Educación Preescolar e Infantil

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Educación Preescolar e Infantil
VOLUMEN 1
NÚMERO 2
2015
Revista Internacional de
Educación
Preescolar e
Infantil
A música na interface da aprendizagem
KATIA TARRICONE
SOBRELAEDUCACION.COM
A música na interface da aprendizagem
Katia Tarricone, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, Brasil
Resumo: A música, linguagem universal e atemporal, é poderoso recurso no desenvolvimento e aprendizagem do educando.
Pesquisas das Neurociências a confirmam no funcionamento conjunto dos dois hemisférios cerebrais e alterações
fisiológicas na modulação neurovegetativa e na produção de inúmeros neurotransmissores. As tecnologias da neuroimagem
comprovam seu uso no aumento da sobrevivência dos neurônios e das sinapses (plasticidade cerebral). Assim, esta
apresentação tem por objetivo destacar como as relações da música com o desempenho do sistema nervoso delineiam a
ativação das variadas áreas do cérebro e possibilitam modificações das funções físicas e psíquicas produzidas durante o
estímulo musical, além de explicitar a relevância da música para a prática educacional. Para isso, recorreu-se a uma
pesquisa bibliográfica baseada em Marconi e Lakatos (2001). O referencial teórico abrange publicações sobre o tema em
Levitin (2010), Rocha; Boggio (2012), Sacks (2007), Muskat (2015), Caznok (2008), Zampronha (2007), Snyders (2008),
Platel (1997), Le Chevalier (1996), Zatorre (2012), entre outros. Os métodos e experiências utilizados em sala de aula
evidenciam o desenvolvimento sígnico da inteligência espacial, lógica, no sentir e no pensar e em jogos do simbólico e do
imaginário, principalmente nos primeiros anos de vida. Danças, peças teatrais, canto, exploração de instrumentos, folclore e
outras atividades ressaltam sua característica lúdica e interdisciplinar. Resultados do estudo revelam melhor aprendizagem
com as diversas formas de expressão cultural, social e emocional, e a inclusão de pessoas com transtornos ou disfunções do
neurodesenvolvimento, como déficit de atenção e dislexia. Ainda, identifica-se maior capacidade de análise e síntese,
ampliação de repertório, vocabulário, da matemática e das habilidades para reconhecer/resolver questões cotidianas.
Palavras-chave: música, desenvolvimento, aprendizagem, Neurociências
Abstract: The music, universal and timeless language, is powerful resource in the development and student learning.
Searches of Neuroscience to confirm the whole operation of the two brain hemispheres and physiological changes in
anatomic modulation and in the production of numerous neurotransmitters. The technologies of neuroimaging demonstrate
the use of the music in increased survival of neurons and synapses (brain plasticity). Thus, this presentation aims to highlight
their contributions to educational practice, because the music stimulates the attention, memory, perception, linguistics skills,
psychomotor, hearing, cognitive, sensory, intellectual, emotional and self-reflexive consciousness. For this, we used a
bibliographical research based on Marconi and Lakatos (2001). The theoretical framework includes publications on the
subject in Levitin (2010), Rocha and Boggio (2012), Sacks(2007), Muskat (2015), Caznok (2008),Zampronha (2007),
Snyders (2008), Platel (1997) Le Chevalier (1996), Zatorre (2012), among others. The methods and experiences used in the
classroom show the signic development of spatial intelligence, logic, in feeling and thinking, in symbolic and imaginary
games, especially in first years of life. Dances, plays, singing, handling of instruments, folklore and other activities highlight
his ludic and interdisciplinary character. The results of this study reveal best learning with the various forms of cultural,
social and emotional expression, and the inclusion of people with disorders or dysfunctions of neurodevelopment, as
attention deficit and dyslexia. Furthermore, is identified more capacity for analysis and synthesis, repertoire expansion,
vocabulary, of mathematics and of the skills to recognize/solve everyday questions.
Keywords: Music, Development, Learning Neuroscience
Considerações iniciais
M
últiplos avanços nas áreas de Neurociências têm permitido compreender como nossa mente se
desenvolve, elucidar aspectos de como a emoção surge e quais os mecanismos contribuintes
para a formação de um cérebro saudável, o qual se considera desde a vida intrauterina.
Rocha; Boggio (2013, p.132) afirmam que, com as tecnologias de imageamento cerebral, como
as ressonâncias magnéticas, tornaram-se possíveis a comprovação e “a verificação de diferentes
volumes de estruturas cerebrais específicas como o corpo caloso, córtex motor e cerebelo quando se
compara músicos de alto desempenho e não músicos”. Além disso, a e eletroencefalografia (EEG) e
Revista Internacional de Educación Preescolar e Infantil
Volume 1, Número 2, 2015, <http://sobrelaeducion.com>, ISSN 2443-9835
© Common Ground España. Katia Tarricone.
Todos os direitos reservados. Permisos: [email protected]
REVISTA INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN PREESCOLAR E INFANTIL
a análise de potenciais evocados auxiliam na compreensão de como os aspectos temporais se
relacionam com o processamento de informação musical.
