. Potential seed dispersal by Didelphis albiventris (Marsupialia, Didelphidae) in highly disturbed environment. Biota Neotropica, 10 (2): 45-51. CHARLES-DOMINIQUE, P.; ATRAMENTOWICZ, M.; CHARLES-DOMINIQUE, M., GÉRARD, H.; HLADIK, A.; HLADIK, C. M. & PRÉVOST, M. F. 1981. Les mammiferes frugivores arboricoles nocturnes d’une Foret Guyanaise: Interrelations plantes-animaux. Rev. Ecol. (Terre et Vie), v. 35. CPTEC/INPE, 2012. Balanço hídrico - gráficos/tabela. Proclima: Programa de monitoramento climático em tempo real da região Nordeste. EMMONS, L. H. 1997. Neotropical rainforest mammals: a field guide. The University of Chicago Press, 2ª ed. FLORCHINGER, M.; BRAUN, J.; BOHNING-GAESE, K. & SCHAEFER, H. M. 2010. Fruit size, crop mass, and plant height explain differential fruit choice of primates and birds. Oecologia, 164: 151-161. GALETTI, M.; GUEVARA, R.; CÔRTES, M. C.; FADINI, R.; MATTER, S. V.; LEITE, A. B.; LABECCA, F.; RIBEIRO, T.; CARVALHO, C. S.; COLLEVATTI, R. G.; PIRES, M. M.; GUIMARÃES Jr., P. R.; 37 BRANCALION, P. H.; RIBEIRO, M. C. & JORDANO, P. Functional extinction of birds drives rapid evolutionary changes in seed size. 2013. Science 340:10861090. GAUTIER-HION, A., DUPLANTIER, J. –M., QURIS, R., FEER, F., SOURD, C., DECOUX, J. –P., DUBOST, G., EMMONS, L., ERARD, C., HECKETSWEILER, P., MOUNGAZI, A., ROUSSILHON., C. & THIOLLAY, J. –M. 1985. Fruit characters as a basis of fruit choice and seed dispersal in a tropical forest vertebrate community. Oecologia 65:324-337. HERRERA, C. M. 1989. Frugivory and seed dispersal by carnivorous mammals, and associated fruit characteristics, in undisturbed Mediterranean habitats. Oikos 55: 250-262. HIJMANS, R.J.; CAMERON, S. E.; PARRA, J. L.; JONES, P. G. & JARVIS, A. 2005. Very high resolution interpolated climate surfaces for global land areas. International Journal of Climatology 25: 1965-1978. HOWE, H. F. & SMALLWOOD, J. 1982. Ecology of seed dispersal. Annu. Rev. Ecol. Syst 13: 201-228. IBGE, 1993. Mapa de Vegetação do Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. 2008. Mapa de área de aplicação da Lei nº 11.428 de 2006. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IZHAKI, I. 2002. The Role of Fruit Traits in Determining Fruit Removal in East Mediterraneam Ecosystems. In: LEVEY, D. J.; SILVA, W. R. & GALETTI, M. (Eds.). Seed Dispersal and Frugivory: Ecology, Evolution and Conservation. CABI Publishing. JANSON, C. H. 1983. Adaptation on fruit morphology to dispersal agentes in a Neotropical Forest. Science 219. JANZEN, D. H. 1971. Seed predation by animals. Annual Review of Ecology and Systematics, 2: 465-492. LEÃO, T. C. C.; ALMEIDA, W. R.; DECHOUM, M.S. e ZILLER, S. R. 2011. Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil: Contextualização, Manejo e Políticas Públicas. CEPAN, Instituto Hórus. Recife. 38 LEIVA, M. 2010. Frugivoria e germinação de sementes após passagem pelo sistema digestivo de marsupiais em Floresta Estacional Semidecidual, Botucatu. Dissertação (mestrado), Universidade Estadual Paulista. LESSA, L. G. & GEISE L. 2010. Hábitos alimentares de marsupiais didelfídeos brasileiros: análise do estado de conhecimento atual. Oecologia Australis, 14(4): 901-910. MARANGON, G. P., CRUZ, A. F., BARBOSA, W. B., LOUREIRO, G. H., HOLANDA, A. C. 2010. Dispersão de sementes de uma comunidade arbórea em um remanescente de Mata Atlântica, Município de Bonito, PE. Revista Verde. 5 (5): 80-87. MMA. 2002. Biodiversidade Brasileira: Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros. Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Brasília. NYIRAMANA, A.; MENDONZA, I.; KAPLIN, B. A. & FORGET, P. 2011. Evidence for seed dispersal by rodents in Tropical Montane Forest in Africa. Biotropica 43(6): 654–657. OLIVEIRA, F. F. & LANGGUTH, A. 2004. Pequenos mamíferos (Didelphimorphia e Rodentia) de Paraíba e Pernambuco, Brasil. Revista Nordestina de Biologia 18(2): 19-86. OLIVEIRA-FILHO, A. T. & FONTES, M. A. L. 2000. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forests in Southeastern Brazil and the influence climate. Biotropica, 32(4b): 793-810. PAGLIA, A. P.; FONSECA, G. A. B.; RYLANDS, A. B.; HERRMANN, G.; AGUIAR, L. M. S.; CHIARELO, A. G.; LEITE, Y. L. R.; COSTA, L. P.; SICILIANO, S.; KIERULFF, M. C. M.; MENDES, S. L.; TAVARES, V. C.; MITTERMEIER, R. A. & PATTON, J. L. 2012. Lista Anotada de Mamíferos do Brasil/ Annotated Checklist of Brazilian Mammals. Occasional Papers in Conservation Biology. Nº 6, Conservation International, Arlington, VA. 2ª ed. PALMA, A. R. T. & GURGEL-GONÇALVES, R. 2007. Morphometric identification of small mammal footprints from ink tracking tunnels in the Brazilian Cerrado. Revista Brasileira de Zoologia 24: 333-343. 39 PIZO, M. A. 2002. The Seed-dispersers and Fruit Syndromes of Myrtaceae in the Brazilian Atlantic Forest. In: LEVEY, D. J.; SILVA, W. R. & GALETTI, M. (Eds.). Seed Dispersal and Frugivory: Ecology, Evolution and Conservation. CABI Publishing. RAMOS, V. N. 2007. Ecologia alimentar de pequenos mamíferos de áreas de Cerrado no sudeste do Brasil. Dissertação de Mestrado em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais. UFU. Uberlândia – MG. 68p. RIBEIRO, M. C.; METZGER, J. P.; MARTENSEN, A. C.; PONZONI, F. J. & HIROTA, M. M. 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation, 143: 1141-1153. RODRIGUES & SILVA, F. B. et al, 2000. Zoneamento Agroecológico do Nordeste: Diagnóstico e Prognóstico. Embrapa Solos e Embrapa Semi-Árido, Recife. SANTORI, R. T.; LESSA, L. G. e ASTÚA, D., 2012. Alimentação, nutrição e adaptações alimentares de marsupiais brasileiros. In: Os marsupiais do Brasil: Biologia, Ecologia e Conservação. Cáceres, N. C. (org). Editora UFMS, Campo Grande – MS. SCHUPP, E. W.; JORDANO, P. & GÓMEZ, J. M. 2010. Seed dispersal efectiveness revisited: a conceptual review. New Phytologist, 188: 333- 353. SILVA, W. R. 2003. A importância das interações planta-animal nos processos de restauração. In: Kageyama, P. Y. et al (org). Restauração ecológica de ecossistemas naturais. Botucatu, São Paulo. Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas Florestais, 1ª ed. TRAVESET, A. & RICHARDSON, D. M. 2006. Biological invasions as disruptors of plant reproductive mutualisms. Trends in Ecology and Evolution, 21(4): 208216. VAN DER PIJL, L. 1982. Principles of dispersal in higher plants. Springer-Verlag, Berlin Heidelberg, New York. 3ª ed. VELHO, N.; ISVARAN, K. & DATTA, A. 2012. Rodent seed predation: effects on seed survival, recruitment, abundance, and dispersion of bird-dispersed tropical trees. Oecologia, 169: 995-1004. 