parque 2001 / 2005
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parque 2001 / 2005
parque ricardo jacinto 2001 | 2005 Parque Com Manuel Pinheiro, Nuno Torres, Nuno Ribeiro, Hugo Brito, Cristina Roldão, Nuno Morão e André Sier. Duração: aprox. 1h e 20m Performance/Concerto dividido em 3 partes, correspondendo cada um a uma intervenção num local diferente da sala de espectáculos ou outro lugar destinado à sua apresentação. Todo o dispositivo funcionará como uma espécie de recinto de diversões. O público, num número máximo de 180 pessoas, ocupará em simultâneo os 3 espaços durante o espectáculo. Cada dispositivo funcionará em 3 ciclos com intervalo entre cada um. Com todos os dispositivos em funcionamento simultâneo houve necessidade de aumentar o número de intérpretes, bem como recorrer a um trabalho mais integrado de espacialização sonora e samplagem em tempo real. Este novo funcionamento foi testado durante os ensaios que decorreram no PARQUE Erehwon (Extras e demonstrações #3) (ver PARQUE Extras e Demonstrações). Descrição sumária de cada um dos dispositivos que integram o PARQUE: I - [Peça de Embalar] Percussão em espelho suspenso (como Gongo), baixo eléctrico e iluminação. Um espelho suspenso como um gongo e lembrando um ecrã, reflecte uma plateia em primeiro plano e um palco no plano de fundo. A plateia está disposta de maneira a que o público se veja ao espelho e consiga ver, na reflexão, o palco montado atrás de si. O espelho é percutido por trás produzindo som que é amplificado para a plateia. As vibrações que resultam da acção da percussão fazem-se sentir na superfície espelhada, distorcendo e alterando a imagem reflectida. No palco, um baixo eléctrico dialoga com os sons e imagens produzidos e reflectidas no espelho. A iluminação controla a profundidade da imagem reflectida no espelho, focando, consoante o momento da peça, o primeiro plano, o plano de fundo, ou ambos. Peça de embalar é simultaneamente um concerto e um dispositivo cenográfico onde o público e os intérpretes participam num jogo de reflexões visuais e sonoras, cujo desenrolar se traduz em transformações da perspectiva de cada um dos intervenientes face à sua situação e papel na peça. Encontra-se em desenvolvimento uma nova versão desta peça que pressupõe uma alteração no dispositivo global. Em vez de um só espelho na frente de uma plateia, passam a ser duas placas de vidro com o espelhamento em antelio o que permite torná-lo transparente ou reflector, potenciando ainda mais o desempenho activo do público no decorrer da peça. Duas plateias frente-a-frente, entre elas as duas placas de vidro como dois gongs/ecrãs suspensos. Esta versão é aquela que se pensa vir a integrar a digressão. Imagens da maqueta que serviu para testes de iluminação para a nova versão da peça de embalar. III - [Os] Percussão em espelhos suspensos (como pratos) de altura definida, saxofone alto, violoncelo, percussão e iluminação. Este acto desenvolve-se em torno de um instrumento de percussão construído com pratos de vidro espelhados – Os. Este instrumento, para além de fonte sonora, comporta-se como uma superfície ondulante (constituída por 24 pratos suspensos) com a capacidade de multiplicar reflexos sobre o espaço onde está instalado. Durante a apresentação é tocado por dois intérpretes em simultâneo, cuja execução se apropria tanto da dimensão harmónica (musical) do instrumento, como do seu desempenho visual. A iluminação determinará ao longo do acto a transparência ou reflexão do instrumento. O público assiste num ponto mais elevado (galeria). Está em desenvolvimento para este instrumento um tipo de amplificação que permita a espacialização em tempo real do som emitido por cada prato. 24 microfones de lapela suspensos sob cada prato enviarão sinal áudio para ser processado e espacializado para um setup de 8 altifalantes colocados em torno do público. O instrumento terá um desempenho sonoro e visual muito mais integrado com a arquitectura que o receber. Setup para testes de espacialização. Imagem de Os na Casa dos Dias da Água. II - [Atraso] Violoncelo, saxofone alto, percussão e altifalante pendular. Um altifalante suspenso balança, como um pêndulo, sobre a plateia. Este altifalante emite o som amplificado dos outros três instrumentos que se encontram em torno do público. A composição da peça centra-se na relação entre o som amplificado em constante movimento (balanço) sobre os espectadores e a sonoridade acústica e localizada dos outros instrumentos. A temporalidade da peça é muito determinada pelo modo como o altifalante pendular se desloca no espaço: qual o seu andamento e desenho de deslocamento. O carácter de improvisação desta peça reside na forma como as texturas e massas sonoras se apropriam do seu próprio movimento no espaço e noutras alturas como figuram o seu deslocamento. Os 3 intérpretes posicionam-se preferencialmente a