Este autores também explicitam que o
EEG é uma técnica que permite mensurar e determinar com alta precisão temporal o engajamento
cognitivo causado por determinada tarefa (Amodio; Bartholow, 2011). É comumente utilizado em
experimentos que investigam a detecção auditiva de dissonâncias, quebra de expectativa em música
ou detecção de erros em melodias, por exemplo (Besson; Faïta, 1995; Braun et al., 2008). A análise
de potenciais evocados (PE) permite que se possa compreender se o cérebro tem maior ou menor
facilidade em detectar dissonâncias se comparadas a consonâncias. Esse tipo de pesquisa leva a
discussões acerca do componente biológico de construções melódicas. (...) O EEG tem sido
amplamente utilizado em estudos que buscam compreender as semelhanças e diferenças entre o
processamento musical e verbal. Como exemplo desta técnica, Koelsch et al. (2004) mostraram que o
componente N400, tipicamente relacionado ao processamento semântico da linguagem verbal é
encontrado de forma semelhante durante o processamento de informação semântica não-verbal
(musical). (Rocha; Boggio, 2013, p.133)
Desta forma, redes múltiplas de conexões neurológicas propiciam e consolidam o surgimento
de competências e habilidades fundamentais para o nosso desenvolvimento físico, cognitivo,
linguístico, social e emocional. Ainda, segundo as Fontes para a Educação Infantil, publicadas pela
UNESCO, em parceria com a Fundação Orsa (2003, pp.17-18), “particularmente do nascimento até
os 3 anos de idade, vive-se um período crucial, no qual se formarão mais de 90% das conexões
cerebrais, graças à interação do bebê com os estímulos do ambiente”.
Isso ocorre devido a uma maleabilidade – a plasticidade cerebral; ou seja, o cérebro nunca para
de se desenvolver, pois todos nascem com a capacidade de aprender e os estímulos são essenciais
para a formação e reorganização das estruturas e dos neurônios, com a mobilização de amplas áreas
do encéfalo para a adaptação às necessidades surgidas durante a vida inteira.
Buscando compreender a correlação entre estudo musical e aumento do corpo caloso, Schlaug et all.
(2009a) realizaram um estudo com crianças entre 5 e 7 anos de idade. As crianças foram divididas em
três grupos: um grupo com prática semanal de instrumento musical de 1 a 2 horas, um grupo com
prática semanal de 2 a 5 horas e um grupo controle que não teve aulas de música. Ao começo do
estudo não havia diferenças entre os volumes dos corpos calosos dos sujeitos. Após 29 semanas de
prática havia diferença significativa entre o tamanho do corpo caloso das crianças dos três grupos,
sendo que as crianças com mais tempo de estudo apresentavam um aumento maior do corpo caloso.
Hyde et all. (2009) conduziram um estudo semelhante que acompanhou dois grupos de crianças por
15 meses. Um grupo teve aulas de instrumento musical e outro grupo somente participava de aulas de
musicalização em grupo na escola. Foram encontradas diferenças em regiões como giro pré-central
direito (área motora relacionada a movimento de mãos), corpo caloso e giro de Heschl (área auditiva
primária). Esses estudos indicam uma forte possibilidade da indução da plasticidade cerebral por
meio da música. Em um artigo de revisão, Tervaniemi (2009) também oferece indicativos de que as
diferenças encontradas entre cérebros de músicos e não músicos seriam induzidas pela prática
musical. (Rocha; Boggio, 2013, p.138)
Isto posto, questões como personalidade, emoção, linguagem, memória, pensamento,
criatividade são cada vez mais desvendadas de maneira filogenética e ontogenética, pois, ao se
conhecer melhor a arquitetura cerebral e o seu funcionamento, torna-se possível ampliar a qualidade
da intervenção de pais, professores e outros profissionais ligados à Educação no progresso pessoal e
social do ser humano, seja criança, seja adolescente, seja adulto, seja idoso.
Neste percurso de investigações, torna-se possível elencar vários questionamentos sobre a
música: quais são os seus efeitos provocados no cérebro, seja anatômica, seja funcionalmente?
Como as conexões neuronais ativadas durante uma exposição sonora podem contribuir para o
desenvolvimento e a aprendizagem de cada pessoa? Estas alterações propiciam benefícios com a sua
utilização em sala de aula em relação à linguagem falada, escrita e musical na formação alfabética e
lógico-matemática do educando?
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TARRICONE: A MÚSICA NA INTERFACE DA APRENDIZAGEM
Múltiplas são as perguntas; entretanto, é preciso recorrer a algumas pesquisas já desenvolvidas
mediante os procedimentos metodológicos científicos utilizados pelas Neurociências para conceber
resultados.
Nesse sentido, este artigo objetiva destacar como as relações da música com o desempenho do
sistema nervoso delineiam a ativação das variadas áreas do cérebro e possibilitam modificações das
funções físicas e psíquicas produzidas durante o estímulo musical.