40 VIEIRA, E. M.; PIZO, M. A. & IZAR, P. 2003. Fruit and seed exploitation by small rodents of the Brazilian Atlantic forest. Mammalia, t. 67, n. 4. VIEIRA, E. M. & CAMARGO, N. F. 2012. Uso do espaço vertical por marsupiais brasileiros. In: Os marsupiais do Brasil: Biologia, Ecologia e Conservação. Cáceres, N. C. (org). Editora UFMS, Campo Grande – MS. WANG, B. C. & SMITH, T. B. 2002. Closing the seed dispersal loop. Trends in Ecology & Evolution. v. 17, n. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo aqui apresentado demonstra o potencial de dispersão por pequenos mamíferos, em especial os marsupiais e os roedores. Foi constatado que para muitas espécies de marsupiais os estudos de dieta disponíveis na literatura ainda são escassos, apontando a importância de mais pesquisas nessa área. Podemos perceber então que o papel de marsupiais e roedores pode estar acima do que se conhece até o momento. As taxas de interação dos animais com espécies exóticas superou o de espécies nativas e, a investigação de como esta relação pode afetar as comunidades vegetais e animais dentro dos fragmentos é necessário. 41 Lista de figuras e tabelas Figura 1: Localização dos dois transectos com armadilhas de pegadas em João Pessoa – PB (vermelho). As áreas florestadas estão em verde e as urbanas ou com vegetação aberta em branco. Figura 2: Localização dos dois transectos com armadilhas de pegadas na REBIO Guaribas, Mamanguape – PB. Em verde estão as áreas florestadas e em amarelo as áreas de vegetação aberta (tabuleiro). 42 A B Figura 3: Armadilha de pegadas. A) interior da armadilha de pegadas; B) revisão da armadilha após uma semana do fruto/semente ofertado. Figura 4: Pegadas de roedores (esquerda) e marsupiais (direita), dianteiras (superior) e traseiras (inferior). Almofadas digitais identificadas por números e plantares por letras. Distâncias utilizadas nas análises de discriminantes representadas por linhas contínuas (Palma & Gurgel-Gonçalves, 2007). 43 3,0 S.grande Roxo 2,5 F.grande(>20) Ter Ana 2,0 Pixídio Spo 1,5 And Ela Fibroso S.média(0,5-2,5) Buc Drupa Syz Ziz Pou Amarelo 1,0 Eixo 2 Ind. grossa Pri Esc F.médio(5-20) Pro1 Pro2 Arilo S.dura 0,5 Vermelho Ade Pog Tal S(1-5) Ago Psi 0,0 Laranja Verde Oco Our Fni Cec Fic Sicônio -0,5 Pret Aquênio Baga -1,0 Myr2 Mic S.macio Con Hir F.pequeno(<5) S(>15) S.pequena(<0,5) Eug2 Pas S.fina Rou Deiscente Per May Pau Seco Cápsula Legume Folículo Sec Ses Tac Cha Lue Marrom Ser Sâmara Branco Mec -1,5 S(6-15) Rosa -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 Eixo 1 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Figura 5: Análise de Correspondência relacionando as características morfológicas dos frutos/sementes ofertados. Abreviações segundo apêndice 2. 44 Figura 6: Análise de Discriminantes de pegadas traseiras de marsupiais. Abreviações: Did = Didelphis albiventris; Phi = Philander opossum; CalP = Caluromys philander; CalL = Caluromys lanatus; Mic = Micoureus demerarae; Mar = Marmosa murina; Gra = Gracilinanus agilis; Cry = Cryptonanus sp.; Thy = Thylamys velutinus; MonA = Monodelphis americana; MonD = Monodelphis domestica; Frutos = pegadas deixadas nas armadilhas de pegadas. 45 Figura 7: Análise de Discriminantes de pegadas traseiras de roedores. Abreviações: Ako = Akodon cursor; Bol = Necromys lasiurus; Cal = Calomys spp; Mus = Mus musculus; Nec = Nectomys squamipes; Oec = Oecomys spp; Oli = Oligoryzomys spp; Ory = Hylaeamys ; Cer = Cerradomys spp; Oxy = Oxymycterus delator; Pro = Proechimys longicaudatus; Pse = Pseudoryzomys simplex; Rat = Rattus norvergicus; Rhi = Rhipydomys macrurus; Tha = Thalpomys spp. 46 Figura 8: Taxa de consumo dos frutos oferecidos por espécie de animal. 0% Frutos Syzygium cumini Elaeis guineensis Psidium guineense Lauraceae sp. 1 Anacardium occidentale Pera glabrata Tachigali densiflorum Ficus gomelleira Ocotea sp. Cecropia sp. Luehea ochrophylla Terminalia catappa Hancoernia speciosa Connarus blanchetti Ouratea sp. Myrcia sylvatica Bowdichia virgilioides Solanum paludosum Paullinia trigonia Passovia pyrifolia Securidaca cf. coriacea Talisia esculenta Eugenia uniflora Heliconia psittacorum Cissus verticilata Melothria pendula Solanum stramoniifolium Agonandra brasiliensis Buchevania tetraphylla Protium heptaphyllum Xylopia frutescens Cordiera myrciifolia Coccoloba sp. Ziziphus platyphylla Allophylus laevigatus Spondis mombin Sesbania virgata Picramnia andrade-limae Piper marginatum Myrtaceae sp. 3 Byrsonima sericea Andonidia merrillii Myrcia bergiana Salzmania nitida Serjania salzmanniana Tapirira guiannensis Maytenus erythnoxyla Rourea doniana Eugenia punicifolia Melocactus violaceus Myrcia guianensis Protium giganteum Cassytha filiformis Chaetocarpus myrsinites Lecithydaceae sp. 2 Adenanthera pavonina Chiococca alba Coccoloba ramosissima Eschweilera ovata Hirtella ciliata Miconia albicans Pogonophora schomburgkiana Pouteria venosa Pritchardia pacifica sp. 4 Registros 47 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% Figura 9: Porcentagem de interação por espécie de fruto. A coloração indica o estado do fruto. Branco: intacto; cinza claro: consumo de semente; cinza escuro: consumo de polpa e preto: ausente. 48 A B C D Figura 10: Nível de interação com as espécies vegetais por característica morfológica. Cor branca: espécies com interações frequentes (>50%); cinza claro: espécies com interações comuns (10-50%); cinza escuro: espécies com interações esporádicas (<10%); preto: espécies sem interação. A) Interação por hábito. B) Interação por cor de fruto. C) Interação por tipo de mesocarpo. D) Interação por tipo de fruto. 49 2,5 May Per Arilo Oec Cápsula Rat Con 1,5 Esc Cha Calu Pro2 Rou Seco 0,5 Phy Ade Pip Verde Oco Eixo Canônico 2 Ses Bow Tac -0,5 S(1-5) Branco Cer Ser F. grande Laranja Deiscente Lue Folículo Mel Tal S(>15) P. fina Suculento Myr1 Indeiscente Sal Pas Eug2 Vermelho S. média Myr3 Cor Syz Nec Psi Cas All Myr2 Mic Eug1 Han Aquênio Sol2 S(6-15) -1,5 Ela Buc Mar S. fibroso Indeiscente Amarelo Pri F. médio Gra Ziz P. dura Drupa And Pou Did Marrom Legume Pepónio Sicônio Spo S. grande Ter Hir Pro1 Ana Call Mic Calo Sec Roxo -2,5 Rosa -3,5 -2,0 -1,0 0,0 Eixo Canônico 1 1,0 2,0 3,0 Figura 11: Análise de Correspondência Canônica relacionando as características dos frutos/sementes com os consumidores identificados neste trabalho. Abreviações segundo apêndice 2. 50 Figura 12: Porcentagem de interação por transecto. 