índices de saúde somática e problemas respiratórios dos sujeitos

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índices de saúde somática e problemas respiratórios dos sujeitos
ÍNDICES DE SAÚDE SOMÁTICA E PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS DOS
SUJEITOS DA TERCEIRA IDADE DA CIDADE DE LINDOIA DO SUL - SC
WILIAN LUIZ ARTMANN, TAYSON SANDER BASEGIO
UnC – Universidade do Contestado, Campus Concórdia – SC
RESUMO
O envelhecimento populacional tem sido apontado como uma realidade que marcou o
mundo no século XX. Segundo Salgado (1980) o processo de envelhecimento,
envolve alterações sociais, intelectuais, econômicas, funcionais e cronológicas que
levam o ser humano a uma condição de fragilidade e vulnerabilidade a doenças e a
morte à medida que o tempo passa. Uma das principais causas de acometimento
respiratório é a poluição atmosférica, dentre outros fatores biológicos e ambientais
(FUNASA, 2001). A qualidade do ar e o nível de condicionamento físico, também
podem estar associados aos distúrbios respiratórios em idosos, já que na concepção
de Sharkey (1998), o nível de desenvolvimento físico do ser humano influi
consideravelmente no risco dele de adoecer. O intuito desta revisão é expor alguns
dos efeitos no organismo do indivíduo que está envelhecendo, tentando apresentar
aqueles que, de alguma forma, estão mais relacionados com a alteração na aptidão e
no desempenho físico. O objetivo da pesquisa foi destacar os principais índices de
saúde somática (VO2 máx e IMC) e problemas respiratórios dos idosos de Lindóia do
Sul - SC. A amostra foi composta por 20 mulheres com faixa etária entre 57 a 74 anos,
participantes do Grupo de Atividade Física para Idosos do município de Lindóia do Sul
– SC. Os dados referentes aos índices de saúde somática foram obtidos através dos
testes de VO2 máx, IMC e o inquérito individual de risco e morbidade referida (módulo
doenças respiratórias). Os resultados da pesquisa mostraram que a mostra
apresentou um VO2 máx nos padrões considerados dentro da média, porém, o Índice
de Massa Corporal (IMC) e as doenças respiratórias apresentaram que as mulheres
idosas do município de Lindóia do Sul, estão em condições de saúde preocupante.
Situação que pode estar associada pela falta ou pouca atividade física.
PALAVRAS CHAVES: Distúrbios respiratórios, saúde somática, idosos.
ABSTRACT
The ageing population has been identified as a reality that marked the world in the 20th
century. Second kavīr (1980) the process of ageing, involves making changes,
economic, social, intellectual, functional and time that the human being to a condition of
fragility and vulnerability to disease and death as time passes. This way, various
factors can be associated with respiratory disorders in elderly, outranking, among
these, the air quality and the level of fitness. The resistance against the environmental
stress may be in improving the physical development of them. The aim of this review is
to expose some of the effects in the body of the individual who is aging, trying to
present in some way, are more related to the change in physical ability and
performance. The goal of the search was highlight the main health somatic and
breathing problems of elderly people of South - SC lindóia. Sample was composed by
20 women with age 55 to 75 years, participants of the Group of physical activity for the
elderly of the municipality of lindóia South – SC. To determine the data used - if the test
tsurumi 400 metres and kalinina the investigation of individual risk and morbidity
referred (module respiratory diseases). The search results have shown that shows
presented a VO2 Max patterns considered within the average, however, the body mass
index (IMC) and respiratory diseases submitted that older women of the municipality of
lindóia South programms health concern. Situation which may be linked by the lack of
physical activity.
KEYWORDS: Respiratory disorders, physical health, the elderly.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas observou-se um nítido processo de envelhecimento
demográfico. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o período de
1975 a 2025 a “Era do Envelhecimento”. Os dados da ONU, referentes ao ano de
2001, apontam números impressionantes no aumento no número de indivíduos com
idade igual ou superior a 60 anos, fazendo com que a transição demográfica venha
ocorrendo de forma acelerada. O Brasil, de acordo com a ONU, passará dos atuais
14,1 milhões para 33,4 milhões de idosos, subindo para o sexto lugar em população
idosa no mundo (PY et al, 2004).