Para isto, é importante assinalar e retomar algumas conclusões constatadas e presentes na
revisão da literatura, que revelam as descobertas de que os efeitos neuroplásticos resultantes do seu
processamento no cérebro contribuem para o desenvolvimento das funções psíquicas superiores do
educando, como a atenção, a memória, a percepção, a inteligência, as habilidades linguísticas,
psicomotoras, auditivas e lógico-matemáticas, cognitivas, sensoriais, intelectuais e emocionais, o
que favorece, também, a inclusão de pessoas com transtornos ou disfunções do
neurodesenvolvimento, como o déficit de atenção e a dislexia, e atestam um aprimoramento
significativo do processo de ensino-aprendizagem.
Confirma-se, assim, a relevância da música para a prática educacional, pois resgata a
possibilidade de utilização de atuais descobertas para se alcançar uma educação mais pertinente ao
século XXI, como diria Edgar Morin (2010), pois as contribuições das Neurociências
(particularmente, no tocante à música) denotam um campo de conhecimento disciplinar e
transdisciplinar que abarca o impacto das muitas áreas que as tangenciam.
Desta maneira, baseada em Marconi e Lakatos (2001), esta pesquisa bibliográfica realizou um
recorte cujo critério traduziu o foco de nosso estudo: demonstrar o efeito da música na alteração
cerebral, seja físico, seja psicológico.
Para estes autores acima mencionados,
A pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias (…) trata-se de levantamento de (…) bibliografía já
publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Sua finalidade é
colocar o pesquisado em contato direto com (…) aquilo que foi escrito sobre determinado assunto,
com o objetivo de permitir ao cientista (…) oferecer “meios para definir, resolver não somente
problemas já conhecidos como também explorar novas áreas, onde os problemas ainda não se
cristalizaram suficientemente” (Manzo, 1971:32). (Marconi e Lakatos, 2001, pp.43-44)
Assim, procurou-se efetuar as oito fases distintas e elencadas por Marconi e Lakatos: a) escolha do
tema; b) elaboração do plano de trabalho; c) identificação; d) localização; e) compilação; f) fichamento;
g) análise e interpretação. Após estes procedimentos, viabilizou-se a última etapa, h) redação, que propõe
ressaltar alguns aspectos de investigações para demonstrar os efeitos da música sobre o cérebro.
Por conseguinte, o referencial teórico, no qual se explicita a correspondência entre a música e o
desempenho do sistema nervoso, abarca várias publicações sobre o tema em Levitin (2010), Rocha;
Boggio (2012), Sacks (2007), Muskat (2015), Caznok (2008), Zampronha (2007), Snyders (2008),
Platel (1997), Le Chevalier (1996), Zatorre (2012), entre outros.
Eventos realizados com educandos de diversas faixas etárias, como danças, peças teatrais,
canto, exploração de instrumentos, folclore e outras atividades de característica lúdica e
interdisciplinar, propiciaram abarcar as suas experiências musicais, associá-las à aquisição do signo
escrito e relacionar, numa dinâmica dialética, a consciência do espaço-tempo, as manifestações
culturais e as diferentes maneiras de expressão. Também realçaram o desenvolvimento sígnico da
inteligência espacial, lógica, com a expansão da capacidade de análise e de síntese, para o sentir e o
pensar, para o incremento de uma consciência autorreflexiva e em jogos do simbólico e do
imaginário, principalmente nos primeiros anos de vida.
A música descortina oportunidades...
A cada momento, a cada gesto realizado, a cada som articulado, vivencia-se música: como linguagem
primeira, no ritmo do próprio coração quando ainda éramos simples feto, nas vibrações da fala da mãe,
sentidas dentro da sua barriga, em nosso soluçar quando bebês; como experiência das cantigas de ninar,
dos chocalhos e brinquedos sonoros. Composições a nos incitar o corpo para uma infinita dança,
expressão dos sentimentos, dos desejos e vontades depositadas naquele momento voluptuoso e fugaz que
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REVISTA INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN PREESCOLAR E INFANTIL
vem dos aparelhos de rádio e TV e a nos despertar a consciência clara de quem somos, ao mesmo tempo
em que nos enleva e, por sua característica emocional, nos retira os pés firmes do chão.
Muitos são os estudiosos que se debruçam para compreendê-la em seus mais ricos e
diversificados aspectos. Neste recorte, especificamente, o interesse ocorre pela relação músicacérebro não apenas por abranger funções neuropsicológicas, mas porque, ao integrar-se ao campo
das artes, a música manifesta questões culturais, simbólicas e históricas, pois possui um fator
sociabilizante e provocador da união, sensibilidade e respeito no convívio comunitário: cada
sociedade e época tem o seu estilo, a sua beleza.