51 Tabela 1: Distribuição da frequência das espécies vegetais de acordo com os parâmetros considerados. Coloração n = 65 Branco 3 Amarelo 9 Laranja 7 Vermelho 9 Rosa 2 Verde 19 Hábito n = 65 Arbóreo 42 Arbustivo 13 Hemi-parasita 1 Herbácea 3 Parasita 1 Trepadeira 5 Tipo de fruto n = 65 Apocárpico 1 Legume 4 Aquênio 1 Pepônio 1 Baga 22 Pixídio 2 Cápsula 7 Sâmara 2 Drupa 23 Sicônio 1 Folículo 1 Proteção do fruto n = 65 Deiscente 13 Indeiscente fino 38 Indeiscente grossa 14 Tipo de mesocarpo n = 65 Seco 19 Suculento macio 34 Suculento fibroso 12 Tamanho do fruto (g) n = 65 Pequeno (<5) 51 Médio (5-20) 9 Grande (>20) 5 Nº de sementes n= 65 1-5 50 6-15 5 >15 10 Proteção da semente n = 63 Fina 32 Resistente 25 Com arilo 6 Média (0,5-2,5) 6 Grande (>2,5) 7 Tamanho da semente (g) Pequena (<0,5) n = 65 52 Marrom 8 Roxo 2 Preto 6 52 Tabela 2: Interações observadas para os frutos oferecidos na UFPB. % indica a parcela de frutos oferecidos que tiveram interação (não intacto). Número de frutos oferecidos Ausente 15 7 Syzygium cumini 90 82 Elaeis guineensis 15 12 Lauraceae sp.1 30 17 Psidium guineense 15 4 Terminalia catappa 30 10 Pera glabrata 90 12 Ficus gomelleira 60 9 Cissus verticillata 15 3 Picramnia andrade-limae 195 18 Buchenavia tetraphylla 30 4 Eugenia uniflora 75 8 Melothria pendula 15 0 Paullinia trigonia 15 1 Tachigali densiflora 31 4 Luehea ochrophylla 150 9 Ziziphus platyphylla 30 2 Myrcia sylvatica 89 1 Allophylus laevigatus 15 1 Ouratea sp. 150 5 Byrsonima sericea 45 0 Solanum paludosum 135 1 Protium giganteum 15 0 Ocotea sp. 45 0 Piper marginatum 16 0 Bowdichia virgilioides 16 0 Connarus blanchetti 15 0 Protium heptaphyllum 30 0 Pouteria venosa 15 0 Adenanthera pavonina 60 0 Sesbania virgata 15 0 Talisia esculenta 15 0 Pritchardia pacifica 120 0 Tapirira guianensis 45 0 Xylopia frutescens Total 1742 210 Consumo de polpa 5 0 1 7 3 2 13 4 0 20 1 2 0 1 0 9 1 6 0 4 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Consumo de semente 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 81 5 % 93,3 91,1 86,7 80,0 46,7 40,0 27,8 21,7 20,0 19,5 16,7 13,3 13,3 13,3 12,9 12,0 10,0 9,0 6,7 6,0 4,4 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 17,0 53 Tabela 3: Interações observadas para os frutos oferecidos no JB. % indica a parcela de frutos oferecidos que tiveram interação (não intacto). Elaeis guineensis Lauraceae sp.1 Cecropia sp. Terminalia catappa Solanum stramoniifolium Allophylus laevigatus Ficus gomelleira Spondias mombin Buchenavia tetraphylla Melothria pendula Passovia pyrifolia Andonidia merrillii Cissus verticillata Heliconia psittacorum Tapirira guianensis Piper marginatum Ziziphus platyphylla Byrsonima sericea Pera glabrata Picramnia andrade-limae Rourea doniana Eschweilera ovata Protium giganteum Solanum paludosum Sesbania virgata Lecythidaceae sp.2 Pogonophora schomburgkiana Xylopia frutescens Total Número de frutos Consumo de oferecidos Ausente polpa 150 95 27 45 11 0 15 0 3 45 2 6 30 5 0 75 6 5 60 2 5 75 1 7 150 0 13 30 2 0 15 0 0 15 1 0 60 1 1 30 1 0 45 1 0 60 0 1 105 1 0 90 0 0 15 0 0 30 0 0 75 0 0 45 0 0 75 0 0 15 0 0 15 0 0 30 0 0 15 0 0 30 0 0 1440 129 68 Consumo de semente 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 % 81,3 24,4 20,0 20,0 16,7 14,7 11,7 10,7 8,7 6,7 6,7 6,7 3,3 3,3 2,2 1,7 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13,8 54 Tabela 4: Interações observadas para os frutos oferecidos no transecto Guaribas-Mata. % indica a parcela de frutos oferecidos que tiveram interação (não intacto). Guaribas-Mata Anacardium occidentale Cecropia sp. Myrtaceae sp.3 Buchenavia tetraphylla Maytenus erythroxyla Myrcia guianensis Cordiera myrciifolia Agonandra brasiliensis Tapirira guianensis Byrsonima sericea Serjania salzmanniana Hancornia speciosa Allophylus laevigatus Protium heptaphyllum Ouratea sp. Securidaca cf. coriacea Bowdichia virgilioides Coccoloba sp. sp.4 Total Número de frutos oferecidos 15 15 30 60 15 15 15 30 75 29 45 15 15 45 15 15 15 15 15 494 Ausente 11 0 1 1 0 0 1 0 3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 18 Consumo de polpa 0 2 2 4 1 1 0 2 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13 Consumo de semente % 0 73,3 0 13,3 0 10,0 0 8,3 0 6,7 0 6,7 0 6,7 0 6,7 0 4,0 0 3,4 0 2,2 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 6,3 55 Tabela 5: Interações observadas para os frutos oferecidos no transecto Guaribas-Tabuleiro. % indica a parcela de frutos oferecidos que tiveram interação (não intacto). Guaribas-Tabuleiro Anacardium occidentale Hancornia speciosa Eugenia punicifolia Melocactus violaceus Myrcia guianensis Allophylus laevigatus Cassytha filiformis Chaetocarpus myrsinites Maytenus erythroxyla Coccoloba ramosissima Hirtella ciliata Myrcia bergiana Myrtaceae sp.3 Miconia albicans Chiococca alba Ouratea sp. Salzmania nitida Total Número de frutos oferecidos Ausente 15 4 45 3 45 0 45 0 90 0 15 0 15 0 15 0 45 0 15 0 16 0 30 0 29 0 15 0 15 0 15 0 45 0 510 7 Consumo de polpa 1 9 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13 Consumo de semente % 0 33,3 0 26,7 0 2,2 0 2,2 0 1,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 3,9 56 APÊNDICE Todas as pegadas Análise preliminar (visual) Marsupiais Outros animais Roedores Análises de 1º nível (Discriminantes) Grandes Médios Pequenos Pequenos Médios terrestres Médios arborícolas Grandes Necromys Cal Oli Mus Cer Hyl Ako Rhi Oec Rattus Nec Pro Cer Análises de 2º nível (Discriminantes) Did Cal Mic Mic Mar Gra Gra Cry Thy MonA MonD Callithrix Lagarto Apêndice 1: Esquema das análises utilizadas na identificação de pegadas. Linhas pontilhadas representam identificação visual e linhas contínuas identificação via Análise de Discriminantes. 57 Apêndice 2: Espécies dos frutos ofertados e suas características morfológicas. Família/Espécie/Abreviação ANACARDIACEAE Anacardium occidentale L./(Ana) Spondias mombin L./(Spo) Tapirira guianensis Aubl./(Tap) ANNONACEAE Xylopia frutescens Aubl./(Xyl) APOCYNACEAE Hancornia speciosa Gomes/(Han) ARECACEAE Elaeis guineensis Jacq./(Ela) Pritchardia pacifica Seem. & H. Wendl./(Pri) Andonidia merrillii (Becc.) Becc./(And) BURSERACEAE Protium giganteum Engl./(Pro1) Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand/(Pro2) CACTACEAE Melocactus violaceus Pfeiff./(Mec) CELASTRACEAE Maytenus erithroxyla Reissek/(May) CHRYSOBALANACEAE Hirtella ciliata Mart & Zucc/(Hir) COMBRETACEAE Buchenavia tetraphylla (Aubl.) R. A. Howard/(Buc) Terminalia catappa L.