Caracteristicamente, a população idosa também está envelhecendo. O
homem, diferentemente dos demais seres vivos, foi o único que modificou a própria
expectativa de vida a partir de gradativas mudanças relacionadas às melhorias na
qualidade de vida, graças às descobertas técnico-científicas (RAMOS, 2002).
O envelhecimento é acompanhado de mudanças com grau
acentuado de variação entre os indivíduos. Uma coisa, porém,
é inegável: ”O envelhecimento é a regressão de funções e a
diminuição da vulnerabilidade e não da aproximação da morte”
(VERDERI, 2004, p.23).
De acordo com Amâncio (1975 apud VIEIRA; PRIORE; FISBERG, 2002), ao
cessar o período de crescimento e uma vez atingido a fase de maturidade reprodutiva,
verifica-se um desmerecimento gradativo das diferentes funções e mecanismos de
adaptação e homeostase. A redução da capacidade funcional é atribuída
especialmente, a alterações quantitativas e qualitativas dos elementos celulares,
havendo lenta e insidiosa diminuição da massa metabólica ativa, refletida na queda
ponderal da maioria dos órgãos. A atrofia dos parênquimas, associadas à hiperplasia
do tecido conjuntivo, a redução da água corporal, o consumo basal de oxigênio e o
envelhecimento celular são traços marcantes do envelhecimento.
As alterações do sistema cardiovascular e respiratório exercem um impacto
negativo nas variáveis da saúde e qualidade de vida do idoso. De acordo com os
dados do estudo de Jackson et. al. (1995 apud MATSUDO; MATSUDO e BARROS
NETO, 2000), se o nível de atividade física e a composição corporal se mantivessem
constantes, ao longo do tempo, a taxa esperada de declínio no VO2máx. seria de 0,25
ml/kg-1.min-1 por ano. Dessa forma, o envelhecimento não causaria incapacidade
funcional, se o indivíduo mantivesse um estilo de vida ativo e um nível adequado de
composição corporal.
Uma das principais causas de acometimento respiratório é a poluição
atmosférica, dentre outros fatores biológicos e ambientais. As emissões de poluentes
produzidas pela indústria, transporte, atividades domésticas, gerenciamento de dejetos
e agricultura se concentram no ambiente, tanto no ar, quanto na água, nos alimentos e
no solo e estas disfunções está diretamente associado aos distúrbios respiratórios.
Aliadas a essas fontes poluidoras, as atividades humanas contribuem também para a
exposição do homem, provocando efeitos à saúde que podem ser sub-clínicos, com
morbidade ou até mesmo mortalidade (FUNASA, 2001).
É preciso buscar os meios que aumentam a resistência dos idosos
contra estresse ambiental (ambiente poluído) com finalidade de melhorar a qualidade
de vida dos idosos. Um dos meios que aumenta a resistência dos idosos contra
estresse ambiental (ambiente poluído) pode ser o desenvolvimento físico deles.
Segundo Sharkey (1998), o nível de desenvolvimento físico do ser humano influi
consideravelmente no risco dele de adoecer. Será que o sujeito com melhor
desenvolvimento físico é mais resistente contra estresse ambiental (ambiente
poluído)?
Partindo desta premissa decidiu-se investigar o seguinte problema:
“Verificar os índices de saúde somática e problemas respiratórios dos sujeitos de
terceira idade do Município de Lindóia do Sul – SC”.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O envelhecimento é um processo complexo que envolve muitas variáveis (por
exemplo, genética, estilo de vida e doenças crônicas) que interagem entre si e
influenciam significativamente o modo em que alcançamos determinada idade. A
participação em atividade física regular fornece várias respostas favoráveis que
contribuem para o envelhecimento saudável. Muitas têm sido descobertas
recentemente de acordo à adaptabilidade dos vários sistemas biológicos, assim como
os meios em que o exercício regular pode influenciá-los (MAZO, LOPES, BENEDETTI,
2004).
