bruno dib de oliveira
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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE BRUNO DIB DE OLIVEIRA UMA ANÁLISE DA GESTÃO DE FORNECEDORES NA FUNÇÃO DE COMPRAS E SEU INDICADOR DE DESEMPENHO PARA A EMPRESA GOODYEAR São Paulo 2009 CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE BRUNO DIB DE OLIVEIRA UMA ANÁLISE DA GESTÃO DE FORNECEDORES NA FUNÇÃO DE COMPRAS E SEU INDICADOR DE DESEMPENHO PARA A EMPRESA GOODYEAR Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística e Transportes. Orientador: Profª. Dra. Marly Cavalcanti. São Paulo 2009 CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE BRUNO DIB DE OLIVEIRA UMA ANÁLISE DA GESTÃO DE FORNECEDORES NA FUNÇÃO DE COMPRAS E SEU INDICADOR DE DESEMPENHO PARA A EMPRESA GOODYEAR Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística e Transportes. COMISSÃO EXAMINADORA ______________________________________ Orientadora: Profa Dra. Marly Cavalcanti Faculdade de Tecnologia da Zona Leste ______________________________________ Profa Ms.Georgette Ferrari Prioli Faculdade de Tecnologia da Zona Leste ______________________________________ Prof. Eduardo Paulino da Silva São Paulo, ____ de________ de 2009. A meus pais, meu irmão, e amigos que foram compreensivos e companheiros de todas as horas... AGRADECIMENTOS A Profa Dra. Orientadora, que soube estimular e incentivar a confecção desta Monografia, A minha família, por todos os ensinamentos e pelos momentos difíceis superados juntos, Aos amigos e colegas pelos momentos agradáveis, Aos professores e colegas de curso, pela amizade, força e companheirismo. “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." William Shakespeare OLIVEIRA, Bruno Dib de. Uma Análise da Gestão de Fornecedores na Função de Compras e seu Indicador de Desempenho para a Empresa Goodyear. 2009. Monografia. (Tecnólogo em Logística e Transportes) - Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. RESUMO O presente trabalho apresenta uma análise da gestão de fornecedores no departamento de Compras, assim como o indicador de desempenho utilizado em uma empresa do setor automobilístico. Desta forma, este trabalho se propõem a contrapor o indicador utilizado a outras alternativas que poderiam melhorar a análise dos fornecedores qualitativamente aumentando os níveis de serviços aos clientes internos dentro de uma base de custos já definida. Nesta análise foram incluídas como os fornecedores estratégicos se relacionam com a empresa estudada, de modo que a situação atual pudesse ser analisada e os planos de ação pudessem ser elaborados. Palavras-chave: fornecedores, indicadores de desempenho, avaliação OLIVEIRA, Bruno Dib de. An Analysis of Supplier Management in the Purchasing Department and its Performance Indicator for Goodyear Company. 2009. Monograph. (Technology in Logistic and Transport) - Faculty of Technology East. ABSTRACT This Report offers an analysis of supplier management in the Purchasing Department, besides the performance indicators used in an automobile sector company. In this way, It considers confronting the used indicator to others alternatives that could improve the supplier analysis in a qualitative way, increasing the service levels for the intern clients limited by a cost base already defined. In this analysis was included how the strategic suppliers relate to the studied company, in a form that the present situation could be analyzed and the action plans could be accomplished. Key-words: suppliers, performance indicators, evaluation SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................ 10 1.1 Objetivo............................................................................................................ 12 1.2 Justificativa ...................................................................................................... 12 1.3 Metodologia ..................................................................................................... 12 2. A Logística............................................................................................................. 13 2.1 Histórico ........................................................................................................... 14 2.1.1 Primeira Fase ............................................................................................ 14 2.1.2 Segunda Fase ........................................................................................... 14 2.1.3 Terceira fase ............................................................................................. 15 2.1.4 Quarta Fase .............................................................................................. 16 2.1.5 A Logística no Brasil.................................................................................. 17 2.2 Definição .......................................................................................................... 18 2.3 Delimitações da Logística ................................................................................ 19 2.4 Interfaces da Logística ..................................................................................... 19 3. Cadeia de Suprimentos ......................................................................................... 20 3.1 Produção Enxuta (Lean Production) ................................................................ 22 3.2 Custos Logísticos ............................................................................................ 23 3.3 Nível de serviços ............................................................................................. 26 4. A Função de Compras .......................................................................................... 27 4.1 Objetivos da Função de Compras ................................................................... 29 4.2 Centralização de Compras .............................................................................. 30 4.3 Descentralização de Compras ......................................................................... 31 4.4 Classificação de Fornecedores ........................................................................ 31 4.5 Seleção de Fornecedores ................................................................................ 33 4.6 Relacionamento com Fornecedores ................................................................ 34 4.7 Indicadores de Desempenho ........................................................................... 36 5. Conhecimento Tácito e Explícito ........................................................................... 38 6. Estudo de Caso - A empresa a ser estudada ....................................................... 38 6.1 Suas operações no Brasil ................................................................................ 39 6.2 Função de Compras na Goodyear .................................................................. 40 6.2.1 Organização do Departamento de Compras da Goodyear ....................... 41 6.2.2 Procedimento de Aquisição ....................................................................... 42 6.3 Os fornecedores .............................................................................................. 42 6.4 Problemas encontrados ................................................................................... 43 6.5 Indicador de Desempenho e a Gestão de Fornecedores ................................ 