(Ter) CONNARACEAE Connarus blanchetti Planch./(Con) Rourea doniana Baker/(Ror) CUCURBITACEAE Melothria pendula L./(Mel) Hábito Cor Deiscência Tipo de fruto Mesocarpo Medidas do fruto (mm.) Diâm. Comp. Peso N° (g) sementes Proteção da semente Medidas da semente (mm) Diâm. Comp. Peso (g) Ab Ab Ab Am Am Vd Ind. Grossa Ind. Grossa Ind. Grossa Drupa Drupa Drupa S. fibroso S. fibroso S. macio 33,1 22,5 7,9 81,7 28,9 10,2 41,2 8,6 0,4 1 1 1 P. dura P. dura P. fina 14,9 5,8 22,3 9,3 2,6 0,2 Ab Vd Ind. Fina Apocárpico S. fibroso 7,5 9,0 0,5 2 P. fina 3,2 5,7 0,1 Ab Am Ind. Fina Baga S. macio 23,9 31,2 9,2 8 P. fina 7,9 10,2 0,2 Ab Ab Ab Lj Am Vm Ind. Fina Ind. Fina Ind. Fina Drupa Drupa Drupa S. fibroso S. fibroso S. fibroso 20,1 10,7 19,2 35,9 9,7 31,5 10,7 0,6 7,7 1 1 1 P. dura P. dura P. dura 16,7 8,7 16,8 28,4 8,0 30,4 5,9 0,3 5,4 Ab Ab Vd Vm D D Drupa Drupa Seco Seco 29,9 13,6 28,5 24,9 8,4 1,6 5 2 Arilo Arilo 8,6 7,7 13,1 16,1 0,8 0,2 Her Ro Ind. Fina Baga S. macio 4,7 16,5 0,3 10 P. fina 0,9 1,5 - Ar Lj D Cápsula Seco 9,1 13,1 0,6 1 Arilo 2,8 6,1 0,1 Ar Pr Ind. Grossa Drupa Seco 6,0 11,1 0,1 1 P. fina 3,1 6,6 0,0 Ab Ab Vd Rx Ind. Fina Ind. Grossa Drupa Drupa S. fibroso S. fibroso 13,1 38,8 18,7 52,1 1,8 24,6 1 1 P. dura P. fina 8,4 31,7 14,5 41,9 0,6 13,0 Ab Ar Lj Lj D D Cápsula Folículo Seco Seco 12,7 23,3 20,3 21,5 1,8 5,0 1 20 P. dura P. fina 7,2 1,0 12,5 1,7 0,4 0,0 T Vd Ind. Grossa Pepónio S. macio 8,4 16,0 0,7 20 P. fina 2,6 4,4 0,0 Abreviações: Ab = arbóreo; Ar = arbustivo; Her = herbácea; Hp = hemi-parasita; P = parasita; Sub = subarbustivo; T = trepadeira; Am = amarelo; Br = branco; Lj = laranja; Mr = marrom; Pr = preto; Rs = rosa; Rx = roxo; Vd = verde; Vm = vermelho; D = deiscente; Ind. = indeiscente; S = suculento. Os valores apresentados correspondem às médias das medidas dos frutos e sementes observados em laboratório. Tabela 1: Continuação. 58 Apêndice 2: Continuação. FABACEAE Adenanthera pavonina L./(Ade) Bowdichia virgilioides Kunth/(Bow) Sesbania virgata (Cav.) Pers./(Ses) Tachigali densiflora (Benth.) L. G. Silva & H. C. Lima/(Tac) HELICONIACEAE Heliconia psittacorum L. f./(Hel) LAURACEAE Cassytha filiformis L./(Cas) Ocotea sp./(Oco) Lauraceae sp.1/(Lau) LECYTHIDACEAE Eschweilera ovata (Cambess.) Mart. exMiers/(Esc) Lecythidaceae sp.2/(Lec) LORANTHACEAE Passovia pyrifolia (Kunth) Tiegh./(Pas) MALPIGHIACEAE Byrsonima sericea DC./(Byr) MALVACEAE Luehea ochrophylla Mart./(Lue) MELASTOMATACEAE Miconia albicans (Sw.) Triana/(Mic) MORACEAE Ficus gomelleira Kunth & C. D. Bouché/(Fic) MYRTACEAE Eugenia punicifolia (Kunth) DC./(Eug1) Eugenia uniflora L./(Eug2) Myrcia bergiana O. Berg/(Myr1) Myrcia guianensis (Aubl.) DC./(Myr2) Myrcia sylvatica (G. Mey.) DC./(Myr3) Psidium guineense Sw./(Psi) Syzygium cumini (L.) Skeels/(Syz) Myrtaceae sp.3/(Myt) Ab Ab Ar Vm Mr Mr D Ind. fina D Legume Legume Legume Seco Seco Seco 13,3 7,8 58,3 46,3 0,1 0,5 1 5 7 P. dura P. fina P. dura 9,5 9,0 0,4 3,0 7,0 0,1 Ab Mr Ind. fina Legume Seco 31,4 83,1 0,4 1 P. fina 9,5 12,5 0,1 Her Pr Ind. fina Baga S. macio 6,5 7,8 0,3 3 P. dura 3,0 6,2 0,1 P Ab Ab Br Vd Pr Ind. fina D Ind. fina Baga Baga Baga S. macio S. fibroso S. macio 5,3 9,1 9,5 5,4 12,3 7,6 0,1 0,6 0,4 1 1 P. fina P. fina 4,0 5,3 4,3 8,3 0,1 0,2 Ab Ab Vd Vd D Ind. grossa Pixídio - Seco - 29,2 6,1 24,7 7,2 10,5 0,3 4 3 Arilo P. fina 13,3 1,9 17,8 4,9 1,2 0,0 Hp Lj Ind. fina Baga S. macio 3,5 3,5 0,0 1 P. fina 3,2 4,8 0,0 Ab Vd Ind. fina Drupa S. macio 9,0 7,3 0,5 1 P. dura 6,0 5,6 0,1 Ab Mr D Cápsula Seco 7,8 16,3 0,2 20 P. fina 1,9 8,7 0,0 Ar Vd Ind. fina Baga S. macio 4,0 4,0 0,0 15 P. fina ≤ 0,001 - - Ab Am Ind. grossa Sicônio S. macio 14,6 15,7 1,8 20 P. fina 1,5 2,5 0,0 Ar Ab Ab Ar Ab Ab Ab Ab Vm Lj Vd Pr Br Am Rx Vm Ind. fina Ind. fina Ind. grossa Ind. fina Ind. fina Ind. fina Ind. fina Ind. fina Baga Baga Baga Baga Baga Baga Drupa Drupa S. macio S. macio S. fibroso S. macio S. macio S. macio S. macio S. macio 9,4 14,8 11,2 6,3 4,1 25,8 16,0 9,7 10,1 11,2 12,6 6,4 7,6 27,5 16,0 9,9 0,9 1,6 1,0 0,2 0,1 11,6 3,8 0,6 1 1 20 2 1 20 1 1 P. fina P. fina P. fina P. fina P. fina P. dura P. dura P. fina 6,3 10,5 0,6 4,4 2,4 2,6 9,6 6,7 8,2 6,8 2,3 5,0 5,1 3,3 19,3 8,8 0,3 0,5 0,1 0,0 1,6 0,3 59 Apêndice 2: Continuação. OCHNACEAE Ouratea sp./(Our) OPILIACEAE Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook. f./(Ago) PERACEAE Chaetocarpus myrsinites Baill./(Cha) Pera glabrata (Schott) Poeoo. Ex Baill./(Per) Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth./(Pog) PICRAMNIACEAE Picramnia andrade-limae Pirani/(Pic) PIPERACEAE Piper marginatum Jacq./Pip) POLYGALACEAE Securidaca cf. coriacea Bonpl./(Sec) Coccoloba ramosissima Wedd./(Coc1) Coccoloba sp./(Coc2) RHAMNACEAE Ziziphus platyphylla Reissek/(Ziz) RUBIACEAE Chiococca alba (L.) Hitchc./(Chi) Cordiera myrciifolia (K. Schum) C. H. Perss. & Delprete/(Cor) Salzmania nitida DC./(Saz) SAPINDACEAE Allophylus laevigatus (Turcz.) Radlk./(All) Paullinia trigonia Vell/(Pau) Serjania salzmanniana Schltdl./(Ser) Talisia esculenta (Cambess.) Radlk/(Tal) SAPOTACEAE Pouteria venosa T. D. Penn./(Pou) SOLANACEAE Solanum paludosum Moric./(Sol1) Solanum stramoniifolium Jacq./(Sol2) URTICACEAE Cecropia sp./(Cec) VITACEAE Cissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. Jarvis/(Cis) Ab Vd Ind. fina Baga S. fibroso 6,1 14,2 0,3 2 P. fina 3,6 5,7 0,0 Ab Vd Ind. fina Drupa S. macio 19,2 18,5 3,9 1 P. fina 10,9 11,9 1,4 Ab Ab Ab Mr Vd Vd D D Ind. grossa Cápsula Cápsula Cápsula Seco Seco S. fibroso 8,7 10,9 0,5 3 3,1 4,4 0,0 6,8 9,5 0,2 3 P. fina Arilo P. dura 2,9 4,6 0,0 Ar Am Ind. fina Baga S. macio 7,2 8,7 0,3 3 P. fina 5,2 7,4 0,1 Sub Vd Ind. fina Drupa S. macio 1,8 116,3 0,5 - P. dura - - - T Ar Ab Mr Vm Vd Ind. fina Ind. fina Ind. grossa Sâmara Drupa Drupa Seco S. macio Seco 6,4 4,3 7,8 51,6 3,6 8,9 0,1 0,1 0,3 1 - P. dura P. dura - 3,4 - 3,5 - 0,0 - Ab Am Ind. grossa Drupa S. macio 19,5 16,7 4,4 1 P. dura 7,9 12,5 0,6 Ar Br Ind. fina Drupa S. macio 4,6 4,7 0,0 2 P. fina 1,9 3,2 Ar Ar Pr Vm Ind. grossa Ind. fina Baga Drupa S. macio S. macio 15,9 8,6 15,1 8,7 2,3 0,3 10 1 P. fina P. dura 2,0 3,3 4,8 4,5 0,0 - Ab T T Ab Vm Lj Mr Mr Ind. fina D Ind. fina Ind. grossa Baga Cápsula Sâmara Drupa S. macio Seco Seco S. macio 7,0 5,4 24,3 6,9 26,4 22,2 0,3 0,0 3,0 1 1 1 P. dura Arilo P. fina P. dura 4,8 2,7 13,2 6,1 4,7 19,1 0,1 0,0 2,4 Ab Am Ind. fina Baga S. macio 56,7 60,5 98,2 1 P. dura 28,8 31,3 16,4 Ar Ar Vd Vm Ind. fina Ind. fina Baga Baga S. macio S. macio 12,7 10,6 11,6 9,4 1,4 0,8 20 20 P. dura P. dura 2,5 2,5 3,3 2,9 0,0 0,0 Ab Vd Ind. fina Aquênio S. macio 10,7 111,8 11,5 5000 P. fina 1,8 2,9 - T Pr Ind. fina Baga S. macio 9,8 8,0 0,7 1 P. dura 3,2 5,5 0,0 60 FAMÍLIA NÃO IDENTIFICADA sp.4/(Fni) Ab Ro Ind. fina Drupa S. macio 3,6 5,4 0,1 1 P. fina 2,6 4,1 0,0 61 Apêndice 3: Análise de Discriminantes de pegadas dianteiras de marsupiais. Abreviações: Did = Didelphis albiventris; Phi = Philander opossum; CalP = Caluromys philander; CalL = Caluromys lanatus; Mic = Micoureus demerarae; Mar = Marmosa murina; Gra = Gracilinanus agilis; Cry = Cryptonanus sp.; Thy = Thylamys velutinus; MonA = Monodelphis americana; MonD = Monodelphis domestica; Frutos = pegadas deixadas nas armadilhas de pegadas. 62 Apêndice 4: Análise de Discriminantes de pegadas dianteiras de roedores. Abreviações: Ako = Akodon cursor; Bol = Necromys lasiurus; Cal = Calomys spp; Mus = Mus musculus; Nec = Nectomys squamipes; Oec = Oecomys spp; Oli = Oligoryzomys spp; Ory = Hylaeamys ; Cer = Cerradomys spp; Oxy = Oxymycterus delator; Pro = Proechimys longicaudatus; Pse = Pseudoryzomys simplex; Rat = Rattus norvergicus; Rhi = Rhipydomys macrurus; Tha = Thalpomys spp.; Frutos = pegadas deixadas nas armadilhas de pegadas. 