Segundo Okuma (2002), o envelhecimento é, sem dúvida, um processo
biológico cujas alterações determinam mudanças estruturais no corpo e, em
decorrência, modificam suas funções. Porém, se envelhecer é inerente a todo ser vivo,
no caso do homem, esse processo assume dimensões que ultrapassam o “simples”
ciclo biológico, pois pode acarretar, também, conseqüências sociais e psicológicas.
O envelhecimento é vitalício, gradual e irreversível, trás consigo
modificações, tanto físicas, como psicológicas e sociais, não começa
num tempo específico, tal como 60 ou 70 anos, mas, sim, caracterizase como um processo cujo início se dá mesmo no momento do
primeiro sinal de vida do ser humano (VERDERI, 2004, p.23).
É evidente que os resultados do processo de envelhecimento são diferentes
entre indivíduos, em decorrência principalmente do estilo de vida de cada um. Assim
sendo, a prática de atividade física, bem como uma alimentação saudável se torna
indispensável para uma vida longa. A terceira idade é continuidade da vida, mais uma
etapa. Contudo, é preciso que o indivíduo reconheça e quanto mais cedo melhor, as
necessidades fisiológicas de seu corpo, ter objetivos permanentes, uma vida regrada e
sem exageros e o que devemos estimar nos adultos de meia idade, afim de que se
tornem idosos saudáveis e disciplinados com as suas necessidades. (PAPALÉO,
1996).
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM IDOSOS
Estudo sobre a mortalidade adulta no Brasil, Paes (1999), revelou que as
doenças respiratórias ainda permanecem como importante causa de óbito. Estas
ocuparam entre os grupos de causas da população adulta, a quinta principal causa de
morte para ambos os sexos.
No Brasil as doenças respiratórias são responsáveis por aproximadamente
16% de todas as internações, sendo 50% delas devido à pneumonia (CARMO, 2003
apud ROSA et. al, 2008).
Porém, em grupos mais vulneráveis como as crianças e idosos, as doenças
respiratórias compreendem mais de 50% das internações hospitalares (GOMES, 2002
apud ROSA et. al, 2008).
Segundo dados do Ministério da Saúde, disponíveis em SIM - DATASUS
(2006), no período de 1990 a 2002, quando analisada a proporção de óbitos por grupo
de causas em idosos, cerca de 14,25% dos óbitos informados ocorreram em
decorrência de doenças do aparelho respiratório, sendo esta a quarta causa de óbito
para os maiores de 60 anos, que é superada pelas doenças do aparelho circulatório,
neoplasias e demais causas definidas.
As principais sub-causas das Doenças do Aparelho Respiratório foram à
pneumonia e bronquite crônica, enfisema e asma. Segundo Lessa (1998 apud PAES,
1999), considera a bronquite crônica, asma e enfisema pulmonar, doenças crônicas
não transmissíveis de importância social e que determinam maior impacto
populacional em gravidade e em mortalidade. O conhecimento sobre o comportamento
destas doenças ainda são escassos no Brasil. A pneumonia é considerada a mais
temida destas infecções, pois varia conforme o nível sócio-econômico das populações
afetadas, e assume especial relevância nos países considerados em desenvolvimento
(NIOBEY et al, 1992 apud PAES, 1999). Ambas as enfermidades apresentaram um
padrão de mortalidade antagônico no período analisado, as pneumonias acusaram um
acréscimo nas taxas de mortalidade para a maioria das unidades da federação, e a
segunda um decréscimo para ambos os sexos.
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM IDOSOS
O índice de massa corporal (IMC), expresso pela relação entre a massa
corporal (kg) e estatura ao quadrado (m2), é amplamente utilizado como indicador do
estado nutricional, indicando desde magreza até obesidade grave, mas não há valores
de referência de normalidade estabelecidos para idosos (SANTOS, SICHIERI , 2005)
Entretanto, essas conclusões não podem ser extrapoladas integralmente para
a população idosa, devido a algumas peculiaridades metodológicas relacionadas a
esta faixa etária, como o ajuste inadequado das variáveis confundidoras e das
doenças preexistentes, a ausência da eliminação da mortalidade precoce, os
diferentes tempos de seguimentos e o ajuste da idade no início do estudo (STEVENS ,
2000).