44 7. Considerações Finais ............................................................................................ 47 8. Referências Bibliográficas ..................................................................................... 48 10 1. INTRODUÇÃO A velocidade da demanda nos mercados nacionais e internacionais é cada vez maior. Adaptar se as mudanças é essencial à sobrevivência e a boa manutenção das trocas comerciais entre compradores e fornecedores. Para isso, muitas empresas estão utilizando diversos mecanismos para se antecipar e propor alternativas viáveis e rentáveis na distribuição ao longo de sua cadeia de suprimentos. Neste contexto, a empresa que será estudada atua na manufatura de pneus para o mercado, desde automóveis, passando por veículos agrícolas, até aviões. Segundo Martins e Alt (2003, p.286), O gerenciamento da cadeia de suprimentos, ou supply chain management, nada mais é do que administrar o sistema de logística integrada da empresa, ou seja, o uso de tecnologias avançadas, entre elas gerenciamento de informações e pesquisa operacional, para planejar e controlar uma complexa rede de fatores visando produzir e distribuir produtos e serviços para satisfazer o cliente. Fazer com que a cadeia de suprimentos funcione de forma rápida e eficiente é um desafio para as organizações. Com uma gama ampla de produtos e uma extensão continental para se fazer a distribuição como é o caso do Brasil, devemos procurar solucionar o que de fato acontece no percurso dos produtos até o seu destino final. Assim, a gestão de fornecedores na função compras exercerá um papel central no desenvolvimento deste estudo, pois ainda segundo Martins e Alt (2003, p.64), “A função compras é vista como parte do processo de logística das empresas, ou seja, como parte integrante da cadeia de suprimentos [...]” 11 Na empresa a ser estudada, podemos destacar a falta de um sistema integrado de logística, que, por muitas vezes, causa falhas de comunicação entre clientes e fornecedores. Desse modo, a gestão dos fornecedores se torna debilitada ou até mesmo ineficaz, trazendo desvantagens para a organização em forma de perda de competitividade no mercado. De acordo com Martins e Alt (2003, p.294) O importante é estabelecer um relacionamento permanente entre cliente e fornecedor, envolvendo não apenas compras eventuais ou programadas, mas o próprio desenvolvimento de produtos. A competitividade tem exigido que cada vez mais os fornecedores e clientes trabalhem de forma complementar na função de compras. Os sistemas de informação devem ser integrados, dando um parecer mais real sobre a verdadeira condição da operação que está sendo executada. Além disso, é importante que a gestão de fornecedores passe a ser vista como uma operação estratégica, e não apenas como uma mera função rotineira ou ainda voltada apenas para processos burocráticos. 12 1.1 Objetivo Esta monografia tem por objetivo realizar uma análise da gestão de fornecedores na função de compras da empresa Goodyear, procurando relacionar indicadores de desempenho dos fornecedores, apontar eventuais disparidades e contextualizar essa relação na cadeia de suprimentos. 1.2 Justificativa A escolha deste tema ocorreu pelo fato de que uma boa gestão de fornecedores em compras é imprescindível para a competitividade das organizações e para suas estratégias de ganhos futuros. Para Ballou (2004.p. 327), Compras comanda uma posição importante na maioria das organizações já que as peças, os componentes e os suprimentos comprados representam tipicamente de 40 a 60% do valor das vendas de seus produtos finais. Isso significa que as reduções relativamente pequenas de custo obtidas na aquisição dos materiais podem ter um impacto maior em lucros do que melhorias iguais em outras áreas de custo-venda da organização. Desse modo, podemos avaliar o valor estratégico que esta função desempenha nas organizações. 1.3 Metodologia Para a realização desta monografia será utilizado a metodologia do estudo de caso exploratório e pesquisa bibliográfica para revisão do estado de artes de conceitos para a fundamentação do tema proposto. 13 2. A LOGÍSTICA As atividades logísticas ganham cada vez mais espaço nas decisões estratégicas das empresas. A boa gestão da Logística é imprescindível para uma organização manter-se viva em uma economia de alto nível, sendo assim, a principal responsável por as pessoas obterem tudo aquilo que necessitam, mesmo que em sua região não exista a produção de tal bem ou serviço. “A Logística é a verdadeira essência do comércio. Ela contribui para um maior padrão de vida para todos.” (BALLOU, 2001, p 19). Segundo Bowersox e Closs (2001, p.19): “A maioria dos consumidores em nações industriais altamente desenvolvidas já está acostumada a um alto nível de competência logística.” Estes consumidores quando se deslocam aos estabelecimentos para adquirir os produtos, esperam que estes estejam disponíveis, prontos para a aquisição. Esta expectativa está associada a um dos objetivos da Logística que será abordado mais adiante. Ainda segundo Bowersox e Closs (2001, p. 21): “As empresas que desfrutam de competência logística de classe mundial conseguem ganhar vantagem competitiva proporcionando aos clientes um serviço superior.” Estas organizações que conseguem vantagens na cadeia de valor através da logística, apresentam desempenho acima da média no controle de estoques e na velocidade e capacidade de entrega, passando a se tornar fornecedores ideais. 14 2.1 Histórico A evolução da Logística pode ser observada em quatro fases. 2.1.1 Primeira Fase A primeira fase data da Segunda Guerra Mundial, quando a moderna Logística se originou. Após a guerra, em decorrência dos avanços tecnológicos trazidos por ela, a indústria procurou preencher importantes lacunas de demanda existentes no mercado consumidor. Nesta primeira fase, segundo Novaes (2001, p. 41): “Os produtos, por sua vez, eram padronizados: geladeiras de tipo único, na cor branca; a Coca-Cola como refrigerante típico, e assim por diante.” “Nessa época, não haviam ainda os sofisticados sistemas de comunicação e de informática disponíveis hoje.” (NOVAES, 2001, p. 41). Bowersox e Closs (2001, p.27) confirmam: Primeiro, antes da grande difusão dos computadores e de técnicas quantitativas, não havia nenhum motivo para se acreditar que funções logísticas pudessem ser integradas ou que essa integração de funções pudesse aprimorar o desempenho total. 2.1.2 Segunda Fase A segunda fase tem início através da necessidade dos consumidores por produtos mais diferenciados. Questões como cor, tamanho e detalhes de acabamento, começaram a ser colocados em prática em novos produtos que chegavam ao mercado. De acordo com Novaes (2001, p. 44): 15 A abertura apreciável no leque de produtos mais as diferentes opções de cores, tipos e tamanhos oferecidos aos consumidores, ocasionaram um aumento acentuado nos estoques ao longo da cadeia produtiva. Para melhor controle, passou a ser necessária uma melhor otimização da cadeia de suprimentos com o objetivo de melhorar os custos substancialmente. A informática, ainda em início de trajetória, já começava a ajudar na racionalização da Logística nas organizações. Porém sua importância só seria substancialmente comprovada na próxima fase. 2.1.3 Terceira fase A terceira fase apresenta mudanças de relacionamento em pontos fundamentais, dentro da empresa com seus fornecedores e clientes. Segundo Novaes (2001, p. 46): “A terceira fase da Logística é caracterizada pela integração dinâmica e flexível entre os componentes da cadeia de suprimento [...]” Muitos fatores foram cruciais para essa nova fase, más sem dúvida a informática foi a principal contribuinte para essa transição até a integração da cadeia de suprimentos. Bowersox e Closs (2001, p28) confirmam: O impacto do microcomputador sobre a logística integrada tem sido de longo alcance. Encontram-se recursos computacionais disponíveis para o gerenciamento de toda a logística em processo integrado, desde o suprimento, passando pela manufatura, até a distribuição de produtos acabados. Nesta fase, as empresas começaram a perceber que a tecnologia 16 poderia ser usada com elemento diferencial de vantagem competitiva. Segundo Nazário (2000), Os clientes perceberam que informações sobre status do pedido, disponibilidade de produtos, programação de entrega e fatura são elementos necessários de serviço total ao cliente; Os executivos perceberam que a informação pode reduzir de forma eficaz as necessidades de estoque e recursos humanos; A informação aumenta a flexibilidade. 