63 Apêndice 5: Resultados (parciais) das identificações de 1088 pegadas usando análises de discriminantes. Id(1) – Classificação no grupo mais provável, p – Probabilidade de classificação no grupo mais provável, Id(2) - Classificação no 2º grupo mais provável. Os resultados completos estão disponíveis on-line como material suplementar. Leitura Fruto oferecido Estado do Fruto Animal identificado Análise 13-05-11-JB-25 Adonidia merrillii Ausente Callithrix jacchus Visual 08-03-13-GM-04 Agonandra brasiliensis Intacto Marsupial (N.I.) 08-03-13-GM-06 Agonandra brasiliensis Intacto Marsupial (N.I.) 23-02-12-GM-14 Agonandra brasiliensis Intacto Didelphis albiventris 23-02-12-GM-18 Agonandra brasiliensis Consumo de polpa Marsupial (N.I.) 23-02-12-GM-20 Agonandra brasiliensis Consumo de polpa Marmosa murina 14-05-13-GM-15 Allophylus laevigatus Intacto Didelphis albiventris 07-06-13-JB-10 Allophylus laevigatus Ausente 07-06-13-JB-12 Allophylus laevigatus 07-06-13-JB-14 Id(1) p Id(2) xx Mic-Cal-Phi-Did Did 1,00 Cal Gra-Mar-Mic Mar 1,00 Mic Mic-Cal-Phi-Did Did 1,00 Cal Marmosa murina Gra-Mar-Mic Mar 1,00 Gra Ausente Marmosa murina Gra-Mar-Mic Mar 1,00 Gra Allophylus laevigatus Ausente Marmosa murina Gra-Mar-Mic Mar 1,00 Mic 07-06-13-JB-18 Allophylus laevigatus Ausente Marmosa murina Gra-Mar-Mic Mar 1,00 Mic 07-06-13-JB-20 Allophylus laevigatus Ausente Pegadas borradas 28-03-13-JB-13 Allophylus laevigatus Intacto Marmosa murina Continua xx Gra-Mar-Mic Mar 1,00 Gra 64 Pegadas borradas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Cissus verticilata 0,0 0,0 0,0 11,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,2 1,0 0,0 Hancornia speciosa 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 0,0 0,0 Elaeis guineensis Marsupial N. I. 0,0 0,0 0,0 Chaetocarpus myrsinites Mamífero N. I. Cassytha filiformis Lagarto 8,0 C. jacchus 7,5 1,5 Phyllomys sp. 15,5 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 2,5 0,5 0,0 0,0 0,0 C. langguthi 16,5 1,0 0,0 Buchenavia tetraphylla Rattus spp 3,0 O. catherinae 0,0 0,0 N. rattus 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Calomys sp. 4,0 0,0 0,0 M.domestica Byrsonima sericea C.agricolai 2,0 G. agilis 0,0 2,0 0,5 M. murina 4,0 0,0 9,0 2,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 M. demerarae 15,0 2,5 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 C. philander 0,0 0,0 1,5 Allophylus laevigatus D. albiventris Fruto Lauraceae sp.1 Roedor N. I. Apêndice 6: Número de interações ocorridas entre os frutos oferecidos e cada espécie de marsupiais e roedores nos quatro transectos. 1,0 0,0 11,0 25,5 0,0 9,0 133,7 7,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 1,3 5,1 0,0 0,0 0,0 0,0 11,5 3,4 7,0 Eugenia punicifolia 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Eugenia uniflora 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 2,0 Ficus gomelleira 2,8 0,3 0,0 23,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,2 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 1,3 0,3 2,0 Lecithydaceae sp. 2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Luehea ochrophylla 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 Maytenus erythnoxyla 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 Melothria pendula 1,0 0,0 0,0 1,5 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 2,5 1,0 Myrcia bergiana 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Myrcia guianensis 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 Myrcia sylvatica Myrtaceae sp. 3 Ouratea sp. 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 65 Pegadas borradas Roedor N. I. Marsupial N. I. Mamífero N. I. Lagarto C. jacchus Phyllomys sp. C. langguthi Rattus spp O. catherinae N. rattus Calomys sp. M.domestica C.agricolai G. agilis M. murina M. demerarae C. philander D. albiventris Apêndice 6: Continuação. Fruto Passovia pyrifolia 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Pera glabrata 0,6 0,0 0,0 7,6 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,6 1,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,3 0,0 Picramnia andrade-limae 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Protium heptaphyllum 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Psidium guineense 9,5 0,0 3,7 5,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,5 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,3 0,5 0,0 Rourea doniana 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Salzmania nitida 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Securidaca cf.coriacea 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 Serjania salzmanniana 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Sesbania virgata 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Solanum paludosum 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Spondias mombin 1,0 0,0 0,0 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 0,0 0,0 Terminalia catappa 2,5 0,0 0,0 11,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,5 0,0 0,0 Tachigali densiflorum 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Ocotea sp. 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Tapirira guiannensis 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 2,0 Agonandra brasiliensis 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 Xylopia frutescens 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Adenanthera pavonina 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Anacardium occidentale Bowdichia virgilioides Cecropia sp. 5,0 0,5 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 4,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,5 2,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 66 Mamífero N. I. Marsupial N. I. Roedor N. I. Pegadas borradas Connarus blanchetti 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Cordiera myrciifolia 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 Eschweilera ovata 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Heliconia psittacorum Hirtella ciliata Melocactus violaceus 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Miconia albicans 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Paullinia trigonia 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Piper marginatum 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Pogonophora schomburgkiana 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Pouteria venosa 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Pritchardia pacifica 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Protium giganteum 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Solanum stramoniifolium 0,5 0,0 0,0 2,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Syzygium cumini 6,0 0,0 3,5 3,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,5 0,0 0,0 Talisia esculenta 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Andonidia merrillii Ziziphus platyphylla sp. 4 0,0 0,0 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 2,8 0,0 0,0 7,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Total Lagarto 0,0 0,0 0,0 C. jacchus 0,0 0,0 0,0 Phyllomys sp. Rattus spp 0,0 0,0 0,0 C. langguthi O. catherinae 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 N. rattus 0,0 0,0 0,0 Calomys sp. 