Em idosos há diminuição da altura, da massa magra e da quantidade de água
corporal e acúmulo de tecido adiposo, especialmente na região central, devido
principalmente à redução da atividade física e da taxa metabólica basal (TMB). Além
disso, há a presença de doenças, que, associadas aos fatores anteriores citados,
dificultam a aplicação do IMC para essa faixa etária. Por isso, supõe-se que valores
superiores do que os estabelecidos para a normalidade em adultos não-idosos sejam
mais adequados, já que o idoso necessita de uma reserva de energia maior no sentido
de prevenir a desnutrição. Alguns autores consideram que o IMC é um pobre indicador
de risco nutricional para idosos por não refletir a distribuição de gordura corporal ou
qualquer alteração que ocorra com essa distribuição (SANTOS DM, SICHIERI R,
2005).
CAPACIDADE AERÓBIA MÁXIMA EM IDOSOS
A capacidade aeróbia máxima (VO2max) é uma qualidade física que apresenta
significativo declínio em função do envelhecimento, o que por outro lado está
associado a maior morbimortalidade cardiovascular e a mortalidade por todas as
causas (LIMA, 2006).
A resistência aeróbia consiste na capacidade dos sistemas cardiovascular e
respiratório de suprir o trabalho muscular, conjuntamente, com o sistema metabólico,
sendo a energia fornecida, predominantemente, pelas gorduras. Após a terceira
década de vida, ocorre redução de 0,5 a 3,5% por ano na potência aeróbia
(ASTRAND, 1973).
A redução da potência aeróbia com o envelhecimento ocorre em função de
dois aspectos principais: a diminuição da capacidade de ejeção do coração e a
redução na quantidade de massa muscular (FLEG, 1988).
As alterações nos parâmetro da função aeróbica (VO2máx.), relacionadas à
idade, PATERSON (apud MATSUDO S.M.; KEIHAN V.; MATSUDO R.; NETO T.B,
2000) analisaram 289 homens e mulheres de 55 a 86 anos de idade, que viviam
independentemente, na comunidade. O declínio no VO2máx. relativo ao peso corporal
foi similar em homens (0,31 ml.kg-1.min-1.ano-1) e mulheres (0,25 ml.kg-1.min-1.ano1). Diante as análises feitas pelos autores, a idade explicou somente 8 a 37% da
variação destes parâmetros fisiológicos. Dessa forma, parece que nos indivíduos que
mantêm a função diária normal e hábitos ambulatórios, a idade não é o único fator
importante que determina o VO2máx., mesmo, nos indivíduos de 80 a 85 anos. Neste
caso, variáveis como a gordura corporal, o nível de atividade física e as doenças
podem ser fatores determinantes importantes independentemente do processo do
envelhecimento (MATSUDO S. e MATSUDO V., 1992).
METODOLOGIA
A presente pesquisa caracterizou-se de acordo com Thomas e Nelson (2002)
como descritiva com delineamento transversal, pois, buscou-se descrever os
fenômenos atuais sobre determinado problema e as relações nas variáveis estudadas,
onde os sujeitos foram avaliados em uma única oportunidade sem intervenção do
pesquisador.
A amostra foi composta por 20 mulheres com faixa etária entre 55 e 75 anos,
freqüentadoras de Grupo de atividade física para Idosos de Lindóia do Sul – SC.
A pesquisa realizou-se em Três fases: 1ª Fase: Realizou-se uma reunião com
as mulheres participantes do Grupo de Atividade Física para Idosos do município de
Lindóia do Sul, SC que caracterizaram a amostra. Nesse momento foi informado de
forma clara e detalhada a respeito dos objetivos, justificativa e metodologia da
presente pesquisa, bem como o recolhimento das assinaturas dos Termos de
Consentimento Livre Esclarecido. 2ª Fase: Foi determinado os índices de saúde
somática, através dos dados de Índice de Massa Corporal (IMC) e Volume de
Oxigênio Máximo VO2 max, através do teste Kalinina 2002. Estes dados foram
coletados no mês de agosto de 2008.