2.1.4 Quarta Fase Na quarta fase, as empresas da cadeia de suprimento passam a tratar a questão logística de forma estratégica. Essa nova forma de tratar a questão Logística engloba, segundo Pires (2004, p.47): “Os processos que envolvem fornecedores-clientes e ligam empresas desde a fonte inicial de matérias primas até o ponto de consumo do produto acabado.” Esta fase possibilitou uma nova concepção no tratamento dos problemas logísticos, o Supply Chain Management. Esta nova abordagem é marcada pela quebra de fronteiras entre os agentes da cadeia em pró do consumidor final. O Supply Chain Management será discutido mais adiante. 17 2.1.5 A Logística no Brasil Muitas empresas no Brasil, já estão se atentando para as questões logísticas. Apesar disso, os avanços ainda não são suficientes e muitas vezes se apresentam de forma reativa. Segundo Martins e Alt (2003, p. 251): “No Brasil, a logística apareceu nos anos 1970, por meio de um de seus aspectos: a distribuição física tanto interna quanto externa [...]” Pires (2004, p.36) afirma que: “[...] não faz muito tempo assim, especialmente no Brasil, que a área tinha um status secundário nas empresas industriais. Em muitas empresas a logística era considerada, por exemplo, o setor responsável pela expedição de produtos ou o setor que contratava os serviços das transportadoras. Mas as coisas mudaram muito, impulsionadas por uma série de eventos ocorridos nas últimas décadas. Muitos problemas de origem cultural e estrutural ainda oferecem resistência ao crescimento da Logística no Brasil, apresentando empresas que se encontram desde a primeira fase, até empresas tentando fazer a transição da terceira para a quarta fase. Segundo Gomes e Ribeiro (2006, p.16) a respeito da logística no Brasil, A abertura comercial e a expansão do comércio internacional, permitiram quem se tivesse uma demanda logística internacional, área para a qual o país nunca havia se preparado, tanto em termos burocráticos como em termos de infra-estrutura. Por outro lado, o fim do processo inflacionário induziu a uma das mais importantes mudanças na prática da logística empresarial, ou seja, o crescente movimento de cooperação entre clientes e fornecedores na cadeia de suprimentos, dentro do conceito de Supply Chain Management (SCM) ou Gestão da Cadeia de Suprimentos. 18 2.2 Definição A definição de Logística pode ser encontrada entre diversos autores. Segundo a CML (1998), Logística é a parte dos processos da cadeia de suprimentos (SC) que planeja, implementa e controla o efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços e informações correlatas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender as necessidades dos clientes. Christopher (1997) confirma: A Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo. Neste contexto, a missão da Logística em uma visão macro é satisfazer as necessidades dos clientes da maneira mais eficiente possível. Segundo Ballou (2001, p.21), A missão da Logística é dispor a mercadoria ou serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa. A missão da Logística está essencialmente associada a criação de valor aos fornecedores, clientes e acionistas da empresa. Como iremos estudar nesta monografia a Função de compras e mais especificamente a gestão de fornecedores, é importante salientar as atividades do sistema Logístico. Novamente de acordo com o CLM (1962): Os componentes de um sistema logístico típico são: serviços aos clientes, previsão de vendas, comunicação de distribuição, controle de estoque, 19 manuseio de materiais, processamento de pedidos, peças de reposição e serviços de suporte, seleção do local da planta e armazenagem (análise da localização), compras, embalagem, manuseio de mercadorias devolvidas, recuperação e descarte de sucata, tráfego e transporte, e armazenagem e estocagem. 2.3 Delimitações da Logística Para se atingir o objetivo fundamental da logística alguns elementos devem trabalhar em perfeita harmonia dentro do sistema logístico. “Os principais pontos em que a Logística se baseia são a movimentação dos produtos, a movimentação das informações, o tempo, o custo e o nível de serviços.” (MARTINS; ALT; 2003, p. 258). Segundo Novaes (2001, p.37), “Esse fluxo ocorre nos dois sentidos, trazendo informações paralelamente à evolução do fluxo de materiais, más conduzindo também informação no sentido inverso, [...]” Neste contexto, Dornier et al (2000) complementa: Mais que apenas o fluxo de produtos, o sistema logístico está diretamente envolvido com o fluxo de informações (e.g., disponibilidade de produtos, prazo de entrega, necessidades dos clientes). “Assim, um Sistema de informações Logísticas monitora o fluxo ao longo de toda a cadeia de atividades logísticas, capturando, processando, e armazenando dados, de modo a repassá-los aos usuários e clientes finais.” (DORNIER et al, 2000). 2.4 Interfaces da Logística As atividades logísticas apresentam suas interfaces e intersecções 20 na função de Marketing e Produção. Marketing é o responsável pelo valor de posse. A produção é responsável pela forma do produto e a Logística da ao produto ou serviço o valor de tempo e lugar. Assim, segundo Ballou (2001, p.25), “O valor da logística é expresso em termos de tempo e lugar. Produtos e serviços não têm valor a menos que estejam sob a posse do cliente quando (tempo) e onde (lugar) eles desejam consumi-los.” 3. CADEIA DE SUPRIMENTOS Como iremos estudar mais especificamente a área de compras e a gestão de fornecedores, sua contextualização dentro do Supply chain Management se faz necessário. Nesse sentido, segundo Bowesox e Closs (2001, p.45), O suprimento abrange a compra e a organização da movimentação de entrada de materiais, de peças e de produtos acabados dos fornecedores, para as fábricas ou montadoras, depósitos ou lojas de varejo. A definição de cadeia de abastecimento pode ser observada abaixo: A cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos parra o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e consumidores os desejarem. (BERTAGLIA, 2006, p.4). Taylor ressalta (2006, p. 24), “O objetivo principal no gerenciamento de uma cadeia de suprimentos é conseguir estabelecer um fluxo organizado de 21 produtos de extração de matérias-primas até a chagada do produto ao cliente.” Como ressalta também Martins e Alt (2002, p.287) e este será um dos focos deste capítulo, principalmente o item b: O objetivo do gerente de supply chain (SC) é: a) satisfazer rapidamente o cliente, criando um diferencial com a concorrência e b) minimizar os custos financeiros, pelo uso de menos capital de giro, e os custos operacionais, diminuindo desperdícios e evitando ao máximo atividades que não agregam valor ao produto, tais como esperas, armazenamentos, transportes e controles. Do ponto de vista dos relacionamentos na cadeia de suprimentos Slack et al (2007, p.427), “O comportamento de toda a cadeia de suprimentos é, afinal de contas, construído de relacionamentos que são formados entre pares individuais da cadeia.” Os fornecedores devem estar totalmente alinhados aos objetivos dos clientes, de forma que exista um interesse de parceria em longo prazo. “[...] é necessário um alto grau de interação entre fornecedor e cliente, que como parceiros, diminuem custos ao longo da cadeia (entre 10% e 30%) e tempo médio de estocagem (cerca de 50%).” (MARTINS; ALT, 2002, p.287). Para o objetivo da cadeia de suprimento ser alcançada Bertaglia (2006, p.93) destaca: “[...], os clientes devem ter acesso ás informações importantes que lhes interessam, como programação de entrega, situação do pedido, entre outras.” Como foco principal desta monografia, a relação cliente-fornecedor será abordada com maior profundidade mais adiante. 22 3.1 Produção Enxuta (Lean Production) O termo enxuto, como tradução de “lean”, surgiu na literatura de negócios para adjetivar o Sistema Toyota de fabricação. Segundo Pires (2004, p.77) sobre Produção Enxuta, [...] o termo tem sido utilizado no contexto da SCM, em especial por um conjunto de pesquisadores do Reino Unido. Nesse contexto, o termo enxuto (lean) tem um foco na remoção das anomalias e de práticas que causam desperdícios nos processos ao longo da SC. A lógica básica é “fazer mais com menos”, geralmente através de práticas consagradas pelo Just in time. Neste caso, geralmente, o critério ganhador de pedido em questão é o custo. Slack et al (2007, p.335) confirma, Em um sistema de planejamento e controle puxado, o passo e as especificações de o que é feito são estabelecidos pela estação de trabalho do “consumidor”, que “puxa” o trabalho da estação de trabalho antecedente (fornecedor). O consumidor atua como único “gatilho” da produção e da movimentação Neste caso, o consumidor não só aciona os materiais para a produção do bem, más também prepara o estágio supridor para reabastecer os itens que foram usados na produção. A fabricação enxuta passou a ser conhecida como fabricação “just-in-time”. Para entender melhor a produção enxuta, sua definição torna-se necessária. Eis a definição de Womack et al (1992): • é um sistema produtivo integrado, com enfoque no fluxo de produção, produção em pequenos lotes segundo a filosofia just-in-time e um nível reduzido de estoques; • envolve ações de prevenção de defeitos em vez da 23 correção; • trabalha com produção puxada em vez da produção empurrada baseada em previsões de demanda; • é flexível, sendo organizada através de times de trabalho formados por mão-de-obra polivalente; • pratica um envolvimento ativo na solução das causas de problemas com vistas à maximização da agregação de valor ao produto final; • trabalha com um relacionamento de parceria intensivo desde o primeiro fornecedor até o cliente final. “Os sistemas puxados são muito menos prováveis de resultar em criação de estoque e são, portanto, favorecidos pelas operações JIT.” (SLACK et al, 2007, p.335). 3.2 Custos Logísticos Os custos logísticos representam uma das maiores preocupações dentro da cadeia de suprimentos e conseqüentemente dentro da função de Compras. Não só os custos, más também o nível de serviço prestado torna-se crucial para a viabilidade do negócio. Faria e Costa (2007, p.42) confirmam: Na aplicação desse conceito, portanto, a solução ótima é aquela que melhor atende à equação nível de serviço ótimo/ custo total mínimo. O processo analisado sob a abordagem de Logística Integrada otimiza seu funcionamento, ao menor Custo Logístico Total apurado, atendendo ao 24 nível de serviço demandado. “Uma estratégia logística que vise a atingir o balanceamento entre custos totais e nível de serviço envolve a determinação de critérios de desempenho que o sistema logístico necessitará manter.” (FARIA; COSTA, 2007, p.43). Estes critérios ou indicadores são importantes para a análise da qualidade tanto para clientes internos quanto para externos. Os critérios de desempenho serão abordados mais adiante. Para evidenciarmos os custos logísticos, listar suas principais causas se faz necessário. Segundo Gomes e Ribeiro (2006, p.20), os custos logísticos são influenciados pelos seguintes fatores básicos: • Concorrência global; • Alterações das populações, fazendo com que a demanda mude. • Variação na quantidade de matérias-primas; • Custo da Mão-de-obra. Inicialmente o que temos são custos de aquisição. Os custos de aquisição estão relacionados aos “custos de pedir e de obter” o material e se dividem em custos fixos e variáveis. Os custos fixos estão associados aos salários dos funcionários responsáveis pela emissão das requisições. Todo custo que aumenta na proporção em quem se aumenta o número de pedidos é chamado de custo variável. (BERTAGLIA, 2006, p.328). Ainda segundo Bertaglia (2006, p.329), os principais custos de 25 aquisição, fixos e variáveis, são os seguintes: • administrativos, relacionados à colocação do pedido (requisições, fax, telefone, serviços de computadores, correios e salários dos funcionários); • inspeções; • movimentações diversas (por exemplo, deslocamentos dos funcionários para efetuar compras urgentes); • descontos que ocorrem eventualmente na compra de volumes altos. Não podemos esquecer que na cadeia de suprimentos, os custos não podem ser vistos de forma isolada como se fossem elementos independentes. Segundo Faria e Costa (2007, p.46), A análise do Custo Logístico Total envolve a minimização dos custos de transporte, armazenagem e movimentação de materiais/produtos, embalagem, manutenção de inventário, tecnologia de informação, tributários e dos custos decorrentes de lotes. Ainda segundo Faria e Costa (2007, p.158), Outro fator relevante e muitas vezes desconsiderado em modelos de custos, podendo ser considerado como custos ocultos, são os Custos no Relacionamento com Fornecedores – que são os custos referentes ao desenvolvimento e manutenção do relacionamento com os fornecedores. Estes custos incluem os gastos com viagens, treinamentos, estabelecimento de planos de operações, envolvendo decisões de transito, pesquisa e desenvolvimento, engenharia etc. nas empresas envolvidas, bem como a avaliação e certificação dos fornecedores, caso haja essa prática para manutenção da qualidade nos materiais por parte da empresa. 