mais de 20m do dispositivo (pêndulo) e circundando o mesmo. Parque was presented and photographed on the following places: Lugar Comum, Barcarena, 2002 Fundicao de Oeiras, 2003 Casa dos dias da agua, Lisboa, 2004 Teatro Curvo Semedo, Montemor/o/novo, 2004 Photos by Daniel Malhao parque ~ extras e demonstracoes , PARQUE Noir[Extras e demonstrações #1] Prémio União Latina, Fundação Calouste Gulbenkian, de 7 de Abril a 8 de Maio, 2005. PARQUE Auditório[Extras e demonstrações #2] Agencia de Arte Vera Cortês, 16 de Setembro a 15 de Outubro, 2005. PARQUE Erehwon[Extras e demonstrações #3] Agencia de Arte Vera Cortês, 16 de Dezembro a 14 de Janeiro, 2005. Parque é um projecto que integra na sua génese três dispositivos de carácter performativo: “peça de embalar”, “atraso” e “os”, com matizes de teatro musical e estruturalmente semelhante a um recinto de diversões. Com uma apresentação integral no teatro curvo Semedo em Montemor-o-Novo e espectáculos parcelares no lugar comum, CAM - Fundação Calouste Gulbenkian, Fundição de Oeiras e casa dos dias da água, estas peças têm acumulado diferentes formas de lidar com espaços e públicos diversos. Parque (extras e demonstrações) é um projecto em anexo que propõe uma relação com o público diversa daquela possibilitada pelos espectáculos. as primeiras duas partes desta série, parque noir e parque auditório, foram apresentadas na Fundação Calouste Gulbenkian (prémio união latina) e nas novas instalações da agência de arte vera cortes. Em ambas revisitou-se o parque, reinventando a relação entre as performances iniciais e material que delas constituía memória. Em Parque noir [Extras e demonstrações #1] são utilizados e reagrupados restos materiais e conceptuais das 3 performances/concerto que compõem o PARQUE. Apresentando-se como uma instalação autónoma, ela vive também nas relações que pode tecer com esta macro estrutura performativa e instrumental. Esta peça compreende 3 espaços. Uma sala de espera, uma câmara insonorizada (variação formal sobre um dodecaedro) e um espaço, só acessível ao olhar do interior da câmara insonorizada, onde se constrói por via de um trompe l´oeil uma sala num piso inferior. Nesta sala “os restos materiais de uma série de performances descritas numa folha de sala presente à entrada da instalação” estão pendurados sob um tecto falso que imita o chão do espaço de exposição. O espectador, depois de entrar na câmara insonorizada vê, de uma janela, estes objectos e o tecto falso reflectidos num enorme espelho, parecendo que é no chão de um piso inferior que eles se encontram. Parque Auditório [Extras e demonstrações #2] apresenta um espaço de escuta e observação laboratorial. Nesta primeira utilização de auditório podemos encontrar: no corredor de entrada uma fotografia do dispositivo de “Atraso” na Fundição de Oeiras e dois painéis de desenhos e partituras dizendo respeito, simultaneamente, à peça “Atraso” e ao dodecaedro de Noir Extras e demos #1. No interior de uma sala totalmente branca com uma temperatura ambiente de 18ºC podemos ouvir a gravação da peça “Atraso” aquando da sua apresentação na Fundição de Oeiras em Novembro de 2003, bem como a maqueta de Noir, suspensa numa vitrina. Parque Erehwon (extras e demonstrações #3) Nesta 3ª série de extras e demonstrações apresentam-se maquetas/objectos, de várias dimensões e em diferentes escalas, com alterações e revisões aos dispositivos referidos, propondo um conjunto de espaços cuja arquitectura é definida/desenhada sobre os objectivos e ambições de cada espectáculo. Estes modelos de arquitectura estarão preparados para integrar ensaios com os músicos/performers. A agência disponibilizou o seu espaço para albergar um workshop do Parque e é desta forma que, para além do conteúdo acima mencionado, será disponibilizada documentação audiovisual, fotográfica e bibliográfica sobre o projecto, e será facilitado o acesso do público a ensaios e testes dos dispositivos. parque ~ erehwon (extras e demonstracoes #3) , Os Peça de Embalar Auditório Genérico Atraso Noir BLACKWAGEN Com o título de BLACKWAGEN esta peça apresenta-se como uma réplica à escala real, construída em fibra de vidro lacada a preto, daquela que é provavelmente o mais popular modelo de carrinhas da Volkswagen: pão de forma. Este protótipo será depois quebrado em vários fragmentos como se fosse de vidro e se tivesse partido em vários bocados. Estes serão posteriormente agrupados de forma a mostrar o volume da carrinha repleto de fendas. Blackwagen foi imaginada como um ícone para o projecto Parque. Sendo esta carrinha ela próprio um objecto de culto do free-spirit travelling, culturalmente associado à comunidade surfista e nómada, a sua presença neste projecto tem como objectivo colocar neste contexto a carga simbólica referida. Modelo de teste para construção da carrinha. Imagens do modelo da Volkswagen a replicar em BLACKWAGEN.