Para maior esclarecimento dos dados cito como foi a metodologia dos testes:
•
IMC (Índice de Massa Corporal) é a proporção de peso corporal em kg (P)
para estatura ao quadrado em metros (Estatura2).
IMC= Peso
Estatura2
• Determinação de peso corporal (P)
Para medidas de peso corporal foi realizada em balança antropométrica, marca
Filizola, com precisão de ±50 gramas. As avaliadas, com o mínimo de roupa possível e
sem calçado, posicionaram-se em pé, sobre a plataforma, de costas para a escala de
medida da balança, com afastamento lateral das pernas no centro da plataforma,
ereta, com os braços ao longo do corpo e com o olhar num ponto fixo a sua frente de
modo a evitar oscilações (LOHMAN et al., 1988).
Metodologia de determinação da estatura (h)
Para medidas de estatura utilizou-se um estadiômetro da balança Filizola, com
escala de precisão de ±1,0 cm. As avaliadas, sem calçado, se posicionaram sobre a
base da balança, de forma ereta, com os membros superiores pendentes ao longo do
corpo, pés unidos, procurando estar em posição centralizada. Com auxilio do cursor foi
determinada a medida correspondente à distância entre a região plantar e o vértex,
estando o avaliado em apnéia inspiratória e com a cabeça orientada no plano de
Frankfurt paralelo ao solo (LOHMAN et al., 1988).
•
•
Consumo máximo de oxigênio (VO2 max)
O Consumo máximo de oxigênio (VO2 max) foi determinado pelo Teste de
caminhada de 400 metros de Kalinina.
O teste foi realizado no Ginásio de Esportes do Município de Lindóia do Sul, C,
onde as participantes foram orientadas a caminhar o mais rápido possível procurando
manter um ritmo constante e não se afastando das linhas laterais e de fundo da
quadra. Para determinar o tempo utilizo-se um cronômetro e os batimentos cardíacos
foram verificados através de um cardiofrequencimetro.
3ª Fase: Foi aplicado o questionário correspondente ao “Inquérito Individual de Risco
e Morbidade Referida – Módulo: Doenças Respiratórias” semi estruturado pelo
professor Doutor Iuri Kalinine .O questionário foi aplicado no mês de agosto de 2008,
sendo que, em um dos encontros do Grupo de Terceira Idade, estive esclarecendo de
forma oral as perguntas do questionário aos participantes da amostra. Cada
participante da amostra respondeu o questionário individualmente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1 – Dados antropométricos das mulheres de terceira idade freqüentadores de
Grupo de atividade física para Idosos do município de Lindóia do Sul – SC.
Legenda
Idade
Peso
Est.
IMC
Classificação*
1
63
72,4
161,4
27,8
Sobrepeso
2
57
62
148
28,3
Sobrepeso
3
70
76
161,3
29,2
Sobrepeso
4
63
75
161
28,9
Sobrepeso
5
66
90
166
32,6
Obesidade I
6
66
75,5
161
29,1
Sobrepeso
7
67
55
159,4
21,7
Recomendável
8
57
56
155
23,3
Recomendável
9
74
77,6
159,2
30,7
Obesidade I
10
68
83
162
31,7
Obesidade I
11
71
65
153
27,8
Sobrepeso
12
62
56
151
24,6
Recomendável
13
59
76,5
158
30,6
Obesidade I
14
68
64,7
157,6
26,1
Sobrepeso
15
61
70,7
161,7
27,1
Sobrepeso
16
57
57,5
163,5
21,5
Recomendável
17
62
68,6
159
27,1
Sobrepeso
18
71
71
153,5
30,1
Obesidade I
19
63
83,6
162
31,9
Obesidade I
20
62
64
157,3
25,9
Sobrepeso
158,54$
27,8
Sobrepeso
Médio
64,35
70,00
Fonte: OMS apud Nahas, 2001, p. 83.
Figura - 1 Classificação dos dados antropométricos (IMC) das mulheres de terceira
idade do município de Lindóia do Sul SC.