Segundo Levitin (apud Rocha; Boggio 2013, p.132), a música é “anterior à própria linguagem e
agricultura” e se traduz, antes de tudo, como uma obra de arte e uma forma de comunicação em
todos os âmbitos. Se bem aproveitada, ela pode se tornar numa grande aliada do processo de
alfabetização da criança, pois quando esta entra na escola para aprender o código escrito, já domina
a linguagem musical (universal e atemporal), mesmo antes de aprender a falar: desde o nascimento,
o bebê produz vocalizações, sons, choros diferenciados, se acalma com cantos e movimentos
ligados às suas próprias produções sonoras ou com as dos que convivem com ele.
O sistema auditivo desenvolve-se rapidamente no cérebro do feto e do neonato. É importante orientar
esse desenvolvimento em sua direção natural, o que se consegue garantindo ao bebê e à criança um
ambiente auditivo seguro contra ruídos fortes e contínuos, e que inclua uma profusão de falas e
músicas dirigidas a eles, principalmente canções. (...) Bebês aprendem muito rapidamente.
(Huotilainen, 2011, p.3)
De acordo com recentes estudos empreendidos com indivíduos saudáveis, foi possível verificar
“que o cérebro do recém-nascido é surpreendentemente habilidoso para detectar sons, diferenças em
características sonoras e até mesmo regularidades no ambiente auditivo”. (Huotilainen, 2011, p.2)
Huotilainen (2011) ainda esclarece que algumas deficiências já são constatadas em recémnascidos e em bebês lactentes quando são prematuros ou sofreram problemas em seu metabolismo
no decurso de sua gestação, inclusive o alto risco de dislexia.
Dessa forma, a música é um poderoso recurso, não somente estético, mas também promulgador do
desenvolvimento e da aprendizagem do educando. Há comprovações científicas que revelam o seu efeito
sobre o funcionamento do cérebro com alterações fisiológicas múltiplas: ampliação do desenvolvimento
cognitivo e emocional, modulação neurovegetativa - variação de frequência cardíaca, dos ritmos elétricos
cerebrais, da respiração e do sono - e a produção de novos e variados neurotransmissores.
Por meio de estudos e registros realizados com o auxílio de eletrodos, verifica-se que a música
altera substancialmente o cérebro, devido à ativação de vários circuitos neuronais que evocam,
associam e integram experiências e respondem a diferentes necessidades do indivíduo. Esses
exames revelam a intensificação do fluxo de sangue no cérebro, com transformações significativas
na circulação sanguínea, a lateralização e a ativação de várias partes do cérebro, de acordo com o
reconhecimento melódico, rítmico e tímbrico.
Esses resultados foram constatados pelo Dr. Mauro Muszkat, neurologista e neuropediatra
formado pela Faculdade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo com residência na
Universidade de São Paulo, mestrado, doutorado e pós-doutorado em Neurologia pela Universidade
Federal de São Paulo. Atualmente, coordenador responsável do Núcleo de Atendimento
Neuropsicológico Interdisciplinar (NANI) do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP, serviço
referência em São Paulo para o atendimento público dos transtornos do Neurodesenvolvimento:
A experiência musical modifica estruturalmente o cérebro. Pessoas sem treino musical processam
melodias preferencialmente no hemisfério cerebral direito, enquanto nos músicos, há uma
transferência para o hemisfério cerebral esquerdo. (…) O treino musical também aumenta o tamanho,
a conectividade (maior número de sinapses-contatos entre os neurônios) de várias áreas cerebrais
como o corpo caloso (que une um lado a outro do cérebro), o cerebelo e o córtex motor (envolvido
com a execução de instrumentos). Ativação maior de áreas do hemisfério cerebral esquerdo pode
potencializar não só as funções musicais, mas também as funções linguísticas, que são sediadas neste
mesmo lado do cérebro. (Muszkat, 2000, p.68)
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TARRICONE: A MÚSICA NA INTERFACE DA APRENDIZAGEM
Sabe-se que a aprendizagem ocorre individualmente; porém, em uma abordagem
socioeducativa valoriza-se a plena interação social da criança com o meio e correlaciona com a
música, totalmente vinculada ao ambiente cultural, no processo de crescimento de um ser humano,
por seu potencial de reorganizar e redimensionar o cérebro.
Dessa forma, a música contribui diretamente com essa reorganização, pois envolve áreas
cerebrais amplas e distintas. Seu uso aumenta a sobrevivência dos neurônios e origina
transformações em seus padrões de conectividade, devido à plasticidade cerebral. Esses
conhecimentos das bases neurológicas são comprovados pelas tecnologias de neuroimagem.