26 3.3 Nível de serviços O nível de serviços é parte integrante das preocupações de Compras e das relações com os fornecedores. Neste caso, o cliente interno assume importância vital, pois ele será o maior beneficiado nas transações comerciais. Para Bowersox e Closs (2001), O objetivo central da logística é pelo menor custo total possível alternativas com ênfase na operacional e no compromisso implique um serviço perfeito. o de atingir um nível de serviço ao cliente buscando oferecer capacidades logísticas flexibilidade, na agilidade, no controle de atingir um nível de desempenho que Faria e Costa (2007, p.43) complementam, “Em essência, o nível de serviço é o atendimento das especificações e necessidades definidas pelos clientes, com um objetivo preestabelecido de gerar valor para estes.” Um nível de serviços de excelência é aquele que “encanta” o cliente, ou seja, vai além das suas expectativas, porém nunca descuidando dos custos. Para otimizar o resultado econômico com ações tomadas em Logísticas, é imprescindível: (1) um nível de serviço que serviço que ajude a potencializar as receitas (e não perdê-las, como ocorre com freqüência por falhas logísticas); (2) ao menor custo logístico total possível, a este dado nível de serviço; e (3) reduzindo investimentos em ativos logístico, no intuito de aumentar o retorno sobre o investimento (ROI). (FARIA; COSTA, 2007, p.45). Caso os fatores de competitividade não estejam alinhados, os transtornos serão inevitáveis, trazendo problemas e afetando de maneira global os custos. 27 A inadequação de especificações, prazos, performance e preços causam transtorno ao processo operacional com atrasos na produção, nãoatendimento da qualidade, elevação dos custos e insatisfação do cliente. (POZO, 2002, p. 140). 4. A FUNÇÃO DE COMPRAS A Função de Compras assume, hoje, um papel estratégico, bem diferente da visão tradicional de processo burocrático antes atribuído a essa atividade. Sua relação com fornecedores e certos insumos repercutirá no preço final do produto a ser ofertado, por isso, algumas organizações já a utilizam como fator de vantagem competitiva. Em muitas empresas a Função de Compras funciona como uma torneira, controladora de custos agindo como um centro de lucros. “Hoje a função de compras é vista como parte do processo de logística das empresas, ou seja, como parte integrante da cadeia de suprimentos.” (MARTINS; ALT, 2002, p.64). Segundo Ballou (2004, p.327), “A aquisição envolve comprar matérias-primas, suprimentos e componentes para a organização.” Ainda segundo Ballou (2004, p.327), • As atividades associadas a compras incluem: • Selecionar e qualificar os fornecedores • Classificar o desempenho do fornecedor • Negociar contratos • Comparar preços qualidades e serviços 28 • Determinar quando comprar • Determinar prazos de vendas • Avaliar o valor recebido • Medir a qualidade de entrada, se não for responsabilidade do controle de qualidade • Prever preços, serviços e, algumas vezes, mudanças de demanda Baily et al (2000, p.39) ressalta que as principais razões para o crescimento do envolvimento de compras na tomada de decisões estratégicas são as seguintes: • As compras são vistas como uma área de agregação de valor, não simplesmente de redução de custos. • A inovação rápida de produto exige uma equipe gerencial mais integrada, que envolva todas as funções e adote uma abordagem de processo em vez de funcional para a administração. • Há um movimento para a visão holística em relação á integração de fluxos de materiais e de informações, tanto interna quanto externamente, como, por exemplo: • - MRP, MRP II e sistemas de informações integrados, como EDI. • - Conceitos de cadeia de suprimentos, como fluxos de valor e administração de pipeline. 29 • O envolvimento ativo do fornecedor pode reduzir custos. • Empenho com os custos estratégicos de suprimentos em vez de com os preços a curto prazo. • Benchmarking em relação às empresas japonesas que, por longo tempo, viram a atividade como importante fator estratégico. • Maior consciência do crescimento do gasto em materiais e do potencial de lucro das compras. 4.1 Objetivos da Função de Compras Esses objetivos, que serão listados abaixo, de acordo com Slack et al (2007, p.419), devem: • Ser da qualidade certa; • Ser entregues rapidamente, se necessário; • Ser entregues no momento certo e na quantidade correta; • Ser capazes de alteração em termos de especificação, tempo de entrega ou quantidade (flexibilidade); • Ter preço correto. Ainda de acordo com Slack et al (2007, p.419), [...], a atividade de compras deveria ser ela própria eficiente; em outras 30 palavras, a atividade de compra deveria atender aos objetivos normais de desempenho da produção – qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custos. A relação nível de estoques e Compras será a abordado mais adiante, por hora, nossa principal preocupação é evidenciar a sua interdependência. Segundo Arnold (1999, p.209) os objetivos de compras podem ser subdivididos em quatro categorias: • Obter mercadorias e serviços na quantidade e com a qualidade necessárias. • Menor custo na obtenção de mercadorias e serviços. • Pronta entrega por parte do fornecedor e a garantia do melhor serviço possível. • Desenvolver e manter boas relações com os fornecedores e desenvolver fornecedores potenciais. 4.2 Centralização de Compras Nesse segundo passo no estudo da Função de Compras, é necessário conceituá-la de acordo com a forma estrutural que ela ocupa na organização. De acordo com Bertaglia (2006, p.27), “Com compras centralizadas, as empresas podem obter melhores preços e serviços em função do maior volume praticado com os fornecedores, recebendo atenção especial por parte deles.” Dias (1993, p.262) afirma ainda que, a centralização completa das compras reúne certas vantagens, conforme podemos verificar: 31 • oportunidade de negociar maiores quantidades de materiais; • homogeneidade da qualidade dos materiais adquiridos; • controle de materiais e estoque. 4.3 Descentralização de Compras “As compras descentralizadas, por sua vez, podem oferecer uma velocidade maior de atendimento se praticadas localmente, influenciando ainda o custo de transporte.” (BERTAGLIA, 2006, p.27). Dias (1993, p.262) lista as razões para se descentralizar a Função de Compras: • distância geográfica; • tempo necessário para a aquisição de materiais; • facilidade de diálogo. 4.4 Classificação de Fornecedores A classificação dos fornecedores em um primeiro momento pode parecer generalista, porém de maneira geral, o tipo de fornecedor pode ser relacionado de acordo com grau de dependência cliente-fornecedor. Dias (1993, p.297), lista três tipos de fornecimento: Fornecimento monopolista – Monopolistas são os fabricantes de produtos exclusivos dentro do mercado; normalmente o volume de compra é que determina o grau de atendimento e relacionamento. 32 Fornecedores habituais – São normalmente os fornecedores tradicionais que sempre são consultados numa coleta de preços; eles possuem uma linha de produto padronizada e bastante comercial. Geralmente são os fornecedores que prestam melhor atendimento, pois sabem que existe concorrência e que seu volume de vendas está ligado á qualidade de seus produtos e ao tratamento dado ao cliente. Fornecedores especiais – São os que ocasionalmente poderão prestar serviços, mão-de-obra e até mesmo fabricação de produtos, que requerem equipamentos especiais ou processos específicos e que normalmente não são encontrados nos fornecedores habituais. Outra forma de classificação dada por Arnold (1999, p.218) pode ser identificada abaixo: Fonte única implica que apenas um fornecedor está disponível devido a patentes, especificações técnicas, matéria-prima, localização, e assim por diante. Fonte múltipla é a utilização de mais de um fornecedor para um item. As vantagens potenciais da fonte múltipla são as seguintes: a competição vai gerar preços mais baixos e melhores serviços e haverá uma continuidade no fornecimento. Fonte simples é uma decisão planejada pela organização no sentido de selecionar um fornecedor para um item quando existem várias fontes disponíveis. 