Os dados apresentados na figura 1 mostram que o IMC das mulheres
participantes do Grupo de Atividade Física de Idosos de Lindóia do Sul, SC encontrase em índices preocupantes, uma vez que das 20 mulheres da amostra 10 (50%) da
amostra apresentaram IMC classificado com sobrepeso, 6 (30%) classificados com
obesidade 1 e apenas 4 (20%) estão dentro do peso recomendável para a sua faixa
etária segundo tabela de classificação de (NAHAS, 2003).
Pesquisas mostram que indivíduos que apresentam valores muito altos ou
muito baixos de IMC têm maior probabilidade a desenvolverem incapacidades em
idade mais adiantada, do que os que apresentam IMC com valores normais
(SHEPHARD, 1997). Também a National Institute of Diabetes and Digestive and
Kidney Diseases apud Guedes e Guedes (2003) consideram que valores acima de 27
kg/m2 podem elevar os riscos para a saúde, pois refletem situação de sobrepeso.
Tabela 2 – Dados adquiridos pelo teste kalinine 400m, das mulheres de terceira idade
freqüentadores do Grupo de atividade física para Idosos do município de Lindóia do
Sul – SC.
Legenda
FC
T
VO2 max
bpm
min
ml/kg/min
Classificação*
1
168
3,55
21,76
Ruim
2
164
3,45
27,82
Média
3
170
3,83
14,42
Muito ruim
4
160
3,02
29,73
Acima da Média
5
162
4,07
11,92
Muito ruim
6
166
2,98
27,89
Acima da Média
7
156
3,33
28,03
Bom
8
160
2,97
35,92
Bom
9
166
3,75
14,32
Muito ruim
10
168
3,5
24,59
Média
11
170
3,28
23,11
Média
12
178
3,33
26,15
Média
13
168
3,67
21,18
Ruim
14
170
3,03
27,61
Acima da Média
15
174
3,83
18,82
Muito ruim
16
168
3,33
29,5
Acima da Média
17
178
3,25
25,07
Média
18
178
3,5
10,68
Muito ruim
19
20
168
172
4
3,82
13,96
Muito ruim
19,49
Ruim
Médio
168,2
3,47
22,6
Abaixo da média
`
Fonte: Y s Way to Physical Fitness: The Complete Guide to Fitness and Instruction
apud POLLOCK; WILMORE, 1993, p.667.
Figura 02: Classificação dos dados do VO2 max. das mulheres de terceira idade do
município de Lindóia do Sul SC.
Os dados apresentados na tabela 2 mostram que, em media, o VO2 max das
mulheres da terceira idade freqüentadoras do Grupo de Idosos de Lindóia do Sul – SC
está na “Média” (55%) . Em relação as 20 mulheres pesquisadas quatro mulheres têm
o VO2 max na faixa “Acima da Média”, duas mulheres têm o VO2 max na faixa “Bom”,
cinco mulheres têm o VO2 max na faixa “Média”, três mulheres têm o VO2 max na faixa
“Ruim”, e seis têm o VO2 max na faixa “Muito ruim” que é considerada prejudicial para
saúde das mulheres pesquisadas com os índices classificados como Ruim e Muito
Ruim.
Dentre as perdas funcionais ocorridas durante o envelhecimento encontra-se a
redução na capacidade aeróbia. A literatura relata que o consumo máximo de oxigênio
(VO2 max ) decresce em torno de 10% por década com o envelhecimento. O início
dessa queda dá-se no final da adolescência em mulheres e por volta dos 25 anos nos
homens. Esse decréscimo está relacionado com a diminuição dos níveis de atividade
física, principalmente de estímulo cardiorrespiratório (WILMORE; COSTILL, 1999;
ROBERGS; ROBERTS, 2002).
O aumento do VO2máx. desempenha um papel fundamental na prevenção das
doenças do sistema cardiovascular, respiratório e no controle da obesidade . As
doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes entre os idosos de ambos os
sexos (SPIRDUSO, 1995).