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 M.domestica 0,0 0,0 0,0 C.agricolai M. murina 0,0 0,0 0,0 G. agilis M. demerarae 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 D. albiventris Fruto Chiococca alba Coccoloba ramosissima Coccoloba sp. C. philander Apêndice 6: Continuação. 90,7 1,8 22,9 266,5 16,0 1,0 1,0 1,0 0,5 0,7 14,5 20,6 0,5 8,0 1,0 2,0 47,9 15,0 45,0 67 ANEXO Normas da revista científica Journal of Tropical Ecology Journal of Tropical Ecology Potential contributors are advised that careful attention to the details below will greatly assist the Editor and thus speed the processing of their manuscripts. Poorly prepared manuscripts will be returned to authors. Scope of the journal Journal of Tropical Ecology publishes papers in the important and now established field of the ecology of tropical regions. Papers may deal with terrestrial, freshwater and strand/coastal tropical ecology, and both those devoted to the results of original research as well as those which form significant reviews will be considered. Papers normally should not exceed 6000 words of main text. Short Communications are acceptable: they should not exceed four printed pages in total length. Manuscript Preparation All manuscripts must be submitted online via the website: http://mc.manuscriptcentral.com/jte Detailed instructions for submitting your manuscript online can be found at the submission website by clicking on the ‘Instructions and Forms’ link in the top right of the screen; and then clicking on the ‘Author Submission Instructions’ icon on the following page. The Editor will acknowledge receipt of the manuscript, provide it with a manuscript reference number and assign it to reviewers. The reference number of the manuscript should be quoted in all correspondence with Journal of Tropical Ecology Office and Publisher. Submission of a manuscript implies that it has been approved in its final form by all the named authors, that it reports on unpublished work and that it has not been published or concurrently submitted for publication, in whole or in part, elsewhere. Papers are first inspected for suitability by the Editor or an editorial board member. Those suitable papers are then critically reviewed by usually two or three expert persons. On their advice the Editor provisionally accepts, or rejects, the paper. If acceptance is indicated the manuscript is usually returned to the author for revision. In some cases a resubmission is invited and on receipt of the new version, the paper may 68 be sent to a third referee. If the author does not return the revised or resubmitted version within six months the paper will be classified as rejected. Final acceptance is made when the manuscript has been satisfactorily revised. Language All papers should be written in English, and spelling should generally follow The Concise Oxford Dictionary of Current English. Abstracts in other languages will be printed if the author so desires together with an abstract in English. All abstracts must be provided by the author. Preparation of the manuscript Authors are strongly advised to consult a recent issue of the JTE to acquaint themselves with the general layout of articles. You can view a free sample issue of the journal at http://journals.cambridge.org/trosample. Manuscripts should be prepared according to the following structure: Page 1. Title page. This should contain (a) the full title, preferably of less than 20 words and usually containing the geographical location of the study; (b) a running title of not more than 48 letters and spaces; (c) a list of up to 10 key words, separated by commas, in alphabetical order suitable for international retrieval systems; (d) the full name of each author; (e) the name of the institution in which the work was carried out; and (f) the present email address of the author to whom PDF proofs should be sent. Page 2. Abstract. This should be a single paragraph, in passive mode, no more than 200 words long, concise summary of the paper intelligible on its own in conjunction with the title, without abbreviations or references. Page 3. et seq. The main body of the text may contain the following sections in the sequence indicated: (a) Introduction, (b) Methods, (c) Results, (d) Discussion, (e) Acknowledgements, (f) Literature Cited, (g) Appendices, (h) Tables, (i) Legends to Figures. An extra section between (a) and (b) for Study Site or Study Species might be necessary. Main headings should be in capital type and centred; sub-headings should be ranged left and in bold. A Short Communication has a title, abstract and keywords but no section headings until Acknowledgements and item Literature Cited. Acknowledgements should be brief. Notes should be avoided if at all possible; any notes will be printed at the end of the paper and not as footnotes. 69 Tables (preferably in MS Word, they must not be submitted as images) should be provided either at the end of the manuscript or as separate files. Tables should be numbered consecutively with Arabic numerals and every table should be cited at least once in the text, in consecutive order. Figures should be submitted as separate files in TIF or EPS format but captions to figures should be supplied on a separate sheet at the end of the main manuscript. All figures must be cited in consecutive order. The page size should be set to A4 and the text should be in a font size of 12 or greater throughout. Double spacing must also be used throughout, allowing wide margins (about 3 cm) on all sides. Main text pages should be numbered. Scientific names The complete Latin name (genus, species and authority) must be given in full for every organism when first mentioned in the text unless a standard nomenclatural reference is available which can be cited. Authorities might alternatively appear in Tables where they are first used. Names of taxa at generic rank and below should be in italics. Units of measurement Measurements must be in metric units; if not, metric equivalents must also be given. The minus index (m-1, mm-3) should be used except where the unit is an object, e.g. 