O processamento musical envolve uma ampla gama de áreas cerebrais relacionadas à percepção de
alturas, timbres, ritmos, à decodificação métrica, melódico-harmônica, à gestualidade implícita e
modulação do sistema de prazer e recompensa que acompanham nossas reações psíquicas e corporais
à música. (Muszkat, 2000, p.67)
Cabe notar que, antes de tudo, a música se traduz numa obra de arte, uma linguagem,
comunicação em todos os âmbitos, além do estético. Deve-se propiciar ao educando enraizar-se na
cultura do país em que vive e, a partir daí, prepará-lo para compreender outras culturas, outros
períodos de tempo:
Tenho necessidade da música para persuadir-me de que a espera, a aspiração, o insatisfeito em nós
correspondem nos fatos a qualquer coisa que se esboça, se desfaz e se refaz mais bela. O que
buscamos e a música suscita sem cessar não é uma ilusão: a promessa ouvida na música enraíza-se no
dinamismo do real – e é a música que me permite prolongar-lhe o alcance. (Snyders, 2008, p.124)
É fato que as estruturas pertinentes ao processamento musical são funcionalmente autônomas,
diversas das de linguagem, pois pacientes lesionados com perda da função verbal (afasia), não
necessariamente perdem as funções musicais (amusia). Conforme apontam Muszkat et all (2000, p.73),
(...) o compositor russo V. I. Shebalin (1902-1963), após sofrer dois episódios de acidente vascular
cerebral em território da cerebral média esquerda, apresentou afasia intensa, mantendo intacta sua
habilidade para compor. O organista e compositor francês Jean Langlais (1907-1991) tornou-se
afásico, aléxico e agráfico após hemorragia temporoparietal esquerda, mantendo, no entanto,
inalterada sua capacidade para compor, improvisar e ler notação musical. Maurice Ravel (18751937), em virtude de uma provável doença degenerativa progressiva, apresentava dificuldade na
transposição musical, isto é, na passagem da modalidade auditiva para a visual e/ou motora, estando
preservadas a percepção e a idéia sonoras, que embora intactas em sua mente, estava incapacitado
para expressá-las pela escrita e pela execução musical.
A profª pós-doutora em música, Rosane Cardoso de Araújo, da Universidade Federal do Paraná
e Presidente da Associação Brasileira de Cognição e Artes Musicais (2014/2016) cita a dissertação
de mestrado de Pacheco (2009) para mostrar as relações entre as habilidades musicais e a
consciência fonológica em um estudo realizado com quarenta crianças, entre 4 e 5 anos, moradoras
em Curitiba.
Utilizando-se de duas sessões de testes, a autora avaliou as habilidades musicais e a consciência
fonológica das crianças participantes, cujos dados, após interpretados, revelaram uma correlação
significativa entre os dois aspectos mentais enfocados no grupo participante do estudo. A autora pôde
concluir que os resultados indicaram um compartilhamento de mecanismos auditivos e/ou cognitivos
entre a música e a linguagem, envolvendo habilidades musicais e a consciência fonológica,
evidenciando contribuições relevantes para os estudos sobre desenvolvimento infantil e transferências
cognitivas. (Araújo, 2010, p. 35)
Araújo ainda ressalta a necessidade de um trabalho multidisciplinar nos estudos sobre cognição
e música, pois se pode investigar “a importância dos estudos cognitivos para a compreensão de
processos mentais, motivacionais, educativos e formativos da prática musical, em diferentes níveis
de aprendizagem e performance” (Araújo, 2010, p.38), e áreas correlacionadas, como a educação
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REVISTA INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN PREESCOLAR E INFANTIL
musical, a etnomusicologia, a musicologia (dentre outros), de caráter teórico-prático, que envolvem
performance, criação, interpretação, composição e improvisação.
Por conseguinte, os resultados positivos de estudos sobre os efeitos da música fundamentam
uma melhora na aprendizagem com as diversas formas de expressão cultural, social e emocional,
inclusive de pessoas com transtornos ou disfunções do neurodesenvolvimento, como déficit de
atenção e dislexia. Ainda, com o trabalho musical, identifica-se maior capacidade de análise e síntese, ampliação de repertório, vocabulário, da matemática e das habilidades para reconhecer/resolver
questões cotidianas. Além disso, a música também é utilizada em pacientes com Alzheimer, Autismo e Parkinson e em doentes com espasticidade, pois estes apresentam uma reabilitação física e
cognitiva favorável, quando se associam atividades rítmicas, de dança ou jogos musicais. Robert
Zatorre, neurólogo e cofundador del laboratorio de investigación Brain, Music and Sound (BRAMS)
de Canadá, confirma essa mudança:
en pacientes con afasia, que tienen problemas para hablar a causa de una lesión cerebral. Se ha
demostrado que cantando les salen las palabras que no les salen hablando. También se aplica a
enfermos de Parkinson, a quienes les cuesta mucho empezar y continuar una acción, como por
ejemplo caminar. Una estrategia muy fácil para ayudarlos es ponerles música con mucho ritmo y esto
les facilita enormemente el movimiento.[...] El sistema motor y el auditivo tienen una conexión muy
particular, por eso el baile va de la mano de la música en todas las culturas. (Zatorre, 2012)
Para explorar experiências vividas por dez profissionais que utilizam a música para trabalhar
com autistas, em diversas instituições de Córdoba, foram realizadas dez entrevistas, com o intuito de
buscar o motivo de tal procedimento em situações experimentais. Após as análises de dados, Gigena
(2013, p.80) revela:
Todos coinciden en que la música es un lenguaje no-verbal, muy importante para establecer
comunicación, que facilita la expresión de personas que presentan trastornos severos en su
personalidad y específicamente en caso del Autismo, es una herramienta altamente eficaz, o porque
prescinde de lo verbal, es menos ansiógena que un tratamiento verbal, no obstante, no lo reemplaza:
“A veces es complicado ponerse a contarle a alguien extraño lo que le pase y a veces, no es tan
difícil, sentarse con alguien y ponerse a cantar, o tocar un instrumento”.