Tabela 3 – Resultados da aplicação do Inquérito Individual de Risco e morbidade
Referida. Modulo – Doenças Respiratórias das mulheres de terceira idade
freqüentadoras de Grupo de Idosos do município de Lindóia do Sul – SC.
Continua
Nome
Idade
Respostas nas perguntas (sim vale 1 ponto; não vale 0 pontos)
Legenda Anos 2
3 4
5 6
7
8
9 10 11 12 13 14 15 Somatório
1
63
0
0 0
1 0
0
1
1
1
0
0
0
1
1
6
2
57
0
1 0
1 0
1 Alergia
1
0
1
0
1
1
0
1
8
3
70
0
0 0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
63
0
0 0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
5
66
0
0 0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
6
66
0
0 0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
7
67
0
0 0
1 0
0
0
1
1
0
1
0
1
1
6
8
57
0
1 0
1 0
0
1
0
0
0
0
0
1
1
5
9
74
0
0 0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
10
68
0
0 0
0 0
0
1
1
1
1
0
0
1
0
5
11
71
0
0 0
0 0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
4
12
62
0
0 0
0 0
0
1
1
0
0
1
0
0
1
4
13
59
0
0 0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
14
68
0
0 0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
15
61
0
0 1
0 0
0
0
1
1
1
1
0
0
1
6
16
47
5
0
0 0
1 0
1 Alergia
1
0
0
0
1
0
1
0
17
62
0
0 0
1 0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
3
18
71
0
0 0
0 0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
19
63
0
0 0
0 0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
20
62
0
0 0
1 0
0
1
1
1
0
1
0
0
1
6
0
2 1
7 0
2
8
6
6
3
7
2
8
9
0 10 5 35 0
10
Freqüência
Freqüência (%)
40 30 30 15 35 10 40 45
Obs.: 2 – Você tem ou teve Enfisema?
3 – Você tem ou teve Bronquite crônica?
4 – Você tem ou teve Asma?
5 – Você tem ou teve repetição de infecções de vias superiores (sinusites,
renites, otites, faringites, amigdalites)?
6 – Você tem ou teve Tuberculose pulmonar?
7 – Você tem ou teve doenças respiratórias Outras?
8 – Você tem ou teve com freqüência Tosse seca (irritativa)?
9 – Você tem ou teve com freqüência Tosse com catarro (expectoração)?
10 – Você tem ou teve com freqüência Chiado no peito (sibilância)?
11 – Você tem ou teve com freqüência Falta de ar (dispnéia)?
12 – Você tem ou teve com freqüência Cansaço nas atividades diárias?
13 – Você tem ou teve com freqüência Conjuntivite (irritação nos olhos)?
14 – Você tem ou teve com freqüência Espirros / coceira no nariz?
15 – Você tem ou teve com freqüência Entupimento nasal ou coriza?
Os dados apresentados na tabela 3 mostram que entre 20 mulheres de
terceira idade participantes de Grupo de Idosos de Lindóia do Sul – SC duas mulheres
(10%) têm ou teve bronquite crônica, uma mulher (5%) têm ou teve asma, sete
mulheres (35%) têm ou teve repetição de infecções de vias superiores (sinusites,
renites, otites, faringites, amigdalites), duas mulheres (10%) têm ou teve alergia, oito
mulheres (40%) têm ou teve com freqüência tosse seca, seis mulheres (30%) têm ou
teve com freqüência tosse com catarro (expectoração), seis mulheres (30%) têm ou
teve com freqüência chiado no peito (sibilância), três mulheres (15%) têm ou teve com
freqüência falta de ar (dispnéia), sete mulheres (35%) têm ou teve com freqüência
cansaço nas atividades diárias, dois mulheres (10%) têm ou teve com freqüência
conjuntivite (irritação nos olhos), oito mulheres (40%) têm ou teve com freqüência
espirros / coceira no nariz e nove mulheres (45%) têm ou teve com freqüência
entupimento nasal.
O problema respiratório mais notório entre os sujeitos avaliados foi a freqüência
de entupimento nasal com 9 (nove) mulheres 45% do total, seguido por tosse seca e
espirros / coceira no nariz com oito mulheres (40%).