33 4.5 Seleção de Fornecedores A seleção de fornecedores é um dos passos fundamentais da função de compras e conseqüentemente da cadeia de suprimentos. Segundo Arnold (1999, p.218), Uma vez tomada a decisão sobre o que comprar, a segunda decisão mais importante refere-se ao fornecedor certo. Um bom fornecedor é aquele que tem a tecnologia para fabricar o produto na qualidade exigida, tem a capacidade de produzir as quantidades necessárias e pode administrar seu negócio com eficiência suficiente para ter lucros e ainda assim vender um produto a preços competitivos. Bertaglia (2006, p.86) ressalta, “Os critérios de avaliação dos fornecedores devem ser meticulosamente analisados. O envolvimento da alta administração é imprescindível nesse processo.” Segundo Baily et al (2000, p.182), os atributos de um bom fornecedor podem ser observados abaixo: • Entrega pontualmente. • Fornece qualidade consistente. • Oferece bom preço. • Tem antecedentes estáveis. • Fornece bom serviço. • È responsivo ás necessidades do cliente. • Cumpre o prometido. • Dá apoio técnico. 34 • Mantém o comprador informado sobre o andamento do pedido. Desse modo, Baily et al (2000, p.185) complementa, [...] os compradores devem conhecer seus mercados para estarem em condições de tomar as decisões sobre fonte de suprimentos corretas. Precisam conhecer bem seus fornecedores, visitá-los e conversar com as pessoas que processam seus pedidos e tomam decisões sobre os mesmos. 4.6 Relacionamento com Fornecedores As operações entre clientes e fornecedores devem tender a relações de longo prazo. È muito importante essa tais níveis de relacionamento e comprometimento. De acordo com Baily et al (2000, p.205), “A idéia de trabalhar próximo aos fornecedores não é nova. Lord Nuffield, na fase pioneira da fabricação de carros no Reino Unido, trabalhou muito próximo a seus fornecedores.” Dias (1993, p.306) ressalta, Um dos instrumentos mais eficazes no relacionamento do comprador e seus fornecedores é a confiança mútua. Quanto mais aberta e clara a negociação, maiores são as chances de boa compra. As informações de ambas as partes devem circular abertamente a fim de evitar que distorções eventualmente detectadas sejam corrigidas por meio de um diálogo construtivo. Sobre parcerias, Martins e Alt (2002, p.106) confirma, Entre cliente e fornecedor, procura-se desenvolver um clima de confiança mútua, onde ambos saem ganhando. È o que se convencionou chamar de parcerias. Nestas situações o fornecedor ajuda no desenvolvimento do projeto do produto, na análise e melhorias do processo produtivo de seu cliente, garante a qualidade, abre a sua planilha de formação de custos e preços e, em contrapartida, recebe um contrato de fornecimento por um período normalmente igual ao da vida do produto para o qual foi escolhido o fornecedor. 35 Martins e Alt (2002, p.108) ainda listam as fases de evolução dos relacionamentos: A abordagem convencional: prioriza o preço. O relacionamento é como se as partes fossem adversárias, quem pode mais impõe suas condições. A empresa desconfia da qualidade do fornecedor e inspeciona todos os recebimentos. Melhoria da qualidade: dá-se prioridade á qualidade do produto. È o início de um relacionamento mais duradouro, com o nascimento de certa confiança recíproca. Reduz-se o número de fornecedores, eliminando-se previamente aqueles que não têm qualidade. A integração operacional: prioriza o controle dos processos levandose em conta a capabilidade deles. Já surge uma participação do fornecedor no projeto do produto (co-design) e do processo. O cliente e o fornecedor fazem investimentos comuns em pesquisa e desenvolvimento, com o cliente muitas vezes financiando programas de garantia e melhoria da qualidade dos fornecedores. A Gerenciamento integração comum dos estratégica: é procedimentos uma dos parceria nos negócios, negócios. incluindo o desenvolvimento de produtos e processos, engenharia simultânea, desdobramento da função qualidade (QFD), fornecimentos sincronizados e qualidade assegurada. Segundo Fleury e Lavalle (2000): Cada vez mais, a integração entre empresas que fazem parte de uma mesma cadeia torna-se imprescindível para alcançar os índices de desempenho desejados sem que a qualidade do produto oferecido ao consumidor final seja afetada, cumprindo, ainda, com os objetivos de custos. Estas empresas tornam-se parceiras e passam a trabalhar de forma coordenada em uma relação que deverá trazer benefícios para ambas as partes. 36 4.7 Indicadores de Desempenho Os indicadores de desempenho ou medidas de desempenho inicialmente utilizados na manufatura para se verificar a qualidade, passam a ser utilizados em outras áreas para outras finalidades. Veremos esses indicadores aplicados a área de compras e mais especificamente a gestão de fornecedores. Entre os autores que tratam dos indicadores de desempenho, temos a elaboração de indicadores de desempenho através de duas abordagens: a de objetivos de custos, e a das expectativas dos clientes internos desta área analisada. Nesta monografia o foco será dado sobre a segunda abordagem. Para Martins e Alt (2002, p.47), “Uma medida de desempenho é uma maneira de medir o desempenho em uma determinada área, e de agir sobre os desvios em relação aos objetivos traçados.” Essa mensuração deve permitir uma tomada de ação, e deve ser de fácil entendimento por parte dos membros da organização. Segundo Carvalho e Paladini (2006), os indicadores devem apresentar algumas características básicas. São elas: ser precisamente definidos; expressar a avaliação feita de forma simples, direta e atual; ser bem compreendidos por todos; ser representativos; ser representados por dispositivos de rápida visualização e compreensão quase instantânea, como imagens de histogramas ou outros gráficos de barras; e priorizar o processo que os gerou, embora avaliem produtos ou partes deles. Deve-se, ainda, garantir perfeita adequação do indicador à situação, ao contexto e à organização onde ele está sendo usado. Martins e Alt (2002, p. 49) ainda destacam os principais tipos de 37 indicadores na Função de compras: • Erros em ordens de compras por ordens de compras auditadas. • Valor total comprado por gastos totais do setor de compras. • Gastos totais em compras por número de ordens colocadas. • Itens entregues no prazo por total de itens entregues. Segundo Bertaglia (2006, p.111), os indicadores de desempenho devem refletir os seguintes fatores dos fornecedores: • - Preço • - Qualidade • - Saúde financeira • - Investimentos em preparação de pessoas • - Localização • - Investimento em tecnologia • - Capacidade de atender às expectativas • - Velocidade • - Desempenho de entrega • - Produtos danificados 38 • - Pedidos perfeitos 5. CONHECIMENTO TÁCITO E EXPLÍCITO O conhecimento pode atingir a forma Tácito ou Explícito dependendo de como ele é aplicado. Na visão de Nonaka e Takeuchi (1997), O conhecimento tácito e conhecimento explícito não são entidades totalmente separadas, e sim mutuamente complementares. Interagem um com os outros e realizam trocas nas atividades criativas dos seres humanos. Conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da vida, que está na cabeça das pessoas. Ele é subjetivo e inerente as habilidades de uma pessoa. Conhecimento explicito é aquele formal, claro, regrado, fácil de ser comunicado. Pode ser formalizado em textos, desenhos, diagramas, assim como guardados em bases de dados ou publicações. 