'per tree', not 'tree-1'). Use d-1, wk-1, mo-1 and y-1 for per day, per week, per month and per year. Abbreviations In general, abbreviations should be avoided. Numbers one to nine should be spelled out and number 10 onwards given in figures. Dates should follow the sequence day-month-year, e.g. 1 January 1997. The 24-hour clock should be used, e.g. 16h15. Appendix material Unavoidably large tables or lists disrupt the flow and layout of the main text and are best included in appendices. Appendices are numbered consecutively with Arabic numerals and must be cited in numerical order in the text. Very large appendices may be published online only. In this case, the material is not copy edited or typeset but loaded directly as supplied by the authors (see below). All appendix material must conform to the journal style. Publication of appendix material remains at the discretion of the editor. Appendices are not normally included with short communications. Literature cited 70 References to literature in the text should conform to the 'name-and-date' system. For example, direct citation as: Benzing (2000) or Moses & Semple (2011); or parenthetically (Holste et al. 1981). If a number of references are cited at one place in the text, they should not be be arranged chronologically, but alphabetically by first author, with single-author references before those with two authors, which in turn come before those with three or more authors, e.g. (Chan 2008, Dubois & Blanc 1999, Silva & Almeida 2011, Silva et al. 2009, Williams 2003). In the reference list citations should take the forms given below. References with two or more authors should be arranged first alphabetically then chronologically. The names of cited journals should be given in full. Certain foreign language citations may be translated into English, and this should always be done where the English alphabet is not used (e.g. Chinese, Hindi, Thai). BENZING, D. H. 2000. Bromeliaceae - profile of an adaptive radiation. Cambridge University Press, Cambridge. 690 pp. HOLSTE, E. K., KOBE, R. K. & VRIESENDORP, C. F. 2011. Seedling growth responses to soil resources in the understory of a wet tropical forest. Ecology 92:18281838. MOSES, K. & SEMPLE, S. 2011. Primary seed dispersal by the black-and-white ruffed lemur (Varecia variegata) in the Manombo forest, south-east Madagascar. Journal of Tropical Ecology 27:1-10. ROHWER, S., BUTLER, L. K. & FROEHLICH, D. R. 2005. Ecology and demography of east-west differences in molt scheduling of Neotropical migrant passerines. Pp. 87105 in Greenberg, R. & Marra, P. P. (eds.). Birds of two worlds: the ecology and evolution of migration. Johns Hopkins University Press, Baltimore. Use the following as contractions in text: 'pers. obs.', 'pers. comm.', 'unpubl. data', 'in press'. Authors should double-check that all references in the text correspond exactly to those in the Literature Cited section. Tables and figures Tables Tables should be in a simple form, with one set of column and row headings per table. Tables in parts with different column headings are not acceptable. These should be split into two or more separate tables. Column headings should be brief, with units of 71 measurement in parentheses. Vertical lines should not be used to separate columns. Avoid presenting tables that are too large to be printed across the page; table width must not exceed 80 characters, including spaces between words, figures and columns. Each table should be numbered consecutively with Arabic numerals. They can either be submitted as separate files (Microsoft Word) or appended to the main manuscript text file. Each table must be accompanied by a clear and concise caption. All tables and figures must be cited in the text. Figures and Illustrations Please ensure that your figures are saved at final publication size and are in our recommended file formats. Following these guidelines will result in high quality images being reproduced in both the print and the online versions of the Journal. Authors should ensure that all figures, whether line drawings or photographs, clarify or reduce the length of the text. Figures should be submitted in TIF or EPS format at approximate final publication size. Resolution of artwork should be at the following minimum resolutions: line artwork (black & white), 1200 dpi; combination, i.e. line/tone (greyscale), 800 dpi; black-and-white halftone (greyscale), 300 dpi; and colour halftone, 300 dpi. Colour is only encouraged where its use adds materially to the comprehension of the figure. All colour images should be clear when reproduced in black-and-white, and authors should include additional greyscale versions of colour figures for assessment, if they are not paying for colour in print. Comprehensive guidance on creating suitable electronic figures is available in the Cambridge Journals Artwork Guide. Please: ensure text figures, line drawings, computer-generated figures and graphs are of sufficient size and quality to allow for reduction; avoid the use of solid black infills or complex hatching; use halftone images where they make a real contribution to the text, and ensure they are of good quality at the intended final size with any required lettering or numbering inserted by the author; include figure legends and numbers on a separate page at the end of the body text of the manuscript; individual parts of a figure should be clearly labelled with lowercase letters consecutively from ‘a’ and referred to in the legend. 72 Legends to multipart figures should open with a statement summarising the whole figure. The individual parts should then be itemised with the part labels in full parentheses AFTER each item. Legends to figures and tables should be informative, ideally allowing readers to comprehend what the figure/table represents without reference to the main text of the paper. where possible put keys to symbols and lines in legends not on figures; inform the Editorial Office at the earliest opportunity if you wish to use colour figures (we will ask authors to pay in advance for the use of colour, but we can advise on how this can be kept to a minimum if we know your plans). Supplementary Material There will normally be one of the following reasons for you to supply supplementary material to accompany the online version of your article: You wish to link to additional information which due to its nature does not lend itself to print media (examples- full data sets, moving-image or sound files etc.). The Editor of the journal has requested that you extract certain information from the original article in order to allow for space constraints of the print version. N.B. Please note that no copyediting or quality assurance measures will