Figura 03: Porcentagem dos problemas respiratório em mulheres de terceira idade
freqüentadoras de Grupo de Idosos do município de Lindóia do Sul – SC.
Observa-se que 14 (quatorze), 70% da amostra já teve ou tem alguma doença
respiratória e apenas 6 (seis) 30 % das mulheres da amostra não apresentaram
problemas respiratórios.
Em geral podemos afirmar que as mulheres de terceira idade freqüentadoras
de Grupo de Idosos do município de Lindóia do Sul – SC tem estado de saúde
preocupante na parte de doenças respiratórias.
As seis principais causas de internação em idosos, quando considerado o
agrupamento de 60 anos ou mais de idade, foram as doenças do aparelho circulatório,
seguidas das doenças do aparelho digestivo, doenças do aparelho respiratório,
neoplasias e causas externas, que juntas, representaram 68,1% das causas de
morbidade hospitalar.(SANTOS; BARROS, 2008).
CONCLUSÃO
Diversos estudos têm apontado o crescente número de população idosa no
Brasil, bem como a preocupação com a saúde destes indivíduos.
Diante desse pressuposto, a presente pesquisa objetivou verificar a saúde
somática e problemas respiratórios dos sujeitos de terceira idade do Município de
Lindóia do Sul - SC.
Com o processo de envelhecimento, acontecem às alterações das funções
respiratórias, e nos sistemas cardiovasculares e imunológicos em idosos, isso foi
afirmado na literatura.
Os dados obtidos através do Inquérito Individual de Risco de Morbidade
Referida (Módulo de Doenças Respiratórias) dos sujeitos de terceira idade do Grupo
de Atividade Física para Idosos de Lindóia do Sul, apontaram um estado de saúde
preocupantes, sendo que, a maioria das mulheres 14 (quatorze), 70% da amostra já
teve ou tem alguma doença respiratória e apenas 6 (seis) 30 % das mulheres da
amostra não apresentaram problemas respiratórios.
Os índices de saúde somática apresentaram que; 55% das mulheres idosas
participantes da pesquisa apresentaram o VO2 máx. dentro ou acima dos padrões
indicados pela tabela de classificação de Y`s Way to Physical Fitness: The Complete
Guide to Fitness and Instruction apud POLLOCK; WILMORE, 1993,. Já o Índice de
Massa Corporal (IMC), apresentou resultados mais preocupantes, uma vez que 80%
da amostra apresentaram sobrepeso ou obesidade I segundo a tabela de classificação
da OMS apud Nahas, 2003,
Através da verificação dos dados e da contextualização dos índices de saúde
somática e problemas respiratórios dos sujeitos de terceira idade, podemos concluir
que em média o estado de saúde dos avaliados está preocupante.
Assim sugerem-se ações governamentais e da sociedade civil, integradas para
a prevenção e controle de doenças crônicas e promoção da saúde da população
idosa, por meio da prática de atividade física regular e adoção de uma alimentação
equilibrada, minimizando assim, Sendo assim, nossos dados representam mais um
argumento para uma intervenção positiva dos profissionais da área da saúde, no
sentido de fortalecer a importância do uso de estratégias para controle do peso e
manutenção de bons níveis de aptidão física dessa população. A atividade física
aliada a programas alimentares pode auxiliar na redução do IMC, aumento do VO2
máx e diminuição de possíveis problemas respiratórios .
É importante, ainda, salientar, que além dos resultados obtidos pelo grupo
pesquisado, o trabalho é extremamente válido e gratificante tanto para os idosos como
para nós profissionais da Educação Física, que trabalhamos na aplicação destes
trabalhos, porque nos proporciona momentos de prazer oferecendo uma melhor
qualidade de vida para todos esses idosos despertando ainda mais o interesse para a
pesquisa científica.
Tendo em vista os resultados deste estudo, ficam como sugestões para outras
investigações na avaliação da saúde somática e problemas respiratórios dos sujeitos
de terceira idade, tais como: Percentual de Gordura (%G), RCQ( Razão cinturaquadril) , Força e Flexibilidade.
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