6. ESTUDO DE CASO - A EMPRESA A SER ESTUDADA Descoberto o processo de vulcanização da borracha em 1841, Charles Goodyear deu início a uma nova era na utilização desse material. Apesar de o processo ter sido descoberto por Charles Goodyear, o fundador da Goodyear Tire & Rubber Company, em Akron, Ohio, foi Frank Seiberling quem fundou a empresa. . Com a ajuda do projetista de pneus Paul Litchfield, a Goodyear foi à 39 liderança nas vendas nos Estados Unidos em poucos anos. Em 1917 a Goodyear já era o maior fabricante de pneus do mundo. Ao final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, mais forte e diversificada, a empresa vislumbrou as enormes possibilidades de expansão internacional. Assim o Brasil entrava no horizonte da Goodyear. Em 1919, o Brasil entrava definitivamente na rota comercial da Goodyear, com um escritório de vendas e um armazém, comercializando produtos importados. Já em 1939 é inaugurada a primeira unidade industrial no país, no bairro do Belenzinho, São Paulo, fabricando pneus e saltos de sapato. O crescimento levou a construção de uma nova unidade, em Americana (SP), inaugurada em 1973 como a maior fábrica de pneus da América Latina e uma das mais modernas do mundo. Hoje, a Goodyear tendo como core business a fabricação de pneus, no Brasil ela produz pneus radiais e convencionais para automóveis, camionetas, caminhões, ônibus, tratores e máquinas agrícolas, aeronaves, equipamentos para construção pesada, terraplanagem e mineração. Completam a sua linha os produtos para recauchutagem de pneus (bandas pré-curadas, camelback, borrachas especiais, e cola-cimento). 6.1 Suas operações no Brasil As operações no Brasil estão organizadas de acordo com três mercados principais: montadoras de veículos (como equipamento original), reposição e exportação. 40 Para apoio as vendas, a Goodyear conta com uma rede de 150 revendedores oficiais de pneus, com mais de 900 pontos de venda. As exportações da Goodyear do Brasil atingem 90 países em todos os continentes. A Goodyear possui três fábricas além de diversos escritórios regionais. As fábricas se localizam em São Paulo, em Americana e em Santa Bárbara D´Oeste. 6.2 Função de Compras na Goodyear Na Goodyear, a divisão da Função de Compras ocorre de acordo com o tipo de mercadoria ou serviço. Primeiramente o departamento está dividido em três grandes segmentos principais, sendo eles: MRO (Manutenção, Reparo e Operação), Serviços gerais e Matérias-Primas. No segmento de MRO (foco principal desta monografia) podemos destacar a aquisição de peças de reparo, compra de peças e equipamentos sob encomenda, óleos para a contínua funcionalidade dos aparelhos e serviços de suporte, materiais funcionais para outras áreas da organização e alguns tipos de serviços como reparos e assistências técnicas. Está área é de extrema importância, pois reflete diretamente a satisfação do cliente interno, já que a falta de alguma peça poderá levar a parada de produção, acarretando custos desnecessários à organização. Em Serviços, temos todas as atividades diretas e indiretas de suporte, relacionadas a atividade final da empresa, que é a produção de produtos de borracha, mais especificamente, pneus. Neste segmento, entram desde contratos com operadoras de telefonia fixa, até contrato de serviços de Marketing. Por fim, temos o segmento de Matérias-primas, atuando mais como 41 um regulador de commodities e estoques do que propriamente uma área de compras, já que os principais materiais primários são adquiridos pela matriz da organização, localizada em Akron, nos Estados Unidos. Estas compras de matériasprimas estão concentradas na matriz justamente para a redução de custos em escala de compras. Posteriormente, todos os materiais são distribuídos aos países com unidades fabris que necessitarão do item para a manufatura. Neste setor, a principal atividade é a negociação e compra de alguns tipos de matérias-primas para a região da América do Sul ou apenas para o Brasil, assim como regular os estoques, inventários e os lead times de entrega de mercadorias e serviços. 6.2.1 Organização do Departamento de Compras da Goodyear O setor de Compras se encontra organizado de forma particularmente diferente da forma tradicional da maioria das empresas. Neste caso o departamento existe tanto na fábrica de São Paulo, como na fábrica de Americana, sendo que o setor de MRO é o único dos três setores que opera simultaneamente nas duas cidades, ou seja, existem equipes de compradores trabalhando nas duas cidades. Os setores de Serviços e Matéria-Prima só ficam alocados na fábrica de São Paulo, operando para todo o resto das outras plantas produtivas. O departamento opera hierarquicamente da seguinte maneira: um diretor de compras responsável por todo o departamento, três gerentes, um para MRO, um para Serviços e outro para Matéria-Prima. Após a diretoria e a gerência, cada setor possui um supervisor e um coordenador, somando então três supervisores e três coordenadores. No próximo nível temos o time operacional, com os compradores e os estagiários por último, fechando o time de Compras. No setor 42 de MRO são três compradores. 6.2.2 Procedimento de Aquisição Os processos no departamento de Compras seguem a política estipulada pela Goodyear. A primeira de todas e fundamental, é o processo de cotação. Neste caso o número de cotações necessárias para se avaliar a compra de um item está em função do valor da requisição de compras. Assim, para requisições entre US$ 2500.00 e US$ 5000.00, é necessário somente de uma cotação. Para valores entre US$ 5001.00 a US$ 10000.00, duas cotações são necessárias. Para valores superiores a US$ 10001.00, três cotações são necessárias. Assim, quando alguma requisição chega ao departamento de compras o primeiro passo é fazer cotação. A partir do momento que já existe a cotação e esta prevalece de acordo com a política da empresa, a requisição é devolvida ao requisitante com valor, lead time de entrega e impostos. A partir deste momento, o requisitante irá colocar a requisição em rota de aprovação do seu departamento. Uma vez aprovada a requisição, ela voltará automaticamente para a carteira e entrará mais uma vez em rota de aprovação, porém dessa vez do departamento de compras. Esta rota, dependendo do valor, pode passar desde o coordenador até o diretor de compras. Quando aprovada, a requisição volta para a carteira do comprador para que ele negocie a compra e coloque o pedido. 6.3 Os fornecedores A Goodyear possui diversos fornecedores, de variados tamanhos, 43 desde pequenas empresas até gigantes corporações. Estes fornecedores possuem diferentes competências e atuam em campos variados de negócios. Como o objetivo desta monografia não é evidenciar fornecedores de matéria-prima, pois muitas vezes são fornecedores estratégicos e muitos deles não se encontram no Brasil, iremos nos aprofundar em fornecedores de MRO (Manutenção, Reparo e Operação). O departamento de Compras MRO irá cuidar da aquisição de todas as máquinas e peças utilizadas nos processos de produção. Assim os tipos de fornecedores são grandes empresas de usinagem leve, média e pesada, passando por empresas de ferramentas e peças em geral. Temos também fornecedores de talhas, conexões e produtos elétricos e ferramentas. Além desses fornecedores individuais, temos parcerias com fornecedores que atuam no formato de lojas in company. Este modelo funciona como uma verdadeira loja do fornecedor dentro da Goodyear, passando a administração de certos tipos de estoque para a sua administração. Este tipo de parceria visa alta eficiência, redução de custos, ganho de produtividade e eliminação de capital investido no estoque. 