A música também estimula e auxilia o educando a se reconhecer e a se orientar melhor no
mundo. Evoca, associa e integra experiências cognitivas, artísticas e musicais.
O Institute for Music and Neurologic Function, do Beth Abraham Hospital, no Bronx (Estados
Unidos), é local de um dos mais inovadores programas de musicoterapia, onde milagres acontecem
diariamente, conforme relato de Campbell: Em 1991, Dr. Sacks (...) em seu testemunho, descreveu o
caso de Rosalie, uma doente do Beth Abraham com Doença de Parkinson, que permanecia
paralisada, completamente imóvel, a maior parte do dia, normalmente com um dedo sobre os óculos.
“Mas ela toca piano muito bem e durante horas, quando toca, os sintomas da doença desaparecem e
ela tem fluência, facilidade, liberdade e normalidade”, declarou Sacks. (...) “A música a liberta da
doença por algum tempo - e não só a música, mas a imaginação da música. Rosalie conhece de cor
toda a obra de Chopin e basta alguém dizer: Opus 49!, para que todo o seu corpo, sua postura e sua
expressão mudem” Sacks, em seu citado depoimento, descreve como o eletroencefalograma – que na
DP em geral registra uma imobilidade semelhante à do coma - e a atividade motora de sua paciente
tornam-se completamente normais, à medida que uma música passa a ser apenas relembrada por sua
doente. (...) “A música é a chave para o acesso ao sistema de recuperação da memória”. (...) É fácil
ver como a música repõe momentaneamente no lugar os espatifados motores dos pacientes com
Parkinson. Obviamente, a música não conserta os neurônios defeituosos que causam a doença. Em
vez disso, ela vence os sintomas da Parkinson, ao transportar o cérebro para um nível de integração
acima do normal. A música estabelece fluxo no cérebro, enquanto ao mesmo tempo estimula e
coordena as atividades do cérebro. (Côrte; Lodovici, 2008)
Muzkat et al. (2000, p.71) discorrem sobre as relações fisiológicas comportamentais, psíquicas
e afetivas entre a música e o cérebro humano:
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TARRICONE: A MÚSICA NA INTERFACE DA APRENDIZAGEM
as alterações fisiológicas da estimulação sonora podem refletir-se nas mudanças dos padrões, no
reflexo de orientação, na variabilidade das respostas fisiológicas envolvidas em processos de atenção
e expectativa musicais ou na mudança de freqüência, topografia e amplitude dos ritmos elétricos
cerebrais. É importante ressaltar que o interesse pela relação música-cérebro não reside somente no
fato de a estimulação sonora envolver funções neuropsicológicas bastante complexas com ativação de
áreas corticais multimodais, mas pelo fato de a música estar, historicamente, inserida no campo das
artes, com toda a conotação cultural e simbólica que isso acarreta. O fazer musical encerra e integra
as funções do sentir, do processar, do perceber em estruturas ou em uma estética de comunicação que
é, por si só, forma e conteúdo, corpo e espírito, mensageiro e mensagem (...) e, portanto, seu sistema
cultural e social de decodificação. Assim, não é de se estranhar que a evolução da estética musical do
ocidente esteja intimamente relacionada com a evolução.
A música também se traduz como uma atividade lúdica e uma linguagem não-verbal e, por isso,
propicia a criatividade, as habilidades sociocomunicativas, a formação de vínculos sociais e a
função cultural.
Dentre tantas atividades bem sucedidas, vale a pena descrever, para ilustrar, uma experiência
realizada com música, em 2012, em uma Unidade de Educação Infantil da Cidade de Santos, que
trabalhou com o eixo “Conhecimento de Mundo”, baseado no RCNI – Referencial Curricular para a
Educação Infantil. Para contemplar a proposta, que compreende a linguagem musical como
fomentadora do desenvolvimento biopsicossocial da criança incluiu-se os conceitos musicoterápicos
na prática pedagógica. As atividades abrangeram a musicalização e foram direcionadas para o
Maternal I, com educandos de 2 a 3 anos e, para tanto, foram disponibilizados materiais
diversificados, como objetos que emitem sons, brinquedos, CDs, instrumentos musicais e outros.