be undertaken on supplementary material (other than to ensure that the file is intact). The authors therefore warrant that the supplementary material that they submit when the paper is accepted is in a suitable format for publication in this manner. The material shall be published online in exactly the form that it is supplied. Please follow the following instructions to supply supplementary material to accompany the online version of your article: Each supplementary file must be supplied as a separate file. Do not supply this material as part of the file destined for publication in the print journal; Each supplementary file must have a clear title (e.g., S. Jones_supplementary_figure_1); Provide a text summary for each file of no more than 50 words. The summary should describe the contents of the file. Descriptions of individual figures or tables should be provided if these items are submitted as separate files. If a group of figures is submitted together in one file, the description should indicate 73 how many figures are contained within the file and provide a general description of what the figures collectively show; The file type and file size in parentheses; Ensure that each piece of supplementary material is clearly referred to at least once in the print version of the paper at an appropriate point in the text, and is also listed at the end of the paper. Format and file size File sizes should be as small as possible in order to ensure that users can download them quickly, particularly the main text; Avoid generic file names such as ‘manuscript’ or ‘text’; instead use author names or subject topic to reduce the likelihood of duplication with other submissions; Images should be a maximum size of 640 × 480 pixels at a resolution of 72 pixels per inch; Authors should limit the number of files to under ten, with a total size not normally exceeding 3 MB. Sound/movie files may be up to 10 MB per file; colour images may be up to 5 MB per file; all other general file types may be up to 2 MB per file but most files should be much smaller; We accept files in any of the following formats (if in doubt please enquire first): MS Word document (.doc), Plain ASCII text (.txt), Rich Text Format (.rtf), WordPerfect document (.wpd), HTML document (.htm), MS Excel spreadsheet (.xls), GIF image (.gif), JPEG image (.jpg), TIFF image (.tif), MS PowerPoint slide (.ppt), QuickTime movie (.mov), Audio file (.wav), Audio file (.mp3), MPEG/MPG animation (.mpg). If your file sizes exceed these limits, or if you cannot submit in these formats, please seek advice from the editor/board member handling your manuscript. Publication Copyright Authors of articles published in the journal assign copyright to Cambridge University Press (with certain rights reserved) and you will receive a copyright assignment form for signature on acceptance of your paper. Authors receiving requests for permission to reproduce their work should contact Cambridge University Press for advice. Papers are 74 accepted on the understanding that the work has been submitted exclusively to the Journal of Tropical Ecology and has not been previously published elsewhere unless otherwise stated. Proofs Page proofs will be forwarded as PDF files by email to the corresponding author. It is the responsibility of the author to ensure that no errors are present. Authors will receive a PDF file of page proofs by email, and will be asked to return corrected proofs within 48 hours. Only essential corrections should be made and authors will be charged for excessive alterations at the proof stage. Once a proof has been returned only minor changes will be allowed. Authors should be aware that large numbers of changes may lead to the paper being returned to reviewers for approval, delaying publication, in addition to incurring costs associated with making the changes. Errors remaining in these first proofs after the author has checked them are the author’s responsibility. Any further editorial changes, apart from minor grammatical and syntactical improvements, will be communicated to the author before second proofs are prepared. Offprints The author (or main author) of an accepted paper will receive a free PDF of their paper upon publication. Authors will be offered the opportunity to order paper offprints by using the form supplied at proof stage. Reprints For all commercial reprint pricing details, please follow this link or contact [email protected] Open Access Publication in Journal of Tropical Ecology Cambridge Open Option allows authors the option to make their articles freely available to everyone, immediately on publication. This service reflects Cambridge’s commitment to further the dissemination of published academic information. The programme allows authors to make their article freely available in exchange for a one-off charge paid either by the authors themselves or by their associated funding body. This fee covers the costs associated with the publication process from peer review, through copyediting and typesetting, up to and including the hosting of the definitive version of the published article online. Payment of this one-off fee entitles 75 permanent archiving both by Cambridge University Press and by the author; however, it also enables anyone else to view, search and download an article for personal and noncommercial use. The only condition for this is that the author and original source are properly acknowledged. The Cambridge Open Option is only offered to authors upon acceptance of an article for publication and as such has no influence on the peer review or acceptance procedure. The paper will continue to be made available in both print and online versions, but will be made freely available to anyone with Internet links via our online platform, Cambridge Journals Online. In addition, such papers will have copyright assigned under a Creative Commons Attribution licence, which enables sharing and adaptation, providing attribution is given. All articles will continue to be handled in the normal manner with peer-review, professional production and online distribution in Cambridge Journals Online. Articles will also be included in the relevant Abstracting & Indexing services and in CrossRef, and can have supplementary content (text, video or audio) added to their online versions. Cambridge will also deposit the article in any relevant repositories on the author’s behalf, where that is a condition of the funding body. The Cambridge Open Option is now available to authors of articles in Journal of Tropical Ecology at the standard Cambridge rate of £1695/$2700 per article. Requests to take up the Cambridge Open Option will be subject to approval by the Editors of the Journal.