6.4 Problemas encontrados Durante o estudo, o que pôde ser percebido, é que a falta de um sistema integrado de Logística causa situações de incoerência de informações, assim como a torna dispersa dentro da organização. Neste contexto, a gestão de fornecedores torna-se debilitada, pois indicadores de desempenho, qualificação e seleção de fornecedores, assim como o seu desenvolvimento, não se mostra viável, 44 levando muito tempo e elevando os custos de maneira exponencial. Aliado a isso, temos a falta de indicadores que avaliam a capacidade do fornecedor, seu tamanho e sua situação econômica. Não só esses fatores devem ser avaliados, más também se a política dos fornecedores está em acordo com a política da Goodyear, entrando em fatores ambientais e de responsabilidade social. Outro problema evidenciado é o número alto de fornecedores, em torno de 800. O grande desafio está sendo a diminuição para 500 fornecedores, e a formação de parcerias com aqueles estratégicos ou que há grandes volumes de compras. Especificamente esta quantidade grande de fornecedores é efeito-causa de outros problemas. A não filtragem dos bons fornecedores causa atrasos nas entregas e muitas vezes os produtos chegam errados, ou trocados. Assim, a diminuição da base de fornecedores representaria um maior controle e maior qualidade no fornecimento dos itens. 6.5 Indicador de Desempenho e a Gestão de Fornecedores O indicador utilizado na Goodyear se mostra ineficaz quanto a prevenção de fornecedores que não conseguem atender ao nível desejado ou esperado. Assim, esse indicador se mostra mais em caráter corretivo do que em caráter preventivo. Não podemos esquecer também que a falta de um sistema integrado de Logística dificulta o acesso de informações por parte de colaboradores a respeito do histórico de tais fornecedores. O indicador é apresentado semanalmente, em reuniões para o setor de MRO. Esse indicador mostra uma lista dos 20 fornecedores com maior número de atrasos em entrega de produtos. 45 Podemos observar assim, que o indicador não oferece nenhuma perspectiva em longo prazo sobre determinados fornecedores, apenas mostrando o status atual. Os indicadores nesse caso deveriam mostrar um histórico atualizado de cada fornecedor, por mais simples que ele seja de forma direta e simplificada. Às vezes nem sempre aquele que está com muitas entregas atrasadas é um mau fornecedor, e as vezes aqueles que esta com todas em ordem pode pecar em outros requisitos, como qualidade dos produtos e nível de atendimento. Isso nos mostra que o número de indicador deve aumentar e melhorar também o nível qualitativo. Uma sugestão para aperfeiçoamento dos indicadores de desempenho para cada fornecedor poderia ser a seguinte: Pedido perfeito ou Perfect Order Measurement: Calcula a taxa de pedidos sem erros em cada estágio do pedido do cliente. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: % Acuracidade no registro do pedido x %; Acuracidade na Separação x %; Entregas no prazo x %; Entregas sem danos x %; Pedidos faturados corretamente. Pedidos Completos e no Prazo ou % OTIF – On Time in Full: Corresponde às entregas realizadas dentro do prazo e atendendo as quantidades e especificações do pedido. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: Entregas perfeitas/Total de entregas realizadas * 100. Entregas no prazo ou On Time Delivery: Desdobramento da OTIF medindo a % de entregas realizadas no prazo acordado com o cliente. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: Entregas no Prazo acordado com o cliente. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: Entregas no prazo/ Total de entregas 46 realizadas * 100. Taxa de atendimento do Pedido ou Order Fill Rate: Desdobramento da OTIF: mede a % de pedidos atendidos na quantidade e especificações solicitadas pelo cliente. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: Pedidos integralmente atendidos/ Total de pedidos expedidos * 100. Entrega realiza dentro do prazo negociado: Calcula a taxa de entregas realizadas dentro do prazo negociado com o fornecedor. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: Número de entregas realizadas dentro do prazo/ Número de entregas totais. Entregas devolvidas parcial ou integralmente: Corresponde às entregas devolvidas parcial ou integralmente devido à alguma falha não aceitável do fornecedor. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: Entregas devolvidas parcial ou integralmente/ Total de entregas recebidas (aceitas mais devolvidas). Recebimento de produtos dentro das especificações de qualidade: Corresponde a quantidade de produtos que foram entregues dentro das especificações de qualidade previamente acordadas com o fornecedor. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: N° produtos entregues/ nº produtos pedidos * 100. Atendimento do pedido realizado: Reflete se o fornecedor está entregando a quantidade de produtos solicitados. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: Nº produtos entregues/ N° produtos pedidos * 100. Tempo de entrega dos produtos: È o tempo que o fornecedor leva para entregar um pedido. O cálculo poderia ser feito da seguinte forma: Data e/ ou 47 hora das realizações do pedido ao fornecedor – Data e/ou hora da entrega dos produtos. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS A gestão de fornecedores é um aspecto de suma importância na cadeia de suprimentos. Se bem estruturada e gerida, se torna uma verdadeira fonte de vantagens competitivas que levam a empresa a um crescimento sustentável em longo prazo. A produção enxuta, almejada por todas as organizações industriais, também deve estar alinhada ao departamento de Compras. Os custos devem estar em acordo com o nível de serviço que o departamento de Compras se compromete a prestar. Na cadeia de suprimentos, os sistemas de informação integrados fazem com que as informações fluam por toda organização, facilitando o seu acesso a todos que queiram consultá-la. Na desempenho empresa utilizado, estudada, assim como pudemos as observar suas o indicador deficiências. de Aumentar quantitativamente e qualitativamente seria uma opção a ser considerada, já que o histórico total do fornecedor deveria estar a disposição para sua análise. Já a diminuição da base de fornecedores seria obrigatória para se melhorar o nível de serviço aos clientes internos da organização. Este tipo de ação evitaria diversos problemas futuros além fazer uma filtragem mais consciente dos fornecedores na qual a organização está sujeita. Os indicadores de desempenho deveriam ser usados de forma preventiva também, do que apenas de forma corretiva. 48 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas,1999. BAILY, P. et al. Compras: Princípios e Administração. São Paulo: Atlas, 2000. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 1999. BERTAGLIA, P. R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. BOWESOX, Donald J. ; CLOSS, David J. Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. CARVALHO, M. M.; PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade – Teoria e Casos, Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2006. CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. São Paulo: Thomson, 2002 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais. Uma abordagem logística. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1993. DORNIER, Philippe-Pierre et al. 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