As atividades continuaram praticamente iguais, porém a nossa visão e prática foram diferenciadas ao
considerarmos os novos conceitos, no que se refere às dificuldades de aprendizagem de algumas
crianças, à concentração de outras e ao relacionamento intergrupal. (...) Todas as manhãs, assim que
as crianças chegavam, era feita uma roda de conversa, cuja música de acolhimento era o primeiro
contato entre os participantes da roda. Cantávamos diferentes músicas evocando o nome de cada um
e estimulando a alegria quando o nome de cada criança era cantado. Desta forma entendemos que o
acolhimento teve grande importância para a segurança da criança naquele instante. Algumas crianças
com dificuldade de concentração eram solicitadas a todo o momento a se sentarem, mas de um modo
geral participavam da roda e quando solicitadas atendiam. Não havia uma música específica para
aquele instante, pois entendíamos que não deveríamos sistematizar aquela ocasião que deveria ser
única. Assim a pesquisa de músicas em que pudéssemos utilizar colocando os nomes das crianças foi
bastante intensa. É fato que utilizávamos a mesma música várias vezes, porém eram intercaladas
entre as semanas. Muitas vezes, para não tornar o momento igual ao dia anterior, iniciávamos a roda
com uma poesia ou uma história utilizando instrumentos musicais, em especial, os de percussão. É
comum na Educação de 0 a 3 anos, as crianças sentarem-se no chão, em roda; é uma prática
constante, pois na roda todos estão de lado e olhando-se ao mesmo tempo. Assim, uma roda com
instrumentos musicais para serem apreciados e tocados fez parte da prática. Nas atividades com
instrumentos musicais era estimulado o ato de compartilhar ou trocar o instrumento com o amigo,
bem como o cuidado ao manuseá-los. Atividades foram desenvolvidas como: tocar uma música no
CD e utilizar um objeto ou instrumento para acompanhar, ouvir um CD com sons de animais e ruídos
para serem identificados, acompanhar músicas infantis e da cultura popular com percussão do corpo e
gestos, realizar brincadeiras cantadas, brincadeiras com parlendas, brincadeiras de imitação de sons
diversos, e ouvir CD de relaxamento em alguns momentos em que o grupo se encontrava muito
agitado. A dança também fez parte e uma das modalidades que eles gostavam era dançar vários
ritmos utilizando lenços coloridos, com os quais jogavam para o alto, cobrindo seus rostos, deitandose sobre eles ou se cobrindo com eles. (...) Todo o processo educativo era pensado e praticado com
intuito de estimular o aluno a cantar, a se relacionar com o grupo, a respeitar as diferenças, além de
estimular a fala e despertar a criatividade de acordo com a faixa etária. (Oliveira Júnior; Leopoldo;
Smith, 2013, pp.134-136)
Deste modo, é importante ratificar que o educador musical deve criar estratégias que possam
evitar a evasão escolar, posto que os benefícios da música somente ocorrem com trabalhos em longo
prazo. Por isso, práticas realizadas com os discentes são bem sucedidas com a música em jogos que
envolvem o simbólico e o imaginário, pois são prazerosas, auxiliam a motivação e possibilitam um
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REVISTA INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN PREESCOLAR E INFANTIL
efetivo neurodesenvolvimento, ao estimular os sistemas de orientação espacial e as funções
psicológicas superiores (memória/formação de imagens, atenção, percepção), porquanto permitem a
formação de imagens (representação sígnica) e a representação mental do som e do tempo, o que
propicia um desenvolvimento do pensamento lógico.
Sendo assim, ao trabalhar com a música o cérebro se constrói mais conectado, posto que
envolve a ação conjunta dos dois hemisférios cerebrais, enriquece a aprendizagem, impulsiona o
desenvolvimento motor e/ou cognitivo, o pensamento reflexivo, a função auditiva e a expressão
emocional.
É importante lembrar que a sua prática evidencia correlações significativas entre a instrução
musical nos primeiros anos de vida e o desenvolvimento da inteligência espacial e permite a
construção e solidificação das habilidades matemáticas para reconhecer, abordar e resolver
problemas do dia-a-dia, com percepções múltiplas em situações singulares e a consciência
autorreflexiva.
Os estudos científicos comprovaram que o cérebro não dispõe de um "centro musical", mas coloca
em atividade uma ampla gama de áreas para interpretar as diferentes alturas, timbres, ritmos e
realizar a decodificação métrica, melódico-harmônica e modulação do sistema de prazer e
recompensa envolvido na experiência musical. (Zampronha, 2007, p.34)
Desta forma, em uma abordagem interdisciplinar, as músicas infantis, folclóricas afetam o
psiquismo do educando, sua dimensão afetiva e motora e propiciam a evolução de potencialidades
da criança, o que a torna mais criativa. Seu pensamento lógico será desenvolvido ao se operar com
os elementos matemáticos: duração, compasso, pulso, proporcionalidade, velocidade, divisão de
ritmos e contagem de tempo, além das representações sonoras/sígnicas
Por envolver um armazenamento de signos estruturados, estimula nossa memória não-verbal (áreas
associativas secundárias). Tem acesso direto ao sistema de percepções integradas, ligadas às áreas
associativas de confluência cerebral, que unificam as várias sensações, incluindo a gustatória, a
olfatória, a visual e a proprioceptiva em um conjunto de percepções que permitem integrar as várias
impressões sensoriais em um mesmo instante, como a lembrança de um cheiro ou de imagens após
ouvir determinado som ou determinada música. Também ativa as áreas cerebrais terciárias,
localizadas nas regiões frontais, responsáveis pelas funções práxicas de sequenciação, de melodia
cinética da própria linguagem, e pela mímica que acompanha nossa reações corporais ao som.
(Muszkat, 2000, p.74)
Nesta perspectiva, é fundamental para evocar, associar e integrar experiências cognitivas,
artísticas e musicais, além de permitir ao educando se reconhecer e se orientar melhor no mundo.
Por conseguinte, para empreender e oferecer um bom aprendizado, faz-se mister que a criança
seja encorajada em todos os âmbitos. Devem-se proporcionar meios para que ela desenvolva seus
sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) e quanto maior for essa provocação, mais o seu
cérebro trabalhará, o que propicia maiores chances de um bom e satisfatório crescimento. A música
possui, portanto, um papel fundamental no que tange a esta questão, pois quanto mais precocemente
exposto ao processamento musical, maiores são as ocorrências de neurogêneses (formação de
neurônios) e redução da perda das células nervosas.
Considerações finais
Ao longo deste trabalho revelou-se que os avanços nas pesquisas de Neurociências comprovam a
maleabilidade – a plasticidade cerebral e, devido a ela, o cérebro nunca para de se desenvolver:
todas as pessoas nascem com a capacidade de aprender e os estímulos são essenciais para a
formação e reorganização das estruturas e dos neurônios, pois há uma mobilização de amplas áreas
do encéfalo para adaptar-se às necessidades surgidas no decurso da vida.
Nesse ínterim, as descobertas divulgadas ressaltam a música como fomentadora e integradora
dos variados aspectos da construção / estruturação física, mental, social, emocional do ser humano.
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TARRICONE: A MÚSICA NA INTERFACE DA APRENDIZAGEM
Vários foram os questionamentos acerca da conexão entre música e cérebro. Deste modo, este
artigo objetivou destacar os efeitos desta arte na alteração cerebral, tanto anatomicamente quanto em
suas funções físicas e psíquicas produzidas durante o estímulo musical.
Isto posto, confirmou-se a sua relevância para a prática educacional ao recorrer-se a uma
pesquisa bibliográfica, baseada em Marconi e Lakatos (2001), além de eventos realizados com
educandos de diversas faixas etárias, como danças, peças teatrais, canto, exploração de
instrumentos, folclore etc.. O referencial teórico que explicitou a correspondência entre a música e o
desempenho do sistema nervoso abarca publicações sobre o tema em Levitin (2010), Rocha; Boggio
(2012), Sacks (2007), Muskat (2015), Caznok (2008), Zampronha (2007), Snyders (2008), Platel
(1997), Le Chevalier (1996), Zatorre (2012), entre outros.
As Neurociências, desta forma, se configuram como um campo de conhecimento disciplinar e
transdisciplinar que absorve o impacto das muitas áreas que as tangenciam, com o intuito de se
alcançar uma educação mais pertinente ao século XXI, conforme sugere Edgar Morin (2010).
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REVISTA INTERNACIONAL DE EDUCACIÓN PREESCOLAR E INFANTIL
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SOBRE A AUTORA
Katia Tarricone: Mestra em Psicologia da Educação pela PUC/SP; Jornalista e Pedagoga formada
pela PUC/SP. Atualmente, leciona para cursos de Pós-Graduação Lato Sensu na COGEAE –
PUC/SP, para o PARFOR – PUC/SP e é Professora de Escola Pública em São Paulo. Já ministrou
para o curso de Licenciatura, na PUC/SP; em oficinas e videoconferências no PEC – Programa de
Educação Continuada – PUC/SP e para cursos de Pós-graduação Lato Sensu na UNISANTOS
(Universidade Católica de Santos). Foi, ainda, Assistente Técnica de Educação, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, na Diretoria Regional de Educação Jaçanã/Tremembé e Diretora de
Escola Pública em São Paulo.
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La Revista Internacional de Educacion Preescolar
e Infantil es una de las diez revistas especializadas
que conforman la colección de revistas de la
comunidad
internacional
de
Educación
y
Aprendizaje. La revista investiga las dinámicas de
enseñanza-aprendizaje en la educación infantil,
desde preescolar hasta la educación primaria.
La revista publica artículos redactados en
riguroso
formato
académico,
textos
de
orientación teórica como práctica, con una
aproximación prescriptiva como descriptiva,
incluyendo las narrativas de prácticas en
educación preescolar e infantil, y los efectos de
dichas prácticas. Son especialmente bienvenidos
los artículos que presenten el estado del arte de
esta especialidad, así como los textos que
propongan prescripciones metodológicas.
ISSN: 2443-9835
La Revista Internacional de Educacion Preescolar
e Infantil es una revista evaluada por pares y